las prácticas del asesor pedagógico en la universidad

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las prácticas del asesor pedagógico en la universidad
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Gobernanza, balance del
proceso de Bolonia,
condiciones laborales y
profesionalidad docente en
Educación Superior
Alfageme-González, M. B.; Rodríguez Entrena, M. J. y
Torres Soto, A. (Eds.)
Volumen IV
ii
1º Edición, 2016
©Universidad de Murcia, Servicio de Publicaciones, 2016
ISBN: 978-84-608-8752-2
Diseño de portada: Antonio Ortíz Martínez y David López Ruiz
iii
Indice
PRESENTACIÓN ...................................................................................................................................... 1
UNIVERSIDAD Y GOBERNANZA
CULTURA ORGANIZACIONAL ASSOCIADA À CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO COMO DESAFIOS A SEREM
VENCIDOS: UM ESTUDO NUMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA ................................................................. 6
FERNANDES CAMPOS, SORAYA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – MPGOA; BRASIL); VIEIRA, MARIA DAS GRAÇAS
(UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - MPGOA; BRASIL)
MODELO DE GESTIÓN DE CAPITAL INTELECTUAL PARA INSTITUCIONES DE EDUCACIÓN SUPERIOR - IES,
COLOMBIA ........................................................................................................................................... 11
ARRIETA REALES, NANCY (UNIVERSIDAD SIMÓN BOLÍVAR Y UNIVERSIDAD DE BAJA CALIFORNIA)
PAID: ATENCIÓN A LA DIVERSIDAD EN LA UNIVERSIDAD: ESTRATEGIAS DE IDENTIFICACIÓN, APOYO Y
SEGUIMIENTO DE COLECTIVOS CON NECESIDADES ESPECIALES, EN PARTICULAR, ALUMNOS CON
DISCAPACIDAD .................................................................................................................................... 16
ÁLVAREZ ROBLES, TAMARA (UNIVERSIDAD DE LEÓN)
TRANSFORMACIONES EN LAS POLÍTICAS QUE REGULAN LA UNIVERSIDAD: ESTRATEGIAS FLEXIBLES
PARA FORTALECER LAS PRÁCTICAS DE GOBIERNO NEOLIBERAL .......................................................... 20
OLGA CECILIA DÍAZ FLÓREZ (UNIVERSIDAD PEDAGÓGICA NACIONAL. BOGOTÁ, COLOMBIA)
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO ESTRATÉGIA DE EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ...... 25
ALCÂNTARA DE MACÊDO, ALBERNES (UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; BRASIL); VIEIRA, MARIA DAS GRAÇAS
(UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; BRASIL)
AULAS AMBIENTALES DE BOGOTA: ESCENARIOS ESTRATEGICOS Y EDUCATIVOS PARA LA
GOBERNANZA ...................................................................................................................................... 30
ARÉVALO AGREDO, ANTONIA (UNIVERSIDAD EXTERNADO DE COLOMBIA)
ANÁLISIS DE LA FORMACIÓN POSTGRADUADA ENFERMERA EN ESPAÑA (1989-2010) ........................ 36
ESTRADA-MASLLORENS, JOAN MARIA; GUIX-COMELLAS, EVA MARIA; SANCHO-AGREDANO, RAÜL; MORÍN-FRAILE,
VICTORIA Y GALIMANY-MASCLANS, JORDI. (UNIVERSIDAD DE BARCELONA)
AS UNIVERSIDADES DE CLASSE MUNDIAL E O CONSENSO DA EXCELÊNCIA .......................................... 40
LARA CARLETTE THIENGO. (DOUTORANDA NO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DA UFSC (BRASIL) /
ESTÁGIO SANDWICH UAB-ESPANHA); LUCÍDIO BIANCHETTI. (PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO DA UFSC (BRASIL)/ PESQUISADOR 1B\CNPQ)
ESPAÇOS DE EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO BRASILEIRO (1995 -2010) ............................ 45
VIVIANE , KANITZ GENTIL; PIRES CORREA DE LACERDA, MIRIAM (PUC/RS)
IMPACTO DE LAS POLÍTICAS INSTITUCIONALES EN CIENCIA Y TECNOLOGIA. EL CASO DE LA FBCB-UNL50
ORTOLANI, ADRIANA E. LOTTERSBERGER, JAVIER. (FACULTAD DE BIOQUÍMICA Y CIENCIAS BIOLÓGICAS - UNIVERSIDAD
NACIONAL DEL LITORAL- SANTA FE- ARGENTINA)
A UNIVERSIDADE E AS MUDANÇAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA IMPLANTAÇÃO NO ENSINO
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS .................................................................................................................. 56
GUIMARÃES DO CARMO, MARIA ELIZABETH Y BENEDITO VILARINO, JOSIANE (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO
GRANDE DO SUL; PUCRS)
A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA UNIVERSIDADE E O TRABALHO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE:
POLÍTICAS E PRÁTICAS ......................................................................................................................... 61
iv
PRECIOSA FERNANDES (UNIVERSIDADE DO PORTO)
FINANCIACIÓN Y PRODUCTIVIDAD EN EL SISTEMA UNIVERSITARIO ESPAÑOL ..................................... 64
NIETO TORREJÓN, LAURA; PÉREZ CÁRCELES, CONCEPCIÓN Y GÓMEZ GALLEGO, JUAN CÁNDIDO. (UCAM)
PROUNI: ANÁLISE DE UMA POLÍTICA PÚBLICA NO ÂMBITO DA PUC MINAS ........................................ 72
MARIA AUXILIADORA MONTEIRO OLIVEIRA (EDUCAÇÃO NA PUC MINAS); MARIA GISÈLLE MARQUES BAHIA (EDUCAÇÃO
NA PUC MINAS); SOLANGE RODRIGUES (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS)
MEJORA DEL SUBPROCESO “OBTENCIÓN DEL PAZ Y SALVO” PARA GRADO EN LA UNIVERSIDAD
COOPERATIVA DE COLOMBIA .............................................................................................................. 77
MARTÍNEZ MARTÍNEZ, AURORA (UNIVERSIDAD INTERNACIONAL DE LA RIOJA); CEGARRA NAVARRO, JUAN GABRIEL
(UNIVERSIDAD POLITÉCNICA DE CARTAGENA); VARGAS RUIZ, WILLIAM EDUARDO (UNIVERSIDAD COOPERATIVA DE
COLOMBIA)
ÍNDICES DE RETENÇÃO NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA: ABORDAGEM DO PONTO DE VISTA DO
FINANCIAMENTO. ................................................................................................................................ 83
EDUARDO TADEU VIEIRA, JORGE KATSUMI NIYAMA, CÉSAR AUGUSTO TIBÚRCIO SILVA. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)
EFEITOS DA EXPANSÃO UNIVERSITÁRIA SOBRE A TRAJETÓRIA DOS ALUNOS: LIÇÕES APRENDIDAS NA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (BRASIL). ................................................................................................. 88
PAULO LIMA JÚNIOR; MAURO LUIZ RABELO; CYNTHIA BISINOTO; NILCE SANTOS DE MELO; MARIA DE FÁTIMA RAMOS
BRANDÃO (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASIL)
DESPUÉS DE BOLONIA, ¿HAY ALTERNATIVAS? LAS PROPUESTAS DE IVAN ILLICH SOBRE EL
APRENDIZAJE. ...................................................................................................................................... 93
MICHELA ESPOSITO, (UNIVERSIDAD SUOR ORSOLA BENINCASA, NÁPOLES, ITALIA); JOSÉ GONZÁLEZ-MONTEAGUDO,
(UNIVERSIDAD DE SEVILLA, ESPAÑA)
LA RENDICIÓN DE CUENTAS EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR: UNA REFLEXIÓN PARA EL BUEN GOBIERNO
DE LAS UNIVERSIDADES ....................................................................................................................... 98
ACOSTA RODRÍGUEZ, MIGUEL ÁNGEL (UNIVERSIDAD DE LAS PALMAS DE GRAN CANARIA); GONZÁLEZ VEGA, LAUREANO
(UNIVERSIDAD DE CANTABRIA); RODRÍGUEZ DÍAZ, JORGE (UNIVERSIDAD DE LAS PALMAS DE GRAN CANARIA)
MODELO DE GESTION Y GOBERNANZA UNIVERSITARIA .................................................................... 103
PINEDA GÓMEZ, JOSÉ ALFREDO; GRACIDA GONZÁLEZ, HORTENSIA; MUÑOZ MARTÍNEZ, AURORA DEL SOCORRO
(UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE GUERRERO, MÉXICO)
GOBIERNO Y GOBERNANZA: PLAN BOLONIA Y GRUPOS DE INVESTIGACIÓN. .................................... 108
REY ALVAREZ ALFONSO (UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE COMPOSTELA)
SIMPOSIO INTERNACIONALIZAÇÃO E DEMOCRATIZAÇÃO UNIVERSITÁRIA: REPERCUSSÕES NAS
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E NA DOCÊNCIA ......................................................................................... 113
COORDINACIÓN: CUNHA, MARIA ISABEL DA (UNISINOS/BR)
QUALIDADE DO ENSINO DE GRADUAÇÃO ENTRE OS DISCURSOS DA DEMOCRATIZAÇÃO E DA
INTERNACIONALIZAÇÃO NO BRASIL. UM OLHAR PARA O PROGRAMA CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS. . 114
CUNHA, MARIA ISABEL DA (UNISINOS/BR)
POLÍTICAS INSTITUCIONAIS DE QUALIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO NO ENSINO .................................. 119
VIEIRA, ISABEL FLÁVIA; MORGADO, JOSÉ CARLOS. (UNIVERSIDADE DO MINHO/PT)
ESTUDANTES ESTRANGEIROS EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS: O DESAFIO DA
INTERNACIONALIZAÇÃO E DA DEMOCRATIZAÇÃO NO COTIDIANO UNIVERSITÁRIO .......................... 124
MARIALVA MOOG PINTO (UNIARPE/BR); MARIA APARECIDA ROCHA (UNISINOS); GILDO VOLPATO (UNESC)
v
UM OLHAR SOBRE DISCURSOS E SENTIDOS DE QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL .. 129
LEITE, CARLINDA (UNIVERSIDADE DO PORTO/PT)
SIMPOSIO. ASESORÍAS PEDAGÓGICAS UNIVERSITARIAS: TRAYECTORIAS, EXPERIENCIAS Y
EXPECTATIVAS ................................................................................................................................... 137
COORDINACIÓN: LUCARELLI, ELISA (UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES. UNIVERSIDAD NACIONAL DE TRES DE FEBRERO.
ARGENTINA.)
LAS PRÁCTICAS DEL ASESOR PEDAGÓGICO EN LA UNIVERSIDAD: SUS APORTES A LA DIDÁCTICA
UNIVERSITARIA .................................................................................................................................. 138
LUCARELLI, ELISA. (UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES. UNIVERSIDAD NACIONAL DE TRES DE FEBRERO. ARGENTINA)
HACIA LA INSTITUCIONALIZACIÓN DE LAS ASESORÍAS PEDAGÓGICAS EN LA UNIVERSIDAD NACIONAL
DE TUCUMÁN (UNT) .......................................................................................................................... 142
VILLAGRA SUÁREZ, MARÍA ALICIA (FACULTAD DE FILOSOFÍA Y LETRAS. UNIVERSIDAD NACIONAL DE TUCUMÁN,
ARGENTINA)
O ASSESSORAMENTO PEDAGÓGICO EM UNIVERSIDADES COMUNITÁRIAS DO RIO GRANDE DO
SUL/BRASIL ........................................................................................................................................ 146
MARI MARGARETE DOS SANTOS FORSTER (UNISINOS. BRASIL)
TIZA- RED DE DESARROLLO DE PRÁCTICAS DE EDUCACIÓN SUPERIOR ............................................... 151
JULIANE CORRÊA (UFMG, BRASIL)
REFORMAS Y CULTURAS ORGANIZATIVAS. LA UNIVERSIDAD DE GUADALAJARA MÉXICO A 25 AÑOS DE
SU REESTRUCTURACIÓN .................................................................................................................... 155
RODRÍGUEZ BATISTA, MARÍA (UNIVERSIDAD DE GUADALAJARA)
BALANCE DEL PROCESO DE BOLONIA Y PERSPECTIVAS DE FUTURO
PROPUESTA DE UNA NUEVA TITULACIÓN UNIVERSITARIA: GRADO DE “PLAGAS”. DESCRIPCIÓN
GENERAL DEL TÍTULO (II) ................................................................................................................... 161
HURTADO PRECIADO, M.A. (LAJARA, SERVICIOS VETERINARIOS, CÁCERES); SERRANO FRAILE, L.A. (LAJARA, SERVICIOS
VETERINARIOS, CÁCERES); HURTADO GONZÁLEZ, M. (COLEGIO “LA ASUNCIÓN”, CÁCERES); VADILLO MACHOTA, S.
(UNIVERSIDAD DE EXTREMADURA)
CARGA MENTAL DE TRABAJO DE ESTUDIANTES DE PSICOLOGÍA. ¿QUÉ CAMBIOS HA PRODUCIDO LA
ADAPTACIÓN AL EEES? ...................................................................................................................... 165
RUBIO-VALDEHITA, SUSANA; LÓPEZ NÚÑEZ, INMACULADA; DÍAZ-RAMIRO, EVA Mº. Y VALLELLANO PÉREZ, DOLORES
(UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID)
PROPUESTAS DE MEJORA EN EL GRADO DE EDUCACIÓN SOCIAL DESDE LA PERCEPCIÓN DE LOS
ESTUDIANTES ..................................................................................................................................... 171
GONZÁLEZ LORENTE, CRISTINA; GONZÁLEZ MORGA, NATALIA; PÉREZ CUSÓ, JAVIER; MARTÍNEZ JUÁREZ, MIRIAN Y
MARTÍNEZ CLARES, PILAR (UNIVERSIDAD DE MURCIA)
EL EEES. PERCEPCIONES DEL PROFESORADO Y DEL ALUMNADO SOBRE EL MODELO DE FORMACIÓN EN
EL GRADO DE FORMACIÓN DEL PROFESORADO DE EDUCACIÓN PRIMARIA ...................................... 178
ARÁNEGA ESPAÑOL, SUSANA; COLÉN RIAU, M. TERESA; PÉREZ CABRERA, M. JOSÉ (UNIVERSIDAD DE BARCELONA)
DIRETRIZES EUROPEIAS DA FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE: BOLONHA E AS PERSPECTIVAS
PORTUGUESAS ................................................................................................................................... 184
WUNSCH, LUANA (UNINTER)
vi
BALANCE DE LA APLICACIÓN DEL PLAN BOLONIA EN LA UNIVERSIDAD DE MURCIA. DISEÑO DE UN
INSTRUMENTO DE ANÁLISIS .............................................................................................................. 189
SÁNCHEZ FUSTER, MARI CARMEN; ALONSO ESTÉVEZ, BEGOÑA; MOLERA PERIS, MARÍA LOURDES (UNIVERSIDAD DE
MURCIA)
EMPLEO DE LA AUTOEVALUACIÓN EN EL GRADO EN CIENCIAS DE LA ACTIVIDAD FÍSICA Y DEL DEPORTE
.......................................................................................................................................................... 194
FRAILE, JUAN (UNIVERSIDAD POLITÉCNICA DE MADRID); PARDO, RODRIGO (UNIVERSIDAD POLITÉCNICA DE MADRID);
PANADERO, ERNESTO (UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE MADRID)
USO DE METODOLOGÍAS ACTIVAS. OPINIÓN DEL PROFESORADO DE LA UNIVERSIDAD DE GRANADA
.......................................................................................................................................................... 199
CRISOL MOYA, EMILIO; LEÓN GUERRERO, Mª JOSÉ (UNIVERSIDAD DE GRANADA)
LAS COMPETENCIAS VERBALES Y ESCRITAS EN EL GRADO EN EDUCACIÓN SOCIAL: UNA REVISIÓN. .. 204
BERMÚDEZ REY, M. T. (UNIVERSIDAD DE OVIEDO); CASTAÑO GONZÁLEZ, M. J. (UNIVERSIDAD DE OVIEDO); GONZÁLEZ
URIEL, C. (UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID)
LA CONSTRUCCIÓN DEL CONOCIMIENTO PROFESIONAL EN LA FORMACIÓN INICIAL DEL
PROFESORADO DE PRIMARIA EN LA UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE COMPOSTELA. (I) DISEÑO DE LA
INVESTIGACIÓN ................................................................................................................................. 209
ÁLVAREZ NÚÑEZ, QUINTÍN; MARTÍNEZ PIÑEIRO, Mª ESTHER (UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE COMPOSTELA)
LA CONSTRUCCIÓN DEL CONOCIMIENTO PROFESIONAL EN LA FORMACIÓN INICIAL DEL
PROFESORADO DE PRIMARIA EN LA UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE COMPOSTELA (II). RESULTADOS
PRELIMINARES ................................................................................................................................... 214
ÁLVAREZ NÚÑEZ, QUINTÍN (UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA)
LA ENSEÑANZA UNIVERSITARIA A PARTIR DEL EESS. EL USO DE LOS RECURSOS DIGITALES EN LA
FORMACIÓN DE COMUNICADORES MULTIPLATAFORMA Y 2.0.......................................................... 218
LARRONDO URETA, AINARA (UPV/EHU); AGIRREAZKUENAGA ONAINDIA, IRATI (UPV/EHU); MESO AYERDI, KOLDO
(UPV/EHU); MENDIGUREN GALDOSPIN, TERESE.
MOTIVACIONES DEL DOCENTE DE EDUCACIÓN SECUNDARIA EN SU ETAPA FORMATIVA INICIAL ...... 224
MUÑOZ-FERNÁNDEZ, GUZMÁN ANTONIO. UNIVERSIDAD DE CÓRDOBA; LUQUE-VÍLCHEZ, MERCEDES. UNIVERSIDAD DE
BURGOS; RODRÍGUEZ-GUTIÉRREZ, PABLO. UNIVERSIDAD DE CÓRDOBA.
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO EM PORTUGAL DECORRENTES
DE BOLONHA – QUE POSIÇÕES TEM A ACADEMIA? ........................................................................... 230
LEAL LOPES, ANA; LEITE, CARLINDA (UNIVERSIDADE DO PORTO)
CONDICIONES LABORALES DOCENTES EN TIEMPOS DE CRISIS
O PROFESSOR SOB SUSPEITA E RISCO - INDICADORES DE PRECARIZAÇÃO E RESISTÊNCIA NO
TRABALHO DOCENTE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS. ................................................. 235
DENISE VIEIRA DA SILVA; VITÓRIA FERREIRA BARRETO
O ESTRANHAMENTO COMO PRINCIPIO DE REALIDADE E SUA INFLUENCIA NO TRABALHO DOCENTE 242
SILVA FILHO, ADAUTO LOPES; NOBRE LOPES, FÁTIMA MARIA; PINTO DA SILVA, MARIA ZÉLIA Y MOITA PINHEIRO, VICTOR
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC/BRASIL)
A POSIÇÃO DE OSTRA DO PROFESSOR ............................................................................................... 247
RESZKA, MARIA DE FÁTIMA (FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA – FACCAT - RS – BRASIL)
A EDUCAÇÃO ESTÁ EM CRISE OU A CRISE ESTÁ NA EDUCAÇÃO?........................................................ 252
vii
MONARI BELO, EVELYN. CLARETIANO FACULDADE.
LA SEGURIDAD SOCIAL DEL PERSONAL CONTRATADO PREDOCTORAL EN ESPAÑA E ITALIA .............. 259
ORTIZ GONZÁLEZ CONDE, FRANCISCO MIGUEL (DOCTORANDO DPTO DERECHO DEL TRABAJO Y LA SEGURIDAD SOCIAL.
UNIVERSIDAD DE MURCIA)
LA SITUACIÓN JURÍDICO-LABORAL DEL LECTORADO ESPAÑOL .......................................................... 264
MEGÍAS-BAS, ANTONIO (UNIVERSIDAD DE MURCIA)
NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO PREVENTIVA À SINDROME DE BURNOUT OCASIONADA PELA
DEFICIÊNCIA NA FORMAÇÃO DO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO................................. 268
PILOTTO, SIMONE (UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP- SÃO JOSÉ DOS CAMPOS- SP/BRASIL); PEREIRA, LILIANE (CURSO
EXITO – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS- SP/BRASIL)
EL PERSONAL DOCENTE E INVESTIGADOR CONTRATADO EN RÉGIMEN LABORAL POR LAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS ESPAÑOLAS: ESPECIAL REFERENCIA AL PROFESORADO ASOCIADO ......... 272
LÓPEZ ANIORTE, MARÍA DEL CARMEN; ÁLVAREZ CARREÑO, SANTIAGO MANUEL Y CHICANO SAURA, GEMA. (UNIVERSIDAD
DE MURCIA)
UNIVERSIDAD, EVALUACIÓN Y PRODUCTIVISMO ACADÉMICO .......................................................... 277
LAMFRI, NORA ZOILA. UNIVERSIDAD NACIONAL DE CÓRDOBA, ARGENTINA
LA PROFESIONALIZACIÓN DOCENTE UNIVERSITARIA ......................................................................... 282
NORMOSE INFORMACIONAL. OS EFEITOS DA SOBRECARGA DE INFORMAÇÕES NOS PROFESSORES DA
FATEC OURINHOS .............................................................................................................................. 283
PEDROSO, D.F. (FACULDADE DE TECNOLOGIA DE OURINHOS); PAULA, E.R. (FACULDADE DE TECNOLOGIA DE OURINHOS);
CRUZ, J.S. (FACULDADE DE TECNOLOGIA DE OURINHOS); BELLOTI, E.C. (FACULDADE DE TECNOLOGIA DE OURINHOS);
SANCHES, R. (FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE OURINHOS).
DESAFIOS DOCENTES NA CONTEMPORANEIDADE: NOVA FORMAÇÃO E PRÁTICAS INOVADORAS SOB
MÚLTIPLOS OLHARES......................................................................................................................... 287
FREIRE DE OLIVEIRA, ZÉLIA MARIA; VIANA BRAGANÇA, MARIA DAS GRAÇAS
ANALISADORES DA SOCIALIZAÇÃO PROFISSIONAL DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS INICIANTES .. 292
BONADIMAN, HERON LAIBER (UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI); ROMAGNOLI,
ROBERTA CARVALHO (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS)
PROFESSOR PESQUISADOR: ESTADO DA ARTE DE PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS DO BRASIL REALIZADAS
NO PERÍODO DE 2004 A 2014............................................................................................................. 297
SOUZA EHLERT DE, ARLETE; VARELA, MARTINS ALINE; RAUSCH BUZZI, RITA.
PROFESSORES E O ENVELHECIMENTO: REALIDADES E ESPECIFICIDADES ............................................ 302
ALVES, KELLY Y LOPES, AMÉLIA (UNIVERSIDADE DO PORTO)
LOS MOOC, UNA PREOCUPACIÓN POR EL FUTURO DEL PROFESORADO UNIVERSITARIO .................. 306
GIL QUINTANA, JAVIER (UNIVERSIDAD NACIONAL DE EDUCACIÓN A DISTANCIA, UNED
ÉTICA APLICADA EN LAS AULAS UNIVERSITARIAS: EL GRAN RETO DOCENTE DEL SIGLO..................... 312
BUERBA VILLANUEVA, ANA OFELIA (UNIVERSIDAD ANÁHUAC, CAMPUS QUERÉTARO. MÉXICO)
ANÁLISIS DEL MODELO DIDÁCTICO PERSONAL QUE MANTIENEN LOS/AS FUTUROS/AS MAESTROS/AS
DE EDUCACIÓN INFANTIL Y PRIMARIA ............................................................................................... 317
viii
VICENTE MARTORELL, JUAN JOSÉ (UNIVERSIDAD DE CÁDIZ); EUGENIO GOZALBO, MARCIA (UNIVERSIDAD DE
VALLADOLID); ARAGÓN NÚÑEZ, LOURDES (UNIVERSIDAD DE CÁDIZ); JIMÉNEZ-TENORIO, NATALIA (UNIVERSIDAD DE
CÁDIZ); OLIVA MARTÍNEZ, JOSÉ MARÍA (UNIVERSIDAD DE CÁDIZ)
ANÁLISIS DE LAS CREENCIAS SOBRE EL APRENDIZAJE DE LAS CIENCIAS QUE MANTIENEN LOS
MAESTROS/AS EN FORMACIÓN INICIAL............................................................................................. 321
EUGENIO GOZALBO, MARCIA. UNIVERSIDAD DE VALLADOLID; VICENTE MARTORELL, JUAN JOSÉ. UNIVERSIDAD DE CÁDIZ;
JIMÉNEZ-TENORIO, NATALIA. UNIVERSIDAD DE CÁDIZ; ARAGÓN NÚÑEZ, LOURDES. UNIVERSIDAD DE CÁDIZ; OLIVA
MARTÍNEZ, JOSÉ MARÍA. UNIVERSIDAD DE CÁDIZ
LAS COMPETENCIAS DE LOS DOCENTES DE MAESTRÍA EN UNIVERSIDADES COLOMBIANAS:
VALORACIÓN DE LOS ESTUDIANTES ................................................................................................... 325
NAVÍO GÁMEZ, ANTONIO Y RESTREPO AGUIRRE, JHON JAIRO (UNIVERSITAT AUTÒNOMA DE BARCELONA)
EMPRENDEDURÍA Y UNIVERSIDAD. LAS POLÍTICAS DOCENTES .......................................................... 332
ARÁNEGA ESPAÑOL, SUSANA Y MENTADO LABAO, TRINIDAD (UNIVERSIDAD DE BARCELONA)
“NÃO É UM MAR DE ROSAS”: A INSERÇÃO DE RECÉM-DOUTORES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA.... 338
STARLING-BOSCO, CLÁUDIA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS); SILVA, ANA CAROLINA ARAÚJO DA
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA); TORISU, EDMILSON MINORU (UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO)
A POSIÇÃO TELEOLÓGICA DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA: UMA INVESTIGAÇÃO DOS ESTUDOS ACADÊMICOS ................................................... 343
SAID PIERRE CARNEIRO, ISABEL MAGDA (UECE/BRASIL); NOBRE LOPES, FÁTIMA MARIA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
CEARÁ - UFC/BRASIL); SILVA FILHO, ADAUTO LOPES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC/BRASIL); DIAS
CAVALCANTE, MARIA MARINA (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE/BRASIL)
APORTES À DIDÁTICA UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA E A ESTETIZAÇÃO DA DOCÊNCIA NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES ........................................................................................................... 348
VILLELA PEREIRA, MARCOS Y TORRES SANTANA, ANTHONY FÁBIO. (PUCRS/BRASIL)
ENSINO SUPERIOR E A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO BRASIL ......................................................... 353
ALBUQUERQUE MACHADO DE PAULA, HELENA (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO); MARIA HASS,
CÉLIA (UNIVERSIDADE DE SÃO CAETANO DO SUL); BONIFÁCIO ARAÚJO, REGINA MAGNA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
OURO PRETO)
PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE: DESAFIO PARA A FORMAÇÃO COM PROFESSORES ........................ 358
ESTIVALETE, EMERSON BIANCHINI (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL. BOLSISTA
CAPES/PROEX); ESTIVALETE, PATRÍCIA BLINI. (INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – CAMPUS RIO DO SUL, SC)
PROFESSOR FORMADOR DE PROFESSORES: IDENTIDADE PROFISSIONAL .......................................... 363
CAMPOS MACHADO, LILINE Y NASCIMENTO DINIZ, MARIA DO CARMO (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)
LA FORMACIÓN DEL PROFESORADO EN DISCAPACIDAD Y EN NUEVAS TECNOLOGÍAS: PRINCIPALES
ASPECTOS A TENER EN CUENTA PARA UNA EDUCACIÓN INCLUSIVA ................................................. 368
CORTÉS-VEGA, Mª DOLORES; MORIÑA DÍEZ, ANABEL; LÓPEZ GAVIRA, ROSA Y PERERA RODRÍGUEZ, VÍCTOR HUGO
(UNIVERSIDAD DE SEVILLA)
LA SATISFACCIÓN DE LA ACTUACIÓN DOCENTE Y LA ADAPTACIÓN ACADÉMICA DE LOS ESTUDIANTES
DE PRIMER CURSO DEL GRADO DE MAESTRO DE EDUCACIÓN INFANTIL ........................................... 373
DORIO ALCARAZ, IMMA Y FIGUERA GAZO, PILAR (UNIVERSIDAD DE BARCELONA)
FORMAÇÃO DOCENTE EM SAÚDE: REDES DE SABERES E EXPERIÊNCIAS ............................................ 378
SOUZA DA SILVA BATISTA, SYLVIA HELENA; DOS SANTOS MENDONÇA, GEOVANNIA Y ALVES BATISTA, NILDO
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO)
ix
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES À FORMAÇÃO
INICIAL DE PROFESSORES E À EDUCAÇÃO BASICA .............................................................................. 384
RAUSCH BUZZI, RITA.
AUTOEFICÁCIA DOCENTE E MOTIVOS PARA A ESCOLHA PELO ENSINO SUPERIOR EM ENGENHARIA . 389
MOTA MATOS, MAYARA (UNIFAL-MG); TADEU IAOCHITE, ROBERTO (UNESP CAMPUS RIO CLARO)
A PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE UNIVERSITÁRIA NUM CURSO SUPERIOR DE SAÚDE. O EXEMPLO
DOS CURSOS DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE COIMBRA (ESTESC) ................... 394
PH.D
JORGE CONDE
(PRESIDENTE DA ESTESC, PROFESSOR COORDENADOR); ANA FERREIRA
ESTESC, PROFESSORA COORDENADORA)
PH.D
(VICE-PRESIDENTE DA
A ESCOLHA DA PROFISSÃO DOCENTE DE ENSINO SUPERIOR: FUNDAMENTOS DE UMA INVESTIGAÇÃO
.......................................................................................................................................................... 399
TATIANA SOARES CORRÊA MACHADO; LUCÍLIA MACHADO
A CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE UM PROFESSOR INICANTE NO ENSINO
SUPERIOR E SUA RELAÇÃO COM O SEU PAPEL DE FORMADOR DE PROFESSORES .............................. 408
GOMES TELES, NAYANA CRISTINA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS), OLIVEIRA GONÇALVES, MARTA (PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO). AGÊNCIA FINANCIADORA: FAPEAM/RH-INTERIORIZAÇÃO
SABERES E PRÁTICAS DIDÁTICAS NA FORMAÇAO DO PROFESSOR – LEITOR: ESTUDO EXPLORATÓRIO
.......................................................................................................................................................... 414
TEIXEIRA VIEIRA, MARIA CELINA. PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP
REFLEXÃO SOBRE A DOCÊNCIA NA UNIVERSIDADE: O QUE DIZEM GESTORES DOS CENTROS
1
ACADÊMICOS DO CAMPUS RECIFE DA UFPE ..................................................................................... 419
SILVA, DAYLIANE Y RAMOS, KÁTIA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)
PROPOSTA DE FERRAMENTA PARA EXPLORAR A MOTIVAÇÃO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS .. 424
SANTOS, STEREN BETTINA; DAVOGLIO, TÁRCIA RITA Y USTARROZ, ELISA(PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO
GRANDE DO SUL-PUCRS)
CUANDO LA INVESTIGACIÓN INFLUYE EN LA PRÁCTICA DOCENTE UNIVERSITARIA. RELATO DE UN
CASO COLECTIVO. .............................................................................................................................. 428
DALFARO, NIDIA; DEMUTH, PATRICIAN; DEL VALLE, GRACIELA Y AGUILAR, NANCY (UNIVERSIDAD TECNOLÓGICA
NACIONAL – FACULTAD REGIONAL RESISTENCIA)
ENSINO SUPERIOR: A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NAS DIMENSÕES DIDÁTICA,
CIDADÃ E ÉTICA EM CURSOS DE ENGENHARIA DA PUC-MINAS.......................................................... 433
DRª MARIA AUXILIADORA MONTEIRO OLIVEIRA; DR. AMAURI CARLOS FERREIRA
FORMACIÓN BÁSICA DEL PROFESORADO DE LA UNIVERSIDAD DE GRANADA EN LENGUA DE SIGNOS
ESPAÑOLA ......................................................................................................................................... 438
SÁNCHEZ HERNÁNDEZ, YESSICA (FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN. UNIVERSIDAD DE GRANADA)
O PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA PEDAGÓGICA – PROFOCAP NA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE: ASPECTOS HISTÓRICOS E PERSPECTIVAS FUTURAS ................................. 444
SIMÕES, BORGES, DANIELE; TAUCHEN, GIONARA Y SOUZA, NEUSIANE CHAVES (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE)
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ........................................................................... 448
MONARI BELO, EVELYN (CLARETIANO FACULDADE)
LA NECESIDAD DE FORMAR AL UNIVERSITARIO EN LAS ASIGNATURAS DE FINANZAS BAJO LOS
PRINCIPIOS DE LA ÉTICA PROFESIONAL.............................................................................................. 451
x
LOZANO GUTIÉRREZ, Mª CARMEN Y RAMÓN LLORENS, Mª CAMINO (UNIVERSIDAD POLITÉCNICA DE CARTAGENA)
ANALÍTICA DESCRIPTIVA DE LA FORMACIÓN DOCENTE EN DOS UNIVERSIDADES LATINOAMERICANAS
.......................................................................................................................................................... 456
SÁNCHEZ AMAYA TOMÁS (UNIVERSIDAD DISTRITAL FRANCISCO JOSÉ DE CALDAS BOGOTÁ-COLOMBIA)
LA CONSTRUCCIÓN DEL CONOCIMIENTO PROFESIONAL: DOCENTES PRINCIPIANTES DE BELLAS ARTES
.......................................................................................................................................................... 462
DRA. SANJURJO LILIANA, MG. ALFONSO IRIS Y PROF. LIC. GEORGINA SILIONI (UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO,
FACULTAD DE HUMANIDADES Y ARTES, ESCUELA DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN, CÁTEDRA DE RESIDENCIA DOCENTEARGENTINA)
A SALA DE AULA ONLINE COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA UFAL . 467
SANTOS, VERA LUCIA PONTES DOS (UFAL); FREITAS, MARIA AUXILIADORA SILVA (UFAL); VIANA, MARIA APARECIDA
PEREIRA
LA OBSERVACIÓN Y LA REFLEXIÓN EN Y SOBRE LA PRÁCTICA COMO ESTRATEGIA DE FORMACIÓN
DOCENTE EN EL CONTEXTO UNIVERSITARIO. UNA EXPERIENCIA EN LA UNIVERSIDAD
AUTÓNOMA DE BARCELONA ........................................................................................................ 473
RUIZ BUENO, CARMEN (PROFESORA TITULAR DE UNIVERSIDAD. DEPARTAMENTO DE PEDAGOGÍA APLICADA . DIRECTORA
DEL I NSTITUTO DE CIENCIAS DE LA E DUCACIÓN . UNIVERSIDAD A UTÓNOMA DE BARCELONA ); CHANCEL VALENTE,
GABRIEL (RESPONSABLE DE LA UNIDAD DE ASESORAMIENTO PSICOPEDAGÓGICO DEL INSTITUTO DE CIENCIAS DE LA
EDUCACIÓN. UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE BARCELONA); CASTILLO CASTRO, SARA (BECARIA DE LA UNIDAD DE
ASESORAMIENTO PSICOPEDAGÓGICO DEL INSTITUTO DE CIENCIAS DE LA E DUCACIÓN . UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE
BARCELONA )
A ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA: DESAFIOS PARA A PROFISSIONALIZAÇÃO DA DOCÊNCIA
UNIVERSITÁRIA .................................................................................................................................. 480
PROF. DR. ÁLVARO LIMA MACHADO (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB, BRASIL); PROFA. MS SILVIA LUIZA
ALMEIDA CORREIA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB, BRASIL);
PROFA. MS MARIA DE CÁSSIA PASSOS BRANDÃO GONÇALVES (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA- UESB,
BRASIL)
CONTRIBUIÇÕES DO CURSO DE PEDAGOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE E PARA
O DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA CURRICULAR DE PROFESSORES-ESTUDANTES EM FORMAÇÃO .. 485
LEMOS, NÍVEA ROBERTA MORAES BARBOSA ; SILVA, GEISA NATÁLIA DA ROCHA; ALMEIDA, LUCINALVA ANDRADE ATAÍDE
DE. (UFPE/CAA)
DESARROLLO PROFESIONAL DEL PROFESORADO UNIVERSITARIO NOVEL: IMPLICACIÓN DE LAS TIC EN
LOS PROCESOS DE COLABORACIÓN Y AUTOAPRENDIZAJE ................................................................. 490
ROMERO TOVAR, ANA. UNIVERSIDAD DE MURCIA
NARRATIVAS DOCENTES ACERCA DE LA UNIVERSIDAD PÚBLICA EN LA ARGENTINA CONTEMPORÁNEA
.......................................................................................................................................................... 496
BADANO, MARÍA DEL ROSARIO (FACULTAD DE TRABAJO SOCIAL. UNIVERSIDAD NACIONAL DE ENTRE RÍOS FACULTAD DE
HUMANIDADES ARTES Y CIENCIAS SOCIALES UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE ENTRE RÍOS); BASSO, RAQUEL ADELA
(FACULTAD DE TRABAJO SOCIAL UNIVERSIDAD NACIONAL DE ENTRE RÍOS)
LA ACCIÓN DIDÁCTICA COMO REPRODUCCION CULTURAL EN LA DOCENCIA DE PROFESORES DE
UNIVERSIDADES REGIONALES CHILENAS. .......................................................................................... 500
MELO HERMOSILLA, YENIA; VILLALOBOS CLAVERÍA, ALEJANDRO (UNIVERSIDAD DE CONCEPCIÓN, CHILE)
ASPECTOS ÉTICOS DE LA PROFESIONALIZACIÓN DE LA DOCENCIA EN MÉXICO. ................................. 505
MONTES LÓPEZ, MILITZA Y SANTILLÁN GUTIÉRREZ, JESÚS (UNIVERSIDAD MICHOACANA DE SAN NICOLÁS DE HIDALGO,
UMSNH)
xi
INTERNACIONALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: PROFESSORES BRASILEIROS E A DOCÊNCIA NO
ESPAÇO AFRICANO ............................................................................................................................ 510
MOOG PINTO MARIALVA*. (UNIVERSIDADE DO ALTO VALE DO RIO DO PEIXE- UNIARP); VOLPATO, GILDO.
(UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE- UNESC); MARQUES DA ROCHA MARIA APARECIDA. (UNIVERSIDADE DO
VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS)
EL MENTORING EN LA FORMACIÓN CONTINUA DEL PROFESORADO UNIVERSITARIO........................ 515
GUERRA BILBAO, NAGORE; LOBATO FRAILE, CLEMENTE Y GARMENDIA MÚJIKA, MIKEL (UNIVERSIDAD DEL PAIS
VASCO/EUSKAL HERRIKO UNIBERTSITATEA).
PROFISSIONALIDADE DOCENTE UNIVERSITÁRIA DE PROFESSORES QUE ATUAM NA ÁREA DE
ADMINISTRAÇÃO EM PERNAMBUCO-BRASIL..................................................................................... 520
SILVA, FABIANA FERREIRA (DOUTORANDA NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE-PE/BRASIL)
OS PROCESSOS FORMATIVOS PARA A DOCÊNCIA NO CONTEXTO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS525
PRYJMA FERREIRA, MARIELDA; OLIVEIRA SANTOS DE, OSÉIAS (UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ –
PARANÁ – BRASIL).
DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE
MOÇAMBIQUE ................................................................................................................................... 528
DUARTE, STELA; BASTOS, JULIANO (UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MOÇAMBIQUE – MOÇAMBIQUE)
SIMPOSIO: REALIDADES FORMATIVAS EN EL CAMINO DE LA PROFESIONALIZACIÓN DOCENTE:
PROYECTAR EL FUTURO MIRANDO .................................................................................................... 532
COORDINADORES: RIVERA MORALES ALICIA; OSCAR COMAS RODRÍGUEZ
ENTRE LA FRAGMENTACIÓN ACADÉMICA Y LA VINCULACIÓN EN LA UNIVERSIDAD: UNA EXPERIENCIA
PROFESIONALIZANTE EN EL POSGRADO. ........................................................................................... 532
CARRILLO AVELAR, ANTONIO (UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO)
LA ENSEÑANZA DEL DERECHO Y LA PREPARACIÓN DE DOCENTES EN DERECHO. ............................... 542
CASILLAS VÉLEZ, CARLOS. UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO.
SABERES EN EL AULA: ESCENARIO PARA LA PROFESIONALIZACIÓN DOCENTE ................................... 547
VEGA, EVELIA. UNIVERSIDAD ESTATAL DE PORTLAND, ESTADOS UNIDOS DE NORTEAMÉRICA; RIVERA MORALES, ALICIA.
UNIVERSIDAD PEDAGÓGICA NACIONAL MÉXICO; GUTIÉRREZ CERVANTES, BRENDA ITZEL. UNIVERSIDAD PEDAGÓGICA
NACIONAL MÉXICO.
APROPIACIONES CULTURALES DE DOCENTES EN FORMACIÓN: TEJIENDO SENTIDOS Y SIGNIFICADOS
DESDE LA OBSERVANCIA DEL OTRO. .................................................................................................. 551
SÁNCHEZ, JUAN MANUEL. UNIVERSIDAD PEDAGÓGICA NACIONAL, UNIDAD 097 DF-SUR; DE DIEGO CORREA, MARISOL.
INSTITUTO POLITÉCNICO NACIONAL; ROJAS TÉLLEZ, BENJAMÍN GUILLERMO. UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE
MÉXICO.
xii
Presentación
El IX Congreso Iberoamericano de Docencia Universitaria (CIDU 2016) tuvo lugar en
Murcia el pasado día 31 de marzo, el 1 y 2 de abril, organizado por profesores del
Grupo de Investigación de Equidad e Inclusión Educativa (EIE) perteneciente al
Departamento de Didáctica y Organización Escolar (Universidad de Murcia). Las
múltiples contribuciones que se presentaron consistieron en varias Conferencias
invitadas y Mesas redondas cuya edición verá la luz en los próximos meses en otras
publicaciones que convenientemente se darán a conocer. Asimismo se presentó una
veintena de Simposios y un elevado número de Comunicaciones (defendidas en
formato oral o escrito) en torno a las diez líneas temáticas que en su momento
propuso el Comité de Organización del encuentro. Los cuatro volúmenes en que aquí
se publican, representan una muy amplia muestra de las investigaciones sobre el tema
que nos ocupa procedentes de diferentes países y áreas de conocimiento. Las
personas que en cada uno de ellos figuran se han ocupado de la ardua tarea de
preparar su edición y realizar otras tareas necesarias; quiero empezar agradeciendo,
como es merecido, el tiempo y empeño dedicado, así como el papel decisivo que todas
tuvieron en la preparación y el desarrollo positivo de este Congreso CIDU 2016 Gracias
también a la Asociación AIDU (Asociación Iberoamericana de Docencia Universitaria)
que ha venido impulsando estas iniciativas, en particular a su Presidente, profesor D.
Miguel Zabalza y Secretario, D. Felipe Trillo, y que seguramente persistirán en hacer
todo lo posible para que ocurran otras venideras, ojalá que sean muchas.
Como podrán ver quienes accedan a los cuatro volúmenes que se presentan, el
primero de ellos incluye contribuciones referidas a la Renovación pedagógica en
Educación Superior, el segundo, al Aprendizaje-Servicio y el desarrollo y comunidades
profesionales de aprendizaje en nuestro ámbito, el tercero recoge cuestiones diversas
sobre Evaluación e identidad del alumnado en Educación Superior, mientras que el
cuarto gira en torno a Gobernanza, balance del proceso de Bolonia, condiciones
laborales y profesionalidad docente, naturalmente también centradas en la
universidad. En su conjunto, muestran bien los temas centrales tratados en el
Congreso, planteado bajo el título de La universidad en cambio: gobernanza y
renovación pedagógica.
Todas las aportaciones, conferencias invitadas, mesas redondas, simposios y
comunicaciones, abordaron esas temáticas y provocaron discusiones interesantes
sobre las mismas. Las que aquí se ofrecen insisten y diversifican los puntos de vista
sobre las mismas mostrando, como podrá apreciarse, una mayor pluralidad de voces,
perspectivas, análisis teóricos, proyectos y experiencias llevadas a cabo y balances,
aunque comprensiblemente parciales, de asuntos que han venido siendo objeto de
otros Congresos precedentes y, además, de algunos nuevos que, en esta IX edición, se
entendió que habían de incluirse.
El panorama nacional e internacional de las Universidades, y particularmente de la
docencia dentro de ellas, no solo se halla en un contexto y condiciones que están
1
provocando cambios múltiples, sino también cambios acelerados, algunos profundos y
otros superficiales, pero todos ellos dignos de ser mirados, entendidos y afrontados
trayendo a cuenta perspectivas diversas. Lejos de lo que podría suponerse en un tipo
de encuentros como los de AIDU que erigen la docencia universitaria como su foco
preferente, hace ya tiempo que se ha tomado buena nota de que las condiciones,
factores y dinámicas que la conforman no son exclusivamente organizativos y
pedagógicos. Distintos marcos ideológicos, políticos, sociales, culturales y económicos,
que no solo son diferentes sino también rivales en las ideas, decisiones e intereses a
los que obedecen, se encuentran actualmente en pugna por definir, dirigir, controlar y
gobernar a una escala global y local la educación y, desde luego, también las
instituciones universitarias, no solo en cuestiones de docencia, sino también en las que
atañen a la investigación y sus relaciones con la sociedad, en su conjunto, tan plural y
compleja como así lo son las fuerzas más poderosas y las de quienes tratan de
afrontarlas de una forma crítica, reflexiva y constructiva.
Fue bajo esas claves de grandes vuelos que nuestro Congreso trató de comprender y
encarar la docencia y la formación de profesionales en la Universidad. El primer
volumen recoge un buen número de testimonios que revelan cuáles están siendo,
según los análisis y las experiencias de los y las participantes, los contenidos, las
metodologías, el uso de nuevas o viejas tecnologías y otros aspectos que conforman,
con una variedad notable de realidades, la renovación pedagógica en nuestro ámbito
profesional y laboral.
El segundo volumen agrupa aportaciones relacionadas con el Aprendizaje Servicio y
Comunidades Profesionales de Aprendizaje, permite apreciar por qué y cómo estas dos
grandes facetas de la docencia y formación universitaria, primero, están siendo
abordadas en diferentes países y, segundo, revelan al tiempo nuevas concepciones,
sensibilidades y compromisos de una y otra con lo social. El Aprendizaje Servicio ha
entrado felizmente con fuerza en el contexto ibérico y, hace más tiempo, se ha venido
desarrollando en el iberoamericano. Es una prometedora ventana desde la que mirar y
caminar en pro de re-conexión, tantas veces reclamada como no siempre bien
atendida, entre la universidad, la formación de profesionales y los contextos laborales
y sociales en los que habrán de ejercer su labor tomando en consideración, al lado del
currículo académico, los grandes temas, problemas y desafíos que atañen, hoy, a la
desigualdad y la lucha por una sociedad cuyos profesionales habrán de ser, además de
buenos técnicos, ciudadanos conscientes, sensibles y comprometidos con la
construcción de formas de vida más humanas, justas y equitativas.
Las Comunidades Profesionales de Aprendizaje, una línea realmente interesante cuyo
desarrollo ha sido quizás mayor en otros niveles educativos, con toda razón también
interpela a enseñanza universitaria y, más en concreto, a quienes en ella ejercemos la
docencia. Históricamente, en nuestro medio institucional ha imperado una lógica de
individualismo exacerbado que, por más que han cambiado los tiempos, las
condiciones institucionales y las reformas desde las alturas, sigue fuertemente
enquistado en las estructuras, la cultura y las formas de enseñar y aprender. La
muestra de planteamientos y experiencias tratadas en el Congreso constituye, como
poco, una llamada de atención sobre el estado actual de cosas en materia de
2
coordinación, colaboración profesional, capital social entre el profesorado,
departamentos y titulaciones y, al mismo tiempo, algunas ilustraciones de qué se ha
hecho y podría hacerse. Una invitación, en suma, a revisar y actuar en consecuencia de
cara a fortalecer los vínculos, la deliberación conjunta, la construcción colegiada de
proyectos e innovaciones, así como también a hacer partícipes y actores implicados en
el empeño, además del alumnado, a otros actores como directores de departamentos
y demás encargados de gestionar la Universidad.
El tercer volumen está centrado en la evaluación y la identidad del alumnado. Este
segundo aspecto, que podría haberse incluido igualmente en los dos anteriores, en
cada uno de ellos con sus propios y merecidos significados, ha querido estimular
aportaciones relacionadas con la condición de nuestro alumnado, que seguramente es
diferente ahora que hace algún tiempo no demasiado lejano. También, una
oportunidad para dar cabida y lugar, aunque solo haya sido parcialmente, al
protagonismo y la participación auténtica de nuestros y nuestras estudiantes en sus
propios procesos de aprendizaje y, cómo no, en la misma institución en la cual están
pasando años importantes de sus trayectorias vitales como sujetos, ciudadanos y
futuros profesionales. Por su parte, la evaluación de los aprendizajes del alumnado,
que es otro de los temas realmente candentes en cualquier intento de mejora y
transformación de la enseñanza y formación de titulados, tenía que ofrecer un espacio
propio a contribuciones como las que se recogen. Muestran, con matices y la
pluralidad comprensible, ideas, propuestas y realidades en un empeño, cada vez más
insistente y fundado, en la necesidad de revisar y reconstruir la filosofía de la
evaluación, sus criterios y procedimientos, apuntándose cada vez por una forma de
valorar y evaluar que realmente sea no solo certificadora, sino también formativa y
auténtica.
El último volumen incluye cuatro grandes temas, el del gobierno (gobernanza si se
quiere) de las universidades, el proceso de Bolonia y las condiciones laborales del
profesorado y la profesionalidad. Cada uno de ellos, como es manifiesto, tiene una
entidad propia, pero se han conjuntado porque pueden considerarse estrechamente
relacionados. Las políticas pasadas y actuales de gobierno de la universidad,
precisamente en un tiempo histórico, social, económico y político extremadamente
complejo, tenían que estar presentes en un encuentro como el que se lleva a cabo en
CIDU 2016. ¿Quién o quiénes gobiernan, deciden y sancionan la vida universitaria, y
cuáles están siendo los poderes más influyentes, los poderes meso y micro
participantes y las relaciones entre unos y otros?; ¿Cuáles son las conexiones entre las
decisiones que se toman más allá, no solo de universidades singulares, sino también de
políticas nacionales, en un mundo en que el gobierno y el poder de una nueva clase, la
de los expertos y Agencias nacionales e internacionales, están redefiniendo la
autonomía, tantas veces proclamada como sutil o abiertamente cercenada?; ¿Cómo se
ha inscrito en esas coordenadas el denominado proceso de Bolonia, y cuáles, de
hecho, están siendo las formas de regulación, vigilancia, control y sanción que ha
propiciado para, como pretendía, impulsar mejoras de la formación y de otros
aspectos que en parte se han logrado y en parte, quizás lo más, se quedaron menos de
a medias?; ¿En qué grado las nuevas formas de tutela (además de presupuestaria,
también de otra naturaleza más sutil) de las universidades ha terminado impactando
3
en las condiciones laborales del profesorado y, como se está apreciando los últimos
años, provocando su precarización, inestabilidad personal y profesional, denostación y
hasta penalización de la docencia por mucho que se proclame, y se exija, renovaciones
y mejoras?. Ese conjunto de interrogantes, que seguramente solo han sido
provisionalmente encarados y respondidos por las diferentes contribuciones que
componen este último volumen, van a requerir más y más detalladas consideraciones
en los próximos años, y quizás décadas.
Tómense, por favor, estas aportaciones a los temas del Congreso como invitaciones a
seguir pensando, hablando y compartiendo sobre los mismos. Nuestra intención, al
editar estos cuatro volúmenes, es poner a disposición de las personas interesadas las
muy diversas aportaciones planteadas. Ojalá que, además de conocer una muestra de
lo que se viene pensando y haciendo sobre la universidad y la docencia, sirvan para
que alguien se interrogue sobre cuestiones de un indudable interés, reflexione y
comparta inquietudes y ambiciones profesionales. De ese modo puede sostenerse,
como es propio de nuestra institución, la llama encendida del conocimiento, de la
crítica, del aprender personalmente y con otros, de la persecución de aquellas cosas
por las que realmente vale la pena ejercer como docentes informados y
comprometidos con las tareas excelsas que nos conciernen.
Juan M. Escudero Muñoz
Presidente del Congreso CIDU 2016
Universidad de Murcia
4
UNIVERSIDAD Y GOBERNANZA
5
CULTURA ORGANIZACIONAL ASSOCIADA À CRIAÇÃO DO
CONHECIMENTO COMO DESAFIOS A SEREM VENCIDOS: UM
ESTUDO NUMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
Fernandes Campos, Soraya (Universidade Federal da Paraíba – MPGOA;
Brasil); Vieira, Maria das Graças (Universidade Federal da Paraíba MPGOA; Brasil).
Resumo
Na presente comunicação, tem-se como objetivo analisar as possíveis associações
entre os elementos da cultura organizacional de uma organização pública federal de
ensino superior, sob a perspectiva teórica do processo de criação do conhecimento.
Para isso, foram utilizados os modelos de delineamento da cultura organizacional de
Alves, e o modelo de criação do conhecimento de Nonaka e Takeuchi. A pesquisa é
descritiva, realizada por meio de triangulação metodológica. A partir das análises,
concluiu-se que existe uma importante associação entre a cultura organizacional e a
criação do conhecimento na organização pesquisada.
Introdução
O conhecimento passou a ter papel fundamental dentro das organizações. Ele tornouse sinónimo de inovação. Segundo Drucker (1993, p.15) “hoje o recurso realmente
controlador, o fator de produção absolutamente decisivo, não é o capital, a terra ou a
mão de obra, mas sim o conhecimento". Nesse contexto, começou-se a estudar como
o conhecimento pode ser criado nas organizações, surgindo o conceito de gestão do
conhecimento (GC), que para Stewart (2002, p.172) consiste em “identificar o que se
sabe, captar e organizar esse conhecimento e utilizá-lo de modo a gerar retorno”.
Entre os fatores que estão relacionados à GC, está a cultura organizacional. Seu estudo
pode fornecer uma identidade cultural à organização e agregar conhecimentos que
possam nortear a vivência ou implantação de processos de GC.
A universidade, como uma organização pública que é, tem como grande desafio
quebrar paradigmas como transformar sua estrutura burocrática e hierarquizada.
Como um caminho para superar essas dificuldades, a GC se evidencia como uma
ferramenta a ser utilizada no processo de busca pela inovação, pela produtividade e
interação social, aparecendo como uma possibilidade concreta de mudanças.
Para realizar a associação entre cultura e criação do conhecimento, foram utilizados
nesta pesquisa o modelo de delineamento da cultura de Alves (1997) e o modelo de
criação do conhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997). Para isto, foi realizada a
identificação dos elementos da cultura na organização pesquisada, em seguida os
elementos identificados foram associados aos aspectos que envolvem o modelo de
criação do conhecimento.
6
Marco teórico
1. Modelo de delineamento da cultura organizacional de Alves (1997)
Para delinear a cultura, Alves (1997) apresenta conjuntos de particularismos que
devem ser observados com atenção durante o processo de coleta de dados. No
conjunto de artefatos visíveis (1) devem ser verificados elementos como: arquitetura,
logotipo, vestuários, equipamentos, entre outros que podem ser facilmente
observados na organização. O ambiente organizacional (2) é o conjunto representado
pelo relacionamento da organização com o seu ambiente externo e interno, através da
percepção desse ambiente no que diz respeito à competitividade, à ordem, à
complexidade e ao apoio. O conjunto de sistema de crenças e de valores (3) é
reconhecido pela forma como os indivíduos da organização compreendem uns aos
outros, o ambiente e a vida. O sistema gerencial-administrativo (4) pode ser
caracterizado pelo estilo da gerência, pela ênfase dada ao trabalho, pelo uso do
tempo, pela importância da autoridade e pela estrutura organizacional. O sistema de
símbolos (5) trata dos heróis, ritos/festas/cerimônias, seus mitos e histórias
relacionadas à organização. O sistema de comunicação (6) compreende a imagem e a
autoimagem da organização, a linguagem, o vocabulário, os jargões, o fluxo das
informações, os meios de comunicação escritos, os processos de comunicação orais e
o discurso da organização. No grupo de processo decisório (7), deve-se verificar a
forma como as decisões são tomadas pela organização. A endoculturação e o
treinamento (8) abordam o processo de socialização dos novos membros, a reação da
organização em relação às condutas consideradas desviantes. A cooperação e o
conflito (9) englobam o nível de cooperação ou de competição entre pessoas e grupos
da organização, a intensidade de compartilhamento de sentimentos pessoais e a forma
como os conflitos são administrados. Segundo Alves (1997), cada conjunto desses é
capaz de fornecer traços significativos, aqui chamados de elementos da cultura da
organização.
2. Modelo de criação de conhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997)
O modelo é baseado na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Sendo
considerado tácito, o conhecimento a nível individual intríseco a cada indivíduo, difícil
de ser formulado/comunicado e explícito aquele que pode ser transmissível em
linguagem formal e sistemática. Para os autores, o segredo para a criação do
conhecimento está na mobilização e na conversão do conhecimento tácito. A partir da
interação entre os conhecimentos tácito e explícito, nascem os quatro modos de
conversão do conhecimento – socialização (conversão do conhecimento tácito em
tácito por meio do compartilhamento de experiencia), externalização (do
conhecimento tácito em conhecimento explícito, provocado pelo diálogo e pela
reflexão coletiva), combinação (do conhecimento explícito com o conhecimento
explícito, através de conceitos transformados em um sistema de conhecimento e
internalização (do conhecimento explícito em tácito, quando o indivíduo se apropria
do conhecimento explícito e o incorpora). Como parte desse modelo teórico, os
autores apresentam condições capacitadoras à criação do conhecimento, que devem
7
ser desenvolvidas no âmbito organizacional: intenção; autonomia; flutuação e caos
criativo; redundância e variedade de requisitos. Nonaka e Takeuchi (1997) abordam
ainda neste modelo, um tipo de gestão e estrutura organizacional que consideram
ideal para que o conhecimento seja criado denominados de gerencia middle-up-dow e
estrutura em hipertexto (Nonaka; TakeuchI, 1997).
Metodologia
1. Caracterização da pesquisa
A pesquisa realizada foi do tipo descritiva, que, segundo Gil (2008), consiste em
descrever as características de determinadas populações ou fenômenos, neste caso, os
elementos da cultura organizacional do CCHSA e sua associação ao processo de criação
do conhecimento. Quanto à opção metodológica, foi utilizada a pesquisa de método
misto, através de uma abordagem de investigação que combina as formas qualitativa e
quantitativa. Nesse sentido, o estudo foi realizado mediante uma triangulação
metodológica formada por análise documental, pela observação do pesquisador e por
aplicação de questionário.
2. Amostra
A amostra da pesquisa foi composta por 69 servidores técnico-administrativos e 67
docentes do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias da Universidade Federal
da Paraíba, o que corresponde a cerca de 51% da população. A amostragem foi do tipo
não probabilística.
3. Coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de consulta feita à documentos institucionais,
observação assistemática do ambiente organizacional e por aplicação de questionário
on line, disponibilizado para toda a população por e-mail institucional. O questionário
apresentou perguntas relacionadas aos conjuntos de particularismos de Alves (1997).
4. Análise dos dados
Inicialmente, procedeu-se à estatística descritiva para caracterizar os participantes, na
sequência, a estatística inferencial, utilizando-se o teste Qui-quadrado, para verificar o
significado da frequência absoluta das respostas do questionário. Realizou-se uma
análise fatorial, com base nas respostas obtidas na aplicação do questionário, que
foram tomadas como variáveis, com o intuito de investigar o padrão de correlações
existentes entre elas. A etapa qualitativa ocorreu por meio da relação estabelecida
entre os dados levantados com os conjuntos do modelo de Alves.
Resultados
1. Identificação dos elementos da cultura organizacional do CCHSA
Os elementos culturais encontrados apontaram a existência de um processo decisório
lento, porém racional e participativo, com ênfase numa estrutura organizacional
hierarquizada. Os dirigentes foram considerados tolerantes em relação à ocorrência de
desvios comportamentais e de falhas técnicas na instituição. Os mecanismos de
treinamento e capacitação foram satisfatórios apenas para o grupo de técnicos
8
administrativos. No entanto, a cooperação para se obter o conhecimento só foi
enfatizada para o grupo dos docentes. Os líderes foram vistos como pessoas acessíveis,
e a importância dada à hierarquia foi considerada razoável.
2. Associação dos elementos da cultura ao modelo de criação do conhecimento
A análise fatorial agregou em seis fatores os conjuntos de elementos da cultura do
modelo de Alves (1997) que mais se correlacionam, numa sequência de força e
importância. Portanto, o fator 1 é mais forte que o fator 2, e assim sucessivamente. Em
seguida, os conjuntos de elementos culturais foram associados, por meio de uma
compreensão teórica dos modelos, aos aspectos que envolvem o processo de criação
do conhecimento numa organização. Os resultados dessa associação estão descritos
no Quadro 1. Convém destacar que todos os elementos culturais encontrados foram
associados à um ou mais aspectos do modelo de criação do conhecimento,
especialmente à condição capacitadora “autonomia”. A análise fatorial além de
demonstrar a correlação existente entre os conjuntos de elementos da cultura,
evidenciou a força de cada um deles separadamente na organização pesquisada.
Quadro 1 – Resultados da análise fatorial e associação dos modelos
Análise
Fatorial
Conjuntos de elementos da cultura
modelo de Alves (1997)
Aspectos modelo de criação do conhecimento a
que foram associados
Fator 1
Processo decisório - aspecto racional e
participativo
Autonomia/Gerência
midlle-up-down/Estrutura
organizacional hipertexto
Fator 2
Endoculturação e Cooperação/Conflito
Socialização/Extenalização/Internalização/Autono
mia/Intenção
Fator 3
Sistema
de
Treinamento
e
Socialização/Extenalização/Combinação/Redundân
cia/Flutuação e caos criativo
Fator 4
Treinamento
aprendizagem
de
Socialização/Extenalização/Combinação/Variedade
de requisitos
Fator 5
Sistema Crenças/Valores e Sistema
Gerencial
Internalização/Autonomia/Gerência
Middle-updown/Estrutura organizacional em hipertexto
Processo decisório – aspecto lento
Autonomia/ Gerência Middle-up-down/Estrutura
organizacional em hipertexto
Fator 6
Crenças/Valores
–
processos
Fonte: Dados da pesquisa (2015)
Conclusões
Conclui-se que apesar dos elementos culturais se correlacionarem entre si, eles
possuem força individual e diferenciada durante o processo de criação do
conhecimento, necessitando por tanto, de uma atenção específica por partes dos
gestores. A gestão da organização deve considerar essa diferenciação especialmente
durante a implantação de processos de GC, quando na preparação da cultura para este
fim. Na associação, os elementos culturais se relacionaram mais fortemente à
condição capacitadora autonomia, evidenciando a importância dos indivíduos
possuírem liberdade para criar conhecimento. O processo decisório se destaca como
9
um elemento cultural mais forte, porém apresentando aspectos considerados frágeis.
Por meio da análise fatorial, é possível perceber que esse elemento influencia e é
influenciado pelos demais, o que demonstra sua importância para a gestão
institucional.
Referências
Alves, S. (1997). Revigorando a cultura da empresa: uma abordagem cultural da
mudança nas organizações, na era da globalização. São Paulo: Makron Books.
Drucker, P. (1993). Sociedade pós-capitalista. 3. São Paulo: Pioneira.
Gil, A. C. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
Nonaka, I. & Takeuchi, H. (1997). A Criação de conhecimento na Empresa: como as
empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de janeiro: Campus.
Stewart, T. A. (1998). Capital intelectual – a nova vantagem competitiva das empresas.
Rio de Janeiro: Campus.
10
MODELO DE GESTIÓN DE CAPITAL INTELECTUAL PARA
INSTITUCIONES DE EDUCACIÓN SUPERIOR - IES,
COLOMBIA
Arrieta Reales, Nancy (Universidad Simón Bolívar y Universidad de Baja
California).
Resumen
Objetivo: Diseñar un Modelo de Gestión de Capital Intelectual para la calidad de IES,
Colombia 2014 – 2015. Métodos: investigación aplicada, corte cuantitativo y
prospectivo. Muestreo estratificado, se determinaron los estratos a través del criterio
de afijación de Neyman. Encuestas diseñadas y validadas con el estadístico kr20.
Resultados: El Modelo Sistémico-Dinámico de Gestión del Capital Intelectual para la
Calidad de Instituciones de Educación Superior – SIDIGCIES, consta de los Subsistemas Dinámicos: Talento Humano, Investigación e Innovación, Académico Administrativo y
Reconocimiento Social. Se validó en un programa de Medicina, los resultados: 66% de
retención del personal formado en maestría; correspondencia entre número de puestos
de trabajo - equipos de computo - conexión a internet; 44 estudiantes en semillero; 76
publicaciones en revistas EISI. Conclusión: El Modelo SIDIGCIES, responde a las
necesidades de la gestión del capital intelectual para la calidad de IES.
Introducción
El presente trabajo es el resultado de la investigación realizada para optar el título de
Doctora en Educación Superior de la Universidad de Baja California de México, en la
línea de administración y gestión. Es una temática de gran pertinencia a nivel mundial
al ser considerado el capital intelectual –C.I., el intangible que genera valor en las
empresas.
Los autores Cano, Sánchez, González y Pérez (2014), indican que con frecuencia el
termino C.I., es usado como sinónimo de intangibles, activos intangibles, recursos
intangibles, propiedad intelectual, valores inmateriales, conocimiento, entre otros y su
denominación de capital es debido a sus raíces económicas.
Es así, que autores como Román (2005) y González y Rodríguez (2010), coinciden en
que, la generación de nuevo conocimiento en las empresas del siglo XXI, son la causa
de importantes cambios en la sociedad. El forjar C.I. se ha convertido en un eje de gran
importancia.
Para Edvinsson, (2013) y Dumay, (2013), el C.I. podría ser denominada ciencia de
sistemas. Se enfocaría en el estudio sistemático e interdisciplinario, orientado a
identificar los recursos intelectuales para compartirlos, emplearlos y mantenerlos en
los diferentes niveles que van del individual, al organizacional, social y global.
De acuerdo a lo anterior se define el C.I. para las IES, como los intangibles que dan
valor y posicionamiento a la entidad educativa a través de los rasgos que la distinguen
como única (filosofía, políticas, principios, valores, proyecto educativo, entre otros).
11
Así mismo, integra los desarrollos investigativos e innovadores y la aplicación de
mecanismos de fomento, divulgación y protección del conocimiento.
Otro aspecto importante fue lo manifestado por Bustos (2011) quien consideró, que
las IES han sido creadas como estructuras operativas de producción, cuya misión
específica basa su dinámica de acción a través del equipo humano, siendo el elemento
clave para el logro de sus objetivos, lo que orienta a una gestión del C.I. de manera
inteligente.
Los antecedentes presentados llevaron a plantear la hipótesis que, el modelo de
gestión de capital a ser diseñado responderá efectivamente a la gestión del capital
intelectual de las IES. El objetivo fue, diseñar un Modelo de Gestión de Capital
Intelectual para la calidad de las Institución de Educación Superior, Colombia 2014 –
2015.
Metodología
Investigación aplicada, al estar centrada en un campo de práctica habitual y cuyo
conocimiento será de aplicación a dicha práctica, lográndose alcanzar un conocimiento
relevante y con ello darle solución a un problema general (McMillan y Schumacher,
2005). De corte cuantitativo, donde la información se obtuvo de la realidad a través de
la medición y experimentación (aplicación de encuestas y análisis documental), con
visión prospectiva.
Muestra
El muestreo fue estratificado y para determinar el tamaño de cada una de las
poblaciones (estratos), se tuvo en cuenta las varianzas poblacionales de las mismas y
se optó por usar el criterio de afijación de Neyman, cuya fórmula es:
Reemplazando y calculando el tamaño de muestra total con un alpha del 95 y un error
estándar del 1% el n= 2139 personas repartidas proporcionalmente entre las
representaciones porcentuales de los estratos, quedando las muestras de la siguiente
manera: estudiantes, 153; egresados, 52; docentes, 17; familias, 207; empresarios, 4.
Instrumentos
Para validar los instrumentos se utilizó el estadístico de kuder-richardson (kr20), el
cual, mide la consistencia interna de los instrumento. Este estadístico mide la fiabilidad
(validez + precisión) de los instrumento con respuestas dicotómicas, i. e. ausencia o
presencia, correcto incorrecto, realizado o no realizado, entre otros. Se utilizó la
formula estándar para el cálculo de kr20.
.
Teniendo en cuenta la modularización del instrumento, la prueba dio un coeficiente
para cada del: encuesta a estudiantes = 98%; encuesta a docentes= 95%; encuesta a
administrativos= 87%; encuesta a directivos= 92%; encuesta a egresados= 97%;
encuesta a empresarios= 93%; encuesta a familiares= 78%.
Resultados
El diseño del modelo estuvo fundamentado en: Teoría de las organizaciones
inteligentes Senge (1995); Teoría de las Capacidades Dinámicas en el mundo
12
empresarial, de Pisano, Collins y Teece (1994, 1994 y 1997: citados por Bravo (2005);
Teoría de creación del conocimiento Nonaka y Takeuchi, (1999) y los lineamientos del
Consejo Nacional de Acreditación – CNA- de Colombia de programas (2014) e
instituciones (2015).
El modelo lleva por nombre “Modelo sistémico-dinámico de gestión del capital
intelectual para la calidad de instituciones de educación superior – SIDIGCIES”. Se
encuentra integrado por cuatro componentes, denominados Subsistemas - Dinámicos,
son: Talento Humano, de Investigación e Innovación, Académico Administrativo y de
Reconocimiento Social; interaccionan uno con el otro de manera activa y continua.
Alrededor de ellos, se mueven en forma ondulante los elementos que hacen posible el
fomento y distribución del conocimiento: Conocimiento Tácito, Conocimiento
Explicito, Conocimiento Organizacional y Conocimiento Interorganizacional. Se
encuentran influenciados por cuatro elementos que inciden directamente en su
comportamiento integral y el logro de los objetivos de las IES: Condición Financiera,
Contexto Nacional e Internacional, aspecto ético – Legal y la Infraestructura Física y
Recursos Materiales.
La medición del Modelo SIDIGCIES realizada a través de la aplicación de los
instrumentos a la comunidad educativa de un Programa de Medicina de la Ciudad de
Barranquilla (estudiantes, docentes, administrativos, directivos, familias de los
estudiantes, egresados y empresarios) arrojaron lo siguiente: un nivel de satisfacción
calificada por los actores en los rangos de bueno y sobresaliente entre 3,60 y 4,67, los
cuales evidencian que existe confianza social en la comunidad. En el mismo rango se
encuentran la cultura y clima organizacional con 3,50 y 4,57, el desempeño docente
con 3,94 y 4,74 y las condiciones físicas y materiales calificadas entre 3,25 y 4,38. En
cuanto a los aspectos que integran la selección en los directivos con una calificación
promedio de 2,83 y el crecimiento profesional en los egresados con un promedio de
2,53, ubicándolos en aceptable.
Los resultados de la aplicación de indicadores del Subsistema Dinámico Talento
Humano: existencia de políticas para el reclutamiento, selección e inducción del
personal docente y administrativo y ausencia de un manual de funciones por
competencias; no existe un plan de capacitación en el programa y poca aplicación de
las políticas para ascensos, estímulos y retención del personal. Se han dado ayudas
para estudios de maestría a 3 docentes y han sido retenidos el 66%; existen políticas
para la evaluación del desempeño del personal y de bienestar laboral; existe
correspondencia entre el número de puestos de trabajo con el número de equipos de
cómputo con conexión a internet.
En cuanto a los indicadores del componente Subsistema Dinámico de Investigación e
Innovación, mostró que: para el Fomento del Conocimiento, el 33% de los docentes del
programa con título de doctor participación en investigación y el 50% de los docentes
investigadores con maestría. El 100% de los docentes investigadores están contratados
de Tiempo Completo.
Con referencia a la producción en investigación se observó que: en los últimos cinco (5)
años se ha dado una producción de 27 trabajos terminados. La 3 productos de material
didáctico por los docentes. También se encontró que se han desarrollado propuestas
13
para el mejoramiento de procesos críticos del programa por docentes, administrativos
y directivos.
Para el componente captura del conocimiento, se evidenció en los indicadores que:
cuenta el programa con siete (7) docentes investigadores y tres proyectos de
investigación aprobados para ser ejecutados. 44 estudiantes de semillero asociados a
proyectos de investigación. No existen proyectos desarrollados en cooperación con
otras facultades y a nivel interinstitucional; han sido financiados tres (3) proyectos al
programa por la Universidad; no se han dado proyectos con financiamiento
internacional; hay un proyecto de intervención propio del programa activo que apunta
a mejorar situaciones de la comunidad ejecutándose en los últimos cinco (5) años y
concebido a 15 años.
En la distribución del conocimiento: hay un total de 76 publicaciones en revistas de
alto impacto EISIS – Scopus. No tienen registros de las publicaciones en revistas de
mediano y bajo impacto; cuentan con tres publicaciones en medio impreso y ninguna
en medio digital. Han sido presentados 28 trabajos en eventos nacionales y 15 en
internacionales; el impacto promedio de las publicaciones EISI por investigador es de
2,7; no se tiene conocimiento en el programa sobre el impacto de uso de las bases de
datos, libros y revistas. El programa ha recibido tres premios por productos de
investigación y se han dado un total de 11 intercambios de estudiantes a través de
convenios internacionales. El 100% de las aulas se encuentran cubiertas con Wi fi y
cuentan con proyectores multimedia instalados.
Los indicadores del Subsistema Dinámico Académico – Administrativo: la IES tiene
actualizado el PEI y este orientó la estructuración del PEP del Programa y el currículo
responde a sus lineamientos. Hay establecidas políticas para el mejoramiento
currícular, una estructura académico – administrativa que responde a las necesidades
del programa y existen procesos de planeación estratégica y financiera. El sistema de
información presenta dificultades, al encontrarse que no cumple como sistema
moderno y ágil. Cuentan con un sistema de medición del clima organizacional y con
políticas claras de selección, inducción y retención de estudiantes.
Para los indicadores del componente Subsistema Dinámico de Reconocimiento Social:
el 100% de los estudiantes, familiares, egresados y empleadores expresaron estar
satisfechos con el programa. Con referencia al posicionamiento social, en cinco años
han participado en tres (3) proyectos, pero solo uno es propio del programa, y han
apuntado a políticas gubernamentales. Han desarrollado 32 actividades de educación
continua a la comunidad en los últimos cinco años.
Conclusiones
Se logró el diseño de un modelo que responde efectivamente a la gestión del capital
intelectual de las IES. Este lleva por nombre “MODELO SISTÉMICO-DINÁMICO DE
GESTIÓN DEL CAPITAL INTELECTUAL PARA LA CALIDAD DE INSTITUCIONES DE
EDUCACIÓN SUPERIOR – SIDIGCIES”. Se encuentra integrado por cuatro componentes,
denominados Subsistemas – Dinámicos, son: Subsistema- Dinámico del Talento
Humano, Subsistema- Dinámico de Investigación e Innovación, Subsistema- Dinámico
Académico Administrativo y Subsistema- Dinámico de Reconocimiento Social.
14
Alrededor de ellos, se mueven en forma ondulante los elementos que hacen posible el
fomento y distribución del conocimiento, como son: Conocimiento Tácito,
Conocimiento
Explicito,
Conocimiento
Organizacional
y
Conocimiento
Interorganizacional. Así mismo, responde a las exigencias establecidas por el CNA de
Colombia para la acreditación de programas y de instituciones.
Referencias
Bravo, E.R. (2005). Cita a: Pisano, 1994; Collins, 1994; Teece, 1997; Teece y Pisano,
1994. Identificación y Caracterización de las Capacidades Dinámicas Que
intervienen en el contexto de la Innovación de Producto: (Estudio de Casos).
Tesis
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Barcelona
2005.
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(28).
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Senge, P. (1995). La quinta disciplina en la práctica. Ediciones Gaviota. Bogotá.
15
PAID: ATENCIÓN A LA DIVERSIDAD EN LA UNIVERSIDAD:
ESTRATEGIAS DE IDENTIFICACIÓN, APOYO Y
SEGUIMIENTO DE COLECTIVOS CON NECESIDADES
ESPECIALES, EN PARTICULAR, ALUMNOS CON
DISCAPACIDAD
Álvarez Robles, Tamara (Universidad de León).
Resumen
Presentación del Proyecto de innovación docente “Atención a la diversidad en la
universidad: estrategias de identificación, apoyo y seguimiento de colectivos con
necesidades especiales, en particular, alumnos con discapacidad”. Configurado por un
grupo multidisciplinar (jurídico, sociológico y educativo). Dos líneas de trabajo: 1ª)
Utilidad de la tutoría por pares como recurso ante la diversidad. (Peer tutoring); 2ª)
Elaboración de un Reglamento de atención a las personas con discapacidad en la
Universidad de León.
Introducción
Las actuaciones desarrolladas en el marco del mismo, se estructuran en torno a dos grandes
líneas de trabajo: La utilidad de la tutoría por pares como recurso ante la diversidad y la
elaboración de un Reglamento de atención a las personas con discapacidad en la Universidad
de León.
- Un primer objetivo, continuación del curso anterior, fundamentada en la
utilización del trabajo por pares (peer tutoring) como elemento de estimulación
del aprendizaje y corresponsabilidad en ese proceso.
- El segundo de los objetivos o de las líneas de actuación, de carácter
eminentemente técnico, versaba sobre la redacción de un Reglamento sobre
atención a las personas con discapacidad en la Universidad de León.
Respecto del primero: La tutoría por pares se estructuró en 4 fases que se explicaran
detalladamente a continuación:
 Una primera que supondría identificar la demanda de personas
dispuestas a participar.
 La segunda fase supondría la implementación y propuesta.
 Tras ello se evaluarían los resultados.
 Y por último la difusión.
El segundo de los grandes bloques de trabajo versaba sobre la redacción de un
Reglamento sobre atención a las personas con discapacidad en la Universidad de León.
Consecuencia de la normativa internacional y nacional las distintas universidades
españolas han de regular de manera estructurada las diferentes acciones de atención
dirigidas a las personas con discapacidad.
Es por ello que nos encargamos del análisis normativo y de la elaboración de un
Reglamento específico para la Universidad de León, pues la laguna normativa de
16
nuestra universidad requería de un firme compromiso para ajustarse a las previsiones
que en materia de discapacidad se requieren.
Marco teórico
El derecho a la educación es un derecho fundamental, internacionalmente reconocido.
Empero, este reconocimiento está condicionado a las circunstancias personales del valedor o
tenedor del mismo. En todo caso, nos encontramos ante un derecho doblemente importante
debido a que no sólo hablamos de educación en el sentido de ser receptor de una enseñanza
sino también de integración y participación en la sociedad, de ahí que se promueva la
implicación de todos los poderes públicos para su implementación y desarrollo.
La evolución de tal derecho hasta la Convención sobre los Derechos de las Personas con
Discapacidad, celebrada en Nueva York el 13 de diciembre de 2006, momento en el cual se
consolida la implicación de la comunidad internacional a este respecto, se ha visto confrontado
en la actualidad a razón de la crisis económica que se está viviendo el último tiempo. Es ello el
motivo del presente estudio, reivindicar la necesidad de implantación y aplicación de la
normativa en materia de discapacidad en las Universidades mediante la reforma de sus
normas y la formación e información del personal.
Discapacidad y Universidad: protección del estudiante universitario en situación de
discapacidad.
I
El derecho a la educación universitaria y la discapacidad.
I.1. El derecho a la educación superior en España previamente a la Convención sobre los
Derechos de las Personas con Discapacidad, celebrada en Nueva York el 13 de diciembre de
2006.
a.
Ley 13/1982, de 7 de abril, de integración social de los minusválidos.
b.
Normas Uniformes sobre Igualdad de Oportunidades para las Personas con
Discapacidad.
c.
Ley Orgánica 6/2001, de 21 de diciembre, de Universidades.
I.2. El derecho a la educación superior en España desde la Convención sobre los Derechos de
las Personas con Discapacidad, celebrada en Nueva York el 13 de diciembre de 2006, hasta la
actualidad.
a.
La Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad.
b.
Modificaciones normativas en materia de educación universitaria derivadas de la
Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad.
II.
Medidas de acción positiva, implementación de las disposiciones normativas a la vista
de varios informes sobre la situación de las Universidades Españolas en materia de
discapacidad.
Metodología
 Respecto del primero: La tutoría por pares se estructuró en 4 fases que se explicaran
detalladamente a continuación:
Una primera que supondría identificar la demanda de personas dispuestas a participar.
La segunda fase supondría la implementación y propuesta.
Tras ello se evaluarían los resultados.
Y por último la difusión
17
 Respecto del segundo: El iter de este trabajo se concretó en la realización de varias
sesiones de trabajo conjuntas entre los componentes del Grupo de innovación en las
que se fueron ordenando las actividades a realizar:
En la primera sesión: se procedió a asignar a los distintos componentes del grupo el rastreo de
toda la legislación, disposiciones e instituciones que vinculadas a la atención a la discapacidad
se hallaren en las diferentes Universidades de España. El trabajo se estructuró por
Comunidades Autónomas. Se creó una carpeta de Dropbox como herramienta de trabajo en la
que se fueron subiendo los trabajos de todas las componentes en base a una rejilla de datos
que haría los mismos uniformes. Se configuraría de ese modo, una base de datos completa y
compleja.
Una vez remitidos los trabajos por los distintos miembros del Equipo se evaluaron aquellos
modelos que más se adecuaban a las necesidades de la Universidad de León. Sobre esa síntesis
se decidió iniciar la redacción consolidada de un texto breve, a diferencia de otros
Reglamentos que incluyen planes de actuación (Valladolid), inclusivo frente a los que solo se
centran en determinados usuarios (estudiantes, como Valencia) y que tenga un carácter
normativo, frente a opciones solo programáticas (Jaén). En esta etapa la Profesora Seijas
Villadangos tendría un gran papel.
Se debatió el borrador de Reglamento a todos los miembros, previamente remitido por correo
electrónico, formulándose diversas propuestas y sugerencias.
Por último se remitiría a la Universidad.
Resultados
Para concluir con el presente estudio hemos de reproducir varias ideas que condensan nuestro
trabajo.
El tránsito del concepto discapacidad desde una visión médico-asistencial, propia de las
primeas décadas, a una visión ocupada en la garantía de los derechos y la protección de
valores y principios entre los que resaltan la igualdad, efectiva y real, la no discriminación, y el
acceso, diseño universal y para todos, tras la Convención sobre los Derechos de las Personas
con Discapacidad.
Respecto del íter normativo, en las primeras etapas las diferentes normas apenas contenían
especificaciones al disfrute de derechos y a las garantías de los mismos, si bien, tras la
ratificación por distintos Estados, entre los que se encontraba España, de la Convención Sobre
los Derechos de las Personas con Discapacidad se produce un salto cualitativo en la
positivación no sólo de los derechos y principios sino también de las medidas de acción
positivas que habrían de ser contenidas en la legislación de los Estados partes. Ello sucedería
así en España aprobándose desde entonces una pluralidad de normas tendentes a dar
cumplimiento a los compromisos adquiridos tras la firma y ratificación de la Convención.
La necesidad de seguir en el camino que han iniciado las universidades y complementarlo con
el fomento en investigación tanto en proyectos propios y/o tesis, como en trabajos de fin de
grado o máster, desde la perspectiva no sólo básica sino aplicada de esas investigaciones. Así
como el fomento de medidas y políticas activas tendentes a la consecución del incremento del
número de alumnos que accedan y se mantengan en las enseñanzas universitarias. Fomento
igualmente de programas de formación en el ámbito de la discapacidad tanto del profesorado
como de la comunidad universitaria en general para que de ello se derive una adecuada
respuesta a las necesidades del, tantas veces citado, colectivo de estudiantes discapacitados.
La crisis económica ha tenido como consecuencia la disminución de la financiación de las
universidades. Bajada que se ve reflejada en la prestación de ayudas complementarias a la
18
exención y/o reducción en el pago de la matrícula así como en la adaptación y compra de
materiales de apoyo necesarios para lograr la accesibilidad del alumno, en la prestación de
programas y realización de tareas. Es por ello que se debe fortalecer la colaboración entre
administraciones públicas y organismos públicos y privados para conseguir no sólo un
aumento de la financiación sino también una mayor eficacia y eficiencia de recursos materiales
y humanos.
La modificación de la normativa interna universitaria; respecto de los estatutos universitarios
criticar que en su mayoría se remitan a la legislación vigente, de mínimos, no aprovechando la
oportunidad para regular las distintas facetas del personal con discapacidad o que interactúa
con estudiantes discapacitados y no definiendo en profundidad los servicios de atención a
personas/estudiantes con discapacidad; en el mismo sentido criticar la falta de reglamentos
específicos de estudiantes universitarios que regulen este aspecto en profundidad y que se
comprometan a regular tanto los derechos como las obligaciones del colectivo de estudiantes
discapacitados.
Y por último debemos referirnos al concepto de “ajustes razonables”, entendidos como
garantía y como derecho subjetivo. En cuanto a garantía, los ajustes razonables se refieren a la
protección de los derechos de igualdad y no discriminación, haciendo por lo tanto factibles el
acceso y disfrute de derechos de forma plena y efectiva con el único límite de la carga
desproporcionada y/o indebida. Es decir, afianzan la eficacia de los derechos. En cuanto a
derecho subjetivo nacido de la Convención y positivado en el ordenamiento interno es preciso
destacar su configuración como un concepto jurídico indeterminado con la consiguiente
necesidad de su especificación en cada caso o en cada colectivo y situación. Si bien se precisa
de una mayor concreción normativa en las diferentes esferas de aplicación, siendo necesarios
criterios orientadores que no agoten la aplicación subjetiva del ajuste razonable en función del
caso concreto pero que en todo caso ayude a su seguridad o garantía del mismo. Puesto que
hasta ahora podemos hacer cierta arquitectura para configurar el concepto de ajustes
razonables con el derecho a la educación en relación con los pronunciamientos del Tribunal
Constitucional al tratarse la educación de un derecho fundamental, así una medida restrictiva
al mismo habrá de superar el juicio de proporcionalidad en su triple dimensión: “juicio de
idoneidad”, “juicio de necesidad” y “juicio de proporcionalidad estricto sensu”. Estos tres
requisitos habrán de estar motivados y razonados así como la Administración deberá
igualmente motivar la desproporcionalidad de la carga que podría ir relacionado con la
“atención individualizada” que requiera la presencia de pocos alumnos, con una organización
de la asignatura o lección muy pendiente del estudiante en el sentido de diferenciada/especial.
Conclusiones
Cuatro recomendaciones:
La primera es la necesidad de que el Reglamento que éste grupo ha elaborado sea aprobado
por el órgano competente de nuestra Universidad.
Junto a ello invitar a todos aquellos profesores aquí presentes a que implanten en sus clases la
figura de la tutoría por pares, así como a que se animen uds. Y animen a sus alumnos a realizar
trabajos de investigación como puedan ser TFG o TFM en el ámbito de la discapacidad desde
sus respectivas disciplinas y en la medida de lo posible.
Y por último y no menos importante, la sensibilización es importante que nos sensibilicemos
con las personas discapacitadas o con alguna necesidad especial y para ello debemos realizar
actividades, o jornadas de sensibilización.
19
TRANSFORMACIONES EN LAS POLÍTICAS QUE REGULAN
LA UNIVERSIDAD: ESTRATEGIAS FLEXIBLES PARA
FORTALECER LAS PRÁCTICAS DE GOBIERNO NEOLIBERAL
Olga Cecilia Díaz Flórez (Universidad Pedagógica Nacional. Bogotá,
Colombia).
Introducción
Esta ponencia se basa en la tesis doctoral1 concluida en el año 2013, y en ella se
sintetizan algunos de sus desarrollos centrales orientados a contextualizar y tematizar
la reorganización de la racionalidad política que se deriva de las orientaciones
promovidas en la contemporaneidad, cuyas formas de gobierno buscan intervenir
sobre las condiciones de libertad, de tal manera que sea posible el autogobierno de los
intereses tanto individuales como sociales, expresado en la necesidad de involucrarnos
y hacernos cargo de nuestra existencia individual y colectiva. Las agendas que orientan
estas transformaciones en la educación superior abordan estas orientaciones, que en
todo caso, han de ser ajustadas “a la medida” de los contextos. La racionalidad que se
promueve desde este gobierno activo, y para que ella efectivamente funcione,
demanda un compromiso también activo por parte de los sujetos, a quienes se les
reconoce su capacidad de agencia, de decisión y de acción, por un lado, para diseñar el
propio “proyecto de vida” y por otro, para generar una mayor implicación en calidad
de interlocutores sociales, en el marco de la llamada “responsabilidad social”, que
impele a los individuos a asumir un compromiso en el seguimiento y logro de los
resultados esperados.
Bajo esta perspectiva, la ponencia analiza el ejercicio de gobierno que
contemporáneamente se promueve en el campo de la educación superior,
particularmente desde las prácticas discursivas promovidas por las políticas sociales y
educativas configuradas en el interjuego entre agencias multilaterales internacionales
y agencias nacionales. A través de ellas se identifican los discursos que dan forma a
una manera particular de asumir estas intervenciones gubernamentales que buscan
encontrar su “justa medida”, transitando de un énfasis en el consenso y en la eficacia
de las intervenciones, a un pragmatismo gradual y heterogéneo que haga posible la
cualificación en las inversiones en el capital humano y el consecuente despliegue de su
capacidad de agencia.
De especial interés para el campo de análisis formulado, es la manera como opera el
Estado y sus políticas: se le ubica en el papel de observador, analista, regulador,
generador de condiciones o supresor de obstáculos a las negociaciones que se
encaminan a reconocer e incorporar el potencial por explotar para facilitar la ganancia
de calidad y productividad, en el que se reclama mayor cooperación entre los actores
económicos. Por tanto, este gobierno social centrado en la gestión del capital humano,
1
Díaz, Olga Cecilia. Las competencias como tecnologías de gobierno neoliberal: consentimientos y contraconductas
en la educación superior”. Tesis Doctoral Laureada, no publicada, 2013. Doctorado en Educación, Universidad
Pedagógica Nacional, Bogotá, Colombia.
20
no se orienta a hacer desaparecer al Estado, sino que lo convierte en uno de los
instrumentos que contribuye a crear la autonomía de un mercado, ahora globalizado
bajo el modelo de una economía social de mercado altamente competitiva. El rol del
Estado, por tanto, se centra en realizar intervenciones que acuden a flexibilizar
procesos económicos cuando es necesario corregir o complementar los sucesos del
mercado y atender el interés público, ya sea a través de políticas sociales, de
coyuntura o del mercado laboral. El criterio fundamental es que tales acciones han de
ser compatibles con el orden del mercado económico y por ende, no deben dificultar
la interacción entre oferta y demanda.
Objetivo
Tematizar y analizar el ejercicio de gobierno que contemporáneamente se promueve
en el campo de la educación superior, particularmente desde los discursos promovidos
por las políticas sociales y educativas para la universidad generadas tanto para América
Latina como para Colombia.
Método
La investigación se inscribe en una concepción y un abordaje de carácter interpretativo
y analítico. Aquí la interpretación, como lo señala Veyne (1984) no designa solamente
el sentido que se encuentra en algo, sino también el hecho de interpelarlo, es decir, el
sentido que se le atribuye. El corpus documental para el abordaje de los discursos,
contempla aquellos que configuran políticas sociales y educativas, tanto del ámbito
local –políticas estatales del contexto nacional, como internacional –organismos y
agencias multilaterales. Igualmente, se integran como fuentes las normas, decretos,
datos, sistemas de información de diversas agencias; así como algunas fuentes
secundarias provenientes de producciones de académicos e investigadores, elaboradas
en relación con la situación actual de la universidad latinoamericana y colombiana.
Resultados
La ponencia tematiza las transformaciones impulsadas en el campo social y educativo,
a partir de la identificación de los discursos que dan forma a una manera particular de
asumir estas intervenciones gubernamentales que buscan encontrar su “justa
medida”, transitando de un énfasis en el consenso y en la eficacia, a un pragmatismo
gradual y heterogéneo que privilegia las estrategias “amistosas con el mercado”. Tales
orientaciones son discriminadas para el campo de la educación y la educación superior,
destacando las características de estas regulaciones: su acento en la adaptación al
cambio a partir de un menú de “opciones deseables”; la preocupación por lograr que
los sujetos mantengan el nivel del juego alcanzado; y, la promoción del autogobierno,
basado en prácticas flexibles que acuden a la libertad y la autonomía; la cuales operan
bajo un principio central: “el mercado hasta donde sea posible y el Estado hasta donde
sea necesario”.
Igualmente, se identifican conjuntos de orientaciones presentes tanto en la política
promovida por los organismos internacionales (Banco Mundial, Naciones Unidas,
Comisión Europea, UNESCO y OCDE), como en la política del país, destacando como en
unos y otros se fortalecen unas prácticas de gobierno flexible, adaptativo y pragmático,
21
que también abre el espacio a las fisuras y a las fugas: de un lado, con la promoción de
la capacidad de agencia, y de otro, con los escenarios que generan apertura a través
del impulso a la modulación y la automodulación. Para ilustrar algunos de los efectos
producidos por estas estrategias de gobierno, se tematizan las nuevas problemáticas
que se suscitan, particularmente a nivel de la jerarquización, estratificación y
desigualdad que se derivan de las formas de regulación social emprendidas en la
educación superior en la última década en el país.
Conclusiones
La ponencia apropia y amplía la lectura de las características de la racionalidad política
que se ha configurado históricamente en las últimas décadas, dilucidando el lugar que
ocupa la educación y la universidad en esta racionalidad y ubicando la manera como se
articulan las prácticas discursivas del capital humano en tales orientaciones. Así, la
investigación aclara cómo los recientes planteamientos de las políticas sociales y
educativas van afinando, cualificando y materializando formas de promover el nivel y
la forma de la inversión en el capital humano, cuya novedad es que cada individuo
también ha de hacerse responsable de gestionar su potencia creadora, en procura de
lograr articular los aprendizajes y la disposición al cambio, en relación con demandas
diferenciadas y jerarquizadas.
En el desarrollo de la investigación se presenta el tránsito de las respuestas únicas y
uniformes que ofrecen las políticas sociales y educativas a un pragmatismo
experimental que, pese a sus diferencias, mantienen la aspiración de configurar
“enfoques amistosos con el mercado”, cuya oscilación va de menores a mayores
articulaciones entre Estado y mercado. Estas prácticas de gobierno se caracterizan
igualmente, por incorporar sistemáticamente la crítica como legitimadora de las
nuevas orientaciones que pretenden conquistar consenso. En este recorrido se
analizan los discursos y las modalidades que se le atribuyen al Estado: desde el Estado
mínimo y neutral, pasando por el Estado eficaz, hasta el Estado pragmático que
revitaliza las instituciones públicas, las articula y conecta con los requerimientos de
crecimiento del sector privado. La lógica que se configura se basa en la interrelación
entre capacidad estatal y eficacia, que haga posible dos dinámicas que se asumen
como complementarias: emprender y promover acciones colectivas eficaces que
provean los servicios y bienes públicos fundamentales, a la vez que se genera una hábil
utilización de los mercados privados y competitivos que reduzcan la carga del Estado.
Estas reformas de segunda generación, que se rigen por la visión de fomentar el
crecimiento estimulado por el mercado, más recientemente –último quinquenio– han
optado por el impulso a un pragmatismo centrado en la eficacia y el gradualismo que
alienta a los gobiernos a experimentar para enfrentar la incertidumbre. La manera de
gobernar en esta reorientación del neoliberalismo, es acudir a unos objetivos claros,
con políticas transitorias que permitan actuar con rapidez para cambiar de curso en
caso de no lograr concretar los resultados esperados y que se afecte la dinámica del
mercado. Ello conlleva evitar poner en riesgo el progreso de la economía, para la cual
se han de minimizar los conflictos sociales a través de la disminución de las
desigualdades; aspiraciones que también se hacen presentes en el tipo de reformas
institucionales impulsadas en la educación. Estas prácticas de gobierno también
22
conjugan dos importantes estrategias que les proveen su flexibilidad: el diseño de
marcos globales con distintas vías para lograr los objetivos centrados en el crecimiento
-ahora denominado inteligente, sostenible e integrador- y el uso de métodos abiertos
de coordinación que operan con cierto margen de variabilidad, y que son vigilados a
través del seguimiento periódico permanente por parte de múltiples instancias e
interlocutores sociales. Para la educación superior esta flexibilidad se traduce en
intervenciones caso por caso, adecuando las prácticas de gobierno para responder a
las contingencias, a través de conjuntos de políticas que operan como “menús a la
medida”; así como con la generación de una gestión sistémica que promueve la
interdependencia y la autoimplicación, en torno a una formación a lo largo de toda la
vida y en la cual las competencias ocupan un lugar estratégico, a modo de bisagra que
logra articular el mundo de la educación con el sector productivo.
Referencias
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24
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO ESTRATÉGIA DE
EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Alcântara de Macêdo, Albernes (Universidade Federal da Paraíba;
Brasil); Vieira, Maria das Graças (Universidade Federal da Paraíba;
Brasil).
Resumo
Na presente comunicação objetiva-se analisar o processo de expansão da Educação
Superior no Brasil, considerando a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e
sua utilização como estratégia de expansão, através da Educação a Distância como
ferramenta para se alcançar esse objetivo. Para o desenvolvimento do estudo, buscouse estudar o Decreto 5.800/06, que instituiu o Sistema da Universidade Aberta do
Brasil e também a análise do Censo da Educação Superior, no intuito de se demonstrar
a expansão do ensino superior através do crescimento na oferta de cursos e matrículas
na modalidade EAD no país a partir da criação da UAB.
Introdução
A prática da Educação a Distância (EAD) não é necessariamente uma modalidade de
ensino moderna ou atual. Entretanto, a história da EAD no Brasil é marcada, como
bem observa Alves (2007), por várias fazes de avanços e estagnação, tendo como
principal motivo, a falta de políticas públicas para o setor, ressaltando que “somente
no final do milênio é que as ações positivas voltam a acontecer e o crescimento passa
a despontar, voltando a permitir prosperidade e desenvolvimento”. (ALVES,2007, p.
01)
Nessa perspectiva, Mugnol (2009), destaca ainda que a EAD acompanhou o
desenvolvimento da Educação no Brasil, passando a receber, a partir de 1996, maior
apoio por parte do Governo Federal, que incentivou seu crescimento em todo o país.
Nesse sentido, a Educação a Distância, uma vez oficializada como modalidade de
ensino pela Lei 9.394/96 e sob o seu promissor e expressivo desenvolvimento no país,
tem através do Decreto 5.800 de 08 de junho de 2006, a criação do Sistema da
Universidade Aberta do Brasil – UAB, e sua utilização como estratégia de expansão da
Educação Superior no país, com a utilização da EAD com ferramenta para se alcançar
esse objetivo.
Assim sendo, nesse estudo, pretende-se aprofundar a suposição de que as políticas
públicas iniciadas nos anos 90 e voltadas para educação, a exemplo da Educação à
Distância, contribuíram significativamente como estratégia para a expansão do Ensino
Superior no país através do crescimento na oferta de cursos e vagas ofertadas nessa
modalidade de ensino.
25
Marco teórico
1 Contextualização Histórica da Educação à Distância no Brasil
A história da Educação à Distância no Brasil para Benítez (2012, p. 2), teve também o
seu desenvolvimento no inicio do século XX, motivado pelo processo de
industrialização gerador de demandas de polí cas educacionais que formassem
trabalhadores para ocupação industrial. essa perspec va, a autora enfa za que “a
Educação a Dist ncia surge como uma alterna va para atender a demanda,
principalmente através de meios radiof nicos, o que permi ria a formação dos
trabalhadores do meio rural sem a necessidade de deslocamento para os centros
urbanos”, ressaltando ainda que esta modalidade de ensino sempre esteve ligada a
formação profissional, pois tinha como objetivo principal a capacitação de pessoas
para atender as necessidades do mercado.
A partir dos anos 1990, conforme observam Vidal e Maia (2010), a Educação a
Distância recebe mais espaço no panorama educacional, uma vez que passa a ser
idealizada de forma mais consistente nos Projetos Pedagógicos Nacionais.
Em 1996, a EAD é incluída na legislação educacional brasileira e conforme Guerino e
unes (2014, p. 3) a EAD “recebeu os marcos legais na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação – 9394/96 (LDB), no entanto, foi regulamentada somente em 2005, através
do Decreto nº 5.622”.
Uma vez positiva e regulamentada no ordenamento jurídico nacional, a EAD tem a
partir de 2006, um expressivo avanço em todo o país através da publicação do Decreto
5.800, de 8 de junho de 2006 (BRASIL, 2006), dispondo sobre criação do Sistema
Universidade Aberta do Brasil – UAB.
2. Fundamentos Legais da Educação à Distância
(1) A Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – (LDB), estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e reafirma o direito à Educação, a todos garantido pela Constituição
Federal de 1988. Dessa forma, a LDB/96 passa a traçar o esboço da legislação da
Educação a Distância no Brasil e institui os princípios da educação e os deveres do
Estado em relação à educação escolar pública. (2) Ainda fazendo referência a
legislação que fundamenta a Educação à Distância no Brasil, importante enfatizar que
a partir do Decreto nº 5.622/2005, em seus Artigos 1º e 9º, a EAD passa ter um
conceito oficialmente definido na legislação brasileira, bem como, tem especificado
quem poderá ofertar cursos e programas em EAD no país. (3) A Lei 11.172/2001
aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) e delineou as diretrizes e metas para a
Educação Nacional. Nessa Perspectiva, a Educação a Distância também foi
contemplada no PNE que estabeleceu diretrizes, objetivos e metas para a
implementação dessa modalidade de educação no Brasil. (4) O Sistema Universidade
Aberta do Brasil – UAB foi oficialmente criado através do Decreto n º 5.800 de 08 de
junho de 2006, dando assim continuidade ao processo de expansão da Educação
Superior no país. De acordo com o portal UAB/CAPES (2015), “Trata-se de uma política
pública de articulação entre a Secretaria de Educação a Distância - SEED/MEC e a
Diretoria de Educação a Distância - DED/CAPES com vistas à expansão da educação
superior, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE”.
26
Metodología
1. Caracterização da pesquisa
Quanto a sua abordagem, caracteriza-se com pesquisa qualitativa uma vez que “não
tem pretensão de enumerar ou medir unidades ou categorias homogêneas” como
ressalta Oliveira (1997, p. 116).
Quanto aos procedimentos técnicos, foi uma pesquisa bibliográfica, pois é o ponto de
partida de qualquer pesquisa científica, objetivando assim, recolher e analisar
informações e conhecimentos prévios sobre a EAD no Brasil, e pesquisa documental,
indispensável porque a maior parte das fontes escritas – ou não – são quase sempre a
base do trabalho de investigação, onde “a fonte de dados está restrita a documentos,
escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias” (MARCO I E
LAKATOS, 2010, p. 62).
Quanto aos seus objetivos, caracteriza-se como pesquisa descritiva, pois conforme
destaca Gil (2002, p. 42), “têm como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fen meno”, neste caso, a expansão da EAD no Brasil
após a criação da UAB.
2 Coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de consulta feita a material bibliográfico, como
livros e artigos científicos, disponíveis na internet, como também, a documentos, como
leis, decretos e o Censo da Educação Superior (entre os anos de 2002 até 2013).
Resultados
Tabela 2:
Número de IES, Cursos, Vagas Ofertadas, Matrículas e Concluintes na Educação a Distância – Brasil 2005
2
e 2013
Ano
IES
Cursos
Vagas Oferecidas
Matrículas
Concluintes
2005
61
189
423.411
114.642
12.626
1.258
2013
165
1.638.427
1.153.572
161.072
Δ2005/2013
170,49%
565,61%
286,96%
906,24%
1175,72%
Fonte: MEC/INEP/DEED (Adaptado)
Podemos observar um expressivo aumento em todos os itens analisados. Houve um
crescimento médio de 565% no número de cursos e 286% no número de vagas
ofertadas na EAD, o que nos sugere a concluir que a partir de 2005, ano em que foi
oficialmente legalizada essa modalidade de ensino no país, através do Decreto 5.
622/2005 e ainda, com a criação da UAB em 2006, até 2013, houve também um
aumento de esforços e ampliação nos investimentos para se atingir a finalidade de
expandir e democratizar o Ensino Superior através da Educação à Distância no Brasil.
2
As informações contidas na tabela fazem referência aos dados do Censo do Ensino Superior nos anos de 2005 e
2013, sinopse técnica.
27
Conclusiones
Nota-se claramente que todo o crescimento da EAD está diretamente ligado com a
construção de uma legislação educacional direcionada que proporcionou o suporte
necessário para seu desenvolvimento.
Revela-se, a partir da análise dos dados coletados no Censo do Ensino Superior, entre
os anos de 2002 e 2013, um significativo e constante crescimento na Educação à
Distância no Brasil. Pudemos observar um crescente número de Instituições de Ensino
Superior (IES) que passaram a participar da EAD, bem como, perceber uma expressiva
ampliação no número de cursos, vagas ofertadas, matrículas e concluintes nessa
modalidade de ensino.
Entretanto, nota-se também, que esse crescimento da EAD no Brasil não se deu de
forma semelhante no âmbito das IES públicas e privadas, pois apesar da criação da
UAB em 2006, com finalidade principal de ampliar a participação das IES públicas na
oferta de EAD, não se concretiza através dos números, uma vez que o crescimento da
EAD nas IES públicas não se apresentou tão expressivo quanto o alcançado pelas IES
privadas nesse período estudado.
Referencias
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29
AULAS AMBIENTALES DE BOGOTA: ESCENARIOS
ESTRATEGICOS Y EDUCATIVOS PARA LA GOBERNANZA
Arévalo Agredo, Antonia (Universidad Externado de Colombia)
Resumen
En este documento se presenta la investigación evaluativa del componente educativo
y participativo de las Aulas Ambientales de Bogotá, la cual desde la triangulación
metodológica busca presentar elementos de análisis para el mejoramiento del aporte
de estos escenarios en la educación superior.
Introducción
El inicio del siglo XXI se ha caracterizado por el deterioro de las condiciones climáticas
globales, las cuales se han hecho latentes con la aparición de enfermedades,
catástrofes naturales y conflictos sociales, que se presentan como desafío a la
humanidad por su capacidad para poner en peligro la misma sostenibilidad de la
especie.
En estos términos la educación se presenta como la mejor herramienta para mitigar los
daños actuales y construir las propuestas que permitan establecer modos relacionales
viables, por ello en esta investigación se presenta la evaluación de los componentes
educativo y participativo de las Aulas Ambientales, considerándolas no solo escenarios
aptos para el fomento de acciones educativas ambientales sino territorios vitales para
la gestación de iniciativas ciudadanas que trasciendan en el futuro ambiental de
Bogotá.
Marco teórico
¿Por qué hablar de las Aulas Ambientales de Bogotá?
En una sociedad marcada por el antropocentrismo no es extraño el aumento de
situaciones límite como: Desastres naturales, clima extremo, contaminación,
agotamiento de los recursos naturales, la vida como derecho fundamental se ve
amenazada pues cada año aumenta el índice de mortalidad por causas asociadas al
detrimento del medio ambiente. Tal como lo afirma Gutiérrez y Prado, (2004) “Hemos
roto el equilibrio natural y de no recobrarlo con urgencia debemos atenernos a sus
consecuencias: os jugamos la supervivencia como especie” (p.38).
La educación ambiental es una alternativa para el cambio de conciencia y si antes se
veía como el área de conocimiento que enseñaba sobre el aprovechamiento de los
bienes que otorga la naturaleza, ahora implica la preservación y protección de lo que
es denominado como patrimonio cotidiano de la humanidad, cuyo concepto hace
parte de un enfoque biocéntrico que promueve la vida de toda especie no solo la del
ser humano, recupera el valor intrínseco de la naturaleza generadora de vida y ubica al
ser humano como un miembro más del sistema que comparte destino común con las
otras especies y elementos del cosmos en tanto forma parte de la totalidad del
sistema.
Es así como este trabajo hace una apuesta al fortalecimiento de las estrategias
educativas ambientales para la educación superior desde el acercamiento a la
30
Secretaría Distrital de Ambiente institución pública que dirige las cuatro Aulas
Ambientales las cuales son definidas por la entidad como una estrategia para
fortalecer la apropiación social del territorio desde escenarios ambientales.
Aulas Ambientales de Bogotá como estrategia educativa
Las aulas ambientales consolidadas como espacios de reserva forestal y ambiental en
Bogotá conciben a la educación ambiental como un elemento imprescindible para el
fortalecimiento de la ciudadanía y la construcción de futuro sostenible, en cada
espacio se proponen acciones con cuatro categorías de acción: Planeación estratégica,
Gestión Interinstitucional, Investigación, y Celebración de Fechas Ambientales.
Para la fecha de inicio de esta investigación las Aulas Ambientales administradas por la
Secretaría de Ambiente eran cuatro las cuales son descritas a continuación:
Ilustración 1. Fotografía Aula Ambiental Soratama
Aula Ambiental Soratama. Este escenario remonta su historia hacia el año de 1950 con
la explotación de la cantera Soratama, por su ubicación y características particulares el
énfasis de esta Aula Ambiental hace referencia al tema de protección de los cerros
orientales con recorridos temáticos y talleres pedagógicos se aborda la historia de
conformación del barrio y la cantera, la importancia de los cerros, el reconocimiento y
apropiación del territorio y el conocimiento y preservación de la flora y la fauna propia
de este ecosistema. El Aula Ambiental cuenta con un túnel subterráneo "galería de
drenaje" que atraviesa un segmento del cerro donde se puede conocer las diferentes
tipos de suelos, las conformaciones geológicas y los acuíferos subterráneos allí
presentes. Cuenta con miradores que permiten observar gran parte de la ciudad.
31
Ilustración 2. Aula Ambiental Parque Mirador de los Nevados
Ubicada en la localidad de Suba esta Aula Ambiental se posa sobre una extensión de 6
hectáreas construidas en una antigua cantera de donde por más de 50 años se
extrajeron materiales para las obras públicas del distrito. Recibe el nombre de Mirador
los Nevados, pues en días despejados se pueden observar el Nevado del Tolima, el
Nevado del Cisne, el Nevado del Ruiz y el Nevado de Santa Isabel ubicados en la
cordillera central de los Andes colombianos. Cuenta con plazas, caminos, plazoletas y
obeliscos con nombres representativos de la cultura indígena Muisca. Se abordan
acciones de educación ambiental en temas como: diversidad cultural, territorio,
residuos sólidos, ambiente sano y agua.
Ilustración 3. Parque Ecológico Distrital Humedal Santa María del Lago
Ubicado en la localidad de Engativa el terreno presenta sus primeros datos de posesión
hacia el año 1911 y desde esta época hasta 1988 es objeto de la expansión urbana que
le quita conexiones vitales con de afluentes de agua, a partir del año 2004 el escenario
empieza sus labores educativas como aula ambiental con un énfasis temático del
“Agua como reservorio de vida”. Sus visitantes tienen contacto directo con la
diversidad de flora y fauna (especialmente aves acuáticas) propias de este tipo de
ecosistema generando reflexiones y saldos pedagógicos sobre la importancia de la
protección y manejo adecuado de estos sistemas.
32
Ilustración 4. Aula Ambiental Parque Ecológico Distrital Montaña Entrenubes
Esparcida en las localidades de la ciudad es el Aula Ambiental más grande y registra el
primer reporte desde período precolombino donde las tribus de los Sutagaos, Doas,
Sumapaces y Candais moraron dichas tierras. En 1650 se realizan las primeras
conformaciones de haciendas donde los Jesuitas y diferentes familias ocupan los
terrenos. En 1900 se inicia una parcelación de tierras y se empiezan a explotar
artesanalmente en la extracción de materiales para la construcción de obras públicas
de la ciudad. Entre los años 40´y 50´se masifica el crecimiento urbano y con ello la
partición de tierras producto de la venta de los terrenos que se usaban para
extracción. Inmersa en un bosque Alto Andino hay gran diversidad de flora y fauna y se
abordan temas como los Ecosistemas Estratégicos de Bogotá, análisis de diferentes
comunidades y especies vegetales, la importancia de conservar y proteger los recursos
naturales, entre otros. Así mismo, se generan reflexiones sobre la historia de
construcción social del territorio y se puede observar, desde enormes miradores, el
paisaje de la ciudad.
Metodología: Buscando respuestas desde la evaluación
Esta investigación es de corte evaluativo y como plantea Correa (1996) reúne
sistemáticamente información, pruebas y testimonios de una muestra representativa
de las audiencias que conforman el programa u objeto para evaluar, traduce dicha
información a expresiones valorativas y las compara con los criterios inicialmente
establecidos y finalmente saca conclusiones que den pautas de mejoramiento para
contribuir en lo que señala Boff (1996) “nuevos modos de ser, de sentir, de pensar, de
valorar…” (p.9) lo ambiental.
Resultados: Alcance de participación y educación
La pregunta de investigación planteada fue ¿Cuál es el alcance participativo y
educativo de la estrategia Aulas Ambientales liderada por la Secretaría de Ambiente de
Bogotá? Para lo cual se hizo inicialmente una profundización teórica de las políticas y
fundamentos conceptuales que la respaldan, encontrando que la existencia de estas
aulas no solo debe garantizar la apropiación social del territorio como lo plantea la
SDA, sino que adicionalmente estos espacios potencializados adecuadamente pueden
contribuir al fortalecimiento de la educación ambiental de los ciudadanos y a la
ejecución de estrategias participativas que favorezcan a la sociedad en el largo plazo. A
33
partir de la triangulación de las unidades de observación se logran identificar hallazgos
como:
- Estos espacios se potencializan como espacios de educación ambiental sin
embargo, es incipiente la apropiación social del territorio lo cual representa
un riesgo pues la sostenibilidad queda a expensas de decisiones políticas.
- Los gobiernos distritales de los últimos 3 periodos favoreció la
consolidación y protección del espacio como reserva natural, la
participación de la ciudadanía es escasa.
- Las universidades no participan activamente de los ejercicios sociales y
políticos, se realizan investigaciones en las facultades de recursos naturales
pero no hay procesos que vinculen otras ramas del saber como las ciencias
sociales, económicas y políticas.
Conclusiones
Si bien la Secretaria de Ambiente tiene convenios con entidades oficiales y privadas
para la realización de investigaciones y ejecución de proyectos especiales, para el
ciudadano particular la posibilidad de participar es limitada, pues no hay procesos
informativos que permitan mayor acercamiento y la oferta actual es rígida lo cual
restringe el potencial que los usuarios podrían desarrollar en estos escenarios.
Las aulas ambientales de Bogotá son escenarios propicios no solo para la apropiación
social del territorio, sino como ejes articuladores de recreación, contemplación,
educación y gestación de movimientos de participación para la defensa y acción
ambiental. Limitarlas a una sola función es restarles la capacidad que tienen para
atender las problemáticas concretas de una ciudad extensa y diversa como Bogotá.
Para lograrlo será necesario redimensionar la función que las aulas pueden desarrollar
y diseñar estrategias que permitan atender todos los focos planteados.
Las Universidades se encuentran desarticuladas del proceso de consolidación de estos
espacios y es relevante que se inicien acciones que no solo vinculen herramientas
pedagógicas ambientales para la formación de estudiantes, sino que permita su
participación activa en la gobernanza pues dadas las condiciones de expansión urbana
es latente el riesgo de su utilización para la ampliación del sistema de vivienda o
movilidad.
Estos escenarios gozan de protección política (manifestada en las leyes vigentes) lo
cual de momento da posibilidad a su permanencia en el tiempo, sin embargo, es
prioritario consolidar vínculos que generen empoderamiento más allá de la
apropiación social territorial para que la sostenibilidad sea real y no esté sujeta a los
cambios administrativos que se dan en las esferas del poder.
Se identifica al sector público de educación básica y media como el principal actor de
interacción con las aulas ambientales ya que a través de los PRAES (Proyectos
Ambientales Escolares) se articulan visitas y actividades de aprovechamiento de estos
escenarios; para otros grupos sociales como las familias, organizaciones barriales y
entidades de educación superior no hay una oferta que favorezca la construcción de
participación alrededor de lo ambiental. Tal como afirma Hopenhayn (2008) generar
una participación de abajo hacia arriba donde exista “Acceso a oportunidades a lo
34
largo del ciclo vital, y con ello, el acceso al bienestar, a redes de relaciones y al ejercicio
de la ciudadanía” (p.19).
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35
ANÁLISIS DE LA FORMACIÓN POSTGRADUADA
ENFERMERA EN ESPAÑA (1989-2010)
Estrada-Masllorens, Joan Maria; Guix-Comellas, Eva Maria; SanchoAgredano, Raül; Morín-Fraile, Victoria y Galimany-Masclans, Jordi.
(Universidad de Barcelona)
Resumen
Se expone el análisis de la situación de la formación postgraduada universitaria
enfermera durante 21 años en España (1989-2010), a partir del estudio de la oferta y la
demanda de este tipo de formación.
Introducción
Las profesionales enfermeras que pretenden aumentar sus conocimientos en servicios
especiales del ámbito de la enfermería medicoquirúrgica (como las urgencias,
anestesia, reanimación, cuidados intensivos, cuidados paliativos o atención
prehospitalaria) o de la salud pública pueden cursar un Máster Universitario específico
para obtener la titulación que otorga cada universidad y que los capacita para trabajar
en ese ámbito, es lo que se denomina formación postgraduada universitaria, aunque
éste título no es reconocido como especialidad acreditada, incrementa sus opciones de
acceder al mercado laboral. Tampoco es considerado formación continuada, puesto
que se realiza dentro del ámbito universitario y bajo la acreditación de reconocidas
universidades españolas.
El objetivo del presente estudio fue analizar el marco de la formación postgraduada
universitaria enfermera durante 21 años en España: la situación pasada y actual, la
oferta versus la demanda y cuántos cursos de formación postgraduada realizaron a lo
largo de su vida profesional.
Marco teórico
A nivel mundial, la formación tanto graduada como postgraduada universitaria en
Enfermería difiere de un país a otro en cuanto a duración, a acreditación, a
nomenclatura del título y a reconocimiento social (Bellack, 2002). Con la intención de
homogeneizar esta formación enfermera de todos los países de la Unión Europea (UE),
en 1999 se estableció una regulación a través del denominado Espacio Europeo de
Educación Superior (EEES). El cual unificaría, sobre todo, la acreditación de la
formación enfermera, estableciendo y facilitando la movilidad de los estudiantes de
una universidad a otra y permitiendo una formación básica universitaria con titulación
de Grado en Enfermería, que con una formación posterior de especialización permite
acceder al programa de Doctorado. (Zabalegui et al., 2006).
En España, en cuanto a la formación básica, la disciplina accedió a la universidad en
1977 como una diplomatura de tres años (Diplomado Universitario en Enfermería). En
cuanto a la formación postgraduada, el proceso de desarrollo de las especialidades
enfermeras ha sido lento e incompleto, y ha ido acompañado de gran incertidumbre
por la convergencia con el despliegue de la regulación académica para la adaptación al
EEES (De Pedro, 2005; Zabalegui & Cabrera, 2009).
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Metodología
Diseño de tipo observacional descriptivo longitudinal y retrospectivo, mediante el uso
de técnicas mixtas de recogida de datos: análisis documental y cuestionario on-line.
La población diana fue de 7871 enfermeras registradas y colegiadas con formación
postgraduada realizada durante el período académico de 1989-1990 a 2009-2010 y
provenientes de las 15 Escuelas Universitarias de Enfermería de la región de Cataluña,
España; de las cuales 4 eran de titularidad pública y 11 privadas.
El período de estudio escogido abarcó desde el primer curso de formación
postgraduada acreditado por una universidad española (1989) hasta la plena
implantación de los acuerdos para la creación del EEES (2010).
Se incluyeron en el estudio las enfermeras: que cursaron formación postgraduada
durante el período académico de 1989-1990 a 2009-2010; de cualquier edad o sexo;
en cualquier situación laboral y que dieron su consentimiento informado.
Los criterios de exclusión fueron: cumplimentación parcial o inadecuada del
cuestionario, presencia de datos incongruentes con los datos oficiales de los cursos
formativos y profesionales que posteriormente a la diplomatura habían cursado una
licenciatura en otra enseñanza, sin otra formación postgraduada.
Respecto a la evolución de la oferta formativa universitaria se estudiaron las siguientes
variables: tipo de escuela universitaria que oferta la actividad formativa (pública o
privada), año de oferta de la actividad formativa, número de cursos totales ofertados
por actividad formativa y ámbitos formativos (gestión, paciente crítico, geriátrico,
oncológico y otras) y localización geográfica de la escuela.
Respecto a la demanda, se recogieron variables demográficas: la edad, el sexo, la
formación académica, los años de experiencia profesional, centro de trabajo y unidad
donde desarrollaban su trabajo. Además del número de cursos realizados y la primera
y última formación cursada por cada alumno.
La obtención de datos referentes a la oferta formativa académica postgraduada en
enfermería de las instituciones universitarias fue realizada retrospectivamente
mediante el método de revisión documental. Se utilizaron datos secundarios
procedentes de las diversas fuentes documentales o bases de datos de las 15 escuelas
e instituciones (trípticos de divulgación de los cursos, memorias académicas u otro
material de hemeroteca de las escuelas). Tras la recopilación y análisis de los mismos,
la información fue cumplimentada y contrastada mediante entrevista y contacto
directo con 16 directores y/o jefes de estudios y/o responsables de la formación
postgraduada de las escuelas.
Para la recogida sobre la oferta formativa, los datos de las profesionales sobre su
situación laboral y su motivación por la formación, se creó un cuestionario ad hoc
estructurado en tres partes. La primera parte recogió los datos sociodemográficos y
laborales de las profesionales, y las otras dos partes recogieron variables del estudio
referentes a los datos del primer y último curso.
Para estudiar la demanda, los datos fueron analizados y procesados mediante el
paquete estadístico SPSS© V.15.0 para Windows versión española, para su posterior
análisis. Se consideró estadísticamente significativa una p inferior 0.
37
Resultados
Características sociodemográficas de la muestra
Respondieron a la encuesta 1997 enfermeras, pero tras el proceso de depuración se
eliminaron 762 cuestionarios por incumplimentación de datos. Finalmente fueron
incluidas 1235 enfermeras, el 91.9% (1122) eran mujeres, con una edad media de 36.2
(SD: 9.5) años, con un rango de entre 22 y 63 años. Realizaron su formación
postgraduada mayoritariamente en la franja de edad comprendida entre 26 y 35 años
[31-35 años: 22.5% (277); 26-30 años: 21.8% (268)], destacando que sólo 10
enfermeras (0.8%) la realizaron con más de 60 años. La media de años de experiencia
laboral de las profesionales se situó en 13,1 (SD: 9.3) años. El tipo de centro en el cual
trabajaban fue de tipo público en un 49% (602) y privado en un 51% (627). La
distribución por ámbitos mostró que un 73.1% (898) de las profesionales trabajaba en
entorno hospitalario, un 21.2% (260) en la atención primaria y un 5.7% (70) en
residencias sociosanitarias, empresas y mutuas de accidentes. 5 enfermeras (5.6%)
indicaron encontrarse en situación de desempleo en el momento del estudio.
Respecto al tipo de formación postgraduada que habían realizado, el 95.6% (1181)
presentaba formación universitaria postgraduada específica en enfermería, un 3.6%
(44) eran licenciadas en otras titulaciones universitarias no enfermeras, y un 0.8% (10)
disponían del grado de doctor.
Oferta formativa
La oferta formativa de las 15 Escuelas Universitarias fue de 211 cursos (1134 ediciones)
de formación postgraduada universitaria específica enfermera en los 21 años
estudiados. Por parte de las universidades públicas, destacaba la oferta de formación
postgraduada en dos áreas: la salud pública (con 19 cursos, 106 ediciones; un 20.9% de
toda la oferta pública) y las urgencias (9 cursos, 80 ediciones; 15.7%); mientras que en
las universidades privadas destacaba la oferta en el área de cirugía (con 17 cursos, 134
ediciones) y que recogía un 21.4% de la oferta privada.
Demanda formativa
En cuanto a la demanda, se observó que las áreas formativas más solicitadas (tanto en
el primer curso que realizaron los alumnos, como en el último curso en caso de realizar
dos o más) fueron las de cirugía, urgencias y salud pública, con un 22.0%-23.2%,
16.1%-17.5% y 15.2%-16.2% respectivamente.
No se encontraron diferencias estadísticamente significativas entre la elección de
formarse en un tipo de universidad concreta y la edad (χ 2=6.654; p=0.574); ni tampoco
según su centro de trabajo fuese público o privado (χ2=5.890; p=0.053); ni tampoco
según el año de realización de la formación, ni del primer curso (χ2=2.528; p=0.470), ni
del último (χ2=3.663; p=0.300). En cambio, el ámbito profesional de trabajo de las
alumnas influía en la elección del tipo de universidad (χ2=6.596; p=0.037), las
enfermeras de atención primaria realizaron su formación en mayor proporción en la
universidad pública (19.8%) frente a la privada (4.3%), y las del ámbito hospitalario
19.8% en pública y 4.3% en privada.
38
Cursos de formación postgraduada universitaria realizados
El 12.6% (155) de las enfermeras habían realizado un único curso de formación
postgraduada versus el 87.4% (1080) que realizó dos o más (media: 1.9; SD: 1.2). El
tiempo transcurrido entre la realización del primer y último curso osciló
principalmente entre 1 y 5 años en el 61% de los casos (entre 6 y 10: en el 21.5%; entre
11 y 15: en el 12.2%; entre 16-10: en el 5.4%). La dedicación para obtener la titulación
implicaba una media de 340.5 horas (SD: 319.3; rango: 100-3000) para el primer curso
y de 762.9 horas (SD: 711.6; rango: 120-4.500) para el último.
Conclusiones
Después de la regulación a través de EEES, ha habido muchos cambios en España en
relación a la formación postgraduada universitaria enfermera. La oferta y la demanda
de este tipo de formación han aumentado pero se han mantenido equilibradas, tanto
en las universidades públicas como en las privadas. Siendo las áreas formativas más
ofertadas por las universidades: las de cirugía, salud pública y urgencias; y las más
solicitadas, las de cirugía, urgencias y salud pública respectivamente.
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39
AS UNIVERSIDADES DE CLASSE MUNDIAL E O CONSENSO
DA EXCELÊNCIA
Lara Carlette Thiengo. (Doutoranda no Programa de Pós Graduação em
Educação da UFSC (Brasil) / Estágio Sandwich UAB-Espanha); Lucídio
Bianchetti. (Professor do Programa de Pós Graduação em Educação da
UFSC (Brasil)/ Pesquisador 1B\CNPq)
Introdução
Este artigo apresenta a análise do documento “El desafío de crear universidades de
rango mundial” (Banco Mundial, 2009) com o objetivo de problematizar a concepção
de “Universidade de Excelência” ou de “Classe Mundial”, suas principais características
e seu lugar nos sistemas de Educação Superior nos países centrais e periféricos.
Defende-se a hipótese de que tal modelo de universidade, explicita os diferentes
lugares de produção e implementação do conhecimento, bem como o estreitamento
das relações entre a universidade e o setor produtivo. A discussão, profícua na União
Europeia, ganha contornos mais específicos no cenário brasileiro nos últimos anos, o
que justifica a relevância desta discussão, sobretudo, com o recente anúncio da criação
da Universidade dos BRICS.
Objetivos
este trabalho objetivamos problematizar a concepção de “Universidade de Classe
Mundial” (UCM), suas principais características e seu lugar nos sistemas de Educação
Superior nos países centrais e periféricos. O modelo pode ser compreendido como
expressão da dinâmica capitalista atual, caracterizada pela alta competitividade,
desafiando os países para o investimento na maximização das vocações científicas e
tecnológicas das suas universidades, concebida como estratégia para o crescimento
econômico. O alcance da excelência é então colocado como meio e condição para os
países e blocos integrarem-se ao processo de globalização e à “Sociedade do
Conhecimento”. (Bindé, 2007).
Métodos
A investigação proposta pauta-se nos fundamentos do materialismo histórico, a partir
análise documental. Compreende-se, assim como Gramsci (1978), que a análise crítica
deve ser elemento central nas pesquisas científicas, uma vez que a crítica ao sistema
vigente, bem como a sua compreensão histórica, é fundamental para a superação
deste tipo de ordem econômico-político-social.
Demarca-se, então, a compreensão de documentos como resultado de práticas sociais
e expressão da consciência humana possível em um dado momento histórico. Desse
modo, segundo Evangelista (2012), a partir da análise documental, objetiva-se
compreender como o referido documento expressa a realidade, indicando os seus
‘silêncios’, discursos fundadores e, ironicamente, o obscurecimento das relações de
classe.
40
Resultados
O conceito de “Universidade de Classe Mundial”
De acordo com o documento as UCM são instituições que representam globalmente o
Ensino Superior nacional em sua capacidade de gerar desenvolvimento econômico e
conhecimento nas áreas científica, tecnológica e de inovação. São instituições abertas
para o processo de internacionalização, sendo que a excelência na qualidade de suas
atividades de ensino e pesquisa advém, em grande parte, de suas experiências
internacionais acumuladas e culturalmente incorporadas aos seus docentes e
discentes. As características apontadas pelo documento como centrais nas UCM
podem ser atribuídas a três grupos: a) alta concentração de talentos (professores e
alunos), b) recursos abundantes para oferecer um ambiente de aprendizagem e
pesquisas avançadas, e c) recursos de governança que incentivam visão estratégica,
inovação e flexibilidade, para permitir que as instituições possam gerir os recursos sem
serem prejudicadas pela burocracia. O que é explicitado na imagem a seguir:
Figura 1: Modelo de lógica da excelência universitária.
Fonte: Banco Mundial (2009).
A concentração de talentos é apresentada como um dos principais pilares para a
construção de uma UCM. Estas instituições devem buscam atrair estudantes "mais
brilhantes " do país ou do mundo. As universidades de pesquisa geralmente empregam
acadêmicos que são atraídos pelas as condições de trabalho e remuneração favoráveis
(que pode chegar o dobro do salário padrão de cada universidade). Entretanto, o
modelo exige formas flexíveis de contratação e planos de carreira.
O documento apresenta ainda quais seriam as formas de se construir essa
universidade. São elas: a) melhorar um número pequeno universidades existentes que
têm o potencial para se destacar b) incentivar um número de instituições existentes
para se unirem, transformando-se em uma nova universidade c) criar novas
universidades de classe mundial a partir de zero (Banco Mundial, 2009, p.25)
Apresentadas as características gerais de uma UCM, a seguir, pontuamos eixos que
ganham destaque no documento.
41
1 Internacionalização
A dinâmica internacional é apresentada no documento como um dos principais fatores
na ‘busca pela excelência’, uma vez que é importante na concentração de talentos.
Contudo, o processo de internacionalização nãoe trata apenas de mobilidade de
estudantes e pesquisadores, mas também abarca uma variedade de elementos, como
currículo, ensino-aprendizagem, pesquisa, acordos institucionais e a cooperação
internacional para “responder” às novas demandas da globalização. Segundo
Bianchetti (2015), a hipótese de que a “agenda globalmente estruturada para a
educação” (DALE 2001) ou o “Espaço Europeu de Ensino Superior” estão na base de
um movimento que poderia ser denominado de institucionalização de um ´Espaço
Mundial da Educação Superior’.
É significativo considerar que tais movimentos reconfiguram a dinâmica do Ensino
Superior nos países periféricos, como o Brasil. Na última década, foi possível perceber
o avanço nas discussões e ações no sentido da internacionalização da Educação
Superior, como o Ciências sem Fronteiras (CSF) e o incremento nas relações
internacionais na Pós-Graduação, com Programa de Estágio Doutoral no Exterior
(PSDE). É importante destacar que a pós-graduação se constitui em um espaço
privilegiado para a formação de quadros profissionais de alto padrão. Portanto, a pósgraduação se destaca como uma área de ensino estratégica para que os países se
integrem de forma mais “competitiva” no cenário global, pautada em uma visão
reducionista do que seja o papel da pesquisa e da investigação universitárias, como
sendo de caráter apenas instrumental e direcionadas para o mercado de trabalho.
2 Parceria Público Privada
A parceria com o setor privado é componente do projeto de educação articulada pela
classe dominante, e aparece de forma cada vez mais naturalizada nas orientações dos
organismos multilaterais. este documento, ela é apresentada como “uma forma de
facilitar autonomia administrativa para as universidades “(Banco Mundial, 2009, p. 28)
De acordo com Sguissardi (2005), a diversificação da fonte de financiamentos e outros
mecanismos de aproximação com o setor privado transformariam (como vêm
transformando) a universidade em um espaço no qual setores externos do mercado
teriam cada vez mais poder na definição da agenda universitária. Segundo Catanni e
Oliveira (2000), o financiamento estatal reduz-se paulatinamente, ou é direcionado,
como afirma o documento, para fundos de pesquisa que devem alcançar tanto o setor
público como o privado. Assim, as universidades que não se enquadram nesse modelo
de elite tendem a contar com cada vez menos investimento público.
3 Rankings internacionais
A avaliação é apresentada pelo documento o como componente essencial para a
construção de universidades de excelência, uma vez que é a partir desta que a
“qualidade” das instituições é medida. Compreende-se que o ranqueamento faz-se
pela comparação entre instituições educacionais de diversos países, imersas em
contextos sociais e históricos diferenciados, que pouco é considerada pelos rankings.
Assim, os itens que compõem a metodologia para a comparação estão sendo
42
colocados como as grandes metas das universidades, sobretudo, dos países. Ou seja, a
“qualidade educacional” é ditada de acordo com os itens de verificação de
produtividade, publicações, patentes e prêmios das instituições.
De acordo com Moura e Moura (2013), as percepções das universidades em torno
dessas publicações levaram-nas a respeitar essas listas e aprenderem mais sobre suas
organizações. Muitas universidades que se consideram de ponta lançaram grupos
permanentes de pesquisas para analisar o impacto dos ranqueamentos no universo do
Ensino Superior, procurando adaptar-se a essa indústria.
Considerações Finais
O modelo de excelência, ou de Classe Mundial é compreendido enquanto lócus de
produção científica e esbarra na concepção de ciência vinculada a uma tendência mais
pragmática e aplicada, sendo necessário concebê-la não apenas como força produtiva,
mas também como mercadoria. Já enquanto lócus de formação para o trabalho
complexo tem por finalidade a preparação de especialistas que possam aumentar a
produtividade do trabalho sob sua direção e, simultaneamente, a formação de
intelectuais orgânicos das classes dominantes.
O grau de generalização da formação para o trabalho complexo em cada formação
social concreta também depende, em grande parte, do lugar ocupado por essa
sociedade na divisão internacional do trabalho. O núcleo orgânico é o lugar onde se
realizam as atividades associadas ao fluxo de inovação e os núcleos periféricos e
semiperiféricos são os que realizam as atividades dominantemente ‘neuromusculares’,
típicas de países com pouco investimento em educação, ciência e tecnologia, como o
Brasil.
A evidência do discurso de excelência, com vistas à construção de Universidades de
Classe Mundial, também pode ser verificada nos países que ainda não integram o
bloco dinâmico do capital, como o Brasil - embora, a partir da segunda metade da
década dos anos 2000, tenha avançado nesta direção a ponto de compor, com os
BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente a África do Sul), um conjunto de
países que passaram a ocupar um estrato diferenciado, em termos de
desenvolvimento, no contexto mundial.
Há interesses explícitos, bem como orientações internacionais para a criação de
universidades de excelência em países periféricos, ainda que não almejem competir
pelos primeiros lugares nos rankings, mas sim, tornarem-se referências em seu país,
região ou bloco. De acordo com Altbach (2007), para estas universidades será
necessário selecionar campos de pesquisa que são acessíveis e ligados a necessidades
e prioridades regionais, o que vai ao encontro da Rede de Universidade do BRICS, que
está sendo implementada atualmente no Brasil. O objetivo dos idealizadores é criar
uma universidade de excelência, composta pela comunidade acadêmica dos cinco
países do bloco. Um edital foi lançado para a escolha de cinco programas de pósgraduação em cada país. Os cursos deverão contemplar as áreas definidas como
prioritárias: energia, ciência da computação e segurança da informação; estudos do
Brics, ecologia e mudanças climáticas, recursos hídricos e tratamento da poluição e
economia.
43
Em síntese, como assinala Fontes (2010), verifica-se, historicamente, a intensificação
da “produtividade tecnológica em determinados ramos da produção”, o que repercute
na oferta desigual e combinada de possibilidades educativas, em que o trabalho
complexo continua a destinar-se, efetivamente, a uma minoria. Há ainda risco de
elitização que este modelo de universidade traz em seu bojo, uma vez que priorizando
a pesquisa "excelente" perpetua a reprodução de elites científicas e a concentração da
investigação científica em disciplinas específicas e lugares.
Referências
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by Philip G. Higher Education Management and Policy, Boston College, Estados
Unidos, Volume 19, n. 2
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44
ESPAÇOS DE EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO
BRASILEIRO (1995 -2010)
Viviane , Kanitz Gentil; Pires Correa de Lacerda, Miriam (PUC/RS)
Resumen
Este artículo presenta una breve historia de la expansión de la educación superior en
dos puntos antagónicos con el gobierno de Fernando Henrique (1996-2002) y el
gobierno de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), instigando una reflexión sobre las
contribuciones de este período en la historia para el desarrollo de la educación
superior en Brasil. La ruta metodológica destaca por el enfoque de investigación
cualitativa, clasifica como descriptiva y proponer un estudio de caso de la estrategia
metodológica. Para la recogida de datos presenta un estudio documental y su análisis.
Basado en dos modelos de educación superior que expansionistas presentaron un
perfil distributivo e inclusivo de forma diferenciada, basada en diferentes perspectivas
de acceso a la educación superior, podemos identificar en ambos gobiernos
promovieron esfuerzos en pos de la expansión de la educación superior en el país,
siendo el gobierno de FHC, más a la derecha, desde el estímulo a las instituciones de
educación superior privada, mientras que Lula, la izquierda, principalmente desde el
fortalecimiento de las instituciones públicas federales, con distintas estrategias que
han contribuido a la expansión por separado.
Resumo
Este trabalho apresenta, um breve panorama histórico da expansão da educação
superior em dois períodos antagônicos envolvendo o Governo Fernando Henrique
(1996-2002) e o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010), intigando uma
reflexão sobre as contribuições deste período da história para o desenvolvimento da
Educação Superior no Brasil,. O percurso metodológico é delineado pela abordagem
qualitativa da pesquisa, classificada como descritiva, e propõem-se um estudo de caso
como estratégia metodológica. Para coleta de dados apresenta-se um estudo
documental e sua análise. Com base em dois modelos expansionistas do ensino
superior, que apresentaram um perfil distributivo e inclusivo de forma diferenciadas,
embasada em diferentes perspectivas de acesso educação superior, podemos
identificar em ambos governos promoveram esforços na busca pela ampliação do
ensino superior no país, sendo o governo FHC, mais à direita, a partir do estímulo a
instituições privadas de ensino superior, enquanto Lula, à esquerda, sobretudo a partir
do fortalecimento das instituições públicas federais, com diferentes estratégias que
contribuíram de forma distinda para expansão do Ensino Superior.
Introducción
Considerando que no Brasil, o acesso as Instituições de Ensino Superior ainda pode ser
considerada elitista, pois nem todos os que a procuram têm acesso a ela, e que,
historicamente, a expansão deste nível de Educação ocorreu principalmente pela via
privada, sendo que este crescimento, pode ser considerado às avessas da necessidade
45
da maior parte da população, primamos neste pesquisa a inserção na temática do
Ensino Superior Público, e dseu desenvolvimento na s últimas décadas através de
públicas públicas educacionais de diferentes governos e que constituem concepções
de educação superior que está previsto para o Brasil.
Marco teórico
Políticas públicas educacionais
É fundamental iniciarmos este texto conceituando o entendimento que temos sobre
políticas públicas e políticas educacionais, e para tal utilizamos Azevedo (1997), o qual
afirma que as políticas públicas constituem o “Estado em ação” e revelam o projeto de
sociedade em implantação. De acordo com a autora as políticas públicas servem para
dar visibilidade e materialidade ao Estado. Dentro deste contexto podemos ressaltar a
particularidade da política educacional como uma política social.
Ao tratarmos da política educacional, Höfling (2001) considera que o Estado deve ter
como prioridade programas de ação universalizantes e assim possibilitar conquistas
sociais a grupos e setores desfavorecidos, com objetivo de reverter o desequilíbrio
social existente. A educação, em especial a educação superior, tem lugar estratégico
nos processos de transformação social. Alocada como meio de impulsão tecnológica e
como ferramenta de desenvolvimento social e econômico, dentro de uma perspectiva
de políticas educacionais efetivas, por meio da qual, a sociedade possa minimizar seus
aspectos excludentes e restritivos.
Discutir às políticas educacionais, demanda uma melhor compreensão da atual
situação das instituições da educação superior, aspectos do seu funcionamento e
significado destes estabelecimentos. E, nessa lógica, é oportuna uma retrospectiva
histórica, com base em dois modelos expansionistas do ensino superior, que
apresentam um perfil distributivo e inclusivo de forma diferenciada embasado em
diferentes perspectivas de acesso à educação superior.
Ensino superior no brasil: movimentos de expansão
Com o advento do governo chefiado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso - FHC
(1995-2002) a disseminação e implantação de ideais neoliberais, despontaram com
mais vigor no Brasil, propondo uma reforma no Estado, a qual refletia um ajuste à
competitividade internacional, claramente evidenciado por Nomeriano (2012), quando
afirma que a partir dos anos 90, a política implementada pelo Banco Mundial aos
países periféricos estáva diretamente ligada à expansão do ensino privado e à
privatização do ensino público, especialmente, no que se concerne ao ensino superior.
Nesse período, certamente houve uma forte influência de organismos internacionais
na constituição das políticas educacionais. Frigotto (2011) comenta que o governo de
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) implementou as reformas neoliberais
causando o aprofundamento da relação de dependência do projeto de caráter
monetário, reduzindo a sociedade ao conjunto de consumidores, já que o indivíduo
não se volta para a coletividade, mas para o mercado. Diante do contexto, saliento que
a implementação de políticas públicas na educação superior no decorrer da década de
1990 foram marcadas pela implementação de reformas no espaço público para adoção
46
de práticas neoliberais, privilegiando o espaço privado em detrimento do público, para
expansão do ensino superior.
Em 2003 assume a presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (2003 -2010), com
discurso de diretrizes programáticas diferentes ao adotado pelo governo anteriores,
considerando a redução das desigualdades sociais como elemento fundamental para o
desenvolvimento do país. Conforme Sobrinho e Brito (2008), Lula defendeu, em sua
Proposta de Governo (2002), a construção de um novo contrato social, que
possibilitasse a construção de um país mais justo, econômica e socialmente, incluindo
e beneficiando setores historicamente marginalizados da sociedade brasileira. Temos a
partir deste contexto, o início de um processo de mudança no papel do Estado
Brasileiro e, consequentemente, desdobramentos na Educação, englobando neste
caso, a Educação Superior.
Ponderando a necessidade de inclusão de considerável parte da população no ensino
superior, varias medidas foram adotadas tanto no âmbito do ensino público quanto
das instituições privadas. Tais medidas tiveram como referencial, segundo o discurso
governamental, o processo de expansãoe, a qualidade no ensino oferecido. Para tanto,
foram pensados e formulados vários programas de acesso entre eles a reformulação
do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), a criaçäo da
Universidade Aberta do Brasil (UAB), através da Lei 11.096/2005, a criaçäo do
Programa Universidade para Todos – PROUNI e do REUNI - Programa e Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, através do Decreto
Presidencial 6.096/2007, e ainda foi instituido o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior –SINAES, pela Lei10.861/2004, além da formulação de varias
políticas afirmativas.
Metodología
A abordagem adotada neste estudo é qualitativa e o tipo de pesquisa é classificada
como descritiva. Com relação à estratégia de pesquisa, esta investigaçåo caracteriza-se
como um estudo de caso, que, nas palavras de Bodgan e Biklen (1994, p.89), “consiste
na observação detalhada de um contexto, ou indivíduo, de uma única fonte de
documento ou de acontecimento específico. Desta forma visa-se uma análise
documental que envolve várias publicações públicas, além de dados estatísticos e
legislações federais que permitam compreender o desenvolvimento da Educação
Superior no Brasil no período de 1995 a 2010.
Resultados
A implementação de políticas públicas para a educação superior no decorrer da
década de 1990 foram marcadas pela implementação de reformas no espaço público
para adoção de práticas neoliberais, privilegiando o espaço privado em detrimento do
público, para expansão do ensino superior.
Nessa década, reforçou-se a lógica do capital, de forma que as IES eram voltadas para
o ensino, que atendia à demanda do mercado de trabalho, com formação
profissionalizante. Devido à visão neoliberal na educação, o governo FHC utilizou-se de
medidas provisórias para a implementação da política educacional com ênfase na
qualidade, compreendida como produtividade.
47
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDBEN, que dedicou um
capítulo à Educação Superior, ficou reconhecida pela primeira vez na legislação
brasileira a possibilidade de lucro para instituições privadas o que abriu espaço para o
mercado universitário. Em decorrência deste fato podemos observar que houve um
crescimentodos estabelecimentos privados em detrimento das Instituições públicas
durante o governo FHC. Em 1997 o país contava com 211 (23,4%) Universidades
Públicas e 689 (75,7%) privadas, situação que se amplia em 2002 com o aumento para
1.442 estabelecimentos privadas representando 88,08 %das universidades do País.
Especificamente a partir da gestão Lula em 2003, mesmo mantendo traços de
continuidade com relação ao governo anterior, iniciou-se uma nova fase na política
voltada para a educação superior no país, marcada por um maior protagonismo do
Estado na indução de políticas públicas, com o objetivo de ampliar e democratizar o
acesso a esse nível de ensino. As políticas públicas propostas no governo Lula (20032010), tiveram ações de expansão, democratização e interiorização da Educação
Superior, mas não descaracterizaram evidencias já propostas, quanto a maior
concentração da instituições de educação superior nos grandes centros.
Mas em 2010 a situação ainda não mudara, sendo que, 87% das Instituições eram
Privadas, enquanto 12,5% eram Públicas, e mesmo com as políticas públicas de
expansão do ensino superior implementadas pelo governo Lula (2003 -2010), até 2010
não houve diferenças significativas da realidade posta em 2003, pós governo FHC,
quando 86,1% eram IES privadas e 13,1% eram públicas. O que se constata é que o
crescimento das instituições privadas continuou em ritmo acelerado havendo um
crescimento de 57,1% entre 2003 a 2010 nesse segmento, enquanto o setor público
cresceu 60,1%, não conseguindo reverter o quadro, pois a proporcionalidade de
crescimento apresenta-se quase de forma equivalente. Dentro deste contexto,
sustentamos a afirmativa de Dias Sobrinho (2008) que ressalta que a expansão da
Educação Superior Brasileira se constitui num campo de tensões que tem como foco
principal o significado da qualidade do ensino ofertado.
Conclusiones
No que se refere a discussão sobre a expansão do ensino superior brasileiro, os dados
disponibilizados levam a crer que a expansão do acesso ao ensino superior, pelo viés
privado, necessita ser controlado, pois, longe de resolver a distribuição desigual dos
bens educacionais, tende aprofundar as condições históricas de discriminação do
direito à educação superior àqueles pertencentes ao setores populares Destacamos
que o período de expansão e retomada do ensino superior público brasileiro no
Governo Lula se apresenta como expressivo no comparativo, com o não investimento
no octênio de FHC, mas, ainda, insuficiente para atender a todos que poderiam e
manifestam interesse de estar neste nível de ensino. Em geral, é possível afirmar que
ambos os governos promoveram esforços na busca pela universalização do ensino
superior no país, sendo o governo FHC, mais à direita, a partir do estímulo a
instituições privadas de ensino superior, enquanto Lula, à esquerda, sobretudo a partir
do fortalecimento das instituições públicas federais.
48
Referencias
Azevedo, J. L. (1997). Campinas: Autores Associados
Bogdan, R. y Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação – uma introdução
à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Höfling, E. (2001). Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, 21 (55), 30-41.
INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Brasil)
(2012). Censo da educação superior: 2010 – Resumo Técnico. – Brasília: INEP.
Disponível
em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/resumo_tecnic
o/resumo_tecnico_censo_educacao_superior_2010.pdf.
Nomeriano, A. S. (2012). Expansão do Ensino Superior no Governo Lula da Silva:
PROU I, e Interiorização das IFES. In: VI Colóquio Internacional “Educação e
Contemporaneidade”,
São
CristovãoSE/Brasil.
Disponível
http://educonse.com.br/2012/eixo_13/PDF/11.pdf
Sobrinho, J. D. y Brito, M. R. F. La educación superior em Brasil: principales tendencias
y desafios. Avaliação. Sorocaba, 13 (2), 487-507.
49
IMPACTO DE LAS POLÍTICAS INSTITUCIONALES EN
CIENCIA Y TECNOLOGIA. EL CASO DE LA FBCB-UNL
Ortolani, Adriana E. Lottersberger, Javier. (Facultad de Bioquímica y
Ciencias Biológicas - Universidad Nacional del Litoral- Santa FeArgentina)
Resumen
En esta comunicación se presentan algunos resultados de las políticas institucionales
en el área de ciencia y tecnología llevadas a cabo por la Facultad de Bioquímica y
Ciencias Biológicas de la Universidad Nacional del Litoral y su impacto sobre la
formación de posgrado y la vinculación con el medio. Este análisis se realiza a partir de
información surgida de los procesos de autoevaluación y acreditación de carreras de
grado y posgrado. Las políticas en ciencia y tecnología llevadas adelante por la FBCB
han permitido consolidarla como un referente en el campo de la investigación básica y
aplicada en áreas de su incumbencia.
Resumo
Neste artigo são apresentados alguns resultados de políticas institucionais no domínio
da ciência e da tecnologia realizado pela Faculdade de Bioquímica e Ciências Biológicas
da Universidade Nacional del Litoral e seu impacto na formação pós-graduada e
conectividade. Esta análise baseia-se em informações obtidas a partir do processo de
auto-avaliação e acreditação de estudantes de graduação e pós-graduação. Políticas de
ciência e tecnologia realizadas pelo FBCB autorizados a consolidar-se como uma
referência no domínio das áreas básicas e aplicadas de sua empresa.
Introducción
La Facultad de Bioquímica y Ciencias Biológicas (FBCB) de la Universidad Nacional del
Litoral (UNL) se creó en el año 1973. Entre sus objetivos se destaca la contribución al
progreso de las Ciencias Biológicas y Bioquímicas, la formación de recursos humanos
calificados y el servicio a la comunidad. La institución está transitando su octavo
período de gestión democrático y sus autoridades definieron los lineamientos políticos
para el ciclo 2014-2018 (FBCB-UNL, 2014). Estos lineamientos están en consonancia
con el Plan de Desarrollo Institucional de la UNL (PDI) 2010-2019 (Asamblea
Universitaria, 2010).
La ciencia y la tecnología están implicadas en la mayor parte de los objetivos del PDI
porque articula con la administración correcta y transparente de los fondos que la
financian y los instrumentos que permiten su ejecución, la formación de grado y
posgrado, la vinculación tecnológica con el medio socio-productivo y las estrategias de
internacionalización de la Educación Superior (Hynes et al, 2012). Si bien tanto la FBCB
como la UNL planifican las acciones que llevarán adelante en la función I+D+i, muchas
de éstas se vinculan fuertemente con políticas de gestión científica y tecnológica tanto
a nivel local, nacional e internacional.
50
El impulso a la investigación en la FBCB se inicia con el primer período de gestión
democrática en el año 1986, ya que hasta ese momento eran escasos los grupos que
desarrollaban este tipo de actividades, y se basó fundamentalmente en la radicación
de recursos humanos formados provenientes de otras Universidades o Centros de
Investigación de excelencia, la repatriación de docentes-investigadores y una inversión
sostenida, aunque no siempre suficiente, en infraestructura y equipamiento científicotecnológico.
Estas políticas, que se articulan con los correspondientes Programas del área central
de la UNL, ha permitido la consolidación de un número importante de grupos de
investigación aunque el crecimiento no ha sido totalmente armónico. Actualmente,
algunos recursos humanos formados en grupos de excelencia han accedido a
posiciones destacadas en áreas de menor desarrollo.
La FBCB concibe a la Educación Superior como un bien público y por ello, participa
activamente de los procesos de acreditación de carreras alcanzadas por el artículo n°
43 de la Ley de Educación Superior N° 24.521/95 y, en lo que respecta a sus carreras de
posgrado, de las diferentes convocatorias de la Comisión Nacional de Evaluación y
Acreditación Universitaria (CONEAU). Asimismo, ha participado de los procesos de
Autoevaluación Institucional de la UNL y, en el campo específico de la función I+D, de
la evaluación realizada en el marco del Programa de Evaluación Institucional de la
Secretaría de Articulación Científico Tecnológica del Ministerio de Ciencia, Tecnología e
Innovación Productiva de la Nación.
Estos procesos brindan la posibilidad de analizar la situación institucional en las
diferentes funciones sustantivas, no solo como una posibilidad de diagnóstico al
momento de cada presentación sino también como una instancia reflexiva para la
toma de decisiones y retroalimentación de las políticas.
Objetivo
Analizar el impacto de las políticas institucionales de la FBCB en el área de ciencia y
tecnología sobre la formación de posgrado y la vinculación con el medio.
Metodología
A partir de los datos relevados en los procesos de autoevaluación y acreditación de
carreras de grado y posgrado se analizó la evolución de indicadores relacionados al
área de ciencia y técnica, posgrado, vinculación científico-tecnológica y formación de
recursos humanos en investigación.
Los mismos se agruparon según los siguientes criterios: a) cantidad de proyectos
ejecutados por fuente de financiamiento, b) cantidad de docentes-investigadores
categorizados en el Programa de Incentivos de la SPU, c) cantidad de docentes que
pertenecen a la carrera de investigador científico de CONICET y relación con UEDD, d)
formación de recursos humanos en investigación tanto en grado como posgrado, e)
carreras de posgrado activas- resoluciones acreditación CONEAU, f) patentes de
invención presentadas y aprobadas, g) actividades de vinculación y transferencia de
tecnología.
51
Resultados
Se presentan los datos para cada una de las categorías analizadas:
a) Cantidad de proyectos ejecutados por fuente de financiamiento
En lo que respecta a proyectos financiados por la UNL se ha pasado de 55 en 2008 a 78
en 2011, además se han captado fondos en convocatorias especiales de la UNL CAI+D
Orientados a Problemas Sociales y Productivos y PAITI.
En convocatorias a nivel nacional PICT (ANPCyT) se ha pasado de 8 en 2008 a 21 en
2011-13, se captaron en el período 4 proyectos FONARSEC (FONCYT) y 2 proyectos
PICT Start- up (ANPCyT) en el año 2014/15. En 2008 en la convocatoria PICT-O
(ANPCyT) se obtuvieron 2 proyectos. En el año 2015 se aprobaron dos proyectos PDTS
financiados conjuntamente por el CIN y el CONICET.
A nivel local en las convocatorias de la Secretaria de Estado, Ciencia y Tecnología de la
Provincia de Santa Fe, se adjudicaron 6 proyectos en 2008, a 13 en 2011 y 6 en
2014/15.
En 2014, en proyectos para adquisición de equipamiento de alta complejidad se
obtuvo un proyecto PICT-E (ANPCyT) y, a partir de la creación de la Agencia Santafesina
de Ciencia y Tecnología del Gobierno de la Pcia de Santa Fe, se obtuvo financiamiento
por U$D 650.000 que permitió la adquisición e instalación de equipamiento único en la
región. En el año 2015, grupos de I+D de la FBCB han participado en la formulación de
un nuevo proyecto que también fue adjudicado cuyo equipamiento será instalado en
otra Facultad de la UNL.
b) Cantidad de docentes categorizados en el Programa de Incentivos de la SPU
Del plantel docente, los categorizados en el Programa de Incentivo de la Secretaría de
Políticas Universitarias al 31/12/2014 son 279. De ellos 22 tienen categoría I, 21
categoría II, 76 categoría III, 48 categoría IV y 112 categoría V. Del total de
categorizados el 43% se encuentran en las categorías I, II y III. Actualmente perciben
Incentivo, 192 docentes investigadores de esta UA.
Categorizados por áreas de conocimiento: 45 se encuentran categorizados en el área
Biología, 1 en Ciencias de la Tierra, el mar y la atmósfera, 1 en Economía,
administración y contabilidad, 30 en Educación, 3 en Filosofía, 5 en Física, astronomía y
geofísica, 10 en Ingeniería, 3 en Matemática, 71 en Medicina, odontología y ciencias de
la salud, 3 en Psicología y 107 en Química, bioquímica y farmacia.
c) Cantidad de docentes que pertenecen a la carrera de investigador científico de
CONICET – Relación con Unidades Ejecutoras UNL- CONICET
Del total de docentes de la Institución, 66 pertenecen a la CIC de CONICET, de los
cuales 64 son investigadores y dos son Personal de Apoyo. 34 tienen cargos de
Profesor (Titulares, Asociados y Adjuntos) y 32, de Auxiliares (JTP + Aux).
De las 12 UEDD (UNL-CONICET) existentes, dos de ellas se han creado sobre la masa
crítica de docentes-investigadores de la FBCB y se vinculan fuertemente tanto a nivel
de docencia de grado como de posgrado, ellas son el Instituto de Agrobiotecnología
52
del Litoral (IAL) y el Instituto de Salud y Ambiente del Litoral (ISAL). Por otra parte,
investigadores de otras UEDD poseen cargos en la FBCB y desarrollan actividades
docentes en grado y posgrado.
d) formación de recursos humanos en investigación tanto en grado como posgrado
Con relación a la formación de recursos humanos en investigación, en los laboratorios
de la FBCB desarrollan sus planes de trabajo actualmente 35 becarios doctorales y
posdoctorales de CONICET, 3 becarios doctorales de la UNL, 23 alumnos de grado con
becas de iniciación a la investigación de la UNL que finalizan en 2015 en tanto que 24
iniciarán sus actividades en 2016, 8 becarios de Estimulo a las Vocaciones Científicas
del Consejo Interuniversitario Nacional, 6 becarios de la Fundación del Nuevo Banco de
Santa Fe y 2, becas de iniciación a la investigación UNL-INTA.. En el año 2013, la
Facultad lanzó un programa de becas, costeado por la empresa Zelltek SA que financió
dos becas de iniciación a la investigación para estudiantes de grado y tres para
graduados de la FBCB. Además un número aproximado de 25 alumnos de grado por
año que desempeñan actividades de formación extracurricular en investigación.
e) carreras de posgrado activas – Resoluciones acreditación CONEAU
La FBCB cuenta con una importante oferta a nivel de carreras de posgrado, a saber:
- Doctorado en Ciencias Biológicas, acreditada “A” por Res. CO EAU ° 735/13
- Doctorado en Física, carrera compartida con la Facultad de Ingeniería Química y el
Instituto de Física del Litoral, acreditada “A” por Res. CO EAU ° 783/13.
- Doctorado en Educación en Ciencias Experimentales, compartida con la Facultad de
Humanidades y Ciencias, con reconocimiento oficial por Res del Ministerio de
Educación N° 1842/13.
- Maestría en Didáctica de las Ciencias Experimentales, acreditada “A” por Res. Min.
Educ. 255/09.
- Maestría en Salud Ambiental acreditada “C” por Res. CONEAU Nº 290/15
- Maestría en Física, compartida con la Facultad de Ingeniería Química (FIQ) y el
Instituto de Física del Litoral (IFIS)
- Especialización en Bacteriología Clínica acreditada A por Res. CONEAU Nº 275/15
- Especialización en Vinculación y Gestión Tecnológica, compartida entre todas las
Facultades de la U L, acreditada “A” por Res. CO EAU ° 1173/14.
Desde el año 2000 a la fecha la FBCB es una de las Facultades que lidera el número de
doctorados otorgados por la UNL lo cual también es un indicador positivo de la
evolución en I+D+i.
f) patentes de invención presentadas y aprobadas
Las actividades de vinculación pueden apreciarse en los acuerdos para la prestación de
Servicios Altamente Especializados a Terceros (SAT) y Servicios Educativos a Terceros
(SET): solo en 2012 se registraron 17 nuevos acuerdos. Las patentes presentadas
constituyen otro indicador de la actividad de transferencia. En el periodo 2002–2011,
53
se presentaron 35 patentes en diversos países. Muchas de éstas han sido licenciadas.
Es la Facultad de la UNL, con más patentes presentadas y otorgadas (MINCyT, 2013).
g) actividades de vinculación y transferencia de tecnología
Se ha logrado financiamiento con el sector productivo con la Provincia de Santa Fe y el
Consejo Federal de Ciencia y Técnica (COFECyT). Asimismo se accedió a
financiamientos del FONTAR en conjunto con otras instituciones o empresas;
FONARSEC; Ministerio de Salud de la Nación, entre otras.
Conclusiones
Las políticas en ciencia y tecnología llevadas adelante por la FBCB han permitido
consolidarla como un referente en el campo de la investigación básica y aplicada en
áreas de su incumbencia. Ha incrementado su capacidad de generación de
conocimientos y tecnologías y su vinculación con los sectores productivos en áreas
claves para el desarrollo local, regional y nacional.
En los proyectos de I+D participan docentes-investigadores que realizan tanto docencia
de grado como de posgrado e incluyen alumnos de grado y posgrado que realizan sus
planes de beca de iniciación a la investigación, tesinas o tesis de posgrado. Esto genera
un clima académico óptimo para la formación de los estudiantes e investigadores. Es
notable el incremento de jóvenes investigadores que han accedido en los últimos años
al financiamiento para sus proyectos.
Por otra parte, del total de 186 publicaciones indexadas en la base Scopus para
Ciencias Biológicas y de la Salud de la UNL en el periodo 2006 – 2010, el 64%
corresponde a integrantes de grupos radicados en la FBCB. La mayoría de los artículos
fueron publicados en revistas internacionales indexadas, con una tendencia creciente
durante el periodo relevado. Más de la mitad de los trabajos implicaron la
colaboración con otros grupos y se manifiesta un incremento de la labor con
investigadores del extranjero (MINCyT, 2013)
El acceso a becas otorgadas por ANPCyT, CONICET y UNL para la realización de
estudios de posgrado se constituye en una de las políticas más activas para la
formación y jerarquización del plantel docente de la FBCB. Adicionalmente, esto ha
permitido una mejora sustantiva en la cantidad de docentes categorizados y que han
ingresado a la CIC de CONICET.
Las carreras de posgrado se han consolidado como una alternativa de alcance regional
para la formación de recursos humanos calificados tanto en disciplinas básicas como
aplicadas. Se cuenta con infraestructura y equipamiento adecuado para la realización
de trabajos finales de carrera y tesis de posgrado.
Por otro lado, la constante generación de conocimientos en las diferentes carreras de
posgrado es uno de los pilares sobre los que se sostiene la renovación curricular de las
carreras de grado de la FBCB.
54
Referencias
Asamblea Universitaria. (2010). Plan de Desarrollo Institucional 2010-2019. “Hacia la
Universidad del Centenario” Res. AU N° 07/10. Santa Fe. Retirado de:
file:///C:/Users/net/Downloads/215_unl_pdi_2010-2019%20(1).pdf
Facultad de Bioquímica y Cs Biológicas-UNL. (2014) Lineamientos generales para la
Gestión
período
2014-2018.
Santa
Fe.
Retirado
de
http://www.fbcb.unl.edu.ar/pages/institucional/gobierno/lineamientos-degobierno.php).
Hynes, E. (2012). Autoevaluación de la función investigación y desarrollo.1ª Ed. Santa
Fe: Ediciones UNL.
Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva (2013). Informe de
Evaluación Externa UNL. Anexo I. Buenos Aires. Retirado de
file:///C:/Users/net/Downloads/unl-informe-de-evaluacion-externa-anexo-reso4-dic.pdf%20(2).pdf
55
A UNIVERSIDADE E AS MUDANÇAS DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS NA IMPLANTAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL
DE 9 ANOS
Guimarães do Carmo, Maria Elizabeth y Benedito Vilarino, Josiane
(Pontificia Universidade Católica do Rio Grande Do Sul; PUCRS)
Resumen
La presente comunicación oral tiene el objetivo de reflexionar sobre la necesidad de
diálogo entre la Universidad y la Educación Primaria, con la finalidad de que las
modificaciones instauradas en el contexto de la educación básica fomenten la
formación de futuros profesores comprometidos con las nuevas propuestas de la
educación, al mismo tiempo en que los capacita para el ejercicio de una docencia
transformadora, dinámica y comprometida con la sociedad. Por lo tanto, el centro del
debate es reflexionar sobre cómo la renovación pedagógica, en el contexto de la
formación universitaria, debe implementarse para contribuir a los cambios necesarios
de la Educación Primaria. La propuesta de este estudio se constituye a través de un
abordaje cualitativo realizado mediante investigación bibliográfica. Como resultado se
espera avanzar en las discusiones sobre el papel actual de la Universidad, en relación a
sus cursos de licenciatura para formación de profesores, frente a los cambios
emergentes de la Educación Primaria.
Resumo
Esta comunicação tem como objetivo refletir a necessidade da interlocução entre
universidade e Ensino Fundamental a fim de que as mudanças instauradas no contexto
da Educação Básica fomentem a formação de futuros professores engajados nas novas
propostas de educação ao mesmo tempo em que capacita professores para o exercício
de uma docência transformadora, dinâmica e comprometida com a sociedade. Sendo
assim, o cerne desse debate é refletir de que maneira a renovação pedagógica no
contexto da formação universitária deve ocorrer a fim de contribuir para as mudanças
do Ensino Fundamental. A proposta do estudo está inserida em uma abordagem
qualitativa, através da pesquisa bibliográfica. Como resultado, espera-se avançar nas
discussões entre o papel atual da universidade nos cursos de licenciatura frente às
mudanças emergentes da escola básica.
Introducción
Ao longo da história da Educação do Brasil, o Ensino Fundamental é o nível de ensino
que tem sofrido mais mudanças. Ao fazer um breve retrospecto deste nível de ensino
suas mudanças datam de 1961 com a Lei no 4.024/61 que estabeleceu quatro anos de
escolaridade obrigatória; com o Acordo de Punta Del Este e Santiago, de 1970, houve o
compromisso de estabelecer (6) seis anos para este nível de ensino; a Lei no
5.692/1971 determinou a extensão da obrigatoriedade do Ensino Fundamental para
oito anos. A partir da década de 1990, o Brasil passa por reformulações políticas e
econômicas, em que se fazia necessário sua inserção na política neoliberal, com isso a
56
Educação Básica, mais precisamente o Ensino Fundamental, mais uma vez torna-se
alvo de mudanças, pois a educação passa ser eixo determinante para a consolidação
dessa nova sociedade (neoliberal) que se buscava. Assim sendo, em 2001, aprova-se o
Plano Nacional de Educação (PNE), em que uma das metas era o Ensino Fundamental
de 9 anos e em 2006, com a Lei 11.274 altera-se a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional) que dispõe sobre o Ensino Fundamental de 9 anos, tornando
obrigatório a matriculas de crianças de 6 anos neste nível de ensino. Como se pode
perceber as mudanças no Ensino Fundamental não são recentes. Contudo, essas
mudanças não são fruto apenas de manobras políticas ou econômicas, mas também
fruto de lutas por uma educação democrática em que seu acesso fosse universalizado.
Assim sendo, pensar o Ensino Fundamental com sua estrutura, princípios e
fundamentos exige pensar, também, a formação de professores nos cursos de
Licenciaturas, para que a escola atenda as novas demandas em seu fazer pedagógico.
Não há como pensar o novo Ensino Fundamental sem a concepção do professor como
pesquisador e sem que se desenvolva a prática da pesquisa no trabalho docente.
Marco teórico
1. Princípios, Fundamentos e Estrutura do Ensino Fundamental de 9 anos
O direito ao Ensino Fundamental não se refere apenas ao acesso à matrícula, mas à
permanência e ao ensino de qualidade, com a criação de condições para a
aprendizagem dessa faixa etária, com espaço, tempo e recursos didáticos e
pedagógicos adequados, com políticas educacionais que garantam uma educação de
qualidade para o desenvolvimento social.
Segundo Teixeira (1968), a sociedade democrática e científica exige um aparelhamento
escolar especial. A educação terá de formar um indivíduo capaz de servir à democracia.
Em face disso, a educação escolar visa o processo de formação voluntária do homem.
Por isso, se constitui um problema público, um interesse público, um direito de cada
indivíduo e um dever da sociedade politicamente organizada.
A estruturação do Ensino Fundamental de nove anos tem como pressupostos não só
considerar o acesso da criança de seis anos à escola (educação) como compreendê-la
em suas especificidades no seu processo de aprendizagem. Nesse sentido, as diretrizes
norteadoras do Ensino Fundamental com nove anos apontam para significativas
mudanças no que diz respeito ao currículo, a avaliação e as programas escolares. É
preciso construir uma proposta de ensino que garanta o espaço do lúdico, respeito aos
diferentes ritmos de aprendizagem e a valorização das experiências, centrando-se nos
alunos que constroem o conhecimento a fim de que participem progressivamente da
cultura que os constituem.
Cabe destacar, que as mudanças no Ensino Fundamental de nove anos incidem
diretamente na formação docente, pois se faz necessário uma prática docente
coerente com essa nova proposta pedagógica. Nesse sentido, algumas questões
emergem diante desse cenário de mudanças nas políticas educacionais da Educação
Básica, mais precisamente do Ensino Fundamental: qual o papel da universidade frente
às mudanças na educação básica (Ensino Fundamental de 9 anos)? Será que as nossas
universidades têm formado professores para dar conta dessa nova realidade? De que
57
maneira a renovação pedagógica na formação universitária deve ocorrer a fim de
contribuir para as mudanças do ensino fundamental?
2. Universidade e o Ensino Fundamental: tecendo aproximações
A comunidade acadêmica necessita estar inserida nas mudanças e acompanhar as
políticas públicas que atingem outros níveis de ensino para que possa formar o
“professor reflexivo” no contexto das mudanças que norteiam a educação como um
todo. Debatem-se, assim, diferentes propostas para que a formação desses
profissionais seja tratada ou como elemento garantidor e realizador dessas mudanças,
ou como elemento que cria condições para a transformação da própria escola, da
educação e da sociedade.
A busca da qualificação da educação básica, através da implantação de um Ensino
Fundamental de 9 anos, deve fazer parte das agendas de discussões nos cursos de
formação de professores, tendo em vista que é preciso preparar quem, em breve,
estará à frente da formação de crianças e adolescentes em uma nova organização
escolar.
Na dimensão da renovação pedagógica das universidades faz-se necessária uma
reflexão acerca da organização e da estrutura de educação superior que irão
promover, pois as mudanças na sociedade, no mundo do trabalho e na produção de
conhecimentos impactam em todos os níveis educacionais, e a universidade não pode
ficar alheia a isso, principalmente, no que diz respeito à qualidade do conhecimento
que é produzido nela e para que (quem) ele servirá. Tendo presentes as finalidades do
Ensino Superior, aos professores universitários se impõe o compromisso com um
investimento sistemático no planejamento de suas disciplinas, na qualificação de sua
interação pedagógica com seus alunos e numa concepção do ensino e da
aprendizagem como processo de construção do conhecimento devendo engajar-se nas
mudanças dos diferentes níveis de ensino para poder refletir a educação em contexto
global. Nessa linha, todas as disciplinas do curso devem se articular, fazendo que
ocorra envolvimento de todos os docentes. É necessária uma atitude coletiva
convergente em termos de exigência de padrão de produção acadêmica.
A definitiva razão de ser da universidade é a transformação da sociedade e para isso
deve participar ativamente da solução dos problemas locais, regionais e universais.
Cabe dessa forma à universidade engajar-se nas políticas públicas de melhoria da
qualidade do ensino que abarcam os problemas sociais, ambientais, educacionais e
culturais, refutando a tese neoliberal que considera como função essencial a
adaptabilidade às necessidades do mercado. A formação de cidadãos não se dá apenas
nas modalidades de Ensino Básico, mas também cabe à educação superior essa tarefa
de formar cidadãos críticos, éticos, comprometidos com a transformação da realidade
circundante. Esses são desafios e certamente será o diferencial das instituições de
Ensino Superior no século XXI.
Segundo a LDBEN nº 9394/96 em seu artigo 43, inciso VIII:
A Educação Superior tem por finalidade: [..] VIII - atuar em favor da universalização e do
aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de
profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de
extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015)
58
Metodología
A metodologia utilizada na pesquisa foi de abordagem qualitativa. Ao considerar as
várias formas que a pesquisa qualitativa pode assumir, optou-se neste trabalho por
uma investigação bibliográfica a fim de promover a problematização orgânica para
então adentrar no campo empírico.
Para Severino (2007, p. 122):
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente
de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizase de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e
devidamente registrados.
Resultados
O Ensino Fundamental como pode ser visto tem passado por diversas mudanças.
Mudanças essas que se estabeleceram na junção de elementos históricos, políticos,
económicos e sociais. Hoje o Ensino Fundamental de 9 anos pode ser considerado uma
das políticas mais abrangentes até então constituida, pois apresenta não só mudanças
de âmbito legal como de âmbito pedagógico. Essa renovação pedagógica, ancorada na
promulgação de leis, resoluções e documentos oficiais, demanda também mudanças
no campo da formação docente. Nesse sentido, a Universidade que também tem
vivido contextos de grandes transformações, onde muito tem se discutido sobre
internacionalização da educação superior, mobilidade acadêmica, intercâmbios, entre
outros, não pode deixar de reconhecer que tanto as mudanças quanto os problemas
pedagógicos que ocorrem na Educação Básica faz parte de seu universo também, haja
vista que uma de suas funções é formar os profissionais da educação. Assim sendo, se
faz necessária uma interlocução mais efetiva entre a universidade e a educação básica,
de modo que não só a questão da formação docente seja repensada, mas também se
constitua novos rumos paradigmáticos que respondam satisfatoriamente aos anseios
da sociedade.
Conclusiones
As reflexões feitas neste estudo não têm como propósito se esgotar aqui, mas
contribuir para discussões e debates mais aprofundados sobre a temática. Nesse
sentido, considera-se que para esse contexto de reformas conjunturais e estruturais
que tem demarcado tanto a educação básica quanto a educação superior, refletir
sobre seus papéis e consequentemente a relação entre universidade e escola, é de
grande relevância.
Referencias
Freire, P. (1986). Medo e ousadia: cotidiano do professor. 5ª edição. Rio de Janeiro: Paz
e Terra.
59
Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 do Ministério da Educação e Cultura.
Publicada em Diário Oficial da União em 23/12/1996. Disponível
em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf >
Severino, A. J. (1994). Filosofia da Educação: construindo a cidadania. São Paulo: FTD.
Severino, A. J. (2007). Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez.
Teixeira, A. (1968). Educação é um direito. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
60
A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA UNIVERSIDADE E O
TRABALHO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE: POLÍTICAS E
PRÁTICAS
Preciosa Fernandes (Universidade do Porto)
Introdução
A dimensão social das universidades tem vindo, sobretudo nas últimas décadas, a
constituir um tópico central da agenda politica para o ensino superior. Nesse
ementário reconhece-se que a universidade, enquanto lugar de formação e de
produção de conhecimento, não pode “virar as costas” às demandas sociais, culturais,
e económicas contemporâneas. Isto é, reconhece-se que as universidades têm um
papel fundamental no desenvolvimento das sociedades de que fazem parte (Ribeiro &
