8-Preparação da Acetanilida LIC 2000 - cempeqc
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Síntese da Acetanilida Juliana L. Piteli Milady A. Silva A Acetanilida: É um analgésico , ou seja, uma droga que alivia a dor sem causar inconsciência significante. Está no grupo dos primeiros analgésicos a serem introduzidos, em 1884 , com o nome de febrina, a fim de substituir os derivados da morfina. Com o surgimento das sulfas, passou a ser substância fundamental na síntese desses compostos tendo seu uso como analgésico relegado a um plano secundário. Porém a quantidade de acetanilida é controlada pelo governo, pois esta é tóxica e causa sérios problemas no sistema de transporte de oxigênio – incluída no grupo de drogas que viciam. Um exemplo da utilização da acetanilida é o seu derivado o acetominofen (N-acetil-p-amino-fenol) que é solúvel em água e é freqüentemente usado em preparações líquidas como analgésicos e antipiréticos para crianças. Acilação + Introdução de um grupo acila O = C - em um composto orgânico. Isto pode ser feito ‘a partir de derivados de ácidos carboxílicos ou não . É uma reação Ácido-Base de Lewis .. -NH2 + O = C R + -NH2 + LG LG R-C=O O Ácido de Lewis pode ser: 1.Ácido Carboxílico: 2. Haleto de Acila: Rápida, quantitativa, utilidade limitada, porém reage desidrata à alta vigorosamente temperatura, que gera formando HCl,que converte metade da reações paralelas. amina em sal, o que Ex.: Ácido Acético diminui o rendimento. glacial é economicamente favorável, porém exige longo tempo de refluxo. 3. Anidrido: Conduz ao consumo quantitativo da amina e é de grande importância no preparo de amidas de diácidos, porém se houver aquecimento prolongado, haverá diacetilação Procedimento A – Não será utilizado na prática 1. 14,0g de anilina + 18,0g de anidrido acético em erlenmeyer imerso em cuba de gelo; 2. Agitar e aquecer a 120°; 3. Adicionar 12 gotas de H2SO4 – concentrado; 4. Resfriar para a obtenção de um sólido; 5. À parte, preparar: 240mL de água em ebulição; verter a água sobre o sólido (4); 6. Aquecer até completa dissolução; 7. Resfriar lentamente para a cristalização da acetanilida; 8. Filtrar à vácuo, lavando o ppt várias vezes com água; 9. Passar o ppt para 300,0mL de água; 10. Adicionar 1,0g de carvão ativado; 11. Aquecer até ebulição por 5 minutos; 12. Filtrar em papel pregueado; 13. Resfriamento lento a temperatura ambiente, até cristalizar; 14. Filtrar à vácuo; 15. Secar em estufa a 100°. Procedimento B - Será utilizado na prática 1. Num béquer de 500 mL, preparar uma suspensão de 4,2g de acetato de sódio anidro pulverizado em 16,7g (16,0mL) de ácido acético glacial – meio reacional tampão; 2. Adicionar à suspensão, em pequenas porções com agitação constante, 15,5g de anilina e em seguida 18,3g (17,0mL)de anidrido acético – reação rápida e exotérmica; 3. Adicionar 250,0mL de água – quando não mais liberar calor; 4. Resfriar o sistema (bifásico) em banho de gelo e filtrá-lo à vácuo, lavando o ppt várias vezes com água gelada; 5. O filtrado deve ser descartado em frasco específico e o sólido deve ser seco ao ar ou em estufa a 50°( neste caso será utilizado o dessecador a vácuo durante uma semana); 6. Pesar o sólido, determinar o rendimento da reação e, em aparelho específico, determinar o ponto de fusão da acetanilida. Trituração de sólido em almofariz T É C N I C A S Agitação Magnética Filtração a vácuo Secagem Determinação do ponto de fusão 1. O objetivo da trituração é dividir o material finamente, aumentando sua superfície de contato. 2. O material do qual é feito o almofariz deve ser mais duro que a amostra.Como matéria-prima para sua manufatura temos: ágata – mais rígido e de menor contaminação, porcelana, alumina e plástico. 3. A trituração deve ser homogênea. 4. Não deve-se bater com o pistilo no almofariz e sim fazer movimentos circulares. 