Colégio Marista de Brasília | Maristinha e Maristinha Pio XII

Transcrição

Colégio Marista de Brasília | Maristinha e Maristinha Pio XII
1º Semestre • 2013
ENTREVISTA
Em um bate-papo, Alexandre
Costa Nascimento conta um
pouco sobre a ideia de usar o
esporte como estilo de vida
OLHAR
Quando a palavra
"superação" ganha
outro sentido
COMO FAZER
Comer bem
para se exercitar
melhor ainda
Jogo de equilíbrio
Jovens esportistas aprendem, desde cedo, a conciliar treinos
e competições com os estudos
NO NOSSO REPERTÓRIO SÓ TEM
OBRAS-PRIMAS PARA A GAROTADA
APLAUDIR DE PÉ!
Coleção Música Clássica em Cena recontada para o público infantojuvenil
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única de bons
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O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes
valores humanos e cristãos, com o
compromisso de promover e defender os direitos das crianças e jovens.
Faz parte do jeito Marista a busca
constante por excelência. Na área da
PRESIDENTE DO GRUPO MARISTA
Ir. Délcio Afonso Balestrin
SUPERIOR PROVINCIAL
Ir. Joaquim Sperandio
SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DO
GRUPO MARISTA
Marco Antônio B. Cândido
SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DA ÁREA
DE EDUCAÇÃO
Paulo Serino
DIRETOR EXECUTIVO DA REDE DE COLÉGIOS
Ir. Paulinho Vogel
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira,
Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima,
Leandro Martins e Vivian Lemos
COMUNICAÇÃO E MARKETING COLÉGIOS
Ana Carolina Jamur Ranocchi, Camilla Stivelberg,
Cristiane R. Santos, Daniele Lucas, Elaine dos
Santos Cezaro, Eziquiel M. Ramos, Fábio S. Aparício,
Guilherme F. Neto, Kely C. de Souza, Luiza Baptista
Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara Gutjahr,
Natália Silveira Carneiro Raso, Natália Venâncio
de Souza, Raquel A. Bortoloso, Samira D. Dutra,
Tatiane Pereira, Yolanda Drumon
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Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR
8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
educação, da escola à universidade,
formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades
nas áreas de saúde e comunicação,
levamos sempre a melhor qualidade
para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas
áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA
Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental
SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
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Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e
1º Ano do Ensino Fundamental
SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
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com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também
atuamos diretamente, por meio de
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DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck
FOTO DE CAPA Renata Duda
11ª Edição | 1º Semestre 2013
PERIODICIDADE Semestral
REVISÃO Editora Champagnat
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Rulian Maftum / DRT Nº 4646
SUPERVISÃO Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha
(Lumen Comunicação)
REDAÇÃO REDE Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela
Jubanski
REDAÇÃO LOCAL Andressa Ferreira (Goiânia), Camila Stivelberg
(Brasília), Carolina Veiga (Chapecó e Joaçaba), Daniela Nogueira (São
Paulo e Ribeirão Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá),
Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani Siqueira (Curitiba e
Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista Arquidiocesano).
R. Amauri Lange Silvério, 270
Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000
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CAPA Isadora V. Guimarães Senff,
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esudante do Colégio Marista
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© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
índice
capa
8 O maior
desafio de
quem pratica
esporte está em
conciliar a prática
com os estudos.
Saiba como pais e
professores podem
auxiliar.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
5 6 14 O Grupo Marista acredita que
o esporte é ponto importante
para a formação integral de
crianças e adolescentes. A prática
abre portas para o conhecimento e o
aprendizado de qualidade.
Educação física é porta de
entrada para uma vida
saudável, pautada pelo esporte.
Conheça de que forma isso é
abordado no colégio.
solidariedade
curiosidade
40 47 índice
como fazer
diversão
42 48 17 Jogos cooperativos inovam
brincadeiras tradicionais.
O diferencial é que todos saem
ganhando. Saiba como.
Saiba os segredos que o
asfalto guarda sobre as
corridas.
A Em Família conversou
com o primeiro brasileiro
a participar do Tour D'Afrique.
Ele relata seus sonhos sobre duas
rodas e diz como está sendo sua
experiência no continente africano.
seu colégio
Confira as
matérias
elaboradas
exclusivamente para o
seu colégio.
Incentivar a alimentação
saudável nos filhos pode
ser mais fácil com o exemplo e
acompanhamento dos pais.
Chamem toda a família
e aprendam a fazer
brinquedos com materiais
recicláveis, para todos se divertirem
juntos.
essência
compartilhar
olhar
32 44 46 Irmãos Maristas falam
sobre a importância do
esporte como ferramenta social.
Confira as dicas dos alunos
e professores sobre livros,
programas de TV, entre outros, cujo
tema é o esporte.
A experiência na
Paralimpíada de Londres,
em 2012, mudou a percepção do
jornalista Thiago Rocha sobre
desafios e conquistas.
Educaçãointeiro
por
1ª impressão
Fortificar o corpo e purificar a
alma, por meio do esporte, é, na visão de Champagnat, proporcionar
ao estudante Marista a possibilidade
de realizar suas atividades com força,
vontade e desejo de querer aprender
sempre e com qualidade.
A fidelidade à pedagogia Marista,
herdada do fundador, exige de nós,
educadores Maristas, atenção constante às tendências sociais e culturais de nosso tempo, pois exercem
profunda influência na formação da
consciência das crianças e dos jovens, assim como em seu bem-estar
espiritual, emocional, social e físico.
Para o Marista, educar
ultrapassa os limites do
ensinar conteúdos e conhecimentos formais,
acumulados ao longo da
história da humanidade.
Assim, o Marista, dentro de seus
colégios, cria, além de centros de recreação e de esportes, espaços onde
eles possam ter a oportunidade de se
encontrar e de expressar seu talento
criativo. Porque, para o Marista, educar ultrapassa os limites do ensinar
conteúdos e conhecimentos formais,
acumulados ao longo da história da
humanidade.
Para o Marista, educar uma criança
é iluminar sua inteligência formando
seu coração; é educar sua consciência
fazendo-lhe amar a virtude; é formar
sua vontade educando seu caráter; é
cuidá-la continuamente ajudando-a
a discernir sobre o que é certo e bom
para si; é inspirar-lhe o amor ao
trabalho e à vontade de querer ser
melhor que si mesma; é dar-lhe os
conhecimentos que lhe serão necessários em sua situação histórica e em
sua condição pessoal.
Por fim, educar uma criança, para
o Marista, é ocupar-se do seu desenvolvimento físico, por meio das
práticas esportivas e culturais que os
colégios Maristas oferecem, não por
capricho, mas sim por convicção de
que esse é o melhor modo de educar
e formar bons cristãos e virtuosos cidadãos, para hoje e para amanhã.
Boa Leitura!
Ir. Paulinho Vogel
Diretor-executivo
da Rede Marista
de Colégios
© Foto: João Borges
Nossa Em Família deste semestre
é sobre esporte. Na verdade, é sobre
educação, pois entendemos que tudo
o que fazemos no Marista está ligado
a esse tema. E o esporte, aliado a uma
série de outras atividades, torna nossa
proposta educativa diferenciada.
O Grupo Marista, desde São Marcelino Champagnat, seu fundador, oferece aos alunos dos Colégios Maristas
educação integral de qualidade. Integral, pois suas atividades pedagógicas,
junto às crianças e jovens, abarcam
todas as dimensões do ser humano.
Está explícito em nossa Missão Educativa Marista: “Coerentes com o nosso
ideal de proporcionar uma educação
verdadeiramente integral, incluímos
nas experiências de aprendizagem dos
nossos educandos a educação física,
da saúde e do meio ambiente. Estimulamos as atividades esportivas como
meio para desenvolver suas habilidades físicas e sua coordenação motora,
a formação da personalidade, o espírito de equipe, a disciplina pessoal,
o reconhecimento de suas próprias
limitações, a capacidade de aceitar
seus limites e o desejo de obter êxito”
(MEM, n. 137).
Como valor institucional, o Grupo
Marista, em suas várias instâncias
de atuação, seja nos hospitais, editoras, universidades ou colégios, preza
pela presença significativa. Na ação
escolar, procuramos prolongar nossa presença, dando significado a ela
junto aos nossos alunos, através do
tempo livre, do lazer, das atividades
esportivas e culturais, ou quaisquer
outros meios.
5
dia a dia
© Foto: Acervo Marista
Participação
dos alunos do
Colégio Marista
São Francisco
nas Olimpíadas
Maristas 2011.
Na aula de hoje:
desvendando o
esporte
O objetivo da Educação Física no
currículo pedagógico é incentivar
a prática esportiva,
apresentando-a de forma
teórica, prática e desafiadora
para o aluno. Saiba como.
6
Uma experiência que fica para a vida inteira! A
prática do esporte no dia a dia dos jovens e crianças
contribui para um melhor funcionamento do corpo
e da mente. Os estudantes, por meio de suas práticas
esportivas, significam e ressignificam sua presença no
mundo, pois por meio delas ampliam a sua relação
com os outros, respeitando as regras e as diferenças
entre si e desenvolvendo uma consciência mais crítica e política. Consequentemente, influencia no aproveitamento dos estudos em sala de aula e fortalece as
relações interpessoais. Pensando nestes benefícios, os
Colégios Maristas entendem o esporte como parte da
cultura corporal de movimento, bem como da formação integral dos alunos.
O Analista de Negócios do Grupo Marista, Honório
Hungria Junior, orientador das atividades dos Núcleos
de Atividades Complementares da Rede de Colégios,
afirma que o esporte é um meio para educação e “tem
relação direta com a qualidade de vida, interferindo no
relacionamento do sujeito consigo e com os outros”.
Para Alessandro Viegas Rodovalho, professor e coordenador de Modalidades do Núcleo de Atividades
Complementares (NAC) do Colégio Marista de Brasília, para esse vínculo interpessoal existir, é preciso
ONDE TUDO SE INICIA
O trabalho começa cedo. Brincadeiras e jogos são desenvolvidos com as
crianças, a fim de desenvolver o trabalho em equipe, o respeito à individualidade e às regras nas práticas esportivas.
Essa fundamentação básica, comum
a todas as modalidades, dá subsídios
para que a iniciação esportiva seja desenvolvida, de forma plena e eficaz, nas
séries mais avançadas. “No currículo
pedagógico não se tem o esporte como
competitivo ou de performance. Dessa
forma, ele é trabalhado respeitando e
adaptando-se às características de cada
indivíduo”, explica o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares do
Colégio Marista Paranaense, Fernando
Knaipp Junior.
As aulas de Educação Física devem
trabalhar conceitos sobre a atividade física, contextualização e interpretação de
conhecimentos, além das práticas cor-
porais. “Nosso objetivo principal é o
incentivo à prática esportiva como
formação do ser humano enquanto
equipe”, conta Paula Melhado Gomes da Silva, coordenadora de Educação Física do Marista Paranaense.
OS INCENTIVOS
No Ensino Médio, uma das formas de motivação à prática é a
estruturação das aulas junto com
os alunos. “Neste ano, sentamos e
preparamos juntos a grade curricular das aulas de Educação Física.
É a tentativa de um envolvimento
mais efetivo”, explica a coordenadora de esportes do Colégio Marista São Francisco, Marlise da Silva.
Já no contraturno, são ofertadas
diversas modalidades para aqueles
que desejam ter uma rotina esportiva. “Dentro do treinamento, o colégio oferece toda a estrutura, com
técnicos especialistas, material de
alto padrão e todo o suporte necessário. Tudo o que é necessário
para o desenvolvimento do aluno
dentro da modalidade”, explica
Knaipp.
O ambiente físico também influencia no incentivo à prática. “Os
Colégios Maristas possuem ampla
área e instalações que permitem a
exploração das ofertas esportivas.
As modalidades esportivas muitas
vezes estão alinhadas com as realidades culturais de cada local”, completa Hungria.
© Foto: maristabsb/divulgação
um ambiente propício. “É importante
desenvolver um ambiente de respeito e
de busca pelo conhecimento. Assim, aos
poucos os alunos vão se desenvolvendo e
ampliando seu repertório motor”.
