ELETROESTIMULAÇÃO EM ACUPUNTURA
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ELETROESTIMULAÇÃO EM ACUPUNTURA
ELETROESTIMULAÇÃO EM ACUPUNTURA Quanto maior o estímulo, maior é o efeito sedativo, assim, a manipulação da agulha aumenta a eficácia. Para descansar os dedos ou permitir atender a outros pacientes, alguns acupunturistas chineses prendiam molas nas agulhas para balançar as agulhas, chegando a conectar tais molas a algum motor de modo a prolongar o estímulo. O avanço da eletrônica militar decorrente dos esforços da II Guerra Mundial acabou chegando para os equipamentos civis na década de 40, de modo a permitir o desenvolvimento dos detectores e eletroestimuladores na década de 50. A eletroacupuntura passou a ganhar popularidade. Entretanto, na prática, os pacientes buscam Acupuntura por causa das dores; pela MTC, todo estímulo vigoroso corresponde a sedação; e como o uso do estímulo elétrico tem o objetivo de aumentar o efeito terapêutico, os tratamentos por eletroacupuntura em geral se destinam à analgesia. Se o acupunturista quiser modular o sistema neuroimunoendócrino, a eletroacupuntura deve ser usada preferencialmente para patologias com plenitude. Os pontos de acupuntura apresentam maior quantidade de tecido nervoso (nervos, terminações nervosas, plexos nervosos, sensores espiralados tendinomusculares). Todos os pontos de acupuntura do corpo apresentam baixa impedância elétrica (baixa resistência e baixa indutância elétrica) em relação à pele normal, isto é, a corrente elétrica atravessa os pontos de acupuntura com maior facilidade. Os meridianos com deficiência de energia (parassimpaticotônicos) apresentam baixas impedâncias elétricas; os meridianos com excesso de energia (simpaticotônicos) apresentam impedâncias ainda mais baixas. Os pontos auriculares alterados apresentam impedância elétrica mais altas (simpáticos) ou mais baixas (parassimpáticos) do que a pele da orelha. Quais as indicações de um eletroestimulador? Antes de responder à pergunta, imaginem o seguinte: 1. Numa cirurgia cardíaca de 4 horas de duração utilizando anestesia por Acupuntura, onde as agulhas devem ser manipuladas continuamente, quantos acupunturistas serão necessários? 2. Paciente com lombalgia aguda e dores intensas, é necessário manipular fortemente alguns pontos importantes durante 20minutos para acalmar a crise, deve ser mais conveniente deixar que algum aparelho faça o trabalho enquanto você atenda outros pacientes ou vá tomar café. NA MINHA OPINIÃO, O ELETROESTIMULADOR É UM SUBSTITUTO DA MANIPULAÇÃO E COMO TAL, APLICADO ÀS AGULHAS COLOCADAS EM PONTOS IMPORTANTES. TEM COMO PRINCIPAIS INDICAÇÕES: 1) ACALMAR DORES FORTES (EX.: ANESTESIA); 2) COMBATER VÍCIOS; 3) RELAXAMENTO. Na eletroacupuntura só se trabalha com corrente alternada. A corrente contínua não é utilizada porque seu uso prolongado provoca eletrólise da agulha e das células. Na técnica Ryodoraku se emprega a corrente contínua mas restrita a 7s de estímulo. Há 2 linhas de aparelhos: a européia e a oriental. Os europeus valorizam correntes elétricas mínimas e as diferenças entre onda (+) / (tonificar) e (-) / (sedar). São aparelhos onde existe seletor de polaridade e assim, todas as saídas ficam positivas ou todas se tornam negativas. Em cada saída se engata apenas apenas 1 fio com garra. As correntes de todas as saídas retornam por único eletrodo seguro na mão do paciente, fechando assim os circuitos elétricos. Nos aparelhos orientais, em cada saída se engatam 2 fios com garras, um positivo e outro negativo. A corrente sai e retorna pela mesma saída. Os orientais encaram o eletroestimulador apenas como substituto do manipulador de agulhas, por isso não valorizam as polaridades. Desta maneira, os fabricantes não se preocupam na identificação correta da garra (+) ou da (-). As cores dos fios ou garras não servem para identificar os pólos