DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética

Transcrição

DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
tila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Diocese de São José dos Campos
DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Pastoral Catequética
ENCONTROS EM PREPARAÇÃO PARA A
PRIMEIRA EU CARISTIA
Etapa I – Módulo II
Apostila do Catequista
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
CONTEÚDO
O Perfil do Catequista ................................................................................................................................................. 5
Compromissos do Catequista ...................................................................................................................................... 6
Espiritualidade do Catequista..................................................................................................................................... 6
Planejamento da Catequese ........................................................................................................................................ 7
1º Encontro: Acolhida e Entrosamento ..................................................................................................................... 9
2º Encontro: Os Amigos de Jesus Vivem em Comunidade ..................................................................................... 12
3º Encontro: Jesus Inicia sua Missão a Partir do Batismo ................................................................................... 16
4º Encontro: Jesus Forma sua Equipe ...................................................................................................................... 18
5º Encontro: Jesus nos Ensina a Rezar ................................................................................................................... 22
6º Encontro: Jesus Fala do Reino em Parábolas .................................................................................................... 25
7º Encontro: Jesus Nos Ensina a Repartir ............................................................................................................. 28
8º Encontro: Jesus Nos Ensina a Amar e Perdoar ................................................................................................ 30
9º Encontro: Jesus Nos Ensina a Acolher .............................................................................................................. 35
10º Encontro: Jesus Nos Ensina a Verdadeira Felicidade .................................................................................... 37
11º Encontro: Entrada de Jesus em Jerusalém ...................................................................................................... 41
12º Encontro: Lava-Pés e Instituição da Eucaristia .............................................................................................. 44
13º Encontro: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus ......................................................................................... 47
14º Encontro: Jesus Escolhe Pedro ......................................................................................................................... 52
15º Encontro: Jesus Nos Envia o Espírito Santo ................................................................................................... 55
16º Encontro: O Espírito Santo e Seus Dons ......................................................................................................... 60
17º Encontro: Jesus e a Lei de Deus ....................................................................................................................... 64
18º Encontro: Mandamentos: Guia para s Vida....................................................................................................... 68
19º Encontro: Mandamentos: Dignidade á Vida (5º, 7º e 10º) ............................................................................. 73
20º Encontro: Mandamentos: Dignidade á Vida (6º, 8º e 9º)............................................................................... 78
1º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82
2º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82
3º Tema Extra: Semana Santa e Páscoa .................................................................................................................. 91
4º Tema Extra: O Santo Padroeiro ......................................................................................................................... 92
5º Tema Extra: Maio, Mês de Maria e Diadas Mães ............................................................................................. 98
6º Tema Extra: Corpus Christi ............................................................................................................................... 100
7º Tema Extra:Vocação – Dia dos Pais .................................................................................................................. 104
8º Tema Extra: Setembro – Mês da Bíblia ........................................................................................................... 108
9º Tema Extra: Missões ........................................................................................................................................... 113
10º Tema Extra:Dízimo ............................................................................................................................................ 115
Bibligrafia................................................................................................................................................................... 119
Dinâmicas para serem usadas nos encontros da Campanha da Fraternidade 2012...... .. .. .. .. .. . .. . . .. .. .. . . ...134
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
O PERFIL DO CATEQUISTA
Faz parte do necessário perfil do catequista:
Equilíbrio psicológico,
maturidade humana e
afetiva.
Liderança,
Criatividade
Responsabilidade
e iniciativa.
e perseverança.
Capacidade de
diálogo e de
trabalho em
Equipe.
Vocação para catequista.
Vida coerente com a fé
(não esteja impedido de receber os
Participação na
formação inicial de,
no mínimo, 01 (um)
ano.
Disposição para progredir na fé e Sacramentos por ter sido atingido por
espiritualidade (conversão
alguma lei canônica).
contínua, vida de oração, vida
sacramental).
Boa comunicação.
Ter no mínimo 16 anos e
ter sido crismado.
(Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86)
Participação, engajamento e
espírito de serviço à
comunidade.
Amor preferencial pelos pobres.
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COMPROMISSOS DO CATEQUISTA
1. Comunicar a Palavra de Deus com o testemunho (experiência de fé e vida).
2. Dedicar-se, de modo específico, ao serviço da Palavra.
3. Anunciar a Palavra e denunciar o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua
vocação de filho de Deus.
4. Participar ativamente dos eventos paroquiais e reuniões de Catequese (núcleo paroquial,
Região Pastoral e Diocese).
5. Leitura assídua de livros, revistas e boletins.
6. Atualizar-se, participando assiduamente de cursos, formação permanente e retiros.
7. Elaborar antecipadamente, em equipe, os encontros catequéticos e encontros para as
famílias dos catequizandos (pensar em gestos concretos com os catequizandos nas
famílias).
ESPIRI TUALI DADE DO CATEQUISTA
A Catequese Renovada qualifica o catequista como pessoa de profunda espiritualidade, que
leva uma vida de oração. Por isso, diz que a formação deve ter cuidado de desenvolver
principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé, seu compromisso com a
transformação do mundo. A espiritualidade do catequista, para ser autêntica, deve estar
integrada na vida concreta, compreendendo as atitudes de:
1. Relacionamento pessoal e profundo com Deus.
2. Seguimento de Cristo nas atitudes e interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão
sincera.
3. Docilidade à ação do Espírito Santo.
4. Comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo.
5. Amor filial à Virgem Maria, Mãe e Modelo de catequista.
6. Vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas.
7. Escuta, com fé e fidelidade, à Palavra de Deus que se manifesta na Bíblia, na Igreja e nos
acontecimentos.
8. Integração dos aspectos celebrativos da liturgia e da
piedade popular.
9. Vida sacramental, de oração, de contemplação
encarnada na vida do povo.
10. Sentido de serviço para todos.
11. Espiritualidade do trabalho e da ação.
12. Amor aos empobrecidos e vivência evangélica.
13. Alegria de ser evangelizador
(Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 87-88)
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
PLANEJAMENTO DA CATEQUESE
1. ETAPA I – INICIAÇÃO À VIDA EUCARÍSTICA – MÓDULO II
DATA
ENCONTRO
TEMA
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO
1.
Objetivos:
 Fazer uma experiência com Jesus, o Amigo para conhecê-Lo
melhor e caminhar com Ele por toda a vida.
2.
Conteúdo do Encontro:
 Diálogo para saber o que fizeram durante as férias.
 Todos se conhecem devido à caminhada do ano passado.
 Acolhimento aos catequizandos que integram a nova turma.
3.
Desenvolvimento do Tema:
 Promover um ambiente acolhedor.
 Receber com alegria cada catequizando Organizar os
catequizandos sentados em círculo, tendo no centro imagem ou
figura de Jesus, vela, flores e Bíblia.
 Pedir que formem pares e se entrevistem de forma a se conhecerem melhor.
 Em seguida cada um fará a apresentação do amigo que foi entrevistado, não podendo fazer a
própria apresentação. Quem estiver sendo apresentando vai verificando se as informações a seu
respeito estão corretas conforme foi passado na entrevista.
 Explicar que agora formam um grupo de amigos que, juntos irão aprender sobre a mensagem de
Jesus para todos.
 Explicar que juntos construímos a comunidade dos amigos de Jesus, e pertencemos à uma Paróquia
(ou Capela que pertence à Paróquia....).
 Explicar sobre a paróquia, as pessoas que nela trabalham, o que fazem.
 Falar sobre o Santo Padroeiro da Paróquia (ou Capela).
 Visitar a Igreja ou Capela.
 Conversar sobre as atitudes que se espera dos amigos de Jesus (apostila)
 Conversar sobre a melhor convivência em família, com os amigos, com a nova turma de catequese.
 Perguntar o que esperam da catequese neste ano.
4. Leitura utilizada: Mc 10, 13-16.
5. Ambientação: toalha, vela, bíblia, figura de Jesus.
6. Material utilizado: figuras de Jesus.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: Preferencialmente levar os catequizandos à Capela do Santíssimo e motivar
orações espontâneas de agradecimento pelo grupo de catequese.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O centro do primeiro anúncio (querigma) é a
libertação de tudo aquilo que oprime a pessoa
pessoa de Jesus, proclamando o Reino como uma
humana, sobretudo do pecado e do maligno, na
nova e definitiva invenção de Deus que salva com um
alegria de conhecer a Deus e ser por Ele conhecido,
poder superior àquele que utilizou na criação do
de o ver e se entregar a Ele” (DNC 30).
mundo. “Essa salvação é o ‘grande dom de Deus’,
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Por querigma devemos entender o anúncio
Só quem fez esta experiência de Jesus
alegre de Jesus, que nos leva a conhecer e amar a
Cristo pode passar pelo processo catequético, pois
sua pessoa como presença a salvadora de Deus na
só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua
história da humanidade e em nossa história pessoal
vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e
de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide
o ensinamento do Mestre.
livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua
O querigma também pode ser aprofundado
proposta, reorientando toda a sua vida num processo
sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do
de conversão constante e crescente.
livro “O pequeno Príncipe”. O encontro do príncipe
O querigma apresenta os principais fatos da
com a raposa em que se estabelece uma profunda
vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como
amizade, para fazer uma comparação com a amizade
Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo
que Ele quer aprofundar com cada um, explicando
amigo. É preciso apresentar que Ele é o Filho de
que para isso Jesus quer cativar os catequizandos e
Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como
ser cativado por eles. Aproveite as narrativas! Elas
nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para
são sempre bem vindas! Conte as narrativas com
com todos. Amou a todos os que dele se
arte, com entusiasmo, para que o catequizando
aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e
saboreie o que é contado. Pode ser organizado um
a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade
pequeno teatro, ou apenas feita uma leitura. (Cf.
das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e
Saint-Exupery. “O pequeno Príncipe”. 48 ed. Rio de
seguir seus passos.
Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69)
O
querigma,
portanto,
proporciona
experiência de amor profundo de Cristo, gerando
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
adesão a Ele.
Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 11.
O encontro do Príncipe com a Raposa
E foi então que apareceu a raposa:
 Bom dia, disse a raposa.
 Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
 Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
 Sou uma raposa, disse a raposa
 Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
 Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
 Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
 Que quer dizer "cativar"?
 Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
 Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
 Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa
interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
 Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
 É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
 Criar laços?
 Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil
outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não
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passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos
necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
 Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor, eu creio que ela me cativou ...
 É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
 Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:







Num outro planeta?
Sim.
Há caçadores nesse planeta?
Não.
Que bom! E galinhas?
Também não.
Nada é perfeito, suspirou a raposa.
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2º ENCONTRO: OS AMIG OS DE JESUS VIVE M EM COMUNIDADE
1. Objetivos:
 Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa
em nossa vida cristã.
 Despertar o desejo de participar da missa e entender os
vários momentos da celebração.
 Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar
dela e vivenciá-la.
 Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da
fraternidade e da partilha
2. Conteúdo do encontro:
 A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do
altar e da Eucaristia.
 Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo.
 Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus
ama.
 Explicar a missa parte por parte.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 Conversar com os catequizandos sobre uma festa de aniversário.
 Enumerar os momentos, desde a preparação da festa até o seu final, o bolo, o parabéns a você,
o apagar a vela, que é o ponto alto da comemoração.
 Tudo numa festa é importante, mas o principal é a comemoração da vida de uma pessoa.
 Assim é a Celebração Eucarística. Lembramos de um fato do passado – Cristo que fez a ceia
com os apóstolos, doou a sua vida, dando seu corpo e sangue para a salvação de todos.
 Quando vamos à missa, relembramos as palavras e gestos que Jesus usou e atualizamos a
entrega de Jesus porque Ele veio para salvar a todos, tanto os que viviam no seu tempo como os
cristãos de todos os tempos (passado, presente e futuro).
 Leia o texto bíblico Lc 22, 14-20.
 Realize um segundo momento, com uma leitura dialogada: toda a turma narra e um dos
catequizandos faz a leitura das falas de Jesus.
 Dramatize a cena com base nos versículos 19 e 20 em que Jesus abençoa e distribui o pão e o
vinho.
 Levar os catequizandos até a igreja para explicar as partes da missa .
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 22, 14-20; At 2, 42-47 / Jo 5, 12-13.
5. Ambientação: toalha, bandeja com pão, trigo, uva, bíblia.
6. Material utilizado: Apostila, figuras de igreja, bandeja com pão e uva.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: fazer uma oração na presença de Jesus na Capela do Santíssimo.
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Os cristãos de todos os lugares se reúnem
como família de Deus para encontrarem o Senhor
passagem da morte para a vida, e a passagem
desta vida (deste mundo) para o Pai.
e entrar em comunhão com Ele. Lá estão ricos e
Com isto, pode-se afirmar que a Eucaristia
pobres, doentes e sadios, jovens e idosos, mas,
é uma lembrança da morte e ressurreição de
todos em Cristo, formam a comunidade-Igreja, e
Jesus? Na Eucaristia não revivemos a Páscoa do
unidos celebram no amor de Cristo.
Senhor. Não é algo que ficou perdido no tempo. É
1. O que celebram?
celebrar aquele acontecimento, trazendo-o para o
Jesus reuniu os apóstolos para uma ceia
hoje, com a mesma força que teve no passado. É
especial, diferente das que até então havia
como a Páscoa dos judeus, que ainda hoje é a
participado com eles. Usou coisas simples e
festa que comemora a saída do Egito, a passagem
comuns ao povo da época, vinho e pão, e operou o
da escravidão para a liberdade.
maior de seus milagres pela força de suas palavras
2. Quando se celebra a Eucaristia?
e por obra do Espírito Santo. "Fazei isto em
Os
primeiros
cristãos
celebravam
a
memória de mim" foi o que Jesus nos ordenou
Eucaristia, assim como nós hoje, no domingo.
nesta Última Ceia. Desde então a Eucaristia faz
Várias passagens bíblicas nos afirmam isso, como
parte da vida do cristão.
por exemplo: 1Cor 16,2 e Ap 1,10, onde se lê:
No Novo Testamento várias passagens
domingo, Dia do Senhor. A palavra domingo vem do
narram a Instituição da Eucaristia: 1Cor 11,23-25,
latim Domine Dies, Dia do Senhor. Portanto, é o
Lc 22,19-20 e Mc 14,22-24. O Evangelista João
domingo que dá sentido aos outros dias da semana.
6,51-54
Somente aqueles que, por razões fortes e
prefere
narrar
a
importância
de
comungar o Corpo e Sangue do Senhor.
Os primeiros cristãos chamavam a missa de
considerando os tempos atuais, podem celebrar no
sábado, em missa vespertina.
Ceia do Senhor ou Fração do Pão. Nós hoje
preferimos chamá-la de Eucaristia, que significa
Ação de Graças, que não é apenas um muito
obrigado pelos benefícios recebidos, mas uma
entrega alegre e confiante da vida a Deus.
O que nos pode ajudar a entender o que é a
Eucaristia são as palavras ditas na missa, após a
consagração: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte,
e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde,
Senhor Jesus". Toda a nossa vida e nossa história
são marcadas pelo mistério pascal celebrado na
Eucaristia. Anunciamos a morte de Cristo no
passado, há dois mil anos. Proclamamos sua
ressurreição, sua presença vivente entre nós, no
4. Quem celebra?
O grande celebrante é Jesus. Porém, toda
comunidade de fé também celebra com Cristo
quando ouve a Palavra de Deus e recebe o Corpo e
o Sangue de Jesus pela ação do Espírito Santo:
"As ações litúrgicas não são ações privadas, mas
celebrações da Igreja, que é o 'sacramento da
unidade', isto é, o povo santo, unido e ordenado
sob a direção dos bispos.
Por
isso,
estas
celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja"
(CIC 114).
Fonte: Crescer em Comunhão, Vol. III, Livro do
Catequista, 2008. p. 102-103
presente. Esperamos sua vinda gloriosa, no futuro.
Portanto, a Eucaristia é a celebração da morte e
ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa - sua
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Quando alguém muito querido vem a nossa
recebermos forças na luta do dia-a-dia. O
casa, como o recebemos? Então vamos ver como
sacerdote oferece a Deus tudo o que é colocado
nos preparamos para participar da Missa.
no altar.
Oração
Hoje e domingo, dia do Senhor. Vamos
encontrar nossos amigos, parentes, etc.
Eucarística:
Nesta
oração
é
transformado o pão e o vinho no Corpo e Sangue
Ao entrar no local da celebração, vamos
de Cristo. Tudo o que vimos e ouvimos é
ficar em silêncio, para preparar em oração o
transformado
grande
momento em que Cristo deu a sua vida por nós. Ele
acontecimento
da
Paixão,
Morte
e
Ressurreição de Jesus.
na
Eucaristia.
Recordamos
o
está presente sobre o altar; não o vemos, mas isto
Canto de Entrada: Ao iniciar, cantamos
sabemos pela fé. A oração por Cristo, com Cristo
alegres por estarmos reunidos com os irmãos na
e em Cristo, resume este ato da fé. Ao
casa do nosso Deus e Pai, o sacerdote recebe a
pronunciarmos o Amém, queremos dizer que
todos cumprimentando em nome das três pessoas
aceitamos tudo, com amor e gratidão.
Pai Nosso: É a oração que Jesus nos
da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo.
ensinou e é a mais completa das orações. Essa
Ato Penitencial: Quando amamos alguém de
verdade, é necessário ir ao seu encontro, sem
oração nos torna irmãos, porque Deus é o nosso
Pai.
mágoa. Por isso, pedimos perdão de nossas faltas.
Oração pela Igreja: A Igreja, Santa pela
O Ato Penitencial nos convida a dar uma parada e
graça de Deus e pecadora porque realizada por
ver onde pecamos e no que precisamos mudar de
pecadores e em favor de pecadores, pede pela
vida.
unidade de seus filhos para testemunho de Jesus
Hino de Louvor: Depois de pedir perdão,
Cristo, na fé, no culto e na caridade (cfr. Jo 17).
junto e diante de toda a Comunidade, estamos em
Saudação da Paz: Desejamos a paz do
condições de glorificar a Deus. Cantamos ou
Cristo a todas as pessoas: aos amigos e aos
rezamos, com alegria o Glória.
inimigos. Só Cristo pode, realmente, nos dar a paz
Rito da Palavra: Até agora Deus nos ouviu.
e ajudar-nos a viver como irmãos.
É nossa vez de ouvi-Lo nas três leituras tiradas da
Cordeiro de Deus: Pedimos três vezes que
Bíblia, intercaladas pelo Salmo de Meditação e a
tenha piedade de nós, para frisar bem que só
Aclamação do Evangelho. A Palavra de Deus
Deus tira os pecados do mundo e o quanto
transforma a nossa vida. E as leituras vão nos
precisamos de perdão. Não somos dignos de
mostrar que Deus sempre está presente no seu
sermos perdoados, mas Jesus quer nos perdoar e
povo.
ficar conosco.
o perdão,
Comunhão: A mesa está posta e o alimento
ouvimos a palavra de Deus, e o celebrante explica
preparado. Somos convidados a participar da
as leituras na homilia. Vamos sintetizar tudo isso,
Comunhão com toda a humanidade que sofre e
rezando o Creio em Deus Pai, que contém as
também se alegra, porque Cristo é ponto de
verdades fundamentais da nossa fé.
unidade dos que n'Ele crêem. E esta união deve
Fomos
acolhidos,
recebemos
Oração dos Fiéis: Toda a comunidade faz
acompanhar-nos até nossas famílias, vizinhos e
os pedidos, conforme as suas necessidades.
colegas de escola e trabalho, como sinal da vida e
Rezamos também pelos governantes, pelos que
unidade.
sofrem, pelo mundo inteiro.
Despedida: Ao despedir-nos, devemos estar
Ofertório: É a hora de colocar sobre o
cheios da graça de Deus. O sacerdote diz: “Vamos
altar toda nossa vida para ser consagrada. Por
em paz e que o Senhor nos acompanhe”, e nos
isso, não pode ser oferta só de dinheiro, de
abençoa
mantimentos para os pobres, mas da vida, para
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em
nome
da
Santíssima
Trindade.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Respondemos: Amém. Mas na verdade a Missa não
além de ser bíblica, contém todo o Mistério da
termina, ela continua durante a semana.
nossa fé e salvação.
Podemos notar que no começo e no fim da
Missa,
o
sacerdote
invoca
a
proteção
da
Santíssima Trindade. Vemos assim que a missa
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
Paulus, 2003 – p. 312-314.
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3º ENCONTRO: JESUS INICIA SUA MISSÃO A PARTIR DO BATISMO
1. Objetivos:
 Levar os catequizandos a conhecerem a pessoa de Jesus, como viveu, sua missão, seu projeto de
vida e seu amor pela comunidade.
 Compreender que o batismo de Jesus marca o início de sua vida pública e o nosso batismo inicia-nos
na vida cristã.
2. Conteúdo do Encontro:
 O Batismo nos leva a um compromisso de vida. Devemos nos
esforçar para viver como filhos de Deus e irmãos uns dos
outros.
 Ao ser batizado Jesus quis assumir um compromisso.
 Relembrar os símbolos do Batismo.
 Verificar se todos foram batizados
3. Desenvolvimento do Tema:
 Quem é Jesus para você? (deixar que falem )
 Vocês sabiam que Jesus nasceu numa cidade pequena chamada
Nazaré, numa família igual a tantas outras daquela época?
 Jesus, mesmo sendo Filho de Deus, quis nascer de uma mulher
que foi Maria e que hoje nós chamamos de Nossa Senhora , que é a nossa mãe do céu. Jesus teve
um pai adotivo José, que era carpinteiro e que ensinou Jesus a fazer os objetos de madeira que se
usava na época.
 Jesus nasceu de uma família como a nossa e viveu no meio do seu povo.
 Os primeiros anos de vida de Jesus são parecidos com a vida de qualquer criança, Ele chora, ri,
brinca, come, tem amigos, ajuda seus pais etc...
 Freqüenta a Igreja da sua época que era chamada Sinagoga dos Judeus.
 Ninguém podia imaginar que o filho de José, o carpinteiro fosse o Messias o Filho de Deus.
 Depois de adulto Jesus partilhava das angústias e das esperanças de seu povo. Vivia as alegrias e os
momentos difíceis que todos viviam, e sem usar os privilégios que tinha como Filho de Deus.
 Jesus era consciente de que tinha uma missão a cumprir no meio de nós: anunciar a todos o Amor do
Pai e seu Reino de justiça e paz.
 Ao completar 30 anos Jesus vai até o Rio Jordão para ser batizado por João Batista que pregava
um batismo de conversão, de mudança de vida. Jesus queria ficar ao lado dos pobres e oprimidos e
também dos pecadores que João batizava.
 Explicar como foi o Batismo de Jesus
 Falar da voz do Pai, da presença do Espírito Santo sobre o Filho que é Jesus = Santíssima Trindade.
(Jesus recebe a Força do Alto, do Pai para iniciar a sua missão)
 Falar que no nosso Batismo também recebemos a Graça de Deus e somos chamados a sermos
missionários do Reino de Deus.
 O nosso compromisso com o Reino de Deus deve concretizar-se em nossas atitudes humanas de
amor fiel a Deus.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 3, 16-17; Mt 4, 12-17
5. Ambientação: toalha, bíblia.
6. Material utilizado: Apostila, figura do batismo de Jesus.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: Orientar que façam orações espontâneas lembrando-se do próprio batismo e
pedindo a Jesus que os ajude viver bem a sua missão de batizados.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
A vida pública de Jesus tem início com o seu
esperança estava baseada na promessa da vinda
batismo por João no rio Jordão. João Batista, o
do Messias. Ele deveria ser o enviado de Deus
precursor de Jesus, proclamava "um batismo de
para libertar o seu povo. Sendo consagrado,
arrependimento para remissão dos pecados" (Lc
(ungido) pelo próprio Deus, deveria ter força e
3,3). Por isso era procurado por muitas pessoas de
poder.
diferentes grupos e classes sociais que vinham
fazer-se batizar por ele.
Jesus não costumava usar o título de
Messias. Quando chamavam Jesus de Messias, ele
O seu batismo visava preparar as pessoas
aceitava o título. Quando Pedro diz que Jesus é o
para a chegada daquele que vem mostrar a
Messias, Jesus recomenda-lhe que não diga a
proximidade do Reino (cf. Mt 1, 15), por isso dizia:
ninguém; que guarde segredo (cf. Mc 8, 29-30).
"depois de mim virá alguém mais forte do que eu.
Jesus manifesta aos seus discípulos a sua
Eu não sou digno de me abaixar para desamarrar
missão. Anuncia a eles que sua missão não será de
suas sandálias" (Mc 1,17).
glória, de grandes sucessos. Convida muitos a
Quando Jesus vai ao Jordão e pede a João
participar de sua missão: "Quem quiser vir comigo,
para ser batizado por ele, este o questiona. Jesus
esqueça-se de si mesmo e carregue a sua cruz"
insiste na necessidade de ser batizado par João.
(cf. Mt 16, 24).
Com sua atitude demonstra que Ele, mesmo sem
Os discípulos não entendiam a missão de
ser pecador, se solidariza com a condição dos
Jesus. Sonhavam com desfiles espetaculares e
pecadores.
entradas triunfais. Percebe-se isto claramente
Durante o batismo de Jesus duas provas
divinas acontecem: os céus se abriram e o Espírito
de Deus desceu como pomba e pousou sobre Jesus
quando Pedro quer impedir a ida de Jesus para
Jerusalém, para não enfrentar o sofrimento.
Jesus
tinha
falado:
"Preciso
ir
para
e uma voz do céu disse: "Tu és o meu Filho amado,
Jerusalém e ali os líderes judeus, os chefes dos
de ti eu me agrado" (Mc 1, 11). Assim, o Pai e o
sacerdotes e os professores da Lei vão me fazer
Espírito Santo dão testemunho da divindade de
sofrer muito. Serei morto, e no terceiro dia,
Jesus e de sua missão salvífica.
ressuscitarei. Então Pedro o repreendeu: "Que
O batismo de Jesus marca o início de sua
Deus não permita! Isto não pode acontecer de
vida pública. Ele deixa Nazaré e se coloca a
jeito nenhum!" Severamente Jesus respondeu a
serviço do povo em favor da vida Ele mesmo falou:
Pedro: "Saia da minha frente, Satanás! Você está
"Vim para que todos tenham vida e a tenham
pensando como homem e não como Deus pensa!"
em abundância" (Jo 10,10). Para nós o batismo
marcou uma nova vida. Ser batizado é assumir a
(cf. Mt 16, 21-23).
A
única
vez
que
Jesus
proclama
mesma missão de Jesus. Nós, cristãos, somos
abertamente que é o Messias, é na resposta a
chamados a lutar pela vida, onde ela é ameaçada.
pergunta
No tempo de Jesus, os habitantes da
de
Caifás
no
seu
julgamento
e
condenação (cfr. Mt 26, 63-64).
Palestina esperavam a chegada do Messias que
libertaria o país das mãos dos Romanos e
Fonte:
devolveria, à nação de Israel o esplendor dos
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I,
tempos de Davi e de Salomão.
O povo tentou libertar-se das dominações
estrangeiras, mas nada conseguiu. A sua única
Ed. Vozes, 2008 – p. 34.
Fé,Vida e Comunidade, Ed. Paulus, 2003 – p. 187188
17
4º ENCONTRO: JESUS FORMA SUA EQUIPE
1. Objetivos:
 Reconhecer no convite que Jesus fez aos apóstolos um chamado
para cada um.
 Reconhecer que Jesus não realizava a missão sozinho, chama a
outros para participar.
2. Conteúdo do encontro:
 Jesus espalha a semente do Reino de Deus em todos os corações
e preparava os doze Apóstolos para serem mensageiros do Reino.
 Relatar os compromissos que os discípulos tiveram que deixar
por aceitar o convite de Jesus e também os nossos
compromissos de cristãos.
 Enfatizar o discipulado.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Mostrar o cartaz com os nomes dos 12 apóstolos = enviados por Jesus para uma missão.
 Perguntar se já ouviram falar deles... Quem são? O que faziam antes? (obs.- Pedro, Tiago, João
eram pescadores; Mateus cobrava impostos etc...)
 Falar da importância de trabalhar em equipe. Ex: grupos de escola, futebol, etc...
 Quando mais pessoas trabalham juntas, com o mesmo objetivo, o resultado do trabalho é melhor.
 Jesus também quis montar uma equipe para ajudá-lo na sua missão: levar o anúncio do Reino de
Deus a todas as pessoas do mundo inteiro.
 Jesus ensinava como as pessoas deviam viver para ter uma vida mais feliz. Ele ensinava que
devemos seguir a Palavra de Deus, porque ela orienta a nossa vida.
 Jesus queria que a sua missão nunca parasse, por isso convidou pessoas (apóstolos) para fazer
parte do seu grupo, aprender com Ele, e depois continuar a sua missão de ensinar as pessoas.
 Hoje Ele chama cada um de nós para isso. Quando somos batizados, Jesus nos dá essa missão.
 Todos são chamados, devemos ser discípulos, para aprender, e depois devemos ensinar aos outros.
 Devemos ser apóstolos de Jesus como catequistas, missionários, freiras, padres, pessoas que
fazem trabalho nas pastorais da Igreja.
Dinâmica: Jesus nos chama pelo nome
Objetivo: importância de sermos conhecido pelo nome "Jesus chama cada um pelo nome".
Material: Um crachá para cada pessoa do grupo e um saco ou caixa de papelão para colocar todos os
crachás.
Descrição: O coordenador deverá recolher todos os crachás colocar no saco ou na caixa; misturar
todos os crachás em seguida entregar um crachá para cada catequizando. Este deverá encontrar o
verdadeiro dono do crachá, em 1 minuto.
Comentar: O nosso nome é muito importante. Assim como Jesus chamou os Apóstolos pelo nome, Ele
também nos chama pelo nome para fazer parte da sua equipe.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 6, 12-16 ou Mc 3, 17-19
5. Ambientação: toalha, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com o nome dos apóstolos
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: em silêncio, de olhos fechados, pedir que pensem em Jesus que os está chamando
pelo nome – em seguida rezar juntos a oração da apostila.
18
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Na caminhada junto com Jesus os discípulos
inspira a ficarmos mais parecidos com Ele,
ouviram suas pregações, viram suas curas e seus
especialmente no Amor a Deus e ao próximo, e a
milagres.
acompanharam Jesus
fidelidade as orientações de vida dadas pelo
fisicamente e comungaram de sua vida e idéias.
Mestre no Sermão da Montanha. Por isso, a
Eles o seguiram pelos caminhos da Galiléia e da
conversão
Judéia ate a cruz. Esta caminhada se configura
encerrado, tanto em nível pessoal quanto social,
pela conversão - aceitação de Deus na própria vida
porque, se o Reino de Deus passa por realizações
- e pelo seguimento em trilhar os caminhos de
históricas, não se esgota nem se identifica com
Jesus. Conversão e seguimento constituem o dom
elas (cf Puebla 193, 1221, 1159).
Os discípulos
ao
Reino
é
um
processo
nunca
da fé, uma vez que esta é opção de vida, adesão a
Jesus deixou Nazaré e começou a andar pelos
Jesus Cristo, a Deus e ao seu Projeto de vida nova
vilarejos e cidades da Galiléia, proclamando que o Reino
para todos.
de Deus havia chegado.
A fé e a conversão envolvem a pessoa
Em pouco tempo, juntou gente que o seguia
inteira ao reconhecer, acolher, interiorizar e
e acreditava nele. Chamavam-se discípulos. Dentre
desenvolver uma experiência de encontro pessoal
eles Jesus escolheu doze, para serem seus
com Jesus Cristo, encantando-se por Ele e
apóstolos,
tomando-se seu discípulo. Ser discípulo é uma
"Mensageiros", "proclamadores".
que
quer
dizer:
"enviados",
opção que implica para o ser humano em assumir
Por que Jesus escolheu doze? O povo judeu
no seu modo de viver palavras e ações que
era descendente das doze tribos. Assim os
estejam de acordo com as exigências de ser
patriarcas, os chefes das doze tribos foram os
cristão: acolher a vontade divina, participar
fundadores do povo de Deus. Os doze apóstolos
ativamente da missão da Igreja revelando-a na
eram destinados a ser os fundadores do novo povo
vida familiar, matrimonial, profissional, tomando-
de Deus, daqueles que entram no Projeto de Deus.
se seguidor de Jesus Cristo em todas as
Que tipo de pessoas Jesus devia escolher para
instâncias da vida.
serem apóstolos? Deviam ser puros, santos,
É o próprio Jesus que toma a iniciativa,
chamando
para
segui-lo.
O
apelo
é
importantes ou bons oradores?
feito,
Os primeiros quatro homens que Jesus
primeiramente, àqueles a quem ele confia uma
escolheu eram pescadores do mar da Galiléia. Jesus
missão particular, a começar pelos doze apóstolos
criou-se em Nazaré, a 40 Km do mar da Galiléia;
que o acompanhavam e a quem envia em missão
conhecia bem os pescadores. Certo dia, Jesus foi ao
pelas cidades, aldeias e vilas anunciando a Boa-
mar da Galiléia, viu no barco dois irmãos André e
Nova do Reino. São eles que inicialmente, ao ouvir
Simão, lançando suas redes. Quando ouviram Jesus
o chamado de Jesus, abandonam tudo e o seguem.
chamando, recolheram a rede e dirigiram o barco
No entanto, a renúncia que realizam dos próprios
para a margem.
bens e de si mesmos somente será compreendida
“Venham! - Disse Jesus a André e Simão.
após a ressurreição de Cristo, quando o Espírito
Sigam-me. Vocês são pescadores, mas eu os farei
Santo os guiar para a verdade total (cf. Jo 16,13).
pescadores de homens". Como juntavam peixes em
Jesus
nos
convida
a
tomar-nos
seus
discípulos deixando-nos o seu exemplo e o
suas redes, assim iriam juntar homens para o
Reino de Deus.
testemunho dos apóstolos que se comprometeram
Os dois reconheceram Jesus, porque André
a viver e a participar da edificação do seu Reino.
tinha sido discípulo de João Batista, e trouxera
Assim, na medida em que vamos seguindo o Cristo
seu irmão Simão para conhecê-lo. Acreditaram em
Ressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja nos
Jesus, e iam dar, com alegria, sua vida por Ele.
19
Ao
chamado
de
Jesus,
deixaram
Justamente o contrário eram os homens,
imediatamente o barco e as redes, e o seguiram.
chamados Zelotas. Eram ardentes patriotas, que
Sabiam o que queriam e que serviço novo tinha
lutavam assiduamente contra a dominação romana.
para eles. Mais adiante, Jesus encontrou outro
Jesus escolheu um Zelota, chamado Simão,
barco. Pertencia ao velho Zebedeu, um abastado
para ser um dos seus discípulos.
pescador. Tiago e João, seus dois filhos, estavam
Filipe, outro apóstolo, foi trazido a Jesus
com ele, sentados no barco. Consertavam suas
por André, de quem era grande amigo. Filipe, por
redes. Jesus chamou-os, dizendo: "Tiago e João,
sua vez, trouxe seu amigo Bartolomeu, às vezes
venham. Sigam-me". E eles deixaram tudo e
chamado Natanael.
seguiram a Jesus (cf. Mt 4,19-22).
Simão
Pedro
morava
na
Os outros, que Jesus escolheu para serem
de
seus apóstolos foram: Judas, Tomé, e um outro
Cafarnaum, um porto ativo à margem do lago. Os
cidade
Tiago, chamado Tiago o Menor, para distingui-lo
romanos tinham uma tropa na estrada principal,
do irmão de João.
que cortava a cidade, do norte ao sul. Cafarnaum
Ora, estes onze apóstolos eram diferentes
tinha sua própria alfândega, onde os pescadores e
uns dos outros em muitos pontos. Todos, porém
os viajantes eram obrigados a pagar impostos aos
eram da Galiléia, do norte de Israel. O 12º
romanos. Ali estava um publicano: Levi Mateus,
apóstolo era Judas, chamado Iscariotes, porque
sentado à mesa, e ao lado de um soldado que, de
nascera em Keriot, uma aldeia no sul de Israel.
pé, velava por sua segurança, pois o povo não
De todos, era o mais estranho. Mas os doze,
gostava de pagar impostos aos romanos, nem o
apesar de serem tão diferentes entre si, estavam
imposto próprio dos judeus. Concentravam seu
bem unidos pela mesma fé em Jesus.
ódio contra os publicanos, judeus que coletavam os
Jesus tinha uma concepção totalmente
impostos para os romanos. Eram traidores de seu
diferente do que era ser discípulo. Este não era
próprio
como
para ele um aluno, mas um amigo: "Não vos chama
enriqueciam a custa do povo, do qual cobravam
"servos", dizia Ele aos seus discípulos, mas
mais do que era prescrito.
"amigos" (cf. Jo 15, 14-15).
povo,
Assim
e
Levi
todo
mundo
Mateus
era
sabia
odiado
e
Queria que os seus discípulos vivessem com
desprezado, rico em dinheiro, mas pobre em
Ele, que ficassem em sua companhia, sem o deixar,
amigos. Um dia ficou muito surpreso, quando
para terem contatos incessantes e, portanto,
deparou com Jesus. "Mateus, vem e segue-me",
diálogos e ensinamentos... Caminhando, comendo,
disse Jesus (cf. Mt 9,9).
rindo ou chorando com eles, assando-lhes peixe de
Mateus deixou tudo como estava e seguiu a
Jesus. Depois disso, Mateus preparou na sua casa
manhãzinha na margem do lago ou dormindo ao
lado deles, ao relento.
uma grande festa para Jesus. Convidou todos os
Aproveitava os acontecimentos da vida de
amigos. Na maioria eram naturalmente publicanos
todos os dias para familiarizá-los com o seu
ou gente desprezada. O povo de Cafarnaum ficou
pensamento.
escandalizado ao ver o profeta em tal companhia.
As pessoas, em desacordo, perguntavam:

Como Jesus pode sentar-se a mesa com
pessoas tão desprezíveis?
E Jesus respondeu:

Só os doentes precisam de médico. Eu não vim
chamar gente como vocês, que estão em amizade com
Deus. Preciso chamar os pecadores, para abrir seus
corações a Deus (cf. Mt 9,12).
20
Cafarnaum era um excelente campo de
trabalho para Jesus.
Quando permanecia na cidade, hospedava-se
na casa de Simão Pedro.
De Cafarnaum partia sempre com os doze
apóstolos para as cidades e aldeias vizinhas da
Galiléia.
Em todo lugar anunciou a Boa Nova e seu
amor. Mostrou o amor de Deus em tudo que fazia.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Amava a todos, não menosprezava ninguém.
Falava com autoridade.
Também seu ensinamento era de fácil
compreensão,
pois
ensinava,
Jesus espalhava a semente do Reino em
todos os corações e preparava os doze apóstolos
contando
para serem mensageiros do reino.
lindas
histórias (parábolas) e fatos da vida.
O amor de Deus mostrou-se também em
Jesus, na sua compaixão pelos doentes.
Assim as massas corriam para ouvir Jesus. A
força do amor de Deus irradiava-se nele.
Fonte:
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I,
Ed. Vozes, 2008 – p. 40-41.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
Paulus, 2003 – p. 200-203.
Odiava o pecado, mas amava o pecador. Deu
sempre preferência aos pobres e aos oprimidos.
21
5º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REZAR
1. Objetivos:
 Reconhecer no Pai Nosso a oração da fraternidade e
da confiança em Deus.
 Reconhecer que a oração do Pai Nosso é um diálogo
pessoal e comunitário com o Pai.
2. Conteúdo do Encontro:
 Rezando o Pai Nosso expressamos nossa relação de
filhos de Deus Pai.
 Com o Pai Nosso declaramos que pertencemos a uma
grande família e, igualmente, entendemos a partilha do Pão Nosso de cada dia como
reconhecimento da providência paterna de Deus, que se preocupa com os problemas de seus filhos.
 Através da oração pedimos e nos responsabilizamos por aquilo que pedimos.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Perguntar se todos costumam rezar e quando rezam.
 Falar da importância da oração como uma comunicação, conversa com Deus.
 Deus nos criou por amor, nos escuta e sabe de tudo que precisamos. “Pedi e recebereis, buscai e
achareis...” (Lucas 11, 9).
 Jesus também pedia ao Pai... agradecia... conversava... Isto é oração
 Quando Jesus rezava? De manhã (Lc 6,12); de noite (Mc 1, 35); nas alegrias (Lc 10, 21); na tristeza (Lc
22, 41); pedindo (Lc 23, 34 ; Jo 17).
 Com a oração recebemos a força necessária para vencermos todos os obstáculos.
 Perguntar se todos conhecem a oração do Pai nosso.
 É a oração dos filhos de Deus: todos nós!
 É oração de perdão.
 É oração de partilha.
 Ler as passagens bíblicas onde Jesus ensina aos apóstolos a oração do Pai Nosso.
 Explicar o significado de cada parte do Pai Nosso.
 Acompanhando na apostila fazer com que todos leiam e compreendam o significado de cada frase do Pai
Nosso.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 6, 9-15 e Lc 11, 1-4.
5. Ambientação: toalha, bíblia, flores, imagem de Jesus rezando.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz com uma figura de Jesus rezando.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: orientar a escrita da oração do Pai Nosso.
22
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Os Evangelhos nos transmitem uma série de
ensinamentos de Jesus sobre a oração.
aqueles já receberam a sua recompensa! ... Mas tu,
quando quiseres rezar, retira-te para o teu quarto
Segundo o costume do seu povo. Jesus rezava
e ali, onde ninguém te veja, fecha a porta. Então, teu
de manhã, à noite, antes e depois das refeições.
Pai dos Céus que vê no mais íntimo do teu coração,
Rezou antes da multiplicação dos pães e da última
Ceia.
te recompensará" (cf. Mt 6-6).
Cada um deve apresentar-se diante de Deus
Todos os sábados se dirigia à Sinagoga,
tal como é: com suas fraquezas. Um dia Jesus
tomando parte nas orações feitas em comum.
apresenta dois tipos de oração: a do fariseu,
Participava também das cerimônias no Templo de
orgulhoso de si, da sua cultura e da sua fidelidade
Jerusalém.
religiosa, e a de um publicano consciente e
Os
Evangelhos
nos
apresentam
Jesus,
arrependidíssimo das suas fraquezas e das suas
rezando de uma maneira espontânea e pessoal,
faltas (Lc 18,95).
conforme os acontecimentos e circunstâncias. A sua
oração acontecia na vida: era com os apóstolos de
Enquanto o primeiro se julga digno da estima
de Deus e exprime o desprezo pelas pessoas de má
regresso da missão (cf. Lc 10,21), junto do sepulcro
conduta, o segundo só do poder Deus espera o
de Lázaro (cf. Jo 11,41-42), ao longo de uma vigília
perdão das suas faltas.
(cf. Jo 17), a caminho do Horto das Oliveiras (cf. Lc
A fé que transporta montanhas
23,24), na noite em que foi preso (cf. Mc 15,34), e
O amigo que importuna em plena noite (cf. Le
até sobre a cruz, pedindo pelos seus algozes, (cf. Lc
11 5-13), o juiz corrupto importunado pela viúva, (cf.
23,34) recita o início de um salmo (cf. Mt 27,46).
Os evangelhos mostram como Jesus passava
Le 18,2) são parábolas contadas por Jesus, cheias
de doutrina sobre a oração.
horas inteiras em meditação, em intimidade com o
Uma mulher que sofre de hemorragia pensa:
Pai. Antes de nascer o sol, ia num lugar isolado para
"Se tocar na orla da sua túnica, serei curada". E isto
orar. Vai à montanha e passa toda a noite em oração
aconteceu. Jesus volta-se e diz a ela: "A tua fé te
(cf. Lc 6, 12; Mc 6,46; Mt 14,23).
salvou" (cf. Mc 5,34).
Jesus não condenou as manifestações de
Um centurião romano vem pedir-lhe a cura de
alegria e de entusiasmo, os cantos, a música ou a
um criado seu, e tem a certeza de que Jesus pode
dança. Ao contrário, somos levados a pensar que
curar mesmo a distância. Jesus diz-lhe: "Nunca
tenha tomado parte nas danças sagradas com os
encontrei ninguém com tanta fé. Vá! e o criado ficou
peregrinos na noite da Festa dos Tabernáculos, nos
curado (cf. Mt 8,5-13).
pátios do Templo, ao som da trombeta, ao ritmo dos
tamborins e dos címbalos (cf. Jo 7, 37).
Uma mulher estrangeira, Cananéia, confia que
Jesus pode e quer expulsar as forças do mal que
Jesus cantou o hino pascal depois da Última
Ceia (cf. Mc 14,26).
dominam a sua filha. E ela insiste. Jesus responde:
"Mulher, é grande a tua fé (cf. Mt 15, 28).
Mas Jesus condenou a ostentação na oração.
Jairo, chefe da Sinagoga, foi ao encontro de
Todos os dias, à tardinha, em Jerusalém, se ouvia
o som das trombetas do Templo. Era o anúncio do
Jesus porque sua filha estava morrendo. Jesus vai a
casa dele. No caminho, sabe da notícia: a menina
sacrifício da tarde. A população era assim
morreu. Jesus diz a Jairo: Creia firmemente! E a
convidada a reunir-se ali e a rezar. Alguns
menina viveu. (cf. Mc 5,36).
fariseus
nas
Jesus conhece, em profundidade, o coração
encruzilhadas e tomavam ostensivamente atitudes
faziam tudo
humano. Mas o homem se interroga: – como Deus
espalhafatosas
na
para
oração
se colocar,
olhares
pode preocupar-se com ele entre bilhões de pessoas
admirados da gente simples. Jesus desmascarava
sob
os
do mundo? Às vezes pensa num Deus "chefe" e não
esta hipocrisia: "Aos olhos de Deus, dizia Ele,
num Pai cheio de bondade, por isso desespera-se
23
porque não vê a realização de seus desejos.
Esta oração lembra que não podemos aproximar-nos
Depressa perde a confiança, pensando que já rezou
de Deus, esquecendo os irmãos.
o suficiente, então abandona toda a atitude de
esperança em Deus.
"O Pai Nosso"
O “Pai Nosso" não é apenas uma oração
importante; é também uma Profissão de Fé. Na
Igreja primitiva exigia-se que o batizando o
Um dia os discípulos viram Jesus rezar.
recitasse publicamente antes de receber a água
Quando acabou a oração pediram-lhe: "Ensina-nos a
rezar" (Lc 11,15).
batismal.
No tempo de Jesus, cada grupo religioso tinha
Para orar, dizei somente isto ... E ensina-lhes
as suas orações próprias que lhe serviam de
a oração do "Pai Nosso". Encontramo-la
nos
evangelhos de Mateus (cf. 6,9-15) e de Lucas (cf. 11,
1-4).
identificação religiosa.
Jesus ensina aos discípulos como deviam
rezar: "Não imiteis os pagãos diante dos seus ídolos.
Começa por uma invocação ao "Pai dos Céus".
Pensam que será por muito gritar, que serão
Na religião dos judeus admitia-se que Deus tivesse
pelo seu povo cuidados de pai. Deus tinha se
atendidos mais facilmente. Um erro! Vosso Pai dos
céus conhece as vossas necessidades antes que lhe
comprometido com o povo ao longo da sua história: o
apresenteis". (Mt 6,7-8).
tinha libertado, protegido e perdoado.
“O Pai Nosso é verdadeiramente o resumo de
Quando Jesus falava do Pai dos Céus, queria
todo o Evangelho. Depois de o Senhor nos ter legado
falar duma vida de família que ultrapassa a
esta fórmula de oração, acrescentou: 'Pedi e
imaginação. Ele empregava a palavra "Abba" que se
recebereis' (Lc 11,9). Cada um pode, portanto,
traduz por "Papai". Jesus quer comunicar a vida de
dirigir ao céu diversas orações segundo as suas
Deus aos seus discípulos. Quer fazê-los entrar na
Família do mesmo Deus.
necessidades, mas começando sempre pela oração
do Senhor, que continua a ser a oração fundamental”
Por isso, devem dizer na oração: "Pai". o
apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da Galácia:
"Deus enviou o seu Filho para fazer de nós seus
filhos adotivos. E a prova de que nós somos filhos,
Deus pôs nos nossos corações o Espírito de seu filho
que clama "Abba! Pai!" (Gl 4, 4-7)
Notemos, que dizendo: "Pai Nosso" e não
"Meu Pai", o discípulo de Jesus faz uma proclamação
de fraternidade . Não há diferença entre os homens
de qualquer raça, povo ou condição social. Todos são
filhos do único Pai e devem amar-se como irmãos.
24
(CIC 2761).
Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista,
Ed. Paulus, 2003 – p. 230-233.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
6º ENCONTRO: JESUS FALA DO REINO EM PA RÁBOLAS
1. Objetivos:
 Compreender que as parábolas revelam a manifestação do
amor de Deus e um convite para participar do seu Reino.
 Mostrar que Jesus contava pequenas histórias apresentando e
favorecendo ao povo a acolhida do Reino de Deus.
2. Conteúdo do encontro:
 Quando Jesus usa as parábolas está nos revelando os
ensinamentos do Reino de Deus.
 Como contribuímos para a construção do Reino de Deus, aqui
na terra?
 O que significa Reino de Deus?
 Quais as diferenças e semelhanças entre o Reino de Deus e a
nossa sociedade?
3. Desenvolvimento do Tema:
 Perguntar se eles se lembram que Jesus chamou a todos nós para ajudarmos na construção do
Reino de Deus.
 Pedir que falem sobre os acontecimentos no mundo (TV, Jornais, etc..): será que tudo o que
acontece está de acordo com o Projeto de Jesus? (mostrar que existem muitas coisas erradas,
mas também muitas coisas boas)
 Para ensinar como podemos construir o Reino de Deus aqui na terra, na nossa vida, Jesus contou
muitas parábolas.
 Explicar o que é uma Parábola – “Parábolas são histórias que Jesus contava fazendo uma
comparação das experiências da vida das pessoas com as coisas do Reino de Deus que Ele queria
ensinar e que as pessoas pudessem entender e praticar”
 Convidar os catequizandos a encontrar na Bíblia o capítulo 13 do Evangelho de Mateus.
 Ler com eles o título das várias parábolas deste capítulo para que reconheçam que foram muitas as
parábolas que Jesus contou.
 Ler o texto de Mateus 13, 1-9 – A parábola do Semeador.
 Motivá-los a observar os elementos comparativos do texto completando as atividades da apostila.
 Fazer a dinâmica:

Colocar a bandeja com a terra suja no centro da sala (mesa ou chão).

Distribua a semente (dê mais de uma para cada catequizando)

Dizer que a bandeja representa o nosso coração. O que precisamos fazer para que a semente
que vamos plantar possa nascer e crescer bem?

Limpar a terra, deixando-a bem fofinha (= tirar os pecados do coração).

Dizer que a semente é a Palavra de Deus.

Perguntar se querem cultivar seu coração com coisas boas para serem felizes, e fazer a
vontade de Deus.

Relembre o texto bíblico com a ajuda dos catequizandos.

Relembre o sentido da parábola: o que a parábola fala para cada um de nós e que convite nos
faz.
25


Convidar cada criança a plantar a sua semente fazendo uma intenção de realizar alguma coisa boa
para os outros e assim ajudar Jesus na construção do Reino. Ex: ler a Bíblia, rezar , partilhar o
lanche, doar uma roupa, pedir perdão, rezar etc.
Fazer as atividades da apostila, explicando o sentido das outras parábolas.
4. Leitura utilizada: Mt 5, 13, Mt 13, 31-32, Mt 5, 14
, Mt 13, 33, Lc 8, 4-15, Mt 13, 44, Lc 15, 4 ou
outras parábolas sobre o Reino de Deus.
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, flores. Ver a ambientação solicitada na dinâmica.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, bandeja (ou caixa) com terra, cheia de sujeira e sementes.
7. Atividades: fazer as leituras bíblicas e esperar que completem a atividade.
8. Momento de Oração : Motivar a reflexão e orientar a escrita da oração.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Jesus faz uso de parábolas e sob essa
O que é Parábola?
forma apresenta os mistérios de Deus tornando a
É uma comparação tirada da experiência de
realidade do seu Plano acessível e familiar à
vida e da realidade que toda gente compreende,
compreensão das pessoas. E, também sob esta
reflete, despertando o gosto pela ação.
mesma forma, Jesus nos ensina por meio das
parábolas como é possível fazer parte do Reino.
Toda
tem uma
idéia
e uma
comparação com um fato real.
Explica, ainda, que para entrar no Reino devemos
agir, pois as palavras por si só não bastam.
Parábola
A comparação nas Parábolas compreende
três elementos:
A realidade do Reino está envolvida no

a coisa que se compara,
mistério, portanto, difícil de defini-lo ou vê-lo no

a coisa com que se compara,
seu todo. Mas Deus toma a iniciativa de revelar

o ponto precise do comparação; aquilo que
esta realidade e convida todas as pessoas para
nos faz refletir para levar a ação.
fazer parte dela. Por isso Jesus se utiliza das
A comparação está a serviço do sentido de
parábolas para comparar a realidade do Reino com
vida e de uma proposta para a transformação da
as situações vividas pelas pessoas de seu tempo,
sociedade.
para que possam compreender como se faz a
Como Jesus usou as Parábolas
opção para participar do Reino de Deus.

Nesse sentido, embora as parábolas possam
ser aparentemente superficiais, elas dão margem
vida dos camponeses da Galiléia.

O ponto principal é a perspectiva da vinda
do Reino, aqui e agora. O que é o Reino?
para alimentar interpretações profundas e tocam
o coração humano porque este percebe a presença
Fez comparações a partir da realidade e da

Usou as Parábolas, não como histórias
do Reino muito próximo dele pela linguagem
neutras, nem histórias impessoais. Fez com
figurativa. No entanto,
que
para compreender o
os
ouvintes
tomassem
partido,
ensinamento de Jesus através das parábolas é
aceitando a nova forma de viver o Projeto
necessário localizá-las no tempo e no contexto da
de Deus. (Aliança = fraternidade = nova
época de Jesus. Isto significa relacionar as
sociedade = Reino de Deus).
diferenças culturais, sociais e tecnol6gicas que

Usou imagens da vida diária (normal) da
separam as duas realidades: a de Jesus (voltada
realidade, servindo-se do seu dinamismo
para o meio rural, produção artesanal) e a nossa
interno,
(agroindustrial). Desta forma, pela compreensão
religioso.
das
parábolas
torna-se possível vivenciar
0
mistério do amor de Deus revelado por Jesus
Cristo.
26

mostrando
o
modelo
social
e
Colocou as situações críticas da vida do
povo, a fim de resgatar o seu valor e o valor
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
do seu trabalho, visando a libertação do
povo.
Nenhuma das parábolas foi imaginada por
Jesus; todas foram vividas por Ele. E só podem
Todos entendem as Parábolas?
ser compreendidas, por nós, quando plenamente
As Parábolas são para entender ou para não
vividas.
entender?
Toda Parábola consta de dois elementos: o
Parece que os ouvintes compreenderam seu
sentido
superficialmente,
sem
acolher
símbolo material e o simbolizado espiritual.
mais
O símbolo material é tirado da natureza
profundamente a mensagem. Isto exigiria uma
humana.
mudança radical de vida.
compreensão do simbolizado espiritual depende do
Marcos apresenta o texto de Isaías 6,9
para constatar isto:
E
compreensível
a
todos,
mas
a
grau de fé em que cada pessoa está. Se ela está
no grau 50, interpreta a parábola no grau 50;
"Falava em parábolas para que, olhando, não
quem esta no grau 10, interpreta no 10, e assim
vejam; ouvindo, não ouçam e não entendam, a
por diante. Não é possível dar uma explicação
menos que se convertam".
definitiva e universalmente válida das parábolas.
Uma
determinada
Parábola
não
mensagem,
contém
como
uma
uma
só
e
fórmula
fechada.
A Parábola é aberta, feita para provocar a
A
sua
universalidade
admite
inúmeras
interpretações, proporcionais ao grau de reflexão
e de vivência de cada pessoa.
O importante é que as Parábolas devem ser
reflexão e a tomada de atitude das pessoas.
refletidas para levar à ação de transformar a
As Parábolas são:
sociedade, conforme o coração de Deus. Jesus

um instrumento de diálogo,
chama para entrar no Reino, por meio de

elaboradas a partir da experiência vivida,
Parábolas, traço característico de seu ensino. Por

pretendendo levar à conversão e à ação.
meio delas, convida para o Banquete do Reino, mas
O Ponto Central das Parábolas e o Reino de
exige também uma opção radical: para merecer o
Deus ou Reino dos Céus.
Esse Reino de Deus existe em todo homem,
está dentro do homem, como uma semente, um
embrião. Mas, na maior parte, os homens estão
Reino é preciso dar tudo. As palavras não bastam,
exigem-se atos.
As Parábolas são para o homem uma espécie
de espelho.
insensíveis a este dom. A Parábola ajuda o homem
Como é que ele recebe a Palavra? Como chão
a despertar, a desenvolver este Reino que Jesus
duro ou como terra boa? Que faz ele dos talentos
chama a "luz do alqueire", o "tesouro escondido", a
recebidos? Jesus é a presença do Reino neste
"pérola preciosa". Para os ouvintes, inexperientes
mundo
de Deus, Jesus não podia dizer o que na realidade
Parábolas.
estão
secretamente
no
centro
das
era esse Reino. Só podia comunicar através de
"É preciso entrar no Reino, quer dizer,
comparações e analogias a que era semelhante a
tornar-se discípulo de Cristo, para conhecer os
esse Reino "é semelhante a um grão de mostarda"
mistérios do Reino dos Céus (cfr. Mt 13,11). Para
... "a um fermento" "a uma festa nupcial" ... "as
os que ficam de "fora" (cf. Mc 4,11), tudo continua
dez virgens", etc.
enigmático" (CIC 546).
Jesus passava muitas horas em oração
antes de ensinar o povo. Foi na oração que Jesus
descobriu a pedagogia para explicar ao povo o que
é o Reino de Deus.
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
Catequista,Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 54.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
Paulus, 2003 – p.220-222.
27
7º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A REPARTIR
1. Objetivos:
 Perceber que o amor generoso de Jesus nos leva a viver a
partilha.
 Compreender que Jesus quer que os bens sejam
partilhados entre todos, conforme suas necessidades.
2. Conteúdo do Encontro:
 Através da mensagem de Jesus podemos entender que
para acabar com a fome no mundo é preciso partilhar,
valorizando o pouco que cada um possui e que é repartido
entre todos, assim a comunidade se torna um sinal do
amor generoso de Deus.
 Destacar o valor da caridade e da solidariedade.
 Quais os movimentos existentes em nossa comunidade que prestam auxílio às pessoas
empobrecidas e carentes? Como por ex. os Vicentinos.Como podemos ajudá-los?
3. Desenvolvimento do Tema:
 DINÂMICA:






Teatrinho com 3 situações: usar 3 carteiras como “casas”.
Escolher 3 (ou mais) crianças para cada “casa”:
Escolher uma criança para ser aquele que vai pedir algo para comer.
Bate palma na 1ª casa e alguém da casa fala: “Não tenho nada agora, passe depois!” (sai triste)
Vai para a 2ª casa, bate e alguém diz: “Só tenho pão velho, duro, você quer?” ( sai triste)
Vai para a 3ª casa, bate e alguém fala: “Você está com fome? Vou te dar um pão fresquinho!
Acabei de comprar!” Todos ficam felizes: quem deu o pão e quem recebeu. Houve partilha,
repartiu com o necessitado a mesma coisa que a família ia comer.
 Conversar se elas gostam de repartir com os outros as suas coisas, balas, lanches, emprestar
coisas para amigos ou irmãos etc...
 O que elas sentem quando vêem pessoas vivendo nas ruas, crianças pedindo esmolas, descalças, com
fome. Crianças doentes sem assistência médica... etc...
 LER A BÍBLIA e comentar: Jesus teve compaixão do povo – Jesus pediu para que os discípulos
mesmos dessem de comer ao povo necessitado (hoje pede para nós).
 Jesus deu graças ao Pai antes de multiplicar os pães e peixes. Dar graças significa que tudo vem do
nosso Pai do céu que deseja que tudo o que Ele dá seja repartido entre todos.
 Mostrar para as crianças que para Jesus multiplicar e repartir os pães e peixes foi preciso que
alguém mostrando a bondade oferecesse o que tinha: 5 pães e 2 peixes.
 Se cada um de nós repartirmos o pouco que temos com aqueles que não têm nada todos ficaremos
satisfeitos e estaremos fazendo a vontade de Jesus.
 DÍZIMO é uma forma de partilhar os nossos bens com aqueles que precisam.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 14, 13-21.
5. Ambientação: toalha, bíblia, velas, imagem – cartazes.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes com pessoas que passam por necessidades.
7. Atividades: orientar as atividades.
8. Momento de Oração: orientar a oração.
28
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
No Antigo Testamento, os milagres são
sempre sinais de Deus agindo em favor do povo.
No
Novo
Testamento,
os
como a nós mesmos, por amor de Deus." (CIC
1822).
milagres
Os
discípulos
foram
os
primeiros
a
realizados por Jesus são também chamados de
experimentarem de perto o amor de Jesus Cristo.
sinais, pois apontam sempre para uma realidade
No encontro pessoal e íntimo com Ele, puderam
maior: a glória de Deus.
descobrir e desenvolver sua vocação primeira de
Jesus fez, sem dúvida, muitos milagres. Em
todos eles, é possível identificar sua intenção.
No
seu
tempo,
Jesus
tinha
viver em comunhão com Deus e com as pessoas, a
partir
como
do
amor
que
agora
transborda
naturalmente.
destinatárias pessoas que acreditavam em um
O encontro com Cristo é condição ao seu
Deus libertador, mas aguardavam ainda a vinda do
seguimento e a observância de seu mandamento
Messias.
maior: "Amai-vos uns aos outros. Como eu vos
Jesus,
ao
acontecimentos
fazer
milagres,
extraordinários,
provocando
suscita
nos
tenho amado, assim também vós deveis amar-vos
uns aos outros" (Jo 13,34). Mas quem é o outro, ou
interlocutores aquilo que chamamos de primeiro
o
próximo,
conforme
nos
referimos
mais
passo na fé, ou seja, a aceitação de Jesus como o
normalmente? Essa pergunta é muito importante:
Messias, o Filho de Deus. " ... Sabemos que vens
O próximo não se refere a um parente ou amigo,
da parte de Deus como um mestre, ninguém pode
mas ao ser humano. Amar a Deus é amar a pessoa
fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com
necessitada, que precisa da minha ajuda e
ele" (Jo 3,2b).
presença. Seja ela quem for, conhecida ou não.
"Os sinais operados por Jesus testemunham
Esse é o verdadeiro compromisso com Deus e com
que o Pai o enviou. Convidam a crer nele. Aos que a
o outro. É também esse compromisso que motiva e
ele se dirigem com fé, concede o que pedem.
justifica as "campanhas da fraternidade" e muitas
Assim os milagres fortificam a fé naquele que
obras assistenciais. Essa é a condição: que
realiza obras de seu Pai: testemunham que ele é o
amemos, como Ele mesmo, os nossos inimigos, que
Filho de Deus." (CIC 548).
nos tornemos próximos dos mais afastados, que
Reconhecendo Cristo como Messias, a glória
de Deus se manifesta aos homens.
No entanto, ' Jesus nunca permite que seus
seguidores parem nos milagres. É necessário dar
amemos como Ele as crianças, os pobres, os
excluídos ... (cf. CIC 1823).
O apóstolo Paulo nos recomenda a bem viver
o amor. Diz-nos ainda:
um segundo passo na fé, que é o conhecimento e
"Por ora subsistem a fé, a esperança e a
seguimento de Jesus. Se Ele ressuscita Lázaro, é
caridade - as três. Porém, a maior delas é a
para afirmar: "Eu sou a ressurreição e a vida". Se
caridade." (1 Cor 13,13).
ele multiplica os pães, é para depois dizer "Eu sou
o pão descido do céu".
Em outras palavras, o novo mandamento
"amai-vos uns aos outros como vos amo" (Jo 15,12)
Os milagres, portanto, são meios que Jesus
nos leva à ação concreta em relação aos mais
utilizou para ensinar que o plano glorioso de Deus,
necessitados: "Tive fome e me destes de comer,
há muito esperado, está se cumprindo; e para
tive sede e me destes de beber, era peregrino e
introduzir as pessoas neste mistério divino.
me acolhestes." (Mt 25,35).
"A caridade é a virtude teologal pela qual
amamos a Deus em primeiro lugar e ao próximo
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
Catequista, Vol. II, Ed. Vozes, 2004 – p. 40 e 56
29
8º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A AMAR E PERDOAR
1. Objetivos:
 Conscientizar os catequizandos que amando e
perdoando estamos realizando o projeto de vida de
Jesus.
 Reconhecer o valor do perdão que Jesus veio nos
ensinar.
 Perceber que nosso Deus nos oferece em Jesus o
perdão e nos pede reconciliação com Ele e com nossos
irmãos.
 Reconhecer que é na vivência do amor incondicional que
reside a maior felicidade e a condição para um mundo
mais justo e fraterno.
 Compreender que amamos a Deus quando amamos
verdadeiramente as pessoas como irmãos e irmãs e
perdoamos e damos o perdão.
2. Conteúdo do Encontro:
 Fazer a reflexão que é fácil amar e perdoar a quem gostamos, mas Jesus ensina que Deus é
misericórdia, que dizer, está sempre disposto a perdoar qualquer pessoa, qualquer um de nós:
“Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido”.
 Quem ama perdoa sempre, inclusive os inimigos.

Porque as pessoas acham difícil pedir perdão, fazer as pazes?

Conseqüências da inimizade, do sentimento de vingança e de raiva.
3. Desenvolvimento do Tema:
1º Momento – Jesus ensina a amar:
 Iniciar o encontro com a ambientação para o 1º momento.
 Conversar com os catequizandos sobre situações de pobreza e riqueza das pessoas nos diversos
lugares do mundo: locais de desenvolvimento econômico, alta tecnologia, de pobreza, florestas
exuberantes e terras áridas, desmatamentos.
 Comente que a árvore que estão vendo no centro da sala representa o desamor no mundo.
 Compare as situações de vida das pessoas nestes locais: de facilidades e dificuldades, desperanças
e sonhos, de paz e guerra...
 À medida que forem conversando, coloque na árvore as gravuras de má qualidade de vida das
pessoas.
 Pergunte o que Jesus acharia destas situações. Deixe-os se expressarem livremente.
 Comente que Jesus se identifica com os que sofrem, com os pobres, com os doentes, com os
abandonados... e Ele conta com as pessoas para ajudar o seu próximo a mudar de vida.
 Ler Mt 25, 34-45 que nos indica a prática que deve acompanhar todo cristão junto aos ’pequeninos’.
2º Momento – Jesus ensina a perdoar:
 Mudar as figuras para o 2º momento.
 Para entender melhor o sentido do perdão, ler o texto Jo 8, 3-11 se for possível de forma
dialogada.
 Explorar os seguintes aspectos a partir do texto bíblico e com a ajuda dos cartazes:
o
30
A pergunta que Jesus faz à mulher e as palavras que pronunciou ao despedir-se.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
o
O jeito de olhar dos fariseus e escribas sobre a mulher.
o
Como terá sido o olhar da mulher para Jesus e dele para a mulher.
o
Existem olhares que nos ajudam a ser melhores. Comparar os olhares das figuras expostas
para perceber tal afirmação.
 Ler Mt 18, 21-22 – Jesus nos anima a perdoar sempre.
 A tristeza, a raiva e o desejo de vingança fecham o coração ao perdão.
 Muitas vezes julgamos as pessoas somente pelo olhar.
 Quando alguém nos desrespeita logo queremos nos vingar: “não levo desaforo para casa”.
 Jesus nos anima a perdoar para viver em paz.
 Todos nós precisamos do perdão. Ele faz parte da nossa vida, pois é perdoando que se é perdoado e
sendo perdoados que vivemos em comunhão com nossos irmãos.
 Na oração do Pai-Nosso, que Jesus ensinou, nós pedimos para que Deus perdoe as nossas ofensas
do mesmo modo que nós perdoamos aqueles que nos ofenderam.
 Se Deus é tão bom para nós, precisamos ser bons e misericordiosos com os outros.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 22, 34-40, Jo 8, 3-11, Mt 18, 21-22.
5. Ambientação:
1º momento: colocar no centro da sala o desenho de um tronco de árvore e galhos com aparência de
árvore seca (ou o próprio galho seco) e gravuras retiradas de jornais e revistas que retratem
situações de desamor das pessoas.
2º momento: colocar no centro da sala figuras de pessoas se abraçando, de mãos dadas ou que
expressem sinal de perdão. Colocar também figuras de pessoas discutindo, brigando. Colocar,
ainda, pessoas com olhares que expressem ódio, alegria, amor, paz, dentre eles a figura de Jesus.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, gravuras conforme descritas na ambientação
7. Atividades: orientar as atividades, que poderão ser feitas em casa.
8. Momento de Oração: encerrar o encontro com a oração do Pai Nosso, meditando o trecho em que
pedimos perdão a Deus, na medida em que perdoamos a quem nos tenha ofendido.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Jesus nos diz de diversas formas que o
amor a Deus coincide e identifica-se com o amor
ao próximo de quem devo aproximar-me porque
necessita
de
mim.
Neste
sentido,
 O amor de Deus e o amor ao próximo são
inseparáveis:
Para Jesus, o amor de Deus e o amor ao
pode-se
próximo são inseparáveis, pois se constituem em
identificar sua maneira de explicar o amor
um só mandamento, do qual dependem todos os
compreendendo que:
outros: "Se alguém disser: 'amo a Deus', mas
 0 amor a Deus assemelha-se ao amor ao
odeia o seu irmão, é um mentiroso. Pois quem não
próximo:
ama seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus,
"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o
que não vê? É este mandamento dele recebemos:
coração, de toda a alma e de todo o entendimento.
Aquele que ama a Deus, ame também seu irmão"
Esse é o grande e o primeiro mandamento. 0
(1Jo 4,20-21).
segundo é semelhante a esse: amaras o teu
 Existe uma espécie de igualdade entre o amor
próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 37-40).
de Deus e o amor ao próximo:
31
0 que se faz ao próximo (em especial ao

