a sociolinguística aplicada ao ensino: como os docentes vêem as

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a sociolinguística aplicada ao ensino: como os docentes vêem as
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Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
ISSN: 2178-1486 • Volume 5 • Número 15 • Maio 2015
Edição Especial • Homenageado
ARYON DALL'IGNA RODRIGUES
A SOCIOLINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO: COMO OS
DOCENTES VÊEM AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS?
Silvio Nunes da Silva Júnior (UNEAL) 1
[email protected]
Fernando Augusto de Lima Oliveira (PPGLL-UFAL/UNEAL/UPE)2
[email protected]
RESUMO: O presente artigo objetiva discutir sobre a sociolinguística aplicada ao ensino, tendo como
objeto de estudo as concepções de professores sobre a utilização das variantes linguísticas do português
brasileiro no âmbito educacional. A sociolinguística busca investigar o fenômeno das variações
linguísticas em todas as suas particularidades, aplicando suas teorias à heterogeneidade da língua,
mostrando que a mesma está em constante evolução e modificação. Ancoro a discussão deste trabalho nas
teorias de Labov (2008), em um confronto inicial com Saussure (2006). Em teóricos da pesquisa
Sociolinguística Variacionista, como: Tagliamonte (2006); Molica e Braga (2004); Salomão (2011); e
Oliveira, Silva e Paula (2013), da Sociolinguística educacional: Bortoni-Ricardo (2004); Coan e Ko
Freitag (2010); e Oliveira e Cyranka (2013), como também da Variação Linguística da Língua
Portuguesa: Bagno (2001, 1999); e Beline (2004), além dos PCN’s (1998). Nesse sentido, percebe-se que
os docentes dos dias atuais estão cada vez mais compreensíveis no que diz respeito à utilização das
variantes linguísticas em sala de aula. Dessa forma, as práticas de preconceito linguístico estão
diminuindo em grande escala, e o mais favorável de constatar nessa pesquisa, é que o primeiro âmbito em
que a prática está acabando, é, justamente o âmbito educacional.
PALAVRAS - CHAVE: Variações Linguísticas; Ensino; Professores.
ABSTRACT: This article aims to discuss the sociolinguistics applied to education, with the object of
study teachers' conceptions about the use of linguistic variants of Brazilian Portuguese in the educational
field. The sociolinguistics investigates the phenomenon of linguistic variations in all its particulars,
applying his theories to the heterogeneity of language, showing that it is constantly evolving and
changing. Anchors the discussion of this work on the theories of Labov (2008), in an initial confrontation
with Saussure (2006). In theoretical research variational sociolinguistics, as Tagliamonte (2006); Molica
and Braga (2004); Solomon (2011); and Oliveira, Silva and Paula (2013), the educational
Sociolinguistics: Bortoni-Ricardo (2004); Ko Coan and Freitag (2010); and Oliveira and Cyranka (2013),
as well as variation of Portuguese Linguistics: Bagno (2001, 1999); and Beline (2004), and the NCP's
(1998). In this sense, it is noticed that teachers of today are increasingly understandable as regards the use
of linguistic variants in the classroom. Thus, linguistic prejudice practices are declining in large scale, and
the most favorable note of this research, is the first area in which the practice is running out, is precisely
the educational field.
KEYWORDS: Linguistic Variation; Education; Teachers.
1
Graduando do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.
Palmeira dos Índios - AL. [email protected].
2
Mestre e Doutorando em Letras e Linguística pelo PPGLL/UFAL; Professor Substituto da Universidade
Estadual de Alagoas – UNEAL; Professor Assistente da Universidade de Pernambuco – UPE.
[email protected]
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Introdução
No âmbito educacional, ainda é viva a antiga tradição de que não utilizar o que
rege a gramática normativa está errado. Diante desse fato, a linguística como uma área
abrangente, que abre espaço para diversas concepções de língua e fala existentes,
defende em uma de suas linhas de pesquisa, a abolição da concepção de que o falante é
obrigatoriamente levado a utilizar o que rege a gramática normativa.
A linguística propriamente dita como ciência que estuda a língua, busca
desvendar o que norteia os fenômenos da língua, em suas diversas particularidades.
