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Andaluzia
Andaluzia
(VSDQKD
(VSDQKD
Almería
Cádiz
Córdova
Granada
Huelva
Jaén
Málaga
Sevilha
P
S
U
M
Á
R
I
Introdução
Conhecer a Andaluzia
O território, o clima,
os serviços
A História
O legado andaluz
O Património Artístico
O Património Natural
Itinerário pelas capitais
e províncias andaluzas
Almería
Cádiz
Córdova
Granada
Huelva
Jaén
Málaga
Sevilha
Lazer e espectáculos
Dados úteis
O
Introdução
1
2
2
4
6
6
9
Irlanda
10
10
15
21
26
33
38
43
49
54
61
Londres
Paris
França
Mar Cantábrico
Portugal
ESPANHA
Madrid
Lisboa
Oceano Atlântico
Reino
Unido
Dublin
Andaluzia
Mar
Mediterrâneo
Ceuta
Melilla
Capa:
Rua de Zuheros, Córdova
Texto:
Manuel Pérez Rodriguez
Impresso por:
EGRAF, S.A.
D.L. M. 30864-2009
4ª da capa:
Vista marítima de El Rompido. Huelva
Versão Portuguesa:
H. Antunes Ferreira
NIPO: 704-09-439-8
Fotografías:
Arquivo Turespaña
Impresso em Espanha
Grafismo:
P&L MARÍN
3ª edição
Publicado por:
© Turespaña
Secretaría de Estado
de Turismo
Ministerio de Industria,
Turismo y Comercio
História, arte e natureza. Estas
três palavras resumem, no
essencial, uma das regiões mais
cálidas da Europa. A Andaluzia
vem exercendo desde o passado
um desejo irresistível para o
viajante. A segunda comunidade
espanhola em superfície e a
primeira quanto ao número de
habitantes une no seu vértice
geográfico dois continentes.
A África e a Europa encontram-se
nesta terra cheia de contrastes,
dotada de climas excelentes, de
praias grandes e douradas, de
serranias escarpadas, de planícies
imensas, que acolhem aldeias e
cidades que exibem um
riquíssimo conjunto de
monumentos.
marisma, Huelva. Finalmente
o olival simboliza Jaén.
Mas, o apelativo desta região não
se fica somente pelas suas
capitais. As comarcas estão
prenhes dos encantos que mais
atraem o viajante. Tomar banhos
de sol em praias de areia fina,
praticar desportos brancos na
estação de esqui mais meridional
do Velho Continente, ou deixar-se
apanhar pela história que as
velhas igrejas guardam, bem
como os palácios espalhados por
toda a parte deste território
sulista, são somente algumas das
muitas possibilidades com que
nos brinda.
A Andaluzia é banhada por águas
atlânticas e mediterrâneas.
Das suas oito províncias, cinco
debruçam-se sobre o oceano ou
o mar e as outras são interiores.
Sevilha é a capital de uma região
com mais de 7.300.00 habitantes.
A Giralda é o símbolo de uma
cidade abraçada pelo
Guadalquivir, o rio que atravessa
de Leste a Oeste a terra andaluza.
Apanhado o comboio da
modernidade, a Andaluzia
oferece infra-estruturas turísticas
de alta qualidade. Satisfazer os
desejos do mais exigente dos
visitantes não é difícil numa
comunidade plena de tradições
como a tauromaquia, de músicas
próprias como o flamenco, ou de
uma gastronomia de mar e de
montanha que nunca deixa
ninguém indiferente.
A Alhambra, um dos
monumentos mais visitados do
Mundo, fica em Granada.
A Mesquita identifica Córdova. As
alcáçovas mouras, Almeria e
Málaga. A baía, Cádiz e a
1
Conhecer a
Andaluzia
O desfiladeiro natural de
Despeñaperros liga a Meseta ao
Vale do Guadalquivir. A partir
daqui estende-se uma larga
franja montanhosa chamada a
Serra Morena e que integra a
norte as províncias de Jaén,
Córdova, Sevilha e Huelva. Na
sua base corre o maior e mais
caudaloso rio andaluz, o
Guadalquivir que é navegável
desde Sevilha. As terras baixas
constituem um terreno
alagadiço propício para culturas
que necessitam muita humidade.
O território, o
clima, os serviços
A região da Andaluzia estende-se
pelo Sul de Espanha.
É a segunda comunidade
autónoma do país, no que
respeita à superfície, pois as suas
oito províncias têm uma
superfície de 87.268 quilómetros
quadrados.
O seu litoral meridional é
banhado por um oceano e um
mar: o Atlântico bravio bate
nas costas de Huelva e Cádiz,
enquanto que o Mediterrâneo
tranquilo o faz do lado de
Cádiz, Málaga, Granada e
Almeria. O Norte da Andaluzia
é delimitado pelas terras da
Extremadura, Castela-a-Mancha
e Múrcia e o Oeste por
Portugal.
O maciço penibético
(que pertence ao sistema de
cordilheiras que, partindo de
Gibraltar, continuam até ao
Cabo Não, na província de
Alicante) tem na Serra Nevada a
sua máxima expressão, pois
neste conjunto montanhoso
elevam-se duas das formções
mais altas da Península: o
Mulhácen (3.481 metros) e o
Veleta (3.398 metros). Esta franja
de montanhas estende as suas
ondulações até à serrania de
Ronda, dando aí lugar à
Axarquía malaguenha.
Cazorla. Jaén
Em Granada levanta-se o
planalto de Baza e Huéscar,
enquanto que Almeria está
ocupada em boa parte pelo
deserto de Tabernas,
o único território desértico da
Europa. Além disso, a Andaluzia
está salpicada de diversos microclimas.
2
Parque Nacional do Cabo da Gata-Níjar. Almeria
e tudo isto numa mesma
província, a de Granada.
O litoral andaluz chega a ter, por
ano, mais de três mil horas de
sol; daí que não seja de estranhar
que esta região se torne numa
das mais amenas da Europa. O
seu clima é mediterrânico
temperado e proporciona Verões
quentes e secos e Invernos com
temperaturas agradáveis.
As chuvas são irregulares pois
encontramo-nos numa terra de
contrastes, que se reflectem até
no clima. À quase inexistente
pluviosidade em comarcas como
o deserto de Tabernas, em
Almeria, contrapõem-se as altas
percentagens de precipitações
anuais que se registam na serra
de Grazalema, em Cádiz, uma
das zonas onde mais chove em
Espanha. Ainda temos mais: o
frio alpino da Serra Nevada
contrasta com a suavidade
climática da Costa Tropical. Num
pequeno espaço de 33
quilómetros, podemos passar de
vários graus abaixo de zero a
temperaturas de 22 graus;
A Andaluzia conta com uma
densa rede de estradas, vias
rápidas e auto-estradas. A via
rápida da Andaluzia, a N-IV,
atravessa Despeñaperros e liga a
Meseta com as capitais das
províncias de Córdova, Sevilha e
Cádiz, passando por importantes
cidades encravadas nas margens
do Guadalquivir. A estrada A-92
faz a ligação de Sevilha e Granada
com a Região de Múrcia,
enquanto que a auto-estrada
do Quinto Centenário começa
na capital da Andaluzia e termina
em Huelva. De Sevilha parte
também a N-630 que nos leva até
terras estremenhas. A via rápida
Bailén-Granada atravessa Jaén e a
do Mediterrâneo uma boa parte
do litoral andaluz.
A extensa rede de comunicações
desta comunidade autónoma tem
também o seu reflexo nos
3
caminhos de ferro. Pelas suas
terras circulam alguns dos
comboios mais procurados na
Espanha, entre eles o AVE,
Comboio de Alta Velocidade, que
liga Madrid a Sevilha.
Dos aeroportos internacionais,
o “Pablo Ruiz Picasso” de
Málaga e o “San Pablo” de Sevilha,
acolhem o maior volume de
passageiros que chegam de avião a
esta região. Juntam-se a estes dois
os de Córdova, Granada e Jerez de
la Frontera que ligam estas cidades
com as principais capitais
espanholas.
Algeciras é o porto marítimo mais
importante da Andaluzia. Temos
também os de Almeria, Motril,
Cádiz, Huelva, Málaga e Sevilha,
além de existirem distribuídos por
todo o litoral andaluz cerca de
37 portos desportivos.
Bolonia. Cádiz
Porém, a Andaluzia já despertava
uma especial atracção entre os
povos antigos. Pensa-se mesmo
que os primeiros humanos do
período Neolítico chegaram do
Norte de África até à Europa por
terras andaluzas. A civilização
tartesa habitou esta região
desde a Idade do Bronze e
tempos depois fariam o mesmo
os povos Íberos. No ano de
1100 AC. os fenícios fundaram
Gades, a actual Cádiz,
considerada a cidade mais antiga
da Europa. Gregos e cartagineses
chegaram mais tarde, mas será só
no século III AC. que Roma
integra esta terra, a Bética, no
seu Império. Durante sete séculos
desta província fornecerá metais,
azeite, trigo e vinho.
Em troca recebe uma língua e
umas sólidas infra-estruturas.
Foi a Bética o berço de Trajano e
Adriano, dois dos mais
ilustres imperadores que o
Império teve.
A História
Conta a lenda que foi Hércules,
um deus greco-latino,
que separou a Europa da África
pelo estreito de Gibraltar,
criando assim o Mar
Mediterrâneo. Hércules, filho de
Zeus, converteu-se desse modo,
num verdadeiro símbolo, daí que
a sua imagem figure hoje em dia
no escudo da bandeira andaluza
(verde e branca) juntamente com
as suas duas míticas colinas.
4
A decadência do Império
Romano leva a que, no ano
411 DC., os vândalos da outra
margem do Reno se estabeleçam
no vale do Guadalquivir, mas a
sua presença durou pouco
tempo.
No ano de 711 irrompe o Islão e
uma nova época de
desenvolvimento estende-se por
estas terras. Durante oito séculos
a civilização árabe transforma
Al-Andalus na mais próspera,
avançada e refinada região
do Ocidente. O Califado
de Córdova irradia riqueza e
conhecimentos. Todo esse legado
ainda permanece nas oito
províncias andaluzas. A
decomposição política daquela
cultura incentivou os reis cristãos
a completar a Reconquista.
No ano de 1212 as tropas cristãs
vencem a batalha de Navas de
Tolosa, a Norte de Jaén.
Em 1236 cai Córdova e
em 1248 Sevilha. Mas Castela
terá de esperar mais de dois
séculos até acabar
definitivamente com a presença
muçulmana na Península Ibérica.
No ano de 1492, os Reis
Católicos entram em Granada,
expulsando Boabdil, o último
monarca muçulmano. No mesmo
ano partem do porto onubense
(da antiga Onuba, hoje Huelva)
de Palos de la Frontera,
três caravelas capitaneadas
por Cristóvão Colombo.
É o começo do descobrimento da
América.
O século XVI será o mais
proveitoso para Sevilha. Durante
150 anos a capital hispalense
converte-se no centro económico
do Mundo. Atracam nos seus cais
barcos carregados de ouro e
prata. Esta riqueza traduz-se em
edifícios imponentes, igrejas e
monumentos que chegaram até
aos nossos dias. Os séculos
vindouros encherão a Andaluzia
de claros-escuros. O viajante
romântico dos princípios do
século XIX recolherá nos seus
escritos todas essas contradições.
O século XIX iniciou-se com a
guerra da Independência. Os
andaluzes param a invasão
napoleónica em Cádiz, de que se
contam gestas heróicas. No ano
de 1808, as tropas espanholas
vencem as francesas na Batalha
Caravela. La Rábida. Huelva
Gruta da Menga. Antequera.
Málaga
5
de Bailén. No meio de toda
aquela convulsão surge, no ano
de 1812, a primeira Constituição
espanhola.
Hoje, a Andaluzia é uma região
próspera que baseia a sua
economia na indústria, no campo
e no turismo. No ano de 1981 foi
aprovado o Estatuto da
Autonomia. O Parlamento da
Andaluzia é a instituição onde se
encontra representada
a vontade do povo e a Junta
da Andaluzia é o órgão de
governo autónomo.
assim denominado em memória
do viajante norte americano do
século XIX, roteiro este que liga
Sevilha a Granada através de
terras com um importante
passado árabe como Carmona,
Antequera ou Loja; e o Roteiro
dos Nazaris, que se inicia na
localidade de Navas de Tolosa e
desce até Granada, passando
por cidades cheias de
monumentos como Ubeda e
Baeza.
www.legadoandalusi.es
O Património
Artístico
O legado andaluz
e os seus Roteiros
O Legado Andaluz é um
projecto turístico e cultural que
procura recuperar o passado
histórico
de uma civilização que
permaneceu no sul da Península
Ibérica durante mais de oito
séculos. Tem a sua sede no
Corral del Carbón em Granada
e traçou sete roteiros turísticos
que atravessam as oito
províncias da Andaluzia Entre
eles, destacam-se:
o Roteiro do Califado que une
Córdova a Granada e percorre
povoações de arquitectura
branca e espaços naturais
protegidos como o parque
natural das Serras Sub-Béticas; o
Roteiro de Washington Irving,
As jazidas arqueológicas que se
conservam na Andaluzia
mostram bem a importância que
esta região despertou nos
primeiros povos que aqui
chegaram. As tribos do Neolítico
estabeleceram-se no vale do
Guadalquivir. Noutras zonas
como Antequera (Málaga) ainda
se conservam antas imponentes
muito semelhantes às que se
encontram na localidade
sevilhana de Valencina de la
Concepción ou na povoação
onubense de Trigueros.
