de ser - Tribuna da Madeira
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de ser - Tribuna da Madeira
1,50 € SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 784 sexta-feira | 21 de Novembro de 2014 O Tribuna da Madeira não conseguiu publicar nesta edição a entrevista solicitada a Jaime Ramos por este não ter mostrado interesse em tempo útil. Nas próximas edições o semanário irá dar continuidade à publicação das entrevistas com os restantes candidatos. DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt Cafôfo garante “revolução” no comércio e serviços Paulo Cafôfo diz que «Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços» vai tornar possível criar a dinâmica pretendida para ambos os setores. O autarca realçou que o Funchal será “um foco de mudança”. 16 a 18 Orçamento Regional para 2015 é de 1.633,1 milhões de euros O último Orçamento Regional que Jardim vai defender na Assembleia Legislativa contempla gastos de investimento e aumenta as despesas de funcionamento da Educação e da Saúde. Há também quatro milhões de euros reservados para o «Jornal da Madeira». 9 Petição sobre o transporte marítimo será entregue “em mão” A 3 de dezembro na Assembleia da República por Sérgio Marques e Paulo Farinha. 32 Vítimas de violência doméstica “não são protegidas pela lei” 8 Professores em congresso marcado pela austeridade SPM junta 200 participantes no Funchal para debate sobre estado da Educação. 6 Coligações serão determinantes para derrubar PSD/M 10 a 13 «O livro das pequenas coisas» e «Sakura» lançados a 27 de novembro 26 Informação online em www.tribunadamadeira.pt Trindade espera “bomsenso” dos autarcas da Madeira 4e5 2 semeador Arranhadelas Dizem-me as más-línguas que foi Portas que encomendou a “visita” do navio russo. Para dar uso e razão de ser aos seus fálicos submarinos. E se nós sabemos que ele gosta de objectos desse formato! Anuncia-se para breve a aquisição de mais F-16 para os céus portugueses, já que a força aérea está a precisar de reforços e alguns dos nossos políticos de um reforço de “luvas”… O programa “Lago dos Tubarões” vai finalmente chegar a Portugal. Os empresários-milionários contratados para avaliar as propostas lusas foram finalmente revelados: Isabel dos Santos, Carlos Slim, Abramovich, George Soros e Amancio Ortega. O quê? Nenhum deles é português? Ooohhhhh, o quê, já não temos gente rica em Portugal? Ai não que não temos. Não querem é dar o dinheirinho ao manifesto. Ou os parcos haveres que têm por cá. Porque se fosse na Suíça ou no Luxemburgo a coisa já funcionaria de outra forma. Mas como Portugal é um país de brincar, brinquemos então aos milionários e aos empreendedores. Talvez que o programa se possa vir a chamar…sei lá…”O charco dos carapaus”! A g o ra deu-me para isto: usar pulseiras… N ã o daquelas de prata ou de ouro, que essas são saloias e só alguns as metem nas criancinhas acabadas de nascer, tipo chocalhinho pimba. As minhas são de couro e/ ou de tecido. São pulseiras pai-filha. Outra delas manamano. Não são nada bichonas e até me dão alguma pinta. Querem vê-las? Vão estar em exposição um destes dias. Também estou a pensar fazer umas tatuagens. No baixo entre, na virilha esquerda, nas costas e no antebraço. Vou ficar todo malandro, um pintas sem igual e assim acompanhar a onda. Nada como começar a ser velho para nos começarmos a sentir mais novos. A ponte 25 de abril reconquistará em breve o nome que lhe pertence por direito: Ponte Salazar. Isto de mudar os nomes às coisas só porque sim é um defeito tão esquerdista que até enoja. Até porque Salazar, quer queiram quer não, continua a ser a figura mais saudosa na lusa pátria. Uma chatice de povo, não é? Os cravos vermelhos (ainda que encarnado seja a cor) são finalmente associados ao golpe de Estado de 1974 (nome real com que a História passará a designar a verdade). Porque revoluções a sério, e à séria, foram a do Jasmin, na Tunísia, a mais recente, no Burquina Faso, ou da acontecida em Kiev para despachar o amigalhaço comunista do cada vez mais comunista-ditador Putin. Dói ler estas coisas, não dói? Mel B confessou ter tido relacionamentos com aNTÓNIO BARROSO CRUZ [email protected] outras mulheres, por quem diz continuar a sentir atracção. Fico feliz por de vez em quando encontrar gente com os mesmos gostos que eu… Cavaco Silva decide finalmente condecorar José Sócrates pelos serviços prestados à pátria enquanto PM que nunca deveria ter sido. A cerimónia terá lugar no Freeport no próximo dia 30 de Fevereiro pelas 3h00 da manhã. Os filhos de Katia, “a cantora”, pedem estatuto de orfandade por já não aguentarem mais os balidos babosos da mamã na comunicação social. O Zé Carlos Pereira, actorgalã (ou será galão…?), reconheceu publicamente ser alcoólico. O Joaquim bate na mulher. Eu escrevo poesia. A vizinha de cima tem orgasmos ruidosos. A Miley resolve pintar as unhas do seu porco de estimação. O Malato vai meter uma banda gástrica. Ora bolas, todos temos direito às nossas loucuras, ou não? Ilustrações de Binóculosqb [email protected] O domínio territorial marítimo de Portugal está cada vez mais “in”. Para além da sardinha, das ondas gigantes da Nazaré e dos tubos da Ericeira, agora são embarcações russas quase a dar à nossa costa. Somos pequeninos, lá isso somos, mas cada vez mais apetecíveis. Talvez seja de colocar uns semáforos, umas vias verdes e umas Scuts no mar para controlar estas cada vez maiores movimentações e o Estado arrecadar dinheiro. TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 editorial TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Ciclo de entrevistas aos candidatos com os outros candidatos, para o agendamento da referida entrevista. Porém, não foi possível obter qualquer resposta por parte do candidato Jaime Ramos, apesar das várias tentativas, tanto por email, como por telefone. Uma situação que limita o agendamento da entrevista e a sua publi- cação, uma vez que existe um prazo a cumprir antes das eleições. Sendo assim, o Tribuna da Madeira não conseguiu publicar nesta edição a entrevista solicitada, mas irá dar continuidade nas próximas edições à publicação das entrevistas com os outros candidatos, ainda em falta. l Inquérito online Do Orçamento Regional para 2015 de 1,633,1 milhões de euros quatro milhões de euros são para o «Jornal da Madeira». Concorda? Vote no site: tribunadamadeira.pt Pergunta anterior: Acha que a «Praça do Povo» devia ter uma homenagem aos falecidos do 20 de fevereiro? Sim - 75% | Não - 25% PUB O Tribuna da Madeira iniciou um ciclo de entrevistas aos candidatos à liderança do Partido Social Democrata da Madeira (PSD/M), cujas eleições internas estão agendadas para o dia 19 de dezembro. Com o intuito de tratar todos pela igualdade, este Semanário lançou também o convite para a entrevista ao candidato Jaime Ramos. O ex-secretário-geral do PSD/ Madeira e atual líder da bancada social-democrata no parlamento madeirense, Jaime Ramos, formalizou a sua candidatura à liderança do partido na região, encabeçando a sexta candidatura à sucessão de Alberto João Jardim. Jaime Ramos tem como adversários nesta corrida à liderança do partido o ex-presidente da câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, o atual vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, o secretário do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, o vice-presidente do parlamento madeirense, Miguel de Sousa, e o ex-eurodeputado Sérgio Marques. O Tribuna da Madeira realizou os contactos, assim como procedeu 3 Rede de Mupis e Abrigos de Paragem na Ilha do Porto Santo O clima e a Praia da Ilha do Porto Santo, proporciona às pessoas o bem-estar e felicidade. O Liberal, comunicações, lda. Edifício “O Liberal” PEZO - Lote 7 9300 Câmara de Lobos T. 291 911 300 F. 291 911 309 E. [email protected] ABRIGOS DE PARAGEM MUPIS DIMENSÃO . 1,20 x 1,76 mts ALUGUER . 24 faces de Mupis .12 faces de Abrigos LOCAL . Mupis no Centro . Abrigos de Paragem nas Zonas Rurais 4 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 “Taxa turística não faz sentido” Presidente do Grupo PortoBay espera que o bom-senso não faça importar medida de Lisboa António Costa decidiu lançar uma nova taxa e colocou a capital do País debaixo de uma polémica. A medida anunciada pelo presidente da Câmara de Lisboa (e futuro candidato a primeiro-ministro) pretende cobrar um euro pelas entradas e dormidas na cidade. O vencedor das eleições primárias no Partido Socialista (PS) pôs-se a jeito para ser acusado de “incoerência”. Hoteleiro madeirense espera bomsenso por parte dos autarcas da Madeira. ricardo soares [email protected] A ntónio Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), arranjou uma «guerra» há cerca de duas semanas, quando lançou a Taxa Municipal Turística (TMT). A medida pretende taxar as entradas e as dormidas em Lisboa, a partir de Janeiro de 2015 e Janeiro de 2016, o que implica o pagamento de um euro para entrar na capital por via aérea ou marítima, o mesmo valor a ser pago por cada dia de estadia. Uma medida anunciada durante a apresentação do Orçamento Municipal para o próximo ano. “A aplicação dessa taxa não faz sentido, porque é uma justaposição de impostos e de taxas”, assinala o empresário hoteleiro António Trindade, o presidente do Grupo PortoBay. “Há cidades europeias onde essa taxa já é efetivamente aplicada, mas, para serem reconhecidas como tal, essas taxas devem estar comprometidas a objetivos muito específicos e concretos, o que não o caso de Lisboa.” O empresário não tem dúvidas que a medida apenas vai onerar o setor turístico, nomeadamente o hoteleiro. Isto tendo em conta o valor atualmente pedido por quarto. “Se formos a ver o que uma taxa destas representa, na realidade é um agravamento entre dois e cinco por cento para o hoteleiro, porque não vai ser possível fazer repercutir esse valor no cliente final”, sustenta António Trindade. “Isto só faz pressupor que sejam os hoteleiros, mais uma vez, a terem que absorver este imposto como um custo.” O presidente do Grupo PortoBay espera “que na Madeira exista o bom-senso de não pensar em algo semelhante”. Porque o setor já está a ser “demasiado onerado” e existe um “défice muito grande entre a procura e a oferta”. “Não nos podemos esquecer que a Madeira continua a sofrer pelo facto de não haver lugares suficientes no transporte aéreo para responder ao aumento da oferta turística. Em ambientes como estes, qualquer aumento de tributação tem consequências negativas”, argumenta o empresário. “Numa conjuntura como esta que atravessamos, não faz sentido nenhum a aplicação desta taxa turística. Julgo que o bom-senso dos nossos gestores municipais fará com que não tenham essa ideia.” Taxa suscita fortes oposição e críticas De acordo com o presidente da CML, a TMT começará a ter efeito a partir de 2016 e será aplicada enquanto durar o plano estratégico para o turismo (2015 a 2019), podendo depois ser “reavaliada”. Costa assinalou igualmente que a taxa “não é uma receita municipal”, que a receita obtida será consignada ao Fundo Turístico de Lisboa e que a “gestão não será feita exclusivamente pela câmara, mas pelos par- sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 ceiros do sector”. A taxa aplicada sobre dormidas e chegadas de turistas ao Aeroporto e Porto de Lisboa é para incidir diretamente sobre o consumidor final e a autarquia prevê arrecadar sete milhões de euros. Uma verba a inserir no orçamento da CML, que aponta para o próximo ano um aumento de 60 milhões de euros em taxas e impostos municipais face a 2014. Nos últimos quatro anos a CML acumulou perdas que ascendem a 392 milhões de euros, sendo que a receita estrutural, só para este ano e face à de 2010, deverá registar uma quebra de 154 milhões. António Costa admitiu em Setembro que a autarquia tinha necessidade de encontrar “receitas alternativas”. Mesmo assim, a capital é “o município da Área Metropolitana de Lisboa com a mais baixa taxa de IMI e também de IRS”. A TMT foi uma medida do presidente da CML que teve forte oposição e muitos críticos. Um deles foi Marques Mendes, ex-presidente do PSD e atual comentador político, que considerou que o presidente da CML e candidato socialista a primeiro-ministro deu um passo em falso. Para Marques Mendes, a taxa de Turismo foi “um erro” político e “um tiro no pé”. O exlíder do PSD foi ainda mais longe: António Costa “perdeu a sua autoridade” e qual- quer legitimidade para acusar Passos Coelho de aumentar impostos. Costa quer matar «galinha dos ovos de ouro» Quem também não viu com bons olhos a intenção do futuro candidato a primeiro-ministro pelo PS foi a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). “O turismo esteve na moda este ano, é a vedeta e é o líder das exportações. Mas o que é o turismo? São as dormidas e as chegadas aos aeroportos? Não é verdade. A receita do alojamento é só 21% do total das receitas turísticas. A galinha dos ovos de ouro ainda não pôs o ovo, não vamos matá-la antes de ele sair”, afirmou José Manuel Esteves, o secretáriogeral da AHRESP. Apesar de tudo, o dirigente sindical não ficou surpreendido com a medida. Lembrou que a autarquia já tinha tentado introduzir uma taxa semelhante há quatro anos, tendo então a AHRESP conseguido “convencer o bom senso” da CML. O mesmo que espera conseguir agora. “Estamos a negociar e não desistimos até que a voz nos doa. Sobre esta emergência da questão de Lisboa, de certeza que o bom senso vai imperar”, reiterou Manuel Esteves. “Lisboa não tem condições - não só legais mas na sua oferta - de estar a aplicar estas taxas que, além de inexequíveis, têm legalidade muito duvidosa.” O vice-presidente da CML, Fernando Medina, já admitiu que o município não consegue garantir que os portugueses não serão afetados pela nova taxa turística. Uma declaração que contribuiu para aumentar a polémica. “Não consigo garantir de todo que não possa haver cidadãos portugueses a pagar esse euro, porque não podemos simplesmente fazer um inquérito a cada português e indagar os motivos por que cá estão”, reconheceu o futuro sucessor de António Costa na autarquia. Medida é apontada como “inconstitucional” As principais críticas a António Costa, devido à TMT, devem-se ao facto da medida ter sido apresentada pelo homem que pretende ser o “protagonista da mudança política em Portugal”, o candidato do PS a líder do Governo da República que se tem insurgido contra o aumento de impostos levado a cabo pelo primeiro-ministro Passos Coelho. Além de apontarem a “incoerência” de Costa na liderança do executivo camarário lisboeta, os críticos consideram a medida “juridicamente deficiente, politicamente insensata e uma negação do que tem sido as reivindicações do partido socialista”. A TMT não só mereceu a discordância de parte importante da sociedade civil, também é apontada como uma medida “politicamente insensata”, uma vez que associa o PS ao aumento de novos impostos. E os críticos à medida não têm dúvidas que a criação da taxa nos moldes defendidos pelo pre- 5 sidente da CML é “manifestamente inconstitucional”. O argumento é que a autarquia qualifica como «taxa» o que é na verdade um imposto. A taxa distingue-se do imposto pela circunstância de a primeira implicar uma contrapartida da entidade pública àquele a quem se impõe o encargo de pagar uma determinado montante pecuniário, o que alegam não ser o caso. Além disso, lembram que as câmaras municipais, nos termos da Constituição da República, não têm poder para criar impostos, cuja competência é da Assembleia da República. Na polémica suscitada pela TMT, António Costa é igualmente acusado de não respeitar as decisões dos tribunais. Isto porque já existe jurisprudência nesta matéria, quando a intenção da Câmara Municipal de Aveiro de taxar as dormidas no concelho foi considerada inconstitucional. l 6 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Professores em congresso marcado pela austeridade SPM junta 200 participantes no Funchal para debate sobre estado da Educação O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) reúne, hoje e amanhã, cerca de duas centenas de docentes no seu 11º Congresso dos Professores, este ano com o lema «Educação: um direito humano». O evento traz ao Funchal prestigiados investigadores e especialistas da Educação em Portugal. O anterior encontro, há três anos, contou com 400 congressistas. ricardo soares O [email protected] 11º Congresso dos Professores da Madeira quer levar os professores a “refletirem sobre as preocupações que mais os afligem neste momento e, a partir dessa mesma reflexão, apon- tar para um caminho em termos de melhoria de resultados e desempenhos de alunos e professores”. A ambição é manifestada por Sofia Canha, a presidente do SMP, entidade que está a promover o evento que se realiza hoje e amanhã no auditório neste sindicato representativo dos docentes da Madeira. É uma reunião magna que realiza-se numa altura particularmente difícil para os professores. E são congressos realizados desde 1985, então como agora pela “necessidade de reunir o corpo docente para discutir os assuntos prementes no momento e levar a uma reflexão que não é possível fazer durante a prática letiva por falta de tempo e disponibilidade”. A discussão pretende ser abrangente. “Às vezes é necessário trazer pessoas com perspetivas diferentes e mais fundamentadas. Convidámos conferencistas, investigadores e professores universitários para nos ajudarem a aprofundar essa reflexão”, diz a sindicalista, que não esconde as inquietações da classe docente. “Temos hoje um retrocesso na escola pública. Há quatro anos que os orçamentos de Estado vêm encurtando o financiamento das escolas e da Educação em geral.” Sofia Canha não tem dúvidas que a situação está a agudizar-se. A dirigente sindical lembra os 1400 milhões de euros cortados no orçamento da Educação ao longo dos últimos quatro anos e os 700 milhões de redução já apontados só para 2015. “Naturalmente, isto traz consequências. A nível nacional, nestes quatro anos, já saíram do sistema 34 mil professores. O argumento da demografia, dada pelos