Março de 2007 - res.ldschurch.eu
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A Liahona A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • MARÇO DE 2007 Pregar Meu Evangelho: Como Preparar-se Março de 2007 Vol. 60 Nº. 3 A LIAHONA 00783 059 Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson, James E. Faust Quórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf, David A. Bednar Editor: Jay E. Jensen Consultores: Gary J. Coleman, Yoshihiko Kikuchi, Gerald N. Lund, W. Douglas Shumway Diretor Gerente: David L. Frischknecht Diretor Editorial: Victor D. Cave Editor Sênior: Larry Hiller Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg Gerente Editorial: R. Val Johnson Gerente Editorial Assistente: Jenifer L. Greenwood Editores Associados: Ryan Carr, Adam C. Olson Editor(a) Adjunto: Susan Barrett Equipe Editorial: Christy Banz, Linda Stahle Cooper, David A. Edwards, LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, Melvin Leavitt, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith M. Paller, Vivian Paulsen, Richard M. Romney, Jennifer Rose, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie Wardell, Kimberly Webb Secretário(a) Sênior: Monica L. Dickinson Gerente de Marketing: Larry Hiller Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki Diretor de Arte: Scott Van Kampen Gerente de Produção: Jane Ann Peters Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo, Collette Nebeker Aune, Brittany Jones Beahm, Howard G. Brown, Julie Burdett, Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Randall J. Pixton Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick Diretor de Distribuição: Randy J. Benson A Liahona: Diretor Responsável: Wilson R. Gomes Produção Gráfica: Eleonora Bahia Editor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605) Tradução: Edson Lopes Assinaturas: Cezare Malaspina Jr. © 2007 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. O texto e o material visual encontrado n’ A Liahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, 50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: [email protected]. A Liahona pode ser encontrada na Internet em vários idiomas no site www.lds.org. Para vê-la em inglês, clique em “Gospel Library”. Para vê-la em outro idioma, clique no mapa-múndi. REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F., sob nº 1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor. “A Liahona” © 1977 d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acha-se registrada sob o número 93 do Livro B, nº 1, de Matrículas e Oficinas Impressoras de Jornais e Periódicos, conforme o Decreto nº 4857, de 9-11-1930. Impressa no Brasil por Prol Editora Gráfica – Avenida Papaiz, 581 – Jd. das Nações – Diadema – SP – 09931-610 ASSINATURAS: A assinatura deverá ser feita pelo telefone 0800-130331 (ligação gratuita); pelo e-mail [email protected]; pelo Fax 0800-161441 (ligação gratuita); ou correspondência para a Caixa Postal 26023, CEP 05599-970 – São Paulo – SP. Preço da assinatura anual para o Brasil: R $18,00. Preço do exemplar em nossa agência: R $1,80. Para Portugal – Centro de Distribuição Portugal, Rua Ferreira de Castro, 10 – Miratejo, 2855-238 Corroios. 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A LIAHONA, MARÇO DE 2007 P A R A O S A D U LT O S 2 25 26 32 41 44 48 Mensagem da Primeira Presidência: O Dom da Compaixão Presidente Thomas S. Monson Mensagem das Professoras Visitantes: Tornar-se um Instrumento nas Mãos de Deus, Ouvindo e Seguindo os Sussurros do Espírito O Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico no Mundo Inteiro Connie D. Cannon Ter Fé em que o Senhor Fará as Coisas no Seu Devido Tempo Catherine Edwards Lições do Novo Testamento: Jesus Cristo, o Pão da Vida Élder Won Yong Ko Vozes da Igreja Correspondentes e Referências Brittany Jones Beahm Nunca É Tarde Demais Sylvia de Moscui Maldonado Falar a Língua do Espírito Sergio Adrián López A Primeira de Muitas Almas Norie Tsubaki Murae Comentários 26 O Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico no Mundo Inteiro IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR Estas idéias podem ajudá-lo a usar esta edição d’A Liahona para reforçar seu ensino tanto na sala de aula como em casa. “Como Preparar-se para Ser um Bom Missionário”, p. 10. Com antecedência, distribua uma pergunta do artigo para cada membro da família. Peça-lhes que estudem a resposta que o Élder Ballard deu para a sua pergunta e que cada um venha preparado para transmitir essa resposta à família. Testifique a respeito da grande alegria que advém de servir ao Senhor como missionário. “Se aos 19 Anos Eu Soubesse...”, p. 38. Fale sobre as quatro sugestões feitas aos missionários e coloque em discussão os princípios envolvidos. Proponha uma dramatização (teatrinho) das maneiras como essas sugestões podem ser usadas na escola, no trabalho ou em outras áreas da vida. Sugira aos membros da família que cada um estabeleça a meta de usar uma das sugestões durante uma semana e, depois, conte o que aconteceu como resultado. 22 Presentes pa ra Trazer para Casa do Campo Mission ário O A M I G O : PA R A A S C R I A N Ç A S A2 A4 16 Um Dia na Vida de um Missionário A6 PA R A O S J O V E N S 9 10 16 22 36 38 Pôster: Centro de Treinamento Missionário Como Preparar-se para Ser um Bom Missionário: Entrevista com o Élder M. Russell Ballard Um Dia na Vida de um Missionário Adam C. Olson Presentes para Trazer do Campo Missionário para Casa Presidente Gordon B. Hinckley De Amigas para Irmãs e, de Irmãs, para Companheiras Rebecca Mills Hume e Brad Wilcox Se aos 19 Anos Eu Soubesse... Roger Terry A8 A11 A12 A13 A14 A16 Vinde ao Profeta Escutar: Ter Mais Disposição de Perdoar Presidente Gordon B. Hinckley Tempo de Compartilhar: Tentar, Tentar, Tentar Elizabeth Ricks Da Vida do Presidente Spencer W. Kimball: Ler a Bíblia Pulseirinhas da Amizade Jennifer Rose O Morgan Honesto Vicki H. Budge Página para Colorir Testemunha Especial: Acabei de Receber O Dom do Espírito Santo. Como Posso Sentir a Influência do Espírito em Minha Vida? Presidente Boyd K. Packer De um Amigo para Outro: Amigos Missionários Élder Gary J. Coleman Tentar Ser como Jesus: Um Anel do CTR na Sala da Diretora A11 O Morgan Rebeca F. Honesto Ao procurar o anel do CTR escondido nesta edição, pense em como você pode seguir o exemplo do Salvador, cumprindo os mandamentos. NA CAPA Primeira Capa: Fotografia: Welden C. Andersen. Última Capa: Fotografia: Craig Dimond. CAPA DE O AMIGO Fotografia: John Luke. TÓPICOS DESTA EDIÇÃO “Jesus Cristo, o Pão da Vida”, p. 41. Deixe à mostra as escrituras e um filão de pão. Pergunte à família: “Como estas coisas podem nos dar nutrição?” Leia as duas últimas seções do artigo na revista. Testifique a respeito do poder de Jesus Cristo para nos nutrir espiritualmente. “Pulseirinhas da Amizade”, p. A8. Leia a história em voz alta. Peça aos membros da família que, em pé, façam um círculo e dêem as mãos. Diga-lhes que, assim que sentirem a mão esquerda ser levemente apertada, devem também apertar gentilmente a mão da pessoa que estiver à sua direita. Explique-lhes que esses suaves apertos nas mãos simbolizam atos de bondade. Proponha que os membros da família sempre sejam bondosos e façam atos de bondade uns aos outros. “Amigos Missionários”, p. A14. Peça aos filhos que descrevam uma ocasião em que freqüentaram a Primária em uma ala ou ramo diferente. Como se sentiram? O que eles podem fazer, para que, se receberem visitantes na Primária, estes se sintam bem-vindos e à vontade? Faça etiquetas missionárias juniores, para que sejam usadas durante a noite familiar como um lembrete de sempre serem acolhedores e bondosos. A = O Amigo Honestidade, A11 Amizade, 36, A8 Jesus Cristo, 2, 41 Amor, 22 Livro de Mórmon, 45, 46 Aprimoramento pessoal, Mestre Familiar, 8 familiar e doméstico, 26 Milagres, 2, 38, 41 Arbítrio, 32, A4 Noite familiar, 1 Auto-suficiência, 10 Obediência, 32, A4 Batismo, 36, 46 Obra missionária, 16, 44, Bondade, 2, A8, A14 45, 46, 47, A14, A16 Casamento, 32 Perdão, A2, A8 Compaixão, 2, 41 Pesar, 2 Companheiros missionários, Preparação missionária, 9, 10, 22, 36, 38 36, 38, 44 Confiança, 32 Primária, A4 Conhecimento, 22 Professoras visitantes, 25 Dons espirituais, 22 Serviço, 2 Ensino, 1 Sociedade de Socorro, 26 Espírito Santo, 22, 25, A13 Templos, 2 Expiação, A2 Trabalho, 10, 22 Finanças, 26 Vida eterna, 41 A LIAHONA MARÇO DE 2007 1 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA O Dom da Compaixão P R E S I D E N T E T H O M A S S. M O N S O N Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência O BOM SAMARITANO, DE WALTER RANE, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DA IGREJA; FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY H á poucos anos, tive a oportunidade de presidir uma conferência regional em Oklahoma City, Oklahoma. Enquanto desfrutava o doce espírito que reinava na conferência e a maravilhosa hospitalidade das pessoas, refleti sobre como o espírito de ajuda compassiva da comunidade havia sido testado ao extremo em 19 de abril de 1995. Naquele dia, uma bomba colocada por um terrorista destruiu o Edifício Federal Alfred P. Murrah, no centro de Oklahoma City, causando a morte de 168 pessoas e ferindo inúmeras outras. Depois da conferência naquela cidade, levaram-me para conhecer o monumento, belo e simbólico, que se ergue na área onde ficava o edifício Murrah. Era um dia sombrio e chuvoso, o que parecia realçar a dor e o sofrimento do que lá ocorrera. O monumento tem um lago artificial de 130 metros, um enorme espelho d’água. Em um dos lados, encontram-se 168 cadeiras feitas de vidro e granito, em homenagem a cada uma das pessoas que lá morreram. Elas foram colocadas, até onde é possível se determinar, no lugar em que os corpos foram encontrados. No lado oposto, em uma pequena elevação, encontra-se um velho olmo americano — a única árvore a sobreviver à destruição. Ela é chamada adequada e carinhosamente de “A Árvore Sobrevivente”. Em nobre esplendor, homenageia os sobreviventes da terrível explosão. Meu anfitrião chamou-me a atenção para a inscrição colocada sobre o portão do monumento: Aqui viemos para recordar os que foram mortos, os que sobreviveram e os que se mudaram para sempre. Que todos os que vierem a este local sintam o impacto da violência. Que este monumento traga consolo, força, paz, esperança e serenidade. Então, com lágrimas nos olhos e a voz embargada, ele declarou: “Esta comunidade, todas as suas igrejas e seus cidadãos se uniram. Nosso pesar tornou-nos fortes. Unimonos em espírito”. Chegamos à conclusão de que a melhor palavra para descrever o que ocorrera era compaixão. Meus pensamentos voltaram-se para o musical Camelot, escrito por Alan Jay Lerner e inspirado no romance de T. H. White. O Rei Arthur, em seu sonho por um mundo melhor e por melhores relacionamentos entre as pessoas, disse, ao vislumbrar “Mas um samaritano (...) moveu-se de íntima compaixão, (...) atou-lhe as feridas (...), levou-o para uma estalagem, e cuidou dele.” Tal como o fez naquela época, Jesus nos diria hoje: “Vai, e faze da mesma maneira”. A LIAHONA MARÇO DE 2007 3 E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; Força na Compaixão E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, Um relato emocionante que ilustra deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o essa declaração encontra-se no Velho sobre a sua cavalgadura, levou-o para Testamento da Bíblia Sagrada. José era uma estalagem, e cuidou dele; amado de modo especial pelo pai, E, partindo no outro dia, tirou Jacó, o que suscitou ressentimento dois dinheiros, e deu-os ao hospee ciúmes nos irmãos. Seguiu-se uma deiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo conspiração para matar José, em que o que de mais gastares eu to pagarei o lançaram numa cova profunda sem quando voltar”. comida nem água. José foi tirado da Bem que a pergunta do Salvador cova por uma caravana de mercadores, poderia ser feita a cada um de nós: foi vendido por vinte moedas de prata e “Qual, pois, destes três te parece que foi acabou sendo levado para a casa de Potifar, o próximo daquele que caiu nas mãos dos no Egito. Lá José prosperou, pois “o Senhor salteadores?” estava com José”.1 José poderia ter sido Sem dúvida, nossa resposta seria: “O que cruel com eles devido Depois dos anos de abundância, seguiramusou de misericórdia para com ele”. ao tratamento duro e se os anos de fome. Durante esse último Aí então Jesus nos diria: “Vai, e faze da desumano que recebera período, quando os irmãos de José foram anteriormente. Contudo, mesma maneira”.3 ao Egito para comprar trigo, foram abençoados por esse homem influente no Egito foi bondoso e gentil Jesus deu-nos muitos exemplos de envol— seu próprio irmão. José poderia ter sido para com eles. vimento compassivo: o homem enfermo cruel com eles devido ao tratamento duro no tanque de Betesda; a mulher apanhada e desumano que recebera anteriormente. Contudo, foi em adultério; a mulher na fonte de Jacó; a filha de Jairo; bondoso e gentil e conquistou sua confiança e apoio Lázaro, o irmão de Maria e Marta — cada um deles era com estas palavras e ações: como o homem ferido na estrada de Jericó. Todos precisa“Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vosvam de ajuda. sos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para Ao enfermo de Betesda Jesus disse: “Levanta-te, toma conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. (...) o teu leito, e anda”.4 Para a pecadora veio o conselho: Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conser“Vai-te, e não peques mais”.5 Para ajudar aquela que foi var vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por tirar água do poço, Ele ofereceu uma fonte de água, que um grande livramento.”2 saltava para a vida eterna.6 Para a filha de Jairo que estava morta veio a ordem: “Menina, a ti te digo, levanta-te”.7 E José exemplificou a sublime virtude da compaixão. No meridiano dos tempos, quando Jesus caminhou para Lázaro, no sepulcro: “Sai para fora”.8 pelos caminhos poeirentos da Terra Santa, sempre recorria O Salvador sempre demonstrou uma capacidade ilimia parábolas. tada para a compaixão. Ele disse: “Descia um homem de Jerusalém para Jericó, No continente americano, Jesus apareceu a uma multie caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e dão e disse: espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. “Tendes enfermos entre vós? Trazei-os aqui. Há entre E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo vós coxos ou cegos ou aleijados ou mutilados ou leprosos sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. ou atrofiados ou surdos ou pessoas que estejam aflitas de 4 JOSÉ DO EGITO, DE MICHAEL T. MALM; A MULHER APANHADA EM ADULTÉRIO, DE HARRY ANDERSON, CORTESIA DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, CÓPIA PROIBIDA o propósito da távola redonda: “A violência não é força e a compaixão não é fraqueza”. algum modo? Trazei-os aqui e eu os curarei, porque tenho compaixão de vós (...). E ele curou a todos”.9 Nossa Estrada para Jericó Alguém poderia fazer a instigante pergunta: Esses relatos dizem respeito ao Salvador do mundo. Será que uma experiência de tal valor pode, de fato, ocorrer em minha vida, em minha própria estrada de Jericó? Expresso minha resposta com as palavras do Mestre: “Vinde, e vede”.10 Não temos como saber quando o privilégio de oferecer ajuda surgirá diante de nós. A estrada de Jericó que cada um de nós percorre não tem nome e o viajante fatigado que talvez precise de nossa ajuda poderá ser um estranho. Uma gratidão autêntica foi expressada pelo autor de uma carta recebida há algum tempo na sede da Igreja. Não havia endereço nem remetente, mas o carimbo do correio era de Portland, Oregon: “Ao Escritório da Primeira Presidência: J esus deu-nos muitos exemplos de envolvimento compassivo: o homem enfermo no tanque de Betesda; a mulher apanhada em adultério; a mulher na fonte de Jacó; a filha de Jairo; Lázaro, o irmão de Maria e Marta — todos precisavam de ajuda. Salt Lake City demonstrou-me uma hospitalidade cristã durante os anos em que vaguei errante. Em uma viagem de ônibus atravessando o país rumo à Califórnia, desci no terminal de Salt Lake City doente e trêmulo, devido a uma insônia grave causada pela falta de um medicamento de que precisava. Em minha saída apressada de Boston, fugindo de uma situação desagradável, esquecera completamente o remédio. Sentei-me deprimido no restaurante da Praça do Templo. Com o canto dos olhos, vi um casal aproximar-se de minha mesa. ‘Meu jovem, você está sentindo-se bem?’ perguntoume a mulher. Endireitei-me na cadeira, chorando e um pouco chocado, contei-lhes minha história e a dificuldade pela qual passava. Eles escutaram atenta e pacientemente minhas explicações quase que incoerentes e, então, assumiram o controle. Conversaram com o gerente do restaurante e disseram-me que eu poderia comer lá, por cinco dias, tudo o que quisesse. Levaram-me para a recepção do hotel e reservaram-me um quarto por cinco dias. Então, levaram-me a uma clínica e providenciaram para ILUSTRADO POR MICHAEL T. MALM S entei-me deprimido. Com o canto dos olhos, vi um casal aproximar-se de minha mesa. ‘Meu jovem, você está sentindo-se bem?’ perguntou-me a mulher.” “ e acompanhava-me até a sala onde vários pacientes que eu recebesse a medicação de que necessitava — ficavam. tudo de que eu precisava para minha sanidade mental Sempre tinha que começar por Jeannie Burt, que era e conforto. a mais idosa — 102 anos de idade quando faleceu. Enquanto me recuperava e readquiria as forças, Ela conhecia a mim e à minha família desde decidi