Morte do grande mestre Bobby Fischer coloca em evidência o jogo

11
Especial
Morte do grande mestre Bobby Fischer coloca em
evidência o jogo mais fascinante de toda a história
É sabido que Fischer tinha um QI de 183 numa escala onde se considera QIs acima de 126 como de pessoas super
dotadas. Fischer foi o único jogador na história do Xadrez (possivelmente na história de todos os esportes) a vencer dois
TOP 10 (os 10 melhores jogadores do mundo) por 6X0. “Excêntrico, arrogante, insano, incomparável e genial, era Bobby
Fischer. Para aqueles que o admiram foi uma das personalidades mais intrigantes e marcantes do nosso século.
O Ex-campeão mundial era um crítico ferrenho da política externa norte-americana e foi bastante perseguido por isto.
o mais elevado esforço.
É justamente aí que o jogo de
Xadrez se distingue dos demais jogos. É
um jogo 100% de destreza mental e 0%
de sorte. O Xadrez é considerado ciência,
esporte e arte. Vejam as palavras de um
dos maiores enxadristas de todos os
tempos, o não menos brilhante ex
campeão mundial Garry Kasparov:
Nascido na cidade de Chicago, em
09 de março de 1943, Robert James Fischer
mostrou-se, desde cedo, um gênio. Aos 14
anos conquistou o campeonato americano
de Xadrez. Um ano mais tarde, recebeu o
título de grande mestre, a maior distinção
deste esporte. Em 1972, aos 29 anos de
idade, tornou-se o único americano a
conquistar o campeonato mundial de
Xadrez, derrotando o russo Boris Spassky e
décadas de supremacia da antiga URSS.
A conquista tornou-se um dos símbolos do
governo americano na “Guerra Fria”. A morte
de Fischer, na Finlândia, aos 64 anos, em
17 de janeiro, traz a tona a discussão sobre
o Xadrez, um jogo fascinante e
extremamente envolvente e profundo.
As Origens do Xadrez
“Alguma vez os homens foram
semideuses, senão não teriam
inventado o Xadrez.”
Acima, Bobby Fischer, pouco antes de sua morte, e em 1972, aos 29 anos
Alexander Alekhine
A criação do Xadrez é um grande
mistério e não há dados históricos que
confirmem a exata origem do jogo. Alguns
historiadores atribuem sua criação ao Rei
Salomão, que governou Israel de 961 AC a
922 AC; outros, aos sábios mandarins
contemporâneos de Confúcio. Porém, há
indícios de que o Xadrez já era disputado
no Antigo Egito. A informação mais divulgada
durante os últimos 3 séculos dá conta de
que o Xadrez tenha sido inventado há, mais
ou menos, 4 mil anos, na Ásia Central, no
noroeste da Índia. Conta-se que um certo
rei estava doente e muito preocupado com
a sua condição, ao que lhe sugeriram que
se distraísse um pouco. Para ele, o sábio
Dahir al-Hindí elaborou o jogo de Xadrez.
Existem também registros sobre um certo
Rajá Balhait que teria solicitado à Sissa, um
sábio da corte, que desenvolvesse um jogo
que desenvolvesse valores como a
Prudência, Inteligência, Visão, Decisão e
Ponderação. Nestes registros, o Xadrez se
chamava Chaturanga. O primeiro registro do
Xadrez, como conhecemos hoje, data do ano
900 DC (Guinness Book -1995).
O Xadrez em Nova Friburgo
Segundo o saudoso Raphael Jaccoud,
o jogo de Xadrez foi muito praticado em Nova
Friburgo. No final da década de 20 e no princípio de 30 do século passado, quase sempre
por homens jovens, que procuravam usufruir
do acalentador sol das manhãs, colocando nos
bancos da praça, um tabuleiro, para praticarem o “esporte” mais que milenar.
Contou-nos Raphael Jaccoud que um
certo doutor João Orlando, turista frequente
da cidade, colocou um anúncio num jornal da
época, desafiando um friburguense para uma
partida de Xadrez. Quem aceitou foi o cirurgião dentista Miguel Chequer Baduy, nascido
no Líbano e ferrenho friburguense.
Mais tarde, João Orlando se mudou
para Friburgo e, com Miguel Baduy e outros
aficcionados, fundaram o Clube de Xadrez,
na residência de João Orlando. Depois, o clube foi para o antigo Hotel Salusse. Mais uma
vez se mudou para o sobrado onde hoje situa-se a Predial Primus. Finalmente, com as
benesses do então prefeito Dante Laginestra,
o clube mudou-se para onde está até hoje.
Há muito tempo o Clube de Xadrez deixou
de ter atividades enxadrísticas. Mas, desde
2004, existe em Nova Friburgo a AXAF- Associação de Xadrez Friburguense - (Abaixo)
O Xadrez na educação
Características do Xadrez
Tal como é jogado atualmente, o
Xadrez é medieval em seu caráter. Se
assemelha a uma guerra convencional e a
um jogo da corte, conforme pode ser visto
pelos nomes e ação de suas peças. Foi o
jogo dos Reis e hoje é o Rei dos Jogos. Os
peões são os oficiais subalternos, cobrindo
e batalhando à frente da cavalaria, dos
bispos e dos personagens da realeza, cada
qual com um movimento característico.
Se todos esses personagens
desapareceram de muitos países do mundo,
o Xadrez permanece como um jogo de
distinção, capaz de exigir da mente humana
“Alguns dirão: “Os jogadores de
Xadrez participam de torneios e disputam
partidas, lutam para vencer e o resultado
é importante para eles, o que significa que
o Xadrez é um esporte. Ele desenvolve a
força de vontade e ajuda as pessoas a se
tornarem mais fortes.
E como pode alguém convencer
outro da correção da opinião daqueles que
sempre se impressionam com a beleza
das combinações e das táticas do Xadrez?
Para estes um engenhoso sacrifício da
Dama em uma partida perdida é fonte de
prazer, ao passo que uma partida
monótona, forçada, os deixa indiferentes.
Para estes o Xadrez é uma arte, capaz de
trazer felicidade e de dar sentido aos
momentos de lazer.
Ao mesmo tempo, há também
muitos entusiastas capazes de passar
noites em claro resolvendo um problema
do tipo: Por que as pretas moveram a Torre
para a casa d8 em vez de mover o cavalo
para a casa c6? Por que a posição das
pretas é melhor? Para estes o Xadrez é
principalmente uma ciência baseada no
raciocínio lógico.
Por minha vez, gosto do Xadrez
pela sua versatilidade e sua multiplicidade.
Foi a beleza e o brilhantismo dos golpes
táticos que me cativaram ainda na
infância.”
Acima, na foto maior, três dos principais incentivadores do Xadrez de
Nova Friburgo nos dias de hoje. Da esquerda para a direita; Paulo Sérgio,
Francisco Simões e Carlos Frederico, diretores da AXAF (Associação de
Xadrez Friburguense). Faltam na foto os enxadristas Carlos Evanir e
Ricardo Peixoto, também fundadores da AXAF. Nas fotos pequenas, cenas
da AXAF. A Associação está aberta de segunda a sexta feira, das 19:30 as
23 horas, para o encontro dos enxadristas e também para o ensino de
Xadrez. A AXAF está situada à Rua Alberto Braune 24/602 e os telefones
para contato são (22) 9907-7206 (Franscisco) e (22) 8114-5024 (Frederico)
O Xadrez é excelente instrumento
na educação. Exercita a disciplina, o poder
de cálculo, a concentração, a arte da
estratégia, a paciência, a prudência, a
ponderação, melhora o desempenho
escolar como um todo, além de sugerir a
estruturação de personalidades
persistentes, metódicas e possuidoras de
auto controle. Nunca antes o prazer e a
disciplina andaram tão juntos como no jogo
de Xadrez.
Na longa história do Xadrez, além
do saudoso Bobby Fischer, outros grandes
expoentes se destacaram com honras
dentre os milhares de jogadores em toda
a história. Desde o século XVIII até os dias
atuais foram eles: Philidor, Paul Morphy,
Lasker, Steinitz, Capablanka, Alekhine,
Euwe, Botvinnik, Smislov, Tal, Petrossian,
Spassky, Karpov, Kasparov, entre outros,
tem suas partidas anotadas para que as
gerações vindouras possam apreciar e
aprender o requinte de suas genialidades.
Nascimento Contabilidade
Imóvel - Contabilidade - Assistência Jurídica
Mário Bruno Santos Nascimento
CRC: RJ - 097935/0
CRECI: 31.574 (1 região)
a
Rua Monte Líbano, 55 - sala 304 - Tel: (22) 2543-6044 - Nova Friburgo (RJ)
2