políticos, já não justifica tudo”, lamenta a presidente do SPM. “Há problemas que estão a avolumarse e não se tem tido em conta as necessidades dos alunos. A escola pública não está a dar resposta a problemas que vão muito além da redução do número de alunos e tememos o efeito desse desinvestimento na qualidade da resposta educativa.” Repercussões na qualidade da oferta educativa O 11º Congresso dos Professores da Madeira desenrola-se sob o lema «Educação: um direito humano» e traz ao Funchal prestigiados investigadores e especialistas da Educação em Portugal. É um evento que decorre no final do triénio 2011-2014, espaço temporal em que o SPM registou um período “inexoravelmente marcado pela crise económica que conduziu ao pedido de ajuda externa e ao Memoran- do de Entendimento que originou um programa de violentos cortes nos direitos e condições de vida dos trabalhadores, onde se inclui a classe docente”. “Um programa socialmente injusto, com as mudanças legislativas impostas, quer no que respeita aos direitos individuais quer aos direitos coletivos (sobre vínculos, carreiras, contrato de trabalho em funções públicas, etc.), acrescido de congelamentos nas promoções e progressões e dos cortes salariais”, assinalou o sindicato em comunicado distribuído à imprensa. “Na RAM [Região Autónoma da Madeira], a aplicação do Programa de Ajustamento Financeiro asfixiou a nossa autonomia e agravou as condições de vida dos residentes com um aumento brutal de impostos e com uma subida do desemprego nunca antes verificada. O desemprego docente teve um aumento de 154% em 2012, face ao ano anterior, agravando-se em 2013 e 2014 com a redução do número de docentes colocados nos estabelecimentos de educação da Região.” Congresso adaptado à realidade atual De acordo com o SPM, os cortes orçamentais na Educação levaram a uma “diminuição de recursos materiais e humanos nas escolas”. E há “cada vez menos professores de apoio, de Educação Especial, professores de Apoio Educativo e professores de outras áreas igualmente importantes, com repercussões na qualidade da oferta educativa, atingindo sobretudo os alunos com mais dificuldades” “Acresce, por esta via, mais responsabilidade para os restantes docentes que têm de dar resposta a questões específicas e especiais em situação de sala de aula, sem o devido apoio pedagógico e especializado”, sublinha o documento. “As políticas educativas não se orientaram para a resolução dos graves problemas que afetam o sistema – com destaque para o abandono e insucesso escolar e as baixas qualificações – tendo apenas o objetivo principal de reduzir o financiamento da Educação, provocando um aumento da precariedade laboral docente.” A precariedade reflete-se mesmo no número de participantes que o SPM consegue reunir este ano em Congresso. Há 3 anos foram 400 os congressistas. “Naturalmente, a austeridade e os cortes têm afetado muito a classe docente”, lamenta Sofia Canha. “O SPM organizou um encontro adaptado à realidade atual. Em anteriores eventos já chegamos a contar com 600 docentes.” l TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 publicidade 7 8 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 “A mulher violentada na Madeira é obrigada a sair de casa” Porque a lei não a protege, aponta Fábio Henriques C PUB ada vez mais surgem casos de violência doméstica. Sobre esta matéria, o Partido Nacional Renovador (PNR) na Madeira opina que é “escandaloso o que se passa em Portugal em matéria de protecção à mulher vítima de violência doméstica”. Segundo o representando do partido na Madeira, Fábio Henriques, “a mulher portuguesa é praticamente obrigada a deixar o seu lar e os seus filhos para fugir do agressor”, sublinhou. “Todos nós sabemos que a RAM é das regiões do país onde a violência doméstica continua a ser um fenómeno diário, e onde a lei deixa praticamente impune os agressores, restando à mulher algumas associações de apoio à vítima, que nos melhores dos casos o que pode fazer é retirar a mulher do seu lar”, apontou. De acordo com Fábio Henriques, “esta situação é inconcebível na medida em que quem sai beneficiado é quase sempre o agressor que permanece em casa com os filhos à sua guarda, sendo estes quase sempre também vítimas de violência”. Fábio Henriques defende que “não se pode continuar a permitir que a vítima é que tenha que arcar com as consequências de actos sobre os quais não controla, nem tão pouco deixar os filhos à mercê de um psicopata ou dos serviços sociais, só porque a lei é negligente quanto ao agres- sor”. Sobre esta matéria, o representante do PNR Madeira afirmou: “Fazia bem aos nossos deputados na Assembleia da República e Regional darem uma vista de olhos à lei norte-americana que contempla o afastamento do agressor do lar, a proibição de se aproximar da ofendida, a proibição de manter qualquer contacto com a vitima, ou de frequentar locais onde a vitima trabalha ou socializa.” Disse ainda: “Está prevista também na lei norte-americana a prisão preventiva do agressor e também penas pesadas para quem violente as esposas e filhos.” O PNR Madeira é da opinião que “toda a lei que concerne a violência doméstica em Portugal deve ser revista, e que os nossos deputados com assento na Assembleia da República devem levar este assunto a sério de modo a que se possa atenuar este flagelo na Madeira”. l SS JSD promove campanha contra a violência doméstica PUB A Juventude Social Democrata (JSD) dinamiza até esta sexta-feira, dia 21, uma campanha contra a violência doméstica. Esta medida surge no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala a 25 de Novembro e também por diversos motivos, tais como: o aumento de casos sinalizados em todo o País; o inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia que indi- ca que 33% das mulheres da UE são vítimas de violência física e/ou sexual desde os 15 anos de idade; a natureza de crime público que a violência assume e, finalmente, a necessidade de sensibilizar, consciencializar e fomentar os comportamentos e as relações saudáveis, bem como, os atos de cidadania. Durante a iniciativa, serão publicados, diariamente, no site da JSD (www.jsdmadeira. pt) e nas redes sociais, cartazes alusivos à temática e, nes- ta sexta-feira será lançado um vídeo ilustrativo de sensibilização. No âmbito desta campanha contra a violência realizou-se um Fórum Social subordinado ao tema específico “Violência no namoro”, cuja preletora foi a Vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses e coordenadora da Equipa de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica do Instituto de Segurança Social da Madeira, Teresa Carvalho. l política TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Orçamento Regional para 2015 de 1,633,1 milhões de euros 9 Opinião Eduardo Luís Reflexologo e presidente Ordem Mundial de Reflexologia [email protected] Será o último orçamento que Jardim defende na Assembleia Legislativa SARA SILVINO O [email protected] orçamento regional da Madeira para 2015 foi entregue, nesta quarta-feira, pelo secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, a Miguel Mendonça. Este orçamento, que será o último que Jardim irá defender na Assembleia Legislativa, tem um valor global de 1,633,1 milhões de euros. As receitas estão destacadas para o pagamento das despesas correntes e da dívida, mas o Governo Regional apresenta um plano de investimentos para o próximo ano na ordem dos 433 milhões de euros. Ventura Garcês falou de um orçamento realista, adequado às circunstâncias e ao facto da Madeira ter um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro. O Governo Regional prevê arrecadar 55 milhões de euros com priva- tizações, previstas desde 2012, mas que demoraram a arrancar. O executivo irá assinar os contratos de alienação nas SAD´s desportivas e deverá privatizar os ‘Horários do Funchal’, a empresa de transportes públicos da capital madeirense. A participação do Governo Regional nos Cimentos Madeira será vendida, assim como parte do capital da Empresa de Eletricidade. O orçamento da Madeira mantém, além das despesas de funcionamento, da Educação e Saúde, uma reserva de quatro milhões de euros para o ‘Jornal da Madeira’. O secretário das Finanças não o incluiu no programa de privatizações previsto para 2015. O executivo reservou 433 milhões de euros para o investimento. A proposta foi entregue ficando a aguardar a sua discussão no parlamento regional, o que deverá ocorrer no início de dezembro, cujo debate irá contar com a participação de Jardim, nesta que será a última discussão sobre esta matéria, tendo em conta que Jardim sai do governo em janeiro de 2015. l Reflexologia na ansiedade Mais uma semente que deito a Terra através deste artigo e de todos os outros que já escrevi onde despertou em muitas pessoas o interesse pela reflexologia e pela procura de terapeutas qualificados. Estas sementes já as deitei há muitos anos, onde comecei a minha caminhada na medicina chinesa e reflexologia esta árvore coloquei o nome de centro de reflexologia da madeira que hoje já da muitos frutos a nível das formações e dos casos sintomáticos e patológicos que ajudamos através da reflexologia. Muito mais para fazer, despertar em todos o interesse e criar o hábito de fazerem reflexologia com regularidade para perceberem e sentirem os efeitos desta terapia com profissionais qualificados. Cada vez mais as pessoas andam a correr sem tempo para nada, o stress toma conta de cada um inibindo e trazendo emoções adjacentes ao medo, a insegurança provocando uma alteração de comportamentos. O conceito de ansiedade tem origem no termo latim anxiĕtas. Trata-se de um estado de agitação, preocupação ou angústia. Para a medicina, a ansiedade é a angústia que costuma acompanhar diversas doenças, principalmente as neuroses, e que não permite que os doentes tenham sossego. Convém frisar que a ansiedade nem sempre é patológica, pois é uma emoção comum como o medo (ou receio), a ira ou a felicidade. A ansiedade desempenha uma função essencial, associada à sobrevivência. Num estado de ansiedade, são incrementadas as faculdades preceptivas perante a necessidade fisiológica que o organismo tem em incrementar Mantém-te atualizado em... www.diariocidade.pt o nível de um qualquer elemento que, nessas alturas, se encontra abaixo do nível considerado normal. Perante tais situações, o organismo põe em funcionamento o sistema dopaminérgico, o que o ajuda a resolver problemas ou perigos do dia-adia. Nos casos em que esta característica inata do homem se torna patológica, os médicos fazem então alusão aos Transtornos. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) mais concretamente no que concerna a reflexologia a ansiedade está ligada com os sistemas do Coração e do Rim. Pode estar associada com outras emoções do Coração, como agitação, pânico ou histeria, mas a ansiedade difere da mania no sentido de a ansiedade ser um sentimento desagradável, ao passo que a mania pode estar associada com sentimentos de bem-estar e euforia. A ansiedade pode ocorrer com outros sinais do coração como insônia, palpitações, hipertensão, dor na região cardíaca, palidez e extremidades frias. A ansiedade do Coração está baseada no medo do Rim, com sentimentos característicos de apreensão, do medo que algo terrível aconteça. Neste caso pode vir combinada com sobressaltos e receio, com sinais físicos como tremor, freqüência urinária ou intestinos soltos. Para tal atraves da reflexologia vamos ajudar a pessoa a encontrar seu equilibrio homeostatico trabalhando tecnicas como a metamorfica e metodo sedona e libertçao emocional (TLE). Não perca tempo e agende já sua consulta e logo vai notar difernça . Centro de reflexologia da Madeira ao seu dispor com terapeutas qualificados. l PUB Para além do pagamento das despesas correntes e da dívida, este orçamento pretende atribuir gastos de investimento na ordem dos 433 milhões de euros. Além das despesas de funcionamento, da Educação e Saúde, mantém uma reserva de quatro milhões de euros para o «Jornal da Madeira». 10 grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Coligações serão determinantes para derrubar PSD/M O Grande Tema (política) falou com três personalidades que na política regional sempre estiveram do lado da oposição. Segundo os entrevistados, uma coligação alargada poderá ser fundamental para derrubar o PSD Madeira. No entanto, Raquel Coelho, pelo Partido Trabalhista, garante que o seu partido não fará parte de uma coligação onde esteja presente o CDS/PP. Já Jaime Leandro, dirigente do PS e ex-deputado na Assembleia Regional, acredita que uma coligação é possível e concretizável, apontando como exemplo o que aconteceu na Câmara Municipal do Funchal. Por outro lado, João Isidoro, que neste momento estuda a possibilidade de voltar ou não à política, é da opinião que “muito dificilmente haverá uma união de partidos da oposição contra o PSD”. João Toledo e Juan Andrade T ribuna da Madeira (T.M.) - Jaime Leandro até que ponto as eleições internas do PSD/M estão a prejudicar a Região? Jaime Leandro (J.L.) Acho que estas eleições são um ‘bálsamo’ para o Governo Regional, porque enquanto se discutem candidatos não se discutem políticas, nem se discute o estado miserável que a Região se encontra. Com toda a certeza, estamos a passar a maior crise da era autonómica. Portanto, regredimos a patamares dos anos 70. Ou seja, após mais de 30 anos, supostamente de evolução, voltamos à estaca zero com a diferença que esse desemprego assinalável só não é maior porque, de facto, há muita gente a emigrar, particularmente o setor mais jovem. Portanto, as eleições internas do PSD/M têm vindo a desviar esses assuntos todos. Porém, agora é certo que o PSD - por mais tinta que leve, por mais pintado que seja continuará a ser sempre um partido velho com as mesmas caras, porventura, maquilhadas. Ou seja, nada muda. T.M. - Fala-se muito que o vencedor destas eleições internas do PSD/M será quase que automaticamente o líder do Governo Regional. Esta é uma ideia que o PSD está a tentar vender? J.L.- Não é bem assim se quisermos extrair consequências diretas. Apesar de tudo, há uma constituição que nos diz como é que essas coisas funcionam. Eu, supostamente, se estivesse nessa circunstância não aceitaria governar sem eleições. Embora tenhamos que admitir um quadro em que o líder que venha a sair dessas eleições possa formar um novo governo sem haver eleições antecipadas. Todavia, para isso acontecer é necessário que o presidente da República concorde com este cenário. No, entanto penso que em democracia não há como devolver a palavra – neste caso – aos madeirenses. Segundo sei, só o dr. Cunha e Silva é que aceita que o governo vá até outubro de 2015. Os outros candidatos à lideran- ça do PSD/M estão mais recetivos à realização de eleições antecipadas. Penso que este é o melhor cenário, pois a decisão de escolher um governo cabe aos madeirenses. T.M. - Raquel Coelho desde que se tem falado das eleições internas do PSD/M sente que isto tem condicionado a vida política da Região? Raquel Coelho (R.C.) Acho que não são as eleições internas que têm condicionado a vida dos madeirenses e dos portosantenses, mas sim o próprio PSD. O PSD, ao longo dos anos, tem implementado políticas que colocam os interesses económicos - de certos e determinados indivíduos - à frente dos interesses sociais. O Governo Regional não tem salvaguardado uma série de questões como a saúde, a educação, o emprego e a exclusão social. Estes são setores importantíssimos da vida da Região, mas têm sido negligenciados para se apostar noutros setores menos prioritários. No meu entender, é aí que reside o mal do atual sistema político. grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Penso que estas eleições internas são apenas o princípio para a renovação da continuidade. O PSD está a chegar ao seu ciclo final. Agora eles estão ali a tentar perpetuar o regime com novas caras, com novas roupagens, mas não quer dizer que isso se vá alterar. O facto do dr. Alberto João Jardim não continuar à frente do PSD não quer dizer que o ‘jardinismo’ não continue com os mesmos vícios, com as mesmas políticas, com o compadrio e com a corrupção. Em fim, o que interessa é resolver estas questões. Por isso, penso que não é com estas eleições internas do PSD que se irá resolver estas questões. Isso só se resolve com a realização de eleições regionais e, por sua vez, com a eleição de um novo governo. Precisamos de um novo governo e de uma maioria decente que vá de encontro, realmente, às necessidades das pessoas e que rompa com aquelas políticas que nos deixaram na ruína financeira. T.M. - Portanto, acha que esta instabilidade que se sente no interior do PSD poderá trazer alguma mais-valia para a oposição? R.C. - Obviamente que sim. As divergências enfraquecem o PSD, que sempre foi um partido coeso, pelo menos para o exterior. Nós vimos que ao longo destes três últimos anos muito se alterou. As brigas no próprio parlamento entre vários deputados do PSD; depois o surgimento do Albuquerque; e enfim todos acontecimentos que sucederam depois disto são alguns bons exemplos dessa instabilidade. Obviamente que isto enfraquece o PSD/M, mas, de certa forma, também os fortalece. Eles estão dentro do próprio partido a fazer aquilo que a oposição já anda a fazer há muitos anos. Portanto, eles (dirigentes do PSD) adotaram uma estratégia que é ser oposição dentro do próprio partido. Eles utilizam os argumentos da oposição para serem a renovação na continuidade. Daí que, de certa forma, ‘atiram areia’ para os olhos das pessoas. Porém, é preciso ver que aquilo que eles dizem a oposição já vem dizendo há largo anos. T.M. - João Isidoro o que pensa desta situação que está a acontecer no interior do PSD/M? João Isidoro (J.I.) Naturalmente, todo este processo da sucessão interna do PSD está e vai prejudicar a Região. Com uma estratégia – propositada ou não – o dr. Alberto João Jardim prolongou todo este proces- so em quase um ano. Como isto envolve grandes figuras do Governo Regional e do partido, naturalmente