Olimar
As Olimpíadas ocorrem a cada dois anos
e são um dos maiores eventos esportivos
do Grupo Marista. As competições, resultados e conquistas vêm, naturalmente,
com o esforço dos alunos, que são os
verdadeiros protagonistas dessa história.
O objetivo dos Jogos é promover uma integração e troca de experiências, uma vez
que a cada ano a Olimar acontece em um
Colégio. “Temos a oportunidade de conhecer práticas com níveis diferentes do
nosso. Também podemos ter contato com
culturas regionais diferentes, ampliando
nosso ciclo de amizades em um ambiente
único”, afirma Rodovalho.
Colégio Marista
de Brasília em
participação
nas Olimpíadas
Maristas.
© Foto: Tatiane Pereira
Segundo a coordenadora de Esportes
do Colégio Marista São Francisco,
geralmente são das modalidades
oferecidas pelo Núcleo de Atividades
Complementares (NAC) que surgem
as equipes que participam das
Olimpíadas Maristas, conhecidas como
Olimar.
Alunos do
Colégio Marista
Paranaense
participando
do Projeto
Champagnat,
em 2012.
7
© Fotos: Renata Duda
capa
Crianças e adolescentes
descobrem no esporte
um espaço de desafios e
conquistas, mas também de
muita diversão e até de um
futuro profissional
8
As aulas de Ginástica
Artística também são
um momento para estar
entre amigas. Entre
uma acrobacia e outra,
as meninas não perdem
tempo para se divertir e
colocar o papo em dia.
Na contramão da inatividade –
comum entre alguns dessa geração
que preferem brincar com jogos
virtuais a pular corda ou andar de
bicicleta –, ainda existem crianças
que sonham em ser jogadores de futebol, ciclistas, atletas de alto nível.
João Pedro Custódio, 13 anos, 7º ano
do Colégio Marista Goiânia, faz parte
desse time seleto. Se não bastasse a
exceção, ele pratica automobilismo,
que, apesar de conhecido por seus
vários pilotos renomados, também
não é um esporte muito popular.
O pai de João, Geovane Gonçalves,
conta que o menino ganhou um kart
em 2005. No ano seguinte, ele ia todos
os fins de semana ao Kartódromo Ricardo Santos para correr – como uma
diversão. Aos poucos, perceberam que
ele levava jeito para o automobilismo
e João começou a ter uma rotina de
treinos e participar de competições.
Isadora Senff, 10 anos, 5º ano do
Colégio Santa Maria, também teve
um incentivo para entrar no uni-
verso esportivo. Foi inspirada pela
tia, praticante de ginástica artística
por oito anos, que Isadora iniciou as
aulas nessa modalidade no colégio.
A menina conta que outro fator que
contribuiu para isso foram as aulas
de Educação Física. “A professora
percebeu que eu gostava de ‘dar estrelinha’, fazer muitas estripulias, e
me incentivou a ir para a ginástica”.
Hoje, a menina treina duas vezes
por semana e já conta com algumas
medalhas. Apesar de adorar ginástica,
ela sabe que a vida de esportista é curta. Por isso, afirma que, quando crescer, quer fazer o curso de Arquitetura
e Urbanismo. Até lá, resta a Isadora
conciliar a rotina de ginasta com os
estudos do Ensino Fundamental.
Organizar o tempo entre prática
esportiva e estudos é, na verdade, o
maior desafio dos jovens esportistas.
Isso tanto para João e Isadora quanto
para a maioria das crianças e adolescentes que praticam algum esporte,
profissionalmente ou não.
A professora percebeu
que eu gostava de
dar estrelinha, fazer
muitas estripulias,
e me incentivou a ir
para a Ginástica.
Isadora Senff, 10 anos,
5º ano do
Colégio Santa Maria
9
capa
ESPORTE AUXILIA NO APRENDIZADO
Essa conciliação é mais que essencial, uma vez que o
esporte praticado de forma assistida e saudável influencia positivamente no aprendizado.
Estudos observacionais mostram forte tendência
positiva de que a prática de esportes contribua para o
aprendizado de matérias convencionais. Segundo o
médico ortopedista Mark Deeke, especialista em Medicina Esportiva, as atividades aeróbicas – como corrida,
natação e ciclismo – ativam uma área do cérebro chamada de hipocampo, responsável pela memorização e
aprendizado, além de aumentar a atividade neural, o
que, consequentemente, potencializa a assimilação de
conhecimento.
A professora de Educação Física Amanda Fistarol, do
Colégio Santa Maria, completa que, no esporte, a criança aprende a desenvolver habilidades que farão diferença em sala de aula. São elas: concentração, motivação,
trabalho em equipe, disciplina. “Na prática esportiva,
exige-se disciplina da criança. É natural que isso reflita
no comportamento do aluno em classe”.
Gonçalves conta que João tinha dificuldades na escola antes de ingressar no esporte. A situação mudou
quando começou a correr de kart. “O Colégio Marista foi
fundamental na hora de conciliar as dezenas de atividades escolares com treinos e competições, propiciando
um calendário bem organizado e adequado à situação
de João Pedro".
Esse posicionamento da instituição de ensino também fez toda a diferença na vida de Khiuani Dias, 21
anos, ex-ginasta da Seleção Brasileira e, atualmente, estudante de Educação Física na PUCPR. Dulcenea Alves
Wisniewski, educadora e professora do Colégio Marista
Paranaense, pondera que os pais precisam elaborar uma
rotina para os filhos, estabelecendo limites e horários.
“Isso ajuda a criança a estabelecer prioridades para que o
estudo não seja comprometido”.
Por um mundo
em movimento
A falta de atividade física pode
trazer consequências negativas
para as futuras gerações.
Veja alguns dados:
l 30% DE CRIANçAS COM
OBESIDADE
l R$ 2.741,00 A MAIS POR
ANO DE GASTOS COM A
SAÚDE
João Pedro conta com
o apoio da família e do
Colégio para conciliar
estudos com rotina de
treinos e competições.
10
© Foto: Luca Bassani
F
l MENOS ATIVIDADE FÍSICA
ESTÁ ASSOCIADA A NOTAS
RUINS NA ESCOLA
l 5,3 MILHõES DE MORTES
PREMATURAS POR ANO
GRAçAS à INATIVIDADE
Fonte: www.designedtomove.org
CONFIRA A ENTREVISTA COM O TREINADOR
ALFREDO CARLOS SCREMIN, DO COLÉGIO MARISTA
PARANAENSE, HÁ MAIS DE 30 ANOS NA ÁREA. JÁ
PASSARAM POR SUAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MENINAS E MENINOS QUE, HOJE, SEGUEM CARREIRA
NO ESPORTE.
Como identificar um atleta nato?
O aluno que tem um perfil para esportista normalmente é mais
ligado em todas as modalidades esportivas. A gente percebe que
o aluno é mais centrado, gosta mais de fazer as coisas, participar. Isso remete ao perfil de um esportista.
Qual a hora certa para inserir a criança em uma
rotina mais profissional no esporte?
O esporte deve começar como lazer e sociabilização. Eu acho que
até os 18 anos não deve existir uma competitividade exacerbada, deixando os atletas mais livres para a criatividade e não
presos em táticas ferrenhas. Caso o talento aflore precocemente,
a criança deve participar de competições sempre com acompanhamento de psicólogos.
Quais as possibilidades profissionais para os atletas, quando o corpo já não responde mais tão bem
quanto antes?
© Foto: Sxc.hu
O próprio esporte tem necessidades de pessoas que têm vivência
e, inclusive, uma formação. A carreira pós-esportiva também
é bastante proveitosa. Como, por exemplo, o jornalista Caio
Ribeiro, que já foi jogador do São Paulo e hoje é comentarista.
Ele tem uma boa formação e continuou a estudar mesmo depois
de ter parado de jogar futebol. Hoje ele é um comentarista
respeitado.
Tem também a possibilidade de virar técnico da modalidade em
que jogou. E, ainda, esportistas da nova geração que estão se
tornando dirigentes do esporte.
COMPETIÇÕES
Desde que sejam encaradas de uma forma saudável, as
competições podem ser positivas para o desenvolvimento
de quem pratica uma atividade. “Na competição, a criança é desafiada a superar seus próprios limites. As competições incentivam os alunos a prosseguirem e crescerem no
esporte”, afirma a educadora física Amanda.
Letícia Arakaki, 12 anos, 7º ano do Colégio Maristinha
de Brasília, não perde uma competição. A mãe Maricelma Arakaki incentiva: “Nas competições, eles podem conhecer outros grupos e isso os ajuda a ter um feedback de
como estão”.
Isadora concorda que conhecer outras pessoas é uma
das melhores partes dos concursos, que, na verdade, tornam-se uma diversão, pois não deixa de ser uma viagem
entre amigas.
João Pedro afirma que vale muito a pena viajar para
competir. Para ele, sua viagem inesquecível foi para uma
competição em Las Vegas (EUA).
ESPORTE TAMBÉM É DIVERSÃO
É nesse clima de descontração que o esporte deve ser
levado na infância. A educadora Dulcenea lembra que a
prática deve estar relacionada ao prazer e ao bem-estar,
não sendo uma obrigação para as crianças. “Nessa fase, a
atividade deve ser encarada como uma brincadeira, uma
descoberta. Com o tempo, as aptidões se aperfeiçoam e,
mais tarde, podem virar profissão”, explica.
Mesmo aqueles que levam o esporte mais a sério desde
pequenos, o ideal é que não vivam sob pressão. Segundo
especialistas, a ausência de cobranças é favorável. Sem estresse, o rendimento é melhor, refletindo em outras áreas
positivamente, como os estudos e o convívio social.
11
capa
Feitos para
se mexer
Contra
inatividade
física, ONG
luta por um
futuro mais
agitado, em
que as crianças
brinquem,
corram,
movimentem-se
mais
Ao olhar para essa geração de pequenos internautas, sempre conectados em
seus tablets e PSPs (o Playstation portátil),
surgem as lamentações, permeadas de
muita preocupação. “Na idade deles, eu
estava jogando bola com os amigos”, “eu
estava correndo pela rua”, dizem os pais.
Ao mesmo tempo em que toda essa inserção no mundo tecnológico pode propiciar
um raciocínio mais ágil, que encontra solução para tudo, tanta inércia física pode
trazer consequências negativas no futuro.
Lembra-se da animação Wall-e, da Pixar?
Pois é, eles não estavam enganados ao
mostrar um futuro de pessoas obesas e
preguiçosas.
É nesse contexto atual, de pouca atividade, que a ONG Designed to Move faz
um alerta a todos. A ONG afirma que, pela
primeira vez na história, uma geração viverá menos que a anterior. A geração é
essa, a das crianças conectadas. Por isso,
o apelo é claro: mexam-se!
E é aí que o papel de pais e professores faz-se essencial. Para a empresária
Joelma Rosinholi, mãe da aluna Nicolle
Rosinholi, 13 anos, do 8º ano do Colégio
Arquidiocesano, não basta falar para a
criança o quanto é importante praticar
esporte, é preciso dar exemplo. “Eu acho
que o maior incentivo é a família se engajar. Meu marido, meus filhos e eu jogamos
tênis juntos. As aulas são separadas, mas,
no fim, sempre jogamos uma partida em
família”. Joelma afirma que Nicolle adora,
principalmente, por ter companhia.
Para que a criança cresça sabendo do
valor do esporte em sua vida, a psicóloga
Patrícia Ribeiro, mestre em Psicologia da
infância e adolescência e também professora da PUCPR, aconselha que os pais
expliquem aos filhos a razão pela qual eles
estão sendo incentivados a fazer uma atividade esportiva. “Os pais precisam trocar
informações com a criança, dentro das
capacidades infantis de compreensão”.
Eu acho que o maior
incentivo [para a
prática esportiva] é a
família se engajar. Eu,
meu marido e meus
filhos jogamos tênis
juntos.
Hora do esporte
também é hora de
estar em família
12
Joelma Rosinholi,
mãe da aluna Nicolle
Rosinholi, Colégio Arquidiocesano
A ESCOLHA CERTA
TÁ NA HORA DO QUÊ?
A idade da criança pode ajudar os pais a definir a
atividade do filho.
© Foto: Sxc.hu
3 a 5 anos de idade
Não devem fazer mais de três ou quatro horas de exercícios físicos por semana. Nessa idade, o melhor esporte
que as crianças podem praticar é a natação, porque
desenvolve a coordenação, a resistência, a disciplina e a
relação entre o esforço e os resultados.
