Untitled - Tenda de Umbanda 2 Caboclos

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Untitled - Tenda de Umbanda 2 Caboclos
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Página - 2
Umbanda
não é macumba
A PALAVRA DO EDITOR
Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]
DEPOIS DO Lançamento do livro
“Umbanda não é Macumba”, muitas
pessoas me perguntam: “Então eu não
posso dizer mais que sou macumbeiro?”. E, em contra partida, outros me
dizem: “Isso mesmo, muito bom, nós
não somos macumbeiros, nós somos
umbandistas”.
A polêmica é antiga e, pelo visto, não vai acabar tão cedo e muito
menos com a publicação deste título.
“Umbanda não é Macumba” é apenas
o título do livro, não é uma imposição
linguística-doutrinária e muito menos
um fundamento teológico, no entanto,
vale fazer esta reflexão.
Para quem me pergunta se não
pode mais se identificar como Macumbeiro, eu respondo que: “nós podemos
dizer que somos macumbeiros, os
‘outros’ é que não podem nos chamar
de macumbeiros”. E para quem reafirma que somos umbandistas e não
macumbeiros, eu também aceno de
forma afirmativa e concordo.
A única coisa com a qual eu não
concordo é com a discriminação, o
preconceito e a intolerância religiosa.
Identificar umbanda como macumba
pode estar certo ou errado, inclusive
dependendo do tom de voz e da intenção com que se afirma umbanda
como macumba.
Por exemplo, uma pessoa preconceituosa, quando chama a umbanda
de macumba e o umbandista de
macumbeiro, faz com a intenção clara
de agredir, discriminar e diminuir a
fé alheia, desclassificando qualquer
qualidade que possa ter relacionada
ao sagrado.
Agora, quando um umbandista,
que conhece sua religião e sabe que é
chamado de macumbeiro e sabe que
chamam sua umbanda de macumba,
quando ele assume esta identidade
com irreverência e diz abertamente
“vou à macumba”, ele não está errado, pois o erro está muito mais na
carga pejorativa da palavra do que no
emprego dela em si. E, desta forma,
quando duas pessoas estão afirmando
a umbanda como macumba, é possível
que uma esteja certa e outra esteja
errada. Certa ou errada não é a afirmação em si e, sim, a interpretação da
palavra macumba.
No entanto, porém, se falar para
pessoas leigas que vai a uma macumba, independente do tom, pejorativo
ou não, estas pessoas não vão entender que apito você toca e onde, de fato,
você vai. Isso porque a palavra é muito
mais conhecida por sua conotação e
expediente:
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interpretação negativa do que por seu
real significado.
Ao dizer que vai à macumba a
alguém que não lhe conheça e que
esteja fora deste contexto religioso,
muito provavelmente, além de ficar sem
saber o que você quis dizer, é possível
que o interprete mal. Muitos pensam:
“Eu posso não saber o que é macumba,
mas coisa boa que não é!”.
Por conta de todas estas confusões
e desencontros, o título deste livro
poderia ser: “Umbanda não é o que
você pensa que seja Macumba” ou
“Umbanda não é apenas o que você
pensa que seja Macumba”.
No entanto, com o primeiro título,
eu estaria escrevendo para um público
específico apenas, e com o segundo
título, eu estaria escrevendo para um
outro público específico e, assim, não
alcançaria a todos, que é o propósito
deste livro.
Este é um livro tanto para quem
não sabe o que é Macumba, para quem
tem uma ideia distorcida, quanto para
quem já sabe o que é Macumba de fato.
Considero este livro ideal para dar
de presente a quem nunca leu nada
sobre Umbanda ou para quem tem
preconceito. Um livro perfeito para
dar de presente para aquele parente
não vende anúncios
ou assinaturas
Nossa capa:
É uma obra filantrópica, cuja missão
é contribuir para o engrandecimento
da religião, divulgando material teo­
ló­gico e unificando a comunidade
Umbandista.
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Foto: Guias Mirins (Imagens Bahia)
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chato que sempre lhe critica, faz uma
piada de mal gosto ou olha atravessado para suas guias e roupa branca.
Mas também é um ótimo livro e uma
boa leitura para quem já conhece a
Umbanda de longa data.
Desde o título até as últimas páginas, este livro traz o propósito de nos
fazer pensar o que é Umbanda de uma
forma simples e em seus fundamentos
mais básicos. Conto com a ajuda de
todos para divulgar, recomendar e
dar de presente: “Umbanda não é
Macumba”.
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
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Magia Divina das Sete
Oferendas Sagradas
Por RUBENS SARACENI - Contatos: [email protected]
A MAGIA DIVINA das Sete Oferendas
Sagradas, mistério aberto por Mestre
Seiman Hamisér Yê há alguns anos como
auxiliar em certas ações de outras magias,
nos permite trabalhar com o poder das
oferendas de uma forma totalmente nova
e desconhecida de todos que já realizam
trabalhos na natureza recorrendo à oferta
de elementos consagrados como possuidores de poderes mágicos.
Nesta magia, não usamos nenhum
elemento material e, sim, nos servimos do
poder que nos é concedido nas iniciações
perante os Sete Tronos de Deus. Fato este
que concede ao mago iniciado o poder de
ativar e trabalhar em benefício das pessoas necessitadas de uma forma inédita no
campo da magia e das oferendas.
Um pouco do conhecimento sobre
esta magia já havíamos aprendido no
curso de Magia Divina do Sagrado Orixá
Exu, na Magia Divina dos Sete Giros
Sagrados, dos Sete Vórtices Sagrados e
mais alguma que agora não me lembro.
Mas, nestas magias, o uso do Mistério das
Sete Oferendas Sagradas é limitado ao de
ativador de outros mistérios e não ao de
ação mágica por si mesmo, porque toda
oferenda é um espaço mágico e um portal
de passagem e de trabalho para forças
divinas, naturais e espirituais.
