Raízes 40

Transcrição

Raízes 40
Informativo do Grupo Galvani - Ano VII - nº 40 - Novembro/Dezembro - 2009
Medição da
vazão dos
córregos
da região
Avançam as ações do Projeto Serra do Salitre
Convênios são firmados para promover capacitação
profissional e ações ambientais estão sendo implementadas
Após obter a licença prévia do Conselho
Estadual de Política Ambiental (Copam) para
o projeto em Serra do Salitre (MG), concedida em julho, a Galvani firma parcerias para
a qualificação profissional da mão-de-obra.
Com investimento estimado em R$ 230 milhões, a previsão é de que a entrada em operação se dê a partir de 2011.
Para a capacitação de profissionais que
vão atuar na construção, operação e manutenção da nova unidade, a Galvani assinou
importantes acordos com instituições e o governo mineiro. Entre eles o convênio com a
Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Fiemg), que visa à qualificação profissional por meio de duas entidades renomadas: o Serviço Social da Indústria (Sesi) e
o Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-
trial (Senai), ambas ligadas à Federação. Para
viabilizar a infraestrutura necessária para as
aulas, a Galvani firmou acordo com a Prefeitura Municipal de Serra do Salitre.
Ainda neste ano será assinado outro
convênio com o Governo do Estado de Minas Gerais envolvendo secretarias estaduais,
entre elas a do Desenvolvimento Social. A
intenção é unir esforços dos setores público
e privado a fim de impulsionar a formação
profissional e, consequentemente, gerar mais
empregos para a população da região.
Meio ambiente
A Galvani vem realizando uma série
de ações ambientais para promover a conservação do ecossistema na área onde será
implantada sua nova unidade de mineração.
Atenção especial está sendo dada à
Agrometeorologia
Saiba como a agricultura
é beneficiada
questão da água, com a elaboração de um
estudo hidrogeológico que visa garantir este
insumo necessário à operação da unidade,
com qualidade e volume suficientes, sem
comprometer os recursos hídricos da região.
Com o objetivo de minimizar os impactos, outra ação em curso é a proteção da fauna e da flora locais, com monitoramento das
espécies existentes e recomposição florestal
para atender à compensação ambiental. A
intenção é criar ambientes propícios ao aumento da fauna da região e ampliar a vegetação visando à proteção de rios e córregos.
O resgate arqueológico é outro ponto
relevante das ações da Galvani, que estuda
parcerias com institutos a fim de resguardar
os objetos encontrados e viabilizar a criação
de um museu na região.
Especial 75 anos
páginas 2 e 3
A concentração a seco
como solução
página 4
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Editorial
2009: comemorações,
desafios e conquistas
O ano de 2009 foi especial e desafiador. Ele foi contaminado com as dificuldades e incertezas inerentes a um período de
crise mundial, que eclodiu no 2º semestre
do ano anterior. Os altos estoques de passagem e seus preços elevados inflaram os custos de produção do 1º semestre, que ficaram acima do preço de venda dos produtos,
afetando nossa empresa, bem como todo o
setor, e causando insegurança no mercado.
Mas com o empenho e a dedicação de
nossa equipe, estes obstáculos foram enfrentados e conseguimos ainda dar andamento a diversos projetos, entre eles os de
Santa Quitéira (CE) e Serra do Salitre (MG),
ambos para exploração de jazidas de fosfato. O Projeto Salitre, assunto de capa desta
edição, já recebeu a licença prévia ambiental e suas ações estão bastante avançadas, como se pode conferir.
Juntas, as duas iniciativas devem gerar
oportunidades de crescimento aos estados
do Ceará e de Minas Gerais e mais empregos para a população dessas regiões.
Neste número contamos também
mais um capítulo da história da Galvani,
que em 2009 completou 75 anos. Mostramos como criatividade e soluções simples,
como a concentração a seco, podem mudar quadros desfavoráveis e servir de inspiração para enfrentarmos os problemas da
atual conjuntura.
