informativo semanal agl - AGL - Associação Gaúcha de Laticinistas

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informativo semanal agl - AGL - Associação Gaúcha de Laticinistas
INFORMATIVO SEMANAL AGL
SUMÁRIO:
Porto Alegre, 19 de Outubro de 2012. ........................................... 3
Cadeia produtiva do leite RS conhece a experiência da Holanda e
da Alemanha .................................................................................. 3
Setor leiteiro busca subsídios para a criação de uma política
estadual na Europa ........................................................................ 3
Delegação gaúcha visita fazenda escola na Holanda ...................... 5
SC: Gado leiteiro volta a ser atração na Expolages ........................ 6
Leite/SC......................................................................................... 7
Conseleite/PR ................................................................................ 8
Luiz Carlos de Oliveira é exonerado do Dipoa ................................ 8
Outubro poderá ser decisivo para o mercado lácteo ...................... 9
Pequenos produtores lutam para melhorar o preço do litro de leite
.................................................................................................... 10
Carnes, cereais e leite aceleram inflação ..................................... 11
Saída de Pedro Arraes do comando da Embrapa é oficializada em
despacho ..................................................................................... 13
MAPA e Embrapa calculam pegada hídrica da produção leiteira ... 14
Conferência do Leite será entre os dias 6 e 8 de novembro, em
Brasília (DF) ................................................................................ 14
A crise mundial e o agronegócio .................................................. 15
Importação .................................................................................. 17
Brasil e EUA adotam agenda para ampliar investimentos e
negócios ...................................................................................... 17
Um novo tempo para o agronegócio paulista ............................... 18
Deputados defendem nova lei para controle de alimentos de
origem animal .............................................................................. 20
Produção de Leite/IBGE I ............................................................ 21
Produção de Leite/IBGE II .......................................................... 22
BRF-Brasil Foods registra forte aumento das exportações em
setembro ..................................................................................... 22
Caio Rocha assume SDC com o desafio de regionalizar as ações do
Mapa ............................................................................................ 23
Presidente da CNA destaca avanços do Novo Código Florestal, mas
defende que o Congresso Nacional analise vetos do executivo .... 24
Região é a "menina dos olhos" para o agronegócio ..................... 26
Produção de leite deve aumentar 70% no período chuvoso ......... 27
Minas mantem posto de maior produtor de leite do Brasil ........... 28
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Argentina: Governo estuda divisão equitativa dos lucros no setor
leiteiro ......................................................................................... 29
Uruguai de olho no mercado de lácteos da Ásia ........................... 31
UE já tem nova regulamentação para o setor lácteo para o
momento pós cotas ...................................................................... 32
Oceania ........................................................................................ 33
Europa ......................................................................................... 33
Dia Mundial da Alimentação ......................................................... 34
European Milk Forum lança nova campanha: "Leite, Nutritivo por
Natureza" .................................................................................... 34
China terá importante impacto no preço do leite ......................... 34
Leite/EUA .................................................................................... 35
Preços/EUA ................................................................................. 36
Leite/Reino Unido ........................................................................ 36
gDT: leite em pó integral sobe 9,2% e fecha leilão a US$
3.421/tonelada ............................................................................ 36
Califórnia deverá perder 6% das fazendas leiteiras ..................... 38
USDA prevê aumento das exportações de lácteos da Austrália .... 41
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Porto Alegre, 19 de Outubro de 2012.
RIO GRANDE DO SUL
Cadeia produtiva do leite RS conhece a experiência da Holanda e da Alemanha
O Secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, Cláudio Fioreze,
iniciou nesta segunda-feira, 15 de outubro, um roteiro de visitas técnicas à centros de
pesquisa, indústrias e propriedades rurais que trabalham com produção de leite na
Holanda e na Alemanha. A viagem é promovida pelo Sindilat - Sindicato da Indústria de
Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul, e a meta da comitiva é
conhecer de perto as novas tecnologias em processamento e o sistema de governança da
cadeia produtiva do leite nestes dois países da Europa - "... o nosso maior objetivo,
enquanto governo, é de ir lá e ver essa parte de organização da cadeia produtiva, de
gestão da cadeia, os fundos que por ventura lá existam, públicos ou privados, e os
institutos de gestão, como é que se dá a gestão da cadeia produtiva do leite lá, além, é
claro, da parte técnica" destaca Cláudio Fioreze. Segundo ele até o fim de outubro o
governador Tarso Genro deve anunciar um conjunto de medidas para o setor lácteo
gaúcho,
que
incluem
programas
de
fomento,
criação
do
Instituto
do
setor
e
investimentos, que envolvem as Secretarias da Agricultura, Pecuária e Agronegócio,
Fazenda, Desenvolvimento e Promoção do Investimento e Desenvolvimento Rural. O
grupo do RS que realiza a visita saiu de Porto Alegre no último sábado, 13 de outubro.
Além da representação da SEAPA e sócios do Sindilat a comitiva é composta também por
Deputados Federais e Estaduais, representantes da FETAG, Banrisul e Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O retorno está previsto para a próxima sextafeira, 19 de outubro. Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Setor leiteiro busca subsídios para a criação de uma política estadual na Europa
O primeiro dia de visitas na Holanda da delegação coordenada pelo Sindilat/RS, formada
por empresários do setor, representantes do governo do Estado e deputados, começou
nesta segunda-feira, 15, na CRV, uma cooperativa internacional que atua em três
segmentos de mercado: informação de produtos, serviços e melhoramento genético do
gado leiteiro. Ela foi fundada em 1874 e é a instituição pioneira em identificação e
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registro de rebanho no mundo. Entre seus serviços estão a consultoria de reprodução e
acasalamento, análise de leite, registro de livro genealógico, transplante de embriões,
inseminação artificial, desenvolvimento, produção e venda de produtos genéticos como
sêmen e embriões. O grupo tem filiais no Brasil, Nova Zelândia, República Checa,
Alemanha, Luxemburgo e Espanha. Em 2011, vendeu 11 milhões de doses de sêmen,
duas mil na unidade só na CRV Lagoa, em Sertãozinho, São Paulo onde possui a maior
unidade da América do Sul. Os acionistas são cerca de 50 mil associados e clientes da
holandesa Co-operative CR Delta e VRV Cooperativa Flamengo, que formaram a CRV,
com sede na cidade de Arnhem. A cooperativa tem o controle genético e de análise de
sêmen de 90% do rebanho holandês. Desde 2006, já fez seleção genética de 23 mil
touros, em todos os países da Europa em que atuam, com conhecimento do que tem de
bom no DNA de cada um. O presidente do Sindilat/RS, Wilson Zanatta, ressaltou a
profissionalização do produtor holandês, com o custo ajustado da produção de 30
centavos de euro por litro de leite, recebendo da indústria 35 centavos de euro. A
segunda visita foi na fazenda De Halve Welle, em Steenderen, pertencente à família
Huetink, que já está na oitava geração de produtores de leite. O proprietário mostrou
suas práticas de manuseio do rebanho de 200 animais numa área de 110 hectares. Após,
o grupo se deslocou para a cidade de Zutphen, onde está localizado o laboratório Qlip,
que executa programas de garantia de qualidade nas fazendas de gado leiteiro da
Holanda. O laboratório realiza visitas/inspeções em fazendas leiteiras no âmbito de
programas de garantia de qualidade a que o agricultor deve cumprir. Para essas
atividades a Qlip certifica de acordo com a norma ISO/IEC 17020 (RvA Reg.No. I121).
Além disso, requisitos legais gerais são complementados por solicitações dos clientes.
Zanatta observa que todas as amostras de leite da Holanda são analisadas pelo Qlip. "É
impressionante a qualidade dos sólidos totais do leite, chegando a 4,5% de gordura,
3,5% de proteína e contagem bacteriana de 11 mil/ml." Segundo o presidente do
Sindilat/RS, o objetivo principal da viagem é obter subsídios para a criação do Instituto
Brasileiro do Lácteo, projeto que deve ser enviado à Assembleia Legislativa ainda este
ano, incluído na Política Estadual do Setor de Laticínios em elaboração na Secretaria da
Agricultura do Estado, com a participação de representantes da indústria de leite e
derivados. "Será um divisor de águas para o setor lácteo", afirma Zanatta. Participam da
viagem Clóvis Marcelo Roesler (Laticínios Roesler), Celso Possa (Italac), Jeferson
Smaniotto (Piá), Fernando Oliveira de Araujo (Cosuel), Airton Seyffert (Cosulati), Daniel
Retzlaff (Cosulati), Felipe Krolow (Cosulati), Edvilson Brum (Conab), Jaime Sulzbach
(Banrisul),
Darlan
Palharini
(Sindilat/RS),
Marcelo
Bergamaschi
(Cotrilac),
Nádia
Bergamaschi (Cotrilac), Giovanni Padilha da Silva (Secretaria da Fazenda do RS), Cláudio
Fioreze (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento do RS), Taylor Favero
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Guedes (Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do RS), Carlos Joel
da Silva (Fetag), Zilá Breitenbach (Deputada Estadual PSDB), Giovani Luzzatto
(Assessor), José Silva Soares (Deputado Federal PDT de Minas Gerais), Alceu Moreira
(Deputado Federal PMDB), Elvino Bohn Gass (Deputado Federal PT), e Gilmar Sossella
(Deputado Estadual PDT). Fonte: Sindilat
Delegação gaúcha visita fazenda escola na Holanda
Na visita ao Practical Training and Consultancy (PTC+), centro privado de práticas e
treinamentos para a agroindústria em Oenkerk, província de Friesland, Holanda, nesta
terça-feira, 16, a delegação gaúcha que está na Europa, com a coordenação do
Sindilat/RS,
avaliou
possibilidades
de
parcerias
para
qualificar
as
empresas
e
profissionais que atuam na cadeia de lácteos do Estado. Uma das preocupações do
presidente do Sindilat/RS, Wilson Zanatta, é criar alternativas no Rio Grande do Sul
como uma fazenda escola para os produtores aumentarem a produtividade e a qualidade
do leite e derivados e conquistarem novos mercados. O PTC + dá suporte para
profissionais e organizações empresariais, além de aconselhar e viabilizar um completo
processo de desenvolvimento, que são adaptados para as empresas ou indivíduos de
várias partes do mundo. São 50 professores especializados desde o nível básico até o
profissional, com várias práticas para o gado de leite, agricultura, solo, passando pela
logística e preparação de vendedores. Segundo o diretor da PTC+, Bertus Bronkhorst, o
conceito de treinamento do centro educacional é a prática acima de tudo. "O aluno
aprende fazendo", explicou ao grupo gaúcho. A escola possui uma área de 200 ha onde
acontece desde a ordenha da vaca até a produção de derivados do leite. Os alunos e
clientes treinam os processos, utilizando tecnologias antigas e as mais modernas,
dependendo de seu estágio e interesse. Antes, ainda nas mãos do Estado holandês, os
alunos aprendiam só a teoria e depois voltavam para suas empresas sem saber como
utilizá-la, conforme Bronkhorst. "Agora, procuramos saber quais as necessidades dos
clientes, que decide o tempo de estudo, conteúdos e práticas", acrescentou. A PTC+
também prepara professores de outros países, sempre analisando as necessidades locais.