elétricos. Para saber com certeza qual é a garra com pólo (-), basta colocar as 2 garras em pontos simétricos (ex.: IG20) no modo transcutâneo, e comparar os estímulos, a garra que provocar sensação mais forte é a negativa. Por isso, recomendo colocar as garras (-) em pontos importantes, as (+) em pontos secundários. Em termos elétricos, no pólo (-) ocorre menor eltrólise da agulha, e os aparelhos com predomínio de ondas (-) consomem menos corrente elétrica permitindo maior duração das baterias. No caso do seu aparelho tiver poucas saídas, permtindo estimular poucas agulhas, pode fazer gambiarras conectando cabos conduzindo corrente de uma agulha para outra, ou colocar derivação saindo de algum ponto de cada fio, aumentando as possibilidades do seu aparelho. Ao utilizar os aparelhos, devemos determinar os seguintes parâmetros: onda, frequência, intensidade e duração. As ondas podem ser espiculadas, quadradas, senoidais, dente-de-serra, irregulares ou de um formato especial com acentuação da polaridade (-) [ex.: onda (+) 1 V e (-) 400 V]. Os vários tipos de onda provocam sensações diferentes (queimação, agulhada, vibração etc), sendo algumas delas mais agradáveis. Contudo, os efeitos terapêuticos finais não diferem muito entre si. Caso for comprar algum aparelho, experimente as sensações das diferentes ondas estimulando pontos com as garras no modo transcutâneo. Escolha o aparelho com a onda mais confortável. A onda sinusoidal não é adequada para a eletroacupuntura, que exige comprimentos de onda menores como a retangular ou espiculada. Em 1978, Yoshida estabeleceu a duração ideal do comprimento de uma onda entre 0,5 a 1,5ms. Para pulsos curtos seria necessária correntes muito altas, e pulsos longos não contribuem para estimulação efetiva. As frequências mais baixas tonificam, as mais elevadas sedam. A frequência mais utilizada em Acupuntura é de 2 a 10Hz, entretanto, até 100Hz pode ser útil. Na anestesia por acupuntura, colocam 2-5Hz para pontos distais e 50-100Hz para pontos na área cirúrgica. Existem aparelhos especiais para anestesia que alcançam frequências de 8.000Hz aplicados nos pontos para-incisionais. O controle de intensidade dos aparelhos modernos muda principalmente a voltagem, permitindo menor consumo de corrente elétrica e menor eletrólise das agulhas. Intensidades menores tonificam e maiores sedam. Intensidade menor se obtém ao girar o botão de controle apenas o necessário para o paciente sentir o estímulo. Intensidade maior é aquela máxima tolerada pelo paciente sem ser muito incômoda. Em caso de dúvida, deixe na intensidade média. A duração varia em torno de 15 minutos. Entretanto, para dores fortes ou para relaxamento, pode ser necessário deixar de 1/2 a 1 hora. Todos os parâmetros descritos acima devem ser combinados entre si, tais regras não são absolutas. Vejam os seguintes exemplos: 1) 2Hz, média, 1 hora - seda; 2) 15Hz, forte, 30s - tonifica; 3) 5Hz, fraca, 30min - tonifica; 4) 7Hz, média, 10min - tonifica; 5) 10Hz, fraca, 40min - seda; 6) 15Hz, média, 20min - seda. Existe o fenômeno da acomodação neurofisiológica aos estímulos. Mantendo constantes a frequência, o tipo de onda e a intensidade, dentro de algunsminutos, o paciente se adapta e passa o alerta de que não está mais sentindo os choquinhos. Aí o acupunturistas terá que mudar os estímulos, alterando a intensidade, a frequência ou as ondas. Para não precisar se preocupar com a acomodação girando toda hora os botões, muitos aparelho saem da fábrica com botão seletor de frequências em variação ou em salvas, para evitar qualquer adaptação por parte do paciente. As garras podem ser colocadas nas agulhas e a corrente elétrica entra facilmente no corpo. Os fios devem ser fixados próximos às agulhas, ou na maca. OMURA Depois de pesquisar em 1972 frequências desde 0,1 a 50.000Hz, observou que a estimulação menor que 3Hz ativa