posteres - Rumo Aventura

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posteres - Rumo Aventura
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POSTERES
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A INCLUSÃO DAS ATIVIDADES DE AVENTURA COMO CONTEÚDOS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Verônica Gabriela Silva Piovani
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
E-mail: [email protected]
As atividades de aventura tiveram um crescimento acelerado nos últimos
anos, surgiram como forma de sair da rotina do trabalho, de ter um espaço na
natureza longe das cidades e aproveitar de modo diferente o tempo livre e o
lazer. Além disso, as mesmas podem considerar-se como conteúdos presentes
no ensino da Educação Física no âmbito escolar, pela possibilidade de
interdisciplinaridade, de motivação, de superação e desafio, de consciência da
natureza e cuidado do ambiente e da educação para o tempo do lazer. Por
estes motivos pode-se analisar e introduzi-las como conteúdos de um jeito
mais significativo, planejando estratégias e metodologias que se orientem a seu
ensino, onde os desafios individuais e coletivos estejam presentes, o contato
com a natureza, sua valoração, cuidado e respeito. O objetivo geral da
proposta é refletir sobre a responsabilidade do professor de Educação Física
na formação de conhecimento, consciência ecológica, aproveitamento do
espaço de lazer e contribuição na formação de cidadãos capazes de potenciar
o essencialmente humano. Como objetivos específicos podem-se encontrar:
educação ambiental como objetivo de ensino e ferramenta a se desenvolver;
propiciar o conhecimento do esporte e atividades de aventura desde a
experiência para assim enriquecer as possibilidades de recreação; gerar o
desenvolvimento sócio-motriz e a condição física pela pratica destas
atividades. A metodologia da pesquisa é qualitativa, porque se baseia na
interpretação dos dados da realidade e analise desde uma perspectiva crítica
para transformá-la. Utilizaremos instrumentos correspondentes com esta;
questionários auto-administrados aos alunos, filmagem das atividades,
entrevistas e observações semi-estruturadas aos pais, alunos e professores.
Porém, vamos incluir instrumentos da metodologia quantitativa (avaliações
motrizes e antropométricas) com a intenção de acrescentar a interpretação
critica, fazendo um aporte teórico da influencia das atividades na condição
física e motriz das crianças desde a formação integral, pedagógica e não
apenas de aptidão física. O ponto de partida será a inclusão em duas escolas
da prefeitura municipal de Florianópolis, de um projeto de ensino na educação
física na oitava e nona série do Ensino Fundamental, onde se trabalhariam
como conteúdos atividades de aventura de fácil acessibilidade: trekking,
caminhadas, escalada, rappel de pouca dificuldade e o mountain bike. Esperase que com a pesquisa a desenvolver, consigamos aportar razões para incluir
na proposta pedagógica dos professores de Educação Física e na sua
formação profissional o conteúdo de atividades e esporte aventura desde uma
perspectiva crítica, como um elemento mais da cultura que é rico na hora de
formar cidadãos mais humanos, conscientes e transformadores.
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AS ECO-ATIVIDADES FAVORECENDO A FORMAÇÃO CIDADÃ
Valdo Vieira1, Elzir Martins de Oliveira2, Suzana da Silva Farias2
1- Universidade Veiga de Almeida; UNISUAM – Rio de Janeiro/RJ - Brasil
2- UNISUAM – Rio de Janeiro/RJ - Brasil
E-mail: [email protected]
As eco-atividades possibilitam diversificar os tradicionais modelos e
padrões de exposição de conteúdos, tendo um importante papel na inovação
nas aulas de educação física, proporcionando aos alunos novas oportunidades
pedagógicas. As eco-atividades possibilitam aos discentes vivenciar diferentes
experiências em contato com a natureza, contribuindo para o desenvolvimento
de novas habilidades e competências, podendo contribuir significamente para a
sensibilização e conscientização da importância de se preservar o meio
ambiente. Este estudo iniciou-se após vivências no Projeto de Extensão
EcoSuam, em que docentes e discentes de distintos cursos de graduação
participam de atividades em meio natural,envolvendo caminhadas, banho de
cachoeiras e rapel, todas realizadas na região de Campo Grande (RJ) onde se
localiza um dos campus da UNISUAM. Através da observação assistemática
percebeu-se que as eco-atividades estimularam os participantes a interagirem
e ajudarem uns aos outros em situações de dificuldade em trilhas (como
transpor uma árvore caída), a valorizarem a preservação do meio ambiente
natural (era comum frases como ‘alguém deixou lixo aqui na trilha’ ou ‘como é
que pode alguém pichar aquela pedra?’ ou ainda ‘olha como ficou essa árvore
com as ancoragens que fizeram?’). Observou-se também que muitos alunos
declararam que iriam ‘entrar em forma’ para poder fazer outras trilhas,
mostrando que as eco-atividades podem ser um importante fator para a
aderência a atividades físicas regulares, contribuindo sobremaneira para um
estilo de vida ativo. As eco-atividades parecem também favorecer o trabalho de
pesquisa e investigação científica já que alguns alunos mostraram interesse em
desenvolver o trabalho de conclusão de curso na temática das atividades de
aventura. Na revisão de literatura para embasar esse estudo, encontramos
exposições dos autores que corroboram ao descrito acima. Conclui-se que as
eco-atividades estimulam e desenvolvem múltiplas competências, entretanto é
mister salientar que o professor de educação física é fundamental nesse
processo para incentivar a participação, promover o debate sobre temas
ambientais para que todos percebam-se integrantes e agentes transformadores
do meio que vivemos.
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ATIVIDADES AO AR LIVRE E DE AVENTURA: UMA ALTERNATIVA À
EDUCAÇÃO FORMAL NA COMUNIDADE DO PEREQUÊ (GUARUJÁ, SP)
Fabiana Rodrigues Pereira
Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, SP, Brasil
Alcyane Marinho
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
E-mail: [email protected]
Pode-se observar uma crescente busca por atividades ao ar livre e de
aventura com os mais diversificados objetivos e pelos mais variados tipos de
pessoas. Tal fenômeno mostra-se importante no processo de compreensão
das relações sociais que se tem estabelecido na vida atual, uma vez que o
contato com a natureza e, particularmente, com a aventura oportuniza a
vivência de sentimentos e emoções, trabalha com medos e inseguranças;
competências e habilidades, e pode repercutir em várias esferas da vida
humana, inclusive, na educação. Esta, que se pretende inovadora e qualitativa,
precisa estar atenta às necessárias transformações ocorridas no mundo atual,
especialmente, em sintonia com a busca pelo contato com o ambiente natural;
agregando novos conhecimentos, visões de mundo, interesses e
necessidades. Neste contexto, este trabalho refere-se a uma pesquisa em
andamento, cuja abordagem é qualitativa e tem como objetivos: 1) investigar o
Programa Ilhas da Excelência no Guarujá (SP); 2) verificar se o programa
dispõe de um projeto voltado ao desenvolvimento de atividades ao ar livre e de
aventura; e 3) propor a inclusão de um projeto de atividades ao ar livre e de
aventura no contexto do programa em questão. Para atingir os objetivos
propostos, este estudo se apóia na revisão bibliográfica sobre a temática; e em
pesquisa de campo, em que serão investigados os organizadores do Programa
Ilhas da Excelência (Guarujá, SP), alguns participantes do programa e
comunidade local, por meio de entrevistas e observação participante. O projeto
encontra-se na fase inicial de coleta de dados. Preliminarmente, é possível
apontar que o programa, por meio de seu objetivo específico, inclusão social,
oferece, atualmente, 8 projetos atendendo aproximadamente 4 mil crianças e
adolescentes entre 7 e 17 anos de idade. Pode-se destacar os seguintes
projetos no contexto do programa como um todo: Projeto Ondas (Surfe);
Projeto Pequenos Remadores na Água (Canoagem); Futebol, Esportes de
Quadra; Esportes de Areia; Lutas; Atletismo e Natação. Neste momento, os
dois primeiros projetos (surfe e canoagem) estão sendo observados e as
entrevistas com os diferentes atores estão sendo coletadas. Com base nestas
primeiras intervenções, espera-se que esta iniciativa possa contribuir com o
Programa Ilhas da Excelência, em particular, e com o segmento da aventura,
em geral, especialmente por propor um projeto pedagógico inovador de
educação não-formal com base em atividades ao ar livre e de aventura;
despertando a sensibilidade dos envolvidos para outras questões diferentes
daquelas tratadas exclusivamente em sala de aula.
Palavras-chave: Educação ao ar livre. Aventura. Programa Ilhas da
Excelência.
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ATIVIDADES DE AVENTURA E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO EM
PROGRAMA SOCIAL
Daniele de Cássia Ferreira Dutra, Alex Sandro Seccato
Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil.
E-mail: [email protected]
Introdução: Atualmente as Atividades de Aventura vem sendo praticada e
utilizada em vários âmbitos e grupos, destacamos neste estudo a utilização
destas práticas em um programa social (Programa Poupança Jovem programa destinado a jovens de 14 a 21 anos de idade, com o objetivo de
diminuir a evasão escolar). De acordo com o programa, as atividades de
aventura têm o objetivo de promover a inclusão social dos adolescentes e a
busca de suas potencialidades. Contudo, existem entre os adolescentes do
programa, aqueles que possuem algum tipo de necessidades especiais, sendo
assim, este estudo buscou observar, refletir e discutir a utilização de
estratégias e técnicas para inclusão destes adolescentes nas atividades de
aventura. Objetivos: Identificar se as estratégias e técnicas utilizadas nas
diversas atividades de aventura contribuíram para inclusão social de
adolescentes com necessidades especiais. Metodologia: Foi realizada uma
visita de campo em uma oficina de lazer do programa a qual desenvolveu
atividades de aventura (rapel, ascensão em corda com Jumar, escalada em
muro artificial e corrida de orientação) em que foi observada a participação de
adolescentes com necessidades especiais e as estratégias utilizadas pelos
profissionais contratados. Discussão: Constatou-se que os adolescentes com
necessidades especiais, em particular os cadeirantes, aderiram ao rapel, diante
de suas possibilidades físicas e estratégias utilizadas pelos profissionais, que
realizaram essa atividade em local de fácil acesso. Para os adolescentes
surdos-mudos não houve empecilho na inserção das atividades, porém, os
profissionais não puderam fazer uma comunicação efetiva, pela falta de
conhecimento sobre libras ou a presença de um intérprete. Faz-se necessário
ainda destacar o improviso, pois os profissionais desenvolveram as estratégias
de acordo com a demanda surgida no momento, sem uma preparação previa e
foram realizadas com os instrumentos os quais existiam no local. Importa
salientar o relato dos adolescentes sobre a não continuidade destas atividades
e que estas são realizadas de maneira aleatória e sem algum preparo anterior,
e ate mesmo sem nenhum tipo de seqüencia ou progressão pedagógica.
Conclusão: Conclui-se que para uma melhor realização e inserção de
adolescentes com necessidades especiais nas atividades de aventura, torna-se
de extrema importância por parte dos profissionais envolvidos, que seja
realizada um planejamento do local, em que este tipo de atividade será
realizado, a fim de promover a sua acessibilidade, assim como dinâmicas de
caráter participativos e inclusivas. Também o estudo de um planejamento
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prévio por parte do programa sobre a continuidade das atividades de aventura.
Sendo assim, todos em especial aqueles com algum tipo de limitações tenham
acessibilidade e possam vivenciar práticas de aventuras que podem ter
também o significado de superação e de vislumbre de novas possibilidades.
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ATIVIDADES DE AVENTURA NOS HOTÉIS DO CIRCUITO DAS
ÁGUAS PAULISTA
Juliana de Paula Figueiredo, Gisele Maria Schwartz, Priscila Galvão de
Almeida Leme, Giselle Helena Tavares, Ana Paula Guizarde Evaristo Teodoro,
Norma Ornelas Montebugnoli Catib
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil.
E-mail: [email protected]
A aderência à prática de atividade de aventura no Circuito das Águas
Paulista é favorecida pelo destaque desta região em comportar cidades que se
tornaram pólos bem estruturados com diversos parques de aventura, os quais
oferecem inúmeras modalidades esportivas, sediando, inclusive, campeonatos
como rallys, cross country e o off road. Em locais apropriados, é realizada a
prática de rafting e trekking. São inúmeros os hotéis localizados neste Circuito,
porém, não se conhece, ainda, o potencial da indústria hoteleira da região, no
que concerne aos interesses de desenvolvimento das atividades de aventura
em suas próprias dependências, para atender à demanda crescente de
pessoas voltadas à prática de atividades de aventura. Sendo assim, este
estudo de natureza qualitativa teve como objetivo investigar se as atividades de
aventura estão sendo inseridas nos hotéis da região. Para tanto foi realizada
uma pesquisa exploratória, desenvolvida no site do Circuito das Águas
Paulista, entre os 143 hotéis, chalés e pousadas cadastrados, focalizando-se
apenas aqueles que disponibilizavam sites próprios. Os dados evidenciaram
que, na cidade de Águas de Lindóia, dos 21 hotéis, apenas 1 possui estrutura
de aventura; em Amparo, dos 16 hotéis, em 5 destes pode-se realizar tais
práticas. Quando analisada a cidade de Jaguariúna, não foi encontrado
qualquer hotel que oferecesse vivência das atividades de aventura; em Lindóia,
2 dos 8 hotéis cadastrados prestam este tipo de atividade. Serra Negra é a
cidade que mais possui hotéis cadastrados, em um total de 45, sendo que em
13 são propostas estas atividades, enquanto que, em Monte Alegre do Sul, dos
13 hotéis, 6 proporcionam estas práticas. Na cidade de Socorro, dos 24 hotéis,
em 8 podem-se praticar as modalidades de aventura; já na cidade de Pedreira,
não foram constatados hotéis que propusessem este tipo de atividade. Com
base nas modalidades oferecidas, as trilhas são as mais citadas, seguidas em
ordem decrescente pela tirolesa, arvorismo, escalada, rapel e, encontrando-se
com apenas uma incidência o acqua ride, o bóiacross, a canoagem, o off road
e o tombonágua. Os resultados apresentados salientam que, apesar de o
Circuito das Águas já ser reconhecido pelas variadas oportunidades de praticar
atividades de aventura, poucos são os hotéis localizados nesta região que já
estão investindo na oferta destas atividades e na estrutura de lazer para o
desenvolvimento destas modalidades em suas próprias dependências.
Evidencia-se, assim, a necessidade de se investigar, em estudos futuros, os
fatores limitantes da implantação das atividades de aventura na rede hoteleira,
mesmo estando esta em um pólo consagrado e de demanda para estas
práticas.
Palavras-chave: atividades de aventura; hotéis; circuito das águas
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ATIVIDADES DE AVENTURA: DIMENSIONANDO AS MAIS ESTUDADAS
NOS ANAIS DO CBAA
Priscila Galvão de Almeida Leme, Gisele Maria Schwartz, Norma Ornelas
Montebugnoli Catib, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil.
E-mail: [email protected]
A aderência às diversas modalidades existentes no contexto das
atividades de aventura vem aumentando significativamente em âmbito
nacional. O turismo, bem como o esporte e algumas iniciativas referentes às
gestões públicas, entre outros aspectos, de certa forma, forma bastante
intervenientes para este aumento da procura. As Atividades Físicas de
Aventura, praticadas tanto na natureza quanto no meio urbano, são, inclusive,
vivenciadas como uma possibilidade de desenvolvimento pessoal ou
atendendo a diversas finalidades com um grande potencial para o sucesso do
mercado que as envolve, com implicações que acabam por impulsionar
pesquisas acadêmicas e sua divulgação em congressos e eventos científicos.
Entretanto, ainda há pouca sistematização das informações referentes a este
assunto, as quais se encontram dispersas, o que gerou o interesse deste
estudo, no sentido de contribuir para aglutinar esse conhecimento. Sendo
assim, o objetivo desse estudo, de natureza qualitativa, centrou-se em
investigar as principais atividades de aventura tomadas como foco das
pesquisas publicadas nos anais das 4 versões do Congresso Brasileiro de
Atividade de Aventura, os quais ocorreram no período de 2006 a 2009. Este
evento tem sido reconhecido como um dos principais espaços para
disseminação de temáticas sobre aventura em nível nacional. Para este
estudo, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, na qual foi feito um
levantamento de dados sobre os trabalhos apresentados e classificadas as
atividades de aventura especificadas nos mesmos. Os dados foram analisados
descritivamente, com base na Técnica de Análise de Conteúdo Temático,
evidenciando os trabalhos apresentados em forma de pôster e oral, atividades
como: escalada, skate, rafting, trilhas, bóia-cross, rapel, arvorismo, exploração
de cavernas, banana-boat, surf, alpinismo, montanhismo, pára-quedismo,
hang gliding, Le parkour, mountain bike, vôo-livre, off-rod (rally com jipe),
corrida de orientação, corrida de aventura e mergulho. Para detalhamento dos
resultados obtidos, foram criadas categorias de análise, tendo como referência
as palavras-chave denominativas das comunicações científicas. Os resultados
evidenciaram 28 ocorrências para Escalada, 24 para Trilha e 20 para o Rapel,
o que demonstra que estas representam as modalidades de maior incidência
Na sequência, aparecem o Arvorismo, a Corrida de Orientação e o Surfe com
11 trabalhos cada. Para o Skate foram localizados 10 trabalhos e Canoagem,
Rafting, Vôo-Livre e Mergulho 7 estudos cada. Outras modalidades aparecem
com menos de 4 ocorrências cada. Pode-se verificar, durante a análise dos
dados, que as pesquisas referentes às modalidades mais estudadas,
apresentam correlações com aspectos educacionais e que as interfaces com o
Turismo são de grande relevância nesses estudos. As modalidades menos
citadas, como Le pakour, caving, montan bike, rally e banana boat mostram-se
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como uma lacuna ainda a ser explorada sob diversos focos. Tornam-se
importantes novas discussões por parte do meio acadêmico, no sentido de
buscar a sistematização das informações produzidas sobre estas temáticas,
para subsidiar outros estudos e instigar novas reflexões.
Palavras chave: Atividades de aventura, CBAA, informação
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ATIVIDADES RADICAIS E DE AVENTURA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA DOS ALUNOS DO CICLO I DE UMA ESCOLA PÚBLICA
Friedrich Richter
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS (FMU) - SÂO PAULO
E-mail: [email protected]
O presente texto revela minhas experiências como Educador Físico de
uma Escola Pública, na qual venho ao logo de minha carreira desenvolvendo
Atividades de Aventura. De acordo com as diretrizes dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s), as aulas de Educação Física devem abranger
atividades que ofereçam possibilidades de desenvolver as dimensões afetivas,
cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos. A partir de novas experiências
é possível enriquecer e diversificar o conteúdo das aulas. Neste estudo busco
mostrar e evidenciar algumas modalidades que podemos trabalhar com os
alunos do ensino fundamental I, assim como Escalada Esportiva, Rapel, Le
Parkour, Slackline e Enduro a Pé. Essas atividades contribuem para uma
melhora nos aspectos motores, afetivo e social dos alunos. Tais atividades
foram propostas a alunos de uma escola Pública situada na Zona Norte de São
Paulo. Algumas atividades como, Skate, Escalada, Montanhismo, Rapel, Le
Parkour, Slackline e Enduro a Pé foram apresentadas no inicio do ano letivo, e
os alunos através de um planejamento participativo puderam escolher algumas
modalidades. Tivemos como apoio o corpo docente de Educação Física,
composto pelos Professores: Friedrich Richter, Renato Eduardo Galon, e a
equipe Gestora: Ana Luisa (Diretora), Márcia Regina (Vice- Diretora), Débora
Mariano, e alunos do colégio.
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ESPORTES DE AVENTURA: O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba/SP, Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: Este trabalho tem como objetivo analisar o papel do professor de
Educação Física que atua no âmbito dos esportes de aventura. Tais esportes
ocorrem nos momentos de lazer de seus praticantes e tem sido difundidos
como forma de lazer mercadoria, comercializado por empresas que há algum
tempo oferecem esse tipo de serviço. Historicamente, os profissionais atuantes
nos esportes de aventura, muitos com formação em Educação Físca, tem tido
um papel profissional restrito ao conhecimento técnico, a noções de segurança
e primeiros socorros. Esse tipo de conhecimento tem mostrado insuficiente
para que os sujeitos praticantes usufruam dos esportes de aventura de modo a
se divertirem e se desenvolverem tanto do ponto de vista pessoal como social.
Orientados por uma ação profissional restritamente técnica, os praticantes se
tornam mais suscetíveis às influências da cultura de consumo e a visão de
esportes de aventura como mercadoria a ser consumida. Como procedimentos
metodológicos, foi realizada pesquisa bibliográfica a partir das palavras-chave:
esportes de aventura, atuação profissional e lazer. Como resultados
preliminares nota-se que é fundamental o professor de Educação Física
atuante no âmbito dos esportes de aventura ter acesso nos cursos de formação
profissional a conhecimentos acerca do debate sobre o lazer, das práticas e
técnicas de esportes de aventura e de uma visão de sociedade e de mundo
que lhe possibilite intervir efetivamente, contribuindo para a ocorrência de
mudanças na cultura. Compreende-se que diante de tal pressuposto, a atuação
por parte dos profissionais de Educação Física teria como finalidade viabilizar
aos sujeitos o descanso, o divertimento e o desenvolvimento, de modo que
tenham acesso a uma gama maior de possibilidades de práticas em meio à
natureza e o desenvolvimento da consciência ecológica e preservacionista.
