extensão da divulgação voluntária do capital intelectual nos grupos

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extensão da divulgação voluntária do capital intelectual nos grupos
114a
EXTENSÃO DA DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA DO CAPITAL INTELECTUAL NOS
GRUPOS BANCÁRIOS EM PORTUGAL
Maria de Lurdes Ribeiro da Silva
Assistente na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
Campus do IPCA
4750-810 Barcelos
Ana Maria Gomes Rodrigues
Professora Auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Avenida Dias da Silva, nº 165
3004-512 Coimbra
María del Pilar Muñoz Dueñas
Profesora Titular de Escuela Universitaria de la Universidad de Vigo
Facultad de Ciencias Económicas y Empresariales
As Lagoas Marcosende, s/n
36310 Vigo
Area temática: A) Información Financiera y Normalización Contable
Palabras clave: capital intelectual, bancos, Portugal, relatórios anuais, páginas Web
EXTENSÃO DA DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA DO CAPITAL INTELECTUAL NOS
GRUPOS BANCÁRIOS EM PORTUGAL
Resumo
Com o presente estudo procura analisar a extensão da divulgação voluntária do capital
intelectual nos relatórios anuais e nas páginas Web dos grupos bancários em Portugal.
Os resultados revelaram que os grupos bancários divulgam em média 0,5335 de
informação do capital intelectual nos relatórios anuais e 0,3493 nas suas páginas Web.
O componente mais divulgado, tanto nos relatórios anuais como nas páginas Web, é o
capital relacional, seguido do capital estrutural e do capital humano. Os grupos
bancários em Portugal atribuem maior importância à divulgação de informação do
capital negócio nos relatórios anuais e do capital sociedade nas páginas Web.
Resumen
Con el presente estudio procura analizar la extensión de divulgación voluntaria del
capital intelectual en los informes anuales y en las páginas Web de grupos bancarios
en Portugal. Los resultados presentan el 0,5335 como media de divulgación de
información del capital intelectual en los informes anuales y el 0,3493 en las páginas
Web. El componente más divulgado, en los informes anuales y en las páginas Web, es
el capital relacional, siguiéndose el capital estructural y el capital humano. Los grupos
bancarios en Portugal atribuyen una mayor importancia a divulgación de información
de capital negocio en los informes anuales e de capital sociedad en las páginas Web.
Introdução
A divulgação do capital intelectual tem tido nos últimos anos uma relevância
acentuada por parte do meio académico. Isto acontece porque os organismos de
normalização contabilística considerarem que o “verdadeiro” capital intelectual não
reúne condições de objetividade e fiabilidade para que seja reconhecido nas
demonstrações financeiras. Tal facto torna clara a insuficiência na abrangência de
divulgação que tais normas contemplam, cumprindo os estudos de divulgação
voluntária do capital intelectual a função de evidenciar, de forma mais aproximada, o
verdadeiro valor das organizações. A falta de uma harmonização na divulgação do
capital intelectual, além de não permitir a comparabilidade, não mostra o verdadeiro
alcance da insuficiência do que é hoje divulgado.
Neste trabalho procuramos analisar a extensão ou amplitude da divulgação voluntária
do capital intelectual, através da qual procuramos também aferir da importância que é
dada a esta temática por um setor intensivo em capital intelectual e que é, também
ele, alvo de interesse por parte de diversos stakeholders: o setor bancário.
As questões de investigação propostas neste trabalho são: qual a extensão da
divulgação do capital intelectual que os grupos bancários que operam em Portugal
apresentam nos seus relatórios anuais e nas suas páginas Web?; qual é o meio de
comunicação que fornece maior extensão de divulgação do capital intelectual?; qual
dos componentes ou categorias do capital intelectual apresenta maior divulgação do
capital intelectual?. Para dar resposta às questões de investigação formuladas, foi
elaborado um índice de divulgação voluntária do capital intelectual, baseado nos
modelos Intellectus e InCaS (made in Europe) e adaptado à indústria bancária, o qual
serviu de base à leitura e codificação da informação contida nos relatórios anuais e
nas páginas Web institucionais, permitindo aferir da extensão da divulgação nessas
fontes de informação. Foram analisados os relatórios anuais de 2010 dos bancos que
apresentaram contas consolidadas em Portugal, assim como as páginas Web dos
respectivos bancos em agosto de 2011. Através de uma análise às médias de
divulgação do capital intelectual, assim como a cada um dos seus componentes ou
categorias, concretamente, o capital humano, o capital estrutural e o capital relacional,
procuraremos aferir da extensão da sua divulgação e, através de testes estatísticos,
concluiremos acerca de qual a fonte de dados fornece maior extensão de divulgação.
