Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro
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Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro
1 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS FACULDADE PADRÃO CURSO DE ENFERMAGEM Deusiane de Lousa Ribeiro Márcia Alves da Silva Mônica Barbosa da Silva Morgana Leme Lopes Suy Cristine Pereira ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO GOIÂNIA 2014 2 Deusiane de Lousa Ribeiro Márcia Alves da Silva Mônica Barbosa da Silva Morgana Leme Lopes Suy Cristine Pereira ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento do Curso de Enfermagem, da Sociedade de Educação e Cultura de Goiás – Faculdade Padrão como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem, sob orientação da Orientadora Especialista Rúbia Pedrosa Marques Mansur. Profª Rúbia Pedrosa Marques Mansur (Orientadora) GOIÂNIA 2014 3 FOLHA DE APROVAÇÃO Deusiane de Lousa Ribeiro Márcia Alves da Silva Mônica Barbosa da Silva Morgana Leme Lopes Suy Cristine Pereira ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ALEITAMENTO MATERNO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento do Curso de Enfermagem, da Sociedade de Educação e Cultura de Goiás – Faculdade Padrão como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem, sob orientação da Orientadora Especialista Rúbia Pedrosa Marques Mansur. Aprovado em:______ de ______________ de 2014. BANCA EXAMINADORA: _________________________________________________ Profª. Esp. Rúbia Pedrosa Marques Mansur Faculdade Padrão ____________________________________________________ Profª. Elza Ferreira Damacena Faculdade Padrão _______________________________________________ Profª. Margarida Martins Coelho Faculdade Padrão GOIÂNIA 2014 4 DEDICATORIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, ao meus pais: Valdir e Doracir, Erlylson e Silvana, Jorge e Olindina, Valmir e Maria Aparecida, José Ribamar e Maria Lousa. Dedico também a minha segunda mãe Maria Cristina, que muito me ajudou nessa etapa da minha vida. Dedico também aos nossos esposos: Adson e Nunes. Aos nossos namorados: Antônio, Mozart e Samuel. Aos nossos familiares e amigos e a todos que contribuíram de forma direta ou indireta nessa etapa de nossas vidas. 5 AGRADECIMENTOS Queremos agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa caminhada. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial a Prof. Rubia Mansur. Agradeço também aos nossos pais, e a todos familiares que não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa de minha vida. Agradeço a todos que estiveram presentes em minha trajetória acadêmica: Deusiane, Marcia, Mônica, Morgana e Suy. 6 EPÍGRAFE “Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.” (Aldo Novak) 7 SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 8 ABSTRACT ................................................................................................................. 9 1 INTRODUÇAO ....................................................................................................... 10 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13 2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 13 2.2 Objetivos específicos........................................................................................... 13 3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14 3.1 Anatomia e Fisiologia Da Lactação ..................................................................... 14 3.2 Composição do Leite Materno ............................................................................. 15 3 .3 Conceito aleitamento materno ............................................................................ 16 3.4 Tipos de Aleitamento Materno ............................................................................. 16 3.5 Vantagens do aleitamento materno ..................................................................... 17 3.6 Fatores que levam a não amamentação, ou a um desmame precoce ................ 18 3.7 Dificuldades iniciais da amamentação................................................................. 19 3.8 Mitos existentes sobre o Aleitamento Materno .................................................... 20 3.9 Aleitamento Materno e a Atuação do Enfermeiro ................................................ 23 4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 24 4.1 Tipo de Estudo .................................................................................................... 24 4.2 Sujeito do Estudo ................................................................................................ 24 4.3 Análise das informações ..................................................................................... 