Relatório técnico Final
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Relatório técnico Final
Relatório técnico Final Projeto de Formação de Núcleos Socioeducativos e Escolas das regiões de M’Boi Mirim e Grajaú Uma estratégia de combate ao trabalho infantil Antecedentes Em 2000 a Organização Internacional do Trabalho – OIT - e o Cenpec publicaram o material didático para professores Combatendo o Trabalho Infantil com o objetivo de levar para a escola e o currículo escolar a situação de vulnerabilidade em que se encontravam crianças e adolescentes no país e apresentar um repertório de atividades que tratam da questão em diálogo com as disciplinas curriculares. Nos anos de 2001 e 2002 esta parceria realizou formações a partir do material publicado nas cinco regiões do país para professores de redes municipais cada região. As formações ocorreram em: Porto Alegre, Goiânia, Recife, Belém, Boa Vista e Ribeirão Preto. Estas formações tinham uma carga horária de 24 horas e o objetivo de sensibilizar os professores para o uso do material. Em 2004 a região de Pinheiros vivia uma situação crítica em relação ao trabalho infantil. Havia uma presença muito visível de crianças e adolescentes trabalhando nas ruas da região. Esta situação mobilizou um conjunto de organizações localizadas nessa região para encontrar soluções. Estas organizações buscaram interlocução com a subprefeitura para realizar uma série de discussões e possíveis ações para o enfrentamento da questão. Em 2005 o Instituto Rukha e a Fundação Travessia fizeram um levantamento sobre a localidade de moradia familiar dos meninos e meninas que trabalhavam nas ruas de Pinheiros e constatam que estes têm como território de referência bairros da zona sul da cidade. Também neste ano, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social –SMADS - define o Programa São Paulo Protege como política que enfrenta diversas situações de vulnerabilidade, sendo uma delas a presença de crianças e adolescentes nas ruas. Esta política associa à oferta de serviços, a construção de parcerias com organizações da sociedade, como: Instituto Rukha e Fundação Telefônica. Paralelo e sinérgico a este processo a Fundação Telefônica configurava um programa internacional de combate ao trabalho infantil – Pró-Menino – e definia as características singulares no Brasil. Neste processo, constitui parceria com a Organização Internacional do Trabalho – OIT – e por indicação desta demanda ao Cenpec o desenho de um Projeto para suas ações no escopo do Programa PróMenino. Em dezembro de 2006 a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS – e a Fundação Telefônica formalizam uma parceria convergindo ações do Programa São Paulo Protege e o do Programa Pró-Menino. Em 2007 a Organização Internacional do Trabalho – OIT – publica em parceria com a Fundação Telefônica e o Cenpec o material ECOAR, destinado a instrumentalizar profissionais de educação no engajamento de suas prática no combate ao trabalho infantil. Em 15 de março de 2007 é formalizado o contrato da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS – e o Cenpec para implementar um Projeto de formação de profissionais envolvidos com a educação de crianças e adolescentes e, fomentar a articulação e engajamento de organizações das regiões do Grajaú e do MBoi Mirim no combate ao trabalho infantil. Apresentação O Projeto de Formação de Núcleos Socioeducativos e Escolas das regiões de M’Boi Mirim e Grajaú é formulado em interlocução com diversos parceiros atuantes na região: Instituto Santos Mártires, Instituto Rukha, Fundação Telefônica e constituiuse em estratégia importante no Combate ao trabalho Infantil. O Projeto priorizou a formação e fomento à articulação dos diversos atores envolvidos com a educação integral, agentes de ONGs e escolas, incluindo o material ECOAR como um dos conteúdos da formação. As formações visaram a criação de uma rede de apoio ao Combate ao Trabalho Infantil, unindo forças, por meio da educação, para a garantia do direito a infância das crianças em situação de vulnerabilidade social. Paralelamente as ações de formação foram realizadas pelo conjunto dos parceiros ações fundamentais ao objetivo do efetivo combate ao trabalho infantil: Inclusão das crianças nas escolas Inclusão das crianças nos núcleos socioeducativos Inclusão das crianças e suas famílias no PETI Apoio às famílias Ampliação de vagas nos núcleos socioeducativos Acompanhamento das ações Formação de profissionais dos Núcleos Socioeducativos e de escolas públicas da região do M Boi Mirim e Grajaú para: 1. Fortalecer as práticas educativas dos profissionais dos NSE´s e das escolas que atendem crianças e adolescentes envolvidos no trabalho infantil urbano. 