Mötley Crüe
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Mötley Crüe
NEW YORK TIMES BESTSELLER THE DIRT MÖTLEY CRÜE (1980) com Neil Strauss Confissões da banda de rock mais notada do mundo Tommy Lee, Mick Mars, Vince Neil e Nick Sixx Dedicado para nossas esposas e filhos na esperança que eles possam nos perdoar pelo que nós fizemos. CONTEÚDO THE DIRT PARTE 1 A casa Mötley 1 PARTE 2 Born too loose (Nascido frouxo demais) 9 PARTE 3 Toast of the Town 43 PARTE 4 Shout at the devil 81 PARTE 5 Save our souls 123 PARTE 6 Girls, Girls, Girls 159 PARTE 7 Alguns dos nossos melhores amigos eram traficantes de drogas 173 PARTE 8 Alguns dos nossos melhores amigos eram traficantes de drogas 209 PARTE 9 Don’t go away mad 241 PARTE 10 Without you 285 PARTE 11 As armas, as mulheres, o ego 333 PARTE 12 O fim de Hollywood 399 Agradecimentos 429 A história aqui apresentada será contada por mais de uma caneta, como a história de um crime contra as leis é contada em um tribunal por mais de uma testemunha. - Wilkie Collins (“The woman in White”, 1860) MÖTLEY CRÜE PARTE UM >> A CASA MÖTLEY << Capítulo 1 Vince -- Em relação à primeira casa; onde Tommy foi pego com suas cal ças para baixo e suas bolas em um buraco, Nikki pegou fogo para o desagrado do tapete, Vince cobiçou narcóticos em David Lee Roth e Mick manteve uma justa e confusa dist ância. -- Seu nome era Bullwinkle[personagem de uma série de desenho animado estadunidense da década de 60, no Brasil chamada “Alceu e Dentinho”]. Nós a chamávamos disso porque ela tinha um rosto como de um alce. Mas Tommy, mesmo que ele pudesse pegar qualquer garota que ele quisesse na Sunset Strip , não podia romper com ela. Ele a amava e queria casar com ela, ele sempre dizia para nós, porque ela podia espirrar sua goza por toda asala. Infelizmente, não era apenas goza que ela fazia voar pela casa. Eram louças, roupas, cadeiras, socos – basicamente qualquer coisa ao alcance do seu temperamento. Até então, eu vivia em Compton, e nunca tinha visto ninguém tornar isso tão violento. Uma palavra errada ou um olhar podia fazer com que ela tivesse um ataque de ciúmes. Uma noite, Tommy tentou mantê-la longe batendo a porta com tudo – a fechadura tinha sido quebrada há muito tempo por ser chutada repetidamente pela polícia – e ela agarrou um extintor e o jogou contra o vidro da janela para entrar. A polícia retornou mais tarde dessa noite e ameaçou Tommy com a arma enquanto Nikki e eu nos escondemos no banheiro. Eu não tenho certeza pelo que nós estávamos mais assustados: Bullwinkleou pelos tiras. Nós nunca consertamos a janela. Teria dado muito trabalho. Pessoas iam parar dentro da casa, localizada perto Whisky do A Go-Go , depois de horas de festa mesmo tendo a janela quebrada ou deformada, a porta da frente estragada, que só poderia ser fechada se nós dobrássemos um pedaço de cartolina e enfiássemos com força debaixo. Eu dividi um quarto com Tommy enquanto Nikki, aquele canalha, pegou o quarto grande para ele. Quando nos mudamos para a casa, nós combinamos de revisar e todo mês uma pessoa diferente poderia ficar com o quarto individual. Mas isso nunca aconteceu. Era trabalho demais. Era 1981, e nós estávamos quebrados, com mil e sete libras que nosso gerente tinha dado para nós e poucas propriedades dizimadas em nosso nome. Na sala da frente tinha um sofá de couro e um estéreo que os pais de Tommy deram pra ele de natal. O teto era coberto com umas pequenas coisas redondas para abafar o som porque toda hora os vizinhos reclamavam por causa do barulho, nós poderíamos nos vingar com uma pancada no teto com um cabo de vassoura ou braços de guitarra. O tapete estava sujo de álcool, sangue e cigarros queimados, e as paredes estavam chamuscadas de preto. O lugar estava infestado de vermes. Se nós quiséssemos ter usado o forno, nos teríamos que deixá-lo em alta por uns bons dez minutos para matar o ninho de baratas se rastejando lá dentro. Não podíamos pagar pesticidas, então para matar as baratas nas paredes nós tínhamos que espirrar spray de cabelo, acender um isqueiro perto do bico e queimar as desgraçadas. Claro, nos poderíamos pagar (ou dar ao luxo de roubar) coisas importantes como spray de cabelo, porque você tem que ter seu cabelo armado se você quiser tirar onda nos clubes. A cozinha era menor que o banheiro, e apenas como apodrecimento. Na geladeira tinha geralmente um atum velho, cerveja, mortadelas Oscar Mayer, maionese vencida, e talvez uns cachorros quentes se fosse no começo da semana e nós tivéssemos roubado na loja de licor no andar de baixo ou os comprado com dinheiro economizado. Normalmente, Big Bill, que ganhava 450 libras sendo ciclista e segurança doTroubadour (que morreu um ano depois de uma overdose de cocaína) poderia vir e comer todos os cachorros quentes. Seríamos muito assustadores se falássemos pra ele que era tudo o que a gente tinha. Tinha um casal que morava descendo a rua e sentiu pena de nós, então vira e mexe eles traziam uma grande tigela de macarrão. Quando nós estávamos realmente pobres, Nikki e eu saíamos com garotas que trabalhavam nos supermercados apenas para comer de graça. Mas nós sempre comprávamos nossa própria bebida. Isso era uma questão de orgulho. Na pia da cozinha apodrecia as únicas louças que tínhamos: dois copos e um prato, que nós poderíamos enxaguar depois. Às vezes tinha casca de bolo suficiente no prato para raspar e que daria uma refeição completa, e Tommy não estava fazendo isso. Sempre que o lixo amontoava, nós abríamos uma pequena porta corrediça na cozinha e jogávamos para o quintal. De fato, o terraço teria sido um lugar legal, com uma churrasqueira e cadeiras, mas ao invés disso havia sacos de latas de cervejas e garrafas bebidas empilhadas tão altas que nós tínhamos que esconder o lixo para de impedir que isso caísse toda vez que abríssemos a porta. Os vizinhos reclamavam do cheiro e dos ratos que rodeavam o quintal todo, mas não tinha jeito de tocá-los, até que o Departamento De Saúde E Serviços De Los Angeles apareceu em nossa porta com papéis legais exigindo que limpássemos o desastre ambiental que tínhamos criado. Em comparação, nosso banheiro fez com que a cozinha se parecesse perfeitamente limpa. Nos nove ou alguns meses que moramos lá, nós nunca limpamos o banheiro. Tommy e eu continuávamos adolescentes: nós não sabíamos como. Havia tampões [absorvente tipo OB] no chuveiro das garotas da noite passada, e na pia e no espelho havia cabelos do Nikki que tinham caído por causa da tintura. Nós não podíamos arcar com isso – ou nós éramos muito preguiçosos para arcarmos – papel higiênico, então, tínhamos meia com mancha de merda, flyersde banda, e páginas de revistas espalhadas pelo chão. Atrás da porta tinha um pôster do Slim Whitman [cantor country norte-americano]. Eu não tenho certeza do por que. No quarto que eu e Tommy dividíamos era o da esquerda do corredor, cheio de garrafas vazias e roupas sujas. Cada um de nós dormia em um colchão no chão enrolado em um lençol velho branco que tinha ficado com cor de barata espremida. Mas nós pensávamos que éramos bem agradáveis porque nós tínhamos um espelho na porta do nosso closet. Ou nos éramos. Uma noite, David Lee Roth veio e sentou no chão cheio de porra, mantendo tudo do jeito dele quando a porta saiu da dobradiça e lhe acertou na parte de trás da sua cabeça. Dave parou seu monólogo durante meio segundo, e então continuou. Ele não parecia estar consciente que algo fora do normal tinha acontecido – e ele não perdeu uma parte da sua droga. Nikki tinha uma TV em seu quarto, e um conjunto de portas que abriam para a sala de estar. Mas ele as mantinha fechadas por algum motivo. Ele sentava lá no chão, escrevia “Shout at the Devil’’ enquanto todo mundo estava festejando em volta dele. Todas as noites depois que nós tivéssemos tocado Whisky no , metade da multidão voltaria para nossa casa e bebia e cheirava, usava heroína, Percodan [medicamento narcótico aliviar dores moderadas ou fortes], tranqüilizantes, e qualquer coisa que utilizado para podíamos conseguir de graça. Eu era o único que aplicava porque uma mimada-rica, bissexual, que dava para três de uma vez, proprietária de 280Z, loira, chamada Lovey, tinha me ensinado como injetar cocaína. um Lá poderia ter punks remanescentes como 45 Grave e os idiotas que iam à nossas festas do renascido metal como Ratt e W.A.S.P. bêbados no quintal e na rua. Garotas poderiam chegar de mala e cuia. Uma estava escalando a janela quando outra estava vindo da porta. Eu e Tommy tínhamos nossa janela, e Nikki tinha a dele. Tudo que precisávamos dizer era: “Alguém está aqui. Você precisa ir embora”. E iam – embora, às iam tão longe como o quarto do outro lado do corredor. vezes, Uma mina ruiva que costumava ir lá era tão obesa que não conseguia escalar até a janela. Mas ela tinha um Jaguar XJS, que era o carro favorito de Tommy. Ele queria dirigir aquele carro mais do que tudo. Finalmente, ela disse pra ele que se ele a comesse, ela o deixaria dirigir o Jaguar. noite, Nessa Nikki e eu estávamos andando na casa procurando Tommy quando vimos sua calça esparramada pelo chão, e uma grande massa pelada em cima dele descendo e subindo. Nós apenas passamos por cima dele, pegamos um rum com coca, e sentamos no nosso dizimado sofá para assistir o espetáculo: eles pareciam um Volkswagen vermelho com quatro pneus fincados no traseiro e ficando mais chato a cada segundo. No segundo que Tommy acabou, ele abotoou sua calça e olhou para nós: “Eu tenho que ir cara”, ele sorriu radiantemente, orgulhoso. “Eu estou indo dirigir o carro dela”. Então, ele estava fora – passando pela crosta da sala de estar, pela porta saindoda frente engordurada, passando pelos blocos de brasa, e dentro do carro, contente com ele mesmo. Essa não seria a última vez que encontraríamos esses dois abraçados na barganha. Nós vivemos nesse chiqueiro muito tempo como crianças que ficam no útero antes de vazar com as garotas que nós encontrávamos. O tempo inteiro que ficamos lá, tudo o que nós queríamos era um contrato. Mas nós sempre acabávamos com bebida alcoólica, drogas, garotas, sujeira e mandatos judiciais. Mick, que estava morando com a sua namorada em Manhattan Beach, continuava nos falando que não tinha como conseguirmos um contrato. Mas eu acho que ele estava errado. Esse lugar fez com que o Mötley Crüe nascesse, e como um pacote de cachorros raivosos, nós abandonamos a puta, a deixamos com muito impulso, a testosterona estava em alta para divulgar um milhão de embriões bastardos de banda de metal. Capítulo 2 Mick -- A perspectiva da casa era que entre Bullwinkle e a forma de vida extraterrestre era mesma coisa. a -- Eu costumava dizer para eles: “Vocês sabem qual o problema de vocês? Quando vocês fazem alguma coisa vocês são pegos. Esse é o jeito que vocês fazem as coisas.” Então eu peguei uma dose e atirei pelo cômodo e ninguém sabia que merda que estava acontecendo. Eu sempre era o primeiro a saber como fazer coisas como essas sem ser pego. Eu acho que eu era o estranho. Eu tive meu canto em Manhattan Beach com a minha namorada. Eu nunca saí daquela casa. Eu tinha feito aquilo, visto aquilo. Eu tinha por volta dos 21 por um bom tempo e eles continuavam como 18. Eu me juntei a eles apenas no Natal, e eles tinham uma pequena árvore que eles roubaram e decoraram com latas de cerveja, calcinhas, meleca de nariz, agulhas, e merda. Antes de nós sairmos para um showCountry no Club, eles colocaram a árvore no quintal, cobriram com gasolina e colocaram fogo. Eles pensavam que isso era realmente engraçado, mas pra mim era imprestável. Esse tipo de coisa me aborrecia muito rapidamente, sabe. Era sempre tanta podridão por lá que você poderia esfregar seu dedo por qualquer superfície que ficaria sujo por debaixo de suas unhas. Eu preferia ficar casa em e beber e tocar minha guitarra. Nikki estava saindo com um tipo de bruxa que ele tinha feito sexo no closet, ou em um caixão na casa dele. Tommy estava saindo com – eu não posso lembrar o nome dela, mas nós a chamávamos de Bullwinkle . E um alce não é um animal bonito. Ela ficou louca e arrancou os extintores da parede e explodiu todas as janelas para entrar na casa. Pra mim, ela era uma ridícula, pirralha, possessiva que maluca ou algo assim. Eu nunca fui violento como isso, quebrar as janelas era em pedaços e correr o risco de me machucar. O que está dentro de pessoas como essa é coisa demais pra mim. Todo mundo gosta de parecer ETs, mas eu penso que nós somos ETs. Nós somos descendentes dos encrenqueiros de outro planeta. Apenas como Austrália é uma prisão para a Inglaterra, onde eles buscam por todos seus crimes e assim por diante, é a mesma coisa na Terra. Isto é onde eles nos deixam. Nós somos as pessoas insanas de algum outro lugar, apenas um bando de lixo. Minhas costas doem. Fig. 1 da esquerda: Rob Hemphill, Frank Ferrana (também conhecido como Nikki Sixx), e amigos frente da Roosevelt High Scholl, Seattle. na PARTE 2 >> BORN TOO LOOSE << (Nascido frouxo demais) Capítulo 1 Nikki -- As tentativas e o trabalho do jovem Nikki, no qual nosso her ói era barbaramente espancado por escovar os dentes em uma má-aconselhada direção, aprendendo o melhor jeito de matar um coelho, utilizando uma lancheira em autodefesa, segurando mãos com a doce Sarah Hopper, e vendendo crack. -- Eu tinha catorze anos quando minha mãe foi detida. Ela estava furiosa comigo ou algo assim – ficar fora até tarde, não fazer tarefa, ouvir música muito alto, estar vestido como um mendigo, eu não consigo lembrar – e eu não pude fazer mais isso. Eu esmaguei meu baixo na parede, joguei meu estéreo pelo quarto, arranquei meus pôsteres do MC5 e Blue Cheer da parede e chutei fazendo um buraco na TV branca e preta do andar de baixo após surrar a porta da frente. Lá fora eu lancei sistematicamente uma pedra contra todas as janelas na casa. Mas esse era apenas o começo. Eu estava planejando o que viria depois de um tempo. Eu corri para uma casa próxima cheio de drogas que eu gostava de usar para ficar drogado e pedir por uma faca. Alguém me arremessou um estilete. Eu arranquei a lâmina, estendi meu pulso do braço esquerdo e enterrei a faca na direção do cotovelo, deslizando pra baixo quatro polegadas e fundo o suficiente para que desse pra ver o osso. Eu por senti não nada. Na verdade, eu pensava que aquilo tinha ficado bem legal. Depois eu liguei para polícia e disse que minha mãe tinha me atacado. Eu queria que eles a prendessem assim eu poderia viver sozinho. Mas meu plano fracassou: a polícia disse que se um menor vivesse em sua custódia, eu passaria a ser acusado, e eles teriam que me colocar em uma creche até eu completar meus dezoito anos. Isso significa que eu não era capaz de tocar minha guitarra por quatro anos. E se eu não poderia tocar minha guitarra por quatro anos, isso significava que eu nunca faria aquilo. E eu estava prestes a fazer aquilo. Não havia dúvida diante disso – pelo menos na minha mente. Então eu me esclareci com a minha mãe. Eu disse pra ela que como eu não podia processá-la, se ela ia embora, me deixaria sozinho, me deixar ser eu mesmo. “Você não está aqui por minha causa”, eu disse pra ela, “então me deixe ir”. E ela deixou. Eu nunca voltei. Esse foi um fim vencido e não pago para uma busca de fuga e independência que tinha sido há muito tempo atrás colocado em movimento. Isso começou como Richard Hell’s, a clássica punk “Blank Generation”:Eu“estava dizendo deixe-me sair daqui antes que mesmo que eu tivesse nascido ”. Eu nasci dia 11 de dezembro de 1958, às 7:11 da manhã, em San Jose. Já estava em mim como eu poderia ser, e, até então, provavelmente até na noite anterior. Minha mãe conversou um monte sobre nomes que dão sorte como a que ela teve com homens. Ela nasceu em Deana Haight – uma menina fazendeira de Idaho com estrelas em seus olhos. Ela era brilhante, com força de vontade, motivada, e totalmente linda – como uma estrela de filme dos anos cinquenta, com um elegante cabelo curto, um rosto angelical, e uma figura que deixa uma reação retardada nas pessoas nas ruas. Mas ela era a ovelha negra da família, o oposto dela perfeitamente, sua irmã mimada, Sharon. Ela tinha um temperamento indomável: completamente excêntrico, propensa à desgraça aleatória, e constitucionalmente incapaz de criar qualquer padrão de estabilidade. Ela era definitivamente minha mãe. Ela queria colocar meu nome de Michael ou Russell, mas antes ela pediu pra enfermeira perguntar pro meu pai, Frank Carlton Feranna – que estava apenas um tempo longe de abandonar ela e eu pelo nosso bem – o que eu deveria chamar. Ele traiu minha mãe naquele mesmo lugar e me nomeou Frank Feranna, depois dele. E foi isso que eles escreveram na certidão de nascimento. Desde o primeiro dia, minha vida era uma grande merda. Àquele ponto, eu deveria engatinhar implorando para os meus “fabricantes”: “Podemos recomeçar?” . Fig. 2 Mãe do Nikki, Deana Meu pai ficou por aí o bastante para me dar uma irmã que, como meu pai, eu não me lembro. Minha mãe sempre me disse que minha irmã tinha ido morar em outro lugar quando era menor e eu não era permitido de vê-la. Não era depois de trinta anos que eu iria descobrir a verdade. Para minha mãe gravidez e crianças foram sinais dizendo para ela ir mais devagar – conselhos que ela considerava por um curto tempo até ela começar namorar Richard Pryor. Na maior parte da minha infância, a ideia de uma irmã e um pai estava além da minha compreensão. Eu nunca pensei em mim vindo de um lar cheio de problemas, porque eu não tive nenhuma lembrança de lar sem ser eu e minha mãe. Nós vivíamos no nono andar St.doJames Club– então conhecido como Sunset Towers– na Sunset Boulevard. E quando eu entrei no estilo de vida dela, ela me mandou morar com meus avós, que estavam constantemente em mudança, vivendo em um milharal em Pocatello, Idaho, ou em um parque de pedras no sul da Califórnia, ou em uma fazenda de porcos no Novo México. Meus avós constantemente se colocavam em risco por pegar uma custódia legal de mim se minha mãe não parasse de festejar. Mas ela não me abandonou completamente nem me abrandou. A situação ficou pior quando ela entrou para a banda do Frank Sinatra como cantora substituta e começou a namorar o baixista, Vinny. Eu os assistia ensaiando toda hora, com estrelas da época como Mitzi Gaynor, Count Basie e Nelson Riddle e por aí vai. Quando eu tinha quatro anos, ela se casou com Vinny e nós nos mudamos para Lake Tahoe, que estava se tornando uma pequena Las Vegas. Eu me levantei às seis da manhã em uma pequena casa marrom que nós vivíamos, pronto pra brincar, mas eu acabei sozinho, jogando pedras lagoa lá fora até eles saírem da cama por volta das duas da tarde. Eu sabia na que não podia tentar acordar Vinny, porque ele me colocaria pra fora. Ele tinha sempre um péssimo humor, e com uma pequena provocação ele descontaria isso em mim. Uma tarde, ele estava tomando banho quando ele notou que eu estava escovando meus dentes do lado pro lado ao invés de para cima e para baixo como ele tinha me ensinado. Ele se levantou, pelado, peludo, coberto de água como um macaco pego em uma chuva de granizo, e deu um soco do lado da minha cabeça, me jogando no chão. Então minha mãe, como sempre, ficou furiosa e o atacou enquanto eu corri para a lagoa para me esconder. Nesse Natal, eu recebi dois presentes: meu pai parou em casa quando eu estava lá fora brincando e, como um gesto fraco para absolver sua culpa ou um esforço genuíno para ser um pai com os pequenos meios disponíveis para ele, me deixou um trenó de plástico vermelho com os puxadores de couro. E minha meia irmã, Ceci, nasceu. Mudamo-nos para o México quando eu tinha seis anos, porque minha mãe e o Vinny tinham conseguido dinheiro suficiente para tirar uma licença de um ano ou porque eles estavam fugindo de algo (mais parecido com alguém com um uniforme azul). Eles nunca me disseram o porquê. Tudo que eu lembro era que minha mãe e Ceci voaram para lá, e isso significa que eu tive que atravessar a fronteira com o Vinny e a Belle. Belle era pastora alemã que, como Vinny, constantemente me atacava sem ter sua motivos. Minhas pernas, braços, e meu tronco ficaram cobertos com marcas de mordidas por anos. Desde esse dia, eu ainda não conseguia entender a porra dos pastores alemães. (Isso faz algum sentido que o Vince acabou de comprar um pra ele). México era provavelmente a melhor época da minha infância: eu corria por aí pelado com as crianças mexicanas na praia próxima a nossa casa de campo, brincava com as cabras e galinhas perambulando pelo bairro como se fosse deles, comia cebiche [prato de origem peruana baseado peixe cru marinado em suco de limão ou limaemou outro cítrico], entrávamos na cidade procurando por espigas de milho quentinhas enrolados no papel alumínio, e, quando fiz sete anos, fumei maconha pela primeira vez com a minha mãe. Quando México se tornou passado para eles, retornamos para Idaho, onde meus avós compraram para mim minha primeira vitrola, um brinquedo de plástico cinza que só tocava singles. Tinha uma agulha na tampa, sempre que estava fechado, a música tocava e quando estava aberto, a música parava. Eu costumava ouvir Alvin and the Chipmunks toda hora, do qual minha mãe nunca me deixou esquecer. Um ano depois, nos amontoamos em um trailer U-Haul e fomos para El Paso, Texas. Meu avô dormia em um saco de dormir do lado de trás, minha avó cochilava em um banco, e eu enrolado no chão como um cachorro. Nos meus oito anos, eu já estava cansado de viajar. Depois de muito passeio, gastando a maioria do meu tempo com eu mesmo de companhia, amizade se tornou como televisão para mim: algo que me distraia de vez em quando do fato que eu era sozinho. Sempre que eu estava no meio de crianças da minha idade, eu me sentia incomodado e fora do lugar. Na escola, tive dificuldade. Era difícil se preocupar ou atenção prestar enquanto eu sabia que o ano estava acabando, e eu iria embora e nunca mais veria qualquer um desses professores ou crianças de novo. Em El Paso, meu avô trabalhava em um posto de gasolina da Shell, minha avó ficava no trailer, eu ia para a escola primária local, onde as crianças eram cruéis. Elas me empurravam, e saiam correndo como uma garota. Todo dia como eu andava sozinho para a escola, eu tinha que cruzar o pátio da escola e me bombardeavam com bolas de futebol e comida. Para facilitar minha humilhação, meu avô cortou meu cabelo, do qual minha mãe sempre deixou crescer, no estilo Flattop – não era o mais popular mais tarde nos anos sessenta. Eventualmente, eu comecei a gostar de El Paso porque eu comecei a passar meu tempo com Victor, um mexicano hiperativo que morava do outro lado da rua. Tornamo-nos melhores amigos e fazíamos tudo junto, permitindo-me a ignorar as notas das outras crianças que odiavam a minha coragem porque eu era um lixo pobre e branco da Califórnia. Mas quando eu comecei a ficar tranquilo, o inevitável aconteceu: nós nos mudamos de novo. Eu estava destruído, porque dessa vez eu tinha que deixar alguém para trás, Victor. fig. 4 Relatório de notas do Nikki da sexta série, Anthony, New Mexico, Gasden School District fig. 5 Pai do Nikki, Frank Ferrana Mudamo-nos para o meio do deserto em Anthony, Novo México, porque meus avós pensavam que poderiam ganhar mais dinheiro com uma fazenda de porcos. Nós criávamos galinhas e coelho como porcos também. Meu trabalho era pegar cada coelho, o segurar pelas suas pernas de trás, pegar uma vara, e esmagar na parte de trás da cabeça dele. Seu corpo convulsionava em minhas mãos, sangue gotejava do seu nariz, e eu ficava lá pensando: “Ele era apenas meu amigo. Estou matando meus amigos”. Mas na mesma hora eu soube que os matar era o meu papel na família; isso foi o que eu tive que fazer para me tornar um homem. A escola era noventa minutos de ônibus em uma estrada sem asfalto e um constante balanço. Quando nós chegávamos, as outras crianças que sentavam no fundão do ônibus me empurravam pro chão e ficavam em cima de mim até eu dar meu dinheiro do lanche. Depois de sete vezes, eu jurei que isso não iria