mais a circulação periférica e prolonga mais o alívio das dores. É possível observar microscopicamente as alterações circulatórias por frequências acima de 3Hz. Portanto, ao usar frequências maior do que 3Hz, mesmo que obtenha clinicamente efeito analgésico, sua duração vai diminuindo à medida que vai aumentando a frequência. Se o objetivo for a analgesia, temos que avaliar os opióides centrais e os seus receptores. Os principais receptores opióides no SNC são o mu, delta e kappa. Os receptores kappa estão preferivelmente distribuídos na medula espinhal até o tronco cerebral, enquanto os mu e delta estão localizados principalmente nas áreas superiores. As baixas frequências aumentam serotonina, endorfina, ACTH e a circulação. São liberadas metioninasencefalinas e leucinas-encefalinas, ligadas a receptores medulares e cerebrais do tipo mu e delta, possibilitando analgesia mais duradoura. As frequências acima de 50Hz favorecem a secreção de serotonina e das dinorfinas do SNC. As dinorfinas A e B estão ligadas a receptores kappa, possibilitando analgesia principalmente em nível medular, que desaparece tão logo é desligada a estimulação. Nas frequências mais altas, principalmente acima de 500Hz, a ação analgésica acaba ocorrendo no período refratário absoluto ou relativo aos estímulos, de modo que há maior possibilidade da interrupção da neurotransmissão da dor. Em 1992, Chen & Han descobriram que o uso de frequências mistas, que alternam 2 e 15Hz (conhecido como densa-dispersa), tinham tolerância cruzada com agonistas mu, delta e kappa. Assim, alguns profissionais a consideram a melhor frequência analgésica em eletroacupuntura. A frequência boa varia de 1 a 3Hz, mas o melhor efeito se obtém ao usar uma frequência sincronizada com os batimentos cardíacos. Coloque uma intensidade que provoca contração máxima dos músculos mas sem causar dor, deixa ligado durante uns 30min. A acupuntura manual pode não ser suficiente para algumas doenças que apresentam alterações circulatórias, nestes casos, a eletroacupuntura ou a TES podem ser úteis. A melhor forma de estimular é usar uma intensidade que provoca contração máxima dos músculos sem causar dor, numa frequência baixa (< 3Hz). Ao passar metade do tempo previsto de estimulação, deve trocar as garras dos eletrodos. Isto uniformiza os estímulos e evita a polarização, e a consequente eletrólise, principalmente nos aparelhos que emite corrente contínua interrompida. ELETROESTIMULAÇÃO TRANSCUTÂNEA Há 2 modos, um é colocar as garras em eletrodos colados na pele do paciente. O segundo modo é segurar as garras e encostá-las na pele do paciente, só que assim, o terapeuta precisa ficar junto ao paciente durante todo o período da sessão. A eletroacupuntura é mais eficaz para dores e problemas profundos porque a agulha conduz a eletricidade até as camadas internas. os eletrodos da eletroes timulação transcutânea alcançam uma área maior mas têm menor eficácia para problemas profundos. Somente uma pequena parte da voltagem aplicada consegue atravessar a pele. Para chegar uma quantidade suficiente de estímulos elétricos às camadas internas, é preciso aumentar a voltagem aplicada à epiderme, mas aí surgem dor e queimação na pele. O TES é indicada para tratar locais não adequados para ser perfurados por meio de agulha, ou os pacientes com risco de infecção pela agulhada. É também útil para auto-aplicações domésticas. ELETRODOS DE SUPERFÍCIE São usados como substitutos das agulhas, excelentes para pessoas medrosas. Podem ser empregados também na introdução de medicamentos através da ionização. Para reduzir a sensação de choques ou da queimação na pele, é melhor colocar com precisão os eletrodos nos pontos de acupuntura e usar pasta de contato eletrolítica. Desta forma, a corrente elétrica percorre um caminho mais rápido e mais curto até o ponto, diminuindo o contato com a pele e