9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço
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9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço
197 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação Jurema Alves Pereira* Bruno Moutinho Dinau** Jucelene Ramos da Silva** Marlúcia Batista de Figueiredo** Introdução O referido artigo trata-se de um esforço de resgate da experiência de estágio supervisionado de final de semana do Projeto Educação, Saúde, Cultura e Cidadania com Crianças, Adolescentes e Jovens (PESCCAJ), implementado do final do primeiro semestre de 2005 ao segundo semestre de 2013. Este serviu como justificativa para a cessão de uma assistente social do quadro de servidores técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para assumir a supervisão de estágio que antes era feita pelo professor Ney Luiz Teixeira de Almeida, que coordenava o Projeto de * Assistente Social da Coordenação de Estágio e Extensão da Faculdade de Serviço Social da UERJ, mestre em Tecnologia Educacional para Saúde (NUTES\UFRJ). Doutoranda do Programa de Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH\UERJ). ** Estudantes da Faculdade de Serviço Social da UERJ. miolo_Livro_servico_social.indd 197 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 198 Extensão Educação Pública e Serviço Social (PEEPSS) e do Subprojeto Educação, Cultura, Universidade e Serviço Social (ECUSS), que atendia parte relevante das demandas de estágio da Faculdade de Serviço Social (FSS) da UERJ, principalmente de estágio de final de semana. O Projeto de Extensão, Educação Pública e Serviço Social (PEEPSS), da FSS da UERJ, decorreu de algumas preocupações e iniciativas originárias do grupo de Estágio Supervisionado na área de educação, já existente na década de 90. A primeira delas foi a de conhecer melhor a área de educação como campo de trabalho do assistente social, assim como investigar as particularidades do seu trabalho nesta área. O projeto conjugava tanto atividades de cunho investigativo como interventivo, voltando-se, também, para: a oferta de cursos, a organização de acervo para consulta de pesquisadores e profissionais interessados no tema e, principalmente, a produção e difusão de reflexões sobre a atuação do Serviço Social. Apontamos como um dos seus objetivos centrais, o fato de sistematizar e favorecer a sistematização da prática profissional em Serviço Social, por meio de procedimentos e estratégias voltadas para este fim. Neste sentido, o projeto promoveu processos de construção de assessoria tanto junto aos profissionais com os quais atuava quanto viabilizou esses processos na relação que estabeleceu com o público alvo da política de educação, nos espaços institucionais onde realizou suas assessorias. O PEEPSS desenvolveu subprojetos relacionados a vários eixos temáticos: o último foi o Educação, Saúde, Cultura e Cidadania com Adolescentes e Jovens (PESCCAJ), que teve o grande objetivo de dar continuidade às experiências de estágio de final de semana com o intuito de assessorar trabalhadores em temáticas relacionadas à educação, adolescência, infância e juventude, sendo coordenado por uma assistente social da Faculdade de Serviço Social da UERJ. Neste sentido, para não causar prejuízo ao conjunto de alunos, população e instituições envolvidas com as ações do Sub Projeto ECUSS e garantir, ao mesmo tempo, a cobertura das demais atividades do PEEPSS, o coordenador do Projeto, em articulação com a assistente social Jurema Alves Pereira, à época lotada na Superintendência de Recursos Humanos (SRH) da UERJ, esboçou uma nova proposta que conservasse as linhas centrais de atuação, o público e as instituições atendidas, mas que miolo_Livro_servico_social.indd 198 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação ampliasse o foco das atividades, procurando incorporar a experiência profissional e intelectual da referida profissional, nos projetos/programas de extensão onde atuou no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA) da UERJ e, posteriormente, no Programa Bolsa de Iniciação ao Trabalho (PBIT) da UERJ. As atividades de supervisão de estágio do PESCCAJ iniciaram em agosto de 2005, com a nova supervisora mantendo os mesmos campos de estágio acompanhados pelo Subprojeto ECUSS, a saber: Casa de Apoio às Adolescentes em São Gonçalo, Programa Saúde na Escola, em Caxias, e a ONG Nós do Cinema, localizada em Botafogo. No entanto, algumas modificações foram processadas a partir de propostas discutidas com os campos de estágio, como a divisão do grupo de estágio de final de semana nas atividades de intervenção, a fim de que pudéssemos contemplar de forma mais sistemática o trabalho junto ao Programa Saúde na Escola (PSE), numa nova frente de atuação aos sábados. E também decidimos pela conclusão, durante o segundo semestre de 2005, das atividades de assessoria à ONG Nós do Cinema, que ocorria desde o primeiro semestre de 2004, com a participação de diversos alunos da UERJ. Esta experiência inicial do PESCCAJ manteve as