A segunda visita do dia foi na fazenda Bruunshoghe, em Makkinga, aldeia no município
holandês de Ooststellingwerf, também na província de Friesland, de propriedade de Kees
Gorter, membro do Conselho Fiscal da CRV, cooperativa holandesa e belga que atua em
três segmentos de mercado: informação de produtos, serviços e melhoramento genético
do gado leiteiro, visitada na segunda-feira,15, pela delegação gaúcha. Gorter possui 200
vacas em lactação em 100 ha. A produção chega a nove mil litros por ano/vaca, em 10
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meses de produção, com 3,5% de proteínas 4,5% de gordura. Ele explicou que toda a
primeira segunda-feira do mês o preço do litro de leite é definido e pago pela indústria
no mês seguinte. No final do ano, o produtor terá uma bonificação pela gordura e
proteína de seu rebanho. Ele acredita que o fim do sistema de cotas de produção de leite
no Mercado Comum Europeu em 2015 para superar a atual crise econômica irá aumentar
a produção holandesa em 5%, o que levará o pequeno produtor a sair do mercado.
Fonte: Sindilat
SANTA CATARINA
SC: Gado leiteiro volta a ser atração na Expolages
Depois de 15 anos, a Expolages reabre suas portas para os produtores de leite que, já no
seu retorno ao evento, vão apresentar animais que têm conquistado a admiração de
criadores e especialistas.
A Expolages 2012, que abre nesta terça-feira, em Lages, com a chegada dos animais,
contará com mais de mil bovinos, equinos e ovinos em julgamentos e leilões. E 30
estandes ocupados por empresas do ramo de equipamentos e produtos agrícolas, 64 dos
setores da indústria, comércio e serviços e mais 16 do ramo imobiliário.
Os julgamentos começam na quinta-feira. A expectativa é de que a movimentação
financeira ultrapasse a casa dos R$ 5 milhões.
Mas apesar de todas essas atrações, é no retorno dos produtores de leite que está o
grande destaque da Expolages. A participação será pequena, com apenas 10 criadores
das cidades de Lages, Braço do Norte, Rio do Sul, Capão Alto e São José do Cerrito,
expondo aproximadamente 90 animais, com idades entre três meses e dois anos e que
ainda não pariram.
Mas ainda que seja um tanto limitada e tenha o caráter de exposição, e não de
comercialização, a 1ª Feira Estadual Jovem da Raça Jersey será uma grande
oportunidade para os produtores de todo o Estado conhecerem uma raça bovina que vem
conquistando mais admiradores. As vacas Jersey produzem um leite de maior qualidade
em relação às holandesas.
Especialistas como o agrônomo Humberto Silveira de Souza e o analista de mercado
Francisco Carlos Heiden, ambos da Epagri, destacam que o leite da Jersey tem mais
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componentes sólidos, como gordura, proteínas e sais minerais. O maior ganho está na
gordura. Enquanto o leite da Jersey tem 4,5%, o da holandesa tem 3,3%. Esta diferença
se reflete no rendimento do leite. Para fazer um quilo de queijo, por exemplo, são
necessários dez litros de holandesa, mas apenas sete da Jersey.
- A presença da raça Jersey ainda é pequena porque os produtores gostam de vacas que
produzem bastante, e as holandesas dão mais leite. Além disso, no Oeste, que concentra
73% da produção do Estado, predomina a raça holandesa. Mas a Jersey está crescendo
muito, garante mais qualidade e o seu leite vai ser mais bem pago que o da holandesa diz o analista Francisco.
- A Expolages será uma vitrine para a Jersey, pois receberá a elite da raça, já que os
melhores animais do Sul do Brasil estão em Lages e Braço do Norte - completa o
agrônomo Humberto.
Estimativas da Secretaria de Estado da Agricultura apontam que o rebanho leiteiro de
Santa Catarina é de aproximadamente 900 mil vacas, sendo cerca de 70% da raça
holandesa e 30% da Jersey.
A produção ultrapassa os dois bilhões de litros por ano, dos quais, 73% no Oeste. Os
produtores chegam a cerca de 60 mil em todo o Estado, como Casemiro Marin, de Lages,
que há 52 anos se dedica à criação de vacas Jersey e vai expor nove animais durante a
Expolages. Fonte: Diário Catarinense
Leite/SC
Santa Catarina conta com 60 mil produtores de leite, como Casemiro Marin, de Lages,
que há 52 anos é criador de vacas da raça jersey. Estimativas da Secretaria de Estado da
Agricultura apontam que o rebanho leiteiro de Santa Catarina é de aproximadamente
900 mil vacas, sendo cerca de 70% da raça holandesa e 30% Jersey. A produção
ultrapassa os dois bilhões de litros por ano, dos quais, 73% no Oeste. O preço do litro
pago aos produtores varia de R$ 0,66 a R$ 0,83. Assim, o Valor Bruto da Produção
(VBP), que é a multiplicação do volume produzido pelo preço médio do litro (R$ 0,76), é
de R$ 1,8 bilhão por ano. Isso contando só o leite produzido e vendido, sem considerar o
que ficou para trás na cadeia produtiva, como a ração do gado, e o que vem depois,
como o queijo feito com o leite. Fonte: ClicRBS
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PARANÁ
Conseleite/PR
A diretoria do Conseleite-Paraná reunida em Curitiba, atendendo os dispositivos
disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprovou e divulgou os
valores de referência para a matéria-prima leite realizados em outubro de 2012,
calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e
do
mix
de
comercialização
dos
derivados
lácteos
praticados
pelas
empresas
participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem à
matéria-prima leite denominada "Leite CONSELEITE IN62", que se refere ao leite
analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células
somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana. Para o leite pasteurizado o valor
projetado para o mês de outubro de 2012 é de R$ 1,3570/litro. Visando apoiar políticas
de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite Paraná
disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado
em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e
contagem bacteriana. Fonte: Sistema FAEP
BRASIL
Luiz Carlos de Oliveira é exonerado do Dipoa
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de
Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, foi exonerado
do cargo. A decisão publicada no Diário Oficial da União foi assinada pela ministra-chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O Ministério da Agricultura informou que a exoneração do
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dirigente se deve às reestruturações que estão sendo feitas na Defesa Agropecuária e
que ainda não existe indicação de substituto.
Nos bastidores, comenta-se que a exoneração de Luiz Carlos de Oliveira já era esperada,
em função das denúncias sobre medidas que supostamente beneficiariam as indústrias
de carnes. Em fevereiro deste ano a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma
investigação para investigar o recebimento por Oliveira de R$ 660 mil da Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) num acordo extrajudicial relativo
a disputa trabalhista.
Oliveira, que é funcionário de carreira do Ministério da Agricultura, foi diretor executivo
da Abiec de junho de 2008 a janeiro de 2009, quando foi demitido e recorreu a Justiça
para contestar a quebra do contrato de prestação de serviço. Em janeiro de 2011, ele foi
nomeado para o comando do Dipoa. Fonte: Agência Estado
Outubro poderá ser decisivo para o mercado lácteo
Outubro fornecerá a "prova decisiva" para os mercados lácteos revelando a reação da
demanda - limitada pelo fraco crescimento econômico - e o aumento sazonal na
produção de leite na região da Australásia.
Os preços dos lácteos caíram no último leilão GlobalDairyTrade, surpreendendo muitos
analistas. Considera-se a queda contínua na produção em importantes produtores do
hemisfério norte, incluindo União Europeia (UE) e Estados Unidos, além dos padrões
sazonais.
A produção da UE em julho, no último mês em que existem dados oficiais, caiu em 2,7%
com relação ao ano anterior, para 11,7 milhões de toneladas, com a produção dos
Estados Unidos caindo em agosto em 20 milhões de quilos, ou 0,3%.
"O menor crescimento na produção em importantes regiões fornecedores exportadoras
agora está se tornando evidente, com a UE e os Estados Unidos ambos caindo em
relação ao ano anterior pela primeira vez desde o começo de 2010", disse o Rabobank.
Entretanto, o impacto nos preços se mostraram mais regionais que globais. O menor
crescimento na produção na UE e nos Estados Unidos, levou a uma "divisão nos preços
internacionais", disse o banco, citando em particular os maiores preços do leite em pó
desnatado e da manteiga no hemisfério norte.
De fato, o GlobalDairyTrade mostrou que a Arla da Dinamarca e a Dairy America, da
Califórnia, ganharam prêmios de até 4% sobre o leite em pó desnatado oferecidos pela
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Fonterra, da Nova Zelândia, que executa o leilão.
O destino dessa diferença nos preços, além de sua direção, parece que será decidido
nesse mês. Será preciso avaliar como será a produção na Australásia.
De fato, a produção na Austrália começou 2012-13 "favoravelmente", com a produção
aumentando em 3,3% nos dois meses de abertura, apesar de representarem apenas
uma pequena proporção da produção total do ano. "Boas condições atuais de umidade do
solo e disponibilidade de irrigação podem significar um bom crescimento de pastagens na
primavera", disse o Rabobank.
Na Nova Zelândia, o maior exportador de lácteos, "as taxas de crescimento de produção
de leite com relação ao ano anterior começaram a reduzir em setembro, particularmente
na Ilha Norte".
Do lado da demanda, os mercados emergentes, que apoiaram os mercados de lácteos,
parecem que continuarão tendo um papel importante. A demanda deverá continuar
expandindo, as compras estão em risco de desaceleração para aqueles países que podem
ter tido a oportunidade de estocar para necessidades de curto prazo". Fonte: Agrimoney
Pequenos produtores lutam para melhorar o preço do litro de leite
Os pequenos produtores de leite recebem menos dinheiro pelo litro do que os médios e
grandes. O que mais interfere no preço é a quantidade do produto que eles entregam
diariamente.
Hélio Pereira, um pequeno produtor de leite, do município de Uberlândia, no Triângulo
Mineiro tem 30 vacas em lactação. Ele consegue retirar 240 litros por dia e neste mês
está recebendo R$ 0,83 pelo litro.
