o que aprendeste sobre como organizar um debate

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o que aprendeste sobre como organizar um debate
Escola Básica Carlos Gargaté
21 anos a Educar e a Crescer
Português / História – 8.º ano – FICHA DE TRABALHO
Nome:
N.º:
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Domínios a avaliar: Leitura e Escrita
Lê com atenção os excertos que se seguem:
Obra: Isabel Allende, Inés da Minha Alma, 2006, Ed.Difel
Inés Suárez (1507-1580) espanhola, parte para o Novo Mundo em 1537, com
autorização, em busca do marido.
Pág.48 “Havia muito trabalho a fazer nas índias ou América, nome esse dado
a essas terras por um certo cartógrafo alemão em honra de Américo Vespúcio,
um navegante florentino vaidoso que nem sequer teve o mérito de as descobrir, ao contrário de
Cristóvão Colombo. Na opinião de Alderete deviam tê-las chamado de Cristovanas ou Colombicas.
Mas, enfim, o que estava feito, feito estava, e também não era esse o motivo da sua visita,
acrescentou. O que mais fazia falta no Novo Mundo eram fidalgos de coração indómito, com a
espada numa mão e a cruz na outra, dispostos a descobrir e conquistar. Era absolutamente
impossível imaginar a vastidão de tais lugares, o verde infinito das suas selvas, a abundância dos
seus rios cristalinos, a profundidade dos seus lagos de águas mansas, a opulência das suas minas
de ouro e prata. (…)”
Pág.49 “- Acreditais que na Terra
perguntou Valdivia.
Nova ainda há oportunidades para homens como nós ?-
- Já passaram 40 anos desde a chegada de Colombo e vinte e seis desde que Cortés conquistou o
México…
- E passaram também vinte e seis anos desde que Fernão de Magalhães iniciou a sua viagem à
volta do mundo. Como podeis ver a terra está em expansão, as oportunidades são infinitas. Não é
só o Novo Mundo que está aberto à exploração, também a África, a Índia, as ilhas Filipinas e muito
mais – insistiu o jovem Alderete.
Repetiu-lhe o que já se ouvia um pouco por toda a Espanha: a conquista do Peru e do seu faustoso
tesouro. Uns anos antes, dois soldados desconhecidos, Francisco Pizarro e Diego Almagro,
associaram-se na empresa de chegar ao Peru. Desafiando perigos homéricos por terra e mar,
realizaram duas viagens: partiram do Panamá em navios e avançaram pela despedaçada costa de
pacífico às cegas, sem mapas, rumo ao sul, sempre o mesmo sul. (…) Como não sabiam por onde
andavam, paravam muitas vezes para desembarcar e explorar tais regiões, nunca antes pisadas por
europeus. Muitos castelhanos morreram pelo caminho, e muitos outros sobreviveram alimentandose de cobras e vermes. Na terceira viagem, na qual participou Diego de Almagro, que tinha andado
a recrutar soldados e a arranjar financiamento para fazer zarpar outro navio, Pizarro e os seus
homens alcançaram finalmente o território dos Incas. Sonâmbulos de cansaço e suor, extraviados
de mar e céu, os espanhóis desceram dos seus navios maltratados numa terra benigna de vales
férteis e montanhas majestosas, muito diferente da selva envenenada do Norte.”
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Pág.94,95,96 – “- Nunca vi nada como a magnifica cidade de Cuzco, centro do império inca, lugar
sagrado onde os homens falam com os deuses. (…) Apesar dos destroços da guerra e do
vandalismo que tinha sofrido, Cuzco era uma jóia branca e resplandecente (…). Fiquei literalmente
sem ar, (…) como me tinham avisado, mas devido à beleza esmagadora dos seus templos,
fortalezas e edifícios. Dizem que quando os primeiros espanhóis chegaram, havia palácios
laminados a ouro, mas agora só se vêem muros despidos. (…)
(…) O nosso imperador Carlos V tinha ordenado que os nativos fossem tratados com respeito,
evangelizados e civilizados pela bondade e boas ações, mas esta não era a realidade. O Rei, que
nunca tinha pisado o Novo Mundo, ditava as suas sensatas leis nos escuros salões de palácios
muito antigos, a milhares de léguas de distância dos povos que pretendia governar, sem ter em
conta a perpétua cobiça humana. Eram poucos os espanhóis que respeitavam estas ordens, e
Francisco Pizarro, o Marquês Governador, não era certamente um deles. Até o mais miserável dos
castelhanos tinha os seus índios de serviço e os encarregados abastados tinham-nos às centenas, já
que a terra ou as minas nada valiam se não houvesse braços para nelas trabalharem. Os índios
obedeciam debaixo dos chicotes dos capatazes, ainda que alguns preferissem dar uma morte à sua
família e suicidarem-se logo de seguida.”
Pág.115 – “Por vezes, as mães deixam os recém-nascidos morrer à fome para não se afeiçoarem a
eles, pois sabem que lhos tirarão para os escravizar.”
