II Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC` 2015
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II Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC` 2015
I I Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC' 2015 ANÁLISE ESTATÍSTICA DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Catharanthus roseus (L.) G. Don CULTIVADAS EM DIFERENTES LOCAIS DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DE SÃO PAULO SANTOS, P.S. (IC)1; Scarassati, A (O)² 1. Acadêmico de Eng. Agronômica - FIC. 2. Prof. Doutor, – Faculdade Integral Cantareira, São Paulo – SP RESUMO: Este trabalho de pesquisa procurou identificar estatisticamente o desenvolvimento de mudas de Catharanthus roseus (L) G. Don., cultivadas em diferentes regiões da Mata Atlântica no estado de São Paulo, sendo: Mairiporã (SP), na presença de vegetação secundária da Mata Atlântica em estágio pioneiro de regeneração e Guarujá (SP), na presença de vegetação secundária da Mata Atlântica em estágio médio de regeneração. Os resultados foram obtidos através da quantificação da parte aérea da planta, sistema radicular e floração. Paralelamente foram analisados os componentes de fertilidade do solo, pH, CTC, V%, SB e Al trocável. Os resultados estatísticos indicaram que o melhor desenvolvimento para altura do caule, quantidades de folhas e sistema radicular (comprimento) ocorreu naquelas cultivadas na região do Guarujá (SP), sob condições de vegetação em estágio médio de regeneração. Apenas para a quantidade de flores produzidas, aquelas plantas cultivadas sob vegetação em estágio pioneiro da Mata Atlântica, na região de Mairiporã, mostram-se superiores estatisticamente. Avaliou-se estatisticamente os componentes de fertilidade do solo nas duas regiões, identificando maiores concentrações de nutrientes: Ca+2, Mg+2, B+3, Cu+2, Fe+3, Mn+2 e Zn+2 naquela existente em Guarujá (SP), na presença de vegetação secundária da Mata Atlântica em estágio médio de regeneração. INTRODUÇÃO: A Catharanthus roseus é uma planta da família Apocynaceae sendo utilizada para sintetizar dois alcaloides de indole terpeno: vinblastina e vincristina, usados contra o câncer. Catharanthus roseus é endémico em Madagascar e é conhecido como vicaria em Cuba; no México, encontra-se em Veracruz, Tabasco, Quintana Roo e Yucatán. Catharathus roseus é de interesse considerável para in vivo ou estudos in vitro, e a partir dos quais mais de 130 alcaloides de terpeno o grupo indole foram isoladas. O teor de alcaloides totais nas raízes é de 2-3%, 9%, em fibras, as folhas contêm 1% de alcaloides, a haste, frutas, sementes, e pericarpo que contenham 0,48, 0,40, 0,18 e 1,14%, respectivamente (BARRALES-CURENO, 2015), a Catharanthus roseus produz uma grande variedade de alcalóides terpenóides (AIT), que são uma importante fonte de naturais ou semi-sintéticos drogas anticâncer. A biossíntese de TIAS em um tecido específico é induzida por certas fitormônios e elicitores fúngicos, indicando o envolvimento de uma rede de controlo transcricional complexo. Essa planta também está sendo utilizada para análise funcional de genes, segundo Ferreira (2003). Neste trabalho, plantas de Catharanthus roseus foram cultivadas e avaliadas estatisticamente quanto ao seu desenvolvimento vegetativo em dois ambientais pertencentes ao Bioma Mata Atlântica, porém em regiões distintas (Mairiporã e Guarujá), em diferentes fitofisionomias vegetacionais, ou seja, em área sob o domínio de vegetação secundária em estágio pioneira de regeneração (região de Mairiporã) e outra sob o domínio de vegetação secundária em estágio médio de regeneração (Guarujá). Nestas condições, foram verificados também os nutrientes presentes no solo e o seu grau de fertilidade. MATERIAL E MÉTODOS: Os trabalhos foram desenvolvidos em duas regiões do Estado de São Paulo, sob domínio do Bioma Mata Atlântica, assim identificados: a) região de MaIriporã – na Fazenda Experimental da Faculdade Integral Cantareira, localizada na Serra da Cantareira,São Paulo, situada a 23 19`12`` de latitude I I Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC' 2015 Sul e 46 35`18`` de longitude W.G. O clima, de acordo com a classificação de Koppen, é do tipo Cwb, ou seja subtropical de altitude, com inverno seco e verão ameno, onde a temperatura média do mês mais quente é de 22 C. A altitude é de 1200 m; a precipitação pluviométrica anual média é de 1300 a 1500 mm; a temperatura média anual é de 20 a 21 C. no fundo dos vales e de 18 a 19 C na Serra da Cantareira. A área de plantio encontra-se localizada em Latossolo Vermelho Amarelo Fase Rasa.