Baixar - Sociedade Rural
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02 A 13 DE JULHO DE 2014 informe EXPOMONTES O CAMPO É A NOSSA RAI Z 40 L anç a mento da ª Expomontes pag. 96 pag. AS RAINHAS 96 pag. Realização: 70 ANOS DA SOCIEDADE RURAL Anos 120 AGRICULTURA FAMILIAR pag. 52 “ Reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso, e trabalhar juntos é um sucesso.” Henry Ford 3 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . O começo... informe EXPOMONTES O CAMPO É A NOSSA RAIZ Edição especial • 70º aniversário da Sociedade Rural 40ª EXPOMONTES • MONTES CLAROS • JULHO DE 2014 Índice 96 66 6 Editorial 30 Mapa dos Estandes 7 Diretoria Biênio 2013 • 2014 32 Equinos em alta 8 Osmani Barbosa Neto 34 14 A força do campo 17 Expomontes alia julgamento e mostra genética Cadastro Ambiental Rural é tema de palestra para produtores rurais 36 Uma esperança para a Coopagro 38 A cobrança do produtor rural pelo uso da água 40 Palco de grandes manifestações 42 Montes Claros Avança 44 Câmara exalta papel da Sociedade Rural 45 Circuito Inter TV de Team Expomontes 2014 18 Fomentadores de negócios 20 Agenda de leilões 22 Programação Oficial 24 Pagode, forró, arrocha e pop rock: Os Shows da Expomontes 2014 4 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 17 Penning realiza 5ª edição na 40ª Expomontes 46 Análise comparativa da representação das macrorregiões Norte de Minas e Triângulo Mineiro na Câmara Federal 48 Segurança na Expomontes 51 Implantação de Rede de Autoproteção 52 Agricultura Familiar 54 Defendendo direitos 55 Emater-MG e Sociedade Rural, uma parceria de sucesso 56 IMA Expomontes 2014 120 58 38 24 56 Instituto Mineiro de Agropecuária 73 O mundo do campo na cidade 105Sociedade Rural 57 O campo e a água 74 58 Surpresas e vantagens dos ovinos e caprinos Expomontes Solidária: uma visão social 76 108Uma conversa sobre cordas 60 A voz do agronegócio Credinor de portas abertas para você 61 Fernando e Sorocaba estimulam jovens a permanecer no campo 77 É época da exposição!!!!! 111Instinto ruralista 78 Conheça a Sociedade Rural 112Cutuca, nego duro! 82 Um show à parte: 114Dedicação 84 Entraves do campo 115Gratidão Expomontes: A construção da identidade de um povo 106A tradição social e crachás 62 Pecuária de corte está promissora 64 Pecuária leiteira apresenta novo formato na Exposição 86 Símbolo do cooperativismo 116VIVA!!!! 88 Homem do crédito rural 117Personagem histórico 66 Fruticultura: vida que nasce no sertão 89 Parque de Exposições é revisitado 118Félix Pimenta recorda 68 Banco do Nordeste prevê grande movimentação na Expomontes 90 Credenciamento repaginado 91 Integrando os produtores 69 Conhecimento para avançar! 70 Caixa Econômica Federal 71 Contribuição Sindical Rural 72 Parceria inédita vai viabilizar exames de hepatite 120As Rainhas da Expomontes Especial 70 anos 96 Lançamento da Expomontes 2014 100Um olhar sobre a Sociedade Rural trajetória de trabalho e amor pela Rural 2014 124Theodomiro Paulino 130Vallée Cidadã 131Edição de livro registra 70 anos de história da Rural 132Memorial Sociedade Rural 133O campo é nossa raiz. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 5 informe EXPOMONTES O CAMPO É A NOSSA RAIZ Editorial A Revista da Expomontes, desde sua primeira edição, foi programada para promover o evento e comprovar seu êxito. Registramos em seu conteúdo todo o planejamento e estrutura dessa festa que se tornou o maior evento do interior mineiro e um marco no agronegócio regional. É importante para a Sociedade Rural, entidade promotora da Expomontes, que o trabalho de todos os envolvidos seja conhecido e valorizado, já que a entidade encontra no espirito idealista de seus diretores a energia e a doação necessárias para fazer com que tudo aconteça da melhor maneira. No entanto, a entidade sabe que precisamos ir além. Precisamos que o evento se apresente nestas páginas, mas desejamos também que todas as bandeiras levantadas pela classe rural sejam divulgadas aqui. Que as questões para as quais toda a entidade trabalha encontrem espaço para serem difundidas e alcancem todos os públicos. Portanto, além de encontrar a programação da Expomontes, a participação dos parceiros e a cobertura de alguns eventos, teremos páginas importantes dedicadas às questões ambientais, aos debates sobre água e legislação e às reivindicações de uma classe produtora que necessita ser ouvida para vencer questões históricas como a seca. Assim, torna-se imperioso ouvir as vozes que se levantam em defesa dos interesses da classe e publicar entrevistas e artigos que conclamam o produtor rural a se envolver com questões pertinentes à sua atividade e assumir posturas que fortalecerão a categoria e a região. Na edição dedicada a 40ª Expomontes comemoramos os 70 anos da entidade. Convidamos várias personalidades, de diferentes setores para dar um testemunho sobre a Sociedade Rural e deixar aqui sua visão particular. Artistas, fotógrafos e jornalistas de renome contribuíram de maneira ímpar e deram uma nova ótica às nossas comemorações. Damos destaque a este momento histórico nas páginas destinadas ao Memorial da Sociedade Rural que se inaugura nesta festa e mantemos o olhar no futuro. Porque é esse o papel desse lugar – deixar como herança para as novas gerações os exemplos que encontramos na nossa história, heranças compartilhadas por todos, um legado de trabalho e superação, mas antes de tudo, de associativismo, de companheirismo e camaradagem. Deixaram para nós o melhor de sí e construíram uma instituição respeitada e valente – capaz de seguir em frente a passos grandiosos. Caberá a nós, que abraçamos a Sociedade Rural, não nos afastarmos dessa luta e nem dos exemplos que tivemos – que coloca o bem comum como nossa Maior bandeira. Junia Velloso Rebello Assessoria de Marketing 6 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Diretoria Biênio 2013 • 2014 Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 3º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro Osmani Barbosa Neto José Luiz Veloso Maia Antônio Soares dias José Henrique de Carvalho Veloso Sérgio Ricardo Peres Dias de Figueiredo Durval Nunes Pereira Júnior José Moacyr Guimarães Basso Bernardo de Pimenta Pinheiro Diretoria de Serviços Gerais Diretor de Relações Públicas Diretor de Comunicação Social Diretor de Informações Diretor de Patrimônio Diretor de Social Diretor de Eventos Diretor de Desportos Diretor de Assuntos Creditícios Diretor de Orientação Jurídica Diretor Técnico de Assistência Veterinária Diretor de Pecuária de Corte Diretor de Agricultura Diretor de Pecuária de Leite Diretor de Feiras e Leilões Diretor de Recursos Hídricos e Irrigação Diretor de Difusão de Tecnologia Diretor de Equídeos Diretor de Agroindústria Diretor de Meio Ambiente e Recursos Florestais Diretor de Fruticultura Leonardo Lima de Vasconcelos Alexandre Antônio de Miranda Vianna Leonardo Gentil Rocha Dias Norberto Antônio de Assis Maria Idalina Almeida Souza Arnaldo Gonçalves da Fonseca Oliveira Fernando César dos Santos Moura Rômulo Augusto L’Abbate Marques Renato Alencar Dias Marcos Miguel Mendes Sérgio Rebello Athayde Dirceu Colares de Araújo Moreira Otaviano de Souza Pires Júnior Avelino Ramalho Murta Geraldo Bernardino Madureira Roberto Murilo Peres Corrêa Machado Rossini de Miranda Viana Fábio Lafetá Rebello Filho João Gustavo Rebello de Paula Rodolpho Velloso Rebello Conselho de Sindicância Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 3º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário Ricardo Quadros Laughton Antônio Augusto Athayde Júnior Jair de Sá Miranda Crisantino Almeida Borém Filho Celmo Bernardino Carlos Alberto Maia Conselho Fiscal Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 3º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário Dario Colares de Araújo Moreira Heli de Oliveira Penido Paulo Roberto de Macedo Lúcio Tolentino Amaral Júnior Felipe Drumond de Souza pires Danillo Velloso Ferreira Murta Praça Lindolfo Laughton, nº 1373, Bairro Alto São João 39400-292, Montes Claros - MG www.sociedaderural.com.br • www.facebook.com/sociedaderural Expediente Editoração e assessoria de marketing Junia Rebello Editoria e jornalista responsável Andréa Fróes Reporteres Zana Ferreira Taislaine Antunes Henrique Corrêa Vanessa Araújo Ana Maria Barbosa Fotos Solon Queiroz Junia Rebello Andréa Fróes Zana Ferreira Kelly Silva Castro Editoraçao grafica Jésus Ricardo de Faria Almeida Revisao ortografica Ana Teresa Rodrigues Impressao Rona Editora e Grafica Tiragem 2 Mil exemplares Montes Claros/MG www.sociedaderural.com.br www.facebook.com.br Twitter: @socruralmoc Instagram: @socruralmoc Sociedade Rural Av. Geral Athayde, 13.103 - Alto São João - 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 7 Diretoria Osmani Barbosa Neto 8 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . entrevista Informe Expomontes: O que significa para você a pessoa e a imagem do seu avô? Como isso influenciou sua formação? Osmani Barbosa Neto: Ele foi realmente muito importante na minha formação. Lá em casa nós fomos criados nas fazendas. Meu pai ajudou muito ao meu Avô. Ele trabalhava nas propriedades dele. Eu viajava muito com meu avô, apesar de ser novo, tive uma criação muito forte com ele, nosso vínculo sempre foi diferente. Eu sou o neto mais velho. Ele tem muita influência, como produtor rural, aqui na Sociedade Rural. Eu cresci aqui dentro, vendo-o trabalhar pela entidade e para o homem do campo. Ele tinha um amor fora do comum por este lugar. Foi um grande empreendedor. Tinha uma visão, era simples, mas de grande inteligência e possuía uma base de formação que conversava sobre qualquer assunto com qualquer pessoa. E outra coisa, ele tinha um apego social dentro dele, e ajudava muitas pessoas. Meu avô não teve o perfil coronel, era uma pessoa que conversava com todos, Não tinha quem não gostasse dele. Com Vovô aprendemos a valorizar cada ser humano, pois somos todos importantes no que fazemos, cada um à sua maneira. Era político também – um verdadeiro líder em articulações -, apesar de nunca ter participado de uma eleição, estava sempre em busca de me- 9 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . lhorias que, para ele, ajudavam o Município. Principalmente no caso de Francisco Sá, onde tinha propriedades. Ele tinha ligação com presidente da república, governadores, porque a classe rural, na época, dava isso a ele. Como Presidente da Sociedade Rural, a atuação dele foi além das expectativas. I.E.: E desde pequeno pensava em trilhar os mesmos passos? O.B.N.: Com certeza alguns deles, até porque as condições são totalmente diferentes hoje. Mas eu sempre sonhava em me tornar presidente da Rural, participar da diretoria, escrever uma história na entidade que desde criança eu acompanhava. Meu avô foi fundador, além de presidente e diretor; meu pai também foi diretor. Então, desde criança eu já pensava em chegar, um dia, à presidência, e quando isso aconteceu foi uma grande honra, momento em que a lembrança do meu saudoso avô foi muito intensa. Tenho certeza de que, se ele estivesse vivo, estaria muito orgulhoso. Repito, as condições são muito diferentes, não posso nem me comparar a ele. Mas seguir as coisas boas dele como honestidade, seriedade, vontade de fazer para classe, de trabalhar na área rural. Não tenha dúvida de que disso eu não fugi, eu segui e seguirei. entrevista I.E.: E além do seu avô, que outras pessoas também lhe serviram de referência? O.B.N.: Primeiro o meu pai, que também foi um grande ho- mem. Ele me ensinou tudo na vida, porque meu avô morreu muito cedo. Segui com ele, naturalmente, ele que me deu referências de vida. Agradeço muito a Guido Amaral, que me incentivava nas horas difíceis, esteve sempre ao meu lado. Acho que aqui no meio rural conhecemos grandes homens. João Alencar Athayde, que fundou esse parque, um grande desbravador, homem que pensava muito à frente. Tive um grande amigo aqui também, que faleceu muito novo e eu fui diretor dele, o Fernando Rebelo Athayde, que morreu em 2011. Há também Daul Soares Dias, Dario Collares, que, aliás, foi quem me convidou para ser diretor. I.E.: E como surgiu essa vontade de fazer parte da diretoria? O.B.N.: Antes eu participava das comissões que existiam aqui. Era muito novo, não tinha sido diretor ainda. Aí Dario, que era jovem, mas um pouco mais velho que eu, promoveu uma grande mudança aqui. Entrou e mudou muita coisa na Sociedade Rural, levantou a classe. E ele me fez o convite, para que eu viesse a ser diretor conselheiro e eu vim com o maior prazer, até porque sempre tive essa vontade. Aí comecei a participar ativamente. À época ele disse: "agora você não sai mais". Porque quando você entra na diretoria tem que ter comprometimento. Depois de Dario veio Rômulo L’abate, também grande presidente, que me convidou para a diretoria de leilões, que é uma das mais importantes e complexas. Ficamos dois anos com Rômulo, e quando ele saiu, entrou Fernando Athayde. Foi quando eu passei a ser o 2º Tesoureiro e já assumia a questão do credenciamento na Expomontes. Aí com a saída de Fernando, depois de seus quatro anos, entrou Lúcio Amaral, muito meu amigo, grande presidente. Dele eu fui 1º tesoureiro e participava de tudo aqui na Rural. Depois veio Alexandre Viana, de quem fui vice-presidente, mas nessa época me afastei um pouco, pois a própria Sociedade Rural me indicou para ser Secretário de Agricultura do então prefeito Athos Avelino. Foi a primeira vez que eu fiquei mais afastado da entidade, nunca da causa rural. Foram quatro anos de chão e amor por Montes Claros. Período em que me lembro com muito carinho. Dediquei-me com honestidade à função confiada a mim, tanto pela classe quanto pelo prefeito. Anos de aprendizado que me renderam boas histórias, novos amigos e vasto campo de resultados. Com uma equipe enxuta avançamos, inovamos, lutamos e viabilizamos melhorias para os pequenos, médios e grandes produtores rurais de Montes Claros. Os trabalhos ultrapassaram divisas, nos tornamos referência em gestão com a máquina pública. Bons tempos, ótimos tempos. De Montes Claros fui para Francisco Sá, onde apliquei parte das ações na “maior cidade do Norte de Minas”, no Brejo das Almas. Em Francisco Sá foi um ano, como combinado com o prefeito José Mário Pena. Outro desafio da minha vida me aguardava. 10 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Alexandre Vianna estava deixando a Presidência onde marcou história por oito anos. Ele me convidou para assumir a vaga, desafio dado, desafio aceito! A diretoria apoiou a decisão de Alexandre. Período mágico o que vivo agora. Quem conhece minha história, sabe a emoção que vivo nesses últimos anos. Desafios são muitos, mas nós conseguimos com união solucionar todos os percalços atuais. Conheço cada pedacinho desse Parque. Em cada canto, tem uma história! História construída com muita luta, mas que vale à pena cada retalho dessa grande colcha da vida. I.E.: Desde que assumiu, como você avalia – dentro dos desafios que você tinha até então – o que já foi conquistado e o que ainda permanece como luta? O.B.N.: Aqui não é uma política partidária. Cada presidente coloca um tijolo, é feito dessa forma. Alexandre foi um grande presidente e a gente veio dar sequência. Então quando entrei quis levar para a Sociedade norte mineira e montesclarense a grandeza da Sociedade Rural. Era um desafio que eu queria fazer. O primeiro ano foi mais complicado, de muito aprendizado, mas os diretores me ajudaram muito. Muitos me indicaram caminhos. Sou cercado por pessoas do bem, que querem o bem do próximo. Nosso foco era levar para a sociedade a importância da classe rural e da nossa entidade. Isso eu acredito que conseguimos perante a população, ganhamos notoriedade com a imprensa, fortalecemos nossos laços com o produtor rural. Nossas exposições cresceram muito, procuramos organizá-la pensando bastante na população de Montes Claros e no produtor. Jamais deixaremos de aliar a parte técnica à parte de lazer. Durante o dia, temos julgamentos, torneios. À noite, celebramos o dia. Trouxemos palestras, cursos. Agora também estamos focados em resgatar a memória da Rural, dos homens que a construíram. Nós temos memória, nós temos passado. É valorizar o passado e preservar o futuro. O Memorial da entidade é a demonstração de que nossos antepassados são importantes. Celebramos no dia 21 de Junho, os 70 anos da Sociedade Rural. Não contamos histórias pessoais, mostramos homens que se preocuparam com o coletivo, com o desenvolvimento. A todo momento nos deparamos com fatos que impulsionaram a evolução da região. Para celebrar nossa magnífica instituição, levamos o campo para a cidade. Promovemos uma grande cavalgada nas principais ruas de Montes Claros; levamos carros de boi com vaqueiros, mostramos as novas tecnologias usadas no campo, com máquinas de última geração; apresentamos o “tom de cor de rosa” da Expomontes, com cinco belíssimas jovens Rainhas; Uma festa grande, com parceiros, autoridades, imprensa, todo mundo participou com a gente dessa data tão solene, tão importante. E agora, realizamos a 40ª Expomontes. Momento muito expressivo. Vencemos vários desafios, profissionalizamos a Exposição. Alteramos o formato da Feira. Evoluímos e inovamos. Mas a luta entrevista ainda continua. Por várias vezes enviamos pedidos de auxilio aos Governos de Minas e Federal. Pouquíssimas foram as solicitações atendidas. Ainda temos um grande caminho a percorrer. Precisamos que as instituições governamentais simplifiquem e agilizem os processos de licenciamento, por exemplo. Sem esses licenciamentos o produtor não tem acesso ao crédito rural. Não investe e a região não desenvolve. Precisamos de estudo dos recursos hídricos regionais para dimensionar o potencial de água subterrânea e superficial, suas interfaces, potencial de uso e preservação – principais fraturas, aquíferos,eixos barráveis. É necessário o estudo para viabilizar o lançamento de uma gramínea transgênica resistente à seca. É urgente a necessidade de duplicação da BR-251, sobretudo de Montes Claros à Salinas; da Conclusão do Anel rodoviário Norte; de Incentivos a um programa de inovações tecnológicas regionais; da implantação de um centro de convivência com a seca – em Montes Claros no terreno do Sindicato Rural – Epamig/UFV/ Unimontes/Embrapa; do apoiar candidatos a deputados federais e estaduais vinculados e compromissados com o Norte de Minas; de um Aeroporto intermodal e política alfandegária diferenciada para a região; da Solução para mobilidade urbana de Montes Claros; da Ferrovia BH/Candeias na BA; e de um Plano diretor de Montes Claros – organização da região metropolitana. IE: E qual seu sentimento em ser o Presidente nessas duas datas tão marcantes? O.B.N.: É magnífico. Pra mim, por minha história, é uma honra que vou guardar pro resto da vida. Vou contar pros meus filhos e pros meus netos. Eu não sei se foi o destino, mas veio a coincidir que eu, neto de um dos fundadores, viesse a estar presidente nessa data tão maravilhosa, que é a dos 70 anos e da 40ª Expomontes. Porque poderia muito bem ser somente os 70 anos, ou somente a 40ª Expomontes, isso já seria grande honra. Mas as duas ações juntas é magnífico. I.E.: Mas além dessas alegrias, há muitas lutas também. A principal é a seca, que há três anos assola a região. O que a Sociedade Rural tem feito pela classe dos produtores diante dessa situação crítica? 