Este marco foi celebrado durante todo
o ano com muitas ações e eventos comemorativos ao lado de funcionários, parceiros e clientes das oito unidades distribuídas
pelo Brasil. Além disso, foi realizado um
importante resgate histórico de documentos e fotos para manter viva toda a trajetória
da empresa.
Fechamos esta última edição de 2009
do jornal Raízes com a sensação de dever
cumprido e com a convicção de que vamos iniciar uma nova jornada de muito trabalho e grandes conquistas.
Boas festas.
Rodolfo Galvani Júnior
Presidente do Conselho de Administração
Agrometeorologia: ferramenta essencial para o campo
Informações seguras sobre as condições climáticas são fundamentais para as tomadas de decisão dos agricultores
A utilização da meteorologia como
instrumento de apoio à agricultura tem aumentado na mesma proporção em que as
técnicas de medição evoluíram. E quem saiu
ganhando com este progresso foram os agricultores, cujo ramo de negócio é totalmente
suscetível às variáveis climáticas. Portanto,
as informações de que a agrometeorologia
dispõe são ferramentas importantíssimas
para determinar-se a hora de plantar, irrigar
ou aplicar defensivos.
A agrometeorologia, também conhecida como meteorologia agrícola, teve início
no Brasil na década de 1950 e se consolidou como ciência na década de 1960. Ela
estuda as relações de causa e efeito das
condições meteorológicas no campo. Existem inúmeras universidades e instituições
de pesquisa no país que atuam nesta área e
demandam equipes multidisciplinares.
O processo se inicia com a coleta de
dados das estações meteorológicas espalhadas por todas as regiões do país. Entre
outras, são captadas informações sobre
temperatura, vento, umidade relativa do
ar, chuvas, pressão atmosférica, radiação
solar, os quais, convergidas em uma única
base de dados, compõem o quadro meteo-
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Com a tecnologia de experimentação e
modelagem aplicada à ferramenta, as empresas de meteorologia criam boletins e geram informações cada vez mais específicas
em auxílio aos agricultores brasileiros. “Eles
utilizam-se da metodologia desde a maneira
mais simples, como o balanço hídrico, para
saberem a quantidade de água disponível
no solo de uma região, até ferramentas mais
sofisticadas, como a previsão de produtividade de culturas ou de probabilidade de incidência de pragas e doenças”, comenta Luiz
Cláudio Costa, Presidente da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, cujo papel é o
de reunir os pesquisadores, promover eventos científicos e informar sobre os avanços
da área.
Segundo ele, os agricultores devem ficar
atentos às mudanças climáticas que estão
afetando a agricultura brasileira e mundial.
“Os veranicos são fenômenos que devem
ocorrer com mais frequência e maior intensidade”, alerta.
É possível fazer cálculos prevendo condições climáticas de meses e até anos, porém o índice de acerto diminui na mesma
proporção do aumento do tempo. Por isso os
meteorologistas preferem estudos que apontem previsões de 5 até 15 dias para garantir
mais precisão aos agricultores. Dados estatísticos e climáticos históricos também são
importantes para decisões do tipo: qual cultura plantar em determinada região e em que
período do ano.
Entre as inúmeras preocupações do
produtor agrícola com relação às condições
meteorológicas estão as chuvas no início da
safra e as geadas no inverno. “Se as chuvas
começam mais cedo, alguns produtores podem fazer mais do que um plantio. Já as lavouras de café podem ser afetadas com o frio
intenso e as geadas, provocando perdas de
safras inteiras”, afirma o meteorologista André Madeira, da Climatempo.
Além disso, o clima tem influência direta nos microorganismos e fungos que prejudicam as plantações. O uso da agrometeorologia permite aperfeiçoar, por exemplo, a
aplicação de defensivos agrícolas em alguns
períodos, já que fatores como velocidade do
vento, temperatura e umidade relativa do ar
podem influenciar diretamente no resultado
final. Assim, os produtores podem antever
situações de risco para sua lavoura e tomar
decisões bem-sucedidas.
