20 vinhos que marcaram minha vida
Transcrição
20 vinhos que marcaram minha vida
Aperitivos Paixão antiga Considerado um dos maiores degustadores de vinho do Brasil, o enófilo José Osvaldo Albano do Amarante recorda os 20 brancos e tintos que marcaram sua vida O vinho pode despertar paixões muito cedo na vida das pessoas. Foi o que aconteceu com o enófilo José Osvaldo Albano do Amarante, hoje diretor técnico da Mistral Importadora, de São Paulo. Aos 14 anos, sua família mudou-se para Paris e os brancos e tintos franceses passaram a fazer parte da rotina da casa. Mas ele se rendeu completamente aos prazeres da bebida anos mais tarde, numa viagem que fez a Porto Alegre. Em um restaurante, pediu uma garrafa de Majou Tanret rosé e foi informado pelo garçom de que o vinho só existia como tinto. Inconformado, foi checar num supermercado: “A partir daí, não parei mais de ler rótulos”, brinca. Hoje, aos 63 anos, Amarante é um especialista e consultor respeitado e autor de diversos trabalhos, entre eles a obra O segredo do vinho (Editora Mescla, 2005, São Paulo), premiado pela Gourmand World Cookbook Awards 2005 como o melhor livro de educação de vinho. Ele garante que para se tornar um bom enófilo só há um caminho: “Lendo, bebendo e viajando para conhecer o mundo do vinho”, ensina. No final de 2009, Amarante fez a relação dos 20 vinhos marcantes de sua vida, agora publicados com exclusividade pela GOSTO. Esperamos que sirvam de sugestão para ocasiões que fiquem igualmente entre as melhores lembranças do leitor. São eles, nas palavras do próprio enófilo: n Wehlener Sonnenuhr 1970 e 1980, sendo um dos meus num consórcio de dez companheiros Riesling Kabinett 1971, de Joh. melhores tintos brasileiros provados de viagem, organizado pelo amigo Jos. Prüm, o primeiro grande vinho até hoje. Foi numa degustação Ennio Federico e por mim. Foi branco seco de minha vida. Esse comparativa das distintas safras do apreciado em setembro de 1990, na excelente vinho alemão foi bebido vinho Velho do Museu entre 1971 e belíssima e eterna cidade de Paris. em 1981, junto com a namorada de 1983. Ocorreu em abril de 1985, no sempre, minha mulher, Maria Luiza. Château Lacave, bela edificação em n Château Haut-Brion Blanc estilo medieval em Caxias do Sul, a 1982, talvez o melhor branco seco convite do amigo Juan Luiz Carrau. que me deleitou. Ganhei a garrafa n Vega Sicilia Unico 1967, o meu primeiro supervinho tinto degustado de presente, em julho de 1995, do às cegas. Foi durante a 7 reunião n Barbaresco Riserva 1982, de amigo Ciro Lilla, num excelente jantar do Grupo Amarante (criado em Angelo Gaja, o meu primeiro grande preparado pelo “chef” José Ruy São Paulo com a ajuda do saudoso tinto italiano, bebido em outubro Sampaio, por sinal um dos melhores amigo Saul Galvão), em setembro de 1987, na adega da própria cozinheiros amadores que conheço. de 1983, no restaurante Fasano. vinícola, situada no Piemonte. a n Marqués de Riscal Reserva 5 G o s t o v i n h o s V1 KEN REV GosVin-Jose Amarante.indd 5 n Velho do Museu 1971, que n Romanée-Conti 1980, o meu 1938, um dos meus melhores tintos reinou absoluto nas décadas de primeiro Romanée-Conti adquirido da primeira metade do século d e z e m b r o / j a n e i r o Foto: Fernando Martinho 21/01/10 01:42 passado. Foi um dos ganhadores paulistana de Ennio Federico, outro double-magnum), um dos melhores de uma degustação vertical de excelente cozinheiro amador. Bourgogne tintos da minha vida. sete vinhos deste produtor, com Foi apreciado em agosto de 2004 safras indo de 1938 a 1982, ■ Caymus Special Selection e aberto pelo meu amigo José gentilmente cedidos por Ciro Cabernet Sauvignon 1994, um Roberto Gusmão, em sua bela casa Lilla. A prova, organizada pela dos melhores e mais consistentes de campo, na Quinta da Baroneza, revista Gula, em São Paulo, tintos californianos. Vencedor a 90 quilômetros de São Paulo. realizou-se em maio de 1997, de uma degustação vertical do na presença de um descendente Grupo Amarante com oito vinhos ■ Hermitage La Chapelle 1978, do próprio Marqués de Riscal. indo de 1986 a 1995, todos da de Paul Jaboulet, o ganhador de adega do amigo Elie Karmann. uma degustação vertical de sete ■ Château d’Yquem 1975, o A prova ocorreu em junho de vinhos, de safras entre 1969 e 1994. meu primeiro ícone branco doce, 2000, no restaurante Fasano. Ocorreu no restaurante Le Coq desfrutado graças ao amigo José Hardy, de São Paulo, em agosto Ruy Sampaio. Degustei-o numa das ■ Pingus 1997, excelente tinto de 2006, para comemorar os sete noitadas do Grupo Amarante, em de Ribera del Duero, atualmente, anos da Confraria do Amarante. setembro de 1989, no restaurante o vinho mais caro da Espanha. Foi Massimo, de São Paulo, sede servido num jantar, em agosto de ■ Côte Rôtie La Landonne constante de nosso grupo entre 2000, na residência do confrade 1988, da E. Guigal, que dezembro de 1985 e maio de 1996. e amigo Belarmino Iglesias Filho, ganhou por pouco de um Côte em São Paulo, que nos agraciou Rôtie La Turque 1988, numa também com suas excelentes carnes. degustação de oito vinhos Côte ■ Krug Clos du Mesnil Blanc de Blancs 1985, talvez o meu Rôtie e Hermitage, realizada melhor champagne, bebido num ■ Château Petrus 1982, o pela Confraria do Amarante. dos jantares dos membros do grande vencedor do painel de Foi bebido em abril de 2007, no painel de degustação da revista degustação dos oito Grand Cru de restaurante Parigi, de São Paulo. Gula, ocorrido em agosto de 1997, Bordeaux (quatro do Médoc, um no antigo e saudoso restaurante de Graves, dois de Saint-Émilion ■ Castillo Ygay Gran Reserva Roma Jardins, de São Paulo. e um de Pomerol) da década de 1925, do Marqués de Murrieta, 1980, levado pelo amigo Affonso bebido em fevereiro de 2008, no ■ Moscatel de Setúbal Superior Brandão Hennel. Ela aconteceu no restaurante Fasano, de São Paulo, 1880, de José Maria da Fonseca, restaurante Eau, de São Paulo, em durante a comemoração dos 25 o vinho mais velho que provei até fevereiro de 2003, para comemorar anos do Grupo Amarante. Ele foi hoje. Aconteceu em maio de 1998, os 20 anos do Grupo Amarante. ofertado pelo amigo Clóvis Siqueira, durante o evento Boa Mesa, de São 6 G O S T O ■ BB Bettina Bürklin Riesling safras desse soberbo vinho licoroso Auslese trocken 1990, de Dr. doce: 1880, 1900, 1920, 1930, Bürklin-Wolf, primeiro colocado ■ Château Mouton-Rothschild 1947, 1955, 1965, 1975 e 1980. numa prova de vinhos Riesling secos 1929 (rearrolhado em 1980), alemães da Confraria do Amarante. pertencente até há pouco tempo ■ Grange Shiraz 1989, da A garrafa saiu da adega do amigo à adega de Eric Rothschild e Penfolds, estupendo tinto australiano Milton Pasquote, grande amante degustado em julho de 2009, e um dos vinhos ícones do Hemisfério dessa nobre variedade. O embate graças à generosidade de Affonso Sul, vencedor de uma prova vertical aconteceu em setembro de 2003, na Brandão Hennel. Ele foi bebido em do Grupo Amarante com cinco aconchegante casa do amigo Carlos comemoração aos dez anos da vinhos que iam de 1980 a 1990. Alves Gomes, um mestre na arte de Confraria (não o grupo) do Amarante, Foi apreciado num jantar em preparar uma lagosta, no Lago Azul. no restaurante Cantaloup, novembro de 1999, na residência ■ La Tâche 1979 (em garrafa de São Paulo. V I N H O S V1 KEN REV GosVin-Jose Amarante.indd 6 chef e dono do saudosíssimo Paulo, quando degustamos diversas restaurante paulistano Lacave. D E Z E M B R O / J A N E I R O 21/01/10 01:42