Símbolo das conquistas

Transcrição

Símbolo das conquistas
ANO 3 - N0 12 - OUT/NOV/DEZ 2012
UMA REVISTA DO SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO BRASIL
Símbolo das
conquistas
Moeda comemorativa sintetiza as vitórias do segmento em 2012, como o
recente lançamento do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
Internacional
Expansão
Cooperativas de crédito brasileiras ganham
destaque no 28º Congresso da Confederação
Internacional de Bancos Populares, no Marrocos
Sicoob é uma das instituições financeiras que
mais crescem no país e abre um novo ponto de
atendimento a cada dois dias
QUEM PENSA DIFERE
INSTITUIÇÃO FINANC
www.facebook.com/Fanpage.Sicoob
twitter.com/SICOOB_oficial
www.sicoob.com.br/blog
O Brasil tem muitas pessoas que pensam diferente. Gente que deixa o
carro na garagem e vai de bicicleta para o trabalho, que transforma lixo em
peças de design, que produz energia a partir de resíduo orgânico ou
que começa uma faculdade aos 70 anos. São pessoas que escolheram o
Sicoob, uma instituição financeira que oferece todos os produtos e serviços
de um banco, mas com uma grande diferença: no Sicoob, nossos mais de
dois milhões de associados são donos e participam dos resultados.
NTE MERECE UMA
EIRA DIFERENTE.
Se você quer um jeito diferente de cuidar da sua vida financeira, venha
para o Sicoob. Faça parte de uma instituição que está sempre ao lado dos
seus associados, oferecendo soluções financeiras com transparência e
ética, dentro dos princípios e valores cooperativistas.
Acesse www.agentepensadiferente.com.br e descubra como o
cooperativismo está transformando o Brasil e a vida de pessoas
como você.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
3
Fale conosco
Coordenação Geral
Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda. – Sicoob Confederação
SIG Quadra 6 – Lote 2.080 – 70.610-460 – Brasília - DF
Conselho de Administração
José Salvino de Menezes – Sicoob Goiás Central
Bento Venturim – Sicoob Central ES
Alberto Ferreira – Sicoob Central Crediminas
Jadir Girotto – Sicoob Central MT/MS
Henrique Vilares – Sicoob São Paulo
Comitê Editorial
Jadir Girotto – Diretor-presidente do Sicoob Central MT/MS
José Alves de Sena – Diretor-presidente do Sicoob Central DF
Alberto Ferreira – Diretor-presidente do Sicoob Central Crediminas
Henrique Vilares – Diretor-presidente do Sicoob São Paulo
Abelardo Duarte de Melo Sobrinho – Diretor de Negócios do Sicoob
Confederação
Marden Marques Soares – Diretor de Desenvolvimento Organizacional do Sicoob
Confederação
Daniela Cancian – Superintendente de Negócios do Sicoob Confederação
Ricardo Antonio de Souza Batista – Diretor de Tecnologia da Informação do
Sicoob Confederação
Marco Aurélio Borges de Almada Abreu – Diretor-presidente do Bancoob
Ênio Meinen – Diretor de Operações do Bancoob
Cláudio Halley David Pereira – Superintendente de Gestão Estratégica do
Bancoob
Ricardo Belízio de Faria Senra – Gerente jurídico do Bancoob
Andréa Hollerbach Athayde – Gerente de Comunicação e Marketing do Sicoob
Confederação
Jussimara Zobel de Deus – Supervisora de Comunicação e Marketing do Sicoob
Confederação
Elisa Gregória Abarca Guimarães – Analista de Comunicação e Marketing do
Sicoob Confederação
Reconhecimento
Parabenizamos a Revista Sicoob pelas matérias de grande relevância,
que sempre têm nos antecipado
cenários e as principais mudanças e
novidades no Sistema. Por fim, destaco a entrevista do economista
Ricardo Amorim, que fez uma brilhante avaliação da macroeconomia, contextualizando
com bastante clareza a importância do cooperativismo de crédito para o mercado financeiro.
Jair Bolsoni - Presidente do Sicoob Crediforte
Correspondentes
Nábia Jorge – Sicoob Central Rio
Rebeca Brandão Matos de Souza – Sicoob Central BA
Emannuelle Marques de Ramalho – Sicoob Central NE
Juliana Araújo Silva – Sicoob Central Crediminas
Celso Vicenzi – Sicoob Central SC
Cristiane Lopes Orso – Sicoob Central MT/MS
Alessandra Del Nero – Sicoob Central Cecresp
Luiz Augusto Araújo – Sicoob Central Goiás
Anderly Godinho Minetto – Sicoob Central PR
Karla Brandão Lage – Sicoob Central Cecremge
Marcelo Vieira da Silva – Sicoob Central ES
Edivaldo Alves de Oliveira – Sicoob Central DF
Siárxeres Neri – Sicoob Central Norte
Valdecir Manoel Affonso Palhares – Sicoob Central Amazônia
Gianne Maria Sant’ Ana Martelo – Sicoob SP
Brunna Marques Duarte – Bancoob
Coordenação Editorial
Andréa Hollerbach Athayde – Sicoob Confederação
Luiz Augusto Araújo – LHC Comunicação
Coordenação de Produção
Jussimara Zobel de Deus – Sicoob Confederação
Elisa Gregória Abarca Guimarães – Sicoob Confederação
Brunna Marques Duarte – Bancoob
Produção Editorial
Press Comunicação Empresarial (www.presscomunicacao.com.br)
Jornalistas Responsáveis
Luiz Augusto Araújo / Letícia Espíndola
Projeto Gráfico e Editoração
Press Comunicação Empresarial
FALE CONOSCO
Designer
Fernando Freitas
Revisão
Cláudia Rezende / Fátima Campos
Impressão
Gráfica Coronário
Envie sua opinião e/ou suas sugestões sobre as matérias da Revista Sicoob. Envie seu comentário
para [email protected] ou deixe sua mensagem no Twitter, no Facebook ou no blog do
Sicoob. As cartas podem ser enviadas para:
SIG Quadra 6 - Lote 2.080 - CEP 70.610-460 - Brasília - DF
Tiragem
20 mil exemplares
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*Em razão do espaço reservado à coluna, a Revista Sicoob se reserva o direito de editar as cartas.
4
Capa
Festa cooperativista
20
15
Entrevista
Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito e moeda
comemorativa marcam a história do setor no país. As
novidades foram anunciadas durante o IV Fórum Banco Central
sobre Inclusão Financeira
Um dos principais nomes do
Banco Central do Brasil, Luiz
Edson Feltrim faz uma análise
sobre a economia e o papel
do cooperativismo de crédito
Responsabilidade
Social
Ações ambientais realizadas
pelo Sicoob São Miguel do
Oeste (SC) são reconhecidas
nacionalmente
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07 Gestão
Inovação em tecnologia contribui com o
crescimento do Sicoob acima da média
nacional
10 Bancoob
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BNDES
34
Internacional
Cartão BNDES, com a bandeira Cabal: uma
grande conquista do Sicoob
Sicoob representa cooperativismo de crédito
brasileiro em congresso internacional de
bancos populares
Braço financeiro do Sicoob diversifica portfólio
e celebra crescimento expressivo
12
Serviços
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Inovação
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Ponto de Vista
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Intercooperação
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Educação
Regionalismo
SicoobNet garante os benefícios do internet
banking e expande o acesso aos não
correntistas
Jefferson Nogaroli analisa a importância do
cooperativismo de crédito na construção de
um mundo melhor
23 Jurídico
Projeto Otimizar Negócios oferece soluções
tecnológicas para incrementar os resultados
das cooperativas
Cooperativas de Minas Gerais unem-se e
formam um espaço cooperativo
Com a ajuda das “Ferinhas”, Sicoob MT/MS
busca a conscientizar crianças e adultos sobre
a educação financeira
Saiba mais sobre a utilização legal e a
importância do Fundo de Reserva
26
Cooperativismo
40
28
Mercado
42Expansão
Conheça a Rede de Liderança de Mulheres
Cooperativistas
Cooperativas ajudarão o Banco Central no seu
Plano Nacional de Inclusão Financeira
Sicoob Central Norte impulsiona expansão do
segmento na região
Em 2012, um novo ponto de atendimento do
Sicoob foi aberto a cada dois dias
30Pessoas
43Inauguração
Programa de Gestão de Pessoas do Sicoob se
consolida no Sistema
32
Perfil
44Giro
Conheça mais sobre Leopoldo Pinto Uchôa, um
dos grandes líderes da causa cooperativista
Uma das cidades históricas mais importantes
do país passa a integrar a rede Sicoob
Saiba o que acontece nas cooperativas
centrais e singulares do Brasil
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
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Editorial
Sicoob Confederação
Comemorações com
crescimento acelerado
“As cooperativas
do Sicoob têm
democratizado o
crédito e levado
atendimento
financeiro a todas
as classes sociais e
localidades”
No próximo dia 28 de dezembro, vamos celebrar, pela primeira vez, o Dia
Nacional do Cooperativismo de Crédito.
Instituída pela Presidente da República,
Dilma Rousseff, ao sancionar a Lei 12.620,
em maio deste ano, a data faz parte das
comemorações de 2012, eleito o Ano
Internacional das Cooperativas, pela
Organização das Nações Unidas (ONU).
Estamos encerrando as festividades do
ano com chave de ouro, ou melhor, com
moeda de prata. Em homenagem ao
cooperativismo brasileiro, o Banco Central
(BC) lançou uma moeda comemorativa,
durante o IV Fórum Banco Central sobre
Inclusão Financeira, realizado no fim de
outubro, em Porto Alegre (RS). Cunhada
em prata, ela traz o slogan “Cooperativas
constroem um mundo melhor” e a
logomarca alusiva ao Ano Internacional
das Cooperativas.
A moeda representa muito mais do que
uma iniciativa do BC para celebrar as festividades no país. A escolha do objeto
monetário como forma de homenagear
os 13 ramos do cooperativismo brasileiro também simboliza a importância
do segmento Crédito para a sociedade.
O cooperativismo de crédito pode ser
considerado a moeda deste século para
o combate à pobreza e a promoção do
crescimento sustentável com justiça
social.
As cooperativas do Sicoob têm democratizado o crédito e levado atendimento
financeiro a todas as classes sociais e localidades, inclusive aquelas desprovidas
de agentes financeiros. Isso acontece
de forma rápida e abrangente, conforme mostrou estudo do BC. Segundo
6
levantamento do órgão, o Sicoob é um
dos agentes financeiros que mais cresceram neste ano, com uma média de um
ponto de atendimento aberto no país a
cada dois dias. As cooperativas de crédito
do Sistema já formam a sexta maior rede
de atendimento do Sistema Financeiro
Nacional (SFN).
O Sicoob cresce com qualidade e solidez.
A rápida expansão é impulsionada pelo
trabalho de organização, profissionalização e inovação do Sistema. Os investimentos em tecnologia da informação,
por exemplo, já ultrapassam R$ 600 milhões nos últimos cinco anos. Esses investimentos têm colocado o Sicoob na dianteira da inovação no mercado brasileiro,
permitindo-lhe multiplicar seus canais de
comunicação e ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros.
Na vanguarda da inovação, o Sistema
consolida-se como uma das mais modernas e eficientes instituições financeiras do país e o único, até o momento, a
deter tecnologia para oferecer alguns
serviços, entre eles a impressão de extratos, saldos e comprovantes via celular. O
Sicoob encerra as comemorações do Ano
Internacional das Cooperativas com um
célere crescimento, melhorando a condição dos seus cooperados e contribuindo,
assim, para o crescimento sustentável do
nosso país.
Boa leitura!
José Salvino de Menezes
Presidente do Sicoob Confederação
gestão
Caminho de inovações
Sicoob utiliza tecnologias de ponta em atendimento e
gestão para crescer acima da média da economia nacional
O Sicoob fechou o ano de 2011 com crescimento de 25% em
relação ao ano anterior. Um índice superior aos 17% da média dos bancos tradicionais e muito acima do registrado pela
economia brasileira, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB),
que avançou 2,7%. A expansão significativa do Sicoob ocorre
em decorrência do bom momento vivido pelo segmento, mas,
principalmente, sustentada e impulsionada pelo trabalho de organização, profissionalização e inovação do Sistema.
A inovação em Tecnologia da Informação e o trabalho planejado e estratégico de gestão, alinhado às melhores práticas de
governança, têm colocado o Sicoob como uma das mais modernas instituições do mercado financeiro. De norte a sul do
país, as cooperativas de crédito atuam sob a mesma plataforma
tecnológica e oferecem a seus associados um portfólio completo de produtos e serviços financeiros.
“Nos últimos cinco anos, temos intensificado os investimentos
em tecnologia, em novos produtos e serviços, na reestruturação organizacional e nos processos administrativos. Nosso objetivo é promover uma revolução no Sicoob para transformá-lo
em uma das mais eficientes e modernas instituições financeiras
do mercado”, diz José Salvino de Menezes, presidente do Sicoob
Confederação.
Padronização
O caminho de inovações percorrido pelo Sicoob começou em
suas formas de gerenciamento. O diretor de Desenvolvimento
Organizacional do Sicoob Confederação, Marden Soares, elegeu 2009 como um dos anos mais importantes da história
do Sicoob. Foi quando elaborou-se o primeiro Planejamento
Estratégico do Sistema, que elencava todas as ações e metas
que deveriam ser cumpridas até 2012. “Deste documento, saíram projetos consistentes, que garantiram novas ferramentas
que têm modernizado a gestão das cooperativas de crédito,
promovendo melhor atendimento e mais comodidade aos
associados.”
Um desses projetos foi a unificação dos procedimentos, a começar pela marca. A primeira regulação para a identidade única
da instituição foi em 2003, mas só depois do planejamento, no
ano de 2010, houve a consolidação dela, com o lançamento da
nova marca e do manual para sua aplicação. Marden lembra
que cada cooperativa tinha uma identificação diferente, com
variadas cores e letras. “O associado não conseguia entender
que sua cooperativa fazia parte de um grande sistema cooperativo e estava interligada a outras instituições do Sicoob”, lembra.
Sicoob Confederação
O planejamento estratégico de 2009,
segundo Marden Soares, possibilitou
padronizar os processos do Sicoob, de
norte a sul do país
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
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gestão
A unificação trouxe, com isso, uma mudança de cultura organizacional, um dos principais desafios do Sistema.
Depois da nova marca, o processo de unificação ganhou força.
Os programas de gerenciamento passaram a abranger todo o
Sicoob, o que ajudou a reduzir custos, como a organização interna entre as entidades para compras sistêmicas.
Inovação
Salvino lembra que as medidas adotadas pelo Sicoob nos últimos anos garantiram uma prestação de serviço mais eficiente aos mais de 2 milhões de associados das cooperativas de
crédito. Os maciços investimentos foram traduzidos em mais
qualidade e agilidade na prestação de serviços das cooperativas, que passaram a oferecer comodidade e vantagens competitivas aos associados, os quais ganharam variadas opções
de linhas de crédito e produtos e serviços financeiros, além de
inovadores canais de comunicação.
O superintendente de Tecnologia da Informação, Dênio
Rodrigues, aponta como outro marco na evolução do Sicoob o
fortalecimento, ao longo dos últimos anos, dos canais de auto
atendimento ATM (caixas eletrônicos) e internet banking. Dênio
lembra que, em 2005, o Sicoob possuía apenas 80 caixas eletrônicos. Neste ano, já são quase 2 mil.
