O apriorismo kantiano Documento PDF
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Texto: O apriorismo kantiano e superação do racionalismo e do empirismo «A capacidade de receber representações, graças à maneira como somos afectados pelos objectos, denomina-se sensibilidade. Por intermédio, pois, da sensibilidade são-nos dados objectos e só ela nos fornece intuições; mas é o entendimento que pensa esses objectos e é dele que provêm os conceitos. O nosso conhecimento provém de duas fontes fundamentais do espírito, das quais a primeira consiste em receber as representações e a segunda é a capacidade de conhecer um objecto mediante estas representações; pela primeira é-nos dado um objecto; pela segunda é pensado em relação com aquela representação. Intuição e conceitos constituem, pois, os elementos de todo o nosso conhecimento, de tal modo que nem conceitos sem intuição (…), nem uma intuição sem conceitos podem dar um conhecimento. Pelas condições da nossa natureza, a intuição nunca pode ser senão sensível, isto é, contém apenas a maneira pela qual somos afectados pelos objectos, ao passo que o entendimento é a capacidade de pensar o objecto da intuição sensível. Nenhuma destas qualidades tem primazia sobre a outra. Sem a sensibilidade, nenhum objecto nos seria dado; sem o entendimento, nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas. (…). Estas duas capacidades ou faculdades não podem permutar as suas funções: o entendimento nada pode intuir e os sentidos nada podem pensar. Só pela sua reunião se obtém conhecimento.» Kant, Crítica da razão pura, Lisboa, Fundação. Calouste Gulbenkian, 1997. pp. 61-89 (adaptado)
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