Os fenícios fundaram Gades,
a actual Cádiz. Da cultura fenícia
recuperaram-se esplêndidos
sarcófagos que hoje podem ser
admirados no museu de Cádiz.
6
Em Jaén fixou-se a civilização
ibera, representada por um
povo pré-romano que manteve
uma actividade comercial bem
organizada. O museu desta
cidade expõe conjuntos
escultóricos de extraordinário
valor. Além disso o mundo
romano pode ser
admirado nas jazidas
arqueológicas de Itálica e
Carmona, em Sevilha.
O legado islâmico está
distribuído por toda a
Andaluzia, mas é nas cidades
de Granada e Córdova onde a
sua herança é maior.
A Alhambra e a Mesquita,
declaradas Património da
Humanidade, são dois dos
recintos históricos e artísticos
mais visitados do Mundo.
Mesquitas, castelos e torres de
Catedral. Sevilha
vigia espalham-se por todo o
território andaluz, justificando
a riqueza que durante oito
séculos teve o Al-Andalus,
ponto de encontro e de luta
entre as culturas muçulmana e
cristã.
A entrada dos reis castelhanos
na Andaluzia trouxe consigo a
proliferação de edifícios e
monumentos construídos no
estilo gótico. Jaén, porta de
penetração das tropas cristãs,
seria a primeira a assumir estes
novos postulados
artísticos.
Em cidades como
Úbeda e Baeza
abundam igrejas e
palácios, assim
como casarões e
edifícios civis que,
com o decorrer
dos anos, assumiriam ares
renascentistas. Porém, será em
Sevilha onde o gótico adquirirá
toda a sua grandeza. O exemplo
melhor disso é a Catedral, a
grande construção dos finais da
época medieval andaluza.
O Património
Natural
O renascimento revê-se nas
praças maiores de numerosas
cidades de Jaén e de Granada.
O Palácio de Carlos V em
Granada, dentro do complexo
da Alhambra, ou a Catedral
de Jaén representam, nesta
comunidade autónoma, o
mais vivo exemplo
deste estilo.
Mesquita. Córdova
devido em grande parte à
riqueza trazida da América,
reflecte-se em edifícios
como o do Arquivo das
Índias de Sevilha, o Mosteiro
de La Rábida de Huelva ou a
Catedral de Cádiz.
Quanto ao barroco é
necessário reconhecer a
riqueza de localidades
sevilhanas como Écija ou
Carmona. Dezenas de templos,
conventos e mosteiros foram
construídos neste estilo por
todo o território andaluz. A
Cartuxa de Granada é um dos
seus modelos mais
significativos, mas não é o
único. Nas povoações
cordovesas de Priego e Lucena
encontram-se sacrários de
Nossa Senhora da Assunção
e de São Mateus,
respectivamente, carregados
de ornamentos e de
sumptuosos elementos de
decoração.
A arquitectura popular
tem muito a ver com as
brancas granjas que se
dispersam por todo o campo
andaluz. Além disso,
as praças de touros de
cidades como Ronda
configuram a chamada
arquitectura romântica.
No século XX Andaluzia
aderiu às novas correntes
arquitectónicas europeias.
Edifícios industriais,
modernistas, históricos e
modernos espalham-se por
toda a comunidade. A
Exposição Universal de 1992
deixou um enorme legado em
Sevilha.
A arquitectura colonial, que
proliferou na Andaluzia
8
Cerca de 17 por cento da
superfície da comunidade
andaluza está catalogada como
espaço natural protegido.
A região conta com dois
parques nacionais, Doñana e
Serra Nevada, e 22 parques
naturais distribuídos pelo seu
interior e litoral. Para além
disso, possui 28 reservas
naturais, que na sua maioria
ocupam zonas húmidas ideais
para a conservação de uma rica
flora e fauna. O mapa ecológico
andaluz é completado com
cerca de 30 locais naturais, uma
denominação mais global na
qual se incluem, na sua maior
parte, zonas de riqueza
geológica.
Doñana e Serra Nevada foram
declaradas pela Unesco Reserva
da Biosfera, título a que
também tiveram direito outros
cinco espaços protegidos: Serra
das Neves, de Málaga; Serra de
Grazalema, em Cádiz; Cabo da
Gata, em Almeria; as Marismas
do Odiel, em Huelva, e Cazorla,
Segura e Las Villas, em Jaén.
Precisamente este último
parque é o mais extenso de
Espanha e o segundo
da Europa.
O litoral encerra parte do
património natural andaluz.
Pela sua costa estende-se, por
exemplo, o Parque Natural de
Cabo de Gata-Nijar, de Almería,
o da Baía de Cádiz ou o Parque
Nacional de Doñana, entre
vários outros. Por sua vez, este
litoral está dividido por quatro
costas: a Costa de Almería que
ocupa a província com o
mesmo nome; a Costa Tropical
que se situa na província de
Granada; a Costa do Sol na
província de Málaga e, por
último, a Costa da Luz que é
compartilhada por Cádiz e
Huelva.
Parque Nacional da Serra Nevada. Granada
Itinerários
pelas capitais e
províncias
andaluzas
Almería
Mariyat, que em árabe significa
miradouro do mar, foi, na
época do Califado de Córdova,
um dos mais importantes
portos do Islão. A alcáçova (1)
que se ergue sobre um
penhasco rochoso atesta hoje a
grandeza que Almería teve
nessa época (169.509
habitantes). A fortaleza
continua a coroar uma cidade
na qual sobrevivem estilos e
influências da costa africana
que lhe fica tão próxima. A
milenária alcáçova é a maior
das edificadas pelos árabes na
Península Ibérica. Dentro das
muralhas existem belos jardins
e amplas dependências
coroadas por altas torres como
a Torre da Homenagem. Do
Cerro de São Cristóvão (2), ali
ao lado, desfruta-se de uma
das mais belas vistas da cidade.
Aos pés da alcáçova fica a
cidade.
O seu estilo árabe reflecte-se
nos bairros mais antigos de
Almería.
A Catedral (3) foi concebida
inicialmente como uma
fortaleza. Daí o seu sólido
aspecto exterior, as suas quatro
torres e as suas janelas
minúsculas. À severidade
exterior do templo contrapõe-se
a sua harmonia interior. O altar-mor é gótico, o coro,
plateresco, e os retábulos das
capelas, barrocos. Ao lado da
Catedral fica o Convento das
Puras (4) e o Palácio Episcopal
(5). Não muito longe daqui, ao
lado do porto, ergue-se o
Hospital Real (6) com a sua bela
fachada neoclássica do século
XVIII.
O património artístico de
Almería inclui também outras
igrejas, como a de São João (7),
construída sobre as ruínas de
uma mesquita árabe. No seu
interior é de destacar o
“miharab”, um nicho do
qual se dirigia a oração aos
muçulmanos.
Alcáçova
1 Alcáçova
2 Cerro de San Cristóbal
3 Catedral
4 Convento das Puras
5 Palácio Episcopal
6 Hospital Real
7 Igreja de São João
8 Passeio de Almería
9 Teatro de Cervantes
10 Praça Afonso XIII
11 Basílica de Nossa Senhora do Mar
12 Rambla de Belén
13 Cais (Carregador) de Minérios
14 Praia do Zapillo
Ao lado do Passeio de Almería
(8), fica o Teatro Cervantes (9)
e o Círculo Mercantil. Uma rua
mais acima, na Praça de Afonso
XIII (10), situa-se a Basílica de
Nossa Senhora do Mar (11),
um monumento histórico e
artístico que acolhe a imagem
da padroeira de Almería.
A Rambla de Belén (12) divide
a parte antiga da cidade da
parte nova. No final desta
alameda encontra-se o porto. É
aqui que a arquitectura
industrial se manifesta em
obras tão singulares como o
carregador de minério (13),
11
Informação turística
Estacionamento
Correios
Polícia
Rambla de Belén
Catedral
uma estrutura metálica de
engenharia. A praia do Zapillo
(14), a mais concorrida da
cidade, ocupa o bairro mais
populoso de Almería.
www.dipalme.org
www.almeria-turismo.org
O PARQUE NATURAL DO
CABO DE GATA-NÍJAR
O Parque Natural do Cabo de
Gata-Níjar situa-se no extremo
oriental do golfo de Almería e os
seus 45 quilómetros de costa
virgem dominam uma paisagem
vulcânica cujas maiores altitudes se
registam na Serra de Gata, uma
franja montanhosa que serve de
parapeito à chuva. No seu
Praia de Zapillo
Os Escullos
ambiente semidesértico
encontram-se paisagens de dunas
móveis, salinas e pequenas
enseadas. As praias mais famosas
são as de Genoveses e Mónsul,
bem como a do Arco, na
povoação de Los Escullos, e a do
Peñón Blanco, ao lado de La Isleta
del Moro. O farol do Cabo da
Gata, encravado ao lado do
miradouro das Sereias, ergue-se
sobre o promontório mais
meridional do parque. Daqui
parte um caminho que conduz a
São José, uma povoação
pesqueira situada no interior do
parque natural, e que costuma
servir como ponto de partida de
numerosos itinerários turísticos.
Na paragem das Amoladeras,
no meio de uma zona de
estepe, encontrase o centro de
Aguadulce. Almería
visitantes e interpretação da
natureza.
hortaliças, estende-se por toda a
Costa de Almería.
Na localidade de São Miguel de
Cabo de Gata nasce uma estrada
que vai até à povoação pescadora
de La Almadraba de Monteleva.
Grandes montanhas de sal
amontoam-se nos arredores desta
povoação e muito perto daqui
fica um observatório ornitológico
do qual é possível contemplar
uma grande variedade de aves
que cada ano utilizam esta
extensão de água na sua
passagem migratória.
No Campo das Dálias, no
chamado Poente Almeriense,
situam-se povoações como Adra,
que possui um porto desportivo
muito concorrido na época
estival. Praias de areia fina como
Balanegra ou Balerma levam-nos
até complexos turísticos como
Almerimar, a Sul de El Ejido. Uma
paisagem de salinas conduz às
Roquetas de Mar, localidade que
tem para mostrar ao visitante a
sua torre do Castelo de Santa
Ana. Bordejando a costa, avulta
a povoação pesqueira de
Aguadulce que nestas últimas
décadas trocou a sua paisagem
desértica por um mar branco
de estufas.
O LITORAL
Um enorme panorama de
estufas, onde se cultivam
durante todo o ano frutas e
Mojácar
Cabo da Gata
13
2005
O litoral oriental ou do levante
é menos concorrido. É aqui onde
surge a faixa costeira do Parque
Natural do Cabo da Gata, com
praias solitárias e enseadas
abrigadas. Fora dos limites
protegidos fica Carboneras,
cheia de edifícios de inspiração
norte-africana. Esta povoação
possui praias como Torre Velha,
Martinicas ou Algorrobico. A
proximidade do Deserto de
Tabernas cria um contraste
original que se acentua com
uma vegetação de figueiras da
índia, piteiras e palmeiras.
Encarrapitada numa montanha,
Mojácar faz parte dos
municípios almerienses que mais
respeito mostraram pela
arquitectura popular de casas
brancas. Aos seus pés crescem
complexos residenciais ao lado
de um mar que também banha
povoações como Garrucha,
pescadora e desportiva, ou Vera,
cujas praias acolhem alguns dos
centros mais importantes do
naturismo andaluz.
DESERTO DE TABERNAS
A Serra dos Filabres, famosa por
ter o observatório astronómico
de Calar Alto, é, pode dizer-se, a
entrada do Deserto de Tabernas,
o único com estas características
na Europa. Esta paisagem
natural foi cenário da rodagem
de dezenas de filmes inspirados
no longínquo oeste americano.
No centro desta zona ainda se
conservam povoações como
Far-West que serviram como
pano de fundo a filmes rodados
por directores de grande
reputação. Dentro desta árida
comarca existem outras
paisagens de grande valor
natural como a Serra de
Alhamilla, o último obstáculo
montanhoso antes de se
alcançar o mar, ou o Karst em
Yesos de Sorbas, um capricho
geológico da natureza.
Deserto de Tabernas
Cádiz
A cidade de Cádiz, com os seus
154.511 habitantes, é
popularmente conhecida como
“a pequena taça de prata”.
Uma comprida língua de terra
une esta cidade ao continente.
A velha Gades fenícia aparece
como uma península rodeada
de água que serve de porta de
entrada à sua baía.
A Porta de Terra (1), uma
muralha do século XVII, dá
acesso à cidade mais antiga do
Ocidente. A Catedral (2),
situada de costas para o
Atlântico, é de estilo barroco e
neoclássico. Resplandece nela a
sua cúpula, construída nos
princípios do século XIX e
recoberta de azulejos amarelos.
Na sua cripta descansam os
restos mortais do compositor,
natural da região, Manuel de
Falla.
Boa parte do atractivo da
cidade radica-se nas suas
populosas praças, como a de
São João de Deus (3) de onde
se sobe à Câmara Municipal (4),
um edifício branco, neoclássico,
cuja fachada dá para o porto.
Praças como a das Flores (5) e a
da Candelária (6) merecem ume
visita demorada. Na Praça de
Espanha (7), ao lado do
Parlamento Provincial (8),
ergue-se o Monumento às
Cortes Liberais (9).
Além disso, Cádiz possui igrejas
de grande valor artístico, como
por exemplo a do Rosário (10),
no interior do qual se
encontram as esculturas de San
Servando e San Germán, os
padroeiros da cidade. Muito
perto daqui fica a Praça da
Mina (11) ao lado da qual está
situada a igreja barroca de São
Francisco (12). As alamedas de
Apodaca (13) e do Marquês de
Comillas (14) conduzem à
Igreja do Carmen (15), de típico
estilo colonial. Da Bateria da
Candelária (16), na parte de
trás do templo, pode-se
desfrutar de uma admirável
vista da baía de Cádiz toda ela
salpicada de barcos que entram
e saem do porto.
