20131228 Meia de Rock AO #7

Sábado 31
AÇORIANO ORIENTAL
SÁBADO, 28 DE DEZEMBRO DE 2013
COORDENAÇÃO HUGO GONÇALVES, JOÃO CORDEIRO E LÁZARO RAPOSO
BELLA HOWARD
Banda das
irmãs Haim
é uma das
revelações
de 2013
A música por
companhia
desde o berço
Embora tenham um
EP de 2012, foi o
lançamento do
primeiro álbum, este
ano, que atirou as
Haim para a ribalta
VANESSA AMARAL
[email protected]
Oriundas da Califórnia, este trio
de irmãs cresceu rodeado de música e de músicos. Fizeram parte
de alguns projetos musicais, nomeadamente da banda RockinHaim, onde se incluíam também os seus pais, os
fomentadores de toda a loucura
musical das irmãs. Atualmente,
Este, Arielle, e Danielle fazem-se
acompanhar do baterista Dash
Hutton e o seu som “familiar”
promete dar que falar em 1.
Aborreço-me facilmente com o
que se anda a ouvir por aí. Eu sou
do tempo em que tudo era novo
e diferente. Hoje em dia é cada vez
mais difícil, pelo menos para mim,
encontrar algo que satisfaça o meu
ouvido musical. Mais uma vez fui
surpreendida pelas sugestões do
mundo online. Desta vez surpreendi-me com a banda Haim.
As Haim são uma banda cali-
As três irmãs tocam por influência dos pais, também eles músicos
forniana composta pelas irmãs
Este Arielle, Danielle Sari, Alana Mychal, e ainda pelo baterista Dash Hutton. Enquanto crianças, as irmãs cresceram rodeadas
de música e chegaram mesmo a
tocar com os pais numa banda
chamada RockinHaim. Ambos os
progenitores eram músicos e haviam formado este coletivo para
tocar em festas locais de beneficência. O nome da banda advém
do pai, Mordechai Haim, que é de
origem israelita.
Danielle e Este, as irmãs mais
velhas fizeram ainda parte de uma
girls band juvenil, possivelmente
algo muito parecido com os nossos Onda Choc. Chamavam-se
The Valli Girls e chegaram a ter
editora, e ainda viram um tema
original ser incluído na banda sonora do filme “The Sisterhood of
the Traveling Pants”. Com o passar dos anos, as Haim decidiram
juntar-se e começar a criar o seu
som único, e, em 2006, começaram a tocar em pequenas casas e
bares.
As Haim tiveram uma breve
pausa para que cada uma das
meninas pudesse dedicar-se a
projetos pessoais. Este e Alana
foram para a faculdade, mas
apenas Este a terminou, e Danielle esteve em tour como guitarrista de conhecidos músicos,
como é o caso de Julian Casablancas, vocalista dos The
Strokes. Após Alana ter desistido da faculdade, as três voltaram
a juntar-se e decidiram levar o
projeto mais “a sério”.
O primeiro álbum, Days are Gone, só viu a luz do dia em Setembro de 2013, mas o EP Forever já
A máquina do tempo dos Oasis
LÁZARO RAPOSO
[email protected]
Ninguém viveu verdadeiramente os anos 90 se não assistiu, em
primeira mão, ao fenómeno que
foi “(What’s the Story) Morning
Glory?”. O segundo álbum dos
Oasis ,de 1995, foi um dos momentos mais altos do movimento
Britpop.
Quem já tinha tido contacto
com o álbum de estreia da banda (”Definitly Maybe”) encontra
no segundo um álbum diferente
e mais maduro. Um álbum que os
irmão Gallahger nunca mais conseguiram reproduzir. A magum
opus da banda de Manchester.
Mais baladas e menos “rocka-
lhadas”. Há a tentação de descrever o álbum desta forma, mas eu
considero que é a mistura cirurgicamente doseada destes elementos que faz este Britpop funcionar.
Detectamos reminiscências de
Beatles. Quem conhece bem os
magníficos de Liverpool consegue
encontrar traços semelhantes neste álbum. Principalmente através
da voz de Liam Gallagher que,
sendo única, arrisco a comparar
com John Lennon.
“(What’s the Story) Morning
Glory?” tem muitos bons momentos, como a melodiosa
“Champagne Supernova” ou a
enérgica “Roll With It”, passando
por “Some Might Say”, primeiro
single deste álbum e primeiro sin-
tinha tido alguma atenção por
parte do público. Este primeiro
registo saiu em Fevereiro de 2012
e, desde então, as Haim já estiveram em tournée com nomes como
Edward Sharpe and the Magnetic Zeros, Mumford and Sons, e
ainda Florence and The Machine. Não consigo deixar de comparar o som das Haim a Stevie
Nicks e aos Fleetwood Mac. Primeiro pela voz quente e sensual
de Danielle Haim, e, segundo,
pela sonoridade. Quando ouvirem
vão perceber. Gostaria de destacar as faixas “Don’t save me”, “Forever”, “The Wire”, e ainda o fantástico “Falling”.
As Haim foram, sem dúvida,
uma das bandas buzz de 2013.
Resta saber se os nossos festivais
de Verão as vão incluir nos seus
cartazes. DIREITOS RESERVADOS
“(What’s the Story) Morning Glory?” é máquina do tempo com destino aos anos 
gle dos Oasis a atingir o 1º lugar
no Reino Unido.
Mas, se tem muitos bons momentos, o disco também tem momentos de excelência. Por norma,
eu “afasto-me” dos hit singles, que
depressa ficam banalizados. Mas
neste álbum, os irmãos Gallagher
conseguiram dois temas que marcarão para sempre uma geração e
uma cultura.
“Wonderwall” e “ Don’t Look
Back In Anger” não são músicas,
são máquinas do tempo. Ainda
me lembro onde estava quando
ouvi pela primeira vez Liam
Gallagher a cantar “…her soul slides away…”. Estas músicas têm o
condão de nos levar para meados
dos anos 90.