Com base nessas reflexões, concluimos que uma atuação efetiva por parte dos
profissonais de Educação Física no âmbito dos esportes de aventura considera
como fundamental uma intervenção que viabilize aos sujeitos a vivência e
reflexão de tais modalidades. Espera-se com esse trabalho contribua para que
os profissionais de Educação Física possam rever conceitos e valores.
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CURSO DE MONITORIA DE ESCALADA ESPORTIVA EM PAREDE
ARTIFICIAL: ANÁLISE DA METODOLOGIA REALIZADA
Eduardo Garcia Leal de Almeida, Lucas Prestes, Tatiane Augusta Meneguetti,
Carlos Gomes de Oliveira
Grupo de Estudos do Lazer (GEL/UEM/CNPq)
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil.
E-mail: [email protected]
Introdução: O Grupo de Estudos do Lazer (GEL), da Universidade Estadual de
Maringá, vem desenvolvendo desde o ano de 2007 pesquisas e projetos na
área da escalada esportiva em paredes artificiais. No ano de 2010 iniciou um
projeto gratuito de ensino dessa modalidade, voltado para iniciantes com
idades variadas. Porém o grupo se deparou com a necessidade de formar
novos monitores neste esporte para auxiliar as aulas. Dada essa carência, o
GEL desenvolveu um curso e ministrou-o em 4 dias englobando 7 temas
julgados necessários para a formação desses monitores. Objetivo: Descrever a
experiência no desenvolvimento da metodologia do curso de monitoria em
escalada esportiva em parede artificial. Método: Este trabalho é um relato de
experiência sobre o curso de monitoria de escalada esportiva em parede
artificial. O curso contou com a participação de 09 ministrantes e 03 monitores,
todos integrantes do grupo. Foram realizadas reuniões para leitura e produção
de textos informativos, bem como encontros na parede para nivelamento
técnico dos ministrantes. O curso obteve 50 inscritos. Os materiais utilizados
para a escalada foram cordas de 20m por 11mm tipo dinâmicas, freios gri-gri,
mosquetões e cadeiras além das apostilas e recursos áudio/visuais. Os temas
abordados no curso foram: Histórico da Escalada, Tipos de Escaladas,
Materiais utilizados, Técnicas de Segurança, Técnicas de Escalada, Tipos de
Nós e Primeiros Socorros. Resultados: No dia 11 e 12 de março atividades
foram das 18h às 17h30min para o primeiro grupo e das 20h às 21h30min,
abordando os temas: histórico da escalada, Tipos de Escalada, Materiais
Utilizados, Técnicas de Segurança e Técnicas de Escalada. Os Alunos do
curso foram divididos em dois grupos de 25 cada um com depois horários
distintos subseqüentes. No segundo dia, o tema abordado foi continuação das
Técnicas de Escalada e Segurança, visto que estes tópicos são os principais
para a formação de monitores de escalada. Os dois últimos temas foram
ministrados na Fazenda Experimental da UEM, onde todos acamparam. Junto
com esses temas, outras atividades foram realizadas, como o rapel, a tirolesa e
a corrida de orientação, a fim de integrar melhor os alunos do curso ao
ambiente natural, próprio das atividades de aventura. O sistema de avaliação
foi por freqüência tendo aprovação, o aluno com a participação igual ou
superior a 75%. Conclusão: O Curso foi ministrados nos 4 dias propostos com
todas as atividades planejadas cumpridas. Concomitante à presença de
participantes com objetivos de sociabilização ou fruição recreativa, também se
detectou pessoas interessadas em dar continuidade aos conhecimentos
trabalhados. Hodiernamente, 10 participantes calouros ingressaram no GEL e
estão estagiando como monitores voluntários da escalada nas quatro turmas
de iniciação.
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Apoio: Sociedade Eticamente Responsável (SER), Coordenadoria
Desportos e Recreação (CDR), Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI).
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DICIONÁRIO DE ESPORTES E ATIVIDADES DE AVENTURA: UMA
PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DE TERMOS E VOCÁBULOS
Carla Rodrigues, Mônica de Campos Pinheiro, Luciano Bernardes
FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo – SP, Brasil
E-mail: [email protected]
A necessidade de identificar e explicar termos e vocábulos utilizados na
linguagem dos praticantes de esportes e atividades de aventura se faz
importante na medida em que demonstra o vocabulário diversificado utilizado
por esses praticantes dentro dos novos empreendimentos na área, leigos sobre
o assunto e demais interessados na compreensão dessa linguagem.
Praticantes de atividades físicas em meios naturais e urbanos ou turistas já
ouviram alguns termos do esporte e turismo de aventura e até mesmo os
utilizam em seu dia a dia, e ainda, as empresas que oferecem serviços os
utilizam diariamente, sejam no ramo de Turismo, Esportes, Educacional ou
outros. Não se pode afirmar que a utilização desses termos esteja adequada a
cada modalidade e sub modalidade das atividades, pois a falta de
conhecimento geral de termos específicos do domínio do esporte e atividades
de aventura demonstra uma sublíngua de especialidade caracterizada pela
segmentação. Cada complexo de atividades centraliza termos e vocábulos
oriundos dos praticantes dessa subárea e são de certa forma, novidade para
grande parte do público de outras modalidades sendo que os que possuem um
pouco mais de conhecimento são aqueles que participam de diversas
atividades. Analisando-se os termos utilizados pelos praticantes de atividades
de aventura foram encontradas basicamente subdivisões não agrupadas em
campos lexicais, mas segundo outros critérios, por exemplo, neologismos
surgidos para retratar as novas atividades; termos em língua inglesa
correntemente usados aqui no Brasil; uma série de siglas e acrônimos que
representam os órgãos relacionados aos setores do Esporte e Turismo e,
termos em língua portuguesa facilmente decodificados, mas que são novidade
para diversos praticantes e profissionais relacionados. Este estudo visa o
desenvolvimento de um Dicionário de Atividades de Aventura que organize
conceitos, termos específicos, vocábulos e traduções sobre os tipos de
atividades existentes, equipamentos utilizados e bem como o linguajar utilizado
por seus praticantes. A proposta de organização dos vocábulos tem como
principal objetivo suprir a carência de conhecimento dos diversos termos
utilizados dentro de cada modalidade incluindo os tradicionais e os novos.
Entretanto não tem a pretensão de esgotar a pesquisa semântica própria da
formação dos termos das atividades de aventura. A reunião de vocábulos
específicos dentro de um dicionário pode trazer fundamentação para outras
pesquisas no campo do esporte e atividades de aventura. Com suas devidas
definições e conceitos descritos estabelecer-se-á um vínculo de compreensão
consensual e socialização entre as diversas modalidades de atividades de
aventura. Um estudo sobre este tema está em desenvolvimento e abordará
aspectos sobre o panorama geral das Atividades de Aventura, expansão das
modalidades e sub modalidades da área e proposta de elaboração do
Dicionário da Aventura.
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ESCALADA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA: PRIMEIRAS
‘VIAS’
Tony Honorato, Nayara Teixeira, Catiana Leila Possamai, Ernani Xavier Filho
Universidade Estadual Londrina, Londrina, Paraná, Brasil
E-mail: [email protected]
Na sociedade contemporânea observa-se a chegada de novas
tecnologias, velocidade de informações e busca incessante do homem por
experiências que fujam da superficialidade e representem valores significativos
para sua condição existencial. Uma possibilidade é a prática da escalada. A
escalada vem despertando interesse e incorporando cada vez mais adeptos,
principalmente depois do aparecimento de paredes artificiais. Ela se
desenvolve em diversos ambientes, especialmente, no universitário por ser
uma prática sócio-cultural, motora, psíquica e física realizável antes e depois
dos horários de aula dos estudantes. Este Projeto de Extensão refere-se,
então, à vivência de escalada no Centro de Educação Física e Esporte (CEFE)
da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que na atualidade tem uma
parede de escalda desativada. A sua relevância consiste em retomar a
disseminação do conhecimento e da prática de escalada indoor voltada para
uma educação da experimentação e vivência de fortes emoções com risco
controlado. O Projeto objetiva revitalizar a parede de escalada do CEFE e
ofertar vivência lúdica em escalada orientada para comunidade interna e
externa à UEL. O Projeto, ora apresentado, encontra-se em desenvolvimento,
está na fase de formação do seu grupo gestor. As atividades já desenvolvidas
foram: a) cadastro dos estudantes interessados na ação; b) estudo do texto de
Costa (1999), Marinho (2001), Marinho & Bruhns (2001), Nazari (2001), Ferrer
(2002); c) participação no 10º Encontro de Escalada de Londrina-PR realizado
em 2009; d) formação de parceria com o Clube de Montanha Norte
Paranaense – CMNP. O primeiro resultado será revitalização da parede de
escalada no CEFE/UEL, tornando-a um equipamento de lazer e de atividade
física em permanente condição de funcionamento para comunidade. Assim
considera-se a vivência da escalada na universidade como uma forma de
experimentar uma dimensão lúdica promotora de sociabilidade, emoções e
divertimento marcado pelo movimentar do corpo prazerosamente.
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ESPORTE DE AVENTURA E SUA APLICABILIDADE NA ESCOLA
Gisele Santos de Carvalho, Luciano Bernardes, Mônica Pinheiro
FMU, São Paulo, SP, Brasil.
E-mail: [email protected]
As vivências decorrentes da prática do esporte de aventura
proporcionam ao homem moderno o reencontro com a natureza e a
oportunidade de se aventurar estabelecendo novos desafios à vida cotidiana. O
ser humano tenta resgatar sua relação com a natureza e os esportes de
aventura vêm contribuindo nesse sentido. As modalidades ligadas à natureza
crescem numa proporção maior devido a diferentes fatores como a
necessidade do homem de afastar-se do estresse das grandes cidades, de
estabelecer novos desafios entre outros. Atualmente, os PCN´s trazem no eixo
os temas transversais com a temática relacionada ao Meio Ambiente,
juntamente com Ética, Saúde, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural,
Sexualidade e Trabalho e Consumo que por envolverem múltiplos aspectos e
diferentes dimensões vem merecendo um lugar de destaque nas discussões
relacionadas à elaboração e a implementação de novas propostas
educacionais para a Educação Física junto à natureza. O objetivo desse
trabalho é mostrar através de uma pesquisa de campo e bibliográfica que o
Esporte de Aventura pode ser inserido como conteúdo nas aulas de Educação
Física Escolar, contribuindo para a formação do cidadão, através de uma
prática que vai além das modalidades tradicionais. Na pesquisa de campo, os
sujeitos serão divididos em dois grupos de 15 professores cada (Grupo A:
professores que não ministram os esportes de aventura em suas aulas, Grupo
B: professores que ministram os esportes de aventura), de ambos os sexos,
onde deverão responder o questionário com perguntas abertas e fechadas. O
trabalho investigará se é viável ou não a aplicabilidade do esporte de aventura
como conteúdo para as aulas de Educação Física do ensino fundamental I e II.
Palavras- Chave: Educação, Educação Física, Esporte de Aventura.
17
ESPORTE DE AVENTURA, EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
Álan Annibal Schmidt
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- UNESP- Rio Claro; NEAFA- Núcleo de
Estudos em Atividade Física Adaptada- UFSCAR- São Carlos
E-mail: [email protected]
Introdução: Os esportes de aventura na natureza vem se massificando cada
vez mais em nossa cultura, contemplando diversos públicos, entre eles, as
pessoas com deficiência intelectual. Nesse estudo, mostramos como a pessoa
com deficiência intelectual se apresenta ao praticar a canoagem, esporte de
aventura praticado em lagos, rios ou oceanos; e, também, como a interface
educação física e esporte de aventura, enquanto, prática pedagógica, pode
contribuir para o desenvolvimento das habilidades adaptativas das pessoas
com esse tipo de deficiência. Objetivo: Compreender como as estratégias das
aulas de educação física interfere nas ações corporais das pessoas com
deficiência intelectual durante as aulas de canoagem. Método: O trabalho foi
realizado a partir de uma pesquisa qualitativa, baseando-se em uma
observação-participante e registrada em um diário de campo. Participaram
deste estudo 11 pessoas com deficiência intelectual de uma escola de
educação especial em parceria com uma escola de canogem, com idade entre
13 e 22 anos. Para interpretarmos os dados levantamos quais são os aspectos
corporais e intelectuais apresentados a cerca da pessoa com deficiência
intelectual; as considerações teóricas da educação física, enquanto área do
conhecimento, sobre esse público específico e a investigação bibliográfica
sobre a interface esportes de aventura e deficiência intelectual. Resultados:
Pode-se observar durante o estudo que os processos pedagógicos sugeridos e
incorporados durante a ação docente durante as aulas de canoagem
contribuíram para o sucesso das atividades, bem como, para o aprendizado
dos conteúdos apresentados ao grupo. Também comprovou-se que o conteúdo
esporte de aventura, pode ser inserido no planejamento anual da disciplina de
educação física de uma escola de educação especial, porém, ressalta-se a
necessidade do professor estar familiarizado com as técnicas de seguranças
necessárias para o andamentos das atividades propostas. Conclusão:
Evidenciou-se durante o estudo a contribuição da educação física,
representada por um professor formado na área, que as estratégias
formuladas, o esporte de aventura, no caso a canoagem e, o local onde este
estudo foi realizado, desencadeou, no grupo observado, interesse, prazer,
motivação e autonomia critica e construtiva. Isso comprova que os conteúdos
trabalhados na educação física, bem como, o esporte de aventura, podem
contribuir positivamente para o desenvolvimento da pessoa com deficiência
intelectual.
18
ESPORTES DE AVENTURA E SEUS RISCOS
Wilson José Silva, Antonio Marcos Xavier Cardoso e Sheila Cristina dos Santos
de Oliveira
UniÍtalo-São Paulo/São Paulo Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: Com a crescente adesão pelos esportes ou atividades de aventura
na natureza por pessoas sedentárias, procuramos saber o porquê desse
crescimento. O objetivo desse ensaio é mostrar que os esportes de aventura
são uma das possibilidades educacionais, além de promover satisfação
pessoal, conscientemente ou não o ser humano. A metodologia escolhida foi a
pesquisa literária. Os esportes de aventura, nos últimos anos tem sido uma
válvula de escape de muitas pessoas, que no seu cotidiano precisam de uma
forma de descarregar suas emoções. Essas pessoas encontram nos esportes
de aventura uma possibilidade de auto-realização, procurando superar limites e
ao mesmo tempo, observar ao seu redor e fortalecer seus laços e amizades
com outros praticantes, que buscam da mesma forma fugir de sua rotina, ou
monotonia. O que leva as pessoas a praticarem esse tipo de esportes são: os
riscos, a busca de desafios e a imprevisibilidade dos resultados. Há de se
observar que as características dessas práticas se justificam devido à serem
praticadas em locais desconhecidos dos homens e não necessariamente por
imprudência de seu praticante. Nos esportes de aventura temos que considerar
a preservação de nossa integridade física, emocional, condições físicas, todos
os equipamentos de segurança que a modalidade necessita e também a
presença de equipes de socorro. Muitos autores afirmam que os esportes de
aventura podem ser inseridos no âmbito escolar, sofrendo algumas
modificações, além dos alunos vivenciarem uma nova prática esportiva, terão a
oportunidade de aprender um pouco mais sobre o meio ambiente, já que nos
dias atuais, crianças e adolescentes podem relacionar a atividade física com a
preservação do planeta. Os esportes de aventura sendo inseridos nas praticas
pedagógicas, vão incentivar vários praticantes e ao mesmo tempo auxiliarão a
preservar o local onde será praticado. Na escola os alunos terão a
oportunidade de manusear uma bússola que lhes dará noções de
direcionamento, por exemplo, convivendo com a natureza e aprendendo sobre
ela. Ser um praticante de esportes de aventura necessita estudar o local
explorado, analisar a infra-estrutura, utilizar sempre equipamentos de
segurança, estar com um profissional ou pessoa mais experiente. Assim,
tomando precauções e tornando a atividade mais prazerosa e menos perigosa.
A prática dos esportes de aventura pode levar a conscientização da cidadania
pela sensibilização do ser com o meio ambiente e com as pessoas.
19
ESPORTES E ATIVIDADES DE AVENTURA COMO FERRAMENTA PARA O
DESENVOLVIMENTO HUMANO: EDUCAÇÃO PELA AVENTURA PARA O
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Cleber Liberal de Oliveira, Luciano Andrade Bernardes, Monicade Campos
Pinheiro
UNIFMU: FACULDADES UNIDAS METROPOLITANAS - SÃO PAULO, SP,
BRASIL
E-mail: [email protected]
A visão do mundo que orienta o conceito de educação na sociedade
moderna é o Paradigma do Desenvolvimento Humano. Trata-se da crença que
o desenvolvimento de um país, ou de uma comunidade, depende
fundamentalmente das oportunidades que são oferecidas para que as pessoas
desenvolvam seus potenciais, ou seja, ajudar a formar os cidadãos do presente
e do futuro. Sendo assim, o conceito de desenvolvimento humano implica no
entendimento que todo ser humano é portador de um potencial e do direito de
tornar-se pessoas verdadeiramente capazes de enfrentar os desafios que suas
vidas e o tempo que vivem lhe impõem, preparando-se para promover ações
transformadoras no mundo que está inserido. Enquanto as discussões sobre o
desenvolvimento humano estão avançadas, principalmente no campo
educacional, os Esportes de Aventura ainda estão descobrindo o seu papel
dentro da Educação e como podem fomentar o Desenvolvimento Humano. Nas
últimas décadas, observa-se um grande crescimento desses esportes tidos
como “esportes radicais” tanto nos centros urbanos como nas academias e
escola, sendo considerados, principalmente, atividades de lazer. Trata-se
evidentemente de um fenômeno internacional de mudança de hábitos, o que
reflete transformações culturais cuja profundidade ainda não se compreende
inteiramente. Entretanto, foram iniciadas reflexões teóricas acerca da
apropriação da prática de esportes de aventura como elemento educativo nas
aulas de Educação Física Escolar, embora ainda esteja longe de ser entendida
como um conteúdo relevante e de extrema importância dentro do âmbito
educacional. Muitos autores sociais têm proposto e implementado iniciativas
que geram oportunidades de desenvolvimento; estas iniciativas dão subsídios
aos jovens para que façam suas escolhas e ajam positivamente sobre a
realidade. Entretanto, é importante questionar: quais iniciativas são estas e se
efetivamente promovem o Desenvolvimento Humano. De qual tipo de
desenvolvimento se está falando: social, cognitivo ou motor; e ainda, de quem
é o papel de proporcionar e garantir tal desenvolvimento? E os esportes de
aventura, como inseri-lo dentro desta discussão e usá-lo como ferramenta que,
efetivamente, garanta o desenvolvimento humano? O presente trabalho tem
como objetivo discutir e compreender como os esportes de aventura podem ser
uma ferramenta para proporcionar o desenvolvimento humano, com base em
uma revisão de literatura.
20
EXPERIENCIAS NA DISCIPLINA “PRATICAS CORPORAIS E NATUREZA”
Pedro Henrique Silva Benevides, Gabriel Camargo Santos
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
E-mail: [email protected]
A disciplina “Práticas Corporais e Natureza” foi desenvolvida como um
Núcleo Livre da Faculdade de Educação Física, Universidade Federal de
Goiás, tendo como eixos principais a discussão da relação ser humano e
natureza, as práticas de aventura nesse meio e a visão de corpo e saúde no
mundo contemporâneo, objetivando compreender a relação do indivíduo com o
meio ambiente, levando ao uso conscientemente de seus recursos naturais e
mantendo uma relação de coexistência, de maneira que possamos continuar
com o nosso processo de evolução, sem provocar sua degradação. O homem,
a partir da estruturação do capitalismo, acabou se distanciando cada vez mais
da natureza e, assim, esqueceu que também faz parte dela, visto que tudo o
que construiu, ao longo da história, foi retirado da natureza e o trabalho, que é
algo inerente ao ser humano, é constituído por essa relação. Neste sentido, a
preservação da natureza é de extrema importância, por, acima de tudo, ser
uma auto-preservação. As Práticas Corporais de Aventura na Natureza PCAN’s, proporcionam aos seres humanos experiências diferentes das
habituais, retirando-os do stress do mundo urbano e colocando-o frente à
natureza, sendo este um espaço para diversas práticas que podem ser
realizadas, no lazer, na escola ou de forma esportivizada. No lazer e/ou na
escola, podem ser realizadas por qualquer pessoa e não necessitam de
materiais específicos, tampouco de um corpo “perfeito”, como é colocado pela
mídia. Essas práticas acabam se tornando uma espécie de válvula de escape
do cotidiano, auxiliando no combate ao stress, causado pelo dia a dia, e na
saúde corporal, tanto fisicamente, devido à movimentação do corpo na
realização das práticas, quanto subjetivamente, por conta de sentimentos de
satisfação, superação pessoal, sensações de liberdade e prazer. Contudo, a
mídia apresenta um estereótipo de corpo perfeito e, a partir deste, uma noção
de saúde, que acaba prejudicando a sociedade, que acredita que o corpo
mostrado na mídia é sempre um corpo saudável; este modelo é transferido
para as PCAN’s e muitas pessoas pensam serem inaptas para tais práticas por
não apresentarem tais corpos. Essa disciplina foi realizada durante um
semestre através de aulas em sala e práticas ao ar livre, dentro dos limites da
Universidade. Na disciplina tivemos contato com formas alternativas de se
promover saúde, a partir da alimentação vegetariana, a acupuntura e a
homeopatia, dentre outras que propiciam uma vida mais saudável; vivenciamos
algumas PCAN’s, como tirolesa, rapel, mergulho autônomo e outras,
relembrando sempre o uso consciente do meio ambiente, além de discussões
teóricas ressaltando a atitude do ser humano com relação a natureza, ao corpo
e a saúde em geral.