mais acontecer. Na outra manhã, eu trouxe uma lancheira de metal do Apollo 13 e a enchi com pedras no ponto de ônibus. Logo que nós chegamos, eu saí correndo do ônibus e, como de costume, eles me pegaram. Mas nessa hora, eu comecei a girar, quebrando narizes, amassando cabeças, e espalhando sangue por todo lado até que a lancheira quebrou aberta no rosto de um idiota inato. Eles nunca me foderam de novo – e eu me senti poderoso. Ao invés de me encolher perto das outras crianças, eu apenas pensava: “Não fique comigo, porque eu irei te foder”. E eu falava: “Se alguém me empurrar, irei encher de porrada”. Eu estava louco, e todos começaram a fazer isso eu emanter tal distância. Ao invés de atirar pedras quando eu estava sozinho, comecei a andar pelas estradas de terra com a minha arma BB, roubando eu todas as coisas animadas e inanimadas. Minha única amiga era uma velha dama que vivia em um trailer próximo, totalmente sozinha no meio do deserto. Ela sentava em seu sofá desbotado estampado com flores e bebia vodka enquanto eu alimentava o peixinho-dourado. Depois de um ano vivendo em Anthony, meus avós decidiram que criar porcos não era o caminho para a riqueza que eles achavam que era. Quando eles me disseram que iríamos voltar para El Paso – um quarteirão da outra casa – eu fiquei cheio de alegria. Eu poderia ver meu amigo Victor de novo. Mas eu não era mais o mesmo – eu era cruel e destrutivo - e Victor tinha encontrado novos amigos. Eu passava por sua casa no mínimo duas vezes por dia, sentindo cada vez mais meu isolamento me irritando, antes da caminhada pela escola para ser atacado com equipamentos de esporte pelo Distrito de Gasden Júnior que eu odiava. Eu comecei a roubar livros roupas dos armários das pessoas e entrava na loja principal, Piggly e Wiggly’s , e roubava doces e colocava Hot Wheels nos sacos de pipoca de dez centavos esperando que as pessoas pudessem engasgar. De Natal, meu avô vendeu a maioria dos seus bens - incluindo seu rádio e seu único terno – apenas para me comprar uma faca, e eu retribui seu sacrifício usando para isso golpear pneus. Vingança, ódio a si mesmo, e aborrecimento abriram caminho para a delinqüência juvenil para mim. E eu escolhi seguir isto até o fim. Meus avós eventualmente se mudaram para Idaho, para um milharal com 60m² em Twin Falls. Nós morávamos perto de um buraco de silagem, que é onde o excesso de palha e resíduos que sobram após a colheita é despejado, misturadas com produtos químicos, cobertas com plástico e deixadas apodrecer na terra, até eles federem o bastante para dar de comida para vacas. Eu vivia uma vida como de Huckleberry Finn nesse verão – pescando no riacho, andando pela estrada de ferro, esmagando dinheiro debaixo dos trens, e fazendo montes de feno. Muitas manhãs, eu corria pela casa, fingindo que eu tinha uma moto, então eu me trancava no quarto e ouvia a rádio. Uma noite, o DJ tocou “ Bad John”, do Jimmy Dean e eu perdi minha cabeça. Aquilo cortou o tédio Big como uma foice. A música tinha estilo e atitude: isso era legal. “Eu encontrei”, eu pensei. “Isso era o que eu estava procurando”. Eu liguei tantas vezes para a rádio pedindo “Big Bad John” que o DJ disse para eu parar de ligar. Quando a escola começou, era como Anthony novamente. As crianças me atormentavam e eu tinha que recorrer aos socos para elas pararem. Eles tiravam sarro do meu cabelo, do meu rosto, dos meus sapatos, das minhas roupas – nada de elogios. Eu me sentia um quebra cabeça com um pedaço faltando, e eu não podia compreender o que aquele pedaço era ou onde eu poderia encontrá-lo. Então eu entrei para o time de futebol porque violência era a única coisa que me dava poder diante aos outros. Eu fiquei na primeira linha, e joguei no ataque e na defesa. Eu cresci como um final defensivo onde eu podia bater nos zagueiros. Eu amava machucar esses filhos da puta. Eu estava psicótico. Eu tive muito trabalho no campo, eu gostaria de arrancar meu capacete e esmagar outras crianças com ele, como se fosse minha lancheira do Apollo 13 em Anthony. Meu avô sempre me diz: “Você toca rock como você jogava futebol ”. O futebol fez com que eu ganhasse respeito, e com futebol e respeito vieram as garotas. Elas começaram a me notar e eu comecei a notá-las. Mas quando eu estava finalmente achando um lugar, meus avós se mudaram – para Jerome, Idaho – e eu tive que começar tudo de novo. Mas dessa vez, foi diferente: graças ao Jimmy Dean, eu tinha a música. Eu ouvia a rádio dez horas por dia: Deep Purple, Bachman-Turner Overdrive, Pink Floyd. Enfim, a primeira fita que eu comprei foi de Nilsson Schmilsson, por Harry Nilsson. Eu não tive escolha. Um dos meus primeiros amigos, um caipira chamado Pete, tinha uma irmã que tinha um bronzeado, loira e gostosa. Ela andava por aí com um short curto jeans que me dava convulsões de desejo e pânico. Suas pernas eram arcos dourados, e toda noite na cama tudo que eu conseguia pensar era como eu me encaixaria bem entre elas. Eu comecei segui-la como um palhaço, tropeçando nos meus próprios sapatos. Ela passou em uma farmácia, loja de refrigerante e numa loja de discos, quando eu finalmente tinha economizado dinheiro para comprar a fita Fireball do Deep Purple, ela sorriu para mim com seus dentes enormes e brancos e de repente eu me encontrei comprando a fita do Nilsson Schmilsson porque ela tinha falado disso. Foi em Jerome que comecei a cair e que me levou para os Alcoólicos Anônimos anos mais tarde, onde, coincidentemente, eu me encontrei e me tornei amigo de Harry Nilsson. (Em fato, em um ilusório estado de sobriedade, nós atualmente falamos de colaborar em um álbum.) Jerome tem uma a taxa mais alta de alcoolismo per capita de qualquer cidade dos Estados Unidos, o que é impressionante para uma cidade com três mil habitantes. Eu também fiz amigos como um cara imbecil chamado Allan Week, nós matávamos tempo na casa dele, ouvindo Black Sabbath e Bread e olhando para o anuário da nossa escola, falando com qual garota nós queríamos sair. Claro, quando isso acontecia, éramos patéticos. Nas danças do ensino médio nós ficávamos de fora, ouvindo a música pela porta e nos sentindo incomodados quando as garotas passavam pela gente porque nós estávamos super assustados para dançar com elas. Naquela primavera, nós ficamos sabendo que uma banda local estava vindo para tocar na nossa escola e compramos ingressos. O baixista tinha um cabelo afro gigante, como Jimi Hendrix, e o guitarrista tinha um cabelo longo e um bigode, como Hell’s Angel. Eles pareciam legais: eles usavam instrumentos de verdade, eles tinham grandes amplificadores, e eles manteram trezentas crianças encantadas em um ginásio em Jerome. Essa foi a primeira vez que eu vi um show ao vivo, e fiquei pasmo (embora eles provavelmente estivessem odiando quem os reservou em uma merda de uma escola do ensino médio). Eu não me lembro como eles se chamavam, o que eles tocavam, ou se eles tocavam músicas próprias ou covers. Tudo que eu sabia era que eles pareciam deuses. Eu era tão tolo que nunca tive uma chance com a irmã gostosa de Pete, então eu me estabeleci com Sarah Huper: uma gorda, sardenta de óculos, sem shorts curtos, e pernas que pareciam mais semicírculos pálidos do que arcos de ouro. Sarah e eu dávamos as mãos e passeávamos pelo centro de Jerome, que era aproximadamente um bairro de uma cidade. Depois ficávamos olhando os mesmos discos várias vezes. Às vezes, para impressioná-la, eu saia com um álbum dos Beatles escondido debaixo da minha camiseta e nós ouvíamos na perfeita casa onde seus pais Quaker moravam. Uma noite, eu estava deitado no tapete verde abacate dos meus avós quando seu telefone Bakelite, que era usado raramente e ficava pendurado na parede sem cadeira ou mesa em volta dele, tocou. “Eu quero te dar um presente”, a voz do outro lado – Sarah – disse.“Bem, o que é?”, eu disse. “Eu irei te dar as iniciais,” ela sussurrou no receptor. E eu respondi: “O que é isso?” “B.J.” “Estou cuidando das crianças. Apenas venha aqui. Enquanto andava pra encontrá-la, eu pensava nas possibilidades – ” uma fita do Billy Joel, um manequim do pequeno Jesus, um baseado enorme? Quando eu cheguei lá, ela estava vestindo uma lingerie vermelha imprópria que era da dona da casa. “Você quer entrar no quarto?”, Ela perguntou, apoiando o cotovelo dela na parede e colocando sua mão em sua cabeça. “Por quê?”, eu perguntei como um idiota. Então, enquanto as crianças brincavam no quarto ao lado, eu fiz sexo pela primeira vez e descobri que isso era como uma masturbação, mas dava muito mais trabalho. Sarah, entretanto, não me deixou sair dessa facilmente. Ela queria toda hora: enquanto os pais dela faziam cookies para nós na casa dela, eu metia na filha deles no outro quarto. Enquanto seus pais estavam na igreja, Sarah e eu saíamos com o carro. Era uma coisa que todo cara tem que enfrentar pelo menos uma vez na vida: eu estava metendo na menina mais feia da cidade. Por que não pulamos para a próxima parte? Então eu larguei de Sarah Hopper e, enquanto eu estava com ela, abandonei Allan Weeks, também. E nunca me importei em saber como eles se sentiam porque foi a primeira vez que eu tive coragem para acreditar eu poderia levantar do fundo do poço. Ao invés disso, eu comecei a sair que com o pessoal com classe, como um cara que ganhava trezentas libras, chamado Bubba Smith. Eu tinha que transar, e usar drogas e beber álcool, que eu pensava que me deixava com um quadril bonito – especialmente sob a luz negra que eu logo comprei para por no meu quarto. E, como qualquer pessoa com um adolescente em casa sabe, quando se tem luz negra no quarto, não pertence mais a eles. Ele pertence aos amigos. Adeus chocolate, chips, cookies e Beatles. Olá erva e Iron Maiden. Eu ainda estava longe dos garotos mais legais em Jerome. Eles tinham carros, e nós tínhamos bicicletas, da qual usávamos para ir andar pelo parque e aterrorizar casais. Eu chegava em casa tarde, acendia um baseado e assistiaDon Kirshner’s Rock Concert . E se meus avós tentassem de alguma maneira me constringir ou me criticar, eu enlouquecia. Eu era demais para eles darem conta de mim noite pós noite. Então eles me mandaram embora para morar com a minha mãe, que migrou com minha meia irmã, Ceci, para a Queen Ann Hill de Seattle. Onde elas viviam com seu novo marido, Ramone, um grande e bondoso mexicano com um cabelo preto baixo e liso na parte de trás. Aqui, finalmente, era uma cidade que lentamente se tornava estranha e se deteriorava, uma cidade grande o suficiente para o meu consumo de droga, bebidas alcoólicas, e o meu estado obcecado pela música. Ramone escutava El Chicano, Chuck Mangione, Sly e Family Stone, e todos os tipos de jazz e funk espanhol, que, ao invés de fumar um bagulho em um boteco, ele tentaria me ensinar a tocar, uma guitarra acústica desafinada, faltando a corda “lá”. Nós logo nos mudamos, lógico, para uma área próxima chamada Fort Bliss, um grande agrupamento de quatro pequenos apartamentos idênticos para pessoas desempregadas. No meu primeiro dia na escola, em vez de me baterem, minha classe me perguntava se eu estava em uma banda. Então eu disse pra eles que estava. Eu tinha que pegar dois ônibus para a escola e, para matar o tempo durante a meia hora esperando o segundo ônibus, eu parava em uma loja de instrumentos chamadaWest Music. Tinha uma linda Les Paul dourada presa na parede que tinha um tom limpo, rico. Quando eu a toquei, eu tentava imaginar que eu estava dividindo o palco com os Stooges, fazendo solos de guitarra escalando pelo teto como Iggy Pop agitando o microfone e o público agitando como eles fizeram naquela escola em Jerome. Na escola, fiz amizade com um roqueiro que se chamava Rick Van Zant, um cabeludo drogado, que tocava em uma banda e tinha uma guitarra Stratocaster e um amplificador Marshall no seu porão. Ele disse que precisava de um baixista, mas eu não tinha um baixo. Então eu fui até West a Music numa tarde, com um case de guitarra que um amigo do Rick tinha me emprestado. Eu procurava por um formulário e, quando o garoto se virou para procurar um, eu coloquei uma guitarra dentro da case. Meu coração estava pulando pra fora da minha camiseta e eu dificilmente conseguia falar quando ele me deu o formulário. Enquanto eu examinava o formulário, eu notei que o preço da guitarra estava fora da case. Eu disse pra ele que eu voltaria e deixaria o e andei o mais normal que eu pude, acidentalmente batendo a guitarra pelas formulário, paredes, portas, e tambores quando eu fui embora. Eu tinha minha primeira guitarra. Eu estava pronto para o rock, então eu corri para o porão do Rick. - Você precisa de um baixista - eu disse para ele. - Eu sou seu - Você precisa de um baixo - ele sorriu desdenhosamente. cara. - Lindo - eu respondi lançando a case numa mesa, abri, e tirei meu mais novo bem. - Isso é uma guitarra, seu idiota estúpido. - Eu sei - eu menti - Eu irei tocar baixo na guitarra. - Você não pode fazer isso! Então em pouco tempo dei tchau para minha primeira guitarra e a vendi, usando o dinheiro para comprar um brilhante baixo Rickenbacker preto com um escudo branco. Todo dia eu tentava aprender os Stooges, Sparks (especialmente “This Town Ain’t Big Enough for Both of Us”), e Aerosmith. Eu queria muito entrar na banda de Rick, mas eles sabiam muito bem como eu sabia que eu não conseguia tocar uma merda. Além disso, eles eram roqueiros mais tradicionais que faziam grandes riffs, Rithie Blackmore, Cream, e Alice Cooper (especialmente Muscle of Love). como Um cara do outro lado da rua dele estava começando uma banda chamada Mary Jane’s, então eu tentei ensaiar com ele, mas eu estava sem esperança. Tudo que eu consegui fazer foi forçar uma nota por trinta segundos ou eu esperava que fosse a certa. Finalmente, do lado de um show para maiores de dezoito anos que eu estava tentando entrar, eu conheci um cara chamado Gaylord, um punk que tinha seu próprio apartamento e banda, a Vidiots. Todo dia depois da escola, eu ia pra casa dele e bebia até desmaiar, ouvindo New York Dolls, MC5, e Blue Cheer. Lá sempre tinha uma dúzia de glamorosos New York Dolls – parecendo garotas e rapazes lá, usando unhas lixadas e sombra de olho. Eles nos chamavam de Whiz Kids, não porque nós tomávamos muita anfetamina – e nós tomávamos – mas porque éramos exibidos, como David Bowie, que o seu álbum Young Americans tinha acabado de ser lançado. Como nos anos 60 na Inglaterra, nós vendíamos drogas para comprar roupas. Eu praticamente me mudei para casa de Gaylord e parei de ir para casa. Eu fazia drogas toda hora – baseado, mescalina, ácido, crack – um punk inocente Whiz Kid vendia droga para eles. e logo Eu comecei namorar uma garota chamada Mary. Todo mundo costumava chamá-la deHorsehead [cabeça de cavalo, em português], mas eu gostava dela por uma única razão: ela gostava de mim. Eu estava muito feliz que uma garota atualmente falava comigo. Depois de umas semanas de drogas e rock n’ roll, eu estava legal, mas ainda patético. Eu tinha pintado o dedo – e as unhas, rasgando roupas punks, maquiagem de olho, eum baixo que eu carregava pra todo lugar, mesmo eu ainda não conseguindo tocar e não estando em uma banda. Nós saíamos e éramos ridicularizados por todos os lugares que nós passávamos. Na escola, eu entrava em brigas porque um grupo de pretos miúdos começou me chamar de Alice Bowie e bloqueavam o corredor para que eu não passasse. No caminho de casa depois da escola, eu comecei a roubar casas. Eu batia na porta quando eu passava e, se ninguém respondesse dois dias seguidos na próxima tarde eu esmagava a porta dos fundos e pegava tudo o que eu podia esconder debaixo da minha jaqueta. Eu chegava em casa depois da escola com rádios, TVs, lâmpadas, álbuns de foto, vibradores, tudo o que eu pudesse encontrar. Nas nossas idéias eu saquearia o subsolo de cada apartamento e quebrava as lavadoras com uma alavanca procurando por alojamentos. Eu estava furioso o tempo todo– parcialmente porque as drogas estavam fodendo com meus modos, parcialmente porque eu magoei minha mãe, e parcialmente porque esses eram as coisas punks que eu tinha que fazer. Quase todos os dias eu vendia drogas, roubava merdas, entrava em brigas, e fritava em ácidos. Eu ia pra casa e deitava no sofá e assistia Don Kirshner Rock Concertaté eu cansar. Minha mãe não sabia o que estava o acontecendo: Eu era gay? Heterossexual? Um serial killer? Um artista? Um garoto? Um homem? Um extraterrestre? O que? Para dizer a verdade, eu não sabia o que. Toda hora que eu colocava o pé em casa, nós começávamos uma discussão. Ela não gostava do que eu estava me tornando, e eu não gostava do que ela sempre foi. Então, um dia, aconteceu: eu não consegui mais agüentar aquilo. Nas ruas eu era livre e independente, mas em casa eu era tratado como se fosse criança. Eu não queria mais ser uma criança. Eu queria ser deixado sozinho. Então eu destruí o lugar, eu me bati e liguei para a polícia. Isso basicamente funcionou, porque eu fiquei livre dela depois. Eu passei essa noite com meu amigo Rob Hemphill, um fanático por Aerosmith que pensava que era o Steven Tyler. Para ele, Tyler era o punk que Mick Jagger nunca iria ser. Depois que seus pais me expulsaram, eu dormi no carro de Rick Van Zant. Eu tentei acordar antes de seus pais, mas freqüentemente eles saiam de casa para o trabalho e me encontravam dormindo no banco de trás. Na terceira vez que me pegaram, eles ligaram pra minha mãe. - O que está acontecendo com o seu filho? - a senhora Van Zant perguntou. - Ele está dormindo no meu carro. - Ele está agindo por si mesmo. - Minha mãe disse, e desligou. Quando eu pude, eu fui pra escola. Era uma boa maneira de fazer dinheiro. Entre as aulas eu enrolava baseado e cobrava cinquenta centavos por dois. Depois de dois meses de bons negócios, o diretor estava andando próximo a mim e me pegou com uma bolsa de erva em meu colo. Aquele foi meu último dia na escola. Eu estive em sete escolas em onze anos e de qualquer maneira eu estava de saco cheio. Depois que eu fui expulso, eu passei meus dias debaixo da ponte da 22nd Street, onde todos os outros esquecidos e abandonados matavam tempo. Eu estava indo para lugar nenhum. Eu arrumei um trabalho na Victoria Station lavando louça e aluguei um apartamento de um quarto com sete amigos que também tinham caído fora da escola. Eu roubei outro baixo e, por comida, eu esperava perto da lata de lixo do lado de fora Victoria da Station até os motoristas de ônibus jogarem fora os retos de carne. Eu estava crescendo deprimido rapidamente: apenas um ano atrás eu estava pronto para dominar o mundo, e agora minha vida estava indo por água abaixo. Quando eu corri para meus velhos amigos, como Rick Van Zant ou Rob Hemphill ou Horsehead, eu me senti alienado, como eu tivesse saído de uma sarjeta e estava deixando-os imundos. Eu não sentia vontade de ir trabalhar, então eu larguei. Quando eu não pude mais pagar o aluguel, eu me mudei com duas prostitutas que sentiam pena de mim. Eu vivia no closet delas, com posters do Aerosmith (Get Your Wings) e Deep Purple (Come Taste the Band), presos na parede para parecer como se fosse minha casa. Eu não tinha nada para mim. Um dia, eu fui para casa para o meu closet e minhas mães-prostitutas tinham ido embora. O dono tinha as mandado embora, então eu voltei para o carro de Van Zant. O inverno estava chegando, e a noite estava congelando. Para conseguir dinheiro, eu comecei a vender chocolate coberto de mescalina fora de shows. Em um show do Rolling Stones no Seattle Coliseum, um garoto sardento chegou até mim e disse: “Eu trocarei um baseado por um pouco de mescalina.” Eu concordei porque a mescalina estava barata, mas logo que eu concordei, dois policiais saíram de um carro próximo e me algemaram. O garoto era um guarda pertencente à unidade de combate de entorpecentes. Ele e os policiais me arrastam, chutaram e xingaram, debaixo do Seattle Coliseum. Por alguma razão, de qualquer maneira, eles não me registraram. Eles pegaram minhas informações, me ameaçaram de me deixar preso por um mandado mínimo de dez anos, e eles me soltaram. Eles disseram que se me vissem de novo, mesmo que eu não tivesse fazendo nada de errado, eles me colocariam atrás das grades. Eu senti que minha vida estava explodindo: eu não tinha lugar pra morar, ninguém para confiar, e depois tudo isso, eu nunca tinha tocado em uma banda. Na verdade, como um de músico, eu era uma droga. Apenas umas semanas antes, eu tinha vendido meu único baixo por dinheiro para comprar drogas para vender. Então eu fiz a única coisa que um punk que levou uma pedra do traseiro podia fazer: eu liguei pra casa. - Eu tenho que deixar Seattle - eu implorei para minha mãe. - E eu preciso da sua ajuda. - Por que eu deveria te ajudar? - ela perguntou fria. - Eu só quero ir ver minha avó e meu avô - eu implorei. No outro dia, minha mãe veio para me colocar em um ônibus Greyhound. Ela realmente não queria me ver de novo, mas ela não confiou em mim com o dinheiro. Ela também queria me lembrar de que ela era uma santa sofrida por me ajudar e eu era um idiota egoísta. Mas a única coisa que eu podia pensar era “Boom! Eu estou fora daqui e nunca mais vou voltar”. Tudo o que eu tinha de música no caminho da viagem era uma fita do Aerosmith, uma fita do Lynyrd Skynyrd, e uma caixa barulhenta estragada. Eu ouvi essas fitas repetidamente até eu chegar a Jerome. Eu saí do ônibus com uma bota de plataforma de seis polegadas, um terno de lã cinza com duas fileiras de botões, um corte de cabelo felpudo e com unhas feitas. Orosto da minha avó ficou branco. Longe de Seattle e da minha mãe, eu não causava nenhuma preocupação. Eu trabalhei na fazenda, movendo tubos de irrigação, até o final do verão. Eu guardei o dinheiro que eu consegui e comprei uma guitarra – uma Gibson Les Paul falsa que eles estavam vendendo em uma loja de armas por $109 [o equivalente a R$380 no Meu tio exageradamente detalhista visitou a fazenda um par de vezes Brasil]. com sua nova esposa, uma prestadora de contas em Los Angeles chamada Don Zimmerman. Ele era o presidenteCapitol da Records , casa dos Beatles e da Sweet, e ele começou me enviar cassetes e revistas de rock. Um dia, depois de receber seu último pacote, minha ficha caiu: eu estava aqui ouvindo Peter Frampton na porra de Idaho, enquanto em Los Angeles, as Runaways e Kim Fowley e Rodney Bingenheimer e os caras da revista Creem estavam tocando nos mais modernos clubes de rock imagináveis. Toda essa merda estava caindo sobre mim e eu estava perdendo isso. Capítulo 2 Mick -- O prazeroso e casual encontro de Mick com um vendedor de destilados. -- Eles estavam cobrando dois caras por um vira de tequila na Stone Pony, e eu não iria arcar com isso. Nós deveríamos beber de graça desde anoite que uma banda de Southern-rock que eu estava tocando estava na conta. Eles eram originalmente chamados de Tem-Wheel Drive, mas eu disse a eles que se eles quisessem que eu entrasse, eles teriam que mudar nome. Agora nós éramos chamados de Spiders and Cowboys, que, em uma o escala de um a dez com nomes de bandas, conseguiríamos 4,9. Em norte de Hollywood, eu estava descendo a Burbank Boulevard para a Magnolia Liquor para pegar uma dose de tequila barata. Estava frio como um mamilo de bruxa, e eu olhava fixamente para o chão, pensando sobre o que eu poderia fazer para ensinar Spiders and Cowboys sobre música boa. Eu não iria passar minha vida tocando guitarra e abandonando meus filhos, minha família, meu trabalho escolar – tudo – então eu acabar tocando em uma banda de southern-rock. poderia Quando eu entrei na loja, o cara do balcão sorriu desdenhosamente, “Você parece um tipo de roqueiro.” Eu não posso dizer se ele estava elogiando ou fazendo piada sobre mim. Eu olhei e vi um garoto com um cabelo preto tingido rebelde, maquiagem bagunçada e calça de couro. Eu acho que disse a ele que ele parecia um roqueiro, também. Eu estava sempre atento para as pessoas com quem eu poderia tocar, então eu decidi fazer algumas perguntas pra ele e ver se ele tinha algum potencial. Ele tinha acabado de se mudar