© Foto: Sxc.hu
© Foto: Sxc.hu
5 a 7 anos de idade
Por vezes, a escolha por uma atividade pode ser
incomum. Como a de João Pedro. É preciso estar
atento ao que a criança faz, para auxiliar nessa decisão. Segundo a psicóloga Patrícia, uma boa estratégia para escolher a atividade é observar a forma
como a criança se diverte, o que ela mais gosta de
fazer quando está sozinha ou entre outras crianças.
Para ela, a escola também pode auxiliar nesse processo, pois é lá que a criança tem contato com várias
atividades físicas.
A aluna Letícia, do Colégio Maristinha, optou
pelo futebol e a escolha por esse esporte se deu nas
aulas de Educação Física. “Ela sempre viu a irmã
jogar handebol, mas, na escola, ela conheceu o futebol. A decisão foi totalmente dela”, diz a mãe da
menina, Maricelma.
Segundo a psicóloga, outra boa maneira de auxiliar uma criança em suas descobertas é permitir que
ela experimente. Para isso, é importante que os pais
criem essas possibilidades, mas sem exigir nenhum
resultado inicial.
O esporte que praticam nessa idade pode dar uma base
para as diferentes capacidades. O ideal é um esporte
individual e outro coletivo. O individual pode ainda ser
a natação, a ginástica desportiva ou as artes marciais;
e o coletivo seria o futebol, basquetebol, handebol, voleibol, entre outros.
© Foto: Lucas Bassani
8 a 9 anos de idade
Nessa idade, os pais já começam a se perguntar se a
criança precisa do esporte como atividade física ou se
querem levar isso mais a sério. Pais e filhos devem conversar, porque, se optarem pelo segundo, terão de estar
dispostos a enfrentar competições, já que haverá necessidade de maior dedicação e esforços.
13
entrevista
Verde e
amarelo
© Fotos: Arquivo pessoal
do outro lado
do Atlântico
14
Pela primeira vez, o Brasil tem um
representante no Tour d’Afrique. A
paixão pela bicicleta fez Alexandre
Costa Nascimento encarar uma
expedição de quatro meses
montado em duas rodas. Em um
bate-papo entre as pedaladas, ele
conta um pouco sobre a ideia de
usar o esporte como estilo de vida
Ele é ciclista, blogueiro e jornalista. Alexandre Costa Nascimento é o primeiro representante brasileiro e
também primeiro ciclista latino-americano em uma
expedição ciclística nas estradas africanas – o Tour
d´Afrique (TDA). O evento é anual e propõe que o participante percorra, de bicicleta, o continente africano
de ponta a ponta. Em 10 edições, já reuniu cerca de 400
ciclistas de mais de 20 países. A largada aconteceu no
Cairo, Egito, no dia 10 de janeiro. A chegada é só em
maio, dia 11, na Cidade do Cabo, na África do Sul. Cansou só de pensar? Não esqueça que é tudo de bicicleta.
Em um bate-papo, graças à tecnologia da internet,
o aventureiro conversou com a reportagem da Em Família sobre o incentivo ao ciclismo e sua paixão pela
modalidade.
Como surgiu o
projeto para ir
ao continente
africano?
Qual a
importância
dessas jornadas
e de quantas já
participou?
Como foi a
Costumo dizer que minha paixão
descoberta da pelas bicicletas começou no exato
paixão pelas instante em que meu pai soltou as
bicicletas?
mãos das minhas costas e dei minhas
primeiras pedaladas sem rodinhas.
Durante a infância e adolescência em
Araraquara, cidade no interior de São
Paulo onde nasci e cresci, pratiquei
diversas atividades esportivas: judô,
tênis, natação, hipismo, futebol. Mas
o que eu gostava mesmo era de pegar
minha bicicleta e desbravar trilhas e
estradas. Diferentemente de um esporte competitivo, em que o objetivo
é vencer um oponente ou ganhar uma
medalha, a recompensa para quem pedala vem com o vento no rosto, as paisagens e os amigos que se faz ao longo
do caminho, seja em uma pequena cidade no interior de São Paulo ou atravessando o continente africano.
Descobri a existência do Tour
d’Afrique há cerca de três anos, enquanto pesquisava na internet sobre
roteiros para uma viagem de bicicleta.
A partir daí, realizar essa aventura tornou-se mais que um sonho, um grande
objetivo. Participar do TDA também é
uma chance de aliar três das minhas
grandes paixões: o jornalismo, as bicicletas e a África.
Faço da bicicleta uma bandeira
política para a construção de cidades
mais humanas e também um meio
para um estilo de vida mais saudável
e harmonioso, usando-a como meio
de transporte no dia a dia. Além do
TDA, já pedalei no Deserto do Atacama (Chile), Salt Lake City (EUA), Berlin
(Alemanha), Colônia do Sacramento
(Uruguai), Rodovia Transpantaneira
(Mato Grosso), Circuito Vale Europeu
(Santa Catarina) e Parque do Superagui (Paraná).
De que forma
acontecem
os incentivos
dos países que
investem em
bicicleta como
transporte?
A principal questão é a forma como
a bicicleta é encarada pelo poder público. Enquanto nas principais cidades
do Brasil a bicicleta ainda é vista apenas como um instrumento de lazer, em
cidades europeias ou nos Estados Unidos, a bicicleta surge como uma solução para os problemas do trânsito. Assim, ela passa a fazer parte da equação
e todo o planejamento urbano passa a
considerar o incentivo à utilização da
bicicleta, tornando o uso do automóvel
particular mais difícil e custoso. Como
podemos perceber, ainda estamos na
contramão do modelo ideal.
15
© Foto: Arquivo pessoal
entrevista
Costumo dizer que minha paixão pelas
bicicletas começou no exato instante em que
meu pai soltou as mãos das minhas costas e dei
minhas primeiras pedaladas sem rodinhas.
O que é preciso
para que o brasileiro se torne mais
acessível à implantação da bicicleta
na rotina?
16
As ações devem ser sistêmicas
e atingir o planejamento das vias,
sinalização, campanhas de educação para motoristas, ciclistas e
pedestres, fiscalização, segurança
(aí se entende tanto a segurança de
trafegar nas ruas quanto a de não
ter a bicicleta roubada ou furtada),
a iluminação pública etc. A decisão final, contudo, é pessoal. A bicicleta é o meio de transporte mais
eficiente em grandes cidades para
deslocamentos de até oito quilômetros entre um ponto e outro.
Considerando que mais da metade
dos deslocamentos diários de carro em uma capital como Curitiba
são feitos dentro desse perímetro, poderíamos, com programas
adequados de incentivo, ter mais
pessoas pedalando e menos carros
poluindo o ar e congestionando as
ruas das nossas cidades.
Ciclismo deveria
ser mais
difundido entre
as crianças como
opção de esporte
já nos ensinos
fundamentais e
médios?
Em tese, sim. Mas não apenas como
esporte e, sim, como estilo de vida. Mas
de que adianta uma criança aprender
dentro da sala de aula os benefícios de
usar a bicicleta como meio de transporte e não poder ir pedalando para o
colégio todos os dias? Em cidades alemãs, quase a totalidade das crianças a
partir do 1º ano vão e voltam da escola
pedalando todos os dias (inclusive dias
de neve). Hoje, é difícil imaginar uma
família tradicional de uma metrópole
brasileira, em que os pais concordem e
se sintam confortáveis em deixar seu
filho ir pedalando para a escola. Vivemos em uma sociedade que acredita
que o problema para a falta de segurança é usar carro blindado e viver em condomínios fechados. Isso é sintomático
e mostra a gravidade do problema.
Uma cidade só é realmente segura se
uma criança de 7 anos puder pedalar
sozinha pelas ruas e ciclovias.
índice
destaque
30 Disciplina! É a forma que a aluna
Maria Carolina dos Reis Pacheco
encontrou para conciliar os estudos e suas
diversas atividades extracurriculares na
escola. Ela conta como o esporte ajuda nos
seus estudos e a ser mais responsável.
com a palavra
ed. infantil e en. fudamental
18 20 educar
diz aí
caleidoscópio
24 Diretoria-Geral.
É na escola que as crianças e adolescentes, geralmente têm seu
primeiro contato com o esporte, importante instrumento para o
desenvolvimento do indivíduo.
Alunos são incentivados a
desenvolver pesquisa fora
da sala de aula com o objetivo de
desenvolver novas competências e
habilidades.
26 Quais esforços os alunos
são capazes de fazer para
conquistar a vitória nos esportes
que praticam.
28 você sabia?
gente nossa
ser melhor
32 34 36 Curiosidades do Colégio.
Ex-alunos contam a
sua trajetória na vida
esportiva.
Destaques dos principais
acontecimentos do Colégio.
Ações da Pastoral.
com a palavra
Novosnovos
tempos,
desafios
18
te ano, a Escola Maristinha Pio XII
inaugurou seus trabalhos a todo vapor. Nossos professores, coordenadores, diretores e funcionários estão
preparados para tornar inesquecível este primeiro ano de funcionamento da escola nas novas instalações. Preparar alunos para a vida é
a missão que nossos colaboradores
exercem com prazer e muita capacitação.
Ao mesmo tempo que nossos alunos do Infantil ao 1º Ano do Ensino
Fundamental se adaptam às novas
instalações, podemos proporcionar
aos estudantes que permaneceram no Maristinha condições para
ampliar suas atividades e fornecer
ainda mais conforto, consolidando
a qualidade do ensino que a Rede
Marista tem o prazer de transmitir.
É diante desses desafios e conquistas que queremos fazer de 2013 um
ano em que todos nós possamos encontrar e desenvolver nossas vocações, com muito amor, caridade e trabalho: “Eis-me aqui, envia-me”.
Colégio Marista de Brasília
Preparar alunos para
a vida é a missão que
nossos colaboradores
exercem com prazer e
muita capacitação.
Irmão Valter
Pedro Zancanaro
Diretor-Geral
© Foto: Edilson Rodrigues
O ano de 2013 trouxe notícias importantes para a comunidade católica do mundo inteiro. A singular e raríssima renúncia do Papa Bento XVI
representa não apenas um período
de transição para a Igreja, mas também um momento de gratidão ao
trabalho desenvolvido por Sua Santidade, bem como uma oportunidade
excepcional para a consolidação de
nossa Fé e de nossa esperança.
É diante de circunstâncias como
essas, em que somos chamados a reafirmar nossa crença e tenacidade nos
ideais cristãos, que precisamos trazer
à tona o maravilhoso exemplo de vida
que São Marcelino Champagnat legou a todos nós. Champagnat aprendeu desde cedo com seu pai o amor
ao trabalho, a coragem, a piedade e a
caridade, e são esses princípios e valores que norteiam a razão de ser do
Grupo Marista no Brasil e no mundo.
Assim, reconhecendo a fundamental simbiose entre Fé e Obras,
tenho o enorme prazer de informar
os pais de nossos alunos que, nes-
ed. infantil e en. fundamental
começa na escola
Descubra os benefícios da prática esportiva no ambiente escolar
20
Colégio Marista de Brasília
© Fotos: Acervo do Colégio
Prática esportiva
O Esporte e a Escola sempre caminharam juntos. Geralmente, o
primeiro contato de muitos de nós
com a prática esportiva acontece na
escola. É nesse espaço que crianças
e adolescentes costumam dar os
primeiros arremessos numa bola,
as braçadas iniciais numa piscina e
até a arriscar os primeiros passinhos
na aula de dança para apresentação
do colégio. Assim como a escola,
o esporte é um importante instrumento para o desenvolvimento do
indivíduo e aperfeiçoamento do ser
humano.
A frase a seguir é do ex-jogador
de voleibol e técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardo
Rezende, mais conhecido como Bernardinho: “Eu acho que o esporte,
assim como as artes, é uma ferramenta muito interessante no proces-
so de educação como um todo”, afirma. Segundo Bernardinho, a prática
esportiva está associada a uma série
de valores, dentre eles, disciplina,
socialização e, principalmente, comprometimento com o objetivo coletivo, sem mencionar o fato de ser uma
importante ferramenta de inclusão
social. No campo de futebol, por
exemplo, não existe diferença entre
os jogadores, assim como na quadra
esportiva alunos se unem juntos em
torno de objetivos em comum: o movimento, o lúdico e o aprendizado.
