Mesas Redondas - I Encontro Nacional de Ficção, Discurso e

Transcrição

Mesas Redondas - I Encontro Nacional de Ficção, Discurso e
I ENCONTRO NACIONAL DE FICÇÃO, DISCURSO E
MEMÓRIA
Literatura, Cinema, Gêneros Digitais e Outros Gêneros
Universidade Federal do Maranhão:
Reitor: Prof. Dr. Natalino Salgado Filho
Vice-Reitor: Antônio José Silva Oliveira
Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória:
(1.:2014: São Luís, MA).
Caderno de programação e resumos do I Encontro Nacional de Ficção
Discurso e Memória: literatura, cinema, gêneros digitais e outros gêneros/
Organização: Naiara Sales Araújo Santos, Luan Passos Cardoso, Stéfanni Brasil da
Silva, Mizraim Nunes Mesquita, Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa, Lívia
Fernanda Diniz Gomes. – São Luís: Edufma, 2014.
300 f.
ISBN: 978-85-7862-376-0
1. Literatura – Encontro científico 2. Artes – Encontro científico
CDD 800.001
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva
Diretor do Centro de Ciências Humanas: Prof. Francisco de Jesus Silva de Sousa
Editora da Universidade Federal do Maranhão:
Prof. Dr. Sanatiel Pereira - Diretor
Coordenação Geral:
Profª. Drª. Naiara Sales Araújo Santos
Comissão Organizadora Docente:
Naiara Sales Araújo Santos – UFMA
Evandro Abreu Figueredo Filho – UEMA/UFMA
Everaldo dos Santos Almeida – FAMA/PITÁGORAS
Francisco Wellinton Borges Gomes – UFPI
João da Silva Araújo Junior – UFMA
Manuela Maria Cyrino Viana – UFMA
Mônica Fontenelle Carneiro – UFMA
Rafael Campos Quevedo – UFMA
Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI
Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA
Comissão Organizadora Discente:
Dayane Andrea Rocha Brito – UFMA
Fernanda Libério Pereira – UFMA
Jucélia de Oliveira Martins – UFMA/ UNICEUMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes – UFMA
Luan Passos Cardosos – UFMA
Ludmila Gratz Melo – UFMA
Mizraim Nunes Mesquita – UFMA
Stéfanni Brasil da Silva – UFMA
Comissão Científica:
Ilza Galvão Cutrim – UFMA
Ivete Maria Martel da Silva – UFMA
José Dino Cavalcante – UFMA
Mônica da Silva Cruz – UFMA
Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA
Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA
Marília Cerveira - UFMA
Colaboradores:
José de Ribamar Mendes Bezerra
Tammys Loyola Rolim
Tecnologia:
Thiago Henrique Dias de Araújo
APRESENTAÇÃO
O I Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória: Literatura, Cinema,
Gêneros Digitais e outros Gêneros foi idealizado pelo grupo de estudos FICÇA – Ficção
Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas na Era Digital
(CNPq), da Universidade Federal do Maranhão. Em parceria com as instituições UFPI,
UESPI, UEMA e FAMA e apoiados por universidades do Brasil inteiro, buscamos
promover e ampliar as discussões e o intercâmbio de experiências entre acadêmicos e
pesquisadores nacionais que se dedicam às temáticas aqui abordadas.
Nossos objetivos giram em torno das diversas manifestações linguístico-literárias que
envolvem as mais variadas áreas do conhecimento, por isso dizemos ser este um
encontro interdisciplinar que reúne discussões promovidas não só por estudiosos e
pesquisadores de Letras como também de História, Filosofia, Sociologia, Antropologia,
Psicologia, Comunicação social dentre muitas outras áreas que têm o discurso como
objeto de estudo.
Homenageamos neste evento aquele que se declarou Nacional na Ficção, no
Discurso e na Memória, Ariano Suassuna. Suas reflexões em torno do “SER
NACIONAL” estão presentes em muitos dos trabalhos apresentados neste encontro.
Suas ideias influenciaram e influenciarão estudos que têm por objetivo analisar o
impacto dos avanços tecno-científicos na linguagem e manifestações artísticas pósmodernas. Ninguém mais que Ariano Suassuna defendeu o direito e o dever de sermos
Brasileiros no discurso e na memória, ou seja, o direito de sermos naturalmente
Brasileiros, na Literatura, no Cinema e em todas as artes.
Os organizadores
PROGRAMAÇÃO GERAL
DIA 17/09/2014
8h às 9h30
Credenciamento
Minicurso
Local: Hall do CCH
10h às 12h
Solenidade e
Conferência de
Abertura
Local: Auditório Setorial CCH
14h às 16h
Mesa Redonda
Local:
Auditórios Ribamar Caldeiras Mário
Meireles, Sala PGCULT e Sala de
Mestrado em História.
16h às 17h
Conferência
Local: Auditório setorial CCH
17h às 18h30
Comunicações Orais
Local: Salas CCH
DIA 18/09/2014
8h - 9h30
Minicurso
Local: Salas CCH
Conferências
Local: Auditório Setorial CCH
10h45 às 12h
Comunicações Orais
Local: Salas CCH e Hall
14h às 15h30
Painéis
Hall CCH
14h às 16h
Mesa Redonda
Local:
Auditórios Ribamar Caldeiras e Mário
Meireles, Sala PGCULT e Sala de
Mestrado em História
16h às 16h30
Lançamento de
Livros
Local:
Auditório Setorial CCH
16h30 às
18h30
Comunicações orais e
apresentações
artísticas
Local: Salas CCH e Hall
9h45 às 10h45
DIA 19/09/2014
8h - 9h30
Minicurso
Local: Salas do CCH
9h45 às 10h45
Conferência
Local: Auditório Setorial CCH
10h45 às 12h
Comunicações Orais
Salas CCH
14h às 15h30
Painéis
Hall CCH
14h às 16h
Mesa Redonda
Local:
Auditórios Ribamar Caldeiras e Mário
Meireles, Sala PGCULT e Sala de
Mestrado em História
16h ás 17h30
Comunicações Orais
Salas CCH
17h30 às
18h30
Conferência de
Encerramento
Local: Auditório Setorial CCH
18h30
Coquetel de
encerramento
Local: Auditório Setorial CCH
CONFERÊNCIAS
17/09/2014
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORÁRIO: 10:00h
Tema: Augusto dos Anjos: A Pluralidade do Nós
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão – UFPB
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORÁRIO: 16h – 17h
Tema: Critérios para o Estudo de Reelaborações de Gêneros em Redes Sociais
Prof. Dr. Júlio César Araújo – PPGL/UFC
18/09/2014
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORÁRIO: 09h45 – 10h45
Tema: “Por que e para que aprendo línguas hoje? Características e a elaboração de
materiais CALL”
Prof. Dr. Rafael Vetromille-Castro – UFPel
19/09/2014
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORÁRIO: 09h45 – 10h45
Tema: Vida Impura: Figurações Literárias do Pós-Humano
Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORÁRIO: 17h30 – 18h30
Tema: Literatura e Pesquisa
Profª. Drª. Sonia Maria Correa Pereira Mugschl – UFMA
Minicursos
HORÁRIO 8h – 9h30
1- Representações Femininas no Cinema
Ministrante: Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho – UEMA
2- Modernistas Transatlânticos: inovação estética nas obras de James Joyce e
Ralph Ellison
Ministrante: Henry Mason – Fullbright/ISF
3- Gêneros Digitais e Cibercultura: os novos tempos da escrita hipersemiotizada
Ministrante: Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando - FAMA/PITÁGORAS
4- Tradução Intersemiótica: interfaces entre cinema e literatura
Ministrante: Prof. Dr. Francisco Wellinton Borges Gomes – UFPI
5– As Marcas Enunciativas nos Contos Fantásticos
Ministrantes: Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes – UEMA e
Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA
6- Ficção Distópica e Direito
Ministrantes: Prof. Me. Arnaldo Vieira Sousa – UNDB e
Prof. Me. Vail Altarugio Filho
7- Ficção para Mulheres: fotonovela e romance melasunga
Ministrante: Prof. Me. Bruno da Silva Azevedo – UNDB
8- Literatura, Discurso e Memória: processos enunciativos
Ministrante: Profª. Drª. Silvana Maria Pantoja dos Santos – UESPI/UEMA
9- Eros em Escombros: amor e perversão na literatura
Ministrante: Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues
10- Literature without Borders: A Mini-Course about Contemporary Migration
Literature
Ministrante: Shannon Welch – Fullbright/ISF
Mesas Redondas
17/09/2014
1 – Mesa Redonda
Título: Tecnologias digitais e aprendizagem de línguas.
Horário: 15h – 16h • Local: Auditório Mário Meireles
Prof. Dr. Júlio Araújo – PPGL/UFC
Prof. Dr. João da Silva Araújo Júnior – UFMA
Profª. Ma. Maria Nilza Silva Oliveira – UFMA
2 – Mesa Redonda
Título: Língua(gem) e manifestações culturais populares.
Horário: 14h – 15h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra – UFMA
Profª Drª Conceição de Maria de Araújo Ramos – UFMA
Profª. Drª. Maria de Fátima Sopas – UFMA
Profª Ma. Marta Maria Portugal Parada – UFMA
Profª. Ma. Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA
Profa. Drª. Georgiana Márcia Oliveira Santos – SEDUC/MA
3 – Mesa Redonda
Título: Estudos Lexicais de Literatura Brasileira.
Horário: 15h – 16h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Prof.ª Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão – UFPB
Prof.ª Me. Clécia Maria Nóbrega Marinho – IFPB
Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza – UFCE
Prof. Me. Paulo Alves – doutorando – UFPB
4 – Mesa Redonda
Título: Aprendizagem de línguas mediada por computador.
Horário: 15h – 16h • Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Drª. Ana Cláudia Oliveira Silva – UFPI
Profª. Drª. Veraluce da Silva Lima – UFMA
Prof. Dr. Rafael Vetromille Castro – UFPel
18/09/2014
1- Mesa Redonda
Título: Língua de Sinais na Era Digital: recortes do uso da escrita nas redes sociais.
Horário: 14h – 15h • Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Esp. Manuela Viana – UFMA
Profª. Esp. Carmem Campos – UNDB
Pablo de Jesus – ASMA (Associação dos Surdos do Maranhão)
2 – Mesa Redonda
Título: A Voz do Colonizado Ibérico em Literaturas em África e América.
Horário: 15h– 16h • Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Ma. Eliana Pereira de Carvalho – UESPI
Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI
Profª. Ma. Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI
3 – Mesa Redonda
Título: Olhares linguísticos sobre a literatura regional.
Horário: 16h – 17h • Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão - UFPB /UFC
Prof. Me. Wellington Lopes – UFPB
Prof. Me. José Robson Santiago – IFPB
Prof. Me. Sandro Luís Sousa - IFRN
4 – Mesa Redonda
Título: Literatura Afro-brasileira Contemporânea: memória e construção de
identidades.
Horário: 14h – 15h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Prof. Dr. Elio Ferreira de Souza – UESPI
Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho – UEMA
Prof. Me. Douglas Rodrigues de Sousa – doutorando – UnB
5 – Mesa Redonda
Título: Literatura Infantil e Juvenil.
Horário: 16h – 17h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Profa. Ma. Paula Fabrisia Fontinele de Sá – doutoranda – UnB
Profª. Ma. Jandira Lopes Pereira – UESPI
Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI
6 – Mesa Redonda
Título: A Literatura Fantástica e Mágica nas Américas.
Horário: 14h – 15h • Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Ma. Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT
Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA
Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes – UEMA
7 – Mesa Redonda
Título: H. P. Lovecraft e a Ficção Científica Brasileira.
Horário: 15h – 16h • Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ
Profª Drª. Naiara Sales Araújo Santos – UFMA
19/09/2014
1 – Mesa Redonda
Título: Modernidade e Paratopia: o discurso midiático nas fronteiras do tempo e do
espaço.
Horário: 14h – 15h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Profª. Drª. Marilande Martins Abreu – UFMA
Profª. Ma. Andrea Teresa Martins Lobato – doutoranda – UEMA
Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando – FAMA/PITÁGORAS
2 – Mesa Redonda
Título: Discurso, Memória e Regimes de Visibilidade: contornos identitários em
gêneros.
Horário: 15h – 16h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Profª. Drª. Ilza Galvão Cutrim – UFMA
Profª. Drª. Mônica da Silva Cruz – UFMA
Pofª. Drª. Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA
Profª. Ma. Marília Cerveira – DELER/UFMA
Prof. Me. Luís Rodolfo Cabral – DESTEC/IFMA-Campus Santa Inês; Grupo Santa Fé
3 – Mesa Redonda
Título: Discurso, Sociedade e Cultura: olhares transversos sobre algumas práticas
discursivas.
Horário: 16h – 17h • Local: Auditório Ribamar Caldeiras
Profª. Drª. Luciana Rocha Cavalcante – UFMA
Profª. Drª. Suzana Maria Lucas Santos de Souza – UFMA
Prof. Me. Antônio Augusto Machado – UFMA
4 – Mesa Redonda
Título: Discurso e Trabalho: práticas sociais, docentes e jurídicas.
Horário: 15h – 16h • Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Drª. Ana Lúcia Rocha Silva – UFMA
Prof. Dr. Eliúde Costa Pereira – SEDUC-MA
Profª Drª. Paula Francineti Araújo – IFMA
5 – Mesa Redonda
Título: A Análise do Discurso e a História Intelectual: confluências.
Horário: 14h – 15h • Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo
Profª. Drª. Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira – UFMA
Prof. Esp. Rafael Aguiar dos Santos – UFMA
Prof. Esp. Raimundo de Jesus Sousa Filho – IFMA
Rafael Henrique Silva Barros – mestrando – UFMA
7 – Mesa Redonda
Título: Os Contributos da Sátira Latina para a Literatura Universal Contemporânea.
Horário: 15h – 16h • Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo
Prof. Esp. Evandro Abreu Figueredo Filho – UFMA
Profª. Esp. Michelle de Sousa Bahury – IFMA
Prof. Me. Joaquim de Oliveira Gomes – FAMA/PITÁGORAS
COMUNICAÇÕES ORAIS
EIXO TEMÁTICO 1:
LITERATURA E DISCURSO PÓS-MODERNO
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 - 18:30 / Bloco 01 – sala 01 – 1º Andar)Coordenador(a): Prof. José
Ribamar Neres Costa
• Alice Ferreira Aragão (UFMA) e Érica Márcia Sousa Chagas (UFMA) – A Pósmodernidade e suas reflexões na narrativa
• Manfred Rommel Pontes Viana Mourão (UFPI) – Uma forma ambivalente? O
romance de não-ficção em Norman Mailer
• Edilene Ferreira de Sena (UECE) – As concepções de amor na obra O Ensaio sobre a
Cegueira
• José Ribamar Neres Costa (UFMA) – As temáticas inusitadas na prosa ficcional de
José Ewerton Neto
• Francilurdes Brito da Silva Ribeiro – A literatura de autoria feminina em “Amor” de
Clarice Lispector
• Camila Magalhães Linhares (UFPI) e Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI) – A
importância do conto oral na transmissão da cultura regional em sala de aula
Grupo 2: (16:00 - 17:30 / Bloco 01 – sala 02 – 1º Andar) Coordenador(a): Prof.
Rafael Quevedo
• Luiza Carvalho de Oliveira (UFMA) e Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) –
Identidade, Reflexividade e Segurança: uma análise da constituição da
autoidentidade da personagem Billy Sánchez no conto
• Karen Raquel Rodrigues Estevão (UFPI) e Jéssica Monteiro de Sousa Pereira (UFPI) –
Lendo Gabriel García Marquez: operadores de leitura narrativa e crítica feminista em
Crônica de uma morte anunciada
• Davi Galhardo Oliveira Filho (UFMA) – Modernidade e Identidade: breve ensaio
acerca do fenômeno da multidão
• José Geraldo da Silva (UFV) – O despertar da mulher: Uma análise da conquista da
maturidade e do encanto feminino em “Resto do Carnaval”, de Clarice Lispector
• Rafhael Borghato (UNESP) – O problema do trágico no romance conduzido pelo
tema do adultério
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles)
Coordenador(a): Profª. Joyce Rodrigues Silva Gonçalves
• Francisca Marciely Alves Dantas (UFPI) – “A terceira margem do rio”: representação
poética das interfaces existenciais do homem
• Antônia Cláudia de Carvalho Rocha (UESPI) – Literatura e Gênero: representações
da figura feminina na obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo
• Elimar Barbosa de Barros (UESPI) e Algemira de Macedo Mendes (UESPI) – Corpos
Subjulgados em “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra”: Contos de Sônia
Coutinho
• Vanessa Gonçalo de Sousa (UESPI) – Narrativas memorialísticas e a construção de
identidade no conto “O Espelho” de Machado de Assis
• Lucelia de Sousa Almeida (UESPI) – Literatura e Memória: Reflexos da ditadura no
Brasil em O Fantasma de Luis Buñuel, Maria Jose Silveira
• Joyce Rodrigues Silva Gonçalves (UFMG) – Menino de engenho e o engenho do
romance autobiográfico
Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Auditório Ribamar Caldeiras)
Coordenador(a): Profª. Maria do Perpétuo Socorro
• Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme (UFPI) – Noções de Crítica Literária
Feminista e sua aplicação às quatro obras da Literatura Americana, Chicana,
Pernambucana e Piauiense
• Antônia Ellen Alves dos Santos – O desnudar de Esther Greenwood em The Bell Jar
de Sylvia Plath
• Crislane da Silva Santos (UFPI) e Lídia Raquel Ferreira da Silva (UFPI) – O perfil
feminino no século XIX, analisado na obra “Senhora” de José de Alencar
• Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho (UFPI) – Realidade e Ficção em Crônica de
uma Morte Anunciada
• Alessandro Barnabé Ferreira Santos (UFMA) – Do testemunho poético em Jorge
Sena: mundividência e peregrinação
• Samir Araújo Casseb (UFMA) – Arte narrativa e ética: uma discussão a partir da
crítica à (pós) modernidade na literatura de Leon Tolstoi e Martin Buber
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles)
Coordenador(a): Profª. Aurenice Pinheiro Tavares
• Alexandro Almeida Lima Araújo (UEMA)- A literatura latina: usos e apropriações nos
discursos historiográficos dos séculos XIX e XX
• Cláudia Letícia Gonçalves Moraes (UFMA) e Danielle Martins Leite Fernandes Lima
(UFMA) – O resgate do discurso romântico através da intertextualidade: o romance
histórico Dias e Dias, de Ana Miranda
• Gladson Fabiano de Andrade Sousa (UFMA) – Medianeiras: Arquitetura do sujeito
na pós-modernidade
• Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) e Edna Mafra Teixeira (UFMA) – Terra
Sonâmbula: oralidade como mecanismo de ligação entre a tradição e a
modernidade
• Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: o resgate um
diálogo esquecido
EIXO TEMÁTICO 2:
LITERATURA E TEORIAS DO DISCURSO PÓS-COLONIAL
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT)
Coordenador(a): Profª. Leonildes Pessoa Facundes
• Lígia Maria Aguiar Souza (UFPI) – A existência feminina em um conto de Clarice
Lispector
• Raimunda Maria dos Santos e Érica Rodrigues Fontes (UFPI) – Literatura,
representação e diferença: a voz do subalterno em Auto da Compadecida de Ariano
Suassuna
• Isabela Christina do Nascimento Sousa (UFPI) – Reflexões acerca da relação
colonizador – colonizado em The Grass is Singing
• Cristina Gomes de Brito – Curral de Serras: A relação colonizador e colonizado na
obra de Alvina Gameiro
• Pedro da Silva Pontes Neto (UFPI) – A metáfora do suicídio no conto fantástico
“Voluntary Committal” de Joe Hill – Uma análise pós-colonial
• Rosa Áurea Ferreira da Silva (UFPI) – Aspectos da resistência feminina em Niketche:
uma história de poligamia, de Paulina Chiziane
EIXO TEMÁTICO 3:
LITERATURA INFANTIL JUVENIL
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – Bloco 01 – 1º andar)
Coordenador(a): Profª. Jane Adriane Gandra
• Jane Adriane Gandra (UEG) – As estratégias do contador de histórias em História
Alegre de Portugal
• Priscila da Conceição Viégas (UESPI) – Leitura Literária – teorias e práticas para a
autonomia do jovem leitor
• Lídia Clara Cutrim Lima (UEMA) – “O Essencial é Invisível aos Olhos”: A Formação
do Leitor Crítico
• Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – O erotismo nos contos de fadas: destecendo a
tradição ingênua
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Ribamar Caldeiras)
Coordenador(a): Profª. Janete de Jesus Serra Costa
• Letícia França Lemos (UFMA) – Um conto que se conta: a simbologia em Branca de
Neve, dos Irmãos Grimm
• Letícia Gantzias Abreu (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira (UFMA) –
O crescimento da figura feminina nos contos de fada: uma análise feminista do
papel da mulher nas histórias infantis
• Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – A poesia infantil e a formação do leitor literário
• Janeffer Desselman (UEPG) – Imagens do narrador e leitor de O pequeno príncipe
• Joice da Costa Barbosa (UFPI) – As marcas de oralidade presentes na série “O diário
de um banana”
EIXO TEMÁTICO 4:
LITERATURA AFRODESCENDENTE
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Bloco 06 – sala 02 – Térreo – Núcleo de Espanhol)
Coordenador(a): Prof. Elio Ferreira Sousa
• Natália Regina Rocha Serpa (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) – A escrita da
memória nas obras de Conceição Evaristo
• Régia Agostinho da Silva (UFMA) – “A Mente, essa ninguém pode escravizar”: Maria
Firmina dos Reis e os personagens cativos em Úrsula (1859)
• Ana Carusa Pires Araujo (UEMA) – Identidade e Memória: um olhar sobre a mulher
negra na sociedade do século XIX
• Elen Karla Sousa da Silva (UEMA) – A representação feminina moçambicana:
Niketche, uma história de poligamia
• Rubenil da Silva Oliveira (UESPI) – Representações do negro gay na Literatura AfroBrasileira
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 - Bloco 02 – 2º andar)Coordenador(a): Profª.
Áurea Regina do Nascimento Santos
• Raimundo Silvino do Carmo Filho (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) – Memória e
construção de identidades em “Minha Cor”, de Raquel Almeida
• Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Nilson Macêdo Mendes (UFPI) – Memória,
identidade e nacionalismo étnico e cívico em Narrative of the life of Frederick
Douglass, an American Slave, Written by Himself
• Denise de Paula Veras Aquino – MAYOMBE: a dessacralização de um herói
• Áurea Regina do Nascimento Santos (UESPI/IFPI) e Algemira de Macedo Mendes
(UESPI) – Niketche – Uma história de poligamia, de Paulina Chiziane: O discurso da
alteridade
• Ronyere Ferreira da Silva (UFPI) – Galhofas Escravistas: história e escravidão em
escritos de Machado de Assis
• João Batista Sousa de Carvalho (UESPI) – Poesia e memória em “O mapa da tribo”
de Salgado Maranhão
EIXO TEMÁTICO 5:
LITERATURA E CINEMA
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Sala PGCULT)
Coordenador(a): Prof. Hermano de França Rodrigues
• Arlan Ferreira Santos (FAESF) – Dos filmes para os livros: leitores a partir do cinema?
• Alexandro Almeida Lima Araujo (UEMA) – As apropriações da literatura latina pelo
cinema: as (re)leituras do filme Gladiador (2000), de Ridley Scott
• Luciano Sousa Oliveira (UFMA) e Regivaldo Braga Moreira (UFMA) – Relação
comparativa entre o filme O Carteiro e o Poeta e o livro também intitulado O
Carteiro e o Poeta, de Antônio Skármeta
• Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros (UFPI) – O devir-monstro de escritor em
Naked Lunch
• Angeli Raquel Lucena de Farias (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB) –
Corpos em êxtase, enlaces extraviados: trânsitos sado-masoquistas no cinema
• Natália Eugênia Almeida de Sousa (UESPI) e Herasmo Braga de Oliveira Brito
(UESPI) – Os diálogos entre Literatura e Cinema sob a ótica da autonomia das
personagens femininas
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Núcleo de Espanhol)
Coordenador(a): Prof. Luis Rodolfo Cabral
• Joseane Mendes Ferreira (UFPI) – Entre o desejo proibido e o amor: Hamlet numa
leitura fronteiriça entre literatura e cinema
• Elijames Moraes dos Santos (UESPI) – Da literatura ao Cinema: Uma leitura
intersemiótica das projeções temporais em Lavoura Arcaica
• Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – Inter-relações em Literatura e
Cinema: semelhanças e diferenças
• Lucas Rodrigues Cavalcante (UFPI) – O herói no processo de transposição da obra
literária Primo Basílio para a película brasileira
• Leonardo Teófilo da Silva Santos (UESB) – A Hora da Estrela: Um olhar mais
atencioso sobre a recriação cinematográfica da obra literária
• Bárbara Ruth Silva Barbosa (UFMA) e Thaiane Alves Mendonça (UFMA) – O Crime
do Padre Amaro: da linguagem literária à cinematográfica
• João de Deus Nascimento de Sousa – Imagens em cena: movimentos de sentidos no
curta-metragem “Maranhão 66”, do cineasta Glauber Rocha
Grupo 2: (16:30 - 18:00/ Sala NUPETS)
Coordenador(a): Profª. Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa
• Vanessa Soeiro Carneiro (UFMA) – “Você é minha fada madrinha”: o arquétipo da
Grande mãe em Malévola
• Fernanda dos Santos de Oliveira (UNEB) – Da carnavalização em “Sargento
Getúlio”: dos gêneros intercalados do romance à simultaneidade dos elementos
fílmicos
• Joseane Aranha Dantas (UNESP) – Cinema superoitista maranhense e memória:
apontamentos para uma História
• Rakel Pereira dos Santos (UNISC) – A importância do livro na ação dos personagens
nos filmes “” e “O Leitor”
• Roberth Christian Cutrim França (UFMA) e Denilson dos Santos Costa Guilhermino
(UFMA) – Superman Returns: A intericonicidade na construção do herói
• Kelly Cristina Araújo Feitosa (UESPI) – Do romance ao cinema: A morte e a morte de
Quincas Berro D’água, em longa-metragemelzinni
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT)
Coordenador(a): Prof. Marcos Antônio Vilela
• Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA/UFMA) – Literatura Infanto-Juvenil e a 7ª arte:
Dos livros para as telas de cinemas, divulgando a literatura e incentivando a leitura
• Carlos Carvalho Macêdo (UFMA) e Nathana Diniz Santos (UFMA – São Bernardo) –
Cinema: Um olhar sobre a realidade
• Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – A relação entre a literatura e o
cinema e as contribuições mútuas desses sistemas semióticos em uma relação de
dialogismo, hipertextualidade, tradução e difusão cultural
• Marcos Antonio Maia Vilela (UNEB) – A narrativa de ficção científica a partir do
cinema expressionista alemão
• Monik Giselle Lira Monteiro (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB) – Gozo
em cena: encontros violentos com o outro
• Apoliana da Conceição dos Santos (UFMA) e Lilyan Veloso Borralho (UFMA) – A
figura do herói no filme Matrix
• Jurema da Silva Araújo (UESPI) – As vidas secas de Graciliano Ramos e Nelson
Pereira dos Santos
EIXO TEMÁTICO 6:
LITERATURA E OUTRAS ARTES
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Auditório Mário Meireles)
Coordenador(a): Profª. Andrea Teresa Martins Lobato
• Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: os resgates de um
diálogo esquecido
• Lívia Guimarães da Silva (UFPI) e Shisleny Machado Lopes (UFPI) – Literatura e
tecnologia: análise estilométrica da obra Catatau
• Marlzonni Marrelli Matos Maurício (UFT) – Nas linhas da narrativa: o pensamento
histórico na Literatura
• Victória Ponciano Cortês (UFMA) – A ficção científica e o medo: A Tecnofobia no
conto “O Feitiço e o Feiticeiro” de Ambrose Bierce
• Thalita Ruth Sousa (UFMA) – Literatura e História: duas concepções, um caminho
• Lussandra Barbosa de Carvalho (FAMA) – A Morte na Nova Heloísa de Rousseau:
abordagem estética da virtude
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT)
Coordenador(a): Prof. Dino Cavalcante
• Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa (UFPI) – Estética e estética no conto brasileiro de
autores piauienses da geração 1970: uma leitura de “Madalena”, de Airton Sampaio
• Elisângela Coelho Morais (UFMA) – A literatura e o poder na Idade Média
• Douglas Barbosa Werneck (UFVJM) e Roberto Antônio Penedo do Amaral (UFVJM) –
Decifrando Rosa: Apresentação e Análise do conto A menina de lá
• Joaquim Lopes da Silva Neto (UFPI) – Sangue X Estado, em Antígona, de Sóflocles:
Laços sanguíneos para além do até
• Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionisíaco no Teatro
Moderno de Tennessee Williams
• Lisandra da Silva Souza (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira (UFMA) –
A transformação de Gregor: Espaço e Psique em A metamorfose
• Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Poesia trágica e música: reflexões nietzschianas
sobre os ditirambos dionisíacos e o heavy metal
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT)
Coordenador(a): Profª. Manuela Viana
• Maria Lúcia Souza Maciel (PUC-SP) – “Eles eram muitos cavalos”: uma experiência
do fora
• Shisleny Machado Lopes (UFPI) e Lívia Guimarães da Silva (UFPI) – Literatura Surda:
o uso de tecnologias para expressões literárias em LIBRAS
• Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI) – Antonio Malhadas, o herói picaresco:
uma análise da narrativa Aquiliniana
• Danielle Castro da Silva (SEDUC-MA) – A poesia está morta? Da concepção, do
parto e do funeral literário: a autoridade da parteira e a procriação dos frutos
• Cristianne Silva Araujo Dias (UFPI) – O piano e as palavras: relações músico-literárias
em Os teclados e as árvores das palavras, de Teolinda Gersão
EIXO TEMÁTICO 7:
CINEMA E MEMÓRIA
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História)
Coordenador(a): Profª Maria Izabel Barboza
• Marília Milhomem Moscoso Maia (UFMA) – Onde fica a casa do meu amigo: um
olhar sobre a metáfora da infância no filme do Abbas Kiarostami
• Wendell Emmanuel Brito de Sousa (UFMA) – Imagens de um passado escondido:
cinema, memória e identidade no filme Caché (2005)
• Francisco Armando de Sousa Oliveira (UFPI) – Tarantino, Bastardos Inglórios e o pósmodernismo
• Alexandre Wellington dos Santos Silva (UESPI) – Cinema, Educação e Anarquia: O
Cinema du peuple
• Wesley Leite Feitosa (UFMA) – Interpretação nietzschiana da trilha sonora de
“Psicose”
• Sonia Regina Abreu Moreira (UFMA) e Paula Fernanda Silva dos Santos (UFMA) – O
sujeito pós-moderno visto pelas câmeras de TV: uma análise da sociedade do
consumo no filme O Show de Truman
• Herasmo Braga de Oliveira Brito (UESPI) – Testemunhas históricas dos cineclubes
em Teresina durante o período da Ditadura Militar
EIXO TEMÁTICO 8:
GÊNEROS DIGITAIS
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala LECS)
Coordenador(a): Profª. Maria Nilza da Silva
• João Alexandre Ferreira Ramos (Cultura Inglesa-PI) e Thalita Christina Cavalcante
Arré – A utilização do potencial do IWB e os impecilhos enfrentados por professores
ao usar determinados recursos oferecidos pelo mesmo no EFL em uma escola de
idiomas em Teresina
• Brena Freitas Rodrigues (Faculdade Estácio de São Luis) – A narrativa midiática no
aplicativo da FIFA
• Geovana Oliveira Araujo (UFMA) – Tambor de Crioula de São Bernardo - MA:
resinificando os traços da literatura oral através da cantoria afrodescendente
• Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) – O uso da tecnologia na sala de
aula como suporte pedagógico nas aulas de línguas inglesa: possibilidade e desafios
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Auditório Ribamar Caldeiras)
Coordenador(a): Profª. Ana Carolina Sampaio
• Ana Paula Dos Santos Reinaldo Verde (Liceu Maranhense) – O uso do blog
“Construindo hst” na disciplina História do Maranhão século XVII através do olhar
dos alunos do 2º ano matutino do ensino médio do Liceu Maranhense
• Ana Carolina Sampaio Coelho (UNIRIO) – Nos labirintos do rizoma: literatura online
e hipertexto
• Adriana Sousa de Alcântara (UEMA) – Os gêneros textuais digitais como prática
mediadora das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA
• João Carlos da Cunha Moura (UNDB) – O CIDADÃO DE BEM: o discurso jurídico e
a construção das subjetividades em blogs
• Maria Leonara Oliveira (UFMA) – Gênero e sexualidade em rede: um estudo acerca
das sociabilidades envolvendo a figura da mulher na era digital
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História)
Coordenador(a): Profª. Polyana Amorim
• Deislandia de Sousa Silva (UESPI) e Andressa Maria Abreu Pereira (UESPI) – Espaço
da aula: o blog no processo educativo
• Juara Castro da Conceição (UFMA) e Bruna Rafaella Almeida da Costa (UFMA) –
Novas estratégias e práticas interacionais no meio virtual
• Polyana Amorim Chagas (UFMA) – Discurso e territorialidade na internet: como o
sujeito representa sua identidade territorial nas plataformas online de interação
social
• Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) e Geovana Oliveira Araujo (UFMA)
– A figura da mulher Shakespeariana: o ontem e o hoje da mulher sobre a ótica das
leis vigentes
• Renália Rafaela Cunha Silva (UFMA) – A representação da mulher no mundo virtual:
percepções acerca do discurso machista nas redes sociais
EIXO TEMÁTICO 9:
LITERATURA FANTÁSTICA E NARRATIVAS INSÓLITAS
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – bloco 01 – 1º andar)
Coordenador(a): Profª. Soraya de Melo
• Gladson Fabiano de Andrade Sousa (UFMA) – Os caminhos narrativos em O barril
de amontilado e Venha ver o pôr-do-sol
• Valnecy Oliveira Corrêa Santos (UESPI) e Sandra Maria Lemos Campelo (UESPI) –
Reconstruindo a enunciação no monólogo de Santiago em O velho e o mar
• Irla Fernanda e Silva Soares (UFPI) – Intersecção entre vigília e (sono) sonho,
realidade e imaginário: o sobrenatural em A sentença de Wu Cheng’n
• Karine Macêdo Freitas (UFPI) e Luciana Talita Mágulas Pereira (UFPI) – Obras do
diabinho da mão furada: do fantástico á realidade medieval
• Edson Moisés de Araújo Silva (UFRN) – As páginas da terra: o insólito em Terra
sonâmbula de Mia Couto
• Aline Barbosa de Almeida (UFCG) – O real e o insólito: os atos de fingir no romance
Memorial do convento de José Saramago
• João Margarida Evangelista Santos Filho (UFMA) – A metamorfose dos sentidos em
Franz Kafka
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – bloco 01 – 1º Andar)
Coordenador(a): Profª. Michelle Bahury
• Deislândia de Sousa Silva (UESPI) – A fantasia na ficção amadora online: um estudo
narratológico proppiano
• Lucélia Magda Oliveira da Silva (UFMA) – O sobrenatural nos contos de Edgar Allan
Poe
• Vanessa Soeiro Carneiro e Lívia Fernanda Diniz Gomes (UFMA) – Meu querido
demônio: a ironia presente em Cartaz de um diabo a seu aprendiz
• Luis Felipe Brandão de Souza (UFPI) – Diálogos dispóticos: os encontros do
pessimismo entre Admirável mundo novo, 1984, Não verás país nenhum e O país
das últimas coisas.
• Alana Yasmim dos Santos (UFPI) – A banalização da morte como crítica social em A
nova Califórnia de Lima Barreto
• Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Soren Kierkegaard e o problema da existência no
romance O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde
• Marcus Vinícius Souza e Souza – O Fantástico Visionário Calviniano, No Conto ‘‘O
Horla’’ De Guy De Maupassant
EIXO TEMÁTICO 10:
DISCURSO E MEMÓRIA
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Projeção I)
Coordenador(a): Prof. Ricardo Arraes
• Manoel Ricardo Arraes Filho (UFPI) – Batalhão Suez: História e memória dos
soldados piauienses na primeira missão de paz da ONU (1957 – 1967)
• Liana Márcia Gonçalves Mafra (UEMA/IFMA) – Vozes silenciadas em Días y noches
de amor y de guerra de Eduardo Galeano
• Camila Tavares dos Santos (UFMA) e Vanessa de Jesus Araújo (UFMA) – Interdiscurso
e memória discursiva nas produções textuais dos alunos do Projeto Entretextos
• Regilane Barbosa Maceno (UESPI) – Rompendo Barreiras, saindo da margem: O
discurso patriarcal em Há Vinte Anos Luz, de Elsa Osório
• Francisca Jheine Andrade Cunha (UESPI) – O discurso memorialístico nas imagens da
obra Rio Subterrâneo de O. G. Rego de Carvalho
• Claudiene Diniz da Silva (UFMG) – Conceitos de Discurso e Memória para Alain
Berrendonner
• Márcia Angélica Pontes da Silva (UESPI) - Memória e História na Literatura
Maranhense: A representação da Cidade em Vencidos e Degenerados de
Nascimento de Moraes
Grupo 2: (17:00 - 18:30/ Projeção II)
Coordenador(a): Prof. Marcus Baccega
• Géssica da Silva Pereira (UEMA) e Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA) – A
memória da cidade pelo viés discursivo: Uma leitura da obra de Josué Montello
• Maria Daíse de Oliveira Cardoso (UESPI) – Uma poética da memória: uma leitura de
“Saudade”, de Da Costa e Silva
• Marcus Baccega (UFMA) – Retórica romanesca e construção da memória: a matéria
cavaleiresca na Idade Média
• Joana Darc Rodrigues da Costa (UFMG) – Os sentidos de família no reconhecimento
das uniões homoafetivas como instituto jurídico: uma análise enunciativa da decisão
do STF
• Sarah Silva Froz (UEMA) – Histórias e memórias da arte de partejar
• Raimunda Maria Chaves Correia (UESPI) – Representação feminina em Terras
Proibidas de Luíza Lobo
• Danielle Gomes Mendes (UFMA) – A epifania de James Joyce na obra “O retrato do
artista quando jovem
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar)
Coordenador(a): Profª. Elenice Maria Nery
• Valéria Gomes Ignácio da Silva (PUC-SP) – Ficção, memória e testemunho na
literatura pós-64
• Ingrid Ravelly Soares da Silva (UESPI) – O resgate da memória Afrodescendente na
obra Sol Sanguíneo de Salgado Maranhão
• Wagner Gonçalves Campos Neto (UFPI) – A Cidade nas Letras: A construção da
memória dos bairros de Teresina nas crônicas de Jônatas Batista
• Glaucia Lindoso Sarges (UEMA) – Literatura de cicatrizes: a escrita carcerária em
Memórias de um Sobrevivente
• Thiago Venícius de Sousa Costa (UFPI) – Levante aos mortos e a crítica de Lima
Barreto a municipalidade carioca no prelúdio republicano.
• Maria Aparecida Conceição Mendonça Santos e Vera Lúcia Rolim Salles (UFMA) – O
corpo em transe: a moral sexual e os discursos sexistas elaborados sobre a mulher no
final do século XIX e início do XX
Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Sala 03 – Bloco 01 – 1º Andar)
Coordenador(a): Profª. Eliana Pereira de Carvalho
• Luis Fernando Ribeiro Almeida (FAMA) – Interdiscurso, símbolos e imagens no fazer
literário da Hileia euclidiana
• Edna Mafra Teixeira (UFMA) e Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) – A
origem divina da palavra.
• Fábio Henrique Pereira (UFMA) e Keila de Jesus Ribeiro Araujo (UFMA) – Do nãoverbal ao verbal: o cinema mudo como recurso para produção textual na educação
básica
• Maria de Fátima de Paiva Abreu (UESPI) – Influência do espaço psicológico na
construção da memória na obra Angústia, de Graciliano Ramos
• Francisca das Chagas Carvalho Almeida (UESPI) – Espaço e memória: representações
em Beira Rio Beira Vida de Assis Brasil
• Aline Hellen Santos de Souza (UFMA) – Fé, pureza e salvação: Dialogos entre a
Demanda do Santo Graal e a Bíblia Sagrada.
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar)
Coordenador(a): Profa. Silvana Maria Pantoja dos Santos
• Withelo dos Santos Sousa (UEMA/CESTI) – Espaço e memória: representações na
obra Cais da Sagração de Josué Montello
• José Ivan Bernardo Andrade (UESPI) – Discurso e representação da memória no
texto literário: mutualidade na construção de sentidos no romance Sinfonia em
branco, de Adriana Lisboa
• Gisele Morais Alves (UESPI) e Herasmo Braga de Oliveira Brito (UESPI) – Identidade
e memória: A constituição do neoregionalismo literário brasileiro através das
personagens femininas na escritura de Francisco Dantas
• Érica Pontes Moreira (CAPEM) – O discurso poético de Nauro machado
• Rafaela Cardoso Silva (UESPI) – Luiza Amélia de Queiroz e Francisca Montenegro no
percurso memoralístico do século XIX
• Márcia A. G. Molina (UFMA) – Os intertextos em “A Cartomante” de Ivan Lins e
Vítor Martins
• Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Joelma de Araújo Silva Resende (UFPI) –
Memória e identidade em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo
EIXO TEMÁTICO 11:
O DISCURSO MIDIÁTICO
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala NUPETS)
Coordenador(a): Profa. Marília Cerveira
• Ruan Cláudio da Silva Rosa (UFMA) – A Representação de São Luís pela Televisão:
uma análise da série “Os Colonizadores”.
• Líssia Maria Costa Gomes Protázio (UFMA) – O Gênero Feminino pela Abordagem
Midiática: Reconduzindo os padrões discursivos e reconstruindo identidades.
• Cibele Pereira da Silva Sousa (UFPI) e Adelane Brito Rodrigues (UFPI) – Aspectos
discursivos encontrados em um episódio de quadrinho do personagem Zé Carioca.
• José Eduardo Fonseca Oliveira (UFMA) – A mídia como espaço pedagógico: as
implicações dos discursos midiáticos nas constituições de sujeitos e subjetividades.
• Eline da Silva Reis Calaça Teixeira (UFPI) – Representação social do índio na Folha
de São Paulo: o caso do índio Galdino no ataque de índios a engenheiro da
Eletrobrás
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – Bloco 01 – Terreo)
Coordenador(a): Profª. Mônica Cruz
• Irina Coelho Monte (UFPI) e Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro (UFPI) – A construção
midiática das celebridades no Instagram: o caso Neymar durante a Copa do Mundo
de 2014.
• Antônio Wilson de Andrade Silva (UFPI) e Karen Raquel Rodrigues Estevão (UFPI) –
Representações políticas no discurso midiático: a contribuição do humor para a
caracterização do candidato.
• Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – A construção da imagem do professor
através do discurso midiático.
• Cláuberson Correa Carvalho (UFMA) – “30 dias para mudar sua vida”: um estudo
sobre a oralidade no jornalismo de autoajuda.
• Jailiston Soares (UFMA) e Jefferson Matheus (UFMA) – Desenvolvimento sustentável
em propagandas da Petrobras e do Banco do Brasil
• Rarielle Rodrigues Lima (UFMA) – Corpo e mídia: as percepções de corpo no longametragem “Ou tudo ou nada” de Simon Beaufoy
EIXO TEMÁTICO 12:
ENSINO DE LÍNGUAS E TECNOLOGIAS
Dia 17/09/2014
Grupo 1: (17:30 - 18:30/ PGCULT II)
Coordenador(a): Profa. Ilanna Maria Izaias do Nascimento
• Elizabete Rocha de Sousa (UEMA) – Gêneros Discursivos e Letramento: Novas
Perspectivas para o Ensino de Língua Inglesa na EJA
• Maria do Socorro Gomes Macedo (UEMA) – Leitura e Produção Textual no Ensino
Médio
• Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz (UFMA) – Atenção, cuidado com os fapes! Eles
se dizem amigáveis, mas não são
• Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma Abordagem de leitura interativa
e aplicação prática no minicurso: “A leitura e as asas da liberdade” na Faculdade de
Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC-UECE
• Ilanna Maria Izaias do Nascimento (IFMA) e Neuma Cristina Andrade Silva Cunha
(IFMA) – O Wallwisher/Padlet como estratégia de Escrita de Língua Inglesa
• Angelo Roberto Silva Barros (FAEPI) e Israel Ferreira Santos (FAEPI) – A abordagem
triangular como possível estratégia básica para investigação e possibilidade de
diversidade no ensino de língua portuguesa e sua literatura
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – Terreo)
Coordenador(a): Sílvia Mônica Moura Lima
• Isael da Silva Sousa (UFPI) e Carla Mariana Veras Amaral Rodrigues (UFPI) – Ensino e
Aprendizagem de Língua Portuguesa Mediada Por Recursos Tecnológicos
• Otávio Augusto Soares Barros (UFPI) – Políticas Linguísticas Brasileiras e o uso do
Inglês no Brasil: uma questão ainda não respondida
• Sílvia Mônica Moura Lima (UFPI) – Remix de Hipermídias: Reflexões sobre o
Desenvolvimento da Habilidade de Leitura na Disciplina de Inglês Instrumental
• Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) – O Livro Didático e suas contribuições para o
ensino de Língua Inglesa
• Joseane Cantanhede dos Santos (UFMA) – Itinerários culturais vivenciados pelos
professores da rede municipal de ensino de São Luís – MA.
• Maria da Conceição Marques do Nascimento Souta (UFMA) – Histórias em
quadrinhos: prática positiva no ensino da língua portuguesa.
Dia 19/09/2014
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Núcleo de Espanhol)
Coordenador(a): Prof. João da Silva
• João da Silva Araújo Junior (UFMA) e Hannah Isabely Serra Ayres (UFMA) – Gêneros
Textuais Digitais Didatizados: Analisando Experiências em Livros Didáticos de Língua
Portuguesa
• Stephane Thayane dos Santos Serejo (UFMA) e Fabiana Albina Borges da Silva
(UFMA) – A literatura aliada às mídias digitais para o incentivo das práticas de leitura
e escrita dentro e fora da sala de aula: uma proposta para ensino e aprendizagem de
Língua Portuguesa
• Maria Francisca da Silva (UFMA) – Ensino e Aprendizagem e em Ambiente Virtual
em Licenciatura de Espanhol
• Maria Francisca da Silva (UFMA) – Concepções do Professor de Espanhol como
Língua Estrangeira: Um processo em construção
• Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – As marisqueiras de Raposa: Um estudo
semântico-lexical.
Grupo 2: (16:00 – 17:30/ Sala do NUPETS – Bloco 2 – 1º andar) – Coordenador(a):
Veraluce da Silva Lima
• Ana Claudia Menezes Araujo (UFPI) e Ananda Veloso Amorim Oliveira (UFPI) – A
variação semântica-lexical em composição de rap: uma possibilidade de prática
multiletrada e análise de fenômenos semânticos no ensino médio
• Rayron Lennon Costa Sousa (UFMA) – O ensino de língua espanhola através da
tecnologia: o uso do Whatsapp como espaço de mediação
• Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma abordagem de leitura interativa
e aplicação prática no minicurso “A leitura e as asas da liberdade”, na Faculdade de
Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC-UECE.
• Alexsandra Lins (UEMA) – O uso do celular em sala de aula: uma proposta para o
ensino de língua inglesa.
EIXO TEMÁTICO 13:
LINGUAGEM E CULTURA POPULAR / CINEMA E MEMÓRIA
Dia 18/09/2014
Grupo 1: (10:45 – 12:00/ Sala do NUPETS)
Coordenador(a): Profa. Conceição de Maria Araujo Ramos
• Edson Lemos Pereira (UFMA) e Conceição de Maria Araujo Ramos (UFMA) – A
toponímia indígena do Maranhão em relatos de viajantes de viajantes do século XVII
e XVIII: uma contribuição da memória
• Jefferson Mateus Silva Santos (UFMA) e Jailiston Soares (UFMA) – A linguagem dos
gamers – a variação diastrática na cultura dos jogos
• Camilla Maramaldo Ferreira Robson (UFMA) – A primeira pessoa do plural em mídia
off-line maranhense no início do século XX
• Leide Ana Oliveira Caldas (UFMA) – Maranhão 70: cinema superoitista no
Maranhão
SESSÃO DE PAINÉIS
Dia 18/09/2014
(14:00 - 15:30/ Hall)
Monitor(a): Karoline Magalhães Conceição
• José de Ribamar Caldeiras Júnior (IFMA) – Webquest: Estrutura e organização de
uma ferramenta tecnológica motivacional para asa aulas de línguas estrangeiras
• Pedro Henrique de Carvalho Costa (CEUMA) – O instante perdido: Versos e outras
histórias
• Adriano de Alcântara Oliveira Sousa – Letramentos digitais de língua inglesa:
Possibilidades e desafios
• Lenice da Silva Andrade (UFPA) – A personagem infantil e o insólito na narrativa
cinematográfica O labirinto do fauno
• Rennoly Grisnen Marques de Sousa (UFPI) – Monstros em suas ações e aparências
• Nayara Rocha Mendonça (UFPI) – Tolkien e suas influencias para a criação do
mundo ficcional no romance O senhor dos anéis: a sociedade do anel
• Liama Samme Freitas da Silva (UFPI) – Percepções de pibidianos: na sua formação
pré-serviço
• Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA e UFMA) – A Literatura infanto-juvenil e a 7ª
arte: o incentivo à leitura através da adaptação de obras para as telas de cinema
• Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) – O livro didático e suas contribuições para o
ensino de língua inglesa
• Márcia Angélica Pontes da Silva (UESPI) – A Construção da Memória na Personagem
Ulisses em Ulisses Entre o Amor e a Morte
Dia 19/09/2014
(14:00 - 15:30/ Hall)
Monitor(a): Joanice da Silva Oliveira
• Tatiane Ribeiro Mendes da Silva (UFPI) – O uso da ludicidade na aquisição lexical
no ensino de língua inglesa na modalidade EJA
• Lorena Oliveira Neves (UFPI) e Amanda Karoline Batista Lages (UFPI) – A Cor
Púrpura: Relações Culturais
• Brenda Lima Pereira (UFPI) – A Écriture Féminine na obra “Mrs. Dalloway” de
Virginia Woolf: reflexões sobre a voz da mulher moderna na sociedade
• Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionísiaco no teatro
moderno de Tennessee Williams
• Camila Magalhães Linhares (UFPI) – O boteco dos deuses: uma análise
semiolinguística acerca do humor e da religião nos discursos do blog “Um Sábado
Qualquer”
• Ana Caroline Sousa Araújo (UFPI) e Nayne de Amorim Melo – A construção do
imaginário medieval no telespectador contemporânea através da série “Game of
thrones”
• Marília Martha França Sousa (Faculdade Laboro) – O discurso visual da obra “Via
Sacra da Identidade” da artista plástica maranhense Ana Borges e seus
desdobramentos com a questão da memória na contemporaneidade
• Renata de Paula Mury (UFPI) e Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva –
Literatura x Cinema: uma análise detalhada sobre Harry Potter e o Prisioneiro de
Azkaban
• Thalita Cardoso Desidério de Sousa (UFPI) – Tradução e perda de identidade do
autor no processo de legendagem
GRUPOS DE TRABALHOS
1 – Mídia Sonora e Novos Territórios: Hibridismo e Memória (UFMA)
Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/
Coordenador(a): Profª. Drª. Rosinete de Jesus Silva Ferreira
• Profª. Dra. Rosinete de Jesus Silva Ferreira - Rádio e suas transformações
tecnológicas e sociais
• Prof. Me. Polyana Amorim Chagas - Rádio e novas territorialidades: análise dos
espaços virtuais de produção radiofônica
• Juara Castro - Rádio e novas territorialidades: análise dos espaços virtuais de
produção radiofônica
• Jefferson Saylon Lima de Sousa - Webrádio ou rádio web? Há diferença?
2 – Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI)
Grupo 1
Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00 / Coordenador(a): Prof. Dr.
Wander Nunes Frota
• Prof. Dr. Wander Nunes Frota - Herdeiro Globalizado do Regionalismo: Galileia, de
Ronaldo Correia de Brito: Herdeiro Contemporâneo do Regionalismo Glocalista?
• Prof. Dr. André Pinheiro - Aspectos da condição urbana na poesia de Eucanaã Ferraz
• Prof. Me. Tiago Barbosa Souza - Planos e profundidades imagéticas em Margem de
Manobra, de Claudia Roquette-Pinto
• Prof. Me. Jeymeson de Paula Veloso - A Fotografia Do Unicórnio: Pós-Modernismo
em Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago
• Bárbara Laís da Silva Negreiros - “Meu Povo, Meu Poema” – As Muitas Vozes de
Gullar sob a Perspectiva Pós-Colonialista
3 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI)
Grupo 1
Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr.
Francisco Alves Filho
• Prof. Dr. Francisco Alves Filho - Ação retórica de e-mails institucionais
• Prof. Dr. Franklin Oliveira Sousa - Perfis Institucionais no Twitter e Propósito
Comunicativo: Análise de Postagens.
• Prof. Ismaeal Paulo Cardoso Alves e Profa. Beatrice Nascimento Monteiro Propósitos comunicativos e sequências tipológicas em postagens de perfis de
tribunais de justiça brasileiros no twitter
• Profª. Me. Lafity dos Santos Alves - Gênero Resenha em periódicos online da área de
linguística: Por que a Forma sobrepõe o Conteúdo?
4 - O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA)
Grupo 1
Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª.
Joelma Reis Correia
• Profª. Drª. Joelma Reis Correia - Como usar a Linguagem Escrita para Criar Espaços
de Interação e Interlocução entre as Crianças no Ciclo da Alfabetização?
• Profª. Me. Edith Maria Batista Ferreira - O Trabalho com a Linguagem Escrita com
Crianças Pequenas: Considerações sobre o Retrato das Escolas Maranhenses
• Profª. Maria José Albuquerque Santos e Profa. Me. Francy Sousa Rabelo - O Ensino
da Linguagem Escrita da Criança Hospitalizada
• Keyliane Freire Fonseca e Claudileude de Jesus Silva - A Produção de Textos no
Ensino Fundamental: Entre Textos e Contextos
• Elizabeth Oliveira de Castro e Verônica Cunha Rodrigues - O Exercício de Ler em
Voz Alta: Concepções e Contradições
1 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI)
Grupo 2
Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr.
Francisco Alves Filho
• Prof. Me. Bruno Diego de Resende Castro e Me. Leila Rachel Barbosa Alexandre Perfis Organizacionais E Institucionais No Twitter: Uma Análise da Experiência de
Não-Recorrência de Exemplares dos Gêneros
• Prof. Me. Emanoel Barbosa de Sousa e Prof. Me. Maria Lourdilene Vieira Barbosa O Processamento da Informação na Notícia Online: Quando A Fonte é o Fato
2 - Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI)
Grupo 2
Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr.
Wander Nunes Frota
• Profª. Me. Carolina de Aquino Gomes e Me. Karine Costa Miranda - Reflexões
acerca do Histórico e do Ficcional na Obra Memorial do Convento, De José
Saramago
• Prof. Me. Jhonatas Geisteira de Moura Leite - Um Livro de Ouro: o processo de
ressignificação da história em Cidade Livre, de João Almino
• Profª. Esp. Maria de Jesus Castro Oliveira - O Regionalismo Universal de Cinzas do
Norte, de Milton Hatoum: Um construto literário
• Me. Sharmilla O’Hana Rodrigues da Silva - O outro Eu como Inimigo: O Homem
Duplo de Saramago e sua Adaptação para o Cinema
3 – Literatura e Psicanálise: estéticas da perversão (UFPB)
Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/
Coordenador(a): Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues
• Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues – Ataques à Lei: Sulcos Perversos na
Literatura
• Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - Tons Embotados: Perversão e Feminilidade
na Literatura
• Monik Giselle Lira Monteiro - Notas sobre o Pecado: Ato e Tempo da Perversão
4 – Livros, Leitura Digital e Partilha Literária (UFMA)
Local: Sala 2, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª.
Cassia Cordeiro Furtado
• Profª. Dra. Cassia Cordeiro Furtado - Livros Digitais, Sistemas Hipermidiáticos e
Partilha Literária Para Leitores Infantis
• Luciana Santos Sousa - A Avaliação da Usabilidade e da Experiência da Criança em
Idade Escolar ao Interagir com Livros Digitais de Incentivo à Leitura e Produção
Literária: Estudo de Caso Portal Biblon
• Edilson Thialison da Silva Reis - Design e Formação de Leitores: Um Olhar para os
Livros Digitais
5 – O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA)
Grupo 2
Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00 – Coordenador(a): Profª.
Drª. Joelma Reis Correia
• Vida Costa de Araújo e Daniela Barbosa dos Santos - A Concepção de Linguagem
presente no Livro da Educação Infantil
• Chayene Cristina Santos Carvalho e Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - A
Linguagem Escrita em Livros de Educação Infantil
• Joel Nascimento Oliveira - Leitura Barbarizante: ênfase aos aspectos técnicos ou a
leitura como instrumentos emancipatórios?
6 – FICÇA - Ficção Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas
na Era Digital (UFMA)
Local: NUPETS, bloco 2, 1º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª.
Drª. Naiara Sales Araújo Santos
• Dayane Andréa Rocha Brito e Lívia Fernanda Diniz Gomes - La aura de Felipe, el
consuelo de Llorente: um estudo do duplo masculino em Aura, de Carlos Fuentes
• Fernanda Libério Pereira e Mizraim Nunes Mesquita - “O Homem Duplicado”: a
interpretação cinematográfica da obra saramaguiana
• Jucélia de Oliveira Martins - I, (Good or Bad) Robot?: A incidência do Complexo de
Frankenstein na versão literária e cinematográfica do clássico Asimoviano
• Luan Passos Cardoso - Ciborgue: o cidadão pós-moderno
• Ludmila Gratz Melo - Reinventando Deuses: os arquétipos e os mitos em The
Wicked + The Divine
• Stéfanni Brasil da Silva - Os monstros e nós: relações de alteridade em In The Flesh
RESUMOS
OS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS COMO PRÁTICA MEDIADORA DAS
INTERAÇÕES ENTRE O CANDIDATO AO PAES E A UEMA
Adriana Sousa de Alcântara - UEMA
Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural
e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as
atividades comunicativas do dia-a-dia. Estes gêneros surgem emparelhados a
necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com as inovações
tecnológicas, o que é facilmente percebível ao se considerar a quantidade de gêneros
textuais atualmente existentes em relação a sociedades anteriores à comunicação
escrita. Vale ressaltar não são propriamente estas tecnologias que originam os gêneros e
sim a intensidade dos usos destas e suas influências nas atividades comunicativas
diárias. O presente trabalho objetiva investigar a produção de gêneros escritos digitais,
encontrados no site da Universidade Estadual do Maranhão, como prática mediadora
das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA. Buscando explorar o tema,
usamos os principais referenciais teóricos; Carolyn Miller, Charles Bazerman e Luiz
Antônio Marcuschi. O Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior – PAES 2014 é
destinado a selecionar candidatos, no limite das vagas ofertadas, para ingressar nos
cursos de graduação da Universidade Estadual do Maranhão, nas modalidades
presencial e a distância, para o primeiro e o segundo semestre do ano 2014. A pesquisa
foi impulsionada para uma reflexão se há interação efetiva entre o candidato ao PAES e
a UEMA, detentora desse processo seletivo, percebemos que esta interação é
necessariamente por gêneros textuais digitais, ou seja, nesta relação, estes gêneros
partem em frente, ordenando e estabilizando as atividades de comunicação e diálogo
entre o candidato e a UEMA, tornando assim os gêneros textuais digitais como prática
mediadora.
Palavras-chave: Gênero Textuais Digitais. Interação. Candidato. PAES.
A BANALIZAÇÃO DA MORTE COMO CRÍTICA SOCIAL EM A NOVA CALIFÓRNIA
DE LIMA BARRETO
Alana Yasmim dos Santos - UFPI
O proposto trabalho tem por objetivo analisar a crítica social presente no conto A Nova
Califórnia (1910) do escritor Lima Barreto. A crítica social é um dos pilares das obras de
Barreto, presente em Os bruzundangas e Recordações do Escrivão Isaías Caminha, por
exemplo. Entretanto, em A Nova Califórnia, Barreto recorre à literatura especulativa
para traçar a sociedade da época quanto ao desprendimento dos valores morais diante
do instinto ambicioso que o capitalismo incitava. A banalização da morte é um dos
elementos que Barreto utiliza para apontar essa voracidade inerente ao homem. O
trabalho utiliza como embasamento teórico textos de Bauman (Medo Líquido) e
Rodrigues (Tabu da Morte), que exploram a questão do medo e da imagem da morte
na sociedade, respectivamente. Botelho e Sevcenko darão suporte a respeito do
realismo como produção literária de uma época de transição do Brasil, mas não
necessariamente de sua mentalidade. Com um teor satírico, o conto possui uma
narrativa que incomoda. Ademais, foram observadas as influências que Lima Barreto
possuiu ao construir o personagem central, o cenário escolhido para a ambientação e
os comportamentos/atitudes da população de Tubiacanga (Rio de Janeiro) em relação à
morte. Em A Nova Califórnia, Barreto confirma claramente que desintegração do ser
humano não ocorre necessariamente só no momento de sua morte.
Palavras-chave: Banalização. Morte. Sociedade.
DO TESTEMUNHO POÉTICO EM JORGE DE SENA: MUNDIVIDÊNCIA E
PEREGRINAÇÃO
Alessandro Barnabé Ferreira Santos - UFMA
Pretendo com esta comunicação tecer algumas linhas acerca do testemunho poético
em Jorge de Sena, poeta português contemporâneo e já falecido, que assume central
importância na cena literária da década de 50, em Portugal, por engendrar uma poética
que é a um só tempo a negação das poéticas vigentes até então e a exata apropriação
dos principais elementos que as compunham. Falo em especial, de um lado, da larga
influência presencista, portanto, de sua concepção de arte pautada num forte
esteticismo, e, na dimensão contrária, do neorrealismo, com sua concepção de arte que
deve denunciar – “testemunhar” – os abusos e injustiças cometidos pela ditadura
salazarista em Portugal. Ao acolher a preocupação formal, estética, na elaboração de
poesia, mas rejeitar seu alheamento do mundo, e acolher a dimensão social da poesia,
mas rejeitando o desleixo com a criação do verso, Jorge de Sena funda a poética do
testemunho, fortemente ancorada no princípio da mundividência e da peregrinação, na
medida em que somente a partir dos rastros de vivências por entre espaços infectos,
portanto, da experiência vivida que modela sua mundividência é que o sujeito poético
torna-se capaz de testemunhar este mesmo mundo no qual se insere. Uso, pois, para a
tessitura destas linhas, os postulados de Eric Dardel (2011), Tuan (2013) e concepções
da fenomenologia.
Palavras-chave: Poesia portuguesa. Jorge de Sena. Exílio.
CINEMA, EDUCAÇÃO E ANARQUIA: O CINÉMA DU PEUPLE
Alexandre Wellington dos Santos Silva – UESPI
O presente artigo propõe expor o desenvolvimento do Cinéma du peuple, uma
cooperativa cinematográfica anarquista iniciada em Paris no ano de 1913. Para isto,
faz-se necessário compreender as causas que possibilitaram a criação desta, uma vez
que ela cumpria a dupla tarefa de ser uma ferramenta na instrução entre operários e
crianças, assim como era uma resposta direta à produção cinematográfica até então
desenvolvida. Desta forma, abrange os conceitos de memória e constrói uma
perspectiva de História social do cinema. O trabalho se subdividirá em tópicos que
confluem diretamente com o exposto acima: Discorrerá primeiramente a crítica
anarquista ao cinema da época, apresentando as denúncias feitas pelos libertários em
seus jornais e panfletos, observando o caráter lúdico do cinema, distanciando-se assim
da função emancipatória que este potencialmente possuía. Em seguida, abordará a
educação segundo os anarquistas, suas considerações acerca da função que deveria
possuir, desde suas perspectivas teóricas até a utilização de obras cinematográficas
como ferramenta de educação entre as classes despossuídas. Adiante, tratará de
discorrer a experiência do Cinéma du peuple, que conciliava os preceitos educacionais
defendidos pelos anarquistas, além da produção de um cinema social, voltado para a
compreensão, conscientização e instrução de crianças e trabalhadores. A conclusão
trará a colaboração que o Cinéma du peuple ofereceu em sua época para o público
alvo que abrangia, dentro da função instrutiva que trazia e do que produzia, assim
como reflexões acerca do que este pode nos proporcionar na atualidade.
Palavras-chave: Cinema. Memória. Educação. Anarquismo.
A LITERATURA LATINA: USOS E APROPRIAÇÕES NOS DISCURSOS
HISTORIOGRÁFICOS DOS SÉCULOS XIX E XX
Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA
A presente comunicação visa à relação da literatura latina e os discursos fomentados
por pesquisadores durante o século XIX e XX acerca das camadas populares do período
imperial romano. Os textos literários do principado romano (séculos I d.C ao II d. C.)
são fontes documentais, que foram utilizadas por pesquisadores “classicistas”, e tratam
de aspectos quotidianos de “setores subalternos” de Roma. Os textos da literatura
latina, por exemplo, Sátiras, de Juvenal, Satíricon, de Petrônio, Cartas a Lucílio, de
Sêneca, são exemplos de obras utilizadas por historiadores, que se debruçaram em
analisar o quotidiano da sociedade romana através de um olhar aristocrático, haja vista,
estes poetas satíricos e escritores, fizeram parte do seio elitista romano. Analisaremos,
portanto, os aspectos que norteiam o comportamento social e moral das matronas, das
prostitutas, dos gladiadores, do escravo, da nobreza e de membros da magistratura
senatorial romana. Devemos, portanto, salientar a presença de termos pejorativos e de
juízos de valor nas pesquisas de estudiosos alemães, por exemplo, Theodor Mommsen
e Friedländer, que desqualificam a atuação política e social destes setores mais
humildes da Roma imperial.
Palavras-chave: Literatura latina. Principado romano. Historiografia dos séculos XIX e
XX.
AS APROPRIAÇÕES DA LITERATURA LATINA PELO CINEMA: AS (RE)LEITURAS DO
FILME GLADIADOR (2000), DE RIDLEY SCOTT
Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA
O presente trabalho visa à discussão das apropriações da literatura latina feitas pelo
cinema hollywoodiano. Especificamente nesta comunicação, nos deteremos em analisar
o filme Gladiador, lançado no início do século XX, no ano de 2000, do diretor Ridley
Scott e atuação de Russell Crowe. Com efeito, nos debruçaremos nos discursos que
perpassam o filme, como, por exemplo, a política do pão e circo (panem et circenses), a
escravidão na Roma imperial e a visão de uma plebs parasita do Estado e a distribuição
de jogos públicos através da gladiatura romana. Russell Crowe interpreta um general,
chamado Maximus, fiel ao imperador Marco Aurélio (Richard Harris). O referido
imperador está muito velho e quer como sucessor o general Maximus. No entanto,
Marco Aurélio tinha um filho, chamado Cómodo (Joaquin Phoenix), que, para galgar o
Império Romano e se tornar imperador, decide assassinar seu pai e trair a amizade que
tinha com Maximus. Cómodo manda executar Maximus, mas este “foge da morte” e se
torna um escravo, e a posteriori, um gladiador à procura de vingança. Desta forma,
precisa lutar na arena do Coliseu para (re)encontrar o então imperador da Roma do ano
de 180 d. C.. Dessa maneira, discutiremos a influência da literatura latina nesta
produção de 155 minutos, haja vista a expressão panem et circenses – evidenciada pela
historiografia “classicista” e “tradicional”, dos séculos XIX e XX, como uma forma de
manter o público cerceado e controlado com distribuições de “pão” e “circo” por parte
dos Césares – é uma expressão cunhada por um poeta satírico latino chamado Décimo
Júnio Juvenal (50-130 d. C.).
Palavras-chave: Literatura latina. Gladiador. Maximus. Período imperial romano.
LUIZA AMÉLIA DE QUEIROZ E FRANCISCA MONTENEGRO NO PERCURSO
MEMORIALÍSTICO DO SÉCULO XIX
Algemira de Macedo Mendes - UESPI/UEMA
Rafaela Cardoso Silva - UESPI
O objetivo desta pesquisa é analisar obras literárias do estado do Piauí, especificamente
no final do século XIX, que remetem ao discurso da mulher em seu contexto
patriarcalista. Neste intuito trabalhamos com as poetisas Luíza Amélia de Queiroz da
cidade de Piracuruca-PI, e Francisca Sá Vianna Montenegro, parnaibana, conhecida
como Chiquinha Monte Negro, como consta na Antologia das Escritoras Piauiense
(2009), tendo como destaque a poética e a construção identitária de piauienses
inovadoras quanto em relação ao seu período de produção. Em sua lira também nos é
possível ver a transposição de elementos do romantismo como a religiosidade, e ao
mesmo sua desilusão e súplica à sua condição como mulher, podendo em seu discurso
ter uma forma de reconstrução discursiva por meio da poesia. Neste aspecto buscamos
a representação de fragmentos da obra de Luiza Amélia “Flores Incultas” (1875) e sua
aparição no Almanaque de lembranças luso brasileiro em 1856. E poesias de Francisca
Montenegro extraídas do Almanaque da Parnaíba e em crônicas memorialísticas de
Humberto de Campus. Para esta análise fora utilizado autores como Antônio Candido
(1996), Clodoaldo Freitas (1998), Le Goff (1990) Castelo Branco (2001), Algemira
Mendes (2004), Zinani (2013), Duarte (2012), Borges (2000), entre outros. Nesta
abordagem levantamos algumas críticas feitas sobre as autoras e sua subjetividade, no
intuito de contribuição para os estudos memorialísticos do gênero no Piauí.
