Semelhanças entre Cristianismo e Hinduísmo

Transcrição

Semelhanças entre Cristianismo e Hinduísmo
SAGRADO CÍRCULO DE THELEMA - SCT
TESE FILOSÓFICA DO GRAU DE MAGO 3.2
A GRANDE CONVERGÊNCIA
CURITIBA (PR)
2010
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GILSON WENCESLAU FLORES RODRIGUES
(Frater Thoth)
A GRANDE CONVERGÊNCIA
Este trabalho tem como finalidade
explicar o processo de síntese
cósmica através das diferentes
Tradições Espiritualistas em geral
e do SCT em especial.
Instrutor: Mestre Genelohim.
CURITIBA (PR)
2010
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CAPÍTULO 1
Semelhanças entre Cristianismo, Hinduísmo e Budismo
As religiões mais conhecidas pela humanidade atual são: o Cristianismo, o Islamismo, o
Hinduísmo, o Budismo, o Judaísmo, o Taoísmo e o Xintoísmo. Todas as Tradições
Religiosas do mundo possuem, entre si, pontos de convergência em suas respectivas
doutrinas, ou seja, ensinamentos idênticos que são transmitidos de diferentes formas.
Cada Tradição Religiosa possui dois lados que são o lado Esotérico (ou interno) e o lado
Exotérico (ou externo). Desta forma podemos falar da existência de um Cristianismo
Esotérico ou interno que é destinado aos iniciados e também podemos falar de um
Cristianismo Exotérico ou externo que é destinado aos indivíduos ainda não preparados
para entender os aspectos mais profundos dos ensinamentos Cristãos. O mesmo
podemos dizer sobre as demais Tradições. Podemos falar de um Budismo Esotérico e de
um Budismo Exotérico; de um Hinduísmo Esotérico e de um Hinduísmo Exotérico e
assim sucessivamente. Este texto tem como finalidade “evidenciar” a síntese de todas as
Tradições Religiosas em geral e as semelhanças existentes entre Cristianismo,
Hinduísmo e Budismo em especial. Muito embora estas três Tradições tenham surgido
em épocas distintas não podemos deixar de reconhecer as diversas semelhanças que
estas três Tradições possuem entre si. Estas três tradições – e também as demais
tradições do planeta – cultuam uma Divindade Suprema que possui um nome específico
em cada Tradição. No Cristianismo esta Divindade Suprema é chamada pelo nome de
DEUS. No Hinduísmo é chamado de PARABRAHMAN e no Budismo é chamado de
BUDA.
Cristianismo
Hinduísmo
Budismo
Deus
Parabrahman
Buda
No entanto em todas as Religiões a Divindade Suprema é representada,
geometricamente, por um Triângulo Eqüilátero. Cada lado do triângulo representa um
aspecto da Divindade Suprema, ou seja, o Triângulo Eqüilátero representa os três
aspectos, fundamentais, da Divindade Suprema. Com base nesta “tripartição” da
Divindade Suprema é que surgiram as “Trilogias” nas diversas Religiões.
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O Cristianismo possui uma Trilogia (chamada de “trindade”): Pai, Filho e Espírito
Santo. O Hinduísmo também possui uma Trilogia (chamada de “trimurti”): Brahma,
Vishnu e Shiva. O Budismo também tem a sua Trilogia (chamada de “trikaya”). Se
traçarmos uma analogia entre as três Trilogias, tanto pela ordem em que se apresentam,
como pelos seus atributos, chegaremos à seguinte conclusão:
Cristianismo
Hinduísmo
Budismo
Pai
Brahma
Dharmakaya
Filho
Vishnu
Sambhogakaya
Espírito Santo
Shiva
Nirmanakaya
Antes de continuar a discorrer sobre este assunto preciso esclarecer ao leitor que a
Trilogia Budista (ou “trikaya”) NÃO deve ser confundida com as três jóias (ou três
refúgios): Buda, Dhamma (ou Dharma) e Sangha. Dhammapada (capítulo XIV –
tópicos 190, 191 e 192):
Aquele que se refugia no Buda, no Dhamma e no Sangha, percebe claramente a
sabedoria das Quatro Verdades: a Dor - dukkha- , a origem da Dor, a cessação da Dor e
o Óctuplo Caminho que conduz à cessação da Dor. Em verdade, este é o Supremo
Refúgio. Recolher-se nele é libertar-se de todo sofrimento. (Dhammapada/Atthaka).
Aqueles que se refugiam nas Três Jóias – Buda, Dharma, Sangha – são chamados de
discípulos de Buda. (Bukkyo Dendo Kyokai).
As três jóias ou três refúgios são os “requisitos” que um indivíduo tem que cumprir para
ser reconhecido como um verdadeiro discípulo de BUDA.
A Trilogia Budista é chamada “trikaya” (tri = três e “kaya” = corpo) que quer dizer os
Três aspectos do corpo de BUDA. Vou transcrever um trecho do livro “A Doutrina de
Buda” que explica, de forma clara e concisa, este conceito:
Buda tem três aspectos: o da Essência ou Dharma-Kaya, o da Recompensa ou
Sambhoga-Kaya e o aspecto da Manifestação ou Nirmana-Kaya.
(Bukkyo Dendo Kyokai).
É esta a Trilogia Budista por excelência!
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O Cristianismo diz que Deus-Pai criou todo o universo. O Hinduísmo atribui o Poder da
Criação a Brahma. O Cristianismo atribui ao Filho, representado na pessoa de Jesus, o
papel de “cumpridor” da Vontade do Pai. No Hinduísmo quem desempenha este papel é
Vishnu que é conhecido como o “conservador” ou o “mantenedor”. O Cristianismo
atribui ao Espírito Santo, ainda que de forma não muito clara, as Forças da Natureza
sendo muitas vezes simbolizado por uma pomba branca. No Hinduísmo quem possui
este atributo é Shiva que é conhecido como o “transformador” e é representado como
um Deus em forma humana que habita o topo de uma montanha. Muito embora o
Espírito Santo dos Cristãos e o Shiva dos Hindus possuam representações distintas o
que podemos dizer é que o que ambos tem em comum é a associação com a “natureza”.
O Hinduísmo e o Budismo possuem muitas disciplinas espirituais sendo que a mais
conhecida pelos ocidentais é o Yoga que em sânscrito quer dizer união (no sentido
místico). Assim a disciplina do Yoga ensina a aqueles que o praticam a se “unirem” a
Deus através de práticas espirituais apropriadas que são ensinadas de Mestre a
discípulo. Existem vários tipos de Yoga sendo que as principais são:
1. Raja-Yoga – união através da Meditação e Concentração;
2. Jnana-Yoga – união através do conhecimento;
3. Bhakti-Yoga – união através da devoção;
4. Karma-Yoga – união através do correto agir.
Os praticantes de Raja-Yoga são conhecidos como “Raja-Yogues”. Os praticantes de
Jnana-Yoga são conhecidos como “Jnanes”. Os praticantes de Bhakti-Yoga são
conhecidos como “Bhaktas” e os praticantes de Karma-Yoga são conhecidos como
“Karma-Yogues”.
A prática de um desses sistemas de Yoga não exclui os demais, de tal forma que um
praticante de Jnana-Yoga também praticará as demais Yogas. O que vai caracterizar a
tipologia de um Yogue é a ênfase de suas práticas. Se o Yogue enfatiza mais o aspecto
cognitivo de suas práticas espirituais então será classificado como um “Jnane”. No
entanto podemos encontrar ensinamentos similares ao Yoga Hindu em outras Tradições,
inclusive no Cristianismo.