características que nortearam o trabalho do PEEPSS e do ECUSS, buscando a construção de experiências de estágio inseridas na área de educação, cultura e lazer com ênfase no público de profissionais de educação, por meio de um projeto de extensão que articulava as dimensões teórico-metodológicas, com um cunho de investigação e sistematização, oportunizando assessoria e capacitação para equipes e estágio de qualidade para estudantes trabalhadores de Serviço Social da UERJ. No primeiro semestre de 2008 o PESCCAJ deixou de ser subprojeto do PEEPSS, constituindo-se como projeto de extensão e também campo de estágio com prioridade no estágio de final de semana, que, de 2009 a 2013 manteve frentes de atuação no município de Queimados na Baixada Fluminense, as quais descreveremos posteriormente. No intuito de melhor caracterizar o significado das ações extensionistas, apoiamo-nos no conceito de extensão universitária, discutido no I Encontro de Pró-Reitores das Universidades Públicas Brasileiras, em novembro de 1987: miolo_Livro_servico_social.indd 199 199 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 200 A Extensão é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade... é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico... docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Este fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados − acadêmico e popular, terá como consequência: a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional; e a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a Extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social. (MALHEIROS; GUIMARÃES, 1998, p. 68, grifo nosso) Este conceito de extensão está estreitamente relacionado com uma proposta de construção interdisciplinar, sendo esta entendida a partir de uma releitura dos saberes científicos, rompendo com o conhecimento fechado, dispondo-se a dialogar e acatar as diferentes contribuições profissionais, estabelecendo uma “unidade do saber”, por meio da superação do conhecimento fragmentado sobre o ser humano (SEVERINO, 1989, p.18). Reiteramos, ainda, as palavras de Jantsch e Bianchetti, ao abordarem a discussão de Universidade e Interdisciplinaridade: A historicidade, a nosso ver, exige das universidades mais atuação na pesquisa e realização de projetos interdisciplinares, uma vez que a maioria dos problemas do contexto em que elas se inserem só poderá ser superada num esforço interdisciplinar e interinstitucional (1995, p. 198). Buscamos atuar na “[...] produção e socialização do conhecimento e na construção de novas relações sociais que rompam com a exclusão e alienação” (FRIGOTTO, 1995, p. 47). Tal proposta de extensão busca uma aproximação com outras áreas representadas pelas categorias profissionais de outras instituições, intencionando uma maior integração e a troca de saberes com a perspectiva de construção de iniciativas que apontem para miolo_Livro_servico_social.indd 200 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação uma prática interdisciplinar e intersetorial, sem perder de vista as especificidades do profissional de Serviço Social. Atuamos num projeto de extensão que é campo estratégico de formação profissional em Serviço Social na área de educação, em que buscamos construir um processo de supervisão no qual entendemos, a partir da leitura de Buriolla (1994) que a supervisão de estágio em Serviço Social está diretamente relacionada ao processo ensino-aprendizagem, onde os sujeitos envolvidos, supervisor, professor e aluno, estabelecem uma relação de troca e são integrantes ativos na construção do conhecimento, contribuindo para uma maior aproximação entre teoria e prática. Esta concepção de supervisão está pautada na visão de educação como um processo a ser construído entre os sujeitos envolvidos, que estabelecem uma relação horizontal e democrática. Trata-se de uma proposta de educação que se afasta do sentido restrito de mera transmissão de informação, apresentando um enfoque ampliado em que se reconhece o estudante com uma bagagem teórica acumulada no decorrer da sua graduação, além de suas experiências de vida, que podem contribuir também com o trabalho do supervisor. Este tem a responsabilidade e autoridade, pela sua experiência e formação profissional, de colocar-se como agente integrante da formação do estagiário, oportunizando uma articulação teórico-metodológica a partir da aproximação com a realidade concreta e suas múltiplas determinações. Estabelece, neste sentido, a possibilidade de rompimento com a imediaticidade dos fenômenos sociais e a viabilidade da atuação profissional direcionada para instrumentalizar a população quanto à compreensão de seus direitos sociais, oportunizando uma leitura da realidade em sua totalidade, afastando-se de uma perspectiva fragmentada (BARBOZA, 2001). Tal movimento de ação profissional coloca-se como estratégia na construção das competências profissionais em suas dimensões crítica, teórica, ético-política e técnico-operativa, conforme as reflexões de Iamamoto (1999). Portanto, o processo