Outubro/2009 - Católica Tribune

Transcrição

Outubro/2009 - Católica Tribune
OUTUBRO 2009
A NEW BEGINNING
Tribune - O Comeback
em época de caloiros
Nesta edição
Entrevista ao Caloiro Miguel Lourenço
2
Gala Católica
4
Semana do Caloiro
5
Fim-de-Semana do Caloiro
6
Diálogos
7
Espaço Docente by João César das Neves
8
Passe a Rasgar
9
Amphitheatre
10
Beat It
11
In My Place by Jorge Sucena
12
Cartoon
13
AV I S O
Edição mensal - #1
Outubro de 2009
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Esta página é parte integrante da edição #2, de Abril de 2009, do Católica Tribune, e tem como únicos destinatários os membros da Associação de Estudantes e/ou da equipa de redacção da publicação, não devendo ser distribuída a terceiros.
Entrevista ao Caloiro Miguel Lourenço
O Católica Tribune foi entrevistar o caloiro Francisco Miguel Lanzinha de Almeida Lourenço,
aluno de gestão, sobre a sua entrada aqui na nossa faculdade.
J
á sentado, no gabinete da AE, numa
ções no dia-a-dia. Reparem que estou a
dade, mas no fim-de-semana do caloiro
postura de fazer inveja a qualquer
falar numa perspectiva mais objectiva
eles encarregaram-se bem de mim.
profissional, Francisco (que prefere ser
das coisas relativamente à Gestão e à
tratado por Miguel), iniciou a sua entre-
Economia, pelo que no que toca a mim,
vista com um sorriso no rosto, e enfren-
sinto-me mais próximo fisicamente do
tou as nossas questões num português
que a Gestão propõe.
nortenho da maneira mais original que
encontrou.
CT - Não foste à praxe? Que ultraje, isso
vai ficar registado Miguel.
Então, agora que sabemos que foste ao
CT- E porquê a Católica? Estás a atingir
as tuas me-
mento para ti? Fizeste muitos amigos?
Ou amigas…
Católica Tribune - An-
lhores
tes de mais, de onde
pectativas?
ML - Fiz amigos, e amigas… (risos)
ML - Tanto
Acho que o FDS do caloiro valeu muito
–
quanto pude
a pena. Aliás, acho que são iniciativas
do
apurar, dis-
como esta que nos põem à vontade nes-
Norte, mais concreta-
seram-me
ta faculdade. Cheguei aqui no primeiro
mente de Famalicão,
que a FEP e
dia completamente à nora, não conhe-
distrito Braga.
a Nova eram
cia ninguém, pelo que tanto isto como a
melhores em
festa do barco foram excelentes inicia-
Economia,
tivas da AE, porque ajuda a criar laços
vens?
Miguel
Ora,
Lourenço
eu
venho
CT - O que te levou a
optar pela FCEE aqui em Lisboa, e não
no Porto?
ex-
FDS do Caloiro, qual foi o melhor mo-
mas que efectivamente a Católica era
a mais prestigiada ao nível da Gestão,
entre os alunos.
CT - Exactamente, é mesmo para isso
ML – (Exacto, grande questão). Errr…
que é o que eu pretendo. Como temos
Bem, eu sempre fui filho único e tive
que trabalhar mais, e pressupõe um rit-
sempre a papinha toda feita, e para
mo mais intensivo de estudo, permite-
Agora mais relativamente à nossa fa-
mim esta foi uma excelente oportuni-
nos desenvolver mais competências do
culdade, tendo em conta que é priva-
dade de mudar de ares, conhecer uma
que outras faculdades.
da, achas que se deveria instituir farda
nova cidade e novas pessoas, e com isso
crescer um bocado. Além disso, anali-
CT - Foste ao dia do candidato da nossa
que cá estamos.
obrigatória?
faculdade?
ML - Não, nem pensar!
conclusão que a Católica de Lisboa ti-
ML - Não, nem tinha conhecimento que
CT - Ok, mas mesmo assim, supondo que
nha mais para me oferecer do que a Ca-
havia um dia do candidato. Como eu de-
serias o nosso estilista, o que sugeririas
tólica do Porto, já para não falar do seu
cidi um pouco em cima da hora vir para
para a farda feminina e masculina?
prestigio a nível empresarial.
a Católica de Lisboa, em Maio ainda não
sei ambas as universidades e cheguei a
CT - Encontras-te seguro da tua opção
(Economia/Gestão), ou tudo ainda pode
mudar?
ML – Estou seguro da minha opção, Gestão, porque acho que constitui uma
abordagem mais prática, procura solu-
tinha aquela curiosidade de vir até cá
ML - Isso foge um pouco ao parâmetro
conhecer isto, apesar de já ponderar a
da entrevista, mas cá vai… Bem, se eu
hipótese.
tivesse que andar de farda, os rapazes
teriam de andar com fato e gravata, ali
CT - Gostaste das actividades de recep-
nos trinques. Já as raparigas, com uma
ção ao caloiro? Muita praxe?
camisa branca, assim… à profissional.
ML - Não fui à praxe, não tive oportuni-
CT – Profissional? De que ramo?
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Para as Frequências vou ter realmente que trabalhar a sério
nestes quinze dias que faltam.
ML – Calma, calma! Falo de profissionais
de escritório, claro, de uma empresa
conceituada... Um traje mais formal,
com saia ou calça, como entendessem.
