Pet Food para Aves e Peixes Pet Food para Aves e

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Pet Food para Aves e Peixes Pet Food para Aves e
Ano 2 / Edição 08 / Mai - Jun 2010 / www.editorastilo.com.br
Pet Food para Aves e Peixes
Voando alto e mergulhando no sucesso
Editorial
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Prezado Leitor,
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Venho através desta alertar sobre pessoas/empresa, que de forma irresponsável e sem ética,
tentam enganar e confundir seus leitores/anunciantes colocando o nome de sua publicação igual/
parecido com a verdadeira revista Pet Food Brasil. Até o logo é copiado.
Temos o registro no INPI de marcas e patentes e isso é uma violação as leis de direitos de
propriedade intelectual.
Todas as medidas judiciais estão sendo tomadas garantindo nossos direitos e punindo
atos de má-fé.
Peço a todos que não confundam os títulos e que tomem cuidado, pois estão se identificando
tanto como minha pessoa como pela Revista Pet Food prometendo vantagens que não serão
cumpridas futuramente.
Revista Pet Food só tem uma. A única publicação voltada 100% para a Indústria Pet Food no
Brasil.
Revista Pet Food Brasil
INPI
Instituto Nacional da Propriedade Industrial
Processo: 901744565
Em cumprimento ao disposto no art. 128, da Lei 9279/96
Editorial
Nos últimos dois anos temos tentado entender os efeitos da crise econômica mundial sobre o
segmento de Pet Food no Brasil. O consenso hoje é de que o crescimento é certo e o pior já passou e
o xis da questão agora é outro: qual crescimento?
Os desafios são cada vez mais complexos. Planejar em longo prazo em um cenário em que nada
é mais tão previsível exige dos empresários visão de águia sobre o mercado em que atuam e seus
correlacionados.
Os produtores de Pet Food têm orquestrado as mudanças com maestria, investindo em
tecnologia, gestão inteligente de recursos e processos e agregando valor aos seus produtos.
O desenvolvimento aponta para o caminho da eficiência, para além da eficácia. A ordem é
não apenas alcançar resultados, mas fazê-lo da melhor forma, rumo a um crescimento cada vez
mais sustentável. É o que atesta Sandro Manzoni, diretor de Gestão da Manzoni Industrial, que
em entrevista à Pet Food Brasil conta como a empresa, que completa quarenta e cinco anos, tem
enfrentado com sucesso os desafios de hoje.
Uma novidade nesta edição é a matéria de capa focada em aves e peixes, segmento que vem
crescendo consideravelmente e apontando tendências e inspirando toda a cadeia.
Boa leitura!
Daniel Geraldes
CAPA ed 8 Final.pdf
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Ano 2 / Edição 08 / Mai - Jun 2010 / www.editorastilo.com.br
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Edição 08
Maio/Junho 2010
Pet Food para Aves e Peixes
Voando alto e mergulhando no sucesso
Sumário
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Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaborador
Paulo Celestino - MTB 998/RN
Publicidade
Ligia Caetano
[email protected]
28
06
Notícias
16
Em Foco
18
Em Foco
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20
Segurança Alimentar
24
Pet Food Online
26
Pet Market
34
Entrevista
38
Caderno técnico1
46
Caderno técnico2
52
Caderno técnico3
Redação
Lucas Priori
[email protected]
Capa
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Aulus Carciofi
Claudio Mathias
Daniel Geraldes
Everton Krabbe
Flavia Saad
José Roberto Sartori
Vildes M. Scussel
Fontes Seção “Notícias”
Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor
Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,
Cepea/Esalq, Engormix, CBNA
Impressão
Intergraf Ind.Gráfica Ltda
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral
da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas
dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food,
Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas
e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias
Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos,
Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,
Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia,
Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação
Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de
Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de
Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas
Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores de
engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria,
gerentes. É enviada aos executivos e especificadores
destes segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus
autores e não necessariamente refletem as opiniões da
revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial
das matérias sem expressa autorização da Editora.
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O Guia Pet Food será lançado em breve com o cadastro de todas as empresas do setor:
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Food no Brasil.
Agronegócio é quase a metade
do PIB regional
Os três Estados da Região Sul já respondem por 18,5% do Produto Interno Bruto
(PIB) nacional. Conforme dados do IBGE, o Rio Grande do Sul possui o quarto PIB
brasileiro - atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -, o Paraná está em
quinto lugar e Santa Catarina em sétimo.
A posição no ranking nacional revela grande equilíbrio da economia nesses Estados.
O Sul vive intenso processo de industrialização, mas grande parte da economia regional
ainda depende dos negócios gerados no campo.
A produção da agricultura, da pecuária e das florestas quase não chega ao
consumidor como produto primário. Passa, antes, por um intenso processo de agregação
de valor pela indústria de transformação e da agroindústria, além de um bem estruturado
modelo de conversão de proteína vegetal em produtos de origem animal. Considerada
toda a cadeia gerada pelos produtos, o agronegócio representa quase 50% do PIB
regional.
Destaques. O Rio Grande do Sul detém 8,8% do PIB nacional e grande parte de sua economia é baseada na agricultura de grãos - soja, trigo,
arroz e milho -, na produção de fumo, na pecuária e na indústria de transformação de produtos do campo. O Estado se destaca em alimentos,
fibras têxteis naturais, madeira e couro. Na última safra, bateu recorde na colheita de grãos, com 24,4 milhões de toneladas. A soja atingiu o
maior volume individual, com 10 milhões de toneladas. A safra do arroz atingiu 8 milhões de toneladas - o Estado detém 63% da produção
nacional.
Outro destaque é o trigo: junto com o Paraná, o Estado produziu 86,4% do cereal no Brasil. O Rio Grande do Sul é também o principal
produtor de vinhos finos no País e a produção de fumo continua a ser uma atividade relevante no Estado e no País.
O Paraná responde por 6% da riqueza produzida no Brasil. Na safra 2009/10, o Estado reassumiu o primeiro lugar na produção agrícola
nacional, com 31,4 milhões de toneladas, ultrapassando Mato Grosso. Apenas a soja respondeu por 14 milhões de toneladas. O Estado manteve
a posição de maior produtor nacional de milho, com 12,6 milhões de toneladas. Lidera, ainda, na produção de feijão. A participação direta da
agricultura no PIB paranaense subiu de 15% em 2007 para 18,5% no ano passado.
O desempenho deve-se, sobretudo, à retomada na produção de soja e trigo e à expansão das áreas de cultivo da cana-de-açúcar. Na
temporada 2009/10, o Paraná perdeu a posição de segundo maior processador de cana do Centro-Sul para Minas Gerais, mas pode recuperar a
posição na safra atual, com previsão de moagem de 51 milhões de toneladas. A última safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas.
Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil. No ano passado, as duas principais empresas do setor no País, a
Sadia e a Perdigão, se juntaram, formando a BR Foods, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. As exportações de carne de frango
somaram 3,63 milhões de toneladas em 2009, com receita de US$ 5,8 bilhões. Este ano, reduzidos os efeitos da crise global, o setor voltou a
crescer, com aumento previsto de 5% no volume de exportação e de até 10% na receita.
Nos primeiros meses deste ano, o Estado absorveu 30% dos pintinhos alojados nos aviários para serem transformados em frangos, mas vem
sendo seguido de perto pelo Paraná, que ficou com outros 25%. A migração da atividade decorre da maior disponibilidade de soja e milho,
principais insumos da avicultura, em território paranaense.
Fonte: Valor Econômico
A Kemin disponibiliza produto inovador,
aprovado pela Comissão Européia, para
controle da enterite necrótica.
A Kemin, empresa global de soluções para alimentação e saúde humana e animal, disponibiliza para
o mercado brasileiro o CloSTAT™, probiótico diferenciado que contém uma cepa especial de Bacillus
subtilis PB6, isolada e selecionada pelos cientistas da Kemin.
CloSTAT™ possui ação específica contra Clostridium perfringens, o agente causador da enterite
necrótica em aves. De acordo com a World Poultry, mais de 80% da produção mundial de frangos é
desafiada pela contaminação com Clostridium perfringens.
Os resultados da enterite necrótica podem ser devastadores, no caso de infecção clínica.
Mas as maiores perdas econômicas está nos casos de infecção subclínica das aves, pois na maior
parte das vezes, faz-se um diagnóstico tardio.
Fazem parte dos sintomas subclínicos: perda de apetite, maior conversão alimentar, aumento da umidade na cama, diminuição do ganho de peso,
discreto aumento na mortalidade, resultando em quebra do lucro.
Pesquisas publicadas confirmam que o PB6, organismo presento no CloSTAT™:
• Auxilia a manter a população intestinal de bactérias benéficas.
• Diminui a população de Clostridium perfringens, causador da enterite
• Auxilia na conservação das vilosidades intestinais, o que aumenta a eficiência da absorção de nutrientes.
Pesquisas publicadas demonstram melhoria no desempenho zootécnico nas aves que receberam CloSTAT™ como ação preventiva à enterite necrótica.
Além disso, os benefícios incluem melhoria na qualidade da cama, diminuição nas condenações de carcaça, contribuição para o bem-estar geral dos animais
e aumento no retorno econômico.
Além de melhorar na manutenção da saúde intestinal, o CoSTAT™ é estável, resistente à temperatura de peletização, fácil de usar e compatível com uma
grande variedade de ácidos orgânicos e antibióticos e coccidiostáticos utilizados na produção animal.
Fonte: Kemin®
Treinamento sobre Cálculo de Incerteza
de Medição para Laboratórios
Análises químicas são, em geral, materiais ligados às mais diferentes áreas do conhecimento. Estas
atividades, atualmente, figuram entre as mais importantes dentro do segmento de alimentos para
animais de estimação, sendo, de suma importância, decisões tomadas em bases científicas sólidas e
confiáveis.
O cálculo da incerteza em ensaios também deve ser entendido como uma ferramenta para o
aprimoramento de sistemas de medição. Ao mapear as fontes de incerteza e identificar aquelas que
afetam o resultado da medição, o cálculo da incerteza de medição fornece condições para que os
Laboratórios possam melhorar seus métodos de ensaio.
Nos dias 13 e 14 de maio de 2010, foi realizado, na Avenida Paulista 1313 (Prédio da FIESP),
através de organização da ANFALPET o treinamento sobre Cálculo de Incerteza de Medição para
Laboratórios de Empresas Associadas à entidade e Laboratórios Credenciados ao Programa PIQ PET.
O treinamento foi ministrado pelo professor Celso Pinto Saraiva, Doutorando pelo DMO
(Departamento de Microondas e Óptica) da UNICAMP – Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais,
Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações.
O treinamento teve carga horária de 16 horas de aula e exercícios individuais e em grupo,
abordando alguns tópicos, tais como: Definições básicas em Metrologia, O Vocabulário Internacional
de Metrologia (VIM 2009- Portaria Inmetro 319), o Quadro geral de unidades de medida (SI-Resolução CONMETRO 12/88). Além de tópicos
de Estatística Básica, O Guia IPAC (Instituto Português de Acreditação – OGC007, de 01/2007) para a Quantificação de Incerteza em ensaios
Químicos e o próprio Cálculo de Incerteza de Medição, com aplicações da incerteza e principais origens; O Guia ABNT/ISO para determinação da
incerteza de medição (ISO - GUM) e outros documentos derivados.
Através destes treinamentos a ANFALPET busca sempre manter a Qualidade dos Laboratórios de Empresas Associadas ou Laboratórios
Credenciados ao Programa PIQ PET, buscar aproximações de seus associados e credenciados a técnicas mais avançadas de análises e componentes
incluídos em análise, como o Cálculo de Incerteza de Medição, importante ferramenta para diminuir possíveis erros no processo de medição.
Fonte: Anfal Pet
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Algomix fecha parceria com
frigorífico de peixes
Empresas brasileiras participantes do projeto Pet & Horse Brasil, parceria entre
a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil e
da Associação Nacional de Fabricantes de Alimentos e Produtos para Animais de
Estimação - Anfalpet, marcaram presença na Feira Interzoo 2010, um dos principais
eventos do segmento pet no mundo.
A feira, que ocorre a cada dois anos na cidade de Nuremberg na Alemanha,
foi realizada entre os dias 13 e 16 de maio. Durante este período, representantes
das empresas Guabi, Vetnil, Total Alimentos, Brasmed, Nutrire, Amicus, Hercosul
Alimentos, Brazilian Pet Food e Pet Society realizaram 538 contatos com potenciais
clientes da Alemanha, França, Inglaterra, Portugal, Suécia, Eslovênia, Lituânia,
Romênia, Rússia, México, Estados Unidos, Japão, Uruguai, Cingapura, África do Sul,
Angola, Grécia, Ucrânia, Bélgica, Venezuela, Filipinas, Holanda, China, Austrália, Irã,
Palestina, Kuwait, Malásia, Tailândia, República Tcheca, Polônia, Guatemala, Israel, Chipre, Turquia, Jordânia, Suíça.
Sendo uma das principais feiras do segmento, nesta edição de 2010, a Interzoo concentrou cerca de 1.500 expositores oriundos de mais de 50 países
em uma área de 90.000 m2. Durante a feira, as empresas brasileiras se apresentaram em um stand de 255m2 e realizaram negócios no montante de US$ 1,7
milhões e há expectativa de novos negócios no valor de US$ 5 milhões para os próximos doze meses.
Empresas brasileiras aproveitaram o evento para o lançamento de linhas de produtos no mercado internacional, abertura de novos distribuidores e contatos
com compradores internacionais. Os lançamentos incluiram os segmentos de medicamentos, cosméticos e alimentos. A Nutrire investiu na adequação das
embalagens e na mudança da formulação dos alimentos para cães e gatos. A Guabi lançou uma linha diferenciada de alimentos para cães que, segundo Robson
Fonseca, gerente de comércio exterior da empresa, “é ideal para o mercado europeu, visto que é um produto Premium, conservado naturalmente e sem adição
de corantes”. Durante a feira, a empresa estimulou seus distribuidores a realizarem pedidos, oferecendo brindes e até passagens para visitarem o Brasil.
As empresas Amicus e Pet Society investiram nas embalagens, traduzindo inclusive para o idioma alemão os rótulos e manuais de instrução dos
produtos. Leandro Malatesta, coordenador de negócios internacionais da empresa Pet Society destacou que “quando a empresa se preocupa em adaptar os
rótulos e embalagens para o idioma local, as possibilidades de negócios aumentam de forma significativa”.
A Hercosul Alimentos, assim como a Amicus, recentes parceiras do Programa Pet & Horse Brasil, posicionaram-se muito satisfeitas com o apoio
e oportunidade oferecidas pelo projeto em parceria com a Apex-Brasil. Sob outra ótica, Ana Paula Leite, coordenadora de comércio exterior da Vetnil
informou que esta feira revelou-se uma excelente oportunidade de abertura de novos compradores internacionais, além de propiciar o encontro com
importadores consolidados. O distribuidor da Vetnil em Portugal esteve presente na feira, auxiliando em novos contatos e aproveitando para discutir
estratégias de comercialização e registro de novos produtos para exportação.
Fonte: Anfal Pet
A Algomix fechou uma parceria com o frigorífico TILÁPIA PISCES, de Toledo (PR), para o
fornecimento de rações para os seus produtores de peixes para abate. Os produtores que produzem
peixes para o primeiro frigorífico de tilápias do Brasil , tem agora a oportunidade de adquirir uma das
melhores rações de peixes do mercado Brasileiro, através de um convênio assinado entre a Algomix e
a Pisces, todos os clientes e criadores de peixes da Pisces, poderão comprar os produtos da empresa
através de um sistema de integração, onde a Algomix é fornecedora das rações, garantindo assim aos
piscicultores a possibilidade de produzir peixes e pagar as rações ao final do lote, por outro lado a
Pisces, garantirá a compra da produção dos peixes. Chegou o que estava faltando aos piscicultores do
Oeste Paranaense, uma integração, onde toda a cadeia produtiva dos peixes pode confiar.
I SIMPET – Simpósio de Cães e Gatos
Nas últimas décadas ocorreu proporcionalmente ao aumento da população de cães e gatos
e ao estreitamento de sua relação com os seres humanos, um grande avanço quanto à nutrição
e alimentação destes. O conhecimento a respeito de suas necessidades nutricionais possibilitou o
crescimento do mercado de alimentos completos. Todavia, a expansão do mercado de alimentos para
cães e gatos não ocorre de maneira objetiva sem o devido dispêndio com pesquisa e divulgação.
A afetividade entre os animais de estimação e os seres humanos tem propiciado melhor
qualidade de vida em sociedade, além de auxiliar na recuperação de adversidades, como por
exemplo, em doenças crônicas e terminais, motivando o estado psicológico dos pacientes.
Dessa forma, torna-se indispensável proporcionar aos animais saúde e qualidade de vida,
aumentando a longevidade e garantindo o seu bem-estar. Nesse sentido, a alimentação é primordial nesse processo, pois uma nutrição balanceada pode
funcionar como importante medida de saúde preventiva.
O curso de Zootecnia da Unesp de Dracena tem a finalidade de informar e convidar Vossa Senhoria para o I SIMPET – Simpósio de Cães e Gatos, no
dia 21 de agosto de 2010. O evento acontecerá no Anfiteatro da Unesp-Dracena e o tema central do Simpósio será “Nutrição e Comportamento de Cães e
Gatos”, por meio do qual pretendemos trazer aos alunos, técnicos, criadores e população em geral informações atualizadas na área e promover assim uma
maior integração de nossa Unidade com a comunidade.
UNESP - Dracena
Profa. Dra. Valquíria Cação da Cruz
Presidente do I SIMPET
Fone: (18) 3821-8200
www.dracena.unesp.br
FAAO
Empresas brasileiras apresentam
excelente resultado na Interzoo 2010
II Congresso Internacional sobre Nutrição de Animais de Estimação
IX Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação
Nos dias 04 e 05 de Maio, no Auditório do IAC - Instituto Agronômico Campinas – Campinas (SP) foi realizado o IX Simpósio sobre Nutrição
de Animais de Estimação. O evento foi organizado pela CBNA, sob coordenação do Prof. Aulus Carciofi e contou também com diversos palestrantes
internacionais.
O congresso contou com a presença de mais 300 pessoas de toda cadeia produtiva da indústria Pet Food e teve como temas principais:
• Formulação e teores de energia: quando é pouco e quando é muito.
• Fibras na Nutrição de cães e gatos: tipos, qualidade e inclusão.
• Formulação e produção de alimentos úmidos.
• Saúde gastrointestinal de cães e gatos.
• Uso de co-produtos na alimentação de cães e gatos.
• Processamento de farinhas de origem animal e sua relação com a digestibilidade e palatabilidade do produto final
• Aditivos de processo e extrusão (ingredientes para aumento de produtividade e qualidade do extrusado).
• Importância do condicionador na produção de extrusados.
• Produção e extrusão de alimentos e snacks semiúmidos.
Os anais estão disponíveis na sede da CBNA.
O CBNA tem por objetivos, dentre outros, fomentar publicações, conferências, cursos de especialização, congressos científicos; orientar a opinião
pública e governo sobre questões técnicas relacionadas à nutrição animal; promover e melhorar a integração entre órgãos e instituições de ensino e pesquisa
com a Indústria e Produtores, manter relacionamento técnico profissional com Associações de objetivos similares; sugerir temas atuais e de interesse
imediatos para pesquisa.