de supervisão é parte integrante do trabalho do Serviço Social, constituindo-se como fundamental na construção da identidade profissional a partir da reflexão, análise e autocrítica dos processos de trabalho no qual se inserem e de seus elementos, possibilitando, por meio dessa leitura, a criação de projetos de intervenção, o planejamento, a siste- miolo_Livro_servico_social.indd 201 201 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 202 matização e a avaliação das experiências e, consequentemente, uma maior aproximação com a realidade. Compreendemos, nesse sentido, a concepção de educação como um processo constante de aprimoramento do ser humano, possibilitando a transformação e construção de novas relações sociais (LEWGOY; SCAVONI, 2002). Esta concepção se expressa na [...] relação dinâmica de ‘reaprender a aprender’, em uma profunda e constante ressignificação dos processos sociais. Implica movimentar conhecimentos em suas instâncias científico-tecnológicas, socioeducativas e ético-políticas, já que a complexidade e as mudanças velozes que ocorrem na realidade social, exigem canais de articulação permanente para a realimentação da complexidade do processo de conhecimento (FSS/PUCRS, 1999, p.10). Tais estratégias podem ser compreendidas a partir do processo didático-pedagógico, que particulariza o favorecimento do trânsito do singular ao universal, como forma de inserção do trabalho interventivo, fundante do Serviço Social no contexto das relações sociais (LEWGOY; SCAVONI, 2002). Envolve, nesse procedimento, o concreto desenvolvimento do senso crítico, do pensar autônomo, do saber problematizar e indagar, possibilitando a construção de propostas qualitativas por meio da ação investigativa, executora e planejada para buscar alternativas ou respostas às demandas inseridas ao âmbito profissional. Neste sentido, estamos diante de um desafio que deve envolver os diversos atores que compõem o processo de supervisão, ou seja, a Coordenação de Estágio e Extensão, os docentes (supervisores acadêmicos), supervisores de campo e os próprios estudantes, que, por meio de uma participação ativa, devem comprometer-se com a qualidade teórico-metodológica da formação profissional, entendendo o estágio supervisionado como parte estratégica deste processo. Enfatizando a importância de considerarmos, assim como previsto nas Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), que o Estágio Supervisionado é transversal à formação, neste sentido, todas as disciplinas e docentes devem estar comprometidos com este fundamental momento da formação profissional. miolo_Livro_servico_social.indd 202 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação Desenvolvimento 203 A fim de dar visibilidade à experiência do estágio de final de semana, no decorrer dos oito anos de implementação do PESCCAJ, trataremos de retomar parte do seu histórico, em particular a fase de desenvolvimento da assessoria à Secretaria Municipal Educação de Queimados, em função dos resultados que ainda temos a colher, como: quatro monografias de graduação em Serviço Social e um projeto de tese de doutorado do Programa de Pós- Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da UERJ. A UERJ, por meio da Faculdade de Serviço Social e da Coordenadoria de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento (CEED), participou, no período de 2009 a 2011, da gestão compartilhada do Núcleo de Atenção ao Estudante da Rede Pública de Educação (NAE), no município de Queimados na Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, com o comprometimento da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e a de Saúde (SEMAS), em transformar este núcleo em Política Pública para o enfretamento dos problemas identificados nas situações de dificuldade de aprendizagem. Tal iniciativa do município foi elaborada em conformidade com o decreto Federal nº 6286, de 5 de dezembro de 2007 (Programa Saúde nas Escolas), com a Resolução CNE/CEB nº 2 de setembro de 2001 (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica) e com as necessidades daquele município. A reflexão sobre esta área, denominada historicamente Saúde Escolar, é extremamente polêmica, pois hegemonicamente baseou-se em concepções biológicas e psicológicas de caráter higienista e disciplinador, desconsiderando o saber e as condições de vida da classe trabalhadora. Neste sentido, a nova experiência construída junto com a SEMED de Queimados para implantação do NAE, buscou refletir sobre estas e outras questões centrais que perpassam o saber escolar, no sentido de discutir concepções de educação e saúde que reforçam o caráter autoritário e disciplinador historicamente construído por essas áreas das políticas sociais e apontar para a necessidade de uma perspectiva de intersetorialidade que se articule com as outras áreas fundamentais para garantia da qualidade de vida, formação humana e cidadania. miolo_Livro_servico_social.indd 203 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 204 A perspectiva de intersetorialidade aparece como