CT - E um hino para a nossa faculdade?
Tens alguma sugestão?
ML - Sim, sinto. É obvio que estou a sen-
CT - E expectativas para as primeiras
tir uma grande diferença em relação ao
frequências?
secundário, onde era tudo mais próximo dos alunos, mas é natural porque
agora estou na universidade. Mas por
outro lado os professores das praticas
mostram-se sempre disponíveis para
qualquer coisa, dão o email e propõe-se
para dar aulas extra, e eu acho que isso
é óptimo.
CT - Tendo em conta que estás numa
ML - Ui… É assim, não vou mentir, isto
está a ser puxado, está a ser um choque em relação ao secundário, e para
as frequências vou ter que realmente
trabalhar a sério nestes quinze dias que
faltam, desde que faça uma gestão correcta do tempo.
CT - Esperemos que sim.
ML - Hino para a faculdade? Neste mo-
universidade Católica, falo-nos um pou-
Para finalizar, o que é que achas da ten-
mento não estou com capacidade para
co da tua vida religiosa.
são política verificada nas Honduras?
ML - A minha vida religiosa é assim:
ML – Tensão política? Peço desculpa mas
sou baptizado, tenho a primeira comu-
não me sinto muito à vontade neste fac-
nhão… mas fiquei-me por aí. Ficou por
to, não estou muito informado, pelo que
improvisar um hino... mas se tivesse que
adoptar um seria o hino do FCP, acho
que se enquadrava muito bem aqui.
CT - Estás com sorte, que sendo assim
aí
não te vamos obrigar a cantar… Então e
são as opções de
a comida da cantina parece-te apetito-
cada um, e eu com
sa?
o passar do tempo
ML - Sim, sim, gosto, sou sempre bem
servido.
porque,
bem,
mais vale ficar caladinho.
CT – Nem uma opinião estética, sobre o bigode ou
sobre o chapéu de Manuel
fui-me aperceben-
Zelaya?
do que há coisas da
Igreja com as quais
ML – É assim... Manuel Ze-
CT - Ainda bem, isso é que é preciso,
não
identifi-
laya? Esse sujeito não susci-
queremos os nossos caloiros sempre
co. Por exemplo:
ta em mim qualquer tipo de
bem alimentados.
acredito que Cristo
interesse...
Então e agrada-te a oferta de actividades extra-curriculares, como o desporto, o teatro ou o voluntariado?
me
tenha sido um homem muito bom,
CT – Então podemos afirmar
mas daí a acreditar
que a comunicação social
que fez ressuscitar
está a falhar na transmissão
ML - Claro, e sei que além disso também
Lázaro... ou que ressuscitou ao tercei-
de informação das Honduras em Portu-
têm uma viagem à neve na qual eu vou
ro dia... tenho as minhas dúvidas. Sei
gal?
ter todo o prazer em participar, porque
que isso faz parte do misticismo, e que
ML – Está. E eu acho que isso é muito
o desporto que mais gosto de praticar é
quem tem fé acredita, mas eu ponho a
preocupante para a Embaixada das Hon-
ski e é um bocado impossível de o prati-
ciência em primeiro lugar.
duras aqui em Portugal. Eu passei lá há
CT - Mas tens noção que vais um pouco
bocado e reparei que eles estão tristes,
CT - (risos) Sim, temos, embora não
contra os princípios da nossa faculdade,
de luto... (risos)•
seja exactamente uma actividade ex-
ainda por cima por culpa de Lázaro…
O Católica Tribune agradece ao Miguel a
ML - Sim, mas são estes os meus princí-
sua disponibilidade para ser o primeiro
pios. E isso do Lázaro foi o turning-point
convidado de honra para o espaço de
da minha decisão.
entrevista do nosso jornal, bem como a
car ao longo do ano.
tra-curricular, mas é outra excelente
iniciativa.
Sentes-te apoiado pela estrutura da faculdade, funcionários, professores, direcção…?
sua contagiante boa disposição.
(risos)
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Gala Católica
Católica Awards
POR VANESSA PINTO
F
oi um festão.
Mister Caloiro
É certo que a I Gotta Feeling é a música do momento,
1º João Brás
2º Sérgio Baptista
3º João Robalo
Mister Zezé Camarinha
1º Vasco Pádua
2º José Ramada
3º Jorge Sucena
grande noite. Ou não tivesse ela o carimbo UCP.
Miss Caloira
Miss Marilyn Monroe
A Gala Católica teve lugar na noite de quinta-feira dia 15 de
1º Inês Caetano
2º Inês Esteves
3º Joana Bandeira
1º Gémeas Martinho
2º Andrea Chinea
3º Vanessa Pinto
Mister Socialite
Mister Veterano FDS Caloiro
já faziam a festa, embelezando ainda mais o espaço com bom
1º Jorge Sucena
2º Vasco Hartigan
3º Cristian Pistone
1º Jorge Sucena
2º Luís Proença
3º José Maria Moutinho
gosto e boa disposição próprios da nossa faculdade.
Miss Socialite
Miss Veterana FDS Caloiro
Uns discutiam a organização jurídica do BBC, outros comen-
1º D. Laura & D. Virgínia
2º Gémeas Montellano
3º Roxanne Santos
1º Maria Pires
2º Inês Cassiano
3º Roxanne Santos
no auge da festa, já poucos eram os que tentavam sequer
Mister Party Animal
raciocinar. Ninguém escapou à onda festiva.
1º José Maria Moutinho
2º José Ramada
3º Vasco Hartigan
Mister Católica
1º Vasco Hartigan
2º Francisco Valdez
3º Pedro Pais de Sousa
mas passá-la não foi mais do que uma formalidade. Ninguém
tinha a sensação, apenas a certeza absoluta que ia ser uma
Outubro no Belém Bar Café, em conjunto com a Faculdade de
Direito da UCP, e proporcionou momentos inesquecíveis ao
dossier histórico da nossa faculdade.
Os Veteranos e Caloiros, numa mancha preta à porta do BBC,
tavam que as festas da Católica são uma excepção à lei das
utilidades marginais decrescentes, mas a partir das 2h30m,
Entre a passadeira vermelha, fotografias, e as belas das rosas, a entrada para a tão desejada festa não podia ter sido
mais calorosa.
Uma vez lá dentro, o calor continuou, e a festa desenrolou-se
para lá das 5 horas da madrugada.•
Miss Party Animal
1º Ana Rita Frazão
2º Leonor de Castro
3º Roxanne Santos
Miss Católica
1º Joana Lemos
2º Catarina Arnaldez
3º Vanessa Pinto
Estas e outras fotos da Gala em:
www.zooom.pt
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Semana do Caloiro
POR DIOGO MATIAS
C
ontavam-se sete dias em Setembro e a FCEE acolhia de
novo os seus alunos e, claro, os novos caloiros, para quem
tudo estava devidamente preparado para que a primeira impressão fosse, desde logo, a melhor. Uma vez mais, a missão
foi cumprida.
Nos primeiros momentos da apresentação formal, os discursos da Directora da FCEE, do DEC, da AIESEC, e do nosso Presidente da AE, sempre ao serviço dos estudantes, prenderam a atenção dos virginais novos membros da faculdade.
Mas porque FCEE rima com trabalho árduo, logo de seguida
houve lugar à primeira aula de universidade, com o sempre
brando, os recém-padrinhos encaminharam os seus também
recém-afilhados a saciar a sua fome. E nada melhor para
quem está cheio de fome do que (tentar) comer com pauzinhos. Uma oportunidade para recuperar forças antes de partir à “caça do tesouro”, num sempre divertido peddy paper
que ocupou a parte da tarde deste dia de integração.
Sempre na máxima de “novo ano, nova praxe”, os novos caloiros tiveram o privilégio de serem baptizados logo no primeiro dia, enquanto se perfilavam para tirar a fotografia nas
grandes escadas da nossa faculdade, e deixar registado o início da sua nova vida académica.
Outros dias também são dias e um dia só não chega para in-
carismático Professor Ilídio
tegrar os tão inocentes jo-
Barreto. No meio de todas
vens numa realidade como
estas intervenções, desde
a da Católica. Por isso,
logo os caloiros sentiram
houve visitas de volunta-
o ambiente acolhedor e
riado ao Jardim Zoológico,
descontraído que reina na
aqui tão perto do campus
faculdade, tendo-lhes sido
da UCP. Mais momentos de
arrancadas
animação, em particular
as
primeiras
gargalhadas.
para quem, vindo de fora
de Lisboa, não tem a opor-
E não seria a recepção a
tunidade de desfrutar de
mesma sem a épica aula
um espaço desse género.
fantasma, este ano liderada por Pedro Pais de Sousa.
E se tudo estava a portar
Todos os novos olhares se
bem até aqui, a partir da
cruzavam, uns de gozo, de
noite de 5ª feira os nossos
quem de antemão conhece
“party animals” começa-
a história, outros de medo daquela violenta aula logo no pri-
ram a revelar-se, na muito elogiada Festa do Barco. Não há
meiro dia.
registo de que se tenha tido de desempoeirar as bóias salva-
Novo ano, nova praxe. Já cá fora, os nossos caloiros foram
devidamente tratados, com o maior carinho e devoção alguma vez prestada.
Os jardins do campus foram o palco das praxes da FCEE. O
objectivo: promover o “Espírito Católica”. Neste sentido, os
veteranos da FCEE, solidários com o diletantismo de alguns
caloiros-feras, distribuíram tinta, cordas e alguns... ingredientes culinários. Mas, claro, a boa disposição era o combustível prioritário nesta manhã de segunda-feira.
Enquanto as barreiras entre veteranos e caloiros se iam que-
vidas, mas muito não terá faltado. Era o fim da amorosa inocência dos caloiros.
Uma primeira semana de folia para mostrar aos mais novos e
lembrar aos mais velhos que a diversão e a camaradagem são
partes essenciais da vida universitária. Isto sem nunca descurar o trabalho duro – o professor Montezuma encarregar-se-á
de dar essa lição daqui por uns dias... E não só. Essa lição
tem muitos que a podem ensinar, daí que os veteranos se
concentrem na parte da diversão. É só por isso. •
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Fim-de-Semana do Caloiro
POR MANUEL NASCIMENTO
P
Numa jornada bem mais aventureira, uma série de desportos
arece ser que a dificuldade da transição do Secundário
para o Ensino Superior é mais fama que outra coisa. Que
o digam os caloiros e caloiras. Que o digam os 167 que foram
à Serra da Estrela durante o tão esperado Fim-de-Semana do
Caloiro. Porque já houve quem lhes dissesse que ia ser difícil.
radicais ocuparam os mais novos ao longo do dia, mas claro
que os membros da AEFCEE não quiseram ficar de parte. Actividades como slide, rappel, tiro com arco, zarabatana ou
besta, paintball, canoagem e outros jogos foram aumentando
a fome da prole de 2009, e após um almoço em família deuse o famoso baptismo à la FCEE
E o que é que eles responderiam no caso de
durante o Hino Nacional, com
ouvirem isso segunda vez? Rir-se-iam; pura e
um verdadeiro banho dado pe-
simplesmente, rir-se-iam.
los membros da Associação aos
ali presentes.
Do género visita de estudo para gente maior e
vacinada, os autocarros partiram rumo à Quin-
E se na noite anterior o clima foi
ta do Crestelo na tarde de 11 de Setembro.
mais de guerra, a madrugada de
Ao chegar, acompanhados de um grupo de alu-
domingo seria passada num am-
nos pertencentes à AEFCEE e de alguns profes-
biente bem mais festivo. Com
sores, os novos alunos puderam descansar da
bar aberto até às 4h00, a festa
longa viagem sentando-se à mesa com o jantar
já servido, imediatamente antes de serem divididos em grupos e reunidos para alguma animação. Deu até para encontrar algumas rock stars que se destacaram no karaoke, mas
a verdadeira glória não foi disputada entre Mickaéis e Tonys
Carreira. O grande palco colocou frente-a-frente o Rambo e
o Ranger do Texas.
organizada pela AEFCEE deixou
toda a gente bem-disposta, ao ponto até de quem devia dar
o exemplo (leia-se, os veteranos) acabar dançando nos balcões; love is in the air pela noite fora, e tivesse sido aquilo
em Las Vegas que o resultado final teria sido bem diferente.
O resto do dia de domingo começou com toda a gente mal
Numa tentativa de dar seguimento a uma semana inteira de
disposta, pois não se deu a nenhum preguiçoso direito al-
praxes, os veteranos encontra-
gum que não se desse a toda a gente, e o mau
tempo teimou em marcar o dia. Assim, a cami-
ram sérias dificuldades para
nhada pela Serra sem neve até à fotografia final
controlar um grupo de rebeldes
acabou por ficar marcada precisamente na volta
muitíssimo bem preparado para
atrás, até aos autocarros, numa fuga memorável
o campo de batalha. Os mais re-
à chuva e ao granizo. Até Lisboa, onde o fac-
voltados contra-atacavam, ob-
to de voltar a pisar a dura realidade académica
tendo alguns pontos e ganhando
fez com os mais novos se sentissem enganados:
o respeito dos mais velhos, mas
afinal, estes momentos épicos vividos durante o
a experiência da velha guarda
fim-de-semana iam ser... a excepção. •
acabou por levar a melhor. Com
mais resistência, e atacando cobardemente pelas costas, vingou-se durante o sono da caloirada e soou a alvorada bem
cedo no dia seguinte.
Podes ver as fotografias tiradas no Jardim Zoológico e no Fim-de-Semana do Caloiro no site da tua Faculdade. Vai a:
www.fcee.ucp.pt
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Diálogos
POR DIOGO MATIAS
H
á quem diga que a
crise já acabou. Po-
rém, a verdade é que o
drama dos despedimentos
até já chegou ao Palácio
de Belém. Um assessor
foi demitido porque disse, num café discreto
da Avenida de Roma, ao
editor do Público que se
suspeitava que o chefe
de Estado estivesse a ser
escutado pelo Gabinete do Primeiro-Ministro
e não só esse contacto
veio a ser descoberto,
como se veio a provar
que as suspeitas eram
infundadas. Mais tarde,
o director informático da
Presidência da República
foi afastado, no seguimento de suspeitas (estas
provavelmente com mais
fundamento) de falhas na
segurança informática de
Belém.
Verdade ou não, o que
se entende é que tudo
isto é possível. Seja por
informática, telefone
ou outros
meios, ninguém disse
que era tec-
consiga descobrir até
o 24 Horas, prometen-
diálogo convém que os
como é que o Aníbal e a
do “novidades secretas
seus intervenientes se es-
Maria apimentam a sua
escaldantes de Nereida
cutem mutuamente. Mas,
relação nos
Gallardo”.
como aprendi a definição
momentos
Já se estava
de diálogo na primária,
mais difí-
mesmo a ver
posso já estar esquecido
ceis, como é
que o “café
de alguma coisa.
que ninguém
discreto da
consegue
Avenida de
descobrir as
Roma” não
trafulhices
ia valer de
do Olegário
nada, por
Benquerença?
mais discre-
Ou se o Pedro
to que fosse.
Abrunhosa é cego? (o que
Até se podiam ter reuni-
explicaria muita coisa -
do em cima de um cama-
ser surdo explicaria mais,
leão gigante. Ou vestidos
mas uma incapacidade vi-
com camisolas do Benfica
sual já dá algumas pistas
num jantar de camionis-
importantes) Há misté-
tas. Um jantar de gala.
rios prementes, pessoas
Que a camisola do Benfi-
que importa muito mais
ca não é para se empor-
espiar do que o PR e que
calhar no dia-a-dia.
são alvos bem mais fáceis
impossível o PR estar a
ser espiado. E isso levanta uma questão crucial
para o país: se há quem
tem sido simpático para
com Sócrates. Apesar do
PM o ter magoado já por
diversas vezes, rejeitando a ideia de o escutar,
Cavaco Silva insiste em
dar-lhe inúmeras oportunidades para o fazer
(leia-se comunicações
ao país) e em lutar pela
sua atenção. Ou não se
tratasse do sexto homem
mais sexy do Mundo. Mas,
claro, Cavaco não consegue esconder a amargura
Mas o que este caso
que sente por Sócrates o
ilustra na perfeição é o
ignorar. Esta indiferen-
estado do tão afamado
ça crua leva uma mágoa
“diálogo institucional”.
perfurante ao âmago do
Cavaco desconfia que Só-
PR, tal que este não evi-
Diga-se de passagem que
crates o anda a escutar,
ta dar-lhe umas alfineta-
Fernando Lima, o dito
mas o Primeiro-Ministro
das, aqui e ali... Bem, na
assessor, não foi muito
vem rapidamente dissipar
verdade, Sócrates passou
inteligente
qualquer dúvida, confir-
a ser o culpado por todos
na escolha
mando que, tal como o
os males da sociedade.
do jornal.
resto do país, não anda
Típico destes desgostos.
Mas o que é
a ouvir nada do que ele
que ele es-
tem para dizer. Uma in-
perava? Que
congruência de Sócrates,
nada daquilo
ao defender que o diálo-
se viesse a
go institucional existe, é
de espionagem do que
Cavaco Silva. E ninguém
consegue saber nada! Ridículo.
(...) a verdade é
que o drama dos
despedimentos até
já chegou ao Palácio de Belém.
nicamente
Perante isto, Cavaco até
tornar Público? Mais Pú-
saudável e para se man-
blico do que aquilo, só
ter, para depois vir negar
mesmo telefonando para
que escuta o PR. Tanto
o Correio da Manhã ou
quanto julgo saber, num
A avaliar pelo conteúdo
e pela periodicidade das
comunicações ao país do
PR, creio estar em condições de prever qual a
atrocidade de Sócrates
que motivará a próxima
comunicação, que será,
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certamente, para breve,
pública do Estado portu-
dizer que isto já parece
tenham. E que façam as
tanto tempo que já pas-
guês. Acredito que o Pre-
as Honduras, mas, seja-
coisas certas pelos mo-
sou desde a última. Cava-
sidente esteja hesitante
mos justos, há uma dife-
tivos certos. A decisão
co vai fazer uma comuni-
em divulgar isto tudo ao
rença essencial que sepa-
de Sócrates de banir Ma-
país, sabendo
ra a política portuguesa
nuela Moura Guedes dos
que o PM vai
da hondurenha: o Manuel
ecrãs foi a decisão polí-
perder toda a
Zelaya, com aquele cha-
tica que maior júbilo me
credibilidade,
péu, tem muito mais
proporcionou em muito
gerando-se
estilo do que o Isaltino. E
tempo. Já as razões...
instabilidade
até mesmo do que o San-
Foram um pouco mais
política.
tana.
duvidosas. Mas já é um
Entretanto, os restan-
A maioria absoluta uni-
tes actores políticos não
partidária caiu, em tem-
cessam de nos presente-
pos de crise. Só o tempo
ar com o seu requintado
dirá se isso é assim tão
humor (negro, frequen-
grave como se diz ou se
temente). Há dias, até já
grave mesmo é tardarem
houve uns que se digla-
a surgir políticos que
diaram numa rua qual-
conquistem a confiança
quer em Oeiras... Eu ia
das pessoas... E a man-
cação ao
país para
afirmar,
sempre
daque-
Perante isto, Cavaco até tem sido
simpático para com
Sócrates.
le jeito
implícito, misterioso e
cheio de misticismo típico de um sábio eremita
calvo dos Himalaias, que
Sócrates é o culpado por
a camurça do tapete da
sua Casa Civil se estar
a desgastar a um ritmo
mais veloz do que o do
crescimento da dívida
sinal positivo, daqui por
uns anos somos capazes
de lá chegar.•
Espaço Docente
POR JOÃO CÉSAR DAS NEVES
Quem os vê chegar, como eu da janela do átrio, nota logo
que não entendem isso. Raramente saem do autocarro com
Universitários
um sorriso nos lábios. Vivendo no jardim encantado que é a
Dick Shade
U
m detective como eu, habituado a passar a noite na lama
universidade, não dão valor ao que têm. Não é espantoso que
as pessoas mais privilegiadas do mundo não entendam isso?
vigiando criminosos e coçando a cicatriz da última bala
Nesse momento o bandido saiu do elevador e eu tive de me
que engoli, tem muita dificuldade em entender os universi-
levantar do sofá e sair para o mundo atrás dele. O tiroteio
tários. Não conseguia deixar de pensar nisto naquela manhã
viria mais tarde. Enquanto o seguia ainda consegui ouvir uma
que passei num hotel, mesmo ao lado de uma universidade
lourinha deliciosa que, avançando na rua, vinha a amaldiçoar
(desta vez a vigilância foi num confortável sofá do átrio, em-
o professor de Economia por causa de um teste. Um detective
bora o criminoso e a comichão fossem tão más como sempre).
como eu tem muita dificuldade em entender os universitá-
Os universitários nunca entendem o privilégio que vivem. Não
entendem que, para eles, o mundo pára e fica à espera que
acabem de estudar. Fora da universidade a realidade continua, com as suas lutas e sofrimentos, crises e dúvidas. Mas
dentro das paredes da escola tudo é diferente. Discutem-se
teorias, imaginam-se modelos, analisam-se estatísticas, só
com a finalidade de preparar os jovens para o mundo. Para o
mundo que os espera cá fora, com as suas lutas e sofrimentos, crises e dúvidas.
rios!•
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Passe a Rasgar -
O desporto académico
POR MANUEL NASCIMENTO
A
s estreias ainda não estão mar-
alunas, completando um plantel de
25 atletas.
Caloiros e caloiras assinaram o PDA uns por baixo
dos outros.
cadas, mas já há quem queira
Após uma descida algo polémica à
formar claque para o primeiro anel
2ª Divisão, o objetivo para a época
e peça os primeiros ensaios às che-
que aí vem é claro: “Há fortes pos-
erleaders. E embora possa parecer
sibilidades de subir de novo à prin-
Por sua vez, o discurso do Rugby Se-
cedo demais, percebe-se: afinal, a
cipal Divisão, e até com o 1º lugar!”
vens, assinado pelo capitão Francis-
ADUC teve durante a última época
– diz-nos Ana Farinha, a ponte prin-
co Veiga, visa mais do mesmo: “Se o
desportiva um desempenho históri-
cipal entre a AEFCEE e a equipa.
que temos planeado para esta época
co, e os nossos atletas estão dispostos a suar cada vez mais a camisola.
E há sangue novo, mais jovem.
Relativamente ao Futebol, o mais
difícil foi mesmo escolher quem ficava. Com um recorde de mais de
vai ter motivos para sorrir”.
se confirmar, temos grandes hipóteses de atingir os nossos objectivos”.
E que planos e objectivos são estes? Ora, com uma equipa também
Os caloiros e caloiras, sem medo do
70 interessados em pertencer ao
ombro a ombro, assinaram o Projec-
plantel principal, entre os quais
to Desporto Académico uns por baixo
também muitos caloiros, foi efec-
dos outros. E a prova disso mesmo é
tuada uma selecção minuciosa que
a equipa de Vólei feminino. Tendo
deixou unicamente 29 jogadores a
sido necessária uma remodelação
disputar o principal objectivo: a su-
na equipa que atinigu as meias-fi-
bida à 1ª Divisão. Com o grosso de
Resumindo, a ADUC apresenta-se
nais da Taça 08/09, com a partida
alunos pertencentes à FCEE, a am-
devidamente motivada para enca-
de algumas jogadoras em Erasmus,
bição desta equipa traduz-se nas
rar com seriedade e desportivismo
deu-se a incorporação de 15 novas
palavras do seu líder, Luís Proença:
as provas em que irá ser testada, e
“Uma vez finalizadas as captações,
carregará nos ombros, certamente
posso dizer que esta equipa me dei-
da melhor maneira possível, o gran-
xa orgulhoso. Com esforço e dedi-
de fardo que é o de dar a cara pela
cação acredito que este ano a ADUC
UCP, sem nunca a virar à luta.•
A ADUC teve durante a última época desportiva um
desempenho histórico.
remodelada, com 14 jogadores dos
quais 7 são caloiros, a meta é acabar o campeonato entre as 4 melhores equipas de Lisboa, melhor ainda
do que no ano passado (7º lugar).
Equipamentos
Rugby Sevens
Vólei Feminino
Futebol 11
AV I S O
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Outubro de 2009
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A M P H I T H E A T R E
POR VANESSA PINTO
Inglorious Basterds
Irreversible
by Quentin Tarantino (2009)
by Gaspar Noé (2002)
Eternal Sunshine Of The Spotless Mind
“Each and every
“Le temps dé-
man
truit tout”
under
command
my
owes
O
me one hundred
Nazi
tempo,
and I want my
Só
scalps!”
brevive
palavras violência e comédia. E na qual
estas duas senhoras, levadas ao infinito
do seu significado, nos dão uma lição
da arte do cinema. Quase ridicularizam
o espectador, submissamente sentado
no seu lugar, com os olhos pregados na
tela gigantesca onde se vão pintando
quem
so-
reversível, e acompanha a linha da história até ao último minuto se consegue
aperceber da sua dimensão. É nesta
mesma perspectiva que, aquando da
sua estreia no Festival de Cannes, ainda o filme não ia nos seus 15 minutos e
já metade da sala do cinema Lumière
se encontrava vazia.
dibriada pelo tempo, o espectador vê-
rão com um filme que transpõe o próprio
enredo da Segunda Guerra Mundial; há
que perspectivar entre o tenente Aldo
Raine (Brad Pitt) e a sua legião na sua
rusga sanguinária aos pobres nazis, e
a vingança da órfã Shosanna (Mélanie
Laurent). Tudo se converge num cataclismo final, que, heróico ou não, nos
enche e a boca e fortalece o género
Tarantino.•
tentativa
mentos de Ir-
nos vai crescendo ao sabor da história.
rantino premiou fãs e não fãs neste Ve-
N u m a
aos
Numa sequência de acontecimentos lu-
sempre arrojada, Quentin Jerome Ta-
rather
forget”
as cenas, uma a uma, com um peso que
Entre diálogos afiados e uma estrutura
they’d
e
primeiros mo-
Tudo se concenindefinição que desposa cruelmente as
“A comedy for anyone with a past
este filme.
scalps...
tra numa própria
by Michel Gondry (2004)
se confrontado com cenas de uma violência realista extrema que surgem sem
razão aparente, num impacto amargo,
e vão deixando uma necessidade de
justificação sobre o destino de Alex (a
incrível Monica Bellucci) naquele túnel
vermelho, sobre a atitude da sua única
testemunha que presencia a violação e
foge, e a gradação do comportamento
de Marcus (Vincent Cassel) em cada se-
de
explicar a melancolia instalada numa relação, este filme comporta-nos para uma
pseudo-realidade tão leve quanto agradável, na qual este problema vai desaparecendo à medida que o filme cresce
dentro do espectador.
Numa das melhores interpretações de
Kate Winslet (Clementine valeu-lhe
uma nomeação para o Óscar de Melhor
Actriz) e de Jim Carrey (Joel) a história desenrola-se em torno de um tratamento existente que apaga toda a memória relativa a uma pessoa, ao qual
Clementine se submete, num ímpeto
impulsivo, para esquecer Joel. Este,
quando se apercebe que o amor da sua
vida nem sequer o reconhece, procura
o mesmo processo-tratamento, mas é
surpreendido pela sua própria mente.
quência. Noé revela-se na impossibili-
Inteligente e igualmente divertido,
dade de corrigir eventos que o Tempo
este deixa o espectador em estado lí-
nos traz, e no qual a palavra vingança
quido puro, rendido aos simples con-
ganha um novo significado.
tornos de uma história que quase podia
É preciso ser forte, no seu melhor e
pior.•
ser a sua.•
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B E A T
I T
W&B
POR VANESSA PINTO
A
petece-me pôr tudo preto no branco. Como que chegar
aqui sem qualquer tipo de delicadeza nem compaixão e
gritar aos sete cantos do mundo que a música, que a harmo-
parede se parece ter desmoronado e separado os controversos irmãos. Noel Gallagher anunciou a sua saída, mas Liam
promete continuar com a banda. Desde que haja ecstasy, claro.
nia instrumental e vocal deste século XXI está… quadrada.
Outubro e Novembro, venham as novidades. Porque também
Imaginem um grande quadrado, mas de uma dimensão assus-
há boa música. Entre os novos CDs de Muse, Pearl Jam, Artic
tadoramente medonha, onde teriam que irrevogavelmente
Monkeys, David Fonseca, Editors, Bon Jovi, a até o recém-
aceitar as suas quatro paredes diariamente, (leia-se: todos
vivo Robbie Williams temos bons, se não mesmo óptimos ar-
os dias). E nele se movimentassem para todo o lado, em mas-
tistas em contínuo desabrochar.
sa, e comungassem do mesmo cálice. E esse quadrado, fruto
de uma máquina mecânica que nos leva em frente e a todos
sem parar para o mesmo destino. E onde são poucos, mas
cada vez mais poucos, a ter a digna coragem de se
erguer da caixa, subir, olhar em volta, cair da caixa,
Avizinham-se grandes concertos. E não falo só de Muse. Depeche Mode, Prodigy, Artic Monkeys, Franz Ferdinand, Rammstein, Backstreet Boys, Mika, U2 prometem acelerar as partículas dos ares de Lisboa e Coimbra.
e seguir o seu caminho. Pois bem, eis o que passa
Só nesta pseudo-sociedade é que se permite a existên-
hoje, no Mundo.
cia de uma caixa. Eu tenho a certeza que num acaso
Atrever-me-ia até a dizer que, tal como na moda,
nos encontrarmo-nos numa roda-viva indomável. A
ideia do eterno retorno vivida sarcasticamente pelo
tempo. Que as próprias prateleiras da Fnac falem por si. Ora
genético em qualquer outro planeta, onde o sistema
Sociedade seja simples e liberto de qualquer estigma,
as caixas são vazias e pequenas, e servem única e exclusivamente para dar pontapés.
é a remasterização dos Beatles, ora a dos Nirvana (o Bleach,
E que grande pontapé foi aquele no passado dia 26 de Se-
que sai a 3 de Novembro), ora a colecção completa do nosso
tembro. Eles fizeram jus aos seus 30 anos de carreira e pre-
eterno Michael Jackson, tudo a rechear ferozmente as pri-
sentearam os seus fervorosos fãs com um concerto para 40
meiras prateleiras. Impossível mesmo é não ver. E depois ain-
mil pessoas no Estádio do Restelo. Resta dizer que os Xutos
da há fenómenos, daqueles que dificilmente são explicáveis,
continuam os homens do leme.
como uma Lady Gaga, ou deva dizer Stefani Joanne Angelina
Germanotta, que ainda que nos apresente uma concepção
verdadeira em po-po-po-poker face, porque ela é, de facto,
gaga, e um estilo extremamente invejável, não consegue ultrapassar essa ténue linha que separa o seu histerismo pessoal e social da sua musica. Até a Amy Winehouse tem feito
melhor figura. Mas que ofensa. Quase apagava esta penúltima
linha.
Quem de gaguez nada tinham eram os Oasis, cuja tão cantada
Agora, com licença, preciso de terminar este artigo e ir buscar o meu ipod.
Ao sabor da nostalgia cresce a necessidade de ouvir boa música. E porque
não Joy Division? Apetece-me distorcer
a palavra “controle”, e aperta-la à situação.
Tudo preto no branco.•
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In My Place
POR JORGE SUCENA
A
potencialmente maricas, a respirarem saudade a cada doloro-
Presidente da AE
vé Caloiros, que estão no campus. Vêm cheios de graça,
mas depressa percebem que não há senhores convosco a
amparar-vos da tentação de uma vida nova, livre do mal da
solidão académica e do aborrecimento catedrático. Bendita a
hora em que, de entre as mentes mais destacadas do país, se
sa baforada. Mas eles sabiam, e nós sabemo-lo também, que
pode ser maricas, mas é sentido - está a acabar, e ve-los começar só nos faz chegar mais perto desse derradeiro começo.
E cada primeira aula começa a ser a última, cada último passo
o primeiro de um outro.
lembraram de pôr o pão-nosso de cada dia a render na casa
E o que nos vale? Vale-nos deixar uma casa que há-de respi-
que, padaria de sonhos, os fará levedar no pão que há-de vir
rar aliviadamente quando a casa voltarmos em asfixia. E as
na forma tentada e conseguida do sucesso inter-galáctico. E
pessoas que nos encheram de oxigénio por este tempo todo
a realização se pessoalizará para lá dos limites de uma profis-
estarão por cá e por lá, no tempo que deixamos e no tempo
são que já hoje se bendiz enquanto fruto de um trabalho que
que levamos para as nossas vidas. Vale-nos levar connosco
já hoje se começa. E as frases longas que se perdoam como
uma universidade que foi muito mais do que isso. Vale-nos a
as que os santificados nomes despejam nos palcos, livros e
primeira e a ultima gota de suor numa relva de ninguém com
sebentas só ajudam a recordar tantricamente as mantras e
a camisola que é de todos, o bombordo de um barco que nos
rezas que fazemos no pedido de um reino que desça sobre as
leva de volta àquela felicidade primitiva que julgávamos ex-
pautas amaldiçoadas. E rogamos suplicadamente que as ofen-
tinta, as galas como já não se fazem com gente que já não se
sas noctívagas não se convertam em exames ou exclusões,
conhece por aí. Vale-nos até as noites que sempre pensámos
mas faça-se a vossa vontade, assim nas práticas como nas
gastas, mas que nos ganharam dias de glória e hi-fives bem
teóricas, que nós estudamos o que conseguimos, por muito
feitos e merecidos, que nos impuseram sorrisos despudorados
que a carne seja fraca e o caloiro tenrinho. E se a crença é
à frente de professores satisfeitos.
una e santa na economia de mercado, pode ser que os que a
professam não nos dêem o eterno descanso.
Vale-nos, sobretudo, saber que nada nos mais-valia de outra
maneira.
Mas se a universidade já se congrega em rosários maratonistas
que lutam contra o tempo e o demónio de uma frequência
mal estudada, ainda sobra tempo para beatificar o tempo que
nos trouxe até aqui; sagrado e profano, divino e mundano, é
o tempo sem tempo que nos faz perceber como tempo passa
Cada ano que começa é a certeza de uma dúvida que acaba é com a segurança de um pretérito presente contínuo e incondicional que este verbo se faz carne, mas da rija e impoluta:
este é o meu lugar.
e como o tempo fica. E se os novos começam uma vida nova,
Façamos desta fé uma bandeira, deste começo uma casa, e
só deles, como a nossa já foi, também a nossa se renova com
deste ano o nosso.
eles e nos faz perceber como de tão nova outra vez já não é
tão nova quanto isso.
Amen. •
Vê-los começar faz-nos parecer o que se calhar pensávamos
dos que nos viram começar a nós - um bando de sentimentais,
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Editorial
“Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido”.
Queres publicar?
O Católica Tribune é um jornal
Jules Renard
C
aro leitor, o Católica Tribune está de volta.
de alunos, para alunos.
Se tens algum texto que queiras
publicar na edição do próximo
mês, ou se queres colaborar re-
Sabendo o quanto esperavas por um jornal a circular na Faculdade, reunimos uma
gularmente connosco, não hesi-
equipa ambiciosa formada por canetas tetranetas da pena de Shakespeare, com a
tes: envia-nos hoje mesmo um
coragem e dedicação tão próprias de quem relata os pontos altos da nossa Vida Aca-
e-mail.
démica.
[email protected]
Dando continuidade ao trabalho iniciado pelo Guilherme Santos, e a pretexto da calorosa recepção aos nossos caloiros, regressamos com o mesmo desejo e vontade de
ser bem sucedidos perceptíveis nas remelas dos caloiros que, às 8 da manhã, atravessam as portas desta faculdade.
A mensagem que queremos sublinhar ultrapassa esta própria ideia, e entre o sacrifício e tempo cedidos em prol destas páginas, a verdade é que se trabalhamos neste
Debates CT
Julgas-te o Marcelo Rebelo de
Sousa? Queres vestir a sua pele?
jornal é para ti.
É proibido, mas pode-se fazer.
Invocando agora o génio de Orlando Cabrinha: “Vamos maximizar esta função objec-
Vai haver picanço, e vamos preci-
tivo”.
sar de ti. De ti, dos teus melhores
argumentos e das tuas melhores
falácias.
Hasta.•
Cartoon -
Fica atento aos placares!
Calvin & Hobbes
Hey, Watterson!
Gostas de desenhar? Tens um sentido de humor interessante mas
ainda não te foi dada uma oportunidade de o dares a conhecer?
Pode ser teu este espaço! Escreve-nos para:
[email protected]
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