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 25 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 27 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28 8 RESUMO O leite materno é considerado o alimento ideal para o bebê pois o mesmo atua no sistema imunológico da criança evitando alergias, infecções, diarreias doenças respiratórias dentre outras. Por isso é de extrema importância amamentar o bebê com o leite materno exclusivo até o sexto mês de vida, e com alimentos complementares até os dois anos de idade. Este é um estudo de revisão bibliográfica realizada através de artigo publicados na íntegra no banco de dados da Sciello, Reben, BVS, Google, Revista Digital. É de estrema importância que os profissionais que atuam com a saúde maternoinfantil tenham atitudes e um olhar diferente, frente a essas taxas, fazendo com que o desmame atenue. Objetivou-se identificar os fatores que levam as nutrizes a desmamarem seus filhos precocemente e assinalar atuação do profissional enfermeiro frente a esse processo. Palavras-chave: Aleitamento materno, Importância, Desmame precoce. 9 ABSTRACT Breast milk is considered the ideal food for baby because it acts on the immune system of the child avoiding allergies, infections, diarrhea, respiratory diseases among others. It is therefore of utmost importance to nurse the baby with exclusive breastfeeding until six months of age, and complementary foods up to two years old. This study is a literature review by Article published in full in the database of Sciello, Reben, VHL, Google, Digital Magazine. It is of extreme importance that the professionals who work with maternal and child health have a different attitude and looking forward to these rates, making weaning attenuates. This study aimed to identify the factors leading nursing mothers wean their children earlier and noted the professional practice of nurse in this process. Keyword: Breastfeeding, Importance, Early weaning. 10 1 INTRODUÇAO O aleitamento materno é sinônimo de sobrevivência para o recémnascido, portanto um direito inato (ICHISATO & SHIMA, 2002). É uma das maneiras mais eficientes de atender os aspectos nutricionais, imunológicos e psicológicos de criança em seu primeiro ano de vida (ICHISATO & SHIMA, 2001). O leite materno é considerado um alimento vivo, completo e natural adequado para quase todos os recém-nascidos (BÉRTOO, 2007). O primeiro leite produzido no final da gravidez, o colostro, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde como o alimento perfeito para o recém-nascido e deve ser iniciada na primeira hora após o nascimento (WHO, 2012). O leite humano não contém apenas nutrientes em quantidades ajustadas às necessidades nutricionais e à capacidade digestiva e metabólica da criança, contém também fatores protetores e substâncias bioativas que garantem sua saúde e o crescimento e desenvolvimento plenos (EUCLYDES, 2005). De acordo com BRANDEN (2000), o colostro é essencial, alem de estar sempre pronto na temperatura certa e não custa nada, é fundamental para a saúde dos ambos no caso materno também ajuda a reduzir peso e minimizar o risco de desenvolver câncer, pois o mesmo transmite anticorpos maternos que irão atuar na defesa imunológica prevenindo infecções, alergias alimentares, doenças respiratórias e desnutrição. O real impacto social do aleitamento materno pode ser quantificado através da diminuição de atendimento médico, hospitalizações e do uso de medicamentos, como também, menor absenteísmo dos pais ao trabalho, uma vez que as crianças que recebem leite materno adoecem menos (GIUGLIANI, 2000). A sociedade civil bem-estar Família no Brasil, 1997 (GIUGLIANI, 2000), afirma que apesar do aumento das taxas de aleitamento materno, dos vários benefícios já comprovados e das várias ações ministeriais desenvolvidas, a tendência ao desmame precoce continua e o número de crianças amamentadas segundo OMS ainda é pequeno. No Brasil a duração média do aleitamento materno é de sete meses, sendo de apenas um mês o exclusivo. De acordo com Brasil (2003) o aleitamento materno é importante para prevenção das doenças que acarretam distúrbio nutricional para que a criança cresça 11 forte e saudável, ajuda na economia familiar quando a criança é amamentada somente no peito e previne a desnutrição através do intervalo entre os partos. A proteção do leite materno diminui quando a criança receberá qualquer outro tipo de alimento que não seja o leite materno, incluindo água, sucos chás ou papinhas. A importância do aleitamento materno tem sido internacionalmente enfatizada em diversos documentos da Organização Mundial de saúde (OMS, 2004) que recomendam o aleitamento materno exclusivo por seis meses de vida. Baseados nessas evidências cientifica dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, muitos países, dentre eles o Brasil, assumiram oficialmente a recomendação de alimentos complementares após os seis meses de idade (OMS, 2004). A amamentação não é totalmente instintiva no ser humano, muitas vezes deve ser aprendida para ser prolongada com êxito, considerando-se que a maioria das nutrizes precisa se esforço e apoio constante. Nesse sentido, as mulheres, ao se depararem pela primeira vez com o aleitamento materno, requerem que lhes sejam apresentados pelo modelo ou guias práticas de como devem conduzir-se nesse processo, que na maioria das vezes tem como primeira referencia o meio familiar, as amizades e vizinhança nos quais estão inseridas (MACHADO et al; 2004). As vantagens do aleitamento materno para o recém-nascido estão vinculadas ao fato de este