25 anos depois

Transcrição

25 anos depois
são paulo
rio de janeiro
minas gerais
espírito santo
25 anos depoIs...
O casal que gastou meia vida
construindo este barco
edição nº 10 | abril/maio 2015 | r$ 12,00
Rio
Boat
Show
os novos
barcos
que o
salão
mostrou
represa
do Broa
A praia do interior
de São Paulo que
poucos conhecem
Tesouro
de IlhaBela
O velho tesouro
do Saco do Sombrio
volta à tona
BomBas
de porão
O que você precisa
saber para não
ficar na mão
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P e r f e i t o Pa r a v i v e r o s d o i s l a d o s d a v i d a
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Índice
pág. 16
NESTA EDIÇÃO...
NOVAS SUPER OFERTAS
DO PROGRAMA DE OWNERSHIP
WIND CHARTER.
pág. 32
POR JORGE DE SOUZA
ENFIM, N O MAR
AS NOVIDADES
DO SALÃO, PARA
QUEM NÃO FOI
25
anos atrás, Fernando Collor de Melo ainda não
havia sido sequer eleito presidente, a moeda
do Brasil era o cruzado, computadores eram
quase novidades e celular tinha a ver com corpo
humano, não com telefones. Pois foi há cerca de 25
anos que o então jovem casal paulistano Elfriede e Jadyr Galera, recémcasados e com o sonho comum de ter uma família e um barco, começou
a construir, eles mesmos, este veleiro: o Augenblick, que só recentemente
ficou pronto, um quarto de século (ou quase meia vida deles...) depois.
Mas, apesar disso, jamais pensaram em desistir. Porque, para
eles, o Augenblick sempre foi bem mais do que um simples barco.
Era um objetivo a ser alcançado e, nos últimos anos, virou, também, o
principal combustível da vida de Elfriede, depois do surgimento de um
câncer sem cura. Mas que agora, com o barco na água e pronto para partir,
começa a dar sinais de regredir. Coincidência? Não é o que eles acham...
O que você estava fazendo 25 anos atrás? Casando? Ainda estudando? Pois
este casal, Elfriede e Jadyr, estava começando a construir este barco, na sua
própria casa, em São Paulo. E ele só ficou pronto um quarto de século depois,
após uma emocionante história de perseverança, em busca de um sonho
Se você não
pôde ir ao salão
náutico do Rio de
Janeiro, no mês
passado, para
conferir de perto
as novidades do
setor, veja aqui
quais foram os
novos barcos
que foram
apresentados lá
JORGE DE SOUZA
NÁUTICA SUL
NÁUTICA SUDESTE
Você e seu barco
ideal seriam duas!) é obrigatório para a segurança de qualquer embarcação. O problema
é quando elas não funcionam ou não funcionam direito, bombeando menos água do
que deveriam. Mesmo sendo um dos equipamentos mais relevantes a bordo de lanchas e
veleiros, as bombas não vêm instaladas em
quase nenhum novo barco. Geralmente, são
oferecidas apenas como “equipamento opcional” e cabe aos proprietários ter o bom
senso de mandar instalá-las.
A bomba de porão funciona como uma
espécie de centrífuga e fica instalada na parte mais funda do casco. Ela tem um rotor
com pás na parte de baixo, que, quando acionadas, giram em alta velocidade, “puxando” a água e a empurrando para fora do casco, por meio de uma mangueira. Qualquer
interrupção no funcionamento deste ciclo
pode resultar em inundação do casco. E, se
isso acontecer, é problema na certa.
Na maioria das vezes, a água que penetra
nos barcos (e alguma água sempre entra...)
vem de pequenos vazamentos no eixo do hélice ou na rabeta do motor. Mas a chuva, as
ondas, pequenas trincas no casco ou até mesmo o gelo derretido das caixas de isopor das
NÁUTICA SUDESTE
ESPÍRITO SANTO
25 ANOS DEPOIS...
O casal que gastou meia vida
construindo este barco
EDIÇÃO Nº 10 | ABRIL/MAIO 2015 | R$ 12,00
Rio
Boat
Show
OS NOVOS
BARCOS
QUE O
SALÃO
MOSTROU
REPRESA
DO BROA
A praia do interior
de São Paulo que
poucos conhecem
TESOURO
DE ILHABELA
O velho tesouro
do Saco do Sombrio
volta à tona
BOMBAS
DE PORÃO
O que você precisa
saber para não
ficar na mão
E
DIVULGAÇÃO FOLLOW ME WATER SKI
67
ÁGUAS
TRANQUILAS
Além de ser
pequena e não
sofrer fortes
ventos, a represa
do Broa ainda
tem poucos
barcos, o que
deixa a água
sempre bem
tranquila. Além
de linda no pôr
do sol
44
Acesse www.
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de NÁUTICA
SUdeSTe
VIcE-PRESIDENTE
Denise Godoy
O ERMITÃO
DO SOMBRIO
Thiry viveu
30 anos
praticamente
sozinho no
Saco do
Sombrio,
tentando
decifrar o
enigma que
levaria ao
tesouro. Não
conseguiu.
Mas
encontrou
intrigantes
marcos
NÁUTICA SUDESTE
59
pág. 59
NÁUTICA SUDESTE
45
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AS NOVIDADES DO
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
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RIO DE JANEIRO
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EDIÇÃO Nº 8 | DEZEMBRO/JANEIRO 2014/2015 | R$ 12,00
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A ex-vila caiçara, que, primeiros os hippies, depois os
surfistas e os turistas adotaram, ainda enche os olhos com
a beleza de suas praias – algumas ainda virgens e as últimas
desse tipo no litoral entre Ubatuba e Paraty
EDIÇÃO DE ANI
V
ERSÁRIO 1º AN O E PARA COMEMORAR...
Os 10 mais lindos lugares
para passear de barco,
mostrados no primeiro ano
de NÁUTICA SUDESTE
Como enfrentar
com segurança as
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E + Lago Jaguara
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MINAS GERAIS
EDIÇÃO Nº 9 | FEVEREIRO/MARÇO 2015 | R$ 12,00
Roteiro
de verão
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Os lugares mais indicados para guardar um barco entre Rio de Janeiro e São Paulo
RIO DE JANEIRO
As surpresas que esta pedra esconde
Os lançamentos do último salão náutico
EDIÇÃO Nº 7 | OUTUBRO/NOVEMBRO 2014 | R$ 12,00
do
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interior paulista
EDIÇÃO Nº 6 | AGOSTO-SETEMBRO 2014 | R$ 12,00
Edição 7
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MOTORES
O que muda numa lancha
quando só o que muda
é a potência do motor?
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E + edição de
Aniversário – 1º ano
BÊ-Á-BÁ DA BOA
ANCORAGEM
O que você precisa
saber sobre âncoras,
cabos e amarras
OS MACETES
DO CORRICO
Como se dar com
os peixes mesmo
durante os passeios
O TIETÊ QUE
NUNCA VOCÊ VIU
Um aventureiro voa
sobre o rio mais poluído
do país do começo ao fim
Edição 8
rotEiro dE vErão,
dE UbatUba a
paraty
E + Laje de Santos
O MELHOR
PASSEIO DE ANGRA
Um roteiro completo
pelas praias e ilhas
mais bonitas
CORROSÃO
NO BARCO
Como
combater este
problemão
Edição 8
Guilherme Rabelo [email protected]
leide Ortega [email protected]
REDAÇÃO E ADmINISTRAÇÃO
Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, cEP 01451-001,
São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
PARA ANuNcIAR
[email protected] Tel. 11/2186-1022
DIRETORA DE PublIcIDADE
mariangela bontempo [email protected]
ExEcuTIVOS DE cONTAS
Eduardo Santoro [email protected]
Eduardo Saad [email protected]
MENSAGENS
AO MAR
O fascínio das
mensagens em
garrafas nunca acaba
alcatrazEs,
ilha dE caras
E + O melhor passeio
de Angra
cOlAbORARAm NESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
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DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
A pequena e pouco conhecida
represa do Broa , no interior de
São Paulo, agrada em cheio.
Tanto na paisagem quanto na
tranquilidade de suas águas
NÁUTICA SUDESTE
VERSÃO
DIgITAL
gRÁTIS!
PRESIDENTE E EDITOR
Ernani Paciornik
NTRE AS MUITAS HISTÓRIAS
que povoam Ilhabela, nenhuma é
mais instigante do que a do tesouro do Saco do Sombrio. E nenhuma
é mais verdadeira do que a obstinada procura por ele empreendida pelo engenheiro belga Paul Ferdinand Thiry. Durante 40
anos, Thiry, dono de um corpo franzino mas
uma mente brilhante, pesquisou, estudou, escarafunchou a região, aplicou complexos conceitos matemáticos e viveu praticamente sozinho na inóspita mata do Saco do Sombrio em
busca da solução de um enigma, que, segundo ele, levaria ao tesouro.
Thiry morreu sem encontrá-lo, mas deixou um sucessor igualmente abnegado, o advogado paulista Osmar Soalheiro, que também procurou o tesouro até morrer, e uma intrigante série de marcos que desvendou nas pedras do Sombrio, que só poderiam ter
sido feitos por mãos humanas. E quem faria aquelas marcas numa
região praticamente selvagem se não fosse para indicar algo?
Se a busca por um tesouro em tempos modernos soa infantil demais, aquela desconcertante série de marcos, alguns até com entalhes na rocha, encontrados por Thiry, é inegavelmente verdadeira. E torna ainda mais intrigante uma história que, até hoje,
fascina todo mundo, e que, ao que tudo indica, ainda não acabou.
JORGE DE SOUZA
FOTOLIA
função primordial dos barcos é
manter a água sempre do lado
de fora. Mas, na prática, é inevitável que entrem respingos ou, às
vezes, bem mais do que isso. E eles vão se
acumulando no fundo do casco, até chegar
ao ponto em que começam a comprometer a estabilidade do casco ou, pior, inundá-lo, afetando o funcionamento de componentes como
motor, bateria e parte elétrica. Um casco cheio d’água
fica pesado, instável e muito
perigoso. Para evitar isso, existem as bombas de porão, que
nada mais são do que pequenos equipamentos que lembram chuveiros, tanto no formato quanto
no tamanho, embora a função deles seja o
oposto disso: sugar em vez de despejar água.
Até hoje não se inventou nada mais eficiente para evitar que a água empoce no fundo de um casco do que uma prosaica bomba
de porão jogando fora a água que entra —
salvo um náugrafo desesperado com um balde na mão. Ter, pelo menos, uma bomba de
porão (dependendo do tamanho do barco, o
pág. 44
MINAS GERAIS
O engenheiro belga Paul Thiry
passou praticamente a vida inteira
procurando um tesouro no Saco do
Sombrio, em Ilhabela, mas morreu
sem encontrá-lo. Agora, baseado
em evidências deixadas por ele,
outro pesquisador garante que irá
desvendar de vez este mistério
POR JORGE DE SOUZA
A
RIO DE JANEIRO
O HOMEM DO TESOURO
NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora ltda.
— ISSN 1413-1412. Abril 2015. Jorn. resp: Denise Godoy (mTb
14037). Os artigos assinados não representam necessariamente
a opinião da revista. Direitos reservados.
FOTO DE cAPA: mozart latorre
JEANNEAU 50DS
Ano 2012 - 2 anos a operar.
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BARCOS NOVOS
A segurança de qualquer barco também depende de um equipamento
bem simples: a bomba de porão, que, quando bem dimensionada, não
deixa a água empoçar no fundo do casco nem ele inundar por completo
SÃO PAULO
NÁUTICA SUDESTE
NA PAZ DO BROA
QUE SALVA
pág. 67
16
POR JORGE DE SOUZA
A BOMBA
BOMBA À VISTA
Embora fique no
fundo do casco,
a bomba deve
estar em local
de fácil acesso,
para checagens
periódicas, porque
a própria sujeira
do porão pode
entupi-la
FOTOS MOZART LATORRE
33
ACERVO DE OSMAR SOALHEIRO
32
ARQUIVO PESSOAL
SONHO
REALIZADO
Elfriede, Jadyr e
o veleiro que eles
levaram 25 anos
para construir,
finalmente nas
águas de Ilhabela.
Para eles, muito
mais do que um
simples barco
SUN ODISSEY 379 2015
SUN ODISSEY 469 2015
SUN ODISSEY 509 2015
SUN ODYSSEY 379
Ano 2012 - 3 anos a operar.
Consulte!
WIND 34
Ano 2013 - 4 anos a operar.
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6
Náutica SudeSte
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Curitiba - R. Gov. Agamenon Magalhães, 537 - F: 41 3532.0754 / 41 3532.1620
Aconteceu...
16ª ReGata
A já tradicional mais animada regata do país reuniu cerca de
100 barcos e 800 velejadores, nas águas de Angra dos Reis
gente de peso
Acima, todos os
comandantes
dos barcos
vencedores
nas diferentes
categorias. À
esquerda, o
comandante
do barco Lexus
(à direita), Luiz
Crescenzo, com
o presidente da
Toyota do Brasil,
Koji Kondo e
o VP da Lexus,
Luís Andrade
FOTOS MOZART LATORRE
iLHa de caRaS –
ReViSta Náutica
Torben
Grael mais
uma vez
competiu e
ganhou na
sua classe.
Desta vez,
com um
barco de
1969
André Mirsky participou,
com a mulher Kyra, com o
barco que pretende usar na
Olimpíada do Rio:
o Neutrogena, um Nacra 17
10
Náutica SudeSte
encostou,
ganhou
Acima, Ernani
Paciornik,
organizador
da regata, com
a prefeita de
Angra, Maria
da Conceição
Rabha e Mauricio
Giamellaro, da
Heineken. E, ao
lado, Leandro
Hassum e Lucy
Ramos, que
deram o sinal de
partida para a
festiva prova
Como sempre, a festa da chegada teve feijoada.
E a premiação foi na badalada Ilha de Caras
O primeiro barco a chegar foi o Lexus/Chroma,
que tinha até o presidente da Toyota a bordo
na raia e
nas ilhas
À esquerda,
Torben Grael,
vencedor na
classe RGS.
À direita, o
pocket show
de Anitta, na
Ilha de Caras,
na festa de
premiação.
Abaixo, a
animada
feijoada, na ilha
Itanhangá
O regulamento exigia que cada
barco tivesse, ao menos, uma mulher
ou criança a bordo. Uma regata,
acima de tudo, festiva
Náutica SudeSte
11
Aconteceu...
A edição deste ano da maior feira de
pesca esportiva do país, em São Paulo,
gerou quatro dias de estandes lotados
FOTOS MOZART LATORRE
FeiPeSca
encontros
Acima, Ernani
Paciornik, da
promotora do
salão, com
Carlos Paggiaro
(à esquerda) e
equipe da Levefort.
No canto, Mateus
Zillig, da revista
Pesca Esportiva,
organizadora do
evento, com
o jogador
— e pescador —
Allan Kardec,
que também
visitou a feira
Em busca das novidades,
os pescadores lotaram os
corredores do Center Norte
durante todos os dias da feira
Durante a feira, foi oficializada a profissão de piloteiro,
agora chamada “condutor de turismo de pesca”
muita gente
A Feipesca
deste ano bateu
recorde de
visitantes e lotou
o pavilhão do
Center Norte. Ao
lado, Alexandre
Richart e equipe
da Sperta Náutica,
de Araçatuba, que
também esteve
presente
aula prática
As palestras e os
cursos práticos,
como este acima,
de arremessos,
levaram
muita gente a
interromper a visita
aos estandes para
aprender um pouco
mais sobre a pesca
esportiva
12
Náutica SudeSte
A próxima
edição da Feipesca
acontecerá no início
do ano que vem, no
mesmo local
grande
evento
Ao lado, Helder
Barbalho, do
Ministério da
Pesca, oficializa
a profissão de
piloteiro. No
canto, Anselmo
Ferreira, da Fluvial
Náutica, com
Leandro Custódio
e Celso Bernarde,
da loja Pescaça
O tanque
Pesque e
Solte, para
ensinar as
crianças a
devolver
os peixes à
natureza, fez
muito sucesso
Náutica SudeSte
13
Aconteceu...
JiMNY daY
O calendário 2015 dos divertidos
encontros de proprietários
Suzuki começou em março,
nos arredores de São Paulo
A qualidade e a tecnologia Air Step proporcionam uma navegação incomparável.
FOTOS DIVULGAÇÃO
A Suzuki também promove a
Copa Swift Sport de Vela, em Ilhabela
Mais de 300 carros participaram
do encontro, que teve rali,
passeio e provas de aventura
A NOVA
REVENDA
VOLVO PENTA
EM NITERÓI.
só festa
Acima, o
casal Vanessa
Massaro e Luiz
Rosenfeld,
da Suzuki,
que promove
os eventos
da marca, e,
ao lado, os
vencedores
e alguns
participantes
da etapa
GT 35
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Luiz Sayeg
[email protected]
[12] 981.257.525 - ID 55*90*117671
As novidAdes
do sAlão, pArA
quem não foi
Se você não
pôde ir ao salão
náutico do Rio de
Janeiro, no mês
passado, para
conferir de perto
as novidades do
setor, veja aqui
quais foram os
novos barcos
que foram
apresentados lá
fotos mozaRt latoRRe
16
Náutica SudeSte
No Boat show, muitos
barcos foram oferecidos
com descontos e condições
especiais de pagamento
Intermarine 65
A mAior novidAde
do tradicional estaleiro
intermarine não estava
no rio Boat Show por um
bom motivo: ainda está
sendo produzida. Trata-se
do modelo de 80 pés,
o maior da marca, que
chegará ao mercado em
breve. mas o seu projeto
foi apresentado em
detalhes aos interessados,
bem como o barco logo
abaixo dele, este aqui, de
65 pés e luxo pra ninguém
botar defeito.
triton 47 Ht
A pArTir do projeTo da Colunna 43, comprado
recentemente, o estaleiro paranaense Triton lançou, no rio,
o seu maior barco até o momento: esta Triton 47, que, no
entanto, é um barco completamente diferente. A começar
pelo tamanho, que cresceu mais de um metro, por conta da
plataforma de popa móvel, que permite até levar um jet ski.
outra boa surpresa é a cabine, alta e com dois banheiros e duas
boas camas de casal, entre outras coisas mais. o preço fica em
torno de r$ 1,2 milhão, com propulsão volvo ipS.
18
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
19
Grandes e pequenos
barcos, de diferentes
marcas, um ao lado do
outro. Comparar ficou fácil
Ventura V300
eSTA BoniTA lAnChA é feita em minas Gerais, pelo
estaleiro ventura, que já produziu mais de 12 000 barcos, e foi
lançada recentemente. Tem um visual moderno que agrada
bastante (sua proa, por exemplo, é sextavada, para aumentar
a área da cama) e uma cabine bem alta, embora o teto na
parte da cama de popa seja bem baixo. no rio, foi vendida por
preços a partir de r$ 263 mil, com um motor de 300 hp.
Coral 46
o mAior BArCo já feito
pela Coral Boats, do rio de
janeiro, pode ter dois ou
três camarotes fechados
(melhor com dois, porque
permite aumentar a sala) e
tem preço justo, a partir de r$
1,3 milhão. As mulheres, em
particular, adoraram os dois
principais camarotes, um com
teto parcialmente de vidro,
na proa, e outro, na popa,
com espaço até para uma
incomum (para este tamanho
de barco) máquina de lavar
roupas a bordo.
20
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
21
Além de barcos, o salão mostrou outras
novidades para curtir a vida em grande estilo
Real 265
GrAçAS A umA Série de vinCoS e recursos
hidrodinâmicos no casco, batizados de sistema
hydro lift, o estaleiro carioca real powerboats
tem conseguido produzir lanchas mais largas
(portanto, com mais espaço a bordo), que exigem
motores menos potentes (o que resulta em menor
custo, tanto na compra quanto no consumo) e,
mesmo assim, com excepcional desempenho.
isso também está aplicado na nova versão do
modelo 265, lançado no salão do rio, com cabine
mais alta do que as antigas 26 pés da marca.
Cimitarra 560
o eSTAleiro GAúCho Cimitarra produz lanchas de bom tamanho
(e com preços convidativos), que atraem muitos visitantes nos
salões náuticos. no rio Boat Show não foi nada diferente. Chegou a
22
Náutica SudeSte
formar fila para visitar um dos seus maiores modelos, esta 560,
lançada recentemente. nela, a exemplo dos demais barcos da
marca, a qualidade do acabamento melhorou bastante.
Náutica SudeSte
23
Prestige 420
A mArCA FrAnCeSA
prestige está no
Brasil há alguns
anos e sempre
oferece barcos com
soluções práticas
e originais — sem
falar na qualidade
excepcional. uma
delas é o camarote de
popa com acesso
exclusivo (a partir
de uma escada
própria, na sala), que,
até então, só havia
nos barcos maiores.
Agora, a 42 pés da
marca também tem
esta vantagem extra.
As grandes lanchas
com flybridge ainda
fazem sucesso. Mas,
nas menores, a
tendência é o teto solar
Phantom 375
Focker 400 Coupé
emBorA SejA umA novidAde, esta lancha
já existia no mercado e era feita pelo estaleiro
Armada, que recentemente deixou de existir.
A Fibrafort, fabricante catarinense que produz
mais de 700 barcos por ano, comprou o
projeto, alterou-o bastante e relançou o
barco no salão do rio de janeiro, com muitos
melhoramentos. Como alguns itens de conforto
geralmente só encontrados em barcos bem
maiores. preço? A partir de r$ 1,2 milhão.
24
Náutica SudeSte
o Bem-SuCedido modelo
365 da phantom, produzido
pelo estaleiro catarinense
Schaefer Yachts, ganhou uma
nova versão no rio Boat
Show. Batizada de 375, a lancha
passou a ter capota rígida com
teto solar, seguindo a mais nova
onda do mercado, que são os
barcos abertos e fechados, ao
mesmo tempo. Como sempre
acontece com os barcos da
Schaefer, atraiu muita gente.
Náutica SudeSte
25
Mesmo os estaleiros que não
apresentaram novidades, exibiram
barcos que ainda enchem os olhos
arth 215
A ArThmArine é um pequeno
estaleiro da Grande São paulo que
produz lanchas com boa relação
custo/benefício. A mais recente
delas é esta, de 21,5 pés, lançada no
salão do rio de janeiro, ao preço de
r$ 105 mil (com motor de centro de
220 hp e sem a opção de motor de
popa). ela tem interessantes linhas
retas no cockpit e certo ar retrô no
estilo do para-brisa.
azimut 42
menor lAnChA da tradicional
marca italiana Azimut, a 42
é feita no Brasil, em Santa
Catarina, e foi lançada no último
salão de São paulo, com grande
sucesso. portanto, ainda é quase
uma novidade. é o típico barco
para quem quer entrar no
segmento das lanchas com
flybridge e mais espaço. e tem
qualidade condizente com a
fama da marca.
26
Náutica SudeSte
Este ano, o Boat show
aconteceu no Rio Centro.
A quantidade de visitantes
impressionou os expositores
Sea Ray 510
A mArCA AmeriCAnA Sea ray, do mesmo grupo
das lanchas Bayliner, já tem fábrica no Brasil, em
Santa Catarina, mas os seus modelos de maior
porte ainda são importados, como é o caso
desta 51 pés, lançada recentemente, mas já com
unidades vendidas no país. no salão carioca, ela
foi oferecida a preços a partir de r$ 4 milhões,
mas com qualidades que justificam isso.
28
Náutica SudeSte
A empresa portuguesa friday apresentou o
projeto de uma casa flutuante para represas
FS 275 Wide
eSTA novA verSão da lancha de 27 pés
da marca catarinense FS, lançada no último
salão de São paulo, também foi apresentada
no rio de janeiro. destaque para as linhas
retas — e modernas — no cockpit e um detalhe
interessante: embora seja uma lancha de proa
aberta, ela tem uma pequena cabine, com
cama, de um lado, e um banheiro, do outro.
top Fish 32 Wa
A Top FiSh é um pequeno eSTAleiro carioca, especializado em lanchas
híbridas, de pesca e passeio. e o seu mais novo barco, este aqui, de 32 pés,
apresentado pela primeira vez no rio Boat Show, segue a característica de
servir para as duas coisas, com a vantagem de ter mais espaço ao redor
do convés para os pescadores (daí o WA, de “walking around”, no nome)
e de oferecer uma cabine de bom tamanho, com banheiro, cozinha, duas
camas e tudo o mais que uma pequena lancha costuma oferecer.
Colunna Jet Boat
o experT 3, de 20 péS de comprimento e
capacidade para sete pessoas, do estaleiro paulista
Colunna, é atualmente o único jet boat (ou lancha
movida a jatos d’água, em vez de hélice, como os
jet skis) produzido no Brasil. já existe há tempos,
é um barco consagrado, mas está longe de ser
ultrapassado. Ao contrário, segue fazendo o maior
sucesso, especialmente para quem gosta de navegar
rápido e em lugares rasos, porque seu calado é
baixo. no salão, foi cotado a partir de r$ 105 mil.
ALUMÍNIO
30
Náutica SudeSte
por jOrgE dE SOuzA
Enfim, n o mar
O que você estava fazendo 25 anos atrás? Casando? Ainda estudando? Pois
este casal, Elfriede e Jadyr, estava começando a construir este barco, na sua
própria casa, em São Paulo. E ele só ficou pronto um quarto de século depois,
após uma emocionante história de perseverança, em busca de um sonho
25
anos atrás, Fernando Collor de Melo ainda não
havia sido sequer eleito presidente, a moeda
do Brasil era o cruzado, computadores eram
quase novidades e celular tinha a ver com corpo
humano, não com telefones. Pois foi há cerca de 25
anos que o então jovem casal paulistano Elfriede e Jadyr Galera, recémcasados e com o sonho comum de ter uma família e um barco, começou
a construir, eles mesmos, este veleiro: o Augenblick, que só recentemente
ficou pronto, um quarto de século (ou quase meia vida deles...) depois.
Mas, apesar disso, jamais pensaram em desistir. Porque, para
eles, o Augenblick sempre foi bem mais do que um simples barco.
Era um objetivo a ser alcançado e, nos últimos anos, virou, também, o
principal combustível da vida de Elfriede, depois do surgimento de um
câncer sem cura. Mas que agora, com o barco na água e pronto para partir,
começa a dar sinais de regredir. Coincidência? Não é o que eles acham...
Náutica Sul
jorge de souza
32
arquivo pessoal
sonho
realizado
Elfriede, Jadyr e
o veleiro que eles
levaram 25 anos
para construir,
finalmente nas
águas de Ilhabela.
Para eles, muito
mais do que um
simples barco
Náutica SudeSte
33
T
34
Náutica SudeSte
playground
a bordo
Quando Nicole
nasceu, 25
anos atrás, o
Augenblick já
estava sendo
construído.
Ela cresceu
dentro — e
junto — com ele
“
O meu
barcO-irmãO
para a filha do casal Galera, Nicole,
hoje com 25 anos, este veleiro é
como um irmão. Só que mais velho
Foi nele que aprendi a dizer as primeiras
palavras e dar os primeiros passos, no que,
para mim, mais parecia um berço gigante.
Também aprendi com ele a dividir a atenção
dos meus pais, que passaram a se dividir em
serrar, colar, pregar e evitar que eu me ralasse
toda, em improvisados escorregadores feitos
com as madeiras do casco. De certa forma,
o Augenblick também era a minha babá,
porque eu estava sempre junto dele e cresci
ao seu lado. Enquanto eu ganhava mais alguns
centímetros de altura, ele tomava forma. Mas
demorou um bocado...
Éramos, também, a atração do bairro.
Quando os amigos da escola perguntavam
se a minha casa ficava na “rua do barco”, eu
respondia, orgulhosa, que morava “na casa do
“
barco!”. E todo mundo sabia onde era. Anos
Fui uma daquelas sortudas crianças
que ainda podia brincar na rua, no balanço, na
gangorra, na casa da vó. Mas nenhum desses
lugares era tão divertido quanto o barco que
meus pais cismaram de construir no quintal. Nele,
eu podia me esconder, escorregar e explorar
cantinhos inacessíveis às outras crianças. Quando
depois, nasceu o meu (outro) irmão, depois
terminei o colégio, entrei na faculdade e o
Augenblick seguiu crescendo, mas devagar,
porque faltava tempo e dinheiro para os meus
pais terminá-lo. Só o sonho não acabava.
Levou 25 anos para ele, finalmente, encostar
a barriga na água e conquistar a sua liberdade
eles tiveram a ideia (para alguns “absurda”) de
no mar. O Augenblick não foi apenas a melhor
construir um veleiro, eu também era apenas um
lembrança da minha infância. Foi, também, as
projeto, um sonho que se misturou às muitas
duas maiores lições de vida que já recebi de
plantas, que, um dia, dariam forma a um barco.
meus pais: a de que não se deve desistir dos
O Augenblick começou a nascer bem antes de
seus sonhos e de que nada é impossível, desde
mim e se tornou uma espécie de irmão mais
que haja vontade. E, no caso deles, também
velho. Meu querido barco-irmão.
muita resina e compensado naval.
“
empos atrás, a construção do futuro
barco da família Galera, no quintal
da própria casa, nos arredores de São
Paulo, não ia nada bem. Depois de
ter sido interrompida por oito anos por conta do
nascimento do segundo filho do casal e da absoluta falta de dinheiro para prosseguir no mesmo ritmo de antes, da morte do pai dela, do adoecimento da mãe dele, da obrigatória mudança
de casa e da necessidade de transferir o casco de
um lugar para outro, o que nunca é fácil, ainda
veio a pior notícia: Elfriede, a “Fri”, estava com
câncer, em estágio avançado. Todos ficaram
chocados. Menos ela, que continuou ajudando
o marido a montar o barco e sonhando com o
dia em que ele iria para a água. E ele foi, pouco mais de 25 anos depois de o casal ter começado a construí-lo e cinco após o início da doença
dela. Que, por sinal, desde então, só fez regredir.
— A vontade da Fri de ver o barco pronto
foi o melhor tratamento que ela poderia ter —
diz Jadyr, que, ao receber a notícia dos tumores, em vez de desanimar, acelerou ainda mais
a construção do veleiro. Porque assim ela, secretamente, queria que fosse. E porque ele jamais se perdoaria se ela partisse antes de aproveitá-lo, no mar.
Mas havia um problema: faltava dinheiro
para completar o barco rapidamente. E o pouco
que eles tinham de reserva foi usado para pagar
os tratamentos de saúde dela. Jadyr, então, trocou o carro por outro usado e mais barato e pegou dinheiro emprestado. E os amigos, sensibilizados pela situação, ajudaram a comprar o que
faltava para o barco — tinta, parafusos, equipa-
“
Jadyr não tem dúvida:
foi o sonho de ver o barco
pronto que fez sua mulher
combater o câncer
fotos arquivo pessoal
augenblick
mentos e mais um ou outro acessório. Os últimos recursos para terminar o Augenblick vieram
de uma inesperada coleta de donativos na internet, um crowdfunding, que Fri relutou bastante
em fazer, porque não se sentia bem pedindo dinheiro a quem quer que fosse. Mas, estimulada
pelos amigos, gravou um depoimento altamente
otimista, tanto do sonho dela de terminar o barco, quanto da batalha para vencer a doença sem
cura, o que ela sempre encarou abertamente. No
final, pingaram os R$ 10 mil que faltavam para
colocar o barco na água. E assim foi feito, em junho do ano passado, pondo fim a uma exemplar
história de perseverança na busca de um sonho,
que começou lá atrás, em 1988.
25 anos
depois
Elfriede e
Jadyr, quando
começaram
a construir o
Augenblick, mais
de 25 anos atrás,
e quando ele
finalmente ficou
pronto, no ano
passado. Meia
vida dedicada a
ter um barco
N
aquela época, Fri e Jadyr estavam
casados havia pouco e compartilhavam, também, outro sonho: o de ter
filhos. Mas ela não conseguia engravidar, por causa da própria ansiedade em se
tornar mãe.
— Pense em outra coisa — aconselhou o
médico, depois de vários tratamentos infrutíferos.
Veja o que lhe dá prazer e invista nisso. Compre
um cavalo, por exemplo, se gostar de cavalgar...
Mas o que Fri e Jadyr gostavam mesmo era
dos barcos. Sempre que podiam, saíam para passear no barquinho de um amigo e adoravam
aquilo. Mas, como ter um barco se não tinham
dinheiro para comprar sequer um usado? A solução veio da boca de Jadyr.
— Vamos construir um!
Fri topou, mesmo sabendo que nem ela
nem ele entendiam bulhufas sobre construção
Náutica SudeSte
35
augenblick
um passO a passO que durOu 25 anOs
Da compra do projeto
até o barco ir finalmente
para a água, um quarto
de século passou na
vida da família Galera
O projeto, comprado em 1988
Dois anos depois: eles trabalhavam no barco só nos fins de semana
Só um ano depois, o casco foi revestido
Em 1989, ainda jovem, Jadyr começou a moldar o casco
Meses depois, o Augenblick começou a ganhar forma
Hora da virada do casco; faltava até espaço
Elfriede fixando as anteparas
1993: hora de começar a montar o convés
fotos arquivo pessoal
A média eram três tiras de madeira por dia
O primeiro “estaleiro”: no quintal da casa da mãe dele
1994: a compra de um motor usado
Quilha, ok: o ritmo, agora, é acelerado
36
Náutica SudeSte
2003: após 14 anos, o casco deixa a periferia de São Paulo...
O estofamento foi feito durante a quimioterapia de Elfriede
...e é levado par a a frente da nova casa do casal
Último passo: Elfriede cola o nome no casco
Começa a laminação. Mas vem a notícia do câncer de Elfriede
Julho de 2014: o Augenblick deixa a casa onde foi finalizado...
2013: a cozinha pronta
...e, finalmente, vai para o mar, no Guarujá
Náutica SudeSte
37
naval. Mas só a ideia de — quem sabe? — conseguir fazê-lo já a deixava entusiasmada.
Naquele mesmo ano, foram passear na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, e ali viram
um veleiro que cabia bem nas ambições deles:
um Samoa 29, projeto do carioca Roberto Barros, o Cabinho, para ser feito em casa. Compraram o projeto, que chegou pelo correio, na
forma de um monte de plantas e desenhos.
Pronto! Agora, só faltava construí-lo.
fotos jorge de souza
ajuda da
internet
Para conseguir
o dinheiro que
faltava para
terminar o
barco, Elfriede
concordou
em contar sua
história em um
site de coleta de
recursos (abaixo).
Rapidamente,
conseguiu o
dinheiro e fez
vários novos
amigos. Hoje,
a história do
Augenblick
está contada no
facebook
F
elizes da vida, saíram contando que
iriam construir um barco, mesmo para
os que consideravam aquilo uma completa maluquice. Um deles foi o próprio pai de Fri, um típico alemão, que, ao começar a ouvir os planos do jovem casal, logo
interrompeu a explanação.
— Ein augenblick (“Um momento”, em alemão). Eu pensei que vocês fossem construir uma
família, não um barco!
Pois o pai de Fri não só não conseguiu demovê-los da ideia, como acabou, involuntariamente, dando nome ao futuro barco do casal.
Ele se chamará “Augenblick”, decidiram, na
hora, Fri e Jadyr, numa espécie de homenagem
sapeca ao pai dela.
O próximo passo era pôr a mão na massa, pois, como não tinham dinheiro para
pagar um est aleiro, decidiram que fariam
tudo eles mesmos. Mas, onde construiriam
um barco de quase nove metros de compri-
O barco foi sendo
construído no quintal
de casa, à medida que o
tempo e o dinheiro
bem curto permitiam
38
Náutica SudeSte
fotos arquivo pessoal
augenblick
mento se moravam em um apart amento?
— No quintal da casa da minha mãe! — sugeriu Jadyr, mesmo sabendo que a modesta Vila
Brasilândia, nos subúrbios de São Paulo, não era
exatamente o local ideal para construir um “iate”,
como a vizinhança passou a comentar, quando
soube dos planos do filho da Dona Maria.
Um barracão foi erguido na frente da casa
dela e, dentro dele, uma pilha de ripas de madeira começou a dar forma ao segundo sonho da
vida de Fri e Jadyr. Porque, o primeiro, ainda era
ter um filho. E ele veio, logo em seguida, como
bem previra o médico, ao sugerir que ela distraísse a mente com outra coisa. A primeira madeira
do casco foi cortada em julho de 1989 e, dois meses depois, Fri descobriu que estava grávida. Foi
o primeiro “tratamento”, sem nenhum medicamento, que o barco fez por ela.
N
icole nasceu em abril de 1990, quando
o Augenblick não passava de uma minúscula sequência de ripas, que, um
dia, resultariam em um casco. Como
Fri e Jadyr eram autodidatas na área e só podiam
trabalhar no barco nos finais de semana, o Augenblick não progredia tanto quanto eles gostariam. Mesmo assim, lentamente, ele ia tomando forma. Três anos depois, o casco ficou pronto.
Mas ainda faltava todo o resto.
Além da carência de tempo, pois os dois
trabalhavam em uma empresa de medicamentos, ainda havia a crônica falta de dinheiro para
acelerar as obras. Tudo o que sobrava do magro orçamento doméstico era transformado em
“coisas para o barco” — que eles, bem humorados, chamavam de “créditos náuticos”. No
seu 30o aniversário, Jadyr ganhou de presente
da mulher dez quilos de pregos de cobre, para
mão na
massa
Elfriede
participou
ativamente de
todas as fases da
construção do
barco, ajudando
a construí-lo de
fato. Hoje, com
o barco pronto,
dá palestras
de incentivo
(à direita)
para outros
portadores de
câncer sobre os
benefícios, no
tratamento, de
ter um objetivo e
persegui-lo
pregar as ripas do casco. E ficou emocionado.
Enquanto isso, Nicole crescia, brincando entre as madeiras do “estaleiro” improvisado na Vila
Brasilândia. Mas, logo a família aumentou outra
vez: Fri ficou grávida de Patrick, que chegou cinco anos depois da irmã, que, por sua vez, quando
nasceu, o Augenblick já estava sendo construído.
— Ele é o meu irmão mais velho — costuma dizer Nicole, hoje com 25 anos de idade.
Crescemos juntos.
Com o nascimento de Patrick, tempo e dinheiro ficaram ainda mais escassos para o barco,
que foi coberto com uma lona e hibernou, durante
oito anos, no barracão do quintal da Dona Maria.
— O barco ficou parado, mas não esquecido
— recorda Fri, que continuou nutrindo por aquele casco de madeira revestido com fibra de vidro
quase o mesmo carinho dedicado aos dois filhos.
Nós íamos lá nos fins de semana e, pelo menos,
erguíamos a lona, para dar uma olhadinha nele.
Até que, um dia, a necessidade fez a família
trocar o apartamento onde morava por um terreno
na Grande São Paulo, onde eles construíram a casa
onde moram até hoje. E, nela, havia espaço para o
barco, bem na frente da casa — que, com isso, virou uma espécie de atração do bairro, já que o mar
mais próximo fica a quase 100 quilômetros dali.
Jadyr contratou um guindaste para transpor-
quanto custou o sonho?
Quando Elfriede e Jadyr iniciaram a construção do
Augenblick, até o moeda brasileira era outra: o cruzado. Mas,
como o dinheiro sempre foi pouco, os dois controlaram à
unha cada centavo gasto no barco, ao longo destes 25 anos.
Ao final, os valores (periodicamente atualizados por Jadyr,
com a precisão de um contador) resultaram num custo total
de R$ 196 000, divididos em despesas como estas aqui.
Materiais
preço
5 m de mogno para o casco
R$ 15 000
33 pranchas de compensado naval
R$ 5 180
500 kg de resina
R$ 30 000
1 rolo de manta de fibra de vidro
R$ 1 000
22 kg de prego de cobre
R$ 770
1 motor de 11 hp
R$ 16 000
235 m de fio estanhado
R$ 718
1 mastro
R$ 12 000
1 enrolador de vela genoa
R$ 2 000
2 vigias para o banheiro
R$ 1 818
2 gaiutas para a cabine
R$ 2 528
1 bomba hidráulica para o leme
R$ 1 638
1 roda de leme de aço inox
R$ 3 000
20 m de tecido para estofados
R$ 356
2 catracas para as velas
R$ 4 330
1 rádio VHF
R$ 477
1 eixo do leme
R$ 745
1 jogo de velas
R$ 5 000
1 painel solar para energia
R$ 730
1 geladeira
R$ 1 810
30 m cabo de âncora 14 mm
R$ 150
900 kg de chumbo para quilha
R$ 3 150
2 âncoras
R$ 330
2 baterias 100 Ah
R$ 1 020
1 bote inflável de 2,4 m
R$ 2 500
1 moitão giratório
R$ 426
4 galões de tinta venenosa
R$ 1 640
1 bandeirinha do Brasil para a popa
R$ 28
Transporte do barco para a água
R$ 3 800
3
Náutica SudeSte
39
augenblick
tar o casco inacabado da Vila Brasilândia até lá
(ocasião em que parou o trânsito nos dois locais),
mas, no novo “estaleiro”, a obra ficou mais fácil.
Melhor dizendo, menos difícil.
Agora, pelo menos, dava para trabalhar no
barco nos intervalos do trabalho, à noite, entre
um compromisso e outro. Fri ajudava o marido no que quer que fosse: de cortar madeira a
aplicar resina. Sua habilidade como artista plástica ajudava. Mas, anos depois, em abril de 2010,
quando o Augenblick amargava outro período de
recesso, por falta de recursos para comprar material, veio a notícia do câncer de mama, já com
implicações em outras partes do corpo dela.
Foi quando Jadyr intuiu que usar a construção do barco para estimulá-la a vencer aquela
nova situação amargurante poderia, mais uma
vez, dar resultado. Como dera na gravidez que
nunca acontecia. E, de novo, deu.
Entre uma sessão e outra de quimioterapia,
Fri passou a dedicar praticamente todo o seu
tempo à tarefa de terminar o Augenblick, graças
à injeção financeira alavancada por Jadyr e pelos
amigos. Fazia isso com tamanho prazer, que não
se sentia doente — aliás, jamais se sentiu, como
hoje o casal conta nas periódicas palestras que
dá sobre a construção do barco, aos pacientes do
hospital onde ela se trata. Ao contrário, Fri irradiava alegria e vibrava a cada passo adiante feito
no veleiro. A cada dia, sentia que ele estava mais
perto da água. E isso lhe fez um bem danado.
Assim que soube da doença, Fri mergulhou
40
Náutica SudeSte
do começo
ao fim
Por absoluta falta
de dinheiro para
contratar um
estaleiro, Jadyr
fez tudo sozinho,
ao longo de mais
de duas décadas
e mesmo sem
ter experiência
no assunto.
Até derreter
pedacinhos de
sucata de chumbo
para fazer a quilha
do barco ele fez na
sua casa
fotos arquivo pessoal
Quando o barco
ficou pronto, os tumores
dela começaram a
regredir. Agora, é torcer
para poderem partir
de cabeça na pintura do casco. Depois, em abril
de 2013, durante a segunda sessão de quimioterapia, costurou todos os estofamentos. E, na sequência, acompanhou de perto uma das tarefas
mais árduas do projeto: o enchimento da quilha
do veleiro com chumbo. O que, por uma questão de economia, Jadyr fez da maneira mais caseira possível: comprou uma tonelada de sucata de pequenos chumbinhos, desses usados para
balancear as rodas dos carros, e pacientemente
os derreteu, até ficarem líquidos. Em seguida,
despejou tudo dentro de uma fôrma de fibra de
vidro, que deu forma à quilha.
A
operação, embora delicadíssima, pois
envolvia manusear (e rapidamente, antes que ele endurecesse) um metal derretido a 140 graus centígrados, foi feita na própria garagem da casa do casal, com um
maçarico e um botijão de gás. Mas rendeu uma
economia de cerca de R$ 2 500, o que, para eles,
naquela frenética reta final do projeto (que não
deixava de ser uma corrida contra o tempo...), valia muito. Na época, quando perguntavam a Fri
se ainda faltava muito para o barco ficar pronto,
ela respondia, com eterno bom humor:
— Uns R$ 10 000, mais ou menos — trocando tempo por dinheiro, porque, afinal, agora, era isso o que contava.
Foi quando veio a ideia de fazer um crowdfunding, na internet, para buscar o que faltava.
Para surpresa geral, em menos de um mês, o ca-
sal conseguiu o dinheiro que precisava para terminar o barco e colocá-lo na água, através de
doações espontâneas de pessoas que eles sequer
conheciam, mas que ficaram sensibilizadas com
o depoimento de Fri, repleto de mensagens positivas — apesar da visível doença explícita na
cabeça já sem cabelos. Ela retribuiu cada doação com uma bonita mandala, que fazia em
casa, nos intervalos dos tratamentos quimioterápicos e dos trabalhos no barco. Ao final, ganhou
uma legião de novos amigos e uma admiração
coletiva, pelo otimismo e por não se deixar abater pela doença, como geralmente acontece.
No dia 18 de junho do ano passado,
após inacreditáveis 25 anos de trabalhos, o
Augenblick, finalmente, foi para a água, no
Guarujá. De lá, seguiu para Ilhabela, onde se
encontra no momento, à espera de uma brecha
nos tratamentos de Fri para ganhar o mar. O
projeto de vida do casal é sair navegando por aí,
aproveitando cada dia de um prazer que eles levaram metade da vida para experimentar. E os
prognósticos são bons, porque os tumores de Fri
começaram a recuar.
— É a terapia do mar — diz, brincando, Jadyr.
Mas, de uma coisa ele tem absoluta certeza: o que manteve sua mulher viva até hoje foi
o desejo de ver o barco pronto e sentir o sonho
realizado. Resta, agora, torcer para que o prazer
de navegar faça a outra parte.
finalmente
na água
O Augenblick,
hoje, em Ilhabela,
e a família reunida
a bordo dele,
aguardando um
intervalo maior
nos tratamentos
de Elfriede para
poder partir e
navegar por aí
Náutica SudeSte
41
Hospitalidade tão famosa
quanto nossas paisagens.
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na paz do broa
divulgação follow me water ski
por jorge de SouzA
A pequena e pouco conhecida
represa do Broa , no interior
de São Paulo, agrada em cheio.
Tanto na paisagem quanto na
tranquilidade de suas águas
jorge de souza
águas
tranquilas
Além de ser
pequena e não
sofrer fortes
ventos, a represa
do Broa ainda
tem poucos
barcos, o que
deixa a água
sempre bem
tranquila. Além
de linda no pôr
do sol
44
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
45
A
represa do Broa
(que praticamente
divulgação follow me water ski
REPRESA DO bROA
praia com
esporte
As águas do Broa
são bastante
procuradas
pelos praticantes
de esqui e
wakeboard e
pelos banhistas
da região, que
costumam lotar
a principal praia
da represa
ninguém conhece
pelo seu nome oficial,
represa do Lobo) é um
pequeno reservatório de água doce,
no município paulista de Itirapina, que, por
sua vez, poucos já ouviram falar. É formada pelo
represamento de oito pequenos córregos (entre eles,
o próprio rio do Lobo, que batizou a represa, embora ele
não passe de um riacho pouco representativo até na região)
dade náutica. Ou seja, dito assim, parece um lugar sem nenhum atrativo, certo? Mas espere só até chegar lá e dar de cara com uma paisagem assim, que ninguém cansa de olhar. Ou, então, se deslizar na água for a sua
praia, de esquiar ou praticar wakeboard na água limpa e lisinha desta represa, que, pelo seu tamanho diminuto, tem vocação natural para os esportes náuticos. Além de encher os olhos de todo mundo que nem sabia que ela existia.
46
Náutica SudeSte
divulgação itirapina
e tem pouco mais de meia dúzia de quilômetros de extensão.
No tamanho, a represa mais parece uma lagoa e fica numa região
central do estado de São Paulo sem nenhuma representativi-
Como a represa
é pequena, sua
maior vocação
são os esportes
náuticos. Mas tem,
também, praias
Náutica SudeSte
47
REPRESA DO bROA
cenários
Da represa
A água é
limpa e cheia
de vida, com
casas , praias
particulares
e grandes
trapiches
nas margens
da parte
urbanizada,
que, no
entanto,
ocupa apenas
uma parte da
represa. No
restante, quem
manda é o
verde
fotos jorge de souza
O Broa é uma espécie de praia do interior, com
atividades na água e muito verde nas margens
48
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
49
REPRESA DO bROA
Além de clara, a água da represa
do Broa é limpa. E bem rica em tucunarés
A
De onde veio
esse nome?
H
50
Náutica SudeSte
monono nonon o nonon nonono
o mpm om omo nponono npn o po
ponono opono ocn omn mopo
fotos jorge de souza
represa do Broa é uma das menores e menos conhecidas de São Paulo. Fica bem pertinho de São
Carlos, na área mais ou menos central do estado, e tem o tamanho de uma grande lagoa. Só
não o é, porque, como todas as represas, foi feita pelo homem, através da construção de uma barragem, que
á duas teorias para o
represou oito riachos da região para gerar energia elétrica,
curioso nome da represa
na primeira metade do século passado. Hoje, sua produção
do Broa, que intriga todo mundo
energética é quase desprezível e mal dá para abastecer uma
que chega. Uma delas — a mais
pequena cidade. Mas, por outro lado, a represa ganhou vióbvia — diz que, no passado, havia
tal importância no lazer da região. Virou uma espécie de
uma senhora que vendia broas de
praia do interior, destino usual dos moradores da região,
milho na região e os frequentadores
com boas casas nas margens (algumas até com prainhas
da represa passaram a se referir a ela
como “aquela da broa”. A outra — e
particulares), um grande condomínio que ocupa boa
mais original — defende que o apelido
parte da área, algumas pequenas marinas, certa ativida represa é fruto da mutação caipira
dade náutica (com ênfase nos esportes aquáticos, já
do sobrenome de uma das famílias cuja
que o tamanho da represa limita a navegação mais
história tem a ver com a região, os Abreu
intensa), muitos peixes na água, uma paisagem ain(que ali viraram “Broa”) Sampaio. Qual
da verde na maior parte das margens e um hoteldelas é verdade? Ninguém sabe. Mas uma
resort na beira d’água, que, para quem vem de
coisa é certa. Ninguém conhece esta represa
fora, sintetiza o melhor da represa.
pelo seu nome verdadeiro, represa do Lobo.
Além disso, a água do Broa é clara (embora as areias das margens sejam um tanto amareladas) e, desde a inauguração do sistema
de tratamento de esgotos de Itirapina, cidade a quem ela pertence, embora fique na
divisa com Brotas (que, no entanto, praticamente ignora a represa), bem limpa,
apesar de um recente caso de interdição
dos banhos, provocado pelo aumento
de fósforo na água, fruto do calor intenso e da estiagem severa que atingiu a região Sudeste. Mas isso já está
sanado — tanto a qualidade da água
quanto o nível da represa, que, justamente por ser pequena, se recuperou rapidamente.
bonitas
paisagens
Grandes casas,
algumas até
com prainhas
particulares,
ocupam
parte das
margens. Já
os pescadores
(à direita)
preferem a
área menos
explorada da
represa, que
tem cerca de
300 barcos, a
maioria deles
na Marina
do Broa (à
esquerda)
Náutica SudeSte
51
REPRESA DO bROA
Um gostoso resort
ocupa a parte mais bonita
da represa. É a melhor
maneira de curtir o Broa.
Neste hotel, esta represa fica melhor ainda
divulgação
A
fotos jorge de souza
granDes e
pequenas
O Broa Golf Resort
fica na parte
mais bonita da
represa e ainda
oferece atrações
incomuns
para um hotel,
como tirolesa
(que acaba
dentro d’água)
e um museu de
aeronaves no
quase aeroporto
que existe na área
do próprio resort.
Quem quiser,
pode ir com o
próprio avião
Broa numa Boa
52
Náutica SudeSte
represa do Broa tem apenas um hotel. Mas, para sorte dos visitantes, ele é a melhor coisa da represa. O Broa Golf Resort
não apenas fica na parte mais bonita da represa, onde ela estreita ainda mais, diante de muito verde e com o pôr do sol bem em
frente a uma simpática prainha (e com areia branquinha, trazida de fora), como oferece algumas mordomias que, por si só,
deixariam qualquer lugar bem mais interessante aos turistas.
Uma delas é ter uma marina dentro do próprio hotel, o
que permite aos hóspedes levarem seus barcos ou jets a reboque, o que, por sinal, é uma ótima ideia. E nem cobra por
isso. Outra é oferecer um dos melhores campos de golfe
do estado, tão bom que muitos jogadores vão até a represa só por causa dele. E a terceira razão é que, quem
quiser chegar de avião, pode usar a excelente pista
(quase um aeroporto de verdade) que existe atrás do
hotel e que pertence aos mesmos donos do resort:
os herdeiros do empresário Fernando Arruda Botelho, morto em 2012 em um acidente aéreo na própria região, que, por sua vez, era casado com uma
das herdeiras da empreiteira Camargo Correia, o
que já dá uma boa ideia do alto nível dos empreendimentos da família na represa, que também
incluem um condomínio de casas de luxo, dentro do qual fica o próprio resort.
Minizoo, tirolesa que acaba na água, cavalgadas, pranchas de stand up, passeios de
barco e outras tantas atividades fazem parte do cardápio do resort (que nasceu como
praia na
um simples meio de hospedagem para os
porta Do
amigos de Botelho que visitavam a requarto
Na prainha
presa), mas nada é tão surpreendente
do resort,
e agradável quanto a vista que se tem
areia branca,
da represa, tanto dos quartos quanquiosques,
caiaques e até
to do grande gramado que avança
lanchas para
até a prainha, na beira d’água. “Toesquiar
dos os dias, eu olho para esta paisagem e dou graças a Deus por trabalhar neste lindo lugar”, diz o
diretor-geral do hotel, Paulo Marques, repetindo o que dizem
todos os hóspedes: no Broa,
não existe local mais bonito.
Náutica SudeSte
53
REPRESA DO bROA
LANÇAMENTO
PHANTOM 375 HT
É HORA DE FAZER
UM UPGRADE NA SUA VIDA.
são Carlos
repr. do Broa
uiz
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gto
in
ash
d. W
Ro
A represa fica na parte central de
São Paulo, bem perto de São Carlos
itirapina
s
te
n
ra
ei
nd
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d
Ro
a
sB
do
são paulo
B
54
Náutica SudeSte
onDE FICa?
fotos jorge de souza
A
divulgação itirapina
anhistas voltaram
a frequentar a movimentada praia do
Broa nos fins de semana (onde só quem não é da
cidade paga para entrar) e os barcos retornaram à paisagem, embora, justamente por ser pequena,
a frota da represa seja bem acanhada. Estima-se que não mais de
300 barcos, todos de pequeno porte e incluindo os jet skis, que são quase maioria por ali, frequentem as águas
do Broa, mas nunca ao mesmo tempo,
o que torna o ato de navegar na represa
um exercício de paz e relaxamento. Que
o digam os praticantes de esqui e wakeboard, que por sempre dependerem de águas
lisas e tranquilas para as manobras, têm no
Broa uma espécie de playground aquático.
Tanto que a represa já sediou algumas competições do gênero. “Aqui, nem o vento atrapalha,
porque é sempre fraco”, diz o instrutor Daniel
Landmann, que dá aulas de esqui e wake na represa e garante pôr qualquer um para deslizar na
água logo na primeira saída. “95% dos meus alunos
e clientes já saem esquiando”, diz, com a certeza de
quem conhece bem o esporte e as águas do Broa.
Mesmo para quem prefere ficar nas margens, só
apreciando a paisagem, o visual da represa agrada bastante. Como ela é estreita, o outro lado está sempre à
vista e é bem verde, especialmente na parte onde fica o
resort, que não por acaso ocupa a melhor área. Ali, nos
dias de sol, o que acontece com fartura nesta região bem
quente do estado de São Paulo, a água quase parada reflete
perfeitamente o céu e as árvores e cria a sensação de um espelho da natureza. Quando isso acontece, a represa do Broa
fica ainda mais bonita e surpreendente para quem nunca havia ouvido falar dela. Ou seja, bastante gente.
represa do Broa
fica na divisa
dos municípios de
Itirapina e Brotas, no
interior do estado
de São Paulo, bem
próxima à cidade de
São Carlos, e a cerca
de 250 quilômetros
da capital paulista.
O acesso é fácil
e rápido, pelas
rodovias dos
Bandeirantes e
Washington Luís, e
há ainda a opção de
ir de avião particular,
pousando na ótima
pista que existe na
margem da própria
represa. E que
não fica a dever a
nenhum aeroporto.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
pequena,
mas valiosa
Como a represa
é pequena,
mais parece
um grande
lago, sensação
reforçada pela
tranquilidade de
suas águas, onde
há muitas aves
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o homem do tesouro
O engenheiro belga Paul Thiry
passou praticamente a vida inteira
procurando um tesouro no Saco do
Sombrio, em Ilhabela, mas morreu
sem encontrá-lo. Agora, baseado
em evidências deixadas por ele,
outro pesquisador garante que irá
desvendar de vez este mistério
E
Cobertura: Ilhabela,
São Sebastião e Caraguatatuba.
ntre as muitas histórias
que povoam ilhabela, nenhuma é
mais instigante do que a do tesouro do saco do sombrio. e nenhuma
é mais verdadeira do que a obstinada procura por ele empreendida pelo engenheiro belga Paul Ferdinand thiry. Durante 40
anos, thiry, dono de um corpo franzino mas
uma mente brilhante, pesquisou, estudou, escarafunchou a região, aplicou complexos conceitos matemáticos e viveu praticamente sozinho na inóspita mata do saco do sombrio em
busca da solução de um enigma, que, segundo ele, levaria ao tesouro.
thiry morreu sem encontrá-lo, mas deixou um sucessor igualmente abnegado, o advogado paulista Osmar soalheiro, que também procurou o tesouro até morrer, e uma intrigante série de marcos que desvendou nas pedras do sombrio, que só poderiam ter
sido feitos por mãos humanas. e quem faria aquelas marcas numa
região praticamente selvagem se não fosse para indicar algo?
se a busca por um tesouro em tempos modernos soa infantil demais, aquela desconcertante série de marcos, alguns até com entalhes na rocha, encontrados por thiry, é inegavelmente verdadeira. e torna ainda mais intrigante uma história que, até hoje,
fascina todo mundo, e que, ao que tudo indica, ainda não acabou.
acervo de osmar soalheiro
Em Ilhabela no litoral norte paulista,
eleita melhor destino de praia do Brasil.
POR jOrge de SOuzA
o ermitão
do sombrio
Thiry viveu
30 anos
praticamente
sozinho no
Saco do
Sombrio,
tentando
decifrar o
enigma que
levaria ao
tesouro. Não
conseguiu.
Mas
encontrou
intrigantes
marcos
Náutica sudeste
59
P
aul FerDinanD thiry nunca teve
dúvidas do que procurava no saco do sombrio: nada menos que o lendário tesouro do
Peru, fruto da fuga dos espanhóis da américa do sul, em 1821. ele teria sido despachado secretamente em um navio, que, no entanto, jamais chegou ao seu destino. a hipótese mais provável é que a
tripulação tenha se apoderado de tudo e escondido
numa ilha da costa brasileira, que thiry nunca teve
dúvidas de que era ilhabela — embora, aqui, o tesouro tenha ficado conhecido como o “tesouro da trindade”, numa suposta alusão à mais distante ilha do
litoral brasileiro, do que, no entanto, ele discordava.
Para ele, o famoso tesouro sempre esteve em ilhabela.
mais surpreendente ainda é a suposta origem das
pistas que indicariam o tesouro. um mapa da sua localização teria sido encontrado na longínqua Índia,
em meados de 1850, levado para lá por um marinheiro russo. e, 30 anos depois, um roteiro descritivo teria
sido entregue por um ex-pirata, chamado Zulmiro, há
muito exilado no Paraná, ao inglês eduard stammers
young, dono de terras no sul do estado de são Paulo.
PARA ELE, A ILHA ERA OUTRA: ILHABELA
O inglês até teria tentado encontrar o tal tesouro, depois de unir as informações do mapa com as
do roteiro (que afirmava estar numa ilha “chamada”
trindade), mas morreu antes de ir adiante.
Quem mudou completamente o rumo da busca
para ilhabela foi thiry, depois de ler uma simples reportagem de jornal, em 1939. thiry era, então, um jovem engenheiro belga que trabalhava no rio de Janeiro, em obras de saneamento na Baixada Fluminense,
e aquela notícia o deixou entusiasmado. a aventura estava no seu sangue. seu pai, que o havia trazido para
trabalhar no rio, fora o primeiro homem a escalar o morro do Pão de
açúcar, durante os estudos para implantação dos bondinhos. mas thiry
também era meticuloso e disciplinado — além de inteligente e quase matemático. Durante dez anos, enquanto trabalhava em obras no rio e em
mato Grosso, ele pesquisou a fundo
aquela história. conseguiu cópias do
mapa e do roteiro descritivo (tão detalhado que faria qualquer um suspeitar da sua autenticidade) e ficou particularmente intrigado com a parte do
roteiro que dizia “uma ilha chamada
trindade”. Por que “chamada”? se o
nome da ilha era “trindade”, porque
não chamá-la logo pelo nome, já que
o roteiro era tão detalhado? a menos
que este não fosse o nome verdadeiro da ilha e tivesse sido escrito assim
para despistar, pensou thiry.
Partindo dessa premissa, ele passou a procurar outras ilhas na costa
brasileira que tivessem as características descritas no roteiro — entre elas,
grandes montanhas (uma delas em
particular descrita como um “pão de
açúcar”, mas, como ele descobriria
depois, sem nenhuma ligação com o
do rio de Janeiro), cascatas e “uma
grande baía abrigada”. concentrouse particularmente na figura geométrica em forma de trapézio que decorava o mapa da ilha, que também
Para Thiry, mais excitante do que
achar o tesouro era decifrar o enigma
matemático sob o qual ele se escondia
60
Náutica sudeste
acervos de jeannis platon e osmar soalheiro
tesouro de ilhabela
coordenadas
disfarçadas
Acima, o Saco
do Sombrio,
selvagem até
hoje, e a casa
onde viveu
Thiry, depois
ocupada pelo
seu seguidor,
Osmar Soalheiro.
A base da
procura foram
as coordenadas
de Ilhabela,
disfarçadas nas
letras da palavra
que ilustrava o
mapa (ao lado)
trazia uma enigmática inscrição,
com traços que lembravam letras, números e desenhos, mas que, quando
lidos rapidamente, davam a entender
a palavra “G-Bay”. seria uma abreviatura estilizada de “Baía Grande”?
Ou de “Guanabara Bay”? afinal havia no roteiro menção àquela montanha em forma de “pão de açúcar”...
no entanto, na baía que banha o
rio de Janeiro, thiry não encontrou
nenhuma ilha com as demais características do mapa, a começar pelo
formato trapezoidal. não, não era
ali. Para ele, que já havia intuído que
a menção a trindade no roteiro era
um disfarce (mas que a distância daquela ilha para o continente, 647 milhas náuticas, poderia significar algo),
parecia claro que havia um enigma
matemático muito bem feito por trás
daquele mapa e roteiro. thiry debruçou-se ainda mais na prancheta nas
suas horas de folga, fazendo cálculos
e mais cálculos matemáticos, em busca de algum número que pudesse indicar algo mais plausível. começou
convertendo as tais 647 milhas em arcos, onde cada arco corresponderia a
um minuto nas coordenadas. O resultado, quando aplicado a um mapa,
passou a fazer algum sentido, pois ficava bem mais próximo da costa brasileira, onde a quantidade de ilhas é
bem maior. Depois, ele intuiu que os valores dos tesouros, “3 e 5 milhões de libras”, estranhamente descritos no tal roteiro (por que alguém chegaria a tal nível
de detalhamento?) significavam outra coisa e conjecturou que os números 3 e 5 também poderiam ter a
ver com a localização da ilha. até que, um dia, olhando atentamente para o tal G-Bay estilizado do mapa,
visualizou, nos traços rebuscados da letra “B”, quatro
números: 2, 3, 5 e 2. e se eles indicassem uma coordenada? talvez, 23º 52´? thiry pegou um mapa e — bingo! — lá estava ilhabela. e ela tinha um formato que
lembrava um trapézio. e tinha uma grande baía, chamada castelhanos, nome que obviamente tinha tudo
a ver com os espanhóis. e também tinha grandes morros, sendo que um deles poderia ter sido designado
como um “pão de açúcar”. eram “coincidências” demais para ser apenas isso mesmo. mas, a princípio, só
ele acreditava que tudo aquilo fazia sentido.
ANTES DE TUDO, UM ENIGMA MATEMÁTICO
como thiry não tinha recursos para bancar
uma expedição exploratória, ainda mais em um
local tão ermo e distante quanto o lado de fora da
inóspita ilhabela mais de meio século atrás, procurou a marinha e pediu ajuda. milagrosamente, conseguiu. um navio partiu do rio de Janeiro com destino à ilha, levando thiry e marinheiros dispostos a
cavar muito, em busca de alguma pista do suposto
local do tesouro. a base de tudo eram complicadíssimos mosaicos de triângulos superpostos, que thiry desenvolvera com base nas leis da trigonometria,
e que aplicaria sobre a geografia da baía. Para ele,
mais excitante do que achar um tesouro de verdade era decifrar aquele grande enigma matemático.
Náutica sudeste
61
tesouro de ilhabela
acervo jeannis platon
O SACO DO SOMBRIO É INÓSPITO ATÉ HOJE
Para quem o acompanhava na expedição, era preciso boa dose de imaginação — e resignação — para tentar entender o raciocínio do engenheiro, pois ninguém
compreendia nem tivera acesso aos seus cálculos. mas
ele não tinha dúvidas de que estava no caminho certo,
apesar da paisagem inóspita do saco do sombrio, desde
o começo o ponto exato da baía de castelhanos, que ele
indicou como sendo o local do esconderijo do tesouro.
naquela época, 1949, o saco do
sombrio não passava de um esquecido portinho de pescadores, com
meia dúzia de casas, onde viviam
cinco famílias caiçaras e uma abnegada professora, que tentava dar alguma instrução às crianças da minúscula comunidade. mesmo hoje,
não é muito diferente disso, apesar
o triÂnGULo
do tesoUro
de ter ganhado uma base da mariThiry se baseou
nha (na verdade, uma simples casa)
na trigonometria
e começou
e uma sub-sede do yacht clube de
delimitando um
ilhabela.
uma densa vegetação, regrande triângulo
na parte de fora de
pleta de escorpiões, jararacas e ouIlhabela, em busca
tros bichos peçonhentos, cobria a
do local certo: o
Saco do Sombrio
íngreme topografia do lugar, escon-
Enigma dEcifrado?
Um novo livro promete revelar onde
está o que Thiry não conseguiu achar
C
om a morte de Paul Thiry, em 1979, e de Osmar
Soalheiro, em 2011, um terceiro personagem
mergulhou fundo nas pesquisas do tesouro do
Saco do Sombrio, quase que herdando a missão de
desvendá-lo: o paulista Saint Clair Zonta, que, no
entanto, já deu por encerrada a sua participação
nesta história, porque seu único objetivo era escrever
um novo livro sobre a lendária busca do famoso
tesouro, o que ele fez, em parceria com o autor do
primeiro, Jeannis Platon. O livro, que se chamará
Ilhabela e o Tesouro da Trindade, já está pronto, será
lançado em breve e promete simplesmente mudar
esta história, revelando, entre outras coisas, que
não houve um tesouro, e sim três! Ou um grande
tesouro dividido em três partes, cada uma delas
escondida em um lugar diferente, para despistar os
saqueadores do passado. E Saint Clair, que passou
quatro anos pesquisando e estudando o assunto,
promete mais: promete revelar (ou, pelo menos,
claramente indicar) onde essas três partes estão.
— Uma fica em local de dificílimo acesso,
na própria Ilhabela, mas não exatamente no
Saco do Sombrio, outra foi soterrada por um
desmoronamento, mas a terceira está lá, à espera
de alguém que vá buscá-la — garante Saint Clair,
que diz não ter feito isso ele mesmo em respeito
à lei brasileira, que determina que achados
arqueológicos pertencem à União e dependem de
autorização para exploração — e quem surrupiá-los
ficará sujeito a penas de detenção.
Além disso, completa o pesquisador e autor, que,
como os seus dois antecessores, ficou fascinado pela
história do tesouro de Ilhabela desde a primeira vez
que leu algo a respeito, “faço parte da Polícia Federal
acervo de saint clair zonta
— Dinheiro é secundário — costumava dizer. O
que me importa é reconstituir a veracidade histórica que
cerca este tesouro.
e completava:
— mas, para encontrá-lo, é preciso conhecer matemática. Quem não a conhece, jamais entenderá o que
estou fazendo. e praticamente ninguém entendeu mesmo. sobretudo quando thiry chegou à ilha e começou
a delimitar uma área dentro de um grande triângulo
imaginário, formado por distantes pontas da ilha. Dentro dele, estava a Baía de castelhanos, onde thiry (e só
ele) visualizou o tal “pão de açúcar” descrito no roteiro.
Um novo
pesqUisador
Após a morte de
Osmar Soalheiro,
Saint Clair Zonta
(ao centro)
resolveu fazer
novas pesquisas
usando a
tecnologia e
garante que irá
revelar tudo no
seu livro
e meu dever é justamente zelar
pelo patrimônio nacional. Mas,
com o livro, quem montar uma
expedição arqueológica oficial,
séria e responsável, encontrará o
que procura”, ele jura.
Saint Clair vive em São
Sebastião, onde também morava
Osmar Soalheiro, que procurou
o tesouro por quase 50 anos e
de quem ele recebeu informações valiosas, antes
de sua morte, “mas que só se tornaram relevantes
dentro de outro contexto, que nem Osmar nem
Thiry exploraram, porque, naquela época, não
havia recursos de tecnologia para ajudá-los”,
explica o pesquisador. Como os mapas via satélite
e sistemas precisos de compensação dos desvios
magnéticos, que, segundo ele, sempre empurraram
os dois para lados equivocados.
— Mas tanto Thiry quanto Osmar fizeram
um estupendo trabalho — reconhece Saint Clair.
Especialmente Thiry, que teve a perspicácia de extrair
coordenadas do que parecia ser apenas uma palavra
e investiu fundo nas suas hipóteses matemáticas. O
novo livro é quase uma homenagem aos dois. Mas
revelará o que eles não conseguiram encontrar.
dendo também sorrateiros abismos, que despencavam no
mar. além disso, a área era gigantesca e repleta de reentrâncias, que podiam muito bem esconder qualquer coisa. era como procurar uma agulha no palheiro — e à beira de precipícios. não poderia haver lugar mais inóspito
para o árduo trabalho de abrir picadas morro acima (de
onde thiry visualizaria as pontas do seu triângulo matemático) e desnudar as pedras de musgos e vegetações, em
busca de “marcos”, que sinalizassem onde estava escondido o tesouro. mas thiry tinha absoluta certeza de que
encontraria as duas coisas no saco do sombrio. e encontrou mesmo. mas não o tesouro.
ATÉ QUE, UM DIA, SURGIU O PRIMEIRO MARCO
mesmo perdendo a ajuda da marinha, que se retirou
da área após o malogro das expedições, deixando thiry
frente à hercúlea tarefa de vasculhar tudo aquilo sozinho,
ele conseguiu montar o quebra-cabeças matemático e delimitar a área onde repousaria o tesouro. mais que isso, traçou um segundo triângulo, bem menor que o outro, em
cujo centro deveria haver um marco, que indicasse algo.
adivinhação? Para ele, não! O que thiry dizia estar fazendo era pura aplicação da ciência. Dizia empregar as mesmas
fórmulas científicas que teriam sido usadas pela mente superior que camuflara aquele tesouro, um século antes, sob
enigmas matemáticos, que teriam de ser obrigatoriamente decifrados por quem almejasse encontrá-lo. como uma
espécie de desafio científico. Do contrário, restaria apenas
contar com a sorte, no que — isto sim — thiry pouco acreditava. sua principal ferramenta para encontrar o tesouro
era a mente, brilhante, e a capacidade de fazer cálculos matemáticos precisos, no que era ainda mais extraordinário.
Difícil era acompanhar o seu raciocínio complexo e acreditar que apenas contas e números levariam a algo de concreto, no meio daquela mata fechada, debruçada sobre o mar
de ilhabela. nisso, praticamente ninguém acreditava.
até que, um dia, coincidência ou não, seus cálculos
o fizeram encontrar uma pedra no meio da mata fechada, cuidadosamente cercada de outras, formando um
Um livro a ser lançado promete revelar onde est ão as três partes do tesouro que Thiry não achou
62
Náutica sudeste
Náutica sudeste
63
tesouro de ilhabela
Uma pedra com letras gravadas foi a
primeira evidência. Depois, surgiram mais
de 20 marcos na área explorada por Thiry
acervo osmar soalheiro
círculo quase perfeito. nela, havia três letras esculpidas: um “G”, um “m” e um “J”, além de um visível coração. coisa de namorados apaixonados? não
naquele fim de mundo ainda selvagem nos anos 50.
ao lado, havia também uma espécie de pirâmide,
formada por outras pedras claramente colocadas
por mãos humanas, que, mais tarde, seriam explodidas pela marinha, que supunha que o tesouro estava debaixo dela.
se qualquer um ficaria intrigado com aquelas
pedras e inscrições, thiry ficou eufórico: para ele,
era o marco central do enigma (simbolicamente indicado pelo desenho do coração, “órgão central da
vida”, explicava) e, a partir dele, poderiam surgir
outros, até dar no tesouro. e não é que eles foram
surgindo mesmo, sempre nas interseções dos triângulos matemáticos de thiry.
oUtro
abneGado
Osmar Soalheiro,
que sucedeu
Thiry na busca,
também morreu
sem encontrar
o tesouro.
Mas ajudou a
desvendar outros
desconcertantes
marcos nas
pedras do
Sombrio, como
este acima, o
primeiro de todos
64
Náutica sudeste
NO TOTAL, ELE ACHOU MAIS DE 20 MARCOS
no total, ao longo dos 40 anos que passou fazendo buscas incessantes dentro e fora do saco do sombrio, onde passou a viver, isolado, mas confiante,
num casebre sem nem um pingo de conforto, thiry
(depois auxiliado por um de seus dez filhos, roberto menescau Fiúza, que aderiu à busca ao tesouro
após os primeiros indícios concretos da sua existência), encontrou mais de 20 marcos, para ele, provas
cabais de que alguém havia passado por ali antes,
com o visível objetivo de indicar um caminho. Que,
no entanto, thiry não encontrou até o fim.
em 1979, aos 74 anos de idade, o abnegado engenheiro belga morreu, cercado pela incredulidade
geral, mas com a admiração dos que o conheceram
bem. como o advogado Osmar soalheiro, de quem
thiry se tornou sócio, amigo e, por isso, o escolhera
para sucedê-lo na tarefa de completar o roteiro, mas
que, depois de outros quase 50 anos vasculhando em
vão o sombrio, também faleceu, em 2011.
— antes de conhecer o thiry, eu
também o achava um maluco — disse, certa vez, Osmar. mas, quanto mais
passamos a conversar, mais eu me convenci de que ele não era apenas mentalmente sadio, como dono de uma
inteligência superior. sem falar que
também passei a ter absoluta certeza
da existência do tesouro — registrou.
Já outro velho conhecido dos
dois, o mergulhador grego, há muito radicado em são sebastião, Jeannis Platon, autor do livro Ilhabela Seus Enigmas, do qual foram
extraídas informações para este texto, sempre admirou ambos. e pelo
mesmo motivo: a perseverança.
— tanto thiry quanto Osmar
dedicaram a vida a um objetivo que
quase ninguém nunca acreditou. e,
mesmo desacreditados, jamais desistiram de decifrar o enigma que, eles
tinham certeza, os levaria ao tesouro.
mas... será que ele existe mesmo?
— na minha opinião — diz Jeannis, profundo conhecedor da incansável busca de thiry no saco
do sombrio —, ele estava certo em
muitas coisas, daí aqueles tantos
marcos que encontrou. mas o tesouro pode ter sido tirado antes dele
chegar, talvez pela mesma pessoa
que o escondeu, embora não haja
nenhuma prova disso. Portanto, ele
ainda pode estar lá.
e Jeannis completa:
— esta é uma história que ainda
não terminou de ser contada.
Você e seu barco
a bomba
que Salva
A segurança de qualquer barco também depende de um equipamento
bem simples: a bomba de porão, que, quando bem dimensionada, não
deixa a água empoçar no fundo do casco nem ele inundar por completo
A
fotolia
bomba à vista
Embora fique no
fundo do casco,
a bomba deve
estar em local
de fácil acesso,
para checagens
periódicas, porque
a própria sujeira
do porão pode
entupi-la
função primordial dos barcos é
manter a água sempre do lado
de fora. Mas, na prática, é inevitável que entrem respingos ou, às
vezes, bem mais do que isso. E eles vão se
acumulando no fundo do casco, até chegar
ao ponto em que começam a comprometer a estabilidade do casco ou, pior, inundá-lo, afetando o funcionamento de componentes como
motor, bateria e parte elétrica. Um casco cheio d’água
fica pesado, instável e muito
perigoso. Para evitar isso, existem as bombas de porão, que
nada mais são do que pequenos equipamentos que lembram chuveiros, tanto no formato quanto
no tamanho, embora a função deles seja o
oposto disso: sugar em vez de despejar água.
Até hoje não se inventou nada mais eficiente para evitar que a água empoce no fundo de um casco do que uma prosaica bomba
de porão jogando fora a água que entra —
salvo um náugrafo desesperado com um balde na mão. Ter, pelo menos, uma bomba de
porão (dependendo do tamanho do barco, o
ideal seriam duas!) é obrigatório para a segurança de qualquer embarcação. O problema
é quando elas não funcionam ou não funcionam direito, bombeando menos água do
que deveriam. Mesmo sendo um dos equipamentos mais relevantes a bordo de lanchas e
veleiros, as bombas não vêm instaladas em
quase nenhum novo barco. Geralmente, são
oferecidas apenas como “equipamento opcional” e cabe aos proprietários ter o bom
senso de mandar instalá-las.
A bomba de porão funciona como uma
espécie de centrífuga e fica instalada na parte mais funda do casco. Ela tem um rotor
com pás na parte de baixo, que, quando acionadas, giram em alta velocidade, “puxando” a água e a empurrando para fora do casco, por meio de uma mangueira. Qualquer
interrupção no funcionamento deste ciclo
pode resultar em inundação do casco. E, se
isso acontecer, é problema na certa.
Na maioria das vezes, a água que penetra
nos barcos (e alguma água sempre entra...)
vem de pequenos vazamentos no eixo do hélice ou na rabeta do motor. Mas a chuva, as
ondas, pequenas trincas no casco ou até mesmo o gelo derretido das caixas de isopor das
Náutica SudeSte
67
Você e seu barco
fotolia
As bombas são
apropriadas para
retirar pequenas
quantidades de
água do fundo
do casco. Não
para drenar um
barco já inundado
bebidas a bordo também alimentam as indesejáveis “piscinas” que vão se formando no fundo do
casco. Se elas não forem sendo esgotadas na medida em que se formam, podem colocar em risco
a própria integridade do barco, sem falar na segurança das pessoas que estão a bordo.
A
s bombas possuem sensores que as ligam e desligam, de acordo com o volume de água que entra. Mas todos os
fabricantes alertam que elas são apropriadas apenas para pequenas quantidades de
água — não para drenar totalmente um casco
já inundado! Portanto, em casos de rachaduras
maiores no casco ou inundações provocadas por
ondas, elas costumam não ser suficientes para esgotar toda a água. Até porque as bombas de porão dependem de energia para funcionar e nenhuma bateria teria capacidade para mantê-las
funcionando por longos períodos de tempo.
Uma bateria convencional, por exemplo, fornece 100 ampères por hora (Ah). Mas, por segurança, deve-se considerar apenas metade da sua
capacidade, ou seja 50 Ah. Dessa forma, se uma
bomba de porão consome, por exemplo, 10 A (o
consumo depende de cada modelo, mas sempre
vem especificado no equipamento), uma bateria
normal terá energia para mantê-la funcionando
por, no máximo, cerca de cinco horas consecutivas. E isso se nenhum outro equipamento elétrico estiver ligado. Portanto, também não adianta
equipar seu barco com uma bomba superpotente
se a energia disponível para ela não for suficiente
para fazê-la funcionar por tanto tempo.
A potência da bomba é outra questão importante na hora da escolha. Quanto mais forte melhor, certo? Errado! Uma bomba exageradamente potente consome energia demais da bateria.
Por isso, a bomba deve ser dimensionada em função do tamanho do casco. Na prática, ela precisa
Uma boa escolha
A bomba importada Shurflo 2 000
não custa caro e foi a melhor no
teste da revista NÁUTICA
T
empos atrás, a revista NÁUTICA, com a ajuda do engenheiro
Nicola Getschko, consultor náutico especializado e professor da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, realizou um teste
prático com os cinco modelos de bombas de porão mais vendidos
no mercado brasileiro. A saber, as importadas SeaChoice, Johnson,
Rule e Shurflo, todas de 2 000 gph, e a nacional Arieltek, com vazão
equivalente a 1 000 gph. Mas, entre outras coisas, o teste mostrou que
nenhuma bomba cumpre o que promete na questão da capacidade de
vazão. Todas têm uma vazão real bem menor do que a estampada na
embalagem (a chamada “capacidade nominal”). Mostrou, também, que o
consumo de energia da bateria varia bastante de uma marca para outra,
o que também exige atenção na hora da compra. E, por fim, naquela
ocasião, concluiu que a bomba que se saiu melhor no teste foi a Shurflo
2 000, que, apesar de mais eficiente, não custa tanto quanto as outras.
Você e seu barco
A fórmula da bomba
certa para o seu barco
Esta tabela define isso. Mas é prudente
acrescentar uma boa margem de segurança
2100 gph
2000 gph
Vazão da bomba
Não adianta
colocar uma bomba
superpotente se a
bateria do barco não
tiver capacidade de
fornecer a energia
que ela exigirá
1900 gph
1800 gph
1700 gph
1600 gph
1500 gph
1400 gph
1300 gph
1200 gph
1100 gph
2m
apenas ter força para expulsar a água para fora do
casco, vencendo assim a chamada altura manométrica — ou seja, a distância entre a bomba e
a saída de água no costado, algo que nunca deve
passar de um metro de altura, por sinal.
A
fotolia
pesar de ser um equipamento que precisa estar sempre em perfeitas condições, muitos proprietários pouco se
preocupam com as bombas de porão.
Certamente por não conhecerem direito a sua
importância. A sorte é que, a rigor, as bombas de
porão não exigem muita manutenção — a não
ser a limpeza frequente do fundo do casco, para
não entupir a bomba ou afetar o seu funcionamento. Mas algumas atitudes podem reduzir bastante sua vida útil. Um dos erros mais comuns é
ligar a bomba a seco, ou seja, sem que haja água
no porão para bombear. Quando isso acontece,
as vedações de borracha do eixo perdem eficiência e pode haver superaquecimento do motor
elétrico. Se, por alguma razão, a bomba deixar
de funcionar, o melhor a fazer — acredite! — é
cancelar o passeio e voltar para a marina, porque
o risco aumenta muito mais do que a água que
porventura entrar no barco. E, como já foi dito,
alguma água sempre entra...
MARINA IMPERIAL
4m
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10 m
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ComPRImENTo da LINHa d’áGUa
P
ara saber qual a bomba com vazão adequada para o
seu barco basta saber o comprimento da linha d’água
do casco (só a linha d’água; não o casco inteiro!) e aplicá-lo
nesta tabela, adotada por praticamente todos os fabricantes
de bombas no mundo. Assim sendo, por exemplo, uma
lancha de 30 pés de comprimento e com cerca de 8 metros
de linha d’água, exige, no mínimo, uma bomba de 1 500
gph (quase sempre a vazão das bombas de porão é dada
em galões por hora (gph), medida americana que equivale
a quase quatro vezes mais do que um litro e mesmo no
caso das bombas nacionais, que informam a capacidade em
litros por hora (lph), o ideal é se guiar pela medida de galões,
para fins de comparação). Mas, o problema é que há uma
grande diferença entre a “vazão nominal”, fornecida pelos
fabricantes na embalagem, e a “vazão real” das bombas —
e sempre para mais, o que ajuda a enganar os clientes. Em
alguns casos, esta diferença pode chegar a 40% menos na
vazão real, quando as bombas são submetidas aos seus
limites máximos de funcionamento. Assim sendo, para
garantir total segurança, o mais prudente é usar uma bomba
entre 20% e 30% mais potente do que o valor nominal
indicado pelo fabricante (e usado como referência nesta
tabela). Com isso, no caso do mesmo exemplo da hipotética
lancha de 30 pés, a bomba mais indicada seria, mais ou
menos, uma de 2 000 gph — e não apenas a de 1 500 gph.
Fique atento. E, na dúvida, aumente a potência da bomba.
Mas não muito, para não comprometer o consumo de
energia do barco, que é ainda mais importante.
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70
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Você e seu barco
1
S
e uma lancha navega devagar ou inadequadamente, a culpa é do motor, que não
tem potência suficiente, certo? Hmmm, convém não ter tanta certeza disso…
Muitas vezes, o problema não está na cavalaria do motor e sim na maneira como
ela chega à água. Ou seja, através do hélice. É ele que transforma toda a potência do
motor em impulso para navegar. Sem o hélice adequado, de nada adianta ter potência
de sobra no motor, porque o barco renderá mal do mesmo jeito. O hélice impacta tanto
na velocidade quanto no consumo, porque permite que o motor atinja (ou não) a sua rotação máxima. Se o hélice for inadequado, forçará o motor e não permitirá que ele libere todo o torque que poderia gerar. O resultado disso será um desempenho insatisfatório
e consumo maior. Ter o hélice adequado é, também, a maneira mais rápida — e barata
— de melhorar o rendimento de qualquer barco a motor. E sem precisar trocar o motor.
AF_anuncio_nautica_JG.pdf
1
11/11/13
13:58
Confira ao lado algumas
dúvidas
mais frequentes sobre este equipamento, que é
tão fundamental num barco a motor quanto os pneus em um automóvel.
Passo é o deslocamento, em
polegadas, que um hélice
gera na água — como o
avanço de um parafuso ao
ser girado. Ele representa a
distância teórica percorrida
pelas pás, ao dar uma volta
completa. Passo e diâmetro
são as duas medidas básicas
de qualquer hélice. O passo
tem influência direta na
velocidade que o hélice é
capaz de imprimir à lancha.
Quanto maior o passo, mais
rápido será o barco. Mas
sempre há uma perda de
cerca de 50% de eficiência,
por conta do “deslizamento”
(slip) do hélice na água.
Portanto, um hélice passo
14 polegadas, por exemplo,
permitirá um avanço teórico
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Inscrição e Transferência de Embarcações.
Registro de Rádio, Epirb e AIS junto a Anatel.
Seguros para Embarcações.
Registro para Pesca Amadora no Ministério da Pesca.
2
Como acertar
o passo?
Se, na aceleração máxima,
um motor não atingir (ou
ultrapassar) a rotação máxima,
é sinal que o passo do hélice
está errado. Ou seja, se ele
chegar ao limite de rotações
sem que o acelerador esteja
no máximo é sinal de que algo
está errado com o passo. Giros
acima sugerem passo curto
demais; giros a menos indicam
passo longo além da conta.
Mas acertar o passo não é nada
complicado. Observe o contagiros e acelere até o fim, com o
trim regulado para a velocidade
tupicomunicacao.com.br
Ou o mínimo que você precisa saber sobre este equipamento
tão fundamental nas lanchas quanto as rodas nos automóveis
D E S P A C H A N T E
de apenas 7 polegadas na água.
Com o passo certo, o motor
trabalha mais aliviado e gasta
menos combustível..
O que é passo?
78 TRADIÇÃO
anos de
máxima e o barco com carga
normal e, de preferência, tanque
cheio. Se a rotação máxima
ficar abaixo do indicado pelo
fabricante do motor, substitua o
hélice por outro de passo menor.
Como regra geral, cada polegada
de passo corresponde a uma
rotação de 150 a 200 rpm no
motor, mas, normalmente, os
hélices são comercializados com
variação de duas (e não uma)
polegadas. Neste caso, fique com
o passo que deixar o motor mais
próximo do que ele pode render.
3
É melhor hélice de
alumínio ou de aço?
A eficiência de um hélice
depende, também, muito do
material do qual ele é feito. Os
hélices de alumínio custam
menos, são mais leves, mais
baratos e usados nos motores
de baixa potência. Mas, como
o alumínio é um material
relativamente macio, ele sofre
uma deformação natural, o que
provoca perda de rendimento.
Por isso, só devem ser usados
em motores com menos de
115 hp. Já o aço inox é bem
resistente e permite pás mais
finas, que “cortam” melhor a
água. Por isso, hélices deste
material duram mais e têm
melhor desempenho. Mas são
mais pesados e mais caros.
4
O peso do
hélice importa?
Sim, porque quanto mais
pesado, mais o hélice exigirá
do motor. E quanto mais leve
ele for, mais rapidamente será
atingido o planeio, situação em
que todo barco navega melhor e
com mais velocidade.
5
Quantas pás?
Três ou quatro?
Hélices de três pás têm a melhor
relação entre tamanho,
eficiência, vibração e custo. Em
geral, proporcionam mais velocidade. Já hélices de quatro pás
provocam menos vibração. Mas,
por outro lado, têm menos eficiência. Como regra geral, hélices
de três pás tem desempenho
melhor em rotações médias e
altas, enquanto os de quatro pás
têm mais empuxo nas baixas e
médias rotações, além de menor risco de cavitação. Outro detalhe importante é a espessura
das pás. Quanto mais finas,
melhor elas “cortarão” a água e
criarão menos arrasto.
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E
CLASSIFICADOS
m julho próximo, entre os
dias 4 e 18, um punhado
de barcos estarão
navegando nas águas do
Tietê, dispostos a provar que o rio
mais poluído do país é, também,
surpreendentemente lindo na parte
onde a sujeira não chega. Será a 5ª
edição do Cruzeiro Hidrovia Tietê —
Paraná, que, no entanto, desta vez
não chegará até a foz do Tietê, no rio
Paraná, como das vezes anteriores.
Como o nível do Tietê continua
baixo e a maior concentração das
eclusas fica na parte central do rio, a
Associação Brasileira de Velejadores
de Cruzeiro – ABVC, seção Interior,
que organiza o cruzeiro a cada dois
anos, resolveu alterar o percurso
e criar um roteiro de ida e volta
entre Barra Bonita e a represa de
Promissão, fazendo assim com que os
barcos atravessem duas vezes a parte
mais bonita e interessante do rio, que
ali já é surpreendentemente limpo.
No total, o cruzeiro, que foi
lançado no mês passado, durante um
animado encontro dos participantes
das edições anteriores, levará 15 dias,
com escalas em seis cidades do
caminho (onde sempre os barcos
são recebidos com muita festa), mas,
jorge de souza
A quinta edição da travessia conjunta
do rio mais mal falado do país
acontecerá em julho. E, como sempre,
promete lindas surpresas no caminho
quem quiser, poderá fazer apenas
uma parte do percurso, retornando
mais cedo. “Com o cruzeiro partindo
e chegando do mesmo ponto, fica
bem mais fácil e barato levar e trazer
o barco”, explica Paulo Fax, reponsável
pelo cruzeiro e comandante da
flotilha, que, este ano, espera reunir
mais de 15 barcos, de qualquer porte,
inclusive a motor. Quem quiser
embarcar nessa também (diversões
e surpresas pelo caminho são
garantidas) pode entrar em contato
com ele pelo email paulofax2@
gmail.com ou acessar http://
expedicaoabvcinterior.blogspot.com.
loucos
para zarpar
O lançamento
do cruzeiro foi
feito durante um
encontro dos
participantes da
ABVC Interior,
Desta vez, o
percurso será de
ida e volta entre
Barra Bonita e
Promissão, no
trecho mais
bonito do rio
CRUZEIRO HOMENAGEIA O RIO
E
Compre ou venda seu barco
Cadastre-se e anuncie: www.nautica.com.br/classificados
ste é o mais novo barco da Levefort, que acaba
de ser lançado. Chama-se Lake, tem 5,50 m de
comprimento, boca de 1,50 m, pode receber motor
de popa entre 25 e 50 hp e foi feito para a pesca
(inclusive de arremesso) em rios, lagoas e canais.
O preço tem promoção especial de lançamento:
R$ 8 958 (só o casco), para as primeiras 20
unidades. Para saber mais, acesse o site da Levefort
e veja quais revendas dispõem desta oferta.
s 450 anos da cidade do Rio de Janeiro também foram homenageados
com um cruzeiro de passeio, organizado pelo novo presidente da
ABVC, Volnys Bernal, que tomou como base a expedição fundadora da
cidade. O roteiro repetiu o trajeto de
Estácio de Sá, entre o Forte São João,
em Bertioga, no litoral paulista, e a
baía de Guanabara, onde os barcos
chegaram após escalas na Ilha Anchieta
e Ilha Grande. Na chegada, enfatizando
o caráter histórico do cruzeiro, os
p a r t i c i p a n t e s fo r a m e s c o l t a d o s
p e l o b a rc o - o rg u l h o d a M a r i n h a
Brasileira, o lindo veleiro Cisne Branco.
Náutica SudeSte
divulgação
BaRcO NOVO cOM
PReÇO eSPeciaL
O
79
cruzadas náuticas
Q
ue tal comprar um veleiro, não gastar nada com manutenção e ainda ganhar algum
dinheiro com ele? Esta é a (boa) proposta que as empresas Sailabout e Wind Charter, que
alugam veleiros na região de Angra dos Reis e Paraty, estão fazendo aos interessados em ter um
bom barco para usar em certas épocas do ano, sem ter nenhuma despesa com ele o ano inteiro.
O programa chama-se Ownership, é muito comum fora do Brasil, e consiste na compra de um
veleiro, novo ou usado, que, depois, será alugado pela empresa, quando ele não estiver em uso.
O comprador tem direito a várias semanas por ano de uso, não gasta com marina, manutenção
nem marinheiro, e recebe, de dividendos, parte do lucro da locação de todos os barcos da
empresa, de acordo com a quantidade de cotas que possui, pela compra do barco. No mínimo,
um bom negócio para quem não usa o barco o ano inteiro. Interessou? Ligue 024/2404-0020
(Wind Charter) e 024/3370-6429 (Sailabout) e saiba mais sobre os programas das duas empresas.
O
s frequentadores de Angra
dos Reis perderam recentemente um bom amigo e um querido anfitrião para quem sentia
fome durante os passeios de barco pela região. Luiz Rosa, dono
do tradicional restaurante que
leva o seu nome, na praia das Flechas, na Ilha da Gipóia, morreu
em fevereiro, aos 96 anos, deixando triste toda uma legião de velhos clientes e admiradores dos
bons frutos do mar ali servidos.
Mas o restaurante seguirá funcionando normalmente.
HorizoNTais
3 Um esporte praticado sobre a água • 7 Vela latina, triangular, que se iça à proa dos barcos • 9 Aro metálico fechado,
de forma oval ou circular, que serve para proteger e enrijecer uma mão que se costura ou em punhos das velas, toldos etc. • 11 Muito frio • 12 Chão,
soalho • 14 Peça de vedação para válvula de descarga de água • 16 Embarcação a motor, do Sul do Brasil, de pesca, com um camarim e grande
porão • 18 Danificado • 20 A cidade norte-americana com a Golden Gate • 21 Cidade paulista, sede de um dos maiores e mais movimentados
portos do país • 22 A disputa decisiva • 23 O volume da corrente elétrica • 27 Reboca veículos avariados • 29 Cidade litorânea do Rio Grande
do Sul, a mais oriental do estado • 30 Tecido de algodão, quente, semelhante a uma flanela grossa, muito usado para confeccionar agasalhos
• 31 Barco movido pela energia gerada por partículas gasosas emanadas da água • 32 Os cabos usados para prender uma embarcação.
Nome desta cidade
v
e
r
T
i
C
a
i
s
1 Peça em forma de prisma usada para calçar, nivelar, ajustar outra peça qualquer • 2 Grande rio amazônico que desagua na baía de Marajó (mais
de 2.400 km) • 4 Navegar à vela • 5 Diz-se de zona litorânea situada entre a maré alta e a maré baixa • 6 A maior dos oceanos é na fossa das ilhas
Marianas, e tem aproximadamente 11.500 metros • 8 Reserva marinha do litoral catarinense, próxima a Bombinhas • 9 Solução aquosa de açúcar
e sal de cozinha, usada para prevenir a desidratação • 10 País que ocupa a parte leste da segunda maior ilha do mundo, ao norte da Austrália; sua
capital é Port Moresby • 12 Décima segunda e última constelação zodiacal, situada entre Aquário e Áries • 13 A maior ilha fluviomarinha do globo •
15 O maior lago da Terra, localizado entre a Europa e a Ásia • 17 Um dos menores estados brasileiros • 19 Flâmula que se iça a bordo de embarcação
para indicar que transporta a autoridade que a ela faz jus • 24 Um tubarão da costa brasileira • 25 Espessura de um cabo • 26 Embarcação a vela
feita com três cascos paralelos • 27 Extensa massa de água congelada • 28 Viagem de circum-navegação em torno de um país, de um continente.
Respostas na página 76
Náutica SudeSte
81
Elaboradas por A Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br
UM NOVA FORMA DE TER UM DESSES
Luiz ROSa
fOi SeRViR
cOMida
BOa NO céu
VOcê eNteNde de MaR?
Tadeu NasCimeNTo/seCreTaria de Turismo de saNTos
divulgação
ferNaNdo moNTeiro
Farol
arquivo Pessoal
3 perguntas
“A melhor horA é AgorA”
Com a autoridade de quem já soma mais de 2 300 dias no mar e perto de
150 000 milhas navegadas na costa brasileira, o capitão Carlos Brancante garante:
maio é o melhor mês do ano para pôr um barco na água. E explica por quê
O
paulista Carlos Brancante tem um dos maiores currículos náuticos do país. Sua experiência, metodicamente registrada no diário de bordo do seu barco, o
trawler Lord Gato, de 60 pés de comprimento, já soma mais
de 2 300 dias de mar e perto de 150 000 milhas navegadas na
costa brasileira, o que o torna um dos navegadores de lazer
mais ativos do Brasil. Chova ou faça sol, praticamente todos
1
Por que esta é a
melhor época do ano
para navegar?
“Por um monte de motivos.
Primeiro, porque os meses do outono nas
regiões Sul e Sudeste são secos, sem chuva, com temperaturas amenas e dias claros e estupendamente ensolarados, em
qualquer parte, tanto em terra firme quanto no mar. Especialmente maio, que, na
minha opinião, é o melhor mês do ano,
em todos os aspectos. Mas a principal razão para quem tem um barco no litoral é que, nesta época, entre abril e mais
ou menos início de julho, o mar fica bem
mais tranquilo, com ondas baixas, sem
tempestades e praticamente livre das
grandes frentes frias, que tanto incomodam quem navega. Em maio, estou sempre no mar, porque sei que as condições
de navegação no litoral entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina são as melhores
possíveis. Além de os dias serem lindos.”
82
NáuticA SudeSte
2
os finais de semana (quando não também no meio dela) ele
está a bordo, fazendo o que mais gosta: navegando. E isso se
torna ainda mais frequente agora, com a chegada do outono, época que ele garante ser a melhor do ano para navegar
em todo o litoral que vai do Rio de Janeiro a Santa Catarina,
porque “o vento se afasta da costa e o mar acalma”, como
conta neste rápido bate-papo.
Por que isso
acontece?
“Porque, entre abril e setembro, mudam os regimes de ventos na região que
fica entre Cabo Frio, no norte do Rio de
Janeiro, e Cabo de Santa Marta, no litoral sul catarinense. Durante este período,
com ênfase nos meses do outono, ou seja,
abril, maio e início de junho, antes de as
frias do inverno começarem a chegar, os
ventos alíseos de nordeste, predominantes na região, se afastam da costa entre
estes dois cabos e isso deixa o mar bem
mais tranquilo no litoral. Em alguns lugares, vira quase calmaria, perfeita para navegar. É a melhor época do ano para pôr
o barco no mar, embora a temperatura da
água — e do ar — já esteja bem mais fria
do que no verão. Mas, em termos de segurança, é o melhor momento de ir para
o mar. Isto é, se o calendário da natureza
não continuar tão maluco quanto está.”
3
Este ano pode
ser diferente?
“Pode atrasar um pouco, como vem
acontecendo desde antes do verão. Na minha opinião, o calendário da natureza na
nossa região anda atrasado uns dois meses,
tanto que tivemos frentes frias em pleno janeiro! Mas já vi isso acontecer antes e parece ser um fenômeno cíclico e natural. Por
conta disso, em abril o mar pode ainda não
estar tão tranquilo quanto deveria. Mas em
maio, com certeza, ele estará bem mais estável do que agora. Por causa desse atraso no calendário, talvez o próximo mês de
maio não seja tão bom no mar quanto foi
no ano passado, mas, ainda assim, continuará sendo o melhor mês do ano para navegar. Pena que nem todos os donos de barcos saibam disso, e, por não ser verão, os
deixem parados na marina. É um desperdício de oportunidade. A hora é agora. O outono é a época certa de ir para mar. ”

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