pra cá e estava morando com seu tio sua tia, e que eram que eram pessoas importantes da Capitol Records ou algo assim. Seu nome era Frank, ele tocava baixo, e ele parecia um garoto correto. Mas quando ele disse que ouvia Aerosmith e Kiss, e eu não podia entender Kiss. Eu nunca gostei deles. Eu imediatamente o coloquei fora da minha lista de possibilidades de pessoas que eu poderia tocar. Eu curtia música boa, como Jeff Beck e Paul Butterfield Blues Band. “Ouça.” Eu disse pro garoto. “Se você quer ver um guitarrista de verdade, venha pro Stone Pony depois do trabalho. Ele era um garoto arrogante, e eu não pensei que ele iria aparecer. ” Além do mais, ele parecia ter uns dezessete anos, então eu duvidei que eles o deixassem entrar. Na verdade, eu esqueci tudo sobre ele até eu o ver durante o show. Eu estava fazendo slide na guitarra com o microfone e fazendo todos aqueles solos insanos, e ele estava de boca aberta. Se alguém tivesse andando por perto poderia tropeçar naquilo. Depois do show, nós tomamos uns drinks juntos e falamos sobre o tipo de merda que as pessoas que bebem muita tequila falavam. Eu lhe dei meu número de telefone. Eu não sei se ele tentou usar isso, porque eu fui pro Alaska para fazer alguns shows. Eu não me importei de qualquer maneira: ele gostava de Kiss. Capítulo 3 Nikki -- As aventuras adicionais do jovem Nikki. Sua batalha com um adversário armado, uma picada dolorida, e outras coisas que entretêm o bastante. -- Meu tio Don me levantou. Ele me deixou dirigir sua pickup Ford F10 azul com pneus radicais; ele me arrumou um trabalho em uma loja de discos, Music Plus, onde o gerente socava cocaína em nossos narizes, ele me levava para comprar boca-de-sinos e Capezios no shopping; ele comprou pôsteres da Sweet pra mim pra enfeitar meu quarto. E lá tinha um ataque de música por todos os lados – X, the Dils, the Germs, the Controllers... L.A. era o que eu estava procurando, e eu estava saindo de mim. Seria só questão de meses até de eu explodir tudo e ser um sem-lar desempregado de novo. e No meu tio, eu me sentia como um punk que acabou de cair no meio da reprise de Leave it to Beave . Sua família levava uma vida distinta em uma perfeita casinha com uma perfeita piscininha. As crianças andavam de bicicleta lá fora até a mãe os chamarem para o jantar ao anoitecer. Eles tiravam seus sapatos e esfregavam seus pés em um pano e lavavam suas mãos e diziam graça e colocavam seus guardanapos no colo. Alguns de nós vemos a vida como uma guerra e outros como um jogo. Essa família não era nenhum dos dois: eles preferiam sentar ao lado dela e assistir-la passar com distância. Para mim, era uma guerra: eu tinha angústia gotejando dos meus poros. Eu vestia calças vermelhas grudadas que amarravam na frente, Capezios, e maquiagem. Até mesmo quando eu tentava me encaixar, eu não poderia. Um dia meu primo Ricky estava chutando uma bola pelo quintal com alguns amigos, e eu tentei me enturmar. Eu não pude fazer isso: eu me não lembrava como chutava ou jogava ou me posicionava ou qualquer coisa. Eu continuei tentando os convencer de fazerem algo legal, como procurar alguma bebida alcoólica, correr por aí, roubar um banco, qualquer coisa. Eu queria falar com alguém sobre o porquê Brian Connolly da Sweet tinha estrondos que enrolavam, e eu não. Eles apenas olhavam para mim como se eu fosse de outro planeta. Então, Ricky perguntou: - Você está usando maquiagem? - Sim - eu disse para ele. - Homens não usam maquiagem - ele disse firmemente, como se isso fosse uma lei, com seus amigos atrás dele como um júri. - De onde eu vim, eles usavam - eu disse, virando meus saltos altos correndo. e No shopping, eu via garotas com seus cortes de cabelo Farrah Fawcett comprando naContempo , e tudo que eu podia pensar era: “Cadê a minha Nancy?”. Eu era Sid Vicious procurando por Nancy Spungen. Eventualmente, eu apenas ignorei meus primos completamente. Eu sentava no meu quarto e tocava baixo através de um amplificador velho que era metade do tamanho da parede e feito para um rádio ao invés de instrumentos. Quando eu decidi ir para a mesa para uma refeição, eu não pude pedir desculpas ou dizer graça. Eu perguntei para Don coisas como: “Me fale sobre Sweet, cara! Esses caras usam muita droga?”. Então eu ia para os clubes e ia para casa me sentindo como eles. Se eles tentassem impor uma única regra da casa em mim, eu ia mandá-los se foder. Eu era arrogante, um merdinha ingrato. Então eles me chutaram de lá, e eu fui embora com raiva. Eu era um louco para eles como eu era para minha mãe, e outra vez eu me encontrei sozinho e culpando todo mundo por eu mesmo. Eu encontrei um apartamento de um quarto perto da Avenida Melrose e trapaceei a dona para me deixar alugar sem um depósito. Eu não paguei pra ela um centavo por dezoito meses, embora eu tivesse conseguido segurar meu emprego na Music Plus por um tempo. A loja era um paraíso – cocaína, baseados, e garotas gostosas chegando a toda hora. Eu tinha uma placa do lado da registradora: “Baixista procurando por uma banda.” Pessoas perguntavam: “Quem é o baixista?”. Quando eu dizia que era eu, eles aceitavam isso. Eles me diziam sobre audições e me convidavam para shows. Um desses caras era um cantor de rock e cabeleireiro (sempre uma combinação ruim) chamado Ron, e precisava de um lugar para morar. Eu o deixei morar comigo. Ele tinha um bando de namoradas, e logo tínhamos um pequeno lar. Eu encontrei uma garota de Valley chamada Alli Musicna Plus, e nós cheirávamos tranquilizador de elefante chamado Canebenol, bebíamos cerveja, e saíamos para um clube de rock chamado Starwood. Então nós voltávamos para meu bloco do apartamento, transávamos e ouvíamos Todd Rundgren’s Runt. Eu tinha todas as drogas de graça, discos, e sexo que eu queria. E eu comprei um carro, um ’49 Plymouth que custou cem dólares e era tão desprezível que quando eu ia buscar Alli na casa dos seus pais, eu tinha que dirigir dar a volta por cima do morro porque o motor não dava conta de ir por outro caminho. Daí eu fui demitido da Music Plus. O gerente me acusou de roubar dinheiro do caixa, e eu o mandei ir se foder. “Foda-se você!”, ele gritou volta. Eu entrei em fúria, e dei um soco na sua cara e no seu estômago. de continuei gritando: “O que você vai fazer?” Não tinha muita coisa que Eu podia ele fazer: ele tinha uma arma. A pior parte de tudo isso é que ele tava certo: eu estava roubando dinheiro do caixa. Eu era um garoto de cabeça quente que não gostava de ser criticado, mesmo quando eu estava errado. Eu arrumei um trabalho vendendo aspiradores Kirby por telefone, mas eu não parecia estar perto de um negocio único. Um dos outros vendedores me disse sobre um trabalho limpando carpetes que estava aberto para qualquer um que tivesse um carro. Então eu peguei o emprego de vaporizador com a única intenção de ir para a casa das pessoas e colocar o vaporizador na porta dos seus quartos para mantê-las longe enquanto eu invadia seu armário de remédio e pegava todas as suas drogas. Para um dinheiro extra, eu trazia uma garrafa de água comigo e dizia para as [spray impermeabilizante para tecidos], e eu podia pessoas que era Scotchgard selar seus carpetes de forma que a sujeira não se fixava. Eu explicava que preço ia para $350 [equivalente a R$ 700 no Brasil] por toda a casa, mas, o eu era um estudante tentando trabalhar do seu jeito pela faculdade, eu faria como isso por cem dólares [equivalente a R$ 200 no Brasil] se eles me pagassem cachê e mantessem isso em segredo. Então eu andava pela casa espirrando um água e roubando tudo que eu pensava que eles não notariam por uns dias. Eu estava começando a produzir muito dinheiro, mas eu ainda não conseguia pagar meu aluguel. O apartamento estava parecido com uma versão bagunçada de Melrose Place. Meus vizinhos eram um casal jovem, e quando eles terminaram, eu comecei a foder a esposa até o marido voltar. Então eu me tornei amigo dele, e nós decidimos vender tranqüilizantes porque eles estavam na moda nesse mês. Eu provavelmente acabei engolindo o tanto que eu vendi. Na mesma época, eu comecei minha primeira banda junto com Ron e alguns amigos dele: uma garota chamada Rex, que cantava e bebia como Janis Joplin, e seu namorado, Blake ou algo do tipo. Nós chamávamos Rex Blade, e nós parecíamos bons. Tínhamos calças brancas que amarravam na frente e atrás, uma camiseta sem manga preta e grudada, e cabelo bagunçado que parecia como Leif Garret em um dia ruim. Nós ensaiávamos em um edifício comercial perto de onde a Mau Maus ensaiava. Infelizmente, nós não tocávamos tão bem quanto parecia. Em retrospecto, a única coisa que Rex Blade servia era para ter uma boa desculpa para se drogar e isso me deu o direito de dizer para as garotas eu tocava em uma banda. que Como sempre, minha atitude de merda fez esse período ser curto em minha vida. Eu pensei em tudo que eu sempre experimentei foi em um curto prazo e passageiro que se alguma coisa não permanecesse estável bom um bom tempo, eu entraria em pânico e em autodestruição. Então eu fui mandado embora da Rex Blade por fazer o clássico erro de uma banda de rock que muitos outros já tinham feito antes de mim e irão fazer até o fim dos tempos. Isso acontece quando você começa escrevendo as letras. Suas palavras parecem super importantes e você tem sua própria visão que não acomodava nenhum outro. Você é super narcisista para perceber que o único caminho pra melhorar é ouvir por outras pessoas. Esse problema era composto pela minha teimosia e volatilidade. Se eu fosse Rex ou Blake, eu teria me expulsado da banda, também, junto com todos os pequenos três-acordes que eu pensava que eram uma obra-prima. Dias depois, a polícia bateu na minha porta e me jogou na rua. Depois de um ano e meio de não pagar aluguel, eu finalmente fui despejado. Eu mudei para uma garagem que eu encontrei nos classificados por cem dólares por mês [equivalente a R$ 200 no Brasil]. Eu dormia no chão sem aquecedor e nenhuma mobília. Tudo o que eu tinha era um espelho e um rádio. Toda manhã eu engolia um punhado de tabletes de anfetamina e dirigia para fazer turno para uma fábrica em Woodland Hills das 6 da manhã até as 6 da tarde, onde nós mergulhávamos circuitos de computadores em um tipo de substância química que poderia arrancar nossos braços fora. Depois de trabalhar lá, jogando Ping-Pong o dia todo, ebrigando com os mexicanos (não como as distrações que eu mais tarde poderia desfrutar com meu meio-mexicano, meio-loiro, vocalista), eu dirigia diretamente para Magnolia Liquor na Burbank Boulevard e trabalhava das 7 da noite até as 2 da manhã. Antes de ir embora, eu enchia minhas botas com o tanto de garrafas com bebidas alcoólicas que eu pudesse e dirigia para a minha garagem durante uma hora. Eu me embriagava e parava na frente do espelho, fã do meu volumoso cabelo preto, curvava minha boca com um sorrisinho, colocava minha guitarra em volta do meu pescoço, e tocava, tentando parecer Johnny Thunders, do New York Dolls, até eu ficar exausto e bêbado. Então eu acordava, tomava mais pílulas, e começava tudo de novo. Tudo isso era parte do meu plano: eu estava indo trabalhar até o cu fazer bico, até eu ter dinheiro suficiente para comprar equipamentos que precisava pra começar uma banda ou que tenha grande êxito, ou que eu atraísse toneladas de garotas ricas. De qualquer forma, eu estaria tão estabelecido que não teria que trabalhar mais. Para um cachê extra, quando alguém vinha comprar licor, eu registrava a metade do preço cobrado deles. Eu escrevia embaixo a quantidade que eu não registrei em um pedaço de papel e colocava na minha calça. Então, no final da noite, eu somava o dinheiro e fodia com a loja, embolsando o dinheiro, e fechava, oitenta dólares mais rico. Minha contabilidade nunca seria mais o menos por mais de um dólar: eu aprendi a minha lição Music na Plus. Uma noite, enquanto eu estava louco de alucinações e bebida, um roqueiro corcunda com cabelo preto entrou no Magnolia Liquor. Ele parecia uma horripilante versão de Johnny Thunders, então eu perguntei pra ele se ele tocava. Ele fez que sim com a cabeça. “O que você curte?”, eu perguntei. “The Paul Butterfield Blues Band e Jeff Beck,” ele respondeu. “ você?” E Eu estava desapontado que esse corcunda, que parecia tão demente, era tão insatisfatório, previsível. Eu comecei a falar a lista de músicas que eu curtia – “The Dolls, Aerosmith, MC5, Nugente, Kiss” – e ele boas olhou apenaspara mim desdenhoso. “Ah”, ele disse me sacaneando, “Eu curto caras que realmente tocam.” “Vai se foder, cara” Eu respondi de volta. Pomposo como merda. “Não, foda-se você”, ele disse, sem raiva, mas firme e confiante, como se eu devesse ver os meus erros. “Saia da minha loja, cuzão”, eu fingi que eu ia saltar do balcão chutare sua bunda de amante de Jeff Beck. “Se você quer ver um bom guitarrista, venha me ver hoje à noite. estarei Eu tocando descendo a rua.” “Saia daqui. Eu tenho coisas melhores pra fazer. Mas claro que eu ia vê-lo. Eu poderia ter odiado seu gosto, mas eu ” gostei da sua atitude. Essa noite, eu roubei um semi litro de Jack Daniel’s, enchi minha meia com isso, e fiquei bêbado do lado de fora do bar. Lá dentro, eu vi aquele torto e pequeno Quasimodo de couro tocando guitarra com um microfone estendido, passando-a para cima e para baixo pelo pescoço o mais rápido que ele podia. Ele estava ficando louco, colocando toda a merda pra fora daquela guitarra como se ele tivesse pegado ela dormindo com sua namorada. Eu nunca tinha visto ninguém tocar guitarra daquele jeito na minha vida. E ele estava desperdiçando seu talento com uma banda que parecia desprezar Allman Brothers. Depois do show, nós fomos sentar e ficar bêbados juntos. Eu estava humilhado por ele tocando e decidi que iria esquecê-lo por seu gosto de merda em relação à música. Nós nos falamos no telefone algumas vezes depois disso, então eu perdi as pegadas dele. Eu comecei andar por aí com bandas como tabletes de anfetamina. Eu ia para audições listadas no The Recycler, participei por um dia, e então nunca apareci de novo. Por fim, eu aprendi a deixar meu baixo no portamalas do carro quando eu primeiramente ia encontrar uma banda. Se eles não tivessem vibração – que era quase sempre o caso desde eles serem todos Lynyrd Synyrd e eu era Johnny Thunders – eu falava para eles que tinha que correr para o carro para pegar meu equipamento e então eu ia eu embora. Mas a persistência custou caro, e eu repliquei uma propaganda para uma banda chamada Garden ou Soul Garden ou Hanging Garden ou Hanging Soul. Eles eram um bando de sombrios com cabelos pretos longos, que era mais ou menos o que eu parecia ser. Enfim, eles tocavam terrivelmente Doors – como psicodélico Jam-rock, e eu fui embora. Mas eu continuei correndo atrás do guitarrista da banda, Lizzie Grey, no Starwood. Ele tinha um cabelo longo enrolado, camiseta sem manga, e salto alto. Uma mistura entre Alice Cooper e uma cascavel, ele era ou a mulher mais bonita ou o homem mais feio que eu já tinha visto, com a única exceção de Tiny Tim. Nós logo descobrimos que nós dois tínhamos uma paixão por Cheap Trick, Slade, The Dolls, o velho KISS, e Alice Cooper, especialmente Love it to Death. E foi por causa Lizzie que eu entrei na minha primeira banda em Hollywood. Lizzie foi convidado por um grande, intimidador, idiota, chamado Blackie Lawless para tocar em um grupo chamado Sister, que tinha um alucinado e furioso guitarrista, Chris Holmes. Eu conheci Blackie no Rainbow Bar and Grill: ele estava parado no meio do bar, alto com cabelo comprido preto, calça de couro preta, e maquiagem de olho preta, emitia um tipo de poder bad-boy magnético que logo poderia ter dúzias de e garotas coladas do seu lado. De algum modo Lizzie conversou com Blackie sobre eu tocar baixo na Sister, contornando uma banda feia demais e ameaçada. Nós ensaiávamos na Gower Street em Hollywood, onde a Dogs ensaiava. Blackie era um bom compositor e, apesar do fato que ele era frio e calado, ele era inspirador para falar porque ele dava uma impressão não com música, mas como aparência. Ele curtia comer vermes e desenhar só pentagramas no palco – tudo para ter reação do público. Nós gravamos músicas como “Mr. Cool” no estúdio, então sentávamos por aí e conversávamos sobre como nós iríamos parecer no palco ou o que ele estava tentando expressar com suas músicas por horas. Mas Blackie entrou na classe das pessoas, como eu, que viam a vida como uma guerra – e ele sempre tinha que ser o general. O resto de nós era supostos a ser bons soldados e nada mais. Então Blackie e eu logo começamos a dar cabeçadas, de novo e de novo até nós estivermos machucados e sangrando e, como general da banda, ele não tinha escolha a não ser me despedir pelos meus serviços. Ele logo chutou Lizzie como bem, e dois de nós decidimos formar nosso próprio grupo. Naquela época, e eu estava acabado. Eu fui demitido da loja de licor e da fábrica por matar serviço para ensaiar. Eu achei um emprego na Wherehouse Music na Sunset and Western , onde eu saía como se eu pudesse fazer isso. Quando eu tava sem grana, eu doava sangue em uma clínica na Sunset para pagar as contas. Uma manhã enquanto eu estava pegando o ônibus para Wherehouse Music, eu conheci uma garota chamada Angie Saxon. Em geral, eu não tinha interesse em mulheres a não ser em um momento ou dois de prazer que elas podiam me fornecer: ela era uma cantora, e nós podíamos falar sobre música. A não ser por Angie e Lizzie, eu não tinha amigos que nas últimas semanas eu pudesse confiar. Porque eu era sempre faminto e drogado, eu geralmente me sentia como se eu não tivesse um corpo, como se eu fosse apenas um monte de vibração de nervos. Um dia, quando eu estava me sentindo particularmente quebrado e ansioso. Eu decidi procurar meu pai. Eu me convenci que eu iria ligar para ele porque eu precisava de dinheiro dinheiro que ele me devia por todos os anos que ele me abandonou – mas – olhando pra trás eu penso que eu queria-me sentir conectado com alguém, conversar com ele e talvez, nesse procedimento, aprender alguma coisa sobre o que me deixa tão louco. Eu liguei para minha avó, depois pra minha mãe, e eles me disseram que por último ele estava trabalhando em San Jose, Califórnia. Eu liguei para informações, e perguntei por Frank Ferrana, e o achei. Eu anotei o número perto do telefone, e engoli um resto de uísque para ter coragem e discar. Ele atendeu no primeiro toque, e quando eu disse pra ele que era eu, sua voz ficou grave. “Eu não tenho um filho”, ele me disse. “Eu não tenho um filho. Eu não sei quem você é.” “Vai se foder!”, eu berrei no fone. “Nunca mais ligue aqui de novo”, ele gritou de volta e Essa foi a última vez que eu ouvi sua voz. desligou. Eu chorei por horas, arrancando discos de suas capas e as lançando contra a parede, vendo elas se estraçalharem em pedaços. Eu agarrei os pedaços de vinil e os raspei pra cima e pra baixo nos meus braços, fazendo riscas de carne vermelha levantada por borbulhas de sangue. Embora eu não pensasse que eu conseguiria dormir a noite, eu de alguma forma dormi, acordando de manhã estranhamente calmo com a decisão de mudar meu nome de nascimento. Eu não queria ser o xará desse cara resto da minha vida. O que exatamente ele disse eu não era seu filho apesar dele nunca sido um pai para mim? Primeiro, eu matei Frank Ferrana Jr. em uma ter música, “On with the show,” escrevendo: Frankie “ died Just the other night / Some say it was suicide / But we all know / How the story”goes. (Frankie morreu na noite passada / alguns dizem que foi suicídio / mas todos nós sabemos / como a história ocorreu). Então eu fiz isso ser legal. Eu lembro que Annie sempre falava sobre seu antigo namorado de Indiana, um cara chamado Nikki Syxx, que costumava tocar em uma banda Top 40 cover e mais tarde com um punk-surfista equipado chamado John and the Nightriders. Eu amei esse nome, mas eu não podia roubá-lo. Então eu decidi me chamar de Nikki Nine. Mas todo mundo disse que era muito punk, e punk era muito predominante. Eu precisava de algo que era mais rock and roll, e Six era rock and roll. Então eu decidi que qualquer um pensava que surfista tinha tudo a ver com punk rock não merecia um nome que tão legal, e eu logo me dediquei a ter meu nome legalmente mudado para Nikki Sixx. Isso era como ter roubado sua alma, porque por anos pessoas chegavam a mim e falavam “Nikki, cara, se lembra de mim de Indiana?” dizia para elas que nunca estive lá, e elas diziam, “Vamos lá, cara, eu eu você vi com John and the Nightriders.” Anos depois, na tour de Girls, Girls, Girls , eu estava mudando de canal em um quarto de hotel e vi um estranho, pálido com cabelo longo sendo entrevistado. Eu ouvi as palavras “Ele é o demônio” e parei de assistir. Era ele, endoidado e fora do normal: “Ele pegou meu nome e absorveu minha alma e vendeu isso para vocês todos – eu era o original Nikki Syxx. E ele esta usando meu nome para acobertar a palavra do demônio”. Nikki Syxx – ou John como ele era chamado agora, apropriadamente o bastante desde que John era o santo no Novo Testamento que dizia que do apocalipse se tornaria um Cristo ressuscitado. Fig.8 London, da esqueda pra direita, John St. John, Dane Rage, Nigel Benjamin, Nikki Sixx, Lizzir Grey Angie me convenceu de mudar com um grupo de músicos atrás de uma floricultura do outro lado da Hollywood High School. Eles eram rock stars por todo lugar na casa: dormiam na banheira, nos degraus da frente, atrás das almofadas dos sofás. E de algum modo um deles queimou todo lugar uma tarde. Eu retornei da loja de discos e achei a casa em chamas, cercada por estudantes curiosos da escola. Com o meu baixo na mão – eu sempre carregava isso comigo caso alguém na casa roubasse ele – eu corri para dentro pra ver se eu poderia resgatar mais alguma coisa minha. Eu notei que ainda tinha um piano que tinha sido alugado por um cara que tinha deixado a cidade para visitar seus pais, então eu o arrastei para casa, pelas esquinas, e por todo o caminho até a loja de música na Highland fora da Avenue, onde eu o vendi por cem dólares [equivalente a R$ 200 no Angie me deixou mudar com ela em Beachwood Canyon, onde eu Brasil]. vadiava por aí o dia inteiro ouvindo seus discos e pintando meu cabelo de cores diferentes enquanto ela conseguia dinheiro para nós trabalhando como secretária. Eu nunca pensei sobre o piano de novo até seis meses depois, quando dois policiais pararam e bateram na porta, procurando por um cara chamado Frank Ferrana que tinha roubado um piano. Eu disse pra eles que eu não conhecia ninguém com esse nome. Quando Lizzie e eu não estávamos tentando montar nossa própria banda juntos, eu ia junto com Angie para Redondo Beach, onde ela ensaiava com sua banda. Eu os odiava porque eles curtiam Rush e tinham um monte de pedais de guitarra e falavam sobre hammer-ons e, o mais escandaloso de tudo era que tinham cabelo enrolado. Se tivesse uma característica genética que automaticamente desqualificasse um homem de estar pronto para o rock, seria cabelo enrolado. Ninguém legal tem cabelo enrolado; pessoas como Richard Simmons, o cara da Greatest American Hero, e o cantor da REO Speedwagon tem cachos. As únicas exceções são Ian Hunter da Mott the Hoople, que seu cabelo é mais emaranhado do que ondulado, e Slash, mas seu cabelo é crespo e é legal. Para mulheres, o equivalente de cabelo enrolado é ser estrábico. Se tivesse uma característica genética em mulheres que influenciavam elas a me odiarem, era ser estrábico. Eu sempre falhei com mulheres estrábicas, uma com quem aconteceu foi a companheira de quarto de Angie. Uma noite eu fiquei bêbado e tentei subir na sua cama, e ela disse para Angie tudo sobre isso no outro dia. Eu tentei convencer Angie que eu pensei que era ela na cama, mas ela me conhecia muito bem e me colocou pra fora da casa. Eu me mudei para uma favela infestada de drogas e prostitutas, e concentrei em ficar em minha própria cama e ter minha banda junto com me Lizzie. Nós achamos um colar de cachorro de bronze gigantesco de um baterista chamado Dane Rage, um