mais humilde e necessitado) é como se o
fizesse ao próprio Jesus: "Em verdade vos
digo: cada vez que fizeste a um desses
meus irmãos mais pequeninos, a mim o
fizestes" (Mt 25,40) .
 A norma do amor será a de amar como Jesus
nos amou:
O amor de Cristo foi até as últimas
conseqüências: "Nisto conhecemos o Amor: que
ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar
as nossas vidas pelos irmãos" (1Jo 3,16). Com isso
queremos afirmar que:
 Jesus se dirige ao ser humano concreto - seja
publicano,
prostituta,
pobre,
oprimido,
fariseu, rabino -, a todos os seres humanos;
Catecismo da Igreja Católica
1822. A caridade é a virtude teologal
pela qual amamos a Deus sobre todas as
coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a
nós mesmos, por amor de Deus.
1823. Jesus faz da caridade o
mandamento novo (75). Amando os seus «até
ao fim» (Jo 13, 1), manifesta o amor do Pai,
que Ele próprio recebe. E os discípulos,
amando-se uns aos outros, imitam o amor de
Jesus, amor que eles recebem também em
si. É por isso que Jesus diz: «Assim como o
Pai Me amou, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor» (Jo 15, 9). E
ainda: «É este o meu mandamento: que vos
ameis uns aos outros, como Eu vos amei» (Jo
15, 12).
 Nós amamos a Deus e defendemos sua causa
amando
como
Jesus
amou
em
qualquer
situação em que o ser humano se encontre;
Para o perdão é preciso uma só pessoa, para a
 Este amor deve ser humano, aqui neste mundo
e agora, no tempo que estamos vivendo;
reconciliação é preciso duas: Deus e o homem. Em
todo caso, para reconstruir a relação quebrada com o
 Nada deve estar acima do amor aos irmãos ou
outro, é preciso mostrar que se quer a paz e a
contentar-se em cumprir a lei: "Com efeito, eu
reconciliação, ou seja, quem ofende precisa pedir
vos asseguro que, se a vossa justiça não
perdão e o ofendido precisa responder ao pedido de
exceder a dos escribas e a dos fariseus, não
desculpa, acolhendo-o de forma confiante. Mesmo
entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5,20).
rompendo com Deus, Ele não reage, não fecha a porta
Por ser o amor nosso mandamento, a única
medida do amor é amar sem medida. Esta é a
última
vontade
de
Jesus:
"Dou-vos
por dentro. Ela fica sempre aberta, pois assim é
Deus-Pai: Ele sempre perdoa!
um
Assim também se apresenta Jesus nos
mandamento novo: que vos ameis uns aos outros.
evangelhos: sempre acolhedor para o perdão. Isto
Como eu vos amei, amai-vos também uns aos
se pode constatar nos encontros com Zaqueu,
outros. Nisso conhecerão todos que sois meus
Mateus, Madalena, a adúltera, os inimigos, na
discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros" (Jo
agonia da cruz. E ainda, nas curas que realizava, a
13,34-35).
condição era o perdão: "Seus pecados te são
Tanto o Antigo como o Novo Testamento
perdoados, vai em paz!" (Lc 7,48-50; Mc 2,5).
têm como "costura" o perdão de Deus. Aliás,
Jesus resume sua atitude fundamental para
podemos dizer que a Bíblia é a história do Pai que
com os pecadores na Parábola do Filho Pródigo (Lc
sempre perdoa o filho. É a expressão máxima do
15,11-32).0 pedido de perdão do filho mostra
amor, da bondade e da misericórdia de Deus para
abertura de si, confiança em ser solto das
conosco. O perdão é o que nos aproxima dele.
amarras que o prendiam provocadas pelo pecado e
Porém, não basta pedir o perdão, é preciso nos
disposição para assumir uma vida nova. Isso supõe
reconciliar com Ele e com os irmãos.
uma grande capacidade de superação de si mesmo
e confiança nos outros.
Essa prática do perdão que Jesus anuncia
deveria continuar na sua Igreja. Se, para tantas
32
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
outras realidades da vida cristã Jesus deixou
o Sacramento da Penitência, Reconciliação ou
sinais, sacramentos, para essa realidade do
Confissão.
perdão também instituiu um sinal, para que, pelo
perdão visível,
sacramental,
ele pudesse se
encontrar conosco durante nossa vida. Esse sinal é
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do
Catequista, Vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p. 67,
72-73
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
II – As chaves do Reino
981. Depois da ressurreição, Cristo enviou os seus Apóstolos «a anunciar a todos os povos o
arrependimento em seu nome, com vista à remissão dos pecados» (Lc 24, 47). Este «ministério da
reconciliação» (2 Cor 5, 18), não o cumprem os Apóstolos e os seus sucessores somente anunciando
aos homens o perdão de Deus que nos foi merecido por Jesus Cristo, e chamando-os à conversão e à
fé; mas também comunicando-lhes a remissão dos pecados pelo Batismo e reconciliando-os com
Deus e com a Igreja, graças ao poder das chaves recebido de Cristo:
A Igreja «recebeu as chaves do Reino dos céus, para que nela se faça a remissão dos pecados
pelo Sangue de Cristo e a ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma, morta pelos pecados,
recupera a vida para viver com Cristo, cuja graça nos salvou» (551).
982. Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar.
«Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa
do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente dos seus erros» (552). Cristo, que morreu por
todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele
que se afastar do pecado (553).
983. A catequese deve esforçar-se por despertar e alimentar, entre os fiéis, a fé na grandeza
incomparável do dom que Cristo ressuscitado fez à sua Igreja: a missão e o poder de
verdadeiramente perdoar os pecados, pelo ministério dos Apóstolos e seus sucessores:
«O Senhor quer que os seus discípulos tenham um poder imenso: Ele quer que os seus pobres
servidores façam, em seu nome, tudo quanto Ele fazia quando vivia na terra» (554).
«Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. [...]
Deus sanciona lá em cima tudo o que os sacerdotes fazem cá em baixo» (555).
«Se na Igreja não houvesse a remissão dos pecados, nada havia a esperar, não existiria qualquer
esperança duma vida eterna, duma libertação eterna. Demos graças a Deus, que deu à sua Igreja um
tal dom» (556).
33
2227. Por sua vez, os filhos contribuem para o crescimento dos seus pais na santidade (20). Todos e
cada um se darão, generosamente e sem se cansar, o perdão mútuo exigido pelas ofensas, querelas,
injustiças e abandonos. Assim o sugere o afeto mútuo. E assim o exige a caridade de Cristo (21).
2608. Jesus insiste na conversão do coração desde o sermão da montanha: a reconciliação com o irmão
antes de apresentar a oferta no altar (59); o amor dos inimigos e a oração pelos perseguidores (60); orar
ao Pai «no segredo» (Mt 6, 6); não se perder em fórmulas (61); perdoar do fundo do coração na oração
(62); a pureza do coração e a busca do Reino (63) Esta conversão está totalmente polarizada no Pai: é
filial.
«ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO»
2842. Este «como» não é único no ensinamento de Jesus. «Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é
perfeito» (Mt 5, 48); «sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36); «dou-vos um
mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 13, 34). Observar o mandamento do
Senhor é impossível, quando se trata de imitar, do exterior, o modelo divino. Trata-se duma participação
vital, vinda «do fundo do coração», na santidade, na misericórdia e no amor do nosso Deus. Só o Espírito,
que é «nossa vida» (Gl 5, 25), pode fazer «nossos» os mesmos sentimentos que existiram em Cristo Jesus
(123). Então, a unidade do perdão torna-se possível, «perdoando-nos mutuamente como Deus nos perdoou
em Cristo» (Ef 4, 32).
2843. Assim ganham vida as palavras do Senhor sobre o perdão, sobre este amor que ama até ao
extremo do amor (124). A parábola do servo desapiedado, que conclui o ensinamento do Senhor sobre a
comunhão eclesial (125), termina com estas palavras: «Assim procederá convosco o meu Pai celeste, se
cada um de vós não perdoar a seu irmão do fundo do coração». É aí, de fato, «no fundo do coração», que
tudo se ata e desata. Não está no nosso poder deixar de sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se
entrega ao Espírito Santo muda a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em
intercessão.
2844. A oração cristã vai até ao perdão dos inimigos (126). Transfigura o discípulo, configurando-o
com o seu Mestre. O perdão é o cume da oração cristã; o dom da oração só pode ser recebido num
coração em sintonia com a compaixão divina. O perdão testemunha também que, no nosso mundo, o amor é
mais forte que o pecado. Os mártires de ontem e de hoje dão este testemunho de Jesus. O perdão é a
condição fundamental da reconciliação (127) dos filhos de Deus com o seu Pai e dos homens entre si
(128).
2845. Não há limite nem medida para este perdão essencialmente divino (129). Quando se trata de
ofensas (de «pecados», segundo Lc 11, 4, ou de «dívidas» segundo Mt 6, 12), de fato nós somos sempre
devedores: «Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros» (Rm 13, 8).
A comunhão da Santíssima Trindade é a fonte e o critério da verdade de toda a relação (130). E é vivida
na oração, sobretudo na Eucaristia (131): «Deus não aceita o sacrifício do dissidente e manda-o retirar-se
do altar e reconciliar-se primeiro com o irmão: só com orações pacíficas se podem fazer as pazes com
Deus. O maior sacrifício para Deus é a nossa paz, a concórdia fraterna é um povo reunido na unidade do
Pai e do Filho e do Espírito Santo» (132).
34
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
9º ENCONTR O: JESUS NOS ENSINA A ACOLHER
1. Objetivos:
 Perceber que Jesus valoriza e acolhe cada pessoa
humana sem distinção.
2. Conteúdo do Encontro:
 Jesus acolhia e curava os fracos e oprimidos.
 Sentido dos milagres e curas de Jesus. Jesus continua a
fazer milagres?
 Como podemos imitar Jesus no acolhimento.
 Acolher a Palavra de Deus é também acolher o próprio
Deus em sua vida.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Dinâmica: Sentir-se cego
 Vendar os olhos dos catequizandos e pedir que se
locomovam dentro da sala para que realmente possam
fazer uma experiência da realidade e limitações de
um cego. Após algumas locomoções abraçá-lo carinhosamente.
 Depois que todos passaram pela experiência partilhar a experiência – o que e como se sentiram
com os olhos vendados.
 Ler Mc 10, 46–52.
 Compare a experiência da dinâmica com a do cego Bartimeu.
 Partilhar a leitura mostrando o quanto Jesus era sensível para com os mais fracos: as crianças,
cegos, paralíticos, mendigos, pobres...e como acolhia as pessoas.
 A partir dessa acolhida de Jesus, a pessoa fica curada, se torna um discípulo de Jesus e o segue.
 No tempo de Jesus pessoas que possuíam alguma deficiência eram considerados pecadores e por
isso eram excluídos da sociedade, do Templo – eram desvalorizados pelos políticos e religiosos da
época.
 Sentar à beira do caminho era exclusão, não podiam conviver com os outros.
 Mostrar, na leitura bíblica, como Jesus acolhia, ajudava a todos, fortalecia a fé de cada um, amava,
perdoava e acolhia como eram.
 Fazer um paralelo com os excluídos de hoje.
 Questionar o que conhecem do mundo de hoje.
 Questionar o que Jesus faria para essas pessoas hoje.
 E nós, como devemos agir?
 Ler Lc 10, 38-42 – Jesus costumava visitar os amigos – ler a apostila.
 Comentar a resposta de Jesus, muitas vezes nós também ficamos agitados, e deixamos de lado o
que é mais importante.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mc 10, 46-52 e Lc 10, 38-42
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, vela, flores.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, vendas para a dinâmica.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração da apostila.
35
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
No tempo de Jesus, se misturavam fé,
compartilha a vida dos pobres, desde o estábulo
política, saúde, sociedade - tudo tinha a ver com a
até a cruz; reconhece a fome, a sede e a
religião. Assim os doentes eram mantidos longe
indigência. Mais ainda: identifica-se com os
das pessoas, pois eram considerados castigados e
pobres de todos os tipos e faz do amor ativo para
abandonados por Deus, porque se achava que
com eles a condição para se entrar no seu Reino"
contaminavam os puros (saudáveis) e os religiosos.
(CIC 544).
Jesus, porém, mostra que estas atitudes não eram
Um dos motivos da fúria de muitos líderes
corretas e faz o contrário do que os sacerdotes
religiosos da época foi a acolhida de Jesus aos
do Templo diziam e faziam. Jesus age como o bom
marginalizados, sua predileção pelos pobres."
pastor que deixa 99 ovelhas sozinhas, para ir a
O maior milagre que Jesus pode realizar é
procura de uma só, que se perdeu (Mt 18,10-14),
abrir os olhos da fé (Mc 10,46-52). Corremos o
pois a "ovelha" distante inquieta mais o pastor do
risco de enxergar e não vermos quase nada. Sua
que a segurança das 99.
visão de fé está nítida? Vê quando as pessoas
Jesus demonstra na sua prática exatamente
estão
sofrendo,
sentem
quem tem amor no coração age fazendo o bem ao
necessidade do próximo é um dom de Deus, que
próximo e atendendo-o em suas necessidades.
podemos pedir e cultivar.
de
não
cumprir
as
leis
Jesus declara que o Reino de Deus é para eles (Mt
5,3). Por isso cura em dia de sábado, come com os
pecadores, não tem medo de se aproximar deles,
36
acolhê-los.
Desta
forma,
de
perceber
a
de
discriminação dos doentes pobres e deficientes,
tocá-los,
sensibilidade
angustia,
desprezo?
Além
A
quando
esse gesto em diversas ocasiões. Ele mostra que
"Jesus
Fonte:
Crescer
em
Comunhão,
Catequista, vol. I, Ed. Vozes, 2008 – p.60.
Livro
do
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
10º ENCONTRO: JESUS NOS ENSINA A VERDADEIRA FELICIDADE
1. Objetivos:
 Identificar na proposta do Sermão da montanha o
caminho para a construção de um mundo mais
fraterno e feliz.
 Reconhecer nas bem aventuranças anunciadas por
Jesus o verdadeiro caminho para a felicidade
humana.
2. Conteúdo do Encontro:
 Comparar os valores ensinados por Jesus e os
valores da nossa sociedade.
 O dinheiro e os bens materiais trazem felicidade?
Que tipo de felicidade é essa?
 Existem pessoas pobres que são felizes? Por quê?
3. Desenvolvimento do Tema:
 Colocar na sala cartazes, recortes de jornais e
revistas ou frases de propagandas que mostram os
valores da sociedade de hoje e figuras da verdadeira felicidade.
 Fazer uma tempestade de idéias sobre a pergunta:
 O que as pessoas acham ser a felicidade?
 O que nos faz felizes por algum tempo e o que nos pode fazer felizes para sempre?
 Descobrir com os catequizandos o que a sociedade de hoje valoriza.
 Definir alguns conceitos de felicidade.
 Jesus ensina que onde estão os verdadeiros valores, está a verdadeira felicidade.
 Ler Mt 5, 1-12.
 Jesus elogia e diz que são bem aventurados, isto quer dizer, que são felizes: os pobres, aqueles que
agora têm fome, aqueles que choram, aqueles que sofrem por causa das coisas de Deus, estas
pessoas pertencem ao Reino de Deus.
 Jesus quer mostrar que a felicidade não está na riqueza, nos lucros e em outros bens que são
passageiros, que não fazem as pessoas felizes, fraternas e justas.
 Jesus fala no Sermão da Montanha, das alegrias que teremos no céu. Ele nos fala dos valores do
Reino que garantem nossa felicidade eterna.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Mt 5, 1-12
5. Ambientação: decorar o espaço com frases e figuras conforme o item 3.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, figuras e frases descritos no item 3.
7. Atividades: orientar as atividades
37
8. Momento de Oração:
 Leia com os catequizandos um pensamento de Santa Teresa de Jesus, várias vezes em dois coros:
“Nada te perturbe, nada te assuste. Tudo passa, Deus não muda.A paciência tudo alcança.A quem
tem Deus nada lhe falta. Só Deus basta”.
 Ou use a música de Tudo passa de Salete Ferreira:
Tudo passa, tudo passa, tudo vai passar / Só não muda o amor de Deus que é Pai. / Nem a morte,
nem a dor, nem a solidão / Pode superar o amor de Deus por mim oh! oh! / Só Deus não passará /
Só Deus permanecerá / Só Deus / Seu amor que vive em mim / Só Deus não passará / Só Deus
permanecerá / Só Deus / Ele voltará / Oh! Senhor teu corpo e sangue minha redenção / Aliança
por toda eternidade / Vem agora, oh meu Deus toma meu coração / Pois sem ti nada posso realizar
ah! ah! ah!
 Depois peça que os catequizandos elaborem uma oração, escolhendo uma das bem-aventuranças.
 Em seguida peça que cada um reze silenciosamente a oração que formulou.
 Encerrar com a oração da confiança em Deus: o Pai Nosso.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
As
da
As bem-aventuranças nos convidam “... a
profunda
purificar nosso coração de seus maus instintos e a
felicidade anunciada para Jesus Cristo, pois bem-
procurar o amor de Deus acima de tudo. Ensinam
aventurança é sinônimo de felicidade. Com elas,
que a verdadeira felicidade não está nas riquezas
Jesus Cristo nos ensina que devemos ter total
ou no bem-estar, nem na glória, poder ou obra
confiança nele, mesmo nos momentos de aflições,
humana por mais útil que seja, como as ciências, a
perseguições e calúnias. O coração fiel sabe que o
técnica e as artes nem em outra criatura
Reino dos Céus está garantido não por forças
qualquer, mas apenas em Deus, fonte de todo o
humanas, mas por graça daquele que é o Todo-
bem e de todo o amor" (CIC 1723).
comunhão
bem-aventuranças
com
Deus
e
são
geram
sinais
a
poderoso. Tal confiança gera paz e mansidão ingredientes
necessários
a
uma
perfeita
felicidade.
Jesus Cristo nos ensina ainda que não se
Deus colocou no coração do homem o desejo
de felicidade como forma de trazê-lo para si, pois
só Deus pode nos fazer plenamente felizes. Ele se
dirige a cada um pessoalmente e a Igreja, povo de
pode apenas viver tentando buscar a felicidade
Deus,
apenas para si mesmo. Se pensarmos assim
aventurança.
corremos o risco de tentar alcançar paz e
nos
chamando
à
sua
própria
bem-
Assim, "A prometida bem-aventurança nos
mansidão sem nos importarmos com aqueles que
coloca diante de escolhas
estão ao nosso redor. O Mestre nos ensina,
Convida-nos a purificar nosso coração de seus
morais
decisivas.
também, que para sermos realmente felizes é
maus instintos e a procurar o amor de Deus acima
necessário promover a felicidade de nossos
de tudo.
semelhantes. Não basta apenas ser pacífico, mas
Desta forma, as bem-aventuranças "[ ... ]
é preciso promover a paz. Não basta ser justo,
iluminam as ações e atitudes características da
mas é preciso desejar ardentemente que a justiça
vida
seja feita. Não basta ser bem-aventurado, é
sustentam a esperança nas tribulações; anunciam
preciso, além disso, promover a bem-aventurança.
as bênçãos e recompensas já obscuramente
cristã;
são
promessas
paradoxais
que
Portanto, ser feliz não é concentrar-se
adquiridas pelos discípulos; são iniciadas na vida
sobre si mesmo, mas é preciso entregar-se àquele
da Virgem Maria e de todos os santos" (CIC 1717).
que é a força, que nos impulsiona a buscarmos a
Quem seguir a mensagem evangélica das
justiça, a paz e a misericórdia a fim de fazer o
bem-aventuranças faz-se um ser bem-aventurado,
outro feliz, mesmo que isso signifique a renúncia
uma pessoa feliz segundo o Evangelho. O bem-
aos nossos desejos particulares.
aventurado é aquele que não acumula bens só para
38
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
si. Toma-se um ser mais disponível ao Reino dos
cada dia se acentuam o materialismo, a descrença,
Céus. Nunca se cansa de louvar e adorar a Deus.
a violência, etc.
Está sempre pronto a arrepender-se e confessar
Vivemos numa sociedade onde as palavras:
seus pecados, amar e servir o irmão, sem querer
honestidade, moral, verdade, justiça e amor,
nada em troca.
perderam o seu sentido original.
A sociedade valoriza mais o ter do que o
O bem-aventurado é uma pessoa feliz e,
ser. Não valoriza os doentes, os pobres, os que
certamente, queremos viver felizes.
Jesus, subindo o monte, nos aparece como
promovem a paz e a justiça.
um novo Moisés promulgador da Nova Lei, no novo
Tudo isso nos traz uma angústia, porque
Sinai. Chama de bem-aventurados os pobres e
estamos lutando contra a maré. À vista disso,
humildes. Fala a linguagem que Deus usou com seu
somos tentados a desanimar e, às vezes, até
povo através dos profetas. Ex: em Sofonias 2,3;
deixar tudo.
3,12-13. S. Paulo emprega a mesma linguagem em
1Cor.1, 26-31.
Mas, vale a pena continuar? A sociedade é
um grande desafio para nós.
O Sermão da Montanha é um sermão
revolucionário. Jesus "vira a mesa". É
uma
Qual a atitude de Jesus diante disso? O que
Jesus
valoriza?
As
palavras
de
Jesus,
inversão de valores tradicionais. Os hebreus
pronunciadas no Sermão da Montanha há quase
cultivavam a convicção de que a prosperidade
2.000 anos, vem de encontro a essa angústia e são
material, o sucesso, eram sinais das bênçãos de
válidas hoje e sempre: porque são palavras de vida
Deus; a pobreza e a esterilidade eram sinais de
eterna. Não tem época, nem lugar. E qual deve ser
maldição.
a nossa atitude?
Agora os bem-aventurados não são mais os
Devemos
retomar
as
Bem-aventuranças
ricos deste mundo, os saciados, os favorecidos,
para não deixar morrer em nós o desejo de
mas os que têm fome e choram, os pobres e
evangelizar e transformar a sociedade ...
perseguidos. É a nova lógica, que Maria, a bem-
As Bem-aventuranças (Mt. 5, 1-12) se
aventurada por excelência, canta: "Derrubou os
encontram dentro do Sermão da Montanha (Mt 5
poderosos ... " (Lc 1,52).
a 7).
Jesus vem e anuncia o seu programa.
Anuncia o Reino (cf.Mc 1,14). Jesus vem provar,
Quem são os bem-aventurados e por quê?
por palavras e ações, que o Reino de Deus tinha
 .os pobres de espírito - porque deles é o
chegado e estava se realizando na sua Pessoa
(cf.Lc 4, 16ss).
Jesus encarnou a realidade do povo. A sua
mensagem era resposta às necessidades da época.
Quando Jesus veio ao mundo ele encontrou:
Templo e Lei.
A Aliança era assim vivida: presença no
reino dos céus.
 os mansos - porque possuirão a terra.
 os que choram - porque serão consolados.
 os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados.
 os misericordiosos - porque alcançarão
misericórdia.
templo, observância da lei, oração, jejum, esmola,
 os puros de coração - porque verão a Deus.
pureza nos ritos (externos). Os fariseus e os
 os pacíficos - porque serão chamados
doutores da Lei faziam assim a cabeça do povo.
Como viver a Nova Aliança hoje?
Este nosso século XX é marcado pelo
filhos de Deus.
 os que sofrem perseguição por amor à
justiça - porque deles é o Reino dos Céus.
materialismo e ateísmo (milhares de pessoas não
acreditam em Deus e não acreditam em nada). E a
39
Os
pobres
de
espírito:
São
pessoas
que
reconhecem o seu nada e aprendem que tudo o que
mesma maneira: casa construída sobre a rocha
(cf. Mt 7.24-27; Lc 6, 47-49).
tem, vem direta ou indiretamente de Deus.
Ler as Bem-aventuranças e refletir:
Abertas para Deus acolhem, não julgam, perdoam.
Onde Jesus pronunciou as Bem-aventuranças?
Os mansos (virtude apostólica): São pessoas

compreensivas. "Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração" (Mt 11,29). Possuir a terra é
em Mateus, na Montanha; em Lucas, na
planície, lugares abertos.

não no Templo nem na Sinagoga, mas num
possuir o coração do irmão para levá-lo até Cristo.
lugar onde todos pudessem ter acesso à sua
Os que choram: São pessoas que tem capacidade
Palavra e à sua Pessoa.
de se arrepender e aquelas que são solidárias com
A quem ele falou?
o sofrimento do outro.

aos pescadores, agricultores, comerciantes,
Os que tem fome e sede de justiça: São

às pessoas simples e marginalizadas,
pessoas que desejam realmente fazer a vontade

a maioria sem voz nem vez.
de Deus, construindo um sociedade justa, sem
corrupção. "Meu alimento é fazer a vontade de
O que ele disse?

meu Pai" (Jo 4,34).
Os misericordiosos: São pessoas que tem a
coragem de perdoar e pedir perdão.
Os puros de coração: São pessoas bondosas,
leais, sem ganância. "Se seu olho é puro, tudo em
você é luz." (Mt 6,22).
Os pacíficos: São pessoas que promovem a paz.
Viver em paz não é cruzar os braços, mas é lutar.
É transformar. A paz exige luta e perseverança.
Os
que
sofrem
perseguição
por
causa
da
justiça: São pessoas que se desinstalam, que
saem de si para lutar por um mundo melhor.
As Bem-aventuranças são o ponto alto e
o
coração do
Evangelho. Resumem todo o
programa do Reino.
Elas são a Boa-Nova (cf. Mt 5, 3-12) que os
cristãos devem difundir pelas suas boas ações (cf.
Mt 5, 13-16). Vós sois o sal da terra ...
Elas são também o anúncio da felicidade e
condição para possuir o Reino dos Céus.
As Bem-aventuranças foram escritas por
Mateus e Lucas. Tanto em Mateus como em Lucas
elas começam com um poema, e terminam da
40
Ele prometeu riqueza, mudança de vida,
prestígio, etc.?

Ou, "Vocês são bem-aventurados ... porque,
aqui e agora, vocês já desfrutam do Reino dos
Céus? "
"As bem-aventuranças retomam e aperfeiçoam
as promessas de Deus, desde Abraão, ordenando-as
para o Reino dos Céus. Correspondem ao desejo de
felicidade que Deus colocou no coração do homem"
(CIC 1725).
"As bem-aventuranças colocam-nos perante
opções decisivas relativamente aos bens terrestres;
purificam O nosso coração, para nos ensinarem a amar
a Deus sobre todas as coisas" (CIC 1728).
Fonte:
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol.
IV, Ed.Vozes, 2008 – p.20 e 40.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed.
Paulus, 2003 – p. 213-217
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
11º ENCONTRO: ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM
1. Objetivos:
 Reconhecer que a entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém é comemorada até hoje na liturgia da
procissão do Domingo de Ramos.
2. Conteúdo do Encontro:
 Relembrar a entrada de Jesus em Jerusalém, onde
o povo o aclamou: “Jesus, Filho de Davi e Rei.
 O povo deseja um rei justo que os liberte da
opressão.
 A partir do Domingo de Ramos inicia-se a Semana
Santa.
2. Desenvolvimento do Tema:
 Perguntar se estão lembrados da procissão do
Domingo de Ramos (explicar os ramos, os cantos)
 Relembrar a seqüência das atividades de Jesus:
com 30 anos foi batizado por João Batista, foi para o deserto, entrou na Sinagoga e disse que Ele
era o Messias esperado (Lc,4) / começou a ensinar o povo ( parábolas), fez muitos milagres, ensinou
a amar , perdoar, repartir etc... / uma multidão o seguia / chamou os apóstolos etc... / como já
aprendemos.
 Passou três anos ensinando a todos até que chegou a hora da sua paixão e morte (explicar), então
Ele foi para a cidade de Jerusalém onde tudo iria acontecer.
 Quando entrou na cidade, montado num jumentinho, foi recebido como rei, aclamado com cantos de
hosana e ramos de palmeiras, as pessoas colocaram seus mantos coloridos no chão para Jesus
passar.
 O povo recebe Jesus como o grande e poderoso rei libertador, mas quando ele é preso e condenado
o povo se desilude e o abandona. Não sabiam que Jesus veio nos libertar do pecado do mal e nos
dar a vida eterna no céu.
 Ler a passagem na Bíblia. (Zacarias e Mateus).
 CELEBRAÇÃO: Montar um tapete com as cartolinas ou papéis coloridos / dar ramos para as
crianças e cantar o canto de Hosana ( santo ). Pode ser CD.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da Bíblia – Lc 19, 28-40
5. Ambientação: toalha, bíblia,
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, Gravura do Domingo de Ramos, ramos de palmeira e tapete (de
papel) colorido.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração: Aproveitar o momento de celebração e encerrar com a oração do Credo.
41
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR,
HOMILIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI,
Praça de São Pedro, Domingo, 1 de Abril de 2007 – www.vatican.va
Queridos irmãos e irmãs!
Na
procissão
do
Ele nos concede ser seus amigos e porque nos deu
Domingo
de
Ramos
a chave da vida. Esta alegria, que está no início, é,
associamo-nos à multidão dos discípulos que, em
contudo também expressão do nosso "sim" a
festa jubilosa, acompanham o Senhor na sua
Jesus e da nossa disponibilidade a ir com Ele
entrada em Jerusalém. Como eles louvamos o
aonde quer que nos leve. A exortação que estava
Senhor em coro por todos os prodígios que vimos.
hoje no início da nossa liturgia interpreta,
Sim, também nós vimos e ainda vemos os prodígios
portanto justamente a procissão também como
de Cristo: como Ele leva homens e mulheres a
representação
renunciar aos confortos da própria vida e a
"seguimento de Cristo":
colocar-se totalmente ao serviço dos que sofrem;
segui-Lo", dissemos. A expressão "seguimento de
como Ele dá coragem a homens e mulheres de se
Cristo" é uma descrição de toda a existência
oporem à violência e à mentira, para dar lugar no
cristã em geral. Em que consiste? O que significa
mundo à verdade; como Ele, no segredo, induz
concretamente "seguir Cristo?".
simbólica
do
que
chamamos
"Pedimos a graça de
homens e mulheres a fazer o bem ao próximo, a
No início, com os primeiros discípulos, o
suscitar a reconciliação onde havia o ódio, a criar
sentido era muito simples e imediato: significava
a paz onde reinava a inimizade.
que estas pessoas tinham decidido abandonar a
A procissão é antes de tudo um testemunho
sua profissão, os seus negócios, toda a sua vida
jubiloso que prestamos a Jesus Cristo, no qual se
para andar com Jesus. Significava empreender
tornou visível para nós o Rosto de Deus e graças
uma nova profissão: a de discípulos. O conteúdo
ao qual o coração de Deus está aberto a todos
fundamental desta profissão era andar com o
nós. No Evangelho de Lucas a narração do início do
mestre, confiar-se totalmente à sua guia. Assim, o
cortejo
é
seguimento era uma coisa exterior e, ao mesmo
composta em parte literalmente segundo o modelo
tempo, muito interior. O aspecto exterior era o
do rito da coroação com o qual, segundo o Primeiro
caminhar atrás de Jesus nas suas peregrinações
Livro dos Reis, Salomão foi revestido como
através da Palestina; o interior era a nova
herdeiro da realeza de David (cf. 1 Rs 1, 33-35).
orientação da existência, que já não tinha o seu
Assim a procissão dos Ramos é também uma
ponto de referência nos negócios, na profissão
procissão de Cristo Rei:
nós professamos a
que dava de que viver, na vontade pessoal, mas que
realeza de Jesus Cristo, reconhecemos Jesus
se abandonava totalmente à vontade do outro.
como o Filho de David, o verdadeiro Salomão o Rei
Estar à sua disposição já se tinha tornado a razão
da paz e da justiça. Reconhecê-Lo como Rei
de vida. A que renúncia do que era próprio isto
significa: aceitá-Lo como Aquele que nos indica o
obrigasse, que dissuasão de si mesmos, podemos
caminho, no qual temos confiança e que seguimos.
reconhecê-lo de modo bastante claro em algumas
Significa aceitar dia após dia a sua palavra como
cenas dos Evangelhos.
nas
proximidades
de
Jerusalém
critério válido para a nossa vida. Significa ver
Mas evidencia-se com isto o que significa
n'Ele a autoridade à qual nos submetemos.
para nós o seguimento e qual é a sua verdadeira
Submetemo-nos a Ele, porque a sua autoridade é a
essência para nós:
autoridade da verdade.
interior da existência. Exige que eu deixe de me
trata-se de uma mudança
A procissão dos Ramos é como aquela vez
fechar no meu eu, considerando a minha auto-
para os discípulos antes de tudo expressão de
realização a razão principal da minha vida. Exige
alegria, porque podemos conhecer Jesus, porque
que eu me dedique livremente ao outro pela
42
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
verdade, pelo amor, por Deus que, em Jesus
do prazer; um coração cujo amor é verdadeiro e
Cristo, me precede e me indica o caminho. Trata-
não apenas paixão de um momento. Mãos inocentes
se da decisão fundamental de não considerar a
e coração puro: se nós caminhamos com Jesus,
utilidade e o lucro, a carreira e o sucesso como
subimos e encontramos as purificações que nos
finalidade
conduzirão verdadeiramente àquela altura para a
última
da
minha
vida,
mas
de
reconhecer ao contrário como critérios autênticos
qual o homem é destinado:
a verdade e o amor. Trata-se de escolher entre
próprio Deus.
a amizade com o
viver só para mim mesmo ou doar-me pela coisa
O Salmo 24 [23] que fala da subida que
maior. E consideremos bem que verdade e amor
termina com a liturgia de entrada diante do
não são valores abstratos; em Jesus Cristo eles
pórtico do templo: "Levantai, ó portas, os vossos
tornaram-se pessoa. Ao segui-Lo entro para o
frontais, levantai-vos, portas antigas, e entre o
serviço da verdade e do amor. Perdendo-me
rei da glória".
reencontro-me.
Na antiga liturgia do Domingo de Ramos o
Voltemos à liturgia e à procissão dos Ramos.
sacerdote, ao chegar diante da igreja, batia com
Nela a liturgia prevê como canto o Salmo 24 [23],
força com a haste da cruz da procissão na porta
que era também em Israel um canto processional
ainda fechada, que após este bater se abria. Era
usado para a subida ao monte do templo. O Salmo
uma bonita imagem para o mistério do próprio
interpreta a subida interior da qual a subida
Jesus Cristo que, com o madeiro da cruz, com a
exterior é imagem e nos explica assim mais uma
força do seu amor que se doa, bateu do lado do
vez o que significa subir com Cristo. "Quem subirá
mundo à porta de Deus; do lado de um mundo que
o monte do Senhor?", pergunta o Salmo, e indica
não conseguia encontrar o acesso para Deus. Com
duas condições fundamentais. Os que sobem e
a Cruz Jesus abriu de par em par a porta de Deus,
desejam chegar deveras ao cume, chegar à altura
a porta entre Deus e os homens. Agora ela está
verdadeira, devem ser pessoas que se interrogam
aberta. Mas também do outro lado o Senhor bate
sobre Deus. Pessoas que perscrutam à sua volta
com a sua cruz: bate às portas do mundo, às
para procurar Deus, para procurar o seu rosto.
portas dos nossos corações, que assim com
Queridos jovens amigos como é importante hoje
frequência
precisamente isto: não se deixar simplesmente
fechadas para Deus. E fala-nos mais ou menos
levar aqui e ali na vida; não se contentar com o que
assim: se as provas que Deus na criação te dá da
todos pensam, dizem e fazem. Perscrutar Deus e
sua existência não conseguem fazer com que te
procurar Deus. Não deixar que a pergunta sobre
abras a Ele; se a palavra da Escritura e a
Deus se dissolva nas nossas almas. O desejo do
mensagem da Igreja te deixam indiferente então
que é maior. O desejo de conhecer o seu Rosto...
olha para mim, para o Deus que por ti se fez
e em tão
grande número estão
A outra condição muito concreta para a
sofredor, que pessoalmente sofre contigo vê que
subida é esta: pode estar no lugar santo "quem
eu sofro por amor a ti e abre-te a mim, teu
tem mãos inocentes e coração puro". Mãos
Senhor e teu Deus.
inocentes mãos que não são usadas para atos de
Eis o apelo que neste momento deixamos
violência. São mãos que não estão sujas pela
penetrar no nosso coração. O Senhor nos ajude a
corrupção, com subornos. Coração puro quando é
abrir a porta do coração, a porta do mundo, para
puro um coração? É puro um coração que não finge
que Ele, o Deus vivente, possa no seu Filho entrar
e não se mancha com mentiras nem hipocrisia. Um
neste nosso tempo, alcançar a nossa vida. Amém.
coração que permanece transparente como água
nascente, porque não conhece a falsidade. É puro
um coração que não se aliena com o inebriamento
43
12º ENCONTRO: LAVA-PÉS E INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
1.
Objetivo:
 Compreender que ao instituir o Sacramento da Eucaristia na
Última Ceia, Jesus torna perpétua a sua presença viva na
Igreja.
 Compreender que: como Jesus devemos servir uns aos outros.
2.
Conteúdo do Encontro:
 Jesus nos deixou uma lição de amor e humildade ao lavar os pés
dos apóstolos.
 Ao celebrar a Páscoa da libertação do povo de Israel do Egito,
Jesus celebrou a Páscoa da Nova e eterna Aliança, pois se fez
o novo Cordeiro Pascal.
 Ao dar graças ao Pai Jesus institui a Eucaristia e pede aos
apóstolos que façam em sua memória.
3.
Desenvolvimento do Tema:
 Apresentar dois cartazes: um da Última Ceia e um de uma refeição em família e pedir que
comentem os dois.
 Conversar sobre uma refeição em família. O que as pessoas fazem? Conversam. Comem. Ficam
alegres. É bom estar juntos.
 Como não deve ser uma refeição em família. Não deve faltar o que comer. Não deve haver brigas ou
discussões.
 Deixar que os catequizandos falem sobre os pontos positivos e negativos de uma família, na hora da
refeição.
 Explicar o sentido da Ceia Pascal dos judeus (Páscoa dos judeus = comemoração da libertação do
povo escravo no Egito, por Moisés)
 Jesus transforma a última ceia com os apóstolos numa Nova Aliança (= compromisso, promessa)
feita com Seu Sangue e Seu Corpo na Eucaristia.
 O sacrifício de sua vida na cruz é a Nova e Eterna Aliança feita entre Deus e seu povo para a nossa
salvação, nossa vida eterna.
 Antes de começar a ceia, Jesus num gesto de humildade, lava os pés dos seus apóstolos para
ensinar que é necessário ser humilde e servir a todos, como Ele mesmo faz.
 Na Quinta-feira Santa a Igreja relembra esse gesto: o bispo ou o padre lava os pés de 12 homens
escolhidos na comunidade.
 Ler João 13, 1–15
 Depois de lavar os pés dos apóstolos Jesus ceia com eles e institui a Eucaristia. Pede que se faça a
mesma coisa em memória Dele.
 Jesus celebra nesta refeição a Nova Páscoa e deixa para nós um novo mandamento: “Amai-vos uns
aos outros como eu vos tenho amado”
 Ler Lc 22, 14-20.
 Jesus quis ficar sempre conosco. Por isso, nesta refeição de Páscoa, Ele se torna Alimento – a
Eucaristia – que nos dá força para caminharmos sempre unidos.
 Hoje em todas as missas o padre repete as mesmas palavras de Jesus e a hóstia (pão) e o vinho se
transformam no Corpo e no Sangue de Jesus pela força do Espírito Santo.
 Isso acontece no momento da consagração do pão e do vinho quando o padre diz: “ Tomai e comei
todos vós: isto é o meu Corpo que é dado por vós...” Tomai e bebei todos vós este é o sangue da
44
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
nova e eterna aliança que é derramado por vós...”- e o padre ergue o Corpo e o Sangue de Cristo,
oferecendo ao Pai do céu, como Jesus pediu.
 Os apóstolos de Jesus foram os primeiros sacerdotes (padres) da nossa Igreja.
 A hóstia consagrada é realmente o Corpo Santo de Jesus e o vinho consagrado é realmente o
Sangue Santo de Jesus, embora continuem com a mesma aparência e gosto.
 Nós fazemos adoração (orações) ao Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada), porque é o
próprio Jesus que se faz presente nesse Sacramento.
4.
Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – João 13, 1-7 e Lc 22, 14-20.
5.
Ambientação: toalha, bíblia,cartazes, preparar simbolicamente a mesa para um banquete, com bolos,
biscoitos e sucos.
6.
Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes da Última Ceia e de uma refeição em família.
7.
Atividades: orientar as atividades
8.
Momento de Oração:Cantar “Prova de amor” ou outro canto que mostre que devemos ter amor pelas
pessoas. Fazer o banquete, a mesa é o “Reino”, o “banquete” é a alegria de estarem com Deus, as
velas são a luz da Palavra, os “participantes” são os amigos, os convidados. Ler Lucas 22, 14-20. Ficar
um instante em silêncio e pedir que façam uma oração agradecendo a Jesus o amor que ele nos dá e o
alimento que nos oferece.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Uma refeição torna-se muito mais agradável
quando
nos
sentamos
à mesa com pessoas
queridas.
No 14º dia do mês da primavera, chamado
Nisan, matavam-se muitos cordeiros no Templo e
seu sangue era derramado aos pés do altar dos
Em diversas ocasiões, Jesus esteve, como
holocaustos; a carne era assada e à noite comiam-
convidado, à mesa com pessoas bem diferentes:
na em família ou em grupos, com um determinado
fariseus
número de pessoas.
piedosos,
cobradores
de
impostos,
amigos, como: Lázaro, Marta e Maria. Comeu,
A ceia pascal tinha início na tarde do dia 14
ainda junto aos marginalizados e prostitutas. Mas,
de Nisan, após o pôr-do-sol, e se prolongava até a
geralmente, comia com o grupo de seus discípulos.
meia-noite. Não se tratava de uma refeição
Não faltaram as más línguas que o classificaram
qualquer. Sua importância era o aspecto religioso.
de "comilão e beberrão" (Mt 11, 19).
As comidas e as bebidas tinham um significado
Jesus sabia que os inimigos tramavam
simbólico.
contra sua vida. Previa um fim trágico, semelhante
O cerimonial prescrevia que se enchessem
ao de muitos profetas. Por isso convidou seus
quatro taças de vinho em memória das expressões
amigos para comer com ele pela última vez.
com que eram formuladas, em Ex 6, 6-8, sobre a
Celebraram juntos a "Ceia pascal".
libertação da escravidão do Egito.
Em determinado momento, Jesus partiu um
Depois de servida a primeira taça, o pai ou o
pão em pedaços e distribuiu-os aos presentes.
membro mais responsável da família pronunciava
Passou também um cálice com vinho para que dele
uma bênção para a comemoração da solenidade.
tomassem, confiando-lhes o encargo de repetirem
Comiam-se,
o mesmo gesto em sua memória.
acontecimentos do Êxodo do Egito, as verduras
Celebrava-se
uma
das
maiores
festas
depois,
em
recordação
aos
amargas, molhadas em água e vinagre.
judaicas - a Páscoa. Nessa ocasião, judeus de todo
Depois de ter bebido a segunda taça, o mais
o país e até mesmo os estrangeiros, dirigiam-se
jovem dos comensais da comunidade, a maioria das
para Jerusalém.
vezes um dos filhos, devia dirigir ao chefe da
45
família uma pergunta sobre a significado da
Diversos tragos deste cerimonial da ceia
celebração. Na resposta eram ressaltados três
pascal podem-se descobrir nos relatos evangélicos
pontos:
da Última Geia. (Ler Mt 26,26-30; Mc 14,26; Lc
1.
22,7).
O Cordeiro recorda que Deus, no Egito, passou
adiante das casas dos hebreus, poupando suas
famílias.
A ceia pascal cristã – presente entre nós
depois da Última Ceia, enriqueceu-se de outro
2. O pão ázimo e comido porque a partida
repentina do Egito não permitiu a preparação
significado:
Cristo e o novo "Cordeiro pascal" imolado
para a libertação de todos.
do pão com fermento.
3. As verduras amargas eram destinadas a
recordar a amargura da escravidão no Egito.
Cantava-se, então, o Hallel (Salmos 113-
Agora, nada mais há que possa romper a
Aliança de Deus com os homens.
O pacto iniciado com Abraão e confirmado
114). Após o canto, o pai de família tomava o pão
com Moisés foi definitivamente
ázimo, pronunciava sobre ele a benção. O partia
Morte e Ressurreição de Jesus.
selado
pela
para servi-lo aos presentes. Só então tinha lugar o
"Ao abraçar em seu coração humano, o amor
momento culminante da ceia, a repartição e a
do Pai para com os homens, Jesus amou-os até ao
consumação do cordeiro pascal.
fim (Jo 13, 1), pois não há maior amor do que dar a
Depois
era
servida
a
terceira
taça,
vida por aqueles que se ama" (Jo 15,13) (CIC 609).
enquanto se pronunciava sobre ela uma benção
especial, chamada "benção da taça", Seguia o
Fonte:
canto do grande Hallel (Sl 115, 1-118, 29). Servida
Catequista, Ed. Paulus, 2003 –p. 243-245
a quarta taça, uma fórmula de louvor e uma breve
oração de agradecimento concluíam a celebração.
46
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
13º ENCONTRO: PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS
1. Objetivo:

Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi
para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição.

Despertar sentimentos de gratidão e confiança em Jesus
que se oferece ao Pai por amor a nós.

Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo
ressuscitado.
2. Conteúdo do Encontro:
 O amor vence a dor, o sofrimento e a morte.
 Como podemos vencer a morte e viver a ressurreição em
cada dia da nossa vida: na família, na escola, no trabalho e
na comunidade.
 O Círio Pascal simboliza o Cristo presente: ontem, hoje e
sempre.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Fazer ligação com os encontros anteriores (Jesus entra em Jerusalém e a Última Ceia )
 Jesus foi preso e condenado por ensinar idéias diferentes daquela época. Ele acolhia os pecadores,
os marginalizados, os doentes, os leprosos, falava do Reino de Deus nesse mundo e se declarou o
Messias esperado pelo povo, o Filho de Deus. Fazia muitos milagres, até no sábado. A lei não
permitia.
 O povo aclamava Jesus como Rei e os poderosos ficaram com medo que Jesus tomasse os seus
tronos. Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos.
 Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna.
 Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a cada um de nós, para nos libertar do mal e nos dar a
vida eterna no Céu.
 Acompanhar com os cartazes o sofrimento de Jesus.
 Explorar o símbolo da cruz, esclarecendo que carregar a cruz não é necessariamente sinal de dor
ou sofrimento. Temos que abraçar a cruz por amor a Jesus. Explorar o sinal da cruz e o seu
significado como o sinal do cristão.
 Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita ao 3º dia, no Domingo e
prometeu que com o seu poder Ele vai ressuscitar todos nós, também.
 Esclarecer o significado da ressurreição.
 A ressurreição de Jesus é o grande sinal da vida.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Jo 19, 1-30; Mt 28, 5-10; Mt 28, 16-20
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela, flores, cartazes.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartazes da Via Sacra, uma cruz de palito de sorvete para cada
catequizando, um pano branco, flores, vela acesa
7. Atividades: acompanhar as atividades
8. Momento de Oração: Pedir que cada catequizando coloque um pano branco na sua cruz enquanto
acendemos a vela, simbolizando a ressurreição de Cristo.
47
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
PAIXÃO E MORTE DE JESUS
O tempo passado na cruz era extremamente
O sofrimento atinge todo mundo. Até as
doloroso.
crianças sofrem. Pela televisão chegamos a ver
As dificuldades respiratórias tornavam-se
cenas cruéis atingindo as crianças, vítimas de
insuportáveis. O condenado tentava erguer-se,
guerra, fome, violência... Por que o "bom" Deus
fazendo movimentos com os braços, para respirar
permite
um pouco de ar.
o
sofrimento
de
inocentes?
Essa
pergunta sempre incomodou também o povo de
Intensos foram também os sofrimentos de
Israel. O autor do livro de Jó levanta essa
ordem moral e espiritual a que Jesus foi
problemática e tenta dar uma resposta que não foi
submetido. Amava seu povo e fizera tudo por ele.
totalmente satisfatória, nem definitiva.
No entanto, foram os representantes desse povo
No canto do Servo de Javé (Is 53), Isaías
que exigiram sua morte. O julgamento desleal,
interpreta o sofrimento dos inocentes como
feito perante a autoridade judaica e romana,
reparação e penitência pelos pecados do mundo.
feria seu senso de justiça. Seus amigos, os
Jesus, o melhor e o mais inocente dos
discípulos todos, exceto João, O abandonaram.
homens, assumiu inteiramente a condição humana
Um deles chegou a traí-lo. A dor de sua mãe, que
e também todo o sofrimento. Foi traído por seu
estava junto a cruz, causava-lhe grande aflição.
amigo Judas, preso por ordem do Sinédrio e
Com
submetido a julgamento pela autoridade judaica e
impressão de que o próprio Deus, a quem chamava
romana.
de Pai, O havia abandonado. Estando prestes a
A flagelação, decretada pelo governador
Pôncio Pilatos, foi executada com um chicote,
todo
esse
sofrimento,
Por que Jesus teve que sofrer tanto? Esta
pergunta
terrivelmente cruel que não podia ser aplicado a
comunidades primitivas.
homem livre e, menos ainda, a cidadão romano. Os
coroando-O
com
espinhos,
zombando
d'Ele,
chamando-O de "rei dos Judeus".
políticos
Pôncio
inquietava
seus
discípulos
e
as
Na pregação dos apóstolos (cf. At 3, 18),
depois da vinda do Espírito Santo, e nas cartas de
São Paulo aparece claramente o sentido do
sofrimento de Cristo: Ele é o "Servo de Javé", o
Levado pelo medo, pela covardia e por
interesses
a
que me abandonaste? "
pequenas esferas de chumbo. Era um castigo
de Jesus,
teve
expirar, Jesus gritou: "Meu Deus, meu Deus, por
cujas tiras de couro traziam nas extremidades
soldados divertiram-se às custas
Jesus
Pilatos,
sofredor, que trouxe a Redenção para seu povo. A
embora
história da Paixão de Jesus, narrada pelos quatros
convencido da inocência de Jesus, condenou-O a
evangelistas, não quer apenas lembrar o que se
morte por crucificação, suplício destinado a
passou nos últimos dias da sua vida, mas pretende
escravos e a quem não fosse cidadão romano.
explicitar o sentido do sofrimento humano.
O condenado era amarrado com os braços
Para São Marcos, o sofrimento de Cristo
estendidos sobre a pesada trave horizontal da
tinha um sentido.
cruz, que ele mesmo devia carregar até o lugar da
Jesus
prevê
e
aceita
a
morte
execução. Essa trave era levantada até a altura
conscientemente. Sofre como um inocente. Mas a
conveniente e fixada à trave vertical, que já
sua
estava plantada no chão.
definitivamente, que Jesus é o Filho de Deus
A
causa
judeus cristãos, pela narração da Paixão, como em
desfalecimento, a parada da circulação, o colapso,
todo o seu Evangelho, que Jesus é o Messias
a
prometido (27,43).
48
crucificados
para
revelam,
crucificados - também para Jesus - era o
sufocamento.
morte
Ressurreição
(14,26-15,1-47). E São Mateus quer mostrar aos
Os
da
e
os
asfixia.
exata
Morte
morriam
por
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Para São Lucas a Paixão e Morte de Jesus
revela-O como Salvador dos pecadores (23, 43). E
São João O vê, nas mais difíceis circunstancias da
vida, como Rei e Messias (18, 33-37).
Apesar da Paixão e Morte de Jesus, o
sofrimento
humano
continua
e
a
pergunta
persiste: por que há tanto sofrimento no mundo?
Por que tenho que sofrer tanto? Só a fé nos
responde que toda dor, até a morte, tem um
sentido. Se não tivessem sentido, Deus Pai não
teria permitido que seu Filho, o "Filho do Homem"
sofresse e morresse.
"Na Cruz, Jesus consuma o seu sacrifício. E
o amor até ao fim (cfr. Jo 13,1) que confere seu
valor de redenção e de reparação, de expiação e
de satisfação ao Sacrifício de Cristo. Ele nos
conheceu e amou na oferenda da sua vida. A
caridade
de
Cristo
nos
impulsiona,
quando
consideramos que um só morreu por todos e que,
por conseguinte, todos morreram (2Cor 5,14).
Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha
condições de tomar sobre si os pecados de todos
os homens e de oferecer-se em sacrifício por
todos. A existência em Cristo, da Pessoa Divina do
Filho, que supera e, ao mesmo tempo, abraça
todas as pessoas humanas, e que O constitui
Cabeça de toda a humanidade, torna possível o seu
sacrifício redentor por todos" (CIC 616).
RESSURREIÇÃO DE JESUS
Todos os anos festejamos a Páscoa.
Páscoa – palavra hebraica que significa a
passagem de Deus.
A mensagem da Ressurreição de Cristo é o
Quem servia a um rei – como escravo,
funcionário,
conselheiro,
chefe
do
exército,
ministro – era chamado, na Bíblia, “servo do rei”.
Nas orações bíblicas o homem diz a Deus: “Eu sou
teu servo!” quando se diz de Moisés, Josué, Davi
que eram “servos do Senhor”, trata-se de um
título especial de honra. Também os profetas e
até Nabucodonosor, o rei que destruiu Jerusalém
e deportou os judeus para a Babilônia, receberam
tal título.
Na segunda parte do livro de Isaías, o povo
de Deus é chamado “Servo do Senhor ou Servo
de Javé” porque deve dar testemunho em favor
de seu Deus, diante de todo o mundo.
Jesus utilizou esses textos, aplicando-os a
si e à sua missão. E a primeira pregação cristã
reconheceu
em
Jesus
o
Servo
perfeito,
anunciado por Isaías.
Se quisermos entender bem o que significa
Ressurreição, devemos percorrer esse caminho.
Por isso, começamos com o texto mais
antigo sobre
a fé
da primitiva
Igreja
na
Ressurreição de Cristo. Esse texto está no
capítulo 15 da primeira Carta aos Coríntios. Paulo
escreveu aos cristãos de Corinto no ano 54 d.C.,
apresentando a verdadeira fé da Igreja na
Ressurreição.
Ele usa uma fórmula da profissão de fé que
estava difundida na Igreja e pertencia à Tradição.
"Cristo
segundo
as
ressuscitou
morreu
pelos
Escrituras,
ao
terceiro
e
nossos
foi
dia,
pecados,
sepultado
segundo
e
as
centro não só dos Evangelhos, como de todo o
Escrituras, e apareceu a Cefas e depois aos Doze"
Novo Testamento.
(1 Cor 15, 3-5).
49
Para Paulo, a mensagem da Ressurreição de
Cristo é o centro da nossa fé: "Se, porém,
Cristo não ressuscitou, então e vazia nossa
pregação e vossa fé não tem sentido" (1 Cor 15,
14).
"Ressurreição", "exaltação" são palavras e
expressões usadas para afirmar que Jesus está
vivo, que Deus não O abandonou na morte. Assim,
a Ressurreição de Jesus aparece como o "sim" de
Deus à vida de Jesus: "Este homem ( ... ) vós o
entregastes, crucificando-o por mãos de ímpios;
Deus, porém, O ressuscitou", diz Pedro na manhã
de Pentecostes (cf. At 2, 23-24). Deus se pôs ao
lado de Jesus. Confirma-se, assim, que Jesus é o
Filho de Deus vivo.
A fé na Ressurreição de Jesus se apóia nas
experiências dos apóstolos e dos discípulos. Uma
testemunha muito importante é Pedro. Mas
inúmeros discípulos constataram a ressurreição
de Jesus, como, por exemplo, os discípulos de
Emaús (cf. Lc 24,13-35); eles constataram a
Ressurreição. Desse modo, seus discípulos deviam
entender o que Jesus dissera: “Eu já não sou
deste mundo" (cf. Jo 8,23).
Temos,
dado real, expresso pelos quatros evangelistas e
presente em todo o NT, é que Jesus ressuscitou.
Ele Vive! Apareceu a seus discípulos.
Não se trata de aparição, como de um
fantasma. Os Evangelhos dizem que os discípulos
podiam tocá-Lo, comer e beber com Ele (Lc 24,
36-43; Jo 20, 17).
São Paulo expressou, assim: "Por acaso ignorais
que todos os que fomos batizados em Jesus
Cristo, fomos batizados para participar de sua
Morte?" (Rm 6,3). Todos fomos "sepultados" nas
águas batismais. A emersão das águas significa a
ressurreição, a saída do sepulcro, como Cristo.
São Paulo quer dizer que, no Batismo, nossa
vida uniu-se à de Cristo: “Se fomos incorporados a
Cristo por uma morte semelhante à d'Ele, também
o seremos mediante a Ressurreição" (Rm 6,5).
50
futuro
garantido
porque
Ressurreição de Cristo.
Jesus está conosco até o fim dos séculos.
Podemos conviver e contar com ele. Ele luta
conosco e vive em nós. Crer na Ressurreição é
crer que a vida é mais forte do que a morte, o
bem é mais forte do que o mal.
Que é ressuscitar?
Na morte, que é a separação da alma e do
corpo, o corpo do homem cai na decomposição, ao
passo que a sua alma vai ao encontro de Deus,
ficando a espera de ser novamente unida ao seu
corpo
glorificado.
Deus,
na
sua
onipotência
restituirá definitivamente a vida incorruptível aos
nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela
virtude da Ressurreição de Jesus (CIC 997).
Quem ressuscitará?
A Ressurreição não diz respeito apenas a
Jesus. É também para nós; ela mudou nossa vida.
um
trazemos em nós o gérmen da nova vida pela
As narrativas sobre as aparições de Jesus
foram escolhidas e inseridas nos Evangelhos. O
pois,
Todos os homens que morreram: os que
tiverem feito o bem sairão para uma ressurreição
de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma
ressurreição de julgamento (cf. Jo 5,29)-(CIC
998).
De que maneira?
Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo:
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu (Lc
24,39); mas Ele não voltou a uma vida terrestre.
Da mesma forma, nele, todos ressuscitarão com
seu próprio corpo que tem agora, porém, este
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
corpo será transfigurado em corpo de glória (Fl
imensa prova de amor nós somos convidados a não
3,21), em corpo espiritual (1Cor 15,44)-(CIC 999).
ficar passivos. É Jesus mesmo quem nos convida:
Quando?
"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo,
Definitivamente no último dia (Jo 6,39-
tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24).
40.54; 11,24); no fim do mundo. A ressurreição
dos mortos está intimamente associada à parusia
de Cristo (CIC 1001).
A
vida
cristã
é vida
de
imitação
e
seguimento de Jesus. - Se Ele doou sua vida, nós
também podemos doar a nossa por amor aos
demais, associando nossos sofrimentos aos de
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
Cristo na cruz. "Fora da cruz não existe outra
Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 252-255 e
escada por onde subir ao céu" (Santa Rosa de
260-262.
Lima, apud: CIC 618).
"A morte violenta de Jesus não foi o
resultado de um acaso num conjunto infeliz de
circunstâncias. Ela faz parte do mistério do
projeto salvador de Deus realizou-se
projeto de Deus (CIC 599). Jesus aceita sua
"uma vez por todas" (Hb 9,26) pela morte
morte livremente e dá uma interpretação para ela
redentora de Jesus Cristo (cf. CIC 571).
- Ele quer morrer para realizar com seu povo uma
O
Mas, por que a morte de Cristo nos salva?
Na verdade, não é só a morte de Cristo que nos
salva, mas toda a sua vida. Desde a encarnação até
a sua ressurreição, tudo o que Jesus Cristo fez, é
hoje salvação para toda a humanidade. Isso
porque Jesus é Deus, que se encarna, assumindo
plenamente a nossa condição humana.
nova
e
eterna
humanidade.
aliança,
Esse
que
sentido
salve
da
toda
morte
a
nós
encontramos na ceia que Jesus tomou um dia
antes de sua crucificação: "Isto é o meu corpo
que é dado por vós [...]. Este cálice é a nova
aliança em meu sangue, que é derramado por vós ...
" (Lc 22,19-20). Com efeito, Jesus aceitou
livremente sua paixão e sua morte, e por amor de
A morte de cruz é o ato último e extremo
seu Pai e da humanidade, para sua salvação:
desse imenso amor e doação de Deus por nós. Para
"Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente"
Ele não bastou fazer-se igual à sua criatura, pois
(Jo 10,18). "Daí a liberdade soberana do Filho de
o Senhor quis amar até as últimas consequências,
Deus quando Ele mesmo vai ao encontro da morte"
até o extremo. Por isso, quis morrer por nós, e
(CIC 609).
com
uma
morte
extremamente
dolorosa
e
humilhante revelando-nos que "É o 'amor até o
fim' que confere o valor de redenção (...) ao
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
Vol. I, 2008 – p. 85-86
sacrifício de Cristo" (CIC 616). Diante dessa
51
14º ENCONTRO: JESUS ESCOLHE PEDRO
1. Objetivo:

Reconhecer que o convite feito a Pedro por Jesus, também
é feito a nós, para que testemunhamos a nossa vida em
Cristo.
2. Conteúdo do Encontro:


O convite feito por Jesus a Pedro é pessoal e amoroso.
Jesus também nos chama a caminhar ao seu lado e ser
pescador como Pedro, testemunhando a alegria de viver com
Cristo.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Ouvir o canto: “O povo de Deus no deserto andava...” com o
objetivo de refletir com os catequizandos o início da
caminhada do Povo, desde o Antigo Testamento até os
nossos dias.
 Pistas para conversar: perguntar os nomes dos catequistas
da paróquia, ministros, diáconos, padres, do Bispo e do Papa, explicando a missão de cada um deles
e qual é a nossa missão de batizados.
 Nosso Deus continua caminhando com seu povo, inicia a caminhada com Abraão, Moisés, com os
Profetas, envia Jesus Cristo que escolhe os Apóstolos - Ler Lc 5, 1-11.
 Dentre os Apóstolos Jesus escolhe Pedro – Ler Mt 16, 13-18.
 Jesus afirma após a confissão de Pedro, na comunidade dos discípulos: “Eu te digo: tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão fazer contra ela”.
 O nome de Pedro era Simão, filho de Jonas. O nome Pedro em hebraico (Kefas) significa pedra,
rocha. Naquela região existiam muitas pedreiras ou grutas onde os pastores ou os viajantes iam se
esconder para se proteger da chuva ou dos ladrões. Assim Pedro iria guardar e proteger a
comunidade e levar os ensinamentos de Jesus.
 É dada a Pedro a missão de seguir e continuar a doação total de Cristo.
 Pedro é perseguido e preso por causa da sua missão, pois não se omitiu diante das injustiças sociais
– Ler At. 12, 1-11.18-19.
 Hoje temos o Papa, Bispos, Padres, Religiosas e Religiosos, e leigos que assumem, pelo Batismo a
missão de Jesus Cristo em favor do povo de Deus.
 É hoje missão do Papa, dos Bispos e de todos os cristãos manter a unidade e fidelidade aos
ensinamentos de Cristo pela prática libertadora.
 Conversar sobre a hierarquia da Igreja e sucessão dos papas – ver apostila.
4. Leitura utilizada: Lc 5, 1-11; Mt 16, 13-18; At. 12, 1-11.18-19
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela, flores, cartazes com fotos do Papa, Bispo e outras pessoas que
trabalham para a Igreja.
6. Material utilizado: cartazes (ver acima).
7. Atividades: ler os textos bíblicos e acompanhar as atividades da apostila.
8. Momento de Oração: Convidar os catequizandos formular uma oração pedindo pelo Papa, pelo Bispo e
pelos sacerdotes, e rezar juntos.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
52
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
A Igreja somos nós e temos um grande
Para que isto aconteça em âmbito de Igreja
compromisso para com nossos irmãos, vivendo a
Povo - Comunidade viva, é necessário viver
Boa Nova de Jesus.
intensamente essa
Igreja é Povo, é comunidade viva, é viver
experiência
nas
pequenas
Comunidades Eclesiais de Base.
em comunhão.
A comunidade deve ser organizada através
Para que isto aconteça, é necessário que
de
Reflexão
e
Planejamento.
Há
então,
vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos
necessidade de reunir todos os seus membros.
em comum tudo aquilo que temos, como nos falam
Estas reuniões são muito importantes para um
os Atos dos Apóstolos (2,42-47).
conhecimento mútuo, sentindo os problemas uns
A união concreta dos cristãos não é um fato
que já acabou: é uma tarefa de todo dia. Por isso,
dos outros. E, também, para caminharmos unidos,
realizando a fraternidade.
devemos ter o sentido de responsabilidade, isto
Assim, uma comunidade bem organizada e
quer dizer, devemos contribuir com as nossas
atuante terá grande influência na sociedade. Ela
próprias qualidades e aptidões (carismas), para
será um Sinal e oferecerá Serviços, visando a
atender às necessidades de todos os nossos
construção do Reino de Deus.
irmãos.
As Paróquias devem tornar-se comunidades
Hoje podemos nos sentir Igreja Povo –
Comunidade viva.
Mas
esta
de irmãos. Para conseguir esta fraternidade é
necessário formar pequenos grupos porque uma
realidade
"Igreja-Povo-
Comunidade Viva" é de todos os dias e depende
paróquia, às vezes, é grande demais, sobretudo no
Brasil.
muito, muito de nós.
Por isso, estão se formando pequenas
A Igreja, então, não é uma casa, um prédio.
comunidades, principalmente na periferia das
Nem somente o Papa, os Bispos, os Padres formam
grandes cidades e nas zonas rurais. Os moradores
a Igreja. Eles estão a serviço da Igreja. A Igreja
de um bairro procuram uma comunhão de vida
é a Família de Deus; a Igreja somos todos nós.
entre si. Querem por amor a Jesus Cristo, ajudar-
São todos os que têm a mesma fé.
se mutuamente, como vizinhos e amigos.
São Paulo, na sua Carta aos Coríntios, nos
Podemos dizer, então, que "Comunidade de
fala: "Somos um só corpo, que é formado de
Base" é um grupo de pessoas que procuram ter um
muitas partes" (1Cor 12, 20). Devemos sentir-nos
relacionamento pessoal mais profundo, capaz de
também uma parte importante do Corpo de Cristo,
criar o sentido de solidariedade. E a união de
que é a sua Igreja.
moradores de um lugar (capela, bairro) em torno
Como cristãos, membros do Corpo de Cristo,
dos seus problemas, das suas necessidades, dos
precisamos estar sempre atentos em:
seus desejos em vista a um' objetivo comum. A

partir de "grupos de base", de "grupos de
ver as coisas boas e más da comunidade e
descobrir o que podemos fazer diante disso;
reflexão",

caminhar para chegar as Comunidades Eclesiais de
realizar o Reino de Deus no bairro, em
nossa cidade;

de
"círculos
bíblicos",
podemos
Base.
conhecer e participar do plano de trabalho
Elas
devem
ser
grupos
abertos
da Igreja do Brasil, da Diocese, da Paróquia;
(missionários) de pessoas que buscam crescer na

fé. Essas pessoas se reúnem em torno da Palavra
participar da comunidade não somente na
catequese para a Primeira Eucaristia, casamento,
de
Deus,
animadas
pelo
Espírito
Santo
e
Missas de 7º dia ... mas com compromisso que
alimentadas pelo Sacramento da Eucaristia. Onde
prende a nossa vida à comunidade.
vivem, testemunham o amor de Deus, no serviço
mútuo.
53
São chamadas de:

Comunidades:
chamando dentre judeus e gentios um povo, que
porque
procuram
o
relacionamento das várias pessoas, unindo-as na
junto crescesse na unidade, não segundo a carne,
mas no Espírito" (CIC 781).
"As características do Povo de Deus: O
busca de interesses comuns.

Eclesiais: porque procuram fazer com que
Povo
de
Deus
tem
características
que
o
as pessoas vivam a fé, a esperança e o amor. Elas
distinguem de todos os agrupamentos religiosos,
são alimentadas pela Palavra de Deus, com a
étnicos, políticos ou culturais da história:
disposição de, no compromisso com esta Palavra,
 Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence como
serem abertas à realidade onde vivem e agem de
propriedade a nenhum povo. Mas adquiriu para
acordo com essa mesma realidade. Convencidos de
si um povo, dentre os que outrora não eram um
que Deus fala pelos acontecimentos, procuram
povo: 'uma raça eleita, um sacerdócio régio,
mudar para melhor e mais humana, a realidade
uma nação santa' (1Pd 2,9);
onde vivem. Na Comunidade Eclesial as pessoas
 a pessoa torna-se membro deste povo não pelo
celebram os acontecimentos diários como sinais
nascimento físico, mas pelo nascimento do
da presença de Deus, tendo na Eucaristia a força
alto, da água e do Espírito (Jo 3,3-5), isto é,
e
o
fundamento
para
a
vivência
fraterna.
pela fé em Cristo e pelo Batismo;
A Comunidade realiza a Igreja visível: Paróquia,
 este povo tem Jesus Cristo por "Chefe",
Igreja Particular e Universal. Continua a missão
"Cabeça", o "Messias = "Ungido", pelo fato da
de Jesus Cristo e caminha de acordo com o Plano
mesma Unção derivar da Cabeça para o Corpo,
de Pastoral da Diocese, animada pelo Bispo,

o povo é o Povo Messiânico;
 a condição deste povo é a dignidade dos filhos
sucessor dos Apóstolos.
de Base: porque procuram realizar essa
caminhada a partir das pessoas e do ambiente
de Deus: como num templo, onde reside o
Espírito Santo;
 sua lei, é o mandamento novo de amar como
onde vivem.
"A Igreja - Povo de Deus: Em qualquer
época e em qualquer povo é aceito por Deus todo
Cristo mesmo nos amou. É a lei nova do
Espírito Santo (Rm 8,2; GI 5,25).
aquele que teme e pratica a justiça. Deus, contudo
 sua missão é ser o sal da terra e a luz do
decidiu santificar e salvar os homens, não
mundo. Ele constitui para todo o gênero
sozinhos, sem nenhuma conexão uns com os
humano o mais forte germe de unidade,
outros,
esperança e salvação.
mas
constituídos
num
povo, que O
conhecesse na verdade e santamente O servisse.
 sua meta é o Reino de Deus iniciado na terra
Escolheu por isso a Israel como a seu povo.
por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e
Estabeleceu com ele a Aliança e o instruiu passo a
mais, até que, no fim dos tempos, seja
passo ... Tudo isso, porém , aconteceu em
consumado por Deus" (CIC 782).
preparação à nova e perfeita Aliança que se
estabeleceria em Cristo ... Esta é a Nova Aliança,
isto é, o Novo Testamento no seu Sangue,
54
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 279-282
do
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
15º ENCONTRO: JESUS NOS ENVIA O ESPÍRITO SANTO
1. Objetivos:
 Reconhecer que o Espírito Santo é Deus dentro deles, que age em suas vidas e os coloca no
seguimento a Jesus Cristo.
 Reconhecer a presença do Espírito Santo que anima e conduz
as comunidades.
2. Conteúdo do Encontro:
 Jesus quer nos salvar cumprindo bem a promessa do Pai: dar
o Espírito Santo.
 O Espírito Santo nos faz reconhecer que somos pecadores e
nos leva a Jesus para recebermos o perdão.
 É necessário que cada um peça para si a graça da presença
do Espírito Santo em sua vida.
 Vivendo na comunidade Igreja cada um de nós experimenta a
vida no Espírito, sente-se ajudado na sua busca de santidade.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 Através de uma “explosão de idéias” incentive os catequizandos a falarem do que se lembram sobre
o Espírito Santo.
 Dinâmica:
o
Providenciar pedaços bem pequenos de papéis e régua escolar.
o
Pegue a régua e friccione-a com rapidez no cabelo, e aproxime, sem encostar, nos papéis
recortados.
o
Observar o que aconteceu e deixar que os catequizandos falem livremente, tentando
responder: o que atrai o papel?
 Comentar que o Espírito Santo é:como a força que estava na régua, nós somos os papeizinhos; é
invisível, mas atua em tudo e em todos desde o início da criação; é quem dá vida a todos; é aquele
que guiou a história da salvação, guiou Jesus, hoje guia a Igreja e cada um de nós.
 Os papéis que não grudaram são como as pessoas que não deixam a força do Espírito Santo agirem
nelas e assim não são conduzidas pelo Espírito Santo na vida.
 Deus Pai é Deus acima e além de nós; Deus Filho é Deus entre nós, um de nós, no meio de nós; Deus
Espírito Santo é Deus dentro de cada um de nós.
 Falar do Espírito Santo, nosso Santificador:
 Explicar que o Espírito Santo é a 3ª Pessoa da Santíssima Trindade.
 É a “ força que vem do alto”, conforme Jesus havia prometido enviar quando ressuscitasse e
voltasse para o Pai.
 É o amor mútuo do Pai e do Filho que transborda e contagia a todos nós.
 Ele nos conduz, nos guia, pelo caminho de Jesus revelando tudo o que é necessário para a nossa
salvação.
4. Leitura utilizada:At 1, 4-14; Rm 5, 5
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela
6. Material utilizado: régua e papéis
7. Atividades: orientar as atividades
55
8. Momento de Oração:
 Motive os catequizandos a fazer uma oração espontânea, pedindo ao Espírito Santo que ajude a ser
bom filho, bom aluno...
 Após cada oração, cantar com eles o refrão: “Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar”
 Rezar em dois coros a oração do Espírito Santo que está na apostila.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Com a morte e a ressurreição de Jesus, um
novo tempo é inaugurado: Jesus volta ao Pai, e,
seu Filho. Foi Ele também que iluminou a missão de
Jesus, descendo sobre Ele no batismo.
com Ele, envia como dom a plenitude do Espírito
O próprio Cristo proclamou no início de sua
ao novo povo de Deus. Portanto, "terminada a obra
missão: "O Espírito Santo está sobre mim, porque
que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na
me ungiu, e enviou-me para anunciar a Boa-Nova
terra, foi enviado o Espírito Santo [ ... ] para
aos pobres, para sarar os contritos de coração,
santificar a Igreja, permanentemente" (LG 4) e a
para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a
partir de agora o Espírito Santo é responsável por
restauração da vista, para por em liberdade os
guiá-la.
cativos, para publicar o ano da graça do Senhor"
Segundo Bergamini (1994, p. 404), para os
(Lc
4,18-19).
A
criação,
a
redenção
e
a
cristãos, nesse dia, a Igreja é manifestada ao
santificação são obras comuns das três pessoas
mundo, com a qual Deus fez a nova lei, não mais
divinas. Mas a tradição cristã, na liturgia e na
em tábuas de pedra, mas, sim, nos corações dos
espiritualidade,
acostumou-se
fiéis. Logo, "A partir desse dia, o Reino anunciado
alguma
divina
por Jesus está aberto aos que crêem nele [...].
considerando a aproximação ou semelhança entre
Pela sua vinda, o Espírito Santo inaugura o tempo
a ação e a pessoa.
da Igreja, os 'últimos tempos', no qual o Reino é
recebido
como
dom
de
Deus,
embora
pessoa
uma
a
obra
apropriar
a
especifica,
Assim como o Pai tem a missão específica da
não
criação, e o Filho tem a missão específica da
plenamente realizado, mas que caminha para a sua
salvação, o Espírito Santo também tem sua missão
plena realização e perfeição no último dia" (CIC
específica: Ele distingue-se na Trindade pela ação
732).
santificadora e reveladora de Deus. Todas as
Embora a manifestação mais comentada do
vezes que o Pai e o Filho realizam algo, é o
Espírito Santo seja a de Pentecostes, a ação
Espírito Santo que revela aos seres humanos,
santificadora e geradora da vida do Espírito
santificando-os.
Santo se fez presente desde o momento da
criação, conforme o relato da Sagrada Escritura
em Gênesis, nos primeiros versículos, nos revela:
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
Vol.III, Ed.Vozes, 2008 - p. 11-12.
"0 Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn
1,2).
A Festa de Pentecostes que se celebra cada
Ainda, podemos reconhecer que o Espírito
Santo de Deus atuou em todos os momentos da
ano, 50 dias depois da Páscoa é para os cristãos, a
Festa do Espírito Santo.
Historia da Salvação: O Espírito atuou nos
Muitas pessoas não compreendem muito
patriarcas e juízes, sacerdotes e profetas. Deus
bem quando falamos de Deus Pai, criador do
se manifestou a Abraão prometendo-lhe uma
mundo e dos homens; e quando falamos de Deus
grande descendência pela qual todas as famílias
Filho, Jesus Cristo, que tomou a nossa condição
da terra seriam abençoadas (Gn 12,3). Essa
humana e viveu entre nós. Mas, quando falamos do
bênção realizou-se em Jesus, que nos envia o seu
Espírito Santo, é para muitos, um mistério muito
Espírito. Pelo seu Espírito realizou a Encarnação
difícil de entender.
do Verbo, ao preparar Maria para ser a mãe do
56
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
O
Espírito Santo não é uma misteriosa
corrente energética; é Deus que mantém a sua
presença no mundo e encaminha os homens.
perseguidor fanático da Igreja, fora do grupo dos
Doze e de toda a Instituição.
O próprio Pedro, no seu discurso de
Quando o Espírito Santo toma posse de
Pentecostes, reconhecia que estava realizando o
alguém, multiplica os seus dons. Ele faz com que
que fora predito pelo profeta Joel: que o Espírito
as pessoas descubram grandes coisas, faz com
de Deus se comunicaria tanto as crianças como
que elas desempenhem uma missão, mesmo que
aos jovens e adultos.
esta ultrapasse as possibilidades humanas.
Na História da Igreja vemos muitas pessoas
A História do Povo de Deus é iluminada pelo
humildes que foram mais inspiradas do que
Espírito Santo que escolheu, dinamizou homens e
pessoas de alto nível. O Espírito Santo as inspirou
mulheres de todas as idades e de todas as
com novas orientações e novos rumos, que ainda a
condições.
Igreja
E precise estar atento à sua ação. O homem
é livre e pode fazer-lhe resistência. No mar, o
vento não fica diminuído para soprar nas velas de
um barco. É preciso dirigir o barco e orientar as
velas para captar toda a força do vento.
oficial
não
tinha
conseguido
e,
só
posteriormente, os aprovou.
O Espírito Santo está fora do nosso
alcance. Ninguém o pode trancar.
Ele é como um vento. É o que Jesus dizia a
Nicodemos:
Deus não deve ser procurado fora do
"Tu ouves o vento, mas não sabes de onde
mundo. O seu poder age no meio dos homens.
vem, nem para onde vai. Assim acontece também
Muitas
aquele que nasce do Espírito" (Jo 3, 8).
vezes,
os
discípulos
de
Jesus
experimentaram a força que agia através deles.
O Espírito, assim como o vento, não sopra
Por exemplo: quando por motivos de sua fé, eles
unicamente na Igreja de Cristo, mas também nos
são levados aos tribunais, como aconteceu com os
corações de todas as pessoas de boa vontade que
apóstolos depois de Pentecostes, as respostas que
procuram a verdade.
eles deram deixaram os juízes admirados e
confusos.
É
Os cristãos devem reconhecer a ação do
Espírito nas diversas iniciativas dessas pessoas.
o
Espírito
Santo
que
sugere
os
O
Espírito
Santo
não
teme
as
argumentos e faz lançar por terra as acusações
transformações e está continuamente pronto a
mais fortes e desfazem as armadilhas preparadas
instaurar novos caminhos. Isto só é terrível para
pelos inimigos de Jesus.
aqueles que esperam que o futuro se assemelhe ao
Jesus
já
o
predissera:
"Diante
dos
tribunais, não vos perturbeis porque o Espírito
Santo falará por vós" (Mc 13, 11).
age
passado.
Mas quando Jesus Ressuscitado enviou os
Apóstolos em missão, a Igreja quis pôr em relevo
O Espírito Santo é soberanamente livre; ele
as diferentes ações do Espírito Santo, através
frequentemente
dos dois Sacramentos:
de
forma
inédita
e
inesperada como fez no início da Igreja. A
primeira
iniciativa
dos
apóstolos
foi
a
de
 No
purificadora
Batismo,
e
acentua-se
santificante;
o
a
ação
batizado
é
completar o seu número, depois do abandono de
perdoado dos seus pecados e nasce para a Vida
Judas. Eles tinham consciência de que o povo era
Divina.
o novo Israel de Deus, mas desfalcado do número
 Na
Confirmação,
acentua-se
a
ação
doze (as doze tribos de Israel). Em vista disso
fortificante, dinâmica do Espírito Santo em vista
elegeram Matias, fiel testemunha de Jesus. O
da missão irradiante do cristão no seu meio
Espírito
ambiente e no seu modo de vida para transformar
Santo
também
escolheu
Paulo,
o
a sociedade.
57
"A vida moral dos cristãos é sustentada
pelos
dons
do
Espírito
Santo.
Estas
São numerosos: a água viva que jorra do
são
coração trespassado de Cristo e mata a sede dos
disposições permanentes que tornam o homem
batizados; a unção com o óleo que é o sinal
dócil para seguir os impulsos do mesmo Espírito"
sacramental
(CIC 1830).
transforma o que toca; a nuvem, obscura e
da
Confirmação;
o
fogo
que
luminosa, na qual se revela a glória divina; a
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 265-267.
imposição das mãos mediante a qual é dado o
Espírito; a pomba que desce sobre Cristo e
permanece sobre Ele no batismo.
COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA
140. O que significa que o Espírito «falou pelos
profetas»? [687-688; 702-706; 743]
Com o termo profetas entende-se todos
CREIO NO ESPÍRITO SANTO
os que foram inspirados pelo Espírito Santo para
falar em nome de Deus. O Espírito conduz as
136. Que quer dizer a Igreja quando professa:
profecias do Antigo Testamento ao seu pleno
«Creio no Espírito Santo»? [683-686]
cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério
Crer no Espírito Santo é professar a
no Novo Testamento.
terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que
141. O que é que o Espírito Santo realiza em
procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é
João Batista? [717-720]
adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado
João Batista, o último profeta do Antigo
aos nossos corações» (Gal 4,6) para recebermos a
Testamento é cheio do Espírito Santo, que o envia
vida nova de filhos de Deus.
a «preparar para o Senhor um povo bem disposto»
137. Porque é que as missões do Filho e do
(Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de
Espírito são inseparáveis? [687-690 - 742-743]
Deus: Aquele sobre o qual João viu o Espírito
Na Trindade indivisível, o Filho e o
descer e permanecer, «Aquele que batiza no
Espírito são distintos, mas inseparáveis. De fato,
Espírito» (Jo 1,33).
desde o princípio até ao final dos tempos, quando
142. Qual é a obra do Espírito em Maria?
o Pai envia o Seu Filho, envia também o eu Espírito
[721-726 ; 744]
que nos une a Cristo na fé, para, como filhos
Em Maria, o Espírito Santo realiza as
adotivos, podermos chamar Deus «Pai» (Rm 8,15).
expectativas
O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo
Testamento para a vinda de Cristo. De forma
através da sua ação quando nos revela o Verbo e
única enche-a de graça e torna fecunda a sua
quando age na Igreja.
virgindade para dar à luz o Filho de Deus
138. Quais são as designações do Espírito
encarnado. Faz dela a Mãe do «Cristo total», isto
Santo? [691-693]
é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo.
e
a
preparação
do
Antigo
«Espírito Santo» é o nome próprio da
Maria está com os Doze no dia de Pentecostes,
terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus
quando o Espírito inaugura os «últimos tempos»
chama-lhe também: Espírito Paráclito (Consolador,
com a manifestação da Igreja.
Advogado)
e Espírito de Verdade. O Novo
Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo, do
Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa.
143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo
Jesus, na missão terrena? [727-730; 745-746]
O Filho de Deus é consagrado Messias
139. Com que símbolos se representa o Espírito
através da unção do Espírito na sua humanidade
Santo? [694-701]
desde a Encarnação. Ele revela-O no seu ensino,
cumprindo a promessa feita aos antepassados e
58
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os
Apóstolos depois da Ressurreição.
144. O que acontece no Pentecostes? [731-732;
738]
Cinqüenta dias após a Ressurreição, no
Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o
Espírito em abundância e manifesta-O como
Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade
O Espírito edifica, anima e santifica a
Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos
batizados a semelhança divina perdida por causa
do pecado e os faz viver em Cristo da própria Vida
da Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a
Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas
funções, para que todos dêem «o fruto do
Espírito» (Gal 5,22).
é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do
146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no
Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a
coração dos fiéis? [738-741]
anunciar e a difundir o mistério da comunhão
Por
meio
dos
sacramentos,
Cristo
trinitária.
comunica aos membros do Seu Corpo o Seu
«Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito
Espírito e a graça de Deus que produz os frutos
celeste, encontrámos a verdadeira fé: adoramos a
de vida nova, segundo o Espírito. Finalmente, o
Trindade indivisível porque nos salvou» (Liturgia
Espírito Santo é o Mestre da oração.
Bizantina, Tropário das Vésperas de Pentecostes)
145. Que faz o Espírito Santo na Igreja?
[733-741; 747]
59
16º ENCONTR O: O ESPÍRI TO SANTO E SEUS DONS
1. Objetivos:
 Conhecer a ação do Espírito Santo através dos seus dons.
 Reconhecer a presença do Espírito Santo na vida e se abrir à sua
ação.
2. Conteúdo do Encontro:
 Em Pentecostes Jesus deixa seu Espírito.
 O Espírito Santo concede-nos muitos dons.
 Os dons do Espírito Santo são uma forma de nos colocarmos
a serviço da comunidade.
 Como descobrir esses dons?
3. Desenvolvimento do Tema:
 Fazer ligação com encontros anteriores (Ressurreição, Jesus volta ao Pai e promete enviar o
Espírito Santo.
 Em João 16, 5 = Jesus promete que enviaria o Espírito Santo.
 Em Atos 1, 8
= Jesus pede que esperem essa vinda.
 Em Atos 1, 12 – 14 = Os apóstolos, juntamente com Maria e outras pessoas, ficam reunidos em
oração no cenáculo em Jerusalém esperando essa promessa.
 Em Atos 2, 1 – 4 = Dia de Pentecostes – enquanto rezam recebem o Espírito Santo com toda a sua
força. ( Explicar os símbolos: Vento, línguas de fogo)
 Explicar a festa de Pentecostes ( festa das colheitas = 50 dias após a Páscoa) em Jerusalém.
 Explicar os muitos símbolos do Espírito Santo.
 Explicar que o Espírito Santo anima a Igreja, está presente nos Sacramentos, na Palavra de Deus e
distribui muitos dons para as pessoas trabalharem na comunidade.
 Explicar os dons do Espírito Santo.
 Explicar que a comunidade, a nossa Igreja é guiada e ajudada pelo Espírito Santo.
 Mostrar que na oração do CREDO dizemos que acreditamos no Espírito Santo.
4. Leitura utilizada: At 2, 1-13
5. Ambientação: toalha, bíblia, jarro com água, meio copo de óleo, uma vela, um desenho ou figura de uma
pomba, um ventilador pequeno (para explicar os símbolos do Espírito Santo).
6. Material utilizado: símbolos do Espírito Santo pombinhas com Atos 1, 8, para lembrancinha.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração: Inicie o momento de oração com o canto: “A nós descei” (Ir.M.Kolling),convide os
catequizandos a rezarem a oração que está na apostila.
60
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
No Pentecostes, os apóstolos recebem o
agir em nossa vida nos transforma, nos purifica
Espírito Santo e descobrem que não estão sós. Ao
renovando nossa vida. Foi em forma de fogo que o
contrário, há uma presença viva e vivificante. Pelo
Espírito desceu em Pentecostes.
Espírito, os apóstolos tinham Jesus em suas vidas

e nas comunidades que formavam, deixando-os
água viva que jorra de Cristo, para nos lavar e
conscientes de sua missão: comunicadores da Boa
garantir vida nova. Vida nova gerada nas águas do
Notícia de Jesus a todos os povos.
batismo.
Muitas são as manifestações do Espírito
Água - Geradora de vida. O Espírito é a

Pomba - É sinal especial do Espírito. Foi
Santo, tendo em vista a edificação, sustentação e
em forma de pomba que o Espírito Santo desceu
expansão da comunidade nascente. Um forte
sobre Cristo em seu batismo.
ardor missionário, curas, milagres e prodígios

testemunham a origem divina da comunidade
escolhidas por Deus para uma missão especial.
primitiva.
Jesus foi ungido por Deus não com óleo, mas com
Os apóstolos, impulsionados pelo Espírito
Óleo
-
Usado
para
ungir
pessoas
o Espírito Santo (Cristo, do grego Christos,
Santo, passam a repetir os mesmos gestos,
Messias,
do
hebraico
Massiah,
Ungido,
em
atitudes e a oração de Jesus. Eles continuam a
português). O óleo, portanto, é sinal do Espírito
realizar, na fração do pão, a ação de graças que
Santo que ungiu Jesus, nos unge e nos fortalece
Jesus apresentou ao Pai, antes de sua morte.
hoje para cumprir nossa missão.
Sentem a necessidade de viver a mesma união com
As pessoas que percebem a ação do Espírito
os novos discípulos, a exemplo dele. Assim, o
Santo e se abrem cotidianamente a Ele tornam-se
Espírito Santo torna-se a alma da comunidade dos
grandes colaboradoras de Deus e servidoras do
seguidores de Jesus, animando a Igreja através
povo. Ele, portanto, é a alma da comunidade
de seus dons, colocando todos a serviço do
seguidora de Jesus.
Evangelho.
A ação do Espírito Santo se faz presente
"Os sete dons do Espírito Santo são:
Sabedoria,
inteligência,
conselho,
fortaleza,
até hoje na Igreja. Porém, sua ação, por vezes, é
ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude,
imperceptível. Por isso os cristãos de todos os
pertencem a Cristo, Filho de Davi. Completam e
tempos recorrem aos símbolos para explicar sua
levam à perfeição as virtudes daqueles que os
atuação na comunidade.
recebem. Tornam os fiéis dóceis para obedecerem
Os símbolos que representam o Espírito
prontamente as inspirações divinas" (CIC 1830).
Santo apontam para a liberdade e mobilidade,
"Os frutos do Espírito são perfeições que o
para a força e a ação dele no mundo, na Igreja,
Espírito Santo modela em nós como primícias da
nas pessoas:
glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze

frutos:
Vento - É o ar em movimento, capaz de
caridade,
alegria,
paz,
paciência,
soprar onde quer. Nós não somos donos dele,
longanimidade, bondade, benignidade, mansidão,
apenas deixamo-nos conduzir por ele. Assim é o
fidelidade, modéstia, continência, castidade" (cf.
Espírito Santo: embora não seja percebido pelos
Gl 5,22-23)-(CIC 1832).
nossos olhos, o resultado de seus movimentos é
concreto: impulsiona-nos a realizar a vontade do
Pai.

Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
Vol. III, Ed. Vozes, 2008 – p. 15-16
Fogo - Sua ação de calor transforma,
purifica e queima. Assim é o Espírito Santo, ao
61
OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
696. O fogo. Enquanto a água significava o
nascimento e a fecundidade da vida dada no
(Catecismo da Igreja Católica)
Espírito Santo, o fogo simboliza a energia
694. A água. O simbolismo da água é significativo
transformadora dos atos do Espírito Santo. O
da ação do Espírito Santo no Batismo, pois que,
profeta Elias, que «apareceu como um fogo e cuja
após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o
palavra queimava como um facho ardente» (Sir
sinal sacramental eficaz do novo nascimento. Do
48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu
mesmo modo que a gestação do nosso primeiro
sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do
nascimento se operou na água, assim a água
fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em
batismal
nosso
que toca. João Batista, que «irá à frente do
nascimento para a vida divina nos é dado no
Senhor com o espírito e a força de Elias» (Lc 1,
Espírito Santo. Mas, «batizados num só Espírito»,
17), anuncia Cristo como Aquele que «há de
«a todos nós foi dado beber de um único Espírito»
batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16),
(1 Cor 12, 13): portanto, o Espírito é também
aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar
pessoalmente a Água viva que brota de Cristo
fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha
crucificado como da sua fonte, e jorra em nós
ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de línguas,
para a vida eterna.
«uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito
695. A unção. O simbolismo da unção com óleo é
Santo repousa sobre os discípulos na manhã de
também significativo do Espírito Santo, a ponto
Pentecostes e os enche de Si. A tradição
de se tomar o seu sinônimo. Na iniciação cristã,
espiritual reterá este simbolismo do fogo como
ela é o sinal sacramental da Confirmação, que
um dos mais expressivos da ação do Espírito
justamente nas Igrejas Orientais se chama
Santo. «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19).
«Crismação». Mas, para lhe apreender toda a
697. A nuvem e a luz. Estes dois símbolos são
força, temos de voltar à primeira unção realizada
inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo.
pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias»
Desde as teofanias do Antigo Testamento, a
em hebraico) significa «ungido» pelo Espírito de
nuvem, umas vezes escura, outras luminosa, revela
Deus. Houve «ungidos» do Senhor na antiga
o Deus vivo e salvador, velando a transcendência
Aliança, sobretudo o rei David. Mas Jesus é o
da sua glória: a Moisés no monte Sinai, na tenda
ungido de Deus de maneira única: a humanidade
da reunião e durante a marcha pelo deserto; a
que o Filho assume é totalmente «ungida pelo
Salomão, quando da dedicação do templo. Ora
Espírito Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo
estas figuras são realizadas por Cristo no Espírito
Espírito Santo. A Virgem Maria concebe Cristo do
Santo. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e a
Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como
cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê
Cristo quando do seu nascimento e leva Simeão a
à luz Jesus. No monte da transfiguração, é Ele
ir ao templo ver o Cristo do Senhor. É Ele que
que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua
enche Cristo e cujo poder emana de Cristo nos
sombra» Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e
seus atos de cura e salvamento. Finalmente, é Ele
João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que
que ressuscita Jesus dentre os mortos. Então,
dizia: "Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-
plenamente
sua
O!"» (Lc 9, 35). E, enfim, a mesma nuvem que
humanidade vencedora da morte, Jesus difunde
«esconde Jesus aos olhos» dos discípulos no dia
em profusão o Espírito Santo, até que «os santos»
da Ascensão e que O revelará como Filho do
constituam, na sua união à humanidade do Filho de
Homem na sua glória, no dia da sua vinda.
significa
realmente
constituído
que
«Cristo»
o
na
Deus, o «homem adulto à medida completa da
plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), «o Cristo total»,
para empregar a expressão de Santo Agostinho.
62
698. O selo é um símbolo próximo da unção. Com
efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu
selo» (Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
também com o seu selo». Porque indica o efeito
(Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao
indelével
nos
cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito
sacramentos do Batismo, da Confirmação e da
de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em
Ordem, a imagem do selo («sphragis»)
foi
placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O
utilizada em certas tradições teológicas para
hino «Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito
exprimir o «caráter» indelével, impresso por
Santo como «digitus paternae dexterae» —
estes três sacramentos, que não podem ser
«Dedo da mão direita do Pai».
da
unção
do
Espírito
Santo
repetidos.
701.
A
pomba.
No
final
do
dilúvio
(cujo
699. A mão. É pela imposição das mãos que Jesus
simbolismo tem a ver com o Batismo), a pomba
cura os doentes e abençoa as crianças . O mesmo
solta por Noé regressa com um ramo verde de
farão os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é
oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez
pela imposição das mãos dos Apóstolos que o
habitável. Quando Cristo sobe das águas do seu
Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus
batismo, o Espírito Santo, sob a forma duma
coloca a imposição das mãos no número dos
pomba, desce e paira sobre Ele. O Espírito desce
«artigos fundamentais» do seu ensino. Este sinal
e repousa no coração purificado dos batizados. Em
da efusão onipotente do Espírito Santo, guarda-o
certas igrejas, a sagrada Reserva eucarística é
a Igreja nas suas epicleses sacramentais.
conservada num relicário metálico em forma de
700. O dedo. «É pelo dedo de Deus que Jesus
expulsa os demônios». Se a Lei de Deus foi
escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus»
pomba (o columbarium) suspenso sobre o altar. O
símbolo da pomba para significar o Espírito Santo
é tradicional na iconografia cristã.
63
17º ENCONTRO: JESUS E A LEI DE DEUS
1.
Objetivos:
 Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o
pleno cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao
próximo é a fonte mais segura de felicidade.
 Aprender a rezar os Dez Mandamentos para poder vivêlos.
2. Conteúdo do Encontro:
 Os Mandamentos são caminhos a seguir e expressam, em
gestos concretos, uma convivência de amor com Deus e
com os irmãos.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Levar uma figura de um carro e comentar: quais os tipos
de carros que conhecem, o que faz um carro andar, o que
precisa para dar partida em um carro.
 A partir do exemplo do carro, mostrar que, como o carro
precisa de pistas para andar, nós também precisamos de pistas para viver.
 Fazer junto com os catequizandos, a relação entre o que observaram e comentaram sobre os carros
com a vida, destacando os seguintes aspectos: carro é a nossa vida, o motor é o coração e a chave
de partida é a voz de Deus que orienta a consciência.
 Carro é nossa vida – comentar como guiamos o carro também guiamos a nossa vida. Para guiar um
carro precisamos conhecer as normas e leis de trânsito. A nossa vida também precisa de leis que
nos ajudem a viver melhor.
 Organize uma conversa perguntando o que são leis? Quais leis conhecem? Se as leis são
importantes na vida de uma pessoa? Por quê? Como ajudam as pessoas a viverem melhor?
 Motor é a consciência – Deus, nosso Pai, colocou em cada pessoa a consciência que está sempre
vigilante, dizendo: “isto é de Deus, pode fazer”, ou, então, “isto não é do bem, afaste-se”.
 Chave de partida é a voz de Deus que orienta a consciência – se obedeço à voz da consciência,
sou feliz.
 Fazer a correspondência dos Dez Mandamentos com vida. Lembrar que os conselhos recebidos dos
pais é a voz de Deus que lembra os Dez Mandamentos. Recordar a história de Moisés e da Aliança.
Ler Ex 20, 1-17.
 Levar uma Arca da Aliança com os Dez Mandamentos dentro e relembrar com os catequizandos a
arca que fizeram no Módulo I.
 Os Mandamentos de Deus são leis que devem ser seguidas por todos. Quando elas são respeitadas
as pessoas são felizes, mas quando são deixadas de lado acontece a dor e o sofrimento.
 Nossa consciência é iluminada pela Palavra de Deus, mas é preciso que busquemos na fé e na oração
essa Palavra para colocá-la em prática.
 Essas Leis que Deus nos deu são leis para sermos felizes.
 Ler Mateus 5, 17-19 para descobrir o que Jesus falou sobre os Dez Mandamentos. Em seguida Ler
Mt 22, 37-40 que é a síntese dos mandamentos anunciado por Jesus.
 Solicitar que os catequizandos relatem fatos que ocorrem no mundo porque as pessoas não seguem
os Mandamentos de Deus. Ajude-os se necessário, falando de situações de guerra, brigas, roubos,
violência, fome.
64
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
 Pedir que os catequizandos escrevam os mandamentos nas tábuas da lei.
4. Leitura utilizada: Ex 19, 3-6; Ex 20, 1-17; Mt 5, 17-19
5. Ambientação: Colar o cartaz do carro. No momento oportuno substituir pelo coração vermelho.
6. Material utilizado: (1) cartaz de um carro; (2) coração de cartolina vermelha (0,50x0,50); e (3) tábuas
da lei recortadas em sulfite para cada catequizando. (modelo no final da apostila)
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração:
 Em um momento de reflexão, explicar que no coração de cada um de nós está presente esta mesma
Lei. Nosso desejo de amar, de ser feliz e de ajudar as pessoas é a maior prova disso.
 Pedir para cada catequizando colar no coração a sua tábua da Lei, fazendo uma oração de
agradecimento a Deus por ter nos dado a Lei do Amor como meio para ser feliz.
 Rezar juntos a oração que está na apostila.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A Lei que está na Bíblia chama-se "A Lei dos
dez Mandamentos" (Ex 20,1-17).
Sinai. Mas, antes de proclamá-la, declarou o
motivo e a autoridade da nova lei e anunciou
Deus a entregou a Moisés, depois que
Libertou seu povo da escravidão do Egito. Isto foi
solenemente o titulo dos Dez mandamentos. Deus
disse:
em torno do ano 1250 a.C.
Jesus
não
anulou
esta
Lei.
Ele
veio
completá-la (Mt 5,17), e ela vale até hoje para
todos aqueles que acreditam em Deus.
“Eu sou Javé, o teu Deus, que te fez sair do Egito,
da casa da escravidão"
(Ex 20,2)
Uma lei é uma indicação na estrada. Indica o
caminho a seguir. É uma ajuda na caminhada; é
uma ferramenta no trabalho. Pela Lei dos Dez
Mandamentos, Deus indicou o caminho certo para
o povo:
1. nunca mais voltar a viver na escravidão;
O povo sentiu, nesta declaração da Lei,
que Deus é o nosso Libertador e o que fez Deus
decretar a Lei foi o "clamor do povo”. Ele disse a
Moisés:
2. conservar a liberdade que conquistou, saindo do
Egito;
3. viver na justiça e na fraternidade;
4. ser sinal de Deus no mundo;
5. organizado em comunidades, ser resposta ao
clamor de todo o povo;
6. ser um anúncio e uma amostra daquilo que Deus
“Eu vi a miséria do meu povo que está no Egito.
Ouvi o seu clamor por causa dos seus opressores,
pois eu conheço as suas angústias.
Por isso, desci a fim de libertá-lo da mão dos
egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a
uma terra boa e vasta onde corre leite e mel"
(Ex 3,7-8)
quer para todos;
7. chegar à prática perfeita do amor de Deus e do
amor ao próximo.
Os Dez Mandamentos nos fazem conhecer
melhor os nossos deveres, os nossos direitos e a
nossa missão.
No dia em que Deus proclamou a lei dos Dez
Mandamentos para a primeira comunidade do Povo
de Deus, ele reuniu o pessoal ao pé do Monte
Os mandamentos são a resposta de Deus ao
clamor do povo oprimido. A fiel observância dos
mandamentos impede a volta do povo à escravidão.
Por isso,
em cada
mandamento,
deveríamos
perguntar: qual é o clamor que está por trás dele?
No tempo de Jesus havia alguns fariseus
que ensinavam os mandamentos, sem observá-los
(Mt 23,4; Mc 7,8-13; Jo 7,19) . Só repetiam a
65
letra, mas matavam o espírito da Lei (Lc 11, 39-
acreditamos que esta Lei de Deus, plenamente
44; 2Cor 3,6). Esqueciam que a lei tinha sido dada
revelada em Cristo, complementa a vida do ser
para
a
humano na terra, em todos os seus sentidos. Ela
transformaram em instrumento de opressão (Lc
libertar
e
educar
(Gl
3,21)
e
protege a vida, a família, possibilita uma reta
11,46; Mt 11,28).
aproximação da natureza, das ciências, porque em
Jesus criticou a interpretação dos fariseus
tudo coloca Deus em primeiro lugar e o respeito e
e dos doutores (Mt 5,20; 26,1-36) e deu uma nova
serviço como condição para o relacionamento
explicação (Mt5,17-48).
humano.
Fomos criados por Deus e carregamos no
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
mais íntimo de nós mesmos a vontade de amar,
servir, ajudar, libertar, gerar vida. Isso tudo é a
Catequista, Paulus, 2003 – p. 98-99.
Lei de Deus que está presente em nossos
Jesus Cristo foi fiel à Lei de Deus
corações. Segui-la significa conhecer a Lei de
Ele
Deus profundamente, perceber que está presente
reconheceu que ela nasceu do coração de seu Pai e
em nós mesmos e nas Escrituras, viver a vontade
que estava presente ao mesmo tempo no coração
de Deus vigiando a nossa prática e aplicar a sua
de cada pessoa, por isso Ele disse: "Eu não vim
Lei em nossa vida.
manifestada
nos
Dez
Mandamentos.
abolir a Lei, mas levá-la ao cumprimento" (Mt
5,17). Assim, o que Ele fez foi assumi-la e colocá-
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
la no plano do amor ao doar a sua vida na cruz, por
Vol. II, Vozes, 2008 – p. 77-78.
nós, configurando a Nova e Eterna Aliança. Com
sua atitude Ele qualificou a Lei estabelecendo o
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
critério de que só quem ama a Deus e ao próximo,
O DECÁLOGO E A LEI NATURAL
com disposição de fazer da própria vida uma
2070. Os Dez Mandamentos fazem parte da
doação, é capaz de viver conforme a vontade de
revelação de Deus. Mas, ao mesmo tempo,
Deus e ser verdadeiramente feliz.
ensinam-nos a verdadeira humanidade do homem.
A Lei entregue a Moisés foi aperfeiçoada
Põem em relevo os deveres essenciais e, por
em Cristo. Ele concentrou os Dez Mandamentos
conseguinte,
em: "Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo
fundamentais inerentes à natureza da pessoa
... " (cf. Mt. 22,37-40). Amar-se, cuidar-se,
humana. O Decálogo encerra uma expressão
assumir-se como filho de Deus é condição e base
privilegiada da «lei natural»:
para se poder amar a Deus e ao próximo e vice-
No princípio, Deus admoestou os homens com os
versa. Jesus Cristo é amor, por isso a nova Lei é,
preceitos da lei natural, que tinha enraizado nos
essencialmente, o amor. Seguir Jesus Cristo
seus corações, isto é, pelo Decálogo. Se alguém
implica conhecê-lo e amá-lo, assim como seu Pai e
não os cumprisse, não se salvaria. E Deus não
no Espírito Santo amar a todos os irmãos
exigiu mais nada aos homens» (20).
indistintamente. Diante disso, todos nós, enquanto
2071. Embora acessíveis à simples razão, os
Igreja somos vocacionados a levar adiante a
preceitos do Decálogo foram revelados. Para
missão
de
Jesus
Cristo,
portanto,
indiretamente,
os
direitos
somos
atingir um conhecimento completo e certo das
chamados a ser não somente os portadores da Lei
exigências da lei natural, a humanidade pecadora
do Amor, mas seus propagadores.
precisava desta revelação:
A partir do Novo Testamento é possível
«Uma explicação completa dos mandamentos do
compreender também que a Lei de Deus não está
Decálogo tornou-se necessária no estado de
em contradição com a Lei Natural divulgada pelas
pecado, por causa do obscurecimento da lei da
"pessoas
razão e do desvio da vontade» (21)
66
de
boa
vontade".
Ao
contrário,
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Nós conhecemos os mandamentos de Deus pela
2074. Jesus diz: «Eu sou a cepa, vós as varas.
revelação divina que nos é proposta na Igreja e
Quando alguém permanece em Mim, e Eu nele,
pela voz da consciência moral.
esse é que dá muito fruto, porque, sem Mim, nada
A OBRIGAÇÃO DO DECÁLOGO
2072. Uma
deveres
referência nesta palavra, é a santidade duma vida
fundamentais do homem para com Deus e para
fecundada pela união com Cristo. Quando cremos
com o próximo, os Dez Mandamentos revelam, no
em Jesus Cristo, comungamos nos seus mistérios
seu conteúdo primordial, obrigações graves. São
e guardamos os seus mandamentos, o Salvador
basicamente imutáveis e a sua obrigação impõe-se
vem em pessoa amar em nós o seu Pai e os seus
sempre e em toda a parte. Ninguém pode
irmãos, o nosso Pai e os nossos irmãos. A sua
dispensar-se dela. Os Dez Mandamentos foram
pessoa toma-se, graças ao Espírito, a regra viva e
gravados por Deus no coração do ser humano.
interior do nosso agir. «É este o meu mandamento:
2073.
que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei»
Mas
vez
a
que
exprimem os
podeis fazer» (Jo 15, 5). O fruto, a que se faz
obediência
aos
mandamentos
também implica obrigações cuja matéria, em si
(Jo 15, 12).
mesma, é leve. Assim, a injúria por palavras é
proibida pelo quinto mandamento, mas só poderá
ser falta grave em razão das circunstâncias ou da
intenção de quem a profere.
«SEM MIM, NADA PODEIS FAZER»
67
18º ENCONTRO: MANDA MENTOS: GUIA PARA A VIDA
1. Objetivos:
 Compreender que Jesus Cristo veio dar à Lei de Deus o pleno
cumprimento ao nos revelar que o amor a Deus e ao próximo são a
fonte mais segura de felicidade.
 Compreender que os três primeiros Mandamentos ajudam a
descobrir e a encontrar o Verdadeiro e Único Deus, amando-O
ainda mais com um correto testemunho de vida.
 Compreender que o quarto Mandamento mostra que o amor, o
respeito, a obediência, a gratidão aos pais devem ser uma meta na
vida de cada ser humano.
2. Conteúdo do encontro:
 Significado de amar a Deus sobre todas as coisas: as atitudes a
que se refere este mandamento, superstições e crenças em objetos, horóscopos etc.
 Falta de fé, de esperança e amor a Deus expressos pela falta de oração.
 Desrespeito com as coisas sagradas, consagradas a Deus; o uso impróprio do nome de Deus, de
Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os Santos. Juramento falso usando o nome de Deus.
 A sociedade que obriga, impõe aos trabalhadores o trabalho sem dias de folga para o descanso;
Deus nos quer livres; o domingo, dia de descanso sagrado, de ficar com a família e também reunirse como Igreja, povo de Deus, para celebrar a Aliança e a liberdade;

Importância da participação das famílias nas missas na comunidade.
 Autoridade que Deus concedeu aos pais; Deus quis que depois Dele mesmo, nós honrássemos e
amássemos nossos pais, avós, os mais velhos.
 Falta de respeito, desunião nas famílias. Relacionamento entre pais e filhos.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Explicar que Deus fez uma aliança, um compromisso com seu povo, para que o povo pudesse ser
feliz na terra que eles iriam habitar.
 Deus quer que cada um de nós seja fiel a esses mandamentos para que a nossa vida seja cada vez
mais santa.
 Os Mandamentos que Deus nos dá são para mostrar o caminho da nossa felicidade aqui e no céu.
Quem não respeita as leis de Deus acaba fazendo o mal aos outros e a si mesmo. Será sempre
infeliz.
 Ler Ex 20, 1-11 e explicar que os 3 primeiros mandamentos são para o nosso relacionamento com
Deus.
 Ler Lc 24, 1-8 para explicar porque hoje nós guardamos o domingo e não o sábado.
 Apresentar uma figura de uma família e perguntar o que pensam sobre Família e o que entendem
sobre respeitar pai e mãe.
 Pedir para que eles memorizem os 4 primeiros mandamentos.
 Repetir a leitura Mt 22, 37-40, feita no encontro anterior, e provoque uma conversa sobre a
relação entre a apresentação dos Dez Mandamentos no Antigo e no Novo Testamento.
4. Leitura utilizada: Ex 20, 1-12; Lc 24, 1-8; Mt 22. 37-40
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem, cartazes com imagens de famílias.
6. Material utilizado: (1) cartazes com imagens de famílias; (2) pedaços de papel para o catequizando
escrever o pedido de perdão.
7. Atividades: orientar as atividades
68
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
8. Momento de oração:

Ajude os catequizandos a fazerem um breve exame de consciência a partir dos mandamentos
trabalhados no encontro.

Em seguida motive-os a escreverem no pedaço de papel os pedidos de perdão daquilo que refletiu.

Ajude-os a fazer um propósito de cumprir os mandamentos e cada um deverá rasgar o seu papel e
colocar no lixo, simbolizando a ruptura com o pecado e o compromisso de viver melhor os
mandamentos em suas vidas.

Encerrar com a oração do Pai Nosso.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Apresentamos
algumas idéias sobre os
quatro primeiros mandamentos, fundamentadas no
Catecismo da Igreja Católica:
1º Mandamento: "Eu sou o Senhor teu Deus
não terás outro deus além de mim" (Dt 6,1314).
2º Mandamento: "Não invocar o santo nome de
Deus em vão" (Ex 20,7; Dt 5,11).
Significa que devemos usar o nome de Deus
somente bendizendo-o, louvando-o e glorificandoo. Deve-se, pois, ser evitado o abuso de invocar o
nome de Deus para justificar um crime, e ainda
Este mandamento nos conduz a guardar e
todo o uso inconveniente do seu nome, como a
praticar as três virtudes teologais: fé, esperança
blasfêmia, que por sua natureza é um pecado
e caridade, como também, a evitar os pecados que
grave,
a elas se opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que
promessas feitas em nome de Deus (cf. CIC 2142-
lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida
2149; 2160-2162).
as
imprecações
e
a
infidelidade
às
voluntária, a incredulidade, a heresia. A esperança
Este mandamento proíbe: o juramento falso,
é a expectativa confiante da ajuda de Deus,
pois assim se chama a Deus, que é a própria
evitando o desespero. A caridade é o amor a Deus
Verdade, como testemunha da mentira (cf. CIC
sobre todas as coisas. Assim, são rejeitadas,
2150-2151; 2163-2164); o perjúrio, que significa
portanto, a indiferença, a ingratidão e o ódio a
fazer, sob juramento, uma promessa com intenção
Deus, o qual nasce do orgulho (cf. CIC
de não mantê-la ou de violar a promessa feita sob
2083-
2094; 2133-2134).
juramento. Este é um pecado grave contra Deus,
Este mandamento nos convida para:
que é sempre fiel às suas promessas (cf. CIC

2152-2155).
Prestar o culto devido a Deus
individual e comunitariamente.

Rezar a Deus com expressões de
louvor, de ação de graças, de intercessão e de
festa de guarda" (Ex 20,8-10).
Deus abençoou e declarou sagrado o dia de
súplica.

3º Mandamento: "Santificar os domingos de
Manter as promessas e os votos
sábado porque recorda o seu repouso no sétimo
dia da criação,
que fizermos a Deus.
a libertação
de Israel
da
Procurar conhecer a verdade no
escravidão do Egito e a Aliança que Deus
que se refere à Deus e à sua Igreja, para assumir
estabe1eceu com o povo (cf. CIC 2168-2172;
e guardá-la fielmente.
2189).

à
Jesus reconheceu a santidade do sábado e,
idolatria, à superstição, à irreligião, e ao ateísmo
com a sua autoridade divina, deu-lhe a sua
(cf.
interpretação autêntica: "0 Sábado foi feito para

Renunciar
ao
politeísmo,
CIC 2095-2105; 2135-2136; 2104-2109;
2110-2128; 2137-2140).
o homem e não o homem para o Sábado" (Mc 2,27)
(cf. 2173). Mas, a partir de Cristo, Domingo, por
69
ser dia da Ressurreição do Senhor, tomou-se para
e espirituais. Em particular, têm a missão de
os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas
educá-los na fé cristã (cf. CIC 2252-2253).
as festas: O dia do Senhor, no qual Ele, com a sua
Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do
Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 81-83.
homem em Deus (cf. CIC 2174-2176; 2190-2191).
1º Mandamento: “SÓ JAVÉ COMO DEUS E
Os cristãos santificam o Domingo e as
NENHUM OUTRO”
festas de preceito participando na Eucaristia do
Senhor.
Para
isso,
deixam
de
realizar
as
atividades que os impedem de prestar culto a
Deus e perturbam a alegria própria do dia do
Senhor, como também, o devido descanso da
mente e do corpo. Mas, são permitidas as
atividades ligadas às necessidades familiares ou a
serviços de grande utilidade social, desde que não
criem hábitos prejudiciais à santificação do
Domingo, à vida de família e à saúde (cf. CIC
2177-2185; 2192-2193).
4°
mandamento:
"Honrar
pai
e
mãe"
(Ex
20,12).
No Egito, na casa da escravidão, a religião
dos deuses era usada para reforçar o sistema e o
poder do faraó.
O faraó fazia grandes imagens, estátuas e
templos para dar ao povo a impressão de grande
respeito a Deus. Levava o povo a dobrar os joelhos
diante do seu poder como se fosse um poder
divino.
O Primeiro Mandamento pede três coisas:

Não ter outros deuses além de Javé;

Não fazer imagens;

Não dobrar os joelhos diante destes
deuses e imagens! (Ex 20,3-5)
Este mandamento nos manda honrar e
O primeiro mandamento, manda escolher
respeitar os pais e aqueles que Deus, para o nosso
entre Javé e outros deuses, isto é, entre a
bem, revestiu com a sua autoridade (cf. CIC 2196-
liberdade e a opressão, entre a vida e a morte.
à
Quem quer ser da comunidade do povo de
valorização da família, na qual se estabelecem
Deus, deve aceitar Javé como Deus único e
relações pessoais e responsabilidades primárias.
verdadeiro (Dt 6,4-5), pois Javé é um Deus
Em Cristo, a família torna-se igreja doméstica,
apaixonado pelo povo (Ex 20, 5-6). Quem quer ser
porque ela é comunidade de fé, de esperança e de
do povo de Deus deve romper o sistema do faraó
amor (cf. CIC 2201-2205; 2249).
e dos reis que usam a religião como meio para
2200;
2247-2248).
Remete-nos,
também,
Em relação aos pais, os filhos devem
respeito
(piedade
filial),
docilidade e obediência,
oprimir e explorar o pobre.
Jesus pede para romper com o sistema dos
reconhecimento,
contribuindo,
assim,
também com as boas relações entre irmãos e
falsos deuses: "Ninguém pode servir a dois
senhores" (Mt 6,24).
irmãs, para o crescimento da harmonia e da
Jesus resgatou a imagem verdadeira de
santidade de toda a vida familiar. Se os pais se
Deus que é o próprio ser humano, o próximo,
encontrarem
de
criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27).
doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos
Ele mandou amar o próximo e dar a vida pelo irmão
devem-lhes ajuda moral e material (cf. CIC 2214-
(Mt 22,39; Jo 15,13).
em situação
de indigência,
Há pessoas que para obedecer o primeiro
2220; 2251).
Os
divina,
pais,
são
os
participantes
primeiros
da
paternidade
responsáveis
pela
educação dos filhos e os primeiros anunciadores
mandamento tiram da parede da casa as imagens
ou fotografias. Pensam que assim cumprem o
mandamento.
da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos
Mas o importante é não apoiar o sistema,
como pessoas e filhos de Deus e, dentro do
em nome de um falso deus, que explora e oprime o
possível, de prover as suas necessidades materiais
povo.
70
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
2º Mandamento: "NÃO PRONUNCIAR O NOME
DE DEUS EM VÃO"
3º Mandamento: “LEMBRA-TE DE OBSERVAR O
SÉTIMO DIA, O DIA DE JAVÉ"
O segundo mandamento completa o primeiro
e lhe dá maior força.
Ele diz:
"Não pronunciarás o nome de Javé, teu
Deus, em vão, porque Javé não deixará sem
castigo aquele que pronunciar o seu nome em vão".
O
roubo, a injustiça, as mordomias, as mentiras.
Diziam que era o "direito dos reis" (1Sm
8,11-18).
O nome de Deus é Javé. Deus o revelou no
momento em que começou a libertar o povo do
Egito. (Ex 3,13-15).
Javé quer dizer: Emanuel, Deus-conosco,
presença libertadora.
É o resumo da garantia dada a Moisés na
sua missão de libertar o povo: "Eu estarei com
você!" (Ex 3,12). Jesus é Emanuel, o Deus-conosco
(Mt 1,23).
Ele é a nova maneira de Deus estar
presente no meio de nós para realizar a libertação
(Lc 4,18-19).
"Por causa do seu nome, ele guia o povo por
bons caminhos" (Sl 22,3).
Quem tem a coragem de levar a sério o
nome de Javé, terá a certeza da sua proteção e
da sua libertação (Sl 90,14).
Depois da ressurreição, Jesus recebeu um
novo Nome que está acima de todo Nome (Fl 2,9).
O Nome de Jesus é o SENHOR (Fl 2,11; At
2,36).
Mas, não basta dizer: "Senhor! Senhor!" É
preciso praticar a vontade do Pai (cf. Mt 7,21),
viver o seu Projeto.
mandamento
trata
da
observância do dia de descanso, ou dia do sábado.
Sábado quer dizer "sétimo dia". Nós costumamos
falar em "santificar os domingos e os dias santos
de guarda".
O texto da Bíblia diz:
(Ex 20,7).
No Egito, a invocação dos deuses encobria o
terceiro
"Trabalharás durante seis dias, e neles
farás todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é
o sábado de Javé, teu Deus! Nele não farás
nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a
tua filha, nem o teu animal, nem o estrangeiro que
está nas tuas portas. Porque em seis dias Javé
fez o céu, a terra, o mar, e tudo que eles contém,
mas repousou no sétimo dia. Por isso, Javé
abençoou o dia do sábado e o santificou" (Ex 20.
8-11).
Será que o terceiro mandamento é só para
não trabalhar e ir à Igreja?
Também o terceiro mandamento foi dado
para impedir que a escravidão voltasse a oprimir o
povo.
O povo tinha que trabalhar e produzir, sem
descanso (Ex 5. 7-9). O faraó não queria dar
licença para o povo celebrar e fazer festa (Ex 5.
4-5). Mais tarde, na escravidão da Babilônia, o
povo gritava: "Somos empurrados com a canga no
pescoço,
estamos
esgotados
pelos
trabalhos
forçados, oprimidos em dura escravidão" (Lam
5.5).
O povo valia apenas pelo trabalho que fazia,
enriquecendo o faraó. Não valia como gente. Por
causa deste sistema errado, o povo vivia abatido
(Ex 5,14), era chamado de preguiçoso (Ex 5,17). O
grito do povo chegou aos ouvidos de Deus e Ele
libertou o povo. Para impedir que o mesmo sistema
desumano voltasse, esse mandamento foi dado
para
que
a
comunidade
criasse
uma
nova
mentalidade de não explorar o trabalho do irmão.
"Recorda que foste escravo na terra do
Egito, e que Javé, teu Deus, te fez sair de lá com
mão forte e braço estendido.
71
É por isso que Javé, teu Deus, te ordenou
guardar o dia do sábado!" (Dt5,15).
Era o que hoje chamamos a "grande família
patriarcal". Era um conjunto de várias outras
Ao celebrar o sábado, a comunidade deve
também se lembrar das maravilhas que Javé
realizou.
famílias que moravam no mesmo lugar e que eram
unidas entre si por laços de parentesco.
Várias famílias formavam um clã. Vários clãs
Deve ser uma esperança de libertação,
força na luta e na alegria de ser conduzida pelo
poder de Deus e pelo trabalho dos homens. Mas,
formavam uma tribo.
A "família" daquele tempo correspondia ao
nosso povoado, hoje.
este mandamento não é observado, porque o
Dentro da sociedade, ela exercia a função
trabalhador no dia de descanso, muitas vezes,
que hoje está começando a ser exercida pelas
precisa trabalhar para dar comida aos seus filhos.
comunidades. Assim, "honrar pai e mãe" era não só
E
respeitar os pais, mas era também respeitar a
muitos
não
celebram,
na
comunidade,
a
esperança de libertação e as maravilhas de Deus.
4º Mandamento: "HONRAR PAI E MÃE PARA
TER LONGA VIDA NA TERRA"
O quarto mandamento inclui uma promessa
para aquele que o observar. Ele diz:
"Honra teu pai e tua mãe, para que se
prolonguem teus dias na terra que Javé, teu Deus,
te dá!" (Ex 20,12). Qual é o sentido deste
mandamento?
O texto da Bíblia é claro: todos são
obrigados a honrar pai e mãe.
autoridade dos "pais" da comunidade.
No Novo Testamento, Jesus reforça o
poder das comunidades.
Em caso de algum abuso ou crime, ele diz,
deve-se procurar resolver o caso no grupo menor
possível!
Se isto não der certo, deve-se apelar para a
"Igreja" isto é, para a "comunidade".
E aquilo que a comunidade decidir fica
decidido pelo próprio Deus! (Mt 18,15-18).
Por
tudo
isso,
o
renascimento
das
comunidades em fase de organização no Brasil e
Mas em que sentido este respeito pelos pais
na América é uma semente de esperança para o
pode contribuir para prolongar a permanência do
surgimento de uma sociedade menos opressora e
povo na terra que ele vai conquistar? Os egípcios
mais fraterna, do jeito que Deus quer.
também diziam aos filhos: "Honra teu pai e tua
mãe!"
Quando hoje dizemos "honra teu pai e tua
mãe", pensamos nas famílias em que nascemos.
Famílias relativamente pequenas: pai, mãe e filhos.
Cada uma delas vive a sua vida, independente da
outra. Na Bíblia, porém, a família era mais ampla.
72
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
Catequista, Ed. Paulus, 2003. P. 100 a 104
do
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
19º ENCONTRO: MANDAMENTOS: DIGNIDADE À VIDA (5º, 7º e 10º)
1. Objetivos:
 Reconhecer a dignidade da vida humana.
 Assumir a defesa da vida no dia a dia.
 Reconhecer que somos muito importantes no plano de amor de Deus,
que nos criou para sermos felizes e vivermos como pessoa e não como
objeto.
2. Conteúdo do Encontro:
 Respeitar e valorizar a santidade da vida, por isso proíbe o atentado
contra a vida.
 Identificar os sinais de morte em nossa sociedade.
 Não se mata só com armas, mas através dos sentimentos, das
palavras: ódio, raiva, vingança, mentira, desprezo, exclusão social.
 Atitude de respeito em relação à propriedade alheia.
 Ambição, cobiça desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na tristeza que se
experimenta perante os bens alheios e o desejo exagerado de se apoderar deles.
3. Desenvolvimento doTema:
 Recordar os Mandamentos estudados até agora.
 Preparar algumas perguntas sobre os Mandamentos e colocar em uma caixinha. Rodar a caixa entre
os catequizandos batendo palmas. Ao parar de bater palmas, quem está com a caixa tira uma
pergunta e responde. Colocar também algumas perguntas sobre os Mandamentos que dizem
respeito à dignidade da vida.
 A vida é sagrada e desde o seu início e ninguém pode destruir um ser humano, pois é um ato
gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador.
 Respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da
solidariedade.
 Significado da palavra cobiça.
 Retomar a importância de ter como propósito procurar viver no dia a dia os Mandamentos de Deus.
 Pedir que memorizem os Mandamentos.
4. Leitura utilizada: Gn 1, 26; Am 8, 4-8; Mt 6, 19- 23, Sl 119[118], 1-3.6.8-14
5. Ambientação: toalha, bíblia, vela acesa, cartaz com imagem de Jesus.
6. Material utilizado:
 cartazes e frases ou notícias de assassinatos, roubos etc;
 cartaz com imagem de Jesus;
 tiras de papel com os versículos do salmo
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de oração:
 Coloque em evidência a imagem de Jesus e num recipiente sobre a mesa, os versículos do salmo, ao
lado da Bíblia e da vela acesa.
 Organize a turma círculo em volta da Bíblia e da imagem de Jesus e diga que Ela vai rezar o salmo
“conosco”.
 Peça que cada catequizando retire um versículo e proceda a leitura.
 Após a leitura conduzir um breve momento de agradecimento a Deus pelo conteúdo aprendido
neste encontro.
73
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
5º Mandamento: "Não matar" (Ex 23,7).
vegetais e animais que há no universo, com
A vida é sagrada e desde o seu início supõe
a ação criadora de Deus, por isso permanece para
sempre numa relação especial com o Criador, seu
único fim. A ninguém e lícito destruir um ser
humano, pois é um ato gravemente contrário à
especial atenção para com as espécies ameaçadas
de extinção (cf. CIC 2407; 2450-2451).
Para
maior
10º
CIC
alheias" (Ex 20,17).
2318-2320).
Assim,
explicitamente, este mandamento proíbe:

O
homicídio
direto,
voluntário
e
a
cooperação nele.

O aborto direto, querido como fim ou
como meio, e também a cooperação nele.

A eutanásia direta, que consiste em por
fim a vida de pessoas com deficiências, doentes
ou moribundas, mediante um ato ou omissão de
uma ação devida.

O suicídio e a cooperação voluntária nele
(cf. CIC 2268-2283; 2321-2326).
Deve-se combater igualmente as ações que
provocam a morte das pessoas aos poucos, como
as ações de exclusão social, de desrespeito, que
propagam a imoralidade e expõem a vida das
pessoas ao risco de morte. Deve-se cuidar
também da "morte do espírito", pelo pecado em
todos os sentidos.
sobre
a
bens ler: CIC 2401-2402.
dignidade da pessoa e à santidade do Criador (cf.
2258-2262;
fundamentação
distribuição universal e a propriedade privada dos
Mandamento:
Este
"Não
cobiçar
mandamento
as
completa
coisas
o
9º
mandamento e exige uma atitude interior de
respeito em relação à propriedade alheia. Proíbe a
ambição, a cobiça desregrada dos bens dos outros
e a inveja, que consiste na tristeza que se
experimenta perante os bens alheios e o desejo
exagerado de se apoderar deles (cf. CIC 25342540; 2551-2554).
O maior desejo do homem deve consistir em
ver a Deus. Ele não deve desviar-se em bens
materiais, efêmeros (cf. CIC 2548-2550; 2557).
Jesus
solicita
de
seus
discípulos
o
desprendimento das riquezas - segundo o espírito
da
pobreza
providência
evangélica
de
Deus,
que
e
o
abandono
à
nos
liberta
da
preocupação pelo amanhã, preparam-nos para a
bem-aventurança dos "pobres em espírito, porque
deles é o Reino dos Céus" (Mt 5,3) (cf. CIC 2544-
7° Mandamento: "Não roubar" (Ex 20,15).
2547; 2556) .
O sétimo mandamento proíbe o furto que é
apoderar-se do bem alheio contra a vontade do
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
seu proprietário. É o que também acontece no
Vol II, Ed. Vozes, 2008 – p. 83, 87-89.
pagamento de salários injustos; na especulação
sobre o valor dos bens para obter vantagens com
5º Mandamento: “NÃO MATARÁS”
prejuízo para os outros; na falsificação de
cheques ou faturas ... (cf. CIC 2408-2413; 24532455).
O sétimo mandamento prescreve o respeito
dos bens alheios, mediante a prática da justiça e
da caridade, da temperança e da solidariedade.
Em particular, exige o respeito das promessas e
dos
contratos
estipulados;
a
reparação
da
injustiça cometida e a restituição do mal feito; o
respeito pela integridade da criação mediante o
uso prudente e moderado dos recursos minerais,
74
O quinto mandamento, é muito importante:
defende o direito à vida.
Todas as pessoas têm direito à vida. E todo
aquele que desrespeitar o direito do outro à vida,
e o matar de propósito, este já não merece viver:
"Quem ferir o outro e causar a sua morte, será
morto." (Ex 21,12).
Diz outro texto: "Quem derramar o sangue
do
homem,
pelo
homem
terá
seu
sangue
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
derramado. Pois à imagem de Deus o homem foi
assassinato: raiva, xingamento, maldição (Mt 5,
criado." (Gen 9,6).
22), chegando à plenitude do amor a Deus e ao
A vida é o maior dom de Deus. Ela deve ser
próximo (Mt 22,34-40).
respeitada como se respeita a imagem do próprio
Deus.
Jesus ajudou o povo a ver os erros do
passado e a ter respeito pela vida. Pede que se
Por isso, a vida deve ser respeitada e
combata a vingança pelo perdão (Mt 18,22). Deu
protegida desde a concepção. Um atentado contra
exemplo, perdoando aqueles que o mataram (Lc
a vida é como um atentado contra Deus! Este
23,34). Criticou a mentalidade que dizia:
respeito pela vida aparece, concretamente, na
"Amarás o teu próximo e odiarás o teu
organização da comunidade que se formou no
inimigo" (Mt 5,43). Manda amar também os
deserto, após a saída do Egito. Por isso diz o
inimigos e rezar pelos que nos perseguem (Mt
mandamento: "Não matarás" (Ex 20,13). O povo
5,44).
começou a realizar esta difícil tarefa, criando leis
Pela sua vida e palavra, Jesus mostrou o
para educar os seus filhos no respeito à vida. O
objetivo desse mandamento: "Eu vim para que
objetivo das leis não era a defesa dos interesses
todos tenham vida, e vida em abundância" (Jo
dos grandes, como fazia o faraó, mas era a defesa
10,10).
do direito à vida dos fracos (Ex 22, 20-26). Foi
um longo processo de erros e falhas.
Jesus
observou
esse
mandamento,
respeitando a vida. Escutava o clamor do povo
O povo libertado não tinha as idéias bem
abandonado, doente, pobre, faminto, pecador,
claras. Eles misturavam o respeito a vida com o
marginalizado e condenado. Ele se opôs ao sistema
ódio aos inimigos e com o desejo de vingança.
de morte, montado pelos fariseus e sacerdotes
Identificavam a vontade de Javé com a lei que
daquele tempo, mas perdoou e acolheu o assassino
dizia "olho por olho, dente por dente". Usavam os
que, com ele, estava pregado na cruz!
métodos do faraó para impor aos outros a sua fé
no Deus que escuta o clamor dos oprimidos. Por
Ele foi condenado pelo sistema de morte e
isso, cometeram injustiças, praticaram muitos
morreu como um pobre, gritando e clamando ao
crimes. Vagarosamente foram entendendo o que
Deus da vida (Me 15,37).
significava a vida. Algumas vezes, o ensinamento
A sua fé está no Deus dos vivos e não no
da escola do faraó chegou a voltar, dando-lhes
deus dos mortos (Mt 22,32); de um Deus que
sentimentos pagãos. O sistema de morte voltou a
escuta o clamor dos pobres.
dominar a vida do povo, principalmente depois que
o povo pediu um rei (1Sm 12, 6-25).
Jesus venceu a morte, venceu o mundo (1Jo
5,4) e Deus o ressuscitou!
No fim, depois de quase dois mil anos de
Jesus mostrou que o caminho para chegar à
caminhada, depois de muitas denúncias por parte
observância perfeita do quinto mandamento é
dos profetas, depois de uma longa e dolorosa
imitar o próprio Deus (Mt 5,44-45,48), que é Deus
educação, Jesus veio revelar ao povo o verdadeiro
da vida!
sentido
do
quinto
mandamento.
Ele
disse:
"0uvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás!
Aquele que matar terá que responder em juízo.
Eu, porém, vos digo: aquele que se encolerizar
7º Mandamento: "NÃO ROUBAR"
Aqui vale a pena repetir o título dos Dez
Mandamentos:
contra o seu irmão, terá que responder em juízo."
"Eu sou Javé, teu Deus, que te fez sair do
(Mt 5, 21-22). Conforme Jesus, só observa
Egito, da casa da escravidão. Por isso: não
plenamente esse mandamento quem arrancar de
furtarás". Mas também no Egito era proibido
dentro de si tudo aquilo que pode levar ao
roubar. Os ladrões eram presos como em qualquer
75
outra sociedade. Desta maneira, o faraó até
confirmava a legitimidade do seu sistema.
O povo queria uma sociedade onde a
segurança fosse total, e onde cada um fosse
Pois, prendendo e castigando os ladrões, ele
respeitado nos meios de vida que possuía. Uma
dava segurança aos seus súditos. Em que ponto,
sociedade assim dava tranquilidade e favorecia a
então, o sétimo mandamento significava uma
convivência e a confiança mútua.
libertação da "casa da escravidão"?
A observância deste mandamento ajudava o
O sistema do faraó e dos reis de Canaã era
baseado no roubo. O faraó e os reis podiam tomar
as terras, os animais, os produtos, os empregados,
os filhos e as filhas do povo.
povo a evitar o acúmulo de bens e a explorar o
irmão.
Ele fazia entender que a Providência Divina
passa pela organização fraterna e justa do povo.
Era um "direito do rei", reconhecido por lei
(1Sam 8,11-18). E por isso, tais atitudes do faraó
e dos reis não eram consideradas como roubo.
10º Mandamento: “NÃO COBIÇAR O QUE
PERTENCE A TEU PRÓXIMO”
Como exemplo, o Rei Salomão chegou a ter
O último mandamento ataca e combate a
uma renda anual de 666 talentos de ouro (1Reis
ganância e a cobiça. A ganância do faraó era
10,14). São mais de 22 toneladas de ouro! Chegou
grande. Ele era imitado pelos reis de Canaã. Basta
a empregar, em trabalhos forçados na construção
lembrar a ganância do rei Salomão. Quando o
do templo, mais de 180.000 operários (1Reis 5, 13-
profeta Samuel, velho já, encerrou a sua carreira
16; ou 1 Reis 5, 27-30). Era dono de uma frota de
de chefe e Juiz, ele prestou contas de sua gestão
navios (1Reis 9, 26-28; 10, 22). No seu palácio, os
e mostrou que nunca tinha sido ganancioso (1Sm
pratos, os copos e os talheres eram de ouro puro
12,3-5).
(1Reis 10,21). Ele tinha 1400 carros e 12.000
Samuel era obrigado a prestar contas, a
cavaleiros (1Reis 10, 26). Diariamente, recebia
submeter-se à crítica do povo. Depois de Samuel
13.500 litros de flor de farinha e 27.000 litros de
vieram os reis (1Samuel 12,1-2).
farinha comum, 10 bois cevados e 20 bois de
Os reis nunca prestaram contas ao povo.
pelos
Imitando o faraó e os outros reis, eles começaram
prefeitos, nomeados por ele, no país inteiro (1Reis
a acumular, levados pela ganância. Davi foi
4,22-23 27-28; ou 1 Reis 5, 2-3.7-8).
ganancioso (2Sm 12,1-15) e Salomão o imitou e o
pasto,
além
de outras
coisas,
dadas
No entanto, nunca ninguém o chamou de
ladrão, pois era um direito que a lei lhe dava.
Da mesma maneira o faraó roubava as
terras, não pagava salário, roubava a força física
superou!
Por isso, não adiantava proibir o roubo, se
não se combatia também a ganância que produz o
roubo.
do povo. Este roubo tão grande arrancava o
Assim, o último mandamento ataca a raiz da
clamor da boca do povo e fazia o povo chorar de
opressão, combate a sua causa mais profunda:
angústia (Ex 3, 7). Este roubo não era castigado,
"Não cobiçarás nada do que pertence a teu
nem era chamado de roubo. Mas Deus o observou,
próximo". Esta lei é para impedir que o sistema da
o examinou, percebeu as conseqüências e, na sua
escravidão volte a reinar e a dominar o povo. Ela
lei, ele decretou: "Não furtarás." (Ex 20,15). Por
defende o direito que os pequenos têm de possuir
esse decreto Deus não se dirige a uma pessoa
o necessário para viver.
isoladamente, mas ao próprio povo. Ele deseja uma
nova organização que não seja baseada no roubo
legitimado por lei.
Também havia leis para impedir os roubos
pequenos (Ex 22,1-15).
Os primeiros cristãos conseguiram realizar
este ideal durante algum tempo.
Em vez de cobiçar e acumular, vendiam seus
bens e dividiam o produto entre os necessitados
(At 4,32-35).
Mas, quando São Tiago escreve sua carta,
anos mais tarde, a situação já não era assim.
76
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
Ele condena violentamente os ricos que se
Por isso, o último mandamento conclama o
enriqueciam à custa dos pobres sem defesa. São
povo oprimido, que acabava de sair da escravidão,
Tiago diz aos ricos: "Vocês condenaram o justo e
a se organizar de maneira diferente.
o mataram, porque ele não oferecia resistência"
(Tg 5,6).
Só assim teria poder para impedir que a
ganância tornasse a se infiltrar na cabeça do povo.
A fraqueza, sem defesa do pobre, suscita e
aumenta a ganância e a prepotência impune dos
Fonte:
ricos.
Catequista, Ed. Paulus, 2003 - p. 104-111
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
77
20º ENCONTRO: MA NDAMENTOS: DIG NIDADE À VIDA (6º, 8º e 9º)
1. Objetivos:
 Descobrir a importância dos Mandamentos da Lei de Deus como
proposta de vida para amar o próximo seguindo a sua vontade.
 Saber rezar os Dez Mandamentos para poder vivê-los, pois são
Palavras de Vida.
 Valorizar a verdade e o cultivo de verdadeiras amizades a exemplo de
Jesus.
 Compreender a sexualidade como uma dimensão para o ser humano
viver o amor.
2. Conteúdo do Encontro:
 Deus criou o ser humano como homem e mulher, com igual dignidade pessoal e inscreveu nele a
vocação ao amor e à comunhão.
 Comentar quais atitudes estão contra o sexto e nono mandamento.
 Conversar sobre a família.
 Falar sobre o sexo, sobre o relacionamento “homem e mulher”.
 Deus não fez o homem e a mulher para ficar sozinho. Ele fez o homem para que um ajudasse o
outro, por isso é natural que o homem e a mulher gostem de ficar juntos. Eles precisam um do
outro e desejam formar uma família.
 Nós nos comunicamos com o outro com todos os nossos sentidos (falando, ouvindo); comunicamo-nos
também através do sexo.
 O diálogo com o corpo só é sincero se há respeito entre o homem e a mulher. Nunca considerar o
corpo do outro como um objeto.
 Lembrar sempre que cada pessoa é Templo onde mora Deus, á casa de Deus.
 A falsidade e hipocrisia são as atitudes que Jesus mais condena, porque vem do orgulho e matam a
amizade entre as pessoas.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Apresentar vários cartazes de casais e deixar que falem sobre eles.
 Perguntar o que entendem por sexualidade.
 Em nossa sociedade muitas vezes a sexualidade está banalizada, a falta de valores, a dificuldade
de viver valores que são contrários ao que a maioria das pessoas pensa.
 Nosso mundo entende sexo como valor em si mesmo. Está desvinculado do compromisso com o
outro. Muitos pensam no outro como um objeto.
 A sexualidade deve nos ajudar a ser mais gente, a ser mais feliz.
 A força da graça de Deus na sexualidade.
 Deus quer que as pessoas cuidem bem da própria vida e da vida dos outros.
 O 8º Mandamento nos ensina a ser leais e sinceros. Jesus não gosta daqueles que por fora são de
um jeito e por dentro de outro.
 A falsidade prejudica a nós mesmos. Um pecado grave é a calúnia. Caluniar uma pessoa é falar
coisas dela sem saber se é verdade. Jesus pede que não julguemos ninguém.
4. Leitura utilizada: Ef 5, 31-33; Ef 5, 25-28; Mt 5, 33-37
5. Ambientação: toalha, bíblia, imagem.
6. Material utilizado: Figuras de casais, felizes e infelizes.
7. Atividades: orientar as atividades
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
8. Momento de Oração: Escrever a oração pedida na apostila. Depois cada um deverá rezá-la em silêncio,
fazendo com Jesus o compromisso de ser sempre sincero e puro de coração. Encerrar com a oração
do Pai Nosso.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
6° Mandamento: "Não cometer o adultério" (Ex
20,14).
O
oitavo mandamento requer o respeito à
verdade, acompanhado pela discrição da caridade:
na comunicação e na informação, que devem
Este mandamento revela que Deus criou o
assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da
ser humano como homem e mulher, com igual
vida particular e o perigo de escândalo; na reserva
dignidade pessoal, e inscreveu nele a vocação ao
dos segredos profissionais, que se devem sempre
amor e à comunhão. Compete a cada um aceitar a
manter, salvo em casos excepcionais, por motivos
sua
sua
graves e proporcionados. Exige-se também o
importância para a pessoa toda, como também, o
respeito pelas confidências feitas sob o sigilo do
valor da especificidade e da complementaridade
segredo (cf. CIC 2488-2492; 2510-2511 ).
(cf. CIC 2331-2336; 2392-2393).
Uma culpa contra a verdade exige a reparação,
identidade
sexual,
reconhecendo
a
Embora no texto bíblico se leia "não
cometerás adultério" (Ex 20, 14), a Tradição da
Igreja
segue
ensinamentos
interpretando
morais
do
Antigo
todos
e
os
Novo
Testamento, e considera que o sexto mandamento
engloba todos os pecados contra a castidade.
quando se ocasionou dano a outrem. Ler sobre isto
em CIC 2475-2487; 2507-2509.
9º
Mandamento:
“Guardar
castidade
nos
pensamentos e nos desejos (Não desejar a
mulher do próximo)" (Ex 20,17).
Por castidade entende-se a integração
O nono mandamento nos faz compreender
positiva da sexualidade na pessoa. A sexualidade
que a pureza exige o pudor, que, preservando a
torna-se verdadeiramente humana quando é bem
intimidade da pessoa, exprime a delicadeza da
integrada na relação pessoa a pessoa. A castidade
castidade e orienta os olhares e os gestos em
é uma virtude moral, um dom de Deus, uma graça,
conformidade com a dignidade das pessoas e da
um fruto do Espírito (cf. CIC 2337-2338).
sua comunhão. Ela liberta do erotismo difuso e
8º
Mandamento:
"Não
levantar
falso
testemunho" (Ex 20,16).
afasta de tudo aquilo que favorece a curiosidade
mórbida. Requer uma purificação do ambiente
social, mediante uma luta constante contra a
O oitavo mandamento proíbe:
permissividade dos costumes, que assenta numa
 O falso testemunho, o perjúrio e a mentira,
cuja gravidade se mede pela natureza da
concepção errônea da liberdade humana (cf. CIC
2521- 2527; 2533).
verdade que ela deforma, das circunstâncias,
O
nono
mandamento
proíbe
cultivar
das intenções do mentiroso e dos danos
pensamentos
causados às vítimas.
proibidas pelo sexto mandamento (cf. CIC 2517-
 O
juízo
temerário,
a
maledicência,
a
e
desejos
relativos
às
ações
2519; 2531-2532).
difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a
Complemente
seu
mandamento
lendo
boa reputação e a honra a que a pessoa tem
este
direito.
252882530.
conhecimento
CIC
sabre
2514-2516;
 A lisonja ou adulação, se a sua finalidade for a
realização de pecados graves ou a obtençãoo
de vantagens ilícitas.
Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista,
Vol. II, Ed. Vozes, 2008 – p. 87-89.
79
6º
Mandamento:
"NÃO
COMETERÁS
Ele quis restabelecer a igualdade.
ADULTÉRIO"
O sexto mandamento foi reduzido à pratica
No sexto mandamento, a lei de Deus mostra
a sua profundidade e a sua importância.
A
mudança
que
ela
quer
realizar
na
deve
ser
um
sociedade é radical e total.
O
relacionamento
relacionamento de amor e de fraternidade. Não
basta que se criem relacionamentos de igualdade
no
campo
político,
econômico
e
social.
O
relacionamento de igualdade deve penetrar no
núcleo mais íntimo da vida humana que é o
relacionamento homem-mulher, no casamento.
da castidade, num esforço de respeitar o próprio
corpo.
A Bíblia quer mais do que isto.
Ela quer que seja respeitada a imagem de
Deus no ser humano, no respeito mútuo, sem
nenhum domínio.
Mas, motivado pelo crescimento igual e
harmonioso do homem e da mulher, acabando com
uma das raízes mais profundas do sistema de
opressão que é a dominação da mulher pelo
homem.
É um desafio!
É o passo concreto que a lei de Deus dá no
sexto mandamento: "Não cometerás adultério".
Este mandamento não faz distinção entre
8º
permitido trair o seu companheiro.
Na realidade, a mulher levou desvantagem
frente ao homem na aplicação concreta deste
mulher.
No NT, Jesus retoma o ideal que Deus tinha
em mente quando deu o sexto mandamento:
"Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério".
Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um
olhar de cobiça para uma mulher, já cometeu
adultério com ela em seu coração" (Mt 5,27-28).
Naquele tempo, o divórcio era facilitado. Por
qualquer motivo o homem podia mandar embora a
sua esposa. Jesus diz: "Não lestes que desde o
princípio o Criador os fez homem e mulher?" (Mt
19,4).
E ele proibiu que a esposa fosse repudiada.
Quem repudiava sua esposa e casava com
outra mulher, cometia adultério e era motivo para
que a sua esposa também cometesse adultério (Mt
5,31-32; 19,4-9).
Esta palavra de Jesus impressionou os
apóstolos, que disseram: “Se é assim a condição
do homem em relação à mulher, então não vale a
pena casar-se!" (Mt 19,10).
Isto é um sinal de que Jesus limitou a
liberdade do homem frente a mulher.
80
DIRÁS
FALSO
Deus declara ao grupo de Moisés: "Eu sou
Javé, Deus, que te fez sair do Egito, da casa da
escravidão. Por isso: “não dirás falso testemunho
contra teu irmão!” (Ex 20,2.16).
Este mandamento quer dizer o seguinte:
mandamento.
Dava-se mais liberdade ao homem do que à
"NÃO
TESTEMUNHO"
homem e mulher.
Tanto ao homem como à mulher, não é
Mandamento:
1.Não imitar o exemplo dado pelo sistema
corrupto e ter a coragem de defender o irmão,
sobretudo o pobre, nos tribunais da justiça.
2.
Lutar
organização
na
para
qual
criar
seja
uma
possível
nova
todos
conseguirem os seus direitos na justiça. E que já
não seja possível alguém levantar contra o seu
irmão.
No código da aliança, a Bíblia dá uma série
de normas como fazer isto concretamente (Ex
23,1-9).
Além disso, o que se quer promover com a
observância deste mandamento é que o amor à
verdade
se
torne
novamente
a
base
do
relacionamento entre as pessoas.
Sem o amor à verdade, a possibilidade de
diálogo é destruída na sua raiz e a convivência
social se torna impossível.
Jesus veio revelar esta intenção do Pai. Ele
disse: “Que o vosso sim, seja sim, e o vosso não,
seja não!” (Mt 5, 37). A organização igualitária do
povo em comunidades fraternas não é só questão
de economia e de política.É também uma questão
de conversão sincera de cada um à verdade. “A
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Pastoral Catequética – Apostila do Catequista –Etapa I – Módulo II
verdade vos libertará!” (Jo 8, 32). Aqueles que
A Bíblia diz: "Não cobiçarás a casa do teu
caminham e lutam com Javé por uma nova
próximo, não desejaras a sua mulher, nem o seu
sociedade devem praticar o amor à verdade.
servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
Assim renovam a sociedade a partir de sua
base e criam condições para uma nova justiça;
A sociedade garante a
justiça
social.
Quando realiza as condições que permitem às
associações e ao indivíduo obter o que lhes é
devido, segundo a sua natureza e vocação.
jumento, nem coisa alguma que pertença a teu
próximo". (Ex 20, 17)
O nono mandamento está dividido em dois.
Por isso temos dez mandamentos.
O nono proíbe desejar a mulher do próximo.
O décimo proíbe desejar a propriedade alheia.
A justiça está ligada ao bem comum e ao
exercício da autoridade (CIC 1928)
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
9º Mandamento: “NÃO DESEJAR A MULHER
Catequista, Ed. Paulus, 2003 – p. 106, 109-
DO PRÓXIMO”
111
Para nós, hoje, o nono mandamento diz:
"Não desejar a mulher do próximo".
81
1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRATER NI DADE
1. Objetivos:
 Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este
período.
 Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade
2012.
 Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de
uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e
comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e
mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
(Objetivo Geral de CF-2012).
2. Conteúdo do Encontro:
 Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo o dia
da Páscoa.
 Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para
os catequizandos, que deverão dobrar ao meio.
 Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando
os quarenta dias da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma.
 Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude,
uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
 Combinar em cada encontro as ações da semana.
 Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história – A pomba e a formiga.
Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da
correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um
raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar.
Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou
imaginando o belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no
calcanhar. O caçador abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado
de ser salva pela pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este
olhou de novo para o rio, seu almoço tinha desaparecido.
Comentar a história:
 Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga?
 Quando é que sou pomba?
 Quando sou caçador?
 Quem foi solidário e fraterno?
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz)
 Tema: Fraternidade e Saúde Pública
 Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”.
 A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um
dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação
82
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o
espírito.
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-12, cartolina e folhas cortadas
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila).
QUARESMA
SEG
TER
QUA
QUI
SEX
SAB
DOM
22/02
23/02
24/02
25/02
26/02
27/02
28/02
29/02
01/03
02/03
03/03
04/03
05/03
06/03
07/03
08/03
09/03
10/03
11/03
12/03
13/03
14/03
15/03
16/03
17/03
18/03
19/03
20/03
21/03
22/03
23/03
24/03
25/03
26/03
27/03
28/03
29/03
30/03
31/03
01/04
02/04
03/04
04/04
05/04
06/04
07/04
08/04
19/03
Boas
atitudes da
semana
83
2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE
1. . Objetivos:
 Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de
uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e
comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e
mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.
(Objetivo Geral de CF-2012).
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar o que é Quaresma e como se vive este tempo.
 Explicar o que é a Campanha da Fraternidade, o tema e
lema da CF-2012 e como vivenciar a Campanha na família e na
vida.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Fazer em conjunto com a classe o registro da semana –
escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que
deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma.
 Utilizar uma das dinâmicas propostas no Apêndice no final
da Apostila de acordo com a idade de seus catequizandos.
 Para explicar sobre a fraternidade, a dignidade da pessoa
humana e a cidadania, contar a história – A águia e a galinha.
Era uma vez um camponês que pegou um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto com as
galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os
pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista e,
enquanto passeavam ele viu á águia e disse:

Esse pássaro aí não é galinha, mas uma águia.

De fato – disse o camponês. É águia, mas eu criei como galinha.

Não – retrucou o naturalista. Ela é, e sempre será uma águia. Pois tem coração de águia. Esse
coração a fará um dia voar às alturas.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a,
disse:

Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas
asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor.
Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
 Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
 Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente.
Por mais uma vez ele experimento e a águia voltou para junto das galinhas.
No dia seguinte, o naturalista pegou a águia e a levou para o alto de uma montanha. O sol nascente
dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto, na direção do sol e
ordenou-lhe:
 Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas o naturalista segurou-a
firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e
da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se,
84
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto.
Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... (Leonardo Boff)
Comentar a história:

Como será que Deus nos criou?

Somos águias ou galinhas?

Ou será que somos as duas juntas?

É possível viver a condição “galinha”, satisfatoriamente nos dias de hoje?

Como a condição “águia” pode ajudar para termos mais qualidade de vida?

Pense:
 Características que predominam em cada condição:
1.
Galinha: alimentação, moradia, ir à escola, praticar esportes, hábitos de higiene, trabalho,
cuidado com o meio ambiente (mostrar figuras para ilustrar)
2. Águia: capacidade de amar, a busca por Deus, amor ao próximo, superar dificuldades, coragem
para arriscar, persistência, sinceridade, realizar a vocação, buscar a felicidade.
3. Reflexão: Observando a águia e a galinha, o que concluímos? Agimos, somos apenas como uma
delas? Ou as duas condições são essenciais para a realização humana?
4. Concluir: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Busca as alturas, o sol; foi feita para grandes
ideais e os grandes sentimentos. Muitas vezes, porém, fica presa a coisas como uma galinha
ciscando no galinheiro. Não nascemos só para cuidar de comida, roupa... As duas condições são
essenciais para a realização humana. Criados à imagem e semelhança de Deus, temos que buscar
sempre a perfeição, a nossa conversão, mas sempre sabedores de nossa pequenez.
A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que
aflige nossa sociedade.
Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz)
 Tema: Fraternidade e a Saúde Pública
 Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”.
 Ler Lc 10, 29-37 – A parábola do Bom Samaritano
 Comentar que o cartaz atualiza este encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita
de cuidado. A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a
cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A cruz recorda a salvação que
Jesus Cristo nos conquistou. A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que
foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos, para
possibilitar atendimento digno, para que a saúde se difunda sobre a Terra.
 Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como
irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade.
 A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos.
Este ano a Campanha deseja sensibilizar a todos a dura realidade de irmãos e irmãs que não
têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É
uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de
morte sejam transformadas.
 A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde
Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na
morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à
saúde.
85
 O samaritano faz o papel de Jesus, movido pela compaixão diante de um acontecimento da vida,
do dia a dia. O desafio para fazer o bem surge quando menos se espera. Jesus pede que
olhemos para a realidade, para a vida. Com sua graça, vamos converter nossa vida procurando
“Ter em nós os mesmos sentimentos que animavam Jesus”. (Fl 2,5).
 É hora de assumir compromisso, ver o que o texto nos leva a viver. O Evangelho de Lucas nos
mostra que nem todos que conhecem a Bíblia são os que a praticam, são os melhores exemplos.
 Que compromisso vou assumir, qual gesto concreto essa parábola despertou em mim? Como vou
ser “o próximo” de pessoas que precisam de ajuda?
4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, cartaz da Campanha da Fraternidade, figura de uma águia
e de uma galinha.
6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF-2012, cartolina e folhas cortadas
7. Atividades: orientar as atividades da apostila
8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila).
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Introdução
A Campanha da Fraternidade de 2012
mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida
como um dom de Deus e para a compreensão de
que o cuidado com a saúde depende de uma
alimentação saudável, da prática de esportes, das
ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a
mente e o espírito.
A Igreja propõe como tema da Campanha
deste ano: A Fraternidade e a Saúde Pública,
como lema: Que a Saúde se difunda sobre a
terra (Eclo. 38,8). Deseja assim sensibilizar a
todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs
que não têm acesso à assistência de saúde pública
condizente com suas necessidades e dignidade. É
uma
realidade
que
clama
por
ações
transformadoras. A conversão pede que as
estruturas de morte sejam transformadas.
A Igreja, nessa Quaresma, à luz da
Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade
da saúde pública e levar os discípulos missionários
a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento,
na morte. Levá-los, ao mesmo tempo, a exigir que
os pobres tenham um atendimento digno em
relação à saúde.
O Sistema Único de Saúde – SUS ,
inspirado em belos princípios como o da
universalidade, cuja proposta é atender a todos,
indiscriminadamente, deveria ser modelo para o
mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser
implantado em sua totalidade e ainda não atende a
86
contento, sobretudo os mais necessitados desses
serviços.
Entendendo ser um anseio da população,
especialmente da mais carente, um atendimento
de saúde digno e de qualidade, a Campanha da
Fraternidade 2012 aborda o tema da saúde,
conforme os objetivos a seguir propostos.
Objetivo Geral:
Refletir a realidade da saúde no Brasil, em
vista de uma vida saudável, mobilizando o espírito
fraterno e comunitário das pessoas, na atenção
aos enfermos e na busca por melhoria no sistema
público de saúde.
Objetivos Específicos:
1. Disseminar o conceito de bem viver e
sensibilizar para a prática de hábitos de vida
saudável, em detrimento dos que comprometem a
boa saúde;
2. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos
enfermos, o suprimento de suas necessidades e
integração na comunidade. Organizar este serviço
nas comunidades que ainda não despertaram para
esta exigência evangélica;
3. Alertar para a importância da organização
da Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde
não existe, fortalecer onde está incipiente e
dinamizá-la onde ela já existe.
4. Difundir dados sobre a realidade da saúde
no Brasil e seus desafios, bem como sua estreita
relação com os aspectos socioculturais de nossa
sociedade;
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
5. Despertar, nas comunidades, a discussão
sobre a realidade da saúde pública, levá-las ao
acompanhamento da prática da cidadania no trato
da causa pública e à exigência de qualificação dos
gestores da área da saúde;
6. Estimular e fortalecer a mobilização
popular em defesa do SUS e de seu justo
financiamento, orientando a comunidade sobre
seus direitos e deveres em relação ao sistema de
saúde como a participação nos espaços de
controle, fiscalização e deliberação das políticas
públicas de saúde.
Saúde e
realidade
Doença
-
dois
lados
da
mesma
A vida, a saúde e a doença são realidades
profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as
ciências não se encontram em condições de
oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo
a aparato tecnológico hoje disponível. Assim, as
enfermidades, o sofrimento e a morte
apresentam-se como realidades duras de serem
enfrentadas e contrariam os anseios de vida e
bem-estar do ser humano.
Nas línguas antigas é comum a utilização
de um mesmo termo para expressar os
significados de saúde e de salvação. Na língua
grega, soter e aquele que cura e ao mesmo tempo
é salvador. Em latim, ocorre a mesmo com salus.
Verifica-se o mesmo em outras línguas.
Certamente, a convergência destes significados
para um único termo é reflexo da dura
experiência existencial diante destes fenômenos
e a percepção de que o doente necessita ser
curado ou salvo da moléstia pela ação de outrem.
Saúde e salvação para a Igreja
A experiência da doença mostra que o ser
humano é uma profunda unidade pneumossomática.
Não é possível separar corpo e alma. Ao paralisar
o corpo, a doença impede o espírito de voar. Mas
se, de um lado, a experiência é de profunda
unidade, de outro, é de profunda ruptura. Com a
doença passamos a perceber o corpo como um
'outro', independente, rebelde e opressor.
Ninguém escolhe ficar doente. A doença
se impõe. Alem de não respeitar nossa liberdade,
ela também tolhe nosso direito de ir e vir. A
doença é, por isso, um forte convite à
reconciliação e à harmonização com nosso próprio
ser.
A doença é também um apelo à
fraternidade e à igualdade, pois não discrimina
ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças,
jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante
de todos nossa profunda igualdade. Diante de tal
realidade, a atitude mais lógica é a da
fraternidade e da solidariedade.
A vida saudável requer harmonia entre
corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre
personalidade e responsabilidade. Nesse sentido,
o Guia para a Pastoral da Saúde, entendendo que a
saúde é uma condição essencial para o
desenvolvimento pessoal e comunitário, apresenta
algumas exigências para sua melhoria:
a) articular o tema saúde com a alimentação; a
educação; o trabalho; a remuneração; a
promoção da mulher, da criança, da ecologia,
do meio ambiente etc.;
b) a preocupação com as ações de promoção da
saúde e defesa da vida, que respondem a
necessidades imediatas das pessoas, das
coletividades e das relações interpessoais. No
entanto, que estas ações contribuam para a
construção de políticas públicas e de projetos
de desenvolvimento nacional, local e paroquial,
calcada em valores como: a igualdade, a
solidariedade, a justiça, a democracia, a
qualidade de vida e a participação cidadã.
Contribuições recentes da Igreja para a Saúde
no Brasil
Em mais uma manifestação da preocupação
da Igreja com a realidade social da população, em
1981, a Campanha da Fraternidade: “Saúde e
Fraternidade” apresentou o lema: “Saúde para
todos”. A Campanha contribuiu para a reflexão
nacional do conceito ampliado de saúde. Na época
o Papa João Paulo II escreveu, em sua mensagem
para a Campanha, que a “boa saúde não é apenas
ausência de doenças: é vida plenamente vivida em
todas as suas dimensões pessoais e sociais. Como
o contrário , a falta de saúde, não é só a presença
da dor ou o mal físico. Há tantos nossos irmãos
enfermos por causa inevitáveis ou evitáveis, a
sofrer, paralisados, à beira do caminho, à espera
da misericórdia do próximo, sem a qual jamais
poderão superar o estados de semimortos”.
A discussão sobre a saúde foi retomada na
CF de 1984, como tema Fraternidade e Vida e o
lema “Para que todos tenham vida”, partindo da
citação bíblica: “pois eu estava com fome e me
87
deste de comer,... doente, e cuidaste de mim” (Mt
25, 35-36). Esta Campanha buscou ser um sinal de
esperança para as comunidades cristãs e para
todo o povo brasileiro, a fim de que, em um
panorama de sombras e de atentados à vida,
sentissem a luz de Cristo, que vence o egoísmo, o
pecado e a morte, reforçando os princípios
norteadores da valorização da vida, do início até o
seu fim.
Tais
iniciativas
constituem
marcos
importantes da ação da Igreja, tanto no campo da
saúde como no da saúde pública, em nosso país.
Por ser amplo o leque destas atividades, com
satisfação
identificam-se
ações
pastorais,
próprias do múnus eclesial, que resultam em
contribuição da Igreja para o cumprimento das
“Metas do Milênio” com as quais o governo
brasileiro comprometeu-se perante a comunidade
internacional, mobilizando diretamente seus
vários setores:
“Metas do Milênio” propostas pela ONU
(Organização das Nações Unidas) com objetivos a
serem alcançados até 2015:

Reduzir pela metade o número de pessoas que
vivem na miséria e passam fome;

Educação básica de qualidade para todos;

Igualdade entre os sexos e mais autonomia
para as mulheres;

Redução da mortalidade infantil;

Melhoria da saúde materna;

Combate a epidemias e doenças;

Garantia da sustentabilidade ambiental;

Estabelecer parcerias
desenvolvimento.
mundiais
para
o
Doença e saúde no Antigo Testamento
eliminando a causa da doença, ou seja, o pecado,
pode-se obter novamente de Deus a saúde.
Houve, um tempo, que entre os judeus
piedosos, o fato de recorrer a médicos era visto
como falta de fé no Deus vivo e verdadeiro, pois a
doença era compreendida como forma de punição
por parte de Deus.
O livro do Eclesiástico considera a doença
como o pior de todos os males (cf 30, 17), um mal
que faz perder o sono (cf 31, 2). O povo judeu
entendia que a falta de saúde estava intimamente
ligada com a culpa, o pecado. A cura para as
doenças deveria ser obtida, em primeiro lugar,
pela oração (cf 2Sm 12, 15-23).
Saúde e doença no Novo Testamento
O capítulo nono do Evangelho de São João
relata o encontro de Jesus com um cego de
nascença (cf Jo 9, 1-41). De acordo com o relato,
são os discípulos que, em primeiro lugar, percebem
a presença do cego e propõem uma questão a
Jesus.
A dúvida dos discípulos é de ordem
teológica: “Quem pecou para ele nascer cego?”
Teria o homem pecado ou teriam sido seus pais (cf
Jo 9, 2) .
A resposta de Jesus é clara: “nem ele,
nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para se
manifestarem nele as obras de Deus” (cf Jo 9, 3).
Cristo interrompe a tradição de vincular doença e
pecado e oferece aos discípulos, aos fariseus, aos
judeus e familiares do cego e ao próprio cego uma
catequese sobre sua missão. Jesus apresenta-se
como “luz do mundo” e luz que se manifesta pelas
obras que realiza. Essa experiência permite que o
próprio cego se transforme em discípulo.
A bíblia hebraica, já nas primeiras páginas,
apresenta a origem do mal e do sofrimento, mas
descartando
qualquer
possibilidade
de
participação divina. No decorrer da caminhada do
povo hebreu, outros conceitos e outras
justificativas foram sendo desenvolvidas a
respeito da doença e do sofrimento, que passaram
a ser vistos como conseqüência do pecado e da
desobediência. Assim a preservação da saúde mais
do que a cura da doença, era obtida pela
observância da Lei de Deus.
O anúncio da missão de Jesus na sinagoga
de Nazaré inclui “a recuperação da vista aos
cegos” (cf Lc 4, 18). No entanto em toda ação de
Jesus, percebemos inúmeros gestos de quem está
preocupado em recuperar a saúde. Não apenas no
aspecto biológico, mas promover o ser humano
para ter uma vida digna, saudável e reintegrada à
sociedade, porque a doença significava a exclusão
social. Diz o evangelho: “Jesus percorria toda a
Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando
a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de
doença e enfermidade do povo” (Mt 4, 23).
Porém, quem não a observa terá a
maldição, a infelicidade, as doenças e a opressão
(cf Dt 28, 15ss). A doença é vista como castigo de
Deus ao pecado do ser humano, por isso, somente
Com sua ação evangelizadora, Jesus não
apenas cura os doentes, mas resgata o ser humano
para o meio da sociedade, dando-lhe dignidade e
apresenta uma nova forma de relacionar-se com
88
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
as pessoas necessitadas. O Novo Testamento é
repleto de relatos de Jesus curando os doentes,
os quais testemunham que a ação salvífica de
Jesus também acontecia em suas intervenções no
cuidado e atenção com os que sofrem.
A parábola do Bom Samaritano nos lembra
a condição da fragilidade humana a que todos
estamos condicionados desde a criação. Mas
indica que os seguidores de Jesus devem
descobrir a importância do cuidado. A fragilidade
somente se cura mediante a proximidade daquele
que se dispõe a cuidar do debilitado. Cuida-se da
própria vulnerabilidade quando se consente a
proximidade do outro.
O samaritano é aquele que em face da
necessidade do outro a assimila e se deixa
transformar por ela. Não só porque cuida do
ferido e lhe dá abrigo, mas porque o faz em
prejuízo dos seus próprios planos iniciais.
Esta atitude é revelada nos sete verbos
desta parábola e indica um modo de ser diante do
outro, que pode iluminar o engajamento da Igreja
e dos cristãos no campo da saúde pública:
a) VER – a primeira atitude do samaritano
que descia pelo caminho foi enxergar a realidade.
Não ignorou a presença de alguém caído, de
alguém que teve seus direitos violentados e que se
encontro à margem da estrada.
b) COMPARECER-SE – a percepção da
presença do caído conduziu o samaritano à atitude
de compaixão. Ele deixou-se afetar pela presença
do violentado que jazia quase morto. A compaixão
desencadeou as demais atitudes tomadas pelo
Samaritano.
c) APROXIMAR-SE – ao contrário dos que
antecederam, o viajante estrangeiro aproximou-se
do caído, foi ao seu encontro, não passou adiante.
No homem assaltado, ferido, necessitado,
reconheceu seu próximo, apesar de muitas
diferenças entre ambos.
d) CURAR – a presença do outro exige
cuidado. A aproximação, a compaixão não são
simplesmente sentimentos benevolentes voltados
ao outro. Elas se tornam obra, se transformam em
ação que lança mão dos elementos que tem
disponíveis para salvar o outro.
e) COLOCAR NO PRÓPRIO ANIMAL –
colocou a serviço do outro os próprios bens. Não
temeu disponibilizar ao desconhecido ferido tudo
o que dispunha: seu meio de transporte, o que
trazia para seu próprio cuidado e seu dinheiro.
f) LEVAR À HOSPEDARIA – mudou seu
itinerário e acabou mobilizando e envolvendo
outras pessoas. Nem sempre conseguimos
responder a todas as demandas, mas podemos
mobilizar outras forças para atender e cuidar de
quem sofre.
g) CUIDAR – esse é o sétimo verbo e
expressa o conjunto da intervenção do
samaritano. Trata-se de um cuidado coletivo, que
envolveu
outros
personagens,
recursos
financeiros, estruturas que o viajante, não
dispunha e o compromisso de retornar. A razão do
retorno é que agora ela incluía outra pessoa, um
compromisso que não estava planejado no início da
viagem, mas não pode mais ser ignorado, cuidar
passa a ser uma missão.
A figura do bom samaritano assume a condição
de modelo para a ação evangelizadora da Igreja
no campo da saúde e no campo da defesa das
políticas públicas.
Unção dos Enfermos, sacramento da cura
O sacramento da unção dos enfermos é
compreendido no âmbito da missão salvífica da
Igreja, ou seja, no contexto do ministério de cura
que toda Igreja exerce junto aos enfermos. A
unção não é um sacramento pontual e isolado, que
se celebra de forma quase mágica, numa UTI, a
um moribundo totalmente inconsciente. Pelo
contrário, é um sacramento eclesial que, além de
comprometer toda a Igreja, é também o ápice de
um processo em favor e a serviço dos irmãos
enfermos de uma comunidade. Faz parte do
ministério de cura que atualiza e significa a
presença do Reino no hoje das pessoas.
Por ser um serviço de toda a Igreja,
compromete todos na comunidade: o próprio
doente em atitude plenamente ativa de
identificação com Jesus Cristo, de aceitação da
própria debilidade e de contribuição para o bem
do povo de Deus e a salvação de todo o mundo; de
todos os crentes em atitude de amor e presença
junto aos pobres e doentes; dos religiosos,
fazendo presente no mundo a pessoa de Cristo
que se preocupa e cura os doentes; dos
presbíteros cujo ministério exige deles, não só a
visita, a atenção e a animação dos doentes, mas
também a visibilidade da presença viva do Senhor
que unge, cura e salva; dos bispos que precisam,
89
num trabalho de coordenação pastoral e
evangelizadora, mostrar que os doentes não são
seres passivos, mas comprometidos com o Corpo
de Cristo.
É pena que, na mentalidade comum dos
fiéis e até mesmo dos agentes de pastoral, o
sacramento da unção dos enfermos ainda não
tenha se desconectado suficientemente de sua
relação com a morte. Este passo, no entanto,
precisa ser dado. Todos precisam ter muito claro
que o sacramento da unção dos enfermos já não é
mais nem sacramento que consagra a morte nem
preparação imediata para a eternidade. Pelo
contrário, é o sacramento que consagra uma
situação de vida, ou seja, uma situação de doença,
confiando ao doente a missão de completar, no
próprio corpo, o que falta à paixão de Cristo.
1. A Pastoral da Saúde
A Pastoral da Saúde que representa a
atividade desempenhada pela Igreja no Setor da
Saúde, é expressão de sua missão e manifesta a
ternura de Deus para com a humanidade que
sofre. A Igreja, ao meditar a parábola do bom
samaritano (cf Lc 10, 25-37), entende que não é
licito delegar o alivio do sofrimento apenas à
medicina, mas é necessário ampliar o significado
desta atividade humana.
No Brasil esta Pastoral conta com 80 mil
agentes voluntários. Seu objetivo é promover,
educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e
celebrar a vida ou promover ações em prol da vida
saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando
presente no mundo de hoje, a ação libertadora de
Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito
nacional e de referência internacional.
2. Como as famílias podem colaborar para a
saúde se difundir
A família ocupa o lugar primário na
humanização da pessoa e da sociedade. Por isso é
chamada a ser uma comunidade de saúde, a educar
para viver bem, a promover o bem estar de seus
90
membros e do ambiente que a cerca. É importante
recuperar a família como colaboradora essencial
no cuidado e no acompanhamento de seus
membros.
Vários
dos
condicionantes
e
determinantes da saúde dependem da adesão das
famílias e da educação prática das crianças.
3. Seguem algumas propostas de ação concreta
para esta esfera:
a) Incentivar o cuidado pleno aos extremos da
vida (criança e idosos), buscando atendimento
digno, humano e com qualidade nos serviços de
saúde, nos três níveis de governo;
b) Garantir que a prevenção avance para além da
informação. É necessário visar não só ao bem
estar individual, mas também ao familiar e ao
de todos, através de ações educativas
abrangentes;
c) Buscar a sensibilização e a mobilização de
familiares e amigos quanto à ações básicas de
prevenção e promoção da saúde,como manter o
cartão de vacinas atualizado;
d) Estimular a doção e a manutenção de padrões e
estilos de vida saudáveis e a abolição de
hábitos inadequados de vida. Até reeducação
alimentar e incentivo à atividade física regular;
e) Estimular o uso dos serviços de saúde, de
forma consciente, organizada e cuidadosa,
visando à otimização de recursos públicos;
f) Estimular a disseminação do conceito de que a
prevenção ao uso de drogas é de
responsabilidade de todos, ou seja, pais,
professores,
empresários,
líderes
comunitários, sindicatos, igrejas e autoridades.
g) Incentivar e difundir programas de coleta
seletiva e de reciclagem, no suporte a projetos
de pesquisa na área ambiental e no estímulo de
práticas sustentáveis, divulgadas em empresas,
escolas e comunidades.
Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade
2012, CNBB, Brasília – DF.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
3º TEMA EXTRA: SEMA NA SANTA E PÁ SCOA
1. Objetivos:
 Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento de
Jesus por amor a nós foi para nos levar a vivo com Ele a sua
ressurreição.
 Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor e
valorizar os símbolos dessa proposta.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos até o
Domingo de Páscoa)
 Retomar o compromisso da quaresma.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e ler com os catequizandos o texto da
apostila.
 Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo).
 Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da Semana Santa na paróquia.
DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de Palmeira e cantos
de Hosana.
QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia.
SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde
entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade.
SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus.
DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida
renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA!
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra.
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte)
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Ler e refletir sobre as leituras utilizadas para o encontro
 Citações bíblicas:




Domingo de Ramos: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12, 12-16; Lc 19, 18-40.
Ceia do Senhor: Jo 13, 1-15.
Paixão e Morte: Jo 18, 1 a 19, 42.
Ressurreição: Mt 28, 1-10; Mc 16, 1-18; Lc 24, 1-12.
91
4º TEMA EXTR A: O SANTO PADROEI RO
1. Objetivo:
 Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado
de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia
2. Conteúdo:
 Nós também podemos e devemos ser santos
 História do Santo Padroeiro e história da Paróquia
3. Desenvolvimento do tema:
 Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3)
 Perguntar se sabem o que é ser santo.
 Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos.
 Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se
descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus.
 O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem)
 Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que
falem).
 Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu
trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida.
 Falar dos Santos recém canonizados:

Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de
2007;
 Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti.
 Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia
 Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica.
 Falar sobre a Paróquia – completar as atividades
4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa
6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro
7. Atividades: orientar as atividades
8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso
do santinho)
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua
vida, onde nasceu e porque se tornou santo.
Pesquisar histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo
de canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico,
Franz de Castro Holzwarth.
92
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS
REFLEXÃO DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS
O SIGNIFICADO DOS SANTOS HOJE NUM MUNDO EM MUDANÇA
1. "Para fazer de um homem um santo, só é
Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo
necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o
realce do tema da santidade. No "grande exército
que é um santo, nem o que é um homem",
de santos e de mártires", que inclui "Sumos
observava Pascal com o seu esmero característico
Pontífices,
nos Pensamentos. Recorro a esta observação para
humildes figuras de leigos e de religiosos, de um
indicar as duas perspectivas destas reflexões:
extremo ao outro do globo observou o Papa João
no
santo
convergem
bem
conhecidos
da
história,
ou
a celebração de Deus
Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu
(nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do
mais do que nunca a dimensão que melhor exprime
homem, nas suas potencialidades, nos seus limites,
o mistério da Igreja. Mensagem eloqüente, que
nas suas aspirações e nas suas realizações.
não tem necessidade de palavras, ela representa
São conhecidas as inúmeras objeções que
ao vivo o rosto de Cristo".
hoje se levantam contra o conceito de "santidade"
Para compreender a Igreja, é necessário
e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à
conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu
prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de
fruto
reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus
contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e
filhos mais exemplares. Na grande relevância,
diversas situações do mundo contemporâneo, é
também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às
preciso olhar para os santos que "representam
beatificações e canonizações durante o seu
profundamente o rosto de Cristo" (Ibidem), como
Pontificado, houve quem insinuasse a existência
nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar
de
santos e há de fazê-lo em nome daquele anúncio
uma
estratégia
expansionista
da
Igreja
católica.
e
eloquente.
Para
tão
diversificados
por
categorias,
precisamente em instrumento de santidade no
mundo.
nacionalidades e culturas, seria apenas uma
operação
amadurecido
da santidade que a enche e a transforma
Para outros, a proposta de novos beatos e
santos,
mais
de
marketing
a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que,
finalidades de liderança do Papado na sociedade
embora possuindo uma natureza igual à nossa, se
civil contemporânea. Por fim, há quem veja nas
transformam mais perfeitamente na imagem de
canonizações e no culto dos santos um resíduo
Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos
anacrônico de triunfalismo religioso, alheio e até
fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o
contrário ao espírito e à orientação do Concílio
qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão
Vaticano II, que realçou com muita força a
grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf.
vocação à santidade de todos os cristãos.
Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho"
apenas
(Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen
sociológica do nosso tema corre o risco de ser não
gentium encontramos a profunda razão do culto
só
aos beatos e santos.
redutiva,
mas
uma
santidade,
"Deus manifesta de forma viva aos homens
com
Evidentemente,
da
também
leitura
desviante
da
compreensão deste fenômeno, tão característico
da Igreja católica.
2. Na Carta Apostólica Novo millennio
3. A Igreja realiza a missão que lhe foi
confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento
de
santidade
através
dos
caminhos
da
ineunte, a Carta que o Papa João Paulo II
evangelização, dos sacramentos e da prática da
entregou à Igreja no encerramento do Grande
caridade.
Esta
missão
recebe
uma
notável
93
contribuição
de
conteúdos
e
de
estímulos
serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e
espirituais, também da proclamação dos beatos e
pelas santas que pertencem aos mais diversos
santos, porque eles mostram que a santidade é
contextos de referência histórica, mas viveram a
acessível às multidões, que a santidade pode ser
mesma fé. Este internacionalismo confirma que a
imitada. Com a sua existência pessoal e histórica,
santidade não tem limites e que não morreu na
eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida
Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de
nova em Cristo não são uma utopia ou um mero
profunda atualidade. O mundo muda, mas os
sistema de valores, mas "fermento" e "sal",
santos, embora também mudem com o mundo que
capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora
se transforma, representam sempre o mesmo
das várias culturas, regiões geográficas e épocas
rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura,
históricas.
um indício inconfundível da vitalidade peculiar,
"O futuro dos homens observava o saudoso
meta-cultural
e
meta-histórica
para
nós,
Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos
católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do
os seus pecados corroem todos os caminhos da
anúncio e da Graça cristã?
história e levam a uma dialética cheia de causas e
5. Neste contexto de pensamentos, é
de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões
interessante fazer uma observação sobre o modo
e de interrupções. A certeza de que os santos
como a Igreja católica reconhece e proclama os
continuarão a acompanhar os homens é uma das
beatos e os santos. Refiro-me em particular ao
poucas garantias do futuro" (Il primato della
trabalho da Congregação para as Causas dos
verità, pág. 154.).
Santos, chamada a estudar e reconhecer a
4. O fenômeno dos santos e da santidade
santidade
e
os
santos
através
de
um
cristã cria um sentido de admiração que nunca
procedimento minucioso e sábio, consolidado,
esmoreceu na vida da Igreja e que não pode
renovado e renovável no tempo.
deixar de surpreender até um observador laico
Os santos e a santidade são reconhecidos
atento, sobretudo hoje, num mundo que muda
com um movimento que parte de baixo para cima.
contínua e rapidamente, num mundo fragmentado
Ainda hoje, é o próprio povo cristão que,
sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de
reconhecendo por intuição da fé a "fama de
valores como de costumes. É da admiração que
santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira
deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé
fase do processo de canonização os candidatos à
encarne em todas as latitudes, nos diversos
canonização
contextos históricos, entre as mais variadas
competente da Santa Sé. Nem a Congregação para
categorias e estados de vida? Como é possível
as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou
que, sem dinamismos de poder, impositivos ou
"fabricam" os santos. Como todos os cristãos
persuasivos que sejam, e sem dinamismos de
sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este
uniformidade,
mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde
existam
tantos
santos,
tão
é
e,
em
uma
seguida,
constatação
à
a
Congregação
diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo
quer",
que
estamos
e com a sua Igreja? O que é que leva à livre
habituados desde há séculos, e hoje muito mais,
assunção do núcleo germinativo cristão, que
uma vez que a Igreja está espalhada em todas as
depois desenvolve tanta diversidade e beleza na
partes do mundo e em todas as camadas sociais.
unidade da santidade? Como é diferente a
Assim, deve reconhecer-se que o Papa João
globalização, de que hoje se fala com tanta
Paulo II fez da proclamação de novos beatos e
frequência, da catolicidade ou universalidade da
santos uma autêntica e constante forma de
fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e
evangelização
difunde!
acompanhar a pregação das verdades e dos
e
de
magistério.
Ele
quis
Aquele internacionalismo do catolicismo, que
valores evangélicos com a apresentação de santos
não é procurado com vista ao poder, mas ao
que viveram aquelas verdades e aqueles valores de
94
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e,
Além disso, na Carta Apostólica Novo
portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II
millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos
beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são
da santidade são variados e apropriados à vocação
mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais
de
encontraram a morte no martírio. Os leigos
concedido, nestes anos, beatificar e canonizar
elevados às honras dos altares são também muito
muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos
mais do que geralmente se pensa: com efeito,
que se santificaram nas condições ordinárias da
trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no
vida" (n. 31).
total.
cada
um.
Sem
Para alguns, eles são muitos; para outros,
poucos.
Agradeço
dúvida,
ao
tantas
Senhor
ter-me
beatificações
e
canonizações são também um sinal da capacidade
de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja.
No que diz respeito ao número de santos, o
6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a
Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem
contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo
considera que eles são demasiados. Pelo contrário,
seu culto e pelo ardente e sério trabalho de
fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a
estudo que precede e que se segue à sua
este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há
canonização.
demasiadas beatificações. Mas isto, além de
O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa
refletir a realidade, que por graça de Deus é
investigação
aquela que é, corresponde também ao desejo
acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf.
expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se
Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já
de tal maneira no mundo e a sua mensagem
encontrou a Congregação para as Causas dos
mergulhou as suas raízes de modo tão profundo,
Santos
que o elevado número de beatificações reflete
experimentada.
histórica,
preparada
teológica
e,
hoje,
e
pastoral"
plenamente
precisamente de modo vivo a ação do Espírito
O cuidado pela verdade histórica esteve
Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais
sempre presente no trabalho da Congregação para
essencial para a Igreja, o da santidade. Com
as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X,
efeito, foi o Concílio que realçou de forma
de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no
particular
a
Código de Direito Canónico de 1917, pedia a
(Discurso
de
vocação
universal
reunião e o estudo de todos os documentos
preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000,
históricos relativos às causas. Mas a novidade
13 de Junho de 1994).
fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio
Carta
do
santidade"
em
Na
abertura
à
Apostólica
Consistório,
Tertio
millennio
"Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930,
adveniente, o Papa João Paulo II escreveu:
com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação
"Nestes
as
dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de
canonizações e as beatificações. Elas manifestam
anos,
oferecer a contribuição eficaz para a abordagem
a vivacidade das Igrejas locais, muito mais
das causas "históricas", ou seja, das que não
numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no
contavam
primeiro milênio. A maior homenagem que todas as
relativas às mesmas causas. O serviço prestado
Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro
pela "Secção histórica", em seguida denominada
milênio,
presença
como "Departamento histórico-hagiográfico", foi
onipotente do Redentor, mediante os frutos de
alargado a todas as causas, mesmo às mais
fé, esperança e caridade em homens e mulheres
"recentes", aumentando a sensibilidade histórico-
de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas
crítica a todos os níveis e em todas as fases do
várias formas da vocação cristã" (n. 37).
processo.
será
foram-se
a
multiplicando
demonstração
da
com
testemunhas
contemporâneas
95
Finalmente,
a
Constituição
Apostólica
ponto de vista cultural, independentemente da
Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro
abordagem cultural, religiosa e de estudo com que
de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7
nos aproximemos deles. Um grande filósofo
de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente
francês do século XX, Henry Bergson, observou
a contribuição determinante do método e da
que "as maiores personagens da história não são
qualidade histórica na abordagem das causas dos
os conquistadores, mas os santos". E Jean
santos.
Delumeau, um historiador do catolicismo de
A verdade histórica, tão diligentemente
Quinhentos,
convidava
a
verificar
como
os
procurada por motivos teológicos e pastorais, traz
grandes impulsos da história do cristianismo
muitos benefícios também à apresentação cultural
foram caracterizados por um retorno às fontes,
dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da
isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos
sacristia" para serem estudados e apresentados
santos e pelos movimentos de santidade na Igreja.
também
como
personagens
historicamente
Nos
últimos
anos,
o
Cardeal
Joseph
significativas, no contexto da vida da sua Igreja,
Ratzinger afirmou justamente que "não são as
da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não
maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na
interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis,
Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles,
mas a todos aqueles que se ocupam da história, da
os santos, são a verdadeira e determinante
cultura, da vida civil, da política, da pedagogia,
maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que
etc.
aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o
Desta
maneira,
a
missão
destes
extraordinários homens de Deus continua de
eterno no tempo".
maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o
bem de toda a sociedade.
8. Num mundo que se transforma, os santos
não só não permanecem marginalizados histórica
A este propósito, é significativo o fato de
ou culturalmente, mas parece que devo concluir
que o Arquivo da Congregação para as Causas dos
estão
Santos já não é freqüentado somente por
interessantes e credíveis.
a
tornar-se
sujeitos
ainda
mais
"pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico",
Numa época de crise das utopias coletivas,
mas também por estudiosos leigos que recorrem
num período de desconfiança e de incredulidade
ao mesmo para a relação das suas teses de
em relação ao que é teórico e ideológico, está a
licenciatura,
pedagogia,
encontram
para
de
estudos
sociologia,
um
material
históricos,
de
nascer uma nova atenção para com os santos,
porque
ali
figuras singulares em que se encontra não uma
abundante
e
nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral,
etc.,
historicamente credível.
mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir
7. Portanto, com o seu valor particular, a
santidade diz respeito também à cultura. Os
através do estudo, a amar com devoção e a
realizar mediante a imitação.
santos permitiram que se criassem novos modelos
Só podemos alegrar-nos com este despertar
culturais, novas respostas aos problemas e aos
de atenção para com os santos, porque eles são de
grandes
novos
todos, constituem um patrimônio da humanidade
desenvolvimentos de humanidade no caminho da
desafios
dos
povos
e
que progride para além de si mesma, num
história. A herança dos santos "é uma herança que
desenvolvimento que, enquanto honra o homem,
não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo
também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é
Padre mas fazer frutificar num perene dever de
a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião).
gratidão e num renovado propósito de imitação"
(Novo millennio ineunte, 7).
Quero ler tudo o que consideramos até aqui,
à
luz
de
uma
mensagem,
verdadeiramente
Os santos são como faróis; eles indicaram
fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na
aos homens as possibilidades de que o ser humano
minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre
dispõe. Por isso, são interessantes também do
este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo
96
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente
Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma
vinculada à dignidade batismal de cada cristão e,
das vocações em particular, está ao serviço da
por conseguinte, explicar melhor também o papel
santidade! E é indubitavelmente neste sentido
das beatificações e canonizações no caminho
que, quando olhamos para a Igreja, jamais
pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de
devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos
Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que
santos", que gera santidade com fecundidade e
foi enviada para o dia mundial de oração pelas
generosidade superabundantes.
vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja
é acompanhar os cristãos pelos caminhos da
Fonte:
santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a
http://www.vatican.va/roman_curia/congregation
caridade de Cristo, derramada pelo Espírito
s/csaints/documents/rc_con_csaints_doc_20030
Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae
315_martins-saints_po.html
Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5).
Precisamos de Santos
Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade,
ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no
mundo.
Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que
escutem disc man.
Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um
refri ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que
não sejam mundanos".
(João Paulo II)
97
5º TEMA EXTRA: MAI O, MÊS DE MARIA E DI A DAS MÃES
1. Objetivo:
 Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da
Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo.
 Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter comercial.
 Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias.
2. Conteúdo do Encontro:
 Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a
escolheu para ser a Mãe de Jesus.
 Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e
nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus e
aos mais necessitados.
 Falar que ela intercede por nós junto a Deus.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples
da cidade de Nazaré, na Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana.
 Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os
outros, ser amiga de todas as pessoas.
 Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos.
 Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração,
Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus.
 Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês
dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
 Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da
vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus.
 É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela.
4. Leitura utilizada: Lc 1, 26-38; Jo 2, 1-12; Jo 19, 25-27; At 1, 14
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos
O Deus de Maria não é um deus pequeno,
mostra que:
mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz
 Maria é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas
grandes coisas.
não toma o seu lugar.
Maria se doou a Deus e ao povo e teve
 Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita
atitude de discípula de Cristo.
 A devoção a Maria deve levar a Cristo.
Maria nos mostra a
emancipação da
mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel
importante na obra da Salvação.
Maria é a mulher forte. Conheceu de perto
a pobreza, o sofrimento, o exílio.
98
fidelidade ao Plano de Deus. Esta é a primeira e
fundamental exigência da catequese.
Maria é:
 Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm
2,5).
 Cheia de graça.
 Imaculada Conceição. (A Igreja declarou
dogma de fé em 1854).
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
 Assunta. Foi assumida ao céu onde está de
corpo e alma. (A Igreja declarou dogma de fé
desfrutar dos bens que Deus criou para todos
(P. 267).
DEVOÇÃO A MARIA
em 1950)
O Documento de Puebla ressalta:
 Mulher
de luta:
não
se acomoda;
 O povo brasileiro tem profunda devoção a
abre
caminhos.
outros lugares, em outras cidades, Maria
 Única criatura que ao mesmo tempo é: Filha Esposa e Mãe de Deus.
imagem perfeita da Igreja".
redentora do Cristo. É o modelo indispensável
para seguir a Cristo.
vocação
de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela
é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo
 Ela é a primeira leiga associada à obra
de
recebe outros nomes.
 Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra.
 No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria é a
 Exemplo
Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em
Poderoso".
 A verdadeira devoção a Maria consiste em
imitá-la nesse grande amor à Deus e aos mais
porque
viveu,
com
fidelidade, a sua vocação.
necessitados,
e
não
apenas
em
fazer
promessas, novenas, etc.
 Maria é para a América Latina, uma esperança
 Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos
de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor
mostre o Plano de Deus e interceda por nós
promove a libertação da mulher. Se é escrava
"agora e na hora de nossa morte. Amem".
do Senhor, não é escrava de mais ninguém,
podendo lutar contra as demais escravidões,
Fonte:
como o egoísmo, a exploração do homem, as
Catequista, Paulus, 2003 – p. 157-158.
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Livro
do
estruturas que impedem uma participação
fraterna na construção da sociedade para
Informação complementar sobre o Dia das Mães:
O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna
Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a
comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava.
Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data.
No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que
Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães.
No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores.
Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes.
99
6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI
1.Objetivo:
 Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus
Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo
Eucarístico.
2. Conteúdo do Encontro:
 Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os milagres
eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias
aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia.
3. Desenvolvimento do tema:
 Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no mundo
todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo.
 A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264.
É
celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem
bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira.
 Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi
passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes.
Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade.
 A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus
Christi.
 Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida.
 A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste
momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem
aventurados o que crêem sem ter visto”.
 Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos
pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram
(conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que
aconteceram).
 Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos
que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes.
4. Leitura utilizada: Jo 6, 51-59 e Lc 22, 7-20 e da própria apostila.
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila – fichas - Com certeza e Fala sério
7. Atividades: orientar a execução das atividades
8. Momento de Oração: rezar juntos a oração da apostila
100
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
DINÂMICA
Fala sério / Com certeza.
OBJETIVO: Perguntas referentes aos temas Corpus Christi e Eucaristia.
DESENVOLVIMENTO:
Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA,
conforme o número de catequizandos.
Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas
abaixo, os catequizandos deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO
(quando a afirmação estiver errada) ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada
afirmação o catequista deve aproveitar para dar a explicação a respeito do assunto.
1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza –
2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o
domingo da Santíssima Trindade
3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós.
– Com certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós.
4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério
- Quinta-feira Santa, dia da Santa Ceia
5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e
verdadeiro entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão.
6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala
sério – Quinta-feira Santa e Corpus Christi;
7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade
composta de irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos,
diferentes.
8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do
pão, pelas ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós.
9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem
ser ter visto”.
10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega
das ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes
11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão,
pelas ruas da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo
12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a
amar até as últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se
entregando totalmente por causa do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus.
13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se
confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso
devemos nos preparar bem e estar puros de coração.
14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar
o seu poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no
Sacramento da Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé.
.
101
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
A revista “Jesus” das Edições Paulinas de
Aconteceu este milagre na Basílica de Santa
Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio
Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com
Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde
perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088),
apresenta uma resenha de milagres eucarísticos.
que negava a Presença real de Cristo na
Há tempos, foi traçado um “Mapa Eucarístico”,
Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro
que registra o local e a data de mais de 130
de Verona, com três sacerdotes celebravam a
milagres, metade dos quais ocorridos na
Missa de Páscoa; no momento de partir o pão
Itália. São muitíssimos os milagres eucarísticos no
consagrado, a Hóstia se transformou em carne, da
mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma
qual saiu um fluxo de sangue que atingiu a parte
francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se
superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda
durante mais de quarenta anos só de Eucaristia.
hoje. Há documentos que narram o fato: um
Teresa Newmann, na Alemanha, durante mais de
“Breve’ do Cardeal Migliatori (1404). - Bula de
36 anos alimentou-se só de Eucaristia.
Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em
1 - Lanciano - Itália – no ano 700
Roma em 1975. Mas, a descoberta mais
Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da
importante deu-se em Londres, em 1981, foi
ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja
encontrado um documento de 1197 narrando o
dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a
fato.
4 - Offida - Itália – 1273
Consagração, que ele realizara, a hóstia
transformou-se em carne e o vinho em sangue
Ricciarella Stasio - devota imprudente,
depositado dentro do cálice. O exame das
realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia;
relíquias,
segundo
critérios
rigorosamente
em uma dessas profanações, a Hóstia se
científicos, foi efetuado em 1970-71 e outra vez
transformou em carne e sangue. Foram entregues
em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli,
ao pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até
catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e
hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre
Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo
este fato.
5 - Sena – Cássia - Itália – 1330
Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de
Siena. Resultados:
Hoje este milagre é celebrado em Cássia,
1) A hóstia é realmente constituída por
terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um
fibras musculares estriadas, pertencentes ao
sacerdote foi levar o viático a um enfermo e
miocárdio.
colocou indevidamente, de maneira apressada e
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno
irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário
sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que
para levá-la ao doente grave. No momento da
pertencem os vestígios de sangue, o sangue
Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se
contido na carne e o sangue do cálice revelam
liquefez e, quase reduzida a sangue, molhou as
tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’
páginas do Livro. Então o sacerdote negligente
(sangue comum aos Judeus). Este é também o
apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um
grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da
frade agostiniano de Sena, o qual levou para
universidade de Turim, identificou no Santo
Perúgia a página manchada de sangue e para
Sudário.
Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. A
3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o
primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia
sangue se apresentam com uma estrutura de base
chamada de “Corpus Domini” é atualmente
intacta e sem sinais de alterações substanciais;
venerada na basílica de Santa Rita.
6 - Turim - Itália – 1453
este fenômeno se dá sem que tenham sido
utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a
Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa
conservar a matéria humana, mas, ao contrário,
pelo ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam
apesar da ação dos mais variados agentes físicos,
a cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o
atmosféricos, ambientais e biológicos.
Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no
2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263
qual se guardava o corpo de Cristo ocultando-no
Inicio da Festa de Corpus Christi
dentro de uma carruagem juntamente com os
3 - Ferrara - 28/03/1171
outros objetos roubados, e dirigiram-se para
Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da
102
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
Igreja de São Silvestre, o cavalo parou
bruscamente a carruagem – o que ocasionou a
queda, por terra, do ostensório – o ostensório se
levantou nos ares “com grande esplendor e com
raios que pareciam os do sol”. Os espectadores
chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano,
que foi prontamente ao local do prodígio. Quando
chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o
corpo de Cristo nos ares a emitir raios
refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu que
lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a
hóstia, que foi levada para a catedral com grande
solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem
testemunhos contemporâneos do acontecimento
(Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de
“Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o
prodígio.
7 - Sena - Itália – 1730
Na Basílica de São Francisco, em Sena,
pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite
de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no
chão 223 hóstias consagradas, por ladrões que
roubaram o cibório de prata onde elas estavam.
Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em
caixa de esmolas misturadas com dinheiro. Elas
foram limpas e guardadas na Basílica de São
Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre
aconteceu visto que com o passar do tempo as
Hóstias não se estragaram, o que é um grande
milagre. A partir de 1914 foram feitos exames
químicos que comprovaram pão em perfeito estado
de conservação.
8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal
(1247)
Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247,
em Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O
milagre se deu com uma dona de casa, Euvira,
casada com Pero Moniz, a qual sofrendo com a
infidelidade do marido, decidiu consultar uma
bruxa judia que morava perto da igreja da Graça.
Esta bruxa prometeu-lhe resolver o problema se
como
pagamento
recebesse
uma
Hóstia
Consagrada. Para obter a Hóstia, a mulher fingiuse de doente e enganou o padre da igreja de S.
Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia
de semana. Assim que ela recebeu a Hóstia, sem o
padre notar, colocou-a nas dobras do seu véu. De
imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada,
a mulher correu para casa na Rua das Esteiras,
perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa
arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À
noite o casal foi acordado com uma visão
espetacular de Anjos em adoração à sagrada
Hóstia
sangrando.
Várias
investigações
eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As
realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua
autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto
de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de
Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde está a
relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do
Santíssimo Sangue.
9 – Faverney, na França, em 1600
O Milagre Eucarístico que aconteceu em
Faverney, na França consistiu numa notável
demonstração sobrenatural de superação da lei da
gravidade. Faverney está localizado a 20
quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros
de Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot,
notou que o Ostensório que se encontrava junto
Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e
ficou suspenso no ar e que as chamas se
inclinavam e não tocavam nele. Os Frades
Capuchinhos de Vesoul também apressaram-se
para observar e testemunhar o fenômeno. Embora
os monges com a ajuda do povo, conseguiram
apagar o incêndio que queria consumir toda a
Igreja, o Milagre não cessou, o Ostensório com
JESUS Sacramentado continuou flutuando no
espaço.
10 - Em Stich, Alemanha, 1970
Na região Bávara da Alemanha, junto à
fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto
um padre visitante da Suíça estava celebrando
uma Missa numa capela, uma série incomum de
eventos aconteceu. Depois da Consagração, o
celebrante notou que uma pequena mancha
avermelhada começou a aparecer no corporal, no
lugar onde o cálice tinha estado descansando.
Desejando saber se o cálice tinha começado a
vazar, o padre correu a mão dele debaixo do
cálice, mas achou-o completamente seco. A esta
altura, a mancha crescera, atingindo o tamanho de
uma moeda de dez centavos. Depois de completar
a Missa, o padre inspecionou todo o altar, mas não
conseguiu encontrar qualquer coisa que pudesse
ser remotamente a fonte da mancha avermelhada.
Ele trancou o corporal que apresentava a mancha
num local seguro, até que pudesse discutir o
assunto com o pároco.
Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br
103
7º TEMA EXTRA :VOCA ÇÃO – DIA DOS PAIS
1. Objetivos:
 Distinguir o significado de Vocação e
Profissão.
 Conscientizar os catequizandos a respeito
da responsabilidade, de cada um, para com
as vocações, bem como da importância de
descobrirmos e vivermos nossa vocação.
 Resgatar a importância do papel do pai em
nossas vidas.
 Conversar com os catequizandos sobre a
importância de amar e valorizar o pai ou o
responsável em todos os dias do ano, não
somente nesta data.
2. Conteúdos do Encontro:
 Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre.
 Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais
ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos
momentos.
3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo)
 Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO.
 Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as
suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”:
 “Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?”
 Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso
distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os
catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra:
Profissão
Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um
trabalho
2. preocupação principal: o "ter", o sustento
da vida
3. pode ser trocada
1. chamado de Deus para uma missão, que se
origina na pessoa como reação-aspiração do
ser
2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o
serviço
3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas
4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração
5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria
6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário
para viver.
8. na profissão eu faço
7. vive da providência divina
8. na vocação eu vivo
A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e
responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma
beleza particular, é o caminho de santidade.
4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 5, 10-11
104
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, figura de um pássaro, cartaz
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais.
A VOCAÇÃO DE PIERRE
Pierre é um pássaro.
Ele vive na “Floresta das Vocações”.
Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica.
E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica.
Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua
vocação específica.

Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a
sua vocação! Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté! E o João-de-Barro, é
um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói! E eu? Qual é a minha vocação?

Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você
descobrir sozinho! A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos! Mas tenha certeza de uma
coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração.
Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também
possuía uma vocação!
Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua???
Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um
antigo asilo, próximo da “Floresta das Vocações”.
E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . .
Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . .
Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes.

Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais?

Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação?

Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse
por si mesmo descobrir qual era a sua vocação?

Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou!
O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs
Pierre cantarolava.

Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê?

Eles estão muito tristes vovô!

Além de estarem tristes, eles também estão doentes!

Mas porque vovô?

Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas! Quando você
cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . . Você era sinal de que Deus não os havia abandonado!
Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . .

Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!! Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!!
A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”.

Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho!
105
Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração!

Mas temos a
liberdade de dizer: sim ou não a ela! Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por
várias etapas de amadurecimento: medo, questionamentos, desafios, visão da realidade... E hoje você só é
feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação!
Dia dos Pais
O dia dos pais começou a ser comemorado nos Estados Unidos em 1910, pelos habitantes da cidade
de Spokane, em Washington. A sra. Brice Dood, que vivia nessa cidade, achava que deveria haver um dia
especialmente dedicado aos pais. Resolveu falar sobre isso com o sacerdote da igreja de sua cidade.
Este e outros sacerdotes, juntamente com uma associação cristã, divulgaram a idéia, que acabou se
espalhando por todo o país.
Em 1924, o presidente americano pediu aos habitantes dos Estados Unidos que homenageassem os
pais num dia especial. Foi escolhido, então, o terceiro domingo de junho como o dia dos pais.
No Brasil, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
"A VOCAÇÃO DE SAMUEL" 1 Sm 3, 1-10
Introdução
chamando o menino e disse a Samuel: "Volta a
Estamos no Mês das Vocações. Hoje, vamos
deitar-te e, se alguém te chamar, responderás:
refletir sobre o chamado de Deus em nossa
"Fala, Senhor, que teu servo escuta!" E Samuel
vida.No lº livro de Samuel encontramos uma
voltou a seu lugar para dormir. O Senhor veio,
narração bonita de um jovem, Samuel, que sentiu o
pôs-se junto dele e chamou-o como das outras
chamado de Deus e soube responder. Samuel era
vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala,
um grande profeta no tempo dos reis Saul e Daví.
que teu servo escuta!". (Querendo saber a missão
(Leia na Bíblia o primeiro capítulo do 1º livro de
que Deus deu a Samuel, pode seguir a leitura na
Samuel)
Bíblia)
1º passo: Vamos ler, com muita atenção,
2º passo A resposta de Samuel ao chamado
uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel
de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus
servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli.
se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas
Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto.
muitas
Samuel estava dormindo no santuário do Senhor,
existência
onde se encontrava a arca de Deus. Então, o
construir um mundo justo e fraterno, onde haja
Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!",
lugar para todos serem felizes. O segundo
respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me
chamado
chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te
chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de
chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O
viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao
Senhor
Samuel!"
mundo. Depois, vem o chamado para diversas
Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu
missões. Pode ser o chamado para um estado de
me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu:
vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas
chamou
de novo:
"Samuel,
"Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!"
O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel!
Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e
disse:
"Tu
me
chamaste;
aqui
estou!".
Eli
compreendeu, então, que era o Senhor que estava
106
vezes.
Primeiro,
fomos
chamados
à
e, como tal, temos uma missão:
se
deu
no
nosso
Batismo.
Fomos
o chamado de Deus vem, muitas vezes, para
determinadas funções e serviços: dentro da
família, da comunidade, do trabalho... Vamos
refletir:
Quando
tomei
consciência
de
um
chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
uma resposta? (Quando a reflexão for feita em
o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em
grupo, pode haver um momento de partilha)
silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de
3º passo Nem sempre é fácil dar uma
resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com
Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o
profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia.
(Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama
pessoas de todo tipo, de idades diferentes,
casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não
podemos pensar que o chamado é só para um
determinado estado de vida. Deus chama na vida
Deus na minha vida? Onde Deus
está me
chamando? Como? Fale com Deus sobre seus
medos,
seu
comodismo,
sua
falta
de
generosidade... (Se a reflexão for em grupo,
pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui,
Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...")
Inês Broshuis – Catequeta
Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004
de cada um e em diversas situações, quando menos
107
8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA
1. Objetivo:
 Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da
aproximação e da leitura da Bíblia.
2. Conteúdo do Encontro:
 Respeito à Palavra de Deus.
 Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua
foi escrita, para que foi escrita.
 De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento, quantos
livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve
nos acompanhar por toda a vida.
3. Desenvolvimento do Encontro:
 A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas.
 A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”.
 A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e
em inúmeras línguas e dialetos mais falados.
 A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e
orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar.
 Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar.
 Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus
 Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque.
 Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando
beije a bíblia em sinal de respeito.
4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
5. O QUE É A BÍBLIA?
6. PARTES DA BIBLIA
Os cristãos colocaram os fundamentos de
sua fé na revelação de Deus ao antigo Povo
a) ANTIGO TESTAMENTO (AT)
Fala
da História do Povo
que Deus
hebraico. Esta revelação teve a sua plenitude em
escolheu para fazer com Ele uma Aliança, antes do
Jesus Cristo.
nascimento de Jesus. É composto por 46 livros.
Esta
hist6rico-
O AT mostra como surgiu esse povo, como
religiosa se encontra no Livro da Bíblia. Mas, a
viveu na escravidão no Egito, como possuiu uma
Bíblia e mais do que um L1vro: e uma coleção de
terra, como foi governado, quais as relações que
Livros.
teve com os outros povos e nações, como
Bíblia
grande
um
organizou as suas leis e como viveu a sua religião.
substantivo plural que quer dizer: Livros. Ela
Apresenta seus costumes, sua cultura, seus
contém 73 livros sendo que: 46 livros são do
conflitos, derrotas e esperanças.
Antigo
uma
Testamento
Testamento.
108
é
experiência
palavra
e
27
grega,
livros
do
é
Novo
O AT mostra, também, como esse povo se
comportou em relação à Aliança com Javé, o seu
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar
muitas vezes no meio do Povo, em rodas de
no meio da humanidade, através desse povo.
conversa, no meio das famílias, e só depois foi
Israel foi um povo escolhido, porque foi
escrita.
escolhido para realizar o Projeto de Deus.
O povo se esforçava para colocar Deus na
O AT é para os cristãos como um
documento de fé para conhecer melhor a Deus e
vida, organizando a vida pessoal e social de acordo
com a justiça.
tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o
Os livros da Bíblia não foram escritos na
AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança.
ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta a
b) NOVO TESTAMENTO (NT)
criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a ser
Foi escrito depois da Ressurreição de
Jesus.
escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu pelo
ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois do
Para compreender o NT e necessário
saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus
Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros
livros da Bíblia).
e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta a
Os livros do NT foram escritos depois da
Encarnação de Jesus na terra concreta do povo
morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo
de Israel. Jesus assumiu sua história, suas
ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia
tradições,
diferença
sua
cultura
e
sua
religião
e
o
compromisso de realizar o Projeto do Pai
do
"dizer"
e
do
"escrever".
O
importante era transmitir aos outros uma nova
O NT apresenta, também, a experiência e
consciência comunitária, nascida no povo a partir
a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros
da experiência com Deus. Contavam os fatos mais
cristãos.
importantes do passado.
Com a vinda de Jesus realiza-se um
Como nós hoje decoramos a letra dos
Testamento Novo, uma Nova Aliança, um encontro
cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as
definitivo com Deus. Por isso, tudo o que Jesus
histórias as leis, as profecias, os salmos, os
disse e fez e tudo o que foi proclamado sobre
provérbios e tantas coisas que, depois, foram
Jesus pelos seus apóstolos e discípulos, constitui
escritas na Bíblia.
o documento de nossa fé - o Novo Testamento.
A maior preocupação do povo era "contar"
Estas partes da Bíblia têm o nome de
sua experiência para não esquecer os fatos de sua
TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum")
história. A memória mantinha-se viva e, para que
que
ela não se apagasse, registraram por escrito.
significa
"documento
importante",
como
aquele documento (testamento) que alguns pais
fazem para os seus filhos.
O Testamento na Bíblia, relembra
A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu
da preocupação de não esquecer o passado. A
a
Bíblia começou a ser escrita em torno do ano 1250
ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada
a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos depois
com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada ao
do nascimento de Jesus.
longo de toda a história deste povo.
7. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia não foi escrita de um dia para
outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos
depois que as coisas aconteceram, outros 200
anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia levou
11 séculos (1100 anos) para ser escrita.
É bom lembrar que a Palavra de Deus foi,
em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus.
Durante muitos anos foi falada e recordada
Quando os livros da Bíblia foram escritos,
não eram divididos em capítulos e versículos como
estão divididos hoje. A divisão em capítulos
aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês Estevão
Langton, arcebispo de Cantuária, e a divisão em
versículos foi feita em 1527, pelo dominicano
Pagnini.
A Bíblia foi impressa pela primeira vez, em
latim, no ano 1450 depois de Cristo.
8. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
109
A Bíblia foi escrita em lugares diferentes.
A
maior
parte
dela
foi
escrita
O modo de falar da Bíblia é o mesmo modo
na
de falar da época em que cada Livro foi escrito.
Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou
Isto é importante conhecer e considerar para que
e onde nasceu a Igreja.
não fiquemos presos aos símbolos e aos sinais que
Algumas partes do AT foram escritas na
são usados na Bíblia.
Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600 anos
"Para descobrir a intenção dos autores
a.C. Outras partes foram escritas no Egito para
sagrados, é preciso ter em conta as condições do
onde o povo emigrou depois do cativeiro.
seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários
O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor,
na
Grécia
e
na
Itália,
onde havia
muitas
comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo.
Nesses
povos
havia
em uso naquela época, os modos de sentir e
narrar, correntes naquela época. Porque a verdade
é proposta e expressa de modos diversos, quando
diferença
de
costumes, de cultura, de religião, de situação
se trata
de gêneros históricos, proféticos,
poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC 110).
econômica, social e política. Tudo isto deixou
Às vezes, não é fácil compreender o que
marcas na Bíblia e teve influência na maneira da
está escrito porque a linguagem é diferente da
Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus.
nossa. Muitas vezes não entendemos palavras
usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o
9. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
Não foi uma única pessoa que escreveu a
Bíblia. Foram diversos autores.
Deus se serviu de diversos tipos de
pessoas
para
escrever
a
Bíblia:
homens
e
mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis,
doutores
e
pastores,
operários
de
várias
profissões. Gente instruída que sabia ler e
escrever e gente simples que só sabia contar
histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu de
casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas as
classes, todos convertidos e unidos na mesma
preocupação de construir um povo irmão, onde
reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a
fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor,
nem oprimido.
Eles escreveram por inspiração de Deus.
Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do
céu e eles foram escrevendo.
"Para escrever os livros sagrados, Deus
escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas
faculdades e capacidades, para que, agindo Ele
neles
e
através
deles,
escrevessem,
como
verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que
Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106)
Eles escreveram os acontecimentos do
Povo de Deus.
Mas nem todos os acontecimentos foram
escritos; apenas foram escritos os fatos mais
importantes da grande História do Povo de Deus.
110
que dizer das palavras que foram escritas há mais
de 2.000 anos?
A fé do antigo povo e dos cristãos
reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que
sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu
serviço a inteligência e o conhecimento que tinham
da vida e da história do povo, a sensibilidade
humana, sua fantasia e reflexão. Eram homens que
receberam a inspiração de Deus. "Toda Escritura
é divinamente inspirada". (2Tm 3,16-17).
Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia é
obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também
Livro da Fé e da Vida de um Povo.
A Bíblia é a Palavra de Deus em forma
humana (1 T8 2, 13).
Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais
importante dentre os milhões de livros já escritos
até hoje.
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
a) Contar o passado
10. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A
Nos não nos esquecemos do passado da
BÍBLIA
A
diferentes:
Bíblia
foi
escrita
hebraico,
em
aramaico
e
3
línguas
grego.
O
hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo menino
israelita devia estudá-la.
A língua familiar dos hebreus era o
aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua
foi falada por eles até a entrada na Terra de
Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o
hebraico.
Quando a Palestina foi invadida pelos
gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a
falar a língua grega.
Traduções - A Bíblia foi traduzida para
ser compreendida. Como o hebraico era muito
difícil e não era a língua falada pelo povo,
surgiram as traduções gregas.
A
mais
famosa
tradução
foi
a
dos
"Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C,
em Alexandria.
Quando foi feita, foram acrescentados 7
livros que não constavam da Bíblia hebraica.
Há uma diferença entre a Bíblia dos
católicos e a Bíblia dos protestantes.
As protestantes ficaram com a Bíblia
hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite,
Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus,
parte do livro de Daniel e Ester.
Os católicos seguiram o exemplo dos
apóstolos, ficando com a tradução grega dos
Setenta.
Tradução para o Latim: São Jerônimo
traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e
esta tradução se chama "Vulgata" ou popular.
Hoje a Bíblia esta traduzida nas principais
línguas de todos os povos e as traduções
populares crescem dia-a-dia.
11. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita para manter o povo na
caminhada. Três coisas animam o povo a caminhar:
a) contar o passado;
b) anunciar o futuro;
c) mostrar o presente.
nossa vida.
Ficamos corajosos quando sentimos que
fomos ajudados a vencer na vida. Assim também o
povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as coisas
que Deus tinha feito para ele no passado, se
animava a caminhar para frente.
Os livros que falam do passado do povo de
Israel chamam-se:
 Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os
cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem
da vida e da história do povo no Egito), Êxodo
(saída do Egito), Levítico (formação de um povo
santo e instruções para o culto), Números (a
caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio
(segunda lei - projeto de uma nova sociedade).
 Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel
(1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1
e 2). São 16 os livros históricos.
b) Anunciar o futuro
Ficamos animados quando olhamos para as
possibilidades que temos no futuro. Nascem em
nós a esperança, a força e a coragem.
Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se
animava a caminhar para frente, quando eram
colocadas, pelos profetas, as promessas feitas
por Deus para o futuro.
Os livros que falam do futuro do povo de
Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos.
c) Mostrar o presente
Ficamos felizes quando sentimos que Deus
caminha conosco, na nossa vida presente e com
nossos problemas.
Assim aconteceu com o Povo da Bíblia
quando começou a caminhar com Deus. Olhava não
só o passado, nem só o futuro, mas também o
presente, buscando soluções para seus problemas.
Tudo
Sapienciais:
isto
Jó
está
-
escrito
Salmos
-
nos
Livros
Provérbios
111
Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria -
nos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem
Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais.
constituiu
"Com efeito, tudo o que foi escrito,
herdeiro
de
tudo
e
por
quem
igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2).
anteriormente, foi escrito para nossa instrução, a
Cristo é a luz que ilumina o passado, o
fim de que, pela constância e consolação que
presente e o futuro. Fazendo referência a Ele,
provêm das Escrituras, possuamos a esperança"
podemos entender a mensagem da Bíblia hoje.
(Rm 15,4).
"Tendo Deus falado outrora muitas vezes
e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falou-
112
Fonte:
Fé,
Vida
e
Comunidade,
Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39.
Livro
do
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
9º TEMA EXTRA: MISSÕES
1. Objetivos:
 Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da
Igreja.
 Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como
missionário.
 Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e
transformador à da Palavra de Deus .
2. Conteúdo do Encontro:
 Iniciar a reflexão com o texto da apostila.
 Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos
(carne seca e salgada).
 Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz”
para o mundo.
3. Desenvolvimento do Tema:
 É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem
aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15)
 É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho.
 Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas
que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por
Jesus. Estas pessoas são os missionários.
 Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo
conhecido e amado.
 Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente
o que aprende na catequese, estará sendo um missionário.
 Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é
considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos
missionários.
 O que você pode fazer para ser missionário?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia.
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelos missionários.
113
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
Outubro, mês missionário
Padre Wagner Augusto Portugal
As
exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia
civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o
O
mundo
não
conhece
a
Deus.
Mundial das Missões seja ocasião útil para
homem conquista grandes descobertas - mas o
compreender sempre melhor que o testemunho do
mundo ainda não conhece Deus.
amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De
Há aqueles que não o conhecem porque
fato, servir o Evangelho não deve ser considerado
sempre viveram em um ambiente de crendices,
uma aventura solitária, mas um compromisso
superstições, idolatrias e buscas de filosofias que
compartilhado de todas as comunidades. Ao lado
não são cristãs como o espiritismo que nega a
dos que estão na linha de frente nas fronteiras da
ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível
evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos
com a fé cristã católica, sendo até antagônica.
missionários e missionárias -, muitos outros,
Estes precisam que um missionário lhes mostre,
crianças, jovens e adultos, com sua oração e
com palavras, meditações e ações, a existência de
cooperação, contribuem, de várias formas, para a
um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo –
difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que
que nos ama e que quer ser amado por nós,
esta co-participação, graças à colaboração de
principalmente através
todos, aumente sempre”.
do
amor
aos
nossos
semelhantes.
Por isso, como nos convoca o Santo Padre,
Há aqueles que já foram informados sobre
não sejamos individualistas e vivendo uma fé
esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência,
intimistas, mas na missão de juntos construirmos
o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o
a
projeto de felicidade que Deus tem para nós. É
missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no
preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça
arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para
enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo
que possamos como missionários levar o amor de
caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o
Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem
mais seguro.
uma fé que nos coloca nos espírito de redes de
Infelizmente, há também aqueles que
Igreja
nos
coloquemos
como
discípulos-
comunidade, na partilha e na caridade.
conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por
Por isso é preciso que nós, que somos
isso mesmo, se acham tão melhores do que os
cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro
outros,
altivez,
como ocasião de reflexão e de ponto de partida
esquecendo que a humildade, a simplicidade nos
para um trabalho que, embora seja árduo, é
conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos
compensador e nos ajudará a construir um mundo
afasta d'Ele.
melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu.
que
Para
se
assentam
todos
esses,
em
sua
urge
que
surjam
missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus
verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a
humildade
e
o
serviço
espontâneo
e
desinteressado.
O mês de outubro é considerado no seio
da Igreja Católica como o mês das missões para
lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a
Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou
de outra, não a conhecem realmente.
O
Santo
Padre Bento
XVI
em
sua
mensagem para o dia das missões de 2010 nos
114
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
10º TEMA EXTRA:DÍZIMO
1. Objetivos:
 Levar os catequizandos a refletirem que a igreja necessita de
recursos para realizar sua missão.
 Assumir a responsabilidade de assumir as necessidades da igreja e
colaborar com a sua missão.
2. Conteúdo do Encontro:
 A igreja necessita de recursos para realizar a sua missão. Por isso,
exorta seus fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta
tarefa, pois “igreja somos todos nós, e suas necessidades são nossas”.
 Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo
pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis.
 Deus é amor partilhado, Deus reparte conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos
dá e por disso dizemos que “Dízimo é Partilha”.
3. Desenvolvimento do Tema:
 Contar a história – Dízimo é Partilha (em anexo)
 Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada
catequizando ajuda a igreja na sua missão.
 Explicar:
1. Dimensão Religiosa - Uma parte do dízimo que contribui para manutenção da Igreja.
2. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres.
3. Dimensão Social – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas que precisam.
O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar?
4. Leitura utilizada: da própria apostila
5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc.
6. Material utilizado: Apostila, Bíblia,
7. Atividades: orientar a execução das atividades.
8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista.
HISTÓRIA – DÍZIMO É PARTILHA
Um dia a Luciana encontrou com a Fernanda.

Oi Fernanda, onde você vai?

Vou até a igreja devolver o meu dízimo.

Você paga dízimo?

Claro que sim, eu sou dizimista mirim. Nós, jovens e crianças também podemos e devemos pagar o
dízimo. Deus nos dá tudo o que temos. Pagando o dízimo estamos devolvendo a Deus uma parte que
recebemos. Dízimo não é esmola ou doação do resto que nos sobra: DÍZIMO É PARTILHA!

Mas Fernanda, eu não trabalho, como vou ser dizimista?

Você não recebe mesada dos seus pais?

É às vezes eu ganho um dinheirinho do meu pai, da minha madrinha.

Então, você pode doar um pouco do que você ganha.

Mas se a gente dá para Deus, o que Ele faz com o dinheiro?
115

O Dízimo é entregue à igreja e é todo usado para as coisas de Deus.

Como assim?

Olha só o Dízimo tem 3 finalidades. A primeira é RELIGIOSA – tem muitas coisas que precisam ser
comprada: livros, velas, hóstias, som, objetos litúrgicos, as toalhas.... Além do mais a igreja tem
muitas despesas: funcionários, materiais para as catequistas darem os encontros de catequese etc.
Também tem que pagar as contas do telefone, da luz, da água, material de limpeza, etc.

Nossa parece a minha casa.

E é a sua casa, a casa de todos nós, por isso cada um tem que ajudar com a sua parte.

O Dízimo também tem outra finalidade que é MISSIONÁRIA – ajuda os missionários, ajuda a
formar novos padres.

E a outra finalidade?

A outra é SOCIAL – uma parte do dízimo é usada para ajudar quem necessita. Ela tem uma Obra
Social.

Nossa é muito importante contribuir com a igreja.

Isso mesmo – DÍZIMO É PARTILHA.

Entendeu Lu, essas são as coisas de Deus que eu falei. Viu porque a Igreja precisa de
DIZIMISTAS???

É..., eu não sabia que ser dizimista era tão importante!!!!!

É importante para a IGREJA , mas é mais importante ainda para Deus .
APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA
DÍZIMO É EXPRESSÃO FORTE DE COMUNIDADE
Sem comunidade não é dízimo.
Só é dízimo o
O dízimo faz parte de uma realidade
que entregamos
na
comunidade.
A
muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo
e oferta, entre tantas outras, são formas de
comunidade
retira
o
aspecto
realizar a partilha.
meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o
sentido cristão e pastoral.
Para podermos entender o que é a
partilha,
Através da comunidade passa a ser
precisamos
mergulhar
no
próprio
mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA.
legítima a preocupação de buscar os meios
Quando
materiais para a manutenção dos serviços de que
afirmamos que Deus é Amor partilhado entre
a comunidade cristã necessita.
três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério
Temos que ter em mente que nem tudo o
que
fazemos
para
resolver
os
dizemos
que
Deus
é
Amor,
nós
inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha
problemas
por natureza, Deus reparte conosco a vida,
financeiros da comunidade é pastoral. Só é
através da criação, a sua intimidade, através da
pastoral quando há identificação com toda a ação
Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de
da Igreja como comunidade de salvação. Por
mais precioso que é seu próprio Filho. A
exemplo: Uma venda recorde de bebidas para
Encarnação e a Redenção são mistérios da
angariar fundos para suprir as necessidades de
partilha de Deus com a humanidade.
uma pastoral – os fins não justificam os meios.
Jesus Cristo partilha sua vida conosco e,
Por isso que rifas, bingos e outros expedientes
na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para
passam ao largo da pastoral quando são utilizados
ser Mãe de todos nós. No Sacramento da
como meios para suprir necessidades financeiras.
Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão
"Dízimo é partilha."
116
e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
sangue "derramado" para a salvação de todos. Por
dar à Igreja condições de realizar a sua missão
isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha
na dimensão religiosa, social e missionária.
total, sem restrições.
Já no Domingo de Páscoa, e de forma
Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho
plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é
Tatto, O Recado, p.11 a 13.
efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus
Os dez Mandamentos do Dízimo
dons entre todos os crentes.
Para continuar a sua missão no mundo, até
01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o
o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua
meu próximo.
Igreja que se caracteriza como uma comunidade
Partilho com alegria, conforme manda meu
de partilha.
coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada
Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos,
2,42-47
nos
mostra
as
características
da
um dê conforme decidir em seu coração, sem
pena ou constrangimento, porque Deus ama quem
comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É
dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7).
uma comunidade que é fiel à palavra de Deus
02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo
transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração
recebo de Deus.
comum,
"O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo
na
celebração
da
Eucaristia
e na
"partilha dos bens"; "todos os que criam estavam
23,1).
unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas
"Vejamos: em que você é mais do que os outros?
propriedades e distribuíam o preço por todos,
O que é que você possui que não tenha recebido?"
segundo as necessidades que cada um tinha"
(1 Coríntios 4,7).
(Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição,
03 - Sou dizimista porque minha gratidão a
inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma
Deus me leva a devolver um pouco do muito
única comunidade que vivia o entusiasmo do
que recebo.
primeiro amor logo no início do cristianismo, como
Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho
é verdade que esta realidade não deve ter
segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez
durado muito tempo, mas é o ideal proposto para
leprosos: "Não foram dez os curados? Onde
toda a comunidade que queira ser verdadeira
estão os outros nove?” Só um voltou para dar
comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de
glória a Deus? (Lucas 17, 11-19).
Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de
04 - Sou dizimista porque aceito como palavra
Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores,
de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o
deve ser comunidade de oração, deve ter como
dízimo é fonte de bênçãos.
centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a
Trazei o dízimo integral ao Templo para que haja
partilha dos bens. A partilha torna-se, assim,
alimento em minha casa. Façam essa experiência
uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como
comigo – diz Javé dos Exércitos. Vocês hão de
não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade
ver, então, se não abro as comportas do céu, se
aos Pastores, ou sem oração, também não pode
não derramo sobre vocês minhas bênçãos de
haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos.
fartura” (Malaquias 3, 10).
Dízimo e Oferta são gestos concretos de
partilha,
Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que
é a forma mais simples para nós
depositavam ofertas no Tesouro do Templo.
vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para
Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva
vendermos todos os bens, mas a devolução de
pobre depositou mais do que todos. Pois todos os
uma pequena parte dos bens que Ele próprio
outros depositaram o que estava sobrando para
coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de
eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo
oferta, para as necessidades dos irmãos e para
o que possuía para viver” (Lucas 21, 1-4).
117
05 - Sou dizimista porque creio, e confio, em
10 - Sou dizimista porque quero ver minha
Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e
comunidade
de confiança.
testemunhar o Evangelho no mundo inteiro.
“Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O
"Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai
que vamos comer? O que vamos beber? O que
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando
(Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15).
essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu,
Dez boas razões para ser Dizimista
sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo
contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de
1.
crescer
e
minha
Igreja
O dízimo é uma profunda relação entre você e
Deus.
Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em
2. A oferta do dízimo é o reconhecimento dos dons
acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31-
gratuitos recebidos de Deus Pai, retribuindo, de
33).
forma justa, parte do que d’Ele você recebeu.
06 - Sou dizimista porque o partilhar mata o
meu egoísmo.
colheita
a comunidade
religiosa, patrimônio de todos .
A parábola do homem rico cuja terra deu uma
grande
3. Seu dízimo ajuda a manter
e
este
resolveu
construir
celeiros maiores para guardar todo o trigo junto
com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato!
Nesta mesma noite você vai ter que devolver a
4. O dízimo mantém, também, os que vivem para o
Evangelho.
5. O dízimo que você oferece vai se transformar em
Evangelho, em remédio, em pão, em missão.
6. Sua
alegria
será,
extremamente,
grande,
sua vida. E as coisas que você preparou, para
quando você verificar, daqui a algum tempo, o
quem vão ficar?” Assim acontece com quem
que, com o seu dízimo, se tornou possível.
ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico
para Deus” (Lucas 12, 16-21).
07 - Sou dizimista porque creio na vida cristã
em comunidade.
"Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu
estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês
são todos irmãos".
08 - Sou dizimista porque Deus, o único pai
rico, não quer ninguém passando necessidade.
7. Em vez de obrigação, você vai se sentir grato e
agradecido a Deus por lhe dar condições de
participar da vida paroquial com seu dízimo.
8. A prática do dízimo integra, cada vez mais, a
pessoa à comunidade.
9. A sua oferta permanente tornará vitoriosa a
Pastoral do Dízimo.
10. Com a oferta do dízimo, você será participante
ativo na construção do Reino de Deus.
“Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais
pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40).
09 - Sou dizimista porque gosto de viver em
liberdade e alegria, celebrando desde já a
vida plena.
"Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5).
"Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34).
118
Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
BIBLIGR AFIA
1.
Bíblia Sagrada - Ave Maria, Editora Ave Maria.
2.
Catecismo da Igreja Católica, Editora Vozes e Loyola.
3.
Diretório Nacional da Catequese – 84, DOCUMENTOS DA CNBB, Editora Paulinas.
4.
Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma,
Diocese São José dos Campos.
5.
Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003.
6.
Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008.
7.
Educação para a Comunidade de Fé – Livro do catequista I, II e III e Catequizando I, II
e III, Maria do Carmo Saraiva, Editora Paulinas.
8.
Caminhando na Construção do Reino – Livro do Catequista e Catequizando 1, Catequese de
Primeira Eucaristia – Edição revisada e ampliada, Equipe Regional de Catequese –
Votuporanga – SP, Editora Salesiana
9.
Sementes de Vida – Primeira Eucaristia - Livro do catequista e catequizando – 1ª fase,
Pastoral Catequética de Ponta Grossa – PR, Editora Ave Maria.
10.
Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Issaac Chalita, Editora
Santuário.
11.
Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora
Vozes.
12.
A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora
Vozes.
13.
Correndo ao Encontro de Jesus – 1ª e 2ª ano. Comissão Arquidiocesana de Iniciação
Eucarística – Arquidiocese Niterói, Editora Vozes.
14.
Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, Edições CNBB, 2011, Brasília-DF.
119
DI NÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA
CAMPANHA DA FRATERNI DADE 2012
PARA FALAR DE SAÚDE
Apresentar duas rosas (ou outra flor) aos catequizandos, uma murcha, despetalando e outra
bonita, cheia de vida, saudável.
Estas duas flores, nos mostram a doença e a saúde. Para vocês o que é saúde? ( as respostas
vão girar em torno de: não ter doença, dor, estar forte etc).
Completar o conceito de saúde que vai além da ausência de doenças:
“Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não
apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus
lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre.”.
“A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre
personalidade e responsabilidade”.
Se fôssemos escolher uma destas flores para oferecer a alguém, qual seria? A bonita, claro!
Não oferecemos aquilo que julgamos que não agrada. Não nos doamos, se não gostamos de nós mesmos.
Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, deu-nos dignidade de filhos, de pessoa humana
com capacidade de amar. É ponto de partida para amar, descobrir o próprio valor, viver a dignidade e
proclamá-la a toda pessoa. Esta é a força capaz de estabelecer relacionamentos fraternos, solidários,
que a CF nos propõe. Ela quer suscitar o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos
enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde.
ORAÇÃO DOS BONS PROPÓSITOS
Distribuir aos catequizandos, saches de açúcar (ou providenciar um açucareiro com uma
colherinha).
Dispor de um recipiente com água, outro com gelo, suco em pó ou um copo de concentrado.
Em clima de celebração e oração, lembrar aos catequizandos que podemos fazer um mundo
melhor: “remediar”, com bons propósitos, as situações de sofrimento, dor, doença, mal estar. Para isso
peçamos a Jesus que nos ajude a modificar nosso comportamento e nossas ações em prol da nossa
saúde.
À medida que cada um for fazendo seu “propósito”, pedir que coloque seu “ingrediente” na
jarra que está sobre a mesa. Os propósitos devem se manifestados em voz alta, como orações. Por
exemplo:
“Jesus dê-me forças para controlar a vontade de comer doces, chocolates, refrigerantes em
excesso.”
“Jesus ajude-me a dominar a preguiça e fazer mais exercícios físicos.”
“Jesus fortaleça-me para não cair na tentação de colocar em risco minha saúde, colocando-me
em situações de risco: drogas, álcool, brincar com fogo, objetos cortantes, etc.”
Criar mais situações como: expor-se ao frio sem agasalho; não escovar os dentes; ver TV em
excesso; usar em demasia a internet, o telefone celular; jogar demais videogame; dormir muito tarde,
etc.
120
Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
Depois que todos colocarem na jarra suas “orações”, acrescentar a água, mexer o suco e
distribuir um copo para cada um.
DINÂMICA: “SEGURA...NÃO DEIXA CAIR!”
Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja
escrito um dos “males” (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que
está escrito no papel. A papeleta ‘gripe’ deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número
de participantes (colocá-la para um terço das pessoas).
Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente,
evitando que alguém caia.
No meio do círculo fica o “doutor”, a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O “médico” lê um
dos diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a “doença” correspondente amolece o
corpo para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não
deixá-la cair. Se a pessoa cair, ela morre...
Depois de ser amparada, a pessoa ‘doente’ volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os
diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há
várias pessoas com esta “doença”, muita gente vai “cair” ao mesmo tempo e o círculo vai se
desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a
sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está
acontecendo com a saúde pública.
Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram.
Como se sentiram ao serem taxados de “doentes”? Como viram a doença que cada um recebeu?
Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo
parece que vai desmoronar, cair.
Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro?
Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a
importância da prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente.
Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que
sofrem.
DOENÇAS:
Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade,
colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e
placas nos dentes.
(Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos).
DIAGNÓSTICOS:

Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos.
(gripe)

Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão)

Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene.
(dengue)
121

A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica
exercícios físicos. (hipertensão)

Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se
alimenta com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes)

A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal.
(problemas renais)

Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia)

Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios
físicos. (obesidade)

Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto)

A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência
química)

A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira.
Consome alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia)

A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição
sonora. (dores de ouvido e de cabeça)

A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene
bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie)
UM OLHAR SOBRE A REALIDADE
MATERIAL: uma folha de cartolina, desenho do contorno de uma grande mão, pintado de
marrom, que servirá para ser a raiz e o tronco da árvore / fita crepe ou cola / várias tesouras / folhas
em branco para todos / lápis de cor verde e amarelo (para pintar folhas).
Distribuir, para cada um, uma folha de papel em branco e lápis de cor.
Pedir para desenhar o contorno de uma das mãos com os dedos ligeiramente abertos, pintar de
verde e recortar.
Pedir que coloquem, num canto, o próprio nome e que, no meio da mão desenhada, escrevam:
SAÚDE.
Após a confecção das mãos, o catequista apresentará ao grupo o desenho do contorno da
grande mão (como se fosse a raiz de uma árvore) e pergunta:
De quem pode ser essa mão? (deixar a pergunta no ar).
Quando estudamos os povos, desde as mais antigas civilizações, encontramos sempre o assunto
saúde e doença, misturado com religião. Deuses, demônios, maus espíritos, magia... (TB, 09) aparecem
com explicação para a dor, a morte, os sofrimentos de modo geral. Por exemplo, no caso dos indígenas
brasileiros, quem era o “médico” da tribo? O pajé.
E nós? O que pensamos sobre a existência do mal, da doença? São castigo de Deus? Ele é o
culpado? (deixar que falem, discutam, sem responder diretamente às indagações).
Então, nossas mãos não podem fazer nada? O que será que depende de nós?
Em que os povos da Bíblia acreditavam? Vamos descobrir, pesquisando na Bíblia.: Dt 28, 1-2; Dt
28, 15-20; 2Cr 16, 7; 2Cr 16, 12-13.
Após a leitura, concluir com rápidas palavras. O livro do Deuteronômio apresenta saúde como
bênção e doença como maldição, devido ao pecado, ao afastamento de Deus. Nas Crônicas, todos eram
dependentes do Senhor. Procurar ajuda de um médio em lugar de Deus, era derrota na guerra e morte
certa. Como em Deuteronômio, a Bíblia aqui nos fala de castigo de Deus.
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Diocese de São José dos Campos
Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo II
Vamos ler no livro de Eclesiástico, como instrui sobre saúde e doença – Eclo 38, 1-15 – Este
texto realça a importância da saúde, de se ter os meios para que a saúde se difunda sobre a terra, que
é o nosso lema nesta Campanha da Fraternidade. Mas logo a seguir, pede que se recorra ao Senhor e
evite o pecado. Vimos a força, o peso do pecado em todas essas leituras. Mas será que Jesus mostrou o
outro lado da moeda, o outro lado dessa mão? Como Ele viu a doença?
N cartolina com a mão marrom desenhada, formar uma árvore, tendo essa mão como raiz.
(modelo abaixo)
Cada catequizando coloca a mão que desenhou e recortou, formando as folhas da árvore,
conforme uma sequência pré- determinada.
Deus nos criou por amor para sermos felizes. Tudo que Ele fez mostra quem Ele é. Mas nossos
primeiros pais recusaram a amizade com o Pai Criador e, pela desobediência, o pecado entrou na vida
das pessoas. Com o pecado veio a dor, a morte. Deus, em sua infinita bondade, enviou seu Filho Jesus
para salvar a humanidade. Ao morrer na cruz, Ele funda a igreja para continuar a oferecer a salvação.
A Igreja somos nós, todos os batizados.
Formamos o Corpo de Cristo. Jesus não tem
outras mãos, a não ser as nossas, para construir
o mundo como Deus quer. E Deus não quer
sofrimento. O que podemos levar aos outros
com nossas mãos? Como podemos agir em prol
da saúde?
Orientar os catequizandos para pensar
num gesto concreto: visitar um doente, consolar
um
amigo
que
sofre,
fazer
doação
de
medicamentos, alimentos, fraldas, ouvir um
idoso em suas aflições, rezar pelos que sofrem.
Ao som de uma música (da CF-2012 ou
outra),
colar
na
cartolina
as
mãos
que
confeccionaram, como se fossem folhas e
galhos da árvore. Ao terminar todos juntos dão
as mãos e pedem: “QUE
A
SAÚDE
SE
DIFUNDA SOBRE A TERRA!”
Modelo da árvore: podem ser escrito, na “raiztronco”, os nomes dos santos que dedicaram
suas vidas ao atendimento e ao conforto dos
doentes: São Camilo, São João de Deus, Santa
Paulina, Beata Ir. Dulce, São Galvão (cf. TB,
221).
123
Este espaço está reservado para a sua
avaliação, comentários e sugestões.
Anote o número do encontro, a
quantidade de catequizandos que você tem e
a faixa etária.
Faça o seu comentário e entregue ao
seu coordenador.
Você estará ajudando a melhorar este
material com a sua valiosa contribuição.
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