Nero d`Avola - Sociedade da Mesa
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Nero d`Avola - Sociedade da Mesa
Seleção Mensal Ca’ Di Ponti Nero d’Avola 2014 Terre Siciliane IGT | Itália c l u b e d e v i n h o s sociedade da mesa do livre exercício dos prazeres Abril/2016 R$ 16,00 Garrafas de vinho: por que a maioria é verde? Comida é Arte: Cinegastronomia Objetos de Desejo: Robôs na Cozinha 157 1 DIREÇÃO GERAL Dario Taibo [email protected] DIREÇÃO TÉCNICA capa final Dario Taibo [email protected] DIREÇÃO DA REVISTA Paula Taibo Morales [email protected] PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO abr.16 Agência Criadoria [email protected] REDAÇÃO Joan Miró, Estrela da Manhã, 1940 bra-prima. m. [email protected] ATENDIMENTO AO CLIENTE [email protected] REVISÃO Paulo Samá PUBLICIDADE Rua Branco de Moraes, 248/11 Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP - Brasil - CEP 04718-010 tel.: 55 11 5180 6000 • 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br [email protected] IMPRESSÃO 15000 exemplares Comércio, importação e exportação Ltda www.racevix.com.br Responsabilidade Social: www.criancaracevix.com.br 2 157 e d i t o r i a l Só sobre Preços Os preços das nossas seleções diminuíram, de modo que ficaram abaixo dos preços dos vinhos das seleções análogas dos demais clubes de vinho do Brasil. Confira já o preço das proximas seleções. Isso acontecerá a despeito do fato de nossos vinhos serem sensivelmente superiores a seus análogos de outros clubes. Também me perguntaram por que nunca fazemos descontos. Os preços que praticamos já são os melhores possíveis: como exemplo, os vinhos em estoque anteriores à desvalorização do real e ao novo ICM continuam com seu valor original. Preferimos fazer assim a aumentar 100% e depois fazer descontos de 50%. A propósito disso, existem incríveis oportunidades em nosso estoque, não deixe de conferir. Um associado identificou uma loja na França vendendo o Lalande D’Auvion a um preço que, feitas todas as contas de trazê-lo ao Brasil, chegaria aqui a um valor inferior ao nosso. Sendo tarde para mudar o preço do vinho, diminuirei o preço das proximas seleções Grandes Vinhos para compensar. D a r i o T a i b o s ó c i o - d i r e t o r Fiquei com a firme sensação de que podia ter negociado melhor com o produtor. 3 COMPARTILHE Conheça nossos canais digitais Facebook sociedadedamesa Instagram @sociedadedamesa Blog do Dario tudoconformeeumesmo.com Revista Sociedade da Mesa revista.sociedadedamesa.com.br 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br 4 157 sociedade da mesa í n d i c e Receita 1, 2, 3: Legumes Grelhados 6 10 12 14 15 16 18 20 22 Nem Mais Nem Menos: Seleção Mensal: Cogumelos Porcini Ca’ Di Ponti Nero d’Avola 2014, Itália Artigo Técnico: Comida é Arte: Cinegastronomia Garrafas Verdes Sabor em Moda: Comida no Pote Muitos Preparos, Um Só Prato: Feijoada Almanaque: Lembranças Agenda Números na Mesa: Dica de Quem Sabe: Fermento Guinness Records Na Ponta da Língua: Pão Ingredientes: Shoyu Química dos Alimentos: Chuchu Na Cozinha Tem História: Coifa Toque Tech: Laboratório Molecular Drinks: Água de Valência Mitos na Xícara: Paz para o Café Entrevista: Guilherme Vinha Objetos de Desejo: Robô e Taça de Café Panelas do Mundo: Tempero Lusitano 25 25 26 28 29 30 31 32 36 38 Coisa Nossa: Bolo de Rolo Um Prato no Tempo: Elizabeth II Programa Saca-Rolha Saca Só: Torta de Limão Nosso Estoque Além da Garrafa Meu Momento Próxima Seleção Obras-Primas: Estancia Los Cardones Tigerstones Malbec 2012, Argentina Próxima Seleção Mensal: West Lane Winery 2012, Califórnia 39 40 41 42 44 48 50 52 54 58 59 5 s e l e ç ã o T e x t o : m e n s a l A l b e r t o P e d r a j o Ca’ Di Ponti Nero d’Avola 2014 Terre Siciliane IGT Itália O vinho na Itália Superfície de vinhedo: 705.000 Hectares Ranking mundial superfície de vinhedo: 4º Volume de vinho produzido: 54.000.000 hl Ranking mundial por produção de vinho: 2º Dados OIV 2015 6 Sicília, a ilha dos vinhos Sicília, a maior ilha do Mediterrâneo, é um belo capricho da devastadora capacidade de destruição da natureza. Esta ilha vulcânica repleta de praias lindas, paisagens espetaculares e uma arquitetura interessante, fruto da mistura de civilizações que habitaram a ilha e da cálida hospitalidade de seu povo, é um destino desejado para todo viajante. Mas se, além de tudo isso, nos aproximarmos da Sicília árabes permaneceram nas terras sicilianas do ano 853 até 1123 d.C., e foram eles que introduziram o Moscatel de Alexandria e a passificação da uva – uma técnica que se mantem até hoje na ilha. para conhecer sua gastronomia e seus vinhos, a A partir do século XV, os vinhos sicilianos viagem será única, acreditem! recuperaram seu espaço e seu reconhecimento. Mas É uma terra de tradição ancestral no cultivo da videira, onde a origem do cultivo deve-se aos navegantes que dominaram o Mediterrâneo. Para alguns historiadores foram os fenícios, mas o mais provável é que tenham sido os gregos. Acontece que tanto os descobrimentos arqueológicos na ilha, quanto os antigos escritos, dão testemunho que os primeiros a cultivarem o vinhedo e elaborarem vinho de suas uvas na Sicília foram eles. O grande a época dourada chegaria no século XVIII, quando os ingleses descobriram as benesses de um de seus vinhos: o “Marsala”. Por um capricho do destino, John Woodhouse, comerciante de Liverpool, chegou ao porto de Marsala em seu barco, Elisabeth, para refugiar-se de uma tempestade. Regressou para a Inglaterra com o navio repleto desse vinho, que se converteu em um sucesso e iniciou um longo vínculo comercial entre as ilhas. Aristóteles narrava, em alguns de seus textos, a Mas a ilha não era conhecida somente pelo seu existência de um vinho chamado Pollios, honrando Marsala. Sua Malvasia de Lipari, o Moscatel de Pollis de Agro, mítico tirano. O vinho era originário Siracusa, o Moscatel de Noto, o Moscatel e o Passito de Siracusa e se popularizou na Sicília nos séculos de Pantelleria são reconhecidas delícias enológicas VLLL - VII a C. Era elaborado com a variedade da ilha. Curiosamente, os vinhos doces sicilianos Byblia, originária da área oriental do Mediterrâneo, constituem aproximadamente 64% do total de mais concretamente dos montes Biblini, na Trácia. vinhos com Denominação de Origem produzidos Para alguns historiadores, essa foi primeira região na Sicília. Por outro lado, é verdade que os vinhos vitivinícola da Itália, ainda que, atualmente, amparados por uma Denominação de Origem na algumas descobertas situem a primeira videira Sicília não chegam a 10%. italiana na Sicília. Esta ilha linda tem uma complexa orografia Após os gregos, o Império Romano foi o verdadeiro esculpida por vulcões e isso gerou uma grande motor do desenvolvimento da viticultura local, diversidade de “terroirs” em toda a sua extensão, alcançando os vinhos doces da ilha tão prestigiosa facilitando o desenvolvimento de uma grande e reconhecida em Roma. Mas após a queda do variedade de vinhedos e de estilos de vinhos. império, o cultivo da videira e a produção do vinho E neste mês, iremos nos aproximar dela para reduziram-se drasticamente, como resultado das descobrir um pouco mais sobre seus esplêndidos diversas e contínuas guerras sofridas na ilha da vinhos, cheios de tradição e história, com esta Sicília. A consequência disso foi o domínio árabe. Os Seleção Mensal: Ca’ Di Ponti Nero d’Avola 2014. 7 Nero d’Avola cor profunda e estrutura marcada, porém agora A Nero d´Avola, também conhecida como uva que se destaca é o vermelho-rubi, brilhante, com Calabrese, é a variedade tinta mais representativa do matizes roxos vivos quando jovens, e marrons vinhedo siciliano, e é a mais conhecida no mundo, depois do envelhecimento. Tem nariz complexo, além de ser a tinta dominante da ilha. Sem dúvida, com toques de violetas e especiarias (principalmente essa varietal é a referência enológica siciliana com a alcaçuz e cravo), ameixa, cereja, amora, framboesa, qual, na atualidade, elaboram-se alguns dos vinhos groselha negra e chocolate, couro e tabaco. São mais interessantes da Itália. Sua superfície de cultivo vinhos atraentes, complexos com caráter, e com supera, até agora, os 12.000 hectares. uma qualidade única. Seu nome deriva da frase “descendo desde Avola”. Adria Vini Sendo Avola uma pequena cidade no sudeste da equilibradas com sabor de fruta e acidez. A cor Sicília, próxima a Siracusa. Seu cultivo estende- A bodega, que tem apenas 13 anos de existência, se por toda a ilha (exceto a ponta nordeste), foi fundada no ano de 2003 e nasceu como um mas sem dúvida, é ao sudeste de Sicília que esta projeto entre uma bodega do norte de Itália e seu varietal sente-se confortável e, portanto, é onde distribuidor no Reino Unido. Ambos com um único encontramos os maiores vinhedos. Até a década de objetivo: complementar seu portfolio com a rainha 1980, grande parte da produção da Nero d´Avola, do sul da Itália, a Nero d’Avola. foi misturada em outros tintos de outras partes da Sicília, Itália e até do norte da França, já que suas características de cor e estrutura permitiam reforçar outros vinhos, graças, em boa parte, aos grandes contrastes entre temperaturas diurnas e noturnas. Esta pequena vinícola, dada sua construção recente, conta com as ferramentas mais atuais e uma equipe técnica local apoiada pela equipe de enologia da bodega do norte da Itália - Claudio Manera e Lella Burdese, que procuram fazer vinhos como o que ora apresentamos, onde a Essa varietal era complicada de cultivar na ilha, já variedade e a uva sejam facilmente reconhecidas e que o clima seco e cálido fazia com que a uva tivesse descritíveis. Se pensarmos em Nero d’Avola, com uma tendência a produzir vinhos excessivamente este vinho seremos capazes de descrever o varietal. pesados e alcoólicos. Porém, os novas técnicas São vinhos simples na origem, mas com uma forte de viticultura e vinificação permitiram adaptar personalidade. Seu portfolio é completado com e melhorar o cultivo, para elaborar vinhos mais outras variedades locais e internacionais, tais como equilibrados sem perder a essência da varietal, de Catarratto, Grillo, Frapatto ou Shiraz. 8 Faz tempo que venho procurando um vinho da Sicília para nós, mas não encontro. Nenhum me convence. Cheguei inclusive a ficar com uma péssima impressão dos vinhos de lá. Mas na última feira de Dusseldorf topei com este. Não saberia dizer se é representativo dos vinhos sicilianos e, em princípio, diria que não, já que os supera. Mas ser um excelente Nero D’avola já me parece suficiente para selecioná-lo. q u e selecionei p o r p o r f i c h a D a r i o T a i b o t é c n i c a Ca’ Di Ponti Nero d’Avola 2014 País: Itália Região: Sicília Indicação Geográfica: Terre Siciliane IGT Uvas: 100% Nero d’Avola Crianza: Sem crianza em barril Álcool: 14% vol. Produtor: Adria Vini Vamos conhecer um pouco mais sobre a Sicília através Cata: cereja com borda violeta. No nariz, é uma festa de seus vinhos e, melhor ainda, com a Nero d’Avola - de frutas vermelhas, cereja, morangos em calda, a rainha das variedades, e este delicioso Ca’ Di Ponti lembranças de groselha e ligeiras notas de especiarias. Nero d’Avola 2014 na Seleção Mensal. Mas o melhor está por vir – sua boca é redonda, longa São duas as regiões da Sicília que se destacam pela qualidade de sua uva Nero d’Avola: a área próxima da cidade de Pachino, ao sudeste, e a região situada entre as localidades de Riesi, Butera e Mazzarino, ao sul do centro da ilha. Estas duas regiões têm sido a menina dos olhos dos produtores locais. Por isso, desde e bem equilibrada, e mais uma vez encontramos as frutas vermelhas em calda que haviam sido notadas no nariz. O tanino e o álcool estão claramente presentes, o primeiro bem domado, e o segundo sem ser o protagonista, o que faz com que o conjunto seja um manifesto denso e maduro, mas muito agradável. os anos 1980, gradualmente se vem investindo nos Harmonização: a vantagem de apresentar um vinho melhores vinhedos desta variedade, que estão sobre italiano é que é fácil combiná-lo com um de seus pratos suas suaves colinas. A uva com a qual se elabora Ca’ tradicionais. Façam uma suculenta lasanha com molho di Ponti Nero d’Avola provém de vinhedos próximos vermelho com carne e intercalem as camadas com um a Riesi. São vinhedos velhos plantados nas colinas, a queijo azul para complementar. Com certeza, vão se uma altitude de 300 metros sobre o nível do mar. AIi, o deliciar com uma harmonização equilibrada. Nero d’Avola produz vinhos com mais cor, aroma e um tanino mais maduro, conservando, ao mesmo tempo, algo que se destaca nesta varietal - sua acidez. Vinho: a uva foi vindimada à mão, desengaçada suavemente e, logo a seguir, foi para os depósitos de aço inoxidável para fermentar a uma temperatura entre os 25 e 30ºC, com vários remontados diários. O vinho não é macerado para não extrair o excesso de taninos que desvirtuam o seu paladar. Após a fermentação malolática, o vinho é clarificado, filtrado e engarrafado rapidamente, para preservar ao máximo seus aromas e os sabores de fruta vermelhas. Serviço: sua temperatura para consumo deve estar entre os 14 e 15ºC. Não é necessária sua decantação, nem abrir muito antes do momento de consumo, pelo menos durante os próximos meses. Guarda: consumir nos próximos três anos (2016 – 2019). É interessante desfrutar destes vinhos tão frutados em sua plenitude, quando não passam por crianza em barril – porque seus aromas primários de fruta vão progressivamente evoluindo para um perfil mais neutro, perdendo a riqueza que apresentam atualmente. 