Enquadramento do estudo e metodologia adotada
Apesar de os ativos intangíveis terem vindo a assumir-se como fatores decisivos na
criação de valor das organizações do século XXI, muitos desses ativos não são
explicitamente reconhecidos nas suas demonstrações financeiras. A inexistência de
uma cultura organizacional baseada na gestão dos intangíveis é o principal obstáculo
a procedimentos contabilísticos mais adequados, nomeadamente no desenvolvimento
de modelos de mensuração apropriados ao seu reconhecimento, não traduzindo o
atual tratamento contabilístico, preconizado nas principais normas de contabilidade, a
verdadeira essência económica desses elementos (Rodrigues, 2011).
O setor bancário tem sentido nas últimas décadas enormes mudanças fruto da forte
regulamentação a que está sujeito, das concentrações e fusões quem têm vindo a
ocorrer e da melhoria drástica nas suas plataformas tecnológicas. Atuando num
contexto de economia global, o setor bancário requer conhecimentos especializados e
a utilização de sofisticadas tecnologias de informação e comunicação, sendo exigida,
pelos seus clientes e utilizadores, grande transparência e confiabilidade nas atividades
desenvolvidas pelas organizações deste setor. As especificidades deste setor,
nomeadamente a sua rigorosa regulamentação, originam, em muitas situações, a
exclusão da indústria bancária das investigações de âmbito académico. A opção pela
análise à divulgação do capital intelectual neste setor baseou-se na asserção de vários
autores de que em indústrias de setores mais intensivos em capital intelectual, a
divulgação deve fazer refletir essa intensidade, sendo de esperar, como refere Guthrie
et al. (1999) que a indústria que produzirá resultados mais interessantes seja a dos
serviços financeiros. Shih et al. (2011) consideram que o capital intelectual é o foco da
indústria financeira dos tempos modernos por avaliar o conhecimento como um
recurso precioso à inovação e ao crescimento. Julgamos, tal como Ho e Wong (2001),
que a transparência é a chave da divulgação voluntária, e que por isso, nenhuma
indústria se revela mais adequada do que aquela sobre a qual é exigida a maior
clareza e rigor por parte de um extensivo número de skakeholders.
Diversas teorias são aplicadas nos estudos de divulgação de informação sobre o
capital intelectual. A articulação entre teorias é a forma de se encontrar fundamentos
mais precisos sobre o fenómeno da divulgação, pois nenhuma delas contém
argumentos teóricos que, por si só, expliquem a temática da divulgação do capital
intelectual. A teoria da agência contempla um conjunto de relações contratuais
existentes na organização e argumenta a necessidade de mecanismos eficazes para
tentar ajustar os interesses do gestor e do proprietário no âmbito da divulgação
realizada. Uma relação mais abrangente entre a gestão da organização e os agentes
interessados nessa organização é fundamentada na teoria dos stakeholders. Esta
teoria ganha relevo essencialmente em períodos de mudança e incerteza (Parmar et
al., 2010), fruto do interesse social na informação divulgada, adquirindo os
stakeholders um poder acrescido sobre o êxito futuro da organização. Na teoria da
sinalização encontram-se os fundamentos para justificar uma maior divulgação por
organizações mais rentáveis, essencialmente aquelas que têm interesse na
valorização das suas ações no mercado e que necessitam aumentar a confiança dos
investidores, justificando também esta teoria que a atuação dos agentes está em
conformidade com os acordos estabelecidos com os acionistas (Oliveira et al., 2006;
Aljifri e Hussainey, 2007 e Gallery et al., 2008). É a teoria de proprietary costs,
essencialmente orientada para divulgações no mercado de capitais, que fundamenta a
ponderação da relação custo/benefício da divulgação. Também a aplicação na
divulgação das teorias da legitimidade e institucional têm especial relevo em períodos
de ambiguidade e incerteza no meio envolvente (Cohen et al., 2008). As organizações
adquirem legitimidade perante a sociedade pelo respeito a leis e regulamentos a que
estão subordinadas e pela exposição do seu comportamento perante os stakeholders,
e por isso, fornecerão maior quantidade e maior detalhe nas informações voluntárias
como uma resposta às expetativas de grupos específicos ou da sociedade em geral.
Baseados nos objetivos a que nos propusemos e na especificidade do setor em causa,
encontramos na estrutura do modelo Intellectus e em alguns conceitos e elementos do
modelo InCaS (made in Europe) o suporte para alicerçar a nossa investigação.
Consideramos que estes dois modelos apresentam caraterísticas de detalhe que
poderão adaptar-se ao que pretendemos investigar. O modelo Intellectus surge de um
grupo de trabalho criado no seio do Centro de Investigação sobre a Sociedade do
Conhecimento do Parque Científico de Madrid (o Forum do Conhecimento Intellectus).
