50 anos construindo o alicerce da educação
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50 anos construindo o alicerce da educação
50 JORNAL-LABORATÓRIO DO QUARTO ANO DE JORNALISMO DA FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO DA UNISANTA ANO XVI - N° 126 - SETEMBRO/2011 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - SANTOS (SP) Construindo o alicerce da educação anos CARINA SELES E ARQUIVO De um sobrado com 26 alunos ao complexo educacional com 15 mil estudantes, o santa Cecília completa meio século e reforça seu papel no desenvolvimento regional, paulista e nacional. 50 ANOS Editorial 50 anos de ensino e tradição O Complexo Santa Cecília faz 50 anos. Para comemorar, o Primeira Impressão traz uma edição especial, contando a história da Instituição, assim como sua evolução nestes anos. Durante esse tempo, as mudanças vieram em sua parte física, sendo transferido de um pequeno colégio com poucos alunos para um complexo que recebe hoje 15 mil estudantes. A UNISANTA ampliou sua grade de ensino, produziu jornais, construiu uma minirrefinaria, fez laboratórios de estudos, criou novos cursos que atendem às inovações do mercado, firmou parcerias com empresas, além de oferecer uma gama de serviços gratuitos à população, como tratamento dentário, auxílio judiciário, clínica de fisio- terapia, entre outros. Tudo isso, coordenado pela família Teixeira. Além destas tarefas, a família possui também a responsabilidade de manter o padrão de qualidade de uma grande instituição, isso sem perder o contato direto com seus alunos, o que faz da UNISANTA um diferencial no ensino da região. PRATA DA CASA Cláudia e o Centro de Estudos Pagu Ivan De Stefano Simpática, dedicada, cuidadosa e apaixonada pelo que faz. Cláudia de Assis Busto, de 29 anos, é o exemplo de que um bom rendimento na faculdade e empenho no estágio trazem bons resultados. Jornalista formada em 2006 pela UNISANTA, ela é assessora de imprensa e auxiliar de pesquisa responsável pela organização e cuidados do Centro de Estudos Pagu, referência de pesquisa e arquivo nacional e internacional sobre da vida e obra da jornalista e escritora Patrícia Galvão, a Pagu. Tudo começou em novembro de 2005 quando, por indicação da professora Elaine Saboya, Cláudia resolveu abandonar uma empresa de clipping eletrônico para trabalhar junto à presidente da Universidade, Lúcia Maria Teixeira Furlani, em suas pesquisas sobre Pagu. “O CEP surgiu em abril de 2005, com o acervo particular da doutora Lúcia. Ela tomou posse na Academia Feminina de Letras em 1988 e escolheu Pagu como patrona. Desde então, intensificou sua pesquisa sobre a escritora. Com ajuda da família de Patrícia Galvão, conseguiu organizar documentos, cartas e fotos que foram fontes para os seus livros. Quando fui chamada para fazer o estágio, em novembro, tive acesso ao acervo original”, explica Cláudia. Sua primeira função foi realizar pesquisas históricas para comple- CARINA SELES Cláudia: dedicação à escritora M da UNISANTA. A partir daí, Cláudia foi se tornando a responsável pelo atendimento do Centro de Estudos. Atualmente, a jornalista cuida dos 2.308 arquivos existentes no acervo do CEP, entre dados digitais e originais de Patrícia Galvão. “A maioria dos documentos era inédita até o ano passado, como cartas da jornalista escritas na China, Japão e Hollywood. Temos material desde 1929, guardados por cerca de 75 anos, sem que ninguém tivesse visto, como um caderninho onde a Pagu escrevia dentro do presídio, em 1939”, conta. Segundo ela, muitos desses documentos serviram de pesquisa a grupos de teatro do Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Curitiba. Junto ao Centro, Cláudia Busto fez diversas viagens com a presidente da Universidade, indo para a feira literária em Parati, Mococa e até mesmo à cidade onde Pagu nasceu — São João da Boa Vista. “O maior projeto que acompanhei foram as comemorações do centenário da autora, em 2010. Foi uma grande oportunidade de trabalhar em exposições e eventos com profissionais da cultura do Brasil e do exterior”, relata. O centerário de Patrícia Galvão marcou o lançamento do livro de Lúcia Teixeira sobre a jornalista, o Viva Pagu — Fotobiografia de Patrícia Galvão. A obra faz parte de uma trilogia, iniciada há 22 anos pela presidente da UNISANTA, que conta ainda com os livros Livre na Imaginação, no Espaço e no tempo e Croquis de Pagu. Entre os projetos mais recentes organizados pela presidente e sua auxiliar de pesquisa estão quatro livros sobre o trabalho de Pagu, que serão publicados no Brasil em parceria com o professor K. David Jackson e a Editora UNISANTA. Como fruto do desempenho no Centro de Estudos, a assessora é bolsista integral de Pós-graduação em Patrimônio Cultural, Memória e Preservação, pela UNISANTA e almeja outros projetos: “Futuramente, quero iniciar o meu mestrado e melhorar o projeto de disseminação da informação do acervo do Centro de Estudos Pagu”. O atendimento para pesquisa e entrevistas no Centro é com agendamento prévio pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (13) 3202-7180. Mais informações sobre o centro e Patrícia Galvão no tentando entrar na faculdade, de bicicleta, mas sem a carteirinha de acesso. Fechaduras de portas que não abrem; falta de energia; autorização de entrada e saída de materiais; filas na portaria; banheiros limpos; redistribuição de alunos nas salas de aulas... São atividades do dia a dia e, às vezes, incidentes que exigem a atuação rápida e responsável de Fábio. “Eu e a minha equipe tentamos resolver praticamente tudo o que ocorre no campus. Somente em último caso é que passamos à direção geral”, conta. Fábio tem 58 anos, 22 desses dedicados à Universidade. Formado em Educação Física pela Unimes, iniciou as atividades na casa quando estavam sendo construídos os primeiros prédios da instituição e o Ginásio Poliesportivo. “Comecei como coordenador de esportes junto com o doutor Marcelo; depois, passei a ajudar na administração. Hoje, sou apaixonado pelo que faço”, diz, ao destacar que desde quando atuava no esporte costuma chamar os estudantes de “meus alunos”. “Sinto-me como parte da família. O hábito começou com os meus alunos da natação e foi se estendendo a todos, isso por causa do convívio diário. É realmente um trabalho que me emociona sempre.” Ele trabalha de oito a dez horas por dia, sempre em pé e com rádio-comunicador na mão. Apesar de quase sempre estar com o semblante sério, Fábio carrega em si a alegria de cumprir bem o seu trabalho. Atendendo a um pedido e outro, esboça um sorriso: “De vez em quando é preciso ser duro. Tem pessoas que tentam burlar a portaria e, se não houver atenção, muitas situações passam despercebidas. Então, tenho de agir”. Pagu mentar o trabalho já realizado por Lúcia — contendo materiais desde 1988 — e o filho mais novo da Pagu, o jornalista Geraldo Galvão Ferraz, com a finalidade de organizar uma fotobiografia sobre a autora. Além das pesquisas para a fotobiografia, ela ficou responsável pela organização da documentação original, que precisava de cuidados especiais de armazenagem, higienização e restauro. Por conta disso, a assessora e já braço direito da presidente da Universidade conseguwiu uma parceria entre a Universidade e a Fundação de Arquivo e Memória de Santos para que pudesse realizar todos os procedimentos necessários de cuidado com o acervo. Em abril de 2007, os documentos ganharam um espaço para serem armazenados e passaram a ter uma sala de atendimento exclusivo para os pesquisadores, alunos e imprensa, localizada na Biblioteca do Bloco Fábio Maurício, chefe administrativo do Bloco M CARINA SELES Vivi Ramos 2 Bigode e cabelos grisalhos, estatura média, semblante sério. O chefe administrativo do Bloco M, da Universidade Santa Cecília, Fábio Maurício Portugal Meier, lembra bem o personagem Winston Wolf, do filme Pulp Fiction, de Quentin Tarantino. Eles são os caras que você chama quando está em apuros. No filme, Winston Wolf (ou Mr. Clean) é chamado pelo chefe Marsellus Wallace para resolver problemas difíceis. Assim como o personagem, Fábio também é acionado para resolver de pequenos a grandes problemas ocorridos no Bloco M e na Universidade como um todo. As atividades desenvolvidas por ele são fundamentais para manter o bom funcionamento da casa. “Minha função é resolver os problemas. Fabio: ele resolve tudo Administrar o campus, principalmente à noite, quando o fluxo de alunos é maior, com cerca de 15 mil em circulação. Tenho de coordenar a segurança interna e externa, resolver problemas nas portarias, atender emergências de estudantes, professores e funcionários”, explica. Imagine você, aluno, sozinho no elevador parado; ou ainda EXPEDIENTE - Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da UNISANTA - Diretor da FaAC: Prof. Humberto Iafullo Challoub - Coordenador de Jornalismo: Prof. Dr. Robson Bastos – Responsáveis: Prof. Dr. Adelto Gonçalves, Prof. Dr. Fernando De Maria, Prof. Francisco La Scala Júnior e Prof. Márcio Calafiori. Design gráfico e diagramação: Prof. Fernando Cláudio Peel, Fotografia: Prof. Luiz Nascimento – Redação, fotos, edição e diagramação:alunos do 4º ano de Jornalismo – Primeira página: Joana Ribeiro – Editora de arte: Joana Ribeiro – Coordenador de Publicidade e Propaganda: Prof. Alex Fernandes - As matérias e artigos contidos neste jornal são de responsabilidade de seus autores. Não representam, portanto, a opinião da instituição mantedora – UNISANTA – UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA – Rua Oswaldo Cruz, nº 266, Boqueirão, Santos (SP). Telefone: (13) 3202-7100, Ramal 191 – CEP 11045101 – E-mail: [email protected] Edição e diagramação: Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 1961. Este foi o ano em que um sonho virou realidade. Partindo dos esforços da família Teixeira, foi criado o que hoje é uma referência nacional: o Complexo Educacional Santa Cecília. Em 50 anos, muita coisa aconteceu. divulgação/assecom unisanta � ����� �� ��� �������� ����� A������ ��������� � ����� ������� ��� ��������� �� �� A������ ������������ ������� � ���� � ������� ����� ������ �� ���� Complexo Santa Cecília, escola deu início a tudo Aniversário de 50 anos leva fundadores a relembrarem e destacarem a história do Complexo Michael Gil “Iniciamos esta obra, deixando nela o trabalho de uma vida inteira”. Assim, descreve, emocionada, a professora Nilza Pirilo Teixeira o Complexo Educacional Santa Cecília, que em 2011 completa 50 anos de existência. Ela fala com a credibilidade de alguém que, ao lado do chanceler Milton Teixeira, ergueu um dos maiores e mais completos centros de educação do País. Essa história começou em 1961, mas em local e condições diferentes do que hoje pode ser visto. Tudo começou no bairro do Macuco, em Santos. No local, mais precisamente a Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 332, começava a vida da família Teixeira, no que diz respeito à dedicação e à educação. Assumindo um colégio naquele lugar, Milton Teixeira criou a Escola Santa Cecília. O espaço era pequeno. Quem o visse poderia não apostar que aquele local, com apenas quatro professores e alunos, iria, anos mais tarde, formar milhares de estudantes, em diversos níveis do ensino. Inclusive, ali, havia só classes de 1ª a 4ª séries do ensino primário. Nilza lembra bem daquele momento, tão especial e marcante em sua vida. “Em 1961, eu, minha irmã Emília Maria Pirilo, atual Pró-Reitora de Desenvolvimento da UNISANTA, e o professor Milton Teixeira, chanceler da Universidade, iniciamos esta obra”. A primeira ação tomada por ela e seus familiares também está viva na mente dela: “Para lá transportamos nossos livros, o piano, a vitrola e até a roseira que ainda hoje perfuma nossas mãos unidas em um mesmo ideal”. O trabalho tinha começado. Contudo, evidentemente, iniciar a construção deste complexo não foi fácil. “Traz recordações dos momentos bons e também difíceis”, recorda Nilza. Alguns fatos foram difíceis mesmo, pois até os filhos do casal precisaram “colocar a mão na massa”. Afinal, operar o desenvolvimento de um local, tendo em vista atingir o objetivo de formar cidadãos para o futuro, não é tarefa fácil. “Fico emocionada ao me lembrar de meus filhos, Sílvia, Lúcia, Cecília e Marcelo, desde pequenos ajudando e participando dia e noite deste trabalho, abdicando de muitas coisas em benefício do Santa Cecília. Foi uma época de sacrifícios, mas de alegria, de ensinamentos, de realizações”. Mas, seguindo em busca do sonho, logo a família Teixeira realizou uma mudança, iniciando também um jardim da infância no local — o que, mais tarde, virou o Colégio Santa Cecília — sob o comando da professora Marilisa Grottone. Nos meses seguintes, a escola se desenvolveu. Com isso, em 1966, o que já era o Ginásio Santa Cecília finalmente se mudava para o local que se tornou tradicional e sinônimo de ensino em Santos: a Rua Oswaldo Cruz, 266. Antes, no local, havia um outro colégio: o Monte Serrat. Aquele foi um dos momentos mais emocionantes para Nilza. Não poderia ser diferente, já que, definitivamente, o Complexo Educacional não apenas surgia, mas se fortalecia. E Nilza lembra bem daqueles dias, logo após a aquisição do espaço: “A piscina, outrora destinada à formação de talentos, estava cheia de carteiras quebradas. Deunos uma tristeza!” Mas, aos poucos, a tristeza foi dando lugar à alegria e a realização. Isso porque, aos poucos, com o Colégio já estabelecido na Rua Oswaldo Cruz, o que tinha começado como uma simples e pequena escola já estava se transformado em um Complexo Educacional propriamente dito. E o mais importante, na visão dos Teixeira: o local não apenas ensinava, mas primava pela excelência no que se propunha a fazer. Seguindo essa linha, dez anos depois de começar a construção de um sonho, outro já se tornava realidade. O Ministério da Educação tinha autorizado ao Instituto Superior de Educação Santa Cecília, mantenedora do Santa Cecília, a instalação da primeira faculdade: Engenharia de Operação. “Ah! A criação do primeiro curso superior de Engenharia, momento de muita emoção. Os sonhos de jovens trabalhadores em busca da melhoria profissional encontraram respaldo em nosso empreendimento e, o idealismo dos notáveis mestres”, relembra com satisfação Nilza Pirilo Teixeira. Dali em diante, “com a família unida, e o envolvimento de dedicados professores e funcionários, foi lançada a semente do ensino superior inovador e a excelência do Complexo Educacional Santa Cecília”, como Nilza gosta de dizer. Deste então, o número de cursos de nível superior foi aumentando, até chegar aos atuais 31. Além disso, o Complexo conta com cursos de pós- graduação, mestrados e tecnológicos. O Santa Cecília também entrou “de cabeça” na era digital, abrindo também cursos de Educação a Distância. “Tudo se multiplicou em novas histórias para uma formação de qualidade”, comemora a professora. Há ainda o desenvolvimento esportivo, ligado ao ensino de qualidade. Assim, entendendo que a educação e o esporte andam juntos, o Complexo também se tornou referência entre as universidades do País, tendo competidores com nível de Jogos Olímpicos. Tudo isso sem contar o Sistema Santa Cecília de Comunicação e a criação do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos NESE — primeiro instituto de pesquisa criado em Santos —, ambos criados em 1997. Mesmo com tudo isso, o trabalho no local continua, e de forma intensa. Afinal, segundo Nilza, não se pode perder tempo quando o assunto é a melhoria do Brasil. “É muito complexa a missão das universidades brasileiras, confrontadas com os grandes desafios que o País enfrenta. Sabemos, professores, alunos, funcionários e dirigentes, que a realidade brasileira não permite desperdiçar tempo nem vidas”. Assim, Nilza e a família Teixeira seguem com os planos de fazer o Complexo crescer. Mas não apenas crescer, porém continuar arriscando, como ela e Milton Teixeira fizeram há 50 anos. “É sempre bom lembrar, com Drummond de Andrade, que “o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos e na prudência egoísta que nada arrisca”, ressalta. Edição e diagramação: Thaís Cardim PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 3 50 ANOS Uma lição de vida Biografia do chanceler Milton Teixeira está entrelaçada com a história do Santa Cecília ASSECOM/UNISANTA Mariana Aquila 4 O chanceler da UNISANTA, Milton Teixeira, nasceu em Caraguatatuba em 16 de outubro de 1930. Cresceu ao lado de quatro irmãos — Nicolau, Euclides, Lourival e Nélson — que foram criados pelo pai, Nicolau Francisco Teixeira. A mãe, Benedicta Rodrigues Teixeira, faleceu quando Milton tinha 5 anos. Um ano após a perda da mãe, a família mudou-se para Santos, fixando moradia perto do Cemitério do Paquetá e do Mercado Municipal, no bairro de Vila Nova. Na época, as famílias de classe média moravam na área próxima ao Centro de Santos. A orla da praia era habitada pelos negociantes do comércio cafeeiro e por ricos fazendeiros, vindos do interior de São Paulo. Ao contrário do pai, que torcia pelo São Paulo Futebol Clube, desde pequeno Milton Teixeira expressava sua admiração pelo Santos Futebol Clube. Houve uma época em que sua casa ficava a cinco minutos de caminhada do clube. Isso só facilitava a ida para assistir aos treinos da equipe principal. Em 1976, 1977 e 1983, ele foi vice-presidente do Santos. Já em 1984, quando o time foi campeão paulista, tornouse presidente (até 1986). No Conselho Deliberativo, ocupou a presidência de 1989 a 1992. Os passatempos do jovem Milton se resumiam em frequentar as matinês dos cines São José (Rua Campos de Melo), Carlos Gomes (Rua Lucas Fortunato) e Guarany (na Praça dos Andradas) com os irmãos. Aos 14 anos, trabalhava na Tinturaria Francesa entregando roupas em vários bairros da Cidade e em São Vicente, indo de bonde, na época, da Companhia City, que também cuidava do fornecimento de luz, gás e água na região. Trabalhou também como vendedor de balas e chocolates no cinema Campo Grande (Rua Carvalho de Mendonça). Nessa mesma época, Milton se matriculou na Escola de Comércio José Bonifácio (na Avenida Conselheiro Nébias) para concluir o curso ginasial. Casou-se aos 18 anos com Nilza Maria Pirilo Teixeira e, em 1954, aos 24 anos, prestou concurso público para trabalhar no Banco do Brasil. Foi aprovado e nomeado para trabalhar na Agência Centro, em São Paulo. Mudou-se para lá com a mulher e com a primeira filha, Sílvia Ângela Teixeira. Como o salário não passava muito do valor do aluguel, Milton chegou a trabalhar no jornal O Estado de S. Paulo e em um escritório de contabilidade para aumentar a renda. Naquele mesmo ano, nasceu a segunda filha, Lúcia Maria Teixeira. Na sequência, Milton conseguiu voltar para Santos, a partir de uma troca com um funcionário do banco que queria ir para São Paulo. No livro autobiográfico Uma lição de vida, ele diz que o nascimento de Lúcia Maria “foi abençoado por Deus e pelos anjos, porque nos trouxe muitas alegrias! E sorte também, a começar pela alteração de emprego”. Aos 25 anos, juntamente com o lton Teixeira, Graças à perseverança do chanceler Mi cação edu a antiga escola virou hoje referência na amigo Daniel de Castro, organizou o Cursinho Brasil, com a finalidade de preparar candidatos para o Banco do Brasil, Alfândega de Santos e outras repartições públicas. O cursinho funcionava na Avenida Conselheiro Nébias, 142. Os amigos também participavam da Revista AABB , da Associação Atlética do Banco do Brasil. Além dessas atividades, Milton fazia parte do time de basquete do Clube Atlético Santista. Dois anos depois, nascia mais uma filha: Maria Cecília Teixeira. Desde garoto, sempre quis estudar Direito. Com o incentivo do irmão Nicolau, após finalizar o curso secundário (diplomado pelo Instituto Municipal de Comércio de Santos), prestou a prova e ingressou na Faculdade de Direito de Santos, pertencendo à segunda turma. Obras Também decidiu se inscrever no concurso para Agente Fiscal de Tributos Federais, onde concorreu com 35 mil candidatos para preencher 800 vagas e passou. Foi nomeado para assumir o cargo na Alfândega de Itajaí, Santa Catarina. “Preparei-me noite e dia, com afinco, para o novo compromisso e, para minha alegria e de todos os meus familiares, fui aprovado e nomeado para assumir o importante cargo”. Meses depois, a diretoria das Rendas Aduaneiras o transferiu para a Alfândega de Santos. Mais uma vez, um desejo realizado. De voltar para a cidade tão amada. Nessa mesma época, começou a se interessar pelo magistério. “Não tínhamos horário definido para o exercício das tarefas (na Alfândega). Trabalhávamos de manhã, de tarde e de noite! Assim, quando encerrava minhas funções mais cedo, Ao longo de sua vida, Milton Teixeira elaborou 12 obras, abordando diversas temáticas. São elas: - Matemática Comercial para Concursos do Banco do Brasil S.A. e D.A.S.P. (Editora Melhoramentos) – 1955 - Imagens Acadêmicas (Editora Reis, Cardoso, Botelho S.A.), 1958. - Os homens apontaram o veredicto... e Deus? (Editora Reis, Cardoso, Botelho S.A.) - 1960 - Confissões de um Advogado (Massao Ohno Editora S.A.) - 1963 - Ribeiro Couto, ainda Ausente (proporcionou o Prêmio Joaquim Nabuco, da Academia Brasileira de Letras) (Editora do Escritor, SP) – 1982 - Um Passado Inesquecível (Gráfica A Tribuna) - 1984 - Lembranças da Casa Amarela (Editora da UNICEB) - 1989 - Benedicto Calixto - Imortalidade (Editora da UNICEB) – 1992 - Ribeiro Couto, 30 anos de Saudade , em parceria com o Embaixador Vasco Mariz (Editora da UNICEB) – 1994. - Universidade Santa Cecília, uma Lição de Vida (Editora UNISANTA) - 2001 - A Máquina do Tempo, o inexorável da vida (Editora UNISANTA) - 2002. - A Máquina do Tempo, o inexorável da vida, vol. 2 (Editora UNISANTA) - 2003. Fonte para o texto: Universidade Santa Cecília, uma Lição de Vida Edição e diagramação: Danilo Netto PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 vinha para a Escola Santa Cecília, que começava seu crescimento”. Com o desejo de ampliar a escola com espaço e cursos, Milton Teixeira colocou um anúncio no jornal solicitando um sócio. Entre vários interessados, acabou simpatizando com o professor Mietek Marczak. As tarefas escolares eram divididas nos três turnos: de manhã, ficava sob responsabilidade de Milton; de tarde, enquanto ele ia para a Alfândega, a cunhada Emília assumia a direção. À noite, Marczak era quem cuidava de tudo. “Entusiasmado, percebia que nem a advocacia nem o Serviço Público me preenchiam tanto quanto magistério. Assim sendo, deixei o importante e rendoso cargo na Alfândega de Santos, fato que me levou a receber críticas de todos que me rodeavam!”