9 a r t i g o T e x t o : t é c n i c o A l b e r t o P e d r a j o Por que as garrafas de vinho são, na maioria, verdes? Se pensarmos em uma garrafa de vinho, certamente 100% de nós visualizaremos uma garrafa de cor verde. Isso deve-se ao fato de que as garrafas de cor verde são, sem dúvida, as mais utilizadas pela indústria vinícola. Mas por que essa cor? 10 A primeira resposta que nos vem à cabeça é que castanho escuro e rico em carbono, que é usado na a cor verde proteje o vinho da luz e que esse é o obtenção de adubo orgânico, como combustível e, fato responsável pela sua utilização em geral. Está inclusive, como um filtro para o uísque. Quando demonstrado que o verde protege melhor o vinho, usado como combustível, produz uma fumaça e esta proteção é fundamental para reduzir a ação esverdeada. A mesma que impregnava o vidro das da radiação ultravioleta sobre alguns componentes garrafas que eram fabricadas com o seu calor. químicos que se destroem ante a ação da luz no vinho. Nesse efeito “evolução” do vinho, o que acontece é que se criam substâncias que afetam o sabor e o aroma, portanto, é lógico que a maioria dos enólogos prefiram proteger seus vinhos da ação negativa da luz. E, sim, temos que reconhecer que a cor verde funciona como filtro solar e, assim, protege o vinho. Por outro lado, se o seu principal Mas não era só a turfa a responsável. O vidro que era usado na época era cheio de impurezas. Entre as mais habituais, o óxido ferroso que atualmente é o elemento químico usado para tingir garrafas, na devida proporção, é claro. Portanto, a cor do vidro na sua origem, pouco ou nada tem a ver com a preservação do vinho. objetivo fosse esse, o lógico seria utilizar uma cor Então, por que atualmente não é usado mais o vidro mais escura, que filtrasse melhor a luz, como a cor âmbar, se este protege mais? Porque se considera topázio ou âmbar, que é capaz de filtrar 90% da luz, que a proteção do vidro verde é suficiente e porque ao invés dos 30-60% que o vidro verde oferece. o cristal verde é geralmente o mais barato no O objetivo da cor verde não é proteger o vinho da mercado. É uma cor que só precisa de manipulação luz? Não tenho certeza. Inicialmente, os donos durante a reciclagem, e adquire este tom devido às das bodegas e os consumidores não eram tão impurezas, daí o preço mais barato. Se quiséssemos sofisticados. O vidro nada mais era do que um outra cor, ele deveria ser limpo e tingido. Para recipiente perfeito, e duvido que naquela época se remover as impurezas, é necessário “limpar” o vidro procurasse prolongar a vida do vinho utilizando e trabalhá-lo mais detalhadamente, o que aumenta um filtro de cor. O vinho era consumido quase que o custo. Na verdade, provavelmente, as primeiras imediatamente e o envase era necessário para o seu garrafas foram de cor âmbar sujo mais que verdes, transporte. Por isso, inclino-me ao fato de que tenha devido às impurezas no vidro. sido acidental, como indicam alguns historiadores. Em suma, a escolha da cor das garrafas de vinho Então, por que verde? Parece que um dos depende de questões como o quão delicado é o combustíveis utilizados nos fornos de fusão de vinho, para quem vai ser vendido e quanto vai vidro foi a turfa. A turfa é um material orgânico custar a garrafa para a bodega, e não somente pela composto de uma rica massa esponjosa e leve, sua capacidade de protegê-lo contra a luz. 11 m u i t o s T e x t o : p r e p a r o s , P r i s c i l a u m s ó p r a t o U r b a n o Feita com ingredientes simples, mas que garantem A variedade da feijoada no Brasil uma deliciosa combinação e, ao mesmo tempo, símbolo da culinária brasileira, a feijoada é um prato multicultural, pois ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, é um prato de tradição europeia com iguarias africanas, e não de origem escrava. No livro: Farinha, Feijão e Carne-Seca – Um Tripé Culinário no Brasil Colônia, a autora Paula Pinto e Silva relata que cabeças, rabos e patas eram ingredientes disputados, inclusive nas mesas dos Senhores da época. Atualmente, sabe-se que existem diferentes formas de preparo no serviço e receituário da feijoada. Isso devido ao vasto território brasileiro e seus respectivos ingredientes regionais. 12 Feijoada Mineira Composta de feijão preto, folhas de louro, azeite, coloral, cebola, alho, pimenta-do-reino, um cálice de cachaça, salsinha, cebolinha e uma grande variedade de carne, dentre as quais, carne-seca, lombo, costela de porco, linguiça portuguesa, picado, cebola, alho, hortelã, pimenta-do-reino, extrato de tomate, louro e sal a gosto. Na hora de servir, é importante lembrar de seu principal acompanhamento, a farinha de mandioca. Feijoada Paulista linguiça calabresa, paio, pé de porco, orelha de Também conhecida como Feijoada Light, é porco, bacon e um rabo de porco. As carnes são composta de feijão preto, linguiça calabresa, cozidas separadamente do feijão. Ao final, todos os linguiça portuguesa, carne-seca, lombo salgado, ingredientes são misturados numa única panela, e costela de porco defumada, paio, bacon, folhas de para apurar mais o sabor, pode ser acrescentado um louro e caldo de carne. Inicia-se o preparo do prato pouco de molho de pimenta. com os cortes em cubos das carnes salgadas (lombo e carne-seca), que depois serão dessalgadas. Já no Feijoada Carioca Como de costume para um bom carioca, a feijoada é composta de feijão preto, carne-seca, lombo salgado, costela salgada, bacon, linguiça calabresa defumada, cebola e alho triturado. caso das linguiças, são retiradas as cascas e elas são cortadas em rodelas. O feijão é deixado 15 minutos de molho antes da cocção. Depois disso, em uma panela de pressão grande, são adicionados todos os ingredientes, cobertos com água, e deixados no fogo por 25 minutos após a pressão. Para finalizar, Vai à mesa dos botecos mais baratos aos são amassados alguns feijões, é adicionado restaurantes mais sofisticados, de verão a o caldo de carne e salga-se a gosto. verão, todas as sextas-feiras. Seja uma simples A feijoada paulista deve confraternização, uma reunião ou uma desculpa apresentar um caldo para encontrar os amigos num domingo qualquer, bastante espesso e como diz a música de Chico Buarque - Feijoada com carnes desfiadas, Completa: “Mulher / Você vai gostar / Tô levando devido à longa cocção. uns amigos pra conversar”, o que garante o sucesso da feijoada é o sabor e a ocasião. Feijoada Baiana Dicas: • Na hora de selecionar o feijão, escolha Segundo a tradição baiana, a feijoada é composta de os de casca brilhante e não murcha – feijão mulatinho, carne de charque, toucinho, carne isso garantirá a maciez e crocância do bovina, rabo de porco, orelha de porco, costela de grão no produto final; porco, chouriço ou paio, tomate, cebola, alho, ramos de hortelã, extrato de tomate, folhas de louro e sal a gosto. • Se quiser preparar uma feijoada vegetariana, seja criativo e varie nas Tal produção começa dessalgando as carnes secas, escolhas dos grãos, como fava, lentilha, depois junta tudo numa panela e deixa no fogo até grão-de-bico e feijão branco, assim como o feijão ficar macio. Ao final, são acrescentados nos vegetais: vagem, nabo, couve-flor, temperos para realçar o sabor, como tomate abobrinha, repolhos e pimentões. 13 Por aí Agenda Canteiro A g e n d a T e x t o : Saca só - Saca Rolha A m a n d a agenda Dica Saca só - Saca Rolha I v a n o v Química Instagram Entrevista Ingredientes 5 e 6 | maio FESTIVAL 100 VINOS MEXICANOS 18 a 22 | maio NANTUCKET WINE FESTIVAL EVENTO APRESENTA OS VINHOS PRODUZIDOS NO PAÍS ENCONTRO DE VINHOS NA ILHA NORTE-AMERICANA A 7ª edição do Festival 100 Vinhos do México Um grande evento onde a estrela principal é o acontece para ressaltar a história de mais de vinho acontece na Ilha de Nantucket, localizada 40 anos de produção da bebida no país, com a em Massachusetts, nos Estados Unidos, de 18 a 22 participação de enólogos e vinícolas, pretendendo de maio. Realizado há mais de 20 anos no local, o reunir mais de 50 mil participantes interessados nas Nantucket Wine Festival consagra-se como um dos novidades do setor de vinhos mexicanos, nos dias 5 mais importantes eventos relacionados à enologia e e 6 de maio, na cidade de Ezequiel Montes. gastronomia no país. O festival tem o intuito de apresentar ao público Durante os cinco dias de realização, haverá as diferentes variedades de rótulos produzidos seminários e palestras relacionadas ao tema, pelas vinícolas nacionais e possibilitar o contato com degustações de vinhos e muita informação. entre produtores, enólogos e público. Nos dias do Haverá também exposição de bebidas destiladas e encontro, haverá degustação de diferentes rótulos comidas, com destaque para os principais pratos da de vinho e de comidas típicas da região, com o gastronomia local e de outras capitais. auxílio de profissionais especializados no assunto, Temas sobre vinhos da Borgonha, Califórnia, que contarão mais sobre as iguarias. Também fazem Vêneto, Champagne, entre outras regiões parte do evento atrações musicais, viagens de produtoras também terão destaque na helicóptero para sobrevoar os vinhedos da região e programação, que ainda reserva espaço para atividades para as crianças. jantares e palestras sobre gastronomia. Os eventos acontecem em diferentes locais da ilha. Serviço: Festival 100 Vinos Mexicanos Serviço: Período: 5 e 6 de maio Nantucket Wine Festival Local: Viñedos La Redonda Período: de 18 a 22 de maio Endereço: Estrada San Juan del Río-Ezequiel Montes Km. 33,5, El Toril, 76650 - Ezequiel Montes - México Mais informações: www.100vinosmexicanos.com 14 Mais informações: www.nantucketwinefestival.com N ú m e r o s T e x t o : F á b i o n a A n g e l i n i 21 a 23 | maio WINE IN VENICE BIENAL DE VINHOS ACONTECE NA ITÁLIA Em maio, a charmosa cidade de Veneza, localizada no nordeste da Itália, é palco do evento que acontece durante três dias, para celebrar uma das principais bebidas produzidas no país: o vinho. O encontro pode ser uma ótima oportunidade para os apreciadores conhecerem mais sobre os ilustres vinhos italianos, aproveitando o clima e a paisagem dessa cidade encantadora. O evento apresentará as novidades do setor, ressaltando a excelência da enologia italiana, com a participação de produtores locais de tradições centenárias, que mostrarão as novidades dos rótulos produzidos no país. GUINNESS PRA TODOS OS GOSTOS O livro dos recordes está recheado de marcas impressionantes no campo da gastronomia. Apesar do bolívar venezuelano estar em baixa, a maior moeda de chocolate do mundo – de 874 kg e 2 metros de diâmetro – foi preparada em Caracas, após 12 horas de trabalho. Já o título de maior cookie de chocolate (de 754 m2) pertence à americana Immaculate Baking Company. No quesito doce, Serviço: também a Indonésia se superou, com seu bolo de Wine in Venice 33 metros de altura e 20 toneladas. O Brasil entrou Período: de 21 a 23 de maio na publicação com uma pamonha gigante de 860 Local: Telecom Italia Future Centre kg, confeccionada em Mato Grosso. Nosso vizinhos Endereço: San Marco, 4826 - Campo San Salvador 30124 - Venezia Mais informações: www.gustovenezia.it m e s a colombianos foram um pouco mais sofisticados: 100 kg de alho, 300 de cebola, 150 de limão, 60 de verdura, 550 de molho de tomate e mais de 1.000 de camarão, os ingredientes do coquetel de camarão mais avantajado que se tem notícia. E que tal um sanduba caprichado de 300 kg? Montaram em Toronto. Pra digerir tanto exagero, só mesmo com uma boa xícara de café. De preferência De preferência, aquela feita em San Juan, onde couberam 12.874 litros da bebida. 