5. A fim de não perder material durante a trituração, pode-se colocar sobre o almofariz um pedaço de papel. Emprega-se um campo rotativo de força magnética para induzir velocidade variável à ação de agitação dentro de recipientes abertos ou fechados Aplicações: 1. Homogenização completa da solução, afim de evitar gradientes de concentração; 2. Observar a variação do volume gasoso no meio reacional – hidrogenação catalítica; 3. Exclusão do ar para evitar oxidação; 4. Reações em meio anidro; 5. Em casos onde a agitação mecânica não se faz conveniente. Filtração à vácuo VANTAGENS ¾ Largamente usada na química orgânica, devido ao bom rendimento quanto ao tempo; ¾ Menor quantidade de impurezas no ppt; ¾ Menos solvente no sólido, TÉCNICAS ¾Lavar o ppt com solvente frio, antes da filtração, para retirar possíveis traços da água-mãe (não pode ser quente para não dissolver o ppt); ¾Para remover possíveis compostos não-voláteis (impurezas), deve-se lavar o ppt. Para que a lavagem seja eficaz: a) cessar o vácuo, retirando a mangueira da trompa de vácuo b) encher o funil de Buchner com água-de-lavagem: água gelada c) ligar o vácuo e esgotar completamente o funil Repetir as etapas 2 ou 3 vezes Líquido de lavagem ideal 1. Não ter ação solvente sobre o precipitado, mas dissolver com facilidade as substâncias estranhas 2. Não ter ação dispersora sobre o precipitado 3. Não formar produto volátil ou insolúvel com o precipitado 4. Ser facilmente volatilizado na temperatura de secagem do ppt Importante : Só lava-se o ppt com água pura se houver certeza de que o ppt não será dissolvido, caso contrário, adicionar íon comum. APARELHAGEM Um kitassato, provido de um funil de Buchner, é ligado à um frasco de segurança – vazio- que por sua vez está conectado à uma trompa d’água. Cortar um círculo de papel de filtro, cujo diâmetro deve ser de 1 à 2 mm menor que o diâmetro interno do funil; coloca-se o papel no funil à cobrir os orifícios do funil. Ligar a trompa d’água, umedecer o papel de filtro com o solvente e iniciar a filtração. Terminada a filtração, abrir a torneira do frasco de segurança ou a entrada de ar entre o kitassato e o frasco de segurança, antes de fechar a torneira da trompa d’água. Aparelhos usados para provocar sucção Trompa d‘água Deve reduzir a pressão de um sistema a um valor igual à pressão de vapor d’água à temperatura desta, na fonte de suprimento. Na prática esta pressão é geralmente de 4-10 mmHg maior do que a esperado, devido a entrada de ar na aparelhagem, a temperatura do laboratório e a pressão da água. Bombas a Óleo Pode atingir 0,1 mmHg mas, vácuo de 5 à 10mmHg é suficiente para a maioria dos objetivos. Bomba hidrovac É uma bomba de difusão de Hg inteiramente de vidro, barata, que produz vácuo à 2 mmHg. Ao ar Colocar o produto em papel de filtro absorvente sobre um vidro de relógio; cobrir o conjunto com outro vidro, placa de Petri ou papel absorvente ( proteger de poeira); deixar em repouso em ambiente seco (pode ser ao sol). Estufa ou mufla (para p.f. maior que 100°C) Colocar o sólido em vidro de relógio ou cápsula de porcelana e levar à estufa; em geral, pequenas quantidades à 110 °C por 30 min. Para filtração à vácuo, levar o ppt ainda sobre o papel para a estufa – por opção pessoal pode-se levar o funil, para evitar contaminação, já que o produto seco se desgarra mais facilmente das fibras do papel. Ponto de Fusão é a temperatura em que uma substância passa do estado sólido para o líquido, a pressão determinada; em geral há um intervalo de 0,5 a 1,0°C, para substâncias puras. Compostos orgânicos, em geral, possuem ponto de fusão baixo – o ponto de fusão teórico da acetanilida é em torno de 114 °C, mas tem-se observado valores em torno de 84 °C, devido a formação de um sistema binário entre água e acetanilida. A presença de impurezas também provoca abaixamento do ponto de fusão, que é observado quando estas são solúveis na substância fundida e insolúveis em sua fase sólida. COMPOSTO ÁCIDO ACÉTICO GLACIAL ACETATO DE SÓDIO CARACTERÍSTICAS CONSTANTES FÍSICAS líquido de odor forte, inflamável, contrai-se ligeiramente em baixa temperatura (freezer), excelente solvente; é miscível em água, álcool, glicerol, éter, tetracloreto de carbono e insolúvel em dissulfeto de carbono C2H4O2 - MM = 60,05 pKa = 4,74 ponto de fusão: 16,7º ponto de ebulição: 118º pó higroscópico; eflorescente em ar quente; muito solúvel em água - 1g/0,8mL e pouco solúvel em álcool - 1g/19mL C2H3NaO2 - MM = 82,03 ponto de fusão = 58º ponto de ebulição = 120º (anidro) pH (0,1M) = 8,9 líquido oleoso, incolor se recém destilado, escurece em contato com ar