Para o professor da Faculdade de
Educação Física da Universidade de
Brasília (UnB), Luiz Cezar dos Santos, o esporte tem a capacidade de
trabalhar, ao mesmo tempo, três dimensões do indivíduo: as competências físicas, as competências emotivas e as competências cognitivas.
O esporte, assim
como as artes, é uma
ferramenta muito
interessante no
processo de educação
como um todo.
Colégio Marista de Brasília
21
em conta as limitações da criança e
do adolescente.
Nas unidades do Colégio Maristinha Pio XII e Maristinha, as atividades complementares são espaços
de interação e troca de experiência
entre pais, alunos e professores. Segundo o coordenador do Núcleo de
Atividades Complementares (NAC)
do Maristinha Pio XII e Maristinha,
Alessandro Rodovalho, “O esporte
é um meio de educar o aluno para
a vida, um espaço rico que permite
que crianças, jovens e adultos vivenciem diferentes emoções”.
Não existe idade para a prática
esportiva; o Colégio Marista oferece
várias modalidades que podem ser
praticadas por todas as idades. As atividades extracurriculares oferecidas
para Educação Infantil ao 1º ano do
Ensino Fundamental contemplam o
balé para turmas baby class, capoeira, ginástica artística, karatê, natação, judô e psicomotricidade. Já para
as turmas do Infantil 2, as aulas são
realizadas com os pais. ”A intenção é
aumentar o vínculo e propor uma experiência diferenciada entre pais e filhos”, contou o coordenador do NAC.
Além das atividades já citadas, são
oferecidos também para os alunos
do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental: atletismo, basquete, futsal,
handebol, tênis de mesa, voleibol e
dança. Para os estudantes do 6º ao 9º
ano, são oferecidas também as modalidades de parkour e street dance.
O Marista conta com turmas para
adultos e para a melhor idade, direcionadas para ex-alunos e familiares
que queiram se exercitar. Essas turmas contemplam modalidades como
hidroginástica, natação, judô, karatê,
capoeira e treinamento funcional.
A prática do esporte no ambiente
Marista está voltada para o desenvolvimento de valores sociais e cristãos,
inclusão e conscientização do aluno.
“Trata-se de um espaço de valorização do lúdico, onde o aluno tem a opção de escolher um esporte para o
qual ele se sinta motivado, bem e
acolhido. Por isso, o Maristinha Pio
XII e o Maristinha se preocupam em
oferecer todas as condições e estruturas para que seus alunos possam
encontrar um ambiente seguro e
confortável para prática dessas atividades”, concluiu Alessandro.
© Fotos: Acervo do Colégio
O desenvolvimento das habilidades físicas está relacionado aos
benefícios para a manutenção da
saúde e qualidade de vida. O esporte contribui para elevar o nível
de qualidade física adequada ao desenvolvimento da criança e do adolescente, trazendo benefícios como
aumento da disposição, fortalecimento da musculatura respiratória
e cardíaca etc.
No âmbito das competências
emotivas, a prática esportiva deve
proporcionar ao aluno a oportunidade de interagir socialmente. Existem diversos valores que a prática
esportiva no ambiente escolar ajuda o aluno a desenvolver: participação, cooperação, autoestima, solidariedade, espírito de equipe etc.
Do ponto de vista das competências cognitivas, o esporte proporciona ao indivíduo a aprendizagem de
habilidades que vão desde conceitos
mais concretos, como a disciplina e
o treinamento, até dimensões mais
abstratas, que envolvem noções de
regras, ética e outros valores. Na escola, a prática esportiva deve valorizar a dimensão do indivíduo, levar
22
Colégio Marista de Brasília
O coordenador do Núcleo de Atividades Complementares (NAC),
Alessandro Rodovalho, responde a algumas perguntas sobre as atividades
COMPLEMENTARES que o Maristinha Pio XII e Maristinha oferecem:
Alessandro: Oferecemos 23 modalidades como
atividades complementares e, com isso, podemos
atender a variados gostos. De uma forma geral,
temos boa procura em todas as modalidades. Da
Educação Infantil ao 5° ano, a maior procura é
para a natação, a ginástica artística, as lutas e a
dança. Já no segmento do 6° ao 9° ano, os esportes coletivos e as novas modalidades de parkour
e cheerleader têm maior interesse por parte dos
alunos.
Quais são os benefícios da prática esportiva
para a criança e para o adolescente?
Alessandro: A prática esportiva bem orientada
consegue estimular aspectos motores, cognitivos,
afetivos e sociais dos seus praticantes, melhorando, assim, sua saúde, seu raciocínio, sua autoestima e sua capacidade relacional.
Qual é o papel dos professores para motivar os alunos e qual deve ser o papel dos
pais?
Alessandro: Cabe ao professor um processo constante de reflexão sobre suas práticas. Buscar cati-
var o aluno propondo estímulos adequados a cada
faixa etária e níveis de desenvolvimento.
Já os pais devem incentivar, acompanhar e compreender o ritmo próprio de seu filho, criando
um ambiente sem cobrança por resultados e sem
comparações. Isso favorece um desenvolvimento
mais sadio e bem-sucedido em longo prazo.
De que forma o esporte pode ajudar o aluno
com as outras disciplinas da sala de aula?
Alessandro: A atividade física melhora diversos
aspectos fisiológicos que contribuem para uma
melhoria geral da saúde. Um exemplo prático é a
qualidade do sono, responsável pela melhoria dos
processos de memorização.
Pode-se relacionar, também, o desempenho na
sala de aula com o desenvolvimento cognitivo e da
disciplina que o meio esportivo estimula.
Quais valores o Colégio busca desenvolver
em seus alunos com o trabalho esportivo?
Alessandro: No Colégio Marista de Brasília, os esportes são meios de educação e evangelização.
Sendo assim, o nosso trabalho visa desenvolver
valores como honestidade, dedicação, cooperação, respeito ao próximo, dentre outros.
© Fotos: Acervo do Colégio
Quais os esportes/modalidades mais procurados pelos alunos?
Colégio Marista de Brasília
23
© Foto: Acervo do Colégio
educar
Evento Jovem Pesquisador 2012.
Ciência na escola,
formação para a vida
Colégio Maristão
de Brasília aposta
na pesquisa como
fundamento da
aprendizagem
24
Robótica, astronomia, teoria dos
jogos, conflitos internacionais, bioquímica, sustentabilidade, mídias
digitais. Essas e outras temáticas das
diferentes ciências vêm sendo ofertadas em programas extracurriculares e complementares disponibilizados pelo Colégio Maristão neste ano
de 2013. As iniciativas garantem aos
estudantes vantagens na hora de optar por um curso no ensino superior,
e por isso mesmo, maior convicção
na escolha da profissão.
Uma desses programas é o Maristão Faz Ciência. Criado em 2011,
tem por objetivo estimular a pesquisa científica entre os estudantes,
proporcionando-lhes a oportunidade de elaborar e publicar trabalhos
que venham a ser qualificados em
eventos de iniciação científica.
Constituído em consonância
com o Projeto Educativo Marista,
Colégio Marista de Brasília
que preconiza a formação de alunos pesquisadores, comunicadores
e solidários, o programa garante
aos alunos do Maristão um espaço
de produção de pesquisa científica,
preenchendo uma importante lacuna existente no Ensino Médio em
geral.
Em 2013, os projetos de pesquisa do Maristão Faz Ciência estão
organizados a partir de Centros de
Estudo e Observatórios. Os primeiros abrigam iniciativas diversas que
transitam desde as ciências humanas, sociais e filosofia, até matemática, ciências da natureza, linguagens
e códigos. Os observatórios, por seu
turno, subdividem-se em dois: o de
Conflitos Internacionais e o de Astronomia.
As atividades principais dos Centros de Estudo são as pesquisas e a
elaboração de trabalhos, orientados
vem desenvolvendo um projeto de
intercâmbio cultural no qual estudantes e professores têm viajado nas
férias – janeiro e julho – para destinos previamente selecionados no
Canadá, EUA e Inglaterra. Além disso, quatro missões foram realizadas
no Japão, na Nova Zelândia, na Suíça
e em Portugal. O propósito dessas
viagens e missões especiais é disseminar a cultura do intercâmbio no
Maristão, preparando-o para receber
estudantes e professores de outros
países em um programa próprio de
intercâmbio cultural. Nesse sentido,
está em fase de gestação um programa de intercâmbio cultural de ensino médio (High School) ou de curta
duração (férias) no Colégio Maristão.
As oficinas no NAC 2013 desafiam
os alunos a enfrentar o cotidiano da
sociedade contemporânea, exigindo
de seus participantes o desenvolvimento de habilidades importantes,
como, por exemplo, o espírito crítico
e solidário e a capacidade de intervenção nas diversas circunstâncias
que se apresentam no dia a dia.
Com o objetivo de promover o
estudo multidisciplinar, dentre os
quais o da física e o da matemática,
as oficinas de Robótica estimulam a
criatividade e a inteligência por meio
da busca por soluções a problemas
apresentados.
Em parceria com a empresa Ekoá
Treinamentos, o Maristão oferece,
também no âmbito do NAC, oficina
voltada para o empreendedorismo.
Aqui, alunos e alunas são desafiados a
vivenciar comportamentos criativos
em um ambiente negocial, criado e
gerido por eles. As atividades proporcionam aos estudantes um ambiente
lúdico e uma simulação realista do
universo empresarial. Dentre as habilidades estimuladas estão: planejamento, negociação, relacionamento,
liderança e tomada de decisão.
O Maristão também firmou outras duas parcerias importantes para
o aperfeiçoamento das atividades do
NAC. Com a participação do IESB, as
oficinas de Rádio ou TV oferecerão
aos alunos a oportunidade de produzir conteúdos para alimentar um canal multimídia na internet. Aqui, os
estudantes executarão todo o processo de comunicação, desempenhando
tarefas técnicas relacionadas ao conteúdo que será produzido, bem como
planejar, criar, capturar, editar e dirigir peças de áudio e vídeo.
Buscando oferecer a seus alunos
a melhor formação acadêmica e pessoal possível, o Maristão conseguiu
uma pareceria de peso para a oficina
de Soluções Inteligentes. A gigante de
informática IBM auxiliará a escola a
apresentar aos estudantes desafios e
problemas referentes aos paradigmas
dos grandes centros urbanos, dentro
do princípio crescimento x sustentabilidade. O objetivo é a elaboração
de propostas que possam contribuir
para o desenvolvimento de cidades
mais inteligentes. A IBM apresentará casos de sucesso implantados por
ela ao redor do mundo, apontando os
desafios e os ganhos para cada sociedade envolvida.
Ao apresentar tantas oportunidades interessantes a seus estudantes,
o Maristão entre definitivamente no
quadro de vanguarda da educação
brasileira, apostando em iniciativas
inovadoras e que atendem ao que se
entende por uma educação plena e
diversificada.
© Foto: Intervenções com a IBM 2012
pelos professores, com os respectivos grupos de estudantes. Aqui, os
alunos serão chamados a produzir
artigos científicos, resenhas de livros, projetos educacionais digitais
e ensaios teóricos de relevância social. Alguns dos projetos elaborados
nas últimas edições do Maristão Faz
Ciência tomaram proporções significativas, com publicações e participações em revistas e congressos internacionais.
O Observatório de Conflitos Internacionais, integrante do programa, proporciona aos alunos uma
abordagem multidisciplinar de conflitos internacionais relevantes no
atual cenário geopolítico. O processo
será realizado por diferentes grupos,
em um espaço físico com recursos
e instrumentos apropriados. Serão
três os focos de observação dos conflitos: água, energia e culturas. A
partir de estudos e fundamentações
sobre o conflito escolhido, seu monitoramento será feito ao longo do
ano, visando à produção de boletins
mensais e semestrais. Deseja-se que,
posteriormente, o material produzido seja encaminhado a organismos,
representações e atores interessados
e relacionados com as temáticas, de
forma a potencializar possíveis intervenções e análises futuras.
O Observatório de Astronomia
tem como um de seus objetivos
identificar constelações e objetos espaciais. As atividades de observação
do cosmos ocorrerão no próprio Maristão ou em um lugar afastado do
centro urbano. Além da observação
dos céus, os participantes aprenderão a construir telescópios.