No Oratório de São Felipe Neri
(17), um edifício declarado
monumento nacional, foi
aprovada a Constituição de
1812, o primeiro texto que
consagrou a igualdade e as
liberdades em Espanha.
Praça de Espanha
Praia da Caleta
A cidade possui também bairros
tradicionais como o Pópulo,
Santa Maria ou a Viña.
Precisamente neste último
bairro, muito perto do Parque
Genovês, fica a pequena praia
de Santa Catalina (19) e mesmo
ao seu lado a de São Sebastião
(20). Cádiz possui também
outras praias como a de Santa
Maria do Mar (21) ou a da
Vitória (22), uma longa e
arenosa faixa localizada à
entrada da cidade.
www.dipucadiz.es
1 Porta da Terra
15 Igreja do Carmen
2 Catedral
16 Bateria da Candelária
3 Praça de São João de Deus
17 Oratório de São Felipe Neri
4 Câmara Municipal (Ayuntamiento)
18 Praia da Caleta
5 Praça das Flores
19 Castelo de Santa Catalina
6 Praça da Candelária
20 Castelo de São Sebastião
7 Praça de Espanha
21 Praia de Santa Maria
do Mar
8 Assembleia Provincial
22 Praia da Vitória
9 Monumento às Cortes Liberais
10 Templo do Rosário
Informação turística
Estacionamento
Correios
Estação de autocarros
Estação de comboios
11 Praça da Mina
12 Igreja de São Francisco
13 Alameda de Apodaca
14 Alameda do Marquês de Comillas
16
2005
Porto Sherry. O Porto de Santa Maria
A BAÍA E O LITORAL
A Baía de Cádiz possui
povoações milenárias sendo a
mais importante o Porto de
Santa Maria , na foz do rio
Guadalete, e em cujo centro
antigo se ergue o Castelo de São
Marcos, construído no século
XIII. Uma paisagem de dunas,
marismas e pinhais leva-nos até
Porto Real, onde o seu bairro
mais antigo foi declarado
conjunto histórico artístico. Na
baía existem outras povoações
como São Fernando ou Chiclana
de la Frontera, que encerra no
seu centro urbano a Igreja de
Jesus Nazareno, de traça
barroca.
O litoral da província de Cádiz
começa em Sanlúcar de
Barrameda, na foz do
Guadalquivir e em frente do
Parque Nacional de Doñana.
Nesta localidade, famosa pelas
suas adegas, fica Bajo de Guia,
um bairro de pescadores onde
se pode apanhar o barco que
leva até à outra margem, já em
terras onubenses. Chipiona é um
centro de peregrinação mariano
pois ao lado da sua praia erguese o Santuário de Nuestra
Señora de Regla.
posta na costa norte-africana,
a cidade possui extensas praias
açoitadas, por vezes, pelo forte
vento do levante. No seu centro
antigo encontra-se o Castelo do
Califa construído na época
árabe.
JEREZ DELA FRONTERA
Cádiz é terra de vinhos e de
cavalos e disto é prova Jerez de
la Frontera, a cidade mais
populosa da província.
Numerosas adegas estão
abertas ao público e nelas se
podem provar os diferentes
tipos de mostos que se fazem
nesta região. Além disso, Jerez
possui a Real Escola Andaluza
de Arte Equestre, que um dia
por semana, geralmente às
quintas-feiras, realiza exibições
com os seus cavaleiros e cavalos
cartuxanos.
Uma longa faixa costeira levanos até Rota, localizada à
entrada da baía de Cádiz. Sancti
Petri, fundada pelos fenícios, é
uma vila que tem um dos mais
modernos complexos turísticos
da comarca. A seguir aparecem
outras povoações como Conil,
Caños de Meca ou Barbate.
Perto de Zahara de los Atunes
espalham-se praias de areias
douradas como a de Bolonia, ao
lado das ruínas romanas de
Baelo Claudia.
Tarifa é ponta mais meridional
de Espanha. Com a vista
O património artístico da
cidade está representado pela
Catedral do Salvador em cujo
interior se podem admirar
obras pictóricas de artistas
como Zurbarán. Ao lado da
Catedral ergue-se o Alcácer, do
século XI, que guarda a antiga
mesquita árabe reconvertida
após a reconquista cristã na
Igreja de Santa Maria. Muito
perto da Praça do Arenal, uma
das mais populares e
movimentadas da cidade, fica a
Igreja de São Miguel, que
Zahara de los Atunes (dos Atuns)
18
possui um notável altar-mor.
O Cabido Municipal, de estilo
mudéjar, fica ao lado da Igreja
de São Dionísio, construída em
honra do padroeiro da cidade.
Jerez de la Frontera possui
sumptuosos palácios de
famílias pertencentes à
aristocracia local. Ao lado de
um deles situa-se a Igreja
Convento de Santo Domingo
(São Domingos) em cujo
interior se abrem amplos
claustros do século XIII que, ao
longo do ano, servem como
salas de exposições.
O Bairro de Santiago é um dos
mais importantes de Jerez e
ainda se conservam nesta parte
da cidade alguns troços das
muralhas árabes. No bairro
destaca-se a Praça de São João
onde se ergue o Palácio de
Pemartín, a sede do Centro
Escola Equestre.
Jerez de la Frontera
Andaluz de Flamenco ou o
templo de Santiago, com uma
esbelta torre. A Basílica da
Nossa Senhora das Mercês tem,
no altar, um sumptuoso
retábulo de prata onde se
venera a padroeira de Jerez.
www.webjerez.com
A ROTA DAS ALDEIAS
BRANCAS
Cerca de uma trintena de
municípios compõem uma das
rotas turísticas mais
interessantes da Andaluzia. As
Aldeias Brancas situam-se a
Norte da província de Cádiz,
mas a comarca estende-se
também a Noroeste de Málaga,
a Serrania de Ronda. As suas
pequenas vilas são uma herança
árabe e a maioria está situada
no cimo das colinas. O Parque
Natural de Grazalema, famoso
pelo pinsapo (um abeto próprio
desta serra), situa-se no coração
da rota, assim como o Parque
Natural de los Alcornocales
aparece a Sul.
A porta de entrada desta rota
é Arcos de la Frontera, na
qual se pode admirar a igreja
gótica de Asunción e
contemplar o amplo Vale do
Guadalete. A partir daqui
sucedem-se as povoações de
casas caiadas de branco, ruas
empinadas e pracetas
perfumadas por toda a
espécie de flores. Assim são,
por exemplo, Bornos,
Villamartín, Prado del Rey,
El Bosque ou Benamahoma.
Outras povoações como
Ubrique tornaram-se famosas
pela seu artesanato de
cabedal. Em Grazalema, aos
pés da Sierra del Pinar,
existem espessas manchas de
sobreiros e azinheiras. Uma
estrada sobe até ao Cume de
las Palomas (das Pombas) na
margem do qual se pode
admirar o Pinsapar (parque de
pinheiros especiais que se
criam na Andaluzia).
em frente o castelo árabe. Na
província de Málaga existem
outras pequenas povoações
como Montejaque, Benaoján
ou Cortes de la Frontera que
mantêm a mesma
arquitectura branca que as
localidades da província de
Cádiz.
Medina Sidonia está situada a
Sul da rota das Aldeias
Brancas. Esta localidade,
famosa pelas suas ganadarias
de toiros bravos, possui na
Igreja da Santíssima Virgem
Coroada um dos mais
significativos exemplos do
gótico tardio de Cádiz.
Vejer de la Frontera,
acomodada numa colina, fica
a poucos quilómetros da
costa. No seu centro antigo
encontram-se monumentos
como o castelo árabe ou a
igreja do Divino Pastor, assim
como o Santuário da Nossa
Senhora da Oliva em cujo
altar se venera uma imagem
do século XVI.
Zahara de la Sierra é uma
pequena povoação encravado
num penhasco montanhoso
donde se avista uma
caudalosa barragem.
Córdova
Córdova, com os seus 318.030
habitantes, é uma cidade
Património da Humanidade,
razão por que é um destino
obrigatório na Andaluzia. No
século X foi a capital do mundo
islâmico ocidental. Tal era a sua
grandeza que chegou a
competir com a longínqua
Bagdade. Banhada pelo
Guadalquivir, na cidade a
Mesquita-Catedral (1) é a rainha
dos edifícios históricos. As suas
cerca de mil colunas rodeiam o
antigo lugar de oração dos
árabes. Após a Reconquista,
houve a ideia de construir
dentro da própria mesquita uma
catedral de estilo gótico que,
com o passar dos anos recebeu
ornamentos platerescos e
barrocos. A Mesquita-Catedral
está assente sobre um
rectângulo com 23 mil metros
quadrados, o que a torna a
terceira maior do Mundo. O
Pátio das Laranjeiras (2), que
possui belos jardins, inclui-se
neste recinto de ameias.
O Palácio Episcopal (3) fica
mesmo diante de uma das
portas de entrada na MesquitaCatedral.
A rota transita por outras
povoações como Algodonales,
El Gástor e Olvera. Esta última
localidade é considerada
como uma das mais belas da
comarca. Destaca-se nela a
Igreja de São José com as suas
duas esbeltas torres e mesmo
Vejer de la Frontera
Mesquita-Catedral
20
O edifício, de pátios amplos,
acolhe hoje o Palácio dos
Congressos e Exposições. Dando
para o rio, junto à Porta da Ponte
(4), romana, ergue-se o Triunfo
de São Rafael (5),
um dos monumentos mais
queridos dos cordoveses.
A Sinagoga (6), o Museu
Tauromáquico, o Zoco – o
Mercado (7), a Capela de São
Bartolomeu (8) fazem parte de
um conjunto monumental que se
estende pela Judiaria (9), o bairro
mais formoso da cidade.
O Alcácer dos Reis Cristãos (10)
foi mandado construir por
Afonso XI. No seu interior
existem jardins, belos e bem
cuidados, com fontes e canais.
Nas salas estão expostos
mosaicos romanos que
relembram a grandeza que a
cidade também teve sob os
mandatos daquele império. A
Ponte Romana (11) enobrece o
Guadalquivir.
No outro lado da cidade fica a
Torre de la Calahorra (12) – da
qual, através de uma janela
gradeada, se distribuía o pão aos
populares durante os períodos
de grandes fomes – e onde
Córdova exibe a sua tolerância
através do Museu das Três
Culturas (árabe, hebraica
e cristã).
Córdova possui inúmeras casas
solarengas, com pátios frescos e
luminosos. Cuidar delas tornou-se,
para a cidade, numa verdadeira
obrigação. Nelas misturam-se o
azulejo de cores vivas, o ferro
forjado, os vasos de gerânios e
jasmins e os limoeiros e as
laranjeiras.
À volta da Praça do Potro (13)
existem edifícios importantes
como o Museu Provincial das Belas
Artes e o Museu Julio Romero de
Torres. Em frente, existe a Pousada
do Potro (14), considerada um
local de Cervantes já que está no
Dom Quixote.
1 Mesquita-Catedral
15 Praça da Corredera
2 Pátio das Laranjeiras
(de los Naranjos)
16 Igreja de São Paulo
17 Palácio das Mercês
3 Palácio Episcopal
18 Praça de Dolores
4 Porta da Ponte
19 Cristo de los Faroles
5 Triunfo de São Rafael
20 Ronda da Vitoria
6 Sinagoga
21 Ronda dos Tejares
7 Mercado árabe
22 Avenida do Grande Capitão
8 Capela de São Bartolomeu
9 Judiaria
Informação turística
Estacionamento
Polícia
Estação de autocarros
Estação de comboios
AVE
10 Alcácer dos Reis Católicos
11 Ponte Romana
12 Torre da Calahorra
13 Praça do Potro
14 Casa do Potro
22
Perto encontra-se a Praça da
Corredera (15), um rectângulo
cheio de portas, que noutros
tempos era praça de touros. As
igrejas góticas, como a de San
Pablo (São Paulo) (16), existem por
toda a cidade, bem como edifícios
de carácter eminentemente
barroco como o Palácio de la
Merced
Triunfo de
São Rafael
Alcácer dos Reis
Cristãosa
(das Mercês) (17) sede actual da
Deputação Provincial.
Simultaneamente, a cidade mostra
a Praça de las Dolores
(das Dores) (18), uma verdadeira
gravura cordovesa, com destaque
para o Cristo de los Faroles (dos
Candeeiros) (19).
Córdova conta, aliás, com avenidas
amplas, onde hoje se pode sentir o
seu pulsar. Entre elas, destacam-se
a Ronda de Victoria (20), a Ronda
de los Tejares (dos Teares) (21) ou
do Grán Capitán (Grande Capitão)
(22).
A cerca de oito quilómetros desta
capital está situada a Medina
Azahara, um palácio construído
no século X pelo califa
Abderramán III em honra da sua
favorita. Nos começos do século
XI, os berberes destruíram-no, mas
a sua anterior grandeza ainda se
pode imaginar. Ficou de pé um
salão em que se pode admirar
parte dos seus entalhes e
ornamentações em madeira.
www.turiscordoba.es
www.ayuncordoba.es
Ponte romana e
Torre da Calahorra
2005
do imperador Carlos V e do seu
filho Felipe II.
Belalcázar
segunda cidade mais povoada
desta província. É aqui que se
encontra a Igreja de São Mateus
possuidora de um dos sacrários
barrocos mais imponentes da
Andaluzia. O Santuário de Nossa
Senhora de Araceli fica apenas a
cinco quilómetros de Lucena e do
alto desta colina, em pleno
coração da Serra de Aras, podem
ver-se cinco das oito províncias
andaluzas. É por esta razão que
Lucena é considerada como o
centro geográfico da região
andaluza.