21
FORMAÇÃO DO MONITOR EM ATIVIDADES DE AVENTURA
José Ricardo Auricchio
UNIFMU – São Paulo/SP
E-mail: [email protected]
Desde o final da década de 80 os chamados esportes radicais vêm se
popularizando no Brasil, mais especificamente no Estado de São Paulo, onde
na década de 90 surgiram muitas empresas na área de aventura. Tais
empresas são geridas por pessoas com experiência em determinadas
atividades que contratam mão de obra local muitas vezes com pouca ou
nenhuma experiência para auxiliar os guias ou instrutores nas atividades a
serem realizadas com clientes. Mas qual a formação ideal para os monitores de
atividades de aventura? Algumas entidades do turismo como ABETA e MTUR
junto com a ABNT publicaram normas técnicas para algumas atividades como
montanhismo, mergulho, caminhada, espeleoturismo entre outras com foco no
que o monitor (condutor) deve seguir em sua formação. Estas normas estão
em vigor desde 2005 e as empresas vêm desde então se adequando para
cumpri-las. Este estudo tem o objetivo de mostrar, com base na literatura
específica e nas experiências de algumas empresas do ramo, qual a formação
ideal para o monitor de atividades de aventura nas diferentes linhas de
atuação. Muitos profissionais da área estão se especializando com cursos de
formação ou ainda faculdades de turismo e educação física, nas quais foram
inseridos diversos cursos de extensão e especialização em atividades de
aventura nos últimos anos. Este estudo mostra ainda que este ramo de
atuação seja uma vertente na área de lazer, e isso faz com que esses
profissionais deixem de ser meros acompanhantes e passem a intervir de
forma construtiva e responsável nas atividades.
22
INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DE AVENTURA NOS ESTADOS DAS
EMOÇÕES E HUMOR
Rodolfo Antonio Zagui Filho1, Luciano Bernardes2
1
Pós-Graduando em Esportes e Atividades de Aventura – UNIFMU
2
Professor e coordenador do curso de Esportes e Atividades de Aventura –
UNIFMU
E-mail: [email protected]
A prática de atividades de aventura proporciona diversos benefícios
corporais, fisiológicos, psicológicos e alterações significativas nas emoções e
estados de humor, como, ira, tristeza, medo, prazer, amor, entre outras. A
prática constante de respostas emocionais como forma do sujeito observar-se,
poderia auxiliar no controle das reações. Se a atividade física dirigida
especificamente para esse fim permite acessar esquemas sensórios-motores,
que levam através de um processamento esquemático, ao processamento
conceitual, então tais atividades podem auxiliar em programas de
autoconscientização. No decorrer de nossos dias, no trabalho ou em casa, os
acontecimentos causam alterações em nossas emoções e no nosso humor,
pelos desafios exigidos, por termos que superar limites, traçar planejamentos e
tomar decisões. Quanto mais nosso mundo moderno se desenvolve, mais o ser
humano busca o contato com sua essência, um bom exemplo disso são as
trocas de fogões tão sofisticados sem chamas, com design arrojado por fogões
a lenha para que possam degustar de uma comida feita ao fogo em momentos
de lazer, bem como viagens a praias e ao campo para que possam pescar,
adquirir seu alimento sem ter que ir ao mercado ou pedi-los pelo telefone ou
internet, para que assim se sintam ao menos por pequenos momentos mais
livres. Nesse estudo iremos cruzar dados dos estados de emoções do dia a dia
com os dados das emoções ligadas as atividades de aventura e também dados
de um grupo praticante de atividades de aventura com dados de um outro
grupo de pessoas não praticantes. O teste será aplicado em três momentos,
sendo o primeiro momento antes de cada atividade de aventura, o segundo
após atividade de aventura e terceiro em dias esporádicos durante a semana
para avaliar estado de humor do dia a dia do individuo. Identificando as
alterações conseguiremos indicar uma melhor administração dos estados de
humor. Para isso, será solicitado aos sujeitos que preencham um breve
questionário biográfico que recolherá vários tipos de informações. Como
instrumento de pesquisa utilizaremos, o teste Profile of Mood State (POMS).
Este instrumento tem sido utilizado em estudos de psicologia para avaliar os
estados emocionais e os estados de humor, assim como a variação a que
estão associadas. A versão utilizada neste estudo é composta por 42 itens que
são adjetivos das escalas de tensão, depressão, hostilidade, vigor, fadiga e
contusão.
23
MESURAÇÃO DA ESCALA DE BORG E FREQUÊNCIA CARDÍACA
DURANTE TRABALHO DE EXPLOSÃO COMO PROCESSO AVALIATIVO
DE INICIANTES NA ESCALADA EM PAREDE ARTIFICIAL
Isabelle Niviane Tomazi Amorim, Caroline Ferraz Simões, Giuliano Gomes de
Assis Pimentel
Grupo de Estudos do Lazer da Universidade Estadual de Maringá,
Maringá – Paraná – Brasil
E-mail: [email protected]
Em função de pesquisas survey sobre demanda potencial para
atividades de aventura na região metropolitana de Maringá, foi evidenciada a
carência de propostas e de iniciativas públicas para oferta dessas práticas.
Visando atender parte dessa demanda potencial, em 2010 o grupo GEL (Grupo
de Estudos do Lazer – na linha de pesquisa em Atividades de Aventura), em
parceria com setores organizados da sociedade, abriu quatro turmas de
iniciação à escalada esportiva em ambiente artificial. O projeto é gratuito e tem
atendido pessoas com diferentes realidades e interesses. Visto ação e reflexão
serem indissociáveis, o grupo está desenvolvendo uma bateria de testes para
iniciantes e avançados. O objetivo deste trabalho é analisar os resultados de
tempo obtidos em teste de explosão na subida em relação a outros dados
obtidos (massa/ estatura/ idade/freqüência cardíaca/escala de Borg). O teste
consiste em escalar, com proteção, a via mais difícil. A medição do tempo é
iniciada ao sinal do avaliador e encerrada quando este alcança o topo da
parede, com altura de 4,5 metros. O teste está sendo realizado em todos os
alunos da escola de escalada em sua primeira aula. Inicia-se o teste com o
aluno em repouso, sendo monitorado por um frequêncimetro e, depois de olhar
para a parede de escalada e para a escala de Borg nos diz sua expectativa
para a subida. A escala de Borg é numerada de 6 a 20 contendo as seguintes
marcas: 6-7-8 muito fácil; 9-10 fácil; 11-12 relativamente fácil; 13-14
ligeiramente cansativo; 15-16 cansativo; 17-18 muito cansativo e; 19-20
exaustivo. O aluno, após cumprir o teste, diz o esforço real percebido. A
freqüência cardíaca foi monitora em repouso, antes da subida e imediatamente
após. Com um dos professores monitorando e anotando a freqüência cardíaca
de repouso e inicial, o aluno começa subir a parede. O estudo está
parcialmente concluído, servindo clinicamente para dar pistas aos instrutores
sobre a capacidade física do aluno escalar e de como seu corpo reage a esse
esforço. Porém, tais dados não se resumem a uma dimensão biológica, pois
orientam pedagogicamente sobre os cuidados no ensino da escalada conforme
os limites corporais e a capacidade (ou acuidade) de cada aluno perceber
diferentemente o esforço necessário para subir uma via. Nesse sentido, o
estudo continuará com outras avaliações, incluindo se os alunos iniciantes que
prediziam com fidedignidade seu esforço também serão bem sucedidos na
interpretação das vias, um dos conteúdos ministrados na fase intermediária do
curso. Pretende-se concluir essa pesquisa até o término do ano de 2010 e
conseguir enriquecer outros trabalhos com o mesmo foco, ampliando as fontes
de pesquisas.
24
Palavras-chave: atividade de aventura, esporte de aventura, ambiente
artificial.
25
MULHERES MERGULHADORAS E ESPORTE AVENTURA E RISCO
Luciana Silva Abdalad, Vera Lucia de Menezes Costa
UGF-LIRES-LEL, Universidade Gama Filho, Laboratório do Imaginário e das
Representações Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Email: [email protected]
Esta pesquisa, de natureza qualitativa é um estudo de caso que propõese a investigar, sob a ótica do Imaginário Social, quais são os sentidos de risco
e do mergulho em apneia para uma mulher recordista mundial desta atividade.
Neste universo, a vivência de um esporte de risco extremo é deliberadamente
escolhida pela informante. Nossa amostra, intencional, foi composta por uma
mulher que pratica o esporte por lazer e competição e possui uma
representatividade no meio do mergulho em apneia. A interpretação do
discurso fundamenta-se na Análise do Discurso proposta por Orlandi. A
mergulhadora das grandes profundidades sabe que ao praticar um esporte de
risco extremo desafia e estende seus limites corporais, e precisa tomar cuidado
para não extrapolar esses limites. A preocupação parece estar presente na
vivência deste limiar entre a vida e a morte, embora o esporte desponte como o
principal espaço de realização pessoal no seu cotidiano.
Palavras-chave: Esporte aventura, mulher, risco, mergulho
26
O IMAGINÁRIO DAS CRIANÇAS JUNTO À NATUREZA: UMA AVENTURA
NA FLORESTA
Sergio Trinchão, Eduardo Rodrigues, Vera Costa, Sergio Azevedo
Universidade Gama Filho / Rj / Brasil - LIRES/LEL – Laboratório do imaginário
social
E-mail: [email protected]
A aventura junto à natureza vivida por crianças que moram em zona
urbana, em que o enquadrinhamento e a violência da cidade lhes roubam os
espaços de brincadeira, revela atividades de desafios e de construção de
coragem e superação de limites que lhes são impostos no seu cotidiano. O
objetivo dessa pesquisa é compreender os sentidos que essas crianças
imprimem em suas caminhadas na floresta. Ao mergulharmos sob a ótica do
imaginário social, encontraremos pistas que revelam a dinâmica da lógica
externa social, com informações simbólicas que contribuem para compreender
as estruturas que movem as ações humanas manifestadas nas imagens,
símbolos presentes nas culturas desses grupos. É uma pesquisa qualitativointerpretativa, sendo realizadas 10 entrevistas-depoimentos com meninos entre
11 e 15 anos, da comunidade Cidade de Deus / Rio de Janeiro, estudantes da
Rede Municipal de Ensino, cursando do 5º ao 6º ano do Ensino Fundamental,
freqüentadores da Floresta da Tijuca/RJ. Os dados coletados cobrem o uso
lingüístico, possibilitando um mergulho em acontecimentos e narrativas que
indicam pistas para obtermos respostas aos nossos questionamentos. Para a
criança, o imaginário. A aventura e o risco se tornam práticas imprescindíveis,
uma vez que estes são deflagradores do processo de desenvolvimento
humano. A aventura pressupõe uma ruptura com um mundo familiar ou social
sendo ponto de partida para um mundo estranho. Por serem atividades que
integram a função simbólica, as atividades de aventura têm grande significado
no processo de desenvolvimento infantil. O imaginário junto à natureza como a
contemplação de chegar à cachoeira em uma trilha inexplorada e a associação
livremente às imagens vivenciadas dentro da floresta, podem ressignificar
fantasmas criados pela razão, pela condição de quase miséria e pela vivência
do cotidiano violento em que essas crianças vivem. Nesse sentido, observarlhes se aventurando nos apresenta um lugar privilegiado de descobertas de
seus potenciais. O significado de aventura tem conhecimentos prévios de
vivência, que é um rompimento com o cotidiano, algo diferente. As crianças
têm diferentes sensações, de acordo com o lugar em que é praticada sua
aventura.
27
O PERFIL DO PRATICANTE DE CAMINHADAS EM MEIOS NATURAIS,
TREKKING, QUE RESIDEM NA GRANDE SÃO PAULO
Jose Carlos Pires de Camargo, Luciano Andrade Bernardes
FMU- Metropolitanas Unidas, São Paulo – SP, Brasil
E-mail: [email protected]
A percepção da qualidade de vida do cidadão residente na capital e
grande São Paulo é de baixa qualidade de vida com relação da prática regular
de atividade física e pouco contato com a natureza. O cenário atual demonstra
que o desenvolvimento do meio urbano traz profundas e sérias conseqüências
para o ambiente e para o ser humano devido ao afastamento e a ausência de
contato com o meio natural, a elevada densidade populacional, e a
predominância de atividade industrial e de prestação de serviço. O estresse e a
falta de qualidade de vida estão cotidianamente ao lado das pessoas, no
trânsito, no trabalho, em casa. Percebe-se também que o estresse está
presente no lazer: nas filas do teatro ou cinema, no estádio lotado e nos
acessos rodoviários em feriados. Observa-se também a crescente valorização
do turismo na natureza, e da prática das Atividades Físicas de Aventura na
Natureza – AFAN, por pessoas à procura de melhor qualidade de vida. Este
estudo verifica a condição atual dos cidadãos residentes na grande São Paulo
quanto à sua percepção de qualidade de vida bem como as saídas que
buscam para melhorar seu dia a dia. Surgem assim atividades diversas junto à
natureza. A caminhada praticada em ambientes naturais, conhecido como
trekking, é apontada como a modalidade mais procurada dentre as Atividades
de Aventura no Brasil e conseqüentemente São Paulo. Este estudo tem por
objetivo a verificação do perfil do praticante de trekking e sua utilização como
meio de melhoria de sua qualidade de vida. Para tanto se utilizou a pesquisa
bibliográfica com aplicação de instrumento de coleta de dados junto aos
praticantes desta modalidade. Foram aplicados cem questionários a fim de
verificar os principais fatores de aderência desses indivíduos às atividades
físicas de aventura na natureza, bem como as possíveis alterações físicas e
psicológicas advindas da prática regular das caminhadas, trekking. Obtiveramse como principais resultados entre os pesquisados, que 73% praticam a
modalidade em busca da integração com a natureza, 44% procuram a
caminhada visando à promoção de saúde e significativamente a maioria, 56%,
praticam pelo menos uma vez por semana o trekking.
28
O SURFE COMO FERRAMENTO DE INCLUSÃO E TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL NA COMUNIDADE DO TERREIRÃO – RECREIO DOS
BANDEIRANTES
Mairton Laurentino da Silva, Ney Felippe de Barros Rodrigues Cocchiarale
UNIGRANRIO – Duque de Caxias – RJ – Brasil
E-mail: [email protected]
O presente estudo teve o objetivo de investigar os significados do surfe
na comunidade conhecida como Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Essa
comunidade, proveniente de um processo de favelização horizontal, está
localizada junto a alguns dos melhores locais para a prática do surfe no
município do Rio de Janeiro, que engloba o canto do Recreio, a Praia do
Pontal, que possui pontos conhecidos como Macumba, Curvão e CCB, a
Prainha e, um pouco mais distante, Grumari.
No canto do Recreio,
encontramos cerca de cinco escolinhas de surfe estabelecidas entre os postos
onze e doze do Salvamar, o que contribui para a divulgação e disseminação do
esporte. A cultura do surfe se faz presente na comunidade através das diversas
lojas voltadas para esse mercado e oficinas de fabricação e consertos de
pranchas. Para a realização deste estudo, utilizamos como instrumento de
coleta de dados uma entrevista semiestruturada que buscou respostas para as
seguintes perguntas: para os gestores de escolas de surfe – A sua escola de
surfe desenvolve algum projeto social? Se sim, qual? Você percebe alguma
mudança na vida dos seus alunos carentes que pode ser relacionada com a
prática do surfe? Qual é o significado do surfe para a vida dos moradores do
Terreirão? Para alunos e moradores da comunidade – O que o surfe significa
para você? Houve alguma mudança na sua vida que pode ser relacionada com
o surfe? Para a interpretação das entrevistas foi utilizada a análise de discurso
de Orlandi (2007). Foram entrevistados quinze indivíduos, sendo três gestores
de escolas de surfe, seis alunos dessas escolas e seis moradores da
comunidade praticantes da modalidade, que concordaram em participar após
serem esclarecidos acerca dos procedimentos e objetivos da pesquisa, sendo
assegurado o seu total anonimato. A análise das respostas obtidas aponta para
a importância do surfe como ferramenta de inclusão e transformação social
para a comunidade do Terreirão, tanto para suprir a falta de opção de
atividades de lazer no local onde os respondentes vivem, quanto para melhoria
em aspectos relacionados à saúde pela incorporação de uma atividade física
regular em contato com a natureza, bem como através da oportunidade de
renda oriunda do surfe, pela profissionalização no esporte, fabricação, conserto
e venda de pranchas e demais artigos que envolvem a cultura e a prática do
surfe.
Palavras-chave: Surfe; cultura; inclusão.
29
PARKOUR E O RESIGNIFICADO DOS ESPAÇOS: DO NÃO-LUGAR E
LUGAR
Emília Amélia Pinto Costa da Silva, Petrucio Venceslau de Moura, Priscilla
Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas
Universidade de Pernambuco/ Universidade Federal da Paraíba- Recife- PEBrasil
E-mail: [email protected]
O crescimento desordenado das cidades faz surgir um déficit contínuo
no que diz respeito à infra-estrutura e urbanização, minimizando os espaços
que propiciam a prática e experiências de lazer. Por uma outra dimensão, a
verticalização dos centros urbanos associado aos interesses imediatos das
cidades vem transformando os espaços em ambientes frios e passageiros,
transformando-os em não-lugar. Neste sentido, surge na França na década de
80, uma prática radical denominada Parkour que possibilita redesenhar o
espaço urbano por meio de novas relações entre o homem e os lugares da
cidade. Assim, a pesquisa objetiva analisar a utilização dos espaços urbanos
por grupos de Parkour a partir da classificação antropológica do lugar e nãolugar. Este estudo caracteriza-se como semiótica por analisar fenômenos
culturais e seus significados e representações, no qual, tem a ciência dos
signos como objeto da semiose, constituindo a ação dos símbolos, nos
processos significativos na cultura e na natureza. Deste modo, foram objeto de
investigação dezoito vídeos de três grupos praticantes de Parkour no Brasil,
disponíveis nos respectivos sites de divulgação, tendo como estrutura de
análise o cenário e a ocupação do espaço urbano. A partir dos resultados foi
possível inferir que o Parkour pode ser praticado em diferentes espaços
urbanos, tais como praças e fachadas de prédios públicos, ruas e espaços
naturais. Os praticantes idealizaram obstáculos e estratégias a serem
alcançadas a partir das possibilidades que o lugar oferecesse, aproveitando os
espaços livres da cidade, muitas vezes não utilizados pelos moradores. Da
análise advinda dos vídeos, foi nítido o abandono do espaço, que ganhou vida
e significado, transformando um não-lugar em lugar, com identidade,
historicidade e afetividade próprias. Foi possível perceber uma utilização
minuciosa e ao mesmo tempo ampla do espaço da cidade, onde foi usado
desde o meio fio das calçadas, corrimão e escadas até altas fachadas de
edifícios e espaços naturais. Neste sentido, o Parkour é uma prática radical
acessível aos adeptos, por proporcionar elevado grau de satisfação e desafios
aos praticantes, contribuindo para o autoconhecimento corpo-mente,
desenvolvendo força, equilíbrio, coordenação, determinação, superação e
percepção dos lugares da cidade.
Palavras- chave: Parkour; Lugar; Não-Lugar.
30
PARKOUR, RADICALIDADE CORPORAL
Dimitri Wuo Pereira, Jonas Alfredo da Silva
Universidade Nove de Julho
São Paulo – SP. Brasil
E-mail: [email protected]
No final do século XX surgiu uma vertente da atividade física que
quebrou paradigmas e demonstrou um novo ponto de vista capaz de incluir a
liberdade ao corpo em movimento chamada Parkour. Esse nome deriva de
percurso em francês, pois o desafio nessa prática provém dos antigos
percursos dos combatentes militares. O objetivo desse estudo é descrever
essa atividade contemporânea para vislumbrar novas possibilidades dentro da
educação física e do lazer. A revisão de literatura será o método de pesquisa
utilizado. O Parkour foi criado por David Belle e teve influência de seu pai
Raymond que como militar e combatente do Vietnã tinha a missão de
reconhecer o campo inimigo e precisava ser ágil, rápido e eficiente para
manter-se vivo. Ele tem Raízes no método natural de Georges Hebert, que
desenvolvia atividades ginásticas em contato com a natureza. David por sua
vez, praticou diversas atividades esportivas como: artes marciais, ginástica,
escalada entre outras e reuniu-as com o objetivo de usar apenas seu corpo
para transpor obstáculos com a maior eficiência possível. Como sua intenção
não era competitiva e sim a descoberta interior, ele contrariando algumas
lógicas modernas começou a difundir o Parkour de forma gratuita, não
competitiva e individualizada, podendo acontecer tanto em ambientes naturais
como urbanos. Assim cada pessoa pode descobrir seus limites e fortalecer a
união corpo e mente de acordo com seus interesses, não estando sujeita a
regras pré estabelecidas. Interessante perceber que da mesma forma que
outros acontecimentos contemporâneos, o Parkour se difundiu pela internet
atingindo assim rapidamente os jovens e se espalhando pelo mundo com
custos mínimos de divulgação, muito diferente das formas de atividades físicas
que conhecemos. Podemos verificar que é uma atividade interligada a uma
forma de ser que se aproxima e se combina com os hábitos das gerações
globalizadas e informatizadas. Podemos concluir que para os pesquisadores e
profissionais do lazer e da educação física, o Parkour dá fortes indicações de
como tende a ser o comportamento relativo às práticas corporais no futuro,
afinal descobrimos que a liberdade de movimentos, a busca de desafios
subjetivados, a cooperação, a solidariedade, o voluntariado, o aprendizado do
enfrentamento do risco, a melhoria das condições físico-motoras pode ocorrer
de modo muito distinto daquele descrito nos livros e artigos que atualmente
encontramos nessas áreas de conhecimento, suscitando novos entendimentos
e olhares para o corpo em suas dimensões radicais, de aventura e de ação.
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PEFAI
PROGRAMA DE ECOTURISMO COM ATIVIDADES FÍSICAS PARA IDOSOS
Lilian Suelen de Oliveira Cunha
Universidade do Estado do Pará, Santarém, Pará, Brasil.
E-mail: [email protected]
Introdução: Diante da grande procura de atividades na natureza por pessoas
nas várias faixas etárias, pesquisas desenvolvidas em diversas áreas do
estudo demonstram os principais benefícios oferecidos ao homem do século
XXI a beira de um “ataque de nervos”. Nesse sentido e baseado na pesquisa
de DIAS (2006) que aponta a necessidade de um olhar mais específico de
Empresas no tratamento das atividades de ecoturismo para idosos este estudo
criou e implementou uma nova alternativa denominada PEAFI. Objetivo: O
estudo através da criação do PEAFI teve como objetivo verificar a importância
da especificidade do serviço para o usuário idoso, verificando também
vantagens e desvantagens do programa, a fim de oferecer o modelo a
Empresas do ramo e como proposta para secretaria de turismo do município de
Santarém-PA. Metodologia: Sendo esta uma pesquisa qualitativa os 29 idosos
na faixa etária entre 60 e 76 anos, de ambos os sexos, foram selecionados
intencionalmente por praticarem atividades físicas há no mínimo seis meses
em um programa de extensão da Universidade do Estado do Pará. A pesquisa
foi dividia em duas fases: a primeira foi a construção do PEAFI e a segunda foi
a aplicação das atividades realizada no período de agosto a outubro de 2009,
sendo apenas aos sábados. Para coleta de dados foram utilizadas entrevistas
semi-estruturadas antes, durante e depois do programa, observação direta e
vivencia da pesquisadora e da equipe de apoio. É importante salientar que o
diferencial do PEAFI em relação a outros que promovam a atividade de
ecoturismo para idosos é a participação de uma equipe multiprofissional
composta por 15 pessoas: Educadores físicos, Enfermeiros, Fisioterapeuta,
Bióloga, Administrador e Bombeiros que durante todas as atividades seguiram
as determinações do PEAFI e principalmente o atendimento das necessidades
específicas do grupo idoso durante as atividades físicas e/ou outras oferecidas
pelo programa. Resultado: Foram realizadas oito atividades com o grupo de
idosos previsto pelo programa, demonstrando sua viabilidade e segurança e
atrelado a isso, outros benefícios atingiram os idosos como maior socialização,
satisfação, bem estar emocional e físico e principalmente o sentimento de
valorização pelas pessoas que estavam atuando junto a eles. Conclusão: O
modelo do PEAFI enquanto programa mostra eficiência e garantia de
satisfação e segurança para idosos, mas também demonstra o quão
necessária são as pesquisas em torno da temática em evidencia, pois
inúmeras são as previsões de que em 2050 o número de idosos deverá ser
superior a 25% da população no Brasil. Portanto, este estudo apenas traz
inovações para a literatura e iniciam outras que ofereçam a camada
populacional idosa o direito a lazer, saúde e envelhecer com qualidade de vida.
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PRÁTICAS DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA UFAC – RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Carlos Roberto Teixeira Ferreira, Ilbert Silveira de Azevedo
Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil
E-mail: [email protected]
O interesse por elaborar o presente projeto está na necessidade
repassar experiências e conhecimentos tepráticos em atividades de aventura.
As “Práticas de Atividades de Aventura na UFAC” caracteriza-se por ser um
projeto de extensão que tem por objetivo proporcionar aos acadêmicos da
Universidade Federal do Acre a vivência em atividades de contato com a
natureza. Neste projeto, os acadêmicos têm a possibilidade de ampliar seus
conhecimentos em atividades que interage o homem com a natureza e de
práticas que contribuem para o desenvolvimento do ser humano. A UFAC é um
lugar privilegiado porque propicia atividades em ambientes de mata. Nesse
sentido, o projeto abrange os seguintes conteúdos: 1) Estágio básico de selva;
2) Orientação e navegação com bússola; 3) Rapel; 4) Arborismo. As práticas
referentes às atividades em ambiente de selva contaram com a parceria do 4º
Batalhão de Infantaria de Selva da capital. Através deste projeto foi possível
discutir e implantar no eixo curricular do curso de Educação Física Bacharelado
a disciplina “Esportes Radicais e Atividades de Aventura” e no curso de
Licenciatura em Educação Física da zona rural o projeto de extensão
“Atividades Interativas em Educação Física”, com um dos conteúdos, o curso
teórico e prático de bússola e navegação. Um fato importante é que a prática
dessas atividades possibilitou o fortalecimento das relações sociais, o que é
possível devido à integração entre os praticantes nas experiências práticas.
Finalmente, pude perceber que este projeto é um veículo de participação e
integração entre a comunidade acadêmica e o meio ambiente, possibilitando a
formação de cidadãos com atitudes e valores de preservação do meio
ambiente e na qualidade de vida.
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PROJETO CICLOPOIESIS - 2° ETAPA
Rodrigo Duarte Ferrari, Carlos Luiz Cardos
Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/Santa Catarina - Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: Esse resumo é um recorte da pesquisa realizada como trabalho de
conclusão do curso de licenciatura em educação física da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). O objeto de investigação desse trabalho foi às
interações de um grupo de pessoas que realizaram uma viagem de bicicleta
em 2007, orientados por uma proposta sistematizada, denominada Projeto
CicloPoiesis. Os integrantes desse grupo pedalaram mais de 2500 km, em dois
meses de cicloviagem no Chile e Bolívia. O pesquisador se inseriu nessa
realidade, desempenhando os papeis de cicloviajante e pesquisador,
configurando assim um estudo etnográfico. A etnografia é definida como uma
descrição densa das interações e relações humanas que se estabelecem em
determinado contexto cultural. Objetivo: Descrever e refletir sobre o modo de
viver dos integrantes do Projeto CicloPoiesis durante essa viagem de bicicleta,
para compreender esse fenômeno, tanto numa perspectiva biológica quanto na
cultural no campo de conhecimento da educação física. Fundamentos
Teóricos-Metodológicos: Como base teórica para compreender e refletir sobre
essas descrições utilizou-se principalmente a Biologia do Conhecer. Nessa
abordagem destacam-se as noções de Autopoiesis, Filogenia, Ontogenia e
Linguagem, que expressam os princípios científicos e concepções desse
trabalho, bem como, o tema da mobilidade urbana. Como caminho
metodológico utilizou-se elementos dos estudos etnográficos e da
hermêneutica, sendo a observação participante a principal técnica de coleta
dos dados. Conclusão: Essas interações observadas apontam para a
caracterização de uma atividade de aventura que proporciona transformações
biológicas e no modo de viver de seus praticantes, mesmo que
temporariamente, no que se refere a: a) A estrutura e acoplamento estrutural
dos organismos no meio; b) Percepções espaço-temporais; b) Relações com
objetos materiais e hábitos de consumo; c) Intensificação da noção de
coletividade e cooperação entre os integrantes do grupo; d) Aproximação
intensa de diferentes culturas.
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PROJETO CICLOPOIESIS - 3° ETAPA
Rodrigo Duarte Ferrari
Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/Santa Catarina - Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: Esse resumo é um relato de experiência da 3° viagem de bicicleta
do Projeto CicloPoiesis, que percorreu 3000 km entre Peru e Equador. Essa foi
realizada em 2010, por dois integrantes do projeto. Além de ser uma atividade
de aventura, o projeto objetiva promover o uso da bicicleta como opção de
modalidade urbana em deslocamentos urbanos e viagens. A principal
estratégia para alcançar essa meta é a produção e veiculação de textos
reflexivos, fotos e vídeos na internet. Com isso, optou-se pelas reflexões em
torno dos processos de produção audiovisual durante a cicloviagem, devido ao
critério de prioridade da utilização dessa linguagem como caminho para
alcançar os objetivos do projeto. Objetivo: Descrever e refletir sobre os
processos de produção audiovisual durante a viagem de bicicleta da 3° etapa
do Projeto CicloPoiesis. Fundamentos Teóricos-Metodológicos: Como base
teórica para compreender e refletir sobre essas descrições utilizou-se
principalmente a Antropologia Visual e a Mídia-Educação, destacando-se as
novas possibilidades das Tecnologias de Informação e Comunicação. Foram
filmadas mais de 40 horas no formato FullHD, esse material foi editado,
finalizado e veiculado na internet na forma de 29 pequenos vídeos que ilustram
as experiências dos cicloviajantes. Conclusão: Essas experiências retratam,
sobretudo, as facilidades de produzir e veicular conhecimentos e informações
na atualidade, abrindo um campo de atuação e reflexão novo no universo das
atividades de aventura. Estudos refletem sobre essas novas possibilidades
democráticas na área da comunicação, evidenciando o contraste entre o mass
media e esse novo meio de interações comunicativas que está emergindo. No
cenário dominado pelo mass media, o capital controla o lado da emissão e os
canais de transmissão. No cenário digital, da forma como a internet foi
estruturada, o capital controla a infraestrutura de conexão, mas não controla os
fluxos de informação, nem consegue determinar as audiências. Para finalizar,
conclui-se sobre a importancia dessa abertura e da socialização de
experiências, com a intenção de fortalecer as atividades de aventura ao se
apropriar dessas novas possibilidades democráticas de comunicação.
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QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
EM SURFISTAS AMADORES E PROFISSIONAIS
Júlia Krüger Romariz, Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães, Alcyane
Marinho
UDESC/CEFID – Florianópolis – SC – Brasil
E-mail: [email protected]
As diferentes perspectivas que fomentam o interesse por atividades em
contato com a natureza apresentam um eixo norteador comum: a busca pela
implementação da qualidade de vida - elemento caracterizado por inúmeros
aspectos na vida atual. Nesta perspectiva, este estudo, de corte transversal,
objetivou investigar a qualidade de vida relacionada à prática de atividade física
em surfistas amadores e profissionais, na faixa etária entre 18 e 35 anos, de
ambos os sexos, participantes dos campeonatos da Federação Catarinense de
surfe durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2009. A
amostragem por conveniência foi de 202 surfistas com média de idade de
25,9±7,5 anos, sendo 83,2% do sexo masculino e 16,8% feminino. Para coleta
de dados, optou-se por um questionário auto-aplicável dividido em quatro
partes: a) Identificação pessoal; b) Situação socioeconômica (ABEP) - 2008; c)
IPAQ (curto); d) Whoqol (abreviado). Para análise dos dados, utilizou-se o
programa estatístico SPSS -13.0. A maioria dos surfistas são solteiros (82%),
possuem ensino médio completo (64%) e são pertencentes ao estrato
econômico B (61%). Dos 202 participantes, 94,1% são surfistas amadores, e
todos realizam atividade física por, pelo menos, duas a três vezes por semana
(42,6%), com duração de mais de uma hora (56,9%). O nível de atividade física
da maioria dos surfistas foi muito ativo (83,2%), além de 10,4% ativos e 6,4%
insuficientemente ativos. A qualidade de vida, de forma geral, pode ser
considerada boa a muito boa, com escores que variam de 59,8% a 77,0%,
sendo o valor mínimo obtido de 25% no domínio social e máximo de 100%
também neste domínio. As médias dos escores de cada domínio da qualidade
de vida foram de 59,8% no domínio físico, 66,7% no domínio ambiental, 69,6%
no domínio psicológico e 77% no domínio social. O domínio social foi o que
obteve maior escore e o físico o mais baixo. Houve uma fraca associação entre
as variáveis dos domínios da qualidade de vida e os componentes da atividade
física (r=-0,105 - r=0,114), não havendo significância entre as mesmas, ou seja,
a qualidade de vida, no presente estudo, não foi influenciada pela prática de
atividade física, não sendo possível afirmar que a qualidade de vida de boa a
muito boa ocorreu em função da prática do surfe. Provavelmente, outros
hábitos dos surfistas investigados contribuem de forma mais significativa para o
fenômeno qualidade de vida pesquisado.
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RELATO DE CASO: REFLEXÕES SOBRE AS ATIVIDADES DE AVENTURA,
NOMENCLATURA E PROCESSO DE APROPRIAÇÃO
Douglas Abrahão de Oliveira
Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia / Minas Gerais / Brasil
E-mail: [email protected]
Este trabalho tem como escopo, propor a reflexão sobre as Atividades
de Aventura (A.A.), partindo de minha experiência prática em diversas
modalidades, da análise epistemológica dos termos recorrentes para sua
representação social e pela compreensão através do diálogo com outras
ciências como, sociologia, biologia e geografia. Introdução: São empregados
usualmente para representar estas atividades os termos, “Esportes de
Aventura” e “Atividades de Aventura”, é no uso de cada um deles há valores
arraigados, passíveis de análise pelos seus significados epistemológicos. O
primeiro pressupõe, uma esportivização das atividades realizadas junto à
natureza, por meio da exploração de seus recursos, através da
institucionalização de órgãos (estatais ou não) visando regulamentar as
atividades desse caráter, por meio de regras, estatutos e criação de
competições, agregando a lógica mercantilista e desvelando um amplo
“Cercado Social”, entendido como; espaço exclusivo (sendo assim excludente)
de determinados profissionais dentro do mercado de trabalho; contribuindo
diretamente no fortalecimento do processo de esportivização destas práticas.
Enquanto o segundo incorpora o sentido de uma prática junto à natureza,
voltada para o Hobby, o lazer (que não deve assumir o caráter ‘compensatório’,
ou seja, buscar na natureza e na prática de tais atividades, aquilo que a
‘sociedade moderna’ não proporcionou ao indivíduo) onde os atores sociais se
apropriam destes espaços como forma de (re)aproximação ao meio natural,
deixando alheio o caráter competitivo, prevalecendo os diferentes sincretismos
simbólicos, relacionados à emoção, aventura, ao mutualismo com a natureza, a
busca pela adrenalina e sobre tudo a sensação de lidar com o risco, além de
tantos outros. Julgo pertinentes estas discussões, em vista que, ambos os
termos são considerados corretos, (pela literatura, profissionais e
pesquisadores) e dado o fato, do currículo de formação ao qual estou inserido
(Universidade Federal de Uberlândia – Faculdade de Educação Física), possuir
a matéria obrigatória, Esportes de Aventura ministrada no nono período,
também por entender que este “novo” processo de apropriação do homem pela
natureza, traduzido em forma de aventura, não deve possuir um caráter
predatório e sim caminhar para uma lógica ecológica a qual chamo de
‘Conscientização Ambiental’. Outro aspecto que deve ser ressaltado sobre as
A.A., é o processo de externalização que os seres humanos têm assumido em
relação à natureza, tratando estes espaços como algo fora do indivíduo,
transformando-os em cenário para tais práticas, não visando “compor” com a
natureza, “fazer” e “ser” parte dela no momento das vivências destas
experiências, reproduzindo em suas práxis os hábitos e ritos vivenciados no
cotidiano da lógica atual de sociedade. Está na hora de adquirirmos uma visão
não alienante sobre os espaços naturais, no sentido de estabelecermos uma
37
relação dialética com os mesmo, onde o indivíduo se sinta e se enxergue parte
deles, caminhando rumo a ‘Consciência Ambiental’.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO NAVEGA SÃO PAULO DA
CIDADE DE RUBINÉIA-SP
Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro, Gisele Maria Schwartz, Viviane Kawano
Dias, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan, Juliana de Paula Figueiredo,
Priscila Galvão de Almeida Leme
Laboratório de Estudos do Lazer, UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil
E-mail: [email protected]
O Projeto “Navega São Paulo” realizado na cidade de Rubinéia - SP,
mais especificamente, no Ipanema Náutico Clube, atende crianças e
adolescentes de 12 a 16 anos, por meio da prática dos esportes náuticos, vela
e canoagem. A vela é uma modalidade olímpica que o público brasileiro passou
a conhecer e admirar após o crescimento do número de conquistas dos atletas
brasileiros no cenário mundial. Toda e qualquer modalidade esportiva pode
servir com ferramenta para a inclusão social e com os esportes náuticos não
seria diferente. O Projeto “Navega São Paulo” iniciou suas atividades em 2006,
em parceria com a Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São
Paulo, Prefeitura Municipal de Rubinéia e com a ONG “Vento em Popa”, tendo
como patrocinadores a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e a SABESP.
Atualmente o projeto conta com a colaboração de um responsável geral, dois
instrutores, quatro monitores e um marinheiro, beneficiando mais de 800
crianças e adolescentes da rede pública de ensino, desde sua implantação.
Além da inclusão social, o projeto visa à formação de cidadãos responsáveis e
comprometidos com o meio ambiente, capazes de interferir de maneira positiva
e eficaz na sociedade, e também, a melhora do condicionamento físico perante
a prática esportiva. As aulas de vela e canoagem são ministradas de segunda
a sexta-feira, durante 4 horas diárias. Nesse período, as crianças e os
adolescentes não só praticam as modalidades, mas participam de aulas
teóricas sobre primeiros socorros, meio ambiente, cidadania e marinharia. Vale
lembrar que o Projeto “Navega São Paulo” existe em vários municípios do
Estado de São Paulo, apresentando também a expectativa de formar atletas
para competir a nível nacional e futuramente, a formação de atletas olímpicos.
O objetivo do presente relato foi de divulgar as atividades, bem como, a
estrutura do Projeto “Navega São Paulo” da cidade de Rubinéia-SP, utilizando
uma entrevista semi-estruturada, aplicada mediante uma conversação com o
responsável geral do projeto da cidade de Rubinéia – SP. Sugere-se a
continuidade do Projeto “Navega São Paulo” com a finalidade de envolver o
máximo de crianças e adolescentes, fortalecendo a inclusão social na cidade
de Rubinéia-SP e país afora, contribuindo para o aumento do número de
praticantes dos esportes náuticos do Brasil.
Palavras-chave: inclusão social, vela, canoagem.
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REPRESENTAÇÕES DE MONTANHISTAS QUE ALCANÇARAM O DEDO
DE DEUS NO PARQUE NACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS EM 2001
Veluma Rabello Silva, Eduardo Rodrigues da Silva, Vera Lúcia de Menezes
Costa
Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
E-mail: [email protected]
O estudo refere-se ao desenvolvimento do montanhismo na Serra dos
Órgãos e a sua importância para os montanhistas que escalam na região,
envolvendo um misto de simbolismo, sacralização e reverência à natureza,
regido por um corpo imaterial, imagético, presente na cultura com o objetivo de
destacar alguns elementos simbólicos expressos nos discursos dos
montanhistas que alcançaram o cume do Dedo de Deus em seus respectivos
registros no Livro de Cume do ano de 2001. Trata-se de um estudo exploratório
com abordagem qualitativa, onde aspectos relacionados à aventura e ao meio
ambiente, vivenciados no universo daqueles praticantes de escalada. Os
discursos de 40 sujeitos, analisados pela Análise de Conteúdo, se tornaram
reveladores do imaginário que anima suas práticas. No Livro, os atores deixam
suas impressões, emoções e sentimentos ao alcançarem a parte mais alta. A
aventura fluiu livre pelos caminhos subjetivos da imaginação, conduzindo seus
portador a produções imaginárias fantásticas. A energia proveniente da
natureza contribuiu para a fusão do sujeito com o mundo, encaminhando-o a
um modo de vida especial e a manuscritos sensacionais. Os atores jogam com
o próprio limite e instinto, satisfazem sua imaginação criadora mapeando as
montanhas com trilhas e vias, provando a si a capacidade de autocontrolar-se,
de auto-superar-se e de auto-aperfeiçoar-se. Embriagados de exaustão e
prazer, o fazem para alcançar a morada dos deuses e experimentar a condição
divina, a reverencia e contemplação da natureza, com o discurso de
preservação ambiental. Seduzidos pela beleza das paisagens, pela energia
envolvente, sentem-se aconchegados e passam a harmonizar-se com ela.
Utilizam-se de astúcia e inteligência, desenvolvendo mecanismos de adaptação
e de superação dos obstáculos que o cerceiam para descrever o cenário.
Estudo concluiu que os montanhistas adentram à natureza, reencontram sua
natureza, e a integram, contemplando-a, revestindo-a de sagrado, seduzindo-a,
explorando-a, decifrando seus enigmas de forma sublime, onde o prazer leva
ao êxtase. Os mitos e a sacralização das montanhas tornam o Parque o melhor
lugar para os montanhistas praticarem e expor suas fantasias de forma lúdica,
tornando cada passada, folha, pedra e trilha, mágicos, levando-os para um
paraíso onde a presença divina se estabelece e os seus esforços os tornam
heróis. Aqueles que alcançam a ponta do indicador do Dedo de Deus alcançam
também os céus. A floresta e seus caminhos também dão sinais de que são
castigados pelos homens e suplicam que essa reintegração com a natureza
não seja danosa e sim, prazerosa, satisfazendo ambos os lados, pedindo que
apenas deixemos nossas pegadas e que levemos somente boas lembranças e
memórias de nossas aventuras.
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RISCOS NA PRÁTICA DA VELA: VIVÊNCIAS NA NATUREZA INCERTA
Priscilla Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas
UPE/UFPB, Recife/PE, Brasil
E-mail: [email protected]
O risco é fator inerente a condição humana, sempre ameaçada pela
incerteza, que sufoca as novas descobertas, passando pelo estado do medo
sendo resgatado pela liberdade, despertando sensações de prazer a cada
conquista. Nesta perspectiva, o risco na prática da vela está presente por ser
realizado pela ação da natureza incerta – água, vento – em condução do corpo
que veleja em equilíbrio com o barco. O objetivo deste estudo é analisar as
situações de risco por meio da prática da vela. Trata-se de uma pesquisa
descritiva, do tipo de campo, em que participaram 12 atores sociais, que
velejam há pelo menos 5 anos, em João Pessoa/PB. O instrumento utilizado foi
um roteiro de entrevista semi-estruturada. Como recursos técnico, utilizou-se
um caderno de campo, um gravador e uma câmera para os registros orais e
imagéticos. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da análise
de discurso. Os resultados obtidos à luz da assunção dos riscos foram
classificados em duas categorias: a) situações de risco provenientes das ações
humanas: que tratou dos relatos ocorridos na prática da vela onde ocorreram
danos em peças e/ou equipamentos que resultou situações de perigo e
ameaça a vida do velejador; b) situações de risco provenientes das ações
naturais: onde as questões dos riscos foram oriundas das mudanças
relacionadas aos aspectos climáticos, como variações do vento, chuva, ondas
muito altas que provocaram danos a embarcação, perigo e ameaça aos
velejadores, onde muitos dos participantes foram salvos por estarem equipados
com recursos tecnológicos tais como GPS e rádios de comunicação. Apenas
um participante afirmou que nunca passou por situação de risco. Na primeira
categoria, observou-se que estes riscos podem ser minimizados com
manutenções adequadas na embarcação e intervenções educacionais
alertando para os riscos que podem ocorrer nesta prática. Na segunda
categoria, foram destacadas as situações climáticas, pois mesmo observando
as condições do tempo antes de velejar, este pode alterar tornando
imperceptível aos estudos da meteorologia, principalmente quando se está em
alto mar, sendo obrigatório aos velejadores se aparelharem com o mínimo de
segurança, além de comunicar ao órgão náutico (Marinha), responsável pela
região explorada. Cabe ressaltar que os riscos na prática da vela devem ser
gerenciados e analisados minuciosamente antes e durante de todo o velejo,
desde um passeio em águas abrigadas quanto uma expedição em águas
abertas, tendo em vista os imprevistos que podem ocorrer quanto aos
equipamentos utilizados, bem como as situações climáticas propícias as
práticas na natureza.
Palavras-chave: Risco. Prática da Vela. Natureza.
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SER HUMANO/NATUREZA: MOTIVOS PARA A PRÁTICA DO CAVING
Marilda Teixeira Mendes1, Michela Abreu Francisco Alves2, Alex Fabiani de
Brito Torres3, Kátia Maria Gomes Monção4
1
Profa. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas
Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
2
Graduada em Educação Física pelas Faculdades Unidas do Norte de MinasFUNORTE, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
3
Prof. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas
Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
4
Profa. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas
Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
E-mail: [email protected].
O caving proporciona ao ser humano vivenciar experiências, por meio de
um envolvimento intenso com o ambiente cavernícola, objetivando a
descoberta e a contemplação do ambiente. Há também a aventura, quando o
praticante depara-se com os obstáculos naturais existentes e vislumbra a
possibilidade de experimentação de emoções intensas e diversas.O presente
estudo teve como objetivo analisar a contribuição do caving na melhoria da
qualidade de vida dos integrantes do Espeleogrupo Peter Lund - EPL, por meio
da relação ser humano/caverna. A justificativa para a realização desse estudo
ocorre em função da existência de poucos estudos sobre a relação caving e
qualidade de vida. A metodologia utilizada foi uma combinação de pesquisa
bibliográfica e de campo. Como instrumento de coleta de dados, foram
realizadas a observação participante e a entrevista semi-estruturada. Para a
análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que
possibilitou obter indicador, que contribuiu para a sistematização da seguinte
variável motivos para a prática do caving. Esse indicador se vincula à melhoria
da qualidade de vida. Os sujeitos deste estudo foram dez integrantes
pertencentes ao EPL, praticantes do caving, de ambos os gêneros, ocupantes
de diferentes categorias profissionais, levando-se em conta a
representatividade e a acessibilidade. Evidenciou-se que os motivos relatados
para a prática do caving no ambiente de caverna foram: as sensações e
emoções que podem ser reconhecidas como o risco, a aventura, o medo, o
prazer, o belo, o novo, o desconhecido, a descoberta, a paz, a tranqüilidade e o
confinamento. Segundo alguns relatos, a emoção no ambiente de caverna é
multifacetada, constituída de medo e de prazer. Nessa concepção de emoção
multifacetada, paradoxalmente, o medo e o prazer dividem o mesmo espaço,
sem que uma emoção anule a outra. Nos depoimentos dos sujeitos desse
estudo, pode-se destacar a ênfase dada à ocorrência de emoções, com
significado positivo. O elemento emocional bastante enfatizado pelos
integrantes caracteriza o prazer. O prazer é também associado ao belo, ao
risco, à aventura, ao medo, ao perigo, aos obstáculos, ao desconhecido, ao
bem-estar corporal e à tranqüilidade, durante a prática do caving, considerado
como beneficio pessoal pelos praticantes do caving. Esses motivos
contribuíram para melhoria da qualidade de vida dos integrantes do EPL.
Segundo os integrantes do EPL na caverna o corpo é pleno. Para Cleyton Lino,
42
não se visitam cavernas impunemente. Na caverna tudo é diferente, belo e
novo. Como uma das últimas “fronteiras” de nosso planeta, pode-se ainda
experimentar o prazer incomum de penetrar em recantos onde nenhum outro
ser humano adentrou e seguir, sem pegadas, à frente. Na caverna, nossa
imaginação é pequena perante os belos e intrincados cristais de pedra que
imitam flores e crescem em todas as direções. Um lugar onde é tanto o
silêncio, que nosso cérebro, com seus irrequietos neurônios, faz-se ouvir como
se fosse uma fábrica, fabricando sonhos.
Palavras-chave: Caverna; Caving; Qualidade de Vida; Corpo.
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SER HUMANO-NATUREZA: UMA RELAÇÃO PELA PRÁTICA DA VELA
Priscilla Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas, Emília
Amélia Pinto Costa da Silva, Petrucio Venceslau de Moura, Bruno Medeiros
Roldão de Araújo
UPE/UFPB, Recife/PE, Brasil
E-mail: [email protected]
A dimensão do corpo nas práticas na natureza trata de um extenso
universo de significados, possibilitando conhecer continuamente a si mesmo e
o espaço explorado. A prática da vela se caracteriza por uma prática náutica
que exerce ação por meio de três comandos: propulsão, direção e equilíbrio em
sintonia com o ar, a água, o barco e o corpo que veleja, disseminando estes
elementos, unindo-se a um só propósito, a ação de velejar. O objetivo deste
estudo é analisar a relação ser humano-natureza por meio da prática da vela.
Trata-se de uma pesquisa descritiva de campo, a qual participaram sete atores
sociais que velejam há pelo menos 5 anos, em João Pessoa/PB. Como
instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário para
caracterização dos participantes e um roteiro de entrevista semi-estruturado.
Os recursos materiais utilizados foram um caderno de campo e um gravador
para os registros orais. As entrevistas foram transcritas na íntegra e analisadas
por meio da análise de discurso. Observou-se nas falas dos sujeitos a relação
e preocupação com os elementos naturais nos momentos que precedem a
prática, sendo ressaltados os aspectos climáticos, como a força e a direção do
vento, a tábua da maré. Durante a prática, os elementos naturais fizeram-se
presentes na observação do mar, atenção com o vento, sentimento de alerta
enquanto imprevistos que podem acontecer desde falha de equipamentos,
peças do barco, bem como situações inesperadas da natureza, visto que o mar
é um espaço incerto. Um número representativo dos atores sociais relatou que
a maior sensação de prazer enquanto velejava foi descobrir outros elementos e
situações da natureza pouco freqüente no cotidiano, como velejar junto a um
cardume de aproximadamente 50 golfinhos, velejar entre o pôr do sol e o
nascer da lua cheia, velejar em grande velocidade pela ação do vento. Outras
sensações apontadas estavam relacionadas à conquista de regatas, justificada
pelo fato de alguns dos participantes ser ex-atleta. Nota-se que a relação e o
envolvimento com os elementos naturais estão bem presentes na prática da
vela, pois a sensibilidade tem relações intrínsecas com esta prática que
envolve vários elementos da natureza para se dar a ação de velejar. Também
se faz presente o sentimento de preservação do espaço marítimo e a
preocupação com o lixo ambiental presente nestes espaços. Os achados
evidenciaram que a prática da vela desperta relações de proximidade com a
natureza e ressalta a inserção do ser humano enquanto elemento do cosmo.
Palavras-chave: Relação Ser Humano-natureza. Prática da Vela. Natureza.
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SURFE FEMININO: ASPECTOS HISTÓRICOS, FISIOLÓGICOS E SOCIAIS
Luana Vieira Rosas, Luciano Andrade Bernardes
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. FMU/São PauloSP – Brasil
E-mail: [email protected]
As atividades físicas de aventura na natureza estão adquirindo um
número crescente de adeptos a cada dia. A prática do surfe, em particular sofre
esse aumento de forma ainda mais acentuada, graças à extensa faixa litorânea
brasileira, à mídia, os filmes, moda, estética fazem o surfe espalhar-se pelos
cinco continentes. O ideal do surfista no decorrer da história teve diversas
visões, desde deslizar nas ondas como lazer e trabalho como era realizado nas
primeiras manifestações do esporte na humanidade, passando até por
denominações de esporte para desocupados, drogados, como eram vistos os
surfistas na década de 70 junto ao movimento hippie que predominava na
época até mais recentemente com a profissionalização do surfe, a mídia
utilizando-se deste para vender seus produtos, o modismo, o consumismo, são
algumas dessas visões. O surfe feminino também foi visto de diferentes formas
ao longo da história, pois além de levantar a polêmica sobre o surfe ainda
existem discussões a respeito da participação da mulher nos esportes e no
trabalho. Estas participações nem sempre tiveram uma repercussão positiva,
tendo sido determinado que esporte não é coisa para mulher, o sexo frágil,
muito menos os esportes de aventura, onde incluem risco, força e
agressividade, características ditas exclusivamente masculinas. Com base
nessa problemática sobre a participação feminina no mundo do surfe e as
questões envolvidas como liberdade, ética, estética, diferenças sexuais,
aspectos físicos e culturais, tornou-se objetivo do presente trabalho resgatar a
história do surfe em conjunto da participação feminina, quem são essas
mulheres que marcam uma época, seus anseios e atitudes perante o mundo e
como este mundo as percebe, levando em consideração as particularidades de
um corpo feminino, sua fisiologia, o treinamento e os benefícios da prática na
saúde da mulher, tendo o surfe como uma ferramenta importante onde também
se refletem as dinâmicas da sociedade. Para tanto, foi realizada uma revisão
de literatura, com a utilização de livros, artigos, teses, revistas científicas e
eletrônicas, documentários em vídeo e páginas eletrônicas oficiais de atletas,
historiadores, confederações e associações nacionais e internacionais de surfe.
Na história do surfe, a presença feminina apareçe desde o princípio e o objetivo
principal do surfe era a confraternização e integração entre todos. No entanto
durante todo o século XX, os homens dominaram o mundo do surfe e as
mulheres foram quase que totalmente excluídas. Mais para o final do século e
até os dias atuais esta visão vem se modificando. O surfe feminino está cada
vez mais presente, muitas pessoas apóiam e respeitam essas mulheres e
contribuem no resgate dessa identidade. As mulheres vão evoluindo em
campeonatos, desafiando ondas gigantes, participando como sujeito ativo no
surfe e na sociedade, mostrando seu valor para aqueles que subestimaram a
capacidade feminina.
45
TAXA DE SUDORESE EM ESCALADA EM ROCHA
Alex Sandro Seccato, Fabrícia Geralda Ferreira
Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil
E-mail: [email protected]
Introdução: A necessidade de se manter níveis adequados de hidratação a fim
de evitar a perda da qualidade das funções fisiológicas durante as provas
esportivas é amplamente apontada na comunidade cientifica, e se tratando de
uma modalidade onde são características: o intenso nível de esforço, longa
duração, exposição as intempéries do ambiente, a dificuldade para hidratar-se,
a relação peso/ desempenho e o risco de vida, a escalada em rocha parece ter
na hidratação um fator preponderante para a otimização do desempenho e na
manutenção de níveis seguros para a saúde na prevenção de acidentes
térmicos, sendo fundamental que o escalador estabeleça estratégias eficazes
para prevenir o estado de desidratação. Objetivos: o objetivo deste estudo foi
identificar a taxa de sudorese dos escaladores através das diferenças
apresentadas na massa corpórea. Método: Foram avaliados 4 escaladores
experientes (média 13,3 ±3,3 anos de escalada) do sexo masculino (idade de
36, 2 ± 10,5 anos) e altura de 11,8 ± 5,5%. A temperatura ambiental e a
umidade relativa do ar foram medidas com o termo- higrômetro digital ITHT2250 (temperatura ambiental de 28,9 ± 1,19 ºC e umidade de 66,25 ± 3,21 UR).
A temperatura da pedra foi avaliada com termômetro infravermelho ITTI-550
(média 32,73 ± 1,52 ºC). A escalada foi realizada no período da tarde em uma
via esportiva grampeada de nível 6 B, com 4 paradas totalizando uma
ascensão de 71 metros. A taxa de sudorese foi estabelecida pela diferença no
peso corporal registrado antes e depois da escalada (balança digital G- TECH),
somada a quantidade de líquido ingerido menos a quantidade de urina
produzida imediatamente após a escalada. A hidratação foi realizada com água
ad libitum, tendo cada atleta garrafa individual. Resultados: A taxa média de
sudorese foi de 6,93 ± 2,84 mL/min. Com uma perda de peso absoluta média
de 1,04 ± 0,4 kg e relativa média de 0,43 ± 0,5 kg. No entanto, uma grande
variação pode ser observada entre os escaladores, sendo que um deles
apresentou taxa de sudorese de 9,5 mL/min, enquanto outro apresentou
apenas 3,23mL/min. Conclusão: Pode-se observar uma grande variabilidade na
taxa de sudorese entre os escaladores, evidenciando a necessidade de
monitorar de forma individualizada a taxa de sudorese de cada escalador, pois
os indivíduos podem apresentar grandes diferenças na quantidade de suor
produzido, o que dependendo das condições ambientais, da freqüência de
hidratação, da duração e do nível de dificuldade da escalada pode promover
perdas significativas acarretando em desidratação, conseqüentemente perda
de desempenho e aumento de risco de um acidente térmico.
46
TIRO COM ARCO E FLECHA DE CAMPO MODALIDADE RODADA ANIMAL:
UM NOVO ESPORTE DE AVENTURA?
Carlos Henrique de Carvalho Rebêlo
Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Brasil, São Paulo, São Paulo.
E-mail: [email protected]
Este trabalho tem como objetivo analisar os pontos em comum entre os
esportes de aventura e o tiro com arco e flecha de campo rodada animal, além
de abrir novas linhas de pesquisa quanto a classificação de esportes. Através
de levantamento bibliográfico e comparativo, e através de um estudo de campo
realizado com atletas de arco e flecha presentes no campeonato mundial
indoor realizado na Argentina, o autor verifica se é possível afirmar que esta é
uma modalidade que se trata de esporte de aventura ou se trata de apenas
uma competição de arco e flecha.O resultado da análise das respostas dadas
aos questionários aplicados a atletas participantes deste campeonato , mostrou
que um dos motivos que os levaram a buscar a modalidade foi o contato com a
natureza e propiciar mais emoção, fato este que está presente nos esportes de
aventura. Existe contemporaneamente a conscientização em todos os povos
com relação a preservação da natureza; isto remete a humanidade a novas
culturas, incluindo a dos esportes sendo praticados na natureza, chamados a
princípio de esportes radicais e posteriormente de esportes ou atividades de
aventura. A estas atividades foram atribuídas duas características
fundamentais: contato com a natureza e emoção ou adrenalina, características
estas presentes na modalidade de tiro com arco. O arco e flecha uma atividade
milenar, atualmente é considerado um esporte estático e o princípio de sua
característica é a concentração, porém praticado em locais acidentados, com
leve caminhada e tiros em todos os sentidos passa a ser uma atividade
dinâmica, que desperta o interesse dos arqueiros. Através destes resultados
pode se concluir que mesmo o tiro com arco e flecha com suas bases
históricas bem mais antigas que os esportes de aventura, podem encaixar-se
perfeitamente nesta nova tendência de esportes.
Palavras-chave: tiro com arco e flecha; esportes de aventura; rodada animal,
natureza,emoção.
47
TRILHA NA MONTANHA: DESCOBRINDO NOVAS SENSAÇÕES
Daniela Evelin de Oliveira
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU / São Paulo,
Brasil. Pós-Graduação Educação física.
E-mail:[email protected]
Atualmente, o desequilíbrio da natureza tem repercutido em nosso diadia através de fenômenos, que acontecem em todo o planeta decorrente da
ação humana. Esses fenômenos, previstos por pesquisadores, pela dizimação
do meio ambiente, são mundialmente notáveis como: deslizamentos de morros,
poluição da água e ar, animais em extinção e outros. Muitas iniciativas de
diferentes segmentos da sociedade têm surgido na tentativa de sensibilizar o
homem em relação ao respeito à natureza. Neste sentido, as atividades físicas
de aventura na natureza têm possibilitado uma reaproximação do homem com
o meio ambiente. Movidas pelo ritmo acelerado das grandes metrópoles, as
pessoas adaptaram-se a esse ritmo rápido e estressante e buscam equilibrar
seu cotidiano através da aventura nos momentos de lazer. A aproximação
homem-natureza que ocorre nas práticas de aventura possibilita uma reflexão
sobre o espaço e as experiências do corpo com esse meio, na busca de novas
sensações, podendo despertar atitudes e condutas preservacionistas. Neste
contexto, a vivência da caminhada nas montanhas tem mobilizado os
praticantes ao desafio, reencontro consigo, o desconhecido, o risco e valores
como o autocontrole, autoconhecimento, autoconfiança, respeito, superação de
limites, podendo ser visualizado como experiência sensível em oposição a
racionalidade. A caminhada junto ao meio natural é capaz de proporcionar
novas sensações e percepções diferentes do cotidiano, levando a reflexão
sobre novas atitudes e valores humanos para relacionar-se com o mundo. O
presente estudo tem como objetivos identificar as sensações vivenciadas pelos
praticantes, o significado da caminhada nas montanhas e sua colaboração para
uma possível mudança de valores em relação à preservação da natureza. O
estudo está em andamento como parte da monografia a ser apresentada no
curso de pós-graduação em esportes e atividades de aventura e nesse
momento encontra-se finalizado em relação ao bibliográfico. A pesquisa
permite elucidar, até o presente momento, que a caminhada na montanha
propicia aos seus praticantes a vivência de novas sensações, diferentes do seu
cotidiano e podendo sensibilizá-los para novos valores que fundamentalmente
incluem o respeito a natureza.
