com.br - Vista.art.br

Transcrição

com.br - Vista.art.br
in flip
_bs bigsp
25
.com
.br
Luiz
Apel
ão
AGO/SET2009
vista.art.br
APRESENTANDO: JUSTIN BROCK // DARYL ANGEL
DAVID CLARK // GRANT TAYLOR // SHANE O’NEILL
DOWNLOAD
GRATUITO
Foto: Eduardo Braz - Fs Nosegrind
LUCAS XAPARRAL | PRO SKATEBOARDER
elementskateboards.com.br | myspace.com/elementbrasil
12
T Tobias Sklar
Editorial
www.vista.art.br
Expediente
Existem momentos na vida que exigem atitude. Poucas
pessoas responderam tão bem a estes momentos como nosso
entrevistado Fabiano Bianchin. Como você vai perceber pelos
depoimentos ao longo da sua entrevista, os picos são vários,
encarados de diversas maneiras, mas a descrição do seu caráter
é o mesmo. Por isso a importância de ter o Biano nesta edição.
E quem mais enfrenta o que está estabelecido do que o artista?
Poucos caras resumem tão bem o que é ser artista como
Alexandre Sesper. Dessa vez ele traz para a Vista sua visão
sobre a história da arte e dos artistas ligados ao shape no Brasil.
Seu documentário Re.Board lançado recentemente causou
furor e alegria por todo o mundo. E seguindo aquela linha da
improbabilidade do estilo ainda tem mais fotos do skatista
Raymond Molinar e uma visita, ainda em tempos seguros,
à Argentina.
EDITOR CHEFE:
Alexandre Marten [email protected]
É pra olhar, ler, se emocionar e sair para rua!
Administrativo:
Gustavo Tesch [email protected]
Produção, Direção & Edição de Conteúdo:
Tobias Sklar [email protected]
Projeto Gráfico, Arte & Diagramação:
Frederico Antunes [email protected]
EDITOR FOTOGRAFIA:
Flavio Samelo [email protected]
CONSELHO EDITORIAL:
Fernando Tesch, Flavio Samelo, Gustavo Gripe, Lucas Pexão, Pedro Damasio,
& Roger Mancha
Colaboradores Texto:
Ricardo Tibiu, Gue Martini, Lucas Pexão, Ana Ferraz & Flavio Samelo
Colaboradores Fotografia:
Alex Brandão, Fabiano Lokinho, Tiago Pavan, Caetano Oliveira, Jr Lemos,
Rodrigo Kbça, Fernando Arata, Renê Jr & Carlos Hauck
Colaboradores ESPECIAL:
Raymond Molinar, Fabio Bitão, Eduardo Braz & Klaus Bohms
Agradecimentos: Mark Caneso & Nicolas Massi
Comercial :
Xande Marten RS: 0 (xx) 51 8413.6898 SP: 0 (xx) 11 6763.6335
Lupa Fernandes SP: 0 (xx) 11 9134.5588
Periodicidade: bimestral
Distribuição: distribuiçã[email protected]
Distribuição gratuita realizada em boardshops, galerias de arte, blitz & cadastro.
Impressão: Gráfica Pallotti
Para anunciar: [email protected] ou 0 (xx) 51 3012.7078
Fale conosco: leitores e lojistas, comuniquem-se com a Vista através do e-mail
[email protected] ou através do telefone
0 (xx) 51 3012.7078
CAPA
T Biano Bianchin
F Fabiano Lokinho
An interpretation
of an original. Theme
music not included,
but the diamond is.
The Rubber Player.
www.vista.art.br
16
14
18
16
24
18
26
24
28
26
30
28
kbps
issuu
bloguigrafia
tony hank
nairobi
kbps
tony hank
bloguigrafia
design4life
alavanca
gente feia
na tv
visita
32
30
34
32
44
50
52
68
70
84
90
92
visita
eu serei a hiena
morto
pela escola
clandestinos
raymond
molinar
arte muda
arte muda
carlos ribeiro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
[email protected]
14
biano bianchin
mateus grimm
reboard
doisvê
nixonnow.com/rubberplayer
16
T Tobias Sklar
F Divulgação
Kbps
www.vista.art.br
A VISTA SEGUE APRESENTANDO SUAS
NOVIDADES ONLINE E NESSA EDIÇÃO
TRAZ O RESULTADO DA PROMOÇÃO DA
BANDA EU SEREI A HIENA, A DIVULGAÇÃO
DO VÍDEO DO ENTREVISTADO BIANO
BIANCHIN E O LANÇAMENTO DO
CONCURSO PARA ESCOLHER NOVOS TOPO/
RODAPÉ DO SITE DA VISTA.
Mais Vista
Você no Topo
Promo Eu Serei
a Hiena
A Vista busca a cada edição trazer mais e
mais conteúdo para você. Nesta edição você
confere o vídeo que Biano Bianchin produziu
especialmente durante o período em que
realizamos sua entrevista. Você também
pode acessar todos os sites recomendados
na edição através dos links presentes na
capa do site. E, atendendo a pedidos a Vista
agora faz parte da comunidade Facebook,
sendo mais uma maneira de você interagir
conosco, como você já faz através dos nossos
canais no Youtube, Myspace, Flickr e Orkut.
Um dos pontos altos do site Vista é seu topo
e rodapé randômico. Falando de maneira
mais clara, as artes que ficam trocando na
parte de cima e baixo do site que cada vez
que você o acessa. Até hoje foram convidados artistas que fizeram parte das edições
que foram lançadas para expor seus trabalhos, mas a coisa vai ficar ainda mais democrática. Se você tiver uma arte e gostaria de
vê-la no site basta enviar através do e-mail
[email protected] com as seguintes dimensões: 1001x303 pixels com 300 DPI de
resolução. Mande também seus dados completos e, se quiser, uma “defesa” do porque
seu trabalho deve ser selecionado. Todas as
artes recebidas serão postadas no Álbum da
Vista no Flickr e selecionadas, sem número
mínimo ou máximo, por um conselho da
Vista. Os selecionados terão uma entrevista
publicada no site no dia de lançamento de seus
Os vencedores da promoção “O que te faz
rir hoje em dia?” e que vão receber CD e
revista são:
topos. Estamos aguardando sua participação!
•
•
•
•
•
Guilherme Teló, Mato Grosso do Sul
Arthur Dantas, Ceará
Iuri Maia, Rondônia
Luciano Brum, Rio Grande do Sul
João Pedro Cunha, Rio Janeiro
As respostas você confere no site da Vista.
18
T Flavio Samelo
F Divulgação
www.flaviosamelo.com
www.baglione.blogspot.com
www.opyaste.com
www.flickr.com/photos/sameloskate
www.myspace.com/flaviosamelo
www.vista.art.br
www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.com
www.myspace.com/gentefeianatv
www.revistaprego.blogspot.com
www.myspace.com/caferaivadiscos
www.myspace.com/morteasceta
www.myspace.com/armalaranja
Bloguigrafia
Flavio Samelo
www.flaviosamelo.com
www.flickr.com/photos/sameloskate
www.baglione.blogspot.com
www.myspace.com/flaviosamelo
www.opyaste.com
Divulgação
Brazilian Nuggets
brnuggets.blogspot.com
Cogumelomoon
cogumelomoon6070brasil.blogspot.com
S
EGUINDO NOSSA MISSÃO DE
MOSTRAR O QUANTO DEMOCRÁTICA
É A REALIDADE NA INTERNET, MUITO
MAIS DO QUE NO MUNDO REAL, SE
É QUE SE PODE DIZER ISSO, MUITA
GENTE SE DEDICA A PESQUISA DE
ROCK PROGRESSIVO, UM TIPO DE ROCK
TOTALMENTE CARREGADO DE EFEITOS
SONOROS, DISTORÇÕES E LONGOS E
LONGOS E BEEEEEM LONGOS SOLOS E
LETRAS TOTALMENTE METAFÍSICAS.