. No ano de 1961, Milton Teixeira assumiu de fato a direção da Escola Santa Cecília, na época à Avenida Rodrigues Alves, 332. “Era ainda modesta escola primária, que oferecia apenas o Ensino Fundamental, mantendo apenas quatro professores”. No mesmo ano, Milton foi eleito presidente da Liga Santista de Voleibol. Em 1964, nasce o primeiro filho homem, Marcelo Pirilo Teixeira, três anos após a fundação da escola primária. Em 1966, o Ginásio Santa Cecília foi transferido para a Rua Luiz de Camões, 224, já em prédio próprio, adquirido por Marczak e Luiz Fumis, que se ligou à sociedade . Em 1969, a família Teixeira adquiriu o prédio do antigo Colégio Monte Serrat, à Rua Oswaldo Cruz, 266. “Perto do Santo Natal de 1969, precisamente em 17 de dezembro, nossa família adquiriu do professor Rubens Young, o antigo e tradicional Colégio Monte Serrat. Iniciou-se, então, a expansão do atual Colégio Santa Cecília, transformando-se no que é hoje, um imenso e respeitável complexo educacional, mantendo a excelência do ensino da pesquisa, a preocupação com a educação integral, a cidadania, o espírito empreendedor e a prestação de serviços à comunidade”. Com a mudança para a Rua Oswaldo Cruz, e de comum acordo, a família do professor Marczak ficou com a escola da Rua Luiz de Camões e desfez a sociedade. (anteriormente, Fumis havia vendido sua parte aos dois) Em 1971, o Ministério da Educação autorizou ao Instituto Superior de Educação Santa Cecília, a instalação de sua primeiro curso superior da área tecnológica da região, com o nome de Engenharia Operacional. Desde então, o complexo foi crescendo, com novos cursos superiores e cada vez mais alunos de todas as regiões do País. Milton Teixeira também é pai de Milton Teixeira Filho (12 de julho de 1981), Mohamad Teixeira (1 de novembro de 1982) e Munir Teixeira (15 de abril de 1985), filhos do segundo casamento com Ahmadi Teixeira. 1960, No final da década de foi comprado o Colégio Monte Serrat, situado na Rua Oswaldo Cruz, 266. O Colégio Santa Cecília foi transferido para aquele local. Mais tarde, foi criado o primeiro curso de nível superior. Robô inteligente pode até salvar vidas Baseado no sistema de Lógica Paraconsistente, o Emmy é programado para trabalhar em ambientes insalubres ou nocivos ao ser humano Rafael Cicconi “Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”. A frase de Neil Armstrong ao pisar pela primeira vez na Lua em 1969 pode ser clichê para dizer que, apesar de sua importância, pequenas (ou grandes) descobertas podem e fazem toda diferença para a humanidade. Indo ao encontro a esse parâmetro está o projeto de Lógica Paraconsistente, desenvolvido nos laboratórios de Engenharia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) Diferenciando-se do sistema clássico de lógica binária, utilizada em sistemas digitais que são utilizados em computadores (numerais 0 e 1 para programação), a Lógica Paraconsis- tente pode ser aplicada com mais eficiência que a normal, pois tem a possibilidade de suportar a ambiguidade nos sinais dos algoritmos. Trocando para uma linguagem de melhor entendimento, o sistema de Lógica Paraconsistente pode ser utilizado em robôs que realizam trabalhos em ambientes insalubres ou nocivos para o ser humano, trabalhos de profundidade marítima, em ambientes estressantes e, até mesmo, em missões espaciais. Segundo o professor João Inácio da Silva Filho, responsável pelo projeto na UNISANTA, a Lógica Paraconsistente desenvolvida pela Universidade se diferencia, pois “contribui com uma nova forma de criar sistemas inteligentes para o controle e a tomada de decisões na robótica”. Um exemplo disso são os robôs que, cada vez mais, apresentam comportamentos humanos e ajudam no desenvolvimento da ciência em favor de uma sociedade. “Quanto mais próximo o robô apresentar um comportamento similar ao do ser humano, mais útil ele será para a sociedade”, conta o professor. O diferencial do projeto desenvolvido pelos alunos da UNISANTA é a originalidade. Criado em 2000 por alunos da casa e pelo professor Inácio, o Emmy foi o primeiro projeto que utilizava a Lógica Paraconsistente em robótica. “O robô consegue percorrer caminhos desviando-se dos obstáculos à sua frente. Ele se move autonomamente, procurando os espaços livres para poder transitar”, explica o professor da Faculdade de Engenharia da Computação. Além de o projeto ser aplicado na Faculdade, o histórico da Lógica Paraconsistente ajudou os alunos, depois de formados, a arrumar empregos devido ao projeto. ”Muitos já trabalharam e desenvolveram projetos aplicando a Lógica Paraconsistente em Robótica”, diz o professor, acrescentando que as pesquisas são desenvolvidas na forma de iniciação científica e submissão de artigos em congresso. “Os alunos participam de um grupo de pesquisadores que tem vínculo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é baseado na UNISANTA”, explica. Um projeto que funciona há 16 edições é, com certeza, um sucesso. Assim pode ser definido o Intercâmbio Toulouse, realizado pela UNISANTA com os alunos de Engenharia. Com o objetivo de ensinar a micro e nanotecnologia aos alunos da Universidade, o projeto leva os alunos a uma das principais instituições do ramo no mundo, o Atelier Interuniversitaire de Micro-nano-Electronique, em Toulouse, na França, para um curso de uma semana de duração. Segundo o idealizador do projeto, o professor de Engenharia Djalmir Correa Mendes, a oportunidade de ir a um dos principais centros de micronano tecnologia do mundo é única e fundamental para a formação do estudante. “Na América Latina, somente a UNISANTA dá esta oportunidade ao aluno”, comenta O curso é pago pela UNISANTA. O aluno só tem que custear a passagem e as despesas no local. Participante da turma que foi à França em 2011, Omayra Silva orgulha-se de ter participado do Intercâmbio Toulouse. “O curso tem conteúdo ótimo, que dá uma perspectiva para o futuro num mercado em franca expansão”, destaca. Omayra foi a primeira colocada na seleção pela qual os alunos passam para ir à França. De acordo com o professor Mendes, todos os anos os alunos interessados em participar do Intercâmbio Toulouse se inscrevem na UNISANTA e passam por um processo seletivo. “As aulas acontecem em um horário que não coincide com o das aulas da grade. Os alunos passam por um curso e depois por uma prova no fim do semestre. Desses, apenas 15 fazem o curso na França”. O diferencial do curso é que as aulas começam já no Brasil. A conclusão do curso é na França com a fabricação dos ensinamentos em microeletrônica aplicados em sala de aula. Apesar de ser um mercado em expansão, alunos que participa- ram das outras edições já possuem empregos na área desenvolvida no curso. “No Brasil ainda não há uma área de trabalho em micronano tecnologia. Os nossos alunos usam o conteúdo do curso em possíveis mestrados e pesquisas de ensino e, em alguns casos, temos doutores formados atuando no exterior”, comenta Mendes. Agora, Omayra espera por novas perspectivas no mercado de trabalho. “Apesar de ser uma área mais voltada para a Engenharia Elétrica, tenho uma especialização em outra área e uma bagagem diferencial para o mercado de trabalho”, conclui a estudante. (RC) Intercâmbio Toulouse: formação única para alunos Escritório modelo desenvolve projetos para entidades assistenciais TábaTa Tuany Glenda Poletto Estudantes de Arquitetura e Engenharia Civil podem estagiar no Escritório Modelo da UNISANTA, que elabora projetos para entidades assistenciais e pessoas carentes. O escritório trabalha com projetos arquitetônicos e de estruturas metálicas, de madeira e de concreto. A equipe de alunos é coordenada por dois professores, o arquiteto Edson Fernandes e o engenheiro Pedro Manuel Mascarenhas Menezes, o Marcão. Marcão, mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo, explica que os projetos são desenvolvidos mediante indicação de quem já conhece o trabalho do escritório. Já foram realizados cerca de 200 projetos desde a fundação do escritório, há 15 anos. “Já fizemos trabalhos para creches, entidades como a Gota de Leite, Núcleo de Assistência a Portadores de Necessidades Especiais, Ação de Recuperação Social, Fundação Albert Schweitzer e inúmeras pessoas físicas carentes. Atualmente, atendemos a Prefeitura de Santos em um projeto para a Associação dos Cortiços do Centro”, revela. O escritório foi implantado em 1994, como forma de dar um sentido prático à aprendizagem dos alunos. A partir de 2003, agregou-se ao curso de Arquitetura e Urbanismo, benemerentes já foram elaborados Cer ca de 200 projetos para entidades Engenharia Civil ra e pelo Escritório Modelo de Arquitetu que já vinha realizando alguns trabalhos em conjunto. A proposta do Escritório Modelo é a de envolver uma participação expressiva dos estudantes na execução de projetos de cunho social. “Os objetivos básicos são os de trazer experiência para os alunos e auxiliar entidades sem recursos para pagar pelo projeto”, complementa Marcão. O escritório está aberto a todos os alunos de Engenharia interessados em cálculo estrutural e que tenham cursado as seguintes disciplinas: Re- sistência dos Materiais, Estática das Estruturas e Concreto Armado. Para estagiar, os estudantes interessados devem procurar a arquiteta Ana Paula ou então o professor Marcão na sala 519, do Bloco M, das 8 às 12 horas, de segunda a sexta-feira. Edição e diagramação: Michael Gil PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 5 50 ANOS Mini-refinaria de petróleo reproduz processo de refinação Segundo o professor Deovaldo de Novaes Junior, o equipamento permite a compreensão do processo por meio de visualização Julia Magalhães A Baixada Santista é referência no que diz respeito à exploração da camada do pré-sal e, consequentemente, à extração do petróleo e do gás natural. Para atender à crescente demanda de mão de obra para a expansão do Porto, muitos alunos se matricularam no curso de Engenharia de Petróleo e Gás da UNISANTA, que formará a sua primeira turma em 2013. Com tantos investimentos destinados à Baía de Santos, empresas formaram parcerias com a Universidade. Dentre elas, a Petrobras, o que resultou na construção de uma minirrefinaria de petróleo que funciona no campus há quatro anos. O equipamento é um recurso pedagógico que mostra o processo de refino do petróleo. Segundo o professor Deovaldo de Moraes Júnior, o equipamento permite a compre- ensão do processo por meio de visualização. “A minirrefinaria é mais demonstrativa”, diz. Deovaldo dá aulas de Engenharia Química na Universidade. Ele explica que esses refinados são destilados e servem de matérias primas, gerando produtos como o plástico e a gasolina, para indústrias. “Já na bancada de experimentos de Engenharia do Petróleo, os alunos aprendem a utilizar equipamentos que simulam cálculos, semelhantes aos equipamentos industriais. Isso é um ensaio em menor escala, evitando, assim, o risco Carina SeleS no campus da Petrobras construiu mini-refinaria que funciona UNISANTA há quatro anos Três novos cursos no Ensino a Distância Unisanta projeta máquina de secagem por otimização Soraya Santos qualquer tipo de alimento melhorando o valor nutricional. Além disso, tem um baixo teor de açúcar e ajuda a prevenir câncer de colo do útero, doenças cardiovasculares e problemas intestinais. A pesquisa teve início em 2006 quando foi criada uma máquina pequena. Há seis meses, após ter sido contratada pela empresa, a equipe da UNISANTA projetou e desenvolveu um equipamento maior. De acordo com o engenheiro, somente é possível comprar uma máquina de spray dryer fora do País e o custo gira em torno R$ 150 mil. “No Brasil, existem outras empresas que têm as máquinas, mas que foram importadas da Suíça e Alemanha. A Universidade Santa Cecília é, possivelmente, a única que projeta esse tipo de máquina no País. Pode até existir outro local que desenvolva esse trabalho, mas nunca ouvi falar”, ressalta Moraes. Para o docente, com esse equipamento, a UNISANTA atende ao tripé universitário que é o ensino, a pesquisa e extensão. Atualmente, Moraes e seus alunos realizam estudos para aperfeiçoar a máquina e diminuir o gasto de energia. “Trabalho há 12 anos na UNISANTA e posso dizer que esse é um dos projetos mais importantes que realizei aqui”, conclui. 6 Com o spray dryer é possível fazer secagem de bananas, detergente, sucos e leite Edição e diagramação: Gabriel Martins PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 TábaTa Tuany Professores e alunos do curso de Engenharia Química da Universidade Santa Cecília projetaram um equipamento de spray dryer, que é uma maquina de secagem por atomização, para uma empresa alimentícia que exporta derivados da banana. O engenheiro químico e coordenador do laboratório de Química, Deovaldo de Moraes Júnior, explica que o funcionamento da máquina simples. Por meio de um processo rápido, produtos sólidos ou líquidos são pulverizados dentro de um recipiente, onde há uma corrente de ar quente. O fluido pulverizado é atomizado em milhões de microgotas e após a secagem com o ar quente se transformam-se pó. “No spray dryer o produto torna-se mais nobre, por conta da qualidade adquirida. Se a secagem fosse numa estufa não sairiam grãos tão perfeitos”, revela. Com o spray dryer é possível fazer a secagem de banana, detergente, sucos e leite. O objetivo da Vale Mais Indústria, Comércio e Exportação de Derivados de Banana, empresa que contratou a UNISANTA para projetar o equipamento, é o de transformar a banana verde em pó, já que a fruta é rica em fibras, vitaminas e sais minerais e depois de passar pelo processo de secagem, pode ser misturada a maior de erro quando o aluno estiver trabalhando com equipamentos industriais maiores”, explica. No curso, os alunos também aprendem a operar os equipamentos do laboratório que são os seguintes e com as respectivas funções: a coluna de destilação, que transporta fluidos líquidos (como o petróleo) por meio de bombeamento, e transporta gases por meio de compressão; o trocador de calor, utilizado para resfriar esses fluidos; o transportador de sólidos (coque), que utiliza o que sobra do petróleo refinado e transforma em pedra; e, por fim, os reatores químicos, que transformam produtos em plástico. Com todo esse treino, o professor acredita na boa preparação dos estudantes para enfrentarem o mercado de trabalho, que demanda cada vez mais profissionais qualificados. Mariana Aquila A UNISANTA irá oferecer três novos cursos em nível de Educação à Distância (EAD), a partir de 2012. Serão os cursos de graduação nas áreas de Processos Gerenciais, Segurança Pública e Licenciatura em Matemática. “A UNISANTA cumpre com as exigências do mercado de trabalho. Muitas vezes, cursos que não estavam em vista começaram a fazer parte da grade, por exemplo, os de Engenharia de Petróleo, em decorrência do crescimento da área na nossa região”, afirmou a pró-reitora acadêmica da Universidade, Zuleika de Almeida Senger Gonçalves. Pedagoga e após ter lecionado por volta de 30 anos, hoje ela administra os cursos do Instituto Superior de Educação Santa Cecília (Isesc). “Existe um Plano Plurianual, que possui a missão, o objetivo institucional e proposta pedagógica. Ali são expostas as ideias de novos cursos e planejamentos”, explicou. Atualmente, UNISANTA possui cursos em todas as áreas. São elas: Ciências Biológicas e Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Sociais e Engenharias de Tecnologia. Aproximadamente, dois mil alunos se formam todo ano e, em todo o complexo educacional, o número de professores beira os 700. “Cada vez mais estamos recebendo um grande número de alunos interessados na UNISANTA. A infraestrutura física está em ampliação para poder atender a todos”, afirmou. EAD www.unisanta.br/ced Graduação (3): Matemática – Licenciatura, Processos Gerenciais e Segurança Pública Pós Graduação (13): Ciências Biológicas, Educação Ambiental, Educação Matemática, Educação Especial e Inclusiva, Gestão e Docência na Educação Básica, Gestão e Docência na Educação a Distância, História, Tanatalogia, Multiprofissional em Cuidados Paliativos, Língua Portuguesa, Ludopegagogia, Psicopedagogia e Supervisão Escolar. Aperfeiçoamento (4): Multiprofissinal em Cuidados Paliativos, Tanatologia, Lúdico na Educação e Saberes da Prática Docente. Extensão (20): Tanatologia, Multiprofissinal em Cuidados Paliativos, Recursos Midiáticos para o Ensino, Práticas de Ensinagem, Recreação em todas as idades, Produção e Redação Científica, Práticas de Avaliação de Aprendizagem, Ludoeducação, Didática e Interdisciplinaridade, Ludicidade e Corporeidade, Lúdico na era digital, Dificuldades de Aprendizagem, Fundamentos da Neuropsicologia, Educação Especial e Inclusão, Fundamentos de Psicomutriciade, Indisciplina Escolar, Literatura Infantojuvenil, Hipertextos e Gêneros Digitais, Finanças Corporativas e Tráfico de Pessoas. Depois de se tornar um complexo com alunos em todos os níveis de ensino, era hora de aumentar as opções aos moradores da região. Para isso, cursos técnicos também foram abertos. Paixão pela educação Silvia Ângela Teixeira Penteado começou sua trajetória na educação ajudando a família no Colégio Santa Cecília. Após 50 anos da fundação da escola primária, a reitora da UNISANTA se emociona ao lembrar da casa onde tudo começou e revela que a paixão da família Teixeira pela educação já deixa seus frutos: a nova geração está dando continuidade ao trabalho Primeira Impressão - Como reitora da UNISANTA e com um doutorado na área, qual a importância da valorização da educação em nosso País? Silvia Ângela Teixeira Penteado — Acredito que a educação é uma mola propulsora para o desenvolvimento de qualquer país. Nós podemos ver o exemplo da China, Coreia e de tantos países emergentes que conseguiram, através da educação, dimensionar a questão de desigualdade social e tantos outros entraves ao desenvolvimento humano. Creio que quanto mais o País tiver conseguido escolarizar crianças, jovens, mais nós teremos condições de estarmos caminhando com autonomia. Apesar de o Brasil ter universalizado a escolarização até os nove anos de ensino fundamental, há um grande número de jovens que não concluem o segundo grau e isso, de alguma forma, afunila a pirâmide em torno daquilo que se deseja de formação para o Ensino Superior. Vejo o Brasil como um país emergente que está buscando seus horizontes e, mais do que isso, vejo a nossa região atrelada a múltiplas fontes de crescimento econômico como é o caso do pré-sal, do petróleo. Meu grande sonho é que todas essas fontes propulsoras do crescimento econômico tragam também o desenvolvimento social. PI — Devido à falha que existe na educação básica, alguns alunos chegam às universidades apresentando dificuldades na aprendizagem. Como auxiliar esse aluno para que, por esse motivo, ele não desista dessa formação? Silvia — Isso é possível, com esses dois esforços: da instituição, que disponibiliza, além de professores apaixonados pela educação, laboratórios, bibliotecas, salas, e a vontade do aluno, junto ao apoio da família. Na verdade, esse é o grande gargalo no ensino superior. Acredito que a escolaridade nem sempre acompanha aquela prontidão que o aluno precisa ter em termos de conhecimentos, habilidades e maturidade para o estudo. Há todo esse preparo dos professores que trabalham com os anos iniciais para dotar o aluno destes conhecimentos necessários e estimulá-lo porque sabemos que eles têm como vencer. PI — Ter sido aluna de Paulo Freire lhe inspirou, de alguma forma, em relação à inclusão educacional, incentivando os alunos a continuar seus estudos, enfrentando essas dificuldades? Silvia — Sem dúvida! Tanto no mestrado quanto no doutorado, trabalhamos com a questão da participação na Universidade. Isso a gente aprendeu um pouco na trajetória de Paulo Freire. Toda a metodologia dele, desde a alfabetização, como ele instrumentalizava a questão da escrita no ensino, como achava importante a politização do educador, que tinha que ser alguém engajado com a causa da educação, um amante da educação. PI — Como a universidade in- mariana beda Thaís Cardim centro de Silvia: Universidade vai investir em alho trab educação e qualidade de vida no veste na formação de novos docentes? Silvia — Qualquer profissão necessita de atualização, hoje, notadamente, a do educador, mais do que todas, porque ele forma todas as outras profissões. Além de estar instrumentalizado para educar, com metodologias e técnicas sempre inovadoras, ele tem que ter uma compreensão do seu conteúdo teórico, das suas práticas, crescente, e tem que estar aprendendo constantemente, em rede, com seus próprios alunos. A UNISANTA tem todo um critério de seleção do seu corpo docente e há, ao longo do acompanhamento desse docente, diversas oportunidades de capacitação, porque entendemos a necessidade de formação continuada como uma grande mola do êxito da aprendizagem. Acredito que há algumas áreas em que esse processo de humanização do professor precisa ser mais aprimorado e isso está acontecendo. Os professores das matérias do ensino tecnológico trocam ideias com professores de outras disciplinas, como do curso de Pedagogia, e a partir daí, se forma essa cadeia onde há diversas experiências que podem estar enriquecendo a formação do professor. Também há o incentivo para que o professor faça cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de oferecermos bolsas de estudo, incentivando esses projetos e valorizando a carreira. Isso faz com que os professores tenham essa paixão de estar constantemente vendo e revendo sua formação. PI — Hoje a UNISANTA é uma das maiores universidades da região. Qual o papel social da universidade? Silvia — O principal compromisso da Universidade é a geração de conhecimento, ensino, pesquisa e a extensão desses conhecimentos, gerados dentro da universidade, a toda a comunidade que nos rodeia. Hoje, a UNISANTA não está limitada a suas paredes: está atrelada ao mundo. Este compromisso se quantifica na formação de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento e, mais do que isso, a universidade tem um compromisso social através de diversas ações. Muitas delas são referências na área da saúde, atendimento jurídico, nos diversos laboratórios onde prestamos serviços e consultorias, na área de engenharia, arquitetura, desenvolvimento artístico. Sem sombra de dúvida, sem a participação da UNISANTA, nós não teríamos na região essa excelência nos diversos serviços com os quais estamos envolvidos. PI — A partir deste ano, a UNISANTA inicia cursos de mestrado nas áreas que mais