Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro

Transcrição

Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro
1
SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS
FACULDADE PADRÃO
CURSO DE ENFERMAGEM
Deusiane de Lousa Ribeiro
Márcia Alves da Silva
Mônica Barbosa da Silva
Morgana Leme Lopes
Suy Cristine Pereira
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO
GOIÂNIA
2014
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Deusiane de Lousa Ribeiro
Márcia Alves da Silva
Mônica Barbosa da Silva
Morgana Leme Lopes
Suy Cristine Pereira
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
departamento do Curso de Enfermagem, da
Sociedade de Educação e Cultura de Goiás –
Faculdade Padrão como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem, sob orientação da Orientadora
Especialista Rúbia Pedrosa Marques Mansur.
Profª Rúbia Pedrosa Marques Mansur
(Orientadora)
GOIÂNIA
2014
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Deusiane de Lousa Ribeiro
Márcia Alves da Silva
Mônica Barbosa da Silva
Morgana Leme Lopes
Suy Cristine Pereira
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
departamento do Curso de Enfermagem, da
Sociedade de Educação e Cultura de Goiás –
Faculdade Padrão como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem, sob orientação da Orientadora
Especialista Rúbia Pedrosa Marques Mansur.
Aprovado em:______ de ______________ de 2014.
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________
Profª. Esp. Rúbia Pedrosa Marques Mansur
Faculdade Padrão
____________________________________________________
Profª. Elza Ferreira Damacena
Faculdade Padrão
_______________________________________________
Profª. Margarida Martins Coelho
Faculdade Padrão
GOIÂNIA
2014
4
DEDICATORIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por
ser essencial em minha vida, autor de meu
destino, meu guia, socorro presente na hora da
angústia, ao meus pais: Valdir e Doracir,
Erlylson e Silvana, Jorge e Olindina, Valmir e
Maria Aparecida, José Ribamar e Maria Lousa.
Dedico também a minha segunda mãe Maria
Cristina, que muito me ajudou nessa etapa da
minha vida.
Dedico também aos nossos esposos: Adson e
Nunes. Aos nossos namorados: Antônio, Mozart
e Samuel. Aos nossos familiares e amigos e a
todos que contribuíram de forma direta ou
indireta nessa etapa de nossas vidas.
5
AGRADECIMENTOS
Queremos agradecer, em primeiro lugar, a
Deus, pela força e coragem durante toda esta
longa caminhada.
Agradeço também a todos os professores que
me acompanharam durante a graduação, em
especial a Prof. Rubia Mansur.
Agradeço também aos nossos pais, e a todos
familiares que não mediram esforços para que
eu chegasse até essa etapa de minha vida.
Agradeço a todos que estiveram presentes em
minha trajetória acadêmica: Deusiane, Marcia,
Mônica, Morgana e Suy.
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EPÍGRAFE
“Sonhos determinam o que você quer. Ação
determina o que você conquista.” (Aldo Novak)
7
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 8
ABSTRACT ................................................................................................................. 9
1 INTRODUÇAO ....................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 13
2.2 Objetivos específicos........................................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14
3.1 Anatomia e Fisiologia Da Lactação ..................................................................... 14
3.2 Composição do Leite Materno ............................................................................. 15
3 .3 Conceito aleitamento materno ............................................................................ 16
3.4 Tipos de Aleitamento Materno ............................................................................. 16
3.5 Vantagens do aleitamento materno ..................................................................... 17
3.6 Fatores que levam a não amamentação, ou a um desmame precoce ................ 18
3.7 Dificuldades iniciais da amamentação................................................................. 19
3.8 Mitos existentes sobre o Aleitamento Materno .................................................... 20
3.9 Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro ................................................ 23
4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 24
4.1 Tipo de Estudo .................................................................................................... 24
4.2 Sujeito do Estudo ................................................................................................ 24
4.3 Análise das informações ..................................................................................... 24
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 25
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
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RESUMO
O leite materno é considerado o alimento ideal para o bebê pois o mesmo atua no
sistema imunológico da criança evitando alergias, infecções, diarreias doenças
respiratórias dentre outras. Por isso é de extrema importância amamentar o bebê com
o leite materno exclusivo até o sexto mês de vida, e com alimentos complementares
até os dois anos de idade.
Este é um estudo de revisão bibliográfica realizada através de artigo publicados na
íntegra no banco de dados da Sciello, Reben, BVS, Google, Revista Digital.
É de estrema importância que os profissionais que atuam com a saúde maternoinfantil tenham atitudes e um olhar diferente, frente a essas taxas,
fazendo com
que o desmame atenue. Objetivou-se identificar os fatores que levam as nutrizes a
desmamarem seus filhos precocemente e assinalar atuação do profissional
enfermeiro frente a esse processo.
Palavras-chave: Aleitamento materno, Importância, Desmame precoce.
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ABSTRACT
Breast milk is considered the ideal food for baby because it acts on the immune system
of the child avoiding allergies, infections, diarrhea, respiratory diseases among others.
It is therefore of utmost importance to nurse the baby with exclusive breastfeeding until
six months of age, and complementary foods up to two years old.
This study is a literature review by Article published in full in the database of Sciello,
Reben, VHL, Google, Digital Magazine.
It is of extreme importance that the professionals who work with maternal and child
health have a different attitude and looking forward to these rates, making weaning
attenuates. This study aimed to identify the factors leading nursing mothers wean their
children earlier and noted the professional practice of nurse in this process.
Keyword: Breastfeeding, Importance, Early weaning.
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1 INTRODUÇAO
O aleitamento materno é sinônimo de sobrevivência para o recémnascido, portanto um direito inato (ICHISATO & SHIMA, 2002). É uma das maneiras
mais eficientes de atender os aspectos nutricionais, imunológicos e psicológicos de
criança em seu primeiro ano de vida (ICHISATO & SHIMA, 2001).
O leite materno é considerado um alimento vivo, completo e natural
adequado para quase todos os recém-nascidos (BÉRTOO, 2007). O primeiro leite
produzido no final da gravidez, o colostro, é recomendado pela Organização Mundial
da Saúde como o alimento perfeito para o recém-nascido e deve ser iniciada na
primeira hora após o nascimento (WHO, 2012).
O leite humano não contém apenas nutrientes em quantidades ajustadas
às necessidades nutricionais e à capacidade digestiva e metabólica da criança,
contém também fatores protetores e substâncias bioativas que garantem sua saúde e
o crescimento e desenvolvimento plenos (EUCLYDES, 2005).
De acordo com BRANDEN (2000), o colostro é essencial, alem de estar
sempre pronto na temperatura certa e não custa nada, é fundamental para a saúde
dos ambos no caso materno também ajuda a reduzir peso e minimizar o risco de
desenvolver câncer, pois o mesmo transmite anticorpos maternos que irão atuar na
defesa imunológica prevenindo infecções, alergias alimentares, doenças respiratórias
e desnutrição.
O real impacto social do aleitamento materno pode ser quantificado
através da diminuição de atendimento médico, hospitalizações e do uso de
medicamentos, como também, menor absenteísmo dos pais ao trabalho, uma vez que
as crianças que recebem leite materno adoecem menos (GIUGLIANI, 2000).
A sociedade civil bem-estar Família no Brasil, 1997 (GIUGLIANI, 2000),
afirma que apesar do aumento das taxas de aleitamento materno, dos vários
benefícios já comprovados e das várias ações ministeriais desenvolvidas, a tendência
ao desmame precoce continua e o número de crianças amamentadas segundo OMS
ainda é pequeno. No Brasil a duração média do aleitamento materno é de sete meses,
sendo de apenas um mês o exclusivo.
De acordo com Brasil (2003) o aleitamento materno é importante para
prevenção das doenças que acarretam distúrbio nutricional para que a criança cresça
11
forte e saudável, ajuda na economia familiar quando a criança é amamentada
somente no peito e previne a desnutrição através do intervalo entre os partos. A
proteção do leite materno diminui quando a criança receberá qualquer outro tipo de
alimento que não seja o leite materno, incluindo água, sucos chás ou papinhas.
A importância do aleitamento materno tem sido internacionalmente
enfatizada em diversos documentos da Organização Mundial de saúde (OMS, 2004)
que recomendam o aleitamento materno exclusivo por seis meses de vida. Baseados
nessas evidências cientifica dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, muitos
países, dentre eles o Brasil, assumiram oficialmente a recomendação de alimentos
complementares após os seis meses de idade (OMS, 2004).
A amamentação não é totalmente instintiva no ser humano, muitas vezes
deve ser aprendida para ser prolongada com êxito, considerando-se que a maioria
das nutrizes precisa se esforço e apoio constante. Nesse sentido, as mulheres, ao se
depararem pela primeira vez com o aleitamento materno, requerem que lhes sejam
apresentados pelo modelo ou guias práticas de como devem conduzir-se nesse
processo, que na maioria das vezes tem como primeira referencia o meio familiar, as
amizades e vizinhança nos quais estão inseridas (MACHADO et al; 2004).
As vantagens do aleitamento materno para o recém-nascido estão
vinculadas ao fato de este suprir as necessidades nutricionais da criança por
aproximadamente os seis primeiros meses de vida, oferecendo resistência contra
infecções e estabelecendo vínculo psicológico mãe e filho. Outros fatores importantes
também se relacionam ao ato de amamentar, como: reduzir as malformações da
dentição, estimular e exercitar a musculatura que envolve o processo da fala,
promover melhor a dicção e proporcionar tranquilidade ao recém-nascido (SANTOS,
2004).
Conforme Carvalho (2007) um dos obstáculos na promoção ao
aleitamento materno, são os tabus que, por falta de uma orientação adequada dos
profissionais da saúde, ainda ocorrem na sociedade, dentre os quais destacam se:

Leite fraco: neste sentido, cabe ao enfermeiro lembrar e enfatizar á paciente
que leite fraco não existe. O aleitamento materno é mais digestível que o leite
de vaca. A criança que é amamentada com o leite materno sente vontade de
mamar em intervalos maiores do os amamentados com o leite de vaca.
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
Flacidez das mamas: a queda das mamas depende da condição individual, da
qualidade do tecido, se for menos resistente, ocorrerá a flacidez, mesmo que a
mãe não amamente.

Uso de mamadeira: muitas pessoas têm o uso da mamadeira como símbolo de
status social. Infelizmente este ainda não é um dos primeiros itens que as
pessoas compram para o enxoval do bebê.
Outro fato importante é que a idade materna mais jovem está
relacionada à menor duração do aleitamento, talvez motivada por algumas
dificuldades, tais como: um nível educacional mais baixo, poder aquisitivo menor e,
muitas vezes, o fato de serem solteiras. As adolescentes muitas vezes aliam sua
própria insegurança e falta de confiança em si mesmas para prover a alimentação
para o seu bebê à falta de apoio das próprias mães ou familiares mais próximos, ao
egocentrismo próprio dessa idade e aos problemas com a auto imagem, alcançando
frequentemente, um menor índice de aleitamento (CARRASCOZA; COSTA;
MORAES, 2000).
O profissional de saúde deve identificar durante o pré-natal os
conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da
gestante a fim de promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim
como, garantir vigilância e efetividade durante a assistência a nutriz no pós-parto
(BRASIL, 2001).
Segundo (GIUGLIANI, 2000) O enfermeiro estar próximo antes durante
e após o parto, auxiliando as mães nas primeiras mamas de recém-nascido, para que
o aleitamento materno seja iniciado o mais precoce possível, de preferência
imediatamente após o parto, conforme preconiza a World Health Organization.''Ele
deve estar disponível, observando como está sendo a pega do recém- nascido e
respondendo perguntas quanto ao aleitamento materno e aos cuidados com o recém
nascido'”
No entanto, essa pesquisa se justifica pela importância das orientações
de enfermagem sobre aleitamento materno no período gravídico e puerperal.
O profissional de enfermagem deve orientar as parturientes sobre os
benefícios do aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês de vida, quebrando os
tabus existentes sobre á pratica do aleitamento materno.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
•
Identificar a atuação do enfermeiro no aleitamento materno.
2.2 Objetivos específicos
•
Identificar como o enfermeiro sistematiza a assistência ao aleitamento materno;
•
Descrever os benefícios do aleitamento materno exclusivo até o 6º Mês de vida;
•
Contribuir para a diminuição de crenças e tabus quanto ao ato de amamentar.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Anatomia e Fisiologia Da Lactação
De acordo com Ministério da Saúde et al; (2001), a mama é uma
estrutura formada pela glândula mamária, gordura e tecido conjuntivo. A glândula
mamária é formada por um conjunto de 15 a 20 lobos, compostos por lóbulos (cachos
de uva que contêm os alvéolos (os bagos de uvas). Nos alvéolos estão as células
produtoras de leite; este é conduzido através dos dutos (canais)finos que se juntam
em um duto principal (duto lactífero), estes dirigem-se ao centro da mama e
desembocam no mamilo. Antes de atingir o mamilo, debaixo da aréola(parte escura
ao redor do mamilo), os canais formam ampolas, que acumulam parte do leite
produzido nos intervalos das mamadas.As mamas são órgãos glandulares,
susceptíveis a estímulos, especialmente no mamilo (bico do peito)e na área circular
escura, a aréola. O mamilo tem 15 a 20 orifícios, que se comunica com os dutos
principais por onde o leite passa. “As mamas são órgãos pares, situadas na parede
anterior do tórax, sobre o músculo Grande Peitoral” (MS/INCA, 2002).
O estroma da mama conduz os vasos sanguíneos, nervos e vasos
linfáticos. O tecido glandular consiste em um sistema ductal arborizado que drena
grupos de alvéolos ou ácinos, que formam a unidade básica do sistema secretor
(BARACHO, 2007).
A forma e o tamanho da mama estão relacionados com a quantidade de
tecido adiposo no estroma, podem ser hemisféricas, cônicas ou cilíndricas. As mamas
são ligeiramente assimétricas e possuem textura macia. As mamas direita e esquerda
estão separadas pelo sulco intermediário e ambas possuem, entre sua margem
inferior e a parede torácica, o sulco inframamário, que pode estar mais ou menos
profundo devido ao tipo, à idade e ao estado funcional da mama (CARVALHO;
TAMEZ, 2005).
A aréola é constituída pela pele pigmentada que circundada a papila, e
contém glândulas mamárias modificadas, com características próprias que durante a
gestação e a lactação formam os tubérculos de Montgomery. Esses tubérculos
fabricam secreção 20 oleosa e anti-séptica, que fornece proteção lubrificante para o
mamilo e para a aréola durante a sucção. Glândulas sudoríparas e sebáceas
15
desprovidas de pelos também estão presentes na aréola (CARVALHO; TAMEZ,
2005).
Segundo GUYTON (2008), as diversas partes da glândula mamária que
compõe a estrutura glandular da glândula mamária são:

Os lóbulos e os alvéolos. Cada mama contém centenas de lóbulos e cada
lóbulo é dividido em pequenos sacos, chamados de alvéolos, que são
revestidos por células glandulares que formam o epitélio secretor. É esse
epitélio que secreta o leite.

O ducto galactóforo: O ducto que sai dos lóbulos e se junta a outros, para
originar ductos mais calibrosos até formarem, eventualmente, cerca de quinze
grandes ductos galactóforos, que se abrem na superfície do mamilo.

Os seios galactóforos (ampolas): são dilatações bulbosas dos ductos
galactóforos imediatamente antes de seu término no mamilo.
3.2 Composição do leite materno
O leite materno sofre algumas modificações fisiológicas importantes
quanto à sua composição, ao longo do tempo e durante uma mesma mamada,
podendo igualmente sofrer variações consoante a alimentação e medicação da mãe,
mas raramente têm implicações significativas (MOLINA, 2004).
O leite humano não é apenas um alimento, é um líquido vivo que se
altera face às diversas situações adaptando-se às necessidades do lactente
modificando a sua composição e o seu volume, sendo um fator facilitador para a
adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina. Apresenta uma enorme
complexidade e é composto por nutrientes, substâncias imunológicas, enzimas,
fatores de crescimento, entre outros (MOLINA, 2004).
Com o início da produção, o leite materno é distribuído em três tipos:
colostro, leite de transição e leite maduro. O primeiro se caracteriza por ser rico em
eletrólitos, proteínas, vitaminas, IGA e apresenta menor quantidade de lipídios que o
leite maduro, sendo secretado logo nos primeiros dias pós-parto. O leite de transição
apresenta composição intermediaria entre o colostro e o leite maduro, sua produção
se da de sete a quatorze dia após o parto. O ultimo e produzido a partir da segunda
quinzena pós-parto e é rico em gordura e lactose (AVILA; SALVAGNI, 2009).
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3 .3 Conceito aleitamento materno
Segundo RICCO; DEL CIAMPO; ALMEIDA (2001) O leite materno é,
indiscutivelmente, a melhor e mais adequada fonte de nutrientes, fatores de proteção
e fortalecimento emocional para o lactente durante o seu primeiro ano de vida.
Especialmente quando oferecido como alimento exclusivo até os seis meses de idade,
desempenha papel fundamental nas condições ideais de saúde da criança e da
lactante, com repercussões favoráveis por toda a vida.
O aleitamento materno é uma etapa do processo reprodutivo feminino
cuja resulta em benefícios para a saúde da mulher e da criança, com repercussões
positivas para a sociedade. Ao optar pela prática, a mãe além de prover o alimento ao
filho, promove também o vinculo afetivo mãe e filho, o que é muito importante para a
relação mãe e filho (TAKUSHI et al., 2008).
Amamentação corresponde a uma das etapas mais importantes no
processo reprodutivo da mulher e sua pratica oferece benefícios tanto para mãe como
para o recém-nascido. Ao escolher o aleitamento materno exclusivo, a mãe promove
alimento ao filho, promove a sua saúde e fortalece o contato afetivo, vinculo que se
inicia na concepção, cresce durante a gestação e se fortalece com a amamentação
(GALLO et al., 2008).
O leite materno é a primeira alimentação que o bebê deve receber ao
nascer, sendo rico em nutrientes essenciais para o bebê nos seus primeiros seis
meses de vida. A composição do leite materno varia de mãe para mãe, podendo variar
de acordo com a etnia, individualidade genética, hábitos alimentares da lactante, entre
mulheres e o período de amamentação. Observa-se também uma variação na
composição nutricional do leite no decorrer da lactação, durante o dia e até mesmo
durante
uma
mesma
mamada,
encontrando-se
diferença
entre
macro
e
micronutrientes entre o primeiro e último leite a sair na mesma mamada (MORGANO
et al., 2005).
3.4 Tipos de aleitamento materno
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento
materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no
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mundo inteiro (WHO, 2007). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado
em:

Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite materno,
direto do seio ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros
líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas,
sais de reidratasão oral, suplementos minerais ou medicamentos.

Aleitamento materno predominante: a criança recebe, além do leite humano,
água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos
de frutas, e fluidos rituais.

Aleitamento materno: a criança recebe leite humano (direto da mama ou
ordenhado), independentemente da quantidade e de estar recendo ou não
outros alimentos.

Aleitamento materno complementado: para entrar nessa categoria a criança
deve estar recebendo leite humano e, necessariamente, alimentos sólidos
ou semissólidos.
Ela pode estar recebendo, além desses alimentos, outros alimentos,
incluindo leites de outras espécies.
3.5 Vantagens do aleitamento materno
Segundo Carvalho et al., (2006) a amamentação natural protege contra
infecções comuns em crianças, como diarreias, doenças respiratórias agudas, otites
médias e diversas infecções neonatais, diminuindo consideravelmente a mortalidade
de lactentes. Além dos benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais e
socioeconômicos, o aleitamento materno também tem efeitos positivos na saúde
fonoaudiologia, em vez está relacionada ao crescimento e desenvolvimento
craniofacial e motor-oral do recém-nascido.
Como também trazendo muitos benefícios para mãe, o pai e a família, a
presença do bebê fornece os laços afetivos trazendo com que o pai e os familiares
favoreçam o prolongamento da amamentação, além de ser de extrema importância
para auxiliar na diminuição do sangramento da mãe logo que o bebê nasce e atuando
na prevenção de câncer de mama e ovário, é um método natural de planejamento
familiar. Econômico e prático, evitar gastos com leite, mamadeiras, bicos, materiais
18
de limpeza, gás, água e etc. Estando sempre pronto e na temperatura ideal que o
bebê necessita (BRASIL, 2007).
O leite humano e fonte de vitamina, e o único alimento que possui todos
os nutrientes que o bebê precisa nos seus primeiros seis meses de vida, é rico em
imunoglobulina A (IgA)que e resistente aos fermentos digestivo se tem a capacidade
de manter a mucosa do intestino isenta de germes patogênicos. Visto que o feto
durante a gravidez tem seu intestino estéril não possuindo uma imunidade
amadurecida que no momento do parto entra em contato com bactérias existentes no
canal do vaginal levando a contaminação do bebê e oferecendo riscos a sua sobrevida
(LISSAUER; GRAHAN, 2003).
De acordo com SCHMITZ (2005), relata que o leite possui propriedades
bioquímicas peculiares e específicas em sua composição por possuir uma diversidade
de aminoácidos dentre eles a albumina e a caseína que são encontrados em
abundancia no leite humano, sendo que cada tipo de aminoácido tem uma
determinada função no organismo do recém-nascido, seja no seu desenvolvimento
fisiológico ou mesmo imunológico, a taurina é um aminoácido encontrado no leite
materno que e importante para a manutenção e desenvolvimento do sistema nervoso,
sendo a mesma ausente no leite de vaca. A tirosina e a fenilalanina também são
aminoácidos que estão presentes em pequenas quantidades no leite humano, mas
em grandes quantidades no leite de vaca, uma vez que a ingestão desse aminoácido
em lactentes prematuros que ainda não atribui da capacidade de degrada-lo, pode vir
a trazer danos gastrintestinal sérios.
3.6 Fatores que levam a não amamentação, ou a um desmame precoce
Inúmeros fatores podem influenciar o desmame precoce: a falta de
experiência anterior com a prática de amamentar, desmame precoce do filho anterior,
intenção de não amamentar ou fazê-la em prazo insuficiente, mãe adolescente menor
de 20 anos, trabalho fora de casa, aquisição de mamadeira, bicos, chucas e chupetas,
atitude negativa do pai ou outros familiares relativa à amamentação, fato de a mulher
considerar o leite artificial sem riscos para a saúde de seu filho, problemas anteriores
ou atuais com as mamas e as dificuldades na técnica de sucção do bebê no seio
(SILVA et al., 2009).
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Levando em consideração que antes de ser mãe, a mulher tem
perspectivas e projetos para o futuro, e a amamentação irá interferir em sua vida
pessoal, social, profissional, familiar, pensando assim deve analisar os riscos e os
benefícios da amamentação e assim optar pela forma de alimentar o bebê (SILVA;
CHEMIN; MURA, 2011).
3.7 Dificuldades iniciais da amamentação
Percebe-se que os benefícios do aleitamento materno são muitos, no
entanto, existem muitas dificuldades para que este processo ocorra de forma
adequada. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), é necessário que o
enfermeiro e acompanhe a mãe e a informe sobre os problemas mais frequentes que
podem surgir na hora da amamentação, como:
Leite empedrado ou peito ingurgitado: acontece, habitualmente, na
maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. As mamas ingurgitadas
são dolorosas, edemaciadas (pele brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher pode
ter febre.
Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para a amamentação
devem estar adequadas e, quando houver produção de leite superior à demanda, as
mamas devem ser ordenhadas manualmente. Sempre que a mama estiver
ingurgitada, a expressão manual do leite deve ser realizada para facilitar a pega e
evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece entre 24 e 48
horas.
Mastite: É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na
mama lactante, habitualmente a partir da segunda semana após o parto.
Geralmente, é unilateral e pode ser consequente a um ingurgitamento
indevidamente tratado. Essa situação exige atenção especial, não sendo motivo para
desencorajar o aleitamento materno exclusivo. A amamentação na mama afetada
deve ser mantida, sempre que possível e, quando necessário, a pega e a posição
devem ser corrigidas.
Fissura ou rachadura: ocorre quando a pele não está preparada para
receber bebê, o posicionamento ou a pega estão errados; para evitar devem ser
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mantidos os peitos enxutos, evitar que fiquem cheios ou doloridos e posicionar o bebê
corretamente.
De acordo com STEPHENSON; O’CONNOR (2004) se apenas uma
mama estiver machucada, o bebê deve mamar primeiramente no lado não afetado.
Quando os dois lados estiverem comprometidos, o leite deve ser retirado
(manualmente ou com bomba) até ocorrer o reflexo de descida de leite. Isso torna o
leite mais disponível para o bebê e diminui a intensidade da sucção inicial do bebê.
Calor e massagem na mama também podem diminuir a sensibilidade. Se um mamilo
se tornar sensível ou rachado, uma proteção para mama ou um a dois dias de
descanso sem sucção naquele lado podem ajudar a aliviar os sintomas. As conchas
protegem os seios doloridos ou com fissuras, evitando a pressão na mama. Para
manter a produção de leite, a mama comprometida precisa ser bombeada ou ter o
leite retirado.
3.8 Mitos existentes sobre o aleitamento materno
Mitos do leite insuficiente:
De acordo com NAKANO, 2003, o mito de o leite não sustentar o bebê
– por ser pouco – pode estar apoiado no choro do bebê, pois as mães associam à
fome ou ao fato de o leite não estar sendo adequado às necessidades da criança,
iniciando assim o desmame precoce Entretanto, a hipogalactia – o pouco leite – é um
fenômeno bastante raro entre as nutrizes.
O mito do leite fraco:
GUSMAN 2005 observou que as mães que atribuem à complementação
precoce a justificativa de que o “leite não sustenta, leite era fraco”, se sentem mais
amparadas por esta ser uma crença aceita culturalmente. Observa-se que a criação
do mito “leite fraco” serviu para minimizar a responsabilidade e culpa das mães pelo
fracasso da lactação. Assim as mães deixam de lado o aleitamento materno exclusivo
e o complementam com leites artificiais.
21
O Mito que Amamentar faz os seios caírem:
A imagem que a gestante tem do seu corpo pode interferir na sua visão
durante o aleitamento materno, de modo que quando essa percepção é negativa,
aleitar causa flacidez na mama, aumenta os mamilos, tornando-os feios, podendo
essas crenças contribuir para o insucesso do aleitamento materno, pois estas mães
veem seus seios como símbolo sexual, deixando assim de lado as vantagens do
aleitamento materno e introduzindo leites artificial em seus filhos (CURY, 2003).
De acordo com SANTOS (2005), a técnica de amamentação consiste:

Antes das mamadas, lavar bem as mãos; (SANTOS, 2005).

Antes de colocar a criança ao seio, verificar se a aréola está macia, apreensível
e flexível; (SANTOS, 2005).

A roupa da mãe e do bebê deve ser adequada, sem restringir movimentos.
Recomenda-se que as mamas estejam completamente expostas, sempre que
possível, e o bebê vestido de maneira que os braços fiquem livres;
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O lábio do bebê tem que ser estimulado com o mamilo. O toque do mamilo no
lábio superior facilita o reflexo de busca e a abertura da boca; (CORDEIRO,
2006)

A boca do bebê deve estar bem aberta, devendo abocanhar toda ou quase toda
a aréola; (CORDEIRO, 2006).
Segundo Cordeiro (2006), sinais de boa pega são indicados quando a
boca do bebê está bem aberta, o lábio inferior está voltado para fora e o superior para
cima, as bochechas estão arredondadas, o queixo do bebê toca o peito da mãe,
aparece mais aréola acima da boca do bebê do que abaixo; o bebê suga, deglute e
respira de forma coordenada;
Introduzir na boca do bebê não só o bico, mas também toda a aréola, de
maneira que não deixe o seio obstruir o nariz e impedir a respiração do bebê. Para
isso, a nutriz pode utilizar os dedos indicador e anular e posicioná-los como uma
tesoura aberta, sustentando a região mamilo-areolar entre os mesmos; (SANTOS,
2005).

Alternar os dois seios durante as mamadas; (SANTOS, 2005).
22

Não administrar líquidos à criança nos intervalos das mamadas; (SANTOS,
2005).

Para retirar o bebê do seio, deve-se colocar o dedo mínimo no canto da boca
do bebê e apertar levemente, permitindo que esse deixe de sugar, retirando
assim, o seio da boca do RN. Essa técnica ajuda a prevenir lesões dos mamilos
por excesso de pressão de sucção ao tentar retirar do seio; (TAMEZ & SILVA,
2006.

Após a mamada, colocar o bebê para eructar; (SANTOS, 2005).

Retirar o excesso de leite após as mamadas, utilizando a técnica de extração
manual; (CURY, 2003).

Usar sutiã adequado e de maneira correta, com boa sustentação na base.
(SANTOS, 2005).
De acordo com TAMEZ et al., (2002), a ordenha do leite consiste:

Lave as mãos;

Posicione-se confortavelmente, relaxe e mantenha se tranquila;

Para estimular a descida do leite, massageie as mamas de forma circular desde
a base da mesma até a aréola;

Despreze o primeiro leite de cada mama;

Retire o leite em frasco de mamadeira;

Coloque o polegar na borda superior da aréola e os demais dedos abaixo da
borda inferior da aréola;

Faça compressão rítmica em direção ao tórax ou contra as costelas;

Os movimentos de compressão devem ser exercidos de modo circular por toda
a região areolar e sempre com o polegar e os demais dedos, visando ao
esvaziamento de todos os segmentos da mama que contêm os dutos lactíferos;

Alterne a mama quando o fluxo de leite diminuir repita o ciclo várias vezes, no
total de 15 a 20 minutos em cada mama, para que também o leite posterior seja
ordenhado

A quantidade de leite pode variar em cada ordenha;

Depois da extração, passe umas gotas de leite ao redor do mamilo;
23

Feche o frasco e marque em uma etiqueta a data, hora e quantidade e entregue
o leite na copa do berçário.
3.9 Aleitamento materno e a atuação do enfermeiro
O enfermeiro é o profissional que mais está próximo à mulher no período
de gestação, e tem grande importância nos programas de educação em saúde,
durante o pré-natal. O enfermeiro deve aconselhar a gestante para a promoção do
aleitamento materno, de forma que no pós parto a adaptação da puérpera ao
aleitamento materno seja facilitada, evitando as dúvidas as dificuldades e
complicações. O papel do enfermeiro é de grande importância na introdução do
aleitamento materno. O profissional deve educar a gestante sobre a importância da
amamentação já nos primeiros meses de gestação. O aleitamento materno é um
assunto de saúde pública sendo indispensável a função do enfermeiro em
desempenhar a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, com o objetivo
de diminuir o desmame precoce e aumentar o tempo de duração da amamentação
(CRUZ et al., 2009).
Cabe aos profissionais da área da saúde oferecer ajuda às gestantes
quanto às suas dificuldades; informá-las que se deve iniciar o aleitamento o mais
rápido possível, incentivando o aleitamento materno exclusivo, alertando-as sobre os
riscos de fórmulas industrializadas, chupetas, mamadeiras; falar sobre a relação entre
a amamentação e a contracepção e sobre a correta técnica de posição, pega e
ordenha (OLIVEIRA; CAMACHO, 2002).
BARROS (2006), afirma que é imprescindível que os profissionais da
saúde estejam preparados para oferecer à mulher, à criança e à família, o apoio
necessário para que o processo de amamentação transcorra o mais natural possível.
Mesmo porque, o ato de amamentar é um ato natural, milenar, sem custo, essencial
para a vida dos seres humanos e, especialmente para o recém-nascido nos primeiros
seis meses de vida.
24
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de Estudo
Este é um estudo de revisão bibliográfica realizada através de busca de
artigos cruzando as seguintes palavras chaves aleitamento materno, importância,
desmame, através de artigos publicados na íntegra no banco de dados da Sciello,
Reben, BVS, Google, Revista Digital.
4.2 Sujeito do Estudo
Com o objetivo de obter informações sobre a atuação do enfermeiro no
aleitamento materno, será efetiva a busca pelo Google Sciello, Reben, BVS, Revista
Digital, relacionados ao tema proposto, a partir das palavras chaves descritas
aleitamento, importância, desmame, anteriormente.
Serão incluídos no estudo, artigos publicados entre (2000, 2012),
utilizando os descritores aleitamento, importância, desmame.
4.3 Análise das informações
Realizadas as buscas pelos estudos e a respectiva seleção dos mesmos
será realizada uma análise de dados através da revisão bibliográfica, verificando
assim a relação entre os artigos relacionados sobre atuação do enfermeiro no
aleitamento materno.
Após a busca destas informações será verificado os resultados obtidos
nos respectivos artigos e uma organização dos resultados para que os mesmos
pudessem comprovar o que foi buscado nos objetivos do estudo. Os resultados desta
pesquisa serão utilizados apenas para fins específicos.
25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a análise detalhada dos dados alocados nesse estudo é possível
afirmar que o aleitamento materno é considerado um dos elementos essenciais ao
crescimento físico, funcional e mental, como também uma forma de diminuir a
morbimortalidade materno infantil, especialmente ao longo do primeiro ano de vida
(BRASIL, 2008).
O aleitamento materno deve ser exclusivo ate sexto mês de vida e
mantido associado a outros alimentos até o segundo ano de vida, conforme
preconizado Ministério da Saúde (BRASIL, 2001).
O leite materno e indispensável e de extrema importância para o recém
nascido pois o protege contra diarreias, pneumonia e outras infecções, além dos
benefícios psicológicos e o vinculo mãe/filho.
Embora estudos demonstrem os benefícios do aleitamento materno para
o recém-nascido e para a puérpera percebe-se que ele vem sendo praticado cada vez
menos pelas mulheres, alguns dos fatores mais comuns são idade materna, situação
financeira e cultura.Um dos fatores que levam ao desmame precoce são os mitos e
tabus existentes; leite fraco, seios caídos.
O fato é que o aleitamento materno é a melhor forma de oferecer saúde
ao bebe, já que ele oferece tudo o que o recém-nascido precisa em seus primeiros
meses de vida.
As crianças que são alimentadas com leite materno, têm menor risco de
serem obesas ou sofrerem de diabetes tipo I (PRESA; CORDERO, 2005).
Além dos benefícios para criança a também inúmeras vantagens para
as mães, como proporcionar uma melhor e mais rápida recuperação de todo o corpo
feminino.
Promove a involução mais rápida do útero e a redução das hemorragias
e das infecções no pós-parto (BÉRTOLON; LEVY 2007).
O enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a
mulher durante o ciclo gravídico-puerperal e tem fundamental importância nos
programas de educação em saúde, durante o pré-natal, ele deve aconselhar a
gestante para o aleitamento, de modo que no pós-parto o processo de adaptação da
puérpera ao aleitamento seja facilitado e tranquilo, evitando qualquer dúvida,
dificuldade e complicações possíveis (BRASIL, 2007).
26
Conforme Araújo et al. (2007), A orientação há amamentação é um
grande desafio para o profissional de saúde, uma vez que se depara com uma
demanda no qual não foi preparado, e que exige sensibilidade e habilidade para agir.
É evidente a necessidade de capacitação do profissional de saúde para atuar na
assistência em amamentação numa forma que ultrapasse as questões biológicas,
compreendendo a mãe em todas as suas dimensões do ser mulher. Visando com isso
potencializar o desempenho na orientação dessa prática.
De acordo com LEITE; SILVA; SCOCHI (2004), o Profissional de Saúde
deve se colocar disponível em compartilhar as inúmeras situações que envolvem a
experiência da mulher em amamentar, e compreende lá em todas as dimensões do
ser mulher.
Pois amamentar engloba crenças, tabus, experiências que muitas vezes
contribuem de forma negativa para efetivação da amamentação, é por este que o
papel do enfermeiro é essencial em atuar ajudando a enfrentar essas situações de
forma que a mãe se sinta segura e confiante.
Conforme ALMEIDA; FERNANDES; ARAÚJO (2004), os enfermeiros
por meio de suas praticas e atitudes pode incentivar a amamentação e apoiar as mães
ajudando as no inicio precoce da amamentação adquirir autoconfiança em sua
capacidade de amamentar.
Apesar das dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem
no desempenho das competências essenciais no auxilio ao aleitamento nota-se que
a atuação desse profissional é de suma importância para o desenvolvimento da
criança sendo que esse profissional deve ter uma visão holística e cientifica a este
momento tão importante na vida da mãe e filho.
O enfermeiro é o principal responsável para orientar as mães quanto à
importância do aleitamento materno, de modo a tornar a amamentação um ato de
prazer e não obrigação.
Segundo Barros (2006), o enfermeiro tem a possibilidade de oferecer
uma assistência de qualidade, assumindo seu papel de orientador, educador e
conselheiro, assistindo diretamente ao binômio mãe e filho. É seu papel atuar na
promoção do aleitamento materno, na prevenção de complicações, assim como no
tratamento destas.
27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, procuramos, a partir da identificação de fatores que levam
ao desmame precoce, explorar os aspectos envolvidos nesse processo como
determinantes ou não da continuidade da amamentação exclusiva. Ainda que o
assunto seja tema de constantes discussões muito ainda se tem a pesquisar, pois,
apesar do conhecimento de muitas das vantagens do aleitamento, evidencia-se
grande desconhecimento no que se refere ao processo fisiológico, aliado aos tabus.
Acreditamos que seja importante conhecer todo o contexto em que essa
mãe, mulher, nutriz está inserida, para que se possa atuar de forma mais eficaz. É de
fundamental importância que a mulher sinta-se auxiliada nas suas dúvidas e possíveis
dificuldades, para que possa assumir com mais segurança o papel da mãe e
fornecedora do leite de seu filho, competindo aos profissionais enfermeiros e aos
serviços de saúde a obrigação de realizar um atendimento de qualidade a essas mães,
tornando a amamentação um ato exclusivo de prazer. Pois quando a mulher conhece
as vantagens da amamentação, promove o aumento do tempo do aleitamento
materno para a criança, melhorando assim a relação afetiva mãe\filho.
O aleitamento materno é fundamental para o bebê, oferecendo-lhe todos
os nutrientes necessários em quantidades e qualidade adequadas. Isso ocorre, pois
estes nutrientes estão em maior biodisponibilidade do que nos outros alimentos que
são introduzidos à alimentação do bebê em tempos inadequados. Nesse contexto, é
imprescindível que os profissionais de saúde estejam devidamente treinados para
informar sobre a correta maneira de se amamentar um bebê, as possíveis
intercorrências que podem acontecer, indicar ou restringir o uso de medicamentos,
além de exercer seu papel de estímulo ao aleitamento materno.
28
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