A origem dos seus membros (procedentes de áreas empresariais, institucionais e da
ciência e tecnologia) permitiu que fosse criada uma comunidade de excelência no
intercâmbio de conhecimentos sobre a gestão do capital intelectual e os processos
geradores de valor na nova economia. Esta fusão de saberes fez desenvolver o
modelo na realidade organizacional, tendo sido realizados estudos em várias
instituições espanholas. O CIC-IADE1 publicou entre dezembro de 2001 e abril de
2005 um conjunto de oito documentos (“Documentos Intellectus”) no sentido de
difundir as contribuições do Forum do Conhecimento Intellectus e as investigações do
Centro de Investigação no “desenvolvimento de modelos e melhores práticas na
1
Centro de Investigación sobre la Sociedad del Conocimiento-Instituto de Administración De Empresas da
Universidad Autónoma de Madrid (CIC-IADE).
criação, medição e gestão do conhecimento e do talento e, no desenho e
desenvolvimento de processos de aprendizagem organizacional”2.
Conforme refere Cabrita (2009) o modelo de medição (divulgação) deverá ser
escolhido em função da compreensão dos elementos e do contexto em que a
organização atua, ou seja, os indicadores usados para análise numa organização
(setor), não são necessariamente os úteis para as outras organizações (setores), pelo
que, esses indicadores deverão ser o mais específico possível para avaliar o
conhecimento crítico à realização da estratégia de cada organização3. Com base nesta
premissa e na especificidade do setor em causa, encontramos na estrutura do modelo
Intellectus e em alguns conceitos e elementos do projeto InCaS (made in Europe) o
suporte para alicerçar o que pretendemos analisar.
Deste modo, baseados nos modelo Intellectus e InCaS (made in Europe) definimos os
parâmetros a analisar para aferir da divulgação voluntária de capital intelectual. Esta
análise exigiu também uma adaptação concetual e de abrangência específica ao setor
bancário.
Figura 1 – Modelo Intellectus
Fonte: CIC-IADE, Documentos Intellectus nº 5 (2003, p. 34)
Como é visível na esquematização do modelo, o capital intelectual apresenta três
componentes principais, resultando em cinco componentes após a desagregação do
capital estrutural e do capital relacional. Estes componentes subdividem-se em
2
CIC-IADE, Documentos Intellectus n.º 1 (2001, p. 8).
Krippendorff (1990) refere que a maior especificação e detalhe dos indicadores reduz a subjetividade no
processo de codificação da análise de conteúdo.
3
elementos, variáveis e indicadores do capital intelectual, apresentando-se em estrutura
de árvore para clarificar as inter-relações entre os distintos ativos intangíveis da
organização. Assim, os componentes do capital intelectual constituem o agrupamento
dos ativos intangíveis em função da sua natureza. Os elementos (E1…En) são grupos
homogéneos de ativos intangíveis de cada um dos componentes do capital intelectual.
As variáveis (V1…Vn) são ativos intangíveis integrantes de um elemento do capital
intelectual e os indicadores (I1…In) são instrumentos de valorização dos ativos
intangíveis das organizações, expressos em diferentes unidades de medida. Estes
indicadores apresentam diferentes categorias e níveis de agregação informativa,
sendo necessário definir uma série de princípios e recomendações, a partir das suas
caraterísticas e finalidades, para que se alcance uma utilidade eficiente dos mesmos e
ajudar a que a gestão dos valores intelectuais seja a mais adequada à estratégia e
interesses da organização. A definição dos indicadores apresenta-se, por isso, como
uma tarefa fundamental para estabelecer a homogeneidade, simplicidade, objetividade
e caráter estratégico dos mesmos4.
O InCaS (made in Europe) é um projeto financiado pelo 6º Quadro Comunitário da UE
(EU 6th Framework Programme) com o objetivo de, através do desenvolvimento de
uma metodologia de gestão e reporte do capital intelectual, aumentar a
competitividade e o potencial de inovação das pequenas e médias empresas (PME)
europeias. O InCaS (made in Europe) pretende ajudar as organizações a identificar os
recursos imateriais que determinam o seu sucesso e, se possível, avaliá-los e tornálos visíveis. Este projeto fornece ferramentas de gestão do conhecimento e técnicas
que permitem às PME detetar o seu capital intelectual, para comunicar através de uma
declaração do capital intelectual e implementar medidas que promovam a sua
melhoria e aplicação inovadora. Ou seja, permite apoiar as PME a identificar os pontos
fortes e fracos do capital intelectual para melhorar os seus negócios e prepará-los para
inovação e negócios futuros. Desta forma, esta metodologia pretende criar o
momentum para se refletir sobre os fatores do capital intelectual que, atuando nos
processos de negócio, conduzem ao desenvolvimento organizacional e a uma maior
transparência, fruto de uma fácil comunicação dos valores organizacionais junto dos
stakeholders (Cabrita, 2009).
4
CIC-IADE, Documentos Intellectus nº 5 (2003).