Por fim temos Pedroche, uma
povoação onde a agricultura e a
criação de porcos são as
principais actividades. No seu
centro antigo podemos admirar
a igreja da Transfiguração do
Senhor cuja torre de cerca de
sessenta metros é visível de
vários pontos da comarca.
Pedroche
A VÁRZEA E A CAMPINA
Montoro
VALE DOS PEDROCHES
uma catedral. Em Belalcázar
ergue-se um castelo medieval
que em tempos idos foi uma
verdadeira sentinela feudal.
Numa pequena aldeia chamada
Santa Eufemia podem também
ser encontrados restos dum
velho castelo árabe,
o de Miramontes, que na sua
época era como que uma
fronteira. Mais a Sul temos El
Viso, com a sua igreja da
Encarnação. Num cruzamento
de estradas encontramos
Pozoblanco, uma povoação
alva com a Paróquia de Santa
Catalina onde está sepultado
Ginés de Sepúlveda, o cronista
A Norte da província de
Córdova abre-se a faixa
montanhosa longa e larga da
Serra Morena.
Aqui situa-se o Vale dos
Pedroches, uma comarca
dominada por uma paisagem
de pastagens e azinheiras. Por
aqui reina o porco ibérico. No
meio de tanta natureza,
destacam-se povoações com
uma história rica, como
Hinojosa del Duque, onde
existe a igreja de São João
Baptista, que, pelas suas
dimensões, bem poderia ser
24
O caminho segue por uma
paisagem de azinheiras até se
chegar à Serra Sub Bética onde
fica a cidade barroca de Priego de
Córdova. Muito perto desta ficam
as povoações de Luque e
Carcabuey. A poucos quilómetros
daqui temos a pequena aldeia de
Zuheros que abriga a famosa
Gruta dos Morcegos.
Nas margens do Guadalquivir
situam-se algumas povoações
muito atraentes pela sua história.
Para o caso temos, por exemplo, a
de Montoro que acolhe no seu
centro urbano a Torre de São
Bartolomeu ou a Praça de
Espanha. Seguindo o curso do rio
chega-se até Córdova e uns
quilómetros mais abaixo a
Almodóvar del Rio, famosa por ter
um castelo inexpugnável de
inspiração árabe. Em Palma del
Rio deve visitar-se o recinto
amuralhado assim como o
Convento de São Francisco,
em cujo interior existe um
luminoso claustro do século XV.
Almodóvar do Rio
Ao Sul de Córdova estende-se uma
região de videiras e oliveiras.
Montilla é a capital do vinho
cordovês e Baena a do azeite,
considerado como um dos
melhores do mundo. Entre as duas
localidades situa-se Lucena, a
25
Nicolau (3), com o seu
miradouro do qual se avista uma
das mais belas vistas da
Alhambra e da Serra Nevada.
Neste velho bairro destacam-se
as “cármenes” que são casas
com bonitos jardins.
O Mosteiro de Santa Isabel
a Real (4), situado perto das
antigas muralhas que
circundavam a cidade árabe,
sobressai desta rede de ruelas
estreitas.
Granada
Granada, com os seus 272.738
habitantes, é uma das mais
bonitas capitais da Espanha, e a
sua história e monumentalidade
assim o atestam, pois foi o
ponto de encontro da cultura
árabe com a cristã. Em 1492, o
ano do descobrimento da
América, os Reis Católicos
invadiram o último bastião
árabe na Península.
O monumento mais
emblemático da cidade é, sem
dúvida alguma,
o Alhambra (1), declarado
Património da Humanidade.
Trata-se de um edifício
sumptuoso e que é o destino
mais do que obrigatório de todo
o turista que venha à Andaluzia.
O bairro cigano do Sacromonte
(5), famoso pelas suas grutas,
situa-se numa larga colina
donde se pode apreciar uma
linda vista da cidade. El Chapiz
(6), o rio em cujas margens fica a
Escola de Estudos Árabes (7) e o
Palácio dos Córdova (8), desce
até à Carrera del Darro (9), que
corre paralelamente ao Passeio
dos Tristes (10). Na sua parte
baixa, a rua é ladeada por
edifícios históricos como El
Bañuelo (11), um conjunto de
banhos árabes em cujas
A cidade possui recantos dignos
de ser vistos com toda a
tranquilidade. Pode-se iniciar o
itinerário da visita no bairro de
Albaicín (2), um emaranhado de
ruas e praças como a de São
1 Alhambra
15 Gran Via de Colombo
2 Albaicín
16 Curral do Carvão
3 Praça de São Nicolau
17 Praça de Bib-rambla
4 Mosteiro de Santa Isabel
a Reall
18 Alcaçaria
19 Palácio de la Madraza
5 Bairro de Sacromonte
Vista de Albaicín
20 Capela Real
6 El Chapiz
21 Catedral
7 Escola de Estudos Árabes
22 Hospital Real
8 Palácio dos Córdova
23 Mosteiro da Cartuxa
9 Estrada do Darro
24 Generalife
10 Passeio dos Tristes
Informação turística
Estacionamento
Correios
Polícia
Parador (Posada)
11 Os Banhos árabes
12 Praça Nova
13 Real Chancelaria
14 Igreja de Santa Ana
26
27
obrigatório visitarse,
principalmente para aqueles
que desejem comprar
recordações da cidade.
Sacromonte
abóbadas se abrem clarabóias
em forma de estrelas. No final
deste emaranhado de ruas fica a
Plaza Nueva (Praça Nova) (12),
flanqueada pela Real
Chancelaria (13) e pela Igreja de
Santa Ana (14).
A cidade deixa de ser árabe para
passar a ser cristã ao atravessarse a Gran Via de Colón (Grande
Avenida de Colombo) (15).
A Câmara Municipal e o Corral
del Carbón (16), sede da
Fundação do Legado Andaluz,
mostram bem a mudança de
estilos arquitectónicos. Perto
daqui fica a Praça de Bib-rambla
(17), muito conhecida pelo seu
mercado de flores. Mesmo por
trás está a Alcaiceria (18), o
velho mercado árabe que é
O Palácio da Madraza (19),
outro exemplo de arquitectura
muçulmana, situase em frente
da Capela Real (20) onde estão
sepultados os Reis Católicos.
Este monumento, de um estilo
gótico tardio, está encostado à
Catedral (21), uma obra mestra
do classicismo espanhol e que
foi mandada construir por
Isabel a Católica. A parte gótica
foi começada em 1523 por
Enrique de Egas, mas foi
concluída pelo mestre
renascentista Diego de Siloé e é
também a ele que se deve uma
boa parte do melhor
mostruário monumental desta
região.
Granada possui ainda outros
monumentos de uma beleza
singular como, por exemplo,
o Hospital Real (22), hoje sede
da Universidade, ou o Mosteiro
da Cartuxa (23), situado na
periferia da cidade, na
localidade de Aynadamar.
Neste último edifício conseguese perceber, mais do que
noutra parte qualquer, a
importância do barroco, pois os
Praça Nova
seus sacrários estão carregados
de riquezas sumptuosas. Tanto
é assim que as próprias
imagens que este templo
possui foram realizadas pelos
mais importantes entalhadores
andaluzes do século XVIII.
A uns dez quilómetros de
Granada encontra-se a Horta
de São Vicente, um agradável
conjunto de propriedades
rústicas rodeadas de zonas de
várzeas, onde fica a Casa
Museu do poeta granadino
Federico Garcia Lorca. Nas suas
salas estão expostos objectos
pessoais do escritor, além de
manuscritos e partituras
Mas Granada passou à história
da arte mundial mais por causa
da Alhambra, um conjunto de
palácios, fortalezas e casas
reais que o convertem num dos
monumentos mais belos do
Capela Real
mundo. Nele habitou a dinastia
do reino nazari. Boabdil, o
último rei muçulmano de
Granada, deixou-a, com muita
pena, após a reconquista cristã,
nas mãos de Isabel e Fernando.
O monumento está dividido em
duas zonas: numa, que foi a
pública e governamental,
o Palácio de Comares; e noutra,
a zona privada, ou harém, o
Palácio dos Leões. No seu
interior destaca-se um conjunto
de torres, como a Vela na zona
da alcáçova, ou o palácio
renascentista de Carlos V, onde,
hoje em dia, está o Museu da
Alhambra e o das Belas Artes.
Muito perto daqui encontra-se
o Generalife (24), os jardins
desta residência de reis onde se
destaca o Pátio da Acequia ou
o da Sultana.
www.dipgra.es
www.granada.org
A Alhambra
Jardins do Generalife
2005
A SERRA NEVADA
povoações de arquitectura
popular como, por exemplo,
Güejar-Sierra.
A Estação de Inverno da Serra
Nevada possui excelentes infraestruturas hoteleiras e de
serviços. À sombra do pico de
Veleta praticam-se várias
modalidades de desportos de
neve, a partir dos finais do
Outono até meados da
Primavera. A estância dispõe de
62 quilómetros de pistas para a
prática do esqui alpino.
A Serra Nevada, a cordilheira
montanhosa mais alta de
Espanha, fica situada nas
províncias de Granada e
Almeria, embora seja na
primeira que se localiza a sua
maior parte. Segundo Parque
Nacional de Andaluzia é nele
que ficam os picos Mulhacén
com 3.481 metros de altitude, e
Veleta com 3.398 metros. É
precisamente aqui que o
visitante pode encontrar a
estância de Inverno mais
meridional da Espanha.
De Granada parte a GR-420,
considerada a estrada de
montanha mais alta da Europa.
Por ela se chega ao centro de
informações e de interpretação
El Dornajo, que estabelece o
começo deste espaço natural
protegido. Uns quilómetros
antes, fica o Miradouro de
Canales, do qual se pode
desfrutar uma vista maravilhosa
do Vale del Genil, salpicado de
Na época estival o visitante
pode participar em excursões
que sobem até ao pico do
Mulhacén. A esta altitude e em
dias de céu limpo, pode avistarse a costa norte africana. O que
chama a atenção das pessoas é a
proximidade do Mediterrâneo,
pois realmente em apenas trinta
quilómetros em linha recta
chega-se às tranquilas praias da
Costa Tropical.
Para os amantes da fauna e da
botânica, a Serra Nevada
30
Estação de Inverno da Serra Nevada
encerra em si riquezas muito
interessantes. É por este maciço
que ainda vagueia a cabra
hispânica e é também nele que
reina a águia real. A flora está
representada por tipos próprios
como a estrela das neves,
a violeta da Serra Nevada ou o
açafrão silvestre.
importância que a localidade teve
como fronteira entre muçulmanos
e cristãos. É nas profundezas do
Vale do Guadalfeo, o rio que
separa a Serra Nevada das
montanhas de Lújar e da
Contraviesa, que se situa Órgiva a
capital administrativa e económica
da zona. Entre outros monumentos
destaca-se, na cidade, a Igreja de
Nuestra Señora de la Expectación,
um templo do século XVI, com duas
torres gémeas.
www.cetursa.es
ROTA DAS ALPUJARRAS
A partir de Órgiva sobe-se por
estradas sinuosas até povoações
encravadas em ladeiras muito
pronunciadas. Uma estrada
comarcã trepa até Carataunas,
Cáñar ou mesmo até Soportújar e
uns quilómetros mais acima fica o
Barranco de Poqueira, um conjunto
de lombas verdes onde se
instalaram três das povoações mais
famosas da comarca. A primeira
Nas Alpujarras, uma das mais
conhecidas comarcas da Andaluzia,
os visitantes tomam contacto com
uma história densa, um traçado
urbano original e muitas coisas
típicas. As províncias de Granada e
Almeria compartilham este
território de povoações brancas
que constituíu o último reduto dos
mouros antes da sua expulsão
definitiva para o Norte de África,
nos finais do século XVI.
Lanjarón, a porta de entrada desta
comarca, é também famosa pelo
suas termas e águas minerais. O seu
castelo árabe dá bem conta da
Órgiva
31
Huelva
Trevélez
Capileira
delas é Pampaneira, onde se
conserva praticamente intacta a
herança cultural deixada pelos
mouros. Daí que encontremos
ruelas estreitas, praças acolhedoras
e casas construídas umas sobre as
outras que prendem
poderosamente a atenção dos
visitantes. A seguir temos Bubión e
por último Capileira, donde parte
um caminho que vai dar ao
miradouro de Trevélez e que
continua a subir até ao pico Veleta.
encontrando no caminho até ao
Cerro de la Ragua, uma terra que
estabelece os limites provinciais
entre Granada e Almeria. Situada a
dois mil metros de altitude, é nesta
localidade de alta montanha que se
pode praticar esqui de fundo na
época da neve. A estrada desce a
partir daqui até Bayárcal, onde se
pode admirar a Igreja de São
Francisco, que num dos seus altares
venera a imagem de São José em
talha do século XV além de possuir
também uma imagem antiquíssima
da Imaculada.
O itinerário continua para Pitres e
Pórtugos, outras pequenas aldeias,
e no limite municipal desta última
temos a Fuente Agria (Fonte
Ácida), que é um pilar de cinco
bocas donde corre água rica em
ferro.
Em Laujar de Andarax, a capital da
Alpujarra de Almería a paisagem é
dominada por socalcos e terraços
agrícolas onde se cultivam
produtos hortícolas e frutículas. No
seu centro antigo distribuem-se
quase quinze pilares, alguns deles
anteriores ao século XV. As águas
do rio Andarax regam as férteis
hortas até que os braços do
Deserto de Tabernas acabam por
modificar a paisagem de uma
forma radical.
