AB PNEUMOENCÉFALO APÓS BLOQUEIO PERIDURAL

Transcrição

AB PNEUMOENCÉFALO APÓS BLOQUEIO PERIDURAL
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
PNEUMOENCÉFALO APÓS BLOQUEIO PERIDURAL COM IDENTIFICAÇÃO DE ESPAÇO PERIDURAL POR INJEÇÃO DE
AR. RELATO DE CASO
Edno Magalhães, Catia S Govêia, Cristina F S Andrada, Lisana CL Rodrigues*
CET / SBA Clin Anest FCS - UnB, Brasília - DF
SQS 113 - bloco C - aptº 406 - 70376-030 Brasília - DF
Introdução - Utilizada desde 1933, a técnica da perda de resistência para identificação do espaço peridural com solução fisiológica ou ar é controversa ainda hoje. Complicações possíveis pelo uso de ar incluem: pneumoencéfalo, compressão de raiz nervosa e embolia venosa, entre outras. O objetivo deste relato é apresentar um caso de pneumoencéfalo iatrogênico, diagnosticado após bloqueio peridural com punção acidental de dura-máter. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino, 61 anos, estado
físico ASA II, para cirurgia de hérnia inguinal e umbilical. Durante a pesquisa de perda de resistência para identificação do espaço peridural ocorreu perfuração acidental não diagnosticada da dura-máter com injeção de 8 ml de ar no espaço subaracnóideo,
seguida de 28 ml de solução contendo 100 mg de bupivacaína, 120 mg de lidocaína e 2 mg de morfina. Ao trocar o paciente de decúbito lateral para dorsal, foi diagnosticada parada cardiorrespiratória prontamente recuperada com intubação traqueal, ventilação controlada, atropina, adrenalina e massagem cardíaca externa. Permaneceu inconsciente, com midríase bilateral, sem
reação à luz. Mantida a PAcom dopamina (5 µg.kg-1 .min-1 ). Após 1h45min: pupilas isocóricas e fotorreagentes. Três horas após:
suspensa a infusão de dopamina. Após 4 horas: extubado, desorientado, mantendo saturação periférica e demais sinais vitais
dentro da normalidade, recuperando gradativamente movimentos de cabeça e tronco e membros superiores, sem articular palavras. Iniciada dexametasona 6mg IV de 6/6 horas. Manteve bloqueio motor de membros inferiores até 7 horas depois. Dezoito
horas após o bloqueio, o paciente queixava-se unicamente de dificuldade para falar e visão embaçada. Realizada TC, evidenciou presença de pneumoencéfalo. Após 21 horas: exame neurológico normal, sem disartria, com visão normal, deambulando.
Três dias após: alta hospitalar sem seqüelas. Discussão - O caso mostra a ocorrência acidental de raquianestesia total, com todos os sinais clínicos possíveis, associado a pneumoencéfalo iatrogênico, comprovado por tomografia. A literatura dos últimos
15 anos tem procurado mostrar não apenas a superioridade analgésica, mas também a menor morbidade quando se usa solução fisiológica ao invés de ar no teste de perda de resistência em bloqueio peridural. No Brasil, este assunto merece também
mais discussão. Referências - 01. Shenouda PE, Cunningham BJ - Assessing the superiority of saline versus air for use in the
epidural loss of resistence technique: a literature review. Reg Anesth Pain Med, 2003;28:48-53.
B
PARADA RESPIRATÓRIA E CONVULSÃO APÓS BLOQUEIO PERIBULBAR. RELATO DE CASO
Luciana N Amparo, Rodrigo M Mathias*, Luís F Lopes, José E O Lobo
CET/SBA do Hospital Naval Marcílio Dias, Rio de Janeiro, RJ
Rua Cezar Zama, 185 - 20725-090 - Lins de Vasconcelos-RJ
Introdução - Parada respiratória e convulsão são complicações raras da anestesia peribulbar. O objetivo deste relato é apresentar um caso de anestesia do tronco encefálico após bloqueio peribulbar. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 62
anos, 62 kg, estado físico ASA II, diabética insulino-dependente, foi admitida para cirurgia de catarata. Optou-se pelo bloqueio
peribulbar, utilizando-se agulha 30 x 7 mm, a qual foi inserida junto à borda infero-externa da órbita, e injetou-se 5 ml de ropivacaína a 0,75% sem vasoconstritor. Cinco minutos após a injeção, a paciente apresentou perda da consciência, apnéia e crises convulsivas tônico-clônicas. Procedeu-se, imediatamente, à intubação orotraqueal, mantendo-se ventilação controlada manual
com oxigênio a 100%. Após as medidas de assistência ventilatória, a paciente apresentou crises convulsivas, sendo tratada
com diazepam (10 mg) por via venosa. O ato cirúrgico foi suspenso e cerca de 100 minutos após o bloqueio, e não tendo ocorrido
instabilidade hemodinâmica, a paciente assumiu ventilação espontânea. Procedeu-se à extubação traqueal e a saturação arterial de oxigênio manteve-se 97 %, sendo encaminhada à sala de recuperação anestésica acordada, onde permaneceu em observação, tendo alta hospitalar no dia seguinte sem complicações. Discussão - A anestesia peribulbar relaciona-se a um baixo
risco de sérias complicações. Entretanto, parada respiratória e anestesia do tronco encefálico podem ocorrer como complicações do bloqueio peribulbar. Referências - 01. Cangiani LM - Anestesia Ambulatorial; 02. Rozentsveig V, Yageg R, Wecksler N
et al - Respiratory arrest and convulsions after peribulbar anesthesia. J Cataract Refractive Surg, 2001;27:960-962; 03. Gomez
RS. Andrade LO, Costa JR - Braistem anesthesia after peribulbar anesthesia.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 231

Documentos relacionados

AB INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CAUSADO POR

AB INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CAUSADO POR peridural. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 27 anos, 77 kg, 163 cm, estado físico ASAI, gestante de 38 semanas. Solicitada analgesia de parto com 7 cm de dilatação cervical. Optou-se por...

Leia mais

ANESTESIA PARA CIRURGIA DE SEPARAÇÃO DE GÊMEOS

ANESTESIA PARA CIRURGIA DE SEPARAÇÃO DE GÊMEOS utilizado com sucesso em pacientes com inibidores de fator VIII e IX (IF VIII e IX). Paradoxalmente, no LES, há risco aumentado de tromboembolismo. O objetivo deste relato é descrever a anestesia g...

Leia mais