crescem dentro da Universidade (Biologia e Engenharia). O que a senhora pode falar sobre esse novo desafio? Silvia — A entrada nos programas de mestrado foi uma coisa crescente, tendo em vista todas as linhas de pesquisa que já estavam instituídas. Anteriormente, nós já tínhamos mestrados com outras instituições no Brasil, como as universidades de Uberlândia, de Campinas, de São Paulo e também mestrados institucionais fora do País, até mesmo doutorado, credenciado pela Unesco dentro da área de Ecologia, que possibilita o intercâmbio de professores e alunos para universidades espanholas e outras na Europa. Da mesma forma, em nossos laboratórios, recebemos pesquisadores para trabalhos conjuntos de pesquisas, publicações. Acho que são as alianças que foram se criando ao longo dessa história que possibilitaram todo esse amadurecimento do ensino e da pesquisa rumo a esses mestrados da UNISANTA. PI — A Educação a distância (EAD) é uma modalidade de ensino que tem crescido bastante. Há planos de a UNISANTA investir ainda mais em EAD? Silvia — Nós temos utilizado EAD no ensino presencial e vamos utilizar também em diversas ligações com a região. Estamos capacitando guardas municipais em jornadas de ensino presencial e a distancia. Há cursos de graduação e pós na modalidade. Nós queremos crescer muito mais em atendimento ao mercado e ao mundo corporativo. Atingir muitas vezes empresas cujos funcionários dispõem de pouco tempo para poder frequentar presencialmente os bancos acadêmicos. Com muita avaliação e muito acompanhamento, expandir para as plataformas de petróleo, também fora da nossa região, onde há dificuldades de locomoção. Há interesse em estar ramificando, sempre com muita avaliação, comprometimento e com a mesma qualidade que foi, ao longo desses 50 anos, o ensino presencial. PI — Existe projeto de novos cursos para o próximo ano? Silvia — A UNISANTA tem acompanhado as demandas do mundo produtivo. Há diversos cursos na área de pós-graduação que estão sendo planejados em áreas em que já existe essa excelência da Universidade como nas áreas de Educação, Engenharia, Direito, Comunicação e Saúde. Há esse interesse de estar, cada vez mais, engrandecendo essas áreas. Na graduação também queremos organizar polos de centro de formação continuada, para fazer com que os alunos já formados possam voltar à instituição, não só em programas de pós, mas em jornadas de excelência, às vezes com curta duração, fazendo com que entendam essa necessidade de formação. PI — Há outras iniciativas em andamento? Silvia — Anuncio, em primeira mão, que a Universidade está investindo em um centro de educação e qualidade de vida no trabalho. Dirigido aos seus colaboradores, esse centro vai reunir algumas experiências exitosas que a Universidade mantém. São investimentos feitos para a formação continuada nos diversos segmentos, administrativos ou acadêmicos, com incentivos a programas de formação na graduação, pós-graduação e programas conectados ao mundo corporativo, como o Sebrae no campus, em andamento. Queremos fazer com que esses programas possam ser estendidos, fazendo com que empresas usem a Universidade como veículo de qualificação e fazer com que os nossos funcionários utilizem essas empresas para uma dupla mão de qualificação. PI — Aos 15 anos, a senhora começou a trabalhar no Colégio Santa Cecília e, hoje, vê o crescimento da semente plantada naquela casa amarela. O que é a UNISANTA para senhora? Silvia — É emocionante constatar que uma pequena casa que servia para 26 alunos, atrelada já ao atendimento de filhos de portuários de uma região que era carente, pode se aflorar, se abrir em tantos outros compromissos, sem esquecer o compromisso original que é a ligação com a sua região. Eu vejo, hoje ,que as novas gerações da minha família também têm esse compromisso, ao lado de colaboradores muito dedicados, sem os quais nós não teríamos concluído tantas metas audaciosas e outras tantas que estão por vir. Eu acho que nós tivemos a felicidade de ter reunido e também formado muitos colaboradores que vivenciam a mesma vontade de crescer e de se tornar uma instituição-cidadã. Infelizmente, a nossa volta, muitas outras instituições têm fenecido, têm se afastado dos seus objetivos iniciais. Então, queira Deus que tenhamos força e visão para os cenários futuros, para interpretar tantas expectativas, anseios que estão por vir, reunindo as antigas e, ao mesmo tempo, reunindo as inovações, tecnológicas, sociais, fazendo com que, principalmente essas inovações sociais, possam originar uma região e um país com mais igualdade, fraternidade e amor. Essa, enfim, é a saga da educação. Edição e diagramação: Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 7 50 ANOS Azusc é o único na região Inaugurado em 2003, Acervo Zoológico desenvolve pesquisas e é aberto a alunos de várias áreas do conhecimento Luiz Felipe Lima OAcervoZoológicodaUNISANTA (Azusc)écompostoporváriossetoresdedicadosàpesquisaeextensão. “Assim como um museu científico e didático, o acervo, único do gênero cientifico no litoral paulista, reúne coleções de vários grupos de animais como peixes ósseos e cartilaginososmarinhoseestuarinos,aves marinhas, crustáceos, tartarugas, conchas, crânios, insetos, esqueletos de corais, fósseis e mamíferos marinhos. Possui 17,8 mil exemplares, alguns inéditos em outras instituiçõesdeensinosuperior”,diz Matheus Marcos Rotundo, curador doacervo. Segundoele,oenfoqueprincipal éacoleçãodepeixesmarinhoseestuarinosqueestácadastradanoSistema Brasileiro de Informações sobreaBiodiversidadedePeixeseno Banco de Dados Interinstitucional de Biodiversidade de Peixes na Região Neotropical, em conjunto com osdadosdasprincipaiscoleçõesde peixesdasaméricasdoNorte,CentraledoSuleEuropa. O setor também tem o enfoque nosgruposzoológicosquehabitam aregiãodacostadaMataAtlântica, dentrodaBaixadaSantista.Recentemente, o departamento iniciou umanovafasedeorganizaçãopeda- Thaís cardim alguns inéditos entr O acer vo possui 17.800 exemplares, existentes em universidades brasileiras e os gógicapormeiodeanimaistaxidermizados,alémdainclusãodepeixes dulcícolasnacoleção. O laboratório ajuda os estudantesemdiversostiposdepesquisas. Alémdisso,oespaçoéabertoaalunos de diversas áreas do conhecimento, como Biologia Marinha, Informática,Pedagogia,Arteseoutras, e também preserva o testemunho de estudos científicos que envolvem váriosanimaisdaregião. OAzusctemregistrado,desdea sua inauguração em 2003, mais de dezmilvisitasdedocentesealunos dediversosníveisdeensino.Muitos pesquisadores das mais diversas áreasvêmauxiliandonadivulgação de projetos científicos realizados no LaboratóriodePesquisasBiológicas dopróprioAzuscnoBrasileempaísescomoEUA,Chile,Peru,Espanha, Portugal,Equadoreoutros. Atualmente, são desenvolvidos mais de nove projetos, entre eles o Projeto Canais de Santos, Projeto Ilha dos Guarás, Projeto Pró-Pesca Peixe-Lagarto (aspectos da anatomiasdasraiasdaordembatoidea)e muitosoutros. desodorante, xampus e sabonetes, além de materiais como filtro de arcondicionado e brinquedos. “Já havia a desconfiança dos efeitos biológicos de diferentes fármacos, como antiflamatórios, antidepressivos e também dos bactericidas no meio ambiente,mascomoessescompostos se apresentam em baixas concentrações era difícil estudá-los. O avanço da Química Analítica possibilitou a identificação e a quantificaçãodessescompostosno ambiente aquático”, afirma. Cortez explica como os contaminantes chegam ao meio ambiente: “A maior parte dos fármacos utilizadosparatratarenfermidadessão eliminados pelas excretas, porém de50a90%delesnãosãometabolizadospeloorganismoevãoparar noambienteaquáticopormeiodos efluentes de estação de esgoto”. Osfármacostambémsãoobjetos de estudo de dois alunos da Universidade, orientados pelo professorCamiloDiasSeabraPereira,que foramcontempladosrecentemente com bolsas de iniciação científica daFundaçãodeAmparoàPesquisa doEstadodeSãoPaulo. ObiólogoFernandoSanziCortez destaca a importância de analisar osefeitosdessetipodecontaminante no ambiente aquático: “Muitos animaismarinhossãorecursosalimentareseacabambioacumulando oscompostosnosseustecidos.Assim, o homem pode consumir sem saber um alimento contaminado por esses compostos. Além disso, o contato primário com a água ou areia contaminado também coloca emriscoasaúdehumana”. nantesquímicosparaosorganismos aquáticos. O Laboratório Professor CaetanoBellibonifazensaiosdetoxicidadeaquática—osprocedimentos biológicos fornecedores de informaçõessobreosefeitos,porexemplo,de um efluente industrial. Pode-se caracterizar os efluentes como produtos líquidosougasososproduzidospelas indústriasouaindaprovenientesdos esgotosdomésticos,quesãolançados nomeioambiente. Osensaioslaboratoriaissãofundamentaisparamedirograudepoluiçãodeumambiente.Comorganismos testes,ospesquisadoresanalisam,por exemplo, o quanto é tóxico um efluente de uma indústria que está sendo lançadonorio. Os organismos testes possuem uma sensibilidade adequada para detectar os níveis de poluição. São realizados testesparaavaliaroefeitoagudopara Daphniasimilis,ummicrocrustáceode águadoce,popularmentechamadode pulgad’água.Osresultadosvãoapontar ospossíveisníveisdemortalidadedesseorganismo. Jáparaomicrocrustáceotambém de água doce Ceriodaphnia dubia são testes para avaliação de efeito crônico, ou seja, aqueles a longo prazo.“Nãoéexatamenteamortalidadedoorganismoqueavaliamos comostestesparaesseorganismo, mas,porexemplo,ainibiçãodareproduçãodaespécie”,dizCortez. De acordo com o professor, no caso de organismos marinhos são utilizadas a larva do ouriço, que é mais sensível que a fase adulta da espécie: “Induzimos a fecundação dosgametasnolaboratórioeexpomosozigotoemdiferentesconcentrações de um efluente. A partir daí, avaliamos a concentração da substânciaqueinibeodesenvolvimento dalarva”. Laboratório de Ecotoxicologia estuda novos poluentes Luiz Felipe Lima e Vivi Ramos 8 Fundado em 1991, o Laboratório deEcotoxicologiadaUNISANTAforneceaosalunosdeBiologiaeEngenhariadePetróleoosequipamentos necessários para o desenvolvimentodeestudos.Nestesemestreestão em fase intermediária três TCCs: o primeiroéumaavaliaçãodosefeitos tóxicosdofármacoomeprazolsobre mexilhões; o segundo é a avaliação datoxicidadedohormôniosintético 17alfa,oEtinilestradiol,empregado nomexilhãomarinho;eoterceiroé uma identificação de Anfípodes e a viabilidade de cultivo em laboratórioparaensaiosdetoxicidade. Nolaboratório,umanovaclassede poluentes,conhecidatambémcomo contaminantes químicos emergentes ou micropoluentes, foi objeto de estudo do biólogo e mestre em Ciências, Fernando Sanzi Cortez. O trabalho foi apresentado como dissertaçãodemestrado,emfevereiro desseano.Osresultadosapontaram asconcentraçõesdospoluentesque inibem o desenvolvimento embriolarval ouriços do mar e mexilhões, além das possíveis taxas de mortalidade desses organismos. “Há um risco ecológico relacionado à introduçãodessescompostosnoambiente aquático. Os resultados do meuestudopodemcontribuirpara futuras tomadas de decisões quantoaousoounãodessescompostos”, dizCortez. Nessaclassedecontaminantesse enquadram,porexemplo,osfármacos — compostos químicos com fins medicinais—esubstânciaspresentes em produtos de higiene e cuidadospessoais,comoobactericida Triclosan,comumemcremedental, ecotoxicologia aquática AEcotoxicologiaAquáticaéaciênciaqueestudaosefeitosdoscontami- Edição e diagramação: Danilo Netto PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 O Azusc é comandado por uma equipe multidisciplinar de professores,pesquisadores,técnicoseestagiários, tendo à frente o curador Rotundo. A direção-geral é do engenheiro Antonio Salles Penteado, diretordaFaculdadedeEngenharia da UNISANTA. Embora inaugurado oficialmente em 2003, o acervo iniciousuasatividadesem1998. Para agendar uma visita monitorada no Azusc basta enviar um e-mail para [email protected] ou ligar para 3202-7100 ramal215. Herbário vira referência L.G. Rodrigues Commaisde6.200espécies de plantas, todas catalogadas e de diversas regiões de todo o mundo, o Herbário da Universidade Santa Cecília é referênciaemtodaaregiãopor seuamploacervodeespéciesde vegetaçãoeporatenderalunos eapopulaçãohá13anos. Inaugurado em 20 de junho de 1998, foi uma ideia trazida pelabiólogaZéliaRodriguesde Mello.ApósumavisitaaoJardim Botânico de São Paulo, ela teve a iniciativa de apresentar o projeto. “Tive a ideia e trouxe para cá. As professoras Silvia e Lúcia Teixeira aprovaram a iniciativa. Desde então, o herbário vem crescendo em importância”,diz. AlunosdeBiologiaeFarmácia são os que mais visitam o herbário. Usam-no para consultas e desenvolvimento de Trabalhos de Conclusão de Curso. “Muitos trabalhos ficam arquivados aqui e posteriormentesetornamparte donossoacervo”,dizaprofessora Zélia. O local também recebe visitas da população em geral que o usa para tirar dúvidas sobre como identificar espécies de plantas, saber como cuidar de determinadas espécies de árvores etc. O herbário fica aberto de segunda a sexta, das 8horasaomeio-dia;edas14às 16 horas. Fica na Rua Oswaldo Cruz, 266, Bloco B, sala 25, Boqueirão. Mais informações pelotelefone(13)3202-7100. tempo passava À medida que o , mais cursos superiores eram criados, ratificando o posto da instituição como o principal espaço educacional da região. Mas não era o bastante. Por isso, surgiram os primeiros cursos de PósGraduação do local. Clínica Odontológica presta serviços à comunidade Cerca de 200 pacientes são atendidos por dia por alunos do curso, que já conseguem vivenciar a profissão antes mesmo de formados Ana Flora Toledo A Clínica de Odontologia da UNISANTA funciona no segundo andar do Bloco E e atende 200 pacientes por dia. São 80 consultórios equipados com o que há de mais avançado na área, seguindo os cuidados necessários com a biossegurança. O local conta com um centro cirúrgico equipado com microscópio operatório, capnógrafo, oxímetro, central de oxigênio e óxido nitroso, necessários para a realização de diversos procedimentos. A faculdade ainda dispõe de um Centro de Diagnóstico por Imagem com radiografia digital e processadora automática, central de esterilização com autoclaves hospitalares seguindo o fluxograma exigido pelo MEC, além da Bebê Clínica, para atendimento de crianças até 30 meses. Como apoio ao atendimento, regularmente um trailer vai ao campus e fica estacionado próximo à entrada da Rua Cesário Mota para fazer avaliações gratuitas na população. “Quando o trailer está por aqui, qualquer pessoa que estiver passando pode fazer uma avaliação gratuita para saber como anda sua boca. É assim que muitas vezes descobrimos problemas que as pessoas nem imaginavam ter”, conta a coordenadora do curso de Odontologia, Rosângela Aló Maluza Flores. “Se os alunos notarem alguma anormalidade, indicam o tratamento ideal para o paciente, que poderá ser atendido em nossa clínica”, completa. Além de toda a infraestrutura oferecida pela UNISANTA, os alunos que cursam Odontologia na universidade contam com um diferencial pela instituição de ensino onde vai estudar. E para alcançar esse objetivo, um dos fatores que mais pesam na hora da decisão é a estrutura de que a universidade dispõe. Esse é um dos principais fatores que têm feito aumentar o número de interessados em cursar odontologia na UNISANTA. Segundo o diretor do curso, Walter Denari, em 2011 foram abertas 80 vagas, mas acabou sendo formada uma turma com 87 alunos graças à procura. “A UNISANTA tem uma clínica preparada e equipada onde os estudantes, que a frequentam desde o primeiro ano, podem conhecer o dia a dia de um profissional. Isso conta muito e faz com que os jovens tenham vivência na profissão antes mesmo de saírem da faculdade”, explica Denari. Os alunos do primeiro ano trabalham na clínica como auxiliares odontológicos dos veteranos, ajudando com os equipamentos e observando todo o trabalho realizado pelos futuros dentistas. No segundo ano, os estudantes aprendem a fazer dentaduras para os pacientes. A frequência na clínica passa a aumentar no terceiro ano, quando começam a fazer biopsia e exames preventivos de câncer, além de tratar canais e dar início, no segundo semestre, às cirurgias bucais. Já no quarto ano, os alunos se tornam atendentes de todas as especialidades da clínica, passando a maior parte do tempo colocando em prática tudo o que já realizaram em laboratório. VANESSA SIMÕES clínica dispõe de diversos Luiz Antonio Aidar conta que a lização de procedimentos equipamentos necessários para a rea que os destaca entre os demais profissionais do mercado. Na Baixada Santista, é o único que conta com atendimento a pacientes portadores de necessidades especiais. “Disciplina de paciente especial não é obrigatória em todas as faculdades de Odontologia. Apenas nós e a USP oferecemos esse aprendizado na grade curricular. Com isso, nossos alunos saem daqui prontos para enfrentar os mais concorridos concursos. Todos que tentaram entrar no Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, conseguiram, porque é exigência mínima”, diz Rosângela. Um dos primeiros pacientes atendidos na clínica de especiais foi Thiago, portador de paralisia cerebral leve. Hoje com 22 anos, Thiago ainda freqüenta regularmente o ambulatório. “Foi uma vitória para nós, infelizmente é muito difícil en- contrar profissionais que atendam a deficientes”, comenta a mãe de Thiago, Rosa Lopes. O gesto foi tão marcante que acabou sendo citado por Rosa em seu livro, recém lançado. A obra, intitulada Ser Especial, fala sobre o relacionamento dela com o filho e lembra o episódio no trecho em que a mãe conta como ficou sabendo do atendimento da Unisanta. “O Thiago é bem comunicativo e agradável com todos. Os profissionais gostam muito dele, sempre tem um que se apaixona, é muito bacana”, orgulha-se Rosa, que é prova do relacionamento próximo que existe entre pacientes e profissionais na clínica. Sair da faculdade com a preparação necessária para entrar no mercado de trabalho é o que todo universitário deseja quando opta Pós-graduação tem quatro especialidades Vanessa Simões Na UNISANTA existem quatro cursos de pós-graduação: Endodontia, Ortodontia, Dentística e Prótese Dentária. Na pós-graduação existem os cursos de atualização são eles: Implantodontia, Prótese Sobre Implante, Cirurgia Oral Menor e Articulação Templo Mandibular. “Os nossos alunos estão muito bem colocados no mercado de trabalho e isso também se dá pela dedicação dos nossos professores que vestem a camisa da Universidade e estão sempre atualizados para atender o aluno”, comemora a coordenadora. De acordo com ela, os professores são participativos e se preocupam com o aluno: “O perfil da Universidade é muito preocupado com o aluno. Conhecemos todos pelo nome, sabemos quando eles não estão bem e eles também sabem quando não estamos, é uma troca”. ClíniCa de pesquisa O professor Luís Antônio de Arruda Aidar é o responsável pela Clínica de Pesquisa da Odontologia, voltada a ex-alunos da graduação e pós-graduação. Os ex-alunos trabalham na clínica voluntariamente e cuidam de proble- mas ortopédicos na parte esquelética da boca de pacientes em crescimento, crianças de 3 a 12 anos. Aidar conta o que é feito com os trabalhos de pesquisa realizados na clínica: “Os trabalhos são publicados em revistas especializadas, participamos de congressos científicos, fazemos relatos de casos e de amostras de paciente. Na realidade, a UNISANTA hoje se tornou na região centro de referência em algumas áreas. Por conta disso, a população mais carente, que não pode pagar um dentista, procura a Universidade e nós realizamos o trabalho. Com isso, aproveitamos os casos do atendimento clínico para usar como parte científica”, explica. Além de ser responsável pela clínica, o professor é coordenador do curso de especialização em Ortodontia. Neste, o aluno aprende mais especificamente a parte teórica, laboratorial e atendimento clínico da especialidade. Aidar está no Complexo desde a primeira turma do curso de graduação, em 1998. Em 2003 iniciavam as duas primeiras turmas de pós-graduação em Odontologia da Universidade Santa Cecília. Os cursos de Endodontia e Ortodontia são os primeiros, os mais tradicionais e procurados. Já estão na sexta e quarta turmas, res- pectivamente. Rosângela Aló Maluza Florez, conta o que atrai o aluno interessado em se especializar. “Geralmente, ele não vai atrás da instituição de ensino e sim do professor. Portanto, um aluno que fez a graduação na Universidade e pretende se especializar certamente vai procurar a UNISANTA. Ele já sabe a qualidade do complexo e dos professores e por isso procura”, destaca. Existem outros motivos que atraem os alunos e são diferenciais na Universidade. Um deles é o aprendizado oferecido em microscópio operatório na especialização de Endodontia. Segundo Rosângela, esse equipamento rodante vai na boca do paciente para que a visualização do canal seja aumentada. “Até brincamos que esse aparelho mostra tudo o que queremos e também o que não queremos ver”, comenta a coordenadora. Por conta disso, Rosângela destaca que a UNISANTA é inovadora, pois só grandes centros têm esse equipamento e a Universidade é um deles. Em relação à especialização de Ortodontia, a coordenadora conta como funciona e o porquê de ser um curso muito procurado. “O aluno de Ortodontia vem toda quinta-feira para a Universidade e precisa atender dez pacientes no mínimo. Ele sai da especialização muito seguro e confiante para entrar no mercado de trabalho”, assinala. Danilo Basso, de 22 anos, é recémformado. Ele faz pós-graduação em Endodontia. “O meu irmão já fazia faculdade em Santos, então eu já tinha onde ficar. As notas do Enade e do MEC me ajudaram a escolher a UNISANTA para fazer a graduação em Odontologia e a continuar na especialização. Recebemos um tratamento diferente”, conta o mineiro de Araguari, cidade localizada no norte do Triângulo Mineiro. Ao término do curso de graduação, por se destacar e notar sua aptidão por Endodontia, Basso resolveu fazer a especialização e continuar na Cidade. “O curso de especialização está sendo muito bom, os professores são ótimos. Eu já gostava de Endodontia, pois tinha qualidade e vejo que a pós-graduação também tem a mesma qualidade que a graduação”, explica. Ele conta também do seu relacionamento com os professores. “Os professores sempre dão apoio em tudo e são de extrema qualidade. Sempre troco e-mails, é uma família mesmo”, completa. Edição e diagramação: Danilo Netto PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 9 50 ANOS Clínica de Fisioterapia é referência em atendimento a amputados Funcionando há uma década, a clínica faz 60 mil atendimentos por