OUTRA COISA QUE É UMA BOA
REFERÊNCIA DO MOVIMENTO
PROGRESSIVO SÃO AS CAPAS DOS DISCOS,
SEMPRE MUITO PSICODÉLICOS E COM
REFERÊNCIAS ALUCINÓGENAS.
Na metade da década de 70 esse estilo
estava no auge, que se estendeu até o
meio dos anos 80, mas até hoje existem
bandas que seguem essa estética musical
agregando novas tecnologias e as vezes
até sendo bem fiel as origens do estilo.
24
www.vista.art.br
www.vista.art.br
Aqui no Brasil tivemos grandes bandas que
eram totalmente progressivas. Um dos
maiores exemplos foi o tão cultuado grupo
Os Mutantes, que sempre teve uma veia
bastante experimental desde seu começo,
misturando guitarras elétricas a ritmos
totalmente regionais brasileiros e no final
dos 70 virou totalmente progressivo, um
dos discos deles que mais mostra isso é um
disco ao vivo gravado em 76 que deixa claro
que esse estilo representava uma época
totalmente ligada a idéias espirituais e com
ideais pacíficos.
Aqui no Brasil vários grupos também
seguiram essa linha como Secos & Molhados,
Recordando o Vale das Maçãs, Ave Sangria,
Assim Assado, Bacamarte, A Bolha, entre
outros. Porém como em todos os outros
estilos musicais, no Brasil houve uma mistura,
uma evolução em cima do estilo original e
aqui muita coisa de funk, música regional
e outras influências foram adicionadas ao
estilo tornando o rock progressivo brasileiro
um som totalmente particular e único no
mundo da música. Muita gente famosa da
música brasileira começou por essa onda do
rock progressivo como Alceu Valença e A Cor
Do Som, entre outros.
Existem vários blogs que tem
informações sobre esse tipo de musica
em específico, mas acredito que o blog
Brazilian Nuggets seja um dos mais legais,
pois traz não somente esse tipo de música
via super raridades, mas também muita
coisa que acabou influenciando esse estilo.
Fora que cada disco postado ali vem com
uma bela e bem escrita biografia. Vale para
quem quer ouvir e aprender um pouco mais
sobre a história da musica brasileira. Tem
também um totalmente dedicado ao estilo
progressivo brasileiro verdadeiro, digamos
assim, que é o Cogumelomoon somente
com grupos brasileiros e informações
sobre as bandas e dos discos da época, mas
também tem várias outras raridades da
música brasileira como o BRNuggets.
24
T Gue Martini
F Divulgação?
www.myspace.com/nairobispace
Entre Xamãs
& Masais
A
cho que podemos acreditar que o dub
é uma raiz móvel do reggae, espécie
de planta aquática que flutua na superfície
sonora da atmosfera. Não necessariamente
o dub jamaicano em si, mas seu conceito
de viagem, de subversão, de clima; germina
como hera onde quer que passe. Em Buenos
Aires a planta dá frutos e quanto mais tal
raiz se aprofunda, mais elevados galhos e
folhas inspiram. Falo de Nairobi, auto-intitulado dub combo de ultra-respeito que em
pouco tempo de estrada já é um clássico.
Não só pelo fato dos caras —três argentinos,
um chileno e um mexicano— terem gravado
com Mad Professor e Lee Perry, duas lendas
vivas do gênero, mas porque o som é de
verdade mesmo. O primeiro disco “Wu Wei
Nairobi meets Mad Professor” está saindo do
www.vista.art.br
forno neste exato instante, julho de 2009,
na Argentina e América Latina e o grupo
acaba de embarcar para uma turnê européia
que começa no Glastonbury Festival, Reino
Unido e vai passar pela Alemanha, Escócia, França e Espanha. O som tem muita
referência dos cancioneiros jamaicanos, Lee
Perry, Augustos Pablo e por aí vai, mas não é
releitura. Nairobi tem muito a propor como
extensão do dub, aquele caminho natural
quando um estilo se ramifica em outra
cultura musical. Neste caso existe uma forte
presença latina, sotaques sulistas, indígenas,
algo que eles denominam força xamânica.
Parece simplesmente a sintonização desta
ambiência transcendente universal do dub,
uma música que nos religa a terra, enquanto
a mente voa.
26
T Lucas Pexão
F Divulgação
www.vista.art.br
Tony
Hank:
Street
Surfer
Lucas Pexão
Divulgação
A HISTÓRIA DOS JOGOS DE
VIDEOGAME DE SKATE ESTÁ
VIVENDO SEU MOMENTO MAIS
MIRABOLANTE ATÉ ENTÃO. POR
UM LADO, ESTÃO SURGINDO
JOGOS INCRIVELMENTE
SOFISTICADOS, INCLUINDO O
NOVO JOGO DO TONY “HANK”,
COM SEU CONTROLE WIRELESS
ESTILO SHAPE DE SKATE, O TONY
HAWK’S RIDE. OU AINDA A
PROMESSA DA MICROSOFT QUE
ESTÁ EM DESENVOLVIMENTO:
O CONTROLE SEM CONTROLE.
TRATA-SE DE UM SENSOR QUE
CAPTA OS MOVIMENTOS DO
CORPO, OU SEJA, BASTA FICAR
PULANDO E DANDO CHUTES
NA FRENTE DO VIDEOGAME
PARA EXECUTAR AS MANOBRAS
DE SKATE. POR OUTRO LADO, A
INTERNET ESTÁ POSSIBILITANDO
ACESSO AOS PRIMEIROS
JOGOS DE SKATE JÁ CRIADOS,
FEITOS PARA COMPUTADORES
E VIDEOGAMES EXTINTOS FAZ
TEMPO. O FOCO DA COLUNA TONY
HANK DESSA EDIÇÃO É UM DELES,
O ESQUISITO STREET SURFER.
C
andidato a primeiro jogo de
videogame de skate da história, ele
foi lançado pela desenvolvedora inglesa
Mastertronic em 1986, em fita cassete, para
o computador Commodore 64. Muito antes
das marcas de skate adquirirem consciência
ecológica, nosso amigo Street Surfer, a
estrela desse jogo, já se preocupava em
reciclar. O objetivo é percorrer a estrada em
alta velocidade recolhendo garrafas vazias
atiradas nos cantos e cuidando para não ser
atropelado por motoristas psicopatas nem
bater nas eventuais galinhas (?) que cruzam
seu caminho. Parece um jogo de corrida
de carro, ainda mais que o Street Surfer
consegue acelerar bastante, mesmo sem
tocar o pé no chão. Dá pra dar uns pulos que
não são acompanhados pelo skate e beber
refrigerante, alcançado em movimento por
motoristas bondosos.
Não durei nem um minuto nesse jogo
bizarro, mas parece que de tempo em tempo
o skatista alcança postos de reciclagem,
onde ele vende as garrafas que coletou
e recarrega sua barra de “saúde”. Como
assim? O manual do jogo explica: o Street
Surfer precisa de dinheiro para pagar seu
seguro de saúde, por isso, quando consegue
a grana, ganha vida. Sério. Talvez o melhor
do jogo seja morrer pra, estranhamente, ver
o skatinho seguir sozinho pela estrada sem
o maldito Street Surfer, esse ecologista de
araque.