Além do Maristão Faz Ciência, o
Colégio Marista de Brasília também
oferece a seus alunos diversas atividades de natureza educativa nas
áreas pedagógica, científica, esportiva, artística e cultural.s. Compreendidas dentro do NAC, o Núcleo de
Atividades Complementares.
Nos últimos três anos, o Maristão
Oficina de
Soluções
Inteligentes 2012.
Colégio Marista de Brasília
25
?
diz aí
Qual é o preço
da vitória
HELOÍSA PORTO MEDEIROS
5° ano G
BERNARDO POFFO LAMAS
9° ano C
LUÍZA VELOSO JAGUARIBE
7° ano G
"Para alcançar nossos objetivos,
temos que nos esforçar, dedicarnos e ter paciência. E, quando
conseguimos atingir nossas
metas, vem uma sensação boa
e doce; sentimos-nos realizados.
Cada medalha nos mostra que
somos capazes de realizar nossos
sonhos."
"Todos os dias conquistamos
pequenas vitórias. Se a conquista
for verdadeira, vale a pena
passar por todos os obstáculos e
sacrifícios para alcançá-la. Para
mim, receber uma medalha ou
troféu é irrelevante, pois o que
conta é saber que você lutou para
consegui-los."
"É sempre muito bom ganhar uma
medalha ou troféu, mesmo com
tantas cobranças e machucados.
Vale a pena o esforço, pois
me sinto vitoriosa. Enfim, é
maravilhoso, mas com limites."
26
Colégio Marista de Brasília
LUCAS LEÃO BUSON
8° ano F
GEOVANNA CALAZAMS CORRÊA
6° ano D
PAOLA ZANELLA TORRES
4° ano I
"Vencer depende de vontade,
esforço, dedicação e confiança
em si mesmo. Para conquistar
um objetivo, todo empenho é
importante. Quando a medalha e
o troféu são alcançados, temos a
sensação de missão cumprida e de
sucesso."
"Quando se consegue uma vitória,
é sinal de que os esforços foram
recompensados. Ganhar um troféu
ou medalha é muito bom, mas
também é bom quando apenas
participamos, pois aprendemos
com nossos erros."
"O preço da vitória é a superação
das dores, a disciplina e a
persistência. Um troféu representa
uma conquista, uma coisa pela
qual se lutou muito. Nessa luta,
valem a pena o esforço e a boa
vontade para enfrentar medos e
batalhar mais a cada dia."
© Fotos: Acervo do Colégio
OPINIÃO DA EDUCADORA
A prática intensa de esportes na rotina de crianças e
jovens deve ser vista com certa cautela. Na infância, a
prioridade deve ser o brincar: pedagogicamente, compreende-se que o desenvolvimento da criança passa
pela cultura do brincar. Ela deve ter muitos momentos
em sua rotina em que a atividade lúdica esteja presente,
situações que se distanciam dos exercícios repetitivos
de treinamento de alguma modalidade esportiva. Já os
esportes no cotidiano dos jovens podem estar inseridos tanto como conteúdo das aulas de Educação Física
como também em modalidades específicas de treina-
mento. Vale ressaltar que ambas possuem objetivos específicos e estratégias de aulas diferenciadas. Apesar
dos esportes contribuírem com o desenvolvimento integral dos jovens, há de se indicar que o excesso e a busca desenfreada pela performance e pelos bons resultados podem trazer efeitos contrários aos que se almejam.
LILIAN CRISTINA GRAMORELLI
Mestre e Doutoranda em Educação pela Faculdade de
Educação – USP
Colégio Marista de Brasília
27
caleidoscópio
Com muita emoção, inauguramos o
Maristinha Pio XII, um espaço exclusivo
para seu filho.
Novidade no
Maristinha Pio XII:
turmas de
Infantil 2 para
crianças de 2 anos.
2013
Na aula inaugural para as turmas do
2° ao 5° ano, os alunos foram recebidos
com muito carinho e atenção, e puderam
conhecer todo o colégio.
NOVIDADES
EVENTOS
Evento de Ação de Graças agradecendo
a Deus os bons momentos vividos, os
amigos, a família, e, principalmente, o
dom da vida.
Descontração e muita alegria na festa de Carnaval para os
alunos do 2° ao 5° ano.
Muita felicidade, risada, bagunça e
diversão na festa de Carnaval para os
alunos da Educação Infantil e 1° ano.
28
Colégio Marista de Brasília
O Mundo Encantado do Sítio do Pica-pau Amarelo
interpretado pela turma do Infantil 3.
Solenidade de formatura do Programa Educacional de Resistência às
Drogas e à Violência, dos alunos do 5º ano.
CULTURA
Hora do conto para a Educação Infantil,
visando à introdução das crianças no
mundo da literatura, estimulando e
guiando a imaginação.
© Fotos: Acervo do Colégio
Brinquedos e brincadeiras com material
reciclado realizados pelos alunos do 2° ano.
COLÉGIO
Colégio Marista de Brasília
29
destaque
Harmonia
estudo e esporte
entre
A aluna do Maristinha Carol Pacheco tem uma agenda concorrida,
mas, com dedicação, consegue conciliar de forma exemplar estudo e
atividades extracurriculares
Estudante do 8º ano do Maristinha, Maria Carolina dos Reis Pacheco, de 13 anos, além de boa aluna, é
uma atleta excepcional.
Querida pelos professores e colegas de sala, Carolzinha, como é
conhecida, é encantadora. Com desenvoltura para conversar, chama a
atenção tanto pelo carisma quanto
pela dedicação e pelo carinho que
tem pelo Marista.
De grande coração, Carol conquista quem quer que seja. “A Carolzinha é excelente atleta. Trabalha
bem em equipe e é muito dedicada.
Tem um futuro extraordinário pela
frente”, declarou Alessandro Rodovalho, coordenador do Núcleo de
Atividades Esportivas do Maristinha.
A atleta tem um irmão, que também estuda no Marista. O irmão
mais velho, Bruno, cursa a 1ª série do
Ensino Médio no Maristão. Ela contou que, quando terminar a etapa do
Ensino Fundamental no Maristinha,
pretende continuar seus estudos no
Maristão.
30
Colégio Marista de Brasília
Nascida em Salvador, Carol já foi
representante de turma. “Foi uma
experiência muito boa. Aprendi a
liderar, ouvir o próximo e ter a capacidade de tomar decisões”, destacou
a estudante.
A prática esportiva é uma das paixões dessa talentosa aluna; seu currículo desportivo é extenso. A atleta
pratica basquete, atletismo, ginástica acrobática/olímpica, grupo de
dança, street dance e teatro, tudo
realizado no Maristinha. Participar
de tantas atividades significa passar
muito tempo dentro da escola. “Atualmente, o Marista significa tudo
para mim, pois eu passo a maior
parte do meu dia e da semana dentro do colégio”, confessou. Ela ainda
completa: “isso me dá a oportunidade de fazer amizades e conhecer
melhor os meus amigos”, ressaltou.
Mesmo com a agenda lotada, Carolzinha declara que, quando está
praticando algum esporte, se desliga de tudo: “Eu me sinto bem e
muito feliz quando estou praticando qualquer modalidade esportiva”,
afirmou.
© Fotos: Acervo do Colégio
Você já ganhou alguma competição?
Fiquei em segundo lugar em salto
em distância na Olimar de 2011 e em
terceiro lugar nos 60 metros rasos. Já
em 2012, ganhamos a competição de
basquete nos Jogos Escolares do Distrito Federal. Na liga DF e em outros
campeonatos internos eu fiquei em
sexto. No Torneio Brasiliense de Ginástica, consegui o terceiro lugar. No Dançarqui do ano passado, meu grupo de
dança ficou em segundo.
Você pretende seguir carreira no esporte?
Depende. Se os meus técnicos
acharem que eu tenho futuro, pode
ser que sim.
Qual foi sua maior conquista no esporte?
Eu me senti muito especial em
representar o DF com meu time de
basquete.
Que benefício a atividade esportiva
lhe traz?
O esporte me oferece uma vida mais
saudável, bom condicionamento físico, além de aumentar meu círculo de
amizades, pois com ele tenho a chance
de fazer novos amigos.
Com uma semana diversificada e
bastante intensa, a estudante entende que precisa de muita disciplina
para conciliar estudo e as atividades
extracurriculares. Ela assegura que o
esporte não atrapalha o seu desenvolvimento acadêmico; pelo contrário, a ajuda a ser mais responsável.
“Tenho que saber priorizar as coisas
e tentar me organizar ao máximo,
prestar bastante atenção e participar ativamente das aulas. Preciso ser
muito responsável, dar o máximo de
mim e me empenhar bastante em
tudo o que eu faço. Acho que também tenho que saber pedir ajuda a
minha família e meus amigos quando for necessário”.
Quando perguntada sobre a disciplina pela qual mais se interessa na
escola, a resposta foi imediata. Sem
pestanejar, respondeu: “Educação
Física, lógico! Essa é a matéria que
está relacionada com os esportes. E
eu amo esportes!”, enfatizou.
Nas horas vagas – sim, ela tem
horas vagas. Carolzinha contou que
gosta de ficar à toa no computador
ou no celular. Adora sair com os amigos e aproveita esse tempo livre também para descansar e dormir.
Seu ídolo é o cantor Justin Bieber.
“Além de bonito, acho que ele é muito
talentoso”, comentou. Mas quando o
assunto é esporte, a aluna revela: “Nos
esportes, minhas maiores referências
são os meus professores e técnicos”.
Para Maria Carolina, ser uma aluna
Marista é ser uma estudante privilegiada. “É muito bom fazer parte de uma
grande família em que me sinto especial em diversos momentos. Sinto orgulho de estudar em uma instituição
que tem uma relação harmoniosa entre o acadêmico e as atividades esportivas”, finalizou.
Atualmente, o
Marista significa
tudo pra mim, pois
eu passo a maior
parte do meu dia e
da semana dentro do
colégio.
Colégio Marista de Brasília
31
você sabia?
Muita história
para contar
32
ra. No ano passado, em comemoração
aos 50 anos da presença Marista no
Distrito Federal, Zélia Duncan cantou
para alunos e ex- alunos em um show
no Opera Hall.
Pipoka ingressou no Marista pelo
benefício de uma bolsa de estudos
para atletas. Foi jogando pelo Colégio em outros estados que o famoso
jogador de basquete recebeu convites para seguir a carreira. O jogador e
ex-aluno Marista fez parte da equipe
brasileira que venceu os norte-ame-
ricanos nos jogos Pan-americanos
de Indianápolis, em 1987. Até então,
o time dos EUA não havia perdido
nenhuma partida em casa. Pipoka
também participou de três Olimpíadas, as de Seul (Coreia do Sul, 1988),
Barcelona (Espanha, 1992) e Atlanta
(Estados Unidos, 1996). Pipoka teve
breve participação pelo Dallas Mavericks na temporada de 1991 a 1992
da NBA, tornando-se o segundo brasileiro a frequentar a liga mais famosa do basquete mundial.
Zélia Duncan com seu time de basquete em 1976.
Carteirinha de estudante do aluno Pipoka em 1963.
Colégio Marista de Brasília
© Fotos: Acervo do Colégio
O Marista já foi a “casa” de algumas
grandes personalidades brasileiras, dentre as quais, Renato Russo, Dado VillaLobos, Zélia Duncan, Dinho Ouro Preto
e João José Vianna, o Pipoka.
Destaques não somente no sucesso de suas vidas profissionais, Zélia
Cristina Gonçalves Moreira (nome de
batismo de Zélia Duncan) e João José
Vianna (o Pipoka) também tiveram
em comum, durante o período escolar, a assídua participação em atividades esportivas.
A artista ingressou no Colégio Maristinha em 1974, e com 10 anos de idade interessou-se pelo basquete, uma
paixão que cultivou até os 16. Em sua
passagem pela escola, Zélia também
fez parte da banda marcial. Durante
essa época, a cantora e seu inseparável violão animavam as viagens com o
time de basquete. A compositora chegou a fazer parte da Seleção Feminina
de Basquete de Brasília, mas a opção
definitiva pela música veio quando a
data de um campeonato de basquetebol coincidiu com a de um festival de
música. Escolha que mudou sua vida.