Uma paisagem de castanheiros,
amoreiras e azinheiras acompanha
o visitante até Trevélez, a povoação
mais alta de Espanha com os seus
1.476 metros de altitude. É nesta
localidade que se produz um
delicioso presunto curado pelos
ventos que descem da Serra
Nevada. Busquístar e Bérchules são
outras aldeias que se vão
www.alpujarras.com
32
Huelva, com os seus 145.712
habitantes, tem o seu símbolo no
Monumento à Fé Descobridora
(1), que consiste numa alta
escultura, dedicada a Colombo e
que está colocada na Punta del
Sebo (a Ponta do Sebo). O
monumento homenageia o papel
que a província onubense teve no
Descobrimento do Novo Mundo.
Huelva localiza-se na foz do rio
Odiel, numa zona de marismas da
qual partem numerosos
itinerários que levam os visitantes
aos espaços protegidos da
província. A visita pode ser
começada na Catedral de la
Merced (das Mercês) (2),
edificada nos meados do século
XVIII e que encerra, atrás da sua
elegante fachada, um interior
cheio de capelas, retábulos e
altares barrocos.
A Igreja de São Pedro (3) foi
construída no século XVI sobre as
ruínas de uma mesquita mudéjar.
Umas ruas mais abaixo, no bairro
de La Esperanza (da Esperança)
(4) fica a Paróquia da Conceição
(5), um templo reconstruído em
1755 após o devastador
terramoto de Lisboa. No seu
interior existem quadros pintados
por Zurbarán e dedicados à
Imaculada.
A Plaza de la Monja (Praça da
Monja) (6) representa o centro do
bairro velho e nela fica o
miradouro do Conquero (7) do
qual se tem uma bela vista da
cidade e dos seus arredores.
Daqui se pode admirar, por
exemplo, as Marismas do Odiel,
um espaço natural de grande
importância para as aves
migratórias.
Huelva possui, também, um
centro velho, de ruelas estreitas e
pequenas praças como a do
Alcaide Coto Mora (8) perto da
qual está o Gran Teatro (9), que é
o centro cultural da capital.
O Museu Provincial de Huelva
(10), guarda objectos e utensílios
romanos que demonstram bem a
importância que a cidade teve
naqueles tempos. Nele,
há também uma sala dedicada à
influência que a província teve no
Descobrimento da América.
Nestas mesmas dependências
conta-se a história das minas de
Riotinto, que ficam bastante
Vista parcial
perto e das quais ainda se extrai
ferro e cobre. Huelva possui
também um bairro bastante
invulgar que se chama Rainha
Victória (11) pois foi construído
com um marcante carácter inglês.
Igreja de São Pedro
Monumento à Fé Descobridora
Catedral
A poucos quilómetros de Huelva
fica Palos de la Frontera, de onde
partiram as três caravelas de
Colombo à descoberta da
América. O Mosteiro de La
Rábida, um templo gótico
mudéjar, é um dos mais
importantes sítios ligados a
Colombo, pois aqui se hospedou
o Almirante antes de zarpar
rumo às Índias.
www.ayuntamientohuelva.es
DOÑANA
1 Monumento à Fé Descobridora
9 Gran Teatro
2 Catedral das Mercês
10 Museu Provincial de Huelva
3 Igreja de São Pedro
11 Bairro da Rainha Vitória
A chamada Costa da Luz estendese entre a foz do rio Guadiana e a
do Guadalquivir, e nos seus 150
quilómetros de litoral ficam cerca
de quinze praias com nomes
bastante interessantes como, por
exemplo, Isla (Ilha) Cristina, Ilha
Canela, La Antilla, El Rompido,
Punta Umbría, Mazagón ou
Matalascañas.
4 Bairro da Esperança
Informação turística
Estacionamento
Correios
Polícia
Estação de autocarros
5 Paróquia da Conceição
6 Praça das Monjas
7 Miradouro do Conquero
8 Praça Alcaide Coto Mora
34
Marismas de Doñana
A reserva ecológica mais
importante da Europa situa-se
na província de Huelva.
Trata-se de Doñana,
um habitat natural em estado
puro, declarado Parque Nacional,
Reserva da Biosfera e Património
da Humanidade. E até mesmo os
seus arredores têm o título de
Parque Natural. A coutada, que
encerra um valioso tesouro de
flora e fauna, situa-se,
principalmente, na província
onubense, embora uma
importante franja do mesmo faça
também parte de Sevilha.
A marisma, que representa quase
metade dos 50.720 hectares da
coutada, é a morada de dezenas
de espécies aquáticas, algumas
delas em sério perigo de
extinção.
As dunas móveis, as praias virgens
de areia branca e fina, os pinhais
e a zona conhecida como a vera,
um território de transição entre
dois ecossistemas, compõem as
outras peças deste singular
conjunto do meio ambiental.
Crónicas antigas asseguram que
aqui se estabeleceu o mítico
reino de Tartessos, mas nada há
que o demonstre e apenas restam
2005
SERRA DE ARACENA
Matalascañas
O principal
centro de
recepção dos
visitantes é El
Acebuche,
situado a meio
caminho entre a
povoação
costeira de
Matalascañas e a
aldeia de El
Rocío. Aqui existe
um local de
reservas de
lugares para visitas ao interior da
coutada. Os outros quatro
centros de informação ficam no
exterior do perímetro do Parque
Nacional. A partir do centro de
Bajo de Guía, em Sanlúcar de
Barrameda, pode-se entrar em
Doñana por via fluvial, a bordo
de um barco que faz a travessia
entre as duas margens. O centro
de Las Rocinas, na aldeia de El
Rocío, possui um trilho para
peões que atravessa o Charco de
la Boca, um riacho com quatro
observatórios ornitológicos.
neste
húmido
terreno algumas
ruínas romanas e,
espalhadas aqui e
além, umas torres
vigias do século XVI,
que serviam de sinal aos barcos
que entravam pela foz do
Guadalquivir.
Doñana, que esteve integrada
durante séculos nos ducados de
Medina Sidonia e Alba, é uma
referência para os amantes da
fauna. Veados, gamos e javalis
deambulam por este património
protegido. O lince ibérico, um
felino em vias de extinção, tem
em Doñana o seu último
refúgio.
Serra de Aracena
lha Cristina
36
De caminho a Almonaster la Real
surge a vila de Cortegana com a
sua igreja mudéjar do Divino
Pastor, declarada Monumento
Nacional.
A Serra Morena recebe, em
Huelva, um outro nome: aqui é
conhecida por Serra de Aracena
em homenagem à capital de
uma comarca que confina com
as terras do Sul da Extremadura.
É neste suave maciço
montanhoso, onde se produz um
dos melhores presuntos ibéricos
de Espanha, que se encontram
povoações brancas que possuem
uma história carregada de
influência árabe que se pode ver
nos seus castelos e torres de
vigia. É uma terra de pinheiros,
azinheiras, sobreiros e
castanheiros e o seu Parque
Natural engloba cerca de 28
municípios.
Na parte mais escarpada da serra
sucedem-se várias povoações.
De Almonaster parte uma estrada
comarcã que vai até Santa Ana la
Real, uma aldeia branca que
atesta bem a grande influência
árabe que esta zona sofreu.
Jabugo é famoso pelas suas
criações de porcos ibéricos,
conhecidos popularmente por
“pata negra”. A Espanha mágica
tem aqui um significativo
exemplo. Alájar fica aos pés da
Peña Arias Montano, esburacada
por numerosas grutas das quais
os seus vizinhos locais contam
várias lendas carregadas de
mistério. No alto do penhasco
fica a ermida de Nossa Senhora
dos Anjos, onde os peregrinos
veneram uma imagem, em talha
gótica, do século XIII.
Outras povoações como Higuera
de la Sierra, Zufre ou Santa Olalla
del Cala são uma verdadeira
mostra da arquitectura
tradicional da comarca.
Aracena fica situada no coração
do espaço natural protegido. No
seu centro antigo ergue-se um
castelo templário que possui, no
seu interior, uma igreja do século
XIII. Muito perto daqui a terra
esconde a Gruta das Maravilhas,
que é de uma beleza
extraordinária, com as suas
longas galerias, doze salões
naturais e seis lagos subterrâneos.
Os Picos de Aroche constituem
um verdadeiro capricho da
natureza. Aos seus pés fica a
velha cidade romana com o
mesmo nome e onde se pode ver
um castelo daquela época,
reconstruído séculos mais tarde
pelos árabes.
Alájar
37
Jaén
Um enorme olival assinala
Jaén, pois mais de cinquenta
milhões de oliveiras foram
plantados a toda a largura e a
todo o comprimento da
província. Do seu fruto obtêmse o azeite, principal fonte de
riqueza desta terra fronteiriça.
Porém Jaén não é apenas um
olival. No seu território existe o
maior número de espaços
protegidos da Espanha.
A capital, com os seus 113.141
habitantes, está situada ao
lado da Serra Mágina. O
Castelo de Santa Catalina (1)
domina do alto da colina toda
a cidade e a construção árabe é
impressionante pelas grandes
proporções da Torre de
Menagem. Daqui se pode
admirar boa parte do Vale do
Guadalquivir bem como as
povoações por ali
disseminadas. Aos pés desta
mole de pedra, espalham-se os
velhos bairros da Madalena (2),
São João (3) e Mercês (4). Em
cada um deles existe uma
igreja com um campanário
bastante alto.
O monumento mais importante
da cidade é a Santa Igreja
Catedral (5), um soberbo
edifício renascentista, cuja
fachada foi projectada pelo
arquitecto Andrés de
Vandelvira, no século XVI.
Destacam-se, no seu interior, o
coro e a sacristia, assim como
as capelas dedicadas à Virgem
de la Cabeza (da Cabeça) e a
Nuestro Padre Jesús (Nosso Pai
Jesus), uma imagem em talha,
anónima, muito venerada pelos
habitantes de Jaén.
Na Praça de Santa Maria (6),
além da Catedral, está o
Ayuntamiento (Câmara
Municipal) (7) e o Bispado (8).
Daqui sai a Carrera de Jesús (9),
uma rua que vai dar ao
Convento das Carmelitas (10).
Por trás da Catedral fica o
Palácio de São Francisco (11),
hoje Assembleia Provincial de
Deputados. A rua Álamos (12)
comunica com a Praça da
Audiência (13), onde se situa o
Teatro Darymelia (14). É aqui
que começa a parte mais
antiga de Jaén, como se
comprova quando se vê o Arco
de São Lourenço (15), o único
1 Castelo de Santa Catalina
15 Arco de São Lourenço
2 Bairro da Madalena
16 Igreja de São Bartolomeu
3 Bairro de São João
17 Convento de Santa Clara
4 Bairro das Mercês
18 Palácio de Villardompardo
5 Santa Igreja Catedral
19 Igreja de Santo Ildefonso
6 Praça de Santa Maria
20 Convento das Bernardas
7 Câmara Municipal (Ayuntamiento)
21 Praça das Batalhas
8 Bispado
9 Estrada de Jesus
Vista aérea
Informação turística
Estacionamento
Polícia
Estação de autocarros
Hospital
Parador (Pousada)
10 Convento das Carmelitas
11 Palácio de São Francisco
12 Rua Álamos
13 Praça da Audiência
14 Teatro Darymelia
39
2005
Cazorla
Castelo de Santa Catalina
Catedral
ÚBEDA E BAEZA
que restou de uma antiga
igreja gótica.
Úbeda e Baeza pontificam na
comarca de La Loma, uma larga
extensão de olival encravada no
vale alto do Guadalquivir. Estas
duas cidades exibem a maior
herança renascentista da
comunidade. Com efeito, a
Praça de Santa Maria em Úbeda
é considerada como um dos
mais soberbos conjuntos
histórico-artísticos da Andaluzia.
Neste espaço urbano
encontram-se edifícios de porte
senhorial como a capela do
Salvador, mandada construir por
Francisco de los Cobos,
secretário e homem de
confiança do imperador Carlos I.
A Igreja de São Bartolomeu (16)
e o Convento de Santa Clara
(17) levam até ao Palácio de
Villardompardo (18) no interior
do qual estão, além dos banhos
árabes, o Museu de Arte Naïf e
o Museu das Artes e Costumes
Populares.
A igreja de Santo Ildefonso (19),
situada no bairro que tem o
mesmo nome, é uma das mais
antigas da capital. Perto dela
está o Convento das Bernardas
(20) e a Alameda, que é um
espaço verde donde se desfruta
uma bela vista da cidade.
Jaén foi construída num desnível
de uma grande colina e a sua
parte moderna estende-se pelo
Passeio da Estação e pela Plaza
de las Batallas (Praça das
Batalhas) (21), onde se ergue
um monumento em memória da
combate de Navas de Tolosa
contra os árabes e também do
de Bailén contra as tropas
napoleónicas.
Palácio das Correntes. Úbeda
Praça do Pópulo e Fonte dos Leões.
Baeza
www.promojaen.es
40
Mesmo ao seu lado temos o
Palácio do Condestável Dávalos.
O Palácio de las Cadenas (das
Correntes), hoje sede da Câmara
Municipal da cidade, possui um
amplo alpendre em frente do
qual se situa a Igreja de Santa
Maria de los Reales Alcázares
(Alcáceres Reais), um templo
gótico edificado sobre as ruínas
de uma antiga mesquita árabe.
O Palácio do Marquês de
Mancera, um vice-rei do Peru, e o
Antiguo Pósito completam este
nobre recinto.
