Neospora caninum NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL DA PESQUISA
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Neospora caninum NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL DA PESQUISA
XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Neospora caninum NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL DA PESQUISA Solange Maria Gennari Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Universidade de São Paulo, Av. Prof. Orlando Marques de Paiva, 87, Cidade Universitária, Butantã, CEP 05508-000, São Paulo, SP Email: [email protected] Desde a primeira observação de um novo agente em cães na anti-N. caninum em bovinos de leite do Estado de São Paulo e de corte Noruega (Bjerkas et al., 1984) e a descrição de um novo gênero e espéde Mato Grosso do Sul, em 1997, Gondim e Sartor e em 1998, Pituco e cie, Neospora caninum (Dubey et al., 1988), a neosporose emergiu colaboradores, descrevem o encontro de anticorpos em vacas leiteiras do como uma séria doença no mundo inteiro acometendo, em especial, Estado de São Paulo, em propriedades com problemas reprodutivos, em bovinos e cães. Entretanto o agente também já foi isolado em eqüinos, especial abortamentos. ovinos, caprinos, veados e búfalos e anticorpos já foram descritos em Estudos de ocorrência do N. caninum apresentam resultados gatos, camelos, mão-pelada, raposas e vários outros canídeos (Dubey, que variam de acordo com a região em estudo, tipo e ponto de corte da 2003). técnica sorológica utilizada, além do histórico da propriedade ou aniO cão foi o primeiro hospedeiro definitivo do N. caninum mais examinados, assim sendo, a comparação dos resultados de diferendescrito (McAllister et al., 1998) e, recentemente, observou-se que os tes estudos devem ser realizadas com cautela. coiotes também eliminam oocistos pelas fezes (Gondim et al., 2004) sendo os primeiros canídeos selvagens confirmados como hospedeiros BOVINOS definitivos desse agente. O estudo do N. caninum e da doença por ele causada vem O uso de amostragem de conveniência, em estudos de ocorsendo amplamente realizado em todo o mundo e no Brasil há grupos rência, é muito comum e traz importantes informações, entretanto aferique vêm estudando variados aspectos do agente em diferentes hospeções epidemiológicas não devem ser feitas, baseadas nestas amostragens deiros. obtidas sem o rigor que estes estudos exigem. Assim sendo, a grande Esta revisão tem por objetivo discutir o estado da pesquisa, maioria dos trabalhos realizados em nosso meio são avaliações de ocoros pontos conhecidos e as respostas que ainda deverão ser dadas, em rência de anticorpos anti-N. caninum e poucos são os estudos de prevanosso meio, em relação ao N. caninum. lência de anticorpos. As primeiras descrições da presença de anticorpos anti-N. A Tabela 1 apresenta os resultados de pesquisa de anticorpos caninum no país, foram feitas em bovinos e descritas em resumos de anti-N.caninum em diferentes estudos realizados com bovinos no Brasil. congressos, com informações reduzidas, mas possuem valor histórico Estes estudos, realizados em todas as regiões brasileiras, indicam que o por demonstrarem, pela primeira vez, a existência do agente em nosso agente está disseminado no Brasil, ocorrendo em bovinos de corte e meio. Em 1996, Brautigam e colaboradores encontraram anticorpos leite. Tabela 1. Valores de ocorrência de anticorpos anti-N.caninum em bovinos de diferentes estados brasileiros, respectivas técnicas e autores. Autor ESTADO Amostras Examinadas Ocorrência (%) TÉCNICA Brautigam et al. (1996) SP 40 15,0 ELISA MS 50 8,0 ELISA Pituco et al. (1998) SP 102 34,3 ELISA Gondim et al. (1999a) BA 447 14,0 RIFI Andreotti et al. (1999) MS 91 7,7 ELISA Belo et al. (1999b) SP 28 67,8 RIFI Sartor et al. (1999) SP 521 16,3 RIFI 30,1 ELISA Stobbe (1999) SP 84 36,7 RIFI Melo e Leite (1999) MG 39 7,7 ELISA Ogawa et al. (1999) PR 385 11,7 RIFI Hasegawa (2000) SP 777 15,5 RIFI Melo (2001) MG 584 18,7 ELISA Locatelli-Dietrich et al.