11 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . O.B.N.: A seca é um problema sério, nós precisamos de ações efetivas de convivência com o longo período de estiagem. A adversidade climática existe, correto? E o que tem faltado? Há uma verdadeira ausência de políticas publicas que cuidem dessa questão. É necessário que as ações emergenciais sejam banidas. Nós precisamos de iniciativas reais. Vejam bem: seca tem todo ano, e por que ainda nós produtores rurais somos tão prejudicados? Em 2012, pensamos em não realizar a exposição, o que ocorreu com mais força, em 2013 também. Mas decidimos promover a Feira que foi denominada de Expomontes da Superação. Agora, estamos com a Expomontes da Evolução. A Feira é o momento do produtor rural mostrar o que faz tão bem no campo. Mostramos nossa força. Comprovamos a pujança do setor. Nós ruralistas temos incansavelmente buscado ajudar ao homem do campo. Brigamos. Defendemos o produtor. Só não podemos fazer chover, mas pedir, indicar, orientar e articular, fizemos! Especialmente sobre dívidas rurais temos desenvolvido diversas medidas. Porque uma grave consequência da seca é o acumulo de contas. Nenhum produtor quer ter a dívida perdoada, quer sim, pagar, com ajuda do Governo. Reforço, queremos condições para pagar. entrevista Mas é uma luta, fizemos um pedido grande, de uma renegociação geral das dívidas dos produtores e a Presidente Dilma negou. Tinha passado pelo Congresso, pelo Senado e não conseguimos avançar. Um resultado prático dessa medida seria a reestruturação da região porque o produtor está devendo e muitos não vão ter condições de pagar. Temos conversado com o presidente do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, mas às vezes eles não escutam, não sabem o que o produtor passa. E é o produtor que vai sentir na pele isso. Porque só se resolve uma situação dessas com dinheiro. É preciso abrir novos créditos e renegociar essas dívidas. tem essa ajuda. E mesmo lá tem dificuldades, porque as pessoas não querem ir para o meio rural. Aqui, hoje, temos bons nomes, mas precisamos de mais jovens imbuídos no espírito ruralista. Vamos promover campanhas para trazer a juventude para a entidade. É muito importante aliar experiência com a força jovem. Dá uma mistura, no mínimo interessante. Gente nova, com fôlego novo, mesclando com ações positivas e de sucesso, promovidas por homens que sempre pensaram no coletivo. O campo e o homem vão agradecer! I.E.: Observando um pouco o cenário norte mineiro, o grupo Minerva vai reabrir o frigorífico da região. Você acha que isso pode beneficiar o produtor da região? I.E.: E por que não sai do papel esse Centro? O.B.N.: Não tenha dúvida. Isso foi uma luta da Sociedade Rural, junto com o Sindicato Rural. Uma verdadeira batalha que agora dá um fôlego para a produção da pecuária de corte. Um alento para o produtor. Vai ajudar demais. O pecuarista vende o gado, tem que andar mil quilômetros pra vender esse gado. Geralmente vendemos para Belo Horizonte, Ituiutaba, Triângulo Mineiro, São Paulo... Então, a vinda do frigorífico, é uma vitória da classe, pois vai ser uma tranquilidade. O frigorífico tem estrutura, é o terceiro do País, com estrutura para exportação. Vai melhorar a renda do produtor, o preço. Só de frete vai haver uma grande economia. E é para exportação. 80% para exportação e 20% para mercado interno. O.B.N.: Eu não sei. Pedimos bastante, mas nada até agora. Ficou só em promessa política. Lá na Austrália, o Centro até comercializa para o produtor em momentos difíceis. O caminho é esse! Dar suporte técnico para que os agropecuaristas possam respirar. R.E.: A questão do campo envolve também a agricultura familiar, que desde o início foi uma das preocupações da sua gestão. E esse é o Ano da Agricultura Familiar, eleito pela ONU. Como você enxerga o processo de se unificar a luta de todos os produtores? I.E.: Sobre os próximos anos, a gente pensa também em quem virá após sua gestão. Como você enxerga a questão da sucessão no sentido de renovação com as novas gerações? Você, por exemplo, entrou novo na diretoria. Você vê o mesmo ocorrendo hoje, essa renovação? O.B.N.: Realmente era uma meta nossa juntar as classes. Primeiro, eu acho que há uma certa irresponsabilidade dividir o agronegócio e a agricultura familiar. Divisão simplesmente política. Um absurdo! Fica uma divisão e parece que tem uma disputa. Quem disputa são o chamados radicais, inclusive fizeram dois ministérios, o do Desenvolvimento Agrário e o da Agricultura. Para que? O primeiro trata da agricultura familiar, o outro do agronegócio. Eu não tenho dúvidas de que a agricultura familiar precisa de um atendimento, uma atenção maior, de um trabalho maior, pois o agronegócio já é mais estruturado, tem mais condições de se sobressair sozinho. Mas os problemas são os mesmos: seca, falta de dinheiro e de crédito, problemas de estrutura, de pragas nas plantações, doenças de gado... Então eu acho que essa divisão é ruim. Assim que assumimos a Presidência, nos reunimos e decidimos que o Parque é o espaço de todos! Foi quando convidamos a Emater-MG, que prontamente se dispôs a ajudar e hoje estamos na quarta edição. 40 barracas que tem de tudo um pouco. É lindo ver tudo junto! No primeiro ano, foi meio tímida, no segundo cresceu muito e ano passado foi uma grande feira. Esse ano, consolidamos nosso projeto, que E o Governo não está vendo isso. O Norte de Minas está hoje pior que o Nordeste, sentiu mais essa seca, porque lá começou a chover, aqui não choveu nada. A situação está terrível. Não sei para onde isso vai, mas não vamos deixar de fazer exposição. Vamos fazer, para o produtor trazer seus produtos. Tem tecnologia aqui, estamos fazendo palestras para nos adequar a esse momento difícil. A salvação de tudo seria a criação do Centro de Convivência com a Seca. O.B.N.: Esse é um problema que nós vamos ter futuramente. Não só aqui, mas acredito que todas as entidades rurais do País. Porque as dificuldades nossas são muitas, imensas, e talvez nossos filhos queiram trilhar outro caminho. Essa questão de sucessão é muito complicada. Temos hoje, dentro da Rural, nomes que podem me suceder, não duvide disso. Bons nomes. Não só na diretoria, mas dentro da classe de uma forma geral. Pessoas comprometidas que querem o bem da entidade. Mas num momento de crise, de seca, muitos dos jovens querem procurar outro caminho mesmo. É uma realidade. Na Europa, a questão rural é um problema, até o produtor rural é muito valorizado por causa disso, porque vão pra roça com a família produzir alimento. Lá se paga subsídio para isso. Nos Estados Unidos, Canadá, tudo é subsidiado, daí o produtor fica, pois 12 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Especial 70 anos é sinônimo de sucesso. Nós conseguimos juntar todo mundo. Houve uma integração, que é a forma que acreditamos que deve ser. A gente não pode ter essa divisão de agronegócio e agricultura familiar, um olhando desconfiado para o outro. Não é assim. A agricultura familiar precisa de mais apoio, mas o agronegócio carrega esse País nas costas, é só olhar o PIB. Não aceitamos essa divisão, competição. Temos que olhar a agricultura familiar com muito carinho, ajudá-la a crescer. I.E.: E o que os produtores e os próprios montesclarenses podem esperar da 40ª Expomontes? O.B.N.:Muito empenho, muita vontade de fazer a maior da história, vamos trabalhar para isso mesmo com toda a dificuldade. A Expomontes da Evolução. Nesses 70 anos a Sociedade Rural acompanhou o desenvolvimento da tecnologia que está a serviço do produtor rural. São novas máquinas, implementos agrícolas, novidades na genética e muito mais. E nesse mundo globalizado com novas informações chegando a todo segundo, a entidade chega à 40ª Expomontes com um novo olhar sobre vários aspectos. Trouxemos a Mostra genética, julgamento de animais. Transformamos a Praça de Montes Claros em compradora e não fornecedora. Eu acredito que vai ser uma grande festa, com segurança, uma festa que vai deixar saudades depois. E para brindar todo nosso trabalho daremos de presente a todos, o Memorial. Além disso, estamos produzindo um livro alusivo aos 70 anos da entidade. Vamos encerrar o período com grandes produtos históricos, com fatos e registros que contam anos de gloria, de desafios e de resultados. I.E.: E para quem enxerga apenas as dificuldades dos produtores, os produtos a serem expostos terão qualidade? O.B.N.: Não tenha dúvida de que será de ponta como toda vida foi. Sempre gosto de falar uma frase de Euclides da Cunha, que é: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte". E vamos dar a resposta natural. Vai ser um dos melhores leilões, tenho certeza. O Brasil todo vê a qualidade do nosso gado. A agricultura familiar vai ser um sucesso, vamos aumentar ainda mais qualidade dos shows. O parquinho vai ser incrível. Essa praça de alimentação também vai ser um sucesso. Acho que para todos que trabalham sério o sucesso vem em decorrência de muito esforço e dedicação. Todo nosso foco é promover uma grande exposição. A gente não desanima não, pode ter certeza. I.E.: O que você imagina que será a marca da gestão Osmani Barbosa Neto? O.B.N.: Creio que vamos deixar uma marca da união! União entre agricultura familiar e agronegócio, do relacionamento com a imprensa e com a sociedade norte mineira. O entendimento, a conversa, a responsabilidade da diretoria... Essas serão marcas importantes. Um legado imaterial dos mais preciosos. Materialmente falando, daremos a cidade o Memorial da Rural. R.E.: E como você imagina a Sociedade Rural daqui a 70 anos? O.B.N.: Ah, vai virar uma potência em defesa do produtor. Se você olhar a história desde quando iniciou, tem coisas que não mudam. Se você pegar as atas das primeiras reuniões e as atas de hoje, têm coisas que são quase iguais. Então tem a tradição, mas tem a modernidade, e vai ter o futuro. Montes Claros vai crescer muito nos próximos anos e desde que haja organização na cidade, vamos acompanhar isso. Acredito que daqui 70 anos os nossos netos ou bisnetos vão ver isso muito grandes mesmo. E nós estaremos lá de cima, só olhando. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 13 Expomontes 2014 Diretoria A força do campo 14 José Moacyr Guimarães Basso 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Foto: Junia rebello Especial 70 anos Foto: Solon Queiroz Texto: Zana Ferreira/Vanessa Araújo/ Taislaine Antunes P ara o grande público, não há como não encarar a Expomontes como uma grande festa. Escolher como ir ao Parque de Exposições João Alencar Athayde, passear e assistir aos shows criam esse imaginário. Porém, a Expomontes vai muito além. Se voltarmos a 1957 quando a primeira edição foi realizada, fica mais fácil entender. O que faria um grupo de fazendeiros se reunir em um parque recém-construído, num terreno de muita terra e pedra, para expor seus animais? Não havia shows naquela época e a única atração era mesmo os animais. Ainda hoje, é a produção do agronegócio norte mineiro o grande e mais importante atrativo da Exposição. Não estamos mais em 1957, portanto, durante o evento, produtores rurais têm a oportunidade de terem reunidos em um único lugar uma diversidade de raças de animais, opções de crédito rural diferenciados, preços promocionais de maquinário e conhecimento sobre inovações tecnológicas. "É pensando no produtor rural que nos empenhamos ao máximo. Claro, hoje a Expomontes se tornou também uma grande festa para toda a região, mas se fosse apenas isso, não iríamos comemorar durante um período tão difícil quanto o que passamos", aponta Moacyr Basso, diretor financeiro da Sociedade Rural. Ele se refere ao cenário de seca prolongada por três anos, que vem castigando os produtores rurais. Por falta de água e de pasto, grande número de cabeças de gado norte mineiras foi vendido, antes que os produtores da região vissem o gado morrer por não ter como alimentá-lo. Também a agricultura acumula perdas nos últimos três anos, colocando em cheque a visão da Expomontes apenas como festa. "Ano passado nos questionaram o porquê de fazer festa num momento de crise, e respondi que somos muito mais que uma festa, somos a força que impulsiona a economia do agronegócio norte mineiro. É difícil realizar um evento como este após três anos de seca, mas isso também nos deixa em condições de mostrar às autoridades a força da nossa classe, de apresentar nossas reivindicações", destaca. Dentre as questões a serem apresentadas para o Estado, Moacyr cita os altos custos da festa, inclusive com segurança. "Contratamos grande número de seguranças para suprir um papel que tem de ser do Estado, e fazemos isso sem ajuda de custos. Isso precisa ser revisto, e outras esferas precisam ter maior participação nesse evento, pois hoje a Expomontes significa muito para a economia de Montes Claros como um todo", pontua. Além disso, ele também cita problemas relacionados ao licenciamento ambiental e os entraves colocados pelo Estado. Segundo ele, Minas Gerais é um dos Estados que mais dificulta a vida dos produtores, especialmente os ligados ao cultivo de floresta de eucalipto, que para ele é uma atividade de agricultura como outra qualquer. No entanto, designou-se o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para fazer vistoria antes de autorizar o licenciamento. "O órgão possui apenas dois fiscais, não tem veículo, como vai dar conta da demanda aqui da região? É um absurdo, o produtor rural está à mercê da ineficiência governamental", protesta. Diante de tantas lutas e tantas conquistas, Moacyr não deixa de ressaltar seu orgulho por ser parte da Sociedade Rural, entidade sem nenhum histórico de manchas, apenas de lutas em prol da comunidade. "É para mim uma honra ser diretor dessa entidade, que continua crescendo e enchendo de orgulho todo o Foto Jailson Norte de Minas", finaliza. Palco do agronegócio Os 70 anos da Sociedade Rural apresentam marcas na história norte mineira. São as exposições a mola propulsora dos avanços conquistados para o agronegócio, seja no setor econômico, em melhoramentos genéticos ou na propagação de novas tecnologias. A cada edição, a Expomontes comprova essa verdade superando as expectativas propostas. Sabemos que um dos grandes trunfos da Expomontes é a junção de negócios diversificados, atendendo a outros setores da sociedade, capaz de atrair a atenção da mídia e do grande público norte mineiro. A interação entre genética, leilões, estandes, entretenimento, palestras e mostras de tecnologia fazem do evento um campo fértil, incentivando o produtor rural na busca de melhorias constantes. Para Moacyr, realizar a Expomontes mostra a real for4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 15 ça da classe ruralista. Neste ano, a feira conta com 70 estandes de diversos setores como comércio, indústria, e serviços. Estão no Parque de Exposições João Alencar Athayde, projetos para agricultores, horta agroecológica, máquinas agrícolas de alta tecnologia, construção civil e pavimentação, vestuário, dentre outros. Na Expomontes não é possível setorizar os estandes por causa da diversidade dos produtos ofertados. Os empresários optam pelas áreas de acordo com a proximidade do público. De acordo com, Mariah Carvalho, Marketing de Negócios da Sociedade Rural, a demanda atual é bastante expressiva, mas não há como aumentar o número de empresas dentro do Parque por causa do espaço destinado para o setor. A procura em 2014 foi surpreendente. “Fiquei muito surpresa, achei que a procura fosse cair por causa da Copa do Mundo, mas fomos surpreendidos,” comemora. Os parceiros mais antigos são: Triama Norte, Tratormoc, Sementes Tolentino, Confboi, Vemape, Bamaq, Balanças Açores, Balanças Valfran. A Triama traz maquinário para plantio direto, indústria e construção civil, com destaque para os tratores cabinados, direcionados ao pequeno e médio produtor rural. As máquinas variam entre R$ 70 mil e R$ 220 mil. De acordo com o gerente comercial da empresa, Márcio Gontijo, a expectativa para os negócios neste ano é de R$ 4 milhões de reais. “Temos uma equipe preparada que veio para a exposição com espírito de negócio e motivação”, diz. Segundo ele, o estande está todo equipado e possui estrutura ideal para atender ao cliente da melhor maneira possível. Além das vendas diretas, a Triama também inicia os processos de financiamento e consórcios na própria exposição. “O processo começa aqui no estande, é enviado para o projetista e depois para o agente financeiro. Temos parceria para financiar o maquinário através do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander”, explica. A Triama está presente na Expomontes desde quando se instalou no município, há 18 anos. “A feira é uma vitrine para o agronegócio, uma referência no Norte de Minas. É muito importante a participação da empresa no evento”, afirma Márcio. Ainda segundo o gerente comercial, “os clientes da Triama criam uma proximidade maior com o evento ao perceber a presença do estande da empresa, eles se sentem em casa”, conta. 