Palavras-chave: Luíza Amélia. Francisca Montenegro. Literatura. Memória. Mulher
Piauiense.
A PÓS-MODERNIDADE E SUAS REFLEXÕES NA NARRATIVA
Alice Ferreira Aragão - UFMA
Érica Márcia Sousa Chagas - UFMA
A pós-modernidade pode ser vista primeiramente como consequência de um novo
momento do sistema capitalista que começou nos finais dos anos 40 do século XX no
pós-guerra. As mudanças causadas por essa nova fase econômica afetaram diversas
áreas da atividade humana: social, ideológica e cultural, criando-se novos hábitos,
novas maneira de pensar e de ver o mundo. Diante desse novo momento da
sociedade, a literatura, assim como as outras artes, não deixaria de refletir essas
mudanças. As narrativas ganharam uma nova configuração. Com sentenças curtas ou
incompletas, às vezes parecendo sem sentindo para o leitor. O texto perde a sequência
linear tradicional e o que se encontra são alternâncias entre passado e presente, uma
sequência sem direção definida. Além de uma mescla de vozes (“eu”, “ele”, “nós”)
onde o leitor precisa ficar atendo para saber de que personagem se trata. Diante da
fragmentação do texto, que permite que o mesmo possa ser interpretado de várias
maneiras, o leitor tem maior participação na literatura, pois o texto deixa lacunas que
podem ser preenchidas pelo leitor. A grande diversidade de temas e formas de
expressão dificulta apontar uma estética definida na arte pós-moderna, pois não há
uma referência a ser seguida. Antigos e novos estilos estão presentes. Essa “bagunça” da
narrativa é reflexo exatamente da sociedade e do sujeito pós-moderno. Este artigo tem
por objetivo discutir as características da narrativa pós-moderna.
Palavras-chave: Pós-modernidade. Narrativa. Intertextualidade.
O REAL E O INSÓLITO: OS ATOS DE FINGIR NO ROMANCE MEMORIAL DO
CONVENTO DE JOSÉ SARAMAGO
Aline Barbosa de Almeida - UFCG
Entendemos que um escritor produz uma escrita literária que tem como referenciação a
realidade, ou seja, mundo material, mas Todorov (2004) nos explica que dentro dessa
representação há aberturas para aquilo que denominamos de incomum. Pensando
assim, a presente pesquisa propõe analisar a recorrência dos atos de fingir no romance
Memorial do Convento de José Saramago, a partir da ideologia de Wolgang Iser
presente em seu texto “Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional”. Na
narrativa do escritor português existe uma relação do que se supõe fantasia e do que se
supõe realidade, pois há uma transgressão de limites. A mudança de plano da narrativa
do real representado para a vertente do fantasioso se instala por meio do sobrenatural
configurado na personagem Blimunda, que tem o dom de ver as pessoas por dentro e
até mesmo de capturar as vontades humanas para fazer voar uma passarola. Nesse
entre cruzar, o imaginário é compelido pelo fictício, no entanto, é elevado a assumir
formas e imagens, o que por sua vez, torna-se uma abertura para o leitor, já que esse
poderá experimentar uma relação leitor – texto pelo modo difuso de como essas formas
e imagens do objeto de referência vão se projetando a partir da leitura. Com essas
articulações do real, do fictício – fantasioso e o imaginário, podemos pensar o referido
romance de José Saramago como uma narrativa que traz abordagens do insólito e que
pesca o leitor pela isca do absurdo. O estudo parte de uma reflexão bibliográfica e
analítica que tem como principais teóricos Iser (2002), Todorov (1981), Garcia (2012) e
Reis (2012).
Palavras-chave: Atos de fingir. Imaginário. Insólito. Leitor.
TERRA SONÂMBULA: ORALIDADE COMO MECANISMO DE LIGAÇÃO ENTRE A
TRADIÇÃO E A MODERNIDADE
Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA
Edna Mafra Teixeira - UFMA
Este trabalho tem como objetivo abordar a oralidade como mecanismo de ligação entre
a tradição e a modernidade na obra Terra Sonâmbula do autor Mia Couto. A narrativa
é composta de um conjunto de textos orais, “estórias” encaixadas, que seguem o
enredo, são a maioria contos e parábolas, verifica-se que a oralidade e a escrita se
complementam, pois na medida em que os textos orais são escritos não se perde mais,
e ficam intactos os ensinamentos para as gerações futuras Em princípio pode-se dizer
que o romance é uma tentativa de indicar um caminho para a construção da
identidade do povo, e consequentemente do país moçambicano. Entrar na
modernidade é em suma deixar de lado um mundo de oralidade, de tradições, e de
crenças e isto em Moçambique, em África, gera divisão do eu, e descontentamento na
maioria da população em especial as pessoas mais velhas. A oralidade é marcante
dentro do romance e serve de mecanismo de ligação entre a tradição e a modernidade
na medida em que é através da oralidade que os ensinamentos, as tradições eram e são
transmitidas em Moçambique, em África, mas com o tempo muitos conhecimentos
foram se perdendo, e também foram sendo modificados de geração para geração, a
escrita pode ser utilizada em benefício da tradição, da oralidade. Na narrativa, vê-se a
importância da oralidade para transmissão da tradição moçambicana, os seus
provérbios, crenças, cultos etc. A metodologia adotada para construção deste trabalho
foi a análise da obra e pesquisas acerca da literatura moçambicana. Os resultados
mostram que a modernidade e a tradição devem estar interligadas pela oralidade. O
romance Terra Sonâmbula é uma narrativa de dor e de sofrimento, esperança, sonhos e
acima de tudo de busca e de identidade do país moçambicano.
Palavras-chave: Modernidade. Tradição. Oralidade. Escrita.
A ORIGEM DIVINA DA PALAVRA
Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA
Edna Mafra Teixeira - UFMA
Este trabalho tem como objetivo analisar a PALAVRA, que é um dos nove elementos
abordados no artigo “Para uma teoria da Civilização Africana” Os nove elementos são a
origem, a palavra, o fogo, o ritmo, o homem, o coletivo, a pragmática, a esperança e o
negro. E são essenciais para manter a civilização africana de pé. Tendo em vista a
PALAVRA enquanto unidade geradora e reveladora da vida. Sabe-se que para a
civilização africana a palavra é considerada elemento sagrado, de origem divina. A
PALAVRA (=Nommo) vai além da própria fala como meio de comunicação, ela é vista
pela maioria dos povos africanos como detentora de poder e magia, criadora da vida e
fundadora do mundo. O continente africano ainda é um continente de tradição oral,
há uma valorização dos relatos orais porque a fala não é vista como apenas um
instrumento de comunicação, mas como meio de manter, preservar os conhecimentos
dos seus ancestrais. A tradição consiste na transmissão dos conhecimentos totais da vida
e da África de geração a geração. Nas sociedades orais africanas o homem e a palavra
se completam no testemunho. A confiança concentra-se no valor, respeito pela palavra
e o homem. Acredita-se também na dualidade da palavra, que consiste em seu caráter
destruidor e criacional das coisas no universo. Através de uma “simples palavra” podese desencadear uma guerra mundial. As pessoas precisam esta sempre em vigilância
para não falar o que não devem “atropelar as suas próprias palavras” ou mentir. Como
metodologia foram analizados o artigo “Para uma teoria da Civilização Africana”, e
outros. Os resultados mostram que dentre os nove pilares de sustentação da civilização
africana, a Palavra é um dos mais importantes, onde pode ser tirado o mais belo
ensinamento de crença, tradição e confiança no outro.
Palavras-chave: Crença. Elemento divino. Palavra. África.
O USO DO BLOG CONSTRUINDO HST NA DISCIPLINA HISTÓRIA DO
MARANHÃO SÉCULO XVII ATRAVÉS DO OLHAR DOS ALUNOS DO 2º ANO
MATUTINO DO ENSINO MÉDIO DO LICEU MARANHENSE
Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde - Liceu Maranhense
Apesar de tantas inovações tecnológicas levadas a escola, ainda há uma centralização
na aquisição de conteúdos de forma mecanicista por parte dos alunos, sendo o
professor o centro do processo do ensino aprendizagem, utilizando uma metodologia
tradicional, sem haver uma preocupação direcionada a utilização pedagógica das
Tecnologias da informação e comunicação. Com a disseminação das TIC’s nas escolas,
o computador passou a ser utilizado não só pela administração, mas também no
processo ensino-aprendizagem. Acompanhado de uma gama de programas que
misturam jogos e informações em tempo “real”, seu uso estar associado as mais
variadas possibilidades de acesso a informações e ao conhecimento O termo Blog é
uma construção derivada da união das palavras inglesas web (rede) e log. (diário de
bordo), onde os viajantes velejadores registravam os eventos das viagens. Atualmente, o
termo blog tornou-se uma abreviatura de web log, onde web remete a internet, e log e
caracterizado pelos registros que são realizados pelo chamado “blogueiro”. O blogueiro
seria o responsável pela construção do diário eletrônico ou blog. O Blog pedagógico,
ancorado na Disciplina História, com o objetivo de fazer considerações acerca das
implicações existentes no desenvolvimento, de ambientes virtuais de aprendizagem,
direcionado ao contexto educativo, mediando o aluno como sujeito histórico,
proporcionando habilidade de aprender a aprender, a pensar, a comunicar-se, a
pesquisar e a agir; a compreender textos e documentos.
Palavras-chave: Blog. Educação. Interação. Historia. Liceu Maranhense.
A VARIAÇÃO SEMÂNTICO-LEXICAL EM COMPOSIÇÕES DE RAP: UMA
POSSIBILIDADE DE PRÁTICA MULTILETRADA E ANÁLISE DE FENÔMENOS
SEMÂNTICOS NO ENSINO MÉDIO
Ana Claudia Menezes Araujo - UFPI
Ananda Veloso Amorim Oliveira - UFPI
Este artigo tem como objeto de estudo as variações semântico-lexicais presentes nas
composições de rap, com o objetivo de viabilizar uma reflexão sobre as possibilidades
de trabalho com variação semântico-lexical, bem como com os multiletramentos no
Ensino Médio. Utilizou-se como embasamento teórico, principalmente, Bagno (2007),
Bortoni-Ricardo (1995, 2004), Calvet (2002), Tarallo (2002), sobre variação linguística;
Dionísio (2009), Rojo (2009), Rojo e Moura (2012), Cope e Kalantzis (2000), sobre
multiletramentos e a respeito da cultura Hip Hop Souza (2011), Silva (2006) e Luz
(2007). O corpus desta pesquisa constitui-se de quatro composições de rap dos grupos
“Racionais”, do Rio de Janeiro-RJ e “A Irmandade”, de Teresina-PI e, como
metodologia, optou-se por uma pesquisa qualitativa, a partir da qual se identificaram
palavras e expressões em comum nas referidas composições; agruparam-se essas
palavras e expressões por campo semântico e analisaram-se os seus significados
dicionarizados paralelamente aos contextuais, demonstrando uma possível abordagem
de ensino de Língua Portuguesa. Conclui-se que o conhecimento da variação
semântico-lexical em composições de rap, no ensino de língua, pode ser significativo
quando se utiliza a noção de campos semânticos, contrastando os significados
dicionarizados e contextuais, assim como a variedade linguística característica do rap e
a cultura Hip Hop, uma vez que esse gênero textual, que pode ser apresentado de
forma impressa (texto escrito) e sonora, é apreciado pelos jovens do Ensino Médio e
explora os processos de significação do texto, o que auxiliará no processo de
compreensão textual, resultando em uma atividade prazerosa.
Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Variação Linguística. Multiletramentos.
Ensino Médio.
ESPAÇO DA AULA: O BLOG NO PROCESSO EDUCATIVO
Andressa Maria Abreu Pereira - UESPI
Deislandia de Sousa Silva - UESPI
Este artigo visa apresentar os resultados de um estudo que objetivou analisar 8 aulas de
Língua Portuguesa publicadas no Espaço da Aula, link disponível no Portal do Professor
do MEC, a fim de se verificar que propostas pedagógicas são sugeridas nesse espaço
para o trabalho com o gênero blog. Partindo da concepção de que o blog é um gênero
digital que pode servir como uma importante ferramenta a ser explorada na área da
educação, o estudo procurou saber quais as atividades sugeridas no Espaço de Aula
para o trabalho com gênero blog, em que contextos devem ser aplicados, que sugestões
podem ser feitas para que haja um melhor trabalho com elas, e, principalmente, como
podem ajudar os alunos a abrangerem seus conhecimentos sobre os gêneros digitais,
mais especificamente, o blog. Neste trabalho foram utilizados os princípios teóricos de
Marcuschi (2005; 2008), Miller (2009) e Gomes (2005; 2007), autores que
contribuíram para compreensão acerca dos gêneros digitais e, também, das
características e funcionalidades do blog. Através da análise do corpus foi possível
verificar dois tipos de propostas de aulas: aulas voltadas para a criação de blogs, em
que as atividades sugeridas funcionam como uma espécie de roteiro para nortear
professores e alunos acerca dessa construção; e aulas direcionadas para a teoria e para
a aplicação prática do conteúdo, com o objetivo de que os alunos realizem produções
que expressem o conhecimento adquirido em sala. Os resultados obtidos evidenciam
uma tomada de consciência pelos professores quanto à inserção do blog no contexto
educacional, servindo assim não só como recurso, mas também como estratégia de
ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Espaço da aula. Blog. Educação.
A ABORDAGEM TRIANGULAR COMO POSSÍVEL ESTRATÉGIA BÁSICA PARA
INVESTIGAÇÃO E POSSIBILIDADE DE DIVERSIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA E SUA LITERATURA
Angelo Roberto Silva Barros - FAEPI
Israel Ferreira Santos - FAEPI
Origem é o assunto dessa comunicação oral. Não aquela entendida como “gênese das
coisas”, como o instante fixo e preciso de onde tudo começa. Trata-se da origem como
um “turbilhão no rio do devir”, arrastando “em seu ritmo a matéria do que está em via
de aparecer”. A origem abordada aqui não é remetida a um fato único em “existência
nua” e “evidente”, mas a uma perturbação em certo “curso normal”, causa de
aparições em restauro e incompletude, relacionadas a uma “Pré e Pós-História”. Nesta
perspectiva, busca-se caminhar rumo ao encontro da origem de uma proposta,
responsável, dentre outras ações, por uma reordenação conceitual, dialogal,
multicultural e pós-moderna do ensino das artes e culturas visuais no Brasil. Apresentase, portanto, em linhas gerais, a “Abordagem Triangular”, sistematizada, no final dos
anos de 1980, pela arte/educadora e pesquisadora Drª. Ana Mae Tavares Bastos
Barbosa. E, por outro lado, acreditando-se na ideia de que a referida proposta não se
baseia em conteúdos, mas em ações (Fazer/Ler/ Contextualizar), é que facilmente
demonstrar-se-á suas possíveis apropriações/adaptações a diversos conteúdos da área
de conhecimento/disciplina de Língua Portuguesa e sua Literatura.
Palavras-chave: Origem. Abordagem Triangular. Apropriações. Língua Portuguesa.
Literatura.
LITERATURA E GÊNERO: REPRESENTAÇÕES DA FIGURA FEMININA NA OBRA O
CORTIÇO DE ALUÍSIO AZEVEDO
Antônia Cláudia de Carvalho Rocha - UESPI
Este artigo tem como objetivo, discutir em uma perspectiva pós-moderna, possíveis
representações sobre a figura feminina na obra “O cortiço” de Aluísio Azevedo. Para
isso, se fundamenta nas discussões sobre gênero como categoria que aliada ao estudo
da literatura pode ser uma possibilidade de compreender na contemporaneidade como
esse renomado autor da literatura construiu suas personagens literárias, especialmente,
a representação das identidades femininas dentro desse romance. Como meio de
construção do trabalho, realizou-se a leitura da obra assim como de outros autores que
debatem literatura e literariedade de um texto, além das discussões em torno do estudo
de gênero na pós-modernidade e os possíveis diálogos com as diversas áreas do
conhecimento, inclusive com a literatura. O quadro teórico que subsidiou a escrita do
trabalho tem dentre outras referências as pesquisas de Compagnon (2001), Cândido
(2004), Felski (2003), Foucault (1976), Lauretis (1994), Scott (1990), Piscitelli (2009),
Soihet (1998), Rago (1997), etc.
Palavras-chave: Literatura. Gênero. Aluísio Azevedo.
O DESNUDAR DE ESTHER GREENWOOD EM THE BELL JAR, DE SYLVIA PLATH
Antônia Ellen Alves dos Santos
O universo literário constitui uma das esferas nas quais a presença feminina foi
silenciada ao longo da história. Com a manifestação da crítica feminista,
aproximadamente na década de 70, a literatura de autoria de mulheres começou a
conquistar seu devido espaço suscitando resgates de obras e interpretações sob a ótica
da alteridade pelos pesquisadores no meio acadêmico. Autoras como Charlotte Bronte,
Jane Austen, Virginia Woolf, Alice Walker, Sylvia Plath, entre outras, são nomes
imprescindíveis no que diz respeito à tradição literária de autoria feminina de língua
inglesa. Sob o pseudônimo de Victoria Lucas, a escritora norte-americana Sylvia Plath
publica seu único romance The Bell Jar, em Londres, em 1963. O referido livro é
considerado uma semi-autobiografia da supramencionada autora, no qual a
protagonista, Esther Greenwood, reflete o descontentamento com relação à função
exercida pelas mulheres na sociedade, bem como o seu conflito identitário. O objetivo
do presente trabalho é apresentar uma análise dos perfis identitários da protagonista
Esther Greenwood no decorrer da trama de The Bell Jar, à luz da crítica feminista e
estudos de gênero. Para tanto, nos fundamentamos nos textos de Zolin (2009),
Showalter (2007), Perrot (1994), Scott (1995), entre outros pesquisadores da área em
questão.
Palavras-chave: Literatura de autoria feminina. Sylvia Plath. The Bell Jar.
TARANTINO, BASTARDOS INGLÓRIOS E O PÓS-MODERNISMO
Francisco Armando de Sousa Oliveira - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão - orientador - UFPI
A estética pós-moderna está tão inscrita no cinema de Tarantino que não chega a ser
um desafio percebê-la, mas como pode o expectador leigo entender como essas
ferramentas funcionam para fazer de filmes que, em sua maioria, a primeira vista, são
apenas violentos e fortes, se tornarem uma obra de arte? Para isso é fundamental se
entender o que é arte no pós-modernismo, e como o cinema, visto como meio artístico
propriamente pós-industrial (BENJAMIN, 1983), ou pós-moderno, é influenciado por
essa estética. Um dos diretores mais cultuados do cinema contemporâneo, conhecido
no público leigo pela violência e humor em seus filmes, venerado na crítica pelos
enredos sempre recheados de citações quer seja em cenas, músicas ou personagens,
tem forte influência do momento artístico contemporâneo, a saber, o pós-modernismo.
Analiso aqui como a metaficção historiográfica e o pastiche, ferramentas da estética pósmoderna, estão presentes no filme Bastardos Inglórios (2009), de Tarantino, e como elas
se articulam para formar, pelo menos, duas narrativas paralelas: uma para o público
leigo e outra para os amantes da sétima arte. Ambos os conceitos que aqui resgato para
trabalhar a obra cinematográfica serão vistos segundo a definição de Linda Hutcheon
sobre o assunto. Enquanto a metaficção historiográfica está presente no resgate da
temática da Segunda Grande Guerra, e na recriação desse cenário histórico para
produzir o enredo ficcional do filme, o pastiche fica evidente no resgate da memória do
cinema através da representação de personagens ficcionais dessa história e cenas que
nos remetem ao próprio cinema.
Palavras-chave: Cinema. Tarantino. Bastardos Inglórios. Metaficção Historiográfica.
Pastiche.
NIKETCHE – UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE: O
DISCURSO DA ALTERIDADE
Áurea Regina do Nascimento Santos - UESPI/IFPI
Algemira de Macêdo Mendes - UESPI
O presente trabalho tem como objetivo investigar o romance “Niketche: uma história
de poligamia”, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, desvendando o universo
feminino retratado no contexto enunciativo. Discute-se neste estudo a ruptura das
tradições pós-coloniais e patriarcais presentes na narrativa de Chiziane, enquanto a
autora desafia a condição de submissa, desvelando uma mulher que busca o seu lugar
como sujeito que se reafirma e rejeita os valores patriarcais em voga em Moçambique.
As personagens são apresentadas pela autora como seres de “fronteira” entre a tradição
e os sistemas cultura impostos pelos colonizadores. Elas podem ser entendidas como
representações dos dilemas culturais, históricos e sociais vivenciados pela mulher
moçambicana na atualidade. Ao mesmo tempo em que Paulina Chiziane apresenta
uma mulher sofrida, oprimida e subjugada do ponto de vista simbólico, ela também
alimenta as personagens femininas de força, sabedoria e determinação. Para tanto,
recorreremos à noção de local da cultura, cunhada por Homi Bhabha, bem como aos
instrumentais usados pelos colonizadores para reorganizar a sociedade conquistada.
Fixaremos nosso olhar nas re-configurações sofridas pelos grupos marginais, mais
especificamente, as mulheres, e em como a tradição sobrevive ao novo formato social.
Com uma narrativa densa, “Niketche” abusa da linguagem para dramatizar,
aproximando-se da contação de estórias, que não poupa palavras para dar vida a
situações, sentimentos e intenções.
Palavras-chave: Paulina Chiziane. Literatura pós-colonial. Escrita de autoria feminina.
Poligamia.
CINEMA: UM OLHAR SOBRE A REALIDADE
Carlos Carvalho Macêdo - UFMA
Nathana Diniz Santos - UFMA
Janine Alessandra Perini - orientadora
Este trabalho centrou-se na análise no filme O contador de histórias de Luiz Villaça. O
presente trabalho tem por finalidade propor uma discussão/reflexão a respeito de como
o cinema trata a realidade, sem perder suas características enquanto meio artístico que
é. Além disso, extrai dessa realidade, que por muitas vezes se mostra difícil, lições e
aprendizados para o espectador. A escolha desse filme deu-se a partir de reuniões do
projeto de extensão “Criação artística na UFMA”, na modalidade “Ciclo de filmes”,
onde o mesmo tem o intuito de aproximar a comunidade ao meio acadêmico e viceversa. Essa modalidade tende um olhar mais crítico sobre o filme relacionando-o com a
realidade do público-alvo que são os próprios moradores do município de São
Bernardo - MA e alunos de graduação do Campus desta mesma localidade. Seguimos a
linha do cinema enquanto veículo mediador da educação, contribuindo
significativamente no desenvolver cognitivo, social e emocional do ser humano. E, fazse interessante observar, ainda, o cinema sobre o prisma do movimento Cinema Novo,
apontando suas características no filme em análise, fazendo, também, um panorama da
história do cinema brasileiro a partir deste movimento, que revolucionou a maneira de
pensar/fazer filmes no Brasil. Para este trabalho usou-se os estudos de Bernardet
(1985?), Pimentel (2011) entre outros.
Palavras-chave: Cinema. Educação. Arte.
30 DIAS PARA MUDAR A SUA VIDA: UM ESTUDO SOBRE A ORALIDADE NO
JORNALISMO DE AUTOAJUDA
Cláuberson Correa Carvalho - UFMA
As expressões “guia”, “tutorial”, “5 dicas”, “Aprenda a fazer” estão cada vez mais
presentes no jornalismo. Parece que a nova tendência das segmentações do jornalismo
é ensinar e orientar o leitor a fazer algo. Além de trazer abordagens factuais do universo
que cobrem, as publicações começaram a produzir conteúdo sobre temas relacionados
ao cotidiano e à vida em sociedade (moda, comportamento, beleza, trabalho,
relacionamento, música). Ao resgatar tais temas, o jornalismo constrói seu discurso em
aproximação ao campo da autoajuda. Nesse contexto, a linguagem tem papel
estratégico: funciona como mediadora e potencializadora do caráter de autoajuda das
publicações jornalísticas. Considerando tal cenário, esta pesquisa pretende analisar as
marcas de oralidade verificadas nos textos da revista Capricho, principal publicação
brasileira destinada a adolescentes de 13 a 16 anos das classes A e B. Defende-se a
compreensão de oralidade para além da estrutura, do registro linguístico. No universo
da Comunicação, a oralidade configura-se enquanto estratégia textual/discursiva
direcionada, cujo objetivo é promover o estreitamento e a interação entre os sujeitos
envolvidos no processo de leitura. Sendo assim, utilizam-se, como referencial teórico,
fundamentos do Jornalismo (RÜDIGER, 1996; TAVARES, 2007; SCALZO, 2009) e da
Linguística (KOCH, 2012, 2013; MARCUSCHI, 2003; FÁVERO, ANDRADE, AQUINO,
2012; MAINGUENEAU, 2008). Quanto ao corpus do trabalho, coletaram-se três
edições publicadas pela revista Capricho entre os meses de fevereiro e abril de 2014.
Como resultado, identificaram-se diversos marcadores de oralidade, que denunciam as
estratégias e as técnicas utilizadas pela referida revista no objetivo de persuadir e
conquistar o público-alvo.
Palavras-chave: Discurso de autoajuda. Oralidade. Jornalismo de revista. Revista
Capricho. Textualidade.
O RESGATE DO DISCURSO ROMÂNTICO ATRAVÉS DA INTERTEXTUALIDADE: O
ROMANCE HISTÓRICO DIAS E DIAS, DE ANA MIRANDA
Cláudia Letícia Gonçalves Moraes - UFMA
Danielle Martins Leite Fernandes Lima - UFMA
O presente estudo intenta reconhecer as estratégias de reavivamento da memória e de
reconstrução histórica no contexto da obra literária Dias & Dias (2002), de Ana
Miranda, relevando os aspectos intertextuais utilizados pela autora para resgatar a
temática lírico-amorosa vigente à época do autor biografado, o poeta romântico
Gonçalves Dias. Dessa forma, o estudo enfoca a análise de uma obra literária
contemporânea que tem como personagem principal um dos poetas mais engajados na
luta pela afirmação da identidade nacional, pretendendo investigar obra e autor em
seus papeis atuantes dentro deste contexto específico, destacando o diálogo entre
textos como lastro teórico fundamental para a investigação literária. Para isso, é
necessário investigar de que maneira a autora faz uma inserção no contexto da
produção literária brasileira, pondo em relação o texto de suas obras com os textos que
lhe dão origem através de diálogos, retomadas, alusões e outros recursos (KOCH,
2007). Pretende-se analisar a obra como uma biografia livre e romanceada da vida de
Gonçalves Dias, investigando sobretudo como a autora faz uso da intertextualidade
como prática moderna de discurso, não apenas referenciando outros autores, mas
também tornando-os personagens centrais de seus romances históricos.
Palavras-chave: Discurso. Intertextualidade. Memória
CONCEITOS DE DISCURSO E MEMÓRIA PARA
ALAIN BERRENDONNER
Claudiene Diniz da Silva - UFMG
Luiz Francisco Dias - orientador - UFMG
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar uma reflexão sobre alguns conceitos
de Alain Berrendonner (1990, 2002a, 2002b), em especial as noções de discurso e
memória. Esse autor se dedica ao estudo da Pragma-Sintaxe, uma linha teórica que se
se interessa pela combinação que resulta das ações comunicativas exercidas sobre a
memória discursiva. Berrendonner, que também se enquadra na perspectiva da MacroSintaxe, adota a noção de discurso sob o viés enunciativo, isto é, como uma atividade,
uma construção por parte dos sujeitos falantes, e também um conjunto de
representações publicamente partilhadas, denominado Memória Discursiva. Além dos
conceitos de discurso e memória, Berrendonner apresenta dois conceitos que também
merecem ser apresentados: liage e pointage. Tais conceitos são indispensáveis para as
noções do teórico sobre cláusula, enunciações, períodos, texto e discursos. Dessa
forma, essa pesquisa de cunho bibliográfico, tem a pretensão de propor uma reflexão
sobre os pressupostos desse autor, mais especificamente discurso e memória.
Palavras-chave: Alain Berrendonner. Pragma-sintaxe. Discurso e memória.
O PERFIL FEMININO NO SÉCULO XIX, ANALISADO NA OBRA SENHORA DE JOSÉ
DE ALENCAR
Crislane da Silva Santos - UFPI
Lídia Raquel Ferreira da Silva - UFPI
O presente trabalho tem por objetivo observar o perfil feminino na sociedade burguesa
brasileira no século XIX a partir da análise do romance Senhora de José de Alencar,
publicado em 1875. Este romance forma, juntamente com Lucíola (1862) e Diva
(1864), o que Alencar denominou – perfis de mulheres. A obra trata da história de
Aurélia Camargo, uma jovem dividida entre o amor e o ódio por Fernando Seixas, o
homem que a trocou por uma moça de dote mais atrativo. A protagonista era uma
moça decente, mas ao passar por essa decepção amorosa torna- se vingativa e fria.
Aurélia valoriza os sentimentos, mas usa o dinheiro para obter seu grande amor. No
século XIX, houve um grande desenvolvimento da indústria e com isso a figura feminina
libertou-se de várias atividades domésticas, pois tudo que era consumido em casa podia
ser encontrado no centro urbano. O desenvolvimento do comércio trouxe a
modernização da cidade do Rio de Janeiro. Nesse contexto passou a ser exigida das
mulheres, solteiras e casadas, um comportamento adequado ao convívio familiar,
contribuindo para a harmonia em suas casas. O casamento passou a ser visto como
forma de ascensão social e de manutenção das posses. Os homens preocupavam-se em
casar com moças ricas, deixando de lado os conceitos de amor presentes nas obras
românticas, impossíveis de serem realizados devido ao contexto social. Essas
observações sobre o perfil feminino no século XIX, o questionamento sobre a felicidade
da mulher na realização de seu papel social e a crítica feminista, servem como suporte
para a análise da mulher na obra Senhora.
Palavras-chave: Senhora. Crítica Feminista. José de Alencar.
O PIANO E AS PALAVRAS: RELAÇÕES MÚSICO-LITERÁRIAS, EM OS TECLADOS E A
ÁRVORE DAS PALAVRAS, DE TEOLINDA GERSÃO
Cristianne Silva Araújo Dias - UFPI
Maria Elvira Brito Campos - UFPI
Maria Elvira Brito Campos - orientadora - UFPI
A presente pesquisa tem por objetivo investigar a construção das identidades feminina e
nacional a partir das referências musicais que aparecem, respectivamente, nas obras Os
Teclados e A Árvore das Palavras, de Teolinda Gersão. De forma mais específica,
procura-se identificar a música como viés condutor da narrativa, por meio da
identificação de metáforas musicais e de elementos como as onomatopeias,
assonâncias, aliterações e metáforas, além de verificar a presença da “música de
palavras” e “música verbal”, na linguagem musical que exalta a natureza, o resgate dos
cantos e das danças, além de destacar compositores como Mozart e Beethoven. Como
base teórica, referenciamos conceitos músico-literários, como os propostos por Solange
Ribeiro de Oliveira, além dos conceitos de identidade, elaborados por Stuart Hall, e dos
recursos estéticos da música na literatura, de Luiz Piva. A pesquisa consta com aspectos
bibliográficos qualitativos com ênfase nos elementos musicais encontrados nas duas
narrativas. Como forma de conclusão foi possível verificar a relação intrínseca entre a
música e a construção das identidades feminina e nacional, através do contato da
musicalidade na obra Os Teclados e da presença de metáforas musicais, que valorizam
a beleza da natureza e dos costumes, de forma a resgatar os símbolos nacionais na obra
A Árvore das Palavras.
Palavras-chave: Teolinda Gersão. A árvore das palavras. Os Teclados.
CURRAL DE SERRAS: A RELAÇÃO COLONIZADOR E COLONIZADO NA OBRA DE
ALVINA GAMEIRO
Cristina Gomes de Brito - UFPI
Wander Nunes Frota - orientador - UFPI
Este trabalho pretende investigar as marcas do colonialismo revelando como se
perpetua a relação de poder entre colonizador versus colonizado. Como objeto para
esta pesquisa elegemos o romance Curral de serras (1980), da escritora piauiense Alvina
Gameiro. Procurando sempre mostrar, nesta abordagem, possíveis semelhanças, ora
proximidade, ora distanciamento, entre alguns personagens da obra piauiense com os
de A tempestade, (1611) de William Shakespeare. Como objetivos específicos a
proposta é observar que as semelhanças entre os personagens podem não ser frutos de
apenas mera coincidência, por ver que a literatura nos concede múltiplos recursos
criativos, seja no imaginário coletivo, seja no imaginário individual. E ainda que a
relação colonizador e colonizado presente na obra pode ser fruto do forte poder
colonizador arraigado na escritora piauiense. Também ressaltar possíveis referencias
que Shakespeare teve para escrever sua obra. Para tanto, buscamos compreender a
obra à luz do colonialismo em Retamar (2000), bem como alguns autores por ele citado
em sua obra. E a semelhança entre os personagens das obras em Shakespeare, (1611),
também analisando a relação colonizador e colonizado.
Palavras-chave: Colonizador. Colonizado. Escritora Piauiense.
A POESIA ESTÁ MORTA? DA CONCEPÇÃO, DO PARTO E DO FUNERAL
LITERÁRIO: A AUTORIDADE DA PARTEIRA E A PROCRIAÇÃO DOS FRUTOS
Danielle Castro da Silva - SEDUC-MA
O texto literário é assim denominado de acordo com um momento específico na
história, nascendo da especialização dos saberes e no intuito de elaborar distinções
entre o estrato erudito da sociedade nascente e a burguesia – necessidade esta criada a
partir da difusão de um antigo privilégio da nobreza: o “saber ler” (ABREU, 2003). Se os
eruditos eram tidos como os detentores do conhecimento válido, chegou-se, pois, aos
dias de hoje a um conceito de “literatura” mais ou menos cristalizado, difundindo nas
Academias, de tal modo que a prática de determinadas técnicas de análise do poético
torna-se naturalizada. O que é problemático e que se torna a discussão sempre
corrente é a elaboração, o uso de novos gêneros literários que não estejam
enquadrados nos clássicos padrões de gêneros, a revisitação de textos antes não
considerados pela crítica, incluindo a poesia oral. Assim sendo, nos últimos anos, as
correntes da crítica têm questionado esse modus operandi naturalizado a respeito da
análise literária (PERRONE-MOISÉS, 2009), de modo que cada vez mais têm adotado a
concepção de não haveria uma forma “correta” de análise, seguindo uma “ciência da
literatura” e sua “vontade de verdade” (FOUCAULT, 2004), a partir do “signo
naturalizado” (BARTHES, 2007), mas sim procuram buscar o texto que se quer explorar
como mote que ensejará as escolhas da análise (EAGLETON, 2006), surgindo a ideia da
“morte da literatura” nos moldes como tradicionalmente a conhecemos (Ibidem).
Como resultado, verificou-se que o texto poético não erudito não consegue caber nos
apertados padrões da crítica tradicional, o que acaba funcionando como controle
cultural, realizado por uma parcela da sociedade, de modo que a análise da poesia
oral, mais especificamente na canção popular, segundo estes moldes, perde muito da
sua totalidade sígnica.
Palavras-chave: Teoria da Literatura. Crítica Literária. Poesia Oral. Canção Popular.
MODERNIDADE E IDENTIDADE: BREVE ENSAIO SOBRE O FENÔMENO DA
MULTIDÃO
Davi Galhardo Oliveira Filho - UFMA
Há tempos estamos acostumados a viver em crise, diga-se de passagem, que não estar
em crise na atual organização social pode por si só gerar uma crise. Dito isto, o
problema central que aqui pretendemos tomar por nosso, gira em torno das seguintes
noções: Moderno, Modernidade e Modernismo(s) e suas respectivas “anomalias”.
Nesse sentido, a leitura e compreensão do conto de Edgar Allan Poe (1809 – 1849)
intitulado “O Homem da Multidão” parece ser uma boa oportunidade de buscarmos
“entender” tais fatores sob uma perspectiva Hermenêutica. Pretendemos neste breve
ensaio salientar os pormenores constituídos nas chamadas “entrelinhas” do texto de
Edgar Allan Poe, ou seja: as manifestações de características próprias do Capitalismo,
presentes no enfoque dado pelo Poeta ao fenômeno da Multidão, a partir da
perspectiva de Friedrich Schleiermacher (1768 – 1834) que situa-se na chamada
Hermenêutica Moderna. Nesse sentido, a leitura do referido conto do Poeta
Americano, perpassa portanto para além das fronteiras de suas linhas, pois, entender a
pessoa e história de Edgar Allan Poe – onde está contido suas amarguras, decepções
pessoais, dificuldades diversas, dentre tantos outros fatores – determina
primordialmente na construção do seu discurso. A tentativa desta abordagem, a nosso
ver é válida por buscar desvelar fatores que estavam de forma subjetiva no corpo
estrutural da obra, mas que, no entanto encontram-se impossibilitados de vir à tona
pela maneira como ela própria esta constituída. Vale lembrar ainda, que do
entrelaçamento dos autores apontados aqui, podem surgir resultados diversos no que
diz respeito a esta mesma discussão. O convite a esta aventura fica aqui em aberto.
Palavras-chave: Modernidade. Hermenêutica. Multidão.
A TOPONÍMIA INDÍGENA DO MARANHÃO EM RELATOS DE VIAJANTES DO
SÉCULO XVII E XVIII: UMA CONTRIBUIÇÃO DA MEMÓRIA
Edson Lemos Pereira - UFMA
Conceição de Maria de Araújo Ramos - UFMA
A ocupação de determinado lugar físico pelo ser humano e a necessidade de se
localizar no ambiente geográfico fazem com que o homem nomeie, por precisão, esses
espaços, garantindo assim sua sobrevivência. Considerando a importância da toponímia
para a preservação da memória de um povo, fez-se um recorte, no âmbito dos estudos
toponímicos maranhenses, que privilegia os topônimos de origem indígenas para, com
base nesses estudos, examinar a história/memória do Estado. Convém ressaltar, que o
Maranhão, como membro integrante do território que pertenceu, no século XVIII, ao
Estado Colonial do Maranhão, possuía uma população indígena formada por cerca de
30 povos, aproximadamente 250.000 indivíduos, sendo assim um dos centros
brasileiros de maior densidade de falares indígenas pertencentes a dois troncos
linguísticos – Macro-Jê e Tupi-Guarani ou Macro-Tupi. O estudo adota os princípios
teóricos e metodológicos da Onomástica, mais particularmente da Toponímia cujo
objeto é o estudo dos nomes dos lugares, tendo como ponto de partida sua origem e
significado, e objetiva descrever os nomes das localidades e de rios maranhenses,
registrando assim o percurso onomástico desses topônimos, com vista ao resgate
histórico de suas denominações, tendo por base os relatos de viajantes do século XVII e
XVIII. Os dados revelam uma considerável presença indígena na toponímia maranhense
da região investigada; alguns exemplos bastante emblemáticos podem ser notados
Itapecuru-Mirim, Icatu, Jaguarema, Pindaré e Mearim. A amostra evidencia, assim,
marcas incontestes de línguas indígenas no léxico toponímico do Estado, razão por que
se faz necessário investigar essas marcas.
Palavras-chave: Onomástica. Toponímia de origem Indígena. Maranhão.
ÉDIPO REVISITADO NA POESIA DE SUSANA THÉNON
Eduarda Rocha Góis da Silva - UFAL
Susana Souto Silva - UFAL
Este trabalho realiza um estudo de três poemas da poeta, tradutora e fotógrafa
argentina Susana Thénon (1935-1991), autora de Edad sin treguas (1958), Habitante de
la nada (1959), De lugares extraños (1967), Distancias (1984), e Ova Completa (de
1987), que reelaboram a tragédia grega Édipo Rei. O primeiro poema foi publicado no
livro De Lugares extraños, de 1967, e os dois últimos na obra Distancias, de 1984. A
autora argentina ainda não teve sua obra traduzida para a língua portuguesa, portanto,
os poemas aqui citados serão traduzidos livremente da língua espanhola. O objetivo
desta análise é discutir aproximações e diferenças entre os poemas e a tragédia de
Sófocles, a partir da reflexão acerca das relações existentes entre poesia e memória,
com base nos estudos de Antoine Compagnon (2007) e Mikhail Bakhtin (2011), em
diálogo com teóricos que pensaram a arte pós-moderna ou contemporânea
(HUTCHEON 1991; DANTO 2010). O texto é pensado, portanto, como locus de
reelaboração de leituras (BRITTO, 2001; KRISTEVA, 2012) realizadas por aquele que,
ao produzir sua obra, inscreve-se em uma longa cadeia de enunciação (BAKHTIN,
2011). Com base nos teóricos referidos e na leitura dos poemas e da tragédia, busca-se
refletir sobre a produção poética pós-moderna, através da análise da incorporação da
leitura de Sófocles feita por Thénon, dando lugar a uma nova possibilidade de
compreensão de Édipo Rei.
Palavras-chave: Poesia. Susana Thénon. Édipo. Escrita. Leitura.
A REPRESENTAÇÃO FEMININA MOÇAMBICANA:
NIKETCHE, UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA
Elen Karla Sousa da Silva - UEMA
O presente estudo tem como objetivo analisar a identidade feminina moçambicana:
Niketche, uma história de Poligamia. A preocupação com o universo feminino e o
interesse pessoal em fazer um estudo da literatura africana, foi o ponto de partida para
o surgimento desta pesquisa. Na realidade, assim como na literatura, a condição
feminina tem sido construída, a partir de uma série de valores morais, determinados
previamente por uma dominação patriarcal, atribuindo à mulher um lugar secundário e
até mesmo inferior em muitas ocasiões. Dentro dessa perspectiva, buscou-se entender a
formação da identidade feminina e sua relação com o sentimento de nacionalidade,
questão de grande importância para os estudos de cunho feminista, contribuindo assim,
para o entendimento social. A temática abordada, volta-se para o estudo da obra
Niketche de Paulina Chiziane, a mais importante voz feminina Literatura Africana. A
mesma, orgulha-se de ser pioneira no campo literário, haja vista que em Moçambique,
nesta área, há um número maior de escritores. A temática de Poligamia, surge no
intuito de favorecer uma discussão sobre a condição feminina, fornecendo uma
diversidade cultural ampla de Moçambique, por meio dos costumes, tradições,
convicções e rituais presentes nas comunidades distribuídas por todo o país. A história
de Rami e das demais personagens femininas, se entrelaçam com os traços históricos de
Moçambique.
Palavras-chave: Identidade. Gênero. Literatura Moçambicana.
DA LITERATURA AO CINEMA:
UMA LEITURA INTERSEMIÓTICA DAS PROJEÇÕES TEMPORAIS EM LAVOURA
ARCAICA
Elijames Moraes dos Santos - UESPI
Socorro Baptista - UESPI
Pretende-se, neste presente artigo, realizar uma análise da tradução intersemiótica da
Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, no processo assumido da literatura ao cinema.
Nesse ínterim, onde o tempo é evidenciado em ambos os sistemas semióticos,
considera-se as transformações do mesmo durante o percurso da narrativa, tanto no
romance quanto no filme, assim como as operações que estabelece com o sujeito
instaurado em ambas as narrativas. Desse modo, objetiva-se trabalhar sob a perspectiva
temporal da obra traduzida, delineando as projeções desta linha tênue da linguagem
utilizada para a construção do sistema semiótico em questão, com isso apontar os
elementos verossímeis, por meio dos aspectos conjuntivos que sustentam as relações
entre o original e o fílmico, assim como os disjuntivos que contribuem para a
consolidação da autonomia do cinema de arte. Considera-se, ainda, neste artigo, o
reconhecimento de como os conteúdos podem interagir durante a tradução, dado a
proximidade dialógica entre as obras. Processo este, resultante da semioticidade entre o
texto e o novo signo, o filme LavourArcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho. Para
tanto, tomaremos como base teoria os estudos de Júlio Plaza, em Tradução
Intersemiótica; Umberto Eco, em Tratado de Semiótica Geral; as pesquisas de Ana
Maria Balogh sobre transmutações, com ênfase na literatura, cinema e TV; e, ainda, as
implicações correspondentes ao nível das estruturas narrativas (conjunção e disjunção)
sob a égide dos conceitos de Greimas e seus seguidores.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Tempo. Lavoura Arcaica. Tradução Intersemiótica.
GÊNEROS DISCURSIVOS E LETRAMENTO: NOVAS PERSPECTIVAS PARA O ENSINO
DE LÍNGUA INGLESA NA EJA
Elizabete Rocha de Souza Lima - UNISINOS/UEMA
Ana Maria Stahl Zilles - orientadora - UEMA
As críticas ao ensino de Língua Inglesa (LI), nas escolas brasileiras, têm sido tão
repetidas, que ao longo dos anos fortaleceram crenças que questionam tanto a
utilidade do ensino dessa língua, quanto a capacidade dos professores responsáveis por
tal ensino. Este trabalho que é resultado de uma pesquisa de campo do MINTER em
Linguística Aplicada da UNISINOS/UEMA, orientado pela Professora Doutora Ana
Maria Stahl Zilles, indica que novos rumos são possíveis. A pesquisa foi norteada por
teóricos da Linguística Aplicada (CELANI, 1992; MARTELOTA, 2008; MENEZES, 2009),
do letramento (STREET, 1984; KLEIMAN, 1995; ROJO, 2009; MAGALHÃES, 2012,
SCHLATTER & GARCEZ 2012 e dos gêneros discursivos (BAZERMAN, 2007; FARACO,
2009; BAKHTIN, 2011; BONINI, MEURER & MOTA-ROTH, 2012). Os dados
apresentados, nos resultados, foram gerados a partir de um projeto de letramento,
desenvolvido em uma turma de Ensino Médio de EJA, no segundo semestre de 2013,
no interior do Maranhão. Um dos objetivos da pesquisa foi elaborar e testar atividades,
que promovessem o letramento em LI dos participantes da pesquisa, levando em
consideração o uso da linguagem mediante os conteúdos dos gêneros discursivos
presentes no livro didático de LI, usado por eles. Os resultados reforçam a relevância
social e acadêmica deste estudo e mostram que através do gênero textual, selecionado,
foi possível estabelecer uma relação com as práticas letradas do cotidiano dos
participantes; propiciar o envolvimento deles em diversos eventos de letramento e
verificar que eles, quando necessitaram participar de atividades que exigiam o uso da
linguagem escrita, dentro ou fora da escola, conscientemente utilizaram diferentes
gêneros discursivos, para agir socialmente.
Palavras-chave: Gêneros Discursivos. Língua Inglesa. Letramento
IDENTIDADE PÓS-MODERNA E CORPORALIDADE NA
PROSA RESIDUAL DE JOÃO GILBERTO NOLL
Fabiana Gomes de Assis - UFAL
Objetivo, neste ensaio, refletir sobre a construção da personagem ficcional no projeto
literário de João Gilberto Noll em diálogo com discursos provenientes dos estudos
culturais, principalmente no que se refere à configuração das identidades no contexto
contemporâneo. Tendo em vista a arbitrariedade da construção das categorias “mulher”
e “homem”, na prosa nolliana, e a problemática dos gêneros identitários coerentes,
assim como a presença constante do fragmentário, fugidio e residual, que são alguns
termos relacionados à ideia de pós-moderno, as reflexões de Judith Butler (1990;
1993), Severo Sarduy (1979), Stuart Hall (2006) e Linda Hutcheon (1991) são centrais.
No que diz respeito às abordagens sobre corpo, destaco David Le Breton (2007), Lars
Svendsen (2010) e Sônia Weidner Maluf (2001) e em se tratando de teóricos que
discutem exemplarmente sobre o discurso literário, Mikhail Bakhtin (2010), Italo
Calvino (2009; 2011) e Terry Eagleton são basilares. Noll é um escritor brasileiro
afinado com o pensamento contemporâneo que constrói vozes desafiadoras,
personagens às voltas em espaços urbanos também fragmentados, onde o nomadismo é
o fundamento dos laços efêmeros e os parâmetros de uma identidade pura e coerente
se desfaz para dar lugar ao sujeito constituído por rasuras e inconstâncias. Sua obra, que
foi traduzida para outros países, não apenas transgride barreiras geográficas, mas
subverte também ideologias há muito desgastadas.
Palavras-chave: João Gilberto Noll. Identidade. Corpo. Gênero.
O CRESCIMENTO DA FIGURA FEMININA NOS CONTOS DE FADA: UMA ANÁLISE
FEMINISTA DO PAPEL DA MULHER NAS HISTÓRIAS INFANTIS
Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA
Letícia Gantzias Abreu - UFMA
William Amorim de Sousa - orientador - UFMA
Os Contos de fadas foram passando de geração para geração, desde muito tempo atrás
e permanecem na vida das pessoas. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como
objetivo principal mostrar e analisar a influência dos contos de fadas na vida das
crianças. As personagens femininas possuem papéis centrais e de destaque dentro dos
contos infantis (tais como Branca de neve, Cinderela, Bela adormecida, entre outros). A
mulher teve um crescimento e destaque grandioso no último século em que seu papel
foi muito além de mulher ideal para que as crianças pudessem se moldar nos padrões
românticos e machistas. Com isso, a sociedade equilibrou-se em mostrar o novo papel
que as mulheres estavam assumindo usando como instrumentos o cinema, propagandas
e principalmente a literatura. Por meio da literatura, a pesquisa se focará em estudar o
crescimento e análise das personagens femininas nas histórias infantis em que a mulher
encontra novos interesses e novas morais para as crianças adequando-se aos seus
diferentes contextos e analisar assim o progresso do papel da mulher na sociedade.
Para isso, usaremos autores não só de cunho feminista como Simone de Beauvoir e
Virginia Woolf como também serão utilizados autores com uma perspectiva
psicanalítica para estudar esse desenvolvimento tais como Sigmund Freud, Yi-Fu Tuan e
Carl Gustav Jung. Vemos assim, que a imagem feminina acaba assimilando variados
padrões de comportamento dentro de nossa sociedade. Portanto, a influência feminina
nos contos de fadas torna-se uma temática importante a ser estudada tanto no âmbito
da literatura infantil como no da psicanálise e também um estudo de valores dos meios
que encontramos.
Palavras-chave: Literatura. Infantil. Feminismo. Mulher. Crescimento.
A LITERATURA DE AUTORIA FEMININA EM AMOR
DE CLARICE LISPECTOR
Francilurdes Brito da Silva Ribeiro
Tendo em vista determinados valores que se sobressaem com relação à situação da
mulher na sociedade que se mostra machista, neste trabalho procurou-se analisar, de
forma reflexiva, como a literatura que faz parte da escrita feminina pôde adquirir
capacidade de incomodar o pensamento ideológico vigente ao ponto de se transformar
numa forma de contestação através das suas produções. Essas contestações,
particularmente no conto Amor, de Clarice Lispector tem natureza irônica em que a
figura feminina passa por um despertar diante das situações inusitadas que geram
sensações oscilantes entre, de um lado o instante mágico da percepção de sua
condição e, de outro a sensação de felicidade mesmo que passageira diante do seu
papel de pessoa referência para os demais membros de sua família, como se fosse uma
espécie de porto-seguro. Esse estudo busca confirmar o papel do caráter feminino no
texto, crucial na literatura como ponto de equilíbrio com o seu “poder humanizador”
que na citada obra de Clarice Lispector evidencia-se, conjugando a conscientização da
mulher e da sua situação na organização social, servindo de enfrentamento na busca de
integração entre os sexos.
Palavras-chave: Literatura. Literatura Feminina. Clarice Lispector. Conto.
ESPAÇO E MEMÓRIA:
REPRESENTAÇÕES EM BEIRA RIO BEIRA VIDA DE ASSIS BRASIL
Francisca das Chagas Carvalho Almeida - UESPI
Silvana Maria Pantoja - orientadora - UESPI
O espaço no plano ficcional exerce importante papel, de modo a estabelecer relação
com os demais elementos da narrativa. Assim, o presente trabalho objetiva analisar o
espaço da obra Beira rio beira vida do escritor piauiense Assis Brasil, para tanto, buscase compreender as influências dos espaços sobre as memórias da personagem Luíza,
procurando-se refletir sobre as formas como o espaço perpassa suas memórias.
Segundo Pollak (1992, p. 201-202) “[..]a memória deve ser entendida como fenômeno
coletivo e social [..] existem lugares particularmente ligados a uma lembrança [..] com
tanta força que se transforma praticamente em sentimento de pertencimento”. Desse
modo, o trabalho justifica-se pela relevância do espaço no plano ficcional, já que este
sustenta, por vezes, as ações das personagens, sendo a memória o ponto relevante para
a reconstrução dos lugares de vivências individuais e coletivas. Constata-se que o
trabalho traz um olhar diferenciado sobre a influência do espaço na constituição das
memórias da personagem Luíza. Com isso pode-se perceber que a retomada do espaço
pela memória da personagem deve-se a esse sentimento de pertencimento que faz com
que o espaço representado na obra torne-se a parte central para as reflexões da mesma.
Palavras-chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação.
O DISCURSO MEMORIALÍSTICOS NAS IMAGENS DA OBRA RIO SUBTERRÂNEO DE
O. G. REGO DE CARVALHO
Francisca Jheine Andrade Couto - UESPI
A memória também é fonte de criação para a arte literária e é a partir dela que se criam
formas de narrar em que os personagens se movimentam por meio de suas lembranças.
Viver é recordar. Desse modo, a proposta deste estudo é refletir sobre as formas
discursivas das propriedades do texto que podem suscitar uma reflexão sobre a
memória. Neste caso, temos como objeto de estudo a obra Rio Subterrâneo de O. G.
Rego de Carvalho, que aborda aspectos de construção da narrativa por meio das
lembranças dos personagens. Por tanto, temos como questões norteadoras: Como os
personagens relacionam-se com as lembranças? Qual a forma discursiva utilizada pelo
narrador? Como os elementos do espaço são representados pela memória destes
sujeitos? Averiguamos ainda como os recursos visuais são trabalhados pelo literato, na
sua construção imagética e realista em sua prosa. Para tanto, faz-se necessário discorrer
sobre a memória, técnica utilizada na literatura como recurso estético em que se busca
representar verbalmente os objetos do mundo de modo a vincular personagens às
imagens significativas que direcionam os personagens fragmentos pela própria memória.
Assim, a palavra escrita é concebida como lugar de descoberta e formulação de
imagens, visto que essa mesma palavra representada na obra literária aponta para novas
possibilidades de representação artística. Por isso, utilizamos como suporte para a
reflexão: Le Goff, Adorno, Henri Bergson,Walter Benjamin, entre outros.
Palavras-chave: Rio Subterrâneo. Imagem. Memória. Literatura.
ANTONIO MALHADAS, O HERÓI PICARESCO:
UMA ANÁLISE DA NARRATIVA AQUILINIANA
Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI
Este trabalho é uma proposta de análise do personagem António Malhadas e de sua
(des)construção no decorrer da narrativa O Malhadinhas (1922), de Aquilino Ribeiro. A
novela aquiliniana apresenta intensas oscilações e dualidades do personagem no
decorrer de sua movimentada saga. Tendo em vista o panorama da literatura
portuguesa no início do século XX, somando-se a isso o estudo do personagem António
Malhadas, verifica-se que o protagonista aquiliniano oscila entre o pícaro e o antipícaro,
por carregar consigo características que ora o aproximam, ora o distanciam da figura
típica do gênero picaresco desenvolvido na Espanha no século XVI e difundido no
restante da Europa nos séculos seguintes. A novela aquiliniana O Malhadinhas
apresenta evidências desse romance por perfilhar modalidades normalmente
encontradas no estilo da picaresca, como: o tom mordaz; a linguagem rebuscada,
elaborada minuciosamente, de forma realista e por vezes bem humorada. Diante disso,
busca-se compreender o jogo dentro da narrativa, como uma forma de articular pólos
antagônicos, a fim de revelar as estratégias utilizadas pelo autor para tecer a
(des)construção do herói picaresco por assim apresentar circunstâncias de caráter
problemático. Como base teórica utilizaremos os estudos de Flavio Kothe (1985),
Martin Feijó (1984), Mario González (1994) e Vilares Gancho (2003).
Palavras-chave: Anti-herói. Novela picaresca. António Malhadas.
UMA ABORDAGEM DE LEITURA INTERATIVA E APLICAÇÃO PRÁTICA NO
MINICURSO A LEITURA E AS ASAS DA LIBERDADE, NA FACULDADE DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL-FECLESC-UECE
Francisca Rayane Fernandes da Silva - UESPI
O presente trabalho teve como ponto fundamental a abordagem do processo de
leitura, ação cognitiva de relevante importância na aprendizagem e aperfeiçoamento de
todo e qualquer conhecimento e instrumento importante no desenvolvimento
vocabular, social, intelectual, profissional e pessoal. Essa abordagem teve como
objetivo, trabalhar especificamente sua modalidade interativa, processo dinâmico e
processual entre leitor e autor mediado pelo texto, onde esse perdeu o caráter
tradicional e reducionista de mero objeto de codificação de signos linguísticos a serem
assimilados de forma mutável, e ganhou cunho interacional na recriação de novas
ideias e sentidos, desenvolvidos a partir do conhecimento prévio do leitor e sua relação
com o material linguístico presente no texto, tendo em vista o contexto histórico social,
onde emissor, receptor e assunto estão inseridos , criando assim uma visão crítica e
reflexiva sobre novas possibilidades de compreensão e interpretação sobre o ato de ler
e como o mesmo pode ser desenvolvido e aprimorado. Como metodologia foi aplicada
a elaboração, planejamento e execução de um minicurso baseado em estudos teóricos
de KLEIMAN (2008), KRAMER (1998) e BAKHTIN (2000) como método fundamental
houve o trabalho com diversos gêneros textuais, presentes constantemente nas diversas
situações comunicativas que envolvem nosso dia a dia. Tal prática foi voltada para
alunos do ensino fundamental, especificamente do 8° e 9 ° ano, da E.E. F José Jucá,
localizada na zona urbana do município de Quixadá, pertencente à rede pública de
ensino da referida cidade. Como principais resultados houve a total e efetiva
participação e integralização dos alunos na teoria e na prática nas aulas, concretizando
e compreendendo que a leitura é uma prática social, que nos oferece benefícios
inquestionáveis como, enriquecimento cultural, ampliação de condições de convívio
em sociedade e interação com o meio em que vivemos e com as pessoas que nos
cercam, forma de entretenimento e lazer, desenvolvimento de nossa criatividade e
criticidade, melhor nível compreensivo e interpretativo enfim uma gama de recursos
que contribuem efetivamente para nosso crescimento nas diversas esferas sociais e
ampliação de nossa aprendizagem, que se desenvolve constantemente em uma idez
incontrolável de forma diversa e crescente.
Palavras-chave: Leitura. Interatividade. Minicurso. Ensino fundamental.
A FIGURA DA MULHER SHAKESPEARIANA: O ONTEM E O HOJE DA MULHER
SOBRE A ÓTICA DAS LEIS VIGENTES
Geovana Oliveira Araujo - UEMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
O presente trabalho surgiu a partir de estudos de clássicos de William Shakespeare na
disciplina Tópicos de Literatura em Língua Inglesa do Curso de Licenciatura em
Linguagens e Códigos na UFMA – Campus São Bernardo. O mesmo tem como objetivo
de analisar a figura da mulher no século XV na Inglaterra, já que, as obras escritas pelo
dramaturgo inglês William Shakespeare, fazem duras críticas à sociedade da época.
Sendo assim, procura-se mostrar como a mulher era vista, como era tratada e qual o
seu papel naquela sociedade. Pretende-se aprofundar as discussões no que tange as
discussões de gênero tendo como base a obra “A Megera Domada”, na qual ele
expressa um paradoxo que é a personalidade da mulher e mostra a submissão dela ao
marido em outro ângulo não por ele ser homem e ter autoridade, mas, por ele amá-la e
fazê-la feliz. Este trabalho tem como base teórica as leis vigentes em especial a Lei
Maria da Penha fazendo uma comparação entre o ontem e o hoje e os estudos da
pesquisadora Judith Batler. Utilizou-se como metodologia a análise documental, por
dar uma maior amplitude à pesquisa, visto que se precisou buscar diversas fontes que
contribuiriam com o estudo para além do texto original.
Palavras-chave: Mulher. Shakespeare. Lei Maria da Penha.
TAMBOR DE CRIOULA DE SÃO BERNARDO - MA: RESINIFICANDO OS TRAÇOS DA
LITERATURA ORAL ATRAVÉS DA CANTORIA AFRODESCENDENTE
Geovana Oliveira Araujo - UEMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
Este trabalho foi elaborado a partir dos estudos teóricos na disciplina Literatura Popular
Brasileira que visava investigar os fenômenos existentes no âmbito de manifestações
culturais que tinham afinidade com a literatura oral, selecionando o Tambor de Crioula
da cidade de São Bernardo como objeto de estudo. O objetivo deste trabalho é
demonstrar como o Tambor de Crioula bernardense se apoderou de tradições
populares para introduzirem novos elementos na oralidade das práticas modernas do
Tambor de Crioula e, como o improviso nas toadas se constitui uma das grandes
peculiaridades desta manifestação cultural, que o difere dos demais num hibridismo
que envolve o antigo e o novo. Buscamos um resgate da cultura afrodescendente numa
nova roupagem da cultura oral bernardense. Como aporte teórico nos fundamentamos
com obras de Cuche, Bosi e Cascudo. A metodologia utilizada para a elaboração deste
trabalho teve como instrumentos de coleta de dados: a observação, que foi utilizada de
duas formas, a do tipo sistemática e assistemática, bem como análise documental, e
análise de conteúdo. Por se tratar de uma pesquisa ainda em curso, seus resultados
ainda são parciais e, serão ainda, aprofundados na segunda parte da pesquisa que
estará ligada a um projeto maior do grupo de pesquisa de Linguagens, culturas e
identidades da UFMA – Campus São Bernardo.
Palavras-chave: Tambor de Crioula. Literatura oral. Canto afrodescendente.
A MEMÓRIA DA CIDADE PELO VIÉS DISCURSIVO: UMA LEITURA DA OBRA NOITE
SOBRE ALCÂNTARA DE JOSUÉ MONTELLO
Géssica da Silva Pereira - UEMA
Silvana Maria Pantoja dos Santos - UEMA
Este trabalho tem como objetivo analisar a ressiginificação da memória da cidade pelo
viés discursivo na obra Noite sobre Alcântara de Josué Montello. Para tanto, partiremos
da compreensão de que em tempos de globalização as fronteiras tendem a ser
eliminadas e se vive a forte tendência da homogeneização. Ademais, os espaços, tal
como o tempo, são dotados de movências que tendem a arrastar referências, histórias
memórias. Faz-se então, urgente uma preocupação com a memória urbana em todos
os ramos do conhecimento, sobretudo no campo da pesquisa literária. O passado
citadino é, então, visualizado na obra, a partir da relação que os personagens
estabelecem com os espaços da urbe. Além disso, nesta pesquisa, a memória da cidade
será representada a partir do lugar de enunciação do personagem central e analisada
sob nova perspectiva, a de ser ressignificada a partir do olhar do presente. Esta obra
agrega aspectos da cultura popular – festas, mitos – costumes e tradição, além da
memória presente em elementos urbanizados de inesgotável valor patrimonial, tudo
ressignificado pelas lentes da personagem central. O método de rememorar dá
oportunidade aos sujeitos, de ressignificar os fatos fazendo com que ocorra uma nova
construção dos indivíduos diante da sociedade, por meio das lembranças individuais e
coletivas.
Palavras-chave: Memória. Discurso. Espaço.
OS CAMINHOS NARRATIVOS EM O BARRIL DE AMONTILADO E VENHA VER O
PÔR-DO-SOL
Gladson Fabiano de Andrade Sousa – UFMA
Naiara Sales Araújo Santos – orientadora – UFMA
O presente trabalho tem por finalidade apresentar, através do cotejo dos contos O
barril de montilado de Edgar Allan Poe e Venha ver o pôr-do-sol de Lygia Fagundes
Telles, os caminhos narrativos que traçam cada autor para se chegar ao que o próprio
Poe definiu, no século XIX, como sendo o principal objetivo do contista que é o efeito
de totalidade. Na história dos estudos críticos sobre conto, Poe goza de prestígio como
o inventor do conto moderno, sendo, a partir de então, feita uma tradição do conto à
Poe, com seu estilo de começo, meio e fim bem definidos e intensos. Lygia Fagundes
Telles, paulista, contista já consagrada apresenta-se não apenas como herdeira de tal
estilo, mas renovadora, adicionando elementos pessoais a tal estrutura. Como
pressupostos, além das observações de Poe a respeito da estrutura do conto,
apresentamos Ricardo Piglia, para o qual na arte do conto apresenta-se duas histórias
paralelas, uma em superfície, outra em profundidade. Por fim, devemos salientar que
não somente as semelhanças entre as estruturas narrativas devem ser elucidadas, mas
também as diferenças, pois estas marcam a renovação no estilo do gênero.
Palavras-chave: Lygia Fagundes Telles. Edgar Allan Poe. Efeito de totalidade.
MEDIANEIRAS: ARQUITETURA DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE
Gladson Fabiano de Andrade Sousa – UFMA
Ilza Galvão Cutrim – orientadora – UFMA
A Análise do Discurso busca através das considerações textuais e extratextuais, desvelar
as ideologias imersas no discurso, para isso, ressalta as condições de produção do
enunciado. Assim faz-se necessário, pela natureza interdisciplinar da AD, buscarmos
suportes teóricos em diversas áreas do conhecimento. No intento delinear as principais
características do indivíduo na chamada pós-modernidade, utilizamos o filme
Medianeiras (2011) do diretor argentino Gustavo Torreto. Neste encontramos dois
jovens que moram em Buenos Aires, os quais apresentam sintomas daqueles que vivem
em grandes metrópoles, como a latente sensação de insegurança, solidão em meio a
multidões, estresse, depressão, entre outros, além das relações artificiais, tanto em redes
sociais quanto fora destas, que estes estabelecem. Vemos um cenário singular no filme:
a metrópole não é usada apenas como cenário, mas também como metáfora para a
identidade dos seus moradores e para as relações que os mesmos estabelecem entre si.
Nesta relação entre indivíduo e ambiente entramos no campo da Geografia
Humanística. Deste campo utilizamos o geógrafo chinês Yi-Fu Tuan com seus
postulados a respeito da Topofilia e Topofobia, e as considerações que ele classifica
como Paisagem do Medo – ilhas de perturbações dos sentidos e sensações humanas,
formadas pela aglomeração cada vez maior e mais conflituosa dos indivíduos nas
grandes cidades. Na análise das relações entre as personagens invocamos Zygmunt
Bauman e seus postulados sobre as condições do ser humano na pós-modernidade.
Temos ainda, atravessando toda a malha analítica, o conceito de heterotopia do
linguista francês Michael Foucault, elucidando as simultaneidades de tempos e espaços
no filme. Tento em vista a análise discursiva da obra, adotamos a concepção de sujeito
discursivo postulado por Mikhail Bakhtin; sujeito este imerso em um determinado
contexto sócio-histórico-cultural, e, que em seu processo de enunciação, denuncia
determinada posição ideológica de vozes heterogêneas.
Palavras-chaves: Discurso. Identidade. Pós-modernidade.
ÉTICA E ESTÉTICA NO CONTO BRASILEIRO DE AUTORES PIAUENSES DA
GERAÇÃO 1970: UMA LEITURA DE MADALENA, DE AIRTON SAMPAIO
Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa - UFPI
A literatura, enquanto elaboração estética e cultural, relaciona-se com a vida, seja
dialogando com o leitor (de acordo com as teorias da recepção), seja se configurando
como palco de interações sociais (ficcionais) que problematizam dados pontos das
relações intersubjetivas entre personagens. Alfredo Bosi (1996) afirma que há conceitos
que, inicialmente, pertencem à dimensão ética e não à estética, mas que há a
possibilidade da “translação de sentidos”, sendo ela passível de surpreendentes
resultados, desde que o narrador explore suficientemente “uma força catalisadora da
vida em sociedade: os seus valores”, ou seja, os valores podem permear a narrativa.
Assim, compreendemos a narrativa ficcional como uma zona de convergência de
elementos atinentes à realidade humana, elementos esses que são passíveis de análise.
Seguindo essa linha e servindo-nos de conceitos filosóficos como os de ética e estética
em Nicola Abbagnano (2007), procuramos tecer uma análise do conto Madalena, do
ficcionista piauiense Airton Sampaio (1996), buscando verificar como o autor trabalha
esteticamente relações éticas entre as personagens do mencionado texto ficcional,
partindo da forma como, na narrativa, são moldados os personagens e compreendendo
as cadeias causais envolvidas nas ações das mesmas. Dessa forma, esboça-se um
panorama das interações subjetivas, atentando para as relações de poder existentes
entre personagens e as formas como se dão as mesmas.
Palavras-chave: Literatura. Ética. Estética.
GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS DIDATIZADOS:
ANALIZANDO EXPERIÊNCIAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
João da Silva Araújo Júnior - UFMA
Hannah Isabely Serra Ayres - UFMA
Este estudo, ainda em andamento, analisa a didatização de gêneros textuais digitais
(GTD) em livros didáticos (LD) destinados ao ensino de língua portuguesa (LP) com o
objetivo de avaliar o tratamento dado nesses materiais instrucionais às especificidades
linguísticas desses gêneros e a preocupação das propostas didáticas em promover
práticas comunicativas por meio deles. Para a compreensão dos GTD nos baseamos na
abordagem enunciativa de Bakhtin (2000), que concebe os GT como enunciados
relativamente estáveis desenvolvidos dentro de determinadas esferas da comunicação
humana e gerados de acordo com as necessidades comunicativas de tais esferas. Como
modelo didatização nos orientamos pela proposta de Schneuwly e Dolz (2002), que
concebe um modelo didático de GT que privilegia as características ensináveis dos
gêneros e a comunicação por meio deles. Para a análise descritiva das propostas foram
considerados os seguintes critérios: tratamento das peculiaridades linguísticas dos GTD
e o incentivo das propostas para que o aluno comunique-se por meio do gênero
trabalhado. A análise, até agora realizada, de LD utilizados no ensino médio, e das
propostas didáticas que eles apresentam revela que eles não oferecem amostras
autênticas dos GTD, sendo raras as referências às particularidades linguísticas de
gêneros como fóruns virtuais, chats e e-mails, e que esses gêneros são em muitos casos
abordados de forma descontextualizada e como pretexto para o tratamento de
questões relativas à gramática e ao léxico. Com relação ao estímulo ao uso dos desses
gêneros para a comunicação, foi possível constatar que apenas algumas das propostas
buscam conduzir o aluno à prática comunicativa no meio digital. Essas constatações,
ainda preliminares, implicam a necessidade de que sejam revistos os critérios para a
abordagem de GT em livros didáticos de LP.
Palavras-chave: Gêneros textuais digitais. Didatização. Livro didático.
GOZO EM CENA:
ENCONTROS VIOLENTOS COM O OUTRO
Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB
Hermano de França Rodrigues - UFPB
A pós-modernidade, com seus paradigmas culturais, sustenta e promove subjetivações
cada vez mais negligentes no que diz respeito à adesão à lei, ao Outro, à metáfora
paterna. Há muito, a neurose alquebra-se ante o gozo luxurioso da perversão e, com
esta, assistimos ao espetáculo do ódio e da violência, sem nenhuma resistência. O
cinema, como arte, alberga em seus perímetros representações desse tempo, que nega
a autoridade, desconhece as frustrações e lança ao ostracismo as tristezas. Advém, daí,
nossa proposta de pesquisa: analisar o enquadre cinematográfico, especificamente o
filme Baixio das Bestas, em busca de compreender a correlação entre luxúria (social e
sexual) e violência. Para tanto, recorreremos aos fundamentos psicanalíticos
(pós)freudianos, numa investigação que considera a subjetividade em seus vínculos com
mandamentos da Cultura. A película, em questão, retrata de forma imperativa o
domínio masculino sobre a mulher, a qual é colocada numa posição de fragilidade e
subserviência, tornando-se, assim, um corpo prostituído, em todas as dimensões do
caráter. Em outros termos, o feminino sucumbe ao status de objeto, de fetiche e, nessa
condição, é alvo do desejo mortífero daquele que detém (ou que acredita ter) a sua
posse. Sofre, sem relutar, as investidas de um ódio que não conhece limites.
Palavras-chave: Cinema. Violência. Perversão.
O WALLWISHER/PADLET COMO ESTRATÉGIA DE
ESCRITA DE LÍNGUA INGLESA
Ilanna Maria Izaias do Nascimento - UFMA
Neuma Cristina Andrade Silva Cunha - UFMA
A necessidade de inclusão das novas tecnologias no currículo de letramento e nas
práticas escolares torna-se imprescindível nos dias de hoje, pois estas fazem parte da
vida dos alunos, os quais vivem em um mundo cada vez mais conectado. Dessa forma
esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, de caráter qualitativo, pois investigou o
uso da ferramenta wallwisher/padlet, ferramenta da web 2.0, como estratégia de
ensino-aprendizagem da escrita em Língua Inglesa. O estudo desenvolveu-se com
alunos do curso de Guia de Turismo Integrado ao Ensino Médio do IFMA-Campus
Alcântara, tendo como objetivo a apresentação de um recurso complementar às aulas
presenciais, promovendo a interação entre alunos e professor para o ensino e
aprendizagem da Língua Inglesa, com a finalidade de desenvolver habilidades
linguísticas, principalmente a da escrita e o letramento digital. As análises foram
apoiadas sob a ótica da Teoria da Atividade (TA), PAIVA (2011), MARCUSCHI (2001) e
SOARES (2002). Com base nos conhecimentos adquiridos, pode-se verificar a
integração da Tecnologia da Informação e da Comunicação no ensino-aprendizagem
de inglês, através da socialização da ferramenta wallwisher/padlet, a qual é uma
ferramenta prática para o uso de hipertextos, pois potencializa a leitura e promove uma
escrita colaborativa em meio digital, possibilitando a reflexão e análise dos conteúdos
estudados em sala de aula e melhorando consideravelmente a aprendizagem de Língua
Inglesa devido ao uso da Língua em experiências diversificadas de comunicação
fazendo o aprendiz a ser o autor de seus textos e interagir com os recursos disponível
na web 2.0.
Palavras-chave: Língua Inglesa. Ensino - Aprendizagem de Inglês. Wallwisher/padlet.
Gêneros Digitais.
A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DAS CELEBRIDADES NO INSTAGRAM: O CASO
NEYMAR DURANTE A COPA DO MUNDO DE 2014
Irina Coelho Monte - UFPI
Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro - UFPI
Este é um artigo acerca do contrato de comunicação estabelecido em trocas sociais que
envolvem o perfil do jogador Neymar no Instagram e seus seguidores. Para tanto se
discute as especificidades situacionais (finalidade, identidade, dispositivo) e discursivas
(legitimidade, credibilidade e captação) na qual se inscrevem as postagens produzidas
pelo perfil. O objetivo é compreender a construção destes contratos fundamentados
em uma situação que envolve o futebol, considerado a paixão a paixão nacional, e um
jogador construído não só dentro de campo, mas também a partir da mídia. Do perfil
do jogador busca-se realizar um estudo de caso a partir da imersão neste universo e em
seguida as análises partirão da coleta de dados referentes às postagens no período da
Copa do Mundo, ocorrida entre os meses de junho e julho de 2014. O caminho a ser
percorrido envolve as interações midiáticas na sociedade, passando pelas celebridades
enquanto processos midiáticos até chegar ao discurso, especificadamente, na
Semiolinguística, proposta por Charaudeau (2008). A escolha da perspectiva teórica é
pautada na ideia de que o ato da linguagem ultrapassa as regras da gramática normativa
e torna-se uma peça fundamental para pensar a complexidade que é a vida social.
Serão aliados os fatores psicossociais aos componentes linguísticos para tratar da
subjetividade no discurso como algo indissociável da situação sócio-histórica.
Palavras-chave: Análise do discurso. Celebridades. Redes Sociais.
INTERSECÇÃO ENTRE VIGÍLIA E SONO (SONHO), REALIDADE E IMAGINÁRIO: O
SOBRENATURAL EM A SENTENÇA DE WU CHENG’EM
Irla Fernanda e Silva Soares - UFPI
Tendo em vista que o conto A sentença, de Wu Cheng’em, pertence ao grupo de textos
literários que possuem como marca distintiva o insólito, bem como as reações por estes
suscitadas no leitor implícito, este trabalho discorre sobre a definição dos gêneros fantástico, estranho, maravilhoso – com ênfase na percepção dos acontecimentos
estranhos, por parte do leitor implícito. Nessa perspectiva, este conto utiliza-se do
expediente da Literatura Fantástica, pelo inexplicável (pelo menos racionalmente) da
situação que sustenta a narrativa. Entretanto, não podemos dizer que o conto é
pertencente ao gênero fantástico só pela existência do elemento sobrenatural, afinal de
contas, o que caracteriza o fantástico em uma narrativa não é o sobrenatural
propriamente dito, mas sim a forma como este é percebido no universo textual pelo
leitor implícito, como aponta Todorov (2004). Com embasamento nos estudos do
supracitado autor, Lobo (2012), Nogueira (2007), Santos (2007) e outros este trabalho
objetiva analisar o sobrenatural no conto em questão, levando em consideração tanto a
percepção do insólito como a própria natureza deste, haja vista que na narrativa
trabalhada, o insólito, possui um caráter distinto do habitual. Com isso, se conclui que o
texto analisado é pertencente ao gênero vizinho ao fantástico - o maravilhoso – uma
vez que nos deparamos com um mundo novo em que criaturas sobrenaturais podem
existir, e existem. Estas criaturas são capazes de estabelecer um diálogo como no
mundo humano, e estabelecem; tudo pode se corresponder e se corresponde (ainda
que por ordem sobrenatural), não nos causando nenhuma surpresa, pois tudo neste
mundo é simplesmente belo, ou melhor, maravilhoso.
Palavras-chave: A sentença. Insólito. Fantástico. Maravilhoso.
ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADO POR RECURSOS
TECNOLÓGICOS
Isael da Silva Sousa - UFPI
Carla Mariana Veras Cruz Rodrigues - UFPI
Naziozenio Antonio Lacerda - orientador - UFPI
Os recursos tecnológicos são importantes ferramentas para acentuar as oportunidades
de ensino aprendizagem, bem como a autonomia dos alunos em relação à busca de
novas formas de conhecimento, sendo a escola a instituição responsável por promover
essa educação vamos dar destaque para a contribuição dos recursos tecnológicos e em
especial o computador para uma área mais específica: o ensino de Língua Portuguesa.
Temos como objetivo identificar se o professor de Língua Portuguesa utiliza em sua
prática pedagógica os recursos tecnológicos, destacando a relevância dos mesmos para
o processo de ensino e aprendizagem. Fundamentamos nosso trabalho na visão de
Borges Neto (2011), Silva (2009), Seegger (2012), Oliveira (2000) e outros, que
observam que o uso dos recursos tecnológicos e em destaque o computador nas aulas
de Língua Portuguesa torna o momento de ensino e aprendizagem mais atrativo e
dinâmico, para isso é indispensável que o professor adquira conhecimentos precisos
para saber lidar com as tecnologias em sala de aula como forma de melhor qualificar
sua prática pedagógica. Para realização do trabalho realizamos uma entrevista
semiestruturada com professores de Língua Portuguesa de uma escola Particular da
zona sul de Teresina-PI, realizamos também uma observação efetiva na sala de aula
atentando se o professor utiliza os recursos tecnológicos no momento da aula e qual
sua habilidade em relação ao manuseio dos equipamentos tecnológicos, e por fim,
aplicamos um questionário com os alunos do 1º, 2º e 3º ano efetivamente matriculados
no ensino médio regular da escola privada já citada. Os resultados evidenciam que é
preciso que o professor de Língua Portuguesa tenha objetivos claros e definidos em
relação ao uso dos recursos tecnológicos, pois os mesmos não podem ser utilizados
apenas como um mero passatempo, sem nenhuma intenção, pelo contrário devem
fazer parte do planejamento do professor.
Palavras-chave: Língua Portuguesa. Recursos tecnológicos. Docente.
AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM HISTÓRIA ALEGRE DE
PORTUGAL
Jane Adriane Gandra - UEG
A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação
em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir
os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o
fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim.
Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na
narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas
inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de
repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez
aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela
fundação de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta
narrativa é o fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens
sempre são vistas como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se
elucide questões obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de
Chagas, na opinião de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de
imprimir uma certa vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas
apresentações sobre o assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que
Pinheiro Chagas enlaça o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco
nem rigor histórico, nem o cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito
menos o suspense e o interesse pela estória narrada.
Palavras-chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias.
Público Infantil. Historiografia.
A POESIA INFANTIL E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO
Janete de Jesus Serra Costa - SEDUC/MA
A poesia infantil é o gênero literário em que o eu-poético manifesta o ser, o ver e o
sentir através de arranjos específicos da linguagem literária, que se expressa por meio
da multissignificação, dos recursos estilísticos, do ritmo, da sonoridade, da musicalidade
e da imagística. Nesse sentido, a poesia destinada à infância se apresenta rica e com
temáticas diversificadas, encontrando maior ressonância no espírito infantil porque está
fundamentada na sensibilidade e na fantasia, com ampla exploração dos sentimentos e
da sensorialidade, onde o ritmo e as rimas se coadunam à ludicidade da criança. A
linguagem transpõe os sentidos óbvios e imediatos, impregnada de simbologia e
imagens expressa o não-dito, indo além da racionalidade e do consciente. A partir
desses pressupostos pode-se afirmar que as especificidades da poesia infantil encontram
lugar no imaginário da criança, abrangendo o seu universo de forma lúdica e prazerosa.
Assim, contribui efetivamente para o desenvolvimento da competência leitora, por
conseguinte para a formação do leitor literário, à medida que possibilita a fruição e o
deleite estético. Nessa perspectiva, o presente estudo justifica-se como reflexão teórica
acerca da relevância da poeticidade para a formação do gosto pela leitura literária. Para
tanto, buscou-se em pesquisadores como Colomer (2003), Cosson (2012), Cademartori
(2012), dentre outros, o embasamento da pesquisa bibliográfica que sustenta a
abordagem reflexiva sobre a temática proposta.
Palavras-chave: Poesia infantil. Leitura. Leitor literário.
O EROTISMO NOS CONTOS DE FADAS, DESTECENDO A TRADIÇÃO INGÊNUA
Janete de Jesus Serra Costa - SEDUC/MA
Quem nunca ouviu falar ou não conhece os contos de fadas? Eis um gênero que parece
unir em torno de si as mais diferentes pessoas, crianças e adultos, de todas as culturas,
idades, lugares e etnias. Consagrados como clássicos da literatura infantil universal, os
contos de fadas são atemporais e imodificáveis, portanto, permitem-nos a leitura
polissêmica como uma prática circular que interliga tempos e espaços, autores e leitores
numa comunicação solidária. Perante o onírico, o maravilhoso, o fantástico, o simbólico
e o imaginário desse gênero literário, é possível desvendar questões inerentes à
complexidade do ser humano, porque representam verdades humanas imutáveis. Para
alguns críticos literários é um gênero narrativo que encontra, geralmente, sua fonte
inspiradora na vida, assim, enquanto expressão da condição e existências humanas a
partir de sua linguagem multifacetada e multiplicidade de sentidos transcreve questões
históricas, sociológicas, filosóficas, ideológicas, bem como questões ligadas à
sexualidade. A fim de tratar dessa última questão compreende-se o erotismo como o
velamento, a sugestão e a provocação do desejo sem a exposição dos órgãos genitais,
buscando desconstruir a leitura ingênua e superficial desse gênero literário infantil. Para
o presente estudo selecionou-se a leitura literária dos contos Branca de neve e
Chapeuzinho vermelho (Grimm, 2012), bem como para a pesquisa bibliográfica que
fundamenta a crítica literária os postulados teóricos de Alberoni (1997), Corso (2006),
Chauí (1998), Bettelheim (2007), dentre outros.
Palavras-chave: Contos de fadas. Erotismo. Sexualidade.
IMAGENS DO NARRADOR E LEITOR
DE O PEQUENO PRÍNCIPE
Janeffer Desselman - UEPG
Publicado originalmente em 1943, nos Estados Unidos, e em 1946 na França, O
pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, pode ser considerado um “best-seller
duradouro” devido as inúmeras reedições que recebeu desde a sua primeira
publicação. Segundo Ana Elisabeth Cavalcanti (2011, p.12) já foram vendidos mais de
200 milhões de exemplares de O pequeno príncipe no mundo todo, desde o seu
lançamento. Ainda de acordo com a articulista, a obra foi eleita como o melhor livro de
literatura do século XX em uma enquete realizada junto a leitores franceses. Visto por
muitos leitores como obra destinada para crianças, O pequeno príncipe é alocado em
muitas livrarias nas estantes destinadas à literatura infanto-juvenil. Acreditamos, no
entanto, que o texto também se destina aos leitores adultos. De acordo com Michel
Quesnel, Exupéry inaugura um tipo singular de escrita com O pequeno príncipe.
Portanto a obra ultrapassa a simples divisão entre literatura infantil e literatura para
adultos. Quem seria então o leitor visado por esse texto? A criança? O adulto? São essas
as questões que motivaram o presente trabalho, fruto da pesquisa de conclusão de
curso. O objetivo não é estudar os leitores de carne e osso que a obra atingiu ao longo
dos últimos 70 anos, mas observar através do próprio texto, o leitor inscrito na própria
narrativa. Para tal, analisaremos as imagens do leitor de O pequeno príncipe e o
narrador, considerando-o na complexidade que o divide entre adulto e criança.
Palavras-chave: leitor; narrador; criança; adulto
PSICOLOGIA E LITERATURA:
O RESGATE DE UM DIÁLOGO ESQUECIDO
Jefferson Maciel Moraes Gomes - UFMA
Jean Marlos Pinheiro Borba – orientador - UFMA
A literatura tem como uma de suas características a capacidade de descrever e permitir
ao leitor um contato privilegiado com as vivências humanas. A partir de tal prerrogativa,
os textos literários deveriam ser apreendidos enquanto claros recursos de reflexão e
compreensão do ser humano – especialmente no curso de Psicologia, o qual está
atrelado ao cuidado com o que pertence pura e essencialmente ao homem. Porém, em
vez de uma aproximação, o que tem sido notado é um distanciamento e
estranhamento acerca da interface Psicologia-Literatura. Diante disso, propõe-se um
debate sobre o resgate e fortalecimento dos diálogos, evidentemente possíveis, entre
Psicologia e Literatura, por intermédio do suporte orientador da Fenomenologia do
filósofo alemão Edmund Husserl. Para tanto, é exposto, por meio de algumas das ideias
de pensadores da Psicologia, das Letras e Literatura, as maneiras através das quais esses
campos de sabedoria podem interagir e dialogar em favor, sobretudo, da ampliação das
possibilidades de se compreender o fenômeno (psicológico) humano.
Palavras-chave: Psicologia. Literatura. Fenomenologia. Fenômeno Humano.
REALIDADE E FICÇÃO EM CRÔNICA DE UMA
MORTE ANUNCIADA
Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos que levam o leitor a
confrontar a realidade e a ficção no romance Crônica de uma Morte Anunciada, do
escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, publicado em 1981, analisando as
características do enredo e destacando até que ponto pode-se confirmar a veracidade
dos fatos apresentados e em que momento os artifícios literários são utilizados para
compor a obra de forma fictícia, partindo de alguns trechos da obra que apresentam
semelhanças entre o enredo da história e fatos reais colhidos pelo o autor. Neste
estudo, analisaremos ainda elementos voltados para as construções mentais
identificadas com período medieval presentes na obra, descritos especialmente através
dos personagens Pedro e Pablo Vicário, que através do assassinato do protagonista
buscam lavar a honra da família. Realizamos este trabalho mediante leitura da obra em
questão, confrontando com escritos biográficos sobre o autor, bem como estudos que
versam sobre os conceitos de realidade e ficção nas criações literárias. Como
embasamento teórico utilizamos trabalhos dos autores Saldivar (2000), Ferreira (2009),
Coutinho (2008), Gallagher (2009), Hamburger (1975), entre outros. Como resultado
parcial do estudo, podemos evidenciar o fato de que o autor, através dos artifícios
literários, une aspectos ficcionais e factuais de forma que aproxima o seu trabalho como
jornalista e como literato.
Palavras-chave: Realidade. Ficção. Garcia Márquez.
POESIA E MEMÓRIA EM O MAPA DA
TRIBO DE SALGADO MARANHÃO
João Batista Sousa de Carvalho - UESPI
Elio Ferreira de Sousa – orientador - UESPI
O presente artigo tem o objetivo de analisar a relação do homem com a temporalidade
e com a memória na poesia do poeta caxiense Salgado Maranhão, tendo como
referência poemas selecionados a partir da obra O mapa da tribo, editada em 2013. O
sujeito humano na contemporaneidade se vê diante da constante necessidade de
revisitar sua história pessoal e coletiva, utilizando-se, para tanto, da memória, que se
apresenta como um importante mecanismo de reinterpretação e reconfiguração do ser
e do tempo. Busca-se verificar que circunstâncias do universo individual e social do
momento presente do sujeito lírico estão relacionadas com a evocação do passado e
com o impulso de retorno às origens. A análise também se volta para questões de
identidade, haja vista o forte esforço de autoafirmação de um sujeito lírico movido pelo
desejo de construção de uma mitologia pessoal, revelando, assim, sua singularidade no
mundo e ao mesmo tempo seu pertencimento a um grupo étnico e social marcado
historicamente pela resistência contra a injustiça, o silenciamento e o esquecimento.
Verificar-se-á ainda como a memória poética é articulada conforme as intenções do
autor, enfim, como a linguagem da poesia se apresenta nesse jogo de memória e
identidade. O referencial teórico se apoia em Bosi (2000), Candau (2012), Halbwachs
(2004), Pedrosa (2011), dentre outros.
Palavras-chave: Memória. Poesia. Salgado Maranhão. O mapa da tribo.
O CIDADÃO DE BEM:
O DISCURSO JURÍDICO E A CONSTRUÇÃO DAS SUBJETIVIDADES EM BLOGS
João Carlos da Cunha Moura - UNDB
Este trabalho pretende ser uma forma de analisar a constituição de uma figura social a
partir dos discursos presentes na sociedade, em especial o discurso jurídico. Chama a
atenção o fato de ser o “cidadão de bem” uma identidade almejada, no sentido de
“querer ser”. O objetivo é investigar a construção da identidade do “cidadão de bem”,
figura do discurso jurídico que surge como a identidade a ser constantemente
alcançada, a partir do estudo das formas de subjetivação dos sujeitos estabelecidos em
notícias e comentários de blogs (na internet), dentro da análise do discurso
foucaultiana. Traçado esse pequeno espaço no qual se apresentam os sujeitos falantes,
analisa-se um caso de grande repercussão no meio social e, consequentemente, virtual,
ocorrido em São Luís, Maranhão: uma mulher dispara com arma de fogo contra um
indivíduo que lhe tenta roubar um montante em dinheiro na porta de um banco. A
metodologia consiste em comparar a notícia conforme veiculada em dois blogs de
grande acesso na cidade, bem como de um portal de notícias de acesso de massa, no
qual o texto espera-se passar por filtros intermediários, como editores, redatores etc.,
com espaço para comentários sobre a notícia.
Palavras-chave: Cidadão de bem. Identidade. Discurso. Internet.
SANGUE X ESTADO, EM ANTÍGONA, DE SÓFOCLES:
LAÇOS SANGUÍNEOS PARA ALÉM DO ATÉ
Joaquim Lopes da Silva Neto - UFPI
O presente trabalho visa desenvolver uma discussão sobre os aspectos da transgressão
do limite presente no conflito entre o sangue (aspecto familiar – Antígona) e o Estado
(Pólis – Creonte), na tragédia grega Antígona, de Sófocles. Será dedicado a este
trabalho, entender que laços de sangue, Antígona usou como argumentos para ousar
desafiar o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando entendimentos lacanianos,
dentre outros teóricos que debruçaram seus estudos em função desta narrativa trágica.
O suporte para esta análise está embasado nos estudos de Jacques Lacan, ao passo que
será abordado um viés psicanalítico, bem como de Bárbara Freitag, para entendermos
se a filha de Édipo é considerada vítima ou heroína dentro do mundo trágico de
Sófocles. Pretende-se, portanto, uma reflexão sobre um olhar não feminista na tragédia
de Sófocles, ainda que o confronto entre Antígona e Creonte seja, na maioria dos
estudos, considerado uma espécie de revolução feminina, principalmente nos aspectos
gregos vigentes na época em que a contenda fora travada. O foco desse trabalho é
refletir sobre a tragédia num ponto de vista do desejo de Antígona contra o desejo de
Creonte. A ser lembrado que ela defende até a sua morte a consumação em honrar sua
família (laços sanguíneos) através do sepultamento do irmão Polinices, enquanto
Creonte, seu tio, defensor da lei do Estado, busca o cumprimento arbitrário das
prerrogativas legais e uma espécie de vingança pelo sobrinho que traíra, em sua
opinião, a pátria. Assim sendo, entender-se-á que laços de sangue, Antígona usou como
argumentos para ousar desafiar o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando
entendimentos lacanianos, dentre outros teóricos que debruçaram seus estudos em
função dessa narrativa trágica.
Palavras-chave: Antígona. Lacan. Tragédia. Sófocles.
O DESPERTAR DA MULHER: UMA ANÁLISE DA CONQUISTA DA MATURIDADE E
DO ENCANTO FEMININO EM RESTOS DO CARNAVAL,
DE CLARICE LISPECTOR
José Geraldo da Silva - UFV
Aparecida Ribeiro - orientadora
Falar da conquista da maturidade é falar de caminhos, é falar da travessia entre fases da
vida. É em um desses caminhos que ganha vida a personagem feminina de Clarice
Lispector, em seu conto “Restos de carnaval”. Em um momento em que os sentimentos
se afloram, ela encontra, no ambiente carnavalesco, um terreno fértil para sua
afirmação pessoal e libertação de sonhos e fantasias. Falar de encanto é falar de uma
menina com sonhos de mulher. É falar de uma mulher com aspecto e medos de
menina. É falar de beleza em construção. Beleza externa e beleza interna. Beleza que
precisa ser fecundada e que não acontece sem a atmosfera adequada, sem a interação
social. A personagem trava intenso diálogo consigo mesmo e com a sociedade
complexa que a envolve como um útero, visando a sua libertação e sua transformação.
Analisar a personagem de Restos de Carnaval é perceber a metamorfose que cada
mulher enfrenta para se aflorar. É como ver bem de perto e com riqueza de detalhes, o
desabrochar de uma rosa. O encanto também se faz presente na festa do Carnaval.
Cores, música, acessórios e personagens vão costurando a identidade da meninamulher. A própria roupagem da personagem, feita de restos, é símbolo das várias
marcas presentes na figura feminina e porque não dizer, na mulher brasileira.
Palavras-chave: Conquista. Maturidade. Encanto. Mulher.
DISCURSO E REPRESENTAÇÃO DA MEMÓRIA NO TEXTO LITERÁRIO:
MUTUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO ROMANCE SINFONIA EM
BRANCO, DE ADRIANA LISBOA
José Ivan Bernardo Andrade - UESPI
Raimunda Celestina Mendes da Silva – orientadora - UESPI
A representação da Memória do trauma a partir da elaboração de um discurso cujo
dialogismo é instaurado como um jogo entre autor e leitor, marcado pelos implícitos
que desafiam constantemente a imaginação dos leitores no processo de construção de
sentidos. Assim é o romance Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa, cuja narrativa
conta a trajetória de vida das personagens Clarice e Maria Inês. No centro dos
acontecimentos está o estupro sofrido pela primeira e testemunhado pela segunda. O
evento gera um trauma nas duas irmãs, marcando suas vidas e determinando como elas
se relacionariam com o mundo e com a família. Pretende-se abordar o discurso
literário presente na referida obra como ato de enunciação mútua, percebendo o papel
dinâmico do leitor nos processos de construção de sentidos a partir dos vestígios e
indícios textuais indicados pela autora. O principal objetivo dessa comunicação é
contribuir para uma reflexão crítica sobre o discurso literário como ato cooperativo, no
qual autores e leitores estão envolvidos numa relação dialógica, dentro de um
específico plano de conteúdo e de expressão. Em suma, considerando a estética da
recepção, será evidenciado que o ato de ler torna-se uma espécie de elaboração.
Algumas abordagens (MAINGUENAU, 1996; BAKHTIN, 1993; BERGSON 1999; ECO,
1985; JAUSS, 1994; FREUD, 2013) serão revisitadas, no sentido de ampliar as reflexões
sobre leitura literária, reconhecendo-se as possíveis conexões entre literatura e
elementos da filosofia, da psicanálise e análise do discurso.
Palavras-chave: Literatura. Leitor. Memória. Discurso
O CRIME DO PADRE AMARO:
DA LINGUAGEM LITERÁRIA À CINEMATOGRÁFICA
Bárbara Ruth Silva Barbosa - UFMA
Thaiane Alves Mendonça - UFMA
Este trabalho visa realizar um estudo comparativo entre o romance O Crime do Padre
Amaro, de Eça de Queirós, e sua adaptação para o cinema, o filme que leva o mesmo
nome, do diretor Carlos Carrera. Comparando a mesma história, apresentada em
linguagens diferentes, livro e filme, verificamos quais são os pontos de aproximação e
de distanciamento da linguagem, levantando questões como: a relação entre literatura
e cinema; a adaptação do texto literário para o roteiro cinematográfico; os aspectos
técnicos da linguagem cinematográfica (enquadramento, movimentos da câmera,
focalização, diálogos, trilha sonora, entre outros), procurando evidenciar o modo como
a linguagem literária e seus recursos narrativos foram transpostos para o cinema. A
análise revela que a adaptação cinematográfica transporta a trama para espaço e época
diversos, fazendo necessárias mudanças de conflitos e temas, mas que no essencial
mantém-se fiel ao texto queirosiano, demonstrando que os gêneros não se repelem:
aproximam-se, ampliando as possibilidades de leituras significativas.
Palavras-chave: O Crime do Padre Amaro. Linguagem literária. Linguagem
cinematográfica
AS TEMÁTICAS INUSITADAS NA PROSA FICCIONAL
DE JOSÉ EWERTON NETO
José Ribamar Neres Costa - UFMA
Nas letras brasileiras, há alguns autores cujas narrativas podem ser consideradas
inusitadas pelo seu teor, pelos assuntos tratados. É o caso, por exemplo, de Erico
Verissimo (Incidente em Antares), Jorge Amado (A morte e a morte de Quincas Berro
Dágua), Murilo Rubião (O Pirotécnico Zacarias) e J.J. Veiga (Os cavalinhos de
Platiplanto). No Maranhão, poucos são os prosadores que se dedicam a narrações com
temáticas que possam ser consideradas inusitadas, ou seja, que fujam à expectativa
primeira do leitor, levando-o a uma realidade que destoe do senso de normalidade
aceitável pela maioria das pessoas. Entre esses autores estão José Sarney, Ariel Vieira de
Morais e José Ewerton Neto. Poeta, cronista, romancista e contista, Ewerton Neto se
notabiliza em sua prosa por retratar situações e personagens que fogem ao comum,
como é o caso de um demônio que inventa um suco que dá prazer sexual às mulheres
(O Infinito em suas mãos), um homem que ganha a vida “suicidando” pessoas cm
problemas (O Ofício de Matar), um cidadão que passa a conviver maritalmente com
uma porca (A morte dos Mamonas Assassinas e outros contos), um homem obcecado
por encontrar alguém com quem é sempre confundido (Ei, você conhece Alexander
Guaracy?), um narrador representado por um artefato para o prazer feminino (A ânsia
do prazer) são alguns dos temas abordados por esse autor. Neste trabalho não se
pretende fazer diferenças entre as teorias do realismo mágico, maravilhoso, fantástico
ou extraordinário, mas apenas comprovar com base em alguns autores que o autor
apresenta características que remetem à ideia do inusitado.
Palavras-chave: Literatura maranhense. Prosa contemporânea. Narrativas inusitadas
O CULTO E O INCULTO, DE ORICÃO A CODÓ:
VARIAÇÕES SOCIOCULTURAIS EM O ANJO DO QUARTO DIA
José Robson do Nascimento Santiago - IFPB
Maria do Socorro Silva de Aragão - orientadora
Neste trabalho nos propomos a identificar as variações socioculturais nas falas das
personagens do romance O anjo do quarto dia, de Gilvan Lemos. Partimos de
pressupostos segundo os quais a língua varia de acordo com diversos critérios de
amostragem numa pesquisa sociolinguística. Neste sentido, tomamos por base as teorias
de Coseriu (1987) sobre as tarefas da sociolinguística, quando fala das variações
diastráticas e diafásicas; as considerações de Aragão (2005) sobre a relação linguagemcultura e consideramos também o que preceitua Preti (1992) sobre os níveis de fala,
compreendendo, além disso, a língua como reflexo da cultura de um povo, que nesse
caso é o do agreste pernambucano. Para verificar tal diversidade, selecionamos falas
dos personagens Oricão, Amísio, Codó e suas tias. Essas falas representam usuários da
língua com diferentes níveis de escolarização, classes sociais, sexo e idades. Nelas
buscamos vocábulos que reflitam a estrutura sociocultural da localidade onde ocorre a
história contada na obra, cidade fictícia do Logrador. Este trabalho é, na verdade, uma
amostragem preliminar de uma pesquisa de doutorado, que visa contribuir para estudos
sobre os falares regionais registrados em obras literárias do Nordeste. Um dos objetivos
da pesquisa busca, portanto, a identificação de varações diastráticas nas falas das
personagens e outro visa a verificar variações de estilo de um mesmo personagem
conforme a situação.
Palavras-chave: Variação. Falares regionais. Literatura nordestina. Sociolinguística.
ITINERÁRIOS CULTURAIS VIVENCIADOS PELOS PROFESSORES DA REDE
MUNICIPAL DE ENSINO DE SÃO LUÍS-MA
Joseane Cantanhede dos Santos - UFMA
A cultura representa componente indispensável para a composição da memória
coletiva de uma nação. Assim, esta pesquisa estuda as representações culturais dos
professores que atuam no 1º e 2º ciclo do ensino fundamental das escolas municipais
de São Luís – MA. Além de refletir sobre os caminhos trilhados na descoberta de
informações, elaboração do conhecimento, leituras individuais e coletivas, assim como
a visitação/familiaridade com os diversos espaços de cultura e de memória (bibliotecas,
museus, galerias de artes, praças, teatros, cinemas e outros acervos/bens culturais de
caráter físico), exaltando a experiência vivida, que se manifesta na linguagem, nas
tradições, nos modos que utilizam esses bens e espaços de cultura. Fez-se uso de
narrativas autobiográficas com a amostra de seis professores. Evidenciam-se os saberes
vivenciados pelos professores enquanto aluno/formação escolar, relação com a família,
vida social e cultural. Ao analisar as práticas educativas sob um ângulo social e cultural,
a partir da sua trajetória de vida pessoal e profissional, este professor é convidado a
reconhecer-se como sujeito histórico, direcionando sua história cotidiana para a
autorreflexão e a produção de memórias, muitas vezes esquecidas, silenciadas, não
estimuladas, inibindo a construção de processos formativos e autoformativos. Foi
possível averiguar que a formação de professores na perspectiva cultural apresenta
desafios, descompassos ideológicos, metodológicos, dificultando ações mais concretas
dos educadores em sua prática diária. As limitações/restrições relatadas pelas
professoras no processo de uso e acesso aos espaços de memória e cultura existentes na
cidade nos leva à reflexão de quão necessário é promover a ampliação do repertório
cultural dos professores, para que possam propiciar uma rica mediação cultural entre
seus alunos.
Palavras-chave: Prática docente. Acervo cultural – professores. Memória – professores.
ENTRE O DESEJO PROIBIDO E O AMOR: HAMLET NUMA LEITURA FRONTEIRIÇA
ENTRE LITERATURA E CINEMA
Joseane Mendes Ferreira - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão - orientador - UFPI
O presente trabalho trata de uma análise comparativa entre literatura e cinema, tendo
como foco os desejos de Hamlet, personagem da obra homônima. Hamlet é
considerada por muitos críticos a peça de maior esplendor do dramaturgo inglês
Shakespeare. Ela tem por data o ano de 1601 e embora tenha sido estudada por muito
tempo, por abordar temas atemporais, ainda oferece espaço para outras reflexões.
Compreende-se que Hamlet se apresenta, mais de quatro séculos após sua criação,
como um texto atual, recriada muito comumente por outras formas de arte, a exemplo
do cinema. Nesse estudo, será discutida a relação de Hamlet diante de dois de seus
objetos de desejo: a mãe e Ofélia, objetivando relacionar a obra literária de
Shakespeare à adaptação fílmica, de 1990, também intitulada Hamlet, do diretor
italiano Franco Zeffirelli. O filme recria o texto original através de uma sequência direta
de trechos selecionados que melhor se adequam ao apelo imagético do texto fílmico. A
pesquisa, de caráter bibliográfico, está fundamentada à luz da psicanálise nas teorias de
Lacan. Também foram realizadas análises intersemióticas entre os textos literário e
fílmico. Com o foco de estudo que o trabalho privilegiou, percebe-se que em ambos os
textos, literário e fílmico, Hamlet aparece envolto ao complexo de castração e que
tanto a mãe quanto Ofélia são objetos que faltam a Hamlet. Conclui-se que Hamlet
perde a mãe e Ofélia respectivamente para o tio e para a morte e consequentemente
não realiza nem o desejo e nem o amor.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Desejos. Hamlet
REPRESENTAÇÕES POLÍTICAS NO DISCURSO MÍDIATICO:
A CONTRIBUIÇÃO DO HUMOR PARA A CARACTERIZAÇÃO DO CANDIDATO
Antonio Wilson de Andrade Silva - UFPI
Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI
O presente trabalho se propõe a analisar a relação entre o discurso midiático e o
discurso político, levando em consideração que este se subdivide em discurso
humorístico, que também é levado em conta na execução deste trabalho. Para isso,
serão analisados os vídeos da campanha eleitoral do candidato Firmino Filho nas
eleições para prefeito de Teresina em 2012. Os vídeos não eram exibidos tão somente
durante a propaganda eleitoral gratuita, mas durante a grade da programação dos
canais locais. Eles tinham o objetivo de usar o humor para que as farpas políticas fossem
suavizadas ao telespectador, fazendo com que o candidato Firmino Filho tivesse uma
boa imagem perante a população, proporcionando a degradação do candidato da
oposição. Para chegar ao objetivo, serão levados em conta os pressupostos de Patrick
Charaudeau em suas obras Discurso midiático e Discurso político onde afirma que a
política se utiliza da mídia de forma que o telespectador crie fidelidade com o
candidato. Nos vídeos observaremos aspectos de persuasão, posturas ideológicas e a
participação do discurso humorístico, que conjuntamente com os outros elementos
semiolinguísticos, contribuem de maneira positiva nas propostas do candidato. Com
isso, percebemos que o discurso humorístico complementa o discurso político que
utiliza o discurso midiático como forma de afirmação de sua postura.
Palavras-chave: Discurso midiático. Discurso político. Humor.
LENDO GABRIEL GARCÍA MARQUEZ:
OPERADORES DE LEITURA NARRATIVA E CRITICA FEMINISTA EM CRÔNICA DE
UMA MORTE ANUNCIADA
Jessica Monteiro de Sousa Pereira - UFPI
Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI
Tendo como embasamento teórico Teoria Literária: abordagens históricas e tendências
contemporâneas, Bonnici e Zolin (2009), a presente comunicação pretende estabelecer
um diálogo entre a obra Crônica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez,
e a crítica feminista propagada por Kate Millet em Sexual Politics (1970), ao tempo em
que utiliza os operadores de leitura da narrativa reunidos por Arnaldo Franco Júnior
(2009) para ler a obra de Márquez. Para consecução do objetivo, pretende-se
apresentar uma reflexão fundamentada na mediação entre os pressupostos do
Formalismo Russo e do Pós-Estruturalismo. Como metodologia de trabalho discorre-se
sobre o enredo da obra aqui analisada; segue-se para a discussão sobre os aspectos de
maior importância da narrativa, acentuando os momentos de clímax, de modo a
melhorar a análise interpretativa do texto; e por fim, disserta-se sobre a polêmica
envolvendo o patriarcalismo contido no texto, apresentado na forma de uma síntese
crítica feminista, bem como suas influências e a percepção de uma tendência já
principiada a sua suplantação. Com isso, pretende-se demonstrar como García
Márquez utiliza os aspectos narrativos para prender o leitor à obra e como estes
aspectos dialogam com temáticas de valores relacionados à honra e a vingança,
encaixando-se assim, nos temas de obras pós-moderna.
Palavras-chave: Tendências. Feminismo. Pós-moderna.
OBRAS DO DIABINHO DA MÃO FURADA:
DO FANTÁSTICO À REALIDADE MEDIEVAL
Karine Macêdo Freitas – UFPI
Luciana Talita Mágulas Pereira – UFPI
Alcione Corrêa Alves - orientador – UFPI
O presente trabalho propõe uma interpretação das concepções medievais
predominantes no século XVIII, disseminadas pela Igreja Católica, a respeito da figura
do diabo e do cristão genuíno, na novela Obras do Diabinho da Mão Furada. Embora a
autoria da obra seja questionada, concordamos com a maioria dos especialistas, que a
autoria de fato é de Antônio José da Silva, uma vez que, é possível identificar
características do mesmo dentro da obra. A fim de criticar a sociedade, os valores éticos
e morais da época, o autor recorreu ao fantástico, mesclando o cômico e o irreal,
aspectos estes que nortearam esta pesquisa. Partindo desses pressupostos, o presente
estudo objetiva identificar o processo de construção identitária das personagens
protagonistas, o soldado Peralta e seu companheiro endiabrado. Para tanto,
proporemos uma análise da obra sob a ótica da Teoria da Residualidade, tal como
proposta por Roberto Pontes (2006): segundo o autor, nada na cultura e na literatura é
original, mas remanescente e logo, residual. Como resultado parcial do estudo,
podemos perceber que Antônio José da Silva une aspectos fantásticos e factuais como
artifício na construção da identidade de suas personagens. A presente investigação foi
desenvolvida no âmbito do Projeto de Pesquisa Teseu, o labirinto e seu nome,
atualmente contemplada com financiamento do edital Pibic/ CNPq-AF 2013/2014.
Palavras-chave: Obras do Diabinho da Mão Furada. Construções identitária.
Fantástico.
DO NÃO-VERBAL AO VERBAL:
O CINEMA MUDO COMO RECURSO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Fábio Henrique Pereira - UFMA
Keila de Jesus Ribeiro Araujo - UFMA
Mônica da Silva Cruz - orientadora - UFMA
Pesquisas têm demonstrado que práticas de leitura e escrita podem ser estimuladas
pelo contato dos alunos com distintos gêneros textuais, isso porque sua estrutura
organizacional permite trabalhar a maioria das questões relativas à língua, em todos os
seus aspectos (MARCUSCHI, 2008). Neste trabalho, apresenta-se um relato de
experiência de práticas de ensino de leitura e produção textual elaborada a partir do
filme “Tempos Modernos”, de Charles Spencer Chaplin (1936). Compreendido como
um gênero discursivo (BAKHTIN, 2010), o filme possibilita aos educandos a ampliação
da percepção de mundo, a realização de suas próprias leituras, discussões a respeito
dos temas apresentados nesse tipo de produção artística, e ainda desencadeia ideias,
que ao serem redigidas, passam a expressar o entendimento do escritor acerca de
determinados temas, colocando-o sempre dentro de uma ordem discursiva. O discurso,
na visão de Fernandes (2008), é um objeto constituído pela língua, história e por
ideologias. Tendo em vista esses aspectos, analisam-se redes discursivas (intertextos e
interdiscursos) que atravessam o dizer dos alunos em suas produções textuais, no
Projeto de Extensão Entretextos, do DELER-UFMA. A pesquisa volta-se para a análise de
quatro produções escritas, selecionadas aleatoriamente. Utilizaremos como
pressupostos teóricos os estudos de Bakhtin (2010), Marcucshi (2008) e Fernandes
(2008).
Palavras-chave: Cinema. Produção Textual. Discurso.
MARANHÃO 70: MEMÓRIA E CINEMA SUPEROITISTA
Leide Ana Oliveira Caldas - UFMA
O presente estudo busca discutir as manifestações de produções de realizadores
maranhenses de cinema da estética superoitista na década de 1970, através de uma
abordagem cultural. O ponto de partida da problematização configura-se na
perspectiva singular de uma história “recente” ou do “Tempo Presente” da história do
Maranhão, permitindo-nos contactar pessoalmente com “testemunhos diretos”,
personagens importantes na construção da memória do “fazer fílmico” específico,
localizado e colocado em evidência na contramão do esquecimento/silenciamento em
relação aos discursos fílmicos hegemônicos de identidade no Brasil no período citado.
O olhar empírico volta-se a uma tarefa de tecer e discutir uma memória da atividade
cinematográfica local através de interpretações de mundo e de olhares no tempo e
espaço das produções e seus autores, constituindo fontes inesgotáveis na correnteza da
história. Para tal atuação metodológica temos como perspectiva os autores Pollak e
Hall. O uso da câmera Super 8 passou a ser uma posição político-estética artística
conhecida como estética superoitista no Brasil, passando de objeto de consumo a
ferramenta de democratização de expressão artística amadora ou alternativa em relação
às produções profissionais de 35mm (cinema) e 16mm (televisão). A intencionalidade
maranhense de produção cinematográfica parte discursivamente da década referida.
Todos se enquadram na categoria curta-metragem, logo podemos detectar essa
experiência cinematográfica como parte estética e espaço de gêneros e suas linguagens.
Através de entrevistas com realizadores e acesso a levantamentos sobre os temas das
obras, percebe-se explicitamente a realização destas com discursos experimentais e
documentais de cunho social e ficcional.
Palavras-chave: História. Cinema. Memória. Superoito. Identidade.
SØREN KIERKEGAARD E O PROBLEMA DA EXISTÊNCIA NO ROMANCE O RETRATO
DE DORIAN GRAY DE OSCAR WILDE
Leonardo Silva Sousa - UFMA
Luciano da Silva Façanha - orientador
A presente comunicação tem como objetivo analisar a personagem Dorian Gray,
principal figura do romance O retrato de Dorian Gray do escritor Irlandês Oscar Wilde
(1854 —1900) junto á filosofia existencial do pensador dinamarquês
SörenAabyeKierkegaard (1813 – 1855). Através de conceitos como desespero, estádio e
angústia do filósofo existencialista, será feita a análise reflexiva acerca da personagem
principal do romance de Oscar Wilde: Dorian Gray, um jovem rapaz orgulhoso,
arrogante e narcisista, que ama a si próprio mais do que tudo situado em uma Londres
Vitoriana, recheada de valores puritanos. Através da reflexão filosófica em Kierkegaard,
analisarei a existência da personagem que se direciona para a estética, um dos diversos
estádios de vida segundo o legado do filósofo existencialista, através de obras do
filósofo como Conceito de Angústia, Diário do Sedutor e Desespero Humano (Doença
até a morte). O esteta é constantemente ameaçado pelo sentimento de tédio e por isso
tenta de forma desesperada alimentar os sentidos, direcionando sua vida para a intensa
satisfação dos sentidos e da alma. A busca estética pelo novo conduzirá este esteta a
um conflito consigo mesmo, direcionando o indivíduo ao que Kierkegaard chama de
doença mortal: O sentimento de inadequação e desequilíbrio existencial.
Palavras-chave: Estético. Desespero. Angústia. Esteta.
UM CONTO QUE SE CONTA:
A SIMBOLOGIA EM BRANCA DE NEVE, DOS IRMÃOS GRIMM
Letícia França Lemos - UFMA
Maura Cristina de Melo Silva - orientadora - UFMA
A literatura infantil e juvenil é considerada muito importante, por oferecer uma série de
conteúdos que possibilitam às crianças e aos jovens o contato desde cedo com a
literatura. Há diversos representantes, dos quais se podem citar os Irmãos Grimm,
bastante conhecidos pelos vários contos que compilaram, que sempre levam uma lição
e até hoje continuam sendo apreciados por muitas pessoas. Dentre estes, pode-se
mencionar Branca de Neve que se tornou muito conhecido, com várias adaptações,
inclusive para o cinema. Percebe-se que esse conto apresenta um valor humanitário,
visto que nele estão presentes alguns sentimentos, como por exemplo, o amor e a
bondade; além disso, possui muitos símbolos durante toda sua condução, sendo que
cada um deles retrata uma característica importante para o entendimento do enredo.
Os símbolos permitem que o tema abordado transmita um maior sentido, eles
constituem parte fundamental no conto e estabelecem ligação com as personagens e
com os fatos que ocorrem. Tendo em vista a grande importância da simbologia na
literatura, o trabalho em questão tem como objetivo analisar os símbolos do conto
Branca Neve, a fim de proporcionar uma relação com os acontecimentos que giram em
torno da narrativa e deixar visível que, quando realizada uma leitura simbólica, a
interpretação se faz mais significativa.
Palavras-chave: Branca de Neve. Simbologia. Interpretação.
VOZES SILENCIADAS EM DÍAS Y NOCHES DE AMOR Y DE GUERRA DE EDUARDO
GALEANO
Liana Márcia Gonçalves Mafra - UEMA/IFMA
José Henrique de Paula Borralho - UEMA/PPGHEN
A proposta objetiva apresentar histórias vividas em épocas de violência e repressão
presentes na obra Días y noches de amor y de guerra, do escritor uruguaio Eduardo
Galeano, estabelecendo um diálogo entre literatura, história e memória, demonstrando
que a literatura latino-americana ficou marcada pelo terror e intolerância dos regimes
ditatoriais na América Latina. A obra será explorada no ponto de vista dos sujeitos
dominados – vencidos – não contemplados pela versão oficial da História, pois Galeano
narra histórias e resgata a memória dos “anos de chumbo” na América Latina, tecendoas com os fios de sua experiência pessoal, social e política. E como Walter Benjamin,
compreende que se deve ouvir e saltar os “ecos de vozes que emudeceram”. Assim,
Días y noches de amor y de guerra relata em suas micronarrativas a repressão, a
violência do Estado e as consequências das ações ditatoriais sobre os cidadãos do
Uruguai, país de origem de Galeano, mas não se limitam a esse contexto, pois o
cenário extrapola o âmbito uruguaio para se tornar uma experiência comum aos países
latino-americanos, trilhando e ultrapassando caminhos que representarão as
consequências das ações ditatoriais da América Latina – abuso de poder, exílio,
censura, atos avassaladores de agressão aos direitos políticos e sociais, perseguições,
torturas e mortes não esclarecidas –, bem como as contradições da História e a
fragilidade da memória na preservação dos acontecimentos. A memória, defendida nos
escritos de Galeano, impede que a verdade se oculte, resgatando-a através da voz dada
aos povos afetados pelo tempo histórico; vozes silenciosas e silenciadas, considerando
que para o autor a voz do oprimido continua soando no tempo, até que alguém ouça,
a resgate e a apresente para a posteridade: “Para os navegantes com desejo de vento, a
memória é o ponto de partida”.
Palavras-chave: Literatura. Memória. Eduardo Galeano.
A EXISTÊNCIA FEMININA EM UM CONTO DE CLARICE LISPECTOR
Lígia Maria Aguiar Souza - UFPI
Propomos analisar a personagem feminina Ana do conto Amor de Clarice Lispector
pela perspectiva existencialista através de sua situação narrada ao longo do texto.
Percebemos nesse conto que à Ana, cabe a reprodução, o cuidado com a casa, filhos e
esposo, esse conjunto de atividades que é compreendido como uma obrigação
feminina, advinda da sua natureza de mulher. Ana tem uma vida rotineira, ela escolheu
agradar às outras pessoas, ela é reflexiva e introspectiva. Ela está totalmente livre, é a
única responsável pelo que faz de si mesma. Ela é levada pela situação que ela mesma
se submeteu, ela age de maneira extremamente correta com a família e com o lar, ela é
exilada no seu próprio ser. Necessita-se frisar que destacaremos no decorrer deste
trabalho características existenciais nessa personagem e enfatizaremos como Ana se
sente em relação a sua importância no mundo quando ela olha para si mesma diante
da sua realidade. Para discorrermos sobre o assunto proposto, teremos como base os
pensamentos de Satre (1970) quando ele afirma que o ser humano é o conjunto dos
seus atos. E Beauvoir (1970) quando ela define de maneira singular a situação da
mulher que tem como todo ser humano, uma liberdade autônoma. É válido ressaltar
ainda que este trabalho também servirá como fonte de pesquisa para estudos
posteriores.
Palavras-chave: Ana. Existencialismo. Mulher
A TRANSFORMAÇÃO DE GREGOR:
ESPAÇO E PSIQUE EM A METAMORFOSE
Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA
Lisandra da Silva Souza - UFMA
William Amorim de Sousa - orientador - UFMA
Franz Kafka, autor da obra A Metamorfose, inovou a literatura ao transformar Gregor
Samsa em um ser de aspecto monstruoso, explorando assim a essência e reflexões mais
profundas do íntimo humano. Ainda que transformado, Gregor adapta sua
personalidade e gostos à sua nova condição física. Sua consciência, ainda humana,
molda-se ao ambiente ao seu redor, que cada vez mais passa a interiorizar sua
metamorfose outrora externa. Ou seja, as mudanças decorrentes da metamorfose no
plano físico passam a se expandir para o psicológico, tornando sua aparência um dos
seus maiores tormentos, refletindo-se em sua própria existência. A percepção humana e
a psique mantem uma relação estreita com o espaço. O quarto de Gregor tem
característica dúbia tanto de prisão (como forma de condenar sua condição física
excludente socialmente), como de ambiente acolhedor e refúgio do que lhe resta de
humanidade. Devido às memórias incutidas em cada objeto e a forma em que o
mesmo as organiza, o leitor tem noção do crescente questionamento existencial que
cada vez mais se reflete nas ações e pensamentos do personagem. Através dos autores
Yi-Fu Tuan, Carl Gustav Jung, Sigmund Freud, o trabalho visa analisar a influência do
espaço na vida do ser humano e o seu poder de transformação do psicológico. Entrarão
em debate as transformações psicológicas acarretadas pela mudança física e sua
característica moldadora da própria essência.
Palavras-chave: Percepção. Espaço. Psique. Metamorfose. Kafka.
O GÊNERO FEMININO PELA ABORDAGEM MIDIÁTICA: RECONDUZINDO OS
PADRÕES DISCURSIVOS E RECONSTRUINDO IDENTIDADES
Líssia Maria Costa Gomes Protázio - UFMA
Diante do advento dos fenômenos contemporâneos, a mulher tem alcançado cada vez
mais fôlego na conquista de espaços significativos no mercado de trabalho que antes
eram destinados apenas ao público masculino. Nesse sentido, a mulher do século XXI é
uma mulher virtuosa por ser múltipla, tendo em vista a sua ampla capacidade síncrona
de desenvolver várias funções do dia-a-dia. Deste modo, elas demonstram lidar
habilmente com tarefas que se estendem entre cuidar das atribuições do lar e cuidar da
carreira profissional. No entanto, ainda há muito que ser debatido e cristalizado sobre a
figura feminina e suas equivalências na nossa sociedade que, embora implicitamente,
relaciona a mulher a ideias equivocadas, sobretudo, nos meios de comunicação. O
discurso midiático é um forte fio condutor dessa ideologia que produz enunciados
ocultos dos seus reais processos de origem que circunstancia a camuflagem dos
elementos de enunciação através do uso predominante da terceira pessoa que, como
se sabe, é a forma verbal da não pessoa e garante aos repertórios discursivos uma
estratégia de padronização referencial dos enunciados, uma credibilidade da narração
dos fatos que independem do lugar da fala do enunciador. Tais intentos podem ser
atentamente percebidos em algumas campanhas publicitárias que ainda retratam a
mulher como altamente sexual e submissa e o homem, como dominante e agressivo,
nessa proporção, perpetuam representações distorcidas e estereotipadas sobre o gênero
feminino gerando um efeito interpretativo nas pessoas, seja ele real ou potencial (C.S.
PEIRCE, 1993). A relevância desse trabalho, portanto, se justifica pela necessidade de
discutir e ressignificar as abordagens subliminares que reforçam negativamente a figura
da mulher a partir do discurso midiático através de exposição verbal e recursos
audiovisuais. Nessa acepção, a finalidade dessa atividade é demonstrar como os
vestígios deixados desse ambiente semântico linguístico-discursivo produzem sentidos
depreciativos à construção da identidade feminina.
Palavras-chave: Mulher. Discurso midiático. Estereótipo. Identidade.
O HERÒI NO PROCESSO DE TRANSPOSIÇÃO DA OBRA LITERÁRIA PRIMO
BASILIO PARA A PELÍCULA BRASILEIRA
Lucas Rodrigues Cavalcante - UFPI
Já são comuns as adaptações de obras literárias para películas, algumas até importadas
de um país para outro, como é o caso do Livro Primo Basílio que é uma obra de origem
portuguesa, escrita por Eça de Queiroz, e é recriado em forma de película no Brasil na
direção de Daniel Filho. A heroína Luiza habita os dois meios, através de Joseph
Campbell, pode-se analisar o comportamento da heroína, pela obra O Herói de Mil
Faces, dialogando com os aspectos que definidos por “típicos” trabalhados por
Umberto Eco na obra Apocalípticos e Integrados, embasado no olhar pautado na
transposição de cinema com Tânia Pellegrini em “Literatura, cinema e televisão” e a
visão de O que é Cinema por Jean-Claude Bernadet, junto ao conceito de equivalência
de Fisher-Lichte, enfim, muito se discute sobre a heroína, transposição de películas,
este trabalho procura entender essa transposição da heroína Luiza construída no signo
literário e recriada na imagem cinematográfica.
Palavras-chave: Herói, Luiza, personagem, cinema, película.
O SOBRENATURAL NOS CONTOS DE EDGAR ALLAN POE
Lucélia Magda Oliveira da Silva - UFMA
A partir do Romantismo, o medo já não é mais, necessariamente, suscitado por
criaturas sobrenaturais, como vampiros, lobisomens e bruxas. Dessa corrente literária
em diante, o homem torna-se o objeto central do sobrenatural, do surreal, atormentado
por seus próprios demônios, pela sua consciência, por suas angústias, paixões e pela
incerteza diante dos acontecimentos. Assim, “A Metamorfose”, de Franz Kafka e os
contos de Edgar Allan Poe são um marco na reconfiguração da literatura fantástica.
Diante disso, este estudo visa fazer uma breve análise do sobrenatural, levando em
consideração os aspectos da literatura romântica gótica em prosa, tomando como
objeto de análise os contos de Edgar Allan Poe, discutindo a influência desse tipo de
literatura na obra deste autor, buscando compreender o porquê deles fascinarem tanto
as pessoas que os leem, e qual a sua importância para a literatura atual. Para tanto,
servirão como base para pesquisa os livros “O Horror Sobrenatural na Literatura”, de
Howard Phillips Lovecraft (2007); “Introdução à Literatura Fantástica”, de Tveztan
Todorov (2012); e “Histórias Extraordinárias”, de Edgar Allan Poe (2011), bem como
outras obras deste mesmo autor. As primeiras conclusões do estudo apontam que há
um número cada vez maior de leitores de obras do gênero Terror, pois como Lovecraft
afirma na sua obra supracitada, “a emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o
medo, e o tipo de medo mais antigo e mais poderoso é o medo do desconhecido”, o
que causa curiosidade, espanto e fascinação.
Palavras-chave: Gótico. Literatura Fantástica. Poe. Lovecraft. Todorov.
RELAÇÃO COMPARATIVA ENTRE O FILME O CARTEIRO E O POETA E O LIVRO
TAMBÉM INTITULADO O CARTEIRO E O POETA, DE ANTÔNIO SKÁRMETA
Luciano Sousa Oliveira - UFMA
Regivaldo Braga Moreira - UFMA
A questão de adaptação cinematográfica de obras literárias é uma constante polemica
existente há décadas e que persiste ainda hoje. De fato, muitos teóricos renomados tem
debatido esta questão por todo esse tempo incansavelmente. O presente artigo tratará
dessas questões relacionadas com a obra fílmica O carteiro e o poeta, de 1994,
adaptado do livro de mesmo nome do poeta chileno Antônio Skármeta. Trará a tona
alguns elementos que se inter-relacionam tanto no filme quanto na obra literária.
Buscará realizar uma abordagem sólida a cerca do processo de adaptação realizado no
filme e a correlação existente entre ambos. Seguindo esta linha de raciocínio, Timothy
Corrigan (1999), em sua obra, afirma que uma boa adaptação está organizada em
quatro estruturas complementares: a contextualização histórica, a questão das
hierarquias culturais tradicionais, o processo de adaptação em si e a intertextualidade.
O filme, pode-seafirmar que soube captar a essência da obra literária de Skármeta e
transmiti-la ao seu público de maneira eficiente, ainda que contenha algumas distinções
especificas do texto. Este abstraiu do texto literário a temática abordada sublimemente
pelo autor e transmitiu isso ao público com imagens de forma intensa. Nesse aspecto,
percebem-se elementos de uma boa adaptação de um livro para o cinema. Pode-se
dizer que houve uma transferência de elementos da obra para o filme, o que
proporcionou o excelente roteiro e o bom desfecho, isso seguindo a linha de raciocínio
do teórico Brian McFarlane, o qual afirma “que há elementos facilmente transferíveis
do romance “transfer” para o cinema e dos que exigem maior criatividade
(“adaptationproper”).
Palavras-chave: Literatura e cinema. Pablo Neruda. Skármeta.
INTERDISCURSO, SÍMBOLOS E IMAGENS NO FAZER LITERÁRIO DA HILEIA
EUCLIDIANA
Luis Fernando Ribeiro Almeida - FAMA
Consagrado por sua obra-prima, Os Sertões (1902), o escritor fluminense Euclides da
Cunha apresenta uma face que é pouco conhecida do grande público leitor. Porém,
nos últimos anos de sua vida, ele se aventurou em uma jornada na então pouco
conhecida floresta amazônica e relatou para o público das grandes metrópoles o que
era a vasta área verde em que, segundo ele próprio, o homem chegou como intruso.
Não poderia imaginar o naturalista alemão Humboldt (1799-1804) que ao nomear essa
região de hileia em alusão à palavra grega hilaea, que significa mata virgem, essa
paisagem pudesse fascinar tanto Euclides da Cunha que em carta endereçada ao
escritor e amigo Coelho Neto em 10-03-1905 escrevesse: “Nada te direi da terra e da
gente. Depois, aí, e num livro: ‘Um Paraíso Perdido’, onde procurei vingar a Hileia
maravilhosa de todas as brutalidades que a maculam desde o século XVII” (TOCANTINS,
1978, p. 32). Infelizmente, por questões pessoais o escritor veio a falecer em 1909 e
deixara inacabado o seu “livro vingador”. Contudo, ficaram para a posteridade alguns
escritos que têm por tema as peculiaridades dessa região do país, assim “no cenário
amazônico destacam-se o nomandismo, a mobilidade e o desenraizamento da
população” (LIMA, 2009, p. 37). É possível destacar nesses escritos euclidianos a
recorrência do interdiscurso, que para Charaudeau e Maingueneau (2004, p. 286)
refere-se “ao conjunto das unidades discursivas [...] com os quais um discurso particular
entra em relação implícita ou explícita”. No que diz respeito ao uso de imagens e
símbolos a análise desses aspectos está pautada em Orlandi (2002, p. 27) ao afirmar
que se deve “vê a produção dos objetos simbólicos em movimento, como parte de uma
história em que sujeito e sentidos se constroem”.
Palavras-chave: Interdiscurso. Imagens. Símbolos. Euclides da Cunha
DIÁLOGOS DISTÓPICOS: OS ENCONTROS DO PESSIMISMO ENTRE ADMIRÁVEL
MUNDO NOVO, 1984, NÃO VERÁS PAÍS NENHUM E O PAÍS DAS ÚLTIMAS COISAS
Luis Filipe Brandão de Souza - UFPI
Francisco de Assis Nascimento - orientador
A linguagem do pessimismo se confunde com a história da escrita. No século XX essa
linguagem encontrou um formato que é a sua potência, as distopias. Em um misto de
ficção científica e ensaio político, as distopias são a expressão desesperada de um
mundo angustiado, exagerando pessimismos em um grito de alerta. Neste trabalho
investigaremos os diálogos que atravessam várias obras distópicas, de temporalidades
distintas, em busca de uma problemática comum ao longo do século XX, como as
distopias literárias se comunicam com a história. Como método usaremos leituras
baseadas em Carlo Ginzburg, Paul Ricoeur, Arthur Herman, Jean Starobinski, Walter
Benjamin e Michel de Certeau para operarmos dentro do campo da História e
Literatura uma história do pessimismo, investigando os sinais presentes nas obras
Admirável Mundo Novo (1932) de Aldous Huxley, 1984 (1948) de George Orwel, Não
verás país nenhum (1982) de Ignácio de Loyola Brandão e No país das Ultimas
coisas(1987) de Paul Auster, procurando o uma espécie de fio que nos guie através dos
pessimismos presentes em livros que percorrem o século XX como um atestado de seus
sentimentos.
Palavras-chave: História. Literatura. Pessimismo.
IDENTIDADE, REFLEXIVIDADE E SEGURANÇA: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO
DA AUTOIDENTIDADE DA PERSONAGEM BILLY SÁNCHEZ NO CONTO O RASTRO
DO TEU SANGUE NA NEVE
Luiza Carvalho de Oliveira - UFMA
Marcia Manir Miguel Feitosa - UFMA
O presente artigo aborda o processo de formação da identidade na
contemporaneidade, considerando os fatores psicológicos e sociais que o influenciam, a
partir da análise da constituição da autoidentidade da personagem Billy Sánchez no
conto O rastro do teu sangue na neve, de Gabriel García Márquez. A partir das
concepções provenientes dos Estudos Culturais (Hall, 2003; Giddens, 2002), utiliza o
conto de García Márquez e a própria experiência do escritor como exilado na Europa
como plano de fundo para a análise das relações interculturais que se estabelecem
naquele continente entre seus compatriotas e os latino-americanos. Assim, sem a
pretensão de fazer uma análise literária, mas trazer à tona uma forma particular do
escritor de descrever a sua história e a sua gente, faz uma interpretação do Realismo
Fantástico de García Márquez como sendo uma expressão da identidade latinoamericana. Com base nos conceitos de relação pura, identidade, autoidentidade e
reflexividade do eu de Antony Giddens, que aborda a constituição das identidades na
pós-modernidade, e a partir da análise da trajetória de vida das personagens Billy
Sánchez e Nena Daconte, descreve como os sentimentos de abandono, solidão e morte
servem de estímulo para a reconstrução do percurso biográfico e a consequente
reafirmação do sentido de identidade da personagem Billy Sánchez.
Palavras-chave: Identidade. Reflexividade. Segurança Ontológica. Literatura.
UMA FORMA AMBIVALENTE? O ROMANCE DE
NÃO-FICÇÃO EM NORMAN MAILER
Manfred Rommel Pontes Viana Mourão - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão - UFPI
Este trabalho visa problematizar o gênero literário (ou paraliteráio) “romance de nãoficção” tendo como foco de análise o livro The armies of the night (1968), do escritor
norte-americano Norman Mailer. Boa parte das leituras deste gênero, nascido nos EUA
dos anos 60 e com larga proeminência no mercado editorial desde então, ressalta a
relação que a literatura tem com o jornalismo, gerando paradoxos para defini-lo.
Portanto, a nossa proposta é apresentar traços sócio-históricos da época de composição
deste livro, como as ressaltadas pelo Novo Jornalismo de Tom Wolfe e do Jornalismo
Literário de Norman Sims e Mark Kramer ou dos paradigmas da pós-modernidade
(JAMESON, 1984 e PERLOFF, 1989), com vistas a rever conceitos que abalizam a
noção de gênero na contemporaneidade, pela reciprocidade que ressaltamos haver
entre o texto e o contexto em que os discursos estão inseridos. Usaremos como base
para nosso trabalho autores como Rildo Cosson (2002), Suzanne Bragatto (2007),
Cynthia Belgini Andretta (2013), Tom Wolfe (1995) entre outros. Enfim, admitimos
haver uma relação explicitamente política na composição deste gênero, haja vista a
atmosfera da contracultura, dos movimentos libertários e da oposição do povo
americano à guerra do Vietnã. Com isso, procuraremos mostrar a ligação destes fatores
na composição do livro de Mailer, atentando para o debate da relação ideológicocultural aviltada pelo gênero.
Palavras-chave: Gêneros do discurso. Norman Mailer. Romance de não-ficção.
OS INTERTEXTOS EM A CARTOMANTE DE IVAN
LINS E VITOR MARTINS
Márcia A.G. Molina - UFMA
Temos como objetivo, neste trabalho, avaliar a letra de música “Cartomante” de Ivan
Lins e Vitor Martins, gravada no final do período de ditadura militar, para verificar
como teceram seu discurso, naquela instância tão peculiar no contexto histórico
brasileiro. Verificaremos os intertextos constantes na letra da canção, ou seja, as
relações “invisíveis” por meio das quais seus autores contaram-nos aquela história, “sem
dizer”, expressando esteticamente seu real posicionamento frente àquela situação.
Avaliaremos também como se manifesta o ethos e como se dá a construção da
cenografia, entendendo com Chartier (2002, p.2) que a obra, o artista, o filósofo só
existem dentro de uma rede de relações visíveis ou invisíveis que definem a posição de
cada um em relação à posição dos outros, ou seja, ou posição social, em relação a uma
posição estética. Embasamos nossas análises nos pressupostos tanto da Linguística
Textual e da Análise do Discurso de Linha Francesa (AD), quanto da Histórica Cultural,
lembrando Bourdieu (in CHARTIER, opus cit, p.2) os campos têm suas próprias regras,
princípios e hierarquias. São definidos a partir dos conflitos e das tensões no que diz
respeito à sua própria delimitação e constituídos por redes de relações ou de oposições
entre os atores sociais que são seus membros. Assim, na sequência, faremos uma breve
incursão àquele momento histórico. Ao final das análises pudemos constatar que os
autores utilizaram a metáfora dos naipes do baralho para dizer o que queriam, sem
serem flagrados pela censura. Observamos também que, para que assim fizessem,
construíram um cenário adequado para que isso pudesse ocorrer.