Partindo para um contexto histórico, lembra-se do conceito de língua para Saussure.
No que diz respeito ao Curso de Linguística Geral, sobre os conceitos de
homogeneidade da língua, vê-se que para Ferdinand Saussure a língua não pode ser
modificada, e tudo o que a norteia diz respeito a existência de um “significado”, e de um
“significante”, ou seja, um conceito pertinente a uma imagem acústica, dessa maneira,
“o laço que une o significante e o significado é arbitrário” (SAUSSURE, 2006, p.81).
Nesse sentido, o mestre genebrino, caracteriza a língua como homogênea, ou
seja, nunca poderá ser modificada, nem com o passar do tempo, nem, muito menos
mediante as manifestações culturais ou geográficas que possam existir.
Discordando de maneira em que haja um confronto direto de concepções,
Willian Labov difere do pensamento de Saussure, afirmando que a língua é heterogênea
e sujeita a mudanças históricas, geográficas e socioculturais.
Da maneira em que Labov faz uma interface de língua com cultura, surge a
Sociolinguística, como a teoria da variação linguística, nesse contexto língua e cultura
caminham lado a lado para desenvolver teorias que proporcionem prestígio para essa
linha de pesquisa. Nesse sentido, Labov mostra que existem diversas variações
linguísticas que são visíveis na sociedade, onde uma em especial ganha prestígio social,
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sendo considerada norma padrão, e algumas outras, ficam aleatórias, sendo
consideradas como variantes linguísticas de menos prestígio, ou normas-não-padrão.
A variação de prestígio social, diz respeito às diretrizes atribuídas pela gramática
normativa, onde o jeito de “falar certo”, diz respeito ao cumprimento das regras
atribuídas na mesma, constituindo uma norma padrão.
Mediante o que defende a concepção da Sociolinguística, é viável destacar a
importância dada em sala de aula à norma padrão da língua, neste caso, a língua
portuguesa. Dessa maneira, impõe-se o contexto educacional, enfatizando a utilização
das variações linguísticas em sala de aula.
É necessário evidenciar que se o docente for de acordo com essa concepção,
acaba havendo direta ou indiretamente a prática do preconceito linguístico em sala de
aula, pois, o aluno vivencia uma realidade linguística diferente da que ver na escola com
as regras da gramática normativa, por esse motivo utiliza as variantes de sua região em
qualquer âmbito inclusive o escolar.
Dessa maneira, o professor deve atuar como regente e mediador, respeitando as
variantes que seus alunos utilizam, havendo assim, um comprometimento mais eficaz
do aluno com a escola, e principalmente com o professor.
Portando, este trabalho evidencia discutir sobre a variação linguística
educacional. O aparato metodológico constitui-se por concepções de professores sobre a
utilização das variações linguísticas em sala de aula, e o que as mesmas implicam na
relação professor-aluno, visando também mostrar como os professores vêem as
variações, e se têm conhecimento sobre a teoria sociolinguística.
Diante disso, pode-se destacar a grande expansão que os estudos
sociolinguísticos vêm tendo inclusive no âmbito escolar. Isto se caracteriza pela análise
de dados positiva, onde foi possível constatar que a maioria dos docentes entrevistados,
entendem as variações linguísticas e possuem uma aceitação para com isso na sala de
aula em que são regentes. Concretizando assim, uma realidade linguística muito mais
voltada a inclusão, banindo aos poucos a prática do preconceito linguístico.
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Dos primórdios linguísticos à sociolinguística educacional
A linguística em sua origem inicia-se com os estudos de Ferdinand Saussure que
professava o Curso de Linguística Geral na Universidade de Genebra – Suíça, este foi o
principal estudioso da área, que com sua grande influência e foco nos estudos
linguísticos, inquietou seus alunos do curso, a ponto que os mesmos empregaram as
concepções de Saussure em uma obra póstuma legitimada “Curso de Linguística Geral”
lançado em 1916, após a sua morte.