(2001a) PR 147 42,0 ELISA Locatelli-Dietrich et al.(2001b) PR 172 34,8 ELISA Corbellini et al. (2001b) SC 29 65,5 ELISA Costa et al. (2001) MG 88 6,8 RIFI SP 411 23,1 RIFI Jesus et al. (2002b) BA 391 10,3 RIFI Corbellini et al. (2002) RS 223 11,2 RIFI Silva et al. (2002) PE 469 34,7 RIFI Munhoz et al. (2002b) RJ 140 33,6 ELISA Munhoz et al (2002a) RJ 126 23,8 ELISA Andreotti et al. (2002) GO 441 17,4 ELISA MS 151 16,6 ELISA SP 12 41,6 ELISA Ragozo et al. (2003) MS 110 28,2 RIFI MG 162 29,0 RIFI PR 90 22,2 RIFI RJ 150 14,7 RIFI RS 140 20,0 RIFI SP 150 23,6 RIFI Guimarães Júnior et al. (2004) PR 623 21,55 RIFI Aguiar (2004) RO 2109 8,7 RIFI ELISA – Ensaio imunoenzimático; RIFI – Reação de imunofluorescência indireta Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 23 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Dois trabalhos estudaram fatores de risco para infecção por N. caninum em bovinos no Brasil, um realizado no município de Londrina, Paraná em propriedades leiteiras produtoras de leite tipo B (Guimarães Júnior et al., 2004) e outro no município de Monte Negro, Rondônia em fazendas de leite, carne e de dupla aptidão (Aguiar , 2004). Os trabalhos foram realizados em regiões muito diversas, em sistemas de criação também bastante diferentes e encontraram como fatores de risco: No Paraná a idade dos animais foi fator de risco para a ocorrência de anticorpos anti-N. caninum com maior número de bovinos positivos após os 24 meses de idade. No mesmo estudo a presença de cães positivos nas propriedades e a prevalência nos bovinos apresentaram correlação positiva fraca enquanto a produção de silagem e/ou concentrado na propriedade atuou como fator de proteção. Em Rondônia o número de animais na propriedade foi fator de risco, com maior prevalência do agente em fazendas com mais de 25 animais, nesse estudo não se encontrou associação entre a prevalência do agente na propriedade e a presença de cães, contato dos bovinos com a floresta e com as variáveis ligadas a reprodução. Stobbe (1999) demonstrou, em propriedades leiteiras do noroeste do Estado de São Paulo, que 53,6% (45/84) dos animais com histórico de abortamento e 26,2% (22/84) dos animais sem histórico, eram soropositivos ao N. caninum, indicando sua importância como agente de abortamento em bovinos no país. Trabalhos realizados no Brasil, pelo diagnóstico do agente por imuno-histoquímica e Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) mostraram que o N. caninum, também em nosso meio, está sendo responsável por abortamentos em vacas, devendo ser incluído em rotina de diagnóstico como mais um dos possíveis causadores de aborto em vacas. Santos (2000) padronizou o diagnóstico imunohistoquímico do N. caninum em bovinos e testou em amostras provenientes de rebanho leiteiro da região norte do Paraná. Amostras de fragmentos teciduais de nove animais suspeitos de neosporose, oito fetos e um bezerro foram analisadas. Em seis fetos taquizoítos foram marcados e em um bezerro cisto foi marcado com soro anti-N. caninum. Seis fetos apresentaram reação inflamatória discreta e localizada em córtex cerebral, e dois fetos reação inflamatória intensa e difusa. Corbellini et al (2002) realizaram estudo de histopatologia em material de 46 fetos bovinos do Rio Grande do Sul. Encontraram uma inflamação não supurativa, principalmente no cérebro e coração de 22 fetos. Desses fetos com encefalite, 18 (81,8%) foram positivos ao N. caninum pela imuno-histoquímica. No mesmo estudo 223 amostras de sangue foram obtidas de vacas com e sem histórico de abortamento. Os autores observaram