Ser mãe O Caminho da semente

Transcrição

Ser mãe O Caminho da semente
Ribeirão Preto - SP
Ano XV - Nº 165
maio/2014
15 Anos
www.alumiar.com
Ser mãe
O Caminho da semente
Como mãe que sou, de três lindos filhos - e não sou mãe coruja - deveria saber
definir o que é ser mãe. Mas não sei. Uma vez quando fui fazer um mapa astral,
com um cara em São Paulo, ele queria porque queria que eu dissesse o que havia
sido a experiência de ser mãe. Eu tinha tido na época a minha primeira filha. A
gravidez havia sido boa. O parto não fora normal, mas o nascimento não tivera
problemas. A criança era linda e saudável.
Então eu disse a ele apenas o que mencionei acima e ele muito se decepcionou.
Esperava, percebi, que eu relatasse uma experiência maravilhosa, em que eu me
sentisse a mais abençoada das mulheres na face da terra porque havia me tornado
mãe. Saí me sentindo culpada. Que diabos de mãe sou eu, pensava.
Tive depois meus outros dois filhos e, sim, foi emocionante recebê-los, mas
confesso: não ouvi toque de sinos, nem me elevei à categoria de santa, nem ao menos me senti como um ser especial. Sim, gravidez é uma benção. Sim, chegará ao
mundo alguém novo e habitará nossos corpos e ali permanecerá por nove longos
meses. Alguém com permissão, por Artes do Criador, de experimentar a vida neste
Planeta, pequeno ponto azul no Universo. Sim, a missão é divina, porém nenhuma
mulher ascende ao patamar de Deusa por estar grávida. Nenhuma consegue anular
o que é pelo simples fato de ter sido agraciada com a gravidez. Mães são mulheres.
Carregam consigo suas mazelas, suas crenças, o que receberam de suas mães e
de suas famílias. Padecem de frustrações e desenganos. Padecem de insegurança
e medo. Mães são humanas. Quando recebemos a notícia de que um ser novo começa a crescer dentro de nós, por mais auspiciosa que seja a notícia, por mais que
esperemos, é sempre algo desafiador. Todas nos perguntamos se daremos conta,
se seremos capazes. Este amor tão decantado que acreditamos estar a nossa disposição, absurdamente grande, que nós fará esquecer de nós mesmas para pensar
exclusivamente em nossos rebentos é uma utopia.
Este amor exige uma perfeição que estamos longe de atingir. Sim, erraremos
muito. Não temos um livro de regras: ser mãe é... Ser mãe é tudo e muitas vezes
é muito pouco diante da imensidão que é o ser que parimos. Ser mãe é olhar para
nossas imperfeições e a despeito disso dar conta. Dar conta das noites mal dormidas, dar conta das tarefas do dia a dia. Dar conta das fraldas sujas de cocô. Dar
conta das febres. Dar conta do reconhecimento daquele ser que saiu de dentro de
nós, que é nosso, mas é tão diferente! Dar conta de nossas irritações e especialmente e sempre, dar conta de nossas culpas. Dar conta de transformar culpa em
responsabilidade!
Dar conta da imensidão que é ser responsável. Talvez ser mãe em primeiro lugar signifique ser responsável. Desde a gravidez ser responsável pelo crescimento
adequado daquele ser; ser responsável por nossas emoções para que as mais deletérias não o afetem. Responsável por mantê-lo vivo, responsável por introduzi-lo
nas regras para que seja civilizado, para que seja apresentado ao mundo e saiba se
comportar. Responsável por respeitá-lo como é e não como gostaríamos que fosse!
Responsável por manter autoridade e respeito caminhando juntos.
Responsabilidade talvez seja a palavra-chave. De responsabilidade em responsabilidade aprendemos a amar, aprendemos que o amor é algo que se constrói à
medida em que respondemos pelos seres que nos foram presenteados por Deus.
Em psicologia o tema o ‘caminho’ é muito discutido e amplamente estudado. O
caminho é a jornada em busca do si mesmo, nossa meta o Self.
Assunto delicado, cheio de curvas estreitas, é como entrar em um labirinto.
Essa sensação, de entrar em um labirinto, nos dá uma dica importante, estamos no
terreno do desconhecido. Somos assaltados pelo medo e muitas vezes pensamos
em desistir.
No entanto, desconhecido de quem? Acredito que seja da nossa mente racional,
estamos encarando uma jornada que a linguagem racional, cartesiana ignora completamente.
Sendo este assunto de tamanha importância para a clínica psicológica e na vida
dos que buscam algo maior, como vou acessar este desconhecido é uma pergunta
que pode assombrar mentes ansiosas. Mas a resposta é de uma beleza impar e faz
uma parceria com a natureza em criatividade.
Assim como acontece na vida, há momentos em que algo irrompe inesperadamente. Podemos pensar no germinar de uma semente. Acredito que todos já
tenham feito o teste do feijão no algodão molhado e puderam experienciar um
nascimento, o irromper da vida.
Coloque uma semente em condições adequadas e você vai viver, mais do que
ver, a vida. Observamos uma ruptura, algo fechado, pequeno e de estranha quietude se transforma em uma linda árvore. Grande, ampla que costuma dançar ao
vento.
Essa ruptura nós observamos em nós mesmos, não a ruptura da insanidade,
mas a quebra de certos paradigmas internos. Quebramos a cara das nossas mais
bem guardadas ideias e ficamos no ponto. Como sementes, pequenos, fechados e
profundamente quietos, mas maduros para um nascimento.
Pequenos porque observamos nossos modelos desfalecerem bem na nossa frente. Depois disso nos fechamos para o mundo, ficamos aninhados dentro de nós, em
contato com nosso gérmen de vida e finalmente a quietude nos preenche. Todo este
terreno nos torna extremamente potentes. A semente é um símbolo maravilhoso
de potencia.
Com a base interior vivificada, e isso costuma acontecer no meio das nossas
maiores crises, entramos no caminho da autodescoberta. Buscamos algo perdido
há muito tempo e pouco conhecemos sua linguagem. Mas é exatamente sobre isso
que quero falar um pouco.
O desconhecido irrompe em nós a todo momento e essa ruptura é uma abertura,
uma passagem para o novo. Por não acontecer de forma convencional, nossa mente
acostumada com roteiros insalubres deixa escapar a vida.
Percebam, é um grande momento, um momento semente, cheio de potencial, de
vida e nos traz uma mensagem. A resposta para a pergunta é que o caminho deve
ser trilhado no desconhecido através da linguagem da alma. Sonhos, imaginação,
símbolos, eventos sincrônicos, todos eles nos conduzem dentro do nosso labirinto
interior com uma beleza estonteante de profunda significação.
Não precisamos nos perder no caminho, basta seguir a semente da criatividade
que brota na linguagem dos nossos sonhos, por exemplo, a todo momento. Não
tenha medo, mesmo que profundamente adormecidos, despertamos sempre no momento certo para que nossa alma desabroche.
O caminho da semente é o nosso caminho e o desconhecido se revela inexplicavelmente familiar. A busca finalmente termina, porque compreendemos que a
jornada é Viver.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Educadora em Florais de Bach e DOULA
Terapeuta Fisioquantic
[email protected]
tel.: (16) 3621 8407 / 99992 6596
Karina Paitach
Psicóloga e Acupunturista
Tel.: (16) 3021 7011
[email protected]
Florestas, ah as florestas!
uando você tiver uma
oportunidade, tire um
tempo para ver uma floresta. Não precisa nem
ser uma floresta de grande porte, uma coisa grandiosa,
enorme. Pode ser uma matinha,
um capão de mata, um bosque,
um recanto mais recuado de um
parque.
Mas, como dito acima, você
precisa tirar um tempo se quiser
ver a floresta de perto. Isto é, você
vai ter que se dispor a parar um
pouco, diminuir o ritmo normal
de sua vida para poder sentir a
floresta. Ao fazer isso, você vai
perceber que lá predominam as
árvores. Olhando mais atentamente, descobrirá que lá existe muito
mais que árvores. Você verá que
além delas próprias e de seus filhotes (ou seja, as plantas jovens),
existem também arbustos, trepadeiras e ervas. As trepadeiras
podem se enrolar como delicados
cipós em arbustos ou, então, se
apresentarem grossas, com caule
retorcido que alcançam o topo das
grandes árvores. Ervas de vários
tamanhos podem recobrir o solo.
Muita gente pisa nelas e nem nota.
O chão da floresta é recoberto por
galhos secos, cascas e muita folha
caída. Estas folhas são o tapete
por onde os animais transitam.
Elas têm vida passageira e logo
vão virar adubo para nutrir a própria floresta. É como se elas fossem uma espécie de despensa para
a floresta. Todos esses elementos
são parte integrante da floresta.
Mesmo um olhar casual, vai
lhe dar a certeza que na floresta
não existe só planta. De imediato,
você vai notar a presença de animais. Comece olhando os menores, aqueles que estão ali bem pertinho: pássaros voando por cima
de sua cabeça ou pousando nos
galhos. Depois, procure pelos insetos. Eles estão por toda parte, no
ar, nas plantas, no chão. São grilos, formigas, lagartas, joaninhas,
pulgões e muitos outros que seus
olhos irão aos poucos revelar. Se
cavar um pouquinho o chão, então, vai aparecer tanta coisa...
Assim que você entrar na mata,
deve notar uma mudança notável
no ambiente. É que, dentro da
mata a temperatura cai, tudo fica
mais fresco e a umidade do ar
aumenta. As folhas das plantas
absorvem a luz do sol e com isso
a temperatura local diminui, formando um micro clima. A transpiração das plantas e dos animais
contribui para aumentar a umidade local.
No entanto, a floresta é muito
mais do que você pode ver e sentir. A floresta é como um organismo vivo, uma rede de interações
em diversos níveis. Ela é, seguramente, muito maior que a soma de
todas as suas partes. Uma maneira
de perceber isso é conscientizar-se
que toda floresta é um local de captação de água. Se a chuva cai num
solo nu ou no asfalto, ela escorre
em direção a um córrego ou bueiro, de lá, eventualmente, atinge o
mar. Mas se ela cai em um local
onde existem plantas, ela é absorvida por elas e pelo próprio solo,
depois ela se infiltra, purificando-se e vai formar os reservatórios
subterrâneos que depois emergem
como nascentes, brejos, banhados
e nascedouros. A floresta coleta a
água da chuva, armazena-a e depois a devolve, já purificada, límpida, pronta para o consumo de
animais e humanos. Este é um dos
muitos serviços ecológicos que a
floresta nos presta.
Tarciso Filgueiras
Botânico, pesquisador e professor
[email protected]
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Elstara Esperantisto
Paroli pri riĉeco,
malriĉeco kaj deziroj
Ni devas konigi al la popolo multajn bazajn sciojn pere de niaj kulturaĵoj. Ekz: Konstrui domon estas nur
por loĝi, sed ne por akcii. Se konstruita domo restas neloĝata do ĝi ne apartenus al domo. Ni devas memorigi,
ke la nombro de homoj mortitaj pro varmeco antaŭ ol inventi klimatizilon ne estis pli granda ol nun, kaj ankaŭ
miopuloj antaŭ ol inventi elektran lampon estis eĉ pli terure malmultaj ol nun. Kaj la postlabora tempo antaŭ
ol inventi televidilon estis ankaŭ pli riĉa ol nun, kaj post inventita reto, oni ne havas pli multe da informoj en
sia cerbo, kaj stultuloj antaŭ ol inventi reton estis eĉ pli malmultaj ol nun.
Pere de niaj kulturaĵoj ni sciigas al la popolo, ke rapidigi trafikilojn seninteresas veturistojn, kaj faciligi
komunikilojn perdigas al homoj interesojn pri korespondado, kaj multigi manĝojn sengustigas manĝantojn,
kaj facile akiri seksumadon perdigas al homoj lertecon en amado. Pere de niaj kulturaĵoj ni konigas al la
popolo, ke ne necesas fulmrapide disvolviĝi, ke ne necesas rapidigi la kreskadon de bestoj kaj plantoj, ĉar
la bestoj kaj plantoj rapide kreskigantaj fariĝas ne nur malbongustaj sed ankaŭ nenutroriĉaj kaj plie enhavas
hormonon kaj venenon. Pere de niaj kulturaĵoj ni konigas al la popolo, ke en la malsana disvolviĝo stimulita
de kapitalo, avereco kaj potenco oni perdas multajn amuzaĵojn pri sia vivo kaj estas plenaj de riskoj. Pere de
niaj kulturaĵoj ni konigas al la popolo, ke nature kaj rapidete disvolvigi nian socion estas doni duonan ŝancon
al niaj estontaj generacioj.
Kvankam gxi estas teksteto, tamen kun profunda filozofieco kaj pensiginda, precipe por pli-ol-mezaĝuloj
cerbumiginda, Ja obus estis tiel ĉiopova, ke li kapablis altigi prezon de unu pomo je 4-5 000 yuanoj, tamen
nenion li povis fari renkontante malsanonj, ia obus jam forpasis, do singardu:
Ne senĉese laboru. Lacigi sin malsana estas. Speciale stulte!
Ne forgesu ke la korpo estas la plej grava. Sen saneco oni ne povas ĝui nian interesan vivon. Speciala
perdo!
Ne kredu ke kuracisto estas nia savanto. Tamen, nur ni mem povas savi nin. Speciala pravo!
Ne pensu ke oferon sekvis rekompenco. Nur post dediĉado venos bonan rezulton. Speciala ĝusteco!
Ne ignoru viajn renkontantojn. Bonan amikon malfacile oni trovas, vi scios nur post via maljuniĝo. Speciala bedaŭro!
Sinzorge faru laboron! Malrapide gustumu la vivon! Ĝoje pasigu niajn ĉiun tagojn!
Kelkajn jarojn antaŭe, mi parolis kun mia samklasano, tiam lia edzino ĵus forpasis. Li diris al mi ke li
trovis silkan koltukon ordigante la restaĵojn de sia edzino, kaj la koltuko estis aĉetita dum ilia vojaĝo en Nov-Jorko. Ĝi estis koltuko ja eleganta kaj bela, kompreneble kun alta prezo kaj la mondfama marko ankaŭ restis
sur ĝi, ĉar lia edzino neniam portis ĝin, ŝi volis atendi specialan tagon. Tion dirinte li fariĝis senvorta, kaj
ankaŭ mi per nenio povis konsoli lin. Post iom da silento li daŭris sian paroladon. “Ne atendu specialan tagon
por uzi bonan aĵon. Fakte ĉiu tago dum nia vivo estas speciala.”
Memorante la paroladon de mia samklasano, mi forlasas mian laboron de tempo al tempo por foliumi romanon, aŭ aŭskuti muzikojn, aŭ ripozi sur la sofo kaj mi volas ĝui mian propran tempon. Mi spektas pejzaĝon
de rivero trans la fenestro, ignorante la polvo sur vitro. Mi manĝas kun miaj familianoj en restoracio, forlasante la hejmajn manĝojn. Vivo necesas konsisti el nia ĝuado, tamen ne el nia suferado.
La paroladon de mia samklasano mi rakontis al iu sinjorino. Poste, refoje renkontante min, ŝi rakontis ke ŝi
ne volis restigi belajn porcelanojn ĉiam en la ŝranko, kaj antaŭe ankaŭ ŝi volis elekti specialan tagon por uzi
ilin, tamen speciala tago neniam venos. En ŝia cerbo “estonteco”, “speciala tago” ne troveblas plu. Se afero
troviĝas ĝojinda aŭ fiera, ŝi volas tuj aŭdi kaj vidi.
Ni ofte volas renkontiĝi kun malnovaj amikoj, tamen diras al ni mem “serĉu ŝancon”.
Ni ofte volas brakumi kreskintan knabon, sed ĉiam ni atendas taŭgan tempon.
Ni ofte deziras skribi leteron al nia karulo por esprimi varman amon, aŭ por sciigi lin ke ni admiras lin,
sed ĉiam diras al ni mem “atendu”.
Fakte, ekmalferminte niajn okulojn je vekiĝo, ni devas diri al ni mem ke hodiaŭ estas speciala tago.
Ĉiutago, ĉiu minuto estas ore kara por ni.
Oni diras: vi devas ĝui vian dancadon tute ignorante ĉiujn.
Kaj vi? Ĉu por vi la unua afero estas dividi tiun ideon kun bonaj amikoj?
Fininte la legadon de la teksto, vi povas tuj leviĝi ĉu por purigi tablon, ĉu por lavi pladojn, aŭ meti ĵurnalon
flanken por fari momentan meditadon kun fermiĝantaj okuloj, aŭ kopii ĝin por adresi al viaj geamikoj.
Per tiu artikolo mi deziras ke ĉiu, plene, ĝuu ĉiun tagon!
Verkita de Mo Yan
Gajninto de Nobelo pri Literaturo dum la jaro 2012
Paula Cristina Medve
[email protected]
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Lia nomo ne estas bone konata, de Esperantistoj mem. Ni povas pripensi, ke unu el la motivoj de la nescio estas lia frua forpaso. Carlo
Bourlet mortis en la franca urbo Annecy, en la aĝo kvardek sep. La jaro
estis 1913, kiam li strebe laboris pro la 10an Universalan Kongreson
(1914), antaŭzorgita por okazi en Parizo, lia naskiĝurbo.
Carlo Bourlet estis profesoro pri matematiko. Kiel matematikisto, li
interesiĝis pri aerodinamiko, kredeble per la rilato kun Ernest Archdeacon, mecenato de la tiam komencanta aviado. Bourlet havis la ŝancon
kunvivi kun gravaj Esperantistoj, nome Edmond Privat, Antoni Grabowski, Rollet de l’Iale, k.c. Samtempe oni perdis la samideanoj William
T. Stead per la ŝipdrono de la “Titanic” en 1912, la leŭtenanto Mannevy,
glore dum batalo en Maroko, Sro. Soong “... estas kruele mortigita... (de)
liaj malprogresemaj samlandonoj...” el Ŝanhajo.
Nia sindonema franca Esperantisto fondis “La Revuo”, en kiu li
verkis artikolojn sub la rubrikon “Babilado”. Tiuj artikoloj enhavas la
momentojn kaj de ĝojo kaj de malfacileco en la komenca divastigado de
la Internacia Lingvo. La “Babiladoj” fariĝis dokumento. La laboro kaj
batalo de Carlo Bourlet restas kiel afero por neniam forgesiĝi.
Malgraŭ havinte 3.739 aliĝintojn, la Deka Kongreso ne okazis, pro la
eksplodo de la unua mondmilito. La neatendita forpaso de Carlo Bourlet ŝancelis la movadon. La Majstro Zamenhof mem diskursis sur lia
tombo.
Fonto: “Monumento de Carlo Bourlet”, kompilita de Ismael Gomes
Braga, FEB, 1987.
Celso Fonseca Jr.
Esperanto
Seu iniciador, o médico judeu Ludwik Lejzer Zamenhof, publicou a
versão inicial do idioma em 1887, com a intenção de criar uma língua de
mais fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para
substituir todas as línguas existentes).
Ao contrário da maioria das outras línguas planejadas, o esperanto
saiu dos níveis de projeto (publicação de instruções) e semilíngua (uso
em algumas poucas esferas da vida social) e, dentre estas é a mais falada no mundo.
É empregado em viagens, correspondência, intercâmbio cultural,
convenções, literatura, ensino de línguas, televisão e transmissões de
rádio.
O esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para
entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa
ou número e com três modos — indicativo, imperativo e subjuntivo,
além das formas nominais do verbo e seis particípios; tem apenas dois
casos morfológicos: o acusativo e o nominativo.
Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados
em línguas indo-europeias ocidentais.
A relação entre grafemas e fonemas é biunívoca (uma letra para cada
som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular
e fácil de aprender.
Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivo-substantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na
língua, ou podem ser introduzidas como neologismos.
O esperanto tem cinco vogais e 23 consoantes, das quais duas são
semivogais. Não há tons. A sílaba tônica é sempre a penúltima (paroxítona).
Atualmente, com o auxílio da internet, podemos visualizar e usufruir os vários sites sobre e em esperanto. Para os que desejam aprender
a língua, recomendamos o portal Lernu – http://pt.lernu.net/ - lernu!
que é um portal multilíngue cujo objetivo é ajudar os internautas a informar-se e aprender a língua internacional Esperanto de uma maneira
fácil e gratuita.
O Esperanto é uma língua viva muito útil para uma comunicação
fácil.
7
O mundo aos
meus olhos
Desde que venci a cegueira da mente, aprendi a olhar o corpo da natureza com mais
intimidade. Os atributos do universo me seduzem e, na alegria que me transmuta, passo a venerá-los. Olho e reparo. É sob a pele da paisagem que se encontra o milagre da
transfiguração. Quando me aposso desse encantamento, fujo do cotidiano e experimento,
ainda que momentaneamente, uma felicidade divina. Sem pressa, degusto o alimento que
satisfaz a minha alma, aguço a visão, a mente e faço a leitura das conotações. Deixo que o
arrebatamento me conduza e alcanço o inatingível aos olhos que passam pelo mundo sem
ver, sem compartilhar, sem nada exigir.
Tudo tem uma função especial. Não me canso de buscar, aprofundar, vasculhar o que
está oculto. É assim que enxergo o avesso das coisas reveladas a quem se dedica ao exercício de olhar com clareza, sem distorcer as imagens que se recriam conforme o jeito de
ver e amar.
Porque sou assim, cheia de arrebatamentos, dizem que sou taciturna. No entanto, se ser
taciturna é ser silenciosa, introspectiva, o silêncio e a introspecção fazem bem aos meus
olhos, sempre prontos a esse exercício.
Prova disso é que em um setembro, ainda não muito longe, parei diante de um ipê
amarelo para apreciar as flores. Foi quando o devaneio se apossou de mim. Virei colibri,
virei borboleta, virei abelha para sugar todo o néctar daquele manjar que a deusa Cibele
preparara. Inebriada por tanto prazer, fiquei ali, estática, pensativa, a venerar o dourado
cenário. Em tudo se manifestava a presença de Deus. As flores se desprendiam dos galhos
e tocavam o meu rosto com dedos de veludo. Era uma carícia etérea, etéreo era aquele
momento. Que mais bela experiência mística um ser humano poderia desejar? Eu e o ipê
florido em silencioso idílio. Não durou muito tempo o meu êxtase. Uma senhora alta, com
jeito de desportista, veio chegando de mansinho, tocou o meu braço e disse-me: “Que
pena! Pelo seu jeito pensativo, você também está triste com tanta sujeira. A culpa disso
são essas árvores. Ainda bem que logo a florada acaba e as calçadas serão libertas para
uma caminhada prazerosa, sem o risco de escorregar nas flores”.
Fiquei sem resposta diante daquela miopia prática, trivial que tirou do foco meus sentimentos e minhas divagações. Eram os sonhos de Dom Quixote na visão de Sancho Pança,
era meu idílio adulterado por uma alma ainda não iniciada à leitura da paisagem.
Existem pessoas assim, que presas a um sono letárgico, não tentam reagir. Enxergam
o universo com uma visão rudimentar, ao passo que os visionários podem participar do
seu harmonioso conjunto. Não creio que exista quem não goste do belo. Há quem não
o observa, passa sem perceber as mensagens escondidas entre a plumagem da natureza
exuberante que precisa ser vista e interpretada. É lamentável, nem todo o ser humano está
preparado para usufruir desse místico prazer.
É preciso saber ler o mundo, renovar a vida, aclarar horizontes, renascer. E quem assim
renasce passa a enxergar sem o obstáculo das escamas que cegaram a mente do apóstolo
Paulo. Na intimidade das consciências abertas, o homem adquire senso crítico e a história
se refaz. A natureza e a sociedade só serão transformadas diante de quem possui astúcia
para levantar o veu da mediocridade e enxergar dentro de si tudo o que poderá vir a ser,
sem medo de participar, partilhar e exigir. E, nesse contexto, abrem-se as janelas da cosmovisão.
Por essas e por tantas outras coisas, prefiro ser taciturna, introspectiva, olhar à minha
volta com os olhos da alma para desfrutar dessa inefável felicidade, negada aos olhos que
enxergam o mundo, sem dele participar.
Que sejam abertas todas as mentes e “FAÇA-SE LUZ”
Rita Mourão
[email protected]
Sobre amor,
perda e
memória
Dia a dia, é comum nos depararmos
com perguntas sobre a morte e o que há
após ela. O que acontece quando a gente
morre? Para onde vai a nossa alma? Existe
algum tipo de vida após essa? Muito provavelmente, só conseguimos encontrar as
respostas através da fé. Cada religião do
mundo tem algo belo e profundo a dizer
a respeito desse tema. Algumas religiões,
inclusive, pautam toda a sua doutrina em
cima da morte. Isso acontece por que, independente do que cada pessoa crê, a dúvida e o temor estão instalados em todos
nós. Cabe, portanto, ao campo espiritual,
qualquer que seja, buscar e trazer conforto.
Todavia, existe outro tipo de pergunta
que aflige os vivos e os sobreviventes. São
questionamentos sobre a própria vida e que
parecem passar despercebidos das rodas de
conversas, das discussões religiosas e dos
pensamentos diários. São perguntas que
nos pegam no silêncio e na solidão. Por que
as pessoas que amamos morrem? Por que
dói tanto? Como consigo viver depois da
perda? Dessa vez, as respostas não estão
prontas em textos sagrados ou ensinamentos antigos, infelizmente.
Isso se deve, única e exclusivamente,
porque estamos falando de sofrimento. E o
sofrimento, sempre, é pessoal. Sofrer pela
falta, sentir saudades, enlutar-se diz respeito apenas a quem perdeu e a quem foi
perdido. Essa é uma relação tão única, tão
intensa e particular que resta apenas ao enlutado descobrir em si mesmo um caminho
pelo qual ele pode seguir adiante. Mas é
importante lembrar, para nós que ficamos,
que seguir adiante não significa esquecer.
Muito pelo contrário! Viver depois de uma
perda tão devastadora significa recordar.
O luto é o preço por ter amado. Quando
falamos de perda e saudade, no fundo estamos falando de algo muito maior: o amor.
Talvez, a melhor porta pela qual devemos
seguir adiante os nossos caminhos, é lembrarmos sempre que amamos. Sofremos
por que amamos. E nunca deixamos de sofrer. A dor sempre nos acompanhou, é um
recurso natural para indicar quando algo
não está confortável. O frio nos traz dor,
uma má postura dentro do carro também,
isso só para citar alguns exemplos.
Percebe-se, contudo, que a maior fonte
de sofrimento hoje em dia é viver em um
mundo onde remédios e aparelhos prolongam a vida, onde redes virtuais permitem
um alcance antes impensável e onde, especialmente, cuidar do corpo e da felicidade é
propaganda de sucesso. Dentro desse contexto, sofrer ficou em segundo plano. Não
há mais espaço para falar sobre o fim de
um namoro, ou sobre o emprego perdido,
ou mesmo sobre um membro amputado.
Coube aos enlutados sofrer em silêncio e
solidão.
Mas a verdade é que a dor da falta nunca é em vão, nunca é uma vergonha ou fraqueza. Ela é memória, é amor. Seja o amor
por um companheiro quadrúpede e peludo
que sempre lhe demonstrou gratidão, seja
o amor por um familiar com o qual você
aprendeu a viver ao longo de sua vida. O
amor é o começo de todas as nossas relações, nascemos de um ato de amor. Da
mesma forma, é amor que encontramos
escorrendo de nossos olhos durante as despedidas.
Portanto, se não há uma resposta para a
razão de precisarmos passar por tanto sofrimento, ao menos temos uma resposta do
motivo por trás desse sofrimento: porque
valeu a pena! Agora, quanto ao porquê de
ter valido a pena, só você pode me responder.
Eliandro A. S. Santos
Psicólogo e Psicoterapeuta especializado
em Luto
www.alumiar.com

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