Maiores informações:
Fone/fax: (19) 3232-7518 ou
e-mail [email protected]
Manzoni Industrial agregando valor com
a Consultoria de Eficiência Operacional
A Manzoni Industrial, empresa sediada em Campinas-SP, pensando diariamente em como melhorar o negócio de seus clientes, desenvolveu a
Consultoria de Eficiência Operacional. Uma metodologia de prestação de serviços através de consultoria técnica, focada na melhoria de performance e
eficiência da produção.
Com a tradição e o know-how de 45 anos em usinagem de precisão, a equipe técnica da Manzoni pode propor melhorias desde a aquisição de
máquinas e equipamentos até a reforma ou troca de partes do processo atual, sempre pensando no custo-benefício a ser gerado ao cliente. A consultoria
envolve a análise e estudo de todo o processo fabril: moagem, extrusão, transporte pneumático, secagem e resfriamento. Além das partes de máquinas,
como: matrizes, discos, porta-disco, facas, porta-facas, martelos, eixos de martelo e outros. Sempre analisando cada detalhe que possa fazer a diferença na
qualidade final do produto. A empresa também faz a seleção e treinamento das pessoas chaves a fazerem o processo ser executado eficientemente.
Ao final da consultoria é emitido um relatório com as conclusões sobre a avaliação do processo e junto com o cliente, o pessoal da Manzoni propõe as
etapas a serem implantadas de acordo com o planejamento estratégico do cliente.
Para maiores informações: [email protected] ou [email protected] .
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Custos maiores na aquicultura global
O preço da farinha de peixe, principal ração usada na criação de
salmões e camarões, atingiu seu maior patamar histórico, depois de
o terremoto que atingiu o Chile neste ano ter destruído fábricas de
processamento no país sul-americano, segundo maior exportador mundial
do produto.
O revés é agravado pela escassez de oferta que o segmento já enfrenta em
consequência dos reflexos do fenômeno climático El Niño, que prejudicam a
pesca no Peru, maior país exportador de farinha de peixe do mundo.
Esses problemas deverão chegar aos preços de pescados e outras carnes, já
que a ração, além de ser usada para alimentar o mercado multibilionário da
piscicultura, também é aproveitada na criação de suínos e frangos.
Os contratempos na produção de farinha de peixe chegam em meio
ao crescimento de mais de 10% na produção mundial da aquicultura,
puxada pelo forte expansão do segmento na China. De acordo com dados
da FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e
alimentação, a aquicultura responde atualmente por quase 40% do peixe
para consumo humano. Em 1980, a participação era de apenas 6,5%.
A indústria da ração transforma peixes como arenques, sardinhas e anchovas em alimento para o consumo animal. A FAO, cuja sede fica em Roma, na Itália,
estima que mais de 30% dos peixes pescados no mundo vêm sendo usados como ração ao longo dos últimos anos.
O valor referencial da farinha de peixe aumentou, na semana passada, para o recorde de US$ 1.937 por tonelada, quase 85% a mais do que há um ano,
impulsionado pela forte demanda aliada aos problemas de oferta. A valorização é uma drástica reviravolta, já que a crise econômica havia reduzido a demanda pelo
produto no início de 2008 e derrubado os preços para aproximadamente US$ 1 mil por tonelada no porto de Roterdã, na Holanda.
“A crise financeira mundial foi acompanhada por um importante declínio nos preços”, disse José Sarmiento Madueño, presidente da associação de produtores
peruanos de farinha de peixe. “No fim de 2008 e início de 2009, estávamos começando a nos recuperar. E, então, o terremoto empurrou os preços para (...) o maior
patamar na história”, afirmou ele ao “Financial Times”.
O segmento, receoso com o impacto do fenômeno El Niño, agora observa de perto a pesca no Peru. A corrente de Humboldt, de água fria e rica em nutrientes,
que passa pela costa do Peru, no Oceano Pacífico, cria um ambiente ideal para as anchovas. O El Niño, entretanto, aquece a água, reduzindo o volume de peixes.
“Um El Niño rigoroso pode provocar uma queda drástica nos números de anchovas”, afirmou Sarmiento Madueño. “O último foi em 1998, quando vimos uma
queda de 80% na população de peixes.”
O El Niño, contudo, está se dissipando, de acordo com as análises dos meteorologistas.
Como o principal centro de produção de farinha de peixe está na América Latina, distante dos centros de consumo na China e na Europa, a farinha de peixe é
uma das commodities mais negociadas internacionalmente.
A Associação Internacional de Óleo e Farinha de Peixe, órgão que representa os participantes do segmento, estima que cada tonelada de farinha de peixe viaja
uma média de 5 mil quilômetros para atingir o usuário final na indústria da aquicultura.
O aumento dos preços da farinha de peixe está colaborando para sustentar o mercado de farelo de soja, mesmo com a grande oferta global do grão, já que
alguns produtores podem recorrer a ambos como ração.
Fonte: Valor Econômico
Ração com aroma de ervas finas
Azeite de oliva e filezinho de frango devem agradar em cheio o paladar dos cães
O azeite de oliva é apreciado em vários países devido ao sabor, aroma e também pelos benefícios
proporcionados à saúde. As ervas finas também costumam frequentar as mesas de muitos restaurantes, e
agradam tanto o olfato quanto o paladar. E agora, todas essas vantagens também estão à disposição do
seu cachorro. É que a Total Alimentos desenvolveu o Max Chicken Fillet com Aroma de Ervas Finas.
Segundo o fabricante, o sabor inusitado é resultado de uma pesquisa de mercado que apontou a
“busca dos consumidores por produtos que não tenham o aspecto e cheiro de uma simples ração”. De
acordo com Wander Palomo, médico veterinário da Total Alimentos, a novidade traz “ingredientes e
propostas diferenciadas para que o dono também goste e se empolgue com o cheiro e a apresentação da
comida que vai oferecer ao seu animal”.
Padrão Premium, o alimento foi desenvolvido para cães adultos de todos os portes. Além das ervas
finas e do azeite de oliva, o produto conta ainda com pedacinhos de frango desidratados. Segundo a Total Alimentos a ração ajuda na digestão dos
alimentos, facilitando a absorção das proteínas e reduzindo a quantidade de fezes. Os ingredientes ainda atuam como antioxidantes, que combatem a ação
dos radicais livres e contribuem para aumentar a longevidade dos animais.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Análise de importação com LI substitutivo
Desde maio passado o setor de alimentação animal do SEFAG/SP não mais dará
prioridade na análise de processos de importação com LI substitutivo, cujo embarque do LI
substituído já tenha sido autorizado. Tal medida foi considerada necessária pelo setor, uma
vez que a demanda por análises de LI substitutivos cresceu excessivamente, prejudicando o
andamento dos demais processos.
Ofício SEFAG/AA/SP nº033/2010, de 26 de abril de 2010
Fonte: Anfal Pet
Renata Jorge Anaruma - Fiscal Federal Agropecuário
ICMS do Anhambi
A área jurídica das indústrias Anhambi Alimentos questionou e ganhou na Justiça o direito de mudar a forma como a Secretaria de Fazenda (Sefaz) havia
cobrado cerca de R$ 60 mil em ICMS da empresa, que atua no setor de processamento de carne de frango em Tangará da Serra e Sorriso. A decisão favorável à
indústria é do juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Roberto Teixeira Seror após Mandado de Segurança. Mas na sentença ainda cabe recurso ao Tribunal de Justiça
do Estado (TJ).
O advogado Enio Medeiros, da ERS Advocacia, diz que ao agir com lançamento direto do débito na conta corrente fiscal da empresa, a secretaria comete um
erro. Ele informa que a empresa não questiona eventual débito, mas a forma como ele é cobrado. “O correto seria autuar a empresa, oportunizar a defesa e não
fazer o lançamento direto na conta fiscal. Isso é contra os preceitos do Código Tributário Nacional, nos artigos 142 e 150”.
O procedimento descrito é realizado na instância administrativa da Sefaz, jun to ao Conselho de Contribuintes da secretaria. Ele reforça que a empresa não
pode ser simplesmente “taxada de não pagadora”.
Para explicar o impacto da decisão do governo, mesmo no caso de recurso, informa, o Tribunal de Justiça já reconheceu como ilegal o mecanismo de cobrança
do imposto. Ele relata que a atitude inscreve a empresa em regime tributário diferenciado. As empresas que recolhem ICMS têm uma conta corrente junto à Sefaz.
Quando o imposto é devido, então é lançado. Procurada, a assessoria da secretaria, relatou que a Sefaz ainda não havia sido notificada sobre a decisão e que,
portanto, não poderia se pronunciar.
A Gazeta
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Ração sustentável para gatos
Os interessados no bem-estar animal receberam com alegria a notícia dada pelo The Guardian, em abril
passado. Segundo a publicação, a Mars Petcare, empresa dona de marcas como a Pedigree e Whiskas, se prepara
para lançar ainda em 2010 a primeira ração sustentável para gatos. A fabricante passará a vender alimentos
certificados pela Marine Stewardship Council, órgão que fiscaliza a pesca sustentável, ou seja, evita os maus
tratos com os peixes envolvidos no processo e repõe na natureza os bichos utilizados.
Em entrevista à publicação, Mark Johnson, gerente da Mars Petcare no Reino Unido, declarou que a idéia
surgiu depois que o fabricante percebeu o quanto as pessoas têm se preocupado com a sustentabilidade do
planeta. “O documentário O fim da linha (que trata da pesca indiscriminada) teve um grande impacto”.
Segundo Mark, a mudança veio em resposta ao crescimento na exigência pela utilização dos peixes nos
alimentos de forma sustentável. Recentemente, a Mars deixou de utilizar espécies de peixes ameaçadas de
extinção entre os ingredientes de seus produtos e foi também a primeira produtora de alimentos para pets a assinar um tratado da WWF sobre a utilização
de frutos do mar.
Espera-se que até o Natal a Whiskas disponibilize para seus clientes europeus a versão sustentável de suas rações, um verdadeiro avanço para os
ingleses. Vale lembrar que eles são considerados um dos mais exigentes e preocupados com o bem-estar animal do mundo. Agora resta esperar para ver
quando o produto “verde” chegará ao Brasil.
Fonte: Petmag
Tortuga expande linha de produtos para pets
A Tortuga inaugurou uma nova fase em seus negócios, a empresa passará a atuar também no segmento de nutrição para animais de companhia (pets).
Com um investimento total de R$ 13,5 milhões, o grupo passará a produzir e comercializar um complexo de vitaminas para cães e gatos, fornecido aos
animais como um complemento alimentar.
Desse valor, R$ 12 milhões são referentes à aquisição da linha saúde animal da Minerthal , adquirida no ano passado e que será a base para os produtos
para nutrição dos animais de companhia. Os demais R$ 1,5 milhão serão investidos na linha de produtos em si, sob a bandeira da marca Vitamici.
“Já tínhamos uma linha farmacêutica e veterinária para pets e considerávamos o mercado de nutrição mais difícil por ter características diferentes dos
animais de produção. Mas vimos uma oportunidade e ela vai complementar nossa estratégia de negócio como um todo”, disse Max Fabiani, presidente da
Tortuga.
E a estratégia da empresa não é atuar no segmento de rações, mercado que nos últimos anos vem passando por uma queda nos preços com o aumento
do número de concorrentes. O foco será os produtos com maior valor agregado, tendo como foco principal as regiões Sul e Sudeste do país.
A entrada no mercado de nutrição para animais de companhia vai reforçar sua atuação neste segmento. No caso dos animais de produção, a empresa
já domina 45% do mercado. A empresa produziu 460 mil toneladas, volume que representou um crescimento de 10%. Para este ano, a empresa projeta um
novo crescimento, da ordem de 15%.
No caso dos suplementos para os animais de companhia, Fabiani não fala nos volumes a serem produzidos, nem as projeções de inserção para o
mercado. “Temos pouca experiência neste segmento, mas vamos usar o conhecimento que temos nos minerais orgânicos para os animais de produção para
este novo mercado”, afirma Fabiani.
Alimentação natural para gatos exigentes
Quem tem gatos bem sabe o quão exigentes eles são quando o assunto é alimentação. A ração
precisa ser atraente tanto para o paladar quanto para o olfato do bichinho, e para justamente atender
pets cada vez mais exigentes, a Guabi, fabricante de alimentos para animais de estimação, desenvolveu
uma linha de produtos naturais, além da já conhecida Sabor & Vida.
A linha Guabi Natural disponibiliza alimentos com conservantes não industrializados, como o
extrato de alecrim, além de vitamina E e ácido cítrico. Os ingredientes utilizados na fórmula também
são nobres e bem selecionados, como carne e fígado fresco de frango, excelentes fontes de proteína.
E para dar energia para aos animais mais agitados, a linha dispõe de carboidratos integrais como
o arroz em sua fórmula. Componentes importantes como o Beta Caroteno, vitamina C e Taurina
também compõem os produtos. E para prevenir problemas cardíacos, a linha oferece alimentos com óleo de linhaça e canola - fontes de ômega 3 e 6, que
também promovem uma pelagem mais saudável e brilhante.
Lembrando que a já conhecida linha Sabor & Vida também contêm os mesmos alimentos selecionados que garantem a saúde dos felinos. Ela
disponibiliza, inclusive, alimentos na versão Light, para animais com estilo de vida mais sedentário ou aqueles que tenham tendência para engordar, como
os gatos e gatas castrados. Possui menor teor de energia, comparada à versão para gatos adultos.
Fonte: Assessoria de Imprensa
14
15
Union Pack completa 15 anos com muita
determinação
No dia 14 de junho, a empresa completou 15 anos de atividades no setor da indústria de plásticos. A Union Pack nasceu com o objetivo de produzir
embalagens diferenciadas para pet food, em comparação ao que já existia no mercado brasileiro da época.
O compromisso com a qualidade e respeito ao meio-ambiente são prioridades da empresa.
A planta industrial da empresa está localizada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde também fica a área administrativa, a Union Pack produz
sacos e filmes laminados e impressos em até 8 cores, através do processo de flexografia, além de sacos tipo stand-up pouch, com ou sem a aplicação de
zíper vedável.
Com uma produção de cerca de 500 toneladas mensais de embalagens, a empresa conta com 100 colaboradores capacitados, trabalhando, nos
seguintes setores: extrusão, impressão, laminação e acabamento. Possui uma equipe de suporte nas áreas de manutenção, expedição, almoxarifado e casa
de tintas e tem um moderno laboratório próprio, onde são efetuadas verificações e análises diárias para o controle da qualidade de seus produtos.
V Curso Teórico-Prático sobre
Nutrição de Cães e Gatos
“Uma Visão Industrial”
Em sua 5ª edição, o Curso Teórico-Prático sobre Nutrição de Cães e Gatos vem mantendo o seu foco na indústria, visando sempre a divulgação de
informações de qualidade, tanto técnica como de mercado, do setor de alimentação para animais de estimação.
O V Curso Teórico-Prático sobre Nutrição de Cães e Gatos ocorrerá na FCAV/UNESP, campus de Jaboticabal, nos dias 23 e 24 de outubro (Teórico) e 05 e
07 de novembro (Prático) do ano corrente.
Este será promovido pelo Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, sob a coordenação do Prof. Dr. Aulus Cavalieri Carciofi.
Objetivos do Curso:
Com enfoque em transmissão de informações básicas, o Curso não objetiva o público mais especializado e já melhor formado, mas sim estudantes e
iniciantes na área, com os seguintes objetivos:
a) Fundamentar conceitos de nutrição básica e do processo produtivo de alimentos para cães e gatos;
b) Informar o médico veterinário e zootecnista quanto ao comportamento do mercado de alimentos para cães e gatos;
c) Conceituar e apresentar os avanços científicos em nutrição e produção de alimentos para cães e gatos.
Público alvo:
• Médicos Veterinários e Zootecnistas: estudantes de graduação e pós-graduação;
• Profissionais ligados às empresas privadas relacionadas a nutrição e alimentação de cães e gatos
Maiores Informações:
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n CEP 14884-900 - Jaboticabal - SP – Brasil
tel (16)3209-2630 - fax (16)3203-1226 - e-mail: [email protected] - www.fcav.unesp.br
16
Em Foco 1
17
Por : Saul Jorge Zeuckner
Bacharel em agronegócios e Diretor Comercial –Algomix
Vendas
Para termos sucesso em vendas, necessitamos de
inúmeros fatores, entre eles: produto de qualidade,
atendimento, logística adequada, pós venda, prospecção,
inovação, mídia e principalmente Mercado, ou seja, tem
que haver alguém interessado em comprar meu produto.
Partindo do princípio de que temos uma demanda, temos
que “sedimentar” nosso mercado para poder atender de
maneira satisfatória, saber quem é nosso cliente, o que
compra, como compra, como gosta de pagar, quais os
atributos que ele valoriza em um produto ou serviço,
enfim , fazer um bom levantamento do mercado alvo que
queremos atingir.
A Classe Média Brasileira, conhecida como classe C,
representa 52% da população e tem renda familiar entre
quatro e dez salários mínimos. Se juntarmos as classes D e
E, teremos um mercado de aproximadamente 750 Bilhões
de reais somente neste ano e ao contrário do que muita
gente pensa, essas classes buscam produtos de qualidade
também e a cada dia estão tendo mais recursos e a procura
por produtos de qualidade cresce na mesma proporção.
Na classe A e B, temos 22% das famílias chefiadas
por mulheres e nas classes C, D e E, as mulheres
Sugestão: Faça uma pesquisa por escrito, com perguntas que possam
ajudar a identificar falhas em sua loja/comercio. Para estimular as
pessoas a completarem o pequeno questionário, coloque uma urna e um
bom brinde a ser sorteado ao final de um determinado período, através
de sorteio das pessoas que participarem da pesquisa.
representam mais de 30%, portanto temos que focar
mais a mulher, pois é ela que está tomando as decisões
de compra, necessita de alimentos semi-prontos, por
exemplo, porque o tempo dela está a cada dia mais curto,
com menos possibilidade para fazer tarefas domésticas.
• Tenhamos um estudo detalhado de quem é nosso cliente
• Quem eu quero atender com meu produto?
• O que vendo é o que meu cliente quer comprar, ou , é o
que ele precisa? (porque as vezes os clientes não sabem
o que precisam).
• Minha loja, meu ponto de venda, está organizado; é
atraente aos olhos de meus clientes; é aconchegante;
tenho uma boa loja; tenho bons produtos; meus
funcionários sabem vender; fiz treinamentos para meus
balconistas; minha equipe é competente; remunero meus
colaboradores de forma digna para que eles trabalhem
com prazer, pesquiso meus clientes para saber como está
meu negócio; tenho novidades (inovação)?
Pergunte. Questione seus clientes. Procure verificar
qual é a opinião deles sobre seu negócio. Faça anotações,
somente assim você poderá melhorar seu atendimento e
fidelizar seus clientes.