que a Madeira fica um ano a discutir a liderança do PSD. Porém, aquilo que são os grandes problemas que o povo hoje sente – o desemprego, a fome, etc. - ficam muitas vezes para segundo plano. Quando se fala da sucessão desde há 4, 5 meses a esta parte, mesmo aquilo que a comunicação social diz é: “- Vamos entrevistar a pessoa A ou B do PSD porque é o tema político atual”. Ou seja, é a própria comunicação social que traz para o debate político a sucessão do PSD/M como questão principal. Isto, naturalmente, tem prejudicado a Madeira e, particularmente, as pessoas que passam por enormes dificuldades. T.M. - Já foi deputado no parlamento regional e líder do MPT. Tenciona continuar a fazer parte da política ativa no futuro? J.I. - Estive sete anos no MPT. Curiosamente é a segunda vez que saio de um partido contra a minha própria vontade. Este último processo foi, sobretudo, para mim de uma enorme desilusão porque acreditei em determinadas pessoas. Dei a minha palavra de honra por essas pessoas. Fizemos acórdãos que era fundamental cumprir para credibilizar a política e os políticos. O que é verdade é que - em nome de uma ambição pessoal – as pessoas esqueceram tudo isto para continuar - como diz o povo - no “bem bom”. Este último caso (MPT) é uma experiência muito mais negativa do que aquela que tive no PS. Por isso, estou neste momento num período de alguma reflexão. Já tive convites de várias pessoas, mas tenho andado a refletir sobre isso com alguma serenidade. Se me voltar a envolver na política não é por nenhuma questão de carreira, nem de ambição pessoal. Eu há 5 anos a esta parte que não tenho nenhum benefício do dia a dia na política. Tenho a minha reforma profissional e uma pequena subvenção da assembleia pelo facto de ter feito os 12 anos de parlamento. E é com isso que eu tenho vivido. Estou no MPT há mais de cinco anos - desde que deixei o parlamento – sem qualquer remuneração por isso. Ou seja, se hoje estivesse em casa sem me preocupar com a política tinha exatamente a mesma remuneração financeira. Se, eventualmente, me vier a envolver é para ajudar um processo político que seja importante para o bem-estar dos madeirenses e que possa contribuir – de forma coletiva ou individual – para esse bem-estar dos madeirenses e da Região. “Compete às oposições encontrarem um caminho que derrote o PSD” T.M. - Jaime Leandro até que ponto as coligações poderão ser uma “receita” para retirar o PSD/M do poder? J.L. - Para grandes males grandes remédios. De facto, todos os partidos da oposição que ao longo destes anos têm criticado o PSD veem agora chegada à hora de demonstrarem que são coerentes e que “ Naturalmente, todo este processo da sucessão interna do PSD está e vai prejudicar a Região” “Sou da opinião que a haver uma convergência de partidos, a liderança desse processo tem que ser naturalmente do Partido Socialista” João Isidoro 11 são consequentes com aquilo que vêm dizendo há 20 ou 30 anos. Sempre achei que mais tarde ou mais cedo o fim do PSD viria, restava saber quando. Penso que esta pergunta está respondida. Agora compete às oposições encontrarem um caminho que derrote o PSD. Como disse há pouco, o PSD já deu o que tinha a dar e é uma página virada na vida política da Região. Por sinal é uma página ultimamente muito negra. Portanto, penso que há espaço para fazer esse caminho das coligações. Esse caminho deve ser feito sem vedetismos e sem protagonismos, mas mais com bases programáticas. É importante não perder de vista o grande objetivo, nomeadamente conseguir governar melhor que o PSD. Portanto, as oposições têm aí uma grande responsabilidade. Estou muito curioso para ver o que vai acontecer nestes meses que se aproximam. Quero ver se as pessoas são coerentes ao ponto de honrar aquilo que têm vindo a dizer há 20 anos e, assim, construirem um caminho. Estou consciente de que juntar vários partidos – cada um com as suas ideias, as suas bases programáticas, o seu eleitorado e as suas máquinas partidárias - não é fácil. Trata-te de um desafio aliciante. Parece-me que é o maior desafio que temos para este ano e para o primeiro trimestre de 2015, altura em que tudo deve acontecer. Todavia, houve um passo importante que foi dado com a coligação que concorreu à autarquia do Funchal. A coligação serviu para unir aquilo que ninguém pensava que fosse possível unir. Aprendemos com o sucesso disso, mas também nos serviu de lição algumas coisas que supostamente não deveriam de ter acontecido. Esta parte do caminho que já está feita é precisamente aquilo que já não precisamos de fazer agora num quadro de negociação das próximas coligações. Com efeito, já sabemos como as coisas funcionam, o que é que nos divide, o que é que podemos melhorar em termos negociais, mas sobretudo sabemos assumir as nossas responsabilidades. Nunca ninguém - como os políticos que estão atualmente no ativo - têve uma oportunidade de substituir o PSD. Andamos estes anos todos - com prejuízos pessoais e de carreiras profissionais – a lutar contra a máquina do PSD. Conheço muita boa gente que podia ter uma vida descansada e pelo facto de se ter dedicado à política estragou a 12 grande tema sua carreira profissional, porque foram perseguidos e trucidados pelo PSD. Houve aqui uma máquina de trilhar pessoas, carreiras e empresas que não eram afetas ao regime. Eu também paguei a minha fatura, por isso não quero que isto volte a acontecer. Agora para que isso não aconteça depende de todos nós, os autores políticos, os diferentes partidos políticos perceberem o que é absolutamente essencial. E é esse o grande desafio, ou seja, olharmos para o essencial e deixarmos as minudências. Penso que temos aí uma oposição que se quiser ganha o governo com relativa facilidade, basta que se entenda para isso. Desta observação que faço não estou a excluir partido nenhum. Todos aqueles que quiserem entrar e construir um programa comum aos interesses da Região e dos madeirenses são bem-vindos à coligação. Se todos nós, os partidos da oposição, pensarmos assim é mais fácil de atingirmos esse tal objetivo e daqui a seis meses não restar nada daquilo que tem andado a tramar a Região estes anos todos, que é a máquina de trucidar do PSD. Se quisermos, se soubermos e se tivermos realmente interesse daqui a seis meses isso já não é assim. Agora se tiver alguém que queira servir de ‘muleta’ ao PSD, colocar-se numa posição ambígua que ganha com este ou ganha com aquele, o que interessa é lá estar, aí não vamos longe. Acredito que as pessoas saberão estar à altura do momento, saberão estar à altura do desafio e que colocarão os interesses da Região e dos madeirenses acima das suas questões e objetivos pessoais. T.M. - O PTP também é apologista de uma coligação, mas com partidos da esquerda. Raquel Coelho considera que a esquerda poderá ‘destronar’ os partidos do arco do poder? R.C. - Penso que as dificuldades que hoje vivemos e a crise financeira que a Madeira enfrenta e o enfraquecimento, consequente, do PSD - partido que foi responsável pelo estado das coisas – remete os partidos da oposição para uma grande responsabilidade. É agora ou nunca. Esta é a oportunidade de tirar o PSD do poder e de romper com as políticas que foram adotadas até aqui e, por sua vez, trazer alguma justiça aos madeirenses e portosantenses. Sem dúvida que os partidos isoladamente não têm força para derrubar um PSD que se consolidou ao longo de muitos anos. E é nesse sentido que TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 “O Governo Regional não tem salvaguardado uma série de questões como a saúde, a educação, o emprego e a exclusão social” “Foi a pensar nos interesses dos funchalenses que nos mantivemos na coligação” Raquel Coelho nós não podemos fechar, de maneira nenhuma, a porta a uma coligação. Agora nós não vamos entrar numa coligação sem reservas. Há uma série de questões e de princípios que têm de ser salvaguardados. Não queremos uma coligação eleitoralista, mas sim um projeto sério, coeso e sustentável. Isso implica que toda uma série de questões e de princípios sejam assegurados inicialmente. Posso dizer que, neste momento, nós não aceitaremos uma coligação com o CDS, uma vez que nós queremos ser alternativa e não alternância. Este simples facto já impossibilita uma coligação com o CDS/PP. Paralelamente, também não aceitamos uma coligação como aquela que foi feita nas autárquicas com a coligação ‘Mudança’. Embora tivéssemos sido vitoriosos e termos alcançado resultados significativos e positivos para as pessoas, ficaram muitas questões por limar, nomeadamente os objetivos e o alcance político que cada um pretendia através da câmara municipal. Nós não fechamos a porta à possibilidade de uma coligação. Agora é preciso negociar primeiro. É preciso que os partidos se sentem à mesa, abram o jogo e falem francamente. Contudo, isto tem de ficar – pelo menos nesta parte inicial - à margem da imprensa. Portanto, se for feita alguma movimentação, algum acordo, aquilo que vai ser discutido tem de ser salvaguardado da imprensa. Ou seja, as coisas têm de ser feitas discretamente e com seriedade. Ou seja, não se podem cometer os erros do passado. É preciso garantir, acima de tudo, nesta coligação uma tendência de esquerda. Por isso, é necessário salvaguardar que o PTP, o BE e o PCP estejam presentes nesta coligação. Apesar das nossas reservas, também sabemos que uma coligação à esquerda sem o PS possivelmente não irá ser bem sucedida. Agora temos que garantir que no conjunto haja compatibilidade entre os vários partidos. O projeto tem que ser comum, pois caso contrário não existe qualquer lógica em nos unirmos. Isto não é só unir para chegar ao poder. As políticas e os objetivos têm de ser comuns. O intuito é fazermos, realmente, um projeto sustentável. Um projeto que vá de encontro às populações, onde a saúde, a educação, o emprego e as políticas de inclusão social sejam devidamente asseguradas e não os interesses económicos de certas e determinadas pessoas. Também posso dizer que o PTP está preparado para governar sozinho. Estamonos a preparar para isso. Estamos mais coesos e mais fortes do que nunca. Temos as últimas eleições europeias que são um barómetro e que nos garantiu a mesma percentagem. Isto nos garante para as próximas eleições regionais, pelo menos, o mesmo resultado que tivemos nas últimas regionais. Por outro lado, também temos as nossas sondagens que nos dá 7 a 8%. Temos todas as condições reunidas para concorrer sozinhos. Além disso, temos como líder do partido uma figura incontornável da política madeirense que conquistou o seu lugar na política e junto das populações. Possivelmente, é o líder mais carismático que há na oposição. É claro que, possivelmente, não temos condições para chegar ao governo e é aí que entra uma possível coligação e o nosso sentido de responsabilidade. Estamos há tantos anos a lutar para derrubar o jardinismo e quando surge essa possibilidade não a agarramos. Mas não podemos a agarrar de qualquer maneira. Tem que existir certos e determinados princípios salvaguardados. A experiência na coligação ‘Mudança’ foi amarga para o Partido Trabalhista. Para outros pode ter sido uma experiência bem sucedida, mas para nós foi amarga. T.M. - Foi o PS que estragou a coligação da câmara? R.C. - Para estragar não é preciso só um, é preciso vários. J.L. - Um só chega. R.C. - Houve uma má gestão do PS. Houve uma hegemonia do PS e penso que também tivemos um pouco de culpa pois entramos na coligação ‘Mudança’ sem reservas e abraçamos o projeto sem ver o que realmente estava ali em jogo. Nesse aspeto, considero que falhamos pois não devíamos ter confiado tanto no PS, conhecendo ainda para mais o seu historial. Assim, só avançaremos para uma coligação se o clima e o estado de espírito conspiratório do PS se mantiver no próprio PS e que não se transpunha para outros partidos. J.L. - Até parece que o Partido Socialista é um bando de cadastrados... R.C. - Não é isso que estou a dizer e posso dar um exemplo concreto do que são as nossas queixas. O que aconteceu na coligação ‘Mudança’ quando andávamos em campanha? Havia uma proximi- grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 dade entre os vários candidatos e militantes dos vários partidos integrantes e o Partido Socialista, aproveitando a ausência de alguns membros do Partido Trabalhista, aproveitava essa fragilidade para atingir outros militantes criando intrigas, confusões e tentava convencê-los a irem para o Partido Socialista. Isto são coisas que não podem acontecer há que haver respeito. J.L. - Parece um filme de Hitchcock. Reconheço que a sua imaginação tem um poder muito grande. Veja na sua base de dados quantos militantes tem que são do PS e como sabe o PTP na Madeira surgiu depois do PS. É a resposta que lhe posso dar. Veja lá quantos militantes do PS tem na sua lista de militantes. R.C. - E já agora permitem-me que acrescente que a coligação tem o candidato perfeito para concorrer às próximas eleições regionais. Não há outro líder na oposição tão acarinhado como o deputado José Manuel Coelho. Aqui vai a sugestão. T.M. - João Isidoro, o que acha destas possíveis coligações? J.I. - Como já foi referido, penso que mais importante do que unir partidos para ganhar as eleições é que existam objetivos muito bem definidos e um programa muito bem elaborado com base daquilo que é hoje a realidade madeirense. É necessário objetivos muito claros e concretos para resolver os problemas das famílias. É preciso um novo impulso para criar riqueza, mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida. Por outro lado, julgo que a oposição na elaboração desta possibilidade de entendimento não pode, de maneira nenhuma, ignorar a força e a capacidade que o PSD ainda tem para ganhar eleições. Penso que não vale a pena pensar que só basta unir todos, pois isso irá depender de vários fatores, nomeadamente de quem for o vencedor na disputa interna do PSD e também o número de pessoas que se possa envolver numa alternativa ao PSD, coligado ou não. Já foi aqui dito, e muito bem por Jaime Leandro, que ao longo dos anos houve um conjunto de excelentes quadros que foram trucidados pela máquina do PSD Madeira, que se afastaram e que seriam uma mais-valia à causa pública. Hoje, por causa dessa situação, muitas pessoas enveredaram pelos seus caminhos profissionais e académicos e muitos deles já não estão disponíveis para vir para a atividade política. Por outro lado, também sou da opinião que a haver uma convergência de partidos, a liderança desse processo tem que ser naturalmente do Partido Socialista. Houve uma circunstância pontual que levou nas últimas eleições regionais o CDS a ficar como segunda força política, mas historicamente o Partido Socialista é a segunda força política da Região nestes quase 40 anos de autonomia e, por isso terá, que ser sempre o Partido Socialista a ter essa liderança. Naturalmente que não pode usá-la para diminuir os outros e terá que existir muito diálogo e entendimento para uma solução positiva. Penso que com alguns erros da coligação no Funchal muitas pessoas e partidos aprenderam com isso. T.M. - Havendo uma coligação qual deveria ser o perfil do cabeça de lista? Um cidadão independente ou ligado a um partido? J.I. - Não respondo por duas razões. Não estou ligado a um partido, nem represento nenhum partido em concreto. Penso que nesta fase os partidos não deveriam afunilar a questão nas pessoas. Acho que é importante a existência de diálogo entre todos os partidos que estejam disponíveis para essa coligação. R.C. - O PS foi muito bem sucedido na coligação autárquica e é claro que quer uma regional. J.L. - Fomos todos bem sucedidos e presumo que em última análise serão só funchalenses no caso da coligação no Funchal. Penso que o tempo nos dirá isso. R.C. - E foi a pensar nos interesses dos funchalenses que nos mantivemos na coligação. J.L. - Quando temos um desafio que abarca três ou quatro partidos, é natural que existam algumas dissonâncias. O desejável é que não existissem divergências, mas isso é quase tão desejável como é possível. T.M. - Um saco de gatos? J.L. - Vejo um saco com seis gatos no PSD e ainda não vi ninguém a escrever isso na comunicação social. Nos últimos 30 anos já li isso por várias vezes aplicado ao Partido Socialista. Em relação ao PSD que tem lá seis gatos... e que gatos... acho que nunca vi isso escrito. De facto, o maior saco de gatos está no PSD. Imagine-se o sacão de gatos que tem sido o Governo ao longo deste anos. J.I. - Penso que sinceramente muito dificilmen- “De facto, todos os partidos da oposição que ao longo destes anos têm criticado o PSD veem agora chegada à hora de demonstrarem que são coerentes e que são consequentes com aquilo que vêm dizendo há 20 ou 30 anos” “Vejo um saco com seis gatos no PSD e ainda não vi ninguém a escrever isso na comunicação social. Nos últimos 30 anos já li isso por várias vezes aplicado ao Partido Socialista. Em relação ao PSD que tem lá seis gatos... e que gatos... acho que nunca vi isso escrito” Jaime Leandro 13 te haverá uma união de partidos da oposição contra o PSD. Tudo aquilo que vemos, lemos... acho que será impossível de acontecer. A discussão deveria de ser entre diálogo entre os partidos e sem os holofotes da comunicação social. Se cada partido tem um ideia e se trouxer isso como caixa de primeira página nos órgãos de comunicação social, vai dificultar essa capacidade de se fazer um bom entendimento e uma boa coligação. J.L. - Se olhar para cada um dos partidos e sabendo o que eles pensam, eu não vejo nenhum assunto de tal modo fracturante que nos impeça de fazer isto. Queiramos nós! Qualquer partido que está na política quer governar, sabe que pode e tem condições para o fazer muito melhor. Há partidos que são absolutamente essenciais e eu não excluo ninguém, mas cada um tem a sua quota parte de participação. R.C. - Nós excluímos o CDS. Penso que não pode haver uma convergência com o CDS à mistura. É impossível. J.L. - Todos os partido têm o seu espaço na democracia e consequência no espectro político regional. Se