Descrição da população e recolha de dados
Para levar a cabo este trabalho, e dada a reduzida dimensão do setor bancário em
Portugal, identificamos o universo das instituições bancárias que em 2010 e 2011
desenvolviam a sua atividade em Portugal. A regra da inclusão dos dados a analisar
foi a consideração (através da estruturação dos dados constantes da página Web do
Banco de Portugal5) dos bancos que apresentaram contas consolidadas em 2010 e
que, simultaneamente, se tenha verificado possuírem página Web ativa e autónoma
em 2011. Com base nestes requisitos, foi verificada a existência de vinte um bancos
que publicaram contas consolidadas em 2010, no entanto, dois dos bancos foram
excluídos, um porque se encontrava em processo de integração e outro por apresentar
as suas contas em inglês, resultando num total de 19 grupos bancários. Os relatórios
anuais e as páginas Web destes grupos bancários foram sujeitas a um procedimento
de análise de conteúdo com vista à codificação do texto e, através de um índice de
divulgação previamente construído6, obter-se a extensão da divulgação voluntária do
capital intelectual neste setor.
Quadro 1 – População em estudo
5
Selecionando na pesquisa o tipo de instituição: banco e o tipo de publicação a pesquisar: contas anuais
em base consolidada (CAC).
6
Apresentado em anexo à presente comunicação
Variáveis dependentes
Para além do índice de divulgação do capital intelectual, foram criados outros três
índices correspondentes aos componentes ou categorias do capital intelectual: capital
humano (CH); capital estrutural (CE) e capital relacional (CR). Cada um destes índices
é composto por três elementos, sendo os elementos do capital humano as
competências profissionais (CH1); as competências sociais (CH2) e a motivação
(CH3). Os elementos do capital estrutural são a cultura corporativa (CE1), a
cooperação interna e transferência de conhecimento (CE2) e as tecnologias da
informação e conhecimento explícito (CE3). Os elementos do capital relacional são as
relações com clientes (CR1), as relações com investidores (CR2) e as relações com
outros stakeholders (CR3).
Quadro 2 - Índices de divulgação do capital intelectual, capital humano, capital estrutural e capital
relacional
Cada uma das variáveis dependentes em estudo é medida através de um índice de
divulgação que resulta da utilização do critério dicotómico em que é atribuído um ponto
no caso de ser apresentada informação acerca do indicador em estudo e zero se o
indicador não for divulgado. O índice é resultado da soma dos indicadores divulgados
(pontuação 1) sobre a totalidade dos indicadores que compõem esse índice.
Hipóteses de investigação e resultados
Por consideramos que os bancos são representativos dos setores intensivos em
conhecimento, alvo de interesses por diversos stakeholders e dependentes da
confiança e aceitação perante uma sociedade globalizada, formulamos as hipóteses
de investigação apresentadas de seguida para aferirmos da extensão da divulgação, a
qual poderá representar o padrão de divulgação voluntária do capital intelectual pelos
bancos que operam em Portugal.
Quadro 3 - Hipóteses de investigação da análise à extensão da divulgação de informação voluntária do
capital intelectual
O estudo de Branco et al. (2011) apresenta como resultado uma divulgação superior
nas páginas Web em relação à divulgação realizada nos relatórios anuais. Apesar das
diferenças de construção dos indicadores de divulgação e das sociedades analisadas
em ambos os estudos, a semelhança na incidência da análise a setores intensivos em
conhecimento e a comparação da divulgação do capital intelectual em relatórios
anuais e em páginas Web, permite-nos realizar uma comparação com este estudo
sobre a divulgação do capital intelectual nos relatórios anuais e nas páginas Web.
Também o estudo de Striukova, et al. (2008) encontrou maior divulgação de
informação do capital intelectual nas páginas Web em comparação com a divulgação
nos relatórios anuais. Com base nos resultados destes estudos, formulamos seguinte
hipótese de investigação:
H1: A divulgação do capital intelectual é superior nas páginas Web relativamente à
divulgação efetuada nos relatórios anuais.
Dada a abrangência do conceito, uma análise genérica à divulgação do capital
intelectual pode resultar em conclusões menos rigorosas, sendo necessária uma
análise mais aprofundada através da consideração de cada um dos seus
componentes
ou
categorias,
os
quais
poderão
apresentar
resultados
significativamente diferentes entre si e que, na divulgação do capital intelectual apenas
se apresenta em termos médios. Assim, torna-se premente analisar a divulgação de
cada um dos componentes do capital intelectual em cada uma das fontes de
informação que as entidades utilizam: relatórios anuais e páginas Web. Para isso,
formulamos a hipótese H1a) como se segue:
H1a): A divulgação de cada um dos componentes do capital intelectual é superior nas
páginas Web relativamente à divulgação efetuada nos relatórios anuais.