28
F Divulgação
www.vista.art.br
www.ecko.com.br
www.aprendiz.uol.com.br
www.sweatequityenterprises.org
Design
for
life
O ESTILISTA, GRAFITEIRO,
EMPRESÁRIO E FILANTROPO
MARC ECKO VEIO AO BRASIL
NO FINAL DE JUNHO PARA
CONFERIR A EVOLUÇÃO DE
SEU PROJETO SOCIAL. O “DESIGN FOR LIFE”, UMA RELEITURA NACIONAL DE SUA ONG
NORTE-AMERICANA, EM PARCERIA COM O IED (ISTITUTO
EUROPEO DI DESIGN) E O PROJETO APRENDIZ, ENCABEÇADO
PELO JORNALISTA GILBERTO
DIMENSTEIN.
D
esde 1995 a ONG SEE – Sweat Equity
Enterprises– ajuda jovens aprendizes
a desenvolver seu potencial artístico e
empreendedor. A motivação para criar essa
ONG veio no momento em que sua empresa passava por dificuldades financeiras nos
anos 90 e Marc decidiu que se conseguisse
vencer esta dificuldade arranjaria uma maneira de dar um retorno à sociedade.
O Brasil é o primeiro país a acolher o
projeto "Design for Life" que visa desenvolver nos jovens aptidões na área de design,
não somente no desenvolvimento profissional artístico, como também no processo
criativo, administrativo e comercial.
Ecko ministrou uma palestra na sede
do IED onde a primeira turma, iniciada em
março deste ano, mostrou ao idealizador o
resultado de meses de estudo e afinco na
criação de camisetas.
A seleção dos melhores trabalhos foi
conduzida por um comitê de juízes, formado por Marc, o jornalista Gilberto Dimenstein (Aprendiz), o arquiteto Marcelo Rosenbaum, o estilista Alexandre Bucci, o diretor
de arte Ton Lo Bianco, e professores do IED.
Após se dedicarem durante três meses
de projeto, os jovens estavam ansiosos para
saber quem seria o vencedor do concurso.
Os prêmios foram para Rodrigo Felipe
Costa Vieira, que abordou o tema urbano
com uma reflexão do presente e do futuro,
e para Eron Mariano, com o tema “Tatoo”,
mostrando efeitos visuais óticos inusitados,
tribais com técnicas Maori e inspiração no
projeto Save the Rhinos.
As criações superaram as expectativas
de todos presentes, e com isso a grande
surpresa da noite foi a decisão de premiar
dois vencedores em vez de um só, com
bolsas no valor de R$ 73 mil reais correspondente a três anos de curso no IED.
Os trabalhos de maior destaque serão
estampados na coleção da Ecko Unltd., e a
renda será destinada ao projeto Aprendiz.
Além da doação do IED para as bolsas de
estudos, a The Brands’ Company presenteou
o projeto Aprendiz com uma estação de
computador, para que os alunos continuem
a desenvolver os projetos.
E, durante sua estada, o norte-americano aproveitou para dar uma volta pelo
bairro de Heliópolis na companhia dos
alunos do projeto e conferir o São Paulo
Fashion Week. Afinal não se pode esquecer
a grande influência que as marcas dirigidas
por Marc Ecko tem no mundo fashion.
30
T Ricardo Tibiu
F Chico Felix
www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.com
www.myspace.com/gentefeianatv
www.revistaprego.blogspot.com
www.myspace.com/caferaivadiscos
www.myspace.com/morteasceta
www.myspace.com/armalaranja
Contato: [email protected]
www.vista.art.br
Quadrinhos Punk
Ricardo
Ricardo
TibiuTibiu
Chico Felix
www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.com
www.myspace.com/gentefeianatv
www.revistaprego.blogspot.com
Chico Felix
www.myspace.com/caferaivadiscos
www.myspace.com/morteasceta
www.myspace.com/armalaranja
www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.com
www.myspace.com/gentefeianatv
Contato: [email protected]
www.revistaprego.blogspot.com
www.myspace.com/caferaivadiscos
www.myspace.com/morteasceta
www.myspace.com/armalaranja
NADA MELHOR QUE UM HOBBY
QUE TE ACOMPANHA DESDE A
INFÂNCIA E SE TRANSFORMA
EM PROFISSÃO NA VIDA
Contato: [email protected]
ADULTA. FOI O QUE ACONTECEU
COM CHICO FELIX, FÃ DE
QUADRINHOS UNDERGROUND
AMERICANOS (ROBERT CRUMB)
E BRASILEIROS (MARCATTI) E
QUE ACABA DE LANÇAR O GIBI
GENTE FEIA NA TV. ELE SAI
NUMA PARCERIA COM A CAFÉ
& RAIVA DISCOS E A REVISTA
PREGO, EM TIRAGEM DE 500
EXEMPLARES, VENDIDO POR
ELES OU EM LOJAS DE SKATE,
MÚSICA E SHOWS. FALAMOS
SOBRE ESTA LOUVÁVEL
INICIATIVA INDEPENDENTE
COM CHICO, QUE TOCA EM
BANDAS COMO MORTE ASCETA
E ARMA LARANJA, E AINDA
SOBRE SUA BAGAGEM PUNK.
Como surgiu a idéia de fazer o GFNTV?
Desde moleque eu fazia quadrinhos,
xerocava e passava pros amigos, depois
comecei a participar de zines e fiz dois
números do meu próprio HQ, Desvio de
Aluguel. No final de 2004, o Thiago, da
Cospe Fogo, sugeriu que eu fizesse um
gibi com minhas histórias. Apesar de ter
demorado anos pra fazer e editar, a idéia
original veio daí.
E esse nome vem de onde?
De uma leva de nomes que inventei depois
de uns dias sem dormir: Jesus Mongolóide,
Desvio de Aluguel, Gente Feia Na TV... No
começo não sabia onde usaria eles, mas esse
deu certo pro gibi; é sobre a necessidade
das pessoas virarem celebridades pra serem
menos “gente feia”, como se as que já estão
na TV não fossem horríveis o bastante,
uma massa de gente de plástico sem
espontaneidade.
Como tem sido a repercussão?
Bom, pros padrões de lançamentos punk/
independente, é um sucesso. É a coisa que
mais vendeu até agora na história da Café
& Raiva. O que editorialmente falando não
quer dizer porra nenhuma. Mas as pessoas
parecem reagir ao gibi, odiando ou amando.
Mas e a violência e a ironia do gibi já
incomodaram alguém? Até agora eu não soube disso, mas tem uma
reação. Meu cunhado falou que era um gibi
pras pessoas esquecerem o “Two Girls, One
Cup”. Eu achei um elogio carinhoso.
O quê do seu background no punk você
leva para o gibi?
Na real, fico pensando o quanto dos
quadrinhos eu trouxe pro punk rock. Porque
antes de me envolver com punk, eu já era
viciado em quadrinho underground: Crumb,
Gilbert Shelton, Robert Williams, Marcatti.
Pra mim toda a idéia de contracultura,
humor confrontativo e radicalismo desses
caras já era punk, só que sem trilha sonora.
Eu já tava no espírito da coisa quando
comecei a ouvir Black Flag e Dead Kennedys.
Uma coisa alimenta a outra e acho que o
punk abriu minha cabeça pra um monte
delas, mas a base original já tava lá.