O engenheiro agrônomo Marcelo Vankevicius, da consultoria Entonet, une esses benefícios ao sistema de coleta de dados georreferenciados desde 2007 para monitorar
a incidência de pragas nas lavouras de soja
e milho. Utilizando o Sistema de Posicionamento Global (GPS), ele obtém informações
diretamente da lavoura, anotadas pelos técnicos de campo diariamente, em tempo real.
Antes da implantação da tecnologia,
a equipe técnica da propriedade tomava
decisões baseada em suposições de casos
de pragas em regiões da fazenda. “Hoje
temos mais organização, transparência e
segurança nas informações que são transmitidas. Conseguimos monitorar melhor a
plantação, aplicar defensivos na medida e
no local adequado e evitar prejuízos. E os
resultados são mais efetivos”, explica o engenheiro.
O governo federal também tem sua importante parcela no fomento à pesquisa em
agrometeorologia por meio de órgãos como
CNPq, Finep, Capes, entre outros, assim
como as Fundações de Amparo à Pesquisa
dos estados.
Acontece
Novo sistema de
beneficiamento
Para assegurar que o produto da Galvani
a ser embarcado atenda às especificações, o
sistema de beneficiamento do CIP foi totalmente reformulado. Com investimento de R$
1 milhão, as melhorias incluem a substituição da peneira de classificação por outra de
tecnologia mais avançada, com capacidade
de 160 toneladas/hora, a instalação de um
elevador, um novo desagregador e um sistema de exaustão. Isso garante que apenas o
produto com granulometria correta seja em-
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rológico de determinado período.
barcado. O processo permite fazer o carregamento direto para vagão ou caminhão.
Calçamento em
Angico dos Dias
A partir de uma demanda apontada pelos
próprios moradores dos povoados de Angico dos Dias, município de Campo Alegre de
Lourdes (BA), e de Lagoa do Mato, município
de Caracol (PI), e de uma ação articulada pelo
Instituto Lina Galvani junto às prefeituras municipais, esses locais estão ganhando pisos pavimentados de paralelepípedos. As obras já estão em andamento e a Galvani forneceu areia,
colaborou no transporte das pedras e cedeu
máquinas para a terraplenagem dos terrenos.
“Por meio do projeto Café com o Instituto,
identificamos as principais necessidades das
comunidades visando à melhoria da qualidade de vida local e colaboramos na articulação
com o Poder Público”, diz Cecília Galvani,
Diretora-Presidente do Instituto Lina Galvani.
galhães/BA. Estreitando a relação entre a em-
Convênio é firmado
em LEM
lho na área em que estudam, com interação
No final de outubro, a Galvani assinou
um convênio com a Faculdade Arnaldo Ho-
depois de formado o profissional terá a pos-
rário Ferreira (FAAHF), de Luís Eduardo Ma-
da empresa, com duração de mais um ano.
presa e a faculdade, o objetivo é contribuir
para o fortalecimento e o desenvolvimento
dos alunos, além de permitir também um
intercâmbio e a troca de experiências entre
profissionais da empresa e do meio acadêmico. A partir de 2010, os alunos poderão
conquistar uma vaga no mercado de trabaentre seu plano de carreira e a empresa. Haverá um estágio com duração de dois anos, e
sibilidade de ingressar no programa trainee
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Empreendedores
A história da International Paper
A International Paper (IP) foi fundada em 1898, nos EUA, e atua em mercados na América do Norte, Europa, Rússia,
América Latina, Ásia e no norte da África.
Seus negócios também incluem a Xpedx, a
maior distribuidora de papéis para impressão, suprimentos e equipamentos gráficos
da América do Norte.
No Brasil, começou a operar em 1960
por meio da Champion Papel e Celulose,
com a produção de papel revestido na planta
de Mogi-Guaçu, interior de São Paulo. Atualmente, possui três unidades no país – MogiGuaçu e Luiz Antônio (SP), que produzem
papel não revestido e celulose; e Três Lagoas
(MS), produtora de papel não revestido.