e luz, odor característico ANILINA e sabor ardente, combustível, volatiliza com vapor solubilidade de 1,0g em água: fria = 28,6mL e quente = 15,7mL obtido a partir de acetaldeído ou ácido acético, forte odor, líquido muito refrativo, altamente inflamável, lentamente solúvel em ANIDRIDO ACÉTICO água, formando o ácido acético; com álcool forma acetato de etila; solúvel em éter e clorofórmio obtido a partir de anilina e ácido acético, apreciável volatilidade a 95º, sabor ligeiramente ardente solubilidade de 1,0g em: ACETANILIDA água fria: 185mL; água fervente: 20mL; álcool: 3,4mL; metanol: 3,0mL; álcool fervente: 0,6mL; clorofórmio: 3,7mL; acetona: 4,0mL; glicerol: 5,0ml TOXIDADE e CUIDADOS produz queimaduras na pele; não ingerir, pois: corrosão na boca e aparelho digestivo, vômito, colapso circulatório, diarréia, morte; exposição crônica: corrosão no esmalte dos dentes, irritação nos olhos, bronquite. USOS é cáustico e usado para destruir verrugas; aplicado na manufatura de acetatos, plásticos, sínteses orgânicas e farmacêuticas acetilação (anidro), fotografia (triidratado), minimizar os efeitos de ácidos fortes na analítica, acidulante em alimentos, diálise usado em corantes C6H7N - MM = 93,13 ponto de ebulição: 184-186º ponto de fusão: -6º pKb: 9,3 pH (0,2M - aq): 8,1 densidade: 1,022 venenoso, tóxico, guardar com cuidado em frasco bem tampado e longe da luz, se inalado ou ingerido pode causar intoxicação vertigens, dor de cabeça, anemia, anorexia. produção de corantes, medicamentos, resinas, vernizes, perfumes, vulcanização da borracha, solvente C4H6O3 - MM = 102,09 ponto de ebulição: 139º ponto de fusão: 73º densidade: 1,080 excesso de exposição provoca: conjuntivite, edemas, fotofobia, irritação no nariz e faringe, dispineia, bronquite, dermatites. manufatura de compostos acéticos, celuloses, em sínteses orgânicas, em nitrações e sulfonações como desidratante, solvente para glicerina, gorduras e óleos voláteis C9H9NO - MM = 135,17 ponto de ebulição: 304-305º ponto de fusão: 113-115º pK(28º) : 13,0 densidade: 1,219 manufatura de medicamentos e corantes, estabilizador de água oxigenada; usado como analgésico e antipirético (humano/veterinário) Reações envolvidas Síntese da Acetanilida 4,2g de acetato de sódio anidro 16,7g de ácido acético glacial (16,0 mL) em béquer de 500 mL 2. Adicionar lentamente 1. Triturar em almofariz E M 4,2g de acetato de sódio triturado Suspensão de ácido acético e Acetato de sódio anidro 3. Agitação magnética constante 4. Adicionar em pequenas porções 15,5g de anilina 5. Adicionar (reação rápida e exotérmica) 18,3g (17,0 mL) de anidrido acético C A P E L A Acetanilida + Anilina(traços) + Ácido acético + Anidrido acético(excesso) + impurezas 6. Adicionar 250 mL de água Sistema bifásico LÍQUIDO: Ácido acético, anilina, acetanilida SÓLIDO: Acetanilida + impurezas 7. Resfriar 8. Filtrar à vácuo FILTRADO: Ácido acético + Anilina + impurezas SÓLIDO: Acetanilida hidratada + impurezas 9. Lavar o precipitado várias vezes com água gelada Descartar em frasco específico 10. Secar em dessecador a vácuo Acetanilida seca e impura Embalada e corretamente rotulada 11. Pesar e determinar o rendimento Acetanilida seca + impurezas 12. Determinar o ponto de fusão Cálculo do rendimento C8H9ON + C6H7N + C4H6O3 1mol 1mol 1mol 93.13g 102.09g 137.17g m =15.5g m = 18.3g m=? V = 16.944mL d = 1.080 g/mL Cálculo do reagente limitante 93.13 ------ 102.09 15.50 ------ X X = 16.99 g ∴1.3g de excesso C2H4O2 1mol 60.05g Massa de acetanilida: 93.13 ------- 135.17 15.50 ------- Y Y = 22.49 g (para 100% de rendimento) Bibliografia Allinger, N. L., Cava, M. P., DeJongh, D. C., Johnson, C. R., Lebel, N. A.,Stevens, C. L., Química Orgânica, Guanabara Dias, 2º ed., RJ, 1985 Campos. M.M., Química Orgânica, USP, SP, 1976 Vogel, A. I., Química Orgânica, USP, 3a ed., RJ, 1981 Budavari, S., et all, The Merck Index, 12th , USA, 1996 ww.introduction to Maijuana Medical Papers http:// peele.sas.nl/lib/cultconc www.druglibrary.org/schaffer/history/szasz1 www.ftp.iq.unesp.br/orgexp1 É controlada pelos Ministérios da Agricultura e Saúde, pois é utilizada em formulações veterinárias – por quê?? Drogas que viciam – grupo??? 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