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No Hinduísmo, e também no Budismo, o conhecimento espiritual é chamado de Jnana
(que em Sânscrito quer dizer “conhecimento”). No Cristianismo Esotérico a
nomenclatura utilizada para se referir ao conhecimento espiritual é Gnosis (que em
Grego quer dizer “conhecimento”). A Doutrina Espiritual que no Hinduísmo (e também
no Budismo) é conhecida pelo nome de Jnana-Yoga possui o seu equivalente no
Cristianismo Esotérico e se chama Gnosticismo. Se fizermos uma relação de
equivalência entre os conceitos de “Jnana” e “Gnosis” concluiremos que os Gnósticos
são os Jnanes Cristãos enquanto que os Jnanes Hindus e Budistas são os Gnósticos do
Oriente.
No Cristianismo é claro e evidente a idéia de um Mestre Espiritual – O Mestre Jesus –
que realiza milagres, salva as almas dos devotos e manifesta poderes sobrenaturais. Este
traço marcante do Cristianismo também é muito encontrado no Hinduísmo e em alguns
segmentos do Budismo. No Hinduísmo existem vários santos que desempenham papel
similar ao que Jesus desempenha no Cristianismo. No entanto dentro do Hinduísmo é
mais comum vermos tal papel ser atribuído a Krishna, a oitava encarnação do Deus
Vishnu. No Budismo Indiano não é tão freqüente a realização de milagres e a
manifestação de poderes sobrenaturais mas podemos encontrar estas manifestações em
algumas Escolas do Budismo Tibetano e como exemplo eu cito a Escola Kagyu onde
foi iniciado o famoso Milarepa que foi um importante Mestre Espiritual do Budismo
Tibetano e que, à semelhança de Jesus, realizava milagres e manifestava poderes
sobrenaturais. O leitor poderá saber com profundidade sobre as grandes realizações
deste Santo Tibetano através do livro intitulado “Milarepa: história de um yogi
tibetano” escrito pelo ocidental W. Y. Evans-Wentz que foi um dos maiores
pesquisadores do Budismo Tibetano. No entanto é necessário esclarecer ao leitor que as
Tradições Religiosas verdadeiras não têm como meta a aquisição de poderes psíquicos
para a satisfação do Eu Inferior. Jesus, Buda, Milarepa, Lao Tsé e todos os outros
Mestres Espirituais que pisaram sobre o nosso planeta possuíam Poderes Sobrenaturais,
ou Siddhis como tais poderes são chamados na Índia, mas alguns destes Mestres não os
manifestavam para não desviar a atenção de seus discípulos do objetivo maior que é a
“iluminação” enquanto que outros Mestres, à semelhança do Mestre Jesus,
manifestavam tais poderes com o objetivo de fortalecer a Fé de seus discípulos e
destruir o “ceticismo” dos materialistas. Não existe uma regra fixa sobre se é certo ou
não a manifestação de tais Poderes. Fica a critério de cada Mestre Espiritual decidir se
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vai ou não manifestar os seus Siddhis. O que precisa ficar claro ao leitor é que as
Tradições Esotéricas do Oriente ensinam que os Siddhis se manifestam como
conseqüência do desenvolvimento espiritual do discípulo enquanto que as Tradições
Esotéricas
do
Ocidente
normalmente
ensinam
técnicas
específicas
para
o
desenvolvimento de tais Poderes mas como parte de um processo iniciático. Este
presente trabalho não tem como finalidade julgar qual dos dois sistemas – oriental e
ocidental – é o correto, até mesmo porque é um grande equívoco fazer tal julgamento,
visto que nenhuma Tradição Esotérica é melhor que as demais, todas são igualmente
importantes. Cabe a cada pessoa escolher a Tradição Esotérica que é melhor para si, seja
ela ocidental ou oriental.
Para finalizar este capítulo será evidenciada outra semelhança entre o Cristianismo, o
Hinduísmo e o Budismo. Na verdade esta semelhança é comum em todas as Tradições
Esotéricas do Planeta: A Relação Mestre-Discípulo! No Cristianismo houve verdadeiras
Comunidades Espirituais compostas de vários discípulos que orbitavam em torno de um
Mestre, e todos residiam em um mesmo espaço geográfico. Primeiramente houve a
pequena comunidade formada por Jesus e seus 12 apóstolos mas posteriormente
surgiram diversas outras Fraternidades Iniciáticas Cristãs que se organizaram em forma
de “comunidades” tais como os Cátaros no Sul da França e os Bogomilos na Península
Itálica, entre outros exemplos que poderiam aqui ser citados. Mas a formação de
Comunidades Espirituais também é muito comum no Hinduísmo e no Budismo. No
Hinduísmo, uma Comunidade Espiritual é normalmente chamada de Ashram enquanto
que nas Escolas Budistas é chamada de Monastério ou sanga. Ramakrishna, um dos
maiores Santos Hindus, tinha o seu Ashram. Ramana Maharshi, outro Santo Hindu,
também tinha o seu Ashram. Bodhidharma, discípulo de Buda, organizou vários
Monastérios ou sangas na China e no Japão para que o Budismo pudesse se estabelecer
nestes países. Uma Comunidade Espiritual, independente do nome que se dê, possui
analogia com o Sistema Solar onde os discípulos são os Planetas em suas respectivas
órbitas e o Mestre é o Sol que ilumina as Almas dos discípulos.
Todo Homem e toda Mulher é uma Estrela. (Tópico 3 do antigo Liber
Legis).
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CAPÍTULO 2
Sagrado Círculo de Thelema, Lei de Thelema e Síntese Cósmica
O presente capítulo tem por finalidade explicar três coisas:
1) A missão do Sagrado Círculo de Thelema (ou simplesmente SCT) no Cenário
Espiritualista Mundial e suas relações, de equivalência e igualdade, com duas
Fraternidades Iniciáticas: Golden Dawn e Astrum Argentum;
2) A Lei de Thelema e a Missão do Thelemita;
3) O Processo de Síntese Cósmica elaborado pelas Fraternidades Iniciáticas que
trabalham em Harmonia com o Eon de Hórus, mais conhecido como a Era de
Aquário.
Com relação ao primeiro tópico vou começar explicando sobre a missão do SCT com
base na mensagem contida no Neo Liber Legis acrescido de meu entendimento e
experiência adquiridos ao longo do meu discipulado, e em seguida vou explicar, com
base no meu entendimento, as relações de equivalência e igualdade do SCT com outras
duas Fraternidades Iniciáticas: a Golden Dawn e a Astrum Argentum.
1. A missão do Sagrado Círculo de Thelema (ou simplesmente SCT) no Cenário
Espiritualista Mundial e suas relações, de equivalência e igualdade, com duas
Fraternidades Iniciáticas: Golden Dawn e Astrum Argentum;
1.1) A missão do Sagrado Círculo de Thelema:
O SCT é uma Fraternidade Iniciática cujas origens remontam ao ano de 1409 A.C. no
Egito. É uma Fraternidade Iniciática que tem como objetivo maior divulgar a Lei de
Thelema para aqueles buscadores que não conseguiram se satisfazer com os métodos
adotados pelas Fraternidades Osirianas e Pseudo-Thelemitas. Todas as Tradições
Iniciáticas abordam questões relacionadas ao Fim da Era ou Final dos Tempos. Cada
tradição possui um jeito próprio de abordar tais questões. Atualmente são amplamente
divulgados e vendidos nas grandes livrarias, livros escritos por renomados
pesquisadores que tratam a fundo deste assunto. Um bom exemplo disto que posso
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mencionar, é a grande procura, por parte de buscadores, por livros relacionados às
Profecias Maias do ano 2012 que, segundo esta civilização ameríndia, será o Fim desta
Era de Materialismo que todos nós conhecemos, muito embora esta avançada
civilização não tenha deixado claro como
isto vai acontecer na respectiva data.