Para respondermos a estas hipóteses de investigação, procederemos a uma análise a
medidas estatísticas que nos permitirão aferir da extensão da divulgação do capital
intelectual nos relatórios anuais e páginas Web dos bancos analisados.
Quadro 4 – Divulgação de capital intelectual nos relatórios anuais e páginas Web
Os resultados apresentados no quadro anterior permitem-nos verificar que a
divulgação do capital intelectual nos relatórios anuais dos grupos bancários em
Portugal é de 0,5335. O componente do capital humano apresenta uma média de
divulgação nos relatórios anuais de 0,3985, o capital estrutural de 0,5680 e o capital
relacional de 0,6291. No que diz respeito à divulgação efectuada na internet, a média
de divulgação do capital intelectual é de 0,3493, apresentando o capital humano uma
média de divulgação de 0,0551, o capital estrutural de 0,3048 e o capital relacional
uma divulgação na ordem dos 0,6942. De referir que a divulgação do capital intelectual
nos relatórios anuais apresenta um mínimo de divulgação de 0,2121 e um máximo de
0,9848, enquanto nas páginas Web a divulgação mínima foi de 0,1970 e a máxima de
0,7424. Estas médias refletem os valores de desvio padrão apresentados, sendo o
desvio padrão da divulgação do capital intelectual nos relatórios anuais de 0,2181 e
nas páginas Web de 0,1443, significando uma maior dispersão de dados em relação à
média na divulgação nos relatórios anuais do que a dispersão de dados encontrados
na divulgação nas páginas Web. Tal como na divulgação do capital intelectual,
também na divulgação dos seus componente o desvio padrão apresenta um maior
valor nos resultados da divulgação nos relatórios anuais do que o verificado nas
páginas Web institucionais, revelando uma maior homogeneidade na divulgação
realizada na internet do que nos relatórios anuais.
Para aferirmos da comparação na divulgação realizada nos relatórios anuais com a
efetuada nas páginas Web dos bancos, testamos empiricamente a comparação de
médias em dados emparelhados.
Quadro 5 - Teste Wilcoxon para comparação de divulgação do capital intelectual nos relatórios anuais e
páginas Web
Tal como anteriormente verificado, a média de divulgação do capital intelectual nos
relatórios anuais é de 0,5335 e nas páginas Web de 0,3493. O resultado do teste
Wilcoxon confirma, com uma significância estatística p=0,000, que a divulgação nos
relatórios anuais é superior à divulgação nas páginas Web, o que, contrariamente ao
formulado na hipótese H1 em estudo, os resultados nos permitem rejeitar a hipótese
de que há uma maior divulgação do capital intelectual nas páginas Web relativamente
aos relatórios anuais. Este resultado está em consonância com o obtido por Guthrie et
al. (2008).
Para aferirmos da divulgação em função de cada um dos componentes do capital
intelectual, concretamente o capital humano, o capital estrutural e o capital relacional e
podermos responder à hipótese H1a), apresentamos no quadro que se segue os
resultados de comparação através do teste de Wilcoxon, assim como os resultados da
sua significância estatística.
Quadro 6- Teste Wilcoxon para comparação de divulgação do capital humano, estrutural e relacional nos
relatórios anuais e páginas Web
No que diz respeito à divulgação de cada um dos componentes do capital intelectual,
confirmamos, com significância estatística p<0,01, uma maior divulgação de
informação do capital humano e do capital estrutural nos relatórios anuais em relação
à informação divulgada nas páginas Web. O capital relacional apresenta-se com uma
maior extensão na divulgação nas páginas Web relativamente à divulgação efetuada
nos relatórios anuais, no entanto, tal diferença não se apresenta estatisticamente
significativa para provar essa diferença (com p=0,149).
Deste modo, a hipótese H1a) formulada de que a divulgação dos componentes do
capital intelectual apresentariam nas páginas Web uma maior quantidade de
informação em relação à divulgação nos relatórios anuais, é rejeitada para a
divulgação do capital humano e do capital estrutural, não se confirmando
estatisticamente a hipótese em relação à divulgação do capital relacional.
Para que possamos aprofundar a análise à divulgação de cada componente,
consideramos relevante analisar a divulgação nos elementos que os compõem.
Quadro 7 – Divulgação dos elementos do capital humano
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Da análise aos resultados do quadro anterior verificamos que no âmbito do capital
humano é acerca de motivação (CH3) que os bancos mais divulgam nos relatórios
anuais, seguindo-se a divulgação de competências profissionais (CH1) e de
competências sociais (CH3). De destacar a variação mínima e máxima na divulgação
e o consequente elevado valor de desvio padrão apresentado, o que significa uma
grande dispersão dos dados em relação à média. No que respeita à divulgação
efetuada nas páginas Web, verificamos uma maior divulgação de informação de
competências profissionais (CH1), sendo a informação acerca de motivação (CH3) a
que os bancos menos divulgam na internet.