Na prática pura com esse mistério
magnífico, a oferenda sagrada é o agente
mágico e realiza suas ações sob a regência
do poder invocado e colocado em ação
a partir dela e dos elementos que cada
divindade rege.
Temos oferendas dos Tronos, dos
Anjos, dos Arcanjos, dos Serafins, dos
Querubins, das Potestades, das Divindades
Gênios, das Divindades Elementais, dos
Orixás, etc.
Para quem é umbandista, saiba que
essa magia abre o trabalho com a oferenda
sagrada de cada um dos orixás conhecidos
dentro da Umbanda de uma forma surpreendente e facilita o auxílio às pessoas
necessitadas.
Cortamos trabalhos de Magias Negras, de Amarrações, de fechamentos de
caminhos, de virada de forças, etc. com
uma facilidade que nos deixa admirados
por sua eficiência e rapidez, desobrigando
os necessitados de irem até a natureza
e fazerem algum tipo de oferenda para
serem ajudados pelos orixás ou por suas
forças espirituais e naturais, forças que
só podem ser ativadas na irradiação deles
através de oferendas, ainda que seja de
uma única vela acesa em um ponto de
forças mágicas.
Nesta magia divina, as pessoas que forem médiuns umbandistas que trabalham
caritativamente, e só aos umbandistas,
serão concedidas a todos os seus Guias
Espirituais, tanto aos da Direita quanto aos
da Esquerda, a iniciação no Mistério das Sete
Oferendas Sagradas simultaneamente às dos
seus médiuns e, daí em diante, eles poderão
recorrer a este mistério divino para ajudarem
as pessoas necessitadas que a eles recorrerem na busca de auxílio espiritual ou material,
pois ativarão os mesmos poderes divinos aos
quais servem como guias espirituais.
Esta concessão aos guias espirituais dos
médiuns umbandista que não cobram nada
pelos trabalhos espirituais que fazem pelos
seus semelhantes tem por objetivo facilitar
seus atendimentos e atende a um propósito
maior dos sagrados Orixás: Não deixar de
ajudar as pessoas necessitadas do auxílio
através das oferendas feitas na Natureza e
em seus Pontos de Forças Mágicas, cada vez
mais difíceis de serem frequentados pelos
médiuns umbandistas, sujeitados a constrangimentos e a ameaças quando tentam
fazê-las fora dos santuários construídos para
essa finalidade.
Após este alerta, concluo a apresentação
desta nova e maravilhosa Magia Divina com
esta revelação: Na magia Divina das Sete
Oferendas Sagradas não usamos nenhum
elemento de magia, tais como ervas, bebidas,
comidas, charutos, cigarros, velas, flores,
frutas, sementes, etc. E, no entanto, trabalhamos com todos os poderes mágicos destes
elementos e de muitos outros, desconhecidos
pelos umbandistas, mas que fazem parte dos
recursos mágicos dos Sagrados Orixás.
Palavra de Exu Caveira
Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]
Tem um minutinho? Para a palavra do Exu Caveira?
Conhece a palavra do Sr. Tranca Rua?
A Senhora gostaria de se libertar na força de Maria Mulambo?
Vamos quebrar a inveja com Maria Padilha?
Que tal levantar a moral e descomplicar a vida no Axé de Exu Mirim?
Vamos limpar todas as mágoas com Rosa Caveira?
A Pomba Gira Menina pode lhe envolver com seus encantos?
Está precisando de um pouco de prosperidade? Isso é com Exu do Ouro!
Posso lhe oferecer o amparo do Sr. Marabô?
Podemos chamar a proteção do Sr. Tiriri?
Calunguinha quer lhe trazer muitos presentes do além!
Sr. Morcego manda lembranças, Pantera Negra oferece a guarda!
Exu sombra vai lhe guardar das trevas interiores e lhe conduzir para a Luz!
Sr. Capa Preta também lhe oferece proteção sob sua capa contra o inimigo, a
inveja e a hipocrisia humana!
E a única coisa que se espera em troca é: RESPEITO!!!
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
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Regularize seu terreiro!
Ficou muito mais fácil!
Mensagem do Sr. ZÉ PELINTRA por MARIA DE FÁTIMA GONÇALVES
Contatos: [email protected]
Por ALEXANDRE VANCIN TAKAYAMA - Contatos: [email protected]
NO ÚLTIMO DIA 27 de agosto, a
gestão do Prefeito Fernando Haddad,
através da Portaria Sel 179, excluiu
os Templos Religiosos com lotação
de até 250 pessoas de obter o Alvará
de Funcionamento. Agora, basta o
Protocolo e o Templo Religioso já
estará regular.
Desta forma, para considerarmos um Templo Religioso regular, o
mesmo deverá, em primeiro lugar,
registrar o seu Estatuto no Cartório de
Registro Civil de Pessoa Jurídica, isto
equivale à “Certidão de Nascimento”
do Templo. Em segundo, deverá
providenciar a emissão do seu cartão
de CNPJ, o que equivale ao “CPF” do
Templo, e, por último, a sua inscrição
no CMC ou CCM, que é o Cadastro
Municipal de Contribuintes. Após isto,
irá protocolar o seu pedido de Alvará
de Funcionamento e, desta forma,
terá o Protocolo acima mencionado.
A necessidade de apenas um
Protocolo não isenta o Terreiro da
necessidade do Estatuto, CNPJ e
Inscrição Municipal, documentos sem
os quais não estaremos regulares.