eles querem entrar ou não, isso é outra guerra, mas essa saberemos a seu tempo quem quererá entrar ou não. É bom princípio não excluir ninguém, mas não obrigamos ninguém a coisa nenhuma. As pessoas têm de escolher: querem ir a jogo para ganhar, ou querem ir para perder por poucos? Essa é a grande diferença, o Partido Socialista quer ir a jogo para ganhar, tem confiança que chegue para isso e tem quadros suficientes. Não fechamos a porta a ninguém, nem do espectro partidário nem de independentes, mas há uma coisa que eu quero deixar claro: a democracia faz-se com os partidos e os partidos são centrais na democracia. R.C. - É importante resolver esta história dos independentes pois não são em nada melhores que as pessoas que são militantes de um partido. Uma pessoa quando representa um partido está melhor preparada e quando fala não fala só por si, fala por um conjunto de pessoas que estudaram e analisaram a situação. J.I. - É preciso que haja muito bom senso em todo este processo de preparação de uma alternativa ao PSD, até porque contrariamente ao que se tem dito, ao longo destes anos, os madeirenses sabem votar. l 14 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 ROSAS E ESPINHOS DA NOVA AUTONOMIA GREGÓRIO GOUVEIA Joana Homem da Costa gregoriogouveia.blogspot.pt «Praça do Povo» que o Povo paga e não rixa. Quando o Governo Regional, em reunião plenária de 20 de junho de 2011, aprovou o projeto e mandatou a Administração da APRAM – Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira para o lançamento do concurso internacional, a designação oficial dada à obra a construir, utilizando o aterro da vergonha, foi, nem mais nem menos, a do “novo cais de cruzeiros do Funchal”. Nessa altura e nos procedimentos seguintes, nem uma vez foi referido que o “povo” teria uma praça, nem sequer na adjudicação das obras de intervenção nas ribeiras. “Praça” que está pronta, mas o cais de cruzeiros, adjudicado pela APRAM em janeiro de 2013, está por concluir. Dir-me-ão, mas o aterro da vergonha não fica melhor com a “Praça” por cima, com flores em seu redor, e com um cais de acostagem e um espaço para barcos de recreio? Fica! A questão não é essa. O que irrita é o cinismo como invocam em vão o Povo, como se fosse este a validar a obra, depois de retirar cerca de metade do volume do aterro, quando, logo após o «20 de Fevereiro de 2010», o Executivo invocou haver muita despesa para o remover. O novo cais de acostagem, com 330 metros de comprimento, com pouca proteção Quando a Junta Autónoma dos Portos do Arquipélago da Madeira publicou a Agenda do Porto do Funchal, referente ao ano de 1968, para além de descrever vários elementos de interesse relativos aos portos do Arquipélago, anexou cópia do “Projecto de Ampliação do Porto do Funchal”, bem como uma cópia do Plano Geral daquele porto. No projeto de ampliação podemos constatar uma parte tracejada desde o fim da atual Pontinha até o alinhamento em frente do Forte de S. Tiago. E refere expressamente que a área tracejada destina-se a “fases futuras”. Ora, seria normal e oportuno que, após a regionalização da Administração dos Portos da Madeira (Dec-Lei nº 299//79, de 18 de agosto) e das competências sobre Transportes Marítimos ( DecLei nº 519-I/79, de de 28 de Dezembro) o Governo Regional estudasse a hipótese de ampliar a Pontinha, quando começou a aumentar o flu- xo de navios de cruzeiro, ou quando, em 2004, foi aprovado o Plano Director do Porto do Funchal, e consequente transferência dos contentores e demais mercadorias para o Porto do Caniçal. Não era necessário “esperar” pelo aterro, onde construir apenas um espaço para navio de cruzeiro, para colocar na agenda a hipótese de ampliar a Pontina. Ela já devia estar ampliada para mais que um navio. A Pontinha, tal qual se encontra hoje em comprimento, não foi construída de uma só vez, mas em quatro grandes fases: - A primeira teve impulso quando em 1756, por Cata Régia de D. José I, foi determinada a exploração do Porto do Funchal com o início das obras de um porto de abrigo desde a costa até o ilhéu do Forte de São José, ficando concluída a obra em 1762. - A segunda teve lugar em 1890 com a construção da ligação do ilhéu do Forte de Nossa Senhotra da Conceição ao ilhéu do Forte de São José. - A terceira ocorreu em 1939 - depois da criação da Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal, em 1913 - com o aumento em 317 metros, depois de ser construído o túnel sob o ihéu do Forte de Nossa Senhora da Conceição. - A quarta teve lugar na sequência da elaboração do projeto de ampliação em 457 metros, em 1953, obra que foi concluído em 1961 – depois de, em 1955, ter sido concluída a construção de um cais, junto ao Cais do Carvão, na entrada da Pontinha – destinado à atracagem dos «carreireiros» do Porto Santo. O problema da falta de palavras, diálogos incompletos e mensagens imprecisas é a confusão da realidade, conjugado de imediato com o receio do já vivido, antecipação de contrariedades e baralhação de intenções e sentimentos. Cria-se uma escuridão, em que a precisão dos gestos e movimentos fica complexa, fácil esbarrar nos obstáculos, fácil imaginar cenários que nem existem, fácil parar e não avançar pela opacidade do ambiente. O problema de falar demais, debitar ideias e teorias assertivas é a facilidade com que se fala do que não se sabe, associado a uma arrogância de não ter em conta sentimentos, empatia e sentir-se por momentos dono da verdade. Desenvolvemse distâncias, compostas até de uma certa repulsa, desenterram-se atritos e a confusão instala-se. Em ambientes ensurdecedores não se ouve e não se entende, só se fala e depois o que resta, um vazio barulhento. O problema de criar barreiras, escudos protetores e fos- sos que impedem a entrada é a extensão imensa que se cria de separação entre o real e o solitário, relacionado a uma ostentação de seriedade e firmeza que não passa de uma falsa segurança. Dilatam-se sensações, passa a ser tudo frio e indiferente, originam um acumular de desagradáveis momentos em que perante tantas defesas, fica difícil considerar um local agradável a pernoitar. O problema de viver na euforia, piadas constantes e alegrias expansivas é a aparência de palhaços tristes, que no fundo transparecem sem conseguir disfarçar que tudo não passa de escapes para não viver a sério. Inventamse estados de contentamento, debitam-se piadas com assuntos pesados e dolorosos, gritos de alerta pouco explícitos de onde no fundo esperamos apoio e um alento ao estado tristonho e solitário, mas arriscamo-nos a só ouvir piadas de volta. A solução? Existe uma possibilidade de evolução e existência relevante perante estes problemas… PUB Povo que lava no mar porque não tem posses para lavar em terra.Tem “Praça” que deve pagar e não barafusta nem faz rixas. Acomodase com a “Praça” que não foi construída para si, mas assim denominada para lhe agradecer o desembolso de 17,9 milhões de euros, custo das obras do “novo cais de cruzeiros do Funchal” para ver pelo mesmo Povo quando for à “Praça”. exterior, terá, algumas vezes, os mesmos problemas de acostagem que teve o originário cais de acostagem da Zona Franca, no Caniçal. O que deu razão ao mar, contra os projetistas, levando à necessidade da obra exterior de proteção, que custou cerca de 18 milhões de contos. É nesta perspetiva de proteção e de ampliação do Porto do Funchal que se coloca a questão da necessidade ou não de ampliar a Pontinha. A ampliação desta foi, perentoriamente, rejeitada pelos responsáveis políticos regionais quando foi posta em substituição das obras do cais de acostagem. Mas, na altura da inauguração da “Praça”, a responsável da APRAM declarou que a ampliação da Pontinha está sempre em aberto. Efetivamente está e estava desde a última fase da sua ampliação em 457 metros, concluída em 1961. Problemas com solução gregoriogouveia.blogspot.pt Cidadão Repórter TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 publicidade 15 16 entrevista TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Programa de Revitalização do Comércio “é uma referência em termos de planeamento urbano” Afirmou Paulo Cafôfo O autarca do Funchal realçou que o «Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços» é um “documento muito aprofundado”, que foi elaborado somente com os próprios recursos da autarquia, quer humanos quer materiais. Paulo Cafôfo realçou que os grandes objectivos deste programa são “a recuperação económica do Funchal e a criação de emprego, numa cidade que proporcione oportunidades”. Até ao final deste ano será apresentado um conjunto de cerca de 50 medidas, integradas em três eixos de ação (meio urbano/procura/oferta) que a autarquia defende ser “essenciais para inverter a presente situação de dificuldades”. SARA SILVINO [email protected] T ribuna da Madeira (TM) – Qual é a importância que destaca do “Estudo de Caraterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços do Funchal”? Paulo Cafôfo (PC) - O “Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços”, apresentado publicamente na passada sexta-feira (dia 14), integra-se num dos principais projetos em curso da Mudança, no que concerne ao planeamento e dinamização da cidade, que é o Programa de Revitalização do Comércio do Funchal. É um documento muito aprofundado, que foi elaborado somente com os próprios recursos da autarquia, quer humanos quer materiais, numa junção de esforços de vários departamentos, desde o Planeamento Estratégico, às Águas e Saneamento Básico, Ambiente, Espaços Verdes, Obras Públicas, Sistemas e Tecnologias de Informação, Trânsito, Urbanismo e divisão de Fiscaliação Municipal, mas tendo também sido efectuados inquéritos aos comerciantes e população em geral. O Programa de Revitalização do Comércio, em curso, já está a ser, sem qualquer dúvida, uma referência em termos de planeamento urbano, bem como de participação activa dos diversos agentes económicos, e dos cidadãos, numa lógica de requalificação e diversificação. Os grandes objectivos deste programa são a recuperação económica do Funchal e a criação de emprego, numa cidade que proporcione oportunidades. TM - De que modo é que o Programa de Revitalização do Comércio do Funchal visa promover a requalificação e revitalização do setor do comércio e serviços? PC - O Programa de Revitalização do Comércio do Funchal é uma medida autárquica, que visa, de forma inte- Paulo Cafôfo na apresentação do Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços. grada, qualificar o sector do comércio e serviços através do incremento de novas dinâmicas de oferta de proximidade, da atratividade das zonas comerciais tradicionais e da elevação da qualidade dos produtos e serviços, ajudando o tecido empresarial, nomeadamente com a recuperação e criação de postos de trabalho. Vamos até ao final deste ano apresentar um conjunto de medidas, cerca de 50, integradas em três eixos de ação (meio urbano/procura/oferta), que julgamos essenciais para inverter a presente situação de dificuldades. Note-se que, entre outras medidas já implementadas, a CMF aprovou a redução, em 50%, das taxas de publicidade e ocupação da via pública, tendo também sido efetuados estudos para as zonas históricas do Funchal, lançámos o Funchal Com Vida, com a delimitação de uma Área de Reabilitação Urbana, proporcionando o acesso a variados benefícios fiscais, reduzimos novamente e gradualmente o IMI, aprovou-se a redução dos tarifários dos parcómetros no centro da cidade, tudo medidas que em conjunto irão potenciar o ressurgimento económico que desejamos para o Funchal. “Vai ser possível criar a dinâmica que queremos para o comércio e serviços do Funchal” TM - Este Estudo agora apresentado “peca” por ser tardio, ou ainda há esperança na “salvação” do comércio tradicional? PC - Até à data, os inúmeros esforços e medidas avulsas, tanto do sector privado, como do público, não têm produzido os desejados efeitos duradouros. Acreditamos que com este Programa de Revitalização do Comércio, uma iniciativa da CMF, assente numa visão integrada e de trabalho diário do que deve ser feito, contando com a colaboração de todos, desde os comerciantes, às associações e instituições públicas, vai ser possí- vel criar a dinâmica que todos queremos para o comércio e serviços do Funchal. TM - Durante a apresentação do Estudo foi apontado, por um dos assistentes, sobre o Turismo de Saúde, tendo sido questionado se este assunto teria sido referenciado com este Estudo. Na sua opinião, o Turismo de Saúde tem tido a devida atenção, nomeadamente das entidades ligadas à Saúde e ao Turismo? PC - O Turismo de Saúde e Bem-estar é um dos nichos de mercado em crescimento no mundo inteiro, fazendo, inclusivamente, parte do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) enquanto um dos dez produtos estratégicos a desenvolver, sendo que, nessa área, em concreto, se preconizava o desenvolvimento de ofertas distintivas nas Regiões Autónomas. Todavia tal não se tem verificado, ao que se acrescenta o Governo Regional nunca ter criado um plano regional como o que foi feito a nível nacional. As diretrizes polí- política TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 ticas de Turismo na Região cabem sobretudo ao Governo Regional, que deve criá-las em concertação com os hoteleiros. No caso concreto do “Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços”, saliente-se que um dos eixos de ação prevê-se para a população mais idosa – uma realidade incontornável da atualidade e que também está na base do crescimento do Turismo de Saúde e Bem-estar – conceitos como segurança, e conforto, acessibilidade e mobilidade têm de ser prioritários. TM - No seu discurso da apresentação deste Estudo, o senhor presidente frisou que “é preciso inovar” e garantiu da parte da autarquia “um papel importante”. Quando se refere a inovar é em que sentido? PC - No estudo, que não só identifica os pontos fracos e as ameaças que afetam direta ou indiretamente o comércio e serviços, mas também os pontos fortes e as oportunidades que os agentes locais, públicos, privados, ou associativos, têm de aproveitar de forma mais incisiva, a inovação é uma das pedras basilares, nomeadamente o recurso às novas tecnologias e à criatividade, encontrar novas formas de financiamento e novos “modus operandi”, com base nos conceitos de modernização, inovação, criatividade, cooperação, comunicação, simplificação, requalificação e formação, como também na própria oferta disponível aos consumidores. TM - Até quando irão ser apresentadas as 50 medidas para revitalizar o Funchal? E em que irão incidir? PC - Tencionamos apresenta-las até final do ano e serão enquadradas em três eixos de acção. O primeiro é a valorização do meio urbano, elevando o nível de exigência e melhorando as condições oferecidas, com competitividade e criatividade, recorrendo aos conceitos de “smart cities” e “marketing urbano, tudo assente em ordenamento, reabilitação, regeneração, mobilidade, acessibilidade, captação de apoios comunitários, cultura, eficiência energética e higiene urbana. O segundo, o incremento da oferta de comércio e serviços com base na competitividade e requalificação, recorrendo às novas tecnologias e criatividade para encontrar novas formas de financiamento e novos “modus operandi”, com base nos conceitos de modernização, inovação, criatividade, cooperação, comunica- ção, simplificação, requalificação e formação. O terceiro é potenciar a procura com base numa oferta de comércio e serviços requalificada e em meio urbano atractivo e acolhedor, percebendo quais as necessidades e exigências dos dois grandes grupos de consumidores, os residentes e os visitantes, adequando, assim, as necessárias medidas, para que tenham acesso ao maior número possível de comerciantes e de produtos de qualidade, a preços competitivos e acessíveis, com acesso a informação abundante e transparente, sendo que para a população mais idosas conceitos como segurança, e conforto, acessibilidade e mobilidade têm de ser prioritários, mais a aposta no e-commerce. O Funchal será “um foco de mudança” TM - Os comerciantes tradicionais do centro do Funchal têm-lhe feito chegar as suas necessidades e reivindicações? Se sim, o que apontam? PC - No âmbito do “Estudo de Caracterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços” que, repito, é um importante documento para o Funchal, foi efectuado um inquérito aos comerciantes bem como incentivada a participação pública da população através de sugestões. E os frutos desse trabalho estão obviamente plasmadas quer no estudo quer nas medidas que vamos propor. TM - Há registo de que o indicador de confiança no comércio está a subir? PC - Presentemente como todos sabemos, vivemos tempos muito difíceis de transformações à escala global, mas que, à escala regional, tomam uma outra dimensão e amplitude, pelas características insulares desta Região Autónoma e pela debilidade política, económica e social de todos conhecida e sentida nos últimos anos da nossa história. Queremos, nos próximos anos, que aconteça a concretização das mudanças necessárias, na economia e na sociedade madeirense, que, no nosso entendimento, passam, de forma determinante, pela capacidade do Funchal assumir-se como alavanca das transformações necessárias para o bem-estar desejado por toda uma Região, sendo, deste modo, foco de mudança, de progresso, de geração de riqueza e de qualidade de vida, daí a importância que tem o nosso Programa de Revitalização do Comércio. l Estudo estruturado em cinco Capítulos 17 O documento está online no site da CMF, disponível para receber sugestões dos comerciantes e dos madeirenses A autarquia do Funchal apresentou o «Estudo de Caraterização e Diagnóstico do Comércio e Serviços do Funchal». O Programa de Revitalização do Comércio do Funchal visa promover a requalificação e revitalização do setor do comércio e serviços, através do incremento de novas dinâmicas de oferta de proximidade, da atratividade das zonas comerciais tradicionais Nesta apresentação da primeira fase do Estudo, Paulo Cafôfo enalteceu o trabalho feito pela equipa técnica da autarquia na elaboração do Programa. Referindo-se à situação atual das empresas, Cafôfo realçou que “é preciso acabar com esta morte lenta”. Até dezembro, serão apresentadas 50 medidas que a autarquia pretende lançar para revitalizar o Funchal. O autarca frisou que “é preciso inovar” e garantiu que da parte da autarquia “um papel importante”, nesse sentido. Raquel Brazão, Geógrafa, uma das oradoras deste evento, afirmou que os indicadores do Estudo apontam ter havido uma mudança na estruturação do consumo” e realçou que para o próximo ano estão esperados cerca de 500.000 turistas no Funchal. Outro orador foi Ricardo Pereira, Geógrafo, que apon- tou números que registam os estabelecimentos encerrados no Funchal. A Área de Estudo Centros Comerciais aponta como maior oferta o Dolce Vita e menor oferta o Lojão. Ricardo Pereira realçou que um dos principais indicadores «de desvitalização» são os estabelecimentos encerrados. Susana Andrade, Arquiteta, também discursou focando o que procura o consumidor e as principais tendências do consumo, realçando que “o consumidor informa-se antes de ir à loja” e que “o comércio tradicional deve procurar ser moderno”. Disse ainda que o indicador de confiança no comércio está a subir. O presente estudo está na base de um conjunto de procedimentos inerentes à definição do programa de revitalização, construído de forma participada e cuja implementação deverá ser objeto de monitorização e avaliação regulares. O desenvolvimento deste estudo contou com uma equipa técnica multidisciplinar, composta por técnicos municipais da área da geografia, da arquitetura e da engenharia, todos com a particularidade de conhecerem as dinâmicas diárias da cidade. Este conhecimento ac abou por revelarse importante na compreensão dos fenómenos e na per- Raquel Brazão, Geógrafa. ceção dos factos, resultando até como fator motivacional na realização do presente estudo. Capítulos O presente estudo de caracterização e diagnóstico assenta, assim, em três pressupostos fundamentais: 1.A constatação óbvia do declínio quantitativo e qualitativo do tecido económico municipal, com particular evidência no centro da cidade; 2.A perceção de novos paradigmas, na oferta e na procura de bens e serviços, que deverão ser assimilados e refletidos numa nova estratégia municipal, legitimada através dos instrumentos de gestão territorial, designadamente o PDM (Plano Diretor Municipal). 