16 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Começando agora Quem expõe pela primeira vez é Orthomontes, Orthocrim, Fox Conexão. Para Jainy Cordeiro, gerente da Orthomontes, que ocupará um espaço de 80 metros quadrados, acredita que bons negócios virão com a exposição. “É a primeira vez que trouxemos nossos produtos. O objetivo principal é divulgar e consolidar a marca na região”, relata. O expositor e presidente da Associação dos Irrigantes do Norte de Minas, Orlando Machado, também irá expor pela primeira vez na Expomontes. “Espero resultados positivos. Decidi na última hora montar um estande e a expectativa é muito boa, muitas pessoas circulam por aqui neste período, a divulgação vai ser muito satisfatória”, conta. Para esta primeira exposição, o expositor traz uma novidade. “Silagem de milho ensacada. Geralmente ela é vendida em à granel. Esta é a nossa novidade”, afirma. Agora os produtores rurais podem comprar a silagem em pequenas quantidades para utilizá-la de acordo com sua necessidade. A Sotreq ainda não possui uma loja física no Município, mas participa da Expomontes pelo segundo ano consecutivo. Segundo o consultor de vendas Marco Moreira, “o evento traz visibilidade e impulsiona as vendas”, diz. Neste ano, a expectativa é de negociar 3 milhões de reais durante os 13 dias de festa. “Ano passado vendemos 12 máquinas, e até o fim do ano ainda fizemos negócio com clientes que nos conheceram durante a exposição”, conta Thiago Costa, também consultor da empresa. Segundo ele, “o principal objetivo é ganhar visibilidade para a empresa, tendo em vista a grandiosidade do evento e a possibilidade de fazer novos clientes”, conclui. Quanto se trata expectativa, Mariah declara que “são as melhores possíveis, pois vejo que as grandes oportunidades surgem diante das barreiras e das dificuldades. Agora é só aguardar o volume de negócios realizados por nossos investidores torcendo para que o evento lhes traga o retorno com a garantia de muito sucesso”, finaliza Mariah. Conforme o Diretor Financeiro, “estar na Expomontes é colocar-se no palco do agronegócio norte mineiro, é potencializar as relações com seus clientes, é torna-se grande junto aos grandes, é ser visto e percebido por 360 mil pessoas. A cada edição buscamos a superação e uma interação cada vez maior com o público. Abrimos novas oportunidades de veiculação, aprimoramos a planta do evento e trabalhamos para que haja um crescente número de negócios”, descreve Moacyr. Expomontes 2014 Expomontes alia julgamento e mostra genética Formato pioneiro em exposições brasileiras A Exposição Agropecuária de Montes Claros apresenta nesta 40ª edição um novo formato técnico quanto à avaliação genética dos animais. Ao completar 57 anos a Feira demonstra sua capacidade modelo e coloca à disposição do mercado, sobretudo dos pecuaristas, dois campos indissociáveis, que por muitas vezes foram tratados como oponentes. “Tradicionalmente, e isso eu falo lá atrás, a Expomontes quebrou paradigmas e venceu fronteiras, e construiu uma história sólida, espelhada por todas outras instituições que vieram atrás. O começo da Feira coincide com o período em que se abria a fronteira agrícola na região. As Exposições lotavam o Parque, que muitas vezes não comportava a quantidade de animais. Foi naquela época que surgiu o material genético”, afirma Marcos Mendes, zootecnista, diretor técnico da Sociedade Rural e membro da ABCZ. A primeira Exposição trouxe animais de criatórios de outras regiões do Estado. 100% do rebanho eram de Uberaba, considerada primeira exposição do Brasil. Em dez anos, Osmani Barbosa, João Athayde e alguns homens visionários da época – a quem devemos tudo o que temos hoje – mudaram a realidade da região. Ao invés de trazer o gado para o Norte de Minas, em dez anos passaram a ser fornecedores. “Mais que isso, os produtores se tornaram criadores de material genético. Temos uma região produtora – exportadora de genética de qualidade. Quanto à qualidade, aqui é uma das maiores regiões do País”, descreve. O Vale do Jequitinhonha, por exemplo, não teve a tradição do Norte de Minas. Sendo assim, os criadores de lá não têm a mesma abertura dos daqui. Eles não tiveram o mesmo “start” que os produtores rurais do sertão norte mineiro”, afirma Marcos. Ele também descreve que “devemos disseminar o legado deixado por nossos antepassados. E novamente, seguimos o caminho trilhado por eles e inovamos com dois pontos técnicos que coloca a Expomontes a frente de outros eventos no País. Certamente, a Mostra figura entre as três melhores, se avaliamos todos os quesitos técnicos. Quanto ao número de atrações artísticas, não há nenhuma com a quantidade e qualidade que apresentamos. 2014 é um ano histórico para entidade ru- ral, que promove a Feira com serenidade e garante uma nova oportunidade aos produtores rurais. “Ganha o campo, ganham os animais e ganha a Exposição. Nós vamos trazer a Fazenda e colocar dentro de um pavilhão. Fazendo isso, vamos abordar dois pontos fortes em dois turnos: Primeiro, julgamento de animais e, segundo, a Mostra Genética. Isso é fantástico. Engradece a exposição, a torna mais respeitada. E possível uma convivência perfeita. Uma oportunidade para perfis diferentes”. Marcos pondera sobre o formato da Exposição. Para ele, é impossível imaginar a Expomontes dissociada da parte técnica e dos shows. “Em Patos de Minas, por exemplo, tentaram emplacar o nosso modelo, mas não conseguiram. Tentativas frustradas fizeram com que a cidade optasse por somente os shows artísticos. Nós não! É um charme o que fazemos. Julgamos durante o dia e celebramos à noite. Conforme Marcos, são 400 bovinos em exposição e 300 equinos. As duas modalidades requerem um nível de infra-estrutura maior. O investimento é grande, mas oportuniza aos criadores trazer os animais para o Parque [(aqui teremos juntos no mesmo espaço: a mãe e progênie (os filhos)]. 200 dos 400 bovídeos são destinados à mostra genética. O restante é para julgamento. A maioria é de Nelore, raça predominante no Norte de Minas. Outras raças como Gir, Indu Brasil, Sindi, Holandês, Girolando estão nas baias do Parque de Exposições João Alencar Athayde. Outro caminho da Expomontes é a PGP – Prova de Ganho de Peso a pasto. Animais de 18 criatórios participam em fazendas diferentes do mesmo regime e manejo para avaliação. Eles são analisados e avaliados quanto às condições naturais. Durante dez meses eles permaneceram no pasto com permissão de suplementação alimentar, quando necessário, e de forma igual para todos os animais participantes. Atualmente, no Brasil, a maior parte da seleção nos rebanhos é feita baseada no fenótipo do animal. Fenótipo é o nome dado à soma de fatores genéticos e ambientais que são expressos no animal em determinado momento. “O olho humano é o melhor avaliador, sempre”, finaliza. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 17 Expomontes 2014 Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três! Rural espera vender 9 mil animais em leilões Fomentadores de negócios Entrevista: Zana Ferreira Fotos: Arquivo Pessoal A liderança da raça nelore impulsiona os leilões e fomenta negócios de gado País afora. Em Julho, o agronegócio – conjunto das operações que abrangem a manufatura e a distribuição dos insumos para a unidade de produção rural – do Norte de Minas ganha um fôlego com a Expomontes. Isso porque durante a Expomontes são comercializados cerca de 9 mil animais com um faturamento previsto para R$ 11 milhões em nove leilões, alguns comerciais outros de elite. Os animais poderão ser adquiridos em quatro (comerciais) e 24 (elite) parcelas. O Diretor de Leilões, Avelino Murta, considera que o mercado está mais aquecido que em 2013. Para ele, os animais estão em melhor estado, apesar de dezenas de produtores terem vendido o gado, por exemplo, para outras regiões do Estado. Mesmo assim, temos uma “praça vendedora”. “Comercializamos a arroba a R$ 120,00. Se continuarmos assim, já estamos com saldo positivo referente ao ano passado. Houve um acréscimo de 20% no preço”, pondera Murta. Os pecuaristas acreditam que o momento é para reposição, na região. Segundo Avelino, o Norte de Minas, tra- 18 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . dicionalmente, tem animais de excelência. “Produzimos aqui os melhores animais. Muitos com alto desempenho genético, que não perde para nenhuma região do Brasil. Encontramos aqui animais com boa cobertura de gordura e marmoreio de qualidade; animais com acabamento precoce; carcaça com rendimento. Os touros a serem rematados são de ponta e serão utilizados nas próximas estações de “monta”, disse. Ele considera que “Montes Claros sempre é uma das principais praças de comercialização do Estado, principalmente de gado de corte, com predominância do Nelore, e faz jus a tradição e apoio à classe rural. Convocamos todos os compradores e vendedores a participar”. “A agropecuária se posiciona como uma das grandes fábricas de alimentos para o mundo. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) indica que nas próximas décadas o País será uma das nações responsáveis por atender à crescente demanda global por alimentos, principalmente o complexo das carnes. E o produtor rural do Norte de Minas está apto para ajudar a colocar comida na mesa do brasileiro. Somos aguerridos e fortes. Lutamos e novamente teremos os melhores animais do Estado aqui no Parque de Exposições”, encerra Osmani Barbosa Neto, presidente da Sociedade Rural. Cristina Rebello, produtora rural, vai participar com aproximadamente 100 animais em diversos leilões. Um deles no Futuro Novilho Precoce, onde ocorre anualmente a premiação dos melhores animais, que são julgados por uma equipe técnica especializada. De acordo com ela, há 15 anos o gado que ela traz fica entre os cinco primeiros lugares. “Participar dos leilões da Expomontes é sempre positivo. A Diretoria do setor tem uma preocupação com a qualidade e isso influencia diretamente no preço. Vendemos animais com qualidade, padronizados. Isso faz com que, consequentemente, tenham bons preços. Animal bom é vendido a preço bom. Economicamente, os negócios movimentam com mais rapidez”, afirma. Marco Túlio Pelaquim, coordenador regional do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), divulgou, em abril, que em junho de 2013 eram 3.300 milhões de cabeças de gado na região, mas por causa da crise climática dos últimos três anos muitos produtores rurais venderam seus animais. “Hoje, são 2.400 milhões de animais. Esperamos que volte a chover para que possamos recuperar o que perdemos. O Norte de Minas tem um potencial recuperador incrível”, diz. Segundo Pelaquim, 82% das cabeças de gado que deixaram o Norte de Minas não saíram do Estado e a reinstalação da indústria certamente é um grande avanço para o território. 19 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . A classe rural está a cada ano superando os desafios, mesmo com a má distribuição de chuva no Norte de Minas. O Diretor Técnico da Rural e Coordenador da ABCZ, Marcos Mendes, pondera sobra a força da tradição da Expomontes. “Os animais dos reprodutores, por exemplo, sempre têm preços diferenciados; estamos confiantes em ótimas comercializações. Isso porque eu denomino de ciclo do bem: Agora é hora do criador guardar seu animal para vender durante a Expomontes. E quem vai comprar faz reserva de dinheiro para investir durante a mostra. Todo mundo sai ganhando”, encerra. Agenda de leilões 02/07 • Quarta-Feira 19h: Leilão Qualidade Total – Rodrigo Canabrava 03/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos • Domingo 13h: Leilão Girolando do Norte 06/07 RuralpelLeilões - Tatersall Daul Dias • Segunda-Feira 13h: Futuro Novilho Precoce - Tatersall Daul Dias 07/07 RuralpelLeilões • Terça-Feira 19h: 8º Leilão Criadores do Norte 08/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos • Terça-Feira 19h: Confboi 09/07 Confboi - Centro Eventos • Quarta-Feira 19h: Confboi 10/07 Confboi - Centro Eventos • Quinta-Feira 19h: Colonial 11/07 RuralpelLeilões - Centro Eventos • Sexta-Feira 19h: Corte Especial 12/07 RuralpelLeilões - Tatersall Daul Dias • Sábado 19h: Norte da Marcha Realização: 20 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Anos RuralpelLeilões - Centro Eventos 21 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 30/06 • Segunda-Feira 08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador. 01/07 • Terça-Feira 08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador 02/07 • Quarta-Feira 08h às 18h: Entrada de animais, exceto Mangalarga Marchador 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 18h: Abertura Oficial da EXPOMONTES 2014, com a presença de inúmeras autoridades federais, estaduais e municipais. 19h: 6º Leilão Qualidade Total – Rodrigo Canabrava 22h: show: Victor & Léo 03/07 • Quinta-Feira Programação a cargo da Prefeitura de Montes Claros (portões abertos, sem bilheteria) Programação Oficial 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 12h: IV Apartação de Porteira do Mangalarga Marchador e outras raças 13h: Leilão Girolando do Norte 22h: Show: Edmilson Batista, Ageu Marques e Gian e Giovane 04/07 • Sexta-Feira 08h às 18h: Entrada dos animais do Torneio Leiteiro 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 16h: Inscrições para o Team Penning 18h: Provas de Team Penning 22h: show: Lucas Lucco 05/07 GARANTIA DE RESULTADOS CONSISTENTES • Sábado 08h às 18h: Início do julgamento de equídeos das raças Campolina e Pampa 13h às 17h: Atualização Zootécnica 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 12h: Encerramento das inscrições para Provas de Team Penning e início das provas 20h: Leilão Virtual 21h: Esgota dos animais do Torneio Leiteiro 22h: show: Alexandre Pires Realização: 22 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Anos Expomontes 2014 06/07 • Domingo 08h às 18h: Julgamento de equídeos das raças Quarto de Milha, Appaloosa, Paint Horse, Campolina e Pampa - Ordenhas e Pesagens do Torneio Leiteiro - Concurso de Marcha de Muares 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 12h: Encerramento das inscrições para Provas de Team Penning e início das provas 13h: Leilão Futuro Novilho Precoce 22h: show: Patati Patatá e Jota Quest 07/07 - Pesagem de Ovinos e Caprinos - Ordenhas e Pesagens do Torneio Leiteiro - Saída de equídeos, exceto Mangalarga Marchador 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 19h: 8º Leilão Criadores do Norte 22h: Noite Universitária • Terça-Feira 08h às 18h: Início do julgamento de Caprinos e Ovinos - Entrada de equídeos Mangalarga Marchador - Pesagem de bovinos de todas as raças - Ordenha e Pesagens do Torneio Leiteiro 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 19h: Leilão Confboi 22h: Noite Universitária 09/07 • Quarta-Feira 08h às 18h: Início do Julgamento da Raça Nelore - Divulgação dos resultados e entrega dos prêmios do Torneio Leiteiro 11h: Resultado e Premiações da Prova de Ganho de • Quinta-Feira 08h às 18h: Continuação do julgamento da Raça Nelore - Início do Julgamento da raça Mangalarga Marchador 09h às 18h: I Workshop Silvicultura e Meio Ambiente 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 19h: Leilão Colonial 22h: Shows: Damaris e Oficina G3 (Gospel) 11/07 • Sexta-Feira 08h às 18h: Continuação do julgamento da raça Mangalarga Marchador • Segunda-Feira 08h às 18h: Entrada de equídeos Mangalarga Marchador 08/07 10/07 - Início do Julgamento das demais raças de Bovídeos 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 13h às 17h: IV Dia de Campo da Bovinocultura 19h: Leilão de Corte Especial 22h: Shows: Chitãozinho e Xororó 12/07 • Sábado 08h às 18h: Continuação dos julgamentos das raças Mangalarga Marchador e das demais raças de bovídeos 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 12h: Leilão Norte da Marcha 13h: Almoço para os Tratadores 22h: Show: Garota Safada e Cristiano Araújo 13/07 • Domingo 11h: 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 22h: Show: Fernando & Sorocaba 14/07 • Segunda-Feira 08h às 18h: Saída de animais 15/07 • Terça-Feira 08h às 18h: Saída de animais Peso à Pasto da Raça Nelore – 4ª Feira da Agricultura Familiar – Emater-MG 22h: Noite Universitária Locais dos eventos • Palestras: Auditório Osmani Barbosa • Leilões: Tattersall de Leilões Daul Soares Dias e Centro de Eventos Sociedade Rural • Concurso de Marcha de Murares: Pista Gramada • Torneio Leiteiro: Pavilhão de Bovinos • Team Penning: Pista de Areia • Julgamentos: Pista Gramada • Parque de Diversões: Praça de Eventos Fernando Rebello Athayde • 4ª Feira da Agricultura Familiar: Quadra Poliesportiva Toninho Rebello 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 23 Pagode, forró, arrocha e pop rock: Os Shows da Expomontes 2014 Pagode, forró, arrocha e pop rock Alexandre Pires e o Só Pra Contrariar, Fernando e Sorocaba e Jota Quest são algumas das atrações que prometem animar a 40ª edição da Expomontes Texto: Ana Maria Barbosa Fotos: Divulgação A cada ano, a Expomontes se supera e gera grandes expectativas junto ao público que, durante os 12 dias do evento, tem ao seu alcance, atrações de peso e diversão para toda a família. A Cia Promoções, em parceria com o empresário João Wellington e Na Caixa Promoções, patrocínio da Brahma, Orthomontes, Faculdades Integradas Pitágoras – FIPMoc e Lojas Gamma e apoio da Prefeitura Municipal de Montes Claros, Rádio Educadora AM, Rádio Itatiaia, Rádio Montes Claros 98 FM, Rádio Transamérica FM e Rádio 93 FM apresentam uma programação de shows variada. Victor & Leo abrem a festa no dia 2 de julho, com o inconfundível estilo que mescla folk, pop, romantismo e sertanejo de raiz. No dia 3, para comemorar o 157º aniversário da cidade, as atrações da noite estão sob a coordenação da Prefeitura de Montes Claros que traz à Montes Claros os shows de Aggeu Marques, Edmilson Batista e Gian & Giovani. A revelação do sertanejo universitário, Lucas Lucco se apresenta no dia 4. No sábado, 5, Só Pra Contrariar, liderads por Alexandre Pires, a banda de maior nome do pagode e samba nacional sobe ao palco da Expomontes. Programação de shows Durante todos os dias da Expomontes, o público poderá assistir às apresentações musicais variadas, incluindo artistas de renome nacional. • Quarta-feira, dia 2 de julho, Victor & Léo • Quinta-feira, dia 03 de julho – Aniversário de Montes Claros, Aggeu Marques, Edmilson Batista e Gian e Giovane • Sexta-feira, dia 4 de julho, Lucas Lucco 24 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Domingo tem duas atrações, às 17 horas tem Patati Patatá para animar a criançada e à noite, a mistura sonora peculiar de black music, rock e pop do Jota Quest. Nos dias 7, 8 e 9, o palco será de artistas regionais como Seu Maxixe e a banda de axé Sunga de Pano, além de outras atrações a confirmar. Tem noite gospel na quinta-feira, dia 10, com shows de Damaris, artista cristã de grande expressão