suprir as necessidades nutricionais da criança por aproximadamente os seis primeiros meses de vida, oferecendo resistência contra infecções e estabelecendo vínculo psicológico mãe e filho. Outros fatores importantes também se relacionam ao ato de amamentar, como: reduzir as malformações da dentição, estimular e exercitar a musculatura que envolve o processo da fala, promover melhor a dicção e proporcionar tranquilidade ao recém-nascido (SANTOS, 2004). Conforme Carvalho (2007) um dos obstáculos na promoção ao aleitamento materno, são os tabus que, por falta de uma orientação adequada dos profissionais da saúde, ainda ocorrem na sociedade, dentre os quais destacam se: Leite fraco: neste sentido, cabe ao enfermeiro lembrar e enfatizar á paciente que leite fraco não existe. O aleitamento materno é mais digestível que o leite de vaca. A criança que é amamentada com o leite materno sente vontade de mamar em intervalos maiores do os amamentados com o leite de vaca. 12 Flacidez das mamas: a queda das mamas depende da condição individual, da qualidade do tecido, se for menos resistente, ocorrerá a flacidez, mesmo que a mãe não amamente. Uso de mamadeira: muitas pessoas têm o uso da mamadeira como símbolo de status social. Infelizmente este ainda não é um dos primeiros itens que as pessoas compram para o enxoval do bebê. Outro fato importante é que a idade materna mais jovem está relacionada à menor duração do aleitamento, talvez motivada por algumas dificuldades, tais como: um nível educacional mais baixo, poder aquisitivo menor e, muitas vezes, o fato de serem solteiras. As adolescentes muitas vezes aliam sua própria insegurança e falta de confiança em si mesmas para prover a alimentação para o seu bebê à falta de apoio das próprias mães ou familiares mais próximos, ao egocentrismo próprio dessa idade e aos problemas com a auto imagem, alcançando frequentemente, um menor índice de aleitamento (CARRASCOZA; COSTA; MORAES, 2000). O profissional de saúde deve identificar durante o pré-natal os conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da gestante a fim de promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim como, garantir vigilância e efetividade durante a assistência a nutriz no pós-parto (BRASIL, 2001). Segundo (GIUGLIANI, 2000) O enfermeiro estar próximo antes durante e após o parto, auxiliando as mães nas primeiras mamas de recém-nascido, para que o aleitamento materno seja iniciado o mais precoce possível, de preferência imediatamente após o parto, conforme preconiza a World Health Organization.''Ele deve estar disponível, observando como está sendo a pega do recém- nascido e respondendo perguntas quanto ao aleitamento materno e aos cuidados com o recém nascido'” No entanto, essa pesquisa se justifica pela importância das orientações de enfermagem sobre aleitamento materno no período gravídico e puerperal. O profissional de enfermagem deve orientar as parturientes sobre os benefícios do aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês de vida, quebrando os tabus existentes sobre á pratica do aleitamento materno. 13 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral • Identificar a atuação do enfermeiro no aleitamento materno. 2.2 Objetivos específicos • Identificar como o enfermeiro sistematiza a assistência ao aleitamento materno; • Descrever os benefícios do aleitamento materno exclusivo até o 6º Mês de vida; • Contribuir para a diminuição de crenças e tabus quanto ao ato de amamentar. 14 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Anatomia e Fisiologia Da Lactação De acordo com Ministério da Saúde et al; (2001), a mama é uma estrutura formada pela glândula mamária, gordura e tecido conjuntivo. A glândula mamária é formada por um conjunto de 15 a 20 lobos, compostos por lóbulos (cachos de uva que contêm os alvéolos (os bagos de uvas). Nos alvéolos estão as células produtoras de leite; este é conduzido através dos dutos (canais)finos que se juntam em um duto principal (duto lactífero), estes dirigem-se ao centro da mama e desembocam no mamilo. Antes de atingir o mamilo, debaixo da aréola(parte escura ao redor do mamilo), os canais formam ampolas, que acumulam parte do leite produzido nos intervalos das mamadas.As mamas são órgãos glandulares, susceptíveis a estímulos, especialmente no mamilo (bico do peito)e na área circular escura, a aréola. O mamilo tem 15 a 20 orifícios, que se comunica com os dutos principais por onde o leite passa. “As mamas são órgãos pares, situadas na parede anterior do tórax, sobre o músculo Grande Peitoral” (MS/INCA, 2002). O estroma da mama conduz os vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. O tecido glandular consiste em um sistema ductal arborizado que drena grupos de alvéolos ou ácinos, que formam a unidade básica do sistema secretor (BARACHO, 2007). A forma e o tamanho da mama estão relacionados com a quantidade de tecido adiposo no estroma, podem ser hemisféricas, cônicas ou cilíndricas. As mamas são ligeiramente assimétricas e possuem textura macia. As mamas direita e esquerda estão separadas pelo sulco intermediário e ambas possuem, entre sua margem inferior e a parede torácica, o