Em entrevista concedida ao Correio
Braziliense, em setembro de 2011, a
cantora relembrou uma viagem de
ônibus realizada até Londrina (PR),
na época em que disputava jogos pelo
Marista. Ela contou, também, que
quando cursou o Ensino Médio no
Maristão ainda não havia ginásio no
Colégio, e era preciso ir até o Maristinha treinar. “Até hoje, os meus melhores amigos de Brasília são os amigos
que eu fiz no Marista”, revelou a canto-
gente nossa
Cesta de
três para
disciplina
Jogador de basquete
e futuro engenheiro
civil, André Borges
Costa, 22 anos,
aprendeu a conciliar
esporte e estudo
desde a escola
Você acha que o esporte atrapalhou
o seu rendimento escolar?
Não. O esporte nunca atrapalhou
meu rendimento, seja no Maristinha,
seja no Maristão. Nossos professores
sempre nos ensinaram a conciliar
as tarefas do dia a dia, com bastante
disciplina e organização. Sem dúvida, o esporte foi importante para a
minha educação e fez diferença para
minhas capacidades de hoje. Respeito, responsabilidade e concentração
são apenas alguns dos atributos que
pude desenvolver praticando esporte. Hoje, além de cursar o 9º semestre
34
de Engenharia Civil na UnB, também
sou jogador do sub 22 da equipe do
UniCEUB/BRB, mais conhecido
como o Brasília.
Você ganhou alguma competição?
Viajou com a escola para jogos?
Ganhei várias competições locais
e em outros estados pela escola; viajei diversas vezes para jogar. Foram
momentos marcantes.
Você pode contar algum momento
inesquecível que tenha passado na
época em que jogava pela escola?
Um jogo inesquecível foi uma
semifinal do Estadual de 2006. Havíamos perdido o primeiro jogo, na
série melhor três, para um rival. O
segundo jogo foi em casa, no Maristinha, perto do intervalo dos “amarelinhos”. Quando menos esperávamos,
o ginásio lotou de alunos bem novinhos que não paravam de torcer um
Colégio Marista de Brasília
segundo sequer para a gente. Uma
experiência incrível.
Você tem alguma história para contar sobre sua trajetória no Marista?
Descrever apenas um momento é
complicado; minha trajetória no Marista sempre foi muito divertida, com
vários momentos marcantes.
Respeito, responsabilidade e concentração
são apenas alguns dos
atributos que pude
desenvolver praticando esporte.
© Fotos: Sxc.hu | Acervo do Colégio
Para você, o que significou estudar
no Marista?
Estudar no Marista foi um privilégio, uma excelente escola com
pessoas que fazem a diferença na
educação de crianças e adolescentes.
Minha relação lá sempre foi muito
boa. Aproveitei cada segundo.
Fórum de Juventudes
aprendizados para toda vida!
No mês de fevereiro, a Pastoral do
Maristinha esteve presente no Relato de Experiências no Fórum de
Juventudes. O evento aconteceu em
Curitiba (PR), e foi organizado pelo
Setor de Pastoral do Grupo Marista.
Nossa Unidade foi apresentar
como aconteceu o Fórum de Juventudes, realizado em conjunto entre
os Colégios Maristinha e Maristão em
2012.
Confira o depoimento de um dos
adolescentes e de uma mãe, sobre
o aprendizado dessa experiência e
a importância de tais atividades na
vida dos adolescentes.
Pedro Augusto Lunière de Souza, estudante do 9º A do Maristinha:
“A experiência de poder falar para
um público de tão grande importância, por si só, já é extremamente prazerosa; mas poder falar de assuntos
de grande valor social como um cidadão e ser escutado de forma tão aten-
36
ciosa é privilégio de poucos e que o
Marista pôde proporcionar a mim.
O Fórum de Juventudes foi uma
experiência única de protagonismo
social e um grande pulo para integrar
completamente o jovem como um
verdadeiro cidadão na sociedade. A
organização do evento foi em nível
nacional e, sem dúvidas, de extrema
aprendizagem para todos que ali estavam. O Fórum de Juventudes, promovido pela PJM, merece total reconhecimento, e, sinceramente, espero
que eventos como esse aconteçam
sempre.”
Nelsília Maria Ladeira Lunière de
Sousa, mãe do estudante:
“Parabenizo a Pastoral do Maristinha pelo excelente trabalho que
desempenha no intuito de propiciar
a efetiva participação dos jovens na
sociedade.
Há dois anos, Pedro me pediu para
assinar uma autorização para que ele
Colégio Marista de Brasília
participasse dos encontros semanais
realizados pela Pastoral do Colégio
Marista. Naquele momento, confesso que não tinha exata noção do que
seria a sua participação na Pastoral.
Mas, por se tratar de atividade promovida pela escola e dirigida aos jovens, não tive dúvida em concordar.
Hoje, só tenho a agradecer ao Colégio Marista e à Pastoral pelo resultado dessa participação do Pedro nos
eventos, merecendo destaque a realização dos Fóruns de Juventudes e o
trabalho do projeto OCA, que tanto
enriqueceram a experiência do meu
filho e lhe possibilitaram o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades até então desconhecidas até
mesmo por nós (pais).
Ao longo de sua participação nos
trabalhos citados, Pedro pôde aprimorar sua habilidade com o uso da palavra, o enfrentamento de uma plateia,
o seu interesse por questões relativas
aos direitos dos jovens na sociedade,
a superação de inseguranças próprias
da idade, dentre outros inúmeros benefícios.
Além disso, a experiência também
trouxe muitos ganhos para nós pais,
como ver nosso filho viajando sem a
nossa companhia pela primeira vez
(Fórum de Juventudes em Curitiba –
fevereiro de 2013), mas com a plena
segurança de que estava dando um
grande passo rumo ao seu desenvolvimento e independência como pessoa e jovem comprometido com os
interesses de nossa sociedade.
Mais uma vez, obrigada à Pastoral
do Colégio Marista e parabéns pela
excelência dos trabalhos desenvolvidos.”
É nítido nos depoimentos que essas atividades representam aprendizado para toda a vida. Com isso, reforça em nós o pensamento de Marcelino
Champagnat. Olhar a realidade dos
jovens com ousadia e “ir aos jovens lá
onde eles estão”.
Núcleo de Pastoral do Maristinha
© Foto: Acervo do Colégio
ser melhor
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A websérie feita por você.
O novo Yes, We Cast! já está no ar.
Acesse youtube.com/canalmarista e fique
por dentro do tema deste mês.
Colégios Maristas.
Preparação para todas as provas da vida.
© Foto: Arquivo pessoal
essência
Ir. Leomar D’Avila
Educador
físico e diretor
institucional do
Centro Social
Marista Santa
Mônica
A prática condizente de qualquer
modalidade esportiva, competitiva
ou não, leva a pessoa a desenvolver
suas capacidades e aptidões. É no
momento de interação que se atinge
diretamente o outro, gerando, assim,
socialização e aprendizagem. Desse
modo, experiência no esporte é a
oportunidade para aprender os valores da solidariedade, conhecimento,
respeito, ou seja, é a oportunidade
de cuidar da integridade do outro,
aperfeiçoando a si mesmo.
Conforme o Ministério da Educação e Cultura (1998), o esporte é
elemento de grande valia, quando
se fala de interação socioafetiva,
pois é a forma de expressar a comunicação que possibilita a crianças e
adolescentes partilhar significados,
conceber regras, compartilhar valores, ideias e emoções, construindo as
características do indivíduo e socializando-o. Por meio do esporte, interiorizam-se comportamentos, dá-se
satisfação ao grupo, contemplam-se
aspectos pessoais e sociais, configuram-se motivos que impulsionam
os seres humanos à interação social,
para o necessário aperfeiçoamento
do físico e do moral.
O esporte, dentro da escola ou
mesmo em outros ambientes, leva
as crianças e adolescentes a descentralizarem-se, comunicarem-se e
aceitar regras e atitudes dos outros,
contribuindo para a formação e aceitação de normas de convivência coletiva, determinando regras, valores,
38
Esporte:
socialização e
aprendizagem
ações e gestos que validam o convívio. Assim, quando o esporte se torna algo coletivo e participativo, além
de construírem-se conhecimentos
múltiplos, valoriza-se a cultura do
outro sem descurar a própria; criam-se estratégias com base nas ideias e
conhecimento do outro; garante-se
o respeito, toleram-se as dificuldades
e as limitações demonstradas pelos
envolvidos. Em suma, todas as decisões propendem a ser tomadas para o
melhor do grupo, estimulando o processo de socialização e tornando-os
responsáveis pelas suas ações.
A prática esportiva contribui com
o processo de aprendizagem, constituindo um meio atraente e bem
aceito pela criança; por meio de atividades divertidas, instiga-se simultaneamente o esforço e o prazer de
aprender brincando. As crianças e
adolescentes demonstram seus desejos e vontades advindos e construídos
ao longo de sua história de vida, mostrando suas tendências, seu caráter e
sua personalidade. Essa aprendizagem é manifestada quando a criança
se confronta com novas informações
e novos modos de se realizar esses
mesmos jogos e brincadeiras em grupos maiores.
O esporte é uma forma de proporcionar situações que levem a solucionar as dificuldades entre as relações
cognitivas ou socioafetivas, dando
respostas construtivas, que valorizam
o diálogo, o respeito e a estima das
ideias no trabalho coletivo.
Conceitualmente, consideramos o
esporte como um conjunto de exercícios físicos, coordenados por métodos. O ser humano, criado à imagem
e semelhança de Deus, desenvolveu,
ao passar dos tempos, inúmeras atividades esportivas, com real interesse
de praticá-las, visando a aprimorar
sua coordenação motora, a autoestima, a potencialidade técnica e, principalmente, sua saúde física e mental.
Toda e qualquer modalidade esportiva, assim como a vida, é regida
por regras específicas, favorecendo
ou punindo a postura comportamental de quem as pratica. Paralelamente, também buscam a socialização:
manter contatos, trocar experiências,
buscar momentos prazerosos, aperfeiçoar relacionamentos e conquistar
espaços, apesar das diferenças entre
as pessoas. O esporte integra, não somente força, velocidade e resistência,
mas de maneira especial, as relações
humanas que conduzem a aproximar
e a viver a cidadania e a dignidade humana, com a autorrealização e a qualidade de vida desejadas.
A convivência esportiva abre
sempre novos horizontes culturais,
mostra maneiras convenientes e vantajosas de aprender e ganhar com
humildade e perder com sabedoria.
Para um atleta, é importante perceber
suas reais capacidades e conscientes
limitações, demonstrar raciocínio,
disciplina, determinação, habilidade
e participação efetiva, visando ao útil,
ao agradável e, consequentemente,
aos louros das conquistas esportivas,
revelando o sentido da sua aplicação,
experiência no ambiente em que
atua e vivencia.
Nós, desportistas conscientes,
declaramo-nos contrários às influências capazes de canalizar impulsos
de violência, explosões emocionais
desrespeitosas, paixões desenfreadas,
individualismo exagerado e discriminação... enfim, diferenças antiesportivas. Enfatizamos a construção de
uma sociedade solidária a serviço da
saúde, do bem estar e da vida, tornando-a mais humanizada e mais nossa.
O esporte gera envolvimento, integração, amizade, saúde, vida que
mobiliza e contagia constantemente
as multidões. Sabiamente, já na sua
época, São Marcelino Champagnat
considerava a prática esportiva muito valiosa para a educação, já que era
capaz de fortificar o corpo e purificar
a alma. É um ponto de visto educativo, inovador e profundo, de suma
importância, mesclando a formação
integral do ser humano, formar bons
cristãos e virtuosos cidadãos.
Agradável o esporte que produz e
transmite lazer, saúde, arte e vida.
© Foto: Divulgação - Marista Pio XII
© Fotos: Sxc.hu
Esporte
que aproxima
Ir. Dionísio
Balestrin
Irmão Marista da
Província do Rio
Grande do Sul
39
solidariedade
Competir para
todos ganharem
Projeto Juventude e Solidariedade no Esporte visa a incluir jogos com caráter
mais solidário nas aulas de Educação Física de unidade social Marista
Com várias pessoas de pé e algumas cadeiras na sala, a música começa. Não, ninguém vai ficar naquela aflição para sentar. Há lugar para
todos. A segunda rodada começa
com uma cadeira a menos e, quando
a música para, todos continuam na
brincadeira. Aquele que está de pé só
precisa encontrar uma cadeira para
dividir. Essa é uma representação da
clássica dança das cadeiras, em uma
versão cooperativa: mais harmônica
e focada no trabalho em equipe.