e da banda Oficina G3, ícone do gênero do rock cristão brasileiro. Na sexta, dia 11, Chitãozinho e Xororó, a dupla sertaneja que se tornou uma marca e representa todas as evoluções que a música sertaneja atravessou nesses anos. Para animar o sábado, serão dois shows: Cristiano Araújo, o “menino de ouro” do sertanejo universitário e novo sucesso do cenário do forró brasileiro, a banda Garota Safada, liderada por Wesley Safadão. No encerramento da Expomontes, dia 13, quem esquenta o público é Fernando e Sorocaba, a dupla que mais inova no cenário sertanejo com um ritmo diferente que combina o country americano com o pop/ rock romântico. • Sábado, dia 5 de julho, Só Pra Contrariar/Alexandre Pires • Domingo, dia 6 de julho: Patati Patatá (show infantil, às 17 horas e Jota Quest • Segunda, terça e quarta-feira: 7, 8 e 9 de julho, Festas Universitárias, com artistas regionais • Quinta-feira, 10 de julho, Show Gospel com Damares e Oficina G3 • Sexta-feira, dia 11 de julho, Chitãozinho e Xororó • Sábado, 12 de julho, Cristiano Araújo e Garota Safada • Domingo, 13 de julho, Fernando e Sorocaba Especial 70 anos 2 de julho 4 de julho 5 de julho Victor e Léo Lucas Lucco Alexandre Pires e SPC Victor & Leo são uma dupla de produtores, cantores, compositores, arranjadores e músicos, que representa a continuidade renovada da música sertaneja, com um inconfundível estilo que mescla folk, pop, romantismo e sertanejo de raiz. São 11 CD’s, 3 DVD’s ao vivo e 2 Blu-rays, além de 2 DVD's documentários: "Nada Es Normal" em espanhol, lançado em 2008 e "Victor & Leo - A História", lançado em dezembro de 2010. “Viva Por Mim”, o 11º CD da carreira da dupla foi gravado em um estúdio de Uberlândia e mostra de uma maneira mais clara, outras influências da dupla, que não se limitam ao Folk ou ao Sertanejo de Raiz, como o Rock, o R&B e a Black Music, sem deixar de lado o romantismo. Entre as novidades que o primeiro álbum completamente inédito de Victor & Leo apresentam, estão as composições de Leo. Das 13 faixas, 8 são assinadas por Leo Chaves com parceiros (sendo 2 delas com Victor) e 4 foram escritas por Victor Chaves. Há 5 anos, Victor Chaves está entre os cincos maiores arrecadadores de direitos autorais pelo ECAD, tendo ocupado a primeira posição por 3 anos consecutivos(2008, 2009 e 2010). Lucas Lucco é um cantor brasileiro do gênero sertanejo universitário, famoso principalmente pelos sucessos 'Só Pra Te Fazer Lembrar', 'É Treta', 'Princesinha', com participação do funkeiro carioca Mr. Catra e o recorde de visualizações no YouTube com “Mozão”. O artista, natural de Patrocínio, em Minas Gerais, conta com um sucesso cada vez maior, principalmente no próprio estado de Minas e em Goiás. Lucco, antes de lançar seu primeiro disco oficial, chegou a fazer parte de um trio sertanejo, chamado Skypiras, além de fazer trabalhos como modelo. O primeiro álbum de Lucas Lucco foi o 'Nem te Conto', de 2012, do qual saiu a maior parte dos sucessos do cantor. Uma curiosidade na carreira de Lucas Lucco é que seu sucesso se deve, principalmente, por causa da internet. A partir da rede, houve uma maneira de encurtar a distância entre o público e o cantor. Em sua página oficial no Facebook, Lucas Lucco agrupa mais de 2.000.000 de fãs. Só Pra Contrariar (SPC) é um grupo musical brasileiro de pagode, formado no ano de 1989, em Uberlândia, Minas Gerais. Tornou-se extremamente popular apostando na vertente romântica do estilo. O primeiro disco saiu em 1993, conseguindo vendas surpreendentes graças ao estouro das faixas "Que Se Chama Amor", um samba romântico, e "A Barata", um pagode de duplo sentido. Com o passar do tempo o grupo buscou uma imagem mais sofisticada, dando ênfase às interpretações românticas e ao visual dos integrantes. O Só pra Contrariar, formado por Alexandre, Fernando, Luis Vital, Serginho, Hamilton, Luis Fernando, Alexandre Popó, Rogério e Juliano Pires, se tornou um dos conjuntos de pagode mais bem-sucedidos no Brasil. Após 11 anos de carreira solo, Alexandre Pires decidiu retornar ao grupo para comemorar os 25 anos de carreira do grupo. Segundo a assessoria do cantor, a banda não deverá ficar menos de 3 anos na cena musical. Está previsto também a gravação de um DVD e uma turnê que teve início em maio de 2013. Aos 14 anos, o jovem mágico Rinaldo Faria, conhecido como “Rinaldi”, já tinha um ideal: ser artista para levar alegria a crianças e adultos. O sonho de garoto começou a tomar forma em 1980 com o grupo circense Patati Patatá, composto pelos palhaços Tuti-Fruti e Pirulito, o ilusionista Alacazam e a Garota Pupy. A sensibilidade extraordinária do empresário, que hoje comanda um verdadeiro império da alegria, levou-o a notar que o público tinha um carinho especial pelos palhaços. O quarteto fantástico então virou uma dupla e Rinaldi adquiriu os direitos de Patati Patatá. Empreendedor, o jovem empresário buscou um contato ainda maior com as crianças e passou a fazer apresentações em escolas, uma alternativa pioneira aos tradicionais circos. Com roupas alegres, músicas empolgantes, muita dedicação e uma boa dose de amor ao ofício, o sucesso foi exponencial e em pouco tempo a dupla já visitava milhares de escolas por ano em todo o Brasil. A felicidade das crianças era tanta por cantar e brincar com Patati Patatá que esperavam ansiosas para receber quem chamavam de “os meus melhores amigos” – um apelido carinhoso que veio dessa proximidade com os estudantes e foi adotado como slogan oficial. 6 de julho Patati Patatá 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 25 Expomontes 2014 6 de julho 10 de julho 10 de julho Jota Quest Damares + Oficina G3 No início dos anos 90, mais precisamente 1993, o rock brasil começava a ferver novamente. Depois de alguns anos de um certo vazio ou de ressaca para alguns, bandas como os Raimundos, Planet Hemp e Skank começavam a despontar nacionalmente. Enquanto isso, em Belo Horizonte, o cenário não podia ser melhor. Tudo aquilo que não acontecera no boom dos anos 80, acontecia agora! Bandas de todos os tipos, tocando em todos os lugares. Festas universitárias, galpões alternativos, inferninhos sagrados… foi deste “caldeirão” que surgiu o Jota Quest. Batizado, inicialmente, de “J.Quest” (somente em 1998 o nome “jota quest” foi oficializado), os primeiros ensaios contavam com Paulinho Fonseca (bateria), PJ (baixo) e Marco Túlio Lara (guitarra), depois chegou Marcio Buzelin (teclado) e por último Rogério Flausino (vocal). A banda se moldou numa mistura sonora peculiar acrescentando black music ao rock e ao pop. Esse “tempero” tornou-se então o grande diferencial de sua música. Baseada no repertório do CD “Funky Funky Boom Boom”, nova turnê está rodando o Brasil. O CD "Funky Funky Boom Boom", que acaba de receber o "Disco de Ouro", foi produzido pelo norte-americano Jerry Barnes, conhecido por trabalhos com Chic, Aretha Franklin e Stevie Wonder; e tem a participação especial do "papa" da disco-music, Nile Rodgers, conhecido por trabalhos com Madonna, David Bowie, Mick Jagger, INXS, Duran-Duran e atual co-produtor do duo-francês Daft Punk. O novo álbum traz quatorze faixas inéditas que reafirmam o "groove" como fio condutor da mistura peculiar de black-music, pop e rock, que é a grande assinatura do grupo. Damares é uma cantora gospel brasileira nascida no Paraná em 30 de janeiro de 1980. Entre os principais sucessos da artista cristã estão as músicas "Sabor de Mel", "Milagre", "Um Novo Vencedor", "Diamante", "O Maior Troféu" e "Sonhe". Damares tem oito álbuns de estúdio e dois ao vivo. O primeiro disco da cantora, Asas de Águia, foi lançado em 1997, e o mais recente, O Maior Troféu, em 2013. A cantora começou a carreira aos 17 anos, embora já cantasse desde os seis, com o lançamento da fita cassete Asas de Águia, que contava com 10 faixas. Porém, Damares só alcançou reconhecimento no seu quarto álbum, O Deus que Faz, de 2004, que vendeu mais de 100 mil cópias. Com nome mais forte, a artista fechou contrato com a Sony Music, em 2010, lançando o disco Diamante, que já vendeu mais de 400 mil cópias. Oficina G3 é uma banda de rock cristão formada em São Paulo, Brasil. Foi fundada por Juninho Afram, Wagner García e Walter Lopes, no fim dos anos 1980. Em atividade desde 1987, passou por vários estilos musicais, como o hard rock, pop rock, nu metal até chegar ao metal progressivo que tem influências de metalcore, entre outros, tendo várias formações ao longo dos anos. A banda já foi indicada para o Troféu Talento em várias categorias, para o Troféu Promessas em 2011 e para o Grammy Latino nos anos de 2005, 2007 e 2009. Na época em que o conjunto começou, o rock ainda era tabu em igrejas cristãs brasileiras, e o grupo foi um dos primeiros a mesclar vertentes mais pesadas do rock com a música cristã no Brasil. Logo, a Oficina G3 se tornou ícone do incipiente gênero do rock cristão brasileiro, tornandose conhecido entre os admiradores desse estilo no país. 26 Espaços diferenciados para curtir os shows Espaços diferenciados para os shows também são atrativos na Expomontes, como o Camarote e a Área Vip, com infraestrutura que inclui bares e banheiros exclusivos. Para ter acesso à Área Vip e ao Camarote, é preciso adquirir o ingresso e a entrada para a área. Um dos espaços para curtir os dias de festa na Expomontes é o Camarote Oficial que, nesta edição, oferece uma festa dentro de outra 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . festa maior que é a mostra agropecuária, nos dias 2, 4, 5, 6, 11, 12 e 13 de julho, com localização privilegiada para assistir aos shows, bares e banheiros exclusivos e pocket shows até às 03h30. As atrações já confirmadas são Sérgio e Rodrigo, Banda Maracutaia, Grupo Pagodear, João Vitor e Matheus, Lucas e Eduardo, Isabella Camargo, DJ Lucas Vieira, DJ Daniel e DJ Hellen Rios. Expomontes 2014 11 de julho 12 de julho 12 de julho Chitãozinho e Xororó Cristiano Araujo Garota Safada Cristiano Araújo, novo sucesso do sertanejo universitário, para alguns é considerado o menino de ouro. Tem ganhado grande espaço dentre os grandes cantores e vem se destacando. Fazendo parceria com grandes nomes no seu primeiro CD, Cristiano continua sua carreira com shows cheios e com muitos fãs. A música que ajudou muito na sua vida foi "Efeitos" que teve participação do Jorge, que liderou as rádios de todo Brasil durante um bom tempo. Em 2010 decidiu fazer um projeto maior, lançando um CD e um DVD, fazendo participação com grandes nomes da música sertaneja universitária, como Jorge, Humberto e Ronaldo e Gustavo Lima. Em 2011 foi quando tudo aconteceu, o projeto saiu e tudo começou a fluir, a música "Efeitos" abriu muitas portas para ele. A música tocou por muito tempo, liderando nas rádios e tocando muitos brasileiros. Começou a fazer uma quantidade enorme de shows e as coisas foram acontecendo. Por conta de 'Efeitos', Cristiano Araújo participou do Domingão do Faustão, foi premiado por meio de votação popular e garantiu o direito de cantar no Sertanejo Pop Festival 2012, em São Paulo. Nesse mesmo ano, lançou seu segundo álbum ao vivo, intitulado Ao Vivo em Goiânia, com participações de Bruno & Marrone, Fernando & Sorocaba, Israel & Rodolffo, seu pai João Reis, entre outros. Há alguns anos, uma turma de amigos de Fortaleza começou a se reunir em casa para tocar, de forma descontraída, sem muitas pretensões iniciais. Mas aquelas tardes entre amigos começaram a moldar sonhos na cabeça desses jovens. Sonhos de compartilhar com o público a alegria de mexer com as emoções através da música. E hoje, esse sonho se realiza. Fruto de muita determinação e força de vontade nasceu o novo sucesso do cenário do forró brasileiro: Garota Safada. Desde suas primeiras aparições como banda profissional, a Garota Safada vem se espalhando de forma rápida, conquistando o público por onde passa com seu show, que mistura o ritmo mais quente e acelerado com aquele forrozinho lento pra dançar agarradinho, deixando seus refrões na boca do povo, pelos quatro cantos do Brasil. Com muito carisma e com seu jeito inconfundível, Wesley Safadão lidera essa família que, hoje, já conta com 38 profissionais, entre músicos e staff de palco. Vinculados à empresa LUAN Promoções e Eventos, detentora de outros nomes como Calypso, Saia Rodada, Geraldinho Lins e Forró da Curtição, Garota Safada está lançando seu 1º DVD, pensando sempre em seus fãs, que se multiplicam a cada dia, e promete estourar ainda mais e fazer a cabeça da nação forrozeira. Nestes mais de 40 anos de carreira, Chitãozinho e Xororó, mais do que artistas, se tornaram uma marca, representando todas as evoluções que a música sertaneja atravessou nestes anos, e que, com certeza, sem a dupla não seria a mesma. Foram os primeiros sertanejos a tocar em rádios FM no Brasil, os primeiros a incluir guitarras elétricas em suas músicas, os primeiros a ganhar seguidamente discos de ouro, platina e diamante com discos de música sertaneja, os primeiros sertanejos a ganhar um Grammy (na verdade 2, depois do Grammy de 2008) e os únicos a ultrapassar a marca de 35 milhões de discos vendidos na carreira. • • • • • • • • • • • • • • Chitãozinho & Xororó em números 37 milhões de discos vendidos 36 álbuns inéditos e 8 DVDs Centenas de discos de ouro, platina e diamante Dezenas de prêmios na música, incluindo 3 Grammy Mais de 6 mil shows Público estimado em 100 milhões de pessoas Mais de 100 mil pessoas em um único show 1,8 milhão de vendas em um único disco Mais de 400 músicas gravadas Mais de 70 campanhas publicitárias Envolvimento em mais de 150 projetos de Responsabilidade Social Parcerias com mais de 100 nomes da música nacional e internacional 1982 foi o ano de início do grande sucesso com ‘Fio de Cabelo’ Nos dias 07, 08, 09 de julho Artistas Regionais e Festas Universitárias # 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 27 Expomontes 2014 13 de julho Fernando e Sorocaba Os dois compartilham não apenas o sucesso, mas também o nome de batismo. Ambos se chamam Fernando. O primeiro, nascido em Ji-Paraná (RO), roubava o violão do avô aos sete anos para mostrar seu talento. Aos 15, deixou sua cidade natal para tentar a carreira musical em Cuiabá (MT). Já o outro Fernando recebeu o apelido Sorocaba por se dividir entre a capital de São Paulo e a cidade do interior que carrega em seu nome. Também foi o avô o responsável por seu gosto musical: aos 11 anos ganhou dele seu primeiro violão. Em janeiro deste ano, a dupla lançou o mais novo trabalho, o CD e DVD Sinta essa Experiência, apresentando mais uma vez o ritmo inovador que combina o country americano com o pop/rock romântico. O repertório do DVD é composto por 21 faixas e mistura canções do trabalho anterior e inéditas. Participam do novo trabalho Lucas Lucco, Chitãozinho e Xororó, Marcos e Belutti e Monobloco. Sorocaba mostra, mais uma vez, seu lado compositor e assina 16 faixas do DVD. Entre as composições estão “Cruel”, “A Verdade” e “A Gaveta” – primeira música inédita divulgada, que já possui videoclipe. Com pouco mais de um dia de divulgação, o vídeo se tornou o mais acessado no canal YouTube dentro da categoria música. A canção tem ainda o diferencial de apresentar Fernando como primeira voz. 28 11 de julho Seu Maxixe e Sunga de Pano Nos dias 7, 8 e 9 de julho, muito arrocha, forró, sertanejo e pagode no palco da Expomontes. A Cia Promoções anunciou as atrações que animarão o público nessas noites. No dia 7, segunda-feira, a animação fica por conta de Zé Lu e Banda, com muito forró, e do cantor e compositor Flávio Rocha, nascido em Matias Cardoso e que vem ganhando notoriedade em Goiânia, onde lançou seu primeiro CD em carreira solo, uma mescla de sertanejo e arrocha. Nesse dia, a entrada para os shows será um quilo de alimento não perecível. Toda a arrecadação será destinada à Rede Voluntariado, diretoria de filantropia da ACI – Associação Comercial e Industrial de Montes Claros, para distribuição às entidades assistenciais da cidade. A terça-feira, dia 8 será a Terça do Flávio Rocha Arrocha, com shows de Gasparzinho, Som do Povo e das bandas Kuarto de Empregada e Fricote. Neste dia, mulheres não pagarão ingresso. A Quarta Universitária, dia 9 de julho, também será dia de entrada livre para as mulheres com shows das bandas Sunga de Pano e Seu Maxixe. Seu Maxixe se denomina o sertanejo POP da Bahia. Conhecida por ter seguidores fiéis em seus shows, a turma do Seu Maxixe já tem músicas próprias que caíram nas graças do público e estão nos repertórios de grupos como Garota Safada, Aviões do Forró, Harmonia do Samba e Saia Rodada. A banda Sunga de Pano é um grupo mineiro de pagode que tem como característica a irreverência e um repertório eclético de releituras que passam pelo pop, axé, mpb e sertanejo. Zé Lu e Banda Kuarto de Empregada Gasparzinho Banda Fricote Aprovada extensão de horários dos shows da Expomontes Shows serão realizados até às 0h59 O Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (Codema) de Montes Claros aprovou, por unanimidade, a extensão de horário dos shows realizados durante a 40ª Expomontes. A legislação de meio ambiente do Município determina que os eventos de grande público finalizem às 23h59. As atrações da Mostra poderão ser apresentar até as 0h59, depois do consentimento do Codema. “Entendemos que a Exposição é um evento gerador de receitas para diversos norte mineiros. Fomenta a economia regional, além de potencializar o turismo, a cultura e o comércio varejista, dentre outros setores. Por isso, acreditamos na necessidade de extensão da apresentação dos artistas e solicitamos ao Codema o aumento do horário. Queremos fazer uma ótima festa. A Festa do povo e para o povo”, afirma Osmani Barbosa Neto, Presidente da Sociedade Rural. Bernardo Pinheiro, conselheiro efetivo do Codema e Diretor da Rural, demonstrou a importância da medida aos participantes da reunião. Lembrou sobre o rigoroso cumprimento das determinações em 2013. Para ele, a entidade é a mais interessada no sucesso do evento e, por causa disso, anunciou uma ação inovadora. “Queremos uma Exposição de qualidade e profissionalizada. Contratamos a Economontes - Empresa Júnior de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), para promover a pesquisa de impacto ambiental no entorno do Parque e obtermos instrumentos eficientes para embasarmos nosso pedido. Além disso, definiremos estratégias de ação a partir dos dados coletados”, comenta Pinheiro, que prossegue: “Esse tipo de avaliação de um Conselho como o Codema dá mais segurança à Rural para promover a Festa do Homem do Campo”. Economontes realiza pesquisa de impacto ambiental A área do Parque de Exposições compreende uma população de 14.125 pessoas A pesquisa de impacto ambiental trabalhou – proporcionalmente – junto à população do Polo São João. De acordo com o IBGE, nas proximidades do Parque há 14.125 habitantes. “Baseados nestas informações demos início ao trabalho. Dividimos a região em três zonas, ordem de impacto decrescente. Traçamos o perfil do morador. Chegamos à conclusão de que 81% dos entrevistados enxergam a Expomontes como um evento positivo. Eles, em sua maioria, são cientes da contribuição econômica e cultural da Expomontes”, finaliza. Aroldo Rodrigues Soares Jr, Diretor-Presidente da Economontes. O estudo indicou, ainda, os impactos na rotina dos munícipes. “É um dos importantes pontos do levantamento. Foi possível identificar que os moradores sentem os impactos na rotina e os classificaram como mais relevantes respectivamente: barulho, lixo, trânsito e segurança (VER MAPA). Mas concluímos, depois das tabulações realizadas que, quando se trata do aumento de uma hora na apresentação dos shows, o impacto é insignificante. A representante de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, Aluizia Beraldo, elogiou a iniciativa da Sociedade Rural. “Parabenizo pelo estudo realizado, que é muito válido. Finalmente, temos uma ação desta natureza, que é muito positiva e deve ser seguida pelos outros promotores de evento da cidade. A opinião da população impactada dá confiabilidade ao evento. Todo evento devia apresentar um produto como este”, garante. O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Edvaldo Marques, analisa como positiva a pesquisa. “Dá credibilidade e transparência ao trabalho da Sociedade Rural. Demonstra respeito com a comunidade”, diz. Aroldo Soares apresenta o resultado da pesquisa aos conselheiros. Edvaldo Marques (secretário de Meio Ambiente) Aluizia Beraldo (Promotora de Meio Ambiente) e Bernardo Pinheiro (Diretor da Sociedade Rural) apontam como positiva a pesquisa. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 29 Expomontes 2014 Mapa dos Estandes Saiba onde estarão os estandes dos nossos parceiros e faça uma visita para conferir o que nossa região tem de melhor para oferecer. 30 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Nossos Parceiros Conectada a você. Tratormoc casa do adubo Desde 1937 Triama Norte FOZ PISCINAS M O U R Ã O SEMENTES DE CAPIM TOURO 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 31 Expomontes 2014 Equinos em alta Mangalarga Marchador é reconhecido como raça genuinamente brasileira N em só de gado é feita uma Expomontes! Os cavalos enchem os olhos e o coração de muitos que participam dos 12 dias de programação da Feira. Neste ano, cerca de 350 animais de diversas raças estarão presentes em diferentes momentos do evento. Seja em competições seja em leilões, a presença equina é certeza de encantamento para quem cria ou assiste. O Presidente do Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador do Norte de Minas, Rossine Vianna aponta que a paixão por cavalos tem crescido na região, fomentando público e cadeia produtiva. "Cavalo é algo que atrai muita gente, o pessoal gosta de ver os esportes como o team penning, ou as provas de conformação. Montes Claros já tem dez hotéis de cavalos ao redor da cidade, com cerca de mil animais. Isso é algo ainda mais grandioso quando você percebe que por trás de cada local desse tem toda uma economia em termos de contratação de pessoas, venda de ração, de produtos para o animal... Isso tem sido importante para região", explica Rossine. Durante a Expomontes, os cavalos figuram em dois mo- 32 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . mentos diferentes. No primeiro turno, há variedade de raças, com exemplares das raças Quarto de Milha, Appaloosa, Campolina, dentre outras. No segundo turno, os animais da raça Mangalarga Machador que marcam presença. Durval Nunes Jr. cria as raças Quarto de Milha e Appaloosa há 24 anos, comercializando animais especialmente voltados para a área esportiva. Ele conta as características principais: "Tem que ser um cavalo inteligente, bem conformado, de boa musculatura e se possível bonito. É importante estar atento para a composição de um bom animal, porque o esporte com cavalos tem crescido muito na nossa região. Temos o team penning. Nesse ano tivemos, em Montes Claros, a maior vaquejada do Brasil. Esses eventos são sinais de termos conquistado espaço. Quando um animal da região se destaca em alguma competição, valoriza o plantel inteiro e leva o nome da nossa região para fora", destaca Durval. Essa valorização também é apontada por Crisantino Borém Filho, que trabalha com a raça Magalarga Marchador. Com 70 animais de andamento picado, ele afirma que tem investido em melhoramento genético para elevar a qualida- Especial 70 anos de dos animais dele e percebe que o produtor norte mineiro está preocupado em exibir produtos de excelência. "Nesse sentido, os leilões também são muito importantes, pois são vitrines para a região. A partir da qualidade dos animais que são comercializados nos leilões, isso reflete positivamente para nós. Todo produtor deve colocar animais no leilão. Eu mesmo coloco também, apesar de ter grande facilidade para vender, pois minha fazenda fica próxima a Montes Claros. Mas participo do leilão pela oportunidade de mostrar a qualidade do animal norte mineiro", explica Crisantino. Raça brasileira Sancionada pelo Governo Federal, em 19/05, a Lei nº 12.975, que declara a Mangalarga Marchador como a raça nacional de cavalos do País. Criada em Minas Gerais, há dois séculos, a raça conquistou o país e conta hoje com mais de 12 mil criadores e 390 mil animais. Rossine Vianna acre- dita que a iniciativa significa um ganho para a raça, consolida as associações e criadores. Dados da ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador), criada em 1949 e ostentando o título de maior entidade de criadores de equinos da América Latina, apontam que os primeiros exemplares surgiram no sul de Minas Gerais, por volta de 1812. A nova raça só foi possível a partir do cruzamento de cavalos da raça Alter-Real – trazidos de Alter do Chão, em Portugal, pelos nobres da Corte e pelo próprio imperador D. João VI – com outros animais selecionados pelos criadores daquela região mineira. Os cruzamentos dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento dócil e próprios para a montaria. O Mangalarga Marchador tem como função principal a marcha, um passo acelerado que transporta o cavaleiro de maneira cômoda, sem os impactos dos cavalos de trote. Minas Gerais lidera a lista de Estados com maior número de criadores associados (2 mil) e de quantidade de animais (são 91 mil, enquanto no Rio de Janeiro estão cerca de 50 mil e, em São Paulo, 34 mil). No exterior, existem animais Mangalarga Marchador nos Estados Unidos, Europa, Uruguai e Peru. Leilão Norte da Marcha No leilão realizado durante a 40ª Expomontes, serão 40 animais de elite para serem comercializados, atraindo olhares de todo canto do Brasil. Rossine Vianna faz questão de ressaltar a importância deste leilão para a Expomontes "Ainda que sejam menos animais do que se encontram nos leilões de gado, o cavalo se destaca e encontra seu espaço nessa feira. Isso se comprova no fato de que em termos de média entre os leilões de elite, o leilão de cavalos é que obteve nos últimos três anos a maior média de preço. É sinal de que estamos bem valorizados e faremos novamente um evento grandioso neste ano tão especial", conclui. 33 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Cadastro Ambiental Rural é tema de palestra para produtores rurais Em Minas, são cerca de 500 mil propriedades Fotos: Divulgação O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi destaque de uma palestra, no Auditório Osmani Barbosa, no Parque de Exposições João Alencar Athayde, em Montes Claros, para cerca de 200 produtores rurais. O evento, promovido pela Sociedade e Sindicato Rural, trouxe à cidade a advogada e consultora, especialista em direito socioambiental, Samanta Pineda. Segundo a advogada, os produtores rurais do Brasil ainda enfrentam problemas sérios com a legislação. “Mesmo com todo o aumento de produção nas últimas décadas, o Brasil ainda tem 60% de vegetação nativa, um índice muito superior ao de países mais ricos, e desenvolveu um modo de produção em áreas tropicais que leva em conta a proteção ao meio ambiente. Temos, por exemplo, a figura da reserva legal, que só existe aqui. É inédito, o proprietário rural abre mão de parte de sua área em benefício do ambiente. Portanto, é possível ter agricultura eficiente absolutamente sustentável“, afirma. Conforme Samanta, 5,2 milhões de propriedades brasileiras deverão ser cadastradas. “O prazo começou dia 05 de maio e termina na mesma data em 2015, não será suficiente. Ainda temos vários problemas quanto ao sistema. Hoje, por exemplo, tentei abrir o CAR para fazer um cadastro aqui de Minas e não consegui. O prazo deverá ser estendido”, afirma a especialista. Para a advogada Luiza Furiati, é importante verificar se o imóvel rural se localiza em unidade da federação na qual o órgão ambiental responsável por recepcionar as Cerca de 200 pessoas participaram do evento. 34 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Advogada e consultora, especialista em direito socioambiental, Samanta Pineda. inscrições no CAR possui sistema eletrônico próprio e página específica para tal finalidade. “Para que tudo dê certo, o produtor rural deve elaborar um diagnóstico da propriedade. Fiel a tudo e com base na legislação. Isso dará a ele segurança para concluir o CAR. Porque voltar atrás do cadastro será muito complicado”, conclui. Além de possibilitar o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, a inscrição do CAR, acompanhada de compromisso de regularização ambiental, quando for o caso, é pré-requisito para acesso à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios previstos nos Programas de Regularização Ambiental – PRA e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente, ambos definidos pela Lei 12.651/12. Reinaldo Nunes da Emater-MG disse que em Minas cerca de 500 mil propriedades devem ser cadastradas, mas ele, o CAR, ainda gera dúvidas. “Por exemplo, como ficarão as pequenas propriedades? Esse novo formato de divisão territorial será cadastrada como?”, questiona. Ricardo Laugthon, Presidente do Sindicato Rural, afirma que há certeza de que muito ainda precisa ser feito. “Temos que nos qualificar para não levarmos prejuízo. Tem escritórios cobrando ‘rios de dinheiro’ de produtores para fazer o CAR. Nosso objetivo é dar subsídio aos ruralistas para que eles possam eles mesmos fazer seus cadastros”, encerra. O Presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto, acredita que somente com informação o produtor se desvia de aproveitadores. “Trouxemos especialistas importantes para tirar dúvidas do produtor rural. Cada vez mais, as entidades se unem para divulgar assuntos a quem mais precisa: o homem do campo”, diz. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O CAR Fonte: pinedaekrahn.com.br O QUE É O CAR? O CAR (Cadastro Ambiental Rural), foi instituído pela Lei nº 12.651 em maio de 2012, que prevê o cadastro eletrônico de todos os imóveis rurais através do SICAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural). O cadastramento é obrigatório e os dados informados são declaratórios, ou seja, de responsabilidade do proprietário. QUEM DEVE SE INSCREVER NO CAR? Todas as propriedades Rurais, independente da situação documental: Com ou sem matricula, transcrições, posse, sendo essas áreas produtivas ou no interior de Unidades de Conservação . O Intuito é a regularização ambiental e não a regularização fundiária. O CAR DEVE SER FEITO POR MATRÍCULA OU POR IMÓVEL? Deverá ser feito um só cadastro para cada imóvel, entendido como as matrículas contíguas do mesmo titular. QUAIS AS VANTAGENS DE FAZER O CADASTRO? O CAR facilitará a vida do proprietário rural que pretende obter licenças ambientais, pois a comprovação da regularidade da propriedade acontecerá por meio da inscrição e aprovação do CAR e o cumprimento do Plano de Regularização Ambiental. PARA QUE SERVE O CAR? É a principal ferramenta prevista na nova lei florestal para a conservação do meio ambiente, a adequação ambiental de propriedades, o combate ao desmatamento ilegal e o monitoramento de áreas em restauração, auxiliando no cumprimento das metas nacionais e internacionais para a manutenção de vegetação nativa e restauração ecológica de ecossistemas. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA PROPRIEDADE NÃO ESTAR INSCRITA NO CAR? O proprietário poderá sofrer sanções como advertências ou multas e não poderá obter nenhuma autorização ambiental ou crédito rural. Somente com o CAR será possível aderir ao PRA (Programa de Regularização Ambiental), que permitirá obter o uso consolidado de Áreas de Preservação Permanente que já estavam sendo utilizadas 22 de julho de 2008, conforme os critérios da Lei. QUAL O PRAZO PARA FAZER O CADASTRO? O prazo é de um ano a partir de sua implantação nacional e pode ser prorrogado por igual período. O QUE FAZER SE UM PROPRIETÁRIO TIVER MAIS DE UM IMÓVEL? Deve fazer um cadastro para cada propriedade, considerando que áreas contíguas (áreas vizinhas e que fazem limite uma com a outra) de um mesmo proprietário, devem possuir um único cadastro. SE A PROPRIEDADE NÃO POSSUIR O PERCENTUAL MÍNIMO DE RESERVA LEGAL EXIGIDO POR LEI, O QUE FAZER? Deve recompor o percentual de Reserva Legal faltante através do plantio, ou fazer a compensação de Reserva Legal fora da propriedade, adquirindo Cotas de Reserva Ambiental – CRA’s, ou ainda por arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva Legal. 35 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . COMO FAZER COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL FORA DA PROPRIEDADE? Se na propriedade ou posse rural não houver o suficiente de área com vegetação nativa para compor o percentual mínimo de 20% e a recomposição através do plantio se tornar inviável, o proprietário poderá adquirir CRA’s de proprietários que possuírem excedente de Reserva Legal em suas propriedades ou de doações ao poder público de área localizada no interior de Unidades de Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária, desde que localizadas no mesmo bioma. QUAIS AS RESPONSABILIDADES DO PROPRIETÁRIO QUANTO A ÁREA EM QUE TIVER VENDIDO CRA’s? Após a comercialização de CRA’s o vínculo será permanente, devendo o proprietário manter a floresta intacta, sendo permitida sua exploração somente em conforme regulamento do órgão ambiental. APÓS COMERCIALIZADAS AS CRA’s, A PROPRIEDADE FÍSICA PODE SER VENDIDA? Sim, pode ser vendida, devendo o comprador, respeitar a exploração conforme regulamento do órgão ambiental. SOU OBRIGADO A ADERIR AO PRA? Não. O PRA será o programa de regularização ambiental dos Estados e quem aderir terá as multas referentes à supressão de vegetação suspensas. Mas a regularização da propriedade poderá ser feita sem o PRA já que todos sabem das suas obrigações conforme a lei. O QUE ACONTECE DEPOIS DO CADASTRO? O imóvel é considerado inscrito no cadastro, e terá um demonstrativo da situação ambiental do imóvel. Se houver passivo ambiental será considerado pendente de regularização. Caso as áreas de interesse ambiental estejam devidamente preservadas, a situação do imóvel será regular. O QUE TENHO QUE DECLARAR NO CAR? O CAR é composto de dados pessoais do proprietário ou possuidor rural, podendo ser pessoa física ou jurídica, além de dados cadastrais e da localização georreferenciada das Áreas de Preservação Permanente, áreas de Reserva Legal e áreas de uso restrito. TODOS OS ESTADOS JÁ PODEM REALIZAR O CAR? Sim. SE A PROPRIEDADE JÁ ESTÁ CADASTRADA NO CAR ESTADUAL (SISTEMA DO ESTADO), PRECISA SE CADASTRAR NOVAMENTE NO SISTEMA NACIONAL? Não, os estados que já possuem sistemas ativos irão migrar as informações para o Sistema Nacional (SiCAR) E SE MEU IMÓVEL ESTÁ INSERIDO EM MAIS DE UM MUNICÍPIO, O QUE DEVO DECLARAR NO SISTEMA? Neste caso, deve se declarar que o imóvel está no município da sede do imóvel. Caso não haja sede, onde estiver a maior porção de terra. Expomontes 2014 Uma esperança para a Coopagro C ooperativa Agropecuária Regional de Montes Claros e ganhou novo ânimo, desde janeiro deste ano, com a chegada da nova diretoria da entidade, que ainda passa por uma crise econômica por causa das dívidas contraídas ao longo da sua existência. Hoje, são 120 funcionários, 40 da Coopagro e o restante da CoopNorte. O grupo é composto por: José Luiz Veloso Maia – presidente - Engenheiro Agrônomo, produtor rural, vice -presidente da Sociedade Rural, Ex-diretor Credinor, Ex -Presidente da Associação de Gado de Corte e Ex-diretor da Coopagro; José Vitor Barcellos (Diretor Administrativo); Otaviano Pires (Diretor Comercial); Conselheiros de Administração – Efetivos: Osmani Barbosa Neto, Ricardo de Quadros Laughton, Dario Colares Moreira, Cristina Rebello Athayde; Suplentes: Antônio Adilson Salgado, Heli de Oliveira Penido, Henrique Veloso Neto, Rômulo Augusto L. Marques; Conselho Fiscal – Efetivos: Luciano Dias Cardoso, Alexandre Rocha, Joaquim José da Silva; Suplentes: Geraldo Bernardino Madureira, Júlio Gonçalves Pereira, Carlos Alberto Maia. A junção de esforços e apoio da Sociedade e o Sindicato Rural e a Sicoob/Credinor, três fortes entidades do 36 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . setor rural do Norte de Minas, viabilizou a consolidação da proposta liderada por José Luiz Maia, cujo foco é soerguer essa importante cooperativa. Situação atual “Convidado fui e convidado aceitei”, disse José Luiz Maia, produtor rural que coordena o soerguimento da cooperativa. De acordo com ele, um grande desafio, que ao mesmo tempo, se torna um grande prazer. “Percebendo o que a Coopagro representa, as entidades harmonicamente decidiram pelo meu nome, pela minha experiência no setor cooperativista e pelo amor ao campo. Foi dado o desafio, que é imenso. Não vamos sacrificar o cooperado, que não tem culpa de má gestão. Aqui no Sertão tem um dizer que a “correia tem que sair do couro” e, sendo assim, para viabilizar um novo capítulo na história da Coopagro, vamos acertar os compromissos, levantar recursos, negociar