Baixar - Sociedade Rural

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Baixar - Sociedade Rural
02 A 13 DE JULHO DE 2014
informe
EXPOMONTES
O
CAMPO
É
A
NOSSA RAI Z
40
L anç a mento da
ª
Expomontes
pag. 96
pag.
AS RAINHAS
96
pag.
Realização:
70 ANOS DA
SOCIEDADE RURAL
Anos
120
AGRICULTURA
FAMILIAR
pag.
52
“
Reunir-se é um
começo, permanecer juntos
é um progresso, e trabalhar
juntos é um sucesso.”
Henry Ford
3
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
O começo...
informe
EXPOMONTES
O
CAMPO
É
A
NOSSA RAIZ
Edição especial • 70º aniversário da Sociedade Rural
40ª EXPOMONTES • MONTES CLAROS • JULHO DE 2014
Índice
96
66
6
Editorial
30
Mapa dos Estandes
7
Diretoria Biênio 2013 • 2014
32
Equinos em alta
8
Osmani Barbosa Neto
34
14
A força do campo
17
Expomontes alia
julgamento e mostra
genética
Cadastro Ambiental Rural
é tema de palestra para
produtores rurais
36
Uma esperança para a
Coopagro
38
A cobrança do produtor
rural pelo uso da água
40
Palco de grandes
manifestações
42
Montes Claros Avança
44
Câmara exalta papel da
Sociedade Rural
45
Circuito Inter TV de Team
Expomontes 2014
18
Fomentadores de negócios
20
Agenda de leilões
22
Programação Oficial
24
Pagode, forró, arrocha e
pop rock: Os Shows da
Expomontes 2014
4
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
17
Penning realiza 5ª edição na
40ª Expomontes
46
Análise comparativa
da representação das
macrorregiões Norte de
Minas e Triângulo Mineiro
na Câmara Federal
48
Segurança na Expomontes
51
Implantação de Rede de
Autoproteção
52
Agricultura Familiar
54
Defendendo direitos
55
Emater-MG e Sociedade
Rural, uma parceria de
sucesso
56
IMA
Expomontes 2014
120
58
38
24
56
Instituto Mineiro de
Agropecuária
73
O mundo do campo na
cidade
105Sociedade Rural
57
O campo e a água
74
58
Surpresas e vantagens dos
ovinos e caprinos
Expomontes Solidária: uma
visão social
76
108Uma conversa sobre cordas
60
A voz do agronegócio
Credinor de portas abertas
para você
61
Fernando e Sorocaba
estimulam jovens a
permanecer no campo
77
É época da exposição!!!!!
111Instinto ruralista
78
Conheça a Sociedade Rural
112Cutuca, nego duro!
82
Um show à parte:
114Dedicação
84
Entraves do campo
115Gratidão
Expomontes: A construção
da identidade de um povo
106A tradição social
e crachás
62
Pecuária de corte está
promissora
64
Pecuária leiteira apresenta
novo formato na Exposição
86
Símbolo do cooperativismo
116VIVA!!!!
88
Homem do crédito rural
117Personagem histórico
66
Fruticultura: vida que nasce
no sertão
89
Parque de Exposições é
revisitado
118Félix Pimenta recorda
68
Banco do Nordeste prevê
grande movimentação na
Expomontes
90
Credenciamento
repaginado
91
Integrando os produtores
69
Conhecimento para
avançar!
70
Caixa Econômica Federal
71
Contribuição Sindical Rural
72
Parceria inédita vai
viabilizar exames de
hepatite
120As Rainhas da Expomontes
Especial 70 anos
96
Lançamento da
Expomontes 2014
100Um olhar sobre a Sociedade
Rural
trajetória de trabalho e
amor pela Rural
2014
124Theodomiro Paulino
130Vallée Cidadã
131Edição de livro registra 70
anos de história da Rural
132Memorial Sociedade Rural
133O campo é nossa raiz.
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informe
EXPOMONTES
O
CAMPO
É
A
NOSSA RAIZ
Editorial
A
Revista da Expomontes, desde sua primeira edição, foi programada
para promover o evento e comprovar seu êxito. Registramos em seu
conteúdo todo o planejamento e estrutura dessa festa que se tornou o
maior evento do interior mineiro e um marco no agronegócio regional.
É importante para a Sociedade Rural, entidade promotora da Expomontes, que
o trabalho de todos os envolvidos seja conhecido e valorizado, já que a entidade
encontra no espirito idealista de seus diretores a energia e a doação necessárias
para fazer com que tudo aconteça da melhor maneira.
No entanto, a entidade sabe que precisamos ir além. Precisamos que o evento se
apresente nestas páginas, mas desejamos também que todas as bandeiras levantadas pela classe rural sejam divulgadas aqui. Que as questões para as quais toda
a entidade trabalha encontrem espaço para serem difundidas e alcancem todos os
públicos. Portanto, além de encontrar a programação da Expomontes, a participação dos parceiros e a cobertura de alguns eventos, teremos páginas importantes
dedicadas às questões ambientais, aos debates sobre água e legislação e às reivindicações de uma classe produtora que necessita ser ouvida para vencer questões
históricas como a seca. Assim, torna-se imperioso ouvir as vozes que se levantam
em defesa dos interesses da classe e publicar entrevistas e artigos que conclamam
o produtor rural a se envolver com questões pertinentes à sua atividade e assumir
posturas que fortalecerão a categoria e a região.
Na edição dedicada a 40ª Expomontes comemoramos os 70 anos da entidade. Convidamos várias personalidades, de diferentes setores para dar um testemunho sobre a Sociedade Rural e deixar aqui sua visão particular. Artistas,
fotógrafos e jornalistas de renome contribuíram de maneira ímpar e deram uma
nova ótica às nossas comemorações.
Damos destaque a este momento histórico nas páginas destinadas ao Memorial da Sociedade Rural que se inaugura nesta festa e mantemos o olhar no futuro.
Porque é esse o papel desse lugar – deixar como herança para as novas gerações os
exemplos que encontramos na nossa história, heranças compartilhadas por todos,
um legado de trabalho e superação, mas antes de tudo, de associativismo, de companheirismo e camaradagem. Deixaram para nós o melhor de sí e construíram uma
instituição respeitada e valente – capaz de seguir em frente a passos grandiosos. Caberá a nós, que abraçamos a Sociedade Rural, não nos afastarmos dessa luta e nem
dos exemplos que tivemos – que coloca o bem comum como nossa Maior bandeira.
Junia Velloso Rebello
Assessoria de Marketing
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Diretoria Biênio 2013 • 2014
Presidente
1º Vice-Presidente
2º Vice-Presidente
3º Vice-Presidente
1º Secretário
2º Secretário
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
Osmani Barbosa Neto
José Luiz Veloso Maia
Antônio Soares dias
José Henrique de Carvalho Veloso
Sérgio Ricardo Peres Dias de Figueiredo
Durval Nunes Pereira Júnior
José Moacyr Guimarães Basso
Bernardo de Pimenta Pinheiro
Diretoria de Serviços Gerais
Diretor de Relações Públicas
Diretor de Comunicação Social
Diretor de Informações
Diretor de Patrimônio
Diretor de Social
Diretor de Eventos
Diretor de Desportos
Diretor de Assuntos Creditícios
Diretor de Orientação Jurídica
Diretor Técnico de Assistência Veterinária
Diretor de Pecuária de Corte
Diretor de Agricultura
Diretor de Pecuária de Leite
Diretor de Feiras e Leilões
Diretor de Recursos Hídricos e Irrigação
Diretor de Difusão de Tecnologia
Diretor de Equídeos
Diretor de Agroindústria
Diretor de Meio Ambiente e Recursos Florestais
Diretor de Fruticultura
Leonardo Lima de Vasconcelos
Alexandre Antônio de Miranda Vianna
Leonardo Gentil Rocha Dias
Norberto Antônio de Assis
Maria Idalina Almeida Souza
Arnaldo Gonçalves da Fonseca Oliveira
Fernando César dos Santos Moura
Rômulo Augusto L’Abbate Marques
Renato Alencar Dias
Marcos Miguel Mendes
Sérgio Rebello Athayde
Dirceu Colares de Araújo Moreira
Otaviano de Souza Pires Júnior
Avelino Ramalho Murta
Geraldo Bernardino Madureira
Roberto Murilo Peres Corrêa Machado
Rossini de Miranda Viana
Fábio Lafetá Rebello Filho
João Gustavo Rebello de Paula
Rodolpho Velloso Rebello
Conselho de Sindicância
Presidente
1º Vice-Presidente
2º Vice-Presidente
3º Vice-Presidente
1º Secretário
2º Secretário
Ricardo Quadros Laughton
Antônio Augusto Athayde Júnior
Jair de Sá Miranda
Crisantino Almeida Borém Filho
Celmo Bernardino
Carlos Alberto Maia
Conselho Fiscal
Presidente
1º Vice-Presidente
2º Vice-Presidente
3º Vice-Presidente
1º Secretário
2º Secretário
Dario Colares de Araújo Moreira
Heli de Oliveira Penido
Paulo Roberto de Macedo
Lúcio Tolentino Amaral Júnior
Felipe Drumond de Souza pires
Danillo Velloso Ferreira Murta
Praça Lindolfo Laughton, nº 1373, Bairro Alto São João 39400-292, Montes Claros - MG
www.sociedaderural.com.br • www.facebook.com/sociedaderural
Expediente
Editoração e assessoria de marketing
Junia Rebello
Editoria e jornalista responsável
Andréa Fróes
Reporteres
Zana Ferreira
Taislaine Antunes
Henrique Corrêa
Vanessa Araújo
Ana Maria Barbosa
Fotos
Solon Queiroz
Junia Rebello
Andréa Fróes
Zana Ferreira
Kelly Silva Castro
Editoraçao grafica
Jésus Ricardo de Faria Almeida
Revisao ortografica
Ana Teresa Rodrigues
Impressao
Rona Editora e Grafica
Tiragem
2 Mil exemplares
Montes Claros/MG
www.sociedaderural.com.br
www.facebook.com.br
Twitter: @socruralmoc
Instagram: @socruralmoc
Sociedade Rural
Av. Geral Athayde, 13.103 - Alto São João -
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Diretoria
Osmani Barbosa Neto
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entrevista
Informe Expomontes: O que significa para você a pessoa e
a imagem do seu avô? Como isso influenciou sua formação?
Osmani Barbosa Neto: Ele foi realmente muito importante
na minha formação. Lá em casa nós fomos criados nas fazendas. Meu pai ajudou muito ao meu Avô. Ele trabalhava nas
propriedades dele. Eu viajava muito com meu avô, apesar de
ser novo, tive uma criação muito forte com ele, nosso vínculo
sempre foi diferente. Eu sou o neto mais velho. Ele tem muita
influência, como produtor rural, aqui na Sociedade Rural. Eu
cresci aqui dentro, vendo-o trabalhar pela entidade e para
o homem do campo. Ele tinha um amor fora do comum por
este lugar. Foi um grande empreendedor. Tinha uma visão,
era simples, mas de grande inteligência e possuía uma base
de formação que conversava sobre qualquer assunto com
qualquer pessoa. E outra coisa, ele tinha um apego social
dentro dele, e ajudava muitas pessoas. Meu avô não teve o
perfil coronel, era uma pessoa que conversava com todos,
Não tinha quem não gostasse dele. Com Vovô aprendemos a
valorizar cada ser humano, pois somos todos importantes no
que fazemos, cada um à sua maneira. Era político também –
um verdadeiro líder em articulações -, apesar de nunca ter
participado de uma eleição, estava sempre em busca de me-
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lhorias que, para ele, ajudavam o Município. Principalmente
no caso de Francisco Sá, onde tinha propriedades. Ele tinha
ligação com presidente da república, governadores, porque
a classe rural, na época, dava isso a ele. Como Presidente da
Sociedade Rural, a atuação dele foi além das expectativas.
I.E.: E desde pequeno pensava em trilhar os mesmos passos?
O.B.N.: Com certeza alguns deles, até porque as condições
são totalmente diferentes hoje. Mas eu sempre sonhava
em me tornar presidente da Rural, participar da diretoria,
escrever uma história na entidade que desde criança eu
acompanhava. Meu avô foi fundador, além de presidente e
diretor; meu pai também foi diretor. Então, desde criança
eu já pensava em chegar, um dia, à presidência, e quando
isso aconteceu foi uma grande honra, momento em que a
lembrança do meu saudoso avô foi muito intensa. Tenho
certeza de que, se ele estivesse vivo, estaria muito orgulhoso. Repito, as condições são muito diferentes, não posso
nem me comparar a ele. Mas seguir as coisas boas dele como honestidade, seriedade, vontade de fazer para classe,
de trabalhar na área rural. Não tenha dúvida de que disso
eu não fugi, eu segui e seguirei.
entrevista
I.E.: E além do seu avô, que outras pessoas também lhe
serviram de referência?
O.B.N.: Primeiro o meu pai, que também foi um grande ho-
mem. Ele me ensinou tudo na vida, porque meu avô morreu
muito cedo. Segui com ele, naturalmente, ele que me deu referências de vida. Agradeço muito a Guido Amaral, que me incentivava nas horas difíceis, esteve sempre ao meu lado. Acho
que aqui no meio rural conhecemos grandes homens. João
Alencar Athayde, que fundou esse parque, um grande desbravador, homem que pensava muito à frente. Tive um grande
amigo aqui também, que faleceu muito novo e eu fui diretor
dele, o Fernando Rebelo Athayde, que morreu em 2011. Há
também Daul Soares Dias, Dario Collares, que, aliás, foi quem
me convidou para ser diretor.
I.E.: E como surgiu essa vontade de fazer parte da diretoria?
O.B.N.: Antes eu participava das comissões que existiam aqui.
Era muito novo, não tinha sido diretor ainda. Aí Dario, que era jovem, mas um pouco mais velho que eu, promoveu uma grande
mudança aqui. Entrou e mudou muita coisa na Sociedade Rural,
levantou a classe. E ele me fez o convite, para que eu viesse a
ser diretor conselheiro e eu vim com o maior prazer, até porque
sempre tive essa vontade. Aí comecei a participar ativamente. À
época ele disse: "agora você não sai mais". Porque quando você entra na diretoria tem que ter comprometimento. Depois de
Dario veio Rômulo L’abate, também grande presidente, que me
convidou para a diretoria de leilões, que é uma das mais importantes e complexas. Ficamos dois anos com Rômulo, e quando
ele saiu, entrou Fernando Athayde. Foi quando eu passei a ser
o 2º Tesoureiro e já assumia a questão do credenciamento na
Expomontes. Aí com a saída de Fernando, depois de seus quatro anos, entrou Lúcio Amaral, muito meu amigo, grande presidente. Dele eu fui 1º tesoureiro e participava de tudo aqui na
Rural. Depois veio Alexandre Viana, de quem fui vice-presidente,
mas nessa época me afastei um pouco, pois a própria Sociedade Rural me indicou para ser Secretário de Agricultura do então prefeito Athos Avelino. Foi a primeira vez que eu fiquei mais
afastado da entidade, nunca da causa rural. Foram quatro anos
de chão e amor por Montes Claros. Período em que me lembro
com muito carinho. Dediquei-me com honestidade à função
confiada a mim, tanto pela classe quanto pelo prefeito. Anos de
aprendizado que me renderam boas histórias, novos amigos e
vasto campo de resultados. Com uma equipe enxuta avançamos, inovamos, lutamos e viabilizamos melhorias para os pequenos, médios e grandes produtores rurais de Montes Claros.
Os trabalhos ultrapassaram divisas, nos tornamos referência em
gestão com a máquina pública. Bons tempos, ótimos tempos.
De Montes Claros fui para Francisco Sá, onde apliquei parte das
ações na “maior cidade do Norte de Minas”, no Brejo das Almas.
Em Francisco Sá foi um ano, como combinado com o prefeito
José Mário Pena. Outro desafio da minha vida me aguardava.
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Alexandre Vianna estava deixando a Presidência onde marcou
história por oito anos. Ele me convidou para assumir a vaga,
desafio dado, desafio aceito! A diretoria apoiou a decisão de
Alexandre. Período mágico o que vivo agora. Quem conhece
minha história, sabe a emoção que vivo nesses últimos anos.
Desafios são muitos, mas nós conseguimos com união solucionar todos os percalços atuais. Conheço cada pedacinho
desse Parque. Em cada canto, tem uma história! História construída com muita luta, mas que vale à pena cada retalho dessa
grande colcha da vida.
I.E.: Desde que assumiu, como você avalia – dentro dos desafios que você tinha até então – o que já foi conquistado e
o que ainda permanece como luta?
O.B.N.: Aqui não é uma política partidária. Cada presidente
coloca um tijolo, é feito dessa forma. Alexandre foi um grande
presidente e a gente veio dar sequência. Então quando entrei
quis levar para a Sociedade norte mineira e montesclarense a
grandeza da Sociedade Rural. Era um desafio que eu queria fazer. O primeiro ano foi mais complicado, de muito aprendizado,
mas os diretores me ajudaram muito. Muitos me indicaram caminhos. Sou cercado por pessoas do bem, que querem o bem
do próximo. Nosso foco era levar para a sociedade a importância da classe rural e da nossa entidade. Isso eu acredito que
conseguimos perante a população, ganhamos notoriedade
com a imprensa, fortalecemos nossos laços com o produtor
rural. Nossas exposições cresceram muito, procuramos organizá-la pensando bastante na população de Montes Claros e no
produtor. Jamais deixaremos de aliar a parte técnica à parte
de lazer. Durante o dia, temos julgamentos, torneios. À noite,
celebramos o dia. Trouxemos palestras, cursos. Agora também
estamos focados em resgatar a memória da Rural, dos homens
que a construíram. Nós temos memória, nós temos passado.
É valorizar o passado e preservar o futuro. O Memorial da entidade é a demonstração de que nossos antepassados são
importantes. Celebramos no dia 21 de Junho, os 70 anos da
Sociedade Rural. Não contamos histórias pessoais, mostramos homens que se preocuparam com o coletivo, com o desenvolvimento. A todo momento nos deparamos com fatos
que impulsionaram a evolução da região.
Para celebrar nossa magnífica instituição, levamos o campo para a cidade. Promovemos uma grande cavalgada nas principais
ruas de Montes Claros; levamos carros de boi com vaqueiros,
mostramos as novas tecnologias usadas no campo, com máquinas de última geração; apresentamos o “tom de cor de rosa”
da Expomontes, com cinco belíssimas jovens Rainhas; Uma festa grande, com parceiros, autoridades, imprensa, todo mundo
participou com a gente dessa data tão solene, tão importante.
E agora, realizamos a 40ª Expomontes. Momento muito expressivo. Vencemos vários desafios, profissionalizamos a Exposição.
Alteramos o formato da Feira. Evoluímos e inovamos. Mas a luta
entrevista
ainda continua. Por várias vezes enviamos pedidos de auxilio
aos Governos de Minas e Federal. Pouquíssimas foram as solicitações atendidas. Ainda temos um grande caminho a percorrer.
Precisamos que as instituições governamentais simplifiquem e
agilizem os processos de licenciamento, por exemplo. Sem esses licenciamentos o produtor não tem acesso ao crédito rural.
Não investe e a região não desenvolve.
Precisamos de estudo dos recursos hídricos regionais para dimensionar o potencial de água subterrânea e superficial, suas
interfaces, potencial de uso e preservação – principais fraturas,
aquíferos,eixos barráveis. É necessário o estudo para viabilizar
o lançamento de uma gramínea transgênica resistente à seca.
É urgente a necessidade de duplicação da BR-251, sobretudo de
Montes Claros à Salinas; da Conclusão do Anel rodoviário Norte;
de Incentivos a um programa de inovações tecnológicas regionais; da implantação de um centro de convivência com a seca –
em Montes Claros no terreno do Sindicato Rural – Epamig/UFV/
Unimontes/Embrapa; do apoiar candidatos a deputados federais e estaduais vinculados e compromissados com o Norte de
Minas; de um Aeroporto intermodal e política alfandegária diferenciada para a região; da Solução para mobilidade urbana de
Montes Claros; da Ferrovia BH/Candeias na BA; e de um Plano
diretor de Montes Claros – organização da região metropolitana.
IE: E qual seu sentimento em ser o Presidente nessas duas
datas tão marcantes?
O.B.N.: É magnífico. Pra mim, por minha história, é uma honra
que vou guardar pro resto da vida. Vou contar pros meus filhos e
pros meus netos. Eu não sei se foi o destino, mas veio a coincidir
que eu, neto de um dos fundadores, viesse a estar presidente
nessa data tão maravilhosa, que é a dos 70 anos e da 40ª Expomontes. Porque poderia muito bem ser somente os 70 anos, ou
somente a 40ª Expomontes, isso já seria grande honra. Mas as
duas ações juntas é magnífico.
I.E.: Mas além dessas alegrias, há muitas lutas também. A
principal é a seca, que há três anos assola a região. O que a
Sociedade Rural tem feito pela classe dos produtores diante dessa situação crítica?
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O.B.N.: A seca é um problema sério, nós precisamos de ações
efetivas de convivência com o longo período de estiagem. A
adversidade climática existe, correto? E o que tem faltado? Há
uma verdadeira ausência de políticas publicas que cuidem
dessa questão. É necessário que as ações emergenciais sejam
banidas. Nós precisamos de iniciativas reais. Vejam bem: seca
tem todo ano, e por que ainda nós produtores rurais somos tão
prejudicados?
Em 2012, pensamos em não realizar a exposição, o que ocorreu
com mais força, em 2013 também. Mas decidimos promover a
Feira que foi denominada de Expomontes da Superação. Agora,
estamos com a Expomontes da Evolução.
A Feira é o momento do produtor rural mostrar o que faz
tão bem no campo. Mostramos nossa força. Comprovamos
a pujança do setor.
Nós ruralistas temos incansavelmente buscado ajudar ao
homem do campo. Brigamos. Defendemos o produtor. Só
não podemos fazer chover, mas pedir, indicar, orientar e articular, fizemos!
Especialmente sobre dívidas rurais temos desenvolvido diversas medidas. Porque uma grave consequência da seca é o acumulo de contas. Nenhum produtor quer ter a dívida perdoada,
quer sim, pagar, com ajuda do Governo. Reforço, queremos
condições para pagar.
entrevista
Mas é uma luta, fizemos um pedido grande, de uma renegociação geral das dívidas dos produtores e a Presidente Dilma
negou. Tinha passado pelo Congresso, pelo Senado e não conseguimos avançar.
Um resultado prático dessa medida seria a reestruturação
da região porque o produtor está devendo e muitos não vão
ter condições de pagar. Temos conversado com o presidente
do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, mas às vezes eles
não escutam, não sabem o que o produtor passa. E é o produtor que vai sentir na pele isso. Porque só se resolve uma
situação dessas com dinheiro. É preciso abrir novos créditos
e renegociar essas dívidas.
tem essa ajuda. E mesmo lá tem dificuldades, porque as pessoas não querem ir para o meio rural. Aqui, hoje, temos bons
nomes, mas precisamos de mais jovens imbuídos no espírito
ruralista. Vamos promover campanhas para trazer a juventude
para a entidade. É muito importante aliar experiência com a força jovem. Dá uma mistura, no mínimo interessante. Gente nova,
com fôlego novo, mesclando com ações positivas e de sucesso,
promovidas por homens que sempre pensaram no coletivo. O
campo e o homem vão agradecer!
I.E.: Observando um pouco o cenário norte mineiro, o grupo Minerva vai reabrir o frigorífico da região. Você acha que
isso pode beneficiar o produtor da região?
I.E.: E por que não sai do papel esse Centro?
O.B.N.: Não tenha dúvida. Isso foi uma luta da Sociedade Rural, junto com o Sindicato Rural. Uma verdadeira batalha que
agora dá um fôlego para a produção da pecuária de corte. Um
alento para o produtor. Vai ajudar demais. O pecuarista vende
o gado, tem que andar mil quilômetros pra vender esse gado.
Geralmente vendemos para Belo Horizonte, Ituiutaba, Triângulo
Mineiro, São Paulo... Então, a vinda do frigorífico, é uma vitória
da classe, pois vai ser uma tranquilidade. O frigorífico tem estrutura, é o terceiro do País, com estrutura para exportação. Vai
melhorar a renda do produtor, o preço. Só de frete vai haver uma
grande economia. E é para exportação. 80% para exportação e
20% para mercado interno.
O.B.N.: Eu não sei. Pedimos bastante, mas nada até agora.
Ficou só em promessa política. Lá na Austrália, o Centro até
comercializa para o produtor em momentos difíceis. O caminho é esse! Dar suporte técnico para que os agropecuaristas
possam respirar.
R.E.: A questão do campo envolve também a agricultura familiar, que desde o início foi uma das preocupações da sua
gestão. E esse é o Ano da Agricultura Familiar, eleito pela
ONU. Como você enxerga o processo de se unificar a luta de
todos os produtores?
I.E.: Sobre os próximos anos, a gente pensa também em
quem virá após sua gestão. Como você enxerga a questão
da sucessão no sentido de renovação com as novas gerações? Você, por exemplo, entrou novo na diretoria. Você vê
o mesmo ocorrendo hoje, essa renovação?
O.B.N.: Realmente era uma meta nossa juntar as classes. Primeiro, eu acho que há uma certa irresponsabilidade dividir o
agronegócio e a agricultura familiar. Divisão simplesmente política. Um absurdo! Fica uma divisão e parece que tem uma disputa. Quem disputa são o chamados radicais, inclusive fizeram
dois ministérios, o do Desenvolvimento Agrário e o da Agricultura. Para que? O primeiro trata da agricultura familiar, o outro
do agronegócio. Eu não tenho dúvidas de que a agricultura familiar precisa de um atendimento, uma atenção maior, de um
trabalho maior, pois o agronegócio já é mais estruturado, tem
mais condições de se sobressair sozinho. Mas os problemas são
os mesmos: seca, falta de dinheiro e de crédito, problemas de
estrutura, de pragas nas plantações, doenças de gado... Então
eu acho que essa divisão é ruim. Assim que assumimos a Presidência, nos reunimos e decidimos que o Parque é o espaço de
todos! Foi quando convidamos a Emater-MG, que prontamente
se dispôs a ajudar e hoje estamos na quarta edição. 40 barracas
que tem de tudo um pouco. É lindo ver tudo junto! No primeiro
ano, foi meio tímida, no segundo cresceu muito e ano passado
foi uma grande feira. Esse ano, consolidamos nosso projeto, que
E o Governo não está vendo isso. O Norte de Minas está hoje
pior que o Nordeste, sentiu mais essa seca, porque lá começou
a chover, aqui não choveu nada. A situação está terrível. Não
sei para onde isso vai, mas não vamos deixar de fazer exposição. Vamos fazer, para o produtor trazer seus produtos. Tem
tecnologia aqui, estamos fazendo palestras para nos adequar
a esse momento difícil.
A salvação de tudo seria a criação do Centro de Convivência
com a Seca.
O.B.N.: Esse é um problema que nós vamos ter futuramente.
Não só aqui, mas acredito que todas as entidades rurais do
País. Porque as dificuldades nossas são muitas, imensas, e talvez nossos filhos queiram trilhar outro caminho. Essa questão
de sucessão é muito complicada. Temos hoje, dentro da Rural,
nomes que podem me suceder, não duvide disso. Bons nomes.
Não só na diretoria, mas dentro da classe de uma forma geral.
Pessoas comprometidas que querem o bem da entidade. Mas
num momento de crise, de seca, muitos dos jovens querem
procurar outro caminho mesmo. É uma realidade. Na Europa,
a questão rural é um problema, até o produtor rural é muito
valorizado por causa disso, porque vão pra roça com a família
produzir alimento. Lá se paga subsídio para isso. Nos Estados
Unidos, Canadá, tudo é subsidiado, daí o produtor fica, pois
12
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Especial 70 anos
é sinônimo de sucesso. Nós conseguimos juntar todo mundo.
Houve uma integração, que é a forma que acreditamos que deve ser. A gente não pode ter essa divisão de agronegócio e agricultura familiar, um olhando desconfiado para o outro. Não é
assim. A agricultura familiar precisa de mais apoio, mas o agronegócio carrega esse País nas costas, é só olhar o PIB. Não aceitamos essa divisão, competição. Temos que olhar a agricultura
familiar com muito carinho, ajudá-la a crescer.
I.E.: E o que os produtores e os próprios montesclarenses
podem esperar da 40ª Expomontes?
O.B.N.:Muito empenho, muita vontade de fazer a maior da
história, vamos trabalhar para isso mesmo com toda a dificuldade. A Expomontes da Evolução. Nesses 70 anos a Sociedade
Rural acompanhou o desenvolvimento da tecnologia que está
a serviço do produtor rural. São novas máquinas, implementos
agrícolas, novidades na genética e muito mais. E nesse mundo
globalizado com novas informações chegando a todo segundo,
a entidade chega à 40ª Expomontes com um novo olhar sobre
vários aspectos. Trouxemos a Mostra genética, julgamento de
animais. Transformamos a Praça de Montes Claros em compradora e não fornecedora. Eu acredito que vai ser uma grande festa, com segurança, uma festa que vai deixar saudades depois. E
para brindar todo nosso trabalho daremos de presente a todos,
o Memorial. Além disso, estamos produzindo um livro alusivo
aos 70 anos da entidade. Vamos encerrar o período com grandes produtos históricos, com fatos e registros que contam anos
de gloria, de desafios e de resultados.
I.E.: E para quem enxerga apenas as dificuldades dos produtores, os produtos a serem expostos terão qualidade?
O.B.N.: Não tenha dúvida de que será de ponta como toda vida foi. Sempre gosto de falar uma frase de Euclides da Cunha,
que é: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte". E vamos dar a
resposta natural. Vai ser um dos melhores leilões, tenho certeza.
O Brasil todo vê a qualidade do nosso gado. A agricultura familiar vai ser um sucesso, vamos aumentar ainda mais qualidade
dos shows. O parquinho vai ser incrível. Essa praça de alimentação também vai ser um sucesso. Acho que para todos que trabalham sério o sucesso vem em decorrência de muito esforço e
dedicação. Todo nosso foco é promover uma grande exposição.
A gente não desanima não, pode ter certeza.
I.E.: O que você imagina que será a marca da gestão Osmani Barbosa Neto?
O.B.N.: Creio que vamos deixar uma marca da união! União
entre agricultura familiar e agronegócio, do relacionamento
com a imprensa e com a sociedade norte mineira. O entendimento, a conversa, a responsabilidade da diretoria... Essas serão
marcas importantes. Um legado imaterial dos mais preciosos.
Materialmente falando, daremos a cidade o Memorial da Rural.
R.E.: E como você imagina a Sociedade Rural daqui a 70 anos?
O.B.N.: Ah, vai virar uma potência em defesa do produtor. Se
você olhar a história desde quando iniciou, tem coisas que não
mudam. Se você pegar as atas das primeiras reuniões e as atas
de hoje, têm coisas que são quase iguais. Então tem a tradição,
mas tem a modernidade, e vai ter o futuro. Montes Claros vai
crescer muito nos próximos anos e desde que haja organização
na cidade, vamos acompanhar isso. Acredito que daqui 70 anos
os nossos netos ou bisnetos vão ver isso muito grandes mesmo.
E nós estaremos lá de cima, só olhando.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Expomontes 2014
Diretoria
A força do
campo
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José Moacyr Guimarães Basso
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Foto: Junia rebello
Especial 70 anos
Foto: Solon Queiroz
Texto: Zana Ferreira/Vanessa Araújo/ Taislaine Antunes
P
ara o grande público, não há como não encarar
a Expomontes como uma grande festa. Escolher
como ir ao Parque de Exposições João Alencar
Athayde, passear e assistir aos shows criam esse imaginário. Porém, a Expomontes vai muito além. Se
voltarmos a 1957 quando a primeira edição foi realizada, fica mais fácil entender. O que faria um grupo de
fazendeiros se reunir em um parque recém-construído,
num terreno de muita terra e pedra, para expor seus
animais? Não havia shows naquela época e a única atração era mesmo os animais.
Ainda hoje, é a produção do agronegócio norte mineiro o grande e mais importante atrativo
da Exposição. Não estamos mais em
1957, portanto, durante o evento, produtores rurais têm a oportunidade de
terem reunidos em um único lugar uma
diversidade de raças de animais, opções
de crédito rural diferenciados, preços
promocionais de maquinário e conhecimento sobre inovações tecnológicas.
"É pensando no produtor rural que
nos empenhamos ao máximo. Claro, hoje a Expomontes se tornou também uma
grande festa para toda a região, mas se
fosse apenas isso, não iríamos comemorar
durante um período tão difícil quanto o
que passamos", aponta Moacyr Basso, diretor financeiro da Sociedade Rural.
Ele se refere ao cenário de seca prolongada por três anos,
que vem castigando os produtores rurais. Por falta de água
e de pasto, grande número de cabeças de gado norte mineiras foi vendido, antes que os produtores da região vissem o
gado morrer por não ter como alimentá-lo. Também a agricultura acumula perdas nos últimos três anos, colocando
em cheque a visão da Expomontes apenas como festa.
"Ano passado nos questionaram o porquê de fazer festa
num momento de crise, e respondi que somos muito mais
que uma festa, somos a força que impulsiona a economia
do agronegócio norte mineiro. É difícil realizar um evento como este após três anos de seca, mas isso também nos
deixa em condições de mostrar às autoridades a força da
nossa classe, de apresentar nossas reivindicações", destaca.
Dentre as questões a serem apresentadas para o Estado,
Moacyr cita os altos custos da festa, inclusive com segurança. "Contratamos grande número de seguranças para
suprir um papel que tem de ser do Estado, e fazemos isso
sem ajuda de custos. Isso precisa ser revisto, e outras esferas precisam ter maior participação nesse evento, pois hoje
a Expomontes significa muito para a economia de Montes
Claros como um todo", pontua.
Além disso, ele também cita problemas relacionados
ao licenciamento ambiental e os entraves colocados pelo Estado. Segundo ele, Minas Gerais é um dos Estados
que mais dificulta a vida dos produtores, especialmente
os ligados ao cultivo de floresta de eucalipto, que para
ele é uma atividade de agricultura como outra qualquer.
No entanto, designou-se o Instituto Estadual de Florestas
(IEF) para fazer vistoria antes de autorizar o licenciamento.
"O órgão possui apenas dois fiscais,
não tem veículo, como vai dar conta da
demanda aqui da região? É um absurdo,
o produtor rural está à mercê da ineficiência governamental", protesta.
Diante de tantas lutas e tantas conquistas, Moacyr não deixa de ressaltar
seu orgulho por ser parte da Sociedade
Rural, entidade sem nenhum histórico
de manchas, apenas de lutas em prol da
comunidade. "É para mim uma honra
ser diretor dessa entidade, que continua
crescendo e enchendo de orgulho todo o
Foto Jailson
Norte de Minas", finaliza.
Palco do agronegócio
Os 70 anos da Sociedade Rural apresentam marcas na
história norte mineira. São as exposições a mola propulsora dos avanços conquistados para o agronegócio, seja
no setor econômico, em melhoramentos genéticos ou na
propagação de novas tecnologias.
A cada edição, a Expomontes comprova essa verdade
superando as expectativas propostas. Sabemos que um
dos grandes trunfos da Expomontes é a junção de negócios diversificados, atendendo a outros setores da sociedade, capaz de atrair a atenção da mídia e do grande
público norte mineiro. A interação entre genética, leilões,
estandes, entretenimento, palestras e mostras de tecnologia fazem do evento um campo fértil, incentivando o
produtor rural na busca de melhorias constantes.
Para Moacyr, realizar a Expomontes mostra a real for4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
15
ça da classe ruralista. Neste ano, a feira conta com 70
estandes de diversos setores como comércio, indústria,
e serviços. Estão no Parque de Exposições João Alencar
Athayde, projetos para agricultores, horta agroecológica, máquinas agrícolas de alta tecnologia, construção
civil e pavimentação, vestuário, dentre outros.
Na Expomontes não é possível setorizar os estandes por causa da diversidade dos produtos ofertados.
Os empresários optam pelas áreas de acordo com a
proximidade do público. De acordo com, Mariah
Carvalho, Marketing de Negócios da Sociedade Rural, a demanda atual é bastante expressiva, mas não
há como aumentar o número de empresas dentro do
Parque por causa do espaço destinado para o setor. A
procura em 2014 foi surpreendente.
“Fiquei muito surpresa, achei que a procura fosse cair
por causa da Copa do Mundo, mas fomos surpreendidos,” comemora.
Os parceiros mais antigos são: Triama Norte, Tratormoc, Sementes Tolentino, Confboi, Vemape, Bamaq,
Balanças Açores, Balanças Valfran.
A Triama traz maquinário para plantio direto, indústria e construção civil, com destaque para os tratores
cabinados, direcionados ao pequeno e médio produtor
rural. As máquinas variam entre R$ 70 mil e R$ 220 mil.
De acordo com o gerente comercial da empresa, Márcio Gontijo, a expectativa para os negócios neste ano é
de R$ 4 milhões de reais. “Temos uma equipe preparada
que veio para a exposição com espírito de negócio e motivação”, diz. Segundo ele, o estande está todo equipado
e possui estrutura ideal para atender ao cliente da melhor maneira possível.
Além das vendas diretas, a Triama também inicia os
processos de financiamento e consórcios na própria exposição. “O processo começa aqui no estande, é enviado para o projetista e depois para o agente financeiro.
Temos parceria para financiar o maquinário através do
Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Caixa
Econômica Federal e Santander”, explica.
A Triama está presente na Expomontes desde quando se instalou no município, há 18 anos. “A feira é uma
vitrine para o agronegócio, uma referência no Norte de
Minas. É muito importante a participação da empresa
no evento”, afirma Márcio. Ainda segundo o gerente comercial, “os clientes da Triama criam uma proximidade
maior com o evento ao perceber a presença do estande
da empresa, eles se sentem em casa”, conta.
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Começando agora
Quem expõe pela primeira vez é Orthomontes, Orthocrim, Fox Conexão. Para Jainy Cordeiro, gerente da Orthomontes, que ocupará um espaço de 80 metros quadrados,
acredita que bons negócios virão com a exposição. “É a primeira vez que trouxemos nossos produtos. O objetivo principal é divulgar e consolidar a marca na região”, relata.
O expositor e presidente da Associação dos Irrigantes do
Norte de Minas, Orlando Machado, também irá expor pela
primeira vez na Expomontes. “Espero resultados positivos.
Decidi na última hora montar um estande e a expectativa é
muito boa, muitas pessoas circulam por aqui neste período,
a divulgação vai ser muito satisfatória”, conta.
Para esta primeira exposição, o expositor traz uma novidade. “Silagem de milho ensacada. Geralmente ela é vendida em à granel. Esta é a nossa novidade”, afirma. Agora os
produtores rurais podem comprar a silagem em pequenas
quantidades para utilizá-la de acordo com sua necessidade.
A Sotreq ainda não possui uma loja física no Município, mas participa da Expomontes pelo segundo ano consecutivo. Segundo o consultor de vendas Marco Moreira,
“o evento traz visibilidade e impulsiona as vendas”, diz.
Neste ano, a expectativa é de negociar 3 milhões de reais
durante os 13 dias de festa.
“Ano passado vendemos 12 máquinas, e até o fim do ano
ainda fizemos negócio com clientes que nos conheceram
durante a exposição”, conta Thiago Costa, também consultor da empresa. Segundo ele, “o principal objetivo é ganhar
visibilidade para a empresa, tendo em vista a grandiosidade
do evento e a possibilidade de fazer novos clientes”, conclui.
Quanto se trata expectativa, Mariah declara que “são as
melhores possíveis, pois vejo que as grandes oportunidades
surgem diante das barreiras e das dificuldades. Agora é só
aguardar o volume de negócios realizados por nossos investidores torcendo para que o evento lhes traga o retorno com
a garantia de muito sucesso”, finaliza Mariah.
Conforme o Diretor Financeiro, “estar na Expomontes é colocar-se no palco do agronegócio norte mineiro,
é potencializar as relações com seus clientes, é torna-se
grande junto aos grandes, é ser visto e percebido por 360
mil pessoas. A cada edição buscamos a superação e uma
interação cada vez maior com o público. Abrimos novas
oportunidades de veiculação, aprimoramos a planta do
evento e trabalhamos para que haja um crescente número
de negócios”, descreve Moacyr.
Expomontes 2014
Expomontes alia julgamento e mostra genética
Formato pioneiro em exposições brasileiras
A
Exposição Agropecuária de Montes Claros apresenta nesta 40ª edição um novo formato técnico
quanto à avaliação genética dos animais. Ao completar 57 anos a Feira demonstra sua capacidade
modelo e coloca à disposição do mercado, sobretudo dos pecuaristas, dois campos indissociáveis, que por muitas vezes
foram tratados como oponentes.
“Tradicionalmente, e isso eu falo lá atrás, a Expomontes quebrou paradigmas e venceu fronteiras, e construiu uma história
sólida, espelhada por todas outras instituições que vieram atrás.
O começo da Feira coincide com o período em que se abria a fronteira agrícola na região. As Exposições lotavam o Parque, que muitas vezes não comportava a quantidade de animais. Foi naquela
época que surgiu o material genético”, afirma Marcos Mendes, zootecnista, diretor técnico da Sociedade Rural e membro da ABCZ.
A primeira Exposição trouxe animais de criatórios de outras
regiões do Estado. 100% do rebanho eram de Uberaba, considerada primeira exposição do Brasil. Em dez anos, Osmani Barbosa, João Athayde e alguns homens visionários da época – a quem
devemos tudo o que temos hoje – mudaram a realidade da região. Ao invés de trazer o gado para o Norte de Minas, em dez
anos passaram a ser fornecedores.
“Mais que isso, os produtores se tornaram criadores de material genético. Temos uma região produtora – exportadora de
genética de qualidade. Quanto à qualidade, aqui é uma das
maiores regiões do País”, descreve.
O Vale do Jequitinhonha, por exemplo, não teve a tradição do
Norte de Minas. Sendo assim, os criadores de lá não têm a mesma abertura dos daqui. Eles não tiveram o mesmo “start” que os
produtores rurais do sertão norte mineiro”, afirma Marcos.
Ele também descreve que “devemos disseminar o legado
deixado por nossos antepassados. E novamente, seguimos o
caminho trilhado por eles e inovamos com dois pontos técnicos
que coloca a Expomontes a frente de outros eventos no País.
Certamente, a Mostra figura entre as três melhores, se avaliamos todos os quesitos técnicos. Quanto ao número de atrações artísticas, não há nenhuma com a quantidade e qualidade
que apresentamos. 2014 é um ano histórico para entidade ru-
ral, que promove a Feira com serenidade e garante uma nova
oportunidade aos produtores rurais.
“Ganha o campo, ganham os animais e ganha a Exposição.
Nós vamos trazer a Fazenda e colocar dentro de um pavilhão.
Fazendo isso, vamos abordar dois pontos fortes em dois turnos:
Primeiro, julgamento de animais e, segundo, a Mostra Genética. Isso é fantástico. Engradece a exposição, a torna mais respeitada. E possível uma convivência perfeita. Uma oportunidade para perfis diferentes”.