No que diz respeito aos conceitos de língua para Saussure, tem-se uma
concepção polêmica que até os dias atuais é alvo de muitas discussões nos estudos
linguísticos do mundo inteiro. Saussure volta seus estudos para a língua em perspectivas
gerais de uso, e depois de vários anos dedicando-se a essa área, define com clareza a
língua como homogênea, ou seja, não possui nenhuma e qualquer maneira de ser
modificada ou alterada.
Voltando ao foco principal que é a linguística, destaco que a área propõe estudar
a linguagem humana em seus diversos dimensionamentos, sejam eles voltados às
linguagens verbal, não-verbal e mista. Nesse sentido, percebe-se e pode-se afirmar que a
linguística é a ciência da linguagem, e como toda ciência, está apta a novos olhares e
concepções.
Considerando a concepção de Saussure, o conceito de língua como homogênea
acaba afetando aspectos sociais que existem na linguagem humana. É do saber de todos
que estão em constantes ocorrências processos de particularidades de determinada
língua, seja ela portuguesa, inglesa, espanhola, francesa e etc. Dessa maneira, cada
região de determinada sociedade, falante de determinada língua têm suas
particularidades linguísticas, que quando se encontram com as concepções de Saussure
acabam sendo alvo de muitas discussões e polêmicas nos estudos da língua.
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Após a publicação do Curso de Linguística Geral, uma das concepções que mais
vem causando discussões acerca das concepções de língua é a de Labov, mas
precisamente um dos maiores estudiosos da sociolinguística.
Discordando de forma esquematizada e em parte convincente da concepção de
Saussure em sua obra póstuma, Labov por sua vez acredita que a língua provém de uma
heterogeneidade, ou seja, pode ser mudada com o avanço da sociedade em constante
movimento. Assim como afirma Coan & Ko Freitag “A língua é vista pelos
sociolinguistas como dotada de “heterogeneidade sistemática”, fator importante na
identificação de grupos e na demarcação de diferenças sociais na comunidade” (2010, p.
175).
Nesse sentido, a Sociolinguística visa defender uma concepção inversa a
Saussure, e hoje é uma das áreas de pesquisa na linguística com muito prestígio em seus
resultados, buscando sempre engrandecer e expandir seus estudos, como também, busca
convencer novos pesquisadores a seguirem essa perspectiva em suas trajetórias nos
estudos linguísticos. Em linhas gerais, a sociolinguística estuda a língua, a cultura e a
sociedade, no sentido em que língua e sociedade se inter-relacionam.
Para especificar com mais ênfase os verdadeiros objetos de estudos
sociolinguísticos, destaco a concepção de Molica (2004, p. 10), que visa explicar um
dos olhares para a Sociolinguística.
A sociolinguística considera em especial como objeto de estudo
exatamente a variação, entendendo-a como um princípio geral e
universal de ser descrita e analisada cientificamente. Ela parte do
pressuposto de que as alternâncias de uso são influenciadas por fatores
estruturais e sociais. [...]
Quando Mollica apresenta a os fatores estruturais e sociais, adentram nessa
concepção as diversas maneiras em que a variação é considerada alvo de mudança
linguística, pois, a mudança linguística pode acontecer por alguns fatores que a
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determinam, sejam eles fatores históricos, geográficos e culturais, de maneira geral,
“fatores sociais”.
Nos vários olhares dos linguistas para a língua como fator social, desde o
pensamento de Labov, afirmando que “Todo linguista reconhece que a língua é um fato
social, mas nem todos dão a mesma ênfase a esse fato” (2008, p. 303), ou seja, todos os
linguistas vêem a língua como social, mas, buscam em seus estudos descreverem teorias
sobre o que realmente são seus objetos específicos de pesquisa, não demonstrando suas
concepções sobre a língua em geral.
Partindo do princípio fonológico, a variação linguística é vista de maneira
peculiar, e definida a partir de algumas regras imprescindíveis. De acordo com BortoniRicardo (2004, p. 79) “As principais regras fonológicas de variação no português
brasileiro ocorrem na posição pós vocálica na sílaba”. A perspectiva fonológica, além
de apresentada em um ponto de vista sociolinguístico, também é explicita por Saussure
em sua obra, quando o genebriano afirma que a para o estudo da língua acontecer de
forma que a escrita seja substituída pelo pensamento, teria que “[...] substituir, de
imediato, o artificial pelo natural; isso, porém é impossível enquanto não tenham sido
estudados os sons da língua; pois, separadas de seus signos gráficos, eles representam
apenas noções vagas [...]” (2006, p. 42).