Magalhães, 2014). Como sublinham estes autores “a universidade tem papel capital na
promoção de ações de responsabilidade social, ou seja ela concretiza o seu papel de
instituição geradora de conhecimento através da RSU no processo que interrelaciona
ensino, pesquisa e extensão”. A extensão à comunidade tem sido reconhecida como
uma prática de efectivação do compromisso social da universidade e uma via de
aproximação da Universidade ao meio social e económico envolvente (Loureiro &
Cristóvão, 2000). Também Nunes (2011) sustenta que a extensão à comunidade
potencia a construção de pontes com o meio envolvente e que “através de projetos
sociais, a universidade socializa seu conhecimento e disponibiliza seus serviços,
exercendo sua responsabilidade social, ou mesmo sua missão: o compromisso com a
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos” (p.121).
Pese embora estas considerações, a extensão à comunidade tem, no entanto, vindo a
ser subestimada por força de pressões associadas às novas imposições que se colocam
aos professores do ensino superior, nomeadamente ao nível da submissão de projeto
a financiamentos europeus e de publicação em revistas com factor de impacto
elevado. Trata-se de um cenário exigente que requer às universidades um “novo
paradigma de gerenciamento” e uma “maior ênfase no compromisso social e no
envolvimento dos pares, para fortalecer e dar continuidade a uma gestão social e
politicamente democrática” (Ribeiro & Magalhães, 2014, p, 138).
Objetivo e questão de investigação
É no quadro das ideias aduzidas que se situa esta comunicação. É seu objetivo refletir
sobre o lugar e o papel da extensão à comunidade no quadro dos desafios atuais
solicitados às universidades e aos professores do ensino superior. Assim, o problema
de pesquisa formulou-se com base nas seguintes questões: i) que políticas de
responsabilidade social são preconizadas pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) e pela Faculdade de Ciências da
Educação da Universidade de Granada, Espanha? ii) Que perceções têm
professores/investigadores têm sobre lugar e o papel da extensão à comunidade e que
61
práticas identificam nesse domínio? Não se tratando de um estudo comparativo a
ideia central foi problematizar o sentido da dimensão de extensão à comunidade a
partir de um “olhar” sobre duas instituições qua atuam no campo das Ciências da
Educação.
Metodologia
Metodologicamente o estudo orienta-se por uma abordagem qualitativa (Bogdan e
Biklen, 1994) intentando compreender o fenómeno em estudo nas duas instituições de
ensino superior. Para tal recorreu-se à análise documental de documentos definidores
das políticas de cada uma das faculdades de que são exemplo: Plano estratégico da
Universidade do Porto; Plano estratégico da FPCEUP; Estatutos da UPorto, etc;
Documento Granada Y la Universidad; Documento Politica de Calidad de lada
Universidad de Granada; Plan próprio de Investigación 2015 da Universidad de
Granada.
Em
complementaridade
foram
realizadas
entrevistas
a
professores/investigadores com responsabilidades na organização e gestão da
formação e no trabalho com a comunidade (6 entrevistas na FPCE UP e 6 entrevistas
na Faculdad de Ciências de la Educación de la Universidad de Granada). Os dados
foram analisados através da técnica de analise de conteúdo (Bardin, 1977), com
recurso ao Programa NVivo 10.
Resultados/Conclusões
Em ambas as faculdades os documentos apontam para o papel social da Universidade.
Na FPCEUP a análise documental revelou uma explicitação mais clara em relação à
atividade de extensão à comunidade do que no caso dos documentos da faculdade de
Ciências de la Educación de Granada. Todavia são mais visíveis os projetos e iniciativas
de extensão à comunidade na faculdade de Granada do que na FPCEUP. Em ambas as
instituições os entrevistados reconhecem elevada importância do trabalho de
extensão à comunidade enquanto dimensão que fortalece e visibiliza o papel social da
Universidade. Ainda assim, quer na Faculdade de Ciências de la Educación de Granada,
quer na FPCEUP as atividades/projetos em curso ocorrem à margem da vida da
universidade e por iniciativa individual. Os entrevistados são unânimes quanto à falta
de reconhecimento institucional desta dimensão no trabalho dos professores. Em
síntese, reconhecendo-se que a Universidade tem um importante papel social,
constata-se, todavia, que existe uma certa discrepância entre o que é enunciado nos
documentos políticos e o reconhecimento das práticas e iniciativas existentes.
Referências
Bardin, L. (1977) Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
62
Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação – uma introdução
á teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora
Loureiro, A. & Cristóvão, L. (2000) A Universidade ao encontro da comunidade: traços
do perfil da actividade de extensão de uma universidade. Revista Portuguesa de
Educação, 13 (2), 243-266.
Nunes, A. L. F. (2011). A extensão universitária no ensino superior e a sociedade. MalEstar e Sociedade, 7, 119-133.
Ribeiro & Magalhães, A. (2014,). Política de responsabilidade Social na Universidade.
Conceitos e Desafios. Educação, Sociedade e Culturas, 42, 133-146.
63
FINANCIACIÓN Y PRODUCTIVIDAD EN EL SISTEMA
UNIVERSITARIO ESPAÑOL
Nieto Torrejón, Laura; Pérez Cárceles, Concepción y Gómez Gallego, Juan
Cándido. (UCAM).
Resumen
Tradicionalmente el Sistema Universitario Español ha contado con dos fuentes de
financiación principales: las transferencias realizadas por las Administraciones Públicas,
que suponen alrededor del 80% de la financiación recibida y las tasas pagadas por los
usuarios de la universidad, que completan el 20% restante. Sin embargo, desde 2009 la
vía de financiación pública está en continuo descenso a la vez que la capacidad de
autofinanciación de las universidades aumenta a través del incremento de los precios
públicos. Este trabajo estudia la evolución de la estructura de financiación de las
universidades españolas y de su productividad en el período 2009-2013. Los resultados
obtenidos muestran que la disminución de la financiación no ha ido acompañada de
una evolución negativa de la productividad de las universidades públicas españolas.
Introducción
Las universidades públicas europeas han estado sometidas en los últimos años a un
proceso de adaptación al Espacio Europeo de Educación Superior. La finalidad principal
de esta convergencia es crear un sistema universitario europeo capaz de competir con
sistemas como el norteamericano o el japonés, los cuales gozan de posiciones elevadas
en los ranking internacionales.
Para lograrlo, la Unión Europea ha emitido en la última década numerosos
comunicados en los que se insta a los países miembros a incrementar el gasto público
en investigación y docencia en el ámbito universitario. Así, durante los años de
bonanza económica, se pidió a los gobiernos que destinaran un mayor porcentaje del
PIB a la modernización de sus universidades así como a la investigación3. Sin embargo,
a partir de 2010 la situación de crisis económica de los países europeos frena la
tendencia positiva del gasto universitario, comenzando una etapa caracterizada por las
restricciones presupuestarias. Así, en el caso concreto de España, se incrementó el
gasto en investigación hasta en un 25% de 2005 a 2010 (Base de datos Banco Mundial)
y el gasto público en universidades siguió una tendencia alcista (CRUE, 2015) en estos
mismos años. En 2010, se presenta el Documento de mejora y seguimiento para las
políticas de financiación de las universidades para promover la excelencia académica e
incrementar el impacto socioeconómico del Sistema Universitario Español, dirigido a
establecer nuevas estructuras de financiación de las universidades españolas que
permitan mejorar la eficiencia y calidad de servicio docente e investigador, lo que
supondría el inicio de un cambio paulatino en la estructura financiera de las
universidades públicas.
3
Comunicación europea: Cumplir con la agenda de modernización para las universidades: Educación, investigación
e innovación.
64
Tradicionalmente, las universidades españolas se han financiado a través dos vías
principales (Martínez y Pérez, 2005):
 Subvenciones de la Administración Púbica.
 Tasas y precios públicos pagados por los usuarios de la universidad.
La vía de las subvenciones ha supuesto para las universidades públicas alrededor del
87% de los ingresos recibidos durante los años anteriores a la crisis económica, siendo
alrededor del 13% restante el porcentaje de ingresos procedentes de la prestación del
servicio docente. Esta estructura de financiación es precisamente la que está
cambiando en los últimos años. Así, tal y como se observa en el gráfico 1, la evolución
de las subvenciones o transferencias corrientes han seguido una evolución negativa a
lo largo del período 2009-2013, pasando a suponer aproximadamente un 80% de los
ingresos de las universidades.
De forma simultánea, las universidades adoptan una política de incremento de los
precios por crédito de las matrículas de los alumnos, de modo que se pretende
compensar la pérdida de los fondos públicos con fondos privados. En términos
porcentuales, esta vía de financiación se incrementa hasta un 19%, adquiriendo una
mayor relevancia en la financiación de las universidades.
En términos globales, la pérdida de financiación del SUE ha sido del 12%, lo que ha
supuesto una merma de 1.027 millones de euros (CRUE, 2015). Esta tendencia
concuerda con el Informe de Sostenibilidad Financiera de las Universidades (EUA,
2011), en el que se advierte sobre el decrecimiento futuro de la financiación pública
para la docencia.
Gráfico 1: Evolución de las fuentes de financiación de las universidades públicas españolas en el periodo
2009-2013 (miles de euros).
Fuente: Elaboración propia a partir de datos del INE
La hipótesis que se plantea en el estudio es comprobar si estos cambios observados en
la evolución de la financiación, así como en la contribución de sus fuentes, vienen
acompañados de cambios en la productividad de las universidades públicas españolas.
65
Metodología
Para analizar el impacto que puede haber tenido la disminución de la financiación en el
sistema universitario, se revisan algunos indicadores relativos a las distintas funciones
de la universidad. El indicador relativo a la función docente será estudiantes
matriculados, para la función investigadora se utilizan los artículos de impacto y, por
último, para la función de transferencia tecnológica se consideran las patentes. Se
observa la evolución temporal de estos indicadores en el período 2009-2013 y se
obtienen conclusiones a partir de los respectivos estadísticos descriptivos.
Los datos relativos a cada uno de los indicadores se obtienen del Ministerio de
Educación y del Observatorio IUNE. Para este estudio se toman los datos de las 47
universidades públicas que conforman el Sistema Universitario Español (excluida la
UNED) en el periodo 2009 a 2013.
Resultados
Los indicadores de cada una de las funciones de la universidad se presentan en tres
gráficos en los que se representa el volumen de resultados obtenido para cada
indicador en los años 2009, 2011 y 2013. De este modo se puede comprobar la
evolución de cada uno de ellos desde antes de que se comenzaran a notar los efectos
de la crisis en el ámbito universitario, año 2009, hasta que la reducción en la
financiación comienza a ser notable, año 2013. Asimismo, se incluye una tabla que
resume los estadísticos descriptivos de cada uno de los indicadores.
El gráfico 2 muestra la evolución de los estudiantes matriculados de 2009 a 2013.
Como se puede observar, no existen variaciones importantes. El promedio de alumnos
matriculados en el SUE desciende de 23.233 a 23.081, siendo éstas medias
representativas dado que los coeficientes de variación oscilan entre 0,61 y 0,64 (tabla
1). Se pueden encontrar universidades que han presentado tasas de crecimiento
elevadas a lo largo del periodo como son las universidades Rey Juan Carlos y Pablo de
Olavide. En el caso contrario, la universidad de la Rioja y la Politécnica de Valencia,
presentan una evolución negativa.
Tabla 1. Estadísticos descriptivos del indicador de la función docente: estudiantes
2009
2010
2011
2012
2013
Promedio
23.213
23.481
23.856
23.530
23.081
Desv. Típica
14.802
14.826
14.647
14.536
14.056
Mínimo
1.987
4.137
5.144
4.849
4.488
Máximo
72.258
72.457
71.720
71.328
67.664
El gráfico 3 presenta la evolución de los artículos de impacto en el periodo 2009-2013,
los cuales, han experimentado un incremento promedio del 48%, lo que indica que las
universidades españolas, pese a contar con menos recursos en los últimos años, han
sido capaces de incrementar la producción científica. En concreto, el SUE ha pasado de
un promedio de 437 publicaciones de impacto a 646 (tabla 2), siendo las universidades
con mayor incremento relativo de la producción científica las de País Vasco, Lleida, La
Rioja y A Coruña. Asimismo, el valor mínimo se incrementa en un 55%. Por último,
pese a que la media tiene una baja representatividad (coeficiente de variación
66
alrededor de 0,90 todos los años), es decir, la distribución del número de artículos de
impacto es muy heterogénea, es preciso destacar que ninguna de las universidades
presenta una tasa de crecimiento negativa.
Tabla 2: Estadísticos descriptivos del indicador de la función investigadora: artículos de impacto.
2009
2010
2011
2012
2013
Promedio
437
490
549
622
646
Desv. Típica
398
435
489
565
579
Mínimo
60
74
72
97
93
Máximo
1.978
1.974
2.293
2.566
2.711
Las patentes, representadas en el gráfico 4, presentan una evolución positiva y similar
a la producción científica. En este caso, el volumen de patentes ha pasado de un
promedio de 7 a 12 (tabla 3), lo que en términos porcentuales ha supuesto un
incremento promedio del 72% entre 2009 y 2013. Las universidades que han
experimentado mayores aumentos son Barcelona, Valladolid, Extremadura y Pablo
Olavide entre otras. No obstante, tal y como apunta el informe de la CRUE (2015), esta
actividad ha podido aumentar sus cifras gracias a la financiación concedida en años
anteriores y acumulada por los grupos de investigación.
Si bien los resultados conseguidos por el SUE para esta función universitaria distan
mucho de los resultados alcanzados por las universidades europeas, lo que indica que
para competir con ellas será necesario un incremento de la financiación de las
actividades de transferencia tecnológica en un plazo corto de tiempo. Así, se puede
observar como en cuatro de los cinco años analizados, el valor mínimo es 0, es decir,
existen universidades que no han registrado ninguna patente.
Tabla 3: Estadísticos descriptivos de la función de transferencia tecnológica: patentes.
2009
2010
2011
2012
2013
Promedio
7
9
11
10
12
Desv. Típica
6
9
10
9
11
Mínimo
0
1
0
0
0
Máximo
22
43
46
49
52
Conclusiones
Se demuestra que las universidades públicas españolas se encuentran ante una
situación de cambio, agravada por la situación de crisis económica que influye
significativamente en la capacidad de los gobiernos para dotar de mayores recursos
financieros a las universidades.
La evolución que sigue la estructura financiera de las universidades públicas españolas
se basa en incrementar la financiación por la vía privada de forma similar al resto de
universidades europeas, tratando de captar fondos a través de la prestación del
67
servicio investigador y de transferencia tecnológica. Por otra parte, las
Administraciones Públicas han reducido la transferencia de fondos públicos de forma
progresiva.
En cuanto a la productividad del SUE en el periodo 2009-2013, los indicadores sobre la
función de investigación y transferencia de conocimiento presentan una evolución
positiva. Sin embargo, el indicador de función docente se mantiene aproximadamente
constante a lo largo del periodo.
En resumen, la evolución negativa descrita por la financiación pública de las
universidades durante el periodo 2009-2013 no se ha visto acompañada por una
pérdida de productividad del sistema universitario español en el mismo periodo. No
obstante, podría haber un retardo en la pérdida de productividad relacionada con el
descenso de financiación de este periodo. Por ello, es necesario continuar estudiando
la evolución de la financiación y la productividad de las universidades, ya que una
disminución de la productividad del SUE, implicaría una pérdida de capacidad
competitiva frente a otros sistemas universitarios así como un distanciamiento del
EEES.
Referencias
Consejo de Universidades y Conferencia General de Política Universitaria (2010).
Documento de mejora y seguimiento de las políticas de financiación de las
universidades para promover la excelencia académica e incrementar el impacto
socioeconómico del Sistema Universitario Español (SUE).
Base
de
datos
Banco
Mundial.
http://datos.bancomundial.org/indicador/GB.XPD.RSDV.GD.ZS?page=2
Conferencia de Rectores de las Universidades Españolas-CRUE (2015). La Universidad
Española en cifras 2013-2014.
Martínez, J.A., Pérez Esparrells C. (2005). La financiación de las universidades públicas
españolas: un instrumento para el cambio.
European University Association – EUA (2011): Financially Sustainable Universities II,
European universities diversifying income streams, Bruselas
68
Anexo
Gráfico 2: Evolución de alumnos matriculados 2009-2013.
69
Gráfico 3: Evolución de los artículos de impacto 2009-2013.
70
Gráfico 4: Evolución de las patentes 2009-2013.
71
PROUNI: ANÁLISE DE UMA POLÍTICA PÚBLICA NO ÂMBITO
DA PUC MINAS
Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira (Educação na PUC Minas); Maria
Gisèlle Marques Bahia (Educação na PUC Minas); Solange Rodrigues
(Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)
Resumo
O objeto desta pesquisa é o Programa Universidade para Todos (ProUni), cujo objetivo
é analisar a sua implantação na PUC Minas, a perspectiva de inclusão social e o
desempenho dos bolsistas. Foi feita uma pesquisa Quanti-Quali, utilizando
questionários, aplicados aos bolsistas e professores; análise documental; entrevistas e
grupo focal. Os dados coletados mostraram que o ProUni vem tendo êxito como
Política de Inclusão Social, pois a maioria dos bolsistas tem obtido desempenhos
positivos e se sentem satisfeitos com o curso escolhido.
Introdução
Este texto tem o objetivo de expor resultados da pesquisa desenvolvida com alunos e
professores da PUC Minas, participantes do ProUni, em cursos de ensino superior.
A expansão do Ensino Superior foi acelerada após a promulgação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, Lei nº 9394/96, e vem se caracterizando, principalmente, pela
ostensiva participação do empresariado da educação.
Segundo Cury (1992), a partir dos anos de 1990, devido às políticas neoliberais, o
empresariado foi incentivado a abrir IES, e assim, o Ensino Superior, vem se
transformando em mercadoria, negociada, inclusive, na Bolsa de Valores do Estado de
São Paulo. Mesmo assim, o número de vagas ofertadas para atender à demanda é
insuficiente.
O Governo brasileiro, tendo em vista essa necessidade, em 2003, expandiu o Ensino
Superior, contando com a contribuição da Rede Privada, por meio da participação no
ProUni, institucionalizado pela Lei nº 11.096/05. Trata-se de uma política pública que
destina bolsas integrais e parciais para alunos dos Cursos de Graduação das IES
privadas, com ou sem fins lucrativos, através de isenção fiscal.
Objetivos:
- Analisar a implantação do ProUni na PUC Minas;
- Identificar os perfis dos bolsistas e do corpo docente;
- Analisar o Programa na perspectiva da inclusão social.
Metodologia e Resultados
Metodologicamente, fez-se interlocução da investigação qualitativa com a
quantitativa, utilizando a análise documental, a entrevista semiestruturada, o grupo
focal e o questionário.
72
As informações que seguem sobre o ProUni foram obtidas no Centro de Registro
Acadêmico da PUC Minas, referentes aos anos de 2005 a 20084:
a) Número de bolsistas/ano: 3.587/2005; 2.633/2006; 2.107/2007; 2.082/2008.
b) Tipo de Bolsa Concedida: integral (5.499), parcial (4.910)
c) Evasão da Universidade: 5,6%, em 2006.
d) Desempenho Escolar: a maioria dos bolsistas apresentou nesses anos,
desempenhos escolares, entre bons e muito bons, sendo que 252 bolsistas
foram “Destaques Acadêmicos”.
Foram enviados aos bolsistas, 3026 questionários, obtendo-se respostas de 1475
alunos. Destaca-se que foram coletados depoimentos de 73 bolsistas, através do
Grupo Focal e 165 professores de diferentes cursos.
A) O perfil dos alunos5
Gênero/sexo: feminino (59,5%); masculino (37%);
Faixa Etária: 17-20 anos (23,9%); 21-25 (46,2%); 26-30 (17,7%); 31-35 (4,9%); 36-40
(2,2%); mais de 40 (1,6%).
Renda Familiar: até um salário mínimo (SM) (4,6%); até 2 SMs (22,4%); até 3 SMs
(34,8%); até 4 SMs (25,8%); acima de 5 SMs (8,9%).
Atividade Laboral: não trabalham (60,4%); trabalham (36,1%).
Renda Individual: até um SM (35,9%); 2 SM (18,2%); mais de 3 SM (6,3%); não se aplica
(36,1%).
Atividades Acadêmicas Desenvolvidas na PUC: bolsista de iniciação científica (24,2%);
monitoria (18,3%); bolsista de extensão (26,9%); outras atividades (22,1%); não se
aplica (5%). Essas atividades contribuíram para a permanência dos bolsistas devido à
remuneração recebida e lhes oportunizaram novos conhecimentos.
Desempenho Escolar: excelente (10,8%); muito bom (49,3%); bom (29,4%); regular
(5,5%); péssimo (0,6%); não responderam (4,4%). Pesquisas realizadas por
Frankenberg e Côrtes (2006) e Faceira (2009), nos Cursos da PUC de outros estados
brasileiros, evidenciaram que os bolsistas do ProUni obtiveram desempenhos muito
satisfatórios.
Dificuldades de Permanecer na PUC: bolsa parcial (3% dos bolsistas); custo do
transporte (7,2%); custo da alimentação (5,5%); custo com livros e material (24,8%);
conciliar estudo com trabalho (34,7%).
B) O perfil dos professores
Gênero/Sexo: masculino (56,97%) e feminino (43,03%).
4
Destaca-se que, no período de 2005 a 2008, o total de alunos matriculados na PUC Minas foi de 48.103, sendo que
desses, 10.409 eram bolsistas do ProUni.
5
Os valores apresentados não totalizam 100%, pois, nesta exposição, foi contemplado, apenas, o percentual
referente à opção “Sim”, desprezando-se o “ ão” e o “Sem Resposta”.
73
Titulação: mestres (58,79%); doutores (25,45%); especialistas (13,94%) e graduados
(1,82%).
Experiência no Magistério: 1-5 anos (13,33%); 6-11 (24,85%); 12-17 (22,42%); 18-23
(13,33%) e acima de 24 anos (23,03%).
Especificamente, como docente, na PUC Minas: 1-5 anos (21,21%); 6-11 (36,97%); 1217 (15,76%); 18- 23 (13,33%) e acima de 24 anos (12,73%).
Carga Horária: até 10 horas semanais (9,70%); de 11 a 20 horas (30,30%); de 21 a 40
horas (60%).
Conhecimento do ProUni: não tinham conhecimento do Programa (65,45%); tinham
conhecimento do Programa (34,55%). Esses dados indicam que os gestores das IES,
geralmente, não priorizam um melhor nível de comunicação e participação dos
docentes e de outros profissionais, nos projetos e programas desenvolvidos.
Identificação dos alunos bolsistas: identificaram os bolsistas (52,12%); não os
identificaram (8,48%) e não tinham conhecimento do ProUni (39,40%).
C) Avaliação do ProUni: bolsistas
O Grupo Focal foi aplicado a 73 bolsistas, mas devido ao grande número de alunos,
optou-se por explicitar, apenas, alguns depoimentos, referentes às 8 categorias,
identificadas na perspectiva da Análise de Conteúdo (Bardin).
1) As dificuldades encontradas na Universidade foram superadas pelos bolsistas
[...] Parei de estudar, no 2º ano do 2º grau. Casei, tive filhos. Voltei. Fiquei com medo, depois
de mais de 20 anos parada, mas tive sucesso graças a Deus! Ao entrar na faculdade verifiquei
que os colegas estavam bem na frente e foi difícil pegar o ritmo, mas estou dando conta.
(Aluna de Pedagogia).
[...] Demorei um pouco a entrar na PUC, formei em escola pública e não tinha base, fui
aprendendo, aqui. (Aluna de Publicidade e Propaganda).
2) O ProUni foi valorizado como uma política pública de ingresso no Ensino Superior.
Eu acho o ProUni, uma graça de Deus. Foi a melhor coisa que o Governo podia fazer para
mim. Deveria melhorar a Educação Básica, mas isso é tarefa para muitos anos, então, para o
pobre fazer ensino superior, é só pelo ProUni. (Aluno de Arquitetura e Urbanismo).
3) Os bolsistas estão satisfeitos com o curso e a Universidade. Destaca-se que, na PUC
Minas, os bolsistas do ProUni estão matriculados em diferentes cursos, inclusive,
naqueles considerados como elitizados.
Eu escolhi a PUC pelo seu renome, mas hoje vejo que ela é mais do que nome, é muito
melhor, pois a Universidade oferece oportunidades de pós-graduação e extensão. Faço
Fonoaudiologia que é um curso muito bom; sou apaixonada, principalmente, pela área
cirúrgica, que dá muitas oportunidades e eu quero crescer, profissionalmente. (Aluna de
Fonoaudiologia).
4) Os bolsistas tiveram de estudar muito e ter disciplina para se tornaram bons alunos.
Informaram, também, que tiveram dificuldades de adquirir livros, outros materiais e
74
de ter acesso aos bens culturais, às viagens e aos cursos de línguas. Nessa direção,
Ferri e outros (2010) enfatizam que o ProUni viabilizou a igualdade de oportunidades e
a meritocracia, entretanto, as desigualdades em diversos âmbitos continuaram.
Conciliar trabalho e estudo não é uma tarefa fácil. Principalmente, no meu curso que é muito
difícil, dar conta de tanta exigência e cobrança. Mas tenho conseguido ter boas notas. Quanto
ao estágio, estou fazendo aqui, dentro da PUC e isso facilita. [...] (Aluna de Pedagogia).
5) Verificou-se que a maioria dos bolsistas buscou participar da Iniciação Científica, da
Monitoria e do Projeto de Extensão. Eles explicitaram que a pequena remuneração
recebida, contribuía tanto para permanecerem na instituição, quanto para suas
formações acadêmicas.
Eu fiz monitoria no Curso de Comunicação e isso abriu portas para muitos estágios e estou
fazendo estágio na PUC TV e ganho bolsa R$350,00 e dá para a gente se virar. Sou filho de
uma funcionária da cantina da PUC e meu pai é analfabeto. Aprendi a sobreviver, com pouco
recurso. Mas essas oportunidades na PUC estão me fazendo crescer e eu vou ser um bom
profissional. (Egressa de Relações Públicas).
6) Os bolsistas relataram manter boas relações com colegas e professores. Em alguns
depoimentos, eles informaram se sentirem diferenciados, frente aos outros colegas
não bolsistas, que estavam vinculados às classes sociais mais favorecidas social e
economicamente.
Senti certa discriminação, pois em algumas decisões da turma, alguns falavam, “vocês não
pagam e não têm de reclamar de professor”, etc. Mas falei que tinha direito de participar e
querer um ensino bom. Fora isso, não tive mais problemas. Os professores são amigos,
compreensivos e incentivadores do nosso desempenho. (Egressade Serviço Social).
7) A infraestrutura da instituição foi considerada excelente e/ou, muito boa; contudo,
alguns relataram que na biblioteca alguns livros, tinham poucos exemplares
disponibilizados.
Dentre o que eu tenho necessidade, consigo achar na biblioteca. O laboratório de informática
me ajuda muito, acho as cantinas caras e o xerox também, principalmente para nós, do
ProUni. (Aluna de Fonoaudiologia).
8) Os bolsistas responderam que desejavam ingressar no mercado de trabalho,
melhorar de vida e prosseguir os estudos.
No futuro imediato, quero fazer um bom estágio, aprender, fazer contatos, para facilitar,
quando me formar, pois quero ser um profissional competente. (Aluna de Relações Públicas).
D) Avaliação doProUni: professores
A maioria (87%) avaliou, positivamente, o Programa; 7%, negativamente; 6%
responderam que não o sabiam avaliar:
“ ecessário, para melhorar a democratização do ensino superior”; “Grande instrumento de
inclusão social; bem gerenciado pela PUC”; “Programa consolidado e bem sucedido”; “Parece
positivo em termos quantitativos, mas, qualitativamente, tenho restrições”.
75
A maioria (78%) avaliou os bolsistas do ProUni, positivamente; 15% afirmaram que os
bolsistas apresentavam dificuldades e 7% não os souberam avaliar:
“Interessados e do mesmo nível dos outros alunos”; “ ão percebo diferenças entre bolsistas
e não bolsistas”; “Em geral, os bolsistas acompanham, muito bem, as disciplinas, alguns são
destaques acadêmicos”; “Esforçados, mas desnivelados, em relação a outros colegas”.
Conclusões
Os dados referentes à pesquisa realizada evidenciaram que o ProUni, na instituição
pesquisada, vem se desenvolvendo como uma política pública de inclusão sócioeducacional de êxito entre os alunos.
Embora o Ensino Superior Público tenha se expandido, esse crescimento foi
insuficiente para atender à demanda necessária. Para resolver essa questão com maior
rapidez, o Governo brasileiro fez uso de IES particulares. Por se tratar de uma política
em ato, enquanto o Governo Federal não amplia a sua própria Rede, faz-se necessário
que se selecione, criteriosamente, essas instituições, acompanhando o
desenvolvimento do Programa. Esse controle torna-se extremamente necessário, dado
o crescimento vertiginoso de IES particulares com fins lucrativos.
Os autores deste artigo consideram o ProUni importante, no âmbito de Universidades
sem fins lucrativos, que privilegiam o ensino, a pesquisa e a extensão, viabilizando aos
bolsistas do ProUni o ingresso na iniciação científica, o que lhes oportuniza uma
melhor capacitação acadêmico-científica e permanência no ensino superior.
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PUC Minas. Relatório de Pesquisa. FIP PUC Minas.
6
Esclarece-se que a legislação consultada pode ser encontrada no Diário Oficial da União.
76
MEJORA DEL SUBPROCESO “OBTENCIÓN DEL PAZ Y
SALVO” PARA GRADO EN LA UNIVERSIDAD COOPERATIVA
DE COLOMBIA
Martínez Martínez, Aurora (Universidad Internacional de la Rioja);
Cegarra Navarro, Juan Gabriel (Universidad Politécnica de Cartagena);
Vargas Ruiz, William Eduardo (Universidad Cooperativa de Colombia).
Resumen
En esta comunicación se analiza un subproceso general en la Universidad Cooperativa
de Colombia, donde predomina una estructura organizacional tradicional, vertical, por
funciones, por tarea aunque constan las iniciativas para orientarse a la gestión por
procesos con estructura horizontal. Esto trae como consecuencia que cada unidad
funcional se centre en realizar, lo mejor posible, las actividades que le competen pero
actuando en forma separada. Nadie supervisa los procesos completos y sus resultados
y por lo tanto, nadie es responsable de ellos. Fruto de ello se presentan altas
ineficiencias y escasa eficacia. Esto es lo que sucede con el subproceso “Obtención del
paz y salvo para grado” en el que para obtenerlo un estudiante tiene que hacer un
recorrido físico extenso y que luego de dirigirse a seis oficinas debe esperar más de
tres días para conseguir el paz y salvo que le permitirá cubrir el requisito para poder
graduarse. A luz de los avances actuales en teorías, conceptos, metodologías y uso de
las tecnologías de la información (TI) se pueden enfrentar exitosamente los problemas
derivados de procesos disfuncionales. Este trabajo describe cómo se utilizó una de las
más modernas metodologías, el Ciclo de Mejora de los Procesos, CMP, para elevar el
desempeño y el resultado del subproceso “Obtención del paz y salvo para grado”.
Introducción
El objeto del presente trabajo es la mejora sustancial del subproceso “Obtención del
paz y salvo para grado” en la Facultad de Administración de Empresas de la sede de
Bucaramanga de la Universidad Cooperativa de Colombia. Es un subproceso dado que
forma parte de un proceso mayor que comprende también las actividades realizadas
internamente por el Departamento de Admisiones, Registro y Control Académico,
DARC, y las propias de la Facultad de Administración de Empresas en las cuales ya no
interviene el estudiante.
La metodología es la propuesta por Berenguer y Ramos-Yzquierdo (2008) conocida
como el ciclo de mejora de procesos de negocio (CMP). Los objetivos a lograr son la
reducción sustancial del tiempo que toma el flujo de este subproceso y la reducción
significativa o eliminación del esfuerzo físico en que incurre un estudiante para
obtener dicho documento, así como la eliminación de actividades que no agreguen
valor a los clientes, la mejora/innovación de los procesos, entre otros.
Dado el posible tamaño y complejidad de la organización, los altos niveles jerárquicos
existentes y especialmente los obstáculos que implica el cambio de paradigma, esta
migración a estructura horizontal se prevé lenta. Por lo tanto existen hoy día diversas
77
actividades que no se ven ni funcionan bajo el concepto moderno de procesos,
enfocadas más hacia las necesidades de la institución y no la de sus estudiantes
añadiendo coste y no valor para ellos y desperdiciándose las oportunidades que las
tecnologías actuales ofrecen para incrementar la eficiencia y la eficacia de las
operaciones.
Dada esta situación el ciclo de mejora de los procesos de negocio, CMP, en tanto está
fundamentado en el pensamiento lean (eliminación de todas las actividades que no
agreguen valor) y al uso de la tecnología, representa un instrumento idóneo para
lograr los objetivos de mejora que se pretenden.
Un estudiante una vez ha defendido su trabajo de grado debe obtener un paz y salvo
general, que comprende cinco paz y salvos, para poder graduarse. El estudiante inicia
el trámite en la oficina de Archivo, dependiente del Departamento de Admisiones,
Registro y Control Académico, DARC, y luego de transitar físicamente por cuatro
dependencias más, regresa nuevamente a Archivo con su paz y salvo tramitado.
Marco teórico
Hasta los inicios del siglo XX, las organizaciones en todo el mundo, industriales como
de servicios, tenían una orientación hacia el producto, llámese bien o servicio. La idea
central residía en aumentar la productividad con base en el aumento continuo en el
número de bienes producidos. El cliente poco importaba dado que había una demanda
insatisfecha. Pero con el dinámico, veloz y permanente cambio de condiciones que
comenzaron a surgir en los mercados a finales del mismo siglo y debidos al aumento
de la competencia, el florecimiento de la tecnología, clientes más informados y la
necesidad de competir por costos, se vio la necesidad de reorientar las empresas
enfocándolas hacia la satisfacción del cliente y germinó entonces la preocupación por
un modelo de organización empresarial centrado en que la calidad no solamente esté
presente en el producto, sino que se construya en el proceso y, por lo tanto, se hizo
necesario enfocarse también en las actividades previas que crean los productos.
Se le atribuye a los norteamericanos ser los pioneros en comenzar a tratar el tema de
los procesos debido a las primeras aportaciones de Walter Shewart y Edward Deming,
pero sin duda alguna, las organizaciones japonesas fueron las que con mayor seriedad
aplicaron de manera coherente las enseñanzas de tres profesores norteamericanos:
Joseph Juran, Edward Deming y Peter Drucker, iniciando a partir de la segunda mitad
del siglo XX, el paradigma más exitoso de administración hasta ahora conocido: el de la
Calidad Total, en el que la gerencia de procesos es uno de sus fundamentos.
Se recogen los principales temas y contribuciones de varios autores reconocidos sobre
mejora/innovación de procesos que fueron consultados y cuyas aportaciones
relevantes para el tratamiento del problema se tuvieron presentes para abordar el
problema. Los temas claves revisados son el concepto de procesos, las organizaciones
funcionales y las horizontales, la mejora de los procesos y las metodologías para
análisis y solución de problemas.
Tres de los autores más reconocidos en el tema de mejora de los procesos (Harrington,
1998; Hammer y Champy; 1994), afirman que no existe producto/servicio sin un
proceso. De la misma manera, no existe proceso sin un producto o servicio.
78
Hammer y Champy (1994), ponen de presente que bajo el enfoque tayloriano de
dividir el trabajo en sus tareas más simples y de asignar cada una de estas a un
especialista, las empresas se centran en las tareas individuales de un proceso y pierden
de vista el objetivo principal que es poner los bienes o servicios en el menor tiempo de
ciclo en manos del cliente que los solicitó. Afirman que las tareas individuales dentro
de un proceso son importantes, pero que ninguna de ellas lo es para el cliente si el
proceso global no funciona para él.
Por su parte, Berenguer (2011) resalta características de los procesos, no muy tratadas
por otros autores, y que se refieren a que los procesos “son repetitivos; pueden ser
complejos, pueden invertir bastante tiempo en completar un ciclo, dependen de la
inteligencia y del juicio de las personas, y pueden atravesar las fronteras de los
departamentos y de las organizaciones”.
Pérez (2010) en su afán de gestión por procesos resume las características de la
organización vertical (por funciones) y (Martínez y Cegarra ,2014; Ostroff,1999) se
basan en la organización horizontal. Sus ideas principales son que dadas las exigencias
del cliente de hoy día, se requiere de un modelo de organización diferente que en vez
de administrar verticalmente, hacia arriba y hacia abajo, lo haga hacia los lados. Esta
organización horizontal trata de minimizar los esquemas funcionales y las fronteras
existentes entre los departamentos. El objetivo es la satisfacción con eficacia de las
necesidades y expectativas de los clientes, y esto se logra sólo mediante la
conformación de equipos multidisciplinarios centrados en el cumplimiento de los
objetivos de los procesos que conforman la empresa.
Para lograr una transformación de una organización vertical a una horizontal, es
requisito fundamental el liderazgo de la más alta dirección de la empresa pues se trata
de un cambio drástico de paradigma organizativo.
Metodología
La metodología escogida es la diseñada por Berenguer y Ramos-Yzquierdo (2008) que
es un método de resolución de problemas orientado al diseño/rediseño de procesos
de negocio que consta de ocho fases, 29 actividades y 122 tareas y por las
características del subproceso a mejorar y el entorno, tras analizar el resto de
metodologías conocidas a tal fin, nos decantamos por CMP.
Análisis del subproceso basado en el momento actual o AS-IS. Recogido en la siguiente
figura a modo de resumen.
79
Figura 1. Proceso AS-IS. Fuente: Elaboración propia
Resultados
También en este caso intentando únicamente recoger lo más relevante. Se considera
que el actual subproceso deberá ser reemplazado por una solución que contemple
básicamente dos aspectos:
Suprimir en su totalidad el desplazamiento físico del estudiante por las diversas
dependencias.
Disminuir sustancialmente el tiempo que tarda todo el subproceso en producir
su resultado.
80
Mantener las actividades internas de control que cada dependencia realiza para
verificar el estado del estudiante en la función que a cada una de ellas le corresponde.
Es por cuanto no se encontró oportunidad de mejora al interior de ellas, por ahora.
La figura 2 recoge el proceso como debería ser o TO BE.
Figura 2. Proceso TO-BE. Fuente: Elaboración propia
Conclusiones
Los indicadores claves del desempeño de los procesos son tres: calidad, tiempo y el
coste. En razón a ello los resultados obtenidos con la mejora del subproceso
“Obtención del paz y salvo para grado” nos inducen a concluir como primera
aportación, referida a la satisfacción del cliente -calidad, el primer resultado palpable
es que los estudiantes no tendrán que recorrer físicamente los 1.080 metros actuales y
se ahorrarán el esfuerzo de trasladarse por cinco oficinas para volver al finalizar a la
primera, lo cual de por sí sólo representa un enorme beneficio para ellos. Esto aplica a
a aumentar la satisfacción de los próximos estudiantes al graduarse.
Como segunda conclusión del lado de la eficiencia- costo, referida a la racionalización
de las actividades de las oficinas implicadas dado la modernización del proceso gracias
a la tecnología en informática que se aplicará. Por ejemplo se ahorrará tiempo al no
tener que atender estudiantes en las ventanillas. Planteamiento de ventanilla única.
Otro aporte es en lo relativo al tiempo del ciclo del proceso, aunque este no se puede
cuantificar dado que no se a implantando la mejorar. Sin embargo, en el peor
escenario, se estima que el tiempo si podrá ser reducido en por lo menos un 85 %
respecto al tiempo de ciclo actual.
Del lado de la productividad también se debe señalar que fruto de la implantación de
la mejora se obtendría una mejor distribución de la carga de trabajo a lo largo del
tiempo, en cada una de las cinco oficinas involucradas en este trámite, pues ya no se
81
presentarán las congestiones debidas a la proximidad de las fechas de vencimiento
para la entrega de documentos y estos se entregarán más rápidamente. Además
mejorará el clima laboral en cada oficina, pues ya no se presentará la tensión debida a
la mayor carga de trabajo que se sucede en época de finalización de grados.
Y finalmente hay otro resultado no menos importante derivado de la mejora esencial
obtenida con el proceso en cuestión y es que los directivos de la universidad
colombiana se animen a promover iniciativas de mejora en todos los niveles llegando,
en determinado tiempo, a crear una cultura y práctica del mejora continua a todo lo
largo y ancho de la organización.
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Pérez, J. (2010). Gestión por procesos. Madrid: ESIC
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juntos” 2013-2022. Medellín: Editorial UCC.
82
ÍNDICES DE RETENÇÃO NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA:
ABORDAGEM DO PONTO DE VISTA DO FINANCIAMENTO.
Eduardo Tadeu Vieira, Jorge Katsumi Niyama, César Augusto Tibúrcio
Silva. (Universidade de Brasília)
Introdução
Um fenômeno comum e recorrente nas instituições de ensino, sobretudo naquelas
que ofertam cursos superiores é a retenção. Retenção (dropout) refere-se àqueles
alunos que permanecem nas atividades normais de uma instituição, como, por
exemplo, um curso de graduação ou uma simples disciplina, além de determinado
período de tempo.
Existe uma visão de autores que estudam a educação superior de outros países e que
vem no fato da instituição conseguir reter o aluno como um evento positivo, pois
permitirá o êxito do estudante em concluir seu curso. No caso da educação superior
brasileira esta afirmação é válida para uma parcela significativa das instituições, quais
sejam aquelas instituições particulares em que os alunos pagam mensalidades pelo
serviço de educação superior oferecido. Porém, num sentido macro faz-se necessário
considerar que a retenção, no sentido de manter o aluno vinculado a alguma IES é
válida para todas as instituições, pois a evasão não é salutar para o sistema de
educação superior, tampouco para uma instituição em particular.
A retenção acaba por se tornar uma das medidas utilizadas para avaliar a lealdade de
estudantes do ensino superior (Walter e Tontini, 2009; Bergamo, 2011). São apontadas
algumas causas que levam o aluno a evadir-se (Bonventti, 2010, b) entre outras: falta
de capacidade financeira de pagar a mensalidade, falta de vocação para o curso,
trabalho em horário incompatível com as aulas, as disciplinas não correspondem às
expectativas do aluno, dificuldade em acompanhar os conteúdos ministrados, etc.
No âmbito das instituições públicas de educação superior a evasão também é alta
(Bonventti, 2010, b), mas aqui existem visões diferentes sobre o evento. O
financiamento público de instituições que oferecem ensino superior é cada vez mais
escasso, mais complexo, e com um grau cada vez maior de dependência do
desempenho (Øyvind e Erik, 2007). Assim, no caso de recursos públicos, se deve fazer
o melhor uso, bem como uma prestação de contas.
Conforme resultados apresentados no universo pesquisado (ANDIFES, 1996) são altas
tanto as taxas de evasão, bem como as de retenção, isto considerando o tempo
máximo de conclusão de curso. Em algumas publicações mais recentes, como, por
exemplo, o Censo da Educação Superior divulgado pelo INEP é possível estimar que a
situação nos dias de hoje não se alterou muito (Lobo et al, 2007). Nos últimos tempos
o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais - REUNI mudou este cenário ao propor e executar (mesmo que parcialmente
em algumas instituições) um crescimento acelerado de vagas nas instituições federais
de ensino superior. Normalmente, neste ambiente de ofertas de novos cursos, que
83
levam certo período de tempo para se consolidar, é natural a tendência a maiores
taxas de evasão e retenção.
Nas instituições públicas o aluno tende a permanecer por maior período de tempo
para conclusão de seus estudos. estas instituições, apesar de o aluno não “pagar”
diretamente uma mensalidade a preocupação com a evasão é semelhante a das
instituições privadas, mas a retenção já se apresenta com um caráter diferente pois
influencia o custo do aluno e impacta, fortemente, o modelo de financiamento. Além
disso, nas IFES a estrutura de custos fixos é muito alta, concentrada sobretudo em
custos de pessoal, sendo a evasão e retenção comprometedoras da eficiência da
organização como um todo.
Para efeitos deste trabalho, a retenção será considerada como o período em que o
aluno permanecer na instituição além do tempo mínimo previsto para conclusão de
seu curso, fixados pelo MEC para efeitos de financiamento.
O objetivo deste trabalho é, além de mensurar e analisar a retenção, espera contribuir
para a redefinição do conceito de retenção adotado no modelo de financiamento da
educação superior brasileira. Neste caso também traz subsidiariamente uma proposta
de metodologia para mensuração da retenção, que pode ser utilizada em pesquisas
futuras em outras IFES, ou no conjunto das mesmas.
Metodologia
Esse estudo de caso é do tipo histórico-organizacional (objeto de estudo recai sobre
uma instituição, nesse caso a UnB). Assim, o método buscou uma redução do discurso
científico a um simbolismo numérico, favorecendo uma forma alternativa de exposição
do conhecimento, bem como o estabelecimento da utilização de métodos
quantitativos que auxiliem na resolução das questões tratadas na pesquisa,
especificamente, a retenção.
Este estudo avaliou em uma instituição federal de ensino superior (IFE) o impacto do
uso do conceito de retenção do aluno de graduação presencial no modelo de
financiamento do ensino superior público federal. Foi mensurada, através de um
painel, a retenção real de toda uma geração de 68.682 alunos que ingressaram na
Universidade de Brasília no período de 1993 a 2006, perfazendo 28 semestres. Os
dados foram coletados junto aos registros acadêmicos da Universidade de Brasília
(UnB). Através de sistemática própria calculou-se o período adicional de tempo
(considerado um tempo padrão) que estes alunos levaram para concluírem seus
estudos, sendo este resultado confrontado com os percentuais de retenção utilizados
pelo Ministério da Educação (MEC) para distribuição de recursos orçamentários. Na
maioria das 18 áreas de conhecimento estudadas esta retenção real foi superior à
retenção da Matriz MEC, assim, a partir desta diferença, mostrou-se o relevante efeito
financeiro que a utilização dos mesmos traria sobre o orçamento de uma IFE.
Resultados
O trabalho mostra que a retenção existe e foi significativa durante o período da série
pesquisada (1993 a 2006) numa instituição específica, além disso verifica-se também
que, em relação aos percentuais de retenção utilizados hoje na Matriz MEC/ANDIFES,
84
quando comparados com aqueles observados nos dados reais da UnB, é em algumas
áreas bastante distintas.
Conclui que o fator de retenção pode interferir no quantitativo de recursos
orçamentários recebidos. No período avaliado (14 anos) esta diferença seria
equivalente ao recebimento de um exercício. Também foi realizado teste estatístico,
onde, através da aplicação de regressões lineares múltiplas estimadas em Ordinary
Least Squares (OLS) procuraram-se explicações para a variável dependente, no caso a
diferença entre a retenção real obtida nos dados da UnB e aquela considerada pelo
MEC para efeito de financiamento. Variáveis tais como quantitativo de docentes,
tempo, percentual de aprovação e evasão se mostraram estatisticamente significantes
para explicar, em determinadas áreas, as diferenças entre as taxas de retenção
observadas e aquelas utilizadas pelo MEC.
Conclusões
A retenção é um fenômeno multifacetado e como tal, tem também múltiplas
possibilidades de abordagem e análise. Ao longo do tempo, retenção e abandono são
ao mesmo tempo fenômenos opostos, mas também intimamente interligados.
Durante o período estudado, apenas 50,4% dos 68.682 alunos que ingressaram na
universidade concluíram seus estudos com êxito. Na série pesquisada foram cerca de
34.089 alunos que ingressaram nos cursos de graduação e não concluíram seus
estudos. Quando comparado com padrões internacionais este percentual mostra-se
dentro dos mesmos, o que não impede que a instituição adote políticas visando
diminuir a evasão e consequentemente aumentar esta taxa de sucesso.
Face aos resultados obtidos recomendam-se algumas ações internas e externas que
podem ajudar num melhor entendimento do fenômeno retenção. Nas propostas de
novas políticas públicas ou na consolidação daquelas em fase de implantação o MEC
deveria considerar a retenção. No âmbito interno da UnB sugere-se a adoção de
alguns mecanismos de gerenciamento da retenção. No entanto, esses resultados
não levaram em consideração a mudança no perfil do estudante, notadamente a
partir de 2008, com a expansão da universidade, e isso é uma das limitações deste
trabalho, pois não foi possível obter dados posteriores a 2006.
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EFEITOS DA EXPANSÃO UNIVERSITÁRIA SOBRE A
TRAJETÓRIA DOS ALUNOS: LIÇÕES APRENDIDAS NA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (BRASIL).
Paulo Lima Júnior; Mauro Luiz Rabelo; Cynthia Bisinoto; Nilce Santos de
Melo; Maria de Fátima Ramos Brandão (Universidade de Brasília, Brasil)
Resumen
Este trabajo es parte de una evaluación institucional del amplio proceso todavía en
marcha en unas grandes universidades federales brasileñas: la Universidad de Brasilia
(UNB), que, al igual que casi todas las universidades brasileñas, se sometió a una
importante expansión de su vaga y se ha enfrentado con determinación el reto de la
inclusión. Los puntos de referencia teóricos a la relación histórica entre la ampliación
del acceso y la precarización de la enseñanza. A la luz de estas preocupaciones, nos
preguntamos hasta qué punto el rendimiento promedio de los estudiantes de los
primeros cursos de un año ha mejorado o empeorado con la expansión del número de
vacantes. Para este estudio, se utilizaron los datos de análisis de contingencia
disponibles en el sistema de puntuación de la UNB. Los resultados indican que el
rendimiento de los estudiantes en las asignaturas obligatorias del primer año ya se
estaba cayendo, pero esta disminución se acentuó precisamente durante el primer año
de la expansión. La importancia de estos resultados para las políticas de inclusión se
discute de forma concisa.
Resumo
Este trabalho é parte de um processo amplo de avaliação institucional ainda em
andamento em uma grande universidade federal brasileira: a Universidade de Brasília
(UnB), que, assim como quase todas as universidades brasileiras, passou por uma
grande expansão de suas vagas e tem enfrentado com determinação o desafio da
inclusão. O referencial teórico adotado aponta para a relação histórica entre expansão
do acesso e precarização do ensino. À luz dessas preocupações, perguntamo-nos em
que medida o desempenho médio dos alunos nas disciplinas do primeiro ano tem
melhorado ou piorado com a expansão do número de vagas. Para esse estudo,
recorremos à análise de contingência de dados disponíveis no sistema de graduação da
UnB. Os resultados indicam que o desempenho dos alunos nas disciplinas obrigatórias
do primeiro ano já vinha caindo, mas essa queda foi acentuada justamente durante o
primeiro ano da expansão. O significado desse resultado para as políticas de inclusão é
discutido de maneira concisa.
Introdução: a expansão como desafio
Na medida em que a educação passa a ser percebida universalmente como um direito
fundamental (Organização das Nações Unidas, 1948) e um investimento estratégico
para o desenvolvimento econômico (Sahlgren s.d.), observa-se que diversas nações
passaram a investir sistematicamente na qualificação e expansão do número de vagas
para ingresso no ensino superior. Quando a taxa de expansão do número de vagas
88
supera o crescimento populacional, o ensino superior tende a acolher um público
menos restrito às elites culturais e, portanto, mais diversificado em seus valores,
saberes, práticas e identidades (Neves, 2012). De maneira geral, essa diversificação do
corpo discente tende a produzir novos conflitos – sobretudo nas instituições de ensino
mais tradicionais e resistentes às mudanças. Por essa razão, a expansão do ensino
superior pode ser considerada um processo gerador de desafios para gestores,
professores e alunos.
Considerando-se a questão de classe social (que é uma entre as várias questões que se
colocam durante o processo de expansão), o aumento do número de vagas pode
representar maior inclusão da classe popular no ensino superior (Mont’Alvão, 2011).
Ou seja, jovens cujos pais não concluíram a educação básica passam a frequentar a
universidade, constituindo a primeira geração universitária da família. Isso foi
declarado por 28.5% dos estudantes concluintes da educação superior brasileira de
2013 no questionário do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. (Rabelo,
Bisinoto, Marinho-Araujo, Griboski, Meneghel, 2015)
Este trabalho é parte de um processo de avaliação institucional bastante amplo ainda
em andamento em uma grande universidade federal brasileira: a Universidade de
Brasília (UnB), que, assim como quase todas as universidades brasileiras, passou por
um grande processo de expansão de suas vagas e tem enfrentado com determinação o
desafio da inclusão. Neste trabalho, apresentamos o que aprendemos sobre os
possíveis efeitos que a expansão do número de vagas tem sobre a trajetória dos alunos
a partir de uma análise estatística do registro acadêmico dos alunos.
Marco teórico: expansão e precarização
Em diversas nações, não são raras as experiências em que a expansão rápida da oferta
de vagas no sistema de ensino produziu uma educação mais precária. No sistema
francês, por exemplo, Bourdieu (1998) captura essa precarização sob o conceito de
inflação de títulos. Segundo sua análise, uma geração inteira de jovens franceses foi
iludida com a ideia de que a obtenção de títulos escolares significaria ter uma vida
mais confortável. Contudo, a rápida expansão do sistema educacional (e a distribuição
de títulos escolares à grande maioria dos cidadãos) provocou um processo
inflacionário: os títulos perderam o valor que possuíam para a geração anterior
justamente porque agora havia mais títulos no mercado. Por causa da expansão, os
cidadãos passaram a estudar mais para ocupar as mesmas posições que seus pais
puderam atingir com menos estudos.
Na expansão da educação básica brasileira, percebeu-se logo que havia alta correlação
entre reprovação escolar e baixo poder aquisitivo das famílias. Por conta disso, muitos
esforços têm sido feitos para evitar a reprovação dos alunos com vistas a mantê-los
por mais tempo na escola. Esses esforços produziram uma educação básica menos
seletiva, mas também menos exigente: a quase totalidade dos jovens brasileiros em
idade escolar está matriculada no ensino fundamental sem que essa permanência
signifique estar aprendendo o que a escola ensinou às gerações anteriores. Resultados
de avaliações externas têm revelado que apenas cerca de 10% dos estudantes
concluem a educação básica com aprendizado em matemática adequado à série
(Rabelo, 2013). Ao final da educação básica, muitos jovens de origem popular acabam
89
sendo eliminados (do ensino superior, do mercado de trabalho). Essa nova forma de
exclusão que tende a emergir em sistemas inclusivos foi chamada eliminação tardia
(Freitas, 2005). Assim, não é tanto por um efeito de mercado, mas por realmente não
possuir as competências historicamente presumidas dos portadores dos títulos
escolares que uma geração inteira de aprendizes está sendo eliminada longe dos
nossos olhos.
Até mesmo para responder aos desafios de lecionar para uma população que
majoritariamente se encontra em vulnerabilidade social, a função de ensinar da escola
(e dos professores) tem disputado espaço com demandas de assistência social. Em
muitas localidades é a possibilidade de se alimentar na escola que mais motiva a
frequência dos alunos (Hollanda, 1995). No Brasil, a expansão do acesso à educação
básica implicou trazer para o centro do debate a questão da inclusão do cidadão
apesar das dificuldades com o ensino.
Evidentemente, a realidade da maioria não é a realidade de todos. Encontram-se no
Brasil universidades que conversam de igual para igual com instituições de ensino do
mundo todo. essas “ilhas de excelência”, historicamente frequentadas por famílias
excepcionalmente bem-sucedidas em acumular capital cultural (Bourdieu 1998),
muitas iniciativas ousadas têm sido conduzidas no sentido de incluir e garantir a
permanência de minorias no ensino superior. São exemplos dessas políticas: a lei das
cotas sociais (que garantem 50% das vagas em cada curso de graduação do ensino
superior público para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em
escolas públicas); a criação de campi fora de sede (contribuindo para que as
universidades ocupem regiões urbanas mais periféricas); e a própria política de
aumento do número de vagas nas universidades federais (que tende a contribuir para
a diversificação do corpo discente nessas instituições).
No Brasil, a política de expansão do número de vagas do ensino superior está
relacionada a um conjunto de medidas voltadas também a tornar as universidades de
elite acessíveis à classe menos favorecida economicamente. Porém, em vista da
experiência de precarização da educação básica, faz muito sentido investigar a
hipótese de que a expansão de vagas das universidades esteja conduzindo à
precarização do funcionamento das instituições de ensino superior.
Um ensino superior mais precário significa, entre outras coisas, maior reprovação dos
alunos nas disciplinas do curso, aumento do tempo para se graduar e da taxa de
abandono dos cursos. Entre todas as questões de pesquisa levantadas, este trabalho
dá especial atenção à seguinte:
A expansão do número de vagas tem impactado o desempenho médio dos
alunos nas disciplinas?
Metodologia
Os dados foram extraídos do Sistema de Graduação da UnB, denominado SIGRA,
considerando todos os alunos que ingressaram nos cursos de graduação entre os anos
de 2000 e 2014 (totalizando 100 mil ingressantes, aproximadamente).
Para realizar a análise dos dados, recorreu-se à análise de contingência, uma técnica
de implementação simples e de interpretação intuitiva que produz tabelas a partir do
90
cruzamento de duas variáveis categóricas. As sínteses estatísticas foram produzidas
com o programa R e não se limitam ao que apresentamos aqui. Para todas as
inferências estatísticas reportadas, foram feitos testes de significância com p < 0,05.
Resultados
A universidade de Brasília passou por um intenso processo de expansão entre os anos
de 2006 e 2012. Nesse período, sua oferta de vagas anuais aumentou em mais de
100% (de 4 mil a 8,4 mil vagas por ano, em valores aproximados). Hoje, a quantidade
de estudantes regularmente matriculados em seus cursos de graduação é superior a
38 mil. Fazendo-se um análise longitudinal das reprovações em disciplinas durante o
primeiro ano do curso, obtém-se o Gráfico 1, que representa a quantidade média de
reprovações em disciplinas obrigatórias por aluno durante o primeiro ano de curso.
Gráfico 1. Quantidade média de reprovações em disciplina obrigatória atribuídas por aluno por ano de
ingresso durante o primeiro ano de curso.
Percebe-se que, antes mesmo do ano de 2005, a quantidade de reprovações atribuídas
aos alunos em média já vinha crescendo lentamente (sempre em torno de 1
reprovação por aluno por ano). No entanto, a partir do ano de 2006 a taxa de
crescimento de reprovações começa a subir mais vigorosamente, chegando a 2,2
reprovações por aluno (mais que o dobro dos valores anteriores ao período de
expansão) em 2009, quando a expansão de vagas alcançou o seu ápice. Constata-se,
portanto, que o número médio de reprovações aumentou durante a expansão. Nos
anos 2010 e seguintes, esse valor se estabilizou em um patamar intermediário,
próximo a 1,6.
Conclusões
Como esperado, o aumento do número de vagas associado às políticas de inclusão
social têm contribuído para que jovens que não teriam chance de ingressar na
universidade no passado passem, agora, a integrar seu corpo discente. Freitas (2005)
defende que, na educação básica, a maneira mais emergencial de incluir esses alunos
tem sido tornar a avaliação menos rigorosa e, com isso, adiar a eliminação.
Certamente nós não desejamos repetir essa experiência na educação superior. A
inclusão deve gerar, portanto, uma demanda de investimento estratégico sobre as
pessoas que mais precisam. Por exemplo, é preciso acolher os alunos e garantir-lhes a
91
oportunidade de aprender. Também é preciso reconhecer que alguns alunos precisam
receber mais suporte que outros (e não devem ser desvalorizados em virtude dessa
necessidade). Na Universidade de Brasília, tanto gestores quanto professores têm
enfrentado com ousadia o desafio da inclusão dos novos alunos, para tentar minimizar
o efeito evidenciado pelas reprovações aqui apresentado, o que pode prejudicar a taxa
de sucesso referente à formatura. As experiências e iniciativas estão prestes a ser
documentadas.
É preciso sublinhar que o resultado observado em políticas de inclusão bem geridas
tende a ser extremamente recompensador. Na política de cotas raciais, por exemplo,
tem-se observado que, mesmo enfrentando algumas dificuldades nos primeiros
semestres do curso, os alunos cotistas logo se recuperam. O que se tem observado na
instituição contraria o que poderíamos esperar sob a lógica implícita na literatura de
que a precarização é um resultado inescapável da expansão considerando que os
alunos cotistas apresentam maior probabilidade de chegar até o final do curso se
comparados a alunos não cotistas.
Referências
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Rio de Janeiro: UNIC.
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a formação. Estudios e Inves gación en Psicología y Educación, Extr. (14), A14 –
72-76.
92
DESPUÉS DE BOLONIA, ¿HAY ALTERNATIVAS? LAS
PROPUESTAS DE IVAN ILLICH SOBRE EL APRENDIZAJE.
Michela Esposito, (Universidad Suor Orsola Benincasa, Nápoles, Italia);
José González-Monteagudo, (Universidad de Sevilla, España);
Resumen
Proponemos una reevaluación histórica del educador Ivan Illich y de su idea de
"secularización de la escuela". Nos parece un buen enfoque para repensar las políticas
y prácticas universitarias desde tres perspectivas: la relación de los sistemas
universitarios con la idea del progreso económico y social; la relación que los sistemas
universitarios tienen con la emancipación social; y finalmente el "impuesto regresivo"
que genera el sistema universitario cuando se convierte en un monopolio de la
educación. Ofrecemos algunas reflexiones para profundizar la innovación progresista y
el aprendizaje auténtico en contextos universitarios.
Introducción: las universidades y las opciones éticas
El Grupo de Investigación en Educación Moral (GREM) de la Universidad de Barcelona
ha subrayado que la universidad tiene razón de ser si esta es una comunidad ética, es
decir si desarrolla un compromiso performativo en sociedad. Este compromiso alcanza
al ámbito de la política (ofreciendo una formación de calidad, coincida o no con las
demandas de mercado), en el encuentro profundo entre profesor y estudiantes y en la
defensa de lo mejor de lo heredado en ciencia y cultura (Esteban Bara y Martínez,
2012). Hoy en día esta es una necesidad profunda de la sociedad, que asigna a las
universidades el reto de no conformarse con la realidad existente, aspirando incluso a
la transformación social (Steiner, 2004).
Cuestionando el desarrollo
A partir de 1967, en el Centro Internacional de Documentación de Cuernavaca (CIDOC),
gestionado por Illich, se celebraronn ciclos de seminarios sobre el tema de Alternativas
en la Educación (Reimer, 1973). Participaron representantes de toda una generación
de la pedagogía crítica radical de América del Norte y del Sur, incluyendo Paul
Goodman, John Holt, Joel Spring, Everett Reimer y Paulo Freire.
Reimer e Illich concluyeron los seminarios cuestionando la idea de que la producción
industrial en la tecnología avanzada dé lugar a más puestos de trabajo y de que la
educación superior de la población puede preparar recursos humanos plenamente
competentes. También, en un sentido más específico, señalaron que un crecimiento
económico rápido provocaba una explosión de los problemas sociales en el contexto
puertorriqueño: la pobreza, la inmigración y la ignorancia masiva (Reimer, 1957). Los
análisis y estudios llevados a cabo en el CIDOC fueron una contribución importante al
debate social y educativo, abriendo una línea de sospecha sobre los aspectos negativos
de las instituciones educativas modernas (Zaldívar y Castillo, 2014). Esta comunicación
pretende desarrollar este enfoque, situándolo en el contexto de los debates actuales
sobre los objetivos y políticas de las universidades en Europa.
93
La perspectiva rebelde de Ivan Illich: ¿por qué necesitamos Alternativas?
a) Cuestionar la relación existente entre la idea de desarrollo económico y la idea del
aprendizaje obligatorio y certificado.
Illich habla de "currículo oculto", el cual se basa en el "principio de la escasez”. Es
decir, en la escuela hay un programa de consumo cultural graduado e independiente
de la acción del maestro, a través del cual los estudiantes obtienen el "valor" y los
derechos de futuros productos culturales. El sistema educativo asume que el hombre
nace "estúpido" y que las escuelas deben producir lo que necesita para adaptarse a la
sociedad del conocimiento. Además, el desarrollo económico a través de las políticas
del sistema escolar obligatorio define qué actividades y saberes son legítimos desde un
punto de vista educativo.
En la actualidad, respaldan este enfoque las críticas al paradigma del aprendizaje
permanente (Hager, 2011), que muestran que los nuevos currículos destruyen
indirectamente la capacidad de los estudiantes para desarrollar un análisis histórico y
crítico de los fenómenos sociales (Sen, 2006). También hay estudios que hacen
hincapié en lo que los estudiantes aprenden desde el "currículo nulo", es decir, "lo que
no se muestra" (Eisner, 2002), tales como la ausencia de las mujeres y los niños en la
narrativa histórica (Becchi, 1996), la abolición de la filosofía y de la ética económica
que son sustituidas por contenidos programados (Sen, 2006), la falta atención a la
educación ambiental (campo inherentemente anticapitalista) en la comunicación
pública (Klein, 2015), la creación de entornos arquitectónicos contrarios a la educación
a través de la disposición de los muebles y del uso de materiales didácticos (Acaso,
2013) y el descuido sobre la misión ética y política de las univesidades (Sandel, 2011).
b) Cuestionar la relación entre la emancipación social y el progreso en los estudios
Según Illich, la financiación que reciben las escuelas y las universidades suprime los
recursos culturales destinados a las estructuras que están fuera del sistema educativo
formal, tales como bibliotecas, centros comunitarios, asociaciones, lugares de reunión
de la ciudad, entidades artísticas y deportiva, etc. De esta manera, la educación formal
reduce los lugares donde se producen aprendizajes sociales transmitidos a través de la
comunicación informal. Por otra parte, el acceso a las estructuras formales tiene un
costo. Por ello, la falta de recursos distribuidos fuera de los espacios educativos
formales selecciona necesariamente a los estudiantes en base a la renta (Illich, 2011 a).
Desde este punto de vista, podríamos considerar que en la actualidad muchos de los
proyectos de posgrado pueden impedir la "emancipación social". No obstante, exieten
acciones contrahegemónicas, procedentes de los movimientos sociales y ciudadanos
basados en el bien común y en perspectivas ecologistas (Lautoche, 2006). En
educación, por ejemplo, es interesante la experiencia alemana de Taguesmutter, es
decir, de las madres que educan en casa a los niños de los pueblos, como una
alternativa a las escuelas infantiles privadas y públicas.
También Internet constituye un recurso relevante para el desarrollo de iniciativas
referidas a la cultura libre y al acceso abierto. Por ejemplo, la acción espontánea de las
redes digitales permite a los usuarios escribir libros de literatura colectivamente,
compartir lecturas científicas de interés, discutir los problemas de los padres sobre la
94
escasez económica o la discapacidad de los hijos. También hay producciones de 'sitios
de cultura' en los municipios de diferentes países, existe el intercambio gratuito de
grandes bases de datos científicos (como es el caso de Dialnet en España), y también
contamos con las universidades de conocimiento libre, como la experiencia Edupunk,
una plataforma para el intercambio de prácticas y comparaciones entre estudiantes.
Incluso hay proyectos argentinos y sistemas españoles de aprendizaje social (Piscitelli
et al., 2010 y 2012).
Además, hay escuelas de autogestión, revistas gratuitas de investigación, grupos en
Google, Facebook o Linkedin. En comparación con los años setenta del siglo pasado, en
la actualidad existe un amplio margen para el acceso a experiencias educativas
académicas innovadoras, que deconstruyen la relación de poder entre el profesor y los
estudiantes. Este es el caso de los paradigmas modernos del "coacher profesor", las
"comunidades de práctica" y la "educación expandida", que sitúan en primer plano la
comunicación y el intercambio entre los participantes para la construcción de los
contenidos del aprendizaje. En este contexto, desde la comunicación- la cual se
extiende hasta los entornos digitales-, el profesor ofrece su experiencia en la búsqueda
y organización de contenidos, construyendo estos contenidos a través de los intereses
de los participantes en la formación e incluso en la investigación. En todas estas
experiencias alternativas, los métodos de evaluación son más innovadores, porque
están basados en la observación situada, el diálogo constante, las grabaciones de
audio y video, el fórum y los diarios de campo.
c) Cuestionar el efecto de "tributación regresiva".
En las escuelas y las universidades, critica Illich, las cualificaciones son las "barreras de
entrada" para el mundo del trabajo, que obligan a los estudiantes a consumir la cultura
de las universidades. Esta cultura, por su carácter de formación especializada,
vinculada a la “tecnología industrial", ofrece contenidos cada vez más obsoletos (Illich,
2001 b). Actualmente existen críticas que consideran a la universidad como una
industria cultural en la que se organiza una suerte de obsolescencia programada de los
conocimientos, que corre el riesgo de generar nuevos tipos de analfabetismos
(Meghnagi, 2005). La alternativa propuesta por Illich consiste en una búsqueda del
"techo común" (Illich, 2001 c), es decir, una acción política que establece un límite
máximo, más allá del cual la acumulación de "acciones de valor" es desalentada por
iniciativas políticas, mejorando, en su lugar, alternativas sociales productoras de
cultura auténtica, difundida en espacios físicos y virtuales de carácter público y
colaborativo.
Conclusiones
La obra de Ivan Illich tuvo una fuerte influencia en España en el contexto específico de
la transición democrática y de las primeras etapas del período democrático abierto con
la Constitución de 1978. En esos momentos, Illich contribuyó de manera relevante a
cuestionar los mitos modernistas del progreso ilimitado y accesible a todos, en
ámbitos como la salud, la educación, la energía, los transportes y el trabajo (Spring,
1987). Por otra parte, y en paralelo a esa dimensión rebelde e iconoclasta, sus textos
95
fueron leídos en clave de educación popular y crítica, en paralelo, por ejemplo, con
Paulo Freire y J. Holt, que adoptaron un enfoque similare pero meno radical (Zaldivar,
2015).
El cuestionamiento del sistema educativo formal fue un rasgo central de las
propuestas de Illich. En este trabajo hemos querido retomar estas críticas, enfatizando
las potenciales contribuciones de una relectura crítica y situada de Illich en el contexto
educativo actual, particularmente en relación con el rol y función de las universidades
en Europa. Nos parece particularmente interesante la posibilidad de deconstruir y
´desbordar` el modelo impuesto por Bolonia en el ámbito universitario, que ha traído
indudables elementos positivos, pero que también ha favorecido una innovación
universitaria protocolizada, estandarizada y formalista, pretendidamente basada en
criterios inicialmente impecables, como calidad, acreditación y rendición de cuentas.
La relectura de Illich nos invita a abrir los espacios formativos universitarios, para
conectarlos con las iniciativas sociales, culturales, asociativas y ciudadanas que
proponen aprendizajes críticos, emancipadores, comunitarios, colaborativos y
profundos, al servicio del sujeto y del bien común, más allá de las ideas de
certificación, competitividad y adaptación acrítica al mercado de trabajo desregulado y
neoliberal.
Referencias
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movimiento “unchooling”, Temps d’Educació, 48, 51-69.
97
LA RENDICIÓN DE CUENTAS EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR:
UNA REFLEXIÓN PARA EL BUEN GOBIERNO DE LAS
UNIVERSIDADES
Acosta Rodríguez, Miguel Ángel (Universidad de Las Palmas de Gran
Canaria); González Vega, Laureano (Universidad de Cantabria);
Rodríguez Díaz, Jorge (Universidad de Las Palmas de Gran Canaria)
Resumen
Esta comunicación revisa el concepto de rendición de cuentas en el ámbito de la
educación superior, para introducirnos en esta materia, fundamental en la buena
gestión de las universidades.
Introducción y marco teórico
En comparación con países de nuestro entorno, en España se habla, y desde hace
relativamente poco, de rendición de cuentas, aunque ésta lleva años desarrollándose y
hoy tiene plena vigencia en nuestro contexto europeo. Rhoades y Sporn (2002) datan
el origen de la rendición de cuentas en la década de los 80 en Estados Unidos y
principios de los 90 en Europa. Sin embargo, Trow (1996) define la rendición de
cuentas como la obligación de informar a los demás, para explicar, justificar y
responder a preguntas sobre cómo se han utilizado los recursos y con qué fin.
Posteriormente, Metz (2011) traslada esta definición al ámbito de la educación
superior indicando que rendición de cuentas es la obligación que tienen las
instituciones de educación superior, en general las universidades, de contribuir a la
economía del conocimiento, el deber que tienen sus responsables de informar sobre
cómo las actividades que llevan a cabo esas instituciones bajo su dirección se
relacionan con el logro de ese objetivo y, finalmente, el deber que tienen los gobiernos
de las universidades de responder de los fracasos en la consecución de sus objetivos.
La tendencia en Europa es asegurar que las universidades garanticen la calidad de los
servicios que prestan a la sociedad y sean realmente autónomas y responsables, ya
que éstas no serán innovadoras ni reaccionarán al cambio si no se les da autonomía y
responsabilidad reales. No obstante, a cambio de ser liberadas de una reglamentación
excesiva, las universidades tendrán que aceptar su plena responsabilidad institucional
ante la sociedad en un sentido amplio, y explicar cómo alcanzan sus objetivos y cuáles
son los resultados obtenidos (y los que no).
Por esto último, los gobiernos han establecido nuevos esquemas de funcionamiento
con el objetivo de que las instituciones de educación superior asuman la
responsabilidad de proporcionar información a la sociedad sobre su rendimiento y su
eficacia, a menudo combinado con el establecimiento de un marco normativo de
carácter nacional y la creación de agencias de calidad independientes (Stensaker y
Gornitzka, 2009).
La transparencia es consustancial al ejercicio de la rendición de cuentas. Pero, si bien la
transparencia es un requisito imprescindible para la rendición de cuentas, ésta va
98
mucho más allá y requiere una gestión eficaz y eficiente. La rendición de cuentas no es
algo tan simple (y difícil) como decir cómo se han hecho las cosas y qué resultados han
sido alcanzados. No, además es necesario gestionar lo público de forma eficaz y
eficiente, y si no se consiguen por cualquier motivo los objetivos previstos, la rendición
de cuentas exige, que aparte de explicarlo, se asuman las responsabilidades que
correspondan.
Metodología
Se ha utilizado una combinación de revisión bibliográfica, tal como la definen y
conceptualizan Ramos et al. (2003) y Day (2005); análisis documental, siguiendo los
criterios de Ander-Egg (1983) y Quintana et al. (2006); y observación directa, en el
contexto expresado por Marshall y Rossman (1995) y Heinemann (2003).
Resultados
La actual exigencia de una mayor rendición de cuentas (y, con ella, de más
transparencia) a las instituciones públicas, no se trata de una tendencia coyuntural
sino que es una demanda de las sociedades maduras, avanzadas y democráticas.
Dentro del ámbito universitario, el 12 de abril de 2012, el Gobierno anunció la creación
de una comisión de expertos que durante seis meses se encargaría de analizar el
sistema universitario español para presentar propuestas de una "reforma profunda". A
la vista del trabajo de esta comisión de expertos surge una pregunta de carácter
inmediato: ¿hay herramientas suficientes en el gobierno de las universidades para
abordar la rendición de cuentas?
Las instituciones de educación superior son totalmente autónomas, si bien pueden
estar condicionadas por la financiación que reciben, y, como tal, son las principales
responsables de su desarrollo, de sus actividades y de sus metas. En un mundo global,
donde también la educación superior es cada vez más competitiva, las instituciones
deben asegurar que responden a las demandas y necesidades de la sociedad, más si
tenemos en cuenta que también existe rivalidad por atraer a estudiantes. Por tanto,
debemos concluir que las universidades son las responsables de rendir cuentas sobre
sus actuaciones.
Definición de rendición de cuentas
La definición de rendición de cuentas ha ido evolucionando a lo largo de las últimas
décadas conforme la sociedad va demandando más información sobre el uso de los
recursos económicos que proporciona y el retorno de éstos en beneficio de un mayor
progreso.
Una primera definición sobre rendición de cuentas debe partir de dos premisas:
a) Las instituciones de educación superior prestan unos servicios académicos, de
investigación y de servicios a la sociedad de carácter e interés público para el
desarrollo del entorno y contribuir a la sociedad del conocimiento;
b) Esa responsabilidad se asume con un alto margen de autonomía en la gestión y,
conforme a ella, debe buscarse un equilibrio entre la demanda y las expectativas
que tiene la sociedad del servicio que prestan las universidades.
99
En el ámbito de la educación superior, el ejercicio de rendición de cuentas supone, de
facto, que las instituciones expliquen qué es lo que hacen para cumplir con la misión
que le ha sido encomendada por la sociedad y por la administración responsable del
servicio público que prestan.
La rendición de cuentas en la educación superior consiste en exponer, explicar y poner
a disposición de la sociedad todos los recursos empleados, así como los resultados
alcanzados por estas instituciones en materia económica, académica, de investigación
y de servicios; analizar si se ajustan a lo esperado y demandado por la sociedad; y, por
último, exponer qué acciones correctoras se han puesto en marcha para, en su caso,
corregir las desviaciones detectadas con respecto a los resultados esperados o
previstos.
Una consecuencia de la rendición de cuentas es el establecimiento de una relación de
confianza entre la institución de educación superior y la sociedad, llevándose a cabo la
dación de cuentas a través de la existencia de actores independientes o de auditores
externos o internos en los que las partes confían y que se encargan de comprobar la
calidad de la educación superior, estableciéndose de hecho un efecto de control.
Clases de rendición de cuentas: tipología y perspectivas
Algunos investigadores han contribuido con sus trabajos a establecer diferentes
formas de llevar a cabo la rendición de cuentas. Así, según Trow (1996) podemos
encontrar la rendición de cuentas de carácter externo o interno, ya que entiende que
la rendición de cuentas de ámbito externo se ciñe a las obligaciones que tienen las
instituciones de educación superior con sus financiadores y/o receptores de los
servicios, y la de ámbito interno guarda relación con las unidades internas en cuanto al
trabajo que desarrollan sus miembros y cómo esas unidades y su personal trabajan
para mejorar la calidad de sus actividades.
Además, Trow (1996) establece otros dos ámbitos o perspectivas de la rendición de
cuentas: la vinculada a la responsabilidad legal o financiera, y a la académica.
Posteriormente, como se puede observar en la Tabla 1, Vidovich y Slee (2001) ofrecen
cuatro formas diferentes de llevar a cabo la rendición de cuentas: hacia arriba, hacia
abajo, hacia adentro y hacia afuera.
Por otra parte, Harvey y Knight (1996) sostienen que existe una rendición de cuentas
de carácter delegado. Para ello los gobiernos están legislando para otorgar nuevas
responsabilidades a organismos en esta materia. En este sentido, Bovens (2006) señala
que existe un nuevo sistema de rendición de cuentas surgido a raíz de que los
gobiernos hayan creado agencias u otros organismos intermedios que intentan
garantizar la legalidad, al tiempo de preservar los intereses de carácter interno,
externo o de otros grupos de interés de la educación superior.
Otras tendencias que avalan lo anterior se refieren a la aparición de rankings o
estudios comparativos sobre universidades. Esto provoca que los sistemas de
rendición de cuentas de índole nacional e internacional no estén claros.
100
Tabla 1
Tipos de rendición de cuentas
Externo / hacia afuera:
Interno / hacia adentro:
Tipos de rendición
de cuentas
Obligaciones
de
Instituciones
de
Educación Superior con financiadores o
receptores de servicios
Relaciones con unidades internas
de Instituciones de Educación
Superior
Responsabilidad
legal o financiera
Informa sobre cómo se gastan los recursos y si de acuerdo con de las normas
del estado de derecho.
Responsabilidad
académica
Informa sobre cómo se realizan las actividades de enseñanza y aprendizaje.
Hacia arriba
Relación entre responsable de educación superior y quien encarga el servicio
(usuarios, administraciones, e inversores).
Hacia abajo
Relación entre usuarios, administraciones e inversores a través de órganos
colegiados donde se encuentran los responsables de educación superior
Complementando este tipo de procesos, podemos concluir que existen herramientas
basadas en informes elaborados por las propias instituciones de educación superior u
otras cuyos resultados son sometidos a la valoración tanto interna como externa.
Como consecuencia de este análisis, en Acosta (2016), hemos propuesto cinco
perspectivas desde las cuales se analizan los procesos de rendición de cuentas que
deben llevar a cabo las instituciones de educación superior:
a) Ámbito académico. b) Ámbito de la investigación, el desarrollo y la innovación. c) Ámbito económico. d) Transparencia. e) Formulación de estrategias. En Acosta (2016) puede encontrarse la definición de cada perspectiva a la que se le
asocia un conjunto de indicadores que permitirá “medir” como cada universidad, en
nuestro país, aborda la rendición de cuentas.
Conclusiones
Hemos realizado una breve descripción del origen y evolución del concepto de
rendición de cuentas (accountability, en la terminología al uso). Asimismo, nos hemos
aproximado a la rendición de cuentas en las instituciones de educación superior y
hemos concluido con una definición de esta, una tipología asociada y un conjunto de
perspectivas que permitan su medición.
Referencias
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Superior Un marco para su análisis en el caso español. Tesis Doctoral,
Universidad de Las Palmas de Gran Canaria.
Ander-Egg, E. (1983). Técnicas de Investigación Social. Buenos Aires. Humanitas.
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Vidovich, L. y Slee, R. (2001). Bringing universities to account? Exploring some global
and local policy tensions. Journal of Educational Policy, 16(5), 431-453.
102
MODELO DE GESTION Y GOBERNANZA UNIVERSITARIA
Pineda Gómez, José Alfredo; Gracida González, Hortensia; Muñoz
Martínez, Aurora del Socorro (Universidad Autónoma de Guerrero,
México)
Resumen
Las Universidades Públicas son instituciones al servicio de la sociedad que enfrentan
nuevos retos ante los cambios en el escenario mundial. El crecimiento de la demanda y
la limitación de recursos de recursos del Estado se enfrentan con la exigencia de
acreditar la calidad de su servicio educativo. Por ello, la gestión en el uso y destino de
los recursos tiene una repercusión directa en la gobernanza de las universidades.
Como se trata de una Institución de carácter público y con una finalidad social y no
comercial el debate en las universidades públicas ha girado en torno a la naturaleza de
la cooperación para la toma de decisiones en el uso y destino de sus recursos. La
Universidad Autónoma de Guerrero en México se encuentra en un proceso de reforma
académica y administrativa para mejorar su servicio educativo y debe optar por un
modelo de gestión que fortalezca el funcionamiento de sus órganos colegiados.
Introducción
El debate en torno al Modelo de Gestión en las Universidades Públicas se ha
desarrollado ante la presencia de tres elementos: el incremento de la demanda por
ingresar a una Institución de Educación Superior, los procesos de evaluación por parte
de las instituciones del Estado para asegurar una mayor calidad educativa y la
limitación de los recursos públicos para la educación superior.
Desde la década de 1980, en México se ha vivido un crecimiento de la matrícula en las
IES y ante ello la política institucional del Estado se ha caracterizado por el impulso de
dos procesos de gestión de los recursos: el de planeación estratégica y el de evaluación
de la calidad. Las diferentes propuestas de modelos de gestión en las universidades se
refieren a modelos más centralizados con autoridades unipersonales o modelos de
gestión colegiados con la participación de las instancias académicas en la toma de
decisiones.
Marco teórico
El debate en torno a los modelos de gestión en la universidad comprende por los
menos tres campos sobre el control y apropiación del conocimiento.
 La disputa sobre la identidad de la universidad como institución social o como
organización mercantil.
 La disputa sobre la determinación de la naturaleza de las funciones de la
universidad como bienes públicos inalienables o como servicios susceptibles de
apropiación privada y,
 La disputa sobre los modos de organización de la universidad como comunidad
del conocimiento o como corporación burocrática. (Colado, 2005)
103
Este tema tiene los antecedentes desde hace casi un siglo en las reflexiones de Max
Weber sobre la burocracia como clave del funcionamiento de la modernidad. Además,
dio lugar a los aportes de Frederick W. Taylor, a principios del siglo XX relacionados con
la organización técnica de la producción industrial. Desde el punto de vista meramente
económico de lograr la eficiencia y la eficacia y para ello calcular el menor costo y el
mayor beneficio en los tiempos y movimientos de los trabajadores de una empresa.
(Winslow, 1973)
Otro cambio está debatiéndose en el aspecto organizacional, con los sistemas de
financiamiento en relación con las políticas de gestión institucional, cuya eficiencia se
trata de incrementar a fin de que los estándares de calidad se puedan mantener aun
cuando los recursos no fluyan como en otras Épocas. (Fanelli, 1998)
La preocupación principal radica en lograr estándares de desempeño, indicadores
cuantitativos que no siempre reflejan la realidad y en muchas ocasiones ocultan la
simulación académica. Se concentran en alcanzar indicadores sobre todo tangibles,
instalaciones, computadoras, equipos, grados académicos, índices de eficiencia
terminal, índices de reprobación descuidando la importancia de cambiar los procesos
de enseñanza aprendizaje, de evaluar realmente los aprendizajes y el cumplimiento de
los planes y programas de estudio. (Ibarra, 2004)
Incluso se ha manejado el concepto de universidad empresa, que no aplica para el caso
de la educación pública porque la educación no es negocio, es un derecho humano y
una obligación del Estado. (UNESCO, 2009)
Para el caso de las Universidades Públicas Mexicanas el gobierno federal ha intentado
introducir, durante décadas, un tipo de racionalidad administrativa en el sistema de
Educación Superior, con instancias de planeación y evaluación en las esferas estatal,
regional y nacional. Se establece como estrategia la de fortalecer los procesos de
planeación y evaluación del sector educativo para asegurar su calidad y ampliar y
diversificar su cobertura. (SEP, 2013)
Según Porter, bajo el nuevo esquema, las universidades tienen que dedicarse,
crecientemente, a realizar complejos ejercicios de planeación que, más que mejorar su
desempeño, han derivado en nuevos obstáculos al trabajo de los académicos. Los
académicos han sido, en el mejor de los casos, espectadores de las políticas o,
inclusive, rehenes de las mismas, sin que se logre hasta el momento modificar
sustancialmente el trabajo cotidiano.(Porter, 2003)
Para el caso de las universidades, Burton Clark formulo un enfoque clásico en el
estudio de las estructuras y procesos de sus organizaciones que se centra en el
reconocimiento de las condiciones del contexto que las influyen o determinan. Su
estudio reafirma la postura de que las universidades son distintas a los aparatos
administrativos gubernamentales y a las empresas, pues en ellas el trabajo se
encuentra organizado en disciplinas, el poder está en la base y su producto central es
el conocimiento. Esta conclusión se basa en la observación de como se ha dado la
vinculación de docencia, investigación en las instituciones de cinco países que cuentan
con sistemas de educación superior avanzados en el ámbito mundial, a saber:
Alemania, Francia, Inglaterra, Estados Unidos y Japón (Clark, 1997).
104
Metodología
En el presente estudio se empleó el método comparativo que consiste en un
procedimiento de búsqueda sistemática de similitudes y diferencias en los modelos de
gestión en las universidades públicas.
Resultados
En términos organizacionales, en las Universidades de México el debate se ha centrado
en la adopción de estructuras organizativas descentralizadas por área de conocimiento
y organizada a partir de escuelas, facultades, centros e institutos cada una con sus
respectivas líneas de generación y aplicación del conocimiento. El asunto es fortalecer
las redes de colaboración académica que fomente la creatividad y el desarrollo del
conocimiento con libertad académica. Los ejemplos más emblemáticos son el caso de
la UAM y la Universidad de Guadalajara. Fue pensada para evitar el centralismo y la
arbitrariedad en la toma de decisiones. Por ello, se consideró un modelo basado en
órganos colegiados, unidades académicas, divisiones y departamentos, mismos que
tienen facultades y obligaciones distintas.
En otras instituciones se preserva la estructura rígida de escuelas, facultades, centros e
institutos aislados con plena autonomía en su operación.
En el caso de la Universidad Autónoma de Guerrero tenemos una contradicción entre
la estructura organizativa declara en la Ley y en el estatuto de redes y colegios y una
estructura real en la cual no existen las redes de colaboración y cada Unidad
Académica se mantiene de manera independiente. Esta situación conlleva a la
presencia de conflictos entre académicos que pertenecen a un mismo cuerpo
académico, o DES por el acceso a los limitados recursos y no se cuenta con las
instancias de órganos colegiados debidamente reconocidos para tomar las decisiones
en beneficio del desarrollo académico.
Un dato que refleja la importancia cada vez mayor de la gestión en las universidades
en México es que la cobertura de la educación superior paso de 12.2% en el ciclo
escolar 1990-91 a 35% en el ciclo 2012-2013 (Lever, 2013).
En los últimos años, el crecimiento de la matrícula ha sido progresivo. En el ciclo
escolar 2006-2007 fue de 2 millones 525 mil estudiantes (sin incluir el posgrado), en
cambio, en el ciclo 2011-2012 fueron 3 millones 274 mil de alumnos inscritos y para el
año escolar 2012-2013 fue de casi 3 millones 500 mil. El incremento de la matrícula en
la modalidad no escolarizada, pasó de 159 mil estudiantes en 2006 a 342 mil en 2011.
La cobertura total de la educación superior se incrementó de un equivalente a 25.9 por
ciento de la población de 19 a 23 años en el ciclo 2006-2007 a casi 33 por ciento
(Gómez, 2013).
En 2006 el presupuesto federal para la educación superior pública ascendía a 61,169
millones de pesos, mientras que al inicio de 2011 alcanzó la cifra de 91,497 millones de
pesos, lo que representó un aumento de casi 50 por ciento en términos nominales y de
31 por ciento en términos reales. Este aumento ha permi do una signi ca va mejora
de diversos indicadores nancieros del sistema de educación superior. Por ejemplo, la
inversión educa va como porcentaje del Producto Interno Bruto pasó de 0.54% en
105
2006 a 0.65 en 2010. Por otra parte, la inversión federal por alumno aumentó de
39,385 pesos en 2006 a 47,939 pesos en 2010 (Tuiran, 2012).
Los problemas fundamentales en el modelo de financiamiento de la educación
superior pública en México son: la insuficiencia del presupuesto; la iniquidad en la
asignación del subsidio promedio por estudiante; el carácter inercial del subsidio
ordinario y la inestabilidad e incer dumbre presupuestal de cada año, que di culta los
procesos de planeación de mediano y largo plazos (Tuiran, 2012).
Conclusiones
No puede existir duda de que con una mayor participación de los académicos en sus
órganos colegiados se mejorarían las decisiones adoptadas. El desarrollar la capacidad
de colaboración, de respeto y ayuda mutua para el desarrollo de proyectos que
permitan mejorar la docencia, la investigación y la extensión universitaria implican
realmente una mejora relevante para el desempeño institucional y el logro de nuestra
misión social. Desde una visión de colaboración académica es importante retomar que
“Planificar no es otra cosa que el intento del ser humano por crear su futuro y no ser
arrastrado por los hechos” (Porter, 2003).
Los esquemas organizativos que excluyen a los órganos académicos en las tomas de
decisiones que tienen que ver con docencia, investigación y extensión no son capaces
de enfrentar los nuevos retos de la Universidad.
Se trata de estar dispuestos a abrir, prácticas de no compartir información, o
establecer barreras de imposición, de límites en la toma de decisiones (Gómez, 2005).
El verdadero proceso de reforma universitario para el cambio en la gestión de la
Universidad no puede ocurrir sin la participación, el involucramiento, el
empoderamiento de los académicos y del conjunto de la comunidad universitaria por
medo de sus órganos colegiados en las principales decisiones de carácter académico.
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Winslow, T. (1973). Principios de la Administración Cientíica. Buenos Aires, Argentina:
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107
GOBIERNO Y GOBERNANZA: PLAN BOLONIA Y GRUPOS DE
INVESTIGACIÓN.
Rey Alvarez Alfonso (Universidad de Santiago de Compostela)
Resumen
El diccionario de la Real Academia Española (DRAE) define del mismo modo gobierno y
gobernanza: “acción y efecto de gobernar o gobernarse”. Tal vez debamos decir que
esos vocablos ya no son sinónimos, a causa de los nuevos matices que ha ido
adquiriendo el segundo de ellos. El DRAE no recoge el matiz técnico, de creciente uso,
que encierra gobernanza en diversos ámbitos de las ciencias sociales y campos de la
administración (Huete, 2010; Hernández, 2012). En su sentido más amplio, gobernanza
alude a las acciones legales del Estado encaminadas a la eficacia. Es un concepto
ambicioso, aunque algo difuso, pues implica nociones tales como responsabilidad,
transparencia, eficacia y distribución justa. En el marco universitario tiende a designar,
de manera un poco más precisa, una gestión eficaz de los recursos disponibles y el
establecimiento de una coordinación acertada entre los distintos niveles y órganos de
decisión que conforman la institución. Existe una tendencia a reemplazar la noción de
“gobierno” por la de “gobernanza” para indicar que en la toma de decisiones que
afectan a la universidad intervienen, de manera creciente, instituciones (agencias de
evaluación, organismos supranacionales) ajenas al estado nacional y factores
(acuerdos con empresas, captación de recursos privados, competencia entre las
universidades de un mismo país) que escapan al control de las autoridades, porque la
Universidad moderna se ha convertido en una institución que se mueve en varios
planos cuyo gobierno o dirección ya no es competencia de una sola autoridad.
Limitándonos al estricto ámbito universitario español, tal vez sería útil distinguir entre
el gobierno, entendido como conjunto de normas y regulaciones del estado sobre la
institución universitaria, y gobernanza, entendida como conjunto de normas y usos de
carácter no necesariamente legal, que desbordan el marco de un estado y que derivan
de la participación de organismos y factores de muy diversas índole. La tesis que muy
sencillamente trataré de defender es que en el momento presente existe un gobierno
(nacional y autonómico) que no coincide plenamente con la gobernanza de una
institución que libra su futuro en ámbitos geográficos y académicos de carácter muy
heterogéneo, que no pueden ser abarcados desde un solo cuerpo legal o una sola
instancia administrativa.
El concepto de gobernanza, sinónimo de public management (nueva gestión pública),
es frecuente en los estudios sobre la gestión y dirección de sistemas universitarios y
organismos de investigación. Numerosos especialistas en educación superior, ciencias
políticas, administración pública o sociología han estudiado los problemas que
plantean a la gestión y liderazgo de dichas instituciones los cambios operados en la
última década. El concepto de gobernanza alude a una nueva forma de reflexión, la
cual está encaminada a analizar el impacto de los cambios acaecidos en los sistemas e
instituciones universitarias. La gobernanza y la nueva gestión publica son parte de la
agenda europea para modernizar la universidad, haciéndola más receptiva a las
108
necesidades técnicas propias de la sociedad del conocimiento. En último término, lo
que se persigue es proporcionar nuevos utensilios mentales, nuevos conceptos, para la
universidad del siglo xxi.
En las dos últimas décadas se ha producido un cambio en la dirección y gestión de las
universidades públicas. Disponen éstas de autonomía, pero, en contrapartida, se ven
en la acuciante necesidad de rendir cuentas de sus resultados ante paneles de
expertos y organismos de evaluación nacionales e internacionales. Al mismo tiempo,
deben captar alumnos fuera de su ámbito geográficos inmediato y luchan por mejorar
su posición en los rankings de excelencia. En otras palabras, ha disminuido, en
términos relativos, la labor tutora de los gobiernos, pero se ha incrementado la de
otras instancias de control, sean éstas estatales, paraestatales o privadas. Unas y otras
ejercen una labor de control mucho más profunda. Ello coincide con dos hechos fáciles
de percibir: 1) hay una competencia creciente entre universidades nacionales e
internacionales, competencia que se manifiesta en la lucha por los ránkings, la
financiación, la captación de estudiantes y la contratación de investigadores de
prestigio: 2) las universidades se ven crecientemente impelidas a buscar recursos
económicos más allá de las partidas presupuestarias de los gobiernos. Sin dejar de ser
públicas en su financiación, deben acudir a un mercado complejo y competitivo para
completar unos recursos que necesitan para seguir compitiendo a un nivel
crecientemente complejo.
Tal como señaló Andresani, la gobernanza universitaria está cada vez más compartida,
en el sentido de que no es responsabilidad exclusiva de los gobiernos nacionales o de
las autoridades públicas, aunque éstas todavía desempeñan un papel importante. Esto
último se debe a que las instituciones universitarias generan especialistas muy valiosos
para el avance de la sociedad, de modo que el estado difícilmente dejará de renunciará
a legislar en este sector. Tal como han observado Paradeisse et alii (2009:36), los
estados siguen gestionando las universidades, pero sus funciones han cambiado:
tienden a supervisar, más que a dirigir, de modo que estamos asisitiendo a una especie
de gobernanza en varios niveles, por la razón señalada líneas atrás: algunas de las
responsabilidades que tenían las autoridades públicas en materia de universidades han
sido trasladadas a organismos privados y/o supranacionales, entre los cuales hay que
destacar las distintas y numerosas agencias de evaluación. En los últimos años, a causa
de la crisis económica y la reducción de la subvención pública, se ha acentuado la
búsqueda de otro tipo de financiación, procedente de instituciones ajenas al estado.
Una consecuencia práctica de ello es que se reactiva, con nuevos argumentos, el
debate acerca de si la institución universitaria puede seguir siendo concebida
exclusivamente como un servició público, tal como establece, en el caso de España,
nuestra Constitución. Ciertamente, esta polémica queda fuera de mi exposición, pero
me permito apuntarla porque demuestra cómo una decisión inicialmente intangible
puede verse afectada en la práctica. En cambio, como luego diré, atañe a la necesidad
de que la legislación estatal ceda parte de su gobierno a la gobernanza de otras
entidades de carácter no estatal o supranacional. “Ceder” no significa renunciar o
desentenderse, sino coordinarse y, eventualmente, traspasar algunas de sus funciones.
Otro factor, no desconectado de lo anterior, debe ser tenido en cuenta: al identificarse
la calidad investigadora con la excelencia académica, la gobernanza de la universidad
109
condiciona el enfoque de la investigación y su peso relativo dentro de la vida
universitaria. De ahí, la tendencia a una bifurcación de la carrera académica ente
docencia e investigación, y una distribución del trabajo entre organismos de enseñanza
frente a organismos de investigación, lo cual tiene como consecuencia una
diferenciación entre producción de conocimiento y difusión del conocimiento. Cuando,
hace muchos años, Ortega y Gasset, en El libro de las misiones, afirmó que la principal
tarea de la Universidad era la formación de buenos profesionales de la medicina,
abogacía, ingeniería, etc., reflejaba un parecer ajustado a la realidad de sus días. En la
actualidad, la Universidad se ve obligada a dedicar una mayor atención a la producción
de nuevos conocimientos. En teoría, todo profesor universitario debe saber investigar
y comunicar conocimientos; en la práctica parece innegable que esas dos funciones no
se dan en la misma proporción.
Cabe preguntarse, llegados a este punto, si los órganos de gobierno de la universidad
pública española, entendiendo por tales los que están fijados en la legislación, tienen
la capacidad efectiva de hacerse cargo de una gobernanza nueva, que ya no depende
tanto de lo que establece la legislación (la estatal, la autonómica y la universitaria)
como de unas instancias externas que orientan decisivamente el futuro de la
institución, una de las cuales es eso que un poco vagamente se denomina “el
mercado”.
Tomaré como referencia, ya para encaminar mi ponencia a su conclusión, dos hechos
que, en mi modesta opinión, enseñan que el sistema legal español, es decir, lo que
podríamos llamar el gobierno de la universidad carece de la flexibilidad necesaria para
ajustarse a una gobernanza que supera el marco existente. Esos dos hechos son: a) la
aplicación del plan Bolonia; b) la novedad de los grupos de investigación y su
participación en proyectos competitivos.
a) El objetivo central del llamado plan Bolonia era la puesta en marcha de un auténtico
Espacio Europeo de Educación Superior (EEES) encaminado a incrementar la
competitividad y la transnacionalidad. Para conseguirlo, las autoridades se
comprometieron a coordinar sus respectivas políticas en ámbitos tan decisivos como
titulaciones, niveles curriculares, transferencia de créditos e incrementos de la
movilidad. El plazo establecido era el año 2010. En España no se lograron plenamente
esos objetivos porque las autoridades propias, académicas y políticas, establecieron
diversas normas que, en la práctica, han malogrado buena parte de los objetivos
iniciales. Es un caso claro de cómo el gobierno tradicional no se ajustó a la gobernanza
nueva.
b) Pretendo llamar la atención sobre el profundo cambio que ha supuesto para la
Universidad española la figura del grupo de investigación, convertido en la célula
básica del sistema universitario en un triple aspecto: investigación, formación docente
y obtención de recursos económicos. Su presencia aconseja reducir,
proporcionalmente, el peso de otros organismos y cargos de más raigambre y
tradición, tales como departamentos y facultades, que deben, no desaparecer, pero sí
acomodarse a una situación muy diferente de aquella que marcó la lejana Ley de
Reforma Universitaria, cuya esencia permanece en muchos aspectos pese a haber sido
derogada por norma legales posteriores.
110
Los grupos de investigación, como todos constatamos a diario, desbordan el marco
organizativo de los departamentos y facultades, al tiempo que crean un nuevo espacio
interuniversitario e internacional que desborda la realidad oficial. En la medida en que
obtienen financiación fuera de los presupuestos asignados a la universidad, los
mencionados grupos dependen de agencias de acreditación, aglutinan miembros de
diferentes centros de trabajo y países, a la vez que fijan prioridades de investigación no
siempre contempladas en los planes de estudio oficiales. En suma, son órganso que se
mueven en un espacio propio, que sólo se entiende desde un concepto de gobernanza
que no coincide plenamente con lo fijado en los estatutos de la Universidad y las leyes
estatales y autonómicas. No incurriré en la exageración de decir que existe una
contradicción de normas y usos, pero sí un cierto desfase normativo que no recoge con
toda la diligencia la nueva situación creada.
Como anécdota ilustrativa, voy a referir una experiencia que está llevando a cabo mi
universidad, la de Santiago de Compostela, en paralelo a algo similar que se proyecta
en las otras dos universidades gallegas, la de Vigo y La Coruña. Por razones puramente
económicas (lo cual restringe el interés de la medida) han decidido reducir el número
de departamentos (en La Coruña, de Facultades) forzando fusiones de los mismos. La
medida ha producido algunos resultados tangibles, desde el punto de vista
presupuestario, al amortizar funcionarios administrativos, reducir las bonifaciones
salariales de directores y secretarios, y reducir también el número de exenciones
docentes, lo cual, en la práctica, equivale a aumentar la fuerza docente. Estas medidas,
muy beneficiosas en mi opinión, han suscitado algunas respuestas ácidas por parte de
sectores del profesorado, reaccios a admitir el carácter parcialmente obsoleto de unos
departamentos que hace mucho tiempo que perdieron toda competendia en materia
de investigación y reclutamiento de nuevos profesores. En la situación que he descrito
se ha llegado a un compromiso que demuestra cierta incomprensión de la nueva
realidad. Se mantienen, nominalmente, las estructuras antiguas, en atención a su
raigambre y tradición, pero falta una adaptación realista de las mismas a la nueva
situación. Más allá de las anécdotas, el suceso en sí pone de relieve cómo lo que fue un
organismo clave ha dejado de serlo, en tanto que el nuevo, que lo viene a reemplazar,
todavía no alcanza el reconocimiento y la regulación que le debería corresponder.
Todo ello con el peligro de que la burocratización de la Universidad, muy visible ya en
el ámbito de la administración, contamine también los ámbitos de la docencia y la
investigación. Tal vez en el curso del debate podamos entrar en más detalles al
respecto.
No juzgo ahora la medida, que ha suscitado la esperable controversia. Sí quiero señalar
que el adelgazamiento y la pérdida de peso del Departamento, al que la LRU concedió
un papel central en la nueva Universidad de los años ochenta, pone de relieve la
volatilidad de la situación ante los cambios que se suceden. En otras palabras, la
gobernanza se está desplazando hacia otros ámbitos. Sin embargo, tal como sucedió
con la adaptación al plan Bolonia, los pasos que se dan son vacilantes y tardíos, cuando
lo cierto es que la autonomía universitaria concede suficiente margen para acercarse
más decididamente a un nuevo sistema de liderazgo y gestión.
111
Conclusiones
Tomando como referencia el ámbito universitario español, parece útil distinguir entre
el gobierno, entendido como conjunto de normas y regulaciones del estado sobre la
institución universitaria, y gobernanza, entendida como conjunto de normas y usos de
carácter no necesariamente legal, que desbordan el marco de un estado y que derivan
de la participación de organismos y factores de muy diversas índole. La tesis de esta
ponencia, ejemplificada en el rápido análisis del plan Bolonia y el papel de los grupos
de investigación, es que en el momento presente existe un gobierno (nacional y
autonómico) que no coincide plenamente con la gobernanza de una institución que
libra su futuro en ámbitos geográficos y académicos de carácter muy heterogéneo, que
no pueden ser abarcados desde un solo cuerpo legal o una sola instancia
administrativa.
Referencias
Boer, Harry de, Enders, Jürgen y Schimank, Uwe (2012): “Hacia una nueva gestión
pública. La gobernanza de los sistemas universitarios en Inglaterra, Países Bajos,
Austria y Alemania”, en La nueva gobernanza de los sistemas universitarios,
trad. de Madrid: Octaedro, 2012, pp. 193-214.
Centeno González, Patricio (2004): Los sistemas de incentivos al personal académico en
los modelos de calidad: análisis de las políticas de incentivos en 20 centros
universitarios de Chile y otros países iberoamericanos, Tesis doctoral inédita.
Docampo, Domingo (2008): “Rankings internacionales y calidad de los sistemas
universitarios”, Revista de Educación, número extraordinario, 2008, pp. 149-76
Hernández G., José Ignacio (2012): “El concepto de administración pública desde la
buena gobernanza y el derecho administrativo global: su impacto en los
sistemas de derecho administrativo global de la América española”, Anuario da
Facultade de Dereito da Universidade da Coruña, 16 (2012), pp. 197-224.
Huete García, María Ángeles (2010): Nueva gobernanza y servicios municipales en
Estados Unidos, Noruega y España, Buenos Aires: Miño y Dávila, 2010.
Maassen, Peter (2012): “Cambios en la configuración de la gobernanza. Una
interpretación de la introducción de nuevas estructuras de gestión en la
educación superior”, en La nueva gobernanza de los sistemas universitarios,
trad. de Madrid: Octaedro, 2012, pp. 99-132.
Vázquez y del Arbol, Esther (2007): La traducción español-inglés de documentos
académicos: los sistemas universitarios español, británico y norteamericano
frente al futuro EEES, Granada: Universidad, 2007.
112
SIMPOSIO INTERNACIONALIZAÇÃO E DEMOCRATIZAÇÃO
UNIVERSITÁRIA: REPERCUSSÕES NAS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS E NA DOCÊNCIA
Coordinación: Cunha, Maria Isabel da (UNISINOS/BR)
Resumen del simposium
São muitos os discursos e as pesquisas produzidas em torno do tema da qualidade da
educação superior. A noção de qualidade não remete a um construto universal, mas
sim a propriedades que se encontram nos seres, ações ou objetos. A qualidade é, pois,
auto-referenciada e historicamente situada, pressupondo um sujeito ou uma
comunidade que aceita determinados padrões como desejáveis.
Nos aportes de Cortella (1998) encontramos uma visão de qualidade que se distancia
das proposições alicerçadas na perspectiva de produtividade. O autor traz a expressão
qualidade social para explicitar um parâmetro comprometido com a condição humana
e cidadã. No caso da educação, significaria uma sólida base científica, formação crítica
de cidadania e solidariedade de classe social (p.14-15).
Sousa Santos (2000), na procedente crítica que faz do paradigma dominante, advoga
uma ciência comprometida, um conhecimento prudente para uma vida decente (p.
242). Essas compreensões encaminham à critérios de qualidade que visivelmente
assumem a territorialidade de sua produção e as opções políticas dos atores.
No contexto das reformas atuais do ensino superior, tem-se assistido a um movimento
crescente de regulação supranacional da qualidade do ensino que determina o
desenvolvimento de políticas de garantia de qualidade nas instituições, usualmente
acompanhadas de procedimentos complexos de prestação de contas, que visam a
construção de culturas de qualidade. Entretanto, a universidade que se propõe a
compartir os valores da inclusão social precisará investir em reflexões epistemológicas
assumindo paradigmas menos rígidos do ponto de vista da erudição e mais rigorosos
na perspectiva da valorização da cultura e da diferença, o que implica conferir uma
orientação democrática aos critérios e condições de acesso e de sucesso dos
estudantes.
Na universidade há valores em tensão, repetindo o que acontece na sociedade,
revelando movimentos contraditórios que se intercalam em função de interesses
diversos e perspectivas divergentes. Trata-se de um campo de lutas, como prescreveu
Bourdieu (1988).
Duas forças contemporâneas, aparentemente em tensão, são desencadeadas pelas
políticas educacionais referentes à qualidade. A primeira aponta para a inclusão de
uma população estudantil diferenciada, muitas vezes de primeira geração, em que
muitos dos seus integrantes trabalham e estudam, são provenientes de camadas
médias da população e, em alguns casos, como acontece no Brasil, ingressam através
de cotas étnicas ou de escolas públicas. A segunda inclui a internacionalização que
parece apontar para uma padronização de critérios de qualidade determinada por
organismos supranacionais, os quais podem não responder a necessidades e interesses
113
das instituições, assentes em exigências meritocráticas, envolvendo carreiras de
complexidade mais alta e trajetórias com maiores oportunidades culturais, incluindo o
domínio de idiomas.
Como, então, compatibilizar projetos acadêmicos aparentemente distintos? Serão
incompatíveis essas duas perspectivas de qualidade da educação superior? Como
impactam a pedagogia universitária?
Esses são questionamentos que vêm estimulando o desenvolvimento de estudos que
aglutinaram pesquisadores portugueses e brasileiros através de um Projeto de
Cooperação Internacional (CAPES/FCT). Procuramos compreender de que forma a
democratização e a internacionalização se constituem como referentes da qualidade
da educação superior e discutir as suas implicações nas políticas institucionais, nas
práticas pedagógicas e na docência.
QUALIDADE DO ENSINO DE GRADUAÇÃO ENTRE OS
DISCURSOS DA DEMOCRATIZAÇÃO E DA
INTERNACIONALIZAÇÃO NO BRASIL. UM OLHAR PARA O
PROGRAMA CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS.
Cunha, Maria Isabel da (UNISINOS/BR)
Resumo
A tensão entre internacionalização e democratização como referentes da qualidade da
educação superior no Brasil vem estimulando estudos e pesquisas, incluindo o Projeto
que desenvolvemos, de forma interinstitucional com diferentes IES do sul do país.
Distintos enfoques, ações e programas institucionais e estatais são tomados como
objeto de estudo. O texto aqui apresentado explora a questão da mobilidade
estudantil, através do Programa Ciências Sem Fronteiras, ouvindo os estudantes que
vivenciaram essa experiência em países estrangeiros. Para tal foi aplicado um
questionário aberto on line e interpretados os resultados, à luz de contribuições
teóricas de Morosini, Sousa Santos e Spears.
Introdução
Os processos de internacionalização da educação brasileira começam com o Brasil
Colônia. Com a tardia criação das universidades no solo brasileiro, Portugal se tornou a
referência nesse nível de formação, com raras exceções. Os primeiros cursos
superiores se constituem a partir da vinda da família real em 1808, e são raros e
concentrados em algumas Províncias. Nem a república modificou esse quadro logo
após a proclamação. Diferentemente da América espanhola, é reconhecido que a
criação da universidade no Brasil é recente, datando dos anos 30 do século XX. Desde
então, a relação entre as iniciativas pública e privada foram se constituindo, com
predominância da instância privada, confessional ou não.
114
A abertura política, a partir dos anos oitenta do século passado, quebrou com a
unilateralidade da dependência externa norte-americana no pensamento acadêmico
brasileiro. A Anistia favoreceu o retorno de intelectuais exilados e, com eles a
veiculação de uma literatura, no campo das ciências humanas, que alterou a
unilateralidade do pensamento sobre as questões sociais, culturais, científicas e
pedagógicas.
A revolução digital se responsabilizou, progressivamente, por diminuir fronteiras e
fomentar a disseminação de ideias e perspectivas. Na condição de país em
desenvolvimento, o Brasil continuou a beber da cultura e da ciência dos países do
norte. Entretanto foi se conformando uma base muito mais sólida de produção de
conhecimento através da consolidação dos programas de pós-graduação, para os
quais, o fomento público, através da CAPES e do CNPq foi fundamental. Os anos 90
revelaram uma mudança nas relações políticas mundiais com a simbólica queda do
Muro de Berlim e a ascensão do neoliberalismo como solução universal para a
economia mundial. Organismos supranacionais, como o Banco Mundial, adquiriram
força no cenário econômico, acirrando as relações de dependência entre os países
ricos e pobres. Os empréstimos, acenados para as nações dependentes, vinham
acompanhados de definições de políticas para todos os setores da gestão pública,
incluindo, especialmente, a economia, saúde, agricultura, extrativismo e educação.
A dependência internacional não mais se explicitava na relação de país a país, mas
entre blocos de países, numa geografia perversa que deixa os desenvolvidos mais ricos
e os demais, mais pobres. No caso da educação, o Banco Mundial assumiu uma
posição de colocá-la em correlação e dependência com o desenvolvimento econômico.
As políticas dos estados nacionais tenderam a abandonar os discursos da educação
como bem público e direito dos cidadãos para convertê-la em estratégias de
desenvolvimento economicista. A internacionalização, portanto, assume uma nova
roupagem, já que o conhecimento se traduz em mercadoria e faz a mais valia daqueles
que o possuem, dando-lhes o direito de definir seus rumos.
A reação a este modelo, entretanto, foi se fazendo ouvir. Os chamados países
emergentes foram assumindo um protagonismo no equilíbrio mundial e reivindicando
espaço e voz. No caso da América Latina, a democracia foi se consolidando e os países
assumindo, com maior presença, a direção de suas políticas de desenvolvimento.
Entretanto, é preciso ficar alerta, como afirma Spears (2014, p. 158) que no caso da
internacionalização, “a capacidade altruísta é mediada por um conjunto de interesses
nacionais e locais que se originam no governo federal para as universidades”,
impactando a dinâmica interna das políticas acadêmicas. O interesse do país não se
localiza somente na transformação dos estudantes que tem a oportunidade de estudar
no exterior. Mas faz parte de medidas que visam impulsionar a economia do país,
através das pesquisas na área da ciência e tecnologia e que possam ter impactos na
indústria e produção local.
De certa forma, como política pública, se dispõem a ultrapassar a dimensão particular
dos sujeitos e prever ganhos para toda a sociedade produtiva. Nesse sentido a
internacionalização pode redundar em democratização, através do acesso a
tecnologias que respondam ao interesse da maioria da população. Ou pode, apenas,
115
estar a serviço dos grandes empreendedores e do mundo capitalista que concentra
recursos intelectuais e econômicos.
Ao tomar a perspectiva da democratização, não pode haver um silenciamento sobre a
crítica da exclusão das ciências sociais, humanidades e artes do Programa CSF. A
percepção que subjaz a essa política dicotomiza a ciência, desconhecendo que as
humanidades fortalecem o capital social nas suas múltiplas formas. Além disso,
hierarquizam saberes numa escala de importância, com repercussões importantes na
cultura das instituições universitárias. Sem a base das humanidades, o Programa pode
“transformar os alunos em mercadorias educacionais” (SPEARS, 2014, p. 161) que
alimentam as universidades que recebem os estudantes brasileiros, fortalecendo o
reconhecimento de que o ensino superior é tanto um bem público quanto um negócio
global.
Essas considerações vêm estimulando uma investigação interinstitucional pois,
desenhado o cenário do Programa CSF, consideramos importante conhecer como ele
vem sendo gerido nas universidades e como os estudantes, por ele beneficiado,
manifestam suas aprendizagens e perspectivas. Assumimos a importância formativa do
Programa, mas questionamos o seu potencial para impactar em geral, a qualidade da
educação superior. Que repercussões tem havido na Universidade? O que aprendem
os estudantes? Como percebem as experiências de ensinar e aprender que viveram no
exterior? Qual o valor dado à internacionalização como elemento de qualificação da
educação superior? Que sugestões dariam para aperfeiçoar o Programa a nível estatal
e institucional? Como vem sendo potencializado o capital cultural que acumulam nessa
experiência? Como pensam que o Brasil pode se beneficiar com este investimento?
Metodologia
Para desenvolver a investigação selecionamos algumas universidades que aderiram ao
Programa CSF, tanto de natureza pública como privada comunitária, representando
Estados do sul e do norte do país. Definimos dois públicos preferenciais como
interlocutores: os gestores universitários, especialmente aqueles que se envolvem com
o Programa CSF e os estudantes que usufruíram dessa oportunidade.
Com os gestores forma feitas entrevistas semiestruturadas, em sua maioria
presenciais, e com os estudantes essas entrevistas foram realizadas on line.
Também foi feita uma análise dos documentos reguladores do Programa, tanto a nível
federal como institucional. Mas o maior interesse foi compreender os movimentos
desencadeados em torno de tão importante investimento na qualidade da educação
superior. Dado que o estudo está em andamento, o foco deste texto se relaciona com
os estudantes e os dados recolhidos através do processo empírico.
Com o intuito de organizar os dados coletados foi produzido um quadro-síntese que
usaremos como referente para análise dos achados entre os estudantes. Seguindo o
roteiro da entrevista, organizamos os dados em sete dimensões. O quadro abaixo
apresenta, em forma de síntese, os resultados, que, posteriormente, serão
desdobrados na perspectiva qualitativa.
116
Quadro. Estudantes do Programa Ciência sem Fronteiras: impressões e perspectivas
1-MOTIVAÇÃO: Ampliação de aprendizagens; Qualificação e do Currículo Vitae; Oportunidades
no mercado de trabalho; Interculturalidade e habilidades pessoais.
2-IMPRESSÕES DE SER ESTUDANTE NO ESTRANGEIRO
Dificuldade no idioma; Metodologia do ensino e aprendizagem; Estrutura de universidade;
Receptividade; Choque cultural.
3-ASPECTOS VALORIZADOS E DESAFIOS
A) Destaques e valorização: Aprendizagem de idiomas; Participação em eventos; Estágios e
pesquisa em empresas; Conhecimentos de outras culturas, convivência com estudantes de outros
países; Crescimento pessoal; Vivências diferenciadas de metodologias de ensino; trabalho em grupo;
tutoria.
4-O ENSINO COMPARADO: O BRASIL E O PAÍS VISITADO (dependendo do país)
A) Condições de Estudo: Aluno em tempo integral; Laboratórios disponíveis e equipados;
Monitoria de estudantes de Mestrado e Doutorado; Incentivos aos estágios, à pesquisa e à eventos de
formação complementar.
B) Didática: Foco mais no aluno do que no professor; nas aulas expositivas o aluno não
participa (apenas em exercícios); Preocupação em fazer o aluno aprender; uso de questionários no início
das aulas sobre a matéria de aula anterior; Ênfase no trabalho do estudante fora da aula; aprender a
aprender Disciplinas com carga horária distribuída na semana, maior número de encontros com menor
tempo; Presença de discussões e participação do aluno; Ênfase na aula expositiva.
C) Relação Professor-aluno: No Brasil mais próxima, mais interativa. Lá fora são mais distantes,
os estudantes nunca os questiona (Coréia); Forte autoridade do professor. Pouco abertos as
negociações.
D) Perspectivas de futuro:
Currículo que especializa no final do curso; Articulação com o mestrado; Motivação para a
pesquisa.
5. Principais aprendizagens
A) Pessoais/ conhecimento interpessoal:
Ampliação de valores, independência e pró-atividade; Enfrentar desafios e valorizar as tarefas
da casa e de quem as faz; Ampliar minha visão de mundo; - Respeito às pessoas e às diferenças;
Autoconhecimento e controle emocional; Organização do tempo em relação às prioridades; Capacidade
de fazer novas amizades; Senso crítico e concepção global e social da produção criativa.
B) Culturais: Respeitar culturas diferentes e com elas conviver; Conhecer os lugares que antes
só via em filmes; Diminuir preconceitos; Respeitar a cultura alheia; Ter flexibilidade e respeito às
diversidades.
C) Habilidades de Estudo:
Dedicação diária ao estudo; Reconhecimento da incompletude do conhecimento; Dar mais foco
nos estudos e na carreira; Aprender estudar; Valorizar a comunicação e o trabalho em grupo; Ampliar a
capacidade de pensamento; - Estudar mais frequentemente.
6-VALOR DA INTERNACIONALIZAÇÃO
A) Perspectiva positiva de futuro:
Ampliação de aprendizagem, conhecimento de outras culturas e métodos acadêmicos;
Aprendizagem da língua, incentivo à inovação e à pesquisa, aplicação dos conhecimentos aos problemas
da realidade brasileira; estímulo à continuidade de estudos na pós-graduação, as publicações, as
inovações e descobertas científicas.
117
O estudo vem desenvolvendo reflexões na interpretação qualitativa dos dados, usando
os procedimentos próprios da Análise de Conteúdo. Os depoimentos enriquecerão a
análise e favorecerão as conclusões.
Conclusões
Parcialmente é possível inferir que os estudantes valorizam a experiência, tanto em
termos de crescimento pessoal como acadêmico, ainda que essas variem de país para
país. Também é perceptível que as Universidades ainda estão em fase de organização
de um sistema mais complexo que envolva a preparação, acompanhamento e
exploração dos potenciais do Programa. O mesmo acontece em nível de país, onde as
Agências (CNPq e CAPES) parecem ter pouca estrutura instalada para realizar esse
acompanhamento, reconhecendo a dimensão e o impacto do Programa. Essas
condições provocam algumas questões, especialmente a respeito da otimização da
experiência na perspectiva coletiva e de impacto nacional.
Uma das inferências possíveis decorre do impacto vivido pelos estudantes brasileiros
em relação às práticas pedagógicas e à metodologia de ensinar e aprender. Percebem
que, nos países para onde se dirigem, se instalou uma perspectiva metodológica
centrada na aprendizagem dos estudantes, o que requer deles um significativo grau de
autonomia que se constitui num desafio. Anunciam que viveram uma didática
diferenciada daquela costumeira no Brasil, onde os professores são mais paternalistas
e as atividades ocorrem na aula, com a presença do docente. Surpreenderam-se com a
organização curricular que valoriza os trabalhos acadêmicos realizados de forma
independente, quer em grupo ou individual.
O retorno desses estudantes pode favorecer a reflexão sobre os currículos e a didática
universitária brasileira e favorecer pesquisas e estudos nesse campo.
Referências
Popkewitz, T. (2013). O duplo significado de cosmopolitismo e os estudos comparados
de educação. In R. Cowen, A. Kazamas, E. Unteralter (Orgs.). Educação
Comparada: panorama Internacional e Perspectivas. Brasília, UNESCO/CAPES.
Spears, E. (2014). O valor de um intercâmbio: mobilidade estudantil brasileira,
bilateralismo & internacionalização da educação. Revista Eletrônica de Educação,
8(1),151-163.
Sousa Santos, B. (1997). Por uma educação multicultural de direitos humanos. Revista
Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, 48, 11-32.
118
POLÍTICAS INSTITUCIONAIS DE QUALIDADE E
DEMOCRATIZAÇÃO NO ENSINO
Vieira, Isabel Flávia; Morgado, José Carlos. (Universidade do Minho/PT)
Resumo
As políticas de qualidade do ensino nas IES determinam, em larga medida, o trabalho
pedagógico dos docentes e as aprendizagens dos estudantes. O estudo aqui relatado
procurou identificar dimensões de qualidade do ensino nas políticas de qualidade
duma IES e compreender em que medida essas políticas incorporam e fomentam
valores e práticas democráticos. A partir da análise indutiva de um corpus de
documentos institucionais, verifica-se a existência de uma visão plurifacetada da
qualidade do ensino, que integra dimensões de democratização, mas também uma
clivagem entre o discurso programático, onde essas dimensões são mais evidentes, e a
instrumentação da avaliação do ensino, onde elas se esbatem. Sugere-se que uma
maior coerência entre o discurso programático e os instrumentos de avaliação do
ensino poderá favorecer uma maior transformação das práticas pedagógicas e dos
modos de construção da profissionalidade docente no ensino superior.
Introdução
O estudo relatado integra o projeto Qualidade e Direito à Educação Superior:
Estratégias Institucionais em Tempos de Globalização (2014-2016), desenvolvido ao
abrigo do Convénio CAPES/FCT (ref.ª FCT 2382/ CAPES 10371/13-3) e que envolve duas
instituições portuguesas (Universidade do Porto e Universidade do Minho) e três
instituições brasileiras (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal do
Paraná e Universidade do Estado da Bahia). Um dos objetivos do projeto é organizar
um quadro analítico que permita compreender como as políticas educacionais estão
impactando a definição de indicadores de qualidade para a educação superior,
incluindo a constituição dos processos de ensinar e aprender na universidade. É no
âmbito deste objetivo que o estudo apresentado se integra, incidindo em políticas
institucionais de qualidade do ensino na Universidade do Minho, uma IES pública de
ensino e investigação situada no norte de Portugal. O estudo procurou identificar
dimensões de qualidade do ensino e compreender em que medida as políticas
institucionais incorporam e fomentam valores e práticas democráticos7.
Quadro teórico
A construção de um Espaço Europeu de Ensino Superior tem implicado a regulação
supranacional da qualidade do ensino, nomeadamente através de organismos como a
European Association for Quality Assurance in Higher Education (ENQA), que no
relatório Standards and Guidelines for Quality Assurance in the European Higher
Education Area (2009, 3ª ed.) prevê que cada instituição defina uma política de
garantia da qualidade do ensino, visando à construção de culturas institucionais que
reconheçam a importância da qualidade e da garantia da qualidade.
7
Para uma versão mais alargada da apresentação do estudo, ver Vieira, Morgado & Silva (no prelo).
119
Contudo, as políticas de qualidade do ensino enfrentam problemas, como a
diversidade de concepções de qualidade (ENQA, 2014: 13) ou a tendência para adotar
um “modelo de caixa negra” na avaliação do ensino (Rué et al., 2013), baseado em
indicadores indiretos sobre a oferta formativa (por ex., percepções dos estudantes e
dos docentes, taxas de aprovação e de empregabilidade). Por outro lado, nem sempre
assentam num referencial ético e conceptual claro que represente “um horizonte
estratégico de qualidade” na avaliação e melhoria dos cursos (Paricio Royo, 2012: 6061).
A construção de um referencial democrático para a qualidade do ensino, que fomente
a inclusão, a participação e a transformação pessoal e social (Harvey & Knight, 1996;
IE, 2013), é difícil em tempos de globalização neoliberal que favorecem a sujeição das
IES a lógicas instrumentais e economicistas (v. Barnett & Coate, 2005; Giroux, 2010;
Morley, 2003, 2015; Nóvoa, 2013; Santos, 2008). Neste cenário, importa perceber que
sentidos são atribuídos à qualidade do ensino nas políticas institucionais. Foi este o
propósito do estudo que aqui apresentamos.
Metodologia
O estudo envolveu a análise indutiva de um corpus de 9 documentos institucionais:
1) 4 documentos de natureza programática onde se estabelecem políticas gerais de
qualidade da IES, nos quais identificámos dimensões focadas no ensino ou que,
reportando-se à atividade académica em geral, abrangessem implicitamente o ensino:
* Estatutos da Universidade do Minho (homologados por Despacho do Ministro
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de 14 de novembro de 2008)
* Plano da Qualidade (junho de 2010)
* Manual da Qualidade (versão 1.1 de 2012, aprovada pelo Despacho RT37/2012, de 24 de maio)
* Plano Estratégico UMinho 2020: Crescimento Sustentado para Cumprir o
Futuro (homologado em fevereiro de 2013)
2) 5 documentos de natureza instrumental relativos à avaliação da qualidade do
ensino, implementados no âmbito Sistema Interno de Garantia da Qualidade da
Universidade do Minho, nos quais identificámos dimensões de qualidade subjacentes
aos itens (perguntas ou tópicos) neles apresentados:
* Questionário aos estudantes para avaliação semestral de Unidades
Curriculares (UC)
* Questionário aos docentes para avaliação semestral de UC
* Guião de elaboração de Relatório de UC semestral, preenchido pelo
coordenador da UC
* Guião de elaboração de Relatório de Curso anual, preenchido com base nos
Relatórios de UC e validado na Comissão de Curso
* Guião para a elaboração de Relatório de Unidade Orgânica8 anual
(preenchido com base nos Relatórios de Curso e validado nos Conselhos
8
O termo “unidade org nica” refere-se às Escolas / Institutos que integram a instituição e que se organizam em
departamentos (subunidades orgânicas).
120
Pedagógico, Científico e de Unidade Orgânica).
Embora os segundos documentos operacionalizem uma política de qualidade, são
também documentos políticos, na medida em que conferem um determinado sentido
à ação avaliativa e favorecem determinadas racionalidades pedagógicas. Ao considerar
estes dois tipos de documentos, verificámos em que medida o discurso programático
se articula com a avaliação do ensino.
Foram construídas grelhas de registo onde se transcreveram segmentos textuais dos
documentos analisados e dos quais emergem dimensões de qualidade do ensino.
Foram recolhidos e categorizados 228 segmentos nos documentos de natureza
programática e 75 nos de natureza instrumental, perfazendo um total de 303
ocorrências.
Resultados
A análise efetuada revela uma visão de qualidade multifacetada e de âmbito alargado,
com marcas de democratização. Contudo, verifica-se uma clivagem entre o discurso
programático e os instrumentos de avaliação do ensino no que respeita à presença
dessas marcas. Como se observa no Quadro 1, as dimensões de democratização têm
uma presença significativa no corpus (30,7%), mas são mais frequentes nos
documentos programáticos. As restantes dimensões identificadas no corpus (69,3%)
reportam-se sobretudo à organização, desenvolvimento e avaliação da atividade do
ensino e à eficácia da oferta formativa (procura e tempo de conclusão dos cursos,
taxas de aprovação, empregabilidade, percepções de graduados e empregadores,
adequação dos resultados obtidos aos padrões e metas do Plano da Qualidade).
Quadro 1
Documentos
Programática
Documentos
Instrumental
Totais
de
natureza
f=228 (100%)
Dimensões de Qualidade
Democratização
Outras
81 (35,5%)
147 (64,5%)
de
natureza
f= 75 (100%)
12 (16%)
63 (84%)
f= 303 (100%)
93 (30,7%)
210 (69,3%)
O Quadro 2 sintetiza as dimensões de qualidade presentes nos documentos de
natureza programática.
121
Quadro 2. Síntese de dimensões de qualidade nos documentos programáticos
Dimensões de Democratização
Princípios
orientadores
–
liberdade
de
pensamento, pluralidade dos exercícios críticos,
contributo para uma sociedade humanista
Democratização e promoção do acesso
Diversificação da oferta formativa
Formação integral, inclusiva, permanente, dirigida
ao exercício da cidadania
Modalidades de gestão e avaliação do ensino
participadas,
dialógicas,
(auto)
críticas,
transparentes
Serviços de apoio aos docentes e aos estudantes
Ambiente multilinguístico
Outras dimensões
Articulação investigação-ensino
Sistema interno de garantia da qualidade baseado
em orientações nacionais e europeias e articulado
com a história, a missão e os objetivos da
instituição
Padronização de procedimentos de recolha de
informação para a avaliação da qualidade
Eficácia da oferta formativa
Descontinuidade de cursos de baixa procura e
criação de novas ofertas formativas (incluindo o
ensino a distância)
Cooperação
internacional,
mobilidade
e
competitividade no espaço europeu
Nos instrumentos de avaliação do ensino, as evidências de democratização (16% das
75 ocorrências), encontram-se sobretudo nos questionários de avaliação de UC,
embora predominem outras dimensões (Quadro 3).
Quadro 3. Dimensões de avaliação da qualidade das UC (questionários a estudantes e docentes)
Vetores
de
AVALIAÇÃO DE UC
(estudantes
e
docentes)
(Auto) avaliação do
estudante
Dimensões de Democratização
Outras dimensões (n=
Atitude ativa
Desenvolvimento
de competências
Formulação e resolução de problemas
Pensamento crítico e espírito reflexivo
Relacionamento e trabalho de equipa
Preparação adequada ao nível de
exigência da UC
Cumprimento de tarefas e objetivos Uso
de materiais/ recursos recomendados
Desempenho globalmente positivo do
estudante
Compreensão dos conteúdos
Uso eficaz das TIC
Comunicação em língua estrangeira
Funcionamento da
UC
Transparência de métodos e critérios
de avaliação
Feedback útil da avaliação
Recursos de apoio
ao
ensino
e
aprendizagem
Desempenho
docente
(avaliado apenas
pelos estudantes)
Apoio à compreensão dos objetivos de
aprendizagem
Motivação para a consecução dos
objetivos de aprendizagem
Estímulo à participação e à discussão
dos conteúdos
Disponibilidade para apoiar os
estudantes
Cumprimento do programa
Coerência conteúdos-objetivos
Recursos com valor educativo
Adequação da carga de trabalho
Funcionamento globalmente positivo da
UC
Adequação dos espaços: salas de aula/
de autoestudo
Infraestruturas: apoio informático,
bibliográfico, laboratorial
Apoio administrativo e logístico à UC
Cumprimento de horários
Desempenho globalmente positivo do
docente
122
Nos guiões de elaboração de relatórios de curso e de unidade orgânica, prevalecem
dimensões associadas à eficácia do ensino: procura do curso; resultados de
aprendizagem; tempo médio de conclusão do curso; empregabilidade; resultados de
inquéritos a estudantes, docentes, graduados e empregadores; avaliação de planos de
melhoria anteriores e definição de novos planos de melhoria; adequação de resultados
aos padrões e metas do Plano da Qualidade.
Conclusões
A partir dos resultados, constatamos que os instrumentos de avaliação do ensino,
direcionados à sua análise e melhoria, esbatem o potencial transformador anunciado
no discurso programático. Embora integrem dimensões de democratização, excluem
aspetos essenciais a uma pedagogia crítica, inclusiva e dirigida ao exercício da
cidadania, como por exemplo a articulação entre programas e desafios profissionais e
sociais, a participação dos estudantes na tomada de decisões, a diferenciação
pedagógica ou a autorregulação das aprendizagens.
Ao assentar na participação ampla da comunidade académica, a avaliação do ensino
adquire contornos de uma prática reflexiva e democrática. Contudo, não é claro o seu
referencial ético e conceptual, ou seja, a visão de educação que pretende promover,
sobretudo quando se passa da avaliação das UC para a avaliação dos cursos e da
atividade de ensino nas unidades orgânicas, verificando-se um afastamento
progressivo das questões pedagógicas, o que pode reduzir os efeitos da avaliação.
É inegável o esforço das IES no desenvolvimento de sistemas de garantia da qualidade
do ensino, compreendendo-se a necessidade de padronizar instrumentos de avaliação
que criem uma linguagem comum e facilitem a reflexão coletiva sobre as práticas.
Contudo, uma maior coerência entre discursos programáticos que assumem valores
democráticos e instrumentos que operacionalizam a avaliação do ensino poderá
promover uma maior transformação das práticas pedagógicas e dos modos de
construção da profissionalidade docente no ensino superior.
Referências
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ESTUDANTES ESTRANGEIROS EM UNIVERSIDADES
BRASILEIRAS: O DESAFIO DA INTERNACIONALIZAÇÃO E
DA DEMOCRATIZAÇÃO NO COTIDIANO UNIVERSITÁRIO
Marialva Moog Pinto (UNIARPE/BR); Maria Aparecida Rocha
(UNISINOS); Gildo Volpato (UNESC)
Resumo
Nos últimos anos o processo de globalização tem interferido fortemente nas políticas
de internacionalização do Ensino Superior no Brasil. À mobilidade acadêmica dos
estudantes para universidades de países estrangeiros tem se intensificado, assim como
aumentou também o número de jovens estrangeiros cursando graduação no Brasil. O
estudo procura compreender o processo de internacionalização a partir da presença
de estudantes estrangeiros nas universidades brasileiras e os impactos pessoais e
institucionais advindos dessas experiências. Analisa, em especial, a imersão de
estudantes angolanos nos cursos de graduação no país. Foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com 110 estudantes angolanos que estão se graduando em duas
universidades da região Sul do Brasil. Os resultados analisados apontam para os
desafios dessa inclusão com qualidade, incluindo o nível de satisfação dos estudantes,
suas motivações e expectativas bem como o impacto de suas presenças nas
universidades em que estudam. Entre os achados houve especial interesse nos
processos de ensinar e aprender e as relações que presentes na didática universitária.
Também questões como inclusão, resiliência e expectativas foram objeto de análise.
Introdução
Nos últimos anos o processo de globalização tem interferido fortemente nas políticas
de internacionalização do Ensino Superior no Brasil. À mobilidade acadêmica dos
estudantes para universidades de países estrangeiros tem se intensificado
124
consideravelmente, assim como aumentou o número de jovens estrangeiros fazendo
cursos de graduação em nosso país. É a partir deste contexto e desta realidade que
está sendo desenvolvida a pesquisa intitulada Estudantes Angolanos em contexto
brasileiro: os desafios da internacionalização no cotidiano universitário.
O objetivo do estudo foi compreender o processo de internacionalização a partir da
presença de estudantes angolanos em duas universidades brasileiras e os impactos
pessoais e institucionais advindos dessas experiências. As questões que estão sendo
investigadas são: O que motivou os estudantes angolanos a fazer sua formação
profissional no Brasil? Quais os principais desafios enfrentados tanto no âmbito
acadêmico quanto pessoal com essa experiência no exterior? A experiência de
internacionalização qualifica a formação acadêmica? Representa uma estratégia de
democratização do acesso à educação superior? O que aprendem e quais as
expectativas desses estudantes ao retornarem ao seu país de origem?
A pesquisa tem como lócus a Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, e a
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. A abordagem foi qualitativa e teve
o questionário com perguntas abertas como técnica de coleta de dados. A amostra
contou com a participação de 123 estudantes angolanos que responderam ao
instrumento, dentre o universo de 250 sujeitos, contatados entre março a maio de
2015. Os dados empíricos, depois de organizados em quadros de análises, foram
interpretados á luz dos princípios da análise de conteúdo.
Globalização, internacionalização e democratização
A internacionalização foi fortemente uma presença nos estudos da pós-graduação.
Morosini (2006, p.108), afirma que isso ocorre porque nesse nível de ensino se instala
uma cultura que, “por sua natureza, é produtora do conhecimento. E
internacionalização se institui como função da pesquisa”, com uma perspectiva
autônoma. A partir dos anos 1990, a educação superior recebe o impacto da
globalização e é inserida como parte de interesses no panorama internacional. Nessa
perspectiva as estratégias de internacionalização voltaram-se também para o ensino,
globalizando oportunidades e definindo espaços de poder. Essa condição favoreceu
uma significativa produção científica, principalmente a partir de 2004 e 2005, sobre o
tema, incluindo aspectos relacionados ao ensino. Foi possível perceber que, neste
período, cresceu o número de produções que discutem as estratégias de
internacionalização, o aprendizado dos estudantes que participam deste processo, a
construção da identidade e sua adaptação social, dentre outros. Este é um reflexo do
quanto à internacionalização tem se configurado em uma presença importante nas as
universidades. Além da pesquisa, que se fortificou no panorama internacional a partir
da década de 1990, alicerçado no processo de globalização, também o ensino de
graduação passou a ser alvo de políticas de internacionalização por meio das propostas
de mobilidade acadêmica. Knight (2004, p. 11) define a internacionalização
universitária como “o processo que integra uma dimensão global, intercultural e
internacional nos objetivos, funções e oferta da educação pós-secundária”. A
preocupação com a qualidade do ensino tem estimulado políticas de
internacionalização atingindo a graduação e a pós-graduação.
125
Nesse contexto, as relações de poder e prestigio se instalam, entre os países
desenvolvidos e aqueles em via de desenvolvimento. O Brasil tem sido uma
possibilidade valiosa para os estudantes dos países africanos, tanto por sua
aproximação com a língua portuguesa como pela identidade cultural, visto que o Brasil
está extremamente influenciado pelos costumes africanos. Mas, certamente há,
também, o reconhecimento da crescente produção científica qualificada no Brasil.
A educação superior vem sendo influenciada pelo processo de internacionalização
instituído no contexto da globalização. Neste processo, uma das preocupações deste
estudo perpassa pela teorização de Dale (1999,2000) que relaciona educação e
globalização, referindo-se à existência de uma cultura educacional mundial comum,
onde o modelo único seria o ‘modelo certo’. Esta preocupação do autor alia-se a
críticas que anunciam o perigo da internacionalização colonizadora, contrapondo-se à
perspectiva da solidariedade. Sousa Santos (1995, p.211) afirma que “quando a
procura pela educação deixa de ser uma reivindicação utópica e passa a ser uma
aspiração socialmente legitimada, a universidade só pode legitimar-se a satisfazendo”
e nesse contexto o pensamento crítico é fundamental.
Como Barnett (2001), acreditamos que “nossas epistemologias não se limitam a existir
de maneira isolada”. Elas configuram a sociedade e também a refletem. À vista disso, o
conhecimento “legítimo” tem sido ampliado e não apenas se ocupa do “o que saber”
senão também “do como saber” (p. 75). Por conseguinte, a literatura tem apontado
que o conceito de qualidade não nos remete a um construto universal, mas são
propriedades que se encontram nos seres, ações ou nos objetos. De mais a mais, essa
perspectiva significa que a qualidade não é auto referenciada; pressupõe um sujeito ou
uma comunidade que aceita determinados padrões como desejáveis. No âmbito da
Universidade, há distintas posições políticas e filosóficas, no entanto, também há
valores em tensão, tal qual acontece na sociedade, revelando movimentos
contraditórios que se intercalam em função de interesses diversos e perspectivas
divergentes. Bourdieu (1998) já alertava para essa condição quando explora o conceito
de campo científico, que revela a estrutura de poder presente na sociedade.
Entretanto, essas tensões se tornam um interessante objeto de análise quando duas
forças, aparentemente em tensão, são desencadeadas pelo mesmo ente político, no
caso que estamos analisando, o Ministério da Educação. Referimo-nos a tensão que
possa haver entre os processos de democratização e de internacionalização da
universidade brasileira. A primeira aponta para a inclusão de uma população estudantil
de primeira geração, em que muitos dos seus integrantes trabalham e estudam, são
provenientes de camadas populares e, em alguns casos, ingressam através de cotas
étnicas ou cotas de escolas públicas, ou outras situações por bolsas de estudo integrais
ou parciais em universidades privadas, portanto distantes dos padrões anteriores da
meritocracia. A outra parece apontar para exigências meritocráticas envolvendo
carreiras de complexidade mais alta, trajetórias estudantis com maiores oportunidades
culturais incluindo o domínio de idiomas e disponibilidade de condições para afastarse do trabalho, para usufruir de experiências acadêmicas e culturais em âmbito
internacional (Cunha, 2015).
126
Metodologia: no caminho da pesquisa
A tensão entre essas duas faces dos discursos sobre qualidade do ensino no Brasil é
que estão na base de nossos estudos. Para tal, pareceu importante analisar tanto a
mobilidade de estudantes brasileiros em outros países, como compreender a
experiência dos estudantes africanos nas universidades brasileiras.
Identificamos as políticas e estratégias institucionais de captação de estudantes
estrangeiros e os motivos da procura por IES brasileiras para fazer sua formação em
nível superior. Analisamos se e como essas experiências repercutem nas práticas
pedagógicas, e quais referenciais de qualidade as orientam ou delas emergem,
conhecendo os ganhos acadêmicos percebidos pelos estudantes africanos que fazem
no Brasil sua formação em nível superior.
Os achados
Com a pesquisa indica que os estudantes angolanos vêm estudar no Brasil pela
oportunidade de uma bolsa de estudos e porque consideram que o diploma
estrangeiro tem maior reconhecimento no seu país. Os estudantes encontraram
desafios no âmbito acadêmico, como adaptação as variações da Língua Portuguesa e
dificuldades com alguns conteúdos que exigem uma base mais consistente de estudos
iniciais. Apontam, ainda, os desafios de ordem pessoal, como estar longe da família,
dificuldades financeiras, o clima, a falta de aproximação dos brasileiros, o medo da
violência no Brasil e o racismo, ainda presente na nossa sociedade. Mas reconhecem
que a formação acadêmica no Brasil favorecerá sua inclusão no mercado de trabalho
na Angola, pois lhes proporciona um diferencial profissional.
Chama a atenção, nos dados obtidos, que os estudantes angolanos são unânimes em
afirmar sua pretensão de voltar para a Angola para ajudar a reconstruir o seu país,
após trinta anos de guerra. Percebe-se, através de seus discursos, que há uma
consciência política relacionada aos compromissos coletivos, além dos interesses
individuais.
Sua inserção nas Instituições brasileiras vai ocorrendo paulatinamente. Como em
outros contextos estudados, percebe-se que as comunidades estrangeiras são mais
coesas e que nem sempre os nativos com eles interagem academicamente. Assim as
práticas de ensinar e aprender nas universidades locais, ainda demonstram uma
escassa abertura para o “outro”, como se a obrigação da integração fosse apenas do
que chega. Provavelmente, com a ampliação da cultura da internacionalização esse
fenômeno possa se alterar, pois atingiria uma meta mais solidária e cosmopolita,
alcançando, como afirma Sousa Santos, uma reconfiguração de saberes.
Entretanto, é inegável que a presença desses grupos de estudantes provenientes de
um único país, de distinta etnia, hábitos e culturas pode impactar positivamente as
universidades brasileiras. É inevitável que nos rituais de ensinar e aprender vão se
instalando processos comparativos e de interculturalidade. As IES aprendem com esse
publico e podem, de alguma forma, avaliar, também, a experiência dos alunos
brasileiros que se deslocam para o estrangeiro. Pouco a pouco vão criando estratégias
de acolhimento e inclusão que aliam movimentos tantos de internacionalização como
de democratização.
127
Os docentes são instados a certos deslocamentos de seus saberes, instigados por uma
saudável curiosidade do estudantado que chega. Muitas vezes precisam reavaliar
estratégias de ensino para favorecer a aprendizagem dos novos públicos. Encontram
um especial espaço de vivência de cidadania, estimulando a valorização da diferença
sempre que esta signifique, como indica Sousa Santos, uma condição para a igualdade.
Os dados nos fazem inferir que os estudantes brasileiros são beneficiados por este
convívio, pois principalmente se deparam com colegas com um compromisso social
muito explícito. Têm a oportunidade de um exercício de cidadania que muito contribui
para seu futuro profissional.
Certamente há muitos desafios e contradições nesse processo. Nossa expectativa é
que as investigações, como a que ora desenvolvemos, possam contribuir para a
condição da qualidade acadêmica que envolve democratização e internacionalização.
Parece improvável que esses processos possam ser detidos. E nem temos como saber
ainda, de forma mais completa, seus efeitos sobre os países e os indivíduos. Em
principio a mobilidade e interculturalidade é um valor e agrega importantes
experiências para os indivíduos e para as nações. Mas é preciso estar alerta, pois esse
não é um movimento isento de interesses, nem sempre construtivos. Numa sociedade
onde o conhecimento significa condição de emancipação, é preciso analisar a
internacionalização na sua potencialidade de um capital cultural emancipador. Caso
contrário, de forma muitas vezes velada, corre-se o risco de uma geopolítica mundial
que reforce as desigualdades e a dependência.
Referências
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UM OLHAR SOBRE DISCURSOS E SENTIDOS DE
QUALIDADE NO ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL
Leite, Carlinda (Universidade do Porto/PT)
Resumo
Políticas internacionais têm apontado no sentido da institucionalização, no ensino
superior, de uma formação de qualidade e têm influenciado medidas institucionais de
avaliação de garantia da qualidade. Em Portugal, dessas políticas realça-se o efeito dos
Standards and Guidelines for Quality Assurance in the European Higher Education Area
(política e procedimentos para garantir a qualidade; acompanhamento, aprovação e
revisão periódica dos programas e prémios; avaliação dos estudantes; garantia de
qualidade do pessoal docente; recursos de aprendizagem e apoio aos estudantes;
sistemas de informação; Informação públicamandato) encomendados à ENQA em
2003.
O estudo que suporta este texto i) analisa efeitos nas políticas de educação superior
em Portugal do discurso de qualidade, ii) carateriza o conceito de qualidade veiculado
e iii) interpreta reações que estão a ocorrer ao nível da cultura de qualidade.
A análise da situação torna evidente que existe uma tensão quer entre as funções que
são atribuídas à avaliação da qualidade, quer ao conceito que a orienta e que balanceia
entre o que se pode considerar uma qualidade democrática e social e uma qualidade
focada nos resultados orientada por princípios do managerialismo. Revela ainda que
as reações, no que aos sistemas de organização e gestão das instituições e às
exigências feitas aos professores diz respeito, se situam entre uma conceção
caraterística de uma cultura responsável que convive com uma cultura reativa.
Relativamente aos processos de ensino-aprendizagem-avaliação inerentes à ação
pedagógico-didática docente, essa cultura de qualidade situa-se entre reações que se
enquadram entre uma qualidade responsável e regenerativa e uma qualidade reativa e
reprodutiva.
129
Introdução à temática e procedimento metodológico do estudo
O discurso de qualidade e de avaliação da qualidade, embora não seja recente, tem
ganho nos últimos anos uma expressão que não era conhecida em Portugal. Essa
presença, embora não seja diferente da que ocorre em outros países (Santos, 2011),
tem no entanto caraterísticas específicas que advêm da pertença de Portugal ao
conjunto dos países europeus que subscreveram a declaração de Bolonha (1999) e que
aderiram à criação do Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES). Como efeitos desse
discurso que se instalou no ensino superior (ES) têm-se sucedido medidas políticas
com impacto nos sistemas de organização e gestão das instituições, nos processos de
ensino-aprendizagem-avaliação inerentes à ação pedagógico-didática, e nas exigências
feitas aos professores.
Tendo esta temática por referência, o estudo que aqui se apresenta seguiu um
procedimento que objetivou caraterizar alguns dos efeitos das políticas que recorrem
ao apelo da qualidade e dos sistemas de garantia da qualidade no ES português, a
saber:
- Recolha de legislação e de outros documentos relativos ao discurso de
qualidade no ES em Portugal e análise das suas influências;
- Análise do conceito de qualidade que atravessa esse discurso;
- Análise dos modos como está(ão) a ser instituído(s) e vivido(s) essa(s)
conceção(ões) de qualidade.
É a análise desses documentos e a interpretação dos seus efeitos à luz de um conceito
de qualidade democrática e social que a seguir se apresenta
Enquadamento e interpretação dos dados
Em Portugal, os anos 80 (séc. XX) foram marcados pela expansão do ensino superior
seguindo uma orientação associada ao projeto político da modernidade, caraterizado
por uma visão linear de causa e efeito e princípios da eficácia e da eficiência da
racionalidade técnico-científica (Leite, 2002). Nos finais do século XX, as políticas
internacionais baseadas na accountability, e que apontaram para a necessidade dos
sistemas educativos e as suas instituições prestarem contas do serviço educativo que
oferecem e se responsabilizarem pela sua melhoria, tiveram como efeito o
reconhecimento de que, após a expansão, havia que apostar na qualidade. Tiveram
igualmente grande influência acordos e compromissos europeus de que a Declaração
de Bolonha (1999) é um forte exemplo. Nela, ao assumir-se o compromisso da
comparabilidade e compatibilidade dos sistemas de ensino superior europeus para a
criação do EEES, reconheceu-se a necessidade de se definirem critérios e metodologias
comparáveis de garantia da qualidade (Santos, 2011).
O discurso de qualidade e de avaliação da qualidade foi-se assim instalando no ensino
superior e apoiando medidas políticas com impacto, entre outros, nos sistemas de
organização e gestão das instituições, nos processos de ensino-aprendizagemavaliação e nas exigências feitas aos professores. Como é evidente, a sua análise
implica reconhecer que a avaliação da qualidade não é neutra nem a-política mas
antes historicamente situada e atravessada por questões ideológicas (Tavares et al.,
2015), postura que justifica a interpetação que se faz da situação aqui em estudo.
130
De facto, uma análise destes compromissos e das medidas que os implemetaram
revela que existem na sua matriz algumas contradições, isto é, existe uma tensão entre
justificações que apontam para princípios democráticos e de igualdade de
oportunidades face aos sistemas de educação e formação, e outras que, fundadas em
argumentos de lógicas neoliberais, acentuam modos de regulação e de controlo
tecnocrático que estimulam uma organização burocrática que dá ênfase e privilegia os
resultados. Disso são exemplo os padrões de qualidade (guidelines/standarts)
definidos na sequência da agenda que foi circulando em esferas políticas
internacionais, e na Europa foram associados à criação do EEES.
Na reunião de Ministros europeus realizada em Berlim em 2003, para análise do modo
como estava a ser concretizado o Processo de Bolonha, foi considerado necessário
definir critérios e metodologias de garantia da qualidade, mutuamente partilhados
pelos diversos parceiros do EEES. No comunicado resultante dessa reunião de
Ministros foi definido que os sistemas nacionais de garantia da qualidade deviam
incluir uma avaliação de programas ou instituições, compreendendo uma avaliação
interna e uma avaliação externa, um sistema de acreditação ou de certificação e a
participação e cooperação internacional. Na sequência desta decisão, foi
encomendado à ENQA (constituída pelo European Network for Quality Assurance in
Higher Education e integrando representantes de agências nacionais ou regionais de
avaliação e representantes dos governos) a definição de padrões, procedimentos e
orientações sobre a garantia da qualidade, trabalho esse que foi concretizado nos
Standards and Guidelines for Quality Assurance in the European Higher Education Area
(ESG), aprovado na reunião de Ministros, em 2005, em Bergen. Estes standards
definem as normas de orientação europeia para a garantia da qualidade na avaliação
interna e externa do ensino superior, embora refiram que “os processos utilizados não
devem sufocar a diversidade e a inovação”.
Em relação ao sistema de garantia da qualidade interna, são indicados 7 padrões
(standards), a saber: política e procedimentos para garantir a qualidade;
acompanhamento, aprovação e revisão periódica dos programas e prémios; avaliação
dos estudantes; garantia de qualidade do pessoal docente; recursos de aprendizagem
e apoio aos estudantes; sistemas de informação; informação pública. Cada um destes
standards é especificado por um conjunto de diretrizes que enunciam os
procedimentos esperados. O mesmo acontece com o sistema de garantia da
qualidade.
No caso português, logo numa primeira fase, o relatório da ENQA esteve na origem da
alteração do regime jurídico das instituições de ensino superior (RJIES) que passaram,
nas suas formas de governação, a ver reforçado o papel atribuído aos stakeholders
externos (Lei 62/2007) e a ter de cumprir processos de prestação de contas. Para isso,
no que ao governo das instituições diz respeito, a escolha do Diretor ou Presidente (ou
do Reitor) passou a ser da responsabilidade de um Conselho Geral que inclui membros
externos à instituição (artº 81º).
No que ao sistema de prestação de contas diz respeito, esta Lei, apontando para
regulamentação posterior, abriu o caminho que se tem vindo a concretizar pela
acreditação e avaliação das instituições e dos ciclos de estudos (artº 9º) da
responsabilidade da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Foi
131
com a criação desta Agência (Decreto-Lei n.º 369/2007) e a aprovação dos
procedimentos a seguir (regulamento nº 504/2009 e nº 392/2013 da A3ES) que os
discursos e as medidas políticas de qualidade foram introduzindo, com grande impacto
na formação e na vida das organizações, a pressão para a concretização de uma
qualidade desejada.
Em síntese, foi na tensão de posições entre um entendimento da educação na sua
dimensão social e um discurso de qualidade que muitas vezes dela se afastava que
teve lugar a aplicação dos compromissos assumidos em 1999 com a assinatura da
Declaração Bolonha e que, em Portugal, por legislação de 2006 (Lei nº 74/ 2006,
alterada pelo Decreto-Lei n.º 107/2008 e Decreto-Lei n.º 115/2013) obrigou a uma
reorganização de todos os cursos do ensino superior.
Referencial teórico de análise
No final do séc. XX, como efeitos do movimento que reclamava da instituição
universitária a sua função de intervenção social e a resposta a um mundo em
constante mudança (Conferência Mundial sobre a Educação Superior, suporte da
Declaração Mundial sobre a Educação Superior no Século XXI: visão e ação, UNESCO,
1998) foi-se legitimando um discurso orientado para a qualidade da formação e para a
institucionalização de sistemas de garantia de qualidade. Como referem Alderman &
Brown (2007), os sistemas de garantia da qualidade tornaram-se uma necessidade
para demonstrar que os fundos públicos são gastos adequadamente e para que as
instituições tenham um reconhecimento científico e social. Também a Conferência
Mundial sobre o Ensino Superior 2009: “ ovas din micas do ensino superior e
pesquisas para a mudança e o desenvolvimento social”, realizada 10 anos depois da
Conferência Mundial de Ensino Superior de 1998 na sede da Unesco em Paris, aprovou
um comunicado que afirma esta responsabilidade social da educação superior
sustentado que as instituições deste nível de ensino, através das suas funções
principais (pesquisa, ensino e serviços comunitários), devem promover o pensamento
crítico e a cidadania ativa. A par desta ideia, esta mesma Conferência considerou a
educação como um “bem público”, isto é, incorporou princípios neoliberais que não
faziam parte da tradição da ES, o que justificou críticas decorrentes da tensão de se
considerar a educação como um direito humano ou como um serviço comercial. A este
propósito, também Amaral et al. (2002), numa análise de efeitos das políticas
internacionais e nacionais no campo da educação, sustentaram que o ensino superior
passou a ser conduzido pela mão da economia. No mesmo sentido, Readings (2003, p.
12) afirma que as Universidades assumiram o “estatuto de empresa transnacional”,
isto é, o conhecimento passou a ser um bem comercializável.
Foi nesta pressão entre uma orientação política que tinha tido como efeito a
massificação de um sistema de ensino superior, que permitiu que a ele acedessem
grupos sociais que até aí dele tinham sido afastados, e a opção pela institucionalização
de critérios de qualidade que emergiu e se desenvolveu o Processo de Bolonha (PB). E
é na tensão entre estas duas orientações que se justifica clarificarmos o que significa
qualidade e o que ela pressupõe, nomeadamente quando se associa qualidade a
princípios democráticos e sociais.
132
Como tem sido amplamente sustentado (Ozga et al, 2011; Cunha, 2011; Leite, 2012,
2013; Tavares et al., 2015; Morosini et al., 2016) o conceito de qualidade é
historicamente situado e atravessado por razões ideológicas. Associado muitas vezes
ao conceito de excelência académica (Leite e Fernandes, 2014; Cunha, 2014), cada vez
mais são as vozes que associam a qualidade a questões sociais, aproximando este
conceito de princípios capazes de promover uma educação/formação democrática
geradora de justiça social (Connell, 1992, 2012)
A par desta direção, o sentido de qualidade, e como atrás já se referiu, tem vindo a
seguir outras direções que se inserem em modelos estandardizados e gerencialistas,
que padronizam e que justificam a perspetiva de Dale (2004) quando afirma que as
políticas nacionais decorrem de uma “agenda globalmente estruturada”. Ou seja, as
políticas internacionais têm influenciado as políticas nacionais privilegiando uma
orientação que concebe a qualidade segundo regras de mercado e que a afastam do
conceito de uma qualidade democrática. O que queremos tornar claro é que o
conceito de qualidade social se distancia das enunciações ancoradas numa perspectiva
meritocrática associada à produtividade. Ou seja, consideramos que existe qualidade
social quando os cidadãos podem participar na vida social e económica do meio em
que vivem, proporcionando-lhes condições que aumentem o seu bem-estar social e o
seu potencial individual (Beck et. al, 2011).
o estudo “Internal quality assurance systems in Portugal: what their strengths and
weaknesses reveal”, Tavares et al. (2015) utilizam como modelo de análise os 4 tipos
de cultura de qualidade propostos por Harvey and Stensaker (2008) - cultura de
qualidade regenerativa; cultura de qualidade responsável; cultura de qualidade
reprodutiva; cultura de qualidade reativa – e concluem que os sistemas de garantia da
qualidade estão associados a procedimentos formais de recolha de informações e não
a uma qualidade transformadora, isto é, balançam entre uma cultura de qualidade
reativa e uma cultura de qualidade responsável.
É também em função desta tipologia que se interpretam, no estudo a que este texto se
reporta, os efeitos das medidas de qualidade no ES em Portugal ao nível dos sistemas
de organização e gestão das instituições, dos processos de ensino-aprendizagemavaliação e das exigências feitas aos professores.
Conclusões
O conceito de qualidade nos sistemas de organização e gestão das instituições e nas
exigências feitas aos professores ocorre numa tensão entre princípios orientados por
ideais democráticos e de igualdade de oportunidades face aos sistemas de educação e
formação (isto é, entendendo a educação na sua relação com a qualidade social) e
argumentos fundados em lógicas neoliberais que acentuam modos de regulação e de
controlo tecnocrático que estimulam uma organização burocrática que dá ênfase
privilegiadamente aos resultados. Ou seja, o conceito de qualidade balança entre o
sentido de uma cultura responsável - em que as instituições e os professores
aproveitam para internamente melhorarem de acordo com as suas próprias situações e o de uma qualidade reativa fortemente influenciada pelas regras externas.
No que aos processos de ensino-aprendizagem-avaliação, inerentes à ação
pedagógico-didática diz respeito, e que no discurso político enunciado apontam para
133
uma rutura com o paradigma do ensino substituindo-o pelo da aprendizagem, os
professores vivem uma tensão entre, por um lado, a procura de um exercício docente
em que os estudantes são o centro desses processos (e em que se ensina com
investigação) e as dificuldades em concretizar essa docência devido às lógicas de
competitividade e da avaliação do desempenho que imperam, isto é, as lógicas de
mercado. Os processos de ensino-aprendizagem-avaliação que estão a ser vividos
ocorrem, pois, entre uma conceção de cultura de qualidade responsável e regenerativa
e a de uma qualidade reativa e reprodutiva de sujeição às regras externas. Apesar
disso, não podem ser ignorados os efeitos de mudanças positivas que, talvez sem esta
pressão não ocorressem e que têm, em muitos casos, contribuído para uma formação
global dos estudantes que não se esgota nas dimensões cognitivas e se amplia a um
comprometimento ético capaz de concretizar ideais democráticos (Leite & Fernandes,
2014).
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136
SIMPOSIO. ASESORÍAS PEDAGÓGICAS UNIVERSITARIAS:
TRAYECTORIAS, EXPERIENCIAS Y EXPECTATIVAS
Coordinación: Lucarelli, Elisa (Universidad de Buenos Aires. Universidad
Nacional de Tres de Febrero. Argentina.)
Resumen del simposium
El Simposio presenta las Comunicaciones de un grupo de investigadores que están
trabajando alrededor de la problemática del asesor pedagógico universitario,
entendidas en su potencialidad como profesión de ayuda. La universidad se presenta
como una de las instituciones más antiguas de nuestro mundo occidental que persiste
en estos sus más de diez siglos de historia, tensionada por procesos que traslucen
permanencia y transformación. Dentro de las estrategias actuales para el
mejoramiento de la calidad de la enseñanza se distinguen las asesorías pedagógicas
universitarias. Cada uno de los participantes de este Simposio enfoca una faceta
particular del asesor pedagógico universitario comprendido en su contexto, desde un
enfoque dinámico que permitiera conocer las condiciones institucionales en que se
dan los procesos de conformación del rol, las características que asumen sus prácticas
y las relaciones que establece con los otros actores involucrados en la formación.
La tensión entre la autonomía en sus acciones y la respuesta a necesidades de la
institución se ve reflejada en las modalidades con que cada APU elige las tareas que
realiza: existe un delicado equilibrio que transita entre ambos polos y que en algunos
casos, permite ir alternando los propios proyectos con otros demandados por las
exigencias coyunturales de su contexto. Así lo entienden las Comunicaciones aquí
incluidas. Elisa Lucarelli (UBA-UNTREF) refiere una investigación centrada en las
prácticas del asesor pedagógico universitario en la Argentina, según la mirada de los
propios sujetos, interrogándose en especial sobre las características que las connotan
por desarrollarse en el contexto institucional de otras disciplinas. M. Alicia Villagra
(UNT) analiza la controvertida legitimación institucional de las Asesorías Pedagógicas
Universitarias (APU) su Universidad, abordando la paradojal tensión existente entre la
resistencia y aceptación a la incorporación de estas asesorías y/o de los profesionales
que las conforman. Mari M. Forster (UNISINOS) expone las iniciativas institucionales de
formación docente, promovidas por Universidades comunitarias brasileñas, buscando
comprenderlas en su contexto y su institucionalidad, en un escenario de expansión y
democratización del nivel en su país. Juliane Correa (UFMG) explica las características
de la Red de Desarrollo de las Prácticas de Enseñanza Superior (TIZA) como origen de
una demanda más calificada hacia las asesorías pedagógicas, tanto en las carreras de
grado como en programas de posgrado. Por último, María Rodríguez Batista (U. de
Guadalajara) enfoca la problemática de los altibajos en las reformas de las
universidades y su repercusión tanto en la formación permanente de sus docentes
como en las innovaciones en el aula y en las acciones de apoyo que pueda desarrollar
la asesoría pedagógica.
137
LAS PRÁCTICAS DEL ASESOR PEDAGÓGICO EN LA
UNIVERSIDAD: SUS APORTES A LA DIDÁCTICA
UNIVERSITARIA
Lucarelli, Elisa. (Universidad de Buenos Aires. Universidad Nacional de
Tres de Febrero. Argentina)
Resumen
En esta Comunicación se presentan algunos resultados de una investigación centrada
en las prácticas del asesor pedagógico universitario en la Argentina, según la mirada de
los propios sujetos, interrogándose en especial sobre las características que las
connotan por desarrollarse en el contexto institucional de otras disciplinas
Introducción
Entender al asesor pedagógico en su cotidiano en la institución universitaria supone
enfocarlo en su carácter de protagonista en el campo pedagógico. En efecto, una
mirada hacia sus prácticas habituales, evidencia que estas abarcan un amplio abanico
que incluye, junto a las específicas de asesoramiento, otras relativas a formación
docente, investigación, intervención, colaboración con la gestión, desarrollo de
proyectos institucionales. La reflexión sistemática sobre esas prácticas obliga a
reconocer al APU, junto a los docentes y los investigadores, como uno de los sujetos
relevantes en la construcción del campo de la Pedagogía y Didácticas Universitarias.
La investigación tiene como objetivos:
 generar conocimiento científico acerca de las prácticas del asesor pedagógico
en la universidad.
 analizar las características de las acciones de asesoramiento en su potencialidad
para generar espacios interdisciplinarios en el desarrollo del campo de la
Pedagogía y Didáctica Universitarias.
Marco teórico metodológico
Una perspectiva fundamentada del campo recién mencionado sostiene como
problemática central, el análisis de las prácticas que desarrolla el docente en torno a la
enseñanza, desde una mirada contextualizada, multidimensional, dinámica en la
articulación de lo teórico y lo práctico, entendiendo a quienes enseñan y quienes
aprenden como sujetos activos, protagónicos de tales prácticas. Estos principios se
fundamentan en un paradigma epistemológico que entiende al conocimiento como
objeto en permanente construcción, situado históricamente y orientado al
establecimiento de relaciones entre dimensiones disciplinares, de manera tal que se
posibilite la comprensión de la realidad como totalidad.
Un aspecto de interés en este enfoque refiere a la relación entre el campo pedagógico
y los otros campos disciplinares en la universidad. De allí el énfasis en el análisis de los
vínculos que se establecen el APU como pedagogo con los otros académicos en las
instituciones cuyo eje disciplinar profesional corresponde a otro campo académico, a
138
otra tribu. Pareciera que la marca de origen que representa la profesión del APU y por
tanto su formación de grado, es un elemento definitorio de su identidad; se manifiesta
como un condicionante lo suficientemente fuerte como para dificultar, en algunos
casos impedir, su aceptación plena como miembro de la comunidad académica donde
desarrolla su práctica profesional.
El asesor pedagógico universitario construye su identidad como académico en la
medida que desarrolla acciones que incluyen las prácticas que connotan a estos
profesionales, asumiéndose como docente y como investigador y como sujeto que
realiza acciones de extensión y servicios con la comunidad.
La tensión entre la propia autonomía y la respuesta a necesidades de la institución se
ve reflejada en las modalidades con que cada APU elige las tareas que realiza: existe un
delicado equilibrio que transita entre ambos polos y que en algunos casos, permite ir
alternando los propios proyectos.
Estas notas que caracterizan el rol del asesor pedagógico universitario se hicieron
evidentes en la investigación realizada por un equipo de la Universidad de Buenos
Aires (Claudia Finkelstein, Viviana Solberg y Elisa Lucarelli), con la participación de
otras Universidades Nacionales, dentro del Proyecto Conjunto de Investigación
Mercosur Argentina –Brasil (Da Cunha y Lucarelli, 2014). El equipo UBA explora, a
través de dos etapas, el panorama general de las asesorías pedagógicas en un conjunto
de instituciones, identificando problemáticas y actividades según la visión de los
propios sujetos tienen sobre su desempeño del rol. En la primera etapa se utilizaron
fuentes secundarias (Comunicaciones elaboradas por veinte equipos APU). La segunda
considera cinco casos de los indagados anteriormente para analizar, con datos
obtenidos a través de entrevistas, como núcleos relevantes la conformación del rol, la
extranjeridad y la dimensión administrativa. (Lucarelli, Finkelstein, Solberg, 2015).
De estos aspectos se selecciona para este Simposio lo correspondiente a la actividad
de asesoramiento como un campo de interacción (Fernández 2012) reconociendo su
carácter de práctica compleja.
Resultados