com os bancos por meio dos ativos da cooperativa. Jamais dividir a fatura com os associados. Essa dívida tem mais de 15 anos que não é paga. Vêm juros, correção monetária, porém com a participação das entidades nas renegociações, com o peso das Expomontes 2014 entidades envolvidas, esperamos uma redução no valor”, afirma. Em cinco anos foram levantadas a dívida real e as possibilidade de reunir recursos. Os números chegam a R$ 50 milhões. “são empréstimos dos bancos do Brasil, do Nordeste e Itaú. Somente Previdenciária são R$ 6 milhões. São números assustadores, mas nossa força de vontade é maior. A entidade é detentora de um patrimônio imobiliário grande, suficiente para quitar os credores. Em assembleia realizada, foi autorizada a venda de 83 mil metros quadrados de uma área no Bairro São João, uma usina de algodão às margens da BR-251 (100 mil metros quadrados) e uma parte da área onde funciona o supermercado, no coração de Montes Claros. Vamos levantar dinheiro e pagar tudo”, finaliza entusiasmado José Luiz. A gestão da nova equipe tem duas grandes metas. A primeira é referente às dividas; a segunda, é a implantação de um novo modelo de gestão. “Resolvido os entraves financeiros, vamos estudar e modernizar o estatuto da Cooperativa e assumir a cooperativa de leite”, afirma. É importante ressaltar que dos ativos que podem ser comercializados o único que não será vendido é a usina de beneficiamento de leite, que tem de ser preservada a todo custo para que o segmento leiteiro possa continuar a existir sem ser prejudicado. “O setor leiteiro, que hoje funciona em parceria com usina de beneficiamento de leite, será revertido para a entidade. Vamos unir tudo. A cooperativa tem que voltar a ser o ponto de apoio ao produtor de leite e ser referência de preço no mercado de insumos agropecuários. Para isso, precisamos do apoio geral, tanto da comunidade, quanto dos políticos e, sobretudo da Municipalidade”, encerra. dente, Antônio Augusto Athayde; Diretor Comercial, Deraldo Rodrigues Soares; Diretor de Secretaria, José Prudêncio de Macedo. A manteiga foi o primeiro produto a ser produzido/comercializado pela Coopagro, seguida pelo leite “in natura”, que era vendido em pequenos tanques térmicos. Em 26/02/1976 foi criada a fábrica de laticínios, que produz, além do leite pasteurizado, queijos, doce de leite requeijão cremoso e bebida láctea. A Coopagro recebe hoje mais de 30 mil litros de leite por dia dos produtores associados onde 60% deste é granelizado e vendido à população e os outros 40% e destinado à produção dos queijos, doces, manteiga, bebida láctea. Coopagro Atualmente, são cerca de 120 funcionários e 3320 associados. A Cooperativa foi fundada no dia 23 de Outubro de 1954 por 43 produtores rurais que necessitavam de espaço para o beneficiamento da matéria gorda do leite (creme do leite) produzido e o escoamento da produção. A primeira diretoria era composta de Diretor-Presi4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 37 Foto: Divulgação Expomontes 2014 A cobrança do produtor rural pelo uso da água Texto: João Gustavo Rebello de Paula Diretor de Meio Ambiente da Sociedade Rural de Montes Claros N os próximos meses, a classe rural terá que se posicionar de forma unificada sobre a cobrança pelo uso da água dos pecuaristas e agricultores do Norte de Minas. É que o Comitê de Bacia Hidrográfica do Verde Grande votará em outubro deste ano os critérios de cobrança que valerão para os 27 municípios mineiros que compõem a bacia. Os debates já se iniciaram na Sociedade e Sindicato Rural de Montes Claros, que participam ativamente do comitê desde a criação dele há dez anos, mobilizando os produtores para as eleições dos representantes da classe para cada novo mandato do colegiado. Os argumentos a favor da cobrança se baseiam no baixo valor inicialmente proposto, já cobrado dos usuários do São Francisco, embutindo 97,5% de desconto em relação ao pago pelo abastecimento público e industrial. A lógica é que seria um aumento de custo simbólico em troca do benefício da legitimidade para se exigir investimentos públicos na bacia. Os recursos arrecadados de todos os usuários, estimados entre R$1,7 e R$2,3 milhões ao ano, manteriam uma estrutura técnica e administrativa para elaborar projetos e dar suporte aos esforços políticos para viabilizar as barragens e demais obras necessárias. Além disso, não seria nada inovador, pois produtores rurais já pagam pela água em 4 dos 8 comitês hidrográficos federais: Paraíba do Sul, Piracicaba/Capivarí/Jundiaí, São Francisco e Doce. Em fortalecimento dessa posição, alguns irrigantes da calha do Verde Grande já se manifestaram favoráveis, receosos de que uma recusa denegriria os ruralistas aos olhos de órgãos ambientais e dificultaria a renovação de outorgas. Confiam que o desconto praticado não seria retirado com o passar dos anos e que seria possível até mesmo reverter essa cobrança no futuro, caso outros custos ambientais fossem imputados aos produtores rurais. Por último, ainda há aqueles que veem na cobrança uma possibilidade de fortalecimento da classe, como ocorreu com alguns setores produtivos que experimentaram um maior sentimento de grupo após suas associações instituírem contribuições mensais. Os argumentos contrários à cobrança, por sua vez, baseiam-se no pagamento indireto pela água, que o produtor rural já faria quando destina uma porção significativa do patrimônio, e consequentemente da renda, para garantir o bom funcionamento do ciclo hidrológico. Esse seria o 38 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . caso da manutenção e proteção das Áreas de Preservação Permanente (nascentes, margens de rios e encostas), além da própria Reserva Legal, que ocupa 20% da propriedade rural com florestas para infiltração das chuvas sem nenhum reembolso ao produtor. Por este raciocínio, a questão não seria de recusa do produtor pelo pagamento da água, mas sim de sua indignação por ser cobrado duas vezes. Visto desta forma, não haveria, então, fundamento algum para questionamentos da postura da classe rural. Para os opositores, a isenção do produtor seria mais a regra geral do que uma exceção. Na França, por exemplo, onde primeiro adotou-se uma legislação de recursos hídricos descentralizada e participativa como a em vigor no Brasil, os ruralistas foram isentos da cobrança nos 20 primeiros anos da arrecadação, e desde então gozam de um desconto de 95%. É importante frisar, lembram nossos debatedores, que lá não há nada parecido com a Reserva Legal brasileira que devora um quinto da renda do produtor. Nesta mesma linha, também existem, no Brasil, leis isentando a produção rural de qualquer cobrança de água em pelo menos 3 grandes Estados agrícolas: Paraná (Lei 12.726/1999, art. 53), Mato Grosso do Sul (Lei 2.406/2002, arts. 20 e 24) e São Paulo (Lei 12.183/2005, Seção V, art. 1º). Neste último, a isenção legal era de 4 anos, mas já se estende por 8 anos por falta de regulamentação. Esses mesmos argumentos, usados em 2009 pela Sociedade e Sindicato Rural de Montes Claros, foram fortes o suficiente para sensibilizar o então gerente de cobrança da ANA – Agência Nacional das Águas – Patrick Thomas, num debate, em Montes Claros, ao ponto de levá-lo a propor aumentar o desconto ao produtor do São Francisco dos 95% inicialmente previstos para os 97,5% hoje praticados. Cobrança esta, frisam os opositores, que se aplica somente a quem capta na calha do rio, pequena fração do total de usuários da bacia, como também é o caso dos outros 3 comitês federais mencionados anteriormente. No caso do Verde Grande, destacam, seriam cobrados de todos os usuários, inclusive os de poços tubulares e de rios secundários, uma vez que este é o único comitê unificado (federal e estadual) do País. Neste aspecto, a manifestação de alguns irrigantes da calha do rio teria pouca representatividade no universo de todos os pequenos irrigantes espalhados pela bacia. Também é importante considerar, argumentam, que uma cobrança anual de R$ 20 por hectare irrigado pode ser simbólica para alguns, Expomontes 2014 mas seria um pesado fardo para aqueles que já enfrentam inadimplência de financiamentos e ainda lutam para quitar as contas do armazém e do posto de combustíveis no final do mês. Os questionadores da cobrança também contrapõem que não se deve raciocinar apenas com o valor proposto inicialmente, discutivelmente baixo, uma vez que a alteração dos preços e dos descontos ficaria sempre à mercê dos governos de plantão. A própria legislação federal geraria dubiedade na designação das competências sobre a cobrança. Enquanto a Lei das Águas atribui ao comitê de bacia a definição dos mecanismos de cobrança e apenas a sugestão dos preços para aprovação pelo CNRH-Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1999, art. 38, inciso VI), a Lei da ANA, por sua vez, reduz a atuação dos comitês apenas ao nível de sugestão tanto para mecanismos quanto para preços, delegando toda a decisão final para o CNRH(Lei 9.984/2000, art. 4º, inciso VI). Nesse aspecto, ressaltam alguns, não se pode deixar de lembrar da verdadeira armadilha em que caíram muitos produtores na campanha do desarmamento do Governo Federal em 2009. Aqueles que não hesitaram em recadastrar as armas que mantinham para segurança das propriedades, estimulados pela simplicidade do novo registro sem custo e sem burocracia, foram surpreendidos quando, alguns anos depois, o governo impôs exageradas exigências para a renovação do documento. A necessidade de aprovações em teste de tiro e avaliações psicológicas caras e demoradas tornou praticamente inviável a manutenção das armas tão necessárias nesses tempos de violência desenfreada na área rural. Não seria, também, questionam estes, a concessão de um grande desconto para iniciar a cobrança, a isca de mais uma armadilha do governo para o produtor rural? Outros ainda contrapõem que taxa de associação é muito diferente de cobrança de água. Enquanto na primeira o pagamento pode ser evitado via desligamento da entidade e o uso do dinheiro é decidido pela classe, na segunda a cobrança seria um imposto, sem possibilidade de escapatória, e o destino do dinheiro decidido por um colegiado onde o produtor não teria maioria. Sugerem que isso seria mais causa de revolta e frustração do que razão de fortalecimento classista. Também julgam ser ingenuidade achar que, uma vez instituída a cobrança do produtor, seria possível, no futuro, revertê-la, haja vista a dificuldade para se extinguir impostos e restrições ambientais já aprovadas. Para aqueles contrários à cobrança, a isenção do produtor rural, ou sua não cobrança em duplicidade, não impediria o funcionamento da agência de bacia e os benefícios dela esperada. Isso porque a participação do setor agropecuário na arrecadação é estimado em menos de 20% do total. Argumentam ainda que a legitimidade política para se exigir investimentos públicos estaria muito mais condicionada à capacidade de mobilização da classe do que à delegação dessa função a qualquer órgão, por mais importante que seja seu papel institucional. Quanto à concessão e renovação de outorgas, contrapõe que a legislação estabelece critérios técnicos como disponibilidade de água e prioridades de uso, garantindo a imunidade desse processo a pressões camufladas. Até mesmo com relação ao papel da cobrança no estímulo ao uso racional da água, justificam que este já é muito melhor exercido pelo alto custo de energia pago pelo produtor para captar e distribuir água em sua propriedade. Além disso, há outros instrumentos importantes de gestão de recursos hídricos além da cobrança, como o Plano de Recursos Hídricos, a Outorga e o Enquadramento dos corpos d’água. Como se pode concluir do embate dos argumentos expostos, o assunto é importante e complexo, mas o debate objetivo e maduro será uma oportunidade para a classe se tornar ainda mais unida e fortalecida para enfrentar os crescentes desafios que se apresentam a cada dia. Foto: Divulgação 39 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Palco de grandes manifestações O Parque de Exposições João Alencar Athayde, completou, no dia 03 de julho, aniversário de montes claros, 57 anos de existência. A construção do espaço, hoje considerado o maior e melhor complexo de eventos do Norte de Minas, é marcada por muito trabalho e dedicação, características típicas do homem do campo. São 112 mil metros quadrados, oito espaços multiuso disponíveis para todo tipo de evento. Ao longo da história, o Parque João Alencar Athayde se consolidou como uma tribuna privilegiada para levar ao conhecimento da sociedade e dos governos estadual e federal, as reivindicações da classe produtora rural norte mineira e de diversos outros segmentos organizados da população. Além da Expomontes, maior festa popular que reúne, em média, 360 mil pessoas no Parque, o local também e palco de grandes shows e eventos. A Fiemg Regional Norte encerrando as comemorações dos 80 anos da instituição escolheu o Parque para brindar o aniversário da Federação com apresentação única, em Montes Claros, com o show da Banda Skank com a Orquestra de Câmara Sesiminas. 5 mil pessoas foram convidadas para o evento. “O local foi escolhido porque consideramos como o mais bem estruturado, seguro e com capacidade de acolher milhares de pessoas com total conforto. A estrutura oferecida facilita a realização de qualquer evento trazendo economia para quem promove”, afirma Adalto Marques Batista, Presidente da Regional Norte. O show do Skank com a Orquestra percorreu dez cidades do interior de Minas Gerais, onde a Fiemg mantém unidades e o de Montes Claros foi um sucesso de público. Por todos esses motivos, a Regional Norte da Fiemg tem o Parque de Exposições João Alencar Athayde em primeiro lugar na lista de opções para realização de grandes eventos. 40 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Outro evento de grande porte ocorrido no Parque é a Fenics, criada pela Associação Comercial Industrial e de Serviços de Montes Claros com o desafio de colocar oportunidades e investidores num mesmo local, a fim de prospectar negócios e alavancar o desenvolvimento socioeconômico de Montes Claros e do Norte de Minas. São mais de 250 estandes, em 6 mil m², sendo 12 mil m² de área total coberta, 30 mil m² de estacionamento, num total de 100 mil m² de feira, o que a caracteriza como a maior feira coberta do interior do Estado. Na sua 19ª edição, a FENICS está madura, com a credibilidade para ir além de uma mostra de produtos. A entidade acredita na força das marcas parceiras que, a cada ano, ajudam na realização de um evento grandioso, motivo de orgulho para todos os norte mineiros. Esta é a 4ª edição realizada no Parque de Exposições João Alencar Athayde. De acordo com Kelington Mota, coordenador da FENICS, a ACI entende que o espaço está de acordo com a grandiosidade da feira de negócios. “A localização central, o Centro de Eventos, a boa infraestrutura de água, energia e esgoto, bem como o amplo estacionamento interno, são alguns dos fatores determinantes para nossa escolha. Ainda, o piso plano, com camada asfáltica e as áreas verdes dão um charme especial ao Parque”. Para Edilson Torquato, presidente da ACI, realizar a FENICS em parceria com a Sociedade Rural é se unir na missão de serem entidades agentes do desenvolvimento. “Somos co-irmãs e nosso objetivo é proporcionar condições para o Norte de Minas se destacar no cenário nacional, focadas na melhoria da qualidade de vida a partir do potencial socioeconômico regional. O Parque de Exposições João Alencar Athayde, neste contexto, torna-se instrumento para que as ações sejam efetivadas com qualidade e conforto para todos”. Expomontes 2014 Vaquejada No primeiro semestre de 2014, uma tradição nordestina voltou para a arena do Parque do Exposições, em Montes Claros. Atração que dia a dia, ano a ano, ganha mais adeptos no Norte de Minas. A disputa na terra de Darcy Ribeiro trouxe um nome de peso: o circuito Inter TV de Vaquejada, que homenageou um dos locutores mais queridos do esporte, o saudoso Paré, morto num acidente de trânsito no Maranhão. A vaquejada se popularizou de tal forma que existem clubes e associações de vaqueiros em todos os Estados, calendários de eventos e patrocinadores de peso, envolvendo um espírito de competição e alegria capaz de arrastar multidões, "embriagando" de emoção os participantes. Segundo o diretor de eventos, Arnaldo Oliveira, depois de sete anos trazer a vaquejada para o Parque – uma disputa do tamanho que foi, com representantes de 22 Estados brasileiros, mais de 15 cidades do Norte de Minas – é extremamente importante. “Consolidamos nossos espaços. Provamos que estamos prontos, temos infra e sabemos atender a todos e qualquer tipo de solicitação”, afirma. Foram vendidas cerca de 1 mil senhas para a disputa, que estava prevista para quatro dias e passou para seis, por causa do grande número de corredores. A competição foi considerada a segunda maior do País em número de prêmios. “Saldo positivo é o que concluímos. Temos instalações próprias, como baias já construídas, estrutura para feno. O Parque está pronto para receber eventos agropecuários, da indústria, do comércio, além disso, a cidade oferece uma rede hoteleira. Nós estamos preparados”, afirma. Segundo o diretor, em 2015, os organizadores garantiram que vão realizar a primeira vaquejada em prêmios e número de participantes. Bernardo Pinheiro, Diretor da Rural, anuncia que as áreas disponíveis para locações são: Parque Exposição João Alencar Athayde, Área do Parque de Exposições João Alencar Athayde, Centro de Eventos Sociedade Rural, Pista de Vaquejada, Praça de Eventos Fernando Rebello Athayde, Quadra Poliesportiva Antônio Lafetá Rebello, Tattersall de Leilões Daul Soares Dias , Salão de Festas | Clube dos Fazendeiros e Auditório Osmani Barbosa. Os valores variam conforme cada evento. “As áreas fechadas são climatizadas, temos ótimas instalações. Aqui no Parque atendemos pequenos, médios e grandes eventos. Prova disso, é a Expomontes – maior evento do tipo no Norte de Minas”, encerra. Informações sobre locações: 38-3215-1212 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 41 Montes Claros Avança Operação Tapa-Buracos Texto: Secom/PMMC Foto: Fábio Marçal Iniciada em fevereiro de 2013, a Operação Tapa-Buracos, da Prefeitura de Montes Claros, ocorre em várias frentes de trabalho durante o dia e à noite, visando recuperar ruas e avenidas do