Dessa maneira, percebe-se que para Saussure a variação é inexistente, porém,
para chegar nessa definição, o mestre genebriano analisou a língua de forma geral e
abrangente, passando e explicando cada aspecto que pode alterar as concepções de
vários pesquisadores da área.
De modo que uma variação linguística é descoberta no decorrer das pesquisas, a
mesma emprega-se ao plural “variável linguística”, assim como apresenta Salomão
(2011, p. 191).
O conjunto das variantes é denominado “variável linguística”, ou seja,
a forma, o traço ou construção linguística que é o próprio fenômeno
variável tomado como objeto de estudo pelo investigador. A
sociolinguística entende que o emprego das variantes não é aleatório,
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mas influenciado por grupos de fatores de natureza social (internos à
língua) ou estrutural (externos à língua) [...]
No português brasileiro, as variantes linguísticas são vistas ao comparar-se os
modos de utilizar a língua nos dias atuais, com o modo de falar na época do
descobrimento. Esse fenômeno não acontece apenas na língua portuguesa, mas,
também, em outras línguas, assim como Belline afirma.
Em sentido bastante amplo, podemos de início pensar em diferentes
línguas que existem no mundo. Falamos português no Brasil.
Praticamente com qualquer região de fronteira em que estejamos em
nosso país, sabemos que do outro lado falam outra língua – o
espanhol. Sabemos também que dentro de nosso país ainda há
indígenas que se comunicam, quando estão em suas aldeias, em suas
línguas, e não em Português. (BELINE, 2007, p. 121)
Dessa maneira, percebe-se que o estudo da língua tem se expandido, pois como
afirma Baylon à língua “engloba praticamente tudo o que diz respeito ao estudo da
linguagem em seu contexto social” (1991 apud MONTEIRO, 2000, p. 26).
Nesse sentido, destaco alguns avanços históricos que acabaram modificando o
modo de falar do português, um deles é a adaptação do modo de falar da civilização na
época do descobrimento, onde tendo em vista o domínio de Portugal no Brasil, trazendo
com os colonizadores o idioma citado. Apesar da grande influência formal adotada
pelos jesuítas, os habitantes do Brasil daquela época foram adotando com suas
peculiaridades um português próprio, ou seja, um português brasileiro, que vem
sofrendo modificações sociais ao decorrer dos séculos.
Levando a visão sociolinguística para o contexto educacional, vale ressaltar que
de um modo tradicional de ver a sala de aula em seus dimensionamentos no que diz
respeito à relação professor-aluno, a escola é um âmbito formal em que o professor deve
ensinar os alunos que ali se situam o modo culto e formal de utilizar a língua. O que
alguns desses docentes não têm conhecimento suficiente para entender sobre as
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variações, o que fazem muitos deles descriminarem as mesmas, é que a norma padrão
culta da língua já foi alvo da variação.
Em uma interface entre a sociolinguística e o ensino de língua portuguesa, faz-se
mister destacar que com a ênfase dada pelo professor de língua portuguesa à utilização
da norma padrão e/ou culta da língua, acarreta ao âmbito educacional a prática do tão
falado preconceito linguístico.
Para Bagno (1999, p.40)
O preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe uma
única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua
ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos
dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape desse
triângulo escola – gramática - dicionário é considerada, sob a ótica do
preconceito linguístico, “errada”, feia, estropiada, rudimentar,
deficiente, e não é raro a gente ouvir que “isso não é português”.
Parafraseando a concepção de Bagno com as informações sociolinguísticas
supracitadas no que diz respeito a essa discussão, é viável ressaltar que o preconceito
linguístico volta-se constantemente às concepções de língua para Saussure.