3.A necessidade de conhecer em detalhe a realidade atual, condição fundamental para idealizar e propor medidas de revitalização, sem descurar a identidade local nem condicionar o mercado. O estudo procura retratar o setor do comércio e serviço na atualidade, tendo sido definido um período temporal de uma década (20042014), a partir do qual se pretende inferir comportamentos evolutivos e identificar tendência. 18 política TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 das lideram com 953 estabelecimentos, seguida pelos escritórios com 493. Quanto ao comércio, a predominância vai para o pronto-a-vestir e similares, com 374 lojas e para os artigos lar e decorações e comércio alimentar, com 206 e 203 estabelecimentos, respetivamente. Os escritórios constituem a maior fatia do comércio e serviços da área de estudo, com 363 espaços, o que corresponde a 25,9% dos serviços e 16,1% do comércio e serviços. No que toca ao município, o segundo lugar é garantido através dos 493 espaços em funcionamento (11,2% do comércio e serviços). Ricardo Pereira, Geógrafo. Este estudo está estruturado em cinco capítulos, precedidos da introdução onde se contextualiza o estudo e se apresentam os objetivos e a metodologia adotada. O capítulo I ocupa-se do enquadramento temático, no qual são abordados conceitos fundamentais à compreensão da problemática do comércio e serviços na cidade. No capítulo II é caraterizada a área de incidência do estudo, sobre diferentes domínios: território, demografia, edificado, ambiente, economia, infraestruturas, património, entre outros. O capítulo III e IV ocupamse, respetivamente, da caracterização da oferta e da procura de comércio e serviços no Funchal. Pretende-se com esta caracterização conhecer melhor a realidade atual do setor e o seu comportamento evolutivo. No capítulo V, são apresentadas as bases para a formulação das medidas de revitalização. O Estudo aponta vários pontos curiosos. Por exemplo, sobre o Parque Habitacional, no que respeita ao edificado, são 1.116 os edifícios clássicos da área de estudo e, observando a sua distribuição por subsecção, deparamonos com uma maior concentração destes na área envolvente ao centro histórico. Os edifícios de menor dimensão (1 ou 2 pisos) concentram-se no núcleo histórico de Santa Maria, os de dimensão média (3 ou 4 pisos) ocorrem, maioritariamente, no núcleo histórico de S. Pedro e os de dimensão superior (5 ou mais pisos) no núcleo histórico da Sé. As áreas de maior concentração de edifícios exclusivamente residenciais são efetivamente as que albergam maior núme- ro de alojamentos. Na área de estudo, mais de metade (56%) dos alojamentos familiares clássicos de residência habitual são arrendados, estando os restantes 44% ocupados pelos seus proprietários. Economia e Emprego No município do Funchal, em 2012, eram 11.099, as empresas existentes e, atendendo à forma jurídica, 6.040 eram empresas individuais e 5.059 sociedades. O maior número de empresas, de acordo com a atividade económica (Divisão CAE), é do comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos (2170), seguindo-se as atividades administrativas e dos serviços de apoio (1658). As atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares também assumem alguma expressão, com 1277 empresas. O comportamento evolutivo do número de empresas no Funchal, entre 2004 e 2012, aponta para um crescimento significativo até 2008, seguido de um sucessivo decréscimo a partir de 2009. Analisando os 1.466 empregados por setores de atividade, de acordo com o Estudo, verificou-se que o setor primário quase não tem expressão, o secundário abrange apenas 9,8% e o terciário absorve 89,8% dos empregados. Ainda no que se refere à área de estudo, são 227 os indivíduos residentes desempregados. Destes, 42 estão desempregados à procura do 1o emprego e 185 à procura de novo emprego. Das famílias clássicas da área de estudo, 1.491 não têm desempregados, 186 têm apenas 1 e 17 têm mais do que 1 desempregado. Oferta de Comércio e Serviços no Município Susana Andrade, Arquiteta. O município do Funchal conta com um total de 4.408 estabelecimentos de comércio e serviços distribuídos pelas suas 10 freguesias. A freguesia da Sé detém quase 40% do total de comércio e serviços, enquanto o Monte figura como a freguesia com menor número (1,5%). Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços localizam-se predominantemente na metade sul do município, com especial incidência na área de estudo. O município conta com uma oferta diversificada de atividades, com destaque para o grupo dos serviços, que oferece 62% de estabelecimentos em contraste com os 38% do comércio. As atividades enquadradas no grupo da restauração e bebi- Centros e Galerias comerciais As 265 lojas em funcionamento em centros comerciais constituem cerca de 11% do comércio e serviços da área de estudo. Com 14,4% da oferta comercial em centros comerciais da área de estudo, destaca-se o centro comercial Dolce Vita, com as suas 59 lojas, das quais 3 sem ocupação. No outro extremo, a menor oferta pertence ao Centro Comercial O Lojão, com 7 lojas e apenas 1,7%. O Madeira Shopping é o centro comercial que detém a maior oferta comercial do município, com 86 lojas em funcionamento, seguido pelo Fórum Madeira com 75. Os estabelecimentos Encerrados são Indicador de “Desvitalização”. Nas notas finais do Estudo, aponta: “o Programa de Revitalização do Comércio e Serviços do Funchal representa a visão holística com que o município pretende abordar este setor. Não bastam as inúmeras medidas levadas a cabo por diferentes organismos, nos quais este município se inclui. É necessário mudar a estratégia e atuar na essência dos problemas, porque revitalizar a economia não se compadece de iniciativas isoladas. São necessárias políticas concertadas, que tratem de questões como, ordenamento do território, requalificação do espaço urbano, agilização administrativa, inovação tecnológica, marketing, animação, entre muitas outras. A apresentação deste Estudo contou com a presença de alguns empresários e comerciantes. O Programa de Revitalização do Comércio do Funchal encontra-se online no site da autarquia do Funchal, e está disponível para receber sugestões tanto dos comerciantes como dos madeirenses. l PUB CLÍNICAS opinião 19 MÉDICOS PUB saúde TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Porque bate o coração tão devagar? Dr. Rui Pereira Vasconcelos Especialista em: Pediatria - Neuropediatria Laboratório de Prótese Dentária da Madeira 291 773 948 Rua Nova da Vale da Ajuda, 14 Apartamentos Ajuda, Loja C - Funchal PUB Rua João de Deus, 12-B Telef.: 291 228 004 Este espaço pode ser seu Dr. Carlos Morais Cardiologista e Presidente da Associação Bate Bate Coração. Apesar de não existir tratamento farmacológico para a bradiarritmia, se os sintomas forem muito intensos, o E-mail: [email protected] Telef: 291 911 300 médico pode indicar a colocação de um pacemaker, para melhorar a qualidade de vida do doente. l PUB O coração é um músculo que se contrai mais de 100.000 vezes por dia, de modo a manter a circulação sanguínea. Para assegurar um funcionamento regular e sem problemas, o coração possui um centro de controlo conhecido como nódulo sinusal ou sinoauricular, que atua como um gerador de impulsos e está localizado na aurícula direita. O ritmo normal do coração é influenciado pelo sistema nervoso, que o faz acelerar quando as necessidades aumentam, e retardar quando elas diminuem. Em média, o número de batimentos por minuto (frequência cardíaca) é em repouso de 60 a 100 p/ min, o que significa quase 100.000 batimentos por dia. Quando o coração bate demasiado devagar, ou seja, abaixo dos 60 batimentos por minuto, podemos estar perante uma bradiarritmia que pode conduzir a desmaios (síncopes), tonturas, quedas de pressão e cansaço, por existir menos circulação sanguínea. A bradiarritmia, a não ser em condições extremas, quando associada a outras doenças, não causa morte, uma vez que o nosso organismo acaba por se adaptar, mas requer acompanhamento médico. O exame mais usual para diagnosticar a bradiarritmia é o eletrocardiograma, que deteta e regista a atividade elétrica do coração. 20 Os Porquês do Português PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Helena Rebelo Docente da Universidade da Madeira [email protected] PUB ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, (Notária em Substituição, por Deliberação da Ordem dos Notários),SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607 E-mail: [email protected] (publicado no Tribuna da Madeira a 21-11-2014) Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 84 do Livro de Notas número 15-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual Maria Eugénia de Abreu, NIF 175 752 419, viúva, natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, onde reside ao Sítio da Vargem, se afirma dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio misto, localizado ao Sítio da Vargem, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, com a área global de quinhentos e quarenta e oito metros quadrados, dos quais vinte e oito metros quadrados são de superfície coberta inscrito da matriz predial respetiva, a parte rústica sob o artigo 4/000 da Secção FZ (antes artigo não cadastral 901), e a parte urbana, destinada a habitação, sob o artigo 226, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o número seis mil seiscentos e vinte – da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde se acha regista a aquisição a favor de Vitória da Ressurreição Figueira, viúva, residente ao sítio da Vargem, Estreito de Câmara de Lobos, pela apresentação quatro de mil novecentos e trinta e nove barra onze barra vinte e respectivo averbamento de actualização pela apresentação quatro de mil novecentos e quarenta e nove barra zero oito barra vinte. Que o referido prédio veio à posse da ora justificante, em Junho de mil novecentos e noventa e três por partilha verbal feita por óbito de seu marido, Francisco Pestana da Silva, com quem foi casada sob o regime da comunhão geral de bens, com os demais herdeiros: Maria do Rosário da Silva Vieira, casada com Manuel de Jesus Vieira, sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Segunda Vereda de Santana, São Roque, Funchal; António Pestana da Silva, casado com Maria Aldora da Silva, sob o regime da comunhão geral, residente em Antia Piace, Mr. 4 Lewoort, Boksburg, África do Sul; Mário Pestana da Silva, casado com Maria Gorete Figueira da Silva, sob o regime da comunhão geral, residentes em P.O. Box, número 110, Devon 2260, África do Sul; Francisco Maurílio Pestana da Silva, casado com Maria da Conceição Nunes Gouveia, residente em P.O. Box, número 110, Devon 2260, África do Sul, prédio que veio à posse do dissolvido casal através de partilha, meramente verbal, por óbito da mãe da requerente, a titular registralmente inscrita. Adquiriu, assim, a justificante, a propriedade do identificado prédio a título originário – por usucapião. Está conforme o original aqui narrado por extracto. Funchal, catorze de Novembro de dois mil e catorze. P’la NOTÁRIA, (Marta Lucinda Sousa Teixeira Francisco – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/09). É “anis” ou “aniz”? Porquê? Novembro vai a meio e o Natal aproxima-se muito depressa. As lojas apresentam decorações alusivas à quadra natalícia e as ruas começam a enfeitar-se. Numa ruela, um comércio tradicional prepara guloseimas: bolos e biscoitos de todo o género com formatos caseiros. O aroma adocicado espalha-se pelas redondezas e chama pelos transeuntes. Entrei e andei a vistoriar o que me poderia adoçar a boca. Encontrei um pacotinho de “losangos de aniz”. Quando perguntei o preço e a empregada com menos de 60 anos mo disse, perdi o apetite. Entretanto, delicadamente, fui dizendo que “anis” se escrevia com “-s” em vez de “-z”, como figurava no pacote. Prontamente, respondeu-me que ela tinha aprendido com “-z”. Não quis alongar-me e saí. Fiquei a meditar na prontidão da resposta. Mesmo estando convicta da ortografia de “anis”, quis dedicar esta crónica ao assunto. É um presente de Natal para aquela confeitaria que me presenteou com uns biscoitos deliciosos, mas caros. Por que razão “anis” se escreve com “-s”? Reflectir sobre tudo, incluindo detalhes linguísticos como este, é um exercício que aprecio bastante porque coloca problemas que continuarei, aqui, a propor. Isto não significa que saiba tudo ou que o assunto fique, na íntegra, resolvido. Resumidamente, esta questão será do âmbito da Ortografia e da Escolarização. Antes da Reforma Ortográfica iniciada em 1911 e concluída em 1916, motivada pelo Governo Republicano da época, a Língua Portuguesa era escrita ao sabor da vontade individual. Uma das razões da infindável história dos acordos é, provavelmente, o facto de não haver uma ortografia uniformizada e oficial antes do início do século passado. A partir de finais da década de 20 do século XX, depois de algumas alterações pontuais à “Nova Ortografia” (Republicana), a escola e a burocracia estatal seguiam orientações precisas, deixando de lado o livre arbítrio. Quem foi escolarizado após 1945 aprendeu a escrever segundo o Acordo Ortográfico aprovado pelo Decreto n.º 35 228, de 8 de Dezembro de 1945. Este documento foi, posteriormente, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/73, de 6 de Fevereiro. Fui consultar esse documento (cf. Bases Analíticas do Acordo Ortográfico de 1945, Base V, 5º ponto) de onde extraí a seguinte citação: «Distinção entre s final de palavra e x e z idênticos: aguarrás, aliás, anis, após, atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós, resvés, revés, Tomás, Valdês; cálix, Félix, fénix, flux; assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substantivo e forma do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz, Queluz, Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz. A propósito, deve observar-se que é inadmissível z final equivalente a s em palavra não oxítona: Cádis, e não Cádiz.». Reconheço que a orientação não é muito esclarecedora. Às vezes, os linguistas são pouco explícitos. Contudo, “anis” aparece como exemplo para “s” final. Então, se acreditar na resposta que recebi para os “lo- sangos de aniz”, foi a escola que falhou. Fazendo contas, de 1945 a 2014, passaram 69 anos e de 1973 (isto é, após a revisão do Acordo Ortográfico de 1945) a 2014, foram 41. Se as mudanças ortográficas categóricas ainda não se impuseram, imaginemos o que vai suceder com o Acordo Ortográfico de 1990 (AO1990), a “dupla grafia” e o critério do “facultativo”... Num jornal como o semanário EXPRESSO, que prontamente aderiu ao AO1990, vejo aparecer “expectativa” e “expetativa” ou “sector” e “setor, para dar apenas dois exemplos. Em casos como “anis”, não há, todavia, mudanças e isso verifica-se nos dicionários do tira-dúvidas. Sendo todos posteriores a 1945, registam, evidentemente, apenas “anis”. Se a grafia não coloca problemas, nos dicionários, a sua ocorrência em designações compostas deixa adivinhar uma variedade botânica com alguma complexidade. Aproxima-se o “anis” do “funcho”, como se pode observar pelas definições (cf. HOUAISS) de ANIS-ESTRELADO: “(...) badiana, badiana-da-china, badiana-de-cheiro, funchoda-china.”, ANIS-DOCE: “(...) m.q. funcho”, FUNCHO: “(...) anis-doce, erva-doce, fiolho, maratro (...)” e FUNCHO-DA-CHINA: “(...) m.q. anis-estrelado (...).”