Quadro 8 – Divulgação dos elementos do capital estrutural
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No que respeita aos elementos do capital estrutural verifica-se, tanto nos relatórios
anuais como nas páginas Web, uma maior divulgação de informação sobre a cultura
corporativa (CE1), com uma média de 0,6555 nos relatórios anuais e 0,4067 nas
páginas Web. Destacam-se igualmente as informações sobre a cultura corporativa
como as que se apresentam com maior valor mínimo e menor desvio padrão, o que
significa que há maior unanimidade na importância atribuída à divulgação deste
elemento tanto nos relatórios anuais como nas páginas Web.
Quadro 9 – Divulgação dos elementos do capital relacional
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O capital relacional é o que se apresenta com maior divulgação tanto nos relatórios
anuais como nas páginas Web, sendo o elemento mais divulgado o das relações com
clientes (CR1) e também aquele que reúne maior consenso na sua divulgação,
representado num menor desvio padrão e maior valor mínimo. De destacar a
divulgação de informação de relações com investidores (CR2), único elemento com
maior quantidade de informação divulgada nos relatórios anuais em relação à
divulgação efetuada nas páginas Web, assim como a divulgação de informação da
relação com outros stakeholders (CR3) com uma divulgação acentuadamente superior
nas páginas Web. Estes resultados justificam-se pela maior importância que assume a
informação das relações estabelecidas com clientes, tantos nos relatórios anuais como
nas páginas Web. Os relatórios anuais parecem, assim, estar mais direcionados para
a informação de interesse dos investidores e as páginas Web fornecerão mais
informação das relações com outros stakeholders, nomeadamente entidades de
responsabilidade social, de defesa de direitos humanos, de melhores práticas
ambientais, etc.
Estudos levados a cabo sobre a divulgação voluntária do capital intelectual
demonstraram uma maior divulgação do capital relacional relativamente à divulgação
do capital humano e do capital estrutural7. Numa sociedade marcadamente em rede,
em que as relações que se mantêm com entidades externas são mais valiosas do que
o valor dos próprios produtos, será de esperar que o capital “relações” seja o que
proporcione maiores vantagens competitivas num setor intensivo em capital
intelectual. Tal como Mention (2011) esperamos que os bancos divulguem
extensivamente informações acerca do seu capital relacional a fim de realçar os
esforços empreendidos no seu fomento. Por isso, é formulada a seguinte hipótese de
investigação para a qual esperamos uma associação positiva.
H2: O capital relacional é o componente que apresenta maior divulgação de
informação voluntária tanto nos relatórios anuais como nas páginas Web dos grupos
bancários.
Para testarmos a hipótese formulada procedemos a testes de comparação de dados
emparelhados, comparando os componentes do capital intelectual entre si, ou seja,
comparação do capital estrutural com capital humano, do capital relacional com o
capital humano e do capital relacional com o capital estrutural. Tal comparação será
efetuada separadamente nos relatórios anuais e nas páginas Web.
7
Guthrie et al. (1999); Guthrie e Petty (2000); Brennan (2001); April et al. (2003); Bozzolan et al. (2003);
Goh e Lim (2004); Abeysekera e Guthrie (2005); Vandemaele et al. (2005); Zhang (2005); Shareef e
Davey (2005); Wong e Gardner (2005); Flöstrand (2006); Bozzolan et al. (2006); Guthrie et al. (2006);
Oliveira, et al. (2006); Vergauwen et al. (2007); Abeysekera (2007); Beattie e Thomson (2007); Sujan e
Abeysekera (2007); García-Meca e Martínez (2007); Oliveras et al. (2008); Whiting e Miller (2008);
Striukova et al. (2008); Ferreira (2008); Davey et al. (2009); Woodcock e Whiting (2009); Campbell e
Rahman (2010); Bezhani (2010); Singh e Kansal (2011); Whiting e Woodcock (2011); An et al. (2011);
Abhayawansa (2011) e Mention (2011).
Quadro 7 – teste Wilcoxon para diferença de divulgação nos componentes do capital intelectual nos
relatórios anuais e nas páginas Web
Através dos resultados apresentados é possível verificar uma maior divulgação do
capital relacional nos relatórios anuais, com uma significância estatística de p<0,01, na
comparação da divulgação de informação com o capital humano e p<0,1 na
comparação da divulgação com o capital estrutural. Nas páginas Web verifica-se, com
um nível de significância estatística de p=0, uma maior quantidade de informação do
capital relacional em relação ao capital estrutural e ao capital humano. Desta forma,
comprova-se estatisticamente que o capital relacional é o componente mais divulgado
tanto nos relatórios anuais como nas páginas Web, seguindo-se o capital estrutural e,
por fim, o capital humano. Tal verificação confirma a hipótese H2 formulada de que o
capital relacional é o que apresenta maior informação em ambos os meios de
divulgação.