Os ganhos no serviço de internet banking, sobretudo para
os cooperados, também foram expressivos. O Sicoob criou
duas linhas de atuação. A primeira é voltada à pessoa física,
o SicoobNet Pessoal. A segunda é direcionada às pessoas
jurídicas, com o nome de SicoobNet Empresarial. Por esses
canais, é possível fazer transações financeiras, de maneira
simples, rápida e segura. Entre 2008 e 2011, as transações
por caixa nos pontos de atendimento cresceram 61%. Já as
transações realizadas por meio dos ATMs cresceram 600%, e
pela internet 200% no mesmo período.
Muitas das novidades no mercado financeiro brasileiro são experimentadas, em primeira mão, pelos cooperados. O Sicoob
tornou-se referência em desenvolvimento tecnológico no mercado financeiro brasileiro, sendo a primeira instituição financeira do país a disponibilizar um aplicativo nas redes sociais que
possibilita a realização de consultas como saldo, lançamentos
recentes e futuros da conta corrente associada a um perfil ativo
no Facebook. E, até o momento, é a única instituição financeira
a disponibilizar impressão de extratos, saldos e comprovantes
via celular. “Mais tecnologia significa mais eficiência das cooperativas e, como consequência, muito mais comodidade, segurança e conforto aos associados”, ressalta Salvino.
Tecnologia
Dênio Rodrigues,
superintendente de TI, coloca
os serviços de internet banking
entre os diferenciais do Sicoob
8
Sicoob Confederação
Os mais de 2 mil pontos de atendimento das diferentes cooperativas de crédito do Sicoob no Brasil estão conectados a uma
mesma plataforma tecnológica, denominada Sisbr (Sistema
de Informática do Sicoob), que vem sendo aperfeiçoada desde 2001. Em 2011, em comemoração aos 10 anos do Sisbr, o
Sicoob lançou o Sisbr 2.0. A implementação recente de novas
ferramentas, como a Plataforma de Apoio à Decisão (PAD) e o
Otimizar Negócios, está agregando maior eficiência gerencial
ao Sistema fornecendo informações mais ágeis e precisas para
apoiar os dirigentes no processo de tomada de decisão.
Mobile banking
Mais recentemente, o Sicoob adotou a ferramenta mobile banking, que permite ao cooperado utilizar boa parte dos
serviços por meio de smartphones e tablets.
O Sicoob também é a primeira instituição do Setor Financeiro Nacional a atualizar seu aplicativo de mobile banking para o
novo iPhone 5 e o sistema operacional iOS 6.
A nova versão do aplicativo
possibilita:
• a leitura
automática de
código de barras
em formato QR
Code;
• a exportação de
comprovantes e
extratos para os
formatos PDF e
imagem (jpeg).
Boa avaliação
Na página Google Play,
por onde é possível
baixar aplicativos para
celulares e tablets, o
do Sicoob recebeu
dos usuários nota
4,7 estrelas, sendo o
máximo 5. Aprovação
superior à dos
aplicativos de grandes
bancos.
Acesso gratuito
O aplicativo desenvolvido pela equipe
de Tecnologia de Informação do Sicoob
Confederação pode ser acessado nas
quatro principais plataformas, presentes
em 80% dos smartphones e tablets do
mundo: Apple, Google, Blackberry e
Windows Phone.
Ao lado, uma lista das páginas onde eles
podem ser baixados, de forma gratuita.
Outras informações estão no site
www.sicoob.com.br
Apple iOS (ex.: iPhone, iPod e iPad): disponível na loja virtual App
Store (Apple);
Google Android (ex.: Samsung Galaxy S, HTC G1, Sony Ericsson X10 e
Motorola Spice): disponível na loja virtual Android Market (Google);
BlackBerry (ex.: Curve 8520 e Bold 9700): disponível na loja virtual
BlackBerry App World (BlackBerry);
Windows Phone (ex.: Nokia Lumia 710 e Samsung Omina W):
disponível na loja virtual MarketPlace (Microsoft).
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Bancoob
Melhorias
aplicadas
Crédito habitacional e operações de
câmbio são novidades do Bancoob para
ampliar a oferta de produtos e serviços
das cooperativas de crédito
O Bancoob, braço financeiro do Sicoob, está sempre em busca
de soluções financeiras para o Sistema. Em 2013, a instituição
irá diversificar ainda mais o portfólio de produtos e serviços
das cooperativas de crédito com duas novidades: o crédito
habitacional e as operações de câmbio. “Temos o papel de
agregar fatores de competitividade às cooperativas do Sicoob
por meio de produtos e serviços que sejam complementares a
elas”, afirma o diretor-presidente da instituição, Marco Aurélio
Almada.
As cooperativas também oferecerão mais opções de investimentos a seus associados. Somente neste ano, até o mês
de outubro, cerca de 40 cooperativas de crédito do Sicoob
já foram cadastradas na Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) de modo a tornarem-se distribuidoras dos Fundos de
Investimento da Bancoob Distribuidora Mobiliários (Bancoob
DTVM).
Consórcios
Entre dezembro de 2011 e setembro deste ano a
venda do Sicoob Consórcios aumentou cerca de
410%, ultrapassando a marca de 2,876 mil unidades
de novas cotas vendidas.
410%
92
unidades
2,876 mil
unidades
Sicoob Previ
O número de participantes no Sicoob Previ
mais que dobrou entre dezembro de 2011
e outubro de 2012. O montante de adesões
passou de 6,411 mil para 15,442 mil.
Aumento dos negócios
Uma das mais recentes iniciativas do banco foi a aquisição de
uma administradora de consórcios, a Ponta Administradora,
para o incremento da carteira de negócios do Sicoob. Entre
dezembro de 2011 e setembro deste ano a venda do Sicoob
Consórcios aumentou cerca de 410%, ultrapassando a marca de
2,876 mil unidades de novas cotas vendidas, evidenciando o
forte interesse dos associados pelo produto, bem como uma
movimentação de mercado. De acordo com dados levantados
pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio
(Abac), o volume de negócios do segmento, entre janeiro e
10
6,411 mil
15,442 mil
Poupança Sicoob
junho deste ano, superou os R$ 38,1 bilhões, índice 5,8%
maior que o registrado no mesmo período de 2011. Nas
novas adesões acumuladas, o Sistema de Consórcios
registrou aumento de 1,5%, ultrapassando 1,2 milhão
(jan-jun/2012).
Com a mudança na regra
de rentabilidade, o produto
tornou-se uma boa opção
de investimento, levando
o Sicoob a bater recordes
de captação líquida,
alcançando o volume de R$
1,375 bilhão em setembro.
R$ 1,110
bilhão em
dezembro
de 2011
R$ 1,375
bilhão em
setembro
de 2012
Captação líquida
O crescimento na
captação foi de 20%,
acima da média dos 11%
do mercado.
Crescimento
no mercado
de 11%
Crescimento no
Sicoob
de 20%
Cartões
No primeiro semestre de 2012, a base de cartões de
crédito emitidos apresentou crescimento de 25%. Já na
função débito, o aumento foi de 21% durante o mesmo
período. No mercado, o crescimento do crédito e débito
foi de 13% e 7%, respectivamente.
360 mil cartões de 451 mil cartões de
crédito em junho crédito em julho de
2012
de 2011
Além da administradora de consórcios e das variadas linhas de crédito, as cooperativas oferecem o Sicoob Previ,
uma previdência complementar adequada às necessidades individuais de cada associado. As adesões ao plano
cresceram mais de 100% nos últimos meses, saltando de
6,411 mil em dezembro de 2011 para 15,442 mil em setembro de 2012.
A poupança Sicoob também apresentou progresso significativo em 2012. Com a mudança na regra de rentabilidade, o produto tornou-se uma boa opção de investimento,
levando o Sicoob a bater recordes de captação líquida,
com crescimento de 20%, acima da média dos 11% do
mercado. Com isso, o montante de recursos em poupança
do Sicoob ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão.
Em 2012, a Gerência de Agronegócio do Bancoob incentivou as cooperativas a utilizarem o crédito rural, a fim de
complementarem seu portfólio de produtos. Os resultados demonstram um bom crescimento na carteira do
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural
(Pronamp), com aumento de 40% nas liberações. Outro
número expressivo, obtido no mesmo período, se refere
ao Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame),
cujo aumento de 50% nas aprovações teve como principal
motivação a manutenção do Programa de Sustentação e
Investimento (PSI) pelo governo federal. Já as carteiras do
Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e da Cédula
de Produto Rural Financeira (CPRF) registraram excelente desempenho, com crescimentos de 140% e 320%,
respectivamente.
Cartão
Outra unidade de produtos que apresentou forte crescimento foi a base de cartões Sicoobcard, que, na função
crédito, registrou um incremento de 25% no primeiro semestre de 2012. Já a função débito teve uma evolução de
21% em relação ao mesmo período do ano passado. O
faturamento mensal de junho de 2012 nas modalidades
crédito e débito ultrapassou a marca dos R$ 211 milhões,
o que representa um crescimento de 47% em relação a
junho de 2011. O faturamento acumulado no primeiro semestre de 2012 foi de R$ 1,2 bilhão, marca que, em 2011,
só foi alcançada no mês de setembro.
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SERVIÇOS
A um clique
Todas as facilidades do SicoobNet, o internet
banking do Sicoob, também estão disponíveis
para não correntistas
Praticidade e segurança são dois dos maiores benefícios que
o cooperado Sicoob tem ao utilizar o SicoobNet – internet
banking do Sicoob. Para ampliar ainda mais as facilidades oferecidas, o acesso ao SicoobNet foi expandido também aos não
correntistas. Isso significa que, mesmo que não tenham conta
corrente ativa, os associados de qualquer cooperativa, especialmente aquelas de capital e empréstimos, podem consultar,
pela internet, informações como poupança, extrato de conta
capital, previdência, cartão de crédito, entre outros.
De acordo com o gerente de Soluções de Canais de
Atendimento do Sicoob Confederação, Luiz Cândido, o maior
benefício das ferramentas do SicoobNet é proporcionar mais
conforto e comodidade aos usuários. “Para obter saldos e extratos de alguns produtos, o associado não correntista tinha
que se deslocar ao ponto de atendimento mais próximo, o que
não é mais necessário após a implementação dessa novidade”,
destaca.
Passo a passo
Acesse o site www.sicoob.com.br
12
No canto superior direito da tela, escolha o tipo de acesso desejado: Pessoal, Empresarial ou Não Correntistas.
Estudante do curso de Relações Internacionais, Felipe Penido
de Aguiar possui dois motivos para ficar sempre atento às suas
finanças: uma caderneta de poupança no Sicoob Credicom
(Central Cecremge) e outra no Sicoob Credinor (Central
Crediminas), sendo esta um presente do avô. Ele aponta a
comodidade do serviço e a agilidade para obter informações
como principais vantagens do SicoobNet. “Como não existem
muitos pontos de atendimento próximos da minha casa, sempre que precisava olhar faturas, por exemplo, gastava tempo
com o deslocamento. Com essa ferramenta, em questão de minutos, entro no site e checo as transações”, comemora.
Investimento certeiro
Além de oferecer mais conveniência e segurança aos associados não correntistas, os objetivos do Sicoob com o novo serviço são contribuir para a migração das cooperativas de capital e
empréstimo para todas as funcionalidades da plataforma tecnológica Sisbr, fidelizar os associados e promover um diferencial
competitivo em relação à concorrência.
A nova opção de acesso ao SicoobNet está liberada, desde junho deste ano, por meio de um canal exclusivo, o “SicoobNet
Não Correntista”. Ele pode ser parametrizado pela cooperativa,
que tem a liberdade de decidir sobre a liberação do serviço aos
seus associados.
Preencha os campos com os dados requisitados
para o acesso (número da cooperativa e CPF).
Você será redirecionado para a sua
página pessoal do SicoobNet.
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pONTO DE VISTA
O cooperativismo constrói
um mundo melhor
A Organização das Nações Unidas (ONU)
declarou 2012 como o Ano Internacional
das Cooperativas. Afinal, um em cada
sete habitantes do planeta faz parte de
alguma cooperativa. O princípio de que
juntos sempre podemos mais, embora
seja simples em sua elaboração, é a essência de um movimento que tem transformado a vida de milhões de pessoas.
Sicoob Paraná
O cooperativismo é a face humana do
capitalismo. Ele está baseado nos princípios da democracia, da igualdade e do
compromisso com a sociedade. Assim,
essa atividade é fundamental para o desenvolvimento econômico e social das
comunidades onde está inserida.
Jefferson Nogaroli é natural de Maringá
e dono da rede de supermercados São
Francisco. Atualmente, é presidente do
Conselho de Administração do Sicoob
Central Paraná, do Conselho Deliberativo
do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/
PR) e do Conselho de Administração
da Companhia Sulamericana de
Distribuição (CSD). Além disso, já
atuou como presidente da Associação
Comercial e Industrial de Maringá e da
Federação das Associações Comerciais e
Empresariais do Paraná (Faciap).
No Paraná, o cooperativismo é um dos
grandes responsáveis pela pujança da
nossa gente. Em 2011, nossas cooperativas, de todos os segmentos, faturaram
mais de R$ 32 bilhões, o que representou
13% da riqueza anual produzida no estado. Esses dados revelam o incrível potencial que o cooperativismo tem para mudar a realidade de muitas comunidades
pelo Paraná e pelo Brasil afora.
No Sicoob Paraná, temos estabelecido
como diferencial competitivo exatamente esse compromisso com o desenvolvimento das comunidades locais.
Acreditamos que nossas cooperativas
de crédito são instrumentos para alavancarmos riquezas e distribuirmos a justiça
social. Além do capital econômico de
outras praças, que é contido e reinvestido em seus locais de origem, o Sicoob
Paraná tem o compromisso de desenvolver o capital social, a formação de lideranças empresariais e de cooperados.
Não podemos aceitar o fato de que vivemos em um estado tão rico e próspero
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que, ao mesmo tempo, convive com a pobreza e com Índices de Desenvolvimento
Humano (IHD) medíocres. O desafio que
temos no Sicoob Paraná é trabalharmos
efetivamente para melhorar esses índices.
Nossa preocupação vai além de uma simples atuação mediadora no sistema financeiro. Assim, somos parceiros do Sebrae
no projeto Territórios da Cidadania, que
trabalha com uma metodologia de vanguarda para mudar a realidade social dos
municípios com baixo IDH. Estamos também aderindo ao programa Cooperjovem,
desenvolvido pela Ocepar/Sescoop, para
que possamos criar em nossas crianças
e nossos jovens uma cultura cooperativista que irá influenciar futuramente em
suas escolhas e decisões profissionais.
O Instituto Sicoob PR é a nossa “menina
dos olhos” para colocar em prática esses
projetos.
Assinamos, recentemente, um convênio
de operações com a Fomento Paraná,
que possibilita aos empresários cooperados acessar linhas de crédito com um
custo que varia de 0,55% a 1,07%, tanto
para investimento fixo quanto para investimento misto com capital de giro junto
ou apenas para capital de giro. O aval dessas operações pode ser concedido pelas
Sociedades de Garantia de Crédito, que
têm o Sicoob como um dos principais
investidores. Acesso ao crédito barato e
de qualidade é uma ferramenta eficiente
para o desenvolvimento econômico de
nossas comunidades.
O DNA do Sicoob no Paraná é o associativismo de resultados. Essa marca nos identifica como um sistema cooperativo de
crédito voltado para fazermos de nossas
comunidades parte de um mundo melhor. Nós acreditamos nisso.
capa
Cooperativismo
em festa
Novo marco regulatório e moeda comemorativa comprovam a
importância do segmento para a economia nacional
O cooperativismo de crédito brasileiro acaba de dar um novo
passo rumo ao fortalecimento e à expansão sustentável com
a criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop). A previsão é de que o Fundo entre em operação no
início do próximo ano, com aporte inicial de R$ 400 milhões, e
forneça ainda mais solidez e credibilidade ao segmento.