15 Seleção Mensal Seleção Grandes Vinhos Seleção Obras Primas panem A Palavra na N ada Língua p o n t a Ponta T e x t o : F á b i o Drinks Notícias Objetos de Desejo d a L í n g u a Receita Prato do Famoso Na Cozinha Tem História A n g e l i n i Por aí Agenda Canteiro Saca só - Saca Rolha Dica Saca só - Saca Rolha Química Entrevista nostrum Nada mais natural do que um país com rica mistura racial e cultural, com dimensões continentais, dar nomes absolutamente diferentes à mesma coisa. Um dos campeões de denominações (não só de acordo com a região, mas até com cada cidade) é também um dos alimentos mais simbólicos e adorados do nosso país: o pão francês. Pão que, de francês, tem apenas a inspiração. 16 Ora, por que não pão sírio, pão sueco, pão italiano? Voltemos uns 200 anos no tempo, ao desembarque da corte portuguesa no Brasil. Junto com ela, vieram também os padeiros lusitanos e a farinha de trigo. Até então, só se comia a farinha de mandioca e de biju. Pois bem, foi por essa época que teve início a escalada de padarias dos Manoéis, Joaquins, Vicentes e Pedros. Atualmente, poucos países têm tantas padarias como a gente: são aproximadamente 70 mil. Em São Luís do Maranhão, o pão francês é massa grossa, mas se quiser massa fina, peça um pão sovado. Se você estiver fora do Brasil, a coisa complica um pouco, embora vários países reconheçam o nosso pão francês como “pão brasileiro”. Em Portugal, o similar tem o nome de paposseco ou carcaça. Nos Estados Unidos, jamais No início do século XX, a cultura da Belle Époque peça um “french bread”, não vai dar em nada. Peça o era febre na sociedade. E foi colocado um desafio “roll”, que é o correspondente ianque. aos padeiros de plantão: substituir o pão escuro corrente por aquele que se consumia na França: menor, mais alongado, de miolo branco e crosta dourada (o precursor da baguete). Mesmo levando um pouco de açúcar e gordura na massa antes de ir ao forno – diferente dos exemplares da festejada boulangerie francesa –, o resultado foi satisfatório. A nova aparência sugeria um pão de qualidade superior e o nome “pão francês” pegou. Mas esta é apenas parte da história. Difícil abandonar esse hábito. Um pão quentinho e crocante é praticamente irresistível. Independente do termo ou idioma, é bem brasileiro comer um pão francês com manteiga no café da manhã ou no lanche da tarde, no balcão da padaria da esquina, no lanche da escola, na viagem improvisada. Ou no mês do cinto apertado. Desde 20 de junho de 2006, o produto passou a ser vendido por peso em todo o território nacional, encarecendo-o gradativa e continuamente. Ainda assim, é um item básico barato, em torno de 45 Na Baixada Santista, chamam-no de média; no Rio centavos a unidade. O que ajuda a explicar porque Grande do Sul e na Bahia, cacetinho; no Pará, pão cada brasileiro consome cerca de 20 quilos de pão careca; em Florianópolis, pão de trigo; em Ribeirão francês por ano. Dá um por dia. Ou um total de 75 Preto, filão; em São Paulo, pãozinho; no Ceará, bilhões de pãezinhos em 12 meses. carioquinha; em Sergipe, pão Jacó. E assim por diante. Cada praça resolveu nomear seu pão francês de acordo com os usos e costumes locais. E por que não? Há muitos mais. Pão de sal, bengalinha, pão de bico, pão d’água... Hoje, a política de preços não parece ter tanto a ver com o velho panis et circenses. O brasileiro não parece tão bem alimentado assim, e nem tão distraído como em outros tempos. 17 SHO YU A velha rivalidade entre Japão e China ganhou peso e importância a partir da guerra sino-japonesa de 1894-1895, na opinião acadêmica. A animosidade acentuou-se com a Segunda Guerra Mundial, e após décadas de sutilezas diplomáticas, reavivou-se com a recente disputa das ilhas Senkaku/ Diaoyu, pequeninas mas cheias de petróleo. Então, não chega a surpreender que essa rixa histórica tenha se alimentado até de questões gastronômicas. Sabe-se que muito das cozinhas asiáticas, como a tailandesa, a vietnamita e a japonesa, partiu da China. O próprio molho de soja – primordial entre os orientais – também nasceu no gigante asiático durante a dinastia Zhou (1134 a 246 a.C.), de uma pasta de grãos de soja fermentados. Mas o nome pelo qual ficou universalmente conhecido é japonês: shoyu. Mas os chineses não podem reclamar, porque foi seu vizinho que desenvolveu tecnologias únicas de refinamento, adaptou processos e matérias-primas, introduziu a produção em larga escala e difundiu o produto pelo planeta. Ao que parece, foram os holandeses os primeiros europeus a descobrirem os encantos do molho escuro, que aportou no Velho Continente sob o nome de “soy”. Na época, o Japão já havia criado seu peculiar shoyu, que combinava grãos de soja aos de 18 I n g r e d i e n t e s T e x t o : F á b i o A n g e l i n i trigo, milho ou feijão – responsáveis por suavizar o O principal segredo do shoyu, desde o início, é a sabor do tempero. Ele era caro e chegava na Europa clássica fermentação caseira que leva até um ano. dentro de garrafas de prata, tornando-se bastante Atualmente, há processos de fabricação bem mais popular entre os nobres. Acredita-se, inclusive, que rápidos, graças aos aminoácidos da soja e a outros era esse o condimento secreto que deixava a corte itens sintéticos, que resultam em fórmulas não francesa de boca aberta nos banquetes promovidos tão nutritivas assim. Prefira os molhos de soja de por Luís XIV. fermentação natural. Para apurar ainda mais suas Há quem diga que a função original desse rudimentar preparado chinês, feito de grãos de soja fermentados e salgados por salmoura, era conservar alimentos. Outra corrente diz que ele foi inventado há cerca de 2.500 anos por monges budistas, supostamente cansados de suas dietas vegetarianas insossas. A realidade é que não demorou muito escolhas, você pode seguir as 5 categorias adotadas pelos nipônicos: Koikuchi shoyu, Usukuchi shoyu, Tamari shoyu, Shiro shoyu e Saishikomi shoyu – o primeiro mais escuro e de sabor mais forte (o preferido dos japoneses) e os dois últimos, mais claros, leves e produzidos com menos soja. Outra dica: um bom shoyu é translúcido, mesmo quando escuro. para se perceber que o shoyu dava mais vida às Seja qual for a sua opção, anote aí: o consumo da refeições. Hoje, tanto Oriente quanto Ocidente soja e derivados recomendado pelos nutricionistas apreciam o toque particular do ingrediente, em é de 25g diários. Embora rico em proteínas, ferro, especial na gastronomia à base de vegetais, peixes e cálcio e vitaminas do complexo B, o shoyu possui em saladas. Além de acompanhar sushis e sashimis, ele contrapartida alto teor sódico. Pode-se, claro, reduzir é utilizado para aromatizar, dar cor e substituir o sal sua concentração misturando um pouco de água ou em uma extensa variedade de pratos com legumes, usando uma versão light, com sódio reduzido em até aves e frutos do mar. 35%, mas os hipertensos devem evitá-lo. A intensidade e nuance levemente adocicada Não há como ignorar a polêmica contemporânea que do shoyu qualificam-no para acompanhar quase envolve a soja e sua relação com a saúde. As opiniões tudo. Assim, se você estiver em Curitiba, pode científicas são tão divididas quanto carnívoros x dar uma passada no restaurante Poco Tapas e vegetarianos. O que nós, leigos porém conscientes, pedir um spaguetti de shoyu. No parque temático podemos fazer por ora, é proceder com moderação, Namjatown, em Tokio, uma das atrações mais o que vale também para o shoyu. O problema é que exóticas é o sorvete de shoyu. E o que acha de muita gente costuma abusar do molho por achar que preparar você mesmo uma maminha em cubos ao o gosto de certo alimento é muito forte ou tem pouca shoyu? Corte uma peça em quadradinhos de 3x3 graça. Se por acaso você é um deles, lembre-se de cm, leve-os à forma cobrindo com sal grosso ralado que o shoyu serve para realçar o sabor de um peixe, bem fino, e regue com shoyu – apenas o suficiente por exemplo, e não para se sobrepor a ele. para corar a carne. Após 30 minutos em repouso, coloque na grelha virando as postas até o ponto desejado (mal passado fica bom, ao ponto fica ótimo, bem passado perde a textura). E procure não afogar o sashimi no molho de soja ou regar o arroz com ele: para os japoneses, é uma heresia tão grave quanto o uso de ketchup na pizza dos italianos. 19 a Rolha Almanaque Na Cozinha Tem História Nesta coluna você encontrará fatos e curiosidades sobre a química e composição de alimentos, além de algumas de suas contribuições para o organismo, sempre de forma leve e gostosa, no espírito de enaltecer o viver bem, com prazer e alegria. Química q u í m i c a T e x t o : Entrevista Instagram d o s R e n a t o a l i m e n t o s S o a r e s Ingredientes Chuchu é chocho? Pode até ser. Chocho, sem atrativos, sem sabor e até feinho, convenhamos. O chuchu tem mesmo essa fama de insosso. Mas é duro na queda. Prova disso é a sua longevidade: conforme dizem alguns estudiosos, o chuchu já era cultivado no Caribe quando Colombo chegou em terras americanas. Se fosse tão insípido assim, não seria tão cultivado através dos tempos, concordam? 20 Por isso, vamos nos despir de preconceitos e E o que tem no chuchu? conhecer um pouco mais deste... Deste... Alguém Um simples chuchu tem bem mais substâncias aí sabe o que é o chuchu? Legume, verdura, nutritivas do que a gente imagina. Confira: talvez? Não. É fruto. Assim como o tomate, o chuchu tem sementes internas encobertas pela parte que comemos (quando comemos). E, para fazer-lhe justiça, não o chamaremos mais de insosso, mas sim de “discreto”. Afinal, como veremos, o Sechium edule, com seu jeito modesto e quase sempre imperceptível, tem suas qualidades. E não são poucas. • Manganês: faz as gorduras e proteínas virarem pura energia para o dia a dia. • Zinco: esse é bom pra cabeça. Faz bem para o cérebro e contribui muito com a imunidade. • Cálcio: fortalece os olhos e combate a osteoporose. • Potássio: ótimo para o coração e ainda ajuda a manter o nível da pressão arterial. • Ferro: mais força para o seu dia, além de ser ótimo Já colocou um chuchu na dieta? para produzir hemoglobina, que facilita a circulação Pra quem deseja emagrecer e nunca pensou • Fósforo: aquele do fosfosol, melhor pra memória no chuchu, vale dizer que é uma ótima opção. que aplicativo de smartphone. Sua quantidade de calorias é insoss... ops, • Antioxidantes: a turma do nome difícil, que ataca discreta como ele. Também é pobre em gorduras os radicais livres e retarda o envelhecimento - saturadas e ainda ajuda a controlar o colesterol. flavonóides, polifenólicos, luteolina e apigenina. Mas vai uma dica: prefira refogado ou cozido, que é mais gostoso - o que talvez ajude a diminuir a sensação de sacrifício. Se você tem problemas de digestão, chuchu neles! O fruto é riquíssimo em fibras, que também ajudam a controlar o nível de açúcar no sangue - ótima dica para quem tem diabetes -, e contribuem para o coração funcionar direitinho. Outro elemento abundante no chuchu é a água, que faz dele altamente diurético e, vale lembrar, também é insípida, mas todo mundo ama. E tem mais: do chuchu se aproveita tudo, acredita? Brotos, raízes, folhas. Os primeiros são ricos em vitaminas e sais minerais. Já as folhas são boas para fazer um chá diurético que combate o ácido úrico, a pressão alta e ainda deixa calminho. Se você pensou que era só a camomila, é hora de experimentar um chazinho de chuchu. do oxigênio no sangue. E ainda tem o grupo de vitaminas: • B1 (Tiamina): amiga da tranquilidade e redutora de estresse. • B2 (Riboflavina): ótima para a cicatrização, crescimento e desenvolvimento. • B6 (Piridoxina): anti-inflamatória e contribui para o equilíbrio hormonal. • C (Ácido Ascórbico): mais imunidade, menos gripes e inflamações. • E (Tocoferol): protege a pele, os cabelos e também retarda o envelhecimento celular, entre outras utilidades. Como vimos, o chocho chuchu não é tão chocho. E se fosse, ninguém ia gostar de ser chamado carinhosamente de chuchuzinho. Que, aliás, é bem melhor que os outros nomes dele. Ou você gostaria que alguém o chamasse de machucho? Caiota? E que tal pimpinela? Achamos que não. 21 eção Obras Primas olha Almanaque Na Cozinha Tem História n a c o z i n h a T e x t o : F á b i o t e m h i s t ó r i a A n g e l i n i Química Instagram Entrevista Ingredientes coi fa Thomas Jefferson foi o terceiro presidente americano e principal autor da célebre Declaração de Independência dos EUA, de 1776. O que o grande público ignora, é que ele construiu uma lareira equipada com dutos especiais para dispersar gases tóxicos. Outro Thomas, o Edison, concebeu um projeto de chaminé chamado por muitos de “o primeiro exaustor”. E em 1923, a britânica Universidade de Leeds apresentou o primeiro desenho de exaustor moderno, semelhante aos atuais. 