Município, com a utilização de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), ou “asfalto quente”. O ideal seria a substituição deste asfalto que, praticamente em sua totalidade, já superou em muito sua vida útil. Para tanto é preciso que a Prefeitura contraia empréstimos específicos, o que só pode ser feito com a aprovação da Câmara Municipal. O trabalho vem sendo realizado de forma ininterrupta pela ESURB (Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito e Transportes de Montes Claros) dando preferência às vias com maior circulação de veículos e por onde passam linhas de transporte coletivo. De fevereiro de 2013 a abril de 2014, já foram reparados 177.300 metros quadrados de asfalto, o que equivale a 43 campos oficiais de futebol. Novas avenidas Foto: Secretaria Municipal de Obras Duas antigas reivindicações da população de Montes Claros foram retomadas nesta administração: a pavimentação da Avenida do Córrego do Cintra e a continuação da Avenida Sidney Chaves. Esta última está em estágio avançado, com a pavimentação do trecho praticamente concluída e construção de pon- te em ritmo acelerado. Essa via de acesso ligará a BR-251 à BR-135, além de facilitar o acesso ao Distrito Industrial e ao aeroporto Mário Ribeiro da Silveira. Com o desvio do trânsito pesado para o local a Avenida João XXIII, que atualmente apresenta alto índice de acidentes, terá redução no fluxo de veículos, trazendo maior segurança para veículos e pedestres. No Córrego do Cintra, serviços importantes de drenagem já foram feitos e o asfalto em breve ligará o trecho entre as avenidas Dulce Sarmento e Governador Magalhães Pinto. Ponte Da Sidney Chaves 42 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Pavimentação Foto: Fábio Marçal Obras de asfaltamento estão sendo ou já foram realizadas nos bairros Guarujá, Mangues, Olga Benário, Independência, Vera Cruz e São Judas II. A previsão é de que pelo menos 300 vias sejam asfaltadas até o final deste ano. A Avenida Deputado Esteves Rodrigues também está recebendo obras de fresagem e recapeamento, recuperando e padronizado a camada asfáltica. Esse tipo de serviço já foi feito na entrada da cidade, acesso pela BR 365 (Pirapora) até o bairro Major Prates e acesso pela BR 135 (Belo Horizonte) até a altura do 10º Batalhão da Polícia. A intenção da administração é o asfaltamento de 1.000 ruas até o final de 2016. Educação em Tempo Integral Saúde da Família Foto: Fábio Marçal Foto: Fábio Marçal Em março de 2013, teve início o Programa Escola de Tempo Integral em 19 escolas do município. Em agosto de 2013, o Programa já estava em 38 escolas da Rede Municipal, ou seja, em todas as escolas de educação básica, atendendo a aproximadamente 17 mil alunos, na área urbana e zona rural. Futsal, xadrez, vôlei, basquete, handebol, capoeira, karatê, judô, pintura, grafite, dança/ ballet, percussão, teatro, percussão, letramento (aulas de reforço em português e matemática) e fanfarra são algumas das atividades realizadas pelos alunos no contra turno escolar, com o objetivo de diminuir a evasão e melhorar a qualidade da educação no município. Uma das consequências imediatas mais importantes do projeto é a ocupação das crianças, evitando que se envolvam em pequenos delitos, prostituição e uso e tráfico de drogas. Atuam no programa 560 oficineiros e 110 estagiários. O Município adquiriu, com recursos próprios, frota de 30 ônibus de transporte escolar, para atender à rede municipal. Na atual administração, o número de equipes de Saúde da Família no município saltou de 66 para 103. Os números da ESF impressionam: No ano de 2013 foram realizados 307.200 atendimentos médicos, 14.000 visitas domiciliares dos médicos, 205.900 atendimentos de enfermeiros, 23.400 visitas domiciliares dos enfermeiros, 720.000 visitas dos Agentes Comunitários de Saúde, 24.000 curativos, 250.000 aferições de pressão arterial, 52.000 testes de glicemia e 25.000 exames de prevenção do Câncer de Colo do Útero. E é apenas o início de um processo que pretende que Montes Claros seja 100% atendida pelo ESF. Restaurante Popular Em 2013 a Prefeitura de Montes Claros reassumiu o Restaurante Popular, que tinha gestão terceirizada. Hoje, o local adquire alimentos de produtores da Agricultura Familiar do município, por meio do PAA, e passou a servir uma segunda refeição no período noturno, normalmente um caldo ou uma sopa. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 43 Câmara exalta papel da Sociedade Rural Presidente aponta ações com repercussão no desenvolvimento de Montes Claros Texto: Hélio Machado* “A sociedade Rural tem papel preponderante na construção do desenvolvimento de Montes Claros, por meio de um trabalho sério, voltado para a defesa dos elevados interesses do Município. São 70 anos de ações concretas, ajudando a construir a história de um povo que, apesar das adversidades, não perde a esperança de melhores dias”. A observação é do vereador Antonio Silveira, do PTN, presidente da Câmara Municipal, ao cumprimentar a entidade pelas sete décadas de exitosa atuação. Esse trabalho conta com o apoio integral do Legislativo, que mesmo funcionando em espaço físico que não atende às necessidades, não abre mão de articular para potencializar as ações das entidades realmente comprometidas com o crescimento de Montes Claros. Segundo ele, nos próximos meses, a Câmara vai inaugurar a primeira fase de sua sede própria, que permitirá aos vereadores melhorar o atendimento à população. O presidente assegura que, nesses 70 anos, a Sociedade Rural sempre contou com o respaldo do Legislativo. E se lembra de que a Câmara votou projeto do Executivo, em passado recente, que possibilitou à Sociedade Rural ampliar o espaço físico do Parque de Exposições João Alencar Athayde, através da doação de terreno, para melhor atender ao público durante as exposições que atraem pessoas de diferentes regiões do País e agregam valor à economia. Além disso, o Legislativo se posicionou em diversas outras oportunidades, em favor de projetos que beneficiaram diretamente a entidade ruralista. “O momento é oportuno para cumprimentar a diretoria da Sociedade Rural, hoje representada pelo pecuarista Osmani Barbosa Neto, que não mede esforços para participar diretamente das ações em favor de Montes Claros e de todo o Norte de Minas. São 70 anos de um trabalho ininterrupto, desenvolvido com seriedade e responsabilidade, cobrando das autoridades, em todos os níveis, medidas concretas que atenuem as dificuldades provocadas pela seca. Mesmo com tantas adversidades, as ações da entidade apresentam resultados dos mais significativos. E comemora mais esta importante marca com a certeza do dever cumprido e muito bem cumprido, consciente de que ainda vai se deparar com novos desafios e está pronta a encará-los e superá-los. É com 44 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . esta determinação e vontade de servir que se constrói verdadeiramente a história de um povo”, frisa Antonio Silveira. Construção da sede própria vira realidade O projeto de construção da sede própria da Câmara Municipal de Montes Claros, em terreno doado pela Prefeitura, no mandato passado, ao lado do Fórum Gonçalves Chaves, sairá efetivamente do papel. E a previsão é de que a primeira etapa seja concluída este ano. Para o presidente da Casa,o vereador Antonio Silveira, do PTN, a medida é fundamental para se consolidar a independência do Legislativo, que funciona em parte do prédio da Prefeitura, que lhe foi cedido com esse objetivo. Além de oportunizar melhor atendimento à população. O presidente externou a satisfação por estar concretizando um sonho antigo, iniciado com o ex-presidente Valcir da Ademoc, do PTB, de viabilizar um prédio decente para o Legislativo da quinta maior cidade de Minas Gerais. Para Antonio Silveira, é inadmissível que a Câmara de Montes Claros não tenha uma sede condizente com sua importância, por se tratar de uma das cidades mais importantes de Minas, no contexto político e econômico. O imóvel tem localização privilegiada, por estar perto da Prefeitura e do Judiciário, o que facilita o acesso da população em busca de resolução de eventuais problemas. Para Antonio Silveira, a mudança para o novo prédio, será relevante em todos os aspectos. Frisa que os vereadores terão condições de atender melhor a população. Além disso, com Plenário espaçoso e confortável, terá condições de abrigar bem as pessoas que forem assistir às reuniões e apresentar demandas aos vereadores. Na primeira etapa do prédio serão 1.967 metros quadrados de construção, para abrigar o setor administrativo, Plenário e sala de reuniões das comissões. Na segunda etapa serão construídos os gabinetes. Ao todo, a área construída será de 3.195 metros quadrados. Outro fator é que a sede própria significa independência do Legislativo para com o Executivo, concluiu o presidente. Expomontes 2014 Circuito Inter TV de Team Penning realiza 5ª edição na 40ª Expomontes O número de participantes deve superar o ano de 2013 Texto: Taislane Antunes O Circuito Inter TV de Team Penning, que agita e encanta todo o Norte de Minas com competições marcantes, já chegou a Montes Claros para realizar as competições finais desta edição durante a 40ª Expomontes. O circuito é realizado desde 2010, e ocorre pelo 5º ano consecutivo. O Team Penning surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX. Quando chegou ao Brasil, o esporte começou a ser praticado não mais apenas pelos fazendeiros, mas também por seus familiares. De acordo com o Organizador do evento, Henrique Fernandes, o número de adeptos à competição cresce anualmente. “No ano passado competiram 876 pessoas, e a expectativa para esse ano é que este número suba para 1000”, conta. O evento possibilita a participação de cavaleiros de toda a região. No primeiro ano, o Circuito Inter TV de Team Penning visitou quatro cidades e hoje já é realizado em diversas localidades como País, São João da lagoa, Francisco Dumont, Curvelo, Bocaiúva e Montes Claros. Competidores de todo o Norte de Minas se reúnem na maior feira agropecuária norte mineira para participarem da final da 5ª edição em Montes Claros. O diretor da Sociedade Rural, Léo Dias, conta que a evolução do esporte vem sendo considerável e ajuda a ocupar o tempo dos jovens, evitando que venham a cair no crime. “É o esporte que mais cresce no país. O Team Penning faz com que jovens se interessem pelo 45 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . esporte e ocupem seu tempo. Além disso, incentiva a Equinocultura”, conclui. Para quem deseja ser um bom cavaleiro, Léo Dias fala de alguns requisitos a serem seguidos. “Primeiramente é preciso saber andar a cavalo. E é necessário ter raciocínio rápido e muita agilidade”, ressalta. O cavalo que se destaca na competição é o Quarto de milha. Este é o primeiro cavalo americano de raça e é conhecido por ser um animal dócil, inteligente e muito versátil. No Circuito Inter TV de Team Penning também é possível encontrar outros animais muito conhecidos como o Appaloosa, que é um cavalo próprio para participar de competições entre corridas e saltos; e o Crioulo que está entre os cavalos mais saudáveis e fortes que existem, e muito famoso também por sua longevidade. Segundo Henrique Fernandes o Circuito Inter TV de Team Penning tem grande inf luência na economia da região, já que colabora diretamente para geração de empregos. “Estamos calculando que este ano estamos gerando de duzentos a trezentos empregos diretos”, comenta. Quem quiser participar do evento, terá como opção de escolha a categoria aberta e a de iniciantes. Para o trio campeão na categoria aberta, haverá uma premiação de R$ 10 mil. Já os vencedores da categoria iniciante receberão como prêmio, 50% por cento do valor arrecadado no circuito. Expomontes 2014 Análise comparativa da representação das macrorregiões Norte de Minas e Triângulo Mineiro na Câmara Federal Artigo: Prof. Dr. Gilmar Ribeiro dos Santos1 A análise comparativa é um instrumento metodológico fundamental para a produção de conhecimento nas ciências sociais. No locus da ação política é um mecanismo poderoso para suscitar a reflexão em torno de problemas ou mesmo de possíveis alternativas de solução para os mesmos. Os estudos e pesquisas sociais estratificados por região abrem possibilidades alvissareiras para a efetivação de políticas públicas, assim como para o reforço da mobilização em prol de uma região. Na conjuntura atual, onde a busca pela igualdade de condições é elemento central para a cidadania de fato, a análise comparativa é imprescindível. Os dados socioeconômicos de Minas Gerais quando comparados por macrorregião apontam uma profunda discrepância entre as duas regiões mais dinâmicas economicamente, Central e Triângulo, e as duas menos dinâmicas, Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha/Mucuri. Como podemos observar na tabela abaixo, a renda per capita do Triângulo é o dobro da renda per capita do Norte de Minas Gerais. Enquanto as duas regiões mais dinâmicas economicamente possuem um rendimento per capita acima da média do país, as duas menos dinâmicas, o Norte e Jequitinhonha/Mucuri, estão muito abaixo, tanto da média nacional quanto da média estadual. Renda per capita das macrorregiões de Minas Gerais Macrorregião 2000 2010 Jequitinhonha/Mucuri Norte Rio Doce Noroeste Mata Centro Oeste Sul Alto Paranaíba Triângulo Central Triângulo Central Minas Gerais Brasil R$ 244,23 R$ 260,30 R$ 412,76 R$ 448,92 R$ 499,26 R$ 526,53 R$ 564,71 R$ 573,65 R$ 677,75 R$ 663,25 R$ 677,75 R$ 663,25 R$ 539,86 R$ 580,22 R$ 431,75 R$ 455,33 R$ 599,69 R$ 622,67 R$ 710,11 R$ 721,28 R$ 727,66 R$ 761,04 R$ 908,04 R$ 961,82 R$ 908,04 R$ 961,82 R$ 773,41 R$ 830,85 Fonte: IBGE, Sinopse dos Resultados do Censo 2010 Elaboração: Fundação João Pinheiro 46 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . A literatura sobre as relações entre a política e o desenvolvimento econômico é muito ampla. Mas a preocupação aqui é relativamente mais simples. Ela está balizada pela evidência empírica que chama a atenção mesmo do cidadão não afeito aos complexos axiomas da ciência política. Basta verificar a quantidade de deputados federais de Minas Gerais eleitos em 2010 e cruzar esta informação com a origem territorial dos mesmos. Esta evidencia uma enorme diferença entre os deputados originários do Triângulo em comparação com aqueles eleitos do Norte de Minas, nas últimas eleições. A eleição de deputados federais é um mecanismo fundamental para o desenvolvimento de uma região em uma sociedade crescentemente competitiva. O Triângulo possuía em 2010 uma população de 1.489.129 pessoas, entre elas, 1.079.827 eleitores. Nesse mesmo ano, o Norte de Minas possuía uma população de 1.610.431 pessoas, entre elas 1.177.552 eleitores, ou seja, o Triângulo possuía 97.725 eleitores a menos em relação ao Norte de Minas. O quociente eleitoral na eleição para deputado federal em 2010 no estado foi de 195.209 votos. Para que ambas as regiões obtivesse uma representação proporcional ao número de seus eleitores o Norte teria que eleger seis deputados e o Triângulo cinco. No entanto o resultado eleitoral apontou a eleição de seis, no Triângulo e nenhum no Norte. Em termos de representação política a situação das duas regiões é, nessa legislatura, diametralmente oposta. As razões e as consequências de tal perda para o Norte de Minas não podem ser debatidas aqui em função do espaço, mas devem permear o cotidiano de todos os cidadãos preocupados com o desenvolvimento dessa região. Não se trata de uma comparação para reduzir o outro, mas sim para observar o quanto o Norte esta distante de outra região do mesmo estado, também em termos de representação política. Uma justificativa plausível para essa diferença poderia ser a influência do poder econômico do Triângulo, muito maior em comparação com o Norte, o que levaria a eleição de um número maior de deputados. Mas ao se comparar os votos recebidos pelos candidatos em suas próprias regiões fica claro o problema, a verdade é que os eleitores do Triângulo votam em sua grande maioria em candidatos da sua região e, ao contrário, a maioria dos eleitores do Norte de Minas votam em candidatos de outras regiões. Em 2010 mais de 65% dos votos dos eleitores do Triângulo foram para deputados federais da região, enquan- Artigo to apenas pouco mais de 35% dos eleitores do Norte de Minas votaram em candidatos a deputado federal da sua região. Os primeiros, mesmo não existindo o voto distrital no país, estão concentrando os seus votos de tal forma que a região vem funcionando, na prática, como um distrito eleitoral. Ao contrário, no Norte de Minas os eleitores estão abrindo mão de sua representação regional e reforçando as representações de outras regiões. A maior extensão territorial do Norte de Minas é um empecilho relevante para os candidatos locais, mas não é o mais significativo. Existe uma vasta literatura especializada sobre preferências eleitorais na ciência política e também um compêndio de anedotas e crenças populares sobre as mesmas. Mas de fato o eleitor escolhe seu candidato por duas vias principais, direta ou indiretamente. Diretamente é quando constrói sua opção através de uma relação direta com o candidato. Este candidato pode ser ou ter sido um líder político, um artista, um jogador de futebol, uma liderança religiosa ou uma liderança popular, dentre outras. A sua popularidade anterior é estendida para a representação política. Também o horário eleitoral no rádio e na TV, assim como demais meios de propaganda, podem proporcionar esta relação e possível escolha direta do eleitor. A escolha indireta ocorre quando o eleitor opta por um candidato sem um mínimo de conhecimento ou qualquer tipo de relação com o mesmo. Esta via ocorre, principalmente, mediada pelos tradicionais “cabos eleitorais”, figuras mediadoras do voto. A hipótese mais plausível sobre a falta de representatividade do Norte de Minas é a prevalência da opção pelo voto indireto. O eleitor está delegando a prefeitos, vereadores, candidatos a deputado estadual e mesmo outros grupos organizados nos municípios da região a sua escolha. Está abrindo mão do seu direito de escolher. O anedotário regional alimenta a história dos eleitores que recebiam como recompensa pelo seu voto um pé de bota antes da eleição e o outro depois do candidato eleito. Neste momento os eleitores não estão recebendo nem mesmo um pé de bota. O mais estarrecedor é que em