estratégia de gestão de políticas sociais, em particular no âmbito municipal, para enfrentamento de limites traduzidos pela condução setorial das ações que vão de encontro às manifestações da questão social, cada vez mais complexas no contexto neoliberal (ALMEIDA, 2010). Na experiência no município de Queimados, o PESCCAJ, enquanto projeto de extensão e estágio de final de semana, incorporou algumas das ações do projeto de extensão do Núcleo Intersetorial de Atenção Educação-Saúde na Escola Pública (NIASE), criado a partir da articulação da docente Tatiane Alves Baptista, coordenadora deste núcleo, com algumas unidades acadêmicas da UERJ como: Instituto de Nutrição, Faculdade de Medicina na área de Pediatria, Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA), Faculdade de Educação, Setores de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), entre outras. Como um projeto de extensão universitária cabe a não reprodução de práticas unidirecionais e pontuais onde a Universidade se aproxima da população geralmente com interesse investigativo, numa relação verticalizada, imprimindo um caráter autoritário como suposta detentora do conhecimento (SILVA, 2001). Porque, fazendo a universidade parte da política social sobretudo como casa educativa e cultural, não assume compromisso social; esta crítica é principalmente válida para entidades públicas, que, por definição, deveriam ter sensibilidade ostensiva para causas sociais da população (DEMO, 1997, p. 19). Quanto à assessoria da universidade à educação, Almeida, referindo-se à experiência do PEEPSS, que podemos identificar em alguma medida com a do PESCCAJ, afirma que: [...] “o projeto representa a consolidação de um campo teórico-prático de interesse para a universidade e para o Serviço Social que articula ensino e pesquisa via extensão universitária [...]” (2010, p. 256). Passamos a realizar várias reuniões com o intuito de planejar as ações junto às equipes da Universidade, assim como no próprio município, onde também participamos de algumas atividades fundamentais para conhecermos a realidade, principalmente da Política de Educação. Dentre estas miolo_Livro_servico_social.indd 204 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação atividades, destacamos: a Conferência Municipal de Educação, que teve como propósito a construção do Plano Municipal em 2009; a participação em atividades do Dia da Família na Escola, organizado em conjunto com o Núcleo de Interação Família-Escola (NIFE), instituído no âmbito da SEMED de Queimados, o Seminário de Integração NAE-Escolas – Levantamento de Expectativas, em fevereiro de 2010, para apresentarmos a proposta da assessoria da UERJ, criada coletivamente com a equipe da SEMED, o II Seminário de Integração UERJ – NAE – Queimados com o tema “Dificuldade de Aprendizagem como Questão de Saúde Pública”. E, ainda, a participação da equipe do PESCCAJ em atividades do Programa Escola Aberta, com adolescentes e famílias, e uma atividade sobre Questão Social, Família e Sucesso Escolar, com professores a partir do convite da diretora de uma das escolas e a construção de um projeto coletivo, voltado para a implementação de estratégias de aproximação da escola junto às famílias, sendo concluído em fevereiro de 2014, como parte das atividades de estágio supervisionado. Ao considerarmos o trabalho do professor na relação com a família, podemos indicar algumas possibilidades de realização de avanços que incidam na direção da construção de uma educação transformadora e emancipatória. Não podemos deixar de enfatizar o papel dos professores no espaço escolar, categoria que vem perdendo o seu status profissional historicamente, marcado atualmente por um processo de desvalorização crescente no mundo do trabalho. Estes profissionais, que, de acordo com Freire (2006), são estratégicos na relação educador-educando, no sentido de ampliar as oportunidades de criação de uma consciência crítica sobre a realidade, acabam, muitas vezes, reproduzindo a culpabilização das famílias, responsabilizando-as pelo não acompanhamento da escolarização dos filhos e pela ausência de participação na escola. Há uma idealização do papel da família e a desconsideração das condições de vida e trabalho que a maior parte destas famílias trabalhadoras das classes subalternas, em seus diferentes processos de trabalho – formais e principalmente informais − passam a ter no contexto das mudanças neoliberais (ALENCAR, 2004; ANTUNES, 2008). Faz-se necessário ressaltar ainda uma marca da última década, como bem aborda Sposati (2007): a articulação das políticas de enfrentamento da pobreza e garantia de renda mínima com a política educacional, que, miolo_Livro_servico_social.indd 205 205 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 206 dentre outras coisas, aumenta o fluxo de informações e responsabilidades institucionais sobre a escola. Isto corrobora a inserção de profissionais de Serviço Social na Educação como agentes institucionais, ligados ao Estado na implementação destas políticas de controle da