Palavras-chave: Cartomante. Naipes do Baralho. Intertextos. Ditadura Militar
A NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA A PARTIR DO
CINEMA EXPRESSIONISTA ALEMÃO
Marcos Antonio Maia Vilela - UNEB
Analisar a narrativa de ficção científica na contemporaneidade consiste
primordialmente na verificação das imagens produzidas na tela do cinema. Em uma
publicação introdutória sobre o gênero na literatura, Braúlio Tavares (1986) discorria
sobre o paradoxo existente entre a facilidade de reconhecimento de uma história de
ficção científica e sua conceituação enquanto gênero. Admitindo a possibilidade de que
as diversas linguagens, em suas mais variadas expressões textuais, podem engendrar
uma complexa rede de referências a partir de diálogos estudados no campo da
intertextualidade, o presente trabalho estará voltado para a análise de três produções
do cinema do expressionismo alemão, a saber: Das Kabinett des Doktor Caligari (1920),
de Robert Wiene; Der Golem, wie er in die Welt kam (1920), filme de Paul Wegener e
Das Testament des Dr. Mabuse (1933), de Fritz Lang. A despeito da ausência de claras
indicações que as obras derivavam de produções literárias, pode-se identificar nos
filmes citados certa aproximação com temas de interesse da ficção científica daquela
época, a exemplo do descortinamento do desconhecido e do mistério através da
investigação, a criação de autômatos e outras ferramentas com finalidades de substituir
a figura humana, dentre outros. Sabe-se a partir de Nazário (2002) que a República de
Weimar foi um grande laboratório de experiências estéticas no cinema, destacando-se a
presença de artistas plásticos na concepção dos cenários, maquiagem e iluminação que
realçavam as cenas, atribuindo um tom ainda mais dramático aos personagens.
Considerando as referências teóricas no contexto dos estudos interartes, propõe-se
analisar as formas narrativas presentes nos filmes e sua relação transdisciplinar a partir
de uma rede de referências textuais presente nas mais diversas produções literárias do
período em foco. Desta maneira, a narrativa de ficção científica se apresentará ainda
mais ampla, absorvendo temas que foram recriados conforme pode-se verificar nas
produções cinematográficas em destaque.
Palavras-chave: Ficção Científica. Narrativas. Literatura e Cinema. Expressionismo
Alemão.
RETÓRICA ROMANESCA E CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA:
A MATÉRIA CAVALEIRESCA NA IDADE MÉDIA
Marcus Baccega - UFMA
Esta comunicação pretende rediscutir, a partir de um enfoque que resgata o Rhetoric
Turn dos anos 1990 no campo das Ciências Humanas, a gesta das narrativas
cavaleirescas medievais. Os grandes ciclos de cavalaria são, por excelência, o lugar da
memória em que se percebem a confluência, oposição e compromisso entre os
discursos retórico-disciplinares vinculados ao Papado e à nobreza feudal de espada.
Com efeito, tanto o projeto de configuração de uma Militia Christi como a “reação
folclórica” (Jacques Le Goff) da aristocracia laica, vale dizer, o antagonismo entre a
Reforma Pontifical e sua pretendida plenitudo potestatis e, de outro lado, a tentativa de
afirmação do Império, das realezas locais e dos cavaleiros laicos, encontram sua
representação estilizada nas narrativas romanescas e novelescas a respeito dos feitos de
armas e bravura. O intuito desta apresentação será propor a (re)leitura, a partir da ideia
de gênero retórico e formação discursiva (Michel Foucault), da produção escrita em
vernáculo da Alta Idade Média e do período centro-medieval. Pretende-se suscitar a
conclusão de que tais escritos, longe da ficção, constituem narrativas identitárias
consideradas verídicas pelos atores sociais em questão.
Palavras-chave: Cavalaria. Cultura escrita. Retórica. Literatura medieval.
O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA DE GUY DE
MAUPASSANT
Marcus Vinícius Souza e Souza
O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para
fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua
funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à
análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento
fantástico se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a
realidade. Em meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se
desenvolveu ao longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os
séculos XVIII e XI, os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi
o período em que os filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar
os fenômenos ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos
aspectos do conto enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a
forma oral a escrita, apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no
conto em apreciação. ‘‘O Horla’’ de Guy de Maupassant foi publicado na frança em
1887, nele é narrada a história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de
um estranho ser, motivo pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa,
mediante às figuras médicas que representam à razão, em oposição a figura do
protagonista. Por fim as figuras médicas corrompem-se por antes terem certeza de que
o ser descrito trata-se de loucura e posteriormente duvidam das próprias leis do
inadmissível, assim gerando ambigüidades pela possibilidade de aceitar ou não os fatos
narrados.
Palavras-chave: Conto. Fantástico. Maupassant.
INFLUÊNCIA DO ESPAÇO PSICOLÓGICO NA
CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA NA OBRA ANGÚSTIA,
DE GRACILIANO RAMOS
Maria de Fátima de Paiva Abreu - UESPI
Silvana Maria Pantoja dos Santos - orientadora - UESPI
A compreensão sobre memória envolve a aquisição e conservação de informações e
vivências acumuladas ao longo da vida. No presente trabalho temos como objetivo
demonstrar a influência do espaço psicológico nas ações do personagem central da
obra Angústia de Graciliano Ramos. O espaço exerce influência na construção da
memória do personagem Luis da Silva, que é atormentado por suas lembranças e age
em função delas, influenciando de maneira positiva e/ou às vezes negativa suas relações
sociais. O espaço pode representar diversas possibilidades que podemos reconhecer na
narrativa. Como demonstra Lins (1976, p. 76.) “é o espaço que nos situa acerca das
relações sociais, econômicas, psicológicas” podendo até mesmo definir a classe social
dos personagens. A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, de cunho
qualificativo, tendo como base teórica (Lins, 1976), (Borges, 2009), (Le Goff, 2003),
(Pollak, 1992), (Bosi, 1994), dentre outros. Diante disso, podemos constatar que o
espaço é um dos principais elementos da narrativa ficcional, e na obra em questão isso
é evidenciado quando o personagem se encontra atormentado com suas lembranças
tais como as de sua infância, que são recorrentes a fatos presenciados pelo
personagem, de modo que tudo é levado ao conhecimento do leitor via espaço
psicológico.
Palavras-chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação.
“BONECA”: UMA DESCONSTRUÇÃO DO
“RACISMO À BRASILEIRA”
Maria do Desterro da Silva Oliveira - NEPA/UESPI
Elio Ferreira - NEPA/UESPI
A trajetória de Cuti (Luiz Silva) está diretamente relacionada ao sentimento de
negritude, embasado na reivindicação pelo direito à cidadania enquanto negro e
brasileiro, na solidariedade e irmandade entre os negros de todos os lugares, nações e
continentes, que moveu a criação do Movimento Negro Unificado – MNU (1978), dos
Cadernos Negros e do Quilombhoje, em São Paulo, e de movimentos sociais e culturais
negros de outros lugares do Brasil. Dentre os diversos contos antológicos de notáveis
recepções de autoria de Cuti, despertando interesse e destaque junto ao leitor comum
e à crítica literária, chamamos atenção para os contos “Boneca” e “O batizado”,
incluídos no livro Negros em contos. Neste trabalho, faremos a análise do conto
“Boneca”, cuja narrativa trata de episódios que há muito nos deixa intrigado, quanto à
ausência ou quase total ausência de bonecas negras nas casas ou lojas de brinquedos
infantis do Brasil. Esta situação é, no mínimo, constrangedora, quando tentamos
presentear uma criança com uma boneca preta. No conto “Boneca”, Cuti dá o troco
em forma de riso vexatório e carnavalizado, assim como já o fizera Luiz Gama no
poema “Bodarrada”. Ao expor o preconceito racial da sociedade brasileira, o poeta dos
Cadernos Negros trata essa relação de forma irônica, criando um mal-estar ao expor o
ridículo do “racismo à brasileira”, dissimulado pelos balconistas e proprietários de uma
loja de brinquedos a que se dirige para adquirir uma boneca preta. Isso depois do
jovem pai/protagonista, de trinta e três anos, peregrinar pelos centros comerciais e lojas
da cidade para realizar o desejo inabalável de comprar uma boneca preta de presente
de Natal para a filha, sem obter o esperado sucesso.
Palavras-chave: Literatura negro-brasileira. Literatura Afrodescendente. Cuti. Boneca.
Identidade de dentro.
NOÇÕES DE CRÍTICA LITERÁRIA FEMINISTA E SUA APLICAÇÃO À QUATRO
OBRAS DA LITERATURA AMERICANA, CHICANA, PERNAMBUCANA E PIAUIENSE
Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme - UFPI
O trabalho tem por objetivo apresentar noções de Crítica Literária Feminista abordando
alguns teóricos e pensadores que examinavam a situação da mulher através dos
tempos. A parte teórica inclui os seguintes autores: A Inglesa Mary Wolstencraft (século
XVIII) e a sua “Reivindicação dos Direitos da Mulher”; Karl Marx (século XIX) e o
conceito da mulher “camarada”; o Feminismo existencialista de Simone de Beauvoir
(século XX); O Patriarcado de Freud; o simbolismo de Lacan; a Semiótica Maternal em
Kristeva e por último Derrida e sua proposta de uma “écriture feminine”. Na parte
prática, essas teorias foram aplicadas às seguintes obras literárias:” O Grande Gatsby”
(do Americano F. Scott Fitzgerald); “La Frontera/Borderlands” (da “Chicana” Glória
Anzaldua); “O Auto da Compadecida” (do Pernambucano Ariano Suassuna); e “O
Manicaca” (do Piauiense Abdias Neves). Essa aplicação mostra que mesmo os autores
sendo na maioria do Gênero Masculino (só Glória Anzaldua é do Gênero Feminino)
abordam a mulher de uma maneira machista e ou Liberada, Feminista. Sendo assim
percebemos que o Feminismo pode ser visto de maneira velada ou exposta conforme a
“écriture masculine” ou “feminine”.
Palavras-chave: Crítica literária feminista. Machismo. Feminino, “écriture feminine”.
“ELES ERAM MUITOS CAVALOS”:
UMA EXPERIÊNCIA DO FORA
Maria Lucia Souza Maciel - PUC-SP
Maria José Gordo Palo - orientadora - PUC-SP
Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário,
predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros
textuais. Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento
tal como é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência
já notada, por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das
almas do mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço
para uma experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero
configura-se mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à
essa nova linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as
linguagens artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance
publicado em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos
no reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o
diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora,
se já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de
romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por
sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do
ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma
escrita que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia
blanchotiana desse fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à
verdade, ao real, buscamos compreender em que medida e sob quais condições
extratextuais o “romance” de Ruffato consagra-se como experiência do fora.
Destacamos sobretudo alguns aspectos: a ausência de tempo e espaço específicos; no
lugar de um, vários narradores se misturam e confundem o leitor; o enredo é dissipado
como um recurso a ampliar a margem de abertura para situações outras; a escrita que
se assimila a um aglomerado de linguagens (receitas, anúncios de jornais, sonoridades
da rua, página negra) justapostas, situadas sobre um plano, assim como se fazia na
pintura cubista. Na obra, no entanto, a tela é a cidade de São Paulo, que funciona
como uma colagem.
Palavras-chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem.
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS:
PRÁTICA POSITIVA NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Maria da Conceição Marques do Nascimento Souta - UFMA
Jose Dino Costa Cavalcante - orientador - UFMA
O presente trabalho visa apresentar como as histórias em quadrinhos podem contribuir
de forma positiva para o ensino de língua portuguesa nas escolas com base na teria
cognitiva desenvolvida por Jean Piaget, promovendo a união do útil ao agradável. As
histórias em quadrinho representadas nas revistas correspondem a leituras capazes de
prender a atenção de um grande número de pessoas, seja pela linguagem simples,
criativa, fantástica, engraçada ou pelo atrativo visual. Com o público infantil e
adolescente, o gosto pela leitura desse tipo de material também é grande. .Ao professor
cabe detectar quais histórias, tipos de gêneros, charges ou tirinhas são mais apropriadas
à sua prática diária de ensino de forma adaptada e em conjunto com outros
mecanismos. Com a popularização das histórias em quadrinhos, pais e educadores se
mostraram receosos em relação ao seu tipo de linguagem. Preocupados com as
constantes críticas, escritores, editores e os demais responsáveis pela produção das
revistas em quadrinhos se reuniram em associações criando uma espécie de selo de
qualidade com a finalidade de inspecionar as futuras publicações do gênero,
adequando, dessa forma, a linguagem de suas histórias ao público infantil e
adolescente. Atualmente a desconfiança em relação ao conteúdo das revistas em
quadrinhos transformou-se em importante mecanismo de ensino ao somar meios
tradicionais, como os livros didáticos, a práticas lúdicas, as próprias histórias, tornando
o ambiente escolar mais próximo do aluno, do seu cotidiano.
Palavras-chave: Histórias em quadrinhos. Escola e ensino.
O DISCURSO VISUAL DA OBRA “VIA SACRA DA IDENTIDADE” DA ARTISTA
PLÁSTICA MARANHENSE ANA BORGES E SEUS DESDOBRAMENTOS COM A
QUESTÃO DA MEMÓRIA NA CONTEMPORANEIDADE
Marília Martha França Sousa - Faculdade Laboro
Quando se fala em discurso o pensamento rapidamente é levado a associá-lo a
linguagem verbal ou escrita. No entanto, a linguagem artística tem como matéria-prima
a imagem, sendo está um componente central da comunicação, ou seja, a imagem
produzida por meio da obra de arte é uma forma de discurso em que o artista dialoga
com o público através do seu trabalho. Para a autora Ana Mae Barbosa, a arte é uma
linguagem aguçadora dos sentidos, transmite significados que não podem ser
transmitidos por intermédio de nenhum outro tipo de linguagem, tais como a verbal e a
científica. É nesse sentido que a obra “Via Sacra da Identidade” da artista plástica
maranhense Ana Borges é analisada. Trata-se de uma obra múltipla de tendência
artística neo-expressionista. (O neo-expressionismo é uma tendência da arte
contemporânea onde o artista utiliza diversos materiais não convencionais como louças,
palha, madeira, aço, objetos pessoais. Traz como abordagem expressiva a emoção,
sexualidade, psicologia, memória, identidade). Em “Via Sacra da Identidade” a artista
retorna ao tempo através da memória para elaborar a estrutura visual da obra,
utilizando objetos do seu universo pessoal. A temática abordada se reporta ao resgate
da memória pessoal e coletiva. Tal questão é discutida a partir da necessidade em se
conservar o passado como meio de construção da identidade, uma vez que,
atualmente o que se prega é a instantaneidade dos acontecimentos do presente, a
ausência do passado como referência construtiva na formação humana e o louvor ao
futuro. A memória portanto surge como elemento a ser repensado e conservado, pois
revela experiências, é o suporte para tomadas de decisões como comenta Ilya
Prigogine, ao dizer que “as decisões humanas dependem das lembranças do passado”.
Nessa perspectiva a imagem torna-se um veículo de discurso visual dinâmico entre o
artista e o público.
Palavras-chave: Discurso. Imagem. Via Sacra da Identidade. Memória.
ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO: UM OLHAR SOBRE A METÁFORA DA
INFÂNCIA NO FILME DE ABBAS KIAROSTAMI
Marília Milhomem Moscoso Maia - UFMA
A infância e o ser criança sempre será uma grande incógnita para nós adultos, pois não
temos a mesma capacidade que a criança tem de “olhar” o mundo sem pré-julgar,
analisar ou elaborar hipóteses que nos impedem de ver a simplicidade dos objetos, o
que seria para o poeta Caeiro: “saber ver sem estar a pensar”. Ver tudo como se fosse à
primeira vez, tal qual uma criança que conhece o mundo por intermédio das
sensações. É por essa simplicidade de ver as coisas e a liberdade que a criança tem de
experimentar novas experiências, sua qualidade emocional ou perceptiva, que o diretor
iraniano Abbas Kiarostami usa protagonistas infantis como metáfora para descortinar
ideologias e posicionamentos políticos em seu país. O objetivo desta comunicação é
analisar o filme (ou longa-metragem) “Onde fica a casa do meu amigo” de Abbas
Kiarostami explicitando as ações do personagem Ahmed para compreender o uso das
estruturas internas subjetivas proposta pelo cineasta iraniano que conta uma história
coletiva de censuras e privações em seu país. Ademais Kiarostami nos conduz a uma
sociedade adultocêntrica, que não vê e não ouve a criança. Para fomentar esta análise
fazemos uso da teoria de representação de Chartier (s.d) juntamente com as
contribuições de Bourdieu (1998), entre outros teóricos.
Palavras-chave: Infância. Criança. Metáfora. Cinema iraniano
NAS LINHAS DA NARRATIVA:
O PENSAMENTO HISTÓRICO NA LITERATURA
Marlzonni Marrelli Matos Mauricio - UFT
A relação entre a Literatura e a História, apesar de turbulenta, é deveras promissora. A
literatura é concebida como arte por parte de alguns dos críticos e teóricos literários
(podemos falar também por parte de alguns filósofos, em especial, dos pósestruturalistas), mas, não obstante, é concebida como testemunho histórico por parte
alguns dos historiadores. A priori essa questão parece-nos de pouco importância, uma
vez que essa problemática surge da divergência teórica e axiológica de campos
intelectuais distintos. Todavia, independentemente da escola literária do escritor, a
Literatura tem por intenção a apreciação do mundo externo, mesmo que pelos
domínios da ficção (as estruturas narrativas não conduzidas pelo rigor científico, ou seja,
as estruturas narrativas pautadas em perspectivas relativistas, despojadas de qualquer
compromisso para com os fatos históricos). Isso é um fator importantíssimo para o
profissional da História, pois a narrativa literária, mesmo inserida no campo artístico,
tem por finalidade produzir uma representação de uma dada realidade e/ou coisa.
Assim, devemos atentar-nos à elaboração e, por conseguinte, a apreensão das mesmas,
tendo em mente que a produção, a locução e, por fim, a análise são inerentes à
narrativa e são igualmente inseparáveis – pois é a esfera vetor truste do autor para com
o seu leitor, encadeada de um discurso/linguagem (onusto de símbolos) e formadora de
imagens e representações. Portanto, a Literatura não é mero reflexo da realidade, ela é
parte (cardinal) desta. Por fim, a proposta desse trabalho concerne pluralidade da
narrativa literária em relação com as outras áreas do conhecimento
(interdisciplinaridade). Logo, problematizar as tensões teóricas, ao contrário do que
muitos pensam, não empobrecem, ou sequer, minimizam importância da Literatura e
do literato em seu ofício. Pois a Literatura e História não se sobrepõem, mas se
completam.
Palavras-chave: Literatura. História. Narrativa. Representação.
AS MARISQUEIRAS DE RAPOSA:
UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL
Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA
Conceição de Maria de Araújo Ramos - orientadora - UFMA
A língua possui uma função social, pois transmite mais do que simples informações,
possibilita a interação e a perpetuação de uma cultura ao longo da história. A
sociolinguística, ciência que estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala,
correlacionando aspectos linguísticos e sociais, possibilita estudos acerca do léxico, nos
quais se põe em evidência coordenadas linguísticas e sociais. Nesse sentido, ao estudarse o léxico¬¬−nível da língua que melhor e mais imediatamente reflete valores,
sentimentos, ideias, visão de mundo de um grupo social−contribui-se para a
preservação do patrimônio linguístico-cultural da sociedade. Na perspectiva da
sociolinguística, analisa-se como a língua se relaciona com a atividade econômica de
uma comunidade específica, por meio do estudo do léxico das marisqueiras do
município de Raposa, no Maranhão. Estas profissionais constituem uma classe
trabalhista formada por mulheres de pescadores e há pouco tempo passaram a ser
reconhecidas como marisqueiras para fins legais. Estudar o falar dessas profissionais a
fim de compreender o ambiente social e físico no qual estão inseridas, identificando
qual a relação entre sua atividade e seu léxico e qual a importância dessa atividade
para comunidade compõe o objetivo da pesquisa. Como resultado deste estudo,
produziu-se um glossário com termos do universo laboral da atividade marisqueira que
engloba as seguintes áreas temáticas: produtos, instrumentos de trabalho, técnicas
artesanais de mariscagem e pessoas envolvidas com a atividade.
Palavras-chave: Sociolinguística. Léxico. Glossário
MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA E USO DA LÍNGUA
INGLESA POR UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS
Ana Cláudia Oliveira Silva - UFPI
Minha participação nesta mesa redonda consiste na apresentação de alguns resultados
de um estudo realizado entre os anos de 2009 e 2012 com dois grupos de estudantes
universitários de realidades socioeconômicas e geográficas distintas que teve por
principal objetivo verificar, na mediação tecnológica, maiores oportunidades de contato
linguístico com a língua inglesa (Silva, 2012). Com o apoio de teorias de aquisição de
segunda língua que privilegiam sua dimensão ecológica, buscou-se compreender como
a mediação tecnológica constrói, na parcela analisada da população universitária
brasileira, padrões de uso da língua inglesa não associados às exigências do processo de
escolarização. Através de um survey que buscou informações sobre as percepções dos
participantes acerca de letramentos em língua inglesa mediados por artefatos
midiáticos, o estudo apontou uma evidência estatística para a concordância de que o
inglês é essencial para entender programas/seriados/filmes falados nesse idioma e
comunicar-se com estrangeiros pela internet, por exemplo. Contudo, entre os dois
cenários pesquisados ocorreram evidências estatísticas para discordar da afirmativa “o
inglês é essencial para eu participar de redes sociais”. Os resultados sugerem que o uso
de algumas tecnologias cognitivas pode ser uma opção para o contato linguístico com a
língua inglesa. Observa-se também que na sociedade contemporânea, as Tecnologias
da Informação e Comunicação (TICs) parecem promover cada vez mais uma gama
variada de oportunidades de contato linguístico com a língua inglesa. As implicações
deste estudo apontam para a necessidade de que o usuário de língua inglesa seja ativo,
perceptivo e independente, para que assim possa tirar proveito de oportunidades de
comunicação em artefatos midiáticos e também sentir-se mais integrado a este mundo
globalizado.
Palavras-chave: mediação tecnológica. Língua Inglesa. Artefatos midiáticos
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS BRASILEIRAS E O USO DO INGLÊS NO BRASIL: UMA
QUESTÃO AINDA NÃO RESPONDIDA
Otávio Augusto Soares Barros - UFPI
Ana Cláudia de Oliveira Silva - orientadora - UFPI
Este trabalho é o começo de uma pesquisa de conclusão de curso e traz como ideia o
importante papel que a língua possui quando se trata da identidade cultural de uma
determinada sociedade. Assim relacionando esse fato ao reconhecimento que o estudo
da língua inglesa vem recebendo ultimamente, acha-se necessário estudar a relação
entre a política linguística brasileira e o uso da língua inglesa nessa sociedade nas
últimas décadas, chegando assim à pergunta problema: Quais as políticas linguísticas
brasileiras organizadas no país nas últimas décadas (caso existam) que agem sobre a
questão do uso da língua inglesa pela sociedade brasileira? Para responder foco no que
muitos pesquisadores discutem no Brasil sobre a falta de uma política linguística atuante
que relacione o ensino e uso de língua estrangeira, principalmente o inglês, com a
língua portuguesa (Rajagopalan, 2004; Bohn, 2003). Faço um paralelo com a questão
do ensino de língua inglesa no país, tendo como base Souza (2011) e Silva (2012) que
afirmam que esse processo é insusceptível pelo fato de não haver uma política de
ensino no país que trate o ensino de língua como um objetivo que tem que ser
alcançado também por parte da escola. Bohn (2003) também trata desse assunto,
mostrando para nós que a questão do ensino de uma língua estrangeira, nunca foi
muito levada a sério no Brasil. O mesmo argumenta sobre o papel que o governo
brasileiro desempenha enquanto fomentador de tais políticas de ensino e como os
mesmos as integram na sociedade. Então é através desses pesquisadores que tentarei
chegar à conclusão de que a falta de uma política linguística ou a ineficácia de uma
existente possui um papel importante para o uso da língua inglesa no nosso país, se
configurando como fator intrínseco a sociedade.
Palavras-chave: Políticas linguísticas. Ensino de língua estrangeira. Sociolinguística.
A METÁFORA DO SUICÍDIO NO CONTO FANTÁSTICO VOLUNTARY COMMITTAL
DE JOE HILL - UMA ANÁLISE PÓS COLONIAL
Pedro da Silva Pontes Neto - UFPI
Para Émile Durkheim, sociólogo francês, o suicídio é um ato executado de forma
consciente pela vítima, e que tem como resultado a morte. Assim, mesmo com o passar
do tempo, tal tema nunca deixou de ser, por falta de um vocábulo que melhor o
caracterize, tabu, e continua causando desconforto até os dias de hoje. No presente
artigo buscar-se-á analisar o conto fantástico de Joe Hill, intitulado “Voluntary
Committal”, o qual faz parte da coletânea do mesmo autor chamada “20th Century
Ghosts” de 2008, procurando perceber a forma pela qual o suicídio se manifesta no
conto acima citado onde a temática é abordada de uma maneira tão sutil que somente
após um minucioso exame é possível inferir que o labirinto constituído de caixas de
papelão pelo qual se entra e nunca mais se sai é uma bela metáfora para aqueles que
escolhem o caminho sem volta do autocídio. O conto se utiliza de elementos
fantásticos que beiram o gótico, o que confere uma característica sombria a pequena
estória. O diminuto número de personagens permite que o autor os explore de forma
complexa. Assim teremos Nolan Lerner o narrador do conto, Morris, irmão mais novo
do narrador da estória e aquele que constrói os labirintos de papelão e por fim, Ed Prior
melhor amigo do narrador. As obras pós coloniais, como a que irá ser trabalhada,
procuram abordar das mais variadas maneiras os anseios e as angustias recorrentes nos
sujeitos pós coloniais. Aqui, para que se possa entender a metáfora do suicídio, serão
aplicados os conceitos explanados por Homi Bhabha em seu livro “O local da Cultura”
e nas “Reflexões sobre o exilio” de Edward Said.
Palavras-chave: Suicídio. Metáfora. Voluntary committal. Pós colonial.
DISCURSO E TERRITORIALIDADE NA INTERNET:
COMO O SUJEITO REPRESENTA SUA IDENTIDADE TERRITORIAL NAS
PLATAFORMAS ONLINE DE INTERAÇÃO SOCIAL
Polyana Amorim Chagas - UFMA
A internet instaurou um novo modelo de comunicação, a comunicação mediada por
computador (Primo, 2006), que já está consolidada entre aqueles que têm acesso
contínuo (seja em casa, no trabalho ou por dispositivos móveis) à esse novo meio. Com
ela, vieram novos processos de consumo e produção de informação e o conceito de
desterritorialização (Levy, 1999), pautado principalmente no fato da internet ser um
meio sem fronteiras físicas, onde o acesso a conteúdos é ilimitado e irrestrito. Busca-se
aqui, no entanto, como objetivo geral, perceber a manifestação da territorialidade no
contexto na internet a partir do discurso e da identidade, tendo em vista que nesse
novo modelo comunicacional, o sujeito não consome apenas a informação (aspecto do
modelo de comunicação de massa). O processo de consumo na web perpassa pelos
pilares de interação e colaboração – a chamada web 2.0 – e transforma o sujeito em
produtor e distribuidor de informações, além de consumidor. E, já que o sujeito
também produz informações, analisaremos perfis que utilizam plataformas de interação
social online no seu dia a dia. Como base teórica, para cumprir as metas deste trabalho,
utilizaremos a análise do discurso (Orlandi, 2003), também os conceitos de identidade
(Hall, 2006), território (Haesbaert, 2007) e ciberterritorialidade (Amorim, 2012) para
entender como e sob quais circunstâncias se manifestam os marcadores discursivos
relacionados à territorialidade do sujeito.
Palavras-chave: Cibercultura. Interação social online. Identidade. Discurso.
Territorialidade.
LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA
DO JOVEM LEITOR
Priscila da Conceição Viégas - UESPI
A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras
“Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta
embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o
incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição
de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na
cidade de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo
Rubens Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da
pesquisa e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola –
PNBE/2013. Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos
supracitados, pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura
literária, buscando incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da
rede pública por meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressalta-
se, ainda, o ponto primordial desta investigação que é a discussão a respeito das
práticas da leitura literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste
tipo de leitura. Deste modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014)
elabora-se uma proposta didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva
(2010), tendo como suporte a elaboração de procedimentos metodológicos para que
assim se desenvolva o processo de leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do
Ensino Médio. E, por conseguinte, evidencia-se o letramento literário com o argumento
de enfatizar o valor da literatura juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na
formação do jovem leitor.
Palavras-chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil.
LITERATURA, REPRESENTAÇÃO E DIFERENÇA:
A VOZ DO SUBALTERNO EM AUTO DA COMPADECIDA DE ARIANO SUASSUNA
Raimunda Maria dos Santos - UFPI
Érica Rodrigues Fontes - orientadora - UFPI
Este estudo parte da hipótese de que, sob o ponto de vista dos estudos culturais, os
personagens da peça Auto da Compadecida de Ariano Vilar Suassuna (1955)
representam o sujeito nordestino envolvido num processo de desestabilização de uma
cultura imposta pelo colonialismo. A peça servirá neste trabalho para suscitar discussões
sobre literatura e representação do sujeito subalterno. O texto teatral compõe-se de
ações que simulam a inversão de valores num contexto em que o poder prevalece. João
Grilo, por ser pobre, se acha humilhado e, na condição de sujeito subordinado
apresenta-se ousado, sobretudo, diferente. E, considerando que o contexto é de uma
sociedade de cultura imposta e em processo de modernização, a análise terá foco nos
personagens e em seus pensamentos e ações. Para tanto, busca-se um embasamento
teórico de autores que tratam da questão da formação identitária e da submissão do
sujeito em uma sociedade constituída sob parâmetros coloniais. Este trabalho pretende
então analisar, a partir de um estudo sobre identidade cultural em tempos modernos, o
personagem João Grilo da peça tragicômica suassuniana, em relação à inversão de
valores, tentando responder a pergunta: Até que ponto os personagens da peça Auto da
Compadecida representam a tensão existente numa sociedade em decorrência de uma
identidade construída a partir da concepção de diferença?
Palavras-chave: Literatura. Identidade cultural. Sujeito diferente. Subordinação.
REPRESENTAÇÃO FEMININA EM TERRAS
PROIBIDAS DE LUÍZA LOBO
Raimunda Maria Chaves Correia - UESPI
José Wanderson Lima Torres - UESPI
Pretende-se investigar as representações femininas na obra Terras Proibidas, de Luíza
Lobo, verificando a posição ocupada pelas mulheres na sociedade oitocentista, tanto
aquelas que se conformam e/ou supostamente aceitam a dominação do patriarcado,
como Maria, Ambrósia, Maria Paula e Ana e aquela que se opõe a esse modelo social –
Eliza, que é considerada irregular por recusar a dominação dos homens e enveredar por
caminhos e ações que as demais mulheres não ousariam trilhar. Por meio da
caracterização das primeiras é que se pode perceber a força da sociedade patriarcal na
determinação e criação de estereótipos da imagem de mulher, mas há também aquela
que não aceita a dominação patriarcal. A obra traz, dentre outras abordagens, as
relações sociais entre homem e mulher, com uma narrativa bem orquestrada que nos
permite uma reflexão sobre as imposições sociais a que a mulher se encontra exposta,
às amarras formais, que na maioria das vezes a impede de esboçar atitudes que ameace
a harmonia social. A ficção será examinada conforme as teorias de Michelle Perrot
(2012), Saffioti (2004), Elódia Xavier (2001), Cristina Ferreira Pinto (1990), Judith Buttler
(1987) e Foucault (1988), que direcionam suas proposições para as relações de poder
no discurso, gênero e os processos de construção da identidade feminina.
Palavras-chave: Representação feminina. Estereótipos. Terras proibidas
MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES EM MINHA COR, DE RAQUEL
ALMEIDA
Raimundo Silvino do Carmo Filho - UESPI
Elio Ferreira de Sousa - UESPI
A literatura afro-brasileira, entendida como aquela cujo autor assume sua condição de
negro, seu passado histórico, ou sua condição de colonizado, tem sido um espaço no
qual autores e autoras transmitem suas visões acerca das relações sociais e suas
condições culturais a partir do lugar político no qual os mesmos estão inseridos. Isso
resulta de uma tomada de consciência histórica e política cujos antecedentes nos
remetem a vozes como: Domingos Caldas Barbosa, no século XVIII, Antônio Gonçalves
Dias, Luís Gonzaga Pinto da Gama, ambos no século XIX, dentre outros. Essa literatura
tem gerado uma reflexão e um entendimento de que o negro africano e seus
descendentes em estado de diáspora têm histórias e sentimentos, contrapondo-se assim
ao discurso que negava tais características. Nesse contexto, este trabalho examina as
relações entre memória e identidade no conto: Minha cor, de Raquel Almeida,
integrante dos Cadernos Negros. Assim, propomo-nos a refletir sobre as implicações da
memória na construção de identidades afrodescendentes dentro do contexto atual do
negro no século XXI, como a afrodescendência se relaciona com a(s) identidade (s)
contemporânea(s) cuja característica é a “fragmentação do sujeito moderno” (HALL,
2011). Nesse sentido, este trabalho é simpático ao entendimento de que a
(re)construção de identidade(s) negra(s) faz parte de um processo longo, que tem suas
origens com o sistema de colonização europeia e a invasão às terras africanas. Por isso,
os afrodescendentes e afro-brasileiros vêm (re)construindo suas histórias, seus mitos,
suas lendas procurando, com isso, (re)configurar suas identidades.
Palavras-chave: Memória. Identidades. Afrodescendência. Cadernos negros.
“A MENTE, ESSA NINGUÉM PODE ESCRAVIZAR”:
MARIA FIRMINA DOS REIS E OS PERSONAGENS CATIVOS EM ÚRSULA (1859)
Régia Agostinho da Silva - UFMA
Os personagens cativos no romance Úrsula de Maria Firmina dos Reis (1825-1917)
escritora mulata maranhense, são o alvo dessa pesquisa, pensando como Maria Firmina
construiu imagens da e contra a escravidão no Brasil oitocentista através de sua pena e
de seus personagens: Preta Suzana, o escravo Túlio, o velho Antero entre outros,
construindo assim uma fala dissonante sobre as representações dos cativos no período,
colocando-os como seres pensantes e capazes de questionar o próprio cativeiro, pois a
“mente, ninguém pode escravizar”. Desta forma procura-se através da interpretação da
fonte literária perceber como se construiu no Maranhão uma literatura
afrodescendente, uma escrita negra num mundo branco, marcado por uma leitura de
mundo, para e construído por brancos, Maria Firmina dos Reis situa-se dessa maneira
como uma das primeiras escritoras mulatas do país a lançar um romance em 1859 e
isto nos leva a crer que por ser mulata, a também professora de primeiras letras, Maria
Firmina dos Reis, construiu uma nova forma de olhar e pensar a escravidão,
estabelecendo talvez uma escrita solidária com aqueles que partilhavam de sua cor de
pele, embora não partilhassem de sua condição de mulata livre. Ao perceber isto
insistimos na condição da construção de uma literatura afrodescendente marcada pelo
olhar de escritores negros e ou mulatos.
Palavras-chave: Escravidão. Maranhão. Representação
ROMPENDO BARREIRAS, SAINDO DA MARGEM:
O DISCURSO PATRIARCAL EM HÁ VINTE ANOS, LUZ, DE ELSA OSÓRIO
Regilane Barbosa Maceno - UESPI
Élio Ferreira - orientador - UESPI
No discurso patriarcal, a mulher é colocada na posição de alteridade. Desse modo, é
considerada parte da natureza e, como tal, deve ser possuída e domesticada. Ela
margeia as relações e está sempre silenciada pela “lei do pai”. Mas, com os ideais
feministas, esse cenário vem sendo transformado significativamente, as mulheres estão
adquirindo, pouco a pouco, seu reconhecimento enquanto sujeito social atuante. Há
vinte anos, Luz é um romance memorialista, pois está carregado de memória do
período nefasto da ditadura argentina. A obra está prenhe de inquietações política, de
denúncia social do passado que reclama reconhecimento, reparação. O rapto de bebês
aparece na obra como emblema do horror absoluto da história nacional, guardada na
memória nacional, embora no subterrâneo do passado, e a busca incomensurável pela
verdade transforma o romance numa metáfora do próprio país, e também num
mecanismo de denúncia e ruptura de silêncios. Nesse sentido, o estudo busca analisar a
representação da mulher e as relações de poder na obra da argentina Elsa Osório, Há
vinte anos, Luz, bem como o papel da memória na construção da identidade das
mulheres ficcionalizadas e a relação entre a ficção e a história na tessitura da obra. Para
tanto, o trabalho será estruturado com os aportes teóricos de Perrot, Burdieu, Butler,
Saffioti, Zolin, Hall, Freitas entre outros que se fizerem necessário.
Palavras-chave: Elsa Osório. Patriarcalismo. Feminismo. Há vinte anos, Luz.
BATALHÃO SUEZ: HISTÓRIA E MEMÓRIA DOS
SOLDADOS PIAUIENSES NA PRIMEIRA MISSÃO DE PAZ DA ONU (1957-1967)
Manoel Ricardo Arraes Filho - UFPI
Esta apresentação objetiva analisar a participação de militares brasileiros especialmente
piauienses na primeira Missão de Paz da ONU. Conhecida como Força de Emergência
das Nações Unidas (UNEF I) essa Força militar internacional foi enviada ao Egito entre
1957 e 1967. A análise será feita a partir de dois corpus documentais autônomos e
complementares: os depoimentos orais e as imagens fotográficas. Mais recentemente,
foi agregada outra fonte de interpretação à serviço da História: o cinema. Para tanto
realizamos um documentário contando a participação dos piauienses na Missão.
Cremos que, metodologicamente, a incorporação das fontes visuais aos relatos de
História Oral e o cruzamento entre eles, são importantes para o estudo das
sensibilidades, das representações sociais e do impacto que os mecanismos culturais do
Oriente Médio exerceram sobre esses militares, durante sua permanência, naquela
operação de paz.
Palavras-chave: ONU. Missões de Paz. Exército. Faixa de Gaza. Oriente Médio.
CAVALEIROS MEDIEVAIS NO SERTÃO NORDESTINO
Romildo Biar Monteiro - UFC
Elizabeth Dias Martins - UFC
O presente trabalho pretende analisar os resíduos mentais da Idade Média em dois
romances regionalistas, O Sertanejo (1875), de José de Alencar e O Cabeleira (1876),
de Franklin Távora, que são perceptíveis, principalmente, no caráter e na conduta dos
personagens Arnaldo e José Gomes, nos quais observamos aproximações com a figura
do cavaleiro medieval. O que torna nossa análise relevante é a compreensão da
importância do legado medieval para a formação do mosaico cultural nordestino. Para
tanto, pautamo-nos na Teoria da Residualidade, proposta teórico-investigativa
sistematizada por Roberto Pontes e desenvolvida pelos pesquisadores do Grupo de
Pesquisa Estudos de Residualidade Literária e Cultural, do Diretório de Pesquisas do
CNPq desde 2001. A teoria em questão busca encontrar a função do imaginário
popular no fazer literário, ao revelar substratos mentais que foram ao longo dos tempos
incorporados, e que são empregados, pelo autor, na criação do texto literário. Nessa
perspectiva, trabalhamos com os conceitos de resíduo, mentalidade, hibridação cultural
e cristalização. Enfim, nosso trabalho intenta mostrar, pelo viés da residualidade, os
resíduos perceptíveis no imaginário sertanejo pertencentes a uma mentalidade que
assemelha-se imenso ao dos cavaleiros medievais, a partir da compreensão do modo
como se articulam os heróis de ambas as narrativas.
Palavras-chave: Residualidade. Mentalidade. O Sertanejo. O Cabeleira. Cavaleiro
medieval.
ASPECTOS DA RESISTÊNCIA FEMININA EM NIKETCHE:
UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE
Rosa Áurea Ferreira da Silva - UFPI
A obra Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane é reconhecida pela
abordagem singular que esta autora moçambicana faz da mulher e como está ganha
voz através dos ecos da personagem narradora Rami, a qual após descobrir a traição do
marido Tony, que possui, além dela, mais quatro mulheres, resolve reverter a situação a
seu favor e a favor das outras mulheres. Chiziane propõe um olhar mais apurado para a
questão da mulher colonizada e como esta colonização relegou à mulher um papel de
subalternidade na sociedade patriarcal moçambicana. Sabe-se que a língua portuguesa
é a língua utilizada pelos autores moçambicanos para escreverem suas obras, por ser a
língua oficial de Moçambique e, portanto, possui maior expressão nacional, apesar de
não ser a mais falada. Diante do exposto, pretende-se abordar um dos aspectos
observados na obra, que é o apoderar-se da linguagem do colonizador para construir
um discurso de resistência. Seguindo esta lógica, pretende-se discutir alguns aspectos
desta obra da autora moçambicana pós-colonial, em que, na condição de literata,
possibilita espaços para que a mulher subalterna tenha voz. Para isto, a autora evoca
séculos de tradição herdados do colonialismo e coloca-se contra esta tradição, a qual
obliterou a mulher, relegando a está um patamar inferior na hierarquia patriarcal. Com
o objetivo de provocar reflexões acerca do assunto tratado, abordaremos os
pressupostos teóricos de Spivak (2010) e Bonnici e Zolin (2005).
Palavras-chave: Chiziane. Colonizado. Subalterno. Resistência.
INTER-RELAÇÕES EM LITERATURA E CINEMA:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI
Esse estudo possui o intento de analisar as inter-relações entre literatura e cinema,
estabelecendo pontos de interseção e especificidades entre esses dois sistemas
estéticos, assim como análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas.
Dessa forma, para uma abordagem no âmbito comparativo entre Literatura e Cinema,
propõe-se compreender as peculiaridades e as semelhanças existentes entre esses dois
sistemas, por meio de uma reflexão sobre Intertextualidade e dialogismo, pois a teoria
da comparação mostra que a literatura é produzida por um constante diálogo de textos
que pode ocorrer com empréstimos, trocas e retomadas. Os princípios teóricos
propostos estão pautados pela concepção de diálogo referendado por Bakhtin, e
intertextualidade ou transtextualidade, apontados por Gerard Genette. Trataremos
ainda a relação da literatura e cinema com ênfase na estrutura narrativa, uma vez que é
consenso entre diversos teóricos que a aproximação mais evidente entre Cinema e
Literatura é a narratividade, entre eles Randal Johnson, Haroldo de Campos, Michel do
Espírito Santo, Claude Bremond, entre outros. A comunicação centra-se em apresentar
semelhanças e diferenças entre literatura e cinema, longe de esgotar as possibilidades
de comparação, o objetivo central é discutir algumas possibilidades interpretativas e
conceituais sobre essas duas linguagens representativas distintas.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Dialogismo. Transtextualidade.
A RELAÇÃO ENTRE A LITERATURA E O CINEMA E AS CONTRIBUIÇÕES MÚTUAS
DESSES SISTEMAS SEMIÓTICOS EM UMA RELAÇÃO DE DIALOGISMO,
HIPERTEXTUALIDADE, TRADUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL
Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI
Feliciano José Bezerra Filho - UESPI
No mundo globalizado, no qual o cinema é uma forma de comunicação atraente e de
grande adesão do público em geral, percebe-se que é importante explorar esse veículo
de informação e comunicação como forma didática, para promover o interesse em
obras literárias. Tem-se, portanto, como pressuposto, a utilização do cinema como um
instrumento a serviço da propagação de obras literárias. Este trabalho busca discutir as
relações existentes entre cinema e literatura, a aproximação entre esses dois sistemas
estéticos e a análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas de modo
que elas apareçam conjugadas, uma influenciando a outra. Assim como a literatura, o
cinema apresenta-se como uma arte de grande adesão nas diversas camadas sociais,
merecendo atenção dos estudiosos em literatura comparada, no que se refere à relação
entre o literário e o cinematográfico, pois cada vez mais um empresta elementos
constitutivos do outro. Dessa forma, este trabalho foi organizado estabelecendo
semelhanças, diferenças e peculiaridades de cada área estudada.
Palavras-chave: Cinema. Literatura. Ensino.
REPRESENTAÇÕES DO NEGRO GAY NA
LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
Rubenil da Silva Oliveira - UESPI
Elio Ferreira de Souza - UESPI
Esse artigo visa uma análise das representações do sujeito negro e gay apresentadas na
literatura afro-brasileira, além de buscar desconstruir as imagens acusatórias da
difamação e preconceito com que os homossexuais negros eram e são vistos pela
sociedade brasileira e pela crítica literária acadêmica. As mudanças nas leis associadas
às conquistas dos direitos civis dos homossexuais e do negro e o espaço encontrado na
Crítica dos estudos culturais têm ajudado a diminuir a intensidade da negação da
literatura canônica à literatura de temática homoerótica e negra. Porém, quando
relacionadas essas duas temáticas ainda se nota que a produção é escassa, tanto no que
se refere ao volume de obras em circulação quanto ao número de estudiosos e
publicações da crítica literária acadêmica. Para isso, tomou-se como referencial o
romance “Bom-crioulo”, de Adolfo Caminha e o conto “A seiva da vida”, do escritor
negro Éle Semog, o primeiro é considerada pela crítica literária brasileira como sendo o
primeiro romance que trata da temática homoerótica, uma vez que a obra “Um
homem gasto”, de Ferreira Leal não conquistou notoriedade e a segunda, um relato da
homossexualidade no fim do século XX. O recorte metodológico segue a abordagem
qualitativa de pesquisa, centrado na pesquisa do tipo bibliográfica. As imagens
representativas dos negros gays na literatura afro-brasileira sempre foram reforçadas por
estereótipos negativos que desumanizam a etnia e a orientação sexual, uma vez que
sempre foram tratados de modo animalesco pela sociedade, além de marcados como
agentes da degeneração social. Portanto, a representação do negro homossexual é um
contraponto à ideia do negro como sujeito masculinizado e viril, porém, no que diz
respeito à força e até mesmo ao papel do macho, ambas as narrativas apresentam o
negro gay como exercendo o papel de sujeito ativo da relação homoerótica.
Palavras-chave: Homossexualidade. Negro. Estereótipo. Adolfo Caminha. Éle Semog.
HISTORIAS E MEMORIAS DA ARTE DE PARTEJAR
Sarah Silva Froz - UEMA
Tatiana Raquel Reis Silva - UEMA
Este trabalho visa mostrar o universo das parteiras tradicionais/leigas da FEPTEMA
(Federação das Parteiras Tradicionais do Maranhão) localizada na área Itaqui Bacanga,
região periférica de São Luís. As histórias das parteiras revelam as emoções, os medos e
as aventuras vivenciadas no dia-dia. De acordo com relatos, o parto demonstra-se tão
importante quanto à própria prática de partejar, foi possível observar que a relação
travada entre parteira e parturiente é mais complexa do que a relação médico/paciente.
Acredita-se que nada é mais importante do que a história contada pelos seus
participantes, por isso este trabalho parte das narrativas das próprias parteiras, na
tentativa de reproduzir os seus gestos, lagrimas e risos. Assim, através de suas memórias,
histórias de vida e de suas vivencias objetiva-se conhecer a atuação dessas mulheres ao
realizarem o seu dom profissional. Este trabalho tem como norte teórico os trabalhos de
Soraya Fleisher (2007), Marina Pereira (2009), e Maria Djair Dias (2007), no tocante a
utilização da história oral e no trabalho com as problemáticas da memória, destaca-se
Pollack (1989), Ferreira (2000) e Meihy (2002).
Palavras-chave: Parteiras. Mulheres. Memorias. História oral.
LITERATURA SURDA: O USO DE TECNOLOGIAS PARA EXPRESSÕES LITERÁRIAS
EM LIBRAS
Shisleny Machado Lopes - UFPI
Lívia Guimarães da Silva - UFPI
Para Moura (2013) a inclusão tem se tornado um paradigma dentro da educação e,
vivendo em uma sociedade ouvinte, percebe-se que os Surdos muitas vezes não
encontram oportunidades para desenvolver seu potencial cognitivo. O qual,
atualmente, pode ser estimulado através da tecnologia. Segundo Vaz (2012) o uso da
tecnologia na educação tem tido grande popularização, e é crescente a utilização de
softwares educacionais. Ainda nas palavras do autor, as tecnologias que modificam o
pensamento e as ações do homem, principalmente a internet, mostram-se instrumentos
atraentes, que, bem utilizados, permitem estratégias pedagógicas novas e mais efetivas,
como os ambientes virtuais de aprendizagem. Com embasamento neste, Coscarelli
(1998), Moura (2013), Gomes (2010) e outros autores. Este trabalho objetiva analisar o
uso da tecnologia no ensino de literatura para surdos. Para isto, realizamos um
levantamento de alguns artefatos tecnológicos, segundo Valadares (2004) são ambientes
informatizados de ensino e aprendizagem, que podem ser utilizados por professores
como mediadores no desenvolvimento de expressões literárias por parte dos surdos.
Com isso, destacamos os aspectos significantes no desenvolvimento da poesia e prosa
por meio do uso de recursos midiáticos pela comunidade surda e concluímos que há
tecnologias que podem trabalhar e melhorar o processo de aprendizagem, sua relação
com o professor e colegas, auxiliar a agregar e compartilhar conhecimentos literários.
Palavras-chave: Tecnologia. Literatura. LIBRAS.
REMIX DE HIPERMÍDIAS: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA
HABILIDADE DE LEITURA NA DISCIPLINA DE INGLÊS INSTRUMENTAL
Sílvia Mônica Moura Lima - UFPI
Beatriz Gama Rodrigues - UFPI
Os textos digitais são construtos potencialmente explorados em nossa cultura
contemporânea. Através de tecnologias digitais como o computador e aparatos móveis,
que nos permitem não somente assistir e ler textos verbais e imagéticos, mas também
enunciar através de torpedos, postagens de imagens e vídeos em redes sociais, além de
fazer fotomontagens, colagens de textos, isto é remixes, e agir socialmente através dos
mesmos. Entre um clique e outro, a leitura de hipertextos é um mergulho em
imbricações de nós hipertextuais ou hipermodais (quando associados a imagens, sons e
vídeos) que exigem uma postura eminentemente ativa do leitor durante sua
navegabilidade, pois, durante sua compreensão, utiliza estratégias cognitivas e
metacognitivas. Esta apresentação tem como objetivo discutir reflexões realizadas
durante a pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida numa disciplina de inglês
instrumental da UFPI. Nosso suporte teórico foi embasado nas leituras de Coscarelli
(2005); Rojo (2009, 2012, 2013); Levy (1993); Gomes (2011); Koch (2007); dentre
outros. Nosso corpus é composto por observações participantes; relatos de experiência
e remixes realizados pela professora e alunos. A partir da análise preliminar dos
resultados, observamos indícios que as atividades com remixes de hipermídias são
profícuas para o desenvolvimento da habilidade de leitura em língua inglesa.
Palavras-chave: Remix. Hipermídias. Leitura. Ensino. Inglês.
O GÊNERO CHARGE E A ANÁLISE DE
SEU DISCURSO NA WEB
Susy Nathia Ferreira Gomes - UFMA
Alexandre Guida Navarro - UFMA
O objeto de estudo deste trabalho é a charge em sua concepção textual e discursiva,
veiculada em diferentes mídias da web, e como estas se apropriaram dos
acontecimentos e deram sentidos aos mesmos através de suas produções, procurando
identificar os principais elementos políticos e estéticos, reconhecendo sua historicidade
e determinando sua condição de signo ideológico, utilizando como referência as
charges que ilustraram a Copa do Mundo ocorrida no Brasil em 2014, e as principais
repercussões que ocorreram em torno do evento e que protagonizaram algumas
discussões em blogs e redes sociais. A charge crítica, impressiona e provoca risos, não
sendo apenas um gênero jornalístico e discursivo, como também considerado artístico e
histórico e não poderia deixar de se influenciar pelos mesmos critérios de uma notícia.
Isso significa afirmar que a charge toma parte do processo de agendamento dos temas
midiáticos, colaborando com a discussão pública e com o processo de formação da
opinião. Desenvolvido sob a perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, uma
corrente de estudos que estabelece a relação existente entre língua/sujeito/história ou
língua/ideologia, objetiva apresentar reflexões sobre as condições de produção
constituintes da charge, bem como investigar como os efeitos de sentido gerados se
materializam no presente gênero por meio dos discursos.
Palavras-chave: Charge. Gênero discurso. Análise do discurso. Mídia. Copa.
A UTILIZAÇÃO DO POTENCIAL DO IWB E OS EMPECILHOS ENFRENTADOS POR
PROFESSORES AO USAR DETERMINADOS RECURSOS OFERECIDOS PELO MESMO
NO EFL EM UMA ESCOLA DE IDIOMAS EM TERESINA
João Alexandre Ferreira Ramos - Cultura Inglesa - PI
Thalita Christina Cavalcante Arré - Cultura Inglesa - PI
A utilização do “Interactive White Board” (IWB), no ensino de língua estrangeira, é
parte de uma série de iniciativas utilizadas em uma determinada escola idiomas em
Teresina, a fim de desenvolver o uso da informação e das comunicações (TIC) no
ensino/aprendizagem de língua inglesa. O uso do IWB apresenta desafios e
oportunidades para que professores e alunos possam amenizar deficiências tais como a
ausência de um ambiente real para interação na língua alvo. Este estudo é resultado de
uma pesquisa realizada através da aplicação de questionário fechado com professores
que trabalham com o IWB há pelo menos um ano a fim de coletar dados a respeito da
utilização do potencial do quadro digital e quais empecilhos os professores dessa
intuição de ensino enfrentam ao utilizar os recursos disponíveis através do IWB listados
na pesquisa. O estudo também tem como papel enfatizar a importância da formação
continuada de professores, mesmo após a familiarização com o IWB uma vez que os
mesmos precisam desenvolver competências técnicas e pedagógicas específicas para o
uso eficaz do mesmo.
Palavras-chave: IWB. Interactive White Board. TIC. EFL. Quadro Digital.
LITERATURA E HISTÓRIA:
DUAS CONCEPÇÕES, UM CAMINHO
Thalita Ruth Sousa - UFMA
Naiara Sales Araújo Santos - orientadora - UFMA
A história e a literatura são concepções que norteiam tanto a vida social quanto
individual dos seres humanos; ultrapassam o tempo, se deixando influenciar por ele
e/ou influenciando-o de forma marcante. Apesar de tratarem de pontos de vista
diferentes da vida humana e do mundo, elas se entrelaçam e rompem suas fronteiras
de forma a serem indivisíveis em alguns pontos. Objetiva-se então, aqui, demonstrar
essas diferenças e as uniões que as fazem tão intrínsecas, expondo além das influências
mútuas, a manipulação que se sujeitam. Para tanto, tem-se como fundamentação
teórica as percepções de Aristóteles em sua obra intitulada Arte Poética, onde o
historiador é desvendado e comparado com o poeta – o literato; e, para demonstrar a
relação intricada formada pela união dos ideais literários e históricos, assim como as
vantagens e as desvantagens da mesma, utiliza-se as concepções de Roger Chartier e
Patrícia Martin Alves do Prado. Estes pontos de vista podem ser exemplificados através
da manipulação criada pelo Main Kapf de Adolf Hitler e de um comparativo entre as
obras O Diário de Anne Frankie, da jovem escritora Anne Frankie e A menina que
roubava livros, de Marcus Suzak, pois estes últimos mostram a influência da literatura na
história – e vice-versa; olhando assim um só fato histórico, o Nazismo, através de todos
os pontos de vista abordados neste trabalho.
Palavras-chave: Literatura. História. Influência.
LEVANTE AOS MORTOS E A CRÍTICA DE LIMA BARRETO A MUNICIPALIDADE
CARIOCA NO PRELÚDIO REPUBLICANO
Thiago Venícius de Sousa Costa - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo discutir a percepção de Lima Barreto sobre a
atuação da Administração Municipal do Rio de Janeiro durante a Primeira República. E
aqui particularmente a cerca das críticas que faz sobre o desempenho da edilidade
carioca nas regiões suburbanas. Desse modo, estaremos apontando alguns aspectos que
para o autor seriam os deveres fundamentais da municipalidade, em face uma série de
controvérsias que lhes tornaria tão inepta quanto à organização da política republicana
no país, com gastos em superficialidades e obras sem interesse público. Que serviriam
antes para alimentar as presunções dos graúdos da burocracia nacional e externar as
fachadas do país pelos “arremedos parisienses”. Essa discussão será feita a partir de
análises de seus artigos e crônicas, reunidos em quatro obras publicadas pela Editora
Brasiliense, em 1956, Feiras e Mafuás, Coisas do Reino de Jambon, Marginália e Vida
urbana. Desse modo, dentre das possibilidades que poderíamos tratar sobre a temática,
estaremos apontando como Lima Barreto se utiliza do fantástico da literatura para dar
margem a essas questões, quando concede voz a personagens mortos para cobrarem
medidas pragmáticas a municipalidade. Onde em algumas situações essa abordagem
pode figurar um trajeto fúnebre de um morto até cemitério municipal de Inhaúma, que
durante o percurso se depara com uma série de problemas na pavimentação, que
impedem de algum modo que chegue ao seu destino. É nesses termos que o
inesperado ocorre, quando o morto é obrigado a voltar à vida e protestar contra o
prefeito sobre a eminencia desses problemas.
Palavras-chave: Administração Municipal. Lima Barreto. Subúrbios
FICÇÃO, MEMÓRIA E TESTEMUNHO
NA LITERATURA PÓS-64
Valéria Gomes Ignácio da Silva - PUC-SP
Maria Rosa Duarte de Oliveira - PUC-SP
A análise da produção literária que ocorreu no período do regime militar brasileiro
apresenta-se, com o amparo de 50 anos de distância do golpe de 1964, como
oportunidade de entendimento das transformações que caracterizam a ficção da época.
Ao articular ficção e memória, no exame de alguns dos mais singulares romances da
década de 1970 e da atualidade, pretende-se refletir especialmente sobre o fenômeno
literário do testemunho, enquanto território que conjuga a memória, as interdições
impostas pela arbitrariedade, violência e censura, mas também a contingência da
representação artística. Dois romances avultam no recorte do relato de teor
testemunhal: Em câmara lenta, de Renato Tapajós, e K. – Relato de uma busca, de
Bernardo Kucinski. Ambos têm como referência a militância política do pós-64, caráter
memorialista e um narrador na busca da verdade sobre uma pessoa próxima. As obras
nos trazem um guerrilheiro urbano que ambiciona reconstituir as circunstâncias da
morte da companheira e um senhor que persegue informações sobre a filha
desaparecida. Nesses relatos de teor testemunhal, na cisão entre uma potência e uma
impotência de dizer, situa-se um sujeito determinado a significar o trauma. Para isso,
vale-se não apenas da linguagem poética – negatividade – na representação do
indizível, mas também do deslocamento do foco narrativo, da fragmentação, da
suspensão da linearidade temporal e principalmente de índices de ausência. Observase que essa literatura não deixa de ambicionar a construção de uma memória coletiva,
valendo-se do ‘como se’ que caracteriza a composição fictícia numa relação também
compromissada com o real, a memória e o histórico. O sujeito da memória cumpre um
papel social que o historiador não cumpriu e essa memória, constitutiva da identidade,
impõe a necessidade de uma reorganização da dificuldade social de lidar com a própria
história. Como a literatura acolhe essa manifestação?
Palavras-chave: Testemunho. Memória. Ficção. Literatura pós-64.
A MORTE NA NOVA HELOÍSA DE ROUSSEAU:
ABORDAGEM ESTÉTICA DA VIRTUDE
Lussandra Barbosa de Carvalho - FAMA
Análise da relação entre morte e virtude no romance epistolar de Rousseau. Discute-se,
primeiramente, o problema estético na dimensão do conteúdo refletindo-se acerca do
elemento essencial que associa morte e virtude. Como uma abordagem presente em
algumas partes do romance Júlia ou a Nova Heloísa, a morte coloca em evidência o
comportamento da bela e encantadora Júlia enquanto modelo de mulher virtuosa.
Destaca-se tais momentos do texto e relaciona-se essa perspectiva da abordagem
literária com a experiência real humana. Visa-se que tal análise permita discernir até
que ponto o texto apresenta um comportamento esperado do personagem diante da
tristeza que emana dessa questão e a partir de onde o autor manifesta não mais que
reflexões sobre a virtude da resignação ante a inevitabilidade da morte e do
comportamento que ele espera que as pessoas realmente tenham diante dela.
Finalmente, discute-se o problema estético em sua dimensão formal: a estrutura
epistolar do texto suscita desde o início, uma perspectiva pretérita dos fatos,
antecipando a ideia de que a morte é um fenômeno possível ao longo da narrativa. A
virtude é identificada no desfecho como o elo que vincula a temática da morte à
essência da personagem.
Palavras-chave: Morte. Virtude. Estética. Romance. Rousseau.
RECONSTRUINDO A ENUNCIAÇÃO NO MONÓLOGO DE SANTIAGO EM O
VELHO E O MAR
Valnecy Oliveira Corrêa Santos - UESPI
Sandra Maria Lemos Campelo - UESPI
Este trabalho investiga o dialogismo presente em todo ato de linguagem. Segundo
Bakhtin (1981), há diálogo em toda comunicação humana, processo no qual o “eu”
sempre pressupõe a existência do outro. Nesse contexto, a questão que se busca
responder é como favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor quando se
trabalha com alunos do 8º ano do ensino fundamental? A hipótese que se defende é a
de que a análise do dialogismo na obra a partir dos pressupostos bakhtinianos favorece
esse encontro. Para tanto, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência da autora
acerca da análise do dialogismo no monólogo estabelecido por Santiago - personagem
do romance do livro O Velho e o Mar de Ernest Hemingway com os alunos do 8º do
ensino fundamental. Nesse relato, a autora expõe como trabalhou a obra, tendo como
base o dialogismo presente na enunciação. Trata-se de uma pesquisa descritiva,
bibliográfica, de cunho qualitativo, em que são assumidos autores como: Bakhtin
(1981), Benveniste (1995) Brait (2005, 2005 e 2013), Bronckart (2012) Fiorin (1996),
entre outros. O relato de experiência mostra que estes pressupostos teóricos são
fundamentais para a prática docente, quando se trabalha a leitura na perspectiva da
mediação pedagógica e configuram-se como um bom caminho a ser seguido para
favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor.
Palavras-chave: Dialogismo. Enunciação. Leitura. Literatura. Ensino-aprendizagem.
“VOCÊ É MINHA FADA MADRINHA”:
O ARQUÉTIPO DA GRANDE MÃE EM MALÉVOLA
Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA
Maura Cristina de Melo Silva - orientadora - UFMA
Os contos de fada permeiam o imaginário popular e encantam tanto crianças quanto
adultos há várias gerações. Eles foram capazes de sobreviver através dos séculos até a
contemporaneidade porque estão sempre em um constante processo de modificação e
reinvenção. Um outro motivo para isso é a construção arquetípica de seus enredos
sendo que um arquétipo bastante comum nos contos de fada é o da mãe má, ou mãe
terrível como denominam os psicólogos junguianos. A Branca de Neve, Cinderela ou O
sapatinho de vidro, A bela adormecida do bosque, O pequeno polegar, João e Maria são
alguns exemplos de contos de fada nos quais esse arquétipo pode ser encontrado. Em
contraposição a mãe má existe a mãe boa, ambas representam as facetas dualísticas do
que Jung chama de “Grande Mãe”. Este trabalho tem como objetivo traçar um paralelo
entre literatura e cinema ao analisar como o filme Malévola (uma releitura do conto A
bela adormecida) aborda o arquétipo da “Grande Mãe” ao trabalhar em seu enredo
não só a figura da mãe má, mas também – e principalmente – a figura da mãe boa (a
quem nem sempre os contos de fada dão muito destaque). Para tanto, far-se-á uso das
teorias de psicólogos junguianos.
Palavras-chave: Contos de fada. Literatura. Cinema. Arquétipo. Grande mãe.
MEU QUERIDO DEMÔNIO: A IRONIA PRESENTE EM CARTAZ DE UM
DIABO A SEU APRENDIZ
Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA
Naiara Sales Araujo Santos - orientadora - UFMA
Entre os diversos trabalhos de Clive Staples Lewis, poeta e escritor, encontra-se o livro
Cartas de um diabo a seu aprendiz, publicado em 1942. Nessa obra de caráter epistolar,
Lewis analisa o comportamento humano em diversas situações cotidianas, colocando
em destaque o difícil processo de aproximação com Deus. Em lugar de seguidas cartas
com conselhos tradicionais, similares às encontradas no Novo Testamento da Bíblia
cristã – em especial as escritas por Paulo, direcionadas a Timóteo – Lewis opta por
utilizar-se da ironia para inverter todo o contexto, sem deixar de enviar a mensagem
evangelizadora já característica de suas obras anteriores. O livro é composto por uma
compilação das correspondências escritas por Fitafuso, demônio e subsecretário do
departamento de tentação, para seu sobrinho Vermebile, também demônio, porém na
classe inferior de tentador júnior. Nelas, o demônio sênior orienta seu aprendiz quanto
a como afastar do Inimigo (Deus) seu “paciente”, que é uma representação dos seres
humanos em geral. A partir da situação inusitada que a obra apresenta, objetiva-se
nesse trabalho analisar como a ironia se faz presente e como o autor consegue transpor
esse elemento da retórica para uma obra de caráter exclusivamente escrito. Para tanto,
utilizaremos como base as definições literárias de ironia da escritora e crítica canadense
Linda Hutcheon em suas obras Teoria e Política da Ironia (2000) e Teoria da Paródia
(1985), sem deixar de dialogar com o ponto de vista de outros autores, tais como
Mikhail Bakhtin e Beth Brait à medida que se fizerem necessários.
Palavras-chave: Carta. Diabo. Ironia. Tentação.
A FICÇÃO CIENTÍFICA E O MEDO: A TECNOFOBIA NO CONTO O FEITIÇO E O
FEITICEIRO DE AMBROSE BIERCE
Victoria Ponciano Côrtes - UFMA
Naiara Sales Araujo Santos - orientadora - UFMA
A ficção científica nasceu no século XIX com a obra “Frankenstein” de Mary Shelley e
marcou a introdução da ciência dentro do campo artístico e literário, sendo
influenciada de perto pelos avanços tecnológicos e levando a nova mentalidade
científica para dentro da literatura. Sua proliferação, no entanto, ocorreu apenas no
século XX, mas foi tão bem sucedida em seu objetivo que a noção de “ficção científica”
se enraizou na mentalidade da época e se tornou um referencial constante em nosso
cotidiano, fazendo com que se criasse a sensação de que a literatura está cada vez mais
próxima da realidade. Todas as inseguranças humanas em relação aos avanços
científicos são externalizadas e refletidas nas obras do gênero, revelando as novas
preocupações e anseios de uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia.
Levando tais informações em consideração, este artigo analisará a tecnofobia presente
no conto de Ambrose Bierce “O feitiço e o feiticeiro” e tentará explicar esse súbito
medo dos avanços tecnológicos, sobretudo no que diz respeito à robótica, focando-se
na maneira como tal medo permitiu a substituição do elemento sobrenatural pelo
elemento científico nos contos de terror, levando ao surgimento do gênero. Para isso
será tomado como base os conceitos defendidos por Paul K. Alkon, Félix Bodin, Darko
Suvin, Samuel Delany, Isaac Asimov, entre outros.
Palavras-chave: Ficção cientifica. Tecnologia. Ciência. Tecnofobia. Literatura.
O DEVIR-MONSTRO DO ESCRITOR EM NAKED LUNCH
Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros - UFPI
Baseado na obra homônima de William S. Burroughs, o filme Mistérios e Paixões
(Naked Lunch) de David Cronenberg (1991) torna a fronteira entre humano e inumano
assim como memória e esquecimento ainda mais diáfana. Este artigo tem como
objetivo mostrar o devir-escritor de Bill Lee nesse filme. O filme mostra um escritor na
busca por “inspiração”. A partir dos estudos de Platão, mas revisitado por Jacques
Derrida sobre o phármakon – um termo ambíguo que significa escritura e que pode ter
um caráter tanto benéfico quanto maléfico para a memória – de Gilles Deleuze e Félix
Guattari sobre como criar um corpo sem órgãos e de como se realiza o devir-escritor de
Bill, este trabalho mostra que o escritor é um feiticeiro capaz de tudo para prosseguir
escrevendo. Por exemplo, quando Bill decide usar inseticida na busca por “inspiração”
é conduzido a Interzone, uma espécie de agência secreta governamental, e uma vez
nesse local, Bill se confronta com seu próprio corpo sem órgãos, ele é testemunha dos
seus próprios monstros, do seu gozo impossível, da sua sombra e do seu reflexo.
Escrever é seu devir, fruto de seu desejo insaciável, porque só o escritor comporta os
mais diversos animais dentro dele e só ele pode ter acesso a essa “fauna” pessoal e, que
através da escrita, libertá-los.
Palavras-chave: Naked Lunch. Phármakon. Corpo sem órgãos. Devir-escritor.
IMAGENS DE UM PASSADO ESCONDIDO:
CINEMA, MEMÓRIA E IDENTIDADE NO FILME CACHÉ
Wendell Emmanuel Brito de Sousa - UFMA
O presente trabalho visa estabelecer uma discussão entre cinema, memória e
identidade a partir do filme Caché (2005) dirigido por Michael Haneke. O filme,
vencedor da Palma de Ouro em Cannes, conta a história de uma família francesa que
passa a receber videos sobre os seu cotidiano e desenhos macabros. A busca pelo autor
das misteriosas mensagens leva o casal a perceber que o misterioso autor conhece mais
sobre o passado da família do que eles imaginam. Uma das principais características do
cinema do diretor alemão é uma revisão crítica do passado já estruturado por uma
memória oficial. No tratar do filme, Haneke utiliza a história de uma família francesa,
para desencadear uma reflexão sobre o colonialismo francês, e, por conseguinte,
desenterrar memórias subterrâneas do mesmo processo de colonialismo francês em
território africano primeira metade do século XX. Para esta reflexão utilizo os conceitos
de Pollak de memória oficial e memória subterrânea para discutir essas disputas pela
memória que alegoricamente aparecem na ficção, ou como a tradução do título do
filme para o português evidencia, está escondido. Além do diálogo com os conceitos
propostos por Pollak, para entender a crítica a memória construída sobre a colonização
e a própria identidade francesa, trabalho com o conceito de manipulação da memória
de Paul Ricoeur. Segundo o filósofo, as memórias são construções humanas, portanto,
passiveis de manipulação. Essas memórias produzem identidades, alicerçadas a partir
de relações de poder. A busca por apresentar esses conceitos chaves, visa o
entendimento crítico do filme Caché (2005), evidenciando as problemáticas levantadas
pelo diretor dentro da ficção.
