Plano de Manejo RPPN Buraco das Araras

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Plano de Manejo RPPN Buraco das Araras
PLANO DE MANEJO
RPPN BURACO DAS ARARAS, JARDIM/MS
Flora Terrestre
Dra.Vivian Ribeiro Baptista-Maria
Fabrício de Souza Maria
1. Introdução
O Cerrado é um dos ‘hotspots’ para a conservação da biodiversidade mundial.
Nos últimos 35 anos mais da metade dos seus 2 milhões de km² originais foram
cultivados com pastagens plantadas e culturas anuais (Klink e Machado 2005).
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, sendo superado em área
apenas pela Amazônia. Ocupa 21% do território nacional e é considerado a última
fronteira agrícola do planeta (Borlaug 2002). O termo Cerrado é comumente utilizado
para designar o conjunto de ecossistemas (savanas, matas, campos e matas
ciliares) que ocorrem no Brasil Central.
A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações savânicas,
interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Entretanto,
outros tipos de vegetação podem aparecer na região do cerrado, tais como os
campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o lençol freático é superficial; os
campos rupestres podem ocorrer nas maiores altitudes e as florestas mesófilas
situam-se sobre os solos mais férteis. Mesmo as formas savânicas exclusivas não
são homogêneas, havendo uma grande variação no balanço entre a quantidade de
árvores e de herbáceas, formando um gradiente estrutural que vai do cerrado
completamente aberto - o campo limpo, vegetação dominada por gramíneas, sem a
presença dos elementos lenhosos (árvores e arbustos) - ao cerrado fechado,
fisionomicamente florestal - o cerradão, com grande quantidade de árvores e
aspecto florestal (Figura 1). As formas intermediárias são os campos sujos, o campo
cerrado e o cerrado stricto sensu, de acordo com uma densidade crescente de
árvores (Pivello 1996).
Figura 1. Fisionomias do Cerrado
Fonte: Pivatto e Manço 2006 (Apostila Informativa para guias de Turismo)
As árvores do cerrado são muito peculiares, com troncos tortos (Figura 2),
cobertos por uma cortiça grossa (Figura 3), cujas folhas são geralmente grandes
e rígidas (Figura 4). Muitas plantas herbáceas têm órgãos subterrâneos para
armazenar água e nutrientes. Cortiça grossa e estruturas subterrâneas podem ser
interpretadas como algumas das muitas adaptações desta vegetação às
queimadas periódicas a que é submetida (Figura 5), protegendo as plantas da
destruição e capacitando-as para rebrotar após o fogo natural (Pivello 1996).
Figura 2. Aspecto tortuoso das árvores do
Figura 3. Troncos cobertos por
cerrado
cortiça grossa
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 4. Folhas rígidas, das plantas do
Figura 5. Fogo, característica marcante
cerrado
na vegetação do cerrado
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
A cobertura vegetal do Cerrado é a segunda mais importante do Brasil, além de
ser reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade. A grande
variabilidade de habitats nos diversos tipos de cerrado suporta uma enorme
diversidade de espécies de plantas e animais. O número de plantas vasculares é
superior àquele encontrado na maioria das regiões do mundo: plantas herbáceas,
arbustivas, arbóreas e cipós somam mais de 7.000 espécies (Mendonça et al.,
1998). Quarenta e quatro por cento da flora é endêmica (Tabela 1) e, nesse sentido,
o Cerrado é a mais diversificada savana tropical do mundo. Convém, ainda, lembrar
que os cerrados também exercem importantes papéis como corredores entre
Biomas como Amazônia e Floresta Atlântica, além de abrigar e fornecer alimento a
fauna silvestre (Figura 6 e 7).
Tabela 1. Número de espécies de vertebrados e plantas que ocorrem no Cerrado,
porcentagem de endemismos do bioma e proporção da riqueza de espécies do
bioma em relação à riqueza de espécies no Brasil*
Nº de Espécies
Plantas
Mamíferos
Aves
Répteis
Anfíbios
Peixes
7.000
199
837
180
150
1.200
% de
Endemismo do
Cerrado
44
9,5
3,4
17
28
?
% de Espécies em
relação ao Brasil
12
37
49
50
20
40
* Fontes: Fonseca et al. (1996); Fundação Pro-Natureza et al. (1999); Aguiar (2000); Colli et al.
(2002); Marinho-Filho et al. (2002); Oliveira e Marquis (2002); Aguiar et al. (2004), apud Klink e
Machado 2005.
Figura 6. Quati (Nasua nasua)
Figura 7. Arara (Ara chloropterus)
alimentando-se de frutos de Bocaiúva
alimentando-se de frutos de pequi
(Acrocomia aculeata)
(Caryocar brasiliense)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
A região do cerrado também contribui com mais de 70% da produção de carne
bovina do País (Müller 2003) e, graças à irrigação e técnicas de correção do solo, é
também um importante centro de produção de grãos, principalmente soja, feijão,
milho e arroz. Estas informações significam uma mudança na paisagem e
consequentemente uma “destruição” do riquíssimo bioma que preserva grande
biodiversidade de plantas e animais. Portanto, aprender e entender o Bioma Cerrado
torna-se importante na tentativa de conservá-lo, uma vez que aproximadamente
50% das regiões atuais que são caracterizadas por cerrado sofrem interferência
direta do uso humano e 35% das áreas naturais vem sendo substituídas pela
expansão agrícola ano a ano (Oliveira e Marquis 2002). Um dos principais desafios
na conservação do Cerrado será demonstrar a importância que a biodiversidade
desempenha no funcionamento dos ecossistemas. O conhecimento sobre a
biodiversidade e as implicações das alterações no uso da terra sobre o
funcionamento
dos
ecossistemas
serão
fundamentais
para
o
debate
“desenvolvimento versus conservação”. Entretanto, precisamos buscar tecnologias
embasadas no uso adequado do solo e dos recursos hídricos, na extração de
produtos vegetais nativos, no ecoturismo e outras iniciativas que possibilitem um
modelo de desenvolvimento sustentável e justo para os nossos cerrados.