sulco inframamário, que pode estar mais ou menos profundo devido ao tipo, à idade e ao estado funcional da mama (CARVALHO; TAMEZ, 2005). A aréola é constituída pela pele pigmentada que circundada a papila, e contém glândulas mamárias modificadas, com características próprias que durante a gestação e a lactação formam os tubérculos de Montgomery. Esses tubérculos fabricam secreção 20 oleosa e anti-séptica, que fornece proteção lubrificante para o mamilo e para a aréola durante a sucção. Glândulas sudoríparas e sebáceas 15 desprovidas de pelos também estão presentes na aréola (CARVALHO; TAMEZ, 2005). Segundo GUYTON (2008), as diversas partes da glândula mamária que compõe a estrutura glandular da glândula mamária são: Os lóbulos e os alvéolos. Cada mama contém centenas de lóbulos e cada lóbulo é dividido em pequenos sacos, chamados de alvéolos, que são revestidos por células glandulares que formam o epitélio secretor. É esse epitélio que secreta o leite. O ducto galactóforo: O ducto que sai dos lóbulos e se junta a outros, para originar ductos mais calibrosos até formarem, eventualmente, cerca de quinze grandes ductos galactóforos, que se abrem na superfície do mamilo. Os seios galactóforos (ampolas): são dilatações bulbosas dos ductos galactóforos imediatamente antes de seu término no mamilo. 3.2 Composição do leite materno O leite materno sofre algumas modificações fisiológicas importantes quanto à sua composição, ao longo do tempo e durante uma mesma mamada, podendo igualmente sofrer variações consoante a alimentação e medicação da mãe, mas raramente têm implicações significativas (MOLINA, 2004). O leite humano não é apenas um alimento, é um líquido vivo que se altera face às diversas situações adaptando-se às necessidades do lactente modificando a sua composição e o seu volume, sendo um fator facilitador para a adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina. Apresenta uma enorme complexidade e é composto por nutrientes, substâncias imunológicas, enzimas, fatores de crescimento, entre outros (MOLINA, 2004). Com o início da produção, o leite materno é distribuído em três tipos: colostro, leite de transição e leite maduro. O primeiro se caracteriza por ser rico em eletrólitos, proteínas, vitaminas, IGA e apresenta menor quantidade de lipídios que o leite maduro, sendo secretado logo nos primeiros dias pós-parto. O leite de transição apresenta composição intermediaria entre o colostro e o leite maduro, sua produção se da de sete a quatorze dia após o parto. O ultimo e produzido a partir da segunda quinzena pós-parto e é rico em gordura e lactose (AVILA; SALVAGNI, 2009). 16 3 .3 Conceito aleitamento materno Segundo RICCO; DEL CIAMPO; ALMEIDA (2001) O leite materno é, indiscutivelmente, a melhor e mais adequada fonte de nutrientes, fatores de proteção e fortalecimento emocional para o lactente durante o seu primeiro ano de vida. Especialmente quando oferecido como alimento exclusivo até os seis meses de idade, desempenha papel fundamental nas condições ideais de saúde da criança e da lactante, com repercussões favoráveis por toda a vida. O aleitamento materno é uma etapa do processo reprodutivo feminino cuja resulta em benefícios para a saúde da mulher e da criança, com repercussões positivas para a sociedade. Ao optar pela prática, a mãe além de prover o alimento ao filho, promove também o vinculo afetivo mãe e filho, o que é muito importante para a relação mãe e filho (TAKUSHI et al., 2008). Amamentação corresponde a uma das etapas mais importantes no processo reprodutivo da mulher e sua pratica oferece benefícios tanto para mãe como para o recém-nascido. Ao escolher o aleitamento materno exclusivo, a mãe promove alimento ao filho, promove a sua saúde e fortalece o contato afetivo, vinculo que se inicia na concepção, cresce durante a gestação e se fortalece com a amamentação (GALLO et al., 2008). O leite materno é a primeira alimentação que o bebê deve receber ao nascer, sendo rico em nutrientes essenciais para o bebê nos seus primeiros seis meses de vida. A composição do leite materno varia de mãe para mãe, podendo variar de acordo com a etnia, individualidade genética, hábitos alimentares da lactante, entre mulheres e o período de amamentação. Observa-se também uma variação na composição nutricional do leite no decorrer da lactação, durante o dia e até mesmo durante uma mesma mamada, encontrando-se diferença entre macro e micronutrientes entre o primeiro e último leite a sair na mesma mamada (MORGANO et al., 2005). 3.4 Tipos de aleitamento materno É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no 17 mundo inteiro (WHO, 2007). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em: Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite materno, direto do seio ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratasão oral, suplementos minerais ou medicamentos. Aleitamento materno predominante: a criança recebe, além do leite humano, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas, e fluidos rituais. Aleitamento materno: a criança recebe leite humano (direto da mama ou ordenhado), independentemente da quantidade e de estar recendo ou não outros alimentos. Aleitamento materno complementado: para entrar nessa categoria a criança deve estar recebendo leite humano e, necessariamente, alimentos sólidos ou semissólidos. Ela pode estar recebendo, além desses alimentos, outros alimentos, incluindo leites de outras espécies. 