ano Nathalia Pio Quem chega à Clínica de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas, depara-se com a recepção sempre cheia. Funcionando desde 2001 com objetivo acadêmico sem fins lucrativos, faz 60 mil atendimentos por ano, segundo o coordenador e supervisor de estágio Ivan Cheida. O atendimento a amputados é completo. O cuidado começa muito antes da colocação da prótese e da adaptação do paciente a ela. “Muitos chegam aqui com o ferimento não cicatrizado, sentindo dor no local. Tratamos feridas, tiramos a sensibilidade no local e só depois disso a prótese entra no processo. O atendimento completo pode durar de dois a três anos”, explica Cheida. A clínica funciona com o trabalho dos alunos do curso e supervisão dos professores. Todos os futuros fisioterapeutas da UNISANTA têm estágio garantido na clínica e em outros locais da Cidade em que o curso também presta atendimento, como as unidades de terapia intensiva infantil da Santa Casa de Santos, da Beneficência Portuguesa e do Hospital Guilherme Álvaro. A clínica mantém também convênios com a Casa da Esperança, Prefeitura de Santos e o Centro São Camilo de São Vicente. São cerca de cem alunos que estagiam fora da clínica. “Eles atendem a todo tipo de paciente no estágio. Nos concursos públicos da região, sete dos primeiros dez aprovados são ex-alunos”, conta o supervisor. O curso de Fisioterapia está ranqueado entre os seis melhores do Estado de São Paulo e entre os 40 melhores do Brasil. A boa reputação da clínica foi o que fez Fernanda Orsini procurar tratamento aqui. “Rompi o ligamento cruzado posterior do joelho e precisei colocar dois pinos. Já conhecia o trabalho da clínica e, antes mesmo de fazer a cirurgia, me cadastrei e não penso em outro lugar para me recuperar”, diz a judoca. Em seis meses de tratamento, Fernanda criou uma relação de amizade com sua fisioterapeuta. “Nós já temos intimidade, quando ela me passa exercícios que doem muito mando ela para aquele lugar”, brinca. Já Ariane Bueno, que recebe tratamento em razão de uma disfunção têmpora-mandibular, chegou à clínica por indicação de seu médico. “Eu nem sabia que funcionava essa clínica na Universidade. O atendimento é bom e descontraído”, garante. Para os alunos, é uma oportunidade de chegar ao mercado de trabalho com experiência profissional. “A melhor coisa da Fisioterapia é poder ajudar. Aqui temos um atendimento humanizado e buscamos melhorar a qualidade de vida do paciente. Quando vemos os resultados, é gratificante”, diz o estagiário do quinto ano Fernando Rubens. A clínica ainda conta com um ambulatório de saúde da mulher, tratamento para reumatologia, traumatologia, neurologia adulto e infantil, lesões do aparelho locomotor, medicina chinesa e dermatologia funcional estética, para pacientes com queimaduras. Para receber atendimento, é preciso fazer o cadastro na clínica. Os pacientes são escolhidos de acordo com o interesse acadêmico da clínica. “Cada paciente é um estudo, uma aula. Por isso, damos preferência a casos em que o tratamento tem que ser rápido para não comprometer o paciente, especialmente em casos de acidente vascular e cirurgias. Isso garante a qualidade do nosso atendimento”, justifica Cheida. MEDICINA CHINESA A medicina chinesa tem a função de regular o fluxo de energia no corpo, restabelecendo o equilíbrio. No ambulatório dessa especialidade, são oferecidos serviços de acupuntura e auriculoterapia, sempre às sextas-feiras. Quem tem medo de agulhas pode optar pela auriculoterapia que é feita com o uso de sementes e pressionando pontos na orelha. A terapia pode ajudar a controlar ansiedade, estresse e gastrite, entre outras disfunções. A clínica, que não cobra por nenhum atendimento, está localizada na Rua Cesário Mota, 8, 1º andar, bloco E. Telefone 3202-7156 e 3202-7111. Consultório Farmacêutico já realizou mil procedimentos mariana beda Mariana Beda O Consultório Farmacêutico da Universidade Santa Cecília, criado em 2008, realizou mais de mil procedimentos, incluindo mensuração de glicemia sanguínea, HDL colesterol, LDL colesterol, VLDL colesterol, triglicerídeos, Índice de Massa Corpórea (IMC), mensuração de peso e altura e orientações medicamentosas. Desde a sua criação, o consultório já beneficiou 200 pacientes. O mais novo projeto do consultório é uma parceria com o curso de Engenharia. Trata-se do dispensador automático de medicamentos, um equipamento para que os pacientes não se esqueçam de tomá-los e também para diminuir os erros das medicações utilizadas. “Na próxima fase do projeto, iremos testar o equipamento com pacientes atendidos no consultório farmacêutico, averiguando do ponto de vista estatístico a eficácia do dis- pensador”, explica Walber Toma, professor e coordenador do curso de Farmácia. O atendimento à comunidade destina-se, principalmente, à orientação medicamentosa para pacientes diabéticos e hipertensos. Segundo Walber, os projetos futuros são de aumentar o índice de atendimentos, índices de publicações científicas e integração com outros cursos da instituição, na tentativa de aumentar a visão multidisciplinar dos alunos da Universidade. “O consultório tem grande importância para a Baixada Santista por tratar-se de um projeto de inclusão social e qualificação do atendimento por parte dos futuros farmacêuticos a pacientes no setor das farmácias e drogarias. Introduz também uma nova vertente na grade curricular do curso de farmácia para formação de alunos mais envolvidos com a realidade dos pacientes brasileiros”, complementa Walber. No consultório, os alunos do último ano de Farmácia atendem os pacientes junto com os professores. Além de melhorar a formação do aluno, o objetivo do consultório é de orientar também a população quanto ao uso racional de medicamentos e ser referência para futuros debates para a reformulação da grade curricular dos cursos de farmácia no País. Do ponto de vista científico, o consultório já produziu dez Trabalhos de Conclusão de Curso relacionados com os atendimentos e publicou 15 trabalhos científicos em congressos, inclusive internacionais. O atendimento ao público é feito às quartas-feiras e aos sábados em período diurno. versas salas temáticas. Cada qual trata de um aspecto diferente da natureza, tais como o Espaço Oceano e a Estação Manguezal. Os espaços contam com apresentações em formato de vídeos e palestras em que os visitantes podem produzir materiais e realizar as atividades proporcionadas pelo projeto. Passarelas e trilhas também estão inclusas na infraestrutura do Eco Pólis. Nelas, os visitantes podem observar a flora e a fauna locais. Orlando Couto Jr. é mestre em Aquicultura e Pesca. Ele fala do projeto: “É uma grande satisfação ver que o Eco Pólis hoje cresceu e é referência, além de ser ótimo para a população, e conscientizar a todos, ele também dá oportunidade para os alunos do curso de Biologia estagiar dentro de sua área a aprenderem a profissão”. O professor diz que no projeto trabalham também alunos de Jornalismo, Administração e Contabilidade. “Estamos pensando em inserir alunos de Arquitetura também, com o objetivo de ajudar a talvez idealizar novos espaços e estruturas para o projeto”, diz o professor, que é diretor do projeto. A equipe do Eco Pólis ainda conta com a coordenação de Marina Franceschinelli de Souza e a assistente de coordenadoria, Camila Formazari, ex-alunas da UNISANTA. O projeto está aberto para a visitação de alunos, professores, pesquisadores e empresas interessadas. Mais informações pelo site www.unisanta.br/ecopolis pelo e-mail [email protected]. Telefone: (13) 3358-8602. u mais de O laboratório de Farmácia já realizo pacientes mil procedimentos, beneficiando a 200 Biodiversidade e sustentabilidade no Projeto Eco Pólis L.G. Rodrigues 10 Um programa que educa sobre assuntos ambientais e compartilha experiências sobre a biodiversidade e a sustentabilidade por meio de mudanças na rotina da população em suas atividades. Esse é o objetivo do Eco Pólis, projeto que começou como Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Biologia e, posteriormente, transformado no programa que é hoje. Localizado EM Guarujá, nas dependências da empresa DOW Brasil, o Eco Pólis conta com di- Edição e diagramação: Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 Muito se pensou em atender as necessidades da região por se levar em consideração a responsabilidade social. A Baixada precisava de mão-de-obra qualificada e conseguiu suprir a carência com o empenho do Complexo. Esperança que caminha Desenvolvido na Universidade, andador com apoio axilar auxilia pessoas com deficiência que não podem mais andar tabata tuany Aline Della Torre Existe a esperança de que pacientes tetraplégicos e paraplégicos possam voltar a caminhar com o uso de células-tronco. Mas estA é uma realidade que ainda está em fase de testes, com pacientes selecionados. Enquanto esta maravilha não chega, o professor de Fisioterapia da UNISANTA, Ivo Koedel Filho, desenvolveu um andador axilar, diferente dos convencionais, para auxiliar o caminhar de pacientes com lesão medular que tenham o mínimo de movimento nos braços e pernas, mas não conseguem se sustentar em pé. Formado em 1991 e desde então trabalhando com neurologia, ao longo de sua carreira Koedel observou que um andador convencional precisaria que o paciente tivesse força e controle dos membros superiores e posteriores para usá-lo. Mas seus pacientes não têm essas características. São paraplégicos e tetraplégicos que conseguem apenas fazer o mínimo de movimento. Portanto, não conseguiriam ficar de pé para usar o andador convencional. A fim de solucionar esse problema, o fisioterapeuta desenvolveu o projeto de um andador utilizando como apoio as axilas do paciente, sustentando em pé e oferecendo segurança para os seus passos. No mercado existem andadores que não podem ser usados por certos pacientes, explica Koedel: “Para o paciente poder andar, ele precisa de um apoio. Aí tem a barra paralela de três metros, quatro no máximo, a muleta e os andadores convencionais. Mas nada disso resolve o problema de um paciente com lesão medular alta, ou seja, o tetraplégico, pois ele não tem controle da postura. O andador convencional apenas vai ajudar a caminhar aquele paciente que tiver controle, ou seja, estabilidade postural e força. Trabalho com muitos pacientes que não têm nada disso”. O professor, que dá aulas na Universidade desde 2000, conta que veio observando que se tivesse um equipamento como o andador, mas que apoiasse as axilas do paciente, o suportando em pé, este caminharia. “Eu tinha comigo que se existisse algum aparelho que tivesse um apoio axilar ajudaria na sustentação dos meus pacientes. Mas não temos isso no mercado”, analisa. Para construir o andador, Koedel conversava com alunos da Engenharia sobre o projeto. “Alguns se interessavam, mas achavam difícil construir e desistiam”, lamenta. Até que um dia uma aluna sua contou que estava noiva de um aluno da Engenharia. “Nós apresentamos o projeto, ele se empolgou e chamou outros amigos. Em 2009, o andador virou o Trabalho de Conclusão de Curso deles”, conta o professor. De 2008 a 2009 os alunos de Engenharia, junto com Koedel e um paciente modelo, conseguiram desenvolver o andador que suportasse o paciente em pé apoiando suas axilas. “Conseguimos desen- “O grande problema é quando eu coloco o paciente no andador convencional ele não se sustenta, não sustenta o peso do próprio corpo. Não tem estabilidade porque tem pouco equilíbrio”, explica. Koedel diz que com o andador axilar o paciente tem estabilidade e consegue mexer as pernas para caminhar: “Já com o andador convencional ele cai”. lar auxilia o caminhar e Ivo Koedel e sua criação: andador axi nimo de movimentos pacientes com lesão medular com o mí volver um andador que auxilia os pacientes que não têm movimentos dos membros superiores para se apoiarem no andador convencional, já que eles não têm movimento de tronco para se sustentarem em pé”, explica. Koedel conta que o andador também foi construído de modo que possa ser bipartido. “Assim, eu posso leva-lo no meu carro sem o menor problema. Enquanto se eu for levar uma estrutura por inteiro eu teria que alugar uma caminhonete”, exemplifica. “Na verdade ele desmonta em quantas partes você quiser, porque ele é fácil de montar, é só você parafusar as partes”, acrescenta. O andador axilar, que demorou um ano para ser finalizado, desde 2009 foi sendo, por conta do próprio criador, aperfeiçoado. Koedel conta que levou o andador para a oficina da Universidade, a fim de modificar algumas coisas para chegar a ser o que é hoje: “Aumentei a largura; a altura; foi melhorada a locomoção. O equipamento tinha uma rodinha muito pequena que o deixava pesado. Então, coloquei rodas maiores; mudei o eixo e hoje ele supre as necessidades de todos os pacientes”. Segundo o professor, o andador axilar foi projetado seguindo as normas da ABNT. Hoje, o acessório é leve, passa em qualquer porta, sustenta o paciente sem risco de queda, estabilizando-o e oferecendo equilíbrio e segurança. “Projetamos seguindo todas as normas de confecção pAra que ele possa ser usado em hospitais, casas de repouso, shoppings, em qualquer lugar. Não é somente em terreno plano que o andador pode ser usado, em terreno inclinado também, dependendo da inclinação”, salienta. Outro dado importante é que o andador foi projetado para suportar pacientes de até cem quilos. “Mas dependendo do material usado, o andador pode suportar até mais”, enfatiza. O aparelho também pode ser usado por pessoas das mais diversas estaturas. “Ele foi testado com um paciente de 1,90 de altura e não houve risco de queda. Os pacientes abaixo de 1,60 também conseguem usar tranquilamente”, adiciona. “Conseguimos desenvolver um andador que auxilia os pacientes que não têm movimentos dos membros superiores para se apoiarem no andador convencional, já que eles não têm movimento de tronco para se sustentarem em pé ” Koedel explica que o uso do aparelho também não se restringe à fisioterapia. “Desde que tenha um terreno plano, não acidentado, você pode usar mesmo fora do ambiente fisioterapêutico”. Os pacientes com os quais o fisioterapeuta trabalha, usando o andador, na Clinica de Fisioterapia, possuem lesão medular com alguma mobilidade dos membros inferiores e superiores, mas os seus movimentos são desordenados e sem força. Verticalização O andador com apoio axilar, além de ajudar o paciente a caminhar, auxilia na melhora física. Segundo Koedel, só o fato de o paciente ficar de pé, a chamada verticalização, já promove ganhos. “A verticalização estimula não só a circulação do sangue, mas o que a gente chama de motilidade, que é a situação generalizada do organismo. Então, melhora a circulação sanguínea; aumenta o movimento gastrointestinal; renal; hepático; a oxigenação dos pulmões; estímulo de pressão nos ossos, prevenindo a osteoporose”, explica. Segundo o fisioterapeuta, na hora em que o paciente começa a caminhar, ele treina a sua coordenação de passo, independentemente de ter que sustentar o próprio corpo: “O andador coordena o movimento, faz o paciente adquirir força pra fazer o movimento. Fora isso, ele vai ganhando resistência física”. Koedel diz ainda que para o paciente ficar em pé ele tem que ter o mínimo de coordenação motora. Porque ele tem que controlar a sua pelve em relação ao tronco. “No andador, o paciente tem todo o apoio de que precisa, ele sabe que não vai cair, então vai coordenando vagarosamente até conseguir caminhar porque está seguro”. Os resultados do uso do andador não refletem apenas no corpo, mas também na mente dos pacientes. “Há melhora na autoestima. O paciente se sente motivado, sem contar a melhora emocional”, diz o fisioterapeuta. Um exemplo é um de seus pacientes que depois de 20 anos voltou a caminhar. Patente Segundo Ivo Koedel Filho, o andador axilar já está patenteado: “Agora, posso divulgá-lo no mercado. No começo desse ano saiu o número da patente. Demorou um ano por causa da burocracia”. Koedel conta que já entrou em contato com duas empresas e espera a aprovação da ideia para a fabricação do andador. “Aconteceu que o pai de um paciente já queria comprar o andador, mas eu não tenho condições de construir outro. Então, estou no aguardo dessas duas empresas. Este andador é de extrema importância”, finaliza. Edição e diagramação: Thaís Cardim PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 11 50 ANOS Juizado Especial Cível busca conciliação entre cidadãos e empresas O escritório tem a missão de solucionar, de forma rápida e gratuita, vários tipos de conflitos, entre eles o de relações de consumo Gabriela Pomponet O Juizado Especial Cível – Anexo UNISANTA possibilita que qualquer cidadão, independentemente da condição socioeconômica, tenha acesso gratuito e rápido à Justiça. O trabalho realizado consiste em atender a população nas causas previstas dentro da competência estabelecida pela Lei 9099/95, ou seja, nas relações de consumo, direito de vizinhança, reparação de danos em geral, cobranças etc. A coordenadora administrativa do anexo, Neusa de França Teixeira Freitas Ferreira, trabalha no Juizado desde a sua inauguração, em março de 2000. “O local existe em razão de uma parceria firmada entre o Poder Judiciário e a Universidade Santa Cecília. Foi concebido com a importante missão de outorgar rápida solução de conflitos de interesses, em especial no que tange às relações de consumo, bem como proporcionar aos alunos a soma da prática com a teoria obtida nos bancos acadêmicos”. Segundo a coordenadora, são atendidas aproximadamente 30 pessoas diariamente, de segunda à sexta-feira. Estatísticas comprovam que, desde a sua criação, já foram atendidas mais de 50 mil pessoas. Atualmente, existem tramitando no cartório 400 processos. Há vários profissionais envolvidos nos trabalhos desenvolvidos no Juizado, que tem como coordenador-geral, o juiz de Direito Guilherme de Macedo Soares, e como coordenadora acadêmica, Cristina Benatti. “Atendemos somente os casos abrangidos pela competência estabelecida na lei, estando excluídas, por exemplo, causas trabalhistas, família, falência, etc. As causas que atendemos em sua maioria são sobre relações de consumo, envolvendo operadoras de telefonia, planos de saúde, fabricantes de produtos em geral e acidentes de trânsito”, conta a coordenadora administrativa. O Juizado não estabelece condição financeira para atendimento, somente observa se é possível o ajuizamento ou não da causa, dentro da competência de valor estabelecida pela lei. Alunos Os alunos da Universidade desempenham importante papel no funcionamento do Juizado, uma vez que, nomeados pelo Tribunal de Justiça, atuam como conciliadores na tentativa de solução dos conflitos, exercendo ainda a primordial função no atendimento direto ao cidadão. Eles realizam a triagem e elaboração das iniciais, colocando em prática todo o aprendizado. “É conveniente esclarecer que, na função de conciliador, o aluno vi- vencia situações reais de trabalho e de convivência com o meio e junto a profissionais da mesma área, que supervisionam as tarefas desenvolvidas e, desta forma, complementam o estudo universitário. Os alunos são selecionados por meio de prova escrita, na maioria das vezes”, explica Neusa. A estagiária de Direito, estudante do 5º ano, Thainá Martins, conta como exerce a função de conciliadora. “A proposta é interessante e de grande contribuição, já que permite aliar prática à teoria. O trabalho no Juizado é uma prestação de serviço à comunidade, motivo que, por si só, já é enriquecedor. Aqui aprendi a compreender os problemas e aflições dos outros e a ajudar a resolvê-los. Além de experiência jurídica, adquiri responsabilidades e conhecimento que, a meu ver, são o mais importante”. Segundo a estudante, os benefícios de estagiar no Juizado são muitos e o principal deles é a experiência adquirida, pois a partir daí várias oportunidades surgem. “É incentivador ver que o aprendizado em classe tem aplicação fora dali. Aprendemos a lidar com o público e a resolver as questões trazidas por quem nos procura. Além disso, temos a responsabilidade de fazer um atendimento com excelência, tendo em vista que somos nomeados “conciliadores” pelo Tribu- de junho deste ano, dos quais 750 ainda estão em andamento. Por mês, são registrados 65 novos casos. “Somente os casos de Direito de Família são atendidos e apenas pessoas carentes, econômica e juridicamente, mediante atestado de pobreza, com ganhos ou rendimentos até o valor máximo de três salários mínimos, e sem imóveis”, explica Maria Fernanda, que coordena há seis anos o escritório. A advogada diz que os principais problemas que chegam são os pedidos de pensão alimentícia, divórcio, investigação de paternidade, interdições e alvarás. O acompanhamento é feito por meio de diligências ao foro competente. “Sinto-me realizada com esse trabalho porque, além de atender e resolver o que nos é solicitado, ajudamos a formar novos profissionais do Direito”. O local tem como características a consecução do desempenho acadêmico do alunado, compreendendo estágios orientados, iniciação à arte de advogar, atendimento, seleção dos casos, encaminhamento judicial, nal de Justiça do Estado. E os alunos que têm um melhor aproveitamento ainda podem receber da faculdade uma bolsa auxílio”, destaca. CAso Curioso Thainá já está há quase três anos no escritório e, atualmente exerce, a função de monitora. “Além de atender ao público, o que chamamos de triagem, e fazer as petições iniciais, auxilio os novos conciliadores e voluntários no atendimento aos casos que recebemos diariamente, muitos dos quais precisam ser estudados para depois serem resolvidos. Dependendo do horário do plantão, o conciliador pode também presidir as audiências de tentativa de acordo, que acontecem no período da manhã”. São muitos os casos interessantes e curiosos que passam nas mãos dos advogados e estagiários. Entre eles, um se destaca: foi uma ação ingressada contra o cantor Daniel. Na época, o artista fazia propaganda de um título de capitalização e a pessoa se sentiu enganada por ele, pelo fato de não ter sido contemplada com prêmios, os quais achou que teria direito. O Juizado Especial Civel – Anexo Unisanta funciona das 12h30 às 16h00, de segunda a sexta feira, na Avenida Conselheiro Nébias, 639. Escritório jurídico orienta pessoas de baixa renda O escritório de assistência jurídica da UNISANTA Dr. Antônio Feliciano foi inaugurado em 16 de março de 2000, com a finalidade precípua de desenvolver atividades curriculares aos alunos do 5° ao 10° semestre do curso de Direito. O