Quais são as influências dentro e fora
dos quadrinhos? Fora os caras que falei, tem o underground
americano dos anos 80 pra cá, Kaz, Peter
Bagge, Daniel Clowes, Charles Burns. Tudo
que foi publicado na revista Animal, em
especial o Jano e o Vuillemin. Fora dos
quadrinhos, John Waters. Tudo que ele faz é
perfeito, uma mistura de mau gosto, crítica,
ironia, escrotidão. Punk rock “de filho da
puta”, tipo Germs, Poison Idea, Saints; e o
que está dentro desse espectro “vagabundo”
e “descartável” da cultura: TV, filme de terror,
fliperama. É tudo parte de um grande todo
cultural a que somos expostos e dá pra achar
alguma graça.
Quais são os próximos planos?
Por enquanto divulgar e vender o gibi, mas
já existe o projeto de fazer o número 2.
Talvez incluir um CD numa edição limitada.
Enquanto isso vou pondo novidades,
tirinhas, rabiscos e afins no blog, fazendo
participações na Revista Prego e arte pra
bandas.
A entrevista na íntegra pode ser lida no site.
18
www.vista.art.br
32
T Lucas Pexão
F Lucas Pexão
www.vista.art.br
Visita...
Kitinete
K
itinete é um bar que parece uma casa (de alguém muito
legal), uma balada e uma galeria de arte. Localizada
no bairro boêmio São Francisco, bem próximo do centro de
curitiba, o lugar funciona como “pré-balada”, iniciando seu
funcionamento no começo da noite e fechando as portas
no começo da madrugada. No som, especialidades como
o projeto Afrobeat, com seletores/artistas Rim e Dimas, ou
Cambalacho, do DJ Anaum, entre tantos outros. Sem contar as
passagens de gente como B Negão, Flavia Durante (Pop scene),
Max B.O. E atrações inusitadas, como os rappers holandeses
do Wallbangaz que estiveram lá recentemente, rimando no
balcão. A pintura das paredes acompanha a diversidade do
som, com trabalhos de gringos como Tristan —Argentina—,
Sunder Raj —malásia— e Tyler Johnson —EUA— e de vários
brasileiros, incluindo Rodrigo Level —MG—, Renato Faccini
—RJ— e Mateus Grimm —RS. Entre os locais que pintam e
frequentam a casa, estão Rimon Guimarães, Claudio Celestino
e Fred Freire. Confira no vista.art.br uma entrevista com a
proprietária Márcia Maçã para conhecer a história desse espaço
visionário. E claro, em curitiba, faça o aquecimento na kiti.
34
T Ricardo Tibiu
F Alex Vieira
www.myspace.com/mortopelaescolaa
www.revistaprego.blogspot.com
www.laja.com.br
www.myspace.com/kafacadiscos
www.fotolog.com.br/facacega
Contatos: [email protected]
www.vista.art.br
Skate(punk)
and destroy
Formado no Espírito Santo
em 2004, o Morto Pela Escola
chamou a atenção com a demo
“Estude e Morra!” (2006),
mostrando a sagaz mistura
de skate com punk/hardcore.
Ali nasceram petardos como
“Esporte de Playboy?” e “Destroy
And Skate!”, e o grupo fez
apresentações catárticas pelo
país. Este ano foi lançado um
split com o trio paulista Naifa
onde em oito faixas, o MPE
continua quebrando tudo e
caprichando nas referências.
Depois de trocar a formação,
a banda segue com Raphael
(baixo), Renzo (guitarra), Léo
(bateria) e Alex, que largou as
baquetas pra assumir o vocal.
Conversamos com ele, que
também edita a Revista Prego,
sobre a mudança, skate e arte!
A entrevista na íntegra pode ser lida no site.
Quando o Morto Pela Escola surgiu e o
quê motivou a montar a banda?
Em 2004, na época o hardcore estava em
seus extremos, as bandas ou eram ultrarápidas ou melódicas demais, faltava quem
tocasse aquele hardcore simples, na linha de
clássicos como DFL ou Beastie Boys, então
resolvemos resgatar esse som. A gente
pensava em ter uma banda que rolasse
nos vídeos de skate, empolgasse o rolê de
carrinho! Minha vontade atual é lançar um
LP e fazer uma tour pelo máximo de lugares
possíveis.
Quais as principais influências do MPE e
qual a melhor definição para o som?
Hardcore dos anos 80/90 – é pleonasmo
isso? –, tanto brasileiro como gringo. Muita
gente fala que o MPE é skate punk, mas
acho isso uma sacanagem com bandas
como Adolescents, Agression, Agent
Orange...
Qual a importância do skate na sua vida
e o quê ele reflete na música do MPE?
Passei grande parte da minha vida andando
de skate e quem anda sabe que é mais que
esporte, há uma vivência, um aprendizado,
amizade e comportamento que vão além
do suor. Quando comecei a andar de skate
a maioria da galera ouvia punk/hardcore e
isso me influenciou muito. Larguei o futebol,
montei minha banda e passei a ir a shows
devido minhas amizades do skate.
Você e o Raphael são envolvidos com
as artes visuais/gráficas, não só com
a Prego como trampos para bandas
(encartes, flyers, camisetas). Como
começou seu envolvimento?
O Raphael, o Léo e eu estudamos Artes na
UFES, somente o Renzo que cursa Direito
optou por um caminho mais estável.
Sempre fui muito cuidadoso com minhas
demos, fazia capinhas customizadas, a partir
daí comecei a produzir o material gráfico
das minhas bandas e foram me convidando
para colaborar em zines e outros serviços
não-remunerados. Resolvi cursar Artes
Visuais para ampliar minhas referências
e poder trabalhar com algo que já me
interessava.
A Prego é uma revista independente
cujo foco é a arte underground. Como
tem sido a aceitação e qual sua visão
sobre esse meio (arte underground)
atualmente?
Nosso foco não é a arte underground, pelo
contrário, a idéia é divulgar nosso trabalho
para o maior número de pessoas. Ele é
underground porque somos iniciantes e
muito influenciados pelas publicações
contraculturais das últimas quatro décadas.
Tivemos ótima aceitação, mesmo sem
patrocínio chegamos ao terceiro número e
não pretendemos parar. Ninguém faz arte
para ser underground, mas para ser vista,
experimentada pelo máximo de pessoas.
Hoje existem muitos espaços destinados
a resgatar esses trabalhos que já foram
underground um dia; publicações, galerias
e outras possibilidades fora do circuito da
“arte séria”. Não existe mais isso de artista
marginal, quase todos os tipos de arte já
foram absorvidos pelo sistema.
Você deixou a bateria para assumir o
vocal, o quê essa mudança trouxe pro
MPE?
O som mudou não só por isso, mas também
pelo amadurecimento, letras um pouco
mais subjetivas e uma vontade de não ficar
se repetindo musicalmente. As músicas da
demo viraram hinos do MPE, onde a gente
toca as pessoas cantam e agitam bastante.
Pretendemos gravar em breve, já estamos
com aproximadamente 10 sons inéditos.
Em algumas músicas vocês usam o skate
contra o que julgam errado, seja física
ou metaforicamente. Seria o skate uma
arma de contestação?
Quando ando de skate esqueço de tudo, me
concentro apenas nas remadas e manobras.
Não o vejo como uma arma de contestação,
apesar de ter este potencial também,
mas acredito nele como algo quase
transcendental e não político.
Quem é o melhor e o pior skatista da
banda?
Modéstia a parte sou o melhor, em seguida
vem o Raphael, depois o Renzo e o Léo que
não sabem mais nem mandar um ollie.
Entre skate e destroy, o MPE fica com
qual?
Nós ficamos com o destroy, certeza!
