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TALITA TREVIZANI ROCCHETTI Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos a Transplante de Órgãos Sólidos Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências. São Paulo 2011 TALITA TREVIZANI ROCCHETTI Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos a Transplante de Órgãos Sólidos Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Campos Pignatari Este trabalho foi realizado com auxílio financeiro fornecido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Processo nº 2008/04761-8 São Paulo 2011 ROCCHETTI, Talita Trevizani Detecção bacteriana e de genes de resistência a antimicrobianos pela técnica de PCR em Tempo Real em infecções de corrente sanguínea de pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos – Talita Trevizani Rocchetti - São Paulo, 2011. xx, 156 p. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Infectologia Título em inglês: Real-time Polymerase Chain Reaction for Detection of Bacterial and Antimicrobial Resistance Genes in Blood Cultures of Solid Organ Transplanted Patients. 1. Diagnóstico molecular; 2. Bacteremia; 3.PCR em Tempo Real; 4. Transplante de órgãos; 5. Genes de resistência. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DISCIPLINA DE INFECTOLOGIA CHEFE DO DEPARTAMENTO: Prof. Dr. Angelo Amato Vicenzo de Paola COORDENADOR DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO: Prof. Dr. Ricardo Sobieh Diaz São Paulo 2011 iii TALITA TREVIZANI ROCCHETTI Detecção Bacteriana e de Genes de Resistência a Antimicrobianos pela Técnica de PCR em Tempo Real em Infecções de Corrente Sanguínea de Pacientes Submetidos a Transplante de Órgãos Sólidos BANCA EXAMINADORA: Titular: Prof. Dr Luis Fernando Aranha Camargo Titular: Profa. Dra. Marinês Dalla Valle Martino Titular: Prof. Dr Eliezer Silva Suplente: Profa. Dra. Antonia Maria de Oliveira Machado iv Não se deve ir atrás de objetivos fáceis. É preciso buscar o que só pode ser alcançado por meio dos maiores esforços.” Albert Einstein v Dedico este trabalho ao meu amado pai Vanderlei (in memoriun), a minha amada mãe, Maria Regina e aos meus amados irmãos Thiago e Taisa... Vocês são além da minha razão de vida, minha inspiração profissional!! vi AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos Campos Pignatari, por todo crescimento profissional que tive, pelas oportunidades de aprendizado, os ensinamentos e pela grande orientação. Tenho no senhor uma imensa adimiração e inspiração profissional. À Liana Carbalo Menezes, por todos os ensinamentos, paciência e carinho que recebi. Se eu aprendi um pouco do que você sabe de Biologia Molecular, saio vitoriosa dessa primeira etapa no LEMC. À Profª Dra. Ana Cristina Gales, pelos constantes ensinamentos, pelo exemplo de caráter e profissionalismo. Ao André Doi, por toda orientação, atenção, ajuda e amizade ao longo da elaboração deste trabalho. À equipe do Laboratório Central, Dra. Antonia, Eliete, Thomas, Flavia, Fernando, Clarice, por todo aprendizado, paciência e dedicação na coleta e separação das amostras deste projeto. Ao grupo de Transplantes do Hospital São Paulo e Hospital do Rim, em especial ao Prof. Dr. Luis Fernando Aranha Camargo e ao Dr. Moacyr Silva Jr, por todo apoio e colaboração quanto ao rumo e perfil que este trabalho deveria tomar. A equipe do SCIH do Hospital do Rim, principalmente à Dra Lucy Corrêa, por toda ajuda e por me abrir as portas para acessar ao programa TASY onde pude selecionar meu material de estudo. Aos meninos do SAME do Hospital do Rim, por toda dedicação e ajuda na coleta dos prontuários. À Jussimara Monteiro, que proporcionou meu primeiro contato e meus primeiros aprendizados dentro da Biologia Molecular. Você faz parte da inspiração que tenho profissional. Ao Paulo Bispo, um grande amigo que fiz e que me ensinou com todo seu conhecimento, agradeço por toda confiança depositada em mim. À Eloiza Helena Campana, minha amiga, vizinha, companheira de laboratório e de baladas. Você me apoiou em cada momento que tive ao longo dessa minha vii jornada no mestrado. Conhecê-la foi uma das melhores coisas que me aconteceu desde meu regresso a São Paulo. À Karen Bauab, amiga querida, que tive prazer em conhecer. Deu-me todo apoio que precisei, nos meus experimentos, na viajem ao Rio de Janeiro, com conversas, você é uma grande amiga e companheira de laboratório. Luiz Roberto Chirotto Filho, meu primeiro amigo do laboratório e que faço questão de preservar. Fico feliz de podermos nos ajudar em nossos projetos e de podermos manter essa nossa amizade. Você terá sempre meu apoio. À Renata Picão, por todo ensinamento e ajuda valiosa que me proporcionou. Tenho grande admiração por você e tive o prazer de ter convivio fora do laboratório. Ao Danilo Elias, por toda amizade, momentos de conversa e descontração que tive ao seu lado, fico triste de você não estar aqui para prestigiar esse momento comigo. Às amigas Cynthea, Paula Peraro, Adryella, Thaís, Jéssica por toda conversa e apoio que tive de vocês. Aos meus grandes amigos e colegas do LEMC/ALERTA, Adriana Nicoletti, Lorena, Milene, Ana Carolina, Fernanda Inoue, Raquel Girardello, Thiago, Rodrigo Cayô, Anderson, Loren, Kelly, Martha, Zonta, Fernanda Marques, Vinicius, Thomas, Cecília Cergole, Cecília Godoy, Paula Ignez, Paula Koga, Alinne, Katia, Mirian e Amilton e aos que recentemente entraram para o nosso grupo, pelo convívio agradável e carinho demonstrado durante a realização deste trabalho. À Rosana Capecce, pela dedicação e valioso apoio em todos os momentos. Ao Charles, por toda colaboração eu tive ao longo do meu mestrado. Aos professores da DIPA por todo aprendizado. Á minha prima Gabriela, e aos meus amigos Ademar e Monica, por acreditarem em mim quando eu havia desacreditado. A Rosalina, por todo companheirismo, carinho e apoio, durante toda essa etapa da minha vida. À minha família, Vanderlei, Maria Regina, Thiago e Taisa, obrigada por sempre estarem ao meu lado. A todos que participaram diretamente ou indiretamente do meu trabalho, o meu muito obrigada! viii SUMÁRIO ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................ 13 ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................... 16 ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 19 RESUMO.......................................................................................................... 21 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 22 2. OBJETIVOS ................................................................................................. 24 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 25 3.1. Transplante de Órgão Sólido..................................................................... 25 3.1.1. Transplante no Brasil ...................................................................... 25 3.1.2. Epidemiologia em Transplantados .................................................. 26 3.2. Infecões de Corrente Sanguínea............................................................... 28 3.2.1. Infecção de Corrente Sanguínea em Transplantados de Órgãos Sólidos ...................................................................................................... 29 3.3. Genes de Resistência a Antimicrobianos .................................................. 32 3.3.1. Gene mecA ..................................................................................... 32 3.3.2. Genes vanA e vanB ........................................................................ 33 3.3.3. -Lactamases de Espectro Ampliado (ESLs) ............................... 36 3.3.5. Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) .............................. 41 3.3.4. Metalo--Lactamases ...................................................................... 43 3.4. Sistemas Automatizados no Processamento de Hemoculturas ................ 47 3.5. Microbiologia Molecular Aplicada no Diagnóstico Clínico ......................... 50 3.5.1. Reação de Polimerização em Cadeia - PCR, PCR Multiplex e PCR em Tempo Real ......................................................................................... 50 3.5.2. Validação de Novos Métodos de Diagnósticos ............................... 52 ix 4 - MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 54 4.1. Casuística.................................................................................................. 54 4.1.1. Variáveis Clínicas ............................................................................ 54 4.2. Coleta das Hemoculturas de Acesso Periférico ........................................ 57 4.2.1. Coleta das Hemoculturas de Acesso Central – Cateteres .............. 57 4.3. Processamentos das Amostras pelo Método Fenotípico .......................... 57 4.3.1. Determinação da positividade e negatividade das hemoculturas pelo aparelho Bactec® ...................................................................................... 57 4.3.2. Resultado Parcial da Hemocultura Positiva pela Coloração de Gram .................................................................................................................. 58 4.3.3. Resultado Final da Hemocultura pelo Sistema Automatizado Phoenix® ................................................................................................... 58 4.4. Pdronização da PCR em Tempo Real ...................................................... 59 4.4.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real ...................... 62 4.4.2. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” ...................... 65 4.4.3. Determinação do Limite de Detecção - LoD (Sensibilidade) ........... 66 4.5. Aplicação nas Amostras de Hemocultura ................................................. 67 4.5.1. Extração do DNA Direto dos Frascos de Hemocultura ................... 68 4.5.2. Aplicação da PCR em Tempo Real para o Gene HFE de Controle Interno de Extração ................................................................................... 69 4.5.3. Detecção do DNA Bacteriano PCR em Tempo Real pelo Sistema TaqMan ..................................................................................................... 69 4.5.4. Detecção dos Genes que Conferem Resistências aos Antimicrobianos por PCR em Tempo Real pelo Sistema SYBR Green .... 70 4.6. Testes Direto do Isolado Bacteriano Referente à Hemocultura................. 71 4.6.1. Teste de Triagem com Disco-Difusão para Ertapenem................... 72 4.6.2. Teste de Hidrólise para Detecção de Metalo-β-Lactamases ........... 73 4.6.3. Detecção Fenotípica de ESβL......................................................... 74 4.6.4. Determinação da Suscetibilidade a Vancomicina ........................... 75 4.6.5. Determinação da Suscetibilidade a Oxacilina ................................. 76 4.6.6. PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano ........................ 76 4.7. Análise Estatística dos Dados ................................................................... 77 x 5. RESULTADOS ............................................................................................. 79 5.1. Amostras de Hemoculturas Incluídas no Estudo ....................................... 79 5.2. Validação Analítica da PCR em Tempo Real ............................................ 79 5.2.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real ...................... 80 5.2.2. Padronização da PCR em Tempo Real Sistema TaqMan para o Gene Bacteriano 16S rDNA ...................................................................... 82 5.2.3. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” ...................... 84 5.2.4. Determinação do Limite de Detecção – LoD ................................... 84 5.2.5. Determinação da Curva ROC para as Reações dos Genes de Resistência a Antimicrobianos e para a Reação Multiplex Gram-positivo e Gram-negativo por PCR em Tempo Real ................................................. 86 Na Figura 4 encontram-se as curvas Roc dos genes estudados. .................... 86 5.3. Aplicação da PCR em Tempo Real nas Amostras de Hemocultura .......... 89 5.3.1. Detecção do Gene HFE de Controle Interno da Extração............... 89 5.3.2. Detecção do Gene Bacteriano 16S rDNA ....................................... 89 5.3.3. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos Antimicrobianos em Bactérias Gram Negativas ........................................ 93 5.3.4. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos Antimicrobianos em Bactérias Gram Positivas .......................................... 96 5.4. Testes Direto do Isolado Bacteriano ......................................................... 99 5.4.1. Confirmação de Susceptibilidade a Oxacilina e Gene de Resistência mecA pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ....................................................... 99 5.4.2. Confirmação da Produção de Carbapenemase e Gene de Resistência blaKPC pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ................................... 100 5.4.3. Confirmação da Produção de Metalo-β-Lactamases e Genes de Resistência blaIMP, blaVIM e blaSPM pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ....... 101 5.4.4. Confirmação da Produção de ESβL e Genes de Resistência blaSHV, blaTEM e blaCTX-M pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura ................................... 102 xi 5.5. Variáveis Clínicas, Análise e Comparação do Tempo de Liberação dos Resultados pelo Método Fenotipico e Tratamentos antes e Após os Resultados em Relação ao Resultado Obtido pela PCR em Tempo Real ........................ 105 5.5.1. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Positivos ................. 106 5.5.2. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Negativos ................ 109 6. DISCUSSÃO .............................................................................................. 113 7. CONCLUSÕES .......................................................................................... 127 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 128 9. ABSTRACT................................................................................................ 149 10. ANEXOS .................................................................................................. 151 ANEXO 1. Dados referentes aos 117 pacientes e 185 hemoculturas incluídas no estudo........................................................................................................ 151 ANEXO 2. Drogas Testadas para os respectivos Painéis do Sistema automatizado Phoenix. ................................................................................... 154 ANEXO 3. Apresentação no 50 th ICAAC 2010. ............................................ 156 xii ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos AIM – Australian Imipenemase ATCC - American Type Cuture Collection CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CDC – Center for Disease Control CIM - Concentração Inibitória Mínima CLSI – Clinical Laboratory Standards Institute Ct – Ciclo threshold CTX-M – Cefotaximase CVC – Cateter Venoso Central DD – Disco Difusão DM – Diabete Mellitus DNA – Ácido Desoxirribonucleico DIM – Dutch Imipenemase EDTA – Ácido Etilenodiaminotetracético ESL - Extended Spectrum -Lactamase EUA – Estados Unidos da América GIM – German Imipenemase HAS – Hipertensão Arterial HFE – Hemocromatose ICS – Infecção de Corrente Sanguínea IMP – Imipenemase IS - Insertion Sequence IUPAC – The International Union of Pure and Applied Chemistry xiii KHM – Kyorin Health Science metallo-β-lactamase KPC - Klebsiella pneumoniae Carbapenemase LB - Luria Bertani LED – Diodos emissores de luz LEMC – Laboratório Especial de Microbiologia Clínica ML – Metallo--Lactamase MRSA – Staphylococcus aureus resistente a meticilina NDM – New Delhi metallo-β-lactamase OMP – Outer Membrane Protein PBP – Penicillin Binding Protein PBP2a – Proteína Ligadora de Penicilina Adicional PCR – Polymerase Chain ReaCtion PFGE – Pulsed Field Gel EleCtrophoresis SCOPE – Surveillance and Control of Pathogens of Epidemiological Importance SCoN – Staphylococcus coagulase negativo SDS-PAGE – Sodium Dodecyl Sulfate Polyacrylamide Gel EleCtrophoresis SIM – Seul Imipenemase SNT – Sistema Nacional de Transplantes SPM – São Paulo metallo-β-lactamase SUS – Sistema Único de Saúde TBE – Tris-Borato-EDTA TSB – Tryptone Soy Broth TM – Temperatura de Melting TMB – Tripoli metallo-β-lactamase UFC – Unidade formadora de colônia xiv UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo UTI – Unidade de Terapia Intensiva UV – Ultravioleta VIM – Verona Imipenemase VRE – Enterococcus Resistente a Vancomicina VRSA – Staphylococcus aureus Resistente a Vancomicina xv ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Lista de iniciadores de amplificação da região codificadora dos genes estudados......................................................................................... 60 Tabela 2. Relação dos microrganismos testados para validação das reações de PCR em Tempo Real.......................................................... 64 Tabela 3. Resultados dos controles dos genes de resistência e os Tm dos produtos amplificados........................................................................... 80 Tabela 4. Desvio Padrão e media do Tm, Eficiência da reação de PCR, Ct e Tm da ultima diluição............................................................................ 82 Tabela 5. Resultados da padronização dos protocolos de PCR em Tempo Real utilizando sondas TaqMan-MGB multiplex Gram especificas.................................................................................................. 83 Tabela 6. Resultados de cutoff e LoD para cada gene especifico dos microrganismos avaliados........................................................................... 85 Tabela 7. Sensibilidade, especificidade e Ct delimitado pela curva ROC para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo......................................... 88 Tabela 8. Sensibilidade, especificidade pela curva ROC de acordo com o LoD para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo................................. xvi 88 Talela 9. Resultado da PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan para o gene 16S rDNA nas 126 hemoculturas positivas pelo Bactec®................ 91 Talela 10. Resultado da PCR em tempo real sistema SYBR Green para os genes de resistência em Gram negativos e resultado do sistema Phoenix®..................................................................................................... 95 Talela 11. Resultado da PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para os genes de resistência de Gram positivos e resultado do Phoenix®.......... 97 Tabela 12. Resultado do Etest para Oxacilina e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para o gene de resistência mecA direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura....................... 99 Tabela 13. Resultado do método de disco difusão e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para o gene de resistência blaKPC direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura........... 101 Tabela 14. Resultado do teste de hidrólise e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSPM, blaVIM e blaIMP direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura................................................................................................ 102 Tabela 15. Resultado do disco aproximação para ESβL e PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSHV, blaCTX-M e blaTEM direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura.................................................................. xvii 104 Tabela 16. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento recebido pelos pacientes........................................................... 107 Tabela 17. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento recebido pelos pacientes........................................................... xviii 110 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Etapa da Transpeptidação: Formação das ligações cruzadas nas cadeias peptídicas................................................................................ 34 Figura 2. A - Amplificação do DNA de Gram positivo (curva em amarelo) e Gram negativo (curva em vermelho); B- Sonda Gram Positivo (GP) e Sonda Gram Negativo (GN)......................................................................... 62 Figura 3. Fluxograma do processamento das amostras............................. 67 Figura 4. Curva ROC para genes de resistência a antimicrobianos e sondas Gram Positivo e Sonda Gram Negativo: A – Gram Positivo; BGram Negativo; C - blaTEM; D - vanA; E - vanB; F - blaCTX; G - blaSHV; H mecA; I - blaKPC............................................................................................ 87 Figura 5. Prevalência de espécies Gram positivas identificadas pelo sistema automatizado Phoenix®.................................................................. 92 Figura 6. Prevalência de espécies Gram negativas identificadas pelo sistema automatizado Phoenix®.................................................................. Figura 7. Total de amostras positivas pela metodologia da PCR 93 em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os respectivos genes de resistência estudados.................................................................................. xix 98 Figura 8. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram positivas, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura.................................................................... Figura 9. Número e porcentagem de pacientes referentes 108 a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas não fermentador, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura............................................................... 111 Figura 10. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas enterobacteriaceas, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura.................................................... 112 xx RESUMO RESUMO Pacientes transplantados de órgãos sólidos apresentam alto risco para infecção da corrente sanguínea. A instituição da terapia antimicrobiana apropriada guiada por um diagnóstico rápido e preciso das infecções da corrente sangüínea está relacionada a um resultado satisfatório. O objetivo deste estudo foi a detecção de bactérias Grampositivas e Gram-negativas em hemocultura automatizada (Bactec®, Becton Dickinson), com a utilização do multiplex para reação da polimerase em cadeia (PCR) em Tempo Real e detecção de genes de resistência. Métodos: Um total de 185 hemoculturas, 126 positivas e 59 negativas, foram obtidos de 117 pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos, dois centros de transplante na cidade de São Paulo, Brasil, Hospital São Paulo e Hospital do Rim e Hipertensão. DNA das culturas de sangue foi extraído pelo método fenol clorofórmio (Brazol®, LGC, Brasil). A detecção do DNA bacteriano foi realizada utilizando iniciadores universais do gene 16S rRNA. A diferenciação entre as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas foi feito por hibridização com sondas específicas por multiplex TaqMan em Tempo Real. Os genes de resistência: blaSHV, blaTEM, blaCTX-M, blaKPC, blaSPM, blaVIM, blaIMP, vanA, vanB e mecA foram detectadas utilizando iniciadores específicos, em Tempo Real sitema SYBR Green. A adequação do tratamento antimicrobiano foi avaliada pela revisão do prontuário dos pacientes. Resultados: Cinqüenta e nove amostras foram positivas para bactérias Gram-positivas e sessenta e sete amostras foram positivas para bactérias Gram-negativas. Todas as amostras (100%) foram concordantes entre hemocultura e PCR. Trinta e duas amostras foram positivas para o gene mecA, cinco para o gene blaCTX-M, uma para o gene blaKPC, uma para o gene blaSHV e uma para blaTEM. Oitenta e oito foram negativas para todos os genes. A detecção de genes de resistência a antimicrobianos favoreceria a adequação da antibioticoterapia, particularmente no descalonamento no tratamento de bacteremias causadas por bactérias Gram positivas e na adequação precoce no tratamento de bacteremias por bacilos Gram negativas multiresistentes em pacienetes tranplantados de órgãos sólidos. Conclusão: A PCR multiplex “in house” para bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e detecção de genes de resistência aos antimicrobianos por PCR em Tempo Real poderia ser útil para o diagnóstico rápido da infecção da corrente sangüínea em pacientes submetidos a transplante de órgão sólidos. 