redução de estômago exige Cuidados Constantes

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redução de estômago exige Cuidados Constantes
Correio B
quarta-feira, 15 de abril de 2015
correiob@cor­reio­does­ta­do.­com.br
saúde
redução de estômago
exige cuidados constantes
Especialistas de áreas como Nutrição e Psicologia são essenciais para garantir que os resultados em longo prazo sejam satisfatórios
divulgação
Apoio. A cirurgia
bariátrica envolve muito
mais que apenas o
estômago e a redução
de gordura, é necessário
mudar o comportamento
da redação
A cirurgia bariátrica se tornou
uma arma na luta contra a
obesidade no País. Também
conhecido como gastroplastia, o procedimento consiste na redução do estômago.
Existem diferentes maneiras
de realizá-lo e cada uma é indicada para aspectos específicos da doença.
Contudo, tão importante
quanto os médicos que realizam a operação são os profissionais de outras áreas de
saúde que acompanham o
paciente, especialmente, o
psicólogo e o nutricionista.
Estes acompanham quem vai
se submeter à gastroplastia
do pré ao pós-operatório.
“A meta é garantir a saúde
do paciente em um processo
que dura toda a sua vida”, comenta a nutricionista e especialista em cirurgia bariátrica, Mariana Corradi Gouvea.
Segundo a psicóloga Rosangela Fátima de Souza, que
realiza o acompanhamento
psicológico de pacientes, o
trabalho da equipe multidisciplinar é terapêutico e deve
perpassar todo o tratamento. “O acompanhamento
deve ser iniciado com antecedência e o paciente deve
continuar o tratamento psicológico por, pelo menos,
seis meses depois da cirurgia”, esclarece.
Ela esclarece, em concordância com Mariana, que a
cirurgia bariátrica modifica o
estômago, mas não mexe na
cabeça do paciente. “É preciso identificar os motivos que
colocaram o paciente naquela situação de obesidade. E
também é essencial tratar
essa compulsão para que ela
não seja desviada para outras
questões”, comenta.
O trabalho inicial do psicólogo que acompanha um pa-
ciente que será submetido à
cirurgia bariátrica é entender
seu histórico e saber como
ele chegou ali, assim como
é importante conferir quais
motivos fizeram com que ele
optasse pela cirurgia. “De mão
desse aparato psicológico, tenho suporte para trabalhar um
novo comportamento com o
paciente e evitar que ele sucumba aos mesmos impulsos
que o fizeram chegar àquele
ponto” comenta.
Alimentação
Além do acompanhamento
psicológico, o nutricional é
essencial para que a cirurgia
bariátrica ofereça bons resultados e a saúde do paciente
não sofra riscos desnecessários. O trabalho do nutricionista se inicia durante o
perío­d o pré-operatório e,
segundo a especialista em
cirurgia bariátrica Mariana
Corradi Gouvea, é durante
ele que começa o trabalho de
reeducação alimentar.
“Geralmente, o paciente
tem de mudar toda a sua rotina. Quando essa mudança
acontece antes da cirurgia,
ela é aceita de maneira
mais fácil”, ressalta. A nutricionista afirma que se
trata de ensinar ao paciente as coisas mais simples,
como ingerir alimentos a
cada três horas e aprender
a mastigá-los bem antes de
engoli-los. “É uma questão
de mostrar o bê-á-bá da boa
alimentação”.
Entre outras funções, o trabalho nutricional também
visa normalizar os níveis vitamínicos e auxiliar a redução
de peso antes do procedimento. A partir de uma entrevista, a especialista passa
a construir um diagnóstico
do paciente, percebendo em
que acontecem as falhas em
relação à alimentação. Ela
88 mil
Pacientes
Em 2014, de acordo com
dados da Sociedade
Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica,
houve um aumento
de 10% no número de
gastroplastias realizadas,
em comparação com
2013. Isso significou
que cerca de 88 mil
pessoas se submeteram
a procedimentos de
redução do estômago.
Contudo, a quantidade
de pessoas que precisam
fazer a cirurgia é muito
superior: 7 milhões
brinca ao dizer que a cirurgia
corresponde a 10% do emagrecimento. “O restante é
acompanhamento psicológico e nutricional”, pontua.
Mariana reforça a necessidade de que o paciente receba atendimento durante e
após a cirurgia.
“Em um ano, os indivíduos
costumam atingir o peso ideal e percebemos um abandono dos acompanhamentos. Infelizmente, depois de
algum tempo, eles retornam
com problemas mais sérios,
como anemia, osteoporose
e, inclusive, ganho de peso”,
ressalta.
Para melhorar a recuperação dos pacientes, a nutricionista afirma manter contato
com as psicólogas que os
acompanham.
“A cirurgia bariátrica tenta
resolver um problema que
deixa marcas no corpo e na
mente. É preciso fazer esse
trabalho em conjunto, para
aliviar as dificuldades que o
paciente sofre”, pontua.
O QUE CAUSA A OBESIDADE?
A UNIÃO DE FATORES GENÉTICOS E AMbIENTAIS
n DESEQUILÍBRIO ENTRE O QUE
VOCÊ COME e O QUE VOCÊ
GASTA
Qual é a sua relação
com a comida?
O quanto você
valoriza a comida e o
hábito de se reunir ao
redor da mesa ou de ir
a um restaurante?
n fatores
psicológicos
Depressão, ansiedade
e estresse podem
fazer você comer mais
Deixar de fumar, gravidez,
pós-cirurgia, doenças
e problemas familiares
podem causar esses
desequilíbrios psicológicos
Você pratica
atividades físicas?
Você pode
engordar quando
ingere mais do que
gasta.
n questões
hormonais
Alterações e
desequilíbrios no
sistema endócrino
podem alterar a
forma como você
metaboliza as calorias
Infográfico: Lúcio Costa
n fatores
genéticos
Pesquisas comprovam
que filhos de
pais obesos têm
maior tendência à
obesidade
Fonte: Reportagem

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