Praticamente todos os sistemas políticos, econômicos e até educacionais já estão
corrompidos e demonstram absoluta ineficácia em solucionar os problemas que nós,
humanos, enfrentamos há séculos. No entanto não são só os sistemas mundanos que
estão corrompidos. As Fraternidades Iniciáticas, em sua maioria, também estão
corrompidas em maior ou menor grau. A prova disto é que nos tempos atuais é muito
comum encontrarmos adeptos de tais Fraternidades que, mesmo se encontrando no
último grau de sua Fraternidade, nunca tiveram uma experiência mística transcendental,
e só conhecem a iniciação através do que leram em livros... e nada mais.
A Verdadeira Iniciação é dada acima das Polaridades e não por meio de procedimentos
Pseudo-Ocultistas como os existentes nos Templos amaldiçoados de Porquê.
(Tópico 117 do Neo Liber Legis)
Podemos encontrar nesta triste realidade, ordens muito conhecidas pelos buscadores:
Maçonaria, Ordens Rosacrucianas, Ordens Martinistas, Teosofia e suas derivações,
Igrejas Gnósticas e etc. O que podemos observar nestas Ordens Iniciáticas – e em outras
tantas que eu poderia aqui citar – é que todas elas, sem exceção, são excessivamente
ritualísticas e possuem doutrinas impregnadas de teorias, preconceitos de toda espécie e
etnocentrismos. Tais Ordens Iniciáticas ao assumirem estas posturas anti-iniciáticas
tornam seus ensinamentos esotéricos difíceis, às vezes impossíveis, de serem
assimilados por aqueles que buscam a verdadeira iniciação.
Frente a esta triste realidade fica fácil perceber a missão do SCT. Tal missão consiste
em trazer aos sinceros buscadores, ensinamentos iniciáticos livres de dogmas, teorias,
rituais e de outras coisas mais que não possuem relação alguma com a verdadeira
iniciação.
A Condenação, os Véus, os Rituais e o Sexo não mais precisarão existir dando a razão,
pois a Consciência Plena eleva ao mais alto sumo o motivo da extensão maior. Essa é a
Lei do Adepto Maior.
(Tópico 87 do Neo Liber Legis)
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Mediante este trecho do Neo Liber Legis (dentre outros trechos) pode-se afirmar que
qualquer Fraternidade Iniciática e Religião que atenda a esses requisitos está em perfeita
sintonia com as vibrações do Aeon de Hórus mesmo que não seja, formalmente,
Thelemita.
1.2) Relações de Equivalência e Igualdade do SCT com duas Fraternidades
Iniciáticas: Golden Dawn e Astrum Argentum.
A atual manifestação do SCT se deu no ano de 1982 da Era Vulgar sob a direção do
Mestre Genelohim, um mestre Thelemita do Brasil. No entanto esta manifestação atual
do SCT se processou dentro de um contexto que contou com a participação de outras
Fraternidades Iniciáticas, todas vindas da Europa:
Golden Dawn – organização iniciática fundada na Inglaterra no ano de 1888 por três
Maçons de alto grau: Samuel Liddell Mac Gregor Mathers, William Wynn Westcott e
William Robert Woodman. Estes três Maçons eram também importantes iniciados da
“Societas Rosicruciana in Anglia – SRIA”. A Golden Dawn foi a mais conhecida e
respeitada organização iniciática do Ocidente nos séculos XIX e primeira metade do
XX. Sua estrutura de Graus era toda baseada na Árvore da Vida (Cabala Hebraica). A
Golden Dawn possuía três círculos: 1. Golden Dawn que era o círculo externo; 2. Rosae
Rubeae et Aureae Crucis que era o Colégio Rosacruciano interno e 3. Astri Argentei
que era o círculo mais interno. O currículo de estudos da Golden Dawn era muito
extenso e abarcava as seguintes disciplinas iniciáticas: Kabbalah, Alquimia, Astrologia,
ensinamentos de Hermes Trismegisto, Cristianismo Esotérico, Tarô, Geomancia,
Druidas, Celtas e etc.
Astrum Argentum – organização iniciática fundada por Aleister Crowley e George
Cecil Jones em 1907. Tanto Crowley quanto Jones eram importantes iniciados da
Golden Dawn. A Astrum Argentum (ou simplesmente A.’.A.’.) não é nada mais e nada
menos que uma ramificação da Golden Dawn. A prova disto é que a A.’.A.’. herdou
toda a estrutura de Graus da Golden Dawn e também muitos de seus ensinamentos e
rituais. Um argumento que posso utilizar, dentre tantos outros, para explicar esta forte
ligação entre as duas ordens é que o círculo mais interno da Golden Dawn se chama
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Astri Argentei muito embora também tenha outros nomes. Aleister Crowley ao batizar o
seu sistema de iniciação, apenas flexionou o nome Astri Argentei para Astrum
Argentum que, em ambos os casos, significa Estrela de Prata ou Estrela Brilhante. É
claro que além de flexionar o nome original, Crowley também acrescentou a seu sistema
de iniciação dois importantes elementos que não existiam na Golden Dawn: 1. a Lei de
Thelema e 2. algumas práticas do Esoterismo Oriental associadas com os rituais que ele
aprendeu na Golden Dawn.
Ordo Templi Orientis – organização iniciática fundada na Alemanha por volta de
1900. Os seus fundadores foram: Theodor Reuss, Karl Kellner e Franz Hartmann.
Muitos importantes ocultistas europeus de renome foram membros da Ordo Templi
Orientis (ou simplesmente OTO). Entre eles: Papus, Rudolf Steiner, Arnold KrummHeller, Aleister Crowley, Karl Germer, Metzger, Gerald Gardner e etc. Na verdade a
História da OTO é muito nebulosa. Como conseqüência de disputas internas a OTO se
fragmentou em vários ramos independentes e cada um destes ramos conta uma versão
diferente da referida História. Na gestão de seus fundadores a OTO era uma organização
de caráter maçônico que pretendia, assim como muitas outras organizações iniciáticas
de sua época, ser a legítima herdeira da Tradição da primeira Ordem dos Cavaleiros
Templários. A OTO não possui um sistema exato de graus tal como a Golden Dawn e a
Astrum Argentum possuem, de tal forma que fica difícil estabelecer uma relação de
equivalência de seus graus com outros sistemas iniciáticos baseados na Árvore da Vida
Cabalística. Outro fator que dificulta estabelecer as equivalências é que, desde o início
de sua fundação, muitos membros oriundos de outras Fraternidades Iniciáticas já eram
aceitos na OTO em seu último grau (o IXº grau) e, portanto, não dava para saber quais
eram os efeitos das práticas da OTO em seus adeptos. Existia o Xº grau que não era
iniciático e sim um grau administrativo. Alguns ramos da OTO que aderiram à Lei de
Thelema criaram o XIº e o XIIº graus preservando os graus anteriores. O currículo de
estudos da OTO abarca diversas disciplinas iniciáticas tanto do ocidente quanto do
oriente. A OTO, à semelhança da Golden Dawn, é excessivamente ritualística.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua – Foi fundada pelo Alemão Arnold Krumm-Heller
em 1927 na Alemanha. Trata-se de uma Ordem Rosacruciana Cristã mas que recebeu
influências de diversas outras Tradições Iniciáticas tais como Thelema, Magia Rúnica,
Memphis-Misraim, Esoterismo Inca e etc. A Fraternitas Rosicruciana Antiqua (ou
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simplesmente FRA) possui um sistema de 3 graus muito embora existam ramos da FRA
que possuem diferentes números de graus em seus sistemas. A FRA, tal como a OTO,
possui um sistema de graus que torna difícil estabelecer uma relação de equivalência
com outras Ordens cujos sistemas estão baseados na Árvore da Vida Cabalística. No
entanto é possível estabelecer algumas relações da FRA com outras Fraternidades
Iniciáticas no que diz respeito aos seus propósitos e discursos. A FRA chegou ao Brasil
no ano de 1933 sob a direção de um discípulo do Krumm-Heller chamado Giuseppe
Cambareri que, posteriormente, se distanciou da FRA e fundou a sua própria ordem
chamada “Fraternidade Branca Universal do Arcanjo Mickael – FBUAM” que se
encontra muito ativa nas cidades de São Paulo e Curitiba muito embora a sua sede seja
na cidade de Paraty, no litoral Fluminense.
