febre do chikungunya - Associação Saúde da Família

Transcrição

febre do chikungunya - Associação Saúde da Família
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenação em Vigilância em Saúde
Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador
Subgerência de Vigilância de Zoonoses e Agravos Transmitidos por Vetores
FEBRE DO CHIKUNGUNYA
10/07/2014
Vivian Ailt Cardoso
FEBRE DO CHIKUNGUNYA
 é uma doença emergente
 transmitida por vetores: Aedes aegypti e Aedes
albopictus
 causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV) - vírus RNA
que pertence ao gênero Alphavírus, da família
Togaviridae.
 o termo Chikungunya, que significa “aqueles que se dobram”, tem origem
na Tanzânia. Este termo faz referência à aparência encurvada dos
pacientes em decorrência das fortes dores musculares e articulares
http://www.cdc.gov/chikungunya/pdfs/ChikungunyaMap-070114.pdf
Chikungunya


Caribe – início da transmissão em dezembro de 2013
até 27/06/2014 - transmissão em 22 países do Caribe, América Central
e América do Sul:
Anguilla, Antigua and Barbuda, British Virgin Islands,
Dominica, Dominican Republic, El Salvador, French Guiana, Grenada,
Guadeloupe, Guyana, Haiti, Martinique, Puerto Rico, Saint Barthelemy,
Saint Kitts and Nevis, Saint Lucia, Saint Martin, Saint Vincent and the
Grenadines, Saint Maarten, Suriname, Turks and Caicos Islands, and US
Virgin Islands.
- 259.723 casos suspeitos
- 4.721 casos confirmados laboratorialmente
Chikungunya
Reservatórios:
 Humanos são o principal reservatório do CHIKV
durante períodos de epidemia.
 Durante períodos interepidêmicos, vertebrados
podem ser potenciais reservatórios, incluindo
primatas não humanos, roedores, pássaros e outros
pequenos mamíferos
Chikungunya
Períodos de incubação:
Extrínseco ( no mosquito) - médio de 10 dias
Intrínseco (em humanos): 1-12 dias, com média de 3-7 dias
Chikungunya
Suscetibilidade: Universal
Imunidade: acredita-se que seja duradoura
Infecção por Chikungunya
Infecção Assintomática
Forma Aguda
3 a 10 dias
Infecção Sintomática
Forma
Subaguda
Forma
crônica
Formas
atípicas
10 a 90 dias 90 dias a 3 – 5 anos
Espectro da infecçãoE
Chikungunya - Doença aguda
 febre súbita - geralmente maior que 39°C
 artralgia intensa, podendo apresentar poliartrite
- comumente simétricos e ocorrem mais
frequentemente em tornozelo, punho e
articulações da mão, mas podem afetar
articulações mais proximais
 cefaleia, mialgias (lombalgias)
 náuseas, vômitos
Chikungunya - Doença aguda
 exantema - normalmente aparece 2 a 5 dias
após o início da febre em aproximadamente
metade dos pacientes - maculopapular,
envolvendo o tronco e as extremidades, mas
também podem incluir as regiões palmar,
plantar e a facial
 Crianças: as lesões do tipo vesículobolhosas são as manifestações cutâneas
mais comuns
 conjuntivite
Quadro Clínico
SINTOMAS
FEBRE
POLIARTRALGIAS
CEFALÉIA
MIALGIA
DOR LOMBAR
NÁUSEAS
VÔMITOS
EXANTEMA
POLIARTRITE
CONJUNTIVITE
Fonte: Preparación y respuesta ante la eventual introducción del virus chikungunya en las Américas
FREQUÊNCIA (%)
76 - 100
71 - 100
17 - 74
46 - 72
34 - 50
50 - 69
4 - 59
28 - 77
12 - 32
3 - 56
Chikungunya Doença Subaguda
 após 10 dias, maioria dos pacientes sentirá uma melhora
na saúde geral e na dor articular
 alguns pacientes apresentam uma recaída, com sintomas
reumáticos, incluindo poliartrite distal, exacerbação da dor
em articulações e ossos previamente feridos e tenossinovite
hipertrófica subaguda nos punhos e tornozelos
 podem desenvolver distúrbios vasculares periféricos, como a
síndrome de Raynaud
 podem ter também sintomas depressivos, cansaço geral e
fraqueza.
Chikungunya - Doença crônica
 sintomas persistem por mais de três meses
 sintoma persistente mais comum é artralgia inflamatória nas
mesmas articulações afetadas durante os estágios agudos
 Sem mudanças significantes em testes laboratoriais e nas
radiografias das áreas afetadas
 podem apresentar cansaço e depressão
 fatores de risco para a não recuperação: idade maior que 65
anos, problemas articulares preexistentes e doença aguda
mais grave.
Manifestações atípicas
 Podem decorrer dos efeitos diretos do vírus, resposta imunológica e/ou
toxicidade dos medicamentos:
Neurológicas: Meningoencefalite, encefalopatia, convulsões, síndrome de GuillainBarré, síndrome cerebelar, paresia, paralisia, neuropatia.
Oculares: Neurite óptica, iridociclite, episclerite, retinite, uveíte.
Cardiovasculares: Miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, arritmias,
instabilidade hemodinâmica.
Dermatológicas: Hiperpigmentação fotossensível, úlcera aftosa intertriginosa,
dermatose vesículo-bolhosa.
Renais: Nefrite, insuficiência renal aguda.
Outras: Discrasias hemorrágicas, pneumonia, insuficiência respiratória, hepatite,
pancreatite, hipoadrenalismo.
A meningoencefalite e dermatose vesiculo-bolhosa são mais observadas em
crianças e bebês, respectivamente.
Grupos de risco para quadros mais graves:
 faixa etária muito jovem (neonatal)
 a idade avançada - maiores de 65 anos tiveram uma taxa de
mortalidade 50 vezes superior quando comparados ao adulto jovem
(menores de 45 anos de idade).
 presença de comorbidades
 infecções por CHIKV que ocorre durante a gravidez não resulta na
transmissão do vírus para o feto, porém, há raros relatos de
abortos espontâneos.
Diagnóstico diferencial:
 malária
 dengue
 leptospirose
 infecções por Alphavirus (vírus Mayaro, vírus
Ross River, vírus Floresta de Barmah, vírus
O’nyong nyong e vírus Sindbis)
 artrite pós-infecciosa (inclusive febre
reumática)
 artrite reumatoide juvenil.
CHIKUNGUNYA X DENGUE
Exames inespecíficos:

não há achados hematológicos

pode ocorrer trombocitopenia leve (<100.000/ mm3)

leucopenia

testes de função hepática elevados

proteína C-reativa elevada
Exames Específicos:
 Amostras colhidas durante a primeira semana após o início dos sintomas
devem ser testadas por 2 métodos: sorológico (IgM e IgG ELISA) e virológico
(RT-PCR e isolamento).
 As amostras são geralmente de sangue ou soro, mas nos casos neurológicos,
podem ser realizados em liquor.
 Pode ser realizado Isolamento de vírus em amostras colhidas até o 3º dia do
início dos sintomas.
As amostras devem ser colhidas na primeira consulta e encaminhadas para o
Instituto Adolfo Lutz. Será realizado o RT-PCR em amostras colhidas até o 8º
dia do início dos sintomas.
Definição de caso suspeito de Chikungunya:
Paciente com febre de início súbito maior de 38,5°C
e artralgia ou artrite intensa com início agudo, não
explicado por outras condições clínicas, sendo
residente ou com história de viagem a áreas
endêmicas ou epidêmicas, até duas semanas
antes do início dos sintomas
Caso Confirmado:
Caso suspeito com um dos seguintes testes específicos para
diagnóstico de CHIKV positivos
 Isolamento viral
 Detecção de fragmento de RNA viral por RT-PCR (em tempo real ou
convencional)
 Detecção de IgM em uma única amostra de soro (coletada durante a
fase aguda, primeiros 8 dias ou convalescente, 10-14 dias após a
fase aguda)
 Aumento de quatro vezes no título de anticorpos IgG específicos
para CHIKV (amostras coletadas com pelo menos 2-3 semanas de
diferença).
 Critério clínico epidemiológico
Prevenção e medidas de controle:
 Pacientes infectados pelo vírus de CHIK são reservatórios de infecção para os
outros na casa e na comunidade. Portanto, no momento, as medidas de saúde
coletiva devem ser estabelecidas para minimizar a exposição do paciente ao
mosquito evitando que ocorra transmissão autóctone
 Recomenda-se que os pacientes com Chikungunya usem calças e mangas
longas, repelentes à base de DEET, reaplicando periodicamente e fiquem em
ambientes protegidos com telas milimetradas até o 10º dia de sintoma;
Prevenção e medidas de controle:
 Devem ser identificados os locais de deslocamento do paciente em período
de viremia.
 Deverá ser realizado bloqueio de criadouros em um raio de 300 m nos
locais de deslocamento durante a viremia.
Presença de caso importado confirmado:
 Bloqueio de nebulização em um raio de 300 metros
(aproximadamente 9 quarteirões) após bloqueio de
criadouros
 Busca Ativa de casos nesses locais, considerando-se os
períodos de incubação extrínsico (no mosquito) e intrínsico
(no paciente), visando identificar início de transmissão. Em
média, essa atividade deve ser programada para 15 a 20 dias
do início dos sintomas do caso índice.
 Busca ativa de outros casos suspeitos;
Bibliografia:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
das Doenças Transmissíveis. Plano de Contingência para a Introdução do Vírus
Chikungunya. Brasília: Ministério da Saúde, 2014, 13 pp.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Preparação e resposta à introdução do vírus
Chikungunya no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2014, 100 pp. link goo.gl/K8PPAs
Informe técnico Chikungunya, junho 2014 – Documento elaborado pela Equipe Técnica da
Divisão de Dengue do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, em
colaboração com a Central/CIEVS-SP, SUCEN e Instituto Adolfo Lutz – IAL. CCD/SES-SP.
São Paulo/Brasil, 16 de junho de 2014 - Acesso em:
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/zoo/informes/IF160614_CHIKUNGUNYA.pdf

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