população pobre e, ainda, contraditoriamente, contribui com a sua formação profissional, na construção de novas práticas e saberes que se coloquem na perspectiva de democratização do espaço escolar e na ampliação dos direitos da classe trabalhadora pobre (CUNHA, 2013). É fundamental refletirmos sobre a construção da instituição familiar com as contribuições de Engels (1979) e Ariés (1978), que destacam como as relações sociais e de gênero foram construídas mediadas pelos interesses capitalistas de constituição da propriedade privada e de reprodução da desigualdade, onde crianças e mulheres eram vistos como seres inferiores, o que historicamente mantém-se e tem visibilidade no contexto educacional, marcadamente feminino, tanto quando pensamos no perfil dos profissionais como das famílias que constituem a maioria das mantenedoras dos grupos familiares. A primeira reação da escola contra a criança e o jovem está em definir a linguagem: como falar, escrever, sentar, andar, ver, respeitar, seguir e/ou reformar as regras, normalizar-se. A escola faz parte da continuidade da família monogâmica, da religião que a habita, e funciona segundo um poder disciplinar que diz onde estar, calar, fazer, dizer e escutar. Há um lugar que antecede e define de onde vem a vida: é a família, onde há um poder soberano que atua sobre os corpos, seus movimentos, condutas e pensamentos e que se comunica com o Estado e a religião. Mas, uma criança ou jovem só existe sob o regime da norma e da lei, que a registra, classifica e exige dela obediência ao sistema. Seguindo ao pai e à religião, submete-se, também, à escola e ao Estado. É o que propõe e espera da criança e do jovem a relação família-religião-Estado-escola. (PASSETTI; AUGUSTO, 2008, p.10) Diante deste quadro, resgatamos a necessidade de construção de políticas sociais públicas, voltadas para a infância, juventude e família, como processos e resultados de relações complexas e contraditórias que se estabelecem entre Estado e sociedade civil, no âmbito dos conflitos e luta de miolo_Livro_servico_social.indd 206 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação classes que envolvem o processo de produção e reprodução do capitalismo (BEHRING; BOSCHETTI, 2010). Ao relacionarmos este contexto social com a formação profissional em Serviço Social, acreditamos que os campos de estágio de maior qualidade são os que oferecem aos estudantes uma efetiva aproximação com as demandas profissionais a partir de situações de vivência da práxis, que os possibilitam adquirir a capacidade de análise, de desenvolvimento, reflexão e de aprimoramento de habilidades, conforme as diretrizes curriculares; a identificação da instrumentalidade, os conteúdos das ações e o papel fundamental da pesquisa como fonte de conhecimento e suporte para o planejamento para construção de resultados coerentes com o projeto profissional. Ao retomarmos a experiência de estágio de final de semana no PESCCAJ, enfatizamos o trabalho coletivo da equipe, composta por uma assistente social (supervisora de estágio), quatro estagiários e podemos incluir, também, a diretora e orientadora educacional de uma unidade escolar, a partir de maio de 2009. Desta época, até o início de 2014, demos início a uma experiência de trabalho que teve como principal objeto a aproximação da escola junto às famílias, em um dos estabelecimentos de ensino público no município de Queimados. Esta experiência foi fundamentada no processo de requisição institucional, configurado a partir de situações inseridas e vivenciadas no referido âmbito escolar que passam a particularizar o papel do assistente social na área da educação, como parte do objeto de intervenção profissional articulado às expressões da questão social, analisadas no campo de estágio. Neste aspecto, o PESCCAJ buscou construir e contribuir para uma concreta reflexão junto com os participantes da comunidade escolar, ou seja, profissionais de educação, familiares e crianças, acerca da realidade social, em particular sobre as diversas manifestações da violência. Neste sentido, foi proposta a construção de um projeto de intervenção profissional frente ao referido estabelecimento de ensino, que possibilitasse espaços de reflexão sobre as formas de enfrentamento pautadas pela busca de estratégias e de alternativas, viabilizando a elaboração de ações que estimulem a não violência dentro e fora do âmbito escolar. Destaca-se nesse sentido a importância dos trabalhos educativos realizados por meio de encontros para fortalecer a relação escola-família a partir da miolo_Livro_servico_social.indd 207 207 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 208 viabilização da informação e do debate sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos sujeitos, a democratização das informações e o acesso ao espaço institucional para a participação mais concreta. Diante dos casos de violência presenciados ou vivenciados no interior da escola, a referida unidade educacional se propôs a enfrentar o problema de forma coletiva, no intuito de envolver