Somente a oito quilómetros fica
Baeza. A cidade, ainda que mais
pequena que Úbeda, possui um
rico mostruário de monumentos
religiosos. Sobressai entre todos
os outros a Catedral, de estilo
gótico. À sua volta dispõem-se
sumptuosos edifícios como o
antigo Seminário, hoje sede da
Universidade Internacional da
Andaluzia.
A Redonda de Miradores está de
costas para a praça. Dela se pode
ter uma linda vista da Serra
Mágina e do Vale do Guadalquivir.
Úbeda possui também praças
muito animadas como a do
Mercado, ao lado da qual fica a
igreja gótica de San Pablo(São
Paulo). Muito perto daqui está o
Oratório de San Juan de la Cruz. À
entrada da cidade destaca-se o
imponente Hospital de Santiago,
com o seu luminoso claustro e a
sua alta capela. Este edifício
acolhe a vida cultural da cidade.
O Palácio de Jabalquinto, com a
sua original fachada góticoisabelina, fica mesmo em frente da
igreja de Santa Cruz, uma raridade
românica no Sul da Espanha. A
antiga Universidade está ligada à
Praça da Constituição através do
Arco del Barbudo.
Baeza tem também uma praça
cheia de harmonia que se chama
do Pópulo. No seu centro situa-se a
fresca Fonte dos Leões e, de ambos
os lados, a Chancelaria Real, a
Porta de Jaén e o Arco de Villala.
41
Málaga
A Iruela
Segura da Serra
A Câmara Municipal, que noutros
tempos foi prisão, ostenta uma
frontaria plateresca cheia de
ornamentos. Justamente em
frente, a casa em que viveu o
poeta Antonio Machado durante
os anos em que aqui foi
catedrático de Língua Francesa.
Ao lado da casa consistorial situa-se a igreja da Puríssima Conceição
e as ruínas da São Francisco.
Vinte e três municípios formam o
parque natural. Uma das suas
portas de entrada é,
precisamente a povoação de
Cazorla, que tem,
semelhantemente à vizinha
La Iruela um castelo templário.
A estrada que dá acesso ao
parque tem como expoente o
Cume das Palomas (Pombas). Do
seu miradouro tem-se um
amplíssima vista do vale. A
estrada desce, agora, até Arroyo
Frío e, alguns quilómetros
depois, até Coto-Rios, que tem
próximo o Centro de
Interpretação e Recepção de
Visitantes da Torre do Vinagre.
Um museu cinegético, um jardim
botânico e um tanque para a
criação de trutas completam o
local.
CAZORLA, SEGURA E LAS
VILLAS
O rio Guadalquivir nasce na serra
de Cazorla, num dos pulmões
verdes da Andaluzia. Esta zona
de picos altos, extensos mantos
de árvores e ribeiros caudalosos
constitui o maior parque
protegido da Espanha. O Parque
Natural de Cazorla, Segura e las
Villas fica encravado a Leste da
província de Jaén e tem uma
superfície de 240 mil hectares.
Refúgio de águias reais e de
abutres leonados, pelos seus
cerros escarpados vagueiam o
javali, o cervo, o gamo e a cabra
hispânica. Este património do
meio ambiente acolhe ainda
raridades botânicas como a
violeta de Cazorla.
A serra de Segura é a formação
montanhosa mais extensa da
zona. A represa de el Tranco dá
acesso a povoações de profunda
inspiração árabe, como Hornos
de Segura e Segura da Serra.
Ambas são coroadas por dois
castelos muçulmanos. Em Fuente
(Fonte) Segura, na fronteira
municipal de Santiago-Pontones,
nasce o rio Segura que desagua
na região de Múrcia.
42
Málaga, com os seus 532.425
habitantes é a segunda cidade
mais populosa da Andaluzia.
Com o olhar virado para o seu
concorrido porto marítimo (1), a
capital possui uma das maiores
alcáçovas (2) árabes que se
conservam na comunidade.
Construída entre os séculos VIII e
XI, acolhe actualmente o Museu
Arqueológico, no qual se
encontram vestígios das épocas
fenícia e romana. Um lanço de
muralha liga a fortaleza com o
Castelo de Gibralfaro (3), do
qual se tem uma vista lindíssima
da cidade. O Teatro Romano (4),
parcialmente escavado, repousa
sob a alcáçova. A um passo,
estende-se a frondosa Avenida
de Cervantes (5). No final do
passeio encontra-se a praça de
toiros, conhecida popularmente
como a Malagueta (6). A
Câmara Municipal (7), e a velha
Alfândega (9), encontram-se
muito próximo da Catedral (9),
que por aqui é conhecida pela
Manquita, pois só tem uma
torre e a outra meio construída.
O templo é uma mostra
estupenda do Renascimento
espanhol. No seu interior exibe
um nutrido conjunto de capelas
Vista parcial
em que se veneram ricas
imagens da talha andaluza.
O cadeiral do coro é digno de
ser apreciado, da mesma
maneira que as pinturas que
estão penduradas nas paredes
tão antigas.
A Igreja de Santiago (10)
encontra-se no caminho que
leva à Praça das Mercês (11) um
dos centros de reunião dos
malaguenhos. O Monumento a
Torrijos (12) preside ao
conjunto. De um lado deste
espaço público encontra-se a
casa natal de Pablo Ruiz Picasso
(13), que, actualmente alberga a
Fundação do pintor.
A cidade possui outros museus
como o das Belas Artes (14) que
expõe telas de pintores como
Murillo ou Zurbarán, bem como
obras do Picasso mais jovem.
A visita à velha Malaca fenícia é
completada com as igrejas dos
Mártires (15), do Sagrado
Coração (16) ou do Santo Cristo
da Saúde (17), todas erguidas no
bairro velho malaguenho.
A cidade mais tranquila explana-se no passeio marítimo de
La Farola (18), ao lado do porto.
Pelo contrário, a mais buliçosa
começa na Rua Larios (19) até à
Câmara Municipal
1 Porto Marítimo
17 Igreja do Santo Cristo da Saúde
2 Alcáçova. Museu Arqueológico
18 Passeio Marítimo de La Farola
3 Castelo de Gibralfaro
19 Rua Larios
4 Teatro Romano
20 Praça da Constituição
5 Avenida de Cervantes
21 Estátua ao Marquês de Larios
6 Praça de Touros de La Malagueta
22 Alameda Principal
7 Câmara Municipal
23 Ponte de Tetuán
8 Alfândega Velha
24 Bairro da Trindade
9 Catedral
25 Igreja de São Paulo
10 Igreja de Santiago
26 Bairro de Perchel
11 Praça das Mercês
27 Paróquia da Virgem do Carmen
12 Monumento a Torrijos
13 Casa de Pablo Picasso
Informação turística
Estacionamento
Estaçao de comboios
Hospital
14 Museu das Belas Artes
15 Igreja dos Mártires
16 Igreja do Sagrado Coração
44
A Alameda
Catedral
Praça da Constituição (20).
A estátua do Marquês de
Larios (21) fica ao lado da
Alameda Principal (22) que nos
leva até à Ponte de Tetuán (23),
uma construção sobre o rio
Gualmedina. Neste outro lado
da cidade começam bairros
como o da Trindade (24), com a
sua popular igreja de São Paulo
(25), ou El Perchel (26) de
inconfundível aroma
marinheiro. A sua Paróquia da
Virgem do Carmen, padroeira
dos pescadores dá testemunho
disso mesmo.
um arco entre o litoral gaditano
e o granadino, desde os cerros
de Tarifa até às praias de Nerja.
A riqueza paisagística desta
comarca andaluza exibe-se na
beira-mar e na serra escarpada
que a envolve. A costa
mediterrânica de Tarifa é
salpicada de alcantilados
abruptos que fazem face à
comarca do Campo de Gibraltar.
A capital da baía é a cidade de
Algeciras, um dos portos mais
activos da Europa. Algeciras
possui um serviço contínuo de
transportes marítimos com o
Norte de África. Na Praça Alta
encontra-se a igreja de Nossa
Senhora da Palma, do século
XVIII. Em praias como El
Riconcillo desenrolam-se
competições de desportos
submarinos e de vela. Defronte
de Algeciras encontra-se a
cidade La Línea de la
www.malagaturismo.com
COSTA DO SOL
A Costa do Sol, a mais famosa
da Andaluzia, é um destino
turístico mundialmente
conhecido. Razões
inúmeras: o seu clima suave, os
seus milhares de horas de sol
por ano, praias de águas calmas
e temperadas justificaram a
concessão de inúmeras
bandeiras azuis europeias. A
Costa do Sol estende-se como
Manilva
45
Concepción (Linha da
Concepção). La Línea, que faz
fronteira com Gibraltar, é uma
urbe de museus e de praias
extensas. A de Poniente
(Poente) está virada para a baía,
enquanto que a de Levante se
abre para o Mediterrâneo. San
Roque fica próximo. O seu
centro antigo está considerado
Monumento Histórico Artístico.
San Roque possui um punhado
de complexos turísticos,
enriquecidos por campos de
golfe e portos desportivos.
Sotogrande é a urbanização
mais populosa e selecta deste
termo municipal. A Costa do Sol
continua em Manilva com praias
como Chullera ou Sabinillas.
Uns quilómetros mais acima
surgem as urbanizações de
Estepona, Cancelada e São
Fuengirola
Pedro de Alcántara, onde fica
situado Porto Banús, um dos
centros náuticos mais famosos
do Mundo, onde atracam iates e
embarcações originais de meio
mundo.
Marbella é a capital da Costa
do Sol. A cidade exibe o
tipicismo do seu bairro velho,
com igrejas brancas e casarões
solarengos de pátios amplos.
Mas muito próximo deste
casario tranquilo surge outro
cheio de sumptuosidade e
riqueza que se manifesta no
luxo dos seus hotéis,
urbanizações e zonas
desportivas. A chamada Milla de
Oro uma franja de praias
douradas engloba alguns dos
melhores hotéis de Espanha, em
que não faltam casinos
tentadores e modernos
complexos de descanso.
A Costa do Sol está protegida
por uma linha montanhosa
onde se encontram povoações
brancas como Ojén, Coín ou
Casares. Mijas, famosa pelo seu
burro-táxi, situa-se num cerro,
se bem que possua praias
largas como Calahonda, La Cala
ou La Campana. Fuengirola
possui as animadas praias de
Torreblanca e Los Boliches.
reforçaram a sua oferta
turística. Praias de nomeada
como Cala del Moral,
Benagálbon, Benajarafe ou
Valle Niza possuem águas
transparentes. Muito próximo
fica a histórica povoação de
Vélez-Málaga, famosa pelo seu
bairro medieval e pelas suas
igrejas mudéjares. Algarrobo e
Torrox completam a oferta de
praias da Costa do Sol oriental.
Finalmente, Nerja passa por ser
um dos município mais belos da
comarca. As praias de Torrecilla,
Burriana e Maro são uma
tentação. A povoação destacase pelo seu traçado urbano de
evidente inspiração árabe.
No centro está o Balcón de
Europa, um miradouro de onde
pode observar as enseadas que,
entre as rochas, olham para o
Mediterrâneo.
Outras povoações como
Benalmádena passaram a
ser um dos mais importantes
centros de recreio de Costa do
Sol graças ao seu parque de
atracções, apenas um dos
muitos atractivos que possui
o litoral malaguenho.
Torremolinos foi o município
pioneiro no turismo de sol.
Esta cidade conta na zona de
La Carihuela com praias de
areia fina onde todos os anos
são montados os típicos
chiringuitos onde se podem
comer espetadas de sardinhas,
paellas (arroz à valenciana) e
“peixinhos fritos”.
Torremolinos possui, além disso
uma vida nocturna frenética na
praia do Bajondillo onde todas
as noites abrem dezenas de
bares com música de todos os
estilos.
www.costadelsol.net
LA AXARQUÍA, RONDA E
ANTEQUERA
As povoações brancas da serra
malaguenha fazem parte de
uma comarca que se chama a
Axarquía. Localidades como
Frigiliana, ao lado de Nerja,
Cómpeta, Sayalonga ou Salares
têm bairros de perfil mourisco
coroados por igrejas mudéjares,
que vivem dos produtos que a
terra dá.
Do outro lado de Málaga,
olhando para a Costa Tropical
granadina, encontram-se
povoações marítimas, tais como
o Rincón de la Victoria ou Torre
del Mar que nos últimos anos
47
2005
A serrania malaguenha
estende-se até Ronda uma das
cidades que pelo seu cunho
romântico deram fama à
Andaluzia. Um talhe rochoso
profundo, atravessado por
uma ponte construída no
século XVIII, divide a cidade
em duas.
Próximo encontra-se o
caminho que baixa o talhe, de
onde se pode admirar a
cascata do rio Guadalevín. Nos
bairros novos, na Ronda
moderna, surge a praça de
touros, a mais antiga de
Espanha, considerada o berço
espiritual da tauromaquia.
De um lado, fica a Ronda
antiga e, do outro, a nova. Na
primeira encontram-se os mais
conhecidos monumentos do
lugar. Na Praça da Duquesa de
Parcent está implantada a
igreja de Santa Maria Maior e
a Câmara Municipal. O Palácio
de Mondragón, antiga sede de
governadores e reis, é como
que o resumo de essência
arquitectónica desta cidade.
Málaga possui outra cidade
monumental, situada a Norte
da província, numa planura
agrária, Antequera, onde se
destacam os caprichos
geológicos de El Torcal e o
conjunto de dólmenes de
Menga, Viera e El Romeral.
O Museu Arqueológico
Municipal exibe o Efebo, um
bronze do século I,
considerado um dos
mais importantes tesouros da
época romana. Sobre o seu
castelo árabe tem assento a
igreja de Nossa Senhora do
Carmen que possui um rico
retábulo de traça barroca.