Palavras-chave: Cinema. Memória. Identidade
INTERPRETAÇÃO NIETZSCHIANA DA TRILHA
SONORA DE PSICOSE
Wesley Leite Feitosa - UFMA
Trata-se de uma discussão sobre a ‘relação’ entre o jovem Nietzsche e o a trilha sonora
utilizada no filme Psicose. Observa-se no filme Psicose, dirigido por Alfred Hitchcock,
que o suspense gerado pelo filme tem como principal causa sua trilha sonora, e
fundamentando no pensamento de Nietsche, especialmente em seu livro O
Nascimento da Tragédia, essa música se caracteriza como uma música dionisíaca, pois
é capaz de provocar um sentimento de tensão em quem assiste. Nietzsche em seu
primeiro livro afirma que a arte sofre influência de duas pulsões artísticas, denominadas
de apolínea (referindo-se ao deus Apolo da mitologia grega), e dionisíaca (referindo-se
ao deus Dionísio da mitologia grega). E sua investigação sobre a tragédia grega, aponta
através de sua fundamentação em A. Schlegel, que o coro trágico tinha papel
importante para o envolvimento do público com a peça teatral, pois através da música
dionisíaca “o homem é incitado à máxima intensificação de todas as suas capacidades
simbólicas”. Essencialmente o filme necessita da música para provocar pavor, e
envolver o público com o filme, pois a música contida nele representa ‘chave’
importante no drama e no trágico, capaz de despertar uma sensação que o filme
apenas com a pura representação de imagens não conseguiria proporcionar,
principalmente em Psicose, já que Hitchcock em suas cenas não mostrava todos os
detalhes da ação, não continha muita “cientificidade”. A canção estimula o público à
um estado que é característico da música dionisíaca. “a música dionisíaca, em
particular, excitava nele espantos e pavores”.
Palavras-chave: Música. Tragédia. Suspense.
REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO COLONIZADOR-COLONIZADO EM THE GRASS
IS SINGING
Isabela Christina do Nascimento Sousa - UFPI
A Rodésia foi uma das colônias britânicas do século XX e as fazendas de colonos eram
onde muitos nativos, embora não recebessem a denominação de escravos, eram, por
lei, obrigados a trabalhar recebendo pouquíssimo em troca. Uma elite branca dominava
a maioria negra que era submetida às suas leis e interesses. É nessa atmosfera que se
passa The Grass is singing (1950), primeiro romance da escritora de língua inglesa Doris
Lessing. No romance a personagem Mary Turner, ao entrar em contato com os nativos
que são empregados pelo seu marido, faz emergir em seu comportamento todas as
características e artifícios do opressor colonial. Ela objetifica todo aquele outro que se
localiza no lugar que ela reconhece como oposto ao dela, qualificando como ilegítimos
seus costumes e sua língua, enquanto os nega o acesso a qualquer manifestação da
cultura da “civilização branca”. Quando o colonizador, por um instante, e, por acaso,
olha para o colonizado como ser humano, a relação mestre-servo está ameaçada,
sendo precisamente o que acontece com Mary que vê essa relação entrar em colapso à
medida que ela é forçada a perceber seu servo, Moses, não apenas como um animal
selvagem, mas sim, como uma pessoa e é invadida por um sentimento de culpa que ela
se nega a reconhecer. Através deste trabalho, propõe-se analisar como se dá a
construção da identidade dos personagens inscritos no ambiente colonial, a partir das
ideias de Homi K. Bhabha, assim como os conflitos que surgem no momento em que
essas identidades (colonizador-colonizado) são ameaçadas de dissolução e quais
negociações de poder e sentido são geradas durante esse processo.
Palavras-chave: Colonizador. Colonizado. Identidade.
AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM
HISTÓRIA ALEGRE DE PORTUGAL
Jane Adriane Gandra - UEG
A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação
em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir
os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o
fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim.
Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na
narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas
inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de
repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez
aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela
fundação de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta
narrativa é o fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens
sempre são vistas como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se
elucide questões obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de
Chagas, na opinião de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de
imprimir uma certa vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas
apresentações sobre o assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que
Pinheiro Chagas enlaça o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco
nem rigor histórico, nem o cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito
menos o suspense e o interesse pela estória narrada.
Palavras-chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias.
Público Infantil. Historiografia.
LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA DO JOVEM
LEITOR
Priscila da Conceição Viégas - UFPI
A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras
“Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta
embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o
incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição
de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na
cidade de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo
Rubens Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da
pesquisa e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola –
PNBE/2013. Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos
supracitados, pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura
literária, buscando incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da
rede pública por meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressaltase, ainda, o ponto primordial desta investigação que é a discussão a respeito das
práticas da leitura literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste
tipo de leitura. Deste modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014)
elabora-se uma proposta didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva
(2010), tendo como suporte a elaboração de procedimentos metodológicos para que
assim se desenvolva o processo de leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do
Ensino Médio. E, por conseguinte, evidencia-se o letramento literário com o argumento
de enfatizar o valor da literatura juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na
formação do jovem leitor.
Palavras-chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil.
“O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”:
A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO
Lídia Clara Cutrim Lima - UEMA
A busca incessante pelo conhecimento e pela informação tem sido uma das principais
marcas da sociedade moderna. Sendo assim, a literatura infanto-juvenil é um
instrumento peculiar no processo de construção e reconstrução desse conhecimento,
uma vez que seu escopo primeiro é a conscientização da sociedade para a importância
e valorização do homem como um ser capaz de transformar o mundo a partir dos
conteúdos adquiridos através das várias leituras que faz. Com essa aquisição, ele será
capaz de se tornar um leitor crítico, onde possibilita uma visão ampla e complexa da
sociedade e não uma simples decodificação de signos linguísticos. Partindo desse
pressuposto, a fase em que se desenvolve tal habilidade é dividida em quatro etapas: a
primeira é a leitura superficial, uma decodificação apenas para observar as palavras
desconhecidas de modo a inseri-las em seu vocabulário; a segunda é a compreensão
do que o texto e seu autor quer transmitir; a terceira é a interpretação de ideias
inseridas explicita e/ou implicitamente encadeando uma série de conceitos a serem
aplicados; e a quarta é a absorção das informações citadas anteriormente, que o leitor
será capaz de fazer analogias com os acontecimentos a sua volta, tendo mais
consciência de suas ações por ter aprendido a fazer suas próprias análises e tirar suas
conclusões. É nesse contexto, que abordaremos a obra O Pequeno Príncipe, de
Antoine de Saint-Exupéry como pilar de iniciação no desenvolvimento crítico leitor da
criança, visto que é uma obra que preza pela representação imagética, aproximando o
leitor da narrativa, com riqueza em metáforas e comparações, exercitando assim, a
criticidade infanto-juvenil e contribuindo de modo singular para a formação
interpretativa do leitor. Para fundamentar este trabalho, utilizamos as concepções de
Leitura de Kleiman (2002) e a abordagem sobre a literatura infantil de Coelho (2004).
Palavras-chave: Educação. Leitura crítica. Literatura infanto-juvenil.
AS MARCAS DE ORALIDADE PRESENTES NA SÉRIE
O DIÁRIO DE UM BANANA
Joice da Costa Barbosa - UFPI
É de fácil compreensão de todos que o processo de aquisição da escrita se dá muito
depois do processo de oralidade, visto que quando um indivíduo é inserido no universo
de letramento ele já fazia uso da língua em sua modalidade oral. Por esta razão,
consideramos que é natural que os textos escritos apresentem marcas de oralidade e,
ainda, que tais marcas, possam ser usadas intencionalmente como um recurso na
construção de um texto escrito. Neste trabalho, analisaremos as marcas de oralidade
encontradas na série O Diário de uma banana, do autor norte-americano Jeff Kinney.
Este autor apresenta em seus escritos uma narrativa com traços semelhantes ao de um
diálogo, uma conversação, que se dirige de forma clara e direta ao leitor e que é
intercalada com ilustrações, HQ’s, balões de falas, entre outros. Temos como ponto de
partida o fato desta série tratar-se de uma obra infanto-juvenil, na qual, os recursos e
mecanismos utilizados em sua construção tornam-na mais atrativa, expressiva, de fácil
leitura e compreensão. Portanto, pretende-se neste trabalho mostrar que a série em
estudo está carregada de marcas de oralidade e expressividade por ter como público
alvo os leitores juvenis.
Palavras-chave: Oralidade. Literatura. Infantojuvenil. Diário de um banana.
A ESCRITA DA MEMÓRIA NAS OBRAS
DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Natália Regina Rocha Serpa - UESPI
Elio Ferreira Sousa - UESPI
Os escritos literários de autoria e de conteúdo afrodescendente, na maioria dos casos,
levam em consideração as memórias das lutas, Das tradições de seu povo. Dizendo
isso, não entendemos que todos os textos dessa origem sejam sempre textos
autobiográficos, mas são produções onde o ficcional se mistura de tal maneira com as
memórias reais que nos faz parecer que o autor está sempre a contar as suas próprias
experiências. É importante dizer que tal fato não diminui o valor literário desses textos,
pois esses autores dos quais falamos, produzem e reproduzem memórias, tradições e
conhecimentos por meio dos significados e pelas representações que dão sentido às
suas experiências e aquilo que são. Nossa pesquisa intenta demonstrar que ainda há
um longo caminho a ser percorrido e a partir da análise das obras “Becos da memória”
e Ponciá Vicêncio, ambos de Conceição Evaristo, percebemos que ainda falta
reconhecimento por parte do movimento literário ocidental. Nesse sentido, nossa
pesquisa, considera que a produção literária da referida autora emerge no cenário
literário como uma contribuição para o (re) conhecimento e a valoração das expressões
culturais e das memórias do povo negro.
Palavras-chave: Literatura. Memória. Identidade.
IDENTIDADE E MEMÓRIA: UM OLHAR SOBRE A MULHER NEGRA NA
SOCIEDADE DO SÉCULO XIX
Ana Carusa Pires Araujo - UEMA
Conhecer a arte literária de Maria Firmina dos Reis se configura na determinação e
combate de uma mulher que estava inserida no século XIX, que é sinônimo de luta e
coragem, além de uma mulher, era mulata, bastarda e nascida no ceio de uma
sociedade patriarcal e escravocrata. Provavelmente a precocidade feminista, política e
artística dessa autora, foi um dos motivos que fez com que a sociedade maranhense,
desejasse o seu completo anonimato, pois era considerada inculta para a elite da
época. Uma afronta à sociedade elitista, abastada e “culta”. Diante de tantos trabalhos
vindos de uma mulher tão à frente de seu tempo e tão importante para nossa literatura,
como pode estar tão esquecida? A questão é que exatamente por estar à frente de seu
tempo, sua obra atingiu a elite escravocrata oitocentista, indo de encontro aos
interesses dos senhores de escravos, sendo assim, o conto “A Escrava” foi escolhido
para ser trabalhado sob a perspectiva da identidade e da memória da voz da
personagem negra. A autora expressa as qualidades do homem negro, portador de
sentimentos bons e virtudes, fortes o suficiente para lhe fazer superar a dor, causada
pela humilhante condição de cativo, agindo com mansidão mesmo que não seja
durante todo o tempo. Um bom sentimento capaz de provocar nele, atitudes de
abnegação na vontade de ajudar o próximo e até sacrificar a própria vida, mesmo que
em favor de um “branco”. Pretende-se mostrar a voz da escrava Joana, relembrando o
seu passado, tendo esta, o direito a falar sobre si mesma, bem como o reflexo da autora
dentro do conto, na condição de negra. Para fundamentar este estudo, tomamos por
base, as concepções de Duarte (2004) a noção de Memória, apresentada por Le Goff
(2003) e os conceitos de Identidade, desenvolvido por Hall (2003).
Palavras-chave: Literatura Afrodescendente. Memória. Identidade.
MEMÓRIA E IDENTIDADE EM PONCIÁ
VICÊNCIO, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Joelma de Araújo Silva Resende - UFPI
Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI
A presente pesquisa tem como objetivo investigar a presença da memória em Ponciá
Vicêncio, romance da escritora mineira Conceição Evaristo, a partir das reminiscências
que a personagem principal tem do seu avô, que, segundo dizem, teria deixado uma
herança para ela. Descendente de escravos africanos, Ponciá Vicêncio tem uma vida
miserável e inesperadamente resolve morar na cidade, em busca de uma vida
diferente. Casa-se e tem sete filhos, mas todos morrem. Em meio a todos os
acontecimentos, Ponciá Vicêncio sempre se lembra do avô, com quem, segundo
dizem, se parece muito. Como base teórica para a pesquisa recorre-se, dentre outros, a
Zonabend (1989), que acredita que a memória individual estrutura-se a partir das
relações com parentes; ou seja, o sujeito não procura a si, mas enxerga-se enquanto
produto de sua descendência. Também se recorre a Halbwachs (1990), que afirma que
a memória familiar constitui-se como uma memória coletiva, em que só é guardado o
que está vivo na consciência daqueles que a mantém. Recorre-se ainda a Sobral (1995),
que defende que na família a memória tem o primeiro lugar de manifestação, ou seja, é
no meio familiar que se localizam os aspectos formadores da identidade do ser. Tratase de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico no campo da crítica literária com
forte diálogo interdisciplinar com a História e Sociologia, em especial no que diz
respeito aos estudos da memória em sua relação com a construção de identidades.
Percebe-se que a memória de Ponciá Vicêncio é estruturada a partir de suas relações
familiares, principalmente o contato que teve com o avô, apesar de ter sido por um
curto tempo; ela rememora somente o que para ela ainda está vivo, no caso, o avô, e a
partir dessas lembranças, a personagem tenta construir sua identidade.
Palavras-chave: Literatura brasileira. Conceição Evaristo. Ponciá Vicêncio. Memória.
MEMÓRIA, IDENTIDADE E NACIONALISMO ÉTNICO E CÍVICO EM NARRATIVE OF
THE LIFE OF FREDERICK DOUGLASS, AN AMERICAN SLAVE, WRITTEN BY HIMSELF
Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI
Nilson Macêdo Mendes Junior - UFPI
O presente artigo tem como tema a memória, a identidade e o nacionalismo étnico e
cívico presentes na obra, Narrative of the life of Frederick Douglas, an American slave
written by himself, romance autobiográfico no qual o escritor estadunidense afroamericano descreve sua trajetória de vida desde suas primeiras memórias infantis que
ele dá a entender serem individuais, mas que na verdade trazem em seu bojo as
memórias da coletividade na qual se encontrava inserido e que ele julga serem de seus
sete anos de idade até o momento em que ele consegue escapar para o norte dos
Estados Unidos. O objetivo é apontar como a memória individual e coletiva exerce
influência para construir uma identidade cultural e por último uma identidade nacional.
O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica quantitativa e
qualitativa no campo da análise literária. O resultado estabeleceu as conexões entre
memória, identidade e nacionalismo.
Palavras-chave: Memória. Identidade. Nacionalismo. Frederick Douglass.
MAYOMBE:
A DESSACRALIZAÇÃO DE UM HERÓI
Denise de Paula Veras Aquino – UFPI
Alcione Corrêa Alves – orientador – UFPI
Esta pesquisa foca-se na obra de literatura africana Mayombe, produção do escritor
angolano Pepetela, e consiste em apontar a dessacralização do herói angolano ao longo
da narrativa. Tomar conhecimento dessas possibilidades nos permite compreender o
processo de fixação da identidade negra angolana. O texto permite que se identifiquem
as modificações nos traços e comportamentos dos “heróis” da guerrilha. Considera-se
pertinente ainda analisar a relação entre nacionalismo, identidade e nação, teorias
iniciais sobre o “herói romântico”. O referencial teórico versa em autores como Mia
Couto, Robson Lacerda Dutra, Ana Paila Klauck, Vladimír Otrísal, Pepetela, Lourenço
Joaquim da Costa Rosário, Carmen Lúcia Tindó Ribeiro e Tomaz Tadeu da Silva. A obra
literária trabalhada não só resgata, mas cria uma identidade cultural através de heróis
fictícios que retratam aos angolanos um ideal de nação a ser buscado, todavia esses
heróis já não carregam consigo os caracteres dos heróis clássicos, eles são imperfeitos,
tocáveis e atingíveis. Conclui-se, em uma primeira abordagem, que em Mayombe
podemos captar traços de dessacralização dos heróis dos movimentos de libertação
nacional, entretanto observamos ainda que as diferenças raciais, sociais e culturais
podem ser superadas, no âmbito da narrativa de Pepetela, se forem trabalhadas em
favor de um ideal comum.
Palavras-chave: Identidade. Herói. Angola. Pós-Colonialismo. Pepetela.
GALHOFAS ESCRAVISTAS:
HISTÓRIA E ESCRAVIDÃO EM ESCRITOS DE MACHADO DE ASSIS
Ronyere Ferreira Da Silva - UFPI
O presente trabalho possui como objetivo analisar a presença de temáticas históricas
em escritos de Machado de Assis, aqui abordamos em especial a Escravidão negra
ocorrida no Brasil. Para este estudo, utilizamos como objeto de análise o livro Memórias
Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, além da série de crônicas BONS DIAS,
impressa com um pseudônimo do literato no periódico Gazeta de Notícias, na
província do Rio de Janeiro às vésperas da promulgação da abolição da escravidão no
Brasil. Neste estudo, partimos da perspectiva de que os escritos de Machado de Assis
referem-se constantemente à história do Brasil, com o intuito de interpretá-la de forma
crítica e sistematizada. Ainda destacamos de forma sucinta os debates sobre as formas
de conceber e analisar os textos do criador de Dom Casmurro e as críticas de Sílvio
Romero e Sergio Buarque de Holanda a uma possível alienação social de Machado de
Assis e dos escritores românticos. Para esta análise, utilizamos obras de Chalhoub
(1990; 2003), Eugênio (2013), Gledson (1998), Cano (1998; 2008), entre outros. Como
conclusões parciais, destacamos que o literato fez amplo uso de seu ângulo privilegiado
de cronista social e romancista para interpretar a história do Brasil em seus textos,
reforçando assim o entendimento de que a lógica histórica oferece contribuição
significante para o entendimento dos escritos literários do século XIX.
Palavras-chave: Machado de Assis. História. Literatura. Escravidão.
DOS FILMES PARA OS LIVROS:
LEITORES A PARTIR DO CINEMA?
Arlan Ferreira Santos - FAESF
Desde a década de 80 a leitura, mais especificamente a literária, vem sofrendo uma
constante desvalorização, e entre os jovens estudantes é cada dia mais intenso e notório
esse desapego, o que configurou a justificativa maior desse documento, que aponta e
defende o uso da sétima arte pelos docentes como um eficaz instrumento na
modificação dessa realidade. Resultado de uma pesquisa qualitativa-quantitativa
aplicada em uma escola da rede pública estadual da cidade de Poção de Pedras, MA,
com alunos do 3º ano do Ensino Médio, o estudo foi pautado, principalmente, na
aplicação de dois questionários iniciais, um voltado aos alunos, visando ao atestado de
como estes viam a leitura, bem como qual a importância que conferiam à leitura
literária; e o outro direcionado às docentes que lecionam a disciplina de Língua
Portuguesa na unidade de ensino, agindo conforme o sugerido por Zilberman (1982),
ao dizer que é somente em Língua Portuguesa que há preocupação específica com o
ensino da leitura. Na sequência passou-se à exibição de quatro filmes, dois clássicos
nacionais, A hora da estrela, de Clarice Lispector e, Morte e vida Severina, de João
Cabral de Melo Neto; e dois clássicos estrangeiros, Forrest Gump, de Winston Groom e
A lenda do cavaleiro sem cabeça, originado do conto de Washington Irving. Durante as
exibições, iam-se tecendo comentários comparativos sobre a obra escrita e a
cinematográfica, o que instigou os alunos a quererem saber mais sobre os escritos
originais. Logo após, um segundo questionário fora aplicado à turma, constatando o
que autores como Mascarello, Napolitano e Sirino defendem: o correto uso do cinema
em sala de aula, além do natural prazer que pode conferir às aulas de literatura, pode
ser usado com total mérito na busca pela retomada da leitura de muitos jovens
estudantes que com gosto algum a tem visto.
Palavras-chave: Cinema. Leitura. Literatura. Pesquisa.
CORPOS EM ÊXTASE, ENLACES EXTRAVIADOS:
TRÂNSITOS SADO-MASOQUISTAS NO CINEMA
Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB
Hermano de França Rodrigues - UFPB
Em seu trabalho Uma criança é espancada − uma contribuição ao estudo da origem das
perversões sexuais, publicado em 1919, Freud traz mais um subsídio ao estudo da
perversão. O artigo versa sobre o processo da fantasia na dinâmica perversa e analisa o
encontro dos pares opostos (suplementares na lógica derridariana), quais sejam, o
sadismo e o masoquismo, denominando o que ficaria conhecido, em sua
metapsicologia, como a pulsão sadomasoquista. Neste encontro (im)perfeito, o Pai da
Psicanálise compreendeu que, na dimensão fantasmática e pulsional, o encontro se
secciona em três tempos, onde o sádico assume a condição de masoquista, retornando
ao plano sádico, e vice-versa. No cinema, vários personagens mimetizam, com as
devidas diferenças, o enlace perverso dos opostos. Este trabalho, respaldado nos
constructos epistemológicos da psicanálise freudiana, objetiva analisar o filme o Juiz do
SM, de 2009, buscando explicar o funcionamento do par sadismo-masoquismo na
subjetivação de determinados personagens, numa correlação entre psiquismo e
estruturas sociais. Em termos de enredo, a artefato fílmico retrata fatos reais de uma
família belga, cuja matriarca, acometida pela depressão, guarda em si o desejo e
fantasia de ser acorrentada, chicoteada, queimada, porém não consegue compartilhar
seus anseios com seu marido, um homem que combate, em seu trabalho, práticas
consideradas, por ele, imorais.
Palavras-chave: Cinema. Perversão. Psicanálise.
A HORA DA ESTRELA: UM OLHAR MAIS ATENCIOSO SOBRE A RECRIAÇÃO
CINEMATOGRÁFICA DA OBRA LITERÁRIA
Leonardo Teófilo da Silva Santos - UESB
A literatura exerce grande influência nas produções cinematográficas. Gêneros
literários, tais como romances, peças de teatro, contos e revistas em quadrinhos estão
sendo adaptados para o cinema com muita frequência. Devido a constância deste
fenômeno, podemos observar que o público e a crítica tendem a comparar o produto
literário com o produto fílmico, considerando somente a questão da fidelidade, de
forma que a análise tende a ser geralmente negativa em relação a obra fílmica. Para
que isso não ocorra, não devemos ignorar dois aspectos relevantes na construção das
obras: o contexto sociocultural em que a obra e a produção audiovisual estão inseridas
e o fato de que os esquemas literário e fílmico são diferentes entre si, uma vez que
cada um possui suas peculiaridades. A partir da análise literária/fílmica de A Hora da
Estrela, de Clarice Lispector, irei discorrer um pouco sobre fidelidade, recriação,
estrutura da obra, enredo e etc. No texto literário, o leitmotive, o estímulo para a
criação de uma nova obra acaba servindo como “background” para uma também nova
aventura cinematográfica, tomando como base os recursos técnicos da linguagem e as
próprias finalidades da sétima arte. Assim, o presente artigo focaliza a necessidade de
um olhar mais atencioso sobre a recriação cinematográfica da obra literária, que não
baseia-se apenas em uma mera transposição de linguagens, mas surge como um novo
produto oriundo da relação leitor-cineasta com o texto original.
Palavras-chave: Adaptação. Cinema. A Hora da Estrela. Clarice Lispector.
DO ROMANCE AO CINEMA: A MORTE E A MORTE DE QUINCAS
BERRO D’ÁGUA, EM LONGA-METRAGEM
Kelly Cristina Araújo Feitosa - UESPI
Maria do Socorro Baptista Barbosa - orientadora - UESPI
A discussão sobre a apropriação de textos literários para o cinema traz à tona não só o
específico da linguagem cinematográfica, como também a fidelidade do filme com a
obra literária. A questão da adaptação cinematográfica sempre suscitou pontos de vistas
diferentes, pois há uma parcela de estudiosos que ainda crê no fato de que o cinema
desvaloriza o texto literário. Porém, atualmente, podemos afirmar que esse processo de
influência da criação também pode seguir o caminho inverso. Podemos destacar entre
essa relação interseções e divergências, especialmente quando um filme é adaptação
de uma obra literária. Para tratar das questões acerca da relação entre Literatura e
Cinema é necessário que tenhamos uma atenção para questões que extrapolam as
tradições históricas. Hoje há uma necessidade de percebermos que existem diferentes
meios audiovisuais e que esses meios das tecnologias digitais tornam o campo
imagético cada vez mais evoluído e miscigenado. Diante disso, o propósito do presente
trabalho é fazer uma análise da relação entre essas duas artes. O corpus escolhido para
análise foi Quincas Berro D’água, uma tradução intersemiótica, de Paulo Machado,
inspirado na obra de Jorge Amado, A morte e a morte de Quincas Berro D’água. O
estudo comparado entre essas duas expressões permite uma análise da extraordinária
contribuição que uma arte traz a outra. Primeiro, será feito uma breve análise da obra
literária levando em consideração as características do autor e sua produção. Em
seguida, serão analisadas as características da transmutação da narrativa literária para a
narrativa fílmica com sustentação teórica em Balogh (2005), Bordwell (1985) e Corseuil
(2009), dentre outros. O que se procura é perceber, dadas as diferenças entre as
linguagens, se a transposição da obra literária para o cinema foi bem sucedida.
Palavras-chave: Transmutação. Tradução. Quincas Berro D’água. Jorge Amado.
DA CARNAVALIZAÇÃO EM SARGENTO GETÚLIO: DOS GÊNEROS INTERCALADOS
DO ROMANCE À SIMULTANEIDADE DOS ELEMENTOS FÍLMICOS
Fernanda Santos de Oliveira - UESB
O presente trabalho propõe uma reflexão acerca do filme Sargento Getúlio, baseado
numa narrativa literária, sob o prisma do repertório teórico do russo Mikhail Bakhtin
focando em dois conceitos-chave: a carnavalização e o grotesco. A partir de uma
(re)leitura do universo de Bakhtin, pretende-se aproximar esses dois conceitos para, em
seguida, experimentar sua aplicabilidade no filme Sargento Getúlio, de Hermano
Penna. Partindo do pressuposto de que todo filme é um texto, pretende-se analisar a
presença da carnavalização na construção do texto fílmico; verificar como ocorreu a
transposição do texto literário para o texto fílmico, bem como a importância da
carnavalização e do grotesco, como elementos estruturadores, organizacionais e
estabelecedores de unidade de sentido. A partir dessa compreensão, procura-se
entender como esses elementos carnavalizantes são capazes de dar expressão ao texto
fílmico, de forma que se atualiza e redistribui em novos significados. Dessa forma, será
necessário analisar o modo operante dessa carnavalização, procurando entender a
linguagem, os símbolos e as alegorias em Sargento Getúlio. Nesta linha, pretende-se
demonstrar como o cinema é capaz de recuperar e recriar o processo de
carnavalização abordado por Bakhtin, possibilitando através de reverberações
polifônicas. Enfim, a sublimação do grotesco e a inversão carnavalesca se tornam
espetáculo e possibilitam uma releitura dessacralizadora na intersecção entre a
literatura e o cinema.
Palavras-chave: Sargento Getúlio. Literatura. Cinema. Carnavalização.
CINEMA SUPEROITISTA MARANHENSE E MEMÓRIA: APONTAMENTOS PARA UMA
HISTÓRIA
Joseane Aranha Dantas - UNESP
A bitola super-8 mm surge nos anos 60 como suporte de baixo custo e alternativo em
relação aos formatos mais sofisticados como o 16 e 35 mm. Apesar do perfil
amadorístico dessa bitola, ela atendia às necessidades de novos realizadores e curiosos
em realizar filmagens, pois não era necessária nenhuma cultura técnica para manipulála. No Maranhão, assim como em outros estados do norte e nordeste do país, a bitola
super-8 foi utilizada amplamente. E apesar das impossibilidades técnicas e econômicas
foram produzidos em todo o estado, 94 filmes nesse formato. Embora boa parte dessas
produções tenha sido realizada no gênero documentário, é possível observar ficções e
vídeos experimentais, dois deles, premiados em festivais do formato Super 8: Maré
Memória II(1974), de Murilo Santos e Periquito Sujo (1979), de Euclides Moreira.
Ambos são poemas adaptados Maré Memória de Jose Chagas e Poema Sujo de Ferreira
Gullar. Para o âmbito dessa comunicação, interessa-nos compreender as motivações e
interesses, e a intencionalidade de documentar como construção da memória nas
produções fílmicas realizadas pelo cineasta Murilo Santos, principal articulador e
entusiasta do Super 8. Seus filmes tratam de temas relacionados à religiosidade, festas e
manifestações populares, adaptação de poemas, conflitos agrários, questões ambientais,
costumes e práticas cotidianas das cidades do interior do estado e da capital.
Palavras-chave: Super 8. Cinema maranhense. História. Memória.
A IMPORTÂNCIA DO LIVRO NA AÇÃO DOS PERSONAGENS NOS FILMES
FAHRENHEIT 451 E O LEITOR
Raquel Pereira dos Santos - UNISC
Este trabalho visa mostrar a relação que a ficção tem com o livro quando este se torna
mais um personagem em meio a trama que se desenrola nas narrativas Fahrenheit 451
e O leitor. O método interpretativo foi instrumento utilizado na análise das obras de
ficção. Fez-se uso dos livros e dos filmes para a compreensão dos personagens – no
caso, os personagens leitores e o livro. Por isso, buscou-se primeiramente explicar um
pouco sobre a adaptação de textos literários para o cinema. Quando o livro torna-se
tão importante no movimento da história, subentende-se a existência de leitores, outros
personagens que giram em torno dele, que estão em contato direto com o objeto. O
filme Fahrenheit 451 e O Leitor, adaptações de obras literárias, mostram esses
personagens leitores e a relação destes com a leitura em suas vidas. Tanto em um como
em outro a leitura provoca transformação e crescimento pessoal dos personagens em
um mundo que não parece ser tão favorável à leitura. No primeiro, há a proibição do
livro em uma sociedade fictícia. No segundo, em um período entre guerras, momento
em que a leitura não era bem vista, o livro torna-se refúgio da triste e cruel realidade
que rodeia os personagens. Assim, estes por sua vez não são apenas leitores pela
capacidade que têm de ler e compreender, mas pela existência de um terceiro
elemento, motivo de desejo e prazer: o livro.
Palavras-chave: Narrativas. Filmes. Leitura. Livro. Personagem.
A LITERATURA INFANTO-JUVENIL E A 7ª ARTE: O INCENTIVO À LEITURA ATRAVÉS
DA ADAPTAÇÃO DE OBRAS PARA AS TELAS DE CINEMA
Edneide Maria Ferreira Santos - UEMA/UFMA
A literatura infanto-juvenil não está presente somente nos textos escritos e na voz dos
contadores de histórias. Com o surgimento de diferentes fontes de informação, essa
literatura se expandiu das páginas dos livros para outros tipos de linguagens artísticas,
como a música, o teatro, a dança e principalmente o cinema. Uma das formas de
trabalhar os clássicos da literatura infanto-juvenil na escola, além da leitura, é por meio
da linguagem cinematográfica, pois ao se utilizar recursos audiovisuais que abordam o
enredo e remetem aos personagens de forma visual, os contos, as fábulas, os poemas e
outros símbolos ligados à literatura Infanto-Juvenil funcionam como uma importante
ferramenta para o ensino-aprendizagem de crianças e adolescentes. Sendo parte do
projeto de pesquisa, desenvolvido com alunos do sétimo ano da escola municipal
Benedito Leite, localizada na cidade de Rosário-Ma, e tendo como um dos referenciais
teóricos, Rosália Duarte (2002) e Regina Zilberman (2003), o presente trabalho
pretende expor como a utilização de adaptações literárias, entre elas Peter Pan e
Robson Crusoé, em versão de desenhos animados ou em versão fílmica clássica podem
contribuir na divulgação da literatura e na formação de leitores, mostrando que o
aluno-telespectador pode a vir se tornar leitor da obra, como no caso dos alunos da
referida escola, pois se verificou que grande parte deles se mostraram interessados pela
obra literária após a exibição dos filmes trabalhados que deram a eles oportunidade de
se aproximarem da obra e convidá-los a ler o livro. A pesquisa procura apontar
também, de que forma a adaptação fílmica de obras infanto-juvenis vem fazendo com
que várias gerações se maravilhem e adquiram uma postura crítica, seja no formato de
livros ou nas telas de cinema.
Palavras-chave: Literatura Infanto-Juvenil. Cinema. Leitura.
IMAGENS EM CENA: MOVIMENTOS DE SENTIDOS NO CURTA-METRAGEM
“MARANHÃO 66”, DO CINEASTA GLAUBER ROCHA
João de Deus Nascimento de Sousa
Este trabalho propõe uma análise de imagens apresentadas no documentário
“Maranhão 66” (1966), de Glauber Rocha. O documentário expõe a miséria da
população maranhense, enquanto José Sarney, em um exercício retórico,
comprometia-se solenemente acabar com as mazelas do estado que até então se via
“preso” a uma oligarquia – o Vitorinismo do interventor Vitorino Freire. O filme mostra
cenas degradantes dos habitantes maranhenses naquele tempo, cenas que ainda são
bastante comuns nos dias atuais, mesmo após quase cinco décadas: casas miseráveis,
hospitais infectos, vítimas da fome ou da tuberculose. Têm-se imagens de presidiários
morrendo, expelindo sangue em porões de cadeias que mais pareciam galerias de
esgotos, o que nos dias atuais e no governo comandado por sua filha Roseana Sarney
ainda persistem. A análise a partir dos recursos imagéticos utilizados neste filme, um
curta-metragem, permite a apreciação de imagens que constituem o imaginário político
maranhense, expresso em “celebração” e “espetáculo” da posse de José Sarney. Ao
contrário da linguística, a Semiologia Histórica não reduz as suas pesquisas ao campo
verbal, expande-o para qualquer sistema de signos, inclusive o cinema, com a
exploração de imagens de personagens políticos, localidades, situações, espaços
públicos, ruas, becos, avenidas etc. Busca-se, através de reflexões sobre Semiologia
histórica e Análise do discurso de vertente francesa, analisar de que modo os símbolos
utilizados como marcas de um poder decadente em uma época voltam-se contra o
enunciador do documentário.
Palavras-chave: Recursos imagéticos. Imaginário político.
A FIGURA DO HERÓI NO FILME MATRIX
Apoliana da Conceição dos Santos – UFMA
Lilyan Veloso Borralho – UFMA
Neste presente trabalho tem por principal objetivo destacar de maneira clara e concisa
a figura do herói no filme Matrix, a origem. Nossa proposta é apresentar a dualidade do
herói, como um sujeito híbrido. No decorrer do filme Matrix observa-se no protagonista
Neo uma hibridização que o faz estar em constante conflito, típico do homem pósmoderno, segundo a visão de Stuart Hall, a identidade, então, molda [...] o sujeito ao
meio. As novas (várias) identidades são, por vezes, contraditórias. A nova concepção do
sujeito se caracteriza pelo provisório, variável e problemático, alguém como não tendo
uma identidade fixa, essencial ou permanente. É uma fantasia, afirma Hall (2003),
considerar a identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente. Diante
disso, observa-se que um dos principais conflitos vividos pela personagem Neo é
aceitar-se como o Messias devido ao seu conflito de identidade. Nossa base teórica será
Stuart Hall, Angelica Höffer, Glória Maria Palma, entre outros.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Matrix
A LITERATURA E O PODER NA IDADE MÉDIA
Elisangela Coelho Morais - UFMA
A observação das obras, escritas entre os séculos XII e XIII, que buscavam transmitir os
ideais da cavalaria e eram usadas como um meio de alcançar um público concentrado
nas cortes que procurava através dessas produções se reconhecer por meio da imagem
idealizada de perfeição heróica reforçada por elas. Esse ideal foi construído em
benefício da nobreza feudal que se apropria e resignifica elementos para a manutenção
de seu poder e influência. Essa classe que busca se diferenciar das demais e por isso
cria uma série de leis e regras que deveriam ser seguidos e conhecidos por todos de sua
categoria. As obras utilizadas neste trabalho fazem o papel de moralizadoras e
perpetuadoras da ordem vigente, ação essa defendida pela Igreja, estas produções são
instrumentos para incutir na mente do público valores e moldes de comportamento
que o distinguiria e o auto identificaria, além de pacificar suas ações violentas, seja pela
força de sua fala que potencializa a nobreza como ramo socialmente dominante, mas
também mantenedor da ordem, reduzindo assim o descontentamento da Igreja. As
narrativas seguem a modalidade literária que tem como característica principal a
valorização do espírito guerreiro e dos laços feudais, produzidas no chamado período
cortês onde a França será palco de um movimento chamado literatura cortesã, que
buscava entre outras coisas fortalecer e efetivar seu poder de classe, a região de
desenvolvimento da cortesia mostra transformações político sociais determinantes para
o crescimento cultural nos séculos posteriores. As produções desse movimento se
distinguirão pela valorização do amor e da cortesia, da formação sócio-cultural da
nobreza, além da exaltação da mulher e da sensualidade. Nota-se nessas obras que a
participação da Igreja fica menos evidente, além de serem observados também as
características e valores da cavalaria expressos em cada uma das produções.
Palavras-chave: Literatura. Poder. Idade Média.
DECIFRANDO ROSA:
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO CONTO A MENINA DE LÁ
Douglas Barbosa Werneck - UFVJM
Roberto Antônio Penedo do Amaral - UFVJM
O trabalho aqui exigido é o de realizar um exercício interdisciplinar de apresentação,
análise e interpretação do conto A menina de lá, do escritor mineiro João Guimarães
Rosa (1908-1967). Publicado em sua obra Primeiras Estórias (2005), apresenta-nos
elementos narrativos literários que tangencia inúmeras áreas do conhecimento humano.
Utilizando como referencial teórico e metodológico para isto, a ontologia quebrada de
Paul Ricoer (1913- 2005) trilhando o seu itinerário hermenêutico sobre a linguagem: do
plano semântico, ao plano reflexivo e deste, ao plano existencial. Exercitando o
movimento dialético de compreensão e explicação e o de explicação à compreensão
proposto pelo hermeneuta francês, lançamos aqui, através de dicionários, léxicos,
simbologia e interpretações, à prática do que Ricoer chamou de “a dinâmica da leitura
interpretativa”, entendendo que uma obra “é mais que uma sequência linear de frases;
é um processo cumulativo, holístico” (RICOER, 1987). Rosa, apresenta-nos no conto, a
história de Nhinhinha, “E ela, menininha, por nome Maria, Nhinhinha dita, nascera já
muito para miúda, cabeçudota e com olhos enormes” (ROSA, 2005), menina de
lugarejo interiorano que possuía “poderes” sobrenaturais. Até que ponto a literatura é
capaz de fazer com que o leitor se identifique com a narrativa posta e a partir desta
identificação ele se forma e/ou se reforma enquanto ser humano? Qual a importância
de nos lançarmos a “decifrar” estes grandes artistas da literatura trazendo-os para o
diálogo com os mais diversos públicos e leitores? Essas são algumas das questões
mobilizadoras com as quais nos lançamos a este trabalho objetivando: uma
interpretação interdisciplinar e necessariamente holística do conto contemplado; à
formação de novos leitores; a apresentação da obra de João Guimarães Rosa; a
contribuição para a fortuna crítica roseana; e a formação do ser enquanto humano a
partir da sua identificação verossímil para com a obra literária.
Palavras-chave: Contos. Ficções. Guimarães Rosa. Literatura.
POESIA TRÁGICA E MÚSICA: REFLEXÕES NIETZSCHIANAS SOBRE OS
DITIRAMBOS DIONISÍACOS E O HEAVY METAL
Leonardo Silva Sousa - UFMA
Trata-se de reflexão filosófica de orientação nietzschiana sobre a relação entre tragédia,
poesia e música. Pretende-se abordar nesse trabalho o ditirambo dionisíaco, que são
hinos entoados em louvor ao Deus Dionísio, sobre o ditirambo ático que tem como
precursor o poeta Eurípides, bem como a decadência da tragédia proporcionada por
este poeta e pela tradição socrática. O espectador do ditirambo mergulha na intensa
realidade dionisíaca esquecendo-se da realidade cotidiana e imergindo-se
subsequentemente na esfera do uno-primordial. É especialmente no ditirambo
dionisíaco que o homem é conduzido a manifestar todas as suas capacidades
simbólicas, com a essência de sua natureza que se expressa por via simbólica. A crítica
nietzschiana observa, contudo, que este fenômeno tem sua morte decretada com o
aparecimento do poeta Eurípides e com a tradição socrática estendida ao longo da
história seja nas artes, moral ou política. Diante dessas reflexões, pretende-se apontar
para a possibilidade um novo ditirambo a Dionísio na contemporaneidade, ilustrando
esse fenômeno artístico com a produção musical do grupo de Heavy Metal Metallica,
em especial, a canção The Call of Ktulu. A reflexão estética ora implementada
direciona-se para a tensão poética dos versos ditirâmbicos e da sua aproximação com a
tensão musical presente no heavy metal. Evidencia-se nesta ilustração como tragédia,
poesia e música se unificam em tensões discursivas comuns.
Palavras-chave: Poesia ditirâmbica. Ditirambo dionisíaco. Tensão. Música.
“ELES ERAM MUITOS CAVALOS”:
UMA EXPERIÊNCIA DO FORA
Maria Lúcia Souza Maciel - PUC-SP
Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário,
predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros
textuais. Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento
tal como é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência
já notada, por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das
almas do mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço
para uma experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero
configura-se mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à
essa nova linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as
linguagens artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance
publicado em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos
no reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o
diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora,
se já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de
romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por
sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do
ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma
escrita que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia
blanchotiana desse fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à
verdade, ao real, buscamos compreender em que medida e sob quais condições
extratextuais o “romance” de Ruffato consagra-se como experiência do fora.
Destacamos sobretudo alguns aspectos: a ausência de tempo e espaço específicos; no
lugar de um, vários narradores se misturam e confundem o leitor; o enredo é dissipado
como um recurso a ampliar a margem de abertura para situações outras; a escrita que
se assimila a um aglomerado de linguagens (receitas, anúncios de jornais, sonoridades
da rua, página negra) justapostas, situadas sobre um plano, assim como se fazia na
pintura cubista. Na obra, no entanto, a tela é a cidade de São Paulo, que funciona
como uma colagem.
Palavras-chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem.
MEMES E FILMES: UMA ANÁLISE INTERICÔNICA
Roberth Christian Cutrim França - UFMA
Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA
Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de produção dos discursos e do
humor do gênero discursivo memes a partir de sua relação com determinadas
produções fílmicas ou comerciais, tais como “O sexto sentido” ou uma propaganda o
“Bomnegocio.com”. Tais gêneros textuais circularam na rede social Facebook e outros
espaços enunciativos virtuais durante a Copa do Mundo, realizada no Brasil. Em outros
termos, como material de análise, tomamos recortes de alguns memes que circulam em
nosso contexto de cultura e que podem indicar essa relação dialógica e intericônica,
buscando refletir sobre a produção do sentido e, principalmente, sobre a construção do
humor presentes no gênero discursivo em análise. Buscando-se refletir sobre a
produção, circulação e recepção dos sentidos, o trabalho se inscreve em uma
perspectiva dialógico-histórica para a qual se mobilizam conceitos, tais como,
dialogismo e intericonicidade, uma vez que tais conceitos remetem ao fato de que os
discursos não acontecem isoladamente, mas em uma cadeia discursiva, em uma rede
de sentidos. Assim, consideramos as seguintes relações como constitutivas dos discursos
visuais e do ininterrupto processo dialógico entre os memes e produções
fílmicas/comerciais: a relação de imagens do filme com outras imagens, com outros
textos visuais, com outros contextos e com outros gêneros.
Palavras-chave: Memes. Produções fílmicas. Intericonicidade.
SUPERMAN RETURNS:
A INTERICONICIDADE NA CONSTRUÇÃO DO HÉROI
Roberth Christian Cutrim França - UFMA
Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA
Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de construção de sentido no
filme Superman Returns, traduzido para o português como “Superman - O Retorno”.
Para essa reflexão, tomou-se como objetivo de investigação o modo como se dá a
relação existente entre a narrativa de Superman returns e outas narrativas
historicamente assentadas, sobretudo a católico-cristã, isto é, objetiva-se uma buscar
pistas sobre o como o filme revisita uma velha história, sobretudo, a narrativa bíblica
sobre a figura de um herói messiânico e salvador (isto é, a figura mitológica de Jesus
Cristo). Para isso, tomou-se como material de análise recortes de duas cenas do filme
que nos remetem a duas imagens que circulam em nosso contexto de cultura e que
podem indicar essa relação dialógica, em outros termos, detemo-nos nos enunciados
que contem o fato que é objeto de análise, a fim de tornar visível como o texto
sincrético se insere na cadeia inter-icônica e histórica (social) que o constitui como tal.
Por isso, busca-se refletir sobre o que se esconde por trás de todo aparato tecnológico
da produção cinematográfica a partir do conceito de estrutura profunda e de
“neogeneri” (novos gêneros), desenvolvido pelo crítico Flávio René Kothe e pela crítica
Anna Carla Russo, respectivamente. Assim, consideramos a seguinte relação como
constitutivas da narrativa fílmica e do ininterrupto processo dialógico entre literatura e
cinema: a relação entre imagens do filme e outras imagens, outros textos verbais e
fílmicos, outros contextos, bem como outros gêneros.
Palavras-chave: Intericonicidade. Neogeneri. Estrutura profunda. Produção fílmica.
O SUJEITO PÓS-MODERNO VISTO PELAS CÂMERAS DE TV: UMA ANÁLISE DA
SOCIEDADE DO CONSUMO NO FILME O SHOW DE TRUMAN
Sonia Regina Abreu Moreira - UFMA
Paula Fernanda Silva dos Santos - UFMA
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre o filme O Show de
Truman a partir da idéia de sujeito pós- moderno, evidenciando seus aspectos sociais e
ideológicos e de que forma a sociedade de consumo se configura nesse cenário, onde o
sujeito se torna um produto do mercado e perde sua individualidade passando a ser
objeto de consumo do próprio sistema. O conceito de pós-modernidade está atrelado a
ideia de uma sociedade pluralista e fragmentada permeada pela cultura de massa, logo
as tecnologias é quem dominam o mundo e consequentemente o homem se vê escravo
desse sistema, pois já não se valoriza o pensamento cognitivo, ele passa a ser
controlado por imagens e pelo consumismo desenfreado. Tomando como referência as
questões de cunho filosófico, literário e ideológico que o filme apresenta, pretendemos
mostrar como a mídia e o seu poder de manipulação influenciam o comportamento
das pessoas através dos meios de comunicação, entre eles a televisão. O uso das
imagens é o que vem transformar a vida do personagem Truman em um reality show, o
que configura o próprio espetáculo da vida tão propagado pela mídia e que limita os
indivíduos a sedução que a sociedade de consumo exerce sobre estes. Tais
pressupostos nos levam a refletir sobre o vazio no qual o homem pós- moderno está
submetido e, portanto se caracteriza como sujeito que tem sua identidade fragmentada
e perde sua individualidade.
Palavras-chave: Pós- modernidade. Consumismo. Sujeito.
CORPO E MÍDIA: AS PERCEPÇÕES DE CORPO NO LONGA-METRAGEM OU TUDO
OU NADA DE SIMON BEAUFOY
Rarielle Rodrigues Lima - UFMA
Sandra Maria Nascimento Sousa – orientadora - UFMA
Esta apresentação tem como objetivo discutir sobre o conceito e a percepção de corpo
apresentado no filme “Ou tudo ou Nada” de Simon Beaufoy de 1997 a luz das
contribuições de Pascal Ory (2008) e Anne-Marie Sohn (2008). O longa conta a
trajetória de quatro operários falidos que resolvem utilizar o corpo para a superação do
problema financeiro desencadeado pela modernização do processo industrial. As
discussões sobre moralidade, ideal de beleza, corpo e sexualidade estão presentes em
todo o enredo do filme a partir da proposta estereotipada dos striperes e da imagem
corporal dos personagens divergente das expectativas de belo. A proposta do filme,
além da criatividade do enredo e de sua comicidade, é questionar e criticar vertentes e
acontecimentos na época (inicio do século XX), onde os personagens (Gaz, Dave,
Lomper e Gerald) por não estarem no ‘rol do belo’ é necessário ir além despindo-se
totalmente de suas amarras pessoais e sociais. O longa nesse aspecto, partindo de Ory e
Sohn, nos possibilita problematizar como o corpo na sociedade moderna é percebido
como instrumento e construção de um ideário especulativo do movimento geral das
relações sócio culturais, as táticas e técnicas utilizadas na construção desse corpo para
sua exposição nua é o ponto chave na discussão e na percepção do corpo e sobre o
corpo destacada no longa.
Palavras-chave: Corpo. Mídia. Cinema.
AS PÁGINAS DA TERRA:
O INSÓLITO EM TERRA SONÂMBULA, DE MIA COUTO
Edson Moisés de Araújo Silva - UFRN
A humanidade sempre tem a realidade como ponto de partida para a produção de
obras artísticas, mesmo quando estas são apresentadas com um aparente
distanciamento daquilo que é considerado real. Por isso, defendemos a tese de que as
produções literárias de caráter fantástico trabalham com o irreal para expor
possibilidades de compreensão da própria realidade através de eventos que poderiam
ter ocorrido (ARISTÓTELES, 2012). Nessa trilha, este trabalho analisa o romance Terra
sonâmbula (2007), de Mia Couto, sob um olhar integrativo entre as questões
socioculturais e os procedimentos discursivos utilizados na composição da narrativa.
Nesse sentido, notamos a ocorrência do insólito como uma via de mediação para
alcançar um ponto de encontro e, principalmente, diálogo entre a tradição e a
contemporaneidade. É através do discurso fantástico que a memória é trazida para
elucidar e proporcionar fundação para a realidade presente. Com tal direcionamento,
apresentamos uma leitura fundamenta na distinção entre gênero e discurso fantástico
(PAES, 1985; SARTRE, 2005; TODOROV, 2012), bem como as noções do insólito
ficcional (GARCÍA; BATALHA, 2012). Com base em tais perspectivas, propomos uma
leitura da produção literária e, especificamente, dos discursos mais absurdos ou
fantasiosos para uma compreensão mais nítida de certos aspectos de nossa estrutura
social.
Palavras-chave: Discurso. Insólito. Narrativa.
A METAMORFOSE DOS SENTIDOS EM FRANZ KAFKA
João Margarida Evangelista Santos Filho - UFMA
Essa pesquisa tem como foco analisar a negação do sujeito pelo próprio sujeito e por
seu ambiente de assimilação. Para isso buscamos na literatura elementos que nos
possibilitem a compreensão dessa problemática. Com perspicaz tendência sur-realista a
obra A metamorfose de Franz Kafka constrói personagens que se encontram no mundo
arrebatado por suas angústias, aparentemente, sem saber que finalidades tomar para
suas vidas. Por outro lado, o insólito se constitui na narrativa como o plano onde se
assentam opiniões críticas e contestadoras. O espaço da obra é hermético, o tempo é
mesclado por sucessões cronológicas e apreensões fenomenológicas do tempo – os
sonhos e as impressões da consciência de Samsa, o que a nosso ver des-ordena as
experiências dos personagens, as quais seguem ao longo da narrativa metamorfoseando suas impressões, valores, credos. Nesse sentido, provocando um
mergulho no mundo fantástico a obra transita por uma narração lenta e detalhada
preenchendo com suspense e agonia a atmosfera vivenciada pelo leitor, levando-o a
sentimentos de repulsa, aversão e incompreensão que se mesclam de forma cruciante.
Para fundamentar nossas hipóteses buscamos em Freud apreender condições que
possibilitam o aparecimento insólito. Em seu ensaio “O estranho”, Freud atribui o
surgimento do insólito a uma espécie de regresso em si e à sigilosa familiaridade do
fenômeno, por conseguinte, acenando não ser este novo ou totalmente remoto.
Palavras-chave: Franz Kafka. Experiência. Sujeito.
A FANTASIA NA FICÇÃO AMADORA ONLINE:
UM ESTUDO NARRATOLÓGICO PROPPIANO
Deislandia de Sousa Silva - UESPI
A literatura fantástica define-se como narrativas que usam magias e fatos sobrenaturais
como elementos principais, constituindo, assim, eventos que dificilmente aconteceriam
em um mundo real. Em meados do século XX houve uma crescente discussão em seu
entorno, sobretudo, a partir da publicação do livro Morfologia do Conto Maravilhoso,
de Vladimir Propp, no qual estão presentes os resultados de seus estudos nos contos
folclóricos russos. Partindo dessa concepção de fantástico, este trabalho teve por
objetivo analisar os contos amadores de fantasia disponíveis no site Recanto das letras
(www.reacantodasletras.uol.br), por entender que esses escritores já têm uma
visibilidade no meio em que se apresentam por isso faz-se necessário um estudo
detalhado do que eles escrevem. Para este estudo utilizou-se os princípios teóricos de
Propp (2010), Todorov (1939), Rodrigues (2007) autores que contribuíram para
compreensão dos conceitos relacionados à narratologia e operadores de leitura
narratológica. Desse modo, adotou-se como procedimentos metodológicos uma
pesquisa qualitativa de caráter exploratório, cujo corpus foi constituído de 30 contos
inseridos na categoria Fantasia presente no site acima citado, a fim de apreender os
principais conceitos relacionados a narratologia proppiana, observar os operadores de
leitura dessas narrativas e confrontar as estruturas encontradas nos contos selecionados
dentro do corpus supracitado com as estruturas encontradas nas teorias estudadas. A
partir da análise dos contos foi possível observar que grande parte dos escritores
amadores se preocupa em escrever seus contos segundo o conceito de literatura
fantástica, que suas narrativas possuem parcialmente as funções e esferas de ações
presentes nos estudos de Propp, que algumas das narrativas se correlacionam quanto à
temática proporcionando aos leitores a oportunidade de reflexão acerca do assunto
tratado.
Palavras-chave: Literatura Fantástica. Narratologia. Ficção amadora online.
O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA, DE GUY DE
MAUPASSANT
Marcus Vinícius Souza e Souza - UVA
O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para
fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua
funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à
análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento
fantástico se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a
realidade. Em meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se
desenvolveu ao longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os
séculos XVIII e XI, os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi
o período em que os filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar
os fenômenos ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos
aspectos do conto enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a
forma oral a escrita, apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no
conto em apreciação. O Horla, de Guy de Maupassant foi publicado na França em
1887, nele é narrada a história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de
um estranho ser, motivo pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa,
mediante às figuras médicas que representam à razão, em oposição a figura do
protagonista. Por fim as figuras médicas corrompem-se por antes terem certeza de que
o ser descrito trata-se de loucura e posteriormente duvidam das próprias leis do
inadmissível, assim gerando ambiguidades pela possibilidade de aceitar ou não os fatos
narrados.
Palavras-chave: Conto. Fantástico. Maupassant
A REPRESENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS PELA TELEVISÃO: UMA ANÁLISE
DA SÉRIE OS COLONIZADORES
Ruan Cláudio da Silva Rosa - UFMA
O ano de 2012 foi marcado por um intenso investimento do governo de São Luís em
festividades ocorridas, por exemplo, na semana de comemoração dos 400 anos da
capital, no carnaval, no São João e na virada do ano. No transcorrer do referido ano,
houve a elaboração de uma vasta propaganda acerca do quarto centenário da cidade,
na qual há a produção de uma série de reportagens desenvolvidas pela TV Mirante,
intitulada “Os colonizadores”. Inicialmente, o processo de criação das reportagens se
dá com o envio de um grupo de profissionais para a França, que demonstraram o
caminho percorrido pelo Senhor de La Ravardiere e o processo de fundação da França
Equinocial. As reportagens foram criadas na intenção de ilustrar os vínculos existentes
entre a França e São Luís, bem como no sentindo de legitimar o discurso da fundação
francesa. Baseando-se nos conceitos de apropriação e representação, de Roger
Chartier, a proposta deste trabalho consiste em refletir de que forma a representação
feita pelas reportagens puderam ser apropriadas para a crítica ou legitimação da
fundação de São Luís pelos franceses. Considerando o debate historiográfico sobre a
fundação, este trabalho encontra-se imerso em uma reflexão que tentará compreender
o lugar do historiador na era da imagem. Além disto, no intuito de entender a
relevância da mídia, em um mundo cada vez mais caracterizado pelo culto à cultura
audiovisual, usar-se-á como base a compreensão do autor Giovanni Sartori, acerca da
influência da televisão na formação cultural do homem contemporâneo, dispostas em
sua obra Homo Videns.
Palavras-chave: Representação. Televisão. Fundação. São Luís.
ASPECTOS DISCURSIVOS ENCONTRADOS EM UM EPISÓDIO DE QUADRINHO
DO PERSONAGEM ZÉ CARIOCA
Cibele Pereira da Silva Sousa - UFPI
Adelane Brito Rodrigues - UFPI
O presente artigo visa, em primeiro lugar, fazer uma breve exposição acerca da análise
do discurso e, em seguida, analisar os aspectos discursivos encontrados em um
quadrinho do personagem Zé Carioca, criado pelo animador e cartunista norteamericano Walt Disney, durante uma visita ao Brasil. O trabalho se detém no episódio
intitulado Papagaio Letrado, que ocupa sete páginas da edição 2.397 da revista desse
personagem, publicada em 2013 pela Editora Abril. Utilizamos a teoria do discurso,
fundamentada nos pressupostos teóricos de Eni Orlandi (2007) e Helena Brandão
(2004). Desse modo, o intuito do presente artigo é apresentar algumas aplicações dos
conceitos de abordagem intersemiótica, ideologia, dispersão discursiva, interdiscurso,
memória discursiva e intradiscurso, presentes no quadrinho analisado, em comparação
a aspectos análogos observados nas produções literárias de cunho oral. Observa-se uma
possível interdiscursividade entre Zé Carioca e o personagem Macunaíma, de Mário de
Andrade, que pode ser apontado como um estereótipo do malandro carioca e,
extensivamente, do povo brasileiro. Dessa forma se estabelece uma relação com a ideia
de arquétipo do sujeito esperto e aproveitador. O que se pode concluir é que o
referido quadrinho traz em si a ideologia do autor retratada nas vozes dos personagens
e intermediada pelo discurso social, que funciona dentro de estruturas arquetípicas
comuns da Literatura Oral.
Palavras-chave: Aspectos discursivos. Quadrinhos. Zé Carioca. Literatura Oral.
Arquétipo.
A MÍDIA COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: AS IMPLICAÇÕES DOS DISCURSOS
MIDIÁTICOS NA CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS E SUBJETIVIDADES
José Eduardo Fonseca Oliveira - UFMA
Investiga-se nessa pesquisa os mecanismos de operação da mídia televisiva na
construção/constituição de sujeitos e subjetividades, utilizando-se como uma das
ferramentas de análises, os discursos. Considera-se que a mídia televisiva ao produzir
discursos, imagens, significações e representações está ensinando formas de ser e estar
no mundo, pois esses discursos se configuram enquanto saberes sistematizados. É
inegável a contribuição da mídia televisiva no aprendizado dos modos de existência e
sobre os comportamentos na sociedade contemporânea, tanto que a televisão cria e
reforça processos de inclusão e exclusão, se configurando assim como um lugar de
formação. Toma-se como principal referencial teórico nessa pesquisa, Michel Foucault
e suas análises construídas sobre a abordagem analítica dos discursos. Foucault observa
que o discurso é o espaço em que saber e poder se articulam, ou seja, nenhum
discurso é natural, ele está circunscrito a interesses políticos e comerciais que
coadunam com específicos momentos históricos. A relação dos discursos com dado
momento histórico é imprescindível no pensamento de Foucault, pois a produção do
discurso é controlada, selecionada, organizada e redistribuída por procedimentos que
visam determinar o que pode ou não ser dito em determinado momento histórico, e
essa produção social de sentidos, a partir da mídia televisiva, produz identidades. As
identidades são, pois, construções discursivas, que hoje se materializam fora dos
espaços tradicionais de formação, se entronizando em espaços não formais onde a
televisão se configura com um dos mais importantes. Assim, esses discursos que
“educam”, “ensinam” a partir da mídia televisiva é aquilo que Foucault denomina de
governamentalidade, ou seja, o governo de si e do outro por meio de técnicas e
dispositivos que produzem identidades.
Palavras-chave: Discurso. Educação. Mídia. Identidade.
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO ÍNDIO NA FOLHA DE SÃO PAULO: CASO DO
ÍNDIO GALDINO E DO ATAQUE DE ÍNDIOS A ENGENHEIRO DA ELETROBRAS
Eline da Silva Reis Calaça Teixeira - UFPI
De acordo com Melo (2003, p. 2375) “a imagem do índio na mídia está focada em um
tema maior, relacionado à violência”, seja ele praticante ou vítima de atos violentos.
Com base nisto, dois acontecimentos que tiveram grande repercussão nos meios de
comunicação do país nos levaram a propor uma análise sobre a abordagem dada a
esses fatos levando em consideração a presença da figura do índio enquanto vítima da
violência e enquanto agressor. Neste estudo pretendemos fazer uma análise do discurso
da mídia impressa (aqui representada pelo jornal Folha de São Paulo), com o intuito de
apontar a participação da mesma no processo de construção da imagem do índio no
caso do índio Galdino e no ataque de índios a engenheiro da Eletrobras. A Semiótica
Peirceana e a Análise de Discurso fundamentada na perspectiva de Pêcheux são as
correntes teóricas que vão fornecer os recursos metodológicos que utilizaremos nesta
pesquisa com o objetivo de identificar os elementos semiótico-discursivos que nos
permitam responder a seguinte questão: qual a representação social que a Folha de São
Paulo apresenta para seus leitores sobre a figura do índio nos dois casos em estudo? O
corpus a ser analisado é composto por textos jornalísticos que se enquadrem nos
gêneros textuais reportagem e notícia que tenham sido veiculados no jornal Folha de
São Paulo no período de 21 a 25 de abril de 1997, para o assassinato do índio Galdino
e no período de 21 a 25 de maio de 2008, para o ataque de índios a engenheiro da
Eletrobras. Uma análise preliminar do corpus aponta para uma representação da figura
do índio enquanto sujeito sem voz junto aos meios de comunicação de massa. Nesse
sentido, o discurso do/sobre o índio é legitimado por outras instituições autorizadas a
falar sobre ele.
Palavras-chave: Índio. Mídia. Representação social. Semiótica. Análise de Discurso.
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO PROFESSOR
ATRAVÉS DO DISCURSO MIDIÁTICO
Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA
O presente trabalho propõe uma discussão acerca das possíveis implicações na
construção da imagem do professor pela mídia. Como as imagens que estão sendo
pregadas pela mídia acarretam em visões depreciativas do professor? Discursos sem
fundamentos sobre a docência têm atingido a sociedade e os próprios professores que
sem argumentos não conseguem defender sua imagem. Para entendermos com se
estabelece essa relação da mídia e imagem de determinado grupo social, faz-se
necessário compreender como se compõe o discurso midiático. Segundo Rodrigues,
uma das principais características desse discurso é a sua cadeia ininterrupta, com
encadeamento de enunciados que se apresentam de forma acabada e que esconde
suas origens (RODRIGUES, 1995). Em relação à imagem do docente é possível levantar
algumas hipóteses que levam a tal construção, a primeira delas é de origem histórica e
consiste na perda do prestígio sócio-econômico da profissão ocasionada pelo processo
de desprofissionalização que ocorreu no Brasil. A segunda é a análise superficial
realizada pelos veículos comunicativos sobre a educação, os dados coletados e as
entrevistas, extremamente tendenciosas, são realizadas com especialistas de entidades
públicas com elevado nível de titulação, por isso são considerados aptos a fornecerem
esses dados, ou ainda com órgãos educacionais que fornecem dados quantitativos,
desconsiderando a realidade do trabalho do professor e propagando um discurso de
eterna desqualificação, sem propor soluções. Essa ideia de desprestigio ligada a mídia
hegemônica, resulta na construção de estereótipos sobre a imagem e atuação do
professor, que acaba sendo vista pela sociedade de modo geral, inclusive pela própria
classe. Este discurso intencional desqualifica o agente de formação por meio da mídia,
que manipula a opinião pública a favor dos seus interesses.
Palavras-chave: Imagem. Mídia. Professor.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PROPAGANDAS EMPRESARIAIS: ANÁLISE
DISCURSIVA DE PROPAGANDAS DA PETROBRAS E DO BANCO DO BRASIL
Jailiston Soares - UFMA
Jefferson Matheus - UFMA
O interesse em desenvolver uma pesquisa voltada para o discurso do desenvolvimento
sustentável surge ao ver como as propagandas empresariais mobilizam os diversos
sentidos da sustentabilidade, do crescimento econômico, do novo paradigma mundial
que rege as relações dentro do mundo dos negócios, das ideologias voltadas para uma
competitividade mercantilista. O que se percebe nesses textos que fazem circular
sentidos sobre um desenvolvimento sustentável é, dentre outras coisas, uma
preocupação por parte da sociedade civil organizada, dos governos e principalmente
do mundo empresarial, em organizar políticas voltadas para esse tema. Há atualmente,
a ideia de comunidade global no mundo, que combate por exemplo, ao racismo, à
discriminação de gênero, ao trabalho escravo e também à degradação do meio
ambiente, através das práticas do desenvolvimento sustentável, além disso, há também
em paralelo, a inquieta proposta das grandes organizações em mostrar seus trabalhos
para a sociedade em geral através das diversas mídias. Portanto este trabalho traz em
sua amplitude uma proposta de analisar o discurso, baseado nos conceitos da análise
de discurso de matiz francesa, ante o recorrente conceito do desenvolvimento
sustentável, que também é por vezes denominado como sustentabilidade, muito
utilizado no final do século XX e início do século XXI, cuja diferença entre esses dois
termos/conceitos nos empenharemos em explicitar ao longo do nosso trabalho. O
discurso do desenvolvimento sustentável em propagandas empresariais está muito
presente na atualidade, a análise rigorosa dos enunciados poderá dar-nos o
entendimento das ideologias presentes, visto que só através do entendimento das
ideologias presentes no discurso é que poderemos pensar em medidas que favoreçam a
criação de um pensamento pautado no linguístico, voltado para o desenvolvimento de
uma sociedade mais observadora e consciente, possibilitando que essa mesma
sociedade transponha os limites da condição imaginária imposta pelas as ideologias.
Palavras-chave: Propagandas. Desenvolvimento Sustentável. Discurso.
LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO
Maria do Socorro Gomes Macedo - UEMA
Este estudo aborda práticas de leitura e produção textual escrita no ensino médio.
Especificamente, uma prática de letramento escolar realizada em uma turma de 1ª
série, de uma escola pública de Imperatriz – Maranhão. Entende-se que compreender
textos lidos como uma prática letrada equivale ao entendimento das mensagens
abordadas e possibilidade de uso de conhecimento na produção escrita e nas práticas
sociais. O objetivo deste trabalho é analisar as práticas de leitura e produção textual
escrita, de alunos do ensino médio e verificar se elas estão vinculadas à aprendizagem
de forma que contribuam para a integração da realidade do mundo com o universo do
aluno. Para a fundamentação deste trabalho apoiou-se, principalmente, nos PCN
(1999), nos Referenciais Curriculares do Ensino Médio – Maranhão (2007), nas
Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006); em Dolz (2010), Guimarães e
Kersch (2012) e Kleiman (1989,1993, 2011). Para a pesquisa, utilizou-se o método
qualitativo interpretativista com análise documental. Os resultados revelaram que há
um distanciamento do que é desenvolvido – prática de leitura e produção textual
escrita –, da aprendizagem; das práticas dos alunos. Dessa forma, ficou evidenciada a
necessidade de realização de um trabalho, que capacite os alunos às diversas práticas
sociais letradas.
Palavras-chave: Leitura. Produção Textual. Escrita. Letramento.
ATENÇÃO, CUIDADO COM OS FAPES!
ELES SE DIZEM AMIGÁVEIS, MAS NÃO SÃO
Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz - UFMA
O trabalho é baseado em uma pesquisa que explica cada um dos falsos cognatos termos de línguas distintas que possuem certa semelhança fonética e léxica - algumas
vezes chamados falsos amigos. Contida no título, a expressão FAPES é um neologismo
que significa “Falsos Amigos em Português e Espanhol” e avalia o desempenho dos
profissionais de comunicação, sem intenção de ter um caráter pedagógico. A pesquisa
tratou dos diversos aspectos que associam e separam o espanhol e o português a partir
do ponto de vista sincrônico-semântico. Como se sabe, o espanhol e o português são
línguas de origem latina que têm muito em comum. Talvez seja isso que permita o fácil
entendimento entre os usuários das línguas, porém pode criar grandes confusões no
processo comunicativo. Sabemos, como profissionais da área, que o nosso papel é
muito importante na hora de enviar uma mensagem aos receptores dos veículos de
comunicação, já que este processo não deve ser somente eficiente, mas também claro.