21 INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A introdução de técnicas moleculares na medicina diagnóstica e sua aplicação no diagnóstico de doenças infecciosas estabelecem uma nova era na detecção e caracterização de microrganismos na rotina de processamento de amostras clínicas. A presença de bacteremia agrava o quadro clínico do paciente e quando se trata de pacientes transplantados há a necessidade do diagnóstico precoce e rápido de Infecções de Corrente Sanguínea (ICS), uma vez que a taxa de mortalidade relacionada a esta infecção nesta população é alta, principalmente quando ocorre o agravamento do quadro clínico como o choque séptico (Ferraresso & Berardineli, 2005). Normalmente, as hemoculturas levam em média 24 a 36 h após a coleta para positivar. A terapia antimicrobiana pode ser otimizada com base na identificação presuntiva do agente bacteriano. Porém a completa identificação do microrganismo e perfil de susceptibilidade normalmente não está disponível antes de 24 a 72h. O uso da PCR tem sido sugerido em diagnóstico molecular, pois além de ser uma técnica sensível também diminui o tempo de liberação dos resultados quando comparado com o método fenotípico (Valones et al., 2009). A PCR convencional em pesquisa já é usada habitualmente e seu uso no diagnóstico clínico cresce a cada dia. Porém no diagnóstico clínico a sensibilidade e a rapidez na liberação dos resultados podem ser otimizados pela técnica da PCR em Tempo Real, já que a amplificação e leitura são feitos simultanemente. 22 INTRODUÇÃO Em um recente trabalho, realizado por Lehmann e colaboradores (2010), foi elaborado um método de detecção bacteriana, usando o gene 16s rDNA diretamente da hemocultura. Os resultados apontaram que a técnica da PCR foi duas vezes mais sensível que o método convencional, sugerindo assim a importância e aplicabilidade da PCR nesses casos. Entretando, apesar da disponibilidade de Kits comerciais para detecção de microrganismos e de genes de resistência direto de amostras clínicas, até o momento, nenhum trabalho relata a aplicação da PCR em Tempo Real, e a padronização “in house” para o diagnóstico rápido de ICS em transplantados de órgãos sólidos. 23 OBJETIVOS 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Principal 1. Padronizar a técnica de PCR em Tempo Real para a pesquisa de bactérias e dos principais genes que codificam resistência aos antimicrobianos; 2.2. Objetivos Secundários 1. Aplicar a técnica de PCR em Tempo Real padronizada para a pesquisa de bactérias e dos principais genes que codificam resistência aos antimicrobianos em amostras de frascos de hemocultura coletada de pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos; 2. Correlacionar os resultados obtidos com a detecção molecular de bactérias e de genes de resistência aos antimicrobianos, realizada diretamente da amostras clínica com os resultados de identificação bacteriana e teste de sensibilidade automatizado obtidos com o isolado da respectiva hemocultura; 3. Avaliar o possível impacto dos testes moleculares no tratamento de Infecções de Corrente Sanguínea nos pacientes submetidos a transplantes de órgão sólidos; 24 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Transplante de Órgão Sólido 3.1.1. Transplante no Brasil O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos e tecidos do mundo, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) responsável por 92% dos procedimentos. Este programa é composto por uma rede de 1.376 equipes médicas e 548 unidades credenciadas, porém, 63.866 pacientes aguardam por um órgão no Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) em 2009 (Ministério da Saúde, 2009). Em 2009, foram notificados 42.783 transplantes no Brasil, sendo 5.998 de órgãos sólidos. Destes, 4.259 foram transplantes de rim, ocupando o primeiro lugar no número de transplantes nacionais, seguido por fígado (1.322), coração (200), pâncreas (158) e pulmão (59) (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos - ABTO, 2009). Entre os centros de transplantes no Brasil, encontram-se o Hospital São Paulo/Unifesp (HSP) e o Hospital do Rim e Hipertensão (HRH). No HSP são realizados transplantes de rim, medula óssea, coração, osso, pulmão, córnea e fígado. Sola e colaboradores (2007), em estudo retrospectivo, registraram 81 transplantes de órgãos sólidos no período de janeiro de 2004 a março de 2005. Destes, 35 foram de rim-pâncreas, 17 apenas de rim, 17 de fígado, 20 de coração. O programa de transplante de rim do HSP teve início em 1976 como uma modalidade de tratamento renal, pela divisão de Nefrologia da 25 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Na época, menos de 10 transplantes eram realizados. Este número aumentou para 178 em 1998, mesmo ano em que foi inaugurado o HRH filiado a UNIFESP, e em 2004 foram realizados 654 transplantes (Medina-Pestana, 2006), ocupando o primeiro lugar no ranking mundial em transplantes de rim. Hoje o setor de transplantes do Hospital do Rim e Hipertensão é referência em todo país. O último levantamento de 2009 aponta que foram realizados 352 transplantes de rim, equivalente a 8,3% do total realizado em todo Brasil (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, 2009). 3.1.2. Epidemiologia em Transplantados O transplante de órgãos sólidos representa hoje a melhor terapia substitutiva para pacientes com doença crônica terminal. Apesar de o rim ser o órgão mais transplantado no país, os transplantes de outros órgãos sólidos tem crescido gradativamente nos últimos anos (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, 2009). O transplante renal é uma alternativa terapêutica para pacientes com doenças renais em estágio terminal, oferecendo assim melhor qualidade de vida para aproximadamente 77.589 indivíduos registrados em programas de diálise no Brasil (Sesso, 2010). No país, 6.500 pessoas apresentam doença hepática avançada, risco de morte ou qualidade de vida comprometida e aguardam na fila de transplante de fígado. No estado de São Paulo foram realizados 200 transplantes de coração no ano de 2009. Entretanto, 305 pessoas se encontravam na lista de espera, sendo que aproximadamente 50% não foram atendidos reservando-se o procedimento àqueles indivíduos com 26 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA alto risco de falecer de doença cardíaca em menos de um ou dois anos (Ministério da Saúde, 2009). O número de transplantes realizados por doadores falecidos se sobrepõe ao numero realizado por doadores vivos. Este dado pode parecer óbvio, porém há 10 anos, o número de doadores vivos para transplante de rim era maior. Esse aumento se deve a inúmeras campanhas em todo país para com intuito de incentivar a população à doadoção de órgãos (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, 2009). O transplante de rim, pâncreas, medula óssea, fígado e pulmão intervivos pode ser realizado somente se não trouxer prejuízo ou representar riscos à saúde do doador (Sistema Nacional de Transplantes, 2011). Os transplantes de órgãos sólidos apresentam alto risco de rejeição. As rejeições agudas e crônicas são as principais causas de perda de órgãos transplantados. A resposta imune pode ser tanto mediada por células T, sendo a mais importante em rejeição aguda de órgãos transplantados, ou por anticorpos produzidos por linfócitos B, que tem grande contribuição no processo de rejeição (La Rosa et al., 2007). Os avanços das técnicas cirúrgicas e dos tratamentos com terapia imunossupressora levaram a diminuição nos índices de rejeição aguda, com a sobrevivência dos enxertos após um ano em cerca de 90% dos transplantes. (Danovitch, 2001; Mies, 1998). Os imunossupressores, apesar de reduzir substancialmente as taxas de rejeição, apresentam efeitos colaterais indesejáveis como imunodeficiência e toxicidade em outros órgãos (Halloran, 2004). 27 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Apesar da excelente evolução na sobrevida dos pacientes e do enxerto, o transplante de órgão sólido não é isento de complicações. A infecção é a principal complicação no pós-transplante (Fishman & Rubin, 2005), sendo as infecções de corrente sanguinea, uma das mais prevalentes (Nusair et al.,2008). No primeiro mês pós-transplante, as infecções bacterianas são responsáveis por 90% das complicações infecciosas, sendo que o risco destas infecções ocorrerem varia com o tempo, principalmente em decorrência da imunossupressão (Fishman, 2007). 3.2. Infecões de Corrente Sanguínea Infecção de Corrente Sanguínea (ICS) é caracterizada pela presença de bactéiras ou fungos em uma ou mais amostras de hemoculturas associada a um quadro clínico compatível com sepse (Bone et al., 1992). A microbiota humana normalmente não causa infecção e pode proteger o organismo humano contra outros patógenos por competir pelos nutrientes e locais de ligação nas superfícies celulares (Donnelly & De Paum, 2005). O responsável pelo controle desta microbiota é o sistema imunológico. Quando a imunidade celular e humoral encontra-se intacta, oferece uma proteção contra a maioria dos microrganismos agressores devido a boas condições clínicas, bom estado nutricional e função normal dos órgãos (Donnelly & De Paum, 2005). Entretanto um déficit específico de imunidade aumenta a suscetibilidade a infecções, que seriam erradicadas em um organismo íntegro normalmente pelo mecanismo de defesa (Halloran, 2004). Como consequência da resposta imune celular deficitária, os pacientes estão mais sujeitos a infecção por patógenos e apresentam também maior 28 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA gravidade no quadro clínico. Alguns dos fatores que agravam as condições de imunossupressão são a dose e duração da terapia imunossupressora, doenças auto-imunes, deficiências imunológicas funcionais, neutropenia e linfopenia, condições metabólicas como diabetes, desnutrição e infecção por vírus imunomoduladores como citomegalovírus (Fishman & Rubin, 1998; Halloran, 2004). 3.2.1. Infecção de Corrente Sanguínea em Transplantados de Órgãos Sólidos A incidência de infecção em transplantados é determinada pela interação entre a exposição a agentes infecciosos e a terapia imunossupressora. Esta varia devido a inúmeros fatores, tais como o tipo de órgão transplantado, a quantidade de medicamento imunossupressor usado, a necessidade do uso de terapia adicional contra rejeição e complicações póscirurgicas (Patel & Paya, 1997). ICS é considerada uma das causas mais importantes de mortalidade em pacientes que realizaram transplante de órgãos sólidos (Singh et al, 2000; Rodriguez et al., 2006; Husain et al., 2006). Estima-se que a incidência de bacteremia seja de 28 a 30% em transplante hepático, 5 a 11% em transplante renal e 10% em transplantados cardíacos (McClean et al., 1994; Moreno, et al,, 1994). Moreno e colaboradores (2007), em um estudo realizado na Espanha, no período de julho de 2003 a abril de 2005, incluíram 3.926 casos de transplantes, sendo que destes, 2.935 eram de órgão sólido e 991 de células hematopoiéticas. Dos 2.935 casos de transplantes, 321 (10%) apresentaram 29 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ICS, sendo que 134 foram em transplantados hepáticos, 121 em transplantados de rim, 32 em transplantados cardíacos, 17 em transplantados de pulmão e 17 em transplantados de pâncreas. Com exceção do transplante de rim, Staphylococcus coagulase negativo (SCoN) foi o microrganismo mais isolado seguido de Escherichia coli. Outros patógenos como Acinetobacter baumannii, Pseudomonas spp., Enterococcus spp., Staphylococcus aureus, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Streptococcus viridans, Streptococcus pneumoniae, Corynebacterium spp. e Stenotrophomonas maltophilia também foram identificados mas em menor freqüência. Entre os isolados de S. aureus, 16% eram resistentes a meticilina (MRSA), 14,5% das enterobactérias eram resistentes a cefalosporinas e 10% dos bacilos gram negativos eram multiresistentes. Um estudo retrospectivo realizado em um hospital terciário da cidade de São Paulo avaliou 81 transplantes de órgãos sólidos realizados no período de janeiro de 2004 a março de 2005. Dos pacientes avaliados, 9% adquiriram ICS. O transplante hepático apresentou a maior taxa de ICS (29%) e nenhum caso foi relatado em transplantados renais. Os agentes infecciosos mais prevalentes foram K. pneumoniae (33,3%), P. aeruginosa (33,3%) e A. baumannii (33,3%). Porém, diferente do estudo de Moreno e colaboradores (2007), não foi encontrado nenhum caso de infecção por bactéria Gram positiva (Sola et al., 2007). Em um recente estudo, realizado no Brasil, Silva Jr e colaboradores (2010) avaliaram 3.308 tranpslantes realizados no HRH e HSP, entre os anos de 2000 e 2006 e constataram uma incidência de 4,11% de ICS nestes transplantes, sendo E. coli (30,3%) o principal agente isolado nessas infecções. 30 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Cinco isolados de E. coli, 8 K.pneumoniae e 8 E. aerogenes foram multiresistêntes aos antimicrobianos. Entre os Gram positivos, 5 SCoN e 6 S. aureus foram resistentes a meticilina. Nenhum VRE foi relatado. Alguns trabalhos demonstram um maior número de bactérias Gram negativas isoladas (Candel et al, 2005; Rodriguez et al, 2006) enquanto outros relatam um maior número de bactérias Gram positivas (Berger et al, 2006). Entretanto há concordância entre as principais espécies encontradas e a resistência aos antimicrobianos (Linares et al., 2007). A ICS representa uma falência do hospedeiro em controlar a infecção de um foco primário. Choque séptico é a complicação mais severa no contexto da bacteremia, aumentando a chance de morte em até 50% (Candel et al, 2005). Michalak e colaboradores (2005) estudaram 102 pacientes transplantados de rim-pâncreas. Bacteremia ocorreu em 13 dos pacientes e destes, 5 (38%) tiveram choque séptico, sendo que, 100% dos pacientes foram a óbito. Dentre os sítios de infecção primária, o catéter venoso central aparece em maior frequência em transplantados de órgão sólido (Rodriguez et al., 2006; Singh et al., 2000). Outros trabalhos relatam que o órgão doado proveniente de um doador apresentando infecção ou sendo um doador cadáver, aumenta a possibilidade do paciente receptor apresentar infecção (Battaglia et al., 2004; Dantas et al., 2006). A presença de bacteremia em pacientes transplantados em vigência de terapia imunossupressora requer atenção dos profissionais da área da saúde, uma vez que é frequente a presença de microrganismos multirresistentes, o que restringe a escolha da terapia antimicrobiana apropriada. 31 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.3. Genes de Resistência a Antimicrobianos 3.3.1. Gene mecA Os antibióticos betalactâmicos produzem um efeito bactericida pela inibição das enzimas responsáveis por catalisar um estágio vital da biossíntese do peptideoglicano, principal componente da parede celular das bactérias Gram positivas (Giesbrecht et al., 1998). A resistência apresentada pelos estafilococos aos antibióticos betalactâmicos deve-se principalmente a dois mecanismos distintos, porém não dissociados, pois ambos podem interagir. O primeiro mecanismo desenvolvido pela bactéria é produção da enzima betalactamase que hidrolisa o antibiótico. O segundo mecanismo está associado à alteração do sítio de ação do antibiótico betalactâmico pela produção de uma proteína ligadora de penicilina adicional, a PBP2a (também denominada PBP2’), que está ausente nos Staphylococcus spp. sensíveis à meticilina (Hackbarth et al., 1989). A codificação desta nova PBP está relacionada à aquisição do gene mecA por Staphylococcus spp. Este gene faz parte de um elemento genético móvel encontrado em todos os isolados de S. aureus e Staphylococcus Coagulase Negativo (SCoN) resistentes a meticilina. Katayama e colaboradores, em 2000, demonstraram que o gene mecA faz parte de um elemento genômico designado cassete estafilocócico do cromossomo mec (“staphylococcal cassette chromosome mec” - SCCmec), integrado ao cromossomo de S. aureus . Atualmente, o gênero Staphylococcus compreende 40 espécies. (Cunha et al., 2004). Entre seus representantes, S.aureus é considerado o patógeno 32 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA mais virulento e importante, mas a incidência de infecções causadas por SCoN vem aumentando em todo o mundo (Sakai, 2004). Em um recente estudo do Programa de Vigilância SENTRY ("SENTRY “Antimicrobial Surveillance Program”) realizado com 3.907 amostras de bactérias Gram positivas coletadas de centros médicos no Brasil, entre o perído de janeiro de 2005 a setembro de 2008, constatou-se que S. aureus foi o microrganismos mais prevalente em infecções de corrente sanguínea seguido por SCoN. Neste mesmo estudo, 31% dos isolados de S. aureus e 80% dos SCoN apresentaram resistência a meticilina (Gales et al., 2009). Em um estudo realizado em pacientes transplantados de órgãos sólidos, esta prevalência também foi observada. Diversos autores relataram alta incidência de infecção de corrente sanguínea por Staphylococcus spp. resistentes a meticilina. (Linares et al., 2009; Bert et al., 2010). 3.3.2. Genes vanA e vanB Da mesma maneira que os antimicrobianos β-lactâmicos, a classe dos glicopepitideos (vancomicina) agem no metabolismo de construção da parede celular bacteriana, através da ligação da porção terminal D-Ala-D-Ala de um pentapeptídeo encontrado em precursores de peptidoglicano, interferindo na etapa de transpeptidação (Figura 1) (Silveira et al., 2006; Eggert et al., 2001). 33 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Figura 1. Etapa da Transpeptidação: Formação das ligações cruzadas nas cadeias peptídicas (Eggert et al., 2001). A resistência bacteriana à vancomicina em enterococos ocorre através de uma modificação genética no gene bacteriano, sintetizando, como exemplo, D-alanina-D-lactato (D-Ala-D-Lac) ao invés do dipeptídeo D-alanina-D-alanina (D-Ala-D-Ala) (Silveira et al., 2006). A modificação do aminoácido terminal Dalanina por D-lactato introduz uma interação eletrostática repulsiva no lugar da ligação de hidrogênio. Em conseqüência, a afinidade da vancomicina com a camada de peptidoglicano diminui em uma escala superior a 1000 vezes (MacComas et al., 2003). A aquisição do mecanismo de resistência a vancomicina é mediada por vários genes (Werner et al., 2008). Embora a origem da sensibilidade de enterococos frente à teicoplanina envolva mecanismos diferentes daquele da vancomicina, essas características de sensibilidade e resistência frente aos dois glicopeptídeos servem como base para uma classificação clínica (Silveira et al., 2006). Dos sete fenótipos descritos atualmente (A,B,C,D,E,G,L), os genes vanA e vanB são, de longe, os mais prevalentes no mundo e são descritos 34 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA principalmente entre as espécies E. faecalis e E. faecium. Cepas de enterococcus com fenótipo vanA apresentam alto grau de resistência a vancomicina e teicoplanina e a resistência pode ser induzida pela presença de glicopeptídeos (vancomicina, teicoplanina, avorpacina, ristocetina) e por agentes não glicopeptídeos, como bacitracina e polimixina B (Cetinkaya et al., 2000). O fenótipo vanB apresenta altos níveis de resistência a vancomicina enquanto a sensibilidade a teicoplanina é mantida. Ambos os genes podem ser encontrados em plasmídeos ou no cromossomo bacteriano e ser transferidos entre espécies enterocócicas (Cetinkaya et al., 2000). Uma situação mais preocupante foi o temor de que genes que conferem resistência à vancomicina presentes nos VRE (Enterococcus Resistente a Vancomicina) fossem transmitidos para os MRSA. Isto foi recentemente confirmado em alguns casos isolados (n=7) surgidos na América do Norte, sendo conhecidos como VRSA (S. aureus Resistente a Vancomicina) (Tenove, 2008; Zhu et al., 2008). Em uma publicação de 2003, Chang e colaboradores reportaram em um isolado de VRSA de uma ponta de cateter, a presença concomitante do gene de resistência mecA e do gene vanA. Tal evidência foi confirmada através da PCR localizado em um plasmídeo de 60 kb e a seqüência de DNA do gene vanA VRSA foi idêntica à de uma amostra de E. faecalis resistente à vancomicina isolada a partir da mesma cultura de ponta cateter (Chang et al., 2003). A consolidação da vancomicina como um antimicrobiano importante frente a bactérias Gram positivas multiresistentes, trouxe um período de certa tranqüilidade para a contenção destes agentes e tratamento nos centros 35 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA médicos. Entretanto, com o surgimento dos primeiros isolados de enterococos resistentes a vancomicina e a emergência da sua disseminação no ambiente hospitalar, levou a necessidade da busca de novos antimicrobianos para o tratamento deste patógeno multirresistente (Silveira et al., 2008). Este fato se agrava quando estes microrganismos são isolados em infecções de corrente sanguínea. Dentre os Gram positivos, as espécies de Enterococcus spp. aparecem entre os primeiros microrganismos mais isolados nestas infecções (Cervera et al.,2009; Erdem et al.,2009). No Brasil Gales e colaboradores, em um estudo multicêntrico em 2009, apontaram estes microrganismos como oitavo entre todas as epécies encontradas e terceiro entre os Gram positivos. De todos os isolados de enterococcus, 7,7% eram VRE. Enterococcos é frequentemente isolado em pacientes transplantados, especialmente em transplantes de rim e fígado (Patel et al., 2001). Nestes pacientes, infecções de corrente sanguínea é uma das mais comuns infecções causadas por VRE. Esta infecção frequentemente é severa e associada a uma bacteremia recorrente e persistente, e maior risco de morte (Nusair et al., 2008; Asensio et al., 2008; Bhavinani et al., 2000; Lodise et al., 2002; Ghanen et al., 2007). 3.3.3. -Lactamases de Espectro Ampliado (ESLs) Os -lactâmicos são os agentes antimicrobianos utilizados com maior frequência para o tratamento de infecções bacterianas. A ampla utilização destes agentes principalmente das cefalosporinas de segunda e terceira gerações, para o tratamento de infecções causadas por enterobactérias, foi 36 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA acompanhada pelo surgimento e disseminação de cepas bacterianas resistentes produtoras de enzimas do tipo ESβL. A resistência aos -lactâmicos dificulta o tratamento das infecções causadas por estes patógenos, aumentando a morbi-mortalidade dos pacientes acometidos assim como os custos diretos e indiretos relativos às internações (Tumbarello et al. 2006). ESLs são enzimas capazes de hidrolisar todos os antimicrobianos βlactâmicos com exceção das cefamicinas (cefoxitina, cefotetan) e dos carbapenenêmicos (imipenem, meropenem) e são inibidas pelo ácido clavulânico, tazobactam e sulbactam. Pertencem à classe molecular A de Ambler (1980) e estão distribuídas no grupo 2be de Bush e Jacoby (2010). As ESL apresentam um resíduo serina no seu sítio ativo e são codificadas por genes localizados em plasmídeos que podem também codificar resistência aos aminoglicosídeos, tetraciclina, cloranfenicol, quinolonas e trimetoprim/sulfametoxazol (Rossolini et al. 2008d;Winokur et al. 2001). Outras ESLs tais como PER, VEB, BES, GES, BEL, TLA e SFO, também foram descritas, porém SHV, TEM e CTX-M são as mais prevalentes entre as enterobactérias (Harada et al.,2008). 3.3.3.1. TEM As ESBLs do tipo TEM são derivadas das beta-lactamases de espectro restrito do tipo TEM-1 e TEM-2. A descrição da primeira β-lactamase desta classe, denominada TEM-1 ocorreu em 1960. Esta enzima foi encontrada em uma amostra clínica de Escherichia coli isolada da corrente sanguínea de uma jovem paciente grega chamada Temoniera, origem da sigla da β-lactamase TEM (Turner 2005). A β-lactamase TEM-2 foi a primeira derivada da TEM-1 37 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (Barthelemy et al. 1985). Já a β-lactamase TEM-3, reportada em 1988, foi a primeira a apresentar o fenótipo ESβL (Sougakoff et al. 1988). Atualmente existem mais de 160 derivados de TEM (http://www.lahey.org/Studies/temtable.asp) sendo que algumas são resistentes aos inibidores de β-lactamase e a grande maioria apresenta o fenótipo ESβL (Bradford 2001b). Esta enzima é codificada por genes localizados, usualmente, em elementos genéticos móveis, plasmídeos e transposons, que por meio de uma série de eventos de transposição e rearranjos, migram para diferentes plasmídeos que circulam entre microrganismos da mesma espécie ou de espécies diferentes. Devido à grande facilidade de disseminação, esta enzima tem sido descrita em diversas espécies de Enterobactérias, e em outras espécies bacterianas (Paterson and Bonomo 2005). Embora essas βlactamases sejam mais frequentemente relatadas em E. coli, Klebsiella spp., EnterobaCter aerogenes, Morganella morganii, Proteus mirabilis, Proteus rettgeri, e Salmonella spp. (Bonnet et al. 1999;Marchandin et al. 1999;Morosini et al. 1995;Palzkill et al. 1995;Perilli et al. 2000;Tessier et al. 1998), têm sido, também, reportadas entre bactérias Gram negativas não Enterobacteriaceae. 3.3.3.2. SHV A denominação da sigla SHV vem de uma propriedade bioquímica da enzima variável sulfidrila (“sulphydryl variable”) (Tzouvelekis and Bonomo 1999a). O fenótipo ESβL é caracterizado a partir de substituições de aminoácidos que ocorrem no gene blaSHV-1, e estas alterações assemelham-se as que acontecem com as ESβL do tipo TEM (Huletsky et al. 1993). 38 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Em 1983, foi descrito o primeiro relato de uma SHV de espectro ampliado, denominada SHV-2, encontrada em amostras clínicas de K. pneumoniae, K. ozaenae e Serratia marcescens (Knothe et al. 1983). Em 1988, SHV-3 e SHV-4 foram descritas por Jarlier e colaboradores (Jarlier et al. 1988) e Buré e colaboradores (Bure et al. 1988), respectivamente. Ambas foram encontradas em amostras clínicas de K. pneumoniae recuperadas de hospitais franceses. SHV-5 foi descrita na Grécia e Tailândia (Chanawong et al., 2001; , Neonakis et al., 2003; Poirel et al., 2004a), enquanto SHV-12 foi identificada, até o momento, somente na Tailândia (Chanawong et al., 2001). Desde 1982, quando a ceftazidima foi disponibilizada para o uso clínico, até o presente momento, foram descritas mais de 140 variantes da β-lactamase da classe SHV (http://www.lahey.org/Studies/webt.asp#SHV). A enzima SHV já foi relatada em vários membros da família Enterobacteriaceae e em Acinetobacter spp. (Poirel et al., 2004a, Zavascki et al., 2010). Em P. aeruginosa, poucos isolados foram descritos como produtores dessa (Bush et al.,1995) enzima. Em K. pneumoniae, a enzima SHV-1 é responsável por até 20% da resistência a ampicilina mediada por plasmídeos nesta espécie (Tzouvelekis and Bonomo 1999b). Em muitas cepas de K. pneumoniae o gene blaSHV-1, ou outro gene relacionado, apresenta-se integrado ao cromossomo bacteriano (Livermore 1995). Inúmeros relatos de surtos envolvendo K. pneumoniae produtoras de -lactamases de espectro ampliado têm sido reportados (Coque et al. 2008). Apesar de grande parte das -lactamases do tipo SHV apresentar fenótipo ESβL, algumas, como por exemplo, SHV-10 e SHV-11, possuem fenótipo de resistência aos inibidores das -lactamases e apesar de hidrolisar 39 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA as penicilinas, essa enzima apresenta uma hidrólise reduzida para as cefalosporinas e, dessa forma, não é classificada como ESβL (Bradford 2001a). 3.3.3.3. CTX-M As ESBL do tipo cefotaximase (CTX-M) são codificadas por genes localizados em plasmídeos. Essas β-lactamases têm a propriedade de conferir resistência a todas as cefalosporinas de espectro ampliado, porém, apresentam como substratos preferenciais a cefotaxima e a ceftriaxona (Bonnet 2004a;Cartelle et al. 2004;Rossolini et al. 2008c). O primeiro relato da produção de CTX-M ocorreu em 1990, a partir de um isolado clínico de E. coli recuperado na Alemanha (Bauernfeind et al., 1990). Desde então, essas enzimas vêm se disseminando mundialmente em diferentes gêneros de enterobactérias (Bonnet 2004b;Rossolini et al. 2008e). Atualmente, encontram-se descritos na literatura mais de 80 tipos de CTX-M diferentes (http://www.lahey.org/Studies/other.asp#table1). No início da década de 1990, a β-lactamase CTX-M-2 disseminou-se rapidamente na Argentina e em países vizinhos (Rossolini et al. 2008b). Outros membros da família CTX-M estão distribuídos em diversos lugares do mundo; CTX-M-9 e CTX-M-14 predominantemente na Ásia e na Espanha (Hernandez et al. 2005;Munday et al. 2004), CTX-M-3 e CTX-M-15 na Europa. Apesar de não ter sido isolada no Reino Unido antes de 2001, a enzima CTX-M-15 é atualmente a ESβL mais prevalente em amostras bacterianas de E. coli e K. pneumoniae nesta região (Livermore and Hawkey 2005). Durante muitos anos, a identificação da enzima CTX-M esteve restrita aos membros da família Enterobacteriaceae. Porém em isolados clínicos de P. 40 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA aeruginosa já foram descritas as enzimas CTX-M-1, CTX-M-43 (al Naiemi et al., 2006; Celenza et al., 2006) e CTX-M-2 (Picão et al., 2009a; Picão et al., 2009b). A disseminação das β-lactamases do tipo CTX-M está causando importantes e imprevisíveis mudanças na epidemiologia da resistência aos antibióticos β-lactâmicos (Rossolini et al. 2008a). 3.3.5. Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) Os carbapenêmicos são considerados os agentes mais potentes contra infecções causadas por bactérias Gram negativas devido à sua elevada afinidade pelas PBPs, estabilidade diante da maioria das β-lactamases e pela excelente permeabilidade através da membrana externa bacteriana (Woodford et al., 2004). No entanto, nos últimos anos, o isolamento de bactérias Gram negativas resistentes também aos carbapenêmicos vêm se tornando mais frequente em diversas partes do mundo (Nordmann and Poirel 2002). Em enterobactérias, a resistência a esta classe de antimicrobianos pode ser causada pela produção de carbapenemases. As carbapenemases do tipo KPC (sigla para “Klebsiella pneumoniae carbapenemase”), incluídas na classe A (Ambler 1980b) ou grupo 2f de Bush (Bush et al. 1995b) são enzimas que são capazes de hidrolisar penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos (Queenan and Bush 2007b). A primeira descrição da enzima KPC-1 ocorreu no ano de 2001, na Carolina do Norte (EUA), a partir de um isolado de K. pneumoniae coletado em 1996, durante um estudo de vigilância denominado ICARE (“Intensive Care Antimicrobial Resistance pidemiology”). No entanto, uma recente correção na sequência de nucleotídeos do gene blaKPC-1 indicou que as enzimas KPC-1 e 41 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA KPC-2 são idênticas (Yigit et al., 2001). A partir de então, relatos de KPC-2 tornaram-se frequentes na Costa Leste dos Estados Unidos e rapidamente expandiu-se, sendo descrito em diversas partes do mundo (Queenan and Bush 2007a). Até o momento, onze variantes de KPC foram descritas (http://www.lahey.org/studies). O gene que codifica a enzima KPC está frequentemente localizado em um elemento genético móvel com grande potencial para disseminar-se. Esta característica somada ao fato deste gene ser, frequentemente, encontrado em cepas de K. pneumoniae, que é conhecida por sua capacidade de acumular e transferir determinantes de resistência, é motivo de muita preocupação pelas agências nacionais de saúde (Queenan and Bush 2007c). Embora as carbapenemases do tipo KPC sejam predominantemente descritas em cepas de K. pneumoniae, existem relatos dessa enzima em cepas de Enterobacter spp. (Hossain et al. 2004); (Bratu et al. 2005b), Escherichia coli (NavonVenezia et al. 2006), Salmonella spp. (Miriagou et al. 2003), Citrobacter freundii, Pseudomonas aeruginosa (Villegas et al. 2007), entre outras espécies (Sacha et al., 2009). O tratamento de infecções causadas por microrganismos que expressam esse determinante de resistência é extremamente difícil, resultando muitas vezes em altas taxas de mortalidade, devido à resistência a múltiplos agentes antimicrobianos (Bratu et al. 2005a). A enzima KPC-2 foi primeiramente descrita no Brasil por Monteiro e colaboradores (2009), em quatro amostras de K. pneumoniae isoladas entre setembro e novembro de 2006 em um hospital de Recife. Desde então, isolados de K. pneumoniae e E. cloacae produtores de KPC-2 também foram descritas no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, revelando que a 42 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA emergência deste mecanismo de resistência em hospitais brasileiros vem ocorrendo desde o ano de 2005 (Pavez et al., 2009; Peirano et al., 2009; Zavascki et al., 2009a). Em um recente estudo do Programa de Vigilância SENTRY (SENTRY“Antimicrobial Surveillance Program”), realizado com 3.220 amostras de bactérias Gram negativas, coletadas de centros médicos no Brasil, entre o período de janeiro de 2003 a maio de 2008, constatou-se que Klebsiella spp. foi o segundo microrganismo mais prevalente em infecções de corrente sanguínea, porém nenhum isolado apresentou KPC (Andrade et al., 2008). Em 2010, Linares e colaboradores, avaliaram 1.057 transplantes de órgão sólidos realizados em um centro Médico na Espanha, entre o período de julho de 2003 a dezembro de 2007,e observaram 116 episódios de infecções por K. pneumoniae sendo que mais de 50% desses eram ICS. Dos isolados desse estudo, nenhum apresentou produção de carbapenemase. O mesmo fato se repetiu em outro estudo, agora realizado no Brasil, no qual K. pneumoniae foi a segunda espécie de Gram negativo mais prevalente em ICS e nenhum isolado de KPC foi relatado (Silva JR et al.,2010). 3.3.4. Metalo--Lactamases As metalo-β-lactamases (MBL) são pertencentes ao grupo 3 de Bush (Bush et al. 1995a) e à classe molecular B de Ambler (Ambler 1980a). Apresentam potente atividade contra carbapenêmicos e hidrolisam todos os lactâmicos comercialmente disponíveis, exceto os monobactâmicos (aztreonam). Este grupo requer íons Zn+2 ou outros cátions divalentes como cofatores no sítio ativo. São resistentes à ação dos inibidores das serino-β43 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA lactamases como ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam (Queenan and Bush 2007d), embora sofram inibição por agentes quelantes (EDTA, derivados de tiol e do ácido dipicolínico); (Payne et al., 1997a; Payne et al., 1997b; Laraki et al., 1999; Bebrone, 2007). As MBLs, como todas as β-lactamases, podem ser divididas em cromossomais e codificadas por genes móveis. As MLs intrínsecas são normalmente mediadas por cromossomo (Walsh et al. 1994) e são encontradas em um número limitado de espécies, como: Bacilus cereus, Aeromonas hydrophila, Flavobacterium odoratum, Legionella gormanii, Bacteroides fragilis, Stenotrophomonas maltophilia (Hirakata et al. 1998). MLs adquiridas apresentam-se em estruturas genéticas móveis que fornecem mobilidade ao gene, facilitando a disseminação dessa enzima entre diferentes espécies bacterianas. Atualmente, são conhecidas 10 sub-classes de MBLs adquiridas: IMP (imipenemase), VIM (Verona imipenemase), SPM (São Paulo metallo-βlaCtamase), GIM (German imipenemase), SIM (Seul imipenemase), AIM (Australian imipenemase), KHM (Kyorin Health Science MBL), NDM (New Delhi metallo-β-laCtamase), DIM (Dutch Imipenemase) e TMB (Tripoli metallo-βlaCtamase) (Osano et al., 1994; Lauretti et al., 1999; Toleman et al., 2002; Castanheira et al., 2004; Lee et al., 2005; Yong et al., 2007a, Sekiguchi et al., 2008; Salabi et al., 2009; Poirel et al., 2009). Embora essas enzimas sejam mais frequentemente isoladas em espécies de bactérias Gram negativas não-fermentadoras, como Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii, cada vez mais estas enzimas têm sido reportadas em membros da família Enterobacteriaceae, incluindo K. pneumoniae (Lincopan et al. 2005b;Morfin-Otero et al. 2009). 44 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O primeiro relato de MβLs adquirida ocorreu em 1994 (Osano et al. 1994), sendo descrito como uma subclasse denominada IMP-1. Esta enzima foi encontrada em uma cepa clínica de Serratia marcescens isolada no Japão, a qual apresentava fenótipo de resistência a imipenem e cefalosporinas de amplo espectro. Diversas variantes dessa enzima foram então descritas em P. aeruginosa, Acinetobacter spp. e enterobactérias de praticamente todos os continentes (Walsh et al., 2005; Walsh et al., 2008). As variantes IMP-1, IMP-16 e IMP-18 já foram reportadas em isolados clínicos brasileiros de P. aeruginosa (Mendes et al., 2004; Mendes et al., 2007b; Xavier et al., 2007). Em 2005, Lincopan e colaboradores relataram o primeiro caso de K. pneumoniae produtora de IMP-1 isolada de uma única amostra, na América Latina (Lincopan et al. 2005a). Em 1999, a segunda subclasse descrita de MBL adquirida foi denominada VIM foi observada em uma amostra de P. aeruginosa originária de Verona, Itália (Lauretti et al., 1999). Muitas variantes de VIM já foram descritas, tanto em microrganismos fermentadores da glicose, quanto em não fermentadores. Embora a maioria das descrições tenha ocorrido na Europa, algumas 25 variantes já foram identificadas na América e Ásia (Queenan & Bush, 2007; Walsh et al., 2005; Walsh et al., 2008). Em 2002, foi descrita uma nova subclasse de MBL, a SPM-1 (São Paulo Metalo-β-lactamase). Esta enzima foi isolada de uma P. aeruginosa recuperada do trato urinário de uma paciente de quatro anos hospitalizada no complexo HSP/UNIFESP (Toleman et al., 2002). Esta enzima parece estar especificamente relacionada à espécie de P. aeruginosa, uma vez que, até então, não foi encontrada em demais patógenos. Amostras produtoras desta 45 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA enzima foram isoladas em diversas cidades brasileiras, tais como São Paulo, Brasília, Salvador, Fortaleza, Santo André, Londrina, Maringá, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Luiz (Gales et al., 2003; Pellegrino et al., 2002; Poirel et al., 2004b; Nouér et al., 2005; Vieira et al., 2005; Zavascki et al., 2005), sendo que na maioria destas descrições foi encontrado um perfil clonal predominante, denominado clone SP. A única descrição da produção de SPM1 fora do Brasil ocorreu em 2010, na Suiça. Entretanto, a amostra de P. aeruginosa, em que o gene blaSPM-1 foi detectado, foi isolada de um paciente que havia sido atropelado e possuía internação prévia no Hospital Geral Regional, em Recife (Salabi et al., 2010). Em 2002, cinco isolados de P. aeruginosa foram recuperados de diferentes pacientes de um centro médico em Dusseldorf, Alemanha. Estes isolados codificavam uma nova β-lactamase da classe B, denominada GIM-1 (German imipenemase) (Castanheira et al., 2004). Em 2005, Lee e colaboradores reportaram uma nova enzima do tipo MBL, SIM-1 que foi identificada em sete isolados clínicos de Acinetobacter baumannii na Coréia, os quais haviam sido isolados entre setembro de 2003 e novembro de 2004. Recentemente, foram descritas novas subclasses de MBLs adquiridas: AIM-1(Australian imipenemase), recuperada de um isolado clínico de P. aeruginosa, em 2007, na Austrália (Yong et al., 2007b); KHM-1 (Kyorin Health Science metalo-β-lactamase), descrita em 2008, no Japão, em um isolado clínico de C.freundii (Seikiguchi et al., 2008); NDM-1 (MIM- 1) (New Delhi metalo-β-lactamase), descrita em 2008, na Índia, em um isolado clínico de K. pneumoniae, e posteriormente, sua ocorrência também foi relatada em enterobactérias na Inglaterra (Doumith et al., 2009; Yong et al., 2009); TMB-1 46 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (Tripoli MBL), recuperada de um isolado clínico de P. aeruginosa detectado da Libia (África), em 2008 (El Salabi et al., 2009) e DIM-1 (Dutch Imipenemase), descrita em 2009 a partir de um isolado de P. stutzeri originário da Holanda (Poirel et al., 2010). 3.4. Sistemas Automatizados no Processamento de Hemoculturas O sangue é um dos espécimes clínicos mais importantes dentro de um laboratório de microbiologia. A hemocultura permite a identificação de microrganismos na corrente sanguínea e é o método disponível mais sensível na detecção da bacteremia. A automação no laboratório de microbiologia ocorreu inicialmente em 1970 com a introdução do primeiro sistema semi-automatizado de hemocultura. Posteriormente, em 1990 estes sistemas foram aperfeiçoados e criados os equipamentos de hemocultura que realizam monitoramento contínuo do crescimento microbiano. Os métodos dos sistemas automatizados disponíveis comercialmente baseiam-se na inoculação de amostra de sangue dentro de um frasco hermeticamente fechado e estéril que contêm meio de cultura enriquecedor que favorece o crescimento dos microrganismos, acrescido de substâncias que inativam ou adsorvem os antibióticos. Cada frasco possui meios específicos que, por suas características químicas, permitem a seleção do microrganismo que deseja-se isolar: aeróbios, anaeróbios, fungos ou micobactérias. Os frascos de hemocultura são incubados a 37C dentro de equipamentos automatizados que vão promover a agitação contínua do meio 47 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA de cultura. Na base do frasco de hemocultura existe um sensor de CO 2 que monitora a quantidade e CO2 no meio. Dentro do equipamento, próximo à base onde o frasco de hemocultura é colocado, um diodo emissor e receptor de luz é posicionado e vai detectar alterações de cor e/ou fluorescência. Com o crescimento bacteriano e conseqüente produção de CO 2, o sensor localizado dentro do frasco promove, através de uma reação química, alteração de cor ou emissão de fluorescência, com conseqüente alteração da luz refletida detectada pelo diodo presente no equipamento. Este sinal é transmitido a um computador acoplado ao equipamento. O computador possui diversos algorítimos para reportar a detecção de um frasco positivo: (a) quando a reflectância excede o ponto de corte estabelecido, (b) quando o instrumento reconhece um aumento linear nos níveis de CO2 ou (c) quando ococrre alteração nas taxas de CO2 produzido (Nolte et al.,1993). Algumas metodologias, além de utilizar detecção colorimétrica ou fluorimétrica podem também utilizar detecção manométrica da produção do CO2. Apesar do aperfeiçoamento das metodologias automatizadas para aumentar a sensibilidade e reduzir o tempo de detecção do crescimento microbiano a técnica é dependente de condições pré-analíticas ideais como: volume da amostra, quantidade de amostras, momento e técnica de coleta. Estudos revelam que 0,20 a 6% das amostras apresentam resultados falso-negativos, onde o paciente apesar de apresentar episódio de bacteremia o agente não é isolado (Shiguei et al., 1995; Smith et al., 1995; Ziegler et al., 1998). 48 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Após a detecção do crescimento do agente no equipamento de hemocultura automatizado é realizado diretamente do frasco, pesquisa do microrganismo com coloração pelo método de Gram e semeadura em meios seletivos e enriquecedores para o isolamento do agente. Após 24 horas de incubação é possível observar em placa o crescimento dos microrganismos e proceder à etapas de identificação e teste de sensibilidade. A identificação dos agentes pode ser realizada por técnicas manuais, onde características bioquímicas e físicas são observadas e interpretadas, ou através de técnicas automatizadas, através de diversas provas bioquímicas em que se estabelece um perfil bioquímico característico de cada. Os métodos automatizados além de fornecer maior precisão nos resultados proporciona rapidez na identificação, podendo esta ocorrer a partir de 2 horas, a depender do microrganismo. No Brasil, os sistemas automatizados mais utilizados são: Vitek®; Vitek-2® (bioMérieux, Hazelwood, MO); Walk-Away® (DADE, West Sacramento, CA); BD Phoenix®, sendo que o Phoenix apresenta no mesmo painel identificação e teste de susceptibilidade (Anvisa, 2008). O teste de sensibilidade também pode ser realizado através de metodologia manual ou automatizada. A metodologia manual baseia-se na técnica de Kirb-Bauer de disco difusão onde os halos de inibição são interpretados de acordo com as recomendações do CLSI (Clinical Laboratory Intitute). Outros métodos, tais como os Epsilométricos, como ETEST também podem ser utilizados quando pretende-se realizar a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) a determinados antimicrobianos. 49 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Já as técnicas automatizadas baseiam-se na técnica de microdiluição em caldo onde diversas concentrações de antibióticos são utilizadas para chegar à determinação da CIM. Estas concentrações são interpretadas pelos equipamentos de acordo com as recomendações vigentes do CLSI (2010). Tanto a metodologia manual como a automatizada permitem a detecção de alguns mecanismos de resistência específicos, seja pela técnica de disco aproximação seja pela técnica de uso combinado de antibióticos. Os fenótipos geralmente reportados são a presença de ESBL e MLSb (Macrolídeos, Lincosaminas e Estreptograminas). 3.5. Microbiologia Molecular Aplicada no Diagnóstico Clínico 3.5.1. Reação de Polimerização em Cadeia - PCR, PCR Multiplex e PCR em Tempo Real A técnica da PCR, idealizada em 1983 por Kerry Mullis tornou-se realidade após o isolamento e purificação da enzima Taq DNA polimerase a partir da bactéria termofílica Thermus aquaticus (Saiki et al., 1988). Esta técnica passou a ser a mais utilizada em laboratórios de pesquisa e consiste de uma reação de amplificação do DNA extraído e adicionado com dNTPs (desoxirribunucleotídeos trifosfatos), oligonucleotídeos (primers) iniciadores da reação e Taqpolimerase. É facil de ser executada e é realizada em três fases: desnaturação, anelamento e extensão. Na primeira etapa, desnaturação, a dupla fita de DNA é separada, na segunda etapa, anelamento, os primers se posicionam no DNA, na terceira etapa a Taq polimerase inicia a extensão do DNA (Konenam et al. 2006b). 50 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A partir do uso rotineiro da PCR, outros métodos e aplicações puderam ser elaborados. Uma delas é a PCR Multiplex. Este consiste na amplificação de mais de um alvo simultaneamente pela adição de diferentes conjuntos de primers específicos para cada alvo no mesmo tubo de reação. Para isto, devem-se tomar alguns cuidados com os conjuntos de primers escolhidos, tais como a temperatura de anelamento dos primers usados deve ser semelhante, os conjuntos de primers devem gerar produtos com tamanhos moleculares distintos, e estes devem apresentar especificidade de anelamento apenas com uma sequência alvo. Apesar de ser uma estratégia de amplificação de uso conveniente para detecção de DNA de agentes infecciosos, apresenta maior dificuldade no desenvolvimento da metodologia e menor sensibilidade quando comparada com amplificação de uma única sequência alvo (Hayden, 2004). A técnica de PCR em Tempo Real é um refinamento da técnica original de PCR, pois combina a amplificação e a quantificação de uma sequência de DNA alvo por meio da detecção de fluorescência utilizando sondas específicas marcadas com fluoróforos, ou com base na determinação da temperatura de desnaturação de uma seqüência de DNA dupla fita (“melting temperature” Tm) marcada com substância intercalante fluorescente (Klein, 2002; Kubista et al., 2006). É considerado um método homogêneo de amplificação de DNA, no qual amplificação e detecção são realizadas no mesmo tubo de reação, podendo eliminar processamentos pós-PCR, diminuindo o manuseio de produtos de amplificação e o risco de contaminação cruzada (Hayden, 2004). Os princípios aplicados para detecção de uma sequência alvo por PCR em Tempo Real são baseados na mensuração de fluorescência durante a reação. A quantidade de produto formado é monitorada durante o decorrer da reação 51 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA por meio da detecção da fluorescência detectada por diferentes filtros de captação em determinados comprimentos de onda. A fluorescência é proporcional à quantidade de produto formado em cada ciclo e o número de ciclos de amplificação necessários para obter uma determinada quantidade de DNA é registrado (Cicldo Threshold- Ct). Com a alta eficiência dos reagentes, sensibilidade dos instrumentos e otimização de técnicas, o número de moléculas de DNA de uma determinada seqüência presente em uma amostra, pode ser determinado com grande sensibilidade (Mackay, 2004; Kubista et al., 2006). Hoje se encotram disponíveis Kits que utilizam a metodologia da PCR em Tempo Real para o diagnóstico rápido em infecções de corrente sanguínea, sendo o SeptFast (LightCycler SeptiFast assay; Roche Diagnostics) o mais conhecido. Porém se trata de um método comercial em que seu uso fica restrito em laboratórios de analises clínicas, pois requer excelente habilidade técnica para o manuseio e é muito caro quando comparado a cultura (Lehman et al., 2009). 3.5.2. Validação de Novos Métodos de Diagnósticos A introdução de um novo método de diagnóstico em laboratório clínico necessita de uma validação analítica e clinica, principalmente com os métodos in house, para garantir uma maior confiabilidade ao protocolo escolhido. A validação analítica avalia a acurácia, precisão, sensibilidade e especificidade do método, que são indicadores das características do teste e por isso, não dependem da prevalência da doença ou de doenças correlacionadas com a população em que o teste de diagnóstico vai ser utilizado. A sensibilidade 52 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA analitica é testada medindo o mais baixo limite de detecção do alvo ou do microrganismo desejado. A especificidade analítica mede a capacidade do teste em detectar outro DNA que não o do microrganismo desejado. Cada protocolo de diagnóstico molecular, após ter seus parâmetros analíticos testados, também deve ter sua validação clínica determinada na população a que se destina. Essa validação clínica é realizada analisando-se o desempenho do teste em um número adequado de pacientes. A utilidade clínica de um teste de diagnóstico para a população em que será aplicado pode ser avaliada pelos valores preditivos (positivo e negativo), que são calculados a partir de análise dos parametros de validação clínica comparados com a prevalência da doença (Rossetti et al., 2006). De acordo como documento MM3-A2 do “Clinical Laboratory Standard Institute” (CLSI, 2006), um roteiro de avaliação para introdução de novo método de diagnóstico deve ser seguido, como a determinação da sensibilidade analítica (limite de detecção – LoD), especificidade analítica, precisão, cutoff (valor de corte), sensibilidade e especificidade diagnóstica, acurácia diagnóstica, valores preditivos e diagnóstico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA regulamenta através da RDC 302/2005, que tanto laboratórios clínicos quanto de pesquisa devem validar os métodos desenvolvidos no próprio laboratório fornecendo evidências quanto ao desempenho (RDC 302/2005; Normas e Manuais Técnicos, 2005). 53 MATERIAIS E MÉTODOS 4 - MATERIAIS E MÉTODOS 4.1. Casuística Foram selecionadas para o estudo as hemoculturas positivas e as cinco primeiras hemoculturas negativas de cada mês, independente do centro referente, provenientes de pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos internados no HSP e no HRH, coletadas entre fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010. Foram incluídas no presente estudo 59 hemoculturas negativas e 126 hemoculturas positivas pelo sistema automatizado Bactec® (Becton Dickinson, EUA). Destas, 4 hemoculturas negativas e 14 hemoculturas positivas foram provenientes de 11 pacientes admitidos na unidade de transplantados de órgãos sólidos (rim, rim e pâncreas, pulmão, fígado e coração) localizada no 10º andar do HSP e 55 hemoculturas negativas e 112 hemoculturas positivas foram provenientes de 106 pacientes do serviço de transplante de órgãos sólidos (rim e rim e pâncreas) do HRH. 4.1.1. Variáveis Clínicas Os dados clínicos dos pacientes foram coletados no Same (Serviço de Arquivo Médico) do HRH e no Same do HSP. O estudo foi retrospectivo incluindo pacientes submetidos a transplantes de órgãos sólidos (rim, rim/pâncreas, pulmão, coração e fígado), como também os pacientes internados nos hospitais avaliados com intercorrências clínicas pós-transplante. Os laudos com os resultados da hemocultura e antibiograma foram fornecidos pelo Laboratório Central do HSP, UNIFESP. 54 MATERIAIS E MÉTODOS Para descrever os episódios de ICS e analisar os fatores de risco presentes no momento da coleta da hemocultura, foram coletadas as informações relacionadas abaixo: 1- Dados do Paciente: Nome; Data de Nacimento; Sexo; 2- Dados da Internação: Hospital de Internação (HSP, HRH); Data da Internação; 3- Dados do Transplante: Data do Transplante; Tipo de Doador: Vivo ou Falecido; Órgão transplantado; Tempo de Transplante até a bacteremia; 4- Dados da Infecção: Data da coleta da bacteremia; Tempo de Internação até a Bacteremia; Resultado da coloração de Gram da hemocultura; Data de validação do Gram; Resultado da Hemocultura (microrganismos e antibiograma); 55 MATERIAIS E MÉTODOS Data de validação da Hemocultura; 5- Dados do Tratamento: Data de recebimento da coloração de Gram pelo médico; Antibióticoterapia até quatro dias antes do resultado do Gram; Antibióticoterapia até quatro dias após o resultado do Gram; Avaliação da adequação da antibioticoterapia após o Gram; Data de recebimento da Hemocultura pelo médico; Antibióticoterapia até quatro dias antes do resultado da Hemocultura; Antibióticoterapia até quatro dias após o resultado da Hemocultura; Avaliação da adequação da antibioticoterapia após o resultado do Gram; Adequação da terapía empírica após o resultado da Hemocultura; A adequação da antibioticoterapia foi avaliada por 2 médicos e definida como adequada quando o paciente utilizava pelo menos um dos antimicrobianos ao qual a bactéria identificada era sensível “in vitro” e inadequada quando o microrganismo isolado não era sensível “in vitro” a nenhum dos antimicrobianos utilizado pelo paciente ou se este não estava em uso de nenhum antimicrobiano, porém não foi avaliada quanto a abordagem clínica da infecção (Pereira, 1997). 56 MATERIAIS E MÉTODOS 4.2. Coleta das Hemoculturas de Acesso Periférico Frente a suspeita de infecção, as coletas de hemocultura foram realizadas pela equipe de enfermagem seguindo normas preconizadas pelas Comissões de Controle Infecção Hospitalar (CCIH) do HSP e do HRH. Dos pacientes adultos, foram coletados 10 mL de sangue no frasco BACTEC Plus Aerobic/F® e das crianças foram coletados 5 mL de sangue no frasco BACTEC Plus Pediatric/F®. Na persistência da febre uma coleta adicional de hemocultura foi realizada a critério do médico assistente após 24 horas da primeira coleta. 4.2.1. Coleta das Hemoculturas de Acesso Central – Cateteres A coleta de hemocultura de cateter foi realizada em pacientes portadores de cateter venoso central (CVC), nos quais não é possível ou não está indicada à punção periférica, para coleta de amostra sanguínea. O procedimento foi realizado pela equipe de enfermagem seguindo normas preconizadas pelas CCIH do HSP e do HRH. 4.3. Processamentos das Amostras pelo Método Fenotípico As hemoculturas do HSP e do HRH foram processadas no setor de microbiologia do Laboratório Central do Hospital São Paulo, UNIFESP. 4.3.1. Determinação da positividade e negatividade das hemoculturas pelo aparelho Bactec® Após a coleta, os frascos de hemocultura foram processados pelo equipamento Bactec 9240® (Becton Dickinson, Maryland, EUA), um sistema 57 MATERIAIS E MÉTODOS automatizado que realiza a monitorização contínua do crescimento bacteriano. O meio de cultura do frasco possui nutrientes que são metabolizados frente à presença de microrganismos viáveis na amostra. Esta metabolização resulta na produção de CO2 e esta alteração pode ser detectada e interpretada pelo sistema como amostra positiva. 4.3.2. Resultado Parcial da Hemocultura Positiva pela Coloração de Gram Frente à positivação da hemocultura pelo sistema Bactec®, foi realizada coloração pelo método de Gram e semeadura em meios enriquecedores e seletivos para cultura. Os meios utilizados para o crescimento bacteriano foram: ágar chocolate, ágar sangue e ágar eosino-metileno-blue (EMB). 4.3.3. Resultado Final da Hemocultura pelo Sistema Automatizado Phoenix® A identificação dos microrganismos e o teste de susceptibilidade a antimicrobianos foram realizadas pelo equipamento Phoenix® 100 (Becton Dickinson Microbiology Systems, Coceysville, Md.) Este sistema utiliza painéis (PMID-121 para isolados Gram negativo, PMID-123 para Gram negativo não fermentador e PMID-104 para Gram positivo (Anexo 2)) nos quais há provas para identificação bacteriana e drogas antimicrobianas desidratadas. O sistema utiliza indicadores colorimétricos e fluorométricos para leitura dos testes de identificação e antibiograma. Todas as amostras positivas e negativas foram encaminhadas ao Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC da 58 MATERIAIS E MÉTODOS Disciplina de Infectologia da UNIFESP, onde as metodologias genotípicas foram aplicadas. 4.4. Padronização da PCR em Tempo Real Os iniciadores utilizados para detecção do controle interno da reação foram desenhados para o gene da hemocromatose (HFE). A diferenciação entre as bactérias Gram positivas e Gram negativas foi feita por multiplex TaqMan (TaqMan-MGB) em Tempo Real utilizando iniciadores universais do gene 16S rRNA (Bispo et al., 2011). Os iniciadores para Gram positivas, Gram negativas, controle interno e os genes de resistência blaKPC, blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaIMP, blaSPM, blaVIM, vanA, vanB e mecA padronizados no presente estudo, estão apresentados na Tabela 1. Todos os iniciadores testados para a PCR em Tempo Real utilizando o sistema TaqMan foram testado em concentrações diferentes. 59 MATERIAIS E MÉTODOS Tabela 1. Lista de Iniciadores de amplificação da região codificadora dos genes estudados. Sequencias (5’3’) Iniciador HFE_ F GATGACCAGCTGTTCGTGTTCTAT HFE_R CCACATCTGGCTTGAAATTCTAC 16S NT-341Fw GACTCCTACGGGAGGC 16S 522Rv Sonda GP GCGGCTGCTGGCAC CTGYSSAGCAACGCCGCG-MGB Sonda GN CCTGAYSCAGAMATGCCGCG-MGB blaSHV-F ATGCGTTATACGCCTGTG blaSHV-R TGCTTTGTATTCGGGCCAA blaTEM-F TGCCGCATACACTATTCTCAGAATGA blaTEM-R ACGCTCACCGGCTCCAGATTTAT Resistência Genes Tamanha do Fragmento (PB) - HFE - 16 S rDNA - 93 192 - - - blaCTX-F ATGT GCAG(C/T))ACCAGTAA(A/G)GT(G/T)ATGGC blaCTX-R TGG GT(A/G)AARTA(A/G)GTSACCAGAA(C/T)CAGCGG blaKPC-F ATGTCACTGTATCGCCGTCTAGTTC blaKPC-R CAATCCCTCGAGCGCGAGTC blaIMP-F GAATAG(A\G) (A\G)TGGCTTAA(C\T)TCTC blaIMP-R CAAAC(C\T)ACTA(G\C)GTTATC blaVIM-F GTTTGGTCGCATATCGCAAC blaVIM-R AATGCGCAGCACCAGGATAG blaSPM-F CTAAATCGAGAGCCCTGCTTG blaSPM-R CCTTTTCCGCGACCTTGATC mecA-F AAAACTAGGTGTTGGTGAAGATATACC mecA-R GAAAGGATCTGTACTGGGTTAATCAG vanA-F CATGACGTAATCGGTAAAATC vanA-R ACCGGGCAGRGTATTGAC vanB-F CATGATGTGTCGGTAAAATC vanB-R ACCGGGCAGRGTATTGAC Cefalosporina blaSHV 1018 Cefalosporina blaTEM 868 Cefalosporina blaCTX 600 Carbapenêmicos blaKPC 800 Carbapenêmicos blaIMP 188 Carbapenêmicos blaVIM 382 Carbapenêmicos blaSPM 798 Meticilina mecA 147 Glicopeptidio vanA 732 Glicopeptidio vanB 635 PB= Pares de base A amplificação da reação de PCR em Tempo Real foi realizada no equipamento 7500 Real Time PCR System (Applied Biosystems, CA) utilizando o Kit Platinum SYBR Green qPCR Super Mix (Invitrogen, California, EUA) e TaqMan Universal PCR Master Mix (Applied Biosystems, Foster City, EUA). As condições de termociclagem foram: 2 minutos a 50°C, seguidos de 10 minutos a 95°C e 45 ciclos de 15 segundos a 95°C e 1 minuto a 60°C. Todos os 60 MATERIAIS E MÉTODOS iniciadores testados para a PCR em Tempo Real utilizando o fluoroforo SYBR Green foram submetidos à análise da curva de desnaturação (melting curve) para garantir a correta amplificação de cada conjunto de iniciador e assim, determinar a temperatura de desnaturação (Tm- Temperatura de melting) dos produtos de PCR para cada gene. O ciclo de dissociação dos produtos para a curva de desnaturação (melting curve) foi: 95°C por 10 minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a 95°C, 1 minuto a 60°C, e uma etapa para realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até 95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR dos genes analisados. Tanto para o sistema SYBR Green quanto para o sistema TaqMan foi avaliado o Ct em que ocorreu a detecção da positividade. Para a PCR pelo sistema TaqMan, a positividade foi analisada a partir da sonda detectada. Na figura 2 está esquematizada a detecção de uma bactéria Gram negativa e Gram positiva. Quando há amplificação e a sonda VIC , trata-se de uma bactéria Gram negativa. Quando detectada a sonda FAM na amplificação trata-se de uma bactéria Gram positiva. 61 MATERIAIS E MÉTODOS GP GN A B Figura 2. A - Amplificação do DNA de Gram positivo (curva em amarelo) e Gram negativo (curva em vermelho); B- Sonda Gram Positivo (GP) e Sonda Gram Negativo (GN). 4.4.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real A eficiência (E) das reações para os protocolos de PCR em Tempo Real foi calculada após construção de uma curva padrão utilizando a fórmula: E = 10(-1/-slope) -1, onde E = especificidade, “slope” = inclinação da curva no 7500 Software v2.0.4 . O valor corresponde à eficiência da reação em porcentagem quando multiplicado por 100. As curvas foram avaliadas por um ensaio com as amostras em triplicata. A regressão linear foi construída com o mínimo de 5 pontos e foram avaliadas as diferenças intra ensaio, com intervalo de confiança de 95%. Para determinar a eficiência da PCR em Tempo Real foram utilizadas cepas controles que apresentam genes de resistências que foram cedidas gentilmente por outros grupos de pesquisas e que estão armazenadas no banco de microrganismos do LEMC. Todas as amostras bacterianas foram 62 MATERIAIS E MÉTODOS recuperadas em ágar sangue de carneiro (5%) após incubação por 24 horas em atmosfera aeróbia ou microaerófila. Os respectivos controles utilizados para os genes de resistência se encontram na Tabela 2. O limite mínimo de detecção de DNA para o gene HFE foi avaliado utilizando DNA extraído dos frascos Bactec®. Estes foram diluídos a partir de 10 ng/µl até 100 fg/µl. Em um tubo contendo 4 mL de salina foi preparada uma suspensão bacteriana na escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL). 1 mL da solução foi transferida para tubo de 2mL estéril e assim foi extraído o DNA bacteriano por fervura, 10 minutos a 100°C e centrifugado a 16.000g por 5 minutos. O sobrenadante foi transferido para um tubo de 2 mL estéril. Para a preparação das amostras para a curva padrão, foi realizado uma diluição seriada de 10 -1 a 10-7 a partir do tubo da escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL) para cada gene testado. Para a padronização as curvas foram realizadas em triplicata. A determinação da especificidade analítica foi abordada em dois aspectos: reação cruzada e falsos positivos, conforme o documento MM3 do CLSI. Foram avaliados a capacidade de amplificação dos alvos amplificados e a incapacidade de amplificação cruzada de microrganismos relacionados aos microrganismos alvo. Uma reação contendo todos os reagentes, com exceção do DNA da amostra, também foi utilizada como controle negativo. 63 MATERIAIS E MÉTODOS Tabela 2. Relação dos microrganismos testados para validação das reações de PCR em Tempo Real. MICRORGANISMO CEPA e n° Banco Gene controle Staphylococcus aureus ATCC 25923 GP Staphylococcus aureus ATCC 43300 mecA S. haemolyticus ATCC 29968 GP S. epidermidis ATCC 12228 GP Amostra clinica* GP Enterococcus faecalis ATCC 29212 GP Enterococcus faecalis ATCC 51299 vanB Enterococcus faecium ATCC 51559 vanA/GP Streptococcus pyogenes ATCC 18615 GP Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 GP Streptococcus viridans Amostra clinica* GP Streptococcus mitis Amostra clinica* GP Escherichia coli ATCC 25922 GN EnterobaCter aerogenes ATCC 13048 GN Amostra clínica* GN Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 GN Pseudomonas aeruginosa Controle 1088* SPM-1 Pseudomonas aeruginosa Controle 131* IMP-1 Pseudomonas aeruginosa Controle 225 VIM-2 ATCC 700603 Controle 28005* GN Staphylococcus warneri Serratia marcescens Klebsiella pneumoniae Klebsiella pneumoniae AcinetobaCter baumannii Salmonella SP KPC/CTX-M/SHV/TEM ATCC 19606 GN Amostra clinica* GN ATCC - American Type Collection Culture; * - Número da amostra referente ao Banco de microrganismos dos Laboratórios LEMC/ALERTA 64 MATERIAIS E MÉTODOS 4.4.2. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” A determinação do Ct do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff point” foi realizada usando amostras negativas. O “cutoff”, limiar o qual um resultado abaixo dele é relatado como positivo e acima como negativo, foi calculado de acordo com o documento EP12 e EP17 do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) e Chandelier et al.(2010). Para dados paramétricos com distribuição dos Ct das amostras negativas correspondentes a uma distribuição normal, com 95% de confiabilidade e valor de α de 5%, o LoB foi calculado pela equação: LoB = µCtN + 1.645 σCtN CtN= Ct da amostras negativas. Para dados não paramétricos com distribuição não correspondente a distribuição normal e resultados quando truncado com zero, foi considerado p = (100-α) = 95. Os valores mensurados foram ordenados de acordo com o resultado e o percentil foi estimado pela observação dos valores classificados. O LoB foi determinado pela posição do Ct correspondente ao 95 percentile pela equação: LoB = PctB(100-α) LoB = NB (p/100) + 0,5 Quando o valor da posição não for um valor inteiro, para o cálculo da posição do 95 percentile, foi realizado a interpolação linear. Se a posição foi X1,5 a posição foi a média entre duas posições. Se a posição do 95 percentile corresponder a uma posição X1,25 , a posição foi calculada como X1 + 0,25 (X2 – X1). 65 MATERIAIS E MÉTODOS O ciclo de “cutoff” foi determinado a partir do Ct de amostras negativas. Os valores de Ct determinado pelas amostras negativas puderam ser considerados quando determinados e quando foram “undetermined” os resultados do Ct foram considerados como valores Ct correspondentes a 40, ou seja, o último ciclo do PCR usando o método em tempo real (Chandelier et al., 2010). 4.4.3. Determinação do Limite de Detecção - LoD (Sensibilidade) Para métodos laboratoriais de análises clínicas foi recomendado pelo CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) no qual o limite inferior de detecção pode ser determinado conforme o documento EP17. Foi sugerido para determinar o LoD um número mínimo de 60 resultados de amostras positivas com baixa concentração. O limite inferior de detecção das reações de PCR foi obtido pela equação: LoD = LoB + cβ SDS LoD – limite de detecção LoB – limite do branco cβ – derivado do percentil de 95% da distribuição padrão Gaussiana e fator de correção. SDS – desvio padrão estimado para a população 66 MATERIAIS E MÉTODOS 4.5. Aplicação nas Amostras de Hemocultura A figura 3 ilustra o fluxo do processamento das amostras. COLETA DE HEMOCULTURA EM TRASPLANTADOS DE ÓRGÃO SÓLIDO HSP/HRH LABORATÓRIO CENTRAL/ BACTEC HEMOCULTURA NEGATIVA BACTEC HEMOCULTURA POSITIVA BACTEC LEMC COLORAÇÃO DE GRAM EXTRAÇÃO DO DNA PELA TÉCNICA DO BRAZOL SISTEMA AUTOMATIZADO PHOENIX PCR EM TEMPO REAL SYBER GREEN PARA O GENE HFE MICRORGANISMO ISOLADO ENCAMINHADO PARA INCLUSÃO NO BANCO DE MICRORGANISMO PCR EM TEMPO REAL TAQMAN PARA O GENE 16S rDNA NEGATIVO POSITIVO GENES DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS PHOENIX/PCR EM TEMPO REAL CULTIVO DE BACTÉRIAS REFERENTES ÀS HEMOCULTURAS DISCORDANTES DO SISTEMA AUTOMATIZADO PHOENIX TESTE FENOTIPICOS PARA OS RESPECTIVOS GENES DE RESISTÊNCIA PCR EM TEMPO REAL PARA OS RESPECTIVOS GENES DE RESISTÊNCIA Figura 3. Fluxograma do processamento das amostras. 67 MATERIAIS E MÉTODOS 4.5.1. Extração do DNA Direto dos Frascos de Hemocultura O DNA do microrganismo presente na corrente sanguínea de cada paciente foi obtido a partir do sangue dos frascos de hemocultura positivos e negativo detectados pelos sistemas automatizados. Antes de proceder à extração do DNA foi realizada a anti-sepsia da tampa do frasco do sistema Bactec®, com algodão ou gaze embebido em álcool a 70%. Uma agulha e seringa foram acopladas à tampa do frasco e uma alíquota foi aspirada. Em um microtubo foram colocados 500 µL de Brazol e a esse volume foram adicionados 500 µL de sangue do frasco de hemocultura, e a mistura foi homogeneizada de 3 a 5 segundos no vórtex. Em seguida foram adicionados 180 µL de clorofórmio gelado e novamente foi realizada homogeneização de 3 a 5 segundos no vórtex. O microtubo foi centrifugado a 20.000g por 12 min a 8oC. O sobrenadante foi retirado e transferido para outro microtubo contendo 500 µL de etanol gelado que foi agitado por 3-5 segundos no vórtex. O microtubo foi centrifugado a 20.000g por 15min a 8oC. O sobrenadante foi retirado com cuidado para não perder o pellet. O pellet foi lavado com 500 µL de etanol gelado e em seguida foi centrifugado a 20.000g por 12 min a 8oC. O sobrenadante foi retirado com cuidado e o pellet deixado a temperatura ambiente para secagem e depois solubilizado em 50 µL de água dEPC e incubado a 65º C por 30 minutos. Após o procedimento de extração, seguiu-se diretamente para a realização das técnicas genotípicas ou as amostras foram congeladas a -20ºC até o uso. 68 MATERIAIS E MÉTODOS 4.5.2. Aplicação da PCR em Tempo Real para o Gene HFE de Controle Interno de Extração Todas as hemoculturas positivas e negativas para o Bactec®, após a extração do DNA, foram submetidas a PCR para o controle interno da reação. A PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green foi realizada em um volume de reação de 25 μL contendo 12,5 μL Platinum kit SYBR Green qPCR Super Mix (Platinum Taq DNA polimerase, SYBR Green I dye, Tris-HCl, KCl, 6 µM MgCl2, 400 µM dGTP, 400 µM dATP, 400 µM dCTP, 800 µM dUTP, uracil DNA glicosilase, e estabilizadores) (Invitrogen, California, EUA); 0,75 μL (10 µM) de cada iniciador; 6 μL de água ultra pura e 5 μL de DNA. As reações foram realizadas no aparelho 7500 Tempo Real PCR System (Applied Biosystems, CA), utilizando o seguinte programa: 2 min a 50 º C, 10 min a 95 º C, seguida de 40 ciclos de 15 segundos a 95 º C e 60 segundos a 60 º C. A dissociação dos produtos para a curva de desnaturação (melting curve) foi a 95°C por 10 minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a 95°C, 1 minuto a 60°C, e uma etapa para realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até 95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR do gene da hemocromatose. 4.5.3. Detecção do DNA Bacteriano PCR em Tempo Real pelo Sistema TaqMan As amostras de hemocultura com resultado positivo para o controle interno de extração foram submetidas à detecção do DNA bacteriano. A PCR em Tempo Real sistema TaqMan foi realizada em um volume de reação de 69 MATERIAIS E MÉTODOS 20μL contendo 10μL TaqMan Universal 2X Master Mix (Applied Biosystems, CA); 0,5 μL (10 µM) de cada iniciador 0,6 μL (5 µM) da sonda para Gram negativo 0,2 μL (5 µM) da sonda para Gram positivo, 5,2 μL de água ultra pura e 3 μL de DNA. As reações foram realizadas no aparelho 7500 Tempo Real PCR System (Applied Biosystems, CA), utilizando o seguinte programa: 2 min a 50 º C, 10 min a 95 º C, seguida de 40 ciclos de 15 segundos a 95 º C e 60 segundos a 60º C . 4.5.4. Detecção dos Genes que Conferem Resistências aos Antimicrobianos por PCR em Tempo Real pelo Sistema SYBR Green Para as amostras identificadas pela sonda de Gram negativo pela PCR em Tempo Real foi realizada a PCR dos genes que codificam as ESΒLs, metalo-β-lactamases e KPC. Para as amostras identificadas pela sonda de Gram positivoo pela PCR em Tempo Real foi realizada a PCR para os genes vanA, vanB e mecA. A amplificação da reação de PCR em Tempo Real para os genes blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaKPC, vanA, vanB e mecA foi realizada no equipamento 7500 Tempo Real PCR System, Applied Biosystems, CA, utilizando 12,5 µL Kit Platinum SYBR Green qPCR Super Mix (Platinum Taq DNA polimerase, SYBR Green I dye, Tris-HCl, KCl, 6 mM MgCl2, 400 µM dGTP, 400 µM dATP, 400 µM dCTP, 800 µM dUTP, uracil DNA glicosilase, e estabilizadores) (Invitrogen, California, EUA) e 0,75 μL (10 µM) de cada iniciador; 6 μL de água ultra pura e 5 μL de DNA. As condições de termociclagem foram dois minutos a 50°C, seguidos de 10 minutos a 95°C e 45 ciclos de 15 segundos a 95°C e um minuto 70 MATERIAIS E MÉTODOS a 60°C. A dissociação dos produtos para a curva de desnaturação (melting curve) foi a 95°C por 10 minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a 95°C 1 minuto a 60°C, e uma etapa para realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até 95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR dos diferentes genes de resistências. A detecção dos genes blaIMP, blaSPM, blaVIM por PCR multiplex em Tempo Real pelo sistema SYBR Green foi realizada em um volume de reação de 25 μL contendo 12,5 μL Platinum kit SYBR Green qPCR Super Mix (Invitrogen, Califórnia, EUA), 0,125 μL (10 mM) de cada iniciador para os genes blaSIM, blaSPM, blaVIM e blaGIM ; 1,25 μL (10 mM) de cada iniciador para blaIMp; 6 μL de água ultra pura e 3 μL de DNA. As reações foram realizadas no aparelho 7500 Tempo Real PCR System (Applied Biosystems, CA), utilizando o seguinte programa: 2 min a 50 º C, 10 min a 95 º C, seguida de 40 ciclos de 20 segundos a 94 º C , 30 segundos a 53 º C e 60 segundos a 60 º C. Para o SYBR Green PCR, a temperatura da amostra foi aumentada gradualmente para 95°C para gerar curvas de dissociação (Mendes et al., 2007). 4.6. Testes Direto do Isolado Bacteriano Referente à Hemocultura A metodologia da PCR Tempo Real foi comparada com os resultados liberados pelo método automatizado Phoenix®. Para os resultados discordantes entre as duas metodologias, foram realizadas testes fenotípicos e moleculares a partir da cultura do isolado bacteriano referente à hemocultura testada. Os exemplares bacterianos encontram-se armazenados no banco de 71 MATERIAIS E MÉTODOS microrganismos do LEMC. Estas amostras foram retiradas do banco e semeadas em meio ágar sangue e incubadas em estufa a 37 o C por 24 horas. Um segundo repique foi realizado, para as bactérias Gram negativas em meio MacConkey e para as Gram positivas em meio ágar sangue e incubadas em estufa a 37o C por mais 24 horas. 4.6.1. Teste de Triagem com Disco-Difusão para Ertapenem Para amostras de K. pneumoniae sugestivas como produtoras de carbapenemase, mas negativas para o gene blaKPC na metodologia de PCR em Tempo Real, foi realizado o teste de sensibilidade por disco-difusão para ertapenem. A preparação do inóculo bacteriano foi realizada após o crescimento em placas de ágar MacConkey por 24 horas. Com o auxílio de alça de semeadura, uma a três colônias isoladas de K. pneumoniae foram transferidas para tubos contendo 4 mL de salina (NaCl - Sigma, St. Louis, MO). A suspensão bacteriana foi homogeneizada e a turvação medida em turbidímetro digital (Baxter®, Sacramento, EUA), para a obtenção de uma concentração bacteriana correspondente a 0,5 da escala de McFarland, em seguida as amostras foram semeadas em placa de ágar Müeller-Hinton (Oxoid, Basingstoke, Inglaterra) com auxílio de swab estéril. O perfil de sensibilidade foi realizado utilizando discos de ertapenem (10µg), (Oxoid, Basingstoke, Inglaterra). As placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas. Após este período, a leitura foi realizada e o halo de inibição interpretado de acordo com os critérios estabelecidos pelo CLSI para EnterobaCteriaceae. Dessa forma, as amostras foram classificadas como sensíveis (S) ou resistentes (R) (CLSI, 2010). 72 MATERIAIS E MÉTODOS 4.6.2. Teste de Hidrólise para Detecção de Metalo-β-Lactamases O teste de hidrólise foi realizado nos isolados que foram sugestivos para a produção de metalo-β-lactamases pelo sistema Phoenix®, porém com reação de PCR em Tempo Real direto da amostra clínica para os genes blaSPM, blaIMP e blaVIM negativa. O teste de hidrólise teve como objetivo principal a detecção da atividade enzimática nas amostras avaliadas. Depois de isoladas, 10 colônias foram inoculadas em 10 mL caldo de TSB (Oxoid, Basingstoke, Inglaterra) com 4 µg/mL de cefoxitina. Os tubos ficaram incubados na estufa a 37C por 18 horas sob agitação. A suspensão bacteriana foi transferida para um tubo cônico e passou por uma centrifugação de 15 minutos à 3.000 rpm. Em seguida, o sobrenadante foi desprezado e o sedimento ressuspenso em 1 mL de solução de hidrólise (Tris-HCl 1 mM e ZnSO4 1 mM). As amostras suspensas foram ultrasonicadas com 4 ciclos de 30 segundos e o produto sonicado foi transferido para tubo de microcentrífuga que então, foi centrifugado por 3 minutos à 4ºC e 13.000 rpm (Centrifuge 5415R, Eppendorf, Hamburg, Germany). O sobrenadante (extratos brutos de proteínas) foi transferido para um novo tubo e as amostras mantidas no gelo até o momento do ensaio. Para verificar a atividade de hidrólise foram preparadas soluções de imipenem em tampão fosfato 0,1 M, pH 7,0 a uma absorbância de aproximadamente 1,5 a 2 unidades de absorbância a 260 nm. Em uma cubeta de quartzo foram adicionados 900 µL da solução de antimicrobiano, juntamente com 100 µL do extrato bruto de β-lactamase. O monitoramento da absorbância da solução foi realizado por 1 minuto em espectrofotômetro. A diminuição da absorbância da solução de antimicrobianos indica um resultado positivo para a 73 MATERIAIS E MÉTODOS produção de metalo-β-lactamases. A variação da absorbância foi calculada pela diferença entre o valor de absorbância final e inicial após um minuto de leitura (Abs/min). Posteriormente, as amostras foram submetidas à inibição por EDTA para confirmar se tratar de uma amostra produtora de metalo-βlactamases. Como controle positivo do teste foi utilizada a amostra de P. aeruginosa (Banco do LEMC número P1088) carreadora do gene blaSPM (Monteiro et al. 2009). 4.6.3. Detecção Fenotípica de ESβL Em todos os isolados que foram identificados como produtores de ESβL pelo método automatizado Phoenix® e que tiveram reações negativas para a detecção dos genes blaSHV, blaCTX-M, blaTEM pela metodologia da PCR em Tempo Real realizada diretamente da amostra clínica, foi realizada a detecção fenotípica da produção de ESβL pela metodologia da disco-aproximação (Jarlier et al., 1988). Foi preparada uma suspensão bacteriana com turbidez correspondente a 0,5 da escala de McFarland. Após homogeneização, a suspensão foi semeada em uma placa de ágar Müeller-Hinton utilizando swab estéril. Foram dispensados os discos de aztreonam (30μg), ceftriaxona (30μg), ceftazidima (30μg) e cefepima (30μg) a uma distância de 25 mm (centro a centro) de um disco de amoxicilina/ácido clavulânico (30μg/10μg), que foi colocado no centro da placa. Os discos utilizados foram os da Oxoid® (Basingstoke, Inglaterra). As placas foram incubadas por 18 a 24 horas, em temperatura de 35°C. 74 MATERIAIS E MÉTODOS O teste da disco-aproximação foi considerado positivo para a produção de ESβL quando houve o aparecimento de deformações do halo de inibição ou o de uma zona fantasma entre o substrato e o inibidor. Como controle positivodo teste foi incluída a cepa de K. pneumoniae ATCC 700603, produtora de ESΒL, e a cepa de E. coli ATCC 25922 foi utilizada como controle negativo. 4.6.4. Determinação da Suscetibilidade a Vancomicina Todos os isolados resistentes a vancomicina pelo método automatizado Phoenix® e que tiveram resultado negativo para a pesquisa dos genes vanA e vanB pelo método da PCR em Tempo Real realizado diretamente da amostra clínica, foram submetidas a determinação da CIM, pela metodologia Etest ®, conforme recomendações do fabricante. Foi preparada uma suspensão bacteriana ajustada a 0,5 da escala de McFarland foi uniformemente semeada na placa de ágar Müeller-Hinton e, quinze minutos após, a fita de Etest ® contendo vancomicina foi dispensada sobre a placa. As placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas. A CIM foi determinada como sendo a concentração indicada na intersecção entre a fita de Etest ® e a zona elíptica de inibição do crescimento bacteriano. As amostras foram classificadas em sensíveis ou resistentes de acordo com os pontos de corte preconizados pelo CLSI para métodos diluicionais. Como controle foi utilizada a cepa Staphylococcus aureus ATCC® 29213. 75 MATERIAIS E MÉTODOS 4.6.5. Determinação da Suscetibilidade a Oxacilina Todos os isolados sensíveis a oxacilina pelo método automatizado Phoenix® e pesquisa positiva do gene mecA pela PCR em Tempo Real direto da amostra clínica foram submetidos a determinação da CIM, pela metodologia Etest®, conforme recomendações do fabricante. Foi preprarada uma suspensão bacteriana ajustada a 0,5 da escala de McFarland foi uniformemente semeada na placa de ágar Müeller-Hinton suplementado com 2% NaCl e, quinze minutos após, a fita de Etest® contendo oxacilina foi dispensada sobre a placa. As placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 18 a 24 horas. A CIM foi determinada como sendo a concentração indicada na intersecção entre a fita de Etest® e a zona elíptica de inibição do crescimento bacteriano. As amostras foram classificadas em sensíveis ou resistentes de acordo com os pontos de corte preconizados pelo CLSI para métodos diluicionais. Como controle foi utilizada a cepa Staphylococcus aureus ATCC® 29213. 4.6.6. PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Os mesmos isolados submetidos ao teste fenotípico foram submetidos ao PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para detecção dos genes de resistência. Após o isolamento das colônias, foi realizado em um tubo contendo 4 mL de salina uma suspensão bacteriana na escala 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL). 1 mL desta suspensão foi transferida para um tubo de 2mL estéril e assim foi extraído o DNA bacteriano por fervura, 10 minutos a 100°C e centrifugado a 20.000g por 5 minutos. O sobrenadante foi transferido para um tubo de 2 mL estéril. Para a reação de PCR foi realizada um diluição a 10 -1 do DNA estraído. Para os isolados submetidos ao teste confirmatório para ESBL, 76 MATERIAIS E MÉTODOS foi realizado a PCR para os genes blaCTX-M, blaSHV e blaTEM. Para os isolados submetidos ao teste DD para ertapenem, foi realizado a PCR para blaKPC. Para os isolados submetidos ai teste de hidrólise, foi realizado a PCR para os genes blaIMP, blaSPM e blaVIM. Já para os isolados submetidos ao E-test para oxacilina foi realizado a PCR para o gene mecA. As concetrações e condições de ciclagem foram as mesmas dos testes realizados direto da hemocultura. 4.7. Análise Estatística dos Dados A análise dos dados consistiu na descrição geral, a partir de Tabelas utilizando o programa de planilha Microsoft Excel 2007 e SSPS 17.0 (SPSS Inc., Chicago, IL). Os valores preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) foram calculados como medidas de eficácia diagnóstica da PCR em Tempo Real para o gene 16S rDNA em relação aos resultados do Phoenix®. O grau de concordância entre os resultados da PCR em Tempo Real para o gene 16S rDNA em relação aos resultados do Phoenix® foram estabelecidos pelo cálculo do coeficiente kappa (K). O Kappa é uma medida de concordância inter-observador e mede o grau de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso. Esta medida de concordância tem como o valor máximo o “1”, valor que representa o máximo de concordância e o “0” que indica ausência de concordância. Um eventual valor de Kappa menor que zero sugere que a concordância encontrada foi menor do que aquela esperada por acaso. Sugere, portanto, discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de discordância (Feinstein et al., 1990). 77 MATERIAIS E MÉTODOS A acurácia analítica foi calculada pela curva ROC. Esse é o resultado da plotagem dos resultados de sensibilidade (eixo y) e especificidade subtraída de 1 (eixo x), para diferentes pontos de corte. A área abaixo da curva (AAC) é comumente utilizada como uma medida do desempenho do teste, podendo ser traduzida como a probabilidade do observador em classificar amostras corretamente ou como a sensibilidade média entre toda a faixa de valores possíveis de sensibilidade. Assim, para uma curva na qual a AAC é igual a 1, o teste é 100% sensível e específico, e a chance de o observador errar ao utilizar o teste para caracterizar uma determinada amostra é nula. Se o teste não for discriminatório, a AAC aproxima-se a 0,5, o que significa 50% de probabilidade de o observador acertar ao classificar uma amostra por esse método, ou seja, a classificação é realizada ao acaso (Eng, 2005). Este foi elaborado tanto para os genes de resistência a antimicrobianos pelo método da PCR em Tempo sistema SYBR Green quanto para o gene 16S rDNA pelo método da PCR em Tempo sistema TaqMan, utilizando apenas amostras controles bem caracterizadas como negativas e positivas. 78 RESULTADOS 5. RESULTADOS 5.1. Amostras de Hemoculturas Incluídas no Estudo Durante o período de fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010, 185 hemoculturas de 117 pacientes transplantados de órgão sólidos foram incluídas no estudo, das quais 18 hemoculturas (4 hemoculturas negativas e 14 hemoculturas positivas provenientes de 11 pelo sistema automatizado Bactec®) foram pacientes admitidos na unidade de transplantados de órgãos sólidos (rim, rim e pâncreas, pulmão, fígado e coração) localizada no 10º andar do HSP e 167 hemoculturas (55 hemoculturas negativas e 112 hemoculturas positivas) foram provenientes de 106 pacientes do serviço de transplantados de órgãos sólidos (rim e rim/ pâncreas) do HRH. 5.2. Validação Analítica da PCR em Tempo Real As temperaturas de desnaturação (Tm) obtidas na detecção do controle interno (gene HFE) e dos genes que conferem resistências aos antimicobianos para cada controle positivo ATCC testado foram observadas, permitindo o estabelecimento de um intervalo experimental de Tm possíveis. O Tm médio e o desvio padrão observados para os genes avaliados estão apresentados na Tabela 3. 79 RESULTADOS Tabela 3. Resultados dos controles dos genes de resistência e os Tm dos produtos amplificados. Tm Desvio Genes Menor Maior Media Padrão mecA 71,37 72,54 71,92 0,29 vanA 85,32 85,67 85,48 0,08 vanB 74,28 74,61 74,41 0,14 blaSHV 91,04 91,82 91,67 0,22 blaTEM 85,53 86,01 85,85 0,22 blaCTX 88,80 88,96 88,85 0,09 blaKPC 91,19 91,35 91,31 0,07 blaIMP 76,15 76,33 76,27 0,10 blaSPM 84,73 84,85 0,10 blaVIM 89,37 84,91 89,55 89,43 0,10 HFE 81,05 82,16 81,72 0,30 5.2.1. Eficiência e Especificidade da PCR em Tempo Real A eficiência das reações apresentados na Tabela 4 foram de 81,487% para blaSHV, 81,96% para blaTEM, 86,40 para blaCTX, 81,233% para blaKPC, 100% para blaIMP, 80,07% para blaSPM, 128,765% para blaVIM, 93,772% para vanA, 116,911% para vanB e 108,939% para mecA. Para o gene HFE (controle interno) a eficiência foi de 89,47%. Para calcular a especificidade foram testados os iniciadores para amplificar o DNA dos genes apresentados na Tabela 4. Todos os genes apresentaram capacidade de positivar as amostras controles por PCR em Tempo Real utilizando o fluoróforo SYBR Green. As amostras controles foram 80 RESULTADOS testadas e foram amplificadas para o gene HFE, controle interno. Todas as amostras foram PCR positivas para os seus respectivos genes de resistência, e os controles negativos apresentaram resultados negativos. A reação para detecção do gene HFE, controle interno, não apresentou reação cruzada com DNA de microrganismos. E uma reação contendo todos os reagentes, com exceção do DNA da amostra, também foi utilizada como controle negativo e apresentou PCR negativa A detecção da ultima diluição foi calculada a partir da diluição seriada de amostras controles para cada gene avaliado. Para o gene HFE, o controle utilizado foi uma amostra de sangue periférico com concentração de DNA de 100 pg/uL. A diluição seriada variou de 10 -1 a 10-7 e a menor diluição detectada foi a 10-4 e a menor de DNA foi de 100 fg/uL. Para os genes blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaKPC, blaIMP, blaSPM, blaVIM, vanA, vanB, mecA e as menores diluições foram de 10-6, 10-7, 10-6, 10-6, 10-7, 10-7, 10-7, 10-7, 10-6 e 10-7 respectivamente. 81 RESULTADOS Tabela 4. Desvio Padrão e media do Tm, Eficiência da reação de PCR, Ct e Tm da ultima diluição HFE blaSHV blaTEM blaCTX blaKPC blaIMP blaSPM blaVIM vanA mecA vanB Controle 100 pg/ul escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF escala 0,5 MF Tm maior 82,16 91,83 86,01 88,96 91,36 76,33 84,91 89,56 85,68 72,55 74,61 Tm menor 81,05 91,04 85,54 88,80 90,98 76,15 84,73 89,38 85,32 71,37 74,28 media Tm 81,72 91,67 85,85 88,86 91,27 76,27 84,85 89,56 85,68 71,92 74,41 DP Tm 0,30 0,22 0,22 0,09 0,13 0,10 0,10 0,10 0,08 0,29 0,14 Eficiencia% 89,47 81,49 81,96 86,40 81,23 100,00 80,07 128,77 93,77 108,94 116,91 Slope -3,60 3,86 3,85 3,70 -3,87 -3,30 -3,92 -2,78 3,48 -3,13 -2,97 -6 -7 -6 Sensibilidade diluiçao 10 10 -4 -6 -7 -7 -7 -6 -7 10 10 10 10 10 10 10 10 10-6 Ct diluição 35,91 38,21 37,41 30,92 36,84 36,50 35,72 36,13 30,74 35,93 36,94 Tm diluição 81,05 91,04 85,54 88,80 91,20 76,15 84,73 89,43 85,32 71,37 74,45 UFC/mL por reação 100 fg/uL 15,0 1,50 15,00 15,0 1,50 1,50 1,50 15,0 1,50 15,0 5.2.2. Padronização da PCR em Tempo Real Sistema TaqMan para o Gene Bacteriano 16S rDNA A reação do gene 16S rDNA foi avaliado por um ensaio com as amostras em triplicata. A regressão linear foi construída com o mínimo de 5 pontos e foram avaliadas as diferenças intra ensaio, com intervalo de confiança de 95%. As sondas Gram especificas foram testadas quanto à capacidade em diferenciar as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas utilizadas na padronizaçao e apresentados na Tabela 5. Para calcular a especificidade foram testados os iniciadores e sondas Gram específicas para amplificar o gene 16S rDNA e estes mostraram ser capazes de positivar as amostras controles S. aureus (ATCC 43300), E. coli (ATCC 25922) e P. aeruginosa (ATCC 27853) por PCR em Tempo Real utilizando sondas TaqMan-MGB. 82 RESULTADOS Tabela 5. Resultados da padronização dos protocolos de PCR em Tempo Real utilizando sondas TaqMan-MGB multiplex Gram especificas. PCR TaqMan Multiplex Microrganismo Linhagem Sonda Gram- Sonda Gram- Staphylococcus aureus ATCC 25923 Positiva Positivo Negativa Negativo Staphylococcus aureus ATCC 43300 Positivo Negativo Staphylococcus haemolyticus ATCC 29968 Positivo Negativo Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 Positivo Negativo Amostra clinica Positivo Negativo Enterococcus faecalis ATCC 29212 Positivo Negativo Enterococcus faecalis ATCC 51299 Positivo Negativo Enterococcus faecium ATCC 51559 Positivo Negativo Streptococcus pyogenes ATCC 18615 Positivo Negativo Streptococcus pneumoniae ATCC 49619 Positivo Negativo Streptococcus viridans Amostra clinica Positivo Negativo Streptococcus mitis Amostra clinica Positivo Negativo Escherichia coli ATCC 25922 Negativo Positivo Enterobacter aerogenes ATCC 13048 Negativo Positivo Amostra clínica Negativo Positivo Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 Negativo Positivo Pseudomonas aeruginosa Controle (P1088) Negativo Positivo Pseudomonas aeruginosa Controle 131 Negativo Positivo Pseudomonas aeruginosa Controle 225 Negativo Positivo Klebsiella pneumoniae ATCC 700603 Negativo Positivo Klebsiella pneumoniae Controle(A28005) Negativo Positivo ATCC 19606 Negativo Positivo Amostra clinica Negativo Positivo Staphylococcus warneri Serratia marcescens Acinetobacter baumannii Salmonella SP 83 RESULTADOS 5.2.3. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff” O Ct (ciclo threshold) de “cutoff” foi calculado para os genes resistência a antimicrobianos e para as sondas Gram específicas. De acordo com o número de amostras negativas, este número variou entre os genes e estão apresentados na Tabela 6. A partir deste ciclo de “cutoff”, as amostras que apresentarem resultados abaixo do Ct foram consideradas positivas e acima, negativas. 5.2.4. Determinação do Limite de Detecção – LoD O Ct (ciclo threshold) do limite inferior de detecção, o LoD foi calculado para os genes resistência a antimicrobianos e para as sondas Gram específicas a partir de amostras positivas mas com baixa concentração. O Ct LoD está apresentado na Tabela 6. 84 RESULTADOS Tabela 6. Resultados de cutoff e LoD para cada gene avaliados. Nº Amostra Negativa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 41 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 GP GN 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 37,74 33,98 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 41,00 39,44 39,44 39,29 39,23 38,82 38,47 38,30 37,54 37,36 37,31 37,29 37,08 36,96 36,89 36,79 35,88 65 34,02 66 33,03 mecA bla SHV bla CTX-M vanA vanB bla KPC bla TEM 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 36,93 36,93 35,94 35,06 33,6 29,83 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 39,1427 39,1427 37,918 37,4123 36,5065 35,6181 35,3588 35,0958 34,2808 34,198 34,1476 33,8952 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 38,274689 37,055664 37,020847 37,003807 36,766258 36,717575 36,521244 36,477421 36,187653 36,152454 35,818134 35,381996 34,501266 33,048428 28,741648 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 39,25 39,2 37,29 36,92 36,12 35,62 35,53 35,15 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 37,701 37,701 37,55 37,55 37,037 37,037 36,615 36,615 36,26 36,26 34,982 33,286 31,476 31,476 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 38,2736 38,1545 38,1545 37,0442 34,9422 34,9422 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 37,1618 30,202 67 68 69 70 Nº Total 62 66 37 39 35 41 54 51 25 NB 59,40 63,20 35,65 37,55 33,75 38,50 51,80 48,95 24,25 Cutoff LoD 40,00 38,68 36,61 34,47 34,97 33,91 34,19 33,26 33,77 32,62 35,57 33,67 33,32 32,29 37,98 36,67 36,04 34,53 85 RESULTADOS 5.2.5. Determinação da Curva ROC para as Reações dos Genes de Resistência a Antimicrobianos e para a Reação Multiplex Grampositivo e Gram-negativo por PCR em Tempo Real Na Figura 4 encontram-se as curvas Roc dos genes estudados. A B C D E F 86 RESULTADOS G H I Figura 4. Curva ROC para genes de resistência a antimicrobianos e sondas Gram positivo e Sonda Gram negativo: A – Gram positivo; B- Gram negativo; C - blaTEM; D - vanA; E - vanB; F - blaCTX; G - blaSHV; H - mecA; I - blaKPC Na Tabela 7 encontram-se os valores de sensibilidade, especificidade e respectivo Ct, de acordo com a curva ROC. De acordo com a curva ROC os valores da sensibilidade foram altas para os genes estudados, porém as especificidades para os genes de blaKPC, blaSHV e blaCTX-M ficaram baixas. Na Tabela 8 encotram-se a especificidade e sensibilidade delimitado pela curva ROC para o respectivo Ct calculado pelo LoD. De acordo com a curva ROC a especificidade foi alta, porém a sensibilidade para os genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e vanB foi baixa. 87 RESULTADOS Tabela 7. Sensibilidade, especificidade e Ct delimitado pela curva ROC para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo. Gene Gram Positivo Gram Negativo blaTEM vanA vanB blaCTX-M blaSHV mecA blaKPC N ° de amostras Positivas 24 34 55 51 19 24 35 83 52 N ° de amostras Negativa 62 66 25 40 54 35 39 37 51 Área Sensibilidade Especificidade CT 0,992 0,973 0,966 0,99 0,961 0,896 0,863 0,976 0,984 0,958 0,941 0,909 0,98 0,947 0,917 0,943 0,976 0,942 0,968 0,864 0,92 0,845 0,852 0,6 0,74 0,89 0,41 39,23 37,36 37,37 37,17 36,87 38,15 38,65 36,79 37,6 Tabela 8. Sensibilidade, especificidade pela curva ROC de acordo com o LoD para os genes que conferem resistência a antimicrobianos e para o gene 16S rDNA para Gram positivo e Gram negativo. Gene Gram Positivo Gram Negativo bla TEM N ° de amostras Positivas N ° de amostras Negativas Área Sensibili dade Especifici dade Ct LoD 24 34 62 66 0,992 0,973 0,875 0,765 0,968 0,985 38,68 34,47 55 25 0,966 0,673 0,96 34,53 blaCTX-M 24 35 0,896 0,708 0,971 32,62 bla SHV 35 39 0,863 0,257 1 33,26 bla KPC 52 83 51 19 51 37 40 54 0,984 0,976 0,99 0,961 0,827 0,783 0,745 0,579 0,961 0,946 1 0,963 36,67 33,91 33,67 32,29 mec A van A van B 88 RESULTADOS 5.3. Aplicação da PCR em Tempo Real nas Amostras de Hemocultura 5.3.1. Detecção do Gene HFE de Controle Interno da Extração Todas as amostras de Hemoculturas, sendo elas negativas ou positivas pelo aparelho Bactec®, foram submetidas à extração de DNA e a PCR em Tempo Real para o gene HFE. O Tm dos controles positivos variou de 81,076 – 81,245. As amostras foram consideradas positivas quando a Temperatura de melting (Tm) se encontrava neste intervalo. Somente quando o resultado de PCR foi positivo para esta reação, é que as mesmas foram encaminhadas para realizar a PCR em Tempo Real para os demais genes em estudo. Todas as amostras incluídas foram positivas para o gene HFE indicando que houve extração e evitando a possibilidade de falso negativo para os demais genes. 