tecladista chamado John St. John, que carregava um órgão gigante de show pra show, e um cantor chamado Michael White, cuja pretensão de fama era que ele tinha gravado alguma coisa para um álbum tributo ao Led Zeppelin. Que, ali, deveria ter me avisado que não era o cara que eu estava procurando. A propósito, ele tinha cabelo enrolado. E era meio estrábico. Nós vadiávamos por Hollywood de saltos alto e camiseta sem manga e tudo mais que nós pudéssemos exibir para chocar os fãs do Rush e dinossauros Led Zeppelin. Era 1979 e, quanto mais nos preocupávamos, o rock n’ roll morria. Nós curtíamos Mott the Hoople, New York Dolls, Sex Pistols, nós curtíamos tudo que ninguém mais curtia. Nas nossas mentes alcoólicas, nós éramos a banda mais fodida eternamente, e nossa confiança (e alcoolismo) atraia groupies fanáticas depois de uns shows na Starwood. Nós nos chamávamos London, mas o que nós realmente éramos era Mötley Crüe antes de Mötley Crüe. A não ser por Michael White. Tudo que eu desprezava, ele adorava. Se eu gostava de Stones, ele gostava de Beatles. Se eu gostava de manteiga de amendoim cremosa, ele gostava com pedaços. Então nós o demitimos por ter cabelo enrolado, colocamos um anuncio no The Recycler, e encontramos Nigel Benjamin, que era um roqueiro de verdade em nossas mentes não apenas por que ele tinha cabelo liso, mas porque ele tocava na Mott the Hoople como substituto de Ian Hunter. Ele escrevia boas letras músicas, e quando ele subiu no microfone ele gemeu. Ele realmente podia de cantar, como ninguém que esteve na banda antes. Nós tínhamos um tecladista insano que tinha seu próprio Hammond , um baterista com uma grande pegada do Norte, e um vocalista britânico. Nós estávamos em chamas. Eu estava tão ansioso que liguei pro meu tio na Capitol e pedi: “ quero Eu ter contato com Brian Connolly da Sweet!” “O que?!” ele perguntou, duvidoso. “Eu tenho essa banda incrível, sabe, e eu quero mandar para ele algumas imagens.” Eu mandei para Connolly as fotos e, como favor pro meu tio, ele concordou em aceitar minha ligação na próxima semana. Eu passei o dia todo em casa, planejando o que eu iria dizer na minha cabeça. Eu peguei otelefone e comecei a discar, então começou a chamar. Finalmente, eu tive coragem. Logo que ele atendeu, eu estava indo diretamente para meu discurso sobre London e como nós estávamos no caminho para a grande hora e como nós iríamos usar seus conselhos ou seu apoio ou qualquer tipo de instrução que ele provavelmente teria. Talvez pudéssemos fazer uma turnê juntos um dia. nós “Você está pronto, colega?” ele perguntou. Eu estava pronto. “Eu peguei suas fotos e sua música,” ele continuou. “E eu vejo você está o quetentando fazer. Mas eu não posso te ajudar. “Cara, eu penso que nós seremos a maior banda em Los Angeles, e ” eu penso que isso pode ser bom para n...Ele me cortou: “Sim, bem, eu já ouvi isso antes, colega. Meu ” conselho seria que você continuasse seu trabalho do dia. Esse tipo de música nunca conseguiria isso.” Eu estava destruído. Ele foi do meu ídolo para meu inimigo: um amargo rock star sentado em um trono de merda em sua mansão em Londres. “Bom”, eu disse, “Me desculpe de fazer você se sentir dessa maneira.” E eu desliguei o telefone fiquei o encarando por meia hora, sem acerteza se eu iria rir ou chorar. No final, isso apenas me deu mais motivação para fazer sucesso e fazer Brian Connolly se arrepender que ele tinha me insultado. Nosso diretor era David Forest, um demônio exibicionista que fazia a Starwood funcionar junto com Eddie Nash, que mais tarde foi acusado do assassinato de John Holmes (quando a estrela pornô estava envolvida na fatal batalha de quatro pessoas na casa de um comerciante de drogas em Laurel Canyon). Forest, caridoso, deu para mim e para Dane Rage empregos no clube limpando e fazendo carpintaria à tarde. Nós trabalhávamos então à noite nós poderíamos tocar com a London e derrubar confetes e fazer bagunça, e no dia seguinte nós seriamos pagos e limparíamos. Foi até Forest dizer eu que estava expondo a decadência do L.A. com a mistura do rock e do disco. Eu sentei no escritório com ele e pessoas como Bebe Buell e Todd Rundgren, que podia envenenar minha mente impressionávelmente com histórias de overdoses de Steven Tyler e Mick Jagger indo pros bastidores enquanto groupies ficavam por aí adormecendo com heroína. Ou eu poderia ver heróis locais como Rodney Bingenheimer e Kim Fowley festejando. Eu tinha todos os runs com coca de graça que eu queria, além de eu aprender sobre todas as drogas que seus nomes foram apenas ouvidos antes. Drogas de verdade. E eu as amava. Eu era novo e bonito e tinha cabelo comprido. Eu me apoiava contra a parede na Starwood de escarpim e calças super apertadas com meu cabelo nos meus olhos e nariz empinado. Quanto mais eu me preocupava, eu tinha feito isso. Eu podia dormir até que eu tivesse que levantar e fazer alguma coisa pra ganhar dinheiro, como telemarketing ou vender drogas porta por porta ou trabalhar na Starwood. De noite eu ia para a Starwood e bebia e brigava e comia garotas no banheiro. Eu realmente achava que eu tinha me tornado meus heróis: Johnny Thunders e Iggy Pop. Agora que eu olho pra trás, eu me dou conta o tanto que eu era ingênuo e inocente. Não tinha jatos ou estádios liquidados, não tinha mansões ou Ferraris. Não tinha overdoses ou orgias com braços de guitarras enfiados na bunda das garotas. Eu tinha me tornado apenas um pequeno garoto convencido em um clube que, como muitos outros antes e depois dele, pensava que uma picada dolorida e narinas ardentes significavam que era o rei do mundo. Capítulo 4 Mick -- Uma valiosa lição moral é aprendida a respeito do julgamento que as pessoas fazem a partir de fatores de aparência incluindo, mas não somente o peso e acnes na forma de frango frito. -- Eu tinha dúvidas sobre um monte de coisas e formava minhas próprias opiniões. Eles são apenas como válidos cientistas de foguete ou alguma coisa a mais. Quem diz que você tem que acreditar em alguma coisa porque você leu isso em um livro ou viu figuras? Quem é esse que diz, “Esse é o jeito que isso é”? Quando todo mundo acredita na mesma coisa, eles se tornam robotizados. Pessoas têm um cérebro: eles podem compreender coisas por eles mesmos, do mesmo jeito que os óvnis voam. Quando eu estava no primário nos anos 50, na altura da Guerra Fria, nós tínhamos ensinamentos sobre como se proteger [chamado duck and cover]. Eles nos falavam que se a bomba de hidrogênio explodisse, tudo que nós tínhamos que fazer era entrar debaixo de nossas mesas e colocar nossas mãos sobre nossas cabeças. Hoje isso parece ridículo, mas isso fazia um perfeito sentido naquela época para as supostas pessoas inteligentes e informadas que nós chamamos de professores. Eu lembro de escrever em grandes letras no meu caderno as palavras duck and cover, com aspas em volta delas e um enorme ponto de interrogação. Que piada. Essa pequena tartaruga era uma merda. Eu costumava guardar pilhas de cadernos e folhas de papel com coisas que eu escrevia desde que eu era criança. Ao longo do tempo, muitas coisas que eu escrevia se tornaram realidade. Em 1976, quando minha banda Top 40 White Horse estava nas suas últimas etapas e pronta para ser lançada, nós estávamos ensaiando na sala de estar da casa que nós todos morávamos quando o baixista andou e disse “Bom, isso certamente é uma mistura que está parecendo um grupo (motley-looking crew).” Depois do ensaio, eu subi para o meu quarto e escrevi essas palavras no meu caderno – Motley Crew, e sob isso, em grandes letras, Mottley Cru – e disse pra mim mesmo que eu teria uma banda chamada Mottley Cru. Eu queria White Horse, que era atualmente uma boa banda, para começar tocar originais e se tornar Mottley Cru. “Por que não tentar originais? Nós estamos famintos de qualquer jeito,” eu disse pra eles. Eles responderam fazendo uma votação para me colocar fora da banda. Então, eu fui embora com tudo: o assistente de publicidade, as luzes, a van. Eu coloquei um anúncio nos classificados do The Recycler, que estava escrito: “Guitarrista extraterrestre disponível para qualquer alienígena que quer dominar o mundo.” Eu estava me chamando Zorky outro Charlemange nessa época, então eu usei esse nome no papel e recebi algumas ligações realmente bizarras, mas de ninguém que parecia ser sábio. Eu acabei em uma banda Top 40 chamada Vendetta, que me deu dinheiro suficiente para comprar um Marshall e uma Les Paul. Eu comprei outro Marshall e outra Les Paul quando eu retornei de uma turnê do Alaska, e coloquei outro anúncio no The Recycler. Normalmente as pessoas iriam escrever um anúncio que começava com ‘um’, como “um honrado guitarrista procurando uma banda, ’’ assim mesmo eles podiam estar no topo da escuta. Eu não ligava, porque eu sabia que meu anúncio dispararia não importava onde ele estivesse. Estava escrito: “Guitarrista rude e agressivo disponível.” barulhento, Um garoto com um bigode de Hitler de Sparks respondeu. Mas eu disse que eu não gostava de sua música e eu estaria desperdiçando seu tempo e o meu se eu experimentasse por ele. Eu pensei que ele tinha me respeitado por isso. Alguma banda cafona na Redondo Beach que passou a ser Poison ou Warrant ou algum outro nome que arruinava os anos 80 me chamou porque tinham me visto tocar no Píer 52. Eu não os retornei. Para citar Andy Warhol, “Todo mundo tem 15 minutos de fama.” Para me citar, “Eu gostaria que eles não tivessem. Eu acho que o Nikki finalmente achou o anúncio e ligou. Nós ” conversamos por um pequeno tempo e combinamos um dia para nos encontrar. Eu amontoei minha guitarra e o Marshall em um minúsculo Mazda que pertenceu ao meu amigo Stick e dirigi para o norte de Hollywood. Nikki e eu dissemos oi como dois estranhos: nenhum de nós nos lembrávamos de termos nos visto antes. Ele tinha mudado seu nome e seu cabelo estava super armado, preto, e caindo sobre seu rosto; eu não teria sido capaz de reconhecê-lo se ele fosse meu próprio pai. Isso levou outra semana ou duas antes dele perguntar, “Hey, não era você aquele cara estranho que foi na loja de licor um dia e...” eu não podia acreditar: realmente cresceu por dentro. ele Nikki disse que ele tinha deixado sua banda antiga, London, porque tinha muitas pessoas tentando levar a banda para várias direções Agora ele estava tentando juntar seu próprio projeto e realizar sua própria diferentes. visão. Eu fingi que concordei, mas eu sabia que ele era jovem e ingênuo musicalmente, e eu podia influenciá-lo para evoluir do meu jeito. Nesse ensaio, nós tocamos um pouco das músicas que o Nikki tinha escrito – “Stick to your Guns,” “Toast of the Town,” “Public Enemy #1.” Eles tinham um mariquinha, cujo nome eu não irei mencionar, tocando guitarra. A primeira coisa que eu fiz quando eu fiquei sabendo foi dizer, “Ele não fazer isso.” Então eles me disseram que se eu o quisesse fora, eu teria irá dizer que pra ele. Esse foi o primeiro dia e eles já me mandaram fazer o serviço sujo. Também tinha um pequeno garoto esquelético lá, com um enorme crescimento em seu queixo que parecia um Chicken McNugget. Ele disse que ele tinha sido empurrado ou caiu dos degraus na Gazzari’s na noite anterior e rebentou seu lábio. Eu não sei o que era aquilo, mas parecia segundo queixo permanente. O garoto disse que tocava bateria, embora ele um parecesse novo demais e esquelético para ser bom. Mas quando ele começou tocar, ele não era covarde. Ele batia forte. Seu nome era Tommy. E, pensando sobre isso, não foi Nikki que achou o anúncio no The Recycler. Foi Tommy. Ele ligou. Ele deixou a mensagem. Ele fez isso acontecer. E cara, ele podia tocar. PARTE TRÊS >>TOAST OF THE TOWN<< Capítulo 1 Tommy -- De uma fruta avermelhada que deixa um coração de um jovem garoto em chamas de desejo, as oportunidades educacionais oferecidas por uma mista turma de vôlei, outras lembranças de um passado feliz. e -- Caaaaaaaaaaaara... Porra, é! Finalmente! Quantos quartos será que Nikki conseguirá, cara? Porra! O cara tentou por a própria mãe na cadeia. Eu amo ele; nós estamos praticamente casados por vinte anos. Mas às vezes é uma junção estranha. Eu não sou assim. Eu sou um romântico sem esperança do caralho. Essa é uma parte de mim que muitas pessoas não sabem. Elas sabem tudo que tem para saber sobre outra parte de mim, mas não sabem nada a respeito do meu coração. Cara, isso é triste, mas é tudo bom. Tudo bom pra caralho. Meu destino foi selado com minha primeira paixão com esta garotinha foda que morava na rua debaixo da minha em Covina. Eu costumava a perseguir por todo lugar. Eu a seguia por aí com a minha bicicleta e espionava em sua janela à noite como um pequeno espião. Tudo o que eu queria era beijá-la. Eu via meu pai e minha mãe se beijando, e parecia ser bem legal. Eu imaginei que estava pronto para experimentar isso. Eu aprendi em minha vida que se você perseguir algo por tempo suficiente, logo isso começará perseguir você. Após um tempo, minha vizinha começou me seguir por todo lugar, e nós ficamos loucos um pelo outro. Uma hora, nós de alguma forma acabamos atrás de um monte de arbustos, numa área gramada sombreada que ninguém poderia ver. Os pequenos arbustos tinham pequenos e brilhantes grãos vermelhos nascendo deles. Eles eram da cor de seus lábios. Sem nada em pensamento, eu colhi um grão de um dos arbustos e segurei isso entre nossas bocas. Daí, nós envolvemos nossos lábios envolta do grão e beijamos pela primeira vez. Eu me senti super romântico e mágico: eu pensei que se nós beijássemos com esse pequeno grão vermelho entre nós, nós de alguma forma nos tornaríamos alguma outra coisa. Talvez ela se tornaria uma princesa e eu um cavaleiro que a levaria embora de Covina no meu cavalo branco. Nós galopearíamos para meu castelo com os vizinhos olhando, se perguntando quem seriam essa bela princesa e esse belo príncipe. E nós viveríamos felizes para sempre depois. Ao menos que alguém comesse ou destruísse o grão mágico. Se isso acontecesse, nós retornaríamos para Covina e seríamos apenas duas crianças ridículas novamente. Isso é como tudo sempre foi em minha vida: sempre há uma tempestade de emboscada distante, esperando para foder tudo de bom e perfeito. Eu fui a um analista de sonhos recentemente e ele me disse que eu herdei essa tempestade da minha mãe. Sua vida era assim: tudo que era bom era cercado por uma tragédia. Seu nome era Vassilikki Papadimitriou, e ela era Miss Grécia nos anos 50. Meu pai, David Lee Thomas, era um sargento militar, e ele fez a proposta para minha mãe na porra da primeira vez que a viu. Eles se casaram dentro de cinco dias de encontro, como Pamela e eu fomos quase quarenta anos depois. Ele não falava uma palavra grega; ela não falava uma palavra em inglês. Eles desenhavam coisas para o outro quando eles queriam se comunicar, ou ela escrevia algo em grego meu e pai se esforçava para fazer sentido os estranhos caracteres usando dicionário Grego-Inglês. um Ela tentou seis vezes antes de mim ter um filho: cinco vezes ela abortou e, quando ela conseguiu na sexta vez, meu irmão morreu dentro de dias depois de seu nascimento. Por alguma razão, eles não eram supostos estarem aqui. Eu não sei como ela teve a coragem para tentar de novo. Mas quando ela ficou grávida pela sétima vez, ela rejeitava se levantar da cama por nove meses caso algo desse errado. Logo depois de eu ter nascido, meus pais foram embora de Atenas e se mudaram para o subúrbio de Los Angeles chamado Covina. Foi difícil para minha mãe. Ela tentava ser uma modelo, e agora ela estava na América limpando a casa das pessoas como uma servente do caralho. Ela sempre esteve envergonhada com seu trabalho. Ela estava vivendo em outro país com um estranho que havia se tornado seu marido de repente. E ela não tinha família, amigos, dinheiro, e dificilmente falava uma palavra em inglês. Ela sentia muita falta de casa que ela nomeou minha irmã de Athena. Meu pai trabalhava para o Departamento Rodoviário De Los Angeles, reparando caminhões e tratores. Minha mãe sempre desejou que ele conseguisse dinheiro suficiente para que ela abandonasse seu trabalho econtratasse uma empregada, mas ele nunca conseguiu. O analista de sonhos disse que minha mãe passou muitos medos dia pós dia, de morar na América comigo, especialmente quando eu era novinho. Ela falava comigo em grego, e eu não entendia uma palavra do que ela dizia. Eu não tinha idéia porque eu podia entender todo mundo ao meu redor, mas eu não conseguia entender uma palavra do que minha mãe dizia. Experiências como essa, o analista disse, foram o papel principal para o medo e insegurança constantes que eu sentia como um adulto. O analista de sonhos disse que minha mãe passou muitos medos dia pós dia, de morar na América comigo, especialmente quando eu era novinho. Ela falava comigo em grego, e eu não entendia uma palavra do que ela dizia. Eu não tinha idéia porque eu podia entender todo mundo ao meu redor, mas eu não conseguia entender uma palavra do que minha mãe dizia. Experiências como essa, o analista disse, foram o papel principal para o medo e insegurança constantes que eu sentia como um adulto. Eu fui para uma sessão com o analista com uma camiseta curta de mangas, e ele olhou para as minhas tatuagens e deu um salto do caralho. disse para ele sobre meus pais e como eles costumavam se comunicar Eu quando eu era criança. Na próxima sessão, ele disse que pensou sobre minha família a semana toda e chegou a uma conclusão: “Quando jovem, você observou as pessoas desenharem e se comunicarem entre eles. Agora, você usa essas tatuagens como uma forma de comunicação”. Ele apontou que várias tatuagens eram símbolos de coisas que eu queria em minha vida, como a carpa, que eu tatuei antes de ter um tanque de carpas em minha casa. Eu também tenho um leopardo tatuado, e um dia desses eu vou ter a porra de um leopardo. Eu quero um em meu sofá apenas para assustar quando eu fizer uma turnê. Pessoas dizem que você não pode adivinhar seu futuro, que ninguém sabe o que a vida planeja para eles. Mas eu sei que isso é mentira. Não apenas as tatuagens que viraram realidade para mim. É mais do que isso. são Eu adivinhei meu futuro quando eu tinha três anos, e com um esforço infantil para fazer os mais altos e melhores barulhos, arrumei panelas e vasos no chão da cozinha e batia neles com colheres e facas. Meu amigo Gerald disse para mim que eu sabia dentro da alma o que eu queria. E no dia que eu comecei essa bagunça na cozinha da minha mãe foi o dia que eu mostrei isso. Mas eu não sabia isso naquela época. Eu era estúpido. Quando o leiteiro veio tocando um acordeão, eu decidi que eu queria aprender squeezebox. Então eu abandonei a pequena bateria que meus pais tinham comprado para mim em troca de eu tirar todas as louças limpas deles do chão, e comecei a ter aulas de acordeão com a minha irmã. Quando um professor de dança passava pra incrementar as aulas, minha irmã e eu ficávamos super agitados e entramos num grupo de balé, que era bom porque eu podia dançar com garotas. Eu não ligava pra jogar basquete em um parque com outros garotos: eu apenas queria agarrar garotas. Depois de dançar, eu fiquei animado com piano, mas isso acabou rápido por ser a porra de uma repetição, tocar escalas várias e várias vezes até eu querer matar pessoas, começando com o meu professor de piano. Daí, eu vi uma guitarra em uma loja de penhores e eu desenvolvi uma obsessão por guitarra. Meu acordeão era um elétrico Da Vince, e eu aumentava o volume até a distorção ficar suja e tocava “Smoke on the water” até minha mãe ficar louca e comprar aquela guitarra penhorada. Eu toquei até meu amplificador do acordeão ficar o mais alto possível, com janelas abertas para que todo mundo no bairro soubesse que eu tinha a as porra de uma guitarra. Eu poderia ter colocado tudo isso no quintal e tocar, então todos poderiam me ver. Eu não sei o porquê eu queria que as pessoas me notassem. Eu continuo deste jeito: eu faço as coisas porque eu amo, mas eu também quero reconhecimento. Isso me trouxe muita felicidade e me colocou em muitos problemas. Felizmente, nenhum Testemunha de Jeová passou pela minha casa quando eu era criança, porque eu provavelmente estaria vendendo bíblias hoje. Ao invés disso, após observar caras no ensino médio em uma banda marchante batendo tambores em um jogo de futebol, eu voltei para a bateria que eu nunca deveria ter abandonado em primeiro lugar. Meu pai comprou para mim meu primeiro tambor profissional de Natal. Esse não era uma caixa de papelão, cara, nenhuma merda de latão ou uma panela. E se meu pai não tivesse feito eu sentar lá e ter feito minhas escalas no e aprendido sobre barras, batidas e medidas, eu nunca teria escolhido piano bateria tão rápido quanto eu escolhi. Enquanto eu escrevo aqui, com meu pai deitado no leito de morte, eu não sei como eu posso agradecê-lo. Eu estou observando ele morrer lentamente – ele provavelmente deixou um ano para trás – e quando ele olha pra mim, lágrimas borbulham de seus olhos. Eu quando eu olho pra ele – esse homem que não fez nada, mas me apoiou – eu não posso ajudar, mas chorar. Após me comprar esse tambor, ele confiou para mim para que eu pudesse comprar o resto da bateria sozinho. Ele me disse, “Eu não irei comprar isso para você porque você não irá dar valor nisso. Mas eu irei ajudar e confiar para isso, então, se você estragar ou perder seus te pagamentos, eu pegarei de volta.” Então ele me ajudou a construir um cômodo do caralho na garagem com isolamento, carpete, uma porta, com dupla parede de madeira, e à prova de som feita por caixas de ovos. Meus pais poderiam estacionar seus carros na entrada da garagem e eu poderia um quarto de ensaio à prova de som. E, então, quando eu tava preparado ter para meu primeiro carro, meu pai confiou de novo e fez um empréstimo. Ele nunca andou uma milha por mim, mas se eu caísse enquanto eu andava, ele me levantaria. Agora que eu tinha meu próprio quarto de ensaio, toda criança na escola que já tinha tocado ou visto uma guitarra queria vir e tocar pra caralho, que normalmente significava tocar músicas do Led Zeppelin várias e várias vezes. Não eram muitos pais que deixavam seus filhos fazerem isso na suas casas. Meus velhos apenas impunham que não tinha música depois das 10 horas da noite, e eu respeitava. Por um tempo, pelo menos. Música era a única coisa que eu considerava na escola: minha matéria favorita era música e design gráfico, onde eu fazia camisetas de rock n’ roll com meus amigos. Eu também gostava de vôlei. E isso não tinha nada a ver com música, mas tudo a ver com o rock n’ roll, se você entende o que eu digo. Todo dia eu ia para minhas três aulas favoritas, daí faltava das outras aulas e tocava minha bateria a tarde toda enquanto meus pais estavam trabalhando. Antes que minha mãe chegasse em casa, eu dava uma volta, matava o tempo, e depois disso voltava como se eu tivesse voltado da escola. Esse era um bom plano até eu começar ir mal na oitava série. Meu professor, Sr. Walker, escrevia nossas notas em uma caderneta, fechava, e colocava em sua gaveta todo dia. Então, junto com outros dois garotos que estavam indo mal, eu tive um plano para roubar sua caderneta de notas quando ele saísse da classe para fumar cachimbo. Minha carteira estava na frente da sala, então quando ele fizesse uma pausa para fumar numa manhã, eu correria para sua mesa, eu me curvaria, pegaria, e puxaria a caderneta preta de notas da gaveta. Eu fiz isso e voltei para minha cadeira logo quando ele voltou. Enquanto ele discutia To Kill a Mockingbird (Para matar um pásssaro-dascem-línguas), eu passei a caderneta por trás de mim para Reggie, que levantou sua mão e pediu para ir ao banheiro. Eu o segui, assim como outro amigo. Encontramos-nos em um dos lavabos e colocamos a caderneta de notas no em cima da tampa de uma privada. Reggie acendeu o isqueiro e colocou fogo na caderneta. Nós éramos idiotas, cara: nós pensávamos que se a gente destruísse o livro, nossos F’s desapareceriam e Sr. Walker teria que nos passar de ano. Nós também éramos estúpidos porque