El APU como mediador y facilitador: Según la clasificación de Havelock (1969)
acerca de los roles que asume un agente de cambio para transferir y utilizar
conocimientos, el rol del asesor pedagógico universitario se configura como
mediador de la información y como aquel facilitador en la identificación y
resolución de problemas. La intervención que implican sus acciones hace posible,
en un acto reflexivo en común, mirar los problemas desde una nueva mirada.
Uno de los asesores incluidos en el estudio testimonia así…
El docente titular de una asignatura se acerca a la asesoría para plantear un problema ocurrido
en su cátedra. Ha descubierto que uno de los auxiliares de su cátedra ha realizado acciones
académicas poco éticas. … desde la asesoría se propuso un trabajo al interior de la cátedra, con
reuniones con los docentes y discusiones en relación a cómo resolver este problema.

La tarea de asesoramiento como conjunción de prácticas: se contacta y diferencia
de otras prácticas también interactivas: la formación, la innovación educativa, la
supervisión, la orientación, el apoyo a la investigación y la extensión. El
139
asesoramiento implica poner a disposición de los sujetos involucrados, un marco
teórico valorativo que permita comprender y justificar el desarrollo de esa práctica
en la universidad.

El APU como portador de concepciones pedagógicas: El desempeño de un asesor
pedagógico es revelador de la perspectiva teórica desde donde se definen rumbos
y decisiones. Su trabajo cotidiano da cuenta de la existencia de esa concepción,
que articula un conjunto de teorías factible de proporcionar orden, claridad y
fundamento a las acciones, y que, al mismo tiempo, permite definir qué decisiones
se toman y por qué se eligió ese camino de acción para intervenir en los procesos
que se dan en el aula.

La tarea del APU es de carácter cooperativo: Se hace presente en la necesidad de
articular campos profesionales disciplinares distintos y en la consideración de la
disponibilidad del otro para entrar en la tarea de asesoramiento (Fernández,
2012).El trabajo cooperativo de asesores pedagógicos y los otros actores de la
institución involucrados en el asesoramiento pone de manifiesto el acercamiento
de dos campos epistemológicos conformados por procesos históricos asimétricos y
con distintas tradición y valoración social: el pedagógico y el disciplinar profesional.
Dentro de la tradición académica, influida por los postulados de la ciencia
moderna, el contenido específico de las disciplinas asumía (o asume) un valor
significativamente mayor que el conocimiento pedagógico (Da Cunha, 2006),
generándose una situación de asimetría, que el asesor pedagógico debe reconocer
como punto de partida para la construcción de espacios de trabajo en común con
los docentes. Esta construcción puede darse sólo si el pedagogo y el disciplinar
pueden reconocer la presencia de actitudes defensivas y resistenciales que
impiden la tarea en común. Sólo una mirada que reconozca la especificidad
epistemológica y la pertinencia de cada disciplina y las trascienda, puede crear las
condiciones de disponibilidad necesaria para un encuentro productivo de ambos
sujetos, alentando su interés por encontrar vías de resolución apropiadas a los
problemas del aula y de la institución en su conjunto.

El reconocimiento y el respeto por la diversidad y la especificidad de cada campo
disciplinar profesional: esta condición se hace presente tanto en la colaboración
con los docentes hacia la conformación de modalidades alternativas a las rutinarias
para orientar los procesos de enseñanza y de aprendizaje universitarios de manera
genuina y creativa, como en el trabajo conjunto con la gestión y otros sectores
para la definición de proyectos que afecten a la institución en su conjunto. Dice un
asesor:
Es muy delicada la acción del Asesor Pedagógico … ya que: favorece y resguarda las relaciones;
hace fluida la circulación de la información, de los aportes disciplinares, metodológicos y
organizacionales que hacen los integrantes de los eventuales grupos y sobretodo, capitaliza ese
caudal teórico, práctico y empírico, para favorecer las instancias de formación docente del
profesor universitario.

La generación de un espacio inter: El asesoramiento requiere un trabajo orientado
a la generación de un espacio común de reflexión crítica, en el que puede
reconocerse un proceso concretado en tres momentos (Sánchez Moreno, 1997:
334): el inicial, destinado a acordar las condiciones en que se desarrollará el trabajo
140
y donde se exponen expectativas, intenciones y responsabilidades poniendo en
juego la disponibilidad de ambos actores para la tarea; el central, de desarrollo de
la tarea de intervención y el de culminación, donde se analiza el trabajo realizado,
su impacto y repercusiones.
Conclusiones
El análisis de las veinte ponencias correspondientes a las veinticuatro universidades
nacionales incluidas en la investigación, permite considerar que, en términos de
asesoramiento según destinatarios, hay un predominio de acciones desarrolladas con
la gestión (12 en un total de 17 frecuencias), quedando en un segundo plano las
correspondientes a un trabajo directo con las cátedras. Pareciera que esta actividad,
de larga tradición en la conformación del rol, ha ido cobrando menor significación en
las tareas que realizan los equipos pedagógicos, mediándose esa labor a través de las
actividades con otros actores (los involucrados en la gestión) y también desplazándose
a otras funciones como las de formación docente.
En este sentido las acciones de asesoramiento directo en función de las demandas de
la gestión se centran prioritariamente en aquellas relativas a los procesos de
evaluación y acreditación en las que están comprometidas las instituciones
universitarias desde la década del 90 en función de las normativas vigentes en el país.
Como expresión de los criterios de política y gestión asociados a conceptos de calidad,
estos procesos dan lugar a diversos tipos de participación del asesor pedagógico,
desde aquellos más ligados a la incidencia directa de la evaluación y acreditación en la
transformación de las prácticas del aula, a otros en los que la tarea se evidencia como
parte de contribución directa a acciones de la gestión, incluyendo algunos otros más
ligados a tareas de rutina burocrática como son la tabulación o el llenado de planillas.
Estas dos tendencias de las prácticas del APU, el APU como gestor y el APU como
pedagogo, lleva diversos interrogantes sobre las actividades: ¿Hay una transición del
rol del APU cumpliendo tareas predominantemente pedagógicas hacia un rol más
ligado a la gestión? ¿Significaría esto una vuelta a un rol de carácter tecnocrático,
signado por una lógica eficientista?
Una visión más compleja y dinámica de esta cuestión permite trascender esta idea
lineal de la tendencia hacia la reproducción o la innovación. El énfasis “gestor” o
“pedagogo” no supone necesariamente que el gestor reproduce y que el pedagogo
innova. Los APU innovan al gestionar proyectos institucionales cuando los discuten y
reorientan en conjunto con los otros actores institucionales. En los espacios
institucionales puede encontrarse un margen de innovación; lo interesante es ver
cómo cada APU aprovecha ese margen de movimiento alternativo en sus acciones.
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HACIA LA INSTITUCIONALIZACIÓN DE LAS ASESORÍAS
PEDAGÓGICAS EN LA UNIVERSIDAD NACIONAL DE
TUCUMÁN (UNT)
Villagra Suárez, María Alicia (Facultad de Filosofía y Letras. Universidad
Nacional de Tucumán, Argentina)
Resumen
En esta comunicación se presenta una investigación en curso que refiere a la
controvertida legitimación institucional de las Asesorías Pedagógicas Universitarias
(APU) en la Universidad Nacional de Tucumán (UNT), Argentina. Aborda la paradojal
tensión existente entre la resistencia y aceptación a la incorporación de estas asesorías
y/o de los profesionales que las conforman. A partir de lo aportado por el estudio de
un caso centrado en el Instituto Coordinador de Programas de Capacitación (ICPC) -ex
Centro de Pedagogía Universitaria- primer organismo de la UNT creado
específicamente para el asesoramiento pedagógico, se comparten planteos e
interrogantes que motivan a continuar investigando el interjuego estabilidad
/inestabilidad en todas las Facultades que cuentan y/o contaron con estos espacios de
asesoría. Se intenta identificar nuevos y posibles supuestos que obstacularizarían su
institucionalización, a la vez que interpelan a la gestión y a las políticas académicas
sobre el reconocimiento otorgado a su presencia en la revitalización de la enseñanza
superior universitaria.
Introducción
La legitimación institucional de las Asesorías Pedagógicas constituye un tema tan
actual como preocupante en la Argentina. Si bien las prácticas de los asesores
pedagógicos para el mejoramiento de las funciones centrales de la universidad enseñanza, investigación, gestión y extensión- son valoradas y requeridas por un
número cada vez mayor de campos disciplinarios, este reconocimiento progresivo no
logra superar la resistencia de creación de espacios específicos y estables para el
142
ejercicio de esta “profesión de ayuda” (Lucarelli y Finkelstein, 2012:11) dentro de la
estructura organizativa de las universidades. A los fines de contribuir con conocimiento
fundado a la institucionalización de estas Asesorías, en el marco del Proyecto Conjunto
de Investigación Mercosur Argentina (SPU)- Brasil, (CAPES) PPCP 003/11: “Estrategias
institucionales para el mejoramiento de la calidad de la Educación Superior y el
desarrollo profesional docente” desarrollamos el estudio de caso “La asesoría
pedagógica en la UNT, en búsqueda de su identidad“, cuyas conclusiones, en tanto
develan notas representativas de situaciones que se reiteran en distintas universidades
nacionales, motivaron un proyecto de investigación en curso: “El Asesor Pedagógico en
la Universidad Nacional de Tucumán (UNT): hacia la búsqueda de su identidad y
legitimación” (PIU T 26/H248) radicado en la Facultad de Filosofía y Letras. Más aún,
la relevancia de la problemática planteada es tal, que con el aval de la Red Argentina
de Asesores Pedagógicos Universitarios (RedAPU), el Instituto Coordinador de
Programas de Capacitación la retomó como eje del IV Encuentro Nacional y I
Latinoamericano de Prácticas de Asesorías Pedagógicas Universitarias que organizó en
el presente año.
Si bien difundimos en reuniones científicas locales, nacionales y extranjeras y en
publicaciones editadas por Brasil y Argentina lo generado en el Proyecto Mercosur, en
esta oportunidad haremos foco en rasgos que a nuestro parecer transparentan con
mayor fuerza y nitidez aquellos nudos obturantes que afectarían la construcción
identitaria del rol de asesores pedagógicos y el surgimiento y/o la consolidación de las
asesorías como lugares en la UNT. Con la intención de aventurar expectativas y
propuestas orientadas a desanudarlos, compartimos los objetivos propuestos en
nuestra investigación en desarrollo.
Objetivos
- Aportar criterios fundamentados para posibilitar el pasaje de las Asesorías
Pedagógicas desde espacios potenciales a lugares legitimados, tendiendo a la
gestación de un territorio institucionalizado dentro de la UNT por parte de la gestión y
políticas académicas.
--Develar el carácter de las lógicas que sustentan el paradojal interjuego de
reconocimiento-desconocimiento de la función de Asesoría Pedagógica en la trama
institucional.
--Analizar la incidencia de los escenarios socio-históricos que enmarcan las prácticas
del Asesor Pedagógico en la UNT, por la significación otorgada a su rol y por lo
demandado a sus acciones.
--Caracterizar el contenido y forma de la pluralidad de prácticas de asesoría
desplegadas en la UNT a fin de identificar sus recurrencias, singularidades y los
posicionamientos éticos, epistemológicos y socio-políticos que fundan sus actuaciones.
--Aportar planteos inaugurales e interdisciplinarios al proceso de consolidación de la
Pedagogía y Didáctica de Nivel Superior Universitario, revitalizando tópicos inherentes
a la Formación Pedagógica de grado y de posgrado.
143
Marco teórico
Acerca del asesoramiento y de los asesores
Sostenemos que la función de asesoramiento surge de la conciencia de incertidumbre
derivada del reconocimiento de un vacío que se desea o necesita llenar y la
“consideración y aceptación de la existencia de otro como capaz, o en condiciones de
prestar una orientación o ayuda para disminuirla” (Fernández, 2000: 12). Esta
incompletitud, generadora de una obligada necesidad de saberes propios de un otro
disciplinar, sustenta una marca identitaria del ejercicio profesional del Asesor
Pedagógico, tal es el ser necesitado /aceptado/ resistido/ negado, complejo
entramado
que
transparenta,
una
relación
paradojal
de
reconocimiento/desconocimiento (Coria y Edelstein, 1993) y suscita enfrentamientos
entre tribus y territorios académicos, al decir de Becher (2001), particularmente
dramatizados por la desvalorización del conocimiento pedagógico en la cultura
académica universitaria. Al respecto y como síntoma, a diferencia de los otros niveles
educativos, la formación pedagógica no es obligatoria para quienes enseñan en sus
aulas, lo que se torna significativo dado que esta que a su vez formación se erige como
tarea nodal y protagónica del Asesor Pedagógico.
Hacia la consolidación institucional de las Asesorías Pedagógicas
En pertinencia a lo expuesto, preocupa que en relación a las Asesorías Pedagógicas
Universitarias como objeto de estudio predomine un tratamiento descriptivo-narrativo
de experiencias institucionales individuales/grupales. Enfatizan el hacer sobre el ser
y/o el deber ser del Asesor Pedagógico postergando el análisis de los avatares e
inconsistencias que atraviesan las condiciones de existencia de este rol en el campo
laboral, al punto de naturalizarlos. Contrariamente, nuestra perspectiva desafía el
desnaturalizarlos para otorgar visibilidad a fuentes de resistencia, muchas de ellas
encubiertas, avanzando interdisciplinariamente sobre la escasa producción teórica
referida a estas problemáticas. Por la pertinencia con nuestros planteos, se retoman
tres categorías teóricas sustantivas del Proyecto Mercosur: espacio, lugar, territorio. El
espacio, siempre potencial, supone la posibilidad de existencia pero no garantiza la
constitución de un lugar de desarrollo en tanto éste “se constituye cuando atribuimos
sentido a los espacios, o sea, reconocemos su legitimidad para localizar acciones,
expectativas, esperanzas y posibilidades…” (Lucarelli, Da Cunha, 2014: 34) Por su parte,
el territorio implica consolidación, en tanto ocupación que revela la intencionalidad de
una postura asumida. En la línea de estas reflexiones, aspiramos aportar criterios
posibilitadores del pasaje de las asesorías desde espacios transitorios a un territorio
legitimado institucionalmente en la UNT.
Metodología: Lógica de investigación y supuestos
La investigación se sustenta en una lógica eminentemente cualitativa y adopta un
enfoque histórico, otorgando relevancia al análisis de lo psicoinstitucional. Selecciona
como escenarios las unidades académicas (Facultades o reparticiones del Rectorado),
otorgando protagonismo a quienes ejercen y/o ejercieron el rol objeto de estudio y a
los destinatarios de las prácticas de los Asesores Pedagógicos: docentes, alumnos,
autoridades. Para la obtención y procesamiento de información se apela a diversas
144
técnicas: análisis documental (materiales escritos, visuales y audiovisuales), entrevistas
en profundidad, grupos focales, observaciones, registros fotográficos y fílmicos. El
análisis de los discursos se basa en formatos de categorización que adhieren a la línea
del Método Comparativo Constante de Glaser y Strauss.
Resultados: Acerca de los avances de investigación
Se advierte: a) dispersión, ausencia y/o escasez documentos escritos que avalen la
trayectoria de las Asesorías y la situación laboral de sus integrantes, lo que impide una
reconstrucción fundada de sus historias; b) inexistencia en la UNT de políticas
académicas sobre el cometido e inserción de estos espacios lo que facilita ”que su
alcance y especificidad queden librados a resoluciones discontinuas o
posicionamientos personales o grupales de quienes ejercen la gestión académica de
turno” (Villagra, 2015:120); c) variedad en las formas de ingreso de los asesores e
inestabilidad en el cargo; no encuadra con lo requerido por el Reglamento de Concurso
habilitante para el dictado de asignaturas, lo que afecta su permanencia; d) diversidad
de nombres asignados a las asesorías y de dependencia jerárquica según Facultades; e)
carencia de una sede física propia en muchas de ellas, de allí objeto de sucesivas
reubicaciones f) predominio de pedagogos en el rol de asesores; e) marcada
heterogeneidad de acciones, recurrentemente centradas en la formación pedagógica
de docentes universitarios y cada vez más abocadas a los estudiantes del primer año, a
la evaluación institucional y a la implementación de programas ministeriales; g) énfasis
en tareas demandadas por la gestión por sobre las ofrecidas por las asesorías, entre
otras. Se destaca un rasgo que atraviesa la creación de las asesorías: surgen durante la
recuperación democrática del país (1984) para revertir las marcas arraigadas durante
la dictadura (1976-1984) y reestrenar la autonomía universitaria.
Conclusiones: Pendientes académicos impostergables
Sin duda, la aún no superada desvalorización de lo pedagógico en el campo
universitario, condiciona la deslegitimación de las Asesorías Pedagógicas
Universitarias. A los fines de superar el inestable interjuego entre permanencia y
disolución que caracteriza la trayectoria de la mayoría de las Asesorías Pedagógicas de
la UNT, la gestación de un proceso de incorporación formal de las mismas exige la
definición de políticas académicas inaugurales que jerarquicen la formación
pedagógica de los docentes e introduzcan marcos normativos que otorguen legalidad a
la especificidad de sus acciones y resguardo a la situación laboral de sus integrantes.
Asimismo, la configuración de la Pedagogía y de la Didáctica Universitaria requiere la
conformación de equipos interdisciplinarios dentro de los cuales el protagonismo de
los Asesores Pedagógicos es insustituible, tornándose impostergable la
institucionalización de estos espacios de asesoramiento, única vía para su
incorporación y permanencia dentro de la estructura organizativa de la UNT. Los
avances de la investigación en curso, dan cuenta de esta imperiosa necesidad y se
orientan a aportar conocimiento pertinente para tal transformación.
145
Referencias
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culturas de las disciplinas. Barcelona: Gedisa.
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Universidad y asesoramiento pedagógico (pp.117-136). Buenos Aires: Miño y
Dávila.
O ASSESSORAMENTO PEDAGÓGICO EM UNIVERSIDADES
COMUNITÁRIAS DO RIO GRANDE DO SUL/BRASIL
Mari Margarete dos Santos Forster (UNISINOS. Brasil)
Resumo:
O estudo analisa iniciativas institucionais de formação docente, promovidas por
Universidades Comunitárias, buscando compreendê-las no seu contexto e na sua
institucionalidade. Toma como cenário o momento de expansão e democratização da
educação superior no Brasil, que demanda ações e reflexões sobre processos
pedagógicos institucionais qualificados.
Introdução
As Instituições de Ensino Superior (IES), no Brasil, cada vez mais vêm se deparando
com novos desafios, muitos deles especialmente provocados pela sua contínua
expansão que abre novos espaços à carreira docente. Nesse cenário de ampliação da
atuação docente, onde as exigências por titulação se sobrepõem à experiência,
iniciativas pedagógicas mais incisivas na direção da qualificação do desenvolvimento
146
profissional docente têm sido fonte de preocupação e de investimento institucional. O
estudo aqui relatado procurou localizar algumas experiências de formação docente
promovidas por Universidades – algumas já realizadas e outras em curso – buscando
compreendê-las no seu contexto e na sua institucionalidade.
Buscamos, assim, analisar as iniciativas institucionais instaladas, com realce especial às
assessorias pedagógicas. Tomamos como cenário, portanto, um contexto em que “a
expansão e democratização da educação superior vêm se instituindo como uma
demanda universal, sendo realidade nos chamados países desenvolvidos e se
instalando, progressivamente, no Brasil” (Cunha, 2014, p.27).
Tais movimentos têm, por um lado, atendido a reivindicações historicamente postas
de garantir cada vez mais acesso dos estudantes à Universidade, mas, ao mesmo
tempo, têm demandado ações na direção de uma permanência qualificada dos
mesmos neste espaço, provocando reflexões sobre os processos pedagógicos que nela
se desenvolvem. Em meio a esse panorama,
a necessária reconfiguração do papel docente e das práticas de ensinar e aprender tem feito
revigorar o campo da pedagogia universitária, debruçando-se sobre as práticas pedagógicas e de
reorganização curricular no contexto das mudanças paradigmáticas que assolam a realidade de
todo o processo educativo (Cunha, 2014, p.28).
O objetivo do estudo centrou-se na análise das experiências de quatro Instituições de
Ensino Superior, do Sul do Brasil, que pertencem a um consórcio de Instituições
Comunitárias (COMUNG)9. Estas Instituições Comunitárias de Ensino Superior (ICES)
constituem-se como organizações públicas não estatais, caracterizadas,
especialmente, por não terem fins lucrativos e manterem um forte laço com suas
comunidades, favorecendo, assim, o desenvolvimento regional.
Marco Teórico-Metodológico
Para efetivação do estudo, ouvimos, sob a forma de entrevistas semiestruturadas,
nove pessoas ligadas à coordenação dos setores pedagógicos das instituições, em
diferentes momentos históricos.
No processo de análise dos dados, destacamos algumas dimensões, oriundas das
leituras sistemáticas das entrevistas e dos próprios objetivos da investigação: a)
Origem e concepções: referindo-se às iniciativas de formação em determinado período
histórico e ao contexto político e institucional que dava contornos à ação
desenvolvida; b) Pressupostos e características: que tratou dos princípios
sustentadores da proposta pedagógica institucional e a forma de organização do setor;
c) Compreensão de formação e de desenvolvimento profissional docente: que
envolveu concepções de formação e desenvolvimento profissional; d) Formatos usuais
das estratégias de formação do setor: incluindo formas, procedimentos e dinâmicas de
trabalho adotadas. Essas dimensões foram sustentadas em Bittar (1999), Cunha (2003,
9
Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas - é o maior sistema de Educação Superior em atuação no Rio
Grande do Sul, sendo integrado por quinze Instituições. Em 2010, o Consórcio atendia a mais de 50% dos
universitários gaúchos, oferecendo cursos de graduação e pós-graduação a mais de duzentos mil alunos, com apoio
de mais de nove mil professores e mais de dez mil funcionários. Disponível em:
<http://www.comung.org.br/comung>. Acesso em dez. 2013.
147
2005, 2008, 2012 e 2014), Lucarelli (2000), Mayor Ruiz (2007), Placco(2006)e Sousa
Santos(2000).
Para categorizar e analisar as dimensões pesquisadas, utilizamos indicadores
elaborados por Cunha (2014). Esse aporte contempla como referência diferentes
modelos gerenciais, quais sejam: o modelo de centralização e controle das ações, o
modelo parcial de descentralização e controle de ações e o modelo descentralizado de
acompanhamento e controle das ações.
Resultados
Resguardando as especificidades das Instituições pesquisadas, oriundas de sua
constituição, dos valores de suas mantenedoras e do contexto em que inserem, é
possível afirmar que o caráter comunitário revelou-se como um demarcador
importante para a análise. Esse fator destacou-se, especialmente, em duas
Universidades Regionais, cujas interlocutoras apontaram a forte preocupação
institucional com a localidade e seus anseios. Tal atenção traduziu-se na oferta de
cursos aos docentes, não só das instituições, mas de cidades próximas e no diálogo
com a sociedade, orientando a elaboração de programas e propostas oferecidos.
As estratégias desenvolvidas para o assessoramento pedagógico nas instituições
pesquisadas mostraram-se variadas, partindo tanto do interesse de professores
quanto do setor ou da própria gestão. Quatro dimensões foram destacadas, com
amplitudes diferenciadas: a) atividades de apoio didático-pedagógico, b) de
organização do trabalho pedagógico, c) de mediação entre diferentes instâncias e, d)
impulsionadoras de projetos de ensino, de extensão e/ou investigação. Observamos
que os setores empregaram, em diferentes momentos, os modelos de centralização e
controle das ações, o modelo parcial de descentralização e controle de ações e o
modelo descentralizado de acompanhamento e controle das ações (CUNHA, 2014).
Independentemente do modelo desenvolvido, observa-se a importância das ações,
através do relato das interlocutoras, sobre o avanço nas práticas dos professores e do
grupo de assessoramento.
O estudo revelou que temos muito que avançar. Percebe-se que há um
reconhecimento da necessidade de ofertar situações de formação para os professores,
mas essas ações nem sempre são acompanhadas de reflexões teóricas e práticas e,
muitas vezes, sua ‘eficácia’ poderia ser questionada, porque pontuais, tecnocráticas,
fragmentadas e, às vezes, descontínuas.
O momento que se vive, em que mais estudantes ingressam na Universidade, e, ao
mesmo tempo, jovens professores iniciam a carreira docente, com titulação, mas sem
terem adquirido saberes necessários ao seu exercício, tem provocado reflexões sobre
os processos pedagógicos na universidade. Como aponta Cunha (2014), isso tem nos
desafiado a reconfigurar o papel do docente e das práticas de ensinar e aprender,
revigorando o campo da pedagogia universitária. Não bastam conhecimentos do
campo específico, embora os mesmos sejam fundantes, pois a atividade de ensinaraprender exige conhecimentos teóricos e práticos que se constroem nos embates
cotidianos da sala de aula. Apesar de sabermos que a formação precisa ser entendida
como multifacetada e que se institui na dependência dos contextos temporais,
148
políticos e culturais que as produzem, é fundamental que as instituições e os sujeitos
envolvidos estejam implicados, assumindo a formação docente como valor.
Conclusões
Os movimentos das Instituições analisadas expressam os valores dos seus contextos,
atingidos por políticas públicas e pelas demandas situacionais, mas precisam ser
registrados e teorizados em estudos e pesquisas, fazendo avançar o conhecimento do
campo. As instituições têm histórias distintas, logo, são atingidas pelos diferentes
movimentos, vividos de formas também diversas. Desenvolvem experiências
importantes de formação, com repercussões para suas comunidades, embora ainda
não avaliem seu impacto na aprendizagem dos alunos e pouco ou nada
institucionalizam como cultura acadêmica. Defendemos, portanto, que as assessorias
pedagógicas nas universidades precisam avançar para se consolidarem como
experiências significantes, favorecedoras da condição profissional de melhoria e
mudança do cenário da educação superior, pois, caso contrário, estarão
“desperdiçando” seus esforços. (Sousa Santos, 2000).
Por outro lado, é necessário que as instituições ofereçam o suporte e a autonomia
necessários ao desenvolvimento de ações das assessorias pedagógicas. No panorama
da expansão do ensino superior, em que as demandas e frentes de trabalho
aumentam, nem sempre são feitos investimentos que garantam condições para a
realização de um trabalho de qualidade. O excesso de atividades, divididas entre um
número reduzido de profissionais, aparece nos relatos e dificulta o estudo, a reflexão
do grupo sobre suas ações e o registro do que é produzido. Assim, a socialização das
experiências, a discussão com outras assessorias e a produção acadêmica sobre o
vivido são prejudicadas. Esses fatores desqualificam a formação do setor e dos
profissionais envolvidos, comprometendo o seu avanço e reduzindo as possibilidades
de atuação. Algumas iniciativas partem do grupo de assessoramento, incluindo a
realização de atividades fora da instituição que, em função do acúmulo de tarefas, não
foram cumpridas durante o horário de trabalho. Da mesma forma, a participação em
eventos científicos foi realizada por iniciativa de algumas assessoras, o que demonstra
a ausência de um programa permanente de incentivo para a formação do grupo
assessor.
Além disso, dada a complexidade da função da universidade na contemporaneidade,
muitas instituições adotam estratégias inspiradas na gestão empresarial para ancorar
seu crescimento. Assim, o Planejamento Estratégico vem sendo empregado para
auxiliar nas tomadas de decisão a curto, médio e longo prazo. Porém, essa ferramenta
implica diálogo e construção coletivas e deve espelhar valores comuns. Nos
depoimentos de algumas interlocutoras, de um lado percebe-se que o Planejamento
Estratégico não traduziu as necessidades do setor de assessoramento, impactando
suas ações e impondo novos formatos e concepções da instituição, balizados por uma
lógica de mercado e, de outro, o mesmo não se interpôs entre a gestão administrativa
e a pedagógica, intervindo diretamente sobre a última. Muito antes, pelo contrário,
valoriza o aspecto pedagógico associado à atividade-fim da IES, valendo-se da mesma
como ferramenta de gestão. Nesse sentido, cabe enfatizar alguns questionamentos
frente ao papel da gestão e do planejamento em uma Universidade, tais como: no
149
processo de construção do planejamento o que significa uma participação qualificada?
Ele aponta rumos para a formação pedagógica? Os valores e requisições delineados
são fruto das aspirações da gestão da instituição ou contemplam efetivamente os
anseios das assessorias e dos professores? Ele interfere ou não na formação
pedagógica?
Frente às múltiplas demandas e à complexidade do papel das Universidades,
reafirmamos o papel das assessorias pedagógicas e das estratégias desenvolvidas, com
vistas à instrumentalização à docência, ao planejamento coletivo, às discussões por
áreas do conhecimento ou para mudança e /ou reiteração do perfil e valores
institucionais. Indiferentemente do modelo de controle e acompanhamento das ações
desenvolvido, as assessorias detêm a difícil tarefa de construir caminhos de formação
num ambiente composto por docentes de distintas áreas, orientados por visões
múltiplas sobre seu papel e da educação. O grande desafio é poder contribuir com a
qualidade do ensino e da aprendizagem desenvolvidos na educação superior de nosso
país.
É importante destacar que, seja por uma imposição legal, por uma necessidade
crescente e emergente das salas de aula, ou por um desejo individual ou coletivo, por
esta ou aquela motivação, as assessorias pedagógicas na universidade têm um
fundamental papel: o de consolidar a docência como expressão da profissionalidade
respeitável que todo docente não licenciado precisa ensejar e assumir para a sua
docência. Profissão esta que o sujeito escolheu para si no momento em que optou por
atuar profissionalmente em uma Instituição de Ensino Superior, organização para a
qual não é imprescindível ser professor de formação, mas que é indispensável ser
professor em formação.
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Sousa Santos, B.. (2000) A crítica da razão indolente: contra o desperdício da
experiência. São Paulo: Cortez.
TIZA- RED DE DESARROLLO DE PRÁCTICAS DE
EDUCACIÓN SUPERIOR
Juliane Corrêa (UFMG, Brasil)
Resumen
La Red de Desarrollo de prácticas de educación superior Tiza-Red de desarrollo de
prácticas de educación superior es el relato de una experiencia que se empieza como
una asesoría pedagógica en cursos de grado y se cambia en una red permanente de
aprendizaje en el contexto de trabajo universitario.
Introducción
Este trabajo tiene el objetivo de presentar una experiencia de asesoría pedagógica
universitaria y reflexionar sobre las prácticas de formación docente con el fin de
desarrollar una red permanente de aprendizaje en el contexto de trabajo. Tengo como
premisa la necesidad de comprensión de los contextos y sujetos involucrados en el
desarrollo de cada proceso formativo y la articulación con las asesorías como espacio
de formación, reflexión y producción de nuevas prácticas educativas.
Considero que TIZA- Red de desarrollo de las prácticas de enseñanza superiorocasionó una demanda más calificada de asesorías pedagógicas, así como una
presentación de proyectos de enseñanza mejor estructurados; por ese motivo
presento un breve informe sobre su implantación y actuación como equipo de trabajo
sobre el Pro-grado UFMG.
Objetivos y marco teórico metodológico
En 2008 fui invitada a crear y asumir la dirección del Núcleo de las tecnologías y
metodologías para la enseñanza de la Universidad Federal de Minas Gerais/BRASIL.
Este núcleo se encargó de la reestructuración de las prácticas de enseñanza, formando
estudiantes de posgrado para los equipos didácticas, invirtiendo en la formación de
profesores de la Universidad y promoviendo la innovación pedagógica en las carreras
de grado de la UFMG. Empezamos con el seguimiento de los 32 cursos de grado, pero
en el siguiente semestre ya teníamos una demanda progresiva de otras carreras
universitarias, por un total de 76 carreras. Al año siguiente, dejamos de ser un
151
Programa y TIZA- RED DE DESARROLLO DE PRÁCTICAS DE EDUCACIÓN SUPERIOR- se
convirtió en una directoria de tecnología y metodologías de enseñanza.
La prioridad fue poner la atención en las disciplinas que tenían una alta tasa de
fracaso, en los institutos con disciplinas que asisten a diversos cursos y en las unidades
académicas que vivían tiempos de reestructuración y reorganización de sus proyectos
educativos. En esa etapa, todavía estábamos constituyendo una metodología de
trabajo porque las demandas de asesoramiento y elaboración de material didáctico
estaban muy poco calificadas, en su mayoría restringida a la mera utilización de un
artefacto tecnológico. Aún así, ofrecimos en dos semestres los ciclos de talleres para
los profesores universitarios para la apropiación de uso de los recursos tecnológicos.
En 2009 comenzamos a trabajar con los estudiantes de grado con la utilización del
portafolio digital, que implicó la entrega de un pen drive de 4 Gb, reuniones en las
clases para guiar el uso de portafolios, acompañamiento y evaluación del proceso
vivido. En el mismo período hicimos la asesoría de los proyectos didácticos para los
profesores en diferentes áreas del conocimiento, los que en la actualidad ascienden a
más de 200 proyectos educativos.
Esa iniciativa ha resultado en un acercamiento entre la escuela de grado y posgrado.
Los estudiantes de doctorado de diferentes unidades recibían una beca, que exigían un
retorno de 8 horas a la semana de actividades educativas en la enseñanza
universitaria. Así, estos becarios integraban los equipos docentes en su unidad. Con el
fin de contribuir a la formación de los estudiantes y también para los equipos
docentes, TIZA ha ofrecido semestralmente una Formación Inicial de los Docente de
Educación Superior.
En síntesis las acciones de la TIZA se reúnen en acciones integradoras que
proporcionan el uso de herramientas, metodologías que podrían ser apropiadas y
resignificadas en diferentes contextos, por ejemplo, los portafolios, los mapas
conceptuales y en acciones específicas que tienen necesidad de desarrollos muy
adecuados a la realidad del área de conocimiento o de la etapa de formación. Así
tuvimos la necesidad de adoptar un enfoque de investigación permanente para
entender las áreas del conocimiento, las diversas subdivisiones dentro de estas áreas,
el proceso de trabajo, el clima organizacional de cada unidad académica, así como las
creencias y las trayectorias de los sujetos implicados.
Asistir a una unidad académica puede ser hacer un mapa conceptual de su área de
conocimiento y un mapa contextual que abarca desde el diseño del espacio físico, la
dinámica institucional, diseño pedagógico, evaluaciones de los cursos. Sólo a partir de
esta contextualización de las demandas y de la participación de los sujetos en esta
práctica de la enseñanza es que pasamos juntos a definir las posibilidades tecnológicas,
es decir, la elección de las mediaciones pedagógicas. En varias unidades fueran
involucrados todos los profesores del curso durante un semestre (por ejemplo, en
Terapia Ocupacional) o concentrados en una semana del semestre (por ejemplo, en
Odontología).
En un caso, terminamos el proceso docente al final de un año y un profesor de
medicina tenía que hacer la formación porque su departamento no le permitió tomar
una clase hasta que hubiera hecho la formación de TIZA. Entonces el profesor solicita
152
empezar en la formación de los estudiantes de postgrado. Situaciones como esa nos
han mostrado que podíamos atrevernos más con el desarrollo formativo para los
profesores de la UFMG, manteniendo una acción contextualizada en la práctica
docente, un camino de reflexión de la práctica vivida y con eso recuperando la
responsabilidad por las decisiones didácticas tomadas y el encantamiento por la
enseñanza universitaria.
El desarrollo formativo hizo posible que fuera incorporado en el proceso de
capacitación permanente algunos de nuestros valores, de la utilización de ciertas
metodologías y ciertos recursos tecnológicos. En las clases inaugurales "éxitos de la
docencia" invitamos a un profesor en ejercicio para honrar a un maestro jubilado que
fuera referencia en su formación debido a su fascinación por la enseñanza.
Consideramos que honrar a nuestros antepasados; dar atención a la experiencia y
hacer contacto con esta; hacer espacio para los desplazamientos de las percepciones
(BOHM, 2005); presentar testigo y confianza en el movimiento; sostener la
responsabilidad son acciones esenciales para un real cambio educativo.
Resultados esperados y no esperados
En seminario final, los profesores que hicieron una reflexión de la practica (Perrenoud,
2002) han rediseñado sus planes de enseñanza y los presentaron a colegas de
diferentes unidades académicas de la UFMG. Estas situaciones de aprendizaje creadas
tienen como objetivo fortalecer la identidad profesional de los docentes de la
educación superior y el sentimiento de pertenencia y el desarrollo profesional.
En general, se invita a los profesores a compartir sus objetos y / o situaciones de
aprendizaje en un repositorio diseñado para la red de intercambio desarrollado por el
entorno virtual Moodle con el propósito de sostener un espacio compartido de
competencias profesionales (Lévy, 1994). También, se invita a los maestros que
introduzcan innovaciones en sus clases para desarrollar sus planes de enseñanza y
prepararen talleres contextualizados (Filatro, 2004) para el siguiente período
formativo.
Esos eran nuestros objetivos iniciales con la formación de esta red, pero ya en el inicio
tuvimos la agradable sorpresa de encontrarnos con otros resultados orientados a la
reestructuración de las prácticas de enseñanza en la Universidad.
En el caso de los profesores de la Facultad de Odontología contamos con la
participación de siete maestros que hicieron el curso y demandaran del equipo de TIZA
la organización de una semana educativa a la que asistieron todos los profesores de la
unidad al principio del semestre y después hicieron su reforma curricular que estaba
demorada desde hacía diez años. Del mismo modo, cinco profesores de la Facultad de
Derecho también se reunieron en el curso y organizaron el "Café pedagógico" para
discutir temas de la enseñanza en las carreras de grado.
Además, muchos de los profesores que participaron de alguna manera representan su
sector de trabajo o e su departamento, como el caso del Instituto de Ciencias
Biológicas en que una profesora se centra en el uso de mapas conceptuales y hoy este
trabajo consiste en la enseñanza de 14 clases de diferentes cursos y el caso de otro
maestro que llevó esta propuesta al PosGrado en Biología Vegetal.
153
De todos modos, hay varios casos que han estado dando un dinamismo a esta red de
formación y que implican una demanda docente más calificada, con diseños mejor
estructurados, más integrados en proyectos educativos. Del mismo modo realizamos
instancias formativas para profesionales de los hospitales involucrados con la tutoría
de nuestros estudiantes residentes y becarios de diferentes carreras de salud. Para la
preparación de estos nuevos espacios de formación fue necesario contextualizar el
trabajo de los profesionales que participan del proceso, lo que requirió realizar en
estos contextos cuestionarios, grupos focales para identificar las habilidades a trabajar,
la definición de la temática y la elección de las mediaciones. Ese proceso de escuchar a
los profesionales en su contexto de trabajo tiene como objetivo recuperar el
conocimiento experiencial, lo que permite su sistematización, intercambio y
legitimación en el proceso de trabajo en sí. Todas estas vías han sido desarrollados
junto con el sector de los recursos humanos, ya que nuestro objetivo era desarrollar un
proceso inicial de formación permanente generando capacidades pedagógicas y la
autonomía necesaria para reajustar las unidades didácticas iniciales de acuerdo a las
exigencias del servicio.
En 2014, el V espacio formativo de TIZA integra los estudiantes de posgrado con los
maestros, mantiene el trabajo del profesorado y la colaboración entre el posgrado y
pregrado proporcionando la consolidación de la red de aprendizaje permanente o las
comunidades de aprendizaje (Palloff & Pratt, 2002).
Lecciones aprendidas o conclusiones
En este punto podemos identificar la experiencia de TIZA como la consolidación de un
dispositivo institucional (Alava, 2002) que permite una reactivación permanente y el
aumento de la calificación de las acciones desarrolladas. La asesoría que llevamos a
cabo en cada departamento, equipo o el trabajo del curso universitario tiene una
nueva corriente de profesores para la enseñanza de la próxima etapa formativa y del
mismo modo, cada formación realizada ha demandado un nuevo grupo de asesorías.
Nuestro objetivo es que este dispositivo tenga una base contextualizada cada vez
mayor para que los profesores de cada unidad académica sean responsables por el
mantenimiento de esta red de formación permanente en su contexto específico.
Intentamos una formación contextualizada basada en el diálogo entre el conocimiento
sistematizado y el conocimiento con experiencia para promover experiencias
formativas con el fin de desarrollar la independencia y responsabilidad del sujeto sobre
sus propias decisiones. Así como, centramos en las estrategias para la participación
comprometida de los sujetos, la adhesión en lugar de las estrategias de control de la
aplicación; en las relaciones como un elemento dinámico de cambio y de aprendizaje;
en la formación continua de redes de colaboración de los que participan en sus
contextos de trabajo.
Además, estamos invirtiendo en la identificación de las habilidades necesarias en la
fase inicial, intermedia y plena de la carrera docente para que podamos ofrecer las
situaciones y objetos de aprendizaje apropiados para cada etapa del ciclo de vida
profesional en la institución. Así mismo estamos investigando estas mismas etapas en
la trayectoria de los estudiantes, la identificación de las habilidades que necesitan para
consolidar en su primer año de formación y así sucesivamente las otras etapas.
154
Creemos que es posible el ajuste de los cursos de formación, tanto en lo que se refiere
al contexto, las áreas de conocimiento, así como de los momentos de la trayectoria de
los sujetos involucrados. Nuestra meta es que ese dispositivo tenga una expansión
cada vez más contextualizada de modo que los profesores de cada unidad académico
sean responsables por la manutención de la rede de formación permanente.
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REFORMAS Y CULTURAS ORGANIZATIVAS. LA
UNIVERSIDAD DE GUADALAJARA MÉXICO A 25 AÑOS DE
SU REESTRUCTURACIÓN
Rodríguez Batista, María (Universidad de Guadalajara)
Introducción
En la puesta al día de las instituciones educativas, al menos dos factores plenamente
identificados pueden guiar las explicaciones de los altibajos y el avance errático de las
reformas: una es la orientación de la educación hacia el mercado y otra, el
gerencialismo en la administración de los recursos humanos de las universidades
(Halliday; 1995. Whitty 1999)
La particularidad de las reformas universitarias consiste en la sustitución de los
antiguos supuestos organizativos, directivos y de control de manera tal que, basados
anteriormente en procedimientos, se han desplazado hacia un enfoque de resultados.
De esto se deriva una variación en la posición de cada uno de los actores de la
educación y tal es el caso del paquete de acciones orientadas a la
formación/capacitación de docentes universitarios, o las acciones de apoyo a esa
actividad como las asesorías pedagógicas o incluso a la propia forma de atender y
gestionar las innovaciones en el aula.
155
En conexión con lo anterior, la atención que antes se colocaba en el procedimiento,
ahora se coloca en la generación de servicios y productos bajo supuestos de
optimización de recursos y transparencia.
Las reformas en el fondo son cambios en las culturas organizativas, directivas y de
gestión enfatizando en la obtención de resultados socialmente apreciados, por encima
del apego a procedimientos.
Aún sin concluir las evaluaciones de impacto de las reformas, distintos sectores de las
universidades resienten estas nuevas estrategias de gestión, por lo demás tomadas de
la empresa y en otros casos de la nueva gobernanza pública (Aguilar; 2011).
Esta exposición se concentrará en el caso de una universidad pública mexicana, la
Universidad de Guadalajara, que puede ser analizada a la distancia de 25 años de
haber iniciado su reforma.
Objetivos
Lo que se pretende es abonar al debate sobre los nuevos posicionamientos de los
actores, sus identidades fugaces, estructuras, normas y procedimientos que permitan
explicar complicaciones presentes y sobre todo ofrecer algunos ejes para pensar el
futuro que deseamos para nuestras universidades.
La Universidad de Guadalajara, universidad pública refundada en 1925, marca una
inflexión en su línea de tiempo en 1989, año de las reformas universitarias en México.
La universidad, como todas las organizaciones públicas está muy lejos de ser ese ente
monolítico que puede actuar de manera integrada y lógica, antes bien se trata de una
organización diferenciada y compleja que tiene cobertura en todo el estado de Jalisco,
México, en los niveles superior y medio superior.
Se administra a través de una red de 15 centros universitarios localizados en
Guadalajara, y en diversas ciudades del interior y opera el sistema de universidad
virtual y el de enseñanza media superior.
A la fecha, según la numeralia institucional, se atiende la docencia a través de 17,305
profesores, 5,068 de tiempo completo, 724 de medio tiempo y 11,513 con pago por
hora/clase.
Estos datos duros conducen a más preguntas que respuestas: ¿cómo se organiza la
investigación y la docencia?, ¿cómo se toman las decisiones en los grupos colegiados?,
existen tales grupos? Cómo es la movilidad de la academia a la función directiva? cómo
se comunican las generaciones? Cuáles formas de reclutamiento predominan? Quiénes
realizan la selección de académicos? Cómo es la estructura de la planta docente
actual? Qué actividades diferencian las labores de profesores de tiempo completo y
profesores por hora/clase? Cuáles son las expectativas de crecimiento y por lo tanto de
cobertura?, cómo se relaciona la universidad reformada con otros sectores de la
sociedad como la empresa y el gobierno?,
Marco Teórico Metodológico
Ya abordado en exposiciones anteriores (Rodríguez; 2006), el reconocimiento de estar
asistiendo a una transformación en los modos de hacer de la institución, conduce a la
reflexión sobre los alcances y modalidades de la misma, efectos y repercusiones en los
156
actores del proceso educativo y por supuesto en la dirección y sustentabilidad del
cambio.
La hipótesis que subyace tiene que ver con el cambio drástico de discurso en primer
lugar, y de la instalación del gerencialismo como forma de dirigir a la institución. Se
trata ahora de la universidad que produce para el mercado de trabajo profesionales
competentes, que adopta modos de dirigir orientados al logro de productos que
respondan a estándares nacionales e internacionales de tal manera que ha logrado
instalarse sobre la cotidianidad académica la refuncionalización de actividades de
formación, en certificaciones de competencias profesionales.
Aunque la orientación al mercado se ha instalado, las formas de dirigir aún siguen la
pauta de la estructura corporativa que por décadas ha sido la característica no solo de
las universidades sino de la sociedad mexicana en general (Rodríguez; 2013) y tal vez
ahí, el modelo encuentra su talón de Aquiles, orientaciones de “vanguardia” con
formas arcaicas de dirigir y por lo tanto, de decidir.
De este frágil y paradójico equilibrio dan cuenta las entrevistas realizadas a exrectores
y directivos medios que realicé tratando de verificar hasta dónde seguían los pasos
elementales de su novedoso rol gerencial: planificación orientada a resultados,
presupuesto enlazado para el mismo fin, gestión de programas y proyectos,
transparencia y rendición de cuentas (sobre todo en las finanzas y adquisiciones) y
seguimiento y evaluación de resultados.
La revisión documental ha ocupado también parte de nuestro tiempo generándose
una información muy valiosa que se ha trabajado con programas estadísticos que
muestran el panorama general de la institución y algunos de sus nudos no resueltos.
Resultados y Conclusiones
De la narrativa de los entrevistados se derivan juicios sobre:
 La inconsistencia de dedicar grandes esfuerzos a la planeación (plan de desarrollo
institucional, planes de desarrollo por unidad académica) y elaborar presupuestos
por programas, ante la escasa posibilidad de seguimiento y evaluación. Salvo los
programas federales específicos para el desarrollo institucional (y que
representan el 1.4 % del presupuesto), todos los programas internos están
sujetos a los vaivenes del día a día.
 Además señalan, la planeación está convirtiéndose en un ritual seguido por unos
pocos en los que se deriva tal ejercicio: las unidades o coordinaciones de
planeación que fueron creadas en la reestructuración reformadora. Estos diques
de contención reciben todo tipo de solicitudes externas y reportan de manera
organizada y con cierta lógica algunos elementos de la “caja negra” institucional;
además de mantener actualizados los sistemas de información que se han creado
exprofeso para demostrar la transparencia institucional.
 Ante el crecimiento de demandas de información o resultados, las unidades de
planeación empiezan a expandirse sobre otras áreas que son ya disfuncionales en
los nuevos esquemas, como los centros de difusión o de apoyos a docentes (los
mantienen siempre ocupados generando u ordenando información para
acreditaciones de programas) o los responsables de apoyar cursos en línea.
157





La distribución del presupuesto. Los criterios de asignación siguen directrices que
poco tienen que ver con indicadores de desempeño y más con la correlación de
fuerzas políticas del momento.
Ante una expansión desenfrenada con el pretexto de la cobertura, no hay
presupuesto que alcance. Están ausentes los estudios demográficos que orienten
sobre la curva de crecimiento y descenso de la población en edad escolar y por
tanto la necesidad de infraestructura, su distribución espacial o las características
de esta, por ejemplo, se construyen instalaciones en municipios que tienen
crecimiento negativo de su población y que expulsan mano de obra joven a
Estados Unidos y qué decir del acondicionamiento de espacios para necesidades
de una población escolar con discapacidades o profesores envejecidos.
Los programas de formación/capacitación docente y administrativa han sido
motivo de disputas políticas importantes. En la Universidad de Guadalajara, son
materia de los contratos colectivos de trabajo aunque los recursos económicos
son administrados por las autoridades centrales así como las propuestas de
cursos y talleres. El alto nivel de la jerarquía burocrática en el que se proponen no
permite que sutilezas como el ciclo profesional de los profesores, se convierta en
la variable principal que los defina.
Los programas para formación/capacitación y actualización de docentes se
administran en una difusa coordinación de “servicios académicos” que es una
unidad operativa para todas las demandas de movilidad estudiantil y docente,
becas e intercambio académico, programas de “pago por mérito” para docentes
(conocidos en estas latitudes como programas de estímulos al desempeño
académico).
Algunas unidades y responsables específicos (generalmente jóvenes recién
egresados de licenciaturas y éste su primer empleo), se convierten en “satélites”
de las unidades de planeación y no consideran entre sus funciones reflexionar
sobre las necesidades de capacitación de los profesores sino sobre la “generación
de indicadores” para obtener más recursos económicos.
La normatividad y sus reformas. Toda refundación, y la reforma universitaria en
alguna media lo fue, cambian el pacto legal establecido en sus leyes orgánicas y
reglamentos y esos documentos signados bajo la “ilusión institucional” (Kaes;
1989) reflejan el momento, pero poco apoyan la creación de futuros. La
transformación institucional real, instalada en el mediano y largo plazo, requiere
soportes legales flexibles que vayan apuntalando avances, leyendo contextos y
adelantándose a desafíos sociales que el espíritu crítico de la academia sí puede
vislumbrar. El juego perverso de adaptaciones legales ex post sólo está sumando
incertidumbre y restando fuerza a una ruta institucional de largo plazo.
En resumen, las decisiones sobre el rumbo institucional quedan entonces
enmarañadas en un pesado discurso de excelencia, en una fatigosa construcción de
indicadores y en una ingenua esperanza de que la ley nos salve.
Bibliografía
Aguilar Villanueva, L. F.: (2001). Gobernanza pública para obtener resultados. Marco
conceptual y operacional. NY. Consejo Económico y Social. Naciones Unidas.
158
CIDE-Centro Clear para América Latina (2013). Fortaleciendo la gestión para resultados
en el desarrollo de México. México.
Halliday, J. (1995). Educación, gerencialismo y mercado. Madrid. Ediciones Morata.
Kaës, R y otros (1989). La institución y las instituciones. Estudios psicoanalíticos.
Buenos Aires. Paidós.
Laval, Ch. (2004). La escuela no es una empresa. Barcelona. Paidós Ibérica.
Pedró, F. y Puig, I. (1998). Las reformas educativas. Una perspectiva política
comparada. Madrid. Paidós Ibérica.
Rodríguez M. (2006). Los directivos de la Universidad de Guadalajara. Reclutamiento y
trayectorias, 1989-2001. Guadalajara. Universidad de Guadalajara. Tesis
doctoral.
Rodríguez, M. (coordinadora) (2013). Envejecimiento poblacional. Paradojas y
contradicciones. México. Universidad de Guadalajara.
Whitty, G, Power, S. y Halpin, D. (1999). La escuela, el estado y el mercado. Madrid.
Ediciones Morata.
159
BALANCE DEL PROCESO DE BOLONIA Y
PERSPECTIVAS DE FUTURO
160
PROPUESTA DE UNA NUEVA TITULACIÓN UNIVERSITARIA:
GRADO DE “PLAGAS”. DESCRIPCIÓN GENERAL DEL TÍTULO
(II)
Hurtado Preciado, M.A. (LAJARA, Servicios Veterinarios, Cáceres);
Serrano Fraile, L.A. (LAJARA, Servicios Veterinarios, Cáceres); Hurtado
González, M. (Colegio “La Asunción”, Cáceres); Vadillo Machota, S.
(Universidad de Extremadura)
Resumen
La comunicación pretende establecer la denominación del nuevo Título de Grado de
Plagas, su ubicación en las ramas del conocimiento y sentar las bases de los futuros
conocimientos teóricos y prácticos que serán necesarios impartir, así como la
repartición de los créditos europeos (ECTS).
Introducción y Marco Teórico
La importancia y necesidad de la implantación del nuevo Grado en Plagas, quedó
suficientemente justificada en el trabajo (Hurtado, M.A. y cols., 2015) que
presentamos en el IV Congreso Universitario de Docencia Universitaria (CINDU, 2015),
celebrado en Vigo (Pontevedra). El trabajo que a continuación les presentamos es la
continuación lógica del anterior, y el inicio de una posible estructuración e
implantación académica del Título de Grado de Plagas, en la Universidad de
Extremadura. El cual, como explicaremos más adelante supondrá un hito en cuanto a
su primicia y novedad, ya que actualmente no hay establecido ningún plan de estudios
universitarios, ni en España, ni en Europa, que vertebre, aúne y ordene unos
exhaustivos conocimientos que formen a un Graduado en Plagas. En Estados Unidos,
la titulación más parecida, a la que pretendemos crear, podría ser la de “Pest
Management” (Dirección de Plagas), impartida en el “College” o “Facultad” de
Entomología y Nematología de la Universidad de Florida. Titulación parecida, en
cuanto a conocimientos que se imparten, y capacitación esperada de los futuros
egresados. Dicha capacitación no es otra que la de ser auténticos conocedores de los
seres vivos, que hoy día, son Plagas, y los que en un futuro pueden serlo, así como ser
unos expertos prácticos y teóricos de las diferentes formas de control de los mismos. Y
siempre teniendo muy presente, que cualquier ser vivo, en determinadas
circunstancias, puede llegar a ser una Plaga: una molestia, un daño socioeconómico o
un problema sanitario para la especie humana.
Si queremos dar una explicación a la inexistencia de este Grado Universitario, como
tal, podríamos decir que no existe, porque hasta ahora, no ha hecho falta. Nuestra
explicación es muy sencilla y preocupante, a la vez, la mayoría de los protagonistas de
este Grado en “Plagas”, dependen para su supervivencia del clima. En este sentido, el
cambio climático ha supuesto, entre otros muchos efectos meteorológicos, un
aumento de la temperatura media anual del planeta, la cual favorece la propagación y
colonización de nuevas zonas, por parte de muchos insectos, por ejemplo, auténticos
161
protagonistas de este Grado. Esta expansión, y su actuación como plaga, está
provocando la necesidad del servicio de control de plagas, en lugares donde antes no
existían dichos organismos.
Metodología y Resultados
A continuación, vamos a proponer como podría constituirse este Grado, para ello,
vamos a seguir como guion, en gran medida, las recomendaciones de Mateos y cols.
(2008).
Descripción del Título
Identificación del Título
Los datos identificativos de un plan de estudio se refieren a la denominación del título,
el centro/s universidad que lo impartirán, la rama a la que se adscribe, el tipo de
enseñanza, la lengua de impartición, duración y distribución de créditos.
Denominación y rama del conocimiento
El Título de Grado llevará el nombre de “Plagas”, cuya consecución habilitará al nuevo
“Graduado/a en Plagas por la Universidad de Extremadura”. o existe un Grado
semejante que se haya impartido o se imparta actualmente en España, de ahí la
necesidad de innovar con el nombre del mismo. Referente a la rama de conocimiento,
que debe hacerse referencia de la misma en el Suplemento Europeo al Título, creemos
que este Título debería estar incluido en la rama de Ciencias. Aunque tiene unas claras
implicaciones con la rama de las Ciencias de la Salud, en la medida que muchos de los
organismos causantes de Plagas afectan o pueden afectar la salud de hombres y
animales, sin embargo si el Titulo lo acotáramos aquí, dejaríamos fuera, el estudio de
todas aquellas Plagas, que aunque no causen un daño directo a la salud humana o
animal, si causan un daño a la salud y producción de muchos vegetales (cultivos,
jardines, bosques,…), o un daño socio-económico.
Lugar de implantación
La siguiente decisión a tomar sería buscarle la ubicación física dentro de la Universidad
de Extremadura, a este respecto la inclusión del Grado de Plagas en la rama del
conocimiento de las Ciencias, y con la vista puesta en la optimización de los recursos
disponibles, nos podríamos decantar por su ubicación en el campus de Badajoz, en el
cual se encuentran la mayoría de facultades de Ciencias de la Uex (Biología, Química,
Física, Medicina, Ciencias Ambientales, Biotecnología, Matemáticas) e Ingeniería
Agraria, con las cuales dicho Grado tendrá varias asignaturas comunes o básicas, que
podrían ser impartidas por los profesores de las mismas. También es necesario decir,
que dos grandes bloques relacionados con las Plagas, quedarían fuera del campus de
Badajoz, como serían las Plagas relacionadas con los animales, más dependientes de
los estudios de Veterinaria, que se imparte en el campus de Cáceres, o el bloque,
también muy importante de las Plagas vegetales, relacionadas con la Ingeniería
Forestal que se imparte en Plasencia (Cáceres).
Tipo de enseñanza
162
Como dicen Mateos y cols (2008), otro elemento relevante para la identificación del
título es el tipo de enseñanza, es decir, si se tratará de una enseñanza presencial,
semipresencial o a distancia.
En este sentido optaremos por una enseñanza presencial, (es decir, en la que los
alumnos trabajan simultáneamente con el profesor) ofreciendo a los alumnos
actividades presenciales por un valor global superior a la tercera parte de los créditos.
En sentido estricto, una enseñanza sería realmente presencial cuando, además, se
exige la asistencia más o menos regular de los estudiantes, como requisito obligatorio
o como parte de la evaluación. Creemos necesaria este tipo de enseñanza, basada en
la relación directa profesor-alumno, considerando importante la carga de actividades
de carácter práctico o que requerirán mucha ayuda por parte de los profesores.
Lengua de impartición
Las asignaturas del título se impartirán en castellano e inglés. Para la consecución de la
mayoría de los nuevos Grados universitarios es necesario tener certificado un nivel B1
en inglés por un organismo competente nacional (Escuela oficial de idiomas, Instituto
de Lenguas Modernas) o internacional (Oxford, Cambridge, etc), el cual se puede
obtener durante el cursado de los Grados. En el Grado de Plagas, al impartirse varias
asignaturas en inglés, será necesario, para poder matricularse en el mismo, tener ya, el
citado nivel B1 de inglés, imprescindible para poder seguir dichas asignaturas, y poder
realizar consultas y búsquedas bibliográficas, necesarias para la realización de trabajos
científicos, que serán necesarios realizar para superar varias disciplinas.
Duración del título
La duración de las enseñanzas de cualquier Título de Grado en el Estado Español es de
240 créditos europeos (ECTS) distribuidos en 4 cursos de 60 créditos cada uno. Cada
crédito tendrá un valor de 25 horas.
Conclusiones
La creación y descripción de un Grado Universitario en la Uex, el Grado en “Plagas”,
inédito o inexistente en nuestro país, en Europa y como tal, también inexistente a nivel
mundial, entraña una gran complejidad por este hecho. No tenemos a quien recurrir,
de quien fijarnos o a quien copiar (con permiso, lo bien hecho siempre se puede y se
debe copiar, e incluso mejorar). Pero también, este vacío académico, a nivel de Grado,
nos abre las puertas a crear una carrera universitaria totalmente nueva, y por tanto ser
pioneros en este hecho.
Referencias
Hurtado, M.A., Serrano, L.A., Vadillo, S. (2015). Propuesta de una nueva titulación
universitaria: Grado de “Plagas”. Importancia y ecesidad (I). IV Congreso
Internacional de Docencia Universitaria. Vigo (Pontevedra), 25,26 y 27 de Junio
de 2015.
Mateos, V.L., Montanero, M., Gómez, V., Salamanca, S. (2008). Diseño e implantación
de Títulos de Grado en el Espacio Europeo de Educación Superior. Madrid:
Narcea, S.A. de Ediciones.
163
Real Decreto 1393/2007, de 29 de octubre, por el que se establece la ordenación de
las enseñanzas universitarias oficiales. (BOE nº 260, de 30 de octubre de 2007).
Universidad de Florida (USA). (2015). Departament Entomology and Nematology
University of Florida. entnemdept.ufl.edu/
164
CARGA MENTAL DE TRABAJO DE ESTUDIANTES DE
PSICOLOGÍA. ¿QUÉ CAMBIOS HA PRODUCIDO LA
ADAPTACIÓN AL EEES?
Rubio-Valdehita, Susana; López Núñez, Inmaculada; Díaz-Ramiro, Eva
Mº. y Vallellano Pérez, Dolores (Universidad Complutense de Madrid)
Resumen
En esta comunicación presentamos los resultados de un estudio dirigido a evaluar y comparar
la percepción de la carga de trabajo de estudiantes de psicología de la licenciatura y del grado,
con el objetivo de analizar la naturaleza de los cambios producidos por la adaptación al EEES.
La muestra estuvo formada por 845 estudiantes (497 de licenciatura y 348 de grado). Para la
medida de la carga percibida se empleó la escala NASA-TLX. Los resultados muestran un
aumento significativo en la carga percibida de la asistencia a clases prácticas (mayor demanda
mental en los estudiantes de grado) y de la realización de trabajos en grupo fuera del aula
(mayores puntuaciones en todas las dimensiones para los estudiantes de grado excepto en
rendimiento).
Resumo
Neste artigo apresentamos os resultados de um estudo para avaliar e comparar a
percepção da carga de trabalho de alunos de Psicologia , a fim de analisar a natureza
das mudanças causadas pela adaptação ao EEES . A amostra foi composta por 845
alunos ( 497 de grau e 348 EEES) . Para medir a carga percebido foi utilizada a escala
NASA- TLX . Os resultados mostram um aumento significativo da carga percebida de
assistência às aulas práticas ( maiores demandas mentais) e realização de trabalhos de
grupo fora da sala de aula ( escores mais altos em todas as dimensões , exceto
rendimento).
Introducción
La carga de trabajo que perciben los estudiantes universitarios tiene importantes
consecuencias sobre su bienestar psicológico y su rendimiento académico, ya que es
uno de los principales factores generadores de “estrés académico”. La carga de trabajo
de los estudiantes ha sido evaluada desde diferentes enfoques. En la mayoría de las
ocasiones, la carga de trabajo se ha asimilado al cómputo de horas que los estudiantes
dedican a las asignaturas de su titulación (Ruiz-Gallardo et al., 2011). Otras
investigaciones, como la que presentamos aquí, se han centrado en la evaluación de la
carga de trabajo que perciben los estudiantes (Kyndt et al., 2011). Este enfoque asume
que la carga percibida está modulada por diversos factores, y que es esta percepción la
que actúa como mayor factor generador de estrés (Ramsden, 1992). En esta línea,
Kember y Leung (2006) encuentran que muchas horas de estudio no son percibidas
como elevada sobrecarga cuando el diseño del curso es el adecuado, y ponen de
manifiesto la escasa relación entre el tiempo dedicado a un tarea y la percepción de
carga (Hertzum y Holmegaard, 2013).
165
El objetivo de este estudio fue analizar y comparar la percepción de carga mental que
tienen los estudiantes de psicología de la licenciatura con respecto a los del nuevo
sistema adaptado al EEES (grado), con el fin de investigar la naturaleza de los cambios
producidos en esta variable.
Marco teórico
La adaptación al Espacio Europeo de Educación Superior (EEES) ha conllevado
importantes modificaciones en todas las titulaciones universitarias españolas. Esta
adaptación ha supuesto un cambio, no sólo en el plan de estudios, sino también en las
metodologías docentes empleadas, incorporando métodos más activos (como
asistencia a seminarios, resolución de problemas en equipo, realización de proyectos y
presentaciones, etc.) que dotan al alumno de una mayor autonomía en un aprendizaje
con menor carga presencial y mayor peso del trabajo personal. El plan docente
europeo distribuye la carga del estudiante con horas estimadas, por un lado
presenciales (clases, evaluaciones, etc.), y por otro no presenciales con tutorización
(trabajo dirigido y tutorías) y no presenciales autónomas (estudio y actividades
individuales).
A pesar de que esta reforma educativa se instauró oficialmente en 2010, pocos
estudios empíricos se han publicado analizando dicha adaptación desde la perspectiva
de los estudiantes, menos aún, desde la enseñanza de la Psicología. En este sentido, no
se dispone de suficientes estudios que exploren el impacto de dichos cambios en la
percepción de carga de trabajo de los graduados en Psicología en comparación con los
licenciados. Por ejemplo, Ortiz et al. (2012) encuentran, desde una perspectiva basada
en el estudio de los tiempos dedicados a cada tarea, diferencias en la carga de trabajo
de estudiantes de licenciatura y grado y señalan que el cambio en las metodologías de
enseñanza-aprendizaje debe abordarse desde la perspectiva del alumnado.
Uno de los instrumentos más utilizado para evaluar la carga de trabajo percibida es la
escala NASA-Task Load Index (TLX, Hart y Staveland, 1988) (González, Moreno y
Garrosa, 2005). Hart (2006) y Young, Zavelina, y Hooper (2008) señalan las utilidades
del NASA-TLX como un instrumento válido y fiable para el análisis de la carga percibida
en diferentes sectores: industrial, psicológico, sanitario, aeronáutico o trasportes. Sin
embargo, en el ámbito educativo su utilización ha sido escasa. López (2010) analiza la
generalizabilidad y la validez de esta escala con una amplia muestra de estudiantes
universitarios, y concluye que se trata de un instrumento de utilidad para evaluar la
carga de trabajo en el ámbito educativo. Igualmente, Kyndt, et al. (2011), emplean el
NASA-TLX para evaluar la carga de trabajo con el objetivo de analizar su papel
mediador en la relación entre la motivación del estudiante y su estrategia de
aprendizaje.
Metodología
Participantes
La muestra estuvo formada por 845 estudiantes de tercer curso de Psicología de la
Universidad Complutense de Madrid, de los cuales 497 eran de licenciatura y 348 de
grado. La distribución por sexos fue muy similar entre ambas titulaciones (χ2 = 1,70, p =
,430); cursando la licenciatura había 415 mujeres (83,5%) y 82 varones (16,5%), y en
166
grado 282 eran mujeres (81%) y 66 varones (19%). La media de edad de los estudiantes
de licenciatura fue de 21,63 años (DT = 3,33) y de los de grado de 21,85 (DT= 3,53), no
resultando significativa la diferencia [F(1,843) = 0,884, p = ,358]. Todos los
participantes asistían habitualmente a clase.
Instrumento
Para evaluar la carga mental se empleó la escala NASA-TLX (Hart y Staveland, 1998).
Este instrumento distingue seis dimensiones de carga mental, cada una de las cuales es
evaluada por los sujetos en una escala de 0 a 100: esfuerzo, demanda mental,
demanda física, demanda temporal, rendimiento y frustración/insatisfacción. El
estudiante debía evaluar el grado en que cada una de sus actividades académicas le
requiere cada una de las dimensiones de carga mental. Se distinguieron siete
actividades: Asistir a clases teóricas, Asistir a clases prácticas, Trabajo en grupo fuera
del aula, Búsqueda de material y bibliografía, Estudio y trabajo personal, Tutorías, y
Otras actividades (asistencia a seminarios, cursos, jornadas, etc…). Con las valoraciones
proporcionadas por cada estudiante se calculó un índice de carga mental global para
cada actividad mediante el cálculo de la media aritmética de las puntuaciones en cada
dimensión (Hart, 2006). Además, todos los participantes contestaron un breve
cuestionario en el que se recogía su sexo y edad.
Procedimiento
Los datos se recogieron en una única sesión durante una de las clases prácticas de una
de las asignaturas del tercer curso, tanto de grado como de licenciatura. Todos los
estudiantes participaron de forma anónima y completamente voluntaria y firmaron un
consentimiento informado aceptando su participación en el estudio y la utilización de
los datos con fines exclusivamente de investigación.
Tabla 1.
Media y desviación típica de la carga mental global de cada una de las actividades para cada titulación
N
Media Desviación típica
Asistencia a clases teóricas
Licenciatura 497 52,86 12,29
Grado
348 53,35 13,09
Total
845 53,06 12,62
Asistencia a clases prácticas
Licenciatura 492 47,80 13,82
Grado
347 49,80 13,00
Total
839 48,62 13,52
Realización de trabajos en grupo fuera del aula Licenciatura 493 49,63 14,81
Grado
347 55,01 13,44
Total
840 51,85 14,50
Búsqueda de material y bibliografía
Licenciatura 493 40,28 15,23
Grado
347 40,62 14,51
Total
840 40,42 14,93
Estudio y trabajo personal
Licenciatura 494 57,05 12,51
Grado
347 56,79 11,50
Total
841 56,94 12,10
Asistencia a tutorías
Licenciatura 486 25,68 11,82
Grado
346 26,97 12,87
167
Otras actividades (seminarios, congresos, etc.)
Carga Total
Total
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
832
457
346
803
497
348
845
26,22
28,72
29,42
29,03
43,37
44,58
43,87
12,28
14,46
14,29
14,38
9,20
8,96
9,12
Resultados
En primer lugar se calcularon las puntuaciones globales de carga mental para cada una
de las actividades. En la Tabla 1 aparecen los resultados del análisis descriptivo de
estas puntuaciones. A continuación, se realizaron las comparaciones de medias de las
puntuaciones de carga global de cada actividad según la titulación. Los resultados de
este análisis aparecen en la Tabla 2.
Tabla 2.
Resultados del ANOVA de las puntaciones globales de carga de cada actividad entre las titulaciones
F
Sig.
Asistencia a clases teóricas
,30
,581
Asistencia a clases prácticas
4,46
,035
Realización de trabajos en grupo fuera del aula
28,94
,000
Búsqueda de material y bibliografía
,10
,744
Estudio y trabajo personal
,09
,756
Asistencia a tutorías
2,23
,135
Otras actividades (seminarios, congresos, etc.)
,46
,497
Carga Total
3,59
,058
Con el objetivo de analizar en más detalle qué dimensión o dimensiones de carga
mental eran la causa de estas diferencias, se realizaron comparaciones de medias
entre grado y licenciatura en cada una de las 6 dimensiones del NASA-TLX para las dos
actividades en las que se encontraron resultados significativos en el análisis anterior
(Tabla 3).
Tabla 3.
Estadísticos descriptivos y resultados del ANOVA entre ambas titulaciones en las puntuaciones de carga
de cada dimensión del NASA-TLX en las actividades “Asistencia a clases prácticas” y “Realización de
trabajos en grupo fuera del aula”.
Asistencia a clases prácticas
Esfuerzo
D. Mental
F
i
g
u
r
a
1
.
Titulación
Licenciatura
Grado
Total
Media
67,15
67,34
67,23
Desv. típ.
26,29
25,30
25,84
F
,010
Sig.
,921
Licenciatura
Grado
Total
60,30
63,62
61,77
22,40
20,51
21,64
4,51
,034
168
D.Física
Licenciatura
Grado
Total
43,00
45,82
44,24
26,32
27,29
26,77
2,13
,144
D.Temporal
Licenciatura
Grado
Total
58,08
60,38
59,09
27,04
26,56
26,84
1,40
,237
Rendimiento
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
29,33
28,89
29,13
30,06
32,87
31,30
63,83
71,54
67,23
63,25
71,61
66,94
43,93
49,59
46,43
61,28
66,68
63,66
21,17
18,811
20,15
25,13
25,96
25,52
25,26
21,50
23,97
23,60
20,94
22,83
26,35
28,84
27,60
25,79
23,54
24,95
,089
,765
2,31
,128
20,26
,000
26,39
,000
8,10
,005
9,03
,003
Licenciatura
Grado
Total
Licenciatura
Grado
Total
31,02
29,73
30,45
34,59
41,64
37,70
20,36
19,97
20,19
27,47
26,91
27,43
,78
,376
12,83
,000
Frustración
/Insatisfacción
Realización de trabajos en
grupo fuera del aula
Esfuerzo
D.Mental
D.Física
D.Temporal
Rendimiento
Frustración/
Insatisfacción
Conclusiones
La asistencia a clases teóricas, el estudio y trabajo personal y la realización de trabajos
en grupo fuera del aula, son las actividades académicas que producen mayores niveles
de carga en los estudiantes de psicología. Los resultados muestran diferencias
estadísticamente significativas en las actividades “Asistencia a clases prácticas” y
“Realización de trabajos en grupo fuera del aula”, obteniendo puntuaciones más
elevadas el grupo de Grado que el de Licenciatura.
En cuanto a la asistencia a las clases prácticas, se encontraron diferencias significativas
solamente en la dimensión demanda mental, obteniendo puntuaciones más altas el
grupo de Grado. En cuanto a la realización de trabajos en grupo fuera del aula, se
encontraron diferencias significativas en todas las dimensiones excepto en
rendimiento.
La conclusión principal del estudio es que la adaptación al EEES ha supuesto un
incremento en la percepción de carga de trabajo de los estudiantes de Psicología, muy
especialmente en lo referido a la realización de trabajos en grupo fuera del horario de
clases.
La utilización de la escala NASA-TLX nos ha permitido no sólo conocer los niveles de
carga percibidos por lo estudiantes, sino además ahondar en el conocimiento de qué
actividades son las que generan mayores niveles de carga, así como diagnosticar los
factores generadores de dicha percepción.
169
Referencias
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170
PROPUESTAS DE MEJORA EN EL GRADO DE EDUCACIÓN
SOCIAL DESDE LA PERCEPCIÓN DE LOS ESTUDIANTES
González Lorente, Cristina; González Morga, Natalia; Pérez Cusó, Javier;
Martínez Juárez, Mirian y Martínez Clares, Pilar (Universidad de Murcia)
Resumen
Esta comunicación analiza las propuestas de mejora que proponen los alumnos de
Educación Social de la Universidad de Murcia en su último año de grado para su
consenso en la modificación del mismo. Para ello, se ha elaborado un cuestionario ad
hoc, cumplimentado voluntariamente por 60 estudiantes de 4º curso de la Facultad de
Educación de dicha universidad. Entre los resultados más relevantes, subrayan la
necesidad de coordinar las materias del Grado, adecuar el desarrollo de las
competencias a los perfiles profesionales que define ANECA en el Libro Blanco de esta
titulación y dar un mayor protagonismo a las prácticas curriculares; también defienden
un mayor uso de las metodologías activas en el aula y más perfeccionamiento en la
formación docente para un mejor y más actual desempeño de su labor en el nuevo
marco del espacio común europeo. Se concluye destacando la importancia de
contrastar y consensuar las propuestas y percepciones del alumnado, el principal
protagonista del proceso pedagógico, con la de otros agentes implicados en el proceso
de mejora, para una equilibrada adecuación de la formación universitaria a las
directrices europeas y socio-laborales del momento.
Resumo
Na presente comunicação, analisa a percepção dos estudantes de Educação Social
sobre áreas de melhoria de seu título. Para fazer isso, temos desenvolvido um
questionário ad hoc e chamado CECGRA, completado por 60 alunos do 4º ano da
Universidade de Murcia. Entre os resultados mais relevantes, sublinha a necessidade de
coordenar as questões de grau, adaptar o desenvolvimento de competências para os
perfis profissionais ANECA definidas no Livro Branco de este grau e dar um maior
destaque para as práticas curriculares, as metodologias ativas na sala de aula e da
formação de professores para realizarem o seu trabalho no novo espaço comum
europeu. Esta comunicação conclui com a importância das propostas e percepções de
estudantes como o principal protagonista do processo educativo, em seguida, para
contrastar com outras partes interessadas no processo de melhoria e adequação do
ensino universitário às orientações europeias e sócio-laborais do momento.
Introducción
El reto de crear un sistema convergente y único de Educación Superior regido por
directrices europeas, ya es una realidad en las Universidades españolas. La
complejidad de los cambios implantados a nivel organizativo, funcional y curricular,
despierta el interés de académicos e investigadores por analizar la satisfacción de la
comunidad universitaria con el nuevo modelo formativo de los Títulos. Distintas
investigaciones constatan resultados positivos (Martín & Bobb, 2011; Rodríguez171
Izquierdo, 2014), e identifican nuevos retos y desafíos (Pozo & Bretones, 2015), que
ponen de manifiesto la importancia de mantener una actitud reflexiva ante la práctica
educativa que garantice la mejora y actualización continua de la Educación Superior.
Centrándonos en los títulos de Grado se evidencia como algunos analistas aportan
datos muy relevantes sobre las estrategias metodológicas y evaluativas más utilizadas
y sus efectos en la enseñanza y aprendizaje (Gargallo, Morera & García, 2015),
mientras que otros indagan en la articulación de materias de los Grados (Zabalza,
2012) o realizan estudios que desafían la mejora y consolidación de estos títulos desde
el análisis documental y la percepción del propio docente (González, Arquero &
Hassall, 2014). Estas y otras investigaciones muestran la necesidad de que las
Instituciones de Educación Superior piensen en términos, no solo de presente, sino con
proyección de futuro para así focalizar sus líneas de acción con mayor prospectiva de
éxito y funcionalidad.
Con esta inquietud se realiza el presente trabajo, centrando su atención en el Grado de
Educación Social. La idea de partida es que la formación de estos titulados deja de
estar orientada exclusivamente a la asistencia de la población con problemáticas
sociales, ampliando su horizonte profesional a la sociedad en general y a sus colectivos
en particular, con el afán de garantizar unos servicios básicos y la participación,
promoción y desarrollo de toda la ciudadanía (Añaños-Bedriñana, 2012). El Estado de
Bienestar y las nuevas corrientes pedagógicas europeas, son los responsables de la
extensión o ensanchamiento de sus funciones con la consecuente redefinición
curricular de sus competencias para su desenvolvimiento productivo. Estos cambios,
generan interés por la formación inicial que reciben los Educadores Sociales en la
actualidad, para ello el punto de mira de la comunidad científica y académica debe ser
adecuar la formación inicial y continua de estos titulados a las demandas
sociolaborales emergentes.
Desde esta panorámica, este trabajo tiene como objetivo conocer y analizar las
propuestas de mejora que realizan los estudiantes de último curso del Grado en
Educación Social en torno a la estructura, planificación y funcionalidad de la formación
recibida en pro de la optimización y mejora continua de su título de Grado.
Metodología
Participantes
Los participantes de este estudio suman un total de 60 estudiantes de último año del
Grado en Educación Social de la Universidad de Murcia. Del total de alumnado, el 85%
son mujeres y el 15% restante hombres, con una media de edad de 22.49 años.
Instrumento
Para la recogida de información se elabora un instrumento diseñado ad hoc,
denominado Cuestionario de Evaluación de Competencias de Grado (CECGRA) y
estructurado en dos bloques. Por un lado, se recoge la percepción de los estudiantes
sobre las competencias de su titulación en relación a tres aspectos: desarrollo, dominio
y relevancia, en una escala tipo Likert con cinco opciones de respuesta (1=Nada 5=Mucho) y por otro, se integra un conjunto de preguntas abiertas o semiestructuradas sobre la adecuación de la formación recibida por el alumnado para su
172
futuro profesional y las mejoras que realizarían en su formación universitaria. Esta
comunicación se centra en el análisis cualitativo de los ítems.
Procedimiento
El procedimiento de obtención de datos se organiza y planifica a través del contacto
con los tutores de cada grupo-clase, para más tarde trasladarse el equipo de
investigación al aula, realizar una breve explicación del mismo e insistir en el carácter
voluntario, anónimo y confidencial de los datos recogidos. Seguidamente, se realiza el
análisis de los datos cualitativos a través del programa informático Atlas.ti v7,
sometiendo la información a un proceso de reducción y selección de unidades de
significado (categorización y codificación), para su posterior organización y
interpretación en una red de contenidos.
Resultados
Las propuestas de mejora que realizan los estudiantes de Educación Social se dirigen
fundamentalmente a mejorar la estructura del plan de estudios establecido a raíz del
espacio común europeo, la planificación y gestión del proceso de enseñanzaaprendizaje y la funcionalidad de sus estudios (Figura 1).
Figura 1.
Red de contenido de las propuestas de mejora en el Grado de Educación Social.
Estructura del plan de estudios
Dentro de esta categoría, el alumnado plantea una mayor coordinación entre las
asignaturas para que éstas queden “interrelacionadas” y “se eviten los solapamientos
entre ellas”. En ocasiones, tienen “la impresión de asistir a asignaturas diferentes
mientras se tratan los mismos aspectos” y creen que sería imprescindible “incrementar
la comunicación entre los docentes” para conseguir, una coordinación real en las
materias que se imparten. Esta coordinación necesitaría, desde la visión del alumnado,
un auténtico desarrollo de las competencias que debe poseer un educador social, “ya
que la mayoría de ellas no se cumplen” en la práctica diaria del aula universitaria.
Dentro del conglomerado de competencias, estos estudiantes destacan como
propuesta reforzar “el aprendizaje de un idioma […] puesto que la variedad de
173
nacionalidades cada vez es más extensa” entre los usuarios potenciales de la
educación social. Pero más allá del idioma, también proponen “incidir en aquellas
competencias de carácter inter e intra personal” o “transversales”, junto con la puesta
en práctica y desarrollo de algunas competencias específicas orientadas a “conocer los
distintos colectivos con los que puede trabajar el educador social”. Los estudiantes
reiteran la importancia de, “estudiar más la realidad de dichos colectivos […] y la forma
de intervenir con ellos”, en detrimento del alto desarrollo de competencias específicas
que dedican en su formación al conocimiento de técnicas y estrategias de
intervención, como “el diseño de proyectos”.
Entienden además, que esta disciplina tiene un “carácter más práctico que teórico”,
por lo que proponen incorporar más periodos de prácticas curriculares en el plan de
estudios para poder “aplicar y desarrollar en la realidad todas las competencias
adquiridas en la carrera”. Hay estudiantes que concretizan esta propuesta y plantean
la posibilidad de iniciar “el periodo de prácticas desde el 2º curso” e “ir incrementando
su duración conforme se avanza en los cursos académicos”.
Planificación del proceso de enseñanza-aprendizaje
En esta segunda categoría, el alumnado dirige sus propuestas fundamentalmente,
hacia el profesorado universitario, como uno de los actores clave en el proceso de e-a.
La mayoría propone incrementar el nivel competencial del cuerpo docente y “siempre
que sea posible, que sean educadores sociales o se dediquen a ello”. Consideran que
muchos de sus profesores deben “tener experiencia en esta disciplina para después
transmitirla en sus clases”. Aunque se habla de metodologías activas en el aula, el
alumnado de Educación Social considera que “luego en sus clases se hace todo lo
contrario” y proponen “introducir un conocimiento real, actual y más práctico (…) con
materias más prácticas y un mayor trabajo directo con personas”. En esta línea,
plantean incorporar en las clases “dinámicas de grupos, casos prácticos y visitas a
centros”, “con una mayor conexión con los profesionales del ámbito para conocer su
labor en su puesto de trabajo”.
Funcionalidad de la formación
Muy relacionada con las categorías analizadas, la funcionalidad de la formación
representa un aspecto clave hacia el que se dirigen muchas de las demandas de
mejora en el Grado de Educación Social. En ella se hace mención a la importancia de
recibir “una formación útil para su futuro”, en las que se eviten “los trabajos,
actividades y temarios no relacionados” o “salir de la carrera (…) sin que los
conocimientos aprendidos sirvan para el futuro profesional del educador social”. Dicha
reivindicación se materializa en propuestas más específicas de mejora como “formar
asambleas y entrevistas para tratar este asunto”, “tomando como punto de referencia
al alumnado y a los profesionales que trabajan en la realidad de la educación social,
para que aporten sus visiones y opiniones”. Tener en cuenta las perspectivas de los
diferentes agentes implicados en la formación inicial del educador social, de tal forma
que el Grado sea el resultado de “un consenso con la realidad social de la profesión”.
En menor medida en la búsqueda de esa funcionalidad en la formación, el alumnado
cree que en algunas ocasiones “su perfil profesional es ambiguo (…) y se produce un
174
solapamiento con otras profesiones”. Para evitar dicha situación, los estudiantes creen
que sería adecuado “dar a conocer el Grado” reformulando e interrelacionando “las
competencias del educador social para mejorar su perfil profesional”, “porque aun
existe un gran porcentaje que desconoce esta profesión, incluidas las propias
instituciones”.
Discusión y conclusiones
Tras el análisis de los resultados, una de las principales conclusiones se dirige hacia la
importancia de dotar al alumnado de mayor implicación y participación en los procesos
de evaluación permanente de los planes de estudio. La coherencia en sus aportaciones
y su perspectiva crítica como agente principal del proceso de enseñanza-aprendizaje,
otorgan valor a las opiniones recogidas en este estudio para identificar áreas de
mejora y generar un impulso decidido de cambios coordinados. Entre sus principales
aportaciones, cabe señalar las siguientes propuestas:
- Introducir metodologías activas en el proceso de enseñanza-aprendizaje. Estas
estrategias metodológicas están vinculadas con la mejora de la adquisición de
competencias y los métodos de trabajo que el egresado tendrá que utilizar en su
práctica profesional. La importancia señalada por los estudiantes de Educación Social a
esta propuesta, coincide con las aportaciones de Marqués & Castaño (2014) o Kembler
(2009), donde se muestran las ventajas de utilizar este tipo de metodologías para
potenciar la profesionalidad y mejorar la trayectoria curricular de los futuros
egresados.
- Considerar y reflexionar sobre la adecuación de la formación basada en competencias
del graduado en Educación Social y la coordinación de las materias, con la finalidad de
conseguir un plan de estudios configurado en torno a los diferentes perfiles
profesionales señalados en el Libro Blanco del título de Educación Social de la ANECA
(2005). La demanda que realiza el estudiante sobre un mayor desarrollo de las
competencias recogidas en el plan de estudios y la elaboración de un proyecto
formativo más integrado, está en consonancia con el análisis que realiza Zabalza (2012)
sobre el modelo curricular de la universidad donde se critica su excesiva atomización
de contenidos y la creación de esquemas mentales inconexos y poco eficaces entre los
estudiantes.
- Replanteamiento de las competencias del profesorado universitario, para que dichos
profesionales tengan las competencias socio-personales y profesionales actualizadas y
acordes con la sociedad actual (De-Juanas, 2010).
- Incrementar la funcionalidad de la Educación Superior desde la percepción y
valoración contrastada de los diferentes agentes sociales implicados en el diseño y
desarrollo curricular, como ya señalaron Arandia, Cruz, Alonso & Fernández (2014).
- Dada la importancia que el alumnado del Grado en Educación Social concede a las
prácticas externas, al igual que ocurre en la mayoría de valoraciones y estudios
realizados en la Facultad de Educación (Antón & Hevia, 2011; González-Garzón &
Laorden, 2012), se propone ampliar la duración de este periodo y la posibilidad de
distribuirlas de forma progresiva y gradual a partir del segundo curso académico.
175
Para que estas propuestas de mejora tengan su espacio en la realidad educativa, sería
conveniente contrastarlas y consensuarlas con la del resto de actores de la comunidad
universitaria implicados en su desarrollo, entre los que se encuentra el personal
docente, los agentes sociales y los empleadores, para llegar a su aplicación o remitir
como modificaciones del título.
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177
EL EEES. PERCEPCIONES DEL PROFESORADO Y DEL
ALUMNADO SOBRE EL MODELO DE FORMACIÓN EN EL
GRADO DE FORMACIÓN DEL PROFESORADO DE
EDUCACIÓN PRIMARIA
Aránega Español, Susana; Colén Riau, M. Teresa; Pérez Cabrera, M. José
(Universidad de Barcelona)
Resumen
La comunicación que se presenta se focaliza en observar y analizar las percepciones
que docentes y estudiantes tienen acerca de los estudios del grado unos años después
de la reforma producida por la inserción en el Espacio Europeo de Educación Superior
(EEES) con tal de aportar datos que favorezcan la mejora del proceso.
Resume
Communication presented it is focused on observing and analysing the perceptions that
teachers and students have about Degree studies after the reform produced a few
years ago by the European Higher Education Area reform just to provide data which
promote process improvement.
Introducción
La comunicación que se presenta forma parte de una investigación I+D 10 que
actualmente se encuentra en proceso. El proyecto completo indaga acerca del
desarrollo del conocimiento profesional docente durante los estudios de grado de
formación del profesorado en educación primaria. Dicho plan tiene como objetivo
principal identificar, analizar e interpretar las percepciones que los futuros maestros
tienen sobre los conocimientos que van construyendo a lo largo de su trayectoria
como estudiantes del grado así como los logros competenciales que adquieren
siguiendo las pautas concebidas en el EEES.
La parte que desplegamos en esta presentación se focaliza en observar las
percepciones que docentes y estudiantes tienen acerca de los estudios del grado unos
años después de la reforma producida por la inserción en el Espacio Europeo de
Educación Superior (EEES).
Marco teórico
El ingreso en el EEES provocó modificaciones de tipología diversa en las universidades,
algunas de carácter estructural, otras basadas en el enfoque de los aprendizajes.
Cambios que han generado revisiones de planes de estudio y modificaciones en
algunas prácticas docentes. Estudios recientes han analizado algunos de los efectos
que estos cambios han producido en los diferentes agentes intervinientes (European
“Desarrollo del conocimiento profesional a través del plan de estudios del grado de maestro en educación
primaria. Perspectivas del alumnado y profesorado” (EDU2012-39866-C02-02) Dirección General de Investigación y
Gestión del Plan Nacional de I+D+i. Ministerio de Ciencia e Innovación, 2012-2015. IP: Dra. MªTeresa Colén.
10
178
Commission/ Eurydice, 2015) Daza (2011), Font-Mayolas, S. & Masferrer, L. (2010),
Rodríguez-Izquierdo, R.M. (2013). Está aún por determinar el impacto que han causado
tales transformaciones en los estudios de grado, pero las distintas aportaciones que se
ofrecen favorecen la interpretación de lo que va aconteciendo durante el proceso.
Con la motivación de contribuir a los aportes mencionados, en el estudio que se
presenta, se muestran las percepciones que los protagonistas de la acción, tanto
profesorado como alumnado, tienen acerca del grado en la forma como se está
ejecutando. A través de las percepciones se identifican las fortalezas y debilidades que
se visualizan desde sus respectivas ópticas.
Metodología
La metodología cualitativa se ha considerado la más apropiada para la consecución de
los objetivos de la propuesta. Si la finalidad se centraba en explorar qué pensaban,
sentían y experimentaban docentes y estudiantes, lo mejor era dialogar con ellos en
formatos diversos sin un estándar previo que fijara sus respuestas. El propósito del
estudio era acopiar los diferentes matices, fortalezas y debilidades que ambos
colectivos apreciaban en los estudios del grado tras unos años de implementación de
los cambios propuestos por el EEES.
Para conseguirlo se utilizaron diversas estrategias de recogida de información. Los
instrumentos que se manejaron para esta fase del estudio fueron los relatos de los
estudiantes, las entrevistas en profundidad y los grupos de discusión. Se efectuaron
sobre una muestra de 105 informantes entre los que participaron estudiantes de
distintos niveles (1º, 3º y 4º curso) y docentes que imparten distintas materias en el
grado. Los instrumentos se distribuyeron de la siguiente forma:
Tabla 1.
Determinación de las personas informantes y de los procedimientos de recogida de datos
INSTRUMENTOS
105 informantes clave
Estudiantes
de 1º curso
Relatos
Estudiantes
de 3º curso
Estudiantes
de 4º curso
Profesorado
del grado
8
7
52
Grupos de discusión
Entrevistas
28*
*4 grupos de discusión con estudiantes de 3º curso (con 7 estudiantes en cada grupo)
La muestra del profesorado contaba con docentes que imparten materias distintas en el grado.
Los datos recogidos a través de los instrumentos mencionados se analizaron y
categorizaron en relación a categorías deductivo-inductivas que acabaron
identificándose en 3 núcleos temáticos (valoraciones del grado, preocupaciones y
propuestas de mejora) entorno a los cuales se agruparon las categorías siguientes:
179
Tabla 2.
Categorías y unidades de significado
CATEGORÍAS
UNIDADES DE SIGNIFICADO
Extensión y duración del grado
Estructura y organización del grado.
Organización de las materias
El prácticum
Las menciones
Aprendizaje de las competencias
Metodología docente
Evaluación de las competencias
Resultados
La interpretación de los datos dio lugar a los resultados y conclusiones que se
presentan a continuación.
Acerca de la organización y la estructura del grado se abren diversas líneas de
discusión entre las que se distinguen:
a.
La extensión y duración del grado:
o
Los docentes opinan que alargar el grado un año más ha reportado un
enorme beneficio ya que permite profundizar en los contenidos e incorporar
actividades que favorecen la participación de los estudiantes.
o
Los estudiantes encuentran desmesurada la duración del grado.
Manifiestan que muchos de los contenidos de las diferentes asignaturas son
redundantes y lo experimentan como una sobrecarga innecesaria.
b.
La organización de las materias en el grado. Para los estudiantes
o
Existe un gran desequilibrio entre los contenidos de las asignaturas que
consideran de marcado carácter teórico y las que consideran de carácter
práctico dando por supuesto que cada alumno debiera asociar de manera
particular la relación entre una y otra.
o
Las asignaturas con contenido disciplinar (lengua, matemáticas) asumen
demasiado protagonismo y ocupan un tiempo que se podría aprovechar para
desarrollar contenidos didácticos (didáctica de la lengua o didáctica de la
matemática).
o
Las asignaturas y el prácticum debería mantener una relación más
estrecha Ello permitiría la adquisición de algunas competencias necesarias para
el ejercicio de la docencia y que se basan en la práctica reflexiva, la
investigación en la práctica o la observación participante.
o
Algunas asignaturas que consideran de vital importancia para la
consecución de las competencias deberían ser más transversales y extenderse
temporalmente: prácticas mejor distribuidas a lo largo del grado y TFG con una
mayor duración.
Para los docentes la distribución de las asignaturas debería ser más racional,
para favorecer una visión más holística de los contenidos y la adquisición de las
competencias.
180
En el mismo orden de análisis de las materias en el grado, tanto docentes como
estudiantes coinciden en que éste debería revisarse con mayor frecuencia
permitiendo incorporar aquellos elementos propios de las nuevas tendencias
en formación. Las demandas sociales emergen con mayor velocidad que la que
sucede en la revisión de los planes de estudio y ello conlleva que algunos
contenidos que pueden ser necesarios para los futuros docentes no se añadan
a los planes docentes. Se reclama mayor agilidad tanto en la revisión de los
planes como en la detección e incorporación de determinados contenidos
emergentes.
c.
En cuanto a las menciones la crítica es coincidente entre alumnado y
profesorado aunque con matices distintos. Docentes y estudiantes:
o
Coinciden en que las especializaciones se ofrecen durante un periodo
muy reducido y se observan muy superficiales y en consecuencia poco útiles.
Consideran que los aportes en conocimientos son mínimos.
o
Discrepan en la posición profesional que defiende al profesor
generalista frente al profesor especialista.

Una amplia mayoría de docentes considera que la especialización
solo constituye un aporte suplementario de conocimientos para ejercer
de maestro generalista en un equipo docente.