Saul Jorge Zeuckner
Diretor Comercial –Algomix
18
Em Foco 2
19
Por Juliane Gaiotto,
Da Aquativ do Brasil é mestre em produção animal especialista em
nutrição de peixes e camarões
Hidrolisados funcionais: um
concentrado de desempenho
A aquacultura é o setor agropecuário de maior
estes compostos, basicamente constituídos de peptídeos,
crescimento no mundo, com aproximadamente 8% ao ano
aminoácidos e nucleotídeos ativos. Também demonstraram
nos últimos 20 anos (fonte: FAO, 2010) e sua contribuição
em nossos centros de testes que estes compostos ativos
com a disponibilidade de pescado como alimento à
são fundamentais para a atividade fisiológica de peixes e
humanidade alcançou praticamente 50%. No Brasil, a
camarões, refletindo no desempenho produtivo dos animais.
atuação da aquacultura também é crescente, com estimativas
de crescimento de 12% para 2010 (fonte: Sindirações, 2010).
destes compostos de baixo peso molecular exige a presença
A AQUATIV demonstrou que a atividade biológica
e
de matéria-prima fresca de alta qualidade e de um processo
fabricantes de alimentos para aquacultura enfrentam
suave que evite a desnaturação protéica. O bioprocesso
atualmente numerosos desafios, como a constante evolução
de hidrólise AQUATIV proporciona um alto nível destes
Acompanhando
este
crescimento,
produtores
dos aspectos regulatórios, o surgimento de restrições
compostos de baixo peso molecular preservando sua
ambientais e a redução global de matérias-primas essenciais,
atividade biológica: os “Nutrientes Ativos NaturaisTM”
tornando cada vez mais difícil combinar alta produtividade
(NAN).
com práticas sustentáveis. Neste contexto, na última década
muito tem se discutido sobre a substituição da farinha de
atratividade para os animais, além de promover benefícios
peixe por fontes alternativas de proteína animal e/ou vegetal.
funcionais e nutricionais, permitindo a otimização dos
custos de formulação e a substituição da farinha de peixe.
Vários estudos demonstraram que o ganho de
desempenho
através
da
nutrição
clássica,
contendo
Naturalmente palatáveis, os NANTM apresentam alta
Os Hidrolisados AQUATIV são promotores naturais
farinha de peixe, dificilmente pode ser alcançado com
de crescimento que melhoram a ingestão de alimentos e
dietas contendo exatamente o mesmo valor nutricional
aceleram o crescimento, reduzindo o tempo de cultivo e os
(proteínas, aminoácidos, gordura), porém sem a farinha de
custos de produção.
peixe. A diferença pode ser explicada devido à presença de
componentes biologicamente ativos de baixo peso molecular
ao grupo internacional Diana Ingredients, é desenvolver
Assim, a missão da AQUATIV, empresa pertencente
presentes na farinha de peixe, que impulsionam o crescimento
hidrolisados funcionais naturais que auxiliem produtores de
do animal. Contudo, devido ao tratamento térmico no qual
peixes e camarões e fabricantes de alimentos a superar os
matéria-prima é submetida durante o processo de produção
desafios produtivos.
da farinha, as quantidades destes compostos ativos passam a
ser muito baixa.
Pesquisadores da AQUATIV isolaram e concentraram
SINDIRAÇÕES. Sindicato Nacional da Indústria de
Alimentação Animal. Maio, 2010. 6p.
FAO. Food and Agriculture Organization. Disponível em:
<www.fao.org>.Acesso em: 17 de jan de 2010.
20
Segurança Alimentar
21
Profa. Vildes M Scussel Ph.D. e Md.Vet. Karina Koerich de Souza, Doutoranda Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO,
Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil
6.3 A limentos
passíveis de contaminação
Os alimentos que podem apresentar contaminação
por Ergot são: grãos de centeio, cevada, sorgo, trigo,
milheto (utilizado como complemento de rações - Figura
2) e azevém, além de rações e farinhas produzidas com
esses grãos. A gra mínea Festuca sp, cultivada na
Europa e América para pastagem e fenos permanentes,
quando
contaminada
pelo
fungo
Neotyphodium
coenophialum, também produtor de alcalóides do
Ergot, pode induzir efeitos da intoxicação, assim como
o Paspalum distichum.
Figura 2 Milheto utilizado na alimentação de animais podendo
Figura 1 Estrutura química dos alcalóides de tripeptídeos cíclicos
ser contaminado por toxinas do Ergot (Fayer-Hosken, et al, 2008)
e dihidroergosina
6.4 E rgotismo
6.2 F ungos
parte 6
E rgot
Casos de ergotismo em humanos são bastante
Várias espécies de fungos do gênero Claviceps
raros, já que os escleródios são eliminados no processo
infectam parasitariamente uma diversidade de cereais,
de seleção dos grãos para produção das farinhas nos
Micotoxinas versus Rações à Base de
Cereais e Leguminosas
produtores do
em animais
forragens e outros grãos ao redor do mundo. Várias
moinhos. Portanto, somente níveis muito baixos de
espécies deste gênero (C. fusiformis, C. gigantea e C
alcalóides do Ergot podem ser ainda detectados.
paspali, Sphacelia sorghi), principalmente a C.purpurea,
Além disso, são relativamente termolábeis, podendo
são produtoras das ergotoxinas.
ser destruídos no processo de panificação. Com as
modernas técnicas de limpeza de grãos, o problema
O fungo infecta o germe de grãos ainda na planta
e após 2 semanas o tecido esporulante formado é
do ergotismo foi praticamente eliminado da cadeia
substituído por um, mais compacto, que aumenta o
alimentar humana.
tamanho do grão, modifica sua cor tornando-o mais
escuro (marrom ou preto) – o esclerócio - ou Ergot body.
Dentre os animais suscetíveis de intoxicação, estão os
Porém, ainda é uma ameaça sob o aspecto veterinário.
Este esclerócio maduro contém os alcalóides que ficam
de produção: gado, ovelhas, porcos e aves. Para animais
na sua camada mais externa (em vacúolos lipídicos)
de companhia poucos estudos têm sido publicados,
sendo que sua composição e concentração varia com a
contudo os cavalos e cães já tiveram casos relatados.
espécie de Claviceps.
O envenenamento em animais geralmente resulta da
os principais: ergometrina/ergometrinina; ergotamina
ingestão de ração ou pasto infectado com o esclerócio.
/ergotamininaergosina/ergosinina
ergocristina
formado pelo fungo. Ergots são visíveis a olho nú e
O ergotismo apresenta duas formas clássicas: a (a)
uma série de compostos divididos em três Grupos:
/e r g o c r i s t i n i n a /e r g o c r i p t i n a /e r g o c r i p t i n i n a /
são parecidos com fezes de rato quando comparados a
gangrenosa e a (b) convulsiva. A forma gangrenosa
alcalóides da Ergometrina, Ergotamina e Ergotoxina.
ergocornina/ergocorninina dos Grupos 1, 2 e 3,
grãos sadios. Podem atingir até 2,5 cm de comprimento
afeta o suprimento de sangue para as extremidades
Já foram isolados cerca de 40 alcalóides naturais sendo
respectivamente (Figura 1).
dependendo do tipo de grão infectado.
do corpo, enquanto que a convulsiva age diretamente
6.1 Toxinas
do
E rgot
As toxinas do Ergot são alcalóides e compreendem
e
Ergot: é a denominação comum desse esclerócio
22
Segurança Alimentar
23
sobre o sistema nervoso central. Os sintomas clínicos
pelas vias fecal e urinária. Não está claro qual alcalóide
do ergotismo se manifestam nos animais sob forma de
é responsável por qual efeito em cavalos, mas o ácido
gangrena, aborto, convulsões, supressão da lactação,
lisérgico é um dos principais envolvidos (Fayer-
hipersensibilidade e ataxia (Figura 3). Os animais
Hosken, et al, 2008). Intoxicações já foram detectados
ficam letárgicos com andar cambaleante, com hiper-
em lotes de rações para cavalos e gado contaminadas no
salivação e febre, redução da produção de leite e
Rio Grande do Sul.
gestação prolongada. Desenvolvem gangrena seca
dos cascos, patas, cauda e orelhas, podendo levar ao
desprendimento dos cascos/patas/cauda.
Cães apresentam sintomas diferentes. Eles giram
em torno e mordem/mastigam pedras, algumas vezes
até quebrar seus dentes.
Efeitos agudos: intolerância ao calor caracterizada
por uma hipertermia intensa (40- 42oC) alem de
gangrena, vaso constrição com necrose, convulsão,
confusão
mental,
alucinações.
Outros
sintomas:
anorexia, diarréia, descarga nasal clara, aumento da
freqüência respiratória, salivação excessiva, polipidisia.
Os sinais acentuam-se com esforço físico.
Figura 4 Ação dos alcalóides do Ergot no trato digestivo de cavalo
que consumiu alimentados contaminados com Ergot (Claviceps
purpurea) (Fayer-Hosken, et al, 2008)
6.6 Como Prevenir e / ou Evitar a
Contaminação por Toxinas do Ergot?
Para evitar a intoxicação em cavalos e pequenos
animais deve-se selecionar a matéria prima (centeio,
cevada, trigo, sorgo, azevem) a ser utilizada no preparo
da ração/alimento; limpar o ambiente e trocar as
forragens periodicamente, alimentar os animais com
pastagens sadias – no caso de eqüinos (evitando assim,
tanto as micoses de contato quanto a micotoxicose nos
animais).
Figura 3 Pata de animal intoxicado por Ergot - gangrena - com
desprendimento do casco (Scussel, 2002).
Dando continuidade à Coluna: SEGURANÇA NA
QUALIDADE DE RAÇÕES PARA PETS, no próximo
número da Revista Pet Food Brasil, iremos abordar as
6.5 Cavalos
Dos efeitos causados pelos alcalóides do Ergot em
toxinas do arroz e suas implicações com sua presença
nos alimentos para animais de estimacao.
cavalos, são destacadas as perdas econômicas nos EUA
em virtude destas toxinas. As manifestações clínicas
sobre as éguas são alterações e morte dos embriões
seguido de abortos, gestação prolongada, placenta
Profa. Vildes M Scussel, Karina Koerich de Souza e Juliana
Pulz Doiche
retida, aumento de natimortos. Em cavalos machos,
ocorre diminuição do nível de ejaculação.
Dos alcalóides ingeridos por cavalos em pastagens
contaminadas, 50% é excretada exclusivamente pela
via fecal, enquanto que o ácido lisérgico é excretado
Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes
Alimentares - LABMICO,
Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de
Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, SC – Brasil
24
Petfood Online
25
Claudio Mathias
Andritz Feed & Biofuel
Divisão de Extrusão
[email protected]
[email protected]
PROTEÍNAS NO PROCESSO
DE EXTRUSÃO
Continuação
Proteínas Vegetais geralmente têm as seguintes
características:
- Índice de alta solubilidade de nitrogênio (ISN), ou
índice de dispersibilidade de alta proteína (PDI);
- Excelente absorção de água e características de
ligação;
- Algumas limitações no perfil de aminoácidos,
que podem exigir a suplementação específica de
aminoácidos essenciais;
- Baixo custo;
- Ingredientes protéicos também podem conter níveis
significativos de gordura que são uma boa fonte de
energia;
As excelentes propriedades funcionais de proteínas
vegetais ou produtos hortícolas requerem o aumento de
umidade na extrusão com o aumento destas proteínas
nas formulações.
Geralmente, as proteínas animais não contribuem
estruturalmente para o processo de extrusão por não
expandir ou combinar com outros ingredientes da
mesma maneira como fazem os amidos ou proteínas
vegetais. Isto é principalmente devido ao alto grau de
processamento térmico que receberam em preparálos como matérias-primas adequadas e com isso sua
funcionalidade no processo é baixa. Nos últimos
anos, as inovações no processamento de matériasprimas produziram proteínas com um alto índice
solubilidade tornando-os úteis como ingredientes e
com características funcionais específicas desejadas. Farinha de sangue, por exemplo, é atualmente
produzida na maioria das vezes em sistemas de spray
dryer em vez de ser processado em um secador de anel
para preservar a solubilidade das proteínas. Fontes de
proteínas animais incluem os de origem marinha. As
fontes mais comuns de proteína animal são: farinha de
peixe, farinha de cordeiro, farinha de pena, farinha de
visceras, farinha de carne e osso, farinha de sangue, e
etc. Eles têm as seguintes características:
- Baixa funcionalidade, redução na absorção de água e
características de ligação;
- Geralmente proteínas vegetais se apresentam com
melhores índices de funcionalidade;
- O perfil de ácidos aminados é bom;
- A qualidade da proteína é melhor quando o tratamento
térmico é feito com temperaturas um pouco mais baixas
no processamento das mesmas;
- Spray dryer e fontes frescas mantém a funcionalidade
e boa qualidade de ligação / expansão;
Muitas proteínas animais e subprodutos animais
são utilizados em seu estado natural “estado fresco”
ou em forma úmida preservada. Pedaços de carne (CMS, carne mecanicamente
separada) que não são normalmente utilizados para alimentação humana tais
como, o baço, vísceras e pulmão, são muitas vezes incorporadas nas formulações
para processo de extrusão e através de bombeamento contínuo é adicionado no
precondicionador antes da extrusão. Sua taxa de inclusão nas formulações de
alimentos para animais de estimação é limitada por suas contribuições à umidade.
Níveis de 20 a 40% são comuns e são limitados pela quantidade de água que eles
trazem para o processo.
Há uma abundância de resíduos resultantes do processamento de animais e
plantas, de processamento de peixes e aves e carcaças de peixe de operações de
produtores. Estes resíduos são cada vez mais difíceis de eliminar em suficiências
da terra e das instalações de compostagem. Economia favorável combinado
com os regulamentos locais, estaduais e federais vai aumentar o uso desses
ingredientes em formulações de extrusão. Como exemplo, imaginamos que cerca
de 1, 25 toneladas de animais mortos seriam geradas ao longo de um período de
dois meses a partir de um rebanho típico de 25.000 frangos (pressupondo-se uma
mortalidade de 0,1% ao dia).
Uma forma alternativa viável a utilização do processamento de resíduos e
eliminação de animais mortos é converter estes resíduos, por meio de extrusão,
em uma alimentação completa útil. Estes materiais podem ser utilizados como
ingrediente de alimentos, diluíndo-os com farelo de soja, trigo, ou de outros
grãos de cereais de baixo custo e, em seguida, processá-los na extrusora para
moldar a receita, para a secagem e realizar a pasteurização. No entanto, várias
etapas de processamento são eliminadas através da injecção de resíduos úmidos
cru diretamente em um sistema de extrusão durante o processamento de uma
dieta completa.
Para utilizar o processamento de resíduos em estado bruto úmido e
subprodutos, as etapas de processamento são tomadas as seguintes:
Os subprodutos úmidos crus são inicialmente processados através de um
moedor de carne contendo três milímetros aberturas da matriz. Esta etapa reduz
o tamanho da partícula para uma distribuição mais uniforme e reduz os ossos e
outras partículas mais difíceis para um tamanho menor.
Após a trituração, o produto é frequentemente aquecido através de vapor nas
camisas a aproximadamente 60°C. Esta temperatura serve a três propósitos. Em
primeiro lugar, a uma temperatura constante os produtos são atingidos para que
todos os resíduos sejam aquecidos a fim de que não haja variações de temperatura.
Em segundo lugar, qualquer salmonela ou outros microorganismos que podem
crescer no produto são eliminados, se realizada a 60°C de temperatura, pois as
proteínas começam a desnaturar por isso é aconselhável não ultrapassar esta
temperatura. Uma terceira razão possível para aquecer a esta temperatura é
parcialmente para processar as gorduras e reduzir a viscosidade de um resíduo
bruto tornando a transferênica por bombas mais fácil. Geralmente, estes resíduos
contêm 60 - 85% de umidade e diferentes níveis de proteína, gordura e fibra.
Redução da viscosidade também é conseguida através da ação de enzimas naturais
encontrados nas vísceras ou a adição de protéases disponíveis comercialmente.
Continuaremos a falar sobre proteínas no processo de extrusão na próxima
edição.
26
Pet Market
27
Limma Júnior
Diretor da Nutridani Alimentos
O PDV, meu melhor amigo
Logo quando comecei a trabalhar na Nutridani
o PDV. No nosso caso, seriam as casas agropecuárias, pet
Alimentos, pensei em várias formas de divulgar os produtos
shops e supermercados. Esses locais influenciam na escolha
da empresa. Novo no lugar e vindo do jornalismo, e nesta
de um produto. Pesquisas mostram que cerca de 70% das
área o repórter, de certa forma, precisa fazer o marketing
decisões de compras acontecem no ponto de venda. Ou seja,
da sua matéria nas frases que escreve para que o leitor
deixamos de atingir o local mais importante.
leia o texto até o final, imaginei formas mirabolantes de
propaganda. Muitas delas vieram e se foram. Algumas
Procuramos mostrar nossa marca nos pontos de venda.
Atualmente, a Nutridani trabalha de forma diferenciada.
foram discutidas e aprovadas pela diretoria e muitas outras
Banner, faixas, adesivos são os principais investimentos.
engavetadas. Dessa forma, sentia-me ainda mais útil.
A empresa começou com um jingle. Uma melodia que
espaço de divulgação para alguns produtos. O cigarro é um
gruda. Logo em seguida com algumas peças para TV. Tudo
deles. Proibidos de fazer propaganda em qualquer mídia,
isso apenas no papel. Depois, unimos os dois e tínhamos um
seja TV, rádio ou outros, desde 2000, fabricantes partiram
material interessante para divulgação em nível estadual.
para os pontos de venda. O consumo desses produtos
Tudo pronto. Mas no momento de apertar o play, tivemos
mantém-se em alta, mesmo com aquelas fotos assustadoras
que recuar. O investimento era alto e surgiu, de uma hora
na parte de trás das carteiras. para outra, um problema interno de fácil solução, mas que
demandou parte da verba destinada ao projeto televisivo.
que a comunicação com o cliente no ponto de venda seja
limpa, sem ruídos. Ou seja, em alguns casos, há um exagero
Passamos algum tempo com os projetos de publicidade
O PDV é tão importante que acabou se tornando o único
O lojista por sua vez também precisa contribuir para
de molho. Um pouco mais maduro, sabia que o investimento
de propaganda nas lojas. É um banner em cima do outro.
precisava ser certeiro. Estudamos mais um pouco e optamos
São faixas que servem não apenas para divulgar, mas
por algo mais barato. Fizemos o lançamento de um produto
também para tapar algum buraco na parede. Cansei de ver
em todo o estado de Santa Catarina. Reaproveitamos o
situações como essas em várias lojas.
jingle e o lançamos em rádios que abrangiam as cidades
que considerávamos estratégicas para o nosso produto.
porte para fazer uma pesquisa de mercado, e me deparei
Certa vez, entrei em um estabelecimento de pequeno
Ao mesmo tempo, colocamos diversos outdoors em vários
com uma cena nada comum: na parede esquerda da loja
municípios, afim de fixar ainda mais a marca do produto.
havia uma faixa muito bonita de uma ração que, na época,
A união das duas forças: o visual e o auditivo deram
era lançamento, mas servia também para tapar o buraco
grandes resultados. Nossos parceiros aplaudiram. Tudo
que havia ficado do antigo ar-condicionado. ficou bem organizado. Fizemos barulho e o resultado
também se refletiu em aumento de vendas de outras marcas
para estas situações. Isto porque um local muito carregado
O proprietário do estabelecimento precisa estar atento
da empresa. Contudo, esquecemos de um detalhe: não
e mal arrumado espanta os clientes e aí ao invés de trazer
investimos um centavo em pontos de venda.
benefícios, todo o material de propaganda funciona como
A empresa deixou de lado o principal campo de divulgação:
um entrave às vendas.