F Tiago Pavan
www.vista.art.br
BUENOS
AIRES
36
68
T Gue Martini
F Cristiano Andrigheto
www.alavanca.art.br
L Hostel
38
F Tiago Pavan
S Danilo Butzke
M Hardflip
F Tiago Pavan
T Tiago Pavan
Q
uando penso no que todos os
skatistas que eu conheço tem
em comum, acho que a vontade de viajar
provavelmente é o primeiro ponto que se
destaca. Seja dentro do Brasil ou para a
“gringa”, todos querem conhecer novos
picos, ver os lugares aonde seus vídeos
favoritos foram gravados, andar em praças
com chão liso por todos os lados, respirar
novos ares.
A tempos que vinha discutindo com amigos
próximos o local para nossa primeira tour
fora do Brasil. Como é de se esperar, a
primeiro momento todo mundo fala em
Barcelona, São Francisco, Los Angeles. Mas
quando se analisa a grana que vai ser
preciso pra uma viagem dessas, todo
mundo volta para realidade e começa a
pensar em alternativas um pouco mais
econômicas.
Então focamos nossa tour para algum lugar
dentro da América Latina. Com valores
mais amistosos e sem a necessidade de
visto, economizaríamos em dinheiro e
tempo.
BUENOS AIRES
Um dos grandes amigos nossos, e skatista
profissional, Jean Duarte, havia comentado sobre andar de skate em Buenos
Aires. Como ele foi pra lá recentemente,
comentou sobre a receptividade do povo
e os ótimos picos. Assim chegamos a conclusão final de que iríamos visitar os nossos
hermanos.
Com o local em mente, faltou só convidar
mais gente pra ir junto, afinal, em uma tour,
quanto mais gente andando mais material
rende. Após falar com todos os amigos
possíveis, a equipe ficou formada por Tiago
Pavan (cuidando das fotos), Henrique
Kicomoom (videomaker) e os skatistas Vitor
Vitoka, Danilo Butzke, Jezer Azeitona e
Jefferson Morcego. Já de malas prontas,
no dia 10 de abril embarcamos no busão,
e 31 horas depois lá estávamos nós, na
capital da Argentina.
ALGUNS
SPOTS
QUE VOCÊ
PODE CURTIR
EM ÉPOCAS
DE FALTA DE
GRIPE:
Mesquita:
arquibancadas de cimento com
cantoneiras, palco para manual e gaps.
New Spot:
nas margens do rio Mar Del Plata, o New
Spot já foi palco de um campeonato de
best trick da Element em 2006. É uma 45
natural com borda em cima com um visual
muito bom. Também existem alguns
wallrides no pico.
Ministério da
Economia:
também conhecido como Golden Spot, por
ter inúmeros adereços dourados na sua arquitetura, o Ministério da Economia conta com
double sets, corrimão e uma escadaria gigante para os aficionados por grandes jumps.
Avenida 9 de Julho:
Manuelera:
Por ser a avenida mais larga do mundo, e
com uma extensão muito grande, a 9 de
Julio oferece uma diversidade de picos
gigantesca, com chafarizes, escadas com
bordas, bancos, corrimãos.
talvez o pico mais tradicional de Buenos
Aires, a Manuelera é o melhor pico para
manual da cidade. Chão de mármore lisinho,
ótima iluminação noturna e a presença
constante de skatistas de varias gerações
garantem a pegada do pico o tempo todo.
Praça Houssay:
a praça praticamente foi projetada para o
skate. O chão é liso e perfeito, tem alguns
gaps gigantes, bordas extensas com
despenco na saída e muitos palcos de
manual. Garantia de um dia de skate com
muita variedade de manobras.
Porto Madeiro:
O bairro mais novo de Buenos Aires. Tem
praças gigantescas, com chão lisinho de
cimento queimado e oferece uma variedade
gigante de escadas, gaps e bordas.
40
F Tiago Pavan
S Esteban Florio
M Bs flip
F Tiago Pavan
BUENOS AIRES
S Vitor Gonçalves
M Bs ollie
F Tiago Pavan
BSSB
ASSA
42
T Jefferson "morcego" Bergman
F Nose bump 360 varial
F Tiago Pavan
www.vista.art.br
No último dia de tour, enquanto rolava um role
no Correio Central para vender e comprar alguns materiais de skate, um dos locais da cidade me perguntou:
"¿CÓMO
TE HAN
RECIBIDO
EN BUENOS
AIRES?”
Não podia ser melhor, respondi.
E com esse sentimento de positividade
no ar, saímos da cidade com a certeza
de que voltaremos assim que possível.
44
T Flavio Samelo
F Raymond Molinar & Flavio Samelo
www.vista.art.br
U
F Raymond por Flavio Samelo
Instantâneo
A CÂMERA POLAROID FOI E, SEMPRE SERÁ, UM MARCO NA HISTÓRIA DA
FOTOGRAFIA. POR UM MOTIVO BEM SIMPLES: SER INSTANTÂNEA! ISSO
NUMA ÉPOCA ONDE PARA VER A FOTO QUE VOCÊ TINHA ACABADO DE FAZER
DEMORAVA DIAS E CUSTAVA UMA CERTA GRANA. JÁ COM O ADVENTO DA
TECNOLOGIA E DAS CÂMERAS DIGITAIS, AS PESSOAS NORMAIS PARARAM
DE USAR AS POLAROIDS. FAZENDO A DEMANDA PELO PRODUTO DIMINUIR
DRASTICAMENTE E, A CADA DIA, FICA MAIS DIFÍCIL ENCONTRAR FILMES PARA
AS CÂMERAS QUE USAM ESSA TECNOLOGIA, POIS AS DIGITAIS SÃO MAIS
BARATAS E MAIS RÁPIDAS E VOCÊ AINDA PODE REPRODUZIR ESSAS IMAGENS.
MAS, AS PESSOAS QUE USAVAM E GOSTAVAM DESSA TECNOLOGIA NUNCA
DEIXARAM DE UTILIZÁ-LA, EXPERIMENTANDO TODAS AS SUAS POSSIBILIDADES.
A CÂMERA POLAROID FOI E, SEMPRE SERÁ, UM MARCO NA HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA. POR UM MOTIVO
BEM SIMPLES: SER INSTANTÂNEA! ISSO NUMA ÉPOCA
ONDE PARA VER A FOTO QUE VOCÊ TINHA ACABADO
DE FAZER DEMORAVA DIAS E CUSTAVA UMA CERTA
GRANA. JÁ COM O ADVENTO DA TECNOLOGIA E DAS
CÂMERAS DIGITAIS, AS PESSOAS NORMAIS PARARAM
DE USAR AS POLAROIDS. FAZENDO A DEMANDA
PELO PRODUTO DIMINUIR DRASTICAMENTE E,
A CADA DIA, FICA MAIS DIFÍCIL ENCONTRAR FILMES
PARA AS CÂMERAS QUE USAM ESSA TECNOLOGIA, POIS
AS DIGITAIS SÃO MAIS BARATAS E MAIS RÁPIDAS E
VOCÊ AINDA PODE REPRODUZIR ESSAS IMAGENS.