uma equipe multiprofissional (professores, funcionários de apoio, pedagogos e assistente social) e o próprio público, familiares e estudantes. Destaca-se a importância de oferecer uma continuidade à reflexão e ao amplo debate sobre o papel do assistente social e sua articulação na área da educação, atrelado ao trabalho de assessoria desenvolvido pelo Serviço Social frente a um determinado estabelecimento de ensino. Para salientar esse processo reflexivo, é primordial a leitura e a compreensão de Almeida (2000), que aborda o Serviço Social e toda a sua particularidade na área da educação com o objetivo de aprimorar e articular tal conhecimento aos instrumentos de trabalho inseridos pelo assistente social no PESCCAJ. O conceito do trabalho de assessoria no Serviço Social torna-se primordial a partir da compreensão da obra de Bravo e Matos (2010), que abordam as particularidades que envolvem a referida temática no intuito de oferecer uma articulação entre a teoria e a prática de assessoria vivenciada no campo de estágio. É fundamental a realização de uma reflexão e de uma compreensão minuciosa sobre o conceito de questão social a partir da dimensão política que possibilite determinadas mediações com o campo de estágio. Segundo Iamamoto, “a questão social condensa o conjunto de desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento contraditório das relações sociais, alcançando plenitude de suas expressões e matizes em tempo de capital fetiche” (IAMAMOTO, 2007, p.156). Iamamoto (2009) contribui na compreensão dos espaços sócio-ocupacionais do assistente social enquanto trabalhador assalariado a partir do entendimento da questão social e suas expressões relacionadas ao campo de estágio e na sistematização de um projeto de intervenção profissional, a partir da demanda posta pela escola, da necessidade de enfrentamento das manifestações da violência, inseridas e vivenciadas na realidade do campo miolo_Livro_servico_social.indd 208 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação de estágio a partir das atividades, oficinas ou trabalhos requisitados institucionalmente e desenvolvidos pelo PESCCAJ. Tal projeto caminha a fim de fortalecer a relação família-escola, contribuindo assim na elaboração de formas de enfrentamento da referida problemática, dentro (intra) e fora (extra) do âmbito escolar, de modo a incentivar a participação e a reflexão das famílias nesse processo. O trabalho desenvolvido na frente de atuação com famílias na escola realizou-se por meio de oficinas mensais onde eram trazidos temas vivenciados no âmbito escolar e familiar, que retratavam algumas refrações da questão social, sugeridos pelos próprios participantes e pelos profissionais da escola. A equipe do PESCCAJ, ao tratar sobre os temas, buscou estimular a reflexão do grupo de uma forma ampliada, articulando o que é vivenciado na escola à dinâmica social na qual estamos inseridos. É importante ressaltar que a direção da escola também participava das oficinas, utilizando-a como espaço de aproximação com as famílias. A maioria dos assuntos discutidos nas oficinas tinha como questão central a violência, como, por exemplo, “Violência na Escola”, “Construindo estratégias de não violência”, “Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes” e “Violência Doméstica contra Mulheres”, identificada pela equipe do PESCCAJ, em conjunto com a equipe da escola e dos familiares, como aspectos a serem refletidos coletivamente devido à complexidade que envolvem. Segundo Tavares dos Santos, 209 Podemos, deste modo, considerar a violência como um dispositivo de excesso de poder, uma prática disciplinar que produz um dano social, atuando em um diagrama espaço-temporal, a qual se instaura com uma justificativa racional, desde a prescrição de estigmas até a exclusão, efetiva ou simbólica. Esta relação de excesso de poder configura, entretanto, uma relação social inegociável porque atinge, no limite, a condição de sobrevivência, material ou simbólica, daqueles que são atingidos pelo agente da violência (SANTOS,1998, p. 36 apud ZALUAR; LEAL, 2001, p. 148). Nesse sentido, a importância de ter um aporte teórico-metodológico e ético-político que embase o trabalho se mostra essencial, para que o profissional compreenda criticamente as transformações e contradições ocorridas miolo_Livro_servico_social.indd 209 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 210 na sociedade capitalista e seu impacto nas relações sociais e possa criar estratégias de ação que possibilitem a democratização das informações sobre os direitos e reflexão da classe trabalhadora. Para que este processo ocorra, como mostra Vasconcelos, é necessário um aprimoramento contínuo: “a capacidade de apreender o movimento da realidade social, fruto de uma formação generalista e crítica, impõe a manutenção de um processo de formação profissional contínuo [...]” (VASCONCELOS, 2006, p. 256) No entanto, cabe ao assistente social comprometido com a direção ético-política adotada por sua profissão fomentar os debates, utilizando