Los estudiantes defienden la necesidad de obtener
conocimientos más amplios en la especialización que creen han de
tener en el ejercicio de su profesión.
o
Al margen de las opiniones dicotómicas que precisan de un debate más
intenso, los estudiantes revelan que la forma de acceso a las menciones choca
con el discurso que se impone en las aulas acerca del aprendizaje cooperativo y
las habilidades personales y sociales que se incorporan en los trabajos de grupo
de todas las metodologías docentes.
d.
En relación al prácticum se abren diversas líneas desde la perspectiva de los
estudiantes:
o
La sobrevaloración que todos hacen del prácticum, que consideran que
debería ocupar un lugar más privilegiado en el grado.
o
La relación que debería existir entre las prácticas en centro y la teoría
que se ofrece en las aulas. Los estudiantes declaran que hay una clara
diferencia entre lo que se realiza en el aula y lo que se ejecuta durante el
periodo de prácticas y que, solo en función del tutor de prácticas o del tutor del
centro educativo, se garantiza una mínima relación con los aprendizajes
recibidos.
o
A pesar de la elevada satisfacción por las prácticas los estudiantes son
críticos en la forma con que se distribuyen los centros escolares alegando que
no les permite tener una visión panorámica de todo el escenario educativo
actual.
Acerca de la adquisición de las competencias, ambos colectivos (profesorado y
alumnado) coinciden en que la parcelación de las asignaturas no facilita el logro
181
de las competencias. Por otra parte ni las metodologías que se utilizan en las
aulas ni la evaluación que se practica favorece que se desarrollen e identifiquen
las competencias que figuran en los planes de estudio y en los planes docentes.
De igual forma unánime entre los dos colectivos aunque con matices diferentes
las competencias se visualizan de la siguiente forma:
o
Para los docentes el modelo de formación por competencias, a pesar de
la antigüedad del término en la institución, no ha llegado a empoderar al
colectivo. Son muchos todavía los que declaran que la transformación esperada
se ha advertido solamente como un cambio de maquillaje ya que no ha mellado
en las prácticas docentes. Y que las pocas innovaciones que se han observado
en las metodologías de aula no se han reflejado en la evaluación y ello significa
que el proceso no se ha cerrado.
o
Para los estudiantes ni las metodologías ni la evaluación, de las cuales
son receptores, favorecen el desarrollo de las competencias que requieren para
el ejercicio de su profesión.
o
Ambos colectivos consideran que las condiciones existentes en la
Universidad no favorecen, en absoluto, que se incorporen los cambios
esperados.
Conclusiones
La gran mayoría de estudiantes de formación del profesorado se incorporan a los
estudios del grado con la expectativa de cursar unos estudios profesionalizadores más
que un grado de educación superior. Se percibe que no todos finalizan comprendiendo
la importancia de la teoría que se ofrece y pocos la acaban relacionando con los
contenidos prácticos.
Por parte de los estudiantes se observa cierta insatisfacción en la distribución de las
materias, reiteración de los contenidos, falta de coordinación entre profesorado y en la
incoherencia entre lo que se les exige, como futuros profesionales (básicamente a
nivel metodológico y en la evaluación) y lo que se les imparte.
Por parte del profesorado se percibe una falta de alineamiento entre las asignaturas
que pertenecen a cada uno y la visión general del grado. La reiteración histórica de la
división por asignaturas no encaja siempre con el desarrollo de las competencias en los
docentes.
Se apunta igualmente la dificultad de aportar respuestas inmediatas a la modernidad
líquida a la que hay que enfrentarse.
Referencias
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183
DIRETRIZES EUROPEIAS DA FORMAÇÃO INICIAL
DOCENTE: BOLONHA E AS PERSPECTIVAS PORTUGUESAS
Wunsch, Luana (UNINTER)
Resumo
A presente comunicação, de cunho qualitativo, é parte integrante da tese doutoral
intitulada “Formação Inicial de professores do ensino básico e secundário”que teve por
objetivo analisar os pressupostos portugueses para tal, com destaque especial para as
normativas e leis que os embasa, inclusive o Processo de Bolonha. Por meio de uma
análise documental apurada foi possível perceber a delimitação de qualidade dos
domínios de habilitação para a docência em uma maior abrangência de níveis e ciclos
de ensino a fim de tornar possível a mobilidade dos docentes entre os mesmos.
Introdução
A atual legislação educacional portuguesa explicita que é necessário que um professor
obtenha a titulação de mestre em ensino atuar como docente da sua área de
graduação nos níveis básico e secundário, vindo ao encontro da constante
preocupação europeia no âmbito da formação profissional.
Para melhor entender este processo é necessário, o presente estudo tem por objetivo
num primeiro plano, abranger o cenário europeu atual da qualificação profissional
docente, bem como a Comunidade Europeia como entidade transnacional (CRUP,
2000) destacando o planejamento, nas últimas décadas, iniciativas no campo da
educação propondo diferentes programas que envolvessem dimensões econômicas,
sociais e laboráis, em especial na realidade portuguesa de formação inicial docente.
Declaração de Bolonha e formação inicial docente
Verifica-se historicamente que na formação profissional a inquietação foi em dois
sentidos: formação universitária e formação contínua. Fatores estes que suportam até
hoje a formação dos professores nesta realidade (Despacho n.º 6967/2010), em uma
tentativa de assegurar a qualidade da educação básica, segundo relatórios
internacionais.
No sentido de marcar uma mudança em relação às políticas ligadas ao ensino e na
procura de estabelecer uma Área Europeia de Ensino Superior, foi a partir do
comprometimento dos países signatários em promover reformas de seus sistemas de
ensino que se estruturou a Declaração de Bolonha (1999). Com objetivo de elevar a
competitividade internacional do sistema europeu do Ensino Superior, promoveu a
aquisição de um grau de atração internacional semelhante ao das suas tradições
cultural e científica (EC, 1999). Um dos aspectos mais discutidos da Declaração de
Bolonha (1999) e que entrou como ponto central para a reformulação da formação
docente foi a adoção do sistema baseado em três ciclos de estudos: - 1.º ciclo, com a
duração mínima de três anos, designada em Portugal como Licenciatura; - 2.º ciclo,
184
com a duração de um ano e meio a dois (excepcionalmente um ano) -Mestrado; - 3.º
ciclo – Doutoramento. Com esta estrutura é imperativo estabelecer um sistema de
créditos transferíveis e acumuláveis (ECTS), comum aos países europeus, podendo
também ser adquiridos em contextos de ensino não superior, incluindo a
aprendizagem ao longo da vida, desde que sejam reconhecidos pelos
estabelecimentos de acolhimento.
Em 2001, os Ministros de Educação dos países da União Europeia adicionaram à
Declaração de Bolonha (EC, 2001), entre outras, duas linhas de ação que condizem
com os pressupostos formativos, designadamente: a promoção da aprendizagem ao
longo da vida e o maior envolvimento dos estudantes na gestão das Instituições de
Ensino Superior (EPC, 2011; EHEA, 2010). Estas premissas podem ser comparáveis à
formação docente, inclusive para a promoção da mobilidade nos sentidos da
diversidade cultural e linguística. Já no que respeita à formação inicial dentro da
universidade, dá-se destaque o apoio para o Ensino Superior (EC, 2001) com
programas que conduzem a orientações diferentes e perfis diversificados de forma a
responder às necessidades individuais, acadêmicas e laborais.
Em 2003, os ministros da Educação da CE firmaram o compromisso de estabelecer
medidas de certificação de qualidade; de implementação do sistema de dois ciclos no
âmbito da formação universitária (Graduação e Mestrado) e do reconhecimento de
graus e duração dos cursos.
Em 2005 (EC, 2005), as autoridades europeias mais uma vez reafirmaram o
compromisso com Bolonha e destacaram a importância das universidades para a
colaboração entre o Ensino Superior (ELLI, 2008), empregadores e outros parceiros. Os
propósitos das ações indicadas para tais ciclos, em termos gerais, reforçam a
necessidade específica de readequação do sistema da qualificação docente (EHEA,
2010). A partir do surgimento de programas de titulação em áreas disciplinares do
ensino básico, intencionou-se a interconexão efetiva de um sistema de redes
apropriado ao processo de inovação educacional em que se vive.
Portanto, a partir deste cenário (intensamente questionado) cria-se a necessidade de
estruturar programas de estudo para garantir a projeção (Zabalza, 2008) e a ampliação
da participação de todos os agentes envolvidos nas formações profissionais. Apesar de
diferentes formulações nos países firmantes da Declaração de Bolonha o Mestrado
especificamente pode ter como diretrizes os itens descritos na tabela 13 e cada país
tem a autonomia para dividi-los em “pre master, master, pos master” e “mestrado
profissionalizante”. Os estudos do 2º ciclo podem ser promovidos por questões
relativas a uma determinada área ou por interface de diferentes setores, em uma
vertente chamada vocacional (EQF, 2008).
Ao relacionar estas abordagens, a formação inicial docente pode ser encarada na
Europa como “atividade que desenvolve habilidades de um indivíduo, competências,
conhecimentos e outras características como professor” (OECD, 2009, p. 49). É a partir
deste evidenciamento que se torna pertinente a verificação da aplicação (Borrego,
Froyd & Hall, 2010) destes pressupostos no quotidiano formativo de docentes do
ensino básico e secundário.
185
Metodologia
No âmbito qualitativo desse estudo, a revisões documentais e de literaturas foram
fonte de apoio à estruturação, incluindo livros publicados em temáticas convergentes
e transversais ao estudo e, em especial, documentos orientadores de organizações
nacionais e internacionais. Assim, com o propósito de fornecer uma visão mais
fidedigna da temática, destacou-se a realidade portuguesa de formação inicial docente
para análise.
Resultados
O mestrado em Ensino em Portugal – descrição documental
O Decreto-Lei 240/2001, relembrando as bases do Sistema Educativo português
(Decretos-Lei 194/99, 6/2001 e 7/2001) nas quais se estabeleceu uma revisão do
sistema de acreditação de cursos que confereririam qualificação profissional para a
docência, fixa os princípios orientadores da organização e gestão do currículo desses
níveis. De acordo com o referido regime, o professor é o profissional detentor de
diplomas que certificam a formação profissional específica através de cursos que se
organizam de acordo com as necessidades do respectivo desempenho profissional com
perfis de qualificação para a docência e reconhecimento, bem como os padrões de
qualidade da formação inicial para a respectiva acreditação e certificação.
Tais indicações podem ser consideradas como alicerces para a estruturação do que
hoje se chama mestrado em ensino em Portugal:
Figura 1: Mestrado em ensino em Portugal
Ao relacionar tais normativas, percebe-se que o desempenho profissional deste
professor é considerado a partir da integração da formação inicial com a aprendizagem
ao longo da vida para um “desempenho profissional consolidado e para a contínua
adequação deste aos sucessivos desafios que lhe são colocados” (Decreto-Lei
240/2001). Para tanto, foi desenhado um perfil docente a partir de grandes dimensões
estruturais:
a) Dimensão profissional social e ética, a qual descreve o dever que este profissional
tem, com apoio na investigação, na reflexão partilhada da prática educativa e no
enquadramento em orientações de política educativa.
b) Dimensão de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem no âmbito de um
currículo, no quadro de uma relação pedagógica de qualidade, integrando, com
critérios de rigor científico e metodológico, conhecimentos das áreas que o
fundamentam.
186
c) Dimensão de participação na escola e de relação com a comunidade, tendo a escola
como espaço de educação inclusiva e de intervenção social, no quadro de uma
formação integral dos alunos para a cidadania democrática.
d) Dimensão de desenvolvimento profissional ao longo da vida a partir da
incorporação da sua formação como elemento constitutivo da prática profissional, da
sua prática pedagógica, da reflexão fundamentada sobre a construção da profissão e
do recurso à investigação,
e) Dimensão de cooperação com outros profissionais.
Assim, o atual Sistema Educativo (Decreto-Lei 74/2006) estabelece os fatores de
qualificação, mobilidade e internacionalização na qual visa assegurar a preparação
científica e cultural e proporcionar uma formação técnica que habilite para o exercício
de atividades profissionais e culturais e fomente o desenvolvimento das capacidades
de concepção, de inovação e de análise crítica, em conformidade com os princípios da
Declaração de Bolonha na criação de condições para a aprendizagem ao longo da vida,
na adoção do modelo de organização do Ensino Superior em ciclos, na transição de um
sistema de ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um sistema
baseado no desenvolvimento de competências e na adoção do sistema europeu de
créditos curriculares.
Já com o Decreto-Lei n. 43/2007 atribuiu-se prioridade ao desafio da qualificação de
um corpo docente português de qualidade a partir da revisão das condições de
atribuição de habilitação para a docência com a definição e verificação de
cumprimento dos currículos nacionais dos ensinos básico e secundário, destacando
aqui a definição das condições necessárias à obtenção de habilitação profissional para
a docência num determinado domínio.
Conclusões
Neste sentido, a titularidade da habilitação profissional para a docência é conferida a
quem obtiver tal qualificação através de uma licenciatura e de um subsequente
Mestrado em Ensino, no domínio específico em que irá lecionar.
A partir de então, a referência fundamental da qualificação para a docência é o
desempenho esperado dos docentes no início do seu exercício profissional, segundo
aquele normativo, bem como a necessidade de adaptação do seu desempenho às
mudanças decorrentes das transformações emergentes na sociedade, na escola e no
papel do professor, da evolução científica e tecnológica e dos contributos relevantes
da investigação educacional.
Figura 2: Contributos relevantes da qualificação docente em Portugal
187
Por tais mudanças entende-se, portanto, a relação entre o conhecimento nos
domínios de ensino, conteúdo científico, humanístico, tecnológico ou artístico da área
curricular de docência, assim como por meio da definição de um número de créditos
necessários. Nesta linha, os ciclos de estudos poderiam ser organizados incluindo as
seguintes componentes: (a) formação educacional geral; (b) didáticas específicas; (c)
iniciação à prática profissional; (d) formação cultural, social e ética; (e) formação em
metodologias de investigação educacional e (f) formação na área de docência.
Com o objetivo de se pensar futuras ações poderia ser proposto a conscientização
pedagógica e didática para professores e candidatos a futuros professores do ensino
básico e secundário formados na Europa, sendo de forma concreta possível um
processo mais integrador e consciente da relação destacada neste estudo: professorrecursos-prática docente.
Referências
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188
BALANCE DE LA APLICACIÓN DEL PLAN BOLONIA EN LA
UNIVERSIDAD DE MURCIA. DISEÑO DE UN INSTRUMENTO
DE ANÁLISIS
Sánchez Fuster, Mari Carmen; Alonso Estévez, Begoña; Molera Peris,
María Lourdes (Universidad de Murcia)
Resumen
En esta comunicación se presenta un instrumento de evaluación diseñado con el
objetivo de realizar un balance de la aplicación del Plan de Bolonia en la Universidad de
Murcia. Detectada la falta de estudios empíricos y de herramientas globales de
evaluación, se ha optado por diseñar un cuestionario específico para cada colectivo,
teniendo en cuenta sus características diferenciales en cuanto a su implicación en
distintos aspectos del desarrollo del Espacio Europeo de Educación Superior.
Introducción
La implantación del Espacio Europeo de Educación Superior (EEES) ha exigido cambios
importantes en las universidades españolas, en un intento de mejorar la calidad de la docencia
y la empleabilidad de los futuros egresados en un mercado de trabajo globalizado y en continuo
cambio (García y Pérez, 2008).
Al igual que el resto de universidades españolas, la Universidad de Murcia (UM) ha
tratado de adoptar las medidas encaminadas a completar la plena integración del
sistema español en el EEES, de acuerdo al artículo 87 de la Ley Orgánica de
Universidades 6/2001, de 21 de diciembre. Una década después de la puesta en
marcha del Plan Bolonia (PB) se hace necesaria una reflexión en cuanto a una
valoración cuantitativa y cualitativa de su aplicación en la UM. Es imprescindible
conocer la opinión de los estudiantes, últimos beneficiarios de los cambios, pero
también del Personal de Administración y Servicios (PAS) y del Personal Docente e
Investigador (PDI), quienes en definitiva han sido el motor de los cambios en las
estructuras y en los planes de estudios, desde su diseño y gestión hasta su aplicación
diaria.
Marco teórico
La puesta en marcha del PB ha supuesto un importante reto a nivel europeo.
Rectores de distintas universidades, con orígenes ideológicos y territoriales diversos,
han llegado a un acuerdo de convergencia similar al que en su momento se alcanzó
con los Tratados fundadores del espacio comunitario, con la peculiaridad ahora de
ampliar la integración al campo de la cultura y de la educación superior.
A las exigencias iniciales del proceso de Bolonia, que prácticamente se limitaban a la
estructura de los estudios universitarios en dos ciclos (Grado y Posgrado), se han ido
añadiendo nuevos elementos, que afectan, entre otros, a los sistemas de evaluación
del alumnado y a los procesos de mejora y control de la calidad de las universidades y
de los respectivos títulos. Aunque uno de los aspectos del proceso que más ha
189
transcendido y más polémica ha despertado es la revolución metodológica que
implica, “educación superior centrada en el alumno” (Del Pozo, 2008).
El EEES se ha implantado en Europa a ritmos diversos (Salaburu, Haug y Mora, 2011) y
España es quizá uno de los países que ha sufrido más dificultades. Sin duda, la
irrupción de la crisis económica ha obstaculizado la puesta en práctica de un plan
ambicioso en cuanto a inversiones, cambios de estructura, actualización del personal,
etc. El nuevo modelo plantea grandes retos para toda la Comunidad Universitaria y,
como toda reforma, implica una serie de cambios que están generando gran debate
social (Cazorla, 2011). Son numerosas las quejas sobre el exceso de burocratización
de la universidad actual (CIAN, 2015), lo que podría solventarse con un aumento de la
financiación pública, difícilmente viable en la actual situación. Parece necesario, por
tanto, desarrollar trabajos empíricos que permitan conocer la percepción de los
agentes implicados.
Metodología
Un estudio de estas características requiere información diferencial, y es por ello que
se necesitaba un cuestionario específico para los distintos actores implicados en el
Sistema Educativo Universitario (alumnos, PDI y PAS), que recogiera aquellos puntos
en los que cada colectivo representaba la mejor opción como informante (Jornet,
González y Perales, 2012).
La adopción del EEES supone una revolución en el proceso de enseñanza-aprendizaje,
lo que implica cambios en la forma de actuar de docentes y alumnos. El estudiante es
ahora el protagonista principal, responsable activo de su propio aprendizaje (Benito y
Cruz, 2005). Debe aprender “haciendo”, para así desarrollar una serie de competencias
y actitudes que le servirán en su futuro desarrollo profesional (De Miguel, 2006). Y
aunque su implicación en el mundo universitario suele ser inferior a la observada en
países anglosajones o nórdicos (Michavila y Parejo, 2008), es vital conocer su opinión
sobre la implantación del PB que se está llevando a cabo.
Paralelamente, el papel del profesor también ha cambiado, pasando a ser un
orientador del aprendizaje, lo que exige una cuidadosa planificación de las actividades
a realizar, así como el diseño de materiales innovadores y nuevos recursos educativos,
el manejo de las TICs y el uso de herramientas de evaluación adecuadas. Puesto que
todo ello supone gran esfuerzo y dedicación, a la vez que requiere una formación
específica en aptitudes pedagógicas (Huber, 2008; Villa, 2008), es de gran interés
disponer de información directa sobre cómo perciben este cambio los docentes.
Y aunque la implantación del EEES incumbe sobremanera a profesores y alumnos,
también afecta al personal de administración y servicios, que participa en cuestiones
fundamentales de gestión, como los sistemas de garantía de la calidad, y en el
mantenimiento de los recursos docentes, especialmente de tipo tecnológico,
esenciales en este nuevo tipo de docencia. Por este motivo, es importante conocer su
punto de vista.
Por tanto, se han diseñado tres versiones de los cuestionarios en función del colectivo
al que se dirigen, que han sido testadas con una muestra piloto. Las tres presentan una
parte común, correspondiente a información de carácter personal (sexo, edad y centro
190
en el que trabaja o estudia), y otra específica que cuenta con un número diferente de
indicadores simples, expresados en una escala de cinco puntos, para valorar el grado
de acuerdo con distintos aspectos relativos a la implantación del EEES.
Así, se han definido ítems para evaluar la consecución de los objetivos planteados
(tabla 1): diseñar títulos comparables en los distintos países, promocionar la dimensión
europea y social de la educación universitaria, promover una formación integral y
continuada a lo largo de la vida (aprendizaje activo, crítico, reflexivo y colaborativo),
facilitar la movilidad de los agentes universitarios y la inserción al mercado laboral, etc.
Asimismo, se han incluido ítems para detectar si se están cumpliendo las condiciones
adecuadas para la implantación del nuevo sistema, ya que estudios recientes parecen
constatar algunos problemas, como la falta de recursos y de formación adecuada, el
escaso reconocimiento institucional del esfuerzo realizado por PDI y PAS, la excesiva
burocratización y la ausencia de protocolos claros en muchos procesos (Pozo y
Bretones, 2015). La realidad de la implantación del EEES en un período de crisis ha
obligado a trabajar en unas condiciones que no eran las estipuladas, especialmente en
las facultades más masificadas.
Resultados
El principal resultado de este trabajo se concreta en los cuestionarios diseñados para
los tres colectivos implicados en la implantación del EEES en la UM. El análisis de los
datos proporcionados por la administración de estos cuestionarios nos permitirá
conocer el estado de aplicación real del PB, teniendo en consideración la percepción
individualizada de los agentes implicados en el proceso.
Conclusiones
El EEES establece unos niveles elevados de transparencia y calidad, a través de
sistemas de evaluación que lo hacen competitivo a nivel internacional (Michavilla,
Martínez y Merchi, 2015). En esta línea, nuestro estudio propone una herramienta
para estudiar el grado de consecución de los objetivos planteados a partir de la
Declaración de Bolonia. Esto es especialmente interesante en la actualidad, en pleno
proceso de acreditación de los títulos tras las primeras generaciones de egresados,
cuando se plantea la posibilidad de un nuevo cambio hacia títulos de Grado de tres
años.
191
Tabla 1.
Items cuestionarios
Alumnos
PDI
PAS
La Universidad de Murcia está dotada de los recursos (personales, económicos y de infraestructura)
necesarios para desarrollar el PB
La reforma universitaria realizada a partir del PB contribuye a un mayor desarrollo de la cultura europea
El PB supone un avance en la consecución de una Educación Superior de calidad
El PB ha facilitado la movilidad entre la comunidad universitaria de los países europeos
Las aulas reúnen las características adecuadas para desarrollar
trabajos en grupo
El peso que tienen los trabajos prácticos en las asignaturas
dentro del PB es excesivo
La relación profesor-alumno es cercana tal y como plantea el PB
La Educación con el PB es más práctica y profesional
La implantación del PB ha supuesto un incrementado en la burocracia
El PB ha supuesto un aumento de las retribuciones proporcional al del trabajo
El PB permite mayor flexibilidad en la actividad diaria
El
uso
de
metodologías
docente activas y
participativas
es
generalizado con el
PB
Los horarios de los
estudios de Grado
tras Bolonia permiten
compatibilizar otras
actividades
El
proceso
de
enseñanzaaprendizaje
implantado por el PB
es satisfactorio
La aplicación del PB ha supuesto un
incremento del trabajo del profesorado
La libertad de cátedra se ha reducido con el
PB
El sistema de acreditación de la ANECA es
totalmente objetivo
El
PB
exige
mayor
especialización/profesionalizaci
ón
El
PB
exige
mayor
conocimiento de idiomas en el
desarrollo de las tareas
El actual sistema de selección del
profesorado mejora el sistema anterior al PB
Se cumple el desdoble de grupos y la ratio
propuesta en el PB
El PB favorece
profesorado
la
creación
de
más
La actividad docente es más satisfactoria con
el PB
El PB posibilita una mayor dedicación a la
actividad investigadora
La implantación del PB ha supuesto un mayor
reconocimiento institucional de la docencia
La formación recibida para desarrollar el PB
ha sido adecuada
La aplicación del PB ha supuesto un cambio
en la relación profesor-alumno
La adaptación al PB ha conllevado una
mejora en la calidad de la enseñanza
Los cambios realizados en el proceso de
enseñanza-aprendizaje a partir del PB son
positivos
Con el PB los alumnos están más motivados y
aprenden mejor
192
Referencias
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193
EMPLEO DE LA AUTOEVALUACIÓN EN EL GRADO EN
CIENCIAS DE LA ACTIVIDAD FÍSICA Y DEL DEPORTE
Fraile, Juan (Universidad Politécnica de Madrid); Pardo, Rodrigo
(Universidad Politécnica de Madrid); Panadero, Ernesto (Universidad
Autónoma de Madrid)
Resumen
El objetivo de este trabajo es explorar el empleo de la autoevaluación en el contexto
real de aula. En este trabajo entendemos la autoevaluación como dos posibles
acciones: tanto como la metodología de enseñanza-aprendizaje orientada a enseñar al
alumno cómo evaluar su propio trabajo; como la autocalificación, que consiste en
evaluar de forma cuantitativa con una repercusión directa en la nota final de la
asignatura. Para ello se analizaron 1.789 guías docentes de las asignaturas
correspondientes a los planes de estudio del Grado en Ciencias de la Actividad Física y
el Deporte de las 40 facultades españolas que imparten dichas enseñanzas de forma
presencial. Los resultados obtenidos mostraron que en el 14,99 % de las asignaturas se
dice emplear la autoevaluación: 7,55 % como metodología de enseñanza-aprendizaje y
9,43 % como autocalificación. Estos valores son muy inferiores comparados con otros
de un estudio similar (Panadero, Brown & Courtney, 2014) y, evidentemente,
considerando la importancia que tiene la autoevaluación.
Introducción
El Proceso de Bolonia puso en marcha la creación del Espacio Europeo de Educación
Superior (EEES) con una nueva estructura de estudios y unas directrices encaminadas a
garantizar la calidad de la enseñanza a nivel superior. Así nacen las competencias. En
cuanto a su evaluación, el primer aspecto a destacar es que esta forma parte del
proceso de enseñanza-aprendizaje. Por tanto, implica el paso de “la evaluación de los
aprendizajes a la evaluación para los aprendizajes y a la evaluación como aprendizaje”
(Pérez, Soto, Sola, & Serván, 2009, p. 6). Así, se sustituye la evaluación tradicional en
un determinado momento por la evaluación de un continuo (Bordas & Cabrera, 2001)
y se acuña el término de evaluación formativa aludiendo a “todo proceso de
constatación, valoración y toma de decisiones cuya finalidad es optimizar el proceso de
enseñanza-aprendizaje que tiene lugar, desde una perspectiva humanizadora y no
como mero fin calificador” (López-Pastor, 2009, p. 35). Varios autores definen como un
modelo de evaluación de 360° en el que están implicados el docente, el propio alumno
de sí mismo y éste y sus compañeros entre ellos (Cano, 2008). Es decir:
heteroevaluación, autoevaluación y evaluación entre iguales o pares.
Marco teórico
La autoevaluación está estrechamente relacionada con la competencia de “aprender a
aprender” correspondida a su vez con el término conocido como life long learning
(aprendizaje a lo largo de toda la vida). Este proceso se conoce como capacidad de
194
autorregulación del aprendizaje y los docentes han de desempeñar dos funciones
principales:
Diseñar situaciones de aprendizaje y evaluación que ayuden a que los
alumnos generen su propio feedback (Nicol & Macfarlane-Dick, 2006).
Ayudar a que los alumnos reflexionen y tomen conciencia del proceso
de aprendizaje y del resultado del mismo para mejorar su capacidad de
autorregulación, de la cuál la autoevaluación es clave (Paris & Paris, 2001). Por
ello, enseñar a los alumnos a autoevaluarse debería tomarse como objetivo
instruccional (Panadero & Alonso-Tapia, 2013).
La definición de autoevaluación que consideramos más adecuada es de Panadero
(2011, p. 78): “la valoración cualitativa de la ejecución, esto es, proceso de aprendizaje
y del producto final del mismo, valoración realizada a partir de unos criterios
preestablecidos y modulada por los niveles de perfección que el alumno desee
alcanzar”. Esta definición comienza haciendo alusión a que es una “valoración
cualitativa”. En este sentido hay que diferenciar del concepto que se ha tenido
habitualmente de la autoevaluación como una forma de ponerse el alumno una propia
nota. De un modo adecuado, este aspecto más cuantitativo es actualmente
denominado autocalificación (Andrade & Valtcheva, 2009).
El mero hecho de ponerse una nota no está considerado una correcta estrategia
pedagógica ya que no permite que el alumno lleve a cabo una reflexión sobre lo que ha
realizado (Alonso-Tapia & Panadero, 2010; Panadero, Alonso-Tapia, & Huertas, 2012).
Estos aspectos no quieren decir que no se realice una valoración cuantitativa por parte
del alumno al final del proceso; sino que la parte fundamental de la autoevaluación es
la reflexión que se realiza permitiendo aprender de errores y aciertos (Panadero &
Alonso-Tapia, 2013) tanto del trabajo académico como de habilidades (Panadero,
Brown, & Courtney, 2014) y, por tanto, la autocalificación también se incluye en el
presente estudio junto con la autoevaluación orientada exclusivamente al proceso de
enseñanza-aprendizaje.
La autoevaluación tiene lugar a lo largo de todo el proceso de aprendizaje debido a
que el estudiante, a medida que va realizando su trabajo, lo revisa continuamente
teniendo en cuenta los criterios que ha de seguir (Greene & Azevedo, 2007). El
enfoque competencial presta atención a todas las fases del proceso, no sólo el
producto final. Por ello, se ha de introducir la autoevaluación desde la fase de
planificación (Andrade & Valtcheva, 2009).
La exposición de estos factores tienen por objetivo destacar y resaltar la importancia
de la autoevaluación y, por ende, de esta investigación con el fin de conocer qué
empleo se lleva a cabo en el contexto real del Grado en Ciencias de la Actividad Física y
del Deporte.
Metodología: muestra
Con el fin de analizar la presencia de la autoevaluación en el Grado en Ciencias de la
Actividad Física y el Deporte se realizó una búsqueda vía internet de las facultades
españolas tanto privadas como públicas que impartiesen dichos estudios de forma
presencial en el curso académico 2014-2015. Formaron parte de la muestra todas las
195
facultades encontradas, siendo un total de 40. En sus respectivos sitios web, se accedió
al plan de estudios y guías docentes correspondientes procediendo a su descarga
elaborándose una base de datos con 1.871 asignaturas. Se descargaron para el análisis
1.789 guías docentes (96 % del total). Aquellas de las que no se pudo disponer la guía,
fue debido a la imposibilidad de descargarla o a ser ésta incorrecta por estar la guía de
otra asignatura asociada. Tras contactar con las respectivas facultades, una parte de
éstas se consiguió, alcanzando la cifra expresada anteriormente. No se tuvieron en
cuenta las asignaturas de Prácticum ni el Trabajo de Fin de Grado.
Resultados
Resultados preliminares muestran que el 7,55 % de las asignaturas emplean la
autoevaluación como metodología de enseñanza-aprendizaje; el 9,43 % como
autocalificación y, en total, el 14,99 % de las asignaturas emplean una u otra.
Los resultados definitivos serán presentados en la conferencia.
Conclusiones
En primer lugar, es de destacar que no se conocen otros estudios sobre el empleo de la
autoevaluación o de sistemas de evaluación empleados en la enseñanza universitaria
que hayan analizado las guías docentes para analizar de forma objetiva la situación en
cuanto a su uso. El único estudio que encontramos con ciertas similitudes es el que
desarrollaron Panadero, Brown, & Courtney (2014) acerca de las concepciones, usos y
experiencias de docentes de Educación Primaria, Educación Secundaria y Educación
Universitaria en el uso de la autoevaluación cuya recogida de datos se realizó a través
de un cuestionario.
En ese estudio, fijándonos en los docentes de educación superior, encontramos que el
89,7 % de los profesores declara que emplea la autoevaluación y el 66,2 % dice utilizar
la autocalificación; frente a la presente investigación en la que el 7,55 % de asignaturas
se usa la autoevaluación en las dos formas que se consideran y del 9,43 % en cuanto a
la autocalificación exclusivamente.
Estas grandes diferencias nos llevan a reflexionar por qué la declaración de empleo de
la autoevaluación no tiene una traducción en su uso reflejado en la guía docente.
Consideramos que se debe a la importancia que den los profesores a la
autoevaluación, ya que ésta puede emplear de diversas formas y con diferentes
objetivos de aprendizaje, en muchas ocasiones no conocidos por éstos.
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198
USO DE METODOLOGÍAS ACTIVAS. OPINIÓN DEL
PROFESORADO DE LA UNIVERSIDAD DE GRANADA
Crisol Moya, Emilio; León Guerrero, Mª José (Universidad de Granada)
Resumen
La transición desde un modelo educativo centrado en la enseñanza hacia un modelo
centrado en el aprendizaje, está suponiendo un gran “cambio cultural” para la
Universidad como institución educativa, y entre los pilares fundamentales de dicho
cambio, se encuentra la llamada “renovación metodológica”.
A través del presente trabajo, mostramos las opiniones referidas a tres aspectos: si han
recibido formación específica en metodologías activas; si contemplan en su docencia el
uso de metodologías activas; y por último, si cuentan con la opinión de los estudiantes
a la hora de plantear las metodologías de enseñanza-aprendizaje para su docencia,
acciones que consideramos necesarias y que contribuyen a una mejora en la calidad de
la docencia. La muestra de este estudio está compuesta por 594 profesores de distintas
categorías de la Universidad de Granada.
La investigación se ha basado en la perspectiva cuantitativa, siendo el instrumento
utilizado un cuestionario. En cuanto a las opiniones principales extraídas, destacar que,
aunque el profesorado universitario no ha sido formado en el uso de metodologías
activas, éstas cada vez son más habituales en las aulas y que en su uso se cuenta con
los directamente implicados (los estudiantes).
Introducción
La finalidad de la enseñanza universitaria es formar a profesionales competentes que
orienten y lideren el progreso intelectual y cultural de la sociedad. Se trata de ir más
allá del conocimiento de la materia y promover competencias para un desarrollo no
sólo intelectual sino también profesional.
Por otro lado, la Universidad actual se basa en la formación continuada del sujeto a lo
largo de toda su vida. La cual hace necesaria una reflexión y una redirección de las
actuales metodologías basadas en el trabajo autónomo del estudiante y en la
participación activa en su aprendizaje. Hablamos de un sistema universitario moderno
de calidad, centrado en la formación integral del estudiante, donde el profesor
universitario tiene que hacer algo más que dar clase y fomentar el aprendizaje creativo
y autónomo, haciendo que el alumno piense por sí mismo. A partir de este momento,
la docencia deja de ser prioritaria y el aprendizaje universitario se convierte en el
protagonista.
Marco teórico
La enseñanza universitaria actualmente tiene lugar en una institución que fomenta la
búsqueda, adquisición y construcción del saber científico, así como la crítico de esos
conocimientos (López, 2007). Pero, tradicionalmente, el protagonista ha sido el
profesor, considerado como el único portador y responsable del conocimiento,
199
generador en el aula de una relación comunicativa puramente transmisora, jerárquica
y unidireccional; donde los estudiantes no tenían nada que aportar, nada que decir,
nada que opinar y, por supuesto, nada que cuestionar.
En la actualidad esta perspectiva, basada absolutamente en la transmisión de
información y fundamentada en la metodología expositiva, parece no dar respuesta a
las demandas de la sociedad del conocimiento, ni se ajusta como “metodología única”
a las reformas educativas que se están desarrollando.
Es necesario que el docente, colaborativamente, realice un giro significativo desde el
punto de vista pedagógico, epistemológico y psicosocial, hacia la búsqueda de nuevas
estrategias docentes y alternativas que tomen en consideración los principios de
creatividad, calidad, competencia y colaboración que promueve el nuevo modelo de
sociedad (López, 2007).
Como defiende la Declaración de la UNESCO (1996), ya no basta con que cada persona
almacene al principio de su vida una reserva de conocimientos, a los que después
puede recurrir. Se trata de estar en condiciones de aprovechar y utilizar en cada
ocasión el primer saber para profundizar, actualizar y adaptarlo en todo momento y
circunstancia, a una sociedad en permanente cambio.
Es hora de cambiar nuestros pensamientos acerca del binomio enseñanza-aprendizaje
ya que, las nuevas propuestas de organización del currículum universitario siguen otra
lógica curricular, y a ellas debemos acercarnos (Goñi, 2005).
La transición desde un modelo educativo centrado en la enseñanza hacia un modelo
centrado en el aprendizaje, está suponiendo un gran “cambio cultural” para la
Universidad como institución educativa, y entre los pilares fundamentales de dicho
cambio, se encuentra la llamada “renovación metodológica”.
Las nuevas enseñanzas traen consigo una reformulación de los roles y competencias,
tanto del profesorado como del estudiante. Hasta ahora para el profesorado, la clase
magistral, había sido su modo de desenvolverse en la docencia, pero ésta está siendo
complementada por sesiones en la que hay una mayor participación del estudiante,
dando lugar así a lo que se conoce como clase magistral participativa, donde se hará
uso de las denominadas metodologías activas.
En contraste con las metodologías tradicionales, las activas se fundamentan
principalmente en que el estudiante es el responsable de su propio aprendizaje,
participa y colabora en él, con el fin de desarrollar su propia autonomía a la hora de
aprender y de enfrentarse a los problemas reales a través del desarrollo de ciertas
habilidades cada vez más requeridas en la vida laboral.
La labor principal de las metodologías activas11 de aprendizaje, es conseguir que el
estudiante alcance los objetivos propuestos en las materias a la vez que adquiere una
serie de competencias o habilidades y valores, como son el trabajo en equipo, la
capacidad de comunicación, de reflexión, etc. Para ello, el docente deberá buscar,
seleccionar y organizar actividades que propondrá al estudiante para facilitarle su
11
Por metodologías activas se entiende hoy en día aquellos métodos, técnicas y estrategias que utiliza el docente
para convertir el proceso de enseñanza en actividades que fomenten la participación activa del estudiante y lleven
al aprendizaje.
200
aprendizaje significativo. Esta nueva función hace que se descentre del acto didáctico.
Un cambio adecuado de las prácticas docentes puede permitir ofrecer a la sociedad
profesionales creativos, reflexivos, con una sólida base de conocimientos técnicos y
tecnológicos, capaces de aprender a lo largo de la vida y con habilidades comunicativas
imprescindibles hoy en día (Labrador, Andreu y Ribes, 2008).
El buen uso de las metodologías activas por el profesorado se ha convertido en una
preocupación primordial de la Educación Superior. Sin embargo, parece que la mejor
opción, es la diversificación metodológica, con secuencias y combinaciones diferentes
en función de las diversas circunstancias en que se desarrolla la enseñanza
universitaria, sobre todo combinando las clases magistrales con alguna metodología
activa (León et al., 2010).
Metodología
El objetivo general del estudio, es conocer la opinión y la percepción del profesorado
sobre el uso de metodologías activas en las aulas universitarias; aunque en esta
comunicación nos centraremos en la opinión del profesorado de la Universidad de
Granada en tres aspectos: si han recibido formación específica en metodologías
activas; si contemplan en su docencia el uso de metodologías activas; y por último, si
cuentan con la opinión de los estudiantes a la hora de plantear las metodologías de
enseñanza-aprendizaje para su docencia, acciones que consideramos necesarias y que
contribuyen a una mejora en la calidad de la docencia.
El abordaje metodológico seleccionado para alcanzar los objetivos propuestos, ha sido
la perspectiva cuantitativa, basada en la utilización de un cuestionario compuesto por
129 ítems, el cual ha sido respondido por 594 profesores, de los cuales 325 (54,7%) son
hombres y 269 (45,3%) mujeres, cuyo rango mayoritario de edad esta entre los 41 y los
50 años (216 casos) y entre los 31 y 40 años (179) siendo del primero, 122 hombres y
94 mujeres, y del segundo, 87 hombres y 92 mujeres.
Según las áreas de conocimiento a las que pertenecen, 218 (36,7%) son del área de
Ciencias Sociales y Jurídicas, 122 (20,5%) del de Ciencias, 104 (17,5%) de Artes y
Humanidades, 98 (16,5%) de Ciencias de la Salud, y 52 proceden del área de Ciencias
Técnicas (Ingeniería y Arquitectura) representando el 8,8%. De los 594 sujetos que han
dado respuesta al cuestionario, 529 (89,1%) son doctores y 65 (10,9%) no doctores, lo
que demuestra que la Universidad de Granada agrupa a un mayor porcentaje de
profesores doctores que no doctores.
Respecto a la categoría profesional, la mayoritaria son Titular de Universidad con 237
(39,9% del total), seguida de la de Catedrático de Universidad con 75 (12,6%)
profesores. Estas dos categorías, representan más del 50% de la muestra, coincidiendo
con la distribución de la población del profesorado universitario de la UGR.
En relación a la experiencia docente del profesorado, la mayor parte de los
encuestados, 189 (31,8%) poseen entre 11 y 20 años de experiencia como docentes en
la universidad; 138 (23,2%) han alcanzado entre los 5 y 10 años de experiencia; 114
(19,2) manifiestan tener una experiencia de 21 a 30 años; 83 (14%) superan los 30 años
como docentes en la universidad y 68 (11,6%) tiene menos de 5 años de experiencia.
201
Es en las categorías de Catedrático de Universidad, Titular de Universidad y Contratado
Doctor, donde predomina el profesorado con más experiencia.
El cuestionario empleado para la recogida de la información fue sometido a varias
pruebas piloto desarrolladas en contextos similares y fue validado por cinco expertos.
La fiabilidad del cuestionario se calculó mediante dos procedimientos: el Coeficiente
Alfa de Cronbach (r= 0.893 con un nivel de confianza del 95 p≤0,05) y el Método de
las Dos Mitades (para la primera mitad es de 0,856, compuesta por 65 ítems, y de
0,857 para la segunda mitad (con los 64 ítems restantes). Para ambos procedimientos
se utilizó el programa estadístico SPSS 19.0 .
Resultados
A continuación presentamos los resultados obtenidos en las tres cuestiones objeto de
esta comunicación.
1.
En cuanto a la formación específica recibida sobre metodologías activas, del
total de profesorado que ha dado respuesta a esta pregunta (593), 367 (61,8%)
afirman no haber recibido ninguna formación específica sobre metodologías activas,
mientras que 226 (38%) si han recibido. En este caso, el profesorado perteneciente a la
categoría más numerosa (Titular de Universidad) indica no haber recibido formación
específica sobre metodologías activas.
Es en el área de Ciencias Sociales y Jurídicas donde hay un mayor número de
profesorado que afirma haber obtenido formación específica sobre metodologías
activas, seguido por los de Ciencias y Ciencias de la Salud. Son los de Ciencias Técnicas
los profesores que indican haber recibido menos formación
2.
En línea con la anterior cuestión, al plantearle al profesorado la pregunta,
¿Contempla su docencia el uso de metodologías activas?, casi el total del profesorado
que ha dado respuesta a esta pregunta (592), 518 profesores (87,2%), afirman
contemplar en su docencia el uso de las metodologías activas, mientras que un
restante 12,5%, 74 profesores, afirma no contemplarlas. En este caso la moda se sitúa
en contemplar en la docencia el uso de metodologías activas.
El cruce entre la variable “Uso de metodologías activas en la docencia” con “Área de
conocimiento”, nos muestra que en todas las áreas la mayoría de los encuestados
afirman estar aplicando en su docencia metodologías activas.
En cuanto al uso de metodologías activas por titulaciones, en las titulaciones donde se
contempla un mayor uso de metodología activas, serían: Grado en Bellas Artes (47),
Grado en Conservación Y Restauración de Bienes Culturales (18), Licenciado en Bellas
Artes (23), Grado en Biología (15), Grado en Ciencias Ambientales (15), Licenciado en
Biología (18), Grado en Ciencias de la Actividad Física y del Deporte (17), Grado en
Maestro en Educación Primaria (34), Licenciado en Pedagogía (28), Grado en Derecho
(15), Licenciado en Derecho (14), Grado en Farmacia (24), Licenciado en Farmacia (30),
Grado en Medicina (20), Licenciado en Medicina (20), Grado en Logopedia (18), Grado
en Psicología (16), Grado en Traducción e Interpretación (14), Licenciado en
Traducción e Interpretación (19) y en los distintos Másteres (66).
3.
En cuanto a si el profesorado cuenta con la opinión de sus estudiantes en el
planteamiento de las metodologías de enseñanza-aprendizaje, el 74,1% (439
202
profesores de los 592 que han dado respuesta) del profesorado afirma contar con la
opinión de sus estudiantes, mientras que un restante 25,6% (154 profesores) no
cuanta con la opinión de sus estudiantes en el planteamiento de las metodologías de
enseñanza-aprendizaje.
La mayoría del profesorado del área de Artes y Humanidades (88 frente a 16) y del de
Ciencias Sociales (170 frente a 47)cuentan con la opinión de sus estudiantes, a la hora
de plantear las metodologías activas.
De acuerdo con la categoría del profesorado, en todos los casos, el 50% de los
encuestados señala que cuentan con sus estudiantes a la hora de planificar las
metodologías, salvo en la categoría de Titular de Universidad, en donde el número de
profesorado que cuenta con la opinión de sus estudiantes triplica la cantidad de los
que no.
Conclusiones
A la vista de los resultados, podemos concluir que aunque el profesorado universitario
no ha sido formado en el uso de metodologías activas, éstas cada vez son más
habituales en las aulas y que en su uso se cuenta con los directamente implicados (los
estudiantes).
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203
LAS COMPETENCIAS VERBALES Y ESCRITAS EN EL GRADO
EN EDUCACIÓN SOCIAL: UNA REVISIÓN.
Bermúdez Rey, M. T. (Universidad de Oviedo); Castaño González, M. J.
(Universidad de Oviedo); González Uriel, C. (Universidad Complutense de
Madrid)
Resumen
Introducción. La creciente falta de competencias tanto en el lenguaje escrito como en el
hablado, con la que inician los estudios universitarios los alumnos procedentes de la
educación secundaria, supone uno de problemas más acuciantes a los que debe hacer
frente el profesor universitario , aunque no siempre se realice de forma adecuada:
muchas veces se piensa que es tarea del alumno suplir las deficiencias que en
competencias lingüísticas arrastra; otras se cree que ya que el educando cursa estudios
universitarios, es responsabilidad de la universidad el suplir tales carencias, y otras
muchas los profesionales se centran en el desarrollo de sus materias intentando pasar
por alto, lo que deviene en inadmisible.
Los estudios de Educación Social en España, como el resto de las titulaciones
universitarias, están inmersos en la adaptación al Espacio Europeo de Educación
Superior (EEES), que plantea el desarrollo de la formación superior basada en
competencias incluyendo entre éstas, las competencias lingüísticas. El objetivo del
presente trabajo consiste en analizar las competencias lingüísticas del Grado en
Educación Social de la Universidad de Oviedo con el fin de contemplar su tratamiento.
Metodología Tomando como referencia el Grado en Educación Social antes
mencionado, se han extraído tanto las competencias lingüísticas como las vinculadas
con éstas, insertas en las disciplinas impartidas en los cuatro años de estudios
universitarios.
Los resultados indican que si bien las competencias lingüísticas se evalúan desde
asignaturas específicas correspondientes a su área de estudio, también se contemplan
desde otras.
Conclusión se hace necesaria una revisión de las competencias lingüísticas en las
disciplinas de grado, ya que debe existir una cierta corresponsabilidad de las materias
no específicas, en la adquisición de las mismas.
Marco Teórico
Morales y Cassany (2008), parten de lo que denominan tópicos falsos, entre ellos el
que da por supuesto que los estudiantes universitarios ya poseen competencias
lingüísticas adquiridas durante la primera enseñanza y consolidadas en la educación
secundaria; si a esto se añade que los alumnos que acceden a los estudios superiores
son los mejor preparados, se asume que la universidad puede construir un aprendizaje
a partir de estas bases.
La titulación de Grado en Educación Social en España, como en el resto de las
titulaciones universitarias, está inmersa en la adaptación de sus planes de estudios al
204
Espacio Europeo de Educación Superior (EEES), sustentado en la Declaración de
Bolonia (1999) (García y Pérez, 2009).
Para Poblete y García (2007), el denominado Plan de Convergencia Europea plantea, el
desarrollo de la formación superior basada en competencias, y las competencias de
carácter lingüístico poseen una especial relevancia dentro del marco competencial de
los estudios de grado en Educación Social, cuyo dominio se considera imprescindible
para la formación de los futuros profesionales.
Así se comenzará haciendo referencia a lo que se entiende por competencia, para
posteriormente hacer hincapié en las denominadas competencias lingüísticas.
Zabala y Arnau (2009), señalan que el uso del término competencia supone la
necesidad de superar una enseñanza basada en el aprendizaje memorístico de
conocimientos.
En la década de los setenta, y en el ámbito empresarial, surge el término
“competencia” para caracterizar a una persona capaz de realizar una tarea de forma
eficiente. Estas ideas harán mella en los estudios de formación profesional, para
extenderse al resto de niveles educativos.
Zabala y Arnau (2009, p.42) definen el término competencia como la capacidad de
efectuar tareas o hacer frente a situaciones diversas de forma eficaz en un contexto
determinado, y para ello es necesario movilizar actitudes, habilidades y conocimientos
al mismo tiempo y de forma interrelacionada.
En cuanto a las denominadas competencias lingüísticas, es conveniente dividirlas para
su estudio, en competencias de comunicación verbal y escrita.
Para Villa y Poblete (2008, p.186), la competencia en comunicación verbal supone
“expresar con claridad y oportunidad las ideas, conocimientos y sentimientos propios a
través de la palabra, adaptándose a las situaciones y audiencias para lograr su
comprensión y adhesión”.
Sus niveles de dominio suponen:
1Expresar las propias ideas de forma estructurada e inteligible, interviniendo con
oportunidad tanto en situaciones de intercambio, como en las más formales.
2Tomar la palabra en grupo con facilidad; transmitir convicción y seguridad y
adaptar el discurso a las exigencias formales.
3Conseguir con facilidad la persuasión y adhesión de sus audiencias, adaptando
su mensaje a las características de las mismas.
Para estos autores, la competencia en comunicación escrita supone “relacionarse
eficazmente con otras personas a través de la expresión clara de lo que piensa y/o
siente, mediante la escritura y los apoyos gráficos”.
Sus niveles de dominio suponen:
1Comunicar correcta y claramente por escrito lo que se piensa o se siente con
los recursos adecuados en escritos breves.
2Comunicarse con soltura por escrito, estructurando el contenido del texto y los
apoyos gráficos para facilitar la comprensión del lector en escritos de extensión media.
3Resultar convincente mediante la comunicación escrita, demostrando un estilo
propio en los escritos largos y complejos.
A estas competencias se debe añadir una tercera, que es la competencia en
comunicación en lengua extranjera, que supone para los autores mencionados (2008,
205
p.197) “entender y hacerse entender de manera verbal y escrita usando una lengua
diferente a la propia”
Los niveles de dominio de la misma son:
1Comunicarse correctamente de forma verbal y escrita en una lengua ajena a la
propia.
2Comunicarse con soltura de forma argumentada en otra lengua en textos de
cierta complejidad.
3Mantener relaciones de intercambio y colaboración en lengua extranjera en
situaciones diversas.
Es importante tener en cuenta que las competencias así definidas, se vinculan a su vez
a otras, haciendo difícil la separación entre las denominadas competencias lingüísticas
y de otro tipo. Así la competencia comunicación verbal se encuentra estrechamente
vinculada a las competencias de comunicación interpersonal, a la capacidad para
pensar reflexivamente, etc. (Villa y Poblete, p. 184).
Metodología
Se analiza la inclusión de competencias lingüísticas en el Grado en Educación Social de
la Universidad de Oviedo (www.facultadpadreosso.es); para ello se consultan todas las
guías de las asignaturas que lo componen que suman un total de treinta y nueve,
correspondiendo diez asignaturas a primer curso; diez a segundo curso, ocho
asignaturas a tercer curso y once asignaturas correspondientes a cuarto curso. Es
necesario mencionar que se han incluido todas las asignaturas optativas.
De acuerdo con lo anteriormente descrito se opta por considerar en primer lugar, las
competencias lingüísticas consideradas única y exclusivamente de acuerdo con la
descripción realizada con anterioridad: CG10 Desarrollar las destrezas de la
comunicación profesional oral y escrita, CG11 Ser capaz de comunicarse en una
segunda lengua; decidiéndose posteriormente de acuerdo con Villa y Poblete (2007, p.
184) seleccionar y añadir las competencias que no siendo estrictamente lingüísticas se
encuentran estrechamente vinculadas a las mismas; teniendo en cuenta las siguientes:
CG2, Desarrollar la capacidad de análisis y síntesis; CG3, Recopilar, tratar y gestionar la
información relativa al ámbito profesional para fundamentar su acción; CG4,
Desarrollar un razonamiento y un pensamiento crítico, y saber comunicarlos de
manera efectiva; CG17, Desarrollar y promover habilidades de comunicación
interpersonal; CE2, Potenciar las relaciones interpersonales y de los grupos sociales;
CE8 Saber formalizar los documentos básicos que regulan la acción socioeducativa;
CE12 Comprender y saber utilizar los referentes conceptuales y contextuales de la
Educación Social; CE14 Mediar en situaciones de riesgo y conflicto social; CE19
Elaborar e interpretar informes técnicos sobre acciones, procesos y resultados
socioeducativos; CE20 Realizar estudios prospectivos sobre características,
necesidades y demandas socioeducativas
Con el fin de obtener una visión aclaratoria de lo expuesto con anterioridad se incluye
la Tabla 1.
206
Tabla 1
Resultados
- En primer curso de diez asignaturas, sólo dos que se pueden considerar específicas,
Inglés y Técnicas de Comunicación Lingüística, contemplan las competencias 10 y 11,
como cabía esperar la primera, Inglés contempla la CG11 y Técnicas de Comunicación
Lingüística contempla la CG10. Todas las demás asignaturas de este curso, tienen en
cuenta competencias asociadas a las primeras, destacándose entre ellas la CG2 y la
CE2.
- En segundo curso de las diez asignaturas registradas, dos asignaturas consideradas no
específicas, contemplan la competencia CG10, siendo éstas Animación Sociocultural I y
207
Educación Permanente. Todas las demás asignaturas (menos una), incluyen
competencias asociadas a las primeras destacándose entre ellas, la CE20
- En tercer curso de las ocho asignaturas, una asignatura no específica, la denominada
Prácticas Externas I contempla la C10. Todas las demás menos una, contemplan
competencias asociadas, destacándose entre ellas, la presencia de CG2.
- En cuarto curso de las once asignaturas, una considerada específica, Comunicación y
Habilidades Sociales, tiene en cuenta a la CG10, al igual que dos disciplinas no
específicas, como son las Prácticas Externas II, y el Trabajo de Fin de Grado. Todas las
demás, a excepción de dos, contemplan competencias vinculadas con aquellas,
destacándose la presencia de la CE2.
Conclusiones
Es necesario no ceñirse al término de competencia lingüística como tal, sino abrir el
abanico de posibilidades a la hora de evaluarlas. En el caso aquí presentado se
entiende que dichas competencias no deben restringirse a disciplinas específicas
(Técnicas de Comunicación Lingüística e Inglés).
Se considera positivo el que disciplinas como Prácticas Externas y Trabajo de Fin de
Grado, contengan un gran número de competencias lingüísticas o vinculadas a las
mismas.
Se hace necesario realizar estudios sobre la evaluación de competencias,
considerándose imprescindible que desde todas las asignaturas exista una gran
exigencia y coherencia a la hora evaluarlas, no teniendo solamente en cuenta la
adquisición de conocimientos.
Referencias
Área, M, (2004). De la biblioteca al Centro de Recursos para el Aprendizaje e
Investigación. Madrid: Ministerio de Educación y Ciencia
Fernández, C., Torío, S., Viñuela, P., Molina Martín, S. y Bermúdez M. T (2008). La
Comunicación oral como competencia transversal de los estudiantes de
Pedagogía y Magisterio: presentación del diseño metodológico de una
innovación para su trabajo en el aula. Revista de Enseñanza Universitaria, 31, 2638.
García Manjón, J.V. y Pérez López, M.C. (2009). Análisis de las competencias
lingüísticas y digitales en el marco de los estudios universitarios de Turismo en
España. Actualidades Investigativas en Educación, 9 (1), 1-27.
Morales, O. y Cassany, D. (2008). Leer y escribir en la universidad: hacia la lectura y
escritura de géneros científicos. Revista Memoralia. Venezuela.
Poblete Ruiz, M. y García Olalla, A. (Coord.) (2007). Desarrollo de competencias y
créditos transferibles. Experiencia multidisciplinar en el contexto universitario.
Universidad de Deusto, Bilbao: Ediciones Mensajero.
Zabala, A. y Arnau, L. (2009). 11 ideas clave. Cómo aprender y enseñar competencias.
Graó: Madrid
208
LA CONSTRUCCIÓN DEL CONOCIMIENTO PROFESIONAL EN
LA FORMACIÓN INICIAL DEL PROFESORADO DE
PRIMARIA EN LA UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE
COMPOSTELA. (I) DISEÑO DE LA INVESTIGACIÓN
Álvarez Núñez, Quintín; Martínez Piñeiro, Mª Esther (Universidad de
Santiago de Compostela)
Resumen
Esta es la primera de dos comunicaciones en las que presentamos los resultados
provisionales de un proyecto de investigación sobre la construcción del conocimiento
profesional en la formación del profesorado de Primaria en la Universidad de Santiago
de Compostela (USC) y en la Universidad de Barcelona (UB). Con ella pretendemos
explorar las respuestas que la formación inicial, con los nuevos estudios de grado, está
ofreciendo al profesorado del futuro para lidiar con las cada vez más complejas y
exigentes demandas sociales a las que se enfrenta. En esta comunicación presentamos
el diseño del proyecto de investigación.
Introducción
La finalidad de este proyecto de investigación es identificar, analizar e interpretar las
percepciones de los futuros profesores y sus formadores sobre los conocimientos que
están construyendo en el desarrollo del plan de estudios de grado de maestro en
educación primaria y la contribución de éstos a configurar una identidad profesional.
En él colaboran el grupo de investigación Stellae de la USC y el grupo Formación
Docente e Innovación Pedagógica (FODIP) de la Universidad Autónoma de Barcelona
(UB). Comenzó en el 2012 y terminará en el 2016. Aquí abordaremos una síntesis de la
investigación realizada por el Grupo Stellae.12
Marco teórico
La construcción del conocimiento profesional constituye una problemática de
permanente interés en la investigación sobre la formación del profesorado, abordada
desde diferentes perspectivas teóricas y metodológicas y de indudable valor debido al
dinamismo de los significados de ser profesor en cada momento histórico, a la propia
multidimensionalidad de los componentes del conocimiento profesional, a las
dificultades de su abordaje y a los cambiantes intereses de las políticas de
investigación y formación.
Uno de los pilares básicos de este proyecto es apostar por la relevancia de la
formación inicial como una etapa decisiva para la construcción del conocimiento
profesional del profesorado. Por ello, en cuanto a los nuevos planes de grado,
podemos preguntarnos: ¿están realmente contribuyendo a una mejora y
12
Los miembros del grupo Stellae que participan en esta investigación, son: Lourdes Montero, Adriana Gewerc,
Esther Martínez, Helena Zapico, Rufino González, Fernando Fraga, Eulogio Pernas, Almudena Alonso, Ana Rodríguez
y Quintín Álvarez.
209
transformación de la formación? ¿Están produciendo respuestas más acertadas para
enfrentar las exigentes demandas de la práctica profesional? ¿En qué medida están
contribuyendo a configurar un conocimiento profesional que capacita adecuadamente
a los nuevos profesores?
Para responder a estar preguntas, necesitamos investigar qué conocimiento
profesional se está construyendo durante la formación inicial y, para ello, debemos
comenzar por definir este constructo. (Montero, 2001: p. 202-203) lo entiende como
“el conjunto de informaciones, habilidades y valores que los profesores poseen,
procedente tanto de su participación en procesos de formación (inicial y en ejercicio)
cuanto del análisis de su experiencia práctica. Una y otra puestas de manifiesto en su
enfrentamiento con las demandas de complejidad, incertidumbre, singularidad y
conflicto de valores propias de su actividad profesional, situaciones que representan, a
su vez, oportunidades de nuevos conocimientos y de crecimiento profesional”. Pero,
en definitiva, no se dispone de un consenso claro sobre qué es el conocimiento
profesional, de manera que hablar de él supone integrar principios, normas, valores,
concepciones, creencias, teorías implícitas, procedimientos y actitudes, sumando
aspectos cognitivos y emocionales
Por otra parte, son diversas las propuestas sobre las distintas categorías que
componen el conocimiento profesional docente. Una de las más conocidas es la
realizada por Grossman (1994), quien, en un primer momento, propuso cinco
componentes (de la materia, pedagógico general, didáctico del contenido y del
contexto), que reformuló posteriormente en seis (conocimiento del contenido y
pedagogical content knowledge, de los alumnos y del aprendizaje, pedagógico general,
del currículum, del contexto y de sí mismo). Grossman insiste en que la presentación
por separado de los diferentes dominios debe entenderse como un recurso analítico,
ya que en la práctica están estrechamente interrelacionados y todos son importantes
para la actividad profesional de los profesores.
Diseño de la investigación
Las hipótesis de partida de este estudio es que la exploración, comprensión, análisis e
interpretación de las perspectivas de estudiantes y formadores sobre los
conocimientos que están construyendo en el desarrollo del plan de estudios de
magisterio, puede generar la reflexión necesaria para promover cambios y atender las
exigencias que la sociedad del siglo XXI plantea a los docentes, ofrecer alternativas
para responder a las nuevas demandas que genera el EEES y contribuir a la mejora de
la formación del profesorado. Sin embargo, es escaso el conocimiento que tenemos
sobre cómo se están desarrollando estos nuevos planes de estudio. De ahí la
pertinencia y relevancia de esta investigación.
En este sentido, se plantean las siguientes preguntas de investigación:

¿Qué conocimientos son incluidos y cuáles excluidos en el desarrollo de
los planes de estudio del grado de maestro?

¿Cómo está siendo percibida la formación inicial por alumnado y
profesorado?

¿Qué concepción de aprendizaje y enseñanza se propone?
210

¿Cómo son percibidas las relaciones entre la teoría y la práctica?

¿Qué lugar ocupan las tecnologías en la construcción del conocimiento
profesional de futuros profesores?

¿Qué actitudes y valores prevalecen en relación con la democracia, la
justicia social, la inclusión y la equidad?
Objetivos
1. Indagar las percepciones de formadores y estudiantes sobre los conocimientos
profesionales construidos en el desarrollo de los planes de estudio del Grado de
Maestro en Educación Primaria y su influencia en la configuración de su identidad
docente.
2. Conocer las perspectivas de estudiantes y formadores sobre las relaciones entre
teoría y práctica que se producen en el plan de estudios.
3. Analizar en qué medida el proceso de construcción de los conocimientos
profesionales responde a las nuevas demandas del EEES.
4. Comparar semejanzas y diferencias en las percepciones del alumnado y los
formadores pertenecientes a contextos institucionales distintos.
5. Analizar la evolución de las perspectivas y expectativas profesionales de los futuros
maestros sobre los conocimientos profesionales adquiridos, principalmente los
vinculados con las demandas de la sociedad del conocimiento.
Metodología: justificación y diseño general
La concreción del diseño de la investigación parte de tres elementos previos de
referencia:
a) comprensión en profundidad de un fenómeno complejo en un contexto nuevo,
como son los estudios de grado, tomando como núcleo de la investigación la
perspectiva de los formadores y alumnos;
b) indagar en la evolución de la perspectiva del alumnado a lo largo de su formación,
analizando su punto de vista desde el momento que inicia sus estudios, durante los
cursos intermedios y en su finalización;
c) interpretación e integración de los resultados obtenidos en los distintos escenarios y
desde las distintas miradas, que nos acerque el desarrollo del plan de estudios,
identificando analogías, diferencias y matices en tres centros y dos universidades, en
un mismo macro-contexto nacional y europeo.
Con este conjunto de elementos, y teniendo en cuenta los objetivos, se adoptó una
metodología cualitativa, combinando distintas técnicas de recogida y análisis de datos.
Diseño temporal
El interés por conocer la posible evolución en la percepción del colectivo de alumnos a
lo largo de su paso por la carrera, nos llevó a utilizar un diseño seccional-cruzado
(Cohen, Manion y Morrinson, 2011: p. 267). Éste permite indagar la evolución de un
fenómeno a través del tiempo, analizando la información recogida de grupos
211
diferentes que se encuentran, en un momento dado, en los distintos estadios de
interés para la investigación. Así, recogimos información de estudiantes de distintos
cursos: recién iniciados en el Grado, los que ya superaron la formación básica y el
practicum I o II y aquellos que se encuentran en el último semestre de la carrera, tras
realizar el practicum III. EL objetivo es comprender la evolución del punto de vista de
este colectivo a lo largo de su formación inicial.
Población de estudio
El objeto central de esta investigación es el grado de Maestro en Educación Primaria
en la USC y en la UB. Se concreta en tres escenarios, dos centros universitarios de la
USC (la Facultad de Formación del Profesorado de Lugo y la Facultad de Ciencias de la
Educación de Santiago de Compostela), y un centro de la UB: la Facultad de Formación
del Profesorado; en los cuales se estudian tres colectivos: alumnado, profesorado
universitario y tutores de practicum.
Fases del estudio
Siguiendo la propuesta de Rodríguez, Gil y García (1999), el diseño se concretó en las
siguientes fases, entendiendo éstas con la flexibilidad propia de los estudios
cualitativos y resaltando su necesaria adaptación a cada uno de los contextos
concretos estudiados:
1) Fase preliminar: selección y análisis de fuentes documentales básicas para conocer,
en profundidad, el marco legal, diseño curricular y marco institucional de los planes de
estudio del Grado de Primaria en la USC y la UB; información básica sobre el
profesorado y alumnado del grado y tutores de practicum: docentes responsables de
cada materia, centros de practicum, tutores participantes, etc.
2) Fase preparatoria, en la que se concretarán las siguientes acciones: a) selección de
los participantes en el estudio: profesorado con docencia en el grado de Primaria;
estudiantes del grado y tutores de practicum. Para su selección utilizamos, de forma
combinada, un muestreo intencional y de casos típicos, para contar con la
participación de sujetos representantes de los perfiles más significativos; b) concreción
del proceso de recogida de datos: diseño del guión de los relatos, las entrevistas y los
grupos de discusión, a partir del conocimiento del marco conceptual y del análisis de
las fuentes documentales.
3) Recogida de datos a través del trabajo de campo, para lo que se utilizaron tres
técnicas de: a) relatos, con el alumnado de 1º curso, para indagar las creencias y
concepciones sobre la profesión docente con las que llegan al grado; b) entrevista en
profundidad al profesorado, alumnado y tutores de practicum seleccionados, para
obtener una visión del proceso de implementación de los grados y del tipo de
conocimientos profesionales que se están enseñando, su relevancia y funcionalidad
para la profesión futura; c) grupos de discusión de alumnado y tutores de practicum,
para lograr información acerca de sus percepciones, sentimientos, creencias y
actitudes sobre este tema.
212
3) Fase analítica: centrada en el discurso oral recogido de las entrevistas y grupos de
discusión y el escrito generado en los relatos del alumnado. El proceso analítico, se
llevó a cabo utilizando como soporte informático el programa Atlas-ti. Se siguieron las
etapas propuestas por Miles y Huberman (1984): a) Preparación de los datos:
trascripción, contextualización del discurso y adaptación para su análisis a través del
programa informático; b) Reducción de datos: separación en unidades de significado
atendiendo al criterio temático, y categorización; c) Disposición de los datos a través
de matrices o diagramas para facilitar la comprensión del objeto de estudio y las
posibles relaciones entre elementos; d) Extracción de conclusiones.
4) Resultados principales: el análisis de los datos recogidos, su adecuada
transformación y disposición empleando estrategias cualitativas se dirigirá a
comprender el punto de vista del alumnado, del profesorado y de los tutores, las
conexiones, discrepancias y acuerdos entre ellos atendiendo a cada escenario y cada
territorio.
Una vez presentado esquemáticamente el diseño de la investigación, en la siguiente
comunicación presentaremos algunos de los resultados preliminares más relevantes
de ésta.
Referencias
Cohen, L.; Manion, L. y Morrison, K. (2011). Research Methods in Education. London:
Routledge.
Grossman, P. (1994). Teacher Knowledge. En T. Hüsen y T. Postlethwaite (Eds.) The
International Encyclopedia of Education (2ª. ed) (pp. 156-178). Londres:
Pergamon Press.
Miles, M. B. y Huberman, A. M. (1984). Qualitative Data Analysis. Newbury Park, CA:
Sage.
Montero, L. (2001). La construcción del conocimiento profesional docente. Rosario
(Argentina): Homo Sapiens.
Rodríguez Gómez, G., Gil Flores, J. y García Jiménez, E. (1999). Metodología de
investigación cualitativa. Málaga: Aljibe.
213
LA CONSTRUCCIÓN DEL CONOCIMIENTO PROFESIONAL EN
LA FORMACIÓN INICIAL DEL PROFESORADO DE
PRIMARIA EN LA UNIVERSIDAD DE SANTIAGO DE
COMPOSTELA (II). RESULTADOS PRELIMINARES
Álvarez Núñez, Quintín (Universidade de Santiago de Compostela)
Resumen
En esta segunda comunicación presentamos algunos resultados provisionales del
proyecto de investigación sobre la construcción del conocimiento profesional en la
formación del profesorado de Primaria en la USC. Nos centraremos en la percepción del
profesorado de la facultad para ofrecer una visión panorámica sobre el diseño y
desarrollo del plan de estudios del grado y sus resultados, hasta el momento.
Introducción
Los nuevos planes de grado surgen por la necesidad de adecuar la formación a las
estructuras y objetivos propuestos por la Declaración de Bolonia (1999) y el EEES. Ese
es el contexto del que se derivan las normativas para modificar los planes de estudio
universitarios. La suma entre esa normativa reguladora más los complejos procesos de
elaboración seguidos por las universidades, configuran un plan de estudios que
constituye la base para la formación inicial del profesorado. Su desarrollo mostrará
diferentes facetas que no están explícitas pero también contribuyen a la construcción
del conocimiento profesional. Aquí ofreceremos una síntesis de algunos resultados
preliminares sobre la percepción que el profesorado formador de los futuros maestros,
tiene sobre el diseño y desarrollo del plan de estudios del grado de maestro en
Educación Primaria en la USC.
Elaboración y diseño del plan de estudios
Se percibe como una fortalezas de éste el aumento de la duración del título a 4 años,
prolongación que ha sido una reivindicación constante durante mucho tiempo.
También se ve positivo la realización del TFG, que es interesante para aprender a
investigar.
El proceso de elaboración del plan de estudios se percibe como complejo, dificultuoso,
cargado de tensiones y dificultades. Así, se señalan diferentes problemáticas:

Se señala la existencia de tensiones micropolíticas, de disputas entre las
diferentes áreas y departamentos, para lograr más presencia en la titulación y lograr
impartir un mayor número de asignaturas. Se subraya que son realmente los intereses
de éstas quienes determinan, en gran medida, la estructura y configuración del
curriculum, más que las necesidades formativas y el tipo de profesionales que
queremos formar: el grado se hizo, "como se hace siempre", "siempre hay luchas de
poder", "no se piensa en el alumnado", se piensa “en cómo repartir el pastel", ”en los
intereses del profesorado y de los departamentos”.
214

Se percibe claramente como el área de pertenencia y las asignaturas que
imparte, condiciona mucho la perspectiva de cada profesor. Parecen existir opiniones
contrapuestas en función de su perfil y de su procedencia u origen formativo y
profesional. Por ejemplo, para algunos existe demasiado conocimiento didáctico y
poco conocimiento disciplinar o del contenido. En cambio, para otros hay demasiado
conocimiento del contenido y poco didáctico en la composición curricular del plan de
estudios.

El diseño estuvo condicionado por la necesidad de poner de acuerdo a
instituciones pertenecientes a dos campus universitarios con culturas, historia y
tradiciones y recursos tan dispares como la Facultad de Formación del Profesorado de
Lugo y la Facultad de Ciencias de la Educación de Santiago. Ello dificultó el proceso de
elaboración del plan de estudios y complica la necesaria coordinación.

Algunos profesores consideran que la adaptación de la diplomatura al grado fue
más un proceso "administrativo" que de auténtico debate profesional. Así, las fichas de
las asignaturas fueron hechas por personas que, en muchos casos, después no las
impartieron y sólo se controló si cumplían los requisitos formales, por lo que pueden
no estar adaptadas a lo que se está realmente impartiendo y necesitarían cambios.

La pérdida de las antiguas especialidades y su sustitución por las menciones. Para
algunos docentes que impartían las antiguas especialidades han perdido estas últimas,
porque las menciones implican menos contenidos, recursos y horas de formación y se
corre el riesgo de que haya más lagunas. En cambio, otros profesores consideran un
avance aumentar la formación generalista y reducir el peso de las especialidades.
Implementación y desarrollo del plan de estudios
El desarrollo del plan de estudios del grado se percibe como algo muy rápido, "muy
rígido en los tiempos" y no ha dado tiempo a ir digiriendo adecuadamente los cambios.
Se considera que siguen existiendo importantes lagunas que ya existían.
Como fortaleza se apunta la realización de una evaluación más completa del
alumnado, basada no sólo en el examen, sino con criterios más diversos, instrumentos
más variados y considerando más variables. Y una evaluación más continua, cuando se
tienen en cuenta las actividades de las clases interactivas. Algún docente señala que la
revisión de los trabajos de los alumnos, cuando éstos son muchos, requiere un gran
esfuerzo y mucho tiempo.
También se señalan la existencia de diferentes problemas y limitaciones que hacen que
las condiciones en las que se imparte el grado no sean las idóneas:

La docencia en clase expositivas e interactivas, se ve como un arma de doble filo,
por un lado, fuerza a los docentes a buscar actividades y dinámicas más prácticas que
se salgan de la “lección magistral”; el alumnado se encuentra cómodo en los grupos
interactivos "porque son más reducidos, hay más interacción, más participación"; por
el otro, resulta un planteamiento un tanto rígido y limitante. Algunos docentes señalan
que las clases expositivas tienen demasiado peso y hay que "ir más a lo práctico, a que
los alumnos aprendan haciendo".

En las clases de la facultad la tendencia ha sido a construir desde la teoría y no
desde la experiencia. El profesor debe aproximarse más a la realidad del aula de
215
primaria, pero es difícil "porque la tarea didáctica es eminentemente práctica y si no
estás en el aula es difícil simular estas cuestiones". El grado sigue sin saber conectar
con "la escuela, con la realidad del aula.” Para los alumnos sigue siendo demasiado
teórico. Se quejan de que no acaban de ver como lo que se les enseña en la facultad se
puede aplicar en las aulas de primaria.

Tiende a trabajarse poco realmente por competencias, la actividad docente
continúa muy centrada en los contenidos académicos. Hay competencias mal definidas
que habría que redefinir. Algunas son tan ambiguas “que no dicen nada”. Un docente
cree que éstas "vinieron del papel, de las órdenes ministeriales y algún otro
documento y quedaron en el papel." Se pusieron en las fichas y en los programas "con
muy poca reflexión". “Se quedan más a nivel burocrático de papeles que en la
práctica.” Se está haciendo casi lo mismo sólo que con denominaciones distintas.
Aunque en algunos casos si se consideran una interesante orientación y presencia. Se
trabajarían fundamentalmente en las actividades de carácter práctico o experiencial.
También muchas de las competencias que se proponen, como el aprender a trabajar
en grupo y colaborativamente, no llegan a desarrollarse.

El practicum se ve como un elemento central del proceso de formación. Es vivido
por los alumnos como la materia básica, nuclear y auténticamente relevante de la
carrera. Es donde creen que aprenden más. Es un momento que contribuye de forma
decisiva a la configuración de la identidad de los futuros maestros. Pero su desarrollo
está lastrado por diversos factores: la existencia de diferentes enfoques sobre éste; la
separación existente entre la teoría impartida en las clases y él; la escasa colaboración
y diálogo existente entre la dos figuras encargadas de la orientación del alumnado: los
tutores de las escuelas y los supervisores de la facultad; aparecen problemas
organizativos que limitan y condicionan su implementación, como su dispersión en tres
cursos a lo largo de la titulación; existe la dificultad de gestionar tres practicums
porque hay que contar con los centros educativos; el practicum I se concibe como de
“observación” y puede resultar algo limitado, debiera conllevar alguna implicación en
el trabajo del aula; se considera imprescindible conectar más las asignaturas con el
Practicum, para que entre teoría y práctica se dé una continua y fructífera
retroalimentación; algunos docentes creen que debería ampliarse el tiempo dedicado
éste, etc.

Se percibe un problema con el perfil del alumnado que accede a la titulación:
sólo una pequeña parte son vocacionales y éste suelen ser mejores alumnos. El resto
lo hacen por razones como: proximidad geográfica, no poder acceder a otras
titulaciones, limitaciones económicas, etc. Tampoco suelen ser conscientes de por qué
estudian magisterio, cual es el lugar de esta titulación, no tienen claro lo que van a
estudiar, etc. Tienden a ser alumnos con baja motivación y poco interés auténtico por
la educación, con carencias formativas, limitado espíritu crítico, poco comprometidos,
pasivos,...