A regularização de nossos Terreiros
nos proporcionará, a cada dia, a
formação de uma Religião mais sólida
e compromissada, não somente com
a Lei Divina, mas também com a Lei
dos Homens.
com o espancamento do atabaque. A
energia vem do nosso coração e pode
ser expressa por nossa Fé, não sendo
necessário para isso que o vizinho do
próximo quarteirão acompanhe nossos
pontos.
Nosso compromisso, ao assumirmos ser Umbandistas, está em
seguirmos as palavras do Caboclo
das Sete Encruzilhadas, aprendendo
com os mais instruídos e ensinando
os menos. Isto significa que devemos
aprender a sermos Filhos melhores,
Pais melhores, Irmãos melhores, pois é
com o respeito e amor aos outros que
seremos Seres humanos melhores.
A competência espiritualista deve
sempre andar de mãos dadas com a
competência administrativa, lembrando que aqueles que são Filhos de Fé
também são responsáveis por ajudar na
construção e manutenção do Templo e
de seus trabalhos, tanto com recursos
materiais, quanto com dedicação e comprometimento pleno, pois ali não está
depositada somente a Fé do Sacerdote
e, sim, de todos.
Demonstrando nossa civilidade,
respeitando aqueles que residem no
entorno de nossos Terreiros, estaremos fazendo um bem a nossa linda
Umbanda.
É fundamental também respeitarmos as Leis que regulamentam as
sonoridades que podem ser emitidas
durante nossos Trabalhos. Nossa
religião é linda e toda cantada, mas
uma boa energia não precisa ser demonstrada aos berros, nem tampouco
Salve a divina
Yansã!
A Caridade não deve fazer parte
somente das palavras e atos de nossos
Guias, mas também da cortesia e atos
de nosso dia a dia, zelando pelos mais
velhos e nossas crianças, da mesma
forma que zelamos por nossos Amados
Pretos Velhos e Eres.
Tenho esperança de, um dia, sermos reconhecidos por nossa Caridade
desincorporada, ou seja, demonstrada
por nós mesmos.
Reflexões de um templo
Por NANDA SAMPAIO - Contatos: [email protected]
MATAMBA, MATAMBA,
ó minha Mãe Oyá!
Gira e rodopia, vento, ventania,
minha Mãe, vem cá!
Vem nesse Terreiro, traz bênção
ao povo, minha Mãe, vem cá!
Traz força dos raios, Sol
do meio-dia, brava ventania,
minha Mãe, vem cá!
Conduz o Teu povo pra um
andar novo, limpo e ligeiro,
minha Mãe, vem cá!
Gira e rodopia, traz
Tua Magia Pura e
Divina, minha Mãe, vem cá!
Senhora Oyá, vento e tempestade
que traz claridade ao nosso olhar, vem cá!
Dá-nos Direção, limpa os corações,
quebra os grilhões, minha Mãe, vem cá!
Rebenta as correntes e nos liberta as mentes, minha Mãe, vem cá!
Soa o Barravento, chamando a Matamba: minha Mãe, vem cá!
Soa o toque forte, vai de Sul a Norte: minha Mãe, vem cá!
Insiste o batuque, clamam os Teus filhos: minha Mãe, vem cá!
Pois estão aflitos, pedem Movimento, pedem Direção:
minha Mãe, vem cá!
Eis que explode um Sol, brilham mil Estrelas,
sopram Tempestades: Yansã chegou!
Tudo fica claro, tudo fica lindo: Matamba chegou!
Choram os Teus filhos, muito agradecidos: Mãe Oyá chegou!
Chão e Céu se cruzam, brilho de mil Luzes: Yansã reinou!
Reina minha Mãe! Cuida dos Teus filhos! Dá-nos o Teu trilho!
Põe-nos em movimento, na Direção do Teu Reino Nobre,
Impondo a Lei e Ordem em nossos corações!
Cura o rico e o pobre, unindo as Nações!
DO QUE É COMPOSTO um terreiro de
Umbanda? Basicamente de pessoas,
encarnadas e desencarnadas, de alguns elementos e imagens referenciais
e de FÉ, principalmente de FÉ.
Há toda uma composição energética que atrai frequências e vibrações
para que determinados problemas
e situações ocorram. Essas mesmas
frequências também fazem com que
o grupo se aproxime e se forme para
que o trabalho espiritual ocorra.
O terreiro é um local onde devemos buscar nossa fé, o desenvolvimento espiritual e a caridade. Terreiro
não é local para fazer amizades, flertar
ou passar o tempo. É no terreiro que
devemos buscar a reflexão do espírito
e a purificação da alma.
Assim como o lado profissional,
assim como na vida, sempre enfrentaremos situações que nos levem a
qualquer tipo de desgaste, seja ele
físico, emocional, espiritual...
Cabe ao ser saber lidar com as
situações e, assim como um bom
malandro, devemos aprender a ter
o jogo de cintura para não deixar a
peteca cair.
Problemas existem e sempre
existirão, porém nós temos o grande
defeito de achar que só nós, como indivíduos, temos dificuldades na vida e
que somos vítimas de um mundo cruel.
NÃO! PARE! Seja o autor dos seus
problemas e resolva-os!
Dessa forma, a gente aprende a ser
gente grande e, naquele momento em
que adentrar ao templo umbandista,
ou de qualquer religião que deseje,
os problemas se tornarão mínimos e
aprenderemos a dar maior importância
ao “Agradecer”.
Agradecer pelo ar que se respira,
agradecer pela saúde que lhe cabe,
agradecer a vida! E aprende também a
dar maior valor ao íntimo e ao espírito.
Independente da situação e dos
problemas existentes, naquele momento em que se diz “Saravá a defumação”,
é o momento em que o corpo estremece, a fé acontece e a evolução do
espírito cresce.
Salve, ó Mãe Divina, Mulher e Menina, Senhora de Oyá!
Ó Doce Feiticeira, que doma a maldade e desperta a bondade,
Reina em nossas vidas, com a Luz da Verdade!