Palavras-chave: Lazer, caminhada nas montanhas, sensações.
48
PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO PARA A PRATICA CICLOTURISMO NO PARQUE
ESTADUAL DO MORRO DO DIABO (PEMD)
Hatus Lopes, Alicy Breda, Rebeca Sauretti, Sérgio Domingos de Oliveira,
Vinicius Slavez Torres
UNESP – Universidade Estadual Paulista, Rosana – SP
[email protected]
O Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD) localizado no município de
Teodoro Sampaio, no extremo oeste do Estado de São Paulo, possui uma
biodiversidade de grande relevância. Sua vegetação é constituída de cerrado e
mata atlântica e sua beleza cênica é potencializada pelo fato de ser banhado
pelo rio Paranapanema. Além das atividades oferecidas em sua sede, como
visitação ao museu e caminhadas em diferentes trilhas, o Parque oferece
também programas de educação ambiental ao público. Diante desse cenário, o
ecoturismo apresenta-se como uma alternativa plausível ao desenvolvimento
socioeconômico da comunidade local e da região do Pontal do Paranapanema
por ser uma atividade que visa a conservação ambiental, a valorização cultural
e a busca da sustentabilidade. Inserido neste segmento turístico, o cicloturismo
apresenta-se como uma tendência do turismo mundial que vem sendo cada
vez mais praticada em trilhas e passeios, pois é uma atividade que causa baixo
impacto ao meio ambiente. O cicloturismo constitui-se em uma atividade física
praticado em ambientes naturais ou urbanos, de pequena a longa distância,
que tem por objetivo a contemplação do percurso e do atrativo em destinos
previamente estabelecidos. Sendo assim, cabe a realização de análises de
viabilidade para a implementação do cicloturismo em unidades de conservação
(UC) e, com isso, a possível implementação na UC do PEMD, pois a
acessibilidade de suas trilhas é um dos fatores que remetem à prática desta
atividade. Por isso, o objetivo deste artigo é avaliar a possibilidade de sua
implementação de forma responsável no PEMD, propondo, ainda. um
programa de desenvolvimento de sua prática no parque, além de sugerir a
criação de mapas temáticos para a utilização das trilhas. Para isso, será
necessário um embasamento teórico-prático a respeito do plano de manejo do
PEMD, revisões bibliográficas de textos proeminentes ao tema para dar
fundamentação teórica, bem como analisar e interpretar as políticas públicas
que abordam o planejamento e desenvolvimento do cicloturismo no Brasil em
UCs, além da realização de inventários das atividades e das infra-estruturas
necessárias para sua implementação por meio de um sistema de aplicação de
formulários e questionários aos gestores e usuários. Espera-se obter dados
que permitam oportunizar a prática de um programa de desenvolvimento do
cicloturismo no PEMD e, conseqüentemente, efetivar a realização responsável
de atividades de cicloturismo no Parque, oferecendo assim, uma atividade
complementar às opções já existentes na UC, além de divulgar essa
modalidade de turismo na região do Pontal e, concomitantemente, trabalhar a
consciência ecológica dos visitantes e das comunidades locais,
disponibilizando, assim, mais uma forma de conhecer, preservar e valorizar a
região.
49
TRILHE SUA TRILHA: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PROMOVIDA PELO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
César Augusto Babosa Lima, Eliana Zellmer Poerchke Farencena, João
Bartholomeu Neto
Centro Universitário UNIRG Gurupi-TO, Brasil
E-mail: [email protected]
Em nosso curso de Educação Física temos a possibilidade de
intervenções sociais a partir de uma disciplina chamada Oficina Pedagógica,
que tem duração de 2 semestres, sendo que no 1° sem estre há uma
problematização social e no 2° semestre há a ação/i ntervenção social. Um dos
projetos desenvolvidos pelos acadêmicos é o “Trilhe sua trilha” o qual tem
como objetivo proporcionar a prática de atividade na natureza, conscientização
e educação ambiental. O objetivo do presente estudo é relatar as diversas
experiências as quais passou o projeto “Trilhe sua trilha”. Apesar do objetivo do
projeto ter uma base comum a todas as ações ocorridas, ao mudar de turma há
uma modificação da forma que as ações são realizadas, assim inicialmente (1°
semestre de 2008) foram realizadas diversas ações para conhecimento das
principais trilhas do município, assim como uma análise das situações das
mesmas além de concomitantemente, realizar educação e conscientização
ambiental para acadêmicos e agentes mirins da CIPAMA. Em outra fase do
projeto (2° semestre de 2008), foram realizados tri lhas, palestras e rapel para
os próprios acadêmicos do curso de Educação Física, ampliando a divulgação
das práticas naturais além da conscientização ambiental. A turma (professor e
acadêmicos) responsável pelo projeto organizava quinzenalmente uma ação
diferente. A última ação desenvolvida pelo projeto “Trilhe sua trilha” foi no 2°
semestre de 2009, a qual tinha como foco a realização de uma trilha ecológica
e o público alvo eram estudantes de 1° ao 9° ano de um colégio estadual.
Todas as turmas, as professoras, diretora e coordenadora também realizam a
trilha uma vez, sendo que cada classe era convidada de cada vez e a turma
(professor e acadêmicos) realizavam a trilha semanalmente. Todas as ações
durante as três fases do projeto “Trilhe sua trilha” foram acompanhadas por
responsáveis da CIPAMA e algumas vezes com apoio de bombeiros e outras
entidades competentes. Em algumas datas, o sargento responsável pela
CIPAMA cancelava a participação e então o evento era adiado. Ao
acompanhar esses diferentes momentos de ação de um mesmo projeto
ambiental e sua adaptação por parte dos realizadores, observa-se que ações
simples como palestras, trilhas e outros eventos acompanhados de
conscientização ambiental, podem aproximar o homem a natureza, levando-o a
refletir sobre pequenas ações em seu dia a dia.
50
SÍTIOS TURÍSTICOS FLUVIAIS NO BRASIL E AS ATIVIDADES DE
AVENTURA
Cinthia Rolim de Albuquerque Meneguel, Mário Lincoln De Carlos Etchebehere
CEPPE – Centro de Pós-Graduação e Pesquisa
Universidade Guarulhos (UnG) - São Paulo
E-mail: [email protected]
No Brasil, encontra-se uma das maiores disponibilidades hídricas do
planeta, distribuídas em diversos corpos d’água. O turismo fluvial é uma prática
que vem se desenvolvendo no país, e para alcançar sua sustentabilidade
diversos estudos pertinentes as atividades de aventura realizadas no ambiente
fluvial deverão ser realizados. Alguns rios e canais no mundo são considerados
roteiros turísticos tradicionais por diversos motivos, tais como sua importância
histórica, beleza cênica e localização. O rio Amazonas (e seus tributários Negro
e Madeira), o Paraná, o Tocantins e o Araguaia são uns dos maiores rios em
termos de descarga. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma breve
abordagem sobre os principais sítios turísticos fluviais no Brasil, suas principais
características ambientais, e as atividades de aventura turísticas desenvolvidas
na região e seus impactos ambientais. A inter-relação dos fatores geológicos,
geomorfológicos e climáticos, resulta na grande diversidade de quadros
hidrológicos, que devem ser estudados, visando sempre à preservação e
conservação, a partir do estabelecimento de critérios para as atividades de
aventura, minimizando assim os impactos negativos. Foi realizado um estudo
minucioso sobre os rios e suas características peculiares, que devem ser
observadas para a elaboração e desenvolvimento das atividades de aventura.
Para avaliar o impacto e quais atividades podem ser desenvolvidas em cada
sítio fluvial, foi determinado o padrão de canal (retilíneo, entrelaçado,
anastomosado ou meandrante); sua classificação (efêmeros, intermitentes ou
perenes); existência e formação dos bancos de areias; o dique marginal; lagos
e lagoas; pântanos e brejos; ilhas; o relevo fluviolacustre; o interflúvio; e o
talvegue. O trabalho abrangeu a bacia do rio Amazonas, que é uma via
naturalmente navegável, sendo o rio que mais propicia e desenvolve a
atividade turística fluvial no país e atividades de aventura como o surf e
bodyboard no fenômeno da Pororoca. O rio Negro e o Solimões que
desenvolve diversas atividades de aventura, tais como o kite surfe e aqua-ride
no denominado encontro das águas, e pelo arquipélago de Anavilhanas. A
bacia do rio Tocantins, Araguaia e São Francisco, onde se desenvolve diversas
atividades aquáticas como canoagem, pesca esportiva e passeios fluviais para
as praias de barras, sendo as atividades turísticas de aventura a opção
econômica para as comunidades ribeirinhas. E o Alto rio Paraná, que trata-se
do único trecho do rio, com suas inúmeras ilhas, que possui a sua
biodiversidade preservada. Constatou-se que em diversas regiões ribeirinhas,
que a atividade turística até a década passada estava voltada para o segmento
de veraneio, nos últimos anos a procura se voltou para o sistema fluvial local, e
seus ambientes associados, como as praias em barras arenosas, as lagoas, os
canais e as matas, passando as atividades de aventura locais serem o grande
atrativo.
51
Palavras-Chave: Turismo fluvial, transporte fluvial, rio Paraná, sistema fluvial,
ecoturismo.
52
PROJETO DE INICIAÇÃO DESPORTIVA DO REMO: VIABILIZANDO A
PRÁTICA
Marcelo Cirenza1, Delson do Nascimento Barros1, Alessandro de Freitas1,2
UNINOVE - Universidade Nove de Julho1; UNICID – Universidade Cidade de
São Paulo2
São Paulo, SP - Brasil
E-mail: [email protected]
O remo é uma modalidade derivada de aspectos históricos entrelaçados
a evolução e necessidade de navegação do ser humano. Foi muito utilizado
durante os períodos de guerra e comércio, colaborando com o
desenvolvimento e aprimoramento das navegações. Entretanto, as
competições esportivas da modalidade começaram a repercutir na Inglaterra,
daí popularizou-se, tornando-se uma atividade praticada em outros países. No
Brasil, o remo (esporte) passou a ser praticado no século XIX, trazido por
imigrantes alemães e italianos, nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo,
respectivamente. Apesar do grande número de rios em nosso país, o remo é
pouco praticado, insuficientemente incentivado e principalmente um esporte
que não possibilita o aumento considerável de adeptos por terem barcos
extremamente caros, que podem variar de três a cinqüenta mil reais. Assim, o
presente estudo tem por objetivos incentivar a iniciação desportiva da
modalidade e propor a construção de barcos populares. Para o início de
trabalho será realizado uma revisão de literatura com base nos unitermos remo
iniciação desportiva. Também será proposto a construção de barcos que visem
a redução de custos e performance adequada para o início da prática. O barco
inicial será o de tipo Single Skiff, composto de fibras, materiais leves e
flutuantes. Os resultados preliminares estão divididos em dois momentos:
navegação e custo. Quanto ao primeiro momento, considera-se a
flutuabilidade, domínio do barco, durabilidade e velocidade – o que ainda
encontra-se em fase de experimentação, já apresentando ótimos resultados
apreciados quanto ao domínio do barco e navegação. Já, no que diz respeito
ao custo, o barco foi produzido a preços acessíveis, o que atende expectativas
de divulgação e iniciação de desportistas na modalidade. O projeto ainda
aguarda melhores resultados quanto aos testes de durabilidade. Pretende-se a
partir destes dados, divulgar a modalidade remo em clubes e comunidades
ribeiras. Assim, conclui-se que, apesar de piloto, o projeto pode iniciar o
trabalho de divulgação e iniciação desportiva.
Palavras Chave: Iniciação desportiva; remo; construção de barcos.
53
OS ESPORTES DE AVENTURA NO ENSINO MÉDIO
Manuela da Costa Silva Coutinho1, Priscila dos Santos Aguiar1, Eliete Maria
Silva Cardozo2
Escola de Educação Física e Desportos – UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil1
Pós-Graduação – Universidade Estácio de Sá – UNESA, Rio de Janeiro, Brasil2
E-mail: [email protected]
Vivemos um período em que a mídia e algumas pesquisas indicam o
crescimento da Educação Física no âmbito dos esportes de rendimento e
também nos espaços do lazer. Por outro lado, observamos um crescimento
reduzido em relação ao âmbito da Educação Física escolar, em especial no
segmento do Ensino Médio. Apesar da Constituição Federal (BRASIL, 1988),
da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), dos
Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio - Bases Legais (Brasil,
2000), das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006) e os
Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio – Orientações Educacionais
Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (2007) mostrarem o
caminho que devemos seguir, observamos que o contexto do Ensino Médio
encontra-se distante dessas diretrizes, os alunos percebem a repetição das
atividades, assim como a falta de relevância da disciplina no bojo do universo
escolar. Diante desta problemática o presente estudo tem como objetivo
verificar o interesse dos alunos em relação a pratica dos Esportes de Aventura
no espaço das aulas de Educação Física escolar. A pesquisa possui
características qualitativas, de cunho descritivo, a amostra foi formada por 25
alunos de um Colégio Federal, localizado na Cidade do Rio de Janeiro, no
bairro da Lagoa, a faixa etária entre 14 e 17 anos, freqüentando do primeiro ao
segundo ano do Ensino Médio, sendo 12 componentes do sexo feminino e 13
do sexo masculino. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o
questionário, contendo questões fechadas e semi-abertas, analisadas de
acordo com a técnica de análise do conteúdo, fundamentada em Bardin (2008).
Os resultados obtidos mostram que os alunos gostam das aulas de Educação
Física. O voleibol, o handebol, o basquete e o futsal são os esportes que fazem
parte das aulas. Gostam desses esportes e quando questionados sobre os
esportes que mais despertam o interesse, os citados são os praticados nas
aulas. A grande maioria tem interesse em praticar novos esportes, entre eles
os de aventura, citaram o rapel, a escalada, o skate, a corrida de orientação, a
caminhada e o le parkour. Se esses esportes fossem reinventados para as
suas aulas, praticariam com muita satisfação e percebem o momento da
prática desses esportes como adrenalina, sinistro, desestressante, saúde,
aventura, legal e eletrizante. Baseado nos resultados obtidos, relacionando-os
com os documentos que fundamentam a prática da Educação Física no Ensino
Médio, os Esportes de Aventura fazem parte da cultura do estado Rio de
Janeiro, atendem ao gosto dos alunos e podem ser utilizados como
instrumento para o desenvolvimento dos conteúdos.
Palavras chave: Ensino Médio, Esportes de Aventura, Educação Física
Escolar.
54
RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESCOLA DE SURF ÁGUA VIVA
Pedro Thomas Todaro1, Maria Regina M. Costa2
Famath, Rio de Janeiro, Niterói1, Famath, UGF, Rio de Janeiro-RJ2
E-mail: [email protected]
A escola de surf Água Viva - Projeto AlfA para crianças e adolescentes
carentes. O projeto surgiu, em 2005 com objetivo de resgatar das drogas e
preencher o tempo livre ocioso de crianças e adolescentes carentes,
inicialmente o projeto atende os jovens do Arpoador no Rio de Janeiro, em
2006 ampliou-se o projeto para a região Oceânica de Niterói na praia de
Piratininga. Como fonte motivadora o projeto se aliou a modalidade esportiva
do surf, que concilia outro esporte conhecido dos jovens que é a natação.
Nesse sentido ao conciliar natação e surf objetivou-se iniciar uma educação
ambiental com o aprofundamento de conceitos e educação ecológica. Hoje o
Projeto ALfA, está no Arpoador, e conta com a ação de voluntários, que
entendem a necessidade e importância do seu papel na sociedade no
combate a violência, trabalhando nesse sentido a educação de crianças
carentes em comunidades como: Cantagalo,Pavão e Pavãozinho, com turmas
de até 60 crianças, com idades entre sete e dezessete anos. Em Niterói o
Projeto Alfa atua com as comunidades, Ilha da Conceição, Recanto, Rato
Molhado na região oceânica de Piratininga atendendo atualmente a 50
crianças. Além das aulas de surf, as crianças aprendem inglês, têm tratamento
dentário, médico e atendimento psicológico assim como reforço escolar. O
ponto principal do projeto é que todas as crianças devem estar regularmente
matriculadas e freqüentando a rede de ensino, para o suporte escolar em
parceria com as escolas além de ajudar as famílias com cestas básicas. O
projeto conta com a coordenação de Jorge Todaro, surfista que entendeu a
necessidade de retribuir ao esporte aquilo que já havia conquistado. Outros
nomes aparecem na lista de professores: Jean Carlos, Marcelo Bispo e Pedro
Todaro estudante de educação física que já colheu alguns resultados com
diversos alunos no mundo do surf, dentre eles Iago, idade 9 anos participantes
desde 2009. O projeto Alfa tem a oportunidade de ampliar o campo desses ex
alunos que atualmente contribuem com suas habilidades adquiridas durante as
aulas no projeto, hoje atuando como professores dos iniciantes.
55
ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA
Felipe Edney Mendonca Martins
Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ / Brasil
E-mail: [email protected]
A Educação Física escolar é uma importante ferramenta para a escola
desenvolver atividades que despertem o interesse dos alunos e ao mesmo
tempo auxiliem o desenvolvimento de habilidades motoras e intelectuais. A
partir do momento em que a Educação Física alcança esse status acaba
tornando-se um desafio para os professores promover diferentes atividades
para os seus alunos. Com a intenção de buscar atividades que enriqueçam as
aulas de Educação Física escolar, este estudo tem como objetivo verificar as
possibilidades e os benefícios da prática da escalada e do arvorismo nas aulas
de Educação Física escolar. A pesquisa é qualitativa possui características
descritivas por procurar conhecer e observar, explicando os fatos, a amostra foi
constituída por 30 alunos de ambos os sexos, faixa etária entre 6 e 8 anos,
cursando o 1º e 2º anos do ensino fundamental. Foram escolhidos dois
esportes de aventura, o arvorismo e a escalada, adaptados para o
desenvolvimento no contexto da escola. Utilizamos os equipamentos
normalmente encontrados nas aulas de Educação Física e procuramos manter
os mesmos desafios que acontecem quando esses esportes são praticados
nos seus respectivos ambientes naturais. Os alunos cumpriram os percursos
de cada estação do arvorismo e da escalada, em duas aulas semanais de 50
minutos durante um mês. Foram observados nos critérios equilíbrio, controle,
segurança e finalização. Na primeira passagem os alunos não possuíam
conhecimento nenhum, sendo a primeira vez de todos, nas demais passagens
estes critérios também foram observados, formando assim dados para a
análise de conteúdo. Com o resultado apresentado houve uma melhora nos
critérios equilíbrio, controle, segurança e finalização, observados a cada nova
passagem, evidenciando o amadurecimento no desempenho dos alunos,
mostrando maior segurança, coordenação motora e autoconfiança para realizar
a atividade até o final. Grande parte do grupo de participantes apresentou
amadurecimento motriz na execução das estações de cada esporte, arvorismo
e escalada. Estes resultados legitimam os esportes de aventura como uma
ferramenta de trabalho que favorecer o processo de ensino e aprendizagem,
promovendo o desenvolvimento da criança de 6 a 8 anos e o despertar de seu
interesse pelas aulas de Educação Física Escolar.
56
ESPORTES DE AVENTURA E AS CONDIÇÕES DE ESTRUTURA DA
UNIVERSIDADE
Diogo Felipe Machado Freitas, Ênio Araújo Pereira
Universidade Federal de Pelotas /Escola Superior de Educação Física –
Pelotas - Rio Grande do Sul, Brasil.
E-mail: [email protected]
Com a adesão da disciplina de Esportes de Aventura no currículo dos
cursos de Educação Física de algumas universidades, ressalta-se a
importância estrutural que as mesmas deveriam oferecer aos graduandos.