El profesorado, aunque se percibe un esfuerzo por parte de algunos de los
entrevistados por enfatizar lo positivo de sus metodologías docentes, siendo más
experienciales, más potenciadoras de la reflexión del alumnado, más diversificadas en
cuanto a la evaluación,... También presenta una serie de limitaciones:
216
- Muchos han sido seleccionados sin haber sido maestros, por lo que tienen un
desconocimiento de lo que realmente implica ejercer este papel en una escuela.
Tampoco conocen las características, organización y funcionamiento de éstas.
- La existencia en la facultad de más de 10 áreas diversas, con materias muy
variadas, crea problemas de coordinación y colaboración entre un profesorado
con perfiles, formación y culturas profesionales muy distintas, a pesar de las
tentativas de las distintas coordinaciones del grado.
- Continúa siendo, básicamente, el mismo que impartía la diplomatura y no ha
habido la suficiente renovación. La metodología, cultura y rutinas docentes
cambian lentamente. Existe un número significativo de profesores de edad con
dificultades para la adaptación a las demandas del EEES. Así, perviven: formas de
evaluación excesivamente vinculadas al examen final, metodologías de clases
magistrales, dificultades en el uso de las TIC, etc.
- En general, tienden a adaptar los programas de las asignaturas que imparten a
lo que mejor conocen y dominan, conectado con su ámbito profesional e
investigador específico, en lugar de poner el foco en las necesidades reales de
formación del alumnado. Algunos imparten su docencia sin una adecuada
especialización didáctica.
Conclusiones
La implantación del EEEs se ha hecho en el peor escenario posible, un contexto de
crisis económica con fuertes recortes del gasto público. Consecuencias: reducción de
las plantillas de profesorado, mucho voluntarismo por parte de éste, insuficiencia de
recursos económicos, tecnológicos, infraestructuras, etc.
Existe una escasa convergencia con Europa. En ella prima el modelo 3+2 y aquí el 4+1.
Eso condiciona las posibilidades de movilidad real para el estudiantado. Pero del marco
europeo se han tomado cosas interesantes: un mayor interés y preocupación por el
aprendizaje de los idiomas; cambiar el foco hacia las competencias y ver la necesidad
de que el conocimiento sea aplicado, sirva para saber hacer cosas y resolver
problemas; la necesidad de incorporar nuevos recursos y tecnologías a la docencia, la
posibilidad de movilidad que tienen los alumnos, a través del programa Erasmus, etc.
Como consecuencia de los problemas señalados, el alumnado tiende a desarrollar un
tipo de conocimiento profesional teórico, parcial y fragmentado, con poca posibilidad
de transferencia a la práctica. Se les enseña muchas cosas pero no a “ser maestros”,
tienen "que aprender la profesión, haciéndola.” Se necesitaría un conocimiento más
interdisciplinar y trabajar de un modo más integrado e interdependiente. También se
perfilan resultados esperanzadores, con un alumnado más autónomo, más
protagonista de su proceso de aprendizaje y con un buen dominio de las TIC.
En definitiva, en la formación de los maestros tiene que tener más peso la práctica,
tanto en las materias como en el prácticum porque "el maestro se hace maestro
ejerciendo". El riesgo es que, como durante la formación no se tiende a trabajar con
metodologías innovadoras, al final, los alumnos terminen por reproducir el modelo
más tradicional que han vivido.
217
LA ENSEÑANZA UNIVERSITARIA A PARTIR DEL EESS. EL
USO DE LOS RECURSOS DIGITALES EN LA FORMACIÓN DE
COMUNICADORES MULTIPLATAFORMA Y 2.0
Larrondo Ureta, Ainara (UPV/EHU); Agirreazkuenaga Onaindia, Irati
(UPV/EHU); Meso Ayerdi, Koldo (UPV/EHU); Mendiguren Galdospin,
Terese.
Resumen13
El debate promovido desde hace una década en torno al uso de las TIC como factor del
aprendizaje en la docencia universitaria (Palomares, 2005; Fernández, 2006; Castaño et
al., 2010; etc.) y los avances en el ámbito del periodismo a raíz del avance de las
tecnologías y medios en red guían el planteamiento de este trabajo analítico. El
objetivo es determinar la utilidad de las herramientas 2.0 para la enseñanza de las
competencias específicas que requieren hoy los profesionales de la comunicación para
desenvolverse en entornos profesionales multisoporte, a partir del aprendizaje de
destrezas básicas, de tipo redaccional, y de otras transversales, enfocadas al trabajo
colaborativo.
Introducción
Desde finales de los años noventa, han sido numerosos los trabajos que han
examinado el cambio estructural de la universidad española, así como la evolución
experimentada en las metodologías docentes y la cultura del aprendizaje (Fernández,
2006; Miguel et al., 2006; Ferrés, 2008; etc.).
Estos análisis ponen el énfasis en el papel activo de los estudiantes y en el rol proactivo
del educador para proponer entornos de trabajo interactivos y colaborativos
distinguidos por su cualidad motivadora. El avance tecnológico ha contribuido a
facilitar este escenario educativo avanzado, especialmente a partir del desarrollo de
herramientas digitales y 2.0 (redes sociales, blogs, microblogging, wikis, etc.) (Castaño
et al., 2010; Ayerdi, Pérez y Mendiguren, 2011).
Los estudiantes universitarios son una parte importante del grupo de usuarios de
medios sociales, cuyo número aumenta exponencialmente en países como España,
según informes recientes (Nielsen, 2012; IAB, 2013). Esta relación de los estudiantes
universitarios con las plataformas digitales y 2.0 resulta especialmente significativa en
el caso específico de los estudiantes de comunicación. Si bien estos reconocen estar
totalmente familiarizados con el uso de los principales medios sociales (Twitter,
Facebook, Instagram y Youtube), admiten también desconocer los principales usos
periodísticos de estos, así como el tipo de actividad que tienen los medios de
comunicación tradicionales o de referencia en estas redes, a los que normalmente no
tienden a seguir.
13 Esta comunicación forma parte de la producción científica del Grupo Consolidado GIU13/13 (UPV/EHU).
218
Con el fin de prestar atención a las particularidades que presenta el uso docente de las
tecnologías digitales y 2.0 en la formación de profesionales de la comunicación, esta
comunicación centra su análisis en el caso significativo de las asignaturas de grado y
posgrado vinculadas al periodismo en Internet impartidas en la Facultad de Ciencias
Sociales y de la Comunicación de la UPV/EHU. Específicamente, el objetivo que guía
este trabajo es evaluar la utilidad de su planteamiento docente, a la vista de las
necesidades actuales tanto en el campo de la pedagogía universitaria, como del campo
profesional del periodismo y la comunicación, sometidos desde hace años a cambios
de calado, derivados del empleo de la tecnología digital y de la proliferación de nuevos
soportes y plataformas en red.
Marco teórico
La reforma impulsada por la implantación del Espacio Europeo de Educación Superior
(EEES) ha llevado al profesorado de los Grados de Comunicación en España a centrar
su interés en los cambios profesionales y en las nuevas tendencias impulsadas con la
llegada del nuevo siglo, a partir del desarrollo de la convergencia multimedia. En
efecto, la revolución digital ha contribuido a innovar y redefinir los modelos de negocio
en el siglo XXI, suponiendo también un desafío para la universidad, que no puede
quedar al margen de este cambio (Celaya, 2011: 22).
La convergencia multimedia, mediática o periodística es un proceso que afecta, entre
otras cuestiones, al modo de trabajar los contenidos, como consecuencia de la
digitalización y de la proliferación de plataformas de distribución (prensa, radio,
televisión, edición web y medios sociales).
Estos usos han llevado a promover cambios en las estructuras de las redacciones y en
el modo de organizar en éstas el trabajo, a partir de rutinas más cooperativas, de
perfiles profesionales más flexibles y polivalentes y, en definitiva, de una convivencia
más equilibrada entre medios y profesionales. Ello ha permitido que el medio o la
redacción online deje de jugar un papel secundario para compartir el protagonismo de
los otros medios.
Estos cambios han obligado a reflexionar sobre las habilidades actuales que reclama el
sector de medios y, por ende, sobre el tipo de formación teórica y práctica que
requieren los estudiantes de Comunicación (ANECA, 2005). A este respecto, surge una
cuestión clave: ¿cuál es la mejor estrategia docente para utilizar las herramientas
digitales en la formación de comunicadores multimedia y polivalentes, teniendo en
cuenta que dichas herramientas evidencian en el aula una doble utilidad, instrumental
y pedagógica?
Metodología
Pese a su claro acercamiento a la realidad del mercado laboral, en comparación con la
orientación y el tipo de contenidos que presentaban las materias de Comunicación
hace menos de dos décadas, no perdemos de vista que aún parece difícil poder evaluar
el éxito de las medidas implantadas en la última década a raíz del EEES en los estudios
de Periodismo (Humanes y Roses, 2014).
219
Eso es lo que ocurre en las materias sobre ciberperiodismo objeto de análisis en esta
comunicación, impartidas en los programas de grado y posgrado en Comunicación de
la Facultad de Ciencias Sociales y de la Comunicación de la Universidad del País
Vasco/Euskal Herriko Unibertsitatea (UPV/EHU). Los programas docentes sobre
ciberperiodismo de esta Facultad tanto en Grado (Redacción ciberperiodística, materia
obligatoria de segundo curso en Periodismo, Comunicación Audiovisual y Publicidad ),
como en Posgrado (Modelos de ciberperiodismo y nuevos géneros, materia obligatoria
en el Máster de Comunicación Multimedia EITB-UPV/EHU), emplean los medios
sociales para fomentar una mayor interactividad entre el docente y el alumnado, pero
también como lugar donde los futuros comunicadores pueden desarrollar sus prácticas
y tareas, lo que conlleva una serie de implicaciones, según trata de analizar este
trabajo (Larrondo y Meso, 2013; Peña, Lazkano y Larrondo, 2014).
El objetivo es contribuir a la reflexión actual sobre los métodos de innovación docente
aplicados a los estudios de Ciencias de la Comunicación (Sierra y Sotelo, 2010) y, más
concretamente, a las nuevas materias derivadas de la implantación del EEES y
relacionadas con el periodismo en el entorno de Internet (Anàlisi, 2008). Para el
análisis, los autores han contado con los resultados de las encuestas de opinión
realizadas al alumnado en cada curso académico, así como con los datos obtenidos de
su propia interacción y diálogo con el alumnado en el aula.
Resultados
Las asignaturas sobre ciberperiodismo consideradas en este trabajo centran su
actividad práctica docente en el uso del formato blog como plataforma de publicación
interactiva, a partir de una metodología de Aprendizaje Basada en Proyectos (ABP)
(Larrondo, Rivero y Meso, 2014). Asimismo, cuentan con blogs elaborados por los
docentes en los idiomas en los que se imparten dichas materias (castellano y euskera),
como espacio de interacción y diálogo con los alumnados (Figura 1). El blog funciona
como un medio de comunicación organizado en secciones donde los alumnos
organizan sus proyectos individuales y grupales (noticias hipermedia, webs especiales,
crónicas, análisis, etc.). El uso del blog ha evidenciado en el marco de estas asignaturas
algunas ventajas claras:
- Facilidad de publicación e interfaz intuitiva
- Carácter hipermedia y posibilidad de aprender el uso retórico de los enlaces de
hipertexto y del trabajo con formatos de medios variados (vídeo, audio, texto, imagen,
etc.)
- Edición colaborativa y ubicua (edición desde cualquier dispositivo, dentro y fuera del
ámbito de la Universidad)
- Fomento de la interactividad: recepción de comentarios de la audiencia y feed-back
de compañeros/as y profesorado
- Visibilidad de trabajos (portafolio de habilidades) y apoyo a la carrera profesional de
los estudiantes
220
Figura 1.
Blog de la asignatura
De manera complementaria al uso del blog, estas materias obligatorias sobre
ciberperiodismo contemplan también distintos tipos de tareas en las principales
plataformas de medios sociales (Youtube, Twitter, Facebook). La presencia en estas
plataformas sirve a los estudiantes para desarrollar la marca del medio-blog, así como
para apoyar su actividad. Por ejemplo, Youtube funciona como un repositorio de sus
vídeos informativos -enlazados o integrados en sus hipermedia en forma de noticias,
reportajes y crónicas-, mientras que Twitter permite difundir de manera dinámica los
contenidos del blog (uso multiplataforma), así como buscar fuentes y contactar con
éstas, o dialogar con otros compañeros/as y seguidores en general. Mientras que en el
caso de los estudiantes de Grado los docentes ponen el énfasis en el trabajo
redaccional del blog, en el caso de los estudiantes de posgrado Twitter ha resultado
ser una herramienta muy valiosa para aplicar una metodología de Aprendizaje Basado
en Problemas (ABP). Como ejemplo, con motivo de la celebración de las elecciones al
Parlamento Vasco de octubre de 2012, los estudiantes de posgrado de la asignatura
“Modelos de ciberperiodismo y nuevos géneros” crearon perfiles en la red de
microblogging Twitter para participar activamente en la campaña electoral e
interactuar con los políticos y políticas durante la campaña, a partir de un listado de
ocho temas de actualidad e interés general sobre los que debían de recabar
información (Peña, Lazkano, Larrondo, 2013).
Todos estos recursos se emplean con el objetivo de impulsar la iniciativa y la
responsabilidad de los estudiantes, facilitando el proceso de publicación en un entorno
real y, por tanto, acercándolos a la realidad de las redacciones actuales de medios. De
una parte, el blog permite también simular un entorno real para practicar con acciones
221
de trabajo colaborativo en la cobertura de eventos, especialmente de aquellos que
implican una mayor carga de trabajo y complejidad, como podrían ser las coberturas
especiales.
A la vista de los resultados obtenidos de las encuesta docentes realizadas en cada
curso académico por la universidad y de las opiniones derivadas de la propia
experiencia de los docentes implicados, es posible afirmar que el alumnado se
encuentra satisfecho con el proceso de aprendizaje promovido en estas asignaturas,
sustentado como se ha explicado en el empleo de recursos interactivos y 2.0 que
permiten al estudiante experimentar con entornos de actividad profesional cercanos a
la realidad. Buena muestra de la preferencia de los estudiantes de Comunicación por
formarse a partir de metodologías como el aprendizaje basado en proyectos podría ser
su alta valoración del proyecto de cobertura multiplataforma de un evento real,
relacionado con la temática de sus estudios y muy vinculado al mundo profesional,
como es el Congreso de Ciberperiodismo y Web 2.0 celebrado anualmente cerca del
Campus. Lo mismo podría decirse de la experiencia real llevada a cabo en posgrado
con Twitter.
Conclusiones
Las herramientas digitales y 2.0 demuestran un particular interés en aquellas materias
universitarias relacionadas con la comunicación y, específicamente, con la actividad
profesional en Internet, por su utilidad para generar experiencias de trabajo práctico
que consiguen acercarse o simular la experiencia diaria actual de los comunicadores
multimedia y polivalentes.
La difusión de los ejercicios prácticos sobre redacción y otros trabajos relacionados
(vídeos, audios, galerías fotográficas, posts, comentarios…) tanto en el blog, como en
otras plataformas 2.0 (Youtube, Twitter, etc.) aumenta el sentido de responsabilidad y
de ética periodística de los alumnos.
Ello supone un cambio importante en el proceso de aprendizaje de destrezas
periodísticas, pues hasta el uso de las herramientas 2.0 los trabajos del alumnado
quedaban invisibilizados en el despacho del profesorado, salvo excepciones, además
de tener menos oportunidades de transformarse en un portafolio de trabajos válido
para el desarrollo de su carrera profesional.
Esta publicación real redunda también en la motivación del estudiante y, por ende, en
la calidad de los trabajos presentados.
Los medios 2.0 utilizados en las asignaturas de ciberperiodismo contribuyen a los
estudiantes a resolver problemas relacionados con la actividad comunicativa en
internet de una manera más autónoma y creativa, como podría ser la búsqueda de
fuentes oficiales y el contacto directo con ellas.
Asimismo, ayudan a interiorizar requisitos hoy básicos de la profesión, como el trabajo
colaborativo y la predisposición para “aprender a aprender” nuevas técnicas asociadas
a la labor informativa.
Referencias
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222
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Sierra, J. y Sotelo, J. (coord.) (2010). Métodos de innovación docente aplicados a los
estudios de Ciencias de la Comunicación. Madrid: Fragua.
223
MOTIVACIONES DEL DOCENTE DE EDUCACIÓN
SECUNDARIA EN SU ETAPA FORMATIVA INICIAL
Muñoz-Fernández, Guzmán Antonio. Universidad de Córdoba; LuqueVílchez, Mercedes. Universidad de Burgos; Rodríguez-Gutiérrez, Pablo.
Universidad de Córdoba.
Resumen
En esta comunicación se recogen los resultados preliminares de la investigación
desarrollada en el Master para Profesorado de Enseñanza Secundaria Obligatoria y
Bachillerato, Formación Profesional y Enseñanza de Idiomas (en adelante MPES) sobre
el estado y motivaciones en la docencia. De este modo se pretende realizar una
aproximación a la situación actual de la Formación Inicial del Profesorado de
Secundaria (en adelante FIPS) desde la perspectiva del modelo formativo en España y
sus implicaciones para su futura mejora. Con este fin se levantó un estudio de campo
por medio de un cuestionario en tres universidades españolas durante el curso
2014/2015. El estudio permite concluir que las reformas iniciadas con el proceso de
Bolonia necesitan ser revisadas para alcanzar los objetivos previstos inicialmente.
Introducción
El trabajo se estructura de la siguiente manera. En primer lugar se desarrolla la
problemática de las motivaciones y su relación con los problemas de los que adolece el
sistema educativo en nuestro país. Posteriormente se presenta la metodología del
estudio. Seguidamente son comentados los resultados, en los cuales se recoge
información sobre el perfil socio-demográfico del futuro docente, así
como también las motivaciones que le llevan a escoger esta profesión.
Finalmente se identifican una serie de conclusiones y recomendaciones de mejora para
la planificación de la FIPS.
Marco teórico
Motivaciones
La complejidad de la tarea educativa hoy, convierte en un reto la disposición de un
cuerpo de docentes preparado y motivado a la altura del desafío. De este modo se
hace imprescindible la formación de profesionales con una clara vocación docente, y
comprometidos con la tarea. A pesar de esta necesidad, existe un elevado número de
potenciales futuros docentes cuya motivación para dedicarse a la enseñanza no
siempre es elevada, siendo considerable el número de personas que accede a la FIPS
sin desearlo firmemente.
Como consecuencia, la desmo vación y la frustración son dos realidades muy comunes
entre el docente de secundaria, sobre todo entre aquellos que ejercen la profesión por
224
motivos de tipo extrínseco.14 Desde nuestro punto de vista, este análisis de las
motivaciones previas a la docencia tendría que extrapolarse al período que
denominamos de formación previa.
En este sen do, un primer paso a seguir será como apuntan Córdoba-Alcaide et al.,
(2009) llevar a cabo un análisis de las mo vaciones por las cuales una persona decide
iniciarse en el camino de la profesión de docente de secundaria. Dicho de otro modo,
en la fase de acceso a la FIPS se debería incorporar una valoración de mo vos y
endurecerse de acuerdo con la consecución de un mayor compromiso por parte de los
aspirantes a docentes, así como tomar como referentes aquellas experiencias en las
que los resultados están siendo sa sfactorios.
Estudios previos han tratado de explicar la relación entre la elección de la carrera
docente y las motivaciones conducentes a ella. De este modo, autores como Varela y
Ortega (1984) encuentran que las principales motivaciones por las que se escoge ser
profesor están relacionadas con una idealización de la labor docente y una visión idílica
de la misma. Por otra parte autores como Blasco y González-Anleo, (1993); SánchezLissen (2009), identifican cuestiones alejadas del idealismo, más cercanas a cuestiones
materiales como la “estabilidad y seguridad laboral del funcionariado”; e incluso la
docencia como “último recurso” (Pontes y Serrano, 2008).
Sin embargo, superando limitaciones de estudios previos, Córdoba-Alcaide et al.,
(2009) distinguen entre dos grandes grupos de puntos de vista en relación a la práctica
docente; por un lado docencia entendida como vocación, y por otro, docencia como
“alternativa profesional”.
Trabajos como el de Pontes et al. (2011) se centra en analizar el desarrollo inicial de la
identidad profesional docente por medio de las motivaciones hacia la docencia.
Por todo ello se hace necesario identificar qué razones mueven a los estudiantes a
elegir la realización del MPES y profundizar en la las actitudes y motivaciones sobre el
ejercicio de la actividad docente a fin de poder mejorar la formación inicial.
1.1 Objetivo y cuestiones de investigación
La implantación y desarrollo del MPES en España en los últimos años permite, a pesar
del corto periodo transcurrido, explorar su situación actual y tratar de evaluar el grado
de cumplimiento de sus objetivos iniciales y tratar de identificar los retos que tiene
pendiente por resolver en el futuro. De este modo, el objetivo básico del estudio que a
continuación se presenta es explorar el pensamiento inicial del futuro docente en la
puesta en marcha del master tras cinco años tras su implantación, conocer sus
motivaciones y actitudes para ejercer la docencia y sus percepciones sobre la labor
docente.
Motivaciones para la docencia
Nuestro estudio de las motivaciones tiene su origen en la teoría socio-psicológica, que
tiene una larga tradición en el estudio del individuo (p.e., Ryan y Deci, 2000) la cual
14
P.e. el mundo laboral no te ha dado otra alternativa, por motivos puramente materiales, etc.
225
trata de identificar la diversidad de prácticas que conducen al ejercicio de la enseñanza
en educación secundaria.
En el ámbito de la docencia autores como Esteve (1997) han estudiado el interés por
ella, desde el punto de vista de cómo afecta la relación entre las motivaciones y el
proceso de formación y el desarrollo de la identidad profesional del docente. Por su
parte, Pérez et al., (2007) consideran a su vez que los dos factores anteriormente
expuestos (motivaciones y proceso de formación y desarrollo) están relacionados con
el interés por adquirir una formación inicial específica al desempeño de la labor
docente.
En este sentido planteamos la posible relación entre los estudios previos y el tipo de
motivación para ejercer la docencia, para posteriormente analizar las posibles
implicaciones que esto podría tener de cara a introducir mejoras en la FIPS y el
posteriormente a la profesión docente.
Metodología
Muestra y herramienta de investigación
Nuestra propuesta de trabajo se enmarca durante el desarrollo de los estudios del
Master de Educación Secundaria durante el curso académico 2014/15. Para su
desarrollo se ha optado por un método de carácter cuantitativo, usando el
cuestionario como herramienta principal, acompañado por fuentes de información
secundaria obtenida de los sitios web de los propios centros responsables de los
estudios impartidos.
La elección de las universidades en Universidad de Burgos (UBU), Universidad de Jaén
(UJA) y la Universidad de Córdoba (UCO) se realizó atendiendo a un doble motivo, por
centros pioneros en la implantación del MPES, así como por la cercanía y facilidad de
acceso a los investigadores responsables del estudio. El objetivo inicial era contar con
el mayor número de participantes posible, a fin de que los resultados fuesen los más
fidedignos posibles.
De esta forma optamos por encuestar a la mayor parte posible de estudiantes que
cursaban el Máster en Formación del Profesorado. Así pues, en este estudio han
par cipado 512 estudiantes del total de matriculados en una de las asignaturas del
módulo general durante el curso académico 2014/15.
os propusimos realizar el estudio cuando se habían cursado las dos terceras partes
del módulo de formación genérico, con el fin de valorar el dominio conceptual,
procedimental y actitudinal adquirido hasta entonces, presumiendo que el progreso
realizado debía ser considerable.
Resultados
En este apartado se presentan los principales resultados alcanzados: en primer lugar se
ofrece un análisis socio-demográfico de la muestra, para pasar en la segunda parte a
un estudio interpretativo sobre la relación entre la carrera estudiada y las
motivaciones para la docencia.
226
Resultados socio-demográficos
Como paso preliminar se ofrece una panorámica de la composición de la muestra y de
sus variables socio-demográficas. En relación al género, la muestra está compuesta
principalmente por mujeres (61,6%, 314 individuos), sin observarse diferencias
significativas en función de la universidad y cercano a las proporciones del tejido
docente en la Educación Secundaria en su conjunto en España con un 59% de mujeres
(Talis, 2013).
En relación con la edad, una amplia mayoría pertenece a la franja de edad de hasta 24
años (43,9%, 225 individuos), seguidos a cierta distancia por el alumnado
perteneciente a la franja de entre 25 hasta 29 años (34,4%, 176 individuos). Se atisban
diferencias en cuanto a la edad media en cuanto a la universidad de origen, mientras
en las universidades andaluzas predomina el grupo de edad hasta 24 años, en la
universidad de Castilla y León es comparativamente mayor el porcentaje en el resto de
tramos de edad.
En cuanto a lo que se refiere a la ocupación, un 60,8% declara no trabajar durante el
tiempo que está realizando los estudios de master. De entre todos aquellos que si
declaran realizar algún tipo de actividad laboral, el 78,5% declara realizar algún tipo de
actividad a tiempo parcial; mientras que un 21,5% restante reconoce compaginar el
master con un trabajo a tiempo completo.
En cuanto a los estudios previos conducentes al MPES, se detecta que la mayor parte,
alrededor del 80% accede directamente desde estudios de grado, sin mediar ningún
otro master o estudios superiores. Por otra parte, un 21,3% del total de los
encuestados declara poseer otro master o estudios de postgrado.
Atendiendo a las ramas de conocimiento mediante las que el Ministerio de Educación
agrupa los diferentes grados, encontramos que en su mayoría pertenecen a Artes y
Humanidades (38,1%), seguida de lejos por Ciencias Jurídicas (17,4%).
Motivaciones para la docencia
Se detecta que existen diferencias en el grado de entender la formación inicial. En el
siguiente gráfico se muestra claramente como en los dos primeros ítems, que hacen
referencia a una motivación de tipo intrínseco, aquellos profesores con una mayor
inclinación vocacional responden mejor a los estímulos planteados. Por lo que respecta
al origen no vocacional de buena parte de los alumnos que ingresan al master, son
estos los que responden en mayor medida a razones extrínsecas no ligadas
directamente con el desempeño de la labor docente, sino a incentivos externos como
las condiciones laborales o como salida profesional.
227
Figura 1. Relación entre motivación para la docencia y estudios previos
Conclusiones
Haga clic aquí para escribir texto.
El MPES es un claro ejemplo de los esfuerzos que se llevan a cabo en nuestro país por
la mejora del sistema educativo a través de la propuesta de formación ofrecida al
profesorado.
El objetivo inicial que se ha pretendido cubrir con este trabajo ha sido la identificación
de perfiles motivacionales distintos. Esto conduce a la necesidad de replantear
mejoras que redunden en la calidad de la docencia una vez que estos estudiantes se
conviertan en profesionales de la docencia. En este sentido se recomienda la
introducción de sistemas de inscripción que no tengan solamente en cuenta variables
cuantitativas como puede ser el expediente académico, sino que además se
propongan otras que sean capaces de medir cualidades necesarias para ser un buen
profesor, entre ellas la vocación profesional.
Entre los retos más acuciantes que se plantean está la de construir un modelo
formativo que permita el desarrollo de una identidad profesional propia del docente,
alejada de la figura del científico o profesional que impide la formación de verdaderos
profesores que ayuden a resolver los problemas y retos en el aula (desinterés del
alumnado, implicación de los padres en la educación de sus hijos, respeto en el aula,
etc.). Para ello es necesario, como apuntan (Balan et al., 2012), trabajar sobre la base
de que las motivaciones, actitudes y expectativas de los profesores son clave para
alcanzar este reto.
Referencias
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228
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229
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DO
ENSINO BÁSICO EM PORTUGAL DECORRENTES DE
BOLONHA – QUE POSIÇÕES TEM A ACADEMIA?
Leal Lopes, Ana; Leite, Carlinda (Universidade do Porto)
Resumo
A formação de professores em Portugal, tal como na Europa, tem sido alvo de diversas
transformações ao longo dos últimos anos decorrentes de desafios económicos, históricos e
sociais com que a sociedade se tem deparado e de movimentos de promoção de uma
sociedade do conhecimento instalada numa “aldeia globalizada”. Tendo esta situação por
referência, é essencial perceber quais as posições que a academia tem vindo a discutir e a
defender. Assim, nesta comunicação é esboçado o “estado da arte” sobre as políticas de
formação inicial de professores do ensino básico, em Portugal, decorrentes do Processo
de Bolonha. A partir da análise de 25 artigos de 17 revistas indexadas e com revisão
por pares, permitiu perceber que o Ensino Superior, desde o final do século XX, tem sido
objeto de reformas advindas de políticas internacionais com efeitos, nomeadamente na
organização dos cursos e nos processos de desenvolvimento curricular. Os resultados
permitem-nos discutir modelos e políticas de formação de professores, no contexto do
Processo de Bolonha e as posições que a academia aponta perante as transformações
que tem ocorrido.
Introducción
A formação de professores em Portugal tem sido, ao longo dos tempos, alvo de
transformações resultantes das políticas que vão sendo instituídas e influenciadas pelas
realidades sociais e políticas de cada época.
Tendo este contexto por referência, esta comunicação dá conta de um estudo que produz
conhecimento sobre as políticas de formação inicial de professores do ensino básico
decorrentes do Processo de Bolonha na sua adequação aos desafios que se colocam à
profissão neste século XXI.
Marco teórico
Vivemos numa sociedade cada vez mais globalizada, com dinâmicas que têm modificado o
modelo de desenvolvimento das sociedades e que, afetam as políticas e as práticas educativas
nacionais (Dale, 2001; Lima, 2011; Robertson, 2009). No quadro destas políticas, no ensino
superior foram grandes as transformações decorrentes da assinatura da Declaração de
Bolonha em Junho de 1999, com o objetivo explícito de construir um Espaço Europeu de
Ensino Superior uniformizado e de gerar o que alguns também chamaram de uma
europeização das universidades e escolas superiores. Esses dados são assinalados, por
exemplo, por Dale (2001), que refere que as políticas a nível local são versões resultantes de
políticas a nível mundial, processo este que ocorre numa combinação de influências e
interdependências transnacionais das múltiplas ligações entre o global, o distante e o local
(Ball, 2001).
Para assegurar a comparabilidade entre graus e manutenção da qualidade, foram
desenvolvidos sistemas de controlo ou supervisão pelo Estados (Amaral, 2001; Santos, 2011).
230
Sendo um dos mais importantes objetivos do Processo de Bolonha (PB) a garantia da qualidade
da formação dos cidadãos, compreende-se o papel central do debate sobre os professores e
das políticas de educação.
Metodología
Objetivos e Método
No quadro do atrás exposto, a comunicação que se apresenta tem como objetivo fazer
o “estado da arte” sobre políticas de formação inicial de professores do ensino básico,
em Portugal, decorrentes do Processo de Bolonha. Tendo esta intenção por referência,
a comunicação que se apresenta dá conta do “estado da arte”, através de uma análise
da literatura científica portuguesa. Para essa selecção analisamos os artigos que
abordam a questão das políticas de educação e de formação inicial de professores em
Portugal de modo a perceber algumas das suas transformações e influências.
Pretende-se, assim identificar os sentidos atribuídos às políticas de formação inicial de
professores, na fase pós-Bolonha e estabelecer relações entre políticas de formação
inicial de professores e discursos de qualidade que constituem, nesta fase pósBolonha, matrizes dessas políticas.
Para isso, recorre a um procedimento de análise de literatura científica portuguesa por
forma a identificar os sentidos atribuídos às políticas de formação inicial de
professores, na fase pós-Bolonha, e estabelecer relações entre princípios e processos
para que apontam essas políticas.
Para a seleção da literatura científica a analisar foram recolhidos artigos publicados,
entre 2006 e 2014, em revistas de língua portuguesa, indexadas e com revisão por
pares, que abarcam o campo das políticas da educação e formação inicial de
Professores do Ensino Básico. A identificação dos artigos foi feita a partir das palavraschave: “Formação Inicial de Professores” e “Políticas Públicas de Educação” e as suas
adjacentes. Os artigos recolhidos foram sujeitos a uma análise documental que,
segundo Bardin (1977:9), permite “representar o conteúdo de um documento de uma
forma diferente da original a fim de, num estágio ulterior, facilitar sua consulta e
diferenciação”.
Resultados
Foram identificadas 25 artigos de 17 revistas, os quais foram organizados em duas
categorias: “Formação Inicial de Professores” e “Políticas Públicas de Educação”. A
análise dos mesmos permitiu perceber que o Ensino Superior, desde o final do século
XX, tem sido objeto de reformas advindas de políticas internacionais com efeitos,
nomeadamente na organização dos cursos e nos processos de desenvolvimento
curricular.
Na generalidade dos artigos que analisamos podemos encontrar, de forma direta ou
indirecta, referência à profunda reestruturação que decorre da aplicação do Processo
de Bolonha (decreto lei nº 74/2006) que culmina com a publicação do Decreto-Lei
nº43/2007 com uma mudança relevante nos cursos de formação inicial de professores
em relação aos modelos anteriores. De acordo com a literatura, na maioria dos artigos
é referido que a adaptação dos cursos de formação de professores do ensino básico,
traduziuse, em alguns casos, num retrocesso ao modelo bietápico e noutros casos
231
constatouse que, a opção por formações generalistas tem prejudicado a relação entre
a teoria e a prática. O curso de formação inicial de professores do ensino básico que
era de 4 anos passou a dar lugar a uma formação em dois ciclos de estudos (1º ciclo
em Educação Básica e 2º ciclo, correspondente ao mestrado em ensino) prejudicando
lógicas de integração.
Ainda ao nível das políticas de formação, os processos de reformulação curricular
parecem não ocorrer numa disposição sequencial. No que ao perfil de professor diz
respeito, as posições académicas ocorrem em torno de três grandes áreas: promover
as aprendizagens curriculares, participar no desenvolvimento do projeto educativo da
escola e promover a sua própria formação. Outro tópico que aparece como central na
revisão da literatura, são as tensões paradigmáticas que resultam da discussão entre
as implicações da globalização e o desenvolvimento e implementação do Processo de
Bolonha com as necessidades e realidades locais existentes para uma (re)configuração
da organização e do desenvolvimento do currículo.
Conclusiones
O presente trabalho pretendeu conhecer posicionamentos dos discursos académicos
em relação a mudanças introduzidas na formação inicial de professores com o
Processo de Bolonha. Conscientes de que a problemática da qualidade da formação
tem estado na ordem do dia, num contexto de economia e num sistema de governo
internacional (ex.: Amaral, 2005; Leite, 2013; Robertson, 2009), importou-nos perceber
posicionamentos face a processos de garantia de qualidade que têm sido instituídos e
as suas repercussões. Este é um movimento que acontece no seguimento da expansão
do modelo de ensino superior, desde os anos 80 do século passado, com a criação de
instituições públicas e privadas em diversos pontos do país acompanhadas pelas
críticas que decorreram da dificuldade na preparação dos estudantes para a
complexidade social (Leite, 2013). Assim, no caso particular das políticas de formação
inicial de professores, o estudo permitiu identificar a existência de uma tensão entre
políticas que apontam para uma formação de professores qualificada e qualificante e
processos que na sua concretização a dificultam (idem). Apesar dos resultados
positivos em termos de qualidade e equidade da educação (PISA, Conselho Nacional de
Educação, 2012), novos desafios se colocam em termos de aprendizagens, adaptação a
novos papéis e exigências que têm forçado os países a rever as suas políticas de
formação inicial de professores.
Importa, portanto, discutir sobre os modelos e as políticas de formação de
professores, assim como o seu impacto no desenvolvimento de competências dos
docentes, especialmente agora, num momento de alguma estabilização na
concretização do Processo de Bolonha, e o pleno funcionamento das agências de
avaliação externa dos cursos, como a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior (A3ES) em Portugal. Neste sentido o debate com que nos deparámos pela
análise dos artigos realizada neste estudo é sem dúvida essencial e deve estar na
agenda dos investigadores. No entanto, é necessário ampliar a análise da produção
científica aqui em estudo. Aspeto que se torna imprescindível para se poder contribuir
para a melhoria das políticas educativas e de formação inicial de professores. Para
232
além disso, importará compreender com as instituições se têm preparado para
garantir políticas e mecanismos de qualidade enunciados nos discursos políticos.
Referencias
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233
CONDICIONES LABORALES DOCENTES EN
TIEMPOS DE CRISIS
234
O PROFESSOR SOB SUSPEITA E RISCO - INDICADORES DE
PRECARIZAÇÃO E RESISTÊNCIA NO TRABALHO DOCENTE
NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS.
Denise Vieira da Silva; Vitória Ferreira Barreto
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o processo progressivo de precarização social
do trabalho docente, como estratégia das políticas neoliberais para a educação. Tratase de um fenômeno que tem como dimensões centrais os mecanismos de avaliação e
controle produtivistas, que colocam sob controle do mercado a produção do
conhecimento nas Universidades Federais e os professores sob suspeita por parte do
sistema. É baseado na construção de indicadores qualitativos que demonstram as
alterações no processo de trabalho que geram impactos para a qualidade da pesquisa,
do ensino e da extensão. A intensificação do trabalho, a necessidade permanente de
captação de recursos, a meritocracia,impõem um trabalho em urgência que termina
por prejudicar a essência do fazer científico - a criação.O professor é colocado no
centro de contradições que comprometem a sua autonomia, identidade e saúde,
fatores que colocam sua vida em risco. O estudo também identifica indicadores de
resistência que apontam para discursos e até ações contra-hegemônicas que emergem
no cotidiano das Universidades. O desafio é compreender a resignação dos
docentes,reféns dos mecanismos instituídos que premiam,castigam, classificam e
excluem e o processo de subjetivação permeado, ao mesmo tempo, por sentimentos
de gratificação e frustração.
Introdução
A Universidade Federal do Brasil vive hoje uma crise que tem dimensões históricas mas
tem configurações atuais que aprofundam as contradições existentes. Se, por um lado,
ela segue cumprindo sua função social, sua essência baseada na emancipação humana,
no pensamento crítico, na produção do conhecimento socialmente referenciado, por
outro, percebe-se um processo de privatização e de orientação da produção do
conhecimento, a partir da racionalidade do mercado e o uso de estratégias de
natureza empresarial para garantir essa direção. A luta e a resistência do movimento
docente que, embora não tenha conseguido impedir a implementação de algumas
regras de cunho neoliberal na educação superior, obteve algumas vitórias decisivas no
sentido de impedir a perda de direitos dos docentes e a privatização completa da
instituição.
A dominação do capital no ensino superior tem como estratégia a precarização social
do trabalho docente, através do direcionamento da produção do conhecimento e da
intensificação das atividades, obtidos pela imposição de parâmetros quantitativos de
avaliação com impactos significativos para a autonomia, criação e para a referência nas
necessidades sociais. Observamos, cada vez mais, o financiamento privado da
pesquisa; a adoção do modelo de gestão produtivista; a ênfase na área das ciências
235
exatas e tecnológicas; o incentivo à meritocracia; a hierarquização acadêmica e a
elitização da Universidade.
O presente estudo pretende demonstrar a condição do professor das Universidades
Federais,que vem sendo monitorado, permanentemente, em todas as suas funções,
por um conjunto de regras extrínsecas e estranhas,que o colocam em situação de
risco, pelo comprometimento da sua qualidade de vida. A estratégia adotada foi a
construção de indicadores qualitativos que sintetizam a realidade empírica do
processo de precarização social do trabalho docente, assim como, dos movimentos de
resistência. O estudo foi fundamentado na pesquisa realizada na Universidade Federal
da Bahia, que analisou o processo de alienação no trabalho docente (Lemos, 2007). Os
produtos parciais são: o conjunto de indicadores qualitativos de precarização do
trabalho docente,as matrizes compreensivas que envolvem a contextualização dos
mesmos, a dinâmica interna de relacionamento entre êles e os impactos em termos
processos de subjetivação.
O contexto: o processo progressivo de controle e a perda da autonomia
O sistema universitário, ao longo do tempo, se tornou complexo em termos de leis,
normas, regulamentos, com o objetivo de controle da Universidade pelo governo.
Questionado e em alguns casos impedido de operar pelas ações de resistência e
reivindicação dos docentes, esses mecanismos foram reeditados, sob nova roupagem,
em um processo permanente de escamoteamento dos seus verdadeiros fins. Tem no
financiamento interno e externo a sua forma mais importante de controle da produção
científica, mas existem outros mecanismos acionados pelos órgãos, que visam outra
dimensão: o desempenho acadêmico
O processo da autonomia docente vai se configurando como a principal contradição
vivida no contexto das Universidades Federais, a partir da percepção dos professores,
que a consideram como a dimensão mais importante do trabalho docente, o que
justifica muitas vezes a sua opção profissional (Lemos,2007).
A partir dessa linha de raciocínio, o professor vai se caracterizando como o depositário,
o “bode expiatório” das mazelas do sistema, vai sendo colocado sob suspeita
permanente, no sentido de que não trabalha o suficiente e nos temas mais
importantes, precisando, assim, que o seu ritmo seja intensificado e os projetos
direcionados através de estratégias de avaliação, classificação e exclusão, o que
termina colocando a sua saúde em risco.
Chauí (2001) examinando a relação da Universidade com outros sistemas, conclui ser a
mesma completamente heterônoma em suas diversas dimensões: a econômica
(financiamentos de pesquisa), a educacional (avaliação, credenciamento da pósgraduação, carreira docente) a social e política (professores não decidem sobre os
serviços que desejam prestar nem a quem). Fantinatti (1998) conclui que a aparente
autonomia constituir-se-ia numa ilusão, numa contradição. A sensação de autonomia e
controle sobre o trabalho seria então um fetiche.
236
As categorias e indicadores qualitativos
Na pesquisa desenvolvida o conceito de indicador qualitativo utilizado foi retirado do
projeto de pesquisa - Indicadores qualitativos de precarização social e resistência do
trabalho (Lemos,2010), que utilizou como referência central a definição de Minayo
(2008).
As categorias de indicadores identificadas estão descritas na tabela abaixo .
Categoria
Indicadora
Definição
Produtivismo
acadêmico
É a lógica da produção do conhecimento, dentro das Universidades Federais, regida
por parâmetros quantitativos, que utiliza a concorrência como método de seleção
no cotidiano do trabalho através de editais, tendo em perspectiva a racionalidade
meritocrática baseada na curva de Gauss.
Intensificação
do
trabalho
docente
É a organização do trabalho caracterizada pela multiplicidade de tarefas, tais como:
ensinar, que implica em preparar e ministrar aulas, atender alunos, corrigir provas;
desenvolver pesquisa e extensão, o que implica em formular projeto, ir a campo,
analisar dados, coordenar grupos, concorrer em editais, preencher formulários e
relatórios dentro de prazos exíguos; participar de bancas de graduação, mestrado e
doutorado, o que implica em leitura e análise de teses e dissertações; orientar
alunos; estudar e escrever e dar parecer em artigos para publicação
Comprometim
ento da saúde
Implica nas consequências físicas, psicológicas e sociais decorrentes de uma
condição de trabalho extenuante pela sobrecarga de trabalho e por uma
sociabilidade baseada na competição predatória, uma vez que os recursos escassos
são destinados a uma minoria. Essa competitividade cotidiana produz uma tensão
permanente pela busca de reconhecimento e evitação da exclusão
Desqualificaçã
o do ensino e
da
aprendizagem
Significa o baixo investimento na docência e, consequentemente na qualidade do
ensino, uma vez que não é objeto de pontuação para avaliação de desempenho e
também pela centralidade da pesquisa nas avaliações docentes. O ensino na
graduação, base da Universidade, vai se tornando marginal.
Competitivida
de predatória
É a sociabilidade caracterizada por vínculos precários, estimulados pelo sistema de
concorrência implementado pelos procedimentos de avaliação das agências de
fomento.
Apoio
administrativo
insuficiente
Significa que os professores ocupam parte significativa do seu tempo examinando
regulamentos, interpretando normas, elaborando projetos e relatórios, fazendo
prestação de contas, preenchendo formulários para participar de concorrências de
editais, providenciando recursos administrativos.
Autonomia
controlada
Implica na redução progressiva da amplitude de decisão sobre as várias dimensões
do trabalho docente. No plano financeiro, o professor precisa concorrer para ter
recursos para a pesquisa e extensão; no plano político o docente sofre
constrangimentos quando adota atitudes de questionamento ao sistema.
Precariedade
das condições
físicas
e
materiais
Refere-se a inadequação das condições de trabalho do docente de natureza material
e física, fundamentais para o exercício adequado das suas tarefas e que interferem
no seu desempenho,tais como: salário, carreira, salas inadequadas, falta de
equipamentos de ensino.
237
As matrizes compreensivas de precarização social do trabalho docente
Considerar os indicadores qualitativos isoladamente, ou estabelecer uma hierarquia
não se mostrou suficiente para abordar a complexidade do fenômeno estudado. A
construção das matrizes dos indicadores teve como objetivo identificar a relação
dialógica entre eles,no contexto das políticas neoliberais e com os impactos no plano
da saúde e da subjetividade. Foram construídas três matrizes: a primeira está
relacionada com o contexto das políticas neoliberais do estado e suas estratégias na
educação superior. A segunda é a matriz que relaciona os indicadores de precarização
social do trabalho docente entre si e a terceira identifica os processos de subjetivação
decorrentes dessa relação entre indicadores.
Matriz da origem da precarização social do trabalho docente nas políticas
neoliberais do estado
Trata-se da demonstração da lógica do chamado “capitalismo acadêmico” (Slaughter &
Leslie, 1997; Slaughter & Rhoades, 2004; Paraskeva, 2009, apud Bianchetti &
Machado), no qual a ciência deve se desdobrar em tecnologia que, por sua vez, deve
produzir inovações, que, por sua vez, incrementam o desenvolvimento econômico o
qual inevitavelmente levará ao ‘tão sonhado’ desenvolvimento Social”. Essa concepção
foi gerada externamente ao mundo acadêmico e trazida para seu interior pelos
governos e Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização Mundial do Comércio
(OMC), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),Trein e
Rodrigues, 2010.
A partir daí as universidades se tornaram reféns do capital e de suas agências de
fomento que financiam e controlam os professores, a mais nova categoria de
trabalhadores explorados, sem necessidade de cartões de ponto, que passam a viver
no tempo da urgência.
A matriz abaixo apresenta as relações do mercado com a produção do
conhecimento.
238
Políticas neoliberais do estado
Mercadorização
da Educação
universitária
Financ. e
controle
Melhoria dos
índices da educação
superior
Expansão a
baixo custo
Ag. fomentos
aumento rel.
aluno/profess
or
Estr. empresa Produtivismo
Condições materiais
e administ.
insuficientes
Recursos
Servidor
Salário
Intensificação
trab.docente
A matriz dos processos de subjetivação
A epistemologia qualitativa inclui o estudo dos processos de subjetivação que são
fundamentais na análise do trabalho docente, hoje, nas Federais, no sentido de
entender o processo de reprodução da dominação e a dificuldade de percepção pelo
professor dos constrangimentos aos quais está submetido.
A matriz mostra a relação entre os indicadores e os processos de subjetivação.
239
É possível observar a existência de um paradoxo entre vivências de processos de
precarização social do trabalho por um lado e gratificação, satisfação por outro.
Segundo Mancebo e Lopes (2004 apud Mancebo, 2007), as análises desenvolvidas
permitem argumentar que, a despeito da conjuntura adversa, persistem práticas
docentes que remetem à construção de alianças, de compartilhamento dos
conhecimentos, de produção de novos sentidos e significados, mesmo que em espaços
específicos e em momentos particulares. Entretanto, existem ainda percepções que
consideram os procedimentos controladores legítimos, e suas consequências negativas
aceitáveis ou até mesmo inexistentes, o que configuraria uma “subjetividade
inautêntica” nos termos de Antunes (2000).
Os indicadores de resistência
O movimento docente de 2012 das Universidades Federais mostrou que o resgate da
consciência crítica dos docentes era possível quando articulou em pouco espaço de
tempo 57 universidades no debate das condições de trabalho, um avanço significativo
na circulação da informação e na reflexão sobre diversas realidades vividas em termos
de precarização social do trabalho. Entretanto, o que se percebe fora do movimento
extra muros universitários, é que, no cotidiano, os professores pressionados pela
sobrecarga de trabalho terminam por submeter-se aos procedimentos que criticam e
combatem. Segundo um depoimento de um professor, eles estariam tão envolvidos na
teia de demandas que não é possível pensar ou reagir. É essa forma de reação, “a
pequena resistência” (Mancebo, 2007) do cotidiano do trabalho, que necessitaria ser
desenvolvida.
Em síntese, o movimento docente de resistência articulado pelo sindicato e o
movimento interno do cotidiano do trabalho, juntos, podem lançar luzes ao processo
de re orientação da Universidade na direção da sua concepção constitucional de
produção e difusão de um conhecimento gratuito, socialmente referenciado,que tem
no ensino a sua atividade fundamental, no processo de resgate da sua autonomia. E,
visualizando mais além, para que paixão, trabalho e saúde possam se reconciliar. A
universidade pública brasileira é um patrimônio a preservar.
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241
O ESTRANHAMENTO COMO PRINCIPIO DE REALIDADE E
SUA INFLUENCIA NO TRABALHO DOCENTE
Silva Filho, Adauto Lopes; Nobre Lopes, Fátima Maria; Pinto da Silva,
Maria Zélia y Moita Pinheiro, Victor (Universidade Federal do Ceará –
UFC/Brasil)
Resumo
O trabalho tem como objetivo demonstrar que as determinidades dos estranhamentos
na sociedade atual têm a sua gênese no trabalho produtivo, estendendo-se nos
complexos sociais, e conduzindo o desempenho do trabalhador como princípio de
realidade, incidindo, inclusive, no trabalho docente universitário. Toma como base o
pensamento de Marx, Lukács e Marcuse a partir de algumas de suas obras clássicas,
fazendo uma análise imanente das mesmas, trazendo evidencias da questão aqui
tratada. O marco teórico das suas concepções, apesar das especificidades de cada um,
converge para a questão do trabalho estranhado a partir do qual se determina o
principio de realidade voltado para o desempeno do trabalhador com vista à sua
exploração e controle da sua vida social. A pesquisa é de cunho teórico tomando como
base metodológica a dialética materialista que, diga-se de passagem, condiz com a
própria teoria dos pensadores em pauta. Nos resultados e conclusões destacamos o
duplo aspecto do trabalho no capitalismo: a sua dimensão de criador de valor de uso e
a sua dimensão de valor de troca, aspecto que mantem o capitalismo ao tornar o
trabalhador uma mercadoria gerando estranhamentos diversos cujo principio de
realidade é o trabalho estranhado e as suas determinações baseadas no principio de
desempenho. A partir desse principio de realidade destaca-se a sobrecarga do trabalho
docente para as suas pesquisas, orientações, produções e outras atividades
complementares (extensão, administração, coordenação, etc.), exigindo do professor
eficácia e rapidez, e a constante disposição para tais atividades. Tudo isso não deixa de
potencializar um estranhamento no seu trabalho, estresses profundos e interferir na
sua qualidade de vida. No entanto não se pode prescindir da dimensão afetiva que o
docente tem pelo seu trabalho, a sua dedicação e esmero com os quais realiza as suas
funções: o amor ao próximo e o desempenho em formar os indivíduos.
Introdução
Estamos vivendo uma grande era nessa virada do século. As transformações geradas
nas últimas décadas pelo desenvolvimento tecnológico provocaram uma nova
articulação entre o conhecer e o fazer, ou seja, nova articulação no processo do
trabalho e nos complexos sociais que dele deriva.Resulta daí um novo paradigma
industrial baseado na especialização flexível oriundo do modelo japonês - o toyotismo.
Aqui a produção em série e de massa, típica da grande indústria fordista, é substituída
242
"pela flexibilização da produção. por novas formas de adequação da produção à lógica
do mercado" (Antunes, 1995, p. 16).
Esse novo paradigma produtivo tenta firmar “uma concepção de trabalho que, sendo
mais flexível, estaria isento da alienação (do estranhamento) do trabalho intrínseca à
acumulação de base fordista” (idem, p.17, o acréscimo é nosso). É assim que, sob a
égide de uma atividade "criadora" e "livre", determina-se o trabalhador polivalente
levando-o a um acúmulo de tarefas.
Se analisarmos a concretude do momento podemos perceber que, com o advento do
toyotismo, na atual estruturação produtiva, os direitos e conquistas históricas dos
trabalhadores são substituídos e eliminados no mundo da produção. Dentre outros
aspectos dessa eliminação pode-se destacar: a intensificação da jornada de trabalho
mediante a terceirização e/ou do produtivismo; a desqualificação do trabalhador
mediante a polivalência; a insegurança dos direitos trabalhistas, mediante a
contratação de trabalhos temporários; etc. Tudo isso vem demonstrar que o trabalho
estranhado, analisado por Marx e Lukács,e depois com algumas considerações de
Marcuse, está presente na atualidade, ou seja, o trabalho enquanto criador de valor de
troca continua sendo o princípio fundante da sociabilidade capitalista. Aqui as
determinidades do trabalho abstrato se repõem sob novas formas, “sob o véu de uma
aparente democracia, o capital redescobre o princípio da subjetividade do trabalho,
para fazer dele a maior fonte de exploração e alienação do trabalhador" (Teixeira,
1995, p. 113).
Esse estado de coisas envolve toda uma complexidade social e pode-se dizer que não
está separado do trabalho docente. É assim que podemos falar, nessa etapa pósfordista, de uma pedagogia da qualidade total, incluindo o trabalho docente do nível
superior, onde estão presentes os termos como: professor polivalente, desempenho
docente, produtividade, flexibilidade, etc.
Por esse viés, além da pouca valorização do seu trabalho, o docente universitário
tornou-se refém da sociedade do conhecimento, do desempenho e do produtivismo
cujas atividades polivalentes consistem em: lecionar, orientar, produzir artigos para os
“qualis” (e não para os alunos), criar e executar projetos de pesquisas e de extensão,
participar de atividades administrativas e de encontros, dentre outros. É claro que
todas essas atividades fazem parte do trabalho docente, mas elas contribuem para o
estranhamento desse trabalho a partir do momento em que seguem a lógica da
restruturação produtiva cuja intenção consiste no produtivismo do “capital humano”.
O tempo do docente é predominantemente o tempode trabalho uma vez que a
sociedade industrial avançada e tecnológica usurpa o seu tempo de lazer.
Tomando como fundamento dessa análise o pensamento dos filósofos Karl Marx,
György Lukács e Herbert Marcuse no que diz respeito à questão do trabalho e do
estranhamento próprios do sistema capitalista, o nosso objetivo neste trabalhoé
demonstrar que as determinidades dos estranhamentos da sociedade atual têm a sua
gênese no trabalho produtivo estendendo-se nos complexos sociais e conduzindo o
desempenho do trabalhador como o princípio de realidade, incidindo, inclusive, no
trabalho docente universitário.
243
Trabalho e estranhamento no capitalismo: o principio de realidade
Segundo Marx (1989) o homem é um ser objetivo que se autoconstrói ao mesmo
tempo em que transforma a natureza através do trabalho, tornando-se um ser social.15
Esse é o aspecto do trabalho humano enquanto criador de valores de uso, porém no
capitalismo, sem perder essa característica de constituição da vida social dos homens,
o trabalho torna-se estranhado ao predominar a sua dimensão de criador de valor de
troca. Esse é o duplo aspecto do trabalho no capitalismo: criador de valor de uso e, ao
mesmo tempo, criador de valor de troca. A dimensão predominante enquanto criador
de valor de troca torna o trabalhador uma mercadoria como outra qualquer, pois ele é
visto no mundo da produção não como um ser humano, mas como um produtor de
mercadorias. Marx diz que no sistema capitalista “todos os meios para desenvolver a
produção se convertem em meios para dominar e explorar o produtor, mutilam o
operário reduzindo-o a um homem parcial [..] transformam o período da sua vida em
tempo de trabalho sob o rolo compressor do capital (Marx, 1980, p. 706).
Lukács, tomando esse pensamento de Marx, afirma que no processo de objetivação do
trabalho pode haver barreiras que se exprimem como estranhamentos que tem a sua
origem no trabalho, mas que se estendem para além dele, quer dizer, se estendem nos
complexos sociais que dele derivam inclusive o âmbito da educação e do trabalho
docente. Descrevendo esse fenômeno Lukács (1981) diz que o desenvolvimento das
forças produtivas desenvolve as capacidades humanas, mas não desenvolve
necessariamente o ser digno do homem, ao contrário, pode aviltá-lo, “e aqui emerge
plasticamente o problema do estranhamento” (p. 562). Delineando essas
considerações de Lukács, Nobre Lopes (1995) comenta que os estranhamentos
decorrentes do capitalismo são complexos, din micos “e qualitativamente diferentes
entre si” (p. 19) de tal forma que há pessoas combatendo determinados
estranhamentos e, por outro lado, agem estranhando outras pessoas. Nesse sentido
podemos remeter ao fato de existir políticas voltadas para a formação de professores,
para a educação emancipatória, etc., mas, por outro lado, não se valoriza o trabalho
docente, pelo contrário, extirpam-se todas as suas forças de trabalho.
Marcuse (1981), falando do pensamento de Freud, diz que o principio do prazer (no
aspecto natural do homem) transforma-se em principio de realidade (aspecto sóciohistórico do homem) e, “sob o principio da realidade, o ser humano desenvolve a
função da razão: aprende a examinar a realidade, a distinguir entre o bem e o mau,
verdadeiro e falso, útil e prejudicial” (Marcuse, 1981, p.35). Mas o principio de
realidade materializa-se num sistema de instituições, “e o indivíduo, evoluindo dentro
de tal sistema, aprende que os requisitos do princípio de realidade são os da lei e da
ordem, e transmite-os a geração seguinte” (idem, p. 36) que vai incorporando e
adaptando-se ao principio da realidade.
É assim que a sociedade capitalista e estratificada vai adotar como principio de
realidade o principio de desempenho no trabalho, que é o “princípio de uma sociedade
aquisitiva e antag nica no processo de constante expansão” (Marcuse, idem, p. 58),
exercendo o controle sobre o trabalho social. Para a esmagadora maioria da
15
A esse respeito Silva Filho (2005) comenta que a práxis social dos homens é “o resultado da relação entre o
homem e a natureza, constituindo o processo de objetivação do homem e de subjetivação da natureza” (p. 132).
244
população, o trabalho é uma engrenagem que ela não controla; “os homens não vivem
da sua própria vida, mas desempenham tão-só funções preestabelecidas” (Marcuse,
idem, 58).
Nesse sentido, podemos comungar com Marcuse ao falar do trabalhador em geral.
Segundo o nosso autor, e aqui remetemos ao trabalho do professor universitário, o
indivíduo pode até se sentir satisfeito e feliz no seu trabalho, mas “essa felicidade,
ocorre fracionadamente, durante as poucas horas de lazer entre os dias ou noites de
trabalho [...] Sob o domínio do princípio de desempenho, o corpo e a mente passam a
ser instrumentos de trabalho alienado, (estranhado)” (Marcuse, idem, p. 59, o
acréscimo é nosso), pois o seu tempo livre é pequeno, escasso e sem prazer, uma vez
que o trabalho consome o seu corpo e a sua mente.
Tudo isso é decorrente do principio de realidade do capitalismo uma vez que ele se
desenvolveu por meio do principio do desempenho expresso no trabalho estranhado
levando as pessoas a um estado de anestesia e de uma aparente felicidade.
Percurso Metodológico
A nossa pesquisa é de cunho teórico e visa discorrer sobre o estranhamento expresso
no principio de desempenho como principio de realidade incidindo no trabalho
docente a partir dos filósofos supracitados, tentando fazer uma análise imanente das
suas obras em pauta que tragam evidencias da questão aqui tratada.
Para tanto, de Marx trabalhamos principalmente duas de suas obras clássicas de
juventude e de maturidade, quais sejam: os Manuscritos Econômico-Filosóficos de
1844e partes de sua obra O Capital; de Lukács tomamos a sua obra Para Uma
Ontologia do Ser Social, capítulo referente ao trabalho e ao estranhamento; e de
Marcuse a sua obra Eros e Civilização.
A pesquisa tem como base metodológica a dialética materialista que, diga-se de
passagem, condiz com a própria teoria dos pensadores em pauta.
Resultados e considerações finais
Diante das considerações aqui tratadas queremos evidenciar o duplo aspecto do
trabalho no capitalismo: a sua dimensão de criador de valor de uso, aspecto positivo e
necessário dessa categoria; e a sua dimensão de valor de troca, aspecto negativo e
contingente uma vez quese refere à manutenção do capitalismo ao tornar o
trabalhador um instrumento de produção e de desempenho.
É essa dimensão enquanto criador de valor de troca que resulta no trabalho
estranhado no capitalismo. Tal estranhamento que tem a sua gênese aqui se
desenvolve nos complexos sociais para além dele resultando num principio de
realidade cujo parâmetro é o princípio do desempenho voltado não para o ser digno
do homem, mas para atender aos ditames do aparato capitalista.
Vimos que no caso do trabalho docente, além de toda aassertiva de Marx, Lukács e
Marcuse, destaca-se o tempo de sobretrabalho para as suas pesquisas, orientações,
produções e outras atividades complementares (extensão, administração,
coordenação, etc.) o que exige, numa linguagem capitalista, eficácia e rapidez, e a
constante disposição para tais atividades. Tudo isso não deixa de potencializar um
245
estranhamento no seu trabalho, estresses profundos e interferir na sua qualidade de
vida. No entanto não se pode prescindir da dimensão afetiva que o docente tem pelo
seu trabalho, a sua dedicação e esmero com os quais realiza as suas funções: o amor
ao próximo e o desempenho em formar os indivíduos.
Por fim queremos destacar ainda a necessidade de o educador conhecer e analisar o
mundo do trabalho onde está inserido, que perceba as mudanças e determinidades do
processo produtivo e as relações sociais daí decorrentes, bem como o seu reflexo na
docência universitária. Esse conhecimento e a atuação do educador no sentido de uma
luta efetiva levam, consequentemente, a uma mudança das condições do trabalho
docente e à sua valorização.
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246
A POSIÇÃO DE OSTRA DO PROFESSOR
Reszka, Maria de Fátima (Faculdades Integradas de Taquara – FACCAT RS – Brasil)
Resumo
Este estudo que tem por objetivo compreender como os docentes lidam com uso das
tecnologias digitais (TD), visando analisar se existe sofrimento psíquico advindo desse
processo, para (re)pensarmos sua formação docente. O estudo se deu em uma
instituição de Ensino Superior do Vale do Paranhana – Rio Grande do Sul, Brasil, no
curso de Pedagogia. É uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, em que nos
utilizamos das narrativas orais e escritas, por meio de coletas online de depoimentos
dos discentes na disciplina de Educação e Novas Tecnologias, de questionário online
para ambos e de entrevista aberta com os docentes do curso. O aporte teórico
fundamenta-se em Arroyo (2011), Cunha (2009) que trabalham a formação docente a
partir de uma perspectiva de pensarmos a profissionalidade docente ligada à
pessoalidade do professor; em Freud (1980a, 1980b e 1980c), Esteve (1999), Aguiar e
Almeida (2008), que se debruçam em analisar o sofrimento psíquico, o mal-estar na
educação. A interpretação dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de
Bardin (2004). Os resultados apontam que os docentes são perpassados por
sofrimento psíquico, aparecendo sentimentos de angústia, medo e frustração, além de
apontar a necessidade de espaços de formação permanentes diante das mudanças
aceleradas.
Introdução:
Ser professor, na atualidade, é estar permeado pelo social. Somos sujeitos
atravessados pela linguagem e, diante desse fato, precisamos constantemente refletir
sobre nosso papel.
A dita revolução tecnológica leva-nos a colocar em xeque os nossos conceitos, pois
passamos a nos questionar sobre nossa função no social. Sabemos que o educar, a
escolarização, assumia a tarefa social de transmitir o conhecimento historicamente
acumulado às gerações, e o professor se constituía na principal fonte desse processo,
pois esse possuía o acúmulo cultural e os conhecimentos profissionais que eram
repassados aos alunos. Esse lugar vem sendo questionado, apontando que não há
mais sentido social na função de professor, alicerçado na transmissão de
conhecimento. Reflete-se isso no campo da autoridade, colocando em jogo nossa
profissão, conforme Cunha (2009).
Todo esse contexto descreve um professor permeado por sofrimento, angústia,
incertezas e impasses. O sofrimento é um entrelaçamento entre as condições
subjetivas e as condições objetivas histórico-culturais. (Aguiar; Almeida, 2008). As
mesmas autoras apontam para um mal-estar docente como um sintoma psíquico, que
nasce do enodamento do corpo com o discurso social e a fantasia do sujeito.
Entendemos por sintoma psíquico um fenômeno subjetivo que constitui não um sinal
de doença, mas a expressão de um conflito inconsciente, conforme Chemama (1995).
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O sintoma é, então, uma formação do inconsciente estruturado como uma linguagem.
É a verdade do sujeito que surge na falha do saber que o professor manifesta, em seu
sofrimento gritando, fazendo sintoma, metaforizando sua angústia, que, muitas vezes,
não é escutada.
Freud (1980a)16 nomeou de subjetividade de desamparo, que se refere à angústia com
as relações interpessoais, sociais e a toda estrutura do sujeito. Sabemos que é esse
desamparo que instaura o mal-estar na contemporaneidade. Se fôssemos olhar
somente o ponto de vista biológico, trataríamos como uma questão evolucionista, de
maturidade, e isso, com o tempo, seria superado. Então, diante dessas questões,
notamos a importância daquilo que Freud entende como sendo o desamparo
fundante do mal-estar.
Freud (1980b)17 referia-se ao trabalho como uma das fontes do mal-estar na cultura.
Isso porque gera conflitos no sujeito e uma sensação de estranhamento e infelicidade,
devido ao fato de haver comprometimento no relacionamento com os outros,
desencadeando um dos maiores sofrimentos.
Após vários aniversários desse texto, o sociólogo polonês Bauman (1998, p.10) nos traz
o seguinte:
Você ganha alguma coisa e, em troca, perde outra coisa: a antiga norma mantém-se hoje tão
verdadeira quanto o era então. Só que os ganhos e perdas mudaram de lugar: os homens e
mulheres pós-modernos trocaram um quinhão de suas possibilidades de segurança por um
quinhão de felicidade. Os mal-estares da modernidade provinham de uma espécie de segurança
que tolerava uma liberdade pequena demais na busca da felicidade individual. Os mal-estares da
pós-modernidade provêm de uma espécie de liberdade de procura do prazer que tolera uma
segurança individual pequena demais.
Esteve (1999) descreve a expressão mal-estar docente para entender os efeitos
permanentes, de caráter negativo, que afetam a personalidade do educador como
resultado das condições psicológicas e sociais de quem exerce à docência, devido às
mudanças sociais aceleradas. Confirmamos isso através do depoimento onde um
acadêmico discente diz que “[...] sempre tenho dúvidas em relação às tecnologias,
porque nunca conseguimos aprender tudo, sempre estão ocorrendo mudanças”. (D2).
Notamos, com isso, que o professor vem adoecendo e estamos parados no tempo sem
repensarmos nosso cotidiano, sem articular as dimensões do ensino e pesquisa nos
lugares e espaços de formação, conforme nos aponta Cunha (2009).
A profissão docente deve ser repensada, pois educar é um desafio no qual permeiam
dimensões emocionais, afetivas, cognitivas, sociais, físicas, estéticas, culturais, lúdicas,
estéticas e biossociais nos processos de desenvolvimento e aprendizagem de crianças,
jovens e adultos.
Inúmeros são os fatores que influenciam no desempenho docente, mas esse lugar que
por si só representa o lugar de professor desencadeia um mal-estar e pode colocar em
risco, transformando-o em doença. De acordo com Aguiar e Almeida (2008, p. 15), “O
professor adoece em seu ambiente de trabalho e mescla sua história pessoal com
16
17
Originalmente publicado em 1926.
Originalmente publicado em 1930
248
acontecimentos da vida profissional ao vivenciar o exercício do magistério como lugar
de sofrimento”.
Perguntamos diariamente o que é um ofício de mestre e, muitas vezes, encontramos
em nossa memória fatos e marcas que nos produziram e qualificaram como tal.
Experimentamos, diariamente, o fazer pedagógico das vinte e quatro horas, quando
nos damos conta da jornada permeada de nosso inconsciente, que à noite floresce,
dando vida aos remanescentes diurnos, aparecendo, através dos sonhos, a
reconstrução do nosso dia a dia.
Arroyo (2011, p. 33) enfatiza que:
O ofício de mestre faz parte de um imaginário onde se cruzam traços sociais afetivos, religiosos,
culturais, ainda que secularizados. A identidade de trabalhadores e de profissionais não consegue
apagar esses traços de uma imagem social, construída historicamente. Onde todos esses fios se
entrecruzam. Tudo isso sou. Resultei de tudo.
A tarefa de educar não é nada fácil, porque o professor precisa desenvolver o seu
trabalho em meio aos conflitos pessoais e a tantos outros problemas sociais, como a
violência, a agressividade e a indisciplina. Na escola, afloram tantas questões advindas
do social, que possibilitam o surgimento dos conflitos e problemas enfrentados pelo
docente.
Desses aspectos, seja na vida profissional ou pessoal, podem surgir, paralelamente, o
desânimo, os pensamentos negativos em relação ao ensinar, a falta de prazer e o
desejo no trabalho, acarretando o sofrimento psíquico do docente. Percebemos o
quão importante torna-se o trabalho de escuta desses profissionais, pois ele aparece
como um pedido de socorro, diante do desamparo em que se encontram. Segundo
Aguiar e Almeida (2011, p. 39), “ a escola, cada professor trabalha isoladamente, sem
a oportunidade de falar de sua angústia, de sua prática pedagógica, sem lugar para
(re)significá-las. O professor não põe em palavras a angústia e adoece”. Dessa forma,
precisamos enfatizar as seguintes palavras de Arroyo (2011, p. 47):
A capacidade de escuta sempre atenta e renovada da realidade onde se formam as crianças,
adolescentes e jovens faz parte do nosso dever de ofício. A arte de diagnosticar, auscultar,
perceber é tão importante nos profissionais da saúde quanto à capacidade e o tino para regular e
intervir. Todo ofício é uma arte reinventada que supõe sensibilidade, intuição, escuta sintonia
com a vida, com o humano.
Outro fator que deve ser analisado diz respeito à motivação na profissão docente
diante da desvalorização profissional. Grande parte dos professores não ganha o valor
merecido para fazer um trabalho extremamente significativo para a sociedade.
Sabemos que os docentes são os maiores construtores da humanidade, pois têm em
suas mãos pessoas para as quais devem ser modelos e incentivadores da educação.
São profissionais que têm em suas mãos deveres de construir uma sociedade digna,
enquanto são colocados à margem da mesma. Concordamos, no entanto, que um país
que não acredita e não investe na educação não obterá índices de crescimento
desejáveis. Precisamos refletir o ensino superior, pois como poderemos pensar a
formação e o acesso a ela que, por décadas, vem sendo esquecida? No final do século
passado, as condições eram diferentes. A profissão de professor possuía um destaque
249
no social, pois ser professor era a garantia de um futuro promissor, já que o
conhecimento e a convivência social, aliados ao salário digno, refletiam em uma boa
escolha profissional e traduziam-se em uma autoestima elevada. Possuíamos um lugar
no social.
Hoje, os professores que, muitas vezes, diante de seus baixos salários, não têm
condições de se atualizarem no quesito tecnológico, entram em pânico junto aos
novos objetos que são lançados no mercado e muitos distribuídos nas escolas.
“Como todos sabemos, estamos vivendo na era digital. A era das grandes inovações tecnológicas.
Desta forma, é muito difícil encontrar pessoas que ainda não encontraram dificuldades para lidar
com todas estas ‘parafernálias’ que surgem a cada minuto e há quem dirá, a todo segundo pelo
mundo. E comigo, claro, que não foi diferente. [...]. Tinha medo de apertar em algum botão
errado e quem sabe aquilo tudo vir a explodir. Mas aos poucos fui aprendendo a ligar o
computador e até como controlar aquela flechinha que se movia tão rapidamente”. (D3).
Ficam observando e tentando executar suas tarefas, havendo um pedido de socorro,
em um só coro e, em consequência, não fazemos nada. Esse pedido ocorre como um
eco. Remete-nos ao mito de Eco, que era namorada de Narciso e repetia
incessantemente as últimas sílabas das palavras proferidas pelo seu querido metaforicamente, neste caso: corro, corro.
Conclusiones
Os resultados nos apontam várias realidades, como a falta de motivação, baixos
salarios, a busca pela profissão tem sido motivo de última opção nos vestibulares,
contando com um baixo número de alunos procurando pelas licenciaturas, de pouco
investimento e incentivos para o mercado reagir. Existe um empobrecimento da
profissão, resultando que, em sala de aula, quando um aluno traz seu entendimento
do mundo, o professor mostra que pouco reconhece de seu entorno. A educação já
passou por várias mudanças e, hoje, fazemos parte da era digital, inseridos num
mundo permeado pela tecnologia, em que tudo acontece muito rápido. Mudanças
ocorrem de maneira que, muitas vezes, nem percebemos. Alguns professores podem
sofrer para lidar com as mudanças. Para os mais experientes, às vezes, fica difícil
aceitar tais mudanças, apresentando defesas como a resistência e outras situações de
desequilíbrio. Isso porque o professor se depara com muitas variáveis que podem
contribuir para o desequilíbrio de sua saúde física e mental, levando-o a desenvolver
síntomas e adoecimentos.
Referencias
Aguiar, R.; Almeida, S.F.C. (2008). Mal-estar na educação: o sofrimento psíquico dos
professores. Curitiba: Juruá. 2008.
Arroyo, M. (2011). Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes.
Bardin, L (2004). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bauman, Z. (1988). O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar.
Cunha, M. I (2009). A educação superior e o campo da pedagogia universitária:
250
legitimidades e desafios. In: Isaia, Silvia Maria de Aguiar; Bolzan, Doris Pires Vargas;
Maciel, Adriana Moreira da Rocha (Org.). Pedagogia Universitária e
desenvolvimento profissional docente. Porto Alegre: Edipucrs, v.4, p. 351-374.
Freud, S. (1980a) Inibição, sintoma e angustia In: Edição Standard das Obras
Completas de Sigmund Freud. V. XX, Rio de Janeiro: Imago.
Freud, S. (1980b). Mal-estar na civilização. In: Edição Standard das Obras Completas de
Sigmund Freud. V. XXI, Rio de Janeiro: Imago.
251
A EDUCAÇÃO ESTÁ EM CRISE OU A CRISE ESTÁ NA
EDUCAÇÃO?
Monari Belo, Evelyn. Claretiano Faculdade.
Resumo
Este trabalho tem como principal objetivo propor uma discussão sobre a atual situação
do ensino brasileiro tanto em nível fundamental quanto superior. Atualmente,
enfrentamos uma situação que pode ser considerada crítica, cuja defasagem abrange
desde a carência de recursos referentes a infraestrutura, quanto recursos pedagógicos
e também humanos. Há deficiência de recursos orçamentários mas, principalmente,
sofremos com o déficit identificado na formação de professores.
Introdução
Iniciar a escrita deste trabalho é, na realidade, um exercício de reflexão que, na
condição de educadora e pesquisadora, tenho me dedicado de forma autônoma há
algum tempo. Procuro me esforçar para modificar minha prática profissional, mas nem
sempre sou ouvida e, portanto, compreendida.
Integro dois grupos distintos de profissionais da educação, pois atuo simultaneamente
no Ensino Superior e no Ensino Fundamental. Nesta condição me sinto privilegiada,
pois atuo simultaneamente com crianças aplicando o conhecimento que procuro
adquirir no desenvolvimento de minha profissão enquanto preparo futuros
profissionais da educação. E isso me permite observar que, quando escolhemos ser
professores, sempre desejamos muito para realizar em nossa atuação. Porém, nem
sempre conseguimos o que julgamos tão simples: uma sala de aula com recursos
básicos, adequada ao trabalho que precisamos realizar e uma escola gerenciada de
forma humana, sem atitudes impróprias que são capazes de punir e fazer prevalecer a
hierarquia. Mas não é o que tenho vivenciado no Ensino Fundamental. Percebo que os
profissionais da educação se cansam facilmente quando se encontram diante das
dificuldades e agruras que constituem o caminho a ser trilhado e os gestores pouco
podem ou desejam realizar para promover mudanças e/ou melhorias.
Apostar na educação é apostar na vida e, então, consequentemente, educar pessoas é
promover a aprendizagem de experiências que nos oportunizam o crescimento.
Crescer, no entanto, demanda adaptação às situações, e a escola brasileira não tem se
mostrado apta a esta condição. Em suma, nem a escola e nem os profissionais da
educação se mostram aptos à adaptação.
Tenho neste texto minha esperança de ser observada como uma professora que se
julga uma educadora que procura crescer na profissão, pois tem sido muito difícil
trabalhar em uma escola pública que proclama um discurso de escola aberta e
democrática quando, na realidade, é refém de situações absurdas. Minha esperança
vem da minha possibilidade de atuação no Ensino Superior, pois me encontro na
possibilidade de refletir e verificar que posso fazer a diferença quando preparo minhas
252
aulas, quando estabeleço meus objetivos em meus planos de ensino que contemplam
as disciplinas que me são atribuídas no curso de Graduação em Pedagogia.
O que propomos neste trabalho: discutir a crise ou atuar para superar esta
condição?
Em muitos momentos, a crise no sistema educacional pode ser um momento de
desistência para a maior parte dos profissionais atuantes. Mas na realidade, a crise
deve ser encarada como o ponto de referência para as possibilidades de articulações
de novas possibilidades de ação. Agir, tal como educar, é um ato de coragem e de
muita responsabilidade.
A ação pedagógica por si só é desafiadora. E nesta perspectiva, somos privilegiados a
leva-la adiante. A cada dia, a cada momento, nossa árdua tarefa encontra dificuldade
em seu principal objetivo: o convencimento.
A escola deixou de convencer as pessoas que o melhor caminho a ser trilhado ainda é
o conhecimento. Muitos “professores” são formados de uma única vez sem qualquer
critério, sem quaisquer fontes de preparo sérias e respeitosas, dignas de uma sólida
referência teórica conservadora, pois – pasmem! – o conservadorismo ainda é
necessário sim!!!!!
Portanto, se a educação está em crise, uma questão deve nortear nossas reflexões
neste momento: em que setor do Ensino Superior, responsável pela difusão da base do
conhecimento científico, encontra-se a possível falha que alavanca tal situação que
chega a ser considerada irreversível?
Na condição de educadora que atua simultaneamente atua formando crianças e
também futuros profissionais da educação, tenho como convicção que investir na
devida formação de uma “boa base” – como geralmente se afirma – é investir
diretamente na formação dos futuros profissionais que atuarão no processo de ensino
e aprendizagem dos futuros cidadãos, que um dia, mais tarde, tornar-se-ão adultos
integrantes de uma sociedade civil e organizada.
Para fundamentar, neste momento, tais reflexões, podemos apoiar-nos nas ideias de
Dourado e Oliveira (2009, p.203), que propõe os seguintes questionamentos:
Que conceitos, representações ou concepções sinalizam na escola de qualidade? Quais são os
principais conceitos e definições que embasam os estudos, as práticas e as políticas educativas,
bem como as dimensões e os fatores que apontam a construção de uma educação de qualidade?
É possível uma escola de qualidade para todos? Tais questões revelam a complexidade da
temática da qualidade no campo educativo.
Toda e qualquer consideração que implica, diretamente, uma discussão sobre o
conceito de qualidade envolve, principalmente, a compreensão dos profissionais da
educação sobre sua responsabilidade e o alcance de sua ação na formação pessoal de
seus alunos.
As políticas educativas, neste contexto, nos permitem verificar que somos sempre
submetidos a muitas cobranças, mas não somos capazes de cumpri-las porque não
possuímos as condições necessárias para tanto.
253
Engana-se, porém, quem compreende que o cumprimento de tais cobranças está
associado a situações de aprendizagem que exigem a realização de aulas com o uso
direto de recursos tecnológicos como se tais aparatos garantissem a aprendizagem dos
alunos. Cumprir tais cobranças está associado, primeiramente, a conseguirmos
ministrar nossas aulas possuindo as mínimas condições, como por exemplo
infraestrutura nos espaços físicos que configuram as salas de aula adequadas, nas
quais ao menos giz e quadro negro – que para muitos ainda são recursos considerados
“arcaicos”, ultrapassados – estejam disponíveis. Ou seja, inclui-se, neste contexto,
prédios com condições adequadas.
Ainda de acordo com Dourado e Oliveira (2009, p. 204, grifos do autor):
Outra questão fundamental consiste em identificar, no âmbito das políticas internacionais, quais
são os compromissos assumidos pelos diferentes países na área da educação, como tais
compromissos se configuram em políticas, programas e ações educacionais e como eles se
materializam no cotidiano escolar. Por outro lado, é fundamental apreender quais são as políticas
indutoras advindas dos referidos organismos multilaterais e que concepções balizam tais
políticas. Para tanto, é fundamental problematizar a ênfase dada à teoria do capital humano,
sobretudo pelo Banco Mundial, identificando o papel reservado à educação à educação, bem
como as diferentes feições assumidas por ela no que concerne à escola de qualidade.
Em suma, o cotidiano escolar envolve muito mais que apenas os insumos de
características materiais e físicas. A atuação do professor em sala de aula determina,
indiscutivelmente, o que vem a ser a qualidade em sala de aula.
Qualidade em educação ultrapassa os limites físicos da sala de aula. Envolve
compromisso e responsabilidade. Na condição de educadora e formadora de futuros
profissionais da educação, tenho como compromisso desenvolver novos ideais para
minha profissão mas, principalmente, para um sistema educacional falho. Tenho
tentado, mas não tem sido fácil. Em um simpósio anterior de nível internacional,
propus na apresentação de um trabalho que foi publicado em forma de artigo
científico os seguintes “princípios” que julgo necessários para a transformação da atual
situação do ensino a partir do processo de formação de professores nos cursos de
graduação. Os princípios que proponho e retomo aqui podem ser assim
compreendidos18:
1. Adequação da realidade do futuro educador à sua compreensão enquanto
elemento atuante no sistema educacional brasileiro.
2. Preparação do futuro educador para o desempenho de sua função em
diferentes situações de ensino e aprendizagem, sobretudo quando condições
de sobrevivência interferem diretamente no exercício da profissão, exigindo o
questionamento da necessidade de práticas educativas de qualidade em
contraposição ao suprimento da qualidade de vida.
3. Oferecimento de condições de análise e apropriação do conhecimento aos
futuros educadores com o objetivo de assegurar o desenvolvimento de uma
prática pedagógica real e concreta, capaz de ser articulada às diferentes
18
In: Belo, E. M. Formação de Educadores: revendo a prática pedagógica como motivação para a transformação da
educação brasileira. (EDUCON, 2015)
254
necessidades expressas na heterogeneidade das salas de aula
independentemente do nível ou modalidade ensino considerado.
4. Promover situações de integração nas quais corpo docente e discente possam
compreender a importância da ação conjunta e articulada em efetivos
programas de extensão, visando o exercício de práticas que culminem no
exercício profissional consciente e objetivo dos futuros educadores.
5. Estabelecer ações articuladas com a prática da pesquisa acadêmica, tornando-a
um instrumento de aplicação efetiva na realidade das unidades escolares.
6. Determinar aos futuros educadores condições de aprendizagem que
conduzam-nos à apropriação do conhecimento, adaptando-o à sua realidade
de ação e tornando-o um elemento centralizador de ações reflexivas capazes
de promover profundas transformações na prática profissional desempenhada.
7. Permitir ações estratégicas que tornem os estágios significativos, aliados ao
exercício profissional de modo a contribuir com o desempenho do futuro
profissional da educação.
8. Tornar a sala de aula do Ensino Universitário um espaço de discussão que
propicie o avanço do conhecimento de forma concreta, estabelecendo vínculos
reais e necessários com a realidade de unidades escolares a partir da
implementação de um sistema que seja capaz de ampliar o conhecimento
teórico-prático dos graduandos em consonância com os ideais expressos por
uma realidade cada vez mais dinâmica, articulada e exigente.
9. Oferecer subsídios para a integração do tripé ensino-pesquisa-extensão como
fonte de articulação das ações práticas, possibilitando o avanço das discussões
sobre as verdadeiras dificuldades encontradas no ambiente escolar.
10. Promover condições de efetivação de um ensino estruturado, investindo na
formação acadêmica nas diferentes vertentes: oferecimento de conhecimento
de caráter teórico, prático, realização de atividades práticas vinculadas às redes
oficiais de ensino e incentivo à formação continuada como resultado de
autogerenciamento e oferecimento de organização de tempo de estudo
concomitante ao exercício da profissão.
De acordo com as proposições aqui apresentadas, assegurar a qualidade do ensino
significa investir adequadamente nas condições que determinam e concretizam o
processo de formação de professores. Assim, promover ao futuro profissional da
educação condições de reflexões que lhe permitam articular teoria e prática significa
também que temos como responsabilidade propor novas formas de compreensão do
pensamento que construímos ao longo do tempo. Em outras palavras, estamos
discutindo neste artigo tanto a crise da educação em relação ao Ensino Fundamental
quanto em relação ao Ensino Superior. A todo educador, ser competente é algo que
ultrapassa ser compromissado, pois exige o exercício da reflexão sobre a própria
prática. Discutimos especificamente, neste momento, a qualidade da educação no
processo de formação dos futuros profissionais da educação, porém, é necessário
verificar também que:
Há necessidade de um profundo diagnóstico do nível de competência dos professores em
exercício, a fim de que, identificadas as deficiências de formação, possamos oferecer cursos de
atualização capazes de sanar essas deficiências. Só assim iremos formar um exército de
professores que irá realmente formar a clientela do Ensino Fundamental e resolver parte do
255
problema do baixo nível de desempenho do alunado desse nível de ensino (Mourão; Esteves,
2013, p. 506)
Se as condições de trabalho não são suficientes ou mesmo adequadas, é necessário
que sejam concentradas ações que oportunizem melhorias no preparo profissional dos
futuros educadores. A afirmação acima nos permite identificar tal necessidade. O
desafio, neste momento, é o mesmo que se aplica à legislação educacional: “precisa
sair do papel!”
O principal desafio já foi identificado: trata-se da formação de professores. E neste
sentido, minhas proposições apresentadas anteriormente podem tomar como base
para argumentação o tópico n.º 8, que determina a necessidade de:
Tornar a sala de aula do Ensino Universitário um espaço de discussão que propicie o avanço do
conhecimento de forma concreta, estabelecendo vínculos reais e necessários com a realidade de
unidades escolares a partir da implementação de um sistema que seja capaz de ampliar o
conhecimento teórico-prático dos graduandos em consonância com os ideais expressos por uma
realidade cada vez mais dinâmica, articulada e exigente. (Op. Cit.)
Atuando há alguns anos como professora, é possível perceber a distância entre a
“academia” e as escolas reais. Trata-se de uma situação que, em meu entendimento,
chega a ser absurda. Sala de aula é um espaço amplo e enriquecedor para todos,
indiscutivelmente. Neste espaço situam-se e confrontam-se as mais diversas situações
de ensino e aprendizagem e, para tanto, tais situações não podem ser concretizadas
em uma situação de autoritarismo. Autoridade sim. É necessário que nossas crianças
cresçam e “amadureçam” certas de que o respeito ainda é a melhor “arma” – e talvez
a única – a ser utilizada, pois nos últimos tempos o próprio professor acabou
desacreditando de sua profissão e aceitando sua desvalorização profissional,
tornando-se vítimas da pior expressão da violência: a violência simbólica.
Como é possível perceber, a crise na educação ultrapassa os limites que julgamos
conhecer. Ou seja, os limites são inúmeros e, exatamente por este motivo, a crise é
apavorante.
Em contrapartida, a crise deveria ser compreendida e/ou interpretada como um ponto
de partida para a reversibilidade dos problemas enfrentados. De acordo com Silva
(2011, p. 38):
A maior contribuição que houve no século XX para o processo cognitivo foi conhecer os limites do
conhecimento. Foi-nos ensinado nesse século que nosso conhecimento é limitado e que a maior
certeza que temos é a da indestrutibilidade das incertezas, não somente na ação, mas também
no conhecimento, nas ciências, nas ideias.
Esta afirmação pode ser considerada fundamental para que novas oportunidades
emerjam como referenciais de uma nova fonte de conhecimentos que venha a
alimentar ideais e propostas de formação de professores que, num futuro próximo,
venham a atuar na escola pública, resgatando seu prestígio e sua qualidade.
Temos a capacidade de desconstruir para construir novamente, e precisamos realizar
um processo de desconstrução “urgentemente” nesta educação em crise!
256
Agir na crise é agir na incerteza e, portanto, propor novas formas de pensar, estando
assim à beira de novas oportunidades e novas fontes de saber.
Como ser professor(a) em tempos de crise?
Primeiramente, apostando na possibilidade de poder atuar acreditando que podemos
realizar nossas aulas a partir daquilo que acreditamos: que conseguiremos formar
futuros cidadãos apresentando a verdadeira situação que vivenciamos em nosso
cotidiano. Em outras palavras, apresentando a verdadeira realidade como elemento de
nosso constante aprendizado.
O processo de ensino e aprendizagem pode ser compreendido como o verdadeiro
indicador do sucessos e fracassos aos quais um sistema educacional é submetido. A
partir de instrumentos avaliativos, são averiguados os avanços e desempenhos dos
alunos que, subordinados aos procedimentos burocráticos, contribuirão a partir dos
resultados fornecidos com os índices de um sistema educacional a ser apresentado
como demonstração e prestação de contas.
No entanto, cabe nesse momento uma questão: será uma garantia de melhoria na
qualidade do ensino exigir a capacitação dos profissionais da educação mediante tal
condição como única certeza de acréscimo de percentuais em seu salário?
A crise da educação, nesta perspectiva, assume duplo sentido: além da insuficiência
que o ensino brasileiro aponta no tocante a crianças que não encontram-se
alfabetizadas em tempo previsto, é possível observarmos que a desvalorização do
profissional da educação não é restrita apenas ao aspecto financeiro, mas sobretudo
ao descaso que é atribuído a essa forma de “cobrança” que configura a adequação da
formação do profissional da educação às exigências de uma nova realidade cada vez
mais complexa.
Entre tantas afirmações, é notória a importância atribuída à necessidade de ênfase
que deve ser atribuída ao tripé ensino-pesquisa-extensão e que aponto no tópico 9 do
subtítulo 1 deste artigo e aqui retomo, quando afirmo que entre os princípios
necessários para transformarmos a situação da educação a partir da formação de
professores encontra-se:
“oferecer subsídios para a integração do tripé ensino-pesquisa-extensão como fonte de
articulação das ações práticas, possibilitando o avanço das discussões sobre as verdadeiras
dificuldades encontradas no ambiente escolar”. (Belo, op. Cit.)
É possível compreender que a crise apontada neste artigo está configurada na crença
de que o profissional da educação que atua no Brasil não é capacitado para agir na
“contramão” dos problemas que assolam a atual situação, que é drástica e, até
mesmo, calamitosa no tocante à rede pública de ensino.
O desafio consiste na dificuldade de formação de uma consciência coletiva, fator que
culmina na concretização de um sistema falho, incapaz de atender às demandas e
sanar as dificuldades e necessidades expressas por uma realidade cada vez mais
exigente. Diante de tais colocações, podemos retomar as ideias de Silva (2011, p. 56),
afirmando que:
257
O fazer pedagógico toma nova forma, voltado agora, para o verdadeiro conhecimento, que é
fruto de uma elaboração na qual o aprender resulta de um processo de construção.
Esse processo de construção, por sua vez, concretiza toda e qualquer situação de
ensino e aprendizagem. Portanto, somos nós educadores, atuantes nos diversos níveis
e diversas modalidades do ensino, os verdadeiros responsáveis pela possibilidade de
concretização do processo de transformação da educação, que resultará na superação
da crise e promoverá a busca pelo verdadeiro processo de construção do
conhecimento.
Conclusões
Para uma prévia conclusão sobre as reflexões apresentadas neste artigo, podemos
retomar a questão que constitui-se como título: “A educação está em crise ou a crise
está na educação?”
Há crise na educação quando aceitamos as críticas e o descaso das políticas
inadequadas, que inviabilizam toda e qualquer forma de ação e que,
consequentemente, oportunizam o fracasso escolar dos educandos e a desvalorização
dos educadores.
Há crise na educação e problemas nas diferentes situações de ensino e aprendizagem
quando aceitamos justificativas que se consolidaram historicamente, permitindo o
enraizamento de uma ideologia que não permite o crescimento para a liberdade, para
o abandono do estado de ignorância. Em outras palavras, a educação está em crise
porque não permitimos a libertação como condição para a criação de novas
possibilidades. Portanto, as situações de ensino e aprendizagem resumem-se a
situações enfadonhas, que já não trazem para a sala de aula a alegria e o sorriso como
motivação do próprio educador. Se o educador não encontra-se motivado, quem dirá
o aluno!!!!!
Há crise na educação quando não contribuímos verdadeiramente com a formação de
novos educadores. Mas atenção: não precisamos realizar esse processo de
transformação com situações conflituosas e violentas. Basta a violência que realizam
conosco todos os dias a partir da simples falta de respeito e consideração que a nós e
destinada. Precisamos apostar em nossa capacidade e seguir ensinando e acreditando
que temos na sala nosso momento mais precioso e oportuno, no qual podemos agir de
forma responsável e consciente e, então, comprovar que a crise não está na educação.
Referências
Silva, R. C. (2011). Gestão do Ensino Superior. Temas atuais. São Paulo: Biblioteca 24
horas.
Dourado, L. F. e Oliveira, J. F. (2009). A Qualidade da Educação: Perspectivas e
Desafios. Cad. Cedes, Campinas, 29 (78), 201-215.
Mourão, L. e Esteves, V. V. (2013). Ensino Fundamental: Das Competências para
Ensinar às Competências para Aprender. Ensaio: Aval. Pol. Publ. Educ., Rio de
Janeiro, 21(80), 497-512.
258
LA SEGURIDAD SOCIAL DEL PERSONAL CONTRATADO
PREDOCTORAL EN ESPAÑA E ITALIA
Ortiz González Conde, Francisco Miguel (Doctorando Dpto Derecho del
Trabajo y la Seguridad Social. Universidad de Murcia)
Resumen
El inicio de la carrera docente, conforme a los planes de Formación del Profesorado
Universitario, suele venir acompañado de la condición de becario predoctoral, que
permite ciertas condiciones socioeconómicas para la dedicación profesional. Esta
comunicación plantea, a tenor de la rápida evolución normativa de los últimos años,
identificar la situación actual de Seguridad Social de los candidatos en relación a sus
homólogos italiano, para poder determinar si existe, a nivel legal, infracobertura o
barrera de entrada/desincentivo.
Resumo
O início da profissão docente, de acordo com os planos da Formação de Professores de
Universidade, geralmente começa com estatuto de estudante PhD, permitindo certas
condições sócio-econômicas para dedicação profissional. A presente comunicação
apresenta, sob a evolução jurídica rápidos dos últimos anos, identificar o estado actual
da Segurança Social dos candidatos em relação aos seus homólogos italianos, para
determinar, no plano juridico, se um infracobertura ou uma barreira de
entrada/desincentivo.
Introducción
El modelo de formación inicial del profesorado propuesto por Sánchez Nuñez (2003),
considera al profesor como miembro integrante de una institución educativa, la cual a
su vez, se ve influenciada por el desarrollo (cognitivo) y profesional (empleo) del
docente. Sobre el primer proceso, para Perales, Sánchez y Chiva (2002), debe
entenderse la formación del profesorado universitario como continuum, sistemático y
organizado. Sobre el segundo proceso, condiciones laborales, se propone centrar la
atención esta comunicación, atendiendo a los primeros estadios de la carrera docente.
En concreto, se trata de identificar cuáles son las prestaciones cubiertas por el
catálogo de Seguridad Social previstas para los investigadores predoctorales llamados
a convertirese en profesores noveles, a través de un enfoque comparado con sus
homólogos italianos.
Marco teórico
1. Consideraciones Previas
La Comisión Europea, a través de la Recomendación del 11 de marzo de 2005, relativa
a la Carta Europea del investigador y Código de conducta para la contratación de
investigadores , regula diferentes aspectos de la figura del investigador y su carrera
profesional (tareas docentes y de gestión, libertad de investigación, evaluación del
259
trabajo, buenas prácticas en la investigación, difusión y explotación de resultados,
supervisión de otros investigadores, valor de la movilidad, criterios justos y
transparentes de selección...) e insta a una igualdad de trato en materia de Seguridad
Social, para los investigadores en la etapa inicial de su carrera, conforme a la
legislación nacional vigente (expresamente se menciona enfermedad, maternidad y
desempleo). Estas recomendaciones, carentes de fuerza vinculante, suponen una
relación de “principios rectores de la política I+D+i”, a los que se puede decir, sirven de
guía para las regulaciones nacionales posteriores.
2. La situación jurídica española
En España, el Real Decreto 1326/2003, de 24 de octubre, reguló por primera vez el
régimen jurídico de los becarios de investigación, creando el llamado Estatuto del
Becario de Investigación. Esta norma dispuso el régimen jurídico de los becarios de
investigación frente a la tradicional indefinición júridica que se venía arrastrando
(Luján Alcaraz, 2004), pues con anterioridad a ella, cuestiones como las bajas por
enfermedad, maternidad o las vacaciones (junto a una larga ristra de condiciones
laborales: acción sindical, cláusulas de revisión salarial, horarios, etc) quedaban
indeterminadas sin las pertinentes previsiones en las convocatorias de origen, por la
tradicional consideración del carácter no laboral de las becas de investigación, lo que
en la práctica se traducía en una disparidad de criterios según cada investigador
principal. No obstante dichas mejoras adolecían de carencias signficativas, pues
únicamente se reconocía a sujetos en su mayoría adscritos a entidades públicas y en
posesión de la antigua suficiencia investigadora, y la protección social dispensada
omitía las prestaciones por desempleo, y no satisfacía a los representantes del
personal investigador predoctoral (Cristobal Roncero, 2009)
A raíz de estas insuficiencias fue aprobado el Real Decreto 63/2006, de 27 enero, por el
que se regula el Estatuto del Personal Investigador en Formación, que deroga al
anterior, y junto a la remodelación del ámbito subjetivo, supuso la división del periodo
de formación en dos fases bianuales, otorgándole a la relación academico-profesional
una suerte de “carácter mixto”, la primera fase manteniendo la consideración de
becario y la segunda formalizando con el investigador un contrato laboral (en base a
los requisitos de los art. 2 y art. 3). A nivel de Seguridad Social se traducía en la
incorporación del doctorando al Régimen General, es decir, la acción protectora de los
investigadores comprendía aquella de los trabajadores por cuenta ajena, a excepción
nuevamente de las prestaciones por desempleo (Disp. Ad. Primera RD 63/2006), y
consecuentemente, tampoco los subsidios por desempleo, al ser condición necesaria
agotar la primera para causar los segundos. Por tanto, de la nómina del jóven
investigador no se detraían las cotizaciones por la contingencia de desempleo.
Este regulación se mantuvo estable hasta la publicación de la Ley 14/2011 de la
Ciencia, Tecnología y la Innovación, extendió finalmente la consideración de relación
laboral a todo el período formativo y no a los últimos dos años del periodo formativo
(Disp. Trans. 5ª), como preveía la normativa de 2003, y consecuentemente, al dejar de
tener la actividad desempeñada la consideración de formativa sino laboral, (Serrano
Argüello, 2014), quedaban asimilados al acceso las prestaciones por desempleo.
260
3. La situación jurídica italiana
En Italia, a las peculiaridades que encierra la figura del investigador predoctoral, se
suma la variedad de figuras contractuales “atípicas” previstas por el ordenamiento
italiano. Los doctorandos no vienen asimilados al trabajo por cuenta ajena, sino que se
sigue manteniendo la consideración de actividad formativa. No obstante, el Decreto
Legislativo 22/2015, ha previsto una obligación de cotización del 30% del salario anual
(2/3 a cargo de la Administración, 1/3 a cargo del doctorando), asimilandolos en este
aspecto a la figura del Co.Co.Co. (collaboratori coordinati e continuativi), una
institución a caballo entre el trabajo autónomo y el dependiente. Según ésta, la
organización de trabajo es independiente, sin subordinación, pero dentro del marco de
una relación única y continua, integrados dentro de la organización y ciclo productivo
(al empresario le sigue siendo reconocido el poder de coordinación). Por tanto, la
Seguridad Social prevista para esta figura no es la correspondiente al régimen general
AGO (Assicurazione Generale Obligatoria) sino la “Gestione Sepata” para las figuras
atípicas (Legge 315/98, art. 1, c. 1, lett. a) y art.2. co.26). Este régimen garantiza el
reconocimiento de las prestaciones por vejez, invalidéz, y muerte/supuervivencia,
liquidadas exclusivamente con el sistema de cálculo contributivo. Igualmente, tienen
reconocido el derecho a prestaciones por enfermedad (malattia) y maternidad
(maternità), en los mismos terminos que el resto de co.co.co. y co.co.pro.
Ahora bien, esta figura venía careciendo de cobertura por desempleo hasta la reciente
reforma de 2014, Ley del “Job Act” (183/2014), que en su art. 1 párrafo 2 preveía para
el ejercicio de 2015, y en vía experimental, la cobertura de los eventos de
desocupación constatados hasta 31 diciembre 2015, (art. 15 Decreto Legislativo
22/2015) mediante la creación de unas prestaciones de desempleo específica, DISCOLL (Ferrari 2015) A tenor del clamor popular, la Ley de Stabilità de 2016 (art. 1 co.
310 Legge 208/2015) lo ha ampliado para 2016.
La polémica radica en que tanto la normativa de origen DIS-COLL, como la prórroga, no
han previsto tal extensión a los doctorandos (ni assegnisti di ricerca), al seguir
mantener que la inclusión en el régimen de “gestión separada” lo es en tanto la
previsión legal, pero no por el carácter co.co.co. de los trabajadores. La Asociación que
agrupa a los doctorandos italianos (ADI), junto al sindicato FLCGIL emprendieron en
2015 una campaña infructuosa campaña para conseguir tal reconocimiento, cuestión
que de momento se ha hecho sentir en la sesión de la Comisión de Cultura del
Parlamento italiano del 13 enero 2016.
Metodología
La metodología empleada ha sido el derecho comparado partiendo de la
conceptualización aportada por Zweigert y Kötz (2002). A la hora de delimitar los
parámetros de comparación, se han seguido los siguientes criterios: 1) Se ha
delimitado la investigación al ámbito subjetivo del personal predoctoral, dejando al
márgen la situación del personal investigador post-doctoral en España y assegnisti di
ricerca en Italia; 2) Se ha delimitado la investigación al ámbito material del Derecho de
la Seguridad Social; 3) Se ha buscado la equivalencia funcional entre las prestaciones
261
sociales atendiendo al riesgo social al que hacen referencia; 4) Se ha descartado la
comparación detallada de las regulaciones específicas de cada prestación de Seguridad
Social, estructuras de los sistemas universitarios, o especificades de los programas de
doctorado de cada Ateneo.
Resultados
Se constata el paulatino aumento de la protección social de esta categoría en ambos
ordenamientos, a consecuencia de la acción social de las respectivas asociaciones
nacionales, en orden conseguir la inclusión en la agenda política. A nivel jurídico, la
Seguridad Social no se configura como una variable limitante para el acceso a la
condición de predoctoral. Ahora bien, sería conveniente conocer de un lado, si
estadísticamente se corrobora tal premisa (incentivo/desincentivo), y de otro, estudiar
la incidencia de la situación de Seguridad Social en los siguientes estadios de la carrera
profesional del personal predoctoral para alcanzar mayores resultados. También a
nivel jurídico sería preciso una re-valoración de la situación de desempleo DIS-COLL, así
como la re-consideración laboral del trabajo predoctoral en Italia.
Conclusiones
En conclusión, teniendo en cuenta las medidas españolas, la normativa y
jurisprudencia italianas, se pide subsanar la deficiencia que impide a los trabajadores
predoctorales italianos quedar incluidos entre la categoría de sujetos beneficiarios de
la indennità DIS-COLL, pues éstos no aparecen mencionados entre las exclusiones
explícitas previstas por la Ley. En este sentido, son numerosas las sentencias de la
Corte di Cassazione italiana (n.82/4000, n. 88/6907; n. 93/11359) sobre la
interpretación de las disposiciones normativas según el art. 12 Código Civil italiano,
que mantienen la suficiencia de la interpretación literal de una disposición cuando
exprese un significado claro e inequívoco, sin necesidad de recurrir a la lógica, sobre
todo si a través de ésta subyace la tendencia a cambiar la voluntad de la ley
claramente expresada.
Referencias
Cristobal Roncero, R. (2009). El personal investigador en formación: un contrato
común con peculiaridades. Revista del Ministerio de Trabajo e Inmigración, 83,
323-353.
Luján Alcaraz, J. (2004). A propósito del Estatuto del becario de investigación. Aranzadi
Social, 5, 23-34
Ferrari, V. (2015). La revisione degli ammortizzatori sociali e gli strumenti di contrasto
alla disoccupazione – revision of social safety nets and tools aimming to contrast
unemployment. Foro Italiano, 5, 263-273.
Perales, M.J., Sánchez, P. y Chiva, I. (2002). El «curso de iniciación a la Docencia
Universitaria» como experiencia de formación de profesores universitarios
noveles en la Universitat de Valencia. Un sistema de evaluación. RELIEVE- Revista
Electrónica de Investigación y Evaluación Educativa, 8(1), 49-69.
262
Sánchez Núñez, J.A. (2003). Formación Inicial para la Docencia Universitaria, OEIRevista
Iberoamericana
de
Educación,
www.rieoei.org/deloslectores/sanchez.PDF
Serrano Argüello, N. (2014). Modalidades específrica de contratación laboral del
personal investigador. De la precarización al desiderátum de su estabilidad en el
empleo y consolidación profesional. Revista General de Derecho del Trabajo y de
la Seguridad Social, 36.
Zweigert, K. y Kötz, H. (2002). Introducción al derecho comparado. México: Oxford
University Press.
263
LA SITUACIÓN JURÍDICO-LABORAL DEL LECTORADO
ESPAÑOL
Megías-Bas, Antonio (Universidad de Murcia)
Resumen
Con este poster se pretende analizar la situación jurídica de los lectores y lectoras. Nos
centraremos en la estrategia de apoyo a la enseñanza de español, como lengua
extranjera, del Ministerio de Asuntos Exteriores y de Cooperación de España (MAEC), a
través del Departamento de Cooperación Universitaria y Científica de la Dirección de
Relaciones Culturales y Científicas de la Agencia Española de Cooperación
Internacional para el Desarrollo (AECID), para analizar las condiciones jurídicolaborales del lectorado. Los lectores se encargan de la difusión del español y la cultura
en español, dentro de la política de cooperación académica desarrollada por la AECID,
con universidades extranjeras. De esta forma se fortalece la relación académicoinstitucional, constituyendo un instrumento esencial de la cooperación de España con
los países receptores de ayuda oficial al desarrollo. Comprobamos que entre la AECID y
el lectorado existe una relación laboral, tras analizar las notas de laboralidad.
Introducción
Con este trabajo pretendemos analizar desde la perspectiva jurídico-laboral la
situación del lectorado que colabora en la difusión de la lengua española en las
universidades de otros países. Para ello hemos analizado la convocatoria MAEC- AECID
de lectorados.
Marco teórico
Anualmente, el Boletín Oficial del Estado publica la resolución de la Presidencia de la
Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo, por la que se
aprueba la convocatoria de lectorados MAEC-AECID en universidades extranjeras. Se
trata de un programa de becas que se encuentra ya en su sexagésimo octava edición y
que pretende apoyar a la enseñanza de español como lengua extranjera.
Comenzaremos definiendo qué es el lectorado. Lectorado es, según la Real Academia,
la persona que ocupa el cargo de lector de idiomas, y, un lector o lectora es el
profesorado que en los departamentos de lenguas modernas, generalmente
extranjero, enseña y explica en su propia lengua. Por lo tanto, se trata de una
convocatoria para desarrollar la actividad docente en departamentos de idiomas de
universidades extranjeras. Una vez aclarada esta cuestión, veremos el artículo 1.1 del
Estatuto de los Trabajadores, el cual dice que “la presente Ley será de aplicación a los
trabajadores que voluntariamente presten sus servicios retribuidos por cuenta ajena y
dentro del ámbito de organización y dirección de otra persona, física o jurídica,
denominada empleador o empresario”. Y, el Derecho del Trabajo es el ordenamiento
jurídico que se aplica a las relaciones de trabajo personal, voluntario, dependiente,
ajeno y retribuido. Veremos ahora si estas notas de laboralidad se dan en el lectorado:
Personal: evidentemente se trata de una actividad a cuya realización se comprometen
264
de forma personalísima personas físicas. Voluntario: La primera nota que se desprende
de la definición legal es la de voluntariedad, es decir, la persona empleada presta sus
servicios de forma libre, con su consentimiento previo. Sin él, el pacto resultaría
inválido (art. 1.1 ET en relación con los arts. 1254, 1258 y 1261 del Código Civil). Existe
voluntariedad desde el momento en el que el candidato presenta la solicitud, siendo
además este el que indica su preferencia por una universidad de entre las ofertadas. La
AECID puede proponer otras universidades distintas de la escogida si el peticionario da
su conformidad en el formulario de solicitud. Por cuenta ajena: Es la nota
diferenciadora entre el trabajo asalariado y el trabajo por cuenta propia. De una forma
general y sucinta, trabajar por cuenta ajena significa atribuir a un tercero los beneficios
del trabajo. La doctrina distingue entre “ajenidad en el riesgo”, la persona presta sus
servicios sin asumir riego alguno derivado del trabajo prestado, y, “ajenidad en el
fruto”, la persona empleada no se apropia de los frutos derivados de su trabajo. Para
Montoya Melgar (1976, p. 39), la ajenidad reside en que “los bienes o servicios
producidos por el trabajador no le reportan a este un beneficio económico directo,
sino que tal beneficio corresponde al empresario, que a su vez compensa al trabajador
con una parte de esa utilidad (el salario)”. Por tanto, el lectorado presta sus servicios
por cuenta ajena, ya que el beneficio económico no lo percibe directamente sino que
se lo paga el empresario. Dependiente: la dependencia consiste en el sometimiento
del trabajador al poder de organización y disciplina del empresario. La convocatoria
establece que es obligación del beneficiario “realizar la actividad objeto de la
subvención, es decir, enseñar español en la universidad de destino. Asimismo,
informar sobre el desarrollo de la misma, y acatar las condiciones impuestas para el
desempeño de aquélla”, “someterse a las actuaciones de comprobación, seguimiento y
evaluación que efectúe el Departamento de Cooperación Universitaria y Científica, así
como al control financiero que corresponda a la Intervención Gen eral o al Tribunal de
Cuentas” o “mantener un comportamiento que no implique un perjuicio para los
intereses de la política exterior española”. Por tanto, existe dependencia del lectorado
pues deben además comunicar al Departamento de Cooperación Universitaria y
Científica, la propuesta de realización de otras actividades en otros lugares distintos a
la universidad de destino o la Embajada u oficina técnica de cooperación, la obtención
de otras ayudas o subvenciones que financien la misma actividad subvencionada, así
como los periodos de ausencia en la universidad y el país de destino, ya sea por
vacaciones, razones personales u otras causas excepcionales. Retribuido: el
empresario, como hemos visto, asume una obligación retributiva cuyo objeto es una
prestación retributiva la cual, a su vez tiene por objeto la retribución. La retribución es
la suma de dinero o los bienes distintos del dinero que el trabajador obtiene a cambio
de su trabajo. El art. 26.1 ET aporta la definición de salario, según la cual, “se
considerará salario la totalidad de las percepciones económicas de los trabajadores, en
dinero o en especie, por la prestación profesional de los servicios laborales por cuenta
ajena, ya retribuyan el trabajo efectivo, cualquiera que sea la forma de remuneración,
o los períodos de descanso computables como de trabajo”. El lectorado recibe una
asignación económica con cargo a las aplicaciones presupuestarias del Programa de
Cooperación al Desarrollo y de Cooperación, Promoción y Difusión Cultural en el
Exterior. El importe se distribuye en los siguientes conceptos: ayuda mensual, ayuda
265
de viaje de incorporación, ayuda de desplazamiento a Madrid para la asistencia al
encuentro formativo, seguro de asistencia médica, no farmacéutico y de accidentes
durante el periodo de vigencia de la ayuda y 200 euros como máximo para la
adquisición de material didáctico para la enseñanza del español.
Metodología
La metodología utilizada pertenece a lo que se ha definido como investigación
documental. Hemos realizado una recopilación de documentos y la técnica para su
análisis ha sido el análisis del discurso de documentos científicos y de la normativa
legal, pues como afirma Santander (2011, p.210) “analizar el discurso que circula en la
sociedad es analizar una forma de acción social”. Recordemos que el tratamiento
documental implica sacar partes científico-informativas de la fuente original,
facilitando su recuperación y consulta. Para ello, partimos del estudio de la normativa
vigente y del estado de la doctrina.
Resultados
Una vez que hemos visto las notas de laboralidad, observamos que el lectorado realiza
una actividad personal, voluntaria, ajena, dependiente y retribuida. Dándose por tanto
todas las notas de laboralidad que determinan la existencia de una relación laboral.
Conclusiones
Realizado el análisis desde la perspectiva laboral, observando las notas de
voluntariedad, ajenidad, subordinación y retribución, que se desprenden del art.1 .1
del Estatuto de los trabajadores, y que caracterizan al trabajo asalariado, podemos
concluir que se dan todas ellas en la relación existente con el lectorado.
Además, la Real Academia Española establece que una beca es una subvención para
realizar estudios o investigaciones, siendo una subvención una ayuda económica que
se da a una persona o institución para que realice una actividad considerada de interés
general. El objetivo del lectorado es la enseñanza del español como lengua extranjera
en universidades de países donde el español no es la lengua oficial. La función que
realizan los lectores y lectoras por tanto no es realizar estudios ni investigar. Por ello,
consideramos que se debería formalizar la relación a través de un contrato laboral,
dando a la persona empleada de alta en el Régimen General de la Seguridad Social, de
tal forma que el Estado garantice sus derechos laborales a las personas comprendidas
en su campo de aplicación, por realizar una actividad profesional, o por cumplir los
requisitos exigidos en la modalidad no contributiva, así como a los familiares o
asimilados que tuvieran a su cargo, la protección adecuada en las contingencias y
situaciones que la ley define.
Referencias
España. Resolución de 19 de enero de 2015, de la Presidencia de la Agencia Española
de Cooperación Internacional para el Desarrollo, por la que se aprueba la
convocatoria de lectorados MAEC-AECID en universidades extranjeras para el
266
curso 205/2016. Boletín Oficial del Estado, 4 de febrero de 2015, nº. 30, p. 90729091
(Consultado
13
de
enero
de
2016).
Disponible
en:
http://www.boe.es/boe/dias/2015/02/04/pdfs/BOE-A-2015-1036.pdf
Montoya Melgar, A. (1976). Derecho del trabajo. 32ª ed.Tecnos.
Santander, P. 2011. Por qué y cómo hacer Análisis de Discurso Cinta moebio 41: 207224 www.moebio.uchile.cl/41/santander.html
267
NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO PREVENTIVA À
SINDROME DE BURNOUT OCASIONADA PELA DEFICIÊNCIA
NA FORMAÇÃO DO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO
PILOTTO, Simone (Universidade Paulista – UNIP- São José dos CamposSP/Brasil); PEREIRA, Liliane (Curso Exito – São José dos CamposSP/Brasil)
Resumo
Para exercer o magistério no ensino superior no Brasil o profesor deve estar preparado,
caso contrario, a atividade laboral pode ser estressante e gerar a síndrome de Burnout.
É necessária a utilização de técnicas de prevenção alertando o professor na busca de
uma formação consistente e continuada, na busca de apoio social e do conhecimento
dos direitos do docente do ensino superior.
Introdução
O número de profissionais da docência no ensino superior é crescente no Brasil, no
entanto, a quantidade de professores realmente preparados para o ofício não atende a
demanda. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, Lei 9.394/96, prevê
que a formação do professor universitário deve ser realizada em curso de pós
graduação. Estes cursos têm um foco muito voltado para a pesquisa e alguns deixam a
desejar na formação do magistério superior. O professor com deficiências na formação
tende a ter mais problemas na atuação em sala de aula e na administração das
questões burocráticas previstas pela instituição de ensino superior na qual trabalha. A
tendência é a de que o estresse se instale e este estresse, tornando-se crônico, pode
gerar a síndrome de Bournout e como consequência o abandono da atuação
profissional docente. O objetivo desta pesquisa é investigar necesidades de
intervenção para a formação consistente e continuada do docente evitando que o
professor universitário atinja o extremo do estresse e passe a sofrer com a síndrome
de Burnout.
A formação do profissional do magistério superior e suas implicações na
ocorrência da sindrome de burnout.
No Brasil a exigência para que o docente atue no ensino superior está prevista na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96, que prevê:
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
A previsão legal deixa de considerar esta categoria docente como profissionais, uma
vez que, todos os profissionais devem passar por capacitação prévia ou seja, realizam
formação anterior a atuação. O magistério no ensino superior exige uma qualificação
que vai além do conteúdo técnico a ser ensinado e da epistemología da disciplina, a
268
preparação do profesor sobrepassa somente estas formações, ele exige, também,
saberes pedagógicos, sociológicos e humanísticos.
Atualmente, com a expansão de cursos do ensino superior a necessidade de
profissionais para lecionar vem crescendo, e a possibilidade de contratação de
profesores que têm a práxis educativa desarticulada com o proceso educativo, sem
experiencia no referencial didático, é maior do que antigamente.
As condições de ingresso dos profissionais na vida acadêmica profissional não são
realizadas, muitas vezes, dentro de padrões de qualidade e da análise de parâmetros
de competência do dominio técnico e didático. Faz-se necessário o entendimento de
que a formação do profissional da docência do ensino superior tem influência na
formação do aluno que será um futuro profissional o que implica em influências na
sociedade, assim posicionam-se Pimenta a Anastasiou.
O compromisso profissional é permeado pela atitude docente que conduz o trabalho voltado
para um fim social. Está ligado às intencionalidades da educação brasileira: desenvolvimento
pleno do educando, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
(Pimenta e Anastasiou, 2014. P 16)
O professor com deficiências na formação docente apresenta mais dificuldades para
transmitir o conhecimento e os valores que pretende. Este profissional deve ter
preparo intelectual, social, físico e emocional. Deve manter a coerência, transmitir
valores, projetar a formação do discente formando cidadãos com competência,
capacidade e responsabilidade social. A pressão por boas aulas, pelos resultados de
aprendizagem e pela eficiência na gestão administrativa dos processos docentes torna
extenuante a função docente.
O dominio da matéria exige, além da compreensão do conteúdo, também o dominio do
conhecimento didático próprio da disciplina que o professor ministra e o conhecimento
experencial. (VEIGA, 2010. P17)
Vivendo na pressão é comum que o professor adquira doenças ocupacionais que
podem gerar grande estresse, e este se perdurar, pode gerar o afastamento definitivo
do trabalho motivado pela Sindrome de Burnout.
A síndrome de burnout
A docência é considerada como um trabalho penoso que exige que o indivíduo tenha
resistência física e emocional. A profissão docente requer boa formação do
profissional, e, além do conhecimento teórico, a inteligência interpessoal, a
necessidade de entendimento das dificuldades e das carências dos alunos, a habilidade
de lidar com a comunicação buscando eficiência e o entrosamento com discentes e
colegas de trabalho, além da realização de trabalhos administrativos, investigativos
conciliando ensino, pesquisa e extensão, atendendo questões relacionadas à produção
científica. Quando a formação não é satisfatória há riscos de desentendimentos, de
frustrações, além de riscos de estresse crônico. Esses elementos depreciam o trabalho
podendo causar doenças, entre elas a síndrome de Bournout.
269
O magistério é uma classe diferenciada de trabalhadores, que vem perdendo prestígio, e vê seu
meio ambiente de trabalho mais poluído a cada dia, acumulando tarefas fora da aula sem a
devida contraprestação. (Webber/ Vergani, 2010)
A Síndrome de Burnout é considerada uma doença laboral que afeta os profissionais
que se relacionam diretamente com outras pessoas. Os Sintomas asociados a
síndrome estão relacionados a fatores psicossomáticos, comportamentais e
emocionais. Os preditores da síndrome de Bournout são determinados pela mudança
repentina no comportamento do professor que passa a apresentar descontrole
emocional, agressividade, disturbios na voz. Há a necessidade de alertar os
profissionais para que previnam-se da síndrome e tenham maior realização no
trabalho.
Considerando que Burnout é um fenômeno psicossocial relacionado diretamente à situação
laboral; que o homem busca constituir-se como sujeito através de seu trabalho e que o mesmo
não se realiza de forma individual, mas sim se materializa num espaço social; e que a atividade
produtiva é um elemento constitutivo da saúde mental individual e coletiva, acreditamos ser
relevante pensar em ações que possam prevenir ou erradicar o Burnout visando o
estabelecimento de um contexto mais favorável ao exercício da profissão docente. (Carlotto,
2002)
A formação docente e a prevenção da síndrome de burnout
Para que sejam evitados os quadros de estresse crônico em professores, que ao se
agravar podem gerar a síndrome de Burnout, os profissionais da docência devem ser
melhor formados e orientados quanto a prevenção de síntomas que tragam prejuízos
ao trabalho. Deve-se buscar normas que organizem a formação e a capacitação
continuada, que valorize a dignidade do meio ambiente laboral e resguarde a saúde
física e mental dos professores. Faz-se necessário rever a profissão docente como um
todo diminuindo o absenteísmo, os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho.
Neste sentido:
Torna-se necessário estimular e valorizar a autonomia docente, permitindo aos professores
manifestar sua competência e motivação profissional. Desenvolver reuniões com agenda
positiva, onde possam ser apresentados projetos de trabalho e experiências de sucesso
desenvolvidas pelos professores. Divulgar as experiências à comunidade, salientando os aspectos
inovadores da escola e da profissão docente, resgatando, desta forma, a imagem social bastante
desgastada, nos dias atuais, do professor perante a sociedade. (Carlotto, 2002)
É premente que a classe dos docentes universitários seja unida e busque apoio junto à
sociedade para que a profissão seja valorizada e que sejam amenizadas as deficiências
na formação e no desempenho da prática docente no ensino superior, evitando-se
assim a síndrome de Burnout.
Metodología
A pesquisa bilbiográfica foi realizada por meio da compilação da idéia de autores que
debatem a formação docente e sua relação com a síndrome de Burnout.
270
Conclusiones
O magistério superior é extremamente importante para a construção social exigindo
uma formação específica aos docentes. A boa formação aliada a técnicas de reflexão,
discussão e formação continuada podem evitar que os professores entrem em quadros
de estresse crônicos consequentemente em síndrome de Burnout. Cabe aos
professores a busca do conhecimento dos seus direitos e da formação continuada.
É preciso uma atenção especial à questão do magistério superior e uma formação
sólida para esta classe. Caso contrário, teremos muitos docentes sofrendo com a
síndrome de Burnout e estaremos deixando o futuro da educação e do próprio país à
deriva.
Referencias
Carlotto, M. S. (2002) Burnout e o trabalho docente: considerações sobre a
intervenção. Revista Eletrônica InterAção Psy – Ano 1, 1- Ago 2003 – p. 4-11
Pimenta, S. G., Anastasiou, L. das G. C. (2014). Docência no ensino superior. São PauloSP: Cortez.
Veiga, I. P. A., Viana, C. M. Q. Q. (orgs.).(2010). Docentes para a educação superior:
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Webber, D. V.; Vergani, V. (2010). A profissão de professor na sociedade de risco.
Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI, Fortaleza
CE
271
EL PERSONAL DOCENTE E INVESTIGADOR CONTRATADO
EN RÉGIMEN LABORAL POR LAS UNIVERSIDADES
PÚBLICAS ESPAÑOLAS: ESPECIAL REFERENCIA AL
PROFESORADO ASOCIADO
López Aniorte, María del Carmen; Álvarez Carreño, Santiago Manuel y
Chicano Saura, Gema. (Universidad de Murcia)
Resumen
En esta comunicación se analizan los problemas jurídico-laborales que suscitan los
contratos laborales suscritos por las Universidades públicas con personal docente e
investigador, dedicando especial atención a la contratación de profesorado asociado,
figura jurídica de utilización masiva por parte de las Universidades públicas, que
presenta una alta litigiosidad; dicho análisis se realiza sin perder de vista que el “éxito”
de esta modalidad contractual radica en el establecimiento de una restrictiva tasa de
reposición que dificulta el acceso del personal docente a la función pública, sin que se