Capa
28
29
Por Fernanda Radtke
O mercado de Pet Food para aves e peixes vem crescendo e 2010
promete ser um ano de mudanças e boas perspectivas
Voando alto e
mergulhando no sucesso
Ainda que peixes e aves não sejam os animais de
de um produto é decisiva em 60% das vendas em um PDV”,
estimação mais cobiçados, sua relevância para o mercado de
revela o diretor da Maramarpet, Fernando Quinto, que
Pet Food hoje é inegável. Estudos da Anfalpet (Associação
explica ainda que as lojas especializadas em aquarismo
Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de
têm mais responsabilidade no processo de crescimento do
Estimação) apontam que no Brasil são criados cerca de 17,5
hobby, vendendo informação atrelada ao produto, o que
milhões de aves e 8,5 milhões de peixes. A busca por afeto,
nem sempre ocorre nos Pet Shops.
alívio do stress, hobby e beleza estética são algumas das
razões que levam pessoas a optarem por esses animais e não
de alimentos. Fatores básicos como a temperatura da água
O segmento de equipamentos impacta diretamente o
economizarem para manter a saúde e qualidade de vida dos
interferem no metabolismo do peixe e, consequentemente,
seus companheiros.
toda a sua biologia. O fato de o aquarismo ser um hobby
No caso dos peixes, a exigência dos criadores somada
mais dispendioso que outros, faz com que, muitas vezes,
a algumas características próprias do segmento exige dos
iniciantes optem por equipamentos de menor qualidade que
produtores de alimento visão ampla sobre toda a cadeia. Por
acabam não satisfazendo suas necessidades, levando-os a
isso, a Tetra Import distribui anualmente 500.000 livretos
desistirem de se tornarem aquaristas. “Não podemos nos
com orientações sobre manutenção de aquários e peixes.
dar ao luxo de apenas vendermos nossos produtos. Temos
“Muitos profissionais do aquarismo pensam apenas em
que vender uma filosofia de aquarismo saudável”, defende
vender seus produtos, mas eles se esquecem de que peixe
Sérgio Gomes.
morto não come e não consome produto algum”, defende
Em um ramo em que a dependência entre os segmentos
Sérgio Gomes, gerente de Desenvolvimento de Negócios
é tão sensível, como o aquarismo, o impacto da crise
para a América Latina da empresa, que vem crescendo no
econômica mundial foi mais forte que em alguns setores
Brasil, em média, 20% ao ano.
da economia, ainda que o Brasil tenha sido menos afetado
Incentivar novos consumidores a se tornarem aquaristas
que outros países. A Tetra Import, por exemplo, vendeu
que eventualmente passem a adquirir equipamentos e
abaixo das expectativas em 2009, ainda que 9% a mais que
produtos melhores para seus peixes é uma estratégia em
no ano anterior. Voltou a crescer no pós-crise, mas sentiu
longo prazo e a contrapartida é a qualidade. “Hoje, muitas
que alguns dos seus distribuidores passaram a buscar
empresas importam produtos de baixíssima qualidade,
produtos mais baratos. Para o mercado de alimentos para
vendendo a preços muito baixos. O lojista, vendendo mais
aves, o impacto parece ter sido menor. Já a concorrência
barato, não consegue vender mais a ponto de ganhar o
para os dois segmentos tem aumentado e sente mais quem
que ganharia com produtos de maior valor agregado. Os
é líder de mercado. “A demanda tem aumentando bastante,
consumidores perdem porque, com produtos ruins, matam
mas está havendo uma entrada significativa de pequenas e
seus peixes e desistem do hobby. Todos perdem porque
grandes empresas, maior do que o crescimento do mercado
a quantidade de dinheiro que gira no mercado é menor”,
pode absorver. Isso fará com que muitos “players” entrem e
complementa Sérgio Gomes.
saiam em pouco tempo no mercado, causando prejuízos aos
usuários”, argumenta o diretor Técnico da Megazoo, Paulo
A troca de informações entre produtores e distribuidores
com os pontos de venda é imprescindível para a geração
Machado. de demanda. Nesse sentido, a Alcon tem disponibilizado
As empresas se movimentam para superarem a fase
informações por materiais impressos, mídia direcionada,
ruim. “Preferimos ver a crise como coisa do passado e
web site, treinamentos e apoiado eventos científicos.
olhar para frente enxergando boas perspectivas”, diz o
Lojistas especializados querem informações mais técnicas e
coordenador de Marketing da Alcon, Rodrigo Barreto. A
buscam produtos mais sofisticados. Os proprietários de Pet
Maramarpet, que no ano passado sofreu também com as
Shops procuram, em geral, produtos mais competitivos e
catástrofes ocorridas no Chile, por importar salmão nobre
básicos. “A recomendação do lojista no momento da escolha
do País e cuja produção diminuiu, aumentando o preço, tem
Capa
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31
Rodrigo Barreto, da Alcon
e Nutriballs que fazem parte do seu mix de produtos há
cinco anos, pela flexibilidade de sua embalagem, margem
de negociação com distribuidores e lojistas e formulação
que atende a diversos peixes. A empresa, que há três anos
cresce em média 10% por trimestre, reformulou toda a
sua linha de produtos, passando a usar matérias-primas
estabelecido novas parcerias com distribuidores. Em 2009,
importadas. Até o final de julho, estará reestruturando o
a empresa venceu dois editais, obteve registro de patentes
layout dos rótulos, potes, estrutura interna e divulgação.
de produtos, venceu dois prêmios de Inovação Tecnológica
No ano passado, lançou o Quito Bastão que alimenta e
de Produtos e Processos e conquistou o SIF, estando
diverte aves de pequeno porte da família dos psitacídeos.
agora habilitada a exportar. Este ano, pretende criar
“Acredito que 2010 seja o ano de desenvolvimento no setor,
novas redes de distribuição, terceirizar novos produtos,
com aumento de faturamento de muitas empresas”, vibra
licenciar patentes e acredita que há boas oportunidades
Débora Jovenato, sócia-proprietária da empresa.
de crescimento no País. A Tetra Import planeja ampliar
sua distribuição para outros estados além de São Paulo
e percebido dos produtos, conhecimento das rotinas de
Pesquisas de mercado, análise sobre o benefício real
e aumentar a disponibilidade de seminários a lojistas e
manejo, recomendação de criadores, lojistas e demais
profissionais do ramo e um trabalho forte nesse sentido
clientes e experiência são as grandes diretrizes para
será feito no Nordeste e Sul a partir do segundo semestre.
as empresas apostarem nessas mudanças. “Acreditar e
Também acaba de registrar mais quinze novos produtos,
investir em pesquisa foi a nossa grande conquista em 2009
como alimentos para férias e finais de semana. Sua marca
e colheremos os frutos agora em 2010”, afirma Fernando
Dingo está em processo de registro de mais dez sabores
Quinto. A Megazoo, por exemplo, mantém um criatório
e formatos, como ossos molhados em cheddar e bacon.
próprio com mais de 1.000 aves para testar e respaldar seus
Recentemente, a Tetra inovou o formato em alimentos
produtos, avaliando as exigências nutricionais das espécies,
Crisps, que parte do cozimento a temperaturas mais baixas,
possíveis ingredientes de testes de digestibilidade, produção
mantendo melhor os nutrientes, além de não esfarelar e
de protótipos para testes práticos de palatabilidade e
conter maior concentração de ingredientes, como algas,
digestão, cor, textura e formato. Os testes duram de um a
krill e carotenóides.
dois anos.
A Megazoo, desde o final do ano passado, tem revisado
A questão do desenvolvimento sustentável também tem
todos os seus produtos para contemplar conceitos mais
influenciado o setor. Iniciativas como controle de dejetos
modernos de nutrição para pássaros. A empresa lançou
e desperdícios, reciclagem, menor impacto para o meio
também a linha Megazoo Mix de sementes limpas e
ambiente, melhor utilização da energia já são realidade nas
esterilizadas a partir de um sistema de ionização. As
empresas e a discussão parece caminhar para ações mais
misturas são balanceadas com produto extrusado rico
amplas e integradas, que visem, em longo prazo, vantagens
em vitaminas, minerais e protetores contra as toxinas de
competitivas para além do lucro financeiro imediato. A
fungos. A partir de julho, a empresa espera estar presente
Megazoo possui um Parque Ecológico aberto ao público,
nas principais cidades de todo o País, através de uma rede
aproveitando o espaço para ações de educação ambiental e
de distribuição unificada, além de lançar novos produtos. A
reciclagem de lixo. Seu criatório de aves reproduz espécies
Alcon lançou a linha Alcon Eco Club de alimentos para aves
ameaçadas de extinção, além de contribuir para a redução
livres de corantes artificiais e uso de ingredientes naturais.
do tráfico ilegal de aves ao comercializar legalmente
A empresa também ampliou e renovou suas instalações para
centenas de papagaios, araras maritacas e demais aves.
atender a demanda com mais rapidez e qualidade e planeja
Já entre as queixas dos produtores estão o sistema
exportar mais a partir do segundo semestre. A Nutricon
tributário que é hoje custoso e burocrático, incentivando
aposta no sucesso de suas marcas Nutriflakes, Nutribetta
a ilegalidade e fazendo com que aqueles que cumprem com
Capa
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33
suas obrigações se vejam em desvantagem competitiva, a
Oferece produtos extrusados, farinhados e misturas de
alíquota, os protocolos e instruções normativas diferentes
sementes esterilizadas e balanceadas. Seus principais
em cada Estado, as condições precárias das estradas e
produtos são a ração AM 16 para papagaios e araras e a
ferrovias e preços de fretes aéreos que encarecem a logística,
linha mix de sementes.
as complicadas leis de registro de produtos, que exigem
Paulo Machado é Biólogo e Diretor Técnico da
grande quantidade de documentos e Licença de Exportação
Megazoo, responsável por essa área desde três anos antes
junto ao Ministério da Agricultura a cada importação e o
do lançamento dos primeiros produtos da empresa. Esteve
desequilíbrio entre exportação e importação. “Os negócios
à frente da definição de todos os trabalhos científicos
devem ser ágeis, pouco burocráticos e o governo e os fiscais
desenvolvidos ou apoiados pela Megazoo sobre nutrição. Foi
deveriam ajudar os empresários, e não tratá-los como um
também responsável pela implantação e desenvolvimento
problema ou como gente que está tentando burlar a lei.
do criatório da Vale Verde e coordena, junto com uma
Os impostos deveriam ser justos para que os exportadores
consultoria, o desenvolvimento de toda a linha de produtos
sejam mais competitivos e os importadores aumentem a
da empresa.
concorrência interna e com isso nossas empresas se vejam
Nutricon Pet
obrigadas a melhorar mais e a serem mais competitivas”,
defende Sérgio Gomes.
Instalada na cidade de Araçoiaba da Serra, a cerca de
100 Km de São Paulo, a empresa fornece produtos para
A lcon
alimentação de peixes ornamentais, répteis, pássaros
Instalada no município de Camburiú, em Santa
e pequenos roedores. Treina equipes de vendas dos
Catarina, desde 1982, a Alcon fornece alimentos e
distribuidores e atacados, funcionários e oferece outros
suplementos para peixes e aves ornamentais, répteis,
serviços nessa linha. Os carros-chefe são os produtos para
roedores e primatas, testes, corretivos e condicionadores
alimentação de peixes Nutriflakes, Nutribetta e Nutriballs.
para aquários e medicamentos. Os alimentos são os
Atende a distribuidores de todo o Brasil e passará a
produtos mais conhecidos da empresa.
exportar muito provavelmente ainda este ano.
Rodrigo Barreto é Engenheiro Agrônomo, com MBA
Débora Jovenato é graduada em Marketing com
em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Há dez anos
especialização em Vendas. Sócia-Proprietária da Nutricon
na Alcon, é hoje colaborador da área técnica e coordenador
Pet, é responsável pela área gerencial de vendas e Marketing
de Marketing.
da empresa.
Maramarpet
A empresa está localizada no Arraial do Cabo, no
Estado do Rio de Janeiro, onde se cultiva Artemia salina,
Tetra Import
A empresa faz parte da United Pet Group, que tem
sede em Cincinatti, nos Estados Unidos, e possui fábricas
importante palatabilizante para rações de peixes de
espalhadas pelo mundo. Os alimentos Tetra são fabricados
aquário. Oferece rações para peixes, pássaros e répteis. Seu
na Alemanha e os equipamentos para aquarismo, além da
carro-chefe é a ração para peixes de aquário e o produto
Alemanha, na Itália, Holanda, China e Estados Unidos.
mais conhecido é o Probétta.
O Grupo possui mais de cinco mil produtos e mais de dez
marcas, conhecidas, principalmente nos Estados Unidos.
Fernando Quinto é Médico Veterinário formado pela
UFRJ e Diretor da Maramarpet.
Sérgio Gomes é formado em Administração de Empresas
e tem MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas.
Megazoo
É aquarista há mais de 25 anos, tendo inclusive escrito três
A empresa foi fundada em 2001, com sede em Betim,
livros sobre o assunto. Foi proprietário de Pet Shop e há oito
Minas Gerais, com uma unidade de fabricação de misturas
anos foi contratado pela Tetra Import, onde é Gerente de
de sementes em Santa Bárbara do Oeste, em São Paulo.
Desenvolvimento de Negócios para a América Latina.
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Entrevista
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Por Fernanda Radtke
Revista Pet Food Brasil - Fale um pouco sobre sua
carreira.
Sandro Manzoni - Iniciei no setor de usinagem e
ferramentaria aos 15 anos na própria Manzoni, empresa
fundada pelo meu avô Américo Manzoni, em 1964.
Esse ano estamos completando 45 anos de atividades.
Mesmo com minha formação em Administração, passei
por todos os setores da empresa e tive a oportunidade de
conhecer todos os processos e operações até assumir a
responsabilidade de preparar a empresa para a transição
de empresa familiar para uma empresa profissionalizada.
Revista Pet Food Brasil - Qual é o foco de atuação da
Manzoni hoje ? Que produtos a empresa comercializa e
quais os segmentos?
Sandro Manzoni - Costumo dizer que nosso foco é
satisfazer as necessidades do cliente. Com esta filosofia,
atuamos em todo o processo nos segmentos de ração
animal e alimentação humana através de máquinas
(extrusoras, secadores e resfriadores), peças de reposição
(roscas, matrizes, martelos, facas, discos e porta-facas)
e também serviços de consultoria para implantação e
Sandro Manzoni - Melhoria é fazer com que hoje seja
otimização da produção de fábricas de ração.
melhor do que ontem e amanhã muito melhor do que
hoje. Portanto, a estratégia deve ser direcionada para
Manzoni Industrial
A estratégia é o crescimento sustentável
Sandro Manzoni
Com quarenta e cinco anos de mercado, a Manzoni Industrial presenciou
grandes mudanças econômicas, políticas e sociais do Pais e hoje entende que o
desenvolvimento sustentável é o caminho para um crescimento sólido. Sandro
Manzoni, diretor de Gestão, conta como a empresa tem enfrentado esse desafio e
se prepara para um cenário mais aquecido e competitivo.
Revista Pet Food Brasil - Nos últimos anos, houve alguma
aquilo que atenda as necessidades e as expectativas do
estratégia para ampliação ou mudança de mercado?
cliente, seja através de lançamentos ou aperfeiçoamento
Sandro Manzoni - A nossa estratégia é o crescimento
de produtos. Para isso, a base é o relacionamento. Um
sustentável, baseado na consolidação do mercado de
relacionamento de parceria é aquele que direcionamos
fabricação de extrusoras, secadores e peças de reposição.
nossas energias 24 horas por dia para melhorar
Para isso, estamos cada vez mais próximos dos nossos
o negócio do cliente. Contamos com pesquisa de
clientes e parceiros, proporcionando um atendimento
satisfação, pós-venda, tudo isso visando criar uma
mais personalizado, visando atender todas suas
cultura de melhoria contínua.
necessidades.
Revista Pet Food Brasil - Você acredita que possamos
Revista Pet Food Brasil - E planejam mudanças futuras?
falar em um período de crescimento para o segmento
Sandro Manzoni - Estamos reestruturando a empresa
agora? Os cenários econômico, social e político são
para podermos mostrar ao mercado de ração os nossos
favoráveis ?
diferenciais e disponibilizar uma alternativa que atenda
Sandro Manzoni - O Brasil tem hoje todas as condições
suas necessidades de produção, com preços competitivos
para a expansão de nossa economia. E o mercado de Pet
e assessoria especializada.
Food segue o mesmo rumo. Com a economia aquecida,
a tendência são as empresas atualizarem as linhas de
Revista Pet Food Brasil - A empresa atende mercado
produção das fábricas existentes ou criarem novas linhas
interno e externo ? Pensam em alguma mudança, redução
de produção de ração.
ou expansão nesse sentido ?
Sandro Manzoni - Atuamos no mercado interno e externo.
Revista Pet Food Brasil - Nesse sentido, como a Manzoni tem
A meta é consolidar o mercado interno, com taxa de
se colocado frente à concorrência? Como ela se diferencia?
crescimento na faixa de 10% ao ano e ampliar nossas vendas
Sandro Manzoni - A Manzoni sempre investiu em
para o mercado externo num patamar de 5% ao ano.
tecnologia e capacitação de funcionários. Nosso
diferencial sempre foi a motivação da equipe, além da
Revista Pet Food Brasil - O que define melhoria,
tradição de 45 anos em usinagem e ferramentaria com a
lançamento ou eventual retirada de produtos do
modernidade dos conceitos de gestão. E tudo isso focado
mercado? Pesquisa, feedback do cliente, de fornecedores?
na satisfação plena de nossos clientes. Aqui na Manzoni
Conte um pouco, por favor.
nós torcemos e vibramos pelo negócio do cliente e temos
36
Entrevista
37
consciência que ao produzir um produto de qualidade
embalagens. Nós estamos preparados para contribuir
estamos contribuindo para o sucesso de seus objetivos.
com estas demandas e nossas máquinas possuem
resultados comprovados de eficiência verde.
Revista Pet Food Brasil - Quais as perspectivas para 2010
Produzem mais, consumindo menos.
para a empresa?
Sandro Manzoni - Nossas expectativas são avançar no
Revista Pet Food Brasil - Como a Manzoni tem trabalhado
mercado interno e externo de fabricação de extrusoras
o tema da sustentabilidade? Que importância isso tem
e secadores. E buscar a consolidação no segmento de
hoje para a empresa?
peças de reposição.
Sandro Manzoni - A sustentabilidade é o compromisso
de todos com o nosso planeta. Portanto, devemos
Revista Pet Food Brasil - Voce vê alguma tendência ou
produzir e atender as nossas necessidades, sem
novidade em matéria de demanda para os próximos anos?
comprometer as condições ambientais para que as
Sandro Manzoni - Cada vez mais a produção
outras gerações possam fazer o mesmo. A Manzoni
de ração caminhará para a maximização da
tem uma tradição de compromisso social e atualmente
produção, visando alta produtividade, com custos
estamos comprometidos a fazer diferença também
reduzidos e com a adoção de BPF (Boas Práticas
através da sustentabilidade com o nosso Programa
de Fábricação) com composição nutricional de alta
Ação Verde que visa a conscientização das pessoas,
qualidade e eficiência e com modernos conceitos
através de dicas e orientações de como fazer
de sustentabilidade, ou seja, produzindo de maneira
diferença mediante ações simples do dia a dia para
a minimizar os impactos ambientais, com sistemas
preservar o meio ambiente. Um dos principais tópicos
que produzam mais com menos energia, consumo
deste Programa será o plantio de 2.000 arvores até
de água e programas de reciclagem de suas
dezembro de 2010.