A companhia emprega aproximadamente 61.500 funcionários em mais de 20
países. Somente no Brasil, são 2.532 profissionais que atuam na fabricação das linhas
de papéis para imprimir e escrever Chamex
e Chamequinho e na linha gráfica de papéis
Chambril.
Seus produtos são fabricados a partir
de florestas 100% plantadas e renováveis,
certificadas pelo Cerflor – sistema brasileiro
de certificação florestal reconhecido internacionalmente. No Estado de São Paulo, a
área florestal da IP Brasil compreende 102
mil hectares de terras, sendo mais de 72 mil
hectares de florestas de eucalipto.
A International Paper tem uma relação
de mais de 12 anos com a Galvani na comercialização de 100% do ácido sulfúrico
necessário para abastecer suas unidades de
Mogi-Guaçu e Luiz Antônio. Atualmente, o
consumo anual da IP é de 12 mil toneladas
de sulfúrico nas duas plantas. “A qualidade
do produto e as condições de atendimento
da Galvani são pontos que vêm garantindo o
sucesso dessa parceria”, afirma Regina Bulgarelli, especialista em suprimentos da IP.
Especial 75 anos
Concentração a seco: um passo inédito e decisivo
Com o processo de concentração a seco,
a Galvani mais uma vez apostou em inovação como ferramenta para ultrapassar as dificuldades e conquistar espaço na sua área de
atuação.
A jazida de fosfato de Angico dos Dias
(BA), adquirida em 1996 da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM),
tinha potencial para atender seu mercado em
Parte da concentração a seco da UMA
Informativo do Grupo Galvani
Endereço para correspondência:
Av. Onófrio Milano, 589 - São Paulo/SP - CEP 05348-030
Fone: (11) 3767-0044 - Fax: (11) 3767-0041
e-mail: [email protected]
www.galvani.ind.br
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estados do Nordeste, porém sua exploração
era na ocasião inviável por conta da precária
infraestrutura daquela região. Faltava energia
elétrica, as estradas eram ruins e, além disso,
a pouca água existente no semiárido tinha de
ser preservada para consumo humano, lembrando que o processo normal de beneficiamento e concentração de rocha fosfática (flotação) utiliza grandes quantidades de água.
A partir de uma ideia de Rodolfo Galvani
Jr., a Galvani iniciou então pesquisas para viabilizar um processo de concentração a seco,
sem utilização de água. Ao assistir a uma
palestra do saudoso Gildo Sá Albuquerque
no Instituto Brasileiro do Fosfato (Ibrafos), na
qual foi mencionada uma tecnologia utilizada
no norte da África, onde um sopro no minério em queda livre separava o contaminante
do fosfato, Rodolfo imaginou que esta técnica, se adaptada, poderia ser a solução para
Coordenação: Departamento de Comunicação
Produção: Alfapress Comunicações
www.alfapress.com.br
Jornalista responsável: Kelli Costalonga (MTb 28.783)
Edição: Daniela Torres
o problema enfrentado em Angico. Assim,
com apoio do Gildo, procurou o professor
e pesquisador Arthur Pinto Chaves, da USP,
para em conjunto desenvolver um novo processo de concentração de fosfato por via seca
– mais tarde patenteado pela Galvani –, que
iria viabilizar o aproveitamento de minérios
secundários em jazidas do semiárido, a um
baixo custo de implantação e com menor impacto ambiental.
Posteriormente, em 1998, a Galvani estava negociando sua entrada na Irecê Mineração Ltda., visando ao aproveitamento da
jazida de fosfato de Irecê (BA), que também
apresentava o mesmo problema de falta de
água. Assim, a empresa implantou primeiramente a concentração a seco em Irecê, vindo
a utilizar a tecnologia para Angico anos depois, quando a energia elétrica e as estradas
finalmente chegaram à região.
Redação: Fabiana Schoqui
Projeto gráfico e editoração: Via B Comunicação Criativa
www.viab.com.br
Ilustração: Theo
Tiragem: 4.100 exemplares