vean minoradas las obligaciones docentes de estas Instituciones de Educación Superior.
Introducción
El personal docente e investigador de las Universidades públicas españolas se halla
sometido a un doble régimen jurídico. De un lado, se encuentran los cuerpos docentes
universitarios, ocupados por personal funcionario de carrera sometido al Derecho
Administrativo. Y, de otro, el personal docente e investigador con contrato laboral,
incluido en el ámbito aplicativo del Derecho del Trabajo. Este último colectivo,
potenciado, recientemente por el legislador y la crisis económica, en detrimento de los
cuerpos docentes, constituye el objeto de nuestro análisis.
El Real Decreto Legislativo 2/2015, de 23 de octubre, por el que se aprueba el Texto
Refundido de la Ley del Estatuto de los Trabajadores (en adelante, ET) contiene la
normativa común reguladora del contrato de trabajo. Ahora bien, el régimen jurídico
laboral del personal docente e investigador presenta ciertas peculiaridades, que se
infieren, principalmente, de la Ley Orgánica 6/2001, de Universidades, de 21 de
diciembre (en adelante LOU) y de la Ley 14/2011, de 1 de junio, de la Ciencia, la
Tecnología y la Innovación.
Debe tenerse en cuenta, sin embargo, que, pese a sus singularidades, las
contrataciones laborales concertadas por Universidades Públicas presentan similares
problemas de legalidad a los suscitados en relación con las modalidades contractuales
reguladas en el ET, que pueden conducir a la apreciación de fraude de ley en la
contratación, así como generar precariedad laboral, y, eventualmente, una merma en
la calidad de la docencia.
272
Marco teórico
1. Las Modalidades contractuales laborales de la Ley Orgánica de Universidades
Con la reforma de la LOU llevada a efecto por la LO 4/2007, de 12 de abril, el legislador
introduce, en el ámbito universitario, modalidades contractuales nuevas y
diferenciadas de las previstas en el ET (BAYLOS, 2008), a las que, sin embargo, permite
aplicar el ET de forma supletoria (art. 48.2 LOU)19. Los contratos laborales específicos
del ámbito universitario son: ayudante, profesorado ayudante doctor, profesorado
contratado doctor, profesorado asociado, profesorado visitante y profesorado emérito
(arts. 49 a 54 bis LOU).
En relación con la contratación laboral, la LOU impone a las Universidades una doble
exigencia. Por una parte, los porcentajes máximos permitidos en la contratación de
personal laboral computados “en equivalencias a tiempo completo, no podrá superar el
49 por ciento del total de personal docente e investigador de la universidad”. Y, por
otra, los contratos laborales temporales “no podrá superar el 40 por ciento de la
plantilla docente”. Estos límites son difíciles de mantener, en la actualidad, habida
cuenta la restrictiva tasa de reposición establecida en los últimos años.
Por su parte, la Ley 14/2011, de 1 de junio, de 1 de junio, añadió al art. 48 LOU el
apartado 3 bis, en el que se prevé que las Universidades “podrán contratar personal
investigador conforme a lo previsto en la Ley 14/2011, de 1 de junio, de la Ciencia, la
Tecnología y la Innovación”, norma que implanta nuevas modalidades contractuales
sin posibilidad de incremento presupuestario (a título de ejemplo, el contrato
predoctoral).
Por último, es preciso hacer mención a uno de los aspectos más dudosos de la LOU: su
art. 48, apartado 6, en el que se prevé que, “las Comunidades Autónomas establecerán
el régimen del personal docente e investigador contratado de las universidades”.
Parece claro que si esta previsión aspira a autorizar a las Comunidades Autónomas a
establecer el régimen jurídico del personal laboral vinculado a las Universidades
públicas, la misma entra en clara contradicción con el art. 149.1.7 CE, que atribuye al
Estado “competencia exclusiva en materia de legislación laboral”.
2. Problemáticas jurídico-laborales en la contratación de personal docente e
investigador
2.1. Consideraciones generales
Quizás, de entre todas las contrataciones laborales contempladas en la LOU, la figura
del profesorado visitante sea una de las menos conflictivas, al no exigir ningún otro
requisito que el de ser “profesores o investigadores de reconocido prestigio de otras
universidades y centros de investigación, tanto españoles como extranjeros” (art. 54).
En los supuestos de los contratos de ayudante, ayudante doctor y profesorado
contratado doctor, los requisitos exigidos, la duración del contrato, la dedicación y las
funciones, están claramente definidos, siendo esta una de las razones por las estas
figuras han generado una jurisprudencia escasa, centrada más en los problemas
19
STSJ Galicia 24 abril 2009.
273
relativos al cumplimiento de los principios que han de regir el acceso a las
Universidades públicas, que en la existencia de irregularidades en la contratación.
Particularmente, en lo que se refiere a la figura del ayudante, si bien, en el plano
teórico, podrían plantearse problemas relacionados con su finalidad (art. 49. b LOU),
que determinaran que el contrato deviniera fraudulento20, esta modalidad contractual
ha generado una reducida litigiosidad. La escasez de demandas tal vez sea debida a
que, en la práctica, la figura del ayudante, situada al inicio de la carrera docente e
investigadora, permite el paso a otras modalidades contractuales.
2.2. El profesorado asociado
El contrato laboral que se concierta con el profesorado asociado es temporal
(trimestral, semanal o anual) y a tiempo parcial, teniendo por objeto el desarrollo de
tareas docentes a través de las que se aporten “conocimientos y experiencia
profesionales”. Se puede celebrar “con especialistas de reconocida competencia que
acrediten ejercer su actividad profesional fuera del ámbito académico universitario”. Es
renovable siempre que se siga acreditando “el ejercicio de la actividad profesional
fuera del ámbito académico universitario” (art. 53 LOU).
La regulación de esta figura suscita diversas dudas interpretativas: 1ª) ¿este contrato
puede llegar a ser “indefinido”?; 2ª) ¿qué significa “especialistas de reconocida
competencia”?; y 3ª) ¿cuáles son las tareas docentes a desarrollar?
Los órganos judiciales han venido dando respuesta a estos interrogantes. Resulta
significativa la STSJ Cataluña de 5 mayo de 201421, en la que se precisa que estos
contratos son de naturaleza temporal por imperio de la ley, razón por la cual el órgano
judicial interpreta que está debidamente justificado extinguir el mismo por expiración
del tiempo convenido.
Ahora bien, el descrito criterio interpretativo puede verse revisado, al menos, en parte,
con motivo de un reciente pronunciamiento del Tribunal de Justicia de la Unión
Europea (en adelante, TJUE), en Sentencia de 13 de marzo de 2014 (PÉREZ y TRILLO,
2014), en la que el citado Tribunal resuelve una cuestión prejudicial planteada por el
Juzgado de lo Social nº 3 de Barcelona (MORENO, 2014). En esta sentencia se analiza la
interpretación del Acuerdo marco sobre trabajo de duración determinada, que figura
en el anexo de la directiva 1999/70/CE del Consejo, en relación con la contratación de
profesorado asociado. Uno de los aspectos que este Tribunal destaca es la ausencia en
el art. 33 LOU de ninguna medida que evite su utilización abusiva mediante la
concatenación de contratos temporales.
Otra de las cuestiones debatidas en esta Sentencia es la naturaleza de las funciones
realmente desempeñadas por el profesor asociado, al considerar que estos contratos
de duración determinada “no pueden renovarse para el desempeño permanente y
duradero, aun a tiempo parcial, de tareas docentes incluidas normalmente en la
actividad del personal docente permanente”.
20
21
STSJ Castilla y León, Valladolid 16 de septiembre de 2015.
AS 2014/1841.
274
El Alto Tribunal concluye, manifestando que la normativa europea no se opone a la
normativa nacional “que permite a las universidades renovar sucesivos contratos de
duración determinada celebrados con profesores asociados, sin límite alguno en lo que
atañe a la duración máxima y al número de prórrogas (…), desde el momento en que
tales contratos están justificados por una razón objetiva”, dejando a la independencia
de los jueces la responsabilidad de apreciar si existe dicha razón objetiva. Del mismo
modo, debe el juez volver a comprobar si “la renovación de los sucesivos contratos
laborales de duración determinada (…) trataba realmente de atender necesidades
provisionales, y que una normativa como la controvertida en el litigio principal no se
haya utilizado, de hecho, para cubrir necesidades permanentes y duraderas”.
Metodología
Para el estudio de esta materia se ha utilizado una metodología jurídica, lo que incluye
el análisis crítico de la normativa aplicable en materia de contratación laboral del
personal docente e investigador de las Universidades Públicas -el Real-Decreto
Legislativo 2/2015, de 23 de octubre, por el que se aprueba el Texto Refundido de la
Ley del Estatuto de los Trabajadores, la Ley Orgánica 6/2001, de Universidades, de 21
de diciembre, y la Ley 14/2011, de 1 de junio, de la Ciencia, la Tecnología y la
Innovación-, así como de la doctrina científica, de la jurisprudencia y de la doctrina
judicial más relevante.
Se analiza, particularmente, desde un punto de vista jurídico, la STJUE de 13 de marzo
de 2014.
Resultados
-La figura del profesorado visitante es una de las menos conflictivas, generando una
prácticamente inexistente jurisprudencia.
- Los contratos de ayudante, ayudante doctor y profesorado contratado doctor, han
generado una jurisprudencia escasa en materia de irregularidades en la contratación.
- La figura del profesorado asociado, de utilización masiva por parte de las
Universidades, es la que presenta la litigiosidad más alta.
- El TJUE ha analizado la modalidad contractual temporal del profesorado asociado, a
la luz de lo establecido Acuerdo marco sobre trabajo de duración determinada.
Conclusiones
1. Las contrataciones laborales concertadas por Universidades públicas, en ocasiones,
presentan problemas de legalidad que pueden conducir a la apreciación de fraude de
ley, así como generar precariedad laboral y una merma de la calidad de la docencia.
2. Los límites establecidos por la LOU a la contratación de personal laboral son difíciles
de respetar, habida cuenta la restrictiva tasa de reposición establecida por el
legislador.
3. El contrato de asociado es el que genera una litigiosidad más alta. Ello es debido a su
utilización masiva para atender necesidades docentes que no pueden ser cubiertas por
unos mermados cuerpos docentes.
275
4. El riesgo que las Universidades corren, mediante el masivo y obligado recurso al
contrato de asociado, puede ser su utilización desviada para atender necesidades
docentes permanentes, lo que podría conducir a la apreciación de fraude de ley, como
se infiere de la STJUE 13 de marzo de 2014; esta sentencia podría obligar a replantear
algunos criterios mantenidos doctrina judicial española.
5. Del contenido de la STJUE de 13 de marzo de 2014 se deduce que una de las grandes
deficiencias del art. 33 LOU es la falta de establecimiento de medidas que eviten la
utilización abusiva del contrato de profesorado asociado como consecuencia de la
concatenación de contratos temporales.
Referencias
Grau, A. (2008). El personal docente e investigador contratado en régimen laboral
después de la reforma de la LOU en 2007. Revista de Derecho Social, 44, 37-72.
Moreno, J. (2014). La contratación irregular de profesores asociados de universidad y
sus efectos. Comentario a la sentencia del Juzgado de lo Social de Barcelona, de
28 de marzo de 2014. Revista de Derecho Social, 68, 235-254.
Pérez, J. y Trillo, F. (2014). Precariedad en la Universidad Pública: los falsos asociados.
Comentario a la Sentencia del Tribunal de Justicia (Sala Octava), de 13 de marzo
de 2014. Revista de Derecho Social, 66, 135-148.
276
UNIVERSIDAD, EVALUACIÓN Y PRODUCTIVISMO
ACADÉMICO
Lamfri, Nora Zoila. Universidad Nacional de Córdoba, Argentina
Resumen
En esta comunicación se recuperan resultados de una investigación en curso sobre las
regulaciones del Estado postburocrático a través de distintos mecanismos de
evaluación y sus efectos en el trabajo de los profesores universitarios en Argentina. El
trabajo intenta dialogar con los aportes de João Barroso y Stephen Ball para
profundizar el análisis político y dimensionar los desafíos que enfrentan los profesores
universitarios en la universidad argentina actual, en contextos de globalización
periférica.
Resumo
Na presente comunicação se recuperan resultados de um estudo em curso focado nas
regulações do Estado postburocrático promovidas através de diferentes mecanismos
de avaliação e seus efeitos sobre o trabalho dos professores universitários na
Argentina. O artigo tenta debater as contribuições de João Barroso e Stephen Ball para
aprofundar a análise e medir os desafios dos professores na atual universidade
argentina, no contexto da globalização periférica.
Introducción
En una aproximación a la relación entre el Estado y las universidades en Argentina es
posible afirmar que hasta los años ‘90 las universidades habían sido reguladas por
normas más bien laisser faire. Pedro Krotch se refiere esta relación como a un “pacto
de caballeros” basado en una confianza mutua y mecanismos de rendición económico
financiera similares a otras áreas del Estado (Krotsch, 2000) A su vez, las universidades
establecían, con mayor o menor autonomía según los momentos históricos, sus
regulaciones internas y normas de funcionamiento definidas por sus propios órganos
de gobierno. Particularmente sobre el trabajo de los profesores se regulaba en general
en el nivel de las instituciones y por la vía reglamentaria.
La relación Estado-Universidad se orientó a partir de entonces hacia una “autonomía
evaluada” que modificó los mecanismos burocráticos y profesionales de control,
reemplazándolos por la evaluación como modo de regulación. Se pasó de una
regulación a priori, basada en normas, a una regulación a posteriori, basada en
resultados. La estabilidad institucional sostenida por esta muy particular relación desde
la nacionalización de las universidades en el siglo XIX tendía a desaparecer.
El Estado fue perdiendo su capacidad de “actuar por la vía de la obligación y la
imposición” (Barroso, 2012:155) y recompuso su intervención a través de la
introducción de potentes instrumentos de “pilotaje a distancia” (Krotsch, 2000) como
formas de coordinación de la acción pública (Barroso, 2009) Así, la evaluación irá
tomando fuerza hasta constituirse en una eficaz fuente de regulación del sistema, las
instituciones y las prácticas de los actores universitarios, a través de distintos
277
mecanismos y procedimientos que se van entramando y moldean las prácticas de los
académicos. Ya no se impondrán linealmente pautas de comportamiento y control
directo de las prácticas de los actores sino que se irán produciendo un conjunto de
influencias, de regulaciones provenientes de distintas fuentes que serán
reinterpretadas por los actores en el nivel institucional generando efectos específicos.
Es importante considerar que la naturaleza y dimensiones de las evaluaciones pueden
tener efectos en el contexto de la práctica muy alejados de las intencionalidades de las
políticas para las cuales fueron diseñadas, razón por la cual se requiere de
conceptualizaciones flexibles y dinámicas, potentes para captar tales distancias (Ball,
2002).
Esta comunicación presenta avances sobre una investigación que estudia los efectos
producidos en las prácticas de los docentes e investigadores universitarios por
distintos mecanismos de evaluación de la calidad establecidos en Argentina desde
hace ya dos décadas. Para ello se reconstruyen, en el sentido propuesto por S. Ball, la
“trayectoria” de las políticas de evaluación universitaria, profundizando en diferentes
mecanismos que han afectado y afectan las decisiones de los profesores
investigadores sobre sus prácticas cotidianas específicas. La investigación aborda todos
los contextos aportados por Ball en su “caja de herramientas” pero con énfasis en el
contexto de la Práctica, respondiendo al interés por sumar alguna claridad sobre
aquellos procesos que se desarrollan en el nivel de una institución particular, en este
caso la Universidad Nacional de Córdoba, Argentina, cuando una política como ésta se
despliega entre sus actores.
Se articulan conceptualmente dos ideas fuerza, entendidas como construcciones
discursivas, que enmarcan la indagación: la evaluación como política pública y como
modo de regulación posburocrático. El referencial teórico-metodológico propuesto
como herramental de intelección del objeto en estudio es: la Teoría de la Regulación
desde los aportes de João Barroso y el enfoque de los “Ciclos de la Política” de Stephen
Ball. Entrelazar conceptualmente estos autores marca un derrotero particular, que
supera cualquier linealidad y tiene implicancias metodológicas específicas. La
perspectiva teórica asumida es resultado de las reflexiones y los intercambios
producidos en el ámbito del equipo de investigación del que participamos, que viene
analizando desde hace años la regulación de las políticas educativas en Argentina y sus
efectos en la gestión de las instituciones y el trabajo de los profesores22.
Marco teórico
Como afirma Barroso (2002) el propio concepto de regulación ha ido variando desde
una concepción mas centrada en el papel exclusivo del Estado en la producción de
normas a una perspectiva centrada en el reconocimiento de la participación de otros
actores sociales en estos procesos. Esta opción conceptual posibilita considerar los
cambios ocurridos en el Estado en las últimas décadas e ingresar en los análisis otras
influencias y regulaciones. Nuevos instrumentos de regulación social parecen haberse
22
Se enmarca en la investigación “Dinámicas público-privado en educación y (multi) regulación posburocrática. Sus
efectos en la gestión institucional y en el trabajo de los profesores” (Subsidio SecyT Universidad Nacional de
Córdoba. Cód: 05/F807), dirigida por la Dra. Estela M. Miranda.
278
generado como resultado de “la dificultad del Estado en actuar por la vía de la
imposición y de la obligatoriedad” (Afonso y Costa en Barroso y Afonso, 2011:155)
La evaluación, en sentido amplio, es considerada en esta perspectiva como un
poderoso instrumento de acción pública a través del cual el Estado produce
determinadas influencias que organizan relaciones específicas entre diversos actores
sociales y ejerce cierta coacción y coordinación formal en el ámbito educativo. Sin
embargo, el Estado en tanto intervención legítima para el establecimiento de reglas y
restricciones no aparece hoy como la única fuente de regulación. Es posible reconocer
otras potentes fuentes entre las que se destaca, en el caso que nos ocupa, la regulación
que ejerce el mercado, a través de su principal mecanismo de funcionamiento, la
competencia. Las políticas educativas actuales:
“se caracterizan por una oposición a este modelo burocrático-profesional y convergen
parcialmente en trayectorias que tienden a impulsar modelos de gobernanza y de regulación que
se pueden designar como postburocráticos. Estos modelos se organizan en torno a dos
referenciales principales: el del “Estado evaluador” y el del “cuasi-mercado educativo” (Barroso,
2005:737).
El análisis de la política educativa requiere, señala S. Ball, de la reconstrucción de varios
contextos, entendidos como arenas políticas de acción, en los que las políticas van
siendo discursos y van siendo textos; en los que las mismas se producen, se diseminan,
se interpretan y se reinterpretan. Se recurre a este herramental para tratar de clarificar
cómo se va entramando en el nivel de las instituciones tal suerte de re-traducción de
las políticas y cómo los actores las ponen colectivamente en acto, cómo esas políticas
“cobran vida” o no en la práctica. Para ello el concepto de “enactment” ofrece el
elemento articulador entre las arenas discursivas del contexto de influencia, los
discursos hechos texto durante la producción del texto político, y el contexto de la
práctica a partir de la recontextualización e interpretación que los actores
institucionales realizan sujetos a múltiples influenciasy produciendo diversos efectos.
(Ball, 2002, Ball et al., 2012).
Metodología
Con el objetivo de identificar y analizar los efectos producidos por las regulaciones
establecidas por distintos mecanismos de evaluación en las prácticas de los académicos
en la Universidad Nacional de Córdoba se priorizaron dos fuentes de datos: análisis de
documentos (leyes y otras normativas, documentos de política, programas y proyectos,
etc.) y entrevistas en profundidad a distintos actores identificados como informantes
clave (Autoridades, funcionarios y profesores investigadores de distintas áreas
disciplinares, etc.). Como ya se señaló, el objeto en estudio requiere un abordaje que
articula el nivel macro, de las políticas de evaluación para el sistema universitario en su
conjunto, el nivel micro-institucional y el nivel subjetivo de las prácticas específicas de
los actores. La estrategia analítica seleccionada habilita a pensar de modo relacional
tanto los orígenes discursivos y posibilidades de la política como sus intencionalidades
y efectos. Pretende captar los procesos de recontextualización e interpretación que los
actores institucionales hacen de los textos políticos a partir de la reconstrucción de
varios contextos en los que las políticas se producen, diseminan y ponen en acto: el
279
contexto de influencia, el contexto de producción del texto político y el contexto de la
práctica (Ball, 2002)
Resultados
Desde los años noventa se produjo en Argentina una reestructuración de la educación
superior de orientación política neoliberal para la cual conjugaron dos estrategias de
gestión complementarias: La evaluación como mecanismos de accountability o
rendición de cuentas de las instituciones y de los profesores y nuevos esquemas de
financiamiento de las universidades: reducción de recursos directos del Estado y
cambios en la normativa habilitando los vínculos con el mercado para la obtención de
recursos externos y el autofinanciamiento en algunas de sus áreas (por ejemplo, los
postgrados) (Miranda y Lamfri, 2016) Se produjo así un corrimiento hacia el mercado
para la obtención de recursos, se introdujeron prácticas de venta de servicios y
productos y fuerte competencia de los investigadores por fondos para el
financiamiento de la investigación. Se instaló además, entre otros, un programa de
pago al mérito para los profesores con dedicación a la investigación: el Programa de
Incentivos al Docente- Investigador implementado a partir del año 1994. Se fueron
modificando las formas de trabajo académico hacia prácticas centradas en la
productividad la competencia y el individualismo.
Es importante señalar que en los últimos años se ha avanzado en el reposicionamiento
del Estado argentino en materia universitaria que puede leerse como un intento por
producir una recuperación del sentido público de lo que las universidades hacen,
producen y transfieren, con una fuerte recuperación de la presencia del Estado en el
financiamiento de la universidad pública. Sin embargo, el modo de regulación
postburocrático instalado y las lógicas institucionales generadas parecen prevalecer
hasta ahora.
Conclusiones
Esta mercantilización de la producción y difusión del conocimiento y su correlato el
productivismo académico han generado competencias individuales e institucionales
tienen como resultado una intensificación y precarización del trabajo de los
docentes/investigadores.
En el tema que nos ocupa, la evaluación de los profesores, la introducción de las
lógicas ya aludidas parecen haber calado hondo en la subjetividad de los actores y
resultan difíciles de desmontar. Formas más sofisticadas de regulación amparadas en
el discurso de la calidad nos llevan a los parámetros construidos en otros contextos
que justifican todo tipo de práctica evaluativa y el uso de la métrica que requieren de
convertir en “medible” aquello que producimos, sea de la naturaleza que sea.
Referencias
Ball, S. J. (2002). Textos, discursos y trayectorias de la política: La teoría estratégica.
Páginas, v. 2/3, pp. Traducción al español: Estela M. Miranda.
Ball, S., Maguire, M., Braum, A., Hoskins, K., & Perryman, J. (2012). How schools do
Policy. Policy enactmentes in secondary schools. New York: Routledge.
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Barroso, J. (2005). O Estado, a Educação e a Regulação das políticas públicas. Educação
& Sociedade, 26(92), 725-751.
Barroso, J. (Ed.). (2006). A Regulação das políticas públicas de Educação: Espaços,
Dinâmicas e Actores. Lisboa: Educa/Unidade de I&D de Ciências da Educação.
Barroso, J. y Afonso, N. (Org.) (2011). Políticas educativas: mobilização de
conhecimento e modos de regulação. Villa Nova de Gaia: Fundação Manoel Leão.
Krotsch, P. (2001). Educación superior y reformas comparadas. Bernal: Universidad
Nacional de Quilmes Ediciones.
Miranda, E, y Lamfri, N. (2016), Globalización neoliberal y productivismo académico:
sus efectos en el trabajo de los profesores-investigadores de universidades
argentinas. En: da Cunha, Célio (Comp), Políticas de educação: cenários
internacionais e regionais. Brasília: Editora: Líber Livro-Catedra Unesco/UCB. (en
prensa)
281
LA PROFESIONALIZACIÓN DOCENTE
UNIVERSITARIA
282
NORMOSE INFORMACIONAL. OS EFEITOS DA SOBRECARGA
DE INFORMAÇÕES NOS PROFESSORES DA FATEC
OURINHOS
Pedroso, D.F. (Faculdade de Tecnologia de Ourinhos); Paula, E.R.
(Faculdade de Tecnologia de Ourinhos); Cruz, J.S. (Faculdade de
Tecnologia de Ourinhos); Belloti, E.C. (Faculdade de Tecnologia de
Ourinhos); Sanches, R. (Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos).
Resumo
O presente trabalho dedica-se a um tema tão complexo quanto importante, a Normose
Informacional, assunto ligado diretamente ao comportamento e as emoções do
homem contemporâneo. A complexidade é inerente ao tema, posto que ele envolve a
natureza da mente humana, de se conformar com as mais adversas situações achando
ser normal, levando-nos por um labirinto no qual se cruzam as novas tecnologias e o
excesso de informação. A importância, por sua vez, dispensa explicações, bastando
salientar o papel das novas tecnologias da informação no cotidiano dos professores da
Fatec Ourinhos. O estudo teve uma abordagem qualitativa, com a finalidade de
compreender o fenômeno chamado Normose Informacional dentro de um contexto.
Utilizou-se a descrição e a lacuna da realidade informacional das pessoas participantes
do corpus dessa pesquisa, utilizando para isso, um questionário aplicado a sessenta e
cinco (65) professores, por meio do qual foi possível entender os comportamentos mais
comuns frente à sobrecarga de informações a que são sujeitos. A ordem dos capítulos
procura estabelecer um caminho que parte de considerações de cunho tecnológico,
percorre alguns problemas específicos da Normose Informacional e conclui
apresentando algumas possibilidades de mudança de hábito no tocante ao uso de
novas tecnologias. No entanto, cada capítulo é um universo próprio, que muitas vezes
contém em si os três componentes acima, de modo que pode ser lido individual e
separadamente. A Normose Informacional constatada nesses professores tem efeitos
expressivos na concentração, produtividade e memorização almejada por eles. Concluise que uma aproximação dos professores às teorias e abordagens sobre a Normose
Informacional é relevante para um melhor aproveitamento do material encontrado e
para minimizar comportamentos e sintomas patológicos frente o excesso de
informações.
Introdução
Nos últimos anos tem-se vivido uma nova fase cultural e social em que impera a
revolução da informática e dos meios de comunicação. Inserido nesse contexto,
recebe-se muita informação todos os dias, e de acordo com Saber (2006), para
conseguir sobreviver na sociedade atual, que sofre com o ritmo acelerado de vida, é
preciso estar muito bem informado e mesmo assim, a ansiedade de saber cada vez
mais e o medo de não conseguir acompanhar as transformações são constantes.
Pessoas que lidam diariamente com grande quantidade de informação, essas, muitas
283
vezes desnecessárias para algum trabalho que o indivíduo está realizando, têm
chances de desenvolver patologias relacionadas à avidez por informação. Como
exemplo de pessoas que têm contato diariamente com informação em demasia, têmse os profissionais que lecionam no Ensino Universitário, uma vez que muitos deles
não se dão conta de filtrar e gerir essas informações de maneira satisfatória. No
referencial teórico foram abordados os seguintes temas: Conceito de Informação,
contemplando a diferença entre dados, informação e conhecimento; Avanço da
Tecnologia, que relaciona o início da Era Digital com a Revolução Industrial, passando
pela criação e uso do transistor; Normose e sua variante, a Normose Informacional,
tema central desse trabalho, tentando definir essa nova patologia; Reflexos da
Normose Informacional, que arrola quatro efeitos pesquisados dessa nova patologia, a
saber: Dificuldade de Concentração, Problemas de Inter-Relacionamento, Estresse e
Ansiedade de Informação. Utilizou-se a metodologia qualitativa, com a aplicação de
questionário, sendo entregue pessoalmente a todo corpo docente da FATEC de
Ourinhos. Retornaram sessenta e dois questionários respondidos. O questionário
encontra-se no apêndice desse trabalho.
Metodología
Uma vez que a sobrecarga de informações disponível pode fazer com que as pessoas
se tornem ansiosas e ávidas por consumir mais e mais informação, a pesquisa
qualitativa apresentou-se como melhor metodologia a ser aplicada nesse trabalho,
pois segundo Barreto (2000, apud SABER, 2006, p.147): [...] é preciso levar em conta
que por se tratar de excesso de informação, um fator que inviabilizaria a pesquisa
quantitativa é que a unidade de medida da informação se mostra imprecisa e
subjetiva. As pessoas têm capacidade de absorção de informação diferente umas das
outras e o que é considerado excesso para alguém pode não ser para outro indivíduo.
O mecanismo escolhido para detectar esse relacionamento do professor com a
informação é a entrevista semipadronizada, composta por um questionário contendo
nove perguntas objetivas, que consta nos apêndices desse trabalho, oferecendo assim
abertura ao entrevistado para que ele possa revelar dados de interesse ao trabalho. A
escala Likert foi utilizada nos questionários para mensurar e dividir os níveis de
sobrecarga informação ao qual os docentes estão expostos diariamente. A seleção do
público participante da pesquisa foi pautada na relevância do tópico da pesquisa
consoante aquilo que representa ao professorado da FATEC de Ourinhos, não sendo
considerado o fator experiência profissional nem a idade dos participantes. O corpo
docente da FATEC Ourinhos contém sessenta e cinco professores, dos quais sessenta e
dois receberam e responderam o questionário. Houve três abstinências, sendo uma
por licença médica e duas por ausência do docente na unidade no período da
pesquisa. Para dar conta dessa percepção, não poderiam ser definidas previamente as
variáveis, muito menos apontar sua relevância. O viés da presente pesquisa é como o
professor processa a informação a que tem acesso no seu dia a dia, ou seja, procura
entender como os professores lidam com o excesso de informações em seus trabalhos
acadêmicos e como se comportam diante de tal problema. Nesse trabalho lançou-se
mão da pesquisa bibliográfica, que foi pautada em obras de renome, artigos, teses e
dissertações online.
284
Resultados
A vontade de se atentar aos últimos acontecimentos é tanta, que as pessoas passam a
dormir menos, pensando que perderão algo ao parar descansar. É notório que o ser
humano precisa de estímulo para sobreviver, mas o exagero ao contrário do se pensa,
não é útil para absorção da informação. Nota-se conforme o gráfico acima que, a
preocupação excessiva pelo trabalho é o que mais aflige os docentes, 51,61% dos
entrevistados tem problemas ligados a isto, 40,3% tem ansiedade, 33,9% tem estresse,
24,19% tem irritação, 27,42% tem fragmentações de sono e 17,74% tem dificuldade
em administrar informações. Segundo Cortella (2013, p.42): Alguém que tem uma
obsessão por algo, que só consegue se dedicar àquilo, seja só ao estudo, seja só a
internet, só ao esporte, está com algum tipo de desvio e talvez alguma confusão de
áreas de interesse, uma que nós temos que ter uma vida plurifacetada, isto é, que tem
muitas facetas [...] Toda obsessão tem um nível de doença. Partindo desse ponto de
vista, é necessário que o docente tenha a capacidade de visualizar novos horizontes e
de ampliar suas capacidades, de modo que não tenha uma obsessão pelo trabalho, já
que isso possa evoluir para uma patologia ainda mais grave. Todos os sintomas acima
elencados são reflexos da Normose Informacional que sem alarido vai consumindo as
pessoas, afetando a produtividade, concentração, enfim, prejudica o desempenho da
pessoa como profissional e como ser humano. Weill (2014, p. 15) diz que aquilo que
faz pensando ser normal é algo doentio e que causa “infelicidade e doença” nas
pessoas.
Gráfico 1.
Sintomas mais apresentados pelos docentes na pesquisa.
Conclusão
O objetivo da pesquisa foi identificar quatro efeitos da Normose Informacional e como
eles têm interferido no cotidiano dos professores da FATEC Ourinhos. Foi comprovado
que a sobrecarga de informações é o fator condicionante dessa nova patologia, porém
também se percebeu que a Internet aliada aos diversos meios de comunicação que o
homem contemporâneo tem acesso cerceia a sua livre escolha de poder ler, ver e
ouvir somente aquilo que lhe interessa.
Os reflexos ligados à sobrecarga de informação, estresse, problemas de interrelacionamento, dificuldade de concentração, ansiedade é resultado de uma patologia
ainda pouco conhecida, porém complexa, a Normose Informacional.
285
Entre os participantes da pesquisa, o dado mais relevante diz que 42% dos professores
dizem dar conta de processar toda informação a que tem acesso, mas dados científicos
que é impossível ao cérebro humano assimilar toda informação que chega até ele.
Para Mello (acesso em 2014), da Unifesp, quem tem memória é o computador, o ser
humano tem apenas uma vaga lembrança. É como se homem sofresse de dislexia
informacional.
Outro ponto de destaque é a sobrecarga de serviço que faz com que os professores
tenham uma preocupação exagerada com o trabalho, ficando estressados por não
conseguir acompanhar os acontecimentos seculares e desenvolver suas atividades
pedagógicas.
Por se tratar de um assunto relativamente novo, carente de estudos e pesquisas,
torna-se inviável responder todas as questões que surgiram ao longo do trabalho, mas
pode-se comprovar que o excesso de informações é um fenômeno com o qual
somente a destreza daquele que faz uso das novas tecnologias o capacitará a filtrar
informações fidedignas à sua procura.
Ademais, notou-se que essa epidemia de informações atinge as pessoas de modo
diferente, o que para alguns é excesso para outros pode não ser. Contudo pretendeuse contribuir para que haja êxito na busca, seleção e uso das informações, procurando
dessa maneira minimizar as mazelas da Normose Informacional. É sugerido que cada
pessoa deva se relacionar de forma consciente com o excesso de informações e a
desenvolver meios eficientes de se consumir informação. É preciso desenvolver
habilidades que normatizem a procura, o processamento, a filtragem e
compartilhamento da informação, adotando em regime informacional.
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Edição. Editora Vozes: Petrópolis .
286
DESAFIOS DOCENTES NA CONTEMPORANEIDADE: NOVA
FORMAÇÃO E PRÁTICAS INOVADORAS SOB MÚLTIPLOS
OLHARES
Freire de Oliveira, Zélia Maria; Viana Bragança, Maria das Graças
Introdução
Educar em tempos incertos, neste mundo complexo, tecnológico, veloz e em
constantes mudanças, conforme Castells (1999, 2003), Morin (2000, 2007) e outros, é
um desafio à profissão do professor que precisa reinventar sua prática pedagógica,
para reencantar o estudar e o aprender. As formas tradicionais de ensino, baseadas no
paradigma científico tradicional, já não bastam para a geração ‘Y’ ou Z’ deste século,
constantemente ‘conectada e antenada’, vivendo em um espaço educacional
associado à pluralidade disciplinar e à complexidade humana, onde deve ser
incentivada a convivência pacífica entre raças e culturas, a sustentabilidade, a ética, a
formação cidadã (Arroyo, 2013; Craft, 2007, Gardner, 2007; Moraes, 2015; Ponti;
Ferràs, 2006, entre outros). A instituição de educação superior deve preparar
profissionais para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e exigente, que
valoriza pessoas capazes de enfrentar os desafios diários, inovar, apresentar soluções e
agir rapidamente. O multiculturalismo é uma realidade no mundo moderno, mas é
preciso fazer com que funcione, como forma de se buscar a paz. Segundo Alencar
(2007), a criatividade é um recurso humano natural, habilidade de sobrevivência para
os próximos anos, que precisa ser cultivada na contemporaneidade e que, para
Howkins (2007), é ferramenta para inventar a sustentabilidade do mundo do futuro e
está presente em todos os níveis de negócio, onde não basta ter brilhantes ideias, mas
saber o que fazer com elas. Conforme afirmam Sternberg e Grigorenko (2000), há
muitas maneiras de o ambiente estimular a criatividade. Para eles, o professor que
quer proporcionar um ambiente estimulador da criatividade e do multiculturalismo
deve ter em mente algumas palavras-estímulo: modelar, exemplificar, demonstrar,
desenvolver, promover e estimular. Acrescentam, ainda, que os professores mais
lembrados são aqueles cujos pensamentos e ações serviam como modelos para os
alunos e que criavam um ambiente prazeroso de ensino.
É certo que o professor precisa tornar suas aulas mais atraentes, desenvolver nos
alunos a expressão de ideias originais, úteis à sociedade, base para se alcançar
inovações e trabalhar o pensamento divergente e o convergente. Entretanto, como
vencer as desigualdades sociais a violência que está fora e dentro dos ‘muros’ do
espaço escolar, os desafios ambientais, os problemas da contemporaneidade com uma
educação moldada em outros tempos, com um professor formado para um mundo
com outras características, mas com alunos que já não apreciam mais receber
simplesmente a educação tradicional?
Portanto, é preciso voltar os olhares à formação do professor, buscando respostas a
várias indagações. Como formar professores que ensinem e formem cidadãos e
profissionais para a contemporaneidade, usando procedimentos didáticos muitas
287
vezes antiquados? O professor sabe trabalhar com o multiculturalismo, com olhares da
sustentabilidade e da transdisciplinaridade? “Formar, (de) formar ou (in)formar? Como
equilibrar uma formação atuante, criadora, motivadora sem cair num ‘fazer
irrefletido’?” (Porto, 2002, p. 1).
Vários pesquisadores têm analisado a formação do professor como Anastasiou (2001),
Behrens e Ens (2015) e Tardif (2003), assinalando que, infelizmente, sua formação está
aquém do necessário à atualidade, ainda nos moldes tradicionais, voltada para outra
realidade e que a formação continuada não está suprindo devidamente lacunas que o
permitam transformar sua atuação e tornar suas aulas criativas, capazes de motivarem
o estudante a gostar de estar na escola e aprender, a prepará-lo para atuar na
diversidade, a trabalhar em um ambiente multicultural e a cultivar a sustentabilidade
do planeta. O professor está hoje refém de sua formação e dos alunos do século XXI.
É inevitável que os cursos de formação de professores trabalhem em conjunto com
outros atores do processo educativo para reinventar o sentido de ser professor.
Devem ainda garantir uma profissionalização capaz de atender às necessidades dos
novos tempos e assegurar um percurso acadêmico de qualidade, atentando para a
produção de novas mentalidades, o que implica a oferta de um ensino criativo,
mobilizado para promover mudanças (Cavalcanti, 2006).
É preciso haver, dentro das instituições de educação superior, espaço mobilizador
capaz de transformar a experiência de criar num evento de relevância significativa para
a vida de cada indivíduo, lembrando que a criatividade pode ser um elemento
facilitador para o processo ensino-aprendizagem. Tais instituições devem ser um
campo para reflexão e problematização da atualidade, pesquisa, inovação, busca de
soluções para a comunidade, difusão e preservação do conhecimento e não ficarem
presas às características de sua origem como ensino enciclopédico, didática
tradicional, ênfase na aprendizagem mecânica e memorização, com pouco estímulo ao
desenvolvimento do pensamento criativo e divergente. Duailibi e Simonsen (2009)
lembram a analogia feita por Goldberg, que em seu livro ‘The wisdom paradox: how
your mind can grow stronger as your brain grows older’ explica que a criatividade é
como um músculo que cresce conforme o seu uso e pode-se exercitá-lo para crescer.
Mediante o exposto, os objetivos são apresentar recortes e análises de duas pesquisas.
A primeira, para a dissertação de Mestrado em Ciência Política, analisa uma política
afirmativa no ensino superior (Bragança, 2007). Conforme Jaccoud e Benghin (2002),
Gomes (2001) e outros autores, as políticas públicas e privadas de caráter compulsório,
facultativo ou voluntário, visam combater à discriminação racial, de gênero, de cor, de
sexo e de origem nacional, visando a corrigir os efeitos vigentes da discriminação
praticada no passado. A segunda, para a tese de Doutorado em Educação, expressa a
necessidade de se colocar a criatividade como partícipe das práticas pedagógicas em
todos os níveis de ensino, inclusive o da educação superior (Oliveira, 2012).
Método
O método das duas pesquisas foi qualitativo, por meio de entrevistas
semiestruturadas, guiadas por um roteiro previamente estabelecido. A pesquisa para
se conhecer o pensamento sobre uma política inclusiva foi realizada com 20 alunos do
288
curso de Pedagogia da Faculdade de Educação de uma universidade de Brasília. A
outra, a respeito da existência ou não de práticas criativas, foi realizada com 20 alunos
e 20 professores da pós-graduação stricto sensu de uma universidade de Brasília, de
diversos cursos. As entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas e
analisadas, segundo a análise de conteúdo, preconizada por Bardin (2004).
Resultados
Os resultados da primeira pesquisa indicaram que: (a) a política de inclusão relativa ao
sistema de cotas é um fator facilitador para o ingresso dos afrodescendentes na
universidade; (b) houve a percepção dos cotistas de preconceitos por parte dos
professores ou dos colegas, preconceito muitas vezes de forma velada; (c) houve
reconhecimento da identidade racial e interesse pela cultura negra; (d) o curso onde
houve mais ingressos pelo sistema de cotas foi o de Pedagogia; (e) esse sistema tem
provocado conflito de ideais por uma educação diferente e gerado muitas críticas; (f)
um dos problemas mais agravantes é a permanência na universidade dos alunos
ingressos por tal sistema, uma vez que os programas de ajuda têm sido insuficientes.
Há de se ressaltar que a maioria desses alunos possuía lacunas na sua base de
conhecimentos e com baixo poder aquisitivo.
Os resultados da segunda pesquisa mostraram que professores e estudantes
entrevistados vislumbraram esse mundo novo, complexo, com características
peculiares e sinalizaram a importância de ser criativo na atualidade, no contexto da
pós-graduação e na maioria das profissões. Suas respostas confirmaram a escassa
presença da criatividade no contexto e nas práticas pedagógicas e a existência de
poucos professores incentivadores da criatividade discente em aula. Afirmaram ter
satisfação pelas aulas do professor que ministra sua aula de forma inovadora,
provocativa, propondo novas formas de conhecer, rompendo com o ensino tradicional,
mecânico e autoritário e estimulando o pensamento crítico. Também foram
ressaltadas muitas práticas pedagógicas ainda nos moldes tradicionais, havendo
necessidade de se revisá-la, estabelecer estratégias criativas e inovadoras de ensino.
Por outro lado, foram enumeradas muitas barreiras ao novo e ao criativo, no contexto
universitário.
Conclusões
Apesar do cenário deficitário da formação do professor, existem soluções para se
melhorar o contexto educacional e nosso objetivo é mostrar algumas dessas propostas
derivadas das pesquisas realizadas: (a) inserir na formação continuada dos professores
informações sobre como desenvolver a criatividade, sua e a dos alunos; (b) fornecerlhe ferramentas que o possibilitem melhor lidar com o multiculturalismo em sala de
aula; (c) incentivar o uso da criatividade nos procedimentos pedagógicos do professor,
dando-lhe liberdade de ação e pensamento e compromisso social com a comunidade;
(d) envolver todos os agentes (professores, gestores, alunos, outras pessoas do
contexto) para se obter um clima criativo no âmbito educacional; (e) vencer as
barreiras à criatividade, com ações que incentivem a não se focar apenas em livros
básicos e a fugir de trabalhos rotineiros; (f) considerar que também o adulto necessita
ser estimulado; (g) reduzir regras, padrões, burocracia, conservadorismo; (h) modificar
289
o sistema de avaliação, passando a valorizar o esforço do professor e do aluno
criativos; (i) realizar melhoria na infraestrutura, possibilitando aos professores acesso a
tecnologias suficientes e atualizadas, salas adequadas, recursos materiais, cinema,
laboratórios; (j) adotar a transdisciplinaridade e a sustentabilidade como norteadores
de ações; (k) rever e avaliar as ações afirmativas constantemente.
Ainda temos que percorrer um longo caminho para que haja uma melhoria na
profissionalização docente universitária e para que o professor seja formado com
múltiplos olhares, possa cultivar o multiculturalismo, a transdisciplinaridade, a
criatividade e contribuir para a formação de profissionais e cidadãos éticos e
transformadores deste mundo.
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professores. In: Congresso Internacional De Educação Centro De Formação E
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291
ANALISADORES DA SOCIALIZAÇÃO PROFISSIONAL DE
PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS INICIANTES
Bonadiman, Heron Laiber (Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri); Romagnoli, Roberta Carvalho (Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais)
Resumo
A partir dos pressupostos da Análise Institucional de René Lourau e da microssociologia
de Erving Goffman, o estudo descreve as categorias iniciais construídas e
problematizadas nas observações de campo e entrevistas semiestruturadas realizadas
com professores universitários iniciantes em uma universidade pública de Minas
Gerais, Brasil. Metodologicamente, foram analisadas 12 entrevistas e foram realizadas
observações de campo entre julho de 2014 a maio de 2015. Dentre os principais
achados e nos domínios teóricos propostos, destacam-se três analisadores: a relação
dos professores iniciantes com os professores mais experientes, os contatos com a
administração universitária direta e, como consequência relacional dos dois primeiros,
os laços entre pequenos grupos de atuação. Sustenta-se que o jogo de forças
construído no cotidiano das interações revela o embate entre instituído e instituinte no
processo de socialização profissional.
Introdução
Pretende-se descrever e analisar os resultados parciais de pesquisa doutoral sobre a
socialização de professores universitários iniciantes de uma instituição pública de
ensino superior no estado de Minas, Brasil.
O tema é crescente em razão do aumento significativo do número de professores na
rede pública de ensino superior e dos programas específicos para expansão do mesmo.
Em uma das faculdades da universidade em estudo, a título de exemplo, há 120
professores efetivos, dentre os quais 7 foram empossados em 2012, 30 foram
empossados em 2013 e 28 foram empossados em 2014. Há previsão, ainda, para
realização de mais concursos públicos no ano de 2015.
O crescimento das vagas docentes, por sua vez, faz emergir o fenômeno da
socialização profissional dos novos professores. Nos três primeiros anos de exercício
profissional, ocorrem substanciais reagrupamentos e estabelecimento de estratégias
que produzem estabilizações e rupturas no cargo de professor universitário.
Além disso, o estudo do início da carreira dos professores universitários pertence a
uma rede de relações complexa, na qual as profissões de origem, a ausência de
formação pedagógica e a iniciação aos ritos universitários criam uma dinâmica de
construção identitária própria (Cunha e Zanchet, 2010).
Marco teórico
Goffman (1922-1982) foi sociólogo expoente das microanálises do cotidiano da vida
comum e das instituições. Sua experiência em hospitais psiquiátricos valeu, pelo
292
menos para a psicologia, no crescimento de uma forma peculiar de descrever o que
ocorre na vida das instituições, totais ou não, e como os sujeitos se alinham no seu
interior. Foram profícuos seus estudos para a formação de profissionais de saúde
mental, por exemplo.
Utilizou-se o enquadramento proposto por Goffman para compreender o processo de
socialização no interior da universidade, no cotidiano das relações, nos mecanismos
utilizados para garantir a manutenção da fachada, conceito este entendido como o
desempenho de papeis sociais e sua manutenção no cotidiano institucional (Goffman,
2012). A pessoa, ao entrar no microuniverso de contato com a outra, se vale de
dispositivos esperados para garantir a manutenção do modo como é vista.
No contexto da socialização dos professores iniciantes, há conceitos importantes de
Goffman (2010; 2012) coerentes para uma análise qualitativa do processo de
socialização. O conceito de footing, por exemplo, que trata do alinhamento da pessoa
às normas sociais para um determinado grupo. No processo de manutenção da
fachada há uma ocorrência peculiar de tentativa de responder aos quadros mais
amplos do convívio.
Os conceitos de fachada e footing se associam e criam um modo mais amplo de
análise quando associados ao conceito de quadro. Neste item, Goffman (2012)
reafirma sua postura em analisar a vida cotidiana, pois define quadro como a situação
de convívio retratada, com a manutenção de ritos, normas e objetivos intrincados que
não estão escritos, mas que acontecem no tempo.
René Lourau (1933-2000), por sua vez, dedicou sua vida e obra a compreensão das
relações sujeito-implicação-instituição, investigando e criando formas de fazer as
instituições emergirem. Para o autor, diferente das visões construídas pela sociologia
clássica, a instituição é algo dinâmico, sem dualismo teórico e que perpassa a vida dos
sujeitos. Não é algo estanque, tampouco formal e visível e passa por transformações.
A partir da dinamicidade da instituição, que atravessa o social em todos os seus
âmbitos, Lourau (1993) pretende compreendê-la a partir da dinâmica que se instala
entre forças dialéticas: por um lado o instituído – compreendido como práticas e
discursos naturalizados e invisíveis – e por outro lado o instituinte – que se apresenta
como a inconformidade com aquilo que é vigente e rotineiro. Nesse interstício, no
processo de instituconalização, que a singularidade surge e há possibilidade de
modificações no instituído.
Nessa perspectiva, a Análise Institucional busca a decomposição das tramas que
ocorrem nas instituições, que podem ser compreendidas como um sistema de regras
transversais e cristalizadas que atuam nas formas de agir, pensar e escolher dos
sujeitos. Elas formam a trama social e possuem uma face escondida, através daquilo
que não é dito e, ao mesmo tempo, está cristalizado.
O campo de forças entre instituído e instituinte foi escolhido para compreender parte
do processo de socialização. Neste campo, no qual não pode haver neutralidade do
pesquisador, surgem os conceitos de implicação, que se refere a forma com o qual o
pesquisador se relaciona com o seu objeto de pesquisa, o conceito de analisadores,
que pode ser definido como o lugar construído na pesquisa que faz a instituição
aparecer e a sobreimplicação, que seria o limite da pesquisa, no qual o pesquisador
293
possui seu discurso naturalizado. O próprio Lourau (1993) considera que são conceitos
que possuem separação didática. Na prática de socioanálise o analista institucional
opera com todos, na complexidade que a situação analisada exigir (MONCEAU, 2012).
Tanto Goffman (2010, 2012) quanto Lourau (1993, 1995) oferecem ferramentas
teóricas que propiciam uma análise do cotidiano a partir dos ritos de interação
estabelecidos e das instituições que atravessam as práticas comuns de interação no
ambiente do exercício profissional da docência. Lourau, de modo particular, ao
aperfeiçoar o conceito de implicação na análise institucional, criou ferramentas para a
análise das práticas profissionais e, no caso dessa pesquisa, para análise do processo
de socialização.
Metodología
Realizou-se um estudo qualitativo, no qual foram realizadas dez entrevistas com
professores iniciantes, duas entrevistas com professores experientes e observações de
campo, sendo todos os procedimentos realizados entre julho de 2014 e maio de 2015.
As entrevistas foram transcritas e analisadas juntamente as observações de campo na
construção de analisadores. Usou-se ainda a observação participante, um diário de
campo e a análise da implicação do pesquisador.
Resultados
A formação de grupos de trabalho através da semelhança funcional foi o primeiro
analisador que emergiu nas entrevistas e nas observações. Quando questionados
acerca das atividades de lazer e profissionais, constatou-se que os professores
iniciantes se associam aos seus pares do mesmo período de entrada na instituição. No
caso, nenhum dos entrevistados possuía mais de 3 anos de exercício profissional. Ficou
claro, ainda, que os finais de semana, as atividades de lazer e, sobretudo, as atividades
profissionais, também são desenvolvidos com os pares em razão da semelhança
funcional.
A formação do grupo pelo critério da semelhança propiciou a emergência de outro
analisador, referente à forma com a qual os professores iniciantes se relacionam com a
administração universitária. Primeiro é importante ressaltar que os professores
iniciantes possuem uma representação específica da administração universitária:
centralizadora e vertical. Para lidar com esta força instituída, o grupo entre os pares foi
uma configuração que possibilitou instituir formas mais brandas e horizontais de
relações. A totalidade dos entrevistados relatou o pedido de ajuda aos pares por
semelhança para resolverem tarefas administrativas. As observações, por sua vez,
revelam a quantidade de vezes que um mesmo professor se dirige a administração
central por questões administrativas simples. Por exemplo: um mesmo professor
precisou se deslocar duas vezes no prédio da administração central e, neste, em três
setores distintos, com a finalidade de garantir o lanche para uma banca de concurso
público. É preciso destacar que, antes de todas as “viagens” à administração, os pares
por semelhança são consultados e servem de apoio na tomada de decisões.
O terceiro analisador se refere a relação dos professores iniciantes com os professores
experientes. Neste item é importante caracterizar duas forças instituídas: a
universidade estudada e suas faculdades são fruto de programa federal específico que
294
visa a expansão da rede federal de ensino brasileira. Como instituição foi fundada na
década de 1950. Com o estatuto de universidade não possui mais de 10 anos. A
segunda característica é o tempo de exercício profissional dos professores experientes.
A faculdade onde foram feitas a maior parte das entrevistas possui “decanos” com 5 a
7 anos de exercício profissional. Tem-se, portanto, que todos são professores novos.
Porém, analisando todo o seu conjunto, há diferença entre os que estão há menos e a
mais de três anos em exercício.
A totalidade das entrevistas com os professores novatos demonstrou que, de forma
geral, estes não construíam relações com os professores mais antigos. Entrevistas com
dois professores mais antigos, no entanto, revelaram que havia subdivisões nos grupos
de trabalho dos professores mais antigos, de modo que se considerarmos a categoria
professores iniciantes e professores experientes, há subdivisões que garantem uma
socialização profissional dos professores iniciantes a partir de conflitos e redes de
relações preexistentes.
O maior embate que um professor iniciante enfrenta no início da carreira, com base
nas observações e entrevista realizadas, é aprender a: tatear o novo ambiente de
trabalho reconhecer-se como professor universitário e transitar nas diversas instâncias
organizacionais já existentes. Ao entrar na universidade se depara com um instituído
sedimentado e cria estratégias tanto de adaptação quanto instituintes em seu
processo de institucionalização. Para isso, os professores constroem ritos específicos
de manutenção de sua fachada no cotidiano de trabalho e tensões entre o instituído e
o instituinte preestabelecidas (Goffman, 2012; Lourau, 1995).
Conclusões
No contexto do crescimento significativo do número de professores e da implantação
de novas faculdades, a socialização dos novos professores ocorre na direção da 1)
realização de parcerias com os colegas que também são novatos, 2) em conflitos com
professores mais experientes, 3) em conflitos com a administração universitária que
resultam em duas características mais básicas do processo de socialização: aprender a
tatear o novo ambiente de trabalho e construir uma identidade profissional. As duas
características marcam os embates entre o instituído e instituinte, construídos no
cotidiano das interações.
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295
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publicado em 1970)
Monceau, G. (2012). Techniques socio-cliniques pour l’analyse institutionnelle des
pratiques. In: MONCEAU, Gilles, L’analyse institutionnelle des pratiques (pp. 1536). Paris: L’Harmattan.
296
PROFESSOR PESQUISADOR: ESTADO DA ARTE DE
PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS DO BRASIL REALIZADAS NO
PERÍODO DE 2004 A 2014
Souza Ehlert de, Arlete; Varela, Martins Aline; Rausch Buzzi, Rita.
Resumen
Esta investigación se ocupa del Estado del Arte acerca de profesor de investigación en
Brasil. Su fuente central las 2004 publicaciones científicas a 2014. El objetivo era
cartografiar las producciones sobre profesor de investigación. Fue delimitada como
fuentes de búsqueda de tres sitios de consulta académicos en el campo de la
educación: la CAPES, ANPED NACIONAL y SCIELO y como palabras clave de búsqueda
"profesor de investigación" y "la investigación en la formación del profesorado", donde
encontramos 41 publicaciones. Para el análisis, las producciones se han organizado en
tres categorías: los teóricos principales utilizados; enfoques y procedimientos
metodológicos; y el análisis de los objetos. Los autores más utilizados aparecen
regularmente como parte de los movimientos que se relacionan profesor y la
investigación. Cómo abordar la investigación fue de carácter cualitativo y
procedimientos de generación de la mayoría de los datos utiliza entrevistas y
observación. En ese refieren a objetos de análisis incluye: conceptos de investigación; la
investigación en la formación del profesorado y la investigación práctica en la
enseñanza. La mayoría de estudios apuntan a importancia de la investigación en la
formación docente, que permite su desarrollo con el fin de contribuir a la formación de
profesor de investigación.
Resumo
Esta investigação trata do Estado da Arte acerca do professor pesquisador no Brasil.
Tem como fonte central as publicações científicas de 2004 a 2014. O objetivo foi
mapear as produções acerca do professor pesquisador. Delimitou-se como fontes de
busca os sites: CAPES, ANPED NACIONAL e SCIELO e como descritores “professor
pesquisador” e “pesquisa na formação docente”, onde encontramos 41 publicações.
Para análise, as produções foram organizadas em três categorias: principais teóricos
utilizados; abordagens e procedimentos metodológicos; e objetos de análise. Os
autores mais utilizados aparecem com regularidade fazendo parte dos movimentos que
relacionam professor e pesquisa. Quanto à abordagem as pesquisas foram de cunho
qualitativo e os procedimentos de geração de dados mais utilizados entrevistas e
observações. No que se referem aos objetos de análise destacaram-se: concepções de
pesquisa; pesquisa na formação docente e prática de pesquisa na docência. A maioria
dos trabalhos aponta para a importância da pesquisa na formação de professores,
possibilitando seu desenvolvimento a fim de contribuir com a formação do professor
pesquisador.
297
Introdução
Diversos temas são discutidos entre os pesquisadores do meio educacional, porém, o
tema professor pesquisador apresenta-se como emergente em função de sua
relevância na formação e na prática dos professores, justificando nosso interesse em
compreender o que vem sendo pesquisado sobre esta temática.
Alguns autores brasileiros como André (2014) e Lüdke (2014) têm destacado
fortemente a importância da pesquisa na formação do professor, considerando-a um
“componente básico e essencial ao trabalho e a formação docente” (Lüdke, 2014, p.
7). Dentre os autores internacionais que defendem a pesquisa na formação e na
prática docente destacamos: Beillerot (2014), Stenhouse (1993) e Zeichner (2009).
Concordando com a importância e necessidade da pesquisa na formação docente
apresentada e definindo suas ideias como suporte teórico, esta investigação teve
como objetivo mapear as produções acerca do professor pesquisador, identificando as
discussões sobre o tema. Foi desenvolvida e estruturada nos moldes do tipo “Estado
da Arte”, que é de caráter bibliográfico, utilizada em mapeamentos de produções
acadêmicas. Em relação a essa tipologia, Romanowski e Enz (2006, p. 40) comentam
que “esses estudos são justificados por possibilitarem uma visão geral do que vem
sendo produzido na área e uma ordenação que permite aos interessados perceberem
a evolução das pesquisas na área, bem como suas características e foco [...]. ”
O mapeamento realizou-se a partir de buscas exclusivamente virtuais, com referencial
nas bases de dados disponíveis em sites acadêmicos brasileiros: a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Educação (ANPED NACIONAL), e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO).
Estabeleceu-se o período de dez anos, 2004 a 2014, para a busca das produções, além
de elencar dois descritores para delimitar e direcionar as buscas. Os descritores
utilizados foram: “professor pesquisador” e “pesquisa na formação docente”. esta
busca, encontramos um total de 41 produções entre teses, dissertações e artigos,
diretamente relacionados à temática. Sabemos que não esgotamos a quantidade de
produções relacionadas ao tema, justamente pela limitação dos próprios descritores e
também pela atualização dos sites consultados, como a CAPES que apresenta em nota
uma atualização de dados garantidos até o ano de 2011.
Metodologia
De abordagem qualitativa, esta pesquisa se delineia nos moldes do estado da arte que
conforme Romanowski e Enz (2006, p. 39), “a realização destes balanços possibilita
contribuir com a organização e análise na definição de um campo, uma área, além de
indicar possíveis contribuições da pesquisa para com as rupturas sociais”. Permite
analisar o que já se produziu sobre a temática, e a compreender o que as pesquisas
respondem.
A investigação iniciou com a definição das fontes em que foram coletados os textos, e
optamos por buscas exclusivamente virtuais, nas bases de dados disponíveis em sites
acadêmicos brasileiros de maior reconhecimento no campo da educação: CAPES,
ANPED NACIONAL e SCIELO. A consulta foi feita até o mês de outubro do ano de 2014.
298
No decurso desta investigação buscou-se por meio das leituras dos resumos,
identificar o que vem sendo discutido sobre o tema professor pesquisador no contexto
educacional. Obteve-se um resultado de 41 produções, destas cinco são teses, treze
dissertações e vinte e três são artigos publicados em periódicos.
Destacamos que durante a análise de conteúdo (Bardin, 1977), encontramos certas
limitações em relação à investigação devido às variações dos formatos apresentados
nos resumos das teses, dissertações e artigos dificultando a análise. Em alguns casos,
principalmente nos artigos, os resumos não traziam as informações sobre o tipo de
pesquisa, abordagem ou ainda sobre os procedimentos de geração de dados. Neste
caso, houve a necessidade de recorrer à leitura do trabalho completo para análise.
A partir do objetivo foram definidas a priori três categorias para análise: os teóricos
mais utilizados, as abordagens e os procedimentos metodológicos mais utilizados e os
objetos de análise da investigação. Tais categorias são apresentadas e analisadas a
seguir.
Resultados:O que dizem as produções?
As pesquisas mostram o cenário que se desenha diante da temática Professor
Pesquisador. Na atualidade fala-se com mais frequência sobre a necessidade de o
professor se tornar pesquisador, desenvolvendo sua autonomia e autoria, essencial
para sua atuação enquanto docente formador.
As informações obtidas foram inseridas no quadro 1 que aparecem separadas por site
de busca, quantidade de produções, teóricos mais utilizados, abordagens,
procedimentos investigativos e os objetos de análise das investigações.
Tabela 1
Características das produções analisadas
Fontes
Número de
encontradas
pesquisas
Principais teóricos
Metodologia
Objetos
de
Análise
CAPES
ANPEd Nacional
SCIELO
18
14
9
André;
Beillerot;
Lüdke;
Zeichner;
Elliott;
Stenhouse;
Demo; Gatti; DinizPereira; Schön.
André;
Beillerot;
Lüdke, Cochran-Smith;
Lytle; Diniz- Pereira;
Zeichner; Contreras;
Elliot;
Schön;
Stenhouse; Nóvoa.
André;
Lüdke;
Zeichner; Contreras;
Elliot;
Schön;
Stenhouse; Severino;
Dickel;
Lisita;
Lipovetsky;Tardif.
Qualitativa/
Entrevistas
observações
Qualitativa/
Entrevistas
Qualitativa/
Bibliográfica
e
Concepções de
pesquisa
4
2
0
Formação
pesquisa
em
11
10
5
Prática
pesquisa
de
3
2
4
299
Das produções mapeadas acerca do professor pesquisador, no período de 2004 a
2014, pode-se observar uma diversidade de autores utilizados como aporte teórico,
demonstrando certa regularidade quanto aos mais citados no tema relacionado à
pesquisa. Destacaram-se em nível nacional as autoras Lüdke e André, referenciadas na
maioria das pesquisas, enquanto que em nível internacional foram os autores
Zeichner, Beillerot, Elliott e Stenhouse. Todos envolvidos em movimentos que
investigam a relação da pesquisa na educação e “em alguma medida defensores da
relação entre o professor e a pesquisa” (Lüdke, 2014, p. 27). Outros autores ainda
foram citados pontualmente nos trabalhos, mas não com tanta ênfase.
Observa-se ao analisar as abordagens da pesquisa que todas foram de caráter
qualitativo. Bogdan e Biklen (1994, p.11) comentam que este tipo de pesquisa é mais
comum na educação em função que “no estudo de várias questões educacionais é
cada vez maior. [...] uma atitude positiva face às mudanças que se têm vindo a verificar
nas estratégias de investigação”. Já no que se referem aos procedimentos
metodológicos para geração de dados, os procedimentos mais utilizados foram as
entrevistas e observações.
Quanto aos objetos de análise, as produções estão direcionadas para as concepções de
pesquisa, a pesquisa na formação e prática de pesquisa, sendo que a grande maioria
das produções, no total de 26, aborda a pesquisa na formação do professor.
Neste sentido, Lüdke (2014, p.7) reforça que a pesquisa é um elemento importante na
formação docente e que ela “deve ser parte integrante do trabalho do professor.”
Porém, reforça que muitos são os desafios enfrentados para que o professor possa
constituir-se como pesquisador. Essa nova perspectiva do desenvolvimento contínuo
do professor, por meio da pesquisa, traz uma série de desafios. São questões que vão
desde os currículos, estrutura, tempos e espaços de formação, cuja vivência em um
modelo tradicional de educação não permite o desenvolvimento de um processo
autoral.
Observamos que a pesquisa no contexto educacional e a formação do professor
pesquisador não são temas recentes, porém emergentes, devido à sua relevância.
Entretanto, ainda há muito que se fazer, iniciando conforme já nos apontou Lüdke
(2014), pela percepção do que se entende por pesquisa, bem como o que realmente se
desenvolve em termos de pesquisa nas Instituições de Ensino. Diríamos mais, pois no
contexto ao qual o professor está inserido, cujas tecnologias e inovações são uma
constante, a pesquisa precisa se fazer presente de forma mais intensa para
avançarmos na qualidade educativa tão necessária no desenvolvimento geral.
Também se faz necessário realizar uma investigação sobre quais são as contribuições e
benefícios que as pesquisas desenvolvidas por estes professores estão trazendo para o
contexto educacional.
Conclusão
A partir das análises das produções percebeu-se a existência de um movimento na
área de educação no Brasil realizada pelos investigadores promovendo diálogos sobre
a pesquisa na formação do professor e sua importância na realização prática. Os
teóricos mais utilizados encontram-se engajados em movimentos que relacionam a
300
pesquisa e o professor, destacando-se Lüdke, André, Zeichner, Beillerot, Elliott e
Stenhouse. Quanto aos procedimentos e instrumentos de geração de dados
predominaram as entrevistas e observações, todas de cunho qualitativo. Os objetos de
análise apontaram para concepções de pesquisa, a pesquisa na formação docente e a
prática de pesquisa. Em termos de pesquisa na formação docente, as discussões e
significância apontam para a necessidade de reforçar os currículos das graduações
promovendo esta formação, ou ainda, intensificar os programas de iniciação científica
permitindo uma formação baseada na pesquisa.
Existe a compreensão de que estas buscas podem não ter esgotado todas as
produções que tratam do assunto. Porém, este mapeamento contribuiu
significativamente mostrando o que vem se discutindo sobre a temática, sua
abrangência e necessidade de continuidade no meio educacional e científico.
Referencias
André, M. E. D. A. (Org.). (2014). Papel da pesquisa na formação e na prática dos
professores. (12 ed). Campinas: Papirus.
Bardin, L. (1997). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Beillerot, J. (2014). A “pesquisa” esboço de uma análise. In: André, M. E. D. A. (Org.) O
Papel da pesquisa na formação e na prática dos profesores (pp. 71- 90). (12 ed).
Campinas: Papirus.
Bogdan, R. e Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma educação à
teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Lüdke, M. (Coord.). (2014). O professor e a pesquisa. (7 ed). Campinas: Papirus.
Romanowski, J. P.; Ens, R.T. (2006). As pesquisas denominadas do tipo “estado da arte”
em educação. Diálogo Educacional, 6, 37-50.
Stenhouse, L. (1993). La investigación como base de La enseñanza: Selección de textos
por J.Rudduck y D.Hopkins. (2 ed). Madrid: Ediciones Morata.
Zeichner, K. M. (2009). Uma agenda de pesquisa para a formação docente. Revista
Brasileira de Formação Docente, 1, 13-40.
301
PROFESSORES E O ENVELHECIMENTO: REALIDADES E
ESPECIFICIDADES
Alves, Kelly y Lopes, Amélia (Universidade do Porto)
Resumo
Na presente comunicação23 abordaremos a questão dos trabalhadores serem
confrontados com a obrigação de trabalhar mais, cerca de dez anos do que previsto,
em consequência da extensão da idade da reforma. Também os professores são
abrangidos por esta nova situação. Dadas algumas especificidades da profissão
docente, quer quanto à natureza da atividade realizada, quer quanto à diversidade de
situações. Nesta pesquisa, pretendeu-se produzir dados preliminares relativamente à
perspetiva de professores sobre o envelhecimento em geral e o seu envelhecimento no
exercício da profissão docente. No estudo exploratório recolheram-se narrativas
biográficas de duas professoras, uma do ensino superior e outra do ensino pré-escolar.
As narrativas nos revelaram que há uma profunda relação do processo de
envelhecimento com dimensões centrais da profissionalidade docente em geral e
específicas aos níveis de ensino. A paixão pelo trabalho docente esteve presente nas
narrativas, assim como o desencanto causado pelas condições de trabalho e políticas
educativas atuais, o que tornou evidente a necessidade de tomadas de decisão
políticas para melhorar este quadro. Igualmente necessária, revelou-se a questão de se
pensar melhor a preparação dos professores/as para a fase posterior ao exercício
profissional efetivo.
Introdução
A questão do envelhecimento apresenta-se marcante no século XXI, como um
paradoxo entre o aumento da esperança de vida e o lugar que o indivíduo mais velho
ocupa na sociedade. Com efeito, o novo contexto poderá originar desafios num futuro
próximo. Como prevê a OCDE24 “O futuro mercado de trabalho europeu será
confrontado simultaneamente com uma população em envelhecimento e uma
diminuição do número de jovens” (Comissão Européia, 2010:3).
A idade da reforma sobe para os 66 anos em 2014, com excepção das profissões
consideradas mais penosas, aumentando de forma progressiva nas próximas décadas,
em linha com a evolução da esperança média de vida, para gestão dos recursos
humanos. Os professores, de todos os níveis de ensino, fazem parte desta força de
trabalho agora chamada a prosseguir cerca de mais dez anos, facto passível de
implicações na vida desses professores.
Embora adquirindo significados diferentes em função dos indivíduos e grupos, no caso
dos professores em função dos setores de ensino a que pertencem, a reforma pode ser
vista como um “tempo de ‘dar pousada’ a um novo ser” (Stano, 2001: 106). A nova
23
Esta comunicação decorre do Projeto “Práticas e Identidades Profissionais de Professores e Envelhecimento”,
desenvolvido no Centro de Investigação e Interveção Educativas (CIIE).
24
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico.
302
realidade no que toca às possibilidades de reforma obriga então a colocar duas
questões centrais: que impactos individuais e que impactos no exercício profissional
provocará o alargamento da idade da reforma dos professores por mais dez anos?
É objectivo deste trabalho, analisar dados de uma pesquisa desenvolvida com o intuito
de explorar as perspetivas dos professores sobre o envelhecimento em geral, o seu
próprio envelhecimento e o impacto do seu ciclo de vida na sua atividade profissional.
Os dados consistem em narrativas biográficas, geradas através de entrevista
semidiretiva, de duas professoras com mais de 55 anos cada, uma do ensino préescolar e outra do ensino superior universitário.
Marco teórico
Ao debruçar-se sobre a profissão docente e o envelhecimento, Stano (2001: 13) afirma
ser necessário “conhecer a dimensão em que o exercício profissional marca e
determina a forma e o próprio caminho do envelhecimento”. Refletir sobre a reforma
e o trabalho docente remete-nos para a construção da identidade profissional25
Stano (2001: 32), ao falar em seu trabalho sobre a aposentadoria, ressalta que esta
“[...] pode vir a se constituir num estranhamento de sí, configurando uma nãoidentidade, se não se mantém um vínculo simbólico (significativo) com o trabalho”. A
manuntenção desse vínculo, no caso dos/as professores/as dá-se, através da memória
do que foi construído e vivido ao longo dos anos de atividade e da relação com o outro
(aluno e/ou ex-aluno).
A docência, em sua essência, é a ação ou resultado de ensinar, que é inerente ao
docente, segundo Dohms (2012:111), “Também podemos associar o bem-estar e a
saúde com a satisfação na docência, visto que o sucesso profissional está ligado ao
alcance de metas pessoais que contribuem para a QDV26 geral do sujeito”. Facto que
nos leva a relacionar a atividade docente com o envelhecimento bem-sucedido, para o
qual seria necessário “[...] conservar um elevado nível funcional na área cognitiva e
física” (Correia, 2007:13).
O envelhecimento é um processo de desenvolvimento crescente e distinto, pois
acontece de forma particular em cada indivíduo. No entanto, apresenta fatores
concretos, como a diminuição da força física e o aumento da dificuldade de
funcionamento da cognição. Esta tem lugar, sobretudo “[...] em idosos inativos,
independentemente da idade” (Correia, 2007:8).
Metodologia
Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de explorar as perspetivas dos
professores portugueses sobre o envelhecimento em geral, o seu próprio
envelhecimento e o impacto do seu ciclo de vida na sua atividade profissional. Em face
destes objetivos, adotou-se um paradigma fenomenológico-interpretativo. Nesse
quadro, e tendo por referência a revisão de literatura antes apresentada, foram
recolhidas narrativas biográficas de duas professoras com mais de 55 anos, docentes
do primeiro e do último nível de ensino do sistema educativo português - da educação
25
26
Cf. Lopes, A. (2001).
Qualidade de vida.
303
pré-escolar e do ensino superior universitário - doravante identificadas respetivamente
por P1 e P2.
As narrativas biográficas foram recolhidas como casos exemplares (Bolívar, 2006),
suscetíveis de iluminarem futuras investigações dentro do referencial apresentado nas
secções anteriores deste artigo. O tratamento dos dados foi realizado por análise de
conteúdo de tipo dedutivo (Bardin, 1995; L’ Écuyer, 1990; Lopes, 1993). As categorias
de análise basearam-se nos objetivos da pesquisa e na revisão de literatura, que
também informaram o guião de entrevista utilizado.
Resultados
Perceções das professoras sobre o processo de envelhecimento; sentido atribuído ao
trabalho docente e questões da reforma.
As perceções de P1 em relação ao processo de envelhecimento em geral estão
profundamente relacionadas com questões profissionais. Em relação à sua trajetória
profissional, P1 percebe bem seu ciclo de vida profissional e suas fases e relata a atual
com desencanto e inquietação Em seu relato fica patente a influência negativa das
políticas educativas atuais, no desenvolvimento do ciclo de vida profissional da
entrevistada.
Para P2, o envelhecimento é natural - e está relacionado com um modo de ver o
mundo de forma mais realista. Porém, considera que, por vezes, o realismo é
excessivo: “[...] às vezes o envelhecimento torna-nos tão realistas que deixamos de
fazer algumas coisas que, às vezes, são possíveis” (P2).
O sentido do trabalho para P2 reside na ideia de intervir e fazer parte: “é o sentido da
participação, é o participar, estar a participar, é estar a fazer parte de um grupo, é
intervir” (P2). Fica assim claro a sua reforma não está relacionada com o desligamento
do trabalho docente. Do ponto de vista de P2, o envelhecimento no trabalho docente
está relacionado com a perda de entusiasmo e da capacidade de interagir.
No discurso das entrevistadas, identificam-se especificidades relacionadas com o seu
nível de ensino. Para P1 o trabalho com as crianças é uma forma de esquecer o
envelhecimento. A interação com diversas pessoas, proporcionada pela docência está
presente na fala de P2, de maneira especial ao tratar a diversidade, como uma riqueza
de cunho pessoal.
Conclusão
Ao analisar as perceções das professoras em relação ao processo de envelhecimento,
percebemos a profunda relação deste com dimensões centrais da profissionalidade
docente em geral – nomeadamente a relação educativa como encontro de gerações –
e específica aos níveis de ensino. A maturidade associada ao envelhecimento foi
relatada por ambas as professoras como uma “mais-valia” para a qualidade de vida,
assim como a capacidade de interagir e saber conviver com a diversidade das pessoas
e o enriquecimento pessoal, além do profissional.
Estas professoras são um exemplo de como as competências relacionadas com a
atividade docente estão muito ligadas à saúde mental e emocional do profesor, além
da evidente paixão pelo trabalho docente. No entanto, o desejo de continuar na
304
profissão é ofuscado pelo desencanto causado pelas condições de trabalhho e políticas
educativas atuais. Há efetivamente necessidade de tomadas de decisão política quer
no que respeita ao conjunto de professores que trabalhará por mais anos, quer em
relação à queles que optam pela reforma. No entanto, dada a extrema diversidade do
corpo docente, para se cumprir o objetivo que nos moveu, torna-se necessário alargar
a recolha de dados a outros níveis de ensino e a mais professores. É esse trabalho que
estamos já a desenvolver.
Referencias
Bolívar, A. (2006). La identidad profesional del profesorado de Secundaria: Crisis y
reconstrucción. Málaga: Aljibe.
Comissão Européia. (2010). Comunicado de Bruges sobre o Reforço da Cooperação
Européia no Ensino e Formação Profissionais para o Período de 2011-2020.
Acedido Junho 02, 2015, em http://ec.europa.eu/education/policy/vocationalpolicy/doc/brugescom_pt.pdf.
Correia, P. (2007). Velhos são os trapos: mito ou realidade. Portugal.(on-line), v. 3, n.
04. Acedido em www.psicologia.com.pt.
Dohms, K., et al. (2012). Envelhecimento e docência: a busca do bem-estar na
construção pessoal e profissional. In Ferreira, Jackle et al.(Org.). Educação &
envelhecimento, 107-119. Porto Alegre: EdiPUCRS.
Lopes, A. (1993). A identidade docente: Contribuindo para a sua compreensão.
Dissertação de Mestrado, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação Universidade
do
Porto,
Portugal.
Acedido
em
http://hdl.handle.net/10216/23916.
Stano, R. D. C. M. (2001). Identidade do professor no envelhecimento. São Paulo:
Cortez.
305
LOS MOOC, UNA PREOCUPACIÓN POR EL FUTURO DEL
PROFESORADO UNIVERSITARIO
Gil Quintana, Javier (Universidad Nacional de Educación a Distancia,
UNED
Resumen
El concepto MOOC parte de la teoría del aprendizaje del conectivismo de Siemens y
Downes, y se presenta como una oportunidad innovadora para facilitar el aprendizaje
en redes abiertas con la finalidad de compartir conocimiento. Estos cursos masivos,
abiertos y online están abriendo las puertas a la posibilidad de construir una nueva
realidad educativa al acceso de todos y con una intencionalidad de formación para
toda la vida. El equipo docente valora esta nueva realidad formativa como el futuro de
la educación universitaria que ya es un hecho presente; en cambio, sus preocupaciones
acerca de su puesto de trabajo y de la falta de reconocimiento de su labor docente en
estas propuestas son algunos de los convenientes que presenta el profesorado de
MOOC.
Este estudio versa sobre el caso concreto del MOOC “Innovación Educativa y desarrollo
profesional. Posibilidades y límites de las TIC” del Proyecto Europeo ECO (Elearning,
Communication, Open-Data) analizando los inconvenientes de estas propuestas
formativas.
Introducción
Los MOOC se han presentado como un nuevo modelo formativo que se proyecta
actualmente desde las instituciones universitarias. Esta nueva fuente de conocimiento
permite el acceso a un gran número de estudiantes que disfrutan de un planteamiento
de formación caracterizado por ser masivo, abierto y online. El continuo “feed-feed”
(Aparici & Silva, 2012) que se puede fomentar desde nuevos modelos comunicativos y
pedagógicos confluye entre el alumnado y el profesorado.
Este planteamiento de formación ha roto las barreas de las instituciones universitarias
donde ha estado encerrado el conocimiento desde sus inicios, beneficiando a un
sector reducido de la sociedad que disponía de recursos, medios o capacidades para
poder acceder al conocimiento en un momento determinado de su vida. Se ha abierto,
por tanto, una ventana a la educación para toda la vida de la que puede disfrutar toda
la ciudadanía y beneficiarse de una formación de calidad, atendiendo a sus intereses,
gusto y preferencias. Una formación que, como Siemens et al. (2012) señalan:
No espere poder leer ni ver todo. Incluso nosotros, profesores, no podemos hacerlo.
En cambio, lo que se debe hacer es seleccionar y elegir el contenido que vea
interesante y adecuado para usted. Si le parece demasiado complicado, no lo lea. Si lo
ve aburrido, pase al siguiente. Los resultados del aprendizaje, por lo tanto, serán
diferentes para cada persona
306
Marco teórico. Los MOOC una nueva realidad
Por su filosofía, los MOOC se extienden por medio de la Red a nivel mundial siendo un
claro ejemplo de disrupción (Anderson & McGreal, 2012; Conole, 2013; Vázquez-Cano,
López-Meneses y Sarasola, 2013). Un planteamiento que presenta, según Zapata-Ros
(2014):
Una mezcla compleja de factores sociales, económicos y tecnológicos ha hecho posible
la expansión exponencial de estos cursos, entre ellos: el aumento constante de las
tasas de matrícula de la universidad, la devaluación de los títulos universitarios, un
mercado laboral incierto, y las redes más abundantes de conocimiento distribuido.
(p.3)
Los MOOC otorgan el acceso, en comparación con una clase presencial o un curso en
línea, a un mayor número de alumnas y alumnos dentro de un itinerario formativo. En
este sentido, se ha conseguido cumplir con la premisa de una formación para todo el
que quiera y le apetezca cursarla, teniendo como único requisito el acceso a Internet,
presentándose la masividad como una de las peculiaridades esenciales de este tipo de
cursos. Como señalan Luján-Mora (2013):
Permitir el acceso a un número muy grande de estudiantes, mucho mayor que una
clase presencial o un curso online tradicional. Además, el curso debe estar preparado
para aceptar cambios en el número de estudiantes en varios órdenes de magnitud, por
ejemplo, pasar de 1.000 a 100.000 estudiantes, sin que eso suponga un problema
importante para su funcionamiento. (p.292)
Este carácter masivo se observa también como un riesgo, al poder considerar la
educación a gran escala como de segunda categoría y estar orientados al público
global impidiendo, por parte del profesorado, atender debidamente al alumnado y
garantizar una mayor calidad al aprendizaje online. En palabras de Sánchez-Vera, LeónUrrutia y Davis (2015):
El carácter masivo es una de las peculiaridades de los MOOC, que lo diferencian de
otro tipo de experiencias de aprendizaje en red. Este hecho configura una serie de
posibilidades, pero también una serie de retos que hay que tener en cuenta a la hora
de diseñar e implementar un curso masivo en red, en relación, por ejemplo, a los
contenidos, el proceso de trabajo, las actividades, la evaluación y el feed-back. (p.1)
La masificación, que consideramos como positiva, se ve perjudicada por tanto en su
mismo planteamiento de acceso para todos, siendo analizado, en algunas ocasiones,
como uno de los retos más importantes. El tener un número concreto de alumnado
que cumpla las estadísticas o los objetivos propuestos no basta para reconocer los
MOOC como una propuesta de calidad. Por ese motivo, es imprescindible analizar, no
sólo el número sino también el rendimiento, interés y la interactividad que se ha
desarrollado en la plataforma. En palabras de Sangrà y Wheeler (2013):
No basta con decir que las personas aprenderán por el hecho de estar interconectadas.
Esta es una condición necesaria para aprender, pero no es suficiente. Las personas
tienen que saber qué están aprendiendo realmente, que competencias están
adquiriendo y de qué modo pueden demostrar lo que han aprendido. (p.109).
307
La capacidad que tiene los MOOC para poder crear comunidades de aprendizaje a nivel
global y fomentar la promoción de proyectos colaborativos entre el alumnado de
cualquier lugar y condición, cubre varios frentes indicados por Bass (2012) como
aspectos fundamentales a la hora de conseguir una experiencia lo más satisfactoria
posible, que sólo se hará realidad por la participación activa del alumnado en las
diferentes interacciones con sus semejantes y fuera de los límites del curso. El éxito de
estas propuestas radica también en la implicación del profesorado y la credibilidad que
el mismo presenta sobre los MOOC; aunque la opinión general acerca de estos cursos
sea positiva, al presentarse un modelo formativo que puede llegar a más gente, la
preocupación del sector docente, de vital importancia para que un MOOC desarrolle su
potencial, se funda en cuestiones como el temor por la pérdida de sus puestos
universitarios, la falta de reconocimiento de la tutorización y el escaso tiempo libre
que se dispone para poder dedicarse a desarrollar un modelo comunicativo
bidireccional y horizontal. En palabras de Gil (2015):
En este tipo de cursos la interacción con proyección social se convierte como la meta a
conseguir por todos los medios; no sólo la interacción entre los estudiantes, sino
también con el profesorado, entre ambos grupos y fuera del entorno del MOOC.
(p.305)
Metodología
La metodología cualitativa resulta apropiada para poder analizar situaciones
particulares en profundidad. Desde este paradigma se persigue describir la unidad en
profundidad basada en un contexto determinado y preciso, buscando enfatizar más
concretamente en los resultados individualizados y presentados en un número
representativo de participantes que forman la muestra. El estudio de caso por el que
hemos optado ha sido representativo al tratarse de una comunidad de aprendizaje
MOOC donde se han realizado la investigación.
Partiendo de esta elección a nivel metodológico, hemos optado por las técnicas de
análisis de discurso en las redes sociales y foros del MOOC, además de entrevistas a
una muestra del profesorado y del alumnado. Estas técnicas han respondido al
siguiente objetivo e interrogante que se presenta a continuación en la Tabla 1.
Tabla 1:
Objetivo, interrogante y técnica.
Objetivo
Descubrir las expectativas
del profesorado
universitario ante el trabajo
docente en los MOOC.
Interrogante
Técnicas
¿Son las plataformas MOOC una
amenaza para los puestos de
trabajo del profesorado
universitario?
Entrevista
Análisis del discurso en foros
Análisis del discurso en Redes
Sociales
Resultados
El análisis de los inconvenientes refleja claramente que el aspecto positivo de los
MOOC es la nota imperante. En cambio, se destacan las dificultades de este tipo de
308
formación, cuestiones que hacen referencia de forma general a aspectos como alta
tasa de abandono, coste de los servidores e incompetencia de las empresas para
fomentar herramientas comunicativas que favorezcan la interacción.
Figura 1. El futuro del profesorado universitario como inconveniente de los MOOC. Fuente: Elaboración propia con
Altas.ti
Debemos destacar la preocupación por parte del profesorado ante la falta de
reconocimiento de tutorizar o de crear el propio MOOC, tanto a nivel académico como
profesional. Este profesorado observa esta propuesta formativa como una amenaza a
su trabajo y una forma enmascarada de abaratar puestos en determinadas parcelas de
los planes de estudio y que en un futuro se planteen ofrecer las universidades y
puedan ser convalidadas por estos cursos.
Si tú con un equipo docente muy reducido puedes impartir una formación a una ingente
cantidad de personas, que en lugar de tener cien personas tengas mil. Esto va a suponer que no
necesitas tanto profesorado para poder desarrollar las asignaturas. Esta es una de las
cuestiones que también están sobre la mesa y que hay que ir viendo cómo se van desarrollando
este tipo de propuestas de formación y quizás sea uno de los peligros que pueden tener.
(Entrevista D1. 2:192)
Esta realidad está latente en los MOOC como espacio de aprendizaje; se presenta la
preocupación de que este factor pueda influir en la implicación del profesorado en los
cursos. Aunque este inconveniente pueda ser real, no podemos olvidar que no es
responsabilidad única del equipo docente o el grupo de creadoras o creadores el
desarrollo del curso, sino también del alumnado que debe ejercer su responsabilidad
en MOOC y, en este sentido, la interacción puede cobrar un mayor protagonismo.
Partiendo de esta falta de interactividad, podemos considerar una desventaja que los
309
miembros de la comunidad virtual de aprendizaje, no se impliquen lo suficiente,
ocasionando en distintas circunstancias, la ruptura con el modelo de participación e
interacción propio de este nuevo modelo formativo. El desinterés, al igual que en la
enseñanza virtual tradicional, sigue siendo una de las limitaciones en este tipo de
cursos.
Como desventajas, yo creo que el conocimiento: si tú no eres creativo y no te involucras se
puede quedar todo en el aire. Es difícil concretar, no solamente en la marcha docente o en los
contenidos docentes, sino también en los contenidos que se generan ahí. (Entrevista D2.
2:278).
Conclusiones
Como podemos comprobar el modelo formativo MOOC está introduciéndose
rápidamente en las instituciones universitarias generando inquietudes y
preocupaciones en la comunidad educativa. Entre los inconvenientes de los MOOC
hemos afirmado que la falta de reconocimiento profesional del equipo docente ante la
creación y tutorización de estas propuestas, desvanece la motivación del profesorado
e impide el interés y la ilusión por trabajar de forma efectiva en estos cursos. Y es en
este esfuerzo donde radica el éxito de los MOOC porque el profesorado ofrece su
tiempo libre para dedicarse a estas propuestas, a pesar de las dificultades que puedan
tener en el uso técnico de las plataformas con el fin de potencializar al máximo las
herramientas interactivas.
Referencias
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310
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individualización del aprendizaje y de la ayuda pedagógica. Disponible en:
http://eprints.relis.org/1865/7/MOOC_zapata_preprint.pdf.
311
ÉTICA APLICADA EN LAS AULAS UNIVERSITARIAS: EL
GRAN RETO DOCENTE DEL SIGLO.
Buerba Villanueva, Ana Ofelia (Universidad Anáhuac, Campus Querétaro.
México)
Resumen
En esta comunicación se retoma la importancia de la responsabilidad del docente
universitario como “formador”. Independientemente de la especialización o asignatura
que imparta. El docente comparte su experiencia y conocimientos con jóvenes que
pronto tomarán decisiones radicales, no sólo dentro de sus profesiones o áreas de
trabajo, sino que por el esquema globalizado en que vivimos, trascenderán fronteras e
impactarán en todos los campos de la vida humana.
Un docente universitario que al día de hoy, no integre dentro de su plan curricular la
compatibilidad de valores trascendentes y principios bioéticos, no estará preparando a
los alumnos para contribuir en lo que desesperadamente ocupa la preocupación y
atención en todos los foros mundiales: un mundo mejor: más sano, más exitoso, más
próspero; pero sobre todo, más humano.
Introducción
Más que en otra época de la historia, el docente universitario, requiere de conocer y
de prepararse en el área axiológica y bioética para participar en esta enorme tarea y
gran desafío: formar jóvenes que a través de la especialización profesional contribuyan
responsablemente a las necesidades que el mundo requiere.
Axiología y Educación son dos elementos que debieron ir de la mano siempre sin
soltarse nunca. Son dos elementos que por separado, uno, mostrará sus logros ante los
documentos, libros y foros, y el otro, una lista bien definida de conceptos. Pero juntos,
mostrarán al mundo, un conjunto de seres humanos virtuosos que no tomarán
decisiones para sus vidas y para la humanidad, fundadas no en las ganas o el deseo
confundido por libertad; sino en decisiones basadas en el dominio de sí mismos,
extendidas desde la razón a la voluntad.
El desafío consiste en que los profesores universitarios logren mediante el
conocimiento profundo en materia axiológica, formular una amalgama sólida entre la
excelencia del contenido de las asignaturas y la relevancia de la toma de conciencias
rectas a través de la incorporación de valores trascendentes y principios bioéticos
mediante situaciones didácticas diseñadas para ello.
Marco teórico
Los valores se aplican.
Valor es una cualidad que confiere a las cosas, hechos o personas, una estimación ya
sea positiva o negativa. Mientras existan las necesidades, existirán valores, y en donde
exista un conflicto o diversidad de intereses, diversidad ideológica, cultural y ética, ahí
también identificaremos la presencia de los valores.
312
El problema en la humanidad, reside esencialmente en las referencias en cuanto al
valor y en la coherencia con ellos. No en la discrepancia entre la existencia o no
existencia de ellos.
La discrepancia resulta del desconocimiento. Esta deficiencia genera confusión,
provoca poca credibilidad y relativismo.
Lo que coincidentemente resulta altamente peligroso cuando se pretende formar
estudiantes que tomen decisiones responsables, que coadyuven a lograr propósitos
por el bien de su los suyos, de su pueblo, de su generación y del futuro. Pretender que
“la mayoría”, o “todos” trabajen y lucharan por el bien, por ejemplo, de la” justicia”,
tendrían que entender por igual ese valor, tener la misma referencia y apegarse con
valentía a ello.
El desconocimiento y la confusión llevan al escepticismo. No significa que los valores
no existan de por sí, están ahí con sus características de durabilidad, integralidad,
satisfacción, polaridad, trascendentalidad y aplicabilidad. Son ellos mismos inherentes
al ser humano y aportan la posibilidad de distinguir entre lo bueno y lo malo.
Conocer para decidir
Conocer, para decidir. Son las palabras claves que tendría que existir en el vocabulario
de todo educador.
Conocer la estructura y esencia de los valores orienta y permite tener una visión clara
de cómo las personas son capaces de conocerlos, y “hacerlos suyos”.
Conocer esa dinámica, como docentes, tendría que ser la primera tarea que toda
persona que se dedique a enseñar requiera dentro de su capacitación para “formar”
personas, sumergirse nuevamente en el espacio inmenso de un trabajo
profundamente axiológico.
Federico Reyes Heroles, escritor, político y filósofo mexicano , escribió un libro
titulado: “Conocer es decidir”. Que por cierto, expresa en una entrevista que le
realizaron por cargo de la Revista de la Universidad Autónoma de México: “Me
convencí de que algo hemos hecho mal los profesores, ver esas expresiones de
intolerancia en nuestros alumnos quiere decir que hemos dejado de lado la formación
de los ciudadanos con una visión más amplia y con una convicción legalista y pacífica y
esa, es responsabilidad nuestra”.
Conocer, para el filósofo mexicano Daniel Márquez Muro, “es la relación entre un
sujeto y un objeto mediante la cual, el objeto es abstraído por el sujeto y pasa a ser
parte de él mismo”.
Decidir, implica un proceso, anticipado, el del conocimiento. El que conoce, o se
conoce y reconoce y abstrae y piensa, reflexiona, siente y decide, tiene quizá menos
probabilidades de errar, por lo menos ante su propia conciencia.
Metodología
Este trabajo es un estudio analítico con respecto al cuestionamiento de cómo podría
ser la mejor manera de desarrollar valores en las aulas. Incluye la reflexión sobre varios
años de experiencia al lado de estudiantes de diferentes edades y la extracción de ideas
313
a partir de las posturas de algunos filósofos. El propósito de este trabajo es demostrar
que el docente tiene la magnífica oportunidad y la gran responsabilidad en contribuir
de manera eficaz en el proceso de la formación en valores a través del conocimiento de
los mismos y por medio de líneas estratégicas insertadas dentro de didácticas
específicas.
1.
Capacitación.
Capacitación de los docentes profunda en materia axiológica y Bioética. Conocer la
esencia de los valores, saber de sus características, la percepción que el ser humano
tiene de ellos, cómo los asimila y los hace suyos, le dejará saber más sobre la
interacción y comunicación que necesita llevar a cabo como docente frente a sus
alumnos. Conocer qué valores quisiera desarrollar en cada tema, en cada asignatura,
en cada práctica y cómo lograrlo, es la otra parte esencial del camino hacia la meta que
deseamos lograr.
2.
Re diseño del plan curricular.
Conocimiento profundo de la asignatura que imparte con un re diseño que apunte
hacia las necesidades reales que cada profesión o especialización requiere para
resolver los problemas humanos, sociales, políticos, económicos y ambientales que el
mundo de hoy requiere. Para conseguir un efecto generador, en todo momento será
necesario privilegiar la intencionalidad hacia la sociedad, donde se exprese la relación
ciencia, tecnología, y estén presentes los análisis cualitativos, los enfoques de procesos
y la motivación hacia el alumno.
Instaurar para cada tema través de estrategias, modelos didácticos, instrumentos
tanto prácticos como evaluativos y condiciones en la mecánica y dinámica de la clase
para tener la oportunidad de que los alumnos muestren a través de la práctica, el
diálogo, la resolución de casos y dilemas, decisiones alineadas dentro de una ética de
fines, no de bienes. Los fines extienden las posibilidades y alinean los objetivos
persiguiendo la supremacía del valor. (1)
Además, el modelo a desarrollar tendrá que mantener dos ejes centrales: el objetivo
trazado para el o los valores elegidos a insertar siempre en la búsqueda y la alineación
conforme a la actuación en la sociedad, y el objetivo que emerge de las características
de cierta generación, grupo, grado o personalidad del alumno y las disposiciones reales
de logro de los objetivos. Si realmente queremos formar en valores que afecten a la
sociedad y al mundo, debemos asegurarnos que la línea directriz será la amalgama
entre lo ideal individual y lo real social.
3.
Relación personal.
El docente deberá diseñar una intención específica para interactuar con sus alumnos,
fortalecer las relaciones interpersonales, encontrar y dimensionar un método de
enormes componentes humanistas y científicos que representen una nueva forma
didáctica al “momento” del aprendizaje.
314
4.
Proceso.
Esquema 1.
Resultados
Un aprendizaje no sólo del valor como tal sino de la vivencia auténtica de experiencias
no sólo de conocimientos y habilidades sino también de la paulatina formación de una
conciencia ética y responsable.
La necesidad de adentrarse, documentarse, actualizarse en las problemáticas de la
sociedad y del mundo para recuperar casos específicos, problemáticas y dilemas cuya
resolución en las práctica con los alumnos permitan tanto que el alumno desarrolle
habilidades críticas, analíticas y resolutivas como también la reflexión personal con la
que adquirirá una conciencia ética responsable a través de la interacción con sus
compañeros, la guía de su profesor bajo el marco de referencia de una axiología y
pensamiento bioético que contribuya a resolver las necesidades del mundo actual.
La creatividad en el ejercicio de elaborar y generar nuevas propuestas didácticas como
esquemas visuales, mapas conceptuales, rutas de acceso al análisis de problemáticas,
metodologías para la resolución de casos prácticos, etc. cuyos componentes, no sólo
contribuirán en la construcción de aprendizajes más eficaces, prácticos e innovadores,
sino que se tendrá la oportunidad de construir una verdadera plataforma académica
universitaria de jóvenes que trabajarán en las aulas pero de cara al mundo que les
espera; atendiendo no sólo la competencia profesional sino ejerciendo una verdadera
deontología que por fin logre evitar la mirada obtusa y temporal del éxito personal a
una actitud de voluntad general y duradera favorezca comunidades, sociedades y
países.
Conclusiones
“Conocer” es la clave. Conocer permite que las cosas pasen a formar parte de nuestro
entendimiento. No conocer los valores, priva al ser humano de su elección.
Los valores no se enseñan, se insertan en el día a día; como profesores, es nuestra
tarea y responsabilidad.
315
Los profesores tenemos que conocer todo cuanto a valores se refiere para poder
entenderlos, insertarlos dentro del material de las asignaturas y así lograr una
verdadera experiencia del desarrollo de los valores.
Los formadores, tenemos que formarnos, primero. Tenemos que conocer para ayudar
a conocer y guiar a decidir.
La mera existencia o carácter de la” formación” no supone un proceso natural en el
desarrollo de valores con los alumnos. Los profesores deberemos sistematizar bajo un
esquema claro la inserción del trabajo de los valores en el aula.
El conocimiento junto con la experiencia de situaciones, cuestionamientos, prácticas
específicas guiadas por los profesores, contribuirá en un ejercicio real que facilitará al
alumno pensar y tomar la clase de decisiones que permiten cambiar a una persona, a
una sociedad, o al mundo entero. Se le ofrecerá un programa que le ayude a ser
virtuoso en el aula para demostrarlo con sus semejantes.
Anexo: Ejemplo:. Análisis de caso, intervención ética. Recurso didácico.
Datos, información
relevante
Principios
Éticos y bioéticos
involucrados
Referencias
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Frondizi, R. (1987). ¿Qué son los Valores? México: Fondo de Cultura Económica.
Kant. I. (1999). Fundamentación de la metafísica de las costumbres. Barcelona: Ed.
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Reyes Heroles.F. (1998). Conocer y decidir. Instituto de Estudios Educativos y Sindicales
de América. México.
316
ANÁLISIS DEL MODELO DIDÁCTICO PERSONAL QUE
MANTIENEN LOS/AS FUTUROS/AS MAESTROS/AS DE
EDUCACIÓN INFANTIL Y PRIMARIA
Vicente Martorell, Juan José (Universidad de Cádiz); Eugenio Gozalbo,
Marcia (Universidad de Valladolid); Aragón Núñez, Lourdes (Universidad
de Cádiz); Jiménez-Tenorio, Natalia (Universidad de Cádiz); Oliva
Martínez, José María (Universidad de Cádiz)
Resumen
Esta comunicación forma parte de una investigación más amplia llevada a cabo con
estudiantes del Grado en Educación Infantil y del Grado en Educación Primaria de la
Universidad de Cádiz, España. Uno de los objetivos de esta investigación es mejorar y
evaluar la práctica docente que llevamos a cabo dentro del campo de la Didáctica de
las Ciencias Experimentales, para ello y como paso previo nos hemos propuesto
conocer las concepciones iniciales y creencias personales que tienen nuestros alumnos
en relación a las ciencias, a la didáctica de las mismas y su aprendizaje. Como
instrumento para explorar estas concepciones se ha utilizado el cuestionario INPECIP
(Porlán, Rivero y Martín, 1997, 1998) diseñado y validado para analizar las
concepciones del profesorado de ciencias experimentales y que nosotros hemos
aplicado a nuestros alumnos de Educación Infantil y Primaria. En esta comunicación
presentamos los resultados obtenidos correspondientes a la dimensión “modelo
didáctico personal”, los resultados nos muestran que nuestro alumnado concibe la
didáctica como una disciplina técnica, cuyo objeto es orientar la práctica educativa. Se
observan también diferencias entre los modelos didácticos que mantienen los
estudiantes de Educación Infantil y los de Primaria, relacionadas con las características
de cada etapa. Destaca que el 98% considera que el profesor debe investigar los
procesos que se dan en su aula, apuntando a que el rol del docente como investigador
se ha incorporado en las concepciones de las nuevas generaciones de maestros/as.
Introducción
En el seno de la comunidad docente constituyen actualmente objeto de atención y
debate los que se han venido a denominar roles académicos emergentes, entre los que
destaca el ejercicio de una docencia coordinada con y basada en la investigación de los
procesos que suceden en el aula. En otras palabras, la evolución de la práctica docente
tradicional hacia una que incorpore la experimentación y el análisis sistemático de
resultados -los efectos de la práctica docente sobre el aprendizaje de los/as
estudiantes-, y que posteriormente los comunique a la comunidad académica, para el
debate, reflexión, y construcción conjunta de conocimiento. A este respecto, puede
resultar de gran utilidad las aportaciones de algunas disciplinas, como la didáctica de
las ciencias, cuya trayectoria está bien reconocida desde finales de los años ’90
(Porlán, 1998; Adúriz-Bravo e Izquierdo, 2002).
317
Marco teórico
El estudio de las creencias o concepciones de los profesores, especialmente las
relacionadas con el contenido de la materia (epistemología disciplinar) y con la
naturaleza del conocimiento (epistemología natural) constituye una aproximación
frecuente al estudio de los procesos de enseñanza-aprendizaje, pues estas creencias
juegan un papel importante en la planificación de la docencia, la evaluación y otras
decisiones que el profesor/a toma (Porlán, 1995). En España, diversos análisis
realizados desde inicios de los años noventa, como los de Porlán y Martin (1994), y
Porlán, Rivero y Martín (1998), evidenciaron que el profesorado de ciencias mantenía
creencias enmarcadas en un modelo tradicional, como: transmisión de contenidos
simplificados que deben ser aprendidos memorísticamente y luego reproducidos para
su evaluación mediante examen; visión fragmentaria, acumulativa y absoluta de las
ciencias y los contenidos escolares; y ausencia de aspectos éticos y de la dimensión
social y colectiva del aprendizaje, entre otros.
En calidad de profesores universitarios del área de conocimiento de Didáctica de las
Ciencias en el marco de la formación inicial de maestros/as, y conscientes de las
competencias profesionales que es necesario que el alumnado desarrolle, y de las
responsabilidades futuras que tendrá al respecto de la enseñanza de las ciencias desde
edades tempranas, nos interesa conocer qué piensan sobre la ciencia, la enseñanza y
el aprendizaje, y con ello averiguar si estamos transmitiendo aquellas concepciones
que sostenemos de forma efectiva. Con este propósito hemos iniciado un proceso de
investigación educativa en los/as alumnos/as de Grado en Educación Infantil y en
Educación Primaria de la Universidad de Cádiz, España, algunos resultados del cual
mostramos a continuación.
Metodología
El estudio se ha realizado sobre una muestra de 207 estudiantes del tercer curso de los
Grados de Educación Infantil y Primaria de la Facultad de Ciencias de la Educación de la
Universidad de Cádiz, España. Para ellos se utilizó el cuestionario INPECIP (Inventario
de Creencias Pedagógicas y Científicas de los Profesores), un cuestionario tipo Likert en
el que el sujeto debe indicar su grado de acuerdo o de desacuerdo sobre cada
declaración. El cuestionario fue contestado por los alumnos en los primeros días del
curso académico 2015-2016. La distribución de los alumnos que participaron en este
estudio es la siguiente: 80 estudiantes corresponden al 3º curso del Grado de
Educación Infantil y 127 estudiantes al 3º curso del Grado de Educación Primaria. El
90% de los alumnos tienen edades comprendidas entre 19 y 24 años, el 8% entre 25 y
30 años, y el 2% se sitúan entre los 31 y 42 años. Con respecto al género 154 de los
alumnos son mujeres y 53 son hombres. En el cuestionario también se les preguntó a
los alumnos sobre sus estudios de procedencia, sobre esto, hemos observado que tres
cuartas partes de los estudiantes proceden de Bachillerato, la mayoría de los cuales
escogió la modalidad de Humanidades y Ciencias Sociales (76%), sólo un 18% la de
Ciencia y Tecnología y un 2% la de Ciencias de la Salud. El resto de los alumnos
proceden de un grado superior u otros estudios (18% y 7% respectivamente).
318
Resultados
A continuación pasamos a presentar las concepciones didácticas presentes en nuestros
alumnos:
Se observan porcentajes de acuerdo muy altos o mayoritarios (aproximadamente el
80%) en relación a las siguientes afirmaciones sobre la didáctica como disciplina: la
didáctica debe definir normas y principios que guíen la práctica educativa (83%), la
didáctica pretende describir y comprender los procesos de enseñanza aprendizaje que
se dan en las aulas (79%), su objetivo es definir las técnicas más adecuadas para una
enseñanza de calidad (78%), y se desarrolla mediante procesos de investigación
teórico-prácticos (82%). Sin embargo, un 66% de los/as alumnos/as se mostraron
indecisos en relación a la afirmación de que la didáctica se considera en la actualidad
como una disciplina científica.
Se evidencia en el alumnado una evolución respecto a la visión tradicional del rol de
profesor: el 98% se mostró de acuerdo con que el profesor debe compatibilizar las
tareas de enseñanza con las de investigación de los procesos que se dan en su aula; un
87% con que los procesos de enseñanza-aprendizaje son fenómenos complejos en que
intervienen innumerables factores; y un 86% con que la organización de la escuela
debe basarse en agrupamientos y horarios flexibles.
Se detectan diferencias entre el alumnado de ambas titulaciones: el de Primaria le da
mayor importancia a la planificación con detalle de las clases por parte del profesor
para evitar la improvisación (81% versus una distribución casi equitativa entre acuerdo,
indeciso y desacuerdo en Infantil), considera que la evaluación debe centrarse en
medir el nivel alcanzado por los alumnos (70% vs un 60% de desacuerdo en Infantil), y
que debe dirigirse la práctica educativa mediante objetivos organizados y
jerarquizados según su grado de dificultad (67% versus una distribución casi equitativa
entre acuerdo, indeciso y desacuerdo en Infantil).
Conclusiones
Los futuros maestros/as de Educación Infantil y Primaria conciben la didáctica como
una disciplina técnica, cuyos objetivos fundamentales son guiar la práctica educativa,
describir los procesos de enseñanza-aprendizaje que se dan en las aulas, o definir las
técnicas más adecuadas para una enseñanza de calidad. Aunque entienden que la
didáctica se desarrolla mediante procesos de investigación teórico-prácticos, para la
mayoría de ellos no es claro que se trate de una disciplina científica, a pesar de su ya
reconocida trayectoria como tal (Porlán, 1998; Adúriz-Bravo e Izquierdo, 2002). Es
decir, en este caso concreto se observa una desconexión en las creencias de los
alumnos entre los conceptos de investigación científica (como proceso que origina
conocimiento científico) y de disciplina científica. Sin embargo, quizás lo esencialmente
relevante es que sí han interiorizado, al menos a nivel de creencias, la necesidad de
que el docente enfoque su propia práctica educativa incorporando también el enfoque
científico, es decir, investigando los procesos que se dan en sus aulas. En este sentido,
las futuras generaciones de maestros y maestras de Infantil y Primaria se conciben
también como investigadores, lo cual está probablemente relacionado con el modelo
319
didáctico que tratamos de transmitirles, y que de hecho llevamos a la práctica en
nuestras aulas mediante investigaciones como la que aquí presentamos.
Referencias
Adúriz-Bravo, A. e Izquierdo, M. (2002). Acerca de la didáctica de las ciencias como
disciplina autónoma. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 1(3), 130140.
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Porlán, R., y Martin, J. (1994). El saber práctico de los profesores especialistas.
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Porlán, R., Rivero, A., y Martín, R. (1997). Conocimiento profesional y epistemología de
los profesores I: teoría, métodos e instrumentos. Enseñanza de las ciencias,
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Porlán, R., Rivero, A., y Martín, R. (1998). Conocimiento profesional y epistemología de
los profesores, II: estudios empíricos y conclusiones. Enseñanza de las ciencias,
16(2), 271-288.
320
ANÁLISIS DE LAS CREENCIAS SOBRE EL APRENDIZAJE DE
LAS CIENCIAS QUE MANTIENEN LOS MAESTROS/AS EN
FORMACIÓN INICIAL
Eugenio Gozalbo, Marcia. Universidad de Valladolid; Vicente Martorell,
Juan José. Universidad de Cádiz; Jiménez-Tenorio, Natalia. Universidad
de Cádiz; Aragón Núñez, Lourdes. Universidad de Cádiz; Oliva Martínez,
José María. Universidad de Cádiz
Resumen
En esta comunicación se presentan parte de los resultados de una investigación llevada
a cabo en alumnado de Educación Infantil y Primaria de la Universidad de Cádiz,
España. En calidad de profesores del área de Didáctica de las Ciencias Experimentales,
y con objeto de evaluar y mejorar nuestra propia práctica docente, nos interesa
conocer las creencias que mantienen nuestros/as alumnos/as en relación a las ciencias,
a su enseñanza y aprendizaje. Para ello hemos utilizado el INPECIP, un instrumento
validado (Porlán, Rivero y Martín, 1997, 1998), centrándonos en la dimensión “Teoría
del aprendizaje”, cuyas declaraciones se han presentado al alumnado como
instrumento de tipo escala de Likert, con cinco posibles grados de acuerdo. Los
resultados nos muestran grados de acuerdo muy elevados en relación a las
afirmaciones enmarcadas en un modelo más en sintonía con las concepciones
didácticas y epistemológicas del socioconstructivismo. Se observan también diferencias
entre las concepciones que sostienen los estudiantes de Educación Infantil y los de
Primaria, y la permanencia de ideas más propias de un modelo de enseñanza
tradicional, desprendiéndose de todo ello que el momento actual es de tránsito en
cuanto a las concepciones epistemológicas de los futuros maestros/as de Infantil y
Primaria.
Introducción
En calidad de profesores universitarios del área de conocimiento de Didáctica de las
Ciencias en el marco de la formación inicial de maestros/as, y conscientes de las
competencias profesionales que es necesario que nuestro alumnado desarrolle, y de
las responsabilidades futuras que tendrá en relación a la enseñanza de las ciencias
desde edades tempranas, cuando se ha demostrado que aparecen las habilidades de
experimentación y evaluación de evidencias que es esencial desarrollar (Piekny, Grube,
y Maehler, 2014), nos interesa conocer qué piensan nuestros/as alumnos/as sobre la
ciencia, y sobre la enseñanza y el aprendizaje, y con ello averiguar si estamos
transmitiendo las concepciones que nosotros/as mismos/as sostenemos de forma
efectiva, y caso contrario, revisar nuestras prácticas educativas.
Los procesos de investigación sobre el alumnado son una tradición en nuestra área de
conocimiento, cuya trayectoria como disciplina científica está bien reconocida desde
finales de los años ’90 (Porlán, 1998; Adúriz-Bravo e Izquierdo, 2002). Ejercemos una
docencia coordinada con y basada en la investigación de los procesos que suceden en
321
el aula, es decir, en la experimentación y el análisis sistemático de resultados -los
efectos de la práctica docente sobre el aprendizaje de los/as estudiantes-, que
posteriormente comunicamos a la comunidad académica para el debate, reflexión, y
construcción conjunta de conocimiento. Este rol, el del profesor como investigador, es
uno de los que se han venido a denominar roles académicos emergentes, y su
consecución forma parte del proceso denominado profesionalización del docente. Lo
ejercemos consciente de que, al hacerlo, enseñamos con el ejemplo a nuestros/as
alumnos/as, futuros maestros/as, quienes incorporan entre sus concepciones
didácticas la necesidad de llevar a cabo investigación sobre los procesos que suceden
en sus aulas, como hemos observado durante nuestra investigación.
Marco teórico
El estudio de las creencias o concepciones de los profesores, especialmente las
relacionadas con el contenido de la materia (epistemología disciplinar) y con la
naturaleza del conocimiento (epistemología natural) constituye una aproximación
frecuente al estudio de los procesos de enseñanza-aprendizaje, pues estas creencias
juegan un papel importante en la planificación de la docencia, la evaluación y otras
decisiones que el profesor/a toma (Porlán, 1995). En España, diversos análisis
realizados desde inicios de los años noventa, como los de Porlán y Martin (1994), y
Porlán, Rivero y Martín (1998), evidenciaron que el profesorado de ciencias mantenía
creencias enmarcadas en un modelo tradicional, como: transmisión de contenidos
simplificados que deben ser aprendidos memorísticamente y luego reproducidos para
su evaluación mediante examen; visión fragmentaria, acumulativa y absoluta de las
ciencias y los contenidos escolares; y ausencia de aspectos éticos y de la dimensión
social y colectiva del aprendizaje, entre otros. Con el propósito de conocer las
concepciones que los maestros/as en formación inicial adquieren durante sus estudios
superiores, hemos iniciado un proceso de investigación en los/as alumnos/as de Grado
en Educación Infantil y en Educación Primaria de la Universidad de Cádiz, España,
basado en el uso del mismo instrumento que esos autores desarrollaron hace ahora
dos décadas. A continuación mostramos algunos de sus resultados.
Metodología
Los datos se tomaron en septiembre de 2015, en estudiantes de los dos últimos cursos
de los Grados en Educación Infantil y Primaria de la Facultad de Ciencias de la
Educación de la Universidad de Cádiz, España. Para ello se usó la categoría “Teoría del
Aprendizaje” del instrumento presentado y validado por Porlán, Rivero y Martín (1997,
1998) en torno al estudio del conocimiento profesional, denominado Inventario de
Creencias Pedagógicas y Científicas de los Profesores (INPECIP), cuyo desarrollo implicó
trabajo tanto teórico como empírico. El total de 14 declaraciones que lo constituyen se
presentaron al alumnado junto a una escala de tipo Likert con los niveles: “Totalmente
de acuerdo”, “De acuerdo”, “Indeciso”, “En desacuerdo” y “Totalmente en
desacuerdo”. Respondieron un total de 207 estudiantes (74 mujeres y 26
hombres), de edades comprendidas entre 19 y 42 años (19-24 años= 90%), y de los
cuales el 61% cursaban Educación Primaria y el 39% Educación Infantil. Para el análisis,
322
las respuestas se agruparon en: “Acuerdo”, “Indecisión”, “Desacuerdo”. También se
exploraron las diferencias entre los estudiantes de ambos Grados.
Resultados
Caracterización de la muestra
El alumnado objeto de estudio tiene un perfil mayoritariamente femenino (74%). Tres
cuartas parte son estudiantes que proceden de Bachillerato: la mayoría escogió la
modalidad de Humanidades y Ciencias Sociales (76%), y sólo un 18% la de Ciencia y
Tecnología y un 2% la de Ciencias de la Salud.
Resultados de la encuesta
En el cuestionario, los ítems, por partes iguales, corresponden con dos modelos de
enseñanza, uno más tradicional y otro más en sintonía con las actuales concepciones
didácticas y epistemológicas. De entre los resultados destaca el alto grado de acuerdo
de los alumnos/as con los ítems del modelo constructivista, respecto a afirmaciones
como: los alumnos están más capacitados para comprender un contenido si lo pueden
relacionar con conocimientos previos que ya poseen (96%); para que los alumnos
aprendan significativamente es importante que se sientan capaces de aprender por sí
mismos (95%); el aprendizaje científico no se debe limitar a datos o conceptos, sino
incluir los procesos característicos de la metodología científica (92%); las ideas
espontáneas deberían ser el punto de partida para el aprendizaje de contenidos
científicos (87%); un aprendizaje será significativo cuando el alumno sea capaz de
aplicarlo a situaciones diferentes (85%); y el aprendizaje científico es significativo
cuando el alumno tiene un interés personal relacionado con lo que aprende (72%).
Las diferencias más notables entre los/as alumnos/as de Educación Infantil y Primaria
se han observado en relación a los 7 ítems que corresponden con la visión tradicional.
En particular, los alumnos de Infantil muestran porcentajes de desacuerdo más
elevados respecto a las siguientes afirmaciones: cuando un profesor explica con
claridad un concepto científico y el alumno está atento, se produce aprendizaje (66%
vs 42% en Primaria); para aprender un concepto científico es necesario que el alumno
haga un esfuerzo mental para grabarlo en su memoria (71% vs 52%); los alumnos,
cuando son capaces de responder correctamente a las preguntas del profesor,
demuestran que han aprendido (42% vs 21%).
En relación a este grupo de ítems, son también destacables el alto porcentaje de
acuerdo respecto a que los errores conceptuales deben corregirse explicando la
interpretación correcta de los mismos tantas veces como el alumno necesite (82% en
promedio); y de desacuerdo respecto a que los niños no tienen capacidad para
elaborar espontáneamente, por sí mismos, concepciones acerca del mundo natural y
social que les rodea (87% en promedio).
Conclusiones
En base a los resultados de este trabajo, podemos afirmar que los/as maestros/as en
formación inicial han interiorizado, en el marco de sus estudios de Grado y en relación
al aprendizaje de las ciencias, ideas que se enmarcan en un modelo constructivista, y
que manteniendo creencias respecto al aprendizaje significativo, las ideas previas, la
323
necesidad de aprender procedimientos científicos y de relacionar los contenidos
científicos con la vida real del alumnado, etc. Sin embargo, algunas de sus
concepciones se enmarcan todavía en el modelo de enseñanza tradicional, siendo este
hecho más marcado en los alumnos/as de Primaria, quienes todavía creen en relación
causa-efecto entre enseñanza y aprendizaje, el aprendizaje memorístico, la evaluación
basada en reproducción de contenidos, o el conocimiento “correcto” versus el
“erróneo”. Concluimos pues que la labor docente que estamos llevando a cabo desde
la didáctica de las ciencias está teniendo sus frutos en nuestros estudiantes de Grado,
aunque todavía nos encontramos en una situación de transición en lo referente a las
concepciones epistemológicas de los/as futuros maestros/as de Infantil y Primaria,
entre un modelo de enseñanza tradicional y un modelo constructivista.
Referencias
Adúriz-Bravo, A. e Izquierdo, M. (2002). Acerca de la didáctica de las ciencias como
disciplina autónoma. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 1(3), 130140.
Porlán, R. (1995). Las creencias pedagógicas y científicas de los profesores. Enseñanza
de las Ciencias de la Tierra, 3(1), 7-13.
Porlán, R. (1998). Pasado, presente y futuro de la didáctica de las ciencias. Enseñanza
de las Ciencias, 16(1), 175-185.
Porlán, R., y Martin, J. (1994). El saber práctico de los profesores especialistas.
Aportaciones desde las didácticas específicas. Investigación en la Escuela, 24, 4958.
Porlán, R., Rivero, A., y Martín, R. (1997). Conocimiento profesional y epistemología de
los profesores I: teoría, métodos e instrumentos. Enseñanza de las ciencias,
15(2), 155-171.
Porlán, R., Rivero, A., y Martín, R. (1998). Conocimiento profesional y epistemología de
los profesores, II: estudios empíricos y conclusiones. Enseñanza de las ciencias,
16(2), 271-288.
Piekny, J., Grube, D., y Maehler, C. (2014). The Development of Experimentation and
Evidence Evaluation Skills at Preschool Age. International Journal of Science
Education, 36(2), 334-345.
324
LAS COMPETENCIAS DE LOS DOCENTES DE MAESTRÍA EN
UNIVERSIDADES COLOMBIANAS: VALORACIÓN DE LOS
ESTUDIANTES
Navío Gámez, Antonio y Restrepo Aguirre, Jhon Jairo (Universitat
Autònoma de Barcelona)
Resumen
La presente comunicación, que forma parte de un estudio más amplio, todavía en
curso, aborda la valoración realizada por estudiantes de programas de maestría en
universidades colombianas en torno a las competencias profesionales de sus docentes.
Las aportaciones de 112 estudiantes, de 4 programas de maestría distintos y de 3
universidades nos ofrecen luz en torno a las necesidades competenciales relacionadas
con la tarea docente. Los resultados nos muestran que los estudiantes perciben
necesidades en todas las competencias analizadas excepto en tres aspectos puntuales.
Esto nos indica que los docentes de maestría, por su particular vinculación con la
universidad y su propia dedicación profesional, deben ser objeto de seguimiento a fin
de favorecer un desarrollo profesional acorde con las finalidades de los programas de
maestría.
Introducción
La cualificación docente de los profesores de maestría de las universidades
colombianas es un tema importante para las universidades por el hecho de existir una
amplia y variada oferta de programas y por la necesidad de regular este tipo de
formación, tan importante en el contexto educativo colombiano.
La preocupación por la cualificación docente trasciende a la mera capacitación cuando
se adopta un modelo de competencias profesionales que, sobre la base de perfiles
actuales y necesarios de acuerdo a estándares de calidad permita saber cómo están
valorados, por parte de diferentes colectivos, estos profesionales.
Dos ejes confluyen en este trabajo: los programas de maestría y su relevancia en la
universidad colombiana y las competencias docentes de unos profesores que, por el
hecho de estar vinculados a maestría, no siempre tienen un único referente
profesional, que es el de la docencia universitaria, sino que, en muchas ocasiones son
profesionales de otras áreas que se transforman, puntualmente, en docentes
universitarios para volver, cuando finalizan la actividad, a sus tareas profesionales no
universitarias.
Marco teórico
1. Programas de maestría en Colombia
Los programas de maestría en Colombia están regidos por las consideraciones del
Ministerio de Educación Nacional y el Departamento Administrativo de Ciencia,
Tecnología e Innovación (COLCIENCIAS), entes que reconocen la estrecha relación
entre ciencia, competitividad y desarrollo, aspectos que residen, esencialmente, en la
325
formación del capital humano. Dicho capital humano, en Colombia, no es suficiente,
razón por la cual la exigencia en torno a la calidad de los programas de maestría
(maestrías de profundización y maestrías de investigación) permite el desarrollo de
competencias en torno a la investigación, generación de nuevo conocimiento y aportes
al desarrollo científico y tecnológico.
Desde esta perspectiva, la calidad de las instituciones de Educación Superior ha sido
evaluada tanto desde el servicio que prestan todos los sujetos que componen la
estructura educativa, como desde la misma prestación del servicio. En consecuencia,
de acuerdo con George (1982) y Astin (1985), se identifican cinco niveles al definir
calidad universitaria: calidad por valor agregado, calidad por contenidos, calidad por
resultados, calidad por recursos disponibles y calidad por reputación. Aspectos
relacionados con estas calidades, pero que atañen directamente a la labor del docente,
son los que deben indagarse en los programas de maestría desde una lógica
competencias (Mas & Tejada, 2013)
2. Competencias docentes
El desarrollo de una Educación Superior que se construye sobre la base de las
competencias tanto de estudiantes como de docentes e investigadores es una de las
demandas a la universidad del siglo XXI (García Fraile & Sabán, 2008). Desde la
perspectiva del docente, se impone un análisis de perfil profesional si nuestra
intención es la de velar por el quehacer de este profesional. Un análisis que enlace
competencias profesionales, perfiles de referencia y necesidades de formación (Navío,
2006; Mas & Tejada, 2013).
Para poder investigar en torno a las competencias profesionales de los docentes de la
educación superior partimos de una concepción de competencia que considera que es
“… un conjunto de elementos combinados (conocimientos, habilidades, actitudes, etc.),
que se integran atendiendo una serie de atributos personales (capacidades, motivos,
rasgos de personalidad, aptitudes, etc.), tomando como referencia las experiencias
personales y profesionales y que se manifiestan mediante determinados
comportamientos o conductas en el contexto de trabajo” (Navío, 2005: 71)
Complementariamente, y de acuerdo con Le Boterf (2008), asumimos que las
competencias deben entenderse desde los saberes movilizados de acuerdo a unos
recursos que se activan en función de las exigencias del contexto profesional y en
consonancia con el criterio del mismo profesional (Mas & Tejada, 2013)
Estudiar las competencias, entonces, significa tener presentes los siguientes aspectos:
valorar los conocimientos, valorar las capacidades y otros atributos personales,
considerar las experiencias, necesidades e intereses de las personas, tanto en lo
personal como en lo profesional, valorar los comportamientos en el contexto laboral y
valorar el propio contexto en el cual se desarrolla la competencia (Navío, 2005). Lo
anterior admite distinguir tres fases, de acuerdo con la definición de competencia que
se adopta en el presente estudio y que son los objetivos que lo delimitan:

Preguntar a estudiantes de maestría qué competencias piensan o
consideran que necesitan sus docentes para realizar su trabajo.

Determinar los conocimientos y las habilidades requeridas para obtener
las competencias necesitadas.
326

Establecer prioridades a los conocimientos y habilidades recomendados,
estableciendo un listado competencial que contribuya a posteriori para la
gestación de un plan de formación que supla las carencias existentes y afirme
las fortalezas presentes.
En este momento responderemos al primer objetivo, dejando los otros para otras
aportaciones.
Metodología
Podemos caracterizar metodológicamente este estudio como descriptivo, ex-postfacto desde la metodología empírico analítica (Bisquerra, 2012). La valoración de las
competencias de los docentes la hizo una muestra de 112 estudiantes de 4 maestrías
diferentes de 3 universidades colombianas, respondiendo a un cuestionario que tenía
unas variables previas de caracterización de los informantes más un listado
competencial ante el que los encuestados debían valorar el dominio global de las
competencias por parte de los docentes al tiempo que el grado de necesidad de
presencia de cada una de las competencias.
El análisis de las aportaciones se ha realizado con el programa estadístico SPSS, versión
21. Además de un análisis descriptivo, hemos hecho una comparación del dominio
actual y la necesidad valorada por los estudiantes realizando una comparación de
puntuaciones medias con el fin de comprobar si las diferencias entre dominio y
necesidad nos mostraban diferencias significativas. Sobre la base de esas diferencias y
de la significación de las mismas es como hemos procedido a interpretar los
resultados.
Resultados
1. Caracterización de la muestra
La edad media de los participantes en el estudio, estudiantes de maestría, es de 35,76
años con una desviación de 9,12 años, siendo la edad mínima de 24 y la máxima de 65.
Por tanto, nos encontramos con unos estudiantes que se encuentran en edad de
trabajar y que escogen la maestría como especialización en el ámbito de su trabajo y
no como una mera formación inicial.
El género de los encuestados está distribuido tal y como se recoge en el gráfico 1.
Predominan las mujeres por las características de las maestrías seleccionadas.
Gráfico 1
Género de la muestra encuestada.
327
Las maestrías que cursan las personas encuestadas se distribuyen tal y como se refleja
en el gráfico 2. Como podemos comprobar, la distribución es muy regular. Las cuatro
maestrías tienen una presencia casi igual de informantes.
21,4
25,9
25,9
Docenci a e i nves ti ga ci ón uni vers i ta ri a
Comuni ca ci ón y 26,8
ca mbi o s oci a l
Pl a nea ci ón
Educa ci ón
Gráfico 2
Maestrías que cursan las personas encuestadas.
2. Valoración del dominio y la necesidad competenciales por parte de los estudiantes
La tabla 1 y el gráfico 3 nos muestran las valoraciones de los estudiantes sobre el
dominio y la necesidad de las competencias de los docentes.
Una primera constatación es que hay una evidente necesidad competencial en los
docentes de las maestrías analizadas. Esta necesidad la podemos constatar
visualmente si damos un vistazo al gráfico 3, al tiempo que tenemos un criterio más
objetivo que tiene que ver con la significación estadística de las diferencias entre
puntuaciones medias para cada elemento competencial.
Analizando en detalle la tabla 1 tenemos lo siguiente:

La competencia de diseño, aunque presenta necesidades en todos los
aspectos, constata que el aspecto menos prioritario en cuanto a necesidad es el
que tiene que ver con los contenidos de la formación. Efectivamente, si en algo
es especialista el docente de maestría es en el contenido de la formación.

En la competencia de ejecución todos los aspectos manifiestan
necesidad. Sin duda, las habilidades didácticas de los docentes de maestría
parece ser una necesidad muy clara para los estudiantes. Tal vez ello se deba a
su doble condición de especialistas en un campo profesional a la vez que
docentes. Parece ser que lo que prima es su especialidad y no su habilidad
docente.

En la competencia de orientación tan solo un elemento competencial no
presenta necesidades a decir de los estudiantes. Se trata de la gestión de las
relaciones interpersonales. Ello puede deberse a la gestión que el docente de
maestría hace de grupos altamente motivados por la formación y por el hecho
de tratarse de grupos pequeños.

La competencia de evaluación presenta variaciones en cuanto al grado
de necesidad. Por un lado, no aparecen necesidades en los aspectos éticos
328
vinculados a la evaluación, mientras que la necesidad es menor en lo relativo a
la aplicación de un modelo de evaluación institucional y en lo referente a la
toma de decisiones. Nos encontramos, como en la competencia anterior ante
la evidencia de programas específicos, de grupos reducidos y con gran cuidado
institucional.

La competencia de mejora continua contiene un aspecto que no
presenta necesidad, relacionado con la condición de maestría, que se relaciona
de manera considerable, al decir de los estudiantes, para conseguir
actualización. Este hecho es coherente con los docentes de maestría que deben
estar permanentemente actualizados para llevar a cabo su labor. Asimismo, los
estudiantes los ven como especialistas de relevancia en el campo en lo que
desarrollan su tarea.

Finalmente, la competencia de gestión institucional es una de las
asignaturas pendientes de estos docentes. La poca vinculación con la
institución universitaria, en la mayoría de los casos, hace que los estudiantes
perciban que están necesitados de desarrollar esta competencia.
Tabla 1
Valoración de las competencias docentes.
Competencia 1: Diseño
Dominio
Actual
Necesidad para
la excelencia
Significación
1. Determina los grupos de aprendizaje
3,8
4,3
P= 0,000
2. Define contenidos programáticos
4,2
4,4
P= 0,029
3. Propone las metas a alcanzar
4,1
4,4
P= 0,007
4. Plantea metodologías
3,8
4,5
P= 0,000
5. Elige recursos didácticos
3,7
4,4
P= 0,000
6. Proyecta el sistema de evaluación
3,9
4,3
P= 0,000
7. Define metodologías acordes a las metas
3,9
4,4
P= 0,000
8. Dirige la interacción didáctica
3,9
4,4
P= 0,000
9. Emplea diversos recursos educativos
3,6
4,4
P= 0,000
10. Gestiona los recursos e infraestructuras
3,6
4,4
P= 0,000
11. Planea fases de tutorización
3,4
4,2
P= 0,000
12. Dirige el proceso de apropiación
3,7
4,3
P= 0,000
13. Gestiona relaciones interpersonales
4,3
4,3
14. Gestiona TIC
3,6
4,4
P= 0,000
15. Uso de métodos e instrumentos
3,7
4,4
P= 0,000
16. Comportamiento ético respecto a evaluación
4,3
4,4
17. Aplica modelo evaluativo institucional
4,2
4,4
P= 0,031
18. Realiza evaluación integral
3,9
4,4
P= 0,003
Competencia 2: Ejecución
Competencia 3: Orientación
Competencia 4: Evaluación
329
19. Verifica el logro de aprendizajes
3,8
4,4
P= 0,000
20. Toma decisiones derivadas de la evaluación
3,9
4,3
P= 0,018
21. Proyecta mejora del sistema educativo
3,7
4,3
P= 0,000
22. Se interrelaciona para actualizarse
4
4,2
23. Construye recursos pedagógicos
3,6
4,3
P= 0,000
24. Coopera adaptando programas
3,8
4,3
P= 0,000
25. Promociona evento académicos
3,7
4,3
P= 0,000
26. Se vincula a equipos de trabajo
3,6
4,4
P= 0,000
27. Se involucra en actualización
3,7
4,3
P= 0,001
28. Participa en la evaluación de la gestión
3,7
4,4
P= 0,000
Competencia 5: Mejora continua
Competencia 6: Gestión institucional
Gráfico 3
Valoración de las competencias docentes.
Conclusiones
Los resultados parciales que nos arroja el estudio, teniendo en cuenta la visión de los
participantes (estudiantes) de los 4 programas de maestría analizados nos conduce a
concluir, con el fin de contrastar esta información parcial que:

Son muchas las necesidades que deberan matizarse gracias a la triangulación de
instrumentos y fuentes de información.

Se evidencia una necesidad clara en dos áreas competenciales que tiene que
ver con lo institucional y con el proceso de ejecución o desarrollo del programa.

La mejora continua es un tema pendiente, aunque estemos frente a docentes
muy orientados a la actualización por su propia condición de especialistas en un área
profesional distinta de la docencia.
Otras conclusiones tienen que ver con la necesidad de comparar opiniones que
provienen de distintas maestrías y que pueden enriquecer y dar más sentido a la
330
percepción de las competencias de los docentes en el ámbito universitario descrito.
Estas quedan pendientes de análisis en otros contextos académicos
Referencias
Astin, A.W. (1985). Achieving Educational Excellence. San Francisco: Jossey-Bass.
Bisquerra, R. (Coord.). (2012). Metodología de la investigación educativa. Madrid: La
Muralla (3ª ed.)
García Fraile, J.A. & Sabán, C. (Coords.) (2008). Un nuevo modelo de formación para el
siglo XXI: la enseñanza basada en competencias. Barcelona: DaVinci.
George, M.D. (1982). Assessing Program Quality. En R. Wilson (Ed). Designing
Academic Program Review. New Directions for Higher Education. San Francisco:
Jossey-Bass.
Le Boterf, G. (2008). Repenser la compétence. Paris: Eyrolles
Mas, O. & Tejada, J. (2013). Funciones y competencias en la docencia universitaria.
Madrid: Síntesis.
Navío, A (2006). Análisis y detección de necesidades. En J. Tejada & V. Giménez
(Coords.). Formación de formadores. Escenario Aula, (pp, 71-152). Madrid:
Thomson.
Navío, A. (2005). Las competencias profesionales del formador. Una visión desde la
formación continua. Barcelona: Octaedro-EUB.
331
EMPRENDEDURÍA Y UNIVERSIDAD. LAS POLÍTICAS
DOCENTES
Aránega Español, Susana y Mentado Labao, Trinidad (Universidad de
Barcelona)
Resumen
En esta comunicación se presentan los resultados parciales de una investigación
realizada por la Universidad de Barcelona en la que han colaborado seis universidades
del territorio de Catalunya. La investigación pretende analizar las prácticas que se
están llevando a cabo en relación con la emprendeduría en los distintos grados. Más
concretamente se centra en identificar cuáles son las políticas docentes que favorecen,
o no, el desarrollo de la emprendeduría en la Universidad.
Introducción
El trabajo que aquí se presenta forma parte del proyecto llevado a cabo dentro del
programa de investigación de excelencia Recercaixa impulsado por la Obra Social “La
Caixa” en colaboración con la Asociación Catalana de Universidades Públicas (ACUP).
Este proyecto analiza las actitudes y las prácticas de las universidades públicas
catalanas respecto al fomento de la emprendeduría. El concepto de emprendeduría
está relacionado con la práctica de nuevas formas organizacionales, con dinamización
e innovación de proyectos y nuevas prácticas. La competencia emprendedora se
relaciona con nuevos conocimientos, actitudes, habilidades, comportamientos y
motivación que se adquieren a través de la formación y el aprendizaje.
A pesar de la importancia que el emprendimiento está adquiriendo en el sistema social
y económico en los últimos años, a pesar de que la emprendeduría es un aspecto
nuclear del Espacio Europeo de Educación Superior (Comisión Europea 2004, 2010) y a
pesar de que el discurso institucional es favorable al desarrollo de la capacidad
emprendedora en la formación inicial, los resultados del estudio que presentamos
determinan que existe una escasa presencia de acciones que fomenten la capacidad
emprendedora ya sea de manera generalizada o de manera particular. Existe poca
representación de la emprendeduría en los planes de estudios de contenido específico.
En concreto esta comunicación se centra en las políticas docentes de las universidades
para tratar de entender la relación existente y coherente entre el discurso y las
prácticas.
Marco teórico
La emprendeduría es un término relativamente novedoso que está ingresando con
gran impulso en el ámbito social y por osmosis en la Universidad. Ello revive una
confrontación perpetua que por el momento no tiene una respuesta institucional y
que responde a la visión dual que se mantiene en defender la finalidad de la
Universidad en el momento actual. Mientras existen tendencias que defienden que la
misión de la Universidad debería centrarse en crear y divulgar conocimiento otras
332
consideran que ésta debería tener una función más profesionalizadora que con tal de
aportar respuestas a las demandas de la sociedad actual (Etzkowitz, 2004). Una
tendencia intermedia se sitúa en defender que ambas miradas son indispensables y no
excluyentes y observa la Universidad como una institución claramente
multidimensional en la que pueden converger perfectamente ambos objetivos
(Monereo; Pozo 2003).
Paralelamente al debate abierto sobre la misión de la institución universitaria la
sociedad requiere de profesionales que posean competencias específicas propias de su
titulación pero también que posean otras competencias que les permitan la ejecución
de tareas laborales diversas así como la adaptación a contextos diversificados,
complejos y cambiantes (Rué 2009). Ello presenta nuevos retos que no pueden
relegarse a un tiempo futuro ni dejarse al descubierto.
Las organizaciones y empresas requieren profesionales competentes en liderazgo,
trabajo en equipo (también entre profesionales de distintos ámbitos) en planificación y
organización, con capacidad de adaptación y de reflexión sobre la propia práctica,
planificación de su propio itinerario formativo y profesional teniendo en cuenta la
formación permanente y el autoaprendizaje, entre otras muchas.
Aunque la emprendeduría no esté fraternalmente unida a la ocupabilidad, ésta sería
una de las finalidades del desarrollo de la emprendeduría en los estudiantes. Bajo esta
perspectiva nos disponemos a identificar cuáles son las políticas docentes que
favorecen, o no, el desarrollo de la emprendeduría en la Universidad.
Metodología
El objetivo general del estudio se centra en identificar la existencia de una línea
estratégica que garantice al alumnado asegurar su inserción laboral basada en la autoocupación y en reconocer cuáles son las condiciones de los docentes para llevarlo a
cabo.
Los objetivos específicos son los siguientes:
Analizar los objetivos estratégicos y líneas de trabajo que las Universidades del
territorio catalán tienen en relación al fomento de la emprendeduría.
Analizar los planes de estudio y los planes docentes desarrolladas por las
universidades catalanas con la finalidad de identificar competencias que desarrollen la
emprendeduría y la auto-ocupación.
Identificar las competencias docentes para el desempeño de la emprendeduría.
Para alcanzar tales objetivos se combinaron el método cualitativo y cuantitativo, lo
cual permitió, al equipo investigador, conocer la realidad en las diferentes titulaciones
de las universidades participantes del estudio así como identificar las percepciones de
los docentes, estudiantes y cargos directivos sobre la emprendeduría.
Los instrumentos que se elaboraron para facilitar la recogida de datos fueron un
cuestionario, entrevistas y grupos de discusión además de la revisión documental y
técnicas colaborativas de detección de necesidades.
333
La muestra sobre la cual se realizó el estudio fueron docentes, estudiantes y equipos
directivos de diversas universidades participantes27 de distintos estudios de grado28 .
En el cuadro siguiente podemos observar la relación de algunos de los instrumentos
que se utilizaron con la muestra seleccionada.
Cuadro 1.
Relación entre la muestra y los instrumentos de recogida de datos
Agentes
informantes
Instrumentos
Entrevistas
Vicerectores
X
Jefes de Estudio
X
Docentes
X
Estudiantes
Cuestionarios
Grupos de
discusión
Técnica
colaborativa
X
X
X
X
X
Los datos recogidos a través de los instrumentos mencionados se analizaron y se
establecieron categorías siguientes:
Cuadro 2.
Categorías e indicadores de análisis
Categorías
Competencias,
acerca
de
la
emprendedoría, que
están desarrolladas
en los planes de
estudio y los planes
docentes.
Indicadores
1. Capacidad para adaptarse a nuevos ámbitos de desarrollo
profesional.
2. Capacidad de transformar ideas en actividades prácticas en un
contexto social, cultural o económico.
3. Creatividad e innovación
oportunidades para innovar).
(habilidad
para
identificar
4. Capacidad para afrontar el riesgo (económico, personal,
profesional y socio familiar).
5.
Capacidad para utilizar las TICs y otras competencias técnicas.
6.
Competencias empresariales y de gestión.
7.
Capacidad de autogestión y autorregulación del aprendizaje.
8. Capacidad para analizar y enfocar los problemas y las soluciones
desde una perspectiva interdisciplinaria.
9.
Capacidad para cooperar y trabajar en equipo.
10. Capacidad de adaptación a los cambios.
11. Capacidad de liderazgo.
12. Capacidad para trabajar de forma autónoma.
27
U. de Barcelona, U. Autónoma de Barcelona, U. de Girona, U de Lleida, U. Politécnica de Cataluña, U. Pompeu
Fabra.
28
Grados de Enfermeria, Bellas Artes, Geografia e Historia, Física, Educación, Psicología, Economía, Odontologia,
Derecho, Ingeniería de Telecomunicación Aeroespacial, Escuela Superior de Edificación, Traducción e Interpretación
y Ciencias de la Comunicación.
334
Competencias
docentes necesarias
para desarrollar las
competencias en los
estudiantes
1. Concreción de conocimientos y competencias profesionales del
profesorado en los planes docentes.
2. Experiencia del profesorado en el ámbito profesional y su
conexión con el entorno laboral propio del sector.
3. Actuaciones docentes en el campo profesional.
4. Predisposición para integrar la cultura emprendedora en los
estudiantes vinculándolos con el mundo laboral.
5. Conocimientos y habilidades de los docentes para dinamizar
proyectos que los estudiantes puedan crear, gestionar, desarrollar,
etc en empresas.
Cuadro extraído del estudio
Resultados
Los resultados obtenidos y las conclusiones a las que se ha llegado tras el análisis e
interpretación de los datos se expresan a continuación.
Los docentes y los estudiantes no conceden la misma importancia al desarrollo de las
competencias emprendedoras a lo largo del grado. Así como los docentes consideran
importante incluirlas en los planes de estudio y en los planes docentes, los estudiantes
no creen necesaria la adquisición de tales competencias. Los docentes lamentan que
éstas no estén circunscritas en los planes de estudio y en consecuencia los planes
docentes. Expresan que ello fomenta que solo algunos docentes, por iniciativa propia,
lo tengan en cuenta en sus prácticas habituales.
En la investigación se han hallado muy buenas prácticas que favorecen el logro de las
competencias emprendedoras y en casi todas las ocasiones éstas van unidas a
docentes que pertenecen al colectivo del profesorado asociado que comparte la
docencia con su tarea laboral. Ello es altamente destacable o relevante por los
estudiantes.
Tanto docentes como estudiantes coinciden en afirmar que la segmentación de las
materias en el grado no favorece la posibilidad de obtener una visión global de los
contenidos. Esta fragmentación favorece que las competencias consideradas
transversales entre las que se incluyen las competencias emprendedoras se
subestimen y no se desarrollen con el rigor que merecerían.
En relación a las competencias que deberían tener los docentes para desarrollar
competencias en los estudiantes a través de sus prácticas existe unanimidad entre
docentes y estudiantes en afirmar que son insuficientes.
Cuando se pregunta a los estudiantes cuáles serían las competencias que precisaría
para ser autónomo en su auto-ocupación se produce una distinción entre las
competencias transversales de trabajo en equipo , el aprendizaje a lo largo de la vida o
la resolución de problemas que si consideran haberse desarrollado intensivamente y
las demás competencias relacionadas de forma más directa con la auto-ocupación
como son la adaptación al entorno, la resiliencia o la capacidad para afrontar riesgos
de todo tipo, para los alumnos han sido casi inexistentes en los contenidos del grado.
335
Los docentes consideran que las fórmulas que mejor permitirían incorporar tales
competencias se dibujan en tres líneas de capacitación entre los que consideran que:
Debe emerger a partir de la investigación
Debe tener una previa de sensibilización acompañada de una formación más
técnica
Debe partir de un cambio de actitud
A partir de esas fuentes puede considerarse que más allá de las prácticas más o menos
exitosas que puedan desarrollarse a nivel particular es necesario que se dibujen unas
líneas estratégicas que ayuden a implementar acciones que favorezcan un trabajo
sistemático, progresivo y que facilite la inclusión de las competencias en todos los
sentidos: como competencias específicas o como competencias transversales en los
planes de estudio y en los planes docentes. Su inclusión aseguraría su tratamiento, ya
sea de forma transversal en todas las asignaturas o en el TFG o a través de asignaturas
optativas o vinculando cada competencia a cada uno de los contenidos de cada
asignatura.
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337
“NÃO É UM MAR DE ROSAS”: A INSERÇÃO DE RECÉMDOUTORES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA
Starling-Bosco, Cláudia (Universidade Federal de Minas Gerais); Silva,
Ana Carolina Araújo da (Universidade Federal de Santa Catarina);
Torisu, Edmilson Minoru (Universidade Federal de Ouro Preto)
Resumo
Este trabalho faz parte de uma pesquisa de caráter longitudinal em desenvolvimento.
Tem como objetivo investigar o processo de inserção de recém-doutores na carreira
docente em universidades federais brasileiras. Apoia-se nas ideias de autores como
Masetto (2000), Pimenta e Anastasiou (2002), Gatti (2004), Zabalza (2004), Veiga
(2006), Cunha (2015), entre outros. A investigação, de natureza qualitativa,
especificamente um estudo de caso, teve como instrumentos de coleta de dados
questionários e entrevistas. Os participantes da pesquisa são egressos de um programa
de pós-graduação de uma universidade federal da região sudeste do Brasil e que,
atualmente, atuam como professores novatos em cursos de licenciatura (Pedagogia,
Química, Biologia e Matemática) em diferentes universidades. Foram analisadas as
trajetórias vivenciadas por quatro desses egressos desde a realização e aprovação no
concurso público, até o primeiro ano de atuação na docência. Os resultados
preliminares apontam algumas tensões encontradas pelos docentes no início da
carreira no que diz respeito ao acesso às informações administrativas e pedagógicas, o
desenvolvimento do trabalho em sala de aula e participação em grupos de pesquisa.
Introdução
Neste texto, apresentamos o recorte de um estudo mais amplo, de caráter
longitudinal, que está sendo desenvolvido por professores de diferentes universidades
públicas do Brasil. Nossa intenção é compreender o processo de inserção de quatro
egressos de um programa de pós-graduação, entre os anos de 2014 e 2015, de uma
universidade federal do sudeste do Brasil, na carreira docente de ensino superior.
Nos últimos anos várias publicações sinalizam para a importância dos primeiros anos
na carreira docente e quais as implicações desse processo na formação e construção
da identidade docente, considerando que ela é construída “principalmente na cultura
institucional que inclui o campo científico onde o docente está inserido e,
principalmente, pelos pares e pelos rituais acadêmicos consagrados e instituídos”
(Cunha & Zanchet, 2010, p. 195).
Nessa perspectiva, investigamos as inquietações e desafios encontrados pelos
docentes no processo de inserção na carreira docente universitária, desde a
participação e aprovação em concurso público até o primeiro ano de docência,
discutindo aspectos referentes à formação docente.
Essa pesquisa se estrutura em três momentos que orientam as discussões e análises.
Primeiramente, será apresentado um panorama da recente situação acadêmica e
profissional dos egressos de um curso de pós-graduação, nível doutorado, de uma
universidade federal. Posteriormente, serão discutidas as trajetórias de quatro desses
338
egressos que estão atuando como professores iniciantes em diferentes universidades.
No terceiro, serão enfatizados os desafios na atuação profissional em relação aos
encargos didáticos, as condições do trabalho, atividades realizadas e os desafios da
docência nos cursos de licenciatura.
O presente trabalho traz reflexões sobre a formação acadêmica vivenciada por esses
docentes na pós-graduação, nível de doutorado, em relação à docência universitária,
indo ao encontro das ideias de Cunha (2015, p. 83), que considera importante refletir
sobre a dimensão da formação do professor do ensino superior, já que envolve a
relação de integração da pesquisa e do ensino.
Marco teórico
A docência no Ensino Superior é um tema que tem despertado interesse de vários
grupos de pesquisa. Os estudos de Masetto (2000), Pimenta e Anastasiou (2002), Gatti
(2004), Zabalza (2004), Veiga (2006), Cunha (2015), entre outros, afirmam a
importância de uma formação docente no espaço universitário.
Ao se pensar a docência no Ensino Superior é preciso considerar as mudanças sociais
pelas quais a universidade têm passado, como: “de um lugar reservado a poucos,
tornou-se um lugar para o maior número possível de pessoas” (Isaia, 2006). esse
sentido, ganha relevância as investigações que objetivem discutir o papel da
universidade e a formação docente nos cursos de pós-graduação. Entretanto, de
acordo com Gatti (2004, p. 433) há pouca valorização da formação para a docência
nesses cursos, pois eles geralmente enfatizam o conhecimento de áreas específicas,
muitas vezes não possibilitando o enfrentamento da articulação entre a docência e a
pesquisa. Isso nos parece incoerente, visto que a universidade está pautada em um
tripé, no qual pesquisa, ensino e extensão são indissociáveis.
Em relação a profissionalização da docência universitária, Veiga (2006), afirma que ela
“não pode estar dissociada do processo de formação e desenvolvimento profissional e
das condições objetivas de trabalho”. Além disso, deve-se questionar o sentido e o
significado da formação no espaço universitário, como sinalizado por Zabalza (2004).
Outros autores que também argumentam em favor da necessidade de pensar a
formação para a docência superior, como Pimenta e Anastasiou (2002), questionam
que a LDB/9629 (art.66) estabelece a formação como preparação e não como processo
formativo, sendo realizada prioritariamente em programas de pós-graduação, o que
sugere que a formação inicial e continuada seja vista como necessidade pessoal ou
como uma questão específica da instituição.
Pesquisas que tratam da inserção na carreira docente nos primeiros anos, sinalizam
que esse processo reflete as vivências do professor durante a sua trajetória acadêmica,
profissional e pessoal. Ao discutir sobre a iniciação à docência, Cunha et al (2015, p.73)
argumentam que muitas vezes “a preparação dos professores da educação superior
baseia-se fundamentalmente nos saber da pesquisa e desconsidera os saberes
próprios da docência”.
29
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação
339
Metodologia
Esta pesquisa, de cunho qualitativo, baseia-se em um estudo de caso. Segundo Yin
(2001, p.21), o estudo de caso é uma investigação empírica, um método que é
pertinente quando se pergunta “como” e “por quê?”, já que ele “surge do desejo de se
compreender fen menos sociais complexos”. Para este mesmo autor, um “caso” não
é, necessariamente, o estudo de um indivíduo, podendo ser o estudo de um
determinado evento ou contexto específico. Nesse sentido, parece bastante
apropriado para o presente estudo.
Foram enviados questionários, via e-mail, aos egressos que concluíram o curso de
doutorado, nos anos de 2014 e 2015, em uma universidade federal do sudeste
brasileiro. Buscou-se identificar quais egressos haviam ingressado como professores,
há menos de um ano, em universidades federais. Neste trabalho, apresentamos os
resultados dos questionários e analisamos de maneira pormenorizada, as trajetórias
de quatro desses professores, que atuam em áreas distintas: Pedagogia, Química,
Biologia e Matemática.
Após a seleção, foram realizadas entrevistas com esses quatro participantes da
pesquisa, buscando compreender como tem se dado o processo de ingresso na
docência universitária, identificando questões relacionadas à formação e ao exercício
da profissão.
A partir dos dados coletados, foram construídas categorias de análises, cruzando
informações e identificando regularidades e singularidades, como: trajetória
acadêmica e profissional; o ingresso na carreira: do concurso à posse; encargos
didáticos e tarefas realizadas durante o primeiro ano de docência; desafios vivenciados
pelos recém-doutores na inserção na carreira docente em universidades federais.
Resultados
Os resultados preliminares apontam que em relação à trajetória acadêmica e
profissional os quatro participantes da pesquisa possuem percursos diferenciados, mas
todos com expressiva experiência na docência da educação básica. Ficou evidente que
a inserção na carreira traz angústias, mas ao mesmo tempo origina novas perspectivas
que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão.
Em relação ao percurso e às vivências dos professores do concurso até o primeiro ano
de docência, a inserção como docente no ensino superior em universidades federais é
um processo gratificante, gerando status profissional, mas ao mesmo tempo é um
processo que gera ansiedade, principalmente durante as etapas do concurso até a
posse. Os professores que prestaram concursos em outras cidades ou estados,
diferentes da sua origem de formação na pós-graduação, também sinalizaram tensões
quanto à adaptação, locomoção e estabelecimento de moradia.
Em relação aos desafios na atuação profissional docente durante o primeiro ano, no
que se refere aos encargos didáticos, atividades realizadas, formação e condições do
trabalho, os dados evidenciam que a organização do tempo para a realização das
atividades é um ponto importante. Os dados também mostram que a busca pelo apoio
em grupos já constituídos durante o doutorado tem implicações nessa inserção.
340
Muitas vezes, o professor recorre aos vínculos estabelecidos durante a sua formação
acadêmica e profissional para criar novos campos de trabalho.
Há evidências que demonstram que durante o primeiro ano de atuação, há um certo
investimento dos professores iniciantes em estabelecer parcerias, em buscar um
trabalho de caráter coletivo. Entretanto, os resultados também sinalizam que no
exercício da docência as expectativas dos professores em desenvolver pesquisas e
projetos de extensão são dificultadas pelas tarefas administrativas e encargos
didáticos a ele designados. Isso reforça a necessidade de equilibrar as dimensões
universitárias envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão no início da carreira
docente.
Os dados apontam que os professores reconhecem que o curso de pós-graduação,
nível doutorado, trouxe contribuições para o aprendizado da docência universitária,
quando houve a oportunidade de atuar em sala de aula sob orientação de profesores
mais experientes, muitas vezes possibilitada pela aquisição de bolsa de estudos. Por
outro lado, as disciplinas cursadas privilegiaram quase que exclusivamente o conteúdo
da área em estudo e pouco contribuíram para a docência, exceto aqueles que
cursaram disciplinas como Didática do Ensino Superior.
Conclusões
A inserção na carreira universitária é fruto de uma formação contínua e, muitas vezes,
as experiências vivenciadas durante a formação acadêmica trazem implicações na
prática pedagógica, em relação à participação em grupos de pesquisa e interesse em
novas investigações.
Torna-se fundamental que a universidade possa contribuir de maneira efetiva para o
estabelecimento de parcerias entre os professores novatos e entre eles e os mais
experientes, visando superar as tensões vivenciadas.
O processo de inserção na carreira de recém-doutores abarca elementos complexos e
que exigem do professor investimento em sua formação, posicionamento na tomada
de decisões diante de disputas teóricas presentes no espaço universitário e a busca de
um trabalho coletivo, como meio de lidar com os desafios encontrados, pois como
afirmou um dos professores ao discorrer sobre os seus primeiros meses de atuação:
“ser profesor universitário não é um mar de rosas, como pensamos!”
Referencias
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342
A POSIÇÃO TELEOLÓGICA DA FORMAÇÃO DOS
PROFESSORES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA: UMA INVESTIGAÇÃO DOS ESTUDOS
ACADÊMICOS
Said Pierre Carneiro, Isabel Magda (UECE/Brasil); Nobre Lopes, Fátima
Maria (Universidade Federal do Ceará - UFC/Brasil); Silva Filho, Adauto
Lopes (Universidade Federal do Ceará - UFC/Brasil); Dias Cavalcante,
Maria Marina (Universidade Estadual do Ceará – UECE/Brasil)
Resumo
O trabalho refere-se a uma pesquisadocumental sobre o cenário da formação
pedagógica dos professores da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) de graduação
no Brasil, a partir do qual extraímos quatro categorias de análise. Tal investigação é
parte de uma pesquisa mais ampla que trata sobre a necessidade de formação
pedagógica dos Professores da EPT, graduação. Nossa intenção neste trabalho é
compreender as posições teleológicas (finalidades) expressas nos estudos realizados
sobre a formação pedagógica dos docentes no período de 2005 a 2014, buscando
identificar elementos que revelem perspectivas de investigações nessa área. Para
tanto, tomamos como base o pensamento de György Lukács, filósofo húngaro, sobre a
categoria do trabalho enquanto gerador da vida social, destacando o caráter
teleológico na sua gênese e nos complexos sociais que dele derivam. A metodologia
consistiu no mapeamento sobre a formação de professores da EPT, por meio do qual
verificamos as posições teleológicas dos estudos realizados em quatro bancos de
dados: banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), sessão de periódicos da CAPES, base de dados SciELO, reuniões
anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) e
Encontros de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE).A análise desses trabalhos nos
permitiu identificar quatro posições teleológicas: 1) compreender a constituição
profissional dos professores e seus saberes docentes; 2) analisar a formação de
professores na perspectiva da cultura docente; 3) analisar as contribuições da
formação continuada para a prática docente e 4) compreender a formação de
professores sob o enfoque das políticas públicas. Como resultados e conclusões parciais
podemos afirmar que os trabalhos analisados revelam que a prática é um elemento
fundamental para a constituição da formação pedagógica dos professores, não
obstante a necessidade de uma formação institucionalizada, pois é possível e
necessário o estabelecimento de posições teleológicas voltadas para uma política de
formação dos docentes da EPT graduação.
343
Introdução
Este trabalho refere-se a uma investigação sobre o cenário da formação pedagógica
dos professores da Educação Profissional e Tecnológica (EPT)30de graduação,a partir
do qual extraímos quatro categorias de análise: a constituição profissional dos
professores e seus saberes docentes, a formação de professores na perspectiva da
cultura docente, as contribuições da formação continuada para a prática docente e a
formação de professores sob o enfoque das políticas públicas. Tal investigação é parte
uma pesquisa mais ampla que trata sobre a necessidade de formação pedagógica dos
Professores da EPT, graduação.
As discussões sobre a formação dos professores na educação brasileira têm-se
intensificado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº
9.394/96. Em seu Art. 66 ela estabelece que “a preparação para o exercício do
magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em
programas de mestrado e doutorado.”(BRASIL, 1996). Para o Magistério na Educação
Básica, essa Lei prevê ainda os cursos regulares de graduação (licenciatura) e os
programas de formação pedagógica para aqueles que têm outras graduações.
Entretantonão há uma abordagem expressa na LDBEN/96 acerca da formação docente
para a EPT em nível de graduação, ficando esta submissa às orientações gerais de
outras modalidades, detendo-se apenas em sua formação específica31 e experiências
docentes na própria prática cotidiana do professor.
Apesar da supracitada LDBEN não levar em consideração diretamente a formação dos
docentes para EPT graduação, podemos mencionar duas Resoluções do Conselho
Nacional de Educação (CNE): a de n.2, de 26/6/1997 (BRASIL, 1997), já revogada, que
versava sobre Programas Especiais de Formação Pedagógica de docentes para o ensino
fundamental e médio, incluindo a EPT nível Médio32;e a de nº6/2012 (BRASIL,
2012),vigorando atualmente, que trata de novas Diretrizes Curriculares para a EPT,
nível Médio. Embora seja mais abrangente, tal Lei ainda não contempla diretamente a
formação para o docente da EPT Superior.
Considerando que o aligeiramento da formação docente é um dos entraves da
melhoria da qualidade e da expansão da EPT, o Ministério da Educação (MEC), por
meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), tem ampliado as
discussões sobre a necessidade de uma política de formação de docentes para essa
modalidade de ensino em todos os seus níveis, inclusive de graduação.
Portanto, a necessidade de formação pedagógica para os professores da EPT
graduação, tem se tornado objeto de consenso no âmbito da Expansão da Rede
Federal de Educação, Científica e Tecnológica(RFEPCT) e, consequentemente, nos
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF´s), onde cada vez mais
30
A EPT no Brasil abrange os seguintes cursos: formação inicial e continuada, educação profissional técnica de nível
médio, educação profissional tecnológica de graduação (foco da nossa pesquisa) e pós-graduação, conforme art. 39
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacionalnº 9.394/96.
31
Formação relacionada a área de conhecimento em que o professor está inserido.
32
Por esses programas, o professor do ensino técnico que tinha diploma de ensino superior complementava a sua
formação de graduado, com a formação pedagógica em caráter especial.
344
ingressam profissionais liberais, como engenheiros, químicos, etc., que podem atuar
em diferentes cursos superiores, inclusive, tecnólogos.
Diante desse contexto, surgiu o interesse em realizar o mapeamento dos estudos
acadêmicos que versam sobre o assunto da Educação Profissional e sua interface com
a formação dos professores no período de 2005 a 2014. A definição desse recorte
temporal decorre do fato da referida temática ser uma preocupação recente dos
educadores com a institucionalização do Programa de Expansão da RFEPCT, a partir da
Lei 11.195 de 2005.
Nossa intenção neste trabalho é compreender as posições teleológicas (finalidades)
expressas nos estudos realizados sobre a formação pedagógica dos docentes no
referido período, buscando identificar elementos que revelem perspectivas de
investigações nessa área. Para tanto, tomamos como base o pensamento de György
Lukács, filósofo húngaro, sobre a categoria do trabalho enquanto gerador da vida
social, destacando o seu caráter teleológico na sua gênese e nos complexos sociais que
dele derivam.
Trabalho E O Seu Caráter Teleológico
Para Lukács (2013), intérprete da filosofia de Marx, o trabalho é a categoria central na
vida social dos homens, a partir do qual decorrem todos os complexos sociais,
incluindo a educação e, nessa, os cursos de formação de professores. Ele é precedido
por posições teleológicas (finalidades) dos homens que em interação com a natureza
(causalidade natural) e com os outros homens criam a sua vida social (causalidade
posta). Como diz Silva Filho (2005): “é nesse processo que o homem faz a sua história,
cuja atividade determinante é o trabalho.” (p. 128).A consequência disso é que o
“trabalho se torna o modelo de toda a práxis social, na qual, com efeito – mesmo que
através de mediações às vezes muito complexas - sempre se realizam pores
teleológicos, em última análise, de ordem material.” (LUKÁCS, 2013, p.47).
Nessa relação entre teleologia e causalidade que resulta na vida social dos homens,
Lukács (2013) identifica dois níveis de posição teleológica: as primárias, estabelecidas
no ato direto do trabalho; e as secundárias que se dão no nível da superestrutura e,
portanto, no nível das relações humanas. É nestas últimas que consiste a base teórica
da nossa pesquisa, uma vez que é no âmbito das teleologias secundárias que se
originam os complexos sociais, como a arte, o direito, a educação etc.
Há uma intrínseca relação e, ao mesmo tempo, uma autonomia entre as teleologias
primárias e secundárias. Enquanto no trabalho originário, o objetivo é a transformação
da natureza em valores de uso mediante posições teleológicas primárias, as posições
teleológicas no âmbito da educação são aquelas secundárias uma vez que visam
influenciar outros indivíduos a realizarem determinadas posições. Estas se traduzem
em ações e em novas posições teleológicas constituindo novas objetividades de acordo
com o contexto e o momento histórico. Nobre Lopes (2013) afirma que, no âmbito da
educação, e aqui podemos remeter aos cursos de formação pedagógica, “há um
campo de possibilidades [...] de determinações da prática social dos homens” (p.65).
É o que ocorre com os cursos de formação pedagógica para os professores da EPT
graduação, uma vez que se faz emergente o estabelecimento de novas posições
345
teleológicas voltadas para este fim. Nesse sentido, consideramos que a formação de
professores da EPTnuma concepção ontológicamarxianado trabalho e do seu caráter
teleológico, é um processo tipicamente social que pode possibilitar, por meio de novas
posições teleológicas expressas na política de formação pedagógica e até no cotidiano
dos próprios professores, a transformação de suas práticas docentes.
No ponto em que se encontra a nossa pesquisa, remeteremos a uma investigação do
cenário sobre a formação pedagógica dos professores da EPT levando em consideração
quatro categorias que mencionaremos a seguir no percurso metodológico.
Metodologia
O mapeamento sobre a formação de professores da EPT, por meio do qual verificamos
as posições teleológicas dos estudos realizados, foi feito, no período de 2005 a 2014,
em quatro bancos de dados: banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES), sessão de periódicos da CAPES, base de dados
SciELO, reuniões anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação (ANPED) e Encontros de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE).
No total do mapeamento identificamos 13 dissertações e teses, 3 artigos publicados
em periódicos e 12 artigos publicados em eventos que tem relação com a formação de
professores da educação profissional e tecnológica - EPT. A análise desses trabalhos
nos permitiu identificar quatro posições teleológicas: 1) compreender a constituição
profissional dos professores e seus saberes docentes; 2) analisar a formação de
professores na perspectiva da cultura docente; 3) analisar as contribuições da
formação continuada para a prática docente e 4) compreender a formação de
professores sob o enfoque das políticas públicas.
Resultados
A posição teleológica relacionada à compreensão da constituição profissional dos
professores e seus saberes docentes totaliza dez trabalhos. Estes partem das
trajetórias de vida dos professores, como escolaridade, escolha profissional, relações
intersubjetivas, saberes e habilidades adquiridos e construídos no exercício do
magistério, dentre outros aspectos.
Dois trabalhos apresentam a posição teleológica destinada à compreender a formação
de professores da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) na perspectiva da cultura
docente. Ao enfocarem a cultura docente nas instituições de ensino, estabelecem
relação com os saberes, a identidade, a autonomia do professor e o contexto social.
Outros nove estudos partem do pressuposto de que o avanço tecnológico e suas
constantes mudanças têm provado profundos impactos educacionais, sociais e
econômicos, notadamente, na educação profissional, na medida em que surgem
políticas governamentais que visam promover uma formação profissional situada com
o mundo do trabalho. Consequentemente novas demandas são postas em relação à
formação dos professores que precisam de uma sólida fundamentação teórica e
prática na sua atuação docente.
No campo das políticas educacionais, encontramos dois trabalhos que têm uma
posição teleológica voltada para a análise das políticas de formação de professores da
346
EPT, sendo um relacionado aos cursos técnicos em Nível Médio, especialmente, nas
disciplinas profissionalizantes, e outro à expansão da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT).
Conclusões
Os trabalhos analisados, até aqui, revelam que a prática é um elemento fundamental
para a constituição da formação pedagógica dos professores, não obstante a
necessidade de uma formação institucionalizada, pois é possível e necessário o
estabelecimento de posições teleológicas voltadas para a formação dos docentes da
EPT graduação. Assim, é possível pensar nessa formação como um espaço de reflexão
sobre as práticas pedagógicas, buscando minimizar as dificuldades enfrentadas no
cotidiano de trabalho, além de oportunizar o avanço na compreensão histórica dos
processos da formação humana em suas articulações com a vida social e produtiva,
aliada às teorias pedagógicas.
Diante da importância das instituições de ensino criarem espaços de formação
pedagógica, assumindo a responsabilidade de sustentar o desenvolvimento
profissional dos professores (ZABALZA, 2004), identificamos a necessidade de uma
base epistemológica e metodológica fundamentar essa formação. Daí a necessidade
do estabelecimento de posições teleológicas para esse fim. Os estudos analisados
apontam algumas pistas nesse sentido, como: o conceito de práxis; a pedagogia do
trabalho; a interação entre o mundo do trabalho, a ação pedagógica e o conhecimento
científico e tecnológico; os saberes docentes, superando a dicotomia existente entre
conteúdo específico e conteúdo pedagógico, dentre outros aspectos.
Nesse contexto, consideramos pertinente aprofundarmos os estudos sobre a
necessidade do estabelecimento de posições teleológicas voltadas para uma política
de formação pedagógica para os professores da EPT graduação, pois dos 26 trabalhos
analisados, nenhum abordam essa temática de modo específico.
Referencias
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial da União.Brasília, DF, ano134, n. 248.
Decreto n. 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os Arts. 39 a
42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2208.htm
Lukács, G.(2013).Para uma Ontologia do Ser social. São Paulo: Boitempo.
Nobre Lopes, F. M. (2013). O Duplo Aspecto da Educação: Via de Constituição do
Estranhamento ou de sua Superação Mediada pela Ética. Educação e
Contemporaneidade – Educação e Filosofia.Revista FAEEBA. Salvador: UNEB, 22,
(39), 63-72.
Silva Filho, A. L. (2005). Interação Homem-Natureza Através da Atividade Produtiva.
Princípios – Discussões Filosóficas.Edições Uva: Sobral, 127-135.
Zabalza, M.A. (2004). O Ensino Universitário: Seu Cenário e Seus Protagonistas. trad.
Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed.
347
APORTES À DIDÁTICA UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA E
A ESTETIZAÇÃO DA DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
Villela Pereira, Marcos y Torres Santana, Anthony Fábio. (PUCRS/Brasil)
Resumo
O trabalho apresenta pesquisa iniciada em 2010, financiada pelo CNPq/Brasil. Focada
na formação ao longo da vida, a primeira etapa de nosso estudo buscou inventariar a
produção de conhecimento sobre aspectos relativos à formação no campo da formação
de professores para a educação superior. Esta fase tem como objetivo o mapeamento
das associações e organizações profissionais brasileiras que aportam algum tipo de
debate ou conteúdo formativo relativo à docência e ao ensino para professores da
educação superior que não têm a licenciatura em sua formação inicial.
Realizamos um levantamento das entidades e associações de “Ensino”, responsáveis
pela sistematização de conhecimentos didáticos nas áreas em que não há uma
licenciatura associada. Esse mapeamento busca identificar as entidades, conhecer seu
acervo de documentos orientadores (legislação, conselhos, normas, publicações,
orientações e diretrizes) e tomar conhecimento dos expedientes de comunicação com
os profissionais a elas filiados. Essa etapa pretende subsidiar a posterior estruturação
de entrevistas, que serão realizadas com alguns professores já identificados na
primeira fase, buscando compreender seus percursos formativos.
Introducción
Nesta pesquisa interessa-nos escutar estudantes de pós-graduação de diferentes
Programas de nossa Universidade que, tendo cursado a disciplina de Metodologia do
Ensino Superior, exercem efetivamente a docência. A partir de 2010, tendo como
material de pesquisa os textos produzidos ao término daquela disciplina no período
compreendido entre 2009 a 2011, refletimos sobre a formação e a prática
profissional de professores do ensino superior. Para tanto, retomamos o contato com
aqueles estudantes, identificando os que estão dando aula no ensino superior, para
reescrita daquele material e entrevistas individuais.
Nosso objetivo foi explorar os rumos de suas trajetórias, confrontando seus propósitos
iniciais com os movimentos realizados, buscando saber o que se passou com suas
convicções e como suas experiências foram apropriadas e transformadas em novas
convicções e novos conhecimentos.
Se a vida é uma coleção de exemplos, a experiência é a consciência da finitude ante o
limite do conhecimento e da existência. Nesse sentido, queremos perguntar que
ferramentas os docentes têm empregado em sua prática cotidiana para produzir essa
atitude crítica, que pondera e considera o outro uma existência possível cujos
argumentos deveriam ser tomados como parâmetros de negociação. A sala de aula,
muitas vezes, tem dificuldade de aproveitar a potência da sensibilidade porque seu
modelo institucional é tributário da razão instrumental. Mesmo quando se propõe a
348
valorizar a diferença, a escola corre o risco de igualizar os sujeitos a partir de suas
singularidades e, portanto, ao postular a heterogeneidade igualmente homogeneiza. O
que é o pedagógico senão um modo de conformação produzido hegemonicamente a
partir da forma escolar?
A sala de aula é uma máquina estetizante porque é uma poderosa agência de
subjetivação. Ao subjetivar o sujeito, ela o emancipa e o sujeita, ao mesmo tempo. E o
faz segundo um modelo que busca dar conta de executar o projeto civilizatório
moderno que modela a razão e a sensibilidade segundo um ideal abstrato e externo a
si mesmo. E essa exterioridade, longe de ser uma utopia viável, é uma condenação do
sujeito a um desejo permanente de universalização, de eternidade e de perfeição.
De um total de 180 sujeitos acompanhados na primeira fase, 26 estão trabalhando
como professores em Instituições de Ensino Superior. Depois de entrevistar e
acompanhar dois desses sujeitos, explorando os rumos de suas trajetórias,
confrontando seus propósitos iniciais com os movimentos realizados, investigamos
alguns efeitos de correlação e implicação entre teoria e prática, entre a experiência e a
reflexão sobre a experiência no campo da educação superior.
Marco teórico
Nesta etapa, realizamos o mapeamento das entidades científicas brasileiras que, de
algum modo, produzem conhecimento e material de apoio no campo da Didática
Universitária. Trata-se de inventariar caminhos de formação continuada para a
docência na educação superior, dirigida a profissionais cujas carreiras não se
estabelecem a partir de Licenciaturas. O propósito é identificar esse campo e gerar um
mapa analítico de como a didática universitária se desenvolve nesses campos.
Pretendemos intensificar o debate em torno da implicação da prática e da experiência
na formação de professores em geral e, em particular, para a educação superior e para
a educação básica. Pressupomos que a qualidade almejada para a educação passa pelo
entendimento e apropriação dos modos como a experiência se converte em
conhecimento. O desafio está em reconhecer que sempre é possível pensar de outra
forma, e que tudo o que se sabe nunca será suficiente para conhecer e agir sobre tudo
o que existe. A dificuldade é escapar da opinião, do senso comum e das verdades
cristalizadas que insistem em nos capturar no dia-a-dia. Sem medo de ser prescritivos,
afirmamos que é porque somos intelectuais, temos a obrigação de nos abrir para
outras maneiras de ser, pensar, sentir, julgar, conhecer, agir e decidir e, por extensão,
ajudar os outros a também experimentar essa condição de abertura crítica, consciente
e responsável.
Talvez o enigma da docência seja a compreensão de que esta se constrói no contato
direto com formas plurais de existência, no encontro multirreferencial característico a
qualquer território educativo. O obstáculo que se instaura é o do estabelecimento do
diálogo e da negociação de significados como espaços viáveis à formação. Não
podemos esquecer que um dos aspectos que permeiam esta prática é a conhecida
resistência humana de lidar com a diferença, limitando-se ao acolhimento do que
diverge especialmente ao que se refere as suas formas de pensar. Isso ocorre, porque
já chegamos à escola e à universidade, por exemplo, munidos de convicções, crenças,
349
escolhas teóricas, construções cognitivas que acabam sendo a chave de compreensão
de tudo em nossa vida. O esforço é para que se possa colocar em suspenso ao menos
momentaneamente esse sistema compreensivo particular, e que se deixe ser tocado
pelas referências que estão chegando ao longo do caminho.
É relevante compreender que, para que haja o diálogo, os sujeitos envolvidos nessa
conjuntura precisam se reconhecer e se entender. O diálogo, em sua existência,
requisita a compreensão dos sistemas representacionais presentes nessa trama.
Para isso, é necessário a apresentação do que se quer mostrar, requerendo ao sujeito
a clareza do seu próprio sistema de representação. Este é o ponto de partida, porque
se ele não se entende, se usa palavras de forma precipitada por operar em uma
frequência não compreensível ao seu interlocutor, o diálogo torna-se impossibilitado.
Para que o diálogo se estabeleça faz-se presente a perspectiva da compreensão e não
da submissão, o que no cotidiano acaba acontecendo com certa frequência em
decorrência dos sujeitos se fixarem em seu referencial não constituindo assim uma
linguagem comum ao outro. Com isso, percebe-se o quanto limitamos o nosso olhar
quando constituímos verdades inquestionáveis. Mesmo munidos de boas intenções,
por meio da certeza que carregamos, prejudicamos a nós mesmos, por restringir o
nosso horizonte compreensivo, e o outro, por invalidar o que ele tem a nos dizer.
Trata-se, do exercício difícil que é abrir mão da sua crença em favor de outra,
igualmente plausível.
Dessa forma, para que se consiga dialogar, é preciso chegar a pontos de convergência
sobre significados e sentidos acerca do conhecimento em questão.
Consequentemente, só dialoga epistemologicamente quem dialoga humanamente e
não tem medo de se expor. Nesse ínterim, nos constituímos professores na interação
com o outro, na travessia dialógica que compõe a formação, compreendendo os
nossos limites e potencializando a oportunidade do aprendizado de que precisamos.
Neste contexto, a experiência se caracteriza como o produto do conhecimento que o
sujeito elabora ao percorrer o caminho, ao longo do tempo. A partir do exercício de
negociação de sentidos que acaba mostrando-se enquanto uma expressão cotidiana,
mediante a qual vai descobrindo uma atitude própria de estar sendo professor.
Com efeito, apesar de o conteúdo ter a sua relevância na consolidação deste processo,
é notório que não basta sabe-lo para tornar-se professor. A docência é algo que se
constrói na medida em que o sujeito experimenta e reflete a vida vivida. Nesta
medida, o estar sendo professor, o tornar-se e o vir a ser constituem-se enquanto
campos de negociações entre os saberes que o sujeito possui e a experiência atual
suscitada por meio da relação empreendida com o mundo e o outro.
Logo, percebe-se que a formação é um processo que se constrói por meio do exercício
paciente e corajoso do sujeito que se coloca o desafio do movimento na condição de
romper com os elementos estabelecidos em si mesmo. Trata-se, assim, de um
percurso que é constituído por escolhas e consequências, realçando em seu
acontecimento a necessidade do esforço e dedicação permanente.
350
Metodología
 Inventariar as organizações científicas e acadêmicas que fornecem algum tipo
de orientação no campo da Didática Universitária para profissionais cujas
carreiras não se estabelecem a partir de Cursos de Licenciatura;
 Conhecer as propostas pedagógicas e as ações de formação continuada
sugeridas por essas organizações;
 Verificar o quanto a experiência e a prática podem favorecer a fusão entre os
saberes tradicionais da didática, e os saberes do cotidiano da sala de aula.
Resultados
Este projeto pretende ser uma ferramenta para o estudo e acompanhamento de
alternativas e estratégias didáticas, de modo a subsidiar algumas ações de formação
docente para a educação superior. A proposta não projeta um tempo futuro, mas um
tempo presente que encerra os conhecimentos que estão a exigir de todos nós uma
educação voltada para uma expressiva capacidade de autonomia e de discernimento,
reforçando a responsabilidade pessoal na realização do destino coletivo.
Conclusões
Temos consciência de que os princípios até aqui ressaltados como importantes para o
entendimento dessa visão de ensino, de aprendizagem, de formação, de
universidade, de mundo, enfim, nos quais projetamos nossas idiossincrasias e, por
isso, a afetamos, assim como somos afetados pelo que já está posto ao nosso redor,
são atravessados pelo sentido de impermanência que se impõe quando se trata de
discutir sobre educação na contemporaneidade.
A formação de um sujeito – nas mais variadas formas e nuances em que pode se
configurar – apresenta elementos perenes que validam nossas ações e metas no
sentido de uma atuação comprometida, sobretudo, com a ética. Equivale dizer que
acreditamos em uma educação que transforme o ser humano em alguém capaz de
exercer e fomentar a própria humanidade, exercendo influência sobre si mesmo e
sobre o mundo em que está inserido.
Noutras palavras, trata-se de perceber a formação como um ato sempre inacabado,
sujeito a alterações e reformulações, que, em contínuo movimento, possibilita
constantes rupturas e sucessivos exercícios de reflexão, de crítica, de auto-formação e
de auto-superação.
Referencias
André, M. (2002). Formação de Professores no Brasil (1990-1998). Brasília:
MEC/INEP/Comped.
Barbosa, J. G. (1998). Multirreferencialidade nas ciências sociais e na educação. São
Carlos: UFSCar.
351
Casagrande, C. A. (2009). Educação, intersubjetividade e aprendizagem em Habermas.
Ijuí: Ed. Unijuí.
Gadamer, H.G. (2008). Verdade e Método I - traços fundamentais de uma
hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes.
Gadamer, H.G. (2007). Verdade e Método II - complementos e índices. Petrópolis, RJ:
Vozes.
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (2011).
Censo da Educação Superior 2010. Brasília: MEC/INEP.
Pereira, M. V. (2013). A estética da professoralidade: um estudo crítico sobre a
subjetividade do professor. Santa Maria: EdUFSM.
Tardif, M. y Lessard, C. (2007). O trabalho docente. Elementos para uma teoria da
docência como profissão de interações humanas. Petrópolis: Vozes.
352
ENSINO SUPERIOR E A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO
BRASIL
Albuquerque Machado de Paula, Helena (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo); Maria Hass, Célia (Universidade de São Caetano
do Sul); Bonifácio Araújo, Regina Magna (Universidade Federal de Ouro
Preto)
Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de duas pesquisas em continuidade realizadas de
2010 a 2013, cujo foco é o curso de graduação superior em Pedagogia de três
instituições: uma universidade privada confessional, uma pública federal e uma pública
municipal. Explicitaram-se, com os dados coletados, dificuldades e críticas decorrentes
do projeto pedagógico imposto pelas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso, a resistência inicial ao projeto e sua posterior aceitação e incorporação na
segunda pesquisa e o reconhecimento da importância do Pedagogo para a educação,
simultânea à sua desvalorização social.
Introdução
Este trabalho, que inclui duas pesquisas, de 2010 a 2014, busca apresentar resultados
de um processo investigativo em continuidade, cujo foco é o curso de graduação
superior que forma o Pedagogo. Os sujeitos foram alunos, professores e
coordenadores do Curso de Pedagogia oferecido por três instituições: uma privada
confessional, uma pública federal e uma municipal. A primeira pesquisa, desencadeada
em 2010, investigou qual o significado de ser Pedagogo para os alunos participantes do
novo projeto pedagógico do curso construído para atender às novas diretrizes
curriculares nacionais, quando as primeiras turmas concluíram a graduação após a
publicação das novas diretrizes curriculares nacionais para o curso de Pedagogialicenciatura, consubstanciada na Resolução CNE/CP n º 01, de 15 de maio de 2006. Em
2013, dando continuidade e ampliando os estudos, iniciou-se outro Projeto
Interinstitucional intitulado “Pedagogia na perspectiva do aluno: impactos da nova
política educacional para o curso”, com o objetivo geral de conhecer o que expressam
os alunos sobre a decisão em se matricularem e frequentarem o curso de Pedagogia
visando a identificar o que os motivou a fazer este curso, mapeando as expectativas, a
satisfação que reconheciam naquele momento, dificuldades que vivenciaram e se
estimulariam outros jovens a cursá-lo.
Buscou-se compreender os impactos provocados quanto ao conhecimento de como
estão sendo formados os pedagogos e como esses percebiam seu processo formativo,
após a implantação da nova proposta pedagógica, construída a partir da Resolução
CNE/CP Nº1/ 2006.
353
Marco teórico
As pesquisas foram fundamentadas teoricamente em estudiosos da Pedagogia, das
organizações escolares e das políticas públicas, a saber: Saviani (2008), Canário (2005)
Gimeno Sacristan (1999), Libâneo (2001) e Lima (2001) e nas normas legais previstas
na Resolução CNE/CP/2006.
Metodologia
Nas duas pesquisas, utilizou-se uma metodologia com abordagem qualitativa. Quanto
aos instrumentos, a primeira pesquisa (2010 a 2012) aplicou-se um questionário aos
alunos e foram feitas entrevistas com professores e gestores do curso. Na segunda
(2013 a 2014) foi utilizado um questionário para coletar dados sobre o perfil dos
alunos e sobre a relação com a universidade, com o curso e com os diferentes
educadores participantes e narrativas das representações de uma amostra de alunos
sobre o curso.
Resultados
O curso de Pedagogia e suas diferentes formas de organização curricular, ditadas pelas
políticas educacionais, têm sido objeto de constantes mudanças e questionamentos,
desde sua primeira regulamentação, em 1939.
Até o advento das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Pedagogia, licenciatura em 2006, o curso tinha como finalidade formar o licenciado
e o bacharel. As novas diretrizes causaram uma ruptura com o currículo que
historicamente propiciava aquela formação. A reforma proposta, em 2006, não
respeitou a natureza da ciência da educação, a área epistêmica da Pedagogia e a
peculiaridade do pedagogo, cuja formação exigia licenciatura e bacharelado, duas
dimensões complementares de uma mesma formação, embora com especificidades
próprias.
A ação docente não resume a totalidade das especificidades pedagógicas. O Pedagogo
inclui a possibilidade da ação docente, mas a ultrapassa. No Brasil, desde algumas
décadas, com maior ou menor intensidade, dependendo do momento histórico, o
curso de Pedagogia tem sido o responsável pela formação dos profissionais da
Educação Básica que atuam na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino
Fundamental, na supervisão, administração, orientação, planejamento e inspeção
educacional. Seu lócus de trabalho é a Educação Básica, alicerce para todo o processo
educativo, daí sua importância. A nova proposta, embora não impeça, tornou reduzida
a possibilidade de formação do bacharel. Previu um excesso de atributos à formação
do professor correndo o risco de engessá-la, descaracterizando o perfil do licenciado e
do bacharel. O currículo proposto foi organizado em núcleos, caracterizando-se como
integrado, enquanto a cultura de organização curricular das instituições, até então, era
disciplinar. Estabeleceu o mínimo de 3200 horas para o curso, mas não o número de
anos. Isso ensejou a criação de cursos de graduação em três anos, na maioria, e nas
instituições mais comprometidas com as leis do mercado em período até menor.
Acresce que a decisão pela implantação imediata da nova proposta curricular não deu
condições para o estudo e reflexão necessários à mudança.
354
As características da reforma curricular proposta, a forma intempestiva para implantála de imediato, o não estabelecimento do número de anos para o desenvolvimento do
curso, provocaram a hipótese de que dificilmente seria possível a formação do
Pedagogo como uma totalidade que inclui a licenciatura e bacharelado, uma
graduação assentada nas novas diretrizes. O Pedagogo deve ter a formação de um
cientista da educação, com capacidade para atuar na escola, na sala de aula, em
espaços intra e extraescolares, e competente para compreender o fenômeno
educativo na sua totalidade. Essa forma de perceber o pedagogo alinha-se ao
pensamento de outros estudiosos e pesquisadores da Pedagogia, entre eles, Saviani
(2008), para quem a pedagogia é a ciência da educação, pois tem, em sua totalidade,
como objeto, a educação, diferentemente das outras ciências denominadas “da
educação” – a exemplo da psicologia da educação, sociologia da educação, etc. –, as
quais têm outro objeto específico e fazem um recorte, criando um ramo educacional
relativo à faceta que lhe corresponde.
a primeira pesquisa, intitulada “O Significado de ser Pedagogo” percebeu-se, com os
dados coletados, que as instituições envolvidas estavam oferecendo a formação
priorizada pelas diretrizes: do professor e mesmo na instituição – cujo projeto trazia
explícito, em seus objetivos, a formação do gestor – não o estava conseguindo. Os
dados coletados apontaram entre os vários questionamentos, para a urgência em se
esclarecer, no âmbito das políticas públicas, o sentido da formação do pedagogo,
compreender esta formação nos seus efeitos sobre a própria instituição formadora e
os possíveis impactos na Educação Básica.
Verificou-se que a nova proposta teve impactos sobre a própria instituição formadora,
provocando uma aceitação mais tranquila nos cursos novos, cujos projetos foram
construídos na vigência da nova reforma curricular e uma resistência no curso mais
antigo. Não ficou claro se tal mudança alcançou os sistemas de educação básica.
Apontou-se também na pesquisa desenvolvida, a inquietação explicitada, por alguns
professores, de que o curso estudado restringiu, no lugar de ampliar, a formação do
Pedagogo, e a crença de que a ênfase, ao privilegiar o licenciado, reduziu a sua
formação. Encontraram-se indícios fortes de descontentamento entre os alunos do
último ano e entre os professores do curso mais antigo, dificuldade para incorporação
do novo projeto e a afirmação pelos alunos de que não se sentiam preparados para o
exercício da gestão, apenas para a docência, especialmente para a Educação Infantil.
Nas outras duas instituições isso foi diferente, talvez porque os cursos foram
instalados a partir da vigência das novas diretrizes. Apesar de resultados específicos de
cada instituição, nas três, um foi comum: antes de a reforma ser totalmente
implantada, a nova legislação já revelava aspectos que deveriam ser reformulados para
um melhor entendimento do que se propunha para a formação do novo pedagogo.
No processo de implantação, o tempo foi restrito para estudo e reflexão sobre a
reforma, e o projeto do curso foi elaborado sem a participação de todos os educadores
que iriam implantá-lo, acarretando uma participação reservada à qual, na concepção
de Lima (2001), se situa entre uma participação passiva e ativa.
Toda mudança acarreta consequências nem sempre previsíveis. Para Canário (2005:
93), “[...] as reformas impostas ‘de cima’ produzem mudanças formais, mas,
raramente, transformações profundas, duráveis e conformes com as expectativas dos
355
reformadores”. Foi o que ocorreu com as novas diretrizes curriculares nacionais para o
curso de Pedagogia-licenciatura impostas de cima que não atendeu à maioria do
esperado pelos professores que iriam implantá-la.
As novas diretrizes assumiram uma contradição interna provocada pela opção em
privilegiar a formação do professor e, em seguida, acrescentando a possibilidade de
formação dos profissionais de educação previstos no artigo 64 da LDB 9394/96º,
gerando uma indefinição do perfil do Pedagogo que se desdobrou em inúmeras
dificuldades para elaboração do projeto pedagógico do curso. Essa indefinição e suas
decorrências nos projetos ficaram evidentes nos resultados da pesquisa, e a
continuidade da investigação tornou-se relevante para aprofundar o conhecimento do
que ainda não fora focalizado.
Acreditou-se que, a partir dessa pesquisa inicial, seria necessário ampliá-la para
compreender se e como produziu novos sentidos, para os pedagogos, a partir do já
construído. E ainda, os resultados pareceram indicar a impossibilidade de reconstrução
da identidade do curso de Pedagogia sem a participação ativa de todos os professores,
alunos, gestores e sistemas de educação básica.
Na segunda pesquisa, os dados encontrados mostraram que o projeto já estava
incorporado tanto pelos alunos quanto pelos docentes, nas três instituições, campo da
pesquisa. Apesar das críticas, estão satisfeitos.
A maioria dos alunos alcançou os objetivos fundamentais do curso, entre eles,
principalmente saber o significado de ser Pedagogo, em uma das instituições, a fim de
reconfigurar sua identidade aproximando-a do professor. Eles mostraram segurança
para atuar na docência na Educação Infantil, e séries iniciais do Ensino Fundamental. O
grande impacto do curso é sobre essa formação. Nem todos se sentem preparados
para atuar na gestão da escola. Percebem a importância social do Pedagogo, mas têm
consciência dos parcos ganhos e talvez isso seja um dos fatores de priorização de
continuidade dos estudos. Consideram o Pedagogo um profissional reconhecidamente
de grande importância social que mereceria uma atenção maior e valorização pelo
Estado.
O Plano Nacional de Educação aprovado para os próximos dez anos tem metas
relacionadas à valorização dos profissionais da educação, que há longo tempo é
reivindicada. Os alunos reconhecem o potencial de atuação do pedagogo, conseguem
fazer uma leitura crítica acerca do que estão aprendendo e daquilo que vão precisar no
momento de atuação, esperam condições respeitosas de trabalho, valorização da
profissão e acesso a uma formação continuada, que todos ou a sua grande maioria,
parecem compreender como um imperativo na atuação do pedagogo (Relatório,
2014).
Conclusões
Os alunos, sujeitos da investigação, mostram maior segurança para o exercício da
docência. Estão satisfeitos com o curso, pretendem dar continuidade aos estudos na
área educacional, percebem, ao mesmo tempo, a importância do Pedagogo para a
sociedade e a sua desvalorização social. Mostram uma percepção esperançosa de fazer
a diferença e contribuir para uma mudança positiva na educação. Em todas as
356
instituições, observou-se uma preocupação com a prática profissional futura. Para o
grupo de pesquisa, deve-se pensar a matriz curricular vinculada à área epistemológica
da Pedagogia para a formação de um profissional Pedagogo competente.
Após as investigações anteriores, o grupo decidiu dar continuidade com outra pesquisa
tendo como objetivo investigar a atividade profissional que os egressos do curso de
Pedagogia graduados, após a Reforma Curricular de 2006, estão exercendo e como se
percebem no exercício de tal função. Essa decisão coincide com a publicação de uma
nova orientação legal nacional sobre o curso, consubstanciada na Resolução CNE/CP
Nº 02/2015. Mudanças se anunciam e junto a elas, as turbulências são acarretadas.
Referencias
Brasil. (2006). Resolução CNE nº1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
Diário Oficial da União, Brasília.
Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP.
Canário, Rui. (2005). O que é a Escola? Um “olhar” sociológico. Porto: Porto Editora.
Gimeno Sacristan, J. (1999). Poderes Instáveis em Educação. Tradução de Beatriz
Affonso Neves. Porto Alegre: ARTMED.
Libâneo, J. C. (2001). Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar, 17, 153176. Editora da UFPR. Curitiba.
Lima, Licínio C. (2001). A escola como organização educativa. São Paulo: Cortez.
PUC/USCS/UFOP. (2014). Relatório Final de pesquisa pedagógica na perspectiva do
aluno: impactos da nova política educacional sobre o curso. São Paulo.
PUC/USCS/UFOP. (2012). Relatório Final de pesquisa: o significado de ser pedagogo.
São Paulo.
Saviani, D. (2008). A pedagogia no Brasil: história e teoria. São Paulo: Autores
Associados.
357
PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE: DESAFIO PARA A
FORMAÇÃO COM PROFESSORES
Estivalete, Emerson Bianchini (Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Bolsista CAPES/PROEX); Estivalete, Patrícia Blini.
(Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul, SC)
Resumo
Esta comunicação tem o propósito de abordar ideias sugerindo possíveis reflexões no
sentido da valorização da profissionalização docente universitária. O campo de
investigação foram os depoimentos de dois grupos de interlocutores, os quais
totalizaram quatorze participantes. A coleta de dados estendeu-se de agosto de 2012 a
outubro de 2013, mediante observação participante, análise documental e entrevista
semiestruturada. Os dados foram analisados através de Análise Textual Discursiva,
conforme ensinam Moraes e Galiazzi (2011) e resultaram em seis categorias, das quais
somente duas são aqui exploradas. Os achados da pesquisa apontaram para a
necessidade de valorização da profissionalidade docente como forma de melhorar as
condições de compreensão das especificidades do campo da educação quando do seu
embricamento com as diferentes áreas do saber.
Resumen
Este artículo tiene como objetivo discutir las ideas que sugieren posibles reflexiones
hacia la mejora de la profesionalización de la docencia universitaria. El campo de la
investigación fueron los testimonios de los dos grupos de interlocutores, los cuales
totalizaron catorce participantes. La recolección de datos duró desde agosto 2012 a
octubre 2013 por medio de la observación participante, el análisis de documentos y
entrevista semiestructurada . Los datos fueron analizados a través del Análisis Textual
Discursivo, como enseñan Galiazzi y Moraes ( 2011 ) y resultaron en seis categorías de
las cuales solo dos son exploradas aquí . Los resultados de la investigación apuntaron a
la necesidad de valorar la profesión docente como una forma de mejorar las
condiciones de comprensión de las características específicas del ámbito de la
educación cuando de su imbricación con las diferentes áreas del conocimiento.
Introdução
A presente comunicação é fruto, em parte, do estudo que deu origem a uma
dissertação de mestrado defendida em 2014, no Programa de Pós-Graduação em
Educação da PUCRS, cujo objeto de análise foi o currículo integrado33, suas
33
Para Santomé (1998, p. 112), a denominação de currículo integrado pode resolver a dicotomia e/ou o debate
colocado na hora de optar por uma denominação do currículo que por sua vez integre os argumentos que justificam
a globalização e os que procedem da análise de defesa de maior parcela de interdisciplinaridade no conhecimento e
da mobilização das inter-relações sociais e políticas. A isso me permito agregar a possibilidade de pensar um
currículo que leve em consideração os sujeitos para os quais se volta, considerando suas vivências pessoais, sociais,
culturais e, no nosso caso específico, de trabalho.
358
proposições legais e seus efeitos práticos no âmbito de um Curso Técnico Integrado34
de Nível Médio em Agropecuária, mantido por um Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia.
Na instituição investigada, encontramos cursos técnicos integrados de nível médio ou
subsequentes, além de formação superior que envolve os cursos de bacharelados e
licenciaturas, realidade também encontrada, respeitando as especificidades, nos
outros trinta e oito Institutos Federais35 que compõem a Rede Federal, uma vez que
todos foram criados e são regulamentados pela Lei 11.892 de 29/12/2008.
Nos mais de cem anos de existência da rede, pudemos observar avanços, sobretudo
nos últimos dez anos em relação à expansão e nos últimos sete quando levamos em
conta a nova legislação que redimensiona o papel social dessas instituições agregandoas a possibilidade de oferecerem além de cursos técnicos, formação superior e posgraduções Lato sensu e Stricto sensu equiparando-as às universidades.
Marco Teórico
Quando nos propomos refletir sobre a educação, muitos são os pontos que merecem
relevo na análise, porém, a qualidade36 tem se mostrado um dos temas mais
discutidos, principalmente quando levamos em conta seu contexto mais
contemporâneo, marcado pelas tentativas governamentais, através de políticas
públicas, de ampliar o acesso à educação e apermanência nas Instituições tanto em
âmbito privado, através de bolsas e financiamentos, quanto público com a criação e
ampliação das Instituições Federais de Ensino.
De acordo com Leite (2010, p. 02), “um professor bem formado, motivado, com
condições de trabalho adequadas e envolvido em um processo de formação contínua
que lhe forneça elementos para a constante melhoria da sua prática é o elemento mais
importante para educação de qualidade”.
Levando em conta a afirmação da autora no contexto dos Institutos Federais, têm-se
observado carências quanto a um trabalho de profissionalização do ofício da docência,
aliada a formação continuada com professores37 capaz de promover formas de
atuação que articulem com maior intensidade o coletivo e a interdisciplinaridade.
Autores como Veiga (1998) e Fernandes (2001) têm se dedicado a mostrar a relevância
de tal postura, e Leite (2010, p.3) corrobora tais posicionamentos ao afirmar a
importância dos professores sentirem-se elementos chaves na construção e
34
Entre outras questões que mobilizaram a pesquisa, busquei entender de que forma acontecia essa integração
anunciada no nome do curso.
35
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm acesso em: 10/12/2015
36
Alinhado a Rios (2010, p. 64), entende-se neste estudo que “o conceito de qualidade é totalizante, abrangente e
multidimensional. É social e historicamente determinado, porque emerge em uma realidade específica de um
contexto concreto. Portanto, uma análise crítica da qualidade deverá considerar todos esses aspectos, articulando
aqueles de ordem técnica e pedagógica aos de caráter político-ideológico”.
37
A substituição da expressão “formação continuada de professores” para “formação continuada com professores”
(grifo do autor) é uma tentativa de valorização do trabalho coletivo e solidário que deve ser a marca de toda e
qualquer atividade na escola. Penso que nos encontros de formação o grupo de educadores necessita da mútua
colaboração tanto para o estudo teórico quanto para a reflexão sobre práticas. Há que avançar na antiga postura
através da qual um especialista “ensina” aos demais professores o que devem fazer, como deve ser feito e quando
deve ser feito, mediante prescrições que, na maioria das vezes, não encontram sustentação nas atividades
cotidianas realizadas em sala de aula.
359
implementação dos Projetos Pedagógicos de Curso de suas Instituições. Assim, ao
escrever que é necessária “uma formação que promova a participação ativa do
professor no projeto político pedagógico, na solidariedade com os colegas e com os
alunos, no compromisso com a emancipação de nosso povo” confere àquele, um papel
de autor de sua profissionalidade38 e promotor de espaços que concorrem para a
construção da cidadania.
Retomando as contribuições de Leite (2010) com o contexto investigado, pudemos
perceber diferenças profundas nos encaminhamentos desde a acolhida aos
professores novos, perpassando os assessoramentos ao trabalho cotidiano e as
práticas que permitem aos professores se sentirem coautores de um projeto
pedagógico institucional.
Neste sentido, Freire (2001, p. 42-43) nos alerta sobre a necessidade de incentivar para
que a “curiosidade ingênua, percebendo-se como tal, vá se tornando crítica” de modo
que “a prática docente, implicante no pensar certo, movimente-se de forma dialética
entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. Entendo que, para o autor, a reflexão é um
movimento realizado entre o fazer e o pensar, que não deve alcançar somente o
pensar para o fazer mas sim, o pensar sobre o fazer, de modo que as possíveis e
necessárias correções sejam feitas ao longo do processo de convívio entre o aluno e o
professor. Por isso, no pensamento de Freire (1997), a busca pela profissionalização,
aliada a formação permanente é resultado do conceito da condição de incompletude
do ser humano, e, mais do que isso, é a consciência desta incompletude que deve se
projetar na sua atuação, pois:
A educação é permanente não por que certa linha ideológica ou certa posição política ou certo
interesse econômico o exijam. A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do
ser humano, de outro, da consciência que ele tem de finitude. Mas ainda, pelo fato de, ao longo
da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e,
assim, saber que podia saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí.
(FREIRE, 1997 p. 20).
Com base nisso, torna-se indispensável aliarmos a reflexão da prática pedagógica
docente ao cultivo de um espírito crítico construtivo que possa viabilizar a abertura de
caminhos no sentido de fortalecer a visão político-emancipatória do professor, de
modo a garantir maior significado humano a sua prática, que deve estar associada à
formação de novos líderes e não de novos seguidores.
Metodologia
Nas últimas décadas, os estudos de caso têm ganhado significado cada vez mais
relevante no campo da educação. Dessa forma, essa modalidade de pesquisa tornouse viável diante das particularidades do objeto, bem como a complexidade que um
tema educacional representa numa investigação.
38
Segundo Santos e Duboc (2005, p. 4) “a profissionalidade se constrói na relação com o campo sem ntico das
formas de expressão das identidades e das construções, nas trocas sociais e simbólicas estabelecidas entre os
sujeitos. Constitui-se pela autonomia que exerce na escola, diante de seu trabalho; pela responsabilidade de sua
formação permanente; pela capacidade de aprender e refletir sobre sua ação”.
360
Ao analisar os tipos de estudo de caso, optei pelo etnográfico que, em que pese ter
surgido recentemente em pesquisas no campo da educação, propõe, entre outras
formas, a adoção de princípios da etnografia, usada tradicionalmente por
antropólogos. Vale destacar que nas palavras de André (2008) a diferença de enfoque
nas duas áreas pode ser assim explicada certos requisitos da etnografia não sejam nem necessitem ser - cumpridos pelos investigadores das questões educacionais. [...] O
que se tem feito, de fato, é uma adaptação da etnografia à educação, o que me leva a
concluir que fazemos estudos de casodo tipo etnográfico e não etnografia no seu
sentido estrito (ANDRÉ, 2008, p. 25).
A coleta de dados estendeu-se de agosto de 2012 a outubro de 2013, mediante
observação participante, análise documental e entrevista semiestruturada. Os dados
foram analisados através de Análise Textual Discursiva, conforme propõem Moraes e
Galiazzi (2011) e resultaram em seis categorias das quais somente duas são
pertinentes a essa comunicação, quais sejam: articulação teoria e prática e
enfrentamento aos desafios da docência, cuja análise dos resultados passaremos a
apresentar.
Resultados
O estudo constatou ausência de formação pedagógica ou fragilidades que contribuem
consideravelmente para minar a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem
quando prática educativa esta ancorada na tradição reprodutivista do senso comum e
não se deixa iluminar pela teoria que se faz presente no processo de profissionalização
do docente. Ao examinarmos as categorias que emergiram das análises dos dados
coletados, o resultado encontrado aponta para inexistência ou dificuldade na
articulação entre a teoria pedagógica e a prática educativa na medida em que a
profissionalização docente deixa de ser valorizada assim com também,
equivocadamente, despreza-se o contínuo processo formativo pedagógico ao longo de
toda a carreira docente. A retomada dessas discussões no sentido do reconhecimento
do seu valor pelos professores que ministram aulas nas diferentes áreas do saber tem
se configurado num dos grandes desafios para o enfrentamento da docência quando
se busca um trabalho de excelência.
Conclusão
Pelo exposto, o que se espera é que essa comunicação possa provocar reflexões acerca
da importância da profissionalização docente em âmbito pedagógico no sentido de
que a formação inicial e continuada possam assegurar condições diferenciadas de
acesso à qualidade, face ao aprofundamento do conhecimento do campo educativo e,
com ele, seus respectivos fenômenos que sem embricam em sala de aula ou fora dela
com as diferentes áreas do saber.
Referências
André, Marli E. D. Afonso de (2008). Estudo de caso em Pesquisa e Avaliação
Educacional. Brasília: Liber
361
Brasil, Lei 11.892 de 29/12/2008. Disponível em http://www4.planalto
.gov.br/legislação
Fernandes, C. M. B. (2001). Docência Universitária e os Desafios da Formação
Pedagógica. http://www.scielo.br/pdf/icse/v5n9/22.pdf
Freire, P.(2001). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra.
Freire, P. (1997). Política e Educação. São Paulo: Cortez.
Leite, Y., Ussami, F. et all. (2010). Necessidades formativas e formação continuada de
professores de redes municipais de ensino. Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Educação, 33, Caxambu. Disponível em:
‹http://www.anped.org.br/33encontro/app/webroot/file
Rios, T. A. (2010). Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São
Paulo: Cortez.
Santomé, J. T. (1998). Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Trad.
Cláudia Shiling. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
Santos, S. M. M.; DUBOC, M. J. (2005). A profissionalidade e a articulação dos saberes
e a autonomia no exercício da profissão docente. V Colóquio Internacional Paulo
Freire – Recife.
Veiga, I. P. A. (2003). Projeto Político-pedagógico da Escola: uma construção possível.
Campinas: Papirus.
362
PROFESSOR FORMADOR DE PROFESSORES: IDENTIDADE
PROFISSIONAL
Campos Machado, Liline y Nascimento Diniz, Maria do Carmo
(Universidade de Brasília)
Resumo
Nessa comunicação apresentamos o resultado de uma discussão, sobre o professor do
ensino superior formador de professores em cursos superiores de licenciatura. A
questão central da pesquisa foi: Como se configura e a identidade profissional do
professor formador de professores em cursos de licenciatura? Na metodologia optamos
pela pesquisa qualitativa Como aporte teórico temos: Hall (2000), Louro (1997),
Bauman (2005) ,Veiga (2008), Nóvoa (1992), Tardif (2000), Machado (2013), Masetto
(2003) dentre outros. O estudo evidenciou o ser professore formador de professores,
como uma tarefa que não se conclui, mas se consolida na prática profissional através
da mobilização de saberes e prática docente.
Introdução
A formação de professores é uma problemática discutida no Brasil há muitos anos,
mais, especificamente, a partir da década de 1980, quando se realizou a 1ª
Conferência Brasileira de Educação e criou-se o Comitê Pró-Participação na Definição
da Formação do Educador. No contexto atual, as pesquisas sobre a profissão docente
voltam para uma revisão da compreensão professor como formador, entendendo que
professores, em suas trajetórias, constroem e reconstroem seus conhecimentos
conforme a necessidade de sua utilização, suas experiências, seus percursos
formativos e profissionais. (NUNES, 2001).
Objetivamos com esse trabalho de investigação analisar a identidade profissional do
professor formador de professores em cursos superiores de Licenciatura.
Apresentando nesse evento um texto organizado da seguinte forma: marco teórico,
metodologia, resultados e conclusão. A seguir o marco teórico.
Marco teórico
Professor formador de professores: identidade e profissionalização
O conceito de profissão tem sua origem no latim “professio” significando: declaração,
profissão, exercício, emprego. O termo evoluiu socialmente e “está marcado por
mudanças sociais e econômicas ocorridas ao longo da história (...) A profissão é um ato
específico e complexo e diz respeito a um grupo especializado, competente”. Assim
sendo a autora afirma que um grupo profissional se constitui por pessoas que se unem
por uma identidade e por éticas comuns. (Veiga, et.al, 2005, p. 25).
Para Veiga (2008) a profissionalização é um processo de aquisição das capacidades
específicas da profissão, uma vez que não se resume à formação profissional, embora
também esteja incluída, a profissionalização comporta também características de
363
cunho subjetivo, como aptidões, atitudes, valores, formas de trabalho, que se vão
constituindo no exercício da profissão.
O perfil profissional é muitas vezes, confundido com identidade profissional,
desenvolve-se durante a formação está mais diretamente relacionado às
competências, habilidades e saberes que o professor apreende durante a formação
profissional. O perfil profissional é parte do processo de construção da identidade
profissional em determinados contextos sócio, políticos, históricos e culturais.
Na vertente dos estudos culturais a identidade está ligada a estruturas discursivas e
narrativas, a sistemas de representação e tem estreitas conexões com relações de
poder (Silva, 2000; p. 97). Identidade e diferença são produções históricas, resultantes
de processos de produção simbólica e discursiva, que envolvem poder, saber,
disciplinamento, inclusão, exclusão e que se caracterizam em representações.
Louro (1997) argumenta que “a escola delimita espaços” , os quais são instituídos a
partir de símbolos e códigos, mapeando o que se mostra pode ou não pode fazer,
separando, agregando, elegendo, classificando e legitimando diferenças em suas
identidades ‘escolarizadas’. Sobre isto um dos professores formadores entrevistado
narra:
(...) eu sempre tive a educação como uma possibilidade de crescer na vida. Penso que isso nasceu
na minha infância, porque naquela época, minha mãe via a educação como possibilidade de
crescimento intelectual, (...) ela pensava que educação era uma condição para sairmos da miséria
e da nossa condição social.(...) tentei formar uma consciência, ampliar o horizonte, e o universo
estrutural dos alunos, produzndo uma mudança cultural neles.(Professor C )
A educação escolar, nessa perspectiva de formação, constrói identidades. Segundo
Moita (1992), a identidade profissional “[...] é uma construção que tem uma dimensão
espaço-temporal, que atravessa a vida profissional desde a fase da opção pela
profissão até a reforma, passando pelo tempo concreto da formação inicial e pelos
diferentes espaços institucionais onde a profissão se desenrola [...]” (p. 115-6). A
identidade profissional assenta-se em saberes científicos e pedagógicos, e tem como
referência axiomas éticos e deontológicos. Vejamos o que nos diz outro formador.
Fiz na disciplina de Didática, no curso de Magistério de segundo Grau, cento e quarenta modelos
de planos de aula das diversas disciplinas e uma variedade de material didático durante o curso.
(...) mas, no início de carreira, deparei-me com uma sala multisseriada. Um contexto totalmente
fora da formação que eu recebi. (...) Era outra cultura. (...) percebi que os meus planos de aula
não foram elaborados para aquela realidade. Foi a partir desse contexto, que comecei a
questionar, mas, afinal, tanto plano, tanto material, e para nada me serviu. (...) Isso foi um marco
para meu ingresso no Mestrado. Descobri naquela época, que as inquietações tornaram-se o
meu objeto de pesquisa no Mestrado (...). (Professor K)
A experiência concreta vivida tornou-se objeto de reflexão, de investigação, parte
constitutiva da identidade profissional e pessoal. Veiga (2008) afirma que a identidade
é um processo de construção de maneiras de ser e estar na profissão. Ela parte da
constatação de que a docência superior requer uma profissionalização para sua
atuação no contexto onde cada vez mais emerge inúmeras exigências e competências
do professor. Para a autora ao falarmos da docência como profissão, é fundamental o
364
processo de construção da identidade, visto que ela é uma das condições para a sua
profissionalização.
Metodologia
Como percurso metodológico, trilhamos os caminhos da pesquisa qualitativa,
combinando os seguintes procedimentos: pesquisa bibliográfica, documental e de
campo.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi à entrevista semiestruturada, essas
foram transcritas, textualizadas em seguida enviadas aos colaboradores para
aprovação.
Os sujeitos colaboradores dessa pesquisa foram os professores formadores de
professores e cursos de licenciatura de uma instituição pública. Foram entrevistados
20 (vinte) docentes. Informamos que na descrição dos resultados ao longo do texto
estes serão identificados por letras do alfabeto.
No tratamento dos dados optamos pela análise das narrativas docentes a partir de
uma perspectiva histórico-crítica.
Resultados
Estabelecemos uma interlocução com os professores formadores de professores em
cursos de licenciatura na tentativa de compreender os processos formativos desses
professores universitários enquanto formadores e a Seguir apresentamos o resultado
dessa interlocução.
Em relação à formação oferecida pelo Curso de graduação, fica evidente, nos relatos,
que os cursos investigados eram conteudistas. Frente às narrativas dos professores
formadores, sujeitos dessa pesquisa, ressaltamos dificuldades que são comumente
encontradas em muitos cursos de formação, dentre elas destacamos um
distanciamento entre o conhecimento necessário a prática, o que acabam não
favorecendo a pesquisa, no próprio processo formativo, e isso é um dificultador. É
necessário então, que nos cursos de formação prevaleça a concepção de que:
[...] os formadores de professores têm uma grande responsabilidade no desenvolvimento da
capacidade de pensar autônoma e sistematicamente. E têm vindo a ser desenvolvidas uma série
de estratégias de grande valor formativo, com algum destaque para a pesquisa-ação no que
concerne a formação de professores em contexto de trabalho. (Veiga, 2008, p. 46)
Embora relatem dificuldades na formação, nenhum professor, quando questionado se
a formação oferecida pelo curso superior possibilitou uma qualificação profissional,
negou o papel da graduação na formação. No entanto, evidencia as lacunas na parte
da preparação pedagógica e na articulação teoria prática como demonstram as
narrativas.
Não, é uma coisa muito interessante, na licenciatura, as matérias pedagógicas que formam o
professor não foram tão valorizadas (...) Durante a minha formação, não tinha essa preocupação.
As matérias pedagógicas eram matérias para preencher a carga horária, não tinham muito valor,
ou nós não dávamos aquele valor. (Professor C)
365
Os professores ofereciam aquilo que tinham para oferecer, não havia essa aliança entre teoria e
prática (...). Mesmo com algumas limitações, essa formação me possibilitou ingressar no mercado
de trabalho e nele foi necessário aprender, fazendo com a profissão. (Professor O )
O lado objetivo da prática pedagógica constitui-se por um conjunto de meios, modo
pelo qual as teorias pedagógicas são colocadas em ação pelo professor. O que as
distingue da teoria é o caráter real, objetivo, da matéria-prima sobre a qual ela atua
dos meios ou instrumentos com que se exerce a ação, e de seu resultado ou produto.
Sua finalidade é a transformação real, objetiva de modo natural ou social, satisfazer
determinada atividade humana. (Veiga, 2008, p. 17)
No que se refere à titulação, em nível de Pós-Graduação percebemos que, de modo
geral, todos os docentes se responsabilizaram pelo seu processo de qualificação para
docência superior, quer fosse à modalidade de Pós-Graduação Lato Sensu caso
específico da instituição pública, quer fosse ao Stricto Sensu. Analisar esse dado
instigou-nos a descobrir, no momento da entrevista, se essa formação se deu por uma
percepção da necessidade da formação ou, particularmente, por uma exigência legal
e/ou pela manutenção da carreira. Na escuta dos professores, evidenciamos que
buscaram o Mestrado para a manutenção da carreira, para aperfeiçoar e também,
como possibilidade de ingresso na universidade como docente, e por gostar de
estudar:
Eu sonhava em dar aula em faculdade, e o Mestrado era o caminho para conseguir isso(..).
(Professor L)
O Mestrado surgiu na minha vida (...) na época em que a universidade estava cobrando a
titulação para manutenção da carreira. (Professor E)
Entendemos a partir das narrativas que os professores buscam um aprimoramento
profissional e das atitudes necessárias à prática de formação de formadores, uma vez
que “estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo
sobre os percursos e os projetos próprios com vistas à construção de uma identidade
que é também uma identidade profissional” ( óvoa, 1995, p. 25).
Considerando as narrativas dos professores formadores, com os quais dialogamos
podemos inferir que eles possuem uma identidade profissional que se consolida no ser
e está na profissão. Nesta perspectiva, a epistemologia da prática, os saberes e a
história de vida são significativas para a aprendizagem profissional e as construções de
identidades.
Conclusão
O estudo evidenciou que o perfil dos professores formadores de professores que
mobilizam saberes e práticas e que possui as características constitutivas da
profissionalidade dos formadores de professores quais sejam: a postura de
formadores, a formação de uma cultura compartilhada e determinadas competências
específicas para o exercício da docência.
Assim, compreendido o processo de formação de docente, percebe-se como uma
tarefa que não se conclui e esta é uma das funções formativas da universidade, que
366
terá resultados profícuos, caso se constitua em um programa de ações compartilhadas
por todos os envolvidos, pois é no processo interativo que a identidade profissional se
constitui. As identidades e as aspirações profissionais são posições que o sujeito é
obrigado a assumir a partir das vivências pessoais e profissionais.
Em suma Machado (2012) compreende partir das análises e reflexões feitas que o ser
professore formador de professores, como uma tarefa que não se conclui, mas se
consolida na mobilização da identidade profissional, dos saberes e das práticas.
Referências
Louro, G. (1997). Gênero, sexualidade e educação. Petrópolis: Vozes.
Machado, L. C. (2012). Professores formadores no curso de Pedagogia da Universidade
Aberta do Brasil UAB/UNIMONTES: formação, saberes e práticas. Brasília
(Pesquisa desenvolvida no Estágio Pós-doutoral)
Moita, M. C. (1992). Percursos de formação e de transformação. In: Nóvoa, António
(org.). Vida de Professores (PP. 111-140). Porto: Porto Ed.
Nóvoa, A. (org.) (1992). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom
Quixote.
Silva, Tomaz Tadeu. (org) (2000). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos
culturais. Petrópolis - RJ: Vozes.
Tardif, M. (2000). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes.
Veiga, Ilma Passos Alencastro (org.). (1995). Projeto Político-Pedagógico: Uma
construção possível. 12. ed. Campinas, SP: Papirus
Veiga, Ilma Passos A. e D´ÁVILA, Cristina (Orgs.). (2008). Profissão docente: novos
sentidos, novas perspectivas. Campinas, SP: Papirus.
367
LA FORMACIÓN DEL PROFESORADO EN DISCAPACIDAD Y
EN NUEVAS TECNOLOGÍAS: PRINCIPALES ASPECTOS A
TENER EN CUENTA PARA UNA EDUCACIÓN INCLUSIVA
Cortés-Vega, Mª Dolores; Moriña Díez, Anabel; López Gavira, Rosa y
Perera Rodríguez, Víctor Hugo (Universidad de Sevilla)
Resumen
Los resultados que se presentan en este trabajo pertenecen a una investigación
financiada por el Ministerio de Economía y Competitividad de España que tuvo como
finalidad conocer las barreras y ayudas que los estudiantes con discapacidad
identificaban durante su trayectoria universitaria. La metodología utilizada fue la
biográfica-narrativa. Los resultados que presentamos son los relativos al análisis de los
sueños y deseos de estos estudiantes en relación a la formación del profesorado en
materia de discapacidad y en el uso de las nuevas tecnologías. En las conclusiones se
destaca que para alcanzar una educación más inclusiva es necesario la sensibilización y
la formación del profesorado universitario en materia de discapacidad.
Introducción
En las universidades, en los últimos años, se están desarrollando una serie de políticas
y acciones en pro del alumnado con discapacidad. Se ha estudiado que los cambios
introducidos en beneficio de los universitarios con discapacidad no solo son positivos
para ellos, sino también para el resto de estudiantes (Shaw, 2009).
Una realidad constatada es que el número de universitarios con discapacidad está
incrementándose paulatinamente (Leyser, Greenberger, Sharoni, & Vogel, 2011). Pero
no hay que subestimar que la población con discapacidad está mínimamente
representada, ya que como explica Díaz Velásquez (2012), sólo un 8,6% de los
españoles con discapacidad poseen estudios universitarios, frente al 30% del resto de
la población.
El enfoque que adoptamos en este trabajo se circunscribe al modelo social de
discapacidad (Oliver, 1990). A través él, se denuncia que es el entorno el que genera
las barreras y no permite la participación plena de los estudiantes con discapacidad.
En líneas generales, entre las principales barreras identificadas en algunos de estos
trabajos, se señala la falta de formación y sensibilidad hacia la discapacidad del
profesorado y en ocasiones, del personal de administración y servicios. Como se relata
en los estudios Moriña, Cortés, y Melero (2014), las actitudes de los profesores
componen especialmente la principal queja.
Una cuestión que se abordó en esta investigación estaba vinculada a cómo es el
docente ideal para el alumnado que participó en este estudio. A través de las
respuestas que nos dieron, ha sido posible analizar sus sueños y deseos obteniendo
como resultado que había dos aspectos en los que los estudiantes con discapacidad
hacían especial hincapié: la formación del profesorado en materia de discapacidad y en
el uso de las nuevas tecnologías. El objetivo de esta comunicación es el dar a conocer
368
en qué consisten estas propuestas de mejoras que estos estudiantes proponen en
relación a estos dos aspectos anteriormente mencionados, exponiendo al mismo
tiempo, las principales barreras que se detectaron en cada uno de esos ámbitos, así
como las ayudas, en caso de haberlas.
Marco teórico
En el ámbito de las aulas universitarias, investigaciones como la de Leyser et al. (2011)
han concluido que los factores críticos para que los estudiantes con discapacidad
tengan éxito incluyen la formación del profesorado, las actitudes positivas y la buena
disposición de éste para proveer adaptaciones curriculares. Sin embargo, como
Corbett y Barton (1992) sugirieron, pueden encontrarse en el profesorado resistencias
a cambiar sus prácticas de enseñanza. En otros trabajos se concluyó que era muy
importante que el profesorado se formase y sensibilizase para mostrar una actitud
positiva hacia la respuesta a las necesidades educativas de todo el alumnado. Borland
y James (1999) mencionaban barreras de acceso al currículo, referidas a aquellos
aspectos que dificultan el ingreso al espacio de enseñanza-aprendizaje, como no poder
participar de ciertas actividades prácticas o la existencia de metodologías que
impedían que un estudiante con discapacidad sensorial pudiera seguirlas.
Otros estudios hablaban de currículos rígidos y no inclusivos (Hopkins, 2011). Otras
investigaciones describían barreras como que los profesores no dejaban grabar las
clases, no se ofrecían alternativas a presentaciones en vídeo, o no se realizaban
adaptaciones en los exámenes, entre otras (Moswela & Mukhopadhyay, 2011).
Sin embargo, no son solo barreras las que se señalan en los estudios revisados,
también aparecen ayudas que contribuyen a la inclusión del alumnado. Entre éstas se
señala la utilización generalizada de las tecnologías de la información y la
comunicación (TIC) en las aulas universitarias, siendo un elemento favorecedor de la
inclusión de estudiantes con discapacidad en el sistema universitario.
Metodología
Los resultados que presentamos en este artículo pertenecen a una investigación más
amplia financiada por el Ministerio de Economía y Competitividad: “Barreras y ayudas
que los estudiantes con discapacidad identifican en la Universidad”. Este estudio, que
ha tenido una duración de 4 años (2011-2014) ha sido desarrollado por un equipo de
investigación compuesto por investigadores de diferentes áreas y campos de
conocimiento (Ciencias de la Educación, Ciencias Económicas, Ciencias de la Salud y
Ciencias Experimentales). El propósito del mismo ha sido estudiar, desde la perspectiva
de los estudiantes universitarios con discapacidad, las barreras y ayudas que
identifican en su acceso, trayectoria y resultados en la Enseñanza Superior. En esta
investigación, que ha transcurrido por diversas fases, se ha utilizado la metodología
biográfico-narrativa. En la primera de ellas, se contemplaron a su vez dos momentos.
En el primero, se organizaron diversos grupos de discusión (al menos uno por cada uno
de los cinco campos de conocimiento), así como entrevistas individuales (orales o
escritas). En este primer momento participaron un total de 44 alumnos. En un segundo
momento se realizaron micro-historias de vida con 16 estudiantes que participaron en
los grupos de discusión o entrevistas individuales. Estas micro-historias se caracterizan
369
por ser temáticas, ya que se han centrado en un período y asunto particular de sus
vidas, la trayectoria universitaria. Para su elaboración, se han utilizado tres
instrumentos de recogida de datos: líneas de vida, entrevistas focalizadas y autoinformes.
En la segunda fase de la investigación, se seleccionaron a ocho de los dieciséis
estudiantes que habían participado en la micro-historia de vida, y con ellos se
realizaron lo que se conoce en metodología biográfico-narrativa como historias de vida
en profundidad y polifonía de voces (Frank, 2011). Para la elaboración de estas
historias se recurrieron a diversas técnicas de recogida de datos como entrevistas en
profundidad, fotografía, entrevistas a otras personas clave en la vida de cada
estudiante, observaciones, etc.
El análisis de datos se llevó a cabo por un lado, haciendo uso del análisis narrativo y
por otro lado, del análisis estructural, a través de un sistema de categorías y códigos,
apoyándonos en el programa de análisis de datos MaxQDA10.
Resultados
A través de las respuestas que nos dieron estos estudiantes, vinculadas a cómo es el
docente ideal, ha sido posible analizar sus sueños y deseos en relación a la formación
del profesorado en materia de discapacidad y nuevas tecnologías.
La formación del profesorado en materia de discapacidad como requisito fundamental
para caminar hacia la inclusión
Todos los estudiantes que han participado en esta investigación coincidieron en
identificar la formación del profesorado en materia de discapacidad como una mejora
que ha de asumir la universidad. A este respecto apareció una demanda básica, que el
profesorado conociera los distintos tipos de discapacidad, ya que dependiendo de cuál
fuera ésta, las necesidades y por tanto las respuestas que se deben dar pueden ser
diferente.
Otro tipo de sugerencia que se realizó está relacionada con la necesidad de concienciar
al profesorado sobre la presencia de alumnado con discapacidad. Se trata de
sensibilizar al profesorado sobre ese tema para que muestre una actitud más cercana y
proactiva hacia la discapacidad.
Como explican algunos universitarios, sería conveniente organizar para el profesorado
algún curso o jornada en la que se informara y formara sobre la discapacidad y sobre la
presencia de alumnado con discapacidad en sus aulas, los distintos tipos de
discapacidad que existen, etc., así como informarles, por ejemplo, sobre las
adaptaciones curriculares que se pueden realizar.
Sin embargo, no solo es importante la formación del profesorado en atención a la
discapacidad, sino también que en la universidad exista algún servicio que apoye al
profesorado en esta cuestión, que le asista cuando se encuentre en el aula con un
alumno con discapacidad y no sepa cómo darle respuesta.
Las Nuevas Tecnologías como herramienta fundamental para la inclusión
Las nuevas tecnologías y la forma en la que éstas pueden contribuir a la inclusión de
370
los estudiantes con discapacidad en la universidad fue uno de los aspectos más
destacados por los estudiantes que participaron en el estudio, al hablar de su
universidad o su aula ideal.
Resulta interesante destacar la reflexión de estos alumnos sobre la importancia de
aprovechar al máximo las nuevas tecnologías, ya que con ellas se podrían beneficiar
muchos otros colectivos, además de los estudiantes con discapacidad
Además de insistir de forma general en el aprovechamiento de las nuevas tecnologías,
los estudiantes también realizaron propuestas concretas, como promover el uso de las
pizarras digitales, o situar monitores en cada mesa de forma que los estudiantes
puedan visualizar con mayor facilidad la información que el profesor va proyectando:
Sin embargo, las barreras en este apartado aparecen cuando el profesorado decide no
utilizar las herramientas tecnológicas que tiene a su disposición, bien por desinterés o
por falta de formación para su manejo. Ese es un motivo por el cual comenta uno de
estos estudiantes que la asignatura que menos le ha gustado de la carrera ha sido una
en la que la profesora no utilizaba ningún tipo de herramienta tecnológica:
También se destaca por parte de todos los alumnos la gran ayuda que supone para
ellos la plataforma de enseñanza virtual de la universidad. Sin embargo, muchos
estudiantes señalan que en numerosas ocasiones el profesorado no hace uso de la
misma, o no se preocupa por aprender la forma de utilizarla y sacarle partido. Esto
puede suponerles una gran barrera para poder superar la asignatura.
Conclusiones
Una pieza clave para garantizar una respuesta educativa inclusiva es el profesorado. De
hecho, estamos de acuerdo con Hurst (2006) en que la formación sobre discapacidad
debería ser obligatoria para todo el personal de la universidad. A este respecto existen
propuestas de formación, como la de Debran y Salzberg (2005) encaminadas a
preparar al profesorado en materia de discapacidad.
Los estudiantes en este proyecto nos plantean los objetivos a considerar en una
propuesta de formación. En primer lugar, el profesorado tiene que ser consciente de
que los estudiantes con discapacidades requieren de una respuesta adecuada a sus
necesidades y de una actitud proactiva. En segundo lugar, la universidad no sólo debe
entrenar, sino también informar sobre el número de estudiantes con discapacidad, la
legislación que se ha desarrollado para garantizar su inclusión, sus derechos, etc. Y en
tercer lugar, los docentes deben conocer, entre otros temas, los diferentes tipos de
discapacidad que se pueden encontrar en las aulas y las necesidades vinculadas a ellos.
No obstante, sería también conveniente que se hiciera un seguimiento a este proceso
formativo. Esto contribuiría a valorar qué está funcionando de dicho proceso, así como
el impacto que está teniendo en las aulas y en último término, en los estudiantes con
discapacidad. Sin duda, se trata de una cuestión a desarrollar en futuras
investigaciones.
Por último, para estos estudiantes es indispensable también la formación en el uso de
las nuevas Tecnologías. Sin embargo, a este respecto, hay que decir que esta
universidad ha hecho un esfuerzo importante esta área. Sin embargo, según los
371
resultados que se muestran en este artículo, sería necesaria una evaluación de ésta
para detectar cómo se podría mejorar.
En definitiva, la formación del profesorado y el uso de las nuevas tecnologías sería un
gran paso hacia aulas más inclusivas para todos los estudiantes en general.
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372
LA SATISFACCIÓN DE LA ACTUACIÓN DOCENTE Y LA
ADAPTACIÓN ACADÉMICA DE LOS ESTUDIANTES DE
PRIMER CURSO DEL GRADO DE MAESTRO DE EDUCACIÓN
INFANTIL
Dorio Alcaraz, Imma y Figuera Gazo, Pilar (Universidad de Barcelona)
Resumen
En esta comunicación se presenta un estudio sobre la relación de la actuación docente
del profesorado en la adaptación académica del estudiante de primer curso del grado
de maestro de educación infantil que accedió a la universidad el curso 2010-2011. Los
resultados nos muestran que el profesorado es un elemento clave en el proceso de
transición del estudiante, incidiendo y condicionando su adaptación académica. Así
pues, se insta que desde una perspectiva institucional se actúe para ajustar el perfil del
profesorado, y en particular al profesorado de las asignaturas de primer curso,
atendiendo las necesidades adaptativas de los estudiantes y favoreciendo de este
modo la retención de los estudios.
Resumo
Neste artigo um estudo sobre a relação do desempenho docente dos professores na
adaptação acadêmica de alunos de mestrado de educação da primeira infância que
aderiram à universidade apresenta o ano lectivo de 2010-2011. Os resultados mostram
que os professores são um elemento-chave no processo de transição do aluno, focando
e condicionar a sua adaptação acadêmica. Insta, por conseguinte, que a partir de uma
perspectiva institucional de ações para ajustar o perfil de professores, especialmente os
de cursos de primeiro ano, atender às necessidades dos alunos adaptativa e
favorecendo estudos de retenção.
Introducción
Desde el año 2010 hasta la actualidad, las universidades han puesto en marcha los
nuevos grados universitarios según las directrices del EEES. El contexto universitario y,
en particular, el profesorado se ve envuelto en un proceso de cambio que replantea el
rol docente, las funciones y las acciones que debe llevar a cabo para responder
pedagógicamente en un enfoque centrado en las competencias profesionales que
deben habilitar al estudiante/futuro graduado para al ejercicio profesional (Zabalza,
2007, 2013). Para los estudiantes de nuevo acceso que inician su recorrido académico
universitario el profesorado es el primer o incluso el único referente institucional
(Freixa, Aparicio-Chueca y Triadó, 2015). Para algunos de ellos, su vida académica
universitaria transcurrirá en su totalidad dentro del aula y las oportunidades de
integración académica y social estarán condicionadas por la calidad del ambiente de
clase (Tinto, 2012). En este contexto se enmarca el interés por indagar en la actuación
docente como promotora de la adaptación académica del estudiante de primer año
académico con dos finalidades, una orientada al estudiante y a su proceso de
373
transición y otra de carácter institucional donde el profesorado debe reconocerse
como el motor en la construcción de una sociedad basada en el conocimiento.
Marco teórico
El acceso a la universidad representa para la mayoría de estudiantes el inicio de una
etapa de formación orientada al desarrollo profesional en un ámbito concreto.
También significa una posibilidad de ascenso social y de conseguir un nivel de vida
mejor. Para la mayoría de los estudiantes supone múltiples y significativos cambios
personales y vitales (Figuera y Torrado, 2014). Ahora bien, el reto de empezar unos
estudios relacionados con sus intereses, sentirse autoeficaces, tener altas expectativas
de resultado, sentirse satisfecho entre otros factores de índole personal contribuirán a
que el estudiante se adapte al nuevo contexto y comprenda cómo debe modular sus
acciones tanto académicas como sociales para alcanzar sus propósitos (Lent et al,
2013).
El proceso de adaptación que inicia el estudiante se ve expuesto por diversos factores
tanto personales como institucionales. Tales como, combinar la actividad universitaria
con actividades laborales y familiares o sentirse preparado académicamente para
asumir las exigencias académicas, establecer vínculos sociales y formar nuevos grupos
de compañeros, el clima de aula y la relación con el profesorado. Respecto al
profesorado, los estudiantes lo señalan como la figura institucional más relevante en la
dinámica universitaria (Johnston, 2013; Freixa et al., 2014). Los estudiantes valoran
una actuación docente exigente, próxima, comprometida y que sabe gestionar el clima
de aula. También, se destaca la metodología didáctica como un aspecto relevante que
favorece la adaptación (Dorio y Corti, 2014).
Freixa, Aparicio-Chueca y Triadó (2014) señalan que el profesorado que imparte clases
en primer curso debería tener un perfil profesional diferenciado próximo al docentetutor.
Metodología
El objetivo del trabajo que se presenta es constatar que la actuación docente del
profesorado universitario está relacionada y condiciona la adaptación académica de
los estudiantes de primer curso universitario del grado de maestro de educación
infantil durante el primer semestre.
Este trabajo forma parte de una investigación más amplia sobre la transición
universitaria de los estudiantes que acceden a la universidad39. Para llevar a cabo la
investigación se utilizó un diseño mixto explicativo formado por dos fases (Creswell y
Plano Clark, 2011). La primera fase de carácter cuantitativo es un estudio descriptivo
ex-post-facto y la segunda fase es un estudio cualitativo con entrevistas
semiestructuradas. Para el análisis de datos cuantitativos se utilizó el programa
estadístico SPSS versión 18 y para el análisis de los datos cualitativos se utilizó el
programa Atlas.ti versión 5.
39
Investigación llevada a cabo para realización de la tesis doctoral “La transición a la universidad: el caso del grado
de maestro de educación infantil”
374
El estudio se llevó a cabo con estudiantes de la cohorte 2010-2011. En este curso se
matricularon 246 estudiantes40 de los cuales participaron, respondiendo el
cuestionario, 162 estudiantes (66%) siendo su perfil el de una mujer (97,5%), de 18 a
23 años de edad (69,8%) y de CFGS (70,4%).
Al finalizar el primer semestre y tras el conocimiento de las calificaciones, los
estudiantes de primer curso cumplimentaron el cuestionario de “Valoración de la
transición del Primer Semestre (CVPS)41. Los cuestionarios se pasaron en una
asignatura del segundo semestre en el horario de clase y se les pidió a los estudiantes
su colaboración.
Los estudiantes valoraron el grado de satisfacción de la actividad docente del
profesorado a través de una escala compuesta por cinco ítems (Explicación de los
contenidos; accesibilidad a la consulta individualizada; la metodología docente; el feedback recibido sobre los trabajos/exámenes; y las calificaciones otorgadas) y de cinco
puntos de valoración (1= nada satisfecho; 5= muy satisfecho). La consistencia interna
de la escala es de 0,767. La adaptación académica se midió a partir de un ítem de cinco
puntos de valoración (1= nada adaptado 5=totalmente adaptado). Para realizar el
estudio comparativo, esta variable se transformó en dos valores (≤ 3 poco y
moderadamente adaptado y > 4 bastante y muy adaptado).
Resultados
Como se puede observar en la tabla 2, los estudiantes, al finalizar el primer semestre
se sienten moderadamente adaptados académicamente (media =3,76 y des.tip = 0,74).
Cuanto a la satisfacción de la actuación docente del profesorado, a nivel general, los
estudiantes se sienten satisfechos de la actuación docente, destacando una mayor
satisfacción por las calificaciones otorgadas (media= 3,73 y des.tip.=0,68) y una menor
satisfacción por la metodología docente utilizada por el profesorado (media=3,46 y
des.tip.=0,80).
Tabla 1.
Estadísticos descripticos de las variable sobre la actuación docente del profesorado y la adaptación
académica del estudiante(n=162)
VARIABLES
media
Des. tip.
Min.
Màx.
Adaptación académica
3,76
0,74
1
5
Explicación de los contenidos de la asignatura
3,53
0,71
2
5
Accesibilidad a la consulta individualizada
3,66
0,87
1
5
Metodología docente
3,35
0,80
1
5
Feed-back recibido sobre los trabajos/exámenes
3,46
0,91
1
5
Calificaciones otorgadas
3,73
0,68
1
5
Los resultados muestran que existe una correlación significativa (p=0,01) entre la
actuación docente del profesorado con la adaptación académica, lo que permite
afirmar que durante el proceso de transición del estudiante durante el primer
40
Fuente: Área de Apoyo Académico-Docente de la Universidad de Barcelona.
CVPS es un cuestionario elaborado y validado por el equipo de investigación TRALS (Transiciones Académicas y
Laborales) y aplicado para estudiar las transiciones universitarias (I+D EDU2009-10351; I+D EDU2012-31568)
41
375
semestre, el profesorado es un elemento que contribuye a que el estudiante se sienta
adaptado académicamente.
Tabla 2.
Relación de la actuación docente del profesorado con la adaptación académica (Correlación de
Sperman)
VARIABLES
ADAPT
1
2
3
4
Adaptación académica
1_Explicación de los contenidos
,252**
2_Accesibilidad a la consulta individualizada
,304**
,338**
3_Metodología docente
,328**
,690**
,380**
4_Feed-back recibido
,348**
,381**
,400**
,531**
5_Calificaciones otorgadas
,262**
,354**
,235**
,362**
,393**
Esta afirmación se corrobora cuando se observa que los estudiantes que se sienten
poco o moderadamente adaptados (≤3) están menos satisfechos con la actuación
docente del profesorado que los estudiantes que se sienten bastante o muy adaptados
académicamente (> 4) significativamente tal como se muestra en la tabla 4.
A partir de los resultados se puede observar que los estudiantes que se sienten poco
adaptados están menos satisfechos con todos los aspectos valorados sobre la
actuación docente, ahora bien esta diferencia incide en mayor medida en la
metodología docente y en el feed-back recibido sobre los trabajos y exámenes.
Tabla 3.
Contraste de medias entre la actuación docente y la adaptación académica
POCO
ADAPTADOS
BASTANTE
ADAPTADOS
n=45
n=116
media (sd)
media (sd)
ACTUACIÓN DOCENTE DEL PROFESORADO
3,19 (0,56)
3,67 (0,52)
1356,0 (0,000)
Explicación de los contenidos
3,22 (0,79)
3,65 (0,64)
1810,0 (0,000)
Accesibilidad a la consulta individualizada
3,33 (0,85)
3,79 (0,84)
1908,0 (0,003)
Metodología docente
2,96 (0,82)
3,50 (0,74)
1650,5 (0,000)
Feed-back recibido
3,02 (0,91)
3,62 (0,84)
1716,5 (0,000)
Calificaciones otorgadas
3,44 (0,75)
3,85 (0,61)
1889,0 (0,001)
VARIABLES
U de MannWhitney
(sig.)
Respecto a los estudiantes bastante adaptados, la satisfacción es mayor en todos los
aspectos valorados pero aún así, estos estudiantes valoran en menor medida la
metodología docente y el feed-back recibido sobre los trabajos y los exámenes.
Conclusiones
Como se ha comentado anteriormente, el proceso de adaptación de los estudiantes es
un proceso complejo en el que intervienen varios factores. El presente estudio es una
evidencia de la importancia del profesorado en el proceso de adaptación como ya se
había comprobado en otros estudios similares (Freixa et al. 2014; Dorio y Corti, 2014).
376
El profesorado de primer curso debe ser consciente que forma parte del proceso de
adaptación del estudiante y debe concienciarse que se halla ante estudiantes recién
llegados que aún no dominan el contexto universitario.
Desde una perspectiva institucional, el profesorado de primer curso debe ser un
profesorado con un perfil diferenciador que disponga, además de las competencias
docentes/pedagógicas, competencias personales y sociales para resolver las
situaciones de desajuste académico y social de los estudiantes habituales en el primer
año de universidad y especialmente en el primer semestre.
Se sugiere potenciar, entre el profesorado, redes de apoyo a partir de los equipos
docentes, y diseñar programas de inducción para acelerar la adaptación del
profesorado a la realidad de los estudiantes que inician los estudios universitarios.
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377
FORMAÇÃO DOCENTE EM SAÚDE: REDES DE SABERES E
EXPERIÊNCIAS
Souza Da Silva Batista, Sylvia Helena; Dos Santos Mendonça, Geovannia
y Alves Batista, Nildo (Universidade Federal De São Paulo)
Resumo
Esta comunicação tem como objetivo analisar os pressupostos teórico-metológicos
que fundamentam Programas Nacionais de Desenvolvimento Docente em Saúde e
propostas disciplinares de formação docente em saúde que são empreendidas no
âmbito de programas stricto sensu. A metodologia compreendeu revisão da literatura,
utlizando a análise documental como procedimento de sistematização e interpretação
dos dados. Os resultados indicam as seguintes demandas: formação técnica para
profissionais da área da saúde afim de que estes possam atuar de forma competente;
criação de espaços de formação docente; reforma nos processos de seleção e
recrutamento de docentes para os cursos de graduação; maior ênfase no
desenvolvimento profissional de docentes de áreas diversas; reavaliação da didática
utilizada nos cursos de graduação; repensar o currículo dos cursos de pós-graduação
para que se possa discutir o ensino; consolidação dos espaços de formação docente já
existentes; construção de políticas públicas que possam envolver os diversos sujeitos
envolvidos no processo de formação (estudantes, docentes e usuários do SUS);
necessidade de reflexão sobre as práticas docentes atuais e de posteriores estudos
que possam embasar a construção de projetos políticos pedagógicos; estratégias para
que docentes tenham acesso à formação pedagógica. Pensar a formação docente
como movimento implica projetar itinerários da aprendizagem da docência que sejam
promotores de deslocamentos crítico-reflexivos, ampliando perspectivas, respeitando
a diversidade e nutrindo-se do trabalho coletivo e interdisciplinar.
Introdução
A dialética entre conhecer, aprender e fazer delineia um contexto em que a formação
extrapola a dimensão cognitiva, transmissiva e reprodutível. (Batista & Batista, 2014)
Formação, a partir desse entendimento, envolve, dentre outros, planos epistemológico
e prático (experiencial) de aprendizagem. No plano epistemológico, identifica-se que
aprender articula cognição, afeto e cultura em uma perspectiva histórico-social,
trazendo a questão da mediação e da intersubjetividade. Mediar a aprendizagem do
cuidado implica sair da ênfase na doença, da abordagem biologicista das condições de
vida e das relações de causalidade linear entre sujeito e objeto.
No plano prático (experiencial), a aprendizagem vincula-se à prática e ao cotidiano,
evidenciando que aprender e fazer apresentam dinâmicas de conexão,
complementariedade e atribuição de significados. Nesse âmbito, emerge a formação
como projeto: possibilidade de construir novos sentidos para a formação em saúde,
procurando configurar espaços de aprendizagem que estejam coadunados com as
necessidades e demandas sociais, respondendo aos desafios contemporâneos da ética,
da integralidade, do cuidado e da intersetorialidade (Karft, 2000 ;Munby et al., 2001).
378
Quadro teórico
As propostas de formação docente têm encontrado na aprendizagem da docência a
partir da prática dos professores um veio fecundo para delineamentos formativos que
privilegiam o diálogo, as trajetórias pessoais, as articulações entre as concepções e
metodologia de ensino, a troca de experiências. Tomar a própria prática docente - num
movimento de ação-reflexão-ação como ponto de partida para empreender mudanças
no cotidiano do ensinar e aprender emerge como instigante caminho a ser trilhado nas
práticas de formação na e para a educação superior (Pereima et al., 2005; Ceccim,
2002).
A profissão docente universitária enriquece-se quando olhada a partir do enfoque
colaborativo e, por isso, defendem a necessidade de dar prioridade a propostas e
iniciativas de criação de grupos de docentes, criando condições solidárias e de apoio
para que seja possível a discussão e a organização da docência, modificando
resistências dos sujeitos envolvidos frente aos sistemas de socialização profissional, de
inovação pedagógica, de construção de novas práticas avaliativas.
Esta abordagem do desenvolvimento docente parece articular-se com a perpsectiva de
rede: inspirada na compreensão de Mauss (2003)- no célebre Ensaio sobre a dádiva - o
entendimento de rede ancora-se na circulação simbólica, nas interações horizontais,
na organização coletiva. Explicita-se, desta maneira, que não apenas se realça a
ruptura com projetos formativos centrados na técnica, como também se assume a
diemnsão sócio-política que constitui todo e qualquer modo de formar, ensinar,
aprender (De Simone, 2001).
Metodologia
O caminho metodológico escolhido privilegiou as vozes dos programas nacionais de
desenvolvimento docente. Assumiu-se, neste contexto, a análise documental (Menga
& Ludke, 1999). Os dois programas nacionais de desenvolvimento docente foram
Formação de Ativadores de Mudanças na Graduação em Saúde (MS) e Programa de
Desenvolvimento Docente para Educadores Médicos Instituto Regional de Educação
Médica FAIMER Brasil (Universidade Federal do Ceará, MS, DEGES e Organização PanAmericana de Saúde).
Os dados coletados compuseram um panorama complexo e multideterminado ao qual
adentramos com as ferramentas da análise temática segundo Minayo (1996) e Franco
(2003).
Resultados
Ativadores de Mudanças: um movimento
O Curso de Especialização em Ativação de Processo de Mudança na Formação Superior
de Profissionais de Saúde, iniciativa doMS, Fiocruz e Rede Unida, foi proposto no
âmbito da reorientação da formação em saúde, assumindo o Sistema Único de Saúde
(SUS), como ordenador da formação dos profissionais da saúde no país. Em 2003, tevese, no Ministério da Saúde (MS) a criação do Departamento de Gestão da Educação na
Saúde (DEGES), vinculado à Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(SGTES) (Brasil, 2004).
379
Este curso teve dentre os seus objetivos preparar e qualificar profissionais que
pudessem se engajar em processo de ativação de mudanças na formação em saúde.
Uma dimensão importante refere-se à especificidade de que os proponentes e autores
do curso eram partícipes ativos dos movimentos políticos a favor de uma saúde para
todos (Fundação Oswaldo Cruz, 2005).
Em seu primeiro momento – a formação dos tutores - , em abril de 2005, foi realizado
o processo de seleção dos tutores42. Os tutores e tutoras desenvolveram um curso que
abrangeu 696 horas de atividades educacionais, compreendendo oito encontros
presenciais e atividades à distância (Fundação Oswaldo Cruz, 2005).
Um pressuposto do Curso de Ativação referiu-se à autoria: nesta perspectiva, durante
os momentos de formação dos tutores, o material educacional foi sendo discutido e
validado, construindo-se uma versão final que expressava uma autoria coletiva,
colaborativa e interdisciplinar. (Feuewerker & Lima, 2004)
Em seu segundo momento – formação de especializandos - foram ofertadas 1000
vagas, abrangendo docentes de instituições de ensino e profissionais dos serviços de
saúde. Foram selecionados 834 professores e profissionais da saúde, sendo estes
distribuídos nos quatro núcleos regionais para as atividades presenciais: São Paulo, Rio
de Janeiro, Aracaju e Brasília. (Torres, 2006)
Os especializandos passaram por 396 horas de atividades educacionais, distribuídas
em três encontros presenciais e atividades à distância (Torres, 2006). Ao final, 618
especializandos concluíram o processo e se somaram aos 99 tutores com o título de
especialista em ativação de mudanças (Lima, 2007 apud González, 2008).
O processo de aprendizagem envolvia três momentos: ativação dos saberes prévios do
grupo, identificação crítica das necessidades de aprendizagem para o enfrentamento
da situação problema e construção de novos significados e conhecimento, tendo como
objetivo central o desenvolvimento das áreas decompetência (Fundação Oswaldo
Cruz, 2005).
Em momentos presenciais e em fóruns virtuais (com abordagem da Educação à
Distância), os especializandos partiam das situações-problema elaboradas
(previamente elaboradas pelos autores e disponibilizadas a todos) e dos relatos de
prática (produções dos especializandos e o grupo optava por um deles para uma
reflexão mais aprofundadamente, eram disparadores da discussãonos momentos
presenciais). No itinerário da aprendizagem, a perspectiva da avaliação formativa teve
no portfólio um instrumento fundamental, além da elaboração do Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC). Este TCC apresentou como singularidade a exigência de ser
um plano de ação, no compromisso com a transformação da realidade (Fundação
Oswaldo Cruz, 2005).
A análise dos documentos disponibilizados publicamente, além da Dissertação de
Mestrado Mudança na formação superior de profissionais de saúde: experiências de
ativadores do Paraná (Gonzalez, 2008) e do artigo Ativação de mudanças na formação
superior em saúde: dificuldades e estratégias (Gonzalez& Almeida, 2010), permite
42
Os tutores também foram titulados como especialistas em processo de Ativação de Mudança, já que foram
matriculados e cumpriram todas as exigências de certificação.
380
delinear que o Curso para formação de ativadores teve princípio estruturante a
perspectiva do movimento.
Pensar a formação docente como movimento implica projetar itinerários da
aprendizagem da docência que sejam promotores de deslocamentos crítico-reflexivos,
ampliando perspectivas, respeitando a diversidade e nutrindo-se do trabalho coletivo
e interdisciplinar.
FAIMER- BRASIL: uma rede de educadores
A Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECFMG), localizada na
Filadélfia, Pensilvânia (USA), criou, em 2000, a Foundation for Advancement of
International Medical Education and Research (FAIMER). Assumiu como objetivo
central colaborar com a melhoria da saúde global através da melhoria da formação dos
profissionais de saúde, comprometendo-se com regiões de maior vulnerabilidade
social e econômica.
A FAIMER privilegia três focos: desenvolvimento docente, pesquisas específicas sobre
políticas e práticas de formação de recursos humanos e desenvolvimento de bases de
dados que auxiliem na qualiade da tomada de decisões em educação (Faimer, 2012).
Em meio aos movimentos nacionais de reorientação da formação em saúde e a
demanda pela educação permanente de professores que assumam novos modos de
aprender e ensinar em saúde, emergiu a proposta do Instituto Regional FAIMER
Brasil.Inicialmente, foi proposto aos educadores médicos (mantendo a tradição
original do FAIMER) e assim, em 2006, faz sua seleção. Em 2010 passou a ser um curso
certificado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal do
Ceará como especialização lato sensu, abrangendo diferentes temáticas: avaliação de
estudantes, boas práticas docentes, avaliação de programa, educação à distância,
gerenciamento de mudanças, planejamento de projetos, gerenciamento de conflitos,
pesquisa educacional, mérito acadêmico, pesquisa quantitativa e qualitative (Faimer,
2012).
Estruturou-se uma parceria com o MS e logo em sua segunda edição, assumiu uma
perspetiva multiprofissional, composto por professores das diversas áreas de saúde.
Com um corpo docente que abrange professores de diferentes universidades
brasileiras, além de docentes que atuam um universidades estrangeiras, tem
vivenciado um processo de troca e de construção de rede colaborativa.
Até 2012, 101 docentes de mais de 45 instituições em 3 países participaram deste
programa. Importante destacar o investimento na tríade que, na proposta, define o
desenvolvimento do mérito acadêmico: pesquisa, avaliação e publicação na área de
educação em Ciências da Saúde.
Conclusões
.
T
i
formação docente
p
o
projeto institucional
No desenvolvimento de práticas de
em saúde mister se faz
considerar que estejam inseridas num
mais amplo, superando os
movimentos isolados de “voluntarios” e criando condições
para que uma nova cultura
d
e
l
e
t
r
a
:
381
possa ser edificada, com o preparo do professor sendo entendido em suas
complexidades e multideterminações.
Pensar sobre este projeto institucional implica, também, assumir a formação do
professor como um processo continuado, em que seus saberes docentes vão se
transformando à medida que empreende seu trabalho pedagógico e que problematiza
e investiga sua própria prática. Neste sentido, o professor universitário precisa de
instrumentos teórico-metodológicos que estejam continuamente em debate para que
consiga redimensionar suas concepções e fazeres (Almeida, 2012).
Por entre pesquisas e experiências, os saberes são construídos, engendrando novas
maneiras de aprender a docência universitária, implicadas para além da rigorosa
postura científica, com as demandas sociais e a escuta permanente das necessidades
dos serviços. Configura-se, desta forma, a articulação teoria e prática como condição
fundante do ser professor na universidade, superando os lugares tradicionais da
docência e criando redes colaborativas.
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institucionais. (1. Ed) São Paulo: Cortez.
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383
O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À
DOCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES À FORMAÇÃO INICIAL DE
PROFESSORES E À EDUCAÇÃO BASICA
Rausch Buzzi, Rita.
Resumen
El Programa Institucional de Becas de Iniciación a la Docencia - PIBID ofrece becas para
estudiantes de licenciatura en Brasil que, bajo la orientación de profesores
universitarios y bajo la supervisión de profesores con experiencia en la Educación
Básica, realizan propuestas de intervención docente en las escuelas. La Universidad
Regional de Blumenau participa de este programa desde 2010 y en la actualidad todos
los cursos de licenciatura de la universidad poseen subproyectos vinculados al PIBID.
Frente a esta trayectoria de cinco años de participación, el objetivo de esta
investigación fue comprender las contribuciones del PIBID a la formación inicial del
profesorado y a la Educación Básica al escuchar a los estudiantes y supervisores
becarios de FURB. Participaron de la investigación 63 estudiantes y 7 supervisores
miembros. Los datos fueron generados mediante memorial con los estudiantes y
entrevista con los supervisores. Los principales aportes del PIBID fueron: mayor
relación entre Universidad y Educación Básica; cualificación del desarrollo profesional
docente; valoración de la profesión de profesor; la cualificación de los procesos de
enseñanza y aprendizaje en la Educación Básica; y la creación de comunidades de
práctica. La relevancia de esta investigación se ha dado por la reciente implementación
del Programa en Brasil, favoreciendo su mantenimiento y expansión, así como la
creación de nuevas propuestas que mejoren la profesión docente en el país.
Resumo
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID prevê bolsas para
estudantes de licenciatura no Brasil que, sob orientação de professores universitários e
sob supervisão de professores experientes da Educação Básica, realizam propostas de
intervenção docente nas escolas. A Universidade Regional de Blumenau participa deste
programa desde 2010 e atualmente todos os cursos de licenciatura da universidade
possuem subprojetos vinculados ao PIBID. Diante desta trajetória de cinco anos de
participação, o objetivo dessa pesquisa foi compreender as contribuições do PIBID à
formação inicial de professores e à Educação Básica ouvindo os licenciandos e
supervisores bolsistas da FURB. Participaram da pesquisa 63 licenciandos e 7
supervisores integrantes. A geração de dados foi realizada por meio de memorial com
os licenciandos e entrevista com os supervisores. As principais contribuições do PIBID
foram: maior relação entre Universidade e Educação Básica; qualificação do
desenvolvimento profissional docente; valorização da profissão professor; a
qualificação dos processos de ensinar e aprender na Educação Básica; e a constituição
de comunidades de prática. A relevância desta investigação se dá pela recente
implantação do Programa no Brasil, incentivando sua manutenção e ampliação, bem
como a criação de novas propostas que valorizem a profissão docente no país.
384
Introdução
Na tentativa de valorizar a profissão docente o Ministério da Educação do Brasil
implantou, em 2007, o PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência com o objetivo de integrar Educação Superior e Educação Básica; qualificar a
formação inicial de professores e fomentar práticas docentes e experiências
metodológicas de caráter inovador. O programa prevê bolsas para estudantes de
licenciatura, professores da Educação Básica e Superior que, de forma integrada e
colaborativa, desenvolvem projetos com o intuito de aproximar a teoria das
licenciaturas à prática de salas de aula da rede pública de ensino (Brasil, 2012).
A FURB foi contemplada com o Programa em 2010 e em 2015, todas as licenciaturas
são contempladas nos 15 subprojetos aprovados, envolvendo 330 bolsistas e 30
escolas de Educação Básica públicas da região. Neste contexto, o objetivo desta
pesquisa foi analisar as contribuições do PIBID à formação inicial de professores e à
Educação Básica nos dizeres de licenciandos e professores supervisores bolsistas.
Metodologia
De caráter qualitativo, a geração de dados ocorreu por meio de memorial elaborado
pelos licenciandos e entrevista semiestruturada realizada com os professores
supervisores.
Colaboraram com a pesquisa 63 licenciandos envolvidos no programa e sete
supervisores bolsistas professores na Educação Básica.
Após a leitura minuciosa dos memoriais organizamos os dados em categorias, em
ordem decrescente quanto à sua recorrência nos registros analisados e que foram:
maior relação entre Universidade e Educação Básica; qualificação do desenvolvimento
profissional docente; valorização da profissão professor; qualificação dos processos de
ensinar e aprender na Educação Básica; e a constituição de comunidades de prática. A
seguir apresentamos a analise de cada categoria individualmente, sem deixar de
considerar a inter-relação entre elas.
Resultados
a) Relação entre universidade e Educação Básica:
Essa categoria evidencia a contribuição do PIBID promovida pela relação entre
Universidade e Escola Básica, composta pelo diálogo entre teoria e prática e pela
socialização profissional. Apresentamos a seguir alguns dizeres que proporcionam tal
indicador:
“O PIBID possibilitou conhecer a din mica escolar, suas limitações e possibilidades” (Lic3 Sociologia);
“A universidade era algo muito distante da nossa realidade. Chamado ensino superior, parecia
realmente que era superior a todos nós. A entrada do PIBID fez com que a gente percebesse a
Universidade mais atuante, mais compenetrada, não só nas suas dificuldades e nas suas
facilidades, mas com a preocupação do que vem da base, que é o ensino fundamental e o
médio” (Sup 3 – Educação Física).
385
Em suas falas os participantes destacam as trocas de experiências entre os bolsistas do
PIBID: professor supervisor da Educação Básica, licenciando e professor coordenador
da Educação Superior, como um importante movimento para o desenvolvimento
profissional docente de todos os envolvidos.
b) Qualificação do Desenvolvimento profissional docente:
Conforme Marcelo Garcia (1999), o processo de desenvolvimento profissional docente
compreende as diferentes etapas do aprender e ensinar: a pré-formação; a formação
inicial, a inserção na carreira e a formação continuada.
Os participantes destacaram a contribuição do PIBID em suas diferentes etapas.
“Através do PIBID tive a oportunidade de participar de minicursos, palestras e formações com
os professores que o currículo do curso em si não abordava” (Lic 7 - Pedagogia);
“Antes de atuarmos de fato na escola, o processo de preparo para essa atuação é que também
faz todo o diferencial” (Lic 1 - Música).
“É que quando a gente sai da graduação, a gente fica um pouco distante da universidade. Então
a gente perde um pouco a questão de novas formas de ensinar. Novas tecnologias, como
utilizar [...] Então agora a gente consegue fazer a ponte novamente com a Universidade, os
professores e os graduandos” (Sup 2 – Matemática).
Nóvoa (2011) defende os processos de formação continuada que se volta para esferas
coletivas, com a interação entre os pares. Com a consolidação de redes de formação
entre Universidade e Educação Básica, os professores conjuntamente podem se
engajar nos projetos das escolas, com autonomia e responsabilidade nas diferentes
etapas do desenvolvimento profissional docente.
Encontramos nos dizeres dos participantes, também, acentuada contribuição do PIBID
a formação do professor reflexivo e pesquisador.
“O programa está proporcionando uma experiência valiosíssima. Passamos a analisar
criticamente os teóricos que permeiam a sua área de atuação, passando a adaptar suas teorias
ao próprio contexto e através desta prática crítico-reflexiva, transformar sua prática docente”
(Lic 4 - Música).
Sabemos que a reflexividade para/na/da/sobre a prática docente contribui para o
desenvolvimento profissional docente. O professor reflexivo é capaz da crítica sobre
seu modo de agir na docência, questionando-se e propondo contínuos
aprimoramentos sobre a sua prática docente (Rausch, 2010).
A ideia do professor reflexivo apareceu atrelada à dimensão do professor pesquisador,
que a partir de produções científicas produz novos conhecimentos sistematizados
mediante a reflexão de sua ação em seu contexto escolar.
“Devido à exigência de produção científica estimulada pelo PIBID você é obrigado a refletir, e
refletir nem sempre é fácil. Porque você acaba vendo coisas que você fazia e que não era tão
legal assim. Faz você mudar” (Sup 1 – Matemática).
Esse processo investigativo foi destacado nos memoriais de todas as subáreas do PIBID
FURB, conforme relato a seguir:
386
“O processo de escrita de um artigo a partir da experiência vivenciada, tendo como base nosso
referencial teórico, também foi uma construção, que mostrou a importância de registrar nosso
trabalho, escrever sobre ele, refletir sobre o que estamos fazendo, e como estamos nos
construindo professores” (Lic 17- Pedagogia).
Têm-se aqui iniciativas de produção de conhecimento por futuros professores que
pesquisam as próprias práticas, fato esse que tende à qualificação do ensino a médio e
longo prazo e valorização da profissão docente, cujo ator entra em cena e reivindica
seu lugar na sociedade.
c) Qualificação dos processos de ensinar e aprender na Educação Básica
Nóvoa (2011) salienta a necessidade de pensarmos a escola centrada na
aprendizagem. Para alguns bolsistas o PIBID contribui para a qualificação do ensino
“O projeto permite quebrar com a lógica educacional vigente. [...] propicia uma visão ampla da
importância de desenvolver um plano de ensino adequado ao contexto dos alunos e a
importância de desenvolver aulas dinâmicas que acompanham o desenvolvimento científico
tecnológico” (Lic 2 - Ciências Sociais).
A adoção das TICs nas salas de aula da Educação Básica é uma necessidade da
educação contemporânea, uma possibilidade de instigar os estudantes ao
conhecimento, à autonomia, à reflexão e autoformação constante (Alarcão, 2005).
“Às vezes é uma ferramenta nem tão tecnológica, mas que também vai atingir o mesmo
objetivo. Os minikits, então, são todos focados no material concreto, que seja visual, que seja
tátil, né?! Que eles possam mexer que eles possam ver que eles possam manipular [...] às vezes
a gente usa vídeo” (Sup 2 – Matemática).
Portanto, os dados evidenciam que mudanças significativas no processo de ensinar e
aprender têm sido exploradas pelos bolsistas e os resultados já começam a ser
evidenciados nos contextos da Educação Básica.
d) Constituição de Comunidades de Prática
óvoa (2011) abaliza o movimento de “comunidade de prática”, afirmando que os
próprios professores podem ser responsáveis pela formação do seu grupo de
profissionais. Os profissionais mais experientes podem exercer uma função primordial
na formação dos professores iniciantes na profissão. O processo coletivo fez-se
presente nos relatos dos participantes
“Foi com a ajuda das coordenadoras e supervisoras que passei a refletir melhor e de outra
forma sobre os processos de ensino e de aprendizagem” (Lic 3 - Pedagogia);
Os bolsistas apontam o trabalho colaborativo como um promotor de novos
conhecimentos, pela troca de experiências entre os docentes experientes, e pela
construção de novas metodologias de ensino aprendizagem.
387
Conclusão
O PIBID tem apresentado desdobramentos que apontam a possibilidade da
qualificação do ensino a médio e longo prazo, formando docentes mais cientes do
contexto em que atuarão, produtores de conhecimentos, investigativos e reflexivos
acerca da própria prática docente. Alguns relatos inferem o desenvolvimento de
profissionais colaboradores entre si e autônomos. Colaboradores por trabalharem em
conjunto com os alunos, os professores, a universidade e a comunidade, e autônomos
por desenvolverem em sua formação e atuação processos próprios de docência.
As principais contribuições do programa à formação inicial de professores e à
Educação Básica foram: maior relação entre universidade e escola básica, desenvolvida
principalmente por meio da socialização profissional antecipatória e pela relação entre
teoria e prática; ao desenvolvimento profissional docente, destacando o
aprimoramento da prática docente no cotidiano escolar, o desenvolvimento da
reflexividade docente por meio da reflexão da\para\sobre\na prática docente e da
formação do professor pesquisador a partir da produção e socialização de novos
conhecimentos sistematizados sobre a prática docente; qualificação dos processos de
ensinar e aprender na Educação Básica pelo desenvolvimento de conhecimentos
didático-pedagógicos e pelo uso de novas metodologias de ensino e aprendizagem a
partir de processos ativos e o trabalho colaborativo por meio da integração de
profissionais de diferentes contextos educativos.
Referências
Alarcão, I. (2005). Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 4. ed. São Paulo:
Editora Cortez.
Brasil. (2012). Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
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Marcelo Garcia, C. (1999). Formação de professores para uma mudança educativa.
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Nóvoa, A. (2011). O Regresso dos Professores. Pinhais PR. Editora Melo.
Rausch, R. B. (2010). Concepções e experiências em pesquisa de licenciandos em
conclusão de cursos. 33° reunião anual da ANPED.
388
AUTOEFICÁCIA DOCENTE E MOTIVOS PARA A ESCOLHA
PELO ENSINO SUPERIOR EM ENGENHARIA
Mota Matos, Mayara (UNIFAL-MG); Tadeu Iaochite, Roberto (UNESP
campus Rio Claro)
Resumen
Esta comunicación presenta los resultados de una encuesta que tuvo como objetivo
identificar las razones de los estudiantes de ingeniería para elegir una carrera docente
en la educación superior, conecer las creencias de autoeficácia de estos y correlacionar
estos resultados. Utilizamos tres instrumentos de recolección de datos: un cuestionario
socioeconómico, a Escala de Autoeficácia de professores, y la Escala de Fatores que
Influenciam a Escolha pelo ensino. Se encontró que los niveles de autoeficácia de los
participantes fue de moderada a alta. Discute-se los factores más mencionados por los
participantes como influyentes en su decisión de carrera. Se encontró una correlación
positiva entre las creencias de autoeficácia y las dimensiones “Anteriores experiencias
de enseñanza y aprendizaje” y “Capacidad percibida de la enseñanza ". Los resultados
se discuten a la luz de la Teoría Social Cognitiva.
Resumo
Apresenta-se os resultados de uma pesquisa que teve como objetivos identificar os
motivos que levaram pós-graduandos em engenharia a escolher a carreira docente no
ensino superior, conhecer as crenças de autoeficácia docente desses pós-graduandos e
correlacionar esses resultados. Para tanto, utilizou-se três instrumentos de coleta de
dados: um questionário sócioeconômico, a Escala de Autoeficácia de professores, e a
Escala de Fatores que Influenciam a Escolha pelo ensino. Encontrou-se que o nível de
autoeficácia dos participantes era de moderado a alto. O fator mais apontado pelos
participantes como influente na sua decisão de seguir carreira da docência
universitária em engenharia foi “Experiências prévias de ensino e aprendizagem”.
Encontrou-se correlação positiva entre as crenças de autoeficácia e os fatores
“Experiências prévias de ensino e aprendizagem” e “Capacidade percebida de ensino”.
Os resultados são discutidos à luz do referencial da Teoria Social Cognitiva.
Introdução
Os estudos sobre a formação de professores para o ensino superior têm crescido nos
últimos anos, particularmente em decorrência da expansão desse nível de ensino, o
que amplia o número de vagas para docentes. No âmbito dos cursos de graduação em
Engenharia, houve um crescimento de 189,49% no período de 2001 a 2010 (Oliveira,
2011), o que implica na ampliação do número de docentes atuando nesses cursos.
Entretanto, nos referidos cursos, conforme aponta Oliveira (2005), chega-se a índices
de retenção e evasão superiores a 50%, o que possivelmente esteja relacionado à
formação de seus professores pois, como apontam Menestrina e Bazzo (2004), alguns
professores-engenheiros, por não entenderem a natureza da profissão, se limitam a
expor uma grande quantidade de conteúdos desconexos da realidade, o que prejudica
389
o processo de aprendizagem de seus alunos. Conforme aponta Prieto Navarro (2009) a
melhoria dos professores de ensino superior não se dará apenas por meio de
mudanças na sua atuação em sala de aula, mas também a partir do estímulo para que
esses docentes reflitam sobre sua prática e sobre as crenças que permeiam a sua
conduta. Nesse sentido, a autoeficácia pode ser considerada uma autocrença central
na regulação do comportamento humano, pois afeta os processos cognitivos,
motivacionais, afetivos e de seleção, o que significa dizer que, no âmbito da docência,
poderá afetar como os professores pensam, sentem e agem face às dificuldades no
exercício da profissão.
No que se refere aos fatores que influenciam a escolha pelo ensino como carreira, o
conhecimento sobre estes possibilita a estruturação de currículos e percursos
formativos que os considerem, assim como o fomento de decisões políticas e
governamentais sobre o tema. Nesse sentido, optou-se por utilizar uma adaptação da
FIT-Choice scale por se tratar de um instrumento construido a partir de um modelo
teórico composto dos diferentes mecanismos psicológicos utilizados para a escolha de
uma carreira: a análise das capacidades necessárias para a profissão e das habilidades
individuais, o valor social da carreira e o custo (pessoal, financeiro, emocional, etc.) da
mesma (Watt & Richardson, 2012).
Quadro teórico
A autoeficácia, desenvolvida por Bandura (1977), é um dos conceitos centrais da
Teoria Social Cognitiva e pode auxiliar a compreender a relação entre as formas de
pensar e agir em diferentes contextos. No presente trabalho, a crença de autoeficácia
será examinada no contexto da docência, em especial, no ensino superior. Definida
como “um julgamento que o professor faz acerca de suas próprias capacidades para
atingir resultados desejados de engajamento e aprendizagem dos alunos, mesmo
entre aqueles alunos difíceis ou desmotivados” (Tschannen-Moran; Woolfolk Hoy,
2001, p. 783) a autoeficácia docente (EAD) tem sido relacionada ao comportamento do
professor em sala de aula, ao estabelecimento de objetivos e metas e até ao seu
relacionamento com os estudantes. Estudos utilizando este referencial teórico têm
demonstrado que professores com crenças de autoeficácia docente mais consolidadas
são mais receptivos às novas experiências e dispostos a adequar sua prática às
necessidades dos alunos, são mais organizados e, em geral, mais comprometidos com
a docência (Tschannen-Moran; Woolfolk Hoy; Hoy, 1998). Ressalta-se embora as
pesquisas sobre crenças de autoeficácia docente tenham crescido quantitativa e
qualitativamente nos últimos anos, poucas são as que têm se debruçado sobre a
docência em nível superior, o que aumenta a importância de investigações nesse
contexto.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza quantitativa, na qual utilizou-se
três instrumentos para coleta de dados, aplicados por meio do Google Docs: um
questionário de caracterização do participante com 26 questões, a Escala de
Autoeficácia de Professores (Polydoro et al. 2004), likert de 6 pontos composta de 24
itens distribuídos em duas dimensões: “Intencionalidade da ação docente” e “Manejo
390
de classe” e a Escala de Fatores que Influenciam a Escolha pelo ensino (EFIEE).
Traduzida e adaptada da FIT Choice Scale (Watt e Richardson 2007), essa escala
compõe-se de duas dimensões: “Percepção” e “Motivação”, com 50 itens em um likert
de 1 a 7 pontos. Realizou-se a análise dos dados por meio de estatística descritiva e
inferencial, utilizando-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS),
versão 22 para Windows. Participaram da pesquisa 340 pós-graduandos da área de
Engenharia, 58% eram do sexo masculino, 66% estavam matriculados em programas
no nível de mestrado, 85% pretendem ser professores do ensino superior e 45% não
tem nenhum tipo de experiência prévia na docência.
Resultados
Encontrou-se que os níveis de autoeficácia dos participantes era de moderado a alto,
com média 4,46 onde o ponto médio da escala é 3,5. Os escores médios foram maiores
na dimensão “Intencionalidade da ação docente” do que na “Manejo de classe”. o
que se refere aos resultados relacionados à escolha pela carreira docente em
Engenharia, encontrou-se que os escores das dimensões da motivação (Média = 4,47;
DP = 0,87) e da percepção (Média = 4,39; DP = 0,69) foram superiores ao ponto médio
da escala (4). Observou-se que os aspectos mais valorizados foram as “Experiências
prévias de ensino e aprendizagem”, a “Contribuição Social” e o “Trabalho com alunos
de ensino superior”. Em “Percepção”, destacou-se a dimensão “Especialidade da
carreira” com média claramente superior às restantes dimensões e próxima do
máximo da escala. As correlações entre o escore total da “Motivação” e as dimensões
da EAD são positivas moderadas, sugerindo um aumento da autoeficácia docente com
o aumento da motivação. A tendência é semelhante na correlação das dimensões da
EAD com as dimensões “Contribuição social”, “Experiências prévias de ensino e
aprendizagem”, “Capacidades percebidas de ensino”, “Trabalho com alunos de ensino
superior” e “Moldar o futuro de alunos do ensino superior”. Quanto às correlações das
dimensões da EAD com o escore total da “Percepção”, apenas se observam
correlações positivas moderadas a baixas da EAD com a satisfação com a escolha e
especialidade da carreira.
391
Tabela 1.
Correlação (Pearson) da EAD com os motivos da atratividade da carreira docente (N = 340).
EFIEE
MOTIVAÇÃO
Contribuição social
Segurança profissional
Experiências prévias de ensino e
aprendizagem
Capacidades percebidas de ensino
Infuências sociais
Família
Trabalho com alunos de ensino superior
Segunda opção de carreira
Moldar o futuro de alunos do ensino superior
PERCEPÇÃO
Status social
Satisfação com a escolha
Dissuasão social
Remuneração
Alta demanda
Especialidade da carreira
* p < 0,05; ** p < 0,01
Fonte: Dados da pesquisa.
EAD Total
**
0,326
**
0,314
-0,045
0,283
EAD
Intencionalidade da Manejo em sala
ação docente
de aula
**
**
0,322
0,305
**
**
0,310
0,296
-0,037
-0,052
**
0,283
**
0,406
*
0,132
0,076
**
0,363
**
-0,154
**
0,311
*
0,129
0,060
**
0,269
-0,074
0,030
-0,055
**
0,255
0,436
*
0,122
0,075
**
0,360
**
-0,156
**
0,314
*
0,127
0,057
**
0,303
-0,093
0,018
-0,060
**
0,259
**
0,261
**
**
0,441
0,099
0,067
**
0,328
**
-0,147
**
0,294
*
0,115
0,047
**
0,326
*
-0,111
-0,001
-0,063
**
0,243
**
Tabela 2.
Modelos de regressão considerando o escore total da autoeficácia docente e os escores de suas
dimensões como variáveis independentes (stepwise)
Variável dependente
Variáveis independentes no
MODELO 2
MODELO 3
modelo final (apenas as
MODELO 1
EAD intencionalidade da EAD manejo em sala
significativas em pelo menos
EAD total
ação docente
de aula
um dos 3 modelos)
B
β
p
B
β
p
B
β
p
(Constante)
2,17
2,33
2,01
EFIEE Motivação: Capacidades 0,14 0,26
0,000
0,10 0,19
0,002
0,15 0,27 0,000
percebidas de ensino
EFIEE Motivação: Experiências 0,08 0,17
0,002
0,06 0,13
0,028
0,08 0,16 0,003
prévias de
ensino/aprendizagem
EFIEE Percepção: Especialidade 0,14 0,19
0,001
0,13 0,17
0,002
0,13 0,17 0,002
da carreira
EFIEE Percepção: Alta demanda -0,06 -0,12 0,022
-0,07 -0,12 0,020
EFIEE Motivação: Trabalho com
0,06 0,14
0,027
alunos de ensino superior
Fonte: Dados da pesquisa
Apresentam-se na tabela 2 os resultados dos modelos de regressão multivariada em
que os escores das dimensões da EFIIE entraram como variáveis independentes.
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Observa-se que “Capacidades percebidas de ensino”, “Experiências prévias de ensino e
aprendizagem” e a “Especialidade da carreira” tem um efeito positivo na EAD,
indicando que estudantes com escores elevados nestas dimensões têm níveis mais
elevados de eficácia docente, tanto na EAD total como em suas dimensões.
Conclusiones
Encontrou-se que os participantes consideram a docência como altamente
especializada, relativamente bem remunerada e socialmente aceitável. Os
participantes não sofreram uita disuasão social e estão bastante satisfeitos com a sua
escolha. O fator mais indicado como motivos para a escolha da carreira docente foi o
denominado “Experiências prévias de ensino e aprendizagem”. De acordo com Cunha
(2006, p.268) “os professores recorrem às suas experiências como estudantes para
tomar decisões sobre a forma como ensinam”, indicando a experiência como uma
forma inegável de aprendizagem da docência. Esse resultado indica, ainda, a
possibilidade de se estimular a persecução da carreira docente a partir de experiências
positivas durante o percurso formativo. As análises demonstraram, ainda, que os
fatores “Experiências prévias de ensino e aprendizagem” e “Capacidade percebida de
ensino” têm influência direta e positiva nas crenças de autoeficácia dos pósgraduandos, ou seja, pode-se inferir que contribuem para que os participantes se
sintam mais capazes de exercerem a docência. Como aponta Bandura (1997),
professores mais eficazes podem influenciar no desempenho de seus discentes e em
suas crenças de autoeficácia, o que é fundamental em cursos de graduação com altos
índices de evasão e retenção, como o são as Engenharias.
Referências
Bandura, A. (1977) Self-efficacy: toward a unifying theory of behavioral change.
Psychological Review, 84(2),

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