38
Caderno Técnico 1
39
Por Cláudio Bellaver
Processamento de Farinhas de Origem Animal
e Sua Relação com Digestibilidade e
Palatabilidade do Produto Final
INTRODUÇÃO
certificação em análise de perigos e pontos críticos de controle
Dados do Sindirações de 2009 apontam para uma produção
e, c) certificação com equivalência internacional. Entretanto,
total de rações de 58,4 milhões de toneladas de rações, das
embora existam normas governamentais que regulamentam o
quais 1,93 milhões de toneladas correspondem a rações para
setor, estamos longe desse ponto na área de Farinhas e Gorduras
cães e gatos; i.e. cerca de 3,3% do total. Esses valores mostram
Animais. Nenhuma instituição associativa do Brasil detém um
uma pequena retração de 0,5% em relação ao total de rações
programa oficial e certificável com auditorias independentes;
produzido em 2008 e -3,4% nas rações de cães e gatos. Há
sendo que disso resulta uma lacuna e falta de clareza dos
expectativas de melhorias em 2010.
verdadeiros fundamentos da qualidade para este setor.
Do ponto de vista de Gestão da Qualidade de alimentos
Sempre que se falar em qualidade é preciso defini-la quanto
para animais, o Sindirações vem fazendo um papel exemplar na
aos interesses de quem está definindo a qualidade. Os interesses
área de alimentos seguros. Seu programa apresenta três opções
são múltiplos e podem ser independentes ou representar o
de certificação: a) certificação em boas práticas de fabricação; b)
interesse do consumidor, do varejista, das indústrias de carnes
ou de rações. Especificamente na área de alimentação animal
a qualidade deve estar associada aos ingredientes de maior
impacto econômico na formulação de rações e entre esses as
farinhas e gorduras de origem animal tem papel destacado
como veremos a seguir.
Alguns fundamentos de processamento e da qualidade
serão abordados na sequência, mas antes de entrarmos na
questão objeto principal desta apresentação é preciso rever
o gosto (doce, azedo, salgado, amargo) e o odor (dezenas a
alguns conceitos ligados ao consumo de alimentos e seus
milhares de odores diferentes), são das mais importantes na
mecanismos de controle no animal. A regulagem do conteúdo de
influência que exercem sobre a palatabilidade dos alimentos.
energia corporal é aparentemente interfaceado com o controle
Ainda, é um senso importante a quimoestesia, que são as
do consumo de alimentos que mantém o balanço de energia
sensações de dor, frio, formigamento, picada, queimadura e
em condições normais. Entretanto, o controle do consumo de
temperatura provocadas pelos alimentos. Esses sensos (gosto,
alimentos e a regulagem do balanço de energia são influenciados
odor e táctil) combinados são percebidos pelos receptores na
por um número de fatores, podendo haver distúrbios de perdas
boca, garganta e nariz, causando a percepção do sabor dos
ou ganhos excessivos de peso. Esses fatores, quando externos
alimentos e líquidos.
podem estar relacionados com aspectos ambientais, sensoriais
Cada um dos cinco sentidos: visão, olfato, gosto, tato e
e dos nutrientes da dieta. No meio interno do animal, ou seja,
audição têm um papel importante na avaliação sensorial dos
no seu metabolismo, são importantes os fatores gastrintestinais,
alimentos e líquidos e cada sentido está associado à diferentes
os hormônios e metabólitos que regulam o comportamento na
tipos de receptores. A combinação de alguns ou todos os sentidos
alimentação, sendo que o principal responsável pelo controle
e outras sensações são associadas à percepção de gosto e sabor,
do consumo de alimentos e o balanço energético é o sistema
influenciando a palatabilidade e aceitabilidade. A relação entre
nervoso central - SNC. Um grande número de receptores
os diferentes receptores e os sentidos e sensações associadas
periféricos compõem um sistema que proporciona informações
com a percepção do gosto e sabor são as seguintes: a) receptores
sobre o estado metabólico do animal e os transmitem ao SNC,
químicos, para o olfato e gosto; b) receptores eletromagnéticos,
que coordenará o comportamento alimentar do animal.
para a visão; c) receptores mecânicos, para o tato e audição; d)
térmicos, na temperatura e, e) nociceptores, para a dor.
Mecanismos de controle do consumo de
alimentos
A palatabilidade pode ser definida como a somatória
dos aspectos sensoriais (5 sentidos) que podem atuar
As teorias que explicam o controle do consumo dos
isoladamente ou em combinação com as sensações de
alimentos são várias e o controle do consumo de alimentos
textura, formato, tamanho, temperatura, dor, mastigação
se dá por diversas vias, entre as quais: o trato digestivo, os
e deglutição, envolvidos no ato de ingerir determinado
metabólitos, os hormônios reguladores e hormônios sexuais,
alimento ou líquido. Pode ser modificada pela adição
o SNC, as características sensoriais, a temperatura e condições
de aditivos flavorizantes e palatabilizantes naturais ou
ambientais, os peptídeos reguladores de consumo (eg, CCK). sintéticos, utilizados para acentuar uma característica
Sabe-se que o controle do apetite vai além do conhecimento
desejada ou, por outro lado, mascarar e/ou reduzir o efeito
dos mecanismos que regulam a fome e saciedade e por isso,
depressivo de algum componente sobre a palatabilidade do
dentre esses fatores, especial interesse recai nas características
ingrediente ou do alimento completo. Alimentos de alta
sensoriais controladoras do apetite.
palatabilidade e digestibilidade ocasionam maior absorção de
todos os nutrientes da dieta e tendem a ocasionar obesidade,
As propriedades sensoriais provocadas pelos alimentos
entram no mecanismo do controle do apetite e particularmente
caso não exista controle de consumo diário.
40
Caderno Técnico 1
41
Definindo o que é qualidade
superiores. Devem, portanto estar treinados para tomarem
por tempo variável dependendo do processo. A gordura será
de produtos a serem cozidos. Os compostos voláteis que podem
Qualidade significa a propriedade, atributo ou condição
decisão de impedir um descarregamento antes de qualquer
drenada, prensada ou centrifugada e o resíduo sólido moído na
ser encontrados são divididos em dois grupos principais de
das coisas ou das pessoas, que as distingue das outras e lhes
resultado analítico. Algumas empresas utilizam inspecionar os
forma de farinha com especificações de granulometria variáveis.
reações e são os responsáveis pelos odores da cocção: a oxidação
determina a natureza. É um substantivo com sentido relativo,
ingredientes antes de sua compra, junto ao fornecedor. Embora
Vários são os pontos onde a qualidade das farinhas pode ser
térmica dos lipídios e a reação de Maillard. Os produtos da
pois podemos tê-la em maior ou menor grau. Portanto, no caso
isso seja o desejável, também não garante a qualidade no
prejudicada, como se seguem: a) umidade: que sendo alta pode
oxidação e degradação lipídica são os de maior importância e
de produtos serve para classificá-los em categorias, que podem
recebimento, pois podem ocorrer mudanças da várias origens
facilitar a contaminação bacteriana e suas consequências e se,
entre os compostos principais podem citar-se componentes
ser da maior para menor qualidade. Ao classificar em graus de
após a inspeção de matérias primas.
com umidade muito baixa, indicaria a queima do ingrediente
alifáticos tais como hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas,
qualidade surge a necessidade de que a qualidade esteja baseada
Para o estabelecimento de uma rotina de verificação da
no processo. A queima poderia estar associada ao desgaste
e ácidos carboxílicos conjuntamente com lactonas, furanos e
em alguma propriedade mensurável e, quando tivermos valores
qualidade são necessárias as especificações de qualidade das
do equipamento, excessivo tempo de retenção e(ou) mau
compostos aromáticos. As substâncias solúveis em água, como
numéricos, então não restarão dúvidas sobre a qualidade à que
matérias primas. As especificações das matérias primas e
funcionamento de manômetros e termômetros; b) textura:
aminoácidos, açúcares redutores, nucleotídeos, e tiamina são
se está referindo. Ainda, a qualidade guarda relações intrínsecas
dos ingredientes dependem de disponibilidade no mercado
na composição da farinha entram em quantidades variáveis
responsáveis por compostos heterocíclicos dando a coloração de
como a palatabilidade dos ingredientes, devendo se constituir
e natureza do ingrediente com seus padrões conhecidos. Na
os ossos que são de difícil trituração, mas que podem ser
tostado característica da reação de Maillard. As maiores classes
em variável analítica da qualidade.
recepção existem três classes de avaliação para aceitar ou
segregados pedaços maiores para remoagem e manutenção
de compostos heterocíclicos incluem pirazina, oxazóis, tiazóis,
Enaltecer as propriedades ligadas às farinhas é
devolver o embarque, que são as: a) provas sensoriais, b) provas
de granulometria adequada. A textura ideal seria situar-se
e tiofenos, mas outros compostos como pirazóis, piridinas,
relativamente fácil por vários motivos, mas isso deve ser feito
rápidas e, c) provas de laboratório. Particularmente no caso
entre sem retenção em peneira Tyler 2,83 mm, e no máximo
tri-tiolenos, e compostos sulfurosos heterocíclicos podem ser
com transparência. Ou seja, por entidade certificadora que não
das matérias primas para farinhas de origem animal (FOA),
10 % de retenção na peneira Tyler 1,68 mm; c) contaminações
encontrados.
deve assumir inequivocamente que todas as farinhas e gorduras
as especificações sensoriais devem se concentrar nos aspectos
no processo (sangue, penas, resíduos de incubatório, lodo de
animais tenham boa qualidade implícita. Não é correto, portanto
gerais de cor, odor, tamanho e mistura de partes, umidade,
flotador, cascos, chifres, pêlos, conteúdo digestivo), as quais
de hidrogênio. A interação entre o sulfeto de hidrogênio e
Na degradação de Strecker a cisteína produz o sulfeto
essa afirmação, pois existe grande variabilidade da qualidade
presença de materiais estranhos, CO2 fermentativo nos silos
devem ser minimizadas em função da definição de cada produto
compostos alifáticos contendo enxofre com aldeídos, furanos e
entre farinhas dentro de uma empresa e entre empresas e que
de recebimento de matérias prima. As provas rápidas e de
e da manutenção dos padrões de qualidade e repetibilidade;
compostos carboxílicos, são rotas de compostos voláteis.
são devidas principalmente:
laboratório devem estar preparadas para medir a composição
d) contaminações com materiais estranhos ao processo, em
1) a origem da matéria prima (composição química; tempo
porcentual de partes, temperatura, umidade, acidez, peróxidos,
geral são associadas à falta de equipamentos adequados ou,
se que a concentração de compostos voláteis é 3 vezes maior
entre a coleta e o processamento; contaminação química, física
putrefação/aminas, N solúvel, composição bromatológica,
fraude e visam produzir subprodutos de baixo preço e sem
(4.828 μg/kg amostra) do que na cocção dos músculos puros
ou microbiológica; espécie e tipo de resíduo), 2) ao processo de
energética e aminoácidos.
produção (equipamentos, volume, peso, tempo, temperatura,
Processos de produção de farinhas e gorduras
pressão, aditivos tecnológicos, percentagens de composição) e,
Na mistura de subprodutos de aves, suínos e bovinos nota-
qualidade. Deve-se considerar a não inclusão de animais
das respectivas espécies (1.604 μg/kg amostra).
mortos de nenhuma procedência; e) tempo entre o abate e o
processamento é muito importante devido ao aparecimento de
protéica com origem microbiológica geram aminas biogênicas
Subprodutos que passam por processos de degradação
3) ao uso na espécie alvo (tempos de armazenagem; segregação
Não resta dúvida de que investimentos pesados em
novos processadores independentes. O processamento deve ser
e, portanto, essas substâncias são altamente voláteis e conferem
de
equipamentos são importantes, pois temos uma indústria
feito preferencialmente em seguida ao abate ou sempre dentro
odor desagradável e facilmente perceptível, sendo acentuado
percentagens de uso nas dietas; idade e espécie).
de carnes em expansão com geração de grande quantidade
das 24 horas seguintes ao abate, evitando assim a putrefação e
pela cocção.
Portanto, a seguir são abordados alguns dos aspectos
de resíduos. Entretanto, os equipamentos por si só não
oxidação das gorduras.
importantes da qualidade e relativos à origem da matéria prima,
garantem a qualidade e constituem apenas parte do processo
haja resultados desfavoráveis em digestibilidade de proteínas e
ao processo de produção e ao uso de farinhas e gorduras animais
de produção. Além disso, muitos conceitos de fábricas que
ossos, de sangue, de penas hidrolisadas, de vísceras e de resíduos
vitaminas, incluindo, nesse caso, diminuição da digestibilidade
na espécie alvo.
estão sendo colocados à campo não tem a necessária orientação
de incubatório. No lado das gorduras, as mais importantes são
protéica e da disponibilidade de aminoácidos indispensáveis.
para a qualidade do produto. Erros são cometidos na área de
o sebo bovino, a graxa suína e o óleo de frango. Também, em
Um aquecimento exagerado torna as gorduras impróprias à
transporte;
recontaminação,
oxidação,
adulteração,
Origem da matéria prima
Os principais produtos são as farinhas de carnes, de carne e
O tratamento térmico deve ser moderado para que não
transporte de matérias primas, no armazenamento das matérias
alguns processamentos é possível fazer a mistura de proporções
alimentação, pois leva à formação de Acroleína, substância
primas, nos processamento de partes e na mistura dessas e no
conhecidas desses ingredientes primários formando assim as
tóxica e volátil. Nesse aspecto é inaceitável do ponto de vista de
produção, o dos frigoríficos com produção própria e o sistema
armazenamento de produtos. Assim, os princípios da gestão da
farinhas mistas com possibilidade ainda de inclusão de sangue,
segurança dos alimentos, o uso de gorduras em geral as ácidas,
de coleta de resíduos por processadores independentes. Em
qualidade precisam inicialmente ser considerados na produção
ossos e cartilagens da desossa. A mais conhecida dessas misturas
processadas a altas temperaturas, com ou sem pressão, com ou
qualquer dos casos a norma oficial estabelece que as matérias
de qualidade. Nesse ponto referimos a IN 34/2008, com seu apelo
e a de sangue na farinha de penas. Alguns resíduos da cadeia
sem tratamentos químicos, visando apenas reduzir a acidez sem
primas devam ser processadas dentro de 24 horas. Isso é um
às Boas Práticas de Produção. A norma, por si só não garante
de carnes e resíduos do processamento de farinhas e gorduras
importar-se com outras substâncias tóxicas que se formam no
limitador natural da qualidade a ser obtida nas fábricas de
a qualidade e apenas orienta o processo de produção. Podemos
precisam ser considerados na visão de qualidade, sendo esses:
produto.
farinhas e gorduras (FFG) animais. Também diz a norma
afirmar que a adequação às normas e bons equipamentos são
os resíduos de água industrial servida (água de piso e lodo), os
que misturas de partes dos resíduos, bem como partes de
partes importantes do primeiro passo da qualidade que é o do
resíduos de incubatório e o sangue.
espécies diferentes precisam ser controlados. Afora esses
processo de produção, mas o conceito amplo de qualidade exige
No caso da produção de farinhas há dois sistemas básicos de
aspectos há aqueles que precisam ser controlados por variáveis
mais do que isso.
sensoriais e analíticas. Isso envolve pessoas e laboratórios para
uso em rações
Compostos voláteis na cocção de produtos/
O processo básico de produção de farinhas animais consiste
realizar análises físicosensoriais e químicas visando o melhor
na recuperação dos resíduos não comestíveis do abate animal ou
conhecimento da matéria prima da FFG (ou de resíduos
provenientes dos frigoríficos e casas de carne).
Limitações das Farinhas de Origem Animal para
subprodutos cárneos
O conhecimento da origem da matéria prima e dos
processos de produção é essencial para indicar a qualidade e, se
O aroma e odor de produtos cárneos cozidos são
desconhecidos, pode ser um problema grave para a indústria.
do recolhimento de resíduos nas casas de carne e açougues, os
pesquisados há mais de 30 anos e são determinados por
Embora os custos e as facilidades para analisar cada partida do
quais devem ser isentos de materiais estranhos à sua composição
cromatografia gasosa ou espectrometria de massa. Há cerca
ingrediente e dos produtos tornem a rotina de análise difícil de
e microorganismos patogênicos. Os materiais coletados
de 1.000 componentes com características especificas que
ser implementada, é preciso ter em mente que a qualidade das
pelo recebimento das matérias primas devem ser treinados para
que tenham mais do que 5 cm devem ser triturados e então
conferem aroma/odor. Dependem de condições de cocção tais
farinhas é perceptível a partir da: a) contaminação bacteriana
relatarem imediatamente os atributos dos ingredientes aos seus
processados em digestores para cocção com ou sem pressão,
como tempo de retenção na cocção, temperatura de cocção e mix
(Salmonelas, Enterobacterias), b) peroxidação das gorduras, c)
Antes que se proceda qualquer análise, os responsáveis
42
Caderno Técnico 1
43
Peroxidação das gorduras
presença de poliaminas, d) composição química e digestibilidade
dos aminoácidos e da energia e, por suas características
sensoriais; exigindo assim, um sistema de qualidade que
e, por conseguinte tem maior facilidade de se autoxidarem pelo
contemple a rotina desses aspectos. Alguns pontos críticos de
inicio da formação de radicais livres. As gorduras contêm ácidos
As farinhas de origem animal são ricas em lipídios/gorduras
controle são a seguir identificados, os quais fazem parte do
graxos (AG) que podem ser saturados ou, insaturados (contendo
sistema de qualidade e podem indicar limitações de uso dos
uma ou mais ligações duplas); sendo esses, mais propensos à
produtos.
oxidação. Uma das propriedades dos lipídios é a peroxidação;
importante na produção de farinhas e gorduras, bem como, na
Contaminação por Salmonela
alimentação do animal. A peroxidação é uma reação em cadeia
Os alimentos podem estar facilmente contaminados com
que se inicia e propaga com a presença de radicais livres. Essas
Salmonelas e enterobactérias causando infecções humanas. Para
moléculas (gordura como substrato oxidável) são muito reativas
a indústria de alimentos, a presença destes microrganismos
e em contato com oxigênio formam peróxidos. Os peróxidos
resulta em danos à imagem de qualidade da empresa e de
em reação com outra molécula oxidável, induzem a formação
seus produtos. Através de medidas de biosegurança podem-
de hidroperóxidos e mais radicais livres. Os hidroperóxidos
se reduzir os efeitos indesejáveis na produção de alimentos.
dão origem a dois radicais livres, capazes de atacarem outras
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção,
moléculas e formarem mais radicais livres, aumentando os
redução ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de
peróxidos. A terminação da oxidação se dá com o rompimento de
produção e tecnologia industrial até o ponto de venda, evitando
moléculas contendo o radical livre para formarem produtos de
com isso o comprometimento da saúde do homem, dos animais,
peso molecular mais baixo (aldeídos, cetonas, álcoois e ésteres),
das plantas e do meio ambiente.
os quais são voláteis e associados aos odores de rancificação.
