informe técnico tétano acidental e neonatal - Suvisa
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informe técnico tétano acidental e neonatal - Suvisa
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA – SESAB SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO DA SAÚDE – SUVISA DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – DIVEP INFO RM E TÉ CNI CO TÉ TANO ACIDENTA L E N EONATAL BAHIA, 2010 Elaboração Raimunda Maria Campos dos Santos INTRODUÇÃO De distribuição mundial, o tétano ainda representa um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. Nas regiões com redução da incidência, observou-se melhoria das ações de prevenção, com aumento de coberturas vacinais na infância e medidas gerais de desenvolvimento educacional e social. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido suportando dor física e vivenciando sensação de morte iminente provocada pelos espasmos e contraturas musculares. Mais freqüente no sexo masculino, devido à exposição do homem aos traumatismos no desempenho das atividades ocupacionais. Em alguns países, o tétano acidental apresenta sazonalidade e o período do ano com maior número de casos corresponde à primavera e verão, pela exposição a traumatismos nas atividades ao ar livre, de lazer e de trabalho agrícola intensificadas neste período. ASPECTOS CLÍNICOS DO TÉTANO O tétano é uma doença infecciosa não contagiosa causada pelo Clostridium tetani, produtor de exotoxinas que se fixam ao sistema nervoso. Agente Etiológico Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, anaeróbico, esporulado. Reservatório Camadas superficiais do solo especialmente contaminados por fezes e até na pele humana. Os esporos podem sobreviver no solo seco por dez anos ou mais, podendo ser encontrado no aparelho gastrintestinal de animais e humano sem causar a doença. Em sua forma vegetativa o Clostridium tetani produz três toxinas, sendo a tetanospasmina responsável pela patogenia do tétano (contraturas musculares). 2 Meios de contaminação No tétano neonatal a infecção ocorre por contaminação quando são utilizados instrumentos para secção do cordão umbilical; fios contaminados para ligadura do coto umbilical e substâncias contaminadas na ferida umbilical, por exemplo: teia de aranha, esterco, óleos, etc. No tétano acidental ferimento provocado por instrumentos pérfuro-cortantes, lacerações, infecção dentária pós-cirúrgica, infecção pós-aborto, infecção pósqueimaduras. Transmissibilidade: Não existe direta ou indiretamente. Período de incubação Tétano neonatal: aproximadamente 7 dias / variando entre 2 a 28 dias; Tétano Acidental: aproximadamente 10 dias / variação 2 a 21 dias. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Definição de Caso de Tétano Neonatal Caso suspeito de tétano neonatal Todo recém-nascido que nasceu e sugou bem e que após as primeiras 48 horas de vida e até o 28º dias após o nascimento, começou a apresentar dificuldade para mamar, ou sugar, independente do estado vacinal da mãe, do local e das condições do parto. Todo óbito ocorrido entre o 2º e o 28º dia de vida cuja causa da morte não foi esclarecido. Caso confirmado de tétano neonatal Todo recém-nascido que nasceu e sugou bem e que após as primeiras 48 horas de vida e até o 28º dia após o nascimento apresentou dificuldade para 3 mamar ou sugar e apresentou dois ou mais dos seguintes sinais/sintomas: trismo, contratura permanente dos músculos da mímica facial, contratura labial, olhos cerrados, pele da região frontal pregueada, hiperflexão dos membros superiores junto ao tórax (posição de boxeador), hiperextensão dos membros inferiores, crises de contraturas musculares, aos estímulos luminosos, ao toque ou ao manuseio, com sinais inflamatórios ou não do coto umbilical. Caso descartado de tétano neonatal Todo caso suspeito que após investigação criteriosa, não preenche os critérios de confirmação. OBS: Informação de mãe vacinada e realização de parto hospitalar não descartam a confirmação do caso. A clínica é soberana Definição de caso de tétano acidental Caso suspeito de tétano acidental Todo paciente com dificuldade para deglutir (disfagia), trismo, contratura muscular generalizada, progressiva, com ou sem espasmo apresentando ou não solução de continuidade de pele ou mucosa, independente da situação vacinal e história anterior de tétano. Caso confirmado de tétano acidental Todo caso suspeito cujos sinais/sintomas não se justifiquem por outras etiologias e apresente hipertonia dos masseteres (trismo), disfagia, contratura dos músculos da mímica facial (riso sardônico, acentuação dos sulcos naturais da face, pregueamento frontal, diminuição da fenda palpebral), rigidez abdominal (abdome em tábua), contratura da musculatura paravertebral (opistótono), região cervical (rigidez de nuca), de membros (dificuldade para deambular), independente da situação vacinal, história prévia de tétano e detecção de solução de continuidade de pele e mucosa. A lucidez do paciente reforça o diagnóstico. 