que as vacas com histórico de abortamento apresentaram soroprevalência de 23,3%, valor 3,3 vezes maior (P<0,05) que o obtido para os animais sem histórico de abortamento (8,3%). São poucos os trabalhos mostrando a participação do N. caninum em um surto de aborto ocorrido em Santa Catarina. Em uma propriedade na qual 28% dos animais abortaram em quatro semanas, Corbellini et al. (2001b) examinaram materiais fetais e realizaram a sorologia nas vacas que abortaram. Os resultados sugerem que o surto tenha ocorrido pelo N. caninum e os autores recomendam maiores estudos para determinar as fontes de contaminação horizontal relacionada ao agente. Uma Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) para diagnóstico do agente em fetos bovinos foi padronizada por Paula et al. (2004), em São Paulo. No mesmo trabalho 32 fetos bovinos foram testados por essa técnica, sendo detectado o DNA do parasito em 10 (31,25%) das amostras. No Paraná, Locatelli-Dietrich et al. (2003) isolaram N. caninum, através de cultivo celular de material proveniente de um bezerro com poucos dias de idade, fraco e que apresentava cegueira. Após o isolamento confirmou-se que os taquizoítos eram de N. caninum pela PCR (BNC-PR1). Este é o único isolado brasileiro de origem bovina. CÃES Devido a grande importância dos cães na epidemiologia da neosporose, como hospedeiros definitivos do agente, muitos são os estudos enfocando essa espécie no mundo inteiro, inclusive no Brasil, como apresentado na Tabela 2. Tabela 2. Valores de ocorrência de anticorpos anti-N.caninum em cães de diferentes estados brasileiros, pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI >50) e respectivos autores. Autor Estado - Cidade Amostras Procedência Ocorrência Examinadas (%) Cabral et al. (1999) MG - Uberlândia 163 Hospital Veterinário 4,29 Rezende et al. (1999) SP - Jaboticabal 301 Hospital Veterinário e 21,92 Canil Municipal Belo et al. (1999a)* SP - Jaboticabal 104 Canil Municipal 35,57 203 Hospital Veterinário 14,77 59 Canis Particulares 18,64 Hasegawa (2000) SP - Avaré 39 Rural 58,97 Mineo et al. (2001) MG - Uberlândia 163 Hospital Veterinário 6,70 Rached et al (2001) SP - Jaboticabal 265 Cães com neuropatia 8,48 Souza et al. (2002) PR - Norte 134 Rural 21,64 Fernandes et al. (2002) MG - Uberlândia 300 Urbana 10,70 58 Peri-urbana 18,90 92 Rural 21,70 Gennari et al. (2002)** SP – São Paulo 500 Domiciliados 10,00 611 Errantes 25,00 Jesus et al. (2002a) BA - Salvador 165 Domiciliados 13,33 250 Errantes 11,20 Cañón-Franco et al. (2003) RO – Monte Negro 157 Urbano 8,30 Aguiar (2004) RO – Monte Negro 174 Rural 12.60 Gennari et al. (no prelo-a) SP - Araçatuba 204 Hospital Veterinário 17,60 Bresciani et al. (no prelo) SP - Araçatuba 108 Canis/Domicílios 15,70 Azevedo et al. (no prelo) PB – Campina Grande 286 Urbano 8,40 * RIFI >25 **Neospora agglutination test – NAT Estudos sobre fatores de risco para infecção pelo N. caninum foram realizados em cães de propriedades rurais de Monte Negro, Rondônia (Aguiar, 2004) e em cães urbanos de Campina Gran24 de, Paraíba (azevedo et al., no prelo). No primeiro estudo nenhuma das variáveis estudadas (contato com áreas de floresta, tipo de exploração bovina da propriedade, presença de bovinos soropositivos ao Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. agente, histórico de abortamento entre os bovinos, dieta dos cães e prática de caça) apresentou associação com a presença de anticorpos nos cães. No estudo realizado na Paraíba, dentre os parâmetros avaliados, associação foi observada entre soropositividade ao agente e acesso dos cães às ruas, com valores de prevalência maiores nesses animais do que naqueles que permaneciam exclusivamente no ambiente doméstico. Gennari et al (2002) também observaram fato semelhante, com encontro de