hacc13_leandro_memorial - Arte interativa
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS PROF. MILTON SANTOS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM ARTES ARTE E TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS PERFORMANCE PARA FLAUTA, VOZ E MANÍ. Memorial Artístico Leandro de Oliveira Souza Costa “Zacoust” SALVADOR BAHIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS PROF. MILTON SANTOS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM ARTES ARTE E TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS PERFORMANCE PARA FLAUTA, VOZ E MANÍ. Memorial artístico para o componente HACC13 – Criação em Artes e Tecnologias Interativas Docente: Cristiano Figueiró Discente: Leandro de Oliveira Souza Costa “Zacoust” SALVADOR BAHIA MANÍ - Acompanhador Virtual INTRODUÇÃO O Maní é um acompanhador virtual, em desenvolvimento, para auxiliar no estudo de instrumentos melódicos ou mesmo para acompanhar o músico em performances sonoras. Os patches são desenvolvidos no Pure Data e são utilizadas duas interfaces da Korg - o NanoKontrol 2 e o NanoPad 2 - para controlar os acompanhamentos e efeitos. Em outras palavras, podemos dizer que o Maní é um sistema onde o Pure Data dialoga com a performance através de uma pequena rede de inter-ações e interfaceamentos. A principal influência do Maní foi o trabalho solo da cantora britânica Imogen Heap, que utiliza, além de um teclado, aparatos tecnológicos para gerar o acompanhamento durante suas apresentações. Heap teve problemas com seu professor de música e acabou aprendendo a tocar praticamente sozinha. Seu sucesso se deu no início dos anos 2000, em colaboração com a banda Frou Frou, e em 2005, quando lançou seu álbum solo Speak for Yourself. Estudou na BRIT School Of Performing Arts & Technology em Croydon, Surrey. Um dos seus maiores sucessos, Hide and Seek, é citado como homenagem na apresentação do Maní. Assim como ela, a cantora francesa Emilie Simon e a brasileira Fernanda Porto também são, em menor grau, influências para este projeto. A performance desenvolvida para apresentar o Maní foi o Concerto para Flauta, Voz e Maní. JUSTIFICATIVA Um dos problemas enfrentados por estudantes de instrumentos melódicos é a dificuldade de encontrar outros estudantes que se predisponham a acompanhar. Alguns editores já pensam em disponibilizar partituras com seus respectivos acompanhamentos, o que facilita e torna um pouco mais lúdico o estudo. No entanto, quando desejamos fazer apresentação de nossas próprias composições é que percebemos o quão difícil é tentar conseguir conciliar com as agendas dos colegas que também possuem uma quantidade grande de peças solo para dar conta. Pensando nisso, a ideia inicial era desenvolver um score follower com o Pure Data. Durante as pesquisas, ficou claro que um semestre letivo seria pouco e algumas características foram alteradas. Foi aí que surgiu a ideia do Maní, que além de ser um sampler, onde podemos armazenar playbacks das músicas que iremos executar na performance, possui patches de efeitos para alterar estes áudios e transformar o resultado final. ALGUNS CONCEITOS ENVOLVIDOS Uma das características da pós-modernidade - e que é uma das que tento internalizar, tanto como estudante de arte quanto performer - é que a práxis artística está aberta ao imprevisto, à aceitação das contradições e até mesmo dos fracassos mas, ao mesmo tempo, sem se desgarrar das condições iniciais. Esta imprevisibilidade pode surgir, além dos imprevistos comuns que a própria tecnologia oferece (como um patch não funcionar, por exemplo), através da intervenção externa. (PRATES, 2013) Ao assumir esta predisposição a aceitar o imprevisível nos inclinamos a pensar que a obra tenha um caráter anárquico, mas vale ressaltar que, ao contrário do que pensamos, a nãoregra já é uma regra em si, já funciona como estrutura. Pensando por este