“Ter uma boa qualidade para poder ter o preço melhor”, comenta Hélio Pereira, Produtor
de leite
Dos R$ 0,83 pelo litro que Hélio Pereira recebe, dez centavos correspondem ao prêmio
pela qualidade do leite. Para garantir esse valor, a família investiu em ordenhadeiras
mecânicas. Na desinfecção dos equipamentos, Hélio conta com a ajuda dos filhos André,
que é agrônomo, e Adriano, veterinário. “Hoje o mercado exige qualidade então o
produtor tem que procurar se adequar a essas exigências”, afirma Adriano Pereira,
Veterinário
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Mesmo com qualidade, os pequenos produtores acabam recebendo preços menores do
que os grandes criadores. Em outra fazenda são 130 vacas em lactação e a produção
diária chega a três mil litros. O preço pago pela cooperativa em outubro chaga a R$ 1,01
e o gerente explica que pretende aumentar o premio que recebe pela qualidade para isso
investe em melhorias para a estrutura
“Compramos ordenha nova, fizemos piso com ranhura na sala de espera, na sala de
ordenha e estamos montando o sombrite da sala de espera com nebulizador. Tudo isso
para poder garantir um ambiente melhor mais adequado para as vacas”, declara
Clístenes Procópio, gerente da fazenda.
A quantidade de leite entregue por dia é o principal fator que influi no preço pago pelas
cooperativas e laticínios particulares.
Em Uberlândia, o pequeno produtor que entrega 50 litros por dia, recebe hoje R$ 0,71,
para quem entrega dois mil litros, o valor sobre para R$ 0,88. Esses são os preços
básicos. A esses valores são acrescentados os prêmios pela qualidade que variam
dependendo do produtor.
A cooperativa de Uberlândia, Calu, recebe por dia 140 mil litros, de 800 cooperados. O
presidente da cooperativa, Cenyldes Vieira, justifica a política de preços que é aplicada
aos fornecedores. “Suponhamos que vamos captar mil litros de leite, nós vamos coletar
em uma única propriedade ou podemos fazer em 20 propriedades, com produção de 50
litros. Obviamente que captar esse leite em uma única propriedade é mais barato, custa
menos pra cooperativa, do que coletar em 20 propriedades diferentes. Os laticínios e as
cooperativas tiveram que adotar tal prática, porque ela é uma prática de mercado e hoje
nós não podemos fugir dela”, declara. Fonte: Portal Lácteo
Carnes, cereais e leite aceleram inflação
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS), calculado pela APAS/FIPE,
apresentou em setembro alta de 2,01% em relação a agosto. Segundo a Associação
Paulista de Supermercados, esta é a maior variação mensal de preços desde outubro de
2010 (2,43%).
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“No que diz respeito ao mês de agosto, esta é a maior elevação em toda série histórica,
iniciada em 1994. Em 12 meses, alta dos preços nos supermercados foi de 8,32% e no
acumulado do ano, de janeiro a setembro, foi registrada elevação de 6,02%”.
A inflação em 2012 vem sendo pressionada, principalmente, pelos alimentos. As
categorias que mais contribuíram para a elevação dos preços neste mês foram os
produtos semielaborados (carnes, cereais e leite) com alta de 4,82%, correspondente a
55% da elevação nos preços dos alimentos. Só esta categoria foi responsável por 1,11
ponto percentual da elevação de 2,01% nos preços verificada neste mês.
Já em 12 meses os produtos semielaborados subiram 4,26%, o que corresponde a 24%
da elevação de preços. No acumulado do ano (janeiro a setembro), responderam por
16%. Os produtos industrializados, com alta de 1,40% em setembro, foram responsáveis
por, aproximadamente, 29% da elevação dos preços de alimentos neste mês, o que
corresponde a 0,58 ponto percentual da elevação de 2,01% nos preços.
A associação desta que este movimento não é uma exclusividade no Brasil e ocorre em
nível mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), os preços dos alimentos no mundo registraram alta de 1,4% em
setembro em relação a agosto.
De acordo com a pesquisa, o fator preponderante para este aumento decorre da seca
severa nos Estados Unidos, que gerou a quebra da safra de milho naquele país e afetou a
produção de soja e trigo, comprometendo a oferta mundial de cereais no mundo. Aliado
a isto, o clima desfavorável no Brasil também afetou algumas culturas agrícolas,
pressionando os preços de diversos produtos.
Diante da evolução dos preços nos últimos meses a expectativa é que os preços
apresentem elevação de, aproximadamente, 6% no fechamento de 2012 em relação a
2011.
Confira abaixo os principais reajustes:
A alta mais expressiva dos semielaborados (Carnes, Cereais e Leite) foi verificada nas
aves (7,68%), carnes suínas (7,77%), carnes bovinas (5,05%) e leite (2,78%).
No que diz respeito aos preços nos supermercados, no mês de agosto as elevações mais
expressivas foram verificadas no limão (60,56%), batata (44,22%), maracujá (27%),
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pernil com osso (15,59%), cebola (10,40%), peru (9,52%), arroz (8,58%), presunto
(8,42%), contrafilé (8,30%), chuchu (8,13%). Por outro lado, as maiores quedas em
setembro foram verificadas no pimentão (-40,01%), cenoura (-17,68%), tomate (17,25%), couve (-15,76%), jiló (-14,91%), berinjela (-14,87%), beterraba (-14,50%),
alface (-13,99%), vagem (-11,28%), melão (-9,84%).
Os preços dos produtos industrializados apresentaram alta de 1,40% influenciada
diretamente pelos preços em derivados da carne (5%) e panificados (3,56%). Os
produtos com destaque de alta foram linguiça (5,92%), salsicha (7,28%) e pão francês
(6,59%). Em 12 meses a alta nos preços dos produtos industrializados foi de 6,98% e no
acumulado do ano (janeiro a setembro) a elevação foi de 4,75%.
Os preços dos produtos hortifrutigranjeiros (produtos in natura) registraram elevação de
0,95%, devido à alta nas frutas (3,27%) e tubérculos (21,31%). Enquanto isso, o preço
das verduras apresentou queda de 9,44% e legumes queda de 15,18%. Fonte: Portal
Lácteo
Saída de Pedro Arraes do comando da Embrapa é oficializada em despacho
Despacho do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, publicado na edição desta
sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU), determina o afastamento temporário de
Pedro Arraes Pereira do cargo de presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) e exoneração de Francisco Basílio Freitas de Souza do cargo de
chefe da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa.
Ficou estabelecida ainda a constituição de Comissão de Sindicância, integrada por
servidores do ministério a serem indicados pelo secretário-executivo da Pasta, para
analisar a constituição da Empresa Embrapa Internacional, INC., com sede no Estado de
Delaware, nos Estados Unidos, diante da "constatação de que houve descumprimento de
preceitos legais e estatutários na criação da empresa", informa a nota, "e que restou
demonstrada a responsabilidade direta dos Senhores Pedro Arraes Pereira e Francisco
Basílio Freitas de Souza, na constituição da referida empresa internacional".
O despacho prevê encaminhamento de Aviso Ministerial ao ministro chefe da AdvocaciaGeral da União, "solicitando acompanhamento, orientação e, se possível, coordenação de
todos os atos necessários à desconstituição da empresa Embrapa Internacional, INC".
Fonte: Agência Estado
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MAPA e Embrapa calculam pegada hídrica da produção leiteira
Espera-se que os estudos deem respostas sobre parâmetros de gestão e eficiência do uso
da água na produção leiteira. A pegada hídrica é um instrumento de gestão voltado para
a promoção da eficiência no uso da água, na busca do uso sustentável e no estímulo ao
compartilhamento equitativo entre os diferentes setores produtivos.
O objetivo do projeto é calcular o consumo de água verde (chuva), azul (superficial e
subterrânea) e cinza (volume necessário para diluir os efluentes da atividade pecuária)
no sistema de produção de leite convencional e orgânico, bem como propor boas práticas
hídricas para redução dos valores calculados.
Considerando a água como um dos insumos valiosos para aumentar a produtividade do
setor agropecuário brasileiro, o Ministério da Agricultura considera como desafio a
regularização e a racionalização do uso da água e o controle dos efeitos das atividades
produtivas no meio ambiente.
O projeto também se encaixa na meta, prevista no Plano Plurianual 2012-2015, de
contratação de 30 estudos incrementais relacionados com a irrigação. Fonte: Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Conferência do Leite será entre os dias 6 e 8 de novembro, em Brasília (DF)
Em reunião da Subleite, nesta quarta-feira, 10, foi definido que a Conferência Nacional
do Leite deve ocorrer entre os dias 6 e 8 de novembro, em Brasília. Mais de 20
representantes do setor lácteo aprovaram a proposta para a realização do encontro.
Ainda foi formado um comitê para conduzir a organização da conferência. A conferência
deve consolidar a política nacional do leite, redigida pelo deputado Alceu Moreira
(PMDB/RS), que pretende criar um marco regulatório para o setor, o Conselho Nacional
do Leite, um órgão permanente para trabalhar em parceria com todos os entes
envolvidos no processo. O conselho deve abranger a produção, industrialização e
comercialização, além de medidas nas questões sanitárias, ambientais, tributárias,
sociais, pesquisa e assistência técnica - extensão rural. O Brasil ocupa o quarto lugar
14
INFORMATIVO SEMANAL AGL
mundial na produção de leite, com 30,8 bilhões de litros por ano, de acordo com dados
de 2011.
Programação:
Dia 6 - Debate em grupos temáticos para avaliar os dados apurados nas conferências
estaduais.
Dia 7 - Consolidação das propostas debatidas nos grupos temáticos.
Dia 8 - Apresentação do documento para apreciação e aprovação. Fonte: Assessoria
Deputado Alceu Moreira
A crise mundial e o agronegócio
O agronegócio assegurará, mais uma vez, o bom desempenho da balança comercial
brasileira, mas, como outros setores da economia, já sente os efeitos da crise
internacional. Nos nove primeiros meses do ano, as exportações do agronegócio
alcançaram US$ 71,25 bilhões, um valor excepcional se comparado com as exportações
totais do País. No período, o setor respondeu por 39,5% de tudo o que o País exportou, o
que
inclui
minérios,
matérias-primas
em
geral,
produtos
semimanufaturados
e
manufaturados, além dos seus produtos agrícolas e agroindustriais.
Mas esse valor é apenas 0,5% maior do que o registrado nos nove primeiros meses de
2011 e, se o desempenho recente se repetir até dezembro, é possível que o total
exportado pelo agronegócio em 2012 seja menor do que o do ano passado.
Como as importações do setor diminuíram 6,2% nos noves primeiros meses do ano na
comparação com o mesmo período de 2011, o saldo comercial cresceu 2,0%, tendo
passado de US$ 58,05 bilhões para US$ 59,22 bilhões, valor mais do que suficiente para
compensar com grande folga o déficit comercial registrado pelo setor industrial. Mas,
como as exportações, também o saldo comercial do agronegócio tende a diminuir,
embora, pelo valor que já atingiu, deva manter-se elevado nos próximos meses.
Em setembro, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, as
exportações do agronegócio alcançaram US$ 8,68 bilhões, 7,5% menos do que o valor
exportado em setembro de 2011 e 1,5% menor do que as exportações de agosto deste
ano. Redução do volume exportado, queda dos preços internacionais ou a combinação
desses fatores explicam a queda do valor exportado no mês passado.
As exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), principal item da pauta do
agronegócio, caíram 30,8% em valor e 39,9% em volume na comparação com setembro
15
INFORMATIVO SEMANAL AGL
de 2011. Um dos poucos setores que apresentaram aumento em relação ao ano passado
foi o de carnes (de frango, bovina e de porco), com aumento de 3% em valor.
A conclusão mais preocupante dos dados recentes sobre o comércio exterior do
agronegócio é que estão em queda, rápida em alguns casos, as vendas para os principais
mercados.
Em setembro, as exportações para os dois principais blocos compradores de produtos
brasileiros, que respondem atualmente por 55% do total das vendas externas do setor, a
Ásia (excluído o Oriente Médio) e a União Europeia, caíram 16,9% e 11,2%,
respectivamente.
Para a China, o maior cliente do agronegócio brasileiro, as exportações em setembro
foram 37,7% menores do que as de setembro de 2011. Nos nove primeiros meses do
ano, as exportações para a Ásia ainda registram aumento expressivo, de 15,3%. No
entanto, se se repetir a drástica redução das exportações para a China observada em
setembro, essa variação diminuirá rapidamente, e poderá se tornar negativa.
As exportações para a União Europeia já registram redução de 6,9% no acumulado dos
nove primeiros meses do ano e tendem a acentuar a queda, dada a persistência da crise
pela qual passa o bloco e que afeta duramente todas as exportações brasileiras. Os
resultados das exportações de outros produtos para a União Europeia são piores que os
do agronegócio, pois as vendas totais do Brasil para o bloco em crise diminuíram 8,1%.
Nota divulgada no início do mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior indica a queda das exportações de minério de ferro, produtos
siderúrgicos, ouro em forma semimanufaturada, plásticos, produtos químicos e aparelhos
eletrônicos, além de produtos exportados pelo agronegócio, como café, celulose e
carnes.
Para o Brasil, este deverá ser o pior ano do comércio com a Europa em uma década.
Mesmo assim, o resultado final ainda deverá ser um saldo comercial favorável ao Brasil,
mas o superávit poderá ser o menor desde 2002. Através da balança comercial, a crise
europeia afeta diretamente toda a economia brasileira, incluindo o agronegócio, que
continua sendo o setor mais dinâmico do comércio exterior do País. Fonte: CNA
16
INFORMATIVO SEMANAL AGL
Importação
Números preliminares da média diária de outubro de 2012 das importações de leite e
derivados, em dólar. Veja o quadro, considerando apenas os dias úteis.
Brasil e EUA adotam agenda para ampliar investimentos e negócios
Os empresários brasileiros e norte-americanos decidiram adotar uma agenda pragmática
para aumentar o comércio e o investimento entre os dois países e obter acordos que
eliminem a bitributação, proporcionem o reconhecimento mútuo da propriedade
intelectual e facilitem o fluxo de pessoas, eliminando vistos. Um acordo de livre comércio
não faz parte dessa agenda, afirmou o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado,
que preside a seção brasileira da 30ª reunião-plenária do Conselho Empresarial BrasilEstados Unidos (Cebeu), realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
ontem. "O objetivo é certamente aumentar - e aumentar muito - a cooperação entre
Brasil e Estados Unidos no campo do comércio e dos investimentos. Mas, neste
momento, discutir um acordo de livre comércio seria, na nossa visão, uma maneira não
muito realista de seguir em frente", afirmou. Conforme Curado, atualmente é muito mais
importante conseguir acordos que eliminem a bitributação entre os dois países, além de
acertos na área de propriedade intelectual e que reduzam as dificuldades ou até
eliminem a necessidade de vistos. Para negociar um acordo de livre comércio com os
Estados Unidos, o Brasil teria de fazê-lo no âmbito do Mercosul, com a anuência de todos
os países-membros. Mas priorizar um acordo de livre comércio em detrimento do bloco
regional não é a melhor alternativa, garantiu Curado. "Isso não está na pauta do
conselho, não é essa a visão do conselho empresarial", afirmou o presidente da Embraer.
De acordo com Curado, o fim da bitributação é um objetivo perseguido pelo conselho de
17
INFORMATIVO SEMANAL AGL
empresários há 40 anos, mas as discussões em torno da questão se tornaram mais
relevantes porque, atualmente, não são apenas as empresas americanas que querem
investir no Brasil - as companhias brasileiras cada vez mais investem nos EUA. "É
importante que Brasil e Estados Unidos consigam romper essa dificuldade histórica e
cheguem nesse acordo o mais rapidamente possível. Isso vai facilitar o fluxo de comércio
e de investimentos." Curado afirmou acreditar que, em breve, o Brasil será incluído no
Global Entry, programa do governo dos Estados Unidos que agiliza e, em alguns casos,
dispensa a exigência de visto para viajantes de alguns países - atualmente Holanda,
Coreia do Sul e México. Em março deste ano, a Missão Diplomática dos EUA anunciou a
implementação de um projeto-piloto nesse sentido, mas o programa ainda não está em
funcionamento. O presidente da seção americana no Cebeu, Gregory Page, também CEO
da Cargill, disse que a meta do conselho é ter relações cada vez mais profundas e fortes
entre os dois países. "Eu acho que a expansão da profundidade e da amplitude do
comércio entre os países é essencial. Existem grandes oportunidades para as duas
economias e alcançar essas possibilidades é a nossa meta", afirmou. Fonte: Jornal do
Comércio
Um novo tempo para o agronegócio paulista
Entretanto, talvez por preconceito político-ideológico, a importância da atividade e a
participação paulista não têm sido respaldadas pelo governo federal. Assim, deixamos de
explorar todo o potencial presente no empreendedorismo dos produtores, nossa liderança
na agricultura tropical conquistada pela pesquisa e a aptidão natural para a produção de
commodities agropecuárias. Lamentável, pois essas virtudes respondem à necessidade
de ampliação em 20% da produção de alimentos até 2020, indicada pela Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De janeiro a agosto de 2012, a balança do agronegócio paulista teve redução de 15,2%
no saldo comercial, em relação ao mesmo período de 2011, atingindo US$ 7,18 bilhões,
e as exportações setoriais representaram 3% a menos. A queda pontual não pode virar
uma tendência. Por isso, é imprescindível fortalecer a economia rural de São Paulo, cujos
destaques são os complexos sucroalcooleiro e citricultor, carne bovina e madeira (pinus e
eucalipto). Além disso, o cinturão verde da região metropolitana é responsável por 1/4
da produção nacional de legumes e o Estado é o maior produtor nacional de frutas, com
1/3 do total.
A agricultura paulista é a maior e mais diversificada do País, mas duas questões se
sobressaem quanto ao seu futuro: ampliar a oferta de alimentos e manter preços
18
INFORMATIVO SEMANAL AGL
estáveis, para atender ao aumento da renda familiar dos brasileiros; e condições
adequadas
para
que
o
setor
sucroenergético
cumpra
seu
papel.
Por
isso,
independentemente da negligência federal, o Estado precisa fazer sua parte.
Nesse
sentido, é necessário rever a
estrutura
da
Secretaria de Agricultura
e
Abastecimento, a começar pelo atendimento às demandas das propriedades agrícolas,
nas quais prevalecem as pequenas e médias. Dentre os estabelecimentos rurais
paulistas, só 15% já recorreram ao crédito rural, pois têm medo de hipotecar as
propriedades, e 3,5% acionaram o seguro rural, pois a maioria não o conhece. A
consequência é a dificuldade de modernização.
A secretaria, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, é fundamental
para transformar essa condição. A presença do setor público, seja referente à pasta ou
aos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, ainda conta pouco para a
imensa maioria dos pequenos e médios produtores. Uma limitação é a grande dificuldade
de a informação chegar até eles (função da extensão rural); outra é que apenas menos
de 1/4 participa de cooperativas ou sindicatos. É preciso melhorar a comunicação.
O governo paulista deve, ainda, fazer análise da logística de transportes de carga e das
estruturas portuárias disponíveis. São Paulo já tem a melhor malha rodoviária do País e
investirá mais na Hidrovia do Tietê-Paraná e na ferrovia. Esses são diferenciais
competitivos, mas o Estado deve mostrar ao Brasil uma visão moderna e inovadora sobre
o significado do desenvolvimento rural, baseada no paradigma contemporâneo do
agronegócio mundial, centrado na produtividade, rentabilidade e aprimoramento dos
mecanismos de gestão da qualidade, bem como na adequação ambiental e social em
todos os elos das cadeias produtivas. Para a gestão desse processo, seria apropriada a
criação do Índice de Desenvolvimento Rural das Regiões ou Municípios.
Todos esses fatores geram demandas e competências nas áreas pública e privada e
precisam ser considerados na formulação das políticas do setor em São Paulo, cuja
metodologia deverá situar-se em três vertentes: a importância e os limites do papel do
Estado; a análise de experiências bem-sucedidas em outros países; e uma agenda sem
traço tecnocrático. Para isso, é crucial ouvir os agentes produtivos, associações e
sindicatos, pois eles vivem as dificuldades, conhecem as necessidades e saberão pleitear
as ações e estratégias mais adequadas e decisivas para um novo salto quantitativo e
qualitativo do agronegócio paulista. Fonte: CNA
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Deputados defendem nova lei para controle de alimentos de origem animal
O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária, deputado Raimundo Gomes de
Matos (PSDB-CE), garantiu, nesta terça-feira (16) que vai trabalhar, juntamente com
estados e municípios, para que o País possa ter "o mais rapidamente possível" uma nova
legislação sobre controle de produtos de origem animal. "Nós precisamos correr para
que, até 2014, possamos estar com esse sistema todo montado", afirmou.
O deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR) relatou que, no período em que foi ministro da
Agricultura - de 2007 a 2010 - o ministério produziu um projeto de nova lei. "Foram
quase três anos de trabalho, com mais de 80 especialistas do Brasil e do exterior, para
produzir quase um código, que, infelizmente, foi parar na gaveta", reclamou.
Raimundo de Matos adiantou que vai apresentar um requerimento na comissão pedindo
um debate sobre a proposta. Para o parlamentar, a nova lei deve definir com clareza a
competência dos municípios, dos estados e do governo federal, além de criar as
estruturas e garantir os recursos humanos necessários.
Segurança alimentar
Para se ter uma ideia da importância do controle sanitário de alimentos, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que a contaminação alimentar é responsável por 1,8
milhão mortes por ano no mundo, conforme mostrou o integrante da Comissão Nacional
de Saúde Pública Veterinária Marcelo Jostmeier Vallandro.
Dados Ministério da Saúde apresentados por Vallandro mostram que a maioria das
contaminações alimentares decorre de produtos de origem animal. De 3.874 casos com
origem conhecidas, analisados entre 1999 e 2004 pelo ministério, 874 foram causados
por ovos crus ou mal cozidos, 666 por alimentos mistos e 450 por carnes vermelhas. Isso
equivale a 51,7% das ocorrências.
Irregularidades
A coordenadora geral de inspeção do Ministério da Agricultura, Judi Maria da Nóbrega,
reconhece que ocorre o abate e a comercialização de produtos no Brasil sem a garantia
de um serviço oficial de fiscalização. "Seguramente, em torno de 30% dos animais
abatidos não foram submetidos a controle sanitário", estimou.
Em âmbito federal, o ministério dispõe de 890 fiscais para controlar mais de 3,8 mil
estabelecimentos. Nos estados e municípios não é possível conhecer esse contingente.
Para Judi Nóbrega, conhecer o número de fiscais e de estabelecimentos fiscalizados no
20
INFORMATIVO SEMANAL AGL
País será um dos ganhos com a integração do sistema, já iniciada pelo ministério.
Sistema integrado
Em julho deste ano, o Ministério da Agricultura passou a certificar os serviços estaduais e
municipais de controle dos produtos de origem animal, que serão incluídos em um
sistema nacional. Com isso, os alimentos fiscalizados nos demais entes federados
poderão ser vendidos em todo o País. Até então, somente podiam ser comercializados
nacionalmente produtos controlados pelo ministério e o trabalho realizado por estados e
municípios era reconhecido apenas em suas jurisdições.
De acordo Judi Nóbrega, todos os estados brasileiros contam com serviço de inspeção,
mas apenas 32,29% dos municípios têm essa infraestrutura. Ainda conforme a
especialista, até agora, quatro estados (Minas Gerais, Parará, Bahia e Rio Grande do Sul)
e sete municípios aderiram ao sistema. São cinco cidades gaúchas, Erechim, Rosário do
Sul, Santa Cruz do Sul, Alegrete e São Pedro do Butiá, além de Uberlândia (MG) e
Cascavel (PR). Ela ainda adiantou que um consórcio, formado por cinco municípios,
encontra-se pronto para adesão ao sistema.
Responsabilidade
Na
opinião
do
deputado
Valdir
Colatto
(PMDB-SC)
é
necessário
transferir
a
responsabilidade pelo controle de qualidade dos produtos para as empresas. Segundo
diz, "hoje nada tem valor sem carimbo do fiscal do ministério, e essa ideia de que o
Estado deve controlar tudo nunca vai funcionar".
Ele garante que, se forem criados consórcios com condições de contratar um veterinário,
não vai haver problema, e o produtor vai poder "comercializar seus produtos
tranquilamente". Fonte: Agência Câmara
Produção de Leite/IBGE I
A produção total de leite registrada pela Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) foi de 32,0
bilhões de litros em 2011, aumento de 4,5% em relação a 2010. Deste total, 67,9%
foram adquiridos pelas indústrias de laticínios que funcionam sob inspeção sanitária,
segundo a Pesquisa Trimestral do Leite (IBGE). O restante desta produção deve-se ao
auto-consumo, produção artesanal de queijos e derivados, perdas, etc. Destacaram-se
Minas Gerais, com participação de 27,3% na produção, seguido pelo Rio Grande do Sul
(12,1%), Paraná (11,9%) e Goiás (10,9%). Estes estados concentraram 62,1% de todo
o leite produzido no país. Fonte: IBGE
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Produção de Leite/IBGE II
Comparando-se as produções obtidas em 2011 e 2010, merecem menção especial os
crescimentos da produção de leite de vaca em Goiás (9,0%), Rio Grande do Sul (6,8%),
Paraná (6,2%) e em Minas Gerais (4,4%), assim como as reduções de Rondônia (-12%),
e da Bahia (4,6%), além da quase estabilidade da produção paulista. Os três municípios
maiores produtores de leite no Brasil em 2011 foram Castro (PR), Patos de Minas (MG) e
Jataí (GO), assumindo as mesmas posições ocupadas no ano anterior. Carambeí (PR)
passou da 12ª para a 5ª colocação na produção nacional de leite, em função da
expansão da atividade leiteira para atender à demanda da indústria local. Piracanjuba
(GO) caiu da 4ª posição em 2010 para a 7ª em 2011. A produtividade média nacional foi
de 1.382 litros/vaca/ano, aumento de 3,1%, em relação a 2010. Fonte: IBGE
BRF-Brasil Foods registra forte aumento das exportações em setembro
Após registrar forte incremento dos embarques em setembro, a BRF-Brasil Foods
consolidou no mês e nos nove primeiros meses do ano sua condição de maior
exportadora brasileira do setor de agronegócios do país. No setor, a companhia só perde
para a Bunge, que tem capital aberto nos Estados Unidos. No ranking geral das maiores
empresas exportadoras, fica atrás apenas de Vale, Petrobras e Bunge, conforme dados
atualizados
da
Secretaria
de
Comércio
Exterior
(Secex)
do
Ministério
do
Desenvolvimento. Em linha com a recuperação das exportações brasileiras de carnes de
frango e suína, os embarques da BRF renderam US$ 446,2 milhões em setembro, quase
33% mais que no mesmo mês de 2011. Com isso, as vendas da empresa ao exterior
chegaram a US$ 3,7 bilhões de janeiro a setembro, valor 4% superior ao registrado em
igual intervalo do ano passado. Maior exportadora do setor, a Bunge acusou o
arrefecimento da demanda internacional pela soja produzida no país e viu suas
exportações recuarem 17,9% no mês passado em relação a setembro de 2011, para US$
604,8 milhões. Nos nove primeiros meses do ano, os embarques da multinacional a
partir do Brasil caíram 0,18%, para US$ 5,075 bilhões. Fonte: Valor Econômico
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Caio Rocha assume SDC com o desafio de regionalizar as ações do Mapa
O novo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Rocha, assume com o desafio de
regionalizar as ações do Mapa. O projeto piloto da Regionalização, lançado no final de
agosto, durante a Expointer, em Esteio (RS), está em execução no Rio Grande do Sul. A
orientação do ministro Mendes Ribeiro Filho ao novo titular da pasta é para comandar a
Regionalização em todo o País e intensificar as ações do Mapa na região - incluindo
posteriormente os municípios atingidos pela estiagem no Nordeste - levando em conta os
aspectos e necessidades locais como forma de promover o desenvolvimento regional com
inclusão econômica e social dos agricultores. Rocha também acumulará novos projetos
na área de sustentabilidade.
"O secretário Caio Rocha tem demonstrado sua competência ao ter elaborado o melhor
Plano Agrícola e Pecuário já realizado e ter equacionado a prorrogação das dívidas de
diversos setores. Agora, ele terá novos desafios, regionalizando as políticas do
ministério", destacou o ministro durante a cerimônia de assinatura do Termo de Posse do
novo secretário, nesta quarta-feira, dia 17 de outubro, em Brasília. A medida faz parte
das mudanças estruturais implementadas por Mendes Ribeiro no Mapa.
Para Rocha, a orientação do ministro foi clara quanto à atuação à frente da SCD e o
trabalho será executado para cumprir essa determinação. "A secretaria que tem a
responsabilidade
de
desenvolver
os
programas
agropecuários
vai
centralizar
e
operacionalizar a questão da Regionalização, além de desenvolver novos projetos na área
de sustentabilidade", disse.
Dentro da plataforma da regionalização, são três os pilares: a Política Agrícola
Diferenciada, o Sistema Nacional de Defesa Agropecuária e a Administração. Ao ser
executado o projeto oferecerá soluções específicas para cada problema, desde o
melhoramento da armazenagem, passando pela irrigação, recuperação de solos,
instalação de novas estações meteorológicas, acesso ao crédito, seguro rural e apoio à
comercialização.
Ações
que
irão
gerar
mais
renda
ao
produtor,
aumentar
a
produtividade, além de incentivar as boas práticas ambientais.
Outro desafio a ser enfrentado na nova pasta é o desenvolvimento de ações com foco no
fortalecimento do cooperativismo, reorganizando programas de incentivo tecnológico, por
exemplo, e incentivando a agricultura sustentável. A nomeação de Rocha foi publicada no
Diário Oficial da União (DOU) na quinta-feira, dia 11. Antes ele ocupou por pouco mais de
um ano a Secretaria de Poítica Agrícola do Mapa. Rocha é engenheiro agrônomo, foi
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
presidente da Emater/RS e também secretário de Agricultura do RS em 1998. Fonte:
Mapa
Presidente da CNA destaca avanços do Novo Código Florestal, mas defende que
o Congresso Nacional analise vetos do executivo
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia
Abreu, disse que, apesar dos vetos da presidente Dilma Rousseff a alguns itens da
Medida Provisória (MP) que complementa o novo Código Florestal, houve vários avanços
na legislação ambiental durante as discussões no Congresso Nacional. Um dos pontos
positivos destacados por ela foi a segurança jurídica que os produtores rurais terão a
partir de agora.
“O pior dos mundos é você não saber onde está e como está sua situação. Agora os
produtores rurais saberão seus direitos e suas obrigações em relação à questão
ambiental”, justificou a senadora. Outro fator importante, na sua avaliação, é que a nova
lei pôs fim à hegemonia das ONGs (Organizações Não-Governamentais) sobre o
Ministério do Meio Ambiente e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
recursos Naturais Renováveis). “Isso chegou ao fim e esses órgãos tornam-se
republicanos novamente”, enfatizou.
Ao avaliar os vetos da presidente a alguns pontos da MP, publicados nesta quinta-feira
(18/10) no Diário Oficial da União, ela afirmou que não discorda de todos. Um dos vetos
defendidos por ela diz respeito ao plantio de árvores frutíferas na beira dos rios para a
recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs). “Pode trazer riscos para a
água, porque sem a aplicação de defensivos na fruticultura, não há produtividade e
competitividade”, explicou. Defendeu, no entanto, a reavaliação de outros itens barrados
pela presidente. “A discussão ainda não acabou. Temos a possibilidade constitucional de
avaliar esses vetos”, completou a senadora.
Disse que, democraticamente, os vetos são “uma prerrogativa da Presidência da
República, mas esperamos que o Congresso Nacional também exerça sua obrigação de
colocar os vetos à prova. Tenho certeza que o Congresso votará, de forma unânime,
como votou nas outras oportunidades”, disse a presidente da CNA, negando que a
decisão da presidente Dilma represente uma derrota aos parlamentares ligados ao setor
agropecuário. “Se existe uma derrota, só se for derrota de Pirro, porque tivemos muitas
conquistas ao longo deste processo. Se como produtora rural eu não estou 100%
satisfeita, me considero 100% contemplada como cidadã”, enfatizou.
24
INFORMATIVO SEMANAL AGL
Segundo a senadora, um dos vetos que devem ser analisados pelo Legislativo é o que
trata do fim da obrigatoriedade de averbação das áreas de reserva legal em cartório.