Marcos pondera sobre o formato da Exposição. Para ele, é
impossível imaginar a Expomontes dissociada da parte técnica
e dos shows. “Em Patos de Minas, por exemplo, tentaram emplacar o nosso modelo, mas não conseguiram. Tentativas frustradas fizeram com que a cidade optasse por somente os shows
artísticos. Nós não! É um charme o que fazemos. Julgamos durante o dia e celebramos à noite.
Conforme Marcos, são 400 bovinos em exposição e 300 equinos. As duas modalidades requerem um nível de infra-estrutura
maior. O investimento é grande, mas oportuniza aos criadores
trazer os animais para o Parque [(aqui teremos juntos no mesmo espaço: a mãe e progênie (os filhos)].
200 dos 400 bovídeos são destinados à mostra genética. O
restante é para julgamento. A maioria é de Nelore, raça predominante no Norte de Minas. Outras raças como Gir, Indu Brasil,
Sindi, Holandês, Girolando estão nas baias do Parque de Exposições João Alencar Athayde.
Outro caminho da Expomontes é a PGP – Prova de Ganho de
Peso a pasto. Animais de 18 criatórios participam em fazendas
diferentes do mesmo regime e manejo para avaliação. Eles são
analisados e avaliados quanto às condições naturais. Durante
dez meses eles permaneceram no pasto com permissão de suplementação alimentar, quando necessário, e de forma igual
para todos os animais participantes.
Atualmente, no Brasil, a maior parte da seleção nos rebanhos é feita baseada no fenótipo do animal. Fenótipo é o nome
dado à soma de fatores genéticos e ambientais que são expressos no animal em determinado momento.
“O olho humano é o melhor avaliador, sempre”, finaliza.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Expomontes 2014
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três! Rural espera
vender 9 mil animais em leilões
Fomentadores de negócios
Entrevista: Zana Ferreira
Fotos: Arquivo Pessoal
A
liderança da raça nelore impulsiona os leilões e
fomenta negócios de gado País afora. Em Julho,
o agronegócio – conjunto das operações que
abrangem a manufatura e a distribuição dos
insumos para a unidade de produção rural – do Norte
de Minas ganha um fôlego com a Expomontes. Isso porque durante a Expomontes são comercializados cerca de
9 mil animais com um faturamento previsto para R$ 11
milhões em nove leilões, alguns comerciais outros de elite. Os animais poderão ser adquiridos em quatro (comerciais) e 24 (elite) parcelas.
O Diretor de Leilões, Avelino Murta, considera que
o mercado está mais aquecido que em 2013. Para ele,
os animais estão em melhor estado, apesar de dezenas
de produtores terem vendido o gado, por exemplo, para outras regiões do Estado. Mesmo assim, temos uma
“praça vendedora”.
“Comercializamos a arroba a R$ 120,00. Se continuarmos
assim, já estamos com saldo positivo referente ao ano passado.
Houve um acréscimo de 20% no preço”, pondera Murta.
Os pecuaristas acreditam que o momento é para reposição, na região. Segundo Avelino, o Norte de Minas, tra-
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
dicionalmente, tem animais de excelência. “Produzimos
aqui os melhores animais. Muitos com alto desempenho
genético, que não perde para nenhuma região do Brasil.
Encontramos aqui animais com boa cobertura de gordura e marmoreio de qualidade; animais com acabamento precoce; carcaça com rendimento. Os touros a serem
rematados são de ponta e serão utilizados nas próximas
estações de “monta”, disse.
Ele considera que “Montes Claros sempre é uma das
principais praças de comercialização do Estado, principalmente de gado de corte, com predominância do Nelore, e faz jus a tradição e apoio à classe rural. Convocamos
todos os compradores e vendedores a participar”.
“A agropecuária se posiciona como uma das grandes
fábricas de alimentos para o mundo. A Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO)
indica que nas próximas décadas o País será uma das nações responsáveis por atender à crescente demanda global
por alimentos, principalmente o complexo das carnes. E
o produtor rural do Norte de Minas está apto para ajudar
a colocar comida na mesa do brasileiro. Somos aguerridos e fortes. Lutamos e novamente teremos os melhores
animais do Estado aqui no Parque de Exposições”, encerra Osmani Barbosa Neto, presidente da Sociedade Rural.
Cristina Rebello, produtora rural, vai participar com
aproximadamente 100 animais em diversos leilões. Um
deles no Futuro Novilho Precoce, onde ocorre anualmente a premiação dos melhores animais, que são julgados por uma equipe técnica especializada. De acordo
com ela, há 15 anos o gado que ela traz fica entre os cinco primeiros lugares.
“Participar dos leilões da Expomontes é sempre positivo. A Diretoria do setor tem uma preocupação com a
qualidade e isso influencia diretamente no preço. Vendemos animais com qualidade, padronizados. Isso faz com
que, consequentemente, tenham bons preços. Animal
bom é vendido a preço bom. Economicamente, os negócios movimentam com mais rapidez”, afirma.
Marco Túlio Pelaquim, coordenador regional do
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), divulgou,
em abril, que em junho de 2013 eram 3.300 milhões de
cabeças de gado na região, mas por causa da crise climática dos últimos três anos muitos produtores rurais
venderam seus animais.
“Hoje, são 2.400 milhões de animais. Esperamos que
volte a chover para que possamos recuperar o que perdemos. O Norte de Minas tem um potencial recuperador
incrível”, diz.
Segundo Pelaquim, 82% das cabeças de gado que deixaram o Norte de Minas não saíram do Estado e a reinstalação
da indústria certamente é um grande avanço para o território.
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
A classe rural está a cada ano superando os desafios, mesmo com a má distribuição de chuva no Norte de Minas.
O Diretor Técnico da Rural e Coordenador da ABCZ, Marcos Mendes, pondera sobra a força da tradição da Expomontes.
“Os animais dos reprodutores, por exemplo, sempre
têm preços diferenciados; estamos confiantes em ótimas
comercializações. Isso porque eu denomino de ciclo do
bem: Agora é hora do criador guardar seu animal para
vender durante a Expomontes. E quem vai comprar faz
reserva de dinheiro para investir durante a mostra. Todo
mundo sai ganhando”, encerra.
Agenda
de leilões
02/07 • Quarta-Feira
19h: Leilão Qualidade Total – Rodrigo Canabrava
03/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos
• Domingo
13h: Leilão Girolando do Norte
06/07 RuralpelLeilões - Tatersall Daul Dias
• Segunda-Feira
13h: Futuro Novilho Precoce - Tatersall Daul
Dias
07/07 RuralpelLeilões
• Terça-Feira
19h: 8º Leilão Criadores do Norte
08/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos
• Terça-Feira
19h: Confboi
09/07 Confboi - Centro Eventos
• Quarta-Feira
19h: Confboi
10/07 Confboi - Centro Eventos
• Quinta-Feira
19h: Colonial
11/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos
• Sexta-Feira
19h: Corte Especial
12/07 RuralpelLeilões - Tatersall Daul Dias
• Sábado
19h: Norte da Marcha
Realização:
20
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Anos
RuralpelLeilões - Centro Eventos
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30/06 • Segunda-Feira
08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador.
01/07 • Terça-Feira
08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador
02/07 • Quarta-Feira
08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
18h: Abertura Oficial da EXPOMONTES 2014, com a
presença de inúmeras autoridades federais,
estaduais e municipais.
19h: 6º Leilão Qualidade Total – Rodrigo Canabrava
22h: show: Victor & Léo
03/07 • Quinta-Feira
Programação a cargo da Prefeitura de Montes Claros (portões
abertos, sem bilheteria)
Programação
Oficial
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
12h: IV Apartação de Porteira do Mangalarga Marchador e
outras raças
13h: Leilão Girolando do Norte
22h: Show: Edmilson Batista, Ageu Marques e Gian e Giovane
04/07 • Sexta-Feira
08h às 18h: Entrada dos animais do Torneio Leiteiro
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
16h: Inscrições para o Team Penning
18h: Provas de Team Penning
22h: show: Lucas Lucco
05/07 GARANTIA DE RESULTADOS
CONSISTENTES
• Sábado
08h às 18h: Início do julgamento de equídeos das raças
Campolina e Pampa
13h às 17h: Atualização Zootécnica
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
12h: Encerramento das inscrições para Provas de Team
Penning e início das provas
20h: Leilão Virtual
21h: Esgota dos animais do Torneio Leiteiro
22h: show: Alexandre Pires
Realização:
22
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Anos
Expomontes 2014
06/07 • Domingo
08h às 18h: Julgamento de equídeos das raças Quarto de
Milha, Appaloosa, Paint Horse, Campolina e
Pampa
- Ordenhas e Pesagens do Torneio Leiteiro
- Concurso de Marcha de Muares
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
12h: Encerramento das inscrições para Provas de Team
Penning e início das provas
13h: Leilão Futuro Novilho Precoce
22h: show: Patati Patatá e Jota Quest
07/07 - Pesagem de Ovinos e Caprinos
- Ordenhas e Pesagens do Torneio Leiteiro
- Saída de equídeos, exceto Mangalarga Marchador
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
19h: 8º Leilão Criadores do Norte
22h: Noite Universitária
• Terça-Feira
08h às 18h: Início do julgamento de Caprinos e Ovinos
- Entrada de equídeos Mangalarga Marchador
- Pesagem de bovinos de todas as raças
- Ordenha e Pesagens do Torneio Leiteiro
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
19h: Leilão Confboi
22h: Noite Universitária
09/07 • Quarta-Feira
08h às 18h: Início do Julgamento da Raça Nelore
- Divulgação dos resultados e entrega dos prêmios
do Torneio Leiteiro
11h: Resultado e Premiações da Prova de Ganho de
• Quinta-Feira
08h às 18h: Continuação do julgamento da Raça Nelore
- Início do Julgamento da raça Mangalarga
Marchador
09h às 18h: I Workshop Silvicultura e Meio Ambiente
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
19h: Leilão Colonial
22h: Shows: Damaris e Oficina G3 (Gospel)
11/07 • Sexta-Feira
08h às 18h: Continuação do julgamento da raça Mangalarga
Marchador
• Segunda-Feira
08h às 18h: Entrada de equídeos Mangalarga Marchador
08/07 10/07 - Início do Julgamento das demais raças de Bovídeos
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
13h às 17h: IV Dia de Campo da Bovinocultura
19h: Leilão de Corte Especial
22h: Shows: Chitãozinho e Xororó
12/07 • Sábado
08h às 18h: Continuação dos julgamentos das raças Mangalarga
Marchador e das demais raças de bovídeos
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
12h: Leilão Norte da Marcha
13h: Almoço para os Tratadores
22h: Show: Garota Safada e Cristiano Araújo
13/07 • Domingo
11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
22h: Show: Fernando & Sorocaba
14/07 • Segunda-Feira
08h às 18h: Saída de animais
15/07 • Terça-Feira
08h às 18h: Saída de animais
Peso à Pasto da Raça Nelore
– 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG
22h: Noite Universitária
Locais dos eventos
• Palestras: Auditório Osmani Barbosa
• Leilões: Tattersall de Leilões Daul Soares Dias e Centro de
Eventos Sociedade Rural
• Concurso de Marcha de Murares: Pista Gramada
• Torneio Leiteiro: Pavilhão de Bovinos
• Team Penning: Pista de Areia
• Julgamentos: Pista Gramada
• Parque de Diversões: Praça de Eventos Fernando Rebello
Athayde
• 4ª Feira da Agricultura Familiar: Quadra Poliesportiva
Toninho Rebello
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Pagode, forró, arrocha e pop rock:
Os Shows da Expomontes 2014
Pagode, forró, arrocha e pop rock
Alexandre Pires e o Só Pra Contrariar, Fernando e Sorocaba e Jota Quest são
algumas das atrações que prometem animar a 40ª edição da Expomontes
Texto: Ana Maria Barbosa
Fotos: Divulgação
A
cada ano, a Expomontes se supera e gera grandes expectativas junto ao público que, durante
os 12 dias do evento, tem ao seu alcance, atrações de peso e diversão para toda a família.
A Cia Promoções, em parceria com o empresário João
Wellington e Na Caixa Promoções, patrocínio da Brahma,
Orthomontes, Faculdades Integradas Pitágoras – FIPMoc
e Lojas Gamma e apoio da Prefeitura Municipal de Montes Claros, Rádio Educadora AM, Rádio Itatiaia, Rádio
Montes Claros 98 FM, Rádio Transamérica FM e Rádio
93 FM apresentam uma programação de shows variada.
Victor & Leo abrem a festa no dia 2 de julho, com o
inconfundível estilo que mescla folk, pop, romantismo e
sertanejo de raiz. No dia 3, para comemorar o 157º aniversário da cidade, as atrações da noite estão sob a coordenação da Prefeitura de Montes Claros que traz à Montes Claros os shows de Aggeu Marques, Edmilson Batista e Gian
& Giovani. A revelação do sertanejo universitário, Lucas
Lucco se apresenta no dia 4. No sábado, 5, Só Pra Contrariar, liderads por Alexandre Pires, a banda de maior nome
do pagode e samba nacional sobe ao palco da Expomontes.
Programação de shows
Durante todos os dias da Expomontes, o público
poderá assistir às apresentações musicais variadas, incluindo artistas de renome nacional.
• Quarta-feira, dia 2 de julho, Victor & Léo
• Quinta-feira, dia 03 de julho – Aniversário de Montes Claros,
Aggeu Marques, Edmilson Batista e Gian e Giovane
• Sexta-feira, dia 4 de julho, Lucas Lucco
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Domingo tem duas atrações, às 17 horas tem Patati Patatá
para animar a criançada e à noite, a mistura sonora peculiar de black music, rock e pop do Jota Quest.
Nos dias 7, 8 e 9, o palco será de artistas regionais como
Seu Maxixe e a banda de axé Sunga de Pano, além de outras atrações a confirmar. Tem noite gospel na quinta-feira, dia 10, com shows de Damaris, artista cristã de grande
expressão e da banda Oficina G3, ícone do gênero do rock
cristão brasileiro.
Na sexta, dia 11, Chitãozinho e Xororó, a dupla sertaneja que se tornou uma marca e representa todas as evoluções que a música sertaneja atravessou nesses anos. Para
animar o sábado, serão dois shows: Cristiano Araújo, o
“menino de ouro” do sertanejo universitário e novo sucesso do cenário do forró brasileiro, a banda Garota Safada, liderada por Wesley Safadão.
No encerramento da Expomontes, dia 13, quem esquenta o público é Fernando e Sorocaba, a dupla que
mais inova no cenário sertanejo com um ritmo diferente que combina o country americano com o pop/
rock romântico.
• Sábado, dia 5 de julho, Só Pra Contrariar/Alexandre Pires
• Domingo, dia 6 de julho: Patati Patatá (show infantil, às 17
horas e Jota Quest
• Segunda, terça e quarta-feira: 7, 8 e 9 de julho, Festas
Universitárias, com artistas regionais
• Quinta-feira, 10 de julho, Show Gospel com Damares e Oficina
G3
• Sexta-feira, dia 11 de julho, Chitãozinho e Xororó
• Sábado, 12 de julho, Cristiano Araújo e Garota Safada
• Domingo, 13 de julho, Fernando e Sorocaba
Especial 70 anos
2 de julho
4 de julho
5 de julho
Victor e Léo
Lucas Lucco
Alexandre Pires
e SPC
Victor & Leo são uma dupla de produtores, cantores, compositores, arranjadores
e músicos, que representa a continuidade
renovada da música sertaneja, com um inconfundível estilo que mescla folk, pop, romantismo e sertanejo de raiz. São 11 CD’s, 3
DVD’s ao vivo e 2 Blu-rays, além de 2 DVD's
documentários: "Nada Es Normal" em espanhol, lançado em 2008 e "Victor & Leo - A
História", lançado em dezembro de 2010.
“Viva Por Mim”, o 11º CD da carreira da
dupla foi gravado em um estúdio de Uberlândia e mostra de uma maneira mais clara,
outras influências da dupla, que não se limitam ao Folk ou ao Sertanejo de Raiz, como o
Rock, o R&B e a Black Music, sem deixar de
lado o romantismo. Entre as novidades que
o primeiro álbum completamente inédito
de Victor & Leo apresentam, estão as composições de Leo. Das 13 faixas, 8 são assinadas por Leo Chaves com parceiros (sendo
2 delas com Victor) e 4 foram escritas por
Victor Chaves. Há 5 anos, Victor Chaves está
entre os cincos maiores arrecadadores de
direitos autorais pelo ECAD, tendo ocupado
a primeira posição por 3 anos consecutivos(2008, 2009 e 2010).
Lucas Lucco é um cantor brasileiro do gênero sertanejo universitário,
famoso principalmente pelos sucessos 'Só Pra Te Fazer Lembrar', 'É Treta', 'Princesinha', com participação do
funkeiro carioca Mr. Catra e o recorde
de visualizações no YouTube com “Mozão”. O artista, natural de Patrocínio,
em Minas Gerais, conta com um sucesso cada vez maior, principalmente no
próprio estado de Minas e em Goiás.
Lucco, antes de lançar seu primeiro disco oficial, chegou a fazer parte de um
trio sertanejo, chamado Skypiras, além
de fazer trabalhos como modelo. O primeiro álbum de Lucas Lucco foi o 'Nem
te Conto', de 2012, do qual saiu a maior
parte dos sucessos do cantor.
Uma curiosidade na carreira de Lucas Lucco é que seu sucesso se deve,
principalmente, por causa da internet.
A partir da rede, houve uma maneira
de encurtar a distância entre o público e o cantor. Em sua página oficial no
Facebook, Lucas Lucco agrupa mais de
2.000.000 de fãs.
Só Pra Contrariar (SPC) é um grupo
musical brasileiro de pagode, formado no
ano de 1989, em Uberlândia, Minas Gerais.
Tornou-se extremamente popular apostando na vertente romântica do estilo. O
primeiro disco saiu em 1993, conseguindo
vendas surpreendentes graças ao estouro
das faixas "Que Se Chama Amor", um samba romântico, e "A Barata", um pagode de
duplo sentido. Com o passar do tempo o
grupo buscou uma imagem mais sofisticada, dando ênfase às interpretações
românticas e ao visual dos integrantes. O
Só pra Contrariar, formado por Alexandre,
Fernando, Luis Vital, Serginho, Hamilton,
Luis Fernando, Alexandre Popó, Rogério e
Juliano Pires, se tornou um dos conjuntos
de pagode mais bem-sucedidos no Brasil.
Após 11 anos de carreira solo, Alexandre
Pires decidiu retornar ao grupo para comemorar os 25 anos de carreira do grupo.
Segundo a assessoria do cantor, a banda
não deverá ficar menos de 3 anos na cena
musical. Está previsto também a gravação
de um DVD e uma turnê que teve início em
maio de 2013.
Aos 14 anos, o jovem mágico Rinaldo
Faria, conhecido como “Rinaldi”, já tinha
um ideal: ser artista para levar alegria a
crianças e adultos. O sonho de garoto
começou a tomar forma em 1980 com
o grupo circense Patati Patatá, composto pelos palhaços Tuti-Fruti e Pirulito, o
ilusionista Alacazam e a Garota Pupy. A
sensibilidade extraordinária do empresário, que hoje comanda um verdadeiro
império da alegria, levou-o a notar que o
público tinha um carinho especial pelos
palhaços. O quarteto fantástico então
virou uma dupla e Rinaldi adquiriu os
direitos de Patati Patatá. Empreendedor,
o jovem empresário buscou um contato
ainda maior com as crianças e passou a
fazer apresentações em escolas, uma alternativa pioneira aos tradicionais circos.
Com roupas alegres, músicas empolgantes, muita dedicação e uma boa
dose de amor ao ofício, o sucesso foi
exponencial e em pouco tempo a dupla já visitava milhares de escolas por
ano em todo o Brasil. A felicidade das
crianças era tanta por cantar e brincar
com Patati Patatá que esperavam ansiosas para receber quem chamavam
de “os meus melhores amigos” – um
apelido carinhoso que veio dessa proximidade com os estudantes e foi adotado como slogan oficial.
6 de julho
Patati Patatá
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Expomontes 2014
6 de julho
10 de julho
10 de julho
Jota Quest
Damares +
Oficina G3
No início dos anos 90, mais precisamente 1993, o rock brasil começava
a ferver novamente. Depois de alguns
anos de um certo vazio ou de ressaca
para alguns, bandas como os Raimundos, Planet Hemp e Skank começavam
a despontar nacionalmente.
Enquanto isso, em Belo Horizonte,
o cenário não podia ser melhor. Tudo
aquilo que não acontecera no boom
dos anos 80, acontecia agora! Bandas
de todos os tipos, tocando em todos
os lugares. Festas universitárias, galpões alternativos, inferninhos sagrados… foi deste “caldeirão” que surgiu
o Jota Quest. Batizado, inicialmente, de “J.Quest” (somente em 1998 o
nome “jota quest” foi oficializado),
os primeiros ensaios contavam com
Paulinho Fonseca (bateria), PJ (baixo)
e Marco Túlio Lara (guitarra), depois
chegou Marcio Buzelin (teclado) e por
último Rogério Flausino (vocal).
A banda se moldou numa mistura sonora peculiar acrescentando black music ao
rock e ao pop. Esse “tempero” tornou-se
então o grande diferencial de sua música.
Baseada no repertório do CD
“Funky Funky Boom Boom”, nova turnê está rodando o Brasil. O CD "Funky
Funky Boom Boom", que acaba de receber o "Disco de Ouro", foi produzido
pelo norte-americano Jerry Barnes,
conhecido por trabalhos com Chic,
Aretha Franklin e Stevie Wonder; e tem
a participação especial do "papa" da
disco-music, Nile Rodgers, conhecido
por trabalhos com Madonna, David
Bowie, Mick Jagger, INXS, Duran-Duran e atual co-produtor do duo-francês Daft Punk. O novo álbum traz quatorze faixas inéditas que reafirmam o
"groove" como fio condutor da mistura peculiar de black-music, pop e rock,
que é a grande assinatura do grupo.
Damares é uma cantora gospel
brasileira nascida no Paraná em 30 de
janeiro de 1980. Entre os principais
sucessos da artista cristã estão as músicas "Sabor de Mel", "Milagre", "Um
Novo Vencedor", "Diamante", "O Maior
Troféu" e "Sonhe". Damares tem oito
álbuns de estúdio e dois ao vivo. O primeiro disco da cantora, Asas de Águia,
foi lançado em 1997, e o mais recente,
O Maior Troféu, em 2013.
A cantora começou a carreira aos 17
anos, embora já cantasse desde os seis,
com o lançamento da fita cassete Asas
de Águia, que contava com 10 faixas.
Porém, Damares só alcançou reconhecimento no seu quarto álbum, O Deus que
Faz, de 2004, que vendeu mais de 100
mil cópias. Com nome mais forte, a artista fechou contrato com a Sony Music,
em 2010, lançando o disco Diamante,
que já vendeu mais de 400 mil cópias.
Oficina G3 é uma banda de rock cristão
formada em São Paulo, Brasil. Foi fundada
por Juninho Afram, Wagner García e Walter
Lopes, no fim dos anos 1980. Em atividade desde 1987, passou por vários estilos
musicais, como o hard rock, pop rock, nu
metal até chegar ao metal progressivo que
tem influências de metalcore, entre outros,
tendo várias formações ao longo dos anos.
A banda já foi indicada para o Troféu Talento em várias categorias, para o Troféu Promessas em 2011 e para o Grammy Latino
nos anos de 2005, 2007 e 2009.
Na época em que o conjunto começou,
o rock ainda era tabu em igrejas cristãs
brasileiras, e o grupo foi um dos primeiros
a mesclar vertentes mais pesadas do rock
com a música cristã no Brasil. Logo, a Oficina G3 se tornou ícone do incipiente gênero do rock cristão brasileiro, tornandose conhecido entre os admiradores desse
estilo no país.
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Espaços diferenciados
para curtir os shows
Espaços diferenciados para os
shows também são atrativos na
Expomontes, como o Camarote e
a Área Vip, com infraestrutura que
inclui bares e banheiros exclusivos.
Para ter acesso à Área Vip e ao Camarote, é preciso adquirir o ingresso e a entrada para a área.
Um dos espaços para curtir os
dias de festa na Expomontes é o
Camarote Oficial que, nesta edição,
oferece uma festa dentro de outra
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festa maior que é a mostra agropecuária, nos dias 2, 4, 5, 6, 11, 12
e 13 de julho, com localização privilegiada para assistir aos shows, bares e banheiros exclusivos e pocket
shows até às 03h30.
As atrações já confirmadas são
Sérgio e Rodrigo, Banda Maracutaia, Grupo Pagodear, João Vitor e
Matheus, Lucas e Eduardo, Isabella
Camargo, DJ Lucas Vieira, DJ Daniel
e DJ Hellen Rios.
Expomontes 2014
11 de julho
12 de julho
12 de julho
Chitãozinho e Xororó
Cristiano
Araujo
Garota Safada
Cristiano Araújo, novo sucesso do sertanejo universitário, para alguns é considerado o menino de ouro. Tem ganhado
grande espaço dentre os grandes cantores e vem se destacando. Fazendo parceria com grandes nomes no seu primeiro
CD, Cristiano continua sua carreira com
shows cheios e com muitos fãs. A música
que ajudou muito na sua vida foi "Efeitos" que teve participação do Jorge, que
liderou as rádios de todo Brasil durante
um bom tempo.
Em 2010 decidiu fazer um projeto
maior, lançando um CD e um DVD, fazendo participação com grandes nomes
da música sertaneja universitária, como
Jorge, Humberto e Ronaldo e Gustavo
Lima. Em 2011 foi quando tudo aconteceu, o projeto saiu e tudo começou
a fluir, a música "Efeitos" abriu muitas
portas para ele. A música tocou por muito tempo, liderando nas rádios e tocando muitos brasileiros. Começou a fazer
uma quantidade enorme de shows e as
coisas foram acontecendo.
Por conta de 'Efeitos', Cristiano Araújo
participou do Domingão do Faustão, foi
premiado por meio de votação popular e
garantiu o direito de cantar no Sertanejo
Pop Festival 2012, em São Paulo. Nesse
mesmo ano, lançou seu segundo álbum
ao vivo, intitulado Ao Vivo em Goiânia,
com participações de Bruno & Marrone,
Fernando & Sorocaba, Israel & Rodolffo,
seu pai João Reis, entre outros.
Há alguns anos, uma turma de amigos de Fortaleza começou a se reunir
em casa para tocar, de forma descontraída, sem muitas pretensões iniciais.
Mas aquelas tardes entre amigos começaram a moldar sonhos na cabeça
desses jovens. Sonhos de compartilhar
com o público a alegria de mexer com
as emoções através da música. E hoje,
esse sonho se realiza. Fruto de muita
determinação e força de vontade nasceu o novo sucesso do cenário do forró
brasileiro: Garota Safada.
Desde suas primeiras aparições como banda profissional, a Garota Safada vem se espalhando de forma rápida,
conquistando o público por onde passa com seu show, que mistura o ritmo
mais quente e acelerado com aquele
forrozinho lento pra dançar agarradinho, deixando seus refrões na boca do
povo, pelos quatro cantos do Brasil.
Com muito carisma e com seu jeito inconfundível, Wesley Safadão lidera essa família que, hoje, já conta
com 38 profissionais, entre músicos e
staff de palco. Vinculados à empresa
LUAN Promoções e Eventos, detentora
de outros nomes como Calypso, Saia
Rodada, Geraldinho Lins e Forró da
Curtição, Garota Safada está lançando
seu 1º DVD, pensando sempre em seus
fãs, que se multiplicam a cada dia, e
promete estourar ainda mais e fazer a
cabeça da nação forrozeira.
Nestes mais de 40 anos de carreira,
Chitãozinho e Xororó, mais do que artistas, se tornaram uma marca, representando todas as evoluções que a música
sertaneja atravessou nestes anos, e que,
com certeza, sem a dupla não seria a
mesma. Foram os primeiros sertanejos
a tocar em rádios FM no Brasil, os primeiros a incluir guitarras elétricas em
suas músicas, os primeiros a ganhar
seguidamente discos de ouro, platina e
diamante com discos de música sertaneja, os primeiros sertanejos a ganhar
um Grammy (na verdade 2, depois do
Grammy de 2008) e os únicos a ultrapassar a marca de 35 milhões de discos
vendidos na carreira.
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Chitãozinho & Xororó em números
37 milhões de discos vendidos
36 álbuns inéditos e 8 DVDs
Centenas de discos de ouro, platina e
diamante
Dezenas de prêmios na música,
incluindo 3 Grammy
Mais de 6 mil shows
Público estimado em 100 milhões de
pessoas
Mais de 100 mil pessoas em um único
show
1,8 milhão de vendas em um único disco
Mais de 400 músicas gravadas
Mais de 70 campanhas publicitárias
Envolvimento em mais de 150 projetos
de Responsabilidade Social
Parcerias com mais de 100 nomes da
música nacional e internacional
1982 foi o ano de início do grande
sucesso com ‘Fio de Cabelo’
Nos dias 07, 08, 09 de julho
Artistas Regionais e
Festas Universitárias
#
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Expomontes 2014
13 de julho
Fernando
e Sorocaba
Os dois compartilham não apenas
o sucesso, mas também o nome de batismo. Ambos se chamam Fernando. O
primeiro, nascido em Ji-Paraná (RO),
roubava o violão do avô aos sete anos
para mostrar seu talento. Aos 15, deixou
sua cidade natal para tentar a carreira
musical em Cuiabá (MT).
Já o outro Fernando recebeu o
apelido Sorocaba por se dividir entre
a capital de São Paulo e a cidade do
interior que carrega em seu nome.
Também foi o avô o responsável por
seu gosto musical: aos 11 anos ganhou
dele seu primeiro violão.
Em janeiro deste ano, a dupla lançou
o mais novo trabalho, o CD e DVD Sinta
essa Experiência, apresentando mais
uma vez o ritmo inovador que combina
o country americano com o pop/rock romântico. O repertório do DVD é composto por 21 faixas e mistura canções do trabalho anterior e inéditas. Participam do
novo trabalho Lucas Lucco, Chitãozinho
e Xororó, Marcos e Belutti e Monobloco.
Sorocaba mostra, mais uma vez,
seu lado compositor e assina 16 faixas
do DVD. Entre as composições estão
“Cruel”, “A Verdade” e “A Gaveta” – primeira música inédita divulgada, que já
possui videoclipe. Com pouco mais de
um dia de divulgação, o vídeo se tornou
o mais acessado no canal YouTube dentro da categoria música. A canção tem
ainda o diferencial de apresentar Fernando como primeira voz.
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11 de julho
Seu Maxixe e Sunga de Pano
Nos dias 7, 8 e 9 de julho, muito
arrocha, forró, sertanejo e pagode no
palco da Expomontes. A Cia Promoções
anunciou as atrações que animarão o
público nessas noites.
No dia 7, segunda-feira, a animação
fica por conta de Zé Lu e Banda, com
muito forró, e do cantor e compositor
Flávio Rocha, nascido em Matias Cardoso e que vem ganhando notoriedade
em Goiânia, onde lançou seu primeiro
CD em carreira solo, uma mescla de sertanejo e arrocha. Nesse dia, a entrada
para os shows será um quilo de alimento não perecível. Toda a arrecadação
será destinada à Rede Voluntariado,
diretoria de filantropia da ACI – Associação Comercial e Industrial de Montes
Claros, para distribuição às entidades
assistenciais da cidade.
A terça-feira, dia 8 será a Terça do
Flávio Rocha
Arrocha, com shows de Gasparzinho, Som
do Povo e das bandas Kuarto de Empregada e Fricote. Neste dia, mulheres não
pagarão ingresso.
A Quarta Universitária, dia 9 de julho,
também será dia de entrada livre para as
mulheres com shows das bandas Sunga de
Pano e Seu Maxixe.
Seu Maxixe se denomina o sertanejo
POP da Bahia. Conhecida por ter seguidores fiéis em seus shows, a turma do
Seu Maxixe já tem músicas próprias que
caíram nas graças do público e estão
nos repertórios de grupos como Garota
Safada, Aviões do Forró, Harmonia do
Samba e Saia Rodada.
A banda Sunga de Pano é um grupo
mineiro de pagode que tem como característica a irreverência e um repertório eclético de releituras que passam pelo pop,
axé, mpb e sertanejo.
Zé Lu e Banda
Kuarto de Empregada
Gasparzinho
Banda Fricote
Aprovada extensão de horários dos shows da Expomontes
Shows serão realizados até às 0h59
O Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (Codema) de
Montes Claros aprovou, por unanimidade,
a extensão de horário dos shows realizados durante a 40ª Expomontes. A legislação de meio ambiente do Município determina que os eventos de grande público
finalizem às 23h59. As atrações da Mostra
poderão ser apresentar até as 0h59, depois do consentimento do Codema.
“Entendemos que a Exposição é um
evento gerador de receitas para diversos
norte mineiros. Fomenta a economia regional, além de potencializar o turismo,
a cultura e o comércio varejista, dentre
outros setores. Por isso, acreditamos na
necessidade de extensão da apresentação dos artistas e solicitamos ao Codema
o aumento do horário. Queremos fazer
uma ótima festa. A Festa do povo e para o
povo”, afirma Osmani Barbosa Neto, Presidente da Sociedade Rural.
Bernardo Pinheiro, conselheiro efetivo
do Codema e Diretor da Rural, demonstrou a importância da medida aos participantes da reunião. Lembrou sobre o rigoroso cumprimento das determinações em
2013. Para ele, a entidade é a mais interessada no sucesso do evento e, por causa
disso, anunciou uma ação inovadora.
“Queremos uma Exposição de qualidade e profissionalizada. Contratamos
a Economontes - Empresa Júnior de
Economia da Universidade Estadual de
Montes Claros (Unimontes), para promover a pesquisa de impacto ambiental
no entorno do Parque e obtermos instrumentos eficientes para embasarmos
nosso pedido. Além disso, definiremos
estratégias de ação a partir dos dados
coletados”, comenta Pinheiro, que prossegue: “Esse tipo de avaliação de um
Conselho como o Codema dá mais segurança à Rural para promover a Festa
do Homem do Campo”.
Economontes realiza pesquisa de impacto ambiental
A área do Parque de Exposições
compreende uma população de
14.125 pessoas
A pesquisa de impacto ambiental trabalhou – proporcionalmente – junto à população do Polo São João. De acordo com
o IBGE, nas proximidades do Parque há
14.125 habitantes.
“Baseados nestas informações demos início ao trabalho. Dividimos a
região em três zonas, ordem de impacto decrescente. Traçamos o perfil
do morador. Chegamos à conclusão de
que 81% dos entrevistados enxergam
a Expomontes como um evento positivo. Eles, em sua maioria, são cientes
da contribuição econômica e cultural
da Expomontes”, finaliza. Aroldo Rodrigues Soares Jr, Diretor-Presidente
da Economontes.
O estudo indicou, ainda, os impactos na
rotina dos munícipes. “É um dos importantes pontos do levantamento. Foi possível
identificar que os moradores sentem os
impactos na rotina e os classificaram como
mais relevantes respectivamente: barulho,
lixo, trânsito e segurança (VER MAPA). Mas
concluímos, depois das tabulações realizadas que, quando se trata do aumento de
uma hora na apresentação dos shows, o
impacto é insignificante.
A representante de Meio Ambiente do
Ministério Público Estadual, Aluizia Beraldo, elogiou a iniciativa da Sociedade Rural.
“Parabenizo pelo estudo realizado, que é
muito válido. Finalmente, temos uma ação
desta natureza, que é muito positiva e deve ser seguida pelos outros promotores de
evento da cidade. A opinião da população
impactada dá confiabilidade ao evento.
Todo evento devia apresentar um produto
como este”, garante.
O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Edvaldo Marques, analisa como positiva
a pesquisa. “Dá credibilidade e transparência ao trabalho da Sociedade Rural. Demonstra respeito com a comunidade”, diz.
Aroldo Soares apresenta o resultado
da pesquisa aos conselheiros.
Edvaldo Marques (secretário de
Meio Ambiente) Aluizia Beraldo
(Promotora de Meio Ambiente)
e Bernardo Pinheiro (Diretor da
Sociedade Rural) apontam como
positiva a pesquisa.
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Expomontes 2014
Mapa dos Estandes
Saiba onde estarão os estandes dos
nossos parceiros e faça uma visita
para conferir o que nossa região
tem de melhor para oferecer.
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Expomontes 2014
Nossos Parceiros
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Expomontes 2014
Equinos em alta
Mangalarga Marchador é reconhecido
como raça genuinamente brasileira
N
em só de gado é feita uma Expomontes! Os
cavalos enchem os olhos e o coração de muitos que participam dos 12 dias de programação da Feira. Neste ano, cerca de 350 animais
de diversas raças estarão presentes em diferentes momentos do evento. Seja em competições seja em leilões,
a presença equina é certeza de encantamento para quem
cria ou assiste.
O Presidente do Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador do Norte de Minas, Rossine Vianna aponta que a paixão
por cavalos tem crescido na região, fomentando público e
cadeia produtiva.
"Cavalo é algo que atrai muita gente, o pessoal gosta de
ver os esportes como o team penning, ou as provas de conformação. Montes Claros já tem dez hotéis de cavalos ao redor da cidade, com cerca de mil animais. Isso é algo ainda
mais grandioso quando você percebe que por trás de cada
local desse tem toda uma economia em termos de contratação de pessoas, venda de ração, de produtos para o animal...
Isso tem sido importante para região", explica Rossine.
Durante a Expomontes, os cavalos figuram em dois mo-
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mentos diferentes. No primeiro turno, há variedade de raças, com exemplares das raças Quarto de Milha, Appaloosa,
Campolina, dentre outras. No segundo turno, os animais da
raça Mangalarga Machador que marcam presença.
Durval Nunes Jr. cria as raças Quarto de Milha e
Appaloosa há 24 anos, comercializando animais especialmente voltados para a área esportiva. Ele conta as
características principais:
"Tem que ser um cavalo inteligente, bem conformado,
de boa musculatura e se possível bonito. É importante estar atento para a composição de um bom animal, porque
o esporte com cavalos tem crescido muito na nossa região.
Temos o team penning. Nesse ano tivemos, em Montes Claros, a maior vaquejada do Brasil. Esses eventos são sinais de
termos conquistado espaço. Quando um animal da região se
destaca em alguma competição, valoriza o plantel inteiro e
leva o nome da nossa região para fora", destaca Durval.
Essa valorização também é apontada por Crisantino Borém Filho, que trabalha com a raça Magalarga Marchador.
Com 70 animais de andamento picado, ele afirma que tem
investido em melhoramento genético para elevar a qualida-
Especial 70 anos
de dos animais dele e percebe que o produtor norte mineiro
está preocupado em exibir produtos de excelência.
"Nesse sentido, os leilões também são muito importantes, pois são vitrines para a região. A partir da qualidade dos
animais que são comercializados nos leilões, isso reflete positivamente para nós. Todo produtor deve colocar animais
no leilão. Eu mesmo coloco também, apesar de ter grande
facilidade para vender, pois minha fazenda fica próxima a
Montes Claros. Mas participo do leilão pela oportunidade
de mostrar a qualidade do animal norte mineiro", explica
Crisantino.
Raça brasileira
Sancionada pelo Governo Federal, em 19/05, a Lei nº
12.975, que declara a Mangalarga Marchador como a raça
nacional de cavalos do País. Criada em Minas Gerais, há
dois séculos, a raça conquistou o país e conta hoje com mais
de 12 mil criadores e 390 mil animais. Rossine Vianna acre-
dita que a iniciativa significa um ganho para a raça, consolida as associações e criadores.
Dados da ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador), criada em 1949 e ostentando o título de maior entidade de criadores de equinos
da América Latina, apontam que os primeiros exemplares
surgiram no sul de Minas Gerais, por volta de 1812.
A nova raça só foi possível a partir do cruzamento de cavalos da raça Alter-Real – trazidos de Alter do Chão, em Portugal, pelos nobres da Corte e pelo próprio imperador D. João
VI – com outros animais selecionados pelos criadores daquela
região mineira. Os cruzamentos dessas raças deram origem
a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento
dócil e próprios para a montaria. O Mangalarga Marchador
tem como função principal a marcha, um passo acelerado que
transporta o cavaleiro de maneira cômoda, sem os impactos
dos cavalos de trote.
Minas Gerais lidera a lista de Estados com maior número
de criadores associados (2 mil) e de quantidade de animais (são
91 mil, enquanto no Rio de Janeiro estão cerca de 50 mil e, em
São Paulo, 34 mil). No exterior, existem animais Mangalarga
Marchador nos Estados Unidos, Europa, Uruguai e Peru.
Leilão Norte da Marcha
No leilão realizado durante a 40ª Expomontes, serão 40
animais de elite para serem comercializados, atraindo olhares de todo canto do Brasil. Rossine Vianna faz questão de
ressaltar a importância deste leilão para a Expomontes
"Ainda que sejam menos animais do que se encontram
nos leilões de gado, o cavalo se destaca e encontra seu espaço
nessa feira. Isso se comprova no fato de que em termos de
média entre os leilões de elite, o leilão de cavalos é que obteve
nos últimos três anos a maior média de preço. É sinal de que
estamos bem valorizados e faremos novamente um evento
grandioso neste ano tão especial", conclui.
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Expomontes 2014
Cadastro Ambiental Rural
é tema de palestra para
produtores rurais
Em Minas, são cerca de 500 mil propriedades
Fotos: Divulgação
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi destaque de
uma palestra, no Auditório Osmani Barbosa, no Parque
de Exposições João Alencar Athayde, em Montes Claros,
para cerca de 200 produtores rurais. O evento, promovido pela Sociedade e Sindicato Rural, trouxe à cidade a
advogada e consultora, especialista em direito socioambiental, Samanta Pineda.
Segundo a advogada, os produtores rurais do Brasil ainda enfrentam problemas sérios com a legislação.
“Mesmo com todo o aumento de produção nas últimas
décadas, o Brasil ainda tem 60% de vegetação nativa, um
índice muito superior ao de países mais ricos, e desenvolveu um modo de produção em áreas tropicais que leva
em conta a proteção ao meio ambiente. Temos, por exemplo, a figura da reserva legal, que só existe aqui. É inédito,
o proprietário rural abre mão de parte de sua área em benefício do ambiente. Portanto, é possível ter agricultura
eficiente absolutamente sustentável“, afirma.
Conforme Samanta, 5,2 milhões de propriedades brasileiras deverão ser cadastradas. “O prazo começou dia
05 de maio e termina na mesma data em 2015, não será
suficiente. Ainda temos vários problemas quanto ao sistema. Hoje, por exemplo, tentei abrir o CAR para fazer
um cadastro aqui de Minas e não consegui. O prazo deverá ser estendido”, afirma a especialista.
Para a advogada Luiza Furiati, é importante verificar
se o imóvel rural se localiza em unidade da federação na
qual o órgão ambiental responsável por recepcionar as
Cerca de 200 pessoas participaram do evento.
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Advogada e
consultora,
especialista
em direito
socioambiental,
Samanta Pineda.
inscrições no CAR possui sistema eletrônico próprio e
página específica para tal finalidade.