ir aos recitais diários de órgão no que nasci. Tabernáculo. Os tons celestiais daquele Certa ocasião, Jeannie perguntouinstrumento variando desde o mais me com seu forte sotaque escocês: suave até o mais majestoso, são os “Tommy, você esteve recentemente sons mais sublimes que jamais ouvi. em Edimburgo?” Comprei discos e fitas do órgão e Eu repliquei: “Sim, estive lá há não do Coro do Tabernáculo, que posso muito tempo”. usar a qualquer hora para acalmar e “Ela é linda!” declarava ela. elevar uma alma desanimada. Jeannie fechava os olhos como No último dia em que estive no quem estivesse sonhando calmamente. hotel, antes de reiniciar minha jornada, Então ficava séria. “Já paguei pelo meu entreguei a chave e lá havia uma mensagem enterro — em dinheiro. Você deve falar do casal para mim: ‘Pague-nos demonsna cerimônia e declamar ‘Atravessando o trando bondade a alguma alma atribulada Dou meus Banco de Areia’ de Tennyson. Vamos lá, ao longo de sua vida’. Esse era meu hábito, cumprimentos àqueles quero ouvi-lo!” mas decidi que seria mais atento para que, com cuidado Parecia que todos os olhos se voltavam encontrar alguém que precisasse de um amoroso e atenção para mim e, certamente, era o que aconteestímulo na vida. compassiva, alimentam cia. E eu começava: Desejo-lhes tudo de bom. Não sei se os famintos, vestem estes são, de fato, os ‘últimos dias’ mencioos nus e acolhem os Estrela do poente e da noite, nados nas escrituras, mas sei que dois desabrigados. Aquele E um claro chamado para mim! membros de sua igreja foram santos para que percebe até a queda Que não haja nenhum lamento no mim durante minhas horas desesperadas de um pardal não banco de areia, de necessidade. Achei que talvez quisesdeixará de reconhecer Quando ao mar eu me lançar por fim.11 sem saber disso.” tal serviço. Que grande exemplo de amor e O sorriso de Jeannie era doce e celestial compaixão. — então declarou: “Ó, Tommy, muito bem. Mas trate de praticar um pouquinho mais antes do meu enterro!” Foi o que fiz. Para os Necessitados Em alguma parte de nossa missão mortal, há momentos Em um asilo particular de idosos, a compaixão era a em que tropeçamos, momentos em que nosso sorriso é regra. A proprietária era Edna Hewlett. Havia até uma triste, momentos em que enfrentamos dores e enfermilista de espera de pacientes que queriam passar os últidades — o final do verão, a chegada do outono, o frio do mos dias de vida sob seus ternos cuidados, pois era uma inverno e a experiência a que damos o nome de morte e pessoa angelical. Ela lavava e penteava o cabelo de cada que sobrevém a toda a humanidade. Vem para os idosos paciente. Dava banho naqueles corpos cansados e vestiaque caminham vacilantes. Seu chamado é ouvido por aqueos com roupas limpas e alegres. les que mal atingiram a metade da jornada da vida e muitas Durante os anos em que visitei as viúvas da ala em vezes silencia o riso de criancinhas. que era bispo, geralmente começava as visitas pelo Pelo mundo todo, vê-se a cena diária de entes queridos asilo de Edna. Ela me recebia com um sorriso jovial A LIAHONA MARÇO DE 2007 7 pranteando ao despedirem-se de um filho, filha, irmão, irmã, mãe, pai ou amigo querido. Na cruz impiedosa, as doces palavras de despedida do Salvador para Sua mãe são particularmente tocantes: “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.”12 Lembremos que depois do enterro as flores murcham, as palavras de conforto dos amigos tornam-se recordações e as orações e mensagens tendem a desvanecer-se nos corredores da mente. Muitas vezes, os que sofrem vêem-se sozinhos, com saudades do riso das crianças, da agitação dos adolescentes e do cuidado carinhoso e doce do companheiro que se foi. O relógio bate mais forte, o tempo passa mais lentamente e as quatro paredes se tornam uma prisão. Dou meus cumprimentos àqueles que, com cuidado amoroso e atenção compassiva, alimentam os famintos, vestem os nus e acolhem os desabrigados. Aquele que percebe até a queda de um pardal não deixará de reconhecer tal serviço. Refúgios de Paz Devido a Sua compaixão e de acordo com Seu plano divino, os templos sagrados trazem aos filhos do nosso Pai a paz que excede todo entendimento. Sob a liderança do Presidente Gordon B. Hinckley, o número de templos construídos e em construção é assombroso só de se pensar. O cuidado compassivo do Pai Celestial por Seus filhos aqui na Terra e por aqueles que já passaram pela mortalidade merece nossa gratidão. Graças demos ao Senhor e Salvador Jesus Cristo por Sua vida, por Seu evangelho, por Seu exemplo e por Sua Expiação abençoada. Volto em pensamento para a cidade de Oklahoma. Para mim, não é mera coincidência que hoje um templo do Senhor, com toda sua beleza, tenha sido erguido naquela cidade, como um farol do céu para indicar o caminho da alegria aqui na Terra e da vida eterna no futuro. Lembremonos das palavras dos Salmos: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.13 8 De uma forma muito real, o Mestre fala a nós: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa”.14 Estejamos atentos para escutar quando Ele bater. Que possamos abrir as portas do nosso coração, para que Ele — o exemplo vivo da verdadeira compaixão — entre. ■ NOTAS 1. Gênesis 39:2. 2. Gênesis 45:5, 7. 3. Ver Lucas 10:30–37. 4. João 5:8. 5. João 8:11. 6. Ver João 4:14. 7. Marcos 5:41. 8. João 11:43. 9. 3 Néfi 17:7, 9. 10. João 1:39. 11. Versos 1–4. 12. João 19:26–27. 13. Salmos 30:5. 14. Apocalipse 3:20. IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES Depois de se preparar em espírito de oração, compartilhem esta mensagem, utilizando um método que incentive a participação daqueles a quem vocês estiverem ensinando. Seguem-se alguns exemplos: 1. Faça um coração de papel para cada membro da família. Ao contar os exemplos de compaixão da mensagem do Presidente Monson, convide os membros da família a pensar em pessoas necessitadas e em como poderiam expressar compaixão por eles. Peça que escrevam suas idéias no coração. 2. Conte vários exemplos de compaixão tirados do artigo. Peça à família que pondere as seguintes perguntas: Quem é meu próximo? Quem eu conheço que poderia ser abençoado por minha compaixão? O que posso fazer para ajudar essa pessoa? Quando posso começar? Conclua lendo os dois parágrafos finais do artigo e desafie a família a ponderar maneiras de colocar em ação um plano de compaixão. 3. Depois de contar alguns relatos do artigo, pergunte qual é o tema comum. Mostre uma gravura do Salvador e preste testemunho de Sua mão compassiva em sua própria vida. Desafie os membros da família a se esforçarem para seguir o exemplo do Salvador, oferecendo a dádiva da compaixão. FOTOGRAFIA: STEVE BUNDERSON; COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS CENTRO DE TREINAMENTO MISSIONÁRIO O TEMPO DE SE PREPARAR É AGORA. O LAR É ONDE TUDO COMEÇA. (Ver D&C 38:40.) A LIAHONA MARÇO DE 2007 9 Como PREPARAR-SE As revistas da Igreja perguntaram ao Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, como os jovens podem preparar-se para uma missão de tempo integral e que bênçãos advêm desse serviço. Por que a Igreja pede a todo rapaz digno que sirva em uma missão? Comprometase desde cedo a servir em uma missão. Concentre-se na tarefa de tornar-se um servo do Senhor. O maior encargo que o Senhor deu a Seu povo foi o de compartilhar o evangelho com os filhos de nosso Pai Celestial. Os missionários tiram as pessoas das trevas do mundo e as conduzem para a segurança e luz do evangelho de Jesus Cristo. Encontrar, ensinar, batizar e confirmar alguém que nunca dedicou muita atenção a Deus ou a Cristo e Seu grandioso sacrifício expiatório é um dos maiores serviços que um portador do sacerdócio pode prestar. Conhecemos o propósito da vida. O restante do mundo não conhece. É responsabilidade de todo rapaz preparar-se para proclamar essa mensagem ao mundo. É um trabalho emocionante. E as moças? Qual é a responsabilidade delas? Uma missão de tempo integral é totalmente adequada para uma moça, se esse for seu desejo e se ela for digna. Ao receber o sacerdócio, o rapaz recebe também a obrigação de levar a mensagem da Restauração ao mundo. As moças são convidadas a participar do trabalho missionário, se isso for conveniente para a situação delas. Se a moça tiver planos de se casar, este chamado é mais importante para ela. No entanto, as moças que têm condições de servir tornam-se grandes missionárias. São boas professoras, têm empatia e podem relacionar-se especialmente bem com as mulheres. Não creio que haja nenhum presidente de missão no mundo que não ficaria entusiasmado por receber mais missionárias. Como os rapazes e moças podem prepararse melhor para uma missão? O ponto-chave é a atitude. Bem cedo na vida os jovens precisam comprometer-se a servir em uma missão. Desse modo, quando ficarem mais velhos e começarem a enfrentar algumas das tentações do mundo, haverá menor probabilidade de que estas lhes penetrem o coração ou a mente. Resistirão melhor às tentações por estarem concentrados em tornar-se servos do Senhor. Será muito útil se viverem num lar em que o evangelho seja compartilhado. O espírito missionário é desenvolvido em lares nos quais os pais e os filhos compartilham o evangelho uns com os outros. EMBAIXO, À ESQUERDA: FOTOGRAFIAS: BRYAN GYGI E MICHAEL KAWASAKI; À DIREITA: FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS para Ser um Bom Missionário A LIAHONA MARÇO DE 2007 11 Digo sempre aos missionários novos que eles precisam incutir em sua mente que os 18 ou 24 meses que passam na missão não são deles. Esse tempo pertence ao Senhor. Eles devem dedicar todos os seus talentos e aptidões em tempo integral para ajudar a edificar o reino Dele. Quando pensam assim, os missionários não têm problemas em seguir as regras da missão. Não se opõem ao conselho do presidente da missão, às diretrizes de Pregar Meu Evangelho e ao conselho das Autoridades Gerais. Aceitam esses conselhos porque não querem desperdiçar nenhum minuto do tempo do Senhor. O que mais o missionário em perspectiva deve fazer para preparar-se? Os missionários têm de compreender a doutrina e precisam saber como compartilhá-la. Não é possível tirar água de uma fonte seca. Quando os missionários conhecem o evangelho E quanto à preparação física, financeira e emocional? Os missionários precisam ser autosuficientes. Os jovens precisam aprender a cuidar de si mesmos e não ser tão dependentes da mãe ou do pai. Precisam ser capazes de lidar com as exigências físicas do trabalho missionário. Os jovens devem controlar o peso e manter-se FOTOGRAFIAS: ROBERT CASEY, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS O s missionários precisam ser auto-suficientes. Os jovens precisam aprender a cuidar de si mesmos e não ser tão dependentes da mãe ou do pai. e sabem como ensiná-lo, não querem fazer outra coisa. Sabem que podem ensinar qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer momento, em qualquer situação, usando suas próprias palavras, juntamente com o poder do Espírito. Têm autoconfiança e força interior. Há muito vigor nesse tipo de preparação. Por esse motivo, incentivo todo rapaz e toda moça a conhecer bem o manual Pregar Meu Evangelho. Todo jovem tem a obrigação de instruir-se e de compreender por si mesmo as doutrinas da Restauração. Essa preparação é tão importante para as moças quanto para os rapazes. Quer a moça se case, quer sirva em uma missão de tempo integral, o evangelho precisa fazer parte de sua vida. Os jovens devem procurar saber o que acontece no trabalho missionário. Seria útil, se possível, que ajudassem os missionários e sentissem como é trabalhar nessa obra. Também recomendo que os jovens estudem e sigam as diretrizes de Para o Vigor da Juventude. Os missionários precisam estar moralmente limpos e espiritualmente preparados. Se viverem os princípios de Para o Vigor da Juventude, estarão espiritualmente preparados para ser grandes missionários. fisicamente aptos. A programação diária do missionário inclui um programa de exercícios de 30 minutos por dia. A boa forma física melhora a capacidade mental. Os missionários em perspectiva precisam aprender a trabalhar. Precisam ter um emprego e economizar para a missão. Todo presidente de missão concordará comigo que o jovem que trabalha, economiza e ajuda a pagar sua missão parcial ou integralmente é um missionário mais bem-preparado. Trabalhar e economizar para a missão são coisas que geram entusiasmo pelo serviço e desenvolvem bons hábitos de trabalho. Pois o trabalho missionário é, além de tudo, trabalho! Trabalhar na missão e ser responsável pela própria vida são coisas que também ajudam emocionalmente os rapazes e as moças. Eles têm dentro de si a certeza de que podem ter sucesso em qualquer lugar para onde forem enviados e em todas as circunstâncias. Sabem que são fortes o suficiente para lidar com qualquer assunto, em um mundo que está cada vez menos interessado nas coisas de Deus. Precisamos de missionários com esse tipo de autoconfiança. E quanto ao aprendizado de outro idioma? A maioria das escolas de nível médio exige o aprendizado de outro idioma, e os alunos devem esforçar-se arduamente para isso. Pode ser que aprendam espanhol e sejam enviados para Taiwan, mas isso não importa. É a disciplina adquirida durante o aprendizado que realmente importa. Depois de aprenderem outro idioma, será mais fácil para eles aprender o idioma da missão para a qual forem chamados. Como esse chamado é determinado? Em primeiro lugar, o bispo ou presidente do ramo entrevista o rapaz ou a moça e emite uma recomendação. Depois, o presidente da estaca ou missão entrevista o jovem. A maioria dos formulários de recomendação para missionários são enviados eletronicamente para a sede da Igreja. Uma fotografia acompanha a recomendação. Quando ela é recebida, um membro do Quórum dos Doze Apóstolos vê a fotografia e analisa cuidadosamente a atitude do missionário em perspectiva, de acordo com os comentários dos líderes locais do E Se Você Não Puder Servir em uma Missão de Tempo Integral? Os rapazes e moças com severas limitações mentais, emocionais ou físicas estão liberados do serviço missionário de tempo integral. Não devem sentir-se culpados por isso. Eles são tão preciosos e importantes para a Igreja quanto se fossem capazes de ir para o campo missionário. Embora não possam servir em tempo integral, eles podem aproveitar todas as oportunidades que tiverem de encontrar e ajudar pessoas a filiarem-se à Igreja. Podem ser membros missionários na faculdade, no trabalho e na vizinhança. Devem seguir adiante, ter uma vida maravilhosa e plena e ajudar a edificar o reino onde quer que estejam. Nem todos os Apóstolos que estão servindo hoje puderam servir em uma missão de tempo integral em sua juventude, alguns deles porque foram obrigados a servir nas forças armadas. Mas todos fizeram o trabalho missionário. Todos trouxeram pessoas para a Igreja. Os líderes do sacerdócio são incentivados a ajudar todo rapaz e toda moça fiel e digno(a) a servir. Esses jovens podem, por exemplo, ajudar o bispo como missionários de ala. Podem trabalhar no armazém do bispo. Se morarem perto do templo, podem servir de várias maneiras ali. Os líderes do sacerdócio precisam apenas sugerir os meios e, depois, encaminhá-los. Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos. A LIAHONA MARÇO DE 2007 13 Por que alguns missionários são chamados para servir em seu próprio país? Asseguro-lhes de que os chamados são feitos por revelação. Os missionários servem onde o Senhor deseja que sirvam. Precisamos de missionários bons e capazes em todas as missões. Digamos, por exemplo, que um rapaz, líder estudantil, esteja morando na Virginia, nos Estados Unidos. Ele abre seu chamado para a missão e fica chocado ao descobrir que foi enviado para Salt Lake City. Mas não se passa muito tempo até que descubra exatamente por que o Senhor o chamou para servir ali. O que você diria aos jovens que acham, por algum motivo, que não têm tudo que é necessário para servir em uma missão? Em 2002, elevamos as exigências para o serviço missionário. Isso significa que os pré-requisitos de dignidade para que alguém se torne missionário precisam ser compreendidos e colocados em prática pelos jovens desde bem cedo. Eles precisam evitar os males do mundo. Evidentemente, o arrependimento é possível, sendo uma grande bênção. Mas os que caírem precisam se arrepender sincera e completamente, e isso leva tempo. Pode ser necessária até uma liberação da Primeira Presidência antes que possam servir. A elevação das exigências não exclui ninguém; apenas exige um arrependimento mais completo e, às vezes, mais difícil. Rogo aos jovens que não tenham de fazer isso! Não se coloquem nessa situação. 