2. Metodologia
2.1 Área de estudo
Foi realizado amostragem florística ao longo de toda a área da RPPN, bem
como no entorno da mesma (Figura 8).
Figura 8. Imagem de Satélite google earth da RPPN Buraco das Araras, Jardim/MS
2.2 Cronograma de atividades
Data
Esforço amostral
total de horas: 25h
17/08/07
9h
18/08/07
8h
12/10/07
8h
2.3 Caracterização florística e fitofisionômica
O levantamento florístico foi realizado no período seco (agosto) e chuvoso
(outubro) com um total de 25 horas. O método utilizado foi o tempo de avaliação, ou
seja, cronometrando a amostragem em caminhadas previamente estabelecidas
cortando todo o trecho florestal, até não aparecer novas espécies em 15 minutos de
amostragem contínuas (Baptista-Maria 2007; Kotchetkoff 2003; Santin 1999).
Durante as caminhadas de coleta, foram amostradas espécies em fase reprodutiva
de porte arbustivo-arbóreo em especial, palmeiras, lianas e herbáceas. Foram
percorridas trilhas no interior e bordas do cerrado visando à amostragem da
vegetação em diferentes fases sucessionais. A coleta do material botânico foi
realizada com o auxílio de uma tesoura de poda alta, adaptada a duas varas
ajustáveis de alumínio, chegando a atingir 8 metros de altura. Durante as coletas
com podão o cronômetro foi zerado, para não interferir no método utilizado.
O material coletado de cada indivíduo foi agrupado com fita crepe, numerado e
transportado em sacos plásticos (Figuras 9 e 10). Posteriormente, o material foi
prensado e herborizado pelos procedimentos usuais e identificado com auxilio de
literatura especializada e comparações com exsicatas existentes em herbários (ESA
e CGMS) ou ainda a consulta a especialistas. Os espécimes foram agrupados em
famílias de acordo com o sistema APG II (Souza e Lorenzi 2005). Os autores das
espécies foram confirmados nas bases de dados disponíveis na internet (Missouri
Botanical Garden 2007).
Figuras 9 e 10. Sr. Modesto e Pesquisadora realizando amostragem no cerrado
presente no Buraco das Araras.
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Na fitofisionomia foram anotadas informações gerais como descrição,
evidências de ameaças, rochosidade, erosão, cor e textura do solo. Para a definição
dos principais tipos florestais ocorrentes nos trechos estudados, foi utilizado o
Manual Técnico da Vegetação Brasileira nomenclatura oficial do IBGE (Veloso et al.
1991).
2.4 Material de consumo utilizado
Foram utilizados os seguintes materiais de consumo:
- Sacos plásticos para coleta;
- Jornais para exsicatas;
- Caderno de campo;
- Fita adesivo tipo crepe para identificação do material botânico;
- Pilhas recarregáveis para registro fotográfico;
- Bastão de Alumínio e Podão para coleta de vegetais férteis acima de 2m de altura;
- Tesoura de poda para coleta de vegetais férteis abaixo de 2m de altura;
3. Resultados
3.1 Riqueza Florística
Foram observadas 192 espécies distribuídas em 56 famílias de angiospermas
de porte arbóreo, arbustivo, herbácea, lianas e palmeiras (Anexo I). A família
Fabaceae, representada por 33 espécies, foi a de maior riqueza, perfazendo 17% do
total de espécies registrada. Dentro desta família, obtivemos 15 espécies
pertencentes à subfamília Caesalpinioideae, 03 Cercideae, 08 Faboideae e 07
Mimosoideae. A segunda família em número de espécies foi Asteraceae com 11
espécies, seguida por Annonaceae (10), Malvaceae e Myrtaceae com 09 espécies
cada (Figura 11).
Malpighiaceae
Família Botânica
Euphorbiaceae
Malvaceae
Myrtaceae
Annonaceae
Asteraceae
Faboideae
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Quantidade de espécies
Figura 11. Famílias de maior riqueza nas áreas amostradas dos cerrados ocorrentes
no Buraco das Araras, Jardim/MS.
O total de espécies agrupadas por hábito está representado na tabela 2.
Entretanto, o destaque de plantas herbáceo-arbustivas na área amostrada deve ser
ainda maior do que a constatado neste estudo. Esta categoria inclui as plantas que
constituem o sub-bosque e a camada rasteira dos cerrados. Estas plantas são tão
importantes quanto às demais na comunidade vegetativa, mas exige um trabalho
dedicado exclusivamente ao seu estudo, devido a complexidade e minuosidade na
amostragem e identificação.
Tabela 2. Total de espécies agrupadas por hábito
Hábito
Total de
Espécies
Árvores
103
Arbustos
39
Herbácea
40
Palmeiras
05
Lianas
(cipó)
05
Os gêneros que mais contribuíram com o número de espécies foram: Senna
com seis espécies, Annona com 05 espécies, Luehea com 04 espécies, seguidas
por Qualea, Tabebuia, Byrsonima e Heteropterys com 03 espécies cada.
Várias espécies típicas de ocorrência para o cerrado do Brasil Central foram
amostradas, como Qualea grandiflora (pau-terra - Figura 12), Caryocar brasiliense
(pequi), Bowdichia virgilioides (sucupira - Figura 13), Magonia pubescens (timbó –
Figura 14), Psidium guineense (araçá), Copaifera langsdorffii (copaíba), Terminalia
argentea (capitão - Figura 15), dentre outras.