valores de ocorrência de anticorpos anti-N. caninum duas vezes e meia maior em cães errantes do que em cães domiciliados, entretanto Jesus et al. (2002) em cães domiciliados e errantes de Salvador, não observaram diferença nos valores de ocorrência entre esses dois grupos. Fernandes et al. (2002) observaram diferença nos valores de prevalência de cães de região urbana e rural, com maior ocorrência nos de área rural. Dois estudos realizados em um mesmo município do estado de Rondônia (Cañón-Franco et al, 2003; aguiar, 2004) encontraram valores de prevalência de 8,3% e 12,6%, respectivamente para a região urbana e rural do município. Estes dados indicam que no meio rural as fontes de infecção para os cães como ingestão de placenta e fetos contaminados, bem como a possibilidde de caça e de ingestão de cistos teciduais em possíveis hospedeiros intermediários, parece ser importante na epidemiologia e manutenção do N. caninum nesse ambiente. Bresciani et al. (no prelo) avaliaram a ocorrência de anticorpos contra N. caninum em cães de Araçatuba e observaram que os cães alimentados com ração comercial apresentaram menor ocorrência (7,9%) de anticorpos que cães alimentados com comida caseira (31,3%), e esta diferença foi significativa (P<0,05). Souza et al (2002) e Cañón-Franco et al. (2003) encontraram um aumento nos valores de ocorrência com o aumento da idade dos cães, o que sugere exposição pós-natal nesses animais. Entretanto, Gennari et al. (no prelo-a), Bresciani et al. (no prelo) e Azevedo et al. (no prelo) não observaram diferença entre as diferentes faixas etárias estudadas. Trabalhos realizados na Itália apontaram uma maior ocorrência de anticorpos anti-N. caninum em cães positivos a Leishmania infantum (Cringoli et al., 2002). Em estudo semelhante, realizado com cães de Araçatuba, SP, onde a Leishmania chagasi ocorre de forma endêmica, Gennari et al (no prelo-a) encontraram associação (P<0,001), com maior presença de cães soropositivos ao N. caninum no grupo L. chagasi positivo. Na Bahia, Gondim et al (2001) realizam o primeiro isolamento de N. caninum brasileiro, em um cão naturalmente infectado. O isolado foi obtido a partir de bioensaio em gerbil e depositado no Genebank (Nc-Bahia). CANÍDEOS SILVESTRES Os canídeos apresentam especial importância na epidemiologia do N. caninum, em especial após a descoberta da participação do coiote (Canis latrans) como hospedeiro definitivo do agente por Gondim e colaboradores em 2004. No Brasil dois estudos foram realizados com canídeos selvagens, um em Minas Gerais (Melo, 2001) no qual sorologia para pesquisa de anticorpos anti-N.caninum através da RIFI foi realizada em 48 lobos guarás (Chrysocyon brachyurus), provenientes de zoológicos e de vida livre e em dois cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) de vida livre. Em nenhum desses animais anticorpos foram encontrados. Outro trabalho, realizado com canídeos selvagens de vida livre foi realizado por Cañón-Franco et al. (2002). Nesse estudo, os soros foram avaliados por técnica de aglutinação (NAT - Neospora agglutination test) e pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Foram analisadas 15 amostras de cachorros-do-mato (C. thous) do Estado de São Paulo e Paraná, 12 amostras de graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus) do Estado do Rio Grande do Sul e 30 amostras de raposinhas do nordeste (Dusicyon vetulus), procedentes do Estado da Paraíba. Anticorpos anti-N. caninum foram encontrados em quatro dos 15 C. thous, em cinco dos 12 L. gymnocercus e em nenhum dos 30 D. vetulus. Os resultados indicam que há possibilidade que essas espécies de canídeos, que habitam o ambiente brasileiro, possam ser hospedeiros definitivos do agente e estudos nesse sentido devem ser realizados. GATOS Gatos foram