“Para que tudo dê certo, o produtor rural deve elaborar um diagnóstico da propriedade. Fiel a tudo e com
base na legislação. Isso dará a ele segurança para concluir o CAR. Porque voltar atrás do cadastro será muito
complicado”, conclui.
Além de possibilitar o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, a inscrição do
CAR, acompanhada de compromisso de regularização
ambiental, quando for o caso, é pré-requisito para acesso
à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios previstos nos Programas de Regularização Ambiental
– PRA e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação
do Meio Ambiente, ambos definidos pela Lei 12.651/12.
Reinaldo Nunes da Emater-MG disse que em Minas
cerca de 500 mil propriedades devem ser cadastradas,
mas ele, o CAR, ainda gera dúvidas. “Por exemplo, como
ficarão as pequenas propriedades? Esse novo formato de
divisão territorial será cadastrada como?”, questiona.
Ricardo Laugthon, Presidente do Sindicato Rural, afirma que há certeza de que muito ainda precisa ser feito.
“Temos que nos qualificar para não levarmos prejuízo.
Tem escritórios cobrando ‘rios de dinheiro’ de produtores para fazer o CAR. Nosso objetivo é dar subsídio aos
ruralistas para que eles possam eles mesmos fazer seus
cadastros”, encerra.
O Presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa
Neto, acredita que somente com informação o produtor
se desvia de aproveitadores. “Trouxemos especialistas
importantes para tirar dúvidas do produtor rural. Cada
vez mais, as entidades se unem para divulgar assuntos a
quem mais precisa: o homem do campo”, diz.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O CAR
Fonte: pinedaekrahn.com.br
O QUE É O CAR?
O CAR (Cadastro Ambiental Rural), foi instituído pela Lei nº 12.651
em maio de 2012, que prevê o cadastro eletrônico de todos os imóveis rurais através do SICAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural). O cadastramento é obrigatório e os dados informados
são declaratórios, ou seja, de responsabilidade do proprietário.
QUEM DEVE SE INSCREVER NO CAR?
Todas as propriedades Rurais, independente da situação documental: Com ou sem matricula, transcrições, posse, sendo essas áreas
produtivas ou no interior de Unidades de Conservação . O Intuito é
a regularização ambiental e não a regularização fundiária.
O CAR DEVE SER FEITO POR MATRÍCULA OU POR IMÓVEL?
Deverá ser feito um só cadastro para cada imóvel, entendido como
as matrículas contíguas do mesmo titular.
QUAIS AS VANTAGENS DE FAZER O CADASTRO?
O CAR facilitará a vida do proprietário rural que pretende obter
licenças ambientais, pois a comprovação da regularidade da propriedade acontecerá por meio da inscrição e aprovação do CAR e o
cumprimento do Plano de Regularização Ambiental.
PARA QUE SERVE O CAR?
É a principal ferramenta prevista na nova lei florestal para a conservação do meio ambiente, a adequação ambiental de propriedades,
o combate ao desmatamento ilegal e o monitoramento de áreas em
restauração, auxiliando no cumprimento das metas nacionais e internacionais para a manutenção de vegetação nativa e restauração
ecológica de ecossistemas.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA PROPRIEDADE NÃO ESTAR
INSCRITA NO CAR?
O proprietário poderá sofrer sanções como advertências ou multas
e não poderá obter nenhuma autorização ambiental ou crédito rural. Somente com o CAR será possível aderir ao PRA (Programa de
Regularização Ambiental), que permitirá obter o uso consolidado
de Áreas de Preservação Permanente que já estavam sendo utilizadas 22 de julho de 2008, conforme os critérios da Lei.
QUAL O PRAZO PARA FAZER O CADASTRO?
O prazo é de um ano a partir de sua implantação nacional e pode
ser prorrogado por igual período.
O QUE FAZER SE UM PROPRIETÁRIO TIVER MAIS DE UM IMÓVEL?
Deve fazer um cadastro para cada propriedade, considerando que
áreas contíguas (áreas vizinhas e que fazem limite uma com a outra)
de um mesmo proprietário, devem possuir um único cadastro.
SE A PROPRIEDADE NÃO POSSUIR O PERCENTUAL MÍNIMO DE
RESERVA LEGAL EXIGIDO POR LEI, O QUE FAZER?
Deve recompor o percentual de Reserva Legal faltante através do plantio, ou fazer a compensação de Reserva Legal fora da propriedade,
adquirindo Cotas de Reserva Ambiental – CRA’s, ou ainda por arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva Legal.
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COMO FAZER COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL FORA DA
PROPRIEDADE?
Se na propriedade ou posse rural não houver o suficiente de área
com vegetação nativa para compor o percentual mínimo de 20% e
a recomposição através do plantio se tornar inviável, o proprietário
poderá adquirir CRA’s de proprietários que possuírem excedente
de Reserva Legal em suas propriedades ou de doações ao poder
público de área localizada no interior de Unidades de Conservação
de domínio público pendente de regularização fundiária, desde que
localizadas no mesmo bioma.
QUAIS AS RESPONSABILIDADES DO PROPRIETÁRIO QUANTO A
ÁREA EM QUE TIVER VENDIDO CRA’s?
Após a comercialização de CRA’s o vínculo será permanente, devendo o proprietário manter a floresta intacta, sendo permitida sua exploração somente em conforme regulamento do órgão ambiental.
APÓS COMERCIALIZADAS AS CRA’s, A PROPRIEDADE FÍSICA PODE SER VENDIDA?
Sim, pode ser vendida, devendo o comprador, respeitar a exploração conforme regulamento do órgão ambiental.
SOU OBRIGADO A ADERIR AO PRA?
Não. O PRA será o programa de regularização ambiental dos Estados e quem aderir terá as multas referentes à supressão de vegetação suspensas. Mas a regularização da propriedade poderá ser feita
sem o PRA já que todos sabem das suas obrigações conforme a lei.
O QUE ACONTECE DEPOIS DO CADASTRO?
O imóvel é considerado inscrito no cadastro, e terá um demonstrativo da situação ambiental do imóvel. Se houver passivo ambiental
será considerado pendente de regularização. Caso as áreas de interesse ambiental estejam devidamente preservadas, a situação do
imóvel será regular.
O QUE TENHO QUE DECLARAR NO CAR?
O CAR é composto de dados pessoais do proprietário ou possuidor
rural, podendo ser pessoa física ou jurídica, além de dados cadastrais e da localização georreferenciada das Áreas de Preservação
Permanente, áreas de Reserva Legal e áreas de uso restrito.
TODOS OS ESTADOS JÁ PODEM REALIZAR O CAR?
Sim.
SE A PROPRIEDADE JÁ ESTÁ CADASTRADA NO CAR ESTADUAL
(SISTEMA DO ESTADO), PRECISA SE CADASTRAR NOVAMENTE
NO SISTEMA NACIONAL?
Não, os estados que já possuem sistemas ativos irão migrar as informações para o Sistema Nacional (SiCAR)
E SE MEU IMÓVEL ESTÁ INSERIDO EM MAIS DE UM MUNICÍPIO, O
QUE DEVO DECLARAR NO SISTEMA?
Neste caso, deve se declarar que o imóvel está no município da sede
do imóvel. Caso não haja sede, onde estiver a maior porção de terra.
Expomontes 2014
Uma esperança para a
Coopagro
C
ooperativa Agropecuária Regional de Montes
Claros e ganhou novo ânimo, desde janeiro
deste ano, com a chegada da nova diretoria da
entidade, que ainda passa por uma crise econômica por causa das dívidas contraídas ao longo da sua
existência. Hoje, são 120 funcionários, 40 da Coopagro e
o restante da CoopNorte.
O grupo é composto por: José Luiz Veloso Maia – presidente - Engenheiro Agrônomo, produtor rural, vice
-presidente da Sociedade Rural, Ex-diretor Credinor, Ex
-Presidente da Associação de Gado de Corte e Ex-diretor
da Coopagro; José Vitor Barcellos (Diretor Administrativo); Otaviano Pires (Diretor Comercial); Conselheiros de
Administração – Efetivos: Osmani Barbosa Neto, Ricardo de Quadros Laughton, Dario Colares Moreira, Cristina Rebello Athayde; Suplentes: Antônio Adilson Salgado,
Heli de Oliveira Penido, Henrique Veloso Neto, Rômulo
Augusto L. Marques; Conselho Fiscal – Efetivos: Luciano
Dias Cardoso, Alexandre Rocha, Joaquim José da Silva;
Suplentes: Geraldo Bernardino Madureira, Júlio Gonçalves Pereira, Carlos Alberto Maia.
A junção de esforços e apoio da Sociedade e o Sindicato Rural e a Sicoob/Credinor, três fortes entidades do
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setor rural do Norte de Minas, viabilizou a consolidação
da proposta liderada por José Luiz Maia, cujo foco é soerguer essa importante cooperativa.
Situação atual
“Convidado fui e convidado aceitei”, disse José Luiz
Maia, produtor rural que coordena o soerguimento da
cooperativa. De acordo com ele, um grande desafio, que
ao mesmo tempo, se torna um grande prazer.
“Percebendo o que a Coopagro representa, as entidades harmonicamente decidiram pelo meu nome, pela
minha experiência no setor cooperativista e pelo amor
ao campo. Foi dado o desafio, que é imenso. Não vamos
sacrificar o cooperado, que não tem culpa de má gestão.
Aqui no Sertão tem um dizer que a “correia tem que sair
do couro” e, sendo assim, para viabilizar um novo capítulo na história da Coopagro, vamos acertar os compromissos, levantar recursos, negociar com os bancos por meio
dos ativos da cooperativa. Jamais dividir a fatura com os
associados. Essa dívida tem mais de 15 anos que não é
paga. Vêm juros, correção monetária, porém com a participação das entidades nas renegociações, com o peso das
Expomontes 2014
entidades envolvidas, esperamos uma redução no valor”,
afirma.
Em cinco anos foram levantadas a dívida real e as
possibilidade de reunir recursos. Os números chegam
a R$ 50 milhões. “são empréstimos dos bancos do Brasil, do Nordeste e Itaú. Somente Previdenciária são R$ 6
milhões. São números assustadores, mas nossa força de
vontade é maior. A entidade é detentora de um patrimônio imobiliário grande, suficiente para quitar os credores.
Em assembleia realizada, foi autorizada a venda de 83 mil
metros quadrados de uma área no Bairro São João, uma
usina de algodão às margens da BR-251 (100 mil metros
quadrados) e uma parte da área onde funciona o supermercado, no coração de Montes Claros. Vamos levantar
dinheiro e pagar tudo”, finaliza entusiasmado José Luiz.
A gestão da nova equipe tem duas grandes metas. A
primeira é referente às dividas; a segunda, é a implantação de um novo modelo de gestão.
“Resolvido os entraves financeiros, vamos estudar e
modernizar o estatuto da Cooperativa e assumir a cooperativa de leite”, afirma.
É importante ressaltar que dos ativos que podem ser
comercializados o único que não será vendido é a usina
de beneficiamento de leite, que tem de ser preservada a
todo custo para que o segmento leiteiro possa continuar a
existir sem ser prejudicado.
“O setor leiteiro, que hoje funciona em parceria com
usina de beneficiamento de leite, será revertido para a entidade. Vamos unir tudo. A cooperativa tem que voltar a
ser o ponto de apoio ao produtor de leite e ser referência de
preço no mercado de insumos agropecuários. Para isso,
precisamos do apoio geral, tanto da comunidade, quanto
dos políticos e, sobretudo da Municipalidade”, encerra.
dente, Antônio Augusto Athayde; Diretor Comercial,
Deraldo Rodrigues Soares; Diretor de Secretaria, José
Prudêncio de Macedo. A manteiga foi o primeiro produto
a ser produzido/comercializado pela Coopagro, seguida
pelo leite “in natura”, que era vendido em pequenos tanques térmicos. Em 26/02/1976 foi criada a fábrica de laticínios, que produz, além do leite pasteurizado, queijos,
doce de leite requeijão cremoso e bebida láctea.
A Coopagro recebe hoje mais de 30 mil litros de leite
por dia dos produtores associados onde 60% deste é granelizado e vendido à população e os outros 40% e destinado à produção dos queijos, doces, manteiga, bebida láctea.
Coopagro
Atualmente, são cerca de 120 funcionários e 3320 associados. A Cooperativa foi fundada no dia 23 de Outubro
de 1954 por 43 produtores rurais que necessitavam de
espaço para o beneficiamento da matéria gorda do leite
(creme do leite) produzido e o escoamento da produção.
A primeira diretoria era composta de Diretor-Presi4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Foto: Divulgação
Expomontes 2014
A cobrança do produtor
rural pelo uso da água
Texto: João Gustavo Rebello de Paula
Diretor de Meio Ambiente da Sociedade Rural de Montes Claros
N
os próximos meses, a classe rural terá que se
posicionar de forma unificada sobre a cobrança pelo uso da água dos pecuaristas e agricultores do Norte de Minas. É que o Comitê de
Bacia Hidrográfica do Verde Grande votará em outubro
deste ano os critérios de cobrança que valerão para os 27
municípios mineiros que compõem a bacia. Os debates
já se iniciaram na Sociedade e Sindicato Rural de Montes Claros, que participam ativamente do comitê desde a
criação dele há dez anos, mobilizando os produtores para
as eleições dos representantes da classe para cada novo
mandato do colegiado.
Os argumentos a favor da cobrança se baseiam no baixo valor inicialmente proposto, já cobrado dos usuários
do São Francisco, embutindo 97,5% de desconto em relação ao pago pelo abastecimento público e industrial. A lógica é que seria um aumento de custo simbólico em troca
do benefício da legitimidade para se exigir investimentos
públicos na bacia. Os recursos arrecadados de todos os
usuários, estimados entre R$1,7 e R$2,3 milhões ao ano,
manteriam uma estrutura técnica e administrativa para
elaborar projetos e dar suporte aos esforços políticos para
viabilizar as barragens e demais obras necessárias. Além
disso, não seria nada inovador, pois produtores rurais já
pagam pela água em 4 dos 8 comitês hidrográficos federais: Paraíba do Sul, Piracicaba/Capivarí/Jundiaí, São
Francisco e Doce.
Em fortalecimento dessa posição, alguns irrigantes
da calha do Verde Grande já se manifestaram favoráveis,
receosos de que uma recusa denegriria os ruralistas aos
olhos de órgãos ambientais e dificultaria a renovação de
outorgas. Confiam que o desconto praticado não seria
retirado com o passar dos anos e que seria possível até
mesmo reverter essa cobrança no futuro, caso outros custos ambientais fossem imputados aos produtores rurais.
Por último, ainda há aqueles que veem na cobrança uma
possibilidade de fortalecimento da classe, como ocorreu
com alguns setores produtivos que experimentaram um
maior sentimento de grupo após suas associações instituírem contribuições mensais.
Os argumentos contrários à cobrança, por sua vez, baseiam-se no pagamento indireto pela água, que o produtor
rural já faria quando destina uma porção significativa do
patrimônio, e consequentemente da renda, para garantir
o bom funcionamento do ciclo hidrológico. Esse seria o
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caso da manutenção e proteção das Áreas de Preservação Permanente (nascentes, margens de rios e encostas),
além da própria Reserva Legal, que ocupa 20% da propriedade rural com florestas para infiltração das chuvas
sem nenhum reembolso ao produtor. Por este raciocínio,
a questão não seria de recusa do produtor pelo pagamento
da água, mas sim de sua indignação por ser cobrado duas
vezes. Visto desta forma, não haveria, então, fundamento
algum para questionamentos da postura da classe rural.
Para os opositores, a isenção do produtor seria mais a
regra geral do que uma exceção. Na França, por exemplo,
onde primeiro adotou-se uma legislação de recursos hídricos descentralizada e participativa como a em vigor no
Brasil, os ruralistas foram isentos da cobrança nos 20 primeiros anos da arrecadação, e desde então gozam de um
desconto de 95%. É importante frisar, lembram nossos
debatedores, que lá não há nada parecido com a Reserva
Legal brasileira que devora um quinto da renda do produtor. Nesta mesma linha, também existem, no Brasil, leis
isentando a produção rural de qualquer cobrança de água
em pelo menos 3 grandes Estados agrícolas: Paraná (Lei
12.726/1999, art. 53), Mato Grosso do Sul (Lei 2.406/2002,
arts. 20 e 24) e São Paulo (Lei 12.183/2005, Seção V, art.
1º). Neste último, a isenção legal era de 4 anos, mas já se
estende por 8 anos por falta de regulamentação.
Esses mesmos argumentos, usados em 2009 pela Sociedade e Sindicato Rural de Montes Claros, foram fortes
o suficiente para sensibilizar o então gerente de cobrança
da ANA – Agência Nacional das Águas – Patrick Thomas,
num debate, em Montes Claros, ao ponto de levá-lo a propor aumentar o desconto ao produtor do São Francisco
dos 95% inicialmente previstos para os 97,5% hoje praticados. Cobrança esta, frisam os opositores, que se aplica
somente a quem capta na calha do rio, pequena fração
do total de usuários da bacia, como também é o caso dos
outros 3 comitês federais mencionados anteriormente.
No caso do Verde Grande, destacam, seriam cobrados
de todos os usuários, inclusive os de poços tubulares e de
rios secundários, uma vez que este é o único comitê unificado (federal e estadual) do País. Neste aspecto, a manifestação de alguns irrigantes da calha do rio teria pouca representatividade no universo de todos os pequenos
irrigantes espalhados pela bacia. Também é importante
considerar, argumentam, que uma cobrança anual de R$
20 por hectare irrigado pode ser simbólica para alguns,
Expomontes 2014
mas seria um pesado fardo para aqueles que já enfrentam
inadimplência de financiamentos e ainda lutam para quitar as contas do armazém e do posto de combustíveis no
final do mês.
Os questionadores da cobrança também contrapõem
que não se deve raciocinar apenas com o valor proposto
inicialmente, discutivelmente baixo, uma vez que a alteração dos preços e dos descontos ficaria sempre à mercê
dos governos de plantão. A própria legislação federal geraria dubiedade na designação das competências sobre a
cobrança. Enquanto a Lei das Águas atribui ao comitê de
bacia a definição dos mecanismos de cobrança e apenas a
sugestão dos preços para aprovação pelo CNRH-Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1999, art.
38, inciso VI), a Lei da ANA, por sua vez, reduz a atuação
dos comitês apenas ao nível de sugestão tanto para mecanismos quanto para preços, delegando toda a decisão
final para o CNRH(Lei 9.984/2000, art. 4º, inciso VI).
Nesse aspecto, ressaltam alguns, não se pode deixar de
lembrar da verdadeira armadilha em que caíram muitos
produtores na campanha do desarmamento do Governo Federal em 2009. Aqueles que não hesitaram em recadastrar as armas que mantinham para segurança das
propriedades, estimulados pela simplicidade do novo registro sem custo e sem burocracia, foram surpreendidos
quando, alguns anos depois, o governo impôs exageradas
exigências para a renovação do documento. A necessidade de aprovações em teste de tiro e avaliações psicológicas caras e demoradas tornou praticamente inviável a
manutenção das armas tão necessárias nesses tempos de
violência desenfreada na área rural. Não seria, também,
questionam estes, a concessão de um grande desconto
para iniciar a cobrança, a isca de mais uma armadilha do
governo para o produtor rural?
Outros ainda contrapõem que taxa de associação é
muito diferente de cobrança de água. Enquanto na primeira o pagamento pode ser evitado via desligamento da
entidade e o uso do dinheiro é decidido pela classe, na
segunda a cobrança seria um imposto, sem possibilidade
de escapatória, e o destino do dinheiro decidido por um
colegiado onde o produtor não teria maioria. Sugerem
que isso seria mais causa de revolta e frustração do que
razão de fortalecimento classista. Também julgam ser ingenuidade achar que, uma vez instituída a cobrança do
produtor, seria possível, no futuro, revertê-la, haja vista
a dificuldade para se extinguir impostos e restrições ambientais já aprovadas.
Para aqueles contrários à cobrança, a isenção do produtor rural, ou sua não cobrança em duplicidade, não
impediria o funcionamento da agência de bacia e os benefícios dela esperada. Isso porque a participação do setor agropecuário na arrecadação é estimado em menos de
20% do total. Argumentam ainda que a legitimidade política para se exigir investimentos públicos estaria muito
mais condicionada à capacidade de mobilização da classe
do que à delegação dessa função a qualquer órgão, por
mais importante que seja seu papel institucional.
Quanto à concessão e renovação de outorgas, contrapõe que a legislação estabelece critérios técnicos como
disponibilidade de água e prioridades de uso, garantindo
a imunidade desse processo a pressões camufladas. Até
mesmo com relação ao papel da cobrança no estímulo
ao uso racional da água, justificam que este já é muito
melhor exercido pelo alto custo de energia pago pelo produtor para captar e distribuir água em sua propriedade.
Além disso, há outros instrumentos importantes de gestão de recursos hídricos além da cobrança, como o Plano
de Recursos Hídricos, a Outorga e o Enquadramento dos
corpos d’água.
Como se pode concluir do embate dos argumentos expostos, o assunto é importante e complexo, mas o debate
objetivo e maduro será uma oportunidade para a classe
se tornar ainda mais unida e fortalecida para enfrentar os
crescentes desafios que se apresentam a cada dia.
Foto: Divulgação
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Expomontes 2014
Palco de grandes manifestações
O
Parque de Exposições João Alencar Athayde,
completou, no dia 03 de julho, aniversário de
montes claros, 57 anos de existência. A construção do espaço, hoje considerado o maior e
melhor complexo de eventos do Norte de Minas, é marcada por muito trabalho e dedicação, características típicas
do homem do campo. São 112 mil metros quadrados, oito
espaços multiuso disponíveis para todo tipo de evento.
Ao longo da história, o Parque João Alencar Athayde se consolidou como uma tribuna privilegiada para
levar ao conhecimento da sociedade e dos governos estadual e federal, as reivindicações da classe produtora
rural norte mineira e de diversos outros segmentos organizados da população.
Além da Expomontes, maior festa popular que reúne,
em média, 360 mil pessoas no Parque, o local também e
palco de grandes shows e eventos.
A Fiemg Regional Norte encerrando as comemorações
dos 80 anos da instituição escolheu o Parque para brindar
o aniversário da Federação com apresentação única, em
Montes Claros, com o show da Banda Skank com a Orquestra de Câmara Sesiminas. 5 mil pessoas foram convidadas para o evento.
“O local foi escolhido porque consideramos como o
mais bem estruturado, seguro e com capacidade de acolher milhares de pessoas com total conforto. A estrutura
oferecida facilita a realização de qualquer evento trazendo
economia para quem promove”, afirma Adalto Marques
Batista, Presidente da Regional Norte.
O show do Skank com a Orquestra percorreu dez cidades do interior de Minas Gerais, onde a Fiemg mantém
unidades e o de Montes Claros foi um sucesso de público.
Por todos esses motivos, a Regional Norte da Fiemg tem o
Parque de Exposições João Alencar Athayde em primeiro
lugar na lista de opções para realização de grandes eventos.
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Outro evento de grande porte ocorrido no Parque é
a Fenics, criada pela Associação Comercial Industrial e
de Serviços de Montes Claros com o desafio de colocar
oportunidades e investidores num mesmo local, a fim
de prospectar negócios e alavancar o desenvolvimento
socioeconômico de Montes Claros e do Norte de Minas.
São mais de 250 estandes, em 6 mil m², sendo 12 mil m²
de área total coberta, 30 mil m² de estacionamento, num
total de 100 mil m² de feira, o que a caracteriza como a
maior feira coberta do interior do Estado.
Na sua 19ª edição, a FENICS está madura, com a credibilidade para ir além de uma mostra de produtos. A entidade acredita na força das marcas parceiras que, a cada
ano, ajudam na realização de um evento grandioso, motivo de orgulho para todos os norte mineiros.
Esta é a 4ª edição realizada no Parque de Exposições
João Alencar Athayde. De acordo com Kelington Mota,
coordenador da FENICS, a ACI entende que o espaço
está de acordo com a grandiosidade da feira de negócios. “A localização central, o Centro de Eventos, a boa
infraestrutura de água, energia e esgoto, bem como o
amplo estacionamento interno, são alguns dos fatores
determinantes para nossa escolha. Ainda, o piso plano,
com camada asfáltica e as áreas verdes dão um charme
especial ao Parque”.
Para Edilson Torquato, presidente da ACI, realizar a
FENICS em parceria com a Sociedade Rural é se unir na
missão de serem entidades agentes do desenvolvimento.
“Somos co-irmãs e nosso objetivo é proporcionar condições para o Norte de Minas se destacar no cenário nacional, focadas na melhoria da qualidade de vida a partir
do potencial socioeconômico regional. O Parque de Exposições João Alencar Athayde, neste contexto, torna-se
instrumento para que as ações sejam efetivadas com qualidade e conforto para todos”.
Expomontes 2014
Vaquejada
No primeiro semestre de 2014, uma tradição nordestina voltou para a arena do Parque do Exposições, em Montes Claros. Atração que dia a dia, ano a ano, ganha mais
adeptos no Norte de Minas. A disputa na terra de Darcy
Ribeiro trouxe um nome de peso: o circuito Inter TV de
Vaquejada, que homenageou um dos locutores mais queridos do esporte, o saudoso Paré, morto num acidente de
trânsito no Maranhão.
A vaquejada se popularizou de tal forma que existem
clubes e associações de vaqueiros em todos os Estados,
calendários de eventos e patrocinadores de peso, envolvendo um espírito de competição e alegria capaz de arrastar multidões, "embriagando" de emoção os participantes.
Segundo o diretor de eventos, Arnaldo Oliveira, depois de sete anos trazer a vaquejada para o Parque – uma
disputa do tamanho que foi, com representantes de 22 Estados brasileiros, mais de 15 cidades do Norte de Minas
– é extremamente importante.
“Consolidamos nossos espaços. Provamos que estamos prontos, temos infra e sabemos atender a todos e
qualquer tipo de solicitação”, afirma.
Foram vendidas cerca de 1 mil senhas para a disputa, que estava prevista para quatro dias e passou para seis, por causa do grande número de corredores. A
competição foi considerada a segunda maior do País
em número de prêmios.
“Saldo positivo é o que concluímos. Temos instalações
próprias, como baias já construídas, estrutura para feno.
O Parque está pronto para receber eventos agropecuários,
da indústria, do comércio, além disso, a cidade oferece
uma rede hoteleira. Nós estamos preparados”, afirma.
Segundo o diretor, em 2015, os organizadores garantiram que vão realizar a primeira vaquejada em prêmios e
número de participantes.
Bernardo Pinheiro, Diretor da Rural, anuncia que as
áreas disponíveis para locações são: Parque Exposição
João Alencar Athayde, Área do Parque de Exposições
João Alencar Athayde, Centro de Eventos Sociedade
Rural, Pista de Vaquejada, Praça de Eventos Fernando
Rebello Athayde, Quadra Poliesportiva Antônio Lafetá
Rebello, Tattersall de Leilões Daul Soares Dias , Salão de
Festas | Clube dos Fazendeiros e Auditório Osmani Barbosa. Os valores variam conforme cada evento.
“As áreas fechadas são climatizadas, temos ótimas instalações. Aqui no Parque atendemos pequenos, médios
e grandes eventos. Prova disso, é a Expomontes – maior
evento do tipo no Norte de Minas”, encerra.
Informações sobre locações: 38-3215-1212
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Montes Claros Avança
Operação Tapa-Buracos
Texto: Secom/PMMC
Foto: Fábio Marçal
Iniciada em fevereiro de 2013, a Operação Tapa-Buracos, da
Prefeitura de Montes Claros, ocorre em várias frentes de trabalho durante o dia e à noite, visando recuperar ruas e avenidas
do Município, com a utilização de CBUQ (Concreto Betuminoso
Usinado a Quente), ou “asfalto quente”. O ideal seria a substituição deste asfalto que, praticamente em sua totalidade, já superou em muito sua vida útil. Para tanto é preciso que a Prefeitura
contraia empréstimos específicos, o que só pode ser feito com a
aprovação da Câmara Municipal.
O trabalho vem sendo realizado de forma ininterrupta pela
ESURB (Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito e Transportes de Montes Claros) dando preferência às vias com maior circulação de veículos e por onde
passam linhas de transporte coletivo. De fevereiro de 2013 a
abril de 2014, já foram reparados 177.300 metros quadrados de
asfalto, o que equivale a 43 campos oficiais de futebol.
Novas avenidas
Foto: Secretaria Municipal de Obras
Duas antigas reivindicações da população de Montes Claros foram retomadas nesta administração: a pavimentação
da Avenida do Córrego do Cintra e a continuação da Avenida
Sidney Chaves.
Esta última está em estágio avançado, com a pavimentação do trecho praticamente concluída e construção de pon-
te em ritmo acelerado. Essa via de acesso ligará a BR-251 à
BR-135, além de facilitar o acesso ao Distrito Industrial e ao
aeroporto Mário Ribeiro da Silveira. Com o desvio do trânsito pesado para o local a Avenida João XXIII, que atualmente
apresenta alto índice de acidentes, terá redução no fluxo de
veículos, trazendo maior segurança para veículos e pedestres.
No Córrego do Cintra, serviços importantes de drenagem
já foram feitos e o asfalto em breve ligará o trecho entre as
avenidas Dulce Sarmento e Governador Magalhães Pinto.
Ponte Da Sidney Chaves
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Expomontes 2014
Pavimentação
Foto: Fábio Marçal
Obras de asfaltamento estão sendo ou já foram realizadas nos
bairros Guarujá, Mangues, Olga Benário, Independência, Vera
Cruz e São Judas II. A previsão é de que pelo menos 300 vias sejam asfaltadas até o final deste ano. A Avenida Deputado Esteves
Rodrigues também está recebendo obras de fresagem e recapeamento, recuperando e padronizado a camada asfáltica. Esse tipo
de serviço já foi feito na entrada da cidade, acesso pela BR 365
(Pirapora) até o bairro Major Prates e acesso pela BR 135 (Belo
Horizonte) até a altura do 10º Batalhão da Polícia. A intenção da
administração é o asfaltamento de 1.000 ruas até o final de 2016.
Educação em Tempo Integral
Saúde da Família
Foto: Fábio Marçal
Foto: Fábio Marçal
Em março de 2013, teve início o Programa Escola de Tempo Integral em 19 escolas do município. Em agosto de 2013, o
Programa já estava em 38 escolas da Rede Municipal, ou seja,
em todas as escolas de educação básica, atendendo a aproximadamente 17 mil alunos, na área urbana e zona rural.
Futsal, xadrez, vôlei, basquete, handebol, capoeira, karatê,
judô, pintura, grafite, dança/ ballet, percussão, teatro, percussão, letramento (aulas de reforço em português e matemática) e fanfarra são algumas das atividades realizadas pelos
alunos no contra turno escolar, com o objetivo de diminuir
a evasão e melhorar a qualidade da educação no município.
Uma das consequências imediatas mais importantes do projeto é a ocupação das crianças, evitando que se envolvam em
pequenos delitos, prostituição e uso e tráfico de drogas.
Atuam no programa 560 oficineiros e 110 estagiários.
O Município adquiriu, com recursos próprios, frota de 30
ônibus de transporte escolar, para atender à rede municipal.
Na atual administração, o número de equipes de Saúde da
Família no município saltou de 66 para 103. Os números da
ESF impressionam:
No ano de 2013 foram realizados 307.200 atendimentos
médicos, 14.000 visitas domiciliares dos médicos, 205.900
atendimentos de enfermeiros, 23.400 visitas domiciliares dos
enfermeiros, 720.000 visitas dos Agentes Comunitários de
Saúde, 24.000 curativos, 250.000 aferições de pressão arterial,
52.000 testes de glicemia e 25.000 exames de prevenção do
Câncer de Colo do Útero. E é apenas o início de um processo
que pretende que Montes Claros seja 100% atendida pelo ESF.
Restaurante Popular
Em 2013 a Prefeitura de Montes Claros reassumiu o Restaurante Popular, que tinha gestão terceirizada. Hoje, o local adquire
alimentos de produtores da Agricultura Familiar do município, por
meio do PAA, e passou a servir uma segunda refeição no período
noturno, normalmente um caldo ou uma sopa.
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Câmara exalta papel
da Sociedade Rural
Presidente aponta ações com repercussão
no desenvolvimento de Montes Claros
Texto: Hélio Machado*
“A sociedade Rural tem papel preponderante na construção
do desenvolvimento de Montes Claros, por meio de um trabalho sério, voltado para a defesa dos elevados interesses do Município. São 70 anos de ações concretas, ajudando a construir a
história de um povo que, apesar das adversidades, não perde a
esperança de melhores dias”. A observação é do vereador Antonio Silveira, do PTN, presidente da Câmara Municipal, ao cumprimentar a entidade pelas sete décadas de exitosa atuação.
Esse trabalho conta com o apoio integral do Legislativo, que
mesmo funcionando em espaço físico que não atende às necessidades, não abre mão de articular para potencializar as ações
das entidades realmente comprometidas com o crescimento de
Montes Claros. Segundo ele, nos próximos meses, a Câmara vai
inaugurar a primeira fase de sua sede própria, que permitirá aos
vereadores melhorar o atendimento à população.
O presidente assegura que, nesses 70 anos, a Sociedade Rural
sempre contou com o respaldo do Legislativo. E se lembra de que
a Câmara votou projeto do Executivo, em passado recente, que
possibilitou à Sociedade Rural ampliar o espaço físico do Parque
de Exposições João Alencar Athayde, através da doação de terreno, para melhor atender ao público durante as exposições que
atraem pessoas de diferentes regiões do País e agregam valor à
economia. Além disso, o Legislativo se posicionou em diversas
outras oportunidades, em favor de projetos que beneficiaram
diretamente a entidade ruralista.
“O momento é oportuno para cumprimentar a diretoria da
Sociedade Rural, hoje representada pelo pecuarista Osmani
Barbosa Neto, que não mede esforços para participar diretamente das ações em favor de Montes Claros e de todo o Norte
de Minas. São 70 anos de um trabalho ininterrupto, desenvolvido
com seriedade e responsabilidade, cobrando das autoridades,
em todos os níveis, medidas
concretas que atenuem as
dificuldades provocadas pela seca. Mesmo com tantas
adversidades, as ações da
entidade apresentam resultados dos mais significativos. E
comemora mais esta importante marca com a certeza do
dever cumprido e muito bem
cumprido, consciente de que
ainda vai se deparar com novos desafios e está pronta a
encará-los e superá-los. É com
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
esta determinação e vontade de servir que se constrói verdadeiramente a história de um povo”, frisa Antonio Silveira.
Construção da sede própria vira
realidade
O projeto de construção da sede própria da Câmara Municipal
de Montes Claros, em terreno doado pela Prefeitura, no mandato
passado, ao lado do Fórum Gonçalves Chaves, sairá efetivamente do papel. E a previsão é de que a primeira etapa seja concluída
este ano. Para o presidente da Casa,o vereador Antonio Silveira,
do PTN, a medida é fundamental para se consolidar a independência do Legislativo, que funciona em parte do prédio da Prefeitura, que lhe foi cedido com esse objetivo. Além de oportunizar
melhor atendimento à população.
O presidente externou a satisfação por estar concretizando um
sonho antigo, iniciado com o ex-presidente Valcir da Ademoc, do
PTB, de viabilizar um prédio decente para o Legislativo da quinta
maior cidade de Minas Gerais. Para Antonio Silveira, é inadmissível
que a Câmara de Montes Claros não tenha uma sede condizente
com sua importância, por se tratar de uma das cidades mais importantes de Minas, no contexto político e econômico.
O imóvel tem localização privilegiada, por estar perto da Prefeitura e do Judiciário, o que facilita o acesso da população em
busca de resolução de eventuais problemas.
Para Antonio Silveira, a mudança para o novo prédio, será
relevante em todos os aspectos. Frisa que os vereadores terão
condições de atender melhor a população. Além disso, com Plenário espaçoso e confortável, terá condições de abrigar bem as
pessoas que forem assistir às reuniões e apresentar demandas
aos vereadores.
Na primeira etapa do prédio
serão 1.967 metros quadrados
de construção, para abrigar o
setor administrativo, Plenário
e sala de reuniões das comissões. Na segunda etapa serão
construídos os gabinetes. Ao
todo, a área construída será de
3.195 metros quadrados. Outro fator é que a sede própria
significa independência do Legislativo para com o Executivo,
concluiu o presidente.
Expomontes 2014
Circuito Inter TV de Team
Penning realiza 5ª edição
na 40ª Expomontes
O número de participantes deve superar o ano de 2013
Texto: Taislane Antunes
O Circuito Inter TV de Team Penning, que agita e
encanta todo o Norte de Minas com competições marcantes, já chegou a Montes Claros para realizar as competições finais desta edição durante a 40ª Expomontes.
O circuito é realizado desde 2010, e ocorre pelo 5º ano
consecutivo. O Team Penning surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX. Quando chegou ao Brasil,
o esporte começou a ser praticado não mais apenas pelos fazendeiros, mas também por seus familiares.
De acordo com o Organizador do evento, Henrique
Fernandes, o número de adeptos à competição cresce
anualmente. “No ano passado competiram 876 pessoas, e a expectativa para esse ano é que este número suba
para 1000”, conta.
O evento possibilita a participação de cavaleiros de
toda a região. No primeiro ano, o Circuito Inter TV de
Team Penning visitou quatro cidades e hoje já é realizado em diversas localidades como País, São João da
lagoa, Francisco Dumont, Curvelo, Bocaiúva e Montes
Claros. Competidores de todo o Norte de Minas se reúnem na maior feira agropecuária norte mineira para
participarem da final da 5ª edição em Montes Claros.
O diretor da Sociedade Rural, Léo Dias, conta que
a evolução do esporte vem sendo considerável e ajuda
a ocupar o tempo dos jovens, evitando que venham a
cair no crime. “É o esporte que mais cresce no país. O
Team Penning faz com que jovens se interessem pelo
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esporte e ocupem seu tempo. Além disso, incentiva a
Equinocultura”, conclui.
Para quem deseja ser um bom cavaleiro, Léo Dias fala de
alguns requisitos a serem seguidos. “Primeiramente é preciso saber andar a cavalo. E é necessário ter raciocínio rápido
e muita agilidade”, ressalta.
O cavalo que se destaca na competição é o Quarto de milha. Este é o primeiro cavalo americano de raça e é conhecido por ser um animal dócil, inteligente e muito versátil.
No Circuito Inter TV de Team Penning também é
possível encontrar outros animais muito conhecidos
como o Appaloosa, que é um cavalo próprio para participar de competições entre corridas e saltos; e o Crioulo que está entre os cavalos mais saudáveis e fortes que
existem, e muito famoso também por sua longevidade.
Segundo Henrique Fernandes o Circuito Inter
TV de Team Penning tem grande inf luência na economia da região, já que colabora diretamente para
geração de empregos. “Estamos calculando que este
ano estamos gerando de duzentos a trezentos empregos diretos”, comenta.
Quem quiser participar do evento, terá como opção
de escolha a categoria aberta e a de iniciantes. Para o
trio campeão na categoria aberta, haverá uma premiação de R$ 10 mil. Já os vencedores da categoria iniciante receberão como prêmio, 50% por cento do valor
arrecadado no circuito.
Expomontes 2014
Análise comparativa da representação das
macrorregiões Norte de Minas e Triângulo
Mineiro na Câmara Federal
Artigo: Prof. Dr. Gilmar Ribeiro dos Santos1
A análise comparativa é um instrumento metodológico fundamental para a produção de conhecimento nas
ciências sociais. No locus da ação política é um mecanismo poderoso para suscitar a reflexão em torno de problemas ou mesmo de possíveis alternativas de solução para
os mesmos. Os estudos e pesquisas sociais estratificados
por região abrem possibilidades alvissareiras para a efetivação de políticas públicas, assim como para o reforço da
mobilização em prol de uma região. Na conjuntura atual, onde a busca pela igualdade de condições é elemento
central para a cidadania de fato, a análise comparativa é
imprescindível.
Os dados socioeconômicos de Minas Gerais quando
comparados por macrorregião apontam uma profunda
discrepância entre as duas regiões mais dinâmicas economicamente, Central e Triângulo, e as duas menos dinâmicas, Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha/Mucuri.
Como podemos observar na tabela abaixo, a renda per capita do Triângulo é o dobro da renda per capita do Norte
de Minas Gerais. Enquanto as duas regiões mais dinâmicas economicamente possuem um rendimento per capita acima da média do país, as duas menos dinâmicas, o
Norte e Jequitinhonha/Mucuri, estão muito abaixo, tanto
da média nacional quanto da média estadual.
Renda per capita das macrorregiões de Minas Gerais
Macrorregião
2000
2010
Jequitinhonha/Mucuri
Norte
Rio Doce
Noroeste
Mata
Centro Oeste
Sul
Alto Paranaíba
Triângulo
Central
Triângulo
Central
Minas Gerais
Brasil
R$ 244,23
R$ 260,30
R$ 412,76
R$ 448,92
R$ 499,26
R$ 526,53
R$ 564,71
R$ 573,65
R$ 677,75
R$ 663,25
R$ 677,75
R$ 663,25
R$ 539,86
R$ 580,22
R$ 431,75
R$ 455,33
R$ 599,69
R$ 622,67
R$ 710,11
R$ 721,28
R$ 727,66
R$ 761,04
R$ 908,04
R$ 961,82
R$ 908,04
R$ 961,82
R$ 773,41
R$ 830,85
Fonte: IBGE, Sinopse dos Resultados do Censo 2010
Elaboração: Fundação João Pinheiro
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A literatura sobre as relações entre a política e o desenvolvimento econômico é muito ampla. Mas a preocupação aqui é relativamente mais simples. Ela está balizada
pela evidência empírica que chama a atenção mesmo do
cidadão não afeito aos complexos axiomas da ciência política. Basta verificar a quantidade de deputados federais
de Minas Gerais eleitos em 2010 e cruzar esta informação
com a origem territorial dos mesmos. Esta evidencia uma
enorme diferença entre os deputados originários do Triângulo em comparação com aqueles eleitos do Norte de
Minas, nas últimas eleições. A eleição de deputados federais é um mecanismo fundamental para o desenvolvimento de uma região em uma sociedade crescentemente
competitiva.
O Triângulo possuía em 2010 uma população de
1.489.129 pessoas, entre elas, 1.079.827 eleitores. Nesse
mesmo ano, o Norte de Minas possuía uma população de
1.610.431 pessoas, entre elas 1.177.552 eleitores, ou seja,
o Triângulo possuía 97.725 eleitores a menos em relação
ao Norte de Minas. O quociente eleitoral na eleição para
deputado federal em 2010 no estado foi de 195.209 votos.
Para que ambas as regiões obtivesse uma representação
proporcional ao número de seus eleitores o Norte teria
que eleger seis deputados e o Triângulo cinco. No entanto
o resultado eleitoral apontou a eleição de seis, no Triângulo e nenhum no Norte. Em termos de representação
política a situação das duas regiões é, nessa legislatura,
diametralmente oposta. As razões e as consequências de
tal perda para o Norte de Minas não podem ser debatidas
aqui em função do espaço, mas devem permear o cotidiano de todos os cidadãos preocupados com o desenvolvimento dessa região. Não se trata de uma comparação
para reduzir o outro, mas sim para observar o quanto
o Norte esta distante de outra região do mesmo estado,
também em termos de representação política.
Uma justificativa plausível para essa diferença poderia ser a influência do poder econômico do Triângulo,
muito maior em comparação com o Norte, o que levaria
a eleição de um número maior de deputados. Mas ao se
comparar os votos recebidos pelos candidatos em suas
próprias regiões fica claro o problema, a verdade é que
os eleitores do Triângulo votam em sua grande maioria
em candidatos da sua região e, ao contrário, a maioria
dos eleitores do Norte de Minas votam em candidatos
de outras regiões.
Em 2010 mais de 65% dos votos dos eleitores do Triângulo foram para deputados federais da região, enquan-
Artigo
to apenas pouco mais de 35% dos eleitores do Norte de
Minas votaram em candidatos a deputado federal da sua
região. Os primeiros, mesmo não existindo o voto distrital no país, estão concentrando os seus votos de tal
forma que a região vem funcionando, na prática, como
um distrito eleitoral. Ao contrário, no Norte de Minas os
eleitores estão abrindo mão de sua representação regional
e reforçando as representações de outras regiões.
A maior extensão territorial do Norte de Minas é um
empecilho relevante para os candidatos locais, mas não
é o mais significativo. Existe uma vasta literatura especializada sobre preferências eleitorais na ciência política e
também um compêndio de anedotas e crenças populares
sobre as mesmas. Mas de fato o eleitor escolhe seu candidato por duas vias principais, direta ou indiretamente.
Diretamente é quando constrói sua opção através de uma
relação direta com o candidato. Este candidato pode ser
ou ter sido um líder político, um artista, um jogador de
futebol, uma liderança religiosa ou uma liderança popular, dentre outras. A sua popularidade anterior é estendida para a representação política. Também o horário
eleitoral no rádio e na TV, assim como demais meios de
propaganda, podem proporcionar esta relação e possível
escolha direta do eleitor. A escolha indireta ocorre quando o eleitor opta por um candidato sem um mínimo de
conhecimento ou qualquer tipo de relação com o mesmo.
Esta via ocorre, principalmente, mediada pelos tradicionais “cabos eleitorais”, figuras mediadoras do voto.
A hipótese mais plausível sobre a falta de representatividade do Norte de Minas é a prevalência da opção
pelo voto indireto. O eleitor está delegando a prefeitos,
vereadores, candidatos a deputado estadual e mesmo outros grupos organizados nos municípios da região a sua
escolha. Está abrindo mão do seu direito de escolher. O
anedotário regional alimenta a história dos eleitores que
recebiam como recompensa pelo seu voto um pé de bota
antes da eleição e o outro depois do candidato eleito. Neste momento os eleitores não estão recebendo nem mesmo
um pé de bota. O mais estarrecedor é que em muitos casos os votos dos eleitores locais são comercializados pelos
cabos eleitorais. O eleitor não recebe sua bota, mas pode
ter alguém recebendo dinheiro e outras benesses, o que é
um gravíssimo crime eleitoral atualmente. A cidadania
de parte de nossos eleitores pode estar sendo roubada
com graves consequências para toda a região.
O eleitor pode até mesmo não escolher nenhum candidato, mas o voto é um direito intransferível. Esse princípio da democracia representativa é largamente violado
e com maior ênfase, em algumas regiões do país, dentre
elas o Norte de Minas. Votar influenciado pela crença religiosa, pelo time de futebol, dentre outras é questionável, mas ao mesmo tempo é legítimo e legal. Ao passo que
votar simplesmente em função do apelo de outra pessoa
pode ser perigoso. Pesquisas no Brasil, repetidas exaustivamente todos os anos, apontam que aproximadamente
50% dos eleitores, um ano após as eleições, não se lembram em quem votou para deputado federal. Essa média
elevada é garantida em especial por parte dos eleitores de
regiões como o Norte de Minas.
Nada garante a melhor representatividade de um parlamentar local em detrimento de outro das demais regiões do estado. A clivagem ideológica assim como outras
podem perfeitamente se sobreporem sobre a clivagem
territorial. Não se trata de impor a região como um único
fator de opção pelo voto, o que seria também antidemocrático. O fato é que o Norte de Minas possui atualmente quase um milhão e meio de votos e pode novamente não eleger
sequer um deputado federal nas eleições de 2014. O fato é
ou não um problema para o desenvolvimento da região?
Para aqueles que pensam afirmativamente, é hora de ação.
1
Cientista político pela UFMG e Dr. em Educação: história, política
e sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP. Professor do Mestrado em Desenvolvimento Social e do Curso
de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros –
Unimontes. Bolsista de Produtividade em Pesquisa pela Fundação de
amparo à pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG.
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Expomontes 2014
Segurança na
Expomontes
A Expomontes 2014 terá a
participação de diversas
entidades de segurança pública
Fotos: Bombeiros
Integrantes do comitê de segurança pública da 11ª RISP
(Policias Militar, Civil e Federal; Ministério Público; Bombeiros), representantes da Sociedade Rural, Cia Promoções, Total
Eventos e Prefeitura Municipal de Montes Claros (Conselho
Tutelar, Secretaria de Cultura e de Meio Ambiente, Defesa Social e MCTRANS), realizaram um trabalho intenso de planejamento para a 40ª Expomontes.
Para o Coronel César Ricardo, chefe da 11ª RPM, a Expomontes é o maior evento de Montes Claros, com alto investimento, e as ações devem ser orientadas para que não haja
problemas durante a realização da Mostra. “Não podemos ser
surpreendidos. Em 2013 funcionou bem, mas agora queremos
minimizar os impactos. Queremos evitar todos os tipos de
problema”, encerra.
Mesmo pensamento do presidente da Sociedade Rural,
Osmani Barbosa Neto, que revela que a Sociedade Rural é a
maior interessada que o evento transcorra bem. Por isso, anualmente é selecionada uma equipe para desenvolver projetos
e executar ações.
“São 12 dias de evento, e cada vez mais queremos fazer
uma exposição para a família. Queremos mais conforto e, para isso, não mediremos esforços para deixarmos tudo dentro
do que determina a lei. Investiremos o que for necessário para
dotarmos o Parque de uma estrutura digna para uma festa
como a Expomontes, que é o maior evento popular do interior de Minas. Aqui passam 360 mil pessoas e temos que dar
segurança a todos os visitantes, expositores, artistas e ao nosso
bem maior”, afirma o produtor rural.
O Major Gouveia, do Corpo de Bombeiros, alerta sobre a
quantidade de pessoas que podem ter acesso dentro do Parque e também explanou sobre os tremores de terra. “Dentro
do Parque o número máximo é de 32 mil pessoas. Mais que
isso não pode ser liberado. Sobre os tremores, eles não matam,
48
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
sabemos disso, mas o pânico, sim! Então, nós devemos levar
em consideração esse assunto, que é imprevisível”, finaliza.
A MCTRANS elaborou planejamento para evitar congestionamento na Avenida Geraldo Athayde.
“Nós tivemos dois grandes desafios em 2013: os moto-taxistas e as barracas em vias públicas. Temos que evitar. Contamos com a ajuda de todos para solucionar esta questão”, disse
José Maria Domingues, chefe da fiscalização.
Grupo de Segurança
O Grupo se reuniu por diversas vezes, promoveu
capacitação e traçou estratégias de viabilidade de segurança pública.
“Gastar mais tempo planejando significa um menor
tempo na execução das tarefas. O que é previsto é mais
fácil de contornar, caso haja adversidades. A possibilidade de solução é mais eficaz. Ninguém faz nada sozinho.
Não adianta. Por isso, é tão importante este Grupo. Mais
organização, mais excelência no serviço prestado”, diz
Gildásio Rômulo Gonçalves, Major da PM.
Joaquim Borborema, Coordenador de Segurança de
Eventos da Secretaria de Cultura/Prefeitura de Montes
Claros, divulgou que a instalação de catracas de acesso
no dia 03/07 – aniversário de Montes Claros – por determinação do Corpo de Bombeiros, vai possibilitar o controle de entrada da população. Isso devido às medidas de
segurança. Ele acredita que somente com precauções, os
eventos são realizados de forma segura.
“Vamos adequando. Fazemos eventos pequenos e
grandes, como a Expomontes. Queremos o melhor para
o povo de nossa cidade”.
Expomontes 2014
Posto de Comando Unificado
Pela primeira vez, no Norte de Minas, um evento terá um posto de comando unificado com representantes
de diversos órgãos de segurança pública, agentes da Prefeitura Municipal, MCTRans, Policia Militar, Agentes
Penitenciários, Cemig, Profissionais de Segurança privada, representantes da Sociedade Rural, Cia Promoções
e Total Eventos. O treinamento prévio do curso básico
de Curso Básico de Sistema de Comando de Operações
(SCO) para 180 homens e mulheres objetivou traçar ações
de resposta e minimizar os possíveis dados em situações
críticas, caso ocorram.
O SCO é uma ferramenta de gestão de ambientes de
risco de pequeno, médio ou grande porte. Serve para dar
uma metodologia única de gestão em caso de incidentes
de qualquer porte.
De acordo com o Major BM, Waldeci Gouveia Rodrigues, Comandante do 7º BBM, o treinamento e a capacitação promovem segurança para toda a população, pois
caso ocorra necessidade de alguma ação, os profissionais
estarão aptos a darem as respostas corretas.
“Nos teremos uma Expomontes muito mais segura!
Esse é o nosso grande evento e devemos dar a ele a devida
importância. Estudar o espaço de grande movimentação
é definir uma melhor ferramenta para propor uma melhor resposta. Caso aconteça uma crise, teremos como
responder de uma maneira mais eficiente. Integrar as
forças de respostas vai nos dar tranquilidade para trabalhar”, encerra o Major.
Os Bombeiros terão viatura em ponto-base nas proximidades do Parque. Além disso, farão fiscalização periódica no Parque de Diversões, emitirá, de acordo com as
normas, a autorização de funcionamento dos brinquedos. A Corporação fiscalizará as dependências do Parque, bem como analisará o projeto de incêndio da área do
maior complexo de eventos do Norte de Minas.
Segundo Major BM Waldeci Gouveia Rodrigues, Comandante do 7º BBM, a Expomontes se configura como o
maior evento do Norte de Minas e o referido treinamento
se deve para capacitar, treinar e orientar os principais envolvidos no evento.
“São 12 dias e estaremos num período critico que é a
Copa do Mundo, que pode ser agravado por manifestações de eventos sísmicos e que podem gerar pânico na
população. Devemos estar todos preparados. É a melhor
forma é tentar prever e organizar. Além disso, estabelecer
metas, acordos, definir, principalmente o papel de cada
um. Ganha tempo quando se planeja”, afirma.
O Diretor da Sociedade Rural, Bernardo Pinheiro,
acredita que o número de participantes na Expomontes,
em 2014, deve ser maior, dado o aumento no número de
dias de evento.
“Antes eram 10 dias, agora são 12. Temos um expressivo volume de pessoas que passam pelo Parque. Por isso,
demonstramos, com o curso, a preocupação da Sociedade
Rural em contribuir para promover a segurança dos visitantes. Queremos qualificar para enfrentar a adversidade.
Há três anos buscamos trabalhar com mais prevenção. A
cada ano temos mais apoio da PM, PC e Bombeiros e a
Prefeitura”, encerra.
Idalina Almeida, diretora Social da entidade, diz que
“2014 a Feira será mais
segura. 2015 ainda
mais”, diz Gouveia.
▶
Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural, garante
que o Posto de Comando será uma novidade no que se
refere a eventos de grande porte na região.
“Recebemos milhares de pessoas aqui e devemos traçar ferramentas de controle e comando e coordenação.
Vamos nos organizar e realizar a melhor de todas as Exposições”, fala.
Major Gouveia repassou teoria e pratica para os
participantes.
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segurança
um treinamento desta natureza não é importante somente para a Sociedade Rural e sim para cada ser humano.
“Não estamos livres de questões da natureza, por
exemplo, e devemos todos estar preparados. Queremos
fazer a melhor de todas as exposições”, finaliza.
Para o Tenente Coronel Geraldo Brasileiro, Comandante do 10º BPM, capacitar lideranças para enfretamento de risco é extremamente importante. “Situações
adversas podem ocorrer, e devemos estar preparados.
Nosso objetivo é que a população se sinta mais segura e
acolhida”, diz.
Polícia Militar
O Coronel César Ricardo, Chefe da 11ª RISP, anunciou que,
por dia, serão 200 Policiais Militares na Expomontes. Ao todo,
são 2.400 PMS que contarão ainda com o auxilio da MCTRANS,
Guarda Municipal e segurança particular – contratada pela Sociedade Rural, Cia Promoções e Total Eventos.
O Posto de Polícia dentro do Parque foi totalmente reformado
50
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Aula prática para os participantes
e ampliado. Agora, são três celas e dois banheiros. O local também terá internet para a confecção dos Boletins de Ocorrências.
Segundo Osmani Barbosa, foi instado sistema de monitoramento eletrônico nas principais áreas do Parque. A base de dados
será no Posto de Comando Unificado.
“Investimento que promoverá a segurança”, avalia. O Coronel
alega que “será possível monitorar, em tempo real, os principais
pontos de acesso. Nos dará um maior poder de resposta”.
Sobre o planejamento, ele acredita que “a integração dos serviços harmoniza o trabalho, tornando assim os serviços
unificados. Criar responsabilidades é importante para o
sucesso do evento”.
Expomontes 2014
Implantação de Rede
de Autoproteção
Uma Revolução Silenciosa!
Texto: Assessoria de Comunicação Organizacional da 11ª RPM
É cada vez mais salutar e aplicável a afirmação contida
no texto da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que define a Segurança Pública como dever do
Estado, direito e responsabilidade de todos, vez que, devido à complexidade e dinâmica das questões que a envolvem, as instituições componentes do Sistema de Defesa Social, sem a parceria com os cidadãos, não desenvolveriam e
efetivariam ações tão eficazes e contundentes no combate
à criminalidade, como tem-se observado. Porém, longo e
perene é o caminho para a construção de uma sociedade de
paz, bem como, grande é a exigência da criação de novos
mecanismos para o alcance deste fim.
Inovação é a palavra de ordem na conjuntura de Segurança Pública que se apresenta, somando-se às práticas do
policiamento tradicional, adotadas pela Polícia Militar de
Minas Gerais e, inserindo nessa prática, meios modernos
e arrojados, altamente técnicos e voltados para a missão
precípua da instituição, qual seja tornar Minas o melhor
Estado para se viver.
Nesse contexto, assume relevância o papel da comunicação, com ênfase na comunicação visual, que se apresenta
como uma importante ferramenta de promoção institucional e, principalmente, de criação, para o público alvo, de
“sensação de ambiente seguro”.
A exposição e saturação da marca da Polícia Militar, em
vários locais, confere visibilidade à instituição, com a clara
propagação de seus valores, filosofia e postura institucional, bem como a transmissão de certeza ao cidadão de ter
a quem recorrer em momentos de crise, haja vista a comunidade perceber a presença identificada e tangível de quem
zela por sua segurança e pela ordem pública.
A Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 11 assevera que:
Outro importante mecanismo de combate à criminalidade é o desenvolvimento da consciência de que, através de
medidas simples e práticas, é possível a quebra de um dos
lados do triângulo da teoria das oportunidades do cometimento de crimes, qual seja, vítima potencial, uma vez que
essa vítima não mais terá potencializada sua vulnerabilidade, pois ela própria se resguardará de tal situação.
Especialmente, neste ano de 2014, a parceria com a 40ª
EXPOMONTES será de extrema importância para o aumento da “sensação de ambiente seguro” pela população
ordeira que se destinará ao Parque de Exposições João
Alencar Athayde com a finalidade de prestigiar tão conceituado evento e se divertir, é claro, com a segurança oferecida pela Polícia Militar, orientando os visitantes com
medidas de auto-proteção específicas para o evento.
“Para proporcionar “sensação de ambiente seguro”, todos os elementos que compõem a identidade visual devem
estar em perfeita sinergia e coerentemente relacionados.
Isso, certamente, resultará numa identidade e comunicação institucional unificada, possibilitando o atendimento
das necessidades de identificação geral, a melhoria das relações com os públicos e a projeção positiva da Instituição.”
(DSSP Nr 11, p. 42-43)
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Expomontes 2014
Espaço de todos
Sociedade Rural promove feira de
agricultura familiar e sela união dos
produtores na Expomontes
H
á quatro anos, o sentimento de união levou a
Sociedade Rural a procurar a Emater-MG para
inovar na Expomontes. O órgão foi convidado
pela entidade para realizar a Feira da Agricultura Familiar. Desde 2011, os resultados só crescem e os
pequenos produtores comemoram a inclusão na festa.
"Eu não acredito nessa divisão entre o pequeno, médio
e grande produtor rural. Cada um tem particularidades
que precisam ser respeitadas, mas enfrentamos os mesmos problemas e precisamos mesmo é nos unir. Trazer a
Feira da Agricultura Familiar para a Exposição é fomentar a agricultura e a Sociedade Rural tem este papel agregador. Bons frutos são colhidos", sentencia Osmani.
O extensionista da Emater, Robson Danilo Ferreira,
aponta que a Feira da Agricultura Familiar tem colhido mais frutos a cada ano. "Foi muito importante criar
esse espaço para o agricultor familiar, que tem muito a
mostrar e mais: tem qualidade nos produtos que cultiva e
produz. O público acaba por conhecer o que essas pessoas
têm a ofertar e o agricultor consegue ampliar os negócios
e as vendas por consequência", aponta.
Em 2013, foram 40 pequenos produtores, de 12 Municípios, participando da Feira, todos com bons resultados.
Segundo Robson, há casos em que a produção trazida para ser vendida durante os dias de Exposição se esgotaram
em dois ou três dias.
"Ficamos muito surpresos e felizes com o movimento.
Tanto os produtores quanto o público aprovaram a iniciativa", afirma Robson.
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Demonstrativos alguns produtos
explorados pela agricultura familiar
Produto
Área Plantada (ha)
Arroz
Banana Nanica
Banana Prata
Cana de Açúcar
Café
Coco
Feijão
Goiaba
Laranja
Limão
Mamão
Maracujá
Mandioca
Manga
Milho
Tangerina
Urucum
Eucalipto
TOTAL
15,00
15,00
140,00
480,00
35,00
5,00
800,00
8,00
50,00
55,00
4,00
8,00
330,00
80,00
2.500,00
18,00
25,00
150
4.718,00
Em 2014 serão 80 participantes. Segundo a extensionista Maria do Rosário Pena, da Emater-MG, quem participa
da Feira na Expomontes são os pequenos agricultores de
Montes Claros e de Municípios vizinhos atendidos pelos
escritórios locais da Emater-MG.. Eles comercializam beiju,
doces diversos, bolos, biscoitos, licores, produtos derivados
do milho, derivados da cana de açúcar, arroz com pequi,
feijão tropeiro, frango caipira, carne de bode, artesanatos
diversos, plantas ornamentais, entre outros.
Presente nas últimas edições, Maria Idalina Souza fez
sucesso vendendo produtos à base da carne de bode e car-
Distribuição Fundiária
do Município
Área (ha)
Nº de
propriedades
2.070
Até 50
51 a 100
507
101 a 200
347
201 a 500
290
Acima de 500
120
Total: 3.334
neiro. O quibe de carne de bode foi um verdadeiro sucesso no ano passado e ela pretende repetir o êxito esse ano.
"Aproveito a Feira da Agricultura Familiar para andar,
conversar com os pequenos produtores e com o público
sobre os benefícios da carne de ovinos e caprinos. Para
os consumidores, a vantagem é que é uma carne muito
saborosa e saudável. Para quem é criador, há grande vantagem, pois no espaço em que se cria uma vaca, criam-se
dez cordeiros. É uma opção viável e rentável para pequenos produtores", esclarece Idalina.
Quem também tem aproveitado a participação na Expomontes é Luiz Carlos Oliveira. Ele e a esposa começaram uma pequena fábrica de doces cristalizados há 14
anos com o auxílio da Emater-MG. Hoje, Luiz trabalha
junto com cinco familiares produzindo doces cristalizados, com venda de cerca de 350 quilos por mês, renda que
permite que a família possa viver bem. No entanto, o pequeno produtor sentia falta de poder ter maior espaço na
própria região.
"Vou a diversas feiras em Belo Horizonte, também já
fui a Uberaba e lamentava que aqui não tivesse abertura
para o pequeno produtor. Antes dessa Feira da Agricultura Familiar, eu vendia meus doces no estande da Emater
durante a Expomontes, mas agora é muito melhor. Não só
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
em termos da venda durante o evento, mas a gente conversa com muita gente, dá o nosso cartão. Então mesmo
quem não comprou na nossa mão durante a Feira, pode
entrar em contato depois, vira freguês. É muito bom. Estamos animados com mais esta edição", comemora.
Agricultura Familiar
Dados da Emater_MG apontam que há, no Município,
5.685 agricultores familiares. A pecuária bovina é o destaque no setor agropecuário, principalmente, na produção de carne e leite. O rebanho, segundo o ultimo censo, é
de 167.000 cabeças para uma produção de carne estimada
em 10.900 toneladas de carne/ano, enquanto a produção
de leite é de 20,5 milhões de litros/ano, e a agricultura
familiar responde por 50%.
Quanto à produção de alimentos básicos, os agricultores familiares respondem por uma área plantada de 4.488
hectares com os produtos arroz, feijão, milho, mandioca,
sorgo, frutas em geral, cana de açúcar para uma produção
estimada em 49.851 toneladas/ano com destaque para as
culturas do milho, com 2.500 hectares plantados e feijão,
com 800 hectares.
A produção de hortaliça é bastante explorada pela
agricultura familiar, e é a atividade que mais emprega
mão de obra e proporciona renda para os produtores. A
área plantada está em torno de 259 hectares para uma
produção estimada de 4500 toneladas/ano.
Expomontes 2014
Defendendo
direitos
Texto: Henrique Correa
D
efender os interesses do homem do campo
e mostrar que existem formas de superar os
desafios! Antônio Soares Dias, ou Antônio
Dias como é conhecido, atua hoje como o
segundo vice-presidente da Sociedade Rural. Natural
de Montes Claros ele se orgulha de ter acompanhado
grandes líderes montesclarenses.
“Eu, como estudante, cresci acompanhado as lutas de
Antônio Augusto, João Athayde, Osmani Barbosa, entre
outros. Eles defendiam o homem do campo. Um momento importante que participei foi a exigência de uma documentação mais segura para o produtor, que vendia o gado
para os frigoríficos”, conta Antônio
Na defesa do homem do campo, ele participou da política nacional por três mandatos. O primeiro foi como deputado estadual. Na época, ele chegou a presidir a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Um dos momentos
de maior importância foi ter, no meu mandato, o início
das obras de ligação de Montes Claros até a rodovia Rio
-Bahia. Foi uma grande conquista para todos”, pondera.
Depois, Antônio Dias ainda representou o Norte de
Triama Norte
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Minas ainda na Câmara de Deputados Federais em Brasília por dois mandatos. “Participei da comissão de agricultura. Foi uma grande luta em defesa do produtor rural.
E o homem do campo precisa de mais apoio”.
Na década de 1990, ele assumiu a presidência do Sindicato Rural de Montes Claros e liderou uma luta que contou com a participação de produtores de diversos municípios do Norte de Minas. “Fizemos uma caravana contra
a correção monetária nos contratos agrícolas. A inflação
assustava todos os brasileiros. O homem do campo, que
ajuda na manutenção dos alimentos para quem mora na
cidade, sofria com prejuízos”, relembra.
Hoje, ele continua a defender o campo como membro
da presidência da Sociedade Rural e destaca que ainda há
muitas conquistas pela frente: “O homem do campo tem
que ser teimoso e não deixar-se abater. Nós ainda precisamos de muito apoio e queremos lutar e unir forças para
vencer. Nossa região tem vivido um período difícil por
causa da seca prolongada, mas a Expomontes é reflexo
que não estamos nos abatendo por isso”.
Expomontes 2014
Emater-MG e Sociedade Rural,
uma parceria de sucesso
H
Foto: Divulgação
á 65 anos, a Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Emater-MG), está presente no
meio rural e na vida dos mineiros, prestando
serviços de assistência técnica e extensão rural aos agricultores, com ações voltadas para a produção
e oferta de alimentos, para a geração de renda e para a
melhoria da qualidade de vida das famílias rurais, contribuindo, efetivamente, para o desenvolvimento sustentável do Estado de Minas Gerais.
A trajetória da instituição é marcada pelo pioneirismo e
pela vanguarda da extensão rural no Brasil e, ao longo dos
anos, vem se consolidando como referência no fortalecimento
do setor agropecuário mineiro, com inclusão social e produtiva de agricultores familiares, mulheres e jovens rurais.
Minas Gerais se destaca, dentre outros Estados, pelo grande número de Municípios e pela sua diversidade regional.
Considerando essa realidade, a Emater-MG prioriza o planejamento e a implementação de programas e projetos regionais
que valorizam a identidade cultural, social e as características
e vocações produtivas dos Municípios e regiões.
A Emater-MG atende 400 mil agricultores e, para a prestação dos serviços de assistência técnica e extensão rural, conta, hoje, com 2.700 profissionais atuando em 779 municípios,
mais de 93% das cidades mineiras, tendo em sua estrutura
operacional 32 Unidades Regionais, 05 Unidades VerdeMinas – com prioridade em educação ambiental – e 01 Unidade
Central, em Belo Horizonte.
Emater-MG em Montes Claros
A Unidade Regional da empresa em Montes Claros
abrange 22 Municípios do Norte de Minas Gerais e possui mais de 100 profissionais capacitados para atender às
demandas dos agricultores da região. Há 50 anos, o escritório local da empresa atende cerca de 2.600 agricultores, que recebem assistência técnica dos profissionais da
área de extensão rural.
A parceria com a Sociedade Rural começou assim que
o escritório foi criado, no ano de 1964. A equipe trabalha,
juntamente com os profissionais da Rural, na realização
de feiras e leilões, cursos e capacitações para agricultores
e técnicos, palestras, introdução de novas tecnologias,
promoção de eventos voltados para o homem do campo,
além da contribuição com o maior evento do agronegócio da região, a Expomontes, principalmente com a Feira
da Agricultura Familiar, que este ano está na 4ª edição.
Para o gerente regional, Ricardo Peres Demicheli,
“nestes 50 anos compartilhamos tudo o que diz respeito ao setor agropecuário, colaborando para a evolução e as conquistas, para os avanços tecnológicos
e a construção de políticas públicas que atendem o
homem do campo. Além disso, a parceria também se
fortalece com os momentos difíceis, como as diversas
secas que assolam a nossa região, as equivocadas políticas de crédito rural com correções monetárias que
levaram ao endividamento da classe, e os impedimentos tidos como “excessivos” do setor ambiental”, diz.
Para Demicheli, o que fica é a certeza de que essa
parceria contribuiu, e muito, para que o setor chegasse onde está.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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Expomontes 2014
IMA
Instituto Mineiro de AgropEcuária
Fotos: Divulgação
O
Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA,
autarquia do Estado de Minas Gerais, criado
pelo pela Lei 10.594, de 07 de janeiro de 1992,
tem como missão “Exercer a defesa sanitária
animal e vegetal, a inspeção e fiscalização de produtos
contribuindo para a preservação da saúde e do meio
ambiente” (Minas Gerais/IMA, 2014). Cuida da Defesa
Agropecuária Estadual, com relação às doenças que podem acometer espécies animais e vegetais, de cunho econômico, importantes para o Estado e para o País, e que,
por vezes, podem acometer o ser humano.
O IMA conta com o serviço de Inspeção de Produtos de
Origem Animal em indústrias que abatam e/ou manipulem
produtos de carne, leite, ovos, mel e pescado, e tem o objetivo de proporcionar à mesa do consumidor a segurança
alimentar, coibindo produtos inadequados ao consumo.
Realizamos – em parceria com associações, sindicatos
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
e escolas – palestras educativas e de sensibilização, envolvendo alunos da zona rural (Projeto Sanitarista Mirim) e
produtores (Educação Sanitária e PASA).
O IMA possui uma Sede Administrativa, situada na
Cidade Administrativa do Governo de Minas, em Belo
Horizonte, e vinte Coordenadorias Regionais distribuídas pelo Estado de Minas Gerais. A Coordenadoria Regional de Montes Claros, tem jurisdição de 14 Escritórios
Seccionais, distribuídos por parte do Norte de Minas Gerais. A Coordenadoria Regional de Montes Claros controla um total de cinquenta e nove municípios no Estado.
Sessenta e nove servidores estaduais apoiam os serviços na região da coordenadoria de Montes Claros,
além de servidores municipais, espalhados em Postos
de atendimento locados em municípios conveniados e
estratégicos para melhorar o atendimento ao criador e
encurtar as distâncias.
Expomontes 2014
O campo e a água
Texto: Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG.
A
seca deste ano, uma das piores desde 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), jogou por terra a crença brasileira de
que a água doce é um bem infindável. Não é.
Água acaba. Rios e córregos secam. Barragens viram lama. Assim, como bem finito, a água deve ser gerenciada
como um tesouro cada vez mais escasso, do qual depende
a sobrevivência humana e importantes atividades produtivas. Com a seca, a produção de grãos no estado teve
queda média de 6,33% de janeiro a março, segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso do café, a perda pode chegar, em algumas regiões, a até18%, segundo a Fundação Procafé.
Minas, até então considerada a caixa d’água do país,
vive hoje um cenário de conflitos por água em várias bacias hidrográficas, como as do Alto Paranaíba, Araguari
e Paracatu. Nessas bacias, a demanda (outorgas pelo uso
da água), gerenciada pelo Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (Igam), já é maior do que a disponibilidade hídrica. Há locais com empreendimentos que exigem o rebaixamento do nível do lençol freático, podendo comprometer as nascentes, e a devolução dessa água, que ocorre,
muitas vezes, em qualidade imprópria.
Em várias regiões do estado, a disputa pela água coloca
o consumo humano em conflito com os demais usos múltiplos, como geração energética, mineração, indústrias e
irrigação. Tudo isso mostra que, a partir de agora – e mais
do que nunca – sociedade, governos, instituições públicas e setores produtivos precisam intensificar a prática de
uma gestão eficiente e constante da água, antes que seja
tarde demais.
Os produtores rurais conhecem sua responsabilidade.
Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) mostram que as regiões da América Latina e do
Caribe poderão ter papel decisivo na alimentação da população mundial, estimada em 9 bilhões de pessoas em
2050, desde que as políticas de produtividade, no setor,
sejam reforçadas. Entre essas políticas, o BID ressalta a
política da irrigação, da gestão da água e da tecnologia de
mecanização. O campo mineiro, que carrega nas mãos a
bandeira da sustentabilidade, vem implantando gradativamente todos esses quesitos.
Na área de irrigação, já utilizamos tecnologia de qualidade produzida tanto no Brasil quanto em países como
Estados Unidos e Israel. Hoje, o nível de automação para economizar água e energia é enorme. Técnicas como
microaspersão, gotejamento e irrigação localizada estão
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
disseminadas no estado. A irrigação por gotejamento
consegue reduzir em 30% o uso da água nas plantações,
podendo chegar, em alguns casos, a 70%.
Sistemas de pivô central estão recebendo mangueiras
para que a água chegue apenas onde precisa chegar – ao
solo. E, nas regiões do estado onde a questão ainda não é
preocupante, produtores rurais têm adotado técnicas para preservar a água pluvial no solo e realimentar lençóis
freáticos, como as bacias de contenção de enxurradas, as
“barraginhas”. O plantio direto (aquele no qual o produtor deixa a palha no solo, como forma de proteção da terra e da umidade) já é uma realidade, assim como o café
plantado com capim braquiária. Na pecuária, produtores
estão aprendendo a importância de planejar a alimentação do gado para o ano seguinte como forma de reduzir a
dependência da água.
O campo está fazendo sua parte. Esperamos que os
governos, em todos os níveis, façam a sua. Programas como o Produtor de Água (cujo maior exemplo de sucesso
vem de Extrema, no Sul de Minas) e o Bolsa Verde, que
incentivam e remuneram quem preserva a água, sejam
ampliados e fortalecidos. Estratégias como acumulação e
reserva de água devem ser objeto de planejamento à longo
prazo, para reduzir os efeitos de secas. Sem uma gestão
eficiente por parte da sociedade, os conflitos por água
tenderão a aumentar, elevando também a insegurança
hídrica. E o preço pode ser alto demais.
Expomontes 2014
Surpresas e
vantagens dos
ovinos e caprinos
A ovinocaprinocultura é uma das principais atividades na economia do
Nordeste Semiárido do Brasil
Tanto as ovelhas quanto as cabras andam em rebanhos
para se fortalecer. Sendo presa fácil para grandes predadores,
a união do grupo é um meio de garantir a sobrevivência e a
força de todos. Seguindo o ensinamento desses animais, os
criadores de ovinos e caprinos do Norte de Minas têm se unido para fortalecer e levar o nome dessa cultura para a região.
Membro da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Norte de Minas, Maria Idalina Souza juntou a paixão
pelo campo com a vontade de empreender, após se aposentar.
Ela viu na ovinocaprinocultura um bom negócio, e há anos
viaja bastante para se inteirar sobre o assunto e incentivar a criação e consumo da carne
desses animais.
“Eu sou sergipana, e o povo do Nordeste
ama a carne de ovelha e bode, é muito consumida por lá. Aqui, porém, há ainda muito
preconceito, achando que a carne é doce ou é
rançosa. Não tem nada disso. São carnes saborosas e muito saudáveis. Já ministrei muitas palestras em prefeituras aqui no Norte de
Minas, incentivando as escolas a incluírem a
carne de ovinos e caprinos na merenda escolar”, revela Idalina.
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Há seis anos, João Carlos Albuquerque adquiriu seis carneiros e se surpreendeu com os animais. Criando tradicionalmente o gado nelore, João Carlos descobriu novas possibilidades nos carneiros, tendo hoje 70 animais na propriedade dele,
todos da raça sul africana Dorper.
“No início, um senhor em Janaúba comprava todos os machos que nasciam em minha fazenda. Tive uma boa surpresa
com esse animal, que além de tudo é muito bonito e agradável. Tenho tido bons resultados com os carneiros”, conta.
João Carlos explica ainda que possui parceria com o campus da UFMG, em Montes Claros, de modo
que professores e alunos visitam a criação
dele para dar assistência e estudar os carneiros: “É uma relação de mão dupla, boa para os
dois lados”, comemora.
A rentabilidade é o fator que Nário da
Silva Ramos destaca para o produtor norte
mineiro se interessar pela criação de ovinos e
caprinos. Ele aponta que no espaço em que se
cria uma vaca, pode-se criar cerca de dez ovinos ou caprinos, que possuem bom preço no
mercado, tendo inclusive ciclo de reprodução
de menor duração, o que adianta o retorno
Expomontes 2014
“
Hoje, a nossa luta é para
trazer um frigorífico para o Norte
de Minas.”
financeiro do produtor.
“Para o animal de corte, consegue-se cerca de R$ 300 pelo
animal, que é menos que o preço obtido com a venda de gado,
mas os ovinos e caprinos se reproduzem mais rápido do que
o tempo de gestação para um bezerro, então compensa. Eu
trabalho com animais de melhoramento genético e por um
animal reprodutor consigo cerca de R$ 1000 por um caprino e
R$ 1.500 por um ovino. É um grande negócio”, ressalta Nário.
Além de todas essas vantagens, Nário revela que esses animais são dóceis e inteligentes, sendo criados no pasto, mas
uma vez tendo aprendido, retornam para o curral sozinhos,
na hora de dormir, demandando menos esforços.
Maria Idalina acredita que a criação de ovinos e caprinos
tem crescido na região, mas que a ausência de um abatedouro
ainda é um empecilho para que a carne desses animais cheguem à mesa do norte mineiro.
“Não se pode transitar a carne sem a origem do abate, portanto o abatedouro é um fator primordial para que essa carne
saudável e saborosa chegue com facilidade à casa das pessoas. Agora que o frigorífico da região será reaberto pelo grupo
Minerva, vamos entrar em contato e ver se será bom para os
criadores de ovinos e caprinos também. Enquanto isso, temos
vendido muitos animais para fora”, conclui.
Hotorgantino Lopes é criador de caprinos e presidente da
Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos de Montes
Claros (Accomontes). A sua criação já tem 32 anos e, de
acordo com ele, desafios foram superados ao longo dessas
três décadas. "Quando eu comecei a maior dificuldade era
a falta de um ponto de apoio para a venda da produção.
Depois que a associação se desenvolveu tivemos essa ajuda.
A valorização do animal nesse tempo foi grande. O esforço
compensou", conta.
A Associação já funciona há 12 anos focada no pequeno e médio produtor e busca formar uma parceria entre os
criadores de ovinos e caprinos na região.
"Hoje, a nossa luta é para trazer um frigorífico para o
Norte de Minas. Isso contribuiria para aumentar o consumo aqui. Agora, a maior parte da nossa produção vai para
o Rio de Janeiro e São Paulo".
Você sabia?
� Depois de ter diminuído de forma constante de 1990
a 2000, o rebanho ovino mundial voltou a crescer. A
criação de ovelhas e cabras, ovinocaprinocultura, é
uma das principais atividades na economia do Nordeste
Semiárido do Brasil. Isso porque o Nordeste possui as
condições ideais para a sua exploração. Hoje, podemos
afirmar que a ovinocaprinocultura tem uma enorme
diversidade de produtos que podem ser explorados
comercialmente como: carnes, peles, leite e derivados.
� A China vem apresentando um crescimento
significativo em seu rebanho em termos de quantidade
de animais e de participação percentual, graças a um
conjunto de incentivos oficiais implementados durante
a década de 1990. Junto com Sudão, Irã e Índia, a China
é dos raros países detentores de grandes rebanhos que
está aumentando sua população ovina.
Expomontes 2014
A voz do
agronegócio
Cabine Elias Tavares voltou a funcionar em 1994
H
á mais de 40 anos a Sociedade Rural presta
serviços de sonorização por meio da Rádio
Expomontes. O ofício de anunciar tudo o que
acontece dentro do Parque de Exposições João
Alencar Athayde sobre a Feira, era de responsabilidade
de Elias Tavares.
Hoje, mais moderna e com estúdio e cabine próprios, dois locutores, todo o trabalho é coordenado por
Célia Caldeira. Há 12 anos ela capta clientes, contrata
os profissionais que dão a voz do agronegócio nos dias
de evento. O espaço presta uma homenagem ao precursor Elias Tavares.
Segundo Célia, o som de linha é ouvido dentro do
Parque com transmissão em formato de rádio com informações sobre a Expomontes.
“Fazemos serviços de apoio a toda a estrutura da
Mostra. Falamos sobre as palestras, seminários, notícias de agronegócios, dicas para o produtor rural,
minuto no campo- informações de agronegócios, dicas de meio ambiente , informações dos shows, leilões,
hora certa e músicas de sucesso. Anunciamos também
recados de utilidade pública, avisos, crianças perdidas
e documentos abandonados. Na verdade, prestamos
um grande serviço social”, afirma.
Osmani Barbosa Neto, Presidente da Rural, ressalta
a importância da Rádio. “O que fazemos aqui no Parque deve ser difundido e é para isso que implantamos a
Rádio. O mais forte instrumento de comunicação aqui
dentro do Parque”-, comenta.
60
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
A Rádio fica embaixo do Palco principal na Cabine
Elias Tavares, que voltou a funcionar em 1194 e leva o
nome do precursor na locução de pista dentro do Parque. Foi ele quem criou o sim interno e viabilizou o
formato da rádio, que inicialmente, era somente para
divulgar pessoas e ou objetos desaparecidos.
A Rádio funciona das 8h às 22h, possui 44 caixas de
som e 2,2 mil metros de cabos espalhados pelo maior
complexo de eventos do Norte de Minas.
Expomontes 2014
Fernando e Sorocaba estimulam jovens
a permanecer no campo
Campanha da dupla valoriza o meio rural para garantir a sucessão
familiar nas fazendas
Texto: SouAgro
Foto: Divulgação
M
esmo com toda a pujança do agronegócio
brasileiro, o campo não é atrativo para os
jovens. O Brasil conta hoje, com cerca de 6
milhões de habitantes entre 14 e 24 anos que
vivem no meio rural, segundo dados do IBGE. Porém,
anualmente 650 mil jovens abandonam a atividade rural
e vão para grandes metrópoles em busca de oportunidades de trabalho. Esse êxodo rural dos jovens gera escassez
de mão de obra e dificuldade para a continuidade dos negócios no campo.
A música sertaneja foi repaginada e passou a atrair milhões de jovens para shows de duplas famosas em todo o
País. Agora, uma das principais delas está tentando transferir esse sucesso para o trabalho no campo. Desde fevereiro, todos os shows de Fernando e Sorocaba começam
com um vídeo que estimula os jovens a trabalhar com o
agro e a permanecer no campo.
“Nossa campanha usa o bom momento da música sertaneja para atrair o jovem, dizer que ele deve ter orgulho
de trabalhar no campo”, diz Sorocaba. “As pessoas tinham vergonha de dizer que gostavam de sertanejo, mas
essa nova linguagem atrai cada vez mais gente”, completa.
Com raízes fincadas no campo, a dupla se preocupa
com o futuro do agro brasileiro. Sorocaba é formado em
Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina. Foi
na cidade paranaense que ele começou a tocar com Fer-
61
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
nando, que viveu no campo até os 15 anos. “A nova linguagem revigorou a música sertaneja, mas ela não deixa
de falar do meio rural, agora com uma pitada urbana que
cria uma relação entre o homem do campo e o da cidade”,
explica Sorocaba.
Chamada de Bravo, Bravo!, a iniciativa tem o patrocínio da Minerthal, empresa de suplementos para a alimentação animal. “A continuidade do negócio rural de
nossos clientes e a atração de mão de obra qualificada para o setor são dois problemas importantes”, diz Fernando
Schalch Júnior, responsável técnico da Minerthal.
Foram as mesmas preocupações que levaram Fernando e Sorocaba a idealizar a campanha e buscar a parceria da empresa. “Queremos atrair o jovem a botar a mão
na massa”, diz Fernando. “Com a tecnificação cada vez
maior da agropecuária, precisamos de gente que goste de
fazer as coisas de forma moderna e com consciência ecológica”, completa Sorocaba.
Se repetirem com a atração dos jovens do campo o
sucesso que tiveram renovando a música sertaneja, Fernando e Sorocaba podem colocar seus nomes também na
história do agro nacional. Depois de Victor, da dupla com
Léo, Sorocaba é o artista que mais arrecada com direitos
autorais de suas músicas no Brasil.
Expomontes 2014
Pecuária de corte está promissora
O Brasil lidera produção na América Latina
A pecuária de corte no Brasil apresentou uma crescente
modernização nos últimos dez anos. O setor usa tecnologias que vêm impactando no aumento da produtividade. A
produção do País ocupa destaque no mundo. Atualmente,
possui o maior rebanho comercial bovino, com 185,3 milhões de cabeças, aproximadamente 50% do total de bovinos na América Latina e segundo maior do mundo. Entre
as atividades do agronegócio, a pecuária é a que abrange a
maior área, representando 73% da área ocupada por atividades agropecuárias.
A pecuária de corte brasileira apresenta uma ampla gama de sistemas de produção é desenvolvida em todos os
Estados e ecossistemas do País. São várias as atividades,
como pecuária extensiva com pastagens nativas e cultivadas de baixa produtividade e pouco uso de insumos e
a pecuária intensiva com pastagens de alta produtividade,
suplementação alimentar em pasto e confinamento. Porém, qualquer que seja o sistema de produção, a atividade
caracteriza-se pela predominância de uso de pastagens.
Os rebanhos apresentam uma predominância dos genótipos zebuínos, em especial da raça Nelore, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e os taurinos predominam na região Sul, destacando-se as raças Hereford,
Aberdeen Angus, Simental e Charolês. A bovinocultura de
corte e leite engloba cerca de 225 milhões de hectares e um
rebanho da ordem de 195,5 milhões de cabeças, distribuído em 2,7 milhões de propriedades.
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Norte de Minas
Segundo Wallisson Lara Fonseca, Analista de agronegócios do SISTEMA FAEMG, as perspectivas para a pecuária de corte são promissoras este ano. O bom momento é
uma consequência da correlação entre oferta e demanda.
De um lado, o apetite dos frigoríficos pela carne bovina está maior devido ao aumento das exportações e do consumo
interno. Do outro, a oferta de animais para comercialização permanece estável.
A escassez do boi gordo é reflexo do aumento no abate
de fêmeas nos últimos três anos. Os pecuaristas diminuíram seus rebanhos, vendendo matrizes, para honrar compromissos, uma vez que as cotações da arroba não eram
suficientes para custear a produção.
Outro fator que tem influenciado o preço atual da arroba é a estiagem em Minas Gerais e nos principais estados produtores de carne bovina no primeiro bimestre. A
consequência da seca é um volume restrito de animais no
mercado doméstico para o abate.
A diminuição da oferta instigou a competição entre os
frigoríficos na busca pelo boi gordo, gerando consecutivas
altas de preço. A situação surpreendeu os agentes, que esperavam justamente o oposto nesse período considerado
de “entrada de safra”.
A competição entre os frigoríficos está tão acirrada que
desencadeou uma série de campanhas publicitárias com o
Expomontes 2014
objetivo de conquistar consumidores tanto internos quanto externos. Quem ganha com isso é o produtor rural, que
tem o seu produto em evidência e valorizado. Entretanto, é
de suma importância que o pecuarista seja um bom gestor
neste momento de bonança e saiba investir seus ganhos e
vislumbrar a sustentabilidade da pecuária de corte.
Para o Engenheiro Agrícola, pecuarista e diretor de
pecuária da Rural, Sergio Athayde, o cenário desenhado
é promissor até porque a região agora conta com um frigorífico, em Janaúba.
“O que é necessário é dar incentivo, informar como os
produtores podem participar de programas, buscar mercado e investir em genética. Isso inclui novas tecnologias de
inseminação artificial, agregação de técnicas de IATF (IATF - Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o que trará
ganhos em produtividade dos animais com a comercializados de bovinos com mais precocidade e melhor rendimento da carcaça”, afirma.
A qualidade do rebanho norte mineiro é indiscutível,
descreve Sérgio. Além disso, as características raciais são
bastante satisfatórias. A predominância é de nelore. 80%
são para pecuária de corte. Animais próprios para a atividade com rusticidade e adaptáveis. O clima quente com
excelentes forrageiras contribui para uma carne de melhor
qualidade, que é reconhecida nacionalmente. Porém, por
causa do longo período de estiagem é necessário ficar atento a algumas questões, o diretor alerta: “Especialmente por
causa do clima semiárido que exige uma suplementação e
produção de boas forrageiras. Mas é fundamental o planejamento estratégico para vencer as adversidades climáticas.
Frigorífico Minerva
Ânimo para os produtores rurais
Osmani Barbosa Neto, Presidente da Sociedade Rural,
afirma que a instalação do frigorífico serve como um alento para o pecuarista. “Grandes avanços já foram obtidos e
não irão parar por aqui. O potencial da pecuária da região
é enorme. O frigorífico vai fomentar a economia regional,
viabilizar novos postos de empregos, gerar trabalho. A empresa vai ser um instrumento catalisador de desenvolvimento. Estamos confiantes numa nova etapa para o norte
mineiro, que sofre com períodos extensos de estiagem.
Rômulo L’Abbate, diretor de assuntos creditícios da
Rural, afirma que o produtor do Norte de Minas está preparado para atender o frigorífico. Ele assegura que são 12
milhões de cabeças de gado num raio de 500 quilômetros.
Sérgio Athayde acredita que a vinda do Minerva para
a região representa um incentivo ao pecuarista. “Os produtores rurais devem investir nas suas propriedades e no
desenvolvimento dos seus rebanhos, já que o frigorífico
rompe – elimina o grande gargalo, que é a comercialização.
Por causa da distância e do frente”, termina.
História
Inaugurada na década de 1970, ainda com o nome
de Frigodias, a indústria foi adquirida pelo Kaiowa na
década de 1980. O frigorífico encerrou as atividades em
1990 quando o Kaiowa decretou falência e desativou as
unidades espalhadas pelo País. Em 2006, foi arrendada
pelo Grupo Independência e voltou a funcionar, mas fechou posteriormente.
Atualmente, a Minerva Foods opera 12 plantas de abate
e desossa e 11 centros de distribuição em dez Estados do
Brasil, Paraguai e Uruguai, com uma capacidade diária de
abate de mais de 11.500 cabeças de gado e de desossa de
2.240 toneladas de carne bovina. Além disso, possui unidades operacionais na América do Sul e escritórios próprios em países como a Rússia, Argélia, Arábia Saudita,
Itália e Estados Unidos.
“80% da produção são destinadas à exportação para Europa e Oriente Médio. Em 2013, os produtos da Holding
foram para 90 países. O restante, para o mercado interno,
principalmente pequenos varejos”, informou o Sócio-Presidente do Minerva, Ibar Vilela Queiróz.
Os frigoríficos do Brasil são os melhores do mundo
e o consumidor brasileiro também é um dos mais exigentes da atualidade. Wagner Augusto, Diretor de Originação do Minerva, garantiu que o Grupo está aberto a
todo tipo de negociação. Os preços são pagos de acordo
com a região. “Contamos com vocês. Negociamos da
forma que desejarem: à vista, 15 dias, 30 dias. Não perdemos negócio”, acrescentou.
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Expomontes 2014
Pecuária leiteira apresenta novo
formato na Exposição
Minas Gerais se destaca como a maior bacia leiteira do país
O
Brasil é o sexto maior produtor mundial de
leite, com uma produção nacional de (23,16 bilhões de quilos). Minas Gerais é o maior Estado produtor de leite no País, respondendo por
30% da produção nacional, o que representa nove bilhões
de litros.
O Norte de Minas produz 8 milhões de litros de leite
por dia, podendo ir a 500 mil litros de leite durante o período de águas. A região representa 5% da produção total
dos mineiros. “Nas “águas” produzimos 450 mil litros de
leite por dia. Na seca, são 250 mil. Temos na região, 3 mil
produtores com vacas em lactação”, afirmou Otaviano Pires, Diretor de Pecuária da Sociedade Rural e Presidente
da Associação dos Criadores de Gado de Leite (ACGL).
Para dar visibilidade à cadeia com números expressivos, as duas entidades promovem, pela terceira vez, o
Torneio Leiteiro na Expomontes.
“Dentre outros objetivos, pretendemos incentivar e
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promover a pecuária e demonstrar por meio dos animais
concorrentes o grau de desenvolvimento da pecuária leiteira da região”, destaca Osmani Barbosa Neto, Presidente Sociedade Rural.
Torneio Leiteiro
Não são aceitos para o Torneio Leiteiro animais ainda
em produção de colostro. Cada participante poderá concorrer com apenas um animal por categoria. Os bovinos
serão divididos de acordo com o grau de sangue e idade
e somente poderão participar a partir da apresentação do
Guia De Trânsito Animal (GTA), acompanhada da Nota
Fiscal de produtor rural. Também é necessário apresentar o certificado de vacinação contra febre aftosa, atestado
de exame negativo para brucelose e tuberculose e outras
documentações. O leite ordenhado será depositado em
tanque resfriador e posteriormente será comercializado.
Expomontes 2014
Em 2013, O produtor
rural, Joseph Ernest Thiemann, foi o dono da grande campeã – Janaúba de 84
meses, que tem gasto com a
alimentação R$ 300,00 por
mês - disse que em 2014 ele
pretende ganhar com ordenha de 65kg litros/dia. Na
primeira edição, em 2012, o
grande campeão foi o produtor Fábio Lafetá Rebello Filho, que concorreu com uma vaca girolânda. O animal
produziu 41 kg de leite/dia.
“O Torneio Leiteiro é um importante meio de mostrar
a qualidade genética da nossa produção. Eu ganhei na primeira edição e espero trazer para o ano que vem as crias do
animal vencedor em 2012”, conta. Fábio trabalha com a produção de leite há 25 anos, ele segue os passos de seu pai.
De acordo com ele, as pesquisas e as constantes avaliações
técnicas tem demonstrado que o Norte de Minas está no caminho certo no que diz respeito à produção leiteira. “Todo
o pessimismo que vem com a seca está sendo superado anualmente. Esse tem sido um problema que impede resultados
melhores, mas ele não tem vencido”. Ele afirma ainda que os
bons resultados valorizam o rebanho e o criador.
Para Otaviano Pires, diretor de Pecuária leiteira da Rural,
o setor é um mercado que vale a pena, e dá sustentabilidade
porque há possibilidade de sequência.
Nova visão
Hoje, o produtor rural, além de manter a paixão pelo
campo, tem visão empresarial. E assim como os tradicionais
empresários do universo urbano, eles buscam, na pesquisa,
compreender a melhor forma de investir no rebanho.
“Existem diferentes formas de avaliar o que pode ser mais
rentável. Uma delas é avaliar
o aproveitamento, em condições semelhantes, de engorda”, explica Otaviano Pires.
De acordo com ele, mesmo já existindo uma ideia
de que tipo de raça é melhor
para cada objetivo, os testes
não param para o aperfeiçoamento desse tipo de trabalho. "A raça holandesa é
uma opção para quem quer
produzir leite, mas isso não
impede que o trabalho genético continue para identificar o que é possível ampliar".
Ele explica que somente
em condições idênticas de
alimentação e ambiente é
possível analisar o desempenho do rebanho e a sua
qualidade genética. "Avaliando a genética, podemos ver qual o
melhor investimento na hora da compra de animais", afirma.
A seca dos últimos três anos tem sido a pior em 40 anos
no Norte de Minas. De acordo com Otaviano, a preocupação com a qualidade do leite e do rebanho tem se intensificado para superar a estiagem. "Os transtornos com a falta de
chuva foram grandes e, por isso, não temos pastagem suficiente para o gado. A solução tem sido procurar alternativas
para alimentar os animais".
Durante a 40ª Expomontes, produtores rurais acompanham seus animais no Torneio Leiteiro.
"Esse é um momento importante de avaliação. Não só para o concurso, mas para avaliar a produção que virá ao longo
de todo o ano. A premiação é um momento de incentivar o
produtor rural em seu trabalho", explica.
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Expomontes 2014
Fruticultura: vida que nasce no sertão
Clima, terra e menos defensivos são ingredientes de sucesso
para o cultivo da região
U
m mundo verde e amarelo. Não, não estamos falando da torcida do Brasil
na Copa. Para quem não
sabe, parte do Norte de Minas fica
verde por conta do cultivo do limão
e amarelo pelas plantações de banana
e manga. Junto a outras frutas cultivadas em menor proporção, a nossa
região vem fortalecendo o nome da
fruticultura, levando a credibilidade
dos produtos belos, saudáveis e saborosos que têm sido colhidos por aqui.
Rodolpho Velloso é diretor de fruticultura da Rural e explica que os
produtores norte mineiros tiveram,
por um tempo, vantagem em relação
a outros Estados do Sul e Sudeste do
Brasil, por conta de incentivos em
crédito diferenciado por conta da localização dentro da área da Sudene.
"Hoje o crédito já não é o fator que
dê tanta vantagem, porque outras regiões também estão recebendo esse
benefício. Mas temos um clima muito favorável, que é quente e seco, que
favorece bons frutos e diminui a incidência de pestes, motivo pelo qual
podemos usar menos defensivos agrícolas que outros locais. Isso, somado
à irrigação, nos dá frutos de destaque,
que elevam o nome do Norte de Minas e tem feito com que cresçamos a
cada ano", aponta o diretor.
Geraldo Bernardino trabalha com
o cultivo de banana prata e manga
palmer e decreta: "Para quem tem
água, não há nada mais lucrativo. Eu
trabalho também com a pecuária e
digo que não tem como comparar".
Ele se considera pioneiro na região,
tendo começado na área desde 1993,
enfrentando problemas iniciais por
conta de investimentos em tecnologia e
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irrigação para fazer o negócio prosperar.
Geraldo enumera vantagens da
produção. A banana tem o benefício
de se colher três vezes num período
de um ano e meio, sendo as duas safras posteriores chamadas de "filhas"
e "netas". Já na manga, da qual cultiva
a qualidade Palmer, ele explica que
este tipo dá frutos em todo ano, por
isso. é possível colher a fruta quando
os pés nos quintais das pessoas não
estão produzindo. "É um mercado
muito lucrativo, mas o pecuarista que
resolve se aventurar sem conhecimento vai fracassar. Existe toda uma
técnica para se produzir frutas irrigadas, é preciso entender isso", alerta.
É o que também pontua Dirceu
Colares de Araújo Moreira, para quem os custos com a irrigação,
adubação e alta tecnologia para se
produzir frutas no Norte de Minas,
faz com que seja mais rentável produzir em grande escala. Há 18 anos
no mercado e atuando também como
presidente da Confederação Nacional
dos Produtores de Banana, ele planta
banana prata e aponta que este produto tem forte apelo no mercado nacional, mas ainda encontra barreiras
para a exportação. "O mercado externo não conhece a banana prata, mas
sim a nanica, daí a dificuldade. É um
mercado onde primeiro tem que se
investir em marketing", pontua.
Tanto para Dirceu quanto para
Rodopho Rabello, a Expomontes é o
momento de vitrine, para mostrar os
bons produtos da região. Rodolpho
lembra também que a Feira traz a
possibilidade de reivindicações perante os governos e a classe política.
"Nossa região tem boas terras, solo fértil e clima favorável, mas a seca
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é um problema histórico. Mesmo os
projetos irrigados estão enfrentando
dificuldades com esta grande estiagem ano após ano, pois o nível dos
rios está abaixando. Corre-se o risco
de ver prejudicado o maior projeto
de irrigação da América Latina, em
Jaíba. Precisamos que as autoridades
olhem mais para esses problemas e
também deem boas condições de crédito para que o produtor tenha condições de continuar levando produto
de boa qualidade para a mesa dos
brasileiros", enfatiza o diretor.
Foto: Brasnica
Norte de Minas
é referência
A região do Jaíba, no Norte de Minas, é a
maior produtora e a principal exportadora
de frutas do Estado. Produzidos na região,
o limão thaiti e a manga palmer são
vendidos para vários países e, em breve, a
banana prata também será exportada.
O polo de fruticultura do Jaíba é
um arranjo produtivo local (APL), que
está localizado no Norte de Minas, e
inclui, dentre outros municípios, os de
Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso e Nova
Porteirinha. O destaque do APL são as
culturas de limão, banana e manga, que
atualmente representam cerca de 44% da
área irrigada da região.
Entre pequenas, médias e grandes
empresas, o número total de produtores
passa de 900, com um área cultivada
de cerca de 10 mil hectares. O valor da
produção em 2011 atingiu a marca de R$
194 milhões com o potencial de chegar, até
2025ao o valor de R$ 350 milhões.
O município de Jaíba ocupou a
liderança nas exportações de frutas de
Minas em 2012 e representou 100% das
exportações do Norte de Minas. De janeiro
a dezembro de 2012, as exportações de
frutas e derivados do Jaíba totalizaram
US$ 997,62 mil. O município exportou 1,3
mil toneladas de frutas.
O projeto, que já recebeu cerca de US$
500 milhões em investimentos, tem espaço
e capacidade para crescer ainda mais.
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Expomontes 2014
Banco do Nordeste prevê grande
movimentação na Expomontes
O Banco do Nordeste está presente, das 18h às 22h, na 40ª Exposição
Agropecuária de Montes Claros, a Expomontes. A expectativa dos gestores
da instituição é de grande movimentação no estande montado no Parque
de Exposições João Alencar Athayde.
As equipes das duas agências do
Banco do Nordeste em Montes Claros estão a postos para atender os
participantes da maior exposição
agropecuária do Norte de Minas Gerais. Funcionários dos programas de microcrédito urbano
(Crediamigo) e rural (Agroamigo) também estarão à disposição do público.
O superintendente do BNB para os estados de Minas
Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, ressalta que historicamente a instituição disponibiliza o que há de melhor
em taxas e prazos para os financiamentos ao público rural.
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“O Banco do Nordeste tem uma preocupação genuína em apoiar os produtores de forma sustentável”, completa
Wesley.
Wesley crê em um grande volume
de contratações durante a exposição.
“Nossa superintendência possui dotação de R$ 1 bilhão e R$ 20 milhões
para aplicações no ano de 2014. Desse
valor, R$ 100 milhões são para as duas
agências de Montes Claros. Estimamos
que grande parte dos negócios deve ser
efetivada durante a Expomontes”, acredita o executivo.
“Os funcionários estarão de plantão no estande para
prestar informações sobre os produtos e serviços do Banco
do Nordeste destinados não apenas aos produtores rurais,
mas também aos micro e pequenos empresários, além dos
empreendedores individuais”, afirma o gerente geral da
agência Montes Claros, Josafá Araújo.
Expomontes 2014
Conhecimento para avançar!
Para acompanhar a velocidade das mudanças, os avanços
tecnológicos e, principalmente, para termos diferencial
competitivo no mercado é necessário se capacitar.
A
Expomontes é um dos períodos do ano mais importantes para quem trabalha na área de ciências
agrárias. É o momento em que o produtor rural
renova conhecimentos, conhece inovações tecnológicas e planta sementes para o futuro.
Com 24 edições da Expomontes no currículo, a médica
veterinária Silene Prates Barreto se orgulha de ter uma história com a Sociedade Rural desde a infância. “Meu pai era
produtor e eu o acompanhava sempre. A escolha da minha
profissão veio da minha vivência aqui”, revela.
Hoje Silene é a responsável pela seleção e coordenação
dos estagiários que auxiliam durante a Expomontes. Neste
ano, foram 19 estudantes selecionados, e ela lamenta que não
haja oportunidade ainda para todos que se inscrevem. “Para
a Sociedade Rural é muito bom, pois eles nos auxiliam na
chegada dos animais, no julgamento, na interlocução com
os expositores. E para eles é uma grande oportunidade de
conhecimento. É uma parceria boa para todos os lados”.
Delegada no Norte de Minas do Conselho Regional de
Medicina Veterinária de Minas Gerais, a presença dela na
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Sociedade Rural fortalece parceria entre as duas instituições, sendo oferecido um estande para o Conselho onde
pode apresentar ao público a atuação do órgão.
“Neste ano, vamos abordar as doenças relacionadas a
animais; a importância do veterinário na produção de alimentos de origem animal, como a carne e o leite; os problemas relacionados ao tráfico de animais; mas nosso orgulho é poder discutir o animal na inclusão social, como
na equoterapia e o cão-guia”, destaca.
Os produtores rurais que participarem do Dia de Campo terão a chance de conferir o trabalho de Silene de perto,
pois ela é parte da comissão que percebe as demandas da
região, elabora as estações de trabalho e convida pesquisadores para vir repassar conhecimento aos fazendeiros.
“É uma alegria ainda maior fazer isso durante a
40ª Expomontes, pois, além disso, temos também os
70 anos da Sociedade Rural, sendo duas grandes datas
juntas. Fico muito feliz de poder ser uma parte dessa
história e estar aqui, colaborando numa edição tão importante”, comemora.
Bem-vinda à Expomontes!
Com entrada no crédito rural, Caixa participa pela primeira
vez da maior feira do agronegócio no Estado
A
40ª Expomontes vem fazendo história. Além dade na negociação. Na essência, os serviços contemplam
de ser também parte das comemorações dos 70 produtores rurais que pretendem investir, e, portanto
anos da Sociedade Rural, esta edição traz novi- necessitam de maior carência e prazo para pagamento, e
dades. Pela primeira vez, a Caixa será patroci- produtores que necessitam de recursos apenas para cusnadora e expositora na festa. A estreia vem para atender a tear investimentos já em andamento e precisam de menos
um desejo antigo da instituição em fazer parte da maior tempo para quitar a dívida.
feira do agronegócio de Minas Gerais.
Para a feira, o superintendente aponta que um gran“Há tempos que temos interesse em fazer parte da de marco será a presença do Caminhão do Agronegócio,
Mostra, mas havia uma distância,
uma agência itinerante voltada para
pois a Caixa não dispunha de proo fechamento de contratos voltados
dutos e serviços especialmente volpara o crédito rural. A expectativa é
tados para o produtor rural. Agora,
de que durante a Expomontes sejam
com a criação do crédito rural, ficoncedidos créditos em torno de R$
nalmente podemos aproximar nossa
3 milhões, e que os atendimentos remarca desse grande evento”, comealizados ainda gerem, nos dias submora o superintendente regional da
sequentes novos contratos, atinginCaixa, Gustavo Sampaio.
do um total de R$ 15 milhões.
Com público estimado em 360
“Eu venho de outra região, do lesmil pessoas durante 12 dias de evente paulista, e ouvi dizer que o mineito, a Caixa pretende levar ao conhero é mais cauteloso. Então queremos
cimento das pessoas o ingresso da
que todos os produtores conheçam
instituição também no crédito rural.
nossos produtos durante a Expo“O nome de nossa marca está muito
montes e esperamos que aqueles que
associado à habitação, à poupança,
não fecharem contrato durante o
à política de juros mais baixos, mas
evento, possam retornar pouco temqueremos que as pessoas saibam, Gustavo Sampaio - Superintendente
po depois”, revela.
agora, que a Caixa também oferece da CAIXA no Norte de Minas
Antes mesmo da festa começar, o
possibilidades ao produtor rural. E
clima é de comemoração. “Há temnada melhor para divulgar nossa enpos que queríamos fazer parte desse
trada nesse mercado do que particigrande evento. Tenho certeza de que
par da Expomontes”, explica o superintendente.
nossa entrada na Expomontes será um marco para a CaiGustavo Sampaio explica que em termos de oferta de xa e para o crédito rural, e que nossa parceria possa se
serviços, a Caixa traz produtos semelhantes aos demais repetir pelos próximos anos”, finaliza.
disponíveis no mercado por outros bancos, mas que o
Credito/fotos: Caixa-Imprensa
cliente que procurar a Caixa deve encontrar mais agili-
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Expomontes 2014
Contribuição Sindical Rural
Texto: Renato Alencar Dias*
C
onsiderando o fundamento Constitucional de
que é livre a associação profissional ou sindical e
que ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato, há muito se questiona
sobre a obrigatoriedade da Contribuição Sindical Rural.
Hoje não restam mais dúvidas.
Instituída em 1943, a Contribuição Sindical Rural tem
caráter tributário e é devida por todos os produtores rurais,
pessoa física ou jurídica, conforme estabelece o Decreto
-Lei nº. 1.166, de 15 de Abril de 1.971, com a redação dada
pelo artigo 5º. da Lei 9.701, de 18 de Novembro de 1.998.
Os recursos arrecadados, deduzidos os custos da cobrança, são distribuídos ao Ministério do Trabalho (20%),
Sindicato Rural (60%), Federação da Agricultura do Estado
(15%) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
– CNA (5%).
É a fonte de recursos mais expressiva que conta o Sistema Sindical Rural, constituído atualmente por 1.924
Sindicatos Rurais e 27 Federações Estaduais, que têm na
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
sua representação máxima, para atuar em nome dos produtores rurais brasileiros, defendendo seus interesses e reivindicações.
Conforme estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 149, e a Consolidação das Leis do Trabalho, nos artigos
578 a 591, essa contribuição é obrigatória, independentemente, de o produtor rural ser ou não filiado a sindicato.
O não pagamento nas épocas próprias, 31/01/2014 para as
pessoas jurídicas, e 22/05/2014 para as pessoas físicas, acarretará ajuizamento de Ação de Cobrança contra os produtores inadimplentes perante a Justiça do Trabalho, com todas
suas consequências, inclusive de restrição de crédito.
*Advogado - Diretor Jurídico - Sociedade Rural de
Montes Claros
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Expomontes 2014
Parceria inédita vai viabilizar
exames de hepatite
A
parceria entre a Sociedade Rural e a Associação
Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH)
– unidade Montes Claros – e o Laboratório
Rafhá vai possibilitar a realização de 3.200 testes rápidos de Hepatite nos 12 dias de Expomontes. Será
montado um estande no Parque de Exposições João Alencar Athayde, que contará com representantes da ABPH,
psicólogo e técnico em enfermagem. Os profissionais
atenderão à população, farão os exames e encaminharão
para o Centro de Referência casos de infectados que forem identificados ao longo dos 12 dias de evento.
Segundo o diretor da Unidade Montes Claros, Luiz Carlos Alves Amaral, também portador da doença, outro objetivo de estar na Exposição é atingir um número máximo de
pessoas com informações sobre a doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
150 milhões de pessoas no mundo têm hepatite C. O perigo
é que muitos carregam o vírus sem saber, já que ele pode agir
por décadas sem manifestar sintomas, resultando na demora em buscar orientação médica. O diagnóstico tardio contribui para a forma crônica da doença, resultando em lesões
no fígado (cirrose) e câncer hepático.
No Brasil, são 3 milhões. 90% ainda não sabem que têm
a doença. “O grande problema é a desinformação. Por isso,
vamos distribuir folders, conversar com os visitantes e desmistificar que a hepatite é curada apenas com chá de picão.
Isso não é verdade”, afirma Luiz Carlos.
Fique Atento
Transmissão
Hepatite A- Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre
indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados
pelo vírus.
Hepatite B- Como o vírus está presente no sangue, no
esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada
uma doença sexualmente transmissível. Entre as causas de
transmissão estão:
• Por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa
infectada,
• da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou
amamentação,
• ao compartilhar material para uso de drogas (seringas,
agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear
e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros
objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e
colocação de piercings,
• por transfusão de sangue contaminado.
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De acordo com a Coordenadora Estadual de Doenças e
Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaina Fonseca Almeida, a disseminação da doença está relacionada, principalmente às condições de saneamento básico, nível socioeconômico da população, grau de educação sanitária e
condições de higiene da população.
“Normalmente transmitida por meio de alimentos mal
lavados, a hepatite A também pode surgir com a ingestão
acidental de água das chuvas contaminado pelas fezes de
pessoas infectadas. Neste período, a incidência da patologia pode ser maior, uma vez que as enchentes podem levar
água de esgoto aos rios, lagos, mares e piscinas, ampliando
as chances de contaminação, além do contato direto dos cidadãos com águas de enchentes e enxurradas” esclareceu.
Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural, enaltece o trabalho da Associação e descreve que trazer estandes para levar informação e exames gratuitos à população demonstra outro viés
importante da Expomontes. “A inclusão social à saúde. Aqui
tratamos de diversos assuntos. Queremos promover a saúde. O
espaço e propício. São mais de 360 mil pessoas. Estamos confiantes de que o estande será um verdadeiro sucesso”, finaliza.
Mariah Carvalho, responsável pela articulação do estande da Associação afirma que a Expomontes cumpre seu papel de fomentadora do desenvolvimento. “Isso porque levar
saúde a população é viabilizar o desenvolvimento. Temos 70
estandes aqui no Parque. Certamente, todas as empresas terão sucesso em suas empreitadas”, diz.
Hepatite C- O vírus C, assim como o vírus causador da
hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de
transmissão estão:
• Transfusão de sangue;
• Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas,
agulhas, cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas
de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou
outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de
tatuagem e colocação de piercings;
• Da mãe infectada para o filho durante a gravidez;
• Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (forma mais
rara de infecção).
Hepatite D- A hepatite D, também chamada de Delta, é
causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da
presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa,
portanto sua transmissão ocorre da mesma forma.
Hepatite E- Sua transmissão é fecal-oral, por contato
entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos
contaminados pelo vírus.
Expomontes 2014
O mundo do campo na cidade
20 mil crianças já visitaram a Fazendinha
V
aquinhas, cavalinhos, bodes, patos, pássaros,
roedores, galinhas e peixes – num lago ornamental - fazem parte da Mini Fazenda Pequi
Nino, na 40ª Expomontes. Pelo quarto ano
consecutivo, de forma lúdica, a Exposição apresenta como funciona o dia a dia de uma fazenda de verdade. Além
dos animais, os visitantes podem participar de oficinas e
palestras sobre sensibilização ambiental. Ao todo, 20 mil
crianças já visitaram o espaço, sem contar os visitantes da
Expomontes que giram em torno de 5 mil por dia.
Segundo a organizadora da atração, Kelly Cardoso, “o
principal objetivo é aproximar as crianças da área urbana
à vida no campo”, diz. Ela conta ainda, que muitos dos
pequenos nunca tiveram a oportunidade de conhecer
os animais da fazenda, como as galinhas e as vacas, e se
emocionam ao primeiro contato com os bichinhos.
meio rural na prática, com o manuseio e cultivo de plantinhas, ou mesmo conhecer um animal típico da fazenda é
uma iniciativa que marca a história da Expomontes”, afirma Osmani Barbosa Neto, presidente da Sociedade Rural.
“É importante lembrar que mesmo que a criança não
participe da colônia de férias, ela tem acesso às informações dos monitores, que estão presentes na fazendinha durante todo o evento”, salienta Kely.
Para participar das atividades, é cobrado um valor de R$
150,00 por criança de 02 a 14 anos referente às camisas, lanches e acessórios, além da atenção integral dos monitores.
Os pais interessados em inscrever os filhos na Colônia
de Férias podem entrar em contato pelos números 389115-6267 ou 383215-1136. As atividades começam no dia
7 e vão até o dia 11 de julho, das 13h às 17 horas.
Novidades
“2014 inovamos. Agregamos a Mini Fazenda à Colônia
de Férias Divertidas. Por causa da antecipação das férias,
devido à Copa do Mundo, não foram agendadas visitas das
escolas, por isso a colônia de férias do mês de julho será,
excepcionalmente, realizada aqui na Fazendinha”, explica.
Neste ano, também tem o “muro divertido”, de azulejos brancos, para as crianças pintarem com tinta guache. Outro destaque é o auxilio da equipe do Apelo Canino, que ensina às crianças sobre os cuidados com os
animais. Além disso, também há o resgate da culinária
regional. São preparadas comidas típicas no fogão à lenha da Cozinha Rural.
A Mini Fazenda foi criada, em 2011, com o objetivo de
integração das crianças à Expomontes. O espaço foi criado
especialmente para os pequenos, com muito aconchego e
tranquilidade de uma fazenda real. Com o apoio integral
da Sociedade Rural o projeto tomou forma e ganhou muito
destaque durante os anos, como espaço mais visitado da
Exposição.
“A promoção do contato das crianças da cidade com o
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
73
Expomontes 2014
Expomontes Solidária:
uma visão social
Texto: Girleno Alencar*
Uma novidade na Exposição Agropecuária de Montes
Claros em 2014 é o projeto “Expomontes Solidária”, desenvolvido pela Sociedade Rural, Sindicato Rural, Lions
Clube Montes Claros e Associação Comercial e Industrial, por meio da Rede de Voluntariado, além da Cia
Promoções, que buscará a doação de alimentos não perecíveis. Em anos anteriores, campanhas similares foram
desenvolvidas durante a Expomontes, mas voltadas para
apenas uma entidade. Neste ano, serão atendidas 35 entidades cadastradas na Rede de Voluntariado da ACI.
O presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa
Neto, explica que abraçou este projeto, por reunir grande
quantidade de parceiros de credibilidade, além da ampla
organização e ainda o objetivo de atender aos mais carentes. “A Sociedade Rural, nos seus 70 anos de existência,
sempre realiza ações sociais em diversas escalas. O Projeto Expomontes Solidária nos abre a chance de institucionalizar esta função social que todo produtor rural sempre
prestou. Esperamos que a cada ano, haja a consolidação
desta iniciativa”, conclui.
A presidente da Rede de Voluntariado, Nuria Font Rocha, lembra que o projeto Expomontes Solidária conferirá à Exposição Agropecuária o Selo de Responsabilidade
Social, atualmente um marco de empresas e eventos empreendedores e de sensibilidade social. Ela lembra que ao
receber o projeto da assistente social Maria da Conceição
Rocha, assessora da Rede de Voluntários, imediatamente
aprovou o projeto, pois é uma forma de atender às 35 instituições carentes filiadas.
O Lions Clube Montes Claros também abraçou a causa. O presidente Adilson Souza salienta que a instituição,
reconhecida mundialmente pelas suas ações sociais, aceitou apadrinhar o projeto por congregar muitos parceiros
de prestigio. Ele repassou a coordenação ao seu sucessor,
José Geraldo Baia, que também ficou satisfeito com a iniciativa da Companheira Leão Maria da Conceição Rocha.
A Cia. Promoções cedeu ao Projeto Expomontes Solidária a bilheteria do dia 7 de julho, em que cada pessoa
que adentrar ao Parque João Alencar Athayde terá que
doar um quilo de alimento não perecível. O empresário
Leonardo Pereira parabeniza a Sociedade Rural e outras
instituições parceiras pela iniciativa.
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As Instituições a serem
atendidas são:
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AMOR – Associação de Meninos Ouros Resgatados
APAE
Asilo Sagrado Coração
Associação das Voluntárias do Hospital Aroldo Tourinho
Associação Artesanal do Norte de Minas
Associação Bom Pastor
Associação Norte Mineira de Apoio aos Autistas
Associação Paula Elizabeth
Caminhos da Solidariedade
Casa Bom Samaritano
Casa de Apoio Pedro Santos
Casa Santa Ana da Terceira Idade
Casa do Caminho
Casa Integrar da Criança e Adolescente
CCVEC
Centro de Recuperação Leão de Judá
Centro de Recuperação Renascer
Centro Capelo Gaivota
Centro Social Maria Nazaré
Comunidade Terapeutica Estrela do Oriente
Esquadrão da Vida
Fundação Clarice Albuquerque/Vovó Clarice
Grappa
Grupo de Apoio Casa Mágica
Instituto Meimei
Lar das Velhinhas
Nosso Lar
Orfanato Perpetuo Socorro
Projeto de Apoio a Criança
Projeto Aquarela
Projeto Casa de Israel
Projeto Juventude Cidadã
Projeto Isac
Projeto Presente
Projeto Social Caminho do Amor
4 mil estudantes recebem ingressos para a Expomontes
4017 estudantes das Escolas Públicas
Municipais de Montes Claros receberam
ingressos para ter acesso ao Parque de Exposições João Alencar Athayde, durante a
40ª Expomontes. Os bilhetes foram entregues no Ministério Público Estadual, que
recomendou às diretoras das instituições
de ensino que não deve haver menção de
políticos de qualquer natureza.
“É a Prefeitura de Montes Claros que
está realizando a entrega. Não pode haver
exploração política, muito menos a presença de agentes políticos, partidos políticos, candidatos ou pré-candidatos. Caso
ocorra, as diretoras devem acionar o MP.
Posteriormente, sem serem avisados, escolas, professores, pais e representantes
da comunidade serão contactados. O MP
fará fiscalização, por isso, é importante a
transparência na entrega. Quanto mais
transparente possível, com mais cautela
na entrega teremos sucesso no programa”, descreve Felipe Caires.
Paulo Vinícius alega que o Município,
evitando ofender a legislação, solicitou
anuência do MP quanto a alguns programas de gratuidade para o ano eleitoral.
“Entendemos que não é proibido, mas
indicamos algumas diretrizes para que
tudo seja transparente. Esclarecemos,
orientamos e sugerimos cuidado quanto
ao procedimento”, afirma.
José Aparecido, Promotor de Justiça,
diz que a medida se deve com o objetivo
de tentar afastar influências proibidas por
lei. Isso para resguardar a todos. Evitar
questionamentos, que muitas vezes, são
desnecessários. Em ano político quanto
mais transparente, melhor.
O Convênio
A cessão das entradas faz parte de
um convênio entre a Prefeitura Municipal e a Sociedade Rural, que esteve representada pelo seu Presidente, Osmani Barbosa Neto e seus diretores, Renato
Alencar e Sérgio Peres.
Os Promotores de Justiça: Felipe
Caires, Paulo Vinicius Cabreira e José
Aparecido, das zonas eleitorais 184ª,
185ª, 317ª e 325ª, diretoras das escolas
municipais e procuradores do Municí-
Procuradores do Municipio, representantes do Ministerio Publico e da
Sociedade se reuniram para a entrega de 4017 ingressos no MP.
pio, Éder Queiróz e Leonardo Brandão,
participaram do encontro.
“Por causa do ano eleitoral a Prefeitura solicitou ao MP orientações quanto
a este procedimento para evitar problemas. E os promotores eleitorais entenderam que a melhor alternativa seria:
fazer a entrega diretamente para os diretores das instituições públicas de ensino do Município. Além disso, elencou
critérios, objetivos de seleção”, afirmou
Felipe Caires, Promotor de Justiça.
Acesso ao lazer
Segundo Éder Queiróz, Procurador
do Município de Montes Claros, foram
selecionadas as dez escolas mais próximas do Parque de Exposições. Para ter
direito, os beneficiados devem ser menores de 16 anos e serem inscritos no
Bolsa Família.
“A ação vai ser importante para
crianças e adolescentes do entorno do
Parque, que previamente foram selecionadas. Isso significa dar acesso à cultura e lazer à crianças carentes”, finaliza
Eder.
Osmani Barbosa Neto, Presidente da
Rural, afirma que não há como atender
a todas as crianças do Município, devido a diversos fatores. “Queremos cada
vez mais que a Expomontes seja a festa
do Povo e para o Povo. Neste ano, promovemos essa parceria inédita com a
Prefeitura de Montes Claros. Esperamos
que no ano que vem o número de bene-
ficiados seja maior. A Exposição figura
entre as maiores do Brasil e queremos
que os jovens possam conhecer toda a
força do agronegócio”, diz.
A diretora da E. M. Professora Maria
de Lourdes, no Bairro Independência,
Maria Nereuda Sarmento, disse que a
escola conta com 1916 alunos, sendo
que 1020 deles serão atendidos pelo
programa.
“A oportunidade vai contribuir para
a socialização dos alunos que não têm
condições de frequentar o evento que é
pago”, fala.
Carla Patrícia Vasconcelos, Diretora
da E.M. Alcides Carvalho, no Bairro Vera
Cruz, acredita que os 200 alunos beneficiados terão uma oportunidade de participar da Expomontes.
“São todos carentes e eles não têm
condições de vir ao Parque e conhecer o
que está por trás dos portões”, termina.
Escolas Beneficiadas
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E M Celestino Pereira Salgado
E M Geraldo Pereira de Souza
E M Joaquim José de Azevedo
E M Dú Narciso
E M Afonso Salgado
E M Professora Maria de Lourdes
Pinheiro
E M Edígeo Cordeiro Aquino
E M Alcides Carvalho
E M João Valle Mauricio
E M Professora Simone Soares
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Credinor de portas abertas para você
A
fotos / Credinor
Credinor construiu e constrói sua história a partir da
força empreendedora do campo e do empresariado
(livre admissão), tornando-se promotora de avanços
socioeconômicos coletivos. Esse vínculo é centrado
nas parcerias com os associados, participantes ativos dessa
caminhada de sucesso. E participar na Exposição Agropecuária
é ação de excelência da Credinor, momento para oferecer ao
agronegócio e à sociedade os serviços desta instituição, que é
a 4ª maior Cooperativa de Crédito dentro do ranking do Sistema
Crediminas.
O presidente do Conselho Administrativo da Credinor, Dario Colares, entende que o associativismo, o cooperativismo de
modo geral, se solidifica quando a participação coletiva é real,
compreendida como um negócio de todos. “Assim, nós podemos
colher os resultados positivos, como estes que temos conseguido ao longo desses quase 30 anos de Credinor. Recentemente,
tivemos uma assembleia com quase mil participantes, algo inédito e que mostra essa confiança no trabalho realizado. No mês
de junho, em solenidade concorrida, fizemos divisão de sobras
com os associados, que receberam parte (40%) do rateio na conta corrente”, lembrou o presidente para exemplificar a solidez do
cooperativismo praticado na instituição. Os outros 60% desta
divisão foram diretamente para a conta capital.
Os serviços oferecidos pela Credinor são os mais diversificados, e todos com a qualidade que o investidor ou o associado
necessita. As 19 agências espalhadas pelo Norte de Minas garantem a presença num macro espaço geográfico, observando
as peculiaridades de cada setor, a vocação empreendedora dos
municípios, de forma a atender às necessidades do associado.
Neste universo que reúne negócios, empreendimentos, investimentos, financiamentos, parcerias, a Credinor se firma no associativismo como companhia, de estar ao lado. O presidente Dario
Colares fala em companheiros de caminhada cada vez mais carregada de proximidade. “Bom é lembrar a palavra companheiro
na sua origem, que significa comer o pão juntos, dividir o pão
com o outro. É o que fazemos dentro deste processo em que as
parcerias são construídas para que todos participem dos enfrentamentos, dos desafios, mas também dos resultados positivos. A
Credinor é uma Instituição Financeira do próprio associado, do
próprio companheiro ou companheira de caminhada. E isso é indicativo e construção de melhor qualidade de vida.”
A porta está aberta para mais parceiros, para mais associados, e a Credinor está preparada para abrigar os projetos do empreendedor, do gerador de emprego e renda, do correntista, de
todos que desejam compartilhar de uma instituição promotora
do progresso coletivo.
*Esta página é de responsabilidade da Credinor
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Expomontes 2014
É época da exposição!!!!!
Texto: Marcone Nobre de Andrade*
O mês de junho Já vinha findando por trás dos montes e
já sentíamos no ar o cheiro das férias escolares. Aquela sensação de alegria percorria todo o meu corpo. Enfim, julho
já estava à porta. Na minha cabeça, mil e um pensamentos
de diversões variadas. Passeios, pescarias no Rio Pai João,
Rio do Melo, no poço azul, futebol todas as tardes no campinho, empinar papagaio e caçar passarinho. Estas eram as
diversões de todo garoto entre 10 a 12 anos de idade, em uma
Montes Claros de céu mais azul, ruas cascalhadas e de cheiro mais apurado de sertão.
Além de tudo isso, julho traria também para todos nós
a Exposição Agropecuária Regional de Montes Claros.
Que evento grandioso e de tão belos espetáculos. Lembro-me com muita saudade quando a minha mãe nos dizia (a mim e ao meu irmão) que iríamos ao Parque no
aniversário da cidade. Meu coração acelerava e batia descompassado. O dia 03 de julho era por todos nós esperado
ansiosamente, pois, sendo a entrada franca era este o dia
escolhido para o passeio.