5.3.2. Detecção do Gene Bacteriano 16S rDNA Todas as amostras que tiveram resultado positivo para o gene HFE foram submetidas à detecção do gene 16S rDNA por PCR em Tempo Real. Nenhuma das 59 hemoculturas negativas pelo sistema Bactec® apresentou positividade por PCR para o gene 16S rDNA. Na Tabela 9 estão apresentados os resultados da PCR para o gene 16S rDNA aplicada às 126 hemoculturas positivas. Das 66 amostras identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® como espécies de bactérias Gram negativas, em cinco não foi possível a amplicação na PCR para o gene 16S rDNA, porém das 62 hemoculturas aplicadas houve concordância de 100% entre o resultado do sistema automatizado Phoenix® e da PCR. Para as 59 amostras identificadas pelo Phoenix® como espécies de bactérias Gram positivas, em 19 não foi 89 RESULTADOS possível a aplicação da PCR para o gene 16S rDNA, porém, das 40 hemoculturas aplicadas houve concordância de 100% entre o resultado do sistema automatizado Phoenix® e da PCR. Uma única amostra de hemocultura que apresentou dois tipos de bactérias, uma Gram positiva e outra Gram negativa, a PCR detectou apenas a bactéria Gram negativa. A média de Ciclo threshold (CT) apresentada pelas amostras positivas para Gram positiva e para Gram negativo foi 24. Das 126 hemoculturas positivas pelo sistema automatizado Bactec®, 60 bactérias Gram positivas e 67 Gram negativas foram identificadas pelo sistema automatizado Phoenix®. Cento e vinte e cinco hemoculturas apresentaram apenas uma bactéria, sendo 59 Gram positivas e 66 Gram negativas e apenas uma das hemoculturas teve crescimento de duas bactérias distintas, uma Gram negativa e outra Gram positiva, identificadas como AcinetobaCter spp. e Staphylococcus haemolyticus. As 60 bactérias Gram positivas identificadas foram: 21 SCoN (9 SCoN, 5 Staphylococcus epidermidis, 4 Staphylococcus haemolyticus, 1 Staphylococcus equorum, 1 Staphylococcus capitis, 1 Staphylococcus warneri; 14 S.aureus 5 Streptococcus pneumoniae; 3 Listeria monocytogenes; 3 Enterococcus faecium; 1 Enterococcus faecalis; 1 Enterococcus durans e 1 Corynebaterium jeikeium (figura 5). 90 RESULTADOS Talela 9. Resultado da PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan para o gene Nº HEMO 83 146 107 48 49 50 84 82 85 86 66 6 7 94 69 70 76 109 137 138 139 92 11 152 88 47 176 177 12 36 120 40 41 12 31 126 91 150 168 169 170 90 13 33 42 44 45 46 43 61 55 75 123 16 68 130 58 59 23 16S rDNA nas GRAM POSITIVO Identificação GRAM Phoenix® Fenotipico C.jeikeiun GP E.durans GP E.faecalis GP E.faecium GP E.faecium GP E.faecium GP L. monocytogenes GP Listeria spp. GP Listeria spp. GP Listeria spp. GP S.warneri GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.aureus GP S.capitis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.epidermidis GP S.equorum GP S.haemolyticus GP S.haemolyticus GP S.haemolyticus GP S.pneumoniae GP S.pneumoniae GP S.pneumoniae GP S.pneumoniae GP S.pneumoniae GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP SCN GP 126 HFE 16S rDNA Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos Pos hemoculturas CT 16S rDNA GP GP 28,552 25,32 GP GP GP GP GP 29,24 22,725 34,813 35,101 28,9 GP 17,917 GP GP GP 25,719 27,765 28,596 GP 22,04 GP GP 19,907 17,89 GP GP 21,764 27,499 GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP 2,448 23,135 23,305 30,748 18,531 20,709 22,583 32,04 22,274 19,883 30,079 GP 28,675 GP GP GP GP 33,088 31,197 21,101 31,248 GP 34,935 GP GP 17,766 21,102 GP 24,851 GP GP GP GP 26,178 17,014 15,502 24,181 Nº HEMO 111 10 60 64 67 113 114 160 73 155 37 32 17 110 34 157 1 38 39 20 77 78 166 9 18 163 51 133 108 143 74 158 121 122 154 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 164 165 63 117 142 87 147 178 2 3 118 185 183 54 127 128 19 81 136 140 26 184 positivas pelo GRAM NEGATIVO Identificação GRAM HFE Phoenix® Fenotipico A.baumannii GN Pos A.baumannii GN Pos A.baumannii GN Pos AC.SPP/S. haemo. GP/GN Pos B.cepacia GN Pos E. cloacae GN Pos E. cloacae GN Pos E.aerogenes GN Pos E.aerogenes GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos E.coli GN Pos Enterobacter spp. GN Pos Enterobacter spp. GN Pos Enterobacter spp. GN Pos K.oxytoca GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos K.pneumoniae GN Pos L. adecarboxylata GN Pos M. morganii GN Pos M. morganii GN Pos N. meningitides GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.aeruginosa GN Pos P.mirabilis GN Pos S. maltophilia GN Pos S. maltophilia GN Pos Salmonella spp. GN Pos Salmonella spp. GN Pos Bactec®. GN GN GN GN CT 16S rDNA 36,025 29,845 20,997 17,7 GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN 16,645 15,968 22,139 24,345 21,722 20,407 30,323 18,65 22,762 24,158 17,308 17,005 32,853 31,034 22,538 27,004 18,188 30,205 26,15 34,779 23,525 19,815 18,606 36,995 32,997 17,748 18,408 20,282 24,631 23,15 28,089 GN GN GN 19,415 29,076 19,397 GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN 28,712 25,412 33,535 21,429 20,489 23,866 21 17,814 20,168 16,898 30,222 22,205 33,221 19,921 33,399 25,569 17,737 21,824 26,248 19,449 25,695 29,144 GN GN 22,622 21,097 16S rDNA HFE= PCR para o gene da Hemocromatose; Pos=Positivo; GP=Gram positivo; GN=Gram negativo. CT= Ciclo threshold. 91 RESULTADOS 2% 2% 2% 1% 2% Staphylococcus epidermidis 2% Staphylococcus aureus 25% 5% Staphylococcus Coagulase Negativo 5% Streptococcus pneumoniae 7% Staphylococcus haemolyticus Listéria monocytogenes 8% Enterococcus faecium 24% 15% Staphylocuccos equorum Staphylococcus capitis Staphylococcus warneri Enterococcus faecalis Enterococcus durans Corynebacterium jeikeium Figura 5. Prevalência de espécies Gram positivas identificadas pelo sistema automatizado Phoenix®. As 67 bactérias identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® como Gram negativas foram: 22 Klebsiella pneumoniae; 17 Escherichia coli; 6 Pseudomonas aeruginosa; 3 Acinetobacter baumannii; 3 Enterobacter spp.; 2 Enterobacter cloacae; 2 Enterobacter aerogenes; 2 Morganella morgani; 2 Stenotrophomonas maltophilia; 2 Salmonella spp.; 1 Acinetobacter spp.; 1 Burkolderia cepacia; 1 Klebsiella oxytogenes; 1 Leclercia adecarboxylata; 1 Neisseria meningitidis e 1 Proteus mirabilis (Figura 6). 92 RESULTADOS 1% 1% 1% 3% 3% Klebsiella pneumoniae 1% 1% 1% Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa 3% 33% Acinetobacter baumannii Enterobacter spp. 3% 3% Enterobacter cloacae 4% Enterobacter aerogenes Morganella morgani 4% Stenotrophomonas maltophilia 9% Salmonella spp. 25% Acinetobacter spp Burkolderia cepacia Klebsiella oxytogenes Leclercia adecarboxylata Neisseria meningitidis Proteus mirabilis Figura 6. Prevalência de espécies Gram negativas identificadas pelo sistema automatizado Phoenix®. A especificidade, a sensibilidade, o valor preditivo positivo, o valor preditivo negativo e a concordância estimada pelo teste Kappa foi de 100%, já que nenhuma amostra negativa pelo sistema automatizado foi considerada positiva para a PCR em Tempo Real e as amostras consideradas Gram positivo e Gram negativo pelo sistema automatizado concordaram com o resultado da PCR. 5.3.3. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos Antimicrobianos em Bactérias Gram Negativas Totas as 67 hemoculturas Gram negativas, foram submetidas a PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistêcia de ESβL (blaSHV, blaCTX-M, blaTEM), K. pneumoniae carbapenemase (blaKPC) e metalo-βlactamases (blaIMP, blaSPM e blaVIM), apesar de 5 não apresentarem resultado 93 RESULTADOS para a PCR de 16S rDNA. Das 67 hemoculturas Gram negativas, três amostras apresentaram o gene blaCTX-M, uma blaKPC, uma blaCTX-M e blaTEM e uma blaCTXM e blaSHV. Os respectivos Tm e Ct estão na Tabela 10. Das cinco amostras que apresentaram positividade na PCR para os genes de ESβL uma não foi considerada produtora de ESβL pelo sistema automatizado. Dezenove amostras consideradas produtoras de ESβL pelo sistema automatizado não apresentaram positividade na PCR para os genes de ESβL. Apenas uma amostra apresentando K.pneumoniae foi positiva na PCR para blaKPC, porém no antibiograma liberado pelo sistema Phoenix® essa não foi resistente para os carbapenêmicos meropenem e imipenem. Já duas amostras de K.pneumoniae consideradas resistentes a estes carbapenêmicos não foram positivas na PCR para blaKPC. Três amostras de P. aeruginosa e uma de A. baumannii apresentaram resistênciaum a pelo menos um dos carbapenens (meropenem e/ou imipenem), porém foram negativas na PCR para os genes de metalo-βlactamases. 94 RESULTADOS Talela 10. Resultado da PCR em tempo real sistema SYBR Green para os genes de resistência em Gram negativos e resultado do sistema Phoenix®. Nº Hemo 60 10 111 64 67 113 114 73 160 18 34 17 157 21 155 166 1 110 9 77 163 37 38 78 39 20 133 51 108 143 147 104 142 158 102 63 87 164 165 154 74 121 95 96 122 97 98 117 99 100 101 103 178 2 3 118 183 19 54 127 128 185 81 140 136 26 184 Sistem Automatizado Phoenix® Identificação A. baumannii A. baumannii A. baumannii AC.SPP/S. HAEMO B.cepacia E. cloacae E. cloacae E.aerogenes E.aerogenes E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli E.coli Enterobacter spp. Enterobacter spp. Enterobacter spp. K.oxytoca K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae L. adecarboxylata M. morganii M. morganii N. meningitides P.aeruginosa P.aeruginosa P.aeruginosa P.aeruginosa P.aeruginosa P.aeruginosa P.mirabilis S.maltophilia S.maltophilia Salmonella spp. Salmonella spp. ES?L NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO IMP/MERO CTX-M TEM PCR em Tempo Real GENES RES bla SHV KPC IMP VIM SPM CT RES TM RES R/R CTX-M CTX-M 14,26 29,008 CTX-M KPC CTX-M SHV 88,453 89,247 27,941 23,132 28,171/29,46 88,6 91,061 89,2/91,318 22,979/26,932 88,8/85,772 R/R R/R R/I R/R R/R CTX-M TEM RES = Resistência ; Ct RES= Ciclo Threshold; Tm RES= Temperatura de melting; R= resistente; I= Intermediário; Imp= imipenem; mero= meropenem. 95 RESULTADOS 5.3.4. Detecção PCR dos Genes que Conferem Resistência aos Antimicrobianos em Bactérias Gram Positivas Totas as 59 hemoculturas Gram positivas, foram submetidas a PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistêcia mecA, vanA e vanB, apesar de 19 não apresentarem resultado para a PCR de 16S rDNA. Trinta e duas amostras foram positivas para o gene de resistência mecA. No entanto, 5 amostras sendo 4 identificadas pelo sistema Phoenix® como S. aureus e uma S. epidermidis foram sensíveis para oxacilina. Uma amostra de E. durans foi postiva para a PCR do gene mecA e uma amostra de S. pneumoniae foi resistente a oxacilina pelo sitema automatizado e negativa para o gene mecA. Nenhuma amostra foi positiva para os genes de resistência vanA e vanB nem resistente a vancomicina pelo sistema Phoenix®. Os respectivos Tm e Ct estão apresentados na Tabela 11. Com relação aos resultados de susceptibilidade a oxacilina liberados pelo sistema automatizado Phoenix® e a detecção do gene mecA pelo método da PCR em Tempo Real, houve 86,7% de concordância entre as duas metodologias e 13,3% de discordância. 96 RESULTADOS Talela 11. Resultado da PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para os genes de resistência de Gram positivos e resultado do Phoenix®. Nº Hemo 83 146 107 48 49 50 84 85 82 86 66 137 11 76 138 139 94 88 109 92 69 70 152 6 7 47 36 12 40 150 176 177 91 169 41 120 126 31 168 125 170 90 13 33 42 61 44 45 46 43 58 123 59 16 55 23 130 68 75 Sistema automatizado Phoenix® Identificação OXA VANCO C.jeikeiun E.durans E.faecalis E.faecium E.faecium E.faecium L. monocytogenes Listeria spp. Listeria spp. Listeria spp. S. warneri S. aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S. aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.aureus S.capitis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.equorum S.haemolyticus S.haemolyticus S.haemolyticus S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae SCN SCN SCN SCN SCN SCN SCN SCN SCN NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA R R S S S S R S S S S S S S S S R R R R R R R S R R R R S S S R R R R NA NA NA NA S R R R R R R R R S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S PCR em Tempo Real GENES RES CT RES mec A van A van B TM RES mec A 20,157 72,143 mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A 11,545 15,533 29,331 30,106 30,186 30,166 19,763 72,143 72,315 71,799 71,971 72,315 72,315 72,83 mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A 13,427 13,581 12,778 13,322 12,701 17,97 15,395 30,047 17,683 28,299 18,176 19,396 72,658 72,658 71,283 72,315 72,315 72,315 72,486 72,143 71,627 72,143 72,486 72,43 mec A mec A mec A mec A 13,079 13,388 12,503 19,202 72,143 71,799 71,112 71,799 mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A mec A 13,514 16,351 11,803 12,589 10,967 14,197 14,25 18,48 72,315 72,315 72,143 71,283 72,486 72,658 72,658 72,19 Ct RES= Ciclo Threshold; Tm RES= Temperatura de melting; R= resistente; S= Sensível ; OXA= oxacilina; VANCO= Vancomicina; NA= Não aplicado. 97 RESULTADOS No total, foram identificadas 5 amostras que apresentaram blaCTX-M, uma blaTEM, uma blaSHV, uma blaKPC, 32 apresentaram mecA, e nenhuma apresentou vanA, vanB, blaVIM, blaSPM e blaIMP pela PCR em Tempo Real sistema SYBR Green (figura 7). Figura 7. Total de amostras positivas pela metodologia da PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os respectivos genes de resistência estudados 98 RESULTADOS 5.4. Testes Direto do Isolado Bacteriano 5.4.1. Confirmação de Susceptibilidade a Oxacilina e Gene de Resistência mecA pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura Para as amostras que apresentaram positividade para o gene mecA pela PCR em Tempo Real sistema SYBR Green, mas que foram consideradas sensíveis a oxacilina pelo sistema Phoenix®, o exemplar bacteriano referente a amostra de hemocultura, armazenada no Banco de Microrganismo do LEMC, foi submetido aos testes confirmatórios de susceptibilidade a oxacilina e a PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para confirmação da presença do gene mecA. Os resultados dos testes se encontram na Tabela 12. Tabela 12. Resultado do Etest para oxacilina e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para o gene de resistência mecA direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura. Sistema automatizado Phoenix®Direto da Hemocultura Testes direto do Isolado Bacteriano Nº HEMO 76 11 138 139 169 Real Time Identificação doSusceptibilidade Real Time para o gene Etest para o gene CIM E-test Microrganismo a Oxacilina mecA Oxacilina mecA S. aureus S mecA Negativo S 0,125 S. aureus S mecA Negativo S 0,125 S. aureus S mecA NT NT NT S. aureus S mecA Positivo R >256 S. epidermidis S mecA Negativo S 0,125 NT= Não Testado; S= sensível; R= resistente 99 RESULTADOS O exemplar referente à amostra 138 não foi localizado, portanto não foram realizados os testes. Para as testadas, três amostras, duas de S. aureus e uma de S. epidermidis confirmaram ser sensível a oxacilina, porém negativas para o gene mecA. Em uma amostra observamos discordância do método automatizado Phoenix® em que foi sensível a oxacilina, e no teste direto do isolado apresentou resistência a oxacilina e a presença do gene mecA. 5.4.2. Confirmação da Produção de Carbapenemase e Gene de Resistência blaKPC pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura Duas amostras de K. pneumoniae apresentaram resistência a imipenem e meropenem pelo sistema automatizado Phoenix®. Porém, apresentaram resultado negativo na PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para o gene blaKPC. Outra amostra de K. pneumoniae apresentou sensibilidade a A imipenem e meropenem pelo sistema automatizado Phoenix®, mas apresentou resultado positivo na PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para blaKPC. As três amostras de K. pneumoniae foram isoladas de hemoculturas provenientes de um mesmo paciente , porém os dois isolados resistentes aos carbapenêmicos não se encontravam armazenados no banco de microrganismo do LEMC. Assim, foi selecionado o isolado sensível a carbapenêmicos com PCR em Tempo Real positivo para o gene blaKPC adicionalmente a outros 4 isolados de K. pneumoniae provenientes do mesmo paciente e que se encontravam no banco de microrganismo do LEMC, os quais eram sensívies aos carbapenemicos e com resultado negativo para o gene blaKPC pelo método da PCR em Tempo Real e todos foram submetidos a ao 100 RESULTADOS teste de disco difusão para ertapenem e PCR em Tempo Real direto da colônia para blaKPC. Os resultados estão apresentados na Tabela 13. Dos cinco isolados retirados do banco de microrganismos do LEMC, todos apresentaram resistência a ertapenem e positividade na PCR em Tempo Real para blaKPC. Tabela 13. Resultado do método de disco difusão e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para o gene de resistência blaKPC direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura. Dados da Hemocultura e do Paciente Nº HEMO Nº Paciente 95 96 97 98 103 99 100 104 101 102 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 Data da hemocultura 13/11/2009 13/11/2009 21/11/2009 21/11/2009 02/12/2009 03/12/2009 03/12/2009 10/12/2009 15/12/2009 15/12/2009 Sistema automatizado Phoenix® Identificaçao CIM/DD do para ERT Microrganismo K.pneumoniae 14mm K.pneumoniae 14mm K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae 22mm K.pneumoniae >4µg/mL K. pneumoniae >4µg/mL Direto da Hemocultura Testes direto do Isolado Bacteriano CIM para PCR em Tempo PCR em Tempo Susceptibilidad IMP/MERO e a IMP/MERO Real para bla KPC Real para bla KPC (µg/mL) S/S ≤1/≤1 Negativo KPC S/S ≤1/≤1 Negativo KPC S/S ≤1/2 Negativo KPC S/S ≤1/2 Negativo NT Negativo NT S/S NL Negativo KPC Negativo NT S/S NL KPC KPC R/R >8/>8 Negativo NT R/R >8/>8 Negativo NT DD para DD para ERT ERT (mm) R R R NT NT R NT R NT NT 15mm 15mm 15mm NT NT 15mm NT 15mm NT NT NT= Não Testado; S= sensível; I= Intermediário 5.4.3. Confirmação da Produção de Metalo-β-Lactamases e Genes de Resistência blaIMP, blaVIM e blaSPM pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura Quatro amostras, 3 de P. aeruginosa e 1 de A.baumannii foram resistentes a pelo menos um carbapenem (imipenem e/ou meropenem), sugerindo a produção de metalo-β-lactamases. Para esses exemplares foi realizado o teste de hidrólise e a PCR em Tempo Real sistema SYBR Green direto da colônia bacteriana referente à hemocultura para os genes blaIMP, 101 RESULTADOS blaVIM. blaSPM. Todas as amostras apresentaram hidrólise negativa e a PCR em Tempo Real negativa para os 3 genes (Tabela 14). Tabela 14. Resultado do teste de hidrólise e PCR em Tempo Real sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSPM, blaVIM e blaIMP direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura. Direto da Testes direto do Isolado Bacteriano Hemocultura Real Time para os Real Time para Identificação do Susceptibilidade Nº HEMO Genes bla os genes bla Teste de Hidrólise Microrganismo a IMI/MERO IMP/VIM/SPM IMP/VIM/SPM 60 A.baumannii R/I NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 19 P. aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 127 P. aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO 128 P.aeruginosa R/R NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO Sistem automatizado Phoenix® NT= Não Testado; S= sensível; I= Intermediário 5.4.4. Confirmação da Produção de ESβL e Genes de Resistência blaSHV, blaTEM e blaCTX-M pelo Método da PCR em Tempo Real Direto do Isolado Bacteriano Referente a Amostra de Hemocultura Vinte e quatro amostras, sendo elas 20 de K. pneumoniae, três de E.coli e um de P. mirabilis foram ESβL positivas pelo método automatizado. Destas, duas E.coli e uma K. pneumoniae foram positivas para o gene blaCTX-M e um P.mirabilis foi posistiva tanto para o gene blaCTX-M quanto para blaTEM. Em uma amostra foi detectado o gene blaCTX-M e blaSHV, porém esta foi negativa para ESβL pelo Phoenix®. Das 25 amostras, 7 não foram encontradas no banco de microrganismos do LEMC, sendo que destas 2 foram positivas para genes de ESβL não podendo ser confirmado. Das 18 amostras submetidas ao teste de disco aproximação para ESβL e para a PCR em Tempo Real direto da colônia, uma E. coli, positiva para ESβL pelo método automatizado e negativa para a 102 RESULTADOS PCR em Tempo Real direto da hemocultura, não confirmou a positividade à ESβL pelo método fenotípico e nem para a PCR direto da colônia. As outras 17 amostras confirmaram ser ESβL positiva pelo método do disco aproximação e 9 apresentaram positividade para pelo menos um gene ESβL. Destas 9, 6 foram negativas para o gene ESβL direto da hemocultura. Em 3 amostras houve detecção do gene ESβL tanto na amostra de hemocultura quanto direto do isolado bacteriano, porém em uma destas amostras foi detectado direto da hemocultura o gene blaCTX-M e na colônia apenas blaSHV e em outra havia sido detectado os genes blaCTX-M e blaTEM e direto da colônia foi detectado apenas o gene blaCTX-M (Tabela 15). 103 RESULTADOS Tabela 15. Resultado do disco aproximação para ESβL e PCR em Tempo Real pelo sistema SYBR Green para os genes de resistência blaSHV, blaCTX-M e blaTEM direto da colônia e comparação com a PCR direto do frasco de hemocultura. Sistema automatizado Phoenix® Nº HEMO Identificaçao do Microrganismo ESBL Phoenix 20 34 18 63 142 147 87 164 165 154 74 121 95 96 122 97 98 117 99 100 E.coli E.coli E.coli K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 101 102 103 104 81 K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae P.mirabilis SIM SIM SIM SIM SIM Direto da Hemocultura Testes direto do Isolado Bacteriano PCR em Tempo PCR em Tempo Real para CTX- Real para CTX-M/ M/ TEM/SHV TEM/SHV NEGATIVO NEGATIVO CTX-M CTX-M CTX-M NT NEGATIVO NEGATIVO SHV/CTX-M NT CTX-M SHV NEGATIVO TEM/CTX-M NEGATIVO CTX-M/SHV NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO TEM/CTX-M/SHV NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO SHV NEGATIVO CTX-M/SHV NEGATIVO CTX-M NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NT NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NT NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO CTX-M/TEM NT NT NT NEGATIVO CTX-M ESβL Côlonia NEGATIVO ESβL NT ESβL NT ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL ESβL NT ESβL ESβL NT NT NT NT ESβL ESβL NT= Não Testado 104 RESULTADOS 5.5. Variáveis Clínicas, Análise e Comparação do Tempo de Liberação dos Resultados pelo Método Fenotipico e Tratamentos antes e Após os Resultados em Relação ao Resultado Obtido pela PCR em Tempo Real Foram obtidas 185 amostras, 59 negativas e 126 positivas pelo sistema automatizado Bactec®, coletadas de 117 pacientes submetidos a transplante de órgão sólido. Dos 117 pacientes, 10,16% (11/117) foram admitidos na unidade de transplantados de órgãos sólidos do HSP e 89,84% (106/117) no serviço de transplantados de órgãos sólidos (rim e rim e pâncreas) do HRH. Em relação ao sexo, 27,97% (32/117) dos pacientes eram do sexo feminino e 72,03% (85/117) do sexo masculino. A idade média foi de 45,17 anos, sendo a idade máxima de 74 anos e a mínima de 2 anos. Quanto ao tipo de transplante, 89,74% (105/117) pacientes foram submetidos a transplante de rim; 6,84% (8/117) a transplante de rim e pâncreas; 1,70% (2/117) a transplante de fígado; 0,85% (1/117) a transplante de fígado e rim e 0,85% (1/117) a transplante de coração. Em relação ao tipo de doador, 35,04% (41/117) pacientes receberam o órgão transplantado de um doador vivo e 74,96% (76/117) pacientes de um doador falecido. Comparando as datas de coleta das 185 hemoculturas com a data de transplante dos pacientes, o tempo médio em que os pacientes se encontravam transplantados até a coleta da hemocultura foi de 331,15 dias sendo que o menor tempo foi de 2 dias e o maior foi de 7300 dias (20 anos) (Anexo 1). 105 RESULTADOS 5.5.1. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Positivos Cinquenta e nove hemoculturas foram identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® com bactérias Gram positivas. A mediana em relação ao tempo de liberação do resultado do Gram foi de 1 dia e para liberação final de 4 dias. A inadequação do tratamento, de acordo com o tempo de liberação dos resultados parciais e finais é demonstrada na Figura 8. Durante o tratamento empírico, isto é, antes da liberação do resultado do Gram, em 8 casos (13,56%) os pacientes recebiam tratamento considerado inadequado; após a liberação do resultado do Gram foi observada inadequação em 4 casos (6,78%) e após a liberação final da hemocultura, 5 (8,48%) apresentavam inadequação. Os critérios de inadequação adotados seguem padronização já citada anteriormente. A amostra 139 referente ao paciente 88, destacada na Tabela 15, foi oxacilina sensível pelo método automatizado, porém o isolado retirado do banco de microrganismos foi resistente a oxacilina pelo E-test. Neste caso o paciente recebeu oxacilina no tratamento após o resultado final da hemocultura e mesmo assim a antibioticoterapia foi adequada, pois foi considerado o resultado do sistema automatizado para essa avaliação. Dos cinco casos em que os pacientes receberam tratamento inadequado mesmo após a liberação do resultado final, dois isolados eram SCoN resistentes a oxacilina com gene mecA positivo tratados com levofloxacina e bactrim respectivamente. Outros dois, um SCoN e um S. aureus, ambos sensíveis a oxacilina e gene mecA negativos, não foram tratados. Um isolado de Listeria spp. foi tratado com Bactrim (Tabela16). 106 RESULTADOS Tabela 16. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento recebido pelos pacientes. Identificação amostra Nº Nº HEMO GRAM PACIENTE 5 5 9 10 10 11 17 22 24 27 30 30 31 32 33 33 33 34 35 35 35 39 40 40 41 43 45 46 46 49 50 54 55 56 56 56 58 60 60 61 63 65 66 76 78 80 81 83 88 88 88 92 94 96 106 106 106 110 110 6 7 11 12 13 16 23 31 33 36 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 55 58 59 61 66 68 69 70 75 76 82 83 84 85 86 88 90 91 92 94 107 109 120 123 125 126 130 137 138 139 146 150 152 168 169 170 176 177 Trat.= PCR em Tempo Real Teste fenotipico/Phoenix® GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP MICRORGANISMO OXA S.aureus S.aureus S. aureus S.epidermidis S.haemolyticus SCN SCN S.epidermidis S. haemolyticus S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.haemolyticus S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.capitis E.faecium E.faecium E.faecium SCN SCN SCN S.pneumoniae S. warneri SCN S.aureus S.aureus SCN S.aureus Listeria spp. C.jeikeiun L. monocitogenes Listeria spp. Listeria spp. S.aureus S.equorum S.epidermidis S.aureus S.aureus E.faecalis S.aureus S.epidermidis SCN S.epidermidis S.epidermidis SCN S.aureus S.aureus S.aureus E.durans S.epidermidis S.aureus S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis S. epidermidis S S S R R R R R R R R R R S R NA NA S NA NA NA R R R NA R R S S S S NA NA NA NA NA S R R S R NA S R R S R R R S S NA R S S S S R R Tratamento; VANCO GN/GP S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GENES RES mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA GP GP GP GP GP GP GP mecA mecA mecA mecA mecA GP GP GP GP mecA GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP GP mecA mecA mecA mecA mecA GP GP mecA mecA mecA mecA mecA mecA mecA GP mecA GP mecA mecA Ade= Informações do Prontuário TEMPO LIBERAÇÃO GRAM 1 1 2 2 1 2 3 2 2 1 3 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 2 1 2 2 1 2 1 3 1 2 2 2 1 1 2 2 1 1 3 1 3 1 TEMPO TRAT. NA TRAT. APÓS TRAT. NA TRAT. APÓS TRAT. APÓS GRAM TRAT. APÓS LIBERAÇÃO COLETA DA GRAM DA COLETA DA FINAL HMC DA HMC FINAL HMC HMC HMC HMC HMC 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Oxa Oxa 4 A A A Vanco Vanco Teico 3 A A A Vanco Teico Teico 4 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Bactrim Vanco Vanco 3 I A I Bactrim Vanco +Bactrim Bactrim 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Roce+Bac+levo Roce+Bac+levo Roce+Bac+levo 4 A A A Roce+clari Roce+clari Roce+clari 4 A A A Roce+clari Roce Roce 4 A A A Roce+clari Roce Roce 4 I I I 3 A Vanco Vanco 3 A Vanco Vanco 3 A Vanco Vanco 4 A A A Vanco Line Line 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 6 A A A Levo Levo Levo 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 I I I Levo Levo Levo 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Roce Vanco Roce 3 I I I 6 I I I Bactrim Bactrim Bactrim 4 5 A A A Vanco Vanco Vanco 6 A A A Vanco Vanco Vanco 6 A A A Vanco Vanco amp 3 A A A Cip+roce Cip+roce Cip+roce 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Roce Vanco Oxa 5 I A A Bactrim Vanco Vanco 3 I A A Roce Vanco Vanco 3 A A A Oxa Oxa Oxa 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Bactrim Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 5 A A A Vanco Vanco Oxa 5 A A A Vanco Vanco Oxa 4 A A A Vanco Vanco Vanco 4 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Vanco 3 A A A Vanco Vanco Roce+clari 5 A A A Vanco+Cip+roce Cip+roce Cip+roce 3 A A A Vanco Vanco Roce 4 A A A Line Line Vanco 4 A A A Vanco Line Line Adequação da antibióticoterapia; HMC= Hemocultura; OXA= Oxacilina; Vanco= Vancomicina; GP= Gram Positivo; GN= Gram Negativo 107 RESULTADOS 16 14 12 10 8 Numero de pacientes 6 Porcentagem de pacientes 4 2 0 Coleta da Gram da Final da Hemocultura Hemocultura Hemocultura Figura 8. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram positivas, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura. 108 RESULTADOS 5.5.2. Hemoculturas Positivas para Isolados Gram Negativos Sessenta e sete hemoculturas foram identificadas pelo sistema automatizado Phoenix® apresentando bactérias Gram negativas. A mediana em relação ao tempo de liberação do resultado do Gram foi de um dia. Com relação ao tempo de liberação da espécie e susceptibilidade a antimicrobianos do isolado foi de três dias. Durante o tratamento empírico, isto é, antes da liberação do resultado do Gram, 19 (28,4%) dos casos de hemoculturas os pacientes recebiam tratamento considerado inadequado. Destes, 14 (20,9%) eram espécies de enterobacteriaceas e 4 (7,5%) espécies de não fermentadores. Após a liberação do resultado do Gram, 14 (20,9%) apresentavam-se em tratamento inadequado, sendo 11 (16,42%) de enterobacteriaceas e 3 (4,48%) de não fermentadores. Após a liberação do resultado final da hemocultura, 3 (4,5%) apresentavam-se em tratamento inadequado sendo, 2 (2,99%) de enterobacteriaceas e 1 (1,51%) de não fermentador (figuras 9 e 10). Destas 3 hemoculturas, 1 foi positiva para o gene de resistência CTX-M e 2 negativas para qualquer gene de resistência pesquisado, sendo que apenas a mostra CTX-M positiva foi ESβL positiva para o sistema automatizado (Tabela 17). 109 RESULTADOS Tabela 17. Dados referentes aos resultados dos testes fenotípicos e da PCR em Tempo Real liberados direto das hemoculturas e avaliação do tratamento recibido pelos pacientes. Identificação amostra Nº Nº PACIENTE HEMO 1 2 2 7 8 11 12 13 14 19 23 25 28 29 29 36 38 40 42 43 44 47 48 51 51 53 57 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 65 67 68 70 70 73 74 77 77 81 81 86 87 88 90 90 92 97 98 99 99 101 103 104 104 105 110 115 116 117 1 2 3 9 10 17 18 19 20 26 32 34 37 38 39 51 54 60 63 64 67 73 74 77 78 81 87 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 108 110 111 113 114 117 118 121 122 127 128 133 136 140 142 143 147 154 155 157 158 160 163 164 165 166 178 183 184 185 PCR em Tempo Real Teste fenotipico/Phoenix® GRAM MICRORGANISMO GN E.coli GN M. morganii GN M. morganii GN E.coli GN A.baumannii GN E.coli GN E.coli GN P.aeruginosa GN E.coli GN Salmonella SPP. GN E.coli GN E.coli GN E.coli GN E.coli GN E.coli GN Enterobacter SPP. GN P.aeruginosa GN A.baumannii GN K.pneumoniae GP/GN AC. spp./S. haemolyticus GN B.cepacia GN E.aerogenes GN K.penumoniae GN E.coli GN E.coli GN P. mirabilis GN K.penumoniae GN K.penumoniae GN K.penumoniae GN K.pneumoniae GN K.penumoniae GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN Enterobacter spp. GN E.coli GN A.baumannii GN E. cloacae GN E. cloacae GN K.penumoniae GN N. meningitides GN K.pneumoniae GN K.pneumoniae GN P.aeruginosa GN P.aeruginosa GN Enerobacter spp. GN S.maltophilia GN S.maltophilia GN K.pneumoniae GN K.oxitoca GN K.pneumoniae GN K.penumoniae GN E.coli GN E.coli GN K.pneumoniae GN E.aerogenes GN E.coli GN K.penumoniae GN K.penumoniae GN E.coli GN L. adecarboxylata GN P.aeruginosa GN Salmonella spp. GN P. aeruginosa ESβL IMI/MERO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO R/I R/R GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN R/R R/R R/R R/R TEMPO LIBERAÇÃO GRAM 1 1 1 1 1 2 CTX-M 1 1 1 3 2 CTX-M 1 1 1 1 1 3 2 2 4 1 2 1 1 1 CTX/TEM 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 KPC 1 3 1 1 5 3 1 1 1 1 1 1 1 1 2 SHV/CTX-M 2 2 CTX-M 1 1 1 2 1 1 1 1 5 1 3 2 4 1 GN/GP GENES RES GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN Informações do Prontuário TEMPO LIBERAÇÃO HMC 3 3 3 2 3 3 3 3 2 5 3 3 3 4 3 3 5 3 4 4 5 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 5 4 4 2 4 6 4 4 2 3 3 3 3 3 3 4 3 3 4 3 2 3 3 3 4 6 6 3 6 4 6 3 TRAT. NA COLETA DA HMC A A A A A A I I A A A I A A A A A A A A I A I A A A I I I A I A A A A A A I A A I I I I A A A A A I I A A A I A A A A A I I A A A A A TRAT. APÓS TRAT. APÓS GRAM DA HMC FINAL HMC A A A A A A I A A A I A A A A A A A A A I A I A A A I I I A I A A A A A A I A A I I A A A A A A I I A A A I A A A A A A A A A A A A A A A A A A I A A A I A A A A A A A A A I A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A Trat.= Tratamento; HMC= Hemocultura; IMI = Imipenem; Mero = Meropenem; GP= Gram Positivo; GN= Gram Negativo 110 RESULTADOS 14 12 10 8 Numero de pacientes 6 Porcentagem de pacientes 4 2 0 Coleta da Gram da Final da Hemocultura Hemocultura Hemocultura Figura 9. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas não fermentador, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura. 111 RESULTADOS 25 20 15 Numero de pacientes 10 Porcentagem de pacientes 5 0 Coleta da Hemocultura Gram da Hemocultura Final da Hemocultura Figura 10. Número e porcentagem de pacientes referentes a hemoculturas em que foram isoladas bactérias Gram negativas Enterobacteriaceas, recebendo tratamento inadequado no momento da coleta da hemocultura, depois do resultado do Gram da hemocultura e depois do resultado final da Hemocultura. 112 DISCUSSÃO 6. DISCUSSÃO Infecções de Corrente Sanguínea é uma das infecções mais sérias que um paciente hospitalizado pode apresentar, sendo o quadro agravado quando se trata de pacientes em recuperação ou em condições debilitantes. Em pacientes transplantados de órgão sólidos, bacteremia é uma das complicações mais frequentes e está fortemente associada a altas taxas de morbidade e mortalidade (Singh et al., 2000). O diagnóstico precoce de ICS é essencial para a instituição de uma terapia adequada em casos de pacientes transplantados favorecendo uma maior chance de sobrevida e sucesso pós-transplante. Entretanto, a terapêutica empírica pode ser dirigida a bactérias Gram positivas ou Gram negativas, e mesmo para leveduras, dependendo das características clínicas dos pacientes. Além disso, a probalilidade de bactérias carreando diversos genes de resistência dificulta a adequação terapêutica que se confirma apenas com o resultado final da identificação do microrganismo e antibiograma, geralmente em não menos de 72 horas após a coleta da hemocultura mesmo com a utiização de métodos fenotípicos automatizados. A utilização de testes moleculares para a detecção precoce de microrganismo em corrente sanguínea e a detecção de genes de resistência pode trazer contribuição para a adequação do tratamento antimicrobiano com diminuição de morbi/mortalidade (Ferraresso & Berardineli, 2005). O uso da técnica da PCR para fins de diagnóstico estabelece a nova era na detecção e caracterização de microrganismo direto de amostras clínicas. A partir do uso rotineiro da PCR, outros métodos e aplicações puderam ser elaborados entre elas a PCR Multiplex e a técnica da PCR em Tempo Real. 113 DISCUSSÃO Esta ultima é um refinamento da técnica original de PCR, pois combinam a amplificação e a quantificação de uma sequência de DNA alvo por meio da detecção de fluorescência. É considerado um método homogêneo de amplificação de DNA, no qual amplificação e detecção são realizadas no mesmo tubo de reação, podendo eliminar processamentos pós-PCR (corrida de eletroforese em agarose), diminuindo o manuseio de produtos de amplificação e o risco de contaminação cruzada (Hayden, 2004). A abordagem da PCR em Tempo Real para fins de diagnóstico tem ganhado crescente aceitação como uma técnica de laboratório adequado, porém, a interpretação dos resultados pode ser duvidosa. A amostra poderia ser considerada negativa, enquanto que ela contém o patógeno (resultado falso negativo). Tal situação pode ocorrer devido à baixa concentração de patógenos, ou quando a amostra apresentar inibidores de PCR. Em contraste, a amostra poderia ser considerada como positiva, enquanto ele não contém o patógeno (resultado falso positivo). Esta situação pode ser encontrada quando o desenho dos iniciadores e / ou sonda não são ideais, ou em caso de contaminação do DNA, durante a etapa de extração, ou durante a PCR, como mostrado por Stals e colaboradores (2009) para PCR em Tempo Real. Embora estes problemas possam ser minimizados com o uso de controles adequados, é de fundamental importância a determinação do cutoff (Limite de Detecção Branco- LoB) e de um limite de detecção (LoD) do método para ajudar na interpretação confiável. No presente estudo foram realizados os cálculos do LoD e cutoff para o gene 16S rDNA para detecção de bactérias Gram positivos e Gram negativos além dos genes de resistência. Porém, para os genes blaIMP, blaSPM e blaVIM, a 114 DISCUSSÃO interpretação dos resultados foi conforme Mendes e colaboradores (2007). Além dos cálculos do LoD e Cutoff foi realizada, através da curva ROC, uma análise direta de especificidade e sensibilidade dos iniciadores para os genes estudados. Através do LoD e cutoff fica possível a interpretação confiável dos resultados de forma qualitativa (presença e ausência). O limite de detecção de Unidade Formadora de Colônia (UFC) por reação para os respectivos genes em estudo mostrou o teste muito sensível, sendo possível a detecção dos genes na presença de 15 á 1,5 UFC, porém quando determinado o Cutoff e o LoD este limite aumenta a UFC por reação para a maioria dos genes avaliados. Para o genes blaKPC, blaSHV e blaCTX-M a especificidade mostrou-se mais baixa quando comparamos com os demais genes, já os genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e vanB mostrou uma sensibilidade mais baixa quando comparados com os demais genes. Levando-se em conta que se trata de um teste elaborado para ser aplicado diretamente em amostras clínicas, há a prioridade de manter uma boa sensibilidade com uma boa especificidade. Para PCR em Tempo Real quanto maior o tamanho do produto de amplificação maior é a especificidade e menor a sensibilidade do teste. E a baixa sensibilidade encontrada para os genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e vanB pode ser devido ao tamanho dos produtos amplificados (Dorak, 2006) pois, os iniciadores utilizados para estes genes foram os mesmos utilizados em PCR convencional, que formam produtos de amplificação entre 700 a 1000 pb, para posteriormente serem direcionados para o seqüenciamento. Outro motivo para esses genes não terem sido detectados é por haver muito DNA não do gene procurado. Uma quantidade muito grande de DNA humano pode atrapalhar a amplificação do gene procurado e também a presença de excessos de 115 DISCUSSÃO inibidores que o método de extração não retirou. A solução dessas interferências deve aumentar a sensibilidade do teste. A diminuição da especificidade para detectar Gram negativos pode ser devido ao fato de haver interferência quanto à Taq polimerase. As preparações podem conter uma quantidade pequena de DNA contaminante proveniente de Escherichia coli ou Thermus aquaticus (Okhravi et al., 2000b, Carroll et al., 1999) e também de Pseudomonas spp., Sphingomonas spp., Moraxella spp. e AcinetobaCter spp. (Mühl et al., 2008), que podem ser suficientes para amplificação de sinal positivo após amplificação pela metodologia da PCR em Tempo Real. Quando a técnica de PCR em Tempo Real é utilizada para a detecção de patógenos em amostras clínicas com pequena quantidade de DNA a presença de sinal positivo para os controles negativos pode dificultar a interpretação dos resultados das amostras positivas (Klaschik et al., 2002). Levando-se em conta que estes genes (blaCTX-M e blaSHV) podem ser encontrados nessas bactérias, a interferência é ainda maior. Em um recente estudo, Lehmann e colaboradores (2008) avaliaram a aplicação da PCR em Tempo Real na detecção de patógenos no sangue pelo Kit LightCycler SeptiFast® (Roche-Molecular Diagnosis) e comparou os resultados com os obtidos pelo Bactec® 9240 (Becton Dickinson GmbH, Germany). Kit LightCycler SeptiFast® é padronizado para utilização no aparelho automatizado SeptiFast, no qual a partir da amplificação do DNA, realliza-se in vitro a identificação das 25 espécies mais importantes de bactérias e fungos diretamente do sangue. Das 114 amostras positivas para a PCR, 46 foram negativas pelo Bactec®. Das 58 amostras positivas para ambos os testes, 18 foram discordantes, podendo ter ocorrido tanto por algumas espécies que 116 DISCUSSÃO foram identificadas pelo Bactec® não se encontrarem no painel de identificação do SeptiFast ou porque foram consideradas contaminações na hemocultura. No presente estudo, não houve discordância quanto a detecção de bactérias Gram positivas e Gram negativas pelo método fenotípico de coloração de Gram e a PCR em Tempo Real para o gene 16S rDNA. Contudo, para esta avaliação foram excluídas 5 amostras que apresentavam bactérias Gram negativas e 19 amostras que apresentavam bactérias Gram positivas. Esta conduta foi necessária porque durante o desenvolvimento do trabalho houve necessidade de resintetizar as sondas de Gram positivo e Gram negativo. Porém estas amostras não foram excluídas das outras etapas do estudo e foram avaliadas quanto à presença de genes de resistência. Uma amostra identificada com a presença de uma bactéria Gram positiva e outra Gram negativa foi positiva apenas para a sonda de Gram negativo, sendo a bactéria Gram positiva não detectada. A bactéria Gram positiva se tratava de um S. haemolyticus. Em hemoculturas é comum a contaminação da amostra por esses microrganismos no momento da coleta. Em estudos, a taxa de amostras consideradas contaminadas por SCoN chega a ser de 26% (Ikegaya et al,, 2010) já que se trata de bactérias colonizantes da pele. Apesar deste dado demonstrar a dificuldade do método em detectar a presença de diferentes microrganismos, houve 100% de concordância entre a detecção de bactérias Gram positivas e Gram negativas quando comparado com o método fenotípico. Trabalhos que avaliam a prevalência de bactérias Gram positivas e Gram negativas transplantados de presentes em hemoculturas órgão sólidos apontam referentes para à maiores pacientes taxas de microrganismos Gram negativos (Bert et al., 2010; Silva Jr et al., 2010; Linares 117 DISCUSSÃO et al., 2009; Al-Hasan et al., 2008). Porém, este dado pode variar de acordo com o perfil epidemiológico da região estudada e do Hospital (Berger et al., 2006). Neste estudo, a prevalência de bactérias Gram negativas foi de 53,17%, e de Gram positivas de 46,83%, havendo pouca diferença entre as incidências. Dentre as espécies Gram negativas identificadas no presente estudo pelo sistema automatizado, K. pneumoniae foi a mais prevalente sendo que destas, 90 % foram ESβL positivo e 2 resistentes a carbapenemicos. Na literatura, esta espécie se apresenta entre os principais microrganismos isolado em hemoculturas, inferior apenas a E. coli, sendo a taxa de exemplares ESβL positivo bastante alta ( Linares et al., 2010; Andrade et al., 2008). Dentre as espécies Gram positivas identificadas, o gênero Staphylococcus foi a mais prevalente. Destas, 59% apresentaram resistência a oxacilina pelo sistema automatizado Phoenix®. No presente estudo houve predomínido de SCoN em relação a S. aureus, com altas taxas de resistência a oxacilina, o mesmo encontrado na literatura (Gales et al., 2009). Em relação ao gênero enterococcus, este é comumente isolado em pacientes transplantados de órgão sólidos, especialmente em transplante de rim e fígado (Patel et al.,2001). Relatórios recentes mostram uma prevalência de colonização por VRE entre 3,4% e 55% (Freitas et al., 2006; Hagen et al., 2003; Bakir et al., 2001) e de infecção entre 4% e 11% (Patel et al., 2001; McNeil et al., 2005) em transplantados de fígado e rim, respectivamente. Neste estudo houve 8,3% dos casos de ICS por enterococos, porém nenhum isolado foi VRE. Quando comparado os resultados dos testes de susceptibilidade em isolados Gram negativos, liberados pelo sistema automatizado em relação a 118 DISCUSSÃO PCR em Tempo Real para os genes de resistência, o método fenotípico apontou a presença de 24 amostras ESβL positiva. Destas 24, apenas 4 apresentaram PCR positivo para ESβL direto da hemocultura. Uma amostra foi ESβL positiva pelo método da PCR, mas não pelo método fenotípico. Porém, quando avaliados os 15 isolados bacterianos referentes às hemoculturas em que houve discordância entre a presença de ESβL pelo método automatizado e a detecção molecular, uma amostra não confirmou ser ESβL pela técnica fenotípica de disco aproximação. Das 14 amostras em que foi confirmado a presença ESβL pelo método da disco aproximação, 9 foram positivas para pelo menos um gene de ESβL, sendo que destas, 6 que foram negativas para o gene ESβL direto da hemocultura mas foram positivas direto da colônia. Em 3 amostras houve detecção de ESβL tanto na amostra de hemocultura quanto direto da colônia, porém em uma destas amostras foi detectado direto da hemocultura o gene blaCTX-M e na colônia apenas blaSHV e em outra havia sido detectado os genes blaCTX-M e blaTEM e direto da colônia foi detectado apenas o gene blaCTX-M. Para os resultados que foram ESβL positivo pelo sistema, mas negativa para a PCR direto da amostra clínica quanto do isolado, possivelmente se trata de outro mecanismo de resistência ou uma ESβL diferente das pesquisadas no estudo. Quanto aos resultados em que houve detecção do gene de ESβL direto do isolado, mas não direto da amostra clínica, este fato pode ser explicado por se tratar de concentrações diferentes de DNA, isto é, na hemocultura a quantidade de DNA era inferior a necessária para ser detectada pelo teste. A sensibilidade do teste pode ser otimizada diminuindo o tamanho do produto de amplificação fazendo-se novos desenhos de iniciadores para os respectivos genes. 