escritório é mantido por meio de convênio entre a Universidade e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de ser uma unidade de serviços à comunidade. Segundo a coordenadora, advogada Maria Fernanda Amorim da Silva, foram atendidos 6928 casos até 30 12 Edição e diagramação: Danilo Netto PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 possibilidade jurídica, redação e cuidados gramaticais, fundamentação do pedido, pressupostos, inépcia da inicial, defesa e recursos processuais, acompanhamento de ações cíveis e audiências na área de família e sucessões, orientações práticas e noções de Direito Processual Civil. ExpEriênCiA grAtifiCAntE O estudante do 7° semestre, Matheus Tavolaro de Oliveira, descobriu a oportunidade de estágio por um aluno e agora pode aprender mais com a rotina da profissão e se relacionar com as advogadas. Todo o acompanhamento e estudo dos processos são feitos pelos estagiários que fazem desde o primeiro atendimento, triagem e até audiências acompanhados pelas advogadas. “Atendo ao público, colho informações necessárias para começar a produzir as peças e, depois de corrigidas pelas advogadas, enviá-las ao Fórum. Alguns casos nos surpreendem, outros chegam a comover. Lembro de uma situação difícil: o ex-marido da assistida agrediu seus filhos e numa determinada ocasião disse para eles que a mãe era portadora de HIV”, conta Tavolaro. Para ele, trata-se de trabalho de difícil realização, mas gratificante e enriquecedor. “Aprendizado profissional, ambientação com a parte jurídica e grande experiência na área, são alguns dos benefícios adquiridos. Essa experiência valoriza meu currículo”, diz o estagiário. O horário de funcionamento é as segundas, quartas e sextas-feiras das 14 às 17 horas. O escritório fica à Rua Soares Camargo, 11, no Boqueirão, em Santos. (G.P.) qualidade profissional Para suprir várias carências, no que diz respeito à ,a UNISANTA continuava a abrir cursos voltados ao mercado de trabalho regional. Assim, Ciências Biológicas e Ciência da Computação formaram suas primeiras turmas. “A Universidade sempre busca o aperfeiçoamento” A presidente do ISESC, Lúcia Maria Teixeira Furlani, destaca os serviços gratuitos à comunidade Mariana Beda Aline Porfírio Uma escolinha dentro de uma Universidade. É assim que a presidente da Universidade Santa Cecília se sente ao caminhar pelos corredores dos dois conjuntos de prédios que ocupam uma quadra da Rua Oswaldo Cruz. Uma história que começou em um pequeno colégio, que possuía cerca de 20 alunos e teve que ser comprado com a venda da casa da família. Hoje, a Universidade Santa Cecília é dirigida pelos descendentes do casal que apostou na educação da região e tem como responsabilidade agora tomar conta de 15 mil alunos, 31 cursos e 50 anos de história e tradição. Lúcia Maria Teixeira Furlani é a presidente do Instituto de Educação Superior Santa Cecília e doutora e mestre em Psicologia da Educação. Teve diversos livros publicados, a maioria voltada à área da educação e ao público infantil. Além destes, Lúcia homenageou a memória de uma das mulheres mais importantes do século 20 brasileiro, Patrícia Galvão, Pagu (1910 — 1962), que rendeu à escritora o Prêmio Jorge Amado no 28º Festival Internacional de Cinema da Bahia. Além disso, Lúcia também ocupa, entre vários outros cargos e cadeiras, a posição de diretora e delegada regional do Sindicato das Entidades de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Smesp) e membro da Academia Santista de Letras. Em entrevista ao Primeira Impressão, a presidente revela quais são os maiores desafios enfrentados por uma universidade privada, assim como as conquistas e planos para os próximos anos. Primeira Impressão — Qual o papel da UNISANTA na Baixada Santista hoje? Lúcia Maria Teixeira Furlani — Nosso papel continua sendo o de reforçar nossa liderança na Região, no Estado e no País. A UNISANTA fornece grande competência técnica e humana para os estudantes, refletindo isso em um grande número de alunos da Universidade que já estão ingressando no mercado de trabalho. Um dos principais destaques da importância da Universidade na Região é o amplo setor de serviços que ela oferece à comunidade, como o consultório odontológico, a clínica de fisioterapia e o atendimento jurídico, entre outros. Nós atingimos no último triênio mais de dois milhões de atendimentos gratuitos nesses departamentos, o que é igual à população de Santos, São Vicente e Guarujá juntas. Muitas pessoas de fora da Região e do estado de São Paulo procuram os tratamentos daqui, o que nos faz ter grandes responsabilidades quanto aos serviços prestados. PI - É notável o rápido crescimento que a Universidade teve nestes 50 anos, sejam essas conquistas físicas ou educacionais. Quais são as principais novidades conquistadas recentemente? Lúcia – Desde as mudanças físicas, numéricas e sociais, a Universidade sempre busca o aperfeiçoamento para se tornar referência explica o papel da A presidente do Isesc, Lúcia Teixeira, l instituição no desenvolvimento regiona no Brasil, e por que não no mundo? Recentemente, a UNISANTA passou a ser sede oficial do Fisheries and Food Institute (Fifo), conhecido também como Instituto para Pesca, Diversidade e Segurança Alimentar. O instituto americano realiza pesquisa nas áreas de pesca artesanal, etnobiologia e ecologia humana desde 2006. A transferência de sede foi realizada em parceria entre o instituto e o Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos da Universidade. O objetivo é aprimorar ainda mais pesquisas nos setores marinhos e desenvolver projetos que ajudem a explorar os recursos naturais podendo preservar o meio-ambiente. Além disso, construímos grandes laboratórios, estabelecemos parcerias e criamos novos cursos. PI — Como foi essa transformação de colégio para Universidade? Lúcia — Tudo começou com um pequeno colégio comprado pelos meus pais na Avenida Rodrigues Alves, 332. A escola estava para fechar e meus pais se interessaram em manter aquela instituição. Então, eles venderam a nossa casa e fomos morar de aluguel para poder abrir o colégio, que começou com pouco mais de 20 alunos. No início, inclusive, usamos os meus livros como apoio para estes alunos. A família toda estava envolvida com a iniciativa dos meus pais. Logo, foram aparecendo outras oportunidades e tivemos que ir ampliando, até chegar a este endereço na Rua Oswaldo Cruz. Devido à insistência dos alunos que aqui se formavam no Ensino Médio, arriscamos montar a Universidade, que começou com um curso de Engenharia de Operação, para atender às exigências do mercado de automação, que na época era forte em Cubatão. Por não possuir mão de obra especializada na Baixada Santista, as empresas contratavam profissionais de fora da Região. E outra inovação foi que este curso funcionava no período noturno, o que era muito difícil na época (1971). Com isso, comecei a me interessar pela importância do curso noturno no Brasil, que me incentivou a fazer uma tese de doutorado sobre o assunto, que foi lançada na forma de livro A claridade da noite (São Paulo, Editora Cortez, 1998) e, inclusive, foi utilizada pelo governo federal no Plano Nacional de Educação. Nessa história toda, eu estive presente buscando sempre fornecer alternativas para a instituição e para os alunos. PI — Qual o maior desafio enfrentado durante estes 50 anos? Lúcia — Enfrentamos, e ainda lidamos, com grandes desafios. Até porque isso faz bem para não ficarmos acomodados – esse espírito de superação é importante para qualquer ser humano. Mas, a maior batalha tem sido passar uma educação de qualidade para alunos que, às vezes, chegam à Universidade com uma bagagem defasada. Temos que fortalecer esse aluno para que ele não desista diante da dificuldade do conteúdo oferecido, além de fornecer suporte para que possa acompanhar rapidamente o ritmo do curso superior, que é muito diferente do básico. Isso também inclui dificuldades econômicas, pois o Santa Cecília é uma entidade particular, mas possui um caráter público e busca oferecer o maior número de oportunidades possíveis para seus alunos. Hoje, trabalhamos com quase todos os sistemas de bolsas, seja ProUni, Fies, Bolsa Atleta, entre outros. PI — A Baixada Santista vêm crescendo em ritmo acelerado com a chegada do pré-sal e das indústrias portuárias. Para alavancar este mercado, as universidades já adequaram sua grade para cursos voltados a essas áreas específicas. Quais os planos da UNISANTA para isso? Lúcia — Nós nos preparamos para esse mercado sete anos antes da instalação da Petrobras na Bacia de Santos, abrindo o curso de pós-graduação no assunto, que foi o primeiro voltado para petróleo na Região. Além disso, temos aqui a minirrefinaria em parceria com a Petrobras, para preparar melhor os alunos para as técnicas do sistema. A UNISANTA sempre foi destaque em pesquisas ambientais também, pois não é só retirar o petróleo, temos que estudar sustentabilidade para isso, usar de uma forma que não agrida o meio-ambiente. O nosso curso de mestrado em Ecologia e Biologia Marinha veio para reforçar essas pesquisas, formando mestres e doutores que possam subsidiar esses recursos de forma profissional, alertando para os riscos e fornecendo soluções práticas. Inclusive, as pesquisas da UNISANTA fizeram parte do EcoManage, um importante livro internacional sobre relatórios ambientais. É justamente isso que queremos fortalecer, as oportunidades de estudar os recursos ambientais. PI — Santos conta hoje com diversas outras universidades que estão ampliando cada vez mais sua grade. Com isso, o que a UNISANTA tem em vista para se preparar para a concorrência? Lúcia — Isso é algo que mantemos sempre, pois é bom que haja concorrência, desde que seja saudável e ética, conforme pregamos desde a criação do Santa. Mas, a nossa atitude de colaboração sempre foi um grande diferencial. Por exemplo, quando as primeiras unidades públicas chegaram a Santos (Fatec e Etec), colocamos nossa biblioteca à disposição desses alunos. Nós sempre buscamos o diferencial, para orientar o aluno no que ele precisa durante o curso, além de fortalecer as relações de postura e ética. O Brasil ainda tem que crescer muito no que se diz respeito ao nível superior. Hoje, o Brasil conta com apenas 13% dos alunos matriculados em cursos de graduação, o que torna a concorrência algo não muito agressivo ainda, pois, infelizmente, temos que aumentar muito essa meta. PI — A UNISANTA considera hoje a possibilidade de ampliar seu campus? Lúcia — Já possuímos autorização, mas estamos estudando as probabilidades, pois temos que tomar cuidado com o local por ser um bairro residencial. Porém, nós analisamos a ampliação de outras formas, como instalação de novos equipamentos, setores que ajudem o aluno. A ampliação na qualidade é um item primordial no Santa Cecília. PI — O que representam esses 50 anos para a senhora? Qual o seu papel nesse contexto? Lúcia — O colégio da Avenida Rodrigues Alves continua aqui dentro. A essência de ter o contato com o aluno, manter uma “escolinha” continua viva nesta família. Isso, para mim, é o que importa, é o carinho com que tocamos esta instituição. E eu sei que, se hoje fosse necessário, abriríamos mão da nossa casa novamente por esta “escolinha”. E eu me sinto muito bem nisso, realizada por tudo. É um orgulho ouvir os profissionais dizerem que o aluno da UNISANTA é diferente dos outros. Como presidente, meu papel é o de dar suporte às atividades da Universidade e do Colégio, dando novas ideias, fazendo planejamento estratégico para que a instituição possa ser mantida e possa acompanhar esse crescimento regional. PI — Quais são os planos para essa grande Universidade? Lúcia — Queremos proporcionar um maior número de mestrados, mantendo sempre os diferenciais, como o curso de Ecologia, por exemplo. Queremos aumentar nossas parcerias com empresas que mantêm convênio com a Universidade. Atualmente, são mais de duas mil que buscam estagiários da UNISANTA para preencher as oportunidades do mercado. Recentemente, uma multinacional veio aqui buscar estagiários, um exemplo de que nosso treinamento está altamente qualificado. Edição e diagramação: Michael Gil PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 13 50 ANOS Nese aponta os caminhos Instituto de pesquisas socioeconômicas da Baixada Santista foi criado para colaborar com o desenvolvimento regional Mariana ayuMi Michael Gil A Baixada Santista é uma das regiões do País que mais crescem e tendem a se desenvolver. Isso é comprovado por meio de pesquisas. Mas levantamentos focados na região — que revelam fatos como estes —, antes de 1997 eram raros, já que não havia um instituto local para abordar questões socioeconômicas. Por esta razão, foi criado no Complexo Educacional Santa Cecília, em dezembro de 1997, o Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese). “Até o momento, o Nese efetuou 196 pesquisas, entre as que são realizadas regularmente além de outras contratadas por empresas regionais “ O professor Julio Simões Junior, diretor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da UNISANTA, e supervisor do órgão, conta que para criar o Nese foi levada em consideração a necessidade de um espaço que formulasse levantamentos e estudos a respeito da Baixada Santista. Simões explica a importância do núcleo: “É produzir pesquisas que venham a colaborar com o desenvolvimento regional, possibilitando, por meio dos resultados apurados em suas pesquisas, a geração de políticas públicas que venham a melhorar as condições de vida da população”. O objetivo traçado pelo Nese foi alcançado nestes 13 anos. Segundo Simões, o núcleo já realizou diversos tipos de pesquisas, inclusive contratadas por empresas, a fim de conhecer melhor a região para que pudessem tecer políticas adequadas de crescimento, com base em informações confiáveis. o de trabalho de equipe, Conforme Simões Júnior, êxito é frut da no fim de 1997 unida desde o início dos trabalhos, ain “Tamanha foi a qualidade do trabalho desempenhado pelo instituto que o núcleo já ganhou espaço internacional, inclusive, participando de projetos em parceria com a União Europeia”, comemora. O sucesso do Nese é fruto do trabalho de uma equipe, unida desde o início dos trabalhos, ainda no fim de 1997. Assim, são integrantes do instituto — além de Julio Simões Junior, o professor Jorge Manuel de Souza Ferreira, economista responsável por coordenar as pesquisas de campo; o também economista Jorge Telésforo Branco e o professor José Pascoal Vaz. Juntos, eles produzem pesquisas e analisam os resultados. Este “time” formula pesquisas em diversas áreas da economia. No site do Nese, por exemplo, (www. unisanta.br/nese), podem ser vistos levantamentos sobre os seguintes temas: indicadores econômicos, custo de vida em Santos, emprego e dados socioeconômicos na Baixada Santista. Apesar do todos os levantamentos realizados nos quase 14 anos de existência do local, o supervisor do Nese acha que ainda há muito a fazer: “No meu ponto de vista, vejo que o Nese ainda tem muito a pesquisar na região metropolitana da Baixada Santista, oferecendo resultados criteriosos e confiáveis”. Como funCionam Cada pesquisa tem uma metodologia diferente. No Nese, estas são realizadas nas residências escolhidas por meio de sorteio randômico (amostragem casual), levando-se em consideração a participação da população de cada bairro da cidade a ser pesquisada. Feito o levantamento, parte-se para a fase da checagem que é controle de qualidade da pesquisa, a fim de que a mesma tenha o critério de confiabilidade que se espera. Antes, porém, da fase da pesquisa de campo e da checagem, são levadas em consideração eventuais dificuldades que possam aparecer para os pesquisadores. Eles são previamente treinados para, na hora da pesquisa, não ter dúvidas quanto ao preenchimento dos questionários. Certamente, as informações levantadas são sigilosas, não se identificando os respondentes. “Os levantamentos nascem da necessidade de se conhecer algo de que não temos o conhecimento suficiente. Por exemplo: quantos são os desempregados em Santos? A Pesquisa de Emprego/desemprego, realizada no Nese, traz essas e outras informações. Qual é o nível de inflação em Santos? O Índice de Preço ao Consumidor aponta o acréscimo ou decréscimo nos preços dos produtos e serviços consumidos pela população. Um político quer saber como o povo o vê, com vistas à eventual candidatura. O Nese tem condições de pesquisar (como já o fez) como está a imagem dessa pessoa perante o eleitor. O Nese já realizou, também, pesquisa eleitoral. Enfim, pesquisa-se para se conhecer a situação daquele assunto a fim de se tomar decisões em cima de informações estatísticas confiáveis”, diz Simões. Núcleo incentiva jovem a criar o seu próprio negócio Mariana Benjamim 14 Incentivar os alunos a desenvolver suas ideias e transformálas em fonte de renda. Esta é a proposta do Núcleo de Inovação Negócios e Empreendedorismo (Nine), da Universidade Santa Cecília, que busca despertar na juventude o espírito empreendedor. O Núcleo foi criado pelo professor de Engenharia, Luiz Negreiros, e, atualmente, está sob o comando do professor José Morilla, responsável por coordenar os projetos orientados. “Nosso objetivo é ajudar os alunos a transformar suas ideias em realidade, produzir e construir um possível embrião de um negócio próprio”, explica. O professor cita como exemplo a incubadora do Sebrae, em que o jovem empreendedor têm disponível um espaço físico para que possa servir como “sede” inicial de sua empresa, sem pagar aluguel, água e luz: “A iniciativa do Sebrae visa fomentar o crescimento das pequenas empresas, para que não precisem se preocupar com estes gastos enquanto ainda estão em fase de solidificação”. Já no Nine, o jovem tem a possibilidade de completar uma fase anterior a esta do Sebrae, a do desenvolvimento, da criação. “Se o aluno encontrar um nicho de mercado para uma de suas ideias, pode utilizar as instalações da faculdade, Edição e diagramação: Willian Guerra PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 como laboratórios, computadores e máquinas”, diz. Para isso, é necessário procurar Morilla e apresentar de forma simples a ideia, sem se preocupar em escrever uma grande proposta. “Esta orientação eu vou passar depois, uma boa proposta pode angariar não apenas o apoio do Núcleo, mas também investidores”, explica. A partir deste ponto, o professor avalia se a Universidade tem instalações suficientes para que aquele produto seja desenvolvido. Depois, um orientador é escolhido e o aluno tem até um ano para completar o seu projeto, podendo prorrogar o prazo por mais seis meses. “Nosso intuito é ver produtos prontos; por isso, o papel do orientador será o de verificar o andamento dos trabalhos. Não podemos ocupar uma posição no Núcleo que esteja inativa”. Alunos de quaisquer áreas podem se inscrever. Também não há restrições de tema, porém é importante que o aluno tenha condições de arcar com a compra de possíveis produtos que ele tenha de usar. “Disponibilizamos o espaço, mas não temos condições de fornecer matéria-prima.” Os interessados em desenvolver projetos na Universidade com o apoio do Núcleo podem procurar o professor Morilla na coordenação de Engenharia ou entrar em contato pelo e-mail morilla@ unisanta.br. Mais faculdades passaram a fazer parte do quadro de cursos da UNISANTA. Com isso, a ganhou espaço, e o Complexo começou a formar novos jornalistas e publicitários. área da comunicação O esporte corre nas veias da instituição Desde 1980, a Universidade tem a tradição de investir em modalidades esportivas Aline Della Torre O esporte já faz parte da rotina da Universidade há muito tempo. Em 1980, foi dado o pontapé para o início de inúmeras conquistas. O investimento no esporte resultou na criação dos Jogos da Unisanta, além de alunos e ex-alunos que são destaques mundiais em diversas modalidades. O coordenador do Departamento de Educação Física e Esportes da Santa Cecília, professor Milton José Ribeiro, o Mono, conta que a Universidade iniciou com pequenos jogos e foi crescendo. “Começamos realizando torneios internos, jogos escolares e depois participando nos jogos Universitários da Federação Universitária de Esportes”. Para que os alunos-atletas possam participar de competições municipais, estaduais, nacional e internacional com apoio da faculdade, Mono explica que foi criada a Associação de Esportes de Alunos e Exalunos. “Eles têm apoio com bolsas de estudos, ajuda de custo, cesta básica, plano de saúde, nutricionista, psicóloga e todo o aparato para que consigam alcançar seus objetivos”. Um dos grandes destaques foi a aluna Ana Marcela Cunha, campeã dos 25 quilômetros do Mundial de Maratonas Aquáticas, em Xangai, na China, que garantiu o primeiro ouro do Brasil na competição. “Começamos realizando torneios internos, jogos escolares e depois participando nos Jogos Universitários da Federação Universitária de Esportes ” “Alguns atletas que tiveram destaque passaram pelas seleções do Brasil e despontaram na Olimpíada de 2004”, conta o coordenador. Os destaques foram Ligia dos Santos no tênis de mesa, aluna de Educação Física; Daniela Zangrando no Judô, aluna de Jornalismo; na natação a aluna de Direito Monique Ferreira; Michelle Lehart e o paraolímpico Carlos Farremberg, campeão e recordista mundial dos metros nado livre S13 (Deficiência Visual), ambos da Faculdade de Educação Física. JOGOS DA UNISANTA Todos os anos, no mês de maio, os Jogos da Unisanta causam um tremendo alvoroço na Universidade. As disputas entre as Engenharias, Educação Física, Medicina e Direito são as que causam maior emoção. Mas o mais importante nos Jogos da Unisanta é a sua tradição. Já foram 28 jogos que sacudiram as faculdades da Baixada Santista. “A minha alegria é enorme, pois fiz muitas amizades com profissionais que hoje atuam nas suas profissões liberais”, diz Mono, presente em todas as edições, não por acaso. O coordenador trabalha na UNISANTA há 37 anos, primeiro como professor de Educação Física até 1980. Depois, veio o convite para assumir a coordenação do Defe. A partir daí, junto com o então vice-diretor da Faculdade de Educação Física de Santos, professor Luiz Carlos dos Santos, deu o impulso inicial aos Jogos da Unisanta, que mais tarde, se tornaram na maior competição universitária do Estado de São Paulo. Eles idealizaram o regulamento de uma competição de caráter poliesportivo com a finalidade de reunir alunos-atletas das faculdades mantidas pela Sociedade Universitária de Santos, entidade que aglutinava o Instituto Superior