O FGCoop tem por objetivo garantir os depósitos em
cooperativas de crédito, além de, num segundo momento,
apoiar operações de assistência e suporte financeiro. O
novo Fundo terá abrangência nacional, independência e
participação de todas as cooperativas de crédito do Sicoob
e demais sistemas cooperativos que captam depósitos, além
dos bancos cooperativos, conforme informou o presidente do
Banco Central do Brasil (BC), Alexandre Tombini. Confirmando
as expectativas, foi ele quem anunciou oficialmente a criação
do FGCoop, durante a cerimônia de abertura do IV Fórum
Banco Central sobre Inclusão Financeira – evento realizado
entre os dias 29 e 31 de outubro, em Porto Alegre, capital do
Rio Grande do Sul, estado berço do cooperativismo de crédito
brasileiro (veja mais sobre o evento no box).
Outro anúncio feito por ele foi a edição de normativo pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) determinando a remessa
ao BC de um Balancete Combinado do Sistema Cooperativo.
Trata-se de um demonstrativo que reflete a posição financeira global do grupo econômico de um mesmo sistema, assim
como é exigido de conglomerados financeiros, e que consiste
na combinação de ativos, passivos, receitas e despesas das instituições integrantes de um mesmo sistema.
A medida foi tomada diante da ampliação e do aumento da
complexidade das atividades exercidas pelas cooperativas de
crédito, decorrentes da evolução do cooperativismo. Tal processo exige a condução de estudos e debates, visando permitir a melhor avaliação da posição patrimonial, econômica e
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capa
Fotos: Sicoob Confederação
O cooperativismo de crédito foi um dos temas abordados durante o IV Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira
financeira das instituições e dos respectivos grupos aos quais
elas pertençam, num aprimoramento do processo de supervisão dessas entidades. “Esses novos normativos foram frutos
de intenso debate e articulação do segmento com o Banco
Central. Com essas medidas, a estrada rumo à criação do
‘Sistema Nacional de Crédito Cooperativo’ está pavimentada”,
observou Tombini.
Competitividade ampliada
Desde 1995, o setor bancário dispõe de um Fundo Garantidor
de Crédito (FGC), entidade privada, sem fins lucrativos e que
administra o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores em caso de intervenção ou liquidação de instituições
financeiras. O presidente do Sicoob Confederação, José Salvino
de Menezes, vê no estabelecimento de um fundo único para
as cooperativas de crédito uma forma de eliminar algumas desvantagens competitivas em relação aos bancos comerciais e
de fortalecer a imagem do segmento de crédito cooperativo.
“O FGCoop, que está bem amparado legalmente pelo artigo
12 da Lei Complementar 130, vem em boa hora. Não tenho
dúvidas de que o cooperativismo de crédito dará um grande
salto com sua constituição”, observa. Salvino também aponta
como ganho a diminuição de custos, já que a contribuição individual é menor do que a que vinha sendo feita em alguns
fundos existentes. Vale lembrar que, das 1,2 mil cooperativas
de crédito no Brasil, aproximadamente 550 já possuem fundos
16
garantidores individuais. Alguns deles já existem no segmento
cooperativista de crédito. O Sicoob, por exemplo, possui um
fundo garantidor que abrange mais de 300 cooperativas.
Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB), Márcio Lopes de Freitas, todo o processo de avanço
normativo é fruto da relação positiva entre o Banco Central e
o movimento cooperativista. “Mais uma vez, o BC nos atende
com uma regulamentação adequada e próspera. A instituição
desse Fundo, agendada e demandada pelo segmento, é uma
conquista fantástica”, comemora.
Como funcionará
Os requisitos e parâmetros mínimos para o funcionamento do
FGCoop estão estabelecidos na Resolução 4.150/12, aprovada
pelo CMN. Assim como o FGC dos bancos, o FGCoop deverá
ser constituído na forma de entidade privada, sem fins lucrativos, e apresentará valor de cobertura e porcentual de contribuição semelhantes aos do FGC.
De acordo com o diretor de Organização do Sistema
Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do
Banco Central, Sidnei Correa Marques, o esperado é que o
FGCoop comece a funcionar entre março e junho do próximo ano, contando, inicialmente, com R$ 400 milhões. “Um
repasse entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões será feito pelo
FGC, correspondendo à contribuição das cooperativas para o
Recheque – recursos obtidos com taxas de devolução de cheques ou retirada de nome da lista de clientes que passaram
cheques sem fundos”, comenta.
As taxas são repassadas atualmente ao FGC, incluindo a parte que corresponde às cooperativas de crédito. O restante do
dinheiro virá dos dez fundos garantidores já existentes, num
montante de cerca de R$ 300 milhões. A expectativa é de que
o Fundo, assim como o FGC, cubra 98% dos créditos.
Inspiração
O FGCoop foi inspirado em um modelo de sucesso praticado na Alemanha. O exemplo do país europeu foi apresentado pelo chefe do Departamento de Relações Internacionais
da Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV), Paul
Armbruster, durante o Fórum. Em funcionamento há mais de
75 anos, o fundo alemão adota um sistema de classificação por
indicadores de patrimônio, resultados e risco.
Educação financeira, microcrédito, práticas de mobile payment,
cooperativismo de crédito. Essas e
outras questões fizeram do IV Fórum
Banco Central sobre Inclusão Financeira
um relevante espaço para apresentação
e discussão do andamento do Plano de
Fortalecimento do Ambiente Institucional
no âmbito da Parceria Nacional para Inclusão
Financeira.
Realizado entre os dias 29 e 31 de outubro, no Centro de
Eventos Plaza São Rafael, em Porto Alegre (RS), o evento
reuniu cerca de 800 participantes, entre dirigentes do BC,
representantes de instituições públicas e privadas e líderes cooperativistas. Além do presidente Salvino, o Sistema
foi representado pelo diretor de Operações do Bancoob,
Ênio Meinen; diretor de Desenvolvimento Organizacional
do Sicoob Confederação, Marden Marques Soares; o presidente do Sicoob Central Crediminas, Alberto Ferreira; o
diretor-presidente do Sicoob Central MT/MS, Jadir Girotto;
o presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim; gerente do Fundo Garantidor do Sicoob, Rômulo Pimenta; e
a gerente e supervisora de Comunicação e Marketing da
Confederação, Andréa Hollerbach Athayde e Jussimara
Zobel, respectivamente.
José Salvino de Menezes apontou os benefícios do FGCoop para o segmento
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capa
Lideranças cooperativistas
se reuniram durante o
evento
Em seu discurso no IV Fórum
Banco Central sobre Inclusão
Financeira, o presidente da
instituição, Alexandre Tombini,
retomou alguns dos avanços
normativos históricos do
cooperativismo de crédito no
país, como:
Desafios e
oportunidades
Mais de 6 milhões de associados e um
volume de operações de crédito com
um montante de R$ 40 bilhões, correspondendo a um incremento de 39%
em relação a dezembro de 2010 – em
dez anos, o volume de operações de
crédito atingiu crescimento de mais
de 600%. Somam-se a essas marcas,
atingidas em junho de 2012, outros
expressivos números: cinco confederações, dois bancos cooperativos,
38 centrais, mais de 1,2 mil cooperativas singulares e 4,8 mil pontos de
atendimento.
Esse foi o cenário apresentado durante o IV Fórum a fim de comprovar a
força do cooperativismo de crédito no
país. Durante os três dias de atividades
em Porto Alegre (RS), o setor foi tema
dos painéis “Sistema de Proteção e
Fortalecimento do Cooperativismo de
Crédito: o Fundo Garantidor Nacional
das Cooperativas de Crédito” e “Ano
18
Internacional das Cooperativas: perspectivas para o Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo”.
Participando de ambos painéis,
Salvino destacou desafios futuros. A
unificação do sistema cooperativista de crédito no Brasil é um deles.
“Talvez, num futuro próximo, possamos estar juntos, mas representados
por apenas um líder”, afirmou sobre
os aplausos da plateia.
Outros desafios do segmento são
alcançar os dois dígitos em ativos
financeiros e ampliar a atuação nos
grandes centros. Segundo o diretor
de Fiscalização do BC, Anthero de
Moraes Meirelles, essa competição
em busca de mercado não deve,
contudo, comprometer os princípios
cooperativistas. “É exatamente
no equilíbrio desses valores que
reside o diferencial mercadológico
do cooperativismo de crédito em
relação aos modelos societários
das demais instituições financeiras”,
salientou.
o estabelecimento de princípios de boa
governança corporativa, bem como a
disciplina sobre as confederações de
crédito e suas funções de supervisão,
tendo em conta, especialmente,
a edição da Lei Complementar
130, de 17 de abril de 2009, que
reconhece os sistemas de crédito
cooperativo organizados em centrais,
confederações e empresas auxiliares;
a criação de novos tipos de
cooperativas, como as de livre
admissão, de microempresários sem
vinculação de ramo de negócio, e de
empresários ligados a um sindicato ou
entidade patronal;
a criação de entidade nacional para
auditoria em cooperativas de crédito;
o acesso independente das
cooperativas à Conta de Liquidação
e, posteriormente, o acesso a
empréstimos de liquidez no mesmo
dia;
a possibilidade de utilização do Regime
Prudencial Simplificado (RPS) na gestão
de risco.
Valiosa homenagem
Marden Soares, Alberto Ferreira e José Salvino prestigiaram o lançamento da
moeda comemorativa
Simbolizando as conquistas do cooperativismo, um dos momentos mais aguardados no IV Fórum Banco Central sobre Inclusão
Financeira foi o lançamento da moeda comemorativa em homenagem ao Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela
Organização das Nações Unidas (ONU). “O lançamento dessa
moeda é uma demonstração inequívoca do reconhecimento da
importância do cooperativismo para a sociedade brasileira”, afirmou, em suas palavras de abertura da solenidade, o diretor de
Administração do BC, Altamir Lopes.
Por meio de um breve resgate histórico, o presidente da OCB,
Márcio Lopes de Freitas, lembrou aos presentes que a instituição
de um ano internacional reconhecido pela ONU é um desejo antigo; uma luta iniciada há quase duas décadas, pelo ex-presidente da OCB, da Associação Internacional das Cooperativas (ACI)
e também ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Este
é o reconhecimento do trabalho extraordinário do movimento
cooperativista, principalmente, diante da crise de 2008, que balançou sistemas financeiros no mundo inteiro. Onde a presença
das cooperativas é mais intensa, os efeitos de crise são mitigados.
Elas ajudam, sim, a construir um mundo melhor”, concluiu.
Para o senador e presidente da Frente Parlamentar do
Cooperativismo (Frencoop), Waldemir Moka, a homenagem representa a parceria com o BC e contribui para o status hoje atingido pelo cooperativismo de crédito. “Essa moeda é um símbolo
emblemático não só do Ano Internacional do Cooperativismo,
mas, principalmente, do esforço de homens e mulheres, sobretudo, aqueles das cooperativas voltadas à agricultura e à pecuária”,
comemora.
Também integraram a mesa de cerimônia de entrega da moeda comemorativa, entre outros, o presidente do BC, Alexandre
Tombini, e o presidente da Casa da Moeda do Brasil, Francisco de
Assis Leme Franco.
Waldemir Moka (à esq.) recebeu a moeda das mãos do presidente do BC,
Alexandre Tombini (à dir.)
Características
Cunhada em prata e idealizada pela artista plástica
Kátia Dias, a moeda traz
no anverso a logomarca
do “Ano Internacional das
Cooperativas”. No reverso,
destaca-se uma ilustração
do globo terrestre sustentado
por três pares de mãos, em alusão ao trabalho cooperativo. O slogan “Cooperativas constroem um mundo melhor” e a legenda “Brasil” completam a composição.
Valor de face: R$ 5 reais
Material: prata 999/1000
Diâmetro: 40 mm
Peso: 28 g
Tiragem inicial: 3,5 mil moedas
Tiragem máxima: 10 mil moedas
Como adquirir?
A moeda custa R$ 180 e pode ser adquirida nos guichês
de atendimento do departamento do Meio Circulante (regionais do BC em todo o país) e pela internet, no site do
Banco do Brasil (www.bb.com.br)
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19
entrevista
Rumo à inclusão
financeira
Exímio conhecedor e apoiador do cooperativismo de crédito, Luiz Edson Feltrim faz
uma análise do segmento no contexto da economia nacional
Luiz Edson Feltrim é diretor de Relacionamento
Institucional e Cidadania do Banco Central do Brasil,
nomeado para a função pela Presidenta da República
Dilma Rousseff em 27 de junho de 2012. Ele esteve à
frente do Departamento de Organização do Sistema
Financeiro (Deorf) por 12 anos, até maio de 2011,
quando assumiu a função de secretário-executivo do
Banco Central.
Nascido em Martinópolis (SP), Feltrim é bacharel em
Matemática e ingressou no Banco Central em 1974.
Desde então, atuou em todos os níveis gerenciais na
área da Organização do Sistema Financeiro e representou a instituição em reuniões de trabalho de organismos reguladores de diversos países, com a finalidade de estudar modelos regulatórios internacionais
referentes ao acesso ao Sistema Financeiro.
Feltrim é profundo conhecedor do cooperativismo de
crédito brasileiro, tendo atuado como integrante do
Grupo de Trabalho Interministerial do Cooperativismo
e do Grupo de Trabalho sobre Microfinanças,
instituído pelo Ministério da Fazenda e que resultou
nas principais normas sobre o assunto no país. Ele
também coordenou o Projeto “Inclusão Financeira –
Perspectivas e Desafios para a Inclusão Financeira no
Brasil”, além de ter sido coautor do livro Governança
Cooperativa. Confira, a seguir, sua análise sobre o papel
do cooperativismo de crédito no cenário nacional.
REVISTA SICOOB – O Sicoob já possui o seu fundo garantidor, o FGS. O Banco Central tem estimulado a criação
de um Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop). O que isso irá representar para o Sicoob e demais sistemas cooperativos?
Feltrim – O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop), nos termos da Resolução 4.150, de 30 de outubro de
2012, tem como objetivo garantir os depósitos em cooperativas
20
de crédito, além de, num segundo momento, poder atuar com
operações de assistência e suporte financeiro. Esse fundo será
de abrangência nacional, independente e contará com a participação de todas as cooperativas de crédito que captam depósitos, além dos bancos cooperativos. Naturalmente, a criação de
um fundo garantidor é parte de uma rede mais ampla de proteção que deverá também contar com regulação prudencial,
supervisão eficiente, práticas adequadas de gestão e metodologias adequadas de contabilidade e transparência na divulgação
de informações à população.
Qual será o papel do FGCoop? Como será a atuação do
Banco Central em relação a esse fundo?
O papel do FGCoop é o de prover mais confiabilidade e credibilidade para todo o segmento cooperativista de crédito. Além de
propiciar garantia aos cooperados, de forma uniforme em todo
o segmento, esse fundo assegurará equidade de tratamento
em relação aos depositantes das demais instituições financeiras
do mercado brasileiro, isto é, os clientes dos bancos, que já têm
seus depósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos
(FGC), criado em 1995. O Conselho Monetário Nacional, por
meio da Resolução 4.150, estabeleceu os requisitos e as características mínimas do fundo garantidor de créditos das cooperativas singulares de crédito e dos bancos cooperativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo. Isso é fruto de
ampla discussão entre o Banco Central e o segmento baseada
também na experiência internacional e na própria experiência
brasileira com o FGC.