No caso do processamento das farinhas animais, as
A peroxidação é um processo autocatalítico e desenvolve-
temperaturas de processamento eliminam grande parte, senão
se em aceleração crescente, uma vez iniciada. Fatores como
toda a contaminação bacteriana dos subprodutos. Entretanto,
temperatura, oxigênio, umidade, enzimas, presença de
a recontaminação das farinhas é algo que tem grande chance
bactérias e fungos, pressão, luz, íons metálicos (Fe, Co, Cu, Mn)
de acontecer devido às falhas no processamento, no manejo,
armazenamento por longos períodos influenciam na formação
transporte e outros fatores ambientais. A contaminação e
de radicais livres.
recontaminação bacteriana em ingredientes e rações animais
são tópicos de grande preocupação na indústria e na produção
desempenho dos animais à medida que se aumenta o nível de
animal. Cepas patogênicas de microrganismos (Salmonela, E.
peróxidos na dieta; assim como, é reduzida a vida de prateleira
coli, etc.) têm potencial para causar sérios problemas de doenças
dos produtos contendo peróxidos. Portanto, pode-se afirmar que
em animais e no homem. Por esta razão a implementação de
a concentração de peróxidos é um dos fatores antinutricionais
um sistema de qualidade que venha preventivamente controlar
das gorduras.
os processos de produção para se evitar a contaminação
microbiológica é extremamente necessária para reduzir e/ou
na fase de iniciação, dificultando ao máximo o desencadeamento
eliminar a contaminação e recontaminação. Vários programas
de tal processo. Para tanto há necessidade de conhecermos
de qualidade podem ser implementados desde as BPF até
perfeitamente todo o processo de produção das farinhas e
É bem conhecido na literatura o efeito depressivo sobre o
É possível controlar a oxidação atuando com antioxidantes
HACCP´s para os produtos.
gorduras animais. Antioxidantes são produtos de origem
Além de todo este sistema de controle de pontos críticos
sintética ou natural capazes de se unirem aos radicais livres e
é necessário fazer uso de uma outra ferramenta no controle
inibir ou retardar a oxidação. Um antioxidante natural é um
de contaminação microbiológica que é o uso de produtos
composto orgânico que pode estar presente em vegetais ou
antisalmonelas. Esses proporcionam um amplo espectro
em alguns alimentos. É sintético quando produzida a molécula
de controle microbiológico porque sendo estes produtos,
antioxidante quimicamente em laboratório. Em ambos os casos
uma mistura de ácidos orgânicos e formaldeído, são efetivos
serão adicionados a gorduras, óleos e outros produtos para
controladores microbiológicos.
prevenir ou retardar a oxidação, deterioração ou rancificação.
Embora seja um procedimento adequado é preciso
Deve fazer isto o mais cedo possível de preferência durante
considerar que as boas práticas de fabricação de farinhas
o processo de produção das mesmas, sabendo-se que os
antecedem o uso de aditivos. Em adição, alguns desses aditivos
antioxidantes não podem reverter a oxidação ou rancificação já
tecnológicos de processo têm restrições pelo aparecimento de
existente.
níveis indesejados na carne e gordura e tumorações em animais
de estimação. Portanto, podem ser motivo de rejeição de alguns
peróxido (IP) que é a determinação do cátion de uma base,
países importadores e de consumidores da linha pet.
necessário para neutralizar compostos oxidados e expressando
Para medir o grau de oxidação foi proposto o índice de
44
Caderno Técnico 1
o resultado em mili-equivalentes/kg (mEq/kg). Os valores
45
Composição e digestibilidade dos aminoácidos e da
máximos referenciais são de 5 e 10 mEq/kg para gorduras e
energia
como dos procedimentos operacionais de produção.
necessidades do mercado doméstico e internacional.
Independentemente da normativa de produção, enfatiza-
Finalmente, é preciso que o estágio da Gestão da Qualidade
farinhas, respectivamente. Evidentemente, que o objetivo alvo
Existem muitas fontes de consulta sobre a composição das
se a necessidade da implantação de um sistema de qualidade
seja alcançado onde, além das evidências comprováveis com
da concentração de peróxido nos produtos é zero. A inclusão
farinhas animais não sendo intenção citá-las e embora exista
na produção desses ingredientes protéicos de origem animal.
emissão de certificados por empresas especializadas e sem
de antioxidante natural e/ou sintético na matéria prima e/
diversidade de informações, há também necessidade de contínua
Com essa percepção dirigida à qualidade atua-se no sentido de
vinculação comercial com as empresas que produzem farinhas e
ou produtos inibe o início do processo de autoxidação das
melhoria das estimativas com aprimoramento dos métodos
conduzir os trabalhos para fases distintas do processo: 1) Check-
gorduras, seja trabalhada também a cultura da empresa para a
gorduras. É preciso considerar porém, que os primeiros fatores
de determinação da digestibilidade nas espécies. As modernas
list de itens específicos para fábricas de farinhas e gorduras,
visão da qualidade das farinhas.
da qualidade são o recebimento de matérias primas frescas e o
formulações de rações, que levam em consideração o conceito
atribuindo porcentagens de conformidade com padrões pré-
processamento industrial adequado.
de proteína ideal, pressupõem para a adequada relação entre
estabelecidos; 2) Revisão e/ou preparação do Manual da
O IP é um método a ser melhorado, pois têm a possibilidade
os aminoácidos e o conhecimento dos valores de aminoácidos
Qualidade para fabricação de FG animais; e, 3) Orientação na
de apresentar valores baixos de peróxidos na fase terminal da
digestíveis. As digestibilidades da energia e dos aminoácidos
elaboração dos autocontroles para matérias primas e produtos
oxidação. Por isso, o IP baixo na fase final oxidação deve ser
podem não seguir uma mesma tendência de digestão e por isso é
acabados bem como, dos controles laboratoriais.
comparado com as concentrações de produtos secundários, os
importante conhecer os valores estimados separadamente, mas
quais conferem odor rancido ao produto. A qualidade de uma
para as mesmas amostras.
estratégia de controle da qualidade, permite ao final, ter um
gordura pode ser medida também por outras análises, entre
Dentro da composição nutricional das farinhas é importante
sistema de gestão da qualidade, com produtos certificáveis.
as quais: a estabilidade oxidativa - AOM; o valor de peróxido
ter em mente a ordem de limitação dos aminoácidos o que irá
Embora os sistemas de qualidade tenham diferentes
inicial - VPI; a análise de ácido tiobarbitúrico - TBA e a indução
auxiliar na formulação das dietas. Muitos dos agrupamentos de
complexidades na implantação e desenvolvimento, são
da estabilidade oxidativa - OSI.
farinhas têm sido feitos com base na proteína, sendo questionável
necessários e devem ser devidamente auditados por empresas
a utilização de apenas uma variável para a classificação (e.g.
independentes e com credibilidade, visando garantir a qualidade
proteína). A composição das farinhas é bastante variável e por
dos produtos para os mercados. Em adição, é inquestionável a
As poliaminas (putrescina, espermidina e espermina) estão
isso, agrupá-las quanto as suas características multivariadas,
importância ambiental da produção de farinhas e gorduras
presentes em diferentes concentrações nos alimentos vegetais
permite uma melhor classificação. Um estudo de análise
animais de qualidade, pois contribuem efetivamente para o
e animais e parecem ser a fonte principal de poliaminas para
de clusters confirma que esse método permite uma melhor
mecanismo de produção mais limpa.
o homem e animais. A absorção das poliaminas no intestino
categorização das farinhas. O autor trabalhou com 61 farinhas
é dependente das enzimas catabólicas presentes no tecido
de carne de origem americana e brasileira, encontrando cinco
utilizadas para fabricação de farinhas e gorduras animais tem
intestinal e têm sido apontadas como substâncias que causam
grupos distintos de farinhas. A variabilidade existente pode ser
dois aspectos, sendo que ao final, o resultado deve ser sinérgico.
toxicose quando ingeridas em níveis toxicos para os animais.
devida a vários efeitos entre os quais, o tamanho das partículas,
Se por um lado o fator bioseguridade animal e ambiental faz
A putrescina que é a mais simples das aminas biogênicas,
os níveis de substituição na ração referência, as metodologias
com que existam restrições legais nos processos de produção
usada até 0,2%, foi considerada promotora do crescimento de
para estimar a digestibilidade/ biodisponibilidade, a origem e
e, barreiras técnicas internacionais são impostas; não menos
frangos e tóxica, à medida que aumenta o consumo até 1%. A
composição das farinhas e ao processamento.
Poliaminas (Aminas biogênicas)
O primeiro item diagnostica e os demais combinados na
A discussão sobre destinação das matérias prima que são
importantes são as alternativas (várias) para destinação dos
resíduos do abate e que devem ser processadas para atender a
espermina que é a mais eletronicamente carregada das aminas
Considerações e Conclusões
biogênicas foi considerada tóxica quando administrada no nível de
legislação, mas que ao mesmo tempo possam ser agregadoras
de valor ao produto resultante. 0,2%, havendo também tendência de piora no desempenho quando
utilizada na concentração de 0,1 % na dieta. A suplementação com
mundo. Há presentemente uma desaceleração momentânea no
cisteina não impediu a ação tóxica da espermina. Outra amina
crescimento em função da crise econômica mundial, mas no
importantes para a fabricação de rações quanto aos aspectos
biogênica, a espermidina, também é tóxica para frangos a partir
longo termo, a tendência é de crescimento. Por conseqüência,
nutricional, econômico e de saúde animal. Seu uso na formulação
de 0,4%. A toxidade aumenta com o aumento do peso molecular e
também há perspectivas de crescimento da oferta de subprodutos
de dietas é facilitado por conterem aminoácidos, energia, cálcio
carga das aminas biogênicas. A putrescina: H2N+(CH2)4+NH2
do abate animal, os quais geram as farinhas e gorduras de
e fósforo em quantidades que estimulam a inclusão nas dietas e
é menor e menos carregada, seguindo-se da espermidina:
origem animal, produtos importantes na alimentação de aves,
reduzem o custo das rações.
H2N+(CH2)3 N+H(CH2)4+NH2 e espermina: H2N+(CH2)3
suínos, peixes e animais de estimação.
N+H(CH2)4 N+H (CH2)3 +NH2 (+ carregada).
Uma tecnologia de grande efeito na produção animal é
ser modificado por vários fatores, entre os quais: a origem da
Em contraste, noutro estudo do efeito de oito aminas
a utilização de Farinhas e Gorduras animais nos sistemas
matéria prima (composição química; tempo entre a coleta e o
biogênicas (cadaverina, histamina, putrescina, espermidina,
de produção de não ruminantes e em dietas de animais de
processamento; contaminação química, física ou microbiológica;
espermina, tiramina, triptamina e fenitilamina) usadas em várias
estimação. É possível demonstrar que o uso das farinhas
espécie e tipo de resíduo), o processo de produção (equipamentos;
concentrações (0 a 1500 ppm) em dietas de frangos, não foram
e gorduras animais reduz significativamente os custos de
volume;
encontrados danos no desempenho dos animais. Porém, nesse
produção de rações e por consequência o custo de produção
tecnológicos; percentagens de composição) e, o uso na espécie
caso as concentrações usadas foram mais baixas em relação
animal, com grandes impactos na área ambiental e redução
alvo (tempos de armazenagem; segregação de transporte;
àquelas usadas pelos demais autores consultados. De acordo com
de riscos sanitários. Evidentemente que a utilização desses
recontaminação, oxidação, adulteração, percentagens de uso nas
a literatura, fica claro que o efeito depressivo no crescimento dos
produtos é dependente da qualidade dos mesmos. No Brasil
dietas, idade e espécie).
animais devido à presença de aminas biogênicas é dependente do
o assunto esta regulamentado por uma instrução normativa
peso molecular, da carga catiônica bem como, das concentrações
federal. Nessa norma constam itens que permitem a redução
de programas de boas práticas de fabricação (BPF), os quais
de aminas biogênicas existentes na dieta.
de risco à transmissão de doenças pelas farinhas animais bem
devem levar em conta a normalização federal existente e as
A produção e demanda de carnes vem crescendo no
As farinhas de origem animal (FOA) são ingredientes
O efeito das farinhas e gorduras sobre a performance pode
peso;
tempo;
temperatura;
pressão;
aditivos
A qualidade dos produtos é a resultante da implantação
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Apresentação do tema no II Congresso Internacional sobre Nutrição
de Animais de Estimação e IX Simpósio sobre Nutrição de Animais de
Estimação; Campinas, 4 e 5/05/2010.
Méd.Vet., Ph.D., (www.qualyfoco.com.br [email protected]);
(Consultor da Intecnial
S.A. [email protected]); ProEmbrapa.
46
Caderno Técnico 2
47
Bárbara Carriel Benitez - Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais
Ana Flavia Chizzotti - Aluno (a) de mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad - Profa. Adjunta da Universidade Federal de Lavras
Walter Motta Ferreira - Prof. Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais
Etiopatogenia da doença do trato urinário inferior
dos felinos: fatores dietéticos relacionados
O primeiro relato clínico da DTUIF em gatos data de 1925;
neoplasias, inflamações ou defeitos congênitos são causas da
desde então, o termo Síndrome Urológica Felina (SUF) ou mais
DTUIF (ALLEN & KRUGER, 2000). Apesar de várias causas,
recentemente o termo Doença do Trato Urinário Inferior do
inclusive as idiopáticas, a DTUIF avaliada em 143 gatos, 64
Felino (DTUIF) tem sido utilizado para descrever um conjunto
animais tinham urolitíase ou plugs uretrais, correspondendo a
de condições que podem acometer o trato urinário dos gatos,
45% do total (OSBORNE et al., 2004).
mas sem qualquer especificação etiológica (HOSTUTLER et al.,
2005).
diferentes dos urólitos devido à diferença nos mecanismos
Os plugs uretrais, incluídos como causa da DTUIF, são
Esta afecção ocorre comumente na medicina dos felinos,
etiopatogênicos, estes são compostos de grandes quantidades
associadas a fatores ambientais, sociais, e/ou constituintes
de matriz orgânica misturadas com baixa quantidade de
alimentares. A obesidade e a reduzida ingestão de água podem
cristais minerais, e podem ocasionalmente ser compostas
elevar os riscos, ou agravar o seu desenvolvimento (SOUZA &
quase completamente por matriz, células sanguíneas, células
DANIEL, 2008).
inflamatórias e tecido morto (ALLEN & KRUGER, 2000 citado
A urolitíase, considerada um problema comum dos felinos
é a doença que causa maior preocupação aos donos (GRASER
por CARCIOFI, 2007).
Urólitos de várias composições minerais têm sido
et al., 1981). CASE et al. (1998) estimam que aproximadamente
identificados em gatos, porém os mais comuns são o de
9% dos pacientes felinos possuem sinais de DTUIF, porém,
estruvita, com 64, 5% de urólitos contendo de 75 a 100% do
com maior freqüência nos adultos jovens entre 2 e 6 anos, acima
mineral. O oxalato de cálcio é o segundo mineral mais comum,
do peso. Gatos sedentários que utilizam liteiras como local de
representando aproximadamente 20% (MARKWELL et al.,
eliminação, sem acesso à rua parecem ser mais dispostos. 1998).
As urolitíases, além de infecções do trato urinário,
Atualmente muitos cães e gatos são alimentados com uma
variedade larga de alimentos preparados. Estes diferem de cada
(GASKELL, 1985).
um em diversos aspectos sendo o índice de água o parâmetro
As primeiras investigações acerca das urolitíases de
mais importante (ANDERSON, 1982). Deste modo, quando
estruvita centram-se no papel do magnésio dietético como
um gato passar por uma mudança na dieta, pode também sofrer
agente causal, mas dados recentes indicam que fatores de risco
mudança principalmente na água que recebe de seu alimento.
mais importantes são o pH urinário e equilíbrio hídrico. De fato,
A dieta pode contribuir na etiologia, manejo ou prevenção de
independentemente da ingestão de magnésio, a manipulação do
recorrência de algumas causas de DTUIF, onde particularmente
pH urinário modifica substancialmente a formação de estruvita
a precipitação de minerais exerce papel importante, devido
(CASE et al., 1997).
à influência dos ingredientes da dieta no volume, pH e
concentração de solutos na urina. O primeiro objetivo da
a responsabilidade de induzir a formação de cálculos urinários,
Por duas décadas, creditou-se às dietas secas industrializadas
manipulação dietética para alterar o pH e a concentração de
e que estes favoreciam o aparecimento da DTUIF. Portanto,
solutos é alcançar uma urina menos saturada, aumentar o volume
dietas ricas em cálcio, magnésio e fosfatos teriam marcante efeito
urinário e conseqüentemente aumentar a freqüência de micção e
na formação das urolitíases e ao contrário, dietas com baixos
por isso reduzir o tempo de retenção urinária (MARKWELL et
teores desses minerais, não seriam calculogênicas (LEWIS et al.,
al., 1998)
1978). Assim, as dietas com baixos teores de magnésio, cálcio e
fosfatos passaram a ser preconizadas no controle e prevenção da
Existe também uma relação entre o tipo de dieta e o
esvaziamento gástrico. Segundo GOGGIN et al., 1998 citado
DTUIF.
por Nutrient..., 2006, o tempo de esvaziamento gástrico de gatos
Segundo CARCIOFI et al. (2005) em estudo com conteúdo
alimentados com uma dieta seca (5,7% de umidade) foi maior
de água de diferentes alimentos comerciais e balanço hídrico em
que aqueles alimentados com dieta enlatada (75% de umidade)
gatos adultos, foi verificado que os animais que tiveram um maior
e o tempo de esvaziamento gástrico de gatos alimentados com
consumo de água através do alimento foram os que receberam
dietas secas decresceu com o aumento do suplemento de água.
o alimento úmido enlatado que continha 80% de água na sua
Outro estudo com gatos indicou um aumento médio do volume
composição, em detrimento aos menores valores de ingestão de
de urina (de 63 a 112 mL/Kg/dia) quando o conteúdo de água
água nos animais que receberam um alimento seco com água
do alimento foi aumentado de 10 a 65%. Portanto, é possível
adicional ao alimento. Encontraram ainda que para cada grama
que o consumo de alimento enlatado leve a uma relativa diurese
de matéria seca ingerida resultou em um maior consumo de 4,7
48
Caderno Técnico 2
49
mL de água total consumida para os animais alimentados com
excreção de sulfato juntamente com a urina provocando declínio
prandial da urina. Uma adequada acidificação é conseguida mediante a utilização de cerca de 1000 mg,
alimento úmido, enquanto os animais alimentados com alimento
do pH urinário.
do referido acidificante, por gato ao dia. No entanto, é importante um monitoramento do pH urinário,
seco somente tiveram um consumo de 2,4 mL de água, com
Ao contrário, a inclusão de cereais na dieta provoca uma
especialmente no início da administração deste produto, tendo-se o cuidado de evitar doses tóxicas de
alimento seco econômico mais 50% de água adicional foi de 2,6
alcalinização da urina predispondo os animais à ocorrência
metionina, visto que já foi descrito causar anemia com corpúsculos de Heinz em gatos (OSBORNE et al.,
mL e de 2,5 mL para os animais alimentados com alimento seco
de DTUIF; porém, acometidos pela formação de urólitos de
1995 citado por LAZAROTO, 2001).