3.5 Vantagens do aleitamento materno Segundo Carvalho et al., (2006) a amamentação natural protege contra infecções comuns em crianças, como diarreias, doenças respiratórias agudas, otites médias e diversas infecções neonatais, diminuindo consideravelmente a mortalidade de lactentes. Além dos benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais e socioeconômicos, o aleitamento materno também tem efeitos positivos na saúde fonoaudiologia, em vez está relacionada ao crescimento e desenvolvimento craniofacial e motor-oral do recém-nascido. Como também trazendo muitos benefícios para mãe, o pai e a família, a presença do bebê fornece os laços afetivos trazendo com que o pai e os familiares favoreçam o prolongamento da amamentação, além de ser de extrema importância para auxiliar na diminuição do sangramento da mãe logo que o bebê nasce e atuando na prevenção de câncer de mama e ovário, é um método natural de planejamento familiar. Econômico e prático, evitar gastos com leite, mamadeiras, bicos, materiais 18 de limpeza, gás, água e etc. Estando sempre pronto e na temperatura ideal que o bebê necessita (BRASIL, 2007). O leite humano e fonte de vitamina, e o único alimento que possui todos os nutrientes que o bebê precisa nos seus primeiros seis meses de vida, é rico em imunoglobulina A (IgA)que e resistente aos fermentos digestivo se tem a capacidade de manter a mucosa do intestino isenta de germes patogênicos. Visto que o feto durante a gravidez tem seu intestino estéril não possuindo uma imunidade amadurecida que no momento do parto entra em contato com bactérias existentes no canal do vaginal levando a contaminação do bebê e oferecendo riscos a sua sobrevida (LISSAUER; GRAHAN, 2003). De acordo com SCHMITZ (2005), relata que o leite possui propriedades bioquímicas peculiares e específicas em sua composição por possuir uma diversidade de aminoácidos dentre eles a albumina e a caseína que são encontrados em abundancia no leite humano, sendo que cada tipo de aminoácido tem uma determinada função no organismo do recém-nascido, seja no seu desenvolvimento fisiológico ou mesmo imunológico, a taurina é um aminoácido encontrado no leite materno que e importante para a manutenção e desenvolvimento do sistema nervoso, sendo a mesma ausente no leite de vaca. A tirosina e a fenilalanina também são aminoácidos que estão presentes em pequenas quantidades no leite humano, mas em grandes quantidades no leite de vaca, uma vez que a ingestão desse aminoácido em lactentes prematuros que ainda não atribui da capacidade de degrada-lo, pode vir a trazer danos gastrintestinal sérios. 3.6 Fatores que levam a não amamentação, ou a um desmame precoce Inúmeros fatores podem influenciar o desmame precoce: a falta de experiência anterior com a prática de amamentar, desmame precoce do filho anterior, intenção de não amamentar ou fazê-la em prazo insuficiente, mãe adolescente menor de 20 anos, trabalho fora de casa, aquisição de mamadeira, bicos, chucas e chupetas, atitude negativa do pai ou outros familiares relativa à amamentação, fato de a mulher considerar o leite artificial sem riscos para a saúde de seu filho, problemas anteriores ou atuais com as mamas e as dificuldades na técnica de sucção do bebê no seio (SILVA et al., 2009). 19 Levando em consideração que antes de ser mãe, a mulher tem perspectivas e projetos para o futuro, e a amamentação irá interferir em sua vida pessoal, social, profissional, familiar, pensando assim deve analisar os riscos e os benefícios da amamentação e assim optar pela forma de alimentar o bebê (SILVA; CHEMIN; MURA, 2011). 3.7 Dificuldades iniciais da amamentação Percebe-se que os benefícios do aleitamento materno são muitos, no entanto, existem muitas dificuldades para que este processo ocorra de forma adequada. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), é necessário que o enfermeiro e acompanhe a mãe e a informe sobre os problemas mais frequentes que podem surgir na hora da amamentação, como: Leite empedrado ou peito ingurgitado: acontece, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele brilhante), às vezes, avermelhadas e a mulher pode ter febre. Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para a amamentação devem estar adequadas e, quando houver produção de leite superior à demanda, as mamas devem ser ordenhadas manualmente. Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão manual do leite deve ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece entre 24 e 48 horas. Mastite: É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na mama lactante, habitualmente a partir da segunda semana após o parto. Geralmente, é unilateral e pode ser consequente a um ingurgitamento indevidamente tratado. Essa situação exige atenção especial, não sendo motivo para desencorajar o aleitamento materno exclusivo. A amamentação na mama afetada deve ser mantida, sempre que possível e, quando necessário, a pega e a posição devem ser corrigidas. Fissura ou rachadura: ocorre quando a pele não está preparada para receber bebê, o posicionamento ou a pega estão errados; para evitar devem ser 20 mantidos os peitos enxutos, evitar que fiquem cheios ou doloridos e posicionar o bebê corretamente. De acordo com STEPHENSON; O’CONNOR (2004) se apenas uma mama estiver machucada, o bebê deve mamar primeiramente no lado não afetado. Quando os dois lados estiverem comprometidos, o leite deve ser retirado (manualmente ou com bomba) até ocorrer o reflexo de descida de leite. Isso torna o leite mais disponível para o bebê e diminui a intensidade da sucção inicial do bebê. Calor e massagem na mama também podem diminuir a sensibilidade. Se um mamilo se tornar sensível ou rachado, uma proteção para mama ou um a dois dias de descanso sem sucção naquele lado podem ajudar a aliviar os sintomas. As conchas protegem os seios doloridos ou com fissuras, evitando a pressão na mama. Para manter a produção de leite, a mama comprometida precisa ser bombeada ou ter o leite retirado. 3.8 Mitos existentes sobre o aleitamento materno Mitos do leite insuficiente: De acordo com NAKANO, 2003, o mito de o leite não sustentar o bebê – por ser pouco – pode estar apoiado no choro do bebê, pois as mães associam à fome ou ao fato de o leite não estar sendo adequado às necessidades da criança, iniciando assim o desmame precoce Entretanto, a hipogalactia – o pouco leite – é um fenômeno bastante raro entre as nutrizes. O mito do leite fraco: GUSMAN 2005 observou que as mães que atribuem à complementação precoce a justificativa de que o “leite não sustenta, leite era fraco”, se sentem mais amparadas por esta ser uma crença aceita culturalmente. Observa-se que a criação do mito “leite fraco” serviu para minimizar a responsabilidade e culpa das mães pelo fracasso da lactação. Assim as mães deixam de lado o aleitamento materno exclusivo e o complementam com leites artificiais. 21 O Mito que Amamentar faz os seios caírem: A imagem que a gestante tem do seu corpo pode interferir na sua visão durante o aleitamento materno, de modo que quando essa percepção é negativa, aleitar causa flacidez na mama, aumenta os mamilos, tornando-os feios, podendo essas crenças contribuir para o insucesso do aleitamento materno, pois estas mães veem seus seios como símbolo sexual, deixando assim de lado as vantagens do aleitamento materno e introduzindo leites artificial em seus filhos (CURY, 2003). De acordo com SANTOS (2005), a técnica de amamentação consiste: Antes das mamadas, lavar bem as mãos; (SANTOS, 2005). Antes de colocar a criança ao seio, verificar se a aréola está macia, apreensível e flexível; (SANTOS, 2005). A roupa da mãe e do bebê deve ser adequada, sem restringir movimentos. Recomenda-se que as mamas estejam completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que os braços fiquem livres; (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). O lábio do bebê tem que ser estimulado com o mamilo. O toque do mamilo no lábio superior facilita o reflexo de busca e a abertura da boca; (CORDEIRO, 2006) A boca do bebê deve estar bem aberta, devendo abocanhar toda ou quase toda a aréola; (CORDEIRO, 2006). Segundo Cordeiro (2006), sinais de boa pega são indicados quando a boca do bebê está bem aberta, o lábio inferior está voltado para fora e o superior para cima, as bochechas estão arredondadas, o queixo do bebê toca o peito da mãe, aparece mais aréola acima da boca do bebê do que abaixo; o bebê suga, deglute e respira de forma coordenada; Introduzir na boca do bebê não só o bico, mas também toda a aréola, de maneira que não deixe o seio obstruir o nariz e impedir a respiração do bebê. Para isso, a nutriz pode utilizar os dedos indicador e anular e posicioná-los como uma tesoura aberta, sustentando a região mamilo-areolar entre os mesmos; (SANTOS, 2005). Alternar os dois seios durante as mamadas; (SANTOS, 2005). 22 Não administrar líquidos à criança nos intervalos das mamadas; (SANTOS, 2005). Para retirar o bebê do seio, deve-se colocar o dedo mínimo no canto da boca do bebê e apertar levemente, permitindo que esse deixe de sugar, retirando assim, o seio da boca do RN. Essa técnica ajuda a prevenir lesões dos mamilos por excesso de pressão de sucção ao tentar retirar do seio; (TAMEZ & SILVA, 2006. Após a mamada, colocar o bebê para eructar; (SANTOS, 2005). Retirar o excesso de leite após as mamadas, utilizando a técnica de extração manual; (CURY, 2003). Usar sutiã adequado e de maneira correta, com boa sustentação na base. (SANTOS, 2005). De acordo com TAMEZ et al., (2002), a ordenha do leite consiste: Lave as mãos; Posicione-se confortavelmente, relaxe e mantenha se tranquila; Para estimular a descida do leite, massageie as mamas de forma circular desde a base da mesma até a aréola; Despreze o primeiro leite de cada mama; Retire o leite em frasco de mamadeira; Coloque o polegar na borda superior da aréola e os demais dedos abaixo da borda inferior da aréola; Faça compressão rítmica em direção ao tórax ou contra as costelas; Os movimentos de compressão devem ser exercidos de modo circular por toda a região areolar e sempre com o polegar e os demais dedos, visando ao esvaziamento de todos os segmentos da mama que contêm os dutos lactíferos; Alterne a mama quando o fluxo de leite diminuir repita o ciclo várias vezes, no total de 15 a 20 minutos em cada mama, para que também o leite posterior seja ordenhado A quantidade de leite pode variar em cada ordenha; Depois da extração, passe umas gotas de leite ao redor do mamilo; 23 Feche o frasco e marque em uma etiqueta a data, hora e quantidade e entregue o leite na copa do berçário. 