Além da Resolução 4.150, o Banco Central deverá continuar trabalhando em conjunto com o segmento cooperativista, agora
na construção e aprovação do estatuto e do regulamento do
novo fundo. Nessa etapa, é primordial pontuar-se questões relativas à governança, ao cálculo das contribuições e às regras de
utilização dos recursos, entre outros pontos, conforme dispõe a
Resolução. É importante destacar que a Resolução 4.150 estabeleceu que caberá ao Conselho Monetário Nacional a verificação do atendimento dos requisitos e características mínimas
estabelecidas para o FGCoop. A constituição do FGCoop é um
passo fundamental para a consolidação do Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo, conforme a Lei Complementar 130. Por
Fotos: Banco Central
isso, as diferentes confederações e cooperativas devem envidar
seus melhores esforços na arquitetura do fundo. O processo
dessa construção, por si só, acredito, trará resultados e alinhamentos necessários à consolidação do Sistema Nacional.
Qual a importância das cooperativas de crédito no contexto do Plano de Ação para Fortalecimento do Ambiente
Institucional, lançado pelo Banco Central?
O Banco Central tem atuado para fortalecer o segmento das
cooperativas de crédito, especialmente no que concerne ao
marco regulatório, que passou por profundo aprimoramento
nos últimos anos. Exemplo relevante é a instituição da
possibilidade de constituição de cooperativa de crédito de livre
admissão, a partir de 2003. Outros avanços significativos são a
questão da governança, particularmente a segregação entre
Conselho de Administração e Diretoria Executiva, e a permissão
de realização de auditoria externa por entidade especializada
de auditoria cooperativa, entre outros.
Em particular, temos focado em medidas que priorizem o crescimento seguro do cooperativismo de crédito, com desdobramentos positivos em termos de capilaridade para atendimento
à população. É nesse sentido que as cooperativas têm papel
fundamental no desenvolvimento do plano, na medida em
que podem atender a setores específicos e muitas vezes em
localidades que não contam com o atendimento de outras
instituições financeiras. Assim, trata-se de especial instrumento para a adequada inclusão financeira do brasileiro. Ademais,
destaco também o papel e o potencial que as cooperativas de
crédito possuem no tocante à questão da educação financeira, pilar fundamental no processo de inclusão financeira. Essas
questões, totalmente aderentes aos princípios do cooperativismo, fazem com que o Banco Central considere as cooperativas
como um forte aliado, na medida em que acreditamos que
seja possível, por meio do segmento, catalisar os resultados
para a sociedade. Nesse sentido, lembro que, recentemente, o
Banco Central criou a área de Relacionamento Institucional e
Cidadania (Direc), que tem como um dos seus focos a educação e a inclusão financeira da população, preocupando-se não
só em levar a informação e a transparência, mas também em
avaliar o impacto de todo esse processo.
O que as cooperativas de crédito podem esperar para
2013 em termos de atuação do Banco Central?
Nos anos recentes, o Banco Central tem aperfeiçoado a sua maneira de trabalhar com o segmento cooperativista. Esse processo teve um ponto de inflexão em 2005, com a criação de um
departamento de supervisão especializado no cooperativismo
de crédito. Hoje, eu vejo o Banco Central atuando de forma cada
vez mais coordenada, refletindo uma visão integrada de todos
os processos que interferem e favorecem o funcionamento do
cooperativismo. Isso nasce no processo de autorização, passa
pelos requerimentos de patrimônio mínimo, de capital regulamentar, pelas exigências de governança, de controles internos e gestão de riscos, além de contar com supervisão eficaz
e, agora, rede de proteção especializada. Evidentemente, o
aperfeiçoamento deve ser constante e continuar pautando-se
pelo diálogo com o segmento, com o objetivo de buscar o melhor sistema cooperativo para os milhões de brasileiros que já
são cooperados, bem como para aqueles que podem vir a se
associar.
Na visão do Banco Central, o que representa e qual a importância do cooperativismo de crédito para o mercado
financeiro?
As cooperativas de crédito atuam localmente, com captação
e aplicação de seus recursos nos limites da área de atuação,
reciclando a poupança na comunidade, o que contribui para
o desenvolvimento dos agentes que nela atuam. Além disso,
as cooperativas são concebidas com o propósito específico
de concretizar os interesses de seus associados em termos
de melhor prestação de serviços financeiros. Enquanto nas
regiões mais carentes as cooperativas propulsionam a geração
de emprego e de renda, nos grandes centros urbanos as
cooperativas são mais um instrumento de oferta de crédito
e para a prestação de serviços voltados diretamente para os
interesses dos cooperados. Ainda, os princípios cooperativistas,
sempre que buscados com eficiência, favorecem os clientes do
segmento, além de aumentarem a concorrência no sistema
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
21
Entrevista
financeiro. Assim, as cooperativas de crédito têm especial
importância na eficiência do sistema financeiro, ajudando
então o Banco Central a cumprir sua missão institucional.
onde o desenvolvimento ainda tem sido tímido. Em 2010, enquanto a região Sul contava com mais de 20 postos de atendimento por 100 mil adultos, as regiões Norte e Nordeste tinham
apenas 10 e 11 mil, respectivamente. O outro desafio refere-se
à governança, destacando-se a necessidade de segregação de
funções entre conselheiros e diretores executivos, o que propicia mais maturidade organizacional, mais impessoalidade nas
decisões, além de uma estrutura de efetivo acompanhamento
do desempenho dos executivos. O desafio continua, apesar dos
expressivos avanços que se tem percebido nessa direção.
As taxas de juros menores, achatamento dos spreads e
expansão mais lenta das carteiras de crédito representam uma nova realidade para as instituições financeiras.
Quais os caminhos para que as cooperativas de crédito
continuem competitivas e com bons resultados?
Um dos caminhos para a oferta de taxas de juros menores e
mais competitivas é a busca por mais eficiência na intermediação financeira, como também a busca pela ampliação de novos
O Sistema Cooperativo de Crédito cresce bem acima
mercados. O segmento deve buscar, ainda, o aperfeiçoamento
da média dos bancos públicos e privados, mas ainda
de sua governança. A Governança Cooperativa pode ser enresponde por menos de 3% do Sistema Financeiro
tendida como o conjunto de mecanismos e
Nacional (SFN). O que deve ser feito
controles, internos e externos, que permite
para que o cooperativismo tenha maior
As cooperativas
aos cooperados definir e assegurar a execurepresentação?
ção dos objetivos das cooperativas. A boa goO aumento da participação do segmento
de crédito têm
vernança deve passar, também, pela escolha
cooperativista no Sistema Financeiro Nacional
adequada dos administradores das cooperati- especial importância deve passar por três grandes diretrizes:
vas, com capacidade técnica e gerencial com1) sustentabilidade, o que se traduz na
na eficiência do
patível com a instituição, que passarão a gerir,
criação de condições para o aumento da
sistema financeiro, competitividade, como o investimento na
de modo que esta possa oferecer produtos e
serviços financeiros que atendam às necessicapacitação e no treinamento, o crescimento
ajudando então
dades dos cooperados.
vertical e o processo de fusões, especialmente
o Banco Central a
nas regiões mais concorridas; 2) transparência,
Quais os pontos positivos do cooperaticumprir sua missão o que corresponde essencialmente ao
vismo de crédito e quais aqueles que deaprimoramento da governança; e 3)
institucional.
vem ser aperfeiçoados?
responsabilidade social, ou seja, o segmento
O segmento cooperativista de crédito tem
não deve jamais se esquecer de seu propósito
se expandido de forma admirável no Brasil.
primordial de influenciar positivamente a
Nos últimos dez anos, o número de cooperados se expandiu
comunidade onde atua. É importante lembrar que, embora
em quase 300%, representando atualmente cerca de 6 milhões
represente ainda pequena parte do Sistema Financeiro
de associados. A expansão também se refletiu no número de
Nacional, deve-se reconhecer que o segmento tem apresentado
postos de atendimento – só no ano de 2011, a rede de cootendências importantes de crescimento no mercado financeiro.
perativas foi incrementada praticamente em um posto a cada
Hoje, as cooperativas de crédito estão presentes em 40% dos
dia útil. Vou salientar dois desafios, um geográfico e outro ormunicípios brasileiros e em 25% dos que não contam com
ganizacional. O primeiro ponto a ser melhorado no segmento
agência bancária. Assim, trata-se de instituição fundamental
cooperativista brasileiro é a estrutura da prestação de serviços
para a promoção da inclusão financeira dos brasileiros, que é
nas diferentes regiões do país, em especial no Norte e Nordeste,
um dos objetivos estratégicos para o Banco Central.
22
Jurídico
Fundo de Reserva
Uma reflexão sobre a utilização legal, plena e eficiente pelas cooperativas
O Fundo de Reserva é obrigatório não só para as cooperativas de crédito, mas também para as cooperativas dos demais
ramos, com previsão no art. 28 da Lei 5.764/71. É constituído
por, no mínimo, 10% das sobras líquidas do exercício social e
tem duas finalidades: reparar perdas e atender ao desenvolvimento das atividades da cooperativa. É indivisível, ou seja,
pertence à cooperativa e não pode, em hipótese alguma, ser
rateado entre os associados.
Apesar da dupla finalidade, na prática, o Fundo tem sido utilizado apenas como reserva para reparar perdas da cooperativa. Essa utilização exclusiva para reparar perdas, apesar de legal, faz com que não se atinjam todos os objetivos oferecidos
pelo legislador.
Não há dúvida de que a reparação de perdas é o objetivo primordial do Fundo de Reserva e, claro, deve ser priorizada. Isso
não se discute. Até porque, em eventual prejuízo da cooperativa, no caso de saldo inexistente ou insuficiente no Fundo de
Reserva, a perda recai, em última instância, sobre os associados, conforme dispõe o artigo 89 da Lei 5.764/71. Tem, portanto, natureza preventiva, fortalecendo a cooperativa, e, por isso,
deve ser incentivada, inclusive com previsão estatutária de
destinação maior que a legal. Trata-se de proteção eficaz não
apenas para a cooperativa, em razão dos riscos da atividade,
mas também para os associados, que se unem via cooperativa
para a consecução de objetivos comuns.
Contudo, não se pode negar que o legislador deu ao Fundo
de Reserva também esse caráter proativo e desenvolvimentista. Nesse sentido, se forem preservados recursos do Fundo de
Reserva tecnicamente suficientes para cobrir perdas futuras e
se a cooperativa estiver enquadrada nos limites regulamentares, poderá a assembleia decidir pela utilização de valor residual das reservas para, por exemplo, adquirir móveis, imóveis,
softwares ou outros bens necessários ao desenvolvimento
da cooperativa. É também defensável a utilização do Fundo
de Reserva para pagamento de contribuições ao Fundo
Garantidor de Depósitos, considerando-se a semelhança entre os objetivos dos fundos.
Mas há que se ter cautela. Não se pode, a pretexto de desenvolver a cooperativa, deixar de protegê-la dos riscos que decorrem da atividade típica de instituição financeira. Então, a
utilização dos recursos para a finalidade de desenvolvimento
deve ser consciente, ter respaldo técnico e guardar respeito ao
Estatuto Social.
Por Elis Regina Prezzoto, advogada da Gerência Jurídica do
Bancoob
Fotos: Sicoob Confederação
No entanto, há que se ponderar também sobre o outro
propósito do Fundo de Reserva, que, apesar de secundário
com relação à finalidade protetiva, é legalmente previsto e
pode ser importante para o crescimento e o fortalecimento
da cooperativa. Trata-se da utilização para o desenvolvimento
das atividades da cooperativa, que reflete a natureza proativa
do Fundo.
É certo que essa finalidade é pouco acionada, inclusive por
desconhecimento. Além disso, não há uma regulamentação específica a respeito no âmbito do Conselho Monetário
Nacional e do Banco Central do Brasil sobre o tema.
A advogada da Gerência Jurídica do
Bancoob, Elis Regina Prezzoto, reflete sobre
o Fundo de Reserva
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23
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Responsabilidade Social
Em parceria com escolas da região, o Sicoob São Miguel realiza o plantio de mudas das espécies nativas para recuperar a mata ciliar
Sicoob São Miguel do Oeste
Ações reconhecidas
Projeto de preservação da natureza tem reconhecimento nacional
As intervenções para preservação ambiental realizadas
pela cooperativa Sicoob São Miguel do Oeste (SC), filiada à
Central SC, foram reconhecidas pela Confederação Brasileira
das Cooperativas de Crédito (Confebras). Pelo segundo ano
consecutivo, a cooperativa foi premiada pelo Concred Verde,
que premia as atitudes capazes de tornar efetivo o princípio
da responsabilidade socioambiental. Nos últimos anos, a
cooperativa tem atuado com plantio de mudas, instalação de
cercas de arame para preservação das nascentes, construção
de viveiros de mudas de espécies nativas e de cisternas para
coleta de água da chuva em escolas, além de recuperar cursos
d’água em 14 comunidades da região.
Devido à excessiva exploração dos recursos naturais, ocorrida
no passado, problemas como erosão do solo, assoreamento
24
de rios e nascentes tornaram-se alarmantes. Tudo isso acabou
gerando grande impacto e prejuízo ao meio ambiente e alterou as relações naturais entre os seres e o meio onde vivem.
Com a intenção de amenizar esses problemas, a cooperativa
tem destinado, desde 2006, recursos para ações ambientais
na região.
“Em sua primeira iniciativa, o Sicoob São Miguel realizou uma
parceria com escolas para comemorar o Dia da Árvore, quando foram distribuídas mudas para o plantio. Nessa intervenção, percebemos que grande parte das mudas fornecidas pela
cooperativa era jogada no lixo ou esquecida pelas pessoas
no carro ou em casa. O Sicoob, então, decidiu se unir com a
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri) para tentar solucionar o problema. A parceria
funcionou, e um projeto para preservação das nascentes foi
elaborado”, conta o assessor de comunicação e coordenador
de projetos sociais da cooperativa, Blásio Spaniol.
Os escritórios municipais da Epagri encaminharam projetos
dimensionando o número de famílias envolvidas, a localização
dos cursos d’água, a extensão a ser protegida, a identificação
de nascentes, o levantamento do material necessário, como
quantidade de mudas, arame, isoladores e outros, já com orçamentos prévios. Depois de recebidos, os projetos foram analisados pelo Sicoob São Miguel para posteriormente serem
implantados.
Para evitar que animais entrassem nos córregos e os contaminassem, foram construídas cercas ao longo dos cursos d’água.
Além disso, foram plantadas mudas de espécies nativas para
reposição da mata ciliar. A cooperativa destinou um valor determinado para cada ação, em que foram utilizados recursos
do Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social (Fates).
A elaboração do projeto, a sensibilização, a implantação e a
execução ficaram a cargo da Epagri. Foram realizadas palestras de educação ambiental, com a participação de escolas, da
polícia ambiental e do Ministério Público. As prefeituras dos
municípios contemplados disponibilizaram máquinas e transporte escolar.
suas dependências, especialmente após o período de estiagem que assolou a região, em 2011 e 2012.
A partir de então, quatro cisternas foram construídas, com conceito ecológico e baixo consumo de material de construção.
Com capacidade de armazenagem de 105 mil litros, elas, que
receberam investimento de R$ 18 mil, são abastecidas com
água dos telhados das próprias escolas, por meio de calhas e
tubulações, com sistema de filtro, que desvia a primeira parte,
que pode vir com impurezas, como folhas e outros materiais
lançados pelo vento.
Para o presidente do Sicoob São Miguel, Edemar Fronchetti, a
cooperativa trabalha para consolidar alternativas para o consumo sustentável, o uso e a obtenção da água para famílias,
escolas, propriedades rurais e empresas. “Nossas ações foram
reconhecidas por líderes, comunicadores e educadores, o que
aumentou a credibilidade da cooperativa diante da população”, afirma o presidente.