119 DISCUSSÃO O mesmo ocorreu para o gene blaKPC. Duas amostras de K. pneumoniae foram resistentes a carbapenemicos, porém negativas para a PCR do gene blaKPC direto da amostra clínica. Outra amostra, sensível para os carbapenemicos foi positiva para a PCR do mesmo gene. Ao avaliarmos estas amostras, elas foram isoladas do mesmo paciente. Foram então estudados 5 isolados bacterianos pertencentes a este mesmo paciente e que se encontravam armazenadas no banco de microrganismos do LEMC. Dos 5 isolados, todos foram resistentes a ertapenem pelo método da disco difusão e positivo para blaKPC. Este fato pode ser explicado como para ESβL. A sensibilidade do teste foi reduzida ou por não haver quantidade de DNA suficiente para ser detectado direto da amostra clínica ou também pela redução da sensibilidade direto da amostra clínica devido ao tamanho do produto de amplificação para este gene. Já para Gram positivos, no caso o gene mecA, a concordância foi maior. O tamanho do produto de amplificação para este gene é menor interferindo menos na sensibilidade do teste. Das 32 hemoculturas positivas para o gene mecA pela técnica da PCR em Tempo Real, apenas 6 foram sensíveis a oxacilina pelo sistema automatizado e uma se tratava de um Enterococcus. Nesta amostra possivelmente houve interferência ou por alguma contaminação na coleta ou por uma infecção prévia com algum microrganismo do gênero Staphylococcus. Quanto as 5 hemoculturas citadas anteriormente, quatro eram S. aureus e 1 S. epidermidis. Os isolados bacterianos referentes a essas hemoculturas retirados do banco de microrganismos do LEMC foram testados pelo método fenotípico E-test para avaliação da susceptibilidade a oxacilina e PCR direto da colônia. Quatro destes isolados foram sensíveis a Oxacilina e 120 DISCUSSÃO negativos para a PCR em Tempo Real para o gene mecA. Porém, uma amostra de S.aureus, foi resistente ao antimicrobiano em questão e positivo para o gene mecA, neste caso foi considerado erro “muito grave”. A metodologia da PCR em Tempo Real para este gene se apresentou mais sensível. É comum a presença de contaminação em hemoculturas de SCoN e estes são avaliados como contaminantes ou causadores da bacteremia de acordo com a análise do médico que acompanha ao paciente. Esta interferência do gene mecA ou por contaminantes ou por infecções prévias pode acarretar resultados falso positivos. Porém, nenhuma amostra verdadeiramente resistente a oxacilina e positiva para o gene mecA deixou de ser detectada, sendo este erro considerado erro “grave”. Em um recente trabalho elaborado por Yanagihara e colaboradores, 2010, em que foi avaliada a concordância entre a detecção de isolados de Staphylococcus resistentes a oxacilina pelo método fenotípico e a detecção do gene mecA pelo Kit de detecção SeptiFast®, o método molecular não foi capaz de detectar o gene mecA em 2 amostras. Os autores sugerem que isto foi devido à diferença de sensibilidade entre os dois testes (um foi realizado direto da amostra clinica e o outro direto do isolado). De acordo com os resultados apresentados em nosso estudo, a sensibilidade para o gene mecA foi capaz de detectar falso-positivo mesmo direto de amostras clínicas, sendo alta a sensibilidade para o gene. No Brasil, se encontram dois dos maiores centros que realizam transplantes na América Latina. Estes são os HSP e HRH. Silva Jr e colaboradores (2010) avaliaram todos os transplantes renais realizados nestes dois centros entre os anos de 2000 a 2006. Um total de 3308 transplantes de rim foram realizados. Mais de 50% dos casos foi referente a doador vivo e 121 DISCUSSÃO receptor do sexo masculino. A incidência de ICS foi de 4,1% (185) sendo a média de tempo pós-transplante para a ocorrência de infecção de 235 dias. No presente estudo, só foram avaliados os transplantes em que ocorreu suspeita de bacteremia. Dos 117 pacientes incluídos no estudo, a maioria (72%) foi do sexo masculino e quase 90% foram submetidos a transplante de rim. O tempo médio de pós-transplante até a coleta da hemocultura foi de 331 dias e quase 75% dos pacientes receberam transplante de doador falecido. Não existe na literatura um consenso quanto ao maior risco de infecção referente a transplante proveniente de doador vivo ou doador falecido. (Spees et al., 1982; Dantas et al., 2006). Porém, alguns autores sugerem que o risco infeccioso é maior em transplante de doador falecido. Isto se refere às condições desfavoráveis do enxerto e a menor compatibilidade entre doador e receptor, havendo a necessidade de tratamento imunossupressor mais acentuado, facilitando os episódios de infecção (Dantas et al., 2006). Normalmente, quando se refere a transplantes de rim, o número de transplantes por doador vivo supera aos de doador falecido. Porém no presente estudo, como referido anteriormente, só foram avaliados os episódios de infecção, sendo assim a taxa de doador falecido foi superior. O interesse da aplicação de um método molecular para o diagnóstico direto de uma amostra clínica tem como principal objetivo a diminuição no tempo do resultado, a escolha da terapia adequada em menor tempo, além de maior sobrevida dos pacientes. A padronização aqui apresentada, leva em média 8 horas para ser executada, desde o recebimento da hemocultura positiva ou negativa pelo aparelho Bactec® até o resultado dos genes de resistência. Levando-se em conta que quando o frasco de hemocultura é 122 DISCUSSÃO aplicado ao método molecular já foi realizada a coloração de Gram pelo laboratório de análises clínicas, o resultado de Gram positivo e Gram negativo pelo método molecular pode não colaborar na rapidez do resultado. Porém, no mesmo dia em que é realizada a PCR para a detecção da presença de bactérias Gram negativas e Gram positivas pelo método molecular, já é possível a avaliação da presença de genes que conferem resistência. Considerando que a liberação do resultado final da hemocultura levou de 3 a 4 dias para ser liberado pelo laboratório clínico após a positividade pelo Bactec®, o método molecular poderia ser útil na antecipação do resultado do gene de resistência. Quanto ao tratamento dos pacientes apresentando hemoculturas positivas para Gram positivos observamos uma inadequação da utilização empírica em 11,86% na coleta da hemocultura, diminuindo para 6,78% quando da liberação do resultado do Gram da hemocultura. O resultado final da hemocultura incluindo o antibiograma não modificou a inadequação restante de 6,78% observada, sendo a maioria devido a hemoculturas positivas para SCoN. Portanto, o nosso resultado molecular quando da realização do Gram da hemocultura traria pouca contribuição para a adequação antimicrobiana nessa população de pacientes e nessas instituições. Entretanto, poderia trazer contribuição para racionalização do uso de antimicrobianos em hemoculturas positivas para amostras sensíveis à oxacilina com gene mecA negativo. Em um estudo realizado por Cattoir e colaboradores, 2011, houve 100% de concordância entre o método fenotipico e molecular para detecção do gene mecA em isolados do gênero Staphylococcus, porém muitos dos casos foram definidos como uma possível contaminação da amostra pelo micorganismo 123 DISCUSSÃO isolado. Neste mesmo estudo foi avaliada a possibilidade de interferência do método molecular na adequação da antibióticoterapia e concluiu-se que a rápida identificação de S. aureus e determinação de suscetibilidade à oxacilina usando uma técnica de PCR não teve um impacto clínico importante devido ter ocorrido 100% de concordância e pelo perfil de tratamento usado naquela instituição. No presente estudo avaliamos também o descalonamento da antibioticoterapia. De acordo com os resultados apontados, a PCR poderia ser útil em 16 dos casos em que pacientes se encontravam em uso de vancomicina e eram sensíveis a oxacilina. Destes casos, 11 poderiam ter sido beneficiados pelo resultado negativo para o gene mecA e a antibioticoterapia poderia ter sido modificada para oxacilina. Para bacilos Gram negativos não fermentadores observamos uma inadequação de 7,5% no momento da coleta da hemocultura, diminuindo para 4,48% quando da liberação do resultado do Gram da hemocultura, e uma queda importante da inadequação (1,51%) apenas quando do resultado final da hemocultura. Não houve detecção de nenunha metalo-β-lactamase. Para enterobacterias observamos uma inadequação de 20,9% no momento da coleta da hemocultura, diminuído para 16,42% quando da liberação do resultado do Gram da hemocultura, e uma queda ainda mais significante quando do resultado final da hemocultura (2,99%). Destas 2,99% apenas uma hemocultura foi positiva para ESβL pelo método da PCR porém, o tratamento continuou inadequado. Uma amostra apresentou PCR positivo para blaKPC e neste caso houve adequação na antibioticoterapia. Sendo assim, a PCR para esta amostra poderia antecipar a escolha do tratamento. 124 DISCUSSÃO Em algumas amostras, não houve a detecção do mecanismo de resistência, ou porque como foi sugerido anteriormente o método da PCR para alguns genes estudados não foi sensível o suficiente para detectá-los direto da hemocultura ou porque se tratava de outro mecanismo. Em bactérias Gram negativas há um extenso tipo de mecanismos que podem levar a resistência nessas bactérias. Entre eles, outras cabapenemases sem ser as que foram estudas como, por exemplo, as carbapenemases do tipo OXA, além de alterações em porinas, outras ESβL além das estudadas (Bush, 2010) e aumento da expressão de bombas de efluxo (Lister et al., 2009). Em Gram negativos fica difícil a possibilidade do teste colaborar num descalonamento do tratamento, pois quando a PCR for negativa para os genes estudados, poderá haver outro mecanismo e sendo assim a bactéria poderá ser resistente ao antibiótico de escolha. Para Gram negativos, houve uma considerável redução da inadequação do tratamento após o resultado do Gram na hemocultura. Os resultados moleculares aqui apresentados concordaram em 100% com os fenotípicos quando para detecção de bactérias Gram positivas e Gram negativas. Assim sendo, se o teste fosse realizado de amostras extraídas do sangue, por EDTA, seria possível contribuir para que fosse alterado o tratamento empírico. De acordo com os dados apontados no presente estudo, o tratamento empírico foi inadequado em 28, 4% dos casos em que houve ICS causada por bactérias Gram negativas. Na literatura há relatos de taxas de até 23,5% de tratamentos empíricos inadequados, sendo que 54% são em ICS por bactérias Gram negativas (Zaragoza et al., 2003). 125 DISCUSSÃO Em relação à racionalização do uso de antimicrobianos, 11 pacientes com bactérias Gram positivas isoladas em hemocultura e sensíveis a oxacilina foram tratados com vancomicina. Apesar de 2 isolados sensíveis terem apresentado gene mecA (falsos positivos), em 9 a ausência na detecção molecular deste gene poderia ter auxiliado o descalonamento do antibiótico (troca da vancomicina pela oxacilina). Já em relação aos Gram negativos o contrário foi observado, o escalonamento foi realizado na maioria dos casos de inadequação. O tempo mediano para liberação do resultado final foi de 4 dias. Com a aplicação da detecção molecular dos genes de resistência pela técnica de PCR multiplex é possível reduzir o tempo para reajuste da terapia empírica. Como já demonstrado neste trabalho, poderíamos reduzir as taxas de inadequação aos antimicrobianos de 13,56% para 8,48% para Gram positivos e de 28,4% para 4,5% em relação aos Gram negativos. Apesar de existir poucos dados de literatura, acreditamos que o ajuste precoce da terapia empírica utilizada contribui no curso do tratamento do paciente. Pretendemos dar continuidade a este estudo, agora avaliando a detecção bacteriana e de genes de resistência direto do sangue coletado para hemoculturas, aproveitando a experiência adquirida com a padronização dos testes moleculares. 126 CONCLUSÕES 7. CONCLUSÕES Os ensaios moleculares foram capazes de detectar os genes de interesse na diluição corresponde a 15 UFC até 1.5 UFC, porém com baixa sensibilidade para os genes com produtos de amplificação entre 700 a 1.000 pares de bases e alta especificidade; Observamos 100% de concordância entre a detecção bacteriana pelo método de hemocultura automatizado com coloração de Gram e a PCR em Tempo Real direto do frasco de hemocultura; Para os genes de resistência a antimicrobianos em bactérias Gram positivas observamos 87,6% de concordância na detecção do gene mecA; Para os genes de resistência a antimicrobianos em bactérias Gram negativas observamos maior variabilidade entre a detecção fenotípica e molecular; A detecção de genes de resistência a antimicrobianos favoreceria a adequação da antibioticoterapia, particularmente no descalonamento no tratamento de bacteremias causadas por bactérias Gram positivas e na adequação precoce no tratamento de bacteremias por bacilos Gram negativas multiresistentes em pacientes tranplantados de órgãos sólidos; 127 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8. 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Methods: A total of 185 blood cultures, 126 positive and 59 negative, were obtained of 117 patients submitted to solid organ transplant at two transplant centers in the city of São Paulo, Brazil, Hospital São Paulo and Hospital do Rim e Hipertensão. DNA from the blood cultures was extracted by phenol chloroform method (Brazol®, LGC, Brazil). The detection of bacterial DNA was performed using universal primers of 16S rRNA gene. The differentiation between Gram-positive and Gram-negative bacteria was done by hybridization with Gram-specific probes by multiplex real-time TaqMan. The resistance genes: blaSHV, blaTEM, blaCTX-M, blaKPC, blaSPM, blaVIM, blaIMP, vanA, vanB and mecA were detected using specific primers by real-time SYBR Green. The adequacy of antimicrobial treatment was evaluated by reviewing the records of patients. Results: Fifty nine samples were positive for Grampositive and sixty seven samples were positive for Gram-negative. All samples (100%) were concordant between blood culture and PCR. Thirty two samples were positive for mecA gene, five for blaCTX-M gene, one for blaKPC gene, one for blaSHV gene and one for blaTEM. Eighty eight were negative for all genes. The detection of antimicrobial resistance genes could enhance the appropriateness of antibiotic therapy, particularly in descalation the treatment of bacteremia caused by Gram positive and early adequacy in the treatment of Gram negative bacteremia of solid organ transplanted patients. Conclusion: The in house multiplex PCR for Grampositive/Gram-negative bacteria and detection of antimicrobial resistance genes by Real Time PCR could be useful for rapid diagnosis of bloodstream infection in patients undergoing solid organ transplant. 149 ANEXOS ANEXOS 150 ANEXOS 10. ANEXOS ANEXO 1. Dados referentes aos 117 pacientes e 185 hemoculturas incluídas no estudo. Dados do Paciente Nº Hemo Nº Paciente Idade Sexo 1 1 47 M 2 2 67 M 3 2 67 M 4 3 35 M 5 4 36 M 6 5 18 F 7 5 18 F 8 6 43 M 9 7 65 F 10 8 14 F 11 9 55 F 12 10 22 M 13 10 22 M 14 11 32 M 15 11 33 M 16 11 32 M 17 11 32 M 18 12 65 M 19 13 68 M 20 14 52 M 21 15 59 M 22 16 27 M 23 17 63 M 24 18 60 M 25 18 60 M 26 19 59 M 27 20 59 M 28 21 35 F 29 21 35 F 30 22 46 M 31 22 46 M 32 23 31 F 33 24 37 M 34 25 39 M 35 26 50 F 36 27 35 F 37 28 28 F 38 29 49 F 39 29 49 F 40 30 41 M 41 30 41 M 42 31 46 F 43 32 56 M 44 33 45 M 45 33 45 M 46 33 45 M 47 34 25 M 48 35 62 F 49 35 62 F 50 35 62 F 51 36 49 F 52 37 53 M 53 37 53 M 54 38 46 M 55 39 2 M 56 39 2 M 57 40 62 M 58 40 62 M 59 40 62 M CC HRH HSP HSP HRH HRH HRH HRH HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH Método Fenotipico Bactec/Phoenix E.coli M. morganii M. morganii NEGATIVO NEGATIVO S.aureus S.aureus NEGATIVO E.coli A.baumannii S.aureus S.epidermidis S.haemolyticus NEGATIVO NEGATIVO SCN E.coli E.coli P.aeruginosa E.coli NEGATIVO NEGATIVO SCN NEGATIVO NEGATIVO Salmonella spp. NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO S.epidermidis E.coli S.haemolyticus E.coli NEGATIVO S.epidermidis E.coli E.coli E.coli S.epidermidis S.epidermidis S.haemolyticus S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.pneumoniae S.capitis E.faecim E.faecim E.faecim Enterobacter spp. NEGATIVO NEGATIVO P.aeruginosa SCN NEGATIVO NEGATIVO SCN SCN Órgão Trans RIM CORAÇÃO CORAÇÃO RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM FIGADO RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM Dados do TX Tipo Doador Data TX Tempo TX FALECIDO 23/02/2009 140 FALECIDO 27/08/1990 7300 FALECIDO 27/08/1990 7300 FALECIDO 18/03/2009 150 FALECIDO 23/10/2006 675 FALECIDO 30/12/2008 0 FALECIDO 30/12/2008 1 FALECIDO 10/04/2004 1825 FALECIDO 06/06/2009 82 FALECIDO 22/12/2009 8 FALECIDO 03/10/2005 25 VIVO 08/12/2008 30 VIVO 08/12/2008 30 FALECIDO 22/12/2006 820 FALECIDO 22/02/2009 60 FALECIDO 22/12/2006 23 FALECIDO 22/12/2006 790 VIVO 23/11/2009 16 FALECIDO 11/06/2005 1365 FALECIDO 04/02/2009 150 FALECIDO 08/02/2004 1945 FALECIDO 29/09/2009 120 FALECIDO 28/06/2009 10 FALECIDO 03/10/2007 730 FALECIDO 03/10/2007 790 VIVO 14/09/2008 210 FALECIDO 27/10/2009 60 VIVO 30/01/2009 60 VIVO 30/01/2009 30 VIVO 22/08/2009 150 VIVO 22/08/2005 10 VIVO 18/02/2009 75 FALECIDO 15/02/2009 14 VIVO 03/07/1996 4859 FALECIDO 24/04/2009 7 FALECIDO 02/01/2009 75 FALECIDO 13/11/2008 365 FALECIDO 24/10/2009 20 FALECIDO 24/10/2009 60 VIVO 17/08/2008 13 VIVO 17/08/2008 13 FALECIDO 07/11/2009 4 FALECIDO 12/04/2009 1 VIVO 11/05/2004 1 VIVO 11/05/2004 1 VIVO 11/05/2004 0 VIVO 16/08/2009 6 FALECIDO 28/07/2009 1 FALECIDO 28/07/2009 1 FALECIDO 28/07/2009 1 FALECIDO 28/08/2009 10 FALECIDO 06/03/2006 1305 FALECIDO 06/03/2006 1305 VIVO 18/06/2009 190 FALECIDO 22/05/2009 8 FALECIDO 22/05/2009 9 FALECIDO 02/03/2009 30 FALECIDO 02/03/2009 31 FALECIDO 02/03/2009 32 151 ANEXOS 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 40 41 42 42 43 43 43 44 45 46 46 47 47 47 48 49 50 51 51 52 53 53 54 55 56 56 56 57 58 59 60 60 61 62 63 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 65 65 65 65 66 67 68 69 70 70 71 72 73 74 75 76 62 67 47 47 11 11 11 32 37 40 40 59 59 59 36 23 45 54 54 20 37 37 47 67 55 55 55 60 60 52 50 50 54 59 24 43 43 43 43 43 43 43 43 43 43 62 62 62 62 47 33 3 32 55 55 35 40 55 62 40 40 M M M M M M M F M M M M M M F M M M M M M M M F M M M M M M M M M M F M M M M M M M M M M M M M M M F M F M M M M M M M M HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HSP HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HRH A.baumannii S.pneumoniae NEGATIVO K.pneumoniae Ac. Spp/ S. haemo. NEGATIVO S. warneri B.cepacia SCN S.aureus S.aureus NEGATIVO NEGATIVO E.aerogenes K.pneumoniae SCN S.aureus E.coli E.coli NEGATIVO NEGATIVO P.mirabilis Listeria spp. C.jeikeiun L. monocytogens Listeria spp. Listeria spp. K.pneumoniae S.aureus NEGATIVO S.equorum S.epidermidis S.aureus NEGATIVO S.aureus K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae K.pneumoniae NEGATIVO NEGATIVO E.faecalis Enterobacter spp. S.aureus E.coli A.baumannii NEGATIVO E. cloacae E. cloacae NEGATIVO NEGATIVO K.pneumoniae N. meningitides NEGATIVO S.epidermidis RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM FIGADO FIGADO FIGADO RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/FIGADO RIM FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO VIVO VIVO VIVO FALECIDO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO FALECIDO VIVO FALECIDO VIVO FALECIDO FALECIDO 02/03/2009 07/02/2008 22/01/2009 22/01/2009 21/12/2008 21/12/2008 21/12/2008 04/02/2007 15/12/2005 10/02/2008 10/02/2008 27/03/2009 27/03/2009 27/03/2009 30/08/2009 18/08/2007 03/11/2008 05/05/2009 05/05/2009 12/01/2009 31/12/2008 31/12/2008 08/11/2009 23/04/2009 22/06/2008 22/06/2008 22/06/2008 05/08/2009 07/08/2005 16/08/2004 20/06/2008 20/06/2008 27/09/2004 30/11/2009 29/08/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 02/11/2009 28/09/2009 28/09/2009 28/09/2009 28/09/2009 21/03/2000 14/08/2009 28/10/2009 27/07/2009 10/04/2009 10/04/2009 03/06/2009 25/03/2006 05/11/2009 12/04/2009 07/07/2008 29/08/2009 47 0 90 29 2 24 10 1030 1 12 12 30 60 20 60 2 0 141 210 30 180 191 4 1 12 25 25 30 0 1730 0 0 1 2 10 11 11 19 19 32 32 44 44 31 39 33 65 1 4 1 8 33 5 60 60 60 1305 13 1901 240 1 152 ANEXOS 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 77 77 78 79 80 81 81 81 82 83 84 85 86 87 87 87 88 88 88 88 89 90 90 91 92 92 92 93 93 94 95 96 97 97 98 99 99 99 100 101 102 102 103 104 104 105 106 106 106 106 107 107 108 108 109 110 110 110 111 112 113 41 41 30 18 44 49 49 49 38 42 52 53 57 46 46 46 51 51 51 51 58 58 58 21 70 70 70 39 39 56 65 58 42 42 20 40 40 40 52 36 38 38 67 46 46 57 64 64 64 64 57 57 32 32 54 17 17 17 55 31 74 M M M M M M M M M M F F F F F F M M M M M M M F M M M F F M M M M M M F F F M M M M F M M M M M M M M M F F F F F F M F M HSP HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HSP HSP HSP HSP HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH HRH K.pneumoniae K.pneumoniae SCN NEGATIVO S.epidermidis S.epidermidis P.aeruginosa P.aeruginosa NEGATIVO SCN NEGATIVO NEGATIVO Enterobacter SPP. NEGATIVO NEGATIVO S.maltophilia S.aureus S.aureus S.aureus S.maltophilia NEGATIVO K.pneumoniae K.oxytoca NEGATIVO NEGATIVO E.durans K.pneumoniae NEGATIVO NEGATIVO S.epidermidis NEGATIVO S.aureus NEGATIVO K.pneumoniae E.coli NEGATIVO E.coli K.pneumoniae NEGATIVO E.aerogenes NEGATIVO NEGATIVO E.coli K.pneumoniae K.pneumoniae E.coli NEGATIVO S.epidermidis S.epidermidis S.epidermidis NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO S.epidermidis S.epidermidis L. adecarboxylata NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO RIM/PANC RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM/PANC RIM/PANC RIM RIM RIM RIM RIM RIM RIM FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO VIVO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO VIVO VIVO FALECIDO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO VIVO VIVO VIVO VIVO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO FALECIDO VIVO 31/11/2009 31/11/2009 18/02/2009 07/09/2008 24/06/2009 30/11/2006 08/11/2009 08/11/2009 04/03/2005 05/12/2008 04/04/2009 03/08/2007 01/04/2009 14/02/2008 14/02/2008 14/02/2008 27/02/2009 27/02/2007 27/02/2007 27/02/2007 13/11/2008 28/12/2004 28/12/2004 27/07/2009 07/04/2009 07/04/2009 07/04/2009 10/05/2009 10/05/2009 19/04/2009 25/01/2009 27/07/2009 29/09/2009 29/09/2009 12/02/2006 09/11/2008 09/11/2008 09/11/2008 19/02/2009 11/09/2009 20/08/2009 20/08/2009 16/03/2003 29/07/2009 29/07/2009 15/08/2006 17/03/2004 17/03/2004 17/03/2004 17/03/2004 16/11/2009 16/11/2009 18/09/2007 18/09/2007 31/10/2008 19/07/2009 19/07/2009 19/07/2009 14/06/2009 06/12/2008 11/04/2009 15 15 0 120 0 20 41 41 1460 9 60 90 137 665 730 730 15 0 0 730 60 1640 1640 34 30 28 48 120 120 33 8 12 34 32 1215 280 131 216 14 11 11 15 2430 16 15 1030 1975 0 3 0 46 47 790 46 74 15 30 40 77 60 30 182 183 184 185 114 115 116 117 51 42 72 17 F M M M HRH HRH HRH HRH NEGATIVO P.aeruginosa Salmonella spp. P.aeruginosa RIM RIM RIM RIM FALECIDO VIVO VIVO FALECIDO 15/12/2006 08/06/2009 20/01/2004 29/03/2009 740 36 2125 300 CC=Centro de Custo; HSP= Hospital São Paulo; HRH= Hospital do Rim e Hipertensão; TX= Transplante; Rim/Panc= Transplante de Rim e Pâncreas 153 ANEXOS ANEXO 2. Drogas Testadas para os respectivos Painéis do Sistema automatizado Phoenix. 154 ANEXOS 155 ANEXOS ANEXO 3. Apresentação no 50 th ICAAC 2010. Real-time Polymerase Chain Reaction for Detection of Bacterial Pathogens and Antimicrobial Resistance Genes in Blood Cultures of Solid Organ Transplanted Patients. Talita Trevizani Rocchetti1,2, Liana Carballo Menezes1,2, Luiz Roberto Chirotto Filho1,2, Karen De Castro Bauab1,2, Luis Fernando Aranha Camargo2, Antonio Carlos Campos Pignatari1,2. 1. Special Clinical Microbiology Laboratory (LEMC), Federal University of São Paulo/UNIFESP 2. Division of Infectious Diseases, Federal University of São Paulo/UNIFESP Solid organ transplanted patients are at high risk for blood stream infection. The institution of appropriate antimicrobial therapy guided by a rapid and accurate microbiological diagnosis of blood stream infections is related to a successful outcome. The aim of this study was the detection of Gram-positive and Gram-negative bacteria from automated blood cultures ® (Bactec , Becton Dickinson) with the use of the multiplex real-time polymerase chain reaction (PCR) and detection of antimicrobial resistance genes. Methods: A total of 154 blood cultures, 113 positive and 41 negative, were obtained of 109 patients submitted to solid organ transplant at two transplant centers in the city of São Paulo, Brazil, Hospital São Paulo and Hospital do Rim e Hipertensão. DNA from the blood cultures was extracted by phenol chloroform method ® (Brazol , LGC, Brazil). The detection of bacterial DNA was performed using universal primers of 16S rRNA gene. The differentiation between Gram-positive and Gram-negative bacteria was done by hybridization with Gram-specific probes by multiplex real-time TaqMan. The resistance genes: blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaKPC and mecA were detected using specific primers by real-time SYBR Green. Results: Fifty four samples were positive for Gram-positive and fifty nine samples were positive for Gram-negative. All samples (100%) were concordant between blood culture and PCR. Forty six samples were positive for mecA gene, seven for blaCTX gene, eight for blaKPC gene and fifty three were negative for all genes. Conclusion: The results of this study suggest that multiplex PCR for Gram-positive/Gram-negative bacteria and detection of antimicrobial resistance genes by Real Time PCR could be useful for rapid diagnosis of bloodstream infection in patients undergoing solid organ transplant. 156