2. Promover a articulação entre NSEs (Núcleos socioeducativos) e escolas públicas como alternativa efetiva de educação integral a fim de contribuir para a maior efetividade no atendimento às crianças e adolescentes em risco de inserção no trabalho infantil. Estes objetivos estão afinados com o desafio de: Sensibilizar os profissionais a enfrentarem suas resistências culturais e a alterar suas percepções em relação ao trabalho infantil Desencadear e/ou aprimorar uma prática inclusiva, com as crianças que tiveram experiências de trabalho, nas instituições educativas Garantir educação integral para as crianças Mobilizar e ativar ações em parceria. Princípios metodológicos A aprendizagem acontece na relação entre as pessoas e tem uma dimensão pessoal e coletiva. Um dos fundamentos da formação é o de fortalecer as relações de grupo e a construção coletiva, preocupação presente em todas as atividades e tarefas desenvolvidas pelos participantes. A aprendizagem é um processo ativo, contínuo e participativo. Faz-se na reflexão/ação/reflexão. Assim, a formação parte da realidade concreta e do conhecimento dos participantes, criando situações de aprendizagens que sejam significativas para os sujeitos aprendizes. Privilegiou-se a investigação cartográfica na região para o conhecimento concreto de situações e presença de trabalhadores infantis. Articulação das práticas subjetivas (discurso político-pedagógico) e objetivas (ação político-pedagógica) do trabalho pedagógico. A criação de situações de aprendizagem pode ser facilitada pela escolha de metodologias que consideram a diversidade do universo de aprendizagem da criança e do adolescente e a integração das ações educativas. Relatório técnico final Apresenta uma síntese histórica do processo de articulação dos diferentes atores envolvidos com a educação integral, agentes de ONGs e escolas, bem como da formação de profissionais dos Núcleos Socioeducativos e de escolas públicas da região do M Boi Mirim e Grajaú. 01 de Fevereiro a 15 de março Ações de articulação e sensibilização Foram realizadas reuniões de articulação tendo em vista a sustentação das parcerias, a realização de ações de sensibilização para adesão dos participantes e a organização do Lançamento do Programa. Os objetivos desses encontros foram: Apresentação da proposta de formação nas regiões do M’Boi Mirim e do Grajaú, Definição das estratégias de mobilização dos participantes da formação Definição dos cronogramas de trabalho. Tendo em vista a adesão dos participantes para o processo de formação e o Lançamento do Programa no dia 15 de março, foram realizadas visitas para entrevistas e contatos telefônicos no período entre 07 e 14 de março de 2007 tendo como material de apoio o folder do Programa e um resumo da proposta de formação produzido pelos parceiros. Foram visitadas escolas municipais e estaduais de ensino fundamental e núcleos socioeducativos da Região do M’boi Mirim e Grajaú. 15 de março lançamento no território O Lançamento do programa ocorreu em 15 de março, no Clube Atlético Indiano (Av. Francisco Nóbrega Barbosa, nº 411), contando com aproximadamente 320 participantes. Nessa ocasião, foram recolhidas as fichas de inscrição das instituições que se interessaram pelo processo de formação conforme os seguintes critérios de seleção - NSEs que atendam crianças e adolescentes retirados do trabalho infantil (encaminhadas pelo PETI , Instituto Rukha e Fundação Travessia) e Escolas estaduais e municipais que estejam geograficamente perto dos NSEs e que atendam estas crianças e jovens. Início das ações de Formação 12, 13, 16, 17, 26 e 27 de Abril - 07 e 08 de maio de 2007 Temas trabalhados - A integração do grupo, a importância da formação da “rede”; Percepções sobre trabalho infantil; direitos da criança e do Adolescente; reflexões sobre a prática cotidiana das escolas e NSEs. Reuniões de Articulação 15, 16, 28 e 29 de Maio de 2007 Prioridades do grupo de acompanhamento - Alinhamento estratégico - Termo de parceria; Informes sobre o andamento