(SOUZA, AOYAMA,FURLAN, 2014); b) na região do Guarujá – as plantas estudadas estão inseridas em uma área militar, denominada “Forte dos Andradas”. O Forte localiza-se no litoral do Estado de São Paulo, no município de Guarujá, entre as coordenadas 24 01`05``S e 4 17`01``W, à entrada da Baia de Santos, no extremo sul da Ilha de Santo Amaro e abrange uma área total de 2.103.419m². O clima tropical chuvoso, com chuvas o ano todo e queda pluviométrica anual médio de 2.050mm. A Baixada Santista, em consequência de sua posição sob o Trópico de Capricórnio, possui um clima quente e úmido, com temperaturas médias de aproximadamente 22 C, e amplitudes térmicas diurnas de mais de 15 C. Esse regime sofre variações bruscas, sentidas em relação a elevada umidade relativa do ar (superior a 80%), conjugada à grande pluviosidade e intensa nebulosidade(SANTOS, 1965). O remanescente florestal denominado “Morro do Pinto”,é formado por uma vegetação densa e fechada, na maior parte bem preservada, degradada apenas em alguns pontos próximos aos costões das praias do Bueno, do Monduba e do Guaiuba, além da entrada do Forte. De maneira geral, apresenta-se em melhor estado der conservação em relação ao Morro do Monduba. A formação florestal deste morro é bastante densa, com seus estratos bem definidos (herbáceas, sobosque, médio e dossel), árvores em torno de 15-20m de altura (algumas emergentes) e com grande amplitude diamétrica, cerca de 40 cm a 1,0 m de diâmetro, e apresenta em alguns casos diâmetros ainda maiores. As cinco expedições, realizadas no Forte dos Andradas, foram autorizada e monitoradas pelo Exército Brasileiro, representado pela 1 Brigada de Artilharia Antiaérea,sediada no Forte dos Andradas. As expedições seguiram a seguinte ordem de trabalho; a primeira realizada no dia 14-02-2015 das 8hs até as 15hs, com tempo nublado e serviu para conhecimento do local. A segunda expedição realizada na data de 07-03-2015 das 8hs até as 14hs, com tempo ensolarado, temperatura de 24 C, nesta ocasião fizemos a demarcação de duas áreas de 1 há cada, delimitada com barbante, onde denominamos canteiro 1 e canteiro 2. A semeadura aconteceu de maneira aleatoriamente dentro dos limites de cada canteiro de 1 há cada. Foram semeados 120 sementes da planta Catharanthus roseus em cada canteiro. Todos os procedimentos foram anotados e fotografados. A terceira expedição aconteceu na data de 14-03-2015 e serviu para acompanhar o desenvolvimento das mudas e também a coleta das amostras de solo, cada canteiro foram recolhidas 10 amostras cada, totalizando 20 amostras de solo. A quarta expedição aconteceu em 22-04-2015, com objetivo de acompanhar o crescimento das mudas e a medição de 80% das plantas; como comprimento, volume da massa vegetal e o comprimento radicular de algumas plantas. Observamos a ocorrência do efeito aleloquímicos. A alelopatia é o processo pelo qual uma planta libera no solo uma substância química que afeta e prejudica o crescimento de outras plantas(BRADY,WEIL, 2013). A observação da eliminação de plantas que estavam no local chamou-nos atenção e que nos leva a desconfiar que o efeito da alelopatia estava acontecendo. A quinta e última expedição aconteceu em 25-05-2015 das 7hs até as 15hs com temperatura tempo firme ensolarado com temperatura máxima registrada de 26 C. Nesta ocasião foram colhidas seis quilos de planta Catharanthus roseus por inteiro de maneira aleatória todas dentro dos canteiros já mencionados. O material recolhido foi lavado em água corrente e separamos as seguintes partes; raiz,caule,folhas e flores. Tudo devidamente medidos e pesados. Anotamos tudo além das fotos realizadas. No dia 27-05-2015, entregamos todo material para ser sacado a 40C, no forno da Faculdade Integral Cantareira, sobre a supervisão da funcionária Dna. Sonia. Observa-se que este material foi adicionados pelo material obtidos nos canteiros 3 e 4, localizados no ponto dois de trabalho localizado na Fazenda Experimental da FIC, localizado na Serra da Cantareira. Os procedimentos foram semelhantes aos realizados no Forte dos Andrades, as expedições também foram no total de cinco e ocorreram entre os dias 15-02-2015 até o dia 25-05-2015, na última expedição foram realizadas colhidas as amostras de 6 quilos de planta, no período I I Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC' 2015 das 17hs as 18hs com tempo firme e temperatura de 22 C. As amostras secadas foram retiradas dos fornos da faculdade após três dias, e novamente foram pesadas, as partes separadamente, tudo devidamente anotado. Este material seguiu-se para a Universidade Federal do Paraná, aos cuidados da Dra. Ana Luísa, chefe do Depto de Farmatologia. Infelismente devido a greve nas universidades federais ocorridas neste período as amostras sofrem grande atraso e os resultados não foram