É possível estabelecer algum tipo de relação entre estas quatro ordens e também destas
quatro ordens com o SCT. Nesta Tese eu escolhi estabelecer relações de equivalência e
igualdade entre o SCT, a Golden Dawn e a Astrum Argentum devido ao fato de estas
três Fraternidades Iniciáticas possuírem um sistema de Graus baseados na Cabala.
Devido a esta característica torna-se fácil estabelecer tais relações entre estas três
Fraternidades Iniciáticas. Alguns leitores poderão argumentar “Mas o sistema de Graus
do SCT é baseado na Spira Legis e não na Cabala...”. E eu respondo “A Spira Legis é
inspirada na Cabala, com a qual se relaciona e harmoniza. Portanto é perfeitamente
possível correlacionar Cabala e Spira Legis”. Agora vamos começar a estabelecer as
relações de equivalência e igualdade entre as três Fraternidades Iniciáticas citadas:
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Tipologia dos
Sagrado Círculo
Graus
de Thelema
Golden Dawn
Astrum Argentum
Graus acima do
Adepto Maior
Ipsissimus
Ipsissimus
Véu do Abismo
Mago
Magus
Magus
Mestre do Templo
Magister Templi
Magister Templi
Terapeuta
Adeptus Exemptus
Adeptus Exemptus
Magnetizador
Adeptus Major
Adeptus Major
Filósofo
Adeptus Minor
Adeptus Minor
Graus situados
Prático
Philosophus
Philosophus
abaixo do Véu de
Teórico
Practicus
Practicus
Parroketh
Zelador
Theoricus
Zelator
Initiatur
Zelator
Neófito
Graus situados
abaixo do Véu do
Abismo e acima do
Véu de Parroketh
Neófito
-
Probacionista
-
Probacionista
-
Ao analisarmos esta tabela podemos chegar a algumas conclusões óbvias! Existe uma
exata relação de equivalência – e até de igualdade como irei explicar mais adiante –
entre os graus situados acima do Véu do Abismo. O SCT utiliza uma nomenclatura em
língua portuguesa já que esta Fraternidade Iniciática optou por se manifestar no Brasil.
A Golden Dawn e a Astrum Argentum utilizam nomenclaturas em latim. Com relação
aos graus situação acima do Véu do Abismo o que a Golden Dawn e Astrum Argentum
chamam de “Magister Templi” e “Magus”, no SCT é chamado de “Mestre do Templo”
e “Mago”. O que a Golden Dawn e a Astrum Argentum chamam de “Ipsissimus”, no
SCT é chamado de “Adepto Maior”.
Agora vou explicar as relações de equivalência e igualdade com relação aos Graus
situados acima do Véu do Abismo. Escolhi explicar, em especial, os graus acima do
Véu do Abismo visto que possuem uma relação Matemática exata e atributos imutáveis.
O Grau de Mestre do Templo (ou Magister Templi) é um Grau Iniciático cujo atributo é
“cuidar de seu rebanho”, ou seja, cuidar dos discípulos que se situam em Graus abaixo
do Véu do Abismo no sentido de instruí-los. Um Mestre do Templo do SCT vai instruir
outros discípulos, também membros do SCT, que se encontram em Graus situados
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abaixo do Véu do Abismo. O mesmo pode ser dito a um indivíduo que é Mestre do
Templo da Golden Dawn e da Astrum Argentum. Isto se chama “equivalência”. O que
eu estou querendo comunicar ao leitor é que o Grau de Mestre do Templo do SCT NÃO
é igual ao Grau de Mestre do Templo da Golden Dawn ou da Astrum Argentum ou de
qualquer outra Fraternidade Iniciática. Um Mestre do Templo do SCT está
comprometido com um determinado tipo de método iniciático que não existe em outras
Fraternidades Iniciáticas. Este método iniciático é a Spira Legis. Portanto um Mestre do
Templo do SCT só é Mestre do Templo dentro do SCT. O mesmo afirmo com relação a
um Mestre do Templo da Golden Dawn e da Astrum Argentum. Um Mestre do Templo
da Golden Dawn só pode exercer o seu cargo de Mestre do Templo dentro da Golden
Dawn e em nenhuma outra Fraternidade Iniciática. O mesmo pode ser afirmado para um
Mestre do Templo da Astrum Argentum. Faço questão de dar estas explicações para,
entre outras coisas, afirmar que o Marcelo Motta (famoso iniciado da Astrum
Argentum) está EQUIVOCADO quando afirma, em sua obra CARTA A UM MAÇOM,
que os Graus situados acima do Véu do Abismo são os mesmos para todas as
Fraternidades Iniciáticas. Vou transcrever o trecho desta obra onde Marcelo Motta faz a
referida afirmação mas antes preciso explicar ao leitor que na Astrum Argentum,
Fraternidade Iniciática onde Marcelo Motta foi iniciado, os Graus situados acima do
Véu do Abismo compõem o Círculo mais Interno desta Fraternidade Iniciática chamado
“Collegium ad Spiritum Sanctum – S.’.S.’.” muito embora este círculo interno da
Astrum Argentum também tenha outras denominações. Agora vou transcrever o trecho
da obra CARTA A UM MAÇOM (pág. 09):
A R.C. está abaixo do Abismo: a Grande Ordem que não tem nome é simbolizada pelo Olho no
Triângulo, e este é o Collegium Summum, ou a S.S., da A.’.A.’.
A A.·.A.·. é apenas uma das Fraternidades Iniciáticas, e abaixo do Abismo é das mais novas.
Foi organizada em sua forma presente na primeira década deste século.
Quanto à S.S., é a mesma para todas as fraternidades iniciáticas. Isto é fonte de surpresa, às
vezes, para iniciados de graus mais baixos, pois, chegando a certas consecuções, verificam
que Mestres que pareceram pregar doutrinas completamente opostas ( como, por exemplo,
Maomé e Jonas ) estão sentados lado a lado no Areópago dos Adeptos.
Continuando a minha explicação anterior; um indivíduo que atingiu o Grau de Mestre
do Templo ou de Mago, mesmo já tendo ultrapassado o Véu do Abismo ainda está
“confinado” (no bom sentido da palavra!) aos métodos da Fraternidade Iniciática que
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lhe concedeu o respectivo Grau (Mestre do Templo ou Mago). Enquanto o Mestre do
Templo vai instruir o rebanho da Fraternidade Iniciática da qual faz parte, o Mago vai
Criar algo inteiramente novo com base nos conhecimentos que adquiriu na Fraternidade
Iniciática que lhe concedeu o Grau de Mago. Portanto o Mago, tal como o Mestre do
Templo, NÃO pode validar o seu Grau Iniciático em outras Fraternidades Iniciáticas
pelo simples fato de estar ainda “confinado” ao(s) método(s) da Fraternidade Iniciática
que lhe concedeu o Grau de Mago. Um método iniciático tem começo, meio e fim. Um
Mestre do Templo ou um Mago que queiram validar o seu Grau Iniciático em outra
Fraternidade é o mesmo que um indivíduo que sofre de Câncer de Pele querer
interromper um tratamento eficaz já no seu último estágio para continuar em um outro
tratamento no mesmo ponto em que parou no primeiro. Um tratamento médico possui
começo, meio e fim e se interrompermos um tratamento para entrar em outro então
teremos que recomeçar da estaca ZERO. O mesmo podemos dizer com relação aos
métodos iniciáticos.
Agora com relação ao Grau de Adepto Maior ou Ipsissimus já é possível estabelecer
uma relação de igualdade entre as diferentes Fraternidades Iniciáticas. O Grau de
Adepto Maior ou Ipsissimus é o Grande Objetivo a ser alcançado por todo e qualquer
iniciado independente de a qual Fraternidade Iniciática esteja vinculado. Este elevado
Grau Iniciático tem relação direta com a Sephirah Kether da Cabala Hebraica e com a
Esfera Branca da Spira Legis. A Sephirah Kether e a Esfera Branca da Spira Legis
possuem os mesmos atributos e qualidades. Portanto o Grau de Adepto Maior do SCT é
IGUAL ao Grau de Ipsissimus da Golden Dawn e também IGUAL ao Grau de
Ipsissimus da Astrum Argentum. O Grau de Adepto Maior ou Ipsissimus é a conclusão
do trabalho iniciático e, portanto, todos os iniciados que tenham atingido este elevado
grau são iguais entre si, independente de em qual Fraternidade Iniciática tenham sido
treinados para chegarem a este sublime grau. Um Adepto Maior do SCT é também
Adepto Maior de toda a Humanidade. Um Ipsissimus da Golden Dawn é também
Ipsissimus de toda a Humanidade. Um Ipsissimus da Astrum Argentum é também
Ipsissimus de toda a Humanidade.
Concluo toda esta explicação afirmando que só o Grau de Adepto Maior ou Ipsissimus é
que é igual para todas as Fraternidades Iniciáticas porque é neste Grau que o iniciado
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transcende todos os Métodos! Os Graus de “Mestre do Templo” e de “Mago” das
diversas Fraternidades Iniciáticas são apenas equivalentes entre si.
O que eu expliquei até agora foram as relações de equivalência e igualdade entre os
Graus do SCT, da Golden Dawn e da Astrum Argentum. Agora eu vou explicar sobre as
relações de equivalência e igualdade entre os círculos internos do SCT, da Golden
Dawn e da Astrum Argentum. Veja a Tabela abaixo:
Localização dos
Sagrado Círculo
Círculos Internos
de Thelema
Acima do Véu do Grau 3 ou Pirâmide
Golden Dawn
Astrum Argentum
3ª Ordem ou Astri
3ª Ordem ou Silver
Sagrada – formado
Argentei ou
Star ou Collegium
pelos Graus de
Collegium ad
ad Spiritum
Mestre do Templo,
Spiritum Sanctum – Sanctum – formado
Mago e Adepto
formado pelos
pelos Graus de
Maior.
Graus de Magister
Magister Templi,
Templi, Magus e
Magus e
Ipsissimus.
Ipsissimus.
Abaixo do Véu do Grau 2
2ª Ordem ou
2ª Ordem ou
Abismo e acima do
Roseae Rubeae et
Rosacruz
Véu de Parroketh
Aureae Crucis
Círculos Externos: Grau 1
1ª Ordem ou
1ª Ordem ou
Abaixo do Véu de
Golden Dawn
Golden Dawn
Abismo
Parroketh
Grau 0
-
-
Os Graus localizados acima do Véu do Abismo compõem o círculo mais interno de
cada Fraternidade Iniciática. Dentro de cada Fraternidade Iniciática o Círculo mais
Interno – constituído pelos Graus de Mestre do Templo, Mago e Adepto Maior ou
Ipsissimus – possui vários nomes. No SCT é chamado de Pirâmide Sagrada. Na Golden
Dawn é chamado de Astri Argentei ou Collegium ad Spiritum Sanctum entre outros
nomes. Na Astrum Argentum é chamado de Silver Star ou Collegium ad Spiritum
Sanctum entre outros nomes.
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O que eu quero comunicar ao leitor é que os Círculos Internos das diferentes
Fraternidades Iniciáticas possuem relações de equivalências, mas NÃO são iguais entre
si. Novamente vou transcrever o trecho da obra CARTA A UM MAÇOM (página 09)
onde Marcelo Motta afirma que o círculo mais interno da Astrum Argentum,
denominado S’.S.’., é o mesmo para todas as Fraternidades Iniciáticas:
A R.C. está abaixo do Abismo: a Grande Ordem que não tem nome é simbolizada pelo Olho no
Triângulo, e este é o Collegium Summum, ou a S.S., da A.’.A.’.
A A.·.A.·. é apenas uma das Fraternidades Iniciáticas, e abaixo do Abismo é das mais novas.
Foi organizada em sua forma presente na primeira década deste século.
Quanto à S.S., é a mesma para todas as fraternidades iniciáticas. Isto é fonte de surpresa, às
vezes, para iniciados de graus mais baixos, pois, chegando a certas consecuções, verificam
que Mestres que pareceram pregar doutrinas completamente opostas ( como, por exemplo,
Maomé e Jonas ) estão sentados lado a lado no Areópago dos Adeptos.
Volto a afirmar que Marcelo Motta está EQUIVOCADO! O círculo mais interno da
Astrum Argentum, denominado S.’.S.’., é constituído pelos graus de Magister Templi,
Magus e Ipsissimus. Como expliquei anteriormente, os graus de Magister Templi
(“Mestre do Templo” em Português) e Magus (“Mago” em Português) das diferentes
Fraternidades Iniciáticas são apenas “equivalentes” entre si. Só o grau de Ipsissimus (ou
Adepto Maior) é que é IGUAL para todas as Fraternidades Iniciáticas. Como destes três
elevados graus iniciáticos só com um deles é que se pode estabelecer uma relação de
igualdade entre as diversas Fraternidades Iniciáticas, podemos concluir que NÃO existe
um Círculo Interno comum a todas as Fraternidades Iniciáticas, tal como foi explicado
por Marcelo Motta.
O Collegium ad Spiritum Sanctum da Astrum Argentum só pode ser alcançado por
indivíduos que escolheram trilhar o discipulado proposto pela Astrum Argentum desde
o 1º grau de iniciação. A Astri Argentei da Golden Dawn só pode ser alcançada por
indivíduos que escolheram trilhar o discipulado proposto pela Golden Dawn desde o 1º
grau de iniciação. A Pirâmide Sagrada do Sagrado Círculo de Thelema só pode ser
alcançada por indivíduos que escolheram trilhar o discipulado proposto pelo Sagrado
Círculo de Thelema desde o 1º grau de iniciação. Isto é lógico e inquestionável!
Neste minha Tese eu, Frater Thoth, defendo que a única coisa que pode ser considerada
IGUAL para todas as Fraternidades Iniciáticas é o sublime Grau de Adepto Maior ou
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Ipsissimus. A única possibilidade de existir um Círculo Interno comum a todas as
Fraternidades Iniciáticas é se considerarmos a existência de um único Grande Círculo
Interno constituído por indivíduos, de todas as Tradições Iniciáticas do Planeta, que
tenham atingido o Grau de Adepto Maior ou Ipsissimus. Neste caso este único Grande
Círculo Interno NÃO tem, absolutamente, relação com o que foi explicado por Marcelo
Motta em sua obra CARTA A UM MAÇOM.
Concluo esta dissertação afirmando que o Grau de Adepto Maior ou Ipsissimus é a
“síntese” de todas as Fraternidades Iniciáticas do Planeta. No entanto quero deixar bem
claro que esta questão levantada por mim pode ser entendida e explicada de uma outra
forma como será elucidado no 3º tópico deste capítulo.
2) A Lei de Thelema e a Missão do Thelemita
2.1) A Lei de Thelema
A expressão Lei de Thelema, ou simplesmente Thelema, significa Verdadeira Vontade
ou Vontade de Deus ou Vontade Divina. Thelemita é aquele que realiza a Vontade de
Deus ou que pelo menos se esforça para isto. O conceito de Vontade Divina existe
desde os primórdios dos tempos! Em todas as Religiões existe alguma referência com
relação à existência da Vontade Divina (Thelema) e de pessoas encarregadas de realizála (os Thelemitas) sobre a Face da Terra. Mesmo nas Fraternidades Iniciáticas do Aeon
de Osíris é possível encontrar algumas referências, por mais discretas que sejam, sobre a
Lei de Thelema no seu aspecto iniciático, muito embora os métodos adotados por essas
Fraternidades NÃO sejam mais eficazes para a época atual. Vou transcrever um trecho
de um livro de uma Fraternidade Iniciática do Eon de Osíris, chamada Ordem
Martinista, onde é possível encontrar referências à Lei de Thelema:
De fato, o Homem pode fazer com que a Vontade Divina propriamente dita venha até
ele para se unir com seu desejo; a partir de então ele passa a trabalhar e a atuar de
acordo com a Divindade, que se digna, por assim dizer, a compartilhar sua obra, suas
propriedades e seus poderes com o Homem: e se, ao lhe dar o desejo, que é como a raiz
da planta, Ele reserva a Vontade, que é como seu botão ou flor, não é com a intenção de
que o Homem permaneça na privação desta Vontade Divina e não a conheça; mas, ao
contrário, seu desejo é que o Homem chame por ela, a conheça por ele mesmo; pois, se
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o Homem é a planta, Deus é a seiva ou a vida. E o que seria da árvore se a seiva não
corresse em suas veias?
(Louis Claude de Saint-Martin)
Nesta Tese eu, Frater Thoth, defendo que a Lei de Thelema está presente em todas as
Tradições Iniciáticas, de forma mais evidente em algumas e de forma mais tímida em
outras. Assim podemos falar da existência de Thelemitas-Hindus, da existência de
Thelemitas-Budistas, da existência de Thelemitas-Cristãos e assim por diante. A prova
de que este meu raciocínio está correto é o fato de o SCT contar com a presença de
Mestres Hinduístas e Budistas em sua respectiva Egrégora: Ramana Maharshi,
Ramakrishna e Buda. E também contar com a presença do Mestre Jesus em sua
Egrégora como pode ser observado em dois trechos do Neo Liber Legis:
O Crestos é a única Fonte, o restante é a reserva do pó do Espírito, nada mais.
(Neo Liber Legis, tópico 101)
[...]. Horus virá como cobrador de tudo que fizeram contra os ensinamentos do
Nazareno.
(Neo Liber Legis, tópico 119)
Com relação à primeira citação foi mencionado o Cristo Cósmico e não o Mestre Jesus
propriamente dito. Mas foi o Mestre Jesus quem encarnou em si o Cristo Cósmico e
também foi o Mestre Jesus o mais importante divulgador do Cristo Cósmico. Não há
como falar do Cristo Cósmico sem mencionar o Mestre Jesus e, portanto, no tópico 101
do Neo Liber Legis está subentendido o reconhecimento do Mestre Jesus, como um dos
mais importantes Mestres Espirituais da Humanidade, pelo SCT. Com relação à
segunda citação o Mestre Jesus é mencionado. Mas agora fica uma questão a ser
respondida: Terá sido Jesus iniciado no SCT? Não sei a resposta mas eu acredito que
sim. Afinal de contas não faria sentido algum, pelo menos a meu ver, o Deus Horus
querer punir os responsáveis pela destruição do Cristianismo sem que Jesus tivesse sido
iniciado no SCT. A verdade sempre aparece! Já dizia o antigo ditado popular.
Precisamos deixar claro ao leitor que para integrar a Egrégora do SCT não precisa,
necessariamente, ter sido formalmente iniciado no SCT muito embora seja este o
caminho mais certo e mais seguro. O último Grau do SCT, o Grau de Adepto Maior,
que corresponde à Esfera Branca da Spira Legis, “abarca” todas as Estrelas do Universo
Cósmico. Ou seja, todos os homens e mulheres que realizaram as suas Verdadeiras
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Vontades estão dentro da Egrégora do SCT mesmo que formalmente não tenham sido
iniciados em seu sistema de Graus. Exemplos: Ramakrishna e Ramana Maharshi estão
dentro da Egrégora do SCT e no entanto ambos foram iniciados no Hinduísmo, mais
especificamente no Advaita-Vedanta. O Nipônico Mikao Usui, fundador do Reiki, era
Cristão e é um dos Mestres que integram a Egrégora do SCT. O Conde Saint-Germain é
um iniciado da Ordem Rosa+Cruz e da Maçonaria Esotérica e é um dos Mestres que
integram a Egrégora do SCT. O Paramahansa Shivaji – Mago da Golden Dawn,
fundador da A.’.A.’. e grande iniciado do Budismo Theravada – é um dos Mestres do
SCT. E tantos outros exemplos que eu poderia aqui citar...
Não Há Divisas, Há Unidade em Thelema. (Neo Líber Legis, tópico 97).
O SCT é uma Fraternidade Iniciática “Oniabarcante” e é esta a sua principal
característica. Provavelmente nunca se ouviu falar, na História da Iniciação, de alguma
outra Fraternidade Iniciática possuidora desta característica. O SCT contém, em sua
Egrégora, todos os verdadeiros Mestres Espirituais originários das mais diversas
Tradições Iniciáticas. No SCT, no seu Grau de Adepto Maior, tudo se unifica sob a
égide do Deus Hórus.
[...] Só há um Senhor, e infinito é o seu mundo. Não há Governos, há um só poder e
uma única força. (NLL, tópico 108)
Há uma pequena diferença entre o Grau de Adepto Maior do SCT e o Grau de
Ipsissimus de antigas Fraternidades Iniciáticas. Muito embora seja possível estabelecer
uma relação de “igualdade” entre as diversas Fraternidades Iniciáticas a partir deste
sublime Grau; no SCT este Grau, chamado de “Adepto Maior”, é “oniabarcante”
enquanto que nas antigas Fraternidades Iniciáticas (Golden Dawn e outras) este mesmo
Grau, denominado “Ipsissimus”, NÃO abarcava em si todos os Mestres Espirituais da
Humanidade estando restrito a um forte sectarismo que é uma das principais
características das Fraternidades Iniciáticas do Aeon de Osíris. Conclusão: o Grau de
Ipsissimus da Golden Dawn, e de outras Fraternidades Iniciáticas de sua época e mais
antigas, só abarcava os Mestres Espirituais da Tradição Esotérica Ocidental do
Continente Europeu. A Egrégora da Golden Dawn, mesmo no seu Grau de Ipsissimus,
não conta com a presença de Mestres como Buda, Krishna, Lao Tse e outros Mestres
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Orientais. O Grau de Adepto Maior do SCT abarca todos os Mestres Espirituais tanto do
Ocidente quanto do Oriente. Inclusive a Esfera Branca da Spira Legis, onde é concedido
o Grau de Adepto Maior, possui dois nomes: 1) Universo Oniabarcante e 2) TAO. Estes
dois nomes, o primeiro ocidental e o segundo oriental, revelam a tendência natural do
SCT de promover uma síntese cósmica entre as Tradições Esotéricas do Ocidente e do
Oriente. Uma característica inexistente entre as Fraternidades Iniciáticas do Aeon de
Osíris.
Mesmo se tratando de uma Fraternidade Iniciática “Oniabarcante” existe um prérequisito fundamental para integrar a Egrégora do SCT: ser Thelemita. E isto NÃO é
nada fácil!
[...]Não é permitido ser Thelemita àquele que se paute no destino e no karma. [...].
(NLL, tópico 115).
Mas é justamente a “dificuldade” de se transformar em um Thelemita que faz da Lei de
Thelema a maior de todas as Leis Espirituais, e do Thelemita o mais importante de
todos os iniciados da Nova Era, anunciada pelo Deus Hórus!
Estude a vida dos Santos. As coisas fáceis de fazer não são o caminho do Senhor. O
caminho Dele é o que é difícil! (Paramahansa Yogananda).
Um verdadeiro Thelemita é aquele indivíduo que foi além de seu Ego terreno e que
encontrou Deus dentro de sí próprio.
[...]A Lei de Thelema não é uma conquista e sim o verbo que se despe para o próprio
Deus que é o Homem em essência. (NLL, tópico 115).
Jesus, Ramana Maharshi, Buda, Lao Tsé, Hermes Trismegisto são Thelemitas porque
cada um deles realizou a sua Verdadeira Vontade. E todos eles, e tantos outros que
também realizaram as suas Verdadeiras Vontades, estão presentes na Egrégora do SCT.
Muitos leitores ficam escandalizados e desconfiados ao lerem um determinado trecho
do tópico 122 do Neo Liber Legis, “[...] Só o Sagrado Círculo de Thelema possui, em
sua simplicidade, o Poder e a Glória da Alta Iniciação. [...]”. É por isso que se faz
necessária a prática constante de alguma disciplina iniciática. Existem certas mensagens
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contidas em livros sagrados que são impossíveis de serem entendidas pelo intelecto.
Para o entendimento de certas mensagens de caráter transcendental é necessário que o
indivíduo desenvolva a sua “intuição” e outras faculdades do Espírito. Esta mensagem
do tópico 122 do NLL NÃO deve ser entendida como uma forma de sectarismo. O
Sagrado Círculo de Thelema NÃO é uma organização sectária e este trecho do tópico
122 do NLL NÃO despreza os sagrados ensinamentos de outras Fraternidades
Iniciáticas. Como eu já havia escrito no início deste tópico a Lei de Thelema sempre
existiu mas, no entanto, o Sagrado Círculo de Thelema foi a primeira Fraternidade
Iniciática a ensinar a Lei de Thelema de forma completa e pura; livre de rituais, véus,
condenações e outros elementos incompatíveis com a Era Atual. Inclusive a mensagem
reveladora do NLL reafirma a importância e o valor do Hinduísmo e do Budismo, de
forma clara e evidente, e de todas as outras Tradições que tenham reformulado as suas
doutrinas no sentido de se adaptarem à Nova Civilização anunciada pelo Deus Hórus.
Mas isto só é possível de entender se confrontarmos um trecho do Antigo Liber Legis
com um trecho do Neo Liber Legis. Vamos começar pelo trecho do Antigo Liber Legis:
Com minhas garras eu arranco fora a carne do Indiano e do Budista, Mongol e Din.
(Antigo Liber Legis, Capítulo III, tópico 53).
Este tópico do Antigo Liber Legis apenas nega o aspecto “osiriano” do Hinduísmo, do
Budismo e de outras Tradições do Extremo Oriente mas não a Tradição em sí. Veja
agora o trecho do Neo Liber Legis:
O Corpo do Adepto é o Nada da Felicidade. Ser Nada é redimir a Essência de Hadit, o
Alpha da Ressurreição. (Neo Liber Legis, tópico 88).
Este trecho do Neo Liber Legis reafirma um antigo ensinamento Hinduísta e Budista
que diz respeito à reorientação, por parte do discípulo, das energias utilizadas em obras
mundanas para a realização do trabalho iniciático. É um ensinamento Hinduísta e
Budista que está em sintonia com a Lei de Thelema.
Como o leitor pode ver, o Sagrado Círculo de Thelema NÃO despreza nenhuma
tradição mas apenas nega aqueles elementos – rituais, véus, condenações e etc... – que
não estão em sintonia com o Aeon de Hórus. O Sagrado Círculo de Thelema trabalha
em associação com outras duas Fraternidades Iniciáticas: a Sociedade Budista e
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Hinduísta Renovadora e a Ordem da Santíssima Trinosofia. A primeira, como o próprio
nome sugere, trabalha com os ensinamentos Hinduístas e Budistas sob a égide do
Mestre Ramana Maharshi e a segunda trabalha com a Alquimia dos Rosacruzes sob a
égide do Mestre Saint Germain. Quando o tópico 122 do Neo Liber Legis, entre outros
tópicos, afirma que só o Sagrado Círculo de Thelema possui o poder e a glória da
verdadeira iniciação NÃO devemos entender esta afirmação no sentido de que todas as
outras Fraternidades Iniciáticas são falsas ou inválidas. A forma correta de entender o
tópico 122 do NLL (e outros tópicos similares) é que o Sagrado Círculo de Thelema é o
Arquétipo Ideal de Iniciação em que todas as demais Fraternidades Iniciáticas terão que
se basear para que consigam agir de acordo com os desígnios da Suprema Hierarquia
Espiritual na Nova Era anunciada pelo Deus Hórus. Em cada época da História da
Humanidade, em diferentes lugares, houve um Arquétipo Ideal de Iniciação. Na Europa,
no período compreendido entre 1888 e primeira década do século XX, o Arquétipo Ideal
de Iniciação era o da Golden Dawn que obteve reconhecimento e respeito por parte de
outras Fraternidades Iniciáticas de sua época. Na Índia, 500 anos Antes de Cristo, o
Arquétipo Ideal de Iniciação era o Budismo, que obteve forte adesão por parte dos
povos de raça amarela (chineses, japoneses, coreanos, tailandeses e etc.). Cada
civilização do planeta, em determinada época, teve o seu Arquétipo Ideal de Iniciação.