nós pensávamos que três crianças no banheiro por dez minutos não deixaria alguma desconfiança. Enquanto nós estávamos tentando nos apressar junto com a brilhante caderneta de diferentes beiradas, a porta do lavabo se abriu. Na entrada, estava o Sr. Walker, e seu rosto estava vermelho como carro de bombeiro. Tava tudo indo mal, cara. Enquanto nós assoprávamos a caderneta tentando acabar com o fogo, ele agarrou a gente pela porra das orelhas. Eu juro por Deus, meus pés não se encostaram ao chão o caminho todo até a diretoria. Na diretoria, tinha uma cadeira do lado da parede, e quando foi a minha de vezvê-lo ele me fez encarar isto e agüentar firme. “Olhe para esse ponto na parede!” ele gritou. “Que ponto?” eu perguntei, de repente, e as bofetadas vieram, uma atrás da outra, direto pra porra do meu traseiro. Ele bateu demais em mim, daí fui suspenso. Meus pais me deram uma bronca. De alguma forma eu me formei na South Hills High School, onde eu entrei pra banda marchante que eu tinha admirado tanto quando eu era pequeno. Porque nós competíamos com outras escolas, eu tinha que aprender todos os truques: rodar as baquetas, bater do lado do tambor, e outra merda que veio além de tocar tambor e também o atual professor. Os bateristas podiam balançar as baquetas presas nos seus pulsos com uma correia enquanto todos os tambores de cordas iam pro ar e estalavam suas baquetas em harmonia enquanto eles marchavam em tempos. Tudo o que eu aprendi na banda marchante eu usei para tocar com o Mötley mais tarde. Mas para todo mundo na escola que se importava, eu podia muito bem ter aulas de balé ainda. Todo lugar que eu ia, as pessoas me chamavam de “gay batedor de pau”. Não era como quando eu tocava flauta: eu era porra de um baterista. Isso me deixou de saco cheio que eu era o único que a eu pensava ser legal. O ancião da turma de bateria era alto, de cabelo preto, chamado Troy que tinha passado pela puberdade muito cedo na sua vida: seus ossos pareciam que estavam tentando estourar seu corpo, e seu rosto ainda estava inteiro manchado com cicatrizes de espinhas. Eu era apenas um novato, mas eu me sobressai rapidamente na banda e logo ele sentiu que eu estava ameaçando sua autoridade como capitão do grupo de bateria. Um dia depois do ensaio, eu estava abaixando para pegar meu tambor quando ele me deu um tapa nas costas. Quando eu me virei, ele socou meu nariz pro outro lado do meu rosto. Eu fui para o hospital, onde eles anestesiaram área, enfiaram um par de alicates no meu nariz, e – crack – torceu isso a lugar certo. Mas isso nunca pareceu o mesmo depois disso: continuou torto. pro Eu nunca o vi de novo, porque depois disso, meus pais venderam a casa e mudaram 15 minutos mais longe. Eu comecei o segundo ano em uma escola chamada Royal Oak High em Covina/ San Dimas. Foi lá que eu formei minha primeira banda, U.S. 101. Eu perguntei para os meus pais se nós poderíamos ensaiar na garagem, e eles deixaram. O guitarrista da banda, Tom, era um surfista bastante reconhecido e ele amava os Beach Boys. Mesmo assim eu achava Beach Boys uns estúpidos, viados de merda, eu toquei junto com ele porque eu estava faminto de poder tocar em uma banda. (Dois membros formaram o Autograph). Do balé para o grupo de bateria, eu sempre fui o estranho. Estando em uma banda de rock de verdade, embora, de repente se tornou legal ser estranho. E tem uma grande diferença entre ser um estranho chato e um o estranho fodão. Isso não importava se minha banda era uma merda. Nós começamos tocar em escolas de dança e festinhas caseiras: todo lugar que eles precisassem de uma banda, ou não. Foi nesse período que eu vi o cara mais legal do mundo. Ele era um surfista com cabelo longo loiro como um ninho em cima da sua cabeça, como David Lee Roth. Ele era notável, todas as roupas brancas, ele estava em uma banda. Uma banda muito melhor do que a minha. Ele foi para Charter Oak High, mais ou menos uma milha da minha escola. Mas ele estava sendo despejado do segundo ano e começou a ir para a Royal Oak. Logo que ele entrou pelas portas duplas – fodão, calças apertadas de cós baixo e boca de sino e uma regata branca – você com poderia ter pensado que o Arrebatamento estava acontecendo. Todas as garotas estavam chocadas, com uma paixonite por esse cabeludo loiro, surfista e roqueiro. Seu nome era Vince Wharton. Eu fui até ele um dia na escola e disse, “Oi cara, e aí? Meu nome Tommy ée eu toco bateria. Eu ouvi falar que você está em uma banda ”. Sua banda chamava Rock Candy, e eu comecei a ir à festinhas então eu podia beber e vê-los tocando. Vince tinha uma voz legal: ele podia fazer cover de Chip Trick e fazer parecer exatamente como Robin Zander. E ele cantou algo meloso como Sweet e Aerosmith Para mim, Vince era Deus. Ele estava em uma banda foda, ele era um surfista do caralho, as garotas desmaiavam de desejo sempre que ele passava, e tinha um rumor por aí que ele tinha sido pai de um garoto antes mesmo de estar no ensino médio. Eu achava que eu era sortudo, pois ele tinha conversado com um magrelo desajustado como eu. Eu nunca imaginei que eu poderia ser legal o suficiente para tocar em uma banda junto com ele atualmente. Fig.2 Tommy com o pai, David Lee Thomas, e mãe, Vassilikki Capítulo 2 Tommy -- Sobre a formação do Mötley Crüe: uma reunião confusa de músicos-poetas, assalariados e idiotas. -- Era um momento inovador para a Suite 19: nosso primeiro show na Starwood. Eu estava louco, porque se você tocava na Starwood, podia dar certo. Cara, a porra da primeira vez que eu vim para Hollywood, eu fui Starwood ver Judas Priest. Eu estava impressionado: roqueiros britânicos na que iam e viam para Hollywood com seus equipamentos e calças de couro. E eu estava os vendo. Eu quase perdi minha cabeça quando eles tocaram “Hell Bent for Leather”. Eles tocaram as músicas mais pesadas que eu já tinha ouvido, e eu imaginava que eles batiam em um milhão de minas. Ingênuo. Diferentemente da U.S. 101, a Suite 19 tocava músicas originais. Minha namorada, uma animadora de torcida chamada Vicki Frontiere (sua mãe, Georgia, tinha ganhado o Rams e sua avó, Lucia Pamela, tinha gravado um álbum infame sobre vida em outro planeta), me disse que eles estavam procurando um baterista. Nós éramos a combinação perfeita: três caras cabeludos que tinham se fodido fora do ensino médio e estavam indo continuar a escola, levando todas as turmas para o rock, ficando loucos com Eddie Van Halen – influência de merda. Eu tinha dezessete anos, e não eu podia acreditar que eu estava em um trio matador. Nessa época, eu percebi que tinha pôsteres na Starwood inteira de uma banda chamada London. Umas semanas depois do nosso show, eu fui assistir a London tocar, e, cara, esses garotos eram mais legais do que aporra do Judas Priest. Eles pareciam meninas, como os New York Dolls ou algo parecido, com umas roupas de bolinhas muito fodas. Eu era apenas um esquelético, um clone esquisito do Alice Cooper com calça super colada nas minhas pernas de frango com estampa de leopardo. Mas eles eram fodas pra caralho, e atraíam toneladas de minas gostosas. Quando eu vi Nikki girando seu baixo no palco, eu pensei “Que porra de cachorro é esse?”. Ele tinha um cabelo muito louco que caía em sua bochecha como um tipo de cãozinho caro de Beverly Hills que tinha se perdido e passado por momentos difíceis. Suite 19 desmoronou depois que desistimos de imitar o Eddie Van Halen. Eu toquei por um tempo em outra banda, mas não deu certo depois que eu comecei a namorar a irmã do vocalista. O nome dela era Jessica, e eu a achava sexy porque ela era uma garota meio-mexicana com pequenas tetas naturais, um sorriso engraçado, e bochechas fofas. A primeira vez nós transamos, eu a levei para a parte de trás da minha van e, dentro de que minutos, eu comecei a foder. Ela bateu seu punho na parede e gritou “ meu Oh Deus! Vai entrar!”. Eu comecei a ir mais rápido, e de repente ela berrou como um leão da montanha desesperado e sua buceta explodiu. Jatos de água por todos os lados. Ela parecia um tanque transbordando, e foi a coisa mais foda que eu já vi em toda minha vida. Eu apenas pensei “Oh meu Deus, eu amo essa garota. Ela é a primeira! ”. Todo dia depois do ensaio, eu a pegava com a minha van, estacionávamos em um lugar quieto, e ela jorrava aquela merda por todo lugar. Eu amava sentar lá e a deixava gozar em mim. Por fim, minha van começou a feder. Eu levei minha mãe para a loja uma tarde, e ela ficava perguntando que cheiro que era aquele. Eu fingia que não sabia. Após um tempo, Vince a nomeou de Bullwinkle, porque ele disse que ela tinha um rosto que parecia um alce. E talvez ela tivesse, mas eu ligava. Ela estava abrindo portas sexuais em mim. Ela foi minha primeira não namorada de verdade, e eu achava que todas as garotas ficavam assim quando ficavam excitadas. Uma vez eu descobri que eu estava errado, era difícil terminar com ela. (A única outra garota que eu conheci que podia fazer aquilo era a amiga de um meio indiano alto, ator de filme pornô, chamado Debi Diamond. Anos depois, quando Bullwinkle era apenas uma memória ‘molhada’, eu estava trabalhando com Trent Reznor do Nine Inch Nails estúdio A&M. Era o aniversário do baixista dele, Danny Lohner, então eu no levei Debi e sua amiga para sair como presente de aniversário. Após atirar uvas na buceta dela para nos divertir, a amiga do Debi sentou no piano enquanto Debi a chupava. De repente ela jogou sua cabeça pra trás, gemendo, e atitou um jato gigantesco no ar, diretamente na tigela de frutas no final do outro lado do quarto.) Então, eu tava fodendo a Bullwinkle e procurando outra banda, o guitarrista da Suite 19, Greg Leon, comecei tocar com o Nikki, que tinha saído da London e tava tentando montar outra banda. Nikki tinha visto a Suite 19 tocar naquela noite na Starwood e gostou do meu estilo. Greg deu pra ele meu telefone e eu fui encontrá-lo no Denny’s na Burbank Boulevard e Lankersham no norte de Hollywood. Eu estava super nervoso porque eu era apenas um punk novo do caralho. Na minha cabeça, Nikki poderia negociar finais de semana na Starwood e no Whisky, que faria ele um grande deus do rock. Quando ele sentou do outro lado de mim, eu fiquei mais tímido ainda porque eu não conseguia ver com quem eu estava conversando atrás daquele cabelo volumoso preto. Era tipo, “Cadê o cara? Eu queria pedir pra ele biscoitos de cachorro, mas eu não sei se ele tinha ” senso de humor. Eu ainda não sei. Após o almoço, nós fomos pro seu pequeno barracão de merda que era dificilmente encontrado no norte de Hollywood. Ele estava vivendo à custa de uma garota chamada Laura Bell, uma baterista numa banda chamada Orchids que ele tinha encontrado através de Kim Fowley. Ele me jogou um monte de demos que ele estava fazendo, naturalmente eu comecei a tocar bateria na mesa, do mesmo jeito que eu fazia na cozinha quando eu era criança. Nossa energia era a mesma, e nós instantaneamente nos mostramos isso. Tava claro que íamos fazer algo junto muito rápido. Nikki era um cara louco, e eu tinha a mesma obsessão. Nós queríamos ficar famosos no meio, governar a Sunset, e brigar ou foder qualquer coisa que se mexia. Uns dias depois eu levei minha bateria para o Nikki, e nós começamos a tocar, apenas baixo e bateria, no cômodo fodido da frente da sua casa. O cômodo servia como cozinha, sala de estar, sala de jantar, lugar pra ensaiar, e escritório, com um closet que Nikki usava como quatro. A cada minuto durante o ensaio, Nikki pegava o telefone, discava um número e tentava vender lâmpadas para alguém. Esse era o seu trabalho. A madeira nas paredes da casa estavam apodrecidas e quebrando, e insetos podiam se rastejar e atacar qualquer coisa que deixássemos de lado. Se você fizesse um sanduíche, você tinha que deixar em mãos o tempo todo, senão, alguma tribo de insetos poderia devorá-lo. Eu tava louco pra ter uma banda com Greg Leon, mas o idiota do Nikki o mandou embora. Greg era um bom guitarrista do meio – mas ele era um cara muito regulador, e Nikki não gostava disso. Ele dizia que Greg não tinha o tipo que o New York Dolls ou os Stooges tinham. Ele queria todo mundo parecendo e pensando como ele. Nós achamos um guitarrista substituto, Robin, através de um anúncio no The Recycler. Robin era muito talentoso, mas ele era um veado e todo mundo sabia disso. Ele prendia sua camiseta dentro da calça, lavava as mãos depois de tocar guitarra, cansava fazendo escalas, e, em geral, agia como se ele tivesse ido para o colégio em uma formatura. Tudo que conseguimos com ele foi um cabelo legal. Nós continuamos procurando no The Recycler, esperando achar um segundo guitarrista que fosse um filho da puta louco o suficiente para compensar Robin. Um dia eu achei o seguinte anúncio: “Guitarrista barulhento, rude e agressivo disponível.” Eu liguei e deixei meu número para o cara, e uma semana depois tinha um tímido bater na porta da frente do Nikki. Nós abrimos a porta, e tinha um pequeno ogro parado lá fora com um cabelo preto pra baixo da bunda e uns sapatos de plataforma altíssimos praticamente um rolo de fita envolta deles para deixá-los juntos. Ele com parecia um pobre, dolorosamente tímido, um jeito estranho que parecia o Primo Itt. Eu tava rindo demais, eu chamei o Nikki, “Venha aqui! Você que tem ver esse cara!” Quando Nikki e ele estavam parados cara a cara, parecia o encontro da Família Adams com o Scooby Doo. Nikki me puxou de lado, animado. “Não posso acreditar!” ele disse. “Ele é igual a gente!” Indo atrás do Primo Itt, carregando um Marshall, tinha um carinha desagradável chamado John Crouch, ou Stick, que o maior valor na sua vida parecia ser o fato dele ter comprado um carro, um pequeno Mazda que naquele tempo úmido de um dia de primavera tinha um alto-falante pregado do lado de fora de uma janela e o braço de uma guitarra na outra. (Para ser justo, ele também tinha um talento de trazer burritos) (*torta mexicana). Nós montamos o equipamento do Mick, e Nikki mostrou a ele o riff do começo de “Stick to Your Guns”. Mick prestou muita atenção, curvando e deslizando suas ansiosas mãos como se fosse um louva deus, e pagou sua guitarra e tocou pra caralho, fazendo o riff super destorcido e insano não conseguíamos reconhecê-lo mais. Eu não sabia como julgar se um que guitarrista era bom ou não. Eu tava mais impressionado com o som dele tocando do que qualquer coisa. E eu gostei daquele som esquisito: era como se ele tivesse vindo de outro planeta habitado por espécies avançadas sonicamente que eles nem precisavam tomar banho. Nisso, Primo Itt virou pra mim, pequenos olhos brilhando através de seu cabelo bagunçado, e disse “Vamos pegar alguma bebida.” Pegamos um galão de bebida na loja de bebida, ficamos de porre, e tocamos por uma hora. Daí, Primo Itt falou de novo. Ele puxou Nikki e eu de lado e resmungou alguma coisa sobre Robin. Daí, ele se virou pra Robin e disse pra ele, como um velho mal-humorado, “Você está fora. Existe apenas um guitarrista na minha banda, e esse sou eu.” Nós não tivemos nem que discutir se Mick estava certo sobre a banda ou não: o cara estava Robin olhou para o Nikki, depois para mim, e nenhum de nós disse dentro. uma palavra em sua defesa. Seu rosto escureceu, ficou vermelho, como se ele tivesse deixado cair sua guitarra e arrebentado. Ele era um viado na real. Depois de Robin ir embora, Nikki tingiu meu cabelo de preto para poder combinar com o dele e com o de Mick. E eles me encorajaram para fazer minha primeira tatuagem: Mighty Mouse, meu herói favorito desde sempre. Ele me fazia lembrar de eu mesmo: ele era pequeno e eu era magro, nós sempre estávamos tentando salvar o dia, e nós dois sempre conseguíamos a garota no fim. Eu tinha o desenho do Mighty Mouse com um tambor de bateria e baquetas em suas mãos. Nikki, Mick, e eu começamos a ensaiar todos os dias, e era incrível como Nikki trazia sempre músicas novas. Depois, nós íamos para a Starwood como se já fossemos rockstars. Nós sentíamos falta de um vocalista. Nós fizemos uma audição, com um cara ridículo chamado O’Dean, que cantava com uma voz mais ou menos parecida com Cult e Scorpions. Ele era um incrível vocalista, mas Nikki não gostou dele porque ele não parecia com o Brian Connlly da Sweet. Outro problema de O’Dean era que ele estava super irritado com as luvas brancas de plástico que ele sempre estava usando. Ele tava com a impressão que essas luvas tinham um estilo, e nós não tentamos dizer o contrário porque ele tinha o que nós tínhamos. Nós fomos em um estúdio para gravar algumas músicas do Nikki: “Stick to Your Guns”, “Toast of the Town”, “Nobody Knows What It to Lonely”, e uma música do Raspberries, “Tonight”. Eles nos deram ’sBeLike apenas duas horas, então quando acabava o tempo, Nikki me fazia ir meter na engenheira. Seus dentes ficavam pra fora da sua cara como se o ar saindo de uma bola de praia, mas ela era legal e tinha um corpo decente. Ela me levou pra sua casa, e ela tinha uma cama foda pra caralho. Tinha uma armadilha de pernilongo envolta dela, e eu nunca tinha experimentado nada como isso. Eu era um vagabundo antes disso, tentando experimentar de tudo, então eu disse a ela, “Wow, eu adoraria meter nesse negócio. tivemos ” Nós bons momentos, e ela me deu certeza que conseguiríamos horas de graça no estúdio até não sermos mais bem vindos. Durante a última música que nós gravamos pra nossa demo, “Tost of the Town,” O’Dean se recusou a tirar suas luvas para aplaudir nossa experiência. Ele achava que se ele tirasse suas luvas poderia arruinar seu misticismo, tirando o fato que o único misticismo que ele tinha era como ele tinha uma voz tão boa. Nikki estava com raiva quando O’Dean não bateu palmas como a Sweet fez em “Ballroom Blitz,” e Mick o odiou porque ele achava que ele era um gordo do caralho, um vocalista de merda, e um espiritualista secreto. “Eu não gosto desse cara,” Mick continuou resmungando durante os ensaios. “Ele é um hippie. E eu odeio hippies. Eu disse pro Nikki, “Mick não acha O’Dean um Deus. ” “Foda-se,” Mick disse. “Eu quero aquele loiro magrelo do caralho ” que eu vi na Starwood na outra noite naquela banda Rock Candy. “Você quer dizer o Vince?!” Eu perguntei. ” “É caralho, o Vince.” Primo Itt franziu o rosto pra mim. “Aquele cara. éEuo estou pouco me fodendo se ele consegue ou não cantar. Você viu que o ele fazia com aquela multidão? Você viu o que ele estava fazendo com aquelas garotas e o jeito que ele agia no palco? “Eu fui pra escola com aquele idiota,” Eu disse pra ele. “As ” amam”. garotas o Eu tinha dado meu telefone pro Vince naquele show, mas ele nunca ligou. Depois de termos despedido O’Dean, eu passei na casa do Vince, dei-lhe uma fita demo, e implorei para ele fazer uma audição com a gente. Nós esperamos semana a ligação dele ou ele ir, mas ele nunca fez isso. Finalmente, eu desisti e liguei pra ele de novo. “Eu tava procurando vocês,” Vince disse. “Sem querer eu lavei meu jeans com o número de vocês dentro, e não consegui achar vocês. “Escuta,” eu disse pra ele. “Essa é sua última chance, cara. Você ” que ver temessa banda que eu estou. As coisas que estamos trabalhando irá explodir sua mente. Nikki Sixx está na banda, e nós temos esse guitarrista do caralho que parece o Primo Itt da Família Addams. “Ok,” Vince disse. “Minha banda me fodeu noite passada, e eu estou ” quase desistindo. Vou te falar uma coisa: vou no sábado. Onde vocês vão estar?” Sábado era um bom dia: o sol tava fraco e tava uma brisa gostosa. estavaEubebendo, Nikki estava dando uns goles de Jack Daniel’s, e Mick estava dando uns goles na sua Kahlúa lá fora do estúdio IRS na Burbank onde Vince apareceu em um 280Z com uma garota chamada Lovey Howell da Ilha Gilligan. Ela saiu do carro e nos olhou como se ela fosse sua gerente. “Bom, eu tenho que checar o guitarrista porque ele tem que ser muito bom se ele for tocar com você, baby,” ela disse suavemente, nos deixando rapidamente aos nervos, Vince apareceu lá como uma criança , meio convencido e meio envergonhado, com seu cabelo loiro de platina saindo de sua cabeça como fogos de artifício. Nikki deu-lhe algumas letras e ele começou a cantar. não estava no ritmo da música, mas ele alcançava todas as notas e manteve Ele o tom. E algo a mais começou a acontecer: sua voz alta e estridente combinou com o esfarrapado baixo fora de tempo do Nikki, com a guitarra fora de controle do Mick, e da minha bateria super ocupada e animada. E isso ficou legal, apesar dos backing vocals da Lovey, que continuava reclamando que as músicas não eram boas para o Vince. No ato, Nikki começou a reescrever as músicas para a voz do Vince, e o primeiro resultado foi “Live Wire”, nós éramos Mötley Crüe a partir disso. Naquele momento do caralho. Nós criamos uma das nossas músicas clássicas cinco minutos no nosso primeiro ensaio com o Vince. Eu não podia acreditar nisso. Pessoas perdidas estavam ensaiando na porta ao lado, e nós ficamos tão animados com aquilo, apenas por ser cuzões, nós pegamos o cadeado pendurado do lado de fora da porta deles e os trancamos no estúdio deles. Eu não sei como eles saíram de lá – se eles saíram algum dia. Fig.6 Rock Candy: James Alverson (esquerda) e Vince Neil Capítulo 3 Vince -- Sobre uma grave decisão digna de eternas lembranças e uma ousada fuga de uma prisão forçada. -- Eu estava mesmo de branco. Eu estava usando calças quentes de cetim, Capezios, correntes em volta da minha cintura, e uma camiseta branca que eu tinha rasgado dos lados e amarrado uns cadarços. Eu tingi meu cabelo o mais branco que eu consegui, e armei até ficar uns centímetros maior do que minha altura. Eu tava cantando com a Rock Candy na Starwood, e a vida não podia ficar melhor do que isso. Daí, Tommy apareceu em um dos nossos shows e tentou foder tudo. Eu não o via há um ano, desde quando eu deixei a escola, e ele estava usando calças brilhantes de couro, salto alto, cabelo tingido, e uma fita seu pescoço. Ele tava começando a ficar legal. no “Caralho!” eu disse sem pensar. “O que você fez com você? “Eu ” estou em uma banda agora, cara,” ele disse, “com estes garotos aqui.” Ele acenou para outros dois roqueiros com cabelo tingido de preto no canto. Eu reconheci um deles, como o baixista louco, drogado da London; o outro era mais velho e parecia bem sério. Não era o tipo de pessoa que ia para a Starwood e ficava lá fazendo hora. Lá do canto, o cara mais velho ficava me olhando de cima até embaixo como se eu fosse um bife premiado. “Eu disse a eles sobre você, cara,” Tommy disse. “Eles viram você essa noite, e eles estão atiçados. Eu sei que você está em uma banda, cara, mas venha e toque com a gente. Nós temos um monte de coisas do caralho rolando.” Tommy me perguntou sobre fazer uma audição com a banda dele no próximo final de semana. Eu estava feliz na Rock Candy, mas de qualquer forma eu aceitei para não magoá-lo. Ele realmente tinha me ajudado quando eu sai de casa no ensino médio. Ele me deixava dormir na sua van. E após seus pais descobriram que tinha um sem lar morando no seu veículo com todas as suas roupas socadas em uma case Henry Weinhard, eles me deixaram dormir no quarto de Tommy até eu achar um novo lugar pra morar. Naquela época eu tava trabalhando como eletricista, construindo um McDonald’s na Baldwin Park. Pra garantir meu trabalho, eu comecei sair com a filha do chefe, Leah, uma loira alta, um pouco atraente e bissexual, que de qualquer forma pensava que era parecida com a Rene Russo. Ela mostrava fotos dela para as pessoas e dizia que eram fotos dela, e eu acreditava. Leah (que depois a banda a nomeou de Lovey) era uma rica drogada suja, e me comprou minha primeira calça de couro para usar no palco. Eu comecei a morar com ela e dirigir seu 280Z. Mas ela me deixava louco. E eu estava preso nela – não só por causa do dinheiro, o carro, casa, e o trabalho, mas porque ela tinha me ensinado como injetar cocaína a eeu estava viciado. Nós sentávamos no chão do banheiro e injetávamos um no outro até seus pais irem comer ou dormir no hall de entrada. Uma manhã, depois de um porre de quatro dias sem dormir, meu corpo começou querer