Ora, se a língua é homogenia e insubstituível, sem nenhuma e qualquer
probabilidade de ser modificada, os falantes que a utilizam as variações,
automaticamente serão considerados “errôneos” para com esse uso. Essa concepção
pode ser considerada preconceituosa ou descriminante, mas, a mesma só é exposta em
uma tentativa de exemplificar o que foi explicitado anteriormente.
Na medida em que os anos passam e a sociolinguística vai avançando na
perspectiva linguística, as concepções atreladas a ela devem ser trabalhadas em sala de
aula, expondo aos alunos essa realidade, em uma tentativa de aprimorar o senso crítico
dos mesmos, visando mostrar aos falantes da norma não-culta, que os mesmos não estão
errados ao utilizá-la. Essa prática seria imprescindível para banir o olhar discriminatório
da língua. Assim como afirma Oliveira e Cyranka
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O trabalho reflexivo com a Sociolinguística na sala de aula pode
contribuir para reduzir esse olhar discriminatório sobre a língua, que
inclusive já é considerado por muitos um pensamento ultrapassado.
Trata-se, porém, de um fato real, concreto e vivido na pele por
cidadãos que pertencem a camadas menos privilegiadas
socioeconomicamente e cuja linguagem é, muitas vezes, considerada
inferior, pobre, de baixo nível, assim como também o é a cultura de
quem a emprega. (2013, p. 77)
Nesse contexto, é válido destacar que alguns dos docentes de língua portuguesa,
estão aos poucos dimensionando o que ainda hoje é alvo de preconceito, para uma
realização normal dentro dos padrões de fala do português brasileiro.
Essa medida acaba sendo tomada, pelo fato de que os professores tiveram uma
tomada de consciência ao ver que toda maneira de falar e utilizar a língua, são variações
que estão em constante modificação.
Visando aprofundar o que já foi citado, viso ressaltar que os Parâmetros
Curriculares Nacionais explicam de forma legitimada por lei para o ensino de língua
portuguesa, destaca que os alunos que devem escolher sua própria forma de falar, pois
isso diz respeito à escolha de cada indivíduo, isso irá proporcioná-lo um livre arbítrio de
adaptar-se às situações comunicativas na sociedade.
No ensino-aprendizagem de diferentes padrões de fala e escrita, o que
se almeja não é levar os alunos a falarem certo, mas permitir-lhes a
escolha da forma de fala a utilizar, considerando as características e
condições do contexto de produção, ou seja, é saber adequar os
recursos expressivos, a variedade de língua e o estilo às diferentes
situações comunicativas: saber coordenar satisfatoriamente o que fala
ou escreve e como fazê-lo saber que modo de expressão é pertinente
em função de sua intenção enunciativa... a questão não é de erro, mas
de adequação às circunstâncias de uso, de utilização adequada da
linguagem. (BRASIL, 1998, p. 31).
O aluno em seu papel de sujeito apto a escolher sua própria maneira de utilizar
sua língua materna, acaba por ter um novo olhar para com a escola, pois, da maneira em
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que o discente ver a escola como um âmbito de aprendizagem e troca satisfatória de
conhecimento, onde o professor como agente transformador não vai opinar no seu modo
de falar, isto servirá como elemento motivador, e poderá diminuir em grande escala a
evasão escolar, que em sua maioria de ocorrências é pela prática de preconceito na
escola, ou seja, juízos pré-concebidos ocorridos dentro do âmbito escolar.
Os PCNs que em uma visão sociolinguística buscam desmembrar o preconceito
linguístico, dessa forma apresentam alguns critérios que merecem destaque por
envolverem as linhas teóricas que ancoram esse trabalho. Disseminam que o âmbito
escolar deve desenvolver atitudes de: repúdio às injustiças, respeito ao outro e
valorização da pluralidade sociocultural, onde para isso devem-se utilizar diversas
fontes de informação, diferentes linguagens, e dentre outros.
Dessa forma, a linha teórica da sociolinguística variacionista não busca enfrentar
brutalmente as concepções de Saussure, mas, visa contribuir significativamente para
banir o preconceito linguístico e legitimar em todo mundo que as variações linguísticas
são normais, eventuais e aptas à transformações sociais ao longo dos anos.