experimentalmente infectados com N. caninum desenvolvendo quadro clínico e soroconvertendo alguns dias pós-infecção (Dubey e Lindsay, 1989), entretanto não há relatos do agente causando doença natural nessa espécie. Só há, até o momento, um único estudo realizado por Dubey et al. (2002) utilizando soro de 502 gatos domésticos das cidades de São Paulo e Guarulhos para pesquisa de anticorpos antiN.caninum. Desses, 470 soros eram de gatos errantes e 32 de um gatil particular. Os soros foram analisados pelo NAT e aqueles que apresentaram títulos maiores que 80 foram processados pelo western blotting. Anticorpos foram encontrados em soros de 104 gatos na diluição de 1:20 em 44 gatos, 1:40 em 36 animais, 1:80 em 18, 1:160 em cinco gatos e 1:800 em um gato. A análise pelo western blotting nos gatos com títulos superiores a 80 demonstrou resultados positivos em 10 animais. Amostras dos mesmos animais foram processadas para Toxoplasma gondii, mostrando que não estava ocorrendo reação cruzada. Entretanto, somente a presença de anticorpos pode ser conclusiva, pois ainda não se isolou o agente nesta espécie. BÚFALOS Existem poucos relatos até o presente momento de neosporose em búfalos. No Brasil Gondim et al. (1999) encontraram 42 (36,5%) dentre 115 búfalas, soropositivas para anticorpos anti-N. caninum em quatro fazendas da Bahia. Em São Paulo, no Vale do Ribeira, Fujii et al (2001) encontraram 64% das 222 fêmeas examinadas pela RIFI e 53% pelo NAT, positivas ao agente. Também no Estado de São Paulo, Souza et al. (2001) encontraram 56% de 411 animais examinados, oriundos de propriedades leiteiras localizadas em 12 municípios do Estado, soropositivos ao N. caninum e em todas as propriedades examinadas havia animais positivos, indicando a ampla distribuição do agente no Estado de São Paulo. Gennari et al. (no prelo-b) realizaram pesquisa de anticorpos anti-N.caninum em 196 fêmeas de três propriedades do estado do Pará e encontraram 70,9% de animais positivos. Os autores observaram diferença nos valores dos títulos de anticorpos, com maior número de animais positivos com títulos superiores a 800 (P<0,05). Em estudo realizado com búfalos de diferentes regiões do Estado de São Paulo por Rodrigues et al (2003) os autores acompanharam o perfil de anticorpos anti-N. caninum em mães e seus respectivos filhos, para avaliar a duração dos anticorpos colostrais. Observaram que em seis dos 23 pares positivos examinados, os bezerros tornaram-se negativos à partir do quarto mês até o oitavo e, em média, os anticorpos colostrais permaneceram na circulação por maior tempo do que o observado em bovinos. O restante dos bezerros (17) inicialmente positivos, permaneceram positivos, indicando transmissão transplacentária. Recentemente, Rodrigues et al. (2004) infectou experimentalmente búfalos com taquizoítos de N. caninum e observou que a soroconversão ocorreu a partir do 7o. dia, estando todos positivos no 11o. dia pós-infecção e os animais permaneceram apresentando títulos até o final do período experimental, doze meses mais tarde. O primeiro isolado de N. caninum de origem bubalina foi obtido por Rodrigues et al (no prelo) com animais naturalmente infectados do Estado de São Paulo. O agente foi isolado em cultivo celular, bioensaio em gerbil e bioensaio em cães, tendo sido seqüenciado, confirmado como N. caninum e depositado no Genebank (Ncbuffalo). Nesse mesmo estudo um bezerro soronegativo foi infectado com oocistos eliminados pelos cães que ingeriram cérebro de búfalos naturalmente infectados e este animal soroconverteu, indicando que o isolado de búfalos infecta bovinos. OVINOS Em ovinos há relatos de isolamento do agente em fetos abortados, entretanto a importância desse agente nessa espécie parece ser pequena (Dubey, 2003). No Brasil estudos feitos