parar. Eram 7 horas da manhã e eu tinha que ir trabalhar. Eu vomitei tudo pelo carro enquanto descia o morro – eu não conseguia manter nada pra baixo, no trabalho no McDonald’s, eu comecei aouvir vozes, ver pessoas que não estavam lá, e conversava com elas. A cada minuto, um cachorro imaginário passava por lá, e eu olhava de longe, tentando saber onde que ele tinha ido. Eu fui pra casa depois do trabalho naquela noite e dormi mais ou menos durante vinte horas. Eu acordei, injetei, e Tommy apareceu. Ele tinha uma fita de músicas pra eu aprender a cantar. Eu as escutei, e tentei mantê-las longe do vomito ou risada. Não tinha lógica, eu tava indo tocar com aquela banda chata, se você pudesse chamá-los de banda. Eles não tinham nem um nome. Então eu não fui ao ensaio e, quando Tommy me ligou para saber o que tinha acontecido, disse que eu tinha lavado sem querer a calça jeans que eu tinha guardado o número deles. E ele acreditou em mim. Eu nunca tinha lavado minhas roupas, eu nunca vesti jeans, e, além disso, eu sabia exatamente onde Tommy morava. Eu poderia ter passado lá se eu quisesse falar com ele. Uns dias depois, eu ouvi falar que eles tinham achado um vocalista e eu fiquei feliz por eles. Isso significava que eu não tinha que me esconder do Tommy quando visse ele na vizinhança. mais Na outra semana, a Rock Candy iria fazer um show numa festa caseira em Hollywood. Eu apareci com um uniforme branco de cetim, mas nosso guitarrista e nosso baixista nunca apareceram. Eu fiquei lá como idiota bem vestido pra caralho, junto com o nosso baterista, enquanto a um casa cheia de pessoas que gritaram por música durante duas horas diretas. Eu tava nervoso pra caralho. Quando eu liguei para o guitarrista naquela noite, ele disse que não queria mais tocar rock n’ roll: ele tinha cortado cabelo loiro comprido, comprado um monte de gravatas feias, e decidiu que seu Rock Candy ia ser uma banda de new wave. No outro dia, Tommy resolveu me ligar, e disse que o vocalista deles não estava dando certo. Ele teve sorte. Ele me pegou quando eu estava fraco. Quando Mötley Crüe começou, era mais uma gangue do que uma banda. Nós ficávamos bêbados, usávamos um monte de cocaína, e andávamos por ai de salto alto, tropeçando em todos os lugares. A Sunset Strip era super depravada. Prostitutas de roupas grudadas e saltos agulhas andando por aí na rua, punks sentados em grupos na calçada, e grandes filas de new-wavers usando preto, vermelho e branco em grandes grupos fora de cada clube. Kim Fiwley andava por aí na Sunset, pegando garotas colocando-as em bandas euquanto Rodney Bingenheimer andava todo e metido nos clubes se intrometendo, sendo o prefeito de L.A., pegando ou dando uma folga para as bandas para ir a sua rádio. Todo final de semana, grandes gangues do norte de Hollywood, Sherman Oaks, e Sun Valley transbordavam no meio de tudo isso, deixando uma grande nuvem de spray de cabelo pela Sunset. Quando não estávamos fazendo show, nós dávamos uma volta – no Whisky, no Roxy, e no Troubadour – pregando uns quatro pôsteres em cada parede e postes de luz. Se alguma outra banda tivesse colocado algum pôster na parede, nós tínhamos que ter quatro: era a regra do Nikki. Eu tinha dezoito anos e era muito novo pra entrar em vários lugares, então eu usava a certidão de nascimento do Nikki, que tava escrito Frank Ferrana. Todos na entrada sabiam que eu era da Rock Candy, mas eles me deixavam entrar mesmo assim. Quando os clubes começavam a fechar, nós íamos para o Rainbow. O lugar era tipo um círculo, com os roqueiros mais legais e ricos pervertidos sentados nas mesas centrais. Garotos ter 21 anos para entrar, mas as garotas apenas 18. Os garotos sentavam precisavam mesmo lugar de sempre e as garotas ficavam andando até serem chamadas no para sentar em algum lugar vazio. Elas continuavam rodeando, como gaviões até você encher sua mesa com elas. Mais tarde, todo mundo poderia aparecer lá: Rhandy Rhoads, o guitarrista do Ozzy Osbourne, poderiam estar passando um tempo do lado de uma árvore enquanto drogados tentavam fumar maconha e todo mundo tentava tirar proveito das garotas. Logo, junto Robbin Crosby e Stephen Pearcy do Ratt (que estava tocando apenas covers do Judas Priest naquela época), nós começamos nos chamar de Os Gladiadores, e começamos a dar títulos um para os outros como Field Marshal e King. Uma noite, eu e Nikki encontramos gêmeas loiras idênticas que estavam no comercial do chiclete Doublemint e fomos pra casa delas. Depois disso, nós continuamos sem saber quem era quem, então tínhamos que esperar elas virem falar oi toda noite no Rainbow, porque nós não queríamos ir, e pegar a garota errada. Mesmo a gente achando que não conseguiríamos cocaína, a gente sempre acabava cheirando um monte. Nós achamos alguém que estava guardando isso na van do Tommy, que se tornou nosso lugar de festa. A cada noite depois de ir ao Rainbow, nós íamos para a Santa Monica Boulevard, onde todos os jovens roqueiros e atores que nunca tinham feito isso estavam se prostituindo. Nós estávamos juntando dinheiro suficiente para comprar um burrito de ovo do Noogles. Daí, arrancávamos nosso pinto e enfiávamos naquela carne quente para cobrir o cheiro de buceta, então nossas namoradas não saberiam que estávamos fodendo qualquer coisa estúpida ou bebendo o suficiente para entrar na van do Tommy. Eu não sei o que pensar de Mick. Ele era louco. Ele sentava do outro lado de onde eu tava e ficava rabiscando um pedaço de papel. Então ele vinha e me entregava e tava escrito algo como, “Eu vou te matar.” Seu rosto estava todo sujo e não barbeado, e ele costumava morder o mamilo Tommy toda hora. Tudo o que Tommy fazia era empurrá-lo pra longe e do falar, “Para com isso, isso irrita. Durante seu trabalho na Starwood, Nikki de alguma forma conseguiu ” conversar com seu chefe a respeito de fazermos nossos primeiros shows lá: duas vezes na sexta e no sábado abrindo para a Y&T. E mesmo no palco, nós atuávamos mais como uma gangue do que como uma banda. Mick estava nervoso porque ele nunca tinha corrido durante um show inteiro ensaiado antes. Nós nem sabíamos qual seria nosso set list Nikki colar uma fita adesiva, e escrever à mão num pedaço de papel no até chão do palco no último minuto. Durante nossa primeira música “Take Me to the Top,” as pessoas estavam berrando “vai se foder!” e nos coisas. Daí, um idiota com uma camiseta do AC/DC, jogou uma merda arremessandoque atingiu minha calça de couro branca. Sem pensar, eu saltei do meio do palco e imobilizei sua cabeça e comecei espancá-lo. Eu olhei para trás, Nikki estava com o seu baixo Thurderbird sobre sua cabeça. Ele balançavae o como em um jogo de resistência, tacando-o e esmurrando-o na omoplata de um garoto. Se tivesse um sino na cabeça do garoto, o sino teria ido parar no teto. Nós estávamos tão perdidos que não sabíamos quando uma música acabava e outra começava. Mas nós parecíamos bons e lutávamos melhor ainda. No fim do segundo set daquela noite, nós tínhamos convertido nossos inimigos em fãs. Eles disseram para os seus amigos, e cada vez mais pessoas vinham ver a gente na outra noite. Quando a Y&T entrou parar fazer o segundo set deles no sábado, metade do lugar tinha ficado vazio. Na próxima vez que fizéssemos um show com a Y&T nós teríamos que ser os principais. Um dos nossos grandes fãs era David Lee Roth. Um ano antes, quando Van Halen tocou na arena de Long Beach, eu estava no estacionamento contrabandeando camisetas do show. Agora, Roth estava expondo minha banda. Embora a gente soubesse que não era porque ele amava a música, mas porque ele gostava de pegar as garotas que iam nos ver, nós éramos elogiados. Nós éramos uma banda sem registro, coisa alguma: ele era um rockstar. Depois do nosso primeiro show no Troubadour, David veio até mim, “Vince,” ele disse. “Você sabe alguma coisa sobre música?” “Sim, você faz shows e toca músicas,” eu respondi. “Não,” ele disse. “Não é isso que se faz. Encontre-me amanhã no Canter’s Deli na Fairfax às 3 da tarde. No outro dia, ele apareceu na sua Mercedes-Benz com uma caveira ” pintada nela. Ele me fez sentar e começou um monólogo sobre rock: ele disse alguns idiotas que devíamos evitar, coisas feitas por engano, para eliminar. cláusulas “Não vá a uma pequena empresa de divulgação,” ele disse enquanto mordia sua carne defumada. “Você tem que ter suas músicas no Tahiti. Se elas não estiverem no Tahiti, elas não estarão em lugar nenhum. E ele continuou: “Não contrate qualquer empresário. Não faça um ” acordo apenas por dinheiro. Você tem que observar para onde o dinheiro vai, e como ele volta.” Tudo o que ele aprendeu nos setes anos passados ele compartilhou comigo com a bondade de seu coração alcoolizado. Eu não tinha idéia do que ele tava falando, porque eu não sabia sobre negócios. Eu provei isso outro dia, quando eu virei e fiz um dos negócios mais estúpidos da minha no careira. Eu assinei um contrato com dez mandamentos com um construtor que conhecia menos sobre a indústria do que eu. Eu o encontrei depois do motorista e pegador de burritos do Mick, Stick, começar levar sua irmã para o ensaio, onde nós estávamos gravando nossas músicas que se tornariam nosso primeiro single “Stick to Your Guns” e “Toast of the Town.” Ela parecia totalmente como Stick, exceto que ela tinha apenas um dente e um estranho aparelho que parecia uma cobra enrolada em volta do seu cabelo. Ela era tão feia que até mesmo o Tommy não conseguiu dormir com ela. Seu marido era um misterioso, magrelo, dono da construtora com um cérebro do tamanho do Barney Fife, mas com um coração maior do que a teta de uma stripper. Seu nome era Alan Coffman, ele era de Grass Valley no norte da Califórnia, e por alguma razão ele queria entrar no rock. Ele parecia um rico louco, com os olhos sempre se movendo pelo cômodo como se ele tivesse esperando alguma coisa sair das sombras e atacá-lo. Quando ele ficava bêbado, ele começava procurar arbustos obsessivamente para ter certeza que nenhum de nós estava nos escondendo. Uns anos depois nós descobrimos que ele tinha servido como membro do parlamento no Vietnã. Quando Stick o trouxe no ensaio, ele provavelmente nunca tinha visto uma banda de rock antes. E nós nunca tínhamos visto um empresário. Ele disse que queria investir na gente, e nos dar cinqüenta dólares – primeiro dinheiro que teríamos como uma banda; nós assinamos um o contrato com ele no ato. Assim que estabelecêssemos um padrão, nós poderíamos repetir por toda nossa carreira, dentro de minutos nós gastamos todo o dinheiro em um monte de cocaína e a cheiramos uma carreira que se estendia ao redor da mesa. Coffman nos apoiou porque ele achou que seria barato. Uma banda punk deve ser barata. Mas nós não éramos: nós o fizemos comprar uma jaqueta de couro de cobra e calças pretas pro Tommy, uma nova jaqueta de couro pro Mick, e, pro Nikki, um par de botas de 600 dólares. A partir daí, se a gente quisesse alguma coisa com um preço que possuísse três dígitos, nós teríamos que roubar. Coffman achava que ele teria que treinar a gente em Green Valley e nos deixar sermos nós mesmos no palco. Nós dormíamos no seu trailer de hóspedes e andávamos pela cidade, um paraíso caipira com apenas um destino: Main Street. Despistamos a natureza de merda do lugar, nós não estávamos acovardados de usar salto alto, spray de cabelo, unhas vermelhas, calças pinks, e maquiagem. Como de costume, nós íamos aos bares, víamos qual caminhoneiro corria mais, e pegávamos a namorada de qualquer pessoa. Na nossa primeira noite fora, um Hell Angel entrou no bar e parou em frente de um ciclista que tinha uma tatuagem de anjo no seu braço. “Você não merece mais ser um Hell Angel,” ele disse calmamente. Depois, ele pegou seu canivete e arrancou a tatuagem do cara do lugar. Um dos shows que Coffman conseguiu pra gente foi em um lugar chamado Tommyknocker, que tinha uma grande placa do lado de fora dizendo: “Noite de fantasia de Hollywood.” Nós entramos e vimos uma dúzia de cowboys com suas namoradas algemadas a eles. Todo mundo estava confuso: eles achavam que eles pareciam Hollywood e não tinham idéia de que planeta tínhamos vindo; nós pensávamos que parecíamos Hollywood e não tínhamos idéia de que planeta eles tinham vindo. Nós tocamos “Stick to Your Guns” e “Live Wire,”, mas eles apenas nos encaravam, ainda confusos. Então nós decidimos falar a linguagem deles e tocar “Jailhouse Rock” e “Hound Dog,” que os deixaram loucos. Nós tocamos “Hound Dog” cinco vezes nessa noite, daí escapamos pela porta dos fundos antes de sermos mortos. Naquela noite, alguém nos disse sobre uma festa na cidade. Nós fomos lá e estava cheia de garotas gostosas que nós nunca tínhamos visto antes. Depois de quinze minutos, Tommy me deu um cutucão e disse, “Essas não são garotas, cara.” Nós olhamos em volta e percebemos que estávamos rodeados de estranhos caipiras Drag Queens, que provavelmente estavam vestindo as roupas de suas esposas e namoradas. Eu perguntei para uma loira gigante perto de mim se ela tinha um pouco de cocaína, e ela me vendeu um saco por vinte dólares. Eu fui para o banheiro para cheirar e quase me matei. Era talco, e eu fiquei nervoso. Quando a Drag Queen não quis devolver meu dinheiro, eu puxei sua peruca, o girei em círculos e bati na cara dele. Sangue vazava pelo seu batom, gotejando pelo seu queixo. De repente, uma dúzia de caipiras travestis começou bater em nós, se debatendo e nos chutando com seus saltos altos antes de nos jogarem na rua, uma despedaçada e sangrenta massa de lixo de Hollywood. No outro dia, Coffman arranjou nossa primeira entrevista numa rádio. Nós aparecemos no estúdio com a boca inchada, machucados, e olhos roxos. E nós estávamos assustados pra caralho: nós nunca tínhamos feito uma entrevista numa rádio antes. Eles nos perguntaram de onde nós viemos, e nós olhamos um pro outro, chocados. Daí, Mick disse Marte. Depois de vários pesadelos que Coffman chamava de treinamento, nós voltamos para Los Angeles, fazendo shows e colocando pôsteres em todos os postes telefônicos que nós víamos. Eles me deixaram com a Lovey, e em minutos eu estava na banheira injetando com ela enquanto ela tagarelava sobre como Allan Coffman ia nos vestir e como nós deveríamos deixá-la nos ajudar com o dinheiro do seu pai. Ela estava me fazendo perder a cabeça, especialmente a partir de quando eu comecei dormir com uma garota muito mais legal, fofa, e surfista que morava descendo a rua. Lovey e eu acabamos festejando até o amanhecer na casa de um cara que era herdeiro da U.S. Steel, mas estava morando em uma casa de um quarto nojento porque sua família tinha se desfeito dele. Na próxima noite, eu continuei injetando com a Lovey quando cai na real que eu tinha um show no Country Club em dez minutos e eu estava preso. Eu não tinha carro ou qualquer outra forma de descer a colina que ela morava. Eu corri para fora e desci até eu achar arranjar uma carona. cheguei ao clube quarenta e cinco minutos atrasado, ainda usando um Eu roupão de banho. Os caras estavam estranhando. Eles estavam bravos que eu estava usando agulhas e aparecendo nos shows vestido como um velho. Eles me disseram que se eu injetasse mais uma vez, eu estaria fora da banda. Eles estavam tão nervosos e confiantes que era difícil morder minha língua alguns anos depois, quando Nikki e Tommy estavam usando agulhas. A partir daquela noite, eu tava decidido fugir da Lovey. Eu estava preso na Gilligan’s Island, dependendo do dinheiro dela ou do carro dela eu se quisesse ir pra algum lugar – e sua droga se eu não tivesse. Algumas manhãs depois, enquanto Lovey estava dormindo, Tommy foi para a casa. Eu fiz uma trouxa com as minhas roupas com um lençol e coloquei na parte de trás do seu veículo. Eu não deixei um bilhete ou me preocupei em ligar pra ela depois. Ela passava no Tommy todos os dias depois disso, pensando que eu estaria lá. Mas eu consegui evitá-la por três dias. Daí, quando estávamos nos preparando para um show no Roxy, eu a vi sendo empurrada no meio do público e os seguranças falando pra ela ir embora. Um pouco depois desse mês, eu me mudei para um apartamento de dois quartos na Clark Street (apenas cinqüenta passos do Whisky A Go-go), que Coffman tinha comprado pra manter Nikki, Tommy, e eu juntos perto dos clubes. Eu não vi Lovey de novo até quinze anos depois, no Roxy, quando eu estava fazendo um show solo. Depois do show, mais ou menos meia noite, ela foi ao backstage, carregando uma garotinha atrás dela que ela disse que era sua filha. Apenas alguns meses depois, eu a vi nos jornais: Ela tinha sido pega sessenta vezes mexendo com tráfico de drogas. Eu às vezes me preocupo com a filha dela, e eu espero que ela não seja minha. Capítulo 4 -A biografia de uma banda é distribuída pelo correio, com datas de nascimento, nomes, e países de origem intencionalmente criada com a esperança de aperfeiçoar uma perspectiva de sucesso, uma falta geral de familiaridade com a m úsica, e a banda com membros muito novos para tocar em estabelecimentos que servem bebidas alco ólicas. -- Coffman & Coffman Produções 156 Mill Street Grass Valley, CA 95945 LIBERAÇÃO: 22 de junho, 1981 Mötley Crüe é uma banda sensacional de hard rock comercial dos anos oitenta. Em apenas alguns meses, Mötley Crüe ganhou todos os recordes de comparecimento no Troubadour em Hollywood e liquidou o Country Club e o Whisky A Go-Go. Mötley Crüe é uma das muitas atrações do Roxy Theater sem uma grande equipe de apoio. Mötley Crüe logo lançará seu álbum de estréia na sua própria gravadora – Leathür Records. Eles fizeram um show extraordinário que animou, estimulou e mexeu com o público. Mötley Crüe é animador para assistir como é para ouvir. Mötley Crüe são quatro artistas talentosos fazendo o que eles fazem de melhor – músicas eternas. NIKKI SIXX, no baixo e no vocal, aos 22 anos causou uma eterna impressão em Hollywood com seu grupo antigo, London. Nikki é um compositor impressionante, influenciado pela Sweet e Cheap Trick, e essa ésua inspiração por trás de muitas músicas do Mötley Crüe. MICK MARS, com 25 anos, talvez a melhor indicação de Newfoundland para a fama. A sua guitarra excepcional combina com a música rápida com boa presença de palco. Mick ajuda com os vocais, e sua habilidade de compor é uma perfeita combinação com Nikki. Junto eles criaram a maior parte do que é Mötley Crüe. TOMMY LEE, 21 anos, na bateria, com muita energia. Quando Tommy pega uma baqueta, ninguém consegue ficar parado. Se ele está tocando baquetas, bateria, címbalos, gongos, sinos de vaca, ou blocos de madeira, a habilidade de Tommy e sua presença de palco são desiguais. VINCE NEIL, loiro, 21 anos, vocalista e compositor, terá o coração vibrante das garotas. Vince comanda o palco e cada movimento seu é observado intensamente. Sua única qualificação e versatilidade foram influenciadas por John Lennon e Robin Zander. Ele é o pedaço que estava faltando para criar o Mötley Crüe. Quando Nikki, Mick, Tommy e Vince se juntaram, a mágica foi instantânea e o Mötley Crüe nasceu. O gênio criativo desses quatro artistas trouxe a nova música adiante que não será facilmente esquecida. Suas músicas e presença de palco são uma nova força no rock. Os temas das suas músicas envolvem o público em uma realidade musical do dia-a-dia, expressando alegrias e tragédias que a juventude de hoje em dia pode se identificar. Mötley Crüe é o que juventude de dezoito anos estava esperando – a música para balançar, as a palavras para falar, e o visual que esses heróis Mötley Crüe não é uma rebelião, mas uma revolução no rock. Um despertaram. retorno da música louca dos Beatles feita para dos adolescentes de dezoito anos. Para informações do livro e entrevistas, por favor, ligar para e Coffman Produções: (916) 273-9554. Coffman Capítulo 5 Nikki -Mais do que um cavalheiro que lutava por comunicação, persuasão, e inspiração artística. -- Eu estava ouvindo-o gabar-se por uma hora. Ele tinha um cabelo vermelho sujo, cortado numa tentativa ridícula de moicano, e um brinco falso em sua orelha – não um piercing de verdade. Como qualquer punk poser, ele estava matando tempo no Whisk A Go-Go naquela noite, observando a vida punk de L.A. David Lee Roth e Robbin Crosby e Stephen Pearcy do Ratt estavam festejando com o Mötley Crüe naquela noite. E o pequeno punk tentou provar que ele era mais rock n’ roll do qualquer um de nós, que ele era mais forte e independente do que eu, que mesmo estando na cara que ele era um riquinho, burro de Orange Country. No fim, eu não estava mais agüentando. “Você não é a porra de um punk, filho da puta!” eu saltei do sofá, batendo a cabeça dele na mesa, puxando sua orelha, e pressionando a ponta da orelha na madeira com os meus dedos. Daí, com todo mundo olhando, eu enfiei um prego no seu lóbulo da orelha contra a mesa. “Aaaaaaauuuuuugggghhh!” ele berrou, se contorcendo de dor, grudado na mesa como um cachorro preso na coleira. “Agora você é um punk!” eu disse pra ele. Nós aumentamos o som e continuamos festejando como se ele não tivesse lá. Quando eu acordei na outra noite, ele tinha ido embora, mas o prego continuava misteriosamente na mesa. Eu tentei evitar imaginar o que ele deve ter feito para Eu tinha chegado a um novo lugar na minha vida. Não fazia muito escapar. tempo era eu o rebaixado, a vítima, o chorão, sem talento que implorava para os caras mais legais para entrar na banda deles. Eu estava em uma banda. Eu estava gravando meu próprio álbum com as minhas próprias músicas. Nós tínhamos nosso próprio apartamento no meio de tudo que era o único lugar para ir depois de um tempo. E nós andávamos por ai em Cadillacs que o Coffman alugava para a gente. Egoístas, nós chutamos as portas e as destruímos sem pensar no custo. Quando nós saíamos juntos, quatro machos depravados vestidos como vagabundas, as pessoas se atraiam pela nossa energia. Se nós entrássemos no Troubadour, todo mundo entrava com a gente. Se nós íamos embora, o clube ficava vazio. Parecia que nós estávamos nos tornando os reis de L.A. Parecia que todo garoto queria ser nós e toda garota gostaria de transar com a gente, e tudo o que tínhamos que fazer simplesmente ter uma banda. era Essa foi a melhor época da minha vida, mas também era a mais obscura. Eu estava com medo. Minha irritação tinha crescido como uma pedra enorme e qualquer um que tentasse me tirar do sério, eu socava na cara. Homem é como um rottweiler ou um tigre; ele é um lindo animal, mas se ele ficar de saco cheio e você ficar parado na frente dele, você atacado, não importa quem você for. será Pelo menos, era esse tipo de homem que eu era. Uma noite, depois de andar por ai e beber o dia inteiro, Vince e eu chegamos mais cedo para um show no Whisky A Go-Go. Quando eu entrei, um escocês com um cabelo armado deu um sorrisinho, “Quem você pensa que é? Keith Richards ou Johnny Thunders?” Eu não disse uma palavra. Eu agarrei seu rosto e comecei a socar do lado do bar, despedaçando vidros e cobrindo o balcão de sangue. O segurança do bar veio até mim e ao invés de me mandar pra fora, ele sorriu. “Legal, cara,” ele disse. “Nós te daremos bebidas de graça por isso. importa Você se se eu te chamar de Muhammad Ali, Sixx?” Ele levou Vince e eu para o andar de cima, e nós continuamos dando uns goles no Jack Daniel’s. Mas enquanto eu estava sendo masturbado por uma garota no bar, Vince tinha caído fora. Eu o procurei pelo clube inteiro, e perguntei pra todo mundo se tinham o visto. Um pouco mais tarde daquela noite, quando eu tava indo embora, que eu fui achá-lo desmaiado dentro de um Ford Malibu azul, com seu pé preso do lado do carro como um carro mecânico. Eu levei Vince pra casa, onde achamos uma garota algemada na sua cama. Embora Tommy não estivesse em nenhum lugar que pudéssemos vê-lo, ela era uma de suas vitimas, a filha de uma atleta famosa. Eu a vi recentemente, trabalhando no navio pirata na Disney. Foi bom ver que ela ainda estava envolvida com algemas. Vince desmaiou com garota algemada na sua cama. Quando ele acordou meia noite, ela tinha ido embora, Tommy estava de volta, e todos nós saímos de novo. Teve