3.9 Aleitamento materno e a atuação do enfermeiro O enfermeiro é o profissional que mais está próximo à mulher no período de gestação, e tem grande importância nos programas de educação em saúde, durante o pré-natal. O enfermeiro deve aconselhar a gestante para a promoção do aleitamento materno, de forma que no pós parto a adaptação da puérpera ao aleitamento materno seja facilitada, evitando as dúvidas as dificuldades e complicações. O papel do enfermeiro é de grande importância na introdução do aleitamento materno. O profissional deve educar a gestante sobre a importância da amamentação já nos primeiros meses de gestação. O aleitamento materno é um assunto de saúde pública sendo indispensável a função do enfermeiro em desempenhar a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, com o objetivo de diminuir o desmame precoce e aumentar o tempo de duração da amamentação (CRUZ et al., 2009). Cabe aos profissionais da área da saúde oferecer ajuda às gestantes quanto às suas dificuldades; informá-las que se deve iniciar o aleitamento o mais rápido possível, incentivando o aleitamento materno exclusivo, alertando-as sobre os riscos de fórmulas industrializadas, chupetas, mamadeiras; falar sobre a relação entre a amamentação e a contracepção e sobre a correta técnica de posição, pega e ordenha (OLIVEIRA; CAMACHO, 2002). BARROS (2006), afirma que é imprescindível que os profissionais da saúde estejam preparados para oferecer à mulher, à criança e à família, o apoio necessário para que o processo de amamentação transcorra o mais natural possível. Mesmo porque, o ato de amamentar é um ato natural, milenar, sem custo, essencial para a vida dos seres humanos e, especialmente para o recém-nascido nos primeiros seis meses de vida. 24 4 METODOLOGIA 4.1 Tipo de Estudo Este é um estudo de revisão bibliográfica realizada através de busca de artigos cruzando as seguintes palavras chaves aleitamento materno, importância, desmame, através de artigos publicados na íntegra no banco de dados da Sciello, Reben, BVS, Google, Revista Digital. 4.2 Sujeito do Estudo Com o objetivo de obter informações sobre a atuação do enfermeiro no aleitamento materno, será efetiva a busca pelo Google Sciello, Reben, BVS, Revista Digital, relacionados ao tema proposto, a partir das palavras chaves descritas aleitamento, importância, desmame, anteriormente. Serão incluídos no estudo, artigos publicados entre (2000, 2012), utilizando os descritores aleitamento, importância, desmame. 4.3 Análise das informações Realizadas as buscas pelos estudos e a respectiva seleção dos mesmos será realizada uma análise de dados através da revisão bibliográfica, verificando assim a relação entre os artigos relacionados sobre atuação do enfermeiro no aleitamento materno. Após a busca destas informações será verificado os resultados obtidos nos respectivos artigos e uma organização dos resultados para que os mesmos pudessem comprovar o que foi buscado nos objetivos do estudo. Os resultados desta pesquisa serão utilizados apenas para fins específicos. 25 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a análise detalhada dos dados alocados nesse estudo é possível afirmar que o aleitamento materno é considerado um dos elementos essenciais ao crescimento físico, funcional e mental, como também uma forma de diminuir a morbimortalidade materno infantil, especialmente ao longo do primeiro ano de vida (BRASIL, 2008). O aleitamento materno deve ser exclusivo ate sexto mês de vida e mantido associado a outros alimentos até o segundo ano de vida, conforme preconizado Ministério da Saúde (BRASIL, 2001). O leite materno e indispensável e de extrema importância para o recém nascido pois o protege contra diarreias, pneumonia e outras infecções, além dos benefícios psicológicos e o vinculo mãe/filho. Embora estudos demonstrem os benefícios do aleitamento materno para o recém-nascido e para a puérpera percebe-se que ele vem sendo praticado cada vez menos pelas mulheres, alguns dos fatores mais comuns são idade materna, situação financeira e cultura.Um dos fatores que levam ao desmame precoce são os mitos e tabus existentes; leite fraco, seios caídos. O fato é que o aleitamento materno é a melhor forma de oferecer saúde ao bebe, já que ele oferece tudo o que o recém-nascido precisa em seus primeiros meses de vida. As crianças que são alimentadas com leite materno, têm menor risco de serem obesas ou sofrerem de diabetes tipo I (PRESA; CORDERO, 2005). Além dos benefícios para criança a também inúmeras vantagens para as mães, como proporcionar uma melhor e mais rápida recuperação de todo o corpo feminino. Promove a involução mais rápida do útero e a redução das hemorragias e das infecções no pós-parto (BÉRTOLON; LEVY 2007). O enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal e tem fundamental importância nos programas de educação em saúde, durante o pré-natal, ele deve aconselhar a gestante para o aleitamento, de modo que no pós-parto o processo de adaptação da puérpera ao aleitamento seja facilitado e tranquilo, evitando qualquer dúvida, dificuldade e complicações possíveis (BRASIL, 2007). 26 Conforme Araújo et al. (2007), A orientação há amamentação é um grande desafio para o profissional de saúde, uma vez que se depara com uma demanda no qual não foi preparado, e que exige sensibilidade e habilidade para agir. É evidente a necessidade de capacitação do profissional de saúde para atuar na assistência em amamentação numa forma que ultrapasse as questões biológicas, compreendendo a mãe em todas as suas dimensões do ser mulher. Visando com isso potencializar o desempenho na orientação dessa prática. De acordo com LEITE; SILVA; SCOCHI (2004), o Profissional de Saúde deve se colocar disponível em compartilhar as inúmeras situações que envolvem a experiência da mulher em amamentar, e compreende lá em todas as dimensões do ser mulher. Pois amamentar engloba crenças, tabus, experiências que muitas vezes contribuem de forma negativa para efetivação da amamentação, é por este que o papel do enfermeiro é essencial em atuar ajudando a enfrentar essas situações de forma que a mãe se sinta segura e confiante. Conforme ALMEIDA; FERNANDES; ARAÚJO (2004), os enfermeiros por meio de suas praticas e atitudes pode incentivar a amamentação e apoiar as mães ajudando as no inicio precoce da amamentação adquirir autoconfiança em sua capacidade de amamentar. Apesar das dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem no desempenho das competências essenciais no auxilio ao aleitamento nota-se que a atuação desse profissional é de suma importância para o desenvolvimento da criança sendo que esse profissional deve ter uma visão holística e cientifica a este momento tão importante na vida da mãe e filho. O enfermeiro é o principal responsável para orientar as mães quanto à importância do aleitamento materno, de modo a tornar a amamentação um ato de prazer e não obrigação. Segundo Barros (2006), o enfermeiro tem a possibilidade de oferecer uma assistência de qualidade, assumindo seu papel de orientador, educador e conselheiro, assistindo diretamente ao binômio mãe e filho. É seu papel atuar na promoção do aleitamento materno, na prevenção de complicações, assim como no tratamento destas. 27 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, procuramos, a partir da identificação de fatores que levam ao desmame precoce, explorar os aspectos envolvidos nesse processo como determinantes ou não da continuidade da amamentação exclusiva. Ainda que o assunto seja tema de constantes discussões muito ainda se tem a pesquisar, pois, apesar do conhecimento de muitas das vantagens do aleitamento, evidencia-se grande desconhecimento no que se refere ao processo fisiológico, aliado aos tabus. Acreditamos que seja importante conhecer todo o contexto em que essa mãe, mulher, nutriz está inserida, para que se possa atuar de forma mais eficaz. É de fundamental importância que a mulher sinta-se auxiliada nas suas dúvidas e possíveis dificuldades, para que possa assumir com mais segurança o papel da mãe e fornecedora do leite de seu filho, competindo aos profissionais enfermeiros e aos serviços de saúde a obrigação de realizar um atendimento de qualidade a essas mães, tornando a amamentação um ato exclusivo de prazer. Pois quando a mulher conhece as vantagens da amamentação, promove o aumento do tempo do aleitamento materno para a criança, melhorando assim a relação afetiva mãe\filho. O aleitamento materno é fundamental para o bebê, oferecendo-lhe todos os nutrientes necessários em quantidades e qualidade adequadas. Isso ocorre, pois estes nutrientes estão em maior biodisponibilidade do que nos outros alimentos que são introduzidos à alimentação do bebê em tempos inadequados. Nesse contexto, é imprescindível que os profissionais de saúde estejam devidamente treinados para informar sobre a correta maneira de se amamentar um bebê, as possíveis intercorrências que podem acontecer, indicar ou restringir o uso de medicamentos, além de exercer seu papel de estímulo ao aleitamento materno. 28 REFERÊNCIAS ALMEIDA M.; FERNANDES A.G.; ARAUJO, C.G; Aleitamento materno; uma abordagem sobre o papel do enfermeiro no pós parto. Rev Elétron Enferm, 2004; 6(3);358-67. ARAÚJO, R. M. A. et al. Aleitamento Materno: O desafio de compreender a vivência. Campinas: Revista de Nutrição, 2007. AVILA, I; SALVAGNI, E. P. Aleitamento Materno. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina. Promoção e proteção da saúde da criança e do Adolescente. 2009. P 15- 18. Disponível em: <http://www BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos de Mastologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007 BARROS, S. M. O. (org.). 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