MAS, AS PESSOAS QUE USAVAM E GOSTAVAM DESSA
TECNOLOGIA NUNCA DEIXARAM DE UTILIZÁ-LA, EXPERIMENTANDO TODAS AS SUAS POSSIBILIDADES.
m grande exemplo disso é o skatista americano Raymond
Molinar. Recentemente ele esteve no Brasil numa tour
com o time da Converse americana e brasileira. Conversamos
com ele sobre sua pesquisa acerca das Polaroids. Na internet,
ele tem um blog e uma página do flickr dedicadas totalmente
a essas imagens feitas com suas 13 câmeras. Exatamente,
Molinar tem 13 diferentes câmeras que usam apenas filmes
Polaroids: “todo lugar que eu vou e vejo uma câmera que
não tenho acabo comprando”. Tudo começou quando seu
amigo Joe Brook, grande fotógrafo de skate americano, que
costumava usar essas câmeras para registrar momentos das
viagens e tours e que acabou deixando-o interessadíssimo
naquilo. Acostumado a usar o formato quadrado das Polaroids,
Molinar, mesmo sendo skatista com um certo reconhecimento
internacional pelas suas participações em vários vídeos bem
legais, não tem interesse em usar este suporte pra fotografar
skate, e sim, cenas de seu cotidiano.
Ele tem o projeto de lançar um livro com essas Polaroids
que vêem fazendo nos dois últimos anos. Provavelmenteo
F Raymond por Flavio Samelo
livro terá fotos que ele quer fazer numa viagem que esta
sendo planejada envolvendo um trailler indo da Califórnia até
Nova Iorque, ou seja, cruzando o Estados Unidos de ponta a
ponta. Raymond já fez essa viagem várias vezes nas demos das
equipes das quais faz parte, porém nunca teve a oportunidade
de parar e ficar fotografando com calma as coisas que
acontecem ao seu redor.
Além disso, Molinar está passando o vírus da Polaroid
para outros skatistas americanos. Recentemente ele deu uma
de suas câmeras para o amigo Nick Trepasso. Ele se diverte em
ver o amigo empolgadíssimo com as Polaroids e sua dedicação
à experimentação fotográfica usando os filmes instantâneos
mais legais e cultuados de todo o planeta. “Acho legal ver
as pessoas usando e testando as Polaroids, está voltando a ser
popular novamente” diz, e com certeza ele está certo. Mas aqui
no Brasil, por exemplo, não se encontra com facilidade os
filmes de Polaroids, muita gente daqui como Alexandre Cotinz
e Alexandre Vianna entre outros continuam tentando usar
esses filmes quando podem.
F Molinar
F Molinar
U
F Molinar
F Raymond por Flavio Samelo
F Molinar
m grande exemplo disso é o skatista americano
Raymond Molinar. Recentemente ele esteve no Brasil
numa tour com o time da Converse americana e brasileira.
Conversamos com ele sobre sua pesquisa acerca das
Polaroids. Na internet, ele tem um blog e uma página do
flickr dedicadas totalmente a essas imagens feitas com suas
13 câmeras. Exatamente, Molinar tem 13 diferentes câmeras
que usam apenas filmes Polaroids: “todo lugar que eu vou
e vejo uma câmera que não tenho acabo comprando”. Tudo
começou quando seu amigo Joe Brook, grande fotógrafo
de skate americano, que costumava usar essas câmeras
para registrar momentos das viagens e tours e que acabou
deixando-o interessadíssimo naquilo. Acostumado a usar
o formato quadrado das Polaroids, Molinar, mesmo sendo
skatista com um certo reconhecimento internacional pelas
suas participações em vários vídeos bem legais, não tem
interesse em usar este suporte pra fotografar skate, e sim,
cenas de seu cotidiano.
Ele tem o projeto de lançar um livro com essas Polaroids
que vêem fazendo nos dois últimos anos. Provavelmenteo
livro terá fotos que ele quer fazer numa viagem que esta
sendo planejada envolvendo um trailler indo da Califórnia
até Nova Iorque, ou seja, cruzando o Estados Unidos de
ponta a ponta. Raymond já fez essa viagem várias vezes nas
demos das equipes das quais faz parte, porém nunca teve
a oportunidade de parar e ficar fotografando com calma as
coisas que acontecem ao seu redor.
Além disso, Molinar está passando o vírus da Polaroid
para outros skatistas americanos. Recentemente ele deu uma
de suas câmeras para o amigo Nick Trepasso. Ele se diverte
em ver o amigo empolgadíssimo com as Polaroids e sua
dedicação à experimentação fotográfica usando os filmes
instantâneos mais legais e cultuados de todo o planeta.
“Acho legal ver as pessoas usando e testando as Polaroids, está
voltando a ser popular novamente” diz, e com certeza ele está
certo. Mas aqui no Brasil, por exemplo, não se encontra com
facilidade os filmes de Polaroids, muita gente daqui como
Alexandre Cotinz e Alexandre Vianna entre outros continuam
tentando usar esses filmes quando podem.
52
S Anderson Moraes
M Flip
L Paraíso, MG.
F Jr Lemos
Arte
Muda
54
S Carlos Iqui
M 360Flip
L Estância Velha, RS.
F Alex Brandão
56
M O vôo da águias
F Klaus Bohms
S Sérgio Mortal
M Bs Blunt
L Ribeirão Preto
F Jr Lemos
57
58
S Adelmo JR
M Fs nollie heelflip
F Osasco, SP.
F Flavio Samelo
S Jefferson Bill
M Varial Heelflip
L Vespasiano, MG.
F Carlos Hauck
59
60
S Ricardo de Andrade
M Pop Shove-it
L São Paulo, SP.
F Fernando Arata
62
S Alexandre Tizil
M Ss fs 180 fakie nosegrind
L Franca, SP.
F Jr Lemos
64
S Felipe Nery
M Fs flip 180
L Itapecerica da Serra, SP.
F Fernando Arata
66
S Fabiano Lokinho
M Bs 360 grab transfer
L Sitges, Espanha.
F Rodrigo Kbça
68
S Gui Zolin
M Pop Shove-it
L Canoas, RS.
F Alex Brandão
BIA
NC
HIN
F Alex Brandão
Biano
70
"Uma vida sem sombras,
sem dúvidas. Determinação e empenho. Vontade
e desejo. Aplicação e realização. Verbos, adjetivos,
substantivos juntos e reunidos de todas as formas
dentro dos depoimentos
que você vai ler a seguir
traduzem uma só coisa:
FABIANO
BIANCHIN
É UM HOMEM QUE
NÃO DEIXA
NADA PELA
METADE, pelo
contrário, prefere
realizar em dobro!"
Vista
72
M Bs disaster
L Porto Alegre, RS
F Alex Brandão
"Uma vida sem sombras,
sem dúvidas. Determinação e empenho.
Vontade e desejo.
Aplicação e realização. Verbos, adjetivos,
"Conheci
substantivos
o Biano
juntos e
através
reunidos
dode
trabalho.
todas as
Logo
formas
na dentro
primeira
dos
condeversa
poimentos
senti que
que era
você
uma
vai
pessoa
ler a seguir
ímpar,
traduzem
com carisma
uma só
forte
coisa:
e objetivos
claros. Justamente nos
momentos fora da rotina
de trabalho que senti o
quanto ele é disciplinado, focado e disposto a
FABIANO
BIANCHIN
É UM HODERRUBAR
MEM
QUE
AS
BARREINÃO Há
DEIRAS.
alguns anos
ele
XA
sofreu
NADA
uma lesão muito grave, ficando afastado
PELA
por praticamente
ME-um
ano. Durante este tempo
enxerguei
TADE,
claramente
pelo
o
quanto
contrário,
ele prefere
se dedicou aos
seus
realizar
objetivos.
em dobro!"
O resultado é uma carreira sólida,
feita
Vista com personalidade e
talento."
Diego Motta
Marketing Volcom
74
M Wallride late shove-it
L São Paulo, SP.
F Alex Brandão
"Biano é um guerreiro,
SKATISTA
DE ALMA
e que nunca desiste dos
seus sonhos. É nóis Biano;
te respeito muito.