uma festa no Hyatt House naquela noite, com umas sessenta pessoas enfiadas em uma sala. Uma garota magra, bronzeada, com grandes peitos que eu vi com um vestido grudado, agarrou minha mão e, gaguejando e tropeçando, me levou para um o closet de um quarto minúsculo. Ela embriagada, rasgou minha calça de couro, agarrou meu pinto, me deixou contra a parede, subiu seu vestido, e me manuseou dentro dela. Nós fodemos por um tempo, daí eu disse a ela que eu tinha que ir para o banheiro. Eu entrei na festa e encontrei Tommy. “Cara. Vem aqui.” Eu opuxei. “Eu tenho uma garota no closet. Siga-me, e não diga nada. Quando eu disser, comece foder ela.” No closet, eu fiquei atrás do Tommy. Ele fodia ela enquanto ela agarrava meu cabelo e gritava, “Oh, Nikki! Nikki!” Após Tommy e eu termos feito alguns revezamentos com ela, eu sai de lá e voltei para a festa e peguei um garoto esquelético com um suéter dos Rolling Stones, provavelmente irmão de algum garoto. “Parabéns,” eu disse à ele. “Você vai perder sua “Não, cara.” Ele olhou para mim com os olhos largos e medrosos. virgindade.” “Eu não quero!” Eu o puxei direto para o quarto e o tranquei lá dentro com a garota. Eu o escutei chorar e gritar “Me deixe sair daqui, seu canallha! Eu estava tão bêbado que quando acordei no outro dia, eu não me ” lembrava de nada – até o telefone tocar. Era a garota da noite “Nikki,” ela disse, sua voz trêmula. “Eu fui estuprada na noite anterior. anterior.” Meu coração foi parar no meu estômago, e meu corpo ficou frio. As memórias da noite passada foram voltando, e eu percebi que eu provavelmente tinha ido muito longe. Ela continuou: “Eu estava indo embora do Hyatt House de carona para casa, e aquele cara me pegou e me estuprou no carro dele. “Meu deus, eu disse. “Eu sinto muito. ” Em primeiro lugar, eu estava aliviado, porque isso significava que ” não tinha eu estuprado ela. Mas quanto mais eu pensava nisso, mais eu pensava que eu tinha feito. Eu estava numa zona, embora, nessa zona, conseqüências não existiam. Além disso, eu era capaz de me afundar mais ainda. Tinha uma garota sem lar que estava instalada na Sunset: ela era jovem, louca, e sempre usava uma fantasia da Cinderella. Uma noite, nós apegamos e a trouxemos pra casa pra que Tommy pudesse tentar dormir com ela. Enquanto ele estava na cama com ela, nós roubamos sua fantasia. Depois de ela sair de casa em prantos com a roupa do Tommy pendurada nela, nós nunca a vimos na rua de novo. Uma vez que tínhamos pegados a roupa de uma sem lar, não tinham tabus. Eu até tentei foder a mãe do Tommy, mas falhei miseravelmente; quando o pai do Tommy ficou sabendo, ele me disse, “Se você conseguir entrar aqui, você poderá ter isso.” Após isso, eu comecei a namorar uma modelo alemã ou pelo menos uma alemã magrela que me disse que era modelo. Ela tinha fotos com os caras do Queen, então eu estava impressionado. O seu vizinho do andar de cima, Fred, me ensinou um jeito de inalar drogas segurando uma chama embaixo de uma colher de metal cheia de cocaína, e isso perturbava a garota alemã que nós a apelidamos Himmler. Toda semana Himmler vinha pra casa e a gente comemorava com quartas-feiras nazistas. A gente andava por ai com uma tarja em volta do braço, marchando e fazíamos Sieg Heil ("Salve a Vitória"). Em vez de matar as baratas na parede espirrando spray de cabelo, nós as juntávamos queimávamos junto com seus compatriotas no forno. Quando eles morriam, e eles se levantavam com suas pernas de trás e se inclinavam para o lado enquanto nós gritávamos com eles em falso-alemão. “Hey,” ela berrava, do fundo, som gutural, “Izo no é engarçado. Milhões de pessoas morrem nesses fornos.” Depois de a gente terminar, eu comecei a namorar uma groupie com uma cintura estreita, com um corte de cabelo da Sheena Easton, e olhos caralho. Seu nome era Stephanie, seus pais tinham um luxuoso hotel, e ela do era esperta o suficiente para saber que o jeito mais rápido para ganhar nossos corações era trazendo drogas e comidas. Eu a conheci na Starwood quando ela estava perto dos caras do Ratt. Eu amava namorá-la: nós íamos para o apartamento dela e cheirávamos e aplicávamos, e daí eu começava foder ela, que era bom, pois eu não tinha dinheiro nenhum para comprar cocaína e heroína e eu não conseguia transar comigo mesmo. (Embora eu tenha conseguido me foder com essa história.) Ela não me deixava fazer nada: em um dos nossos primeiros encontros, ela me levou pra jantar e eu enfiei uma garrafa de vinho nela por debaixo da mesa. Uma noite, Vince, Stephanie e eu estávamos indo pro Rainbow, usando narcóticos e comendo escargot, e vomitando debaixo da mesa a cada quinze minutos. Nós ficamos bêbados, a levamos de volta pra casa, e todo mundo acabou na cama do Vince. Isso não fazia meu tipo: Tommy e Vince sempre fodiam um monte de garotas juntos. Mas tendo um cara junto arruinava o momento pra mim. Eu não conseguiria acabar e depois ir pro meu quarto deixando os dois sozinhos. Essa foi a última vez eu vi Stephanie pelada, porque uma vez que você coloca uma garota rica com carro junto com Vince, está tudo acabado. Eles namoraram por meses depois disso e estavam quase pra casar quando Vince achou uma garota mais rica, Beth, com cabelo loiro e um carro melhor, um 240Z. Eu não sei como nós conseguimos praticar esse tipo de incesto, festejando um próximo nível como uma banda, sendo que nem acreditávamos que um próximo nível existiria. Era apenas juntar pessoas em nossos shows e ter certeza que elas iriam embora falando da gente. Nós até ligamos para a Elvira uma noite, que concordou de nos apresentar se Coffman pagasse para ela quinhentos dólares e a buscasse em um carro de luxo. Quanto mais nós vivíamos juntos, melhores os shows se tornavam porque nós tínhamos mais tempo de inventar palhaçadas. Vince começou serrar as cabeças dos manequins. Blackie Lawless parou de se botar fogo porque estava cansado de queimar sua pele, então eu comecei a fazer isso, porque eu não estava nem ai pra porra da dor. Eu poderia engolir percevejos ou uma garrafa fodida se isso trouxesse mais pessoas pros nossos shows. Fig.12 Com a Elvira no backstage em Santa Monica Civic Center, New Year's Evil Show, 1982 fig.13 Nikki com a Lita Ford A cada show, o cenário do nosso palco ficava cada vez melhor: Mick tinha uma dúzia de luzes que ele tinha comprado do Don Dokken e um sistema de auto-falantes que ele tinha roubado da sua banda antiga Top 40, White Horse. Nós tínhamos um lençol sujo e manchado de sangue que arrancamos da cama do Tommy e pintamos nosso nome com letras grandes e pretas. Inspirados pelo Queen, Tommy e Vince construíram um palco para a bateria três camadas acima do palco normal: uma estrutura dois por quatro pintada de branco com um tecido liso preto em cima, e com quinze pisca-pisca instalados e caveiras e baquetas. Isso pesava uma tonelada e uma merda montar cada show. Nós também fizemos pequenas caixas de era vidro plástico com luzes que nós poderíamos subir, fazer poses, e saltar. Oshow inteiro era uma mistura de tudo o que parecia legal e barato para nós. Nós pintamos as peles da bateria, colocamos candelabros por todo o palco, colocamos lenços em todos os lugares que podíamos, decoramos nossas guitarras com fitas coloridas, enrolávamos fios de telefone envolta de nós, eusávamos as músicas mais pesadas que nós conhecêssemos para animar a platéia antes dos nossos shows. Quando nós vendíamos todos os ingressos dos shows no Whisky, eu ficava tão feliz que eu ligava pros meus avós e falava, “Vocês não vão acreditar nisso! Nós vendemos todos os ingressos de três noites no Whisky. Nós estamos conseguindo.” “Conseguindo o que?” ele falava. “Ninguém nem sabe quem você é. E ele estava certo: nós estávamos vendendo todos os ingressos, mas ” nenhuma gravadora podia fazer um acordo com a gente. Eles nos diziam que nossos shows eram muito instáveis e não tinha jeito da nossa música tocar na rádio ou ficar no topo das paradas. Heavy metal estava morto, eles sempre nos diziam; new wave era tudo o que importava. A não ser que nós parecêssemos com o Go-go’s ou o Knack, eles não estavam interessados. Nós não sabíamos sobre topo das paradas ou diretores de programas de rádio ou new wave. Tudo o que nós sabíamos era sobre pilhas de Marshalls de rock n’ roll explodindo nos nossos sacos e como cheirar, usar narcóticos, tranqüilizantes, e álcool conseguíamos de graça. que A única razão que eu queria ter um contrato com a gravadora era pra eu poder impressionar as garotas e dizer para elas que eu tinha um. Então nós resolvemos esse problema e criamos a nossa própria empresa, Leathür Records. Nós marcamos hora no estúdio mais barato que achamos: sessenta dólares a hora num lugar super pequeno em um trecho horrível da Olympic Avenue. Mick gostou do lugar porque lá tinha uma placa do Trident e salas totalmente pequenas que ele disse que era bom um efeito natural ao som. Mick dispensou o engenheiro da casa e trouxe Michael Wagner, um alemão jovem, angelical que estava na banda Accept. Juntos, nós criamos Too Fast For Love em três dias embriagados. Nós não conseguíamos ninguém para divulgar o álbum, Coffman fazia isso, dirigindo por ai no seu carro Lincoln alugado, tentando convencer as lojas de discos pra fazer algumas cópias. Dentro de quatro meses, de qualquer forma, tínhamos um distribuidor (Greenworld) e tínhamos vendido vinte mil álbuns, que não estava mal para um disco que tinha sido gasto apenas seis mil dólares para fazer. Nós celebramos o lançamento do álbum com uma festa no Troubadour, que era um dos meus clubes favoritos porque tinha um cara lá que eu realmente curtia espancar. Ele tinha cabelo comprido e nos idolatrava, mas ele era uma peste e sofria merecidamente para isso. Eu tinha acabado de empurrá-lo para cima do Tommy, que estava parado atrás dele, quando eu vi uma garota com o cabelo loiro claríssimo, bochechas rosadas, sombra de olho azul escuro, calças de couro justíssimas, um cinto punk, e botas pretas altas e justas. Ela veio e disse, “Oi, eu sou a Lita. Lita Ford dos Runaways. Qual o seu énome?” “Rick,” eu disse. “Sério?” ela disse. “Sim, eu sou o Rick,” eu estava de saco cheio de mim mesmo, e tinha certeza que todos já sabiam o meu nome. “Desculpa,” ela disse, “eu achei que você fosse outra “Bom, você achou errado,” eu sorri desdenhosamente, com o nariz pessoa.” empinado como sempre. “Isso é muito ruim Rick,” ela disse, “porque eu queria quebrar você.” com “Você quem?” eu comecei a prestar atenção. “Eu pensei que você era o Nikki.” “Eu sou o Nikki, eu sou o Nikki!” eu praticamente babei como um cachorro em perseguição de um banquete. Ela cortou o comprimido na metade e socou na minha boca, e foi isso. Nós começamos a conversar e a sair juntos. Antes de encontrá-la, eu pensava em todas as mulheres como eu pensava da minha primeira namorada, Sarah Hopper, como pestes que são usadas como alternativas para masturbação. Mas Lita era música, e eu podia contar com ela. Ela era legal, normal e inteligente. No temporal que minha vida tinha se tornado, estava uma pessoa que eu poderia estar sempre junto, alguém que me lá manteria com os pés no chão. Uma noite, Lita, Vince, Beth, e eu estávamos saindo do Rainbow quando um ciclista começou a puxar as garotas e perguntar a elas se elas queriam transar. Os ciclistas declararam guerra com os roqueiros depois disso. Nós o observamos por um minuto, daí fomos até ele. Nós estávamos de bom humor, então nós não batemos nele. Nós pedimos para ele parar. Ele nos olhou e nos mandou irmos nos foder. Eu estava usando uma corrente em volta da minha cintura, amarrada com um pedaço de couro e uma fivela. Eu arranquei a corrente da minha cintura e comecei a balançar no ar, tentando acertar cabeças. De repente, mais duas pessoas entraram na briga. Um deles, uma besta cabeluda, me agrediu como um touro, me deixou sem condições e me tacou para os arbustos. Eu tentei pegar minha corrente no chão, e ele agarrou minha mão com sua luva de couro, socou na sua boca, e mordeu até o osso. Eu gritei num e, surto de adrenalina, peguei a corrente e comecei chicoteá-lo no rosto com ela. De repente, ele me puxou, pegou uma arma e disse, “Você está detido, filho da puta.” Naquela confusão, eu não tinha percebido que as duas pessoas que entraram na briga eram dois policiais secretos. Eles me bateram sete vezes no rosto com seus cassetetes, quebrando um dos ossos da minha bochecha e deixando meu olho roxo. Depois eles me algemaram e me enfiaram no seu carro. Do banco de trás, eu vi Vince sair correndo como um frango glam, provavelmente porque ele tinha acabado de ser preso no Troubadour por bater em uma menina que não gostava da roupa U.S. Marines que ele estava vestindo. “Punk canalha,” o grande policial berrou pra mim. “Bater em um policial. Que merda você pensa que está fazendo? O carro freou em um beco. Ele pegou meus dois cotovelos com uma ” mão e me tirou do carro, e me jogou no chão. Daí ele e o seu parceiro começaram a chutar meu estômago e meu rosto. Quando eu me curvei sob meu estômago para tentar me proteger dos golpes, eles me rolaram de lado para poderem me chutar onde machucasse mais. Eu fui para a cadeia naquela noite com a maquiagem toda borrada, unhas lixadas, e sangue. Eles me acusaram de agressão com arma em um policial. Eu passei duas noites lá com os policiais me ameaçando de ficar preso cinco anos sem liberdade condicional. (O policial, de qualquer forma, acabou fazendo uma acusação rápida por causa de um escândalo que dúzias de pessoas acusaram os policiais de assediá-los e bater neles na Sunset Strip). Lita penhorou seu valioso Firebird Trns Am por milhares de dólares para pagar minha fiança. Nós andamos três quilômetros da cadeia voltando para a casa do Mötley para encontrar a banda em tempo para um show no Whisky naquela noite. Depois disso, acompanhado pelo som da namorada do Tommy, Bullwinkle esmagando todas as coisas de valor da casa, eu peguei um papel de anotações com linhas amarelas e descontei minha raiva: A starspangled fight Heard a steel-belted scream Sinners in delight Another sidewalk’s bloody dream I heard the sirens whine My blood turned to freeze See the red in my eyes Finished with you, you’ll make my disease. Não, essa última linha não estava certa. Assim que eu risquei isso, porta ase soltou da dobradiça, e Tommy caiu no chão, sua cabeça abriu e Bullwinkle subiu em cima dele como um alce raivoso. “Seu sangue está vindo em minha direção,” eu rabisquei debaixo da linha. Melhor, mas não perfeito. Na outra manhã, um advogado veio com um aviso de expulsão. Nós estávamos na casa por nove meses, bebendo, brigando, fodendo, ensaiando, e festejando constantemente e nós estávamos todos doentes e cansados. Nós precisávamos nos proteger um pouco. Então eu me mudei com Lita para Coldwater Canyon no norte de Hollywood. Vince se mudou para o apartamento de Beth. E Tommy se mudou com a Bullwinkle. Eu não sabia onde Mick estava: talvez nós o deixamos pendurado em algum dos nossos closets. Nós nunca nos preocupamos em checar. PARTE 4 >>SHOUT AT THE DEVIL<< Capítulo 1 Tom Zutaut -Um salário ganho com um emprego na Elektra Records embarcou em uma aventura na qual a descoberta que é feita é um grupo da reputação mais doentia que um empresário pode ter ou a postura mais duvidosa. -- Eu penso que a única razão pela qual eu tive sucesso foi por causa meu entusiasmo. Eu sempre fui além do que qualquer pessoa estivesse do fazendo para conseguir alguma coisa que eu queria. Como quando eu era um DJ na estação de rádio da minha escola do ensino médio em Park Forest, Illinois, eu ouvi sobre uma conferência numa rádio na Loyola University e me inscrevi. Eu estava lá e eu descobri que eu poderia pegar fitas de graça. Nossa estação de rádio da escola esteve funcionando por anos, e jamais imaginaram que eles não tinham que comprar os álbuns deles. Meu primeiro emprego fora da escola foi em uma sala em que cartas e outros tipos de correspondência são classificadas e preparadas para a entrega na filial de distribuição da Chicago WEA, um emprego que eu só consegui porque eu impressionei alguém na empresa enquanto eu estava no telefone pedindo por fitas grátis do Cars. Por fim, esse mesmo entusiasmo fez com que eu ganhasse uma promoção para Los Angeles, onde eu trabalhei como assistente no departamento de vendas na Elektra Records, que na época tinha artistas como Jackson Browne, Queen, The Eagles, Linda Ronstadt, e Twennynine com Lenny White. Eu penso que se eu não tivesse sido empreendedor, eu nunca teria passado por cima nessa quinta-feira à noite na Sunset Boulevard. Era a tardezinha, e eu estava cruzando a Sunset esperando conseguir algo para comer em um Café chamado Bem Frank’s, que sempre estava cheio de jovens roqueiros sendo servidos por uma garçonete de 17 anos que esteve trabalhando lá desde os dias de Lana Thurner de Hollywood, quando eu notei centenas de garotos tentando entrar em um show no Whisky. Eu olhei para o toldo para ver quem estava tocando, e estava escrito “Mötley Crüe esgotado.” Esse mesmo entusiasmo e obsessão que me levou para a convenção na Loyola bateram em mim, me encorajando para passar por cima enquanto meu estômago estava roncando de fome. Na janela da frente de uma loja de fitas na esquina, Licorice Pizza, eu vi uma tela enorme exposição mostrando um grande quatro com quatro imitadores glam, em vestidos de couro, refugiados hermafroditas do New York Dolls. Eu logo percebi que eles tinham lançado um álbum com a sua própria empresa, Leathür. Para uma banda que ainda não tinha nem uma gravação, fazer esse tipo de histeria no Whisky era muito raro. Eu tinha que vê-los. Eu andei até a porta da frente, tirei meu cartão da Elektra Records, blefei, e dizendo para eles que eu era um A&R da empresa. Eu sempre tentava usar a empresa para assinar as bandas que eu curtia, mas eles nunca me ouviam. Eu preparei para eles “I Love Rock and Roll,” da Joan Jett, eu achei no lado B de um disco europeu; “Tainted Love,” de Soft Cell; que aHuman League; e até os Go-Go’s. E eles permitiram todas elas. Eu estava muito envergonhado de esfregar isso na cara deles, enfim. Eu me sentia sortudo por estar trabalhando em uma gravadora em Los Angeles com vinte anos. Dentro do clube, quinhentos adolescentes – a capacidade do clube estavam – ficando frenéticos por causa dessa banda Mötley Crüe. E eles pareciam legais. Nikki estava tão cheio de energia que parecia que ele parecia que ele estava na rua matando alguém se ele não estivesse tocando baixo. Ele bate nas cordas tão forte que continua rachando a pele de seus dedos. Assistindo ele estrangular essa coisa, com sangue voando de seus dedos, as cordas pareciam navalhas. Vince era o vocalista mais bonito e mais carismático que eu já tinha visto: as pernas das mulheres ficavam abertas enquanto ele cantava. Ele exatamente o oposto do guitarrista: olhar para ele era como ver Satã era reencarnado, embora ele se mostrasse o mais agradável do grupo (quando ele não estava bêbado). Tommy parecia um garoto super excitado, mas ao mesmo tempo parecia o único naturalmente nascido músico na banda. Ele era baterista de alta qualidade, um ótimo showman, e constantemente em movimento. Ele parecia o elemento que uniu tudo. Depois do show, eu encontrei o gerente deles e disse para ele que queriaeulevar a banda para um encontro com a Elektra. Para minha surpresa, ele me ignorou completamente. Ele me disse pra falar para a Greenworld, um pequeno local que estava distribuindo o álbum deles. Por coincidência, tinha uma exposição de música na cidade e Greenworld tinha uma barraca lá. Eu falei com um cara chamado Allan Niven, que me colocou em contato com o gerente esquisito da banda, um contratante de edifícios super sério chamado Allan Coffman. Antes de eu ficar seriamente com o Mötley Crüe, eu queria ter certeza se eu não estava passando dos limites na Elektra. Eu perguntei no A&R Departament se eu poderia assinar a banda, e eles riram na minha cara. Mas eu fui persistente. Eu coloquei uma pasta com todas as cartas A&R Departament rejeitando todas as bandas que eu tinha trazido para eles do que continuaram a ter hits em outras gravadoras. Ao urgir de meu chefe departamento de vendas, eu apresentei as cartas para Joe Smith, o no presidente da Elektra, que, para minha surpresa, se mostrou a altura das circunstâncias. “Ok, vá em frente cara,” ele disse para mim. “Você pensa que pode fazer isso? Tudo bem. Então vamos assinar essa banda e ver o quão bom você realmente é.” Eu era o alvo de riso de Hollywood por contratar esses caras. A música que era popular na época era New Wave Britânico – Haircut 100, Flock of Seagulls, Dexy’s Midnight Runners. Garotos atualizados curtiam A Elvis Costello, The Clash, e outras bandas indo atrás do fim do movimento punk. Todos continuaram rindo de mim por tentar assinar uma banda de metal. Eles vinham até mim no trabalho e diziam, “O que você está pensando? Isso não irá tocar na rádio. Você não pode reinventar Kiss.” eu acreditava na Mötley Crüe. Você não precisa de ouvidos para ser um Mas bom explorador; você precisa de olhos. Então, na minha minúscula conta de departamento de vendas, eu comecei a entreter e recepcionar o Crüe, que eu penso que só apareceu pela comida grátis. Durante cada refeição, Tommy se mexia loucamente – como no palco, ele não conseguia ficar quieto; Mick se tornava mais demoníaco cada drink, até ele começar alucinar e ver Purple People Eater; e Vince a normalmente metia na garçonete no banheiro. Nikki era o único que se encontrava sério: ele tinha traçado cada passo do futuro da banda em sua cabeça. Ele sabia que a galera estava cansada de new wave, que eles estavam furiosos pelo punk ter se acabado, e que eles estavam extremamente chateados com Fleetwood Mac e Foreigner e Light FM Pop. Ele queria expandir esses quinhentos garotos no Whisky em uma revolução do Rock n’ Roll que o Mötley Crüe estava iniciando. E ele fez isso. Mas não sem dificuldades. Quando nós estávamos finalmente prontos para fazer um acordo, a Virgin Records apareceu com dinheiro para gastar. Eles se encontraram com a banda e levaram uma pasta cheia com dez mil dólares em dinheiro para enfiar na cara deles. Virgins naquela época não tinha uma gravadora ou uma distribuidora na América. Eles operavam na Inglaterra e eles usavam isso para tentar seduzir o Mötley Crüe, falando pra eles que eles podiam ser como os Beatles, os Rolling Stones, e Led Zeppelin e pararem América por conseguir ser conhecidos na Inglaterra primeiro. Eu acho que a isso foi um desejo e tanto para a banda – isso e o afrodisíaco dez mil dólares em dinheiro antecipado do acordo de mil dólares. No fim, mesmo a Virgin oferecendo mais ou menos vinte e cindo mil dólares a mais do que a gente, a banda decidiu que seria mais inteligente para uma banda de rock de Los Angeles fazer um contrato com uma gravadora de rock de Los Angeles (nenhum de nós sabia que a Elektra logo seria transferida para Manhattan). Depois de nós termos criticado nossos pontos finais e aceitarmos fazer o acordo, Coffman, a banda, algumas pessoas da equipe da Elektra e eu celebramos na Casa Cugat, um restaurante mexicano comprado pelo rei rumba Xavier Cugat. Mötley Crüe não precisou de muito para começar uma festa depois disso, então as coisas foram totalmente rápidas. A coisa estranha, embora, era que eu esperava loucas palhaçadas da banda, não do seu irritado gerente. De qualquer forma, ele ficou tão bêbado que ele começou a falar vietnamita como se ele fosse um soldado do Vietnã. Ele se convenceu que lá tinha vietcongues escondidos atrás das mesas e depósitos de munições na cozinha. Ele engoliu outra dose, daí correu para o banheiro. Quando ele não apareceu após vários minutos, Mick me pediu para ir ver o que tinha acontecido. Eu sempre pensei sobre o Coffman como se ele fosse de acordo com as regras que servia como uma babá para essa banda louca, então eu fiquei em choque quando eu o encontrei arrancando um telefone público da parede do banheiro. Eu o peguei e mandei alguém da imprensa da Elektra ficar de