Este foi o percurso feito a partir de Biarritz até St. Lary

Transcrição

Este foi o percurso feito a partir de Biarritz até St. Lary
Bretanha
Vale do Loire
Poitou e Aquitânia
Pirenéus
Julho de 2011
Esta foi a primeira viagem, na auto-caravana, feita ao estrangeiro.
Foi preparada com algum tempo de antecedência, fazendo roteiros de sítios a
visitar, com pontos de paragem e estacionamento. Para isso, adquirimos dois
“Guias American Express” com rotas, caminhos panorâmicos, monumentos,
castelos, museus, entre outras coisas.
Alguns dos sítios foram indicados por companheiros nossos, com muita experiência
e já visitados por eles.
Desde o primeiro dia em que foi pensada esta viagem, que dei comigo a pensar
como iria ser. Parecia impossível, como é que eu ia viver um mês dentro de uma
auto caravana, onde ia parar, quem ia encontrar, enfim, um número de coisas que
foram sempre superadas.
Visitei sítios lindíssimos e interessantes, que não sei se volto lá. Por vezes fiquei
cansada de tanto caminhar, para chegar até aos monumentos ou pontos de
interesse, mas a satisfação e, por vezes, a emoção de lá chegar, é inexplicável e
nada que a cama, depois não curasse.
O nosso relógio esteve sempre com a hora portuguesa, por isso, quando falo de
horas, é sempre a nossa hora.
Levamos muitas coisas de casa para comer e confeccionar, porque em França, não
se pode comer fora. É tudo muito caro, sobretudo nos sítios turísticos por onde
andamos. Compramos algumas coisas nos mercados por onde passávamos e
fizemos sempre as refeições à nossa maneira, embora também tivéssemos provado
algumas especialidades, mas feitas por nós.
Logo à chegada ao Monte de S. Michel, encontrámos um casal conhecido da
Madeira. Passamos um dia com eles.
Depois em Vieux-Boucau, logo abaixo de Boudéus, juntámo-nos ao Fernando e à
Elisabete, com quem passámos dois dias.
Foi muito bom!
Agradeço à minha família e aos meus filhos, por não me terem por perto, mas
estavam todos no meu coração.
Senti muitas saudades de todos, neste tempo em que estive fora, mas há-de ser
compensado!
E por fim, agradeço ao meu companheiro de sempre, por me ter proporcionado
esta viagem porque, sem ele, não seria possível.
Dia 1 de Julho
Saída de Esposende às 7.30h.
Depois de fazer 750 km e com algum cansaço, chegamos a Vitória Gasteiz, no País
Basco.
Com a ajuda da nova aquisição de um GPS, com programa para auto caravanas,
mas com algumas falhas, porque as coordenadas estavam erradas. Eram cerca das
17h.
Dormida no parque de estacionamento, com área de serviço para auto caravanas.
Um parque bem localizado, com muito estacionamento, bem preenchido por
automóveis e auto caravanistas, mas com algumas pessoas “indesejáveis”.
Passou-se bem a noite.
Dia 2 de Julho
Saída de Vitória Gasteiz às 8h.
Direcção a Niort, em França. Passagem em Bordéus com muito trânsito, mas com
alguma facilidade e paramos logo em seguida numa área de serviço da autoestrada, para comer qualquer coisa que levava feito de casa.
No percurso a partir de Benavente, em Espanha, até depois de Bordéus, fomos
sempre “acompanhados” por camionistas portugueses, que circulavam naquelas
vias, havendo quase um cumprimento entre os portugueses!
Chegada a Niort por volta das 17 h. Escolhemos uma área de serviço, a 12 km desta
vila, La Creche. Acolhedora e com bastantes espaços de lazer, estava preenchida
por um torneio de “petanca”, com pessoas da terceira idade. Foram embora por
volta das 19.30h e nós ficamos sozinhos com mais uma auto caravana e um autocarro, transformado, com um casal novo. Fiquei preocupada quando a noite
começou a cair e deparei-me com a escuridão do local… Não tinha iluminação!
Pouco dormi com medo!
Dia 3 de Julho
Saída de La Creche às 8h depois de feita a manutenção à auto caravana, com
destino ao Monte de S. Michel, cerca de 330 km.
Chegada ao destino por volta das 12.30 h.
Parecia que tínhamos chegado ao paraíso! É um lugar de rara beleza, mas mais
bonito ao vivo do que em fotografias. Simplesmente encantador!
Estacionamos no parque destinado às auto caravanas e fomos avisados, que antes
das 20 h, teríamos que sair, porque a maré ia subir e os parques de estacionamento
iam ficar submersos.
Fomos de imediato fazer a visita ao interior da muralha e da Abadia.
Monte S. Michel
Abadia de S. Michel
Eram tantos os turistas que quase não se passavam na rua principal, para além do
comércio existente nos dois lados da rua estreita.
A Abadia começou a ser construída no topo de um monte, em cima de quatro
pilares gigantes, todo o resto foi crescendo, até se formar este complexo labirinto.
A sua construção teve inicio no séc. X, é enorme e de rara beleza, para além da
paisagem que se avista das janelas dos vários pisos percorridos.
Rua interior da Fortaleza
Interior da Abadia
Claustro da Abadia
Terminamos a visita por volta das 16.30 h, já com algum frio, mas sempre a
chegarem visitantes.
Quando chegamos à auto caravana, fomos surpreendidos por alguém a bater à
porta. Incrível!
Era a D. Fátima e o Sr. Florêncio. Um casal da Madeira, que conhecemos quando
estavam perdidos no caminho para o encontro em Mondim de Basto, em Agosto do
ano passado.
Rapidamente nos reconhecemos e começamos a falar da viagem, marcando
encontro para dali a uns minutos.
Ficamos todos contentes, assim como eles, por encontrar alguém conhecido no
meio de tantos franceses, alemães, ingleses, japoneses, enfim, uma mistura de
pessoas de todo o mundo.
Éramos os únicos portugueses!
Saímos do estacionamento e fomos para o parque indicado, por causa da subida da
maré.
Novamente instalados, preparei a refeição, que substituiu o almoço, o lanche e o
jantar.
Entretanto começaram a chegar todos os outros autos caravanistas, que eram
muitos e a D. Fátima e o Sr. Florêncio, estacionaram mesmo atrás de nós.
Depois da refeição, trocámos mais umas impressões e chegou a hora de subir a
maré. Fomos ver.
Impressionante! A água sobe de tal maneira, que desaparecem os passeios
laterais, o parque de estacionamento dos autocarros e, o estacionamento dos
carros, quase ficou submerso. Até a entrada principal para o Monte ficou quase
inacessível. Só se podia passar no intervalo dos impulsos das ondas.
Monte S. Michel
Maré cheia
À noite
Caiu a noite. Já eram 22 h e estava um frio de rachar, mas sempre a chegar gente.
O comércio já estava fechado e as luzes do Monte começaram a acender-se. Para
tristeza nossa, a Abadia não tinha os focos de iluminação acesos, mas formou-se
um quadro com a mesma beleza. Igual a tantos postais ilustrados existentes à
venda.
Quando regressamos, a D. Fátima e o Sr. Florêncio estavam à nossa espera, para
acabar a conversa e desejar boa viagem uns aos outros, porque eles no dia
seguinte partiam para um destino diferente do nosso. Iam para a Normandia e
depois para Paris e nós fomos fazer a Bretanha, toda pela costa.
Passamos a noite para no dia seguinte partir para outro lugar.
Este foi o percurso feito a partir do Monte de S. Michel
Até Sizun
Dia 4 de Julho
Acordamos bem cedo, às 7.30 h, levantamo-nos e fomos comprar pão e um guia
Michelin, que encontramos no supermercado. Já subia a maré novamente e
chegavam automóveis, auto caravanas e autocarros cheios de turistas. Era um
trânsito medonho que começava a chegar. Por minha vontade, passava lá o resto
do tempo. O sitio era magnifico, a vila era linda, aprazível e com bastante comércio,
de fácil acesso e com ligação às vilas vizinhas.
Apetecia-me ficar lá o resto do tempo.
Saímos por volta das 8.30 h em direcção a Saint Malo, com passagem na estrada
D797, que é próxima do litoral.
Foram cerca de 50 km, passados por várias aldeias e vilas bem arranjadas,
asseadas e bonitas, até começarmos a chegar mesmo ao litoral. Aí começou outra
paisagem dominada por lindos parques de campismo, áreas de serviço e bonitas
vilas sobre o mar, para além do tradicional comércio local.
Chegamos a Cancale, uma pitoresca vila sobre o mar e não conseguimos
estacionar, só existiam parques para automóveis e barrados a auto caravanas, mas
demos a volta à vila e acabamos por ver quase tudo.
Subimos até à Ponta de Grouim. É como um cabo em Portugal. Estacionamos num
espaço na berma da estrada e fomos a pé.
Ponta de Grouim
Vista sobre o mar
Ponta de Grouim
Tem uma vista magnífica, de onde se pode avistar ao longe o Monte de S. Michel.
Fizemos algumas fotografias, para mais tarde recordar.
Seguimos viagem até Saint Malo, onde chegamos por volta das 11 h. Estacionamos
num parque para auto caravanas, pago e que se pode passar a noite.
Para visitar o centro histórico, há um auto-carro grátis, de 15 em 15 minutos,
mesmo fora do parque, para transporte de quem quiser deslocar-se até ao centro.
E lá fomos nós.
É uma cidade grande, com o centro histórico rodeado por muralhas com várias
entradas.
Entrada de S. Malo
Rua de S. Malo
Catedral S. Vicente
O turismo dá um grande movimento à cidade: ruas bonitas e cercadas por prédios
com quatro andares, todos em pedra, muito comércio e restaurantes, mas tudo um
pouco caro para o nosso nível de vida.
Visitamos a Catedral de S. Vicente (séc.XII). Imponente e muito bonita. Andamos
mais umas ruas e subimos a escadaria que dá acesso ao passeio nas muralhas, de
onde se tem uma vista soberba sobre o mar e alguns fortes existentes ao largo de S.
Malo, que fazem parte da história.
Fortes ao largo do mar
Vistas sobre o mar
A abundância de esplanadas, restaurantes e creperias, deu vontade de descansar
um pouco as pernas.
Fomos saborear e degustar as famosas ostras e um crepe flamejado com
conhaque, seguido de um gelado de café. Apresentado com algum requinte e muito
saboroso, mas um pouco caro.
A comer ostras
Um crepe flamejado
Regressamos no autocarro aos nossos aposentos, para descansar, fazer a refeição
do jantar, passar a noite, para continuar amanhã.
Dia 5 de Julho
Saímos de S. Malo às 7.50 h em direcção a Dinan, cerca de 30 km. Entramos na
cidade pelo lado do porto no rio Rance, estacionamos num parque para auto
caravanas e subimos até ao centro histórico, já que entre os dois sítios, existe um
grande desnível e sobe bastante, mas quando se chega ao centro, há logo uma
compensação pelo esforço.
Logo a primeira visita foi à igreja gótica renascentista de Saint Malo, seguindo em
frente, começamos a entrar no coração da cidade medieval: ruas calcetadas, casas
quinhentistas e seiscentistas decoradas com grandes vitrais, varandas em madeira
e arcadas, seguindo mais à frente entrámos na Torre do Relógio, com 60 metros de
altura, do séc. XV. Quando chegamos ao cimo, estávamos por cima de toda a
cidade, com uma paisagem a perder de vista.
Dinan - Rio Rance
Igreja S. Malo – Dinan
Torre do Relógio
Seguimos numa outra rua e encontramos a Basílica de Saint Saveur, do séc. XII e
com vários estilos, descemos pela rua do Jerzual, passamos na casa do
Governador, com fachada em madeira e do séc. XII, várias lojas de arte e
artesanato e chegamos ao porto, num nível bem mais baixo da cidade, mas com a
mesma beleza pelo verde, pela frescura e pelo conjunto de casas ao longo da
estrada e sobre o rio Rance.
Uma cidade a visitar, pela sua história e beleza incomparável.
Vista da cidade
Casas medievais
Catedral de Dinan
Saímos e fizemos mais 25 km, até Jugon-les-Lacs, uma vila muito pequena, mas
também com o seu estilo, casas em pedra bem altas e todas muito juntas, um lago
com 4 km, onde praticam pesca desportiva e vários desportos. Muito pequena, mas
bonita.
Rua de Jugon-les-Lacs
Igreja séc. XII
Lago para prática de desporto
Regressamos pela estrada D792 até S. Jacut de Mer, St. Cast-le-Guildo, dois sítios
com paisagem deslumbrante, sobre o mar.
E como ficam localizadas em pontas diferentes, podemos avistar de um lado para o
outro. Tem umas praias pequeninas, mas muito bonitas, mas nós entramos por um
lado e saímos pelo outro, devido a não ter estacionamento. Os vários locais que
existiam, destinavam-se, exclusivamente a automóveis e estavam barrados a auto
caravanas. Resolvemos parar num lugar ao pé da estrada, porque já era a hora da
refeição do almoço.
Depois desta paragem de 1h, seguimos para o Cap Fréhel, mas que não
conseguimos lá chegar. Fomos por um lado em que a estrada estava em obras e
com desvio assinalado, mas mesmo assim, não conseguimos.
Fiquei com pena, porque devia ser giro, mas não éramos os únicos a estar
perdidos. Acabamos por desistir e rumar a Paimpol, a cerca de 75 km.
Chegamos por volta das 5 h da tarde, estacionamos numa área de serviço,
juntamente com mais companheiros e dali a meia hora estava cheia. Saímos e
fomos rapidamente ao posto de turismo, para saber algumas informações e visitar o
centro histórico. Um bairro latino com casas medievais, cheio de lojas com o
comércio tradicional, uma Catedral enorme, com alguns séculos e uma marina
repleta de veleiros para todos os gostos.
Rua de Paimpol
Abadia de Beauport
Hotel de Paimpol
Amanhã temos que levantar bem cedo, para visitar a ilha de Bréhat. Depois conto
como foi!
Dia 6 de Julho
Saímos de Paimpol às 6.50 h, em direcção a Pointe de L’Arcouest para visitar a ilha
de Bréhat. Tínhamos barco às 7.15, eram só 6 km e quando falo em horários,
estamos com o relógio nas nossas horas. Estacionamos muito bem, porque há
muito espaço, mas perdemos o barco por 2 minutos, porque são mesmo pontuais.
Esperamos pelo próximo que era dali a 1 hora. Ia muito frio, eram casacos e
cachecóis e procuramos um sítio abrigado e com algum sol, para amenizar a
temperatura que se fazia sentir.
Chegada a hora do segundo barco, lá fomos nós a caminho da ilha, são 15 minutos
a bordo e para o regresso, havia barco às 12.15 h ou então só às 14 h.
Embarque para a Ilha de Bréhat
A caminho da Ilha
São duas ilhas, norte e sul e ligadas por uma pequena ponte, que num total de uma
ponta até à outra, são 3.5 km. Fizemos tudo até ao meio dia, para não ficarmos lá
mais 2 h, mas foi a andar bem. Fomos até ao farol de Paon, na ponta norte,
visitamos a capela de S. Michel e percorremos as ruas principais, não há mais nada
para ver a não ser a paisagem, que é linda, com muitos recantos do mar a entrar na
ilha e várias rochas a sobressaírem, como que a imitarem pequenas ilhotas, as
casas típicas da Bretanha com as fachadas cobertas de flores e todas ajardinadas,
alguns campos de cultivo com milho e gado bovino, isto num espaço tão pequeno.
Na ilha não há carros, só um pequeno tractor da junta de freguesia, para ajudar as
pessoas e aluguer de bicicletas. Muito rentável este negócio, porque os turistas,
quase todos, chegam lá e não se deslocam a pé.
Bréhat
Casa típica de Bréhat
Chegada à ilha
Vista da ilha
As pessoas são quase todas com alguma idade, mas mesmo assim, deslocam-se no
barco para o outro lado, para fazerem as suas compras. É muito movimento de
entrada e saída de pessoas na ilha, mas a maioria, são turistas. Vale a pena pela
paisagem.
Vistas panorâmicas de Bréhat
De regresso, fizemo-nos novamente à estrada em direcção a Tréguier, cerca de 15
km.
É um centro pequeno, medieval e a grande atracção é a Catedral de St-Tugdual, é
do séc. XIV com três torres, uma românica, uma gótica e outra do séc. XVIII e as
casas são típicas da Bretanha e em madeira. Uma cidade a merecer a visita.
Tréguier
Catedral St. Tugdual
Interior da Catedral
Casa de Madame Taupin
Seguimos em direcção a Trégastel e de seguida para Trébeurden. Foram cerca de
35 km e alguns deles feitos na costa. Estes locais são mais balneares e
paisagísticos.
Com vistas maravilhosas sobre o mar e paragem obrigatória, para tirar algumas
fotografias.
Trégastel
Trébeurden
Eram 15 h ainda era cedo para parar, então fizemos mais 70 km até Saint Pol-deLéon, onde vamos pernoitar. Uma área de serviço para as auto caravanas, mesmo
junto do mar e bem cheia com auto caravanas de vários países. E já são 22.56h
temos que dormir, para amanhã acordar bem cedo.
Dia 7 de Julho
Depois de uma noite bem dormida em Saint Paul-de-Léon, fomos em direcção a
Brest. Tinha alguma curiosidade em conhecer e é uma cidade grande. Chegamos
por volta das 10 h da manhã, depois de percorridos, 60 km sempre debaixo de
chuva e com muito frio à mistura, mais parecia o inverno em Esposende!
Estacionamos num parque junto ao porto, foi só subir uma escadaria e já estávamos
no centro da cidade.
Fiquei um pouco desolada, porque não tem muita história, só tem o maior porto
atlântico de França. Uma cidade moderna e cosmopolita, como tantas outras que
nós temos… nada que se parecesse com aquilo que nós temos vindo a conhecer.
Partimos daqui e fomos em direcção a Sizun, uma vila a cerca de 25 km de Brest
para o interior. Esta vila tem uma catedral lindíssima do séc. XVI, classificada como
monumento nacional, mas encontrava-se em obras de restauro.
Logo ao lado encontra-se o arco L’Arc de Triomphe, uma obra de arte renascentista
bretã. Visitamos também ao lado, o museu de arte sacra e alguns costumes da vila.
Estavam a mostrar o que de melhor têm, mas gostei de ver.
L’Arc Triomphe de Sizun.
Este foi o percurso feito a partir de Sizun até Quiberon
Sizun
L’Arc de Triomphe – Sizun
Museu da Catedral
Igreja de Sizun séc. XVI
Partimos para Le Faou, mais 25 km e em direcção ao litoral, estacionamos mesmo
ao pé da vila, pequena e com uma igreja de estilo gótico com o santo devoto SaintSaveur, seguindo a rua, encontramos um conjunto de casas em xisto e telhados de
duas empenas, com janelas pequenas e bonitas. Uma rua acolhedora. Chovia e
estava muito frio, mas os mais corajosos não desarmavam, continuamos a
encontrar-nos com pessoas que já tínhamos visto noutros locais.
Le Faou
Igreja de St. Sauveur
Rua típica
Pormenor da igreja
Como já eram 2 h da tarde, era melhor comer alguma coisa. Então como tinha tirado
alguma coisa do congelador de manhã, já se podia comer, porque levei cozinhado
de casa para algumas refeições. Comemos, sem demorar muito tempo e rumamos
até Locronan.
Bem, esta vila parece um jardim de bonecas!
Quando chegamos, estacionamos logo quase à entrada, pagámos 3 euros por 1 h!
Mas tivemos direito a informação turística!
Subimos cerca de 100 metros e entramos num largo, cheio de gente a visitar, com o
nome de Grand Place de L’Église, todo cercado de belas casas em granito e no
centro, um poço comunitário.
Locronan
Ruas de Locronan
Neste largo encontra-se também a igreja quatrocentista de Saint-Ronan!
É maravilhosa e encantadora, pela antiguidade e pela sua beleza.
É um elegante conjunto de casas renascentistas, que atraem muitos turistas.
No rés-do-chão das casas podem encontrar-se cafés, bares, confeitarias e
artesanato ou recordações. Segundo consta, este largo foi cenário, para um filme
de Roman Polanski, em 1979, porque é realmente bonito!
Locronan
Grande Place de L’Église
Igreja de St. Ronan
Pormenor da Igreja
Grande Place de L’Église
Igreja de St. Ronan
A seguir partimos para Douarnenez, um porto piscatório conhecido pelo trilho da
sardinha.
As casas viradas ao porto, são pintadas uma de cada cor, o que dá uma certa
graça. Um meio pequeno e engraçado.
Seguimos mais 7 km e paramos num parque de campismo, para passar a noite, mas
sobretudo, para lavar e secar a roupa que já se tinha amontoado desde há uma
semana. Feito este trabalho, soube muito bem um reconfortante banho, bem quente
e logo de seguida, um jantarinho, com um peixinho cozido, que soube muito bem.
Amanhã continuámos.
Dia 8 de Julho
Passámos a noite no parque, mas só quando começou a ficar escuro, é que me
apercebi da escuridão deste! É que não havia um único candeeiro para iluminar,
apenas uns muito baixinhos, com pouca luz e muito distanciados, mas deu para
dormir.
Saímos por volta das 9.30 h em direcção a Pointe du Raz. É um cabo, como se diz
em Portugal. Algum receio para estacionar, porque nem sempre é fácil, devido ao
tamanho da auto-caravana, mas isso era o que não faltava! Um grande espaço
transformado em vários parques e era “obrigatório” ficar ali, porque não havia
qualquer alternativa. Todo ele era pago e, imagine-se, 6 euros! Fosse o tempo que
fosse. Logo à entrada havia um correr de lojas com tudo o que se pode imaginar:
restaurantes, cafés, roupa grossa e para a chuva e para o frio, porque lá haviam
muitas diferenças de temperatura. Recordações e lembranças, mais a loja de
informação turística.
Pointe du Raz
Vista para os vários faróis
Trilho para a visita
Farol da Pointe du Raz
Como a ponta ficava a 1,8 km dali, acabamos por demorar 1,30 h. Formado por um
espigão em granito, com uma altura de 60 metros, uma vegetação e floras
características da região, está inserido num programa de conservação costeira.
Há dois trilhos que se podem fazer, para assim poder admirar melhor a paisagem.
Fizemos um de 2,6 km, sempre pela costa, onde se pode avistar ao longe a ilha de
Sein e o farol de Vieille. É uma paisagem agreste e selvagem, provocada pelos
penhascos e pelos ventos que ali se fazem sentir. Uma visita que valeu a pena, pela
paisagem e beleza e, sobretudo pelo respeito imposto pelo mar.
Flora du Raz – Tojo e urze
Dali seguimos para Pont-Croix, uma vilinha a 20 km, com ruas medievais, casas do
séc. XVIII e a igreja de Notre-Dame de Roscudon, do séc. XIII, toda em pedra
trabalhada, uma obra muito igual à igreja de Saint-Ronan, em Locronan, também
com um poço comunitário no largo. Estes poços, só têm a parte de cima, já não
estão em uso, mas ficam muito bonitos, porque estão todos enfeitados com grandes
vasos de flores (sardinheiras), que nesta época estão todas floridas em vermelho
ou rosa. Lindíssimas!
Pont - Croix
Igreja de Notre – Dame de Roscudon, séc. XIII
Poço comunitário
Quando saímos daqui, eram 12.30 h, para Concarneau, começou a chover pelo
caminho, sempre pensei que seria por pouco tempo, mas cada vez mais, chovia
com mais intensidade.
Chegamos à cidade e não conseguimos estacionar por perto, para poder visitar e
sem andar muito a pé por causa da chuva, mas não deu. Então, escolhemos um sítio
para comer alguma coisa, porque já eram 15 h e a fome apertava, mas cada vez
mais a visita estava longe de se concretizar, pois continuava a chover. Demos mais
umas voltas para arranjar onde parar, mas nada! Ao fim de algum tempo e já com
pouca paciência, resolvemos entrar num parque de campismo, aqui perto, onde
vamos passar a noite.
Espero que amanhã esteja melhor, para poder continuar onde fiquei hoje e começar
bem cedo.
Dia 9 de Julho
Depois de mais de meio-dia e um bocado da noite, a chover, quando acordamos o
céu estava cinzento, mas mais seguro do que ontem.
Então, toca a levantar para começar o dia e fomos directos a Concarneau, que foi
precisamente onde ficamos ontem e, ainda por cima, hoje encontrámos o parque
que tínhamos andado à procura e não o vimos, enfim…
Fomos para o centro histórico e quase extasiei, porque a Vila Close é realmente
linda! É uma vila dentro da muralha, construída no séc. XIV, no interior, os turistas
passeiam nas ruas e pátios calcetados, uma torre sineira e um relógio de sol. Há
ainda a casa do governador militar e mesmo em frente, podem ainda visitar o
museu de pesca, com tudo relacionado com o mar dos tempos passados. Bonita,
esta vila!
Concarneau
Entrada da Ville Close
Vistas de Ville Close
Torre sineira
Seguimos caminho por mais 18 km e paramos em Pont-Aven.
Esta cidade parece um quadro pintado. Isto, por se ter tornado num dos mais
importantes centros artísticos de França. Possui uma escola de artes, um museu
onde expõem grande parte dos trabalhos e mais de 50 galerias de arte.
Destacam-se os vários moinhos nas margens do rio Aven, que serviram de
inspiração, a alguns pintores do séc. XVIII.
Há também o fabrico e o culto dos biscoitos amanteigados e bolachas de PontAven, que carinhosamente, são embaladas em caixas de lata ou cartão, com
pinturas dos artistas que por lá passaram.
Lindíssimas!
Pont-Aven
Rio Aven-Mollin de Poulhouars
Ruas de Pont-Aven
Fizemos mais 18 km e chegámos a Quimperlé. Este percurso foi feito com
passagem por diversas aldeias e vilas pequenas, todas floridas, bem arranjadas e
as bonitas casas típicas da Bretanha.
Nesta vila visitámos a igreja de Saint-Croix, do séc. XIII, a ponte medieval, com um
só arco, toda florida com vasos e um pequeno centro histórico, mesmo pequenino,
mas bonito.
Quimperlé
Pont Fleuri
Igreja de Sainte-Croix
Interior da Igreja
Com isto, eram já 14 h, hora de comer qualquer coisa e foi o que fizemos ali mesmo.
Posto isto, rumamos a Port-Louís, mais 38 km. Estacionamos e fomos explorar o
centro. É uma vila de arquitectura militar, construída dentro de muralhas, com
seiscentos anos de existência, tem a igreja de Notre-Dame, do séc. XIV, muito
deplorada, mas em fase de reconstrução e o mesmo se passava com a igreja de S.
Pierre, bastante estragada, esta nem estava aberta ao público.
De um dos pontos mais altos da muralha, pode avistar-se a baía de Lorient. Uma
vista magnífica.
Port-Louís
Vista para a Baía de Lorient
Igreja de S. Pierre
Rua típica
Fizemos mais 40 km para Quiberon, onde paramos numa área de serviço, com mais
auto caravanas junto do mar. Fomos dar uma volta pelas dunas, com excelentes
vistas e regressámos aos nossos aposentos. Passou-se cerca de 1 h e chegou mais
uma auto caravana, entre muitas. Surpresa, era portuguesa! Uma senhora com a
sobrinha, eram do Algarve e estavam a fazer o mesmo percurso que nós,
sensivelmente, mas no sentido oposto.
Vamos passar aqui a noite e talvez o dia de amanhã.
Dia 10 de Julho
Passamos a noite aqui, esta área é muito sossegada, estão sempre a entrar e a sair
auto caravanas. Sempre com gente.
De manhã fomos dar uma volta de bicicleta até ao último porto de Quiberon,
passando pelas várias praias e pelo centro da vila.
É um centro agradável, com muito movimento e uma gare marítima de Port-Mairie.
É um porto de embarque para a Belle-île-en-mer, é a maior ilha Bretã e fica a 14 km
do porto. Fizemos da parte da manhã 16 km de bicicleta a percorrer todos os
recantos. Foi giro, tem paisagens bonitas, sempre à beira mar e não faltam pessoas
a passear.
De tarde saímos outra vez de bicicleta, mas para o lado norte da ponta de Quiberon.
Fizemos mais 16 km. Este lado é também bonito, mas mais agreste, não tem tantas
pessoas, mas muitos carros em parques feitos nas dunas, mas com ordem.
Quiberon
Château Turpault
Port-Mairie
Château Turpault
Ao fim do dia, já se fazia sentir algum frio, cheguei à auto-caravana quase gelada.
Bebi um chá quente, vesti o pijama e deitei-me. Adormeci até às 11h, engatei logo a
noite até às 6h da manhã.
Foi muito bom parar aqui por dois dias, para descansar um pouco do volante e da
estrada.
Dia 11 de Julho
Levantámo-nos, pusemos as coisas em ordem, fizemos a manutenção à auto
caravana e saímos da área de serviço. Rumamos em direcção a Nantes, para fazer
uma parte do Vale do Loire. Foram cerca de 250 km. Fomos até ao centro da
cidade, para visitar a Catedral, mas os estacionamentos, são só para automóveis,
de modo que parámos mesmo em frente ao monumento e limitei-me a fazer umas
fotografias.
É de finais do séc. XIX e notável pelos portais góticos.
Deu para ver pelo exterior…
Este foi o percurso do Vale do Loire
Nantes
Catedral de S. Pierre e S. Paul
Praça da Catedral
Mais 70 km até Montreuil-Bellay. Aqui paramos numa sombra, bem apetecível
porque o calor começava a apertar, para almoçar qualquer coisa e fomos logo
visitar o Château de Montreuil-Bellay, fundado no séc. XI e restaurado no séc.XV.
Bem bonito, mas a visita é muito curta, só se vê a cozinha, um dos quartos, a adega
e duas salas, para além de se visitar o jardim exterior, mas também ele pequeno,
mas foi giro.
Montreuil-Bellay
Vários aspectos do Château de Montreuil-Bellay
Daqui andámos mais 20 km e parámos em Rochemenier, já perto de Saumur, para
visitar uma aldeia museu troglodita. A aldeia subterrânea foi habitada até há cerca
de 20 anos por três famílias e hoje está transformada num museu, que retrata a vida
quotidiana debaixo da terra.
É uma aldeia onde existe tudo e ainda possuem todas as alfaias agrícolas e todos os
haveres, incluindo o mobiliário das casas. Toda a vida das pessoas, depois do
trabalho do campo, era feita debaixo da terra.
Rochemenier
Aldeia Museu Troglodita
Deixámos Rochemenier e partimos para Saumur, mais 25 km. Chegamos por volta
das 18 h. Estávamos à procura de um estacionamento e apareceu um parque de
campismo. Foi mesmo aqui que ficamos e, como só temos que sair ao meio dia,
ainda vamos fazer as visitas de manhã e, só depois, é que saímos, assim não nos
vamos preocupar com estacionamento, porque o parque fica quase no centro.
Dia 12 de Julho
Como disse ontem, deixámos a auto caravana no parque de campismo e fomos
visitar a cidade de Saumur, bem despachadinhos porque até ao meio dia, tínhamos
que sair do parque.
É uma cidade do séc. XVII com grandes mansões, o château, os vinhos espumantes
e ainda a cultura dos cogumelos. Tem um centro histórico movimentado e com todo
o tipo de comércio.
Quando chegámos à Praça de S. Pedro, fomos confrontados com a Catedral de S
Pierre. Esta igreja, com alguns séculos de existência, estava em avançado estado
de degradação, por isso, não estava visitável.
O château do séc. XIV, era mais vistoso e imponente visto do rio Loire, porque ao
entrar foi uma desilusão. Uma parte estava em obras e também estavam a realizar
espectáculos nocturnos e então, eram barracas e barraquinhas… e mais alguma
coisa. Uma entrada pouco agradável aos visitantes.
O vinho espumante desta região, é o melhor de França, a seguir ao champanhe e
deve ser provado, numa das muitas adegas que existem na zona.
Saumur
Château de Saumur e a Torre Agulha de St. Pierre
Voltámos e lá fomos nós até Fontevraud, mais 15 km. Visitámos a Abadia Royal de
Fontevraud, fundada nos princípios do séc. XII, é uma das maiores e mais bem
conservadas da Europa. Entre 1804 e 1963, esta Abadia foi usada como prisão.
Nesta altura todos os edifícios sofreram um cuidadoso restauro pelo Estado
francês.
De destacar a sua cozinha octogonal com as suas chaminés, foi restaurada no séc.
XIX e é um raro exemplo de arquitectura românica secular.
Esta Abadia, está agora transformada num importante centro de arte, onde se
realizam regularmente exposições e concertos.
Abadia Royal de Fontevraud
Aspectos da Abadia de Fontevraud
Tour Evraud-cozinha octogonal
Mais 15 km e parámos em Chinon. Esta cidade do séc. XV, tem um centro medieval,
ruas pitorescas que conservam belas casas em madeira, rodeadas de muralhas.
Foi no castelo de Chinon, que se deu o encontro com Joana d’Arc e o delfim de
França, hoje esta santa, encontra-se num dos altares da igreja de Saint-Étiene.
Chinon
Castelo de Chinon
Igreja de Saint-Étiene
Casas em madeira, séc. XV
Comemos aqui qualquer coisa, porque já eram horas e mais 10 km até Ussé.
Aqui há um belo château, do séc. XV com altas torres, chaminés, jardins e socalcos.
Foi aqui que o escritor Perrault se inspirou para escrever “A Bela Adormecida” e
todo o Castelo está decorado com cenas da história.
Uma capela renascentista muito bem conservada.
Está aberto ao público, só uma parte do castelo, e todo o resto se pode ver na parte
exterior. Actualmente ainda é propriedade privada.
Ussé
Aspectos do Château d’Ussé
Fizemos mais 20 km até Azay-le-Rideau, uma vila pequena, mas muito bonita.
Chegámos por volta das 17 h e as ruas estavam cheias de gente, estacionamos na
área de serviço para auto caravanas, que por acaso só tinha um lugar. Está
completamente cheia e aqui vamos pernoitar, para amanhã visitar o Palácio, que
por sinal, talvez seja o mais feminino dos palácios do Loire.
Azay-le-Rideau
Château de Azay-le-Rideau
Dia 13 de Julho
Dormimos muito bem. Um local bastante sossegado, parecíamos uma família de
auto caravanistas!
Saímos por volta das 8,45 h para visitar o palácio, já não faltava gente a entrar.
Este château é realmente bonito e não tem comparação com os que já vimos
anteriormente. Um dos mais belos palácios renascentistas do Loire, ladeado por
lagos artificiais, servindo de espelho à arquitectura construído no séc. XVI, era
habitado só no tempo de férias, durante o bom tempo e desabitado no inverno.
Hoje é pertença do Estado Francês, adquirido no inicio do séc. XX e restaurado.
Está todo visitável, muito bem conservado, com mobiliário e algumas peças
decorativas, para além das inúmeras tapeçarias. Tem uma escadaria interior
monumental, em quatro lances a direito e inclui o pátio de honra do castelo. O tecto
de cada vão de escada é coberto por um caixotão e decorado com medalhões de
retratos, de reis e princesas.
Uma entrada maravilhosa e acolhedora que dá para os jardins cobertos de relva e
com numerosos cedros, ciprestes e ginco biloba, vindos de vários países, na altura
em que os marqueses mandaram fazer este parque paisagístico e natural.
Pertences e pormenores do Château
Escadaria em quatro lances a direito
Pormenor da janela
Regressámos ao estacionamento por volta das 11 h, satisfeitos com a visita.
Terminámos aqui a nossa visita ao vale do Loire e fizemos cerca de 250 km, rumo
ao litoral, mais propriamente a La Rochelle. Chegamos por volta das 17 h e
estacionámos no porto Quai de Lazaret, mesmo em frente ao cais repleto de
veleiros e também muitos auto caravanistas de várias nacionalidades.
Aqui vamos pernoitar, para amanhã conhecer novas coisas.
Dia 14 de Julho
Hoje foi um dia para esquecer!
A noite mal dormida, porque havia uma quantidade de bares no porto, que
funcionaram até às 5 h da manhã e como se não bastasse, ontem à noite acabou o
gás e o frigorifico, se não estiver com bateria ou corrente eléctrica, precisa dele
para trabalhar. Então esta manhã, a boa hora, toca a ir procurar o bem essencial,
que por acaso aqui em França, a marca usada por nós e quase todos os auto
caravanistas, não se encontra com facilidade. Estávamos a 290 km da fronteira
entre a França e Espanha e era esse o caminho para adquirir a Repsol! Ainda por
cima hoje é feriado aqui e todo o comércio, estava fechado, mas depois de
fazermos 120 km, eis que encontrámos alguém com a porta aberta e tinha o dito
gás, por sinal, meteu conversa connosco e acabou por dizer que tinha família em
Guimarães. Lá comprámos duas garrafas de gás, bem mais caro do que em
Portugal, e regressámos ao ponto de partida, mais 120 km de regresso e fomos
para a ilha de Ré. Pagamos 16,5 euros para passar a ponte, uma entrada na ilha
lindíssima e todo o resto, com vistas sobre o mar, a cidade de St-Martin-de-Ré, bem
preenchida de restaurantes, muito movimentada por banhistas, mas só existiam
estacionamentos para automóveis, as auto caravanas tinham que entrar nos
parques de campismo. Demos a volta à ilha, parámos para almoçar durante cerca
de 40 minutos e resolvemos sair dali em direcção a La Rochelle, outra desilusão…
como é feriado, o parque para onde queríamos ir, estava fechado, para as
celebrações do dia, mas por indicação de um jovem simpático francês, fomos para
outro, muito bem localizado, mas não havia um único buraco.
Este foi o percurso feito a partir de Fouras até Bordéus
Já sem paciência, com algum cansaço e depois de tantos quilómetros feitos, de
tanto tempo gasto e algum calor, resolvemos sair para fora da cidade em direcção
a Rochefort, mas antes de lá chegar, há uma localidade chamada Fouras. É uma
estância balnear, muito bonita e hoje com festa. Arranjámos estacionamento num
lugar favorito, mas completamente cheio e aqui vamos passar a noite, depois de
assistir à festa e ao fogo-de-artifício que se vão realizar logo à noite.
Fomos ver o fogo, porque durante a tarde haviam grandes preparativos, o que fazia
adivinhar um grandioso espectáculo.
Fouras
Festa nocturna do 14 de Julho em Fouras
E assim foi. Eram tantas pessoas na rua central, na marginal, na escadaria da praia
e no areal, que ainda não sei de onde saiu tanta gente.
Estava um frio de rachar, faziam falta todos os casacos e mais algum. Começou
com músicas da Enya, seguindo-se com projecções multimédia na Torre do Vigia e
um maravilhoso espectáculo de pirotecnia no mar e na Torre, que durou 30
minutos. Eram luzes de todas as cores e com vários motivos. Não há palavras para
descrever o quão maravilhoso foi! Começamos mal o dia, mas terminou em grande.
Este feriado é muito importante para os franceses e quase todos os municípios
fazem grandes festejos neste dia.
Dia 15 de Julho
Depois de fazer a manutenção à auto caravana, na área de serviço de Fouras, lá
fomos nós à descoberta de mais um destino e fizemos 18 km até Brouage. Esta vila
fica dentro de um forte, começou a ser construída no séc. XVI e estava situada
muito perto do mar, por ser um grande entreposto comercial. Já no séc. XVIII,
quando o mar recuou e os pântanos começaram a ser drenados, a vila ficou isolada
e perdeu grande parte da população. Continua fortificada, em alguns pontos com
paisagem a perder de vista.
Hoje é local de visita para os apaixonados por estas aldeias e vilas, que vive,
essencialmente do turismo.
Brouage
Rua principal
Igreja Matriz de Brouage
Uma das entradas
Seguimos por mais 18 km em direcção a St-Jean-d’Angle.
O caminho foi feito no meio dos pântanos, nesta zona existem hectares de terreno
que já foi mar e hoje, algum dele está utilizado na agricultura.
Nesta aldeia era para visitar um castelo, construído em 1180, para defesa das
minas do sal nos pântanos. Após a revolução francesa, ficou abandonado e hoje
está em recuperação.
Não entrámos porque quando chegámos eram 12.30 h (eu nem tinha visto as horas)
e coincidiu com a hora de almoço. Depois só abria às 14 h e era muito tempo para
esperar, mas confesso que não me despertou, não era uma coisa atraente.
Fizemos mais 40 km em direcção a Royan e parámos em Talmont-sur-Gironde.
Estacionámos numa área de serviço para auto caravanas, onde já não faltavam e
continuaram a chegar até à noite, de todos os países.
Esta aldeia é amuralhada e está localizada no estuário de Gironde, tem uma igreja
românica construída num monte (um local ligeiramente mais alto, em relação às
ruas) do séc. XI, feita por monges beneditinos. A imagem da Igreja, faz lembrar a
proa de um navio. A aldeia foi construída no séc. seguinte, por um senhor chamado
Eduardo I de Inglaterra, que era dono deste local de França.
Talmont-sur-Gironde
Vista da aldeia
Rua principal
Igreja Românica
Está tudo muito bem conservado, as ruas estão cheias de flores de várias cores e
qualidades, em alguns sítios as pessoas têm que se desviar delas. As ruas estão
cheias de gente e há muito comércio. É uma aldeia que merece visita, pela sua
beleza e charme.
No fim desta visita, pegámos na bicicleta e fizemos mais 31 km. Fomos até
St.Georges-de-Didonne, uma parte feita pela costa e outra pela estrada nacional. É
uma cidade bonita, balnear, com uma praia grande e muita gente. Em tempo de
férias não se deve poder andar lá. Uma verdadeira confusão. Entretanto quando
chegamos a maré tinha subido e a aldeia estava rodeada por água. Regressámos,
descansamos um pouco e à noite fomos dar uma volta pela aldeia. Já não havia
ninguém, mas tudo iluminado e com uma panorâmica diferente do dia.
Dia 16 de Julho
Hoje o dia começou cinzento.
Saímos de Talmont-sur-Gironde por volta das 9 h e apanhámos a estrada D 145 que
depois faz ligação à D 255 e chega a Blaye. São 40 km feitos ao lado do rio Gironde,
mas metade, anda no meio das vinhas de Bordéus com paisagens lindíssimas, aliás
chamam-lhe mesmo a “estrada verte” ou “Bordéus por la route verte”, com
passagem em algumas aldeias bonitas e todas muito bem arranjadas. Há mesmo
ruas com floreiras nos passeios, carregadas de flores de várias cores, que lhe dão
um ar de jardim.
Chegámos a Blaye à hora do almoço. Um trânsito infernal, ninguém se entendia…
Era sábado, havia a feira semanal, bem grande e para além disso, também um
concurso hípico internacional, o que provocava um movimento fora do normal.
Lá conseguimos estacionar, mesmo ao lado do porto de embarque para Lamarque.
Entretanto fomos visitar a fortaleza, mas com a preocupação do embarque, porque
era uma fila interminável de carros, sempre que havia uma passagem.
A fortaleza foi construída no séc. XVII para defesa do porto de Bordéus. Vista de
fora parece um complexo de paredes oblíquas com torres, portões e arsenais, mas
lá dentro tem bares, restaurantes, um hotel e lojas comerciais, para além das vistas
e paisagens sobre o rio Gironde.
Blaye
Fortaleza seiscentista
Entrada da fortaleza
Rua principal
Em frente à fortaleza há um pequeno grupo de ilhas, muito arborizadas. Fizemos
algumas fotografias, mas o dia estava muito cinzento e até começou a chover.
Almoçamos e fomos pôr combustível, porque às15 h havia barco.
Quando chegámos ao porto eram 14,05 h. Sabíamos qual era o tempo de espera,
mas já tínhamos três carros à frente e o que se juntou logo atrás de nós. Foram 25
minutos de viagem até Lamarque. Seguimos na estrada D2 para Pauillac. Foram 15
km a passar no meio das vinhas e Châteauxs, de três dos melhores vinhos de
Bordéus. Cada um mais bonito do que o anterior!
Fizemos o caminho de regresso até Gradignan, uma localidade a 10 km de Bordéus,
porque antes já tínhamos procurado duas áreas de serviço e não as encontrámos.
Pauillac
Vinha e alguns Châteaux em Pauillac
Então ficámos aqui num simpático parque de campismo, pequenino e completo,
mas arranjaram um lugarzinho para nós passarmos a noite. E a chuva continua.
Amanhã vamos para Bordéus.
Dia 17 de Julho
Hoje é domingo! É o melhor dia para visitar a cidade de Bordéus.
O parque onde ficámos foi óptimo e não foi caro e ainda por cima, fica a 14 km da
cidade. Saímos às 8.30 h e por volta das 9 h já tínhamos estacionado num parque,
mesmo no centro da cidade.
A esta hora ainda não havia trânsito e andou-se muito bem.
Isto só é possível fazer-se ao domingo.
Tinha chovido toda a noite e estava algum frio, mas nada que impedisse de fazer um
passeio a pé, de duas horas, nos locais mais interessantes. Bordéus é uma cidade
do séc. XVIII e foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO, devido à sua
localização numa curva no rio Garone. O nome da cidade é como estar a falar de
vinho, sempre se destacou com o comércio deste produto mundialmente famoso.
Os monumentos são imponentes, a começar pelo Grand Theatre, construído no séc.
XVIII, é uma das mais belas construções de França, a Église de Notre-Dame,
clássico barroca, a Cathédral de Saint-André, do séc. XI, com esculturas medievais,
o Palais Rohan, onde funciona a Câmara Municipal, ao lado destas fica a Tour Pey-
Berland. Esta torre sineira de estilo gótico, foi mandada construir pelo bispo da
altura, Pey-Berland. Fica ao lado da Catedral e o objectivo era para que os sinos
não criassem vibrações na igreja.
Bordéus
Monumento aos Girondinos
Grand Theatre
Église de Notre-Dame
O Musée d’Aquitaine, guarda toda a documentação da região desde os tempos préhistóricos até aos dias de hoje. A Grosse Cloche, é um pórtico quatrocentista, que
servia de torre sineira da antiga Câmara Municipal, a Porte Cailhau, outra torre
quatrocentista, a Église de St-Pierre, a Place du Parlement, com o seu chafariz ao
centro, bares e cafés, a Place de la Bourse. No meio desta fica uma fonte com as
três graças e finalmente, cerca de 500 metros feitos na Quai de la Douane, até ao
estacionamento. Mesmo em frente está o Monument aux Girondins.
Catedral de Saint-André
Grosse Cloche
Porte Cailhau
Este monumento consiste numa fonte em torno de uma torre, construída sob a
Terceira República (1870- 1940), para homenagear os deputados de Bordéus ao
Parlamento que foram vítimas do Terror durante a Revolução. No cimo da torre, de
50 metros, está a Estátua da Liberdade, que abraça Bordéus.
Uma cidade monumental, com ruas, praças e esplanadas lindíssimas.
Rua de Bordéus
Palais Rohan
Place de la Bourse
Saímos daqui e fizemos mais 50 km, em direcção a St-Émilion. Antes de lá chegar
uns 7km, fizemos uma estrada que atravessava as vinhas e os castelos desta
região, todos seguidos. Aqui são produzidas três “Premiéres Grands Crus Classés”
de St-Émilion.
Estamos a falar de outras grandes marcas de vinhos da região de Bordéus.
Entretanto chegámos à vila, ainda estacionamos bem, porque dali a bocado, nem
pensar e fomos à descoberta.
Esta vila é do séc. XIII, ruas estreitas, casas medievais e algumas partes das
muralhas ainda intactas, do séc. XII, a igreja monolítica, também possuía a torre
sineira ao lado, e a Torre do Rei, que não sabem exactamente a data da construção,
possivelmente do séc. XI, com 60 metros de altura e três patamares, tem uma
paisagem deslumbrante sobre a vila e as vinhas circundantes.
Muito movimento de turistas e curiosos a visitarem, as esplanadas cheias e o
comércio nas ruas, maioritariamente, era de vinhos. Imagine-se, garrafas a
custarem 3000 e 4500 euros. Também havia de menos dinheiro, conforme o ano de
colheita, mas era quase tudo a partir de 100 euros.
St. Émilion
St. Émilion
Rua medieval
Torre sineira
Torre do Rei
As ruas estreitas a subir e descer, todas calcetadas, as casas, os restos do
Mosteiro da Idade Média, a igreja de St-Émilion e a fachada de uma igreja
Troglodita, bem conservada, retrata bem o encanto de uma vila, que fica no centro
de uma região de vinho tinto, à qual dá o nome.
Rua medieval
Igreja Troglodita
Vinha e aspecto da Vila
Como não podíamos ficar lá na vila, fizemos o regresso a Bordéus e mais 50 km em
direcção a Andermos-les-Bains. Uma estância balnear, que fica na baía de
Arcachon.
Muita chuva, em regime de aguaceiros e frio. As pessoas andam todas com casacos
de meia estação.
Fomos dar uma volta pelas ruas do centro, durante a tarde e o movimento era
característico da zona, esplanadas e comércio de rua. No porto de pesca, o maior
comércio, era o das ostras. Aqui são produtores que depois as vendem. Ainda não
consegui perceber como é feita a reprodução destes moluscos, criados dentro de
conchas duras, tendo em atenção os artefactos da faina, que existem fora de cada
barraca de pescador.
Aqui vamos ficar por dois dias, para tentar conhecer melhor um pouco o local e
descansar, porque temos andado sempre de um lado para o outro.
Este foi o percurso feito a partir de Bordéus até Biarritz
Dia 18 de Julho
Hoje o dia está melhor do que ontem, mas sempre com a ameaça de chuva. Da
parte da manhã, havia umas abertas de sol e então fomos dar uma volta de bicicleta
até Taussat, uma vila aqui próxima, mas mais pequena e também balnear.
Aproveitamos para comprar pão e entramos numa “patisserie” com fabrico próprio
e quando estávamos a decidir o que comprar, a menina perguntou qual a nossa
nacionalidade. Dissemos, portuguesa e logo ela respondeu que era muito bonito e
que conhecia Amarante, Mira, Peniche e Fátima, que as pessoas eram muito
simpáticas.
Andermos-les-Bains
Porto de mar em Andermos
Lá nos despedimos e voltamos rapidamente com a ameaça de chuva e que chegou
mesmo a cair umas pingas e algum frio, fizemos 14 km. Almoçamos e entretanto as
condições climáticas ficaram melhores e fomos outra vez de bicicleta, mais 16 km.
Como aqui é uma zona balnear, não há muito para ver, então fomos até Arés. Outra
vila mesmo aqui ao lado, também balnear. Entrámos no supermercado “Carrefour”
para comprar umas saladas e fruta, mas o preço das coisas aqui em França, quase
duplica em relação a Portugal.
De regresso passámos no centro da vila, que estava cheia de gente, não era
possível pedalar na bicicleta. Esta localidade apesar de ser balnear, tem muito
movimento no centro. As ruas são cortadas ao trânsito a partir das 13 h até às 2h da
manhã, tal é o número de pessoas que aqui se deslocam, para estar na esplanada,
para fazer compras de todo o género, comer gelados, crepes e simplesmente,
passear.
Mesmo aqui ao nosso lado, há umas casas de comércio de peixe e ostras, que
vendem ao quilo ou já preparado para levar para casa. Já lá fomos ver, mas é tudo
caríssimo, só devem comprar os naturais e os turistas cujo nível de vida é superior.
Vamos dormir para amanhã nos deslocarmos para outro lado.
Dia 19 de Julho
Hoje choveu toda a noite!
Acordámos às 7 h e depois de tudo preparado e manutenção da auto caravana
feita, fomos para a estrada. Destino de Arcachon.
Chegámos por volta das 9 h e logo à entrada da cidade, encontrámos um parque de
estacionamento com autocarro até ao centro da cidade, mas não ficava longe.
Foram cerca de 40 km com alguma chuva, mas quando chegámos até estava algum
sol, mas muito vento e frio.
Lá fomos de autocarro conhecer um pouco da cidade. É uma zona balnear muito
chique, com grandes mansões de pessoas da classe média alta, uma marginal
lindíssima virada para a baía de Arcachon, com algum movimento de barcos para
Andermos-les-Bains e muita gente na rua e nas esplanadas.
Demos uma volta, comprámos um pão artesanal, apanhamos o autocarro e
regressámos.
Mais 13 km para a Dune du Pilat. Esta duna de areia tem cerca de 600 anos, 2700
metros de comprimento, 500 metros de largura e 105 metros de altura.
É a maior duna de areia da Europa e tem magnificas vistas panorâmicas para o Cap
Ferret e toda a baía de Arcachon.
Baía de Arcachon e Duna de Pilat
Vistas do cimo da duna de Pilat
São centenas de pessoas a visitarem, todas a subirem a escadaria até ao ponto
mais alto da duna. Estava tanto vento, que era quase impossível andar lá em cima.
Subida à Duna
No cimo da Duna
Eram precisos todos os casacos e carapuços, mas quando se desce e se olha para
trás, é uma satisfação. Não se paga nada para entrada, uma vez que está tudo
vedado, mas paga-se ao sair: 8 euros, por 1,20h de estacionamento!
Enfim, é uma vez…
Metemo-nos na estrada D218 e fizemos mais 35 km para Mimizan-plage, sempre
debaixo de chuva e não era pouca!
Chegamos por volta das13,20h, à área de serviço pretendida, arranjei o almoço,
para comer e fomos até ao centro. Era mesmo muita gente que passeava e não
estava tempo bom, ainda passamos no Posto de Turismo para algumas informações
e regressámos quase a correr, com a chuva que entretanto começou a cair. Era
tanto o frio, que passamos o resto da tarde dentro da auto caravana a ver um DVD
do André Rieu.
Entretanto caiu a noite e sempre com vento forte, que nem dá para sair lá fora.
Amanhã conto mais.
Dia 20 de Julho
Hoje de manhã o dia continuava cinzento, havia alguma incerteza para passear de
bicicleta. Então estávamos a precisar de alguma coisa para abastecer o frigorífico
e decidimos ir ao supermercado para fazer compras, entre as quais, fazia parte
uma faca de abrir ostras. Na passagem de regresso, comprei um pão de cereais,
numa padaria mesmo em frente ao mercado, que me pareceu muito boa. Entrei e fui
confrontada com uma montra com várias qualidades de pão, que apetecia comprar
um de cada e uma grande variedade de bolos, mas nada que me agradasse. Tinha
vontade de comprar alguma coisa doce, estava a sentir falta de um pastel de nata,
mas aqui nesta zona, não há nada disso. Só pasteis com cremes esquisitos! Agora
entendo porque é que no mês de Agosto, quando estão lá os emigrantes todos, as
coisas quase esgotam no “Continente” e em alguns sítios, nem podemos entrar!
Enfim, vão lá fazer a desforra… Estava o mercado aberto e fomos espreitar. Logo a
primeira banca era um vendedor de ostras de vários calibres. Cada tamanho tem o
seu preço e são vendidas à dúzia, mas até nem são muito caras. O senhor foi tão
simpático que nos disse como eram abertas, até abriu uma para nós vermos. E
vamos lá experimentar a faca…
Quando chegámos era quase meio-dia, olhámos um bocado para a televisão e
preparei o almoço, enquanto o Jorge abria as ostras, de acordo com as instruções
recebidas. Foi só pôr sumo de limão e já está. Eu não gosto muito, não têm o meu
paladar, mas comi uma para provar. Comeram-se metade e à noite foi o resto.
No fim do almoço, estávamos convencidos de que iria dar para sair, mas nada
disso! Chovia e abria o sol, voltava a chover, voltava o sol, parece que estava a
brincar connosco.
Ficamos na auto caravana e só fomos às 18h comprar um pão fresco e verificamos
que ia decorrer um espectáculo musical no centro, mas com a chuva, que
entretanto começou, não acredito que esteja alguém na assistência.
Chegou a hora do jantar que preparamos e já arrumei todas as coisas, para
amanhã, quando nos levantarmos, seguir para outro destino.
Dia 21 de Julho
Saímos de Mimizan-plage por volta das 8.30 h, com céu cinzento e chuva em
direcção a Vieux-Boucau. Uma estância balnear muito bonita, com o Port d’Albret e
o Lac de Soustons. Um lago enorme onde praticam muito surf, para além da praia
que existe muito concorrida. Tem uma ecovia a toda a volta do lago com 5 km e com
uma paisagem encantadora. Aqui encontramo-nos com os nossos amigos Elizabete
e o Fernando, do Porto. Já cá estavam desde ontem. Passámos o dia junto e fomos
fazer o circuito de bicicleta à volta do lago de manhã.
Vieux-Boucau
Ruas de passeio junto do lago
Almoçamos e tomamos café na auto caravana deles e voltamos ao centro para ver o
movimento do comércio local. Demos uma volta grande, entramos em algumas
lojas, mas não compramos nada, pois os preços aqui são muito caros. Entretanto
chegou a hora do jantar. Jantamos e, de sobremesa, comemos uns crepes
flamejados com conhaque, feitos pelo Fernando. Estavam maravilhosos!
À tarde tínhamos visto que havia WI-FI em algumas lojas do centro e resolvemos ir
até lá, à noite, para entrarmos na nossa cusquisse, mas nada disso. Fomos ao
primeiro bar, pedimos um chá de menta, pagamos bem e deram-nos o código do
acesso para a entrada na internet, mas nada disso aconteceu. Desculpas e mais
desculpas, mas nada.
Resolvemos ir a outro bar, indicado pela mocinha daqui. Era quase ao lado e lá
fomos nós, só que aconteceu aquilo que nós não estávamos à espera, que foi não
entrar na Net. Então foram desculpas e mais desculpas e mesmo nada. Acabamos
por vir embora todas desconsoladas e vamos deitar para amanhã sair daqui bem
cedo.
Dia 22 de Julho
Depois de nos levantarmos e fazer a manutenção à auto caravana, saímos de VieuxBoucau em direcção a Biarritz.
Paramos em Capbreton para ir ao super-mercado fazer algumas compras. É que
hoje o Jorge faz anos e como estamos com os nossos amigos, não podemos deixar
de abrir uma garrafa de champanhe e comer um bolo.
Chegados a Biarritz por volta das 11 h conseguimos arranjar dois lugares mesmo
lado a lado, e os melhores.
Fomos logo conhecer um pouco dos arredores daqui, era só passar por baixo de
um túnel da estrada e já estávamos na praia. Aqui há passeios em alcatrão para os
peões andarem e nós não somos excepção. Podemos avistar uma longa extensão
de costa, com uma paisagem linda, o mar calminho que nem parecia o Atlântico. É
muito bonita esta costa de Biarritz.
Biarritz
Passeio na marginal
Uma das mais bonitas praias de Biarritz
Regressámos e pusemos as mesas cá fora e as cadeiras, fizemos o almoço e no fim
a Elizabete e o Fernando quiseram ir à praia, mas estava um pouco de vento fresco,
e nós optamos por ir conhecer o centro da cidade. Fomos de bicicleta, com algum
trânsito, mas também muito cuidado.
Chegados lá, estacionamos as bicicletas, mesmo em frente às Galerias Alfayet,
fomos dar uma volta ali por perto e apercebemo-nos de que havia passagem junto à
praia e muita gente a passear. Pegamos nas bicicletas e fomos atrás dos carros
naquele sentido e fomos parar, exactamente ao sítio que queríamos.
Em frente a nós estava o grandioso e luxuoso Hotel de França, O Palais, antiga
residência da Imperatriz Eugénia casada com Napoleão III.
A cidade cresceu como porto de pesca da baleia, mas acabou por ser frequentado
pela alta sociedade no séc. XIX.
Hotel Palais
Igreja Ortodoxa Russa
Igreja de St. Eugénia
Hoje a cidade possui três grandes praias, com os melhores recursos para a prática
de surf.
Fiquei encantada com a arquitectura do Palácio do Hotel!
Continuamos a nossa volta, sempre junto ao mar e encontramos lindos miradouros
com vistas para o lado norte e sul de Biarritz. Com isto fizemos 10 km de bicicleta.
Praia de Biarritz
Vila Bella
Vista de um miradouro
Regressamos à nossa auto caravana e mais um pouco de conversa e chegou a hora
de jantar, como havia aniversario, convidamos os nossos amigos para comer a
sobremesa e tomar café connosco. Posto isto, ainda fomos dar uma volta, para
desanuviar, mas só demorou 30 minutos.
Agora é hora de deitar, já são 23,30 h.
Até amanhã.
Dia 23 de Julho
Logo de manhã cedo fomos a pé até Biarritz, para ver o mercado semanal. É uma
feira com muita gente, onde se vendem os melhores produtos e de tudo, desde
peixe, carne, legumes e frutas, pão e comida feita, de todas as variedades,
especiarias, bolos, os famosos queijos, enfim, tudo o que se pode imaginar.
Do mercado passamos para o centro e depois regressamos pela marginal, sempre
junto da praia. A manhã estava um pouco fresca, quando o sol ficava escondido,
corria um ar que se tornava frio.
Chegados à auto caravana, era a hora de arranjar o almoço e assim foi. De tarde os
nossos amigos voltaram ao centro e nós fomos de bicicleta até St-Jean-de-Luz, um
centro piscatório no Inverno e uma movimentada estância turística no Verão.
St-Jean-de-Luz
Praia de St-Jean-de-Luz
Vista da praia para Ciboure
Deixamos as bicicletas amarradas e fomos a pé pela rua principal. Esta rua tem
cerca de 1 km toda cheia de comércio, mais as transversais que iam dar à praia e
no meio da rua há uma igreja lindíssima, que é a Église St-Jean-Baptiste. É a Maior
igreja basca, com três andares de galerias, um retábulo do séc. XVII, onde ainda
hoje, quando há cerimónias, é ocupado pelas pessoas mais ilustres. Foi nesta igreja
que se casou Luís XIV com a infanta Maria Teresa de Espanha em 1660. O portão
por onde entraram os noivos foi emparedado logo após o casamento, para que
nunca mais ninguém o usasse. Há uma placa por fora da igreja, neste sítio, para
assinalar o local.
Um porto natural, protege o litoral, tornando as praias seguras para nadar.
A especialidade gastronómica, são as lulas cozinhadas na sua tinta e servidas pelos
muitos restaurantes, junto da praia e nas ruas mais movimentadas.
Interior da Igreja de St. Jean Baptiste
Entrada principal da Igreja
Portão do Rei Sol
Interior da Igreja
Quando se entra na porta desta igreja, parece que pára a respiração, tal é a beleza
que se nos apresenta. É fora do normal com as galerias em madeira, a Pia
Baptismal, toda ornamentada em madeira e o órgão de tubos, também ele decorado
com motivos de pássaros em madeira e que pertence à lista de Património Francês.
Quando saímos dali, já não tínhamos vontade de ver mais nada, parece que já
tínhamos visto tudo, mas fomos até ao porto para ver a paisagem maravilhosa que
se pode avistar dali.
Porto de St-Jean-de-Luz
Rua de comércio
Casa de Louís XIV
Regressámos até Biarritz, já ao final da tarde e foram assim 28 km de bicicleta,
entre o trânsito intenso e as muitas subidas e descidas que a estrada D 810 tem,
mas satisfeitos com o resultado.
Amanhã é para acordar bem cedo, porque o destino é outro.
Lary-Este foi o percurso feito a partir de Biarritz até St. Lary
Soulan
Dia 24 de Julho
Hoje é domingo.
Saímos de Biarritz às 7,30 h, debaixo de muita chuva, em direcção a Lourdes. Já
tinha estado lá, talvez há 20 anos, não me lembrava de nada.
Chegamos por volta das 10,30 h, estacionamos sem muito problema e fomos um
bocado ao acaso, porque não sabíamos por onde ir, mas chegamos lá rapidamente.
Estavam a decorrer missas nas duas igrejas, repletas de gente de todas as
nacionalidades. A que mais se destacava, era a indiana. Era incalculável o número
de pessoas que andava lá, deste país!
Lourdes
Santuário de Lourdes
Fomos visitar todas as capelas e fomos para a fila para entrar na gruta onde Nossa
Senhora apareceu a santa Bernardete. É um pouco como a história dos pastorinhos
de Fátima. Entretanto acabaram as missas e podemos entrar nas igrejas, já sem a
missa.
Lourdes é um dos santuários maiores da Europa, devido às aparições de Nossa
Senhora a Santa Bernardete em 1858.
São realmente bonitas, transmitem alguma emoção, mas diferentes daquilo que
vimos até agora.
Lourdes tem o seu valor, a sua beleza e é um dos maiores santuários da Europa
desde meados do séc. XIX.
Santuário de Lourdes
Regressámos à auto caravana e almoçamos ali mesmo para continuar caminho até
aos Pirenéus.
Chegamos a ST-Lary Soulan por volta das 15,30 h. Fomos por indicação da nossa
amiga Elizabete e estacionamos numa área de serviço destinada a auto caravanas,
pertinho do centro.
Esta aldeia, muito bem preservada e arranjada com flores nas janelas e nas ruas, é
uma estância de esqui no Inverno e percorrer trilhos pedestres no verão.
St-Lary Soulan
Vários aspectos da aldeia
O comércio existente é na base dos produtos regionais e essencialmente, lojas com
roupa e acessórios para a prática de esqui e desportos aquáticos.
Porque aqui, passam vários rios ou ribeiros, formando enormes lagos, que são
utilizados para essas práticas.
São várias aldeias, todas juntas com paisagem de perder de vista em altitude. Por
esta região podemos sempre contar com temperaturas frescas e cenários
grandiosos.
Nesta zona existem várias subidas aos picos, feitas em teleférico. Têm vistas
maravilhosas e encantadoras, já que os picos ficam a mais de 2000 metros de
altura.
Demos uma volta pela aldeia para conhecer, jantamos e agora são horas de
descanso.
Dia 25 de Julho
Dormimos na área de serviço com mais um companheiro, primeiro senti um pouco
de medo, mas depois comecei a aperceber-me que estávamos rodeados de casas
habitadas e a noite correu bem.
De manhã saímos por volta das 8.30 h de St-Lary Soulan em direcção a Espanha.
Estávamos a 15 km da fronteira, mas no meio dos Pirenéus, com as curvas e a
chover e com nevoeiro, esta distância duplica. Passamos no túnel de Bielsa,
descemos os Pirenéus espanhóis, passamos Huesca, Zaragoza e paramos em
Soria, foram cerca de 420 km. Entre estas duas cidades começamos a encontrar
muitos camionistas portugueses, que nos cumprimentavam com um apito ou um
sinal de luzes.
Chegamos a Soria às 15,30 h e estacionamos no parque de campismo “Fuente de la
Teja”. Estava uma temperatura de 30º, muito quente para quem anda debaixo de
chuva há quase três semanas! Pegámos nas bicicletas e fomos até ao centro da
cidade e ao chegar fomos surpreendidos com o comércio fechado. Era feriado.
Fomos ao posto de turismo para saber o que visitar e não faltavam coisas. Soria é
uma cidade pequena, mas tem alguma história e os monumentos são bonitos e
interessantes.
Começamos por visitar a Igreja de Santo Domingo, escultura monumental românica
de finais do séc. XII.
Soria - Espanha
Igreja de Santo Domingo
Interior da Igreja
Antigo Convento de Jesuítas
As casas do centro histórico com fachadas em madeira, o Palácio dos Condes de
Gómara, data do séc. XVI e hoje é sede de Audiência Provincial, a Plaza Mayor,
conserva o carácter das praças castelhanas, destacam-se vários edifícios como o
Palácio da Audiência, o actual edifício da Câmara, a Igreja de la Mayor de origem
românica, que acolheu o casamento e o funeral de Leonor Izequierdo, o Arco del
Cuerno, do séc. XIX e a Fuente de los Leones, oferecida pelo rei Carlos III à cidade
de Soria. A igreja de San Juan de Rabanera, românica do séc. XIII, lindíssima e
única. Isto tudo dentro da cidade, mas fora do centro também tem coisas ricas
como a Ermita de San Saturio.
Mosteiro de San Juan de Duero, séc. XII
Ermita de San Saturio, séc. VI
Este templo foi construído no séc. VI, sobre uma gruta, destacam-se os frescos da
capela em redor da vida deste santo, que se recolheu ali, depois de ter perdido os
pais e ter dividido a sua herança e fortuna, pelos pobres e mais necessitados. Por
último visitamos o Mosteiro da ordem dos Hospitalarios de San Juan, construído no
séc. XII, o seu claustro é único, pela mescla de estilos e influências românica e
árabe.
Uma cidade rica em história, mas com mais coisas para visitar, nós apenas
visitámos algumas e as principais.
Fonte dos Léons
Câmara Municipal
Casa Dona Urraca, séc. XVI
Devido à distância entre elas, fomos de bicicleta. Foi muito bom, porque fizemos o
que queríamos e ainda chegamos a horas de um bom banho, para depois jantar e
dormir a horas.
Este percurso faz parte do nosso regresso, assinalando Zamora, em
Espanha e o Mogadouro, em Portugal de onde saímos com destino a
casa.
Dia 26 de Julho
Saímos por volta das 8,30 h do parque de Soria, depois de uma noite bem dormida.
Fizemos 320 km em direcção a Zamora, com paragem em Valladolide, para ir ao
supermercado.
Procuramos o Carrefour, mas estivemos quase para desistir, porque quase todos
estes espaços, têm os estacionamentos vedados a viaturas com mais de 2,50
metros de altura ou parques subterrâneos. Por acaso arranjamos onde parar numa
rua paralela ao estabelecimento e foi um pulinho até à entrada para nos abastecer
de algumas coisas em falta. Aqui em Espanha, os preços já são mais semelhantes
aos nossos, não há os disparates que vimos em França.
Se não fosse a nossa “amiga” do GPS, nós nunca conseguíamos encontrar estas
coisas. Ela é que nos leva aos sítios e nos tira de lá, quando são no meio das
cidades, como foi o caso.
Lá seguimos as indicações “dela” e chegamos a Zamora. Um parque de campismo
a 2 km do centro da cidade, muito bonito, com internet e com boas condições. Em
princípio íamos ficar uma noite, mas decidimos por ficar mais outra, também para
conhecer um pouco da cidade. Não nos apeteceu sair após o almoço, que foi às 4 h
da tarde, porque estava muito calor, eram 35º e assim vamos amanhã de manhã
pela fresca.
Ficamos aqui durante a tarde, na internet na esplanada do bar e também pus
algumas coisas em dia, como por exemplo, lavar algumas pecinhas de roupa.
Com a temperatura que está, seca rapidamente e também deu para relaxar um
bocado, para não ser todos os dias a andar de lado para lado…
Jantamos e estamos cá fora ao ar livre, com a noite sossegada a ouvir os grilos a
cantar!
Amanhã vamos visitar a cidade.
Dia 27 de Julho
Como o parque fica a cerca de 3 km da cidade, o nosso meio de transporte são as
nossas bicicletas.
Fomos bem cedo visitar o centro histórico de Zamora, tão cedo que ainda ia frio e
tivemos que levar um casaco vestido, mas valeu a pena.
Ontem quando chegamos ao parque, a menina da recepção, deu-nos um mapa da
cidade e indicou-nos o caminho para chegarmos lá, mas um pequeno engano levounos por uma das saídas da auto-estrada, com entrada na cidade, mas também
ninguém parou para dizer nada e nós lá fomos.
Esta cidade expandiu-se para além dos limites originais, mas a parte antiga é rica
em igrejas românicas.
Chegados ao centro e à rua de Santa Clara, procuramos um sítio para deixar as
bicicletas e nada melhor do que ficarem mesmo em frente à polícia.
De mapa na mão, percorremos o resto da rua, para começarmos por um lado.
A Catedral e o Castelo, ficavam no fim da rua e pelo caminho, até lá chegar fomos
visitando a igreja de San Juan, a igreja de La Magdalena e a igreja de San Cipriano.
Igreja de S. João
Igreja de Santa Madalena
Porta de Santa Madalena
Todas elas muito bem conservadas, de estilo românico. Chegados à Catedral,
iniciada em meados do séc. XII, de construção românica, a entrada era feita através
dos claustros, com pagamento! Fiquei a pensar, mas no fim da visita verifiquei que
valeu mesmo a pena, não há palavras para descrever a grandiosidade do
monumento.
Logo à entrada, no museu havia uma colecção de tapetes flamengos, dedicados à
Guerra de Troya, entre imagens e objectos, pertencentes à igreja, do séc. XVI.
Interior da Catedral de Zamora
A entrada na Catedral é para deixar qualquer um sem fala: a abóbada principal tem
o telhado, no exterior, coberto de escamas em pedra, no interior destacam-se as
cadeiras de coro, em madeira com imagens de santos, reis e rainhas esculpidas
nas costas dos assentos, do séc. XV, as capelas dedicadas a vários santos, quase
todas do séc. XVI, com imagens que nos deixam a pensar, pelo que nos podem
transmitir, um altar decorado com flores, castiçais e sacrário, com quatro metros
de frente todo em prata, feito por um ourives de Valladolide, do séc. XVI. Algumas
destas coisas, foram restauradas e outras perdidas, quando no ano de 1550
ocorreu um incêndio na Catedral. Mesmo assim pode dizer-se que é exemplar
único!
Porta principal da Catedral
Tapeçaria
Cúpula com escamas da Catedral
A igreja de San Pedro e San Ildefonso de estilo românico, do séc. XII conserva a
fachada e as paredes exteriores, todo o resto foi renovado no séc. XV.
A ponte romana construída no séc. XII com 16 arcos, na parte mais larga do rio
Duero.
O Palácio de los Momos, actual palácio da justiça, do séc. XVI com fachada e
janelas floridas, em estilo gótico.
O Palácio de los Condes de Alba y Aliste, hoje transformado num luxuoso hotel.
Palácio dos Momos
Rua de Santa Clara
Igreja de S. João
A Calle Balborraz com duas fachas em degraus e as varandas em madeira.
A sede da Caja Duero, também do séc. XVI.
Estes foram alguns dos monumentos que nós visitamos.
Sem exagero Zamora é o “museu vivo do românico” pela veia artística que o séc. XII
deixou nas muitas e notáveis igrejas. Actualmente é uma capital em que predomina
a ocupação do sector de serviços, com boas estruturas para a atenção turística.
Calle de Balborraz
Fachada da Caja Duero
Gostei de conhecer e uma das coisas que eles dão muito destaque é a Semana
Santa, pela Páscoa.
Regressamos ao parque por volta das 17 h, descansamos um pouco na esplanada
do bar, para consultar a internet, entretanto chegou a hora de um banho
refrescante e o jantar, para a seguir deitar, que amanhã há alguns quilómetros para
fazer.
Dia 28 de Julho
Saímos de Zamora às 9 h em direcção a Portugal, mais propriamente ao
Mogadouro. Chegamos às 10,30 h depois de fazer 72 km. Não conhecia, mas o
nome parece que me dizia qualquer coisa como: aldeia, vilinha, assim um local
diferente… e é diferente!
Entramos no parque de campismo “Quinta da Aguieira”, estacionamos no nosso
lugar e fomos comprar uma posta mirandesa. Chegados ao centro encontramos
logo um talho, entramos e apareceu um senhor já com alguma idade. Dissemos o
que queríamos e logo teve curiosidade em saber de onde éramos e quando viu, que
estávamos nas nossas bicicletas, perguntou como é que íamos fazer a posta. Então
lá tivemos a explicar ao senhor e quando dissemos a nossa localidade, ficou todo
entusiasmado a dizer que tinha lá uma amiga que era professora e que o marido
trabalhava no tribunal na Póvoa de Varzim. Pensava ele que nós conhecíamos a
amiga dele, enfim, foi simpático e até nos disse onde devíamos comprar pão e qual
era o melhor. Gente da aldeia, é assim.
Vistas do Mogadouro - Portugal
Regressámos e arranjámos o almoço e deixamo-nos ficar aqui até ao fim da tarde.
Estava um calor de assar!
Por volta das 19 h, já o sol estava fraco e o calor tinha diminuído, pegámos nas
bicicletas e fomos conhecer a vila.
O Mogadouro é uma vila pequena, mas com alguns monumentos históricos e uma
parte nova, onde se inclui a biblioteca, o turismo, a casa da cultura e um parque
verde em redor destes, com um anfiteatro ao ar livre e construído em degraus de
relva. Muito gira esta parte.
Complexo desportivo
Vista da Matriz sobre o Mogadouro
Convento de S. Francisco
Castelo do Mogadouro
Pelourinho
Destaca-se o complexo desportivo que é composto por uma piscina coberta e ao ar
livre, com muito espaço relvado, um campo de futebol relvado, um campo de ténis e
basquetebol e o parque de campismo, bonito e com óptimas infra-estruturas. Do
melhor e é municipal!
Na parte histórica destaca-se o Castelo do Mogadouro, classificado Monumento
Nacional, do séc. XVII. Hoje só restam dois planos da muralha, mas conservados.
Tem uma vista fantástica para toda a vila.
A igreja da Misericórdia, a Torre Sineira, a igreja Matriz e o Pelourinho, estes, todos
no mesmo lugar e do séc. XVI.
Castelo do Mogadouro
Torre Sineira
Estátua
A igreja e Convento de S. Francisco, seiscentista e com planta de cruz latina e três
naves, são do séc. XV e classificado Imóvel de Interesse Público.
A diversidade da paisagem, escarpas e arribas do Douro, fazem do Mogadouro, um
concelho mais bonito e atraente.
Embora com algumas obras, mas quando estiverem terminadas, é com certeza,
uma vila cativante.
Com pena minha, amanhã partiremos em direcção a casa.
Dia 29 de Julho
Bem cedo, começou o dia!
Fizemos a manutenção e limpeza da auto caravana, para regressar a casa.
Saímos do Mogadouro às 9,30 h e fizemos a estrada até ao IP 4, para desilusão
nossa, porque demoramos o dobro do tempo a chegar ao Porto e só conseguimos
entrar na garagem ao inicio da tarde.
Estava tudo em obras e como se não bastasse, havia sítios em que o trânsito era
desviado para as estradas secundárias, mas enfim, tem que ser assim para haver
melhorias.
Chegados ao Porto, fizemos as mudanças das roupas e outras coisas, para chegar
mesmo a casa.
Demoramos cerca de 40 minutos até Esposende e toca a arrumar as coisas nos
sítios, para ter a casa em ordem.
E assim chegou ao fim uma viagem de sonho, que acabou por ser realizada, sem
percalços nem acidentes, graças a Deus, percorrendo todos estes locais
impensáveis e lindíssimos, ficando assim com um maior conhecimento a todos os
níveis: paisagem, cultura, gastronomia e alguns costumes.