Agora vem a seguinte pergunta: Qual é o Arquétipo Ideal de Iniciação adotado pelo
Sagrado Círculo de Thelema? Esta pergunta será respondida com um trecho do Neo
Liber Legis:
Julgamentos, Rituais, não mais existirão. Só a Consciência Verdadeira, que eleva o
Homem na mais Alta Iniciação. (NLL Renovado, tópico 18)
O Arquétipo Ideal de Iniciação do Sagrado Círculo de Thelema, e de todas as demais
Fraternidades Iniciáticas que queiram adentrar a Nova Era anunciada pelo Deus Hórus,
é o Arquétipo da exclusão de tudo aquilo que não conduz o homem rumo à iniciação
tais como segredos, rituais, véus, condenações e outros elementos indesejáveis.
Na Nova Era anunciada pelo Deus Hórus todos os homens e mulheres poderão ser
iniciados se assim o quiserem.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. (Bíblia – Mateus,
Cap. 07, versículo 07).
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2.2) A Missão do Thelemita
A Missão do Thelemita consiste, principalmente, em ajudar a humanidade a progredir
tanto Espiritualmente quanto materialmente. No Plano Espiritual o Thelemita ajuda os
seus semelhantes através de sua Sabedoria e da Luz emanada de sua Estrela Interior. O
Thelemita instrui a cada um de seus semelhantes a descobrir o seu brilho interior e sua
órbita através da Sabedoria adquirida ao longo de várias encarnações.
Não deveis mais aprender, pois os Sábios já o são [...]. (Neo Liber Legis, tópico 79).
No plano material o Thelemita contribui para o estabelecimento de uma nova ética e de
um novo conjunto de valores – fundamentados no altruísmo, no amor e na solidariedade
– que serão a matéria-prima para a edificação da Nova Civilização.
É preciso que os homens e mulheres de boa vontade se unam sob uma diretriz fraternal,
com o firme desiderato de construir a Nova Civilização, que deverá SURGIR, como a
Fenix, dos escombros da atual. (Mestre Therion, “Desvelando os Mistérios”).
No entanto o Thelemita, após a data prevista para o início da Nova Civilização (ano
2013), vai lidar com um novo ciclo de acontecimentos até então desconhecidos pela
humanidade. É necessário que o Thelemita tenha uma Mente aberta, livre de
preconceitos e de outros entraves, para que possa “aprender” com as novas situações
que vão se fazer presentes em sua vida.
Se sua mente está vazia, está pronta para qualquer coisa; ela está aberta a tudo. Há
muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.
(Shunryu Suzuki)
3) O processo de síntese cósmica elaborado pelas Fraternidades Iniciáticas que
trabalham em Harmonia com o Eon de Horus, mais conhecido como a Era de
Aquário.
Todas as Fraternidades Iniciáticas, de todas as épocas, obedecem a um Arquétipo
Universal de Iniciação. Neste tópico do capítulo 2 eu vou abordar sobre o que há de
comum entre todas as Tradições e Fraternidades Iniciáticas. Vou começar pela
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afirmação de muitas Tradições Iniciáticas de que existe uma Grande Escola Iniciática
que abarca todos os sábios do mundo:
“Contudo sempre existiu uma escola mais elevada, à qual este depósito de toda ciência
foi confiado, e esta escola era a comunidade interior e luminosa do Senhor, a sociedade
dos Eleitos que se propagou, sem interrupção, desde o primeiro dia da criação até aos
tempos presentes; seus membros, é verdade, estão dispersas pelo mundo, mas eles
estiveram sempre unidos por um espírito e por urna verdade, e não tiveram jamais senão
um só conhecimento, uma única fonte de verdade, um senhor, um doutor e um mestre,
em que reside substancialmente a plenitude Universal de Deus, e que os iniciou, Ele só,
nos mistérios elevados da natureza e do Mundo Espiritual”.
(Eckartshausen).
Esta Escola mais elevada possui vários nomes em cada região o planeta. No ocidente
esta Escola mencionada por Eckartshausen é normalmente chamada de Grande
Fraternidade Branca e todas as Fraternidades Iniciáticas verdadeiras desenvolvem seus
trabalhos espirituais em conformidade com as diretrizes desta elevada Escola que abarca
todos os sábios da humanidade.
Agora vou abordar o sistema de graus da Grande Fraternidade Branca, que é universal:
“Ela tem, também, seus graus pelos quais o espírito pode desenvolver-se
sucessivamente e elevar-se sempre cada vez mais.
O primeiro grau, o menor, consiste no bem moral pelo qual a vontade simples,
subordinada a Deus, é conduzida ao bem pelo móbil puro da vontade, quer dizer, Jesus
Cristo, que ela recebeu pela fé. Os meios dos quais o espírito desta escola se serve são
chamados inspirações.
O segundo grau consiste no assentimento intelectual, pelo qual a compreensão do
homem de bem que está unido a Deus, é coroada com a sabedoria e a luz do
conhecimento; e os meios pelos quais o espírito se serve para este grau são chamados
iluminações interiores.
O terceiro grau enfim, e o mais elevado, é o completo despertar do nosso sensorium
interno, pelo qual o homem interior alcança a visão objetiva das verdades metafísicas e
reais. Este é o grau mais elevado onde a fé se transforma em visões claras e os meios
pelos quais o espírito se serve para isso são as visões reais.
Eis os três graus da verdadeira escola de sabedoria interior, da comunidade interior da
luz. O mesmo espírito que aperfeiçoa os homens para esta comunidade, distribui
também os graus, pela coação do próprio candidato, devidamente preparado”.
(Eckartshausen).
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“Quem nos chama Thelemitas não irá cometer erro, se ele olhar no íntimo a palavra.
Pois existem nela Três Graus, O Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faze o que
tu queres deverá ser o todo da Lei”.
(Antigo Liber Legis, Capítulo I, Tópico 40).
Este sistema universal de três graus é visível nas Fraternidades Iniciáticas que possuem
um sistema de Graus baseados na Árvore da Vida Cabalística. É claro que existem
Fraternidades Iniciáticas que não adotam este sistema universal de graus como é o caso
de Memphis-Misraim que possui um sistema de 97 Graus. No entanto, independente do
sistema de Graus que uma Fraternidade Iniciática adote, o fato é que em todo e qualquer
discipulado, desde que verdadeiro, o número de graus a nível “interno” é sempre em
número de Três.
Em resumo: pode-se afirmar que existe uma única grande Escola de Iniciação, chamada
por alguns de Grande Fraternidade Branca, à qual todas as Fraternidades Iniciáticas
estão espiritualmente subordinadas e que o desenvolvimento espiritual do indivíduo,
independente de a qual Fraternidade Iniciática esteja ligado, é composto de Três Graus.
E todas as Fraternidades Iniciáticas conduzem a uma mesma realidade transcendental
que possui diversos nomes:
Todas as Religiões são verdadeiras. Cada uma leva à mesma verdade, assim como
diferentes rios deságuam no mesmo oceano.
(Ramakrishna).
Se todo homem e toda mulher é uma Estrela então toda Religião ou Tradição Iniciática
é uma Constelação!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EVANS-WENTZ, W. Y. Milarepa: História de um Yogi Tibetano. São Paulo: Editora
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Campinas (SP): Os Gideões Internacionais no Brasil, [199-].
TRABALHO APROVADO COM LOUVOR PELO SUPREMO CONSELHO DO
SAGRADO CÍRCULO DE THELEMA EM 14 de dezembro de 2010
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