Para os professores Carlos Pedro
Gomes, Filipi Lima e Mário César
Oliveira, do Centro Educacional Ma-
40
rista São José, localizado na região
metropolitana de Curitiba, atividades como essas que caracterizam os
jogos cooperativos possibilitam “que
os participantes libertem-se da ânsia
pela competição em prol da participação e do lúdico das atividades.
Ganhar ou perder não entra nesta
discussão”.
Tendo como referência esse movimento solidário no desporto, o Centro Educacional Marista São José, em
parceria com o Núcleo de Pastoral da
Unidade, está colocando em prática
o projeto Juventude e Solidariedade no Esporte. A ideia consiste em
democratizar o acesso e a prática
sistematizada do esporte educacional, tendo como guia as diretrizes da
Rede Marista de Solidariedade.
Um dos grandes desafios da Educação Física escolar, segundo os educadores, é alterar o conceito de que
as modalidades praticadas durante
essa disciplina precisam ser aplicadas estritamente com o objetivo de
competição e rendimento. “Tradicionalmente, a Educação Física foi
construída sobre os pilares de que
o rendimento leva à vitória. Porém,
esse conceito vem caindo com o passar do tempo. Ela precisa, sim, ser
© Fotos: João Borges | Divulgação
um agente transformador para os
envolvidos”, afirma a equipe.
Os professores explicam que a
ideia do projeto partiu da necessidade de ampliar a participação do
educando dentro das atividades e
também para mediar os conflitos
ocorridos nas aulas de Educação
Física. Com isso, minimizam-se
as diferenças de potencialidades
físicas e técnicas dos educandos
dentro de um mesmo grupo, proporcionando a todos a mesma importância para conquistar os objetivos das aulas.
Para cumprir esses objetivos, os
jogos cooperativos podem – e devem – ser incorporados às aulas de
Educação Física. Há muitas opções
de atividades que estimulam a solidariedade, a união, o respeito e a
vitória do grupo (confira as dicas
de livros no box ao lado). Ao mesmo tempo, é possível tornar cooperativo um jogo tradicionalmente
competitivo, flexibilizando suas
regras, dividindo o protagonismo
das ações, envolvendo o grupo em
vários desafios corporais, sempre
respeitando os limites de cada um.
No formato cooperativo da dança das cadeiras, por exemplo, a
mudança de regras traz uma vitória
coletiva. A cada rodada, o jogo vai
ficando mais divertido e estratégico, pois ninguém pode ficar sem
lugar. No fim resta apenas uma cadeira, e o grupo precisa arquitetar
de que forma todos sentarão nela.
Em sua essência, os jogos cooperativos geram espírito de união,
responsabilidade e participação.
Pontos importantes em todas as
fases da vivência escolar. Para os
professores, é nessa prática que se
aprende, de forma saudável, a abrir
mão dos interesses individuais em
prol do coletivo. “Com os jogos cooperativos, podemos experimentar, verdadeiramente, o significado
de coletividade”, acredita a equipe.
A vitória se constrói junto
A principal diferença entre os jogos
competitivos e os cooperativos está nos
meios utilizados para se chegar à vitória.
Nos jogos cooperativos, o que conta é o
processo e não o resultado. Conheça algumas opções:
Jogos cooperativos sem perdedores
Nesta categoria, todos os participantes
fazem parte de um mesmo time e o resultado é compartilhado. A dança das cadeiras citada nessa matéria exemplifica esse
tipo de jogo.
Jogos de resultado coletivo
Jogos que permitem a existência de
duas ou mais equipes, sem que haja
competição entre ambas, pois os objetivos e resultados são comuns, favorecendo a cooperação de todos. A equipe de
Educação Física do Centro Educacional
Marista São José sugere que, em um jogo
de basquete, cada grupo tente converter lances livres em pontos para as duas
equipes. O resultado do jogo é a soma
dos pontos dos grupos. O desafio será
considerado superado somente quando
o placar atingir a meta estipulada anteriormente, por exemplo, 100 pontos.
Jogos de inversão
Experimentam-se situações de troca, de placar ou de jogadores, entre as
equipes, favorecendo a valorização dos
parceiros de jogo e diminuição da preocupação excessiva com o resultado. Na
inversão de placar, cada ponto feito é
marcado para o outro time. Na troca de
jogadores, cada um troca de time ao fim
de cada lance.
Jogos semicooperativos
Ainda que apresentem caráter competitivo, esses jogos visam à participação
de todos durante a rodada. Por exemplo,
futebol com times mistos. Os passes precisam ser alternados entre homens e mulheres e para o jogo terminar todos precisam ter marcado pelo menos um ponto.
Boas ideias
Os livros a seguir apresentam jogos
criativos que podem ser aplicados no
ambiente escolar ou em um momento
em família:
100 Jogos Cooperativos: Eu
coopero, Eu me divirto
(Editora Ground)
A autora Christine Fortin
apresenta, de forma prática e
detalhada, 100 maneiras
de executar atividades cooperativas, as quais podem ser adaptadas de
acordo com o local e o perfil de cada público
– de crianças a adultos.
110 Jogos Cooperativos Com
Balões: Voando Com os
Sonhos
(Editora Sprint)
A obra, escrita por Reinaldo
Soler, compõe uma coleção de
seis volumes sobre o tema.
O autor propõe jogos focados
na escola e acredita que ela não precisa ser
chata só porque é um ambiente levado com
seriedade.
MSM E OS
JOGOS COOPERATIVOS
A ideia de jogos cooperativos
também está presente na Missão
Solidária Marista (MSM). A última
edição do projeto, que ocorreu
de 20 a 27 de janeiro de 2013,
simultaneamente em cinco cidades
brasileiras – Almirante Tamandaré
(PR), Cascavel (PR), Dourados
(MS), São Bento (SC) e Eldorado, no
Vale da Ribeira (SP) –, contou com
oficinas socioeducativas ministradas
pelos próprios jovens missionários
participantes do projeto.
Segundo Diogo Galline, um dos
coordenadores da MSM, esse
vínculo proporcionado pelas oficinas
é muito positivo, pois há uma
troca de experiências significativa
entre os jovens participantes e
crianças e adolescentes do local.
Ele afirma que os jovens estão
dando continuidade ao sonho de
Champagnat, iniciado com foco nas
crianças.
Além das oficinas, os participantes
realizam outras ações na
comunidade, como reforma de
lugares públicos e palestras.
Galline reforça que o objetivo
maior da Missão é “educar para
solidariedade”.
41
© Fotos: Renata Duda
como fazer
Josileny Gonçalves Vidotti, mãe de Germano, valoriza boa alimentação do filho – que pratica esportes três vezes por semana.
Comer bem
para se exercitar
melhor
ainda
A alimentação influencia a vida que se quer
levar. Se ela é saudável, essa é a garantia
de que o caminho para os bons hábitos
estão dando certo
42
Torrada, queijo branco, suco de laranja e mamão papaia. A cena não
é de uma propaganda de
margarina, mas descreve
um pouco o que é um
café da manhã saudável. Dispostas a gastar as
energias de uma boa noite de sono, as crianças
precisam começar o dia
com uma alimentação
balanceada já na principal refeição. Repare:
em vez de um banquete,
alimentos certos e em
quantidades razoáveis
já são o suficiente para
garantir boas energias.
Afinal, alimentação adequada tem ligação direta
com o desenvolvimento
físico da garotada.
Criar bons costumes
é ideal para a formação
da criança. Exercícios
físicos, a prática do esporte e a alimentação adequada
são fortes aliados para que isso aconteça. “Para manter
hábitos alimentares saudáveis, a família precisa consumir
todos os grupos alimentares diariamente, nas quantidades
recomendadas, procurar variedade e estimular as crianças a preferir
alimentos frescos e mais
caseiros”, alerta a nutricionista e professora da
PUCPR Cyntia Leinig.
É o que a mãe de Germano Gonçalves Vidotti,
9 anos, põe em prática,
mesmo estando fora de
casa. Josileny Gonçalves
Vidotti almoçou junto
com o filho em uma
das cantinas do Colégio Marista Santa Maria
em plena segunda-feira. Embora a corretora
de imóveis tenha uma
semana agitada no trabalho, faz questão de dividir esse momento com o filho. “É
importante estar aqui e acompanhar de perto a alimentação dele. Desde pequeno mantemos bons hábitos em
casa, e hoje ele mesmo faz o prato e sabe o que é bom para
a alimentação dele”, exalta.
Essa dedicação na alimentação garante a manutenção
da saúde. “Em paralelo, deve incentivar a criança a praticar as mais diversas atividades esportivas associadas
às brincadeiras. Isso não é só importante para a saúde
física, mas também para o desenvolvimento motor e psicológico da criança”, defende a nutricionista. Sabendo
dessa combinação entre alimentação e esporte, a mãe
de Germano intensifica a rotina do garoto – que pratica
atividade física três vezes por semana. “Na segunda e na
quarta ele joga handebol. Sábado é dia de tênis”, conta
Josileny. Por causa do esporte, a alimentação do atleta
tem diversos nutrientes. “Ele sabe o que tem de comer,
então já pega salada, verduras, carne e o arroz”, calcula
a mãe.
E O DOCE, PODE?
Ir a uma festinha de aniversário é praticamente um
encontro marcado com brigadeiros, bombons, refrigerantes e outras gostosuras tão amadas pelos pequenos.
Da mesma forma como quando são apresentados às
crianças, é preciso deixar claro que os doces não devem
fazer parte da rotina delas. “O excesso no consumo desses alimentos contribui para o aumento do peso, das
cáries dentárias e também de outras doenças”, alerta a
nutricionista.
No entanto, proibir não é a solução. “Quanto mais tarde
forem apresentados a esses alimentos, melhor, mas caso a
criança já saiba pedir o doce, é possível
Só mesmo o hábito
fez a estudante
equilibrar em duas
Márcia Machado
Moreira, de 12 anos,
vezes na semana e
se acostumar com
‘as folhas’.
em pequena quantidade”, explica Cyntia.
HÁBITO
Comer bem é uma
questão de hábito. A
partir do momento
em que se torna costume comer alimentos cuja cor antes
nem se via, é mais
tranquilo assimilar a
importância deles. A
tese foi comprovada
pela estudante do
Marista Santa Maria,
Márcia Machado Moreira, 12 anos. Ela confessou que há
um ano não comia salada e torcia o nariz para a maioria
“das folhas”, nome batizado pela estudante. “Eu passei a
comer mais verdura quando minha mãe começou a pegar no pé. Passei a comer por causa dela, mas hoje coloco
no prato até quando ela não está. Acostumei”, brinca.
NA PRÁTICA
O Ministério da Saúde recomenda alguns passos essenciais para a alimentação saudável das crianças, confira
alguns deles:
1) Fracionamento de três refeições diárias intercaladas por dois
lanches saudáveis ao dia;
2) Consumo diário de cereais (arroz, milho), tubérculos
(batata), raízes (mandioca), pães e massas, distribuindo esses
alimentos nas refeições;
3) As frutas devem ser distribuídas nas refeições, sobremesas
e lanches;
4) Consumo de feijão em pelo menos cinco dias na semana;
5) Consumo diário de leite e derivados, e de carnes, aves,
peixes ou ovos;
6) Estímulo ao consumo de água.
43
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FILME
Heleno
Minha dica é o filme Heleno. Ele retrata a história de Heleno de Freitas, o príncipe da era
de ouro do Rio de Janeiro nos anos 40, quando a cidade era um cenário de sonho, cheio de
glamour e promessas. Nas elegantes festas da época, ele representava a beleza e o charme.
Nos campos, ele era visto como um gênio: explosivo e apaixonado pelo futebol. Heleno tinha
certeza de que seria o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Mas a guerra, a sífilis e as
desventuras de sua vida mudaram seu destino, levando-o da glória à tragédia.