de Educação Santa Cecília e o Centro de Estudos Unificados Bandeirantes. Os Jogos da Unisanta, primeiramente chamado de Jogos da Susan, tiveram início em meados de 1983 com a participação de cinco faculdades, três da UNISANTA (Engenharia, Artes e Desenho Industrial) e da Unimes (Fefis e Comércio Exterior). “Esta competição era realizada em outubro mas, depois de dois anos, começou a ser realizada no mês de maio com mais participantes convidados pela comissão dos Jogos, com a finalidade de estimular a prática de esporte entre os universitários”, relembra Mono. Em 1986, com a criação da Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes (Uniceb) – uma junção da Santa Cecília com o Centro de Estudos Unificados Bandeirantes - a competição passou a se chamar Jogos da Uniceb, ficando em campo até 1996. alunos que passaram pelas Mono destaca a participação de atletasmpíadas seleções e chegaram a participar de Oli tabata tuany Pesquisas do Lapes ganham destaque internacional Pâmela Isis A Faculdade de Educação Física e Esportes da Universidade Santa Cecília, que já é conhecida pela qualidade de seus alunos e atletas, ganha mais uma área de destaque, o Laboratório do Exercício Físico e Saúde. Pesquisas feitas pelo Lapes e parceiros foram selecionadas em congressos de grande importância no Brasil e no exterior. O Laboratório já existia há algum tempo, mas agora começa a ficar mais atuante, com a ajuda dos professores responsáveis, Alexandre Galvão, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Débora Rocco, doutora em Ciências pela mesma instituição, que a convite da UNISANTA começaram a tocar o Lapes há um ano e meio. “O laboratório estava um pouco parado, já que não havia ninguém na cadeira que fosse doutor. E nós, a convite da Universidade, começamos a atuar no Lapes. Mesmo com algumas dificuldades, estamos conseguindo trabalhar bem”, comenta Galvão. Segundo o professor, os alunos estão sendo estimulados a ter uma iniciação científica e uma vivência no laboratório, pois o exercício físico precisa ter parâmetros na Medicina para que não seja prejudicial à saúde. Ele afirma ainda que o laboratório ajuda a enriquecer ainda mais o curso, que já é bem forte nos aspectos esportivo e pedagógico. “Quando começamos a trabalhar na área da saúde, passamos a ter parâmetros e individualizar a prescrição das pessoas, pois cada uma tem seu risco”, explica. “Nesse sentido, nosso laboratório veio para mostrar a importância do exercício físico na área da saúde, na busca pela qualidade de vida e também para valorizar ainda mais o curso” diz. Nesse recomeço, o Lapes vem enfrentando algumas dificuldades por não ter equipamentos tão modernos. Mas isso não é problema, garante o professor responsável, explicando que, para realizar os trabalhos propostos, a UNISANTA firmou parcerias com diversas empresas e Universidades. No período de atuação, os professores Alexandre Galvão e Débora Rocco, com ajuda de seus alunos, já somam oito trabalhos de pesquisas. Seis foram aceitos pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), que promove anualmente um simpósio internacional. Alguns dos trabalhos realizados ainda vêm ganhando destaque. Um deles, por exemplo, foi aceito no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e contou com a parceria da USP. A pesquisa, desenvolvida com pessoas obesas, constatou um polimorfismo em um receptor de leptina, que é um hormônio receptor que manda uma mensagem para o corpo avisando que a pessoa em questão está comendo em excesso. O resultado positivo das pessoas nas pesquisas foi “sensacional”, segundo os professores. “A pesquisa foi realizada com análises bioquímicas e biomoleculares desenvolvidas na USP, enquanto o Lapes ficou com a parte de coleta de dados e discussões sobre o projeto”, diz Galvão. “Nesse trabalho, observamos a eficiência do treinamento físico em pessoas que já sofreram infartos e precisavam de uma recuperação. Essas pessoas obtiveram melhora e também retomaram a qualidade de vida”, explica o professor, observando que “a parceria com a USP foi muito significativa para dar visibilidade a esse trabalho que é muito importante”. Para a realização de outro trabalho, o grupo começou a trabalhar em parceria com o plano de saúde da Amil, fazendo uma junção de atividades realizadas no laboratório da UNISANTA e no laboratório de fisiologia da Amil. Para tanto, foram formadas linhas de estágio com alguns alunos que fizeram coletas de dados e treinamento com pessoas cardiopatas, para observar qual seria a resposta delas a esses treinamentos. Segundo Alexandre Galvão, a melhora foi significativa e, por isso, o projeto, além de ser aceito no Socesp, vai ser apresentado também no Congresso Mundial de Pneumologia, em Amsterdã, em outubro. “Podemos perceber que o condicionamento físico dessas pessoas melhorou muito. Esse indivíduo revascularizado e coronariopata que faz exercício obtêm melhora na captação de oxigênio e liberação de gás carbônico, aumentando assim sua capacidade física e qualidade de vida”, ressalta. Além de todas essas pesquisas, o Lapes, segundo Galvão, tem começado um estudo junto à população de Santos, ampliando cada vez mais as atividades realizadas pelo laboratório. “Vamos avaliar alguns fatores antropométricos, relacionando-os com a idade, com o índice de massa corpórea, com o peso e a flexibilidade”, informa. Segundo ele, o estudo já estabeleceu um protocolo de indivíduos com problemas de saúde e fatores de risco, como hipertensão e diabetes. “Estamos modificando esse protocolo para mostrar a importância do exercício físico, não com qualquer tipo de exercício, mas quantificar o esforço, além de objetivá-lo e transformar esse número para que se possa comprovar a importância do professor de Educação Física e de se prescrever o exercício de uma maneira correta”, afirma. Edição e diagramação: Thaís Cardim PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 15 50 ANOS Natação coloca Universidade no pódio Hoje, o nome da Universidade é referência na modalidade em todo o mundo IVAN DE STEFANO Vanessa Simões Há quatro décadas surgia a primeira equipe de natação da UNISANTA. No decorrer desses anos, grandes nomes passaram por aqui e, principalmente, muitos atletas surgiram. Um nome marcante para quem pensa na natação da Universidade é o da atleta Renata Agondi, que morreu na travessia do Canal da Mancha 1988. Mas, depois de Renata, muitos outros nomes foram destaque no cenário da natação e eles continuam chegando. “Hoje, a natação da UNISANTA é conhecida no mundo todo, principalmente pelos resultados conseguidos pela atleta Ana Marcela Cunha e pela excelente qualidade da prova Renata Agondi, que hoje é a etapa de abertura do Circuito Mundial de Águas Abertas. Além disso, a UNISANTA é uma das poucas universidades do mundo que investe há tanto tempo no esporte”, assinala o supervisor técnico, Márcio Latuf. Latuf conta que foi o idealizador dessa modalidade no complexo quando entrou para a Universidade. “Quem resolveu implantar a natação na UNISANTA foi o chanceler da UNISANTA, Milton Teixeira, no Colégio Santa Cecília, em 1971. Com o atleta Vida de atleta não é fácil. Isso todo mundo está cansado de saber e não é diferente para o nadador da UNISANTA Cauê Paciornik, de 21 anos. Ele começou cedo na natação e, aos 7 anos, fazia parte da equipe da UNISANTA e já estava presente nas competições. Ele conta que a principal responsável por ele estar na natação é sua mãe. “Comecei a nadar cedo. Quando era bebê, minha mãe me colocou em uma academia para fazer uma dessas aulas para crianças e para não ter medo de água”, assinala. Assim como toda criança, ele tentou fazer outros esportes, mas a sua verdadeira paixão estava nas águas. “Tentei o caratê e o futebol, mas sempre gostei da natação. Quando tinha 7 anos, conheci o técnico da equipe mirim da UNISANTA que me convidou para nadar no Santa. Continuo até hoje”, revela. Para o atleta, hoje em dia treinar em alto rendimento e ter bons resultados nos estudos é complicado, mas não impossível. “Se não fosse a UNISANTA, acredito que não conseguiria conciliar os estudos e o esporte. Sou grato à Universidade, aos professores e aos coordenadores do meu curso que me ajudaram a não desistir”, agradece Cauê. O atleta está terminando o último semestre no curso de Fisioterapia na UNISANTA, mas pretende continuar seu caminho na natação. “Pretendo continuar nadando por mais um bom tempo e sempre procurando evoluir, seja nos tempos ou nas colocações”, almeja Cauê. O futuro fisioterapeuta conta um dos momentos mais marcantes desses anos de natação: “Tive vários momentos inesquecíveis na natação, mas sempre um que é mais lembrado: mais marcante foi no ano passado, quando o Troféu Maria Lenk foi realizado em Santos”, explica. “Fiz parte do revezamento 4x200m livre e conquistamos a medalha de bronze. Foi uma sensação diferente conquistar uma medalha desta importância em casa”, relembra. de 9 a 10 anos, e a tarde, a equipe petiz, de 10 a 12 anos. Sua história mergulha nas piscinas do Santa. Ela presenciou acontecimentos ,como em 1996 a inauguração do teto retrátil e do sistema de aquecimento da piscina olímpica, que a tornou a primeira piscina no País a ter essa estrutura para extensão de 50 metros; em 1998, a primeira equipe sediada fora da capital do Estado a conquistar o título de campeã do Brasil, no Brasileiro juvenil, disputado na cidade de Recife; em 2010, auxiliou na competição mais importante realizada nas águas do poliesportivo, o Troféu Maria Lenk; e este ano, viu a nadadora Ana Marcela Cunha, da UNISANTA, conquistar o primeiro ouro feminino do Brasil em um Mundial. Assim como Leila Antonio, Ana Marcela traz o diferencial dos competidores do Santa. Desde sua estreia no mar, aos 10 anos, quando ganhou a prova — uma minitravessia de cerca de 500 metros — até hoje, vem colecionando títulos inéditos para a nação brasileira, como o de campeã na prova dos 25 quilômetros em julho no Mundial de Esportes Aquáticos, em Xangai, na China. O primeiro é um de seus favoritos porque recebeu o Troféu Meu pai, o campeão, em comemoração ao Dia dos Pais. Já o segundo, marcou mais uma vez seu nome na história da natação do País. Com apenas 19 anos e tempo de 5h29m22s9, trouxe o título inédito no Brasil e na América do Sul à categoria. Ana Marcela credita seu desempenho ao equipamento: “É ideal para os meus treinos. A piscina está sempre disponível, não importando nem o dia da semana nem a hora. É perfeito porque por não ser um clube, que tem associados disputando o mesmo espaço, é 100% voltada para os treinos”. Ela conta que já teve experiências negativas em outros lugares “Piscinas descobertas dependem das condições do tempo. Sem aquecimento é um sofrimento no inverno, e as que são usadas nos clubes têm horários reduzidos para o uso dos atletas aos sábados, domingos e feriados, e isto compromete o planejamento e a performance dos nadadores”. Para o técnico Márcio Latuf, que treina há quatro anos a nadadora, a piscina valoriza o desempenho dos atletas. “A piscina da UNISANTA é excelente para se obter bons resultados. Ela tem boa profundidade, a turbulência não atrapalha, e está no nível do mar. Mas, claro, que os resultados positivos não dependem somente dela, mas do treinamento.” Segundo ele, a turbulência é a maior vilã dos nadadores. “Isto influência no desempenho dos atletas. Quando o atleta compete em uma piscina preparada, e com até duas linhas de raias, entre as mesmas, pode ter seu desempenho melhorado em alguns centésimos, e até em alguns décimos. A turbulencia lateral influência no equilíbrio do corpo, e a frontal — pior de todas — diminui a velocidade de nado do atleta”, diz Outro fator que interfere nas ‘braçadas’ é a profundidade. Latuf explica: “A piscina muito rasa pode diminuir a velocidade do atleta, quando o deslocamento gera ondas que vão ao fundo da piscina e voltam de encontro ao corpo do atleta. Mas este não é o caso da UNISANTA”. Porém, isto é relativo. “Muitas vezes, em piscina com duas profundidades, alguns atletas dizem que na parte mais rasa sentem maior velocidade, isto porque, com o menor volume de água fica mais fácil e mais rápida a puxada. Enquanto outros acreditam que a parte rasa não tem a pressão ideal, ou o volume de água certo, para se fazer uma pegada forte, e vice e versa.” Com 25 metros de largura, e profundidades de 1m40 nas pontas e de 1m60 no meio, a primeira piscina olímpica da região é dividida em 8 raias, e o sistema de aquecimento e o teto retrátil são os principais diferenciais. “Facilitou o trabalho dos treinadores e também dos atletas que não sofrem mais com o vento”, analisa ele. Atualmente, o teto retrátil passa por serviços de manutenção. E duas melhorias foram indicadas pelo treinador e pela campeã para que a excelência da atividade seja ampliada no equipamento: a primeira é o aumento de duas raias — dessa forma, haveria a raia “A” e a raia “B”, uma no lado direito e outra no lado esquerdo da piscina que durante as competições ficariam livres para facilitar a disseminação da turbulência lateral, junto com o quebra-onda. E a segunda, a ampliação da piscina de 20 metros para 25 metros, para atender às exigências de regulamento de competições de maior porte. considerada modelo e que já Atletas treinam na piscina olímpica, ria Lenk abrigoi torneios nacionais, como o Ma passar dos anos, a natação veio crescendo e se destacando. Até que em 1987 fui convidado para formar uma geração de campeões e estou nesta história até hoje”, expõe. “Hoje temos na categoria petiz três técnicos para 60 atletas; a infantil dois técnicos para 40 atletas; na juvenil três técnicos para 35 atletas; na júnior, três técnicos para 35 atletas e na principal, três técnicos para 30 atletas”, explica. Piscina olímpica forma campeões Joana Ribeiro 16 Tradicional na natação do País e pioneira na região, a piscina olímpica da UNISANTA comemora 30 anos. O equipamento começou a ser construído em 1981 e foi inaugurado no ano seguinte. Mas, começou a ser moldado desde a formação da primeira equipe de natação, o projeto composto por jovens da turma do Aprender a nadar, ainda na piscina semiolímpica, com seis raias, onde hoje é o pátio do Bloco A. Formando gerações, construindo campeões. Este lema já definia a proposta e os objetivos da instituição em julho de 1973, quando foi promovida a primeira viagem da equipe de natação da Unisanta para o exterior. Durante 17 dias, o diretor Mílton Teixeira e o técnico Moacyr Rebello dos Santos comandaram a comitiva que passou por Espanha e Portugal, e voltou com dez medalhas de ouro das doze provas que disputou. A professora da UNISANTA, Leila Antônio, com 15 anos na época, estava na equipe, que levou o ouro no revezamento 4x100 metros em quatro estilos, junto com as nadadoras Maria Rita e Renata Lopes Natale e Cleide Andrade Peres.A comitiva ganhou destaque em jornais internacionais, como o jornal Norte Deportivo, da Espanha, nas versões nacional e internacional, e foi convidada para participar das competições em, 1974. A campeã Leila Antônio leciona há nove anos na Fefesp. Atualmente, também auxilia pela manhã as aulas da equipe de natação mirim, Edição e diagramação: Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 1990 Na metade dos anos de , a UNISANTA viu as primeiras turmas de Fisioterapia e Administração se formarem. Também deixou “engatilhados” os alunos de Direito e Educação Física, cursos que, mais tarde, viraram referência. Pró-reitor traça os desafios para os próximos anos Para Teixeira, a UNISANTA é vista como porta de entrada para o crescimentos pessoal em vários aspectos MARIANA BEDA Arucha Fernandes (antes instalada em São Vicente), foi com o intuito de colocar a teoria em prática como fundamento para uma maior experiência dos alunos, que saem em grande vantagem com esses equipamentos. PI— Que papel a Universidade exerce na vida do jovem que ingressa na UNISANTA? Teixeira— A universidade possui uma forte identidade com todos. O papel da UNISANTA deve ser o de estimular e desafiar a razão, o de libertar a inteligência para a plenitude de sua possibilidade. Acreditar nos alunos e no futuro deles. É com esse pensamento que o Complexo Educacional Santa Cecília (Colégio e Universidade) acolhe mais de 15 mil alunos. O colégio que começou pequeno, fruto de ideia de um casal de Santos, Nilza e Milton Teixeira, hoje é considerado referência na educação infantil até a pós-graduação. Sob a direção da segunda geração da família, a UNISANTA chega às bodas de ouro. Marcelo Teixeira é o pró-reitor da Universidade e tem a tarefa de cuidar de toda a parte administrativa do complexo. Além disso, acumula as funções de diretor-presidente do Sistema Santa Cecília de Rádio e TV Educativas e presidente da Associação Santa Cecília de Esportes. Em entrevista ao Jornal Primeira Impressão, o Pró-reitor diz que a união da família Teixeira é a base do trabalho realizado no complexo UNISANTA. Primeira Impressão— Quais são as conquistas mais importantes dos últimos anos para o Complexo Educacional Santa Cecília? Marcelo Teixeira— Considero a maior conquista dos últimos anos, o reconhecimento do diploma do Santa Cecília. Seja ele na formação do ensino médio, passando pela graduação e pós-graduação. A grande aceitação do mercado de trabalho em aproveitar alunos de nossos bancos escolares é resultado dos importantes investimentos, como: a estrutura oferecida pela UNISANTA; a fantástica capacitação e competência do corpo docente; a atualização das grades curriculares aperfeiçoadas de acordo com a necessidade; e a enorme confiança dos alunos na busca de qualificação e do crescimento profissional. Além disso, outras conquistas marcantes como a consolidação do curso de Engenharia, em diversas áreas, sem dúvida, o curso mais antigo e com grandes destaques neste período. PI— Quais as próximas metas a serem atingidas? Teixeira— Hoje o maior desafio a ser encarado é a exigência do mercado de trabalho por profissionais, cada vez mais, melhor qualificados. Contudo, a UNISANTA está preparada oferecendo opções de cursos para atender a essa necessidade. Um exemplo é o novo curso de Engenharia de Petróleo e Gás, que busca oferecer para região, profissionais capacitados para trabalhar nesse novo nicho de mercado que está abrindo em Santos. A escolha de uma grande empresa como a Petrobrás, em instalar na UNISANTA uma minirrefinaria de petróleo, é uma prova dessa confiança. Portanto, a meta é acompanhar as exigências do mercado, aprimorando e qualificando os alunos, e também o nosso corpo docente. Outro ponto é a criação de novos segmentos como área de mestrado, trazida recentemente para instituição, além de projetos na área de Direito portuário. PI— Todo esse desenvolvimento discutido para a região, “A Universidade possui uma forte ra identidade com todos”, explica Teixei em especial para Santos, acarreta também a vinda de novas entidades/universidades para a Baixada. Como a UNISANTA está se prepararando para a concorrência? Teixeira— A presença de outras instituições na Baixada Santista é saudável para o desenvolvimento local, pois amplia a produção acadêmica e cientifica, possibilita a realização de pesquisas conjuntas e até mesmo de curso de pós-graduação. A UNISANTA já ofereceu cursos de mestrado e doutorado interinstitucionais, dentre eles, com a Universidade Federal de Itajubá e a Universidade de São Paulo. Somos referência pela qualidade de ensino, envolvimento com as necessidades da região e do País e comprometimento com a formação integral do cidadão. Com isso, trabalharemos cada vez mais para manter nossa marca consolidada e retribuir a confiança depositada em nosso Complexo Santa Cecília. PI— O que o complexo como um todo (universidade e colégio) representa hoje para a região? Teixeira— A UNISANTA representa desenvolvimento e, principalmente, a esperança de pessoas de todas as faixas etárias que procuram a instituição para conseguir um aprimoramento intelectual, progresso profissional, e também espiritual. Isso porque o nosso diferencial está na forma de convivência entre docentes, alunos e funcionários, que transformam o ambiente acadêmico, com um clima de alto astral e também de constante aprendizado. A UNISANTA é vista como uma porta de entrada para o crescimento em vários aspectos. PI— Uma marca do Complexo UNISANTA é o investimento no esporte, principalmente, na natação. Que tipo de apoio os atletas recebem? Há algum novo projeto de incentivo ao esporte? Teixeira— A UNISANTA tem uma política muito forte de incentivo ao esporte, atividade que adota como instrumento vital dentro do processo educacional. Mais importante que isso, atua no reforço da consciência que o atleta precisa ter um desempenho esportivo compatível com o acadêmico. Essa conciliação é o principio fundamental agregado pela instituição. Hoje, a UNISANTA é a maior potência universitária da natação brasileira. Entre os destaques, temos a aluna Ana Marcela Cunha, que conquistou em 2011, um título inédito em toda a história do Mundial da Federação Internacional de Natação de Maratonas Aquáticas. Com apenas 19 anos, ela se tornou a primeira brasileira a obter a medalha de ouro nos 25 quilômetros na China. Isso apenas nos motiva e confirma que estamos no caminho certo para o desenvolvimento de novos projetos. PI— Outro ponto importante contemplado pelos cursos de graduação é o fato de inserir a prática, ao invés de ficar apenas na teoria. Exemplo disso o Espaço UNISANTA, do curso de Jornalismo, que é exibido na Santa Cecília TV, e também os diversos consultórios de atendimento à população. Esse é mais um diferencial da Universidade? Teixeira— Sim. Um dos critérios aplicados pela UNISANTA é conseguir preparar o aluno por completo, unindo a formação como cidadão e o aprimoramento técnico/científico. A articulação entre a teoria e a pratica deve ser estimulada, valorizando a pesquisa individual, bem como os estágios e participação em atividades de extensão. Exemplo disso são as clínicas de Fisioterapia e Odontologia, Juizado e Escritório de Direito, consultório farmacêutico, entre outros. Quando tomamos posse da primeira emissora regional da Baixada Santista, TV Litoral PI— Quais são os seus votos, como Pró-reitor, para o aniversário de 50 anos da UNISANTA? Teixeira - A UNISANTA, embora já esteja comemorando as bodas (50 anos), ainda é uma instituição muito nova. Com isso, as perspectivas de crescimento são muito fortes e nosso intuito é manter o conceito de constante modernização, seja na atualização em equipamentos, seja na questão humana, oferecendo opções, cada vez mais, para as pessoas