Eparrey, Yansã! Senhora da Lei e da Justiça,
Livra-nos do mal do orgulho e da cobiça,
Da vaidade exagerada e da preguiça,
Dos medos sem razão e das teias da ilusão;
Da falta de confiança e da desesperança,
Dos apegos e desculpas,
Dos rancores e das culpas;
Das tristezas que consomem,
E dos soluços contidos
Por enganos cometidos
Nesta Terra dos homens.
Eparrey, Yansã!
Tu que és qual fulgurante Estrela da Manhã,
Toma os nossos corações,
Cura-nos das ilusões,
E Reina sobre nós, agora e para sempre!
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
O que a Umbanda me ensinou
Página -5
Por FRANCIELE CRISTINA FREIRE - Contatos: [email protected]
A UMBANDA TEM O DOM de unir as
gerações e fazer de temas corriqueiros
motivo para pensamentos e reflexões
constantes, entre o antigo e o novo,
em um belíssimo elo de transformação das ideias, aprimoramento do
conhecimento, juntamente com a
manifestação de fé e amor.
Imaginemos que a Umbanda seja
uma das árvores da vida no jardim de
nosso Divino Criador.
Em sua raiz, está a essência da
religião, onde encontramos os princípios divinos e seus valores, distribuídos
de semelhante maneira por meio do
caule e troncos. Cada tronco seria
uma vertente da Umbanda; o corpo
da árvore seriam os nossos sagrados
Orixás, disseminando as forças divinas; as folhas seriam os médiuns; as
flores os nossos mentores espirituais;
e os frutos seriam o trabalho realizado
pela união desses elementos.
A água que irriga a Umbanda
chama-se vida. Essa é a energia
que circula desde a nossa raiz até os
nossos frutos e as novas sementes. A
força da luz solar é a bendição divina
e a permissão da existência dessa religião, que vem com ideais e princípios
da prática da caridade no sentido do
amor fraterno.
Assim como uma árvore, a Umbanda cresce e se fortalece a cada ciclo
de sua vida. Primeiro com a semente
que foi plantada, depois com as raízes
que aos poucos apareceriam. Então,
com o fortalecer de um solo fértil
e irrigado, passando pelos tempos
quente, frio, chuvoso, seco... até que,
somando forças, se estabelece e se
desenvolve.
Como uma árvore, a Umbanda
possui seu próprio DNA, sua essência.
Dentro dessa matéria há vida, assim
como em qualquer ser vivo, um espírito, uma alma. A alma da Umbanda é
Deus. O nosso Divino Criador.
Em sua excelência e perfeição,
Deus se divide conosco. É aquele que
nos oferece e abre caminhos, por meio
de pai Ogum. É aquele que nos irradia
os sentimentos mais belos de amor à
vida, com mamãe Oxum. É o que faz
com que cada passo valha a pena e
seja justo, com pai Xangô. É quem nos
fortalece no cumprimento da Lei, com
mãe Iansã. É quem faz com que cada
poeira no Universo faça sentido, com
pai Oxóssi. É o retrato de que tudo
vale a pena em nossa existência, se
ali houver fé, como bem nos mostra
pai Oxalá.
Conhecer as virtudes de Deus
é conhecer a Umbanda. Conhecer
a essência divina e percebê-la em
cada partícula de vida, é conhecer a
Umbanda.
Ser umbandista é pintar as cores da Umbanda a cada minuto da
vida. É acordar “saravando” seus
guias; é orientar irmãos que encon-
tramos “perdidos” pelo caminho; é
abraçar as causas que nos cercam
trabalhando com amor; é sorrir e
apontar uma solução quando tudo
parece perdido; é se ajoelhar e fazer
orações com as guias nas mãos e
a fé no coração; é cantarolar um
ponto sem se dar conta; é ouvir
uma angústia de um ser amado; é
abraçar um desconhecido no meio
da gira; é chorar com a história de
um Preto Velho; é gargalhar com as
travessuras de uma criança.
Ser umbandista é amar a vida e
a existência de todo e qualquer ser,
independente de afinidades, simplesmente, por saber que aquele irmão
é, como você, uma centelha divina.
Falta de constância, o
mal que assola o médium Ter razão ou ser feliz
AUTOR DESCONHECIDO
Por MARCEL OLIVEIRA - Contatos: [email protected]
Aí acendemos milhares de velas,
rezamos, fazemos oferendas, mas
não nos movimentamos em direção a
concretização de nada!
FAZEMOS UM TRABALHO nos terreiros
com muito amor, muita devoção e muito trabalho. Muitas vezes, não sobra
tempo para pensarmos em nossas
vidas em um contexto pessoal e várias
situações cotidianas nos entristecem
por não prestarmos a atenção devida
em nós mesmos e nos negativarmos
de tal forma que sentimos um grande
vazio dentro de nós; que não entendemos pelo tanto que trabalhamos com
os nossos amados guias, mestres e
mentores constantemente, ajudando
aos irmãos, mas esquecendo de nós
mesmos.
atrasa nossa vida e resolve a vida dos
outros que procuram nossos guias.
Quando este fato se repete constantemente, às vezes por anos,
perdemos a vontade de trabalhar na
espiritualidade, pois temos a nítida
sensação de que estamos sozinhos em
nossas vidas e que nossos guias só cuidam dos outros irmãos e não de nós.
Médium que não se cuida, que
não vive sua vida plenamente com sua
família, seus amigos ou com si mesmo,
é um médium fadado a entrar em um
negativismo tanto espiritual como
consciencial.
Muitas vezes, nos propomos a
fazer muitas coisas, com força de vontade e determinação, mas no meio do
caminho perdemos o foco, assim, não
continuamos na luta por entendermos
que não irão se concretizar nossos
projetos por estarem demorando mais
do que esperávamos.