Enfim, chegava o grande dia. Levantávamos bem cedinho e seguíamos a pé para a praça Dr. Carlos. Ali, embarcávamos no lotação amarelo que já vinha lotado de gente.
Éramos espremidos por toda aquela massa humana. Ao longo das ruas observávamos os muitos que iam a pé. Parecia
um formigueiro de tanta gente que passava. Tempos bons...
No parque não entrávamos sem antes escutarmos as
orientações da mamãe. Cuidado com os animais, não se
afaste de mim, se sumirem peça ajuda ao policial, só posso
comprar um balão para cada e pipoca. Tendo ouvido tudo
isso adentrávamos ao parque. O Parque, como sempre, estava fervilhando de pessoas, muitas cores, muito som. Gente
de todo o jeito e lugar. Carrinhos de pipocas, picolés, montanhas de maças do amor, cocadas brancas e pretas, baianas
com acarajés, o parquinho de diversões, balões coloridos
enchidos a gás. Que maravilha era tudo aquilo. Olhávamos
para o céu e ele estava salpicado de balões que fugiam das
mãos das crianças menores, que não continham o choro. As
baias repletas de bois, touros, vacas, bezerros, cavalos, burros, ovelhas, cabritos e jumentos tínhamos contato com as
estrelas da festa, sempre bem cuidados pelos funcionários
das fazendas que ali permaneciam com eles. A diversão
completava-se quando percorríamos os currais repletos de
bois. Por ali eu passava olhando tudo e na minha cabeça de
criança sonhava em um dia ser um fazendeiro. Sonhava, sonhava, sonhava...
O cheiro dos espetos misturava-se ao cheiro de fazenda
e impregnava todo o Parque. As competições de raças seguiam seu curso, dentro do gramado central, o dia todo.
Sob a cerca, ao redor do gramado o povo ia se amontoando
a espera do tão esperado rodeio. O locutor, que lembro-me
muito bem, era um senhor baixo e gordinho, mas, tinha
uma voz imponente. Dava notícias de tudo, principalmente das crianças perdidas dos pais. Desfilando sobre um
majestoso cavalo branco e entre o povo, lá ia Edmundo
Queiróz todo imponente, vestido de vaqueiro à moda americana. Seu cavalo marchava tão elegante que parecia saber
que aquele era dia de festa.
Completando nossa alegria, um pequeno avião despejava
sobre o Parque os magníficos paraquedistas que, com maestria sempre acertavam o centro do gramado. A esquadrilha
da fumaça, também não ficava para trás e executava manobras radicais sob as nossas cabeças, desenhando no céu
formas variadas. Corram todos que vai começar o rodeio,
anunciava o locutor. Enfiávamos, então, por entre as pessoas
e sempre encontrávamos uma vaguinha por baixo da cerca.
O povo amontoava ao redor do cercado e a alegria era geral
com o salto dos cavalos e burros bravos. Mamãe sempre por
perto, nos observava com carinho, até que dava o sinal para
irmos embora. Tempos bons...
*Técnico Contábil – Geógrafo – Advogado – Supervisor
Administrativo da Sociedade Rural de Montes Claros
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Expomontes 2014
Conheça a Sociedade Rural
U
ma entidade não se faz apenas com ideias e
lutas. Para realizar sonhos, primeiro é preciso que alguém sonhe, e que haja colaboradores
que auxiliem o alcance desses sonhos. Muitos
dos nomes importantes da Sociedade Rural já são conhecidos, mas existe um grupo que, mesmo sem glórias ou
registro nos anais da história, fizeram e fazem parte da
construção dessa entidade. Não em reuniões ou debates,
mas mantendo a casa em ordem. Pronto para conhecer os
colaboradores da Sociedade Rural?
Antes de tudo, vale fazer uma consideração. Não pergunte qual o cargo de cada funcionário. Certamente eles
possuem um. Mas logo após descobrir qual é o cargo,
vem a frase "mas na verdade...." seguido de um mundo
de funções. Definições tradicionais não cabem aqui. Não
são funcionários de um lugar qualquer, são da Rural. Eles
estão prontos para o que der e vier e farão qualquer tarefa
para verem sua segunda casa em ordem.
Aliás, esse também é um dos chavões. Todos consideram o parque de exposições e a entidade como a sua segunda casa. Clichê? Não ouse nomear assim o sentimento
forte e o espírito de união desse lugar. Ao conhecer esses
colaboradores, é possível perceber que não são apenas
funcionários, são homens e mulheres orgulhosos de fazer
parte de um grande lugar, de uma grande causa.
Dito isso! Aperte os cintos, porque vamos dar um giro
por esse parque. Pegue uma bicicleta e vamos lá!
É de bicicleta vermelha que José Augusto de Jesus, o
famoso Zezão, percorre o Parque. Ainda mais em tempo
de Expomontes! Só assim para dar conta de estar em todo canto com agilidade. É encarregado de serviços gerais,
mas é conhecido por ser "faz tudo". Com bom humor e
prestatividade, ele trabalha aqui há 29 anos e tem muita
história para contar.
"Eu trabalhava na construtora de José Corrêa Machado e ele me trouxe para cá, para fazer a limpeza do Parque. Ainda era tudo terra, mas o chão tinha muita pedra,
então para capinar a gente pegava e afiava a enxada, mas
como ia batendo nas pedras, dali 15 minutos tinha que
afiar a enxada outra vez. Era difícil, depois foi asfaltando e melhorou bastante. Dá orgulho ter visto esse Parque
crescer. E cada Expomontes é um trabalho intenso, mas
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
eu gosto demais. Esse ano vai ser melhor ainda", espera.
Zezão é responsável pela entrada de algumas pessoas
no Parque, dentre eles Valdeci Pereira Xavier, que está
aqui há 17 anos. Ainda moleque, ele vinha trazer o almoço do irmão mais velho. Sempre que via Zezão, pedia
a ele um emprego. "Deixa você virar gente primeiro", respondia. Quando Valdeci completou a maioridade, Zezão
cumpriu a promessa. Precisava de gente para trabalhar na
limpeza do local e se lembrou do garoto que tantas vezes
lhe pediu emprego. Com orgulho, Valdeci diz que nunca
trabalhou em outro lugar. Foi seu primeiro emprego, e
espera continuar aqui até se aposentar. "Foi trabalhando
aqui que conquistei tudo o que tenho hoje. Só tenho a
agradecer. Aqui todos trabalham rindo e todos se respeitam, se gostam. É muito bom trabalhar aqui".
Outro que ingressou por indicação de Zezão foi seu irmão mais novo, Francisco Roberto de Jesus, o Chicão. Há
18 anos, entrou quando precisavam de um armador, mas
depois passou a integrar a equipe de limpeza. No início,
o trabalho tinha efeito colateral inesperado. "Ainda tinha
parte que não era asfaltada, daí eu apanhava e limpava o
capim que crescia. Não tava acostumado, tomei um susto
porque o capim fazia eu me coçar muito", conta aos risos.
Em tanto tempo, ele acumula diversas histórias de seu
serviço, mas o que pra ele mais marca é a consideração da
diretoria com todos os colaboradores. "Quando a gente
precisa de algo, eles sabem entender o nosso lado, existe
um respeito muito grande. Já fiz acerto duas vezes porque
precisava, nunca houve problema. Os diretores são todos
gente boa, olham o lado da gente", elogia.
São muitos os que estão na Rural por décadas. Dentre
eles, Reginaldo Siqueira Santos, que completa este time
há 23 anos. Como outros, este emprego também foi o primeiro e único da vida dele. Entrou para ajudar a montar
as barracas durante a exposição. Como na época eram
ainda de lona, quando ventava muito era preciso sair fazendo reparos e consertando tudo. Hoje ele sente satisfação em ver as barracas e estandes todos em alvenaria,
que deixam o evento com aparência mais profissional e
bonita. Como na época era a própria Sociedade Rural a
contratar os shows, ele lembra que durante a Expomontes
ele chegava ao Parque às 7h e ia para casa só depois das
Expomontes 2014
3h, após os shows. A correria não o assustava, pois depois
do segundo dia já se entrava no pique.
Reginaldo afirma que cresceu como pessoa dentro da
entidade: "Quando entrei, ainda era muito novo, tinha
17 anos. Minha família tinha vindo anos antes da Bahia
para cá, e como eu era o segundo mais velho lá de casa, então ajudava a criar e sustentar cinco irmãos. Logo
que eu entrei vi que as pessoas aqui se importavam com a
minha história, com as minhas dificuldades, e me davam
apoio. Isso foi e ainda é muito importante, e por esse relacionamento especial que todos têm aqui dentro, não me
imagino fora daqui, fico até aposentar".
Quem também não se vê em outro lugar é Kelly Silva Castro, que há 22 anos parte dessa história. Ela tinha
apenas 19 anos quando foi contratada por suas grandes
habilidades como datilógrafa. Hoje, parte do setor administrativo, ela logo se impressionou com a organização e o
espírito de doação de toda a diretoria. Organização, aliás,
é com ela mesma. Kelly zela com primor pelos arquivos
da entidade, e sofreu por ver outras mãos fazendo sua
função nas duas vezes em que foi mãe. O amor pela Rural
é tanto, que o nascimento da primeira filha em julho de
2007, às vésperas da edição da Expomontes, ela se preocupava em como andaria o serviço sem ela. "Não saí antes,
deixei a Rural no dia que tive Camila. Eu já estava vestida
e preparada para trabalhar quando a bolsa estourou. Nas
duas vezes em que tive filho, encontrei muito apoio aqui.
Tive meu tempo para amamentar e curtir a maternidade,
mas eu mesma me preocupava em vir para deixar tudo
em ordem", revela.
Se quiser saber quem é um dos rostos mais conhecidos
do Parque, você precisa conhecer José Avelar Pereira, o
Nona, que há 25 anos espalha alegria por onde passa. Ele
trabalhava em fazenda, quando foi convidado a vir para a
Rural. Para ele, foi um presente que ganhou. Acostumado
a ver de pertinho a luta da entidade, ele faz a trajetória
de seu trabalho acompanhando a da entidade. "No início,
aqui era mais difícil o serviço, mas à medida que foram
tendo conquistas, as mudanças aconteciam no Parque
também. É assim que eu vejo o produtor norte mineiro,
como alguém que luta, que é forte, que tem muitas dificuldades e não desanima. Ao longo dos presidentes a gente descobre essa luta e se sente orgulhoso de fazer parte
desse lugar. É um orgulho muito grande, ainda mais num
ano histórico como esse". O sentimento é tão verdadeiro,
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
que o filho Euler de 14 anos não tem dúvidas e já sabe o
que quer fazer quando crescer: assim que Nona aposentar, vai ocupar o lugar do pai.
Nessa nossa andança atrás dos colaboradores da Rural,
chegamos à portaria. Ali, é provável que você encontre
Idalino Pereira Peres, há 20 anos guardando quem entra
e sai do parque. Um dos guardiões das chaves do parque,
ele tem que ter força nas pernas para andar de um portão
ao outro, especialmente durante os dias de Expomontes,
quando a correria fica intensa. Como seus colegas, Idalino considera trabalhar para a Sociedade Rural um privilégio, por ser um ambiente de grande integração e solidariedade: "Alguns anos depois que entrei, minha filha teve
um problema de saúde grave. Quando eu precisava me
ausentar para cuidar dela, sempre me deram apoio. Infelizmente ela faleceu, mas o suporte que encontrei aqui foi
importante pra mim. É um lugar totalmente diferente,
sinto orgulho por trabalhar aqui".
Indo para o prédio administrativo, certamente daremos de cara com Adilson Sabino dos Santos, que há 28
anos se dedica à Rural. Ele entrou ainda com 16 anos, fazendo cobranças e passando para office boy, auxiliar de
escritório e enfim encarregado do financeiro e pessoal.
Isso tudo além de mobilizar todos para o bolão de aposta
lotérica toda semana, claro! Numa das linhas de frente
durante a Expomontes, ele conta que tentar se adiantar à
feira é um trabalho vão: "Sempre quero antecipar coisas,
mas não dá. Cada Expomontes é única, sempre há questões diferentes a resolver. É um trabalho muito grande,
mas que dá muita satisfação. Esse ano vai ser ainda mais
corrido, mas espero que ainda melhor que os outros".
Mais que um trabalho, considera a entidade como seu segundo lar e segunda família. Não é à toa, no ano 2000 ele
contraiu meningite e passou 16 dias no hospital, estando
em coma por cinco dias. Durante os dias difíceis, a Rural
esteve sempre presente. "Deram muito apoio à minha esposa, inclusive foi um diretor que conseguiu que eu realizasse os exames e estivesse pronto para me recuperar. Foi
muito difícil, mas essa amizade aqui foi fundamental. Por
tudo isso, considero aqui minha segunda casa", ressalta.
Antecedendo a Expomontes e durante os dias de feira,
quem faz companhia a Adilson é Gilson Santos Durães,
que tem 23 anos de casa. Normalmente trabalhando no
Clube dos Fazendeiros, ele integra a força tarefa ao lado de Adilson para dar conta de tudo. Curiosamente, ele
Expomontes 2014
compartilha história parecida com a do amigo. Também
Gilson viu a Sociedade Rural ser um grande apoio durante um momento de saúde delicado. Em 1996 ele teve osseomelite, uma doença rara que lhe comprometeu parte
da perna esquerda: "Eu precisei ir para Belo Horizonte,
e foi um diretor daqui que conseguiu todo o tratamento
gratuito para mim. Fiquei 31 dias internado, pois a ferida
ainda infeccionou, foi bem grave. Já recebi algumas propostas para ir trabalhar em outro lugar, mas nunca aceitei. Aqui é parte da minha família, não tem como largar".
Poucas palavras são necessárias para que Claudiomiro
Gonçalves Santos defina seu trabalho no parque. Há 14
anos trabalha no setor de serviços gerais. Trabalho é o
seu segundo nome, e ele faz questão de desempenhar sua
função com todo o zelo. Tanto é que em tanto tempo de
serviço, tem orgulho de dizer que faltou apenas duas vezes. "Graças a Deus precisei faltar, e vejo toda a dedicação
da diretoria, isso inspira a gente a fazer igual. Sou muito
feliz por trabalhar aqui. Nesse ano, quero trabalhar ainda
mais para ajudar a fazer essa grande festa que é a Expomontes", explica.
Ana Carolina Barbosa Ribeiro já tinha uma história
com a classe ruralista quando foi chamada para trabalhar
na recepção da Sociedade Rural, há 10 anos Ela já havia
trabalhado por seis anos na Coopagro há algum tempo.
Quando a amiga Bárbara, que havia ocupado seu atual
posto por 17 anos decidiu se casar, Carol foi chamada
para substituí-la, o que considerou um grande desafio.
"Existe todo um conhecimento que vai além de atender
telefones e receber pessoas, é uma forma de lidar com cada diretor, as pessoas aqui dentro. E eu entrei em abril,
às vésperas de uma Expomontes. Foi muito puxado, mas
graças a Deus deu muito certo e estou aqui até hoje. Aqui
é um ambiente ótimo para trabalhar, o bom é que aqui todos vestem a camisa diante de qualquer necessidade. Isso
motiva. Tive alguns problemas de saúde, mas ficava em
casa preocupada em vir trabalhar. Eu via a dedicação de
outros funcionários e pensava 'se eles conseguem ir tra-
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balhar, eu também'. Meu marido até me dava bronca por
isso. Mas eu vejo que tudo é recíproco, a entidade se preocupa comigo, e eu me preocupo com a entidade", explica.
Não pense que a Sociedade Rural não tem sangue novo! Apesar de tantos velhos guerreiros de casa, às vezes
alguns se aposentam, se despedem, traçam novos rumos,
e isso abre espaço para que novas pessoas venham integrar essa seleção. É o que aconteceu a Marcone Nobre
Andrade, que entrou para o time há três anos. Já tendo
trabalhado com o presidente Osmani Barbosa quando este era Secretário Municipal de Agricultura, Marcone foi
chamado para ser supervisor administrativo da Rural.
"Esse ambiente bom de trabalho foi uma grande satisfação. Aqui há uma fluidez do trabalho que se dá muito pela maneira respeitosa como todos se tratam. Fico
muito feliz por estar aqui, ainda mais nesse momento
histórico que estamos vivendo com os 70 anos da entidade", comemora.
Vanilson Gonçalves Vieira também é um dos calouros
em termos de Sociedade Rural. Ele está no setor de serviços gerais há dois anos. Ele valoriza o modo acolhedor
com o qual todos trabalham no parque. Comparando a
outros serviços, ele não hesita: "Aqui é o melhor lugar que
já trabalhei. O trabalho é grande, especialmente durante
a Expomontes, mas dá prazer em fazer parte desse lugar".
De fato o trabalho durante a Expomontes é muito
puxado, é o que garante Rosângela Assis Soares Pereira,
esposa de Nona, que entrou oficialmente para o time da
casa há quatro anos. Anos antes, em 2007, ela já chegou
para trabalhar com serviços gerais faltando três dias para a exposição começar. Nos três anos antes de ser contratada, ela trabalhava no Parque toda vez que alguém
entrava de férias. Assim que surgiu a primeira oportunidade, foi registrada como parte do pessoal efetivo do
parque. Ela tem um termo diferente para definir seu local de trabalho. "Tem algo aqui que enfeitiça as pessoas,
um espírito de lealdade muito grande, algo que fica ainda
mais evidente no Presidente Osmani, que tem um per-
Expomontes 2014
fil muito agregador", explica. Ano passado, Rosângela foi
diagnosticada com lúpus e precisou tirar diversas licenças para cuidar da saúde. "Parte do cuidado com a lúpus
é o controle emocional, e eu tive uma segurança muito
grande aqui, um suporte muito grande que fez e faz toda
a diferença", revela.
E temos quem vai viver o trabalho na Expomontes pela primeira vez! Ágada Silene Peixoto está há sete meses
trabalhando no setor de serviços gerais. Ela entrou assim
que apareceu uma oportunidade, e desde então tem tido
alegria onde trabalha, por encontrar um ambiente onde
as pessoas são companheiras umas das outras. Sobre sua
primeira Expomontes como membro desse time, ela não
titubeia: "Aqui o trabalho é muito grande, mas é muito
bom participar, estou ansiosa pela Expomontes. Vai ser
correria, mas estou preparada!".
Também parte de calouros da Sociedade Rural, Rosa
Idarlene Gonçalves Barbosa entrou há dois anos para
o time. No setor de serviços gerais, ela não tem medo
nem preguiça do trabalho. Ao contrário, acha "tranquilo". Rosa admite que há muito por se fazer nos dias
de Expomontes, mas garante que é fácil trabalhar muito ao lado dos companheiros da Rural: "Aqui é todo
mundo muito legal, todos se tratam bem. Então tem
uns dias corridos, mas eu acho divertido. Espero que
esse ano a expomontes seja ainda mais animada que
nas outras edições que participei".
Helenice Pereira da Silva, de 29 anos, há 9 meses trabalha nos serviços gerais da Sociedade Rural. O único outro
trabalho que ela teve foi de babá, durante dois meses, em
Brasília-DF e este é o primeiro de carteira assinada. Para
ela, uma das melhores coisas em trabalhar na Sociedade
Rural é a oportunidade de conhecer novas pessoas e fazer
novas amizades. “Trabalho aqui há menos de um ano e
já sinto como se estivesse aqui há anos. Todos são muito
acolhedores e compreensivos. A gente trabalha e se diverte ao mesmo tempo”, explica.
“Minha alegria em fazer parte da Rural aumentou
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mais ainda no dia 03, durante a festa de aniversário da
cidade, quando fui sorteada com uma casa popular. Este
ano está sendo muito abençoado para mim. Emprego novo, casa nova, vida nova. Eu não poderia estar mais feliz”,
emociona-se Helenice.
Há exatos dezenove anos, Valdeir Pereira começou a
trabalhar na Sociedade Rural como auxiliar de serviços
gerais, e hoje é um dos responsáveis pela limpeza e organização do parque. Com todos esses anos de casa, ele
fala da satisfação com o seu trabalho. “Aqui é muito bom
de trabalhar, eles tratam as pessoas bem e as condições
de trabalho são muito boas”, relata. Ele conta que soube
da Sociedade Rural por meio de familiares. “Meu irmão
disse que estavam precisando de funcionários, me interessei pela vaga e comecei a trabalhar”, relata. Após
quase duas décadas, Valdeir fala sobre sua motivação
em permanecer no trabalho. “Eu gosto muito daqui, e
como tem muito tempo que estou aqui, tenho amizade
com todo mundo”, ressalta.
Ao longo desses 70 anos da Sociedade Rural, encontramos também a história do porteiro Oswaldo Amaral
Silva. O montesclarense, trabalha há 17 anos na entidade,
e fala da alegria em fazer parte desta história. “É muito
gratificante, é um orgulho fazer parte dessa história. Espero continuar ajudando no crescimento da entidade”,
enfatiza. Oswaldo fala ainda da importância da Sociedade Rural para Montes Claros. “Ela realiza uma importante exposição, que traz muitos benefícios para a região.
Além de ser muito importante para o campo”, conclui.
Pronto, demos nosso giro e agora você conhece um
pouco mais de quem somos e de quem nos auxilia no
dia a dia. Não fique procurando esses verdadeiros heróis durante a Expomontes, pois como o coelho da história de Alice, a cada vez que você piscar, eles já terão
corrido para outro canto para realizar uma nova tarefa. Descanso agora, só no dia 14 de julho. Uma pausa
para respirar, antes que se comece a pensar logo no dia
seguinte a próxima Expomontes.
Expomontes
2014
Expomontes
2014
Um show
à parte:
É isso que o Ita traz para a
Exposição
Fotos: Solon Queiroz
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Expomontes 2014
A
Sociedade Rural de Montes
Claros completou 70 anos e
para esta data, foi montada
uma grande estrutura para
a realização de exposições, leilões,
e muito entretenimento. O Ita Park
faz parte dessa história, sempre trazendo para Montes Claros o que há
de mais novo no quesito diversão! Os
brinquedos estão na Praça de Eventos Fernando Rebello Athayde, no
Parque de Exposições João Alencar
Athayde.
O parque está há décadas presente na Expomontes. O sucesso é tão grande que este ano
é esperado um público 20% maior que em 2013. Ano
passado, foram cerca de 50 mil bilhetes vendidos.
“No ano passado recebemos 50 mil pessoas. Esperamos que este ano a quantidade de pessoas que passarão
pelo ITA seja de vinte e cinco por cento a mais do que no
último ano”, ressalta. Para que não haja imprevistos, os
trabalhos de preparação e montagem de brinquedos começaram há duas semanas e já está tudo pronto.
Idilson Alves Moreira, diretor do Ita, afirmou que os
brinquedos desta edição atendem a todas as faixas etárias. Ainda segundo ele, o ITA traz uma grande novidade
internacional para os amantes de aventura e adrenalina,
trata-se do Fly Zone, um brinquedo de origem italiana
e que chega para surpreender o público. O equipamento
é o primeiro do Brasil e custou 3,5 milhões de euros, no
mercado italiano.
“Além dessa novidade, trouxemos
o tapete voador, amor expresso, kamikaze, auto-pista, cavalinho e os
outros tradicionalmente conhecidos,
como montanha russa com 47 metros
de comprimento e 11 metros altura e
somente na primeira descida atinge
auma velocidade de 200 KM de pura
adrenalina. São 18 brinquedos no total”, explica.
De acordo com o gerente Ita Park,
Arnaldo Accioly, o parque tem a tradição de oferecer qualidade e segurança
aos frequentadores. "Quem chega aqui
quer brincar e nós temos o que oferecer. O parque tem de
ter quantidade e qualidade. Não podemos deixar de oferecer os brinquedos tradicionais, nem os radicais", diz.
Segundo Moacyr Basso, Diretor Financeiro da Rural,
toda área foi preparada para receber o público durante
a feira. “Redimensionamos a carga elétrica para receber
brinquedos mais modernos, recapeamos o piso com asfalto para melhoria da segurança no local”, afirma Basso.
A montagem dos brinquedos e equipamentos é feita
com mão de obra do Parque com 45 pessoas. Outros serviços, incluindo a bilheteria, por exemplo, são contratados em Montes Claros e geram 65 postos de trabalho. Os
ingressos são adquiridos na bilheteria do ITA ao preço de
R$ 8,00 a unidade ou três ingressos por R$ 20,00.
No Brasil, existem três parques fixos do Ita Park, em
Belém, Goiânia e Anápolis, e diversas unidades itinerantes, entre elas, o da Expomontes.
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Expomontes 2014
Entraves
do
campo
O
engenheiro agrônomo
e diretor da Sociedade
Rural, Rômulo Augusto
L’Abbate Marques, tem
acompanhado a batalha do homem
do campo em atender aos requisitos
do licenciamento ambiental proposto
pelo Governo do Estado. De acordo
com ele, a grande demanda por parte
dos produtores rurais não é atendida
de forma eficiente. O prejuízo nesse
caso é maior para quem quer estar
legalizado e não consegue. Neste
cenário, fica difícil conseguir crédito
para trabalhar. Ele explica que a maior
parte dos produtores rurais produz
pequenas quantidades e esse grupo
precisa de um olhar especial na
destinação de crédito.
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IE: Quais questões ambientais afetam o produtor do
Norte de Minas?
R.L.: Podemos afirmar que atualmente um dos maiores
entraves ao desenvolvimento do agronegócio regional são
os licenciamentos ambientais. O Governo do Estado cria as
leis e as obrigações, mas não contrata pessoal qualificado e
suficiente para atender à demanda. Leva-se até dois anos
para obter-se uma outorga de água, por exemplo. Os termos de referência para elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, são complexos, caros e demorados, exigindo a participação de profissionais das mais diversas qualificações,
como arqueólogos, paleontólogos, pedólogos, sociólogos,
agrônomos, biólogos, etc. O produtor quer cumprir as leis,
quer fazer o licenciamento, mas o Estado não ajuda. A burocracia é muito grande e as decisões são muito lentas. Sem
esse licenciamento o produtor não tem acesso ao crédito e
fica ilegal perante o Estado. Por diversas vezes, a Sociedade Rural esteve reunida com a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, em
Belo Horizonte, mas nada foi feito para simplificar e agilizar os processos, e dotar as SUPRAM’s de pessoal suficientemente qualificado e treinado.
IE: Quais os maiores desafios que o produtor rural encontra na região quanto aos recursos hídricos?
R.L.: Uma das maiores reivindicações da Sociedade Rural e Sindicato Rural, com apoio de entidades, ACI, CDL,
FIEMG, seria a elaboração de um Estudo Regional de Recursos Hídricos, com levantamento do potencial de água
subterrânea e suas interfaces com água superficial, com
identificação dos principais aquíferos, eixos barráveis, e
outros. Temos que ter a consciência de que qualquer programa de desenvolvimento regional tem que ter a água como fio condutor.
Expomontes 2014
Entrevista
IE: Como devemos enfrentar a questão da água? Quais soluções podem
ser apontadas?
R.L.: Uma das sugestões seria criar
um programa que poderá se chamar
PROÁGUA ou Fazendeiro Produtor
de água. Cada produtor faria um projeto específico para sua propriedade,
prevendo a construção de pequenas
barragens, barraginhas, curvas de nível, realocação de estradas internas,
recuperação de matas ciliares e matas
no topo dos morros, etc. Esse projeto
seria apresentado aos agentes financeiros, que uma vez analisados e aprovados os recursos seriam liberados. O
projeto seria executado e fiscalizado.
Desse modo, cada produtor iria contribuir com a preservação dos recursos hídricos e garantir o abastecimento de água das comunidades rurais e
urbanas.
nando-o mais acessível ao produtor.
Criar e avançar no crédito rotativo,
melhorar a elaboração dos cadastros rurais, e colocar à disposição do
produtor os limites a que tem direito.
Eliminar um excesso de normas e documentação que em nada ajuda nem
elimina eventuais desvios. Colocar em
prática o cadastro positivo, e facilitar
tudo para o bom produtor tradicional,
que aplica corretamente os recursos, e
hoje é simplesmente colocado numa
vala comum.
IE: O que a região tem de buscar junto às autoridades para combater a
seca?
R.L.: Temos que aprender a conviver
com a seca, tal qual países que têm neve durante seis meses por ano, como
o Canadá. Há tecnologias disponíveis
desde as mais simples como explorar
com mais intensidade as pastagens
durante o período chuvoso e folgando as fazendas durante a seca, até as
mais sofisticadas como pastagens irrigadas, feno, silagem, cana de açúcar,
confinamento, pastejo rotacionado,
adubação de pastagens, Integração
Lavoura Pecuária Floresta, e outras.
agilizar a aplicação
IE: O credito rural chega a todos os
produtores rurais ou ainda é um discurso bonito no papel?
R.L.: Há praticamente 40 anos o credito rural é regido pelo MCR do Banco
Central, com critérios que podemos
considerar muito burocráticos e ultrapassados. Vá a um banco comprar
um carro de passeio e você terá todas
as facilidades. Agora, vá comprar um
trator, e verá a burocracia que terá de
enfrentar. Temos de simplificar e agilizar a aplicação do credito rural tor-
Temos de
simplificar e
do crédito rural
tornando-o
mais acessível ao
produtor.
IE: Qual o atual cenário agropecuário vivido pelo país?
R.L.: O Brasil, antigamente, importava a maior parte dos alimentos que
consumia. Com o desenvolvimento
do campo, passamos a ter essa produção no nosso ambiente interno. Hoje,
cerca de 87% da produção agropecuária nacional é feito por apenas 11%
dos produtores. Ou seja, quase 90%
de produtores, na sua maioria peque-
nos, precisa ter um tratamento diferenciado. Eles normalmente vendem
seu produto mais barato e compram
seus insumos mais caros, por falta de
escala.
IE: Qual a estrutura da pecuária no
Norte de Minas?
R.L.: Aqui são mais de 74 mil pecuaristas. Mais de 90% desses produtores
possuem menos de 100 vacas. Vivem
com extrema dificuldade, em propriedades que muitas vezes vem passando por diversas gerações. Por que
não apoiar esses pequenos produtores,
tradicionais e com forte vinculo a terra, ao invés de assentar pessoas que
nada têm haver com o meio rural, não
são produtores e nem têm nenhuma
intenção de sê-los?
IE: Quais inovações tecnológicas da
atualidade para o campo?
R.L.: Quanto à inovação tecnológica,
cumpre destacar as reivindicações da
Sociedade Rural, do Sindicato Rural,
e da Fundetec, tais como, o projeto
de gramíneas transgênicas resistentes
à seca, pesquisa de leguminosas nativas, irrigação e sistemas de gestão
que permitam gerenciar os empreendimentos de acordo com as condições
climáticas regionais, um programa de
Integração Lavoura Pecuária Florestas adequado ao semiárido.
IE: Os movimentos sociais são legítimos? O que eles tem feito para contribuir para o desenvolvimento da
região?
R.L.: Em princípio, num regime
democrático, todos os movimentos
sociais são legítimos, desde que promovidos dentro da ordem e do respeito à constituição e à propriedade
privada. Quaisquer movimentos que
extrapolem as normas constitucionais são considerados ilegítimos e
buscam tumultuar a ordem estabelecida, sendo, em sua maioria, ideológicos. Causam insegurança jurídica,
tolhem investimentos regionais e nada acrescentam.
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Símbolo do
cooperativismo
Expomontes 2014
A
tranquilidade na maneira de se expressar é a
primeira característica que se constata ao conversar com Heli de Oliveira Penido. Calmo, ele
detalha diversas lembranças que tem da vida
de maneira singular e descreve as conquistas que obteve
sempre com muito esforço e dedicação. Heli nasceu em
Itaguara, na região metropolitana de Belo Horizonte, uma
cidade pequena com o ar interiorano. A principal atividade
econômica por lá é a agropecuária. A vida da família dele
sempre foi simples e a infância bastante tranquila.
Mas o destino reservava boas surpresas, tendo sempre
pessoas que o influenciavam de maneira positiva, como
um bancário que mudou o rumo da vida de Heli. “Na
agência onde ele trabalhava haveria um concurso para
contínuos e essa pessoa me deu o conhecimento necessário
para estudar para a prova. Eu concorri com um número de
jovens que deveriam estar bem mais preparados, mas eu
passei”, relembra.
Apesar dos 16 anos e da pouca idade, dedicou-se porque sabia que aquilo era algo promissor. O jovem bancário teve, a partir daí, muitas oportunidades de promoção.
Conheceu cidades, novas pessoas e teve tanto sucesso que
logo chegou ao cargo de gerente.
Em Itaguara, casou-se com sua primeira esposa, mas o
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amor não teria muito tempo de vida. Com apenas um ano
de casado, ela faleceu durante o parto do primeiro filho,
que sobreviveu.
Mas a vida lhe reservava, ainda, novas alegrias. Em
1967, surgiu a chance de transferência para outra cidade,
sendo cotado para substituir um competente gerente que
iria se aposentar em Montes Claros. Um grupo de diretores
temia que ele não desse conta do serviço e tentaram lhe forçar a aceitar um cargo menor em uma agência de Goiânia.
Somente uma pessoa acreditou nele e, mesmo com tanta
gente contra, Heli optou pela vinda à maior cidade do norte
de Minas.
“Até hoje me pergunto o porquê de querer vir para Montes Claros. Goiânia é uma capital e talvez eu tivesse mais
oportunidades, mas escolhi aqui e não me arrependi. Para
quem acredita em coisas pré-determinadas, está aí um bom
exemplo, aqui iniciei outra etapa em minha vida”, avalia.
Em 1970, Heli se casou, mas a maneira pela qual conheceu a esposa foi bastante diferente. Depois de morar um
tempo em hotel, lá conheceu um advogado de quem se
tornou amigo e juntos alugaram apartamento para dividir.
“Nesse período meu amigo me fez um questionamento,
o motivo pelo qual quase nunca me via com namorada. Eu
sempre estava na minha porque, na época, cargo de gerente
Expomontes 2014
exigia essa postura. Eu queria uma namorada, mas para me
casar logo”. Indagando o perfil da mulher ideal para Heli,
o amigo descobriu apenas duas moças que se encaixavam
nos requisitos, mas uma já possuía namorado. Felizmente,
deu certo com a outra moça sugerida, Lili. O casamento lhe
rendeu bons frutos. O casal teve quatro filhas, seis netos,
sendo dois homens e duas mulheres e uma bisneta.
Permaneceu como gerente no banco até 1973, quando
concluiu o curso de direito pela Fadi, hoje integrada a Unimontes. Heli chegou a atuar como advogado, possuindo
o registro da OAB. Nesse mesmo ano o recém-formado
adquiriu uma fazenda. Ter seu próprio canto lhe deu uma
base para refletir sobre a trajetória profissional. Foi quando ele pediu demissão do banco, se dedicou à propriedade
rural e passou a ter mais contatos com entidades ligadas ao
movimento. Logo se ingressou pela diretoria da Sociedade
Rural e, num dado momento, foi convocado a assumir o
sindicato rural.
“Foi uma ocasião complicada. Durante a eleição para o
cargo, havia também uma disputa eleitoral. Para não dividirem a classe, lembraram-se de meu nome e me fizeram
o convite, que logo aceitei”. Pouco depois, o presidente da
Coopagro, Jairo Athayde, teve a ideia de criar uma cooperativa de crédito rural. Heli, que considerava Jairo uma
pessoa influente, percebeu que era adequado e passou a integrar o conselho. Pela grande experiência adquirida em
banco, assumiu a direção.
Na cooperativa, Heli Penido teve uma grande satisfação,
pois a avaliação que fizera do sistema bancário não se repetia na cooperativa de crédito, uma vez que as taxas eram
bem menores. Outras cooperativas também se consolidaram em Minas Gerais e ele foi chamado a presidir a Central
de Cooperativas do estado, com sede em Belo Horizonte.
Anos depois foi criada uma confederação na qual ele também foi presidente em Brasília - DF. Durante um determinado tempo, comandava, ao mesmo tempo, o sistema ao
nível local, estadual e nacional.
A cooperativa tinha, nessa época, convênio com um
grande banco. Como os custos eram bastante elevados, um
novo banco foi criado, o Bancoob, com sede em Brasília, do
qual participou da criação. “Foi aí que tive minha realização plena”, comemora.
Ele encerrou a gestão na Confederação depois de dois
anos de mandato, quando percebeu que era hora de voltar,
já que estava afastado de casa há muito tempo. Finalizou
também na CrediMinas, 18 anos depois de assumir a entidade e, por fim, também cessou os trabalhos na Credinor,
depois de 22 anos sendo sempre uma unanimidade:
“O cargo de diretor e presidente sempre tem um viés
político, todos passam por votação. Apesar disso, eu nunca tive concorrente e se tivesse não disputaria. Jamais me
comprometeria com eleição, voto ou político e acho que é
por isso que nunca tive nenhum rival”, analisa.
Ainda quando estava na Credinor, Heli recebeu um
convite inesperado, o de assumir a provedoria da Santa
Casa de Montes Claros. O chamado foi feito em 2009, pelo
Bispo Emérito Dom Geraldo Magela, já na gestão do Arcebispo Dom José Alberto. “Respondi de imediato que sim,
mesmo sem nunca ter entrado no prédio da administração.
Eu tenho uma máxima que diz ‘Deus nos faz perfeitos, se
formos escolhidos para uma tarefa ou função e não estamos preparados, Deus capacita os escolhidos’. Essa é uma
constatação que tenho”.
Heli Penido considera que o trabalho no hospital é uma
oportunidade de retribuir à Montes Claros tudo que a cidade já lhe proporcionou. Para ele, a principal lição que
aprendeu foi exercitar a capacidade de ajudar. “Sirvo uma
entidade do bem, do bom e do justo e inteiramente gratuita. É um trabalho de grande satisfação, uma causa muito
nobre”. Ele revela não ter grandes ambições, mas se diz feliz e realizado. “Eu peço a Deus somente uma coisa: que eu
esteja em atividade até o fim da minha vida”, conclui.
O Provedor da Santa Casa, Heli de Oliveira Penido,
durante a entrega do Certificado de Hospital Acreditado
Pleno à Santa Casa.
Heli e Lili com as filhas Ana Cristina, Maria Tereza,
Maria Cecília e Ana Paula.
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Especial 70 anos
Homem do crédito rural
Falta de informação é um dos grandes
entraves da renegociação de dívidas
Texto: Vanessa Araújo
O Administrador de empresa, produtor rural e servidor da
Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Montes Claros,
no setor de convênios, Luiz Guilherme Antunes Câmara partilha
da história da Sociedade Rural. Diretor durante oito anos, que
tiveram início em 85, na gestão de José Machado Corrêa, após
os quatro mandatos que cumpriu continuou na Rural como assessor de crédito rural. Além disso, o ex-diretor também foi presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), por duas vezes.
Os desafios são grandes, ele conta, mas não desanima. “Uma
das maiores lutas que enfrentei durante minha participação na
Sociedade Rural foi pelo asfaltamento de estradas como a da
Produção, a de Japonvar e de São João da Ponte. Além disso,
também acompanhei a batalha pela renegociação das dívidas
dos produtores rurais junto aos bancos, e a peleja pela tarifa diferenciada de energia elétrica para atividades de irrigação”, conta.
Luiz Guilherme manifesta também o orgulho em fazer parte
da história da instituição. “A experiência é muito gratificante,
pois obtivemos êxito na maioria das lutas, participei de grandes
conquistas e tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que
realmente se importam com o meio rural”, diz.
Para ele, um dos principais pontos para a admiração do trabalho da Sociedade Rural é a verdadeira batalha pelos interesses
da classe. “Aqui, encontramos pessoas que, principalmente em
momentos críticos, se dedicam integralmente pela defesa da segurança ambiental e jurídica do setor”, afirma Luiz.
O produtor rural destaca ainda a importância da Expomontes para o agronegócio do Norte de Minas. “Atualmente, percebo
uma evolução constante da Exposição Agropecuária. O presidente Osmani Barbosa Neto tem conduzido uma gestão de destaque
na história da instituição”, elogia. “Estou muito satisfeito de poder conviver com pessoas tão comprometidas e preocupadas
com o meio rural”, conclui.
Renegociação de dividas
Os planos econômicos, como Plano Collor e Bessa, por exemplo, foram grandes responsáveis pelo endividamento rural, praticamente em todas as regiões do País. Assim, enquanto ocorreu
uma brusca queda nos preços dos produtos, os valores dos financiamentos foram elevados à patamares superfaturados.
A falta de informação é outro gargalo do setor. “Muitos produtores não sabem das leis, do que pode e o que não pode. Isso
dificulta a vida de todo mundo. Por exemplo, há benefícios exclusivos para agronegócio, uma vez que o empréstimo rural tem
a finalidade legal de fomentar a agricultura e não de obter lucro.
Mas, muitas vezes há uma inversão na finalidade dos financiamentos rurais, pois os bancos, inclusive os oficiais, estão operando com os contratos rurais objetivando lucrar e não incentivar o
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setor agropecuário”, avisa Guilherme.
Segundo o assessor, são diversas ilegalidades cometidas pelas instituições financeiras nas operações rurais, como por exemplo: cobrança de juros acima de 12% ao ano; capitalização mensal dos juros sem pactuação expressa; cobrança de comissão de
permanência e cobrança de multa acima de 2%, etc..
Ele afirma também que mesmo com as normas visando a renegociação de dividas um grande número de financiamento não
foi quitado em razão de fortes secas que atingiram o campo nos
últimos anos, sobretudo do semi-árido e norte de Minas. “Isso
tem impossibilitado a quitação de débitos por causa da ausência
de renda”, afirma.
Com vistas a corrigir as distorções, as entidades rurais tem lutado para viabilizar a reversão dos débitos.
“Ninguém quer ficar sem pagar, só queremos ter fôlego para
trabalhar, reunir dinheiro e quitar as dividas. Em suma, as renegociações tem que avançar e atender ao médio produtor. Os benefícios são, em sua maioria, a agricultura familiar e pronafianos.
Há um grande índice de homens do campo que necessitam de
ajuda do Governo. Há um viés ideológico que precisa ser rompido: o preconceito quanto à classe do médio produtor rural.
PESA
Normalmente são encontradas outras ilegalidades nos contratos
rurais, como o excesso de garantias nas operações de securitização e
PESA (programa especial de saneamento de ativos), que chegam ao
absurdo de mais de 500% do valor do financiamento. A lei estabelece
um limite de garantia de apenas 50% do financiamento para as operações do PESA e de 100% para as operações de securitização.
Os financiamentos rurais têm benefícios legais, sendo que certos
tipos de contratos foram alongados para pagamentos em 10 ou 20
anos (securitização, PESA, etc.), mas, infelizmente essas renegociações que deveriam beneficiar os produtores rurais de todo o país acabaram não acontecendo.
A solução para uma boa renegociação de dívidas rurais é contratar
um especialista na área tributária, que irá fazer um recálculo das operações rurais procurando enquadrar os contratos nos termos da lei e
assim reduzir o saldo devedor para o valor real, buscando-se uma negociação administrativa através de apresentação de proposta dentro
da realidade e possibilidade jurídica e financeira.
Aqueles produtores que, por ventura, estejam sendo executados
também podem se defender através do conhecimento dos benefícios
legais para o setor rural, inclusive com redução da dívida ou com o
alongamento do débito, se o contrato preencher os requisitos
legais, evitando, assim, que seu patrimônio vá a leilão judicial.
Expomontes 2014
Parque de Exposições é revisitado
Investimentos de R$ 210 mil em reformas e construção
O
Parque de Exposições João Alencar Athayde é
um dos poucos do Brasil que funciona o ano
todo. Alguns espaços são abertos somente em
períodos de exposições. São 25 funcionários da
Sociedade Rural que cuidam da estrutura, fazendo a limpeza, reformando e cuidando para que as áreas possam
ser ocupadas pela comunidade por meio de locação da
primavera ao inverno.
Nos últimos meses, para receber a Expomontes, várias
ações foram feitas. O investimento chegou a R$ 150 mil
com obras de manutenção, recuperação de áreas, criação
de um jardim na entrada do Clube dos Fazendeiros, reforma da churrasqueira.
“Atendendo à demanda da Policia Militar, reformamos
o posto policial, ampliamos as celas e aumentamos mais
um banheiro. Equipamos todos os espaços fechados com
ar condicionado e finalizamos a obra do Memorial – local
de resgate de memória, pensado e projetado para contar a
história de um povo que mostrou a que veio. Vamos deixar registrado a importância dos precursores das causas
rurais no Norte de Minas”, encerra Norberto Assis, diretor de patrimônio da Rural.
O Memorial é um espaço reservado para congregar
fatos, ações e história, e é financiado pela Valleé. O investimento de R$ 60 mil transformou parte do prédio
administrativo da Sociedade Rural.
Dentro das novidades da 40ª Expomontes outra novidade física no Parque é a chegada de uma agência do
Sicoob/Credinor.
Transformações que alteram visualmente a tribuna de
discussões do homem do campo. Norberto acredita que
para o futuro são necessárias algumas mudanças, como
por exemplo, a ampliação do Tattersal Daul Dias.
“Para conclusão do meu curso de Arquitetura eu re-
A revitalização do Tattersal Dias
seria um dos pontos de mudança
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
desenhei o Parque. Um projeto inovador, caro, mas que
daria ao Parque toda modernidade e mobilidade que
precisa. Indico um Plano Diretor para ordenar as novas edificações e propor novos espaços com a reforma
e construção de novos currais, liberação de áreas para
mais expositores, isolar área de leilões, por exemplo,
para acesso livre de compradores e vendedores. Particularmente, eu acho um excelente projeto. Seria necessário R$ 1 milhão”, afirma.
Especial 70 anos
Credenciamento
repaginado
A
Sociedade Rural investiu R$ 15 mil no setor de
credenciamento da 40ª da Expomontes. Foram
adquiridos novos equipamentos (computadores e impressoras, máquinas de encadernação),
móveis, software, ar condicionado e reforma do espaço,
que era destinado a estandes.
“A demanda do credenciamento aumentou consideravelmente por que a Feira cresceu. Não podemos distribuir o
acesso à revelia. A Exposição ganhou proporções gigantes,
por isso, instituímos uma comissão de credenciamento na
qual presido”, afirma Sérgio Peres, Engenheiro Civil e produtor rural, que atualmente ocupa a Secretaria Executiva da Sociedade Rural e coordena, pela segunda vez, a Comissão de
Credenciamento da Expomontes.
Ao todo, são 4,7 mil credenciados para produtores rurais,
associados da Sociedade e Sindicato Rural, Autoridades Civis
e Militares, Expositores de animais produtos e serviços, tratadores, colaboradores, funcionários, parceiros e imprensa
para que os profissionais, tanto da cidade, quanto do Estado,
possam divulgar as iniciativas da Mostra. Seis pessoas foram
contratadas para desempenhar o serviço, confeccionando e
dando suporte ao setor.
O credenciamento é um dos setores mais delicados e complexos da Exposição. “Damos acesso a quem participa efetivamente da Expomontes. Pessoas em prol do evento. Existe
uma quantidade limitada. Não há como atender todo mundo,
mas acreditamos que nossos serviços têm atendido a comunidade de Montes Claros”, avisa.
Sobre a 40ª Expomontes ele afirma : “Esperamos saldos
positivos e bons negócios. Queremos melhorar os serviços
prestados. Estamos profissionalizando todos os trabalhos. A
experiência em meus negócios tem ajudado a lidar com minha área com tranquilidade e eficiência”, diz.
Sérgio Peres, também tem uma grande missão: Secretariar
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a Presidência. Para ele, uma tarefa de grande responsabilidade, mas que ele faz com grande satisfação até pela amizade
que nutre com o Presidente.
Há 16 anos na diretoria da Rural hoje ele atende ao expediente da Secretaria geral, participa de articulações da instituição, auxilia nas correspondências, produz as atas e, certamente, defende os interesses da classe.
O Diretor descreve que é filho e neto de produtor rural. Ele
segue o legado da família e garante que a cada ano a gratidão
pela entidade aumenta.
Expomontes 2014
Integrando os produtores
Idalina é a única mulher a ocupar o cargo de diretora
na Sociedade Rural
F
azer um grupo de fazendeiros se tornar uma família. Esse é o objetivo da diretoria social, que
realiza eventos com o objetivo de integrar os associados da Sociedade Rural. Festa junina, das mães,
dos pais e das crianças, essas são algumas das atribuições
a cargo de Maria Idalina de Almeida Souza, que ocupa
esta diretoria desde o primeiro mandato da atual gestão,
embora esteja na diretoria da entidade desde 2004.
"É um desafio ficar mais próximo do associado, fazer
com que ele tenha uma vida ativa dentro da entidade e
do parque. Por isso, as festas conseguem criar vínculos
entre as famílias e aproximar da diretoria. Ano passado
fizemos a festa do sócio remido, para os associados com
mais de 70 anos e 15 de contribuição. Foi lindo, eles se
sentiram valorizados, é um orgulho ser parte disso", afirma a diretora.
É também Idalina que fica responsável por realizar
a festa de lançamento de cada edição da Expomontes e
todos os eventos da Rural, além, é claro, de coordenar a
seleção, o treinamento e conduzir todas as atividades das
cinco rainhas da Exposição.
Segundo ela, o segredo para fazer bem feito é ter amor
e prazer pela atividade.
"Com amor tudo sai. Penso nos detalhes, na forma de
envolver as pessoas. Na festa de lançamento deste ano,
decoramos as mesas com mudas de plantas e árvores da
região, para que os convidados pudessem levar ao final.
Foi um sucesso, fiquei muito feliz que todos tenham gostado. Nossos eventos são para 500, 800 e até 1.000 pessoas
e todos faço com muito carinho", comemora.
Para a 40ª Expomontes e 70 anos da Rural, Idalina espera a maior festa de todas, que já começou desde o dia
21 de junho, quando a entidade completou o aniversário.
Para ela, esta edição será histórica.
A seguir flashes dos
principais eventos
da Sociedade Rural:
1 - Sócio Remido
2 – Lançamento da Expomontes
3 – Forró da Rural
4 – 70 anos da Rural
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Expomontes 2014
Sócio Remido
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Expomontes 2014
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Expomontes 2014
Forró da Rural
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Expomontes 2014
70 anos da Rural
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Especial 70 anos
Lançamento da Expomontes 2014
Cerca de 500 pessoas participaram do evento
que lançou Selo Personalizado da Exposição
Fotos: Solon Queiroz
O
Centro de Eventos do Parque de Exposições
João Alencar Athayde, em Montes Claros, foi
palco do lançamento da 40ª Exposição Agropecuária de Montes Claros – a Expomontes. A
noite foi marcada também pela divulgação do Selo Personalizado, em parceria com os Correios.
Cerca de 500 convidados, entre jornalistas, publicitários,
empresários, patrocinadores, diretores e colaboradores da Sociedade Rural participaram do evento, que começou ao som do
Hino Nacional, seguido do discurso do Presidente da entidade,
Osmani Barbosa Neto, que em suas considerações exaltou também sobre os 70 da instituição ruralista.
“Com 70 anos de existência, somos autores do nosso tempo e
temos entre nós personagens de grande participação no desenvolvimento de nossa região. A história e o progresso de Montes
Claros estão dentro da Sociedade Rural registrados com documentos, imagens, vídeos e reportagens. As ações sempre foram
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pautadas pela ética, transparência e pela busca desinteressada
do bem comum”, discorreu.
Para Osmani, 2014 é o ano da Rural, e para celebrar datas
importantes como os 70 anos da entidade e a 40ª Expomontes,
será criado memorial e também será divulgado livro alusivo aos
70 anos da entidade. A Expomontes completa 57 anos em 2014
e é sinônimo de sucesso, de oportunidades, de valorização, de
negócios, de diversão e entretenimento.
“É a maior festa popular do Norte de Minas. É considerada
a segunda maior do pais, perdendo apenas para a Expozebu em
número de animais inscritos. Teremos 12 dias de festa, 70 estandes disponíveis onde os mais de 360 mil visitantes poderão
ter acesso a um mix do agronegócio. Serão dez leilões. Cerca de
10 mil animais devem ser comercializados. Os negócios movimentados devem chegar a casa dos R$ 310 milhões de reais. Na
Mini Fazenda, muitas novidades para a criançada. A Feira da
Agricultura Familiar vai ser incrementada”, divulgou Osmani.
“É a maior festa
popular do Norte de
Minas. É considerada
a segunda maior do
pais, perdendo apenas
para a Expozebu em
números de animais
inscritos.”
Especial 70 anos
Evaldo Jener, Coordenador Institucional dos Correios, ponderou não somente sobre o Selo Personalizado alusivo às 40
edições da Expomontes. “A Expomontes, hoje, ultrapassa fronteiras, como o Selo também o fará. Um evento construído com
muito esforço que valoriza todo potencial econômico do Norte
de Minas”, disse.
Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros, abriu as considerações
dele falando sobre a grandiosidade da Expomontes e confirmou
que neste ano irá apoiar com mais vigor a Exposição. “Vamos
aumentar o valor investido na Mostra, teremos um estande da
prefeitura e aguardem que traremos um excelente show para o
aniversário da cidade. Como será a abertura da Expomontes iremos receber, aqui no Parque, diversas autoridades que vão abrilhantar nossa festa, que movimenta a economia local”, finaliza.
Moacyr Basso, Diretor Financeiro da Rural, encerrou o
evento alertando que até o dia 15 de março de 2014 os expositores que participaram da Feira em 2013 terão prioridades
sobre os espaços locados. A partir da data vai ser por ordem de
chegada. O diretor ressaltou também que, ao lançar essa edição
histórica, se comprova, mais uma vez, os resultados positivos
alcançados a cada Expomontes.
“Engana-se quem pensa que o evento se retrai nos tempos
de crise – ao contrário. Quanto maior a dificuldade, maior a
importância de promovermos essa festa. É nessa hora que a
atenção do produtor passa a ser disputada e novas oportunidades são criadas, possibilitando avanços e resultados conjuntos.
É quando buscamos melhores rendimentos, redução de custos
e uma parceria maior com comércio e indústria, tão bem representados nos stands da feira. A Expomontes consolida-se,
assim, como o grande fomento do agronegócio”, fala Moacyr.
Especial 70 anos
Um olhar sobre a Sociedade Rural
Nossos talentosos artistas nortemineiros e como eles veem a sociedade Rural.
Leo arte
01
Leonardo S. Ferreira
Nascido em Montes Claros,
em 14 de março de 1977, é
produtor gráfico, serígrafo
e arte educador. Iniciou
sua vida profissional como
desenhista em empresas
de serigrafia nos anos 90,
ilustrou diversos jornais
locais. Atualmente cria
peças gráficas para o
mercado publicitário.
100
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01
02
Bernardo Morais
02
Artista Visual E Fotógrafo
Conhecido por sua produção fotográfica, iniciada em
2009, Bernardo Morais é um jovem artista visual,
que capta a estética de uma geração. Em suas obras,
permeadas por geometrismo, recortes e colagens,
se utiliza, muitas vezes, da experimentação e da
desfragmentação da imagem, explorando uma
combinação de anatomia, natureza e geometria para
criar uma narrativa híbrida. Atualmente, busca
transitar entre outras técnicas das artes visuais, além
da fotografia, para remodelar a iconografia do artista
Norte mineiro.
www.moraisbernardo.com.br
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
101
Sólon Queiroz
Realizou diversos trabalhos e incursões em diferentes
regiões do País. Como Cinegrafista desenvolveu
trabalhos de documentários de obras e institucional
para a Prefeitura de Grão Mogol. Trabalhou como
cinegrafista na produção do Making of do Curta
Metragem “Mendigo” do Diretor Iesus Filho e do Curta
Metragem “A falta de” da Diretora Lara Araujo, entre
outros. Tem seu trabalho publicado e divulgado em
órgãos da imprensa e instituições públicas e privadas.
Compartilham do seu Banco de Imagens, Empresas
como a Futura Press de São Paulo e a Rede InterTV
afiliada Rede Globo com fotos que compõem novo
cenário 2010 do MGTV – Primeira e segunda edição.
Premiado no “1º Concurso de Fotografias Cerrado Solo
Sagrado” realizado em 25 de novembro de 2010 pela
Prefeitura Municipal de Montes Claros – MG. Finalista
no PREMIO ESSO DE JORNALISMO – 2013. Premiado na
Etada Estadual do Sebrae de FOTOJORNALISMO - 2014
com a materia intitulad "Frutas CIA" publicada no
Jornal Estado de Minas
Solon Queiroz
Fotógrafo
Dione Afonso dos Anjos
Iniciou se em fotografia profissional no ano de 1999. É formado
em comunicação social com habilitação em jornalismo pela
FUNORTE, já atuou em diversos seguimentos da fotografia. Na
maior parte da carreira trabalhou como freelancer. Participou
como repórter fotográfico da Expedição Caminhos dos Geraes
por seis vezes e de outros trabalhos pelo sertão
Norte Mineiro. Fez diversas coberturas em
grandes eventos como Festival Grande Sertão em
2001, Festival Internacional de Folclore, Festival
Folclórico das Festas de Agosto. De exposições
como: Semana do Meio Ambiente em 2001,
Exposição coletiva Combio-BH, virtual no site
da Expedição Caminhos dos Geraes. Trabalhou
com fotojornalista pela revista Tempo, revista
Plataforma e como freelancer para Jornal
Estado de Minas, site Brazil Cartoon, Galeria
Márcio Leite e para as empresas: Petrobras,
Novo Nordisk, SESC–MG, Santa Casa de Montes
claros, Alpargatas, Cervantes, Agência i7,
Lume Comunicação, Link Comunicações, Via
Corporativa comunicação. Atualmente trabalha
para o Jornal Hoje em Dia.
Dione Afonso
Fotojornalista
102
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Neto Macedo
Expomontes 2014
Neto Macedo
Fotógrafo
Neto Macedo é um jovem fotógrafo
com mais de 4 anos dedicados à
carreira graduado em Publicidade e
Propaganda, e atua como fotógrafo
e professor de fotografia e vídeo.
Apesar de ser conhecido por
retratar o universo feminino,
atende, também, ao mercado
corporativo e publicitário.
Segundo ele, busca a excelência no
atendimento aos clientes e acredita
que os melhores projetos são
aqueles estruturados e planejados
de acordo com sua marca e
imagem.
www.netomacedo.com
Junia Rebello
Publicitária e fotografa, Junia
Rebello trabalha como assessora de
marketing na entidade. Tem uma
visão diferenciada sobre os 70 anos
da entidade. Escolheu a imagem de
Pedro para retratar a entidade em
seus 70 anos, por ver nele a historia
da Rural se repetindo – uma ligação
que começa em família e que se
renova a cada geração.
Junia Rebello
Fotógrafa
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
103
Especial 70 anos
Silvana Mameluque Mota
Natural de Pirapora/MG e reside
em Montes Claros onde é servidora
da Prefeitura, lotada na Secretaria
Municipal de Cultura há 21 anos.
Bacharel em Turismo pelo Centro
Universitário Newton Paiva em Belo
Horizonte/MG desde 1979 participa
como membro titular do Conselho
Municipal de Turismo e do Circuito
Turístico Sertão Gerais.
Possui curso de Fotografia pelo
SENAC realizado em Montes Claros
no ano de 2002 e possui uma
página www.flickr.com/photos/
silvanamameluque onde armazena
os seus trabalhos fotográficos.
Silvana Mameluque Mota
Fotógrafa
A Sociedade Rural e eu
Fotos: Arquivo Pessoal
Quando fui Gerente do Banco do Brasil, tive relacionamento
muito estreito com a diretoria da Sociedade Rural de Montes Claros. Eu aqui cheguei, em fevereiro de 1986, vindo da Direção Geral, em
Brasília. A tarefa que me esperava era desafiadora, para os meus 32
anos de idade: administrar uma agência com 201 funcionários, um dia
depois do Plano Cruzado, que tudo mudara na economia, inclusive
acabando com a conta-movimento, a qual propiciava juros subsidiados para o setor agropecuário.
Mesmo com esse cenário adverso, conseguimos aplicar
vultosas somas na agropecuária regional e instalar duas sub
-agências na cidade.
Apoiamos, na época, a criação da Credinor – Cooperativa
de Crédito do Norte de Minas –, engendrada no seio das entidades rurais da cidade.
Quando a Credinor ficou sem poder participar da compensação de
cheques, por dois meses, em virtude da extinção do Banco Nacional
de Crédito Cooperativista, assinamos convênio permitindo à referida
cooperativa o uso do mesmo número da nossa agência para tal fim.
Lembro-me bem do ato solene, quando estiveram presentes diretores da Sociedade Rural, do Sindicato Rural, da Coopagro, da Associação Comercial e Industrial, do Clube de Diretores Lojistas, representantes da Câmara Municipal e vários associados da Credinor.
Para nossa felicidade, a Credinor é considerada o embrião de todo
o sistema financeiro que hoje atende aos agropecuaristas da região.
A foto ao lado é da reunião em que assinamos convênio de apoio
à Credinor, para uso do número da Agência do BB em Montes Claros,
tendo por finalidade a compensação dos cheques dos cooperados.
104
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Itamaury T. de
Oliveira
É natural de Porteirinha – MG.
É advogado pela Faculdade de Direito
Milton Campos e especialista em
Direito Tributário, pela Faculdade
Gama Filho. É também especialista em
Marketing, Qualidade e Competitividade,
Administração Financeira e MBAFormação para Altos Executivos. Mestre
em Administraçao pela UFMG.
Especial 70 anos
Sociedade Rural
Expomontes: A construção
da identidade de um povo
“
Quando abri
os olhos não cri.
Tudo que é belo,
é absurdo. Deus
estável!”
João Guimarães Rosa
Texto Cácio Xavier*
Foto: Arquivo Pessoal
A
condição de norte mineiro é reconhecida,
entre outras coisas, por nossa carne de sol,
nossa cachaça, nossas frutas, nosso fruto (o
pequi), nossa música e até nossa hospitalidade. Com orgulho catrumano nos afirmamos sertanejos, afinal “o sertão está em toda parte” como bem
descreveu João Guimarães Rosa, e aqui, nestes rincões,
ganhou cores, sabores e o rosto de uma gente forte. Somos um povo apaixonado que gosta de festa e carrega
na face a identidade forjada nesta alegria conquistada
com o trabalho digno.
O campo e a cidade se completam neste lugar de pessoas aproximadas pela unidade das relações, pelo modo
de vida próprio, que nos difere de outras regiões. Frente a
esta geografia cultural de olhares diversos, crescemos com
a imagem do Parque de Exposições João Alencar Athayde.
A expectativa indescritível de se perder na efervescência
de uma multidão que se descobre nesse território. Gente
que contou os dias para estar alí... Alguns moram fora, mas
que sempre agendam as férias para que, nesta época, neste
espaço, reencontre amigos... Outros que não só buscam entretenimento, mas também querem fechar bons negócios.
Certamente, por isso, o olhar deste jornalista sempre se
rendeu aos encantos da Exposição Agropecuária de Montes
Claros, um evento que sintetiza não só o agronegócio do
Norte do Estado, mas a vocação para o desenvolvimento
econômico, político e social desta região. A cada cartaz, a
cada filme produzido para divulgar esta festa observamos a
evolução e consolidação deste símbolo de força da Sociedade Rural.
Por isso, entendemos como uma honra, o privilégio de
contar e registrar na televisão parte desta história por meio
de reportagens que tivemos a sorte de trabalhar. Foram
muitas as oportunidades de conviver com as vitórias e também preocupações de quem aprendeu cedo a lidar com a
terra, com os trabalhadores rurais, com as adversidades
de nosso sertão e sua estiagem severa. Foram inúmeras as
entrevistas para registrar resultados de viagens de pecuaristas e fruticultores em busca do conhecimento e troca de
experiências com outras regiões produtoras não só do Brasil, mas também de outras partes do mundo.
Vimos, ainda, inesquecíveis palestras no auditório da
Rural e nos chamados “dias de campo”, onde experiências
e orientações técnicas eram realizadas em busca da tecnologia ideal para atingir melhores resultados e fazer daqui uma região competitiva e reconhecida. Foi assim com
o Mangalarga Marchador, com os concursos leiteiros e de
ganho de peso, com o novilho precoce, foi assim ainda com
a pastagem, com as novas variedades de grãos, em especial o sorgo, o plantio direto, a cachaça e uma infinidade
de assuntos que viraram notícias em nosso então Norte de
Minas Rural, hoje InterTV Rural, e outros tantos programas
da Rede Globo.
Enfim, memória de sucesso que se mistura à vida de
todos nós. Pessoalmente, lembro-me que a convivência
profissional com a Sociedade Rural se deu primeiro como
locutor da Rádio Montes Claros. A 98 FM permitiu-me em algumas oportunidades estar no palco da Expomontes, apresentando shows – sempre os artistas e bandas de maior sucesso na atualidade. E depois, como presente, na televisão
começamos justamente num programa rural. Oportunidade única que moldou nossa personalidade pela amizade e
respeito desta família que é a Sociedade Rural de Montes
Claros. Uma entidade que chega aos 70 anos com vigor e
maturidade para travar novos desafios na construção permanente de nossa identidade norte mineira.
* Gerente de Jornalismo da InterTV – MG. Graduado em Letras (Unimontes); Jornalismo (Funorte); PósGraduação em Docência do Ensino Superior (Soebras); e mestre em Letras/Estudos Literários (Unimontes).
U m olhar sobre a S ociedade Rural
105
Especial 70 anos
A tradição social
Theodomiro Paulino recorda
história de amizade com a
Sociedade Rural
Fotos: Arquivo pessoal
B
em ali, ao lado esquerdo do palco bate o coração
social da Expomontes. Presença garantida há
anos, é no Barzinho do Theo que diretores, autoridades, membros da sociedade e um público fiel
de encontram para momentos de conversa e descontração
durante a festa. Tendo o nome de Theodomiro Paulino à
frente, não se esperava outro resultado que não o sucesso
para o bar. Há tantos anos prestigiando e fazendo parte
da Expomontes, o jornalista social é testemunha das mudanças e evolução da festa ao longo do tempo.
A relação dele com a Sociedade Rural e a Expomontes
começaria muitos anos antes de ser também integrante dessa história. Quando criança, gostava de visitar as
baias, ver os animais e tirar fotos registrando tudo. Um
pouco mais velho, aos dez anos, começaria a travar conhecimento com muitas das famílias das quais viria a se
tornar um amigo próximo.
"A minha historia é de amizade, sempre fui amigo das
famílias. Inclusive quando era menino, não era nem jor-
Eliana, Rainha da VI Expo de 1966.
106
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
nalista. Eu trabalhei em lavanderia e entregava as roupas
que eles mandavam lavar. Eu engraxei sapato, vendi revista.... Eu entregava as roupas dos coronéis, me lembro
do Dominguinhos Braga, Nozinho Colares, Zé Pereira,
João Athaíde, Antônio Augusto Athaíde, Osmani Barbosa... Eu ia com as roupas engomadas, o linho 120, eram
ternos brancos. Logo depois fiquei amigo deles, conhecido. Fiquei amigo através do jornal, quando fui ser colunista", revela.
Como jornalista social, Theodomiro teve a oportunidade de conferir de perto a história da Sociedade Rural
e da Expomontes se desenvolvendo. Se antes as edições,
que ocorriam a cada dois anos, não possuíam shows à
noite no Parque de Exposições, a Sociedade Rural promovia bailes no Automóvel Clube, que contavam com
a presença de grandes artistas nacionais, como Roberto
Carlos, Jair Rodrigues e Moacir Franco. Num desses bailes, Theodomiro Paulino foi selecionado por Carmelita
Barbosa junto a outros jovens da sociedade para abrilhantar o baile.
Sua entrada na Expomontes se deu na década de 1970.
Pediu ao presidente da época para lhe deixar montar um
barzinho no Parque, o Theo's House. Ideia aprovada, ele
e seus irmãos precisaram colocar a mão na massa para
fazer e acontecer.
"O Parque não tinha infraestrutura nenhuma, era só
aquela parte da frente. A gente, meus irmãos e eu, buscava palha, palhoça, e fazia barraca de palha. Começou aí
Especial 70 anos
o barzinho, o Theo's House, que era um sucesso na época. Quando fizeram a nova infra-estrutura do palco, com
os bares ao lado, eu fiquei sem lugar. Nisso José Corrêa
Machado e Lucas Elmo Pinheiro construíram pra mim
o barzinho que fica hoje embaixo da escada do Sindicato
Rural, mas como eu vi que o povo tava indo todo para o
outro lado pedi pra me transferir pra lá. E eles atenderam
porque ficou mais espaço pra eles usarem, hoje lá é um
café. Foi muito bom. Me tornei uma tradição na Expomontes", comemora.
Desde a década de 1970, quando as edições da festa
ocorriam de dois em dois anos, Theodomiro deixou de
participar de apenas uma edição, por conta de motivos
políticos. Mas a ausência foi sentida e na edição seguinte
já estava de volta ao seu lugar de sempre.
Como jornalista social, ajudou a engrandecer a Expomontes a cada edição, inclusive comentando e aprovando
as rainhas, uma verdadeira tradição da festa. Ainda hoje,
lembra das grandes beldades que fizeram história como
Eliana Neto, Celeste Pimenta e Eleninha Baliza, as quais
dedica muitos elogios. "As rainhas de hoje são lindas, mas
muito novas, são crianças. Eu sou da opinião de que elas
devem ser mais velhas, pois já têm uma beleza mais marcante e impõem mais presença", aponta.
Além das beldades, também lhe marcou a memória a
garra e a força com as quais os ex-presidentes levantavam
a classe ruralista e a dedicação feminina em promover
festas e jantares, trabalhando duro. Hoje, Theodomiro
reconhece que a classe tem enfrentado mais desafios que
nos primeiros tempos, mas destaca o valor do homem do
campo "que nunca deixa a peteca cair".
Década de 70, no Parque de Exposições com Junia Campos,
Denise Valle, Carlota Dumont e Kira Marcia Valle.
Ao recordar toda sua história vivida junto a Sociedade
Rural, Theodomiro Paulino é só elogios à entidade que
lhe abriu os braços e lhe fez parte desta história. "Hoje
o Barzinho do Theo é tradição, pois recebo governadores, autoridades de todo tipo. É uma satisfação poder estar presente todos os anos, e espero que nos próximos 70
anos a Sociedade Rural esteja cada vez mais forte. Tivemos grandes presidentes e hoje temos Osmani, que tem
feito um belo trabalho e seguido as tradições. É de se esperar que cresça cada vez mais", conclui.
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107
Especial 70 anos
Uma conversa
sobre cordas e
crachás
Entrevista: Zana Ferreira
Foto: Andréa Froes
Q
uem vê o jornalista Luiz Ribeiro, premiado
40 vezes, ocupando espaço importante na imprensa nacional, não imagina as raízes dele.
Com orgulho, ele abre o passado e revela não
apenas a origem rural, mas uma velha história de amor
com a Expomontes que se renova a cada ano.
Filho de José Soares dos Santos, o Zeca, e Agripina
Ribeiro dos Santos, Luiz estava no meio da prole de sete
filhos do casal. Gerente da fazenda Catuti, em Fransico
Sá, Zeca tinha apenas o 3º ano primário, mas possuía
uma grande sabedoria de vida, ensinando ao filho a lição
mais importante que Luiz teria na vida: a honestidade.
Numa época em que não havia muita tecnologia,
transações bancárias ou cheque, Zeca administrava
a fazenda dos patrões lidando com homens e grandes
quantidades de dinheiro. Luiz Ribeiro recorda que as
dificuldades eram muitas e, algumas vezes, a família
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
passava por necessidades. O dinheiro dos patrões, porém, nunca foi uma alternativa. "As pessoas o questionavam porque a gente passava dificuldade se ele lidava
com tanto dinheiro, mas ele respondia 'Isso não me
pertence'. Recebi essa lição dele, e levo isso para tudo
na minha vida", emociona-se.
Sertanejo, o Luiz de hoje ainda tem fresca na memória a sensação de encantamento que o pequeno Luiz
sentia ao chegar o tempo das chuvas. O cenário transformava-se, o amarelo dos campos se tornava verde, e o
contraste lhe marcou a memória. De suas lembranças da
infância, revela que esta é uma das mais fortes, somada à
memória do mingau que mãe fazia durante esses meses,
quando vinha a colheita do milho.
Por necessidade, auxiliava a família em trabalhos da
roça. Pegou na enxada, ajudou a plantar milho e capim.
Mas se o pai sabia que essa ajuda era necessária, não des-
Especial 70 anos
cuidou de dar um futuro ao filho, fez questão que ele estudasse.
"Eu já havia aprendido a ler sozinho. Pegava qualquer
papel, ficava juntando as letrinhas, tentando ler. Antes
de ser alfabetizado, cheguei a decorar um livro, que minhas irmãs sempre liam em voz alta. Por volta dos meus
oito anos, meu pai pagava a professora do meu primeiro
ano, Dona Elisabete, e eu era bom aluno. Acontece que
apenas eu passei de ano, e não tinha quem me ensinasse.
Eu precisei ir embora para poder estudar", recorda.
A princípio foi para a casa de uma tia em Francisco
Sá para poder estudar, mas em pouco tempo acabou se
mudando para Montes Claros, aos nove anos, vindo a
morar na casa dos patrões dos pais. O menino da roça, acostumado com um modo de vida mais simples, de
repente se via em um novo ambiente, com novas descobertas. Dentre essas, estava a possibilidade de conhecer
a Expomontes, já famosa em seus tempos de criança,
quando era realizada de dois em dois anos.
Mesmo sem nunca ter colocado os pés no Parque de
Exposições João Alencar Athayde, Luiz já sabia alguma
coisa do evento, que povoava sua imaginação. Na fazenda que o tio gerenciava, muita vezes acompanhou o processo de argola, para amansar o animal para o contato
com as pessoas durante a exposição. Era um processo
de meses para fazer com que o animal se acostumasse
à grande presença de pessoas, vendo-o e tocando-o, e o
simples conhecimento de um fato de bastidor já lhe fazia
sentir um pouco parte de tudo ali.
A Expomontes realizou-se sempre em julho, época em
que Luiz entrava de férias e voltava para a casa dos pais,
mas conseguiu, depois de um tempo, poder ficar em Montes Claros para auxiliar no trato dos animais dos patrões
que eram expostos na Mostra. Mais que um trabalho, aquilo lhe dava grande satisfação, por fazer parte daquele momento, do qual só ouvira falar durante tanto tempo. Além
do pertencimento interno, algo iria lhe marcar como um
membro oficial daquele espaço.
"Para entrar no Parque, era preciso ter um crachá que
identificava. Cada setor era diferenciado por uma cor. Tinha o crachá da comissão organizadora, dos expositores,
dos estandes... até a hora que me deram um crachá de tratador de animais. Aquilo para mim era incrível, como se eu
fosse oficialmente parte daquilo tudo", explica.
Desses momentos dentro do Parque, Luiz não perdia
nada. Observava atento aos expositores, conhecia os nomes dos membros da organização, observava atento cada
parte que compunha a Expomontes. Hoje, entende que isso
já era parte de sua veia de jornalista, que na época era ape-
nas um sonho distante.
Aos 14, arrumou um emprego numa mercearia, e ao voltar à Expomontes, já não possuia mais o crachá. Era parte
do público. Um novo olhar se dava para o evento que tanto
lhe animava. Recorda-se de shows e do ponto de encontro
dos jovens, no canto esquerdo ao lado do palco. Mais uma
vez, não deixava nada escapar, e admirava aquele momento
que era ansiosamente esperado a cada dois anos.
Um terceiro olhar sobre a Expomontes viria fazer parte
de sua vida quando, aos 18 anos, fez teste para repórter do
antigo Jornal de Montes Claros. Com três dias na redação,
foi enviado para fazer sua primeira matéria na Sociedade
Rural, cobrindo a experiência de uma escola hípica que estava surgindo.
Naquele ano, teria grande emoção ao poder realizar seu
sonho de ser jornalista de primeira página cobrindo justamente a Expomontes. Se no jornalismo estava dando seus
primeiros passos, no evento não era nenhum iniciante.
"Desde que eu era tratador, gostava de observar quando
vinham as autoridades. Para mim, sempre vi o evento como a oportunidade do produtor rural mostrar a produção,
mas também de reivindicar ao governo as necessidades da
classe. Eu já sabia disso e ficava atento. Foi uma nova experiência, porque agora eu tinha um novo crachá, eu estava de outro lado da corda. Fazia novamente parte daquele
momento, mas de outra forma", conta emocionado.
Em todos os seus anos cobrindo a Expomontes e admirando o evento em sua totalidade, Luiz afirma que muitos
foram os que ali dentro estavam e que exerceram influência direta sobre ele e seu trabalho. Lembra-se de Elias
Tavares, comunicador que se envolvia em todos os setores
do evento e conhecia os expositores pelo nome; de Paulo
Guerra, para quem o rodeio era como sua vida; de Raul
Dias, a quem admirava pelo envolvimento com a exposição
e ainda do ex-presidente José Corrêa Machado, de quem
obteve grande aprendizado.
Nesses 70 anos de Sociedade Rural e na 40ª Expomontes, Luiz Ribeiro se sente realizado por poder fazer parte
dessa história. "Eu não sou expositor, não tenho patrimônio, mas tenho esse patrimônio cultural, imaterial, que é
ter vivido e acompanhado diversos momentos dentro do
Parque de Exposições João Alencar Athayde. Sinto orgulho de cada matéria que fiz e que pode ter colaborado com
a causa dos produtores, que enfrentam muitas dificuldades. Precisamos agora é pensar no futuro, como obter um
equilíbrio para que o campo possa continuar produzindo
e nossos filhos e netos possam estar aqui e comemorar os
próximos 70 anos", conclui.
U ma conversa sobre cordas e crach á s
109
Especial 70 anos
110
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Especial 70 anos
Instinto ruralista
Se o ditado popular diz que a curiosidade matou o gato,
nada poderia ser menos verdadeiro na vida de José C. Silva
Dias, conhecido como Dezinho Dias, um dos ex-presidentes
e hoje membro do conselho consultivo da Sociedade Rural. Foi a curiosidade que um dia lhe colocou nos rumos da
maior entidade ruralista do Norte de Minas.
Dezinho, então um garoto de 14 anos, viu um grupo de
fazendeiros bem vestidos e alinhados subindo as escadas de
um prédio e, por instinto ou curiosidade, decidiu segui-los.
O grupo, liderado por João Alencar Athayde, eram membros da Sociedade Rural, que se reunia para discutir importantes demandas da época.
Dezinho era filho de gerente de fazenda em Francisco Sá
e morava em Montes Claros para estudar. Já tendo ligação
com o campo, logo reconheceu a
importância daquele grupo. Entrando sem ser convidado, Dezinho foi travando conhecimentos
com aquelas pessoas e passou a
exercer serviços de officie boy para a Sociedade Rural, entidade da
qual faria parte como membro
dali a seis anos.
“Com 20 anos fui convidado a
ser diretor. Eu me lembro de percorrer esse espaço onde hoje é o
Parque de Exposições todo à pé,
junto com João Alencar Athayde,
Lindolfo Laughton, Osmani Barbosa, em que eles estavam negociando a venda do terreno
com Levindo Dias. Havia muitos outros grandes homens,
como Cassemiro Colares e Elpídio da Rocha, que não ajudava pessoalmente, mas ajudava com dinheiro”, recorda.
A venda de lotes era necessária para a construção do Parque de Exposições. Dezinho conta que João Alencar havia
feito reunião com diversos representantes dos governos estadual e federal, mas não havia recebido ajuda financeira para a
empreitada. Sem desânimo, a alternativa foi arrecadar entre a
própria classe os recursos necessários para dar início às obras.
Em 1964 Dezinho Dias foi eleito presidente da Sociedade
Rural. Ele pontua que não focou em fazer grandes melhorias
no parque, mas realizou importantes conquistas para a classe, que repercutiram em nível nacional: a padronização do
sistema de pesagem do boi.
"Quando o boi chegava ao frigorífico para ser pesado,
descontava-se metade do peso dele mais 10 kg. Eu achava que descontar esses 10 kg era um assalto ao produtor.
Conversei com o governador Magalhães Pinto e fizemos
com que ele enxergasse que não somente o produtor perdia muito dinheiro com isso, mas o Estado perdia em
recolhimento de impostos também. Ele autorizou que
deixasse de se descontar esses 10 kg, e a medida acabou
sendo implantada no país inteiro. Partiu daqui do Norte
de Minas, e poucos sabem disso. Conseguimos, além disso, a documentação sobre os animais vendidos, porque
antes a documentação que a gente tinha era o 'tic' da balança e o apito do trem, mais nada", revela.
Da gestão dele, lembra de grandes nomes de artistas que
conseguiu trazer para shows, como Moacir Franco, Elis Regina, Vanusa e o então artista em início de carreira Roberto
Carlos, que veio por uma quantia irrisória na época. Também se lembra de trazer para a Expomontes autoridades federais e estaduais, demonstrando a força da classe.
Em 1970 foi eleito, novamente, presidente da Sociedade
Rural, e pouco tempo depois foi indicado a vice-presidente
da Frimesa, onde tomou medida
impopular ao perceber que dos
1.200 funcionários do frigorífico,
400 apareciam apenas para receber. Sem titubear, mandou tais
funcionários para a rua, e diz que
foi marginalizado por isso, mas
não se arrepende.
Com a experiência e percebendo que a região precisava de
novo frigorífico, ele percorreu o
País observando outros frigoríficos e construiu junto a alguns sócios o FrigoDias, que foi vendido
mais de uma década depois, uma
vez que já havia comprado a parte dos outros sócios, mas sua
família não tinha interesse em continuar naquele negócio.
Depois de anos fechado, Dezinho assiste com esperança à compra de seu antigo frigorífico pelo Grupo
Minerva, que deve reabrir em breve o local. "Eu exportei carne para muitos países, era um grande frigorífico.
Agora, esse grupo é muito respeitado e tem conhecimento. Hoje estou satisfeito só como pecuarista", afirma.
Dezinho se entristece ao sentir que a classe ruralista
não tem a mesma força de antes.
Para Dezinho Dias, a Sociedade Rural tem uma
grande história e todos os presidentes que ali estiveram contribuíram para o engrandecimento da entidade. Para o futuro, prevê ainda grande liderança, mas
acredita que a classe ruralista precisa de um nome que
possa defender com mais propriedade os interesses dos
produtores rurais.
"Estamos sem liderança política, e eu quero sugerir
que se crie aqui um deputado da liderança pra nos defender. E lanço aí um rapaz que está despontando com
muito amor, muita presença, que é o Osmani Barbosa
Neto. Ele poderia ser o nosso representante", sugere.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
111
Foto Divulgação
Especial 70 anos
Cutuca, nego duro!
A voz e animação de Gelson Dias ficaram
marcadas na memória das exposições
Coró Barbosa, Hermes Afonso e Gelson
Dias durante a Copa Terra de 1990.
Entrevista: Zana Ferreira
A cada Exposição que vai é construída uma história! Um
fato sempre fica na memória. Um show, um momento, um
animal bonito. Talvez o cheiro dos galpões, ou das comidas
na praça de alimentação. Tudo é possível. Para muitos, uma
lembrança permanente é a voz e animação de Gelson Dias,
que agitava a multidão e conduzia de shows a rodeios.
Falando assim, alguém pode pensar que Gelson esteve por décadas na narração das Exposições. Ao contrário. Teve passagem relativamente curta, mas marcante,
especialmente na memória de
muitos. O que ele hoje lembra
com satisfação, na época foi uma
grande surpresa, grata oportunidade que a vida lhe ofereceu.
Sem ligação com o campo ou
com o meio da comunicação, Gelson Dias nasceu em Joaíma, no Vale do Jequitinhonha. Ele se mudou
para Montes Claros em 1949 no que
ele mesmo chama de uma epopeia.
"Vim sozinho em cima da carroceria de um caminhão morrendo
de medo, porque aquela era região
que tinha muita onça. Meu irmão
Nelson já trabalhava em Montes
Claros e mandou me chamar. Eu
vim sozinho na época. Posteriormente vieram outros familiares".
A vinda se justificava pela falta de oportunidades de estudo na
cidade natal dele, onde diz que havia apenas ricos e pobres, sem meio termo. Embora Montes Claros oferecesse
a chance de estudar, ele também precisava trabalhar para
ajudar no sustento da casa. Com 15 anos, já trabalhava
como barbeiro. Entre tesouras, cachos e conversas, Gelson conheceria muitos daqueles com quem um dia trabalharia junto, pois todos os grandes fazendeiros frequentavam o salão onde ele trabalhava.
A comunicação não entrou de uma vez na vida de GD,
como é conhecido. Começou primeiro no grupo de Rádio
Teatro que a Rádio Sociedade mantinha. O grupo, que fazia
rádio-novela, interpretava vozes e mexia com a imaginação
112
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
das pessoas. A turma precisava ser bem dinâmica. Numa
época muito antes da palavra "multimídia" entrar em vigor,
Gelson aprendia, na prática, a ser multimídia.
"Isso que chamam hoje de humor stand up, a gente já fazia. A gente fazia de tudo, não tinha essa de exclusividade. Eu
era rádio-ator, daí precisaram que eu substituísse o João de
Deus, conhecido como Zé Alambique. Ele era locutor experiente de um programa sertanejo e eu, inexperiente, não tinha prática na locução. Mas era assim, você tinha que aprender de tudo pra poder sobreviver na
área. Fui e deu certo. Quando eu saí
do programa o Zé Vicente entrou e
tá até hoje aí fazendo sua comunicação", relembra.
Gelson aponta que sua entrada no rádio se deu em 1962,
mas a entrada profissional seria
em 1964. Pouco tempo depois,
já em 1970, seria chamado por
Daul Dias para auxiliar na locução da Expomontes.
Havia, já na época, o famoso
locutor Elias Tavares, que vinha
de fora para fazer narração de leilões e outros momentos da festa.
Mas nesse ano decidiram inovar,
acrescentando narração durante o
julgamento dos animais, fato que
começava antes da abertura oficial
da festa, antes de Elias Tavares chegar à cidade.
Convocado às pressas, Gelson arranjou duas cornetas e
fez o serviço desejado. Mesmo quando o locutor oficial chegou, ele permaneceu no Parque, fazendo os informes e chamadas pelo sistema de som do parque.