praticamente no mesmo período por Romanelli (2002) no Paraná e por Figliuolo et al. (no prelo), em São Paulo, encontraram valores de prevalência bastante semelhantes. No Paraná amostras de soro de 305 ovinos de diferentes Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 24 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. idades, do município de Guarapuava, foram examinadas. Encontrou-se prevalência de 9,51%, com oito das nove propriedades examinadas apresentando animais positivos, entretanto não se observou associação entre presença de cães positivos e a infecção em ovinos (Romanelli, 2002). Em São Paulo, amostras de soros de 597 ovinos de ambos os sexos e variadas idades, de 30 propriedades da região centro-oeste do Estado foram examinadas quanto a presença de anticorpos anti. N. caninum. Prevalência de 9,21% foi encontrada, com 55 animais positivos, não sendo observada diferença entre o número de positivos nas diferentes faixas etárias estudadas, indicando que o agente está ocorrendo de forma homogênea nos rebanhos estudados. Das 30 propriedades avaliadas somente em quatro delas nenhum animal positivo foi encontrado, com a prevalência por propriedades variando de 0 a 30% e também não foi observada associação entre a presença de cães e ovinos soropositivos ao agente (Figliuolo et al., no prelo). CAPRINOS São poucos os estudos relacionados a caprinos e infecção por N. caninum, entretanto há relatos na literatura de abortos e mortalidade neonatal em caprinos nos Estados Unidos (Barr et al., 1992, Dubey et al. 1992) e no Brasil (Corbellini et al, 2001a). Neste último, os autores relatam o encontro de agente em um caprino, nascido com ataxia e opstótono. Os sinais nervosos tornaram-se mais severos três dias após o nascimento quando o animal foi sacrificado. Vários cistos de N. caninum foram observados no córtex cerebral e medula, e confirmado pela imuno-histoquímica. Lesões também foram encontradas no coração, pulmão e fígado, entretanto taquizoítos do agente não foram observados. Trabalho realizado utilizando caprinos de 19 rebanhos paulistas por Figliuolo et al. (2004) encontraram prevalência de 6,34%, com 25 das 394 amostras de soro examinadas positivas ao agente. Também para essa espécie associação entre idade e presença de cães e prevalência nos caprinos não foi observada. Em todas as propriedades pelo menos um animal apresentou-se positivo, com valores de prevalência por propriedade de 3,34 a 100%. EQUINOS Em 1998, Marsh e colaboradores descreveram uma nova espécie de Neospora, em eqüinos, denominando-a Neospora hughesi, entretanto ainda não se sabe ao certo se esta é a única espécie que infecta os eqüinos (Dubey, 2003). Amostras de 101 eqüinos do Brasil, procedentes de vários haras brasileiros foram analisadas pelo NAT por Dubey et al. (1999b) e nenhum animal apresentou anticorpos anti-N. caninum. CERVÍDEOS N. caninum já foi isolado em cervídeos de vida livre e de zoológicos nos Estados Unidos e na Europa como apresentado por Dubey (2003) em revisão sobre neosporose. Uma alta ocorrência de anticorpos foi observada em cervídeos silvestres e esta ocorrência não aumentou com a idade dos animais, indicando que deve estar ocorrendo transmissão congênita, também nessa espécie, e um ciclo selvagem do agente (Dubey et al, 1999a; Lindsay et al., 2002). No Brasil dois trabalhos sobre ocorrência de anticorpos anti-N. caninum em cervídeos foram realizados. Num primeiro estudo amostras de veado campeiro (Ozotoceros bezoarticus) capturados de dois diferentes ambientes, sendo 23 amostras do Parque Nacional de Emas, Goiás, um ambiente de savana, cercado de agricultora e com mínimo contato entre animais selvagens e domésticos; e 16 amostras do Pantanal, Mato Grosso, uma planície inundável, onde os animais domésticos têm amplo contato com os cervídeos. Dos 39 cervídeos examinados 38,46% (15) apresentaram anticorpos anti-N. caninum. Interessante neste estudo foi a constatação de que o contato com animais domésticos pode estar sendo responsável por maior ocorrência de anticorpos anti-N.caninum nos cervídeos, pois 75% (12) e 13,04% (3) dos animais do Pantanal e do Parque Nacional de Emas, respectivamente, apresentaram anticorpos, sendo esta diferença significativa (P<0,001) (Tiemann et al., no prelo b). 