Quantos projetos de vida temos,
quantos sonhos, e empurramos com
a barriga todos eles por acharmos
que, trabalhando na Umbanda, as
coisas acontecem automaticamente.
Constância, foco, força e trabalho são ferramentas essenciais para
recebermos o axé necessário da espiritualidade e concretizarmos nossos
sonhos e projetos!
Passamos a viver a ilusão de que
Umbanda é sofrimento, é solidão, é a
prática da caridade, mas também é
uma missão árdua e dificultosa que
Mas não nos atentamos que nossos guias são seres de uma luz e de um
conhecimento profundos e que jamais
interferem em nossas escolhas e em
nossa vida se nós não nos fizermos
merecedores das graças de Deus e
dos Orixás. Devemos entender que
nossa vida é integralmente de nossa
responsabilidade, e que é o nosso
movimento, nossas atitudes e nossas
ações que nos fazem merecedores do
axé e das graças de Deus em nossas
vidas.
É nosso dever como encarnados
trabalhar e buscar o que almejamos
para nossas vidas!
A matéria é de nossa responsabilidade, portanto, devemos, sim,
buscar com todas as nossas forças a
concretização de nossos projetos e de
nossos sonhos.
OITO DA NOITE, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado
para jantar na casa de uns amigos.
O endereço é novo e ela consultou
no mapa antes de sair. Ele conduz o
carro. Ela orienta e pede para que vire,
na próxima rua, à esquerda. Ele tem
certeza de que é à direita. Discutem.
Percebendo que além de atrasados,
poderiam ficar mal-humorados, ela
deixa que ele decida.
Ele vira à direita e percebe, então,
que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho
errado, enquanto faz o retorno. Ela
sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos
atrasados. Mas ele ainda quer saber:
- Se tinhas tanta certeza de que
eu estava indo pelo caminho errado,
devias ter insistido um pouco mais...
E ela diz:
- Entre ter razão e ser feliz, prefiro
ser feliz. Estávamos à beira de uma
discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!
MORAL DA HISTÓRIA:
Esta pequena história foi contada
por uma empresária, durante uma
palestra sobre simplicidade no mundo
do trabalho. Ela usou a cena para
ilustrar quanta energia nós gastamos
apenas para demonstrar que temos
razão, independentemente de tê-la
ou não.
Desde que ouvi esta história,
tenho me perguntado com mais
frequência: ‘Quero ser feliz ou ter
razão?’ Eu já decidi.... EU QUERO SER
FELIZ e você?
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Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
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Saravá e outras saudações
Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]
NINGUÉM SABE a origem etimológica
da palavra “Saravá”, mas, por algum
motivo, na Umbanda da década de
1950, a palavra começou a ser muito
usada com o sentido de saudar um irmão, ou cumprimentar uma entidade.
Da mesma forma, o candomblé
utiliza a palavra “Axé”; as culturas
Bantu Mukuiú, Nagô Motumbá e Jeje
(alguns nagôs também, pela proximidade) usam “Colofé”; e algumas
tradições nagô, utilizam “Mojubá”.
Por isso, muitas vezes, vemos a
expressão: “a bênção para quem é
de bênção, Saravá para quem é de
Saravá, Motumbá para quem é de
Motumbá e Colofé para quem é de
Colofé”.
Em outras tradições, como no
catolicismo, se usa “Amém”; no Judaísmo, “Shalom”; no Islã, “Salaam”; e
no hinduísmo, “Namastê”.
E, embora muitos digam que é
tudo a mesma coisa, não é a mesma
coisa. Há, sim, a semelhança de serem todos utilizados como saudação
e cumprimento, mas cada um dos
termos citados tem sua própria interpretação.
“Saravá” quer dizer “salve” e é
um cumprimento, uma saudação.
“Axé” significa “poder de realização”.
“Mukuiú” é um pedido de bênção
e a resposta é “Mukuiú NZambi”.
“Motumbá” também é um pedido de bênção e a resposta é “Motumbá
Axé”.
“Colofé”, idem, e a resposta é
“Colofé Olorum”.
Umbanda para crianças
A Casa de Deus
Por MARINA CUMINO Contatos: [email protected]
Thiago era um menino muito
curioso. Ele começou a ir com seus
pais num terreiro de Umbanda. Mas
ele não sabia bem que lugar era esse...
- Papai, o que é um terreiro?
- O terreiro é onde nós viemos
para rezar, cantar e aprender sobre
Deus.
- É como a Igreja que a vovó vai?
- Mais ou menos, filho. Tanto o
terreiro, quando a Igreja, são lugares
onde vamos para pensar e falar com
Deus, mas não do mesmo jeito.
- Mas Deus está aqui e lá?
- Deus está em todos os lugares,
Thiago. Deus está na natureza, nos
animais... está dentro de nós. Mas
na igreja e no terreiro é mais fácil de
sentir Deus, de pensar nele. Aqui nós
nos encontramos com outras pessoas
só para cultuar a Deus.
- Então é como se fosse a Casa
de Deus?
- Isso... é a Casa de Deus.
E podemos ouvir Deus nos pontos que cantamos, ou no toque dos
atabaques.
Podemos sentir Deus quando os
Orixás vêm em terra nos abençoar.
Podemos receber as palavras de
Deus por meio das palavras de nossos
Guias, os espíritos que trabalham com
os médiuns.
E Deus só quer que sejamos
felizes, por isso, aqui na Sua Casa há
tanta alegria!
“Mojubá” quer dizer “eu me
curvo a você”, ou “você é grande”, e
é uma saudação de respeito ao outro.
“Amém” significa “assim seja”.
“Shalom” quer dizer “paz”.