22 Bem antes de exaustores e coifas ocuparem nossas cozinhas, a questão da ventilação já ocupava as mentes de químicos, pesquisadores, industriais e laboratórios. Pela necessidade de regular o fluxo de ar, eliminar substâncias nocivas e proteger exaustão e o modo depuração, que capta o ar amostras do meio externo. O primeiro dispositivo aquecido e a gordura, filtra e devolve como ar mecânico a injetar ar dentro de um recinto foi o limpo (recirculação). O depurador também faz ventilador, criado em 1882 por Schuyler S. Wheeler. isso, mas é indicado para cozinhas pequenas e Ventiladores e ventoinhas foram os precursores do onde não é possível instalar os dutos de saída de exaustor, que faz justamente o contrário: ele retira o ar. Geralmente, é menos potente que exaustores e ar do ambiente. coifas. Em compensação, é mais barato. O exaustor doméstico pré-histórico era aquela A utilidade dos aparatos vai além da eliminação geringonça que você talvez já tenho visto na de odores, fumaça, calor e vapor. Uma boa coifa cozinha da vovó: um aparelho redondo com hélices (procure sempre pelas de maior potência), além de parrudas encravado na parede, lá no alto. Ruído impedir o incômodo cheiro de fritura que cola nas similar a uma turbina de avião. Felizmente, vieram roupas e nos cabelos, retarda o amarelecimento os exaustores e as coifas que hoje conhecemos, com das paredes e até aumenta a durabilidade de outros todas as suas variedades, funcionalidades e designs, eletrodomésticos e móveis, por evitar o acúmulo mantos, filtros, botões, sensores, leds e presets. de gordura sobre eles. Outro benefício adicional Aliás, é bom pontuar as diferenças entre exaustor, e saudável? Reduz o nível de gordura sobre os coifa e depurador. próprios alimentos em preparo. Exaustor é a melhor alternativa para lançar o Quanto a eliminar realmente os dores – reclamação ar quente pra fora da cozinha e puxar o ar frio recorrente dos usuários –, vem a dica dos externo pra dentro, mas a sua capacidade para profissionais: a coifa deve ser ligada uns 15 minutos filtrar a gordura do ambiente é limitada. Neste antes de meter a mão na farinha e iniciar a fritura. sentido, a coifa é mais completa, pois tem o modo Não é financeira nem ecologicamente correto, mas dizem que este é o segredo. Desta forma, a exaustão e a depuração (pré-filtragem e filtragem) ocorrem de vento em popa. Portanto, nada de pressa na cozinha. Velocidade é para a F1. A obsessão que levou o projetista Gordon Murray a bolar o Fan-Car, o carro-exaustor, em 1978. Tinha uma espécie de turbina na traseira, cuja sucção dava maior aderência ao Brabham BT46B e, consequentemente, maior aceleração. Mas a alegria durou só uma corrida, vencida na Suécia por Niki Lauda: os adversários reclamaram que o rastro de turbulência deixado pelo foguete descontrolava seus carros. 23 24 CINE GAS TRO NO MIA c o m i d a T e x t o : F á b i o é a r t e A n g e l i n i A mistura dos alimentos com a Sétima Arte produziu obras épicas, singelas, dramáticas, polêmicas, bizarras, cult. Inspirou histórias e personagens, atiçou a audiência e criou tendências. “Leave the gun... Take the cannoli”, por exemplo, é um trecho antológico de O Poderoso Chefão (1972). Ela é dita por Peter Clemenza ao seu comparsa, após assassinarem o genro traidor de Vito Corleone. Mais curioso é que a frase do ator Richard Castellano saiu de improviso. Como o tema é tão vasto quanto suculento, aí vai uma listinha de filmes com títulos culinários: Bagdá Café (1987); O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante (1989); O Cheiro da Papaia Verde (1993); Comer, Beber, Viver (1994); O Amor está na Mesa (1998); Chocolate (2001); Tempero da Vida (2003); Ratatouille (2007); Toast - A História de uma Criança com Fome (2010). Claro, tudo na vida é gosto. Há quem curta O Ataque dos Tomates Assassinos (1978), há quem prefira Tomates Verdes Fritos (1991). Cada um s a b o r T e x t o : e m F á b i o m o d a com seu tomate, mas com pipoca, sempre. A n g e l i n i COMIDA NO POTE, PODE? Pode sim, com sabor e sucesso. A nova sensação da culinária chegou por aqui agora, inspirada nas verrines francesas e nos jar cakes norte-americanos. A comida em potes (de vidro) é uma tendência que vem ganhando corpo, principalmente entre os que têm pouco tempo e buscam uma alimentação mais nutritiva do que a ofertada na rua. Além de portáteis, higiênicos e recicláveis, os potinhos também atraem pelo preço e visual. Dá pra levar na bolsa e ver a refeição, camada por camada. Não é à toa que a moda está bombando na internet, em feiras gastronômicas e até entre os chefs, que já elaboram receitas exclusivas. Pode-se encontrar desde uma salada caprese até um tabule de quinoa, desde sushi e lasanha até feijoada e paella. E sopas, bolos, musses, risotos, pizzas, tudo em potinhos prontos para consumir. Basta só esquentar. Quer montar o seu? Dicas: o ph do prato deve ser um pouco ácido, para aumentar o período de conservação; alimentos mais densos no fundo, os mais leves por cima; e atenção no transporte, porque é vidro, afinal. 25 Almanaque a l m a n a q u e T e x t o : P a u l o S a m á lembrança Instagram Ingredientes CHEIRINHO DE NO AR “ O que você comeu há mais de 30 anos faz parte da sua memória olfativa e visual 26 “ ória a Quando o assunto é alimentação, vivemos entre a cruz do que “faz mal” e a espada do Língua de boi: apesar do preço baixo, era item de luxo que “faz bem”. A era dos hors concours filé quando mamãe fazia. Você ainda pode encontrar em muitos de frango e salmão grelhado. Do caldeirão restaurantes e receitas variadas, inclusive com molho de vinho. alimentar onde vegetarianos e veganos dividem espaço com a comida caseira, restaurantes por quilo, churrascarias, fast foods, hamburguerias, padarias gourmets. E a seu tempo, cada um querendo provar Dobradinha: é o tipo do prato que ou você ama ou detesta, sem meio termo. Figura constante nas mesas dos anos 1970/1980, hoje não é tão vista nos restaurantes da vida, mas tem freguesas fiéis nas feiras livres. que “a minha comida é melhor” ou “eu sei o Arroz com coração de boi: já foi o supra-sumo da que faz bem pra você.” alimentação. Moela, miúdos e vísceras de frango também eram coadjuvantes. Os hábitos alimentares estão mais dinâmicos. Globalização, gourmetização e outros “ãos” criam manias longas ou curtas, temporárias e até momentâneas, que duram só até aparecer uma nova onda. Sopa de galinha: sabia que a comportada canja de hoje é considerada falsa pelos mais puristas? A verdadeira, talvez você se lembre, vinha com carcaça, pé, pescoço e outras partes da galinha. Pode ser uma razão médica, um fato recém- Mocotó ou tutano: a geleia da pata do boi alegrou muita descoberto - o ovo que fazia mal e agora não criança no passado. E o mocotó ainda dá um bom caldo faz mais; a receita do chef Fulano de Tal que (chamado por alguns de caldo de mão-de-vaca). Tem milhares está bombando no Youtube; os personal de apreciadores e sabor indiscutível. trainners lançando tendências pra você perder a barriguinha, e até mesmo lendas urbanas, como “leite com manga faz tão mal, que você pode até bater as botas”. Frango à cabidela: o tradicional frango ensopado no próprio sangue da galinha. Ainda é bastante consumido em muitos estados brasileiros. Rabada: esta não ficou tão para trás. É prato das terças-feiras As mudanças são rápidas, mas não apagam em muitos restaurantes. Seu sabor fez e continua fazendo as memórias. Quem tem mais de 40 anos milhares de adeptos, embora o nome não seja nada gourmet. lembra que antes a coisa era bem diferente à mesa. Bife de fígado: toda mãe de antigamente tentava empurrar fígado de boi goela abaixo dos filhos. É o “ama ou detesta” Você provavelmente se recorda de pratos parte 2. Desperta as mais variadas paixões e memórias. ou alimentos “das antigas”. Eles existem Qual é a sua? na sua memória alimentar e trazem fatos à mente. Há relatos de gente que tem lembrança até de conversas e discussões em almoços ou jantares, só de evocar Sopa de músculo: fonte de saúde, com poucas calorias e gorduras. Servida de avó pra mãe e de mãe pra filho, é estrela na papinha das crianças e no cardápio de muitos marmanjos. a memória olfativa ou visual do que habitualmente comia há mais de 30 anos. Além destes, há muitos outros que, mesmo parecendo Por isso, vamos bancar os atrevidos e esquisitos hoje, trazem uma saudadezinha. Afinal, eram provocar estas memórias em você (ou tempos em que saudável era o que enchia a barriga, e o que ao menos tentar), com alguns pratos e se comia era o que a mãe mandava. E ai da gente se não alimentos. Vem com a gente? comesse. Lembra? 27 Prato do Famoso Dica d i c a T e x t o : Almanaque Na Cozinha Tem História d e P r i s c i l a Saca só - Saca Rolha Química q u e m Instagram s a b e U r b a n o Fermento Entrevista Ingredientes O fermento é um fungo unicelular que se alimenta branca e forma de pó, devem ser adicionados de açúcar e, à medida que o absorve, libera gás sempre ao final da produção, de modo delicado e carbônico, além de uma quantidade mínima de com movimentos circulares. O uso da espátula deve álcool. Tal processo é conhecido como fermentação, ser sempre de baixo para cima, facilitando, assim, a e é fundamental para a fabricação de pães e bolos, incorporação do fermento à massa. sendo responsável pelo crescimento, refinamento do sabor e aroma desses alimentos. Existem três tipos de fermento, implicando em diferentes métodos de utilização e armazenamento: o biológico (seco ou fresco), o químico e o natural. O fermento natural, muito utilizado na panificação, consiste basicamente na obtenção de uma massa de farinha e água, que exposta ao ar entra em contato com micro-organismos dispersos no ambiente. Depois de certo tempo de exposição, essa mistura irá se Os fermentos biológicos são usados para a produção transformar num agente de crescimento para outras de massas pesadas, como pães e derivados. Podem massas, que recebe o nome de Levain (termo em ser encontrados na forma fresca, como aqueles francês) ou Massa Madre (italiano), fornecendo ao pão em tabletes armazenados nas geladeiras dos um sabor e textura inigualáveis. Este pode ser feito mercados (refrigeração entre 4°C e 8°C), ou então, de diversas maneiras, acrescentando-se diariamente na forma seca (granulada), expostos nas prateleiras à massa de farinha e água alguns ingredientes à em temperatura ambiente. Ambos devem ser base de açúcares, como sumo de frutas, mel, garapa, dissolvidos em água antes de serem usados, para maçãs, iogurte, cerveja e outros. O fermento natural é assim ativar o fermento, e introduzidos à mistura um produto artesanal de produção caseira, que exige logo no início da produção, junto aos outros cuidados diariamente e, por isso, há certa dificuldade ingredientes. em seu uso comercial e na vida moderna cotidiana. Os fermentos químicos ou comerciais são usados para massas leves, principalmente na confeitaria, por exemplo, na produção de bolos. De coloração No entanto, mesmo levando tantos dias para ficar pronto, vale muito a pena, pois esse fermento é feito para longevidade e poderá ser utilizado por gerações e gerações da sua família. t o q u e T e x t o : F á b i o t e c h A n g e l i n i Depois de um breve conhecimento sobre os tipos de fermento, nada melhor do que pensar em bolo. Para fazer aquele bolo fofinho, agora fica fácil entender a necessidade da adição do fermento certo - no caso, o químico. Porém, se alguma coisa der errado na sua produção, LABORATÓRIO líquidos, lembrando que os secos devem ser MOLECULAR sempre peneirados, para dar mais suavidade Por que os suflês crescem, e como podem crescer no produto final. mais? O nhoque está mesmo cozido quando vem preste atenção em algumas dicas: • Pesar ou separar sempre os ingredientes secos, depois as gorduras e, por último, os à tona? Quanto de açúcar deve ir na calda? Estas • Aquecer o forno na medida certa, e depois e outras questões são objeto da gastronomia de colocar a massa, nunca abri-lo antes de molecular, que estuda os fenômenos físico-químicos, 20 minutos. a transformação dos ingredientes durante o • Seguir a receita corretamente. cozimento. E a partir daí, busca e propõe novas técnicas para garantir melhor qualidade nutricional, • Se seu bolo ficou com a superfície afundada, sabor e textura. É tarefa das mais complexas. Mas, torta ou manchada, pode ser excesso de açúcar, embora recente (1988), a ciência evoluiu bastante de fermento em pó ou pouco líquido na massa. com a mão da tecnologia. Os equipamentos usados • Se seu bolo cresceu e depois perdeu o volume, não pense no tabu do “choque térmico”. Isso não tem nada a ver, mas sim, a pouca quantidade de ovo/gordura ou líquido na sua receita ou, também, ter colocado pouco fermento em pó. parecem saídos de um filme de ficção científica: circulador de ar por imersão, que cozinha alimentos a vácuo; autoclave, para fazer sopas e molhos; evaporador rotativo, que permite a destilação de qualquer produto, líquido ou sólido, capturando aromas e essências; baldes de nitrogênio líquido, • Se seu bolo ficou grosseiro e pesado, pode ser para fazer espumas e incrementar aromaticamente excesso de fermento para pouca gordura. os pratos. Há quem seja contrário à tecnologia na • Como regra geral, o fermento deve corresponder a 0,8% do peso total da massa na culinária, mas sua atual influência é inegável, mesmo na cozinha. Como veremos em outras edições. sua receita. Agora, mãos na massa e boas práticas! 29 d r i n k s T e x t o : C a r m e n T a i b o Valência Á g u a d e A “Água de Valência” foi preparada pela primeira Valência”, que acabou tornando-se um sucesso vez em 1959, no “La Cervecería Madrid”, um bar entre todos os clientes da casa. localizado em Valência. Seu proprietário, Constante Gil, era um pintor nascido na Galícia, que recebia e organizava reuniões em seu bar. A história conta que um dia estava no bar um grupo de vascos, clientes assíduos que sempre pediam a mesma coisa: o melhor vinho espumante da casa, ao qual denominavam “Água de Bilbao”. Porém já cansados de beber sempre o mesmo vinho, pediram a Constante que lhes surpreendesse com algo diferente. O dono do bar disse-lhes, então, que Já na década de 1970, a bebida passou a ser popular, preparada e comercializada em toda Valência. Hoje é conhecida em todo o país e cruzou as fronteiras para o mundo. É curiosa a diversidade de regiões espanholas envolvidas, de alguma maneira, na invenção desta hoje conhecida bebida: inventada em Valência por um galego, consumida pela primeira vez por vascos, numa cervejaria que se chamava Madrid. prepararia uma “Água de Valência”. A surpresa foi Como preparar um litro desta deliciosa e grande, grata e bem recebida. A partir de então, refrescante bebida? Em uma jarra, coloque os clientes vascos passaram a consumir “Água de meio litro de suco de laranjas recém-espremidas (maduras e não muito azedas). Acrescente 60ml de gin (de boa qualidade) e 60ml de vodka. Coloque três colheres de sopa de açúcar e mexa até dissolver por completo. Por último, coloque meio litro de cava e misture lentamente com uma colher de pau. Acrescente gelo e fatias de laranja. 30 M I T O S T e x t o : N A X Í C A R A E m e r s o n C a s t r o w w w. c l u b ec afe. n e t. b r A sabedoria milenar já os havia identificado, e a DEIXEM O CAFÉ EM PAZ “Cortem o cafezinho!”. A frase comum – às vezes em tom de piada, às vezes pra valer – é velha conhecida de empresas e instituições, quando os tempos estão mais bicudos. Mas se a gente fizer uma análise, nada faz menos sentido. Sirva-se, e explico o porquê nesta pequena viagem pela estimulante química do café. experiência diária dos trabalhadores em plena Revolução Industrial comprovou definitivamente os poderes do café como estimulante. Não foi à toa: a bebida naturalmente tem alcalóides (cafeína e outros), ácidos orgânicos (como o vanílico), flavonóides, salicilatos, óleos essenciais, vitaminas (nicotinamida, ácido ascórbico, tiamina, riboflavina, caroteno), minerais (cálcio, fósforo, ferro) e outros. De todos esses, a cafeína é a única que permanece inalterada após a torrefação. O resultado mantém a pessoa “desperta, ativa e de bom humor”, como explica Darcy Roberto Lima, em artigo publicado em Café e Saúde (sessão no site da Associação Brasileira da Indústria do Café – ABIC). Segundo ele, a cafeína estimula a vigília, a atenção, a concentração e a capacidade intelectual, enquanto os ácidos clorogênicos (como os polifenóis) influem no humor, evitando depressão e até o consumo de drogas ilegais. Outro especialista, Juliano Ribeiro, doutor em química e pesquisador do IAC - Instituto Agronômico de Campinas – admite, em artigo para a Revista Cafeicultura, que a ingestão excessiva pode ter efeitos negativos para alguns, como irritabilidade, agitação, dor de cabeça, ansiedade, insônia e até arritmia cardíaca. Porém, sem excessos, fica evidente que o café não deve ser visto como vilão das finanças empresariais, nem de brincadeira. Muito ao contrário. Se há algo que possa ajudar a dar a volta por cima nessas horas, sem dúvida, é o velho e bom cafezinho. 31 olha Química Instagram Entrevista Ingredientes E n t r e v i s t a T e x t o : A m a n d a F o t o s : R u b e n s I v a n o v K a t o Guilherme O chef Guilherme Vinha iniciou a faculdade de Gastronomia em 2008, pois sempre teve interesse em aprender a cozinhar. Sem perder tempo, logo foi procurar estágio nos principais restaurantes de São Paulo e se deu bem, passando pelo conceituado Mani. Terminados o estágio e a faculdade, partiu para a Espanha, buscando saber mais sobre a culinária de lá. Ávido por conhecimento, especializou-se em Gastronomia e Cultura espanholas pela Escola de Hotelaria de Sevilha. De volta ao Brasil, foi para o Peru conhecer novas tendências. Novamente foi aos lugares certos: estudou a culinária do país e trabalhou no Astrid y Gastón, referência no cenário gastronômico peruano, restaurante de Gastón Acurio e Astrid Gutsche. Retornando para cá, ainda teve a oportunidade de trabalhar com Alex Atala no D.O.M.. No estrelado restaurante, conheceu o chef Gabriel Matteuzzi, hoje seu sócio no Tête à Tête, restaurante aberto no início de 2015 nos Jardins, em São Paulo. “Eu decidi voltar para o Brasil e ver como estava o cenário gastronômico paulista, e acho que, como a maioria dos cozinheiros da minha geração, eu tinha muita curiosidade em conhecer o trabalho desenvolvido no D.O.M.. Lá, tive o prazer de trabalhar com Alex e conhecer o Gabriel Matteuzzi, que era o subchef. Juntos, tivemos a ideia de reabrir o Tête à Tête”, conta Vinha. A seguir, confira um bate-papo com o chef. 32 Vinha Como surgiu a ideia de se tornar chef de cozinha? Eu trabalhava com produção de eventos, e nesse trabalho existe o serviço de cozinha. Apesar de eu não estar ligado diretamente a isso, observava e tinha interesse. Em 2008, ingressei na faculdade de Gastronomia, para me especializar sobre o tema. Ainda na faculdade, fui procurar estágio e o primeiro lugar em que eu tive contato com cozinha foi o Mani. Comecei como estagiário e logo fui contratado como auxiliar de cozinha. Seu último trabalho antes de inaugurar o Tête à Tête foi no D.O.M., certo? Como foi trabalhar com o Alex Atala? Assim que voltei do Peru, no fim de 2014, mesmo já formado, fui estagiar no D.O.M. e logo fui transferido para a cozinha, sendo responsável pela praça de carnes e aves. Foi lá que eu conheci o Gabriel Matteuzzi, subchef responsável pela praça de menu degustação. Foi uma experiência excelente. Trabalhar com o Alex é muito legal no sentido de ter contato com novos ingredientes a toda hora. Além disso, conheci muita gente lá dentro. Servi pessoas legais, chefs renomados. O D.O.M. é um lugar onde acontece muita coisa, então tem muita de troca de experiências. Como surgiu a ideia de reabrir o Tête à Tête? Eu e o Gabriel começamos a pensar a respeito do que seria um restaurante bacana. Logo descobrimos que tínhamos muito em comum, principalmente em relação ao tipo de perfil de cozinha que imaginávamos. A gente se reunia e conversava muito sobre o assunto nos dias de folga, e a ideia foi amadurecendo. Acabamos traçando um plano de negócios, viajamos em busca de novos ingredientes pelo interior e litoral de São Paulo e começamos a procurar a casa, inaugurando o novo Tête à Tête em 8 de janeiro de 2015. 33 a gente foi se adaptando durante esses 10 meses. Onde vocês pesquisam os ingredientes que compõem os pratos do restaurante? Viajamos constantemente para a Serra da Mantiqueira e Litoral Norte de São Paulo. Por lá, nos deparamos com uma imensa quantidade de frutas, embutidos, queijos, peixes e frutos do mar, e tentamos trazer para a nossa cozinha. No cardápio há bastantes produtos originais do Brasil. Como você avalia a sua relação de chef com os produtores? Também temos uma horta no restaurante, onde plantamos ervas e flores como amor-perfeito, hortelã-pimenta, nirá, manjericão, tomilho-limão, orégano, dente-de-leão, entre outras. No restaurante, além de todos esses cuidados, vocês se preocupam com a reciclagem dos resíduos, inclusive dos orgânicos. Como vocês fazem isso? Tem um projeto do Instituto Guandu, que se chama Do Prato ao Prato. Toda o nosso lixo orgânico, restos de comida e parte da produção é levado para uma central, e compostado em adubo orgânico ou em Considero essa relação importantíssima, nós muda. A gente se preocupa com a sustentabilidade sempre estamos atentos ao trabalho dos pequenos na hora da refeição e depois dela. Também produtores. E apesar da lei não favorecer nem separamos os detritos recicláveis e contamos com valorizar esse conhecimento, por causa de uma cooperativa que vem buscar. E assim a gente padrões inviáveis para certas produções, tentamos consegue pelo menos destinar o lixo de uma forma reconhecer e trazer para o Tête à Tête os produtos correta, que é o mínimo, afinal. Eu considero que deles, divulgando para mais e mais pessoas a separar os resíduos para reciclagem é uma questão quantidade de ingredientes incríveis que temos no de educação básica. nosso país. O cardápio da casa é sazonal e constantemente, é Vocês plantam algumas especiarias no restaurante reformulado por conta disso. Qual é a aceitação do e focam em oferecer produtos artesanais. Como é público referente a essas mudanças? esse trabalho? Nosso cardápio é sazonal justamente para Nós pensamos em selecionar o produto, conhecer aproveitar o ingrediente no seu melhor momento. o produtor e entender o que ele tem de melhor a Uma das consequências disso é que as pessoas oferecer, com um trabalho de pesquisa. Sabemos experimentam um prato, gostam e voltam por causa que a realidade desse cenário ainda não é perfeita, dele, mas às vezes ele já não está mais no cardápio. e antes de abrir a casa, viajamos para diversas Mas a gente tenta olhar essa questão por um outro regiões, a fim de entender com o que poderíamos lado. Nossa ideia aqui é renovação, é poder oferecer trabalhar. E assim, encontramos uma série de coisas diferentes. Nosso cardápio é curto por isso, produtos interessantes. Mas, uma coisa é encontrar pra gente poder trabalhar o produto com excelência. e outra coisa é trazer para o restaurante, por isso Tem essa questão negativa de uma pessoa não 34 Drinks Por aí Notícias Agenda encontrar determinado prato, mas pensamos que Canteiro Saca só - Saca Rolha Dica Química Saca só - Saca Rolha Entrevista E n t r e v i s t a ela pode ter outra experiência, descobrir outra coisa e absorver algo novo. A gente incentiva essa tendência. De certa forma, a missão do restaurante também é essa: possibilitar a descoberta de sabores e texturas novas, de interpretar de forma diferente um ingrediente que a pessoa já conhece... O nosso trabalho precisa disso. e Guanabara, ambas do Wolff Café, em Ibiraci (MG) e da Fazenda Margarida, do Martins Café em São Manuel (SP), e criamos o nosso próprio blend. Vocês oferecem café de blend próprio, extraído Assim, vamos testando, vendo o que surge. Para na cafeteira francesa, para os clientes. O que levou ter uma máquina e um bom café espresso, íamos vocês a se preocuparem com o café e fugir do precisar de um barista para manusear a máquina. espresso oferecido no fim da refeição, destacando- Já com a prensa francesa, aprendemos a fazer o se como um dos poucos restaurantes em São Paulo café nela, que é bem simples. a oferecer esse serviço? A ideia surgiu da coerência de ter um início e um fim legais para a refeição. Se a gente cuida tão bem da comida, por que na hora do café vamos deixar o cuidado de lado? Não faz sentido. Nossa visão é essa: de uma refeição ok para uma refeição boa, a diferença está nos detalhes. E cuidar do café é um deles. Como nosso jeito de pensar é ter zelo e cuidado com ingredientes e a forma de manipular, temos de transferir isso para os outros aspectos do nosso negócio. Eu gosto muito de café e nós fomos aprendendo com o tempo. Quem também assumiu muito a parte do café da casa foi o Marcos Martins, nosso sommelier. Hoje ele é nosso sommelier, maître e curador de café. Uma pessoa curiosa, que gosta muito do tema. Hoje fazemos testes com cafés que recebemos das Fazendas Portal da Serra Pra você, qual é a maior dificuldade de trabalhar como chef no Brasil? E o lado bom? Eu acho que a maior dificuldade é a legislação na área de produção de alimentos. Se nós tivéssemos uma questão logística e legislativa melhor resolvida, teríamos mais recursos e produtos à disposição. Existem muitos alimentos que não chegam a nós por causa dessas leis. Poderíamos ter estradas melhores, cooperativas para produtores mais eficientes, e um caminho mais barato para o produtor trazer seu produto e expor, porque isso ainda é muito difícil para eles. Há muita matériaprima, mas levar a vários locais ainda é complicado. O que a Anvisa pede aos produtores é inviável e dificulta o trabalho, porque a lei acaba excluindo o conhecimento e o trabalho desses profissionais. Precisamos de uma legislação mais equilibrada e coerente, pois se a lei não ajudar, o produtor não vai conseguir se adequar. Já o lado positivo de trabalhar como chef no Brasil é a diversidade de produtos que temos à disposição. Sou chef porque me dá prazer, e isso eu teria em qualquer lugar do mundo. Como cozinheiros e artesãos, nossa contribuição é proporcionar boa comida e bons momentos para quem vem ao restaurante. E para isso, precisamos gostar muito do que fazemos. 35 In Seleção Mensal Seleção Grandes Vinhos Seleção Obras Primas Utensílios modernos e inusitados, gadgets interessantes, um vinho raro, ingredientes exóticos... Sim, existem objetos de desejo também na cozinha, dos mais simples aos mais sofisticados, capazes de fazer gastrônomos, chefs, simpatizantes e até curiosos da arte de cozinhar sonharem acordados. Aqui nesta coluna, nossos associados terão a oportunidade de conhecer alguns objetos assim todos os meses. Bem-vindo à wish list da Sociedade da Mesa. a na íngua Objetos de Desejo o b j e t o T e x t o : & rinks Notícias d e Receita R a f a e l A m a n d a d e s e j o Prato do Famoso Almanaque Na Cozinha Tem História S o u z a I v a n o v Por aí Canteiro Dica Química Instagram cozinha ROBÔS NA Agenda Saca só - Saca Rolha Saca só - Saca Rolha Entrevista Ingredientes Ele não tem pernas, não fala e não se parece nem um pouco com aqueles robôs de filmes de ficção científica. Mas cozinha que é uma beleza. O robô de cozinha Home Chef foi criado pra você, que não tem tempo ou paciência pra ficar horas pilotando o fogão. Ele é multitarefa e cumpre as funções de vários aparelhos que povoam o sagrado ambiente da sua cozinha: processador, liquidificador, centrífuga, batedeira, mixer, coqueteleira, masseira, chcolateira, triturador de gelo, panela elétrica ou a vapor, fogão etc. Tudo isso Quer mais? Ele não faz sujeira nem fumaça. E não se preocupe: o Home Chef não faz feio. Os alimentos preservam suas cores, aromas e sabores, e o que é mais importante: as vitaminas e sais minerais dos alimentos. num só aparelho, que prepara mais de uma receita Melhor do que isso, só se ele ainda lavasse a louça. ao mesmo tempo. Você só precisa apertar os botões Mas sempre dá pra “empurrar” a responsabilidade e deixar o trabalho duro para o seu novo brinquedo. para alguém. Afinal, foi você que preparou a O que é ótimo pra quem não tem tempo e também refeição. Ou quase. pra quem tem preguiça de cozinhar. Enquanto você faz outras coisas, seu cozinheiro eletrônico trabalha pra você. E sem reclamar! 36 Robô de cozinha Home Chef Preço Médio: R$ 1.200,00 Seleção Me A Palavra na Ponta da Língua Taça para café Objetos de Desejo Assim como um bom vinho, o Drinks café também é Por aí uma bebida que pode ser apreciada em taça. Baseada em uma abordagem semelhante à enologia, a Nespresso, marca de café em cápsulas, em conjunto com a Riedel, fabricante Notícias de taças, desenvolveu, após dois anos de Agenda pesquisas, a Reveal Collection, sua primeira taça de cristal para café. Para apresentar todo o potencial aromático da bebida, o utensílio é feito em vidro-cristal, com 5,7cm de abertura e 12cm de altura, e tem proporções ideais para revelar as nuances e sabores do café, com o intuito de levar a experiência da degustação a um novo nível. Há duas opções de conjuntos de duas taças da Reveal Collection disponíveis: uma com taças mais estreitas, para cafés intensos, e a outra com taças mais largas, para bebidas mais equilibradas. Preço Sugerido: R$ 140,00 Onde encontrar: www.nespresso.com 37 Sa P a n e l a s T e x t o : d o P r i s c i l a M u n d o U r b a n o Tempero da Panela Lusitana De alheira a bacalhau, os segredos da cozinha Em 1498, com a descoberta dos Caminhos das lusitana residem em temperos que vão muito Índias, Vasco da Gama trouxe à Europa importantes além do azeite. Sua culinária é considerada farta especiarias, até então escondidas no Oriente. em aromas e sabores, principalmente devido à Temos como exemplos o coentro, a pimenta, o caril influência do lado do Mediterrâneo e de seu outro (também conhecido como curry), açafrão, a páprica, vizinho, o Oceano Atlântico. O contato com a extensa gengibre, canela, cravo-da-índia, noz-moscada, costa proporcionou aos portugueses um elaborado arroz, chás diversos e exóticos, bananas, cafés e, receituário de peixes e frutos do mar. posteriormente, as batatas (vindas do Novo Mundo). O bacalhau é considerado como ingrediente de honra É importante lembrar que a maioria dos pratos e ocupa o cotidiano alimentar semanal lusitano. Não é portugueses começam a ser preparados a partir de à toa que os portugueses são os maiores consumidores um refogado de cebola e alho puxados no azeite. de bacalhau do mundo, segundo a OMS. Já a Possuem aroma frutado, ligeiramente espesso, cor sardinha, um peixe mais simples de se encontrar, fica de ouro ou amarelo esverdeado, amargo, picante resguardada para festas tradicionais e churrascos. ou mais adocicado, suave e intenso. É assim o Há também outras espécies de peixes bastante azeite português, e esse (em grande quantidade) é apreciadas pelos portugueses, como o linguado, o utilizado em todos os pratos, desde sopas, peixes e salmonete, o peixe-espada e o eiróz. Em relação aos frutos do mar até receitas de diversos bolos e doces, pescados de água doce, podemos encontrar a lampreia, principalmente os da região alentejana. o salmão do Minho, as trutas da Serra da Estrela e da Madeira, ou então, um peixe atípico, que já se tornou extinto em muitos rios europeus, o sável, que ainda é encontrado nos rios Tejo e Douro. Sabe-se que, além dos peixes, os portugueses são também experts em carne vermelha, sendo as mais comuns a de vaca e de cordeiro, geralmente cozidos no vinho, alho e especiarias, o que lhes confere um tempero especial, sendo bons exemplos o “Bife à Portuguesa” e as Espetadas, encontrados em todo o país. 38 Vale salientar que cada prato tem um vinho certo para harmonização. A diversificada culinária portuguesa é reconhecida mundialmente, por isso tem forte influência econômica, cultural e social sobre o próprio país. Tal fato ganhou extrema importância numa sextafeira de 2015, na Assembleia da República (Projeto de Resolução n.º 1453/XII), que oficializou o “Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa”, marcado no último domingo de maio. r e c e i t a T e x t o : 1 , J o ã o 2 , 3 B e l e z i a w w w. jo ao b e l ez i a .c om .br Legumes grelhados com queijo feta INGREDIENTES 1 abobrinha cortada em fatias grossas 1 berinjela cortada em fatias grossas 2 tomates cortados em fatias grossas Azeite 100g de queijo feta Sal e pimenta PREPARO Tempere os legumes com sal, pimenta e azeite. Grelhe todos eles em uma chapa de ferro ou similar. Monte num prato e esfarele por cima o queijo feta. Sirva em seguida. 39 É melhor sobrar do que faltar? Claro que não. Menos é mais? Nada feito. Bom mesmo é não sobrar nem faltar. O chef Eugenio Lorainev tem as medidas certas para você, que ama cozinhar, receber e servir os amigos e a família, mas não aceita desperdícios. Delicie-se! n e m m a i s T e x t o : P a u l o n e m m e n o s S a m á Cogumelos Porcini com Polenta Cremosa By chef Eugenio Lorainev Neste mês, um prato especial para 15 convivas escolhidos a dedo (já vá pensando nos convidados). Os Cogumelos Porcini são especiais para servir em ocasiões onde o que importa mesmo é brindar O PREPARO Hidrate os Cogumelos Porcini secos em água fervente até cobri-los. Deixe por 20 minutos. a felicidade. Aliás, segundo o chef, os Cogumelos Com uma peneira bem fina, coe os cogumelos Porcini têm um encanto todo particular, pois reservando todo o líquido. Passe-os ligeiramente em harmonizam com os mais diversos vinhos. água corrente e reserve. Agora, surpreenda-se, pois você não precisa de Refogue rapidamente o alho, adicione os cogumelos, muito para fazer os olhos de 15 pessoas queridas o sal e a pimenta-do-reino. Misture e mexa em brilharem. Bastam 875 gramas de polenta fogo médio por 6 minutos. Acrescente o líquido instântanea, 200 gramas de cogumelos Porcini reservado e refogue até evaporar completamente. secos, 1,8kg de cogumelos Chestnut ou Paris. Se Ferva 8 litros de água com um pouco de sal em quiser ser detalhista como o chef, use as medidas uma panela grande. Adicione a polenta aos poucos, exatas de tempero: 1/2 colher de sopa de sal, 4 mexendo sempre até que fique macia e todo o dentes de alho picado, 100ml de azeite de oliva líquido seja absorvido. Tempere com o sal extra virgem, 3g de pimenta-do-reino e mais 5g de e a pimenta. sal para os cogumelos. Pronto. Agora é só dividir tudo em 15 pratos de polenta cremosa e colocar as porções de cogumelos Eugenio Lorainev é Head chef no Buffet Nectar Gastronomia. Como cozinha para grupos de pessoas, tem sempre os números na ponta da língua. 40 por cima. Se quiser fazer de um jeito mais despojado, coloque a polenta em dois rechauds e cada convidado faz o seu self-service. Bom apetite! c o i s a T e x t o : n o s s a A m a n d a I v a n o v Bolo de Rolo, o Agrado de Pernambuco A culinária brasileira é rica em influências e heranças dos tempos da colonização do país. No Nordeste, mais precisamente no estado de Pernambuco, o Bolo de Rolo evidencia uma dessas heranças, já que foi introduzido na gastronomia local pelos portugueses. Os pernambucanos contam que a receita é uma variação da receita portuguesa de Bolo Colchão de Noiva, tradicionalmente recheado com damasco. “Quando os europeus chegaram no Recife, mudaram o nome da sobremesa para Bolo de Rolo e, como não tinha damasco no Nordeste, passaram a rechear o doce com goiaba, fruto abundante na região, daí o carro-chefe passou a ser o de goiabada. O resto dos sabores é invenção para atender a todos os gostos”, conta Karla Moraes, empresária da marca Bolo de Rolo. Natural de Recife, veio a São Paulo para fazer os bolos no Sudeste, já que percebeu que muitos turistas gostavam de trazer o souvenir para outros estados. O Bolo de Rolo é totalmente feito à mão, elaborado à base de ovo, manteiga, farinha de trigo e goiabada. A massa é batida e depois espalhada em uma Atualmente, a sobremesa é muito apreciada em vários locais do Brasil, e é possível encontrá-la em várias versões, como de chocolate, doce de leite, morango etc. assadeira que vai ao forno. Após isso, é enrolada Em Pernambuco, uma visita não pode ir embora ainda quente e recheada para não quebrar. antes de provar uma fatia de Bolo de Rolo, o que Semelhante ao rocambole, com camadas finas de transformou o doce em uma maneira de se estreitar pão-de-ló, o doce foi reconhecido como patrimônio laços de amizade. Uma curiosidade: quando esteve cultural e imaterial de Pernambuco, em 2007, no Brasil, o Papa João Paulo II, em visita ao Recife, através da Lei Ordinária nº 379. também foi agraciado com uma fatia do doce. 41 u m p r a t o T e x t o : F á b i o n o t e m p o A n g e l i n i GOD SAVE the dr in k Para o café da manhã, cereal de flocos de milho com leite e passas. Às vezes, frutas frescas e macadâmias. Pontualmente às 13 horas, o almoço, geralmente composto de filé de peixe ou frango grelhados, com vegetais. No chá da tarde, uma exigência: marca Darjeeling. Acompanhado de bolos, bolachinhas doces e um petisco muito tradicional e apreciado, o sanduíche de pepino. Cai a noite. Carne de salmão, linguado ou veado, servidos às 20h. Nem um minuto a mais ou a menos. 42 Rainha Elisabeth II Dubonnet com gin Estamos falando da Rainha Elisabeth II, se é que você já não adivinhou. A monarca do Reino Unido e chefe de Estado de Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Jamaica, Barbados, Bahamas, Granada, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Antígua e Barbuda, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Belize, São Cristóvão e Nevis. Segundo Darren McGrady, que foi o chef da casa real durante 15 anos, Sua Majestade possui hábitos Dubonnet, de uma receita dita secreta, elaborada alimentares relativamente simples para quem a partir das uvas Grenache, Carignan e Moscatel pode ter de tudo. Não é muito chegada a pratos de Alexandria, harmonizadas com laranja, café e complicados, mas ai de quem colocar alho, cebola ou quinquina (planta que possui quinino e é chamada páprica na comida: corre o risco de terminar seus de “casca do peru”). A grosso modo, ele é isso, uma dias na Torre de Londres, pois a rainha de quase 90 mescla de vinho fortificado, ervas e especiarias. anos é, como todos nós, feita de carne e osso e tem lá as suas fraquezas. Uma delas é o chocolate. Outra A exemplo do Dry Martini – clássico eternizado é o Dubonnet com gin, seu drinque predileto. por James Bond –, o Dubonnet vai muito bem com gin e também caiu no gosto dos súditos britânicos, Como a nossa personalidade de hoje parece não ser logo que souberam das inclinações de Elisabeth fanática por nenhum prato em particular, permita- II. Na prática, muitos deles trocam o gin por rum, nos, caro leitor, uma breve licença poética-etílica água tônica ou ginger ale. Nossa rainha, porém, para falarmos deste aperitivo, que a soberana bebe sabe exatamente o que quer: a sua bebida predileta antes do almoço todos os dias. misturada ao gin Gordon’s, mais duas pedras de gelo e uma fatia de limão, sem sementes. Também conhecido como um vermute de cor avermelhada, o Dubonnet tem graduação alcoólica Ao contrário de 007, a representante máxima da entre 14,8 e 19%, e o sabor transitando entre o doce casa de Windsor nunca foi flagrada dirigindo sob os e o amargo. Foi criado em 1846 pelo francês Joseph efeitos do álcool. Quando muito, é vista pilotando sua outra paixão: os cachorrinhos da raça Corgi galês Pembroke. 43 Química Por aí ha Dica nda eiro Instagram Aqui nesta coluna, publicamos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia, com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! * Saca só - Saca Rolha Entrevista Ingredientes saca rolha Dica ARGENTINA Saca só - Saca Rolha São Paulo - Capital Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha Canteiro Saca só - Saca Rolha s a c a - r o l h a BÁRBARO São Paulo Rua Dr. Sodré, 241A, Vila Olímpia (11) 3845-7743 CHE BÁRBARO São Paulo Rua Harmonia, 277, Vila Madalena (11) 2691-7628 ESTAÇÃO LEOPOLDINA SBC Avenida Imperatriz Leopoldina, 420 (11) 2564-7445 011 GASTRONOMIA São Paulo Rua Artur de Azevedo, 613, Pinheiros (11) 3459-4282 CASUAL MIL São Paulo Rua Hungria, 1.000, Jardim Europa (11) 2579-1029 CENA SBC SBC Rua Doutor Fláquer, 571, Centro (11) 4123-2799 TÊTE À TÊTE São Paulo Rua Melo Alves, 216, Jardins (11) 3796-0090 VIA CASTELLI São Paulo Rua Martinico Prado, 341, Higienópolis (11) 3662-2999 CALÀ DEL GRAU São Paulo Rua Joaquim Távora, 1.266, Vila Mariana MARIPILI São Paulo Rua Alexandre Dumas, 1.152, Chácara Sto Antônio PAELLAS PEPE São Paulo Rua Bom Pastor, 1.660, Ipiranga TORERO VALESE São Paulo Rua Horácio Lafer, 638, Itaim Bibi MUSEO VERONICA São Paulo Rua Tuim, 370, Moema CONTEMPORÂNEA Química Entrevista ESPANHOLA (11) 5549-3210 (11) 5181-4422 (11) 3798-7616 (11) 3168-7917 (11) 5051-2654 FRANCESA FREDDY São Paulo Rua Pedroso Alvarenga, 1.170, Itaim Bibi (11) 3167-0977 LIMONN São Paulo Rua Manuel Guedes, 545, Jardim Europa (11) 2533-7710 44 In Participe! Indique um restaurante ou faça seus comentários enviando um e-mail para [email protected] ITALIANA ANTONIETTA São Paulo Rua Mato Grosso, 402, Higienópolis BRÁZ TRATTORIA São Paulo Av. Magalhães de Castro, 12.000, Shop. Cidade Jardim (11) 3198-9435 COSI São Paulo Rua Barão de Tatuí, Santa Cecília (11) 3214-0079 (11) 3826-5088 GRAZIE A DIO! São Paulo Rua Girassol, 67, Vila Madalena (11) 3031-6568 GENOVA São Paulo Rua Lisboa, 346, Pinheiros (11) 3064-3438 LA GRASSA São Paulo Av. Juriti, 32, Moema (11) 3053-9303 NICO São Paulo Rua Costa Aguiar, 1.586, Ipiranga (11) 2068-3000 BOTTEGA PARADISI São Paulo Rua Pirapora, 218, Paraíso (11) 3052-1473 SPADACCINO São Paulo Rua Manuel Guedes, 542, Itaim Bibi (11) 3032-8605 ZEFFIRO São Paulo Rua Frei Caneca, 669, Consolação (11) 3259-0932 Rua Padre Lustosa, 388, Centro (11) 4123-5651 Rua Conselheiro Brotero, 903, Santa Cecília (11) 3664-8313 PORTUGUESA BACALHAU & VINHO VERDE SBC URUGUAIA EL TRANVIA São Paulo VARIADA SACRA ROLHA São Paulo Rua Rio Grande, 304, Vila Mariana (11) 4304-0300 PRAÇA SÃO LOURENÇO São Paulo Rua Casa do Ator, 608, Vila Olímpia (11) 3053-9300 Rodovia Brotas-Patrimônio, Km 15 (14) 99121-8040 São Paulo - Interior e Litoral BRASILEIRA BROTAS ZEN BISTRÔ Brotas CONTEMPORÂNEA CEDRO Sto. Ant. do Pinhal Estrada do Pico Agudo, km 5 (12) 3666-1713 ESPAÇO W Ubatuba Av. Marginal, 2.244, Praia Grande (12) 3835-1374 RONCO DO BUGIO Piedade Estrada PDD, 128, Bairro dos Pires (11) 8259-7788 LION Santos Rua Dr. Tolentino Flgueiras, 16, Gonzaga (13) 3284-1893 Ilhabela Av. Pedro Paula de Morais, 703 (12) 3896-5241 São Roque Estrada do Vinho, km 2,5 (11) 4711-3001 EL TRANVIA Campinas 3º piso do Shopping Iguatemi (19) 3294-1345 EL TRANVIA Sorocaba Ala Sul do Shopping Iguatemi Esplanada (15) 3243- 9221 ITALIANA PASTA DEL CAPITANO PORTUGUESA VILA DON PATO URUGUAIA 45 eceita Canteiro só - Saca Rolha Outros Estados Prato do Famoso CASA COUPÊ Paraty/RJ Praça Monsenhor Hélio Pires, 6, Centro Histórico (24) 3371-6008 DIVINA GULA Maceió/AL Av. Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85 (82) 3235-1016 CONTEMPORÂNEA CATANZARO RISTORANTE Curitiba/PR Av. Sete de Setembro, 4.211, Batel DEL BARBIERE Porto Alegre/RS Rua Jerônimo Coelho, 188, Centro DIVINO Nova Lima/MG Quinta Avenida, 144 - Loja 6, Vale do Sol MARGARIDA CAFÉ Paraty/RJ Praça Macedo Soares, 1.829, Centro Histórico ORIGENS Curitiba/PR Av. Sete de Setembro, 5290, Batel (41) 3351-2222 CARMELA CAFÉ & BISTRÔ Curitiba/PR Rua Conselheiro Araújo, 90, loja 02, Centro (41) 3779-3979 TRIO GASTRONOMIA Brasília/DF CLS 213, Bloco A, Loja 27 - Asa Sul - Brasília - DF (61) 3346-2845 Dica Saca só - Saca Rolha BRASILEIRA (41) 3340-4000 (51) 3019-4202 (31) 3541-4272 (24) 3371-2441 FRUTOS DO MAR Curitiba/PR Rua Lívio Moreira, 215, São Lourenço (41) 3252-9051 ROSSO RESTÔ Florianópolis/SC Rodovia Gilson da Costa Xavier, 201, Centro (48) 3206-7665 Florianópolis/SC Rua Bocaiúva, 2090, Centro ITALIANA ARTUSI RISTORANTE Belo Horizonte/MG Rua Francisco Deslandes, 156, Anchieta DOMENICO Porto Alegre/RS Rua Pe. Chagas, 293/20, Moinhos de Vento PANTUCCI TRATTORIA Curitiba/PR Rua Barão de Guaraúna, 553, Juvevê VILA RICA Belo Horizonte/MG Av. Fleming, 900, Pampulha LA TAMBOUILLE Brasília/DF Química Entrevista DEGLI ANGELI Park Shopping, Espaço Gourmet, SAI/SO, área 6580, CCCV, loja 249 K1, Guará PERUANA Na Cozinha Tem História REI DO CAMARÃO (48) 3037-2228 (31) 3281-7965 (51) 3389-2731 (41) 3205-3883 (31) 3646-9946 (61) 3047-5925 TAYPÁ Brasília/DF QI 17, Comercial, Bloco G - Fashion Park, Lago Sul DON RALF Goiânia/GO Alameda Couto Magalhães, 685, Setor Pedro Ludovico (62) 3255-6185 TOUJOURS BISTROT Brasília/DF CLS, Quadra 405 sul, Bloco D, Lojas 16-18, Asa Sul L’ENTROCOTE DE PARIS Belo Horizonte/MG Rua Marília de Dirceu, 189, Bairro de Lourdes (31) 3327-4959 Curitiba/PRRua Desembargador Costa Carvalho, 151, Batel (41) 3244-2574 (61) 3248-0403 FRANCESA (61) 3242-7067 FRANCO-ITALIANA YOKOHAMA 46 Curitiba/PRAv. Sete de Setembro, 4838, Batel Almanaque JAPONESA Instagram Ingredientes DUO CUISINE (41) 3042-8228 * O NOSSO PROGRAMA SACA-ROLHA POSSIBILITA QUE VOCÊ, ASSOCIADO, LEVE ATÉ 2 GARRAFAS DE VINHO PARA ACOMPANHAR SUA REFEIÇÃO, SEM A COBRANÇA DE ROLHA. a Drinks Agenda Canteiro Saca só - Saca Rolha Saca só - Saca Rolha Notícias Por aí Dica Saca só - Saca Rolha s a c a - r o l h a saca rolha NOVIDADES NO PROGRAMA SACA-ROLHA São Paulo - SP Saca só - Saca Rolha L’Entrecôte de Paris Tipo de culinária: Francesa Belo Horizonte - MG Endereço: Av. Magalhães de Castro, 12.000, 3° andar - Café com Letras Liberdade Telefone: (11) 3198-9465 Tipo de culinária: internacional Shopping Cidade Jardim - SP Horário de funcionamento: segunda a quinta, das 12 Endereço: Praça da Liberdade, 450 - Bairro Funcionários às 15h e das 19 à 0h. Sexta e sábado, das 12 às 0h e (dentro do CCBB-BH) - Belo Horizonte - MG domingo, das 12 às 22h. Telefone: (31) 3267-9929 Capacidade: 84 lugares Horário de funcionamento: quarta a segunda, das 10 às 21h. Site: www.lentrecotedeparis.com.br Capacidade: 120 lugares Instagram: lentrecotedepariscidadejardim Site: www.cafecomletras.com.br Facebook: Lentrecote de Paris - Cidade Jardim Instagram: www.instagram.com/café com letras Wi-fi : Sim Facebook: www.facebook.com.br/cafécomletras Vallet: próprio do Shopping Wi-fi: Sim Vallet: Não Campinas – SP Belo Horizonte - MG Café com Letras Savassi Tipo de culinária: carnes (churrascaria) Endereço: Rua Coronel Quirino, 1.682 – Cambuí – Entrevista Tipo de culinária: internacional Cenário Churrascaria Endereço: Rua Antônio de Albuquerque, 781 - Bairro Campinas - SP Funcionários - Belo Horizonte - MG Telefone: (19) 3252-5333 Telefone: (31) 3225-9973 Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 11h30 Horário de funcionamento: segunda a quinta, das 12 à 0h. às 15h e das 17 à 0h. Sábado, Sexta e sábado, das 12 à 1h. Domingo, das 17 às 23h. das 11h30 à 0h edomingo, das 11h30 às 17h. Capacidade: 120 lugares Capacidade: 200 lugares Site: www.cafecomletras.com.br Site: não Instagram: www.instagram.com/café com letras Instagram: não Facebook: www.facebook.com.br/cafécomletras Facebook: www.facebook.com/cenariochurrascaria Wi-fi: Sim Wi-fi: sim Vallet: Não Vallet: convênio com estacionamento próximo 47 E In Neste espaço colocaremos receitas especiais de restaurantes que participam do nosso Programa Saca-Rolha. s a c a - s ó saca só Seja muito bem-vindo e bom apetite Torta de Limão Resta ura nt e Kap p a & Kan ashiro INGREDIENTES PARA MASSA: MODO DE PREPARO: 200g de bolacha de maisena Bater as gemas na batedeira até ficarem 125g de manteiga homogêneas. No liquidificador, bater o leite condensado e o suco de limão. Com um pouco de MODO DE PREPARO: água morna, dissolver a gelatina e misturar junto Triturar as bolachas e levar ao fogo com a manteiga com os ingredientes no liquidificador. Por último, até criar uma massa. Deixar esfriar e moldar o juntar a gema com os demais ingredientes no fundo com aro. liquidificador e bater até misturar bem. INGREDIENTES PARA RECHEIO: MONTAGEM: 2 latas de leite condensado Depois de colocar o recheio na massa, levar à 5 gemas de ovo geladeira. 200ml de suco de limão Na hora de servir, polvilhe com açúcar e utilize um 10g de gelatina maçarico para caramelizar. 48 DESCUBRA OS GRANDES VINHOS Seleção Grandes Vinhos: uma seleção trimestral que apresenta origens e cortes com valores fora do alcance da seleção mensal. s e l e ç ã o g r a n d e s v i n h o s Explore www.sociedadedamesa.com.br/selecaograndesvinhos 49 e s t o q u e nosso estoque Castelvero Le Stelle 2012 Three French Hens 2014 FRANÇA Magnesia 2013 Kalecik Karasi Itália Uvas: 60% Merlot e 40% Mourvédre (Monastrell) Álcool: 13,5% Turquia Uva: 100% Barbera Álcool: 14,5% Uva: 100% Kalecik Karasi Álcool: 14% R$ 51,15 R$ 67,50 R$ 61,16 Nit Del Foc (Espumante) Partal de Autor 2005 Espanha Uvas: 60% Monastrell, 20% Syrah, 10% Tempranillo, 7% Cabernet Sauvignon e 3% Merlot Álcool: 14,5% Espanha Uvas: 90% Macabeo e 10% Chardonnay Álcool: 13% R$ 61,60 R$ 102,30 Principe del Sole 2013 Itália Uvas: 50% Sangiovese e 50% Merlot Álcool: 13% R$ 63,69 Taste 2014 Chenin Blanc Taste 2013 Shiraz / Cabernet Sauvignon Tetramythos Agiorgitiko 2013 África do Sul África do Sul Grécia Uva: 100% Chenin Blanc Álcool: 12,6% Uvas: 60% Shiraz e 40% Cabernet Sauvignon Álcool: 13,6% Uva: 100% Agiorgitiko Álcool: 13% R$ 57,81 R$ 54,89 R$ 57,90 Vinhos em consignação 50 Se você vai fazer um evento, festa ou jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você. Assim, não sobrará nem faltará. Sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião. Pedido mínimo de 10 garrafas. Faça suas compras por telefone (0800 774 0303) ou site até o último dia do mês, e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. Seleção Mensal Seleção Grandes Vinhos Seleção Especial Seleção Obras Primas Magnesia 2013 Öküzgözü COLOMA ROSADO 2015 COLOMA SELECCIÓN 2014 Turquia ESPANHA ESPANHA Uva: 100% Öküzgözü Álcool: 13,5% Uvas: 100% Pinot Noir Álcool: 12,5% R$ 62,48 R$ 59,80 Uvas: 100% Garnacha Tintorera Álcool: 14,5% R$ 73,80 Château Lalande D’Auvion 2012 FRANÇA Uvas: 50% Merlot e 50% Cabernet Sauvignon Álcool: 13% R$ 145,00 Tetramythos Retsina 2013 Grécia Uva: 100% Roditis Álcool: 12% R$ 54,89 Il Brecciolino 2011 – FRANÇA Uvas: 40% Sangiovese, 40% Merlot e 20% Petit Verdot Álcool: 14,5% R$ 231,00 Lidio Carraro Tannat Grande Vindima 2011 BRASIL Uvas: 100% Tannat Álcool: 16% R$ 204,60 51 além da garrafa SEM FRETE Linha Vacu Vin ADICION AL o até o eu pedid s o a ç a F eba ês e rec m o d ia último d com sua a junto r p m o c sua vinhos* aixa de c a im x pró Conhecida mundialmente após lançar a inédita bomba a vácuo para vinhos, a marca Vacu Vin é presença obrigatória no mundo do vinho e gastronomia. JOGO 12 MARCADORES TAÇAS FESTA TERMÔMETRO DE ENCAIXE SILICONE CORTADOR DE LACRE VACU VIN Preço para associado: Jogo de 2 tampas Preço para associado: Preço para associado: R$ 39,00 Preço para associado: R$ 37,00 R$ 55,00 VACU VIN Bomba a vácuo com 2 tampas. Preço para associado: R$ 21,00 SACA-ROLHA TWISTER PRETO BLISTER Sacar-rolha Modelo Sommelier BICO DOSADOR BICO DOSADOR ABS/TPR p/ vinho para espumante Preço para associado: Preço para associado: Preço para associado: Preço para associado: R$ 60,00 R$ 28,00 R$ 19,00 R$ 51,00 R$ 52,00 52 *Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. Linha Cristal Linha Cristal TAÇA PORTO TAÇA BORDEAUX Par de taças de cristal 228 ml Par de taças de cristal 180 ml Par de taças de cristal 660 ml Preço para associado: Preço para associado: Preço para associado: R$ 52,00 (o par) R$ 63,00 (o par) R$ 50,00 (o par) TAÇA BORGONHA TAÇA DEGUSTAÇÃO DECANTER BOHEMIA Par de taças de cristal 500 ml Par de taças de cristal 255 ml 1500 ml Preço para associado: Preço para associado: Preço para associado: R$ 50,00 (o par) R$ 58,00 (o par) R$ 65,00 Linha bolsas TAÇA DE ESPUMANTE Faça suas compras por telefone ou site até o último dia do mês e receba juntamente com sua próxima caixa Bolsa “SEIS” Bolsa “TRÊS” De lona, modelo engradado, para até 6 garrafas. De lona, com detalhes em couro, para até 3 garrafas. Preço para associado: Preço para associado: R$ 84,00 R$ 120,00 de vinhos. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br sociedade da mesa c l u b e d e v i n h o s 53 m o m e n t o s Bons vinhos, bons pratos e boas companhias proporcionam momentos especiais, que chamamos de Momentos Sociedade da Mesa. Compartilhe conosco. Seu momento pode ser selecionado e aparecer nesta coluna. meu momento sociedade da mesa @carolvilelab: Foto: Alexandre M. Abrão #sociedadedamesa #meumomentosociedadedamesa 54 @abylioneto: Camarão com bifum frito by #ritalobo #meumomentosociedadedamesa @alinecarrerette: Taste 2014 Chenin Blanc - África do Sul enquanto o peixe não fica pronto... #meumomentosociedadedamesa #sociedadedamesa @d_marun: No calor daqui, esse aí geladinho é perfeito! #meumomentosociedadedamesa @italogranato: #shirazpetite #2013 #australia #meumomentosociedadedamesa @lehphyro: #meumomentosociedadedamesa #sociedadedamesa @rilauri: O frio é o melhor tempero. #meumomentosociedadedamesa #sociedadedamesa @sobrevinhoseafins: Nerìo Riserva, vinho superlativo da desconhecida DOC Nardò, localizada na Puglia. Show de vinho da @sociedadedamesa! #meumomentosociedadedamesa @williammenezes_jussararicci: #meumomentosociedadedamesa @simone.nogueiramarini: Espanhol com os gatos à la Gaudhi #meumomentosociedadedamesa #sociedadedamesa Compartilhe seu Momento Sociedade da Mesa Conosco. Poste no Instagram suas fotos que traduzem melhor este momento com a #meumomentosociedadedamesa e marque nosso perfil #sociedadedamesa. As fotos escolhidas por nossa equipe serão publicadas aqui na revista. 55 Sociedade da mesa apresenta: Promoção U m e A u m q i igo d n I Nossa, que taça linda, onde você comprou? Não comprei, eu ganhei da Sociedade da Mesa quando indiquei a Renata para o clube! E ela ganhou também. Sabe aquela promoção “Indique um amigo”? Não, como funciona? Vale o ano inteiro, eles dizem que não é promoção, é regra do clube! Você indica um amigo e se ele se associar ao clube, você ganha um par de taças de cristal e ele também. É super simples. Ah é? Vou dar uma olhada no site. Tenho vários amigos que gostam de vinho. Eles vão gostar do clube e eu das taças! 56 Nossa, como você é moderninho! Eu indiquei pelo telefone mesmo... Ainda não me rendi ao mundo digital! fim Como indicar: Acesse www.sociedadedamesa.com.br/indique ou Seu amigo pode se cadastrar diretamente: www.sociedadedamesa.com.br/amigo Basta que ele preencha o campo “Quem me indicou foi” com seu nome completo! ou Ligue para nós no 0800 774 0303 ou Envie um e-mail com nome, telefone ou e-mail do seu amigo para [email protected] e Nós entraremos em contato com ele. Promoção válida para amigos indicados que se associarem ao clube. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br Siga a Sociedade da Mesa nas redes sociais: Facebook sociedadedamesa I nstagram @sociedadedamesa B l og do Dar io tudoconformeeumesmo.com R e vist a Socie dade da Me sa revista.sociedadedamesa.com.br 57 maio Nunca selecionamos um vinho de Cafayate. Isso se explica por serem pouquíssimas as bodegas que produzem lá, e os vinhos só caberiam, por seu preço, na seleção Obras-Primas, que é relativamente recente. Por outro lado, este vinho é produzido por Alejandro Sejanovich, considerado o melhor enólogo argentino da atualidade, e recebeu 93 pontos Parker. próxima seleção obras-primas q u e selecionei p o r p o r D a r i o T a i b o Mais uma vez apresentamos um grande, um soberbo vinho Estancia Los Cardones Tigerstone Malbec 2012 CAFAYaTE | SALTA | ARGENTINA elaborado com maestria, um supervinho da Argentina. Um Malbec único, mas principalmente, um delicioso vinho de Salta. Fresco como poucos por estas latitudes, sua principal virtude é a forma como mantém a fruta plena em condições tão extremas. Acontece que este vinho procede de uma propriedade situada País: Argentina a 1.700m de altura, sobre a ladeira leste do Valle de Calchaquis. Região: Salta Trata-se de uma finca isolada, na frente de Tolombon, a uns Indicação Geográfica: Cafayate 15 quilômetros ao sul de Cafayate. Nesse fato, encontramos as Uvas: 100% Malbec particularidades da propriedade, já que a viticultura na região de Crianza: 12 meses de crianza em barricas de carvalho Salta desenvolve-se sobre as ladeiras no oeste do vale, e é lá que francês (15% de barricas novas) chega a água de degelo da montanha. Esta é a única propriedade Álcool: 14% vol. sobre a ladeira, e isso, em uma região como Salta, é mais uma Produtor: Anko virada nessa viticultura épica, quase dramática, onde as uvas sobrevivem a condições extremas de altitude e radiação solar e, a cada ano, esforçam-se para sobreviver, oferecendo-nos seus Valor para associado: R$ 249,00 Valor aproximado de mercado: R$ 374,00 frutos como expressão desta sobrevivência a tais condições. Uma viticultura dramática que busca vinhos excepcionais como este Estancia Los Cardones Tigerstone Malbec 2012, procedente de um escasso rendimento, de menos de um quilo por planta. Mas o épico deste vinho encontra-se não somente nas uvas de onde procede. A uva é vindimada manualmente, e é microvinificada em pequenos depósitos plásticos (bines) de apenas 700 quilos de capacidade, onde toda a elaboração é feita de forma manual, na ausência de bombas, e com remontagem também manual. Seu nome original - Tigerstone - procede da aparição de pedras singulares no solo do vinhedo, que tem marcas que lembram as garras de um felino. Seu enólogo, o prestigioso Alejandro Sejanovich, trabalhou estes vinhedos difíceis, para produzir 3.500 garrafas elaboradas da verdadeira essência da uva. O vinho já foi reconhecido pelos principais críticos internacionais, e recebeu recentemente nesta vindima, Lembre-se de nos comunicar quaisquer alterações no envio do mês de maio, tais como alteração de quantidades, pedidos adicionais ou suspensão até o último dia deste mês de abril. Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. 93 pontos de Robert Parker. Estão dispostos a desfrutar de um Malbec único? Aqui temos o Estancia Los Cardones Tigerstone Malbec 2012, um vinho que representa o verdadeiro caráter dos vinhos do norte de Argentina. 58 maio Selecionei este vinho por estar delicioso e trazer um elemento de grande novidade. É um californiano 100% Carignane. próxima seleção mensal q u e selecionei p o r p o r D a r i o T a i b o A Califórnia, por razões objetivas, é um dos principais eixos West Lane Winery 2012 Carignane | Califórnia | E.U.A. da indústria mundial de vinhos. Terra surpreendente pela diversidade de vinhos que estão ainda por ser descobertos, dinâmica como poucas, e capaz de se reinventar enologicamente País: E.U.A. a cada geração. Para alguns, isso significa falta de identidade, Região: Califórnia mas para mim é simplesmente a procura de melhorias e de Indicação Geográfica: Califórnia Uvas: 100% Carignane Crianza: 36 meses em barricas de carvalho francês Álcool: 14,5% vol. Produtor: West Lane Winery singularidade. Portanto, neste mês propomos desfrutar o West Lane Winery 2012 Carignane, feito com uma variedade pouco conhecida pelos consumidores de vinhos californianos: a Carignane, também conhecida como Carinhena ou Mazuelo. Suas duas mil bodegas são visitadas todos os anos por turistas que desejam passar férias perto dos vinhedos. Muitos, inclusive, ficam hospedados nas próprias bodegas, onde acontecem catas de vinhos, comidas gourmet, festivais de vinhos e muitas outras opções de entretenimento. Tudo isso converte o Estado Dourado Valor para associado: 59,00 em um destino idôneo para o enoturismo. A bodega que nós selecionamos neste mês, West Lane Winery, está situada em Morgan Hill, Califórnia, estrategicamente entre Valor aproximado de mercado: R$ 80,00 Lodi e Monterey, duas das denominações mais em voga da Califórnia, graças aos velhos vinhedos de Zinfandel e Carignane. A terceira geração da família Guglielmo elabora aqui seus vinhos, procedentes dos velhos vinhedos de Lodi e Monterey. Uma construção antiga alberga a bodega, onde o enólogo Philip Zorn dispõe de equipamentos modernos e condições excelentes para a crianza de seus vinhos. West Lane Winery pertence ao grupo de bodegas Anders-Lane Artisan Wines, e é nesta bodega que o grupo elabora seus vinhos mais importantes, procedentes de velhos vinhedos da variedade Carignane. O vinho que apresentamos neste mês - West Lane Winery 2012 Carignane - procede de alguns dos vinhedos mais antigos de Lodi, que tem sido uma região vitivinícola em destaque há mais de 150 anos. Mas recentemente, graças aos vinhedos de Lembre-se de nos comunicar quaisquer alterações no envio do mês de maio, tais como alteração de quantidades, pedidos adicionais ou suspensão até o último dia deste mês de abril. Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. Carignane e Zinfandel, está convertendo-se em uma referência da Califórnia. Além disso, já pudemos apreciar alguns vinhos de Zinfandel procedentes de Lodi, que foram sucesso entre nossos associados. Agora, aproveitem esta seleção e desfrutem de um vinho elaborado com uma uva pouco habitual nos monovarietais californianos. 59 Uma beleza natural de Campos do Jordão. 60