Super Premium. Os animais que receberam o alimento úmido
estruvita, como resultado da alcalinização, ou seja, aumento do
enlatado também apresentaram uma maior excreção urinária
pH urinário (CASE et al., 1998).
cloreto de amônio (NH4Cl), cloreto de cálcio, bissulfato de sódio e ácido fosfórico, tem sido recomendados
de água em relação aos demais tratamentos, proporcionando
Em estudo realizado por ZENTEK & SCHULZ (2004)
para a prevenção de urólitos de estruvita. Alimentos úmidos formulados com esses agentes têm
assim um maior volume urinário com conseqüente diminuição
foi verificado que a entrada dietética de proteína interfere na
evidenciado significativa diminuição de recidivas; provavelmente pelas mudanças na concentração ou
da densidade urinária, importantes aspectos para a manutenção
composição da urina e dos urólitos formados em gatos. O oxalato
tipo de soluto na urina, e/ou volume urinário (BARTGES & KIRK, 2006). Entretanto MARKWELL
da saúde do trato urinário inferior de gatos, diminuindo os riscos
é importante devido a seu potencial de formação de cristais com
et al., demonstraram que as concentrações de frações orgânicas insolúveis (magnésio e fósforo) não
de incidência de DTUIF.
cálcio. A excreção urinária do oxalato é resultante do oxalato
foram afetadas quando utilizou-se a L-Met a 3% em ração úmida, apesar de ocorrida uma diminuição
transitória da ingestão alimentar e no pH urinário, além da diminuição do número de cristais de estruvita
A suplementação de alimentos secos com acidificantes urinários, como D, L- metionina (L-Met)
JACKSON & TOVEY (1977) analisando o balanço hídrico
dietético e do metabolismo do ácido ascórbico, glicina, triptofano,
influenciado por alimento enlatado, alimento seco expandido e
fenilalanina e hidroxiprolina. A excreção urinária mais elevada
e sedimentação urinária. No mesmo estudo, com o uso de 1,5% NH4Cl como acidificante urinário, houve
alimento seco não expandido, foi verificado que o volume de água
do oxalato ocorreu com ambas as dietas que continham o tecido
declínio significativo do pH, minimizando o aparecimento de cristais de estruvita, mas não afetou a
ingerido pelos animais foi maior no alimento seco sem expansão,
colagenoso como a fonte da proteína, pois a hidroxiprolina e a
concentração de frações orgânicas insolúveis. De fato, os resultados alegam que a suplementação com
assim como a ingestão de matéria seca neste tratamento. Além
glicina são aminoácidos típicos no tecido conjuntivo e poderiam
L-Met ou NH4Cl diminuem o pH urinário e a concentração de solutos solúveis na urina, mas falha
disso, o estudo revela a grande variação do percentual de médias
ter aumentado a produção endógena do oxalato. O número de
na redução da concentração de frações orgânicas candidatas a formação da matriz óssea de urólitos de
da excreção do total de água ingerida, apresentadas pelos valores:
cristais de estruvita no geral foi reduzido com as dietas baixas
estruvita.
16% de água fecal, 86,7% na urina e 17,3% de perdas insensíveis
em proteína, provavelmente devido à excreção urinária mais
(obtidas por diferença) na ração enlatada; 38% de água fecal, 54%
baixa de nitrogênio.
complementado com um acidificante urinário (cloreto de amônio 1,6%) sobre o pH urinário e a formação
na urina e 8% de perdas insensíveis e 14% de água fecal na ração
Este mesmo trabalho concluiu que entrada dietética da proteína
de estruvita em gatos machos. Demonstrou-se que o pH urinário era mais alto nos animais que receberam
seca expandida, 67 % na urina e 19% de perdas insensíveis na
e a fonte de proteína determinaram a excreção urinária de
o alimento não suplementado, enquanto que com a adição do cloreto de amônio diminui para até 5,97. O
ração seca sem expansão.
metabólitos de nitrogênio, oxalato e o nível e o caráter da
consumo de alimento úmido enlatado conduziu a um pH de 5,82. Apenas 9% dos gatos que receberam um
cristalúria.
alimento seco com adição do acidificante apresentaram urólitos de estruvita em comparação aos animais
gatos domésticos é afetado pela natureza da dieta ingerida e pelo
que receberam apenas alimento seco com uma incidência de 78% dos animais (CASE et al., 1998).
processo ao qual a ração é submetida.
cristais e formação de cálculos urinários de estruvita (fosfato
amônio magnesiano), a manutenção de um pH ácido seja mais
de estruvita, seu uso em quantidades demasiadas pode acarretar uma acidose metabólica, causando
Desta forma é possível afirmar que o balanço de água em
Devido à densidade calórica aumentada de alimentos com
FINCO (1986) alegou que para evitar a precipitação de
Um estudo experimental examinou os efeitos de alimento enlatado, alimento seco e alimento
Mesmo que acidificantes sejam utilizados nas rações de gato para prevenir a formação de cristais
mais gordura, o total de matéria seca ingerida pode ser menor,
importante que o controle da ingestão de magnésio ou fosfatos,
depressão das reservas de potássio, disfunção renal, transtornos da homeostase óssea e um maior
portanto, o total de carga solvente e a subseqüente necessidade
uma vez que o cristal de estruvita tem sua solubilidade diminuída
risco no desenvolvimento de cristais de oxalato de cálcio. Além disso, acidificantes urinários não
para água podem ser reduzidos (THRALL e MILLER, 1976).
em pH 6,4.
devem ser utilizados juntamente às dietas acidificadas, evitando-se a formação de corpúsculo de Heinz,
Em caso como este, a matéria seca fecal e a água fecal
Em estudo, avaliando diferentes fontes de proteína de ração
metemoglobinemia e anemia (OSBORNE et al., 2004).
também podem se apresentar menores, sendo, a quantidade
seca para gatos, FUNABA et al., (2005) observaram que o grupo
de urina maior para gatos alimentados com dietas com alta
alimentado com glúten de milho procedeu em um pH menor,
baixo fluxo urinário, e não as alterações do pH ou conteúdo de cálcio e magnésio na urina.P o r é m ,
GUNN-MOORE (2003) acredita que o fator mais importante no desenvolvimento da DTUIF seja o
gordura. Outro fator importante é a quantidade e tipo de
quando comparado à carne bovina e à carne de frango, devido
OSBORNE et al., (2000) menciona as dietas que promovem hipercalciúria e hiperoxalúria representando
carboidrato dietético, os quais também podem acarretar perdas
à maior concentração de aminoácidos sulfurados, além de ser
um fator de risco para a formação de urólitos de oxalato de cálcio e ainda recomenda diminuir esses
mais digestivo. Esses resultados sugerem que o uso do glúten de
compostos na dieta como estratégica terapêutica. O mesmo autor faz referência à dieta para pacientes que
milho na fabricação de ração seca para gatos é preferível dentro
apresentam cálculo de oxalato de cálcio com reduzidos níveis de cálcio, oxalato, sódio e proteína, pois o
experimentalmente, que o fosfato de magnésio e urólitos de
deste contexto.
sódio aumenta a excreção de cálcio e a proteína também, além de diminuir a excreção de citrato (inibidor
estruvita formaram-se em gatos saudáveis consumindo dietas
Com o intuito de acidificar a urina (pH menor que 6,4),
da formação de urólitos de oxalato, assim como o magnésio e o pirofosfato, por formarem sais insolúveis
contendo 0,15% a 1,0% de magnésio, com base na matéria seca.
quando empregado dietas que não baixam suficientemente o pH,
com cálcio e ácido oxálico, reduzindo a disponibilidade dos mesmos à precipitação). Além disso, a dieta
ESCOLAR & BELLANATO (2003) também alegam que a
pode-se também utilizar acidificante (OSBORNE et al., 1995
deve ser constituída de níveis adequados e equilibrados de fósforo e magnésio. fecais (Nutrient..., 2006).
BARTGES
&
KIRK
(2006)
comprovaram
hipermagnesúria; a baixa densidade calórica, responsável por
citado por LAZAROTO, 2001). Tanto a metionina quanto o
elevada ingestão de alimento e minerais; alto pH urinário e baixa
cloreto de amônio tem sido usados para acidificar a urina, porém
ingestão hídrica e conseqüentemente aumento do volume urinário.
Contudo, é de comum acordo entre esses autores, o benefício adicional promovido pelo aumento da
umidade na dieta estimulam o desenvolvimento de urólitos de
ambos podem ser tóxicos. O consumo excessivo de metionina
estruvita. Os autores apontam ainda que 75% dos gatos com
leva a uma diminuição do consumo alimentar e perda de peso
fatores estressores, especialmente aqueles associados à micção. Na presença de cristalúria, importância
Na abordagem para o tratamento GUNN-MOORE (2003) enfatiza a necessidade de identificação de
cálculos de estruvita consomem alimentos secos.
em gatos (FAU et al., 1984) e causou anemia hemolítica,
maior deve ser dada na mudança da alimentação, pois essa influencia no volume, pH e conteúdo mineral
Alguns outros fatores intrínsecos também são importantes
metahemoglobinemia e formação de corpúsculo de Heinz
urinário. Porém, o objetivo principal da manipulação da dieta consiste no incremento da ingestão de água,
na variação do pH urinário, assim como o nível de magnésio da
(MAEDE et al., 1987). Ingestão de cloreto de amônio resultou
visando diluir compostos minerais passíveis de precipitação na urina e, dessa forma mudar gradualmente
dieta, o nível de proteína, pois devido à natureza carnívora, o gato
em anorexia, vomito e diarréia (LLOYD & SULLIVAN, 1984).
a dieta para alimento úmido.
em alta ingestão de aminoácidos sulfurados de fontes protéicas
de origem animal e a oxidação destes aminoácidos conduz a
ser misturado às dietas, visando reduzir a alcalinização pós-
Nesta perspectiva, acidificante como a D, L- metionina pode
Assim, o maior consumo de água por meio do acréscimo de água em rações peletizadas é notoriamente
apropriado, mas a identificação do mineral é fundamental, uma vez que o mineral precipitado tem relevância
50
Caderno Técnico 2
na fisiopatologia; principalmente em casos estratégicos, que
visão acidificar ou alcalinizar a urina.
ANDERSON (1982) observou em estudo que gatos
alimentados com rações com o mesmo nível de sal, porém
diferentes tipos de ração tiveram 91% do consumo de água total
proveniente do alimento no grupo alimentado com ração úmida.
Em contraste, gatos que foram alimentados com ração seca,
tiveram 96% do total de água ingerida através da água de bebida,
porém este total não foi suficiente para compensar a pouca
presença de água da dieta. Nos grupos que foram alimentados
com níveis crescentes de sal, foi verificado aumento no consumo
de água na mesma proporção.
Estudo feito por MARKWELL & HAWTHORN (2004)
também apontam as dietas com níveis crescentes de sal, como
um meio positivo para ingerir mais água e aumentar o volume
urinário, devido à influência dos hormônios vasopressina e
angiotensina, as quais induzem a sede. Baixo nível de sódio na alimentação de felinos aumenta
o risco de urolitíases por oxalato de cálcio, em função do
acréscimo na calciúria e redução da ingestão hídrica. Quando
alimentados com baixo teor de sódio, gatos com ocorrência
natural de urólitos de oxalato excretam urina com menos cálcio.
A redução de fósforo na dieta pode estar associada à ativação da
vitamina D, que favorece a absorção intestinal de cálcio, gerando
hipercalciúria. Mais informações sobre os efeitos do consumo alto de sal podem ser localizadas no trabalho de BURGER et al., (1980).
De fato, a dieta de manutenção deve conduzir o pH urinário
para no máximo 6,6, produzir urina ligeiramente ácida, conter
digestibilidade alta e densidade calórica altas, além do nível
relativamente baixo em magnésio (CASE et al., 1997). Em
contrapartida, a ANFALPET (2009) preconiza o intervalo ideal
para o pH urinário de 6,2 a 6,8.
Portanto, os fatores de risco para gatos são multifatoriais, e
a prevenção da urolitíase na população felina é um desafio para
os médicos veterinários e fabricantes de ração.
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Bárbara Carriel Benitez - Mestre em Zootecnia pela
Universidade Federal de Minas Gerais
Ana Flavia Chizzotti - Aluna de mestrado em
Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad - Profa.
Adjunta da Universidade Federal de Lavras
Walter Motta Ferreira - Prof. Adjunto da
Universidade Federal de Minas Gerais
52
Caderno Técnico 3
53
Por Ricardo Souza Vasconcellos
As formulações de alimentos para cães e gatos são compostas,
comércio dispensa maiores cuidados sobre qualidade nutricional
além de alguns produtos primários, por subprodutos e co-
e sanitária (Bellaver, 2000), para que possam, sem risco, servir
produtos, tendo em vista que a utilização destas matérias-
de opção de uso na fabricação de alimentos para animais.
primas possibilita formulações mais precisas (maior número de
Os subprodutos da indústria do abate animal, processados
ingredientes), economicamente mais viáveis (possibilidade de
adequadamente, destinando-os para rações animais, contribuem
escolher as matérias-primas pelo custo e valor nutricional) além
para o conceito de ecologia industrial em que os resíduos de uma
de evitar a concorrência com a alimentação humana em geral.
indústria se constituem em matéria prima de uma indústria
seguinte da cadeia.
Tendo em vista que as exigências nutricionais de todas
as espécies são baseadas nas suas necessidades em nutrientes
essenciais e não de alimentos, é importante que os ingredientes
primários com seus respectivos co-produtos e subprodutos.
No quadro 1 estão descritos os principais produtos
utilizados na alimentação, sejam eles co-produto, subproduto
ou resíduo de uma etapa da cadeia produtiva, este deve atender
aos requisitos de biodisponibilidade dos nutrientes, composição
Quadro 1 - Os principais produtos e seus principais co-produtos e
subprodutos usados em petfood
nutricional adequada, aceitação voluntária (palatabilidade
Produto
Co-produtos
Arroz
Farelo integral, farelo desengordurado, quirera,
excelente a no mínimo razoável) e não apresentar fatores
antinutricionais ou tóxicos e, quando presentes, que estes
estejam inativados ou eliminados por completo durante o
processamento.
No Brasil, a estimativa para a produção de cereais em 2010,
leguminosas e oleaginosas é de 143,4 milhões de toneladas,
com a produção de arroz (12 milhões de toneladas), milho
(51,4 milhões de toneladas), soja (66,1 milhões de toneladas),
mandioca (27,5 milhões de toneladas), sorgo (1,8 milhões de
toneladas) e o trigo (5,4 milhões de toneladas) representando
as principais culturas. Além destas culturas, estima-se que a
produção brasileira de cana-de-açúcar neste ano será de 697,8
milhões de toneladas, 0,8% maior que em 2009 (IBGE, 2010).
óleo, grão integral, casca.
Amido, gérmen, gérmen desengordurado, farelo de glúten-21,
farelo de glúten-60, milho pré-gelatinizado, milho
extrusado, dextrose, FOS, maltodextrina.
Trigo
Farelo de gérmen, farinha de trigo, glúten de trigo, farelo de trigo.
Soja
Farelo, proteína texturizada, proteína isolada, farinha
micronizada, concentrado protéico, casca, lecitina.
Aves
Farinha de vísceras, hidrolisado de fígado e vísceras, fígado
em pó, ovo em pó, albumina, gordura de aves, farinha de
penas, Carne Mecanicamente Separada.
Bovinos
Farinha de carne, farinha de carne e ossos, CMS, sebo,
farinha de sangue, plasma.
Suínos Proteína isolada, gordura, fígado em pó e hidrolisado líquido.
Peixe
Óleo, farinha.
Leite
Soro, leite em pó integral e desnatado.
Cana-de-açúcar
Levedura seca, bagaço de cana.
Milho
Toda esta produção agrícola do país leva a uma produção de
co-produtos e subprodutos de processo com potencial para
Uso
de co-produtos
na alimentação de cães e gatos
parte i – ingredientes de origem vegetal
uso na alimentação de cães e gatos. Ainda considerando que
os objetivos principais da nutrição de animais de companhia
variações qualitativas e de custo, isto é muito importante do
Considerando que os co-produtos apresentam amplas
são a saúde e longevidade e que as frutas, hortaliças e legumes
ponto de vista de segmentação comercial, pois certamente
apresentam muitas propriedades funcionais, especialmente com
alimentos com custos diferenciados apresentam matérias-
relação às fibras e antioxidantes, ainda pouco explorados nas
primas diferenciadas. À semelhança das desigualdades
pesquisas em nutrição e doenças nutricionais e que o Brasil é
sócio-culturais vivenciadas por todo o país, o mercado de
um dos maiores produtores mundiais destes alimentos, seus
alimentos para animais estimação moldou-se de acordo com a
co-produtos também apresentam potencial pouco explorado de
realidade nacional, ou seja, passou a produzir alimentos com
emprego em petfood.
preço/qualidade distintos. Conforme dito anteriormente,
Com relação à produção pecuária, no ano de 2009, o Brasil
as necessidades nutricionais são o fator limitante para o
abateu 6,20 milhões de toneladas de bovinos; 2,94 milhões
uso de um alimento em detrimento de outro. No entanto,
Os co-produtos, por definição, são matérias-primas geradas
ou perdido, o que a torna um potencial guia para a melhoria
de toneladas de suínos; 10,04 milhões de toneladas de aves
para que um ingrediente forneça os nutrientes essenciais
a partir do processamento dos produtos principais (primários),
da sustentabilidade. Assim sendo, representa um conjunto de
e produziu 14 bilhões de litros de leite e 21,6 bilhões de ovos
ao animal, este deve ser consumido voluntariamente e,
podendo estes originar-se da indústria alimentícia, siderúrgica,
princípios de projetos em que a matéria-prima e rejeitos têm
de galinha, o que da mesma maneira que as matérias-primas
por este motivo, a palatabilidade do alimento é também
metalúrgica, entre outros, com foco na diversificação e melhor
a mesma função para diferentes organismos, propiciando a
de origem vegetal geram um volume de co e subprodutos
muito importante. O correto balanceamento nutricional
aproveitamento das matérias-primas. O uso dos co-produtos
minimização de desperdícios e a melhor eficiência ambiental
considerável para se utilizar na alimentação animal (IBGE,
é facilitado pela combinação de um número maior de
para a alimentação animal contribui para o conceito da “Ecologia
(Gameiro e Silva, 2007).
2009). Assumindo-se que todo este abate de animais para o
ingredientes. Outro aspecto importante do ponto de vista
Industrial”, que sugere a necessidade de uma abordagem
consumo humano leva a produção de aproximadamente 30-
de formulação de alimentos é a inclusão de ingredientes que
apresentem propriedades funcionais. Abaixo são descritos
À semelhança dos humanos, o foco principal da alimentação
sistêmica para a troca do conceito de resíduo para o de co-
de cães e gatos é a saúde e a longevidade. No entanto, tendo
35% de perdas, as farinhas e gorduras de origem animal, quando
produtos e o uso dos sistemas de certificação, como a ABNT,
em vista que o processo produtivo para a alimentação da
corretamente aproveitados e processados levam a agregação
neste artigo as principais características de produtos
NBR, ISO 14001:2004 para efetuar esta troca. Sucintamente, a
população humana mundial gera uma quantidade enorme de
de valor para a indústria de rações. Em princípio, defende-se
primários, bem como seus co e subprodutos, do ponto de
filosofia da ecologia industrial sugere a modelação de sistemas
resíduos, subprodutos e co-produtos, é importante que estes
a melhoria da qualidade dos subprodutos de modo a tratá-los
vista de composição química, coeficientes de digestibilidade
industriais como os ecológicos, onde muito pouco é descartado
sejam aproveitados, tendo em vista as preocupações ambientais.
como “ingredientes de valor agregado” e não commodities, cujo
e propriedades funcionais.