14 Simplesmente se mantenham dignos de servir. Pode ser que haja alguns jovens que se considerem indignos ou incapazes de servir, apesar do que ouviram de seu bispo ou presidente de ramo. Mas a verdade é que os líderes do sacerdócio possuem as chaves da aprovação. Se os líderes do sacerdócio considerarem uma pessoa digna de ser chamada, ela deve exercer fé nesse chamado e servir ao Senhor com plena confiança de que é digna e capaz. Como o missionário recebe a capacidade espiritual necessária para ser bem-sucedido? Assim que chega ao campo, o missionário geralmente carece de autoconfiança. Por isso, damos-lhe um bom companheiro, e este o ensina a fazer o trabalho missionário. Em poucos meses, o missionário está pleno do Espírito. Sente a grande alegria daqueles que conduzem almas a Cristo. Compreende que está ajudando o Pai Celestial e o Salvador no grande trabalho de redenção. Quando se dá conta disso, sente-se entusiasmado. Essa capacidade advém da obediência, da dedicação, do trabalho árduo e do entusiasmo. Se os missionários não forem obedientes, se não trabalharem arduamente fazendo o melhor possível a cada dia, não terão a mesma influência que têm os que irradiam o espírito do evangelho. Freqüentemente, perguntamos aos recém-conversos quando foi que ficaram sabendo que a Igreja era verdadeira. Não é incomum que digam: “Soube que a Igreja era verdadeira quando fui ensinado pelos élderes ou sísteres e senti a força de sua crença e vi o brilho no rosto deles”. Se a pessoa não está ativa e avidamente engajada, o Espírito não fortalecerá seu serviço missionário como poderia, se estivesse. Que bênçãos recebem os que servem em uma missão? Os missionários dedicados que fazem o melhor possível aprendem lições tão importantes quanto qualquer outra coisa que poderiam aprender numa faculdade, ou até mais importantes. Gostaria de dar um exemplo disso. Os missionários aprendem a se relacionar com as pessoas, a conversar com elas e a ajudá-las. Quer venham a ser médicos, À ESQUERDA: FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; À DIREITA: FOTOGRAFIA: WELDEN C. ANDERSEN; EXTREMA DIREITA: FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND sacerdócio, as anotações do jovem e sua disposição manifesta de aprender um novo idioma. O Apóstolo também leva em consideração as necessidades de todas as 344 missões do mundo inteiro e depois recebe uma inspiração espiritual sobre o local onde o missionário deve servir. Tudo isso é feito sob a direção do Presidente da Igreja, e o chamado vem dele. advogados, comerciantes ou qualquer outra coisa, a capacidade de relacionar-se com as pessoas pode significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso em sua carreira profissional. Uma segunda grande bênção é que os missionários se ancoram, em termos de doutrina, na realidade da Expiação. Passam a sentir grande amor e devoção ao Senhor Jesus Cristo, e isso sem dúvida abençoará a vida deles e de sua família na mortalidade e na eternidade. As mais vigorosas experiências de aprendizado acontecem quando ensinamos outra pessoa. E é isso que os missionários fazem. Eles interiorizam a doutrina; interiorizam a realidade da Expiação. E isso os abençoará em todos os seus futuros encargos na Igreja. Outra grande bênção é que, à medida que estendem a mão para as famílias que estão vagando nas trevas, a fim de resgatálas e trazê-las para a luz do evangelho, os missionários vêem coisas que não desejam em sua própria vida. Essa experiência deixa bem claro para eles quais são os valores que desejam seguir, o tipo de família que querem ter, o modo como desejam ensinar seus filhos e as metas que precisam estabelecer para merecer as bênçãos prometidas no templo. Uma missão é a maior fonte de instrução do mundo. O Presidente Gordon B. Hinckley disse muitas vezes que sua missão foi a base de uma vida inteira dedicada ao serviço. Ele atribui a sua missão o fato de ter-se mantido no caminho certo e de ter-se tornado um líder O na Igreja. Creio que todos concordam que ele está fazendo isso de um modo magnífico. Estamos numa época da história da Igreja em que os rapazes e moças do mundo inteiro precisam erguer-se e apresentar-se para servir como missionários. Eles não podem supor que haja um número suficiente de jovens nos Estados Unidos para fazer tudo o que o Senhor considera necessário. O Senhor precisa que os jovens de todos os lugares em que a Igreja esteja organizada se preparem para conduzir almas a Ele. Ao fazê-lo, abençoarão o mundo inteiro e receberão as bênçãos do céu, juntamente com sua família, agora e para sempre. ■ s missionários aprendem a se relacionar com as pessoas, a conversar com elas e a ajudá-las. Uma missão é a maior fonte de instrução do mundo. UM DIA NA VIDA DE UM MISSIONÁRIO Acompanhe um missionário e conheça os altos e baixos da vida missionária. A DA M C . O L S O N Revistas da Igreja E “ 16 i, acorde!” diz alguém, cutucando-o. Sonolento, você olha para o relógio ao lado da cama. São 6h30? O que está acontecendo? Espere, esse não é o seu relógio. Essa não é sua cama. Onde você está? “Ei!” diz a voz, “foi você que quis nos acompanhar. É hora de começar o dia”. Quando você ergue os olhos para o missionário que está de pé ao lado de sua cama, finalmente se lembra do que está acontecendo. As revistas da Igreja lhe ofereceram a oportunidade de acompanhar uma dupla de missionários por um dia, e você aceitou com entusiasmo a chance de ver como é de fato a vida deles. Mas não sabia que teria de começar de manhã, tão cedo! “Oi, sou o Élder Jesse Ward, de Utah”, diz o missionário alto, quando você se senta na cama. “Bem-vindo à Espanha. Este é o meu companheiro, o Élder Pierrick Triplet.” O Élder Triplet é da França, e está aprendendo não apenas o espanhol, mas o inglês também. Apesar do desafio de ter que aprender dois idiomas de uma vez, o Élder Triplet sente-se muito grato por estar na missão. 6h41 “Sou converso”, diz ele. “Tive uma grande mudança na minha vida, e gostaria que outros tivessem também. A missão pode ser muito árdua, mas ver alguém mudar de vida faz tudo valer a pena.” Isso deixou você interessado. Sempre ouviu falar que os dois anos da missão podiam ser os melhores de sua vida. Hoje você tem a oportunidade de saber por quê. 6h41. Depois de orar, os missionários passam algum tempo se exercitando. Flexões, abdominais, até levantamento de pesos são coisas costumeiras para o Élder Ward. Depois de tomar um banho e barbear-se, vem o desjejum. Cereal com leite frio é o prato favorito. 8h07. Os missionários passam muito tempo estudando individualmente e com o companheiro para que possam obter a palavra antes de proclamá-la (ver D&C 11:21). Depois do estudo da língua e do estudo individual das escrituras, é hora do estudo com o companheiro, usando o manual Pregar Meu Evangelho. 9h55. Os missionários passam muito tempo planejando no início do dia, durante o dia e no final do dia. Trocam idéias não apenas sobre o que irão fazer, mas também sobre as necessidades de cada pesquisador. FOTOGRAFIAS: ADAM C. OLSON 9h55 8h07 Hoje, os élderes vão conversar com um homem da França, um pesquisador que eles vão convidar para ser batizado. “Ele está preocupado”, diz o Élder Triplet. “Não se sente digno.” “Vamos falar sobre o arrependimento e dizer que Deus não Se lembra dos pecados”, sugere o Élder Ward, depois de pensar um pouco. “Por que você não ensina em francês para ter certeza de que ele compreendeu?” Antes de saírem de casa, a última coisa que os élderes fazem é orar — de novo. Essa é uma das muitas orações que farão hoje. O trabalho missionário requer muita ajuda do 11h09 céu. Depois, saem para a rua e correm até o ponto de ônibus. 11h09. Os missionários falam do evangelho com todo mundo, em todos os momentos, porque nunca sabem quem vai estar interessado. Enquanto esperam o ônibus, os missionários conversam com um rapaz e lhe entregam um folheto com o número do telefone deles. “Ele gosta da Igreja. Sente que é verdadeira. Quer pagar o dízimo. Mas não acredita que precise ser batizado de novo. Ele apresentou muita argumentação.” “É um bom sujeito”, diz o Élder Ward, meneando a cabeça. “Talvez ele esteja pronto para falarmos sobre o batismo na próxima vez.” 14h06. Os missionários tomam outro ônibus, dessa vez para El Casco, o bairro histórico de Toledo, Espanha. Param na loja de um pesquisador para convidá-lo para uma atividade naquela noite. “É fácil se perder por aqui, se a pessoa não prestar atenção”, diz o Élder Ward, referindo-se ao labirinto de ruas estreitas, cheias de prédios, que parecem inclinar-se sobre os pedestres. 14h24. Enquanto caminham pelas ruelas, os missionários param para oferecer ajuda a uma mulher que está carregando um fardo pesado. Passam algum tempo explicando quem são e o 11h21. Depois de dez minutos no ônibus e uma breve caminhada, os missionários chegam a uma capela alugada, junto com o pesquisador. Tudo começa bem, mas as dúvidas do pesquisador fazem com que a lição de 45 minutos que tinham planejado se estenda por mais de uma hora. “Essa foi a lição mais frustrante que já ensinei”, diz depois o Élder Triplet. 18 11h21 que fazem, mas a mulher não demonstra interesse. 14h47. É hora da siesta na Espanha, por isso os missionários pegam um ônibus de volta para seu apartamento, ou piso, para almoçar. “Tudo fecha das 14h às 16h”, explica o Élder Ward. “Algumas pessoas ficam muito zangadas se você bate na porta delas nesse horário.” “Isso é um chorizo, ou salsicha”, diz o Élder Triplet, apontando para o almoço. “É um prato típico. Comemos muito macarrão e chorizo, porque é barato e fácil de preparar.” “A missão é uma grande preparação para o casamento”, diz o Élder 14h06 Ward, rindo, enquanto mistura seu suco em pó com água. “Você tem de aprender a morar com outra pessoa, cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, fazer orçamento e cuidar de si mesmo.” 14h24 A LIAHONA MARÇO DE 2007 19 16h59 16h59. Os Élderes acabam ficando com um tempo livre, mas os missionários estão acostumados a alterar os planos quando surgem imprevistos. Seu plano de reserva era bater em portas. 16h24. De volta para El Casco, os missionários se reúnem com um conselheiro na presidência da missão para conversar sobre o trabalho atual de ativação. “É uma ótima área”, diz o Élder Ward, explicando que a freqüência na Igreja passou de 15 para 80 membros todas as semanas, porque uma família deu o exemplo na integração dos membros. 19h45. Depois de tomar dois ônibus, os Élderes chegam à atividade que tinham planejado realizar com as missionárias que trabalham na mesma cidade, a Síster Kathleen Bonifay e a Síster Brittany Hofman. As pessoas que eles estavam esperando não apareceram. “Isso acontece, às vezes”, diz o Élder Ward. Mas depois de fazer algumas visitas, os missionários conseguem reunir os pesquisadores que moram nas redondezas. Depois de um hino e um vídeo, é fácil sentir a influência do Espírito Santo, quando os missionários prestam testemunho de que o Livro de Mórmon é outro testamento de Jesus Cristo. A atividade foi um sucesso. 17h42. Em El Casco, onde muitas pessoas moram acima do nível da rua, bater em portas freqüentemente significa conversar com as pessoas que aparecem na sacada. E mesmo nas turísticas cidades históricas, os missionários precisam tomar cuidado com os cachorros. Os élderes tiveram algum sucesso: “Encontramos pessoas excelentes”, diz o Élder Ward. “Havia alguns jovens do Paraguai que nos convidaram para voltar amanhã.” E alguns fracassos: “Conversamos por meia hora com um homem”, diz o Élder Triplet. “Foi como conversar com uma parede.” 20 17h42 “O Senhor cuida de nós quando nos esforçamos ao máximo para planejar e trabalhar”, diz a Síster Bonifay. 21h13. Depois de uma carona até o ponto de ônibus, os élderes e as sísteres voltam para seus respectivos apartamentos, onde irão telefonar para seus líderes, analisar as atividades do dia e os planos a longo prazo, e planejar o dia seguinte. “Bem, é isso que fazemos”, diz o Élder Ward. “Não varia muito.” O Élder Triplet ri. “Somos os mesmos ontem, hoje e amanhã.” 19h45 21h13 vida. Sou missionário. Estou falando com as pessoas sobre Cristo todos os dias. Partir vai ser uma coisa feliz e triste ao mesmo tempo.” Você acabou de ter uma idéia de como é o trabalho missionário. Por mais emocionante que seja, o trabalho missionário pode ser exaustivo. Agora é hora de descansar um pouco e de preparar-se para o seu dia como missionário. Ele vai chegar mais depressa do que você imagina. ■ As coisas não saíram exatamente como os élderes haviam planejado, mas foi um bom dia, no fim das contas: eles fizeram alguns contatos promissores, realizaram uma boa atividade, prestaram testemunho de Cristo e fizeram o melhor possível para seguir os sussurros do Espírito Santo. “Já ouvi dizer que estes são os dois melhores anos da vida”, diz o Élder Triplet. “Esses dois anos têm sido ótimos, mas não significa necessariamente que são os melhores 730 dias da minha vida. Houve dias que achei que nunca iriam terminar. Mas adoro ser missionário.” O Élder Ward concorda. Ele tem sentimentos confusos a respeito de sua partida da missão. “Sempre achei que ficaria animado em voltar para casa”, diz ele. “Mas vejo a vida de modo diferente agora. Adoro minha A LIAHONA MARÇO DE 2007 21 Presentes para Trazer do Campo Missionário para Casa PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY H Eis dez presentes excelentes, duradouros e maravilhosos que espero que todo missionário traga consigo do campo missionário e os leve para casa. á vários anos, eu estava num aeroporto e encontrei alguns missionários que voltavam para casa. A família deles estava lá. Os missionários estavam apanhando a bagagem, e perguntei a um deles: “O que são todas essas coisas?” Ele disse: “São presentes que estou trazendo para casa”. Isso me deu a idéia do título de uma mensagem que gostaria de compartilhar: “Presentes para Trazer do Campo Missionário para Casa”. 1. O conhecimento do amor de Deus, nosso Pai Eterno, e Seu Filho Amado, o Senhor Jesus Cristo. 3. Mais amor pelos pais. “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Não há maior dádiva que qualquer pessoa deste mundo possa receber do que a convicção segura e confiante de que Deus, nosso Pai Eterno, vive e que Jesus é o Cristo. Creio nisso e considero essa convicção extremamente importante. Assisti a centenas de reuniões missionárias ao longo dos anos. Adoro ouvir os missionários falar de seu amor ao Senhor, mas também adoro ouvi-los falar dos pais com muito amor e gratidão. Rapazes que haviam sido indiferentes e descuidados se erguem com lágrimas nos olhos agradecendo ao Senhor por seu pai e por sua mãe. Nos dias atuais, que coisa maravilhosa e benéfica é ouvir um rapaz forte erguer-se e falar com muito sentimento a respeito de seu pai e sua mãe, dizendo coisas que nunca teria dito antes em toda a vida. Todo rapaz e toda moça deve voltar para casa sentindo mais amor pelos pais. 2. O conhecimento das escrituras, a palavra do Senhor, e um grande amor por elas. Quando eu era missionário, lia alguns capítulos do Livro de Mórmon todas as 22 noites antes de me deitar, e foi assim que adquiri no coração a convicção que nunca me abandonou: que essa era a palavra de Deus, restaurada na Terra pelo poder do Todo-Poderoso, traduzida pelo dom e poder de Deus para convencer os judeus e os gentios de que Jesus é o Cristo. Agradeço ao Senhor pelo testemunho que tenho da veracidade da palavra de Deus, que se encontra nesses sagrados livros revelados. Espero que todo missionário saia do campo de trabalho com a convicção no coração de que essas coisas são verdadeiras. 4. Um grande amor pelas pessoas em meio às quais FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER; EXTREMA DIREITA: COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS eles trabalharam. Amo os ingleses. Ninguém consegue diminuir o bom conceito que tenho dos ingleses, pois trabalhei com eles, morei com eles, estive na casa deles junto à lareira, aprendi a conhecer o coração deles e aprendi a amá-los. Aprendi a amar as pessoas da Ásia. Passei onze anos entre elas e as amo. Digo que as amo tanto quanto alguém poderia amar, por causa da experiência que tive entre elas como missionário, por assim dizer. Há algo errado em um missionário que volta para casa sem sentir grande amor pelas pessoas entre as quais trabalhou. 5. Apreço pelo trabalho árduo. Todo missionário deveria reconhecer que o trabalho árduo é o segredo para fazer com que as coisas aconteçam, o segredo do sucesso na vida. A LIAHONA MARÇO DE 2007 23 fazemos é um trabalho de equipe, e que coisa maravilhosa é aprender a trabalhar com outras pessoas. 8. O valor da virtude pessoal. Creio que não há nada maior que o missionário possa aprender em relação à sua futura integridade do que o valor da virtude pessoal. Creio que há poucas palavras mais grandiosas do que a promessa dada sob inspiração do Senhor e proferida pelo Profeta Joseph Smith: “Que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente”. Esse é o mandamento. E a promessa é esta: “Então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus” (D&C 121:45). Essa é a promessa para os que levam uma vida virtuosa. 9. Fé para agir. Não há substituto para o trabalho, nada substitui levantar-se bem cedo pela manhã, começar a trabalhar e não parar até que o serviço esteja terminado. Não conheço nada melhor para ajudar uma pessoa, em tudo que venha a enfrentar na vida, do que a capacidade de disciplinar-se para o trabalho. “Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor, porque sei que o Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens possam ser cumpridas” (1 Néfi 3:7). Pedimos aos missionários que façam coisas tremendamente difíceis. É muito difícil para jovens tímidos e inseguros fazer as coisas que, às vezes, pedimos que façam. Eles precisam ter fé para fazer, agir, seguir adiante e realizar a tarefa. Que dádiva maravilhosa para levar para casa! 6. A certeza de que a inspiração do Santo Espírito está 10. Humildade para orar. ao alcance de todos, se formos dignos. Reconhecer que existe um poder maior que nós, reconhecer que, por melhor que seja um homem, ele não é bom o suficiente; que por mais sábio que ele seja, não é sábio o suficiente; que por mais forte que seja, não é forte o suficiente para todas as coisas que enfrentará na vida; e que há uma fonte de poder à qual todos podemos recorrer, com a certeza de que seremos atendidos e que haverá uma resposta. Esses são dez presentes que espero que todo missionário ou missionária traga para casa consigo — não um monte de enfeites dourados, bonecas, tapetes, peles, vestidos ou pratos, mas, sim, essas coisas excelentes, duradouras e maravilhosas. Deus os abençoe para que mantenham a fé e, ao mantê-la, tenham grande alegria naquilo que vocês foram chamados para fazer. ■ A inspiração está ao alcance de todos nós, se formos dignos e a cultivarmos. Adoro estas grandiosas palavras de revelação e promessa: “Deus vos dará conhecimento, por seu Santo Espírito, sim, pelo indescritível dom do Espírito Santo” (D&C 121:26). Que presente precioso para trazer para casa: a certeza de que teremos acesso a algo que nos será concedido pelo poder do Santo Espírito, se formos dignos. 