Junior Cesar Dias de Jesus - Assessoria de Educação do Colégio Marista de Londrina
JOGO
PES 2013
Eu escolho e compartilho o jogo mais utilizado entre os jogadores, o PES
2013, que simula partidas de futebol. No jogo virtual, é possível propor
partidas amistosas ou criar seu próprio personagem “rumo ao estrelato”.
Também existe a opção de administrar uma equipe no modo “Liga
Master”, entre outros modos adequados ao gosto de quem está jogando.
Rulligulity Menegussi de Barros, 17 anos
3° ano do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís
GUIA PRÁTICO
A semente da vitória
O livro que eu indico é A semente da vitória, de Nuno
Cobra, que foi preparador físico e mental do Airton
Senna. Valores agregados ao esporte, como superação,
autoconfiança e sua visão sobre os cuidados com a saúde
estão presentes na obra. A grande lição do livro é mostrar
que o segredo para superar limites, rumo à excelência,
consiste principalmente em acreditar em si mesmo.
Silvana Marques Freitas
Professora do Colégio Marista Arquidiocesano
44
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL
Recomendo o site www.cbv.com.br/v1/, da Confederação Brasileira de Voleibol,
que possui grande variedade de informações, programações e notícias sobre
campeonatos da Seleção Brasileira. Lá também tem uma galeria de fotos, onde
podemos observar, com detalhes, as diferentes ações durante os jogos.
Fernanda Liu, 16 anos - 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Londrina
LIVRO-AULA
Aprendendo a Educação Física
Utilizo bastante o livro infantil Aprendendo a Educação Física,
dos autores Maria Cristina Gonçalves, Roberto Costacurta
Alves Pinto e Silvia Pessoa Teuber. Eles embasam e justificam a
importância da Educação Física Escolar, em linguagem clara e de
fácil compreensão. O livro contém inúmeras atividades de jogos,
esportes, ginásticas, que subsidiam minha prática e que vêm de
encontro aos constituintes da Educação Infantil Marista.
Virlei Kunz – Professora do Colégio Marista São Luís
CANAL
SportTV
© Fotos: Divulgação
Eu adoro o canal SporTV. É o meu favorito. Ele apresenta
diversos vídeos de torneios e campeonatos de muitas
modalidades esportivas, como atletismo, basquete, futsal,
ginástica, tênis, surfe, além do vôlei.
Fernanda Liu, 16 anos - 2º ano do Ensino Médio do Colégio
Marista Londrina
45
olhar
Quando a
palavra
superação
ganha outro
sentido
Toda pessoa que planeja competir
em alto nível precisa se superar, seja
para baixar seu melhor tempo, saltar alguns centímetros mais alto (ou
para frente), driblar a falta de apoio
ou até problemas pessoais. Talvez
por isso a palavra superação esteja no
vocabulário de dez entre dez atletas.
Embora sirva para inúmeras ocasiões, a superação ganha um sentido
especial quando usada por um paralímpico – o termo, que se refere a
atletas com deficiência, antes paraolímpico, teve a grafia mudada em
novembro de 2011, a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para
desvincular o desporto adaptado do
movimento olímpico.
Embora trabalhe quase 15 anos
com jornalismo esportivo, meu contato com os paralímpicos era mínimo. A primeira competição que fiz
foram os Jogos Paralímpicos de 2012,
em Londres, que também havia sediado a Olimpíada daquele ano. Por
mais que já se saiba o que perguntar
ou como abordar um atleta, ficava
a dúvida: como questioná-lo a respeito da deficiência? Posso ofendê-lo ao querer saber o que houve e
como convive com ela? Para minha
surpresa, a grande maioria trata das
limitações, sejam congênitas ou adquiridas ao longo da vida, com naturalidade, e gosta de compartilhar
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experiências. Poucos se incomodam.
O nadador André Brasil, dono de
nove medalhas em Paralimpíadas,
por exemplo, costuma se irritar com
diferenciações. Em Londres, quando
um jornalista usou o termo paratleta
numa pergunta, ele o interrompeu
bruscamente: “Atleta, por favor!”. Aos
3 meses, detectou-se que ele tinha a
perna esquerda mais leve do que a
direita por conta da poliomielite. Aos
pais, disseram que André não iria andar. Sua força de vontade nas piscinas mostrou exatamente o contrário.
Aliás, belas histórias não faltam.
Por isso a superação ganha outro
peso nesse ambiente. Na Paralimpíadas de Londres foram mais de
4.300 atletas de 164 países. São deficientes visuais, pessoas que sofreram traumas de guerra, cadeirantes
baleados em assalto... Martine Wright, britânica com quem conversei
lá, pratica vôlei sentado. Ela é sobrevivente do atentado terrorista ao
metrô de Londres, em 7 de julho de
2005. No vagão, estava a poucos metros do homem acusado de detonar
a bomba. Ficou presa às ferragens,
perdeu 75% do sangue do corpo,
sofreu 12 cirurgias e teve as pernas
amputadas acima dos joelhos. Achou
no esporte um novo ânimo de vida.
Medalha? Sua vitória foi ver a família
em seus jogos. Não há como não se
emocionar com esse tipo de relato.
Uma pena o espaço ser insuficiente
para descrever outros.
Dos 15 dias em Londres, passei
mais de sete gripado. Alguns dias foram difíceis para levantar da cama.
Mas bastava ver um atleta em ação,
ouvir sua história e o que sentia após
competir, para eu me sentir melhor.
A vida impôs a essas pessoas algo
muito mais devastador e traumático
do que uma gripe. E eles se superam, mostrando que a limitação é só
mais uma barreira. A vida não acaba
ali, só ganha um novo sentido, uma
nova motivação. Isso faz você refletir
e reclamar menos do cotidiano. É até
constrangedor fazer certas queixas.
Por “culpa” desses atletas, passei a
admirar e acompanhar mais de perto
o movimento paralímpico. Eles são a
maior prova de que nenhuma limitação é capaz de frear o ímpeto de um
ser humano quando ele quer se superar.
© Foto: Arquivo pessoal
Por Thiago Rocha, jornalista que contribui para o
jornal Lance e cobriu as Paralimpíadas de Londres,
em 2012.
curiosidade
Além do
asfalto
Você sabia que as corridas de rua surgiram e se popularizaram na Inglaterra no
século XVIII? Mas foi apenas na década de
70, com o incentivo do médico Kenneth
Cooper, criador do Teste de Cooper, que ela
se popularizou no mundo. A época ficou
marcada pelo jogging boom (“explosão da
corrida”), momento em que a população
começou a participar mais ativamente junto dos corredores de elite.
Correr! Uma prática tão comum, mas rodeada de histórias. Portanto, coloque seu
calção, um tênis e vamos correr pelo passado e pelas curiosidades que os asfaltos
têm para contar desse esporte tão famoso
Diz a lenda que a origem da maratona aconteceu
por volta do ano 490 a.C., quando um soldado correu
por cerca de 42 km, da cidade de Maratona até Atenas,
para avisar sobre vitória dos gregos contra os persas na
guerra. Filípides percorreu essa distância correndo tão
rapidamente que, ao chegar, só conseguiu dizer: “vencemos!”. Em seguida, caiu morto pelo esforço.
© Fotos: Sxc.hu
Por falar em maratonas,
na primeira edição dos Jogos
Olímpicos da Era Moderna,
ocorrida em 1896, em Atenas,
na Grécia, o grego Spiridon
Louis venceu o percurso de 40
km. O terceiro colocado foi seu
compatriota Spiridon Belokas,
que depois foi desclassificado
por percorrer parte do trajeto
de carro.
Foi só em 1945, na sua 20ª edição, que a prova recebeu a participação de competidores internacionais. A presença dos vizinhos do
Chile e Uruguai foi o estopim para
a participação efetiva de corredores das Américas, asiáticos, africanos e europeus.
O número
de inscritos da
primeira Maratona de São
Silvestre foi de
apenas 60, dos
quais apenas 48
comparecem
no dia da prova. Atualmente,
a competição
leva mais de 15
mil participantes às ruas da
capital paulista.
E a São Silvestre? Mais tradicional prova do país,
foi criada em 1924, em homenagem ao santo do
dia, pelo jornalista Cásper Líbero, inspirado em
uma corrida noturna francesa em que os atletas
corriam com tochas de fogo. É disputada no dia
31 de dezembro e já teve a participação exclusiva de homens, sendo Alfredo Gomes o primeiro
campeão da prova. Foi apenas em 1975 que as mulheres ganharam uma competição feminina. A primeira campeã foi a alemã Christa Valensieck.
Como foi possível perceber, as corridas de rua
contam cada vez com mais adeptos, segundo um
levantamento da Federação Paulista de Atletismo.
O aumento de praticantes reflete no rendimento
financeiro do esporte. Constatou-se que a prática
movimenta cerca de R$ 3 bilhões e que o número
de eventos aumenta cerca de 35% ao ano.
O sonho de todo corredor é participar das maiores
maratonas. Sabe quais são? Disputada desde 1897, a
Maratona de Boston é a maior e mais antiga, depois da
olímpica, seguida da Maratona de Nova York e da Maratona de Chicago, todas nos EUA. Além delas, há a Maratona de Berlim, na Alemanha, e a Maratona de Londres,
na Inglaterra. Todas fazem parte do World Marathon
Majors, que dá um milhão de dólares para os atletas
que fazem mais pontos na disputa das cinco provas.
Que tal entrar no ritmo da corrida e adotar o uso de aplicativos capazes de registrar diversas informações sobre o rendimento da prática do
exercício? O Endomondo é um aplicativo gratuito, bem recomendado
pelos corredores de rua e disponível para iPhone, Android e BlackBerry.
Outro aplicativo bastante utilizado e gratuito é o Runkeeper. Vale a pena
correr nesse ritmo.
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diversão
O passatempo centenário
de jogar peteca (há registros de que, no Brasil, a
atividade surgiu com os
índios) também é esporte
sério. De forma adaptada,
o badminton – que estreou
nas Olimpíadas em 1992 e
que se joga com raquete e
peteca – tem várias similaridades com a brincadeira
infantil. E nada melhor que
incentivar um esporte por
meio de uma diversão. Por
isso, a pedagoga e assistente social Fernanda Alves Teixeira ensina, passo a
passo, como montar uma
peteca com materiais que
todos têm em casa. Como
não existe partida sem torcida, a professora também
explica como montar uma
equipe de torcedores.
Pais e filhos, mãos à obra!
Esporte na
ponta dos
dedos
Antes de praticar, que tal inventar?
Aprenda, a seguir, a fazer uma peteca
reutilizando sacolas plásticas.
A torcida fica por conta dos dedoches
PETECA
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
Folhas de papel de qualquer tipo
Tesoura
Sacola de mercado
Corte as alças da sacola e reserve.
Corte o fundo e as duas laterais também.
Pegue as folhas de papel e amasse até formar bolinhas de tamanho médio.
Coloque os dois lados da sacola um sobre o outro e
envolva as bolas de papel com eles.
Modele a peteca, pegando uma das alças que cortou e amarrando-a, dando um nó.
Corte as sobras do nó.
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© Fotos: Renata Duda
MÃOS À OBRA
DEDOCHE
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
1 molde redondo (para
fazer a cabeça do torcedor)
Tesoura
Folhas de papel colorido
Lápis
Cola em bastão
Canetinha colorida
MÃOS À OBRA
Coloque sobre o papel dois dedos para fazer o molde
da altura e largura do seu boneco, risque e dobre a
folha de papel, recorte na linha que desenhou.
Passe a cola em bastão apenas nas bordas do molde e cole um sobre o outro. Lembre-se, o meio e a
base não devem levar cola.
Pegue o molde redondo e desenhe um círculo para
fazer a cabeça. Em seguida, recorte-o.
Para a camisa e o calção, faça o desenho do mesmo
tamanho que seu molde. Recorte 4 tiras, para os braços e as pernas, além de duas bolas ovais para os pés.
Desenhe como preferir o cabelo. Recorte e cole no
círculo da cabeça, cole também a camisa, o calção,
a cabeça e as tirinhas no molde.
Sobre as perninhas cole as duas bolinhas ovais,
que são os pés.
Pegue as canetinhas e desenhe o rosto do seu torcedor, e escreva o nome da sua equipe.
Pronto, agora monte sua torcida ou time completo.
Boa diversão!
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