- Centro Tecnológico do Exército
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CTEx Notícias Informativo do Centro Tecnológico do Exército RIO DE JANEIRO RJ ANO II N° 4 13 de junho de 2007 EDITORIAL O cumprimento da missão de pesquisar e desenvolver Materiais de Emprego Militar de interesse do Exército requer a compreensão de que, além dos procedimentos resultantes de uma elevada formação nos assuntos de Engenharia, há a imperiosa necessidade de conscientização relativa às seguintes assertivas gerenciais: ♦ as pessoas são o fator essencial do êxito ⎯ por essa razão, é necessário que lhes sejam propiciados ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ conhecimento, experiência, habilitação específica e estímulo para a criatividade; a definição clara e precisa do objeto da pesquisa e desenvolvimento alicerça a eficácia do planejamento ⎯ em conseqüência, o objeto deve ser estabelecido de tal sorte a transmitir a conformação do material a ser produzido e a caracterizar o princípio, meio e fim do empreendimento; as soluções devem ser úteis, efetivas e oportunas ⎯ como corolário, impõe-se caracterizar o que é possível, o que é desejável e o que seria ideal se recursos existissem; e também levantar a melhor solução para o momento devido, condicionada aos meios disponíveis; a duração de um empreendimento é relevante, dado que o descumprimento de prazo onera o orçamento, prejudica a reputação e a confiabilidade da equipe ⎯ por conseguinte, é imperioso realizar a previsão das possibilidades de atraso do cronograma de execução e planejar as alternativas requeridas; a análise de risco condiciona a possibilidade de sucesso, sendo seguro asseverar que, para a redução dos riscos, deve-se buscar alternativas que tenham maior efetividade; o estudo de viabilidade deve apoiar-se no balanceamento entre desempenho, tempo e custo, de tal forma que não se transija com as necessidades adicionais de recursos, a menos que circunstâncias excepcionais e imprevisíveis ocorram; o projeto deve evoluir de forma incremental e estruturada, daí resultando soluções simples e fáceis, com arquitetura aberta e do tipo “conecte e execute”, com a possibilidade de utilização das melhores práticas associadas à inovação; as experiências do passado e as contribuições de terceiros não podem ser desprezadas ⎯ assim, mister se faz estudá-las, avaliar parcerias e adotar abordagens inibidoras de incertezas e estimuladores do êxito; o estado-da-arte não pode ser ignorado e deve ser utilizado como referencial para moldar soluções que satisfaçam aos interesses brasileiros, de conformidade com a conjuntura vigente. A observância dos princípios ora delineados e a prática das ações resultantes certamente permitem que os Engenheiros Militares do CTEx possam obter equipamentos bélicos melhores, com mais rapidez, menor custo e maior efetividade, bem como ampliar a contribuição para o incremento da operacionalidade da Força Terrestre. CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 2 FAPEB Maj QEM Marcelo da Silva Roseira Em 2006, foi instituída a Fundação de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – Exército Brasileiro (FAPEB), com sede em dependências do CTEx. Essa Fundação tem o objetivo de estimular e apoiar a pesquisa, a inovação, o desenvolvimento científico-tecnológico de interesse do Exército, por meio da gestão e acompanhamento de projetos e a realização de parcerias com entidades públicas ou privadas. O órgão máximo da Fundação é o Conselho de Curadores que é integrado por seu Presidente e pelos Chefes do CTEx e do CAEx. O Presidente da FAPEB é o Gen Div R/1 Dilson Corrêa de Sá e Benevides. Ademais, o superintendente ⎯ que tem a atribuição de cumprir as determinações da Presidência da Fundação ⎯ é o Gen Div R/1 Luis Augusto Cavalcante Moniz de Aragão. Os seguintes projetos do CTEx se encontram em fase de execução com a interveniência da FAPEB: Projeto de Radares de Defesa Antiaérea (Radares SABER X60, M60 e M200), Projeto de Tecnologia Termal e a Implantação do Núcleo Regional de Competência para o Desenvolvimento de Tecnologia de Carbono. TECNOLOGIA DE VISÃO TERMAL Maj QEM Omar Barbosa Campos Em dezembro de 2006, o CTEx, a FINEP1 e a FAPEB celebraram convênio para o desenvolvimento de dispositivos de visão termal. Em fevereiro de 2007, a primeira parcela de recursos financeiros foi provisionada, permitindo o início imediato da pesquisa. O projeto se fundamenta fortemente na matricialidade, envolvendo, por conseguinte, outras Organizações Militares, Universidades e empresas da iniciativa privada. O objetivo do projeto inclui o desenvolvimento de famílias de dispositivos de visão termal voltados para atender as necessidades operacionais do Exército, aí incluídos monóculos, binóculos, lunetas e câmeras portáteis. Esses equipamentos possuem aplicação dual, podendo ser empregados em observação, diagnóstico e detecção de falhas em área médica, em indústria e em segurança. A visão termal dá uma elevada vantagem ao usuário em combate, pois permite a observação de alvos em ambientes de completa escuridão e/ou camuflagem, bem como sob chuva, neblina, poeira ou fumaça. Seu princípio de funcionamento se baseia na captação de radiações infravermelhas que o olho humano não consegue captar. Assim, diferenças de temperatura são percebidas, tais como o calor do corpo humano ou de motores. _____________________ 1 - FINEP⎯ Financiadora de Estudos e Projetos CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 3 DESENVOLVIMENTO DE BIODIESEL Engenheiro Evandro Maya Caldeira Em dezembro de 2006, foi celebrado convênio com a participação da ELETROBRÁS, FRF1, CTEx, IME e UFPA2, com o objetivo de realizar estudos para a geração de energia elétrica a partir de biocombustíveis, para benefício da Amazônia. O CTEx será responsável pela avaliação do desempenho e funcionamento de motores diesel, usando como combustível o biodiesel puro derivado do dendê (B100) e as misturas com o óleo diesel mineral nas proporções de 5% e 20% de biodiesel (B5 e B20). Esse projeto está alinhado com as diretrizes do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), do Governo Federal, que busca o desenvolvimento sustentável das regiões rurais com enfoque na inclusão social. ________________________ 1 - FRF ⎯ Fundação Ricardo Franco 2 - UFPA ⎯ Universidade Federal do Pará SIMULADOR DE TIRO DE PISTOLA Cap QEM Trajano Alencar de Araújo Costa O CTEx concluiu a primeira etapa de um sistema simulador de tiro de pistola 9 mm, que permite a realização do disparo virtual em distâncias de 5 a 25 metros. O sistema é constituído de um computador, um programa computacional controlador da detecção do raio laser e geração do cenário, um dispositivo emissor de raio laser infravermelho e uma pistola a que foi acrescentada uma interface de controle do raio laser. A simulação é realizada em sala de instrução. Na consecução do treinamento, o atirador escolhe a distância para o tiro e o alvo é posicionado convenientemente na tela. Ao acionamento do gatilho, o programa simula o impacto no alvo por meio de um raio laser invisível e simultaneamente produz o ruído do disparo. Após a série de tiro, o alvo pode ser aproximado do atirador para a conferência do resultado. Há a expectativa de que a versão produzida nessa primeira etapa possa ampliar o desempenho dos militares na instrução de tiro, mercê da utilização de uma ferramenta de treinamento segura e econômica, dado que não requer munição real e dispensa o deslocamento dos instruendos para o estande de tiro. Duas outras etapas estão previstas no prosseguimento do projeto: a inclusão de recuo na pistola e a possibilidade de simulação em cenários dinâmicos e reativos. Ademais, esse sistema pioneiro é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma família de dispositivos, que deve incluir simuladores de tiro de fuzil, de morteiro, de obuseiro e de míssil. CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 4 SEMINÁRIO DE REOLOGIA E ANÁLISE TÉRMICA 1º Ten QEM Carolina Possato Braga. Em 28 de novembro de 2006, foi realizado no CTEx o Seminário de Reologia e Análise Térmica com a participação do Dr. Abel Gaspar-Rosas, Ph.D. em Ciências dos Materiais e Reologia. A reologia1 e a análise térmica2 são técnicas de análise empregadas em pesquisas do CTEx para a caracterização de materiais carbonosos, como os piches utilizados na fabricação de fibras de carbono. O Dr. Gaspar-Rosas ministrou a palestra intitulada A Sinergia entre Reologia e Caracterização Térmica de Materiais, na qual abordou diversas aplicações das duas técnicas, com ênfase para a comparação dos resultados atinentes ao comportamento do material ensaiado. Além dos integrantes do CTEx, participaram do seminário convidados de universidades e empresas, incluindo pesquisadores do CENPES/PETROBRAS, da Rio Polímeros, da Petroflex, do Inmetro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ________________________ 1 - Reologia ⎯ estudo do escoamento dos materiais. 2 - Análise térmica ⎯ estudo do comportamento dos materiais quando submetidos a variações de temperatura. DESENVOLVIMENTO DO RADAR SABER M60 TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge O radar SABER M60 teve sua construção concluída em março de 2007. A partir do mês subseqüente, o equipamento estará sendo submetido às avaliações técnica e operacional pelo CAEx, para verificar sua conformidade aos requisitos estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército. Outro exemplar, numa configuração experimental, o radar SABER X60, já havia sido concluído em outubro de 2006. A entrega do primeiro exemplar do radar SABER M60 ocorre apenas um ano após o início do projeto e marca o fim da fase de pesquisa e desenvolvimento do projeto M.01.00 - Sensor Radar de Defesa Antiaérea de Baixa Altura, financiada com recursos da FINEP. Dessa forma, a Engenharia Militar dá um importante salto na pertinaz luta para a ampliação da operacionalidade da Força Terrestre. CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 5 RADAR SABER M60 versus CONCORRENTES TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge A pesquisa e desenvolvimento do radar SABER M60, destinado ao emprego no Sistema de Defesa Antiaérea, tem comprovado a excelência da parceria entre o Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, Universidade federal e empresa da iniciativa privada. Nesse sentido, obteve-se, em curto prazo, com inequívoco sucesso, os dois primeiros exemplares de uma seqüência de seis radares a serem produzidos ⎯ um radar experimental e cinco operacionais. À guisa de auditagem do trabalho desenvolvido até o presente, é conveniente comparar as características do radar militar brasileiro com seus similares encontrados no mercado internacional. A Tabela 1 apresenta os dados da comparação. Pode-se constatar que o radar especificado, projetado e desenvolvido sob a gerência do CTEx apresenta plenas condições de competitividades com seus similares estrangeiros. Tabela 1. Comparação do radar SABER M60 com similares estrangeiros RADAR Origem Fabricante Dados dos alvos Guarnição Alcance com IAI1 Alt Max de detecção Vel. mínima de detecção de alvos AF2 / AR3 NG-40 ELTA Israel Elta Systems Ltd 3D 3 militares 60 km 6.600 m alcance 30 m azimute 0,7º altura 3D HARD Suécia Ericsonn 3D 4 militares 20 km 9.500 m AF >= 30 km/h AF >= 72 km/h AF >= 50,4 km/h AR – vôo pairado AR – vôo pairado AR – 18 km/h Resolução em alcance 75 m Acuidade PSTAR Estados Unidos Lockheed Martin 2D 3 militares 30 km 3.300 m 2,0 º Acompanhamento e Até 60 alvos designação dos alvos Peso máximo 210 kg com IAI Dist. máxima de 500 m operação remota SABER M60 Brasil CTEx/Orbisat 3D 3 militares 75 km 5.000 m AF >= 32 km/h AR – vôo pairado 1500 m 150 m 75 m 200 m 2º 50 m 0,5 º 50 m 1º Não mede 1,0 º 2º Até 40 alvos Até 20 alvos Até 40 alvos 245 kg 555 kg (mais a viatura) 200 kg 100 m 100 m 100 m 1 - IAI – Identificação Amigo ou Inimigo — Identification Friend or Foe (IFF) 2 - AF – Aeronave de asas fixas 3 - AR – Aeronave de asas rotativas CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 6 ASSENTO BLINDADO PARA HELICÓPTERO Maj QEM Pedro Augusto S.L. Cosentino Foi projetado por engenheiros do CTEx um assento blindado para a aeronave Esquilo HA-1, em uso pela Aviação do Exército. O assento foi fabricado pela empresa nacional GRUPO AEROMOT. Atualmente, esse componente encontra-se em fase de homologação pelo IFI/CTA1. A blindagem é fabricada em polietileno de peso molecular ultra-alto — material que apresenta elevada possibilidade de oferecer proteção balística, com a grande vantagem de possuir densidade menor que outros usados em blindagem. Esse polietileno possui pois maior efetividade em blindagem e menor peso. Além disso, foi acrescida ao novo assento a funcionalidade de regulagem de altura, permitindo maior grau de conforto e operacionalidade para a tripulação. ________________________ 1 - IFI/CTA — Instituto de Fomento e Coordenação Industrial do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial NÚCLEO DE COMPETÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA DE CARBONO Cap QEM Alexandre Taschetto de Castro Em agosto de 2006, foi assinado um Termo de Cooperação entre o CTEx, a FAPEB e a PETROBRAS, visando à implantação do Núcleo de Competência para o Desenvolvimento de Tecnologia de Carbono neste Centro Tecnológico. O Termo de Cooperação dá prosseguimento às ações relacionadas com os êxitos na obtenção, em laboratórios do CTEx, de fibra de carbono, a partir de resíduos aromáticos do petróleo. Esse instrumento prevê o aporte, pela PETROBRAS, de recursos destinados à ampliação de infra-estrutura, aquisição de equipamentos e custeio de atividades de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de piches de petróleo, fibras de carbono, grafites especiais e nanomateriais de carbono. A primeira parcela de recursos para a construção de edificações no CTEx foi liberada no final de 2006, os projetos de obras civis já foram iniciados e as obras deverão ser contratadas no primeiro semestre de 2007, devendo o Núcleo de Competência estar implantado em dezembro de 2008. CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 7 ADEQUAÇÃO OPERACIONAL DA VIATURA URUTU NO HAITI Cap QEM Gustavo de Queiroz Chaves No início de dezembro de 2006, foram instalados Proteções Balística para o Motorista (PBM) e Proteções Balística para o Atirador (PBA) em viaturas Urutu utilizadas pelo Exército no Haiti. Dezoito viaturas receberam PBM e oito viaturas receberam PBA, com possibilidade de proteção contra munição 5,56 mm e 7,62 mm. Dessa forma, houve um expressivo aumento da segurança das tripulações que atuam nas operações de Garantia da Lei e da Ordem naquele País. O projeto, a fabricação e a instalação dos sistemas protetores envolveram integrantes do CTEx, do AGSP e da empresa CENTIGON do Brasil, sob a orientação e supervisão de militar do COTER. DESTAQUE INTERNACIONAL Maj QEM Paulo Fernando Pinto Malízia Alves O Cap QEM Maurício Moutinho Silva concluiu, em 2006, o curso de mestrado em engenharia e ciências forenses no Royal Military College of Science, em Shrivenham, Inglaterra. Essa escola é subordinada ao Ministério da Defesa do Reino Unido e oferece cursos de mestrado e doutorado para oficiais das Forças Armadas Britânicas e de Nações amigas. Durante o curso, foram estudadas matérias atinentes a perícias técnicas envolvendo Materiais de Emprego Militar (MEM) e Produtos Controlados pelo Exército (PCE). O Cap Moutinho classificou-se em 1º lugar, numa turma de 22 alunos oriundos do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Grécia, Líbano, Camarões e Brasil. Por essa razão, foi agraciado com os prêmios LGC Forensic Prize e Centre for Materials Science and Engineering Prize. Cap Moutinho, por ocasião da realização de testes no laboratório balístico do Royal Military College of Science. O resultado alcançado pelo Cap Moutinho atestou a excelência do ensino militar no âmbito da Força Terrestre e contribuiu para a projeção internacional do Exército Brasileiro. CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 8 VIATURA GAUCHO Cap QEM Marcio dos Santos Gomes Em janeiro de 2007, foi recebido, em Paso de los Libres/ Uruguaiana , o primeiro protótipo da Viatura Leve de Emprego Geral Aerotransportável (VLEGA) Gaucho, que se encontrava em processo de avaliação no território argentino. A viatura Gaucho foi desenvolvida em conjunto pelo CTEx e pela Dirección de Investigacción Desarrollo y Producción (DIDEP) do Exército Argentino. A primeira fase da montagem do protótipo foi concretizada naquele País, em 2005. A conclusão da montagem foi realizada no Brasil. Depois dos primeiros testes de Engenharia, no início de 2006, a viatura retornou a Buenos Aires para início da avaliação. Após percorrer cerca de 13.000 km em diversos terrenos, climas e condições operacionais, sob a gestão da DIDEP, a viatura está retornando ao Brasil para a conclusão da avaliação, de acordo com as normas e procedimentos do Exército Brasileiro. Participaram do recebimento militares do CTEx e do CIEM/1º DSup, apoiados por integrantes da 2ª Bda C Mec (Brigada Charrua). VIATURA BLINDADA PARA SEGURANÇA PÚBLICA Maj QEM Paulo Roberto Rocha Aguiar Em 2004, por iniciativa da SECTI/RJ1, o CTEx iniciou contatos com representantes da SSP/RJ2, visando identificar formas de cooperação para o desenvolvimento de uma viatura blindada que atendesse às necessidades das forças estaduais de segurança do Rio de Janeiro. Em dezembro de 2006, a FAPERJ3 aprovou a concessão de recursos para o projeto conceitual de uma viatura blindada destinada à Polícia Militar. Esse projeto concorrerá para a ampliação da capacidade dos engenheiros militares do CTEx no apoio à obtenção de viaturas blindadas para a Força Terrestre. A fase inicial prevista no projeto consiste no levantamento das necessidades para uma viatura blindada. Nas fases subseqüentes, serão confeccionados os Requisitos Operacionais e Técnicos, selecionados os chassis nacionais que atendam à capacidade de carga estimada, avaliados os arranjos físicos para o interior da viatura, levantadas as potenciais blindadoras nacionais que tenham capacidade para todo o encarroçamento da viatura e estudadas as viabilidades técnica e econômica para a execução do projeto. ________________________ [1] SECTI/RJ — Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro [2] SSP/RJ — Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro [3] FAPERJ — Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 9 VIATURA CHIVUNK - PESO versus PREÇO Cap QEM Luiz Henrique Inacio de Souza A Viatura Leve de Emprego Geral Aerotransportável (VLEGA) CHIVUNK foi concebida para atender às Unidades e Subunidades da Brigada de Infantaria Pára-quedista nas ações de ressuprimento, transporte de material, evacuação de feridos e lançamento de fios. Em razão desse emprego específico, a alta mobilidade operacional torna-se um fator prioritário. Em conseqüência, a viatura deve ser aerotransportável por aeronave de asa fixa ou como carga externa de helicóptero. CHIVUNK Dentro da classe da VLEGA destacam-se, no mercado internacional, as viaturas Flyer (EUA) e Spider (Cingapura). Suas características mais relevantes são a alta mobilidade e o baixo peso — obtidos pelo uso de ligas metálicas especiais e de componentes automotivos exclusivos. Em contrapartida, resultam as desvantagens do elevado custo e da dificuldade de apoio logístico. O projeto da VLEGA CHIVUNK utilizou como premissa a redução dos custos de obtenção e a facilidade de apoio logístico. Por essa razão, foram empregados componentes padronizados de viaturas nacionais em detrimento de componentes importados ou especialmente projetados e fabricados sob encomenda. FLYER ITV Embora as soluções tecnológicas adotadas tenham aumentado o peso da viatura, os requisitos de desempenho, mobilidade, rusticidade e operacionalidade têm sido satisfatórios, conforme mostram os resultados apresentados nos testes de engenharia realizados com o primeiro protótipo. WOLF AGF-LIV A tabela apresenta uma comparação elucidativa, onde, adicionalmente, incluiu-se Viaturas Táticas Leves (VTL), uma vez que há estudos em curso para verificar a viabilidade de acréscimo de blindagem à viatura Chivunk. Tabela Comparativa entre viaturas similares Classe Viatura Peso (Kg) Potência (CV) Flyer ITV (EUA) 1.450 116 1.600 132 Spider LSV Viatura Leve de (Cingapura) Emprego Geral Aerotransportável (VLEGA) Chivunk (Brasil) Viatura Tática Leve (VTL) 2.300 132 Wolf AGF – LIV (Alemanha) 3.300 156 Defender 130 Blindada (Inglaterra) 3.600 115 Características Custo Estimado - Missões de ressuprimento, transporte de material, evacuação de feridos e lançamento de fios - Componentes especiais (projetados ou importados) R$ 380.000,00 - Reparo para Mtr, munição e ALAC - Aerotransportável em C-130 (empilhamento) - Missões de ressuprimento, transporte de material, evacuação de feridos e lançamento de fios - Componentes padronizados nacionais R$ 180.000,00 - Reparo para Mtr, munição e ALAC - Aerotransportável em C-130 (empilhamento) - Missões de ataque, aquisição de alvos, reconhecimento e ambulância - Chassi civil com carroceria militarizada - Blindagem adicional contra 7,62mm R$ 430.000,00 - Reparo para Mtr, munição, ALAC - Aerotransportável em aeronaves maiores que o C130 CTEx Notícias No 4, quarta-feira, 13 Jun 2007 Página 10 REPARO DE METRALHADORA AUTOMATIZADO Cap QEM Marcello Menezes Eifler Em dezembro de 2006, foi iniciada a pesquisa, o desenvolvimento e a produção do protótipo do Reparo de Metralhadora Automatizado X (REMAX). Trata-se do primeiro projeto conduzido pelo CTEx na área de armamento e munição a empregar a tecnologia de plataformas servo-estabilizadas em sistemas de armas. O REMAX será empregado em viaturas blindadas como URUTU e M113, em outras viaturas blindadas encontradas no mercado internacional ou em desenvolvimento no Brasil e ainda em embarcações fluviais. Concepção artística do Sistema de Emprego do REMAX O REMAX suportará uma metralhadora calibre 7,62 mm ou .50”, com as funcionalidades disponíveis nos mais modernos reparos para utilização em viaturas blindadas. As tecnologias envolvidas no projeto do REMAX permitirão a instalação de um Lançador Automático de Granadas 40 mm (LAG). A produção do protótipo do REMAX será iniciada no corrente ano, com conclusão prevista para 2008. As avaliações técnica e operacional deverão ocorrer em 2009. “... Não deve vacilar então e, sim, lançar-se sempre para o futuro, pelas abertas de sua época.” Mal Humberto de Alencar Castello Branco EXPEDIENTE Aqui se delineia o Exército do futuro! CTEx Notícias ·■ Informativo do Centro Tecnológico do Exército Ano II ·■ N° 4 ·■ JUNHO 2007 Chefe do CTEx Gen Bda Aléssio Ribeiro Souto Subchefe do CTEx Cel Antônio César Castro de Sordi Supervisão: Cel Germano Klaus Wolff Filho ■ Edição: Maj Renato Massayuki Okamoto ■ Distribuição: Assessoria de Comunicação Social do CTEx ■ Endereço: Avenida das Américas, 28705 – Guaratiba – Rio de Janeiro – RJ – CEP 23020-470 ■ Tel.: (21)2410 6200 ■ Fax.: (21) 2410 1374 ■ E-mail: [email protected] ■ Página na Internet: http://www.ctex.eb.br ■ Periodicidade: trimestral ■ Tiragem: 1.500 exemplares
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