não provoca sensações desagradáveis. Existem eletrodos metálicos pequenos, ou de borracha eletrocondutora com vários tamanhos. Um eletrodo muito barato é fixar um percevejo invertido sobre a pele, colar um adesivo atravessando a agulha, sendo a garra presa depois nesta agulha. Um eletrodo para áreas grandes pode ser feito com papel alumínio. Pode ser confeccionado do tamanho e forma necessário para o tratamento. Muito bom para obter vasodilatação. Recortar um pedaço no tamanho da região afetada ou colocar dois pedaços cercando a região. Aplicar pasta de contato, colocar o papel e prendê-lo com fita adesiva. Coloca um percevejo para servir de eletrodo no centro da folha. Caso não possa colocar percevejo, dobra uma extremidade da folha de alumínio de modo que sobressaia uma ponta para prender a garra do aparelho. Para dar resistência à ponta da folha, pode dobrá-la em 2 a 3 camadas. MANIPULAÇÃO DO EQUIPAMENTO 1)Colocar todos o botões de intensidade em zero. 2)Estabelecer a frequência. 3)Colocar as garras dos fios nos eletrodos e/ou as agulhas. 4)Aumentar lentamente cada botão de intensidade. a)Para tonificar (ex.: tratar depressão), aumente até o paciente sentir um pequeno choque; ou até a agulha comece a tremer. b)Para sedar (aliviar dor), aumente até o paciente sentir dor, aí abaixe um pouco até ficar tolerável. c)Para circular Qi e Xue (vasodilatador), obtenha contrações musculares, sem provocar dor. PROBIÇÕES Em eletroestimulação, existem algumas contra-indicações teóricas nas seguintes regiões: cerebral, paravertebral até o nível da 2ª vértebra lombar (onde termina a medula espinhal) e precordial. Os aparelhos de Acupuntura utilizam correntes baixas, não causam problemas colocando eletrodos (+) e (-) atravessando a linha mediana do corpo, na região cerebral ou paravertebral. Entretanto, não devemos colocar eletrodos no precórdio, principalmente em pacientes com marca-passo. 1) Não apllique no precórdio 2) Não utilize em pacientes com marca-passos 3) SEMPRE COLOCAR TODOS OS BOTÕES CONTROLADORES DE INTENSIDADE EM ZERO ANTES DE LIGAR A CHAVE GERAL DO APARELHO! DETECTORES DE PONTOS São aparelho que emitem uma corrente elétrica da ordem de microampères, com diferença de potencial de alguns volts. No momento que encontrar algum lugar com baixa impedância elétrica, a corrente penetra no corpo, fechando o circuito elétrico e assim, acende um LED, apita, toca musiquinha ou movimenta algum ponteirinho. Mostra apenas que foi detectado um local com baixa impedância elétrica, que no caso da pele, deve corresponder a ponto de Acupuntura. Pena que os localizadores só detectam mas nao dão os nomes dos pontos! Qualquer bom localizador de pontos precisa ter ajuste de sensibilidade (voltagem). A resistência elétrica dos pontos aumenta da cabeça para os pés. O ajuste do localizador tem que ser adequado para cada parte do corpo. Quanto mais simples o localizador, menor a precisão. Ha muitos pontos (500) de acupuntura além dos 361 clássicos, é por isso que os localizadores apitam em muitos lugares fora dos meridianos, e em todos os dedos, sendo 2 vezes em cada falange. OMURA A sensação de formigamento surge entre 0,3 a 1,2V por causa da excitação das fibras dos nervos sensoriais grossos. A contração muscular normal ocorre de 0,4 a 2,5V. O limite da dor está entre 7 a 15V. EAV - varredura entre 0,8 a 10 Hz, baixas para sangue e linfa; médias para sistema nervoso autônomo, central e periférico; altas para órgãos. OMURA - menor que 3 Hz: melhora microcirculação e proporciona efeito analgésico prolongado, aumenta serotonina, endorfina, ACTH. Acima de 3 Hz provoca problemas de microcirculação. 50 a 100 Hz ou mais: secreta dinorfina e serotonina do cérebro. Acima de 500 Hz, há efeito analgésico, a duração do efeito terapêutico diminui devido à redução da microcirculação.
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