seus conhecimentos teórico-metodológicos e técnico-operativos, para socializar informações, sumarizar e devolver as questões colocadas naquele espaço, possibilitando uma reflexão crítica dos usuários acerca de suas próprias realidades. Menciona-se, nesse momento, a metodologia fundamentada na realização do trabalho com familiares dos estudantes da escola municipal em Queimados, a partir da inserção de atividades educativas de modo a promover uma concreta construção referente a espaços de diálogos e debates, pautados em oficinas particularizadas pela utilização do instrumental da dinâmica de grupo. Neste sentido, o recurso da dinâmica de grupo potencializa ou favorece o processo reflexivo e a troca de informações, mas também pode servir para controlar ou manipular comportamentos (VASCONCELOS, 2012). A partir das atividades desenvolvidas com as famílias, foi evidenciada outra demanda no sentido de construirmos um espaço onde as crianças, que foram deixadas em casa, muitas vezes sozinhas e outras que acompanhavam seu familiar nas oficinas, pudessem participar para aguardar o término da referida atividade. Assim, considerando a demanda identificada e articulando a um dos objetivos previstos no PESCCAJ, em agosto de 2011, foi iniciado um trabalho transformado concomitantemente em um projeto de intervenção de uma das estagiárias, que consistiu na realização de oficinas de brincadeira, cultura, esporte e lazer com crianças de 6 a 11 anos, caracterizando uma segunda frente de atuação na escola. As crianças que participavam desta oficina eram estudantes ou ex-estudantes da referida escola. As atividades foram desenvolvidas com o objetivo de estimular o senso crítico das mesmas em relação à escola, bem como a miolo_Livro_servico_social.indd 210 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação reflexão sobre sua inserção social, colocando-as como sujeitos que fazem parte da dinâmica da vida social da comunidade onde vivem. Para tanto, foram utilizadas brincadeiras com bolas, construção de desenhos, leitura de gibis e contação de histórias, filmes, criando um espaço de lazer onde as crianças também refletiam sobre sua realidade social enquanto brincavam. No decorrer da experiência de extensão e estágio de final de semana, novas demandas se colocaram e no segundo semestre de 2012, em paralelo às atividade que o PESCCAJ realizava na escola, a diretora solicitou à coordenadora e supervisora do projeto que construísse, conjuntamente, estratégias para reativar o conselho escolar. A gestora informou-nos que já tinha havido um movimento na gestão anterior a sua, no ano de 1997, para a sua construção, entretanto, observou-se no próprio estatuto, construído pela escola na época, que não estava prevista a efetiva participação dos familiares na prática. Com isso, o PESCCAJ, por meio do processo de assessoria, realizou um trabalho com a escola, também sistematizado num projeto de intervenção de outra estagiária, que, por meio da realização de oficinas e participação em assembleias e eventos da SEMED, buscou mobilizar a participação e apropriação por parte dos profissionais de educação, familiares e estudantes do significado do controle social a partir da existência do conselho escolar, tendo como perspectiva que tais sujeitos pudessem ter voz e vez enquanto atores sociais de direito e construtores de sua história. A trajetória da política de educação no Brasil é marcada por disputas entre as classes no que se refere à garantia do acesso à educação escolarizada. Essas disputas se dão em torno do direito à educação e na organização de um sistema educacional alicerçado na universalização do acesso à escola pública. É importante ressaltar que tal universalização não deve ficar somente no papel, mas que de fato seja posta ao alcance de todos, socializando a produção do conhecimento, da cultura e da tecnologia. Segundo Almeida, 211 […] compreendemos que não se deve pensar a educação e todos os outros direitos sociais e humanos de modo desvinculado das condições reais em que produzimos nossa existência. A construção de uma educação que fortaleça os significados da cidadania, de liberdade, de democracia e de emancipação não miolo_Livro_servico_social.indd 211 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 212 pode estar desarticulada das lutas pelo acesso à saúde, ao trabalho digno, `a moradia, ao lazer, à cultura e a tudo aquilo que hoje está ausente das condições de vida da maior parte da população deste país […] (ALMEIDA, 2012, p. 93) Nesse contexto, destaca-se a Constituição Federal de 1988, que garante direitos sociais já explicitados acima e conquistados pelos trabalhadores por meio de árduas lutas políticas e sociais. No entanto, percebemos que tais direitos não estão sendo realizados de fato, pois o ideário neoliberal incide nas políticas sociais com estratégias de desmonte que incluem a redução de recursos a elas destinada, crescendo assim o processo de privatização. Embora saibamos que lidamos com projetos societários heterogêneos, tendo de um lado a sociedade