“Salaam” também quer dizer “paz”.
E “Namastê” significa “Deus,
que habita em mim, saúda Deus, que
habita em você”.
Mas, esses dias, me veio uma frase
inspirada – ou, se preferir, copiada
– sobre o significado de “Namastê”,
que muitas pessoas hoje usam como
cumprimento, mesmo que não tenham
a menor ideia do que vem a ser hinduísmo, simplesmente porque é muito
lindo reconhecer Deus no outro.
Então, além de Saravá, eu gostaria
de dizer a todos: Oxalá, que está em
mim, reconhece, reverencia e saúda
Oxalá, que está em você!
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Página - 8
Cortesia com o chapéu
dos Guias
O manto escuro
e oculto
Por FABIANA CARVALHO- Contatos: [email protected]
Inspirado por Pai João - Por NIKOLAS PERIPOLLI
Contatos: [email protected]
AO COMEÇAR A frequentar um terreiro, é comum o consulente, que
pouco ou nada sabe da Umbanda,
ter a impressão de que os Guias de
determinado médium são ótimos,
que adivinham e acertam tudo, que
conversam mais e melhor, etc.
Esse consulente cria uma conexão
com os Guias através do seu médium
e começa a acreditar que ele é um
médium excepcional. E passa a segui-lo com o olhar, sempre que possível
o cumprimenta e, se der, conversa
rapidamente, pede um conselho,
uma orientação... isso pode ser a
semente de um grande problema
chamado EGO.
Um consulente é alguém que,
na maioria das vezes, não entende
os mecanismos da mediunidade, não
sabe direito quem são os Guias e
desconhece os fundamentos da nossa
religião; então, criar afinidades com
determinados Guias e confundi-los
com seus médiuns pode acontecer...
No entanto, o mesmo processo NUNCA deve acontecer com o médium!
Há médiuns que não conseguem
lidar com suas mediunidades, e o
que deveria ser um instrumento de
evolução, passa a ser uma ferramenta
de desequilíbrio, queda e negativação.
A pessoa que tem problemas de
autoestima baixa, de falta de amor-próprio, que não consegue destaque
no campo profissional, afetivo ou
social e começa a sobressair-se no
terreiro, corre o sério risco de ter seu
ego inflado pela forte presença do seu
Guia incorporado nela.
Confunde músico com instrumento, veículo com condutor, médium com
fazem de mim quem sou hoje. E que
fique bem claro que somos pessoas
distintas que, momentaneamente,
compartilhamos a mesma matéria
durante uma incorporação.
Guia... e começa a sentir-se importante, respeitado, amado. Deste ponto
em diante, é um passo para chegar
no ego, soberbia, superioridade e
arrogância.
Há aqueles que já carregam o
orgulho e a prepotência dentro de si
e o ambiente do terreiro e a incorporação criam as condições para esse
desequilibrado dar vazão ao seu ego
já inflado que não encontrava público
na sua vida diária. E, a cada incorporação, ele se sente mais importante,
mais poderoso, mais imprescindível,
chegando mesmo a achar que são
seus Guias que seguram e sustentam o terreiro pois são melhores que
os Guias do Pai de Santo... se não
fosse os Guias dele, a Casa já tinha
fechado!
Meu Guia pode ser poderoso,
sábio, incrível, inigualável, imbatível,
mas é ele e não eu! Méritos dele, adquiridos pelas vivências e experiências
encarnadas e desencarnadas dele. Eu
tenho minha sabedoria, meus méritos
e minhas vivências e experiências que
Posso ser uma médium que acredita que a missão espiritual se resume
a praticar a caridade, doando seu
tempo e “emprestando” seu corpo por
algumas horas semanais de incorporação. E daí, o que o Guia fala ou faz
nada me acrescenta, pois a incorporação já é um fim em si mesma. Saio do
jeito que cheguei ao terreiro, apenas
acrescida da sensação de que pratiquei
a caridade; sou uma ótima pessoa,
todos me amam e me veneram e minha mediunidade é espetacular... sou
o Chico Xavier da Umbanda!!! Claro
que tenho vaga garantida em Aruanda
assim que desencarnar!
Ou posso ser uma médium que
vê na incorporação uma oportunidade
de Deus de aprender e crescer muito
- muito mais que o consulente! Que
sabe que a maior caridade durante
uma Gira é a do meu Guia comigo, que
muito me ensina como grande mestre
que é! Que quanto mais me aproximo
e conheço meu Guia, mais vejo o
quanto ele é sábio e o quanto ainda
tenho a aprender e me melhorar! Que
sei que ele não sou eu, mas que devo
fazer força para que um pedacinho
dele possa ficar em meu coração e
que isso se transforme em consciência
e sabedoria um dia!
Como diriam os antigos... não faça
cortesia com o chapéu dos outros!
Conquiste a admiração e o respeito
das pessoas que te cercam pelos seus
próprios feitos, pelas suas palavras e
ações DESINCORPORADAS.
De certa forma, a frase “Orai e
vigiai” tem fundamento e, com certeza, irá imperar nos corações de todos
aqueles que, de alguma forma, se
espiritualizarem nesta vida, ou que
mantiverem sua Fé viva.
Parece fácil e simples, mas, no
dia a dia de todos, o mais difícil é a
oração e a vigilância, pois, muitas vezes, quem planta ou cria a armadilha
somos nós mesmo, para nós mesmos.
Dia após dia, guardamos, em
um porão escuro, sentimentos de
raiva, inveja, soberba, vergonha,
impotência, mentiras e tantas outras
que, no decorrer da vida, vão se
transformando em um manto escuro
e oculto, pois o seu porão interior não
sustenta mais tanto sentimento oprimido e começa a exalar uma energia
em forma de manto que cobre todo
o períspirito do ser.