Em consequência, o que acontece quando o público desconhece a linguagem original
de um entrevistado ou quando acredita conhecê-la e a utiliza com um significado
inadequado? É aí que o comunicador deve estar bem informado e ciente das variações
semânticas que existem entre as línguas. Aproveitando a realização da Copa do Mundo
de futebol, observamos muitos comunicadores fazendo interpretações inadequadas em
relação ao texto original e outras que ficaram estranhas ao nosso ouvido, porque
simplesmente apresentam uma tradução literal das palavras, mas não das expressões
em si. Nesse sentido, a pesquisa demonstra que a utilização dos falsos cognatos
representa uma problemática importante a ser avaliada pelos profissionais de
comunicação quando da interpretação de falas do espanhol para o português e viceversa. Também são apresentadas listas dos falsos cognatos utilizados pelos usuários de
ambas as línguas.
Palavras-chave: Falsos cognatos. Semântico. Sincrônico.
O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA
O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI
O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo
exploratório, que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para
aquisição de título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para
estudo a forma como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino,
ou seja, a aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O
propósito do artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8°
ano do ensino fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a)
professor(a) para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a
prática de ensino desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este
objetivo se desdobra em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD)
para o ensino da língua estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma
professora acerca do livro didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino
e aprendizagem subjacente em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será
necessário aplicação de questionário e observação da prática de ensino do professor.
Fundamentados por Dias (2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros,
procuraremos compreender, à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na
utilização do livro didático, bem como sua contribuição para a aprendizagem dos
educandos.
Palavras-chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático.
A LITERATURA ALIADA AS MÍDIAS DIGITAIS PARA O INCENTIVO DAS PRÁTICAS
DE LEITURA E ESCRITA DENTRO E FORA DA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA
PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA
Stephane Thayane dos Santos Serejo - UFMA
Fabiana Albina Borges da Silva - UFMA
Com o advento da tecnologia houve o aumento do espaço para os leitores e autores na
REDE, muitos sites contribuem para a formação de novos leitores e escritores, outros
possuem obras raras ou pouco publicadas digitalizadas e as distribuem gratuitamente,
alguns vendem livros usados a preços simbólicos, outros promovem a troca e assim por
diante. As mídias digitais fazem parte da vida e do cotidiano do homem
contemporâneo, pois tornou-se uma necessidade estar conectado a tudo e com todos,
e muito dessa comunicação acontece através da escrita, é muito comum as pessoas
utilizarem as mídias sociais para narrar suas experiências, relações sociais e pessoais.
Observando estes novos hábitos do homem e a quantidade de material literário que a
internet traz facilmente ao alcance de todos, que pensamos em analisar as vantagens
dessa união de literatura e mídias digitais para o ensino de língua portuguesa, focando
nas práticas de leitura e escrita. O objetivo é trabalhar a literatura promovendo a leitura
de obras clássicas de autores brasileiros dentro e fora da sala de aula, utilizando o livro
impresso ou digital e fazer com que os alunos escrevam, comentem, produzam
resenhas das obras lidas e as publiquem, compartilhando sua escrita, através de blogs e
outras redes sociais. Com isso apendendo-se a ler, a escrever e a pensar. Propomos
falar sobre a gama de possibilidades de leitura e consumo de literatura que a internet
pode nos proporcionar, sobre a importância da literatura para o aprendizado de língua
portuguesa, pensar o papel do professor e sua metodologia diante desta nova
perspectiva de ensino e refletir sobre como podemos inserir as mídias digitais com a
função de promover e incentivar a leitura e a escrita.
Palavras-chave: Mídias Digitais. Literatura. Língua portuguesa. Leitura. Escrita.
ENSINO E APRENDIZAGEM EM AMBIENTE
VIRTUAL EM LICENCIATURA DE ESPANHOL
Maria Francisca da Silva - UFMA
O presente artigo tem como objetivo analisar os processos de leitura e construção de
conhecimento aplicados aos acadêmicos de curso de Licenciatura de Espanhol e
Literatura Hispâncas, desenvolvidas e sua implicação no processo de aprendizagem
significativa. Para atingir a tal objetivo, obedeceram-se as seguintes etapas: perceber as
práticas de leituras realizadas pelos acadêmicos em ambiente virtual; realizar um estudo
dos registros no AVA como requisito de verificação da compreensão leitora e de
aprendizagem durante disciplina do curso; e, analisar as intervenções docentes,
relacionando-os com os aspectos expostos por teóricos que pesquisam sobre as práticas
de leitura e aprendizagem significativa. O quadro teórico usado sobre leitura e texto
foram às autores Kleiman (2002), Kato (1997; 2010), Coracini (2002), sobre análise do
discurso e gêneros textuais Charaudeau (2009), Marcuschi (2002) e Pauliukonis (2002).
Diante das análises, destaco a relevância do sujeito que atua com acadêmicos em
qualquer nível de ensino no tocante a leitura.Urge uma constante necessidade de
revisão dos conceitos e atividades realizadas em ambiente virtual, pois o ensino,
mediado pelas tecnologias, necessitam de um novo repensar sobre o ensino e
aprendizagem em ambientes virtuais. Constato ainda, que o processo de leitura se
constrói com vários aspectos a serem privilegiados no momento da abordagem do
texto.
Palavras-chave: Leitura. Ambiente Virtual. Análise do Discurso. Gêneros Textuais.
CONCEPÇÕES DO PROFESSOR DE ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM
PROCESSO EM CONSTRUÇÃO
Maria Francisca da Silva - UFMA
A identidade do professor de Espanhol como Língua Estrangeira no Centro de Línguas
Aberto à Comunidade CLAC – UFRJ, com uso do referencial teórico sobre identidade,
sujeito e ensino de língua estrangeira. O ponto de partida desta pesquisa surge na
medida em que busco entender o processo de construção identitária do professor de
Espanhol como Língua Estrangeira – E/LE. A presente pesquisa surgiu pela necessidade
de se analisar os processos identitários do professor do CLAC no ensino de E/LE. Parti
do pressuposto de que o professor do CLAC encontra-se em processo de formação e
docência, demonstrando uma identidade fragmentada e em constante estágio de
modificações, proporcionado pela dinâmica da docência e formação. Destaco como
objetivo analisar as práticas identitárias construída pelo professor de espanhol como
língua estrangeira no Centro de Línguas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A
metodologia usada foram os conceitos de identidade e sujeito relacionado ao processo
ensino de língua estrangeira, assim como, o uso da entrevista através de tópicos serviu
de suporte. A abordagem de questões identitárias requer um posicionamento sobre os
conceitos de identidades já postulados por pesquisadores como Bauman (2005),
Coracini (2007), Signorini (2006), Serrani-Infante (2007), conversam com o corpus
recolhido durante entrevista com profissional do CLAC.
Palavras-chave: Identidade. Sujeito. Ensino de Língua Estrangeira.
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DA TECNOLOGIA: O USO DO
WHATSAPP COMO ESPAÇO DE MEDIAÇÃO
Rayron Lennon Costa Sousa - UFMA
O ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil, por muito tempo, esteve estacionado em
metodologias que mais amedrontavam os alunos que ensinavam, perpassando por
métodos tradicionais, como por exemplo, o “Gramática-tradução” que mantinha
estreita relação com a “Decoreba”. Métodos esses que na visão de mundo e de ensino
significativo de Línguas Estrangeiras e não exerceram efeitos positivos sobre os alunos.
Com o advento das Tecnologias, a inserção da internet na sala de aula e o uso de
celulares que hoje são tão presentes na vida de alunos e professores observou-se uma
mudança tanto no jeito das pessoas se relacionarem entre si, como nas relações no
contexto da educação formal. Propõem-se discutir o panorama atual do uso da
tecnologia no ensino de língua estrangeira no Brasil, em especial o de Língua
Espanhola, com o objetivo de analisar os recursos tecnológicos utilizados pelo professor
de língua estrangeira, no ensino da área. Apresenta-se, para tanto, um breve histórico
do desenvolvimento das tecnologias buscando-se evidenciar possibilidades e
dificuldades de seu uso, para fins pedagógicos. Propõe-se enfocar, de modo especial, o
uso do aplicativo WhatsApp como espaço de mediação virtual de ensino de Língua
Espanhola, espaço este que vêm conquistando adeptos, que buscam a renovação de
seus processos de ensino-aprendizagem; a utilização de materiais autênticos e
atualizados e o acesso a diferentes pontos de vista no desenvolvimento, assim como da
aquisição e disponibilização de materiais diversos que contribuem com uma
perspectiva mais crítica e conectada com a sociedade atual no ensino de línguas
estrangeiras.
Palavras-chave: Ensino. Língua Espanhola. Tecnología.
O USO DO CELULAR EM SALA DE AULA:
UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Alexsandra Lins - UEMA
“As máquinas dominam as comunicações no mundo moderno. O ambiente linguístico
tem sido recriado artificialmente e o professor e o livro têm sido forçados a se
integrarem a esses novos meios de transmissão.” (Kelly, 1969). Desde os meados do
século XX, há uma preocupação com o desenvolvimento tecnológico no meio social e
como ela vem mudando o comportamento humano, impactando com antigos valores,
criando outros valores e novas tendências, além disso, a tecnologia tem se tornado
indispensável para as ciências e para o desenvolvimento educacional. No entanto, a
realidade nos mostra que o acesso a tecnologia ainda é limitado e isso também limita a
atuação do professor em sala de aula, pois o mesmo é cobrado a se atualizar e renovar
suas práticas. No ensino de Língua Inglesa, por exemplo, é de suma importância a
utilização de ferramentas que auxilie professor e aluno no processo ensinoaprendizagem, porém, o professor de línguas é um dos profissionais que mais sofre por
falta de material e acesso a ele. Partindo desse pressuposto, este trabalho tem como
finalidade propor práticas e atividades com o uso de celular e aplicativos, focando
principalmente o ensino de pronúncia nas aulas de Língua Inglesa, oferecendo ao
professor a oportunidade de inovar e ao aluno, de aprender cada vez mais.
Palavras-chave: Tecnologia. Língua Inglesa. Pronúncia.
A LINGUAGEM DOS GAMERS – A VARIAÇÃO DIASTRÁTICA NA CULTURA DOS
JOGOS
Jefferson Mateus Silva Santos - UFMA
Jailiston Soares - UFMA
A sociedade está segmentada em diversas classes, logo, dividida em múltiplos nichos
culturais, cada um unido por um ou mais determinantes, tais como idade, sexo,
ocupação, etnia entre tantos outros que fomentam ainda mais essas divisões e interação
entre esses diversos grupos. Baseado nos estudos de William Labov e Mikhail Bakhtin, o
trabalho busca mostrar a influência que esses fatores geram no modo de falar e
expressar de um determinado grupo de locutores e a relevância para os estudos
sociolingüísticos dentro da proposta da cultura popular da internet. Usando o método
de observação em campo de pesquisa dos cybercafés (ou lan houses), o estudo é
focado na variação diastrática da linguagem dos gamers ou pessoas que tem como
rotina a prática dos jogos, sejam eles de consoles ou PC, de títulos online ou offline. O
objetivo do trabalho é gerar conhecimento das práticas comunicativas e sociais desse
grupo, evidenciando o caráter mutatório e adaptável da língua inserida dentro da rede
digital de informações e explicar as origens e transformações do vocabulário presente
na rotina dos falantes, tais como os empréstimos lingüísticos, a criação de novos
vocábulos verbais e nominais, alterações de palavras já existentes entre outros
fenômenos decorrentes e comuns dessa comunidade.
Palavras-chave: Variação. Diastrática. Gamers.
MAPEANDO O NÓS E O A GENTE NA MÍDIA
IMPRESSA NO MARANHENSE
Camilla Maramaldo Ferreira Robson - UFMA
No tocante à referência à primeira pessoa do plural é notório o processo de
transformação sofrido pelo português brasileiro contemporâneo. A exemplo, a
reestruturação no quadro do sistema pronominal do Português do Brasil e o
encaixamento de formas inovadoras no subsistema dos pronomes pessoais. Nesse
sentido, o emprego da forma a gente em concorrência com o pronome nós para
designar a primeira pessoa do plural tem sido tema de vários trabalhos, LOPES (1993),
MENON (1995), TAMANINE (2002), VIANNA (2006) e FERREIRA (2010) que se
preocupam com as complexas questões de natureza pronominal. Entretanto, em se
tratando da alternância nós/ a gente, é notória a escassez de pesquisas concluídas nesse
âmbito nas regiões norte-nordeste –, um dos fatores motivacionais para esta pesquisa.
Portanto, sob o enfoque teórico da Sociolinguística variacionista, este trabalho investiga
a alternância nós/a gente como forma de representação da primeira pessoa do plural no
português do Maranhão em mídia impressa no início do século XX. É sabido, pois que,
no que concerne os estudos do “nós” e do a gente com base na língua oral, está
havendo uma expansão da forma inovadora em detrimento do pronome nós para
designar a primeira pessoa do plural. Espera-se, com o desenvolvimento desta pesquisa,
contribuir para uma melhor descrição da realidade linguística do Brasil e especialmente
do Maranhão.
Palavras-chave: Mídia impressa. Maranhão. Pronomes pessoais.
OS TESTEMUNHOS HISTÓRICOS DOS CINECLUBES EM TERESINA DURANTE O
PERÍODO DA DITADURA MILITAR
Herasmo Braga de Oliveira Brito - UESPI
As abordagens que giram em torno do cinema não ficam restritas apenas aos universos
estéticos e técnicos das obras. Outros elementos apresentam-se como relevantes para o
debate sobre o cinema. Marc Ferro destaca a singularidade dos filmes como
testemunho. Testemunho esse de grande valia, pois ele não se submete ao
aprisionamento de qualquer instituição. Nem mesmo o Estado consegue domá-lo.
Pensando dessa maneira é que desde da década de 20 do século passado, mais
precisamente, a partir do movimento histórico cinematográfico do impressionismo
francês, as análises sobre o cinema deixam sua subcondição, pois eram tidos como algo
menor, e passam a ganhar a simpatia e adeptos do meio intelectual. É a partir desse
momento que são iniciados a formação de cineclubes com intuito não só de divulgação
das obras, mas, sobretudo, cultivar uma cultura cinéfila aliada à construção de uma
comunidade crítica social. Pensando assim, observamos o cinema como um importante
instrumento de formação crítica sob a égide dos cineclubes existentes no período da
ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970. Os filmes exibidos nos cineclubes na
cidade de Teresina, associados à leitura de obras literárias funcionavam como
catalisadores dos debates acerca do contexto sócio-histórico de censura e repressão.
Eles funcionavam, portanto, como diretrizes norteadoras das discussões realizadas de
oposição ao período ditatorial brasileiro. Investigar, portanto, como se desenvolveram e
como atuavam os cineclubes durante este período conturbado da nossa história é de
vital importância não só para os dados cinematográficos e históricos, mas para perceber
as inúmeras contribuições proporcionadas no desenvolvimento das nossas elites
intelectuais, como também, o uso dos cineclubes como meios de reflexão e de
enfrentamento as mazelas como o cerceamento da liberdade.
Palavras-chave: Cinema. História. Memória. Cineclubes. Ditadura militar.
OS DIÁLOGOS ENTRE LITERATURA E CINEMA SOB A ÓTICA DA AUTONOMIA
DAS PERSONAGENS FEMININAS
Natália Eugênia Almeida de Sousa - UESPI
Herasmo Braga de Oliveira Brito - UESPI
Os estudos sobre cinema têm ganhado cada vez mais espaço dentro do meio
acadêmico. Inicialmente tido como instrumento ideológico marcado ora como um
processo de bestialização das massas, de homogeneização de comportamentos, ora
tido como instrumento de propagação de ideias estatais, ora atuando de maneiras
denunciativas sobre realidades muitas vez oculta, os debates gerados em torno do
cinema projetam não somente análises de composição instrumental, estética ou teórica
do fazer filme, mas também, dos nexos dialógicos propositados sobre os temas em que
eles estão inseridos, como dos contextos internos e externos a produção. Assim, o
cinema apresenta uma pluralidade de finalidades. Ele pode servir como passatempo,
entretenimento, manifestação, denúncia, exploração comercial entre tantos outros.
Todavia, um de seus aspectos norteadores tem perdido cada vez mais espaço nas salas
de projeção que são os filmes formadores. Dentro de um forte diálogo entre Literatura
e Cinema percebemos que são duas artes independentes e autônomas. Todavia, em
algumas situações ou mesmo temáticas elas se relacionam de maneira interdependente.
Ao abordarmos a questão da adaptação literária ao cinema estabelecemos esse elo.
Constitui, portanto, objeto da nossa análise, realizar um estudo comparativo de duas
adaptações literárias: Vidas Secas de Graciliano Ramos adaptado para o cinema por
Nelson Pereira Santos e Abril despedaçado de Ismail Kadare adaptado por Walter Salles
sob a ótica da autonomia das personagens femininas. Utilizaremos como norteadores
para essa discussão os teóricos Antonio Candido, Ismail Xavier e Jean –Claude
Bernardet.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Adaptação.
WEBQUEST: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE UMA FERRAMENTA
TECNOLÓGICA MOTIVACIONAL PARA AULAS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
José de Ribamar Carvalho Júnior - IFMA
Os avanços tecnológicos direcionados a área educacional, o vasto conteúdo
disponibilizado no ambiente da internet, a facilidade e disponibilidade de acesso
instantâneo a rede mundial de computadores proporciona um aumento significativo na
eficiência das metodologias e estratégias que buscam um jeito mais interessante de
ensinar e principalmente de aprender. Estes recursos potencializam a interação entre o
professor, o aluno e as ferramentas tecnológicas responsáveis pela sistematização deste
processo favorecendo também as práticas de leitura na internet. Assim, este trabalho se
propõe a apresentar os resultados de uma pesquisa realizada no IFMA- Campus São
Raimundo das Mangabeiras com alunos da 1ª série do curso de Agropecuária integrado
ao Ensino Médio com o objetivo de investigar os impactos causados pelo uso da
ferramenta tecnológica denominada WEBQUEST como fonte motivacional para prática
da leitura e escrita de gêneros digitais sendo empregada como instrumento de pesquisa
orientada na internet que visa acessar diferentes tipos de textos e contextos, motivar os
interlocutores do processo de ensino/aprendizagem, desenvolver a autonomia através
da pesquisa, promover o trabalho de autoria, dinamizar a leitura e escrita em língua
estrangeira e possibilitar que os participantes possam construir a aprendizagem
transformando informação em conhecimento utilizando para isso o regime da
cooperação e colaboração.
Palavras-chave: Tecnologia. Webquest. Metodologia de ensino. Língua estrangeira.
O INSTANTE PERDIDO – VERSOS E OUTRAS HISTÓRIAS
Pedro Henrique de Carvalho Costa - CEUMA
Após o desenvolvimento das tecnologias e o avanço da internet, é possível notar que,
cada vez mais, as pessoas imprimem um “DNA” no ambiente digital, no qual, criam
relações, buscam entretenimento e desenvolvem atividades que oferecem integração e
aceitação social. Nesse contexto, mudanças culturais estão ocorrendo, principalmente,
na forma de consumo. Um dos exemplos é o caso da empresa Amazon que mudou a
forma de como compramos livros, serviços ou outros objetos. Segundo Bezos, citado
por Stone (2014, p. 20), “Não é a Amazon que está acontecendo no mercado literário.
É o futuro que está acontecendo no mercado literário”. O projeto que desenvolvemos,
atualmente, se concretiza nas redes sociais. Nele, são postados, diariamente, versos,
histórias e ilustrações produzidas por sete autores. A ideia principal é contar histórias e
descrever momentos em forma de versos, poesias, músicas e outros tipos de artes, em
perspectivas diferentes, mas que se integram no resultado final. O perfil que nasceu em
dezembro de 2013 tem, hoje, por volta de 1000 seguidores, 70% mulheres, 30%
homens, sendo a maioria (52%) da faixa etária de 18 - 24 anos. Todos esses dados
revelam que o nosso objetivo, tornar o projeto em um livro, poderá ser alcançado se
continuar prosperando e apresentando os mesmos níveis atuais de crescimento,
podendo, assim, provar que uma ideia não necessariamente depende de uma
plataforma física e que a internet pode ser uma boa solução.
Palavras-chave: Verso. Ilustração. Música. Blog. Poesia.
LETRAMENTOS DIGITAIS NOS MATERIAIS DIDÁTICOS DE LÍNGUA INGLESA:
POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Adriano de Alcântara Oliveira Sousa
Estudos recentes envolvendo letramentos apontam novas formas. Os recursos
midiáticos têm encorajado professores a ressignificar suas práticas pedagógicas de
ensino de língua inglesa, notadamente aquelas que oferecem possibilidades de novos
letramentos digitais. Contudo, o uso de material didático com tecnologias digitais é um
desafio enfrentado por muitos profissionais da área citada acima. Desse modo, procurase trazer uma discussão sobre a possibilidade de utilização de mídias digitais que
ampliem o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos aprendizes da
língua alvo. Este estudo tem por objetivo principal proporcionar uma reflexão ao
professor de inglês sobre o seu fazer pedagógico de agente produtor de materiais de
ensino de leitura e escrita que possam ser adaptados ao contexto e a necessidade dos
seus alunos para melhorar as referidas habilidades lingüísticas. A partir de uma revisão
da literatura, exploraremos ideias para criar materiais de ensino de língua inglesa que
possam promover o desenvolvimento do aprendizado aproveitando as vantagens das
tecnologias digitais (MOTTERAM, 2011; WARSCHAUER, 1998; TOMLINSON, 2011,
entre outros). Por fim, faremos uma reflexão sobre o uso de mídias digitais consideradas
como não didáticas (realia), mas que podem ser transformadas em materiais didáticos
para o ensino da língua inglesa e também o efeito provocado por esses materiais na
motivação do aluno.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Materiais Didáticos. Ensino de Língua Inglesa.
A PERSONAGEM INFANTIL E O INSÓLITO NA NARRATIVA CINEMATOGRÁFICA O
LABIRINTO DO FAUNO
Lenice da Silva Andrade - UFPA
O presente trabalho é produto do subprojeto As personagens infantis em narrativas de
catástrofe que está vinculado ao projeto de pesquisa Representações da Infância em
Narrativas da Catástrofe. Temos por objetivo analisar a constituição do protagonismo
infantil e a presença do insólito na narrativa cinematográfica “O labirinto do fauno”.
Acompanhamos a história de Ofélia, garota delicada e sonhadora de 13 anos, que viaja
com a mãe, Carmen, grávida de alto risco, para um posto militar ao norte do seu país, a
Espanha. A narrativa se passa na década de 1944, no fim da guerra civil espanhola, mas
os guerrilheiros ainda lutavam pelo fim do regime fascista. Chegando ao local, a menina
encontra Vidal, cruel capitão do exército franquista, novo marido de Carmen e que não
sente afeto algum pela enteada. É através de Ofélia que o insólito é instaurado na
narrativa, pois ela ao encontrar um labirinto onde reside um fauno, passa a viver entre
dois mundos. O insólito vai estar presente, consistindo em uma marca evidente do
plano do maravilhoso, mas contudo ele não fica restrito ao plano do maravilhoso, ele
acaba por invadir o plano histórico. No desenrolar dessa missão, Ofélia desloca-se
constantemente entre a realidade sangrenta imposta pela ditadura franquista e sua
realidade individual, localizada no interior da guerra.
Palavras-chave: Insólito. Personagem. Infância.
MONSTROS EM SUAS AÇÕES E APARÊNCIAS
Rennoly Grisnen Marques de Sousa - UFPI
Este trabalho pretende analisar os personagens Dr. Victor Frankenstein e sua criação
(sem nome), do livro Frankenstein da escritora inglesa Mary Shelley, para buscar
identificar em que aspectos tais personagens podem ser considerados monstros tanto
pela visão estética (na qual monstro é aquela criatura que tem a aparência feia e causa
sensação de estranhamento ao ser humano) quanto pelas ações praticadas por eles
(que, em sua maioria, são pecados e/ou vícios humanos elevados ao extremo, como a
ira, a vaidade, a ambição etc.). Como ponto de partida desse trabalho, iremos
apresentar algumas definições do que é um “monstro”, que características físicas
tornam um ser em monstro e que ações podem ser consideradas monstruosas. Outra
etapa será entender a utilidade do monstro em uma obra literária, o que eles
representam e sua importância. A partir desse ponto analisaremos as características dos
personagens, Dr. Frankenstein e a sua criatura, e veremos se suas aparências e suas
ações são, de fato, monstruosas. E por fim, o entendimento do papel desses
personagens, (um cientista tentando criar vida e um ser ou monstro criado a partir de
seus experimentos), será de grande importância para observar a função do monstro na
literatura num contexto de progresso cientifico muito rápido, como estava ocorrendo
na sociedade inglesa do século XIX.
Palavras-chave: Monstros. Frankenstein. Ações Monstruosas.
TOLKIEN E SUAS INFLUÊNCIAS PRA A CRIAÇÃO DO MUNDO FICCIONAL NO
ROMANCE O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO ANEL
Nayara Rocha Mendonça - UFPI
Este pôster tem por objetivo analisar a caracterização da Terra-Média realizada por J. R.
R. Tolkien em O senhor dos Anéis: A sociedade do anel a partir do contexto sóciohistórico em que o autor viveu, identificando os possíveis elementos dessa época no
romance. O gênero de fantasia é dominado por sua forma medievalista, especialmente
desde o sucesso mundial da trilogia O Senhor dos Anéis do escritor, professor e filólogo
britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J.R.R. Tolkien. A narrativa
do romance ocorre em um tempo e espaço imaginário, denominado de Terra Média,
que é um mundo fictício inspirado no contexto histórico-social em que o escritor estava
inserido, mais especificamente, numa Europa mitológica – o lugar é habitado por
humanos e por outras raças: Elfos, Anões e Orcs. Tolkien nomeou este lugar a partir da
expressão do inglês moderno, Middle-Earth (Terra-Média), derivado do inglês antigo,
Middangeard, o reino onde os humanos vivem na mitologia Nórdica e Germânica. Os
dados foram coletados através do estudo e análise de fontes documentais capazes de
fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema, e análise e discussão dos
dados. Com esta pesquisa, espero contribuir para uma melhor compreensão da
literatura fantástica e sua importância para o mundo da literatura através da obra O
senhor dos Anéis: A sociedade do Anel, de Tolkien.
Palavras-chave: Terra-Média. Influências. Literatura Fantástica. J.R.R. Tolkien. O
Senhor dos Anéis.
PERCEPÇÕES DE PIBIDIANOS NA SUA FORMAÇÃO PRÉ-SERVIÇO
Liama Samme Freitas da Silva - UFPI
Este pôster tem por objetivo analisar a contribuição do Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência (PIBID) na formação de docentes de Língua Inglesa na escola
estadual Unidade Escolar Professor Joca Vieira, em Teresina (PI). O PIBID tem por
objetivo contribuir para a formação de futuros docentes através da sua participação
ativa no contexto escolar. Visa à valorização do profissional através de experiências
vivenciadas pelos mesmos durante sua formação, possibilitando uma reflexão de como
as teorias precisam ser associadas com a prática. (Cf. UFPI, 2014). O interesse por essa
temática surgiu em função da necessidade de acompanhar e analisar até que ponto o
PIBID beneficia o docente em pré-serviço ao proporcionar experiências em sala de aula
a partir do momento em que os alunos ingressam no Projeto. Na realização da
abordagem teórica, utilizei os seguintes teóricos: Almeida Filho (1999); Abrahão (1999);
Rodrigues (2007) e Cavalcanti e Moita Lopes (1991). Esta pesquisa é de caráter
qualitativo porque se enquadra nas normas metodológicas de natureza social, que
requerem uma observação dos participantes para melhor compreender o contexto
pesquisado. Apresentarei minhas reflexões a partir das análises dos dados coletados
através de questionários semiestruturados. Nos questionários, os participantes refletiram
sobre a influência das experiências vividas como bolsistas do PIBID em sua formação
como professores de línguas. Espero que a análise desenvolvida venha a contribuir para
uma melhor reflexão sobre a formação do profissional de ensino de línguas em préserviço.
Palavras-chave: Formação em pré- serviço. PIBID. Língua Inglesa.
O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA
INGLESA
Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI
O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo
exploratório, que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para
aquisição de título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para
estudo a forma como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino,
ou seja, a aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O
propósito do artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8°
ano do ensino fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a)
professor(a) para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a
prática de ensino desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este
objetivo se desdobra em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD)
para o ensino da língua estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma
professora acerca do livro didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino
e aprendizagem subjacente em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será
necessário aplicação de questionário e observação da prática de ensino do professor.
Fundamentados por Dias (2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros,
procuraremos compreender, à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na
utilização do livro didático, bem como sua contribuição para a aprendizagem dos
educandos.
Palavras-chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático.
O USO DA LUDICIDADE NA AQUISIÇÃO LEXICAL NO ENSINO DE LÍNGUA
INGLESA NA MODALIDADE EJA
Tatiane Ribeiro Mendes da Silva - UFPI
Este pôster tem o objetivo de analisar a contribuição da utilização de atividades lúdicas
em sala de aula na aquisição lexical em Língua Inglesa de alunos da Educação de Jovens
e Adultos (EJA) em uma escola pública localizada na cidade de Timon do estado do
Maranhão. Na tentativa de observar o desenvolvimento no processo ensino –
aprendizagem de língua inglesa com alunos da modalidade EJA com relação aos jogos
didáticos aplicados em sala, procuramos responder ao seguinte questionamento: Quais
as contribuições que os jogos Memory Game, Bingo, Hangman, Mime game, Who am I?
e Board game trazem para a aquisição de vocabulário na língua inglesa desses alunos?
Como embasamento teórico para este estudo temos: HUIZINGA (2010); SZUNDY
(2005), CASTILHO E TONUS (2008), RODRIGUES (2007), BERNABEU E GOLDSTEIN
(2012), SANTOS (2008), MENHING (2005) e MOLINA (2007). A metodologia utilizada
para estudo é de natureza qualitativa com aspectos quantitativos, onde se inclui
também a pesquisa-ação. Apresentarei algumas reflexões elaboradas a partir das
observações e análise dos dados obtidos através de questionários objetivos e
semiestruturados respondidos pelos alunos da escola pesquisada. Esperamos que esta
pesquisa proporcione oportunidades de ressignificação do ensino de língua estrangeira
com adultos ao se tratar do estudo de vocabulários e a da ludicidade como um fator
crucial no processo ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Aquisição lexical. Língua Inglesa. EJA. Lúdico.
A COR PÚRPURA: RELAÇÕES CULTURAIS
Lorena Oliveira Neves - UFPI
Amanda Karoline Batista Lages - UFPI
O presente artigo visa identificar e relacionar as diferenças entre Raça, Etnia, Identidade
e Hibridismo Cultural estudados na disciplina Etnia e Diversidade Cultural na Literatura
Norte-Americana, com base na literatura de minoria, que aborda produções de grupos
marginalizados dentro da sociedade americana (nativos ou estrangeiros). Dentre elas
estão compreendidas: a literatura afro, a nativa, a hispano e asiático-Americana
ministrada pela professora Sharmilla O’hanna Rodrigues da Silva, na Universidade
Federal do Piauí. Como forma de exploração e explicitação dos conceitos vistos e
acima mencionados, selecionamos como embasamento de pesquisa a obra “A Cor
Púrpura” escrita pela autora norte-americana Alice Walker (1982), se configurando
como uma das obras mais conhecida da literatura afro-americana e, por conseguinte da
autora citada. Ao observarmos a mesma, associamos os conceitos dispostos com a vida
dos personagens focando principalmente na personagem Celie, considerada a principal
da estória e utilizamos tais conceitos para dar responsabilidade aos fatos trágicos
ocorridos na vida dos personagens. No trabalho, ao mesmo tempo em que essas
associações discorrem pelo texto, explicitaremos os fatos na narrativa. Concluímos a
partir disso que as reflexões dos aspectos propostos nos fizeram compreender o porquê
de determinadas atitudes no âmbito da obra que ainda estão enraizados na nossa
sociedade, tais como o preconceito racial, de gênero, o machismo e abusos físicos.
Palavras-chave: A Cor Púrpura. Raça. Etnia. Identidade. Hibridismo Cultural.
A ÉCRITURE FÉMININE NA OBRA MRS. DALLOWAY DE VIRGINIA WOOLF:
REFLEXÕES SOBRE A VOZ DA MULHER MODERNA NA SOCIEDADE
Brenda Lima Pereira - UFPI
Este pôster tem o objetivo de analisar a écriture féminine na obra “Mrs. Dalloway” de
Virgínia Woolf. A écriture féminine é um termo desenvolvido pelo filósofo francês
Jaques Derrida, que dá uma esperança à escrita das mulheres ao propor uma escrita
essencialmente feminina na qual a mulher poderia desprender-se da linguagem
masculina e expressar-se de forma livre, libertando seu pensamento, sentimento,
opinião e a sua voz. Para isso buscamos refletir sobre a construção da escrita feminina
na obra “Mrs. Dalloway”, pois nela Virginia Woolf trata do papel da mulher na
sociedade utilizando uma linguagem escrita propriamente feminina. Sob a luz das
teorias das francesas Simone de Beauvoir e Hélène Cixous, procuramos entender como
a escrita feminina ganha voz na obra desta autora. A escolha de “Mrs. Dalloway”, uma
das obras mais conhecidas da autora, deve-se ao fato de que Virginia Woolf desenvolve
através da técnica literária peculiar do fluxo de consciência, que tenta reproduzir no
texto o complexo processo do pensamento, uma crítica sobre a sociedade aristocrática
da época e, principalmente, trata do papel da mulher inserida nessa sociedade
utilizando uma linguagem escrita essencialmente feminina. Essa escrita tão peculiar faz
de Virginia Woolf uma precursora do feminismo no século XIX.
Palavras-chave: Écriture feminine. Mrs. Dalloway. Virginia Woolf.
O APOLÍNEO E O DIONISÍACO NO TEATRO
MODERNO DE TENNESSEE WILLIAMS
Thiago Victor da Silva Oliveira - UFPI
Neste trabalho propomos refletir sobre a maneira que as personagens Blanche e Stella
DuBois da peça: Um bonde chamado Desejo de Tennessee Williams são apresentadas,
partindo de um aporte filosófico, utilizando conceitos consagrados por Nietzsche,
Apolíneo e Dionisíaco, trazendo uma nova perspectiva ao drama americano do século
XX, aproximando os universos de Tennessee Williams e Nietzsche gradualmente através
de perspectivas antropológicas, morais e psicológicas. Nosso objetivo é de mostrar a
possibilidade de uma fusão de horizontes; o que propomos é um diálogo entre as duas
áreas de pesquisa, tentando entender a obra em questão por uma ótica diferenciada,
levando em consideração o contexto histórico de produção da obra e os aportes
teóricos que apresentamos quanto aos conceitos Nietzschianos supracitados e à
historicidade do termo Tragédia. Buscamos instigar o leitor a indagar se os “tipos” das
personagens em questão estão próximos de sua realidade, possibilitando a ele uma
reflexão de sua posição no mundo, e se a “tragédia do homem comum” é tão dolorosa
quanto qualquer outra. Através das análises e reflexões feitas notamos uma confluência
de ideias entre o teatro de Tennessee Williams e a primeira fase da filosofia de
Nietzsche, que é fortemente destacada ao usarmos os conceitos Apolíneo e Dionisíaco
como chaves de leitura, percebendo a silhueta há muito perdida do herói trágico.
Palavras-chave: Tragédia Moderna. Tennessee Williams. Nietzsche. Apolíneo.
Dionisíaco.
A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL NO TELESPECTADOR
CONTEMPORÂNEO ATRAVÉS DA SÉRIE GAME OF THRONES
Ana Caroline Sousa Araújo - UFPI
Nayne de Amorim Melo - UFPI
No contexto da sociedade medieval regida pelo sistema feudalista, surgiu uma
instituição feudal denominada “cavalaria medieval”, formada por cavaleiros da nobreza
que deveriam seguir um código de cavalaria. Os ideais “cavalheirescos” foram
incorporados pela literatura, sendo esses caracterizados principalmente pela coragem e
honra dos cavaleiros, vistos como guerreiros honrados que faziam o possível para seguir
o código. O cavaleiro medieval é admirado por sua conduta até os dias atuais e a
sociedade medieval ainda chama a atenção por suas peculiaridades. É possível
encontrar recursos atuais tais como filmes, séries, livros, jogos, entre outros, que
possuem o cenário centrado na Idade Média. Um exemplo recente do cenário
medieval é a série intitulada “Game of Thrones”. Esta, por sua vez, possui características
marcantes do período medieval tais como cavaleiros, relações feudalistas, monarquia,
batalhas, divisão de classes, entre outros aspectos. A partir desse pressuposto viemos
por meio desta pesquisa analisar a primeira temporada da série “Game of Thrones” a
fim de verificar se há e como estão apresentados os aspectos da sociedade e literatura
medieval com foco nos ideais cavalheirescos abordados na literatura do período em
questão, e a partir desse estudo observar como é construído o imaginário medieval para
o telespectador contemporâneo através da série.
Palavras-chave: Código de cavalaria. Cenário medieval. Game of thrones.
LITERATURA X CINEMA: UMA ANÁLISE DETALHADA SOBRE HARRY POTTER E O
PRISIONEIRO DE AZKABAN
Renata de Paula Mury - UFPI
Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva - UFPI
É sabido que desde o surgimento do cinema, livros foram uma fonte inspiradora para a
indústria cinematográfica, onde suas histórias tentam ser recontadas de forma mais fiel
possível a fim de agradar os leitores/espectadores. Tratando-se de versões e adaptações,
é praticamente impossível transformar um livro em um filme que seja cem por cento
fiel, já que na maioria das vezes, a produção de determinadas cenas e detalhes são de
difícil reprodução, o que por vezes faz como que os fãs sintam-se insatisfeitos com o
resultado das adaptações. De acordo com Stam (2006), o termo para adaptação
enquanto “leitura” de um livro, sugere que qualquer texto pode gerar uma infinidade
de leituras, que serão inevitavelmente parciais, pessoais, conjunturais, ou com
interesses específicos. A saga Harry Potter (J.K. Rowling) é um fenômeno literário
infanto-juvenil que surgiu na segunda metade dos anos 90 e que logo chamou atenção
de produtores cinematográficos, que obtiveram os direitos de adaptação do primeiro
livro pouco tempo após seu lançamento. Ao longo de uma década, todos os livros
foram reproduzidos no cinema, sendo que nem todos conseguiram seguir sua
respectiva versão literária no que diz respeito à fidelidade. O que mais se aproximou de
tal fato foi o terceiro livro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, cujo presente
trabalho o usará como foco, analisando minuciosamente fatos mencionados no livro e
filme e observando similaridades e diferenças entre ambos.
Palavras-chave: Cinema x literatura. Versão e adaptação. Intertextualidade.
TRADUÇÃO E PERDA DE IDENTIDADE DO AUTOR NO PROCESSO DE
LEGENDAGEM
Thalita Cardoso Desidério de Sousa - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de produção de legendas
no Brasil (Inglês-Português) em filmes de cinema e séries de TV e verificar de que modo
elas colaboram para a manutenção ou alteração dos significados do texto de partida.
Verifica-se como ou que fatores fazem com que a tradução perca a ideia original do
texto nas traduções audiovisuais; isto é, estuda-se o processo de produção de legendas
e como eles influenciam nos mecanismos de manutenção e alteração dos sentidos do
texto original. Para isso, utiliza-se, principalmente, as ideias de Roman Jakobson e
Lawrence Venuti para compreender melhor as definições de tradução, bem como de
Lina Alvarenga e Vera Lúcia Santiago Araújo que discorrem minuciosamente sobre o
processo de legendagem e outros autores que discutem esses assuntos. Na tradução
audiovisual (legendagem/dublagem) inúmeros fatores influenciam o ato tradutório. Há
fatores como aspectos culturais e de cotidiano, personalidade e outras informações que
devem ser levadas em consideração, mas que esbarram nas limitações impostas na
tradução. A legendagem, por exemplo, impõe dois limites básicos, o número de
caracteres que cabem na tela e o tempo de leitura necessária, proporcional ao número
de caracteres. Ao se produzir legendas deve-se ter o cuidado de calcular o número de
caracteres da legenda de acordo com o tempo disponível.
Palavras-chave: Tradução. Legendagem. Filmes. Seriados.
RÁDIO E SUAS TRANSFORMAÇÕES
TECNOLÓGICAS E SOCIAIS
Rosinete de Jesus Silva Ferreira - UFMA
Propomos discutir o rádio e suas possibilidades de inserção em plataformas que vão
além das ondas hertizianas, ou seja, a mídia rádio em um contexto de transformação
que inclui som, voz e imagem. Esse novo contexto em que o veículo se insere
apresenta nova perspectiva de narrativa, gênero, interação, território e visual. Por
consequência desse momento radiofônico a nossa proposta é também compreender o
lugar de memória do rádio no mundo atual.
Palavras-chave: Rádio. Memória. Tecnologia.
RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES:
ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA.
Juara Castro - UFMA
A comunicação pretende analisar como a mídia sonora – rádio – no ciberespaço é
reconfigurada de forma a não ser apenas audível, mas também visual. Essas produções
radiofônicas não são tão fluídas como as tradicionais e acabam fazendo do discurso do
rádio uma memória para meio, que atualmente baseia-se ainda mais na recepção,
agregando imagem e som. Utilizando o conceito de fato social de Durkheim e Chartier
(1988) que considera um mesmo material escrito, lido ou encenado possui significados
diferentes dependo do suporte midiático, da época e da comunidade em que
acontece. Dessa forma, o imaginário e as representações sociais em torno do rádio
mudaram ao longo do tempo. O rádio, por exemplo, atravessa uma crise de
identidade, pois não podemos reconhecê-lo e classificá-lo apenas por um suporte
técnico. De certo, esta mídia sonora vive um momento de continuidade e
descontinuidade, onde vários formatos de programas entram em desuso e outros
emergem, tornando o rádio não só um reprodutor sonoro, mas consolidando uma
linguagem dita “efêmera” como memória social. Os paradoxos pós-modernos que
tribalizam o ciberespaço tornando-o um âmbito de necessidades passionais e afetivas
fazem emergir uma segmentação da produção radiofônica que expõe uma diferente
territorialidade na Internet. No processo de socialização e dessocialização do sujeito
frente à cultura participativa, o rádio representa este trânsito entre a busca pelas
informações banais ou de utilidade pública que caracterizam essa nova ordem social e
consumidora.
Palavras-chave: Discurso. Memória. Rádio.
WEBRÁDIO OU RÁDIO WEB? HÁ DIFERENÇA?
Jefferson Saylon Lima de Sousa – UFMA
Webrádio ou rádio web? há diferença? Graças a esse questionamento presente nos
encontros e rodas de estudo e pesquisa sobre o novo cenário do rádio surgiu a proposta
de discutir sobre o processo de produção e consumo do rádio digital a partir da
existência das duas nomenclaturas (rádio web – webrádio), atentando para o (s) novo(s)
formatos que estão disponíveis na internet. A proposta buscar entender porque alguns
teóricos fazem usos distintos para essas duas expressões, quando que em sua maioria
buscam falar sobre essa prática virtual de transmissão de áudio via streaming. Propomos
discutir o rádio e suas possibilidades de inserção em plataformas que vão além das
ondas hertizianas, ou seja, a mídia rádio em um contexto de transformação que inclui
som, voz e imagem. Esse novo contexto em que o veículo se insere apresenta nova
perspectiva de narrativa, gênero, interação, circulação, produção de conteúdo e
território visual. A web aponta um diferencial para o contexto de produção do rádio?
Há novas linguagens envolvidas nisso? Esses são questionamentos que podem ajudar a
responder a questão inicial sobre a diferença entre webrádio e rádio web, além de
apresentar mais formas de se analisar essa nova vertente midiática pertinente ao
processo da cibercultura.
Palavras-chave: Rádio Digital. Web Rádio. Rádio Web.
RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES:
ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA
Polyana Amorim Chagas - UFMA
A comunicação pretende analisar o ciberespaço enquanto novo espaço de produção
radiofônica, focando nos aspectos que compõem este território, as práticas sociais
estabelecidas e relações identitárias que se formam. O rádio passou por várias fases de
crescimento, inovação e principalmente modificações que envolvem tanto a forma
como conteúdo, ou seja, o modo de fazer radiofônico. Essas alterações estão baseadas
principalmente em aspectos de ordem tecnológicas e inovações que proporcionaram
uma nova dinâmica no veículo, pois o mesmo era visto apenas dentro de um território
físico. Com a migração para o ciberespaço o rádio passa a adotar novas características e
peculiaridades que envolvem sociabilidades. Não é mais somente a linguagem oral que
predomina, mas novos códigos de leitura são incorporados o que nos leva a pensar em
um novo perfil de ouvinte, dessa vez o letrado. O rádio no contexto do ciberespaço vai
reconstruir tanto o papel do produtor, locutor, quanto do receptor. Observa-se que
essas posições antes definidas passam a ter novas propriedades no contexto de
produção e recepção radiofônica. São essas perspectivas do rádio que nos trazem
investigações sobre o que são as rádioswebs, em que plataformas se inserem, suas
especificidades, linguagens, conteúdos, narrativas e principalmente investigar para
quem falam ou quem fala nela.
ASPECTOS DA CONDIÇÃO URBANA NA
POESIA DE EUCANAÃ FERRAZ
André Pinheiro - UFPI
Não é preciso muito esforço para perceber que a obra do poeta carioca Eucanaã Ferraz
tem uma configuração eminentemente urbana. Com efeito, uma rápida leitura já é
suficiente para mostrar que a cidade constitui o seu mais relevante objeto poético.
Melhor ainda, a cidade desempenha a grandiosa função de organizar toda a sua
expressão lírica. Sempre ligados à representação de uma experiência de vida, os
espaços citadinos presentes na obra de Ferraz transmitem a sensação de ser um objeto
demasiado íntimo. Em outra linha, o poeta costuma empregar o espaço como uma
espécie de resistência às normas do sistema dominante. Assim, a própria cidade passa a
ser encarada como imagem da subversão de uma ordem. Evidentemente, com um
panorama urbano tão denso e variado, a cidade acabou se transformando em um
objeto de grande expressividade poética. Dessa forma, o principal objetivo deste
trabalho é fazer uma análise da condição urbana presente na lírica de Eucanaã Ferraz,
privilegiando um tipo de abordagem dialética que busca vincular questões de ordem
social ao tecido estrutural do texto. Pretendemos mostrar que a variada representação
da cidade operada pelo poeta corresponde ao desejo de captar a totalidade dos fatos
urbanos. Nas mãos de Eucanaã Ferraz, cada pequeno espaço representado
corresponde à vivência de uma sociedade inteira. Dor, medo, felicidade, tradição,
tecnologia, saudade, miséria... tudo pode ser captado através de um componente
espacial.
Palavras-chave: Condição Urbana. Abordagem Dialética. Poesia.
MEU POVO, MEU POEMA – AS MUITAS VOZES DE GULLAR SOB A PERSPECTIVA
PÓS-COLONIALISTA
Bárbara Laís da Silva Negreiros - UFPI
Nesta apresentação, por meio de uma discussão acerca da perspectiva pós-colonial
como práxis e de abordagens relacionadas à literatura calibanesca, analisa-se a poesia
de Ferreira Gullar e suas múltiplas vozes para a identificação do pobre – que aparece,
ora como pessoa de pobreza metafísica, ora pobreza material – e da indigência
nordestina, em um viés que passa por obras nas quais essas temáticas se manifestam de
maneiras diferentes; sendo estas obras: Romances de Cordel (1960); Luta Corporal
(1975); Poema Sujo (1975); Na vertigem do dia (1980). O contexto teórico que será
utilizado como embasamento irá se utilizar de diálogos e conceitos vistos nas obras de
Retamar (Todo Caliban); Edward Said (Reflexões sobre o exílio e outros ensaios); Stuart
Hall (A identidade em questão e Quem precisa de identidade?) e João Luiz Lafetá (Nas
dimensões da noite); propondo debater acerca da definição de cânone – também sob a
perspectiva política -, ainda relacionando-os à produção do autor e principalmente
perceber como a abordagem desses temas sociais, entre outros, avançam e
amadurecem durante o percurso que irá das obras engajadas da década de 60 até a sua
particularização poética pós-exílio, o que apropriadamente, de maneira inversa, propõe
e/ou expõe exatamente a voz de seu povo através de seus poemas.
Palavras-chave: Engajamento. Cânone. Literatura calibanesca.
DESSACRALIZAÇÃO E RISO EM CAIM, DE JOSÉ SARAMAGO
Carolina de Aquino Gomes - UFPI
O romance Caim se enquadra, de acordo com Ana Paula Arnaut, numa terceira fase da
produção literária de José Saramago, caracterizada como a dos romances fábulas, em
que se percebe na narrativa uma comicidade mais englobante e por consequência uma
maior leveza tanto na escolha dos temas quanto no modo como o relato é construído.
Em Caim, Saramago apresenta uma visão bem humorada e dessacralizadora de algumas
narrativas bíblicas, revisitando episódios que se confrontam com a tradição cristã,
tornando o discurso cômico e, por vezes, questionador da conduta divina. Desde a
revisitada história da expulsão de Adão e Eva do paraíso, pode-se perceber que Deus é
retratado de forma mais humana. Para esse efeito, o autor mantém, sobretudo, uma
linguagem cômica que leva os leitores ao riso ou ao estranhamento do sagrado
retratado por Saramago. Perante esse quadro, propõe-se uma análise dos efeitos
cômicos em Caim, de José Saramago, com base nos três conceitos de comicidade
trabalhados por Henri Bergson, como os cômicos de situação, de palavras e de caráter.
Ao verificar a maneira como o riso ácido de Saramago recai sobre as tradicionais
histórias bíblicas, percebe-se um efeito discursivo que confirma a célebre máxima de
Molière, “ridendo castigat mores”, pois o riso leva o homem a refletir criticamente
diante da realidade e a repensar pontos de vista ético-morais.
Palavras-chave: Comicidade. Discurso. Literatura Portuguesa.
A FOTOGRAFIA DO UNICÓRNIO:
PÓS-MODERNISMO EM ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA,
DE JOSÉ SARAMAGO
Jeymeson de Paula Veloso - UFPI
O presente trabalho objetiva realizar uma leitura do romance Ensaio sobre a cegueira
(1995), do escritor português José Saramago buscando demonstrar a presença do
paradigma estético-literário do pós-modernismo dentro da obra. Para tanto,
utilizaremos os estudos teóricos de Jean-François Lyotard, Fredric Jameson, Andreas
Huyssen, Stanley Aronowitz, Stuart Hall, dentre outros, para discutir a pósmodernidade como um novo momento sócio-político-cultural. Posteriormente,
estreitamos o debate para o estudo do pós-modernismo como um novo momento na
seara estético-cultural, nos apoiando nos trabalhos de Linda Hutcheon e Ana Paula
Arnaut, apresentados em contraponto à crítica de Terry Eagleton. Fundamentado nos
teóricos citados, abordaremos as características pós-modernistas identificadas em Ensaio
sobre a cegueira, tais como: a narrativa autorreflexiva; a mescla genológica entre ensaio
e romance; a crítica aos metarrelatos (Ciência, Razão e Religião); a aproximação entre
cultura elitista e cultura popular; a intertextualidade e a questão dos excêntricos.
Verifica-se que o conjunto dessas características, embora abordadas separadamente,
estão intimamente entrelaçadas, concorrendo para a fragmentação da narrativa e para
sua leitura como uma obra pós-modernista. O trabalho basear-se-á, eminentemente,
em pesquisa bibliográfica com análise interpretativa da obra e aplicação dos conceitos
que versam sobre o tema em questão a fim de demonstrar a plausibilidade da leitura do
romance pelo viés do pós-modernismo.
Palavras-chave: Pós-modernidade. Paradigma estético-literário. Literatura Portuguesa.
UM LIVRO DE OURO: O PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA HISTÓRIA EM
CIDADE LIVRE, DE JOÃO ALMINO
Jhonatas Geisteira de Moura Leite - UFPI
Este trabalho objetiva analisar o papel da memória no processo de ressignificação da
história da formação de Brasília em Cidade Livre, quinto romance de João Almino. Para
isso, a pesquisa baseia-se nos estudos sobre a força das representações históricas na
ficção, de Chartier (2011), nos trabalhos sobre a produção do conhecimento histórico,
de Jenkins (2013), e no conceito de memória, de Le Goff (2003). A partir dessas
contribuições, averigua-se, pois, as conexões de ordem histórica e de natureza ficcional
nas reminiscências da infância do protagonista, João Almino, nos relatos e anotações no
Livro de Ouro do seu pai adotivo e nas informações dadas pelos seguidores de seu
blog, que participam no processo de construção do pano de fundo da narrativa. Dessa
forma, a pesquisa constata, sobretudo no romance, que nenhum relato consegue
resgatar o passado tal qual ele era e que o passado que se conhece é sempre
condicionado pelas impressões pessoais no presente. Portanto, a história está
constantemente sujeita a um processo de ressignificação, uma vez que, como se pode
perceber na obra, sobretudo nos discursos de João Almino e de seu pai, assim como o
sujeito é produto do passado, ele, o passado conhecido (a história), é artefato do
sujeito.
Palavras-chave: Memória. Discurso. Ressignificação.
REFLEXÕES ACERCA DO HISTÓRICO E DO FICCIONAL NA OBRA MEMORIAL DO
CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO
Karine Costa Miranda - UFPI
José Saramago, escritor português, tem de modo assinalado o histórico e o ficcional
fundidos em vários de seus textos, como Memorial do Convento (1982), A jangada de
pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989) e O ano da morte de Ricardo Reis
(1984), entre outras narrativas. Assim sendo, ele acaba por incumbir-se da História,
ficcionalizando-a e levantando questões tão pós-modernas quanto as consideradas por
Linda Hutcheon em seu estudo Poética do pós-modernismo. Este trabalho pretende
elucidar alguns questionamentos acerca da obra Memorial do Convento, no que se
refere aos limites entre a ficção e a história. A fim de perceber as características pósmodernas que permeiam a obra em estudo, propõe-se pensar o romance em questão
como memorialístico, a partir dos estudos de Jacques Le Goff, e como metaficção
historiográfica, por meio dos estudos realizados por Linda Hutcheon. Em Memorial do
Convento os fatos históricos são ficcionalizados com o intuito de desestabilizar as
verdades consideradas pela História oficial. Saramago apresenta em seu texto
personagens consagrados pelo discurso histórico, assim como vão surgindo figuras que
protagonizam o texto, contribuindo para revelar a necessidade de reescrever o passado.
Desse modo, objetiva-se, ainda, atestar a importância da memória no processo de
revisitação da História de Portugal.
Palavras-chave: Memória. História e Ficção. Saramago.
O REGIONALISMO UNIVERSAL DE CINZAS DO NORTE, DE MILTON HATOUM:
UM CONSTRUTO LITERÁRIO
Maria de Jesus Castro de Oliveira – UFPI
Wander Nunes Frota – UFPI
O objetivo deste trabalho é analisar os recursos utilizados para propiciar a passagem do
regionalismo ao universalismo na obra Cinzas do norte, de Milton Hatoum, verificando
a importância do regionalismo universal do autor. Na obra existe uma representação da
cultura original do Brasil, especialmente da cultura do norte do país (amazônica,
paraense, acreana etc.), com seus mitos, lendas e modos de ser particulares, mas estes
temas não estão na obra mencionada como uma saída para as culturas erudita e/ou de
massa, mas como um caminho, uma alternativa tão relevante, verdadeira e útil quanto
qualquer outra forma de ver o mundo. Na obra Milton Hatoum não coloca o regional
como se fosse mais importante do que os conflitos gerais das culturas. Não é um
regionalismo ideológico, mas sútil, que aborda temas tipicamente humanos e mostra
uma Manaus que cresce desordenadamente, sendo uma área com várias culturas, com
diferentes formas de ver e entender o mundo, com conflitos familiares, pobreza,
exploração, preconceitos, questões políticas, ditadura, devastação da floresta etc. Numa
realidade que emula outras cidades e regiões brasileiras. A literatura de Milton Hatoum
chama atenção para o universalismo das diferenças, para o regionalismo universal da
cultura humana e, consequentemente, da cultura brasileira.
Palavras-chave: Cultura. Universalismo. Regionalismo.
O OUTRO EU COMO INIMIGO: O HOMEM DUPLO DE SARAMAGO E SUA
ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA
Sharmilla O’hana Rodrigues da Silva - UFPI
Certo dia, ao assistir a um filme recomendado por um amigo, o professor Tertuliano
Máximo Afonso percebe-se idêntico a um dos atores, Antonio Claro. Após se
encontrarem, “trocam” suas vidas por alguns instantes, mas um acidente torna a
permuta permanente. Este é o enredo de O homem duplicado, do português José
Saramago, publicado em 2002. Sendo assim, o objetivo deste artigo é analisar Enemy,
adaptação para o cinema do citado romance, a partir da temática do duplo, metáfora
da perda de identidade. A pesquisa é dividida em etapas, nas quais discutimos a teoria
presente no texto de Saramago e verificamos as transformações realizadas na passagem
do texto escrito para o audiovisual. A adaptação é um processo de reconstrução textual
em que o indivíduo insere suas interpretações e experiências. Além disso, recursos
técnicos exigem cortes na estória e permitem efeitos diversos. Logo, a versão fílmica de
O homem duplicado se configura como uma leitura diferente – neste caso, do diretor
canadense Denis Villeneuve. Por fim, acredita-se que as artes não se repelem, mas se
completam e que a proximidade entre elas contribui na reprodução e na reconstrução
de significados. Ainda que produtos de narrativas reconhecidas e assimiladas, as
adaptações são obras autônomas e originais, de linguagens diferentes, que comunicam
de formas diferentes.
Palavras-chave: Adaptação Cinematográfica. Duplicidade. Literatura Portuguesa.
PLANOS E PROFUNDIDADES IMAGÉTICAS EM MARGEM DE MANOBRA, DE
CLAUDIA ROQUETTE-PINTO
Tiago Barbosa Souza - UFPI
A segunda parte do livro Margem de Manobra, de Claudia Roquette-Pinto – No agora
da tela – é composta por poemas que se relacionam a cores, pintura, fotografia, e
esboçam mundos íntimos em meio à correria, à violência e ao turbilhão de emoções
encontrados nas outras partes da obra. Esses poemas narram acontecimentos através de
uma visualidade, da montagem de figuras de certa forma paralisadas, como que
arrebatadas, imagens congeladas, iminentes ou consequentes. Numa plasticidade
radiante e visualmente marcante, em que se sobrepõem diversos elementos, como
sobre uma tela, vai-se construindo no poema uma coesão imagética. Esses elementos já
não se detêm na superfície da forma, mergulham na ideia: tempo, sentimentos,
histórias e personagens encontram profundidade nessas telas, como espectros refletidos
numa superfície. É o que se observa em poemas como “Em Sarajevo”, na superfície do
qual são depositadas imagens que deixam entrever outras histórias, situam os
acontecimentos reportando a contextos desconexos em tempo e espaço, de modo que
as figuras que antes se posicionavam em mosaico agora parecem se encontrar umas
dentro das outras. Este trabalho propõe discutir a relação imagética observada na obra
de Roquette-Pinto, com base em estudiosos como Fredric Jameson, em contraponto às
formas de padronização do homem na contemporaneidade.
Palavras-chave: Visualidade. Poemas. Imagem.
HERDEIRO GLOBALIZADO DO REGIONALISMO:
GALILEIA, DE RONALDO CORREIA DE BRITO,
NEORREGIONALISTA ‘GLOCAL’?
Wander Nunes Frota - UFPI
Apesar de negar veementemente que sua obra seja herdeira do regionalismo ou
representativa do neorregionalismo, Ronaldo Correia de Brito surge no romance em
2008, com o premiado Galileia, sob os auspícios do grande selo editorial Alfaguara, da
editora Objetiva, do Rio de Janeiro, já tendo tido bastante êxito com seus contos e sua
dramaturgia. Escritor de origem cearense radicado no Recife, médico psiquiatra,
dramaturgo e contista premiado no Brasil e no estrangeiro, Correia de Brito continua
vivendo no Recife, enquanto seus livros viajam o Brasil e o exterior. Como quase todos
os autores da safra contemporânea, Correia de Brito não vive exclusivamente da
literatura que produz e sente desprezo para com a crítica que o identifica e rotula, sem
seu consentimento, ora como “regionalista” ora como “neorregionalista”. O presente
trabalho não polemiza seu “regionalismo” propriamente dito, mas sim, busca uma
compreensão sócio-histórica do pejo sobre o termo “regionalismo” em Galileia, ao
identificar algumas passagens da obra nas quais se nota a posição do autor, através de
seus personagens, se apresentando claramente contrária a uma visão do regional em
meio aos topoi “globalizados” expostos por narradores que já saíram do sertão e que
voltaram. Portanto, o presente trabalho procura mostrar como e entender por que o
romance Galileia justifica o desdém de seu autor à crítica literária que o coloca
simplesmente como “regionalista” e/ou “neorregionalista”, como para apagar os
merecidos e inquietantes rastros de “glocalismo” em sua obra, vividos por meio de seus
personagens.
Palavras-chave: Regionalismo. Neorregionalismo. Glocalismo.
UMA POÉTICA DA MEMÓRIA:
UMA LEITURA DE SAUDADE, DE DA COSTA E SILVA
Maria Daíse de Oliveira Cardoso - UESPI
A poética de Da Costa e Silva, escritor nascido em Amarante-PI, é marcada,
visivelmente, pelo registro das reminiscências dos momentos vividos na infância, entre
outras lembranças. Essa escrita dacostiana possibilita uma análise pelo viés da memória,
tendo em vista que é possível averiguar a relação entre o discurso ficcional da literatura
e a realidade vivida pelo autor piauiense. Em específico, no poema “Saudade” é
recorrente a representação de imagens que evocam a terra natal, os ritos religiosos da
mãe, a prática do vaqueiro, os aspectos geográficos de Amarante e outros. O sujeito
lírico busca reter o tempo passado por intermédio dos registros escritos, evocando os
comportamentos e ambientes de sua infância. Esses aspectos são perceptíveis não
somente pelo encadeamento – relação semântica – das palavras, mas pela própria
estrutura do poema, a exemplo da construção do ritmo poético, fato que nos auxilia na
compreensão do intercâmbio entre memória e poesia. Partindo dessas ideias, o
presente trabalho objetiva analisar a relação entre os registros memorialistas e a escrita
poética. Almeja-se também compreender a representação das imagens projetadas na
construção do discurso poético e, por fim, verificar os elementos estruturais que
compõe a tessitura do poema. Como pressuposto teórico, utilizaremos os conceitos
elaborados pelos seguintes estudiosos; Maurice Halbwachs (1990), Le Goff (2012),
Alfredo Bosi (2000), Antonio Candido (2006), Octávio Paz (2012).
Palavras-chave: Memória. Estruturação poética. Da Costa e Silva.
IMPORTÂNCIA DO CONTO ORAL NA TRANSMISSÃO DA CULTURA REGIONAL
EM SALA DE AULA
Camila Magalhães Linhares - UFPI
Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI
Tiago Barbosa Souza - orientador - UFPI
A cultura popular costuma se constituir de elementos próprios de sua tradição. Há
muito tempo a identidade dessa cultura é propagada e difundida através da oralidade,
em forma de narrativas. Este trabalho tem como objetivo avaliar os resultados da
abordagem do conto oral em sala de aula como meio de introduzir e debater diversos
assuntos e instigar a curiosidade dos alunos sobre a história e a cultura da região
Nordeste do Brasil. Propõe-se a aplicação de atividades de compreensão e produção
de textos de cunho oral em sala de aula, seguida da reflexão dos resultados em relação
aos gêneros da cultura oral. Através desse método, espera-se que os alunos possam
aprender sobre o folclore, costumes e tradições que permeiam o local onde vivem. De
acordo com pesquisadores como Duarte e André (2008), em experiências feitas em sala
de aula, “pudemos perceber que as crianças de nove a quatorze anos gostam de ouvir
contos de literatura infantil lidos em voz alta. Quando a história é boa, os alunos
cessam a agitação para ouvir”. Dessa forma, além de uma ferramenta de envolvimento
dos alunos, o conto provoca a difusão da cultura de um povo em seus diferentes
aspectos e leva-nos a refletir sobre sua importância e o valorar não só como documento
histórico, mas como processo evolutivo do pensamento humano na sua formação
identitária, constituindo assim, uma excelente ferramenta para a educação, não apenas
por ser relativamente curto e de fácil compreensão, mas pelo arsenal de informação
que eles trazem.
Palavras-chave: Conto. Oralidade. Cultura regional. Ensino.
A TERCEIRA MARGEM DO RIO:
REPRESENTAÇÃO POÉTICA DAS INTERFACES
EXISTENCIAIS DO HOMEM
Francisca Marciely Alves Dantas - UFPI
O presente estudo objetiva analisar o conto “A terceira margem do rio” (1962) do
escritor João Guimarães Rosa por meio de uma abordagem interdisciplinar entre
Literatura e Filosofia. Inserido na publicação das “Primeiras Estórias” (1962), o referido
conto permite a visualização da condição humana e seus anseios em uma perspectiva
existencialista. Nesse sentido, orientado pelo princípio da liberdade, Sartre enfatiza que
o homem está condenado a ser livre e tem que arcar com as consequências advindas
de suas decisões. O confronto existencial, condensado a partir do processo de escolha,
causa no ser estranhamento e conflito engendrando interrogações que o lançam ao
embate de si por si mesmo. Tema discutido desde a Antiguidade, partindo da filosofia
socrática, a responsabilidade do homem diante das suas escolhas contempla um estágio
autêntico do “viver humano”, desvendando a condição plena de existir. E são esses
vislumbramentos existenciais que perfazem o percurso ontológico do homem que serão
elucidados através da postura dos sujeitos ficcionais frente às situações-limite que lhe
são impostas, deflagrando o que podemos caracterizar de subjetivismo ontológico do
ser. Com o intuito de se alcançar o objetivo aqui proposto serão utilizadas as obras O
ser e o nada (2008) e O existencialismo é um humanismo (2007) do filósofo francês
Jean-Paul Sartre.
Palavras-chave: Conto. Existencialismo. João Guimarães Rosa.
NARRATIVAS MEMORIALÍSTICAS E A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE NO CONTO
O ESPELHO DE MACHADO DE ASSIS
Vanessa Gonçalo de Sousa - UESPI
Este trabalho visa à relação entre a memória individual e o processo de construção da
identidade coletiva no contexto social inserido no conto o Espelho escrito por Machado
de Assis. Neste conto a narrativa não é linear, o narrador inicia em terceira pessoa e em
seguida em primeira pessoa, registrando uma narrativa memorialística do personagem
Jacobina que em primeiro momento é narrador em segundo é o próprio personagem.
Por meio dessa é possível uma análise e a construção da identidade individual
conforme grupos sociais e a duplicidade desta no espelho. No próprio conto afirma que
o ser humano possui duas almas, uma voltada para o interior e a outra para exterior,
este jogo de antíteses é representado pelo espelho. A análise do conto será dialogada
com Stuart Hall (2001), Woodward (2000) e Ricoeur (2012), pois estes não veem a
identidade como unificada e sim constitui da descentralização do ser conforme as
forças externas e característica do contexto social inserido. Pois conforme Ricoeur
(2012) a memória garante a continuidade temporal do ser constituindo a identidade e
Hall (2001) em que o movimento do homem não é unificado, homogêneo e idêntico,
mas que se fragmenta por diversas culturas como resultados de mudanças estruturais e
institucionais.
Palavras-chave: Memória. Identidade. Espelho.
ARTE, NARRATIVA E ÉTICA: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA CRÍTICA À
(PÓS)MODERNIDADE NA LITERATURA DE LEON TOLSTOI E MARTIN BUBER
Samir Araújo Casseb - UFMA
Bárbara Duarte de Souza - UFMA
O escritor russo Leon Tolstoi define arte não apenas como um vetor para o prazer, um
consolo ou entretenimento, mas sim como força propulsora do bem, da fraternidade,
da ética, do progresso e do aperfeiçoamento do homem. Neste sentido, o pensamento
de Tolstoi acerca da arte, nestes tempos de cegueira ética e de regressão estética em
um mundo desencantado tal como diagnosticado por Max Weber, Walter Benjamin e
Theodor Adorno, coloca-a como um meio pelo qual se é capaz de promover a
resistência não-violenta e a retomada do sentido da vida; atinente a este pensamento, a
socióloga Kátia Mendonça considera a arte como experiência estética e como
experiência ética. Para discutirmos a relação entre arte e ética aqui apresentada
consideramos a literatura, a arte-narrativa do filósofo Martin Buber, pois, como define
Newton A. von Zuben, a existência dialógica é considerada o fenômeno central da obra
de Buber e sua contribuição para uma ontologia da vida humana, neste sentido, as
histórias dos Rabis hassídicos dos séculos XVIII e XIX coligidas por Buber tonaram-se
referência para o existencialismo contemporâneo já que elas retomam a percepção de
um olhar ontológico para a Relação, para o Encontro Dialógico do homem com a
natureza, com o Outro e com a espiritualidade. Portanto, a arte-narrativa buberiana,
aquém do individualismo contemporâneo, desvela da penumbra das relações
instrumentais cotidianas o homem como ser dia-logal e inter-humano, e nesse sentido,
torna-se uma referência estética/ética de fomento da paz através da arte.