Rodeada pelas velhas
muralhas citadinas, levanta-se
a igreja do Espírito Santo,
construída em 1505 durante o
reinado de Fernando o
Católico. Ao lado da igreja
ficam as portas de Almocabar
e de Carlos V que, noutros
tempos davam acesso à vila.
www.ronda.net
O Torcal. Antequera
Sevilha
Com 719.588 habitantes, Sevilha
é a capital da Andaluzia e é
mundialmente conhecida pela
sua história, a sua cultura e os
seus monumentos. A Giralda (1)
o antigo minarete árabe, é o
símbolo de uma cidade banhada
pelo Guadalquivir. A visita
começa precisamente no
campanário da Catedral
hispalense. De tal altura admirase uma panorâmica preciosa da
urbe e dos seus bairros. Por
baixo dele, o templo gótico, em
que ressalta o retábulo maior, o
túmulo de Colombo ou o pátio
dos Laranjais, com um perfume
especial na Primavera.
Ao lado da Catedral surgem os
Alcáceres Reais (2) mandados
construir por Pedro I o Cruel
sobre o que em tempos de
antanho haviam sido
sumptuosos palácios árabes. O
Salão dos Embaixadores é
encimado por uma cúpula cheia
de filigranas, construída nos
finais do século XV. A fortaleza
está rodeada por jardins
silenciosos e pátios como o da
Montería, o das Donzelas, o do
Cruzeiro ou o de Troia. Este
Alcáceres Reais
monumento é, além disso,
enriquecido por tapeçarias como
a de Carlos V.
Junto dos Alcáceres Reais situase o Arquivo das Índias (3), hoje
um dos mais importantes
centros documentais de assuntos
relacionados com Colombo.
O Hospital dos Veneráveis (4),
ou os Jardins de Murillo (5), em
que se destaca o Monumento a
Colombo, rodeiam o coração da
cidade onde se situa o bairro
popular e populoso de Santa
Cruz (6).
A Casa Pilatos (7) entre o
Convento de São Leandro (8) e a
igreja de Santo Estêvão (9),
encerra o espírito renascentista
desta cidade. Neste palácio,
avulta o seu conjunto
escultórico e a harmonia do seu
pátio de traça mudéjar.
O bairro de La (da) Macarena
(10) conta com igrejas como a
de Santa Isabel (11), ou a de São
Lourenço e a de Jesus do
Grande Poder (12), onde se
venera uma das imagens mais
queridas da capital. A Basílica da
Macarena (13), é centro de
peregrinação mariana. Aqui
1 Catedral e Giralda
2 Alcáceres Reais
3 Arquivo das Índias
4 Hospital dos Veneráveis
5 Jardins de Murillo
6 Bairro de Santa Cruz
7 Casa Pilatos
8 Convento de São Leandro
Arquivo das Índias
9 Igreja de Santo Estevão
10 Bairro da Macarena
11 Igreja de Santa Isabel
12 Igreja de Jesus do Grande Poder
13 Basílica da Macarena
14 Hospital das Cinco Chagas
15 Alameda de Hércules
16 Praça do Duque de Vitória
Basílica da Macarena
Real Maestranza
17
18
19
20
21
22
23
24
Rua Sierpes
Museu das Belas Artes
Bairro de El Arenal
Real Maestranza
Torre do Ouro (del Oro)
Parque de Maria Luisa
Praça de Espanha
Bairro de Triana
Torre do Ouro
25 Ilha da Cartuxa
26 Ilha Mágica
Praça de Espanha
Informação turística
Estacionamento
Correios
Polícia
Estação de autocarros
Ilha da Cartuxa
2005
próximo, diante da velhas
muralhas árabes, está engastado
o Hospital das Cinco Chagas
(14), sede actual do parlamento
da Andaluzia.
A Alameda de Hércules (15),
com as suas colunas de
mármore, trazidas de um
templo romano, leva-nos até à
zona centro, com a buliçosa
Praça do Duque da Vitória (16) e
a Sierpes (17), a rua comercial
por excelência.
O Museu das Belas Artes (18),
edificado no antigo Convento
da Mercê Descalça, exibe telas
de grandes mestres da escola
hispalense como Juan de Valdés
Leal. Bartolomé Esteban Murillo
ou Francisco de Zurbarán.
O bairro de El (do) Arenal (19)
tem um inconfundível aroma
taurino. Nele impera a Real
Maestranza (20), a praça de
toiros sevilhana.
Ao lado, levanta-se a Torre do
Ouro (21), o velho baluarte
árabe, que noutros tempos
recebia o ouro e a prata da
América.
O Parque de Maria Luisa (22) é
um verdadeiro remanso de paz
para metade da cidade.
Cruzando a Avenida de Isabel a
Católica encontra-se a Praça de
Espanha (23), um recinto semi
circular que recebeu a Exposição
Ibero Americana de 1929. Toda
ela está salpicada de bancos de
azulejos onde estão
representadas as 52 províncias
espanholas.
Mas Sevilha é famosa sobretudo
pelos seus bairros populares
como o de Triana (24), do outro
lado do rio, onde o visitante
pode admirar casas e pátios
decorados com cerâmicas e
azulejos muito significativos.
A Sevilha moderna tem o seu
melhor exemplo na Ilha da
Cartuja (25). O legado
arquitectónico da Exposição
Universal de 1992 ainda
prevalece neste pedaço de terra
abraçado pelo Guadalquivir. No
seu interior, encontra-se a Ilha
Mágica (26), o parque temático
de Sevilha, centro de lazer cujas
atracções são inspiradas nas
civilizações pré colombianas.
www.turismosevilla.org
www.andalunet.com
www.sol.com
Museu Arqueológico
Carmona
Palácio de Peñaflor. Écija
CARMONA E ÉCIJA
Carmona e Écija são as duas
cidades com mais
monumentos da província
hispalense. Na primeira, com
um sólido passado romano e
árabe, admiram-se as portas
de Córdova e Sevilha. Dentro
do recinto amuralhado surgenos o velho bairro com igrejas
como a de Santa Maria Maior,
um templo erguido no século
XV -adivinhem ...- sobre uma
mesquita muçulmana. Lado a
lado dispõem-se edifícios ricos
como os palácios dos Rueda,
dos Aguilar, o Convento das
Descalças ou a Casa do
Marquês das Torres, que hoje
encerra o Museu Arqueológico
e Etnográfico. O Alcácer de
Pedro I o Cruel coroa a cidade
e a necrópole romana, repleta
de túmulos e ricos mausoléus,
que já se encontra nas
cercanias.
Ao lado da via rápida da
Andaluzia tem assento a
cidade barroca de Écija. As
suas onze igrejas, rematadas
por altos campanários,
identificam a cidade mais
quente da região durante o
Verão. Os templos de Santa
Maria, que dá para a Praça de
Espanha, e de São João, com
ricos retábulos e capelas, são
os mais visitados. Em Écija
está, além disso, o Palácio de
Peñaflor, famoso pela sua
enorme varanda e pinturas na
frontaria.
SIERRA NORTE
(A SERRA NORTE)
Cazalla de la Sierra é a localidade
mais importante da Sierra Norte
(Serra Norte) sevilhana. Na sua
Praça Maior encontra-se a igreja
53
Lazer e
espectáculos
Desportos
Guadalcanal
A Andaluzia possibilita a
prática de qualquer desporto
em locais tão diferentes como
a alta montanha ou o mar.
Instalações modernas não
faltam para o desportista mais
exigente. Nas oito províncias
oferece-se uma ampla rede de
centros para a prática de
disciplinas atléticas, náuticas,
brancas, equestres, etc..
Na sua larga franja costeira há
escolas de vela e de
submarinismo. Na verdade, os
37 portos desportivos
andaluzes mantêm uma
animada actividade durante
todo o ano. Em locais naturais
como o Cabo da Gata
praticam-se actividades
submarinas. A Tarifa chegam
os amantes do windsurf
atraídos pelos ventos
contínuos de Levante e Poente.
Os Centros de Actividades
Náuticas de Almería e Huelva
proporcionam o contacto com
o mar com especialistas para
ajudar. Outras modalidades,
como o remo e o piroguismo
praticam-se no Guadalquivir
navegável. Mas os desportos
aquáticos representam apenas
uma parte do muito que a
Andaluzia oferece.
de Nossa Senhora da
Consolação, um monumento do
século XIV,
no qual se podem apreciar
estilos diferentes. Da sua torre
mudéjar tem-se uma
panorâmica belíssima do parque
natural, uma bela zona da Serra
Morena andaluza. Dentro deste
espaço protegido, aparecem
povoações como Constantina,
famosa pelo seu bairro da
Morería (da Mouraria) e pela
igreja de Santa Maria da
Encarnação, um templo com
uma esbelta fachada
renascentista. Guadalcanal, na
fronteira com as terras baixas da
Extremadura, é uma vila
carregada de típico, com casa
brancas em cujas frontarias se
penduram vasos de gerânios e
de jasmim.
A comarca está dividida pelos
leitos dos rios Huéznar e Víar.
A azinheira e o sobreiro são
por aqui as árvores mais
comuns. Por estes campos de
altitudes médias, deambulam o
cervo e o javali, animais que
são um chamariz para os
amantes da caça.
54
Caminhismo na Serra da Cazorla
Surf em Tarifa. Cádiz
A estão de Inverno da Serra
Nevada conta com 62 quilómetros
de pistas preparadas para o
exercício dos chamados desportos
brancos. Aliás, a cordilheira
montanhosa granadina é um
destino de primeira classe para
montanhistas que escalam nas
épocas do Verão e do Outono,
antes das primeiras neves.
aéreos. Zonas de voo para o
parapente e a asa delta não
faltam na grande maioria dos
espaços naturais protegidos da
região.
Mais de 60 campos de golfe estão
espalhados pela Andaluzia,
especialmente, pelas províncias
costeiras de Málaga e Cádiz. Há
para todos os gostos: dos
simplesmente turísticos até aos
que têm percursos de
campeonato. Eles já foram
testemunhas de competições tão
conhecidas como a Ryder Cup,
que decorreu em Valderrama de
São Roque.
O alto número de parques
naturais faz desta região o local
eleito para os amantes do
caminhismo e da bicicleta de
montanha. Comarcas como
Cazorla, Segura e las Villas (Jaén),
Grazalema (Cádiz e Málaga),
Aracena (Huelva) ou a Sub Bética
(Córdova) mantêm abertas
dezenas de rotas e itinerários.
Alpinismo e espeleologia em
grutas e furnas um pouco por
toda a comunidade são uma
atracção para os mais
aventureiros
As celebrações desportivas
representam uma outra
publicidade turística. O circuito de
velocidade de Jerez de la Frontera
acolhe todos os anos corridas
onde se encontram os mais
importantes pilotos do Mundo. O
Torneio Internacional de Xadrez
de Linares tem a categoria
profissional máxima. O rali
Granada-Dakar, a Taça do Mundo
de Saltos e Obstáculos Hípicos de
Sevilha ou a Corrida de Cavalos na
praia de Sanlúcar de Barrameda
são outros eventos do calendário
desportivo andaluz.
Sevilha possui um estádio
olímpico, Granada um centro de
alto rendimento desportivo, Cádiz
um circuito para corridas, Málaga
numerosas escolas náuticas para
os mais jovens e Córdova e Jaén,
aeroclubes onde os candidatos se
podem iniciar nos desportos
55
A actividade cinegética também
está representada na Andaluzia
em numerosos cotos de caça
maior e menor, localizados por
toda a região. A pesca pratica-se
em inúmeras zonas fluviais e
marítimas.
Mas são as feiras e festas o que
mais identifica o carácter
lúdico da Andaluzia. Durante
todo o ano celebram-se
acontecimentos como os
carnavais de Cádiz, uma festa
importada por comerciantes
venezianos dos séculos XVI e
XVII que se representam pelos
bairros mais antigos da cidade.
É afamado o concurso de
disfarçados, coros, quartetos e
chufas que acontece no Grande
Teatro Falla. Além disso,
os carnavais festejam-se
também na Ilha Cristina
(Huelva), Cuevas del Almanzora
(Almería) ou
La Carolina (Jaén).
www.deporteandaluz.com
Feiras, festas e
festivais
A Andaluzia foi berço de
pintores como Velázquez ou
Picasso,
de poetas, como Juan Ramón
Jimenéz, os irmãos Machado ou
Federico Garcia Lorca ou Andrés
Segovia. A lista é interminável e
demonstra o carácter
internacional que possui a
cultura andaluza. Toda esta
herança manifesta-se nos
acontecimentos culturais que
todos os anos se celebram na
região. Em Huelva, por exemplo,
organiza-se o Festival do Cinema
Ibero Americano. Em Cádiz, o
Festival Ibero Americano de
Teatro. Málaga recebe o Festival
do Cinema Espanhol. A Bienal
do Flamenco celebra-se em
Sevilha. Em Córdova, o Festival
da Guitarra. Granada possui o
Festival de Música e Dança e o
Festival Internacional do Tango.
Na cidade jiennense de Úbeda,
organiza-se o Festival de Música
e de Dança e em Almería o
Certame de Música Tradicional.
A Feira de Abril de Sevilha é
outro dos pratos fortes do
calendário andaluz. Ao meio
dia, o Real da Feira é
literalmente tomado por
cavaleiros e coches de cavalos
que realizam o tradicional
passeio. À noite, as casinhas
enchem-se de colorido e
música. Muitas delas são
privadas, mas há outras.
0nde se pode entrar sem
convite prévio. Este encontro
hispalense significa o detonar
da partida para as feiras e
festas na comunidade, que
terminarão em Outubro com
São Lucas em Jaén.
Romaria do Rocío. Almonte. Huelva
56
Feira de Abril em Sevilha
Semana Santa
Os Pátios e as Cruzes de Maio
celebram-se em Córdova, a
procissão do Corpus Christi em
Granada e a romaria em honra
da Virgem do Mar em Almería.
Málaga venera a Virgem del
Carmen em meados do mês de
Junho, nas típicas romarias
marítimas.
Existem duas romarias nas quais
se exalta a figura da Virgem
Maria. As duas atraem multidões.
A mais antiga da Espanha é a da
Nossa Senhora da Cabeça e
celebra-se em Andújar, no
coração da Serra Morena
jiennense. A outra, igualmente
tradicional é com a Virgem del
Rocío, ao lado da localidade
onubense de Almonde. Todos os
anos, por meados do mês de
Maio, cerca de um milhão de
pessoas se encontram nesta
aldeia próxima de Doñana para
participarem na procissão da
“Pomba Branca”. Nas semanas
prévias, as irmandades andaluzas
percorrem o caminho pelas
bermas das estradas e levam o
“Simpecado”, o “Sem pecado”,
o estandarte próprio que vão
apresentar à padroeira das
marismas onubenses.
Higuera de la Sierra,
uma pequena localidade
onubense, celebra a cavalgada
dos Reis Magos mais antiga da
Espanha. Mas não é a única.
Esta festa natalícia também se
verifica em povoações como
Sanlúcar de Barrameda, em
Cádiz, ou Lucena, em Córdova.
A Semana Santa constitui uma
das datas mais importantes do
ano. Há que destacar a de
Sevilha, com passos
(procissões) como o Gran
Poder, Triana ou a Macarena.
Em Málaga os tronos são
maiores e são transportados
por pessoas a pé. Noutras
capitais como Jaén, sai em
procissão na madrugada de
Sexta-feira Santa a imagem do
Nosso Pai Jesus “O Avô”.
O touro é um animal muito
relacionado com a festa na
Andaluzia. Pequenos povoados
como Grazalema (Cádiz) ou Beas
de Segura (Jaén) organizam, logo
de manhã apartados do gado
que horas mais tarde será lidado
nas suas respectivas arenas.
57
“Cantaores” desaparecidos como
Camarón de la Isla fizeram com
que esta música fosse conhecida
mundialmente. Entre as danças
flamencas mais conhecidas
destacam-se a “buleria”, a
“soleá”, a “alegria” ou o
fandango. Guitarristas como Paco
de Lucía, Vicente Amigo ou
Tomatito passam hoje por ser
aclamados concertistas,
e “bailaores”, como Antonio
Canales ou Joaquín Cortés
despertam a admiração do
enamorado desta arte.
Toiros e flamenco
A Real Maestranza de Sevilha é a
catedral do toureio andaluz, uma
das tradições mais arraigadas na
Andaluzia. Nas oito províncias
existe uma sólida “afición” pela
tauromaquia, mas é em Sevilha,
Córdova e Málaga onde esta arte
se converte numa paixão.
A Andaluzia deu as maiores
figuras neste contexto. Alguns
matadores como Curro Romero,
Espartaco ou Finito de Córdova
continuam no activo. Outros,
como o cordovês Manolete,
morto em 1947, na praça
jiennense de Linares, e o maestro
de Ronda, Antonio Ordóñez,
passaram à História. Algumas das
mais importantes ganadarias de
touros de lide situam-se na Serra
Morena, em termos municipais,
como Baños de la Encina ou
Andújar. A temporada taurina
inicia-se no Domingo da
Ressurreição e termina no mês de
Outubro, na arena jienense de
La Alameda.
www.torosensevilla.com
Gastronomia
A cozinha andaluza constitui
todo um ritual. A diversidade
gastronómica torna de novo a
mostrar as culturas múltiplas que
se fixaram nesta terra. Todas,
em qualquer caso, bebem da
tradição andaluz que já mostrou
em tempos passados um alto
grau de refinamento à hora de
cozinhar.
A base da alimentação andaluza
é o azeite, naturalmente de
oliveira, que é elaborado em
comarcas jiennenses como a Serra
da Segura e Mágina ou nas
localidades cordovesas de Baena
e Priego.
A chamada dieta
mediterrânica,
considerada pelos
especialistas
O flamenco é outro dos sinais de
identidade desta comunidade. O
cante e o baile são uma expressão
da cultura mais arraigada da
Andaluzia. As escolas sevilhana e
gaditana (cigana) forneceram
algumas das mais singulares
figuras desta arte. A origem do
flamenco é incerta, ainda que
tenha sido a etnia cigana a que
mais importância lhe deu – e mais
a interpretou e interpreta.
58
como a mais saudável do Mundo,
tem a sua origem na Andaluzia
Em províncias como a de Huelva
produzem-se os presuntos
ibéricos de Jabugo. Os enchidos
da Serra Morena têm fama, tal
como os seus queijos de ovelha e
de cabra.
As hortaliças atingem o
refinamento no Vale do
Guadalquivir, bem como em
outras zonas como a várzea de
Granada ou as explorações
cordovesas. Os morangos
onubenses são consumidos em
meio Mundo. Das estufas de
Almería saem frutas sumarentas
e hortaliças e as culturas
exóticas da Costa Tropical
integram-se na perfeição em
frescas e originais saladas.
Precisamente o gazpacho, uma
sopa fria que leva tomate,
pimento, pepino, pão e alho, é
um dos pratos mais apreciados
nesta terra.
Gastronomia
O “pincho de tortilla de patatas”,
isto é a ração de omoleta de
batatas compete em sabor com a
tortilla Sacromonte que se cozinha
em Granada. Mete espinafres e
couves de Bruxelas, famosas em
Jaén. Dos fogões cordoveses saem
pratos como o rabo de touro. E
fiquemo-nos por aqui, que a saliva
já é muita, sem esquecer a gamba
vermelha de Garrucha, Almería,
que é manjar celestial.
A gula não se fica, porém, por
aqui. Agora vamos, às sobremesas.
Que, como não podia deixar de
ser, têm um cunho árabe de comer
e chorar por mais. Biscoitos
emborrachados, os doces da
Semana Santa (sacrilégio palatal,
no mínimo...), a marmelada ou o
toucinho do céu. Tudo coisinhas
levezinhas...
Existe uma clara diferença entre
a cozinha serrana e a marítima.
Na primeira, prevalecem os
pratos de caça como a perdiz, o
coelho, o cervo ou o javali,
acompanhados das clássicas
migas pastoris. Entretanto, no
litoral andaluz ganha força o
peixinho frito, uma das grandes
delícias culinárias da
comunidade, além das espetadas
de sardinhas, os mariscos ou os
guisados marinheiros, como a
caçarola de arroz malandrino.
Os vinhos não fogem à regra.
De Jerez de la Frontera (Cádiz),
de Montilla-Moriles (Córdova),
os doces de Málaga, os do
Condado onubense ou os de
Laujar de Andarax (Almería)
acompanham na perfeição tudo
o que se pecou antes... Seja por
desconto dos nossos pecados –
de mesa...
59
Azeite de oliveira
Em cidades como São Fernando ou
Sanlúcar de Barrameda fazem-se
móveis em baobá, de acordo com
tradições do século passado. O
ferro forjado e as mantas de
Grazalema são outros exemplos do
artesanato cigano.
Folclore e
artesanato
As sevilhanas são a expressão
máxima festiva na Andaluzia.
Música e baile entroncam na
cultura flamenca, mas ganharam
vida própria nas feiras e festas da
comunidade. A sua origem está
em Sevilha, ainda que hoje em dia
represente a tradição musical mais
exportada.
A joalharia cordovesa é o melhor
expoente do trabalho artesanal da
província. Também existem artigos
em cabedal e ricos bordados em
veludo com fios de prata e de oiro
que servem para vestir as imagens
religiosas da comunidade.
Cada província possui o seu
folclore. Nos montes de Málaga,
por exemplo, cantam-se as
verdiales, de origem medieval. Em
zonas da serra interpretam-se jotas
e boleros enquanto que em
povoações do Vale do
Guadalquivir se bailam danças
regionais. Cada província conta,
aliás, com os seus trajes
tradicionais, oriundos de modelos
do antanho.
DADOS ÚTEIS
Código internacional: % 34
Informação Turística Turespaña
www.spain.info
TURISMO ANDALUZ
Centro Internacional de Turismo
da Andaluzia
Compañía, 40. Málaga
% 901 200 020
) 951 299 316
www.turismoandaluz.com
Conselho de Turismo e
Desporto
www.andalucia.org
e-mail: [email protected]
ESCRITÓRIOS E POSTOS DE TURISMO
A Andaluzia é um marco idóneo
para ir às compras. Em Almería
goza de fama justa o mármore de
Macael, assim como a cerâmica de
origem muçulmana. Em Níjar
vendem-se tecidos feitos à mão.
Na província de Cádiz merece ser
visitada a povoação de Ubrique,
famosa pelos seus trabalhos de
couro. Aqui se produzem artigos
para primeiras firmas
internacionais.
Esparto (vime) e jarapas (tapetes murais)
60
A Alcaiceria de Granada (local em
que se negociavam e negoceiam
diversos produtos) é o melhor
lugar para adquirir embutidos de
madeira, de origem árabe.
A marcenaria e a olaria são
notáveis. Em Granada são
afamados os luthiers que fabricam
guitarras espanholas. As telas das
Aljuparras são um regalo.
Almería
Parque Nicolás Salmerón
% 950 175 220
Huelva
Alcalde de Coto Mora, 2
% 959 650 200
Cádiz
Avenida Ramón de Carranza, s/n
% 956 203 191
Jaén. Maestra, 13
% 953 313 281
Córdova. Torrijos, 10
% 957 355 179
Málaga
Pasaje de Chinitas, 4
% 951 308 911
Em Huelva vendem-se guarnições
para calçados em oficinas que
também produzem calçado para
usar no campo e cobertas para
cavalos. A cerâmica verde de
Úbeda ou o ferro forjado não se
podem ignorar. Em Málaga há
fechaduras elaboradas e
tecelagens, além de guitarras e
cerâmica. Sevilha é famosa pelos
seus bordados religiosos.
Existem ainda outros produtos
mais típicos como os leques ou as
mantilhas que se podem adquirir
em lojas de recordações.
Granada
Santa Ana, 4
% 958 575 202
Sevilha
Avenida de la Constitución, 21B
% 954 787 578 / 954 787 580
CENTRAIS DE RESERVAS
Turismo Andaluz
% 952 129 310
www.seneca.es
Rede Andaluza de Alojamentos
Rurais % 902 442 233
www.raar.es
POUSADAS DE TURISMO
Central de Reservas
Calle Requena, 3. 28013 Madrid
% 902 547 979
) 902 525 432
www.parador.es
Antequera (Málaga)
% 952 840 261
Arcos de la Frontera (Cádiz)
% 956 700 500
Ayamonte (Huelva)
% 959 320 700
Málaga-Gibralfaro
% 952 221 902
Cádiz
% 956 226 905
Málaga-Golf
% 952 381 255
Carmona (Sevilha)
% 954 141 010
Mazagón (Huelva)
% 959 536 300
Cazorla (Jaén)
% 953 727 075
Mojácar (Almería)
% 950 478 250
Córdova
% 957 275 900
Nerja (Málaga)
% 952 520 050
Granada
% 958 221 440
Ronda (Málaga)
% 952 877 500
Jaén
% 953 230 000
Úbeda (Jaén)
% 953 750 345
TRANSPORTES
AENA (Informações dos
Aeroportos)
% 902 404 704
www.aena.es
Caminho de ferro
Telefone de informações gerais
% 902 240 202 - 902 432 343
Informação Internacional
% 902 242 402
www.adif.es
www.renfe.es
AUTOEARRO
Almería % 950 273 706
Cádiz % 956 285 852
Córdova % 957 404 040
Granada % 958 185 010
Huelva % 959 256 900
Jaén % 953 250 106
Málaga % 952 350 061
Sevilha % 954 417 111
NUMEROS DE TELEFONES ÚTEIS
Emergências % 112
Urgências Hospitalares % 061
Guarda Civil % 062
Policía Nacional % 091
Policía Municipal % 092
Informações ao cidadão % 010
Correios % 902 197 197
www.correos.es
Informações sobre as estradas
% 900 123 505 www.dgt.es
DELEGAÇÕES ESPANHOLAS DE
TURISMO NO ESTRANGEIRO
BRASIL. São Paulo
Escritório Espanhol de Turismo
Rua Zequinha de Abreu, 78
Cep 01250 SÃO PAULO
% 5511/36 75 20 00
) 5511/36 75 20 00
www.spain.info/br
e-mail: [email protected]
PORTUGAL. Lisboa
Delegação Oficial do
Turismo Espanhol
Av. Sidónio Pais, 28 – 3º dto.
1050 – 215 LISBOA
% 351/21 315 30 92
) 351/21 354 03 32
www.spain.info/pt
e-mail: [email protected]
EMBAIXADAS EM MADRID
Brasil
Fernando El Santo, 6
% 917 020 689
) 917 004 660
Portugal
Pinar, 1
% 917 824 960
) 917 824 972
Auto-estrada
Via Rápida
Estrada nacional
Estrada da rede básica de 1ª classe
Estrada da rede básica de 2ª classe
Estrada local
Caminhos de Ferro
Comboios de Alta Velocidade
Pousada
Santuário, Mosteiro
Parque Nacional
Parque Natural
Campo de Golfe
Estância de esqui
Porto Desportivo
Balneário
Campismo
Aeroporto
Grutas
Património da Humanidade

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