muitos casos os votos dos eleitores locais são comercializados pelos cabos eleitorais. O eleitor não recebe sua bota, mas pode ter alguém recebendo dinheiro e outras benesses, o que é um gravíssimo crime eleitoral atualmente. A cidadania de parte de nossos eleitores pode estar sendo roubada com graves consequências para toda a região. O eleitor pode até mesmo não escolher nenhum candidato, mas o voto é um direito intransferível. Esse princípio da democracia representativa é largamente violado e com maior ênfase, em algumas regiões do país, dentre elas o Norte de Minas. Votar influenciado pela crença religiosa, pelo time de futebol, dentre outras é questionável, mas ao mesmo tempo é legítimo e legal. Ao passo que votar simplesmente em função do apelo de outra pessoa pode ser perigoso. Pesquisas no Brasil, repetidas exaustivamente todos os anos, apontam que aproximadamente 50% dos eleitores, um ano após as eleições, não se lembram em quem votou para deputado federal. Essa média elevada é garantida em especial por parte dos eleitores de regiões como o Norte de Minas. Nada garante a melhor representatividade de um parlamentar local em detrimento de outro das demais regiões do estado. A clivagem ideológica assim como outras podem perfeitamente se sobreporem sobre a clivagem territorial. Não se trata de impor a região como um único fator de opção pelo voto, o que seria também antidemocrático. O fato é que o Norte de Minas possui atualmente quase um milhão e meio de votos e pode novamente não eleger sequer um deputado federal nas eleições de 2014. O fato é ou não um problema para o desenvolvimento da região? Para aqueles que pensam afirmativamente, é hora de ação. 1 Cientista político pela UFMG e Dr. em Educação: história, política e sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP. Professor do Mestrado em Desenvolvimento Social e do Curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Bolsista de Produtividade em Pesquisa pela Fundação de amparo à pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 47 Expomontes 2014 Segurança na Expomontes A Expomontes 2014 terá a participação de diversas entidades de segurança pública Fotos: Bombeiros Integrantes do comitê de segurança pública da 11ª RISP (Policias Militar, Civil e Federal; Ministério Público; Bombeiros), representantes da Sociedade Rural, Cia Promoções, Total Eventos e Prefeitura Municipal de Montes Claros (Conselho Tutelar, Secretaria de Cultura e de Meio Ambiente, Defesa Social e MCTRANS), realizaram um trabalho intenso de planejamento para a 40ª Expomontes. Para o Coronel César Ricardo, chefe da 11ª RPM, a Expomontes é o maior evento de Montes Claros, com alto investimento, e as ações devem ser orientadas para que não haja problemas durante a realização da Mostra. “Não podemos ser surpreendidos. Em 2013 funcionou bem, mas agora queremos minimizar os impactos. Queremos evitar todos os tipos de problema”, encerra. Mesmo pensamento do presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto, que revela que a Sociedade Rural é a maior interessada que o evento transcorra bem. Por isso, anualmente é selecionada uma equipe para desenvolver projetos e executar ações. “São 12 dias de evento, e cada vez mais queremos fazer uma exposição para a família. Queremos mais conforto e, para isso, não mediremos esforços para deixarmos tudo dentro do que determina a lei. Investiremos o que for necessário para dotarmos o Parque de uma estrutura digna para uma festa como a Expomontes, que é o maior evento popular do interior de Minas. Aqui passam 360 mil pessoas e temos que dar segurança a todos os visitantes, expositores, artistas e ao nosso bem maior”, afirma o produtor rural. O Major Gouveia, do Corpo de Bombeiros, alerta sobre a quantidade de pessoas que podem ter acesso dentro do Parque e também explanou sobre os tremores de terra. “Dentro do Parque o número máximo é de 32 mil pessoas. Mais que isso não pode ser liberado. Sobre os tremores, eles não matam, 48 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . sabemos disso, mas o pânico, sim! Então, nós devemos levar em consideração esse assunto, que é imprevisível”, finaliza. A MCTRANS elaborou planejamento para evitar congestionamento na Avenida Geraldo Athayde. “Nós tivemos dois grandes desafios em 2013: os moto-taxistas e as barracas em vias públicas. Temos que evitar. Contamos com a ajuda de todos para solucionar esta questão”, disse José Maria Domingues, chefe da fiscalização. Grupo de Segurança O Grupo se reuniu por diversas vezes, promoveu capacitação e traçou estratégias de viabilidade de segurança pública. “Gastar mais tempo planejando significa um menor tempo na execução das tarefas. O que é previsto é mais fácil de contornar, caso haja adversidades. A possibilidade de solução é mais eficaz. Ninguém faz nada sozinho. Não adianta. Por isso, é tão importante este Grupo. Mais organização, mais excelência no serviço prestado”, diz Gildásio Rômulo Gonçalves, Major da PM. Joaquim Borborema, Coordenador de Segurança de Eventos da Secretaria de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, divulgou que a instalação de catracas de acesso no dia 03/07 – aniversário de Montes Claros – por determinação do Corpo de Bombeiros, vai possibilitar o controle de entrada da população. Isso devido às medidas de segurança. Ele acredita que somente com precauções, os eventos são realizados de forma segura. “Vamos adequando. Fazemos eventos pequenos e grandes, como a Expomontes. Queremos o melhor para o povo de nossa cidade”. Expomontes 2014 Posto de Comando Unificado Pela primeira vez, no Norte de Minas, um evento terá um posto de comando unificado com representantes de diversos órgãos de segurança pública, agentes da Prefeitura Municipal, MCTRans, Policia Militar, Agentes Penitenciários, Cemig, Profissionais de Segurança privada, representantes da Sociedade Rural, Cia Promoções e Total Eventos. O treinamento prévio do curso básico de Curso Básico de Sistema de Comando de Operações (SCO) para 180 homens e mulheres objetivou traçar ações de resposta e minimizar os possíveis dados em situações críticas, caso ocorram. O SCO é uma ferramenta de gestão de ambientes de risco de pequeno, médio ou grande porte. Serve para dar uma metodologia única de gestão em caso de incidentes de qualquer porte. De acordo com o Major BM, Waldeci Gouveia Rodrigues, Comandante do 7º BBM, o treinamento e a capacitação promovem segurança para toda a população, pois caso ocorra necessidade de alguma ação, os profissionais estarão aptos a darem as respostas corretas. “Nos teremos uma Expomontes muito mais segura! Esse é o nosso grande evento e devemos dar a ele a devida importância. Estudar o espaço de grande movimentação é definir uma melhor ferramenta para propor uma melhor resposta. Caso aconteça uma crise, teremos como responder de uma maneira mais eficiente. Integrar as forças de respostas vai nos dar tranquilidade para trabalhar”, encerra o Major. Os Bombeiros terão viatura em ponto-base nas proximidades do Parque. Além disso, farão fiscalização periódica no Parque de Diversões, emitirá, de acordo com as normas, a autorização de funcionamento dos brinquedos. A Corporação fiscalizará as dependências do Parque, bem como analisará o projeto de incêndio da área do maior complexo de eventos do Norte de Minas. Segundo Major BM Waldeci Gouveia Rodrigues, Comandante do 7º BBM, a Expomontes se configura como o maior evento do Norte de Minas e o referido treinamento se deve para capacitar, treinar e orientar os principais envolvidos no evento. “São 12 dias e estaremos num período critico que é a Copa do Mundo, que pode ser agravado por manifestações de eventos sísmicos e que podem gerar pânico na população. Devemos estar todos preparados. É a melhor forma é tentar prever e organizar. Além disso, estabelecer metas, acordos, definir, principalmente o papel de cada um. Ganha tempo quando se planeja”, afirma. O Diretor da Sociedade Rural, Bernardo Pinheiro, acredita que o número de participantes na Expomontes, em 2014, deve ser maior, dado o aumento no número de dias de evento. “Antes eram 10 dias, agora são 12. Temos um expressivo volume de pessoas que passam pelo Parque. Por isso, demonstramos, com o curso, a preocupação da Sociedade Rural em contribuir para promover a segurança dos visitantes. Queremos qualificar para enfrentar a adversidade. Há três anos buscamos trabalhar com mais prevenção. A cada ano temos mais apoio da PM, PC e Bombeiros e a Prefeitura”, encerra. Idalina Almeida, diretora Social da entidade, diz que “2014 a Feira será mais segura. 2015 ainda mais”, diz Gouveia. ▶ Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural, garante que o Posto de Comando será uma novidade no que se refere a eventos de grande porte na região. “Recebemos milhares de pessoas aqui e devemos traçar ferramentas de controle e comando e coordenação. Vamos nos organizar e realizar a melhor de todas as Exposições”, fala. Major Gouveia repassou teoria e pratica para os participantes. 49 segurança um treinamento desta natureza não é importante somente para a Sociedade Rural e sim para cada ser humano. “Não estamos livres de questões da natureza, por exemplo, e devemos todos estar preparados. Queremos fazer a melhor de todas as exposições”, finaliza. Para o Tenente Coronel Geraldo Brasileiro, Comandante do 10º BPM, capacitar lideranças para enfretamento de risco é extremamente importante. “Situações adversas podem ocorrer, e devemos estar preparados. Nosso objetivo é que a população se sinta mais segura e acolhida”, diz. Polícia Militar O Coronel César Ricardo, Chefe da 11ª RISP, anunciou que, por dia, serão 200 Policiais Militares na Expomontes. Ao todo, são 2.400 PMS que contarão ainda com o auxilio da MCTRANS, Guarda Municipal e segurança particular – contratada pela Sociedade Rural, Cia Promoções e Total Eventos. O Posto de Polícia dentro do Parque foi totalmente reformado 50 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Aula prática para os participantes e ampliado. Agora, são três celas e dois banheiros. O local também terá internet para a confecção dos Boletins de Ocorrências. Segundo Osmani Barbosa, foi instado sistema de monitoramento eletrônico nas principais áreas do Parque. A base de dados será no Posto de Comando Unificado. “Investimento que promoverá a segurança”, avalia. O Coronel alega que “será possível monitorar, em tempo real, os principais pontos de acesso. Nos dará um maior poder de resposta”. Sobre o planejamento, ele acredita que “a integração dos serviços harmoniza o trabalho, tornando assim os serviços unificados. Criar responsabilidades é importante para o sucesso do evento”. Expomontes 2014 Implantação de Rede de Autoproteção Uma Revolução Silenciosa! Texto: Assessoria de Comunicação Organizacional da 11ª RPM É cada vez mais salutar e aplicável a afirmação contida no texto da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que define a Segurança Pública como dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, vez que, devido à complexidade e dinâmica das questões que a envolvem, as instituições componentes do Sistema de Defesa Social, sem a parceria com os cidadãos, não desenvolveriam e efetivariam ações tão eficazes e contundentes no combate à criminalidade, como tem-se observado. Porém, longo e perene é o caminho para a construção de uma sociedade de paz, bem como, grande é a exigência da criação de novos mecanismos para o alcance deste fim. Inovação é a palavra de ordem na conjuntura de Segurança Pública que se apresenta, somando-se às práticas do policiamento tradicional, adotadas pela Polícia Militar de Minas Gerais e, inserindo nessa prática, meios modernos e arrojados, altamente técnicos e voltados para a missão precípua da instituição, qual seja tornar Minas o melhor Estado para se viver. Nesse contexto, assume relevância o papel da comunicação, com ênfase na comunicação visual, que se apresenta como uma importante ferramenta de promoção institucional e, principalmente, de criação, para o público alvo, de “sensação de ambiente seguro”. A exposição e saturação da marca da Polícia Militar, em vários locais, confere visibilidade à instituição, com a clara propagação de seus valores, filosofia e postura institucional, bem como a transmissão de certeza ao cidadão de ter a quem recorrer em momentos de crise, haja vista a comunidade perceber a presença identificada e tangível de quem zela por sua segurança e pela ordem pública. A Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 11 assevera que: Outro importante mecanismo de combate à criminalidade é o desenvolvimento da consciência de que, através de medidas simples e práticas, é possível a quebra de um dos lados do triângulo da teoria das oportunidades do cometimento de crimes, qual seja, vítima potencial, uma vez que essa vítima não mais terá potencializada sua vulnerabilidade, pois ela própria se resguardará de tal situação. Especialmente, neste ano de 2014, a parceria com a 40ª EXPOMONTES será de extrema importância para o aumento da “sensação de ambiente seguro” pela população ordeira que se destinará ao Parque de Exposições João Alencar Athayde com a finalidade de prestigiar tão conceituado evento e se divertir, é claro, com a segurança oferecida pela Polícia Militar, orientando os visitantes com medidas de auto-proteção específicas para o evento. “Para proporcionar “sensação de ambiente seguro”, todos os elementos que compõem a identidade visual devem estar em perfeita sinergia e coerentemente relacionados. Isso, certamente, resultará numa identidade e comunicação institucional unificada, possibilitando o atendimento das necessidades de identificação geral, a melhoria das relações com os públicos e a projeção positiva da Instituição.” (DSSP Nr 11, p. 42-43) 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 51 Expomontes 2014 Espaço de todos Sociedade Rural promove feira de agricultura familiar e sela união dos produtores na Expomontes H á quatro anos, o sentimento de união levou a Sociedade Rural a procurar a Emater-MG para inovar na Expomontes. O órgão foi convidado pela entidade para realizar a Feira da Agricultura Familiar. Desde 2011, os resultados só crescem e os pequenos produtores comemoram a inclusão na festa. "Eu não acredito nessa divisão entre o pequeno, médio e grande produtor rural. Cada um tem particularidades que precisam ser respeitadas, mas enfrentamos os mesmos problemas e precisamos mesmo é nos unir. Trazer a Feira da Agricultura Familiar para a Exposição é fomentar a agricultura e a Sociedade Rural tem este papel agregador. Bons frutos são colhidos", sentencia Osmani. O extensionista da Emater, Robson Danilo Ferreira, aponta que a Feira da Agricultura Familiar tem colhido mais frutos a cada ano. "Foi muito importante criar esse espaço para o agricultor familiar, que tem muito a mostrar e mais: tem qualidade nos produtos que cultiva e produz. O público acaba por conhecer o que essas pessoas têm a ofertar e o agricultor consegue ampliar os negócios e as vendas por consequência", aponta. Em 2013, foram 40 pequenos produtores, de 12 Municípios, participando da Feira, todos com bons resultados. Segundo Robson, há casos em que a produção trazida para ser vendida durante os dias de Exposição se esgotaram em dois ou três dias. "Ficamos muito surpresos e felizes com o movimento. Tanto os produtores quanto o público aprovaram a iniciativa", afirma Robson. 52 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Demonstrativos alguns produtos explorados pela agricultura familiar Produto Área Plantada (ha) Arroz Banana Nanica Banana Prata Cana de Açúcar Café Coco Feijão Goiaba Laranja Limão Mamão Maracujá Mandioca Manga Milho Tangerina Urucum Eucalipto TOTAL 15,00 15,00 140,00 480,00 35,00 5,00 800,00 8,00 50,00 55,00 4,00 8,00 330,00 80,00 2.500,00 18,00 25,00 150 4.718,00 Em 2014 serão 80 participantes. Segundo a extensionista Maria do Rosário Pena, da Emater-MG, quem participa da Feira na Expomontes são os pequenos agricultores de Montes Claros e de Municípios vizinhos atendidos pelos escritórios locais da Emater-MG.. Eles comercializam beiju, doces diversos, bolos, biscoitos, licores, produtos derivados do milho, derivados da cana de açúcar, arroz com pequi, feijão tropeiro, frango caipira, carne de bode, artesanatos diversos, plantas ornamentais, entre outros. Presente nas últimas edições, Maria Idalina Souza fez sucesso vendendo produtos à base da carne de bode e car- Distribuição Fundiária do Município Área (ha) Nº de propriedades 2.070 Até 50 51 a 100 507 101 a 200 347 201 a 500 290 Acima de 500 120 Total: 3.334 neiro. O quibe de carne de bode foi um verdadeiro sucesso no ano passado e ela pretende repetir o êxito esse ano. "Aproveito a Feira da Agricultura Familiar para andar, conversar com os pequenos produtores e com o público sobre os benefícios da carne de ovinos e caprinos. Para os consumidores, a vantagem é que é uma carne muito saborosa e saudável. Para quem é criador, há grande vantagem, pois no espaço em que se cria uma vaca, criam-se dez cordeiros. É uma opção viável e rentável para pequenos produtores", esclarece Idalina. Quem também tem aproveitado a participação na Expomontes é Luiz Carlos Oliveira. Ele e a esposa começaram uma pequena fábrica de doces cristalizados há 14 anos com o auxílio da Emater-MG. Hoje, Luiz trabalha junto com cinco familiares produzindo doces cristalizados, com venda de cerca de 350 quilos por mês, renda que permite que a família possa viver bem. No entanto, o pequeno produtor sentia falta de poder ter maior espaço na própria região. "Vou a diversas feiras em Belo Horizonte, também já fui a Uberaba e lamentava que aqui não tivesse abertura para o pequeno produtor. Antes dessa Feira da Agricultura Familiar, eu vendia meus doces no estande da Emater durante a Expomontes, mas agora é muito melhor. Não só 53 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . em termos da venda durante o evento, mas a gente conversa com muita gente, dá o nosso cartão. Então mesmo quem não comprou na nossa mão durante a Feira, pode entrar em contato depois, vira freguês. É muito bom. Estamos animados com mais esta edição", comemora. Agricultura Familiar Dados da Emater_MG apontam que há, no Município, 5.685 agricultores familiares. A pecuária bovina é o destaque no setor agropecuário, principalmente, na produção de carne e leite. O rebanho, segundo o ultimo censo, é de 167.000 cabeