Previsão do fMi para 2012
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Previsão do fMi para 2012
NÚMERO DA SEMANA 10 mil milhões Previsão da população mundial em 2100 Cerveja de mandioca A Cervejas de Moçambique, única produtora da bebida no país, vai lançar cerveja à base de mandioca, após a aprovação pelo parlamento de uma “taxa preferencial” de 10% sobre o consumo daquele produto, anunciou a companhia. A Assembleia da República de Moçambique aprovou na quarta-feira uma revisão do Código do Imposto sobre Consumos Específicos, que fixa em apenas 10 % o imposto sobre a cerveja produzida a partir da mandioca. Previsão do FMI para 2012 Crescimento perto dos 11% Concessão de Mercados O vice-ministro do Comércio, Archer Mangueira, anunciou ontem, em Luanda, que brevemente os mercados da capital do país vão funcionar com contratos de concessão de licença de exploração. A novidade foi apresentado no final de um encontro com os administradores dos mercados da província de Luanda e dos directores das actividades económicas e dos serviços comunitários. Produção Petrolífera 396 milhões de barris de petróleo foram produzidos em Angola, de Janeiro a Agosto do ano em curso, informou, em Luanda, o vice-ministro dos Petróleos, Aníbal Silva. Aníbal Silva avançou essa informação durante a abertura da Conferência Internacional sobre “Energia em Angola”, promovida pelo Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (UCAN). >>P.00 Cervejas Guerra declarada entre nacionais e importadas >>P. 06 Aeroporto Um “hub” com muitas interrogações Conjuntura Agricultura Negócios Contrasenso da produção Trabalhar a terra mesmo sem salários O trabalho afinal recompensa Escoamento >>P. 05 Mecanagro >>P.08 Micro-crédito >P.09 >>P. 04 02 28 Outubro 2011 Análise PIB Boas perspectivas mas o contexto não ajuda As estimativas de crescimento para 2011 continuam a sugerir um desempenho forte da economia angolana, segundo o relatório de Setembro do Banco Português de Investimento (BPI), um dos principais accionistas do BFA. O Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório semestral sobre a economia mundial publicado recentemente, antecipa um crescimento de 3.7% para 2011 e uma aceleração para 10.8% em 2012. Saliente-se que esta expansão provém decisivamente do comportamento dos sectores não-petrolíferos, os quais deverão registar acréscimos reais globais de 9.2% e 10.4%, respectivamente, em 2011 e 2012. Mas nos últimos meses o FMI tem apresentado uma visão mais sóbria do andamento da economia angolana, destacando os riscos associados à queda da produção petrolífera face aos valores projectados (de cerca de 1.786 milhões de barris/dia para valores na vizinhança de 1.70 mbd). Acresce que a economia não é indi- ferente à turbulência observada nos mercados internacionais e aos efeitos que poderão resultar de uma “tempestade perfeita” na economia mundial: nos EUA, acumulamse os sinais de arrefecimento da economia, manifestas dificuldades no processo de tomada de decisões políticas; na Europa, os efeitos da crise da dívida soberana periférica alastram a vários países, incluindo economias de maior dimensão (como é o caso da Itália e Espanha) e obrigam a programas de restrição orçamental severa, com implicações no potencial de crescimento nos próximos anos; e o Japão, continua com desempenhos anémicos, em contracção económica há três trimestres consecutivos, agravados pelos efeitos do maremoto e da crise nuclear que afectou o país no primeiro semestre do ano. Estes factores levantam questões acerca da evolução da procura mundial de commodities, em particular de petróleo, principal canal de contágio à economia angolana. Mas poderá também afectar a propensão ao investimento por parte dos investidores estrangeiros, limitando a disponibilidade para investimento directo estrangeiro. Em contrapartida, estes efeitos poderão ser atenuados pelas relações estreitas que Angola vem aprofundando com outros mercados emergentes em forte expansão, com destaque para os BRIC, com quem realiza cerca de um terço das trocas comerciais, particularmente com a China e o Brasil. É certo que perante uma nova ameaça de recessão mundial, estes países emergentes tam- Para 2012, as perspectivas de produção petrolífera são mais animadoras com a entrada em exploração de novos poços bém não ficarão indiferentes. Ainda assim, as perspectivas de crescimento para o futuro próximo são mais fortes nestes países que noutras economias, pelo que se sugere que o impacto da desaceleração internacional será mais ténue. A mais recente pesquisa da Reuters sobre o crescimento da economia angolana reflecte exactamente uma postura mais cautelosa sobre o comportamento da economia devido não só à queda da exploração petrolífera, mas igualmente a sinais de abrandamento no sector não-petrolífero. O valor médio de crescimento real do PIB angolano caiu de 7.3% em Fevereiro para 7.1% em Agosto, oscilando as previsões actuais entre 3.5% e 8.1%. Acreditava-se, inclusivamente que o FMI deverá rever pa- 28 Outubro 2011 03 A mais recente pesquisa da Reuters sobre o crescimento da economia angolana reflecte exactamente uma postura mais cautelosa ra baixo as suas previsões relativas a 2011, na medida em que na sua última nota sobre Angola publicada em Junho realça a queda da produção de petróleo. Assumindo que as projecções de expansão real para o sector não-petrolífero se manteriam em 9.2% para 2011, uma diminuição real em cerca de 4.8% do sector petrolífero deverá implicar uma evolução mais modesta do PIB global, de cerca de 7.8% (valor original) para cerca de 3.6%, após incorporação de novos dados sobre o contributo do sector extractivo. Efectivamente, no relatório semestral sobre economia mundial de Setembro, o FMI aponta para uma expansão global de Angola de 3.7% em 2011. Segundo as previsões de exportação de petróleo até Outubro, a produção petrolífera deverá rondar cerca de 1.54 mbd em média em 2011 face a um valor médio de cerca de 1.73 mbd em 2010, os efeitos reais deste diferencial será em parte compensado pela subida do preço do petróleo de cerca de USD 75/ barril para USD 100/barril no que respeita ao rendimento disponível e ao seu impacto no comportamento dos sectores não-petrolíferos. Contudo, os sinais existentes fora das áreas extractivas sugerem um acréscimo modesto de actividade. Atente-se às despesas públicas correntes, com um grau de execução de 14.4% no primeiro trimestre do ano, que compara com patamares de execução ainda mais baixos de despesa de investimento público no mesmo período (12.3%). Conhecendo-se a relevância do ímpeto público como catalisador do consumo e investimento privado, o seu abatimento indicia um andamento igualmente anémico daqueles agregados no sector privado. Desta forma, o BPI reviu para baixo as previsões de crescimento do PIB angolano para 2011, de 6.3% (em Maio) para 2.5%. Para 2012, as perspectivas de produção petrolífera são mais animadoras com a entrada em exploração de novos poços. Nos últimos três meses de 2010, a Total prevê uma produção de 31 000 barris/dia do poço Pazflor, o qual no próximo ano atingirá a sua capacidade máxima de 220 000 barris/dia. A BP espera que o seu poço PSVM também inicie exploração ainda em 2011, devendo alcançar o seu pico produtivo estimado em 150.000 barris/dia ao longo de 2012. Consequentemente, as perspectivas de expansão económica para 2012 constituem um progresso face ao ano transacto, podendo atingir 9.8%. Ao contrário de 2011, em que o preço do petróleo eliminou parcialmente o impacto da descida da produção, em 2012, tenderá a ser a quantidade explorada a alisar os rendimentos petrolíferos devido ao possível deslize de preços internacionais por via de um eventual menor crescimento nas economias desenvolvidas. Um novo contexto de enfraquecimento da economia mundial, que se desenha no horizonte, com conse- um total de desembolsos de USD 1.4 mil milhões, dos quais até ao momento foram disponibilizados 1.25 mil milhões. A aprovação da libertação da nova tranche após esta revisão deverá ocorrer em Setembro e será de cerca de USD 136 milhões. O De acordo com o FMI, as perspectivas macroeconómicas para 2011 mantêm-se positivas, reflectindo a subida do preço do petróleo e o aumento da produção quências materializadas em queda de preços das commodities, tem um impacto duplo em economias como Angola, as quais apresentam elevada dependência de importações de bens básicos e são fortes exportadoras de matérias-primas ou energia. Em Angola, a queda dos preços internacionais dos bens alimentares sedimentaria a desaceleração da inflação, limitando a erosão do poder de compra doméstico, mas reduz as receitas petrolíferas, condicionando negativamente o andamento desse mesmo rendimento. Acresce que as respostas à crise oferecidas pelos países desenvolvidos podem ser determinantes para o desempenho das economias emergentes, que têm sustentado a procura mundial. FMI PREPARA APROVAÇÃO DE ÚLTIMA TRANCHE NO ÂMBITO DO STAND BY AGREEMENT (QUINTA REVISÃO) O FMI visitou Angola (em Junho) para mais uma avaliação do andamento dos progressos feitos no âmbito do acordo Stand-By, que prevê Fundo refere os progressos que vêm sendo feitos em termos de políticas de estabilização económica, que beneficiam de um aumento das reservas internacionais, mas também da implementação da agenda de reformas estruturais. Nomeadamente, o progresso feito em termos de pagamentos das dívidas, apesar de não ter ficado concluído em Março como desejado, facto que é justificado com questões processuais relacionadas com a verificação dos valores em atraso. É expectável que esta questão tenha ficado resolvida até ao final de Junho e o Fundo refere igualmente os esforços por parte das autoridades no sentido de controlar a despesa pública para evitar novos incumprimentos. O objectivo é manter as dívidas abaixo do limite dos AOA 100 mil milhões. De acordo com o FMI, as perspec- tivas macroeconómicas para 2011 mantêm-se positivas, reflectindo a subida do preço do petróleo e o esperado aumento da produção diária para 1.7 milhões barris/dia ao longo do último trimestre do ano. As receitas que daí provêm deverão contribuir para facilitar a tarefa do governo de implementação das necessárias reformas. Nomeadamente, canalizar as receitas suplementares para infra-estruturas básicas em falta e apostar em questões sociais. Por outro lado, no actual contexto de forte incerteza, também será importante apostar no reforço das reservas internacionais, como forma de se proteger face à forte volatilidade do mercado de petróleo. Outra prioridade assinalada pelo FMI continua a ser a contenção da inflação. Forte volatilidade no mercado do petróleo Os preços do petróleo sofreram uma correcção acentuada em início de Agosto, reflectindo as crescentes preocupações com a questão da dívida dos EUA, mas também sinais de crise noutros blocos económicos, nomeadamente na Europa. A correcção observada colocou em causa a tendência de valorização do petróleo, desenhada desde meados de 2010. É notório que, ao longo de 2011, em contraste com a estabilidade manifestada em 2010, o preço do petróleo tem apresentado frequentes picos de volatilidade, mostrando-se sensível a questões que fazem temer um desequilíbrio entre a oferta e a procura. Um primeiro momento prendese com o despertar da instabilidade geo-política no Magreb; um segundo momento, relacionado com a tomada de consciência da debilidade económica nos dois lados do Atlântico, quando o BCE e a Reserva Federal goraram as expectativas favoráveis para a evolução das respectivas economias; e mais recentemente, um terceiro pico de volatilidade associado ao cepticismo em torno da política fiscal norte-americana. A barreira dos USD 87/barril foi quebrada em Agosto. De facto, o preço do petróleo no terceiro trimestre de 2011 caiu de forma acentuada, tendo quebrado níveis considerados relevantes no contexto da tendência de subida que dominava desde meados de 2010. Porém, recentemente, a tendên- cia de queda abrandou, entrando num período de maior estabilidade. Donde, torna-se pertinente avaliar as previsões da procura e oferta mundial de petróleo para os próximos meses. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a procura mundial de petróleo em 2012 deverá aumentar cerca de 1.5 mbd face a 2011, para 91 milhões barris/dia Este aumento da procura deverá ser suportado essencialmente por países fora da OCDE, na medida em que relativamente aos países da OCDE se prevê um declínio. O aumento da procura virá dos países asiáticos, da América Latina e do Médio-Oriente. Porém, riscos negativos adicionais poderão advir da situação financeira frágil que se apresenta ao nível das duas principais economias mundiais: EUA e Europa. Por outro lado, poderão surgir sur- presas positivas, associadas às soluções que se venham a encontrar para a questão energética no Japão, com a possibilidade de substituição da energia nuclear por petróleo e gás. O ano de 2011 tem sido igualmente marcado por constrangimentos do lado da oferta, justificados pela situação de instabilidade política na região do Magreb, que no segundo semestre se alastrou à Síria, acumulando dúvidas quanto ao futuro da região. No entanto, as quebras de produção nos países afectados têm sido compensadas por aumentos de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), não se verificando uma queda na oferta global, que se mantém actualmente pouco abaixo dos 89 mbd. Dependendo do prolongamento do conflito, nos próximos meses, este cenário poderá sofrer alterações. 04 28 Outubro 2011 Actual A descapitalização dos produtores está a condicionar o processo de reactivação das fazendas agrícolas no município da Ganda, província de Benguela, segundo o responsável da Agricultura, Manuel Tchitumba Processo envolto em polémica é finalmente tornado público Aeroporto pronto em 2014 O novo aeroporto internacional de Luanda, situado a 40 quilómetros do centro da cidade, estará concluído dentro de 24 meses, anunciou o ministro dos transportes angolano, Augusto da Silva Tomás, durante a recente visita do Presidente da República, José Eduardo dos Santos ao local. Foi a primeira vez que o projecto foi mostrado à sociedade. Até agora as obras estiveram rodeadas de um elevado secretismo – o que causou preocupação e estranheza junto de agentes económicos e políticos. Durante muito tempo sabia-se apenas que os trabalhos estavam sob a responsabilidade do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN). Entretanto a obra terá passado para a tutela do Ministério dos Transportes. Segundo Jornal de Angola a empresa chinesa CIF Aeroporto Construction está a erguer actualmente os terminais, as bases para construção da torre de controlo e a reali- zar os trabalhos de compactação das duas pistas norte e sul. Augusto Tomás revelou ainda, durante a visita, que a infra-estrutura terá capacidade anual para 15 milhões de passageiros e 600 mil toneladas de carga. Ocupará uma área de 1.324 hectares, com duas pistas duplas e permitirá a aterragem do maior avião comercial do mundo, o Airbus A380. Em Agosto de 2012 está prevista a inauguração da primeira fase do empreendimento, que inclui o edifício da administração aeronáutica, o terminal VIP, a área dos bombeiros, a zona de voos norte, o edifício do terminal principal e a torre de controlo. A infra-estrutura integra ainda a pista norte, com 4.200 metros de comprimento e 60 de largura, enquanto a sul terá 3.800 de comprimento e 75 de largura, disse Augusto Tomás, acrescentando que nos terminais haverá 31 mangas, 20 pa- ra voos internacionais e 11 para voos domésticos. A área da placa de estacionamento dos aviões vai ter 582 mil metros quadrados e a área para manobra dos aviões 5.125 metros quadrados. Polémica A movimentação no terreno ficou marcada pela confusão desde o primeiro dia, praticamente. Durante a primeira visita oficial, ainda no consulado de André Brandão (antigo ministro dos Transportes), a comitiva foi surpreendida por manifestações de desagrado da população. Tudo porque o terreno do futuro aeroporto era uma zona de lavras, exploradas por camponeses da zona do Bom Jesus. O facto aconteceu em Julho de 2005. Mais tarde, no ano de 2008, um técnico ligado ao GRN, António Flor, e que chegou a ser vice-ministro das Obras Públicas, assumiu algum protagonismo ao nível da opinião pública no que diz respeito às obras da infra-estrutura. Foi nessa altura que Flor admitiu publicamente, mesmo sem se conhecer os pormenores definitivos do projecto, que a primeira fase do aeroporto estaria “concluída em 2010”. E reconheceu que subsistiam “alguns problemas com a expropriação de terrenos pertencentes a 140 famílias residentes na área do aeroporto”. Entre 2008 e 2010, para além do secretismo, de problemas de tutela (GRN ou Ministério dos Transportes?) e das expropriações, a crise internacional – que afectou largamente o nosso país – limitou também o desenrolar dos trabalhos. M.G. Iberia pisa hoje Luanda pela primeira vez A Iberia, companhia espanhola de bandeira, beija hoje pela primeira vez a pista do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda. Proveniente de Madrid, a ligação será efectuada duas vezes por semana. Entretanto a companhia aérea já começou a divulgar a operação Luanda e apresenta-se no primeiro mês (até 30 de Novembro) com uma promoção que parece querer agitar o mercado – e atacar a posição dominante da TAAG e da portuguesa TAP, que controlam a conexão com a Europa. Que é também uma das mais rentáveis das duas companhias. A promoção está a anunciar 598 dólares (ida e volta) para Madrid e 705 dólares americanos para Lisboa (via Madrid). A tarifa será praticada está a ser praticada desde ontem, 27 de Outubro, em classe económica e com origem nos aeroportos de Lisboa ou Porto. Já o “upgrade” para a classe Business Plus ficará por 1.030 euros (cerca de 1500 dólares.. A promoção da Ibéria é válida até dia 30 de Novembro e todos os preços “incluem taxas de combustível e aeroporto, suplementos e despesas de administração”, segundo a companhia espanhola. 28 Outubro 2011 Conjuntura 05 A Unitel, expandiu pela primeira vez o serviço de roaming de voz à Macedónia e o serviço de roaming de dados ao México, através de parcerias estabelecidas com operadoras locais Matala Sete mil toneladas de alimentos em vias de apodrecer Mais de sete mil toneladas de produtos agrícolas diversos estão a se deteriorar devido às dificuldades que os agricultores do perímetro irrigado pelo canal da Matala, 180 quilómetros a leste da Huíla, encontram para colocar a produção nos principais centros de consumo. Em declarações à Angop, o coordenador da cooperativa 1º de Maio, Francisco Domingos, realçou que estão nesta condição quantidades de tomate, repolho e cebola, situação que está a preocupar os agricultores que têm compromissos com instituições financeiras. O dirigente associativo avançou ainda que há “dificuldades em colocar a produção nos centros de consumo”, principalmente a batata que ainda não foi colhida, pois “não há espaço para armazená-la com garantia de conservação”, e por isso corre o risco de apodrecer nos campos. Em relação ao tomate, Francisco Domingos disse que a Sociedade de Desenvolvimento da Matala E.P. (Sodmat) prometeu, com o arranque, em breve, da fábrica de transformação, absorver toda produção mas enquanto isso não acontece o produto poderá se deteriorar. Francisco Domingos avançou ainda que já foram feitos contactos com o governo para encontrar uma saída para o problema. O perímetro irrigado do canal da Matala, com uma extensão de 42 quilómetros, é constituído por sete mil hectares de terra arável, onde a produção em maior escala é a de batata rena e hortícolas, com uma produção sazonal de mais de 50 mil toneladas de produtos diversos. África do Sul Cinco biliões de dólares para reactivar economia A África do Sul lançou um plano de 3,2 biliões de euros para reactivar a economia, cujo crescimento não passará de 3,1% este ano, disse terça-feira o ministro das Finanças, Pravin Gordhan. “Há um ano, pensávamos que teríamos uma recuperação duradoura da economia local e mundial, mas infelizmente não tem sido assim”, disse o ministro, que teve que rever a sua previsão de crescimento para um volume 0,3 pontos percentuais a menor. “A crise de liderança pela qual passa a Europa possui um efeito negativo na economia mundial, inclusive na nossa”, disse ao Parlamento. O governo sul-africano espera financiar o seu plano de reactivação aumentando o seu défice orçamental, que deve alcançar 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Seremos 10 mil milhões de pessoas em 2100 A população mundial hoje fixada em sete mil milhões de pessoas, deverá ultrapassar os 10 mil milhões até 2100, ou mesmo os 15 mil milhões se a taxa de fertilidade subir, segundo um relatório das Nações Unidas. Este “Estado da população mundial 2011” foi hoje publicado em Londres pouco antes das cerimónias que a 31 de outubro vão marcar a passagem da barreira dos sete mil milhões de seres humanos a viver no planeta. O Fundo das Nações Unidas para a população (UNFPA) insistiu nos enormes desafios colocados pelas pressões demográficas para combater a pobreza e preservar o ambiente. Segundo as últimas estimativas, em alta relativamente a números anteriores, em 2050 deverão existir 9,3 mil milhões de seres humanos na terra e mais de 10 mil milhões até ao fim do século, indicou a UNFPA. Mas “apenas com uma ligeira variação da fertilidade, particularmente nos países mais povoados, os números podem ser mais elevados: 10,6 mil milhões de pessoas até 2050 e mais de 15 mil milhões até 2100”. O documento sublinha o crescimento demográfico iniciado durante o Baby Boom após a Segunda Guerra mundial, cujo impacto se fez sentir nos anos 1960. A prosperidade, uma educação melhor e o acesso à contracepção reduziram drasticamente a fertilidade global, ao ponto de hoje certos países ricos enfrentarem uma quebra significativa da sua população. Durante as seis últimas décadas, a fertilidade média mundial desceu, passando de seis crianças por mulher para 2,5 na atualidade. A média vai de 1,7 crianças em média nos países mais desenvolvidos para as 4,2 em países me- nos desenvolvidos. Atualmente o Mundo conta com 80 milhões de nascimentos por ano e as pessoas com menos de 25 anos representam 43% da população. Dois milhões de dólares é o montante para implementar o Programa de Promoção do Comércio Rural que o Banco de Desenvolvimento Angola (BDA) e o Banco Keve assinaram no início desta semana “O nosso recorde de população pode ser considerado como um sucesso para a humanidade – as pessoas vivem mais tempo, com melhor saúde”, sublinhou Babatunde Osotimehin, diretor executivo da UNFPA. “Quantas pessoas pode a nossa terra suportar? Essas são questões importantes, mas talvez não as que mais interessem. Se olharmos apenas para os números, arriscamo-nos a perder de vista as novas oportunidades de tornar a vida melhor para todos no futuro”, concluiu. 06 28 Outubro 2011 Entrevista “A indústria local tem que ser protegida” A produção do grupo Castel-Cuca/BGI ultrapassou o consumo nacional, mas as importações de cerveja têm ainda peso significativo no mercado interno. A concorrência entre as várias marcas é ainda desleal, no entender do administrador deste grupo empresarial, Philippe Frederic, que numa entrevista ao Novo Jornal aborda o assunto e o eventual agravamento das taxas de importação do produto a partir de Janeiro. Texto de Hortêncio Sebastião e António Paulo Fotos de Quintiliano dos Santos Que inquietações se levantam à volta da nova pauta aduaneira, mais concretamente o suposto aumento das taxas sobre as importações de cerveja previsto para o próximo ano? Recentemente o semanário Sol publicou uma entrevista com o Presidente da UNICER [António Pires de Lima], que produz as marcas Super Bock e Cristal, que colocou a questão da futura pauta aduaneira ao nível do mercado da cerveja. É que Pires de Lima, na qualidade também de administrador do grupo UNICER, diz que o aumento da pauta aduaneira de 30 para 50% seria muito mau para a indústria que representa. Ele preside também a associação dos produtores portugueses de cerveja. Estas pessoas consideram que o aumento da pauta aduaneira, a partir de 1 de Janeiro, é muito prejudicial para o mercado português. Aqui estamos em Angola e temos outro problema. A produção nacional já é mais que suficiente, quer em quantidade, como em qualidade e é muito bem reconhecida. Mas é favorável às importações de cerveja? Sim senhor, é normal que Angola importe cerveja. Mas tem que ser numa percentagem muito aceitável em relação aos 1,5 milhões de hectolitros que importa actualmente do exterior, porque não se justifica. Os portugueses têm os seus problemas e os angolanos têm os seus. Isto é, no final das contas, uma batalha económica. Como administrador e responsável pela produção de cerveja em Angola, com nove cervejeiras, estou preocupado que a nova pauta possa não entrar em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2012. Poderá haver algum ajustamento, o que seria desastroso para a economia nacional. Como assim? Temos aqui as melhores unidades de fabrico. Este mercado já é auto-suficiente. Quem quiser beber uma bebida importada deve pagar um pouquinho mais caro, mas o 28 Outubro 2011 07 “O discurso do Executivo diz que quando não há, em Angola, a capacidade produtiva necessária é normal haver importações. Neste momento existem nove cervejeiras a funcionar no país e a capacidade de produção já ultrapassa, de longe, o consumo nacional” Defende que esta pauta deve entrar mesmo em vigor? Tem mesmo que entrar em vigor, porque é um instrumento que visa regular as importações. Neste momento o volume de importações, em Angola, ultrapassa os 20% do consumo nacional. Normalmente as importações devem representar (e isto é uma norma) 5 a 7% do consumo nacional. O resto tem que ser produzido no país. Estamos a enfrentar alguns problemas de ocupação das nossas fábricas. Pode dar algum exemplo? Vou dar um exemplo. Estamos a especializar uma fábrica na produção de cerveja descartável, porque no mercado há muito produto retornável e vai continuar a ser o mercado principal, porque é uma cerveja mais barata. Decidimos especializar a fábrica da Funda para esta cerveja (descartável), com três marcas. Pela primeira vez em Angola vai haver uma oferta de cerveja descartável para enfrentar directamente a importação. Quanto vale o mercado da cerveja em Angola? O senhor conhece o preço da cerveja. Faça as contas. Não vou dar detalhes, mas digo que é um mercado importante. Também contribuímos para o Estado: pagamos imposto de consumo de 20% sobre os 6,8 milhões de hectolitros vendidos. Têm receio da concorrência? Não estamos com medo da concorrência, mas o que estou a dizer é que vamos ocupar uma parte do espaço ocupado hoje pelos importadores e oferecer um produto nacional descartável, não só uma marca, mas quatro. Os custos de produção em Angola são elevados. Uma fábrica de cerveja aqui não é só tê-la, pode custar entre 100 e 200 milhões de dólares, em função da sua capacidade produtiva. Angola investiu centenas e centenas de milhões de dólares nos últimos cinco anos e o país precisa de se proteger. A Castel-Cuca/BGI terá capacidade para abastecer o mercado em caso de retracção das marcas importadas? O consumo nacional é de 8,3 milhões de hectolitros até finais de 2010, dos quais a produção nacional é de 6,8 milhões de hectolitros - incluindo 1,5 milhões de hectolitros de cerveja importada. Temos nove fábricas em Angola, a Cuca e a Nocal, a ECNN na Funda – todas em Luanda. A Soba (Catumbela) em Benguela, a Nocebo (Huambo), Eka (Dondo) no Kwanza-Norte, ECN (Lubango), na Huíla, e a Cerbeb, em Cabinda. Estas empregam de forma directa quase 7 mil pessoas e têm uma capacidade de produção de 9,3 milhões hectolitros. Nisto tudo temos uma capacidade de produção total de 9,3 milhões de hectolitros e o consumo de 8,3 milhões de hectolitros e 1,5 milhões de importação. Aí está o problema. Que problema? O que estamos a pedir ao governo é que a nova pauta aumente de 30 para 50% os direitos aduaneiros, o que é normal, para reduzir o número de consumidores de cerveja importada. Um milhão e meio de hectolitros devem ser reduzidos para 700 mil [de importações], porque 1,5 milhões são quase 20% dos 8,3 milhões de hectolitros - representando 20% da quota do mercado que são as importações, normalmente tem que se reduzir para 7 ou 8%. Estou em Angola e o meu objectivo é defender a produção nacional. Então a presença dessa bebida importada faz com que a capacidade instalada nacional não seja atingida? Não por incapacidade, mas porque há importações a mais. Vou dar um exemplo: eu tenho três fábricas, nomeadamente a Eka que tem capacidade de produção mensal de 60 mil hectolitros, mas neste momento está a vender 35 mil. Tenho lá 430 empregados. Será que vou diminuir para 250 trabalhadores porque não preciso de tanta gente? Não preciso de três turnos. Estou a produzir pouco, estou a vender pouco. A Eka é boa, mas tem concorrência directa porque a Eka, de certa forma, é uma cerveja mais antiga. Está a competir com a Super Bock e com a Cristal, que tem um posicionamento um bocadinho diferente da Cuca. Mas está a sofrer, porque os grossistas já não querem ir ao Dondo buscá-la. Então vou cortar 250 cabeças aqui - e não quero. Não gosto de fazer isto. Então o meu dever é dizer: “Cuidado executivo. Isto é um problema.” Não acha que o problema está mais na distribuição do que na importação? É claro que temos que ser mais competitivos. E que precisamos de um bom circuito de distribuição através de grossistas. O mercado interno deve estar associado ao produto retornável. Há uma parte da população angolana que não quer o vasilhame retornável. Mas os custos são altos e também são elementos que travam a venda da cerveja. Hoje há indianos que têm esquemas e conseguem tudo. Mesmo assim não acha que os importadores das bebidas facilitam mais os distribuidores e dão até crédito, o que a Cuca/BGI não faz? Vou ser sincero. Eu trabalho com os grossistas. Eles pagam em cash, mas também dão crédito aos seus revendedores. Mas é preciso olhar para o lado dos importadores. Ao invés de comprar a Super Bock ou Cristal sem contentor, porque que não compram a nossa cerveja descartável? Nós podemos dar-lhes a mesma margem ou o mesmo poder económico. O que é importante é nós oferecermos uma margem de lucro ao importador melhor do que importar cerveja. Por outro lado, trabalhamos com muitas indústrias locais (vidro, rótulos). Estamos a pensar fazer um investimento para uma fábrica de cartão para fabricar as caixas de cerveja. Com parceiros locais. Isto é muito importante para o país. Mas a Cuca/BGI já esteve pior. Neste momento está muito melhor, não é? As nossas vendas aumentaram muito nos últimos anos, porque aplicámos cerca de 600 milhões de dólares em investimentos há cinco anos. Um valor importante, mas também houve um investimento muito forte no homem. Toda a gente hoje reconhece que a cerveja produzida localmente é boa e são referências do mercado. Quer a Cuca fabricada na Cuca de Luanda, como em Bom Jesus e a Soba em Catumbela são referências no mercado. Hoje temos cervejeiros e equipas que fazem uma cerveja de qualidade, está reconhecida, muitos expatriados que bebiam cerveja importada agora estão a consumir a Cuca, quer em lata, em barril e outras. A realidade é que há muitos anos as empresas portuguesas manifestaram o interesse a investir em Angola, no sector da cerveja. Há projectos, falaram muito, mas não concretizaram. Porquê? Porque custa caro fazer uma fábrica de cerveja em Angola. Só os custos com o betão são bastante elevados. Depois há que aceitar dar 50% a parceiros nacionais. E os portugueses não aceitaram isso? Não sei se aceitaram ou não. Essa pergunta tem de ser colocada a eles. Mas temos que aceitar esta regra. Então há custos de investimento e a Perfil importante é que a indústria local tem que ser protegida. A indústria cervejeira portuguesa quer exportar para Angola, mas Angola não precisa de tanta cerveja importada. participação de nacionais faz parte também do jogo. Não sei o que se passou, mas até agora não houve investimento dessas empresas lusas que até era bom, porque eram concorrentes locais e trabalharíamos em pé de igualdade. Ainda temos em memória de que a Sagres era produzida pela Cuca/ BGI não é verdade? Sim. Houve uma parceria com a Sagres aqui em Angola que no início funcionou, mas depois acabou. Mesmo assim o negócio da cerveja angolana é promissor? Sim, mas já não está como antigamente, onde havia escassez e pouca oferta nacional, pois não havia muitas fábricas. Chegámos ao ponto de haver evolução do mercado em mais de 25% em apenas um ano. Entre 2008 e 2010 não houve produção. Hoje há uma retomada positiva da produção e do mercado. Philippe Maurice Leon Frederic Tem 49 anos. É natural de Thionville – França. Aportou em Angola em 1986 como gestor do sector petrolífero na empresa Petromar, tendo sido um dos fundadores do estaleiro do Ambriz, Base do Kwanda no Soyo, com passagens por outros empreendimentos petrolíferos como FPSO Girassol e o poço Kizomba B. É actualmente administrador da Castel-Cuca/BGI e pai de três filhos de nacionalidade angolana. 08 28 Outubro 2011 Agricultura Enquanto subsistem salários em atraso Mecanagro prepara terras aráveis no norte do país A Empresa Nacional de Mecanização Agrícola – Empresa Pública (Mecanagro) vai preparar sete mil hectares de terras aráveis nas províncias de Malanje, Kwanza-Norte e Uíge para a campanha agrícola 2011/2012, anunciou em Malanje o director regional norte da empresa, engenheiro Massó Maria. O plano nacional de extensão e desenvolvimento rural (PDR) do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) contempla para Malanje três mil hectares, dois mil hectares para o Uíge e porção idêntica para a província do Kwanza-Norte, assegurado por um parque de máquinas activo de 30 tractores, com igual número de operadores subdivididos por brigadas de acordo com as necessidades específicas de cada território. Em Malanje, no itinerário Cacuso/Lombe, a Mecanagro organizou já 31 hectares de extensão com as três operações, nomeadamente a lavoura, ganadagem e abertura de regos. Estão implantadas equipas nos municípios de Cacuso, Malanje, Cangandala e Calandula. Na comuna do Cota, na província do Uíge, as operações em curso andam “na ordem dos 230 hectares e no Kwanza-Norte 12 hectares”, precisou o engenheiro Massó Maria. Uma base de reparação dos equipamentos poderá ser construída este ano no município de Cacuso, 75 quilómetros a oeste da capital da direcção regional, para fazer face ao descalabro da assistência técnica aos meios técnicos (Massey Ferguson, New Holland e Taf) que emperram as actividades da empresa e solucionar os problemas “dos agricultores que têm tractores ao nível da região”. A Mecanagro pretende criar também um espaço para a formação contínua dos estudantes finalistas do Instituto Médio Agrário de Malanje (IMAM) e interessados. A Direcção Regional Norte da Mecanagro – EP Malanje precisa de um investimento anual avaliado em USD 1.000.000 (um milhão de dólares) para a reposição e reforço da frota de máquinas em Malanje (15 tractores), Uíge (11) e Kwanza-Norte (4). “Isso iria permitir que os salários dos trabalhadores estivessem em Os atrasos salariais de cerca de cinco meses dos funcionários da direcção regional serão solucionados com recurso a um crédito bancário. dia. O ATM estaria em dia e teríamos uma base de reparação em condições para dar resposta aos problemas que se nos apresentam no dia-a-dia”, afirmou Massó Maria, justificando os atrasos salariais de cerca de cinco meses dos funcionários quadros da direcção regional sede, que serão solucionados com recurso a um crédito bancário. Algumas marcas em funcionamento não possuem representações em Luanda. A escolha tem sido o exte- rior do país, processo moroso que “encalha” o desempenho, retirando garantias para uma campanha agrícola saudável e sem sobressaltos. As mensalidades ao nível do Kwanza-Norte estarão liquidadas na totalidade ainda este mês, com o dinheiro arrecadado da empreitada num campo de feijão, no município de Lucala. No Uíge, as operações com máquinas especiais vão permitir também tratar o salário dos trabalhadores, assegurou Massó Maria. A Empresa Nacional de Mecanização Agrícola – Empresa Agrícola tem praticado dois preços por hectare na preparação de terras. O primeiro, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) restringido ao Crédito Campanha Agrícola, fixado em AKZ 25 mil/ hectares, e outro, de AKZ 30 mil, às pessoas singulares e colectivas interessadas nos seus serviços. Chuvas complicam campanha As abundantes precipitações prejudicaram em parte a campanha agrícola passada na região norte de Angola, agravada pela cultura de longa duração (man- dioca) que ocupa enormes extensões de terras aráveis. “Aqui cultiva-se muita mandioca. Mas a mandioca demora um ano e seis meses até ser recolhi- da, às vezes pode chegar até dois anos”, afirmou o responsável da Mecanagro, Massó Maria. O gestor lembrou que, apesar do cadastramento irregular das cooperativas agro-pecuárias e das associações por áreas de localização, juntamente com a exiguidade financeira para a aquisição de combustíveis, lubrificantes e reposição de peças sobressalentes, os rendimentos resultantes da produtividade foram aceitáveis. O pagamento centralizado das obras complica a operacionalidade da empresa nas diferentes regiões. “Por isso é que temos atra- sos de salários”, lembra Massó. “E 50% do custo global da respectiva campanha agrícola não são implementados em tempo útil”. Sem revelar perímetros ou extensões preparadas na campanha agrícola 2010/2011, o engenheiro Massó Maria esclareceu que muito se pode esperar da experiência dos operadores e dos funcionários administrativos da empresa. O maior actor na preparação de terras para a produção de alimentos nas comunidades rurais do país, em particular nas províncias de Malanje, Uíge e Kwanza-Norte continua a ser a Mecanagro. I.S. 28 Outubro 2011 09 O projecto do pólo agro-industrial da comuna de Kizenga, na província de Malanje foi lançado oficialmente nesta segundafeira, 24, pela empresa de Gestão de Terras Aráveis (Gesterras) e da argentina Globaltec. Novos rumos… sem computadores A reestruturação da Mecanagro - EP, mormente a reforma acelerada por velhice e a redução do número excessivo de trabalhadores, deverá impulsionar dinâmicas e rentabilizar os investimentos que se pretendem no domínio da formação dos recursos. As acções em vista e urgentes na sede (Malanje) prendem-se com a capacitação dos técnicos, informatização de todo o sistema, incluindo o administrativo-financeiro, que tem limitado o envio de relatórios ou de outra documentação indispensável a partir das direcções do Uíge e Kwanza-Norte por inexistência de computadores, exemplificou o director regional. Esforços estão igualmente a ser envidados para a reposição do ATM e garantir, pela primeira vez, a assistência médica e medicamentosa a todos os funcionários, pese embora o responsável regional norte não ter mencionado qualquer número de funcionários, assim como as proporcionalidades dos ordenados entre o mínimo e o máximo. Uma fonte contactada pelo NJ naquela cidade afirmara recentemente que a suspensão do processo de entrega de terrenos aos cidadãos da urbe inscritos no programa do executivo local para auto-construção dirigida pode estar ligada ao não pagamento, pela Administração Municipal de Malanje, dos talhões terraplanados até ao momento. Ao nível da referida Administração ninguém aceitou ou rejeitou confirmar tal informação, que coloca Malanje na cauda da implementação do Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, que rigorosamente estabelece a construção de seis mil casas sociais na região. I.S. Micro-crédito O sonho das mãos que trabalham Isabel Fernando desde os 17 anos que sonhava ser empresária. Mas foi apenas aos 36 que concretizou esse desejo, após ter beneficiado de um micro-crédito concedido pelo Banco Millennium Angola (BMA) e pelo Banco Privado Atlântico, assumindo-se hoje como uma empreendedora de sucesso. Isabel é dona da empresa Costa´s Home, que se dedica à decoração de interiores. Está situada no município da Samba, em Luanda, e começou por solicitar financiamento junto do Banco de Fomento Angola (BFA) – sem sucesso. “Sou geóloga de profissão, curiosamente. Como toda e qualquer empresa, para nos afirmarmos no mercado precisamos de capital que nos permita iniciar a actividade. Remeti todos os documentos necessários ao BMA e volvidos 15 dias fui surpreendida com um telefonema avisando-me que tinha conseguido o micro-crédito”, conta Isabel Fernando, que foi uma das três clientes premiadas nesta terça-feira, 25, pelo BMA e pelo BPA. A empresária explica que, no princípio, estava receosa em recorrer à banca. Mas foi a motivação de um familiar que a levou a arriscar. Com o prémio que recebeu e por ter cumprido os prazos estabelecidos, apenas vai pagar 50% do montante em falta (dos 10 mil dólares que recebeu). “O valor serviu para tratar a documentação da empresa. Embora tenha um mega-projecto, comecei com a abertura de pequenas filiais onde os clientes são ainda pessoas minhas conhecidas”, conta Isabel Fernando. Actualmente está também a trabalhar em parceria com uma em- “Não tive nenhum receio, porque enquanto houver vida temos que trabalhar e mostrar isso aos nossos filhos” presa holandesa, inclinada para o segmento das decorações em papel, referindo que ainda é longo o caminho para o sucesso total da firma. No seu entender, o sucesso definitivo “depende de um bom serviço de marketing” que ainda não existe. Já Ana Kwazeca, também de 36 anos e proprietária de uma mercearia no bairro de Camama, denominada “Casa o Sonho Próprio” foi a primeira classificada do micro-crédito do Banco Millennium Angola, cujo prémio consiste na liquidação total do valor em dívida junto do banco. “Foi muito difícil no início porque não tinha capital para começar o meu negócio. Com o microcrédito disponibilizado consegui realizar tudo o que queria”, disse Kwazeca visivelmente satisfeita. Esta pequena empresária, que também obteve um financiamento no valor de 10 mil dólares, manifestou já o interesse em solicitar outro crédito bancário. E sugeriu que o mesmo deveria ser mais elevado, para permitir alargar os seus investimentos. “Agora vou continuar com o meu trabalho e queria que os bancos me ajudassem mais, como fizeram até agora”, frisou Kwazeca. Outra premiada foi Matilde Monteiro, dona da hospedaria Chelmas, de Porto Amboim, pro- víncia do Kwanza-Sul, que tem assim 70% do valor do micro-crédito liquidado e refere que, com o montante recebido, conseguiu construir o empreendimento e comprar mobílias, além de um gerador. “Estou bastante satisfeita, não só pelo prémio que recebi, mas pelo menos a minha conta já ficou quase toda liquidada”, afirmou Matilde Monteiro. Para ela, sem o micro-crédito seria impossível terminar a sua obra, concretizada fruto da sua entrega ao trabalho sem recear pelos eventuais transtornos (juros) que os créditos bancários impõem. “Não tive nenhum receio, porque enquanto houver vida temos que trabalhar e mostrar isso aos nossos filhos”, sublinhou. Os prémios micro-crédito do Banco Millennium Angola e do Banco Privado Atlântico foram atribuídos durante uma gala que decorreu no Palmeiras Clube (ex-parque Heróis de Chaves), contou com a presença da ministra do Comércio, Idalina Valente e dos presidentes das duas instituições bancárias, respectivamente, Carlos Santos Ferreira e Carlos José da Silva, que na ocasião assinaram um protocolo sobre microcrédito. HORTÊNCIO SEBASTIÃO 10 28 Outubro 2011 Mercados Dados cedidos pelo ACTIVIDADE ECONÓMICA Comparação dos Títulos de Dívida Pública em relação a Alemanha África do Sul revê em baixa o crescimento do PIB para 3,4% em 2012 As previsões do crescimento Pravin, que a economia esse 2020 que requererá um cresci- 1,3% no segundo trimestre da economia Sul-Africa para ano crescerá apenas 3,1%, mento da economia em 7% ao deste ano, para o nível mais o próximo ano foi revista em abaixo da anterior previsão ano, segundo a promessa do baixo em quase dois anos, baixa, menos de metade, no de 3,4%. Apontam-se as ra- seu Presidente Zacob Zumba. reflectindo a contracção da nível que o governo precisa zões para o crescimento fraco Em termos anuais cresceu em produção industrial. para cumprir com a sua meta da maior economia africana Evolução do Indice Dow Jones (USA) de criação de empregos. Se- a crise de dívida na Europa, 12.000 gundo o Ministro das Finan- que têm ameaçado a econo11.900 ças Sul-Africano, Pravin Gor- mia mundial para uma reces11.800 dhan, nas suas declarações de são global, que compromete 11.700 apresentação do orçamento o crescimento e o nível de 11.600 a médio prazo lançado na confiança dos consumidores. 11.500 terça-feira dia 25, na Cidade A África do Sul que regista 11.400 do Cabo, o PIB provavelmente actualmente uma taxa de de11.300 crescerá 3,4% em 2012, com- semprego de 25,7%, terá a 11.200 parados com os 4,1% estima- criação de cinco milhões de 11.100 do em Fevereiro. Acrescentou novos postos de trabalho até 22-Out-11 23-Out-11 24-Out-11 17-Out-11 18-Out-11 19-Out-11 20-Out-11 21-Out-11 Acordo entre EUA e Suiça sobre Evasão Fiscal Bancos na Suiça estão dispostos a pagar uma multa avultada assim como colaborar com os EUA, no combate à evasão fiscal. Neste sentido diligências têm sido feitas entre oficiais dos dois países no sentido de se fazer um levantamento dos detentores americanos das contas assim como dos montantes nelas depositados. As negociações estão já num plano avançado e tudo indica, que brevemente as mesmas poderão estar concluídas, tendo como base um acordo civil que poderá incluir 11 instituições financeiras, entre elas o Crédit Suisse AG e HSBC Holdings Plc, o maior banco europeu. Estas instituições financeiras são para ajudar clientes americanos a esconder o seu dinheiro do Internal Revenue Service (IRS), o serviço que controla as receitas fiscais. A Suiça é o mais apreciado dos paraísos fiscais e quer resolver esta questão o mais rápido possível, sem no entanto perder aquela que tem sido durante muitos anos a principal ferramenta de trabalho que é o sigilo bancário. A principal medida que as autoridades americanas pretendem implementar é evitar que os bancos suíços participem desta fuga de capital. Neste sentido a Suiça poderia pagar aos EUA vários milhões de dólares, assim como, a divulgação de 5.000 a 10.000 contas bancárias, para poder de certa forma “indemnizar” as perdas referentes a fraudes bancárias. Em 2009 o UBS Bank, o maior banco Suíço, aceitou pagar uma multa de 780 milhões de dólares e divulgar 4.700 contas secretas para evitar um processo judicial. Bancos europeus evoluem em sentidos opostos A crise financeira na Europa tem afectado os bancos europeus que divulgaram resultados diferentes esta semana. O maior banco Suíço, UBS AG, anunciou nesta terça-feira dia 25, uma queda no seu lucro em 39% depois de ter reportado uma perda de U$D2,3 mil milhões no mês anterior, causado por Kweku Adoboli, extrader desta instituição, que realizou uma operação não autorizada pelo banco. O lucro líquido do banco também baixou para CHF1,02 mil milhões, (U$D1,16 mil milhões), depois de ter registado no início do ano uma perda de CHF1,66 mil milhões. Este resultado decepcionou o mercado que antecipava ganhos no valor de 318 milhões de francos suíços. Depois das perdas realizadas pelo Ex trader que conduziu a demissão do CEO Oswald Gruebel, o banco declarou que o trimestre será ligeiramente BBB A agência de notação financeira Fitch mantém rating de crédito do Brasil, com perspectiva estável. Evolução da taxa de Câmbio EUR/USD 1,395 PAÍS Alemanha EUA Portugal Irlanda Itália Grécia Espanha Bélgica França Reino Unido Japão Yelds 2,099 2,15 11,777 7,994 5,94 22,321 5,485 4,268 3,122 2,507 0,987 10 anos Spread 5,10 967,80 589,50 384,10 2022,20 338,50 216,90 102,30 40,80 -111,20 Var. Sem -0,20 -4,00 -0,20 -3,10 -20,80 -5,90 -5,80 -8,70 -4,30 -6,90 CD 5 anos Spread (Bp) 86,70 44,30 1121,20 777,50 453,50 0,00 378,50 294,75 186,83 86,00 116,30 Taxas de JURO TBC- 63 dias TBC- 182 dias EURIBOR 1 M EURIBOR 6 M EURIBOR 12 M LIBOR 1 M LIBOR 6 M LIBOR 12 M MOEDA AKZ AKZ EUR EUR EUR USD USD USD Var. Sm.Bp 0 0 0 0 0 0 1 1 24-Out-11 6,80 10,65 1,368 1,785 2,121 0,245 0,610 0,924 Var.Ac.Bp -317 -176 59 56 62 -2 15 14 1,39 Taxas de CÂMBIO SPOT 1,385 1,38 1,375 1,37 1,365 1,36 1,355 17-Out-11 18-Out-11 19-Out-11 20-Out-11 21-Out-11 22-Out-11 23-Out-11 24-Out-11 Evolução do preço do Petróleo (Brent) Cotação USD/AKZ EUR/AKZ ZAR/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/ZAR USD/BRL USD/CNY 24-Out-11 Var. Sem. 0,05% -0,22% -4,28% 1,16% 1,32% -0,85% 0,14% - 95,360 130,862 11,634 1,3927 1,5987 7,8861 1,752 - Var. Acum. 2,55% 5,48% -17,11% 4,30% 3,38% 18,72% 5,94% - 117 Mercados Accionistas 116 115 114 113 112 111 110 109 10-Out-11 11-Out-11 12-Out-11 13-Out-11 positivo, compensando estas perdas pelos ganhos dos créditos e venda de bilhetes do tesouro americanos assim como obrigações governamentais britânicas. O banco anunciou recentemente o corte de 3 500 postos de trabalho em Agosto, anunciou a redução substancial da sua actividade da banca de investimento e vai direccionar mais capital para a gestão de riqueza devido a incerteza 14-Out-11 15-Out-11 16-Out-11 17-Out-11 nos mercados. As mudanças constatadas na indústria são de tal importância que são consideradas pelo presidente Kaspar Villiger como uma “mudança de paradigma”. Depois do incidente registado no mês passado, o preço da acção UBS subiu 1.9% , comparado com o aumento de 9,7% do índice da Bloomberg que agrupa 46 bancos e provedores de serviços financeiros europeus. Paris-Berlim: dueto ou duelo? As aparentes dificuldades entre Paris e Berlim de chegar a um acordo rapidamente para a salvação do euro provêm de várias divergências culturais. Com efeito, a implicação do Parlamento alemão nas decisões importantes faz-se sentir muito mais que o papel a desempenhar pelo BCE que difere muito entre os dirigentes dos dois países, ou seja Nicolas Sarkozy e Ângela Merkel. Estas diferenças que surgem a cada crise europeia, explicamse com o respectivo passado e 0,25 Pontos percentuais Índia sobe taxas de juros de referência, a 13ª subida consecutiva desde Março de 2010, no sentido de tentar conter o avanço da inflação. Índice DOW JONES S & P 500 NASDAQ FTSE 100 BOVESPA PSI 20 Nikkei 225 Var.Sem. 3,66% 5,50% -0,40% 24-Out-11 11.901,51 56.677,99 8.843,98 Var.Acum. 1,72% -19,55% -13,54% Commodities 24-Out-11 Brent Crud oil (Angola) Gas Natural Ouro Spot Platina 112,50 112,32 1.652,30 1.538,60 respectivos traumatismos dos dois países. Alemanha é travada no seu processo de tomada de decisão com a obrigação de associar regularmente os parlamentares nas decisões importantes. Este motivo foi o avançado para a organização da segunda cimeira na quartafeira dia 26, num momento onde o mundo inteiro estava a espera de respostas urgentes a questão da crise da dívida. Segundo Claire Demesnay, Pesquisadora da Sociedade Alemã Var. Sem. -0,37% 1,43% -1,48% -0,77% Var.Acum. 16,35% 22,71% 16,47% -12,88% de Política Etrangeira (DGAP) em Berlin, “a Bundestag é sempre implicada nas decisões de política exterior enquanto a Assembleia Nacional francesa desempenha um papel mais limitado”. “Em França o Presidente tem prerrogativas especiais em matéria de política estrangeira que permitem-lhe não ser dependente do Parlamento”, salienta ainda Stefan Seidendorf do Instituto Franco-Alemão de Ludwigsburg. 174% Aumento do lucro da BP no terceiro trimestre deste ano, ascendendo aos $4.907 milhões, face aos $ 1.785 milhões em igual período de 2010. 28 Outubro 2011 Fecho 11 O BCP (accionista do Millenium Angola) e o BPI (accionista do BFA), que revelam o maior nível de exposição a activos “perigosos”, já admitiram poder ter de recorrer ao fundo de recapitalização dos bancos de 12 mil milhões de euros Acordo faz baixar juros Europeus desesperam pelo fim da crise do euro Credores perdoam metade da dívida grega A zona euro chegou, durante a madrugada de quinta-feira, a um acordo sobre praticamente todos os aspectos de um novo plano contra a crise do euro, que pressupõe uma redução da dívida grega e o “aumento do seu fundo de estabilidade de ajuda aos países em dificuldades para cerca de um bilião de euros”, escrevia a diário português Público, ontem, quinta-feira. O acordo foi selado às 4h da manhã (mais uma hora que em Luanda) pelos líderes dos dezassete países da zona euro, depois de ultrapassado um duro braço de ferro com os representantes dos bancos credores de Atenas sobre os termos da redução de 50% da parte da dívida do país. Essa fatia é detida por privados e ascende actualmente a 210 mil milhões num total de 350 mil milhões de euros. Depois de várias horas de negociações, e de uma ameaça velada por parte dos líderes de redução forçada da dívida, os bancos acabaram por aceitar abater 100 mil milhões de euros dos empréstimos concedidos ao governo grego, em troca de garantias (colateral) de 30 mil milhões de euros fornecidos pelo fundo de estabilidade financeira (FEEF). As modalidades exactas desta redução da dívida ainda terão de ser decididas pelos ministros das finanças da zona euro, no quadro do novo programa de ajuda a Atenas, que deverá ser definido nas próximas semanas no valor de 100 mil milhões de euros até 2014. Graças a todas estas medidas, afirmam os dezassete, a dívida grega poderá ser reduzida para 120% do PIB em 2020, contra mais de 170% actualmente, um nível considerado “sustentável”. Charneira da Europa A correspondente do Público em Bruxelas, Isabel Arriaga e Cunha, escreveu ainda que o acordo “foi arrancado a ferros” ao presidente do Instituto da Finança Internacional (IIF), Charles Dallara, que esteve igualmente presente no edifício da reunião. O braço de ferro iniciado há mais de cinco dias e que se prolongou até várias horas depois do início da cimeira, ao princípio da noite, só foi ultrapassado depois de Angela Merkel, chanceler alemã, e Nicolas Sarkozy, presidente francês, terem assumido a negociação em mãos – os dois países são o eixo central da união monetária e tiveram assim de assumir a posição de charneira durante as negociações. Em seu apoio, os dois governantes contaram com Christine Lagarde, directora-geral do FMI e JeanClaude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do eurogrupo. A crise das dívidas soberanas, que afectou a Grécia, a Irlanda e Portugal está a colocar a moeda única europeia, o euro, numa posição fragilizada em relação ao futuro. A falta de credibilidade das políticas daqueles países (estão em sérios riscos de não conseguir honrar os compromissos junto dos credo- res), juntamente com a inevitável recessão, levou a políticas de austeridade bastante agressivas – o que deu origem a cortes em subsídios, salários, empregos e colocou em causa a sustentabilidade do euro enquanto unidade monetária. A situação na Europa, caso não seja solucionada de forma definitiva, ameaça arrastar o mundo inteiro para a recessão ou estagnamento económico. Para Angola, por exemplo, esse cenário levaria imediatamente à redução da procura por petróleo (a principal fonte de receita do Estado a larga distância dos outros agregados). O que teria consequências no preço do petróleo. Recorde-se que, entre 2008 e 2009, o preço do barril desceu de um máximo histórico de 130 dólares para 30… Em apenas seis meses. M.G. O acordo da madrugada de quinta-feira, apesar de ainda não estar totalmente terminado, teve consequências imediatas junto dos agentes económicos. Durante a sessão de quinta-feira as bolsas europeias estavam todas em terreno positivo, e também os juros (asfixiantes) da dívida de Portugal e da Grécia apresentaram uma tendência de descida. Ao mesmo tempo, e ao contrário do que aconteceu em cimeiras anteriores, vários líderes europeus parecem ter abandonado o cepticismo e apareceram a falar a uma só voz. De acordo com o responsável do banco central alemão, o Bundesbank, Jens Weidmann, as decisões tomadas na Cimeira de Bruxelas, onde “os líderes do governo apoiaram plenamente o papel do Banco Central Europeu como garante da estabilidade dos preços”, deveria levar “a uma redução significativa dos riscos para a política monetária”. “A separação entre a política monetária e fiscal tornou-se mais pronunciada”, congratulou-se Weidmann. “Enquanto durante muitos meses estivemos sempre a pensar qual era o país seguinte a poder precisar de ajuda, agora acredito que teremos condições para deixar de lado esse processo e passar para uma história diferente e de maior normalização”, defendeu por sua vez Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal. “É uma nova época, uma nova era que se abre para a Grécia”, sublinhou o primeiro-ministro grego aos jornalistas, acrescentando que este acordo “é um novo ponto de partida, mas o trabalho tem de continuar”. Depois de várias horas de negociações, os bancos acabaram por aceitar abater 100 mil milhões de euros dos empréstimos concedidos ao Governo grego, em troca de garantias (colateral) de 30 mil milhões de euros fornecidos pelo fundo de estabilidade financeira (FEEF). M.G. BFA SMS O seu Banco por SMS. Consulta de Saldos, Movimentos, IBAN e Câmbios Seguro e muito fácil A partir de agora, os Clientes BFA já podem consultar a sua Conta com toda a segurança e comodidade em qualquer lugar e a qualquer hora. Com o BFA SMS, envie um SMS com o texto correspondente à operação pretendida para o número 40404 (+244 931 040 404, se estiver no estrangeiro) e terá a resposta automaticamente no seu telemóvel. O BFA garante total segurança e confidencialidade nas operações efectuadas, utilizando a mais avançada tecnologia de protecção de dados. Adira já em qualquer Balcão BFA ou em www.bfanet.ao