Palavras-chave: Arte. Narrativa. Ética. Leon Tolstoi. Martin Buber.
INTERDISCURSO E MEMÓRIA DISCURSIVA NAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS
ALUNOS DO PROJETO ENTRETEXTOS
Camila Tavares dos Santos - UFMA
Vanessa de Jesus Araújo - UFMA
Ilza Galvão Cutrim - orientadora - UFMA
Mônica da Silva Cruz - orientadora - UFMA
O texto escrito, enquanto componente da esfera comunicativa, é constituído
essencialmente por mecanismos dialógicos que incidem, segundo uma perspectiva
bakhtiniana, no constante diálogo de um texto com outros que o precedem. Dessa
forma, o interdiscurso e a memória discursiva são meios que reforçam esse diálogo e,
por se constituírem de elementos indispensáveis para a produção textual,
apresentaremos neste trabalho uma análise de contos produzidos pelos cursistas do
projeto de extensão da UFMA, Entretextos. Objetivando fortalecer o interesse dos
alunos pela escrita e leitura e entendendo a linguagem como interação inscrita no
social, o Projeto Entretextos atende a alunos da rede pública de ensino oferecendo
oficinas de leitura e produção de textos abrangendo gêneros textuais diversos. Para
efeito de análise, dentre as atividades realizadas no decorrer das aulas sobre o gênero
conto, uma foi escolhida por se destacar pela articulação e estruturação dos enunciados
tendo por parâmetro o gênero proposto. Por meio desta análise, pôde-se observar que
os alunos, enquanto sujeitos inseridos em um contexto histórico-social, apresentam em
suas produções discursos que permeiam seu cotidiano, expressos principalmente pelo
meio midiático, como o discurso da moda e da beleza para regerem o sentido e a
argumentação de seus textos dando às produções caracteres interdiscursivos.
Palavras-chave: Conto. Gênero textual. Interdiscursividade. Memória discursiva.
IDENTIDADE E MEMÓRIA: A CONSTITUIÇÃO DO NEOREGIONALISMO LITERÁRIO
BRASILEIRO ATRAVÉS DAS PERSONAGENS FEMININAS NA ESCRITURA DE
FRANCISCO DANTAS
Gisele Morais Alves - UESPI
Herasmo Braga de Oliveira Brito - UESPI
A problematização social brasileira passa a compor as narrativas dos romancistas dos
anos 30 e 40 do século XX. (CANDIDO, 2006). A partir do Realismo e do Naturalismo
problemas sociais começaram a despontar. Atribui-se assim ao escritor nesse momento
uma função social, e as obras por serem verossímeis são inseridas em um contexto
cultural machista. As personagens femininas não tiveram participação protagonista na
maioria das obras. Sendo assim, suas direções nas narrativas estavam atreladas às
normas masculinas e não havia autonomia delas nas personagens femininas. Porém, a
partir das produções de novas obras regionalistas que passam a configurar o novo
regionalismo brasileiro a partir de 1970, as personagens acompanham as mudanças
sociais ocorridas nos últimos tempos e elas passam a exercer não só as funções
protagonistas nas obras, mas também uma participação autônoma dentro dos enredos.
Um ponto a ser considerado reside no fato que essa presença da autonomia da
personagem feminina nas obras do Novo Regionalismo Brasileiro nos ajuda a perceber
que houve a ampliação não só da presença, mas intensificação das problematizações
sociais nas produções literárias brasileiras sem conduzir com isso, perdas nas qualidades
das obras. O objetivo dessa pesquisa é Investigar a configuração do novo regionalismo
brasileiro a partir da autonomia das personagens femininas e os aspectos da urbanidade
tomando como ponto de partida a produção de Francisco Dantas nos romances,
Coivara da Memória, Os Desvalidos e Cartilha do Silêncio. Nessas obras há uma grande
autonomia das personagens femininas no enfrentamento das questões sociais impostas.
Assim, o propósito de pesquisa versa sobre a constituição desse neoregionalismo
brasileiro através das ações que se desenvolvem dentro do cenário urbano com a
autonomia feminina frente ao poder do patriarcalismo imposto pela sociedade.
Palavras-chave: neoregionalismo. Identidade. Memória. Autonomia feminina.
O RESGATE DA MEMÓRIA AFRODESCENDENTE NA OBRA SOL SANGUÍNEO DE
SALGADO MARANHÃO
Ingrid Ravelly Soares da Silva - UESPI
Silvana Maria Pantoja dos Santos - UESPI
Durante muito tempo a mão de obra negra movimentou a economia brasileira. Foram
mais de trezentos anos de escravidão, sofrimento e de luta pela liberdade. Em Sol
Sanguíneo, Salgado Maranhão remonta a trajetória dos negros no Brasil de forma
poética através de uma dicção arraigadamente pessoal, sua marca registrada,
resgatando, assim, a memória afrodescendente. Através do uso do domínio da
linguagem, artisticamente recriada pelo autor, do tratamento das formas fixas e livres,
da capacidade de expressar com sutileza e precisão linguísticas sentimentos e
percepções da realidade das coisas, da existência humana e da sociedade o autor trata
das questões sociais de uma forma verdadeira e poética. Diante disso, o trabalho em
questão busca apontar dentro da obra as características que marcam a ressignificação
da memória afrodescendente na obra Sol Sanguíneo utilizando como base a noção de
memória coletiva elencada por Maurice Halbwachs(2004) que determina como
memória coletiva as lembranças de um povo ou sociedade e que são transmitidas
através das gerações, articulando e localizando as lembranças em quadros sociais
comuns. A obra em questão dá subsídios suficientes para a realização de tal análise,
pois traz questões sociais envolvendo a cultura afrodescendente após a chegada dos
africanos no Brasil, Além disso, há também a busca pelo resgate histórico da época em
que a escravidão era vigente no Brasil.
Palavras-chave: Memória. Discurso. Literatura afrodescendente.
CORPOS SUBJUGADOS EM CORDÉLIA, A CAÇADORA E NA PENUMBRA:
CONTOS DE SÔNIA COUTINHO
Elimar Barbosa de Barros - UESPI
Algemira de Macedo Mendes - UESPI
Este trabalho visa analisar os contos “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra”,
publicados no livro Os Venenos de Lucrécia (1978) da escritora baiana Sônia Coutinho,
a partir dos pressupostos teóricos da crítica feminista e das relações de gênero. Nessa
obra a autora convida o leitor a penetrar nos bastidores de universos familiares e entrar
em contato com personagens que sobrevivem a traumas e conflitos interiores advindos
ora da convivência com o outro - um outro de conduta humana discutível - ora das
próprias incertezas diante das escolhas de vida. Numa escrita marcada por lacunas,
sussurros e gemidos, Sônia Coutinho personifica tipos humanos em situações
conflituosas, promovendo reflexão sobre decepções amorosas, frustrações íntimas,
perversão, sensação de solidão ou abandono. Nos contos em análise, muitos desses
conflitos são evidenciados e, em contextos enunciativos diferentes, é possível
identificar, em relevo na escrita de ambos, a subjugação do corpo feminino como um
elemento de similitude que marca a trajetória de personagens femininas na urbi
brasileira apresentada nesses dois contos, nos quais a memória traz a lume marcas de
dor e desejo de transformação. Para fundamentar essa análise, nos apoiaremos nas
teorias desenvolvidas por: Perrot (2012), Saffioti (2004), Bourdieu (2014), Bakhtin
(2010), Branco (1991) Foucault (2013), Izquierdo, 2004, Levi (1990), dentre outros.
Palavras-chave: Sônia Coutinho. Corpo. Subjugação.
NOVAS ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INTERACIONAIS
NO MEIO VIRTUAL
Juara Castro - UFMA
Bruna Almeida - UFMA
Analisa-se a mídia rádio suas transformações sociais e tecnológicas estabelecidas a partir
do advento das tecnologias e do conceito de convergência proposto por Henry Jenkins
(2008), em seu livro Cultura da Convergência. De acordo com o autor, a partir do
cruzamento entre as novas e velhas mídias, o produtor e o consumidor passam a
interagir de maneira inesperada. O produtor transforma o papel comunicacional
verticalizado e o espectador passa a consumir um conglomerado de produtos
midiáticos. É nesse momento que a pesquisa nos interessa. Com o avanço da
popularização da internet, as mídias começaram a passar por um o processo de
adaptação e sinestesia para as redes sociais. Se antes havia o pensamento que com a
revolução digital as novas mídias iriam substituir as antigas o pensamento da
convergência acredita que as novas e as antigas mídias vão interagir cada vez mais e de
forma complexa. É visível o papel da oralidade nos meios audiovisuais, e hoje, todos os
meios utilizam os recursos disponíveis para a construção da sua memória. Dito de outra
forma, nossa investigação está em torno das transformações relacionadas ao contexto
de produção, ou seja, o surgimento de modos diferenciados de gêneros e conteúdo,
assim como compreender novos hábitos de consumo que envolve os produtos
radiofônicos no ambiente virtual.
Palavras-chave: Convergência. Rádio. Internet. Memória.
O DISCURSO POÉTICO DE NAURO MACHADO
Érica Pontes Moreirab - CAPEM
Nauro Machado nasceu em São Luís no dia 02 de agosto de 1935. Suas poesias têm
como objetivo expor o homem na sua substância, o indivíduo em foque. O mesmo
mostra o homem, no seu interior, retratando suas angustias e como este vive ao meio
de todas essas situações que o rodeiam. Vai identificar o ser como nunca dantes
revelado, sondando através dos recônditos da alma humana, numa perspectiva
psicológica e para isto utiliza-se da memória para compreender o ser em questão,
utilizando também o monólogo que é expresso através do seu discurso. Abordar-se-á
também neste, a crítica fenomenológica, visto que esta é a que mais se adéqua no
escritor, pois traz consigo a busca pela existência do ser, como o autor se coloca na
obra e quais são as inferências que fazemos do texto. Utilizando-se do escritor Maurice
Halbwachs que retrata a memória; Terry Eagleton e Salvatore que tratam do fenômeno
da fenomenologia. Nos poemas de Machado observa-se que o mesmo opta pela
vinculação entre a sua sensibilidade e a realidade histórico –social da sua época e do
seu meio. Uma característica permanente em sua obra é a de revelar a verdade
existencial do ser, utilizando para isto seus poemas que se movem em uma esfera de
incertezas e angustias, revelando suas origens e voltando para si mesmo, sendo que
poesia e mundo se envolvem revelando o homem através da palavra. Há uma
permanência em sua temática pelo desespero, por saber as verdades do mundo, dos
problemas filosóficos –existenciais da vida e da morte, da contestação das coisas, ou
seja, do seu estado, manifestando sua angustia através das suas indagações que são
vistas em todo o seu discurso poético. Percebe-se na obra de Nauro três temas mais
importantes na sua composição: DEUS, MORTE E SEXO.
Palavras-chave: Discurso. Poesia. Homem.
O PROBLEMA DO TRÁGICO NO ROMANCE CONDUZIDO PELO TEMA DO
ADULTÉRIO
Rafhal Borgato - UNESP
O gênero romance encontra o apogeu de sua forma no século XIX, por meio do estilo
de representação crítico-analítica da realidade desenvolvido por Gustave Flaubert a
partir de Madame Bovary. O tema do adultério tornou-se, então, o centro das atenções
não apenas por meio deste autor, mas também de seus contemporâneos, como Eça de
Queiroz, Thomas Hardy, Alexandre Dumas Filho e Liév Tolstói. Com isso, é trazido à
discussão o papel reduzido da mulher no modelo de sociedade burguesa e, através do
elemento trágico, compõe-se um painel das contradições da sociedade em questão. Tal
forma de composição foi posta em segundo plano durante a primeira metade do século
XX, período de questionamento das possibilidades de representação mimética da
literatura e das formas tradicionais dos gêneros literários. No entanto, os anos finais do
século XX e início do século XXI, com sua multiplicidade de formas (herança,
justamente, dos questionamentos do início do século passado), traz novamente à tona
formas de representação que pareciam sepultadas pelos muitos “ismos” do início do
século XX. Proponho discutir a questão da retomada dessa forma de representação
mimética na obra do escritor americano contemporâneo Jonathan Franzen, atendo-me
mais especificamente ao livro Liberdade. Neste romance, é posto em cena o tema do
adultério, que, dessa vez, não se constitui como elemento trágico (desvelador das
contradições da sociedade burguesa em seu auge), mas como um gatilho para a
discussão do cenário atual das relações familiares na sociedade ocidental. Estabeleço
uma comparação entre o romance de Franzen e a forma da representação em Anna
Kariênina, a fim de traçar um paralelo entre a concepção da narrativa mimética no
século XIX e no século XXI.
Palavras-chave: Tolstói. Franzen. Trágico.
AS CONCEPÇÕES DE AMOR NA OBRA O
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Edilene Ferreira de Sena - UECE
Júlio César Dinoá do Nascimento - UECE
O presente trabalho trata as concepções de amor na obra Ensaio Sobre a Cegueira do
renomado escritor português José Saramago. Abrange alguns aspectos humanísticos que
estão a se perder na contemporaneidade com o advento das fortes influências do
capitalismo, aspectos como amor matrimonial entre um homem e uma mulher, amor
maternal na ausência de uma mãe biológica, da beleza interna, a compaixão e o amor
pelo ser desconhecido, a luta pela felicidade, etc. Tenta-se expor de forma comparativa
partes do livro como situações que realmente poderiam vir a ocorrer, demostrando que
a humanidade perdeu drasticamente aspectos e sentimentos para que pudessem
minimamente serem nomeados como humanos. Dessa forma, As concepções de amor
na obra o ensaio sobre a cegueira proporciona uma reflexão sobre o amor e a
relevância desse sentimento para a sociedade que visa principalmente o externo e as
aparências, trazendo à tona que ser um ser humano não é ser meramente biológico,
mas humanístico e racional. O ser como ser deve antes de tudo agir como tal para que
possa ser auto denominado ser humano. A vida e sua vivência não se restringe a quase
nada, mas o nada pode ser ressaltado como o amor, o princípio básico para nossa
sobrevivência e de terceiros.
Palavras-chave: Amor. Concepções. Cegueira.
MENINO DE ENGENHO E O ENGENHO DO ROMANCE AUTOBIOGRÁFICO
Joyce Rodrigues Silva Gonçalves - UFMG
Este artigo pretende analisar a obra Menino de Engenho, de José Lins do Rego a partir
do estudo das características do gênero autobiográfico e das narrativas de memórias. O
trabalho pretende ainda utilizar outros romances autobiográficos do autor, mais
especificamente os que compõem o ciclo da cana-de-açúcar (Doidinho, Banguê, O
Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto), em que José Lins se aproveita de sua própria
experiência para elaborar suas produções literárias. A obra Meus Verdes Anos também
será evocada para fazermos um paralelo entre autobiografia e ficção autobiográfica.
Essas obras do autor datam da década de 1930, quando alguns escritores, os da
segunda fase modernista, enveredaram suas obras por caminhos regionalistas,
arraigados às terras de suas origens. Meio avesso aos colegas engajados no movimento
de 1922, os modernistas de 30 trilharam por uma tendência telúrica em busca de uma
verdadeira essência nacionalista: a vida simples e retratada com forte tom realista.
Enquanto a semana de arte moderna buscou uma libertação artístico-literária, o
romance de 30 consolidou essa busca. Alguns escritores que se destacaram na década
nessa fase estavam diretamente relacionados com a política e as questões sociais.
Outros preferiram uma literatura mais descontraída e por vezes intimista, como o fez
José Lins do Rego, o que não exclui a representação de mazelas sociais dos engenhos
pintados em suas obras, ainda que de forma velada, sutil. José Lins do Rego utilizou em
suas representações literárias sua própria experiência de vida. As obras selecionadas
serão analisadas a partir do viés memorialístico, em que se pretende identificar, ou pelo
menos inferir, o que é experiência vivida e o que é representação literária, ou ainda, o
complexo recurso que é a ficcionalização partindo de uma experiência vivida.
Palavras-chave: Menino de Engenho. Autobiografia. Memória. Ficção.
O USO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA COMO SUPORTE PEDAGÓGICO NAS
AULAS DE LÍNGUA INGLESA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
Geovana Oliveira Araujo - UFMA
O presente trabalho surgiu a partir de observações feitas em sala de aula com relação
ao desenvolvimento da oralidade dos alunos nas aulas de inglês, percebendo que os
alunos pouco praticavam fora da sala de aula e o grande contingente de alunos em sala
não propiciava um acompanhamento mais próximo da maioria, decidiu-se fazer uso de
algo que estivesse próximo da realidade dos mesmos, entrou em cena os celulares e
câmeras portáteis como suporte pedagógico. Tendo em vista esta introdução
tecnológica, decidiu-se pesquisar que impacto teria o uso dos novos recursos. Desta
forma a pesquisa objetiva: 1) analisar como o aluno recebe e faz uso das novas
tecnologias em sala de aula, 2) mensurar o avanço conseguido pelos alunos ao longo de
dois períodos tendo contato com as novas ferramentas pedagógicas e, por fim,
identificar que tipos de atividades os alunos mais se adaptaram ao longo desses dois
períodos utilizando tecnologia em sala de aula. A metodologia utilizada foi o estudo de
caso, do tipo etnográfico tendo como instrumentos de coleta de dados a observação
que foi de forma sistemática e assistemática e a análise documental. Como a pesquisa
ainda se encontra em andamento, pode-se perceber um ganho acentuado no que diz
respeito à pronúncia das palavras e a desenvoltura com atividades que levassem em
consideração a complexidade em que as pessoas vivem e se comunicam no dia a dia.
Palavras-chave: Ensino de línguas. Tecnologia educacional. Suporte pedagógico
GÊNERO E SEXUALIDADE EM REDE: UM ESTUDO ACERCA DAS SOCIABILIDADES
ENVOLVENDO A FIGURA DA MULHER NA ERA DIGITAL
Maria Leonara Oliveira - UFMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
A grande rede dispõe de recursos multimídia onde usuários podem discutir assuntos
dos mais diversos gêneros, dentre eles, cultural, política e atualidades, possibilitando
novas formas de sociabilidade e comunicação entre os indivíduos. O presente trabalho
tem por objetivo analisar a figura feminina no espaço virtual, partindo de estereótipos
criados, muitas vezes depreciativos, do preconceito gerado dentro dessa rede,
desvalorização da figura feminina e análise das postagens que emergem dos textos
publicados. O material utilizado para a pesquisa se deu por textos jornalísticos nas
redes sociais, fotos e comentários nessa rede. Tendo como aporte teórico para dada
pesquisa os seguintes autores: Bourdieu, Castells, Lévy, Butler, dentre outros. Dessa
forma, constatamos na pesquisa que o modo em que os dados são apresentados na
internet gera uma identidade para cada usuário, a figura feminina no espaço virtual
ganhou por sua vez uma identidade machista, preconceituosa. Isso acontece pela
maneira em que sua imagem é comentada e compartilhada em redes sociais jornais
dentre outros, chegando ao um ponto em que as postagens não dialogam, ou seja,
texto e fotos tomam vetores diferentes no todo, confundido o leitor e o induzindo ao
erro.
Palavras-chave: Sociabilidades. Redes Sociais. Preconceito.
ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES NA OBRA CAIS DA SAGRAÇÃO DE JOSUÉ
MONTELLO
Withelo dos Santos Sousa - UEMA
A relação entre memória e espaço tem despertado o interesse de diferentes
pesquisadores nos últimos tempos. Essa relação apresenta fios condutores que
perpassam o sujeito em suas vivências individuais e sociais. Acontecimentos do passado
podem ser rememorados a partir de situações cotidianas ou do contato do sujeito com
elementos citadinos que apresentem marcas de referências. Se a memória depende da
relação entre homem e mundo, então podemos pensar a cidade como espaço de
influência no processo de rememoração, possibilitando uma ressignificação do passado
através desses espaços. Pensar os espaços da cidade como nichos que guardam as
referências e comportam os afetos é dar a eles papel relevante nas relações sociais.
Dessa forma, este trabalho tem com objetivo analisar na obra Cais da Sagração de Josué
Montello a memória da cidade que se inscreve em gretas, fissuras e ruínas. Daremos
relevância, nessa pesquisa, a ressignificação da memória da cidade, a partir do lugar de
enunciação e das circunstancias adotadas pelo sujeito poético. Constatamos que diante
das rápidas transformações da paisagem urbana, com tendência a modificar os espaços
de referência, a memória citadina contribui para a consolidação da memória particular
e coletiva.
Palavras-Chave: Cais da Sagração. Espaço. Memória.
LITERATURA DE CICATRIZES: A ESCRITA CARCERÁRIA EM MEMÓRIAS DE UM
SOBREVIVENTE
Glaucia Lindoso Sarges - UEMA
Há tempos a literatura universal alude a história da crueldade humana, ou dito de outro
modo: todo ato criminoso encerra certo ritmo narrativo. O encarceramento, por ser
uma cessão de liberdade, tem no fluxo narrativo, um meio para a fabulação de novas
possibilidades, reconfigurando assim, a interioridade do apenado. A partir desta
experiência prisional nas prisões paulistas, surge a literatura carcerária, que se apresenta
com forte teor testemunhal marcada pelo ambiente violento onde vive. Afirma
Seligmann-Silva (2004) que a violência deixa seus traços não apenas nas histórias
contadas, mas na escolha das palavras, na sintaxe e no tom marcadamente oralizado
dos relatos autobiográficos. Tendo como referência, esta imagem do cárcere, o presente
trabalho irá debruçar-se na conciliação da literatura- como supremo instante da fuga
imaginativa- nos confins escuros da prisão, de modo a endossar Jorge Luis Borges e a
ideia de que os porões são propícios à narrativa. A despeito de outros autores, o
narrador em questão será Luiz Alberto Mendes, que em seu livro Memórias de um
Sobrevivente (2001) relata um submundo extremamente desperançoso das prisões, de
modo que a voz do encarcerado será a manifestação de uma oralidade e de uma
corporeidade, ou seja, um verdadeiro encontro entre a cultura oral e escrita. As
memórias do ex-presidiário apontam decisivamente para uma guinada redentora,
devotada à descoberta dos livros no intuito de superar o sistema penal inquisidor, que
apenas serve para eliminar os excluídos.
Palavras-chave: Memória. Cárcere. Narrativa.
NOS LABIRINTOS DO RIZOMA: LITERATURA ONLINE E HIPERTEXTO
Ana Carolina Sampaio Coelho - UNIRIO
O presente estudo discute, a partir da imagem do Rizoma, de Deleuze e Guatarri,
aspectos relacionados à criação de narrativas hipertextuais online. Observamos como a
lógica do Rizoma, isto é, a de um sistema anti-hierárquico, onde todos os pontos que
constituem a rede estão interligados sem obedecer a uma ordem definida, se articula
com as características da Internet e sua arquitetura em rede. Propomos uma discussão
sobre como o recurso do hipertexto, recorrente nas obras Ficções, de Jorge Luís Borges
e O Jogo da Amarelinha, de Júlio Cortázar, por exemplo, torna-se característica
fundamental na literatura que tem como suporte as plataformas online. Pensamos sobre
as características de obras nascidas especificamente no meio digital a partir de reflexões
de Janet Murray, Katherine Hayles, dentre outros. Com isso, procuramos investigar as
potencialidades deste novo meio de produção de narrativas e as possibilidades de
criações com a articulação de palavras, imagens e sons. Com este trabalho procuramos
promover uma discussão em torno da literatura online, para que ela possa começar a
ser percebida como parte integrante da tradição literária. Por fim, discutimos as
implicações entre literatura e cultura digital a partir de narrativas digitais criadas por
alunos do curso de Letras da UNIRIO, como resultado da disciplina de Literatura e
Cultura Digital.
Palavras-chave: Rizoma. Literatura online. Hipertexto. Criação Literária.
A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO MUNDO VIRTUAL: PERCEPÇÕES ACERCA
DO DISCURSO MACHISTA NAS REDES SOCIAIS
Renália Rafaela Cunha Silva - UFMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - orientador - UFMA
Atualmente é notório o preconceito que a mulher sofre num mundo ainda machista,
mesmo com todo espaço conquistado ao longo do tempo, desde a conquista do voto à
atuação no mercado de trabalho. As formas de preconceito vêm aumentando cada vez
mais com a evolução tecnológica, ou seja, hoje em dia a tecnologia se apresenta como
facilitadora e até mediadora do preconceito, seja contra a mulher ou contra outras
minorias, emergindo mais facilmente na internet e, mais precisamente nas redes sociais.
Nesse sentido, este trabalho busca refletir sobre investidas preconceituosas em posts e
similares nas redes sociais envolvendo a mulher, analisando o contexto social e formas
de expressão encontradas. Tal investigação terá como base inicial para a construção da
pesquisa, que contará com as seguintes etapas: a introdução na rede, a busca por
dados, a escolha e, por fim, a análise destes em torno da temática já apresentada. A
fundamentação teórica a ser usada para a análise dos dados terá em seu bojo pesquisas
desenvolvidas por Alex Primo, Manuel Castells e Gustavo Cardoso, além de estudos
referente à linguagem e formas de discurso acordado às perspectivas de Ingedore
Villaça Koch, Mônica Magalhães dentre outros autores que abracem a mesma linha de
pesquisa, proporcionando, assim, um melhor desenvolvimento do trabalho em
destaque, considerando o uso da linguagem utilizada, formas de expressão, – presença
ou não de ‘emotions’, imagens, etc. – as premissas – Maior (Postagem inicial) e Menor
(Comentários) – presentes nos textos, bem como o propósito comunicativo dos
interlocutores, além da intensidade ou não da repercussão obtida.
Palavras-chave: Preconceito. Tecnologia. Redes Sociais. Linguagem.
NOTAS SOBRE O PECADO: ATO E TEMPO DA PERVERSÃO
Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB
Os Ensinamentos judaico-cristãos seccionaram o Ocidente, de modo que, até os dias
atuais, muitos sujeitos temem ser designados de pecadores. A transgressão aos
mandamentos sagrados institui a falta, o afastamento a/de Deus e, dessa forma, cria-se a
culpa e o imperativo do perdão. Sob esse ângulo, surge o questionamento se tal lógica
traduz um afrontamento à desobediência à lei ou se estamos, quiçá, diante de um
arcabouço conceptual perverso, capaz de estigmatizar corpos e identidades. Ao pecado
atribui-se o topos de corrosão da Lei Divina. É um ato de perversão moral, estabelecido
há séculos, que devota uma mácula para quem o comete. Este conceito, todavia, sofreu
alterações no decurso histórico. A título de ilustração, Dante Alighieri, nos nove círculos
do inferno, classifica a luxúria como um pecado leve, justificado pelo contexto histórico
da idade média. Freud, no século XIX atribui destaque à sexualidade e as diversas
formas de perversões sexuais, hoje definidas pela psicopatologia moderna como
parafilias. Este estudo propõe uma análise evolutiva do conceito de pecado,
especificamente da luxúria, a partir de um trajeto em textos literários, das mais diversas
épocas. Tentaremos compreender a relação entre o eterno devir do homem quanto
sujeito e as coerções religiosas que marcam, de forma indelével, sua subjetividade.
Como bases teóricas, recorreremos a estudos historiográficos, sociológicos e, sobretudo,
psicanalíticos.
Palavras-chave: Literatura. Pecado. Perversão.
TONS EMBOTADOS: PERVERSÃO E FEMINILIDADE
NA LITERATURA
Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB
A palavra perversão, do latim pervertere, significa “pôr de lado”, “pôr-se à parte”. Seu
estudo remonta à medicina do século XIX, que lhe impôs um enquadre psiquiátrico e
psicopatológico, definindo-a como desvio social ou anomalia sexual. Essa
caracterização, saturada de conceitos morais, esfacelou-se ante a ciência psicanalítica.
Freud, a partir da publicação dos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, em 1905,
atribui à perversão um lugar na constituição da subjetividade humana. Desde os
primeiros anos de vida, destaca o mestre vienense, vivenciamos uma sexualidade
perversa polimorfa, descentralizada, a serviço das pulsões que percorrem todo o corpo.
Em sua metapsicologia, Freud inscreve as estruturas da personalidade e, nestas, situa o
perverso em oposição ao neurótico, posto que o recalque parece não atuar naquele.
Com efeito, estabelece-se uma identidade que desconhece limites, movida a energia
pulsional e ao imperativo do gozo, renegando a realidade e desmentindo a castração.
No campo da arte, a Literatura hospeda personagens perversos, cujas atuações são as
mais diversas possíveis. Assim, este trabalho tem como objetivo examinar, na literatura
ocidental contemporânea, o funcionamento perverso que acomete, por questões de
ordem subjetiva e cultural, determinados personagens. Como corpus, selecionamos
textos do Marques de Sade e a trilogia Cinquenta tons de cinza, de Christian Grey.
Palavras-chave: Literatura. Perversão. Cinquenta tons de cinza
ATAQUES À LEI: SULCOS PERVERSOS NA LITERATURA
Hermano de França Rodrigues - UFPB
A literatura, segundo Freud, tem a propriedade de reverberar os impasses da condição
humana. Em suas redes simbólicas, desenham-se as condutas, os desejos e as
interdições que acompanham o corpo social, nas mais diversas épocas e lugares, em
(des)obediência aos códigos impostos pela Cultura. Estamos sempre no limiar da lei,
subordinando-se ao sofrimento decorrente de suas amarras, alucinando-se por
desconhecer as metáforas que a regem ou burlando os seus imperativos, como uma
alternativa para obter o tão almejado gozo. Este último arranjo compõe a complexa
subjetivação do indivíduo perverso, cujo discurso e funcionamento deixam entrever os
impulsos destrutivos do ódio, expressos na violência desmedida ao outro, na busca
incessante de um gozo a mais. Cada tempo recepciona, a seu modo, a perversão. Em
cada espaço, o desejo perverso faz uso de certas máscaras e insígnias. Em cada tempo e
espaço, as vítimas continuam a exercer, na lógica repetitiva do thanatos, o status de
fetiche e de objeto. Essa dinâmica pode ser vislumbrada no tecido literário, de modo a
tornar visíveis, a partir dos significantes, múltiplas nuances desse EU que nega a
alteridade, ao sustentar e entreter o seu ódio. Nossa pesquisa, alicerçada nos
fundamentos psicanalíticos (pós)freudianos, busca examinar, em textos do romanceiro
português, as engrenagens simbólicas da perversão, numa correlação entre cultura e
subjetividade.
Palavras-chave: Literatura. Perversão. Alteridade.
A LINGUAGEM ESCRITA EM LIVROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Chayene Cristina Santos Carvalho - UFMA
Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - UFMA
Este trabalho tem por objetivo analisar a concepção de linguagem que fundamenta as
atividades retiradas do livro Linguagem, das autoras Maria Eduarda Noronha e Maria
Luíza Soares, publicado pela editora Prazer de Ler, no ano de 2010, voltado para
crianças de Educação Infantil, na faixa etária de 4 anos. Discute-se, inicialmente, o que
se compreende por linguagem, bem como as concepções que dão sustentação a muitos
materiais de escrita utilizados com crianças pequenas. Propõe-se que a escola da
infância rompa com uma concepção de linguagem escrita voltada exclusivamente para
o ensino das letras, das sílabas e das palavras soltas, cuja ênfase é alfabetização,
portanto, sem significado para criança e vazio de sua função social, ou seja, trabalhe a
escrita com o fim para o qual foi criada. Apoiamo-nos em teóricos como Vygotsky
(1995), Bakhtin (1995) e as estudiosas da escrita como Mello (2009) e Smolka (2012)
para a análise das atividades, os/as quais defendem a necessidade de pensar o ensino
da linguagem como interação e enunciação. Conclui-se que as atividades presentes no
livro em questão não levam em consideração a linguagem como forma de expressão,
realidade que precisa ser transformada, através da descontaminação da escola da
infância dos procedimentos típicos do ensino fundamental.
Palavras-chave: Linguagem. Linguagem Escrita. Educação Infantil.
A CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM PRESENTE NO
LIVRO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Daniela Barbosa dos Santos - UFMA
Vida Costa de Araujo - UFMA
Este trabalho tem como objetivo identificar a concepção de linguagem presente no livro
didático: Pranchetas de experimentação, da editora Positivo, voltado para crianças da
Educação Infantil, mais especificamente do Maternal I. Inicialmente, discute-se sobre as
duas correntes linguísticas que direcionaram e ainda direcionam o trabalho com a
leitura e a escrita em sala de aula: a primeira, caracterizada como subjetivista idealista,
define a fala como sendo individual, ou seja, parte do interior do sujeito; a segunda,
objetivista abstrata, defende que a língua opõe-se ao sujeito enquanto norma
indestrutível, logo o indivíduo só pode aceitá-la como tal. Aborda-se, ainda, a
concepção Bakhtiniana que se contrapõe a tais correntes, uma vez que para Bakhtin
(2010) o estudo da fala se realiza na interação entre os sujeitos, portanto, a sua teoria é
da interação verbal, o dialogismo. Além de Bakhtin (2010), autores como Silva e Leite
(2013), Marato (2000) e Mello (2007, 2012) foram fundamentais para análise dos
dados. Conclui-se que a concepção de linguagem presente no livro da educação
infantil tem sido direcionada em torno da concepção de linguagem definida como
objetivista abstrata, pois não se observa uma preocupação em torno de como a criança
compreende a linguagem escrita, e nem se busca encaminhar de forma adequada as
crianças no processo de leitura e escrita.
Palavras-chave: Concepções de Linguagem. Educação Infantil. Linguagem Escrita
O EXERCÍCIO DE LER EM VOZ ALTA:
CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES
Elizabeth Oliveira de Castro - UFMA
Verônica Cunha Rodrigues - UFMA
O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre a prática da leitura em voz alta,
abordando um conceito de leitura que vai muito além da decifração do código
linguístico. No primeiro momento, busca-se mostrar que as concepções de leitura
evoluem de acordo com as modificações sociais, seu desenvolvimento histórico e
cultural. Em seguida, aponta-se as relações e diferenças entre a oralidade, escrita,
leitura e locução, a partir da visão que considera o ato de ler como a transmissão vocal
de um texto lido. Para a realização desta pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica,
com o apoio em autores como Bajard (2001), Bakhtin (1988), Vigotsky (2001), Arena
(s/d), dentre outros, por defenderem que uma palavra só é considerada como tal
quando apresenta-se carregada de sentido. Conclui-se que a compreensão do texto lido
precede a transmissão vocal, pois esta exige que o/a leitor/a tenha uma performance
adequada e se posicione perante o texto lido, portanto, pode ser uma ótima aliada no
ensino da leitura se estiver clara a diferença entre a leitura e locução. Porém, a prática
ainda vivenciada em muitas escolas, não considera a priori, o ato de atribuir sentido ao
texto, ou seja, a articulação da relação entre pronunciar, ler e fazer locução.
Palavras-chave: Leitura. Locução. Oralidade.
A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: ENTRE TEXTOS E
CONTEXTOS
Claudileude de Jesus Silva - UFMA
Keyliane Freire Fonseca - UFMA
O presente trabalho objetiva discutir as vivências sobre a prática de produção textual
escrita nas turmas de ensino fundamental do 1º ao 3º ano da Escola Comunitária Frei
Osvaldo, durante o 2º semestre de 2013. A motivação para a sua escrita decorreu da
vivência do projeto Brincando com os Gêneros, para o qual foi construída uma
sequência didática que buscou explorar todas as etapas de produção de um texto
escrito: preparação para a escrita, escrita propriamente dita e revisão do texto (CURTO;
MORILLO; TEIXIDÓ, 2000). A metodologia utilizada contou com a observação não
participante para a coleta de dados. A análise da produção dos textos construídos em
sala de aula, considerando os diferentes gêneros textuais, foi realizada a partir dos
pressupostos da teoria da enunciação e dos gêneros discursivos sustentados na
perspectiva de linguagem de Bakhtin (1995) estudados durante as discussões
promovidas pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Leitura e Escrita na perspectiva
Dialógica (GLEPDIAL), da Universidade Federal do Maranhão. O estudo apontou como
resultados que houve uma alteração significativa nas práticas pedagógicas das
professoras ao centrarem seu trabalho no planejamento da produção escrita, incidindo
positivamente no desejo de expressão por parte dos alunos e na qualidade de sua
produção textual. Mostrou ainda que o ato de escrever passou a ser compreendido
como um processo, indo além de atividades pontuais.
Palavras-chave: Ensino fundamental. Produção de texto. Pratica pedagógica.
LEITURA BARBARIZANTE: ÊNFASE AOS ASPECTOS TÉCNICOS OU A LEITURA
COMO INSTRUMENTOS EMANCIPATÓRIOS?
Joel Nascimento Oliveira - UFMA
Este trabalho tem por objetivo analisar o ensino da leitura a partir das perspectivas
barbarizante e emancipatória. Para tanto, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico
fundamentada em Adorno (1995) e Bakhtin (1995), onde a produção intelectual destes
autores fornece elementos que contribuirão para a construção de uma escola que
investe na formação de sujeitos autônomos, cuja leitura é fator imprescindível. Os
resultados da pesquisa apontam que o ensino da leitura pautado somente nos
meandros gramaticais, trabalhando a palavra como um sinal – e não como um signo
(BAKHTIN, 1995), conduz à barbárie, tornando-se um obstáculo para a emancipação
do sujeito, visto que diminui sua capacidade discursiva. Revelou ainda que a educação
não deve caminhar para o adestramento, reduzindo o caráter e a força simbólica da
linguagem em seus aspectos técnicos, mas deve priorizar a formação de indivíduos
autônomos, capazes de se opor e resistir às forças coercitivas da ideologia dominante,
podendo contribuir assim para a construção de uma sociedade emancipada. Para isso,
a leitura, entendida enquanto atribuição de sentido, é mola propulsora desta
transformação social, visto que exige um exercício reflexivo capaz de favorecer uma
leitura para além das linhas, para além do aparente. O trabalho pretende discutir
inicialmente os pressupostos do que estamos chamando de leitura barbarizante e de
leitura emancipatória, conforme referencial anunciado. Em seguida, aponta as
implicações destas perspectivas para a prática docente, refletidas nas escolhas
metodológicas do/a professor/a, e consequentemente para a formação de sujeitos
leitores e escritores.
Palavras-chave: Leitura. Barbárie. Emancipação.
O ENSINO DA LINGUAGEM ESCRITA DA CRIANÇA HOSPITALIZADA
Francy Sousa Rabelo - UFMA
Maria José Albuquerque Santos - UFMA
A produção da escrita em crianças ainda se constitui como um desafio para o/a
professor/a apesar dos enfoques teóricos abrangentes sobre este assunto. Quando a
criança encontra-se em estado de hospitalização, este desafio torna-se mais complexo,
portanto, este estudo visa discutir o processo de produção da linguagem escrita em
crianças hospitalizadas pela atuação do projeto de extensão “Estudar, uma ação
saudável”, desenvolvido na Unidade Materno Infantil do Hospital Universitário da
Universidade Federal do Maranhão - HUUFMA. O trabalho tem aporte teóricometodológico em Fonseca (2003), Matos (2009), Bakhtin (2009) e Lerner (2002), com
geração de dados no uso da observação participante e da análise documental, como
relatórios e caderno de registros do projeto que registram as vivências das práticas de
escritas das crianças hospitalizadas. Mesmo com o afastamento da escola e/ou
tratamento de saúde prolongado, a hospitalização tem sido redimensionada pelo
movimento pedagógico da produção de leitura e de escrita para as crianças
hospitalizadas. Lerner (2003) afirma que aprende-se a escrever, escrevendo, este fato,
se constatou, na produção de textos via cartas e recontos de histórias, o que possibilitou
a construção de novos significados (BAKHTIN, 2009), ressignificando o espaço em que
estão inseridas. As atividades pedagógicas desenvolvidas no projeto aludido valorizam
as formas de linguagem que medeiam a construção de conhecimento da criança
hospitalizada, bem como, minimizam os efeitos negativos advindos da hospitalização e
promovem o desenvolvimento da linguagem escrita destacando a livre expressão e o
diálogo.
Palavras-chave: Linguagem. Práticas de escrita. Criança hospitalizada.
O TRABALHO COM A LINGUAGEM ESCRITA COM CRIANÇAS PEQUENAS:
CONSIDERAÇÕES SOBRE O RETRATO DAS ESCOLAS MARANHENSES
Edith Maria Batista Ferreira - UFMA
O presente trabalho resulta de uma pesquisa exploratória realizada durante a disciplina
“Linguagem, oralidade e escrita”, ministrada no Curso de Especialização na Docência
na Educação Infantil, promovido pelo Núcleo de educação Infantil da UFMA (NEIUFMA). Participaram da pesquisa, denominada “Retratos do trabalho com a linguagem
na escola”, vinte e seis professoras de dezenove escolas de quatro municípios
maranhenses, sendo duas de São José de Ribamar, quatro da Raposa, uma de São
Mateus e doze de São Luís. Tem por objetivo discutir como a linguagem escrita tem
sido trabalhada junto às crianças pequenas. Entendendo a linguagem escrita como um
instrumento cultural complexo e que sua apreensão não pode se dar de forma
simplificada, recorremos aos estudos de Bakhtin (1995), Vygostsky (2013) e Smolka
(2007, 2009, 2012) para fundamentar nossa análise. Os resultados da pesquisa
apontam que as atividades voltadas para o trabalho com a linguagem escrita se repetem
entre as crianças de 3 a 5 anos, cuja centralidade está na exploração do aspecto técnico
em detrimento do uso da linguagem escrita como forma de interação e comunicação
entre as pessoas. Revelou ainda que a Creche, assim como a pré-escola, está sendo
impregnada de atividades do ensino fundamental, deixando em segundo plano as
atividades que estimulam o desejo de expressão, fundamentais para a formação de
atitudes leitora e produtora de textos.
Palavras-chave: Crianças pequenas. Linguagem escrita. Interação.
COMO USAR A LINGUAGEM ESCRITA PARA CRIAR ESPAÇOS DE INTERAÇÃO E
INTERLOCUÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS NO CICLO DA ALFABETIZAÇÃO?
Joelma Reis Correia - UFMA
Este trabalho tem por objetivo discutir como a organização do ensino da linguagem
escrita no Ciclo da Alfabetização pode possibilitar momentos de interação e
interlocução, de modo a criar nas crianças a necessidade de se apropriar desse objeto
cultural. Para tanto, no primeiro momento, discute-se, a forma como o ensino do ato
de ler e escrever tem sido trabalhada em muitos espaços escolares, evidenciando a
primazia por uma concepção de linguagem que prioriza o aspecto técnico da língua em
detrimento do sentido. No segundo momento, tendo por fundamentação a teoria da
enunciação de Bakhtin (1995), defende-se a perspectiva do dialogismo como princípio
constitutivo da linguagem, por considerar o ensino do ato de ler e escrever como
práticas sociais e culturais. Autores como Mikhail Bakhtin (1995, 2003), Vigotski (1995)
e estudiosos da área da leitura e da escrita, Frank Smith (1999, 2003), Josette Jolibert
(1994), Jolibert e Jacob (2006), Elie Bajard (2006) serviram como lentes para dar
fundamentação ao trabalho. Conclui-se que as atividades voltadas para o ensino inicial
da leitura e da escrita só contemplam o dialogismo como princípio constitutivo quando
se prioriza o uso de textos reais, bem como uma metodologia que aproxime os/as
alunos/as destes materiais pelo sentido, portanto, como prática cultural.
Palavras-chave: Alfabetização. Linguagem. Dialogismo.
A LITERATURA FANTÁSTICA E O INSÓLITO NO BRASIL
Soraya de Melo Barbosa Sousa – UEMA/UESPI
Até pouco tempo, nos estudos entre acadêmicos brasileiros, e entre a crítica
hegemônica brasileira, a literatura fantástica e seus subgêneros foram deixados à
sombra. Todorov (2010) já considerava que o gênero fantástico “teve uma vida
relativamente breve”. Entretanto, estudos contemporâneos como Roas (2012)
apresentam questionamentos sobre a existência desse gênero, na contemporaneidade,
de forma a considerar não necessariamente o sobrenatural como seu elemento
caracterizador, mas elementos que subvertem a condição de normalidade da ordem
estabelecida que, segundo França (2012) encarnam os “monstros morais” existentes na
sociedade pós-moderna. Essa transgressão reflete a opressão do homem pelo homem,
fazendo da literatura uma arte emancipadora que provoca no leitor o sentimento de
resistência, ao questionar sobre os conflitos orquestrados na ficção e que se insinuam
na sociedade em que ele se insere. Propõe-se, nesta pesquisa, compreender a partir de
estudos recentes, realizados na universidade brasileira, a presença do fantástico e do
insólito na literatura brasileira para analisar a obra Os crocodilos, de Assis Brasil, na
perspectiva do insólito.
Palavras-chave: Fantástico. Insólito. Os Crocodilos.
LITERATURA FANTÁSTICA E A REINVENÇÃO
DA HISTÓRIA NA AMÉRICA LATINA
Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT
O presente artigo objetiva pensar criticamente acerca da importância da Literatura
fantástica nos países periféricos da América Latina a partir de uma análise da novela
Aura, de autoria do autor mexicano Carlos Fuentes. Propomo-nos trazer à tona o
conflito modernizador que o autor tece, nessa obra, através das dicotomias
passado/presente, antigo/moderno, real/imaginário, escrita/oralidade. Para alcançar o
objetivo proposto, municiamo-nos da teoria de Tzvetan Todorov (1975) e de Selma
Calasans (1988) acerca do insólito e do fantástico; também tomamos algumas
considerações acerca da história, da novela e do romance hispano-americano, tecidos
por Bella Josef (1982/1992) e pelo próprio Carlos Fuentes. A hipótese levantada é que
o autor utiliza essas dicotomias, com o fim de – por meio da linguagem - fazer aflorar o
esforço dos escritores hispano-americanos para pôr em xeque os discursos hegemônicos
legitimados na história.
Palavras-chave: Aura. Carlos Fuentes. Literatura fantástica. Modernidade
OS SENTIDOS DE FAMÍLIA NO RECONHECIMENTO DAS UNIÕES
HOMOAFETIVAS COMO INSTITUTO JURÍDICO: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DA
DECISÃO DO STF
Joana Drac Rodrigues da Costa - UFMG
Com o interesse de observar como as mudanças sócias forçam às mudanças no âmbito
jurídico, este artigo tem como objetivo discutir sobre os sentidos de família construídos
enunciativamente no processo que levou à histórica decisão do STF, a qual veio a
reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar. Acreditamos que seja
pertinente, ainda que de maneira introdutória, trazer tal discussão tendo em vista que
embora se trate de uma decisão unânime, divergentes são os argumentos e justificativas
nos votos dos ministros da suprema corte. Considerando a enunciação como um
acontecimento histórico-social da produção do enunciado, sustentamos nossas
discussões a partir do aparato teórico-metodológico da Semântica Histórica da
enunciação, proposto por Eduardo Guimarães (1995; 2002) e seus companheiros
(Orlandi, Pecheux, Dias). Sob esse olhar, analisamos o texto da Revista Trimestral de
Jurisprudência do STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277, publicado em
jan/mar de 2012. Nessa perspectiva, analisamos os sentidos dos enunciados levando
em conta as posições dos sujeitos da enunciação que lhes são constitutivas e as
condições enunciativas que influenciam na sua construção; a relação de paráfrase e
polissemia estabelecida no texto; as formações nominais usadas para designar o
relacionamento em questão e, por fim, identificamos as relações discursivas que
sustentam/legitimam as designações que ocorrem com o nome família, tais como
casamento, união estável, entidade familiar configurando suas relações semânticas na
constituição da formação nominal. Com isso, pretendemos estabelecer os sentidos de
família construídos nesse embate sobre o reconhecimento das uniões homossexuais.
Palavras-chave: Sentidos. Família. Entidade familiar. União-homoafetiva.
O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO
APRENDIZADO DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Maria Nilza Silva Oliveira - UFMA
Objetiva-se neste espaço refletir sobre as tecnologias digitais e aprendizagem de
línguas, tendo como recorte a aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS.
Para reflexão recorreu-se aos pressupostos da pesquisa bibiliográfica, bem como os
estudos de Lengel (2013), Quadros e Finger (2013), Quixaba (2013), Moran (2007),
Santaella (2004) e outros. Constata-se que na atualidade têm-se incorporado
massivamente recursos tecnológicos no ensino e na aprendizagem de línguas,
principalmente, de línguas estrangeiras, tanto na modalidade oral quanto sinalizada.
Existem diferentes programas computacionais que auxiliam na aprendizagem destas
línguas. Acredita-se que, com a diminuição dos custos dos equipamentos tecnológicos e
com o acesso à internet via banda larga, com conexão sem fio ou não, como também a
democratização dos dispositivos móveis, vivenciamos oportunidades nunca antes
praticadas para potencializar a aprendizagem da LIBRAS. Os desenvolvedores de
programas têm, a cada ano, favorecido esse cenário, com suas criações, atendendo às
diversas áreas desde softwares para o entretenimento aos pedagógicos, até dicionários,
auxiliando assim, a aprendizagem de sinais. Entretanto, sabe-se que grande parte da
comunidade que usa a LIBRAS ainda não consegue ter disponível as tecnologias
digitais, mas é inegável que com a popularização destes recursos nos ambientes
acadêmicos essas possibilidades ampliaram-se. Mediante este desenho, pergunta-se,
quais critérios podem ser adotados para selecionar sites e aplicativos para a
aprendizagem de LIBRAS? É possível aprender LIBRAS com o Hand Talk, ProDeaf,
Rybená, dicionários digitais e outros recursos digitais disponíveis? Observa-se que
apesar das dificuldades de acesso as ferramentas digitais e a internet enfrentadas pelos
surdos, as tecnologias digitais têm auxiliado na aprendizagem da LIBRAS.
Palavras-chave: Tecnologias digitais. Aprendizagem Línguas, Língua brasileira de sinaisLIBRAS.
A CONSTRUÇÃO DA VISÃO DE MUNDO NO LÉXICO DO QUILOMBO JAMARY
DOS PRETOS, TURIAÇU-MA
Georgiana Márcia Oliveira Santos - SEDUC
Esta pesquisa, de natureza empírica, descritiva e qualitativa, objetiva identificar e
analisar especificidades denominativas e, principalmente, especificidades semânticoconceptuais no léxico do quilombo Jamary dos Pretos, situado no município de
Turiaçu/MA, a fim de identificar, especialmente, os traços semânticos atribuídos,
ampliados ou suprimidos por esse grupo para construir semioticamente sua singular
visão de mundo. Mais especificamente, analisam-se as relações léxico-semânticas e,
sobretudo, as semântico-conceptuais estabelecidas em 24 unidades lexicais distribuídas
nos campos semânticos territorialidade, tipo humano, ritual/espiritualidade, alimentação,
ação, doença, lazer, vestuário, modo. Para tanto, fundamenta-se nas orientações
teórico-metodológicas da Semiótica, da Etnolinguística e, principalmente, da
Etnoterminologia e baseia-se em um corpus oral constituído por 24 entrevistas
realizadas com quilombolas e com não quilombolas, esmiuçando-se, mediante uso de
fichas etnoterminológicas, as diferentes etapas do processo de conceptualização lato
sensu dessas unidades lexicais. Como resultado da análise etnoterminológica dos dados
desta pesquisa, apresentamos uma panorâmica da visão de mundo específica do
quilombo Jamary dos Pretos, a qual revela as particulares raízes étnico-culturais,
históricas e organizacionais dos sistemas de significação desse quilombo, atestando, por
conseguinte, que as especificidades denominativas e conceituais do léxico desse grupo
convertem-se em signos-símbolos de sua axiologia.
Palavras-chave: Língua. Cultura. Etnoterminologia. Quilombo Jamary dos Pretos.
A LÍNGUA DE SINAIS NA ERA DIGITAL:
RECORTES DO USO DA ESCRITA NAS REDES SOCIAIS
Manuela Maria Cyrino Viana - UFMA
O surdo que em sua maioria nasce em lares ouvintes e que não consegue se comunicar
nem com seus pares naturalmente, vive isolado em seu mundo do silêncio. Com o
aprendizado da língua de sinais inicia a socialização e com ela aprimora a comunicação
nas escolas e em comunidades surdas. Com o advento da internet e com ela o acesso
as redes sociais, o surdo inicia uma nova descoberta e encontra uma oportunidade de
estabelecer a comunicação como o mundo que o cerca. Neste contexto a língua
portuguesa escrita insere-se como uma segunda forma de comunicação e como
proposta de aumento do vocabulário. Assim percebemos a importância de apresentar a
relação do surdo usuário de língua de sinais como primeira língua e as redes sociais,
demonstrando a influência que a mesma estabelece na vida deste sujeito, as
dificuldades/facilidades por ele encontradas na escrita do português, bem como a sua
compreensão ao navegar pelos sites.
Palavras-chave: Língua de Sinais. Redes Sociais. Inclusão Social.
A INTERFACE DA PSICOLOGIA COM A COMUNICAÇÃO
NAS REDES SOCIAIS
Carmen Cristiana Viégas Campos - UNDB
O processo de interação entre indivíduos sempre foi permeado de peculiaridades. O
ser humano utiliza-se da comunicação oral, escrita e também corporal para estabelecer
este processo; que muitas vezes acontece de forma trabalhosa, dado as características
comportamentais como timidez, baixo autoestima e a dificuldade de interagir e se
expor ao outro que podem gerar barreira na comunicação e nos relacionamentos.
Buscam auxilio e ajuda nos acompanhamentos terapêuticos para superar ou diminuir os
entraves nesta atividade. As redes sociais são ferramentas e estratégias de comunicação
que surgiram para facilitar e dinamizar essa ação, impulsionando e potencializando a
capacidade de ampliar a rede de relacionamentos. Facebook, whatsapp, twitter, line,
instagram são indispensáveis, e se tornaram parte das relações pessoais e profissionais,
nesse cotidiano em que o tempo é cada vez mais escasso e valioso. Tornando essa
comunicação mais rápida e acessível. Mas isto não faz com que substituam o contato
físico ou o tornem menos relevante. Existem certas distancias entre as pessoas que
precisam ser trabalhadas. As redes sociais podem se tornar um espaço fundamental na
tarefa contra qualquer tipo de preconceito em exercer esse contato com as pessoas,
respeitando-se até a dificuldade que também faz parte do jeito de ser de muito de nós.
Palavras-chave: Comunicação. Redes sociais Relacionamentos.
EXPERIÊNCIA DIGITAL COM A LINGUA DE
SINAIS NAS REDES SOCIAIS
Pablo José Corrêa de Jesus - ASMA
O uso e difusão da língua de sinais têm sido possível por meio dos espaços digitais. As
redes sociais como orkut, facebook, whatsApp, twitter, oovoo e skype, ocupam lugar de
destaque na preferência dos surdos. Objetiva-se neste estudo refletir sobre a língua de
sinais na era digital, tendo como recorte o uso da escrita nas redes sociais. Para esssa
reflexão, recorreu-se aos estudos de: Stumpf, Quadros, Leite (2014); Mill (2013);
Quixaba (2013); Santaella, Lemos (2010); Grassi (2010); Quadros (2004) e outros. A
comunicação tendo como base a língua de sinais, favorece a comunicação entre as
comunidades de surdos, a escrita em língua portuguesa e o uso de comunicação
sinalizada tem fortalecido o contato entre estes grupos. Sabemos que apesar das novas
tecnologia oferecerem ferramentas que favorecem a conectividade em rede, os surdos
enfrentam muitas dificuldades em entender os textos em língua portuguesa, acessar
internet, ausência de legenda nos vídeos e quando aparecem na maioria das vezes
comprometem o entendimento, em função disso, preferem usar as redes sociais que
disponibilizam vídeos, onde eles podem interagir em língua de sinais. Acredita-se que
as novas tecnologias oferecem meios para atualização de informações, estudo, lazer,
trocas de conhecimento e fortalecimento da comunidade surda por meio da interação
que estas oferecem. Os dicionários, videos, aplicativos para celulares têm contribuido
para que os surdos aprofundem o conhecimento tanto da línguagem escrita quanto da
língua de sinais. Pensa-se que quanto mais tiverem contato com a língua de sinais mais
possibilidades terão de interação e compreensão dos textos escritos.
Palavras-chave: Língua de sinais. Escrita. Redes sociais. Comunicação. Comunidade
surda.
AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTOS DE
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
Veraluce da Silva Lima - UFMA
Abordagem das redes sociais como instrumentos de aprendizagem da língua materna.
Buscamos apresentar a linguagem produzida na internet, mais especificamente, no
Facebook, como um conteúdo de ensino-aprendizagem da língua materna, tendo nas
redes sociais um instrumento pedagógico que pode ser explorado pelo professor, para
trabalhar a língua produzida nessas redes que, mesmo tendo na escrita sua forma de
expressão predominante, essa língua tem características específicas de uma
comunicação face a face, apresentando-se impregnada de improvisações, gírias,
desapego à rigidez da norma padrão. É uma língua híbrida, permeada de símbolos,
signos, abreviações, elementos paralinguísticos, dentre outros fenômenos. O trabalho é
fruto de reflexões feitas pelo Grupo de Pesquisa Tecnologia e Ensino – GPTECEN, da
Universidade Federal do Maranhão, sobre a aceleração contínua das tecnologias, no
dia a dia da sociedade contemporânea e a língua empregada na internet. Apresentamos
considerações sobre a língua utilizada no Facebook, rede social que tem crescido no
mundo inteiro e é muito utilizada pelos alunos da Educação Básica. Apresentamos,
também, considerações sobre o trabalho que o professor pode desenvolver no ensinoaprendizagem da língua, empregando as redes sociais como recursos pedagógicos, no
espaço escolar.
Palavras-chave: Redes sociais. Língua da internet. Aprendizagem da língua.
A VIOLÊNCIA DO COLONIALISMO E A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DAS ANTIGAS
TRADIÇÕES EM A VARANDA DO FRANGIPANI, DE MIA COUTO
Elenice Maria Nery - UFPI
Neste trabalho, pretende-se discorrer sobre a herança deixada pela violência do
colonialismo e a luta pela manutenção das tradições do povo moçambicano no
romance A varanda do frangipani de Mia Couto. Nessa obra, Couto retrata a situação
do país vinte anos depois da independência, a partir da narração de um carpinteiro,
que volta ao território dos vivos no corpo de um inspetor de polícia, contratado para
investigar a morte do diretor da Fortaleza de São Nicolau (local escolhido para abrigar
os velhos, durante a guerra). Apoiados nos pressupostos teóricos de Bonnici (2005),
Hall (2003), Tutikiani (2006), Bhabha (1998), Chaves (2005), Bosi (2005), dentre
outros, percebe-se que, com o fim da guerra civil, o que sobrou no país
foramfragmentos de memórias, heranças e contradições de um país novo e ao mesmo
tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. O contato com os
velhos do asilo levam o inspetor a questionar os depoimentos colhidos sobre a morte
do diretor, pois a seu modo, cada um tinha uma justificativa para o crime. Até descobri
que o verdadeiro culpado não era uma pessoa e sim a própria guerra, que, neste
contexto, parece representar um fio condutor na construção identitária nacional de excolônias, como Moçambique.
EPÍSTOLAS DE FRADIQUE MENDES:
DO CÂNONE À REESCRITA
Eliana Pereira de Carvalho - UESPI
Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes (1997), do angolano José
Eduardo Agualusa, apresenta uma reescrita do romance epistolar: A Correspondência
de Fradique Mendes (1900), do consagrado Eça de Queiroz. Esta apresentação tem
como objetivo verificar as aproximações e distanciamentos entre as escritas de um e de
outro escritor, o angolano e o português, verificando-se a temporalidade de cada um: a
reescrita pós-colonial de Agualusa em Nação crioula: a correspondência secreta de
Fradique Mendes e o discurso colonial de Eça de Queiroz em A Correspondência de
Fradique Mendes, enfatizando-se assim as questões sobre o cânone e a reescrita.
Diversos conceitos foram importantes para a condução do trabalho, entre os quais
literatura pós-colonial, cânone literário, reescrita e diáspora. A fundamentação teórica
da pesquisa contou, dentre outros, com os estudos de Bhabha (2007), Bonnici (1998;
2000; 2004; 2005), Gilroy (2001), Glissant (2005), Rediker (2011) e Serrano e
Waldman (2008) na área dos Estudos Culturais e do Pós-Colonialismo. O estudo de
Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes (1997) revelou que o
romance de Agualusa se coloca como reescrita pós-colonial pela subversão ao cânone
literário, A correspondência de Fradique Mendes (1900), de Eça de Queiroz. Como
reescrita, Agualusa usufrui a lacuna deixada pelo romance do escritor português para
lançar na África a personagem Fradique Mendes. Dessa forma, o escritor angolano abre
uma porta para problematizar a colonização portuguesa e a diáspora negra.
A VOZ COLONIAL EM:
AUTOBIOGRAFÍA DE UN ESCLAVO,
DE JUAN FRANCISCO MANZANO
Sílvia Maria Fernandes Alves da Silvia Costa - UESPI
Este trabalho para Mesa Redonda, evidencia a voz do negro na obra Autobiografía de
un esclavo, de Juan Francisco Manzano, narrativa colonial cubana do século XIX,
fornecendo subsídios sobre a literatura afrodescendente cubana, além de contribuir
para os estudos sobre as literaturas pós-coloniais, ou melhor, as literaturas ditas
marginalizadas, inseridas no hibridismo cultural. Fundamentou-se este trabalho em
material bibliográfico, que proporcionou suporte teórico para a discussão em torno da
voz do negro cubano até meados do século XIX, levando para um diálogo com Frantz
Fanon, Homi Bhabha, Edward Said e outros em temáticas sobre identidade,
hibridização cultural, negritude, estereótipos raciais etc. Para isso, empreendeu-se a
releitura desconstrutora dos discursos hegemônicos metropolitanos e refletiu-se sobre os
silêncios dos discursos envolvidos, o do colonizador e o do colonizado. Constatou-se
que dessa mescla de culturas, surge uma nova nacionalidade, o início de uma relação
identitária decorrente de um povo de cultura hibridizada que busca ascensão em meio
a uma dicotomia entre metrópole e colônia, colonizador e colonizado, ibérico e
americano, centro e margem, branco e negro, lutando tanto para assimilar quanto para
resistir à cultura do conquistador branco. Nota-se que a voz colonizada que ecoa no
meio desse binarismo é marcante na obra Autobiografía de un esclavo, uma voz que se
expressa usando os valores e as concepções impostas pelo colonizador branco, mas se
fazendo diferente, resistindo, opondo e subvertendo as pressões do colonialismo,
inventando a identidade negra. Contudo, percebe-se que em Cuba, o negro é
estereotipado, sendo inferiorizado, ridicularizado, violentado, reificado, animalizado,
sofrendo atrocidades – sob a sujeição imposta pelos espanhóis – e é quem recebe o
nome de “bárbaro”.
LITERATURA AFRO-BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: MEMÓRIA, NARRATIVA E
LÍRICA AUTOBIOGRÁFICA NOS CADERNOS NEGROS.
Elio Ferreira de Souza - UESPI
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo sobre a literatura escrita
por autores negros a partir da abordagem de temas como memória e escrita
autobiográfica, tomando por objeto da análise literária poemas, canções, contos,
romances, relatos de experiência, cartas, diários, que afirmam uma tradição da
literatura do negro no Brasil, cujos percursos temáticos e estratégias de cantar e contar
são construídos a partir da experiência pessoal vivida pelo escritor ou escritora e sua
coletividade – a “escrevivência” (Conceição Evaristo, 2011), a subjetividade, o ponto de
vista autoral, que traduzem uma gênese ou formação da Literatura afro-brasileira que se
consolida com a edição do primeiro volume do periódico literário Cadernos Negros
(1978), em São Paulo, e a criação do Quilombhoje Literatura, dois anos mais tarde,
também na capital paulista, e as inúmeras obras literárias publicadas por autores e
autoras negras nas últimas quatro décadas, sobretudo as editadas pelos CN, além das
editadas pelos próprios escritores negros e diferentes editoras. Faremos a análise da
obra de autores, como a Carta de Esperança Garcia, a poesia de Caldas Barbosa,
Gonçalves Dias, Luiz Gama, Cruz e Souza, Solano Trindade, Salgado Maranhão, Elio
Ferreira; o teatro de Júlio Romão da Silva, o conto de Conceição Evaristo, Cuti,
Esmeralda Ribeiro, dentre outros. Por questões estratégias, em função da
disponibilidade do tempo cedido a cada palestrante na Mesa Redonda, dedicaremos
maior parte da análise às obras contemporâneas publicadas nos Cadernos Negros.
“LÁ VEM O NAVIO NEGREIRO”: POESIA AFRO-BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA:
IDENTIDADE E RESISTÊNCIA
Douglas Rodrigues de Sousa - UnB
Em Pele negra máscaras brancas, Frantz Fanon diz que o negro é uma criação do
branco. Essa criação ocorreu de maneira opressora e castradora dos desejos do ser
negro, incutindo neste um sentimento constante de inferioridade diante do outro, do
branco. Tudo isso resultou de um projeto em que “a civilização branca, a cultura
europeia, impuseram ao negro um desvio existencial” (FANON, 2008, p. 30). Entre a
ação e a passividade Fanon propõe ao negro o seu posicionamento diante dos
infortúnios sofridos pela cor de sua pele. Essa ação, proposta por Fanon, está na
superação da origem dos seus conflitos, no entendimento acerca do que é ser negro, e
do entendimento e aceitação consciente de si. É a partir dessa conquista da identidade
negra que poetas e poetisas afro-brasileiros vão se rebelar contra as opressões,
discriminações e espoliações sofridas na sociedade fruto de uma origem escravocrata,
construindo na literatura um novo painel identitário de suas origens, cultura e crenças.
Sendo assim, com a conquista da identidade, grupos historicamente excluídos vão
encontrar mecanismos de se auto-afirmarem nesse contexto adverso. Procuramos nesta
comunicação apresentar um painel das mais recentes produções e seus autores da
poesia afro-brasileira.
A REPRESENTAÇÃO NEGRA EM TENDA DOS MILAGRES: IDENTIDADE E
ESTEREÓTIPOS
Sueleny Ribeiro Carvalho - UEMA
Este trabalho procura analisar as representações do personagem negro no romance de
Jorge Amado, Tenda dos Milagres, a fim de perceber os mecanismos utilizados pelo
autor, na tentativa de valorização da identidade negra bem como a representação dos
estereótipos sexuais do negro em sua obra. Contudo, o objetivo aqui não é julgar a
intenção do autor, mas perceber a influência dos estereótipos na elaboração da
identidade deteriorada do negro, baseada nas representações da sexualidade desse
personagem no romance. Com base principalmente nas teorias de Frantz Fanon e
Homi K. Bhabha sobre os problemas enfrentados pelo sujeito negro, inserido na cultura
colonial, para a elaboração da própria identidade, e o papel dos estereótipos na
formação dessa identidade forjada, procura-se verificar no romance, por meio dos
conflitos da identidade, a presença marcante dos estereótipos na representação dos
personagens, traçando os caminhos que levam para a tentativa de construção e
valorização da identidade negra até a assimilação dos estereótipos pelo próprio sujeito
estereotipado. Ao final, percebe-se que a repetição constante dos estereótipos pelo
discurso colonial e a contínua representação destes como “qualidades” da cultura negra
a serem exaltadas e apreciadas só contribuem para a manutenção do discurso
dominante e a assimilação destes estereótipos pelo sujeito negro, o que acarreta na
elaboração estigmatizada da identidade do negro.
AS BRUXAS DE CHARLES PERRAULT E PIERRE GRIPARI
Paula Fabrisia Fontinele de Sá - UnB
A bruxa foi o ser ao qual, ao longo do tempo, mais se atribuiu malignidade e ligação
com o demônio. A partir da Idade Média, a mulher passou a ser considerada a maior
pecadora, a origem de todas as ações nocivas ao homem, à natureza e aos animais. A
partir dessa concepção, a personagem da bruxa foi passando, progressivamente, da
representação histórica para a representação literária, perdurando no imaginário pela
força dos símbolos que a caracterizavam. Nessa perspectiva, apresentar-se-á a
personagem bruxa em quatro contos da literatura infantil francesa, tendo como suporte
teórico, principalmente, a História e a Crítica Literária. Nesse sentido, este trabalho
discutirá como os contos dos escritores Charles Perrault e Pierre Gripari representam a
personagem bruxa para o contexto social da criança dos séculos XVII e XX, retratando
suas possíveis interpretações. A partir dessa análise, se discute a ambiguidade da
mulher representada no âmbito da literatura infantil, geralmente, como causa do Bem e
do Mal. Além disso, ao confrontar os contos, se investigam as mudanças no perfil da
personagem bruxa, bem como a significação da sua presença nas histórias selecionadas.
Em suma, serão apontados aspectos que revelam o processo de ficcionalização da
personagem bruxa, objetivando discutir as particularidades da sua representação para o
leitor-criança de diferentes épocas.
IGUAL E DIFERENTE: UMA ANÁLISE DA OBRA A TERRA DOS MENINOS PELADOS, DE
GRACILIANO RAMOS
Jandira Lopes Pereira - UESPI
A análise que é proposta neste trabalho sobre o conto A terra dos meninos pelados, do
alagoano Graciliano Ramos, escrita em 1937 para concorrer a um prêmio de literatura
infantil, criado pelo Ministério da Educação, fundamenta-se na Teoria das
representações sociais, cujos estudos iniciados por Serge Moscovici e aprofundados por
Denise Jodelet chegaram ao Brasil no início dos anos oitenta para fortalecer o debate
em torno da questão da alteridade. As relações que cotidianamente os seres humanos
estabelecem entre si pressupõem um conjunto de percepções que se tem sobre o
outro. Essas relações estão calcadas em suposições que se fazem sobre aqueles que
cercam todos os indivíduos, como o EU que se representa dentro do mundo social que
se compartilha. Os conceitos de relação e ser humano, tanto quanto os
questionamentos sobre identidade e diferença, são fundamentais nas discussões sobre a
alteridade que animam a teoria das representações sociais e estão presentes também na
trajetória de Raimundo, personagem central de A terra dos meninos pelados. Quando
se representa “o outro”, tenta-se afastá-lo do “eu”, tentativa vã, pois só se constrói uma
identidade, uma representação no mundo social em presença do outro. Constata-se
que os seres humanos são igualdade e diferença a um só tempo e por toda a vida. Esse
é o caminho que se trilha rumo à alteridade.
A CONSTRUÇÃO DO COMPORTAMENTO LEITOR NO CONTEXTO DOS NOVOS
ARRANJOS FAMILIARES
Elenice Maria Nery - UFPI
É sabido que as crianças aprendem muito com os exemplos vistos em casa, sejam eles
positivos ou negativos. Não é novidade também que a família é um dos espelhos no
qual as crianças se projetam. Dentre os exemplos aludidos, cita-se o hábito de leitura e
a importância de os pais compartilharem com seus filhos emoções e surpresas sentidas
diante de um texto. Neste sentido, este trabalho propõe uma reflexão sobre a
construção do comportamento leitor no contexto familiar pós-moderno, destacando a
importância da integração escola-família no processo de construção identitária da
criança. Esse olhar sobre o papel das novas famílias na formação leitora da criança é
embasado, sobretudo, nas indicações teóricas de Abramovic (1995), Kramer (2000),
Zilberman (2003), Cagliari (1999), Bauman (2007, 2003, 2005), dentre outros que
reforçam a ideia de que esse processo de formação depende de práticas que estão
além dos muros das escolas e das páginas dos livros isolados em um canto qualquer da
casa. Trazer a literatura para o âmbito da família, em tempos pós-modernos, constitui
tarefa delicada para quem, provavelmente, há tempos, percebeu a paradoxal relação
entre o avançado conhecimento teórico sobre a infância e a incapacidade da família e
da escola em saber lidar com o crescimento intelectual dessa nova geração. Por isso,
novas linguagens devem ser consideradas já que as práticas de leitura não estão
condicionadas ao contexto escolar.
LINGUISTICA E ANÁLISE LITERÁRIA FANTÁSTICA: UMA PERSPECTIVA
ENUNCIATIVA
Leonildes Pessoa Facundes - UEMA
Este estudo tem como objetivo analisar e contribuir com certos números de elementos
linguísticos úteis ao estudo dos textos como recursos na construção ficcional da
Literatura fantástica e mágica, utilizados pelo sujeito enunciador nos textos literários, a
partir de uma abordagem enunciativa da linguagem. O referencial teórico desta
pesquisa está fundamentado para as concepções do Fantástico e do Mágico em
Todorov (1975), Chiampi (1980), Carpentier (1949), Melo (2005). E, para abordagem
enunciativa da linguagem, Benveniste (1995), Maingueneau (1996) Bakhtin (2003), e
outros. Os dados analisados mostraram que, a partir de certos acontecimentos
sobrenaturais presentes nas narrativas, que possa causar o medo, o susto, o horror e a
desconfiança de sua existência pode ser inserida dentro do universo fantástico e
mágico, construídas, por um lado, com as marcas linguísticas que são reguladas pelo
gênero de discurso a que se refere.
Palavras-chave: Linguistica. Literatura. Fantástica. Enunciação.
A SÁTIRA NA LITERATURA INGLESA
Michelle de Sousa Bahury - IFMA
O vocábulo “sátira” pode ser usado como uma das mais antigas formas de
representação dramática em Roma. Apesar de o termo não ser de origem romana, a
sátira era utilizada como forma de ridicularizar o grotesco sobre as pessoas, a época e
seus costumes. O objetivo principal era provocar uma mudança social a partir da crítica
com efeito cômico, e com o passar do tempo, a mesma apresentou-se como poesia e
prosa. Na verdade, o objetivo da sátira é criticar as mazelas da sociedade, o que deu
origem à expressão latina: castigat ridendo moris, ou “castigar os costumes pelo riso”. A
paródia pode estar relacionada com a sátira, pois de forma exagerada ridiculariza o
tema e estilo da obra parodiada. É importante citar que sátira e paródia não são
sinônimas, levando em consideração que a primeira nem sempre é humorística – por
vezes chega a ser trágica, e a última é, inevitavelmente de caráter cômico. Assim,
podemos observar que na Literatura Inglesa, na Era Vitoriana (1837 – 1901), a sátira
esteve presente nas obras de Charles Dickens sob o viés social. Através da obra “Oliver
Twist” (1838), por exemplo, Dickens denuncia o retrato da sociedade vigente da
Inglaterra realçando as desigualdades sociais, epidemias, desemprego, falta de
infraestrutura e principalmente a exploração do trabalho infantil. Assim, o órfão Oliver
Twist é o porta voz da delinquência causada pelas condições precárias de vida.
Algumas técnicas de sátira (hipérbole) também podem ser observadas em obras como
“As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift (1726), na primeira parte da obra, na ilha
de Liliput, onde há uma sátira diminutiva. Hoje ainda podemos perceber que grandes
obras literárias fazem parte do cenário cinematográfico, o que com o auxílio do som,
imagem e outros tantos efeitos especiais trazem o leitor mais próximo da sátira ou
paródia.
A CIDADE COMO ESPAÇO DO
DESLOCAMENTO DISCURSIVO
Ilza Galvão Cutrim - UFMA
O Grupo de Pesquisa em Linguagem e Discurso do Maranhão-GPELD (CNPq-UFMA)
vem desenvolvendo pesquisas sobre identidades locais em diferentes espaços
discursivos, a partir do olhar da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa. O
trabalho que propomos para este simpósio vincula-se às discussões da AD e apresenta a
cidade como lugar de discursividades. Toda cidade constitui-se de um espaço que
produz sentidos e possibilita interpretações a partir dos diversos elementos que a
compõem. Vista como espaço de deslocamento, do ir e vir, da pressa, uma cidade
produz regras no dia a dia de sua população, que vive em função de seu ritmo e, a
partir de então, passa a discursivizá-la O discurso urbano tem uma memória peculiar,
desenvolve-se em um espaço próprio, que se constitui por relações entre seres que se
significam e significam as relações que sustentam a própria existência deste espaço.
(ORLANDI, 2004). Tendo a cidade de São Luís, capital maranhense, e os sujeitos que
habitam esse espaço como foco de nossa discussão propomos alguns questionamentos:
que discursos/dizeres a população local constrói sobre a cidade? De que lugar(es) os
sujeitos, ao se inscreverem nesse espaço inconcluso e polifônico que é a cidade, falam?
Na tentativa de responder a essas questões, selecionamos, para nossas análises, alguns
enunciados da comunidade local publicados no jornal O Estado do Maranhão, num
excerto comemorativo dos 401 anos de São Luís.
Palavras-chave: Sujeito. Discurso. Cidade.
MOVIMENTOS DE MEMÓRIA E REGIMES DE VISIBILIDADE NO JORNAL O
ESTADO DO MARANHÃO – EDIÇÃO ESPECIAL SÃO LUÍS 400 ANOS
Mônica da Silva Cruz - UFMA
Esta pesquisa, fundamentada em postulados da Análise do Discurso (AD) francesa,
fundada por Pêcheux, de base foucaultiana, avalia movimentos de memória e de
visibilidade instaurados pelo jornal O Estado do Maranhão, na edição de comemoração
dos 400 anos de São Luís (MA). O aniversário se deu em 8 de setembro de 2012 e foi
amplamente divulgado pela imprensa local. A questão que aqui se coloca diz respeito
às memórias e identidades construídas para a cidade de São Luís, nesse momento, no
jornal impresso O Estado do Maranhão, periódico considerado, atualmente, um dos
mais importantes do Estado. O trabalho centra-se no princípio de que o dizer e o olhar
estão submetidos a uma ordem de natureza diversa que dita o que pode ser dito ou
visto por uma sociedade, em uma dada época, observação apoiada na obra A ordem
do discurso, de Michel Foucault (1999). O corpus da pesquisa constitui-se de textos
verbais e não-verbais tais como a imagem da capa da Revista Especial distribuída pelo
Jornal, no dia 8 de setembro de 2012, e seu editorial; e a obra A primeira missa no
Brasil, de Victor Meirelles (1860). Os procedimentos metodológicos incluíram pesquisa
bibliográfica, seleção de edições do Jornal O Estado do Maranhão, análise e discussão
dos dados. Os resultados demonstram que um regime de verdade determinou quais
identidades deveriam ser mostradas ou não nesses textos que narraram os 400 anos da
capital maranhense.
Palavras-chave: Discurso. Memória Identidade.
UM SALVADOR NA POLÍTICA: ASPECTOS DISCURSIVOS DA CAMPANHA DE
ROSEANA SARNEY AO GOVERNO DO ESTADO
Luís Rodolfo Cabral - IFMA
Este trabalho apresenta uma breve discussão sobre a construção discursiva da trajetória
messiânica da candidatura de Roseana Sarney ao Governo do Estado do Maranhão a
partir da análise dos editoriais do jornal O Estado do Maranhão¸ publicados entre abril
de 2009 e dezembro de 2010. Constitui o corpus da pesquisa os editoriais do jornal O
Estado do Maranhão, cujo contexto de produção corresponde a um período de
efervescência política no estado do Maranhão. Além de se considerar o período
delineado como de efervescência política, dado à mudança de líder de governo, dois
outros pontos justificam também o recorte metodológico proposto: a) o jornal Estado
do Maranhão e um dos troncos do Sistema Mirante, grupo de empresas de
comunicação do Maranhão afiliado a rede Globo. Sob a presidência de Teresa Sarney
Murad, e um dos jornais de maior circulação em todo o estado; b) o então governador
Jackson Lago teve seu diploma cassado, em marco de 2009, por decisão do Tribunal
Superior Eleitoral, que decidiu também pela diplomação de Roseana Sarney Murad,
segunda colocada no pleito de 2006. Apresentamos um breve preâmbulo sobre a
organização política e administrativa daquele dispositivo midiático que veicula os
editoriais coletados. Com a metodologia proposta, pudemos conduzir um gesto de
interpretação dos dados que nos permitiu montar uma trajetória mítico-messiânica da
candidatura de Roseana Sarney, atendendo aos passos de um Messias, conforme
Girardet (1987): poder, apelo, martírio e glória.
Palavras-chave: Discurso. Trajetória Messiânica. Política.
OS TOPÔNIMOS INSCRITOS EM OS TAMBORES DE SÃO LUÍS: ALGUNS ASPECTOS
DISCURSIVOS
Teresinha de Jesus Baldez e Silva - UFMA
Esta apresentação volta-se para reflexões acerca dos topônimos inscritos na obra Os
tambores de São Luís de Josué Montello. Dado que é possível “interrogar a linguagem,
não na direção a que ela remete, mas na dimensão que a produz” (Foucault, 1995), os
estudos toponímicos, como instrumento de investigação linguística e antropocultural,
favorecem que uma determinada configuração espacial possa ganhar existência pela
atividade de linguagem, ao fazer referência a uma realidade concreta e materializável
que se apresenta envolta em um simbolismo particular. Nesse contexto é que se
constrói o processo nominativo dos topônimos como uma prática discursiva do sujeito
que se delineia no ato batismo do enunciador e resulta em uma construção históricocultural na qual o topônimo passa a atuar como lugar de memória que se faz presente
em determinado momento da história. Assim, os topônimos, como uma forma de
resgate da memória de um lugar, revelam importantes dados do seu processo de
formação, dentre os quais, os aspectos históricos, políticos, econômicos, religiosos e as
relações de poderes que demarcam a identidade cultural de um povo. Pretende, ainda,
discutir, considerando o posicionamento do sujeito, a noção de espaço como uma
exterioridade que ultrapassa o aspecto físico-espacial e aponta para uma exterioridade
histórica e socioculturalmente produzida que é constitutiva da subjetividade do sujeito
discursivo.
Palavras-chave: Estudos Toponímicos. Discurso. Literatura Maranhense.
MARCAS DISCURSIVAS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Antônio Augusto Machado - UFMA
No presente trabalho, procuraremos fazer uma reflexão sobre as diversas possibilidades
que as Histórias em Quadrinhos (doravante HQ) apresentam, por meio de estratégias
linguístico-discursivas que operam para a veiculação de sentidos do texto. As HQs são
um Gênero textual bastante popular, devido à sua linguagem dinâmica, versátil e
acessível a todas as idades e níveis sociais. Constituindo-se uma forma narrativa
apreciada no mundo inteiro e que conquistou um amplo espaço na cultura do Século
XX, as HQs ainda são um fenômeno da sociedade contemporânea que estabelecem
uma profunda ligação com o contexto social em que estão inseridas. Com uma
linguagem própria, que associa texto e imagem, narrados em sequência, daí resultando
a alcunha de arte sequencial, as HQs promovem efeitos de sentido, veiculam
ideologias, valores; problematizam preconceitos e estabelecem um enfoque em áreas
temáticas como a ficção científica, o humor, a aventura, o terror, o universo infantil, a
literatura, a cultura nipônica (mangás), a história, o contexto político, a (auto)biografia,
entre outros. Verifica-se uma certa incipiência quanto à abordagem do referido corpus
no âmbito da pesquisa acadêmica, ainda cercado por certos estereótipos. Isso,
portanto, é que nos motiva a fazer uma incursão nesse sentido, por um viés linguístico,
e apoiado pela Análise do Discurso, buscando considerações que corroborem com a
visão de Maingueneau (2001) para categorias de análise como Polifonia e cena
enunciativa. Em suma, verificaremos porque as HQs nos apresentam como um veículo
discursivo-narrativo de possibilidades infinitas.
ENFOQUE DISCURSIVO DA EAD FACE À ORALIDADE
Luciana Rocha Cavalcante - UFMA
Nesta apresentação analisaremos o lugar da oralidade nos discursos que tratam da EAD
nos cursos de licenciatura em Letras com formação em língua estrangeira, para que
sejam investigadas as Concepções de Lingua(gem) e de Ensino que norteiam esse fazer
pedagógico. Na oportunidade, destacaremos a habilidade oral na busca do
desenvolvimento da competência comunicativa pelo aprendiz em um idioma
estrangeiro através das tecnologias de informação e comunicação adotadas na
atualidade. Ressaltaremos a importância da língua estrangeira para o aprendiz como
ferramenta que possibilita a interação do mesmo na sociedade e, enquanto sujeito
histórico-social do seu falar, ao entender e ser entendido em sua área específica de
interesse. Nesse contexto, a linguagem torna-se elemento central para a sociabilidade
humana, intrínseca à ação do homem, dotada de efeitos de sentido em função do
espaço social e dos sujeitos que a compõem. Dessa forma, não devemos estudá-la fora
da sociedade e da cultura, uma vez que os processos constitutivos da linguagem são
histórico-sociais, o que vem determinar que nessa relação não podemos considerar
nem a sociedade como dada, nem a linguagem como produto: elas se constituem
mutuamente. (ORLANDI, 1996). Nosso estudo fundamenta-se nas categorias inerentes
à Análise do Discurso como discurso, sujeito e memória à luz dos estudos de Pêcheux
(1988,1997 e 1999) e Foucault (1999 e 2008). Esta pesquisa revelou que a oralidade
ocupa um lugar secundário nessa modalidade de ensino nos cursos de Letras, em
virtude, principalmente, de problemas de infraestrutura tecnológica, pela substituição
das atividades orais por escritas e pela carga horária reduzida para a realização de
atividades interativas que necessitam das habilidades de ouvir, interpretar e falar.
Palavras-chave: Oralidade. Concepção de língua(gem). Ensino de línguas estrangeiras.
Ensino a distância. Discurso. Sujeito.
UM OLHAR SOBRE A DISCURSIVIDADE DO
SUJEITO NO ATO DE NOMEAR
Suzana Maria Lucas Santos de Souza - UFMA
O presente trabalho destina-se a abordar questões inerentes à designação de pessoas,
considerando-se aspectos que extrapolam o indivíduo a ser nomeado, como a atitude,
o gesto e os valores daquele que nomeia. Dar nome, nos lembra Guimarães (2005),
torna-se um meio de inscrever intrínsecas relações sócio históricas e culturais. A escolha
de um nome é geralmente influenciada por alternativas, tendências e características de
determinados discursos veiculados em uma dada época. Nessa perspectiva, defende-se
que atribuir um nome a alguém é um processo enunciativo em que diferentes
enunciações se inscrevem. O antropônimo não pode ser pensado apenas a partir de
seu caráter estrutural, mas configura-se em um signo, por natureza cultural, sempre
associado a um valor (BAKHTIN, 2006). Destaca-se, particularmente, a opção pelos
nomes estrangeiros, sobretudo os advindos da língua inglesa, e suas motivações por
parte do sujeito designador, que, por sua vez, atribui ao idioma importado valores
simbólicos associados à concepção de poder, de força, de verdade. O universo
contemplado na pesquisa foram escolas da rede pública da cidade de São Luís, MA. A
temática investigada abrange questões de identidade e questões de interinfluência entre
as línguas, pois uso de prenomes estrangeiros tem implicações para além das fronteiras
de uma mera nomeação.
Palavras-chave: Designação de pessoas. Processo enunciativo. Relações sócio históricas
e culturais. Língua inglesa.
MICHEL PÊCHEUX E QUENTIN SKINNER:
POR UMA TEORIA DA INTERPRETAÇÃO
Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira - UFMA
Neste trabalho, traçaremos o itinerário de Michel Pêcheux no âmbito da Análise do
Discurso Francesa, enfocando os autores e contextos sócio-históricos que o
influenciaram. Abordaremos o seu projeto de análise de discurso, unindo a linguística e
a História. Analisaremos a sua concepção de sujeito, discurso e linguagem. Neste
sentido, será considerada a inserção de Michel Pêcheux nas três fases da Análise do
Discurso, a sua teoria materialista do discurso e os conceitos de formação discursiva,
formação ideológica, interdiscurso, sentido e memória discursiva. Apontaremos alguns
pontos de confluências entre a concepção de interpretação de texto de Michel Pêcheux
e a de Quentin Skinner, particularmente a teoria de interpretação de textos de Skinner
denominada de contextualismo linguístico no interior da História Intelectual.
Palavras-chave: Michel Pêcheux, Quentin Skinner, Interpretação.
LOVECRAFT E OS LIMITES DO PENSAMENTO
Erick Felinto de Oliveira - UERJ
Desde pelo menos a publicação do célebre ensaio de Michel Houellebecq (H.P.
Lovecraft: Contre le Monde, Contre la Vie, 1991), a obra do escritor norte-americano
H.P. Lovecraft vem experimentando uma curiosa passagem dos universos da cultura
popular e massiva para os domínios mais sofisticados do pensamento contemporâneo.
Considerado pelo filósofo argentino Fabián Ludueña como pensador que “traça um
horizonte com que a filosofia atual deve medir-se para aspirar a permanecer na
existência do pensar” (H.P. Lovecraft: la disyunción en el Ser, 2013, p. 15), Lovecraft se
tornou, na verdade, o herói de todo um movimento filosófico nascido nos últimos 20
anos, o Realismo Especulativo. Tema da obra de Graham Harman Weird Realism: H.P.
Lovecraft and Philosophy (2012), o autor foi também adotado como referência
fundamental por jovens filósofos como Nick Land, Reza Negarestani, Ben Woodard e
Eugene Thacker. Este último, em seu brilhante ensaio In the Dust of This Planet: the
Horror of Philosophy (2011), vê Lovecraft como pensador que aborda o horror da vida
e seu problemático estatuto nos horizontes da ciência e da filosofia. O objetivo desta
comunicação será oferecer um panorama das releituras contemporâneas do escritor no
quadro de uma filosofia da cultura e de uma ontologia pós- ou trans-humanista. Nesse
panorama, o escritor de Providence surge como criador da primeira grande mitologia
efetivamente pós-humana, na qual a matéria e as entidades não-humanas assumem
primazia cosmológica. Em que sentido - eis a pergunta-chave - Lovecraft pode
efetivamente ser considerado um pensador que tematiza questões vitais para o presente
e para o futuro do pensamento? Em que medida seria ele uma das principais forças
dirigentes de uma manifestação essencialmente contemporânea (“pós-moderna”?) e
“planetária” do horror?
LOVECRAFT E A FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Naiara Sales Araújo Santos - UFMA
A Ficção Científica Brasileira tem suas primeiras manifestações no início do século XX
influenciada por tendências anglo-americanos que se baseavam, sobretudo, em
estrapolações da biologia e da astronomia. De acordo com a pesquisadora norteamericana, Elizabeth Ginway (2005), “a ficção científica, como um gênero associado ao
primeiro mundo torna-se uma mistura curiosa, no Brasil”. Ao mesmo tempo em que
apresenta um projeto de resistência, também mostra-se adepta ao processo de
modernização. Em meio ao tumulto e contradições gerados pelos avanços tecnológicos,
a ficção científica brasileira, com frequência, projeta mitos brasileiros de identidade
herdados do passado, para uma sociedade do futuro. Nessa perspectiva, na década de
90, escritores brasileiros utilizaram o gênero para refletir sobre os impactos do processo
de modernização e avanços tecnológicos na sociedade e cultura brasileira. Em meio a
contextos nacionais, mas inspirados em tendências internacionais, escritores como
Marcia Kupstas e Carlos Orsi elaboram sua crítica utilizando-se de elementos muitos
próximos a aqueles utilizados por Lovecraft em seus contos de fantasia e horror. O
objetivo desta comunicação é fazer uma análise comparativa das obras O Demônio do
Computador de Márcia Kupstas e Tempos de Fúria de Carlos Orsi à luz da Filosofia do
Cosmicismo empregada pelo escritor Norte Americano H.P Lovecraft.
CIBORGUE: O CIDADÃO PÓS-MODERNO
Luan Passos Cardoso - UFMA
A evolução da tecnociência, desde 1950, tem levado a humanidade a repensar a forma
como os seres humanos interagem em sociedade, discutindo sobre quais são os limites
físicos e intelectuais da raça humana. Essas reflexões se tornaram mais evidentes
quando a literatura, o cinema e as instituições políticas perceberam que a união entre a
máquina e o ser humano é uma fusão inevitável. Diante desta nova possibilidade social
eis que surge o ciborgue, uma criatura constituída de partes orgânicas e partes
robóticas, possuindo habilidades e características que fogem a certas regras do “limite
humano”. Obras como: Frankenstein, Cyborg Citizen, O Homem-Máquina. Manifesto
Ciborgue, entre outras, argumentam sobre qual seria o lugar dos ciborgues, dos seres
humanos, da ciência e da política num mundo futuro que parece estar cada vez mais
presente. O objetivo deste artigo, alicerçado pelas ideias do professor Chris Hables
Gray e da cientista Donna J. Haraway, é traçar o limiar dessas discussões expondo os
principais pontos que definem o que são os ciborgues, como será uma sociedade
formada por essa nova forma de vida, como a sociedade atual observa as possibilidades
bélicas inclusas na questão ciborgue e se os atuais avanços tecnológicos, principalmente
na criação da Inteligência Artificial – IA, virão para melhorar a qualidade de vida ou se
contribuirão para a aniquilação da sociedade como a conhecemos.
Palavras-chave: Política. Tecnociência. Ciborgue.
I, (GOOD OR BAD) ROBOT?: A INCIDÊNCIA DO COMPLEXO DE FRANKENSTEIN NA
VERSÃO LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA DO CLÁSSICO ASIMOVIANO
Jucélia de Oliveira Martins - UFMA/UNICEUMA
O presente estudo comparativo foi elaborado a partir da leitura do livro “Eu, robô” de
Isaac Asimov e de sua adaptação fílmica (de mesmo nome), lançado em 2004 sob a
direção de Alex Proyas. Este estudo visa investigar a incidência e a forma como é
abordado o “Complexo de Frankenstein” na obra literária e na versão cinematográfica.
E ainda, demonstrar a influência que este “complexo” exerceu e exerce sobre outras
produções fílmicas. Para alcançar tal fim, será usado como suporte teórico principal os
conceitos e explicações formuladas pelo próprio Asimov sobre diversas questões que
permeiam o mundo da ficção científica (principalmente aquelas correlatas à robótica);
assim como as opiniões de diversos críticos literários e cinematográficos, roteiristas e
professores, como Arlindo Machado, Jacques Aumont, Fernando Mascarello, Anthony
Burgess, Terry Eagleton, Muniz Sodré, Marcos Rey, James Naremore, Tzvetan Todorov,
Donna J. Haraway, Heitor Capuzzo, Julio Jeha e outros. Embasado nas teorias
levantadas pelos autores citados, este trabalho também pretende demonstrar, de forma
fundamentada, o papel da Literatura para o engrandecimento do Cinema, a
impossibilidade de se realizar uma adaptação fílmica completamente fiel à obra
adaptada e a importância da originalidade para se definir se um filme faz parte do
cinema arte ou indústria.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Asimov. Adaptação. Fidelidade.
“O HOMEM DUPLICADO”: A INTERPRETAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA OBRA
SARAMAGUIANA
Fernanda Libério Pereira - UFMA
Mizraim Nunes Mesquita - UFMA
A obra “O Homem Duplicado” de José Saramago, publicada em 2002, suscita várias
questões relativas à (des)construção identitária do homem pós-moderno. Encontramos
no livro um homem que, em um dado momento, descobre-se imerso em uma rede de
dúvidas sobre sua própria existência, quando confrontado com a possibilidade de ter
um duplo, outro homem dotado de características físicas idênticas às suas. Nesta obra,
bem como na produção saramaguiana em geral, a narrativa é reconhecidamente densa,
provocativa e repleta de simbologias, que enriquecem as possibilidades interpretativas
do leitor sobre as diversas temáticas que a permeia. Por conta disso, não faltam
motivações para levar às telas dos cinemas as complexas tramas elaboradas pelo autor,
como o que ocorreu com “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008) e “Embargo” (2010),
dirigidos respectivamente pelo brasileiro Fernando Meirelles e pelo português Antônio
Ferreira. Neste trabalho pretendemos discutir de que maneira as metáforas presentes
no livro “O Homem Duplicado” foram representadas na adaptação fílmica, intitulada
“Enemy”, realizada pelo diretor canadense Denis Villeneuve, lançada em 2013. Para
fomentar a discussão serão ponderadas as considerações de Stuart Hall sobre o
conceito de identidade na pós-modernidade, juntamente à contribuição de Madalena
Aparecida Machado no que tange a forma como Saramago compreendeu e
representou o homem pós-moderno. Para tratar sobre o processo de adaptação do
romance de Saramago para o cinema, contamos com as contribuições de James
Naremore, Robert Stam, Naiara Sales Araújo, entre outros.
Palavras-chave: Literatura. Cinema. Saramago.
OS MONSTROS E NÓS:
RELAÇÕES DE ALTERIDADE EM IN THE FLESH
Stéfanni Brasil da Silva - UFMA
Nos últimos anos a temática de zumbis tem estado cada vez mais presente nas
produções televisivas e cinematográficas. Tal fixação por zumbis, monstros e vampiros
sempre atraiu a curiosidade de estudiosos em discutir a relação que o ser humano tem
com o corpo monstruoso – e o que isso representa. In The Flesh, seriado britânico
transmitido pela BBC, encontramos uma sociedade que, diferentemente do famoso The
Walking Dead, sobreviveu a um apocalipse zumbi, conseguindo reestruturar a ordem
social. Cientistas que viam estes espécimes como verdadeiros objetos de estudo,
criaram a Nortriptilina, um medicamento que repara as ligações cognitivas dos seus
cérebros, trazendo suas memórias de volta e reabilitando-os à sociedade. Kieren
Walker é um adolescente que toma esse medicamento e agora é um Portador da
Síndrome do Falecimento Parcial, nome desse fenômeno que fazia as pessoas se
alimentarem de outras inconscientemente. Dirigido por Dominic Mitchel, o seriado
trata da ressocialização dos portadores da síndrome, das dificuldades encontradas, a
reação das famílias e da sociedade nesse processo de reabilitação. Encontrar-se assim
face a face com aquele ser monstruoso que outrora destruíra suas casas, faz com que
alguns vivos se sentem ameaçados e os discriminam, chegando até mesmo a matá-los.
Quem são eles? O que se tornaram? Quem somos nós? Este trabalho pretende discutir
a construção da identidade, da alteridade e da diferença em In The Flesh e como isso é
abordado, tomando como base teórica Stuart Hall, a fim de mostrar que se torna cada
vez mais difícil e delicado separar o monstruoso do humano.
Palavras-chave: Monstros. Diferença. Identidade.
LA AURA DE FELIPE, EL CONSUELO DE LLORENTE:
UM ESTUDO DO DUPLO MASCULINO EM AURA,
DE CARLOS FUENTES
Dayane Andréa Rocha Brito - UFMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA
Dentre as diversas obras do escritor mexicano Carlos Fuentes, um dos maiores autores
da literatura de língua espanhola, a novela Aura se destaca pelo surpreendente jogo de
identidades e duplos, sendo mais proeminente entre as análises até então realizadas
acerca da obra a duplicidade existente entre Aura e Consuelo. Está presente na história,
no entanto, outro duplo não tão explorado, porém igualmente interessante: Felipe
Montero, historiador contratado por Consuelo e apaixonado por Aura, e Llorente,
general e falecido marido de Consuelo. Diversos elementos componentes da narrativa
corroboram para interpretação de que Montero é o duplo de Llorente: a similaridade
entre o perfil e dormitório das duas personagens, a lembrança que Montero tem de
detalhes da casa que não existem na época que lá se instala (porém presentes na época
em que viveu Llorente), a missão do jovem historiador de revisar e finalizar as
memórias do general, a narração em segunda pessoa, a desconstrução da identidade do
jovem Felipe em direção ao retorno do general à medida que, nas lembranças deste
último, descobre a si mesmo. Objetivando comprovar a existência do duplo entre as
duas personagens masculinas da obra, esse trabalho utiliza como suporte teórico
autores que transitam pela psicologia e psicanálise, tais como Sigmund Freud e Carl
Gustav Jung, pelo estudo dos duplos e da literatura fantástica, tais como Carl Francis
Keppler e Tzvetan Todorov, respectivamente.
Palavras-chave: Duplicidade. Literatura fantástica. Aura.
REINVENTANDO DEUSES: OS ARQUÉTIPOS E OS MITOS EM THE WICKED + THE
DIVINE
Ludmila Gratz Melo - UFMA
A cada noventa anos, doze deuses encarnam em seres humanos. Eles sempre
desempenham papéis influentes em cada uma dessas encarnações, sua geração de
deuses é amada, invejada e seguida por multidões. No ano de 2014, eles encarnaram
como estrelas do universo pop. Por mais sugestiva que essa forma escolhida possa
parecer, essa é a premissa de The Wicked + The Divine, quadrinho publicado pela
Image Comics e produzido pelo roteirista britânico Kieron Gillen e pelo desenhista,
também britânico, Jamie Mckelvie. O material mistura deuses mitológicos, arquétipos
da música pop, além de fazer referência clara a figuras conhecidas do gênero musical.
Neste trabalho, pretende-se explorar a relação entre os arquétipos utilizados e os mitos
nos quais eles tomaram forma dentro da obra. Para trabalhar com o conceito de
arquétipo, será utilizada como base a teoria do psicólogo suíço Carl Jung. Será também
feita uma análise dos arquétipos utilizados na construção das personagens do
quadrinho. Para compreender os mitos apresentados dentro da obra foi feita uma
leitura introdutória nos trabalhos de Joseph Campbell, além de outros pesquisadores
dos campos de estudos míticos.
Palavras-chave: Quadrinho. Arquétipo. Mito.
PERFIS INSTITUCIONAIS NO TWITTER E PROPÓSITO COMUNICATIVO: ANÁLISE
DE POSTAGENS
Franklin Oliveira Silva - UFPI
A sociedade acostumou-se, após o surgimento das novas mídias em seu cotidiano, a
acessar uma quantidade imensurável de conteúdos de forma quase instantânea. A
própria estrutura da web é construída de forma a possibilitar a visualização de inúmeras
mensagens em um curto espaço de tempo. Dentro desse contexto, o twitter constitui-se
como uma ferramenta de interação online que tem sido muito utilizada pela maioria
das instituições públicas e privadas com propósitos comunicativos diversos. Com
mensagens rápidas de no máximo 140 caracteres e com o uso de recursos como links,
imagens, áudios e vídeos; os tweets (mensagens postadas no twitter) podem revelar
propósitos que muitas vezes não são declarados. Discutimos, neste trabalho, possíveis
propósitos comunicativos imbricados nas postagens do twitter institucional dos
Governos de Estados do Nordeste do Brasil e as estratégias utilizadas para alcançar esses
propósitos. Utilizamos como base teórica a noção de propósito comunicativo
apresentada por Swales (1990, 2004) e Askehave e Swales (2001), e os estudos sobre
perfis institucionais no Twitter, desenvolvidos por Castro (2012) e Viana (2013) e sobre
o enunciado do Twitter (TEIXEIRA, 2012). Coletamos para esta pesquisa 10 postagens
de todos os perfis dos estados nordestinos, acessadas no dia 21 de fevereiro de 2014,
entre as 7h e as 9h, nas quais analisamos os recursos utilizados na divulgação de
informações desses perfis institucionais. Identificamos, entre outros recursos, o uso de
links, fotos, linguagem dialogada, e enunciados superconcisos com linguagem da
internet. Para medir a interação com os seguidores, utilizamos a ferramenta métrica
Kred disponível na internet. Após a análise das marcas linguística e não linguísticas das
postagens coletadas, observamos como propósitos mais evidentes: a promoção dos
governantes ou do próprio governo de forma comedida, anunciando obras e ações; a
divulgação de eventos relacionados a esporte, lazer e cultura, além de serviços de
utilidade pública; a tentativa de interação com os seguidores.
Palavras-chave: Perfis Intitucionais. Redes Sociais. Postagens. Comunicação.
PROPÓSITOS COMUNICATIVOS E SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS EM POSTAGENS
DE PERFIS DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS NO TWITTER
Ismael Paulo Cardoso Alves - UFPI
Beatrice Nascimento Monteiro - UFPI
Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma relação entre propósitos comunicativos
e sequências tipológicas em postagens de perfis de tribunais de justiça no Twitter.
Nossa pesquisa dialoga com outros trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa
Cataphora, como os de Alexandre (2012), Castro (2012) e Viana (2013). Seguindo esses
trabalhos, entendemos o Twitter como um conjunto de affordances, que são as
possibilidades e as restrições comunicativas oferecidas pelo meio. Como conjunto de
affordances, o Twitter funciona como um locus no qual se instanciam diferentes
gêneros. No caso, nossa análise incide sobre o gênero perfil institucional de tribunais de
justiça. Buscamos analisar propósitos comunicativos explícitos e implícitos desses perfis,
tomando como explícitos aqueles que são declarados pela instituição e como implícitos
aqueles que, embora não sejam declarados, são inferíveis pelo conteúdo das postagens.
Além disso, estabelecemos uma relação entre os propósitos identificados e as
sequências tipológicas presentes nas postagens. Nosso aporte teórico são os estudos
sobre gênero e affordances de Miller (2012), propósito comunicativo de Swales (2009)
e sequências tipológicas de Adam (2009). Para desenvolver nossa análise, selecionamos
cinco perfis de clubes de tribunais de justiça, dos quais analisamos 10 postagens e as
suas respectivas descrições da Bio. A partir de nossa análise, verificamos que o
propósito comunicativo de divulgar atividades da instituição efetiva-se por meio de
sequências narrativas, argumentativas, descritivas e explicativas; enquanto o propósito
de promover a instituição ocorre de maneira escamoteada através da sequência
narrativa.
Palavras-chave: Twitter. Perfis de Tribunais de Justiça. Affordances
GÊNERO RESENHA EM PERIÓDICOS ONLINE DA ÁREA DE LINGUÍSTICA: POR
QUE A FORMA SOBREPÕE O CONTEÚDO?
Lafity dos Santos Alves - UFPI
Francisco Alves Filho - UFPI
A resenha é um gênero recorrente nos meios acadêmicos e utilizados frequentemente
como forma de contato com novas teorias (VIAN Jr e IKEDA, 2009). Ademais, atende à
função social de avaliar e descrever um livro publicado ou traduzido recentemente por
uma especialista de um determinado campo do conhecimento, além de ajudar a
atualizar os leitores e suprir sua falta de tempo para ler textos inteiros (CARVALHO,
2002). Diante disso, o objetivo desta pesquisa é descrever a estrutura esquemática das
resenhas publicadas em periódicos online da área de linguística, procurando
explicações para o funcionamento desse gênero que circula em revistas virtuais de
nosso país e que fazem parte do mundo acadêmico dos profissionais, sejam eles, alunos
ou professores, de Letras. Para tanto, faremos uso dos pressupostos teóricos de gênero
dos Estudos Retóricos de Gêneros (MILLER, 2009; DEVITT, 2004). Metodologicamente,
faremos nossas análises atentando para os movimentos retóricos do gênero resenha,
uma vez que “os movimentos retóricos de textos pertencentes a um mesmo gênero
ajudam a verificar a existência de regularidades na organização da informação” (PARÉ e
SMART, 1994), o que possibilita encontrar explicações para o funcionamento de um
dado gênero. Ao analisarmos os movimentos retóricos do gênero em questão, verificouse uma ênfase na descrição e uma recorrente ausência de apreciação negativa de uma
dada obra resenhada. Assim a resenha é vista apenas como um espaço em que se fala,
se expõe um produto de forma positiva, servindo mais como um lugar de propaganda,
de venda de um produto do que um espaço em que também se possa discordar de
uma determinada ideia exposta na obra.
Palavras-chave: Resenha. Periódicos. Linguística.
PERFIS ORGANIZACIONAIS E INSTITUCIONAIS NO TWITTER: UMA ANÁLISE DA
EXPERIÊNCIA DE NÃO-RECORRÊNCIA DE EXEMPLARES DOS GÊNEROS
Bruno Diego de Resende Castro - UFPI
Leila Rachel Barbosa Alexandre - UFPI
Este trabalho é decorrente de pesquisas realizadas sobre o Twitter no núcleo
Cataphora, nas quais defende-se que esse sistema de comunicação online serve à
construção de diversos gêneros. Esses diversos gêneros estão ligados à diversidade de
função, forma, conteúdo e esferas da atividade humana que constituem os perfis e
ainda às exigências próprias do meio em que se realizam, no caso o Twitter.
Considerando estes pressupostos, observaremos o fenômeno dos perfis institucionais e
organizacionais no Twitter que, embora tenham que construir uma imagem confiável e
séria da empresa ou instituição, usam configurações de forma e conteúdo que tendem
à pessoalidade — inclusive com traços de humor típicos de outros tipos de perfis —,
numa aparente contradição em relação ao objetivo que se espera que eles cumpram.
Nesse caso, ao invés de buscar os traços de recorrência nos perfis analisados,
buscaremos as características que os fazem diferentes e, por isso mesmo, possíveis
incentivadores de uma futura prática recorrente, no caso de obterem sucesso com suas
ações comunicativas. Para subsidiar nosso trabalho utilizaremos como base teórica
principal as ideias de Miller (2009 [1984]) e Devitt (2004) sobre gêneros retóricos, que
nos possibilitam analisar as práticas linguageiras no seu uso cotidiano, em situações reais
de comunicação. Nossa pesquisa também baseia-se em Castro (2012), Alexandre
(2012) e Alves Filho et al (2013) para entender o funcionamento dos gêneros no
Twitter. O corpus utilizado nessa pesquisa advém dos estudos realizados no núcleo
Cataphora, focando-se nas experiências de perfis organizacionais e institucionais que
mostrem uma atividade de produção de conteúdo diferente do que se costuma
observar recorrentemente nos outros perfis do mesmo tipo.
Palavras-chave: Twitter. Núcleo Cataphora. Perfis organizacionais e institucionais.
O PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO NA NOTÍCIA ONLINE: QUANDO A
FONTE É O FATO
Emanoel Barbosa de Sousa - UFPI
Maria Lourdilene Vieira Barbosa - UFPI
Segundo Van Dijk (1990 [1988]), a estratégia mais fácil de reprodução do material
selecionado pelo jornalista é a literal. Nesse caso, o autor se reporta ao jornalismo
impresso, cuja limitação de tempo e espaço interfere bastante na produção noticiosa.
No caso da notícia online ou webnotícia, as condições de espaço e tempo são
diferenciadas, algo que tem contribuído para que a utilização ou processamento do
texto-fonte seja também diferenciado. Discutimos, neste trabalho, a importância do
texto-fonte para o funcionamento social da notícia online. Para isso, analisamos casos
de notícias publicadas em portais jornalísticos, examinando estratégias de
retextualização, com base em Marcuschi (2010 [2000]) e Gomes (1995), realizadas pelo
jornalista para o processamento da informação que constitui a base dessas notícias. Para
explicar o efeito retórico da utilização dessas estratégias no gênero notícia online e a
importância dessas para o que é realizado através desse gênero, empregamos a teoria
sociorretórica de gêneros, considerando as noções de ação social, situação retórica e
propósito comunicativo, com base em Miller (2009 [1984]), Bazerman (2009) e Swales
(1990). As análises apontam que o processamento da informação na notícia online está
intimamente relacionado ao meio de circulação desse gênero, a internet. Dessa forma,
muito mais do que servir como fonte, o texto que fundamenta a notícia funciona como
um documento “comprobatório” do fato, no sentido de que a presença deste na
notícia atua sobremaneira como uma estratégia retórica que dá ao leitor a impressão de
que o mesmo está tendo acesso direto e imediato ao fato apresentado, ou seja, à
verdade. Logo, na internet, o efeito retórico criado para que as notícias veiculem
socialmente como fatos é intensificado pela possibilidade dada ao leitor de ter acesso
ao texto-fonte, embora isso também seja parte de uma manipulação estratégica para
levar o mesmo a crer ou acreditar nisso.
Palavras-chave: Webnotícia. Processamento da Informação. Retórica.
AS VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS E
NELSON PEREIRA DOS SANTOS
Jurema da Silva Araújo - UESPI
O nordeste, tal qual o pensamos hoje: terra seca, assolada pela fome, inerte e insólita
não é uma paisagem natural, tampouco representa a genealogia de um povo. Esse
nordeste é o testemunho do processo histórico de exploração econômica sob a qual se
erigiu um território marcado pelas desigualdades sociais. Tendo como referência esses
apontamentos históricos, buscamos, neste estudo, analisar as narrativas de um nordeste
brasileiro particular, o da pecuária, veiculado na novela Vidas Secas, de Graciliano
Ramos (1997) e na sua adaptação fílmica por Nelson Pereira dos Santos (1963).
Analisamos equivalências entre a narrativa literária e a fílmica, ficando patente, pois,
que ambas se complementam e que, embora com suportes distintos, elas narram um
tipo de nordeste muito particular: o nordeste da seca. Assim, como pano de fundo,
refletiremos sobre a relação entre cinema e literatura, seus elos e seus confrontos.
Depreendemos da leitura destas narrativas que elas se estruturam a partir de dois
sentidos: os silêncios e as movências. O sentido de constante movência converge,
especialmente, para o debate sobre a reforma agrária, inferido por Graciliano e
apreendido por Nelson pereira dos Santos. Como referenciais teóricos, recorremos aos
estudos de Celso Furtado (2000), Linda Gualda (2010), Dione Moraes (2006), Anelise
Corseuil (2005), dentre outros.
Palavras-chave: Vidas Secas. Literatura e Cinema. Nordeste brasileiro
LIVROS, LEITURA DIGITAL E PARTILHA LITERÁRIA
Cassia Furtado - UFMA
No contexto contemporâneo presencia-se o impacto da web 2.0 na rotina dos
indivíduos, com isso, aspectos culturais estão passando por mutações históricas, a
exemplo das práticas da leitura e escrita. Privilegiando as pessoas e suas relações, a web
social amplia as possibilidades de leitura e escrita, com a inclusão dessas práticas
também em media digital, como wikis, blogs e redes sociais. E as crianças e jovens são
modelos para a sociedade do que atualmente é prática de leitura e escrita, em vários
media e simultaneamente. Considera-se que a web 2.0, notadamente as plataformas
sociais, podem expandir as oportunidades de leitura e escrita e, dessa maneira, ser
parceira do livro tradicional no incentivo a essas práticas. As plataformas sociais, por
valorizarem o contributo coletivo, oportunizam aos leitores a leitura interativa, contato
entre leitores, entre leitor e autor e capacidade de expressão, além de serem
instrumentos relevantes para aquisição de informações sobre o texto literário. Assim, o
uso de tais ferramentas pelos atores sociais proporcionam estímulo a leitura. Apresenta-
se o Portal Biblon, biblioteca digital de literatura infantil em língua portuguesa, que
permite a formação de uma rede social de leitores e escritores entre os utilizadores, a
partir das interações proporcionadas em torno do texto literário. A plataforma conta
com livros da literatura infantil, na faixa etária dos 6 aos 10 anos, escritos no Brasil e em
Portugal, cujo títulos encontram-se em domínio público. A plataforma foi elaborada por
uma equipe interdisciplinar do Departamento de Comunicação e Arte-DECA, da
Universidade de Aveiro e foi objeto da pesquisa da Doutora Cassia Furtado, por
ocasião do seu doutorado na referida universidade. A partir do segundo semestre do
corrente ano, o Biblon será utilizado por escolas do ensino fundamental da rede
pública, em São Luís, sendo alvo de pesquisa patrocinada pela FAPEMA, cujo objetivo
principal é analisar a introdução de livros digitais e novos sistemas hipermidiáticos no
incentivo a leitura, criação, expressão e partilha literária, como potencializadores dos
processos ensino, aprendizagem e de criação de conhecimento para alunos do ensino
fundamental, assim como também, mapear o processo de interação e partilha
ocasionada entre os leitores infantis.
Palavras-chave: Plataformas sociais. Portal Biblon. Leitura Interativa.
A AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA EXPERIÊNCIA DA CRIANÇA EM IDADE
ESCOLAR AO INTERAGIR COM LIVROS DIGITAIS DE INCENTIVO À LEITURA E
PRODUÇÃO LITERÁRIA: ESTUDO DE CASO PORTAL BIBLON
Luciana Santos Sousa - UFMA
A presente pesquisa inseri-se na linha de pesquisa Design e Produtos Multimídias do
Programa de Pós-Graduação em Design, tendo como objetivo: levantar revisão de
literatura referente ao livro digital e sua influência nos dias atuais sobre os nativos
digitais; compreender o design de interação nos livros digitais voltados para a criança;
estudar a interação homem-computador, de modo especial, analisar o processo
cognitivo da criança com o sistema e com interfaces que possibilitam acesso e a
produção de textos digitais; propor mudanças/evoluções na interface e/ou usabilidade
do Portal Biblon e apresentar uma prototipação com sugestões para uma nova versão
do Portal Biblon, com melhorias em sua interface e usabilidade. A pesquisa terá como
temática o design de interação, a usabilidade, livros digitais e nativos digitais. De acordo
com Norman (2006), “design centrado no usuário é uma filosofia baseada nas suas
necessidades e nos seus interesses, que dá atenção especial à questão de fazer produtos
compreensíveis e facilmente utilizáveis”. Segundo Jakob Nielsen (1993) a “usabilidade é
um atributo de qualidade que avalia quão fácil uma interface é de usar”, ou “a medida
de qualidade da experiência de um usuário ao interagir com um produto ou um
sistema”. Com base nos autores, considera-se imprescindíveis que os produtos
interativos sejam alvo de estudo de usabilidade, antes, durante e após o término do seu
processo, através de avaliações. Dessa forma, percebe-se a importância do teste de
usabilidade para avaliar a eficácia da interface do Portal Biblon no momento em que as
crianças estão interagindo com ele, para que se possam compreender os pontos que
podem/devem ser melhorados. A revisão de literatura terá base nos autores: ALTY, J. L.
(1991); PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen (2013); NIELSEN, Jakob.
(1993) e NORMAN, Donald A. (2006).
Palavras-chave: Portal Biblon. Design. Usabilidade.
DESIGN E FORMAÇÃO DE LEITORES:
UM OLHAR PARA OS LIVROS DIGITAIS
Edilson Thialison da Silva Reis - UFMA
A leitura é instrumento para cidadania, fundamental na sociedade, destaque para a
sociedade do século XXI, cada vez mais letrada. Dessa forma, a leitura está interligada
no processo de construção do conhecimento, envolvendo vários processos e um
conjunto de atores. Nesse contexto encontramos profissionais que atuam como
mediadores, dentre os quais o designer. Para compreender a relação entre design e
formação de leitores, Frascara (2002), aponta para a necessidade de abandonar o
paradigma do Design como “construção de gráficos, produtos, serviços, sistemas e
ambientes e pensá-los como meios para as pessoas agirem, realizarem seus desejos e
satisfazer suas necessidades”. Dessa forma, o autor desmaterializa o objeto do design, e
passa a pensá-lo como mediador de um processo de interação. Jackeline e Alexandre
Farbiarz (2004) sugerem utilizar o design como uma estratégia de envolvimento para a
leitura e para o diálogo com os leitores. Diante a tantas inovações, notadamente com
introdução dos livros digitais no campo da leitura literária, surge o problema da
pesquisa: qual o papel do designer como mediador da leitura literária de livros digitais
infantis? Considera-se que o designer, ao gerenciar a linguagem visual utilizada na
elaboração de livros digitais, deve ter como objetivo facilitar o processo perceptivo,
minimizando obstáculos que acabam dificultando a leitura e compreensão. Assim, o
designer interfere diretamente nesse processo, e passa a ser não mais um profissional
que contribui com o processo, mas sim um profissional responsável pela formação
daquele leitor em potencial, ou seja, assume automaticamente o papel de formador de
leitor. A pesquisa inserida na Linha Design e Produtos Multimídias, do Programa de
Pós-Graduação em Design, terá como objeto analisar o papel do designer, como
mediador do processo de leitura digital e a análise terá como objeto os livros infantis
que constituem o acervo da biblioteca digital do Portal Biblon. Para a revisão de
literatura serão utilizados alguns autores como: Frascara (2002), Fascioni (2007), Flusser
(2007), Hendel (2003), Levy (2009), Marinho (2001), Villas-Boas (2000), Smaniotto
(2014), Farbiarz (2004).
Palavras-chave: design. Formação de Leitores. Processo de Leitura.
MEMÓRIA E HISTÓRIA NA LITERATURA MARANHENSE: A REPRESENTAÇÃO DA
CIDADE EM VENCIDOS E DEGENERADOS DE NASCIMENTO DE MORAES
Márcia Angélica Pontes da Silva - UESPI
O presente trabalho tem por objetivo analisar a representação da cidade de São Luis
presente na obra Vencidos e degenerados de autoria do jornalista e literato Nascimento
de Moraes. A narrativa prossegue acompanhando os passos de um jovem mulato, filho
natural de escravos e adotado pela família de um jornalista, até sua maturidade.
Mostrando o submundo dos poetas, da malandragem da rua e dos grêmios dos jovens
escritores que sonhavam reviver a Atenas Brasileira. Em meio a tantos sentimentos, o
autor oferece uma leitura significativa sobre a cidade naquilo que ela tem de mais
íntimo, através da memória social: os costumes, os vícios e os desejos de seus
habitantes. A partir do diálogo entre Memória e História, investigamos de que maneira
o autor elabora a história de uma cidade em meio a permanências de ordem social e
cultural. O autor representa com fina ironia os costumes e tradições da cidade nos
primeiros anos da República. Autores como Bosi (2002), Chiappini (2001), Correia
(1993), serão aqui mencionados com um suporte teórico, na medida em que elucidam
traçados seguidos com o intuito de desvendar, conhecer este estudo de memória e
história.
Palavras-chaves: São Luís. Memória. História.
A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA NA PERSONAGEM ULISSES EM ULISSES ENTRE O
AMOR E A MORTE
Márcia Angélica Pontes da Silva - UESPI
O presente trabalho pretende oferecer uma análise acerca da obra Ulisses entre o amor
e a morte de Orlando Geraldo Rego de Carvalho, com o objetivo de observar a
presença da memória individual e coletiva o relato da personagem principal do
romance, estabelecendo um cruzamento entre literatura e memória. Considerando-se a
memória como parte integrante no resgate de fatos passados, esse estudo mostra a
presença das memórias por meio de um relato que mostra as relações de lembranças e
memórias presentes em todas as páginas do romance. A partir dos eventos relatados
percebemos que Ulisses tece suas lembranças com um profundo teor familiar e
intimista, buscando revelar-nos sua origem e a construção de sua pessoa, abrindo as
portas do seu passado com uma descrição detalhada e encantadora. Como
pressupostos teóricos são utilizados os conceitos de Ecléa Bosi, Joel Candau e Maurice
Halbwachs, para demonstrar a predominância da memória em toda narrativa. A
importância desta pesquisa deve-se pelo destaque que os estudos relacionados a
memória estão obtendo nas últimas décadas. A obra reforça a noção de que a memória
é um elemento fundamental para resgatar o passado, deixando-o vivo e ativo na
lembrança das pessoas.
Palavras-chave: Memória; Literatura; Lembranças; Passado.
A EPIFANIA DE JAMES JOYCE NA OBRA “O RETRATO DO ARTISTA QUANDO
JOVEM
Danielle Gomes Mendes - UFMA
Considerado um dos mais aclamados escritores modernista da literatura inglesa, James
Joyce tornou – se conhecido pelo seu amplo conhecimento da língua e da literatura e
sua técnica estilística de escrita considerada peculiar por muitos estudiosos, foi um dos
primeiros a utilizar recursos como o fluxo de consciência e o uso de epifanias nas
narrativas de sua obra, ambos embora distintos no significado, mas quando expresso no
texto tem o poder de mudar a percepção do personagem e principalmente do leitor.
Partindo desse pressuposto e a partir de pesquisas essencialmente bibliográficas o
presente estudo analisa o uso desses recursos utilizados por Joyce na obra “O retrato de
um artista quando jovem”. Levando em consideração que antes de James Joyce
apropriar – se do termo “epifania” com novo significado literário, este termo segundo o
dicionário de termos literários significava aparições dos deuses, porém para a
fundamentação desta análise será adotado o conceito “joyciano” que em “Stephen
Hero” Joyce afirma que suas epifanias correspondem a: “Uma manifestação súbita,
quer na vulgaridade do discurso ou do gesto, ou em uma fase memorável da própria
mente.” Ele acreditava que cabia ao homem de letras registrarem estas epifanias com
cuidado extremo, visto que elas mesmas são os momentos mais delicados e
evanescentes. Sendo assim esta análise ressaltará através dos recursos utilizados por
Joyce o motivo pelo qual este autor é considerado um dos grandes gênios da literatura
modernista inglesa.
Palavras-chave: Epifania. Fluxo de Consciência. James Joyce.
A CIDADE NAS LETRAS:
A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DOS BAIRROS DE TERESINA NAS CRÔNICAS DE
JÔNATAS BATISTA.
Wagner Gonçalves Campos Neto – UFPI
O presente artigo visa estabelecer uma compreensão da relação entre o homem do
início do século XX e a modernização urbana que transformou as cidades no período.
Para isso utilizamos as crônicas de Jônatas Batista, teatrólogo, poeta e escritor piauiense
que escreveu crônicas para os jornais da capital piauiense onde trabalhou suas
memórias dos bairros da cidade. Essa tentativa de resgatar a memória dos bairros
através de sua própria experiência acontece no intuito de evitar que a perda da
memória desses locais que tendiam a se transformar com o caminhar do processo
modernizador. Em períodos de grande mudança, uma necessidade de memória aflora.
As crônicas do literato partem dessa necessidade. Nesse sentido, a crônica cumpre para
nós o papel de evidência histórica, inserida no processo histórico que aqui buscamos
compreender. A crônica, gênero literário do cotidiano, desprendida de qualquer
pretensão de duração, sem a amarra da temática pré-determinada, ou mesmo o peso
de uma tradição literária, acaba por se tornar um valioso material para o entendimento
da relação do homem com a modernização. As crônicas aparecem, nesse contexto,
como uma tentativa de renovação da memória. Refletindo, de certa forma, alguns
lugares que resistiram e resistem às mudanças urbanas, a crônica também é um lugar de
resistência dessa memória da cidade. O que procuramos aqui é refletir, através da
escrita e da atuação de Jônatas Batista, encaradas neste trabalho sobretudo como uma
forma de militância em busca de sua cidade ideal, como a cidade de Teresina e o
próprio Jônatas vivenciaram as mudanças advindas com a modernização.
Palavras-chave: História. Memória. Crônica. Cidade.
O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO: UM CONTRATO COMUNICATIVO REFORÇADO, A
PARTIR DE OUTRO GÊNERO TEXTUAL.
Marilia de Carvalho Cerveira – UFMA
Analisar como o gênero anúncio, divulgado em revistas, produz a persuasão a partir da
apropriação profunda ou superficial do contrato, da temática e da organização textual
de outro gênero textual. Para isso, considera-se o posicionamento dos sujeitos dentro
da encenação enunciativa, a partir do modelo teórico da Semiolinguística, proposto por
Charaudeau. Para atingir os objetivos desta proposta considera-se, primeiramente, o
nível situacional: situação em que ocorre o ato de linguagem (anúncio), o propósito
deste ato (persuasão), bem como a identidade dos parceiros (produtor e receptor) que
se relacionam na instância externa de cada ato; em segundo lugar, o nível discursivo,
no qual o produtor, através da criação de seres de fala (os protagonistas - sujeito
enunciador e sujeito destinatário) e da construção da encenação discursiva, se vale de
recursos linguísticos capazes de produzir o efeito esperado. Analisamos dois anúncios
publicitários que vendem um bem ou serviço, considerando se houve desvio ou
manutenção do sentido, do conteúdo, da temática e do estilo de outros gêneros
envolvidos na construção do anúncio. Em suma, objetiva-se comprovar que ao fazer
uso de outro gênero textual, profunda ou superficialmente, o gênero anúncio assume as
características do gênero usado, inclusive no posicionamento dos sujeitos dentro da
encenação enunciativa, sem que o caráter apelativo seja abandonado, pelo contrário, a
persuasão é ainda mais reforçada.
Palavras-chave: Anúncio publicitário. Revistas. Gêneros textuais. Semiolinguística. Ato
de linguagem.
LINGUA(GEM) E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS POPULARES
Conceição de Maria de Araújo Ramos – UFMA
José de Ribamar Mendes Bezerra – UFMA
A relação língua/cultura presente nesta comunicação é o resultado do prolongamento
de um dos trabalhos que vem sendo desenvolvido pelo Projeto Atlas Linguístico do
Maranhão-ALiMA, que tem como objetivo mapear a realidade linguístico-cultural do
Estado. Assim, assumindo o pressuposto de que a cultura é uma dimensão da sociedade
e de sua história, de que as relações entre língua e cultura são muito estreitas, uma vez
que a língua, como nos apresenta Lévi-Strauss, é a um só tempo resultado, parte e
condição da cultura, e de que o léxico de uma língua armazena o acervo cultural de
uma sociedade, investigamos, no âmbito de um projeto que se inscreve na área da
Dialetologia/Sociolinguística, o universo lexical de algumas manifestações culturais,
buscando apreender os elos que se estabelecem entre a língua e a cultura.
Palavras-chave: Língua. Cultura. Dialetologia/Sociolinguística. Português falado no
Maranhão.
FORMAS DE TRATAMENTO NA IMPRENSA MARANHENSE NO INÍCIO DO SÉCULO
XX
Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA
Este trabalho parte de uma pesquisa mais ampla de investigação sobre a alternância tu,
você, ocê, cê e o(a) senhor(a) e a variação na concordância verbal com o tu, no falar de
São Luís, Maranhão. Sabe-se que a variação pronominal tem ocupado as discussões
sobre as diferenças entre o português europeu e o português brasileiro sendo tal
variação um dos fenômenos linguísticos evidenciadores dessas diferenças. A nossa
contribuição para este tema, situa-se em abordá-lo a partir da análise de textos de
jornais escritos no início do século XX pela imprensa maranhense. Pesquisadoras como
LOPES (2005) e DUARTE (1995) afirmam que manuscritos do início do século XX,
como cartas pessoais e jornais, mostram um recorrente emprego da forma você,
sobretudo nas relações simétricas e de maior intimidade. A hipótese das autoras é a de
que a nova forma gramaticalizada, registrada principalmente em cartas escritas por
mulheres, suplantou o emprego do tu na posição de sujeito. No Maranhão, apesar de
os dados até agora observados serem o resultado de pesquisas cuja fonte de dados é a
língua oral, observa-se a manutenção da forma pronominal tu. Sob o enfoque teórico
da sociolinguística variacionista, espera-se, com este trabalho, analisar/mapear as formas
tu/você/o(a) senhor (a) a partir da correlação entre i) o uso dessas formas na posição de
sujeito registrados na imprensa maranhense do início do século XX e ii) a atual
configuração do sistema pronominal na comunidade de fala maranhense, observada a
partir de recentes amostras de dados de fala levantados por ALVES, entre 2010 e 2014.
Palavras-chave: Sociolinguística. Formas de tratamento. Jornais maranhenses.
A FESTA DO DIVINO NOS AÇORES E NO MARANHÃO: UM ESTUDO DA
VARIAÇÃO TERMINOLÓGICA
Maria de Fátima Sopas Rocha – UFMA
Este trabalho apresenta uma amostra de pesquisa bibliográfica e documental
desenvolvida para elaboração de tese sobre o universo terminológico da Festa do
Divino Espírito Santo, manifestação cultural comum às comunidades portuguesas,
especialmente a açoriana, e maranhenses. Comparando a terminologia da festa em
diferentes locais e épocas buscou-se identificar a variação existente, essencialmente sob
as perspectivas diatópica e diacrônica, mas também as variações decorrentes das
influências social e cultural e reconhecer marcas que revelam origens, caminhos,
escolhas, adaptações, opções, associações de ideias, criações. Fundamentado na
Dialetologia/Sociolinguística e na Terminologia, este trabalho apresenta dados das festas
dos Açores e da região das Beiras em Portugal Continental e das festas realizadas em
Alcântara e em terreiros de São Luís- e comenta as variações encontradas, de caráter
principalmente diatópico e diastrático. A festa do Espírito Santo apresenta duas
vertentes, uma predominantemente religiosa – constituída por missas, cortejos ou
procissões, coroação na igreja – e uma profana, centrada especialmente em diferentes
tipos de prestações alimentares, de maior ou menor vulto, de peso ritualístico
diferenciado, mas presentes em todas as festas, sejam elas em Portugal ou no Brasil,
mais especificamente no Maranhão. Para este trabalho foi selecionado o campo
conceitual da Culinária, um dos nove campos conceituais considerados para a
totalidade do trabalho, com ênfase na doçaria tradicionalmente distribuída no decorrer
da festa.
Palavras-chave: Língua. Cultura maranhense e açoriana. Dialetologia/Sociolinguística.
Terminologia; Festa do Divino.
A NARRATIVA MIDIÁTICA NO APLICATIVO DA FIFA
Brena Freitas Rodrigues – Faculdade Estácio de São Luís
Baseado nos conceitos de Henry Jenkins, autor do livro Cultura da Convergência
(2009), este trabalho tem por objetivo identificar a narrativa midiática presente no
modo de noticiar acontecimentos relacionados à Copa do Mundo 2014, e
compreender de que forma a era da convergência digital auxilia nesse processo, com
base no aplicativo oficial da Copa do Mundo da FIFA. O aplicativo foi lançado com
uma cobertura exclusiva do mundial, e permitia que os torcedores pudessem ficar
conectados com todas as notícias, fotos, vídeos, e com a escolha em tempo real das
melhores jogadas no campo. Além disso, o aplicativo possibilitava a interação com
pessoas do mundo inteiro, com os jogadores e técnicos das seleções. Henry Jenkyns
define como convergência, o fluxo de conteúdo através de múltiplos suportes
midiáticos, além do comportamento migratório dos públicos dos meios de
comunicação, que buscam experiências de entretenimento em qualquer parte. Jenkins
afirma que a convergência não ocorre por meio de aparelhos, e sim dentro dos
cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com os outros.
Sendo assim, buscaremos relacionar as teorias do autor com as possibilidades de
interação que o aplicativo oferece, e identificá-las na forma da narrativa em que os
acontecimentos são noticiados, possíveis através da convergência digital.
Palavras-chave: Convergência Digital. Discurso Midiático. Tecnologia. Copa do
Mundo.
CULTURA E MEMORIA NA OBRA “EL CRISTO VILLENAS Y OTROS CUENTOS" DO
ESCRITOR PERUANO CARLOS EDUARDO ZAVALETA
Marta Maria Portugal Ribeiro Parada – UFMA
Este trabalho é parte de uma pesquisa que analisa a representação cultural e social sob
o olhar neo indigenista do autor peruano Carlos Eduardo Zavaleta (Caraz, Ancash, 1928
- Lima, 2011) em alguns contos de sua coletânea “El Cristo Villenas y otros cuentos”.
Professor Doutor da Universidad de San Marcos, o autor participou do grupo Geração
50 e se tornou um dos inovadores da narrativa hispano-americana da literatura
peruana, estudando e adotando em alguns de seus contos as técnicas de William
Faulkner. A abordagem teórica para este estudo se fundamenta também em Rosseau,
Todorov e alguns estudos de Robert Humphrey sobre o fluxo da consciência, entre
outros. A exposição será realizada através da apresentação panorâmica de alguns
contos que retratam os elementos da temática sociocultural do universo indígena do
Peru. Para a reflexão desses contos, serão demonstrados alguns recortes sobre a
estrutura da narrativa e a linguagem empregada, assim como aspectos que evidenciam
o resgate da memória histórica que brindam a literatura peruana contemporânea com o
novo perfil do personagem indígena.
Palavras-chave: Memoria. Cultura. Linguagem. Literatura peruana.
O LÉXICO SOLENE BARRETIANO EM GONZAGA DE SÁ
Paulo Alves – UFPB
O escritor Lima Barreto é conhecido, e com justiça, como autor de linguagem
carregada de sarcasmo e tiradas satíricas; e ao mesmo tempo eivada de críticas
demolidoras, composta por léxico intencionalmente escolhido ad hoc. De fato, em sua
obra críticas, ironias e sátiras dão o tom. Mas há um livro diferenciado: Vida e morte de
M. J. Gonzaga de Sá. É seu primeiro ou segundo livro a ser composto, e em sua
produção tem uma linguagem especial: mais branda, mais reflexiva, com uma visão de
mundo que se pode dizer até ingênua e descompromissada socialmente com a pressa
que caracteriza as outras produções barretianas. O discurso de Gonzaga de Sá é mais
profundo, tingido de uma filosofia existencialista, melancólica e desalentada; diríamos
mesmo ao estilo machadiano. Tecido com mais calma, constitui-se, portanto, melhor
urdido. Em que se percebe uma preocupação maior com a mensagem veiculada e um
cuidado mais acurado com a escolha do léxico, que neste livro é mais humano que
social. Este trabalho se propõe a analisar a configuração singular lexical dessa obra; e a
objetivar a maneira como isso é conformado na prática. Como apoio teórico, utilizarnos-emos de Nicolau Sevcenko no seu Literatura como missão, em que ele analisa a
obra de Lima Barreto em especial a linguagem como uma das facetas mais
representativas deste autor. Valer-nos-emos também de pesquisas da Professora Maria
Tereza Biderman, especialmente no que toca às lexias. Procederemos através de análise
textual, pinçando elementos léxicos como exemplos, procurando ressonâncias nos texto
de apoio, para assim demonstrarmos como, neste livro, Lima é diferente de como se
apresenta no resto da obra.
Palavras-chave: Linguagem literária. Lexias. Escolha lexical. Mensagem objetiva.
O LÉXICO DO MESTRE GRAÇA EM CAETÉS
Clécia Maria Nóbrega Marinho - IFPB
Não raramente, encontramos pesquisas linguísticas fundamentadas em diferentes
teorias e em níveis de análise, também, diferenciados, cujos corpora foram construídos
a partir de obras literárias. Neste estudo, voltamos nosso olhar para o universo lexical
de Graciliano Ramos em Caetés, romance publicado em 1933. Considerando a
interface língua-cultura-sociedade, propusemos uma análise léxico-semântica das
palavras, expressões e estruturas linguísticas regionais/populares contidas na obra em
foco, levada a efeito numa perspectiva geo-etno-sociolinguística. Suas bases teóricas
encontram-se na Lexicologia, na Semântica e na Sócio e Etnolinguística. Sua gênese,
num Projeto maior de doutoramento pela Universidade Federal da Paraíba, sob a
orientação da Profª Drª Maria do Socorro Silva de Aragão, visando, ao final e à luz dos
princípios teórico-metodológicos da Lexicografia, à elaboração do Glossário do léxico
regional-popular de Graciliano Ramos, configurado em suas obras. Assim, nos limites
desta sessão, apresentamos apenas o estudo de um recorte do corpus ainda em
construção.
Palavras-chave: Graciliano Ramos. Caetés. análise léxico-semântica.
Organização
FICÇÃO CIENTÍFICA,
GÊNEROS PÓS-MODERNOS
E REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS
NA ERA DIGITAL - UFMA
Realização
Parceiros
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