Tu é o cara!"
Luan de Oliveira
Skatista
76
M Crooked grind
L São Paulo, SP.
F Fabio Bitão
M Fs Rockslide
O Biano no início
dos anos 90 costumava vir pra São
Paulo e ficava hospedado na minha
casa. Algumas vezes
por meses seguidos.
JÁ FAZIA
PARTE DA
FAMÍLIA.
Foi nesta época que
comecei a fazer um
curso de fotografia e
ele até me acompanhava às aulas.
Curiosamente uma
foto dele foi minha
primeira publicação.
Fabio Bitão
Fotógrafo
L Hollywood, California
F Eduardo Braz
M Bs feeble grind
L Niterói, RJ
F Rene Jr
79
77
78
M Crail
L São Paulo, SP.
F Caetano Oliveira
Falar de Fabiano Bianchin,
é falar de superação. Quando
um garoto com 13 a 14 anos
enfrenta o mundo para ir de
encontro com seus ideais,
pode parecer loucura, ainda
mais se o seu ideal é tornar-se
um skatista profissional. Se
hoje isto é difícil de se aceitar,
IMAGINE 20
ANOS ATRÁS.
Pois bem o Sr.Fabiano
Bianchin, pai de família,
empresário, team manager,
brain manager, é tudo isto
pela sua obstinação por
tornar-se um skatista
profissional e um
profissional do skate.
Que a nova geração
saiba tê-lo como exemplo.
Paulinho Rude Davi
Comercial DC shoes
86
80
Fs smith
M 50-50
de Janeiro,beach,
RJ.
Eduardo
Jr.
Braz
L LRioHuntington
F FRene
California.
"O Biano foi o primeiro
skatista gaúcho que
vi ter reconhecimento
nacional, abrindo as portas
para toda uma geração. Seu
skate e atitude falam por si:
SKATISTA
DEVERDADE,
todo meu respeito e admiração
por tudo que fez e vem fazendo."
Cezar Gordo
Skatista
82
M Bs rockslide
L São Paulo, SP.
F Caetano Oliveira
"Ele é o exemplo perfeito
de Profissional de Skate.
ANDA EM
QUALQUER
LUGAR, EM
QUALQUER
PISTA,
SEMPRE
COM
RESPEITO
DE TODOS.
Vive disso com
humildade e força.
Flavio Samelo
Editor fotografia da Vista
84
M Polejam
L São Paulo, SP.
F Caetano Oliveira
"Biano é um dos streeteiros mais
experientes do Brasil. Uniu garra e
muita força de vontade pra construir
uma trajetória de reconhecimento
internacional, marcado pela
VELOCIDADE E
AGRESSIVIDADE
nas suas manobras. O seu documentário - Minha Alma Sobre Rodas- foi
também um marco, porque contou
sua história e com isso um pouco da
história do skate no Brasil."
Alexandre Vianna
Fundador revista 100% Skate
86
M Heel flip
L São Paulo, SP.
F Flavio Samelo
“O Biano, dos skatistas brasileiros
é com certeza e o que sabe melhor se auto valorizar, além de ter
um tipo de skate bem agressivo e
se destacar dos demais na história
pelo respeito dos times que o patrocinam. Ele realmente faz parte
dos times mesmo sendo pago pelo
Brasil. É uma referência de skate
na veia e sem dó. Ele é do tipo
“GO SKATE OR
GO
HOME”
ou ainda, "skate and destroy".
E além de ser um bom pai,
continua destruindo e
produzindo bastante.”
Fabio Cristiano
Skatista
M Wallride
L São Paulo, SP.
F Caetano Oliveira
"Bom o meu primeiro contato
com Biano foi ha muitos anos
quando ele tocava aloja dele
em São Leopoldo e era meu
cliente. Mas eu o conheci melhor
mesmo quando fizemos juntos
uma trip de carro pro RJ com
todo o time da Crail. Além de
extremamente divertido e bom
caráter, o Biano em cima do
skate é definitivamente um cara
diferenciado, tanto por seu
ESTILO
INCONFUNDÍVEL
como por sua energia e sensibilidade
no controle do skate, eu sempre
fico impressionado quando vejo ele
espancando as bordas. No aspecto
profissional eu posso dizer que o
Biano é um workholic do skate,
o cara não para!"
Sergio Bellineti
Fundador Crail
89
90
M Fs smith
L Huntington beach,
California.
F Eduardo Braz
92
68
T Tobias Sklar
F Fabio Bitão
reboard.blogspot.com
REBOARd
REBOARD PELO SEU PRODUTOR:
“NÃO TEM GLAMOUR, NÃO É COMO UM SK8FACE QUE
ESTÁ SENDO FEITO NOS ESTADOS UNIDOS. O NOSSO
É RAW, É RAW E HARDCORE. DESDE O COMEÇO EU
NUNCA PENSEI NUMA HISTORIA MUITO HARMONIOSA,
PORQUE QUEM FEZ MANO, SÓ TOMA NO CU. AS
MARCAS NEM SHAPE MANDAM DIREITO PARA OS
ARTISTAS, O REBOARD É PARA SER MEIO PAYBACK TIME,
EM RELAÇÃO AO DESCASO DOS DONOS DE MARCA OU
FABRICANTES DE SHAPES."
E MAIS:
“ACHO QUE O MÍNIMO PARA INSTIGAR É TER O LADO
POÉTICO, BONITO DA COISA. DE QUEM VIVEU O LANCE E
VIBRAVA COM AQUILO E TER TAMBÉM A DOR DO MALUCO
QUE FRITAVA FAZENDO AS ARTES MAIS CABREIRAS E O
DONO RECLAMAVA DE TE DAR UM DECK DE CADA DA
SÉRIE (RISOS). PORQUE VOU TE FALAR, O VIDA DIFÍCIL...
PRINCIPALMENTE ANTES DO COMPUTADOR. PORQUE
DEPOIS DO COMPUTADOR AÍ TODO MUNDO VIROU
ARTISTA GRÁFICO E AI FUDEU TUDO.. VEIO O SCANNER
E ACABOU DE VEZ COM A RAÇA DO ARTISTA QUE
REALMENTE SE ESFORÇAVA PARA SER ORIGINAL E TER AS
IDÉIAS."
POSIÇÕES DEFINIDAS,
IDEAIS MARCANTES E
MUITA DISPOSIÇÃO NOS
LEVARAM A CONVERSAR
COM ALEXANDRE CRUZ,
FAROFA OU SESPER,
COMO PREFERIR, SOBRE
ESTE DOCUMENTÁRIO
PRODUZIDO PARA TRAZER
PARA TODOS A HISTÓRIA
DOS SHAPES NO BRASIL.
www.vista.art.br
94
T Tobias Sklar
F Divulgação/acervo
reboard.blogspot.com
Qual o título oficial do vídeo?
Reboard The Brazilian Skate Art Research
Qual foi a pira de fazer o Reboard?
Na época que tive contato com material do Billy Argel eu
produzi alguns vídeos com os shapes dele e isso gerou o
embrião do projeto. E outra, o lance do artista que faz a parte
gráfica de uma marca muitas vezes fica, ou ficava, em terceiro
plano. Era o atleta, o dono da marca, e nunca se sabia a ideia de
quem realmente, na maioria das vezes, dava a real alma ao
skatista e à marca. Quero que o documentário mude um pouco
isso, que escutem as ideias e criticas de quem rala por amor ao
lance e veja também o lado positivo que isso criou, a escola que
se fez aqui no Brasil, etc.
Acervo Roger Mancha
www.vista.art.br
E você acha que atingiu esse objetivo?