Isso ocorre com muitas pessoas, e, muitas delas não conseguem
enxergar a verdade; pois a verdade
não consegue mais penetrar em seu
mental. A dor que esses sentimentos
causam faz com que a pessoa fique
dopada nesse mar sem onda, sem
vento, apenas o balanço morno, lento
e sem vida que as águas escuras e
negativas podem causar.
Mais, e agora? Como posso, de
fato, retirar esse manto que nos
assombra?
Simples, assuma o desapego e a
“nudez” espiritual. Assuma todos os
seus erros para você mesmo, assuma
para o seu mundo pessoal o quanto
de falsidade habita em suas emoções
e reações. Seja transparente como a
água, pois a água é limpa, transparente, dá e sustenta e gera a vida.
Seja a água que corrói esse
manto que vós cobre. Pois um simples gesto ou sentimento de amor,
consigo mesmo, um simples pensamento de honestidade para com
você e seus sentimentos, faz com
que esse manto seja dissipado, seja
desintegrado, pois só o fato de você
se colocar como filho de Deus pode
ser um impulso para uma abertura de
consciência maior.
Quando assumimos a dor como
um meio de avaliarmos melhor
quem nós somos, quando aceitamos
nossa vida como ela é e aceitamos
que tudo que acontece conosco é
devido a nossa conduta, seja ela boa
ou ruim, neste momento, uma luz
desce lá do céu e banha todo o seu
espírito, nesse momento, essa luz
toca seu porão, limpa-o de todas as
sujeiras de sentimentos e transforma
o manto até então escuro e oculto em
pó, trazendo à tona a luz que habita
dentro de você.
Então, ao invés de olhar para
cima e agradecer a Deus, feche os
olhos e olhe para dentro de si mesmo,
e agradeça a Deus, e aos nossos sagrados e amados Orixás que habitam
dentro de você.
Às vezes, o manto escuro e oculto
faz com que maltratemos pessoas
amadas, ou prejudiquemos algumas
outras. Mas, com certeza, no dia
que esse manto cair, você ainda terá
tempo para corrigir tudo; para, com
o tempo, trabalhando na sua honestidade, na sua verdade e no respeito a
tudo, sem competições, sem mentiras
e ciúmes, ter a paz que tanto sonha.
Lembre-se sempre, só depende
de você!
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Página -9
Servir com humildade
Por ANDRÉ COZTA - Contatos: [email protected]
SERVIR A DEUS, através dos Seus Poderes Divinos Manifestados (os Sagrados
Orixás), que são Mistérios D’Ele em si,
e também dos guias espirituais de Lei,
que são manifestadores destes Mistérios
Divinos, é o que costumo chamar de
belo e florido atalho no caminho que
nos religa e leva de volta às nossas
origens, ou seja, aos nossos elementos
formadores e Orixás Ancestrais. É assim
que nós, os umbandistas, voltamos aos
braços do Pai.
Critique-nos quem quiser! Nós,
umbandistas, não vemos outro caminho
para este retorno que não seja através da
religação às forças naturais. É através da
Natureza Mãe que nos reencontraremos.
Os Terreiros de Umbanda são “pequenos” pontos de força, que nos religam
e nos propiciam, nesta vida urbana, a
religação à natureza e à nossa ancestralidade.
Por isso, reflita muito acerca da sua
responsabilidade enquanto umbandista.
Abaixo, uma breve mensagem de Pai
Thomé do Congo:
“O umbandista deve ser sempre
aquele que, invariavelmente, ampara
seu irmão. Mas também, aquele que,
invariavelmente, procurará amparo no
seu irmão.
A humildade deve imperar nos seus
pensamentos, atitudes e na lida diária
com pessoas e situações. Assim agindo,
estará praticando Umbanda o tempo todo
e não somente nas curimbas de trabalho.
Reflita sobre isso, pois, se você chegou até aqui, neste curso de Teologia de
Umbanda Sagrada, é por que procura
respostas para seus questionamentos e
equilíbrio na sua prática religiosa.
Desejo que minhas palavras toquem
seu coração... e que possam promover,
se necessário, mudanças que o façam
caminhar melhor.
Fique na paz dos Sagrados Orixás.”
Ser umbandista na Bahia
Por ZAÍDE DE ALENCAR - Contatos: [email protected]
ESTAVA ESTUDANDO quando vi numa
página de Compartilhamento Social um
texto de Alexandre Cumino, cujo tema
era “Eu sou Umbandista”. Então me vi
na obrigação de dizer que, realmente,
ser Umbandista em Salvador não é uma
coisa fácil.
Aqui a Umbanda não tem identidade
e eu tenho que matar um leão por dia pra
conseguir levar nossa Umbanda no peito.
Digo isso, porque sofro retaliações pela
minha escolha.
Troquei um Centro Espírita Kardecista de 20 anos de trabalho, por
uma Umbanda desconhecida e pouco
promissora. Estou tentando levar o
conhecimento aos adeptos, mas a
escolha do estudo na terra do Axé do
Candomblé e Acarajé é muito difícil, não
existe esse hábito.
Comecei então a buscar informações
sobre essa tal Umbanda pela qual me
apaixonei. Iniciei minha caminhada numa
das poucas, senão dizer única casa de
Umbanda (Umbanda Exotérica Oxum
Apará), e, nesse meio tempo, me foi
dada a incumbência de abrir um centro
umbandista e assim o fiz. Mas se já não
era fácil, ficou pior.
Moro numa cidade Metropolitana e
a maioria da população é Evangélica.
Tenho tentado mostrar essa Umbanda
linda às pessoas que me seguiram nessa
caminhada, aos amigos, mas alguns
continuam, outros não.