do capital e de outro a sociedade que tenha seus direitos sociais ampliados, é neste último que o profissional de Serviço Social deve coadunar-se de acordo com o Projeto Ético-Político. Para tanto, reforça-se o papel estratégico do assistente social que tem como direção no seu Código de Ética Profissional (CFESS, 2012, p.20). a defesa intransigente dos direitos humanos contra todo tipo de arbítrio e autoritarismo; a defesa e aprofundamento e consolidação da cidadania; posicionamento a favor da equidade e da justiça social, que implica a universalidade no acesso a bens e serviços da gestão democrática. “A educação é uma expressão das lutas sociais, em particular, aquelas travadas em torno das disputas societárias, ela deve ser levada em conta no seu significado como dimensão da vida social e como área de atuação e disputas no campo das políticas públicas” (ALMEIDA, 2012, p. 96). Para tanto Almeida acrescenta ainda que “o processo de redemocratização, a maior participação política, a nova perspectiva de controle social a partir da sociedade e a representatividade alcançada pelos movimentos populares e sindicais na esfera política” (2012, p. 97), reforçam a importância de espaços para se realizar a gestão democrática na educação por meio de mecanismos como os conselhos escolares, para buscar a construção do controle social pela comunidade escolar envolvida. Simultaneamente à implementação das atividades no segundo semestre de 2013, foi implementado outro projeto de intervenção por parte de mais miolo_Livro_servico_social.indd 212 4/11/2014 18:00:10 9 Extensão, estágio de final de semana e assessoria em Serviço Social na Educação uma das estagiárias, com o propósito de realizar um levantamento de instituições e serviços públicos, tanto do município de Queimados quanto do seu entorno, buscando deixar um produto para a escola municipal e para a SEMED em Queimados, visando contribuir com o encaminhamento das demandas das famílias. 213 Considerações Finais Ao concluirmos este esforço inicial de socialização e de sistematização das experiências do PESCCAJ, que, no decorrer de seus oito anos de implementação na Faculdade de Serviço Social da UERJ, contribuiu na formação de mais quarenta estudantes de graduação, em sua maioria trabalhadores, que, por meio de um projeto de extensão universitária, puderam vivenciar o estágio supervisionado e cerca de um terço do grupo utilizá-lo como campo empírico de seus trabalhos de conclusão do curso, sentimo-nos gratificados pela oportunidade de construirmos e de crescermos juntos profissionalmente, tanto na dimensão teórica como na ético-política e técnico-instrumental. No que diz respeito aos instrumentos técnico-operativos, foram utilizados: o planejamento das atividades, que possibilitou à equipe a reiteração da dimensão teleológica do trabalho desenvolvido; a construção dos relatos e diários de campo, relatórios de estágio para posterior sistematização e os projetos de intervenção voltados para a atuação nas diferentes frentes (Oficina com Crianças, Oficina com Famílias, participação em Encontros Pedagógicos, de implantação do Conselho Escolar e de Levantamento Institucional). Deste modo, segundo Almeida (2011), a incorporação destes instrumentos na condução do trabalho do assistente social no PESCCAJ também possibilitou a valorização da dimensão crítica, propositiva e investigativa do exercício profissional, explicitando os compromissos éticos e políticos construídos coletivamente no Serviço Social. Podemos dizer que a experiência ainda não foi concluída integralmente, pois temos, ainda, todo um processo de sistematização em curso que vai desde o relatório que estamos construindo de devolução à Secretaria Municipal de Queimados, assim como as quatro monografias que estão em fase de elaboração e que esperamos trazerem ricas contribuições sobre o tra- miolo_Livro_servico_social.indd 213 4/11/2014 18:00:10 Trajetória da Faculdade de Serviço Social da UERJ: 70 anos de história 214 balho do Serviço Social numa experiência de extensão, estágio de final de semana e assessoria. Além destes importantes trabalhos, teremos até 2018 a sistematização de uma tese de doutorado que pretende dar visibilidade aos limites e, principalmente, às contribuições que uma experiência como esta pode trazer na direção de uma perspectiva de maior qualidade, de emancipação e possibilidades de mudanças nas políticas públicas, em particular da educação, contando com o suporte do Serviço Social, mesmo num contexto adverso neoliberal. Referências ALENCAR, Mônica Maria Torres de. Transformações econômicas e sociais no Brasil dos anos 1990 e seu impacto no âmbito da família. In: SALES, M. A.; MATOS, M. C. de.; LEAL, M.C. (Org.). Política social, família e juventude: uma questão de direitos. 2a. ed. São Paulo: Cortez, 2006. ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978. ALMEIDA, Ney LuizTeixeira de. Apontamentos sobre a política de educação no Brasil hoje e a inserção dos assistentes sociais. 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