. Com isto, estou a “meter a foice em seara alheia”, uma vez que de Botânica percebo o elementar. Porém, seria interessante explorar a relação do termo “pimpinela” com o de “anis”, visto que aquela designação, muito em uso na Madeira, remete para um vegetal. Fica para outra altura porque, agora, importa apenas o anis. Já sabemos que é fácil o que se entende e complexo, ou discutível, o contrário. Portanto, para um provável tirateimas, nada melhor que um breve tira-dúvidas porque as dúvidas são o primeiro passo, mas não podem ser o último. Por que se escreve “anis” com “s”? Porquê? É porque é a representação etimológica (cf. tira-dúvidas) e ortográfica. É incontestável que se escreve assim: “anis”. Os cheiros e os sabores, sejam de funcho, erva-doce ou anis, também fazem pensar no Natal, sobretudo nos licores e nos doces que, tradicionalmente, surgem nesta época. Desconhecia os “losangos de anis”, mas fiquei a apreciá-los. São saborosos, com ou sem licor de anis a acompanhar. Os Porquês do Português TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 21 TIRA-DÚVIDAS Priberam “em linha” (2008-2013), última consulta feita dia 17-11-2014 Houaiss (2001) “anis” “aniz” a·nis substantivo masculino 1. [Botânica] Planta apiácea e respectiva semente. 2. Erva-doce. 3. Aniseira. 4. Licor de anis. Plural: anises. verbete inexistente substantivo masculino 1 Rubrica: angiospermas. erva (Pimpinella anisum) da fam. das umbelíferas, com folhas variadas, desde lobadas a tripenatissectas, flores brancas, em umbelas, e frutos elipsóides, com duas sementes; anis-verde, erva-doce, pimpinela [Nativa da Grécia ao Egito, é planta forrageira e esp. cultivada pelos frutos aromáticos, us. como condimento e para extração de óleo essencial, com propriedades medicinais, de que se fazem licores e xaropes.] 2 Rubrica: angiospermas. arbusto (Clausena anisata) da fam. das rutáceas, nativo da Ásia, de folhas imparipenadas, com o aroma do verdadeiro anis, flores e bagas pequenas, cultivado como ornamental 3 m.q. anisete Etimologia: fr. anis (1265) ‘id.’, do lat. anísum,ii ‘id’, emptr. gr. áníson,ou e suas var. ánnéson, ánésson e ánníson ‘id.’; ver anis- verbete inexistente (...) s. m. (Do lat. anisum < gr. (...), pelo fr. anis). 1. Bot. Planta herbácea anual, da família das umbelíferas (Pimpinella anisum, Hook.), de cujas sementes se extrai uma essência aromática, e [sic] também aniseira e erva-doce (...). 2. Bot. Semente dessa planta. = ERVA-DOCE (...). 3. Bebida licorosa preparada com essa planta. (...). verbete inexistente Porto Editora (1998) s. m. planta herbácea, da fam. das Umbelíferas, também denominada erva-doce, que tem aplicações em farmácia, culinária e na preparação de algumas bebidas alcoólicas; a semente desta planta; licor fabricado com esta planta (Do gr. ánison, «anis» pelo lat. anisu-, «id.», pelo fr. anis, «id.») verbete inexistente Machado (1991) s. m. (do fr. anis). Planta herbácea da família das Apiáceas, com aplicações em farmácia e no fabrico de bebidas alcoólicas, também chamada erva-doce. //. Semente dessa planta. // Licor aromatizado com a mesma planta. verbete inexistente Cândido de Figueiredo (1986) m. Planta umbelífera. Semente dessa planta. Erva-doce. Licor aromatizado com a mesma planta. (Fr. anes [sic], do lat. anisum). verbete inexistente Aurélio (1986) [Do gr. ánison, de or. oriental, pelo lat. anisu e pelo fr. anis] S. m. 1 Erva da família das umbelíferas (Pimpinella anisum), originária do Egito, a qual fornece a essência de anis, usada na fabricação de licores e xaropes; erva-doce, pimpinela. 2 V. anisete. 3 Árvore ornamental da família das rutáceas (clausena anisata), originária da Ásia, cujo perfume lembra o do anis (1). [Pl.: anises.] verbete inexistente Academia (2001) 3RWb]`O =:WPS`OZ Bervjsb.p!b!qsfp!ef!dvtup Fejgdjp!P!Mjcfsbm! QF[P-!Mpuf8-!Tpdpssjept :115.117!Dnbsb!ef!Mpcpt Ufm/!3:2!:22!411 Gby!3:2!:22!41: Fnbjm;!dpnfsdjbmApmjcfsbm/qu Mvtb!Qbpmjofmmj B!hbmjoib! Qjsj.Qjsj 21-11€ PUB Dicionários 22 economia TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Indicador de clima económico estabiliza em outubro Consumo privado acelera e investimento desacelera em setembro. Juan Andrade S [email protected] egundo os últimos dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística, o indicador de clima económico em Portugal estabilizou em outubro, pelo segundo mês consecutivo. Na Área Euro (AE), o PIB em termos reais registou uma variação homóloga de 0,8% no 2º e 3º trimestre (1,0% no 1º trimestre). Em outubro, os indicadores de confiança dos consumidores e de sentimento económico da AE agravaram-se. No mesmo mês, os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de -1,1% e -8,3%, respetivamente (-4,2% e -1,4% em setembro). Em Portugal, de acordo com a estimativa rápida, o PIB registou um crescimento homólogo, em volume, de 1,0% no 3º trimestre, após a variação de 0,9% no trimestre anterior, enquanto a variação em cadeia foi 0,2% (0,3% no 2º trimestre). O indicador de clima económico, já disponível para o mês de outubro, estabilizou pelo segundo mês consecutivo no valor mais elevado desde julho de 2008. O indicador de atividade económica aumentou ligeiramente em setembro, enquanto os indicadores de Curto Prazo (ICP) apresentaram sinais negativos sobre a atividade económica na indústria, na construção e obras públicas e em setores de serviços. O indicador quantitativo do consumo privado apresentou um crescimento homólogo mais expressivo em setembro, refletindo o contributo positivo de ambas as componentes, sobretudo da componente de consumo corrente. As exportações e as importações, em termos nominais, apresentaram variações homólogas de 1,5% e 2,5% em setembro (2,6% e 3,7% no mês anterior), respectivamente, indica o INE. l gerado cerca de 1,3 milhões de euros de receitas. 59,4% dessas voltas foram realizadas por não sócios, provenientes na sua maioria da Alemanha, Países Nórdicos e Reino Uni- do. 44,7% das voltas foram vendidas pelos próprios campos de golfe, 31,2% por operadores turísticos e os restantes 24,0% por estabelecimentos hoteleiros e afins. l J.A. Proveitos na hotelaria cresceram As primeiras estimativas para o mês de setembro de 2014 apontam para acréscimos nos principais indicadores da hotelaria, com variações homólogas de +0,1% nas dormidas, +5,0% nos proveitos totais e +3,1% nos proveitos de aposento. A nível nacional, pela mesma ordem, os crescimentos observados nestas variáveis foram de 9,9%, 13,3% e 14,1%. Segundo a Direção Regional de Estatística, nos mercados tradicionais, assinala-se o crescimento das dormidas de turistas britânicos e alemães (variações de +11,5% e +3,6% face a setembro de 2013, respetivamente), enquanto o mercado nacional registou uma redução de 6,5%. Analisando os nove meses de 2014, conclui-se que as dormidas cresceram 3,9% na R. A. Madeira, enquanto os proveitos totais registaram um incremento de 8,2% e os de aposento 7,2%, comparativamente ao período homólogo. A taxa de ocupação no mês em referência fixou-se em 71,5%, o valor mais alto nas 7 regiões NUTS II do país. Há a salientar ainda o crescimento homólogo do ren- dimento médio por quarto (RevPAR) em 2,1%, para 42,96€. Menos voltas nos campos de golfe da Região nos primeiros nove meses de 2014 O inquérito aos campos de golfe revela a realização de 33 367 voltas nos três campos de golfe da Madeira entre janeiro e setembro de 2014 (-3,6% que no período homólogo), tendo Portugueses antecipam compras de Natal De acordo com o mais recente estudo do Observador Cetelem, os consumidores têm intenção de iniciar as compras de Natal mais cedo do que no ano passado. A maioria dos portugueses (33%) prevê comprar os primeiros presentes um mês antes da consoada. Em 2013, a generalidade dos consumidores (34%) tencionava iniciar as compras com apenas duas semanas de antecedência. O estudo revela ainda que os centros comerciais são o local predileto para as compras de Natal. Apesar da generalidade dos consumidores tencionar comprar os presen- 268 602 tes um mês antes do Natal, há uma percentagem considerável (28%) que só pensa fazê-lo com duas semanas de antecedência. 13% dos portugueses vão deixar as compras para a semana que antecede a consoada, mas 4% já terão comprado os presentes. Uma minoria (2%) tenciona esperar pela época de saldos após o Natal para comprar os últi- mos presentes. Quanto ao local de compra, tal como em 2013, as lojas de centros comerciais dominam a preferência dos portugueses (74%), seguidas pelos super ou hipermercados (46%) e as lojas de comércio tradicional (40%). Com menos relevância surgem depois a loja do chinês (8%), as grandes superfícies especialistas (7%) e as feiras ou mercados (6%). Muito residual é a compra por catálogo (1%) e pela internet (1%). Os indivíduos mais velhos, entre os 55 e os 65 anos, são os que mais optam pelos super ou hipermercados (38%) e pelas lojas de comércio tra- dicional (38%). Os consumidores de classes mais baixas também fogem aos centros comerciais: maioria dos indivíduos da classe D tencionam comprar nos super ou hipermercados (26%) e os da classe C2 preferem fazê-lo nas lojas tradicionais (45%). Este estudo foi desenvolvido em colaboração com a Nielsen, tendo sido realizados 600 inquéritos, a indivíduos de Portugal continental, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro de 2014. O erro máximo é de +4.0 para um intervalo de confiança de 95%. l J.A. Nos primeiros nove meses deste ano foram contabilizados 268 602 passageiros em trânsito em navios de cruzeiro nos portos da Madeira, -1,8% que no período homólogo do ano anterior. Seminário ‘A Competitividade na Justiça’ Inscreva-se até 21 novembro Programa 9h30: Sessão de abertura: Cristina Pedra Costa – Presidente da Direção da ACIF-CCIM 9h45: Intervenções do painel – Competitividade na Justiça Paulo Barreto – Juiz Presidente da Comarca do Funchal António Pedro Barbas Homem – Diretor do Centro de Estudos Judiciários Ricardo Vieira – Sócio da Abreu Advogados Rui Pena – Sénior Partner da CMS Rui Pena & Arnaut 10h45: Debate - Competitividade na Justiça Participação: Painel de oradores Moderação: Jornalista Gil Rosa - RTP Madeira 11h45: Debate aberto ao público 12h00: Sessão de Encerramento presidida pelo Senhor Juiz Conselheiro Ireneu Barreto - Representante da República para a Região autónoma da Madeira. A entrada é livre mas sujeita a inscrição até 21 de novembro em www.acif-ccim.pt Seminário Inovações Fiscais para 2015 Funchal, 2 dezembro 2014 A ACIF-CCIM em parceria com a BDO e a Previsão realiza um seminário subordinado ao tema “Inovações Fiscais para 2015”. O seminário será orientado pelo Dr. Paulo Fonseca Oliveira e pelo Dr. Miguel Nuno Cardiga, especialistas da BDO, e terá o seguinte programa: 09.15-09.30 Receção dos participantes 09.30-09.50 Princípios Gerais do Orçamento do Estado para 2015 09.50-10.00 Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas 10.00-10.25 Imposto sobre o Valor Acrescentado - Créditos – regularização do imposto 10.25-10.35 Benefícios Fiscais - Donativos 10:35-10:50 Tributação do Património e Contencioso Tributário 10.50-11.10 Pausa para café 11.10-11.20 Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares 11.20-12.15 Proposta de Reforma do IRS -Medidas de simplificação do imposto - Deduções à coleta - Agregado familiar 12.15 – 12:45 Proposta de Fiscalidade Verde 12.45 – 13:00 Debate Local de Realização: Auditório da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais (Ed. Golden Gate, 5º Andar, Funchal) Valor de Inscrição: Associado ACIF e clientes BDO e Previsão - € 40,00 Público em geral - € 55,00 Para mais informações: www.acif-ccim.pt 24 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 breves Alunos dos Louros visitaram a Turquia Humberto Pinho da Silva RICARDO FREITAS Dirigente sindical No âmbito do Projeto «We talk!» Na semana de 20 a 24 de outubro, o grupo responsável pelo projeto “We Talk!”, do Programa Comenius, da Escola Básica 2º e 3º Ciclos dos Louros, deslocou-se a Edirne, Turquia, para o seu III encontro. Os parceiros turcos prepararam para estes dias vistas a escolas privadas e públicas com inclusão de alunos com necessidades educativas especiais (NEE), nas quais foi possível observar o funcionamento de algumas salas de aula, assim como atividades que demonstraram a integração destes alunos. Outra das visitas bastante interessante foi à Universidade de Trakya em Edirne, onde se formam docentes de educação especial. Nesta instituição existe uma sala, completamente equipada, na qual se treina a intervenção pedagógica através dos métodos da médica e educadora Maria Montessori. Esta sala, além de servir de formação aos alunos do referido curso, serve ainda para intervir com crianças das escolas circundantes. A escola II.Bayezid Özel Eğitim Uygulama Merkezi, cujo público-alvo são autistas, serviu de palco a que os alunos romenos e ingleses experimentassem algumas atividades (desportivas, musicais e artísticas), assim como à reunião de preparação para o último encontro deste projeto, que terá lugar em maio, em Manchester, Inglaterra. Além das visitas institucionais e pequenos briefings, o grupo teve ainda tempo de conhecer um pouco da cultura da cidade, o que ajudou a perceber e enquadrar Edirne no mundo global. Esta visita contou com a participação especial da Presidente do Conselho Executivo, Gilberta Camacho e da técnica Superior de Ciências da Educação, Lurdes Perdigão. Línguas mudas Têm, os nossos clássicos ensinamentos preciosos e conselhos de elevado valor, além de boa prosa vernácula, onde se pode beber e saborear, português de lei. Lamentava Eça, diante de António Nobre e Alberto de Oliveira – João Gaspar Simões “ A Obra e o Homem: Eça de Queirós – de não ter descoberto essa riqueza, senão muito tarde. Os textos dos clássicos, em regra, encontram-se recheados de pareceres e conceitos que se mantém sempre atualíssimos, já que a mentalidade humana pouco evoluiu, e em certos casos – involuiu. Escolhi, hoje, a opinião de Frei Luís de Sousa, retirada da maravilhosa obra: “ A Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires”, famoso e santo Arcebispo de Braga, que ousou, em pleno Concilio de Trente, diante dos poderosos cardeais, declarar: “ Os Ilustríssimos e Reverendíssimos cardeais hão mister uma ilustríssima e reverendíssima reformação”. A intervenção foi muito aplaudida, tornando-o, ainda mais admirado e querido dos conciliares, incapazes, por receio, de proferir tal reprimenda aos Príncipes da Igreja. É que, como diz Frei Luís de Sousa: “ Nas cortes, o medo de desagradar aos príncipes, ainda que os males sejam patentes, faz mudas todas as línguas.” Ficam mudas as línguas não só na corte, mas, igualmente, nos partidos políticos, sindicatos, clubes e associações, quando o visado é pode- roso e pode destruir, rapidamente, a carreira urdida com esforço, sacrifício… e astúcia. Quantos deputados não votam contra a consciência, para agradarem ao chefe da bancada ou à vontade do líder, que os pode guindálos a altos voos, se forem obedientes e subservientes? Quantos não traem a crença, que dizem professar, e princípios morais, para não estragarem a carreira, habilidosamente montada? Quando se realizou, em Portugal o referendo, para se conhecer a vontade popular sobre o aborto – referendo que reprovou a prática abortiva, – mas de novo repetido, para se obter o resultado desejado, e jamais feito…não vá o diabo tecê-las… (salvo seja!) – houve políticos, apoiantes da vida, que não tomaram atitude enérgica, para não prejudicaram a carreira dentro do partido. Muito – queria dizer poucos, mas mentia, – olvidam a crença e o que acreditam, para salvaguardarem cargos, que lhes permita obterem ordenados chorudos. É que perante o Príncipe, o superior hierárquico, que pode promover ou distribuir prémios, não há língua que censure, nem cabeça que discorde. Por vezes, esses “submissos”, engrandecem-se junto dos subordinados, tratandoos com desprezo, mas perante superiores, ficam sempre mais mansos que cachorrinhos obedientes. È como diz o nosso Frei Luís de Sousa: “ Ainda que os males sejam patentes, faz mudas todas as línguas”… A causa efémera das coisas, a memória O ébola continua activo e continuam as mortes a acontecer. Como por encanto, a opinião pública foi focalizada num surto de “legionella” e o risco e ameaça do ébola na Europa, desapareceu. Tal como ébola, tantas outras coisas relevantes parecem adormecidas ou esquecidas da realidade noticiosa e, por conseguinte, da vida das pessoas. Recordemos algumas: A fuga dos refugiados que, em vagas continuas, continuam a tentar chegar à Europa, em balças sobrelotadas, perecendo nas águas geladas; A guerra no leste da Ucrânia onde, nem mesmo as acções diplomáticas, têm reduzido o conflito; A “eterna” luta no médio oriente; As acções desumanas na Síria, com relevo para as produzidas pelo chamado “estado islâmico”; Como estes assuntos, muitos mais. Quem controla a Comunicação Social, controla aspectos essenciais da informação e assim, principalmente, controla os sentimentos e emoções colectivas. Não tenhamos dúvidas que esse controlo é efectuado pelos grandes grupos económicos que, actuando através das agencias noticiosas e dos grupos de media, procuram gerir a realidade em conformidade com as suas conveniências e interesses. Para que tal efeito tenha eficácia, a acção mais eficiente não é mentir ou mesmo distorcer a verdade dos factos. O mais importante é omitir algumas noticias ou transformá-las em assuntos menores e destacar assuntos que originem uma atenção colectiva, mais próxima dos seus objectivos. Esta atitude, de resto, é muito comum, também, no combate político e tem sido ampla- mente utilizada pelo governo de Passos Coelho. A discussão do Orçamento do Estado é um bom exemplo desse facto. A nível regional, as coisas não são diferentes. Quanto muito menos eficientes, pela forma grosseira com que se tenta manipular a informação, mas que tem obtido, mesmo assim, a eficácia pretendida. A memória, quando não exercitada é, na política, de muito curta duração. Só assim se explica a exposição dos seis candidatos do PSD Madeira que, sem pejo e sem exercerem um qualquer “mea culpa”, se apresentam com projectos e ideias que calaram ou rejeitaram ao longo do seu exercício político. Igualmente estranho e algo “esquizofrénico” é o comportamento do CDS/PP. Como se pode estar com o Governo da República e com Paulo Portas, adoptando as restrições orçamentais e as políticas anti-sociais que só têm produzido pobreza e acentuado a desigualdade social e, depois, branquear esse comportamento enunciando de novas políticas no âmbito regional? Procurar entendimentos de governança, será, necessariamente, um objectivo no nosso futuro próximo, mas para que tal aconteça é imperativo que matérias centrais, como a divida regional, a captação de investimento, o reforço das competências autonómicas, a reforma da fiscalidade e da administração pública, seja clarificada pelos vários interessados. Só após, se poderá ponderar uma qualquer alternativa política. Caso tal não aconteça, antes das eleições, será imposto pelas circunstâncias no período pós eleitoral. Mesmo que efémera a causa das coisas, aqui deixo estes alertas, para memória futura. desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 25 Desde 1952 perto do mar e dos madeirenses www.clubenavaldofunchal.com PUB Atualidade Madeira: um Mar de Oportunidades Para terminar o ano de 2014 em grande, organizamos em parceria com a UMa, em novembro, o III Congresso “O Desporto e o mar”, um projeto apoiado pelo programa Intervir+, cujo principal objetivo é debater, com base em estudos científicos, investimentos empresariais e experiência acumulada, ao longo de vários anos, as potencialidades do mar da Madeira. Para assinalar o 3.