mais humildes. O Complexo Santa Cecília cresce devido à união da nossa família, que consegue conservar as raízes de trabalho passadas por meus pais e agora cultivadas por nós. Não existe diferenciação de cargos, todas as decisões são tomadas em conjunto, e essa consciência é repassada para que as próximas gerações continuem o trabalho. PI— Há quanto tempo o senhor está na UNISANTA? Teixeira— Eu comecei a trabalhar com apenas oito anos, como office boy, passando por departamentos como gráfica, xerox e outros, que fizeram ter um amplo conhecimento de todos os setores. Isso incentivado pelo meu pai que sabia da importância de envolver os filhos em todas as áreas da instituição, com intuito de uma formação de gestores comprometidos com os mesmos ideais dos fundadores. Comecei de baixo e fui crescendo sem imposições, mas pelo próprio destino. Assumi também funções importantes, precocemente, como delegado regional de natação, aos 16 anos e a presidência do Santos Futebol Clube, aos 28 anos. PI— Como o senhor se sente à frente de uma instituição de tamanha tradição na região? Teixeira— Hoje tenho 47 anos e a minha vida toda foi no Santa Cecília. A dedicação que tenho é um reflexo do fato de gostar daquilo que faço e acreditar no papel da instituição na formação do cidadão. Fico emocionado ao relembrar que começamos com pouco mais de 20 alunos na escola primária e agora estamos com mais de 15 mil, da educação primária à pós-graduação. É uma satisfação encontrar exalunos e receber as mensagens de felicitações e amor pela instituição. A luta para construir essa estrutura do Complexo Santa Cecília e a alegria de ver os alunos formados só reforça a responsabilidade diante das próximas gerações que buscarão a mesma preparação e qualificação profissional na UNISANTA. Edição e diagramação: Gabriel Martins PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 17 50 ANOS Universo de obras Bibliotecas mantêm acervos especializados e incentivam a leitura AnA florA TolEDo Carina Seles Quem não lê não pensa e quem não pensa será para sempre um servo. A frase do escritor e jornalista Paulo Francis (1930-1997) é uma das que estão expostas nas paredes da Biblioteca Central. O local faz parte do Sistema Integrado de Bibliotecas da UNISANTA (SIBi), órgão suplementar de apoio acadêmico que gerencia e fornece documentos e informações para o desenvolvimento dos programas de ensino, pesquisa e extensão da Universidade. O SIBi é constituído por três bibliotecas, a Central, com acervo que oferece suporte ao Ensino Fundamental e Médio, além dos cursos de graduação, pós-graduação e de extensão universitária; a de Direito, com acervo especializado na área jurídica; e a biblioteca da Saúde, com acervo especializado nos cursos voltados à área. As bibliotecas mantêm acervo de aproximadamente 107 mil volumes de livros, periódicos, DVDs, CDs, teses, dissertações, normas técnicas, apostilas, catálogos, folhetos, audiolivros, livros em braille, mapas e obras raras. Dentre as raridades estão a coleção da revista Realidade, o antigo semanário O Pasquim, por exemplo, além das obras Illustración, do começo do século 20, Curso de Tupi Antigo e Código Civil Brasileiro, de 1917. A cultura da leitura é fortemente incentivada pelas bibliotecas. Um dos projetos desenvolvidos é o Não por Acaso, iniciado em 2008. Con- liotecas contam com a presença intensa Com mais de 105 mil volumes, as bib trabalhos e entretenimento dos alunos que procuram livros para siste em livros deixados em pontos estratégicos como banheiros, bancos, corredores e elevadores espalhados pela universidade para que os estudantes os encontrem e os leiam. “Essa ação começou para incentivar o hábito da leitura. É uma forma criativa para o nosso público conhecer boas histórias. Ao final da leitura, os alunos devem deixá-los em outro lugar ou no mesmo lugar em que os encontraram”, afirma a auxiliar de biblioteca Sandra Regina Vicente Cunha. O último Não Por Acaso ocorreu no dia 17 de agosto com o “esquecimento” das obras O guardião de memórias, de Kim Edwards, Bellini e o Demônio, de Tony Bellotto, O ima- ginário cotidiano, de Moacyr Scliar e A cabana, de William P. Young. A auxiliar conta que situações engraçadas já ocorreram no projeto. “Alunos vieram à biblioteca entregar o livro que ‘alguém perdeu’. É nesta hora que a nossa equipe explica como funciona o projeto. Mas a informação na capa ou dentro do livro de que a obra faz parte de um programa de incentivo à leitura”, afirma. Outra ação realizada pelo SIBi foi a exposição de livros que não estavam em bom estado de uso. “Fizemos a exposição para mostrar que se deve mudar a cultura do cuidado com os livros. As pessoas devem ler mais e saber como manuseá-los Uma vida entre livros Mayra Ramos 18 Com os cabelos escovados, pulseiras prateadas, maquiagem leve, batom cintilante e óculos pendurados no pescoço, ela anda de um lado para o outro carregando uma pilha de livros. Circula pela biblioteca central (bloco M) como se estivesse em casa, cumprimentando os colegas pelo nome. “Eu não trabalharia em outro lugar”, recorda. Funcionária desde o dia 12 de dezembro de 1977, Ana Maria Racioppi responde pela organização de 17.778 livros apenas na biblioteca central e é a funcionária mais antiga da universidade, trabalhando de forma ininterrupta na instituição. - “Eu? A mais antiga?” – indaga, surpresa, ao saber do fato, confirmado pelo Departamento Pessoal da universidade. Não foi por amor aos livros que Ana Maria ingressou na profissão. “Eu queria fazer algo diferente”, comenta. Depois de muito pesquisar, decidiu fazer o curso de Biblioteconomia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Ana morou na Capital até concluir a faculdade. De volta a Santos, leu no jornal que estavam precisando de bibliotecária. Passou por uma entrevista e começou a trabalhar. “Quando eu entrei, duas bi- ivAn DE sTEfAno bliotecárias já haviam passado por aqui. Na época, a Sociedade Universitária de Santos (Susan) era bem pequena. Eram poucos cursos, o de Engenharia, Artes e mais alguns outros. A estrutura sendo a ria está na Universidade desde 1977, Ma a An contava apenas NTA funcionária mais antiga da UNISA com um ou dois prédios e a biuma vez por semana. Ana casoublioteca era uma se em 1983, aos 27 anos e dois sala bem pequena, no bloco A. Foi anos depois, teve seu primeiro e uma vida aqui dentro”, recorda. único filho. “Ele é a minha vida”, A faculdade foi crescendo até que diz a mãe, orgulhosa. Em 1991, virou universidade. Ana Maria acomAna teve de encarar a morte do panhou todas as fases. Viu a bibliomarido, e passou a se dedicar ainteca mudar de local algumas vezes, da mais ao trabalho para garantir “Reformas então, foram umas três o sustento da casa. Atualmente, ou quatro”, comenta. A parte técnica ela tem um namorado e diz que mudou completamente. Antes era não moram juntos, mas está feliz. tudo manual. Hoje, informatizado. Para quem pensa que traba“O trabalho antes era mais calmo, a lho de bibliotecária é passar o vida era mais tranquila. Não tinha a dia lendo livros e revistas está cobrança do MEC e escrevíamos em enganado. Ana garante que é máquinas de escrever”. um trabalho que alia concentração, esforço e dinamismo. PERFIL “Fazemos compras de livros, Uma mistura de mulher forte e solicitações e, quando receindependente, com ar de quem não bemos doações, precisamos reclama da vida. Acorda às 6h30 avaliar tudo antes de deixar para chegar à UNISANTA às 8h. Tradisponível na prateleira. Enbalha no período da manhã e da noiciclopédias, por exemplo, ninte. Aproveita a tarde livre para camiguém mais quer saber”. nhar na praia e fazer aula de pilates Edição e diagramação: Willian Guerra PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 e cuidá-los”, conta a coordenadora das bibliotecas Central e de Direito, Ana Maria Racioppi Silveira. NOVIDADE O novo sistema de biometria, instalado no último semestre nas bibliotecas, consiste no usuário se identificar no sistema através do polegar direito, o que anteriormente era realizado apenas com a carteirinha de identificação. Para Sandra Regina, esse novo sistema facilitou aos alunos o acesso aos os livros. “A nova forma de identificação possibilitou que o atendimento seja feito com maior facilidade e segurança, visto que desta forma não há como outra pessoa retirar o livro em nome de outra”, diz. Outro serviço prestado está em sua página na internet. O ambiente virtual oferece um acervo extenso em parceria com bibliotecas virtuais como a Biblioteca Brasiliana Digital USP, Biblioteca Digital França—Brasil, Biblioteca Virtual da Saúde, Biblioteca Virtual sobre Corrupção, Biblioteca Virtual da Unicamp, Biblioteca Digital da UFPR, Biblioteca Digital Domínio Público, dentre outras reconhecidas a nível internacional. SERVIÇO As bibliotecas Central e de Direito funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 22h30, e aos sábados, das 8 às 12h30. Já a Biblioteca da Saúde funciona de segunda a sextafeira, das 8 às 22h, e aos sábados, das 8 às 12h30. Mais informações (13) 3202.7100, ramal 179. Proler está na ativa há 17 anos Fernanda Barreto Mantido pela UNISANTA e vinculado à Fundação Biblioteca Nacional e ao Ministério da Cultura, o Programa de Incentivo à Leitura (Proler) chegou à Baixada Santista em 1994, trazido pela reitora Sílvia Ângela Teixeira Penteado. O Proler desenvolve a formação do leitor e o estimula o cidadão a ler mais. A responsável por cuidar dos comitês e dirigir o projeto na região é a professora Conceição Dante, que é formada em Pedagogia e Ciências Biológicas. “O programa atua como uma política de leitura. Os comitês são mensais e ocorrem nas primeiras quintas-feiras do mês, com a participação das nove cidades da Baixada Santista, representadas por seus secretários de Cultura e Educação, mais as duas Diretorias Regionais de Ensino de Santos e São Vicente”, diz. O Proler da UNISANTA foi premiado nacionalmente em 2009. Recentemente, promoveu atividades ligadas ao cinema e biblioteca, realizadas em setembro. Os interessados podem entrar em contato por e-mail ou pelo telefone (13) 3202-7100, ramal 128. E-mail: [email protected]. 2000 A partir dos anos , chegou a hora de abrir as portas do Complexo para os interessados em ser tecnólogos. Agora, novos profissionais ingressam na faculdade e concluem seus estudos em menos tempo, mas com muita qualidade. A dramaturgia como experimentação Investigar, informar e transformar. Este é o Teatro Experimental de Pesquisas - TEP Juliana Carrasco Você consegue imaginar uma encenação de teatro em que a história se baseia nas disciplinas da escola? Assim, há 30 anos, começou o Teatro Experimental de Pesquisas (TEP), liderado por um grupo de alunos do Colégio Canadá que desenvolvia peças teatrais em vez dos tradicionais trabalhos. “Até aulas encenávamos; transformávamos os trabalhos em CARINA SELES cenas teatrais, isso até mesmo com a matemática, com os corpos assumindo papéis de números e as ações em equações. Eram exercícios do prazer”, diz o atual diretor do TEP e professor do curso de Técnicas de Teatro e Dança da Universidade Santa Cecília, Gilson de Melo Barros. Norteado por questões políticas no período mais áspero da ditadura militar, o TEP foi criado no início dos anos 1960: “Na época, vários grupos da Cidade enfrentaram dificuldades como pouco locais apropriados para ensaiar. Chegamos a ensaiar na Cadeia Velha de Santos, mas locais como esses tinham o piso frio, o que dificulta ainda mais o trabalho dos atores. Por fim, estando aqui, tornou-se fácil vincular o grupo à Universidade. Durante esse período, tendo recebido todo o apoio logístico necessário para que a atividade permaneça”, diz Bamos. Primeiramente, o TEP se chamou Teatro Informação, depois Teatro Cacilda Becker e Teatro Estudantil de Pesquisa. Mais tarde, adotou o nome que perdura até hoje. Ramos conta como foi essa trajetória. “O grupo vem desde quando eu tinha 14 anos. O teatro era montado de forma bastante intuitiva. Éramos todos muito jovens e sem acesso direto ao teatro. Guiávamo-nos pelos espetáculos mostrados pela TV. O Grande Teatro Tupi, as comédias da TV Record e outros programas do gênero serviram de base para nós. Quando saímos do Canadá, depois de formados, já ingressamos na segunda fase do teatro amador san- tista e foi quando deparamos com diretores como Marco Antonio Rodrigues e Nancy Alonso”. O diretor explica a razão do nome “experimental de pesquisas” e conta que não trabalha com clássicos e sim com o contemporâneo em suas peças. “O nome pesquisa seria a investigação do teatro. Já o experimental vem da ideia de experimentar teatro, experimentar linguagens. Trabalhamos com pesquisas de linguagem e deixamos o clássico um pouco de lado. Nosso grupo trabalha com base em pesquisas experimentais, é uma questão temática, uma questão de assunto que é uma das características do grupo. O TEP é uma usina de investigação, não é um grupo profissional que se mantém em carreira de apresentações, a gente investiga, a gente instiga”, conta o diretor, com entusiasmo. Como todo grupo de teatro, o TEP vai se profissionalizando. Atualmente, conta oito atores profissionais no elenco. Segundo o diretor, o grupo pode ser considerado um veículo de passagem dos atores: “Muitos dos que passaram pelo TEP, hoje são atores profissionais, diretores. O grupo é de transição, os membros ficam de dois a quatro anos e aí seguem os seus estudos, especializamse. Mas isso não quer dizer que não se abra um outro elenco, uma outra turma. Afinal, o TEP é uma usina de investigação”, diz Bamos. O TEP é aberto à participação de alunos, funcionários e também à comunidade. Levando cultura e alegria para os ônibus das atividades culturais Gilson de Mello Bar ros realiza há déca P - TE no Teatro Experimental de Pesquisas Anos marcantes O TEP começou a ganhou força no início dos anos 1970, sob a direção de Marco Antônio Rodrigues, período de ditadura militar no Brasil. Neste momento, o grupo se volta pela defesa dos direitos constitucionais e por um estado de direito, como muitos outros artistas da época. “O grupo foi bastante observado nessa época, tivemos várias peças proibidas, apresentávamos em portas fechadas com perigo de todos serem presos, mas ali havia resistência”, conta Gilson de Melo Barros. Nos anos 1980, por iniciativa da atriz e uma das fundadoras do TEP, Nancy Alonso, o grupo apoiou outro fato polêmico, denunciando, a partir de suas peças, o descaso público sobre a questão da qualidade do sangue no País e o avanço da Aids. No período, o grupo se destacou pela montagem do espetáculo A Relativa Revista, baseada na peça escrita por Henfil e Oswaldo Mendes, A Revista do Henfil, em 1978. “O dinheiro dos espetáculos serviu para alicerçar financeiramente e sustentar o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa) por quase dois anos. Então, criamos o Gapa Baixada Santista, pois ele ainda não era ONG, era só um grupo que estava tentando trabalhar, acudir, socorrer, aconselhar”. (J.C.) Com 100 prêmios no currículo, hoje o Teatro Experimental de Pesquisas está em processo de pré-produção para o auto de Natal: “Projeto Limites: Dramaturgia para ônibus urbano”, com o espetáculo As cirandas de Maria. O projeto procura pesquisar outras formas de entretenimento em palcos diversos. Segundo Gilson de Melo Barros, este trabalho alternativo completa agora 11 anos e, desde o princípio, foi criado para ser encenado dentro de um ônibus: “A dramaturgia vai para dentro do ônibus, onde o corredor é o palco e também a plateia”, explica Barros. Em 2011, o grupo está se diversificando, pois além de se transformar em teatro de ônibus e em teatro de rua, o TEP está em contato com o Metrô de São Paulo: “Pos- sivelmente, vamos encenar em São Paulo, São Bernardo, São Caetano e nas cidades aqui do Litoral levando o Projeto Limites”. Segundo o diretor, nos primeiros oito anos, o trabalho era realizado apenas em Santos. Depois foi para Mongaguá e Bertioga e este ano deve também trabalhar com empresas e outros veículos. “Dá vontade de pensar em teatro para balsa, para elevador... É uma possibilidade desse projeto que nasceu aqui e vai de vento em popa, quando se fala em TEP, se fala de Unisanta e se sabe que aqui se faz teatro”, conta entusiasmado o diretor. A última peça realizada pelo grupo foi Olhos de fazer morder, sobre Pagu. A obra foi encenada no último Festival Internacional de Teatro de Curitiba. (J.C.) Edição e diagramação: Michael Gil PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 19 50 ANOS Rádio e TV na era digital Preocupação com a qualidade do som e da imagem marca a atuação do Sistema Santa Cecília de Comunicação A TV Santa Cecília já entrou na era digital aderindo, em parte de sua programação, ao sistema highdefinition television (HDTV). Foi a primeira televisão educativa do País e a segunda emissora da Baixada Santista a aderir ao sistema digital. De acordo com a assistente de produção Iraê Costa Rodrigues, a qualidade na imagem e no som está atrelada à importância de emitir uma programação de qualidade para a população. “Por ser uma televisão regional e educativa, a emissora tem grande importância e responsabilidade social para com todos os seus telespectadores. Várias pessoas ligam nos agradecendo e indicando fatos para agendar entrevistas”, afirma. O sinal da antiga TV Litoral, primeiro canal televisivo da região, passou a ser o sinal da Santa Cecília TV em janeiro de 1997. A antiga emissora tinha sede em São Vicente e, com a transferência do sinal, a Santa Cecília TV foi instalada na Universidade Santa Cecília (UNISANTA), em Santos. Para o apresentador Irineu Alves, as principais transformações que ocorreram na emissora foram tecnológicas. “A renovação de formatos carina seles Adriele Donadio formatos Irineu Alves destaca a renovação de e a aplicação de novas tecnologias e a aplicação de novas tecnologias que têm surgido no decorrer dos anos são as principais mudanças a serem destacadas”, comenta. As programações também sofreram algumas mudanças durante os anos. Hoje, a emissora possui 50 programas, oferecendo informação, esportes, entretenimento, ecumenismo, cultura e lazer. O sinal da TV abrange Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Cubatão e Mongaguá. A Rádio Santa Cecília FM também faz parte do Sistema Santa Cecília de Comunicação e, com o passar dos anos, tpassou por algumas transformações. Criada em janeiro de 1999, a emissora tem sua programação voltada à música popular brasileira, internacional e flash-backs. De acordo com a programado- ra musical Andrea Garcia, algumas mudanças pontuaram a trajetória da emissora. “No começo, não havia locutores e as musicas tocadas eram selecionadas em CDs. Atualmente, são três os locutores e as músicas são selecionadas pela internet”, comenta. Cerca de 350 músicas são tocadas diariamente na programação da rádio, que tem 57 minutos de música e três minutos de comerciais por hora. O acervo da emissora possui 7.400 músicas. O sinal abrange as nove cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista. A relação com os ouvintes gera retorno, com a transmissão pela Internet para fora do Estado e até do País. “Muitos ouvintes entram em contato por e-mail elogiando o trabalho da emissora”, afirma Andrea Garcia. José Carlos do Santos, conhecido como Piriquitão, também faz parte da equipe da emissora. Ele é responsável pela edição das músicas e pela mixagem das vinhetas. “O trabalho que desenvolvemos visa à melhor qualidade da música que chega aos ouvintes. As muúsicas e os comerciais possuem o mesmo tom, para que ouvinte não precise reduzir ou aumentar o volume durante a programação”, ressalta. Criatividade e dinamismo marcam as publicações do curso de Jornalismo 20 O curso de Jornalismo é um dos mais tradicionais da UNISANTA. Conquista novos alunos a cada ano, em razão de proporcionar uma experiência completa para os futuros profissionais. Entre as diferenças da instituição está a prática aplicada à teoria. A rotina em uma redação, seja de jornalismo impresso ou online, é algo que, quando vivenciada na Universidade, ajuda, e muito, quando o aluno recém-formado ingressa no mercado de trabalho. Pensando nesse contexto, já a partir do terceiro semestre o aluno começa a aprender como funciona uma redação. A primeira grande experiência para o repórter é o Primeiro Texto, que mostra aos estudantes técnicas de reportagem, elaboração de pautas, formas de abordagem em entrevistas e na produção de matérias. “O começo é apenas um aperitivo de jornal diário. O aluno cria pautas que são trocadas entre os colegas, vai atrás da história e escreve a matéria no mesmo dia”, diz o professor Luiz Carlos Bezerra. O próximo passo é a edição do Primeiro Texto Comunitário. Basicamente, os alunos visitam uma comunidade da região, previamente selecionada, e assim elaboram um jornal com reportagens sobre o local. Esse é o exercício mais completo e amplo. Isso porque possibilita ao estudante compartilhar a visão do outro, ajudando a comunidade a ivan de stefano Arucha Fernandes s em lab ora tór ios pró pri os As pub lica çõe s são pro duz ida o me rca do com uso de sof twa res usa dos pel apontar problemas e a buscar soluções”, diz o professor. Além do propósito acadêmico, o jornal também serve como um alerta para as autoridades a respeito das reivindicações e opiniões dos moradores. “O objetivo é levar o aluno a entender o valor do jornalismo. E se isso resultar na contribuição para que as comunidades visitadas recebam mais atenção e benfeitorias, ainda melhor”, conclui Bezerra. Jornal dos Jogos O Jornal dos Jogos é o mais bemhumorado impresso que circula na Universidade, sempre no mês de maio. O objetivo da publicação é cobrir os Jogos da UNISANTA e oferecer aos alunos o contato com o segmento de esportes. O mais interessante da experiência é o fato de as edições serem fechadas no mesmo dia”, afirma um Edição e diagramação: Willian Guerra PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 dos professores responsáveis pelo jornal, Márcio Calafiori. O jornal existe desde 1997. Ao longo da cobertura dos Jogos são distribuídos 500 exemplares por dia. A edição de estreia circula com mil exemplares. rEVIsTa No terceiro ano do curso, os alunos aprendem a fazer revista. Os produtos criados em sala de aula são impressos e posteriormente ficam à disposição do público no www.unisanta.br/revistavirtual e no www.issuu.com/revistasjornalismounisanta, plataforma que abriga publicações de diversos países. “Aprender revista permite que o estudante tenha contato com outra experiência no campo do jornalismo, pois