Após seis anos de trabalho, o projeto conseguiu recuperar 50
quilômetros de cursos d’água das comunidades. “Outras seis
solicitaram nossa ajuda para 2013”, afirma Blásio. As pessoas
envolvidas efetuaram o serviço de instalação das cercas e de
plantação das árvores, como contrapartida ao projeto. Nas comunidades, as escolas participaram de diversas etapas: sensibilização, estudo sobre flora e fauna do local, levantamento
de dados socioeconômicos das famílias ali residentes e plantio
das árvores.
Recuperação de mata ciliar
O envolvimento das escolas e da comunidade contribuiu para o
êxito do projeto
A partir das ações de proteção das nascentes, foi detectada a
dificuldade em se conseguir mudas de espécies nativas para
recuperação de mata ciliar. Surgiu, então, um novo projeto, em
parceria com 163 escolas da região: a instalação de viveiros,
que propiciou uma parceria didática, educativa e de trabalho
cooperado, em coleta de sementes, produção e distribuição
das mudas.
Por meio desse projeto, já foram implantados sete viveiros em
escolas, com capacidade de 60 mil mudas ao ano, distribuídas
sem custo para as famílias que têm filhos nas escolas participantes. O excedente é entregue para agricultores ou instituições que estão recuperando áreas degradadas ou protegendo
cursos d´água ou nascentes. Com o decorrer do tempo e a
visibilidade das ações e investimentos do Sicoob São Miguel
em educação ambiental, as escolas começaram a debater sobre a necessidade de captar água das chuvas para o uso em
O projeto teve início em 2006 e já recuperou 50 quilômetros de cursos
d’água
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
25
Cooperativismo
Toque feminino
Global Women’s Leadership Network reúne mulheres cooperativistas e
prova que ala feminina está conquistando cada vez mais espaço
Nas últimas décadas, a mulher tem mostrado que competência
no trabalho também é um grande marco feminino. No cooperativismo, não é diferente. Elas, cada vez mais, vêm se destacando
e conquistando o seu espaço.
Prova disso é a Rede de Liderança das Mulheres Globais –
Cooperativistas (Global Women’s Leadership Network - GWLN). O
grupo foi criado com o intuito de conectar as mulheres, líderes
de cooperativas de crédito em todo o mundo, envolvendo-as
nas questões relacionadas ao desenvolvimento profissional, por
meio de mídias sociais e fóruns educacionais. A rede oferece,
ainda, perspectivas internacionais sobre os desafios comuns
que todos enfrentam, tais como as estratégias de crescimento,
Arquivo pessoal
Eliane Ferreira ao lado de Sue
Mitchell, presidente da Mitchell
Stankovic and Associates, empresa
de consultoria em cooperativas de
crédito de Nevada (EUA)
26
capital, alternativas para solução de problemas comuns e melhoria da eficiência operacional.
A GWLN tem programas de engajamento em alguns países.
No Quênia, há ações com foco social e abordagem integrada
no desenvolvimento comunitário, que visa à inclusão pessoal,
à capacitação e à sustentabilidade financeira, desenvolvido no
orfanato Busia Compassionate Centre. Grande parte dos programas educacionais e eventos concentra-se nos Estados Unidos.
No Brasil, ainda não há projetos específicos da rede.
A GWLN, juntamente com o Conselho Mundial de Cooperativas
de Crédito (WOCCU), trabalha no sentido de promover
mudanças imediatas e duradouras para atender às necessidades básicas das crianças: alimentos e condições mais seguras
de vida. A cooperada do Sicoob Cred UFU – cooperativa sediada em Uberlândia (MG) e filiada ao Sicoob Central Cecremge
– Eliane Ferreira é a única mulher do Sicoob a integrar a rede
internacional.
Ela acredita no desempenho político e social das mulheres,
de forma a atuarem ativamente nos processos organizacionais. “O sistema cooperativo mundial se tornará econômica e
politicamente mais forte e influente se mais mulheres participarem, efetivando o papel das cooperativas como agentes de
desenvolvimento em nosso planeta”, afirma. A GWLN oferece
oportunidades às profissionais de cooperativas de crédito para
atuarem globalmente na melhoria das suas organizações, por
meio do compartilhamento de conhecimento dos negócios e
experiências com seus pares.
Ano Internacional
Diversas ações no Brasil e no mundo foram realizadas para a
comemoração do Ano Internacional das Cooperativas. As celebrações aconteceram, por exemplo, na Conferência Rio +20,
evento internacional para o desenvolvimento sustentável.
Houve também a criação de uma logomarca especial, de um
hotsite – a fim de sensibilizar os internautas sobre a importância do cooperativismo para o desenvolvimento econômico –,
e de um vídeo institucional, produzido pela Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB).
A Agenda Legislativa do Cooperativismo, que contempla as
principais proposições de interesse do setor em tramitação no
Congresso Nacional, também destacou o Ano Internacional.
Em 30 de outubro, foi lançada pelo Banco Central do Brasil,
em Brasília (DF), a moeda comemorativa em alusão ao Ano.
Ainda ocorreu o II Encontro Brasileiro de Pesquisadores em
Cooperativismo (EBPC), uma exposição de fotos sobre cooperativismo, realizada em julho, no Congresso Nacional, a emissão de um selo postal pelos Correios, além de uma extração
especial da Loteria Federal, em parceria com a Caixa Econômica
Federal. A 8ª edição do Prêmio Cooperativa do Ano também foi
alusiva ao tema.
O Ano Internacional das Cooperativas foi decidido em 18 de dezembro de 2009, através da resolução 64/136, da Organização
das Nações Unidas (ONU). A homenagem surgiu com o intuito
de incentivar os governos a estabelecerem políticas, leis e regulamentos que levam à criação, ao crescimento e à sustentabilidade das cooperativas e de conscientizar a rede global sobre o
cooperativismo e seus esforços para fortalecer a comunidade, a
democracia e a paz.
Como contribuir
São duas as formas de participar da
Global Women’s Leadership Network.
Confira!
1ª: Organização-Membro
A cooperativa contribui anualmente com 5 mil dólares.
Nessa categoria, a organização recebe dois assentos de
rede on-line para as mulheres líderes, dois convites para
o fórum anual e certificado de patrocinador da WOCCU.
2ª: Membro
Essa categoria é para pessoas que querem se envolver e
demonstrar seu compromisso, independentemente da
cooperativa. A contribuição é de 250 dólares anuais, e
as participantes têm acesso à rede de colegas on-line e
recebem atualizações regulares sobre as atividades das
mulheres em cooperativas de crédito em todo o mundo. Além disso, participam do Fórum Anual da entidade.
A GWLN tem também um programa de bolsas para mulheres cooperativistas de países em desenvolvimento,
no qual as pretendentes fazem inscrição e concorrem
com outras mulheres do mundo todo.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
27
Mercado
Crédito mais acessível
Plano Nacional de Inclusão Financeira, do Banco Central, contará
com a ajuda e o conhecimento das cooperativas de crédito
O governo brasileiro vem adotando uma série de medidas para
redirecionar a economia do país a uma rota de crescimento sustentável. Uma das mais recentes, o Plano Nacional para Inclusão
Financeira, lançado pelo Banco Central (BC), visa levar crédito bancário de qualidade aos brasileiros de baixa renda. Objetivo que,
para ser cumprido, exigirá papel relevante das cooperativas de
crédito.
O plano está calcado em oito ações, a serem executadas até 2014.
Vão de melhorias do arcabouço institucional do setor até a criação
de canais de acesso ao serviço financeiro, de norte a sul do país.
As ações permitirão acesso aos financiamentos por um número
maior de pessoas, que poderão, por exemplo, comprar uma casa,
um terreno produtivo ou abrir o próprio negócio.
O novo consumo estimulará a produção brasileira com
reflexos no aumento da geração de emprego e renda.
Contribuirá, consequentemente, para o crescimento do
nosso Produto Interno Bruto (PIB), cujo resultado do segundo trimestre de 2012, divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) no começo de setembro, registrou avanço de apenas 0,4%, se comparado ao período
anterior.
Papel protagonista
Nessa nova estratégia de estímulo à economia, as cooperativas de crédito têm muito a contribuir. Elas poderão ajudar
a disseminar o microcrédito produtivo, a promover a educação financeira e a aprimorar a metodologia do estudo do
processo de inclusão.
Conhecimento para isso, elas possuem. Desde sua origem,
na década de 1920, as cooperativas permitem que cada vez
mais pessoas usufruam desse tipo de serviço. Ao longo do
tempo, o cooperativismo de crédito vem se estabelecendo em pequenas cidades e distritos brasileiros, com baixas
densidades demográficas, onde os bancos convencionais
não têm interesse em abrir agências. A democratização de
produtos e serviços financeiros ficou mais consistente após
o surgimento de grandes sistemas cooperativos de crédito,
entre eles, o Sicoob.
Banco Central
“Nos últimos 10 anos, várias ações foram exitosas, no sentido de promover a inclusão financeira da população. Em
destaque, o papel fundamental que vem sendo desempenhado pelo modelo de correspondentes bancários adotado
no país, o cooperativismo de crédito e a qualidade e adequação dos serviços financeiros, com medidas voltadas à
promoção da transparência e da concorrência, desenhadas
em benefício do consumidor”, afirmou Alexandre Tombini,
presidente do BC.
28
Alexandre Tombini ressaltou o papel
fundamental do cooperativismo de
crédito na promoção da inclusão
financeira no país
O Brasil possui cerca de 4,9 mil pontos de cooperativas de crédito. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB), só em 2011 foram abertos mais de 300 novos pontos. O
número de cooperados, em 2011, chegou a cerca de 4,7 mil,
(crescimento de 16% em relação a 2010, quando o número
foi de 4 mil). As filiais ou pontos de atendimento dessas instituições já chegam a mais de 40% dos municípios brasileiros,
sendo que 25% deles não possuem qualquer outro tipo de
agência bancária.
Com a ajuda das instituições
bancárias, financeiras e cooperativas
de crédito, até 2014, o BC pretende
colocar em prática as oito ações
determinadas no seu Plano Nacional
de Inclusão Financeira:
Velha parceria
Segundo Darcy Neiva, presidente do Sicoob Crediparnor,
cooperativa associada ao Sicoob Central Cecremge, as
cooperativas trabalham em conjunto com o BC para cumprir
as metas do plano. Ele afirma que muitas das ações propostas
pela entidade já são desempenhadas pelo cooperativismo de
crédito, a exemplo dos programas de educação financeira.
Neiva destaca outra função das instituições cooperativistas,
que é a retenção de recursos nas pequenas localidades brasileiras. “Os recursos oriundos dos depósitos são aplicados no
município onde está localizada a cooperativa, promovendo o
desenvolvimento local. Não há fuga de capital para os grandes
centros urbanos”, observa.
Empreender para crescer
Uma iniciativa da Sicoob Crediparnor serve de exemplo
para trabalhos de expansão do crédito em pequenas localidades. Em julho de 2011, a instituição criou o programa Empreender para Crescer, que incentivou produtores
locais nas cidades de Arinos, Paracatu e Unaí, no Noroeste
de Minas, a abrirem o próprio negócio ou a regularizarem
as atividades autônomas que desempenhavam.
O programa se baseia em parcerias. As associações comerciais e as prefeituras facilitam o processo de registro
de microempresas e prestam assessoria jurídica àqueles
que desejam seguir o caminho do empreendedorismo.
As consultorias juniores das faculdades locais orientam os
interessados sobre finanças, marketing e gestão. O Sebrae
oferece cursos e oficinas sobre o universo empresarial.
Cabe ao Sicoob Crediparnor possibilitar, entre outros serviços, o acesso ao crédito com taxa de juros inferiores a
2% ao mês.
Em um ano de programa, o número de empreendedores
registrados pela cooperativa local cresceu mais de 200%,
saltando de mil para mais de 3 mil. O volume de crédito
ultrapassou os R$ 3 milhões.
1
aprimorar o arcabouço regulatório do
microcrédito e das instituições especializadas
em microfinanças;
2
fomentar a diversificação e a melhoria
dos serviços financeiros;
3
definir marco legal e regulatório sobre
mobile payment;
4
fortalecer a rede de canais de atendimento
à população;
5
contribuir para a promoção da educação
financeira;
6
intensificar a divulgação dos direitos
do consumidor de serviços financeiros;
7
aprimorar a metodologia utilizada no estudo
da inclusão financeira e incorporar indicadores
de qualidade;
8
realizar pesquisas sobre o comportamento e as
percepções da população com relação à utilização
de serviços financeiros.
O andamento das ações será apresentado e debatido durante os Fóruns do Banco Central sobre Inclusão Financeira,
que ocorrem regularmente no quarto trimestre de cada ano.
O último aconteceu entre os dias 29 e 31 de outubro, em
Porto Alegre (RS) e teve destaque especial para a atuação
das cooperativas de crédito, como forma de celebrar o Ano
Internacional das Cooperativas, declarado pela Organização
das Nações Unidas (ONU), celebrado em 2012 (leia mais na
pág. 15).
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
29
Pessoas
Feito para você
Sicoob Confederação
Novo Programa de Gestão de Pessoas tem comprovado os benefícios
das ações planejadas
Para a gerente Tatiana
Rodrigues, o novo
programa visa à
valorização e à retenção
de profissionais
Um conjunto de diretrizes estruturado para viabilizar as condições adequadas ao desenvolvimento, à valorização e à retenção de pessoas. Após cinco meses do lançamento oficial,
o Programa de Gestão de Pessoas do Sicoob tem trazido uma
série de benefícios às cooperativas centrais e, por consequência, às singulares do Sistema.
Baseados na gestão por competências – organizacionais, profissionais gerais e de gestão –, vinculadas ao direcionamento
estratégico do Sicoob, os programas planejados são importantes ferramentas de promoção da sintonia entre as pessoas no ambiente de trabalho. “A compreensão dos objetivos e
pensamentos da empresa e dos outros empregados deixa os
profissionais motivados, além de proporcionar o desenvolvimento satisfatório das habilidades e potencialidades, em um
ambiente de trabalho saudável”, ressalta a gerente de Gestão
Estratégica de Pessoas do Sicoob Confederação, Tatiana Matos
Rodrigues.
No caso do Sicoob Central MT/MS, onde as novas políticas começaram a ser trabalhadas em dezembro de 2011, a clareza e
a objetividade decorrentes das ações planejadas têm facilitado os processos, sem deixar dúvidas quanto à aplicabilidade.
“É um ganho significativo para os empregados do Sicoob, pois
as pessoas conseguem visualizar e planejar sua carreira no
Conheça as Competências Profissionais
Gerais do Sicoob
Foco no
associado/cliente
Capacidade de atender
às necessidades dos
associados e dos clientes
internos e externos,
sabendo ouvir e se
expressar de forma clara e objetiva, de
acordo com as diretrizes do Sicoob.
30
Orientação para
resultados
Capacidade de atingir
resultados concretos e de
qualidade, em conformidade
com objetivos do Sicoob,
por meio de planejamento,
monitoramento e controle
sistemáticos.
Gestão da
informação
Capacidade de
compreender, processar
e transmitir informações,
assegurando o
entendimento pelos
outros e divulgando informações
relevantes como forma de otimizar
os resultados individuais e da equipe.
Sicoob Central Cecresp
“Todo o Sicoob está atuando
de forma estratégica”, diz
Norma Gameleira
Para a gerente de Gestão Estratégica de Pessoas do Sicoob
Central Cecresp, Norma Gameleira Fortes Araújo, os ganhos
são imensuráveis. “Não só a Central, mas todo o Sicoob está
atuando de forma estratégica, sistêmica e condizente com as
melhores práticas do mercado. Isso contribui para o melhor
desenvolvimento das pessoas”, observa.
Momento marcante
Apoiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo do Distrito Federal (Sescoop/DF) e com recursos do Fundo Solidário de Desenvolvimento Cooperativo
(Fundecoop), que corresponde a 20% da arrecadação líquida
do Sescoop/DF, o Programa de Gestão de Pessoas do Sicoob
foi lançado no dia 25 de julho, em Brasília (DF).
Sistema”, observa Ana Paula Alberti, gerente administrativa do
Sicoob Central MT/MS. Joana Junqueira Ayres de Araújo Góes,
analista de Gestão de Pessoas do Sicoob Central Bahia, onde
a implantação iniciou-se em julho de 2012, acrescenta que o
programa possibilita melhor aproveitamento do potencial das
pessoas, resultando em equipes de trabalho mais capacitadas
e motivadas. “Como consequência, temos um clima organizacional mais saudável. Tudo isso gera um impacto positivo na
satisfação das pessoas em trabalhar no Sicoob”, observa.
Trabalho em
equipe
Capacidade
de trabalhar
cooperativamente
com um grupo de
pessoas, de forma
eficaz, buscando alcançar os
objetivos do Sicoob.
Organizado pela Gerência de Gestão Estratégica de Pessoas
(Gepes) e pela Gerência de Comunicação e Marketing (Gecom),
ambas do Sicoob Confederação, o evento, que também marcou o encerramento do Programa de Desenvolvimento de
Equipes (PDE), contou com a participação de representantes
da Diretoria-Executiva do Sicoob Confederação, do Bancoob e
das Centrais, além de parceiros e de consultorias de Recursos
Humanos e Tecnologia da Informação.
A ocasião foi marcada pela participação de um convidado especial: o maestro João Carlos Martins, que ministrou a palestra
“Tocando uma empresa”, na qual contou um pouco da sua história de vida e superação, além de encantar os presentes com
interpretações ao piano. “Foi emocionante ver que esse sonho
está se tornando realidade e comprovar esse sentimento de
pertencimento e amor por este Sistema, que realmente pensa
diferente, porque pensa nas pessoas”, finaliza Norma.
Autogestão
Iniciativa
Capacidade de
reconhecer e
lidar com dificuldades, falhas
ou insucessos
no dia a dia e analisar o
que pode ser aprendido,
mantendo-se em constante
desenvolvimento.
Capacidade de
antecipar-se aos
fatos, inovando e
empreendendo
ações preventivas e
corretivas, no sentido de
obter melhores resultados.
Criatividade
Capacidade de
utilizar o potencial criativo para
agregar valor aos
processos.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
31
Perfil
Dedicação
ao segmento
Sicoob Credicitrus
Quando se falar em agronegócio,
mais especificamente em citricultura,
Leopoldo Pinto Uchôa sempre será
lembrado, devido às suas contribuições
para o setor. Profundo conhecedor do
cooperativismo, Leopoldo adotou esse
princípio em sua vida cheia de experiências. Com capacidade rara, conseguia visualizar o futuro e estar sempre
preparado para ele. “A grande lição
que ele nos deixou é a de que projetos grandiosos só alcançam sucesso se
forem muito bem planejados e executados pacientemente”, afirma a diretora
administrativa do Sicoob Credicitrus,
Maria Madalena Fernandes Rocha.
Leopoldo Pinto Uchôa nasceu em
Viradouro (SP) e se destacou como um
líder da causa cooperativista. Além
disso, ele teve um papel essencial na
formação e consolidação da 3a maior
cooperativa de crédito da América
Latina, a Credicitrus.
O líder cooperativista construiu sua carreira no Banco do Brasil (BB), onde se
aposentou como gerente da Carteira
Agrícola, na agência de Bebedouro
(SP). Em seguida, o então presidente da
Coopercitrus (hoje Sicoob Credicitrus),
Walter Porto, no intuito de aproveitar a experiência de Leopoldo para
a fundação de uma cooperativa de
crédito rural, o convidou a fazer parte da diretoria-executiva, no papel de
vice-presidente, da Coopercitrus. Desse
modo, Leopoldo articulou a fundação
da instituição e mobilizou líderes de
Bebedouro e Monte Azul Paulista. “Ele
os convenceu da importância e do potencial do cooperativismo de crédito e
comandou a assembleia de constituição da nova cooperativa, da qual foi o
principal executivo, até seu falecimento, em 2008”, conta Maria Madalena.
Depois de sua aposentadoria, Leopoldo
participou de todos os movimentos
de organização do setor de crédito,
inclusive da fundação da Cooperativa
Central de Crédito Rural do Estado
de São Paulo (Sicoob São Paulo), do
Bancoob e do Sicoob Confederação.
32
Para a diretora administrativa, ele deixou uma marca indelével na história do
cooperativismo de crédito brasileiro. “A
influência foi mútua: ele foi influenciado e também influenciou”, afirma.
Quando o governo Collor extinguiu o
Banco Nacional de Crédito Cooperativo
(BNCC), Leopoldo foi o principal responsável por articular o acordo firmado com o BB para que este apoiasse o
Sicoob Credicitrus em suas transações
financeiras – posteriormente, a parceria foi estendida a outras cooperativas
no Brasil. “Era um homem simples e
extremamente cortês, dando, muitas
vezes, a sensação de que não se dava
a mesma importância que todos lhe
atribuíam. Provavelmente, aí estava
sua maior grandeza”, constata Maria
Madalena.
Família
Filho de Maria de Lurdes e de José
Leopoldo e nascido na fazenda São
Leopoldo, em Viradouro (SP), no dia 14
de maio de 1930, o ex-presidente do
Sicoob Credicitrus casou-se, em 1962,
com Maria Emília, com quem teve outras três Marias: Tereza, Cristina e Paula.
Em casa, os princípios do cooperativismo não eram esquecidos: respeito,
caráter, solidariedade, mas, principalmente, saber compreender e lidar com
as diferenças de cada um, não importando a posição social ou a condição
financeira. “Ele contava histórias, fazia
piqueniques na fazenda e propunha
passeios e brincadeiras. Fazia questão
de sempre reunir os irmãos, sobrinhos
e primos. Tinha uma personalidade
agregadora e divertida. Ver a família
reunida e feliz era seu grande prazer”,
lembram suas filhas.
bndes
Parceria diferenciada
Cooperativas de crédito do Sicoob oferecerão Cartão BNDES com a bandeira Cabal
Divulgação Cabal
Marcos Vinicius Viana
Borges, diretor-geral da
Cabal Brasil, acredita que a
nova parceria irá atender a
novos emissores
A mais nova parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), para o Cartão BNDES, é com a bandeira de cartões Cabal, terceira a atuar neste segmento. O anúncio foi feito, no dia 10 de outubro, na sede do BNDES, no Rio de
Janeiro, durante cerimônia de comemoração dos dez anos de
operação do produto.
O primeiro emissor do Cartão BNDES com a bandeira Cabal
será o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), banco comercial
privado especializado no atendimento a cooperativas de crédito, cujo controle acionário pertence às entidades filiadas ao
Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob). Sétima
instituição financeira a operar o cartão BNDES, o Bancoob é provedor de produtos e serviços para as cooperativas do Sicoob
com o objetivo de incrementar o portfólio de negócios disponibilizado aos seus associados.
A principal ferramenta do BNDES na concessão de crédito às
micro, pequenas e médias empresas, o Cartão BNDES, será oferecida aos associados das cooperativas do Sicoob já no próximo
ano. Desde o seu lançamento, em 2002, mais de 550 mil cartões
foram emitidos por empresas localizadas em 96% dos municípios brasileiros. Foram realizadas 1,7 milhão de operações, totalizando R$ 25 bilhões em desembolsos.
“Temos absoluta convicção de que a bandeira Cabal será uma
importante parceira do cartão BNDES, colaborando para o ingresso de novos emissores, a exemplo de instituições financeiras que atuam no segmento de pessoa jurídica e não operam
cartões em função de escala. Foi pensando especialmente nessas instituições que desenvolvemos uma política diferenciada
de serviços de bandeira e processamento combinados”, afirma Marcos Vinicius Viana Borges, diretor-geral da Cabal Brasil.
Segundo Ênio Meinen, diretor de Operações do Bancoob, “a
solução era ansiosamente aguardada no Sistema, pois permitirá uma aproximação ainda maior das cooperativas com o segmento de micro e pequenos empreendedores, fortalecendo e
fidelizando os laços de relacionamento”, comenta.
Para Mauricio Schaffer, gerente de Operações do Cartão BNDES,
a parceria com a Cabal trará mais opções ao produto, tanto para
emissores quanto para adquirentes. “Com ela, vamos difundir
ainda mais o Cartão BNDES pelo país, sobretudo com a entrada
de novas instituições financeiras emissoras. Esperamos também
que essa parceria amplie o número de fornecedores, com a redução das taxas de descontos hoje praticadas”, reforça.
Cabal
Fundada em 1980, a bandeira Cabal atua na Argentina, no
Uruguai, no Paraguai e em Cuba. No Brasil, a operação teve
início no ano 2000, resultado da aliança entre duas importantes entidades de origem cooperativista, o Bancoob e
a Cabal Cooperativa de Provisión de Servícios Ltda, com
sede em Buenos Aires, Argentina, proprietária da bandeira Cabal. Atualmente, além das bandeiras “Cabal Crédito”
e “Cabal Débito”, a Cabal Brasil também administra a operação da bandeira “Cabal Vale”, com os produtos Cartão
Cabal Vale-Alimentação e o Cabal Vale-Refeição.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
33
internacional
Sem fronteiras
Fotos: Sicoob Confederação
Sicoob compartilha sua experiência na 28ª edição do
Congresso da Confederação Internacional de Bancos
Populares, no Marrocos
José Salvino de Menezes apresenta a estrutura de governança adotada pelo Sicoob
O trabalho desenvolvido pelas cooperativas de crédito brasileiras
e o seu papel no mercado financeiro nacional fizeram parte da
programação do 28º Congresso da Confederação Internacional
de Bancos Populares (CIBP), realizado entre os dias 21, 22 e 23 de
outubro, em Marrakesh. Os diferenciais do cooperativismo de crédito mundial e os desafios do setor para o futuro também foram
destaque.
O evento possibilitou aos participantes compartilhar opiniões sobre as principais questões e alternativas necessárias para reforçar
o modelo de negócios a partir de conferências, mesas-redondas,
entrevistas, apresentação dos últimos estudos internacionais e
descrição dos diferentes modelos de cooperação.
O calendário da Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu o
congresso como parte da comemoração do Ano Internacional
das Cooperativas. Na programação, a palestra de abertura fazia referência ao tema e foi uma oportunidade para apresentar e atrair
a atenção para o modelo cooperativo e sua importância na economia atual.
Sicoob em destaque
O presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de Menezes,
apresentou o modelo de governança adotado pelo Sistema,
34
ressaltando os benefícios das boas práticas. O dirigente falou da
importância da gestão estratégica e dos avanços no processo de
governança cooperativa no país. “A separação entre os administradores com funções estratégicas e aqueles com função executiva é
um grande exemplo no Brasil. O evento possibilitou intercâmbio e
aprimoramento de ideias para reforçar ainda mais os modelos de
governança das cooperativas e dos bancos populares do Brasil e
do mundo”, afirmou Salvino.
O diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, destacou
a importância das cooperativas de crédito como instrumentos de
inclusão financeira. “No Brasil, as cooperativas têm se posicionado
como entidades financeiras de proximidade, com base regional,
de atendimento amplo e diversificado, fortemente identificadas
com o seu quadro de associados. Com isso, auxiliam na regulação
de mercado, na inclusão financeira e no desenvolvimento das comunidades onde estão inseridas”, ressaltou. Almada também participou de uma banca sobre boas práticas, na qual citou a relevância de intercâmbios com países como Alemanha, Itália e Canadá.
Questões como os tipos de estratégia de crescimento que as organizações podem desenvolver no futuro também foram abordadas, além da avaliação dos modelos de governança, dos novos
desafios para o aumento da concorrência na coleta de recursos
e da mudança estratégica em relação às necessidades de novas
economias e regulações.
O diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, participa de mesa no 28º CIBP
Marrakesh
Fundada pelos almorávides em 1062, a cidade foi capital do Império Islâmico e atualmente está dividida em duas partes: Medina
e Guéliz. A primeira é a zona histórica da cidade e insere-se numa fortificação milenar. Está formada por um labirinto de ruelas,
tão estreitas que não é possível circular de automóvel, e lojas de comércio tradicional. Pela singularidade e pelas características únicas dessa zona, Medina foi classificada como Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A zona de Guéliz, também conhecida como Ville Nouvelle, é o bairro moderno da
cidade. Nessa área, é possível encontrar edifícios modernos, cadeias de fast-food e grandes armazéns.
Marrakesh localiza-se na encruzilhada entre o deserto do Saara e o litoral africano e também é conhecida como “cidade vermelha” ou “pérola do sul”. Possui o maior mercado tradicional do país e uma das praças mais movimentadas da África, que abriga
acrobatas, vendedores de água, dançarinos, músicos e barracas de comida.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
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Fotos: Sicoob Confederação
Inovação
A todo vapor
Abertura do Information
On Demand 2012 (IOD)
Projeto “Otimizar Negócios” decola com entregas
importantes que beneficiam a gestão do Sicoob
Os avanços no cenário econômico do país exigem cada vez
mais eficiência das instituições financeiras, inclusive do Sicoob,
que está acompanhando esse movimento. A demanda por
respostas rápidas e assertivas de informações gerenciais para
apoio à tomada de decisão tem sido o maior desafio da entidade atualmente. Para suprir essa necessidade, o Sicoob instituiu
o Projeto “Otimizar Negócios”, com o objetivo de disponibilizar
soluções tecnológicas capazes de atender às necessidades do
negócio de forma padronizada.
Desde fevereiro deste ano, o projeto tem feito entregas importantes para todo o Sistema. A primeira delas foi a Plataforma de
Apoio à Decisão (PAD) e o aplicativo Análise de Produtividade
de Negócios (APN), que possui duas matrizes de análise: uma
orientada à produtividade do negócio e outra ao risco. Na
Gestão de Risco do Negócio (GRN), é possível monitorar o risco de crédito (GRC) e gerenciar as operações de Prevenção à
Lavagem de Dinheiro (PLD). Na Gestão de Produtividade do
Negócio (GPN) pode-se fazer a Gestão de Metas (GM) e análises gerenciais das cooperativas através da APN, que apresenta
36
dados contábeis das cooperativas com o objetivo de atender às
necessidades dos dirigentes do Sistema.
Em outubro, foi disponibilizada a segunda entrega do Otimizar
Negócios, com a ferramenta Olap (On-line Analytical Processing).
Com ela é possível o acesso aos painéis de gestão (dashboards) e ao escopo de dados de cada produto a partir do módulo
Analysis Studio. O objetivo da ferramenta é proporcionar aos
executivos uma gestão mais eficiente das cooperativas. Ela
permite ainda análises de informações sob a ótica de todos os
níveis hierárquicos do Sistema, sendo possível monitorar o desempenho das instituições considerando informações-chave,
como quantidade de cartões solicitados mensalmente em um
ponto de atendimento, margem de contribuição de um determinado associado e desempenho anual das receitas financeiras
da carteira de crédito.
Para 2013, estão previstas as entregas das ferramentas de análises da Carteira Comercial (Empréstimos, Financiamento e
Títulos Descontados), Conta Capital, Sicoob Previ, Poupança,
conta corrente, consórcio e indicadores de desempenho que
correspondem à última fase de entrega dos produtos relacionados ao cronograma do pilar Gestão de Desempenho. Durante o
próximo ano, serão definidos os cronogramas dos outros dois
pilares: Gestão Centralizada de Marketing de Relacionamento e
Gestão de Riscos e Compliance.
Para o coordenador técnico do Projeto Otimizar Negócios, Mark
Miranda de Mendonça, o desempenho do Otimizar está dentro
do planejado, já que as entregas estão sendo feitas rigorosamente nos prazos determinados. “Desde quando o projeto foi
constituído, as entregas estão sendo realizadas de acordo com
o cronograma divulgado para as Centrais e Singulares. Além
disso, o Sicoob tem investido em treinamento para os empregados com o objetivo de qualificar os responsáveis pelo manuseio dos dados”, completa.
Segundo Mark, o aprimoramento das informações, que estão
em constante evolução, é um fator fundamental para que os
dados cheguem da melhor forma no mundo analítico. Atender
às expectativas dos usuários quanto às informações disponibilizadas nos painéis de controle é outro ponto importante para
o sucesso. De acordo com o gerente de Sistemas Corporativos
do Sicoob Confederação, Edson Rodrigues Lisboa Júnior, um
dos grandes diferenciais do projeto é a ampla participação dos
representantes das centrais na construção das informações. “A
participação efetiva dos membros do Comitê Técnico (Cotec)
possibilita maior assertividade dos dados e atende de forma
satisfatória às necessidades de todos os associados”, reconhece.
Outro grande destaque na consolidação do Otimizar é a ausência de vícios na aplicação das soluções. “O Sicoob já possui um
sistema operacional consolidado (Sisbr) e estamos construindo um sistema analítico em linha com as melhores práticas do
mercado, com base na parceria feita com a consultoria da IBM”,
lembra.
“Nós estamos consolidando um sistema operacional do zero,
portanto, não tivemos dificuldades na execução, que foi feita
em parceria com a consultoria da IBM”, lembra. A preocupação
com a governança de dados também foi apontada como um
dos pontos fortes. E, para isso, foram adquiridos softwares específicos que permitissem dar um tratamento adequado na qualidade dos dados informacionais.
Referência nacional e
internacional
O sucesso do Otimizar está rendendo várias participações em
fóruns especializados em tecnologias. Em agosto, o Sicoob foi
convidado pela IBM para apresentar o case sobre inteligência
analítica no IBM Fórum 2012. O objetivo do evento foi conectar
diferentes visões e tendências de mercados com as prioridades
de negócios das empresas brasileiras. Em outubro, o Sicoob
participou de outro evento promovido pela IBM, em Las Vegas,
nos Estados Unidos, onde o projeto foi apresentado para representantes do mundo inteiro.
Para o diretor de Negócios do Sicoob Confederação, Abelardo
Duarte de Melo Sobrinho, o projeto atende às necessidades
dos associados e possibilita o direcionamento dos produtos e
serviços de acordo com o perfil de cada cooperado. “O Otimizar
está alinhado com um dos nossos objetivos estratégicos que é
o de fidelizar o associado. Essa grande base de dados permite
direcionar os nossos recursos e orientar o nosso foco estratégico”, completa.
Edson Rodrigues Lisboa Júnior,
gerente de Sistemas Corporativos
do Sicoob, apresenta case “Projeto
Otimizar Negócios”
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
37
Intercooperação
União que traz benefícios
Singulares filiadas a centrais diferentes se juntam para
oferecer mais facilidades aos cooperados
A Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Comerciantes
de Material de Construção de Governador Valadares (Sicoob AC
Credi) – filiada ao Sicoob Central Cecremge – e a Cooperativa
de Poupança e Crédito do Vale do Rio Doce (Sicoob
Crediriodoce) – associada ao Sicoob Central Crediminas – uniram-se para montar um espaço cooperativo na região central
de Governador Valadares.
Fotos: Sicoob Crediriodoce
Inaugurado em maio de 2012, trata-se de um local com dois
terminais de autoatendimento – com capacidade de ampliação –, nos quais o cooperado tem acesso, das 8h às 22h, a
serviços de saques, extratos, consulta a saldos, pagamentos e
transferências. O espaço está localizado no GV Shopping (saiba mais no quadro), e a ação veio para confirmar o desejo de
intercooperação entre as duas instituições, que já compartilhavam um terminal de autoatendimento no mesmo local
desde 2007.
Para o diretor-presidente do Sicoob AC Credi, Almyr Vargas de
Paula, essa iniciativa mostra a força do cooperativismo de crédito na região. “Somadas, as duas singulares, filiadas a centrais
distintas, possuem 29 pontos de atendimento na região leste
de Minas Gerais. Agora, os associados Sicoob têm mais essa
opção no centro de Governador Valadares”, comemora.
Almyr Vargas, diretor-presidente do Sicoob AC Credi, e Alberto Ferreira, presidente do
Conselho de Administração do Sicoob Central Crediminas
A intercooperação entre Sicoob AC Credi e o Sicoob
Crediriodoce gera benefícios não somente aos associados das
cooperativas reunidas, como também para todos os que utilizam os produtos e serviços do Sicoob nas cidades vizinhas.
“É importante ressaltar o sexto princípio do cooperativismo
– cooperação entre cooperativas –, que resume e demonstra
que as instituições que se integram unem esforços para atender melhor a seus associados e fortalecer o cooperativismo,
promovem uma ação estratégica para o futuro do negócio”,
ressalta Celso Mól Mariano Júnior, diretor administrativo e financeiro do Sicoob Crediriodoce.
Visite o espaço cooperativo
GV Shopping: Rua Sete de Setembro, 3500, Centro –
Governador Valadares/MG.
A agência de Governador Valadares será a 30ª na região leste de Minas Gerais
38
educação
Turminha do bem
Sicoob MT/MS realiza ação institucional
durante a Corrida do Reizinho
As crianças que participaram da quarta edição da Corrida do
Reizinho tiveram uma companhia muito especial. Na ocasião, o
Sicoob MT/MS lançou as “Ferinhas do Sicoob”, animais típicos brasileiros, que foram criados para conscientizar crianças e adultos sobre a importância da educação financeira. As mascotes ainda ajudarão a estreitar os laços entre cooperativas e cooperados, além
de estimular a prática esportiva.
Fotos: Sicoob MT/MS
A turma é composta por onze animais, com personalidades e características bem distintas. “Queremos que as crianças se envolvam, colecionem os objetos com as figuras dos animais e façam
poupança. Além da educação financeira, também temos o intuito
de despertar a consciência dos pequenos para a importância da
preservação ambiental, por isso quisemos que os ‘Ferinhas’ fossem
animais”, explica o presidente do Sicoob MT/MS, Jadir Girotto.
Um jacaré engajado, o peixe antenado, um tucano agitado, o tatu-bola lerdo, a arara-azul meiga, o tuiuiú divertido, a onça aventureira, o lobo engraçado, o tamanduá poupador, o macaco amigo e
a capivara brincalhona fazem parte da turma que teve aprovação
do público. “Tanto as crianças quanto os adultos gostaram muito da turminha e essa aprovação só nos mostra que estamos no
caminho certo por começarmos a investir nas nelas”, ressaltou o
superintendente do Sicoob MT/MS, Abdias Dias da Silva.
Felizes, os vencedores levaram para casa uma bicicleta
Ferinhas da corrida
Cerca de mil crianças, entre 6 e 12 anos, participaram da Corrida
do Reizinho 2012, na manhã do dia 21 de outubro. O evento foi
promovido pela TV Centro América e teve o Sicoob MT/MS como
um dos patrocinadores master.
O diretor-geral da Rede Matogrossense de Comunicação, Zilmar
Melatte, disse que o evento é fundamental para incentivar o esporte, em especial aos jovens que ainda não têm idade suficiente para participar de uma competição. “Identificamos em muitas
crianças o desejo de participar de corridas de rua, por isso criamos
este evento”, disse.
O diretor ressaltou ainda a contribuição do Sicoob para o sucesso
do evento. “A parceria com o Sicoob foi de fundamental importância para que a Corrida do Reizinho 2012 fosse este sucesso tão
grande. O Sicoob está de parabéns pelo trabalho envolvendo as
crianças”, comentou Melatte.
Um a um, os vencedores de cada
uma das 40 baterias eram revelados com emoção
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
39
regionalismo
Cooperativismo
avança no Norte
Atuação do Sicoob impulsiona desenvolvimento
socioeconômico da região com produtos competitivos e
melhores taxas de juros
Fotos: Sicoob Central Norte
O Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planaforo) foi o pontapé inicial
para o nascimento do cooperativismo de crédito no Norte do Brasil. Criado em
1992 para viabilizar a ocupação econômica e autossustentada do estado, o
Plano foi financiado com recursos do Banco Mundial, governos federal e estadual e visava ao manejo adequado dos recursos naturais por meio da melhoria da
qualidade de vida dos produtores rurais.
A reformulação do Sistema Financeiro Nacional, em 1996, também teve forte
impacto no avanço do cooperativismo em Rondônia. Com a instabilidade econômica, bancos estaduais foram privatizados e várias agências encerraram suas
atividades nas cidades do interior. Nessa época, o Planaforo já trabalhava o fornecimento de crédito a pequenos agricultores e a medida do governo estadual
para enfrentar a crise foi estimular a criação de cooperativas na região.
A estruturação da Central Norte foi uma das primeiras iniciativas. Fundada na
cidade de Ouro Preto do Oeste (RO), em outubro de 1998, era inicialmente constituída por seis cooperativas singulares – das quais permaneceram a Credip, a
Ourocredi e a Crediforte. Dez outras cooperativas passaram a integrar a Central,
que foi incorporada ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob)
em 2000.
“O cooperativismo de crédito na Região Norte ainda é muito incipiente, mas em
Rondônia ele está consolidado e se faz presente em quase todas as cidades. Em
Vilhena e Pimenta Bueno, por exemplo, o Sicoob já ultrapassou dois dígitos de
participação no mercado financeiro, detendo de 12% a 15% desse mercado”,
afirma Ivan Capra, diretor-presidente do Sicoob Central Norte.
Primeira cooperativa
A Credip foi a primeira cooperativa de crédito fundada em Rondônia e é uma das
mais atuantes da região: em outubro, ela atingiu a marca de 14 mil cooperados,
o que representa mais de 41% do total de beneficiários dos quatro estados de
abrangência da Sicoob Central Norte – Rondônia, Acre, Roraima e Amazonas.
40
Ivan Capra aposta na consolidação do
segmento na região
Sua história, iniciada em 1996, cresceu paralela à do cooperativismo de crédito no Norte do país. “Hoje a cooperativa tem 21
pontos de atendimento em 19 municípios. Nessas cidades, que
não possuíam atendimento bancário, o PA foi um incremento
grande na economia local, evitando a evasão de recursos para
outras praças”, destaca Jonas Alves da Costa, diretor-presidente
da Sicoob Credip. Descontos de recebíveis, capital de giro, cédula de produto rural, financiamentos de veículos e cartão de
crédito estão entre os produtos mais procurados.
Associados à Sicoob Credip desde 2006, os empresários
Agnaldo e Rosane Hypólyti, donos de uma distribuidora de
produtos agropecuários em Pimenta Bueno, garantem que
os produtos da cooperativa transformaram os procedimentos
institucionais. “Depois de adquirirmos o gerenciador financeiro
da Credip, deixamos de enfrentar toda aquela burocracia dos
bancos. O aplicativo nos possibilitou trabalhar com cobranças,
aplicações, pagamento de boletos e tributação de forma organizada e sem sair da empresa”, ressalta Rosane.
A Sicoob Credip também se destaca por sua atuação social. Entre as iniciativas apoiadas pela singular estão o Projeto
Rangel/Associação Amore, em Espigão D’Oeste (RO), que promove a alfabetização nas escolas públicas e o desenvolvimento de artes teatrais em crianças; e o projeto “Brinquedoteca e
Musicalidade”, realizado no Centro de Atendimento a Pessoas
Especiais (Cenape) do município de Pimenta Bueno (RO).
Crescimento contínuo
Depois do Planaforo e do fortalecimento do cooperativismo
na região, os indicadores de desenvolvimento socioeconômico dispararam em Rondônia. Segundo dados do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, que era de 0,725
em 1991, aumentou para 0,820 em 1996, um dos melhores do
país.
Já em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Rondônia e Roraima – dois estados da área de
abrangência da Central Norte – ocuparam o primeiro e o terceiro lugares no ranking de desempenho do Produto Interno Bruto
(PIB) entre os estados brasileiros.
Os números do Sicoob Central Norte também confirmam sua
participação no crescimento do setor. As operações de crédito saltaram de R$ 145 milhões, em 2009, para R$ 405 milhões
até setembro deste ano. Essa variação, de quase 180%, também
refletiu na geração de ativos: foram mais de R$ 600 milhões registrados até setembro passado. Três anos atrás, o total era de
R$ 220 milhões.
As cooperativas de crédito mútuo são maioria na Central.
Segundo Eduardo Soares Pessoa, gerente de Capacitação da
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)/Sescoop de
Rondônia, elas são uma alternativa saudável para evitar as taxas
abusivas dos bancos: “nela, os cooperados são usuários e proprietários e têm participação nos resultados”.
A tendência crescente de aglutinações e novos cooperados, no
entanto, mostra uma transformação do setor nos últimos três
anos. “Com a resolução do Banco Central que permite a constituição das cooperativas de livre admissão, visando ampliar
o número de beneficiários, as incorporações aumentaram na
região. Aqui em Rondônia foram três, desde 2009, sendo duas
delas entre cooperativas do Sicoob”, afirma.
Essa evolução, informa Eduardo, estimula a abertura de capital
para outros segmentos. Antes, boa parte das cooperativas era
voltada para o crédito rural, já que a economia do Norte era
fortemente baseada em atividades extrativistas e agropecuárias. “Hoje isso está mudando. A maioria delas está procurando
atender a vários públicos, o que refletiu no total de cooperados,
que era de 23 mil, em 2009, crescendo para mais de 33 mil este
ano”, destaca o gerente. Entre os produtos mais utilizados pelos
cooperados estão os empréstimos, financiamentos, cartão de
crédito e contratação de seguro.
Saiba onde está a
Sicoob Central Norte:
Endereço: Avenida Nações Unidas, 555, bairro Nossa
Senhora das Graças, em Porto Velho (RO).
Site: www.centralnorte.com.br
E-mail: [email protected]
Telefone: (69) 2181-1007
Agnaldo e Rosane Hypólyti deram adeus à burocracia bancária
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
41
Expansão
Ritmo acelerado
O Sicoob é uma das instituições financeiras que mais crescem no país, com um
ponto de atendimento aberto a cada dois dias
Em um levantamento do Banco Central do Brasil (BC), realizado
neste ano, constatou-se que o Sicoob é uma das instituições que
mais crescem no mercado financeiro: a cada dois dias, é aberto um ponto de atendimento (PA) em todo o território nacional,
uma média superior à dos principais bancos brasileiros. Dados
do BC mostram que bancos como o Santander e o Itaú abrem,
em média, uma agência a cada três dias.
de patrocinar as mudanças na realidade de uma comunidade”,
esclarece o presidente do Sicoob Confederação, José Salvino de
Menezes.
De vento em popa
O ano de 2012 comprovou o fortalecimento e a consolidação
No Brasil, existem cerca de 4,9 mil pontos de cooperativas de
das cooperativas de crédito em todo o Brasil. Segundo indicacrédito. O Sicoob responde por cerca de 40% desse total, com
dores referentes ao trimestre que foi de julho a setembro, divul2.013 pontos. Os números expressivos afirmam a expansão acegados pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o
lerada do Sistema: em outubro de 2012, as operações de crédito
segmento superou as estimativas de crescimento, ultrapassando Sicoob registraram um crescimento de 18,56%, em relação a
do a marca de R$ 100 bilhões em ativos. Dados divulgados pelo
dezembro de 2011, alcançando a marca de R$ 19,5 bilhões de
BC, na última semana de novembro, confirmaram a tendência
Sistema
reais. Os ativos totais também evoluíram, com um montante
de Sicoob
de crescimento acima da média do Sistema Financeiro Nacional
R$ 33,7 bilhões, valor 17,6% maior, se comparado ao final do ano
(SFN), praticada durante todo o ano (de junho a setembro, o cresanterior.
cimento do ramo crédito foi de 4,8% contraVar.
4,2%%do SFN).
Itens
Jun/2012
Dez/2011
Jun/12 - Jun/11
Ainda de acordo com a OCB, os ativos das 1.312 sociedades de
1 cresceram 13,75% em relação
1
0,00%2011: de R$ 86
crédito
a dezembro
1 naquele momento, para
1 R$ 98 bilhões,
0,00%
bilhões,
em junho deste
ano.15
No primeiro semestre de15
2012, o segmento
teve crescimen0,00%
to545
de 21,22% em depósitos,552
saindo de R$ 38-1,27%
bilhões (em dezembro de 2011) para a marca
de R$ 46 bilhões,
também em junho
PAC
1.468
1.397
5,08%
“Esses dados se explicam devido à forte aceitação e à alta capi(um crescimento de 5% no comparativo dos seis primeiros mePontos
Atendimento
2.013
1.949
3,28%
laridade
que de
o Sicoob
tem no interior do país. As cooperativas
ses de 2011). Esse crescimento também se estende aos quesitos
Associados
2.138.454
de crédito
têm o importante papel de levar recursos para locais 2.284.123
patrimônio (aumento
de 10,62%, chegando6,81%
a R$ 17,6 bilhões) e
Dirigentes
Estatutários
6.989
6.936
0,76%
que não têm acesso a serviços de agências bancárias e, também,
empréstimos (aumento de
9,94%, totalizando
R$ 41,6 bilhões).
Funcionários
17.401
16.650
4,51%
O patrimônio líquido das cooperativas do Sicoob teve cresciBanco
Cooperativo
mento
de 10,37%,
alcançando cerca de R$ 8 bilhões (em dezembro de
2011, esse número era de R$ 7,2 bilhões). Já os depósitos
Confederação
totaisCentrais
ultrapassaram R$ 20 milhões, acréscimo de 19,98% para o
mesmo
período.
Singulares
GrandesGrandes
números
- Sistema
Sicoob
em milhões)
Números
- Sistema Sicoob
(R$(R$
em Milhões)
Itens
Operações de Crédito
Depósitos Totais
Depósitos a Vista
Depósitos a Prazo
Patrimônio Líquido
Resultado do Período
Ativo Totais
42
Out/2012
19.524
20.834
3.790
17.044
7.922
977
33.652
Dez/2011
16.467
17.365
3.082
14.283
7.178
883
28.618
Var. %
Out/12 - Dez/11
18,56%
19,98%
22,97%
19,33%
10,37%
10,63%
17,59%
Inauguração
No berço da história
Uma das principais cidades históricas do país, Diamantina também
já integra a rede Sicoob
Banco de imagens
Mercado Municipal
de Diamantina
De povoado e arraial a município, Diamantina construiu uma história única e repleta de tradições. Com quase três séculos de fundação, a capital mineira das serestas e vesperatas possui um rico
e preservado patrimônio arquitetônico, cultural e natural. A cidade
emancipou-se em 1831, passando a se chamar Diamantina devido
ao grande volume de diamantes encontrado na região.
Com um papel histórico e econômico tão forte, Diamantina foi escolhida para o projeto de expansão do Sicoob Credijequitinhonha,
cooperativa filiada ao Sicoob Central Crediminas, e recebeu uma
nova unidade da cooperativa no centro histórico da cidade. De forma estratégica, o processo de prospecção iniciou-se cinco meses
antes da abertura do ponto de atendimento. Isso permitiu o contato direto com todo o comércio e com pessoas físicas da região,
onde foi iniciado o processo de abertura de contas e integralização
de capital. “A nossa proposta é a de gerar resultados não só para
a população diamantinense, mas também para todo o Vale do
Jequitinhonha”, afirma o gerente da unidade, Dênio Cópio Dias.
O processo de abertura contou com dois importantes parceiros: a Associação Comercial da cidade e o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O último tem como função
fiscalizar e preservar os monumentos do país. A reforma do espaço para abrigar a unidade da cooperativa teve como preocupação
não alterar a paisagem histórica original. O prédio está localizado na
Praça Barão do Guaçuí, local do antigo mercado, onde as edificações
possuem o estilo barroco, muitas delas seculares, acompanhando
as belas paisagens naturais do município. “A grande vantagem para
o Sicoob é a visibilidade da marca, pois a cidade recebe milhares
de turistas de todo o Brasil e do mundo”, completa o presidente do
Sicoob Credijequitinhonha, Iesser Cunha Lauar.
História
A terra natal de Juscelino Kubitschek surgiu como um povoado, por
volta de 1722, sempre se fixando nas margens dos rios que eram
garimpados. Mesmo com uma população flutuante, em 1730, o
Arraial do Tejuco começou a crescer. Por meio da expansão de pequenos arraiais ao longo dos cursos d’água, foi se formando o conjunto urbano de Diamantina, que teve como primeiras vias a Rua do
Burgalhau, a Rua Espírito Santo e o Beco das Beatas.
Fotos: Sicoob Credijequitinhonha
Em 1938, recebeu o título de Patrimônio Histórico Nacional
do (Iphan). Já em 1999, a Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) elevou a cidade a
Patrimônio da Humanidade.
Dênio Cópio Dias, gerente da unidade Sicoob Diamantina, buscará expandir os
serviços para todo o Vale do Jequitinhonha
Atualmente, o mercado diamantinense é aquecido pelo setor de
serviços, impulsionado pelo crescimento de lojas de artesanato,
restaurantes e bares voltados aos turistas. Além disso, a terra dos
diamantes é a cidade-polo do Vale do Jequitinhonha.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
43
giro
Seminário Sicoob Central Crediminas
Com o tema Cooperativismo com Resultados: São
as Pessoas que Fazem, a 9ª edição do Seminário das
Cooperativas de Crédito do Sicoob Sistema Crediminas
reuniu mais de 400 pessoas durante os dias 30 e 31
de outubro, no hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte
(MG). A programação do evento envolveu assuntos relacionados ao cenário econômico atual, à valorização
dos colaboradores nas corporações e à comemoração
do Ano Internacional das Cooperativas. O intuito foi
ressaltar a importância das pessoas dentro das instituições, endossando o trabalho do movimento cooperativista, que se sustenta sobre a participação democrática de cada membro, que busca desenvolvimento e
crescimento conjunto.
Sicoob Central DF realiza
sua 13ª Gincana Credis
O Sicoob Central DF realizou sua tradicional gincana, a
13ª Gincana Credis, no dia 27 de outubro, no Centro de
Convenção Israel Pinheiro, em Brasília (DF). O evento reuniu cerca de 250 crianças e mais de 700 adultos entre
convidados, dirigentes e colaboradores de cooperativas
de crédito e seus respectivos familiares. Entre as novidades deste ano se destacaram a decoração totalmente
feita com materiais recicláveis e as atrações para as crianças, como um animado show de mágica e um jogo do
Detran-DF, que simulou o tráfego de uma cidade, no qual
as crianças aprenderam sobre as leis de trânsito de forma
lúdica. A equipe vencedora da gincana foi a Azul, seguida
da Amarela. A equipe Vermelha ficou em terceiro lugar.
Foram arrecadados mais de 2 mil brinquedos que foram
doados a instituições carentes. Todos os presentes na gincana puderam saborear um delicioso churrasco e se divertiram ao som da banda Patakundun.
Sicoob Credijur lança
campanha Cidade Limpa
é Cidade Bonita
Com objetivo de conscientizar a população goianiense
sobre a importância de manter a cidade limpa, o Sicoob
Credijur, cooperativa associada ao Sicoob Goiás Central
lançou, no dia 15 de outubro, a campanha Cidade Limpa
é Cidade Bonita. O projeto envolve divulgação maciça da
campanha com a distribuição de sacolas de lixo para carros, sacolas ecológicas, mídia em sacos de pão, busdoor,
mídia em TVs Indoor, além de cartazes e adesivos. As sacolinhas para carro e as ecobags são distribuídas na sede
da cooperativa para seus associados. Além do incentivo
de conservação da limpeza da cidade e a preservação do
meio ambiente, a campanha também lembra a população da necessidade da coleta seletiva do lixo. A ação é
uma parceria do Sicoob Credijur, a Prefeitura Municipal
de Goiânia e a operadora de telecomunicações, GVT.
Bancoob está entre os que mais cresceram no mercado
O Bancoob, braço financeiro do Sicoob, figura no ranking das “1000 Maiores Empresas, Edição 2012” do jornal Valor
Econômico. No levantamento das 100 maiores instituições financeiras, no “Ranking de Finanças”, o Bancoob está na 22ª
posição. Em operações de crédito, é o 15º e, em relação ao número de depósito, o resultado ainda é mais significativo. O
agente financeiro do Sicoob é a 10ª instituição financeira das que mais cresceram em depósitos.
44
Prêmio Cooperativa do Ano
Cooperativas do Sicoob se destacaram na VIII edição
do Prêmio Cooperativa do Ano, ação promovida pela
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em parceria com a revista Globo Rural, com o objetivo de reconhecer
publicamente iniciativas de cooperativas de todo o país que
proporcionaram benefícios comprovados aos seus cooperados e à sua região de atuação. A solenidade de premiação
aconteceu no dia 20/11, em Brasília (DF), reunindo líderes
cooperativistas de todo o país e parlamentares.
Entre os vencedores (ao todo, foram 21 premiações para
os projetos contemplados da etapa nacional), o Sicoob
Creditapiranga, de Santa Catarina, faturou o primeiro lugar
na modalidade “Comunicação e Difusão do Cooperativismo”,
com o projeto “Sicoob Creditapiranga 80 Anos”. Já o Sicoob
Bluecredi, também de Santa Catarina, foi o segundo colocado na categoria “Fidelização”, com o projeto “Bluecredi Mais”.
O “Cadastro de Doadores Voluntários de Medula Óssea” garantiu ao Sicoob Coopjus, de Minas Gerais, o terceiro lugar
Cláudio Ventura
Bruno Blecher, diretor de redação da revista Globo Rural e Gilvane Kern,
gerente de Marketing do Sicoob Creditapiranga
da categoria “Cooperativa Cidadã” e o projeto “Recicla Eletro
– Coleta e destinação adequada de Lixo Eletrônico” colocou
a cooperativa Sicoob Credialto, também de Minas Gerais, no
terceiro lugar da categoria “Desenvolvimento Sustentável”.
Encontro de Presidentes
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Entre os dias 11 e 14 de setembro, foi realizado no Resort Vila Galé Cumbuco, em Fortaleza (CE), o IV Encontro de Presidentes
do Sicoob Central Cecremge. O evento teve como objetivo proporcionar um ambiente de aprendizado, por meio de debates e trabalhos dirigidos, e contou com a ampla participação das cooperativas de crédito. A temática que fundamentou as
atividades do Encontro de Presidentes deste ano propôs uma reflexão sobre as atitudes, a fim de mostrar aos participantes
a capacidade de transformar ideias e ações em resultados, como forma de alcançar vantagem competitiva frente à concorrência e, consequentemente, a sustentação do segmento a partir da convergência de interesses e unidade de esforços.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
45
GIRO
Parceria social
A parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem
do Cooperativismo no Estado da Bahia (Sescoop/BA), o
Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da
Bahia (Oceb) e o Sicoob Central BA beneficiou as cidades
de Itaberaba, Várzea da Roça, Irecê, Salinas da Margarida,
Pintadas e Capela do Alto Alegre com a campanha Tudo por um Sorriso. O objetivo foi disseminar informações sobre a
prevenção de doenças e a promoção da saúde entre cooperados, empregados das cooperativas, familiares e comunidade.
Com o auxílio de profissionais da saúde, o público teve acesso aos serviços de higiene bucal e de médicos, orientação para
postura saudável, distribuição de kits bucais, entre outros.
Projeto de revitalização
O projeto Identidade Territorial e Desenvolvimento teve início por meio de uma parceria entre o Sicoob Creditapiranga,
associado ao Sicoob Central SC, e as Associações de Pais
e Professores das escolas municipais do município de
Tunápolis (SC), em junho de 2012. Com o propósito de fortalecer o espírito de pertencimento e de corresponsabilidade
social das áreas de convivência da unidade escolar, o projeto
visa revitalizar o jardim das escolas com o plantio de flores
e ajardinamento. O Sicoob Creditapiranga patrocinou a implantação de jardim renovado em cinco escolas.
Entre as melhores
A edição de 2012 do guia “As Melhores Empresas
para Você Trabalhar”, das revistas Você S/A e Exame,
em parceria com a FIA (Fundação Instituto de
Administração), trouxe mais uma vez a categoria
“Cooperativas” e, pelo segundo ano consecutivo, o
Sicoob Credip, filiado ao Sicoob Central Norte, estava entre as 150 melhores empresas. A cooperativa foi constituída em 1996, com 53 cooperados,
e inaugurada em 1998. A presença do sistema de
crédito no guia, já consagrada nas edições de 2006,
2007, 2008 e 2011, é resultado de um processo de
avaliação longo e criterioso, realizado pela equipe
da publicação, que envolve a participação de colaboradores e responsáveis por departamentos de
Recursos Humanos. Atualmente, a cooperativa conta com mais de 13.500 cooperados, que recebem
atendimento em 21 diferentes lugares no estado de
Rondônia.
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Seminário Sicoob
Central Cecresp
O 25º Seminário de Cooperativismo de Crédito, tradicionalmente organizado pelo Sicoob Central Cecresp, foi realizado
na Bahia e trouxe um mix de informações técnicas, palestras
motivacionais, números atualizados do setor, panorama nacional e internacional, cenários econômicos, oportunidades
de negócios, cases de sucesso, com nomes de peso do segmento no Brasil. Participaram do seminário o presidente do
Sicoob Confederação, José Salvino de Menezes, o diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada, o diretor de
Desenvolvimento Organizacional do Sicoob Confederação,
Marden Soares, o representante da Confederação Alemã das
Cooperativas (DGRV) no Brasil, Matthias Knoch, e diversas outras lideranças nacionais e regionais. Além disso, o evento contou com palestras de nomes conhecidos nos palcos corporativos, como Eugenio Mussak, Marcelo Vieira e Carlos Hilsdorf.
Sucesso absoluto
O Sicoob alcançou R$ 200 milhões em vendas de
cotas de consórcios apenas no primeiro ano de comercialização do produto. Administrado pela Ponta
Administradora de Consórcios, empresa adquirida
pelo Bancoob em julho de 2011, o consórcio possibilita a aquisição de veículos e imóveis e pode ser
contratado por associados e não associados. As principais vantagens oferecidas pelo Sicoob Consórcios
são a competitividade das taxas, a política de contemplação do maior número possível de consorciados e a flexibilidade na utilização das cartas de crédito. Para 2013, a expectativa de crescimento é de
R$ 500 milhões em novas vendas, a serem realizadas
nos postos de atendimento do Sicoob espalhados
por todo o país.
ANO 3 - No 12 - OUT / NOV / DEZ/ 2012
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