Percebe-se que algumas instituições que oferecem tal disciplina, ainda não
dispõem dos recursos necessários para o desenvolvimento das aulas práticas,
tampouco de espaço físico próprio para realizarem as mesmas. Essas aulas
são muito importantes, pois permitem que os alunos possam vivenciar e
colocar à prova seus conhecimentos vistos na teoria, como também realizarem
o aprendizado pela experiência. O presente trabalho tem como objetivo relatar
a infra-estrutura que a Universidade Federal de Pelotas oferece aos seus
acadêmicos do curso de Educação Física e também mapear as áreas da
universidade onde as aulas ocorrem. Dentre as muitas áreas da própria UFPEL
onde encontramos espaços na natureza adequados para praticas de aventura,
destacamos o Centro Agropecuário da Palma, a Barragem Eclusa, e o Horto
Botânico. Dentre os ambientes, vale ressaltar o Centro Agropecuário da Palma,
o qual conta com uma área fechada de 1600 hectares, situada no município de
Capão do Leão. O lugar possui segurança vinte e quatro horas por dia e dispõe
de diferentes tipos de terreno e vegetação. Além dessas áreas a universidade
conta também com alguns espaços de instituições parceiras das aventuras
acadêmicas, locais estes que não pertencem à sua jurisdição, mas que através
destas parcerias, consegue utilizar alguns espaços como, por exemplo: Eco
Camping Municipal, às margens da Laguna dos Patos; o Eco Museu da Picada,
no município de Rio Grande; e propriedades da zona rural do município de
Pelotas, como o Centro de Convivência Holística, o Sítio Águas Claras, o
Templo das Águas. Em relação a dificuldade para a aquisição de equipamentos
a UFPEL conta com a parceria de uma ONG denominada FITUR (Sociedade
para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável em Pelotas), a qual fornece
uma série de equipamentos necessários à pratica das diversas modalidades
dos esportes na natureza, tais como: botes infláveis, remos, coletes salvavidas, capacetes, luvas, mountain bikes e bússolas. Foi observado que apesar
de existir algumas dificuldades em relação à aquisição equipamentos, a
instituição por meio de parcerias, possui condições de desenvolver as práticas
de várias modalidades, como também, através dessas mesmas parcerias
oferece a possibilidade de espaços providos de infra estrutura e de natureza
apropriadas para estas práticas de aventura. Sendo assim a Universidade
Federal de Pelotas mostra-se apta a ofertar a disciplina, pois além de propiciar
a vivencia do aluno com atividades conectadas intimamente a natureza,
oferece aparato para que isso aconteça.
57
O PERFIL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO
DAS AFAN
Evandro Antonio Corrêa1, Samuel De Souza Neto2
Faculdade Anhanguera De Bauru1 - São Paulo - Faculdade De Educação
Física De Barra Bonita1- São Paulo - NEPEF – UNESP Rio Claro1,2 - São Paulo
E-mail: [email protected]
Para atuar e intervir o profissional de Educação Física deve ter em
mente a busca constante de uma formação ampla e específica e acompanhar
as transformações acadêmico-científicas-profissionais da área. Além de
pesquisar, conhecer, dominar, compreender, analisar de forma crítica e criativa,
produzir e avaliar a realidade social e os efeitos da aplicação de diferentes
técnicas, instrumentos, equipamentos, procedimentos e metodologias para a
produção, atuação e a intervenção acadêmico-profissional da área, utilizandose de recursos da tecnologia, da informação e da comunicação para melhor
desempenho e na busca de resultados. Dessa forma, o presente estudo visou
analisar o perfil e do profissional em Educação Física no contexto das
atividades físicas de aventura na natureza (AFAN). Buscou-se mapear algumas
características junto as Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas do
Estado de São Paulo sobre o perfil deste profissional na atuação das AFAN. Na
busca de respostas aos objetivos traçados escolheu-se como caminho a
pesquisa de natureza qualitativa, no trabalho de campo se utilizou como
técnicas a fonte documental, a entrevista e a análise de conteúdo. Na pesquisa
foram selecionadas sete IES Públicas do Estado de São Paulo que possuíam a
graduação em Educação Física – Licenciatura e/ou Bacharelado, no qual se
identificou nos Projetos Políticos Pedagógicos destas instituições o perfil do
profissional. Numa segunda fase realizou-se uma entrevista semi-estruturada e
os participantes selecionados para esta fase foram os professores de
disciplinas que abordavam de modo específico ou parcialmente a temática
AFAN nas IES. Na ausência de professor que abordasse o conteúdo em
disciplina, buscou-se entrevistar os coordenadores dos cursos em questão
acerca do perfil do profissional de Educação Física no contexto das AFAN,
procurando verificar junto as IES Públicas do Estado de São Paulo como estes
fatores estão ocorrendo. O profissional de Educação Física deve atuar neste
campo, tendo como objetivo conhecer os princípios básicos das AFAN, suas
características, ilustrando com exemplos concretos numa perspectiva de
mediação entre a Educação Física, Lazer, Esporte e Educação Ambiental na
dimensão de uma abordagem sociocultural ecológica. Desse modo, com base
nas entrevistas e fonte documental encontrou-se uma caracterização que
contempla a perspectiva de um profissional que tenha boa comunicação,
experiência, dedicação, conhecimento, responsabilidade, competência no
saber fazer, tendo uma formação voltada para o êxito de sua atuação e sendo
capaz. A pesquisa apontou para a preparação de um profissional que tem na
formação geral sólida e específica o seu ponto de partida, considerando que
este vai atuar em diversos campos de intervenção. No âmbito desse processo
emerge o perfil de um profissional comprometido, dedicado, experiente,
competente, enfim conhecedor da modalidade com a qual trabalha – podendo
58
ser
visto
como
um
expert.
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PRÁTICAS CORPORAIS NA NATUREZA: VELEJANDO POR UMA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Breno Serrano Gomes, Priscilla Pinto Costa da Silva
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil.
E-mail: [email protected]
As práticas corporais na Natureza podem ser utilizadas como
instrumento de formação de um novo “ser” mais atuante na preservação e
utilização sustentável do ambiente natural. A Vela possibilita um trabalho
educativo interdisciplinar que favorece o desenvolvimento pessoal, social, e de
aprendizagem de convivência com o planeta. A essa nova perspectiva de
formação entende-se por educação ambiental, que objetiva o ganho de
conhecimentos, de diversas áreas e atitudes, inter-relacionadas que levam a
participação ativa na melhoria do meio ambiente. O estudo tem como objetivo
analisar a aprendizagem oriunda da relação Homem-Natureza, por meio da
prática da Vela. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, caracterizada como
pesquisa-ação na modalidade participante. Os sujeitos do estudo foram
escolares integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI),
na cidade de João Pessoa, totalizando 10 sujeitos entre 12 e 16 anos. As
intervenções aconteceram em seis encontros, no período de 20 de novembro á
5 de dezembro de 2009, o primeiro encontro foi realizado nas instalações do
PETI da comunidade Santa Clara, quatro encontros na escola, e uma
intervenção na Praia do Seixas. Os recursos foram filmagens, fotografias, diário
de campo e bordo, roteiro de entrevista semi-estruturado e atividades lúdico
educativas. A análise de conteúdo foi utilizada para analisar os dados. As
intervenções realizadas possibilitaram uma construção crítica nos sujeitos
participantes, isso foi percebido por meio das vivências e discursos dos
mesmos, que destacaram dentro de uma aprendizagem que atende aos quatro
pilares da educação para o séc. XXI, segundo a UNESCO, que são os saberes:
conviver, ser, fazer, e saber saber. Houve uma sensibilização para uma ética
ambiental, do cuidar do planeta. A relação homem-Natureza estabelecida por
meio das práticas corporais na Natureza traz consigo uma infinidade de
benefícios, em variadas áreas da formação humana. Os dados analisados
revelaram uma reflexão entre os parceiros envolvidos na atividade. Confirmam
a possibilidade de re significação das mesmas, o que oferece condições de
distinguir tais práticas como um caminho possível do desenvolvimento de uma
conduta ética frente a Natureza e aos outros seres humanos. A inserção da
prática da Vela em um grupo de escolares que nunca havia velejado trouxe à
tona a necessidade de inclusão de atividades que tem como cenário os
ambientes naturais.
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DIFICULDADES DE TRABALHAR COM ESPORTES DE AVENTURA NA
PERSPECTIVA DOS ACADÊMICOS DA ESEF-UFPEL
Diego Ebling do Nascimento, Enio Araujo Pereira
Universidade Federal de Pelotas - Pelotas – RS – Brasil
E-mail: [email protected]
A Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de
Pelotas vem realizando trabalhos envolvendo atividades de aventura na
natureza no curso de Licenciatura, desde a década de 90, através da disciplina
de Excursionismo. Com a criação do curso de Bacharelado, no ano de 2006, foi
incluída no currículo a disciplina de Esportes de Aventura, ministrada a partir do
ano de 2009. Tendo em vista a entrada dessa disciplina no currículo e as
poucas publicações referentes a esse tema, torna-se relevante a pesquisa
sobre o assunto. O presente estudo tem como objetivo identificar, na visão dos
alunos da disciplina, quais as dificuldades de desenvolver trabalhos com os
Esportes de Aventura como profissionais de Educação Física. O estudo foi feito
a partir de um questionário aplicado à turma onde foram analisadas as opiniões
dos 22 alunos referentes às dificuldades de trabalhar Esportes de Aventura na
Educação Física. A coleta de dados foi feita no último dia de aula da turma,
após os alunos terem concluído a disciplina. O questionário aplicado era
composto por cinco perguntas, porém, esse trabalho focou apenas uma das
questões apresentadas no instrumento. Após análise das respostas, observouse que os alunos acreditam que a maior dificuldade em desenvolver trabalhos
de Esportes de Aventura na natureza seja referente ao alto custo envolvido
nessas atividades. Foram citados: o transporte para o deslocamento das
pessoas, os equipamentos necessários para as práticas e a falta de
investimento na infra-estrutura dos locais utilizados para a realização desses
Esportes. A segurança também é um fator que preocupa os acadêmicos, pois
está diretamente envolvida com um grande investimento nessa infra-estrutura
para a garantia de uma prática livre de acidentes. Também foram salientadas
dificuldades referentes à especialização em Esportes de Aventura gerando
uma carência de profissionais mais capacitados nessa área. A exploração da
natureza de uma forma adequada aparece como uma possível dificuldade, pois
vários alunos citaram a preservação dos locais utilizados para a prática como
um obstáculo no desenvolvimento dos Esportes de Aventura. Podemos concluir
que existem, na visão dos alunos, algumas barreiras para a realização de
práticas que envolvam esses Esportes na natureza. Porém, acreditamos ser
uma área promissora, visto que cada vez mais, temos consciência da
importância da preservação do meio ambiente, logo, as atividades na natureza
sendo feitas de maneira correta e com objetivos de valorizar os espaços,
podem contribuir para a conscientização das pessoas. Esperamos com este
trabalho poder contribuir para discussões sobre as dificuldades já explicitadas,
além de oportunizar um estímulo para a continuidade de pesquisas e práticas
relacionando atividades na natureza e a Educação Física.
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POTENCIALIDADES E DIFICULDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DOS
ESPORTES DE AVENTURA NO MUNICÍPIO DE PELOTAS/RS
Marciele de Almeida Rodrigues, Enio Araujo Pereira
Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil
E-mail: [email protected]
Numa sociedade cada vez mais dominada pela tecnologia, que vive hoje
uma fase de perda de valores e estilos de vida, com incômodos permanentes e
onde o corpo continua sendo disciplinado pelo trabalho cada vez mais,
podemos perceber a busca pela aventura pelo desconhecido, longe de padrões
urbanos, surgindo cada vez mais como uma vontade de fuga da rotina
estressante. Em resposta a esta busca surge a realização de atividades que
contrastam com o trabalho diário e com a vida cotidiana na tentativa de
minimizar os efeitos negativos à qualidade de vida. Estas atividades sugerem o
contato com a natureza, com o esporte, com a aventura, com a descoberta,
com o descanso, etc. Podemos traduzir a notória expansão das atividades de
aventura, o que tornou-se uma nova perspectiva no âmbito do esporte
(esportes de aventura ou radicais) e do turismo (turismo de aventura ou
ecoturismo) em nosso país. Esta crescente busca pelos esportes de aventura
se justifica pelo desejo de aproximação ao meio natural, na possibilidade de
vivenciar sentimentos de prazer e de liberdade, no entanto percebemos que o
mesmo não acontece em nossa região, embora tenhamos ótimos locais de
natureza adequada para a realização de práticas de aventura. Mesmo com a
inclusão de atividades de aventura na natureza nos currículos de graduação
nos cursos de Educação física e Turismo em cursos de universidades da
região e produção acadêmica sobre estas práticas, observa-se que as mesmas
ainda são raras no âmbito dessa região. Com isso despertou-nos a vontade de
identificar as possibilidades e dificuldades do desenvolvimento do turismo de
aventura e dos esportes de aventura na região sul do RS, assim como
identificar, descrever e mapear as potencialidades existentes nessa região.
Para tentarmos alcançar esses objetivos será desenvolvido um estudo de
cunho qualitativo, onde aplicaremos instrumentos como questionários e
entrevistas com proprietários ou administradores de locais onde se realizam ou
se realizaram algumas dessas práticas, para verificarmos, sob o olhar dos
mesmos, quais seriam as dificuldades e possibilidades das mesmas
contribuírem para um maior desenvolvimento dos Esportes de Aventura e de
que forma poderiam contribuir para o seu desenvolvimento na região.
Utilizaremos também recursos fotográficos, visitas e observações em diferentes
locais do município de Pelotas e seus arredores com o objetivo de desvendar e
divulgar as potencialidades dessa região para a prática dos Esportes de
Aventura. Acreditamos que com este estudo possamos contribuir para uma
reflexão sobre as atividades de aventura em nossa região, como também para
despertar maior interesse das pessoas em investir nessas áreas contribuindo
para sua expansão e para o desenvolvimento da região.
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CORRIDA DE ORIENTAÇÃO: UMA AVENTURA NA ESCOLA
Romulo Luiz da Graça, Felipe Bonetti
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Tubarão, Santa Catarina,
Brasil.
E-mail: [email protected]
A corrida de orientação é considerada por vários autores como um
esporte de aventura, que surgiu no século XIX na Europa. Criado por exércitos
europeus, esse esporte que tem por finalidade permitir o contato direto com a
natureza, cujo objetivo a aprendizagem de técnicas para se locomover com
segurança em locais desconhecidos. O presente estudo teve por objetivo
analisar a viabilidade da prática da modalidade esportiva aplicada no contexto
das aulas de educação física. Para tanto, este estudo de natureza quantiqualitativa, desenvolveu-se por intermédio de um projeto de intervenção com
alunos de 11 a 16 anos que participaram de uma corrida de orientação
pedestre utilizando o método azimute-terreno em um ambiente natural. O
instrumento utilizado foi à aplicação de dois questionários respondidos pelos
alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Básica José Antunes Mattos
e extensão do Colégio Toneza Cascaes no distrito de Pindotiba, município de
Orleans – Santa Catarina, sendo um questionário semi-estruturado com
perguntas abertas e fechadas antes da atividade e outro depois para verificar o
nível de aceitação dos participantes. O projeto comprovou que além de viável
foi possível a interdisciplinaridade através dos conhecimentos para a utilização
dos instrumentos necessários para esta prática e que as inovações das aulas
despertam nos alunos o interesse e motivação para a prática das aulas de
educação física. Pelos resultados obtidos através dos questionários mais de
85% dos alunos participantes gostariam de ter em suas aulas de educação
física atividades de aventura na natureza.
Palavras Chave: Orientação. Natureza. Educação física escolar.
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VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO SURF COMO ATIVIDADE EXTRACURRICULAR NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ENGº ÁLVARO
CATÃO DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA – SC
Romulo Luiz Da Graça, Rodrigo Soares dos Santos
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Tubarão, Santa Catarina,
Brasil.
E-mail: [email protected]
Este estudo quali-quantitativo teve por objetivo verificar a viabilidade da
implantação do surf como atividade extra-curricular na Escola de Educação
Básica Engº Álvaro Catão do município de Imbituba – SC. Mais
especificamente objetivou-se: a) caracterizar os alunos em termos de idade,
sexo e série; b) verificar o interesse dos escolares da Escola de Educação
Básica Engº Álvaro Catão do município de Imbituba – SC, em participar de um
projeto de iniciação ao surf como atividade extra-curricular e c) elaborar um
projeto de aplicação para inicialização surf como atividade extra-curricular.
Participaram deste estudo 124 alunos do Ensino Fundamental II da Escola de
Educação Básica Engº Álvaro Catão. Foi utilizado um questionário para
verificar dados pessoais dos alunos e sua opinião acerca do surf como
disciplina extracurricular. Para elaboração do projeto utilizou-se bibliografia da
área e pesquisa de campo da instituição e comunidade. Os dados foram
tratados mediante estatística descritiva através de média, freqüência e
porcentagem. Com base nos resultados concluiu-se: a) a maioria dos alunos
(52.42%) é do sexo masculino, tem entre 12 e 14 anos (70,15%) e estudam
nas 5ª, 6ª e 7ª séries (84,02%); b) a maior parte dos alunos não pratica o surf
(69,36%), mas gostariam de tê-lo como atividade extra curricular na escola
(93,54%) e praticariam se o tivesse (74,19%); c) projeto apresentado. Através
dos resultados podemos observar que, mesmo que a maioria não pratique o
surf, os alunos demonstraram grande interesse em participar das aulas,
podendo-se concluir que os alunos dessa escola gostariam e apóiam a
implementação do surf como disciplina extra-curricular.
Palavras-chave: Surf, Atividade Extra-curricular, Projeto.
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A ESCALADA EM BELO HORIZONTE - MG: UM ESTUDO SOBRE A
CONSTITUIÇÃO DO SUBCAMPO ESPORTIVO DA ESCALADA E AS
TRANSFORMAÇÕES DO HABITUS
Kássio Vinicius Castro Gomes, Silvio Ricardo da Silva
Programa de Pós Graduação Mestrado em Lazer – CELAR / UFMG
Belo Horizonte – MG - Brasil
E-mail: [email protected]
Este estudo trata da constituição do subcampo esportivo de escalada na
cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir de meus estudos e vivências
como escalador, entendo a escalada como prática esportiva caracterizada pelo
ato de subir em obstáculos naturais ou artificiais com o emprego apenas de
equipamentos não mecânicos. Busquei compreender como este subcampo
esportivo se constituiu, destacando: seus conflitos internos, alterações sofridas,
e permanências dos postos de poder simbólico que transformam o habitus
desta estrutura. Para desenvolver a pesquisa, optei por uma abordagem sócioantropológica a partir do conhecimento praxiológico bourdieusiano. Foram
empregadas técnicas de revisão bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas,
observação participante e análise de documentos. A fim de desvelar o habitus
dos escaladores em suas relações, o lócus da pesquisa se caracteriza pelos
espaços mais freqüentados pelos praticantes de Belo Horizonte. Com a
aproximação aos termos e categorias desenvolvidas e abordadas na pesquisa,
a escalada foi compreendida como possibilidade de lazer na urbanidade, sendo
tratada como esporte distinguindo-se do emprego do termo “Atividades Físicas
de Aventura na Natureza” - AFAN’s. Para explicar e consolidar a posição
acerca da escalada como prática esportiva geradora de um habitus comum aos
escaladores de Belo Horizonte, foi recuperado o histórico do montanhismo
mundial e nacional. Assim, (re)construindo a história de constituição do
subcampo esportivo da escalada e as transformações do seu habitus.
Concomitantemente às categorias de ‘campo’ e habitus, estas foram sendo
gradativamente desveladas e articuladas com as noções de poder, capital e
violência simbólica, consideradas vitais para a compreensão das motivações
dos conflitos e busca de distinção no interior deste subcampo. Assim, concluí
que: o subcampo esportivo da escalada de Belo Horizonte permanece em
constante movimento de transformações em seu habitus, dialeticamente se
construindo e reconstruindo a partir das disputas provocadas entre os que lá
estão em posições consolidadas e os que chegam com o desejo de ocupar
espaços diferenciados neste subcampo. É necessário considerar que estas
reconstruções se configuram como um processo ininterrupto de estruturação e
reestruturação de forças em seu interior, em que os escaladores novatos
pretendentes a ter e exercer poder disputam com e contra os escaladores
dominantes, objetivando consolidar posições e impor seus valores.
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MOTIVOS ASSOCIADOS À PRÁTICA DO MOUNTAIN BIKE
Luana Mari Noda, Rebeca Motta Souza B. Oliveira
GEL - Grupo de Estudos do Lazer - Universidade Estadual de Maringá
Email: [email protected]
Introdução: O mountain bike, ou ciclismo de montanha é uma modalidade do
ciclismo praticada em ambientes naturais, preferencialmente, montanhosos.
Segundo Machado (2005), o mountain bike oferece contato direto com a
natureza, em terrenos acidentados e afastados dos centros urbanos,
oferecendo dificuldades a serem vencidas pelos esportistas. A aventura, o
contato com a natureza, as preocupações com a saúde, os riscos enfrentados
são alguns dos diversos motivos a adesão à prática das atividades de
aventura. Para Schwartz (2006) a adesão pode estar ligada a diversos motivos,
dentre eles o tribalismo contemporâneo, as necessidades de extravasamento
de controle dos níveis de estresse, a procura por novidades fora do cotidiano, o
acompanhamento de estilos preestabelecidos, a vivência de novas emoções,
aprimoramento dos níveis de saúde, entre outros. Complementarmente, a
motivação tem nas intenções, interesses, motivos e metas seus determinantes
de direção de comportamento. Objetivo: Identificar os motivos que levam à
prática do mountain bike em atletas participantes da 4º Etapa Campeonato
Metropolitano de Mountain Bike. Métodos: O estudo caracterizou-se como
exploratório. A amostra foi composta por 46 bikers, sendo três do gênero
feminino, com idades entre 16 e 60 anos. A coleta foi realizada durante a 4º
Etapa Campeonato Metropolitano de Mountain Bike em Balsa Nova região
metropolitana de Curitiba, no dia primeiro de maio de 2010. O instrumento
utilizado foi “Questionário GEL 2009 - Definição e Caracterização dos Esportes
de Aventura”, adaptado ao mountain bike, sendo composto por trinta e duas
questões divididas em dois blocos. Para a análise foi utilizada apenas a
questão sobre motivos o levam a praticar do mountain bike. Essa questão tem
10 respostas objetivas e a possibilidade de responder alternativa. Os dados
foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Identificamos
que o principal motivo que leva à prática do mountain bike é a melhoria da
qualidade de vida (56,5%), seguido por contato com a natureza (50%) e por
diversão (47,8%). Ainda foram significativas: sensação de adrenalina (45,6%),
amigos/relações sociais (41,3%), desenvolvimento pessoal (34,8%), sair da
rotina (19,6%), rejuvenescer/estar sempre jovem (17,4%), sensação de
superioridade (15,2%) e enfrentar o medo (8,7%). Dentre a possibilidade de
resposta alternativa foi citado competição por 8,7%. Conclusão: O estudo
sugere que o principal motivo que leva a prática do Mountain bike é a busca
pelo prazer e a qualidade de vida. Os resultados reiteram as três dimensões
teleológicas do lazer (diversão, desenvolvimento e descanso) presentes na
percepção da motivação para esse esporte. Por fim, pesando as contradições
dessa prática, é preciso que os profissionais, gestores e pesquisadores se
dediquem para inclusão do mountain bike nas políticas públicas e para o
desenvolvimento propostas metodológicas de ensino-aprendizagem.
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ATIVIDADES DE AVENTURA COMO ESTRATÉGIA DE REFLEXÕES
SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: O
CASO DA CAMINHADA ECOLÓGICA
Murilo Eduardo dos Santos Nazário1, Gisele Maria Schwartz1, Juliana de Paula
Figueiredo1, Cristiane Naomi Kawagutti1, Douglas Henrique da Silva, Filipe
Mendes Mota
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil1
E-mail: [email protected]
O presente trabalho traz reflexões acerca da causa ambiental e como
esta pode ser trabalhada de forma crítica e transformadora nas aulas de
Educação Física, por intermédio de vivências em atividades de aventura.
Porém é preciso, desde já, salientar a necessidade de reorganizar, transformar
e adaptar as atividades para o contexto e os objetivos educacionais. O objetivo
principal foi possibilitar um espaço de reflexão e contestação crítica da
realidade, nas aulas de Educação Física por meio das atividades de aventura,
voltada para a causa do meio ambiente. Para tanto, este estudo, de natureza
qualitativa foi desenvolvido, uma caminhada ecológica com alunos do ensino
médio de uma escola estadual no distrito de Brumal, Minas Gerais, a qual foi
orientada pelo professor de Educação Física e voluntários, um estudante de
Ciências Biológicas e outro de Comunicação Social. Utilizou-se como
instrumento para a coleta de dados a observação participante e foi proposta a
realização de resumos por parte dos alunos após a vivência. Inicialmente os
alunos foram divididos em três grupos: água, relevo e flora/fauna. Em seguida
foi realizado momento de reflexão e explicação de como seria a caminhada, e
os objetivos da divisão dos grupos. A problemática ambiental foi abordada
como uma patologia da atual conjuntura social e qual deve ser o papel do
cidadão no processo de transformação desse quadro. Cada monitor ficou com
um grupo, onde ele teria a responsabilidade de realizar pausas durante o
percurso, para contextualizar ou para esclarecimentos de possíveis
questionamentos por parte do grupo. A caminhada foi finalizada à beira de um
dos rios da comunidade, onde os alunos fizeram um lanche comunitário e ainda
tomaram um banho de rio. Para encerramento, foi realizado novo momento de
reflexão crítica, e proposto para a próxima aula em sala, a entrega de um
manuscrito sobre a importância que a caminhada teve para eles. Os dados
foram analisados descritivamente e indicam que esta atividade, para alguns
alunos, atingiu o objetivo de contestação crítica acerca da causa ambiental em
sua comunidade “[...] eu não sabia que em nossa comunidade tinha lugares tão
bonitos [...]”, “[...] as mineradoras fizeram e tem feito muitos estragos em nossa
comunidade [...]”, “[...] se não fizermos nada pelo meio ambiente, em breve não
teremos nenhuma beleza natural [...]”. Com base nos resultados, pode-se
concluir que a aula de Educação Física foi um espaço importante de reflexão
crítica para problematizar e contestar a realidade dos alunos em sua
comunidade e de como as atividades de aventura pode ser eficiente nesse
processo.
Palavras chave: causa ambiental, educação, educação física, transformação,
atividades de aventura
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MARCADORES DE DANO MUSCULAR APÓS UM EVENTO MULTIESPORTIVO DE AVENTURA DE LONGA DURAÇÃO
Ricardo Dantas de Lucas, Fabrizio Caputo, Kristopher Mendes de Souza,
André Roberto Sigwalt, Anderson L. Roos, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo
Laboratório de Esforço Físico – CDS – Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Florianópolis, SC.
E-mail: [email protected]
Os eventos de ultraendurance praticados na natureza têm apresentado
um crescimento constante nos últimos anos. Além das já tradicionais corridas
de aventura, as provas que combinam as modalidades de corrida em trilhas,
mountain bike e canoagem, sem orientação, têm se tornado mais freqüente. O
Multisport Brasil é uma prova que acontece anualmente na Ilha de Florianópolis
e tem um percurso total de 90km, distribuídos em 8 trechos contendo as três
modalidades anteriormente citadas. O impacto deste tipo de prova sobre os
marcadores bioquímicos de dano muscular não estão bem relatados na
literatura. A creatina kinase (CK), juntamente com a lactato desidrogenase
(LDH) são enzimas musculares, com baixos níveis plasmáticos em situações
normais. Entretanto, após situações que envolvam algum tipo de lesão
muscular, estas enzimas são extravasadas para o plasma podendo aumentar
acentuadamente os seus níveis. Desta forma, o objetivo deste estudo foi
verificar a atividade plasmática da CK e LDH antes e após o Multisport Brasil. A
amostra constituiu em 11 atletas, que completaram a prova na categoria
individual. Para dosagem da CK e LDH plasmática, foi retirada uma amostra de
sangue (10ml) da veia antecubital, aproximadamente 12 horas antes da
largada e logo após a chegada (~10-15min). As amostras foram imediatamente
centrifugadas e congeladas, para posterior análise laboratorial. Para
comparação dos valores pré e pós, foi utilizado o teste t para dados pareados
(p<0,05). A duração total da prova para os atletas estudados foi de 10,20 +
1,09 h. Já os tempos acumulados para cada modalidade foram: Corrida = 4,35
+ 0,53 h; Mountain Bike = 2,45 + 0,30 h; Canoagem = 3,38 + 0,40 h. Os valores
médios das enzimas analisadas, nas condições pré e pós foram: CK = 295 + 64
e 2360 + 1211 U/L; LDH = 116 + 24 e 161 + 42 U/L, sendo este aumento
estatisticamente significante para ambas enzimas. Percentualmente, a CK
apresentou um aumento médio de 700%, enquanto para LDH o aumento foi de
40%. Embora tenha apresentado maior variabilidade individual, a CK foi um
marcador de dano tecidual muscular que demonstrou maior sensibilidade que a
LDH. Desta forma, conclui-se que este evento multiesportivo de longa duração
praticado na natureza, provoca um alto impacto sobre os marcadores
sanguíneos de lesão muscular.
Palavras-chave: lesão, muscular e enzimas
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COMPETIÇÃO E LAZER NO ESPORTE: ALIADOS OU RIVAIS? UM
ESTUDO SOBRE A PRÁTICA DOS CICLISTAS COMPETITIVOS
AMADORES DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL-REI – MG
Gabriel Vargas, Kleber Adão
Universidade Federal de São João del-Rei - São João del-Rei, Minas Gerais Brasil
[email protected]
Os ciclistas competitivos amadores praticam o esporte como uma
atividade espontânea e recreativa em seu tempo livre. Contudo, muitos visam
um melhor desempenho nessa prática, buscando atuações consistentes nas
competições em que participam. Esses praticantes atribuem seriedade ao
ciclismo e assumem grande comprometimento com todos os aspectos
relacionados às suas modalidades. Esse estudo contempla praticantes das
modalidades olímpicas de ciclismo de estrada e mountain bike, devido ao seu
caráter de rendimento e rígidas características técnicas e físicas. Discutir a
relação entre o rigor da competição e a vivência do lazer para esses
praticantes é o objetivo dessa pesquisa, além de identificar o sentido atribuído
ao esporte e definir estilo de vida e características comuns entre esses
praticantes. Para tal, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com
ciclistas não-profissionais com experiência em competição do município de São
João del-Rei – Minas Gerais. A escolha dos praticantes que compõem a
amostra foi intencional e de seleção racional, definida por critérios de
representatividade e acessibilidade. Essa escolha ocorreu durante uma
exploração de campo inicial, que posteriormente prosseguiu ao longo de toda a
fase exploratória da pesquisa. A metodologia utilizada para o estudo das
entrevistas é a análise do conteúdo, destacando valores qualitativos a partir
das falas dos entrevistados. Os resultados indicam que os ciclistas que
mantêm uma relação estreita com o esporte dedicam grande parte de seu
tempo e recursos financeiros ao esporte. Vários deles realizam os treinos com
rigor, se aproximando do cotidiano de um esportista profissional. Esse
envolvimento resulta em hábitos e estilo de vida próprios para esse grupo de
praticantes, que diversas vezes assumem que o momento de competição não é
um momento de lazer, dada a tamanha dedicação e seriedade envolvida, além
do desgaste físico. Além disto, os ciclistas alimentam certo sentimento de
obrigação com o esporte, pois visam sempre manter um relativo bom nível de
condicionamento físico e uma postura de atleta. Porém, apesar dessa
abordagem que demonstra grande comprometimento com o aspecto
competitivo e de rendimento, os ciclistas frequentemente afirmam que o
esporte também é uma “fuga” do cotidiano, ou seja, encontram nesse momento
de lazer uma finalidade funcionalista de recuperação para o trabalho. Portanto,
a análise dos dados colhidos e as observações de campo revelam que os
ciclistas competitivos amadores que participaram do estudo formam um grupo
que apresenta características semelhantes, determinantes do estilo de vida:
grande dedicação à prática esportiva, comprometimento com o rendimento,
manutenção de uma postura inspirada em atletas de ponta e extrema
valorização do hábito de praticar o ciclismo. Nota-se, então, uma aproximação
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entre a rotina dos ciclistas amadores competitivos e o imaginário do praticante
acerca de um competidor profissional.
EVENTO CICLÍSTICO, UM ATRATIVO TURÍSTICO
Jomane Casagrande, Gabriela Rezende de Almeida
Centro Universitário UNA/BH.Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Centro
Universitário de Belo Horizonte - Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
E-mail: [email protected]
Os eventos ciclísticos são acontecimentos previamente planejados, com
metas claramente definidas, tendo um cronograma de ações de interação entre
seus participantes, público, personalidades e entidades. Como o Brasil é um
país continental, os eventos acontecem em diversas regiões, com isso, os
participantes necessitam viajar para participar das competições, surgindo,
assim, o turismo de esportes. Como existem muitos eventos esportivos e, uma
crescente demanda, este estudo partiu da necessidade de quantificar e
mensurar a relação destes eventos com o turismo. O objetivo da pesquisa é
identificar quais os setores comerciais de um destino são mais beneficiados
com o evento e, qual a relação deste público com o turismo local. A
metodologia utilizada foi por meio de questionário, com perguntas semiestruturadas e aplicadas em um evento ciclístico, com uma amostragem de
10% dos participantes. Os resultados encontrados apontaram que os eventos
esportivos ciclísticos são uns bons alternativos econômicos para as cidades
que sediam as competições. Dentre os mais beneficiados são os restaurantes,
uma vez que 40% dos entrevistados informaram que a principal despesa é com
alimentação, seguida pela rede hoteleira, que se beneficia de 31%, os postos
de combustíveis 25% e os souvenires e outras despesas com apenas 4%. O
tempo de permanência de um visitante na cidade aponta que 47% ficam dois
dias, embora tenha tempo e disponibilidade para visitar até dois pontos
turísticos, conforme apresentado por 61% da pesquisa, 89% informou que não
conhece a história da cidade. Como fonte de informação para os ciclistas e
visitantes sobre os atrativos locais, 30% informou que a organização do evento
deveria fazer a divulgação. Já 27% pensam que este trabalho deveria ser pela
prefeitura local e 23% gostariam de receber nos “kits” de inscrição os
informativos locais. A pesquisa tem como conclusão que, os eventos ciclísticos
são grandes atrativos turísticos através e, pode ser considerado viável e
desenvolvedor local. Entre os benefícios que o turista gera para a cidade, os
maiores beneficiados são os restaurantes, que ficam com o maior percentual
dos gastos. Porém, a maioria dos participantes do evento não conhece a
história nem os pontos turísticos da cidade visitada e, reclamam que não são
informados pela organização do evento nem pelos órgãos públicos. Isto explica
o baixo gasto com souvenires e outras despesas na cidade, de forma de não
são estimulados à conhecer os atrativos turísticos da cidade. Porém, a maioria
absoluta informou que querem voltar à cidade novamente. Com esta
contribuição, novos estudos podem apontar quais estratégias de marketing
turístico às cidades devem desenvolver.
Palavras chave: esporte, turismo, desenvolvimento
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AS ATIVIDADES DE LAZER E AVENTURA NA NATUREZA COMO VETOR
PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Thais Messias Moraes, Humberto Luís De Deus Inácio
Faculdade de Educação Física – UFG
Goiânia – GO, Brasil
E-mail: [email protected]
Movimentos ligados à ecologia, conscientização ambiental e
preservação do meio ambiente, estão em foco atualmente, ao mesmo tempo
em que os chamados esportes radicais, esportes de aventura, atividades
físicas de aventura na natureza, crescem cada vez mais como práticas
corporais. Nesse sentido, este trabalho aborda algumas possíveis relações
entre a Educação Física, a Educação Ambiental e as Práticas Corporais de
Aventura na Natureza (PCAN’s), através de um estudo de caso realizado no
bairro Shangri-lá, região circundada por uma reserva florestal, na periferia de
Goiânia.
Palavras-chave: Educação ambiental, práticas corporais e aventura.
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AVENTURA, LUDICO NOS ESPORTES DE AVENTURA PRATICADOS NA
CIDADE DE NITERÓI NO RIO DE JANEIRO
Maria Regina M. Costa1, Carina Braga Silveira2
1
Famath, UGF, Rio de Janeiro-RJ
2
Famath, Rio de Janeiro-Niterói
E-mail: [email protected]
Este projeto de pesquisa faz parte do programa institucional de Bolsas
de Iniciação Científica – PIBIC do Laboratório de Cultura do Curso de
Educação Física das Faculdades Integradas Maria Thereza – FAMATh. As
práticas de esportes de aventura e risco realizados na natureza e no meio
urbano são cada vez mais procuradas por pessoas para suas práticas
esportivas tornando em alguns casos o próprio estilo de vida. Os adeptos
desses esportes suscitam suas práticas no qual o inusitado é revelado de
acordo com as informações manifestadas pelo ambiente, seja na natureza ou
no meio urbano. Nesse sentido, essa fonte energética exterior é um dos
aspectos fundamentais da lógica interna dos esportes de aventura, que se
traduz no antagonismo do confronto com um ambiente selvagem que envia
informações de razoável previsibilidade aos praticantes ou no ambiente semi
domesticado como no caso dos esportes urbanos. Assim pode-se perceber um
homem que ao tornar-se insatisfeito com o seu cotidiano e angustiado pelas
âncoras perdidas, lançou-se num processo de busca através da vivência nos
esportes de aventura. Ele volta-se para uma prática social na qual pode
exercer toda a sua potência criativa, distanciando-se do confinamento da vida
cotidiana. O projeto tem como objetivo geral mapear os esportes de aventura e
risco desenvolvidos nas cidades turísticas da região oceânica do Rio de
Janeiro. Num primeiro momento do projeto os objetivos específicos da
pesquisa são (a) mapear os esportes de aventura praticados em Niterói; (b)
evidenciar o sentido da aventura e ludicidade encontrados nos discursos dos
praticantes. Para a coleta de dados e descrição dos esportes praticados na
região oceânica será levantado junto ao órgão turístico da prefeitura os
esportes praticados nessa região. De posse desses dados buscaremos os
locais de prática e desenvolver-se-á uma entrevista semi estruturada com os
atores desses esportes. Para interpretação das entrevistas utilizaremos a
Análise do Discurso (AD), tendo como objetivo compreender o conjunto de
elementos da ordem da linguagem que caracteriza os dizeres desses
aventureiros. A proposta de Eni Orlandi é identificar o sujeito no discurso, a
linguagem, a história e a ideologia em que os discursos se fazem presentes na
vida das pessoas. O estudo é de natureza qualitativo descritivo etnográfico de
cunho interpretativo. Esse tipo de pesquisa está baseada em premissas de que
os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio de
observações, análise e descrições objetivas e completas durante o processo.
Palavras- chave: Aventura, risco e lúdico
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ASPECTOS ASSOCIADOS A PRÁTICA DO SKATE
Carlos Gomes de Oliveira
Universidade Estadual de Maringá - Centro de Ciências da Saúde Maringá/Paraná – Brasil
E-mail: [email protected]
Este texto apresenta alguns dos principais aspectos associados a pratica
do skate. Objetivo Geral e Analisar as relações existentes entre os fatores que
podem favorecer ou minimizar a pratica do skate. Adotamos como metodologia,
a pesquisa exploratória, descritiva e aplicada, de natureza quantitativa. Os
sujeitos da pesquisa foram compostos 148 indivíduos da região norte do
Paraná. A coleta de dados foi realizada durante todo o mês de abril se dará
mediante os recursos da pesquisa exploratória. Sobre a análise dos dados,
empregaremos como recurso, o estudo das varáveis. Verificamos o nível de
experiência dos praticantes para associarmos a consciência e controle quanto
ao risco de certas manobras e também a faixa etária. A freqüência da prática e
os motivos que levam os atletas a manterem a prática. Apresentamos os
fatores extrínsecos e intrínsecos necessários para a realização da prática.
Percebemos que a maioria dos skatistas mostram-se desinformados com
relação a tecnologia nos implementos que utilizam para a prática. Os dados
apresentados mostram que a atração pelo risco é um dos fatores que
caracterizam a modalidade e as experiências arriscadas incertas e a vertigem
estejam sempre presentes durante a prática.
Palavras-Chave: Skate; Lazer; Vertigem; Risco.
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PERFIL DA PERCEPÇÃO DE VIDA COM RELAÇÃO A EVENTOS
FUTUROS, IDADE E TEMPO DE EXPERIÊNCIA DE PRATICANTES DE
ORIENTAÇÃO PEDESTRE
Fúlvio Rodrigues Valeriano1, Ana Maria de Oliveira Cintra1, Juan Carlos Pérez
Morales2
1
Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de São João
Del Rei, São João Del Rei, Minas Gerais, Brasil
2
Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, CENESP,
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
E-mail: [email protected]
O nível de percepção de vida com relação a eventos futuros, também
conhecido como otimismo, sugere uma relação com estratégias de
enfrentamento ativo ou através da negação. O objetivo desta investigação foi
realizar uma análise descritiva sobre o nível de otimismo, idade e tempo de
experiência na pratica da modalidade de orientação pedestre. Os dados
obtidos foram analisados por meio da estatística descritiva (medidas de
tendência central e dispersão e freqüência). A seleção da amostra foi não
probabilística por conveniência. A análise descritiva dos resultados
demonstram que esta modalidade possui um público bastante variado com
relação à idade, pois apresentou uma variância de ± 12,5. A média de idade foi
de 28,65 anos, 11 anos a menor idade e 68 anos o valor máximo. O tempo de
prática média foi de 7,95 anos (± 7,02) a porção mais representativa da
amostra, 20 atletas (16,4%) apresentaram a média de 03 anos de prática e
14(10,02%) com 02 anos de prática. Quanto ao nível de percepção de vida
(otimismo) 18,68 (± 3,72) foi o valor médio do nível de otimismo, 09 foi o valor
mínimo e 24 o máximo. Quanto à freqüência do nível de otimismo por idade
nas porções mais representativas de 20 anos, 09 atletas (7,4%) detectou-se
uma média de 16,44 (± 3,08), 09 o mínimo e 19 o máximo; para 21 anos, 10
atletas (8,2%) média de 19,20 (± 4,31), 11 o mínimo e 24 o máximo.
Desconsiderando a variável da idade, encontrou-se maior freqüência do nível
de otimismo igual a 18 (14,8%). Para análises mais conclusivas necessita se
de uma amostra significativamente maior separada por grupos específicos
como, por exemplo, idade e sexo. Tendo com referência o valor total dos
escores do nível de otimismo igual 24 um valor médio de 18 representa 75% do
total sugerindo um possível perfil geral de otimismo para o praticante de
orientação pedestre.
Palavras Chave: Otimismo, orientação pedestre, tempo de experiência
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ANAIS
V Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura –
CBAA