Com esta decisão do Executivo, o registro da área averbada volta a ser condicionante
para que o produtor obtenha financiamento junto aos bancos oficiais. “Temos todos os
mecanismos tecnológicos para identificar onde há reserva legal, e a averbação trará uma
enorme burocracia neste processo”, completou.
Vetos e decreto
O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (18/10) publicou nove vetos da
presidente
da
República,
Dilma
Rousseff,
à
Medida
Provisória
(MP)
571,
que
complementa o novo Código Florestal (Lei 12.651/12). Com a decisão, o Executivo
resgatou a versão original da MP encaminhada ao Legislativo em maio, retirando do texto
pontos incluídos durante as discussões no Congresso Nacional. Algumas das regras
previstas, como as faixas de recomposição de mata ciliar na beira dos rios, foram
retomadas por meio do Decreto 7.830, também publicado no DOU de hoje e que traz,
ainda, as normas para o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e para o Programa de
Regularização Ambiental (PRA). O Diário Oficial traz, ainda, a publicação da versão final
da MP, transformada na Lei 12.727/12.
Um dos dispositivos da MP barrados pela presidente tratava da recuperação de 15 metros
de mata ciliar nas propriedades rurais acima de quatro módulos até 15 módulos fiscais
que tiverem rios de até 10 metros de largura. No entanto, com o veto, ficou definida, no
decreto, para os cursos d’água com até 10 metros de largura, a metragem de 20 metros
para os imóveis com mais de quatro módulos até 10 módulos fiscais. Nas propriedades
com mais de 10 módulos, permanecem as regras já definidas na MP, transformada na Lei
12.727/12, que estipulam para médias e grandes propriedades faixas de 20 a 100
metros. Nas pequenas propriedades (até quatro módulos), as metragens também foram
mantidas, de 5 a 15 metros.
Outro veto exclui a faixa de recomposição de cinco metros na beira dos rios intermitentes
que tenham largura de até dois metros. Este item foi incluído no texto durante as
discussões na Comissão Especial Mista, formada por deputados e senadores, para discutir
o novo Código Florestal. O Executivo vetou, também, o trecho que previa que, nas
propriedades com mais de quatro até 10 módulos fiscais, a recuperação de Áreas de
Preservação Permanente (APPs) não poderia ultrapassar o percentual de 25% da área
total do imóvel. Os itens que tratavam do plantio de árvores frutíferas para recuperação
da cobertura vegetal nas propriedades rurais e da regularização, em 20 dias, de
produtores autuados por infrações ambientais a partir da adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA) também foram vetados.
Também foi retirado do texto o dispositivo que previa que o cômputo das APPs no cálculo
25
INFORMATIVO SEMANAL AGL
da reserva legal não poderia ultrapassar 50% do imóvel nas regiões localizadas fora das
áreas de floresta na Amazônia Legal, onde a soma não poderá ser maior que 80%. Estes
itens também haviam sido incluídos no texto durante os debates na Comissão Especial
Mista no Congresso Nacional. Fonte: CNA
Região é a "menina dos olhos" para o agronegócio
Na última década, os países árabes se tornaram um dos principais mercados para o
agronegócio brasileiro. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), entre 2000 e 2011, as exportações do setor para essa região saltaram de
US$ 960 milhões para US$ 10,84 bilhões, uma alta acumulada de mais de 1.024%. "Para
o agronegócio, os países árabes são a menina dos olhos", diz Thiago Masson,
coordenador de Assuntos Internacionais da CNA.
De fato, o crescimento médio anual de 21% das exportações do setor nos últimos 12
anos supera a alta das exportações para a União Europeia (10%) e Estados Unidos (6%)
no período, e só perde para o crescimento médio das vendas para o mercado chinês
(34%). "Isso reduz a dependência do agronegócio brasileiro em relação aos mercados
tradicionais, que hoje passam por uma forte crise", explica Masson.
Com isso, os países árabes ganham cada vez mais peso relativo nas vendas do
agronegócio brasileiro. As vendas do setor para os 22 países da Liga Árabe já superam,
por exemplo, as exportações agropecuárias para os países do bloco do Mercosul. Só nos
dois primeiros meses de 2012, as exportações do setor para os países árabes chegaram
a US$ 1,57 bilhão, o que corresponderam a 13,36% das vendas externas totais do
segmento.
"É um mercado que, assim como a China, vem passando por um acelerado processo de
urbanização, com um crescimento populacional três vezes acima da média mundial, e
que segundo o FMI terá um crescimento médio do PIB de 4% a 5% este ano, também
muito acima da média global", diz. "Além disso, é um mercado que importa 90% dos
alimentos que consome".
Caetano Haberli Júnior, especialista em agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, diz que
com o crescimento populacional, a segurança alimentar será um fator cada vez mais
importante para a estabilidade da região. Segundo ele, o Brasil leva vantagem nesse
mercado pela aproximação política com os países árabes e pela grande população
brasileira com origem na região.
Dentro da comunidade árabe, a Arábia Saudita responde por 24% das exportações do
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
agronegócio brasileiro para a região, seguida pelos Emirados Árabes e pelo Egito, com
15% cada um; e pela Argélia, com 14%. Os produtos do complexo sucroalcooleiro
lideraram as vendas do Brasil, com exportações de US$ 5 bilhões em 2011, seguidos
pelas carnes (US$ 4,4 bilhões). No segmento de carnes, as vendas de frango no ano
passado somaram US$ 3 bilhões. Fonte: CNA
Produção de leite deve aumentar 70% no período chuvoso
Com o início do período de chuva, criadores de gado de leite começam a se preparar
para aumento certo na sua produção. A expectativa, segundo técnicos da Seagro –
Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, com a chegada das
águas, é que a produção leiteira aumente em cerca de 70%, em comparação com o
período de estiagem. Isto porque no período chuvoso há uma natural recuperação de
pastagens, aumentando a oferta de alimento para o rebanho.
De acordo com a médica veterinária da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e
do Desenvolvimento Agrário, Arlete Mascarenhas, as chuvas fortalecem as pastagens,
aumentando o volume de nutrientes e fortalecendo o rebanho. No entanto, mesmo com a
chegada de um período farto para o gado, é preciso que produtores se planejem, visando
à baixa-temporada do próximo ano.
Segundo Arlete, medidas simples como o cultivo de cana, microssilagem ou outras
espécies de capim que possam ser usados como forragem de corte, auxiliam produtores
a manter seus rebanhos sadios mesmo nos dias mais secos. “É preciso manter um
planejamento. Agora é o momento de fazer a manutenção das pastagens visando o
período de seca”, completou.
Medidas preventivas
Para a veterinária, para uma otimização na produção de leite, criadores de gado podem
tomar algumas precauções com relação à saúde de seu rebanho. De acordo com Arlete,
os principais cuidados devem ser no sentido de manter em dia o calendário profilático do
gado (vacinas) e a constante higienização das instalações, como salas de ordenha e
bezerreiros. Além disso, mesmo sendo complicado, a especialista destacou a necessidade
de se evitar a constante exposição de bezerros leiteiros à forte umidade bastante
característica deste período.
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Dentre os principais problemas que podem afetar o gado neste período, estão doenças
como a pneumonia e a gastroenterite verminótica – que é desenvolvida a partir da
ingestão de larvas depositadas entre as folhas nos pastos. Para a veterinária, é preciso
que o produtor fique atento à saúde de seu rebanho, assim como da pastagem em sua
propriedade. “Se não houver um cuidado para manter o rebanho sadio, não existe fartura
no pasto que garanta aumento na produção”, alertou. Fonte: Portal Lácteo
Minas mantem posto de maior produtor de leite do Brasil
Segundo dados da Pesquisa de Produção Pecuária Municipal, divulgada nesta quinta-feira
(18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, foram
produzidos 32,1 bilhões de litros de leite em todo o Brasil. Entre 2010 e 2011, a
produção nacional cresceu 4,5%. No balanço total, Minas concentrou a maior parte da
produção do país (27,3%) e também o maior número de vacas ordenhadas.Em seguida,
as produções de maior expressão são do Rio Grande do Sul (12,1%), Paraná (11,9%) e
Goiás (10,9%). “O estudo consolida a importância estratégica do Estado na produção de
proteína de origem animal, atendendo ao crescente consumo per capital”, analisa o
secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento. Patos de Minas,
no Alto Paranaíba, mereceu uma menção especial por estar entre os três maiores
produtores do país.
Estímulo à produção leiteira
Uma das iniciativas que propiciam o desenvolvimento do setor leiteiro no estado é o
Minas Leite. Coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e
executado Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais
(Emater-MG), o programa visa modernizar toda a cadeia produtiva do leite no Estado,
gerando aumento de produtividade e renda.A Emater assiste atualmente, por meio do
programa, a 1.131 propriedades dedicadas à produção de leite. A meta para 2012 é levar
as boas práticas de produção a 1.150 fazendas.Com o suporte do Minas Leite, os
produtores familiares recebem orientações dos técnicos da Emater-MG para conduzir
suas propriedades leiteiras de forma mais eficiente, utilizando os recursos disponíveis.
Administração da propriedade, cuidados com a saúde dos animais e a adequação da
alimentação preservação do meio ambiente estão entre os temas abordados.A Emater
assiste atualmente, por meio do programa, a 1.131 propriedades dedicadas à produção
de leite. A meta para 2012 é levar as boas práticas de produção a 1.150 fazendas.Com o
suporte do Minas Leite, os produtores familiares recebem orientações dos técnicos da
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Emater-MG para conduzir suas propriedades leiteiras de forma mais eficiente, utilizando
os recursos disponíveis. Administração da propriedade, cuidados com a saúde dos
animais e a adequação da alimentação preservação do meio ambiente estão entre os
temas abordados.
Bons ventos para a pecuária
Ainda de acordo com os dados divulgados hoje (18) pelo IBGE, entre 2010 e 2011 o
rebanho de bovinos aumentou 1,6% no Brasil e chegou a 212,8 milhões de cabeças.
Depois de Mato Grosso (13,8%), Minas Gerais é o estado com o maior efetivo de bois no
país (11,2%). A produção interna do Estado avançou 14,1% neste segmento. O
resultado coloca Minas em posição de destaque na região sudeste, afirma o estudo.O
número de galinhas, galos e frangos criados no país chegou a 1,27 bilhão em 2011,
aumento de 2,2% em relação ao ano anterior. Em Minas, o abate de frango registrou o
terceiro maior crescimento (13,5%) nesse período.Segundo o IBGE, a produção de ovos
teve acréscimo de 4,5% no comparativo com o ano passado. Minas Gerais segue como o
terceiro maior produtor nacional de ovos (10.8%), atrás apenas de São Paulo e Paraná.