54
Caderno Técnico 3
55
ARROZ
Tendo em vista a composição, biodisponibilidade e
aproximadamente 10% sem comprometer a qualidade das fezes
dos cães e consumo das dietas (Kawauchi, 2008).
por conter aproximadamente 75% de fibra dietética total
Com relação à fibra, a casca de soja é caracterizada
Conforme verificado na Tabela 1, do arroz podem
propriedades funcionais, atualmente os co-produtos do
ser extraídas matérias-primas de elevado teor de amido,
arroz são empregados principalmente com os seguintes
Tendo em vista suas características, os co-produtos
(FDT), que pode estar em proporções variadas na relação
fibra ou gordura, o que diversifica sua aplicação em
propósitos: melhor formatação do alimento extrusado
do milho apresentam as principais aplicações em petfood:
entre fibras insolúveis e solúveis (I:S). Pela maior proporção
formulações. No entanto, devem ser considerados alguns
(quirera de arroz); fonte de amido de elevada e rápida
amido de digestão rápida e elevada; proteína de elevada
de fibras insolúveis na sua composição, a casca de soja
fatores na sua composição, tais como elevado teor de fitato,
digestão (quirera de arroz); diluição de premix (casca de
digestibilidade; redução na densidade energética dos
pode ser empregada em concentrações mais elevadas em
que indisponibiliza o fósforo e outros minerais presente
arroz); fontes de fibras insolúveis de baixo custo (farelo
alimentos (ingredientes fibrosos); custo acessível (permite
alimentos visando a redução da energia metabolizável das
nestes ingredientes, além do elevado teor de silicatos,
desengordurado e casca); fonte de antioxidantes naturais
inclusão em alimentos para todos os segmentos comerciais).
mesmas, sendo que a adição de até 9% em dietas para cães
especialmente na casca, quando estes ingredientes não são
(óleo de arroz). proporcionou a redução na densidade energética das rações
SOJA
dissilicados durante o processamento. Devido à presença
de lipases, lipoxigenases e lipoperoxidases, o óleo do arroz
MILHO
deve ser estabilizado termicamente (inativa estas enzimas)
Na Tabela 2, podemos verificar os principais ingredientes
e pela adição de antioxidantes para evitar sua oxidação
para petfood provenientes desta matéria-prima.
precoce, para garantir sua qualidade. Assim como muitos
Tabela 2 - Principais co-produtos do milho e
sua composição química
ingredientes vegetais, o controle de qualidade de todos os
sem prejudicar a digestão da Proteína Bruta e Extrato
etéreo, conforme verificado por Cole et al. (1999).
Por muito tempo a utilização de soja na alimentação
de cães e gatos foi restrita, devido à fraca associação, pelos
Além da fibra, as isoflavonas presentes especialmente na
consumidores, deste ingrediente com a dieta de animais
fração protéica destes ingredientes apresentam propriedades
carnívoros como os gatos e omnívoros caçadores como os cães.
funcionais que devem se melhor investigadas para cães e gatos.
No entanto, atualmente seu emprego nas formulações tem
A genisteína, um isoflavona, parece inibir a multiplicação de
sido cada vez mais freqüente considerando a disponibilidade
linhagens de células tumorais de cães em modelos in vitro,
ingredientes provenientes do arroz deve dar atenção às
Ingrediente
micotoxinas, especialmente à aflatoxina.
Milho grão
8,3
3,6
1,8
1,3
(%) 62,5
destes ingredientes a um custo relativamente baixo e também
sendo estes efeitos dose dependentes. Para tal é necessário a
Gluten de milho 60
60
2,6
1,1
1,6
14,5
seu adequado valor nutricional, sendo mais balanceado que
realização de estudos in vivo para confirmar estes benefícios. muitos ingredientes de origem animal. Na tabela 3, podemos
verificar a composição da de alguns de seus co-produtos.
do farelo de soja e da farinha de soja micronizada para cães e na
Tabela 1 - Principais co-produtos do arroz e sua composição química.
Fonte adaptado de Rostagno et al. (2005)
Ingrediente
Quirera de arroz
Farelo de gluten 21
21
3,4
7,6
6,0
21,0
Fibra do milho
14,5
6,6
70*
-
-
PB(%)1 EE(%)2 FB(%)3 MM(%)4 Amido
Germen de milho
10,4
8,6
4,5
3,9
48,5
)0,55
Óleo de milho
0
100
0
0
0
8,5
1,2
1,0
74,5
Farelo de arroz 13,2
14,8
7,9
8,8
22,7
Farelo de arroz desengordurado
15,5
1,7
10,8
10,1
26,0
Casca de arroz
3,0
0,7
44,0
20,0
-
0
100
0
0
0
Óleo de arroz
1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral.
Valores sobre a matéria natural.
PB (%) EE %) FB (%) MM (%) Amido
1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral.
Valores sobre a matéria natural.
* Fibra dietética total
Tabela 4 podemos verificar os coeficientes de digestibilidade
Tabela 3 - Principais co-produtos da soja e sua
composição química
Ingrediente
Na figura 1, pode-se verificar os coeficientes de digestibilidade
aparente de alguns ingredientes protéicos da soja. Além da boa
composição de aminoácidos, a soja apresenta coeficientes de
PB(%)1 EE(%)2 FB(%)3 MM(%)4 Amido
digestibilidade também considerados satisfatórios.
45,0
1,66
5,4
5,9
12,4
Farinha de soja micronizada 42,0
20,0
2,0
4,0
-
1,0
3,0
-
<5
específicas de cada co-produto da soja, as principais
Farelo de soja
O grão de milho é o ingrediente com maior participação
De maneira resumida, considerando as características
Proteína isolada de soja
80
nas rações e o cereal que apresenta maior número de
Casca de soja
13,5
2,9
33,0
4,6
-
aplicações em petfood são com foco em reduzir a densidade
produtos industrializados. Do milho, podemos verificar que
Óleo de soja
-
100
-
-
-
energética dos alimentos (casca de soja); formular alimentos
Apesar da digestão protéica dos co-produtos de arroz
um ingrediente essencialmente amiláceo, pode dar origem,
ser inferior aos do milho (Figura 1), do ponto de vista
graças ao seu processo industrial a outros ingredientes
1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral.
Valores sobre a matéria natural.
com alta proteína e gordura concomitantes (farinha de
soja micronizada); formular alimentos com alta proteína e
de valor biológico e eficiência protéica líquida (EPL, em
protéicos (glúten), fibrosos (fibra do milho e farelo de glúten
Com relação ao perfil de aminoácidos e qualidade
gramas de peso ganho por grama de proteína ingerida,
digestibilidade protéica sem a concomitante adição de excesso
21), prebióticos (frutooligossacarídeos), fontes de ácidos
protéica, a soja apresenta concentrações relativamente baixas
determinada em ratos) o arroz apresenta melhor qualidade
de minerais. Além disto, outro ingrediente não comentado até
graxos poliinsaturados (óleo de milho). Seus co-produtos de
de aminoácidos sulfurados (metionina e cistina) e treonina
que o milho (milho - VB=59 e EPL=1,12; arroz - VB=64%
o momento, a proteína de soja hidrolisada, é um importante
maneira geral apresentam elevada digestibilidade protéica,
principalmente, considerando as recomendações nutricionais
e EPL=2,18), possivelmente pelo melhor equilíbrio dos
ingrediente protéico de dietas hipoalergênicas para cães e
lipídica e do amido, sendo afetados pelo próprio teor de
do NRC (2006) para cães e gatos. No entanto, considerando
aminoácidos, especialmente com relação aos maiores teores
gatos, considerando seu baixo peso molecular conseguido
fibra destes ingredientes que, quando elevado prejudica a
o equilíbrio razoável dos demais aminoácidos na composição
de lisina e triptofano. pelo processamento especialmente com esta finalidade.
digestibilidade dos demais nutrientes (Figura 1).
protéica da soja, esta apresenta um valor biológico relativamente
Com relação a composição química e valor biológico,
elevado (73%) e eficiência protéica em ratos (2,32) é considerada
apesar da elevada digestibilidade, o valor biológico da
boa, uma vez que o ovo, considerado ingrediente de elevado
elevadas de tocoferóis e gamma-orizanol. O gamma-orizanol,
proteína do milho e eficiência protéica são relativamente
valor biológico, apresenta uma EPL de 2,85 aproximadamente.
uma mistura de fitoesteris ferulados e presente neste alimento,
alguns de seus co-produtos.
baixos (VB=59% e EPL=1,12). Isto se deve ao seu baixo
apresentou importantes ações in vitro no combate aos radicais
teor de lisina e triptofano principalmente. Apesar disto,
livres DPPH, OH- e O2-, com potencial uso antioxidante
desde que devidamente corrigidos os imbalanços de
não somente como nutriente funcional, mas também como
aminoácidos das dietas pela mescla de ingredientes e adição
estabilizante dos processos oxidativos nos alimentos. Em
de aminoácidos industriais, o glúten de milho é uma boa
equinos, a suplementação de óleo de arroz em dietas melhorou
fonte protéica considerando seu custo e digestibilidade.
a capacidade antioxidante e qualidade seminal de garanhões
durante o consumo deste nutriente (Arlas, 2008). Apesar de
insolubilidade e fermentabilidade muito baixa para cães e gatos,
não ser identificado na literatura estudos em cães e gatos, a
o que favorece sua aplicação em dietas para perda de peso. Em
utilização de óleo de arroz em petfood desde que devidamente
estudo com farelo de glúten 21 em cães, foi verificado que a adição
testado, parece uma alternativa viável, considerando seu custo
crescente (0-21%) deste ingrediente na dieta proporcionou
e benefícios prováveis.
uma redução na Energia metabolizável do alimento em
Do ponto de vista de propriedades funcionais, o óleo de arroz,
quando devidamente estabilizado, apresenta concentrações
A fibra do milho é caracterizada pela sua elevada
TRIGO
Na tabela 5, podemos verificar a composição da de
Tabela 4. Coeficientes de digestibilidade aparente de uma dieta referência e de ingredientes protéicos da soja para cães
CDMS%
CDMO%)
CDPB%
CDEEA%
CDENN%
EM kcal/kg
Referência
82,9±0,4a
86,7±0,3a
85,3±0,3b
89,5±0,3b
94,4±0,4ab
4106,3±16,2d
FDS
75,6 ±0,8b
80,1 ±0,6b
85,1 ±0,6b
84,3 ±0,6c
92,7 ±0,7c
3639,1±26,3e
Micronizada
85,1±0,5a
87,0±0,8a
88,4±0,8a
96,8±0,8a
94,8±0,7a
5112,4±32,6a
Farelo
76,9±0,5
78,1±0,4
85,2±0,4
c
84,3±0,4
c
92,7±0,5
4074,9±44,5d
Grão integral
75,9±0,6
77,7±0,6
78,9±0,6
a
95,4±0,6
bc
93,0±1,3
4454,7±25,9c
Grão tostato
76,7±0,8b
79,0±0,6b
84,7±0,6b
95,6±0,6a
93,8±0,9abc
4585,4±30,1b
CV(%)
5,1
5,1
3,6
6,6
3,9
10,9
b
b
b
b
b
c
CV: Coeficiente de variação; FDS: Farinha desengordurada de soja
*Médias na mesma coluna seguidas por letras diferentes diferem pelo teste Tukey (p<0,05)
56
Caderno Técnico 3
57
Tabela 6 - Principais co-produtos da cana-de-açúcar e sua
composição química
Tabela 5 - Principais co-produtos da cana-de-açúcar e sua
composição química
Ingrediente
Ingrediente
PB(%) EE(%) FB(%) MM(%) Amido(%)
1
3
2
4
PB(%) EE(%) FB(%) MM(%) Amido(%)
1
3
2
4
aparente, propriedades funcionais e aplicações práticas.
REFERENCIAS
Trigo grão
11,5
1,7
2,4
1,6
54,9
Levedura
37
0,5
0,5
3,4
-
ARLAS, T.R. Efeito da suplementação alimentar de
Germen de trigo
28,3
9,2
2,5
4,2
15,5
Fibra de cana
1,3
1,04
36,5
1,8
15,5
garanhões com óleo de arroz contendo gamma-oryzanol na
Farelo de trigo
15,5
3,4
9,7
4,8
31,3
1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral.
Valores sobre a matéria natural.
Considerando que o trigo grão é amplamente utilizado
1Proteína bruta; 2Extrato etéreo; 3Fibra bruta; 4Matéria Mineral.
Valores sobre a matéria natural.
qualidade espermática. Dissertação (Mestrado em Medicina
Veterinária). Faculdade de Veterinária, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008, 55p.
A composição de aminoácidos da levedura é
baixa
em
aminoácidos
sulfurados
Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para
Animais de Estimação (ANFALPet) – Manual do Programa
para a alimentação humana e que o milho grão e quirera de
relativamente
arroz apresentam custo relativamente menor e maior teor
(metionina e cistina), fenilalanina e tirosina em
Integrado de Qualidade Pet – PIQPET. 2009, 354P.
de amido, os principais co-produtos do trigo empregados na
relação ao perfil de aminoácidos recomendado pelo
BELLAVER, C. Resíduos industriais (Farinhas, óleos e
alimentação de cães e gatos são o gérmen e o farelo. Com
NRC (2006). No entanto, ela apresenta-se como uma
sebos), onde colocá-los frente às restrições de mercado? In: IV
relação à composição de aminoácidos, a proteína do trigo
boa fonte de lisina, treonina e aminoácidos de cadeia
apresenta concentrações relativamente baixas de aminoácidos
ramificada (valina, leucina e isoleucina). Apesar do
sulfurados, treonina e lisina. Além disto, a digestão protéica do
perfil satisfatório de aminoácidos, o coeficiente de
farelo de trigo para cães foi inferior a 70% (Sá-Fortes, 2005),
digestibilidade da proteína deste ingrediente para
possivelmente prejudicada pelo elevado teor de fibra deste
cães é de aproximadamente 75%, valor este inferior
ingrediente. Estes limitantes na composição protéica fazem
ao de outras fontes protéicas comumente usadas em
com que o valor biológico e eficiência protéica apresentem
formulações como glúten de milho, derivados da soja e
respectivamente 65% e 1,65. Apesar disto, estes valores são
farinhas de origem animal.
superiores aos encontrados pelo milho.
A fibra do trigo é caracterizada por apresentar
utilizada pela indústria, considerando seus benefícios
aproximadamente 84% de fibras insolúveis e 16% de fibras
nutricionais como um todo, uma vez que esta apresenta-
solúveis, sendo que esta última apresenta concentrações
se como uma fonte rica de ácidos nucléicos (cerca de
razoáveis de frutooligossacarídeos (FOS). O farelo de trigo
6-12% na matéria seca), prebióticos (aproximadamente
apresenta aproximadamente 0,5% de FOS (Cetose, nistose e
8-10% de mananas e 12-14% de glucanas) e glutamato.
frutofuranosil-nistose) em sua composição, conferindo-lhe
um caráter prebiótico. No entanto, sua inclusão em dietas
é limitada pelo seu teor de fibra e influência negativa nos
Figura 1. Coeficientes de digestibilidade aparente de ingredientes de origem vegetal para cães.
Fonte: adaptado de Sá-Fortes, 2005; Kawauchi, 2008 e de-Oliveira, 2009.
Seminário Internacional sobre Industrialização da Carne,
KAWAUCHI, I.M. Farelo de glúten de milho 21 na
Anais..., 2002, setembro, 12p.
alimentação de cães adultos. Dissertação (Mestrado em
COLE, J.T.; FAHEY Jr., G.C.; MERCHEN, N.R.; PATIL,
Medicina Veterinária). Faculdade de Ciências Agrárias e
A.R.; MURRAY, S.M.; HUSSEIN, H.S.; BRENT Jr., L.
Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal,
Soybean hulls as a dietary fiber source for dogs. Journal of
2008, 83p.
Animal Science, v.77, p.917-924, 1999.
NRC - Nutrient Requirements of Dogs and Cats. National
FELIX, A.P. et al. Digestibilidade de derivados da soja
Research Council. The National Academy Press: Washington,
em cães e gatos. I Congresso Internacional sobre Nutrição
D.C. 2006. 398p.
de animais de estimação, Campinas-SP, ANAIS... Colégio
De-OLIVEIRA, L.D. Avaliação de fontes protéicas e de
Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), 123p, 2009.
tratamentos industriais da farinha de carne e ossos para
GAMEIRO, J.; SILVA, M.L.P. Aplicação do Conceito
cães e gatos. Tese (Doutorado em Medicina veterinária) –
de Ecologia Industrial ao Sistema de Gestão Integrada:
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade
Vantagens e Melhorias Ambientais Associadas. In: 2nd
Estadual Paulista, Jaboticabal, 2009, 115p.
International Workshop | Advances in Cleaner Production,
ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.;
key elements for a sustainable world: energy, water and
GOMES, P.C.; FERREIRA, A.S.; OLIVEIRA, R.F.;
Com isto, este ingrediente tem sido utilizado com
climate change, Anais…, São Paulo – Brasil – 22-24 de
LOPES, D.C. Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos.
o propósito de melhorar as condições de saúde dos
maio, 2009, p.1-10.
Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais. 2.ed.
animais, tais como aumentar síntese/replicação celular,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –
Viçosa, MG: UFV, 2005. 186p.
coeficientes de digestibilidade. Apesar da inclusão de farelo
promover a saúde intestinal e aumentar a eficiência do
Indicadores IBGE, Estatística da produção agrícola, 2010,
SÁ-FORTES, C. M. L. Valor nutricional de ingredientes
de trigo em petfood dever ser cautelosa, estudos mostraram
sistema imunológico, além de melhorar a palatabilidade
40p.
energéticos e protéicos para cães. Tese (Doutorado em
que a inclusão de 12% de farelo de trigo em dietas para
das rações.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –
Zootecnia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
cães não interferiu negativamente nos coeficientes de
Indicadores IBGE, Estatística da produção pecuária, 2009, 25p.
Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2005.
digestibilidade da proteína e gordura. Porém, em dietas em
apenas um resíduo para a indústria e utilizada na
Apesar disto, a levedura tem sido amplamente
A fibra de cana há tempos atrás era considerada
que se busca maximizar a digestibilidade dos nutrientes,
alimentação de ruminantes como forma de aproveitar
seu uso deve ser evitado.
esta matéria-prima. No entanto, atualmente tem se
Tendo em vista as características na composição
transformado em um co-produto do processo, com uso
química e digestibilidade do farelo de trigo, seu emprego se
para produção de energia para a indústria e também
restringe atualmente em formulações de alimentos de menor
como fonte secundária para a produção de biodiesel.
custo, pois a digestibilidade dos nutrientes de uma maneira
Para cães e gatos, quando devidamente processada, seu
geral é prejudicada pelo seu teor de fibra. Com relação às
elevado teor de fibras insolúveis propicia a aplicação em
propriedades funcionais da fibra do trigo, estas são limitadas
alimentos para a perda de peso, semelhante à celulose,
pela inclusão deste ingrediente na dieta, uma vez que elevada
porém com a vantagem de apresentar um custo
inclusão, além dos fatores já citados, prejudica o processo de
relativamente mais baixo.
extrusão piorando a qualidade do extrusado. Na figura 1 podemos verificar os coeficientes de
digestibilidade das principais fontes de origem vegetal
CANA-DE-AÇÚCAR
Os
principais
co-produtos
da
comentadas neste artigo.
cana-de-açúcar
Na próxima edição serão discutidos os ingredientes
empregados na alimentação de cães e gatos são a levedura
de origem animal mais comumente empregados em
(Saccharomyces cerevisae) e a fibra de cana hidrolisada. A
formulações para cães e gatos, com uma abordagem sobre
composição química de ambas encontra-se na Tabela 6.
composição química, coeficientes de digestibilidade
Serviços
58
59
3ª capa
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( ) Outros
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60

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