25 Outro trabalho foi realizado pelo mesmo grupo (Tiemann et al, no prelo a) com a finalidade de avaliar a presença de anticorpos em 150 amostras de soros de cervídeos de cativeiro do gênero Mazama spp, sendo estas procedentes de 31 cativeiros e de 16 zoológicos de diferentes regiões do Brasil. Anticorpos foram encontrados em 42% (63) das amostras. Dos 86 cervídeos de criadouros 38 (44,2%) apresentaram anticorpos e das 64 amostras de zoológico, 25 (39,1%) foram positivas. Não houve diferença nos valores de ocorrência dos cervídeos de criadouros e de zoológicos, bem como para cada uma das espécies de Mazama avaliadas (P>0,05). Os resultados desses dois estudos indicam que o agente encontra-se altamente disseminado, no Brasil, entre os cervídeos, sejam de vida livre ou de cativeiro. OUTROS ANIMAIS SILVESTRES No Brasil além da pesquisa de anticorpos anti-N.caninum em canídeos e cervídeos já se pesquisou a ocorrência de anticorpos em gambás (Didelphis marsupialis) e em capivaras (Hidrochoeris hidrochoeris). Amostras de soros de 396 gambás da cidade de São Paulo foram analisadas pela RIFI na diluição inicial de 1:25 e os positivos até o título final. Dos 396 animais examinados, 21,2% (84) apresentaram anticorpos anti N. caninum sendo esta a primeira descrição da presença desses anticorpos em gambás (Yai et al., 2003). Amostras de soros de 149 capivaras de seis municípios do Estado de São Paulo foram analisadas pela RIFI para pesquisa de anticorpos anti-N. caninum. A ocorrência foi de 8,7%, com 13 das 149 capivaras soropositivas ao agente e com quatro dos seis municípios que tiveram animais examinados apresentando capivaras positivas (Gennari et al, no prelo-c). Esta revisão mostra que muito tem sido feito para o melhor conhecimento desse importante coccídeo em nosso meio, entretanto alguns pontos mereceram pouca ou nenhuma atenção. Apesar dos estudos terem encontrado altos valores de ocorrência do N. caninum, em especial na espécie bovina, onde o agente tem especial importância, ainda pouco se conhece da epidemiologia deste parasito em nosso meio. Pouco se sabe da importância das vias de transmissão e da existência ou não de pontos críticos da infecção nas condições de criação de nossos animais nas propriedades brasileiras. Outros pontos pouco estudados referem-se à resposta imune das diferentes espécies animais à infecção pelo N. caninum. Há na literatura alguns poucos trabalhos com a espécie bovina, mas pouco se sabe das outras espécies animais e mesmo dentre os bovinos, não há estudos comparando as possíveis diferenças entre raças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, D. M. Prevalência de anticorpos anti-Neospora caninum, anti-Brucella abortus e anti-Leptospira spp em bovino da zona rural do município de Monte Negro, Rondônia: Estudo de possíveis fatores de risco. 118p. Dissertação (mestrado) – Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, 2004. ANDREOTTI, R., PINCKNEY, R., GOMES, A. Diagnóstico sorológico de um rebanho bovino de corte de Mato Grosso do Sul, In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 11, Salvador. Anais...Salvador: Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária, 1999, p.226. ANDREOTTI, R., PINCKNEY, R., GOMES, A., PIRES, P. P., SILVA, E. A. 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