olho na banda e botar ordem enquanto eu levava Coffman para casa no meu carro batido. Enquanto estávamos indo para o norte na La Cienega, ele continuou tentando arrancar a maçaneta da porta do carro. Apenas quando nós chegamos ao centro da Santa Monica Boulevard, ele abriu a porta e rolou do carro para o meio do cruzamento. Eu olhei para trás e o vi entre as faixas de trânsito, arrastando sua barriga como um soldado em um rifle. Carros passavam por ele, buzinando e berrando, e pareceu que alguns segundos antes alguém poderia esmagá-lo. Eu parei o carro, corri, e o peguei. Ele começou se girar para mim e me amaldiçoar como se eu fosse um soldado vietnamita do norte tentando capturá-lo como um prisioneiro da guerra. Eu pensei que ele poderia me matar, mas através de um surto de adrenalina eu consegui levar ele de volta pro carro e para o seu quarto hotel. de Na hora que eu voltei pro restaurante, a festa se mudou para outro lugar. Uma semana depois os nomes no contrato foram finalmente assinados, e a banda insistiu em fazer a gravadora pagar por outra festa. Então eu juntei nossa companhia de carros e levei a banda para Benihana na La Cienega. Isso começou com uma janta gentil, com o chefe de cozinha mostrando seus truques com sua faca. A banda comeu um pouco e bebeu muito. Vince, claro, estava bebendo o mais forte. Eu percebi que seu copo de margarita estava quebrado, então ele pediu outro. Quando eu olhei pra ele de novo, o novo copo estava quebrado e ele estava insistindo para substituírem. A garçonete perplexa trouxe pra ele de novo outro drink, examinando o copo cuidadosamente para ter certeza que não havia lascas ou cacos. Logo depois que ela saiu de perto, Vince colocou o copo na sua boca e o mordeu, despedaçando a beirada do copo. “Esse cara é maluco, eu ” pensei. “Ele pode cortar sua língua ou rasgar sua boca em pedaços. Vince levantou, fez um sinal pra garçonete, e a acusou de ter dado ” um copo quebrado pra ele de propósito. Ela jurou que o estava tudo certo com o copo quando ela deu isso a ele. Daí ela se virou para mim para dar uma satisfação. Eu não queria meter ela ou o Vince em problemas: “Talvez a máquina de lavar louça esteja quebrada,” eu me expressei Então ela trouxe outra margarita pra ele e voltou para balcão com fracamente. gerente o espionando Vince. Sem saber que ela estava observando, Vince afundou seus dentes do copo de novo. Instantaneamente, o gerente veio e tentou nos tirar do restaurante enquanto a garçonete ligava para a polícia. Eu rapidamente fechei a conta e terminei com a festa. Várias noites eram como essa com a banda: ou alguma coisa estava pronta pra ser quebrada ou alguém iria desmaiar. Nada era fácil com eles. diretor da A&R na Elektra, Kenny Buttice, estava furioso que eu tinha O passado por cima dele e ido pedir permissão do Joe Smith para contratar abanda. Então ele fez tudo o que ele pode para dificultar minha vida. Nós estávamos relançando o álbum Too Fast for Love que eles tinham lançado, mas Buttice convenceu a empresa que a qualidade não estava boa para o modelo padrão de uma rádio e o único jeito que conseguir isso era remixando. Eu era contra isso e a banda estava nervosa, mas se remixássemos o álbum faria a banda ser uma prioridade na Elektra, nós estaríamos dispostos a tocar adiante. Quando eles escolheram Roy Thomas Baker para revisar a gravação, eu praticamente molhei minhas calças. Aqui eu estava, com vinte anos, encontrando o excêntrico rebelde Britânico que tinha produzido Queen, Foreigner, os Cras, Journey, e todas essas outras gravações do caralho. E durante seu último minuto mixando, escalando, e produzindo uns truques longe do charme do álbum original do Mötley, eu aprendi muito observando ele trabalhar e ouvindo suas histórias. Depois a banda ter passado o dia no estúdio, ele normalmente os convidava para de airsua casa, onde eles ficavam cheirando cocaína do seu piano Plexiglas enquanto ele contava a eles sobre a época que Freddie Mercury compôs “Bohemian Rhapsody” naquele piano enquanto ele recebia um boquete. RTB, como a gente o chamava, era um cara que tinha grande prazer em fazer a festa perfeita. De quinta-feira a noite até domingo, tinha uma parada infinita de pessoas interessantes, mulheres bonitas, álcool, e coisas de festa na sua casa. Este era o último sistema de trancas disponível outras nas colinas na Sunset Drive, das configurações do controle remoto na sua cama para o grosso carpete. O céu era o limite lá: vinte pessoas peladas dentro da Jacuzzi, comidas sendo engolidas dos copos das mulheres, e qualquer coisa que você, eu, ou Calígula possa imaginar. Mötley Crüe e RTB eram uma combinação perfeita. Eu sempre me sentia de fora, como um garoto de Chicago que tinha de alguma forma sido transportado para esse glamuroso filme onde eu encontrava todos os meus rock stars favoritos – Elton John, Rod Steward, os e caras do Queen, Journey, e Chip Trick. Algumas festas eram tão loucas que RTB podia apertar estes botões e trancar todo mundo lá dentro. Desse jeito, se alguém quisesse ir embora, eles tinham que pedir permissão para um guarda que teria que ter certeza que eles não estariam bêbados para dirigir. RTB era um cara esperto. Ele sabia que se ele iria facilitar essa bagunça, ele precisava diminuir os acidentes que ele poderia ser responsável, e vendo o estado que alguns convidados estavam, ele provavelmente salvou muitas vidas. Quando nós acabamos de mixar o Too Fast for Love, Coffman de repente decidiu mandar a banda para uma turnê no Canadá, mesmo não tendo nenhuma gravação para divulgar. Nós protestamos e dissemos para ele que ele estava sendo inútil, mas Coffman era determinado. Nós nunca entendemos porque Coffman fez a banda fazer uma turnê no Canadá até a verdade vir mais tarde: ele tinha vendido uma parte da sua participação na banda para um cara Michigan chamado Bill Larson, que tinha herdado a herança de seus pais – mais ou menos vinte e cindo mil dólares – então ele poderia ter cinco por cento do contrato do Mötley Crüe. Ao invés do Coffman juntar o dinheiro, ele teve que mandar a banda para sul o para fazer uma turnê. Então a banda foi para o Canadá para embarcar em uma miserável, desastrosa viagem com um ajudante que eles nunca tinham ouvido falar ou encontrado antes. Lá tinha bombas, problemas de bordo, esmurradores, jogadores de hóquei viciados, quebradores de ossos (principalmente Coffman), e policiais parados do lado do palco para ter certeza que o público não mataria a banda. Logo depois, Coffman desapareceu, junto com a Elektra e com o cara Michigan rico. Possivelmente ele voltaria porque a banda começou a fazer muitas perguntas sobre onde o dinheiro tinha ido – dinheiro que ele provavelmente achava que tinha merecido depois de hipotecar sua casa três vezes para pagar todos os aluguéis de carros e quartos de hotel e vai saber Deus o que mais que a banda tinha danificado. No fim das contas, a pessoa que mais se machucou foi Bill Larson, cujo pai morreu de um ataque no coração por causa de estresse. Larson processou, embora ninguém conseguisse achar Coffman para atender a intimação. A partir do que eu ouvi, a esposa do Coffman tinha se divorciado dele, seus filhos pararam de falar com ele, e ele se tornou cristão de novo. Quando a Elektra lançou o Too Fast for Love, foi um desastre. A prioridade para a empresa era uma banda australiana chamada Cold Chisel, e todo mundo no departamento de promoção estava atentado em fazê-los a próxima grande coisa. Aconteceu de eu ouvir uma conferência por telefone, quando eu ouvi “Escuta, eu tenho uma estação em Denver e outra em Colorado Springs que acabaram de acrescentar Mötley Crüe. Eles não estão interessados na Cold Chisel, mas nós continuaremos trabalhando neles. “Eu não dou uma merda pelo Mötley Crüe,” o departamento da rádio ” berrou de volta. “Eles não são uma prioridade. Eu não quero adicioná-los. Fale pra essas estações que se elas querem acrescentar o Mötley Crüe, eles que vão se foderem.” Quando eu ouvi isso, eu tive um ataque de raiva. Era ruim o suficiente que a empresa não estava ajudando o Mötley Crüe, mas eles estavam tentando prejudicá-los. Então eu explodi com Joe Smith. Por causa desse incidente e vários outros semelhantes, o chefe foi substituído. Mais ou menos na mesma hora, Tom Werman veio para a empresa como o novo chefe da A&R. Werman tinha produzido o primeiro álbum do Ted Nugent e algumas das melhores músicas do Chip Trick, e ele estava louco pelo Mötley Crüe que ele insistiu em produzir nossa próxima gravação. Ele e Nikki estavam em grande sintonia: Nikki queria uma imagem de bad-boy, mas ao mesmo tempo tinha senso popular e queria que sua música atingisse o objetivo final, que era o que Werman tentava fazer com as bandas que ele produzia. Apesar dos melhores esforços do departamento de promoção para sabotar por alguma razão misteriosa, Too Fast for Love acabou vendendo mais de cem mil cópias, através da palavra da boca de todos. Eu não sabia o que fazer porque a banda tinha um acordo com uma gravadora importante, tinha vendido uma quantidade respeitável de álbuns, podia vender tudo nos clubes de L.A., estavam sendo falados na indústria, e estavam começando a escrever seu segundo álbum, mas eles não tinham um gerente e estavam todos quebrados e famintos. Eu tentei cuidar deles máximo que eu pude. o Quando eu tinha dezesseis anos, Lita Ford era a garota que eu sonhava: uma gata roqueira. Tinha pôsteres dos Runaways pelo quarto todo na casa dos meus pais. Agora, cinco anos depois, eu assinei com o Mötley Crüe, e Nikki Sixx estava morando com uma dos Runaways. E não apenas eu estava saindo com eles, como também dando dinheiro e comida para eles. Eu passava pela casa do Nikki e da Lita quando eu podia levar para eles sorvete Häagen-Dazs ou um sanduíche da Subway. As pessoas falavam que eles brigavam como cães e gatos, mas eles eram sempre legais para estar junto. O tempo se passava, de qualquer forma, a casa continuava a ficar horripilante. Eu fui fazer uma visita e vi o The Necronomicon, um livro preto de magia negra, na mesa. Nikki estava pegando pesado em coisas satânicas e queria chamar o disco Shout with the Devil. Isso era constrangedor para a empresa, e era constrangedor para mim. Eu sabia que o departamento de promoção poderia usar o titulo como uma desculpa para ignorar completamente o álbum. Eu fui a casa deles uma noite para discutir com o Nikki sobre mudar o titulo. Quando eu entrei, ele e Lita estavam grudados no sofá. “Eu estou um pouco assustada,” Lita disse. “Coisas estranhas estão acontecendo no apartamento.” “O que você quer dizer?” eu perguntei, olhando em volta para o as recentes pinturas de pentagramas e umas pinturas góticas que o Nikki tinha feito nas paredes e no chão. “Coisas estranhas apenas acontecem,” ela disse. “As portas dos armários ficam abrindo e fechando, tem uns barulhos estranhos, e coisas ficam voando pelo apartamento sem razão.” “Escuta, Nikki,” eu disse. “Você tem que parar de zoar com esse livro de magia negra de merda. São coisas poderosas, e se você não souber o que está fazendo, não brinque com isso.” Mas Nikki não ligava pra isso. “Não é nada,” ele disse. “Apenas parece ser legal. Esses símbolos insignificantes e merdas. Eu estou fazendo isso apenas para fazer as pessoas se irritarem. Não é como se eu estiver venerando Satan ou algo assim.” Eu sabia que eu não podia mudar sua cabeça, então eu fui embora. Quando eu voltei duas noites depois, tinha garfos e facas enfiados na parede e no teto, e Nikki e Lita pareciam mais pálidos e doentios do que onormal. “Que merda que vocês estão fazendo?” eu perguntei. “Nós não estamos fazendo nada, cara,” Lita disse. “Eu tentei dizer para você: coisas estão voando por aqui sozinhas. Após ela falar isso, eu juro por Deus, eu vi aquilo com os meus ” próprios olhos, uma faca e um garfo saíram da mesa e cravaram no teto exatamente acima de onde eu estava sentado. Eu olhei para o Nikki e me assustei. “Não existe mais ‘Shout with the Devil. ’ Se você quiser mexendo com o diabo, você será morto.” continuar Você pode acreditar no que você quer, mas eu realmente acreditava que Nikki estava sem saber recorrendo a algo satânico, alguma coisa mais perigosa do que ele pudesse controlar que estava à beira de machucá-lo seriamente. Nikki deve ter percebido a mesma coisa, porque ele decidiu mudar o nome do álbum para Shout at the Devil. Desde aquele dia, aquele incidente permanece como um das coisas mais bizarras que eu já vi na minha vida. Felizmente, logo eu conheci um agente reservado chamado Doug Thalet, e ele conhecia um cara, Doc McGhee, que tinha muito dinheiro e queria começar uma empresa de gerenciamento. Doc era um carinha charmoso que sabia como dizer as coisas certas. “Nós iremos fazer Mötley Crüe ser a maior banda de rock n’ roll do mundo,” ele disse. “E qualquer quantia que a Elektra não der para fazer isso acontecer, eu darei. Tudo parecia perfeito: Mötley Cüe tinha dinheiro, eles tinham um ” cara chamado Barry Levine ajudando-os com a sua imagem, e eles se tornaram a prioridade da empresa. Graças a manipulação máxima do Doc, grande imaginação, e presentes por debaixo da mesa, Nikki estava finalmente à beira de mudar sua rebelião do Whisky para os estádios. Mas, claro, nada acontecia para esses garotos sem esforço. Eu acordei umas semanas depois para saber que Joe Smith tinha sido despejado e um cara chamado Bob Krasnow estava administrando a empresa. Ele despediu Tom Werman e o substituiu com Roy Thomas Baker, o que era legal porque agora tinha mais razões para ir às festas e Werman continuava querendo produzir a gravação. Mas enquanto RTB estávamos ficando prontos para gravar, Krasnow voou para Los Angeles e chamou Werman e eu para um encontro. “Rock n’ Roll não está rolando,” ele nos disse. “Eu decidi que quero eu nenhuma não banda de rock na empresa. Eu não irei aceitar Ozzy Osbourne se vocês não me derem ele de graça em um prato de prata. “Por que você quer que caia um grupo que está vendendo um monte ” de discos? Isso não faz sentido nenhum, Bob!” “Está é a Elektra Records, Tom,” ele disse. “Nós temos uma tradição de bem, talentos como Linda Ronstadt, the Doos, e Jackson Browne. Eu não estou na área do circo. E eu não estou dando a eles um centavo. “Seus gerentes estão dispostos de tomar contar de parte da promoção ” e dos custos das turnês.” “Escuta,” ele disse. “O grupo é terrível. Eu vi o vídeo deles e embaraçoso. isso é Eu tenho que tirar isso da MTV.” “O que?! Nós conseguimos uma turnê com o Kiss. Você não pode fazer isso.” “Eu fiquei sabendo disso, e cancelei as datas. Eu ” liguei para Doug Thaler e Doc McGhee para se encontrarem com Krasnow, e ele disse a eles a mesma coisa. Eles responderam perguntando aele o que ele precisava para liberarem Mötley Crüe do seu contrato com a Elektra. “Eu irei dizer o que,” Krasnow cedeu. “Você fará o melhor disco você pode que fazer. Não se preocupe com o dinheiro, mas mantenha o orçamento razoável. Eu não irei te prometer que eu irei lançá-los, mas eu irei prometer a você que eu irei deixar isso mais fácil para você chegar algum lugar.” a Se eles deixassem que isso caísse e perdesse o ímpeto eles teriam que fazer alguma coisa, esse provavelmente seria o fim do Mötley Cüe. Mas felizmente algo aconteceu para mudar a cabeça de Bob. E essa coisa foi o US Festival. Menos de um ano mais tarde, Krasnow estava com uma bandana do Mötley Crüe no Madison Square Garden, apresentando a banda com prêmios de ouro e platina para a venda dos álbuns. Capítulo 2 Vince -Um dia de público triunfo acaba em uma privada recriminação enquanto nosso herói submete para seus instintos ordinários, quais não devem ser revelados em mais detalhes nesta breve sinopse pelo medo de viciar leitores jovens. -- Este foi o dia que a new wave morreu e o rock and roll tomou o comando: 29 de maio, 1983. O segundo dia de três do US Festival. Circulando sobre centenas de milhares de pessoas em um helicóptero – o primeiro helicóptero que eu estive – parecia que o povo da Sunset na sexta-feira e no sábado a noite tinha sido transportado de repente para Strip um campo no meio do nada em uma tarde quente de primavera. Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions, e Van Halen estavam se apresentando na frente de trezentas mil pessoas. E nós também. Toda cidade na América deve ter desenvolvido seu equivalente na Sunset Strip. Não era mais apenas uma coisa underground. Isso era um movimento em massa, e finalmente nós encontramos a postos uma nova nação no mapa. Olhando para baixo do helicóptero, com uma garrafa de Jack na minha mão esquerda, uma bolsa de pílulas na minha mão direita, e uma cabeça loira subindo e descendo no meu colo, eu me senti como o rei do mundo. Isso durou por um segundo. Daí eu fiquei assustado pra caralho. Nós tínhamos apenas um álbum, e tínhamos apenas encostado no topo das paradas no número 157. Muitas dessas pessoas não nos conheciam. Eles estavam excitados o dia todo, e provavelmente nos odiariam porque eles estavam impacientes pelo Ozzy e Van Halen. Eu dei outro gole no Jack enquanto nós pousamos e conhecemos nossos novos gerentes, Doc McGhee, que era basicamente um viciado em bons negócios, e Doug Thaler, seu homem positivo. O cara que tinha nos assinado com a Elektra, Tom Zutaut, estava lá com a sua namorada, uma garota gostosa e surpreendente considerando a sorte de Tom com mulheres. Eu fui para o camarim para fazer minha maquiagem e colocar minhas roupas, e vi o que eu podia fazer com a fila de garotas e repórteres esperando do lado de fora. Depois do que parecia ser apenas alguns minutos, houve um bater frenético na porta. “Você tinha que estar no palco dez minutos atrás,” Doc berrou. “ daí.”Sai Quando nós tocamos “Shout at the Devil”, eu soube que nós tínhamos conseguido. Eu não tinha nada para me preocupar. Essas pessoas nunca tinham ouvido a música antes: nós nem tínhamos começado gravar o álbum direito. Mas no fim, eles estavam cantando junto, erguendo seus punhos para o ar. Eu observei e cada palavra que eu cantava, cada pancada na guitarra que o Mick dava, a multidão agitava em resposta. Eu entendi daí porque rock stars tem um ego tão grande: do palco, o mundo é um anônimo, uma merda, uma multidão obediente, muito longe do que os olhos podem ver. Mick deixou o palco primeiro e voltou para o trailer que duplicava nosso camarim. Sua namorada estava esperando ele lá dentro, quem nós chamávamos de A Coisa, uma morena medíocre cujas mangas enrolavam no seu cotovelo. Assim que ele entrou na porta, após tocar no maior show da sua vida, ela o puxou e socou diretamente no rosto sem nenhuma explicação. (Voltando em Manhattan Beach, ela às vezes ficava bêbada, batia nele, e o jogava pra fora da casa, depois Nikki ou eu recebíamos telefonema desesperado do Mick perguntando se podíamos pegá-lo na um entrada da sua casa.) Mais tarde para mim tinha álcool, drogas, entrevistas, e garotas. me lembro Eu de estar saindo do palco e ter visto a namorada do Tom Zutaut, que tinha ficado apenas com um biquíni de leopardo porque estava muito quente lá fora. Eu a agarrei, passei meu rosto suado contra ela, e soquei minha língua na sua garganta. Ela espremeu meu corpo contra o dela e mordeu minha língua. Eu a levei de volta para o trailer – passando pelo Mick, que estava sentado nos degraus segurando sua cabeça entre as mãos – e enterrei minha cara no meio dos peitos dela. Daí, houve uma batida na porta e uma voz estridente falando, “Hey, é o Tom. Posso entrar? “O que você quer?” eu perguntei, preocupado se ele tinha me ” “Eu apenas quero te dizer que vocês foram e-e-exelentes. Esse foi visto. melhoro show que eu já vi de vocês.” “Obrigada, cara,” eu disse. “Escuta, eu sairei em um minuto. Eu preciso só de um tempinho para relaxar.” Daí eu arranquei o biquíni dela e meti nela enquanto ele esperava do lado de fora. Nikki ficou furioso quando eu contei pra ele o que eu tinha feito. “Seu idiota do caralho!” ele gritou. “Você não consegue segurar seu Esse cara nos contratou. Se ele descobrir, ele usará isso contra nós e vai pinto? foder com o nosso álbum novo.” “Desculpa,” eu respondi. “Mas isso só se ele descobrir.” Capítulo 3 Tom Zutaut -Uma questão delicada é abordada durante o curso de uma breve entrevista com Tom Zutaut, um inocente e bem intencionado benfeitor. -- Fale-me sobre o US Festival. Eu só me lembro de dirigir para o meio de lugar nenhum e a banda ser paga por um garoto da Apple para fazer esse show na frente de todas essas pessoas. Você se lembra de algo mais notável desse dia? Bom, foi meio estranho vê-los toando no meio do dia. Você foi para o festival com alguém? Eu fui com Doc [McGhee] e Doug [Thaler]. Alguém mais? Sim, minha namorada foi comigo. Alguma coisa estranha aconteceu com a sua namorada nesse dia? Não, não que eu me lembre. Porque o Vince me disse que dormiu com ela. Ele dormiu com a minha namorada?!? Foi o que ele me disse. Não, isso nunca aconteceu. Ele disse que ela estava vestindo um biquíni de pele de leopardo. Ok, então era uma garota diferente. A namorada real não estava vestindo um biquíni de leopardo. Isso era provavelmente algum rolo sem valor que eu estava tendo. Nikki provavelmente esteve preocupado com isso todos esses anos, mas ela não significava nada pra mim. Era o Vince, não o Nikki. Era Vince? Bom, Vince tem uma fissura sem fim por garotas. Ele pode pegar dez garotas antes do set e dez garotas depois. Você olha pra ele e “Cara, onde ele consegue isso?” ele nunca para. Eu fico impressionado fala, porque ele tem uma namorada. Quando ela está perto deles é como se fossem casados, mas quando ela vira sua cabeça ele está fodendo outra pessoa. Eu não estou surpreso. Eu penso que se eu tentasse voltar e lembrar, tinha uma garota que eu costumava pegar em algumas datas de vez em quando por um bom tempo e pode ser ela. Seu nome era Amanda alguma coisa de San Diego. Foi antes de eu conhecer a namorada que eu estava pensando inicialmente. Enquanto eu penso mais sobre isso, eu me lembro dela vestindo alguma coisa pequena de pele de leopardo. Você está chateado? Se alguém fosse importante pra mim, eu não a levaria para um show de rock como aquele. Eu definitivamente não deixaria ninguém em um trailer com algum membro do Mötley Crüe. Teve outra vez que eu tinha outra namorada que Nikki atualmente fodeu. Ela era uma garota festeira, e ela estava saindo do backstage comigo. E Nikki na minha frente a agarrou e transou com ela. Ela estava no seu período. Era nojento. Ela nem tentou pará-lo. Eu a conhecia por apenas umas semanas e era a segunda ou terceira vez que estávamos saindo. Ela não se tornou uma namorada séria depois disso. Mas eu não culpei Nikki. Parte disso era que garotas me usavam para ir pro backstage. Então percebi que esse era um ótimo jeito de achar para o que alguém era feito. Eu era como se tivesse vinte e um anos. Eu não estava pronto para casar ou ter relacionamento sério. Digo, no mínimo Nikki não estava escondendo nada. um Eu penso que ele disse, “Essa garota com quem você está é uma gracinha. Você se importaria se eu a pegasse?” e eu disse, “Não, eu não me importo. Não é nada sério.” Mas isso do Vince eu realmente não sabia. Desculpe-me de ter dito isso pra você. Sim, eu ainda penso que com o Vince foi a garota de San Diego. E, sabe, relacionamentos terminam imediatamente depois disso. Ela começou agir super estranho depois do festival, agora que eu penso sobre isso, como se algo tivesse acontecido. Eu lembro depois desse fim de semana me despedir dela e nunca mais vê-la de novo porque ela estava agindo estranho. Provavelmente por causa do Vince. Primeiramente, ela provavelmente pensou, “Oh, eu vou ser a nova namorada do Vince e esquecer esse cara A&R.” Mas ela percebeu que ela era só mais uma das cincos garotas que ele tinha comido em quinze minutos. Então provavelmente ela se sentiu traída: ela não tinha nada com ele, mas se eu descobrisse sobre isso ela estava fodida. Eu me lembro dela ficando estranha depois disso, tão estranha que eu não me lembro de tê-la visto novo. de