Figura 12. Frutos Qualea grandiflora
Figura 13. Flores Bowdichia virgilioides
(pau-terra)
(sucupira)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 14. Frutos de Magonia
Figura 15. Flores de Terminalia
pubescens (timbó)
argentea (capitão)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
A vegetação dentro da dolina, diferentemente do entorno constituído de
cerrado, é composto por Floresta Perenifólia - floresta sempre-verde (Figuras 16 e
17). Foram registradas 09 espécies neste ambiente, através da visualização com
binóculo: Embaúba (Cecropia pachystachya - Urticaceae), Figueira (Ficus spp. Moraceae), Ingá (Inga uruguensis - Mimosoideae), Peito-de-pomba (Tapirira
guianensis - Anacardiaceae), Mandiocão (Didymopanax morototoni - Araliaceae),
Bocaiúva (Acrocomia aculeata - Arecaceae) e presente nas paredes laterais
observou-se Cacto (Cereus sp.- Cactaceae), Copaíba (Copaifera langsdorffii Caesalpinioideae) e Sucupira-preta (Bowdichia virgilioides - Faboideae).
Figura 16. Aspecto geral da vegetação
Figura 17. Aspecto geral da vegetação
presente no interior da dolina, na
presente no interior da dolina, na
época seca (mês de agosto)
época chuvosa (mês de outubro)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
3.2 Descrição da fitofisionomia encontrada
Foram identificados dois subgrupos de cerrado (cerrado arborizado e
florestado) no mesmo local de estudo. Estas duas subformações por serem muito
semelhantes, diferenciando-se somente pela presença de agrupamentos mais
densos de espécies arbóreas no cerrado florestado, nem sempre são possíveis
diferenciá-los em campo. Entretanto, foi considerado na RPPN Buraco das Araras,
uma única fitofisionomia a qual chamaremos de Cerrado Florestado + Arborizado.
Saliento, que o cerrado florestado, tecnicamente é denominado de savana florestada
(cerradão), e o cerrado arborizado é denominado de savana arborizada (campo
cerrado).
O cerrado Florestado (Cerradão): é um subgrupo de formação com fisionomia
típica e característica, restrita a áreas areníticas lixiviadas com solos profundos,
ocorrendo em um clima tropical eminentemente estacional. Apresenta sinúsias
lenhosas de micro e nanofanerófitos tortuosos com ramificação irregular.
Extremamente repetitiva, a sua composição florística reflete-se de Norte a Sul.
É
uma
formação
florestal
que
apresenta
elementos
xeromórficos
(adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se pela composição mista de
espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca.
Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias),
muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou
deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar
brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pauterra).
Em geral, os solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente
ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade
do solo, podem ser classificados como distróficos, quando pobres, e mesotróficos,
quando mais ricos em nutrientes. São comumente encontradas as seguintes
espécies lenhosas: Qualea grandiflora (Pau- terra), Dimorphandra mollis (faveira),
Caryocar brasiliense (Pequi),
Copaifera
virgilioides
langsdorfii
Stryphnodendron adstringens (barbatimão),
(copaíba),
(sucupira-preta),
Magonia
Xylopia
pubescens
aromatica
macrocarpon (Guatambu-do-cerrado), dentre outras.
(tingui),
(pindaíba),
Bowdichia
Aspidosperma
O cerrado arborizado (Campo Cerrado): é um subgrupo de formação
natural
ou
antropizado
que
se
caracteriza
por
apresentar
fisionomia
nanofanerofítica rala e hemicriptofítica graminóide contínua, sujeito ao fogo anual.
Estas sinúsias dominantes formam fisionomia raquítica em terrenos degradados.
A composição florística, apesar de semelhante à ao do cerrado florestado,
apresenta ecotipos dominantes que caracterizam o ambiente de acordo com o
espaço geográfico. Nesta fitofisionomia é comum encontrarmos árvores baixas e
retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem
casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas. Dentre algumas espécies
encontradas nessas áreas: Kielmeyera spp (pau-santo), Magonia pubescens
(tingui), Callistene spp (pau-jacaré), Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miúda),
Annona
coriacea
(marolo),
Annona
spp.
(araticum),
Allagoptera
(iriri),
Cochlospermum regium (algodão-do-cerrado), Alibertia sessilis (marmelo), etc.
3.3 Plantas especiais
A grande maioria das espécies encontradas tem elevada importância ecológica
e medicinal representada por suas flores, frutos, sementes e/ou potencial econômico
pela qualidade de sua madeira. No entanto, torna-se inviável tecer comentários
sobre todas as espécies identificadas, uma vez que não é o foco deste estudo.
Sendo assim, as plantas especiais evidenciadas no cerrado da RPPN Buraco das
Araras, foram classificadas em plantas: (i) medicinais; (ii) importância econômica; (iii)
ameaçadas de extinção, segundo IUCN (2006) e MMA (2003); (iv) frutos do cerrado;
(v) flores melíferas, nectaríferas e ornamentais; e (vi) espécies importantes como
fonte de alimento aos animais silvestres.
 Plantas Medicinais
Figura 18. Lobeira
Figura 19. Carobinha
(Solanum lycocarpum)
(Jacaranda decurrens)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 20. Barbatimão
Figura 21. Para-tudo
(Stryphnodendron adstringens)
(Tabebuia aurea)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 22. Murici
Figura 23. Guaçatonga
(Byrsonima verbascifolia)
(Casearia decandra)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 24. Aperta-guela
Figura 25. Nó-de-cachorro
(Eugenia kunthiana)
(Heteropterys aphrodisiaca)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
 Plantas de importância econômica
Figura 26. Angico
Figura 27. Vinhático
(Anadenanthera colubrina)
(Plathymenia reticulata)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 28. Guatambu-do-cerrado
Figura 29. Ipê-amarelo
(Aspidosperma macrocarpon)
(Tabebuia ochracea)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
 Plantas ameaçadas de extinção
É importante destacar que para a flora sul-matogrossense não há, até o
momento informações compiladas a respeito das espécies ameaçadas. Entretanto,
utilizou-se espécies ameaçadas de extinção, segundo: IUCN (IUCN, 2007), IBAMA
para o Brasil (Brasil, 1992) e lista do estado de São Paulo (São Paulo, 2004).
A partir dessas informações, as espécies
ameaçadas para o Mato Grosso do Sul foram
listadas na Tabela 3, embora sua situação na
região ainda não seja crítica.
Figura 30. Aroeira
(Myracrodruon urundeuva)
espécie ameaçada de extinção
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Tabela 3. Espécies ameaçadas de extinção, segundo as listas obtidas pelo IBAMA,
IUCN e estado de São Paulo
Espécie
Família Botânica
Nome comum
Categoria
Dalbergia nigra
Fab. Faboideae
Jacarandá-do-cerrado
Aspidosperma macrocarpon
Apocynaceae
Peroba-do-campo
Myracrodruon urundeuva
Anacardiaceae
Aroeira
Pseudobombax tomentosum
Malvaceae
Embiruçu
Bowdichia virgilioides
Fab. Faboideae
Sucupira-preta
Eriotheca pubescens
Malvaceae
Paineira-do-cerrado
Presumivelmente
Extinta em SP
Magonia pubescens
Sapindaceae
Timbó
Em perigo em SP
Em perigo em SP
Vulnerável em SP
Vulnerável em SP,
IUCN e IBAMA
Vulnerável em SP
Vulnerável em SP
 Frutos do cerrado
Figura 31. Araticum
Figura 32. Faveira
(Rollinia silvatica)
(Dimorphandra mollis)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 33. Jatobá-do-cerrado
Figura 34. Caraguatá
(Hymenaea stigonocarpa)
(Bromelia balansae)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
 Flores melíferas, nectaríferas e ornamentais
Figura 35. Pau-santo
Figura 36. Algodão-do-cerrado
(Kielmeyera variabilis)
(Cochlospermum regium)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 37. Pequi
Figura 38. Açoita-cavalo
(Caryocar brasiliense)
(Luehea paniculata)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Plantas importantes como fonte de alimento aos animais silvestres
Figura 39. Bocaiuva
Figura 40. Marmelo
(Acrocomia aculeata)
(Alibertia edulis)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 41. Baru
Figura 42. Jenipapo
(Dipteryx alata)
(Genipa americana)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
3.4 Riqueza de espécies
As áreas mais relevantes em termos de diversidade florística na RPPN
Buraco das Araras, de acordo com o levantamento botânico foram as do entorno
da dolina. Encontrou-se nesta área 89% do total das espécies amostradas.
Dentre as espécies mais abundantes, encontradas na RPPN, menciona-se:
Pouteria torta (Grão-de-galo), Annona coriacea (marolo), Ocotea minarum
(canela), Allagoptera leucocalyx (iriri), (Figuras 43 a 46).
Figura 43. Canela
Figura 44. Grão-de-galo
(Ocotea minarum)
(Pouteria torta)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 45. Iriri
(Allagoptera leucocalyx)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
Figura 46. Marolo
(Annona coriacea)
Crédito: Fabrício de Souza Maria
4. Conservação
4.1 Principais ameaças sobre a flora na RPPN em estudo
De um modo geral, a RPPN Buraco das Araras, apresenta seus cerrados em
bom estado de conservação. No entanto, existem alguns fatores que ameaçam a
integridade e a conservação da vegetação natural ocorrente na RPPN, em especial
a vegetação rasteira e capins nativos, dentre eles mencionam-se:
- presença de gramíneas exóticas do
gênero Braquiaria, entremeados com a
vegetação nativa (Figura 47);
Figura 47. Gramíneas exóticas
entremeadas com vegetação nativa do
cerrado.
Crédito: Fabrício de Souza Maria
- presença de gado na RPPN Buraco
das Araras, criando diversos trilheiros,
que
causam
em
especial
(i)
fragmentação da paisagem; (ii) pisoteio
das
plântulas;
(iii)
mortalidade
dos
vegetais herbáceos e capins nativos
(Figura 48).
Figura 48. Trilheiros de gado na RPPN
Crédito: Fabrício de Souza Maria
4.2 Recomendações e Áreas prioritárias para recuperação e manejo
 Manejo de Braquiária
O principal fator que compromete a integridade da vegetação, em especial as
gramíneas nativas e as espécies herbáceas, é a ocorrência das espécies exóticas
Brachiaria decumbens e B. brizantha.
A Brachiaria decumbens com maior biomassa, é uma espécie originária da
África do Sul, que se propaga por sementes e através de rizomas e a B. brizantha
vem da África Tropical, e se propaga por sementes. As 2 espécies mencionadas são
plantas daninhas, bastante freqüentes, usadas como forrageiras, mas que podem
facilmente predominar em quase todas as áreas naturais. Essas gramíneas podem
alcançar biomassas extremamente elevadas e, quando secas, são altamente
inflamáveis, iniciando uma interação gramíneas-fogo capaz de impedir o brotamento
da vegetação nativa.
Para o manejo destas espécies, recomenda-se inicialmente a retirada do gado,
que dissemina rapidamente sementes de braquiárias através das fezes e impede a
germinação de plântulas através do pastoreio e pisoteio. Posteriormente,
recomenda-se a elaboração de um programa de restauração da vegetação natural
baseando-se no zoneamento ambiental, no levantamento florístico e fisionômico da
área em estudo.
 Restauração das áreas degradadas próximas a dolina
Existem pequenas áreas degradadas próximas a dolina, que necessitam de
recuperação com espécies nativas. Portanto, recomenda-se a elaboração de um
programa de restauração da vegetação natural nestas áreas.
 Implantação de viveiro de mudas nativas do cerrado
Para manutenção das áreas a serem recuperadas na RPPN, recomenda-se a
implantação de um viveiro de mudas nativas. Sabendo que existem técnicas de
coleta e beneficiamento de sementes, bem como técnicas para produção das
mudas, sugere-se que o proprietário busque auxilio de profissionais habilitados para
tal ação.
4.3 Pesquisas a serem executadas futuramente
Como pesquisas futuras voltadas a flora do cerrado presente na RPPN, sugerese: (i) levantamento específico das plantas herbáceas do cerrado, de forma a
ampliar o conhecimento e a listagem das espécies obtida no presente estudo; (ii)
estudos específicos para levantamento das espécies medicinais do cerrado que
ocorrem na RPPN; (iii) estabelecimento de parcelas-permanentes, de forma a
efetuar pesquisas, com taxas de crescimento, biomassa, recrutamento e
mortalidade, seqüestro de carbono, estrutura fitossociológica, alterações florísticas,
dentre outras; e (iii) levantamentos registrando os visitantes florais em relação a
polinização, de forma a entendermos a manutenção da flora do cerrado.
5. Referências Bibliográficas
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Fires in Cerrado (Brazilian savanna). Journal of Applied Ecology, Oxford, v.
21, p. 121-135.
Santin, D. A. (1999) Fragmentos Florestais do município de Campinas (SP):
Mapeamento, Caracterização Fisionômica e Florística visando a Conservação.
Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas.
São Paulo. Resolução SMA 48: Lista Oficial das espécies da flora do Estado de São
Paulo
ameaçadas
de
extinção.
Disponível
em:
www.cetesb.sp.gov.br/resolucoes. Acesso em 07 de dezembro de 2007.
Souza, V.C.; Lorenzi, H. (2005) Botânica Sistemática: Guia Ilustrado para
identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em
APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 640 p.
Veloso, H.P.; Rangel-Filho, A.L.R.; Lima, J.C.A. (1991) Classificação da vegetação
brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 123 p.
6. Consultas Bibliográficas
APG II. (2003) Update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the
orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the
Linnean Society. 141:399-436.
Carvalho, P.E.R. (2003) Espécies Arbóreas Brasileiras. Curitiba: Embrapa Florestas.
Lorenzi, H. (1998) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. 2.ed. Nova Odessa: Plantarum. 1v. 368p.
Lorenzi, H. (1998) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum. 2v. 368 p.
Lorenzi, H. (2000) Plantas Daninhas do Brasil. 3º ed. Nova Odessa: Plantarum. 1v.
608p.
Lorenzi, H. et al. (2000) Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa:
Plantarum. 423 p.
Oliveira-Filho, A.T.; Ratter, J.A. (2002) Vegetation physiognomies and woody flora of
the Cerrado Biome. In: The Cerrados of Brazil: ecology and natural history of a
Neotropical savanna. New York : Columbia University Press. p. 91-120.
Rodrigues, V.E.G.; Carvalho, D.A. (2001) Plantas Medicinais no Domínio dos
cerrados. Lavras: UFLA. 180p.
Silva-Junior, M.C. (2005) 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Rede de
Sementes do Cerrado. Brasília. 278p.
7. Agradecimentos
Os pesquisadores agradecem a todos da RPPN Buraco das Araras, em
especial ao Sr. Modesto, que pelo seu extraordinário conhecimento da flora do
cerrado e auxiliou nos trabalhos de campo !!!!
8. Glossário
Bioma: comunidade biológica (flora e fauna e suas interações com o meio físico)
Fanerógama: planta superior, com órgão reprodutivos bem desenvolvido
Flora: conjunto de entidades taxonômicas vegetais (espécies), que compõem a
vegetação de um território.
Florística: parte da fitogeografia que trata particularmente das entidades
taxonômicas de um determinado território
Trilheiro: trilha formada pelo gado através da passagem contínua
9. Anexo
Anexo I. Lista das espécies vegetais do cerrado presente na RPPN Buraco das
Araras, Jardim/MS
Anexo I. Lista das espécies vegetais do cerrado presente na RPPN Buraco das Araras, Jardim/MS
Legenda: (*) HB- Hábito: Ar - árvore; Ab - Arbusto; L - Liana; P - palmeira; He - erva.
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
1
Abacaxizinho-cerrado
Ananas ananassoides (Bak.) L. B. Smith
Bromeliaceae
He
x
2
Açoita-cavalo
Luehea candicans Mart. et Zucc
Malvaceae
Ar
x
3
Açoita-cavalo
Luehea grandiflora Mart. et Zucc.
Malvaceae
Ar
x
4
Açoita-cavalo
Luehea paniculata Mart.
Malvaceae
Ar
x
5
Açoita-cavalo-miúdo
Luehea divaricata Mart.
Malvaceae
Ar
x
6
Alecrim-de-vassoura
Baccharis dracunculifolia DC.
Asteraceae
Ab
x
7
Alecrim-do-cerrado
Myrcia linearifolia Cambess.
Myrtaceae
Ab
x
8
Algodão-do-cerrado
Cochlospermum regium Pilg.
Cochlospermaceae
Ab
x
9
Almécega
Protium heptaphyllum (Aubl.) March.
Burseraceae
Ar
x
10 Amarelinho
Senna rugosa H.S. Irwin & Barneby
Fab. Caesalpinioideae Ab
x
11 Amargosinha
Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl.
Fab. Faboideae
Ar
x
12 Amendoim-bravo
Pterogyne nitens Tul.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
13 Amendoim-do-campo
Platypodium elegans Vog.
Fab. Faboideae
Ar
x
14 Angico
Anadenanthera colubrina (v. cebil) Bren.
Fab. Mimosoideae
Ar
x
15 Angico vermelho
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan
Fab. Mimosoideae
Ar
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
16 Aperta-guela
Eugenia kunthiana DC.
Myrtaceae
Ab
x
17 Araça
Psidium myrsinoides O. Berg.
Myrtaceae
Ar
x
18 Araça
Psidium sp.
Myrtaceae
Ar
x
19 Araticum
Annona dioica St. Hil.
Annonaceae
Ab
x
20 Araticum
Annona phaeoclados Mart.
Annonaceae
Ab
x
21 Araticum
Rollinia sp.
Annonaceae
Ar
x
22 Araticum rasteiro
Annona pygmaea Warm.
Annonaceae
Ab
x
23 Araticum-do-cerrado
Annona crassiflora Mart.
Annonaceae
Ab
x
24 Araticum-do-mato
Rollinia emarginata Schl.
Annonaceae
Ab
x
25 Araticum-do-mato
Rollinia silvatica (St. Hil.) Mart.
Annonaceae
Ab
x
26 Araticum-vermelho
Annona cornifolia St.Hil.
Annonaceae
Ab
x
27 Arauta-do-campo
Connarus suberosus Planch.
Connaraceae
Ar
x
28 Aroeira
Myracrodruon urundeuva Fr.All.
Anacardiaceae
Ar
x
29 Aroeira pimenteira
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae
Ar
x
30 Aroeirinha
Schinus weinmaniifolius Engl.
Anacardiaceae
Ab
x
31 Assa-peixe
Vernonia scabra Pers.
Asteraceae
Ar
x
32 Ata brava
Duguetia furfuracea Saff.
Annonaceae
Ab
x
33 Balsemim
Gomidesia palustris Kausel
Myrtaceae
Ar
x
34 Barba-de-bode
Bulbostylis paradoxa Ness
Cyperaceae
He
x
35 Barbatimão
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Fab. Mimosoideae
Ar
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
36 Baru
Dipteryx alata Vog.
Fab. Faboideae
Ar
x
37 Bocaiuva
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.
Arecaceae
Pa
x
38 Bolsa-de-pastor
Zeyheria montana Mart.
Bignoniaceae
Ab
x
39 Braquiária
Brachiaria decumbes Stapf
Poaceae
He
x
40 Braquiária
Brachiaria humidicola Schweich
Poaceae
He
x
41 Cabeçudinha
Butia paraguayensis (Barb. Rodr.) L.H. Bailey
Arecaceae
Pa
x
42 Cabelo-de-negro
Erythroxylum campestre St. Hil.
Erythroxylaceae
Ab
x
43 Cabelo-de-negro
Erytroxylum suberosum St. Hil.
Erythroxylaceae
Ar
x
44 Cacto
Cereus hildimannianus Mart.
Cactaceae
Ar
x
45 Cafezinho
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze
Myrsinaceae
Ar
x
46 Cajú
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae
Ar
x
47 Cajú rasteiro
Anacardium humile A. St. Hil.
Anacardiaceae
Ab
x
48 Calção-de-velho
Vernonia ferruginea Less.
Asteraceae
Ar
x
49 Camboatá
Matayba guianensis Aubl.
Sapindaceae
Ab
x
50 Canela de cutia
Sebastiania discolor (Spreng.) Mull. Arg.
Euphorbiaceae
Ar
x
51 Canela-guaicá
Ocotea puberula (Reich.) Nees
Lauraceae
Ar
x
52 Canela-vassoura
Ocotea minarum (Nees) Mez
Lauraceae
Ar
x
53 Capim
Eragrostis acuminata Doell.
Poaceae
He
x
54 Capim
Eragrostis acuminata Doell.
Poaceae
He
x
55 Capim-flexa
Echinolaena inflexa Chase
Poaceae
He
x
x
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
56 Capim-limão
Cymbopogon sp.
Poaceae
He
x
57 Capitão
Terminalia argentea Mart et Zucc.
Combretaceae
Ar
x
58 Caraguatá
Bromelia balansae Mez
Bromeliaceae
He
x
59 Carapiá
Dorstenia brasiliensis Lam.
Moraceae
He
x
60 Caroba
Jacaranda cuspidifolia Mart.
Bignoniaceae
Ar
x
61 Carobinha
Jacaranda decurrens Mez
Bignoniaceae
He
x
62 Carqueja
Baccharis trimera DC.
Asteraceae
He
x
63 Carvão-branco
Callisthene fasciculata (Spreng) Mart.
Vochysiaceae
Ar
x
64 Carvão-vermelho
Diptychandra aurantiaca (Mart.) Tul.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
65 Carvoeiro
Sclerolobium aureum (Tul.) Benth.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
66 Carvoeiro
Sclerolobium paniculatum Vogel
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
67 Chapeu-de-couro
Salvertia convallariaeodora St. Hil.
Vochysiaceae
Ar
x
68 Cigana
Calliandra dysantha Benth.
Fab. Mimosoideae
Ab
x
69 Cipó
Serjania lethalis A. St. Hil.
Sapindaceae
L
x
70 Copaíba
Copaifera langsdorffii Desf.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
71 Coração-de-negro
Eremanthus glomerulatus Less.
Asteraceae
Ar
x
72 Cruzinha
Eupatorium odoratum L.
Asteraceae
He
x
73 Curiola
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.
Sapotaceae
Ar
x
74 Curiola
Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Sapotaceae
Ar
75 Embaúba
Cecropia pachystachya Trec.
Urticaceae
Ar
x
x
x
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
76 Embiruçu
Pseudobombax tomentosum Robyns
Malvaceae
Ar
x
77 Erva-de-passarinho
Phthirusa ovata Eichl.
Loranthaceae
He
x
78 Faveira
Dimorphandra mollis Bth.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
79 Fedegoso
Senna occidentalis (L.) Link
Fab. Caesalpinioideae Ab
x
80 Fedegoso
Senna pendula (Willd.) Irw. et Barn.
Fab. Caesalpinioideae Ab
x
81 Fedegoso
Senna silvestris v. bifaria Irw et. Barn.
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
82 Fedegoso
Senna splendida (Vog.) Irw. et Barn.
Fab. Caesalpinioideae He
x
83 Figueira
Ficus sp.
Moraceae
Ar
84 Gervão-branco
Croton glandulosus L.
Euphorbiaceae
He
x
85 Goiaba
Psidium guajava L.
Myrtaceae
Ab
x
86 Guaçatunga
Casearia decandra Jacq.
Salicaceae
Ar
x
87 Guanxuma
Sida sp.
Malvaceae
He
x
88 Guatambu-do-cerrado
Aspidosperma macrocarpon Mart.
Apocynaceae
Ar
x
89 Guelra-de-dourado
Senna aculeata (Bth.) Irw et Barn.
Fab. Caesalpinioideae Ab
x
90 Guiné
Petiveria alliacea L.
Phytolaccaceae
He
x
91 Hortelã-brava
Hyptis brevipes Poit.
Lamiaceae
He
x
92 Hortelã-do-campo
Hyptis crenata Pohl
Lamiaceae
He
x
93 Ingá
Inga cf. uruguensis Hooker at Arnott
Fab. Mimosoideae
Ar
94 Ipê roxo
Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb.
Bignoniaceae
Ar
x
95 Ipê-amarelo
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.
Bignoniaceae
Ar
x
x
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
96 Iriri
Allagoptera leucocalyx (Mart.) Kuntze
Arecaceae
Pa
x
97 Iriri
Syagrus petraea Becc.
Arecaceae
Pa
x
98 Jacaranda
Jacaranda micrantha Cham.
Bignoniaceae
Ar
x
99 Jacarandá-bico-de-pato
Machaerium acutifolium Vog.
Fab. Faboideae
Ar
x
100 Jacarandá-do-cerrado
Dalbergia miscolobium Benth.
Fab. Faboideae
Ar
x
101 Jacarandá-do-cerrado
Machaerium opacum Vog.
Fab. Faboideae
Ar
x
102 Japecanga
Smilax fluminensis Steud.
Smilacaceae
L
x
103 Japecanga
Smilax goyazana DC.
Smilacaceae
L
x
104 Jatobá-do-cerrado
Hymenaea stigonocarpa (Mart.) Hayne
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
105 Jenipapo
Genipa americana L.
Rubiaceae
Ar
x
106 Jenipapo-de-cavalo
Tocoyena formosa (C. et S.) Schum.
Rubiaceae
Ab
x
107 Juá-bravo
Solanum viarum Dun.
Solanaceae
He
x
108 Laranjinha-do-cerrado
Styrax ferrugineus Ness et Mart.
Styracaceae
Ar
x
109 Leiteiro
Sapium hasslerianum Huber
Euphorbiaceae
Ab
x
110 Lingua-de-lagarto
Casearia sylvestris Sw.
Salicaceae
Ar
x
111 Lixeirinha
Davilla elliptica St. Hil.
Dilleniaceae
Ar
x
112 Lobeira
Solanum lycocarpum St. Hil.
Solanaceae
Ar
x
113 Louro-preto
Cordia glabrata (Mart.) A. DC.
Boraginaceae
Ar
x
114 Macela-do-campo
Achyrocline satureioides DC.
Asteraceae
He
x
115 Macela-do-campo
Plagiocheilus tanacetoides Haenk.
Asteraceae
He
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
116 Mama-cadela
Brosimum gaudichaudii Trec.
Moraceae
Ab
x
117 Mamica-de-porca
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Rutaceae
Ar
x
118 Mandacaru
Cereus peruvianus Mill.
Cactaceae
Ar
x
119 Mandiocão
Didymopanax morototonii Dcne. et Planch.
Araliaceae
Ar
120 Mandiocão-do-cerrado
Schefflera macrocarpa (Cham. E Schltdl.)
Araliaceae
Ar
x
121 Mangaba
Hancornia speciosa Gomez
Apocynaceae
Ar
x
122 Maracujazinho
Passiflora giberti N. E. Brown
Passifloraceae
L
x
123 Maria-mole
Guapira graciliflora Lundel
Nyctaginaceae
Ar
x
124 Maria-preta
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg
Myrtaceae
Ar
x
125 Marmelada-de-cachorro
Alibertia sessilis (Vell.) Schum.
Rubiaceae
Ar
x
126 Marmelo rasteiro
Alibertia sp.
Rubiaceae
He
x
127 Marmelo-de-bola
Alibertia edulis (L.L. Rich.) A. C. Rich.
Rubiaceae
Ar
x
128 Marolo
Annona coriacea Mart.
Annonaceae
Ar
x
129 Mata-cachorro
Simarouba versicolor St.Hil.
Simaroubaceae
Ar
x
130 Mata-pasto
Hyptis suaveolens Poit.
Lamiaceae
Ab
x
131 Mimosa
Mimosa claussenii Benth
Fab. Mimosoideae
Ar
x
132 Murici
Byrsonima pachyphylla
Malpighiaceae
Ar
x
133 Murici
Byrsonima verbascifolia (L.) Rich.
Malpighiaceae
Ar
x
134 Murici-macho
Heteropterys byrsonimifolia
Malpighiaceae
Ar
x
135 Murici-rosa
Byrsonima coccolobifolia (L.) H.B.K.
Malpighiaceae
Ar
x
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
136 Nó-de-cachorro
Heteropterys aphrodisiaca O. Mach.
Malpighiaceae
Ab
x
137 Oiti-do-sertão
Couepia grandiflora Bth.
Chrysobalanaceae
Ar
x
138 Pacari
Lafoensia pacari St. Hil.
Lythraceae
Ar
x
139 Paineira-do-cerrado
Eriotheca pubescens Schott et Endl.
Malvaceae
Ar
x
140 Papoula-do-campo
indeterminada
141 Para-tudo
Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook.
Bignoniaceae
Ar
x
142 Pata de vaca
Bauhinia rufa (Bong.) Steud.
Fabaceae - Cercideae Ar
x
143 Pata-de-vaca
Bauhinia sp 1
Fabaceae - Cercideae Ar
x
144 Pata-de-vaca
Bauhinia sp 2
Fabaceae - Cercideae Ar
x
145 Pau-santo
Kielmeyera coriacea Mart.
Clusiaceae
Ar
x
146 Pau-santo
Kielmeyera variabilis Mart.
Clusiaceae
Ar
147 Pau-terra
Qualea grandiflora Mart.
Vochysiaceae
Ar
x
148 Pau-terra-de-flor-peq.
Qualea parviflora Mart.
Vochysiaceae
Ar
x
149 Pau-terra-do-campo
Qualea multiflora Mart.
Vochysiaceae
Ar
x
150 Peito-de-pombo
Tapirira guianensis Aubl.
Anacardiaceae
Ar
x
151 Pequi
Caryocar brasiliense Camb.
Caryocaraceae
Ar
x
152 Peroba-do-campo
Aspidosperma tomentosum Mart.
Apocynaceae
Ar
x
153 Picão
Bidens gardneri Bak.
Asteraceae
He
x
154 Pimenta-de-macaco
Xylopia aromatica (Lam.) Mart.
Annonaceae
Ar
x
155 Pindó
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Arecaceae
Pa
x
Ab
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
156 Pitanga roxa
Eugenia uniflora L.
Myrtaceae
Ab
x
157 Planta-moeda
Chamaecrista orbiculata Irwin & Barneby
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
158 Pororoca
Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) Mez
Myrsinaceae
Ar
x
159 Pororoca
Rapanea guianensis Aubl.
Myrsinaceae
Ar
x
160 Quebra-pedra
Phylanthus orbiculatus L.C. Rich.
Euphorbiaceae
He
x
161 Quina-do-cerrado
Strychnos pseudoquina St. Hil
Loganiaceae
Ar
x
162 Quina-genciana
Acosmium subelegans (Mohl.) Yak.
Fab. Faboideae
Ar
x
163 Rosquinha
Helicteres lhotzkyana Schum.
Malvaceae
Ab
x
164 Roxinho
Peltogyne angustiflora Ducke
Fab. Caesalpinioideae Ar
x
165 Santa-Luzia
Commelina erecta L.
Commelinaceae
He
x
166 Sucupira-preta
Bowdichia virgilioides H. B. K.
Fab. Faboideae
Ar
x
167 Taleira
Celtis iguanea (Jacq.) Sarg.
Cannabaceae
Ab
x
168 Taleira
Celtis pubescens (H.B.K.)
Cannabaceae
Ab
x
169 Timbó
Magonia pubescens St. Hil.
Sapindaceae
Ar
x
170 Urtiga-casa
Cnidoscolus cnicodendron Griseb.
Euphorbiaceae
Ab
x
171 Urucum
Bixa orelana L.
Bixaceae
Ar
x
172 Velame-do-campo
Macrosiphonia petraea Schum.
Apocynaceae
He
x
173 Vinhático
Plathymenia reticulata Benth.
Fab. Mimosoideae
Ar
x
174
Acalypha communis M. Arg.
Euphorbiaceae
He
x
175
Billbergia zebrina (Herb.) Lindl.
Bromeliaceae
He
x
x
Nº
Nome Popular
Nome científico
Família Botânica
Hb* Cerrado Interior da Dolina
176
Cestrum sendtnerianum Mart.
Solanaceae
Ab
x
177
Eugenia sp.
Myrtaceae
Ab
x
178
Eupatorium sp.
Asteraceae
He
x
179
Heteropterys hypericifolia A. Juss.
Malpighiaceae
Ar
x
180
Hybanthus calceolaria (L.) Schulze
Violaceae
He
x
181
Justicia sp.
Acanthaceae
He
x
182
Manihot gracilis R. W. Pohl
Euphorbiaceae
Ab
x
183
Olyra ciliatifolia Raddi
Poaceae
He
x
184
Paspalum sp.
Poaceae
He
x
185
Pavonia grandiflora A. St. Hil.
Malvaceae
Ab
x
186
Peixotoa cordistipula A. Juss.
Malpighiaceae
Ab
x
187
Pharus glaber Kunth
Poaceae
He
x
188
Physalis pubescens L.
Solanaceae
He
x
189
Rhodocalyx rotundifolius M.Arg.
Apocynaceae
He
x
190
Ruellia gemminiflora H.B.K.
Acanthaceae
He
x
191
Serjania caracasana (Jacq.) Willd.
Sapindaceae
L
x
192
Solidago sp.
Asteraceae
He
x
Jardim, Dezembro de 2007.

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