Montar uma estrutura nova do nada
exige trabalho e dedicação, deixei meu
emprego, tive que ser mais rígida no trato
com os médiuns para fazer acontecer o
que as entidades queriam e me dediquei
em tempo integral ao Terreiro, pois a Vovó
Maria Conga, dirigente espiritual da casa,
mantém a sua origem Africana dentro da
sua ritualística.
Então, estou estudando essa religião
tão linda e ao mesmo tempo nova. Estou
fazendo vários cursos EAD, inclusive o de
Teologia com Alexandre, tenho buscado
conhecer para informar.
Entretanto, a resistência ainda é muito
grande, a falta de conhecimento, a falta
de vontade de estudar e de realmente
se sentir umbandista fala mais alto. Poucos são os que realmente se vestem de
branco e dizem serem UMBANDISTAS de
coração e alma e pés no chão. Salve a
nossa Umbanda!
Templo de Doutrina Umbandista
Pai Oxalá
e
Pai Ogum
MAGIA DIVINA DAS
SETE PEDRAS SAGRADAS
segunda-Feira: Das 20h00 às 22h00
SACERDÓCIO
Súplica aos pretos velhos
Por NAIRA VENDITTI - Contatos: [email protected]
terça-Feira: Das 20h00 às 22h00
Desenvolvimento mediúnico
Quinta-Feira: Das 20h00 às 22h00
SÁBADO: das 14h00 às 16h00
MAGIA DIVINA DAS SETE LUZES SAGRADAS
SÁBADO: das 10h00 às 12h00
Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi
Rudge Ramos - S.B. do Campo
Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00
www.paioxalapaiogum.com.br
OH, QUERIDOS PRETOS- VELHOS, nos ensinem com vossos passos a caminhar,
Com vossa humildade, nos ajudem a enfrentar os obstáculos da vida,
Que através dos hinos entoados dos cativeiros, nos mostrem a força de vossos Orixás;
Que por meio do vosso exemplo de labuta, que não nos falte a esperança
E que aos sons dos cânticos de Aruanda, que não percamos a fé.
O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
não vende anúncios ou assinaturas
Página - 10
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014
Página -11
Em verdade,
em verdade te digo
Texto orientado pela entidade EXU CAVEIRA - Por JULIO CESAR CRIVELARO - Contatos: [email protected]
JESUS ENSINA que a semeadura é livre, mas a
colheita é obrigatória. E você está semeando e
colhendo o tempo todo. Afinal, a hora seguinte
será o reflexo da hora atual. O dia de amanhã
trará os resultados do dia de hoje. E, assim,
você vai construindo a sua felicidade ou a sua
desgraça, de acordo com o uso do seu livre
arbítrio.
Entenda de uma vez por todas: entidade
de Luz alguma interfere no livre arbítrio de
alguém. Quando atua mais diretamente em
algum aspecto de sua vida, o faz no cumprimento das Leis Universais do Equilíbrio, da
Caridade e da Liberdade.
Continuando ainda a ensinar, o Mestre
disse: “sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Já
eu, humildemente, digo: “Sou o senhor do
caminho. Trabalho na Luz da verdade. Sou
o testemunho do princípio da vida e o último
companheiro na hora da morte. Ninguém vai
ao Pai, quando não bem resolvido comigo”.
Sou o incompreendido e o injustiçado. E
mesmo até agora, sem ter ainda me revelado,
sou mal interpretado.
Pois bem, a quem você culpa quando age
errado? A quem você responsabiliza pelos seus
atos de maldade? É evidente que sou eu. Seu
“bode expiatório” que te isentou da culpabilidade de seus atos até então. Foi assim por muito
tempo. Mas esse tempo acabou!
Acabou, porque Deus criou o mundo e
tudo o que há nele, dando aos homens o
livre arbítrio para optar pelo melhor ou pior
caminho. Assim, quando uma pessoa age mal,
a escolha dessa conduta é somente de quem
pratica e nada tenho a ver com essa escolha,
ou tão pouco a influenciei.
Logo, a transferência de responsabilidade
terminou! Você passará agora a responder
pelos seus atos. Será o jardineiro de sua semeadura. Será o responsável pela sua escolha,
pois o onipresente, onisciente e onipotente, e
somente Ele, sabe e reconhece a verdade dos
seus atos e de suas escolhas.
E será impreterivelmente assim daqui por
diante. Pois eu sou o mensageiro. Eu sou Exu!
Uma entidade espiritual prestadora de serviço
que atua em todas as áreas onde os protetores
de formação espiritual mais elevada não podem
atuar. Sou por dádiva um protetor.
Contudo, sei reconhecer que sou um ser
espiritual de natureza controvertida e indefinida, que ajudo, mas corrijo também. Eis a
razão pela qual me torno impossível de dar
definição exata. Pois qualquer descrição sobre
minha natureza converte-se numa incoerência
por ser difícil de me entender pelos padrões
normais de caridade.
Mesmo assim, ainda sou reconhecido por
combater o mal. Sou justo e tenho equidade
em minhas decisões e em meus trabalhos.
Acredite! Eu nunca fui ou serei o mal, ou a
figura folclórica do Diabo.
Por fim, Segundo o codificador, partindo do
princípio de que o “planeta terra é um mundo
de expiação e provas”, todas as reencarnações
dos homens estão sujeitas à expiação, como
forma de purificar por faltas em vidas anteriores. Logo, não é o Diabo, e tão pouco eu, Exu,
culpado pelos transtornos de uma vida penosa
de sofrimentos, dificuldades e obstáculos, que
ocorre com você reencarnado.
Então, tudo o que peço é respeito e atenção às minhas palavras, pois o que faço pelo
amor, na força da caridade é pedido do Pai, a
quem dedico toda honra e toda glória, agora
e para sempre.
Página - 12
Jornal de Umbanda Sagrada - Setembro/2014

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