Procedimentos metodológicos da pesquisa
Esta pesquisa está inserida na perspectiva educacional da pesquisa
sociolinguística, embasando-se no que diz Bortoni-Ricardo, que a variação linguística
que conduz ao preconceito linguístico em sala de aula inicia-se quando “[...] o aluno usa
flagrantemente uma regra não padrão e o professor intervém, fornecendo a variante
padrão, que as duas variedades se justapõe em sala de aula” (2004, p. 37).
Nesse sentido, o objetivo dos estudos da sociolinguística educacional é
justamente discutir a variação e mudança linguística em sala de aula, destacando desde a
tipologia das variações, até o preconceito linguístico praticado contra os falantes das
variantes linguísticas de menos prestígio social, principalmente na relação professoraluno.
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Dessa maneira, vale ressaltar o trecho em que Tagliamonte destaca que a “[...]
sociolinguística variacionista evoluiu ao longo dos últimos quase quatro décadas como
uma disciplina que integra os aspectos sociais e linguísticos na língua”.
(TAGLIAMONTE, 2006, p. 4, Tradução nossa). Nesse enfoque, percebe-se que da
maneira em que a linguística estuda os aspectos sociais e linguísticos da língua, e o
âmbito escolar comporta em sua estrutura o professor e o aluno que são alvo principal
desse estudo, vê-se que é na escola que os falantes dos vários lugares de determinada
região convivem juntos, diante disso, o âmbito escolar é um dos lugares mais prováveis
para a criação das variantes linguísticas de qualquer idioma.
Vê-se que a “[...] língua falada por qualquer comunidade é passível de variação,
portanto a língua é representada por um conjunto de variáveis linguísticas que pode ser
expresso por duas ou mais variantes” (OLIVEIRA; SILVA; PAULA, 2013, p. 252),
nesse sentido, destaco que as comunidades que adquirem suas variantes estão em
constantes modificações, desse modo, as escolas pertinentes a estas comunidades estão
aptas a acomodar esses falantes, e com a utilização da sociolinguística educacional, os
alunos que utilizam as variações terão consciência de que não falam errado, mas sim,
utiliza uma das diversas variações.
Diante das concepções citadas no decorrer dessa discussão, proponho analisar as
concepções de professores atuantes no primeiro ciclo do ensino básico, mas
precisamente na primeira fase do ensino fundamental, onde a presença das variantes
linguísticas é mais constante, pelo fato de que os alunos que ali se situam estão na faixa
etária máxima de aproximadamente 13 anos, estando nessa fase em um letramento em
fase de aprendizagem, em um meio social que possui seu próprio modo de utilizar a
língua materna.
O desenvolvimento da pesquisa situa-se de maneira direta ou indireta no que diz
os PCN’s “Ao professor cabe planejar, implementar e dirigir as atividades didáticas,
com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do aluno,
procurando garantir aprendizagem efetiva” (BRASIL, 1998, p. 22), tendo essa tarefa tão
importante, o professor deve assegurar o aluno de que a escola não é um âmbito de
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nenhuma tipologia de preconceito, muito menos de preconceito linguístico, pois esse
não subestima apenas a capacidade daquele aluno de utilizar a língua, mas, também, de
toda comunidade falante que convive com aquele indivíduo na sociedade. Dessa
maneira ancoro esse pensamento no que diz Perini (1999, p.13)
Qualquer falante de português possui um conhecimento implícito
altamente elaborado da língua, muito embora não seja capaz de
explicitar esse conhecimento. E esse conhecimento não é fruto de
instrução recebida na escola, mas foi adquirido de maneira tão natural
e espontânea quanto a nossa habilidade de andar.
A maneira geral, vale ressaltar que todo e qualquer modo que o indivíduo utiliza
para se expressar deve ser considerado, pois, o mesmo desde o modo de andar, até o de
falar, diz respeito à escolha de cada pessoa. A realidade é que muitas pessoas,
independentemente da posição social acredita que a fala não se encaixa no termo
“liberdade de expressão”. Esse termo é muito pouco utilizado quando se trata de
preconceito linguístico, destaco que isso ocorre pelo mesmo motivo que foi citado
anteriormente.
Nesse contexto, essa pesquisa visa esclarecer o que os professores tem em mente
sobre a utilização das variações em sala de aula. Se é normal? Como eles reagem? E
dentre outros questionamentos apresentados na coleta de dados.
Dessa maneira, banindo do âmbito escolar a prática de “[...] menosprezar,
rebaixar, ridicularizar a língua ou a variedade da língua empregada por um ser humano
equivale a menosprezá-lo, rebaixá-lo enquanto ser humano” (BAGNO, 2001, p.36),
pretende-se expor que os docentes de atualmente, pelo menos em grande parte, sabem
encarar de maneira significativa as variedades linguísticas da língua portuguesa, tendo
assim, um conhecimento linguístico suficiente para lidar com os alunos em fase de
aprendizagem.
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Descrição e análise dos dados
O corpus dessa pesquisa é constituído por um questionário que tratava de
maneira geral, em saber como os docentes do ensino fundamental vêem as variações
linguísticas e encaram com as variantes na fala dos seus alunos.
Embasando-se no pensamento de Guy; Zilles, “Outra prática comum é o
pesquisador apresentar, também, antes da discussão detalhada dos resultados” (2007, p.
208). Nesse sentido, serão apresentados os gráficos, seguidos de suas devidas
descrições.
Para a coleta de dados, optou-se por analisar informações oriundas da
colaboração de 12 professores efetivos da rede municipal do município de Maribondo –
AL, atuantes numa mesma escola de ensino fundamental 1.
A escolaridade dos docentes diz respeito a cinco especialistas, quatro graduados
e três com magistério (nível médio). Os professores que ainda não possuem graduação
estão concluindo seus respectivos cursos. Ambas as formações estão ligadas a questões
pedagógicas voltas às séries iniciais do ensino fundamental.
O questionário continha cinco perguntas, onde para facilitar a análise de dados
eram respondidas apenas por SIM ou NÃO. Para a exposição dos dados coletados,
apresento a seguir os resultados em forma de gráficos, acompanhados pelas perguntas
feitas aos docentes que contribuíram com a pesquisa.
Primeiramente, questiona-se aos docentes da seguinte maneira: Você conhece a
teoria linguística que se predispõe a estudar as variações da língua?
Após a análise dos dados, constatou-se o seguinte resultado.
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ARYON DALL'IGNA RODRIGUES
SIM
8%
NÃO
92%
Percebe-se que como os docentes possuem uma formação muito voltada à
história da educação no que diz respeito à educação infantil e o ensino fundamental.
Tiveram uma visão básica sobre o ensino de língua portuguesa. Por esse motivo, não
entendem a linha teórica de pesquisa sociolinguística.
O segundo questionamento foi o seguinte: Ao presenciar um aluno pronunciando
uma determinada palavra de forma que não esteja dentro do “padrão” da língua, você o
corrige rigorosamente?
O gráfico a seguir apresenta os resultados.
SIM
25%
NÃO
75%
Diante dos resultados, percebe-se que alguns professores ainda adotam a
maneira tradicional de utilizar a língua, insistindo em que tem que falar “certo”, perante
a gramática normativa. Já outros docentes, neste caso a maioria, reage normalmente
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com essa realidade, pois, o nível de instrução e senso crítico está em um patamar mais
elevado, fazendo com que o professor saiba disseminar que este modo de utilizar a
língua materna, não passa de uma das variantes linguísticas que a língua possui.
Embasando-se no que foi discutido sobre a variação linguística no decorrer deste
trabalho, questiona-se: Você no seu papel de professor se na obrigação de ensinar aos
alunos a utilizar a língua materna, respeitando as diretrizes atribuídas pela gramática
normativa?
Dessa maneira, os resultados obtidos constam no gráfico abaixo.
NÃO
42%
SIM
58%
Diante disso, percebe-se que os professores dividem suas concepções apesar de
trabalharem na mesma instituição, possuem olhares diferentes para suas obrigações na
prática docente. Isso acarreta a levar-se a um pensamento positivo nos estudos
sociolinguísticos, pois, os professores estão mais passíveis a questão da mudança de
concepções acerca da variação linguística em sala de aula.