7. A compreensão da importância do trabalho de equipe. Ninguém consegue fazer esse trabalho sozinho. Trabalhamos em duplas. “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra” (II Coríntios 13:1). Trabalhamos juntos. Não há lugar para estrelismo no campo missionário. Grande parte de tudo o que 24 Extraído de um discurso proferido em um seminário para novos presidentes de missão, em 24 de junho de 1983. MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES Como o Espírito Pode Magnificar-me Tornar-se um Instrumento nas Mãos de Deus, Ouvindo e Seguindo os Sussurros do Espírito FOTOGRAFIAS: CRAIG DIMOND, EXCETO QUANDO INDICADO; FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA: MATTHEW REIER, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; BORDA © ARTBEATS Selecione em espírito de oração e leia as escrituras e ensinamentos desta mensagem que atendam às necessidades das irmãs que você for visitar. Compartilhe suas experiências e seu testemunho. Convide as irmãs a quem você estiver ensinando a fazerem o mesmo. Como Posso Reconhecer os Sussurros do Espírito? D&C 8:2: “Eu te falarei em tua mente e em teu coração, pelo Espírito Santo que virá sobre ti e que habitará em teu coração.” Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos: “O Espírito de Deus (...) será tão suave quanto um sussurro, vindo como um pensamento a nossa mente ou como um sentimento a nosso coração. (...) Escolha colocar-se em posição de ter experiências com o Espírito de Deus por meio da oração, do estudo das escrituras, das reuniões da Igreja, em seu lar, e da interação sadia com outras pessoas” (“Agir por Nós Mesmos: O Dom e as Bênçãos do Arbítrio”, A Liahona, maio de 2006, p. 7). Presidente Boyd K. Packer, Presidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos: “Deixe as perguntas difíceis no fundo de sua mente e siga adiante com a vida. Pondere e ore silenciosa e persistentemente a respeito delas. A resposta não virá como um relâmpago. Pode vir como uma pequena inspiração aqui e outra ali, ‘linha sobre linha, preceito sobre preceito’ (D&C 98:12). Algumas respostas serão concedidas pela leitura das escrituras, outras de ouvir discursos. E ocasionalmente, quando for importante, algumas virão por uma inspiração muito direta e vigorosa” (“Prayers and Answers” [Orações e Respostas], Ensign, novembro de 1979, p. 21). Élder Henry B. Eyring, do Quórum dos Doze Apóstolos: “Anote as impressões ou pensamentos que sentir que vieram de Deus. (...) Pondere cuidadosamente se a verdade que recebeu exige ação. É por meio da obediência aos mandamentos que nos qualificamos para receber mais revelação de verdade e luz” (“A Life Founded in Light and Truth” [Uma Vida Alicerçada na Luz e na Verdade], Ensign, julho de 2001, p. 13). para que Eu Seja um Instrumento nas Mãos do Senhor? Eliza R. Snow (1804–1887), antiga presidente geral da Sociedade de Socorro: “Quando vocês estão plenas do Espírito de Deus, (...) esse [Espírito] satisfaz e preenche todo anseio do coração humano e preenche todo espaço vazio. Quando estou plena desse espírito, minha alma está satisfeita. (...) O Espírito de Deus transmitirá instruções para sua mente, e vocês as transmitirão umas às outras. (...) Lembrem-se de que vocês são santos de Deus; e que têm trabalhos importantes para realizar em Sião” (Woman’s Exponent, 15 de setembro de 1873, p. 62). Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos: “As mulheres (...) que conseguem ouvir a voz do Senhor e atender a Seus sussurros se tornam instrumentos inestimáveis em Suas mãos. (...) Nunca tenham dúvida de que sua influência é absolutamente vital para preservar a família e auxiliar no crescimento e vitalidade espiritual da Igreja” (“Mulheres de Retidão”, A Liahona, dezembro de 2002, p. 42). Bonnie D. Parkin, presidente geral da Sociedade de Socorro: “Se estivermos em sintonia com o Espírito, se buscarmos o Senhor e Sua orientação, se a direção que seguirmos for a de retornar à presença do Pai no Céu, os mais doces momentos surgirão. Nós os apreciaremos, pois nos tornamos instrumentos nas mãos de Deus” (“Doces Momentos”, A Liahona, novembro de 2005, p. 108). ■ A LIAHONA MARÇO DE 2007 25 O Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico o d I n u n t e M i ro o n À esquerda: As irmãs da Sociedade de Socorro da Ala San Miguel de Allende, Estaca Celaya México, apresentam uma dança que aprenderam numa atividade de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico. À direita: Como parte de uma reunião e atividade de aprimoramento da Ala Mont St. Hilaire, Estaca Longueuil Québec, as irmãs aprendem a cultivar couve-de-bruxelas — um acréscimo saudável para sua dieta. À esquerda: Irmãs de Orem, Utah, confeccionam acolchoados, que há muito é uma atividade favorita das irmãs da Sociedade de Socorro. À esquerda: A irmã Adelma M. Linhares costura num projeto de serviço de sua ala em São Paulo, Brasil. Essa atividade de À ESQUERDA: FOTOGRAFIA: JUAN CARLOS SANTOYO; NO ALTO À DIREITA: FOTOGRAFIA: LAURENT LUCUIX; ACIMA: FOTOGRAFIA: CHRISTINA SMITH; À DIREITA: FOTOGRAFIA: ANA CLÁUDIA OLIVEIRA; FUNDO © DYNAMIC GRAPHICS, INC. C O N N I E D. C A N N O N Junta Geral da Sociedade de Socorro U m lugar no qual “o coração e as mãos das irmãs se unem numa atmosfera segura, descontraída e agradável”, é assim que Bonnie D. Parkin, presidente geral da Sociedade de Socorro, descreve a reunião de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico. É um lugar em que as mulheres de todas as idades podem fortalecer sua fé em Jesus Cristo e aprender habilidades e aptidões de economia doméstica e para a criação dos filhos. É uma ocasião em que as irmãs podem desfrutar do convívio social, aprender e ser edificadas. Desde janeiro de 2006, quando as novas diretrizes para o aprimoramento pessoal, familiar e doméstico entraram em vigor, as irmãs da Sociedade de Socorro do mundo inteiro estão começando a compreender o que esse programa pode ser. aprimoramento beneficiou os hospitais públicos da região. Reuniões de Aprimoramento Em vez de mensais, as reuniões de Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico para todas as irmãs são realizadas quatro vezes por ano. Uma dessas quatro reuniões deve comemorar o dia 17 de março de 1842, da organização da Sociedade de Socorro. Além das reuniões da ala ou ramo, a Sociedade de Socorro da estaca ou distrito realiza uma ou duas reuniões de aprimoramento a cada ano. Uma dessas reuniões de aprimoramento é realizada em conjunto com a transmissão anual da reunião geral da Sociedade de Socorro, em setembro. Atividades de Aprimoramento A Sociedade de Socorro da ala ou ramo também oferece atividades regulares para grupos de irmãs com interesses comuns. Ao fazer isso, as líderes da Sociedade de Socorro devem procurar conhecer as necessidades e os desejos das irmãs para saber quais atividades vão oferecer. A LIAHONA MARÇO DE 2007 27 de Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico N as reuniões de aprimoramento trimestrais, as irmãs da Sociedade de Socorro podem “sentir-se integradas ao participar de atividades que edificam a força espiritual, desenvolvem habilidades pessoais, fortalecem o lar e a família e exercem caridade por meio do serviço”, diz a irmã Parkin. “Nessas reuniões, são fortalecidos os laços fraternais, os membros novos e menos ativos são integrados e as oportunidades missionárias se sucedem.” Seguem-se exemplos do que as estacas e alas têm feito em suas reuniões de Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico. Uma ala comemorou a organização da Sociedade de Socorro com um programa ao qual deram o nome de “Irmandade, um Tapete de Amor”. O programa baseou-se num discurso proferido pelo Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência, na reunião geral da Sociedade de Socorro de setembro de 2002.1 Depois do jantar, oito irmãs compartilharam experiências e pensamentos sobre o que a Sociedade de Socorro significava para elas, como um lugar em que aprendiam, faziam amizades eternas, desfrutavam da irmandade e prestavam serviço. A reunião de aprimoramento de uma estaca concentrouse na edificação da fé em Jesus Cristo por meio de testemunhos. Stephanie Wilkey, a presidente da Sociedade de Socorro da estaca, escreveu: “Sentimo-nos inspiradas a realizar uma reunião de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico baseada em um dos princípios da caridade: a bondade. Tivemos de exercer toda a nossa fé para seguir os sussurros que recebemos, como presidência, para levar adiante essa idéia. Minhas conselheiras me garantiram que as irmãs compareceriam e expressariam o que sentiam no coração. E elas realmente vieram! Quase 350 irmãs encheram a capela numa noite de chuva e vento. Abriram o coração umas para as outras em magníficos testemunhos, falando 28 de como colocar em prática o princípio da bondade em sua vida. Quando estavam saindo da capela, uma hora e meia depois, as irmãs expressaram com palavras e lágrimas que tinham sentido o amor do Senhor e que se sentiam muito gratas por terem comparecido”. Em outra estaca, a presidente da Sociedade de Socorro, Mickie Neslen, deu-se conta de que a segurança financeira ajudava a fortalecer as famílias. Ela e a presidência da estaca prepararam uma reunião de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico que foi levada de ala em ala. Começava com uma lição espiritual sobre finanças. Depois, as irmãs eram convidadas a visitar cinco ‘estações’ ou oficinas diferentes, com apresentações de 15 minutos, ministradas por irmãs experientes: 1. “Orçamento” apresentava várias maneiras de acompanhar e administrar o dinheiro usando cadernos, envelopes ou programas de computador. 2. “Dicas de Economia” ensinava maneiras simples de economizar dinheiro a cada dia. 3. “Finanças para Crianças” mostrava diversas maneiras de ensinar princípios financeiros para as crianças, incluindo jogos interativos. 4. “Preparação para o Futuro” analisava informações sobre seguros contra doença ou invalidez, casas de repouso, cuidados de enfermagem e outras questões que envolviam os aposentados. 5. “O Preço do Crédito” explicava o perigo das dívidas e como evitá-las. Essas reuniões de aprimoramento ajudaram a instruir e fortalecer as irmãs de várias maneiras importantes. NOTA 1. Ver “Vocês Todas Vieram do Céu”, A Liahona, novembro de 2002, p. 110. SENTIDO HORÁRIO, A PARTIR DO ALTO: FOTOGRAFIAS: SERGIO DÍEZ, DANNY SOLETA, ADRIAN LEYVA E ABEL GÓMEZ n u e R iões “Precisamos rir juntas”, disse uma irmã da Sociedade de Socorro da Ala Juniper, Estaca Lancaster Califórnia. “O simples fato de estar com as irmãs nas reuniões de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico ajuda a equilibrar minha vida.” À direita: Entre as atividades da Sociedade de Socorro da Ala Makati II, Estaca Makati Filipinas, houve uma apresentação sobre como fazer óleo a partir do coco virgem. À esquerda: Uma vez que Elvira Garza, da Ala San Fernando I, Estaca Valle Hermoso México, As irmãs que participaram adora preparar enlatados, ela dessa reunião de aprimora- foi a escolha perfeita para ensi- mento da Ala Tacuarembó nar esse processo na atividade I, no Uruguai, aprenderam de aprimoramento pessoal, a fazer arranjos de flores. familiar e doméstico. A LIAHONA MARÇO DE 2007 29 Abaixo: As irmãs da Ala Jardines, Estaca À esquerda: No mês Cidade do México Ermita, estudam e apren- de julho, a Estaca dem juntas. Cidade do México Chapultepec realiza básicas. As irmãs escolhem um curso para participar das 9h às 14h, todos os dias da semana. Aqui, as irmãs estão aprendendo a cortar cabelo. À esquerda: Depois de uma lição espiritual no Ramo Odessa Tsentralny, na Ucrânia, as irmãs da Sociedade de Socorro participam de uma aula sobre armazenamento correto de produtos alimentícios. Abaixo: Mãos habilidosas confeccionam bolsas numa atividade de aprimoramento pessoal, familiar e doméstico da Ala Votorantim, Estaca Sorocaba Brasil Barcelona. Acima: As irmãs da Sociedade de Socorro do mundo inteiro, como estas do Brasil, aprendem técnicas de armazenamento doméstico e outras aptidões para ajudar a prover o sustento da família numa emergência. 30 NO ALTO: FOTOGRAFIAS: ISRAEL GUTIÉRREZ E CORTESIA DA PRESIDÊNCIA GERAL DA SOCIEDADE DE SOCORRO; CENTRO: FOTOGRAFIA: MARINA LUKACH; EMBAIXO À ESQUERDA: FOTOGRAFIA: MIRIAM NERY; ABAIXO À DIREITA: FOTOGRAFIA: ISRAEL ANTUNES cursos de aptidões d i v a i t A des de Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico A s atividades de Aprimoramento Pessoal, Familiar e Doméstico são menos estruturadas do que as reuniões trimestrais. Podem ser organizadas por especialistas, sob a direção da presidência. A princípio, a idéia de realizar atividades parecia difícil para algumas líderes. Contudo, ao avaliarem as necessidades das irmãs, consultarem os líderes do sacerdócio e orarem pedindo inspiração, acabaram tendo boas idéias e desenvolveram confiança. Eis alguns exemplos de idéias eficazes: reformas e consertos domésticos do tipo faça-você-mesma, cursos de fortalecimento do casamento, grupos de estudo do manual Pregar Meu Evangelho, preparo de refeições para irmãs acamadas e um grupo de apoio para irmãs com problemas de infertilidade. “Eu ficava me perguntando como esse novo programa uniria as irmãs se nos reuníssemos em grupos menores, mas estava disposta a tentar”, escreveu Richelle Pearce, da Ala Shadowbrook, Estaca Kaysville Utah Sul. “Faço pão algumas vezes na semana; portanto, depois de fazer os preparativos necessários, as líderes da Sociedade de Socorro convidaram todas as interessadas a reunirem-se em minha casa para uma atividade. Na quinta-feira seguinte, cinco irmãs bateram em minha porta. Cada uma delas estava numa fase diferente da vida: uma mãe que acabara de ter o primeiro filho, uma mãe que trabalhava fora de casa, uma irmã idosa e duas que tinham uma família grande como a minha. O que aconteceu nas duas horas seguinte foi para mim um testemunho de que esse programa é inspirado. As irmãs não apenas aprenderam a moer o trigo e fazer pão, mas também conversaram, riram, compartilharam idéias e realmente se integraram. Quando estavam indo embora com seu pão e a farinha de trigo, eu soube que esse programa poderia unir as irmãs de um modo maravilhoso.” Na Nigéria, aprender a fazer pão fez mais do que ensinar uma habilidade importante. Uma irmã do Ramo Ikot Ekpene, Missão Nigéria Uyo, disse que as atividades de aprimoramento mudaram sua vida. Ela explicou que, depois do batismo e confirmação, ela havia deixado de freqüentar a Igreja. Então, uma irmã da Sociedade de Socorro a convidou para uma atividade de aprimoramento, onde as irmãs aprenderam a fazer sabão, um artigo raro na vila isolada em que moravam. Em outra atividade, ela aprendeu a fazer pão de boa qualidade, que não era encontrado perto da casa dela. Seu entusiasmo continuou, à medida que as irmãs se reuniam regularmente a fim de fazer pão para uso doméstico e para o sacramento do domingo. No México, as irmãs interessadas aprenderam alguns tipos diferentes de corte de cabelo. Para muitas, o aprendizado dessa aptidão ajudou financeiramente a família, proporcionando economia de dinheiro. Em uma ala de solteiros, as líderes da Sociedade de Socorro pediram ao quórum de élderes que ensinasse as irmãs da Sociedade de Socorro a trocar o pneu do carro e a verificar o nível do óleo. Isso não apenas ajudou a desenvolver a auto-suficiência nas irmãs, mas também proporcionou uma oportunidade para que os jovens adultos solteiros desfrutassem de um convívio social. De que modo, então, as novas diretrizes para o aprimoramento pessoal, familiar e doméstico estão sendo recebidas pelas irmãs da Sociedade de Socorro? Estão sendo recebidas em muitos lugares com fé, entusiasmo e criatividade. Com o passar do tempo, esse programa inspirado continuará a crescer e a abençoar a vida de um número cada vez maior de irmãs da Sociedade de Socorro, de todas as idades, no mundo inteiro. ■ A LIAHONA MARÇO DE 2007 31 Ter Fé em que o Senhor Fará as Coisas no Seu Devido Tempo Sendo solteira, aprendi a compreender que o Senhor nos sustém no momento certo de nossa vida. C AT H E R I N E E DWA R D S Q uando eu tinha 19 anos, uma de minhas melhores amigas se casou. A cerimônia foi maravilhosa, ela estava linda, o noivo era muito bonito, e eles estavam muito felizes. Eu, porém, fiquei um pouco desgostosa. O casamento dela foi uma surpresa para mim. Ela estava alterando a perspectiva que eu tinha para ela e para mim mesma. Sem dúvida, eu queria me casar, mas não tão cedo. Eu achava que éramos jovens demais, mas ela estava-se casando não apenas antes de formar-se na faculdade, mas antes que tivéssemos a chance de viajar juntas ou empenhar-nos em oportunidades intelectualmente estimulantes na carreira profissional. Fiquei acordada a noite inteira, na véspera do casamento, preocupada com o futuro dela, ao passo que ela dormiu tranqüilamente, devidamente confiante em sua decisão. Quando penso na reação que tive, acabo sorrindo. No que eu estava pensando? Contemplo a vida