4 Caso descartado de tétano acidental Todo caso suspeito que após a investigação clínico-epidemiológica não preenche os critérios de confirmação. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Deverá ser iniciada a partir do conhecimento (notificação) de um caso suspeito ou confirmado. Após o conhecimento do caso a equipe de vigilância do município deve investigar o caso nas primeiras 24h. É fundamental entrevistar a mãe ou familiar para obter informações quanto aos sinais e sintomas, considerando que o diagnóstico é clínico. Tratando-se de tétano neonatal, outras informações imprescindíveis devem ser coletadas: idade e escolaridade da mãe, local de residência da mãe (onde se deu a falha da prevenção), acesso da mãe ao prénatal, número de gestações, utilização da vacina dupla adulto (dT) pela mãe, as condições de ocorrência do parto (onde se deu a contaminação), quem assistiu o parto, instrumento utilizado para secção do cordão umbilical, material utilizado para amarrar o coto umbilical, quais as substâncias colocadas na ferida umbilical, condições de higiene e da vida da família, onde o recém-nascido recebeu assistência e a evolução do quadro. Registrar todos os dados na ficha individual de investigação. Avaliar a cobertura vacinal da área. Tomar decisões quanto à estratégia de vacinação contra tétano em mulheres em idade fértil e da população em geral na área de abrangência. Analisar a situação da oferta e da organização dos serviços de saúde. Orientar a população sobre a importância de comunicar ao serviço de saúde toda suspeita de tétano. Cadastrar e treinar parteiras tradicionais. Acompanhar a evolução do caso, complementando as informações na ficha individual de investigação. Encerrar o caso em 30 dias e atualizar os sistema de informação. 5 BUSCA ATIVA Procedimento realizado visando conhecer a magnitude de ocorrência do evento quando se suspeita que casos possam estar ocorrendo sem registros nos serviços de saúde. Tem como propósito identificar casos suspeitos que não foram notificados ou aqueles oligossintomáticos que não buscaram atenção médica. A busca ativa pode ser restrita ou ampliada: domicílio, hospitais, rua, bairro, todas as unidades de saúde do município cartórios de registro civil e até ultrapassar barreiras geográficas de municípios, estados ou países. É importante enviar com antecedência um documento oficial solicitando a liberação da atividade, explicando os objetivos, o período da busca ativa. Caso necessário solicitar a separação dos prontuários, livros de registro, fichas de atendimento. O resultado da busca ativa servirá também como avaliação da sensibilidade do sistema de vigilância epidemiológica local e para subsidiar a necessidade de capacitação e/ou atualização, a responsabilidade, a rotina e o fluxo da notificação. Recomendações para Busca Ativa Identificar os locais onde será realizada a busca: hospitais, centros de saúde, sistemas de informações (AIH, SIM, SIAB), cartórios, comunidade. Incluir na busca ativa a investigação de todos os óbitos ocorridos em recém-nascidos menores de 28 dias de vida sem causa básica definida. Definir o período da busca. Listar os diagnósticos diferenciais (ver anexo). Preencher planilha de registros. Relação nominal dos casos notificados por ano É importante compatibilizar o resultado da busca ativa com os dados do sistema de informação. Caso não esteja no sistema, deverá ser digitado no município de competência. O resultado do achado poderá constar em um banco paralelo de acompanhamento, caso o ano do banco esteja encerrado. 6 Na busca ativa de tétano neonatal atentar para a identificação do recémnascido que poderá estar registrado com o seu nome próprio ou como “recém-nascido de fulana”. Atentar para as duplicidades. SISTEMA DE INFORMAÇÃO A informação é um instrumento essencial para a tomada de decisões. Nesta perspectiva, representa imprescindível ferramenta à vigilância epidemiológica, por constituir fator desencadeador do processo “informação-decisão-ação”. O sistema oficial de informação da vigilância epidemiológica é o SINAN onde devem ser notificados todos os casos e digitadas todas as fichas de investigação após serem revisadas por técnico capacitado para corrigir as inconsistências e incoerências. PLANO DE ELIMINAÇÃO DO TÉTANO NEONATAL E CONTROLE DO TÉTANO ACIDENTAL (PETNN) ANTECEDENTES Considerando a magnitude do tétano neonatal no mundo, durante a reunião da Assembléia Mundial de Saúde em 1989, a Organização Mundial de Saúde (OMS), propôs aos países a eliminação desse agravo até 1995. Ainda naquele ano o Conselho Diretor da Organização Mundial de Saúde adotou a referida resolução propondo a eliminação do tétano neonatal nos países da América. Posteriormente a OMS redefiniu como meta de eliminação do tétano neonatal como problema de saúde pública, o alcance do indicador de menos de 1 caso/1.000 nascidos vivos por distrito/município, no mundo até 2005. Em 1992 o Brasil aderiu à proposta através da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), quando foi elaborado o Plano Nacional de Eliminação do Tétano Neonatal (PETNN), com meta a ser alcançada até 1999. Em 1995 foi elaborado o Plano Emergencial, priorizando a implementação das ações, principalmente a vacinação de mulheres em idade fértil (MIF), nos municípios classificados como de alto risco, ou seja, aqueles onde ocorriam casos todos os anos, que na ocasião somavam 40 municípios, resultando em significativa redução de casos. Considerando a associação entre a doença e as 7 condições sócio-econômicas e culturais da população neste mesmo ano foi incluído o índice de condições de sobrevivência (ICS) utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para classificar os municípios de risco. A partir do ano 2000, com o objetivo de cumprir a meta de eliminação do TNN até 2003 no país, foram priorizadas as Regiões Norte, Nordeste e CentroOeste em decorrência da maior incidência de casos. A análise epidemiológica do TNN demonstrou que em muitos municípios aquele indicador ainda não havia sido atingido; levando em conta este fato e a factibilidade da eliminação do TNN, foi pactuado com as Secretarias Estaduais de Saúde, através da Programação Pactuada Integrada (PPI-ECD) a não ocorrência de casos de tétano neonatal, em todos os municípios do país. A situação epidemiológica apresentada em 2003 verificou que os casos ocorreram em municípios de pequeno porte, mais de 80% nas Regiões Norte, Nordeste, Vale do Jequitionha em Minas Gerais e no Estado de Goiás. A partir desse perfil foram considerados municípios potencialmente de risco para a ocorrência de TNN aqueles com menos de 1000 nascidos vivos, incluindo as áreas de risco das capitais, municípios das regiões metropolitanas e municípios das Regiões citadas anteriormente. AÇÕES E ESTRATÉGIAS Ação: Imunização Estratégias Vacinar de mulheres em idade fértil (MIF) e grupos acrescidos de risco (trabalhadores da lavoura e pecuária, construção civil, mecânicos, serralheiros, carpinteiros, industriários, marítimos), escolares, aposentados, esportistas, portadores de úlcera crônica, mal perfurante plantar decorrente de hanseníase, em áreas rurais, casa-a-casa e a população em geral; Eliminar as oportunidades perdidas de vacinação encaminhando à sala de vacina todas as pessoas para avaliação da situação vacinal; Identificar e buscar faltosos à sala de vacina; Realizar vacinação em maternidades, escolas, locais de trabalho. 8 Ação: Vigilância Epidemiológica Estratégias: Notificar e investigar oportunamente (primeiras 24 horas) todos os casos suspeitos e adotar medidas cabíveis de controle. Realizar busca ativa de casos quando não há notificação de casos pelos serviços: domicílios, hospitais, rua, bairro, todas as unidades de saúde do município, cartórios de registro civil. Investigar óbitos em crianças menores de 28 dias. Compatibilizar as informações das diversas fontes notificadoras: SIH, SINAN, SIM, SI-API, SIS-PRÉ-NATAL. Ação: PACS/PSF Estratégias: Acompanhar e analisar periodicamente o conjunto de informação de saúde: SIAB/API/SIS-PRÉ - NATAL. Identificar, cadastrar e treinar parteiras na área de atuação. Realizar busca ativa para captar de gestantes para o pré-natal e puérperas para consulta puerperal. Identificar e encaminhar de gestantes e crianças faltosas para vacinação (considerar o cartão de vacinação). Identificar e notificar de óbitos de crianças < 28 dias sem causa definida. Ação: Assistência à Mulher Estratégias: Aumentar e melhorar o acesso e a qualidade das consultas de pré – natal orientando para a importância e necessidade de estar com esquema vacinal atualizado. Identificar, cadastrar e treinar parteiras na área de atuação. Prover o acesso ao parto asséptico ou limpo e os cuidados corretos com a ferida umbilical. Fortalecer o trabalho de parceria com todas as áreas afins (Saúde da Mulher, PSF/PACS, Sociedade de Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Infectologia, Neurologia, Conselhos de classe, sociedades organizadas, lideranças comunitárias, parteiras, benzedeiras e outros). 9 Ação: Comunicação Social Estratégias: Divulgar as ações realizadas nos municípios através de jornal comunitário/rádio/ TV; Divulgar as análises aos notificantes e à população de forma que ocorra o fortalecimento e a participação de todos nas medidas de controle. Articular com líderes religiosos, pastorais, grupos de teatro, associações comunitárias e outros. MEIOS DISPONÍVEIS PARA A PREVENÇÃO MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA O TÉTANO ACIDENTAL A ocorrência do tétano também está diretamente relacionada às medidas que visam a melhoria das condições sócio-econômicas e culturais da população. Os países que investiram na ação de imunização registraram importante redução da incidência da doença. A urbanização, a mecanização da agricultura o acesso ao trabalho e aos serviços essenciais como educação, saneamento e a melhoria do meio ambiente são políticas públicas que melhoram as condições de vida da população. As ações de educação em saúde devem envolver gestores, gerentes, empresários, professores, articulando-os em torno de um pacto com seus empregados, funcionários e alunos para manter o esquema vacinal em dia, orientação das gestantes e mulheres em idade fértil. 10 ESQUEMA DE CONDUTAS PROFILÁTICAS DE ACORDO COM O TIPO DE FERIMENTO E SITUAÇÃO VACINAL História de Vacinação Prévia contra Tétano Incerta ou menos de 3 doses 3 doses ou mais, sendo a última dose há menos de 5 anos 3 ou mais doses, sendo a última dose há mais de 5 anos e menos de 10 anos 3 ou mais doses, sendo a última dose há + de 10 anos Ferimento com Risco Mínimo de Tétano* Ferimentos com Alto Risco de Tétano** Vacina Vacina Sim* Não SAT/IGHAT Outras Condutas Não Não Não Não Sim Não Limpeza e desinfecção, lavar com soro fisiológico e substâncias oxidantes ou anti-sépticas e debridar o foco de infecção SAT/IGHT Sim*** Não Não Não Sim (1 reforço) Sim (1 reforço) Não**** Não**** Outras Condutas Desinfecção, lavar com soro fisiológico e substâncias oxidantes ou anti-sépticas e remover corpos estranhos e tecidos desvitalizad os. Desbridame nto do ferimento e lavar com água oxigenada Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005 Importante! Atendimento de acidentados! *Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados. **Ferimentos profundos ou superficiais sujos: com corpos estranhos ou tecidos desvitalizados, queimaduras, feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo, mordeduras, politraumatismos e fraturas expostas. ***Vacinar e aprazar as próximas doses, para completar o esquema básico. Esta vacinação visa proteger contra risco de tétano por outros ferimentos futuros. Se o profissional que presta atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva com SAT ou IGHAT. Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT, concomitantemente, devem ser aplicados em locais diferentes. ****Para paciente imunodeprimido, desnutrido grave ou idoso, além do reforço com a vacina, está também indicada IGHAT ou SAT. 11 ESQUEMA E ORIENTAÇÕES PARA VACINAÇÃO VACINA PROTEGE EFICÁCIA INÍCIO DA DOSE / DOSAGEM / VIA DE VACINAÇÃO ADMINISTRAÇÃO / (IDADE) INTERVALO ENTRE DOSES CONTRA Difteria, Aos 15 meses (1º tétano, Difteria: 80% coqueluche Hib) + invasiva reforço) e entre 4-6 e Tetravalente doença (DTP REFORÇOS anos (2º reforço) Tétano: 99% 2 meses de idade 3 doses / 0,5 ml / IM / 30– 60 dias por Haemophilus Ambos devem ser feitos com a vacina Haemophilus DTP influenzae tipo influenzae: b 