a linguagem do produto permite inovações”, diz a professora Elaine Saboya. PrImEIra ImPrEssão O jornal-laboratório Primeira Impressão que completa, em 2011, 16 anos, tem como principal característica a inovação. Considerado um dos cinco mais importantes do País, pela revista Imprensa, apresenta aos alunos, nos dois últimos semestres do curso, a oportunidade de vivenciar, em aula, uma redação de jornal impresso. “A criatividade e o dinamismo sempre foram características do Primeira Impressão. A seção de entrevistas coletivas, por exemplo, traz a mesma informação, por meio da mesma fonte, e ainda assim são produzidos cerca de 50 textos com abordagens diferentes, com a visão de cada aluno”, diz o professor Francisco La Scala Júnior, um dos responsáveis pelo jornal. Outra iniciativa que agrega bastante na formação do repórter é a cobertura das eleições gerais e municipais. A cada dois anos, os alunos trabalham em uma edição especial no dia da eleição, com a cobertura do pleito, acompanhando todo o processo e produzindo o material para ser publicado no dia seguinte. Entre os destaques das coberturas está a eleição presidencial de 2002. O empenho dos alunos que fazem o Primeira Impressão resulta em reportagens que ganham notoriedade em toda a região. “Uma matéria de grande repercussão, que rendeu até premiação na Câmara de Santos, foi uma história sobre a venda ilegal de ossos em um cemitério da Cidade. As alunas responsáveis pela pauta investigaram e denunciaram o ocorrido às autoridades”, comenta La Scala. Depois de um início modesto, com poucos alunos, a evolução gerou importante crescimento. Atualmente, são 15 mil alunos, da Educação Infantil à Pós-Graduação. Eles estão espalhados por 16 edificações em um total de 100 mil metros quadrados. Espaço também à cultura Galeria é o ponto de encontro para aqueles que gostam de apreciar exposições de fotografias, quadros, gravuras e trabalhos de artes visuais ana flora toledo abrigado O espaço funciona desde 2005, tendo ome obras de artistas plásticos de ren Mariana Ayumi Logo na entrada da Universidade, os estudantes e visitantes são convidados a esquecer um pouco o mundo lá fora e a mergulhar num momento de cultura. Localizado no Bloco M, o Espaço Cultural é o local certo para aqueles que desejam apreciar produções de diversos cursos, como Arquitetura e Urbanismo, Moda, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Produção Multimídia e Artes Visuais. O espaço foi criado com o objetivo de propiciar algumas vivências para alunos como forma de enriquecer o currículo do curso de Artes Visuais e enfatizar aspectos relacionados à educação para atuar em espaço expositivo. São realizadas exposições de fotografias, quadros, gravuras, trabalhos de Artes Visuais, entre outras. Além disso, o Espaço Cultural também promove lançamentos de livros. A professora e coordenadora do curso de Artes Visuais, Lídice Romano de Moura, coordena o Espaço Cultural desde 2005 e explica a sua importância para a região: “A Cidade carece de espaços para exposições. Atualmente, não existem galerias, apenas alguns museus que não são muito acessíveis à população. Daí a grande importância de termos uma galeria dentro da Universidade, que pode mostrar parte de produções feitas por alunos e ex- alunos e também aberta ao público”, ressalta. Pelas paredes do Espaço já passaram artistas renomados na região, como os artistas plásticos Elver Savietto e Gilda Figueiredo, lembrados por Lídice. Outras exposições também são destaque, como a realizada pelo artista gráfico Miro Antunes, em 2008. O artista expôs cartazes, tiras, quadrinhos, charges sobre os temas: “Glauber, a Poesia em ‘Terra em Transe’” e “Maurice & Miro, 40 Anos de Parceria em Arte”. O Espaço Cultural ainda foi sede dos três primeiros anos do Salão Dino de Humor do Litoral Paulista, que apresenta produções dos alunos de Produção Multimídia. O evento é uma iniciativa dos ilustradores Osvaldo DaCosta e Alexandre Barbosa, juntamente com a designer Márcia Okida. E homenageia o chargista Accindino Andrade (1920-1996), Dino, antigo colaborador do jornal A Tribuna, de Santos. Cineclube Lanterna Mágica e o sonho ivan de stefano Bruna Garcia O Cineclube Lanterna Mágica foi fundado em março de 1999, pelo então estudante de Jornalismo, Eduardo Ricci. Na época, ele tinha 22 anos e estava no terceiro ano da faculdade, na UNISANTA. “A proposta inicial do cineclube era a difusão cultural por meio do cinema dentro da Universidade”, diz Ricci, coordenador do espaço. Hoje, ele acredita que a proposta amadureceu. Após doze anos, com projetos como o Cineme-se e o Cine Degusta, fronteiras foram desbravadas e o cineclube extrapolou os muros da Universidade. “Antes, o movimento era de fora para dentro (da Universidade) e agora é de dentro para fora”. O Cineme-se é um projeto que começou em 2004 e levou o cineclube para o Sesc/Santos. A ideia era produzir, editar e reproduzir imagens em tempo real, com VJs. Deu certo e se tornou um evento bienal. O Cine Degusta começou no início deste ano, com a proposta de unir cinema e gastronomia. São exibidos filmes que envolvem a cozinha em algum momento, enquanto no fim das sessões e dos debates o prato igual ou parecido ao do filme é servido para os espectadores. Ricci diz que sempre gostou de cinema. Sua primeira vez diante da tela foi aos 9 anos de idade, quando foi assistir Zorro em um cinema de Guarujá. “Desde os 7 anos, eu ficava imaginando como era o cinema. Minha tia me contava as histórias dos Há 12 anos, o Cineclube abre espaço para a Sétima filmes e descrevia a sala, com a tela gigante, pé direito alto e milhares de cadeiras”. O santista, que mora em Guarujá desde pequeno, diz que sempre que vinha a Santos, e passava em frente aos cinemas da Avenida Ana Costa, ficava maravilhado com as luzes e as cores dos cartazes. “Eu queria fazer parte daquilo”, diz. A primeira experiência profissional no mundo das artes foi quando trabalhou no Circo Spacial, aos 13 anos. Sua madrasta tinha contatos e Ricci ia ao circo todos os dias como visitante, até que a gerência disse que ele não poderia mais entrar. “Então eu quero trabalhar aqui”, retrucou e, assim, começou a vida no mundo da imaginação e da fantasia, como ele mesmo diz. O cineclube surgiu de uma palestra sobre cinema que Ricci organizou na Universidade e foi bem-sucedida. Em seguida, ele apresentou um projeto à presidência da UNISANTA e fundou o espaço. Já passaram pelo Cineclube Lanterna Mágica convidados como Daniela Thomas, Beto Brandt, Sérgio Bianchi e José Roberto Torero, entre muitos outros palestrantes do mundo das artes, do cinema e do jornalismo. Desde setembro, o cineclube traz programação especial para homenagear os 50 anos do Complexo Santa Cecília. A Quarta Mágica no Lanterna, um trabalho de construção e edição de imagens ao vivo, às quartas-feiras, das 16 às 17 horas, tem vagas limitadas. Também toda quarta, das 19 às 22 horas, tem o Cine Mochilão, com exibição de filmes que contam histórias de viajantes, como Albergue Espanhol e Vicky Cris- tina Barcelona. A programação segue até novembro. Agora em outubro, Ricci pretende montar uma cabine no piso térreo da Universidade, para alunos e professores fazerem gravação em vídeo, com o tempo de 50 segundos, respondendo a uma pergunta: “Qual o seu sonho?” A finalização e apresentação ficará para o ano que vem. Para o futuro, ele quer fazer um evento semanal de cinema em tempo real no cineclube, com produção de imagens, edição e apresentação, tudo na hora. E, também em um futuro próximo, Ricci quer abrir a sua própria produtora para realizar o seu grande sonho, fazer cinema. Para conferir a programação completa do Cineclube é só acessar o site www.unisanta.br/cineclube Edição e diagramação: Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 21 50 ANOS Um pedaço de casa Ao completar 50 anos, o Colégio Santa Cecília investe em tecnologia e reforça a importância da confiança na relação entre aluno, escola e família Thaís Cardim Os pequenos entram com a família, ganham beijos de até logo e desejos de “boa aula”. Já os maiores, com vergonha, se limitam a um beijo e um tchau, bem discreto. Ao passar do portão da Rua Oswaldo Cruz, 266, às 12h30, é possível ver quase todas as faixas etárias chegando para mais um dia de aula. O carinho não acaba depois da “despedida”. Na entrada, os pequenos abraçam, beijam e conversam com professores e funcionários. “O Santa é uma extensão da família”, explica a diretora do Colégio Santa Cecília, Marilisa Grottone. Entregar os filhos a alguém que não seja da família não é tarefa fácil. Porém, no Santa, muitos alunos são filhos de ex-alunos ou funcionários do Complexo Santa Cecília. “Há uma preocupação muito grande, não só com o conteúdo, mas com a formação do caráter, da personalidade da criança. Nosso convívio com as famílias é próximo e eles estão sempre presentes, para receber elogios ou quando necessitamos chamar a atenção. A receptividade é excelente”, revela a diretora, que tem 49 anos de Santa Cecília. Atualmente, por conta da jornada de trabalho, nem sempre os responsáveis têm tempo para conversar, presencialmente, com a direção e coordenação. Esse problema é resolvido com horários diferenciados e atendimentos por telefone. “Já atendi pais às seis e meia da manhã, na hora do almoço. Essa relação de amizade e confiança é fundamental para buscarmos, juntos, o melhor para a criança”, conta Marilisa. Assim como a diretora, vários funcionários estão no colégio há anos. Esse laço, criado com os alunos, faz com que muitos retornem à escola, trazendo seus filhos. Na recepção de alunos há 18 anos, Sônia Maria de Oliveira, a Tia Soninha, conhece cada rosto que passa por seu portão. Ela também atende a pequenas ocorrências e comunica aos responsáveis. “Tia Soninha, liga pra minha mãe?” e “Tia, preciso de uma autorização porque cheguei atrasado(a)” são as frases mais ouvidas pela funcionária, apaixonada pelo que faz. “Tem que ter certa psicologia, que a gente pega com a prática. Nem sempre eles pedem pra ligar porque não estão se sentindo bem. É saudade!”, comenta. ESTRUTURA Após meio século de vida e contando com mais de 1.500 alunos, o Colégio Santa Cecília permanece jovem e ligado em novas propostas de ensino-aprendizagem. O novo equipamento que promete auxiliar a assimilação de conteúdos é a lousa digital, disponível para professores de todos os anos do Ensino Fundamental e Médio. As turmas também contam os mesmos laboratórios de Química, Física e Biologia da Universidade Santa Cecília, garantindo a melhor estrutura para a realização de atividades experimentais. Já os pequenos têm acesso à brinquedoteca, equipamento da Faculdade de Pedagogia (FaPe), onde aprendem conceitos por meio da ludicidade. Toda essa estrutura compartilhada beneficia tanto os alunos do Colégio quanto os graduandos da Universidade, que realizam estágio nesses equipamentos. Além do investimento em materiais e novas tecnologias, o grande destaque do Colégio é o corpo docente. Muitos dos professores que lecionam no Ensino Médio também dão aula na Universidade. Essa vivência permite que o aluno ter contato com profissionais altamente capacitados, que os auxiliam na preparação para os vestibulares. Mas quem optar por seguir do Colégio para a Universidade pode contar com um método reconhecido pelo MEC e menos estressante do que o vestibular. A partir do primeiro ano do Ensino Médio, os alunos realizam um simulado com 40 questões referentes à matéria daquele bimes- tre. Essa pontuação é somada até o último ano e, atingindo a média referente ao curso escolhido, o aluno está aprovado na Universidade Santa Cecília. Os menores de seis anos de idade contam com um espaço próprio, o Cantinho da Tia Cecília, chamado carinhosamente de Cantinho. Lá, os alunos do minimaternal ao 1° ano do Ensino Fundamental iniciam a vida escolar de forma lúdica. As brincadeiras e atividades ensinam conceitos básicos como cores, figuras geométricas e, aos poucos, os pequenos são inseridos no mundo da leitura e da escrita. Porém, eles não ficam limitados àquele espaço, frequentando o Laboratório de Informática e o Ginásio Laerte Gonçalves, que ficam no Bloco A. Isso faz com que os pequenos conheçam, aos poucos, a grande estrutura na qual estão inseridos. Afinal, logo eles crescerão e estudarão no mesmo bloco. Do 2° ao 5° anos do Ensino Fundamental, os pais podem optar por inscrever os alunos em oficinas sem custo. São oferecidas atividades de dança, teatro, xadrez, flauta, tênis de mesa e artes plásticas. Também é possível inscrever o aluno em atividades extracurriculares, com custo reduzido, como futsal, handebol, basquete e natação. Brinquedoteca alia brincadeira com educação Educar de uma forma divertida é o objetivo da Brinquedoteca da Universidade Santa Cecília, que desde 2005 busca evidenciar para as crianças de 2 a 12 anos o quão importante pode ser brincar. Por meio dos cinco espaços temáticos, a criança aprende ao mesmo tempo em que se entretém. Segundo a ludotecária e estudante do curso de Pedagogia, Barbara Siqueira dos Santos, o espaço é uma forma interativa de ensinamento: “O objetivo da Brinquedoteca é que as crianças assimilem as brincadeiras de forma lúdica, ou seja, que desenvolvam a criati- Maurílio Carvalho Maurílio Carvalho ee nvolver criatividad Brinquedoteca estimula a criança a dese aprimorar seus conhecimentos vidade e os conhecimentos.” A Brinquedoteca é dividida entre os espaços Oficina de Arte Sucatoteca, Canto dos Jogos, Can- 22 Edição e diagramação: Willian Guerra PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 to da Leitura, Canto do Brincar e o Canto Fofo. “Os brinquedos são confeccionados pelas próprias alunas do curso de Pedagogia, criando uma inteiração do curso e o espaço”, comenta Barbara. Com tanta diversidade de atividades e brinquedos disponíveis para as crianças das instituições Lar Santo Expedito, Creche Lar Infantil Santa Rita de Cássia e o Colégio Santa Cecília, para os pequenos que estão cursando a Educação Infantil e a 1ª série, só existe uma dificuldade: “São as crianças que não guardam os brinquedos. Elas ficam tão empolgadas aqui que acabam se esquecendo disso”, diz a ludotecária. O horário de funcionamento da Brinquedoteca é de segunda a quinta, das 10 ao meio-dia e das 13 às 17 horas. Às sextas-feiras, o espaço opera das 9 às 11 e das 13 às 17 horas. Chegar aos 50 anos é motivo de orgulho para todos os que acompanharam essa caminhada. Desde o início de uma modesta escola primária, a semente multiplicou-se em árvores sólidas e frutos gratificantes, no ensino, na pesquisa e na extensão. Carina seles Momento de fé Inaugurado em agosto de 2008, o local de meditações é aberto a todas as crenças e religiões Vivi Ramos O silêncio do pequeno espaço é quebrado pelos sussurros de orações. Nas paredes, quadros mostram as doze estações da via-sacra, relebrando o caminho de Cristo à crucificação. O vitral ao centro retrata Jesus acolhendo as crianças. Uma mensagem para quem busca ali o acolhimento nas horas difíceis. Este é o cenário da Capela Ecumênica da Universidade Santa Cecília, situada no Bloco M, na área de convivência Boulevard Doquinha. O objetivo da construção é ser um espaço de oração, inspiração e fortalecimento para estudantes, professores e funcionários de todas as religiões e credos. “Venho buscar conforto e estímulo para chegar à sala de aula mais relaxado e disposto. A gente passa o dia naquela correria e esse momento de oração é fundamental para a mente e o espírito. Os reflexos disso sentimos não só no estudo, mas também em casa”, diz o estudante do último ano de Matemática, Ricardo Souza Damásio, de 26 anos. A capela foi inaugurada em 21 de agosto de 2008 e surgiu a pedido de alunos, professores e funcionários da Universidade que reivindicavam um local para meditações. Ocupando uma área de 60 metros quadradros, a construção é toda em alvenaria. O projeto foi elaborado com intuito de preservar o meio ambiente, como explica o pró-reitor administrativo da Universidade Santa Cecília, Marcelo Teixeira. “A construção fica próxima às árvores situadas do boulevard e foi desenvolvida sem derrubar a área verde, tendo inclusive aberturas para a passagem de galhos e troncos de duas árvores”. O projeto estrutural foi feito pelo professor de Engenharia Civil da UNISANTA, Pedro Menezes Marcão, e o conteúdo arquitetônico inicial foi desenvolvido pelo professor Edison Fernandes. A construção contou com a colaboração dos alunos dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade. Ao lado da capela, permanece a Gruta de Santa Cecília. Marcelo Teixeira destaca a importância da capela para a Universidade. “A capela foi feita para que todos que passem por ali possam renovar a fé e fortalecer a espiritualidade. Respeitamos todas as cren- Ceciliana ajuda a editar obras Glenda Poletto Desde 1996, a UNISANTA mantém uma editora universitária. Criada pela alta direção da antiga Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes, a editora tem reconhecimento nacional. Dois exemplos de sucesso são os livros O Caderno de Croquis de Pagu, de Lúcia Maria Teixeira Furlani, e o projeto Vozes de Santos, elaborado por alunos sob orientação do jornalista Gilberto Dimenstein. No início, o principal objetivo era a divulgação de publicações científicas dos professores da Universidade. Hoje, a editora é responsável pela publicação de obras de vários gêneros literários, inclusive a produção de alunos. “Ao contrário do que se pensa, uma editora universitária não publica somente livros baseados em teses e monografias, mas também livros de interesse geral”, afirma o pró-reitor comunitário e coordena- dor da Editora Ceciliana, Aquelino José Vasques. Segundo Vasques, a principal função da editora universitária é estimular a produção intelectual ou científica de docentes e pesquisadores. “Podemos comparar a editora com uma biblioteca, uma sala de aula ou um laboratório, pois ela divulga informações e conhecimentos produzidos no âmbito das instituições de ensino superior”, diz. O pró-reitor explica que as editoras universitárias têm como principal fonte de renda os convênios e parcerias com as próprias instituições de ensino e os recursos gerados pela venda de livros. “São empresas sem fins lucrativos e trabalham unicamente para atender a produção científica dos docentes”, diz. A editora funciona assim: os livros são apresentados ao pró-reitor; em seguida, passam pela análise do Conselho Editorial, que é formado por professores doutores especializados da própria instituição de ensino, responsável em decidir qual ças e religiões e incentivamos todos os ensinamentos que nos levam a Deus, que é o único de todos”, diz. Apesar de ser um local ecumênico, a capela abriga imagens de santos católicos. Para Teixeira, a presença delas não interfere no comparecimento de frequentadores de outras religiões. GRUPO DE ORAÇÃO Apenas 15 minutos fazem a diferença. Toda às quintas-feiras, durante o intervalo das aulas, lá estão eles para o momento de louvor e oração. “É muito especial o encontro, pois é um momento de renovação. Quinze minutos conversando com Deus já são suficientes para nos trazer a tranquilidade e a paz”, destaca a estudante do 1º ano de Administração, Franciele Gonçalves Ferreira, de 19 anos. Ela faz parte do Grupo de Oração Universitária (GOU) da UNISANTA. Há um ano, o grupo desenvolve atividades na Capela Ecumênica. Franciele acha que o local propicia mais tranquilidade para o momento de oração. “Até poderia ser no corredor, no pátio, em qualquer lugar, mas na capela nos concentramos melhor, pois não existem outras pessoas tirando a atenção”. O grupo é organizado pelo Ministério Universidades Renovadas — MUR — da Renovação Carismática Católica. Um dos organizadores do grupo, Tiago Kenji, de 21 anos, aluno do 4º ano do curso de Fisioterapia, explica o surgimento do GOU. “Ele surgiu dentro de uma faculdade no interior de São Paulo. Nós nos reunimos para louvar e bendizer a Deus”. O GOU nasceu da iniciativa de três jovens, como destaca o coordenador do grupo e estudante do segundo ano de Ciências da Computação, Gilson Pereira Fontes Junior, de 24 anos: “Éramos três. Um trancou a matrícula. Eu e o Tiago continuamos o projeto aqui na capela, até que outras pessoas se juntaram a nós. Nosso objetivo é levar não só a palavra de Deus, mas mostrar a cultura de Pentecostes, uma cultura de amor verdadeiro de Deus”, diz. A Capela está aberta de segunda a sexta, das 7 às 22 horas, e aos sábados pela manhã. Os interessados em agendar missas, cultos e outros encontros religiosos podem entrar em contato pelo e-mail assecom@ unisanta.br. JUliene OliVeira ca estimular a O coordenador Aquelino Vasques bus entes produção intelectual e científica de doc livro será publicado. “Se a obra for compatível com a linha editorial, ela receberá um parecer de mérito. Sendo positivo, o trabalho poderá ser publicado, desde que esteja em consonância com o autor, isto é, diagramação, capa, ilustrações, se houverem, tipo de papel e outros pormenores. O ônus da publicação poderá ser somente da editora ou das parcerias que possam existir”, explica o coordenador. Os trabalhos que chegam até o reitor são de todos os tipos. Entre eles pesquisas de anos, que estão desatualizadas, temas que fogem ao âmbito da pesquisa e até mesmo li- vros de receitas. Teses e dissertações podem virar livros bem aceitos pelo público. O livro da professora Lúcia, A Claridade da Noite – Os Alunos do Ensino Superior Noturno, baseou-se em sua tese de doutorado. A Revista Ceciliana é outro exemplo desses trabalhos. Editada semestralmente, a revista é uma coletânea de textos dos professores, contando suas experiências. Até mesmo alunos escrevem. “Temos vários tipos de publicações. Nada impede que um aluno de Engenharia, por exemplo, publique um livro de poesias. Basta o aluno provar que tem um bom material de pesquisa e didática”, diz Vasques. Edição e diagramação: Michael Gil PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011 23 ECO M/U NIS AN TA FO TOS AR QU IVO ASS 1 ENSAIO 2 3 FOTO 1 - 1963 - Antigo ginásio na Avenida Rodrigues Alves, 332. FOTO 2 - 1979 - Alunos do Colégio Santa Cecília. FOTO 3 - 1973 - 1ª etapa das fundações do Bloco C. FOTO 4 - 2000 - Inauguração do Bloco E. 4 FOTO 5 - 1971 - 1ª piscina, na Rua Oswaldo Cruz, número 255. . FOTO 6 - 1981 - Inauguração do Ed Maria Féa. Foto 7 – 1973 - Primeira equipe de natação a competir no exterior (Portugal e Espanha). 5 6 7 24 Edição e diagramação:Joana Ribeiro PRIMEIRA IMPRESSÃO • Setembro de 2011
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