prisma, podemos entender que a arte espera por algum tipo de (des)ordem e “há sempre regras para serem rompidas”. (STORR, 1972) O que queremos, de fato é que exista sim uma interação/interatividade com o que está acontecendo em volta mas sem perder suas raízes. É pensar que a obra em si está além da instalação, do objeto, mas também contém e está contida em seu entorno. O Maní ainda não está pronto e, na verdade, a intenção é que nunca esteja, que sempre exista uma possibilidade de (re)adaptação a uma nova performance, podendo retirar algumas funções ou acrescentar outras. Que não seja a performance em si, mas uma ferramenta em função da performance. Uma das melhorias que ocorrerá no futuro é aumentar a interatividade com a audiência, para que esta tenha formas mais eficazes de participação. Segundo Marco Silva, em seu texto O Que É Interatividade, onde ele faz um levantamento histórico do termo, existe uma confusão entre “interação” e “interatividade. A interação seria algo como apertar um botão e mudar de canal, ação que não alteraria o conteúdo, se resumindo a escolher algo de uma lista de opções. A interatividade acontece quando exite uma fusão entre o sujeito e a obra. Ele segue: Uma vez que as tecnologias se conjugam em interfaces como computador e vídeo, o ser humano vai sendo tomado também por esse modo de conjugação até que se encontra em interatividade ou em interface com a tecnologia. Com suas mãos, seus ouvidos, seus olhos e outros canais de ação e sensação, ele não se contenta mais em assistir ao que se mostra nas telas, ele entra nelas literalmente. (SILVA, [s.d.]) Em sua primeira apresentação, o Maní não conseguiu alcançar este objetivo, ficando apenas no nível da interação. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E ILUSTRAÇÕES O primeiro passo no desenvolvimento do Maní foi o mapeamento do Korg NanoKontrol 2. A primeira interface (figura 1): Por dentro da interface (figura 2): (figura 3) A interface do Maní foi pensada para ser utilizada independente dos controladores da Korg: é possível manipulá-lo com o mouse, diretamente da tela do computador, sem a necessidade de visualização do patch. (figura lógica 4) A estrutura permite configurada de ser várias maneiras. Para o Concerto para Flauta, Voz e Maní a configuração foi simples: Cada coluna carregava um áudio (ou o microfone). Este áudio podia sofrer interferência dos efeitos . O primeiro botão inicia o áudio, o segundo para e o terceiro habilita/desabilita o efeito. A maioria dos efeitos foram subtraídos da abstração Do It Yourself. (figura 5) Um outro efeito utilizado foi o sintetizador de voz VOCODER. Este efeito permitiu a citação de Hide and Seek. Cada “gomo” da “árvore” ao lado corresponde a um acorde do campo harmônico da música. Cada um deles é acionado por um botão do NanoPad. (figura 6) Os NanoKontrol e NanoPad da Korg, utilizados como principais interfaces físicas do Maní. (figura 7) Uma placa de som é necessário para o microfone ou instrumentos. (figura 8) O primeiro set de testes. (figura 9) Imogen Heap se apresentando. (figura 10) Primeira apresentação. Teatro da Escola de Dança da UFBA. 04/12/2014 Segunda apresentação. PAF IV / UFBA. 11/12/2014 (figuras 11 e 12) REFERÊNCIAS ARANTES, Priscila. Arte e mídia: perspectivas da estética digital. Ed. Senac. São Paulo, 2005. HEAP, Imogen. History. In: <http://imogenheap.com/home.php?> PRATES, Eufrásio. Música, interatividade e transmídia: a abordagem holofractal. Em: <https://www.academia.edu/4267044/M%C3%BAsica_interatividade_e_transm %C3%ADdia_a_abordagem_holofractal> SILVA, Marco. O que é interatividade. In: Boletim Técnico do Senac. Senac. Rio de Janeiro. Em: <http://www.senac.br/informativo/bts/242/boltec242d.htm> STORR, Anthony. A dinâmica da criação: o que faz as pessoas serem mais originais. Ed. Benvirá; São Paulo, 2013.
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