Nesse contexto, buscou-se fazer não somente um questionamento, mas, também,
informar os docentes sobre a sociolinguística, da seguinte maneira: A teoria da variação
linguística advém da linha sociolinguística, desse modo, busca mostrar aos que se
deparam com essa teoria, que as variações não são erradas, mas sim, são
particularidades especiais de determinada região. Na região em que a escola que você
trabalha está situada, existe algum tipo de variedade linguística própria?
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NÃO
17%
SIM
83%
Dessa maneira, os professores perceberam que eles próprios podem identificar as
variantes linguísticas das suas próprias regiões, isso possibilita que os docentes
identifiquem e lidem de maneira mais passiva com as variações linguísticas utilizadas
pelos alunos em sala de aula.
Por fim, visou-se abranger de uma maneira geral tudo o que foi mencionado, de
maneira que os professores não se sintam obrigatoriamente levados a concordar com a
concepção do pesquisador. O questionamento foi o seguinte: No ensino de língua
portuguesa, onde quase tudo está voltado para o ensino da gramática normativa, a qual
condena as variações linguísticas como erradas, e com a grande expansão que as
variações estão tendo. É cabível refletir o modo tradicionalista que a gramática
normativa expõe em relação às variações?
NÃO
0%
SIM
100%
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Diante do exposto, é válido ressaltar que mediante as poucas perguntas que
continham no questionário, os professores acabaram entendendo de maneira mais
específica qual é realmente o sentido dos estudos sociolinguísticos.
O resultado apontado no gráfico acima apresenta que o entendimento atingiu
100% dos docentes colaboradores, fazendo com que todos concordassem que esses
estudos devem ser aprofundados e cada vez mais abrangidos nos estudos da área.
Considerações finais
Compreendo a linguística como um campo multifacetado, ou seja, abrange
diversas linhas dando espaço a constantes novas teorias. Propus nesse artigo,
embasando-me nas teorias históricas e atuais da linguística, fazer com que fique claro
que na linguística, um estudo, mesmo causador de confronto, complementa a discussão
do outro, e assim sucessivamente.
Visto que as concepções de Saussure foram expostas no Curso de Linguística
Geral há muitos anos, percebo que até hoje essas concepções servem como base para
qualquer estudo linguístico, até mesmo para linhas teóricas que diferem e confrontam o
que diz respeito às teorias linguísticas Saussurianas.
No que diz respeito à Sociolinguística Educacional, percebe-se que a teoria da
variação linguística quando posta em prática nas análises das concepções, é viável
ressaltar que não tem âmbito mais proveitoso para a realização de tal pesquisa
sociolinguística, do que a escola.
É nesse âmbito que diversas variações linguísticas caminham juntas, lugar onde
pessoas de comunidades diferentes trocam conhecimentos e aprendem juntas o que é
passado pelo docente em sala de aula. Dessa maneira, cabe ao professor ter um olhar
mais sensível para essa realidade, e a partir daí, modificar a realidade linguística
brasileira.
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Por isso, foi realizada a referida pesquisa, pois, os conceitos de que os
pensamentos dos professores atuais são diferentes precisam ser mostrados em prática, e
na prática, é possível ter resultados satisfatórios e eficazes, mostrando que toda a teoria
quando posta em prática é verídica.
Neste sentido, perseverando novos estudos na sociolinguística educacional, viso
destacar que a linguística é um mundo, um mundo abrangente e aberto para novas
pesquisas, novos olhares, e novas perspectivas, e a sociolinguística está aí, pronta para
ser desbravada cada vez mais.
Referências
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exclusão social. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
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1999.
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A
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tratamento da variação. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004.
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SALOMÃO, A.C.B. Variação e mudança linguística: panorama e perspectivas da
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TAGLIAMONTE, Sali. A. Analysing sociolinguistic variation. Cambridge: CUP,
2006.
Recebido Para Publicação em 26 de dezembro de 2014.
Aprovado Para Publicação em 30 de abril de 2015.
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