º ano consecutivo deste evento, foi apresentado o Livro e o Dvd “Desafios e Oportunidades no Mar da Madeira”, documentos nascidos da edição transata, e que já podem ser descarregados gratuitamente do site do Naval. Neste documento estão as reflexões e contributos de várias personalidades sobre a Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020, sobre a extensão da plataforma continental, e sobre a realidade do Mar da Madeira, este que é o nosso maior recurso natural e simultaneamente o menos dispendioso e para o qual apenas precisamos de uma estratégia regional. Este ano e sob o tema “Um Mar de Oportunidades”, ouvimos oradores tão variados como a vereadora do pelouro da cidade e mar de Las Pal- Crónica MERGULHO Muito mais que…. O Clube Naval do Funchal tem no MERGULHO uma das suas atividades de génese, tendo sempre assumido uma posição ativa em prol desta modalidade, não só a nível Regional como Nacional. É portanto objetivo primordial do CNF a dinamização da atividades subaquáticas, na sua vertente lúdica e desportiva, tendo sempre em vista a sua divulgação como prática abrangível a todos. E por assim ser, as nossas portas estão abertas tanto a sócios como a não sócios, com custos baixos quando comparados aos praticados no mercado. O clube não só proporciona mergulhos, através do Centro de Mergulho do CNF e que tem como concessionário o Pedro Gomes (que como atleta do CNF obteve resultados de relevo internacional na Fotografia Subaquática), como tem uma panóplia de Cursos de mergulho disponíveis a qualquer interessado, ministrados através da CMAS, única entidade reconhecida oficialmente como exclusiva do mergulho amador no mundo e pela qual os atletas que competem mas, Adelina Gonzalez Munõz, o Presidente da Federação de Natação, José António Silva no painel Eventos Náuticos e seu Retorno, Helena Ribeiro, do Turismo de Portugal, João Lopes e Nuno Vitorino, da Associação Portuguesa de Surf Adaptado e o projeto Herewego (painel Turismo Acessível) que esperemos resulte numa maior consciencialização e sensibilização de todos os intervenientes para as potencialidades do mar não só para lazer mas como fonte de criação de emprego e de empresas. Numa lógica mundial de crescimento das atividades de contacto com a natureza, a Madeira parte com a vantagem de aliar o mar e a montanha, numa associação de produtos turísticos que não se encontram facilmente no espaço europeu. Temos de aproveitar… Bom fim-de-semana Mafalda Freitas Presidente nas competições organizadas pela Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas devem estar formados. Os mergulhos organizados pelo Clube ocorrem normalmente na Quinta Calaça, na Baixa das Moreias, onde existe o primeiro percurso subaquático na Região. Como amplamente noticiado, trata-se de um projeto inovador, não só na ilha da Madeira mas também em Portugal, através do qual os mergulhadores podem conduzir-se por um cabo guia GANHE UM VOUCHER NAVAL Em que ano se realizou a 1ª edição da regata Canárias – Madeira em barcos de vela de cruzeiro, e quem venceu? ao longo de um percurso que possibilita a observação das espécies de flora e fauna marinhas mais comuns, em segurança e facilitando a experiência e o contacto com o ambiente mar. Mas são também organizados mergulhos noutros sítios, com recurso ao semi-rigido do clube, o “Moreão”, oportunidade normalmente aproveitada para promover a vertente social do mergulho e onde temos proporcionado experiências de convívio e camaradagem muito próprios desta modalidade. E então porque não experimentar? Fica desde já o repto! Bons mergulhos! Paula Menezes Coordenadora do Mergulho do CNF 26 cultura TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 «O livro das pequenas coisas» e «Sakura» duas obras cúmplices A autoria é de António Barroso Cruz Os livros, editados por O Liberal, serão apresentados no próximo dia 27, no Museu Casa da Luz. Como já vem sendo habitual por parte do autor, a apresentação destes livros também será diferente, “muito intimista”. «O Livros das Pequenas Coisas» Dedicatória: Aos que fazendo parte do meu universo conseguem transformar a mais ínfima das coisas num genial momento de inesquecimentos. «Sakura» Deixando de parte algumas “formalidades” haicaístas, como já tinha feito no primeiro livro de Haiku (“poesia minimalista”) e depois no segundo (“micropoesia”), este “Sakura” é o meu olhar e o meu sentir sobre o que me rodeia e o que me faz pulsar. Assumidamente mais adulto e reflectivo. 3RWb]`O =:WPS`OZ contra capa capa Bouojp!Cbssptp!Dsv{ Bojnbjt! ef!B!b![ Bervjsb.p!b!qsfp!ef!dvtup Fejgdjp!P!Mjcfsbm! QF[P-!Mpuf8-!Tpdpssjept :115.117!Dnbsb!ef!Mpcpt Ufm/!3:2!:22!411 Gby!3:2!:22!41: Fnbjm;!dpnfsdjbmApmjcfsbm/qu nhar-se de palavras e que deixem os sentidos fluir. Porque vão ter imagens, vão ter música, vão ter muito acerca do autor. Que de alguma forma se irá expor e revelar. TM - Como já é habitual, os lançamentos das suas obras são feitos em ambiente diferente do que costumamos assistir. Para este evento, espera-se novidades, um espectáculo desigual? O que pode desvendar aos leitores? ABC - Vai ser uma apresentação muito intimista. Vão ter um ambiente sossegado. Vão ter uma aproximação a estas obras que sendo cúmplices não deixam de ser diferentes. Daí a desigualdade emanada não só no convite como na apresentação que pensei para o dia 27. Acredito que fique na memória dos presentes como as passadas apresentações decerto terão ficado. l Editora O Liberal badana PUB sob risco de se sentirem sozinhos e “desapoiados”. TM - Quais são as expectativas para o dia do lançamento? ABC - Que os convidados percebam e sintam o que se vai passar no palco da Casa da Luz. Que consigam entra- animais de A a Z mo dia? ABC - São dois livros pensados há muito tempo, trabalhados de há dois anos a esta parte e que se complementam. São dois livros muito cúmplices e, como tal, nunca deveriam de ser apresentados separadamente António Barroso Cruz T ribuna da Madeira (TM) O que apresentam ambos os livros? António Barroso Cruz (ABC) - Representam uma verbalização por parte do autor no que a reflexões, no que a introspecções, no que a contemplações, revelações, pensamentos e intimismos diz respeito. TM - A que tipo de leitor se destinam? ABC - A todos os que gostem de ler. A todos os que gostam de pensar sobre o que estão a ler. A todos os que gostam de interpretar para além do mero acto de ler palavras. A todos os que gostam de reflectir. A todos os que gostam de se rever nas palavras e nas imagens de quem escreve. TM - A Título de curiosidade, algum motivo especial para o lançamento de dois livros no mes- 21-11€ capa exterior aberta de António Barroso Cruz ilustrado por pascalqb Editora O Liberal opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Nuno Rafael Marques Dinis 27 Celso Neto Presidente do Conselho Fiscal do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) Portugal tem registado sérios progressos em inúmeras áreas onde tradicionalmente se destacava pelas piores razões. Não obstante todos estes avanços civilizacionais, no que à sinistralidade rodoviária diz respeito, há ainda um longo caminho a percorrer: melhorou a qualidade das vias, o nosso parque automóvel é até comparável ao de países mais desenvolvidos, as habilitações literárias da população não envergonham e no entanto, os danos patrimoniais e principalmente os danos pessoais resultantes dos acidentes de viação continuam a ser um verdadeiro flagelo, com evidentes repercussões negativas, tanto a nível social como económico, com demasiadas vidas familiares destruídas ou seriamente comprometidas e com avultadas quantias monetárias despendidas na reparação de todos estes danos. Neste contexto, merece reflexão o facto de alguns sectores ligados aos desportos motorizados se congratularem com a aprovação em Conselho de Ministros de um decreto-lei que estabelece o regime jurídico da aprovação, atribuição de matrícula, alteração de características e inspecção de veículos participantes em competições desportivas, para efeitos de circulação na via pública. Efectivamente e até ao presente momento, apenas se conheciam boas razões para que estes veículos não pudessem conviver na via pública com a restante circulação automóvel e pedonal, a não ser que fossem transportados em atrelados ou reboques. Entre as principais razões, destacam-se as perigosas relações peso/potência de alguns destes veículos, a ausência de dispositivos de iluminação convencionais, as emissões poluentes ou o ruído produzido pelos seus motores, factores que poderão comprometer o comportamento dos condutores de outros veículos, especialmente quando a percepção da existência de um veículo de competição e a avaliação da sua velocidade de deslocação forem determinantes para a tomada de decisões que possam evitar um acidente. Se no que concerne aos veículos algumas questões se afiguram de difícil resposta, o mesmo se pode dizer relativamente aos condutores de veículos de competição, nomeadamente no que à habilitação legal para conduzir diz respeito: o condutor de um veículo de competição pode ser exímio numa pista ou circuito fechado, onde apenas tenha que revelar dotes de perícia ao volante, mas será igualmente bem sucedido, conhecendo e respeitando as regras de circulação na via pública? E em caso de acidente, estarão as apólices de seguro desportivo aptas a responder por danos ocorridos nas deslocações e portanto fora da competição? Na eventualidade de não ser exequível um estudo científico atempado, seria também benéfico reflectir, ainda que por breves momentos, acerca do resultado de algumas experiências portuguesas que num passado recente vieram reconhecer ou ampliar determinados direitos de circulação na via pública: os ciclistas circulam hoje com direitos semelhantes aos dos automobilistas. Se bem que os acidentes envolvendo bicicletas possam até não ter aumentado, parece ainda estar no início a desejável mudança de comportamentos dos automobilistas, ainda subsistindo o paradigma de que a via pública parece ser apenas destinada a veículos a motor, sendo necessário fomentar cada vez mais a con- vivência pacífica entre todos. Há alguns anos, foi também permitida a circulação de quadricilos a motor na via pública, que se não excedessem uma determinada velocidade em patamar, dispensavam até a habilitação legal exigida aos restantes condutores de automóveis. A venda destes veículos disparou, tendo-se seguramente dinamizado a economia, mas mais uma vez se questiona se esta medida terá tido um reflexo positivo no que à sinistralidade rodoviária diz respeito. Certo é que rapidamente se chegou à conclusão que os condutores de alguns destes veículos, nomeadamente as vulgo “Moto 4” teriam afinal que estar habilitados com a carta de condução “B 1” para poderem circular com os mesmos na via pública, à semelhança do que se exige ao condutor de um veículo ligeiro de passageiros. Segundo as notícias difundidas a este respeito por alguns OCS, as características técnicas do veículo de competição devem ser aprovadas pela respectiva federação desportiva titular do estatuto de Utilidade Pública Desportiva e se este for aprovado, é-lhe atribuída uma matrícula específica que o identificará como veículo participante em competição desportiva, competindo também à respectiva Federação estabelecer com o Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT), para efeitos da inspecção periódica, os aspectos a controlar e os critérios de aprovação e reprovação do veículo. O que constitui alguma surpresa e simultaneamente também alguma preocupação, é o facto destes veículos alegadamente poderem passar a circular na via pública entre as 48 horas antes do início da competição desportiva em que vão participar e as 48 horas após o final Goldgate Afinal o que tem que fazer um ladrão Para ir bater com os costados na prisão? O que devia acontecer a um dignitário Que se transforma em falsário? Estamos a caminho da loucura coletiva, ao mais alto nível da Nação? Qual o vírus que ataca as chefias da Política, do Estado e da Administração? É a corrupção? Eu digo que sim, mas há quem diga que não! Há quem diga que é a ganância Nascida da “fraqueza” da Primeira Instância! Há quem fale de cleptomania Que vem “anexada à Democracia” Há quem chame “negócio” de alto risco Às “lavagens” e às fugas ao Fisco... Há quem defenda as offshores Pudera! – É só “ladrodoutores”! Mesmo com esta escalada de corruptos Não podemos dar razão aos “putos” Que dizem que não querem estudar Porque é mais rentável aprender a roubar! Esta cambada de mentecaptos sem sentimento Há de um dia ir parar atrás do “gradeamento” Por mais que os grandes gabinetes de advogados Tentem demonstrar que não são culpados! PUB Segurança rodoviária e regimes legais de excepção QR code generated on http://qrcode.littleidiot.be da mesma: considerando que algumas competições ocorrem principalmente durante o fim-de-semana, isso poderá significar que muitos destes veículos circularão em qualquer via, ainda durante os dias úteis e até durante as “horas de ponta”. Refira-se que no domínio das vulgares Inspecções Periódicas Obrigatórias, um veículo ligeiro de passageiros que apresente deficiências www.tribunadamadeira.pt que comprometam a segurança da sua circulação na via pública, apenas é autorizado a circular no trajecto mais curto até ao local de reparação. Por ora, subsistem ainda algumas dúvidas relativamente à anunciada alteração legal, esperando-se naturalmente que a capacidade de adaptação, o civismo e o espírito de sã convivência entre todos os utentes da via pública possa prevalecer. l 28 opinião breves Margarida Rebelo Pinto lança romance na Madeira PUB A escritora Margarida Rebelo Pinto visitará a ilha da Madeira na próxima semana, nos dias 28 e 29 de Novembro. A autora fará a apresentação do seu novo romance, «Os milagres acontecem devagar», na Fnac Madeira no dia 29, sábado, às 16h00. A escritora Margarida Rebelo Pinto nasceu em Lisboa a 7 de Junho. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Clássica de Lisboa. Iniciou a atividade jornalística aos vinte e dois anos em O Independente e noSe7e, destacando-se desde logo como cronista. Foi copywriter em diversas agências de publicidade, repórter da RTP e autora de conteúdos para televisão. Em 1999, publicou o seu primeiro romance, Sei Lá, vencedor do 1º Prémio Literário FNAC no ano seguinte, já adaptado para o grande ecrã. TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 DIVAGANDO... VIRGÍLIO PEREIRA Vamos bem Apesar das críticas negativas que se ouvem e pese embora o comportamento prejudicial ao partido de alguns candidatos, pode dizer-se que o processo eleitoral interno do PSD/Madeira vai bem. Estou crente que os militantes votantes em 19 de Dezembro próximo estão preparados para distinguir o “trigo do joio”. Dentro de um partido democrata é natural que alguns confrontos se dêem. Sente-se também que os social-democratas da nossa Região estão interessados nesses debates. Estão até a intervir bem nessas reuniões ou encontros que os seis candidatos estão a realizar por toda a Região. Reconheço, sem a mínima hesitação, que o nível cultural médio dos Portossantenses e Madeirenses é hoje mais elevado do que por alturas de 1974. Também é verdade que ainda não atingimos o patamar ideal desse nível, mas lá chegaremos. Aqui, na Madeira, podemo-nos considerar um caso exemplar no País, pelas infraestruturas culturais que construímos de 74 até hoje. Para isso contribuíram também e grandemente o empenho na função educacional dos senhores professores e de todos os outros agen- tes desta área. Julgo, porém, que mesmo assim ainda não atingimos o patamar ideal desse nível médio cultural. Confio que os meus companheiros candidatos à futura liderança do PSD/Madeira tenham na devida conta esta questão prioritária. Aguardo serenamente pelo resultado dessas eleições internas do partido e, por aquilo que se há-de passar consequentemente. Aliás é minha convicção de que não se definirá o vencedor na primeira volta, pelo que a segunda volta dessas eleições é que resolverá esta contenda democrática. Digo isto porque se candidataram seis companheiros “de peso” e as consequentes votações neles de cerca de sete mil militantes com direito a voto, vão apresentar um resultado que é fruto de seis facções e sensibilidades diferentes dos votantes apoiantes de cada candidato. Por tal facto, suspeito que nenhum deles venha a obter a maioria dos votos (50%) na primeira volta. Bem sei que temos sempre de contar com as engenharias processuais no que toca à angariação de votos, que podem levar a que, por exemplo, desista um ou mais candidatos antes ou depois do acto eleitoral e aconselhem os seus apoiantes a votarem noutra candidatura consoante o desfecho que se vier a verificar. Para que o resultado dessas eleições seja democraticamente aceite por todos, sem reservas, é imprescindível que a campanha e o acto eleitoral decorram com a maior transparência e seriedade. É nisso que todos apostamos. Interessa agora relevar o facto de que todo o processo eleitoral vai bem. Não se pode estar sempre a comparar com o antigamente, porque são realidades diferentes. Antigamente, é verdade que o PSD/ Madeira esteve muito empenhado por outras boas razões. Então no princípio deste sistema político havia que lutar essencialmente pela liberdade. Agora, em pleno século XXI o partido está a modernizar-se e vai bem. opinião 29 PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 O Almoço Após ter saboreado a refeição preferida, joelho de vaca no forno acompanhado por um belo tinto de reserva, iniciava o habitual ritual de preparação do whisky e do charuto. Whisky de malte, o seu preferido, com tês pedras de gelo, nunca conseguira perceber porque colocava sempre três pedras. O charuto, que fazia questão de manter sempre num humidificador a cerca de 18ºC e 70% de humidade, era um Montecristo nº4,que lhe proporcionava quarenta minutos de um grande prazer. Também não sabia porque só comprava o Montecristo, só sabia que sempre que pegava no charuto lembrava-se da história que tinha dado origem a esse nome, e essa história estava ligada a um dos seus livros preferidos, “ O conde de Monte Cristo” do Alexandre Dumas. Costumava dizer, que este era o melhor momento da refeição, pois segundo ele, proporcionava-lhe sensações únicas, que nunca voltavam a repetir-se. Depois ia até à varanda desfrutar da paisagem e degustar o charuto e o whisky. Sentado num cadeirão de vimes, deixava-se levar por terrenos inexplorados, desfrutando de um momento de paz, e relaxamento. Começava por olhar para o aglomerado de casas onde se destacava a torre da igreja e, logo começava a contemplar o mar, fixava os olhos na linha do horizonte e iniciava o seu transe. Quem é este homem? Também isso o atormentava e merecia a sua reflexão. Uma vez numa das suas incursões pelo mundo do sobrenatural, aquando de uma palestra, perguntaram-lhe, quem és tu? Tentando ser honesto, não conseguiu responder e entrou num momento de introspecção. Não sabia se era um espírito num corpo, se era um corpo que tinha um espírito ou era nem uma coisa nem outra. Ou talvez fosse, como escreveu Fernando Pessoa “ Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”. Ser agnóstico não o ajudava muito, esta filosofia que o acompanhava a maior parte do tempo, tinha como principio não ser possível provar racionalmente a existência de Deus e do sobrenatural, dizia: Pode existir, mas é impossível provar a sua existência! Mesmo sem a convicção dessa existência, tinha longas conversas com a divindade. O facto de não podermos provar a sua existência, não prova a sua inexistência argumentava. Depois de acabar o charuto e o whisky, acomodava-se melhor e entrava naquela fase entre o dormir e o acordado. O espaço entre esses dois estados, segundo ele, proporcionavam-lhe imensas revelações, e quando já totalmente desperto nunca sabia se essas revelações provinham de um sonho ou, de um seu pensamento quando acordado. Normalmente levantavase do cadeirão cheio de energia e com uma estranha sensação de felicidade. Mas nesse dia sentiu-se Empresa proprietária: O. L. C. - Audiovisuais, TV, Multimédia, Jornais e Revistas, Lda. Contr. n.º 509865720 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Ponta Delgada, com o n.º 04795/92 Sociedade por quotas com o capital social de € 100.000,00 Sócio-gerente com mais de 10% do capital – H.S.S.A. - Unipessoal Redacção e Paginação: Telef.: 291 911400 e 291 911300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] http://www.tribunadamadeira.pt Sede: Edifício Sol-Mar, sala 303, Ponta Delgada Telef: 291 911400/300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] Parque Empresarial Zona Oeste – PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos – Madeira – Portugal amargurado e triste, provavelmente pelo que tinha pensado ou sonhado! Durante a meditação, se é que podemos chamar meditação ao que se passava naquele cadeirão, pensou se os animais tinham alma. Se tinham, as almas dos animais seriam diferentes da dele? Ele que tinha lido todos os livros do Alan Kardec, o criador da doutrina espírita, lembrava-se de ter lido no “livro dos espíritos” que os animais tinham alma, mas que era inferior à do homem, “ entre a alma dos animais e a do homem existia uma distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus”. Tinha sonhado ou, talvez pensado e visualizado, um prado com imensos animais a pastar, vivendo em plena harmonia. Havia entre eles uma cumplicidade, e até parecia que viviam em grupos familiares. Chamou-lhe a atenção os seus olhares, as suas expressões de sentimentos que revelavam uma sensibilidade que não podia continuar a ser ignorada pela razão humana. Apareceu-lhe diversas vezes na mente o slogan: “ Os animais não são mercadorias”. Viu o sofrimento dos animais nos matadouros, as condições degradantes como eram tratados. E pensou; todo este sofrimento por causa de comer um naco de carne? Apareceu-lhe na mente os graves problemas por que o planeta estava a passar com a produção industrial dos animais. O planeta estava triste, não aquentava por muito mais tempo toda esta agressão. A desflorestação por causa da criação das zonas de pasto, o aquecimento global onde só a pecuária era responsável por grande parte das emissões de gases, a contaminação dos recursos de água potável e gasto deste bem precioso para a rega dos pastos e alimentação dos animais. Enfim, dizia ele, este foi o dia em que tomei a decisão de ser vegetariano. Director: Edgar R. de Aguiar Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino Fotografia: Fábio Marques (Madeira), Diana Sousa Aguiar (Lisboa) Economia: Juan Andrade Secretariado de Redacção: Dulce Sá Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco Oliveira Gregório Gouveia, Helena Rebelo, Humberto Silva, Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho, Ricardo Freitas, Teresa Brazão e Rui Almeida O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si. Envie-nos sugestões, informações, comentários, fotografias e as suas opiniões para o e-mail: [email protected] PUB José Adriano Gonçalves Simpatizante do PAN Madeira Paginação e tratamento de imagem: Miguel Mão Cheia, Miguel Reis Departamento Comercial: Hernani Valente Departamento Financeiro: Clara Vieira Redacção, montagem, impressão e distribuição: O. L. C., Limitada Morada: Parque Empresarial Zona Oeste PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos Madeira - Portugal Telef.: 291 911300 e 291 911301 Fax: 291 911309 E-mail: [email protected] Registo no ICS N.º 123416 Empresa jornalística N.º 220639 Depósito legal N.º 142679/99 INPI N.º 4354 N 9909 Tiragem: 11.000 exemplares 30 frases TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 “ “ Não tenho qualquer intervenção administrativa no processo de atribuição de vistos e pessoalmente nada tenho a ver com as investigações e o processo em curso como de resto infere na nota pública emitida pela Procuradoria-Geral da República” Há países mais e menos democráticos. Todos sabemos quais são e esse não tem sido um critério para deixar de ter relações comerciais ou de investimento com eles” Miguel Frasquilho, Presidente da Aicep – Diário Económico Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna - Sic Notícias “ Todas as torres de refrigeração que podiam representar riscos foram encerradas” “ Miguel Macedo fez bem, não tinha outro caminho” Francisco George, Director-geral Saúde – Jornal de Negócios Marcelo Rebelo de Sousa, comentador – TVI24 “ Pelo menos desde 2011, ainda antes da criação de vistos ‘gold’, que esta sociedade na prática não tem atividade, no meu caso desde 2011 que não fui convocado para qualquer reunião, não fui a nenhuma reunião, não tomei nenhuma decisão, não auferi um único euro” “ O avanço da civilização, em termos cada vez mais de tecnologia complexa, pode levarnos ao totalitarismo, como resultado da centralização de informação? Essa é a verdadeira questão que tem de ser respondida” Julian Assange, fundador do WikiLeaks – Jornal i “ Sei bem o que é a violência doméstica. É um assunto familiar sobre o qual posso passar uma mensagem de força. Pode ser física ou psicológica e eu passei pelas duas.” Marques Mendes, comentador - SIC “ Se a maioria viabilizar as propostas do PS, não teremos um melhor Orçamento, mas teremos uma sociedade onde os desempregados, as crianças e jovens pobres e os que estão em risco de perder a habitação estarão pelo menos mais protegidos e a sociedade estará um pouco mais coesa e com menor drama social” António Costa, líder socialista – Expresso Rita Guerra, cantora – Correio da Manhã “ CR7 é o melhor, o outro está atrás...” Ricardo Quaresma, jogados da Seleção portuguesa – O Jogo opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 31 Sociedade de Advogados, RL Tarifa social de fornecimento de energia electrica O fornecimento de energia eléctrica é considerado um “serviço essencial” o que ocorre pela sua importância e imprescindibilidade à vida humana, associado desde logo ao princípio basilar da dignidade da pessoa humana. Com a liberalização do sector energético impôs-se o aumento da protecção dos consumidores no que a esta que esta medida foi um fracasso de dimensão proporcional à elevada espectativa que criou nas pessoas com reduzidos recursos económicos. Estes diplomas foram alterados pelo recente DecretoLei n.º 172/2014, de 14 de Novembro. Segundo o próprio preâmbulo deste novo diploma, pretende agora garantir-se o acesso efectivo das pessoas consideradas mais carenciadas a este serviço, alargando o número de beneficiários para 500 mil, bem como criar condições para que o desconto aplicado aos beneficiários seja superior ao que atualmente se verifica. Em resumo, este diploma vem alargar os critérios de elegibilidade a esta tarifa e vem fixar um critério económico de elegibilidade alternativo ao das prestações sociais, o que, materialmente e no campo da intenção, consideramos desde já ser de louvar. Assim, considera-se cliente economicamente vulnerável o consumidor final de energia eléctrica que seja beneficiário das seguintes prestações da segurança social: i) complemento solidário para idosos; ii) rendimento social de inserção; iii) subsídio social de desemprego; iv) abono de família; v) pensão social de invalidez; e vi) pensão social de velhice. Também se consideram clientes economicamente vulneráveis as pessoas que obtenham um rendimento anual inferior ao “rendimento anual máximo”, considerandose, para tal, o rendimento total verificado no domicílio fiscal, bem como o número de coabitantes que não aufiram qualquer rendimento. Este valor será definido por portaria dos membros do Governo mas deverá desde logo respeitar uma fórmula complexa que o diploma vem revelar, mas cuja aplicação prática é neste momento ainda difícil de prever. A aplicação desta tarifa social deve ser solicitada directamente ao prestador do serviço, pretendendo-se por isso que o procedimento da sua atribuição seja o mais simples e menos burocrático possível. São agora criados mecanismos que permitem a monitorização da aplicação da tarifa social e o ajuste automático do novo critério de elegibilidade e foi revista a potência máxima contratada no âmbito desta tarifa, alargando-se aquela para 6,9 k VA. Entendemos que este tipo de diplomas e todos os que se possam seguir, com o intuito de criar ou melhorar a aplicação de tarifas sociais a pessoas carenciadas ou alargar o espectro dos seus beneficiários, são sempre de louvar, em especial quando dizem respeito a serviços essenciais, pela sua importância e dimensão moral. l PUB Dra. Miriam Brice Advogada, Àrea de actuação: Direito Comercial e Societário, e-mail: [email protected] prestação de serviços diz respeito e tornou-se necessária a implementação de medidas que assegurassem o acesso de todas as pessoas a este serviço essencial, em especial aos que se encontrem numa situação de vulnerabilidade económica. Foi então aprovada a tarifa social de fornecimento de energia eléctrica através do Decreto-Lei n.º 138-A/2010, de 28 de Dezembro e criado o apoio social extraordinário ao consumo de energia através do Decreto-Lei n.º 102/2011, de 30 de Setembro. Estes diplomas tiveram a intenção de discriminar positivamente os consumidores finais de energia eléctrica em baixa tensão, que se encontrassem em situação de vulnerabilidade económica. Contudo, por força da rigidez dos critérios escolhidos para a sua aplicação, foi escasso o número de beneficiários efectivos desta tarifa social. Entendemos por isso PUB Previsão para hoje TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014 Raquel Coelho Deputada do PTP Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento em geral fraco. Petição sobre transporte marítimo entregue “em mão” a 3 de dezembro na Assembleia da República Por Sérgio Marques e Paulo Farinha Novo hospital, precisa-se! Para o Governo Regional, em termos de obras públicas, tudo foi prioridade menos um novo hospital. Não foi capaz de elaborar uma proposta credível para uma nova estrutura hospitalar, de modo a dar resposta aos novos desafios que vão surgindo de uma forma eficiente e eficaz. Perante as novas ameaças de epidemias globais, a atual estrutura não se adapta, nem está apta a responder, a estas ameaças. Basta saber que na RAM temos apenas um, e só um, isolamento de pressão negativa, situado no hospital dos Marmeleiros, incapaz de dar resposta a um surto de uma qualquer epidemia, imagine-se então uma como o ébola ou a legionella. Só com a construção de um novo hospital podemos ser capazes de responder a estes desafios, porque neste momento a estrutura do hospital Dr. Nélio Mendonça é incapaz de conter alguma infeção hospitalar e evitar a sua disseminação para o exterior. Como é que num hospital em obras, de livre acesso, e no qual não se pode “encerrar determinados serviços”, podemos conter algum tipo de infeção no interior caso seja necessário?! Separar a maternidade da ala pediátrica é uma urgência, assim como uma ala oncológica, de forma a precaver estas situações garantindo qualidade de vida e dignidade aos doentes. Basta dizer que neste momento as refeições hospitalares estão a ser empratadas num corredor atrás da morgue… Perante este caos, é inadiável a construção de uma moderna estrutura baseada em critérios funcionais e geográficos. l A Petição “Transporte marítimo por “ferryboat” entre a Ilha da Madeira e o Continente” já alcançou mais de 4.500 assinaturas. Uma situação esperada há muito pelos que defendem a continuidade de uma ligação marítima entre a Madeira e o continente. A Petição será entregue “em mão” na Assembleia da República (AR) no próximo dia 3 de dezembro, pelas 17:30 horas, à Presidente da AR. A entrega do documento será feita por Sérgio Marques, candidato a líder do PSD Madeira, e por Paulo Farinha, autor da plataforma “Cruise ferry para a Madeira”. Paulo Farinha entende que “sem apoio político, esta causa marítima defendida na plataforma não vinga”. A Petição em curso continua a receber mensagens dos assinantes, a maioria defende o regresso de um ferry na ligação entre as ilhas, continente e Canárias. Há, inclusive, quem alerte para o facto de por receio de viajar de avião, nunca ter visitado a Madeira, ficando a aguardar que seja resolvida esta questão da ligação marítima. Outros apontam que a falta de transporte marítimo entre a Madeira e o Continente é uma das lacunas mais importantes para a nossa ilha. Para além da facilidade em viajar, a necessidade de produtos frescos e variados está também na exigência dos madeirenses que defendem uma solução. Resta aguardar o que se seguirá após o dia 3 de dezembro. Os madeirenses, os estudantes fora da ilha, e também os continentais, aguardam por uma resposta breve e de “mudança”. l SARA SILVINO Campanha do Banco Alimentar entre 27 de novembro e 7 de dezembro Arranca mais uma Campanha do Banco Alimentar que decorrerá entre 27 de novembro e 7 de dezembro em todo o território nacional e nos concelhos da RAM. O Banco Alimentar enquanto Instituição de Solidariedade Social, cuja missão assenta na luta contra o desperdício, e à semelhança dos restantes Bancos existentes em Portugal, recolhe e distribui alimentos a Instituições de Solidariedade Social, que depois os distribuem a famílias e pessoas necessitadas. Este trabalho é feito diariamente, com a ajuda de voluntários e colaboradores do Banco Alimentar. Complementarmente e, duas vezes por ano, são realizadas em simultâneo Campanhas de Recolha de Alimentos, permitindo a angariação de bens não perecíveis, fundamentais para a entrega mensal de cabazes às Instituições apoiadas. Em 17 meses de atividade e, desde o seu arranque, o Banco Alimentar Contra a Fome da Madeira (BACFM) registou um crescimento exponencial na distribuição de bens alimentares, tendo o apoio prestado, evoluído de 1.600 pessoas para 10.000 em 2014, com a ajuda e boa vontade de empresas da área da distribuição, doadores diversos, particulares, cidadãos em geral e ainda da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares. Ao nível das Instituições apoiadas, regista-se uma evolução de 16 para 47 instituições e ao nível da tonelagem de alimentos distribuídos, evoluímos de 21 para 330 toneladas até ao 3º trimestre deste ano. A campanha assume três modalidades: Campanha Online; Campanha Saco e Campanha Vale. A Campanha Online (27 de novembro a 7 de dezembro) acessível através de www.alimentestaideia.net, onde os cidadãos, em qualquer parte do mundo, podem fazer o seu donativo em alimentos e pagar através de cartão de crédito ou multibanco. l
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