Segundo o modelo Intellectus, a desagregação do capital estrutural em capital
organizativo e capital tecnológico, assim como do capital relacional em capital de
negócio e capital sociedade8, permite-nos aferir de uma mais detalhada análise aos
seus componentes. A distinção do capital relacional resulta numa diferenciação dos
intangíveis relacionados diretamente com os agentes vinculados ao processo de
negócio (as relações com clientes, investidores, concorrentes, parceiros de negócios)
daqueles que configuram a responsabilidade social da empresa9.
Num setor de serviços a aproximação ao cliente e a sua satisfação constituem o
principal objetivo, sendo, no setor bancário, o cliente o principal foco de atenção por
parte da gestão por ser a principal fonte de valor acrescentado. Captar e satisfazer os
clientes com os produtos e serviços que o banco tem para oferecer são a sua principal
preocupação, sendo, por isso, inevitável que o componente capital negócio (do capital
relacional) tenha maior divulgação por parte dos bancos do que os restantes
8
Diferente da noção societária/contabilística, considerando, no nosso entender, ser mais clara a
designação de “capital sociedade” do que a terminologia original de “capital social” adotada no modelo.
9
CIC-IADE, documento Intellectus nº 2, 2002
componentes. No estudo de Seguí-mas e Server Izquierdo (2010) o componente de
capital negócio (business capital) é caraterizado e analisado no setor financeiro,
concluindo-se acerca da grande importância dada a este componente, especialmente
às relações com os clientes e às alianças empresariais.
Os resultados anteriormente apresentados que nos permitiram confirmar uma
superioridade na divulgação do capital relacional quer nos relatórios anuais quer nas
páginas Web, sugerem-nos relevante analisar o destaque atribuído pelos bancos ao
capital negócio. Assim, na sequência da hipótese H2 de que o capital relacional é o
componente mais divulgado, formulamos a hipótese H2a) como se segue:
H2a): Os grupos bancários que operam em Portugal dão maior relevo à divulgação do
seu capital negócio.
O quadro seguinte permite-nos analisar os componentes do capital intelectual segundo
o modelo Intellectus adotado neste estudo.
Quadro 8 – Divulgação dos componentes do capital intelectual nos relatórios anuais, segundo modelo
Intellectus
A análise aos resultados do quadro anterior revela que o componente do capital
intelectual mais divulgado nos relatórios anuais é o capital negócio (do capital
relacional), com uma média de divulgação de 0,6504. Seguem-se os componentes de
capital tecnológico e capital organizativo (ambos do capital estrutural), com uma média
de divulgação de 0,6316 e 0,5362, respetivamente. O capital sociedade apresenta
uma média de divulgação de 0,4812, sendo o capital humano o componente menos
divulgado nos relatórios anuais com uma média de divulgação de 0,3985.
Quadro 9 – Divulgação dos componentes do capital intelectual nas páginas Web, segundo modelo
Intellectus
É interessante notar a diferença na divulgação efetuada nas páginas Web. Neste meio
de comunicação ao mercado, o capital sociedade apresenta-se como o componente
mais divulgado com uma média de 0,7143, seguindo-se o capital de negócio (ambos
do capital relacional) com uma média de divulgação de 0,6842. Os componentes do
capital estrutural estão com uma média de divulgação na ordem dos 0,30, tendo o
capital organizativo uma média de 0,3026 e o capital tecnológico 0,3092. O capital
humano, tal como relatórios anuais, é o componente menos divulgado na internet com
uma irrisória média de divulgação de 0,0551. De realçar o elevado valor do desvio
padrão apresentado na divulgação do capital sociedade, revelando que, embora sendo
este componente o mais divulgado nas páginas Web, é também dos que apresenta
maior dispersão de dados em relação à média, denotando alguma falta de consenso
na importância atribuída à divulgação deste componente nas páginas Web, sendo
mais consensual a divulgação de capital negócio, o qual apresenta uma média mínima
de divulgação de 0,50 e um desvio padrão de cerca de 0,1689.
Na procura de uma resposta à hipótese de que o capital negócio é o componente mais
divulgado pelos bancos, aplicamos o teste não paramétrico de Wilcoxon, o qual
permitirá inferir acerca da diferença de divulgação em cada um dos componentes
segundo o modelo Intellectus. A análise a realizar será efetuada essencialmente para
a comparação da divulgação do capital negócio com restantes componentes.