1. Indica o tema dos excertos desta obra de Isabel Allende.
2. Refere os protagonistas.
3. Justifica a frase sublinhada, caracterizando o modo com os espanhóis conquistaram e colonizaram o
Novo Mundo.
Domínios a avaliar: Expressão Oral (Debate)
Os excertos que acabas de ler trazem-nos questões pertinentes que importa discutir. Propomos que a
turma realize um debate. Toma em atenção as regras apresentadas a
seguir.
O debate é uma atividade que decorre naturalmente da vida em sociedade e que nos
permite a troca de ideias, o confronto de pontos de vista e a reflexão. Além disso, a
informação aumenta, aprende-se a tomar a palavra, a demonstrar e a convencer.
Para que o debate corra bem convém definir:
1. O papel de cada um dos intervenientes
Um debate é uma troca ativa, em que se recebe, ouvindo atentamente os outros, e em
que se dá, exprimindo as nossas convicções sobre os temas em discussão. Para tal, é
preciso:
 Saber ouvir
Cada um tem direito à expressão. Não se deve ironizar nem cortar a palavra. Mesmo que não se partilhe da opinião expressa,
deve-se respeitá-la e ouvir atentamente o que os outros têm para dizer. Ouvir bem é pensar no que o outro diz.
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 "Praticar" a expressão oral
Não se aproveita o debate se não se estiver resolvido a tomar a palavra. Esta é uma boa ocasião para se vencer a timidez. O que
é preciso é exercitar cada vez mais.
Exprimir-se é expor o ponto de vista sobre cada um dos pontos abordados, pelo que deve indicar-se com nitidez a posição que
se tem, tendo o cuidado de apoiar cada afirmação com um ou vários documentos/provas.
O valor de um debate reside no valor dos argumentos. Devem procurar-se, pois, provas para convencer os outros. Não se deve
ter receio de mudar de opinião no decorrer do mesmo se descobrirmos que o ponto de vista defendido não é válido. Tal atitude é
prova de honestidade e de coragem.
2. As etapas para a organização e realização de um debate
 Escolher um assunto simples e que desperte interesse.
Na maioria das vezes, o debate ganha em animação e interesse se tiver sido preparado previamente por quem o organiza,
quer a nível da informação fornecida/adquirida quer pensando sobre o tema em questão. Para o conseguir:
- pode fazer-se um inquérito, refletir sobre um pequeno questionário.
- estudar/criar um dossier sobre o tema, após reunir documentação sobre o mesmo.
- um grupo pode preparar uma exposição de cerca de 10 minutos que servirá de ponto de partida. Esta exposição pode assumir
a forma de uma pequena representação teatral, de um pequeno filme ou uma apresentação em Powerpoint.
 O debate deve ser organizado materialmente, ou seja, há que pensar sobre:
- Como se vai dispor a sala?
- Quem vai animar/moderar o debate?
- O que faz o(a) animador(a)/moderador(a)?
o
lança o debate, expondo com clareza o assunto a discutir;
o
dá a palavra às pessoas que a pedem e impede que a outras intervenham sem a ter pedido;
o
estimula os participantes e convida-os a reagir e a exprimirem-se;
o
chama a atenção para o assunto que está a ser debatido quando as intervenções dos participantes "fogem" ao mesmo;
o
controla o tempo e, no fim, convida a que tirem conclusões.
- O que faz o(a) secretário(a)?
o
anotar a ordem dos pedidos de intervenção;
o
registar os argumentos apresentados pelos intervenientes (a favor e contra) o que facilitará a elaboração das conclusões;
o
fazer, em alguns casos, o relatório do debate.
Durante o debate, dois secretários tomam notas das principais ideias emitidas que permitirão fazer o balanço final.
Pode participar-se num debate individualmente ou em equipa. Se a intervenção for individual, deve-se:
 preparar bem o tema e a sua argumentação (desenvolvimento e articulação das ideias correspondentes à defesa do seu
ponto de vista);
 escutar ativamente os outros participantes;
 solicitar esclarecimento(s);
 respeitar o moderador e aceitar as ideias/ os argumentos dos outros intervenientes;
 aguardar a sua vez de intervir, anotando as ideias a rebater.
Se a intervenção for em equipa, deve-se:
 escolher o coordenador de todos os elementos da atividade;
 escolher um elemento que registe os argumentos a favor das ideias a defender;
 escolher um elemento que apresente uma contra-argumentação adequada;
 respeitar o moderador e aceitar as ideias/os argumentos dos outros intervenientes;
 aguardar a vez de intervir.
Quanto à expressão oral, irás usar a argumentação, pelo que existem algumas estruturas linguísticas que te poderão ser úteis. Por
exemplo:
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Para expressar uma opinião:
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Para expressar a recuperação ou manutenção da
palavra:
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Para expressar a exemplificação:
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Para expressar uma oposição:
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Para expressar uma conclusão:
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Para expressar uma explicação:
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