95% Coqueluche: 75% a 80% Uma dose a cada 10 anos, Sete Difteria dT tétano e anos de idade e MIF. exceto em caso de gravidez e ferimento grave. Difteria: 80% Para pessoas que Três doses / 0,5 ml / IM / 60 dias Antecipar o reforço (adolescente e Tétano: 99% não tenham entre as doses, mínimo de 30 dias adulto) recebido o esquema básico completo e se a última dose foi há mais de cinco anos os dois reforços Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005. MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA O TÉTANO NEONATAL Estabelecer ou reforçar os vínculos da usuária com a unidade de saúde. Educação em saúde para promover a formação e/ou mudança de hábitos e atitudes principalmente quanto à importância dos partos ocorrerem em ambientes limpos, uso de instrumentos adequados e não utilizar substâncias caseiras na ferida umbilical. Garantir pré-natal de qualidade a todas as gestantes. Cuidados higiênicos com o recém-nascido especialmente o tratamento correto com a ferida umbilical. 12 ESQUEMA E HISTÓRIA VACINAL – MULHERES EM IDADE F ÉRTIL HISTÓRIA DE VACINAÇÃO MULHERES EM IDADE FÉRTIL CONTRA O TÉTANO GESTANTE NÃO-GESTANTE 3 doses, com o intervalo entre 30-60 dias. Se iniciar o esquema Negativa tardiamente, garantir pelo Esquema vacinal com 3 (nenhuma dose comprovada) menos 2 doses (programar a doses, intervalo de 30-60 2ª dose para no máximo 20 dias + reforços dias antes do parto e completar o esquema no puerpério) Menos de 3 doses registradas Completar o esquema 3 doses ou mais + 1 reforço há Não é necessário vacinar Completar o esquema Não é necessário vacinar menos de 5 anos da última dose 3 doses ou mais + 1 reforço 1 dose de reforço Não é necessário vacinar entre 5 a 10 anos da última dose 3 doses ou mais + 1 reforço há 1 dose de reforço 1 dose de reforço mais de 10 anos da última dose Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica / MS, 2005. Importante 1 Se a gestante não tiver o esquema básico completo, deverá usar pelo menos duas doses, a 2ª dose deverá ser aplicada até 20 dias antes da data provável do parto, para que haja tempo suficiente para a formação e repasse de anticorpos para o feto. A 3ª dose no puerpério, no retorno da consulta pós-parto, ou em outra oportunidade, quando a mulher comparecer ao serviço de saúde. 13 Lembretes: Em qualquer comparecimento da mulher ao serviço de saúde, a mesma deverá ser abordada quanto a sua história vacinal para (Tétano e Rubéola). Investigar a história vacinal da infância. Analisar os reforços - a última dose a mais de 5 anos a gestante tem indicação para a dose de reforço. Em caso de ferimento suspeito para o tétano realizar a profilaxia recomendada pelo Ministério da Saúde. 14 Anexo 1 Diagnóstico diferencial Tétano Neonatal CID 10 Lesão intracraniana secundária ao parto P 10 Meningites bacterianas G 00 Encefalites G 04 Peritonite aguda K 65 Hipoglicemia P 70 Alcalose P 74 Envenenamento (estricnina) T 65 Epilepsia G 40 Septicemia P 36 Onfalites P 38 Kernicterus do recém-nascido P 57.9 Tétano Neonatal A 33 Diagnóstico diferencial Tétano Acidental CID 10 Intoxicação por estricnina T 65 Meningites bacterianas G 00 Tetania Raiva A 82 Histeria F 41.9 Intoxicação por metoclopramida T 45.0 Intoxicação por neurolépticos T 43.3 Processos inflamatórios da boca e faringe acompanhados de trismo K 10/K22 Doença do Soro T 80.6 Tétano Acidental A 35 15 REFERÊNCIAS 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Capacitação Integrada da Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis (Sarampo, Rubéola, PFA/Pólio, Difteria, Coqueluche e Tétano Neonatal). Brasília – DF. 124 p. 2006. 2. _____________.Guia de Vigilância Epidemiológica. Tétano Neonatal e Acidental – 6ª ed. Brasília - DF. p. 696-720. 2005. 3. GALAZKA, A. Tetanus. http://www.whglibdoc.who.int/publications/2004/9241592303_chap 6.pdf. Access in April, 2006. 4. Guia para vacunacion de mujeres embarazadas. Tetanus. http://www.cdc.gov/spanish/imunizacion/pregnant-woman-s.htm. Acesso em 13/12/2005. 5. PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Neonatal Tetanus Elimination. Field Guide. Washington: PAHO, 2005. (Scientific and Technical Publication Nº 602 6. SHIN, D. H. et al. Recently Occurring Adult tetanus in Korea: Emphasis on immunization and Awareness of Tetanus. J Korean Med Sci 18: 11- 6, Korean, 2003. 16
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