Quadro 10 – teste Wilcoxon para diferença de divulgação nos componentes do capital intelectual,
segundo o modelo Intellectus
5 HODW
yULRV
&RP SRQHQW
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3
: HE
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3
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+ XP DQR
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1 HJ yFLR
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2 UJ DQL] DW
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6RFLHGDGH &DSLW
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1 HJ yFLR
&DSLW
DO7 HFQROyJ LFR
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&1 &7 &6 &7 &6 &1
? %DVHDGRQDSRVLomRSRVLW
LYD &6! &2 &6! &7 &6! &1
Como é possível verificar no quadro anterior, o capital humano é o componente que se
apresenta com menor divulgação em relação aos restantes componentes, quer a
divulgação seja efetuada nos relatórios anuais que seja nas páginas Web. Apenas a
sua comparação com o capital sociedade nos relatórios anuais não se apresenta com
uma diferença estatisticamente significativa (p=0,259). O capital negócio apresenta-se,
por isso, com uma maior divulgação nos relatórios anuais e nas páginas Web do que a
informação divulgada no âmbito do capital humano. Também a sua comparação com o
capital organizativo se revela superior nas duas fontes de informação, com uma
significância estatística p<0,05. O capital negócio apenas apresenta significância
estatística para provar a maior extensão de divulgação em relação ao capital
tecnológico nas páginas Web, não encontrando prova estatística para a sua
comparação com este componente nos relatórios anuais. A comparação entre os
componentes do capital relacional (capital negócio e capital sociedade) revela que o
capital negócio é mais divulgado do que o capital sociedade nos relatórios anuais,
sendo esta diferença estatisticamente significativa a um nível de significância
estatística de p<0,01, tendo o capital sociedade maior divulgação nas páginas Web,
muito embora essa diferença não se revele estatisticamente significativa.
Encontra-se, desta forma, confirmada a hipótese H2a) no que diz respeito à
comparação da divulgação do capital negócio com o capital humano e o capital
organizativo tanto nos relatórios anuais como nas páginas Web. Confirma-se
igualmente a hipótese de uma maior divulgação do capital negócio em relação ao
capital tecnológico nas páginas Web e em relação ao capital sociedade nos relatórios
anuais. Não foi encontrada significância estatística que confirmasse a hipótese de uma
maior divulgação do capital negócio em relação ao capital tecnológico nos relatórios
anuais e ao capital sociedade nas páginas Web.
Conclusão
Esta investigação procurou aferir da extensão da divulgação voluntária do capital
intelectual num setor considerado como dos mais intensivos em conhecimento: o setor
bancário. Este setor é fundamental no sistema económico e financeiro de um país,
sendo constantemente avaliado pelos diversos stakeholders, tendo estes, cada vez
mais, uma maior influência nos seus negócios, tornando-se imperativa a manutenção
da confiança e da legitimidade. Procuramos explorar os dados de divulgação do
capital intelectual por comparação entre duas fontes de divulgação: os relatórios
anuais e as páginas Web, procurando concluir acerca de qual destas fontes fornece
maior extensão de divulgação voluntária do capital intelectual. A análise à extensão da
divulgação foi também aplicada aos componentes do capital intelectual, capital
humano, capital estrutural e capital relacional, assim como através da sua
desagregação considerada pelo modelo Intellectus.
Os resultados obtidos revelaram uma média de divulgação de informação voluntária
do capital intelectual superior nos relatórios anuais em relação à divulgação efetuada
nas páginas Web (0,5335 e 0,2493, respetivamente). O capital relacional é o
componente do capital intelectual mais divulgado, seguido do capital estrutural e do
capital humano quer a divulgação seja concretizada nos relatórios anuais quer seja
nas páginas Web das entidades bancárias. Uma análise aos componentes segundo o
modelo Intellectus permitiu-nos verificar uma maior divulgação do capital negócio nos
relatórios anuais e do capital sociedade nas páginas Web em comparação com os
restantes componentes. A divulgação em função dos elementos de cada um dos
componentes revelou que, no que respeita ao capital humano, a informações acerca
de motivação são as mais divulgadas nos relatórios anuais e informações de
competências profissionais as mais divulgadas nas páginas Web. Quanto às
informações do capital estrutural a maior relevância é atribuída às informações acerca
da cultura corporativa tantos nos relatórios anuais como nas páginas Web e no capital
relacional verifica-se também unanimidade na importância dada à divulgação de
informação das relações com clientes em ambas as fontes de divulgação.
Apesar das limitações inerentes à metodologia de análise de conteúdo; à própria
construção do índice de divulgação aqui adotado, nomeadamente na escolha dos
elementos, variáveis e indicadores; à codificação dos atributos em cada um destes
agrupamentos, assim como à análise efetuada numa fonte de dados menos confiável
por não ser auditada e poder ser sujeita a manipulação, consideramos que os
resultados deste estudo poderão contribuir para a literatura da extensão da divulgação
do capital intelectual no setor bancário em Portugal.
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Tese de Mestrado. Universidade de Waterloo.
Anexo: Índice de divulgação
( OHP HQW
RV&+
9 DULi YHLV
5 HODW
yULRVDQXDLV
3DJ LQDV: HE
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&+
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