Entre os municípios, Itanhandu, no Sul de Minas, é destacado pelo estudo como um
grande polo produtor.O IBGE cita também que o estado mineiro abateu cerca de 45 mil
unidades de suínos a mais, crescimento de 3%, em 2011, ante avanço de 0,9% no
cenário nacional.“Os dados do IBGE confirmam a diversidade da produção pecuária em
Minas Gerais, desde carnes (bovina, suína e de frango) à produção de leite e ovos. Isso
permite aos produtores a ocupação de diferentes regiões do Estado, aproveitando as
características favoráveis de cada uma para o desenvolvimento das atividades”, afirma
Elmiro Nascimento. Fonte: Agência Minas
ARGENTINA
Argentina: Governo estuda divisão equitativa dos lucros no setor leiteiro
Depois dos bloqueios feitos em agosto pelos produtores de leite nas indústrias leiteiras
de Santa Fé e Córdoba, o Governo da Argentina está preparando um projeto de lei que
prevê uma forte intervenção na atividade para que haja uma “distribuição equitativa” dos
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
lucros entre os diferentes elos que compõem a cadeia leiteira, incluindo a cadeia
comercial.
Além da briga por uma melhora no preço, que entre janeiro e julho passados ficou em
média em 1,54 pesos (US$ 0,32) por litro, os produtores também pediam uma maior
participação no preço final.
Segundo um informe do ex-vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA),
Néstor Roulet, nos primeiros sete meses de 2012, o produtor argentino participou de
29,8% do preço pago pelos consumidores, enquanto que os supermercados ficaram com
30,9% e a indústria com 24,4%. Ou seja, os supermercados e a indústria têm em
conjunto uma participação de 55,3% no valor final. O Estado, por sua vez, fica com
14,9% via impostos.
Nesse contexto, segundo diversas fontes, o projeto que está sendo terminado pelo Poder
Executivo no âmbito do Ministério da Agricultura da Argentina contempla que o Estado
intervenha na relação entre produtor, indústria e setor comercial.
“Vai haver uma forte intervenção para regulamentar a distribuição dos lucros do leite”,
disse o presidente da Sociedade Rural de Morteros e do Conselho Argentino de
Produtores (CAP) – uma entidade próxima ao Governo cuja criação foi promovida pelo
secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno – Ider Peretti.
“Nós queremos que se determine um preço de referência e ter uma maior participação
[no valor final] para que não nos ponham unilateralmente o preço [a indústria] como
ocorreu nos últimos 30 anos. Nos faz falta a regulamentação e o ponto chave do projeto
é a Comissão do Setor Leiteiro”, disse o presidente da Câmara Pampeana de Produtores
de Leite, Juan Carlos Gómez. O representante da Câmara de Produtores de Leite de
Córdoba, Juan Trossero, também pediu pela lei do setor. “Brigamos por uma lei que
ordene o setor leiteiro”.
Por outro lado, entidades que não são a favor do oficialismo tem divulgado seus temores
de uma intervenção oficial desmedida na atividade. Fonte: La Nación
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
URUGUAI
Uruguai de olho no mercado de lácteos da Ásia
O Uruguai quer buscar novos destinos para seus produtos lácteos e vê como
oportunidade, a Ásia. A Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai
(Conaprole), fundada em 1936, é responsável por cerca de 80% das exportações de
lácteos do Uruguai e por 2% a 3% das exportações mundiais de leite em pó.
O Uruguai é o maior exportador de lácteos da América Latina, com vendas de 2 bilhões
de litros por ano, disse o gerente de exportações, Nelson Laurino. A Conaprole tem
mercados bem estabelecidos no Brasil, México, Venezuela e Cuba e exporta também
alguns queijos aos Estados Unidos.
As exportações de lácteos do Uruguai aumentaram em 20% na primeira metade desse
ano e pretende expandir seus negócios na Ásia. “Estamos exportando mais e mais,
especialmente para a Ásia. Obviamente, existe uma forte competição lá com a Nova
Zelândia”, disse Laurino.
O presidente do consórcio de centros de pesquisas agrícolas internacionais, CGIAR,
Carlos Pérez Castillo, está otimista sobre as chances do Uruguai. “Se você olhar para o
potencial de crescimento do setor de lácteos da Nova Zelândia, esse cresceu tão rápido
que alcançou um certo platô. Nossas possibilidades (do Uruguai) de aumentar a produção
são maiores que na Nova Zelândia. Lembre-se, a Fonterra acaba de reportar dados
recordes de exportação, então talvez haja um pouco de ilusão.”, disse Pérez Castillo.
Fonte: Financial Times
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
MUNDO
UE já tem nova regulamentação para o setor lácteo para o momento pós cotas
O pacote de medidas para o setor de lácteos da União Europeia (UE) - "Milk Package",
passou a ser totalmente aplicável agora. Ele foi designado para orientar o futuro do setor
de lácteos após o fim do sistema de cotas de produção da UE em 2015.
Elaborado após a crise do mercado leiteiro em 2009, essa série de medidas visa
impulsionar a posição dos produtores de leite na cadeia de fornecimento de lácteos e no
preparo do setor para um futuro mais orientado ao mercado e mais sustentável.
A nova regulamentação foi publicada em 30 de março de 2012, com alguns elementos
entrando em ação em 2 de abril e outros somente agora (seis meses depois).
Comentando as novas leis, o Comissário da Agricultura da UE, Dacian Ciolos, disse: "É
uma mudança para o setor de lácteos. É importante que os produtores aproveitem esse
novo sistema de regulamentação para se organizar melhor e, dessa forma, tenham uma
real influência na cadeia de alimentos".
O pacote fornece contratos escritos entre os produtores de leite e processadores e a
possibilidade de negociar os termos de contrato coletivamente via organizações de
produtores. Ele também determina novas especificações de leis da UE para organizações
inter-profissionais, permitindo que os membros da cadeia de fornecimento de lácteos
dialoguem e realizem certas atividades. O pacote também tem uma série de medidas
visando aumento da transparência. As medidas serão aplicadas até a metade de 2020.
A Comissão é obrigada a reportar em 2014 e 2018 a situação do mercado e a
implementação de medidas. Esses relatórios (ao Conselho e Parlamento Europeu)
avaliarão em particular os efeitos dessas medidas sobre os produtores de leite e a
produção em regiões em desvantagem e cobrirão potenciais incentivos para estimular os
produtores
a
entrar
nesses
acordos
conjuntos
de
produção.
Fonte:
www.thecattlesite.com
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Oceania
A produção de leite na Nova Zelândia está sendo favorecida pelo bom final da temporada
2011/12, e as boas condições dos animais, mas, não deve ser idêntica à do ano passado.
A projeção é de que ficará entre 3 e 4% acima da produção de 2010/11. Na Austrália a
produção deve atingir o pico em três semanas. A região de Victoria teve um bom
começo, e os volumes estão entre 6 e 7% acima dos do ano passado. O excesso de
umidade em outras regiões, no entanto, pode afetar negativamente a produção. As
indústrias, tanto na Nova Zelândia como na Austrália, estão processando todos os
produtos, inclusive a caseína, que estará saindo das linhas de produção, enquanto o leite
for abundante. Todo estoque atual está comprometido com clientes regulares e novos
compradores potenciais não estão sendo atendidos. Fonte: Usda
Europa
A tendência da produção de leite na Europa é sazonalmente de queda, e na comparação
anual, Alemanha, França, Holanda e Irlanda estão com volumes menores que em 2011,
nessa mesma época. A grande umidade afeta pastos e culturas, que já estão sendo
responsabilizados pelos baixos teores de gordura e proteína do leite captado. O custo de
produção é uma preocupação para o produtor. Os preços das commodities estão entre
estáveis ou em queda. Variações cambiais pouco afetaram as exportações nas últimas
semanas. A manteiga existente está sendo exportada, com alguma complementação
vinda dos estoques de intervenção. O preço de leite em pó, tanto integral como
desnatado, está ligeiramente menor, diante de uma demanda irregular, e concorrência
do mercado mundial. Negócios com soro em pó estão em linha com o preço que estimula
a demanda. Fonte: Usda
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Dia Mundial da Alimentação
Em 1979 a FAO proclamou, 16 de outubro, o “Dia Mundial da Alimentação” com o
objetivo de conscientizar os povos sobre os problemas da alimentação mundial e
fortalecer a solidariedade na luta contra a fome, a desnutrição e a pobreza. A FAO tem a
missão de melhorar a nutrição, aumentar a produtividade agrícola, elevar o nível da
população rural e contribuir para o crescimento da economia mundial. O tema para 2012
é: “As Cooperativas Agrárias Alimentam o Mundo”, em reconhecimento à função que
desempenham ao melhorar a segurança alimentar e contribuir para a erradicação da
fome. As cooperativas existem em todos os países e em todos os setores. Calcula-se que
exista no mundo um bilhão de pessoas que de alguma forma pertencem a uma
cooperativa e que estas geram cerca de cem milhões de empregos. Fonte: Agrodigital
European Milk Forum lança nova campanha: "Leite, Nutritivo por Natureza"
O European Milk Forum (EMF) lançou sua primeira campanha genérica de informação
sobre o leite chamada "Milk, Nutritious by Nature" (Leite, Nutritivo por Natureza). A
campanha será realizada na União Europeia (UE) até novembro de 2014. Com a
campanha, o EMF deseja obter um diálogo construtivo com um público formado por
políticos, acadêmicos, mídia, especialistas em nutrição e profissionais de saúde sobre a
contribuição de alimentos naturalmente nutritivos como o leite e os lácteos para a saúde
e para uma dieta balanceada. A proposta da campanha é ajudar a resolver problemas
dietéticos ou questões comuns a muitos países da Europa, como por exemplo,
desequilíbrios com relação às ingestões de energia e nutrientes. O presidente do EMF,
Laurent
Damiens,
disse:
"Dentro
desse
contexto,
a
campanha
aumentará
significantemente a conscientização entre os europeus sobre a importância de ajudar as
pessoas a escolher alimentos naturais nutritivos como o leite e os lácteos como parte de
uma dieta saudável e balanceada". Fonte: FoodBev.com
China terá importante impacto no preço do leite
“A China terá um papel importante na indústria global de lácteos por muitos anos ainda”,
disse um dos principais executivos da indústria de lácteos da América na conferência
Llanelli.
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
O vice-presidente sênior da Dairy Farmers of América, Jay Waldvogel, que tem mais de
20 anos de experiência na indústria global de lácteos acredita que os preços que as mães
no Oriente Médio e na Ásia pagam pelo copo de leite pode sim afetar diretamente o preço
do leite.
“A China tem 22% da população mundial, 7% da terra arável e somente 3% de água
fresca disponível. Esse país sempre terá que importar leite”. Apesar da lei de “um filho
por família”, ainda existem cerca de 80 milhões de jovens crianças na China, disse ele.