"Eu anunciava criança perdida, ou quando estavam chamando alguém. Lembro do seu Fortunato, eletricista por
muitos anos lá, ele tinha que dar conta do parque todo sozinho, daí ia de bicicleta pra cima e pra baixo e eu anunciando 'Fortunato, te aguardam no pavilhão tal'", conta aos
risos, relembrando outros nomes que ficaram guardados na
memória. Carlos, o tratador de animais, João e Edmundo
Especial 70 anos
“Vim sozinho em
cima da carroceria
de um caminhão
morrendo de medo,
porque aquela era
região que tinha
muita onça.”
Jornalista Gelson Dias
recebeu do então Governador
Francelino Pereira, o título de
“Personalidades do Ano”.
Foto Gury
Queiróz, a dona Marlene da tesouraria...
A locução dele não ficaria restrita aos informes. Em
pouco tempo lhe convidaram para fazer também a narração dos rodeios. Era um novo desafio para aquele que
já encarava na Rádio Sociedade a narração das partidas
de futebol. Trocou a bola pelo boi e criou o bordão que
lhe marcava: "Cutuca, nego duro!".
Na memória ainda vê o peão João Pinga, habilidoso
o bastante para dar conta do boi mais bravo que havia:
Derruba Latada, o terror dos peões. Pertencente a Osmani Barbosa, o boi bravo só era vencido pelo João Pinga, pessoa com quem fez amizade na época.
O carisma e o talento com o público seriam aproveitados ainda na animação dos shows, dos quais Gelson
lembra com carinho. "A dona Clarice Athayde foi quem
me ajudou a ter a sensibilidade de lidar com os artistas.
E para lidar com o público também precisava de jeito, de
carisma, de dom. Não tem nada que se compare você fazer uma piada e ouvir a gargalhada de 10, 12 mil pessoas
ao mesmo tempo. Era uma felicidade danada", afirma.
Em 1976, no último ano em que participaria da locução durante a Expomontes, os shows mexeriam com o
público e com a organização. Dentre o grupo, a Chacrete
Índia Potira mexeria com a cabeça do público.
Com uma gargalhada, Gelson Dias revela momento de
espanto para ele durante a passagem do grupo de dançarinas. Sem tempo para irem até um hotel se trocarem,
ele conta encabulado que as moças trocaram de roupa na
frente dele, dentro da sala do sistema de som.
"Eu fiquei impressionado com aquilo. Eu tentava virar
a cara e elas falavam: 'Deixa de ser besta, até parece que
nunca viu isso'.", conta aos risos.
De toda sua trajetória de parceria com a Sociedade
Rural e a Expomontes, Gelson Dias diz que tem muitas saudades das pessoas e amizades que fez. Aponta
com orgulho a participação na melhoria do sistema de
som do Parque de Exposições, alerta que deu à diretoria quando esteve por lá. Ainda hoje, se sente grato pela
oportunidade de realizar trabalhos aos quais não estava
acostumado nem tinha experiência, mas em que se saiu
bem e teve muitas alegrias. Ao tentar imaginar o que o
futuro reserva para o evento, seu palpite vem com o humor que lhe é característico. "Do jeito que o mundo tá,
vai ter boi virtual", graceja.
C utuca , nego duro!
113
Especial 70 anos
Dedicação
Advogado e produtor rural conta sua história ruralista
Entrevista Zana Ferreira
Fotos Arquivo Pessoal
N
em todos têm o privilégio de ter uma foto ao
lado de um presidente do Brasil. Ainda mais
se esse presidente for Juscelino Kubitschek e
o cenário da foto for à inauguração do Parque
de Exposições João Alencar Athayde durante o centenário de Montes Claros. É uma grande façanha, certamente não é para qualquer um. Mas essa é apenas uma
das muitas histórias de Ricardo Laughton, presidente do
Sindicato Rural.
Ricardo era um garoto de 12 anos quando a citada foto
foi tirada no dia de inauguração do parque. Filho de Lindolfo Laughton, um dos fundadores da Sociedade Rural,
ele diz ter na memória uma imagem muito viva do dia e
da época, e recorda-se também de quando percorria ao
lado do pai e de outros fazendeiros o terreno vazio que
hoje se encontra o Parque.
“Eu me lembro desse lugar antes da construção, que vi
acontecer e depois vi as melhorias, que eram feitas a cada novo presidente. Posso dizer que acompanhei todas as
Expomontes, mesmo quando saí para estudar Direito em
Belo Horizonte. No meu último ano de estudante, vim para Montes Claros e participei da comissão organizadora de
uma Exposição. No ano seguinte, depois que me formei,
entrei para a diretoria da Sociedade Rural”, lembra.
Ele conta que naquela época nenhum serviço era terceirizado e tudo era feito com muita boa vontade e doação, pois
os diretores nunca foram remunerados pela sua atividade,
sendo mais importante o sentimento de doação pela classe.
Nas primeiras edições, eram os próprios diretores que recebiam os animais, controlavam a bilheteria e os portões,
traziam os shows de artistas, além de muitas outras tarefas.
A Sociedade Rural é tida como a entidade mãe das demais entidades ruralistas de Montes Claros, e Ricardo conta como surgiu o Sindicato Rural, criado em fevereiro de
1968. O governo queria fazer frente aos sindicatos de traba-
Com a então presidente da CNA,
Kátia Abreu.
114
Palácio da Liberdade, sec.da fazenda Leonardo Colombini,
gov. Anastasia, Humberto Souto e Gil Pereira
lhadores criados e incentivados durante a época de Getúlio
Vargas, e para isso as diversas Associações Rurais de todo
o Brasil foram transformadas em Sindicatos Rurais, sendo
este o órgão oficial de relacionamento com os governos.
“Em quase todas as cidades do Brasil essas associações se transformaram nos sindicatos patronais, mas
em Montes Claros a Sociedade Rural já possuía um belo
patrimônio, como este Parque de Exposições, e havia o
receio de que talvez o Sindicato não desse certo. Caso isso
ocorresse, o patrimônio do Sindicato seria revertido para
a União. Para não se colocar em risco esse grande patrimônio, manteve-se a Sociedade Rural e criou-se o Sindicato Rural, que é o órgão oficial, mas são duas entidades
irmãs, que possuem rigorosamente os mesmos objetivos
em defesa do produtor rural”, destaca.
Desde a década de 1970, Ricardo conta que sempre esteve na diretoria ou da Sociedade ou do Sindicato Rural,
sendo inclusive indicado à presidência da Sociedade Rural,
mas que declinou por considerar que ainda não possuía
tempo disponível para dedicar-se integralmente à enti-
Com o Ministro da Agricultura
Reinhold Stephanes.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Deputado Aldo Rebelo e o presidente
da FAEMG, RobertoRicardo Simões.
Especial 70 anos
dade. Em 2008 foi convidado a assumiu a presidência do
Sindicato quando sentiu que tinha possibilidade de dedicar-se com a atenção que o cargo exigia. Nesses cinco anos
e meio de sua gestão, após um mandato concluído e o segundo prestes a ser finalizado, Ricardo Laughton comemora o crescimento do número de associados da instituição,
atingindo a marca de 1.700 membros. Por conta da força
do órgão, foi convidado para ser vice-presidente da Federação dos Agricultores de Minas Gerais (FAEMG), onde
teve a oportunidade de participar ativamente da defesa dos
produtores rurais não apenas de sua região, mas também
de todo o Brasil.
Com o governador Bias Forte, presidente JK e Dom José
na inauguração do Parque João Alencar Athayde.
Gratidão
Texto: Aldeci Xavier*
Efetivamente tive a grata oportunidade de
acompanhar e participar de parte da história da
Sociedade Rural de Montes Claros e, em especial,
das exposições. Dentre os profissionais da cidade,
talvez esteja entre os primeiros a ocupar a função
de locutor de estúdio, de palco e de cerimonial.
Antes de me tornar profissional da comunicação,
vibrava com a estrutura e os locutores da empresa
King Som, que ao lado do palco principal do Parque de Exposições João Alencar Athayde, montava o estúdio
que distribuía som para todo o ambiente.
Por quase 14 anos também tive a oportunidade, durante
a Expomontes, de trabalhar como freelancer, na assessoria
a diversos presidentes, entre eles Daul Soares Dias, Antônio
Bessa, José Correa Machado, Vadiolano Moreira, Rômulo
Labate, Dario Colares, Fernando Athayde.
Naquela época também prestava serviços à Rural a com-
Dentre as ações de destaque, orgulha-se de ter sido representante de 92 produtores na assembleia de credores
em São Paulo, conseguindo que praticamente todos os
seus representados, aqueles que possuíam crédito em até
R$ 100 mil, pudessem receber esse valor à vista. Também
lhe honra a luta em prol da reabertura do frigorífico da
região, que foi comprado pelo Grupo Minerva e em breve
estará novamente ativo, gerando empregos e facilitando
a vida do produtor norte mineiro.
“E temos uma iniciativa muito bacana na parceria
com a Epamig. O Sindicato Rural possuía uma fazenda a
oito quilômetros de Montes Claros que estava desativada,
e fizemos essa parceria e hoje lá funciona uma fazenda
experimental, com pesquisas nas áreas de fruticultura,
silvicultura e muito em breve teremos pesquisas para
conseguirmos gramíneas adaptadas ao clima da região,
o que pode vir a ser a redenção de todo o semi-árido brasileiro”, ressalta.
Sobre sua história em doação e atividade dentro das
duas entidades ruralistas, Ricardo sente-se satisfeito por
ter dado sua contribuição, e acredita num futuro de força
para a Sociedade Rural, que teve seriedade e competência
em todas as causas que apoiou.
“Assim que terminar meu mandato estarei à disposição, se meus colegas precisarem de mim, estarei sempre
disposto a ajudar a fortalecer a defesa dos interesses do
produtor rural”, finaliza.
panheira Vanda Gonçalves. Uma das
maiores felicidades que tive neste período, foi quando o então maior locutor de
exposições da América Latina, saudoso
Elias Tavares, homem sistemático, que
confiava profissionalmente em poucas
pessoas, me introduziu na apresentação
dos principais artistas da festa.
Várias das vezes, trabalhava o dia
inteiro e a noite, cansado, Elias transferia para mim a responsabilidade em
conduzir o palco. As principais autoridades que fizeram a história do nosso
País passaram pelo Parque de Exposições. Se não bastasse,
as principais decisões, que resultaram na chegada do progresso a Montes Claros passaram pelo espaço e pelas lideranças da classe rural.
*Jornalista há 35 Anos - Estudante de Marketing, Colunista
e Analista Político e Assessor De Comunicação Da Câmara De
Montes Claros
115
Especial 70 anos
VIVA!!!!
Texto: Afonso G. Mendes*
Nenhuma entidade comemora 70 anos por acaso.
São sete décadas.
Correspondem, no mínimo, a três ou quatro gerações,
sem contar a geração que a implantou.
É uma história!
Esta é a história da Sociedade Rural de Montes Claros.
Sete décadas de trabalho abnegado de verdadeiros “pés
de boi”.
Trabalho de líderes ruralistas que, imbuídos do sentimento de classe e da necessidade de organizar a então atividade mais produtiva da região, não se quedaram inertes
e prepararam-na para o presente e para enfrentar os desafios do futuro.
Futuro este que não demorou a chegar, colocando o nome
de Montes Claros no cenário nacional, como polo de uma
região que produzia e produz a melhor e mais saborosa
carne do país. De uma região que é o celeiro da fruticultura nacional, de uma região que, mesmo com as adversidades naturais, sobressai-se pela força, pela bravura e
pela coragem do ruralista.
Vem-me à lembrança o boi “tipo Montes Claros”, uma típica alusão à carne de padrão inigualável, disputada no
mercado nacional.
Esta e outras conquistas fazem parte da Sociedade Rural.
Exposições, shows, rodeios, leilões, congressos, palestras,
oficinas, política voltada ao produtor rural, luta pelos direitos do empresário rural e homem do campo, enfim,
uma verdadeira simbiose entre o campo e a cidade.
Do alto de meus quase 50 anos, me veio à lembrança o
que eu entendia, à época, terem sido tempos áureos das
exposições. Exposições, que para a população em geral é
o evento mais marcante da Sociedade Rural e parceiros.
Aí, me dei conta de que os tempos áureos nunca acabaram. Cada exposição se supera!
Esta é a Sociedade Rural. Sem fronteiras!
Parabéns Sociedade Rural. Parabéns àqueles que, de
forma direta ou preservando seu anonimato, contribuíram para que esta ímpar entidade atravessasse gerações
e, mesmo contra as adversidades, inclusive da natureza,
mantivesse viva e acesa, no coração do montesclarense a
paixão pelas “coisas da roça”. Afinal, quem de nós não
tem um pé fincado em algum canto deste nosso sertão
Norte Mineiro?
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Benjamin Franklin, estadista americano do século XIII,
conhecido também como jornalista, publicitário, escritor,
filantropo, servidor público, cientista, filósofo, diplomata
e inventor, e por muitos, considerado como apóstolo dos
tempos modernos, há tempos, parece que previu a importância da Sociedade Rural, em sua ontológica frase:
“Se as cidades forem destruídas
e os campos forem conservados,
as cidades ressurgirão, mas
se queimarem os campos e
conservarem as cidades, estas
não sobreviverão.”
Parabéns Sociedade Rural!
Produtor rural e filho de produtor rural, Advogado, Professor
Universitário, Conselheiro Estadual da OAB/MG, Radialista,
Jornalista, Diretor da TV GERAES.
Especial 70 anos
A
Personagem histórico
o completar 70 anos, a Sociedade Rural congrega diversas histórias, mas quem constrói a história são personagens, alguns deles marcantes,
como o produtor rural, Paulo Macedo. Nome
forte da classe, homem integro, defensor da comunidade
e sempre atuante na instituição que o abraçou há 40 anos
onde ele é diretor. Atualmente, ele é membro efetivo do
Conselho Fiscal da entidade.
Paulo Macedo, 71 anos, veio de Coração de Jesus, com a
família, para Montes Claros. “Minha família é de tradição
rural. Meu pai foi diretor da Sociedade Rural. Sempre acompanhei a trajetória dele em prol dos trabalhadores e produtores rurais e admirava o que ele realizava”, relembra.
O produtor rural seguiu os passos do pai e ainda jovem
se envolveu na militância rural. Ele tinha 14 anos quando o
Parque de Exposições João Alencar Athayde foi inaugurado. “Foi quando começou a Expomontes. Acompanhei tudo
aqui. Só não ia aos bailes à noite por causa da idade, mas durante o dia, eu ficava o tempo todo aqui. E era tanta terra,
uma poeira danada. Os caminhões do DER vinham para
cá molhar para diminuir a poeira. Naquela época, a Exposição era financiada pelo poder publico. Hoje, não temos
ajuda de nada. Em vários anos, tivemos prejuízos com a
Expomontes, mas hoje, graças a Deus, tudo transcorre da
melhor maneira e estamos aí, cada ano mais representativa
nossa Exposição”, descreve.
Para quem não sabe, o pecuarista ia cursar medicina em
Belo Horizonte, mas quis o destino que ele não seguisse a
carreira. Paulo é um dos ícones da Sociedade Rural e também da história de Montes Claros.
E história, é mesmo com ele, que sabe de cor todas as linhas da formação da instituição tão importante para o agronegócio do Norte de Minas. Se a história da Rural está inteiramente ligada à história da capital norte mineira, a história
de Paulo Macedo está entrelaçada às duas.
“A trajetória dessa entidade se iniciou, em 21 de junho
de 1944, quando foi fundada a Sociedade Agropecuária de
Montes Claros, tendo como presidente João Alencar Athayde. Em 1951, houve mudança de nome e a entidade foi denominada Associação Rural de Montes Claros. Já em 28 de julho de 1975, houve nova alteração. Desde então, é Sociedade
Rural de Montes Claros”-, conta Paulo.
Este empreendedor rural trabalhou em importantes manifestações em favor dos produtores na extinta UDR. “Foi
o primeiro movimento ao qual me dediquei. Logo depois,
quando me tornei realmente um fazendeiro, me associei e
logo depois ingressei na diretoria”-, relembra.
Paulo fala de coração aberto que “a Sociedade Rural tem
como principal objetivo o desenvolvimento da agropecuária
norte mineira, por meio de parcerias e apoio à implantação
de diversos projetos e programas desenvolvidos por insti-
tuições governamentais ou entidades ligadas à iniciativa
privada. E tenho orgulho de fazer parte dessa história de
sucesso”, conta.
Ele revela ainda as principais conquistas da instituição: “A
primeira rodovia asfaltada, que liga a região à capital mineira. Na época foi imprescindível a participação da Sociedade
Rural, já que os produtores da região estavam sendo prejudicados no escoamento da produção agropecuária. E há muitos
outros também como o incentivo à consolidação da Unimontes”-, diz.
O diretor fala da característica mais importante dos membros da entidade de classe. “Toda a diretoria da sociedade rural é voluntaria. O trabalho desenvolvido aqui é de dedicação
total à causa que acreditamos. Nossa preocupação principal
atualmente é com o novo código florestal. Queremos que a lei
proteja o meio ambiente sem prejudicar a produção agropecuária”-, ressalta Paulo.
Ele enfatiza que 70 anos de tradição e de trabalho, é uma
felicidade para a entidade. “Nossa diretoria, hoje, é composta por 40 diretores representantes das diversas cadeias
produtivas do agronegócio norte mineiro. Para mim é uma
satisfação ver o êxito de nosso trabalho em prol do produtor rural”-, finaliza.
O ruralista assinala, com satisfação, que tudo que aprendeu do pai e com a Sociedade Rural foi o que ensinou aos quatro filhos dos dois casamentos. “Do meu primeiro casamento,
tive três filhos. Depois que perdi a primeira esposa me casei
novamente e tive mais um filho. Hoje já tenho cinco netos e
sou um homem realizado”, enfatiza.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
117
Especial 70 anos
Félix Pimenta recorda trajetória
de trabalho e amor pela Rural
L
embrar toda uma vida de dedicação e não se
emocionar não é fácil. Félix Alexandre Pimenta
de Carvalho não contém as lágrimas ao recordar
sua trajetória na Sociedade Rural, antigamente
chamada de Associação Rural. Ele se formou engenheiro
agrônomo em 1955 na Universidade Federal de Viçosa.
Retornando para casa, passou a ajudar o pai, que lhe convocou para dar assistência a João Alencar Athayde, durante o processo de construção do parque de exposições.
“Eu fazia muita viagem para ele, ia divulgando que
teria a primeira exposição em 1957, convidando os produtores para levarem seu gado. Da época da construção,
lembro das mulheres no Alto São João quebrando pedra
para fazer brita de forma manual, lembro de papai junto a
Dr. João Alencar e outros fazendeiros que viajaram até o
Sul do País, visitando outros parques de exposições para
ter ideia de como seria esse aqui. Papai era engenheiro e
fiscalizava a construção”, explica.
Na primeira Expomontes, Félix Pimenta fez parte
da comissão de marketing e até hoje guarda livro com
os registros dessa edição. Na segunda exposição, ele já
passou a fazer parte da comissão técnica, observando a
chegada dos animais, convidando pessoas de fora para
realizar os julgamentos e estando à disposição para resolver todo tipo de assunto.
Para ele, a Expomontes elevou a qualidade do gado
do Norte de Minas: “Aqui não tinha nenhum gado registrado, que é um gado de elite e que possui documento
118
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
registrando todas as características raciais. O gado registrado vinha de Uberaba. A partir disso que os produtores daqui foram percebendo a importância desse assunto. Hoje a Expomontes não recebe nenhum gado que
não seja registrado. Eu fiz parte desse processo e sinto
muito orgulho disso”.
Além do gado, Félix estabelece diversos paralelos entre
como as coisas eram no início e o processo de crescimento e desenvolvimento da Sociedade Rural e da exposição.
Lembra de quando o parque não possuía asfalto, nem os
prédios atuais, e as barracas eram levantadas de lona ou
de palha. Assim mesmo que foi levantado o pavilhão que
acolheu animais para a primeira vez que se realizou o
concurso leiteiro.
“Eram apenas oito pavilhões, não se recebia tantos
animais como hoje. Em 1966, na gestão de Dezinho
Dias, ele aceitou uma ideia que nós demos, de realizar o
concurso leiteiro. Fizemos um ranchinho de palha e alojamos as vacas lá. Fizemos o concurso e deu muito certo, fiquei responsável por isso por muitos anos. Durante
uma época decidiu-se fazer o concurso fora do Parque,
e o pavilhão que era para isso foi destinado aos equinos.
Depois voltaram para o parque outra vez. Cuidei disso
por muitos anos”, revela.
Durante os dias de Expomontes, Félix se envolvia de
maneira tão intensa que não era raro esquecer a data de
aniversário da própria esposa, no dia 28 de junho. Segundo ele, a mulher ficava brava por uns dias, ele explicava e
pedia desculpas, mas depois ficava tudo bem.
Com tanta história, ele não se esquece de seus companheiros, especialmente de Múcio Machado e Júlio
Pereira, para quem passou o bastão após dar por satisfeita sua participação. Sua última edição à frente da
Expomontes viria com um duplo gosto de saudade. Até
então, quem lhe ajudava era o filho, também engenheiro agrônomo, mas este faleceu precocemente às vésperas de uma Expomontes.
“Foi muito duro. Perdi meu filho em maio e a Expomontes era no fim de junho. Meus companheiros me
procuraram, disseram que eu estava abalado, mas fiz
questão de ajudar. Após isso passei o bastão. Participei
por 54 anos e hoje meu sentimento é de muita gratidão
e saudade. Tenho orgulho em ter deixado minha marca e já recebi diversas homenagens da Sociedade Rural,
inclusive nomearam um pavilhão com o meu nome. É
um prazer ver que cada nova diretoria cresce ainda mais
essa história, e saber que eu também participei desse
crescimento”, encerra.
Especial 70 anos
119
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
da Expomontes 2014
Fotos: Virginio Santos
Therena
Credinor
THERENA PEREIRA
Nome do pai e da mãe
Ivaneide Ramos Fonseca
Júlio Gonçalves Pereira Filho (In memorian)
Data de nascimento: 03/02/1998
Hoby: Assistir aos seriados, sair com as amigas e andar a cavalo
Você pode se definir em uma palavra? Extrovertida
Música preferida: Bastille - Pompeii
Comida preferida: Lasanha
Que série você cursa: 2º ano
Qual faculdade você vai fazer? Arquitetura
Por que ser rainha: Desde pequena sempre fui muito influenciada por meu pai,
que será sempre meu espelho, Júlio Gonçalves Pereira Filho, Médico Veterinário
e exercia a profissão na zona rural e dentro do Parque de Exposições João
Alencar Athayde. Outro ícone da família é o meu avô, Júlio Gonçalves Pereira,
que foi presidente do Sindicato Rural. Os dois sempre defenderam a classe. Ser
Rainha da Expomontes – representando a Credenor – é, sem dúvida, a melhor
forma de representá-los.
Qual a importância em representar a instituição? A Credinor faz a diferença
na vida do produtor rural. Sinto-me honrada em representar a instituição, além,
é claro, de ser um papel de grande responsabilidade e que irei desempenhar de
maneira única.
Qual a viagem que mais te marcou? Já fiz muitas viagens, mas ainda não tive
a oportunidade de realizar a dos meus sonhos
Qual seu maior sonho? Crescer profissionalmente e poder viajar para conhecer
lugares novos
Qual a sua relação com a entidade que você representa?A Credinor está
diretamente ligada ao desenvolvimento agropecuário, que foi de tamanha
importância para a minha criação.
O que você espera do seu reinado? Poder representar muito bem a instituição,
me destacar e fazer ainda mais parte dos eventos no Parque de Exposições, na
Expomontes 2014
Sindicato Rural
Mariana Mendes Silveira Dias
Nome do pai e da mãe: Dárcones Silveira Dias
Gilda Francisca Mendes Silveira Dias
Data de nascimento: 25/02/99
Hobby: Pilates e andar a cavalo
Você pode se definir em uma palavra? Comunicativa
Música preferida: Summer- Calvin Harris
You make me- Avicii
Comida preferida: Massas
Que série você cursa? 1°ano
Qual faculdade você vai fazer? Medicina
Por que ser rainha? É realizar um sonho! Meu histórico familiar, tanto no meio rural
quanto na Expomontes é bem extenso. Meus bisavós José Patrício da Silveira e Gentil Dias
participaram da fundação desta sociedade. Além disso, minha avó, Maria da Conceição
Silveira (Tia Ceiça) esteve sempre presente no evento com delícias culinárias. Meu avô
Dardieu Dias foi membro da diretoria da Sociedade e do Sindicato dos Produtores Rurais,
juntamente com os irmãos Dezinho, Daul, Afonso e atualmente Antônio Dias. Minhas tias
Dayanne e Djenane Silveira Dias, também foram rainhas. Portanto, ser rainha é estender
e valorizar minhas raízes familiares.
Qual a importância em representar a instituição?
É uma honra e um orgulho representar o Sindicato Rural, instituição de grande influência
e apoio aos produtores rurais, classe que merece grande valorização.
Qual viagem mais te marcou? Praia (Ilhéus)
Qual seu maior sonho? Uma boa carreira profissional
Qual sua relação com a entidade que você representa? Laços de hereditariedade. Desde
pequena acompanho meu avô, meu pai e tios participando da Feira juntamente com o
Sindicato e admiro o papel que essa entidade exerce.
O que você espera do seu reinado?
Que eu possa prestigiar e, de alguma forma, contribuir para a apreciação e o
engrandecimento do setor agropecuário, uma vez que, esse é um ícone na economia e
um dos sustentadores do PIB brasileiro.
Hillary
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4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Mariana
Coopagro
HILLARY AMARAL FONSECA
Nome do pai e da mãe: Josilene Amaral Fonseca, Bruce Waine da Fonseca
Data de nascimento: 15/05/1998
Hoby: Team penning
Você pode se definir em uma palavra? Divertida
Música preferida: True love, SOJA
Comida Preferida: Bobó de camarão
Que série você cursa? 2º ano
Qual faculdade você vai fazer? Medicina veterinária
Por que ser Rainha? Poder ser uma das Rainhas sempre foi um sonho. Nasci em
uma família tradicional da agropecuária e desde pequena sempre fui apaixonada
pelo campo.
Qual a importância em representar a instituição? É uma importância muito
grande representar a Coopagro, empresa importante no nosso Município e de
referência em nosso Estado.
Qual a viagem que mais te marcou? Minha viagem para Disney
Qual seu maior sonho? Ser bem sucedida no que eu fizer
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Minha relação com
a entidade é bem antes do meu nascimento, pois meu bisavô e meus tios eram
cooperados. Eles participavam da entrega de leite e com criação de gado. Com
certeza minha relação agora ficará mais forte, representando a Cooperativa.
O que você espera do seu reinado? Espero aproveitar muito meu reinado, foi algo
muito esperado por mim e não pretendo desperdiçar esta chance. Sei que são
poucos dias e, por isso, preciso aproveitar ao máximo. Espero que seja tudo perfeito
já que esse ano será a 40ª Expomontes e tudo está sendo preparado com muito
rigor para uma grande festa.
Aline
Núcleo do Mangalarga Marchador
sociedade rural
ANA CLARA MAIA PETRONI
Nome do pai e da mãe : Francisco Petroni Ramos e Leila Maia Petroni
Data de nascimento: 20/04 /1998
Hoby : Treinar muay thai, tocar violão nas horas vagas, malhar e ler bastante.
Você pode se definir em uma palavra? Dedicada
Música preferida: Pra te acalmar - Marcelo Camelo
Comida Preferida : estrogonofe
Que série você cursa: 2° ano do Ensino médio
Qual faculdade você vai fazer? Pretendo cursar Direito.
Por que ser rainha:
Ser Rainha é realizar um sonho. Sou neta de produtor rural. Cresci sabendo da importância
do campo, da importância em valorizar o homem e o meio ambiente. Ser Rainha da
Sociedade Rural é um grande orgulho. Herdei o amor pela fazenda e cada vez esse amor
fica mais forte. Sou sobrinha de Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural e me senti
honrada e responsável por representar uma classe que envolve todo um processo de
desenvolvimento para a região do norte de Minas.
Qual a importância em representar a instituição?
A Sociedade Rural é a entidade mãe de todas as outras do Norte de Minas. Pioneira e,
por isso, a responsabilidade é muito grande, não há duvida. Tarefa, acredito eu, das mais
importantes já vivenciadas por mim.
Qual a viagem que mais te marcou? Porto seguro foi uma viagem em família onde eu
pude aproveitar momentos inesquecíveis que na correria do dia a dia somos limitados a
um contato mais longo.
Qual seu maior sonho? Ser totalmente realizada tanto no lado profissional quanto pessoal.
Qual a sua relação com a entidade que representa? Relação de admiração pelos
propósitos e ideais que sempre nortearam a Sociedade Rural na preocupação com
o desenvolvimento das atividades do homem do campo em que toda a minha
família faz parte.
O que você espera do seu reinado? Que seja de extrema harmonia, uma experiência única,
repleta de alegrias, torcendo sempre pela prosperidade da Sociedade Rural.
123
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
ALINE MOTA PACULDINO
Nome do pai e da mãe: Alexandre Alberto Velloso Paculdino e Adriana Teixeira
Motta
Data de nascimento: 29/12/2000
Hoby: Qualquer coisa relacionada a cavalos
Você pode se definir em uma palavra? Tímida
Música preferida: Internacional: A Thousand Years (Christina Perri)
Nacional: Não fui eu (Paula Fernandes)
Comida Preferida: Arroz com pequi
Que série você cursa? 8°ano fundamental
Qual faculdade você vai fazer? Ainda não decidi
Por que ser Rainha? É uma grande honra dar continuidade ao que minha avó, Leila
Fragoso Veloso Paculdino, começou. Será uma das portas para trilhar o campo e
estar representando a minha maior paixão: o Cavalo Mangalarga Marchador
Qual a importância em representar a instituição? ÉÉ uma importância prazerosa,
pois o Cavalo faz parte da minha vida e sinto-me feliz e realizada.
Qual a viagem que mais te marcou? A viagem para Guaibim – Bahia
Qual seu maior sonho? Meu sonho é, um dia ,poder conhecer meus ídolos
Qual a sua relação com a entidade que você representa? Uma relação que vem
de berço, pois meu Pai é diretor do Núcleo do Cavalo e com isso me aproximo dos
associados. É uma relação forte e de troca de experiência.
O que você espera do seu reinado? Espero muitas felicidades e que tudo isso mude
a minha vida!
Ana Clara
Sociedade
Theodomiro
Paulino
Fabinho, Fabio Rebello e Heli Penido.
Linton e Silvia Marcondes Guedes.
Com Gil e Cristina Pereira.
124
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no
s sa r a i e
z .Tininha Colares.
Fernando
Igor e Fernanda Menezes.
Carol, Mayave, Moacyr e Naiara Basso
Carlos Genuino e Marina Ataide de Quadros
Figueiredo.
Marcos e Liliam Amaral.
125
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Theo com Izabela e Samantha Paulino e
Daniella Brasil
Com Marcia Vieira.
Claudio e Jane Barbosa.
Amanda Quintino, Paula Braga
Moura, Sterphanie Paulino.
Alexandre Queiroz com a bela Cinthia.
Antonio Carlos Maldonado e Tatiane
com Cleoton e Andressa Sarmento.
José Moacyr Guimarães Basso com sua
bela filha e futura médica Nayara.
Cecília e Anderson Paiva,
Ana Lívia e Gante.
Ana Drumond Colares, Yara Maria Reis, Cecilia Rebello Faria, Luisa
126Veloso,
4 0 ªJéssica
E X POMON
S • O cam
po é
a noJunia
s sa r a i z .
Teixeira
MariaT ERedovalho.
2010
- Foto
Claudia Paulino e Willy Ramos.
Osmani e Gisele
Petroni Barbosa.
Dona Ivone Silveira com
a irmã Nilza Mourão.
Elizena Pinto Figueiredo com as netinhas
Paula e Júlia e a filha Amanda.
Corina Medeiros Abreu e
Marilia Pimenta Peres.
equipe que comanda.
Fernando Ferreira Tomáz, Hamilton
Trindade, Paulo Guedes, Osmani Barbosa
Neto e Pancho Silveira.
127
Eninho e Maria Clara Rebello Faria com as
filhas Geovana e Cecília.
Fabricio e Tatiane com o filho Ian.
Flávio, Wagão, Zé Macedo(Ayrton meu netolobinho-na minha frente), Théo, Cacá.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Guilherme e Patricia Piano.
Helton Veloso, José Luiz Maia, Dario Colares e
os irmãos Alexandre e Rossini Vianna.
Juliana Laugton D'Angeles e
Jane Barbosa dos Anjos.
Deputado Carlos Pimenta, o Presidente
da Rural Alexandre Vianna, o governador
Antonio Anastásia, este jornalista e o
deputado Ruy Muniz
Vila Murta, Osmani Barbosa Neto e este jornalista com as rainhas Gabriela Teixeira Veloso, Luisa
Ribeiro Rebello, Clara Durante Athayde, Larissa Dias Ferrante.
Junior e Claudia Menezes Poças.
Leo e Danielle Vasconcelos com
as lindas filhas.
Paulo Cesar e Nidia Santiago , com os
filhos Vivian, João Arthur e vitória.
Rosangela Silveira , Regina Batista
e Neli Tolentino.
Mário Alaor, Cascão Oliveira, Cel Orlando,
Carlos Lindemberg, Reinine Canela , Pancho
Silveira e Maçarico.
Sterphanie Paulino , Hadrey Paulino
e Brennda Teixeira.
O promotor Guilherme
Talita Vieira
Barbacena
128 Kfuri
4 0veio
ª E Xde
POMON
T E S com
• Oo
c a m p o é a no s sa r a i z .
Fernandez e Lailla.
namorado Vinicius Silveira e sua cunhada Clarissa
Sterphanie Paulino e Lucas Lage.
Manuel Boa Ventura
com Ione.
Expomontes 2014
XIII Exposição
129
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
Especial 70 anos
Vallée Cidadã
N
as áreas socioambiental e cultural a Vallée tem
forte atuação comunitária em Montes Claros e
na região norte mineira, concentrada principalmente em ações no campo educacional, participando também como Membro da Comissão instituída para
recuperação da Bacia do Rio São Francisco. Na condição de
Empresa Cidadã, tem assento no Conselho de Cidadania da
FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Com seu parque fabril no distrito industrial de Montes
Claros, cidade polo do meio norte do Estado, também reconhecida como centro importante de manifestações artísticas
e especialmente musicais – 2.5 % da população são formalmente ligados à música – tem apoiado essa manifestação,
dentro de sua política de relações institucionais. Empresa
nacional de base tecnológica, a Vallée S.A. tem contribuído,
há mais de 50 anos, com o crescimento da qualidade de vida dos brasileiros, cuidando da saúde animal. Nasceu com
o objetivo inicial de produzir vacina para combater a febre
aftosa. Alcançada com sucesso a meta proposta, ampliou
e diversificou sua ação de pesquisa e desenvolvimento no
campo da biotecnologia, lançando no mercado, na década
de 70, uma linha de produtos especiais para atendimento ao
produtor rural.
Nos anos 80 transferiu seu parque industrial para a cidade de Montes Claros, situada no norte de Minas Gerais,
instalando sua planta fabril numa área de 171 mil m2, no
Distrito Industrial daquela cidade polo do Estado.
Acelerou sua modernização tecnológica e seguiu investindo para ter instalações em conformidade com o que há
de mais atual no mercado veterinário. Situa-se entre as mais
importantes empresas do ramo, tendo conquistado o prêmio de grande empresa em inovação tecnológica, conferido
pelo FINEP, organismo do Ministério da Ciência e Tecnologia. Atualmente, comercializa perto de 70 produtos, gerando mais de 700 empregos diretos e 200 indiretos.
Acolhida pela comunidade, a Vallée S.A. é reconhecida
como empresa cidadã, ligando-se ao desenvolvimento social, cultural e ambiental de sua região e do País. Parceira
constante da Rural, esteve sempre presente com doação de
vacinas, participando com estandes e patrocinando a Expomontes. Auxiliando também na implantação de melhorias
no Parque de Exposições João Alencar Athayde, hoje é a
grande patrocinadora do Memorial da Sociedade Rural.
130
4 0 ª E X POMON T E S • O campo é a nossa rai z .
Produção de vacinas na unidade instalada em Montes
Claros
Especial 70 anos
Edição de livro registra 70
anos de história da Rural
E
ntre as atividades comemorativas dos 70 anos
da Sociedade Rural, a diretoria da entidade
aprovou a edição de um livro que contará sua
trajetória, mostrando que o associativismo e
os ideais da Sociedade Rural abriram caminhos para os avanços da pecuária e promoveram o desenvolvimento de toda a região. Fatos e personagens serão
destacados assinalando as contribuições que transformaram o norte de Minas.
O livro terá a tiragem de 2000 exemplares, em edição
colorida, com capa dura, papel couchê com 240 páginas,
registrando essa história com fotos e documentos, não permitindo que esse tempo seja esquecido. Informações de importância social e econômica serão destacadas, para exemplificar o valor do associativismo e suas conquistas.
O lançamento da edição acontecerá no segundo semestre
desse ano e já conta com adesões importantes, como o Sicoob Credinor e Sementes Lanza Vieira.
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
131
Especial 70 anos
Um Museu só faz sentido na medida em que cada um se sinta refletido em
sua história, na medida em que provoca curiosidade e questionamentos, na
medida em que cada informação captada resulte em mais uma pergunta,
uma sucessão de eventos que nos transforme e nos faça conhecedores
de nós mesmos, melhores como seres humanos, como cidadãos e como
profissionais.
Memorial Sociedade Rural
O
Memorial da Sociedade Rural foi pensado sob
essas perspectivas. A história da agropecuária
regional, as contribuições da classe rural para
a região nortemineira, as vivências de um tempo distante em meio a exemplos de superação das dificuldades enfrentadas contam um pouco da história de todos
no meio da história de cada um.
As raízes que nos alimentaram, as memórias de famílias, a identidade de Montes Claros construída ao longo
dos anos estarão reunidas num só lugar, recriando um
espaço para a emoção, a reflexão e a cidadania, colocando essa cápsula do tempo no PARQUE DE EXPOSIÇÕES
JOAO ALENCAR ATHAYDE, no mesmo lugar que abriga os avanços conquistados. Reforçando os laços com a
história, num retorno às suas próprias raízes e mostrando
o caminho para voos mais altos, a Sociedade Rural espera
impactar as gerações futuras, exemplificando o poder do
associativismo e da necessidade de buscar o bem comum.
Com 70 anos de existência, a Sociedade Rural é uma
fomentadora de desenvolvimento. Nos registros da entidade estão documentados a evolução do agronegócio,
os avanços alcançados na atividade e momentos importantes em que entidades e empresas abraçaram o desenvolvimento regional. A RURAL é detentora de registros
fotográficos e informações que relatam suas realizações
ao longo do tempo, além das transformações ocorridas na
região. Esse vasto patrimônio necessita ser compartilha-
132
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
do com todos. Fotos, vídeos, filmes em muitas apresentações diferentes e matérias informativas de importância
social e econômica merecem ser preservados, documentando o valor de suas conquistas, quando muitos ruralistas abriram mão do seu tempo para doar seu trabalho em
benefício de sua cidade e sua atividade
O espaço criado para exibição do acervo se localiza
nas imediações do centro administrativo no Parque, contendo ampliação de fotos desses 70 anos de conquistas,
documentos de épocas distintas e objetos alusivos a cada etapa. Registros da construção, passagem de grandes
políticos pela entidade, a evolução do rebanho, manifestações políticas e reivindicações da região, entre outros
temas poderão ser apreciados.
Uma participação importante nessa história merece ser
destacada. A Vallée S. A, empresa que esteve ao lado da
Sociedade Rural em muitas ocasiões e que já recebeu inúmeras homenagens da entidade por essa parceria constante
aderiu a esse projeto. Ronan de Freitas Diretor presidente
da Vallee ressaltou ser “admirador dessa turma” que leva
adiante a instituição com tanto trabalho e entusiasmo e se
emocionou ao aderir ao projeto do Memorial.
A inauguração acontece no dia 09 de julho, na 40ª
Exposição Agropecuária e o Memorial será aberto à visitação pública, sem ônus para o acesso. Em paralelo será
feito um trabalho de agendamento com escolas locais e
regionais para manter um fluxo constante de visitação.
Especial 70 anos
O campo é nossa raiz.
M
uitos caminhos me trouxeram a
Sociedade Rural. A prática de minha atividade econômica, a história de minha família, o convívio
com amigos e o compartilhamento do afeto a este lugar. Lembro-me com saudade de pessoas, de
lugares, de dias felizes neste parque. Como muitos de nós, acompanha-me a sensação de menino que esperava ansiosamente pelas exposições e
a alegria desses dias de festa.
Ao chegar para minha primeira administração vim movido por
essa bagagem e pela imensa vontade de servir à classe e a essa entidade. E já se vão 4 anos.
Cheguei sabendo que não poderia alçar voos muito altos, tanto
pelos projetos da própria entidade, ainda em andamento, quanto
pelas expectativas econômicas,
mas cheguei sabendo que daria
tudo de mim, que me empenharia
em todas as questões e deixaria
aqui a minha marca de dedicação
e amor à causa.
Fui agraciado com anos muito frutíferos. A Expomontes cresceu nesse tempo, superando em
muito as marcas de anos anteriores. Dias de parque cheio, sucesso em leiloes, expectativas superadas ano a ano. Pequenas vitórias em questões
políticas, representatividade intensificada junto a
autoridades e a Rural sendo percebida como uma
entidade forte e ativa trouxeram-me a satisfação
de dever cumprido.
No entanto, comemorar os 70 anos da Sociedade Rural na minha gestão traz-me uma alegria
imensurável. Sempre foi minha intensão resgatar a
memória da entidade e manter nossa história viva.
Não é questão apenas de evidenciar nomes – é deixar o exemplo de transformação, o legado, a herança que devemos passar adiante. A história deve ser
vista como uma terra fértil, que alimenta nossas
raízes e nos guarnece de confiança e esperança.
Houveram tempos mais difíceis,
outras épocas e outros desafios
que foram suplantados pelo trabalho e pela busca da superação.
Precisamos mostrar aos jovens de onde viemos e inspirá-los
a trilhar novos caminhos. Contar
nossa trajetória é mostrar que tudo é possível com união, doação
e ação. Precisamos deixar essa
marca por onde passamos, porque a Sociedade Rural tem, na sua
bagagem, a história da cidade, de
muitas famílias, histórias de dedicação passadas de pai para filho.
Quando optamos por manter
o slogan – o Campo é nossa raiz – desejávamos
evidenciar que temos no campo e na atividade
rural a terra que nos alimenta, mas também temos no campo as raízes de nossas famílias, a
tradição de cuidar da terra e da criação. Portanto, para finalizar, queremos deixar registrada
nessas comemorações uma definição que muito
nos orgulha: - homem da terra, homem do campo. Somos frutos da Sociedade Rural.
Osmani Barbosa Neto
4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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