do projeto; Organização do encontro de Publicização; Resultados obtidos e discussão sobre os próximos passos do projeto; Liberação dos professores para participar da formação; Adesão ao Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Criação da Comunidade Virtual – Abril de 2007 A Comunidade Virtual foi criada para o acompanhamento, apoio na articulação e na realização de atividades dos grupos de profissionais que participam do projeto de Formação. Ferramentas: Fórum; Galeria (para a inserção de fotos e arquivos dos participantes e formadores); Arquivoteca (para inserção de arquivos, diários de bordo e outros textos); Biblioteca (textos utilizados durante a formação); Links úteis; Blog Reuniões de Articulação 25, 26 de junho, 18 de julho e 27 de agosto de 2007 Prioridades do grupo de acompanhamento – Participação no Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil; Discutir e encaminhar os diversos assuntos pertinentes ao processo de formação dos NSEs e Escolas; Estratégias de aproximação e envolvimento de outras escolas e NSEs; Discussão sobre questões do PETI/Bolsa Família; Articular as diversas ações de combate ao trabalho infantil e buscar sinergia com outros projetos e ações existentes no estado. Ações de Formação 28,29,31 de maio e 01,11,12,14,16 de junho de 2007 Temas trabalhados – aprofundamento das discussões sobre conceito, justificativas, causas e conseqüências do trabalho infantil; Retomar as causas e conseqüências do Trabalho Infantil para as crianças e adolescentes; Refletir sobre o papel do educador no combate ao Trabalho Infantil; Os quatro pilares da educação e suas relações com a as ações socioeducativas; Refletir sobre o papel do NSE e da escola na perspectiva da comunidade de aprendizagem e as diversas possibilidades de aprendizagem oferecidas pela comunidade. A cartografia como metodologia para um olhar focado na potência do território; A produção cartográfica e suas contribuições para a ação educativa no combate ao trabalho infantil. Encontro de mobilização “Trabalho Infantil não é Brincadeira”, 07 de agosto Objetivo - Contexto do trabalho infantil nos territórios de atuação do Programa de Formação de Núcleos Socioeducativos e Escolas, visando a integração entre os participantes do Projeto para compartilhar as experiências do exercício cartográfico, mapeando o Trabalho Infantil nas regiões paulistanas de M’ Boi Mirim e Grajaú. ► Realização do 4º. Encontro de Formação 11 e 12 de junho de 2007 (turma Grajaú) 14 e 15 de junho de 2007 (turmas M’ Boi Mirim) 1º. Tema: Trabalho Infantil Urbano Objetivos: ► Refletir sobre a invisibilidade do trabalho infantil urbano: trabalho nos lixões e prostituição infantil Atividades: Retomada dos percursos dos mapas para localização do T.I. na comunidade(Grajaú e M’ Boi Mirim); produção de dramatizações sobre as categorias de trabalho infantil mapeadas nos percursos dos participantes; elaboração de uma instalação artística a partir de três textos do guia de Combate ao Trabalho Infantil da Oit. Abaixo os textos trabalhados: 1. Trabalho infantil nos centros urbanos- pg. 60 Vol 2 2. É ruim ser criança- pág. 62 Vol 2. 3. Prostituição Infantil- pág. 62 vol 2. 2º. Tema: Apresentação do Instrumental da cartografia Objetivos: ► Apresentar e discutir com os participantes o instrumental norteador da ação cartográfica Atividades: leitura coletiva do instrumental para esclarecimento de suas etapas e atividades a serem desenvolvidas. 3º. Tema: Vivência de atividades do Material Ecoar Objetivo: ► Apresentação do material ECOAR e vivência de atividades com os participantes da formação. Atividades: Cada subgrupo preparou uma atividade, realizando-a, na seqüência, em toda a turma. 4º. Tema: Planejamento da Investigação Cartográfica Objetivos: ► Planejar a investigação cartográfica a ser realizada com as crianças e adolescentes Atividades: Planejamento conjunto - NSEs e escolas - da realização da cartografia com as crianças e adolescentes. Visitas Técnicas E ENCONTRO DE MOBILIZAÇÃO Desenho da formação Participantes: dos 33 Núcleos Socioeducativos da região do M Boi Mirim e Grajaú (2 profissionais de cada), totalizando 66 e um professor de escola pública próxima da instituição (33) num total de 99 participantes. Os participantes foram organizados em 3 turmas com 33 pessoas. Carga horária presencial: 250 horas Carga horária a distância: 408 horas