“Dentro da última década, pelo menos US$ 1 bilhão foram investidos na nutrição infantil
somente para o mercado chinês e pelo menos outros US$ 1 bilhão estão sendo
planejados”.
Porém, a demanda por produtos lácteos também está acompanhando a cadeia à medida
que esses crianças se tornam mais velhas – um fator que não está acontecendo em
outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, é bem difícil manter qualquer
pessoa com mais de cinco ou seis anos bebendo leite.
“Algumas companhias globais de fast food estão esperando obter mais dinheiro nesse
ano com a China do que do resto do mundo”. Fonte: www.farmersguardian.com
Leite/EUA
No dia 02 de outubro, 40% do território contínuo dos Estados Unidos estavam sob seca
severa ou pior. A produção mensal de leite, em agosto, caiu 0,3%, em relação ao mesmo
mês do ano passado. Essa queda deve permanecer até o primeiro trimestre de 2013, e
os custos corroendo as margens de lucro, desanimam o aumento da produção. Isto irá
refletir diretamente na fabricação do leite em pó, que deverá cair entre 8 e 10% nos
próximos 12 meses, o equivalente a 90 mil toneladas. “Afetará significativamente as
exportações do leite em pó, o produto mais exportado pelo país, depois das proteínas de
soro”, disse Alan Levitt do USDEC. Fonte: The Cattle Site
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Preços/EUA
Os preços do leite em pó (integral e desnatado) nos Estados Unidos, no final de
setembro, eram idênticos aos da Oceania. Isso é um grande golpe na competitividade
norte-americana, que sempre teve os menores preços do mercado mundial. Os queijos
também são um desafio. Desde 2006 que os preços do queijo cheddar dos Estados
Unidos só ficaram acima do mercado spot da Oceania, por poucas semanas. Mas, desde
julho o cenário mudou, e os custos deixaram o produto norte-americano em
desvantagem. Será um desafio manter o mercado o volume e as condições. Fonte: The
Cattle Site
Leite/Reino Unido
Os últimos números mostram queda na capitação de leite no Reino Unido. Entre maio e
setembro, a média diária da produção de leite caiu 18%, mais que a média normal para
o período que é de 14,6%. O serviço de meteorologia diz que esse foi o segundo verão
mais chuvoso, desde que se iniciaram os registros. Junto com a umidade veio a queda de
temperatura. Se a tendência for mantida, pode faltar leite, dizem os analistas. Há relatos
de que no mercado spot o leite cru já está sendo comprado a 35 ppl, [R$ 1,16/litro]. Se
as indústrias quiserem incentivar a produção, precisam aumentar os preços nesse
inverno, e cobrir o custo da ração, cuja cotação não parece ceder. Se a oferta não
aumentar, no curto prazo, e o consumo se mantiver, é possível que seja necessária a
importação de lácteos, e redução das exportações. Fonte: The Cattle Site
gDT: leite em pó integral sobe 9,2% e fecha leilão a US$ 3.421/tonelada
O evento realizado na última terça-feira (16/10) pela plataforma gDT (Global Dairy
Trade) apresentou interessante reação de 9,2% no preço do leite em pó integral,
elevando a cotação para US$ 3.421/tonelada.
O valor médio dos produtos lácteos subiu 1,8% em relação ao leilão anterior e fechou a
US$ 3.399/tonelada, retornando a patamares semelhantes aos registrados em março de
2012. O leite em pó desnatado apresentou um aumento mais leve de 0,8%, fechando em
US$ 3.325/tonelada. Já o queijo cheddar apresentou baixa de 9,9% fechando a US$
2.990/tonelada.
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Gráfico 1 - Histórico dos índices de variação do gDT
Gráfico 2: Histórico de preços de produtos lácteos (gDT)
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Com esse aumento no preço do leite em pó integral, e considerando um câmbio
(R$/dólar) de 2,04, o preço de equivalência para entrada do leite do Mercosul no Brasil
chega próximo aos R$ 0,77/litro, podendo diminuir o movimento de importação.
Tabela 1: Preço aproximado do litro de leite que entra no Brasil do Mercosul, em R$
Fonte: gDT, Cepea/USP
Califórnia deverá perder 6% das fazendas leiteiras
A seca e os altos preços do milho que têm afetado os Estados Unidos estão devastando a
indústria de lácteos da Califórnia - de US$ 8 bilhões - a um ponto que os produtores não
estão tendo condições de alimentar suas vacas.
Especialistas da indústria estimam que até o final do ano, o Estado da Califórnia, o maior
estado produtor de leite dos Estados Unidos, terá mais de 100 fazendas leiterias falidas,
fechadas ou vendidas. As vacas leiteiras estão sendo abatidas a uma taxa acelerada por
causa dos altos custos do milho. De acordo com o Western United Dairymen, um grupo
comercial da Califórnia, três produtores de leite cometeram suicídio desde 2009,
desesperados por perderem suas fazendas.
"Eu nunca tinha visto isso tão terrível como está agora", disse o produtor de leite de
Tulare que faz parte da diretoria da Western United Dairymen, Frank Mendonsa. "As
pessoas estão me chamando e perguntando o que fazer".
Os problemas começaram em 2009, quando os preços do leite caíram e os preços dos
grãos aumentaram (parcialmente devido à lei do etanol do Governo). O Congresso está
exigindo que os produtores de gasolina misturem 15 bilhões de galões de etanol, feito a
38
INFORMATIVO SEMANAL AGL
partir do milho, na oferta de gasolina dos Estados Unidos até 2015. Os produtores de
leite foram forçados a pedir empréstimos para pagar suas contas.
O gráfico abaixo mostra que a relação de troca dos produtores americanos (razão entre o
preço do leite e o preço da ração) vem caindo desde o final de 2009. É possível observar
que o produtor vem amargando prejuízos e comprometendo sua lucratividade.
Gráfico
1:
Relação
de
troca
do
produtor
americano
Esse ano, no meio oeste, está tendo a pior seca dos últimos 50 anos e os preços do
milho aumentaram para mais de US$ 300 a tonelada. Historicamente, o preço do milho
era em média US$ 130 por tonelada. Mesmo com os preços do leite subindo lentamente,
em novembro, estará próximo ao nível recorde de US$ 51,08 por 100 quilos de leite
fluido. Os produtores não estão conseguindo um equilíbrio por causa dos custos dos
grãos e do feno. Especialistas acreditam que os consumidores começarão a ver um
aumento de preços aos produtos lácteos em novembro.
Mapa da seca dos EUA (09/10/12)
39
INFORMATIVO SEMANAL AGL
Legenda: D0: seca normal; D1: seca moderada; D2: seca severa; D3: seca extrema;
D4: seca excepcional
Agora, os produtores não conseguem pagar pelos alimentos animais, e também, não
conseguem pagar seus empréstimos. Como resultado, os produtores estão tendo que
abater vacas leiteiras produtivas, e estão recebendo apenas US$ 1.200 por cabeça. "Eu
nunca vi um período em que a vaca leiteira vale mais para produção de carne do que
para leite", disse o produtor de Turlock, Ray Souza.
O diretor executivo da Western United Dairymen, Michael Marsh, disse que em
comparação com 2011, foram enviadas para abate mais de 24.900 vacas leiteiras.
As empresas de alimentos animais, com medo de não receber, estão pedindo que os
produtores paguem adiantado ou na entrega. Para os produtores atrasados com seus
pagamentos, algumas companhias estão pedindo medidas extras de garantia. Muitos
produtores de leite estão simplesmente desistindo e deixando a atividade.
Marsh estimou que a indústria perderá 100 das 1.675 fazendas leiteiras da Califórnia
nesse ano, equivalente à 6% das fazendas.
Muitos produtores de leite estão tendo que suplementar suas vacas com commodities
locais, como cascas de amêndoas, semente de algodão ou polpa de maçã.
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
Os produtores planejam ir para Sacramento nessa semana, para falar com a secretaria
de Agricultura e Alimentos da Califórnia, Karen Ross, para pedir ajustes nos preços do
leite, que são fixados pelo Chicago Mercantile Exchange. Os produtores tem pedido a
Ross para aumentar a porção do soro do leite na fórmula de fixação de preço do leite
usado nos queijos em US$ 2 a mais por 100 libras. No entanto, o Departamento de
Agricultura e Alimentos, que em julho fez uma concessão de 50 centavos no fator soro
do leite, já disse aos produtores que não aumentará mais.
O porta-voz do departamento, Steve Lyle, disse que "Quando se considera mudanças nas
fórmulas usadas para calcular o preço mínimo, o departamento é obrigado a equilibrar os
impactos econômicos sobre os produtores, processadores e consumidores para garantir
que exista leite suficiente para suprir a demanda e que a demanda continue consistente.
Dados mostram que ajustes de preços de curto prazo não serão efetivos".
Ao invés disso, o departamento está montando o Dairy Future Task Force, uma coalizão
de produtores de leite, processadores e cooperativas que farão recomendações para dar
longevidade à indústria, disse Lyle. Fonte: www.sfgate.com
USDA prevê aumento das exportações de lácteos da Austrália
De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o
setor de lácteos australiano apresentará uma "explosão" nas exportações no próximo ano
à medida que a produção de leite no país continuar crescendo. Segundo as projeções do
relatório, as exportações australianas de lácteos alcançarão 673.000 toneladas em 2013
- 14% a mais com relação a 2012. O queijo deverá novamente ter um excelente
desempenho em termos de crescimento nas exportações, com a demanda internacional
devendo aumentar em 24% em 2013. As previsões do USDA se correlacionam com o
aumento previsto na produção australiana de leite em 2013. Espera-se que essa
produção alcance 10,14 milhões de toneladas no próximo ano - um aumento de 1,2%
com relação ao volume estimado de 10,02 milhões de toneladas produzidos em 2012. O
relatório informa, entretanto, que os maiores custos de produção e o forte dólar
australiano poderão representar um desafio à competitividade internacional e doméstica
dos produtos lácteos da Austrália. "Uma crescente demanda sugere que o setor de
lácteos australiano deverá embarcar em uma fase de prolongada expansão", disse o
USDA. "O fim de uma seca de quase uma década de duração em 2010, seguido por dois
anos consecutivos de chuvas acima da média nas principais regiões produtoras de
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INFORMATIVO SEMANAL AGL
lácteos, tem capacitado a indústria de lácteos australiana a se recuperar".O crescimento
na demanda internacional para queijos australianos deverá direcionar o crescimento
previsto nas exportações, disse o relatório. "O queijo deverá ser a melhor promessa no
momento, à medida que é um produto de escolha para exportação, uma vez que os
requerimentos de leite fluido são atendidos". Apesar de suas previsões de crescimento
nas exportações, o relatório do USDA também alerta que os processadores de lácteos
australianos enfrentam competição no mercado doméstico do país. Fonte: Dairy Reporter
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