adicionados neste trabalho. Com os mapeamentos da massa vegetal e as análises de solos focamos nossos estudos no desenvolvimento e crescimento da planta e as dificuldades ambientais superadas pela mesma. Avaliamos o material coletado da seguinte ordem; parte aérea e sistema radicular, sendo avaliados os seguintes parâmetros: folhas (quantidade); caule (diâmetro do caule); flor (quantidade de flores) e sistema radicular (comprimento). Observamos que nestas análises a variância do (pH) apresentou diferença estatística de (p<0,01) com coeficiente de variação de 13,06% e média geral de 4,60.Já os Testes de Tukey as diferenças entre os Tratamentos e seus resultados são de aproximadamente de 5%. As medias apresentam diferenças estatísticas sendo que o pH foi maior para as amostras das plantas recolhidas no Forte dos Andradas na cidade do Guarujá.(pH=5,12) e o menor pH para as amostras recolhidas nos canteiros 3 e 4, na Fazenda Experimental da FIC na Serra da Cantareira, (pH=4,08). RESULTADOS: Os resultados de amostra de solo, médias das 20 amostras de cada local verificamos aspectos bem diferentes e marcantes. Os resultados sob a ótica do Equilíbrio de Bases de Albrecht, na qual ele estudou as proporções dos nutrientes no húmus e verificou que era constante, independente da origem ou local produzido, estão apresentados abaixo solo da Mata Atlântica, o teor de matéria orgânica acima de 5% mostra solo com maior equilíbrio de nutrientes. Parece que esta mata não foi alterada ou suprimida em algum momento para dar lugar a agricultura, pois os teores de Ca e micronutrientes estão em níveis de médio a bom. Solo da Cantareira, o teor de matéria orgânica menor, e também Ca, Mg baixos, pode indicar que é mata reconstituída, após um período de utilização para a agricultura. O alto teor de matéria orgânica nos dois solos minimizaram a disponibilidade do alumínio, ou seja, não apresenta níveis detectáveis disponíveis no solo. Somente com exceção dos teores de Ca e Mg que foram maiores no solo da Mata Atlantica em comparação ao da Cantareira, os demais parâmetros se diferenciaram pouco. Com certeza isso explica por que as plantas coletadas na Mata Atlântica tem maior peso seco, maior altura, maior número de folhas, ou seja maior desenvolvimento. Entretanto as plantas coletadas na Cantareira possuem maior quantidade de flores quando comparadas as plantas coletadas na Mata Atlêntica, possivelmente devido ao maior estresse nutricional que aquelas estão submetidas. O pH acima de 5, mostra presença maior de bases (Ca, Mg e K) no solo sob Mata Atlantica comparados ao solo da Cantareira. Na (Tabela 3), os níveis de nutrientes e alguns parâmetros considerados como ideais para a produção da maioria das culturas, segundo Albreht. CONCLUSÕES: As análises de solo e da massa vegetal tenda mostrar que a independência tanto do solo interferindo no desenvolvimento da planta Catharanthus roseus, sabendo que a concentração da produção de compostos responsáveis pelo metabolismo secundário, a hipótese dos seus derivados como produção e teor de alcalóides, principalmente o vincristina apresentarem um desenvolvimento superior no bioma do canteiro 1 e 2 localizados na cidade do Guarujá – SP. Desta forma as plantas coletadas na Cantareira deverão ter menores concentrações destes compostos químicos . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOMBREAMENTO DE PLANTAS DE Catharanthus roseus (L.) G. Don „Pacifica White‟ POR MALHAS COLORIDAS: DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO1 Shading of „Pacifica White‟ Catharanthus roseus (L.) I I Simpósio de Iniciação Científica - SICFIC' 2015 G. Don plants with colored nets: vegetative development Anderson Adriano Martins Melo, Amauri Alves de Alvarenga. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 33, n. 2, p. 514-520, mar./abr., 2009. Acesso em 22/10/2015. http://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n2/v33n2a24.pdf Respostas da fotossíntese de três espécies de citros a fatores ambientais Eduardo Caruso Machado(1), Patrícia Tambelli Schmidt(1), Camilo Lázaro Medina(2) e Rafael Vasconcelos Ribeiro(1). Pesq. agropec. bras., Brasília, v.40, n.12, p.1161-1170, dez. 2005. Acesso em 22/10/2015. http://www.scielo.br/pdf/pab/v40n12/27505.pdf BENINCASA, M.M.P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41p BRHUN, J; AGURELL, S. Cactaceae Alkaloids XVIII: two new alkaloids from Coryphantha calipensis H. Bravo. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 63, n. 4, p. 574-576, 1974. BRHUN, J; LINDGREN, J. Cactaceae Alkaloids XXIII: alkaloids of Pachycereus pectinaboriginum and Cereus jamacaru. Lloydia, v. 39, n. 2 -3. 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