dela agora: tem dois filhos lindos e um lar cheio de amor. Poucos meses depois de seu casamento, ficou claro para mim que ela havia tomado a decisão certa, e isso está ainda mais claro agora. Reconheço que ela orou, ponderou e confiou na inspiração que Deus lhe concedera. Isso foi há quase 20 anos. Ainda estou solteira. A maioria 32 de minhas amigas já se casou; elas têm marido, filhos e um lar. Tenho um lar: um apartamento alugado de dois quartos na cidade de Nova York. Não tenho marido nem filhos. Às vezes me pergunto se alguém fica acordado à noite, se preocupando comigo, como fiz em relação à minha amiga. Sei que cometi alguns erros na vida, mas não creio que tenha feito nada que me impossibilite de receber a bênção do casamento. Admito que me perguntei às vezes se minha vida teria sido diferente se eu tivesse agido melhor ou trabalhado mais arduamente ou sido mais bondosa, mas sei que fiz coisas boas e que sempre procurei seguir adiante com uma visão eterna das coisas. Procuro fazer a minha parte para realizar meu desejo de casar-me no templo. Também reconheço que Deus sabe o momento certo para que os eventos importantes aconteçam em minha vida e que esse cronograma é diferente do das outras pessoas. Sinto-me imensamente grata por compreender isso. Meu apreço cresceu à medida que desenvolvi fé em um Pai Celestial amoroso, que sabe do que eu preciso e o que posso oferecer às pessoas. O reconhecimento de que minha vida segue um cronograma próprio foi um processo. Minhas perguntas a Deus ILUSTRADO POR STEVE KROPP referentes ao Seu desígnio para mim fizeram com que eu adquirisse a noção de que tenho um potencial e virtudes próprias e distintas. Descobri que essa certeza é questionada na maioria das vezes não por minhas próprias idéias, mas pela freqüente preocupação bem-intencionada de outras pessoas. Os sentimentos das pessoas em relação ao fato de eu continuar solteira não diferem da reação que tive com minha amiga de 19 anos que ia se casar. Supus que eu soubesse o que ela devia fazer, mas eu estava errada. Às vezes as pessoas sugerem possíveis explicações para o fato de eu ainda não ter marido nem filhos. Sei que a maioria dessas sugestões são feitas com bondade, mas no fundo parece haver a idéia de que cometi erros que me desqualificaram para a bênção do casamento e da maternidade. Já me disseram que talvez eu seja muito exigente, muito agressiva, muito inteligente, muito dedicada à carreira profissional, muito independente, muito liberal ou — a minha favorita — muito feliz. Devo dizer que em certas ocasiões considerei essas críticas como um elogio, mas ao mesmo tempo me dei conta de que há mulheres casadas que são mais inteligentes, mais agressivas, mais exigentes e mais independentes do que eu. Uma Meta do Discipulado Ao ponderar no que creio ser o cronograma de Deus para os eventos importantes da minha vida, estou profundamente ciente de minhas escolhas e do meu arbítrio. Como filhos do Pai Celestial, recebemos a feliz oportunidade e responsabilidade de buscar a bênção do casamento. Ao nos esforçar por alcançar essa meta, estamos fazendo a nossa parte. Como membro da Igreja, tenho as bênçãos da oração, das escrituras, da ala que freqüento e das palavras dos profetas para dar-me uma compreensão mais profunda do Pai Celestial e do Salvador. Cada uma dessas bênçãos provê diretrizes para a boa utilização de meu arbítrio. Espero ter sabedoria nas decisões que tomar, inclusive em minha reação a alegrias e desafios inesperados. Regularmente faço um balanço da minha vida e da minha situação. O aspecto mais importante dessa auto-análise é a questão da minha dignidade. Tenho me esforçado diligentemente por viver de acordo com as doutrinas e práticas da Igreja: assistir às reuniões e freqüentar o templo, pagar o dízimo, ter uma vida virtuosa e servir ao próximo. Creio na Expiação do Salvador e na eficácia de viver os mandamentos e as orientações dos profetas. A LIAHONA MARÇO DE 2007 33 uer sejamos casados, divorciados, viúvos ou solteiros, todos temos as bênçãos de um legado divino comum e um papel divino e distinto. Sou grata por ter um Pai Celestial amoroso que nos conhece e sabe o que podemos fazer de nossa vida, por mais diferente e emocionante que ela seja. Q Uma Vida Rica Freqüentemente me perguntam como posso ser tão feliz sendo um membro da Igreja que não se casou, numa cultura que dá tanta ênfase ao casamento. Vou dizer o que tenho feito. Minha irmã Christine e eu decidimos bem cedo na vida que sem dúvida nos casaríamos um dia, mas que até lá viveríamos de modo a tornar-nos pessoas instruídas e experientes. Sinto-me imensamente grata por termos feito esse plano: um plano vinculado a nosso desejo de fazer aquilo que acreditamos que Deus espera de nós. Em essência, era um plano que se alicerçava na obediência aos sussurros do Espírito. Minha irmã se casou há dez anos e tem dois filhos lindos. Ela concluiu o doutorado e fez contribuições importantes para a Igreja e sua comunidade. Continuo a seguir nosso plano e creio que é isso que Deus deseja que eu faça. Analiso sempre se o que faço está certo, se minhas metas na vida são condizentes com a meta mais ampla de ser uma 34 discípula do Salvador. Esforço-me para garantir que meus atos e realizações, tanto espirituais quanto seculares, estejam me conduzindo a uma compreensão melhor de meu papel como filha de Deus. Como mulher SUD solteira, tive a oportunidade de servir de maneiras maravilhosas. Tenho uma carreira profissional voltada para o serviço ao próximo e tenho sido capaz de cumprir meus chamados na Igreja. Desenvolvi meus talentos e alcancei minhas próprias metas educacionais. Minha vida é muito rica. Sempre procuro seguir os sussurros do Senhor em minhas decisões. Há vários anos, juntamente com seis outras mulheres solteiras da minha faixa etária, tive a especial e inesperada oportunidade de reunir-me com Bonnie D. Parkin, presidente geral da Sociedade de Socorro. Passamos mais de uma hora conversando a respeito de nossa vida como mulheres solteiras da Igreja. Naquele ano, essa reunião foi uma das grandes bênçãos da minha vida. Reunidas em volta da mesa do escritório da irmã Parkin, falamos dos desafios e bênçãos de nossa vida. No final, ela perguntou se tínhamos algum comentário que gostaríamos de fazer. Ergui a mão e declarei: “A Igreja é o melhor lugar para ser uma mulher solteira”. Tendo a oportunidade naquela breve hora de prestar meu testemunho de serviço e lealdade a Deus, aprofundei genuinamente o testemunho de meu papel na Igreja. Eu já sabia qual era esse papel, mas precisei daquela conversa para compreendê-lo e aprofundar minha convicção de sua importância. Confiança no Indivíduo Na Igreja, creio que há uma nítida necessidade de desenvolver confiança na pessoa, não por enquadrar-se em um cronograma culturalmente determinado, mas por seguir suas próprias revelações recebidas de um Pai Celestial amoroso. É importante acreditar firmemente que as pessoas podem estar fazendo a coisa certa e reconhecer que mesmo que a vida delas pareça diferente, elas têm coisas especiais a oferecer das quais necessitamos. É fácil presumir e achar que existe um cronograma certo para todos. Todos têm desafios. Quer sejamos casados, divorciados, viúvos ou solteiros, todos temos as bênçãos de um legado divino comum e um papel divino e distinto. É claro que oro para casar-me e para que meu marido e eu tenhamos filhos. Enquanto isso, estou me esforçando para ampliar e desenvolver minha vida voltada para o evangelho. Recebo bênçãos por ser solteira, e seria muita ingratidão e negligência de minha parte desperdiçá-las, e tenho certeza de que essas bênçãos, no final, vão me tornar uma esposa e mãe melhor. Sou grata por ter um Pai Celestial amoroso que nos conhece e sabe o que podemos fazer de nossa vida, por mais diferente e emocionante que ela seja. Sinto-me grata pela vida que tenho e pelas oportunidades que me aguardam. Oro para que todos tenhamos confiança no cronograma que o Senhor reservou para nós, cronograma esse que é apoiado por nossas boas decisões e por nossa fé em Deus. ■ O CASAMENTO E O TEMPO DO SENHOR “A ocasião para o casamento talvez seja o melhor exemplo de um acontecimento extremamente importante em nossa vida que é quase impossível de planejar. Como outros acontecimentos mortais importantes que dependem do arbítrio de outros, ou da vontade e do tempo do Senhor, o casamento não pode ser previsto ou planejado com certeza. Podemos e devemos trabalhar e orar para a realização de nossos desejos justos, mas, a despeito disso, muitos ficarão solteiros muito tempo além de sua ocasião desejada para o casamento. Assim, o que precisa ser feito nesse meio tempo? A fé no Senhor Jesus Cristo prepara-nos para o que quer que a vida traga. Esse tipo de fé prepara-nos para lidar com as oportunidades da vida — para tirar vantagem das que são recebidas e persistir, superando a decepção das que foram perdidas. No exercício dessa fé, devemos comprometer-nos com as prioridades e padrões que seguiremos em assuntos que não controlamos, e persistir fielmente nesses compromissos, a despeito do que nos aconteça por causa do arbítrio de outros, ou do tempo do Senhor. Quando fizermos isso, teremos em nossa vida uma constância que nos fornecerá orientação e paz. Sejam quais forem as circunstâncias que estiverem além de nosso controle, nossos compromissos e padrões podem ser constantes. O comprometimento e o serviço prestado pelos adultos solteiros podem mantê-los firmes durante os anos de espera pelo tempo certo e pela pessoa certa. Seu comprometimento e serviço podem também inspirar e fortalecer a outros. Sábios são aqueles que assumem este compromisso: Colocarei o Senhor em primeiro lugar em minha vida, e cumprirei os Seus mandamentos. A realização desse compromisso está dentro do controle de todos. Podemos cumpri-lo sem levar em conta o que os outros decidirem fazer, e esse compromisso nos fortalecerá, não importando a ocasião que o Senhor escolher para os acontecimentos mais importantes de nossa vida.” Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, “Ocasião”, A Liahona, outubro de 2003, p. 15. A LIAHONA MARÇO DE 2007 35 Amigas Irmãs Irmãs Companheiras DE DE Valeria conduziu Paula ao evangelho por meio da amizade e do exemplo e estando sempre ao lado dela para ajudá-la. 36 PARA E, , PARA R E B E C C A M I L L S H U M E E B R A D W I L C OX V aleria Pontelli de Río Gallegos, Santa Cruz, Argentina, não tinha intenção de converter a amiga. Simplesmente vivia seus padrões com convicção. Por ser membro da Igreja, havia algumas coisas que ela fazia e outras que não fazia, e todas as amigas sabiam disso. Uma dessas amigas era Paula Alvarez, que sempre observou Valeria de perto e ficava impressionada com a fidelidade e constância com que ela seguia suas crenças. Paula tinha uma família maravilhosa, mas eles não tinham o evangelho — até que Valeria apareceu na vida deles. Paula recorda: “Valeria não se envergonhava do testemunho que tinha. Ela sabia quem ela era. Sabia que era filha de um Rei majestoso e eterno, uma filha de Deus”. Esse conhecimento e confiança impressionou o tio de Paula, Moises. Ele começou a pesquisar a Igreja e a reunir-se com os missionários. No dia em que ele anunciou que seria batizado, Paula ficou um pouco chocada. Não esperava que o tio estivesse disposto a fazer uma mudança tão grande na vida. Toda a família foi convidada para o batismo, mas Paula não estava querendo ir. Não sabia o que esperar. Por fim, a família a convenceu a acompanhá-los ao batismo do tio. Paula recorda: “Quando vi meu tio entrando nas águas do batismo, o Espírito tocou-me o coração. O impacto foi profundo e inegável. Naquele momento, também quis fazer um compromisso com Deus de fazer tudo o que Ele me pedisse”. “Posso falar com você?” Disse Paula, puxando Valeria para o lado. “Senti algo especial no batismo do meu tio”, explicou ela, em voz baixa. Valeria disse à amiga que ela havia sentido a influência do Espírito. “Ele está dizendo que você precisa seguir o exemplo de seu tio”. “Mas não posso fazer isso sozinha”, disse Paula. “Não se preocupe. Vou ajudá-la”, assegurou a amiga. Pouco tempo depois, Paula e toda a família receberam os missionários e aceitaram o convite para ser batizados. A vida deles mudou para sempre. Paula disse: “Os padrões que sempre via minha amiga seguir passaram a fazer parte de minha vida. O testemunho da minha amiga passou a ser meu”. Pouco tempo depois, Paula começou a sentir forte desejo de compartilhar com outras pessoas o que tinha recebido. Quando completou um ano de membro da Igreja, preencheu seus FOTOGRAFIA: MAURICIO A. TAPIA HERRERA papéis para a missão, foi entrevistada pelos líderes do sacerdócio e recebeu um chamado para servir na Missão Chile Santiago Leste. Valeria disse: “Quando vi minha amiga preparar-se para servir em uma missão, o Espírito tocou-me o coração. Desejei comprometer-me a servir a Deus, como ela tinha feito”. “Posso falar com você?” Dessa vez foi Valeria que puxou Paula para o lado. “Senti algo especial quando a vi preparando-se para partir em uma missão”. Paula disse à amiga o mesmo que ela lhe dissera uma vez: “É o Espírito dizendo o que você precisa fazer”. Os planos de Valeria não incluíam uma missão de tempo integral. Ela não sabia muito bem o que fazer. “Mas não posso fazer isso sozinha”, disse Valeria para Paula. “Não se preocupe. Vou ajudá-la”, assegurou a amiga. Mais tarde, quando Valeria abriu seu chamado, ficou surpresa ao saber que estava indo para a mesma missão da amiga. Paula começou a servir em outubro de 2002; Valeria foi para a missão em fevereiro de 2003. Durante a missão, elas se viam freqüentemente, nas conferências e atividades. Gostavam muito de conversar e contar as novidades de suas respectivas áreas. Nunca sonharam que em novembro de 2003 se tornariam companheiras. Sua amizade floresceu num relacionamento que duraria para sempre. Passaram de amigas para irmãs no evangelho e, depois, para companheiras missionárias. A Síster Valeria Pontelli disse: “A princípio, tive receio de que nossa amizade ficasse prejudicada por trabalharmos juntas, mas esse receio se dissipou no primeiro dia. Essa chance de trabalhar juntas só fortaleceu nosso relacionamento, e nossa amizade ajudou-nos no trabalho”. As pessoas concordam. Uma mulher, que costumava ser menos ativa mas voltou para a Igreja devido ao trabalho daquelas duas missionárias, disse: “Não podíamos deixar de amá-las, pois víamos o amor que sentiam uma pela outra e por todas as pessoas a seu redor. Elas são meus anjos”. Foi difícil para as companheiras se despedirem uma da outra em março de 2004, quando a Síster Paula Alvarez terminou sua missão. Ela estava preocupada em voltar para a Argentina e enfrentar o que o futuro lhe reservava. As duas irmãs conversaram sobre suas preocupações e foram juntas para seus compromissos. “Não posso fazer isso sozinha”, disse a Síster Alvarez. “Não se preocupe”, foi a resposta conhecida da companheira, a Síster Pontelli. “Vou ajudá-la.” ■ A LIAHONA MARÇO DE 2007 37 o que sei hoje, teria feito diferentemente algumas coisas como missionário. ROGER TERRY S ervi no norte da Alemanha de 1975 a 1977. Esses foram de fato os dois anos mais memoráveis da minha vida, mas a lembrança também traz consigo uma compreensão maior. Como a compreensão de algo que aconteceu pode ser uma dádiva maravilhosa, gostaria de oferecer quatro sugestões que podem ajudar os que se preparam para servir em uma missão. de novo, faria todo o possível para ser o melhor amigo de todos os meus companheiros, quer nossas personalidades ou interesses combinassem ou não. Eu encorajaria meu companheiro e procuraria ter um entusiasmo contagiante, sem criticá-lo. Você poderia perguntar: Se amar o companheiro é a segunda maior prioridade, qual seria a primeira? Ser obediente. Amar o companheiro não significa que você deva segui-lo quando ele desobedecer aos mandamentos ou regras da missão. Felizmente, nenhum de meus companheiros foi desobediente. Alguns não eram tão motivados quanto deveriam ser, mas eles precisavam mais de alguém que os aceitasse e fortalecesse do que alguém que os criticasse e reclamasse deles. 1. Eu faria com que minha segunda maior prioridade 38 fosse amar meu companheiro. 2. Eu procuraria milagres. Na verdade, esperaria que Tive companheiros de vários tipos e tamanhos, com dons e personalidades próprias e distintas. Alguns se tornaram amigos instantâneos e assim continuaram ao longo dos anos. Com outros, eu não tinha muito em comum além do trabalho de bater em portas e ensinar. Envergonho-me de admitir que não tive sentimentos calorosos em relação a um ou dois deles. Na verdade, às vezes, nosso relacionamento se tornou muito frio. Mas com cada um desses companheiros eu tinha pelo menos uma coisa em comum: estávamos ambos sacrificando nosso tempo, recursos e trabalho para divulgar o evangelho de Jesus Cristo. Se eu tivesse de começar tudo acontecessem. Lembro-me de quando estive na casa da missão, no final do meu tempo de serviço, participando de uma reunião de testemunhos com 13 élderes e uma síster que também estavam indo para casa. Não me lembro do que eu disse. Não me lembro do que os outros élderes disseram. Mas jamais esquecerei o testemunho da Síster Thorpe. Ela explicou que, na entrevista com seu presidente de estaca, 18 meses antes, ela tinha revelado um desejo secreto: “Quero ver milagres na minha missão”, confidenciou ela. Então, quase pedindo desculpas, perguntou se era errado procurar milagres. Ele garantiu-lhe que não era errado. À ESQUERDA: FOTOGRAFIA: DON L. SEARLE; NO ALTO À DIREITA: FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; EMBAIXO À DIREITA: FOTOGRAFIA: ROBERT CASEY, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS Se aos 19 Anos Eu Soubesse... Depois de contar-nos essa conversa, ela testificou: “Vi milagres na minha missão”. De repente, dei-me conta de que também tinha visto milagres, mas não os havia procurado nem esperado que acontecessem. Simplesmente deixei que acontecessem. Por não tê-los procurado e esperado que acontecessem, provavelmente devo ter impedido que muitos deles ocorressem. Os milagres acontecem pela fé, e a fé é algo que tem a ver com a expectativa de que certas coisas aconteçam e com o trabalho ativo para que ocorram. Se eu fosse servir hoje, faria minha parte, mas também esperaria que o Senhor fizesse a Dele em meu trabalho como Seu servo. Ele é especialista em milagres, que, por definição, são coisas que Ele pode fazer por nós e que não podemos fazer sozinhos. Acredito hoje que Ele está mais disposto a realizar milagres do que estamos dispostos a recebêlos. Ensinar pelo Espírito é provavelmente a maneira mais eficaz de um missionário abrir as portas para que milagres aconteçam. Isso convida diretamente a influência do Senhor na vida do pesquisador. 3. Eu trabalharia de modo mais inteligente e árduo. O lema de meu primeiro líder de distrito parecia ser: “Trabalhe de modo mais inteligente, e não mais arduamente”. Não concordo com a segunda metade desse lema, mas se tivesse que fazer de novo, sem dúvida tentaria trabalhar de modo mais inteligente. Meu líder de distrito era muito criativo e tinha muito sucesso. Por exemplo: ele organizava um time de vôlei com os jovens do ramo, e eles convidavam os amigos para jogar. Era uma maneira divertida e simples de ajudar os jovens a ser missionários. Muitas oportunidades de ensino e E u esperaria ver milagres. O Senhor é especialista em milagres e acredito hoje que Ele está mais disposto a realizar milagres do que estamos dispostos a recebê-los. Se fizermos nossa parte, o Senhor fará a Dele. A LIAHONA MARÇO DE 2007 39 conversões resultaram desse método fácil de compartilhar o evangelho. Eu era provavelmente muito rígido e restrito em minha definição de como o trabalho do Senhor devia ser realizado. Consideravame preguiçoso se não estivesse batendo em portas o dia inteiro ou ensinando pesquisadores sérios. Mas o trabalho do Senhor não precisa ser árduo para ser considerado trabalho. Se eu fosse um missionário hoje, sob a orientação de meu presidente de missão, tentaria ser mais criativo nos métodos de encontrar pessoas para ensinar. 4. Não deixaria que a rejeição e o fracasso me desencorajassem. Em minha missão, a rejeição e o fracasso faziam parte de nossa vida diária tanto quanto comer e respirar. Era fácil esperar a rejeição e prever que nossos pesquisadores perdessem o interesse por nossa mensagem. Mas cinco semanas em certa cidade me ensinaram uma lição valiosa. Era uma cidade na qual ninguém tivera muito sucesso. Mas alguém esqueceu de contar isso para meu companheiro e eu. Tivemos muito sucesso ali. Trabalhamos arduamente. Divertimo-nos. Encontramos muitas pessoas interessadas em nossa mensagem. Tínhamos uma aula cheia de pesquisadores todos os domingos naquele minúsculo ramo. Milagres aconteceram na vida das pessoas. No entanto, sentíamos que estávamos apenas arranhando a superfície, naquela cidade de ouro. Por que tivemos tanto sucesso ali? Creio que o Senhor nos abençoou com sucesso por causa de nossa atitude. Meu companheiro e eu adorávamos trabalhar um com o outro. Éramos unidos. Trabalhávamos arduamente. Acreditávamos sinceramente que a cidade era uma mina de ouro que estava apenas aguardando as pessoas certas para entregar seus tesouros. A atitude tem muito a ver com fé. A fé tem tudo a ver com sucesso. E a fé é contagiante. Infelizmente, aprendi tarde essa lição. Deixei de perceber a relação que havia entre os frutos de nosso trabalho e a maneira pela qual trabalhávamos. Conseqüentemente, não pude aplicar esse princípio de modo tão eficaz nas duas áreas seguintes em que trabalhei. Há provavelmente muitas outras coisas que eu faria diferentemente, se tivesse a chance de servir novamente em minha missão, mas essas quatro se sobressaem em minha mente. Se você observar cuidadosamente essas idéias, verá que se enquadram nas qualificações que o próprio Senhor determinou para Seus servos: “Fé, esperança, caridade e amor, com os olhos fitos na glória de Deus, qualificam-no para o trabalho. Lembrai-vos da fé, da virtude, do conhecimento, da temperança, da paciência, da bondade fraternal, da piedade, da caridade, da humildade, da diligência” (D&C 4:5–6). ■ FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER M eu companheiro e eu adorávamos trabalhar um com o outro. Éramos unidos. Trabalhávamos arduamente. E devido a nossa atitude e esforços, creio que o Senhor nos abençoou com sucesso. LIÇÕES DO NOVO TESTAMENTO Jesus Cristo, o Pão da Vida É L D E R W O N YO N G KO Dos Setenta Q uando estava na Terra, Jesus Cristo realizou muitos milagres, como o de transformar água em vinho, curar os enfermos e incapacitados e até erguer Lázaro de entre os mortos. O milagre testemunhado pelo maior número de pessoas foi, provavelmente, quando Ele alimentou cinco mil com cinco pães e dois peixes. Esse milagre está descrito em todos os quatro Evangelhos (ver Mateus 14:13–21; Marcos 6:34–44; Lucas 9:12–17; João 6:5–14). Examinemos alguns detalhes desse dia milagroso e troquemos idéias sobre o motivo pelo qual ele é relevante em nossos dias. FUNDO © PHOTOSPIN A Compaixão do Salvador O Salvador realizou esse milagre devido à Sua compaixão pelo povo. Marcos escreveu que quando olhou para a multidão que ouvia atentamente Suas palavras, Ele “teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor” (Marcos 6:34). Ele estava ciente de que “o dia (...) já [estava] muito adiantado” e que, por estarem em um “lugar (...) deserto” (Marcos 6:35), as pessoas não teriam o que comer. Mas Jesus reteve o poder de realizar o milagre por algum tempo, decidindo testar primeiro Seus discípulos. Perguntou a Filipe: “Onde compraremos pão, para estes comerem?” (João 6:5). Por que fez essa pergunta a Filipe se “ele bem sabia o que havia de fazer” (João 6:6)? Talvez quisesse que Seus discípulos reconhecessem plenamente que não poderiam alimentar tantas pessoas com o dinheiro e o tempo que lhes foram concedidos. Para que a imensa multidão pudesse ser alimentada, seria necessário um milagre. Então, os discípulos mostraram a comida que um rapaz havia trazido, o único alimento de que dispunham: cinco pães de cevada e dois peixinhos. Gosto de pensar que aquele rapaz devia estar faminto, mas ofereceu tudo o que tinha ao supremo Mestre, em vez de preocupar-se consigo mesmo. Isso pode ter contribuído para preparar o ambiente para o grande milagre. “[Assentaram-se] Todos, em Ranchos” Jesus Cristo deliberadamente concluiu outra tarefa antes de realizar o milagre: ordenou a Seus discípulos que “fizessem assentar a todos, em ranchos, sobre a erva verde. E assentaram-se repartidos de cem em cem, e de cinqüenta em cinqüenta” (Marcos 6:39–40). Por que Ele pediu que as pessoas se sentassem assim? Sem dúvida queria assegurar-Se de que o processo de distribuição de alimento ocorresse de modo ordeiro. O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Jesus ensinou as pessoas a não se concentrarem no pão material, mas a buscarem um pão bem mais importante: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará”. A LIAHONA MARÇO DE 2007 41 Quórum dos Doze Apóstolos, esclarece: “Não havia nada informal nem desorganizado no planejamento ou nas realizações de nosso Senhor. A multidão reunida foi assentada de modo sistemático em grupos e ranchos. Sua beneficência não se constituía de dádivas desordenadamente espalhadas pela multidão. Em vez disso, Ele estava provendo o alimento necessário — que não podia ser conseguido de outra forma — a uma congregação de ouvintes atentos. Desse modo, não podia haver dúvida na mente de ninguém sobre o que estava realmente acontecendo. Os apóstolos deveriam distribuir os pães e peixes de modo ordeiro, tratando todos com justiça e imparcialidade”.1 Além disso, creio que, tal como fizera com Filipe, o Senhor quis que as pessoas percebessem como era grande a multidão, enquanto o milagre era realizado. Ele pode ter desejado assegurar-Se de que não houvesse dúvida a respeito do número de pessoas que participaram daquele grande milagre. O número de pessoas da multidão era na verdade superior a 5.000 porque as mulheres e crianças não foram contadas. Portanto, bem mais do que 5.000 pessoas foram milagrosamente alimentadas com cinco pães e dois peixes. Depois que o Salvador tomou os cinco pães e peixes, “levantou os olhos ao céu, abençoou e partiu os pães” (Marcos 6:41), e deu-os aos Seus discípulos, para que os distribuíssem às pessoas. Depois, distribuiu os peixes. As pessoas não apenas receberam um pouco de comida, preocupadas com a escassez. Em vez disso, pegaram “quanto eles queriam” (João 6:11) e “todos comeram, e ficaram fartos” (Marcos 6:42). Jesus deu outras instruções depois de realizar o milagre. Ele disse a Seus discípulos: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca” (João 6:12). Os discípulos recolheram doze cestos de comida! Era evidente que Jesus realizara o milagre por meio de Seu poder. O relato do livro de João termina com este comentário: “Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” (João 6:14). Alimento Espiritual A história não termina aí. Todos esses eventos foram apenas um prelúdio para aquilo que Salvador ensinou depois. Ele realizou aquele milagre de modo dramático para que as pessoas compreendessem claramente que Ele tinha 42 ALIMENTANDO OS CINCO MIL, DE HARRY ANDERSON, CORTESIA DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, CÓPIA PROIBIDA; FOTOGRAFIA: CHRISTINA SMITH, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS J esus alimentou mais de 5.000 pessoas com apenas cinco pães e dois peixes — um ato divino. Ele declarou ser o “pão da vida” — um ensinamento divino. grande poder, e assim estivessem mais Relevância em Nossos Dias preparadas para aceitar Seus ensinamenHoje, alguns acham que o milagre dos tos — algo bem mais importante do que pães e peixe não passa de uma história comer pães e peixes. antiga que não é relevante para nossos Pouco tempo depois de realizar dias. Ao fazê-lo, deixam de compreender esse milagre, Jesus ensinou as pessoas a importância daquela história milagrosa a não se concentrarem no pão matee do significado do “pão da vida”. rial, mas buscarem um pão muito O Élder Jeffrey R. Holland, do mais importante: “Trabalhai, não pela Quórum dos Doze Apóstolos, disse: comida que perece, mas pela comida “Em nosso sucesso e sofisticação conque permanece para a vida eterna, temporâneos, talvez também estejamos a qual o Filho do homem vos dará” nos afastando do pão fundamental(João 6:27). mente essencial da vida eterna; talvez As pessoas ficaram confusas com estejamos de fato escolhendo ficar espiabendo que Jesus Cristo o que Ele disse. A mente delas ainda ritualmente desnutridos, incorrendo é o Pão da Vida — o estava nos pães que haviam comido. numa espécie de anorexia espiritual caminho pelo qual Não conseguiram entender o significado deliberada”.2 todos podem receber a vida do termo “pão da vida”. O Bible Dictionary explica que eterna — temos uma responsaJesus declarou: “Eu sou o pão da os milagres foram “um elemento bilidade importante. Devemos vida; aquele que vem a mim não terá importante na obra de Jesus Cristo, procurar ajudar as pessoas a fome, e quem crê em mim nunca terá tendo sido não apenas atos divinos, achegarem-se a Ele. sede” (João 6:35). mas também faziam parte do ensinaProsseguiu, explicando: “Eu sou o pão da vida. (...) mento divino” (p. 732; ver também Guia para Estudo das Este é o pão que desce do céu, para que o que dele Escrituras, “Milagre”, p. 140). O milagre dos pães e peixes comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do é um bom exemplo dessa definição. Jesus alimentou mais céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” de 5.000 pessoas com apenas cinco pães e dois peixes — (João 6:48, 50–51). um ato divino. Ele declarou ser o “pão da vida” — um Algumas pessoas murmuraram por causa do que Ele ensinamento divino. disse. Achavam que conheciam Jesus, o filho de José, o Sabendo que Jesus Cristo é o Pão da Vida — o camicarpinteiro. Esqueceram o poder por meio do qual Jesus nho pelo qual todos podem receber a vida eterna — temos havia realizado aquele grande milagre. Muitos decidiram uma responsabilidade importante. Devemos procurar ajuabandoná-Lo. Jesus perguntou a Seus Doze Apóstolos: dar as pessoas a achegarem-se a Ele e partilharem Sua “Quereis vós também retirar-vos?” (João 6:67). Pedro respalavra, como as pessoas que comeram os pães e os peipondeu com um testemunho poderoso em sua simplicixes. Os nossos amigos talvez não saibam que estão famindade: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras tos em espírito. Pode ser que tentem consumir muitas da vida eterna” (João 6:68). coisas para satisfazer sua fome espiritual e, como resulEmbora o Salvador tivesse preparado bem as pessoas tado, estejam se sentindo frustrados e perdidos. Vamos para que lhes fossem ensinadas a Sua natureza e missão ajudá-los a saber como podem nutrir-se espiritualmente: divinas, elas ainda assim não compreenderam o signifiachegando-se a Jesus Cristo, o Pão da Vida. ■ cado do milagre ou do ensinamento de Jesus de que Ele NOTAS era o Pão da Vida. Mas os Doze, liderados por Pedro, con1. Doctrinal New Testament Commentary, 3 vols., 1966–1973, volume 1, p. 344. firmaram o testemunho que tinham Dele. Isso deve ter 2. “He Hath Filled the Hungry with Good Things”, Ensign, sido um grande consolo para o Senhor. novembro de 1997, p. 65. S A LIAHONA MARÇO DE 2007 43 VOZES DA IGREJA Correspondentes e Referências Brittany Jones Beahm M inha companheira me entregou um envelope e disse: “Síster Jones, acho que é para você”. Olhei o endereço do remetente e fiquei contente ao ver o nome de minha prima elegantemente impresso no canto do envelope. Eu tinha acabado de ser transferida para uma nova cidade, tendo saído do outro lado do sul da França, e não achava que alguém lá em casa, nos Estados Unidos, soubesse meu novo endereço. Abri o envelope e li um curto bilhete no qual minha prima dizia ter recebido recentemente um e-mail de sua correspondente na França, após oito anos sem contato. Minha prima explicou que, embora ela e Céline tivessem recebido o endereço uma da outra em seus respectivos cursos de francês e inglês no ensino médio, nunca tinham realmente trocado cartas. Minha prima, portanto, ficou surpresa ao receber o e-mail de Céline. Ela não sabia se Céline morava no sul da França, onde eu estava servindo, mas anotou o nome e endereço dela, pedindo que a contatasse, se possível. Como eu era nova na área, entreguei o bilhete à minha companheira e perguntei se a correspondente da minha prima morava na missão. “Ela não apenas mora dentro dos limites da missão”, respondeu ela, “mas mora em nosso distrito!” Entusiasmada, liguei para Céline para apresentar-nos, e ela concordou em receber-nos. Tomamos o trem e fizemos o breve trajeto até Montauban. Quando descemos do trem, fomos calorosamente recebidas por Céline e seus pais. Eles nos convidaram para sua casa e pediram que compartilhássemos nossa mensagem. Enquanto lhes ensinávamos sobre o Livro de Mórmon e o Profeta Joseph Smith, o Espírito prestou testemunho da veracidade do evangelho restaurado. A família expressou gratidão pelos valores ensinados pela Igreja e, após uma longa conversa, deixamos com eles um exemplar do Livro de Mórmon, fizemos uma oração e prometemos voltar. Essa foi a primeira de várias visitas que fizemos a Céline e sua família. Minha missão terminou enquanto eles ainda estavam no processo de conhecer a Igreja, mas antes que eu dissesse adeus a Céline, perguntei por que ela havia decidido entrar em contato com minha prima após oito anos. Sua resposta me surpreendeu: 44 ILUSTRAÇÕES POR DOUG FAKKEL M aravilheime ao refletir sobre como um Pai amoroso permitira que um endereço perdido fosse encontrado e um antigo contato fosse restabelecido. “Quando eu estava limpando uma gaveta, encontrei o endereço dela numa folha de papel que pensei estar perdida. Tive a forte impressão de que devia escrever para ela”. No caminho para nosso apartamento, olhei pela janela do trem e maravilhei-me ao refletir sobre como um Pai amoroso havia permitido que um endereço perdido fosse encontrado e um antigo contato fosse restabelecido, bem no momento em que eu havia sido inesperadamente transferida para uma nova cidade nas últimas seis semanas de minha missão. Ele Se preocupa com todos e faz milagres acontecerem, mesmo que seja uma coisa pequena e simples como o endereço de uma correspondente. ■ Nunca É Tarde Demais Sylvia de Moscui Maldonado Q uando eu servia como missionária de tempo integral em minha terra natal, no Equador, tive, certo dia, um claro sentimento de que alguém especial estava esperando por nós — alguém que aceitaria o evangelho. Caminhando com minha companheira, chegamos até uma casa bem humilde. Uma senhora idosa, que tinha provavelmente uns 80 anos de idade, sorriu amavelmente para mim. Sorri para ela também. Estava prestes a seguir meu caminho, mas a mulher pareceu-me muito feliz de nos ver. Algo me disse para parar ali mesmo. Muitas pessoas daquela pequena cidade eram analfabetas, por isso perguntei se ela sabia ler. A resposta foi um entusiástico sim. De repente, fiquei muito animada. Senti que ela era a pessoa que o Senhor queria que ensinássemos. Peguei um Livro de Mórmon em minha bolsa e mostrei para ela. Fiquei surpresa quando ela começou a ler a primeira página em voz alta sem precisar de óculos. Perguntei se ela gostaria de ficar com o livro e novamente ela respondeu que sim. Uma grande felicidade luzia em seus olhos cansados — olhos esses que há muito procuravam uma vida melhor. Começamos a ensinar-lhe o evangelho, e o Espírito prestou-lhe testemunho de sua veracidade. Esses ternos sentimentos encheram-me o coração. Quando concluímos a lição, mostrei-lhe o capítulo 11 de 3 Néfi, que fala da visita de Jesus Cristo às Américas. Ela prometeu que o leria. Ela mesma marcou a página e então beijou o livro, radiante de alegria. Fizemos outras visitas à nova pesquisadora e ficamos muito felizes ao ver que ela lia tudo que lhe indicávamos. Depois de terminar seu dia de trabalho, lia o Livro de Mórmon até tarde da noite. Ela também começou a freqüentar a Igreja, embora levasse duas horas para caminhar lentamente até a capela. Seus sentimentos a respeito do Livro de Mórmon e Jesus Cristo cresceram rápida e profundamente. Depois de ouvir todas as lições missionárias, quis ser batizada e pagar o dízimo. Que grandes bênçãos aquela querida senhora recebeu! Tinha o coração pronto para seguir o Senhor, e o Espírito Dele guiou-nos até ela. Ela nos ensinou amor, coragem, sacrifício, alegria e obediência. Acima de tudo, ensinou que nunca é tarde demais para mudar. ■ A LIAHONA MARÇO DE 2007 45 S e vocês permitirem que o Espírito magnifique seus chamados, estarão mais aptos a fazer milagres para o Senhor”. “ Falar a Língua do Espírito Sergio Adrián López C omo missionários da Missão Argentina Buenos Aires Sul, meu companheiro, o Élder Allred, e eu recebemos um cartão de referência para contatar uma família da Rússia. Quando encontramos a casa, a mulher reconheceu-nos como missionários e convidou-nos a conhecer a família. Rapidamente nos demos conta de que a família não sabia falar espanhol muito bem, e também tivemos muita dificuldade para compreendêlos. Pelo que nos tentaram explicar com seu espanhol truncado, concluímos que estavam na Argentina havia pouco tempo, mas tinham grande interesse em conhecer a Igreja. Adaptamos a primeira lição usando um espanhol simplificado, e a família recorreu a seus dois dicionários de russo-espanhol enquanto lentamente ensinamos a nossa mensagem, mas ficamos em dúvida se eles 46 estariam realmente compreendendo. Depois de marcar o compromisso de outra lição, caminhamos de volta para casa, comentando como havia sido difícil transmitir o significado de nossa mensagem. Não sabíamos se a família compreenderia melhor o significado das outras lições ou se ficariam frustrados e pediriam que não mais os visitássemos. Voltamos a visitar a família Balva no dia seguinte para ver como estavam e se tinham começado a ler o Livro de Mórmon e orado para saber se ele era verdadeiro. Para nossa surpresa e alegria, eles nos mostraram, muito felizes, um papel no qual tinham escrito em espanhol os princípios que lhes havíamos ensinado. Também nos disseram que tinham lido em 3 Néfi 11 o relato da visita do Salvador ao continente americano, garantindo-nos que tinham entendido tudo que havíamos conversado no dia anterior e que estavam entusiasmados para aprender mais. Nas semanas seguintes, meu testemunho foi fortalecido à medida que o Espírito Santo testificava à família Balva sobre a veracidade do evangelho e lhes facilitava o entendimento do espanhol. O Pai Celestial sabia do desejo de seu coração e reconheceu a sinceridade de suas orações para encontrar a verdade. Juntos, a família Balva, o Élder Allred e eu sentimos a alegria descrita em D&C 50:22: “Portanto aquele que prega e aquele que recebe se compreendem um ao outro e ambos são edificados e juntos se regozijam” — não porque falássemos a mesma língua mas, sim, por causa da língua universal do Espírito. A família Balva apresentou-nos outra família russa, a quem também tivemos o privilégio de ensinar. As duas famílias fizeram convênios com o Pai Celestial entrando nas águas do batismo não muito tempo depois que as conhecemos. Sou testemunha de que as palavras do Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) são verdadeiras: “A influência do Espírito é o elemento mais importante deste trabalho. Se vocês permitirem que o Espírito magnifique seus chamados, estarão mais aptos a fazer milagres para o Senhor” (Seminário de novos presidentes de missão, 25 de junho de 1986). ■ A Primeira de Muitas Almas Norie Tsubaki Murae M inha companheira e eu estávamos servindo na Missão Fukuoka Japão e trabalhávamos numa área conhecida como Kasuga, que fica perto da estação Kumamoto. As pessoas que viviam nessa área eram bastante descrentes em relação a religião. Mesmo sabendo disso, nosso presidente da missão nos disse: “Há muitas pessoas em Kumamoto que foram preparadas pelo Senhor. Por favor, encontrem-nas”. Em um dia chuvoso, decidimos procurar Noboru Yamagata, membro menos ativo que não conhecíamos. Ao aproximar-nos de sua casa, notamos um cartaz que dizia “Não aceitamos solicitações religiosas” — um aviso muito comum na cultura japonesa. Mas atendendo aos sussurros do Espírito, batemos na porta. A mãe do irmão Yamagata atendeu à porta e informou-nos de que seu filho estava fora da cidade. Disse ainda que atenderia cordialmente a qualquer pessoa do convívio dele, como era tradição nas famílias japonesas, e por isso convidou-nos a entrar. Mas a despeito de sua hospitalidade superficial, tinha no rosto uma expressão ameaçadora. Assim que nos sentamos, ela avisou: “Não quero ouvir nada a respeito de religião”. Ela então começou a falar sobre si mesma e expressou seus profundos sentimentos a respeito de certos valores em sua vida. Para nossa surpresa, falou de fé, amor e das Bem-Aventuranças; então, aproveitamos a chance para explicar que esses princípios também eram importantes para nós. Contamos a gloriosa visão que Joseph Smith teve graças à sua fé e descrevemos a importância do Livro de Mórmon na Restauração do evangelho. Foi interessante observar a mudança que ocorreu na Sra. Yamagata ao ouvir nossa mensagem. Lágrimas correramlhe pelo rosto quando testificamos a respeito da divindade de Jesus Cristo e a restauração do evangelho por Joseph Smith. Ela disse: “Joseph Smith foi um homem de sorte”. Quando nos despedimos, por fim, sua face brilhava e seus olhos cintilavam de felicidade. Ela disse: “Obrigada por terem-me visitado hoje. Meu filho deve tê-las conduzido até a minha casa”. Despedimo-nos com um aperto de mão, e ela disse, brincando: “Não vou lavar a mão hoje!” Quando voltávamos para casa, reconhecemos que aquela mulher era uma das pessoas que nosso presidente de missão dissera que estavam prontas para receber o evangelho. Era evidente que o Espírito havia preparado seu coração para nossa mensagem, e soubemos que ela era a primeira das muitas almas que precisávamos encontrar. ■ N osso presidente de missão nos disse: “Há muitas pessoas que foram preparadas pelo Senhor. Por favor, encontrem-nas”. COMENTÁRIOS e Harmonia Sentimo-nos extremamente gratos pela Liahona. Vemos o quanto ela traz serenidade ao nosso espírito e harmonia para os relacionamentos familiares. Nós a usamos como livro de histórias porque gostamos de ler suas histórias reais para os nossos filhos antes de irem dormir. É uma grande bênção receber as mensagens simples do evangelho restaurado por meio dessa agradável revista. Família Carzola, Espanha Testemunhos de Fé Agradeço ao Pai Celestial por esta revista maravilhosa, A Liahona. Por meio dela recebo testemunhos de fé, vindos do mundo inteiro. Essa comunicação de nossos irmãos e irmãs, de tantos lugares do mundo, fortalecenos espiritualmente. dele e saber o que devemos fazer para que dure para sempre. Sua mensagem veio na hora certa. Sou grato por termos Apóstolos chamados pelo Senhor em nossos dias. Alberto Reuben C. Reyes, Filipinas Um Reforço para Meu Conhecimento Quero expressar minha gratidão pelas pessoas que tornam a Liahona possível, bem como aos que compartilham sua história pessoal. Sou particularmente grato pelo artigo “O Perfil de um Profeta” (junho de 2006), do Presidente Hugh B. Brown, na seção Clássicos do Evangelho. Sua experiência reforçou meu conhecimento de que o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado nos dias atuais e de que esta é a Sua Igreja, organizada sob Sua direção por intermédio do Profeta Joseph Smith. Herwin A. Pado, Filipinas Esperança, Coragem e Força Espiritual Tenho 73 anos de idade. É grande o amor que tenho por nosso querido profeta e pelas Autoridades Gerais e líderes locais da Igreja, bem como por todos os meus irmãos e irmãs neste mundo. Sou especialmente grata por vocês, que se dedicam na preparação das lindas mensagens da Liahona, que recebemos todos os meses. Elas nos dão esperança, coragem e força espiritual para enfrentar as tempestades da vida. Otília Pereira, Portugal Um Consolo Nenhuma outra revista consegue me emocionar como a Liahona. As histórias me inspiram a fazer o bem continuamente. Às vezes, a simples leitura da Liahona me consola quando estou triste e deprimida. Ela me ajuda a vencer as dificuldades e tentações, tornando-me firme e constante na obediência aos mandamentos de Deus. Beeny Mayang, Filipinas Ilka Odierno, Brasil Cuidando do Casamento Gostaria de agradecer-lhes pela publicação dos discursos da conferência na edição de maio de 2006, especialmente pela mensagem do Élder Russell M. Nelson, “Fortalecer o Casamento”. Aleth e eu nos casamos no ano passado, no Templo de Manila Filipinas. Recebemos muitas bênçãos, mas também enfrentamos as dificuldades que todo casal enfrenta. A mensagem do Élder Nelson lembrou-nos da beleza e da característica sagrada do casamento. Ensinou-nos a fortalecer nosso casamento, cuidar 48 NO PRÓXIMO NÚMERO Em janeiro de 1989, o Élder David B. Haight (1906–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, sentiu-se mal e foi levado às pressas, de ambulância, para o hospital, onde foi submetido a duas cirurgias no abdômen. Antes de ser levado, a intensa dor levou-o a se ajoelhar. Ele orou para que sua vida fosse poupada. Enquanto orava, começou a perder a consciência. O som da sirene foi a última coisa de que se lembrava. Nesse estado de inconsciência, a dor cessou e ele se viu em um lugar muito tranqüilo. Aos poucos, deu-se conta de estar na presença de um ser celestial. Na edição do próximo mês de A Liahona, leia na seção Clássicos do Evangelho: “O Sacramento — e o Sacrifício”, testemunho do Élder Haight a respeito do Salvador e um relato do que aprendeu enquanto esteve inconsciente. DETALHE DE O PROFETA DO SENHOR, DE DAVID LINDSLEY; REPRODUÇÃO PROIBIDA; BORDA E AMBULÂNCIA © PHOTOSPIN A Revista Traz Serenidade PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S • M A R Ç O D E 2 0 0 7 OAmigo VINDE AO PROFETA ESCUTAR Ter Mais Disposição de Perdoar PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY A2 ILUSTRADO POR PAUL MANN A lgum tempo atrás, eu recortei um as costas enquanto ele soluçava, e testemuartigo no jornal Deseret Morning nhas, inclusive um repórter do jornal Times, News, escrito por Jay Evensen. ouviram-na dizer: ‘Está tudo bem. Apenas Com a permissão dele, vou citar uma quero que faça com que sua vida seja a parte do artigo. melhor possível’.”1 “Como você se sentiria em relação a um Quem consegue sentir algo que não O Presidente seja admiração por essa mulher? De algum adolescente que resolvesse atirar um peru Hinckley prometeu modo, o perdão, com amor e tolerância, congelado de cinco quilos em um carro em que o amor e o realiza milagres que, de outra maneira, não movimento, diretamente no pára-brisa do perdão podem aconteceriam. carro que você estivesse dirigindo? Como se realizar milagres. A grande Expiação foi o supremo ato de sentiria depois de enfrentar seis horas de perdão. O sofrimento foi tão grande, a agocirurgia em que usassem placas de metal e nia tão intensa, que nenhum de nós pode outros materiais para refazer seu rosto? (...) . compreender como é que o Salvador ofereceu a Si (...) A vítima, Victoria Ruvolo, (...) estava mais intemesmo para pagar o preço da redenção dos pecados ressada em recuperar a vida de seu agressor de 19 anos de toda a humanidade. Sei apenas que ela ocorreu, e de idade, Ryan Cushing, do que em (...) vingança. (...) que Ele a fez por mim e por vocês. É por intermédio Insistiu em oferecer-lhe um acordo. Ryan cumpriria Dele que recebemos o perdão. É por intermédio Dele uma pena de seis meses na cadeia e cinco anos em que toda a humanidade receberá a bênção da ressurliberdade condicional desde que admitisse ser culpado reição dos mortos. É por intermédio Dele e de Seu de agressão em segundo grau. grande sacrifício que nos foi oferecida a oportunidade Se ele tivesse sido condenado por agressão em primeiro grau — a acusação mais adequada para o crime — da vida eterna, mediante a nossa obediência. Que Deus nos ajude a ser um pouco mais bondosos, ele poderia cumprir uma pena de 25 anos na prisão. (...) perdoar mais, colocar de lado antigos ressentimentos e De acordo com um relato no jornal New York Post, não os alimentar mais. ● Ryan (...) foi até onde Victoria estava sentada na sala do De um discurso proferido na conferência geral de outubro de 2005. tribunal e, com lágrimas nos olhos, sussurrou uma desculpa: ‘Sinto muito mesmo pelo que fiz à senhora’. NOTA Victoria levantou-se e vítima e agressor se abraça1. “Forgiveness Has Power to Change Future”, Deseret Morning News, 21 de agosto de 2005, p. AA3. ram chorando. Ela acariciou-lhe a cabeça e afagou-lhe COISAS EM QUE PENSAR 1. Como você acha que o perdão de Victoria Ruvolo afetou a vida de Ryan Cushing? Por quê? 2. O Presidente Hinckley nos lembra que Jesus Cristo sofreu por nossos pecados. Por intermédio Dele recebemos o perdão, se nos arrependermos. Como esse conhecimento nos ajuda a perdoar as outras pessoas? 3. Perdoar a alguém significa permitir que essa pessoa continue a nos prejudicar? O AMIGO MARÇO DE 2007 A3 Ficar em Vestir-se com recato Pagar o dízimo recatadas Gastar dinheiro em um brinquedo Orar somente quando precisar de ajuda NASCIMENTO palavrão Ficar zangado e dizer um Ir à Igreja Cantar um hino da Primária Vestir roupas que estão na moda, mas que são pouco VIDA ETERNA Orar todos os dias pela manhã e à noite F4 Dizer coisas ruins para alguém casa e assistir à televisão Ser bondoso com as pessoas TEMPO DE COMPARTILHAR Tentar, Tentar, Tentar “Segui-me, pois; e fazei as coisas que me vistes fazer” (2 Néfi 31:12). ELIZABETH RICKS § Há muitos anos, as pessoas faziam elaborados jardins em forma de labirinto para entreter os amigos. Podavam sebes formando caminhos por onde as pessoas podiam caminhar de um lado para o outro tentando encontrar a saída. Muitos gostavam de passear por esses imensos jardins em forma de labirinto. Outros, às vezes, ficavam confusos pelo caminho, mas ainda assim apreciavam o agradável passeio e, por fim, encontravam a saída. Tinham que tentar, tentar, tentar. Ainda existem jardins em forma de labirinto, que são muito apreciados pelos visitantes. Assim como os visitantes encontram o caminho no labirinto, tomando uma decisão a cada bifurcação, cada um de nós precisa encontrar seu caminho na vida. Todos os dias nos deparamos com decisões. Algumas delas não são importantes. Provavelmente não importa muito se você vai vestir uma camisa azul ou vermelha. Contudo, muitas decisões são importantes. Quando você se depara com a decisão de dizer a verdade ou contar uma mentira, é importante que conte a verdade. Nas decisões importantes, você pode fazer a escolha certa perguntando-se: “O que Jesus faria?” Quando tentamos ser como Jesus — quando tentamos, tentamos, tentamos — fazemos a coisa certa. Jesus sempre fez o que era certo. Nossa fé cresce quando seguimos Seu exemplo. ILUSTRADO POR SCOTT GREER Atividade Com o dedo, trace o caminho no jardim em forma de labirinto. Toda vez que fizer uma escolha, decida fazer o que Jesus faria. Comece em “Nascimento”, siga o exemplo de Jesus até chegar a “Vida Eterna”. Idéias para o Tempo de Compartilhar 1. Explique às crianças que, se seguirem o exemplo de Jesus, isso nos ajudará a voltar à presença de nosso Pai Celestial. Pergunte às crianças o que é um exemplo e dê ilustrações. Um professor pode resolver um problema de matemática para mostrar aos alunos como resolver outros problemas. Um treinador de futebol pode dar um chute na bola para mostrar como chutar. Explique-lhes que, se seguirmos o exemplo de Jesus, isso pode ajudar-nos a fazer boas escolhas. Prepare estudos de caso (ver “Estudos de Caso”, Ensino, Não Há Maior Chamado, 1999, pp. 161–162) ou situações tiradas da vida real. Dê um estudo de caso para cada classe e peça que discutam o problema. Peça às crianças que resolvam o problema perguntando-se: “O que eu faria se seguisse o exemplo de Jesus?” Peça a cada classe que relate como seguiriam Jesus. Explique-lhes que, para sermos como Jesus, precisamos tentar. O mais importante é tentar. Preste testemunho de que a decisão de seguir o exemplo de Jesus exige esforço, mas é algo que nos dará alegria. 