Pelotas ou Vila Olímpia? - Prof. Newton Braga Rosa
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Pelotas ou Vila Olímpia? - Prof. Newton Braga Rosa
IMPRIMIR Página 1 de 3 Carreira - Desenvolvimento Pelotas ou Vila Olímpia? 30/07/2006 15:16 Por: Cesar Paz Não importa onde fica o centro de excelência e de baixo custo. Importam a colaboração de conhecimento e novos fluxos de trabalho a distância. Na luta por negócios, quando vou apresentar institucionalmente a agência digital da qual participo e que dirijo, entre outras coisas, explico que temos quatro unidades operacionais que trabalham de forma remota e compartilhada. (ãhhhmmmm!?!) Pois é, meio complicado, eu sei. Então, tento simplificar dizendo que desenvolvimento remoto e compartilhado nada mais é do que a construção de projetos a partir de profissionais distantes fisicamente, mas que dividem tarefas de forma organizada em um único ambiente colaborativo. Digo ainda que temos unidades operacionais integradas e que trabalham dessa forma nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, São José dos Campos e Pelotas. É nesse exato momento que, invariavelmente, alguém com um risinho contido tasca a seguinte pergunta: Cesar, por que PELOTAS? Bah, na verdade, eu teria um arsenal de respostas para essa perguntinha capciosa, tipo: 1. Por segurança, é que em Pelotas o CV (Comando Vermelho) é pink! 2. Foi o melhor local que encontramos pra ficar perto de Punta del Este. 3. Noooooooosssa, amiiiga, Pelotas é um luxo! Mas como não sou louco e ainda preciso muito de bons clientes, depois de passar pela fase de brincar que sou gaúcho e “espada” e que a opção pela cidade não tem nenhuma relação com a orientação sexual dos sócios, explico que Pelotas é um centro de formação de profissionais nas áreas de design e tecnologia de informação, base da nossa mão de obra. http://webinsider.uol.com.br/print.php?id=2933 6/3/2007 IMPRIMIR Página 2 de 3 Informo que lá, a partir de uma relação que estabelecemos com três universidades, estamos trabalhando para construir um centro de excelência para o desenvolvimento de design digital e sistemas web. Temos, em Pelotas, uma relação bacana com a comunidade, nosso turnover tende a zero e nossos profissionais têm um ambiente quase ideal para desenvolver a plenitude das suas potencialidades: trabalham entre pessoas conhecidas, longe das áreas de negócios e muito perto de casa. Nessa hora, meus interlocutores entendem que nem todas as soluções de comunicação digital que lhes propomos ou entregamos são produzidas na nossa unidade da Vila Olímpia, a Vila do Silício paulistana. Pelotas, Bangalore, Dalian Ora, mas por que a surpresa? É exatamente assim com as soluções que esses mesmos clientes compram da Infosys, da IBM ou da HP. Também não é diferente com o computador que eles compram da Dell ou com até com as roupas que eles estão usando. O mundo globalizado, associado à atual e enorme infra-estrutura tecnológica, encurtou todas as distâncias. As forças do capital há muito tempo transcenderam os limites das cidades, regiões ou países e agora passam a desconsiderar quase naturalmente os limites políticos e geográficos. Essa é, a propósito, a tese fundamental de que trata Thomas Friedman, premiado colunista do New York Times, no seu best-seller “O Mundo é Plano”. Segundo Friedman, nos últimos 15 anos, várias forças de nivelamento (pretensiosamente, o autor chega a enumerar dez, mas genericamente fala de globalização e tecnologia) convergiram criando um ambiente global mediado pela web que viabiliza diversas modalidades de colaboração, notadamente conhecimento e trabalho. A conclusão do autor é que, a partir desse fenômeno, o mundo deixou de ser redondo, se achatou e ficou plano. E com o achatamento, os pequenos começaram a poder pensar grande. As pequenas empresas podem, agora, pretender adquirir uma visão global. Defende, ainda, que uns 3 bilhões de excluídos, representados pela população da Índia, China, Rússia, Leste europeu, América Latina e Ásia Central, estão tendo oportunidades nesse campo mais nivelado,. A Índia é o melhor exemplo. A cidade de Bangalore é a vedete do mundo plano. Bangalore ganhou a capa de todas as revistas e é a representante maior da inclusão da Índia como protagonista e não como vítima desse novo mundo tecnocapitalista. Tudo indica que a próxima cidade übermodel do mundo plano será Dalian, na China, cidade que já há alguns anos recebe investimentos vultosos dos principais players de tecnologia. O que fazemos em Pelotas, num modelo gaúcho-tupiniquim, e com muuuuiiito menos capital, é o mesmo que a Infosys, a IBM ou a HP fazem em Bangalore. http://webinsider.uol.com.br/print.php?id=2933 6/3/2007 IMPRIMIR Página 3 de 3 Buscamos uma alternativa para desenvolver nossos projetos, no caso, soluções corporativas de comunicação e relacionamento na web, a partir de um centro de excelência e de baixo custo, com muita colaboração de conhecimento e a partir de novos fluxos de trabalho a distância. Como o produto é digital, não precisamos pagar frete nem contratar uma empresa de logística. Acredito e exercito a tese de que os ganhos de produtividade nunca acontecem apenas pelo advento de uma “nova tecnologia”, e sim quando essa nova tecnologia se combina com uma nova maneira de produzir, exatamente como pensa também o nosso amigo Friedman. Por isso, Pelotas, mas se eu tivesse a grana da IBM até poderia ser Bangalore ou Dalian. Ah…, por fim, para aqueles que, como eu, preferem a realidade ao folclore, gostaria de informar que Pelotas, além de muita gente talentosa para a comunicação digital, tem os melhores doces e as mais belas mulheres deste país. [Webinsider] Sobre o Autor Cesar Paz ([email protected]) é diretor presidente da AG2 e diretor da AGADi e da APADi. Url original: http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/07/30/pelotas-ouvila-olimpia/ Publicada em: 30/07/2006 15:16 Impresso em: 06/03/2007 http://webinsider.uol.com.br/print.php?id=2933 6/3/2007