Ainda não, porque o lance não foi feito. Mas mesmo de quem
produz tem uma desorganização e falta de memória real, decks,
desenhos, pessoas que não façam politicagem com os acervos e
arquivos, que pensem mais na história do que na grana. Foi
difícil em um momento, mas acredito que agora esta nos 25%
finais e a coisa se formatou melhor. Acho que é uma parada que
fiz pela poesia, porque na real o verdadeiro amor pelo suporte
artístico, ou esporte, só quem realmente se interessa que capta a
mensagem. Mas muita gente se interessou, se manifestou
positivamente e está ansiosa para ver.
E quem já participou e vai participar dessa pesquisa?
O Billy ajudou muito, ele tem o arquivo mais sinistro que se tem
ideia no Brasil e entende o valor da parada. Os amigos sempre
mandam fotos e ajudam a encontrar algumas paradas perdidas
e as pessoas que participaram. Não se trata de um documentário cronológico de toda a arte feita em shape no Brasil, porque
também muita coisa feita aqui era chupada na cara dura. Tem
ainda uma galera que falta entrevistar e vai acrescentar
bastante. Mas por enquanto já tem Fabio Ahmad Bitão, Felipe
Motta, Billy Argel, Marcelo Barnero, Ragueb Rogerio. Entre os
artistas presentes tem também Arthur Carvalho, Daniel One,
Eduardo Yndyo, Flavio Samelo, Full House, Magoo Mcfly e Alex
Hornest (além é claro do próprio Sesper).
Uma curiosidade é como rolou com cada um desses caras.
Você gravou com todo mundo, alguns são só imagens,
reencontrou algum model desaparecido por aí?
Sim reencontrei models perdidos por ai em alguns lugares
bizarros e entrevistei alguma galera aqui na goma mesmo e em
outros casos fizemos entrevistas externas. Foi legal reencontrar
os Caos que o Billy fez para o Porquê no fim dos anos 80, um
Claudio Secco que estava na parede de um hostel no Rio, entre
outros.
Quais os contratempos e dificuldades que você teve
durante o processo de elaboração e execução desse
projeto?
Ah cara, lidar com um projeto sem verba só pelo ideal é difícil.
Você pode ser mais crítico no que faz, mas não sei se faria no
mesmo formato um próximo. Acho que o lance de pesquisa é
muito importante e as vezes falta uma verba para isso ser mais
amplo. Mas no fim das contas você escapa da politicagem de
fazer um lance com X atleta ou artista porque marca X esta
pagando Y para isso rolar. O acabamento final do vídeo também
ta levando bastante tempo. E no fim do ano passado deixei o
projeto no gelo por uns 6 meses, o que de certa forma
96
T Tobias Sklar
F Divulgação/acervo
reboard.blogspot.com
www.vista.art.br
Model 'Porquê'
Billy Argel
foi até bom para rever uns lances do conteúdo e de como levar
isso adiante. Acho que eu sempre tive isso bem digerido na
minha idéia. De certa forma neguei muita ajuda de galera que
acredito que iria interferir no processo de escolha ou como
filmar.
Tá difícil editar tanto conteúdo? Qual o tempo estimado
desse documentário? Você acha que um Reboard só da
conta?
Então, tem artistas que vão ter um tempo maior, porque tem
mais produção e história no lance. E outros que vão ilustrar
outros temas, como shapes bandas punk, shapes de série de
portfólio, parcerias de empresas fora do skate que usam decks
como marketing, etc. Eu acredito que isso deve ser feito em
períodos, talvez um vídeo de 10 em 10 anos, quem sabe. Estou
formatando um de 60 a 70 minutos, no máximo, e acredito que
vai cobrir uma geração entre1985 até 2005, então são 20 anos.
Acredito que para se ter um conteúdo sólido temos que ter
também o lance de tempo, projetos a longo prazo para não virar
uma lambança, artistas produzirem coisas novas. Senão não
tem porque ter um segundo capitulo. E também ter bom senso
na escolha do que é realmente importante ou não ser apresentando, sem se levar por parcerias ou gostos pessoais
E como você, um cara com gosto apurado, fez pra deixa-lo
de lado?
Tem coisa que as vezes eu não acho o bicho, mas sei que a
pessoa trampou muito e tem que ter o registro ali, é importante
se ter noção disso. Não é um campeonato de quem tem a arte
mais foda, e, sim, um registro de um estilo de vida, de esporte e
arte integrados. A trilha também é importante para mim, só
com artistas nacionais, de preferência em versões instrumentais.
E quem está na trilha?
Hurtmold, M. Takara, Bodes e Elefantes, Baoba Stereo Club,
Elma, Eu Serei a Hiena e tem uma parte do Billy que toca
Lobotomia.
Me fala mais dos períodos antes e pós computadores,
como funcionava?
Você comentou esses dias sobre a diferença econômica entre
esses momentos distintos, antes e pós plano Collor.
E eu acredito que hoje em dia o que salvou a arte no deck foi a
customização, que é feita por quem realmente curte o suporte.
Acredito que o período mais rico mesmo é o de 88 até
Acervo Roger Mancha
Sesper
Speto
98
T Tobias Sklar
F Divulgação/acervo
reboard.blogspot.com
Bitão
90. É o período mais rico em técnicas e detalhes, mesmo se
tratando de um processo artesanal em um mercado em
ascensão. “Shape vetor China” de 2009 meu chapa, é muito sem
alma, me desculpe a sinceridade. Eu posso ficar delirando aqui
por horas, mas vai ter mais argumento depois que você assistir
essa ideia toda. Acredito que o mercado mesmo fez o lance ser
mais descartável e esses artistas ainda tentam manter a arte nos
decks com a sua alma e estilo. Só que as marcas não assimilam
isso, porque no bate com o que vende nas planilhas deles ou
com a cara da coleção.
O que mais te impressionou ou emocionou em toda essa
sua andança pro Reboard?
Entrevistar o Motta foi dahora, ele é um puta doido. Rever uns
caras dos anos 90 que eu curtia. Mas, sem dúvida a parada mais
punk foi o dia em que o Billy nos mostrou seu atelier pela
primeira vez. Aquele pico da Highgraph fez basicamente o
sonho de arte de um período muito foda no Brasil e sem dúvida
rever todo aquele material guardado foi um soco na cara. Pode
ser que tenha uma galera que não entende o valor desse
processo e período, mas sem dúvida resgata-lo e ver esse
material na parede na expo Transfer foi o mais emocionante e
mais respeitado, acredito.
Making of
www.vista.art.br
REBOARD
BRASIL SKATE ART PT1
Confira a lista completa dos artistas
entrevistados e das bandas presentes na
trilha sonora:
Alex Hornest, Alexandre Vianna,
Arthur Vicente, Billy Argel, Binho,
Bruno Leonardo, Danielone, Fabio
Ahmad, Fabio Bolota, Felipe Motta,
Fernando Frasi, Flavio Samelo, Giuliano
Laruccia, Jorge Kuge, Lecuk, Magoo
Felix, Marcelo Barnero, Marco Ubaldo,
Marcola, Nilton Neves, Ragueb Rogério,
Ratones, Ricardo Pingüim, Roger
Mancha, Speto, Tinho, Thronn
TRILHA SONORA:
Apolonio, Baoba Stereo Club, Bodes E
Elefantes, Elma, Eu Serei A Hiena
Garage Fuzz, Gigante Animal, Guizado
Lobotomia, M.Takara, Mamma Cadela
NotwoRk, Presto?, Twinpine(S)
Vallejo X Sunset