2. Convide o bispo ou o presidente do ramo (ou outro membro do bispado ou presidência do ramo) a mostrar sua carteira de motorista às crianças. (Qualquer tipo de licença, como uma licença para pesca ou uma licença para casamento, também serve.) Peça-lhe que diga quais foram as exigências que ele teve de cumprir para conseguir esse documento. Depois, peça-lhe que mostre um documento ainda mais importante: sua recomendação para o templo. Peça-lhe que diga às crianças algumas coisas que as pessoas precisam fazer para conseguir uma recomendação para o templo. Prepare várias tiras de papel nas quais você escreverá um princípio do evangelho que precisamos cumprir para ir ao templo, e um número de passos. Por exemplo: “Guardar a Palavra de Sabedoria — avance dois passos”. Coloque uma gravura do templo em cada parede e escreva no verso o nome de um hino. Chame quatro crianças para ficarem no centro da sala e peça que cada uma se mova em direção a um templo diferente. (Esclareça que não se trata de uma competição. Você quer que todas as crianças cheguem ao templo.) Peça a cada criança que escolha uma tira de papel, leia o princípio e dê tantos passos quanto for o número indicado. Quando cada criança alcançar o templo, peça-lhe que leia no verso da gravura o nome do hino. Cante o hino e prossiga com o jogo. Depois que vocês tiverem cantado todos os hinos, incentive as crianças a viverem de modo a serem dignas de entrar no templo. ● O AMIGO MARÇO DE 2007 A5 DA VIDA DO PRESIDENTE SPENCER W. KIMBALL Ler a Bíblia Quando Spencer tinha uns 14 anos, ele foi a uma conferência de estaca. Susa Gates, filha de Brigham Young, participou como oradora. Spencer olhou em volta. Havia cerca de mil pessoas no salão, mas somente cinco ou seis levantaram a mão. Quantos de vocês já leram a Bíblia inteira? Vou ler a Bíblia de capa a capa, como a irmã Gates disse. Farei isso, sim, farei. ILUSTRAÇÕES: SAL VELLUTO E EUGENIO MATTOZZI Sempre leio os quadrinhos no jornal. Já li muitos livros, mas nunca li a Bíblia Sagrada. Por quê? A6 Leu todas as noites, mesmo quando não entendia o que estava lendo. Quando ele voltou para casa, encontrou a Bíblia da família, subiu até o sótão em construção onde ele dormia, acendeu a luz e abriu o livro no primeiro capítulo de Gênesis. “No princípio criou Deus os céus e a terra ...” Não compreendi muito bem esta parte, mas tenho certeza de que vale a pena continuar lendo. Pelo menos terei uma idéia do que a Bíblia contém quando terminar. Um ano depois, ele fechou o livro, tendo-o lido de capa a capa. Ele não só aprendeu mais sobre a Bíblia, mas também aprendeu que podia estabelecer uma meta e alcançá-la. Extraído de Edward L. Kimball e Andrew E. Kimball Jr., Spencer W. Kimball, 1977, pp. 56–57, e Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Spencer W. Kimball, 2005, pp. 59–60. O AMIGO MARÇO DE 2007 A7 h n i a r i s da e s l u P Amizade “Em todo o tempo ama o amigo” (Provérbios 17:17). JENNIFER ROSE Revistas da Igreja Inspirado em uma histórica verídica ILUSTRADO POR BRITTA PETERSON C onheci a Megan quando minha família se mudou para nossa nova casa. Ela morava na mesma rua, e nós duas estávamos na classe da irmã Crawford, na Primária. Tornamo-nos amigas e brincávamos muito. Eu observava a Megan atentamente, tentando guardar na lembrança como ela contava uma piada ou prendia o cabelo ou conversava com tanta facilidade com as outras crianças. Eu achava Megan perfeita. Eu era tímida. Queria ser como a Megan. Um dia, liguei para a Megan para saber se ela queria brincar. A princípio, ela não disse nada. “A Caitlin já está aqui”, disse ela, por fim. Caitlin também estava em nossa classe da Primária. Esperei que a Megan me convidasse para ir à casa dela, mas ela não convidou. Fez-se silêncio do outro lado da linha. “Oh! Está bem”, gaguejei. Megan desligou sem dizer mais nada. Naquele domingo, na Primária, a irmã Crawford perguntou: “O que significa ser um bom amigo?” Sorri para a Megan, mas ela não me viu. Virou-se para o outro lado e cochichou algo para a Caitlin. De repente, a Caitlin riu bem alto. “Fiquem quietas, meninas”, disse a irmã Crawford. Elas pararam de cochichar, mas seus ombros tremiam com os risinhos. A irmã Crawford virou-se para mim. “Angie, o que você acha que é preciso fazer para ser uma boa amiga?” “Bem, uma amiga é uma pessoa que é bondosa e gosta de brincar conosco e...” Megan e Caitlin riram alto. Fiquei com o rosto vermelho e olhei para o chão. Será que elas estavam rindo de mim? A irmã Crawford fez uma cara feia para elas, depois sorriu para mim. “Está certo, Angie”, disse ela. Olhou para a classe. “Como vocês poderiam ser um bom amigo?” Adam ergueu a mão. “Podemos ajudar as pessoas”, disse ele. A irmã Crawford fez que sim com a cabeça. “Um bom amigo quer ajudar e servir aos outros. Jesus Cristo ensinou isso quando viveu na Terra. Também ensinou que devemos ser bondosos com todos.” Olhei para a Megan e sorri para ela. Ela não sorriu para mim. Senti um vazio no peito. Será que a Megan não gostava mais de mim? No final da aula, a irmã Crawford ergueu uma cestinha. “Tenho algo para vocês”, disse ela. Pôs a mão dentro da cesta e mostrou-nos fitas coloridas que tinham sido amarradas em pequenos círculos. “São pulseirinhas da amizade. Coloquem uma pulseira no punho e sempre que olharem para ela, lembrem-se de ser um bom amigo.” Talvez as pulseirinhas da amizade ajudassem! Podia ser que a Megan e eu tirássemos pulseiras que combinassem. Quando a cesta foi passada pela classe, inclinei-me para a Megan. “Que cor você vai escolher?” perguntei para ela. Megan deu de ombros. “Acho que amarelo.” “Eu também”, disse eu. A Caitlin escolheu uma pulseira azul. Depois, passou a cesta para a Megan. Ela examinou algumas pulseirinhas, depois pegou uma azul também. Fiquei olhando para ela. Azul? Ela rapidamente me passou a cesta. Fiquei olhando para a cesta, sem saber o que FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY N ão queria perder minha amizade com a Megan. Sabia que o Pai Celestial podia consolar-me e ajudarme a perdoá-la. A10 fazer. Só havia pulseiras amarelas. Lentamente, peguei uma delas. Megan e Caitlin deram risadinhas e estenderam o braço, uma ao lado da outra, admirando suas pulseiras azuis que combinavam entre si. Senti um nó na garganta. Lágrimas me vieram aos olhos. Fiz força para não chorar. Não ia chorar na frente delas. **** Joguei-me nos braços da mamãe assim que voltamos para casa. “O que houve, querida?” perguntou mamãe, quando comecei a chorar. Em meio às lágrimas, contei-lhe o que havia acontecido. Ela sentou-se a meu lado na cama e me abraçou. “Sinto muito, Angie”, disse ela. “A Megan nunca mais vai querer ser minha amiga?” perguntei. Mamãe passou os dedos em meus cabelos. “Às vezes não sabemos por que as pessoas fazem certas coisas”, disse ela. “Sinto muito que isso tenha acontecido.” “A irmã Crawford disse hoje que devemos tentar ser bondosos com todos, como Jesus fez. Mas não quero ser bondosa com a Megan.” “Entendo”, disse mamãe. “Mas também concordo com a irmã Crawford. Pode ser difícil, mas devemos tentar ser bondosos, mesmo que alguém magoe nossos sentimentos. Jesus nos ensinou a perdoar às pessoas.” “Como posso fazer isso?” perguntei. Lembrei como a Megan e a Caitlin tinham rido e senti de novo um vazio no peito. Mamãe apontou para a gravura de uma menina ajoelhada em “Cada uma de vocês pode fazer amizade com alguém, mesmo que seja somente sorrindo. (...) Vocês podem fazer com que a luz que há em seu coração brilhe em seu rosto.” Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência, “Sua Luz — Um Estandarte para Todas as Nações”, A Liahona, maio de 2006, p. 113. oração, que eu tinha na cabeceira da cama. “Sempre que alguém magoa meus sentimentos, peço ao Pai Celestial que me ajude a perdoar àquela pessoa. Peço-lhe que abrande o meu coração e o dela.” “Funciona?” perguntei. Mamãe sorriu e beijou minha cabeça. “Sempre me sinto melhor depois de conversar com o Pai Celestial”, disse ela. Quando fiz minha oração naquela noite, agradeci ao Pai Celestial pela amizade que tivera com a Megan. Depois, pedi que me ajudasse a perdoá-la. Apertei os olhos e pensei com força. “Por favor, ajude a Megan e eu a sermos amigas de novo”, disse eu. Orei pedindo as mesmas coisas nos dias que se seguiram. No sábado, eu estava no balanço de casa, quando a Megan apareceu. Parei de balançar. Olhamos uma para a outra, mas não dissemos nada. Por fim, a Megan estendeu o braço e colocou algo em minha mão. “É para você”, disse ela. Abri a mão e vi uma pulseirinha da amizade azul. “Quer brincar comigo?” perguntou Megan. “A Caitlin vai estar na minha casa. Vamos fingir que somos princesas, e a Noodle vai ser a rainha.” A Noodle era a gata listrada da Megan. Dei uma risadinha, imaginando a Noodle de coroa. Senti o vazio no peito desaparecer. “Quero ir, sim”, disse eu. “Obrigada.” Sorri para ela, e Megan sorriu para mim dessa vez. ● “A honestidade não é apenas a melhor regra, é a única regra!” Élder David B. Haight (1906–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, “Ethics and Honesty” [Ética e Honestidade], Ensign, novembro de 1987, p. 15. “Cremos em ser honestos” (Regras de Fé 1:13). O Morgan Honesto VICKI H. BUDGE Inspirado em uma histórica verídica ILUSTRADO POR DAN BURR U m dia, Morgan estava brincando com seu caminhão de brinquedo na mesa da cozinha. O irmãozinho de Morgan, Jacksen, que ainda era bebê, estava sentado em sua cadeira, olhando. Morgan empurrou o caminhão com muita força e bateu num copo de laranjada. “Mãe! Mãe!” gritou Morgan. “O Jacksen derramou toda a laranjada!” A mãe enxugou a laranjada com uma toalha. “Morgan”, disse ela, “hoje é o seu dia de ser honesto”. “O que é honesto?” perguntou Morgan. “Honesto é alguém que derrama laranjada e conta o que fez. Alguém que não diz que outra pessoa fez aquilo.” “Está bem, fui eu que derramei a laranjada”, disse Morgan. “Agora estou sendo honesto?” “Sim, está”, disse a mãe. “Você é honesto, Morgan. Estou orgulhosa de você.” ● O AMIGO MARÇO DE 2007 A11 Minha fé em Jesus Cristo cresce quando sigo Seu exemplo e guardo Seus mandamentos. “Segui-me, pois; e fazei as coisas que me vistes fazer” (2 Néfi 31:12). A12 ILUSTRADO POR THOMAS S. CHILD PÁGINA PARA COLORIR TESTEMUNHA ESPECIAL Acabei de receber o dom do Espírito Santo. Como posso sentir a influência do Espírito em minha vida? FOTOGRAFIA: WELDEN C. ANDERSEN, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS ✸ A voz do Espírito é mansa e delicada, uma voz que mais se sente do que se ouve. É uma voz espiritual que vem à mente na forma de pensamentos instilados no coração. ✸ A oração é tão essencial à revelação que, sem ela, o véu pode permanecer fechado para vocês. Aprendam a orar. Orem sempre. Orem em pensamentos, no coração. ✸ A voz do Espírito fala mansamente, inspirando-nos sobre o que fazer ou o que dizer, ou pode advertir-nos ou avisar-nos. ✸ É mais fácil receber inspiração em lugares tranqüilos. ✸ Essa orientação chega como pensamentos, sentimentos, impressões e sussurros. ✸ Se seguirmos os sussurros do Espírito, estaremos seguros, não importando o que o futuro nos reserve. Vai-nos ser mostrado o que fazer. ● O Presidente Boyd K. Packer, Presidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos, compartilha alguns pensamentos sobre o assunto. Extraído de “Línguas Repartidas como que de Fogo”, A Liahona, julho de 2000, pp. 9–10; “Revelação Pessoal: O Dom, o Teste e a Promessa”, A Liahona, junho de 1997, pp. 10–11; “A Reverência Convida a Revelação”, Ensign, novembro de 1992, p. 23; “A Revelação num Mundo Inconstante”, Ensign, novembro de 1990, p. 15. O AMIGO MARÇO DE 2007 A13 DE UM AMIGO PARA OUTRO Amigos Missionários F De uma entrevista com o Élder Gary J. Coleman, dos Setenta; por Hilary M. Hendricks A14 ui criado numa família muito ativa na Igreja Católica. Freqüentávamos nossa igreja e suas atividades regularmente e orávamos em família todas as noites em casa. Durante minha infância, os amigos da igreja me ajudaram a fazer boas escolhas na vida. Quando tinha nove anos, tornei-me coroinha. Os coroinhas da igreja católica ajudam o padre nas missas de domingo. Meus irmãos e muitos amigos serviam comigo — para nós era uma grande honra. Acendíamos as velas do altar, desdobrávamos cuidadosamente o manto do padre e colocávamos as escrituras ao lado do altar. Durante a missa, ajudávamos a distribuir a hóstia, que era semelhante ao sacramento. Para tornar-nos coroinhas, decorávamos trechos da missa em latim. Também tínhamos aulas de religião semanais. No verão, meus amigos, meus irmãos e eu freqüentávamos a escola bíblica, que ficava a mais de trinta quilômetros de casa. Meus pais tinham muito trabalho em nossa plantação de trigo, no verão. Bem que nossa ajuda lhes teria sido útil nessas semanas, mas eles achavam que era mais importante que tivéssemos a oportunidade de aprender a respeito de Deus e de estar com bons amigos. Eu ficava impressionado com a fé que tinham os padres e as freiras que nos ensinavam. Decidi, então, que sempre faria o que Deus quisesse de mim. No final do ensino fundamental e no início do ensino médio, muitos de meus colegas escolheram fazer coisas que tínhamos aprendido que não eram corretas, como tomar bebidas alcoólicas e fumar. Continuei trabalhando arduamente na fazenda, praticando esportes e participando de peças de teatro na escola, e das atividades da minha igreja. Senti-me abençoado por ter amigos que também estavam tentando fazer as coisas certas. Quando eu estava na faculdade e comecei a aprender um pouco sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, novamente tive bons amigos que exerceram sobre mim uma boa influência. Lembro-me muito bem da minha primeira visita a uma ala SUD, que se reunia num pequeno salão comunitário. Assim que desci do carro, meus amigos da faculdade me rodearam. “Que bom vê-lo aqui!” disseram eles. “Estamos muito contentes por você ter vindo!” Nunca apertei a mão de tantas pessoas na vida. “É maravilhoso têlo aqui conosco”, disseram pessoas que eu nem conhecia. “Volte novamente.” Ainda me sinto tocado pelo amor que FOTOGRAFIA: CORTESIA DA FAMÍLIA COLEMAN; ILUSTRADO POR ROBERT A. MCKAY “[Ide] anunciar seu evangelho aos filhos dos homens” (Moisés 8:19). aquela ala expressou por mim, um estranho. Tudo que me aconteceu naquele dia pareceu estranho. O serviço de adoração a que eu estava acostumado como coroinha era muito estruturado e extremamente silencioso. O serviço de adoração SUD era muito diferente — muita integração antes da reunião, muitos conceitos novos para ponderar e coisas novas para ver e fazer. Sentado ali naquele salão, tive muitas dúvidas e perguntas. Mas o calor e a amizade dos membros da Igreja ajudaram a sentir-me bem. Então, quando estudei o evangelho, o testemunho do Espírito Santo ajudoume a desejar ser batizado. Sinto-me grato pelas verdades restauradas que só podem ser encontradas na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Sinto-me grato pelos amigos que me ajudaram a encontrar essas verdades. Ajudem as pessoas e façam com que se sintam bem-vindas. Lembrem-se de sorrir e de ser bondosos. Por serem crianças que pertencem à Igreja de Jesus Cristo, vocês têm a bênção de conhecer muito a respeito de nosso Pai Celestial e de Seu Filho. Sua fé crescerá ao freqüentarem a Igreja, orarem e estudarem as escrituras individualmente e com sua família. À medida que fazem boas escolhas na vida, procurem ajudar os que não são membros da Igreja ou que não estão indo regularmente à Igreja. Façam com que se sintam bem-vindos na Primária. Sorriam para eles. Sentem-se ao lado de alguém que seja novo. Perguntem quais são os interesses deles, e sempre sejam bondosos ao falar. O amor que vocês compartilharem ajudará as pessoas a seu redor a fazer boas escolhas e a conhecer o Salvador Jesus Cristo e os ensinamentos de Seu evangelho restaurado. ● TENTAR SER COMO JESUS UM naANEL DO CTR Sala da Diretora R E B E C A F. diretora me perguntou o que significava o anel. Eu disse: “Conserva a Tua Rota”. Expliquei-lhe que na Igreja aprendemos a ser bons, a orar e a ler as escrituras. Ela perguntou qual era a igreja que eu freqüentava, e eu disse: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Então, ela me perguntou como era a Igreja, e eu lhe contei a respeito de Joseph Smith, que foi a um bosque para orar e viu o Pai e o Filho. Contei-lhe que fui ao templo para ser selada a meus pais e que seria batizada quando tivesse oito anos. Ela disse: “Você vai poder me “Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12). A16 contar mais em uma outra hora, porque agora você precisa ir para a aula de matemática”. Mais tarde, levei para a diretora um exemplar do Livro de Mórmon com meu testemunho escrito nele. Tenho a meta de ser missionária quando crescer. Mas estou tentando desde agora compartilhar o evangelho com meus amigos. ● Rebeca F., 12 anos, Guatemala FOTOGRAFIA: CHRISTINA SMITH C erto dia na escola, antes de eu fazer oito anos, inspecionaram as mãos e unhas dos alunos para ver se estavam limpas, e a diretora viu meu anel do CTR. Depois de verificar os outros alunos da minha fila, a diretora voltou até onde eu estava e disse: “Rebeca, venha à sala da diretoria”. Depois, perguntou à minha professora: “Posso levar a Rebeca por alguns instantes?” Na sala dela, a REPRODUÇÃO PROIBIDA Pescadores de Homens, de Clark Kelley Price Missionários vindos do mundo inteiro, como esses Élderes tonganeses, deixam o lar e o trabalho secular para tornar-se ‘pescadores de homens’, como os antigos Apóstolos Simão Pedro e André: “E [Jesus], andando junto do mar da Galiléia, viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens. E, deixando logo as suas redes, o seguiram” (Marcos 1:16–18). O 02007 83059 4 PORTUGUESE 6 “ maior encargo que o Senhor deu a Seu povo foi o de compartilhar o evangelho com os filhos de nosso Pai Celestial. Os missionários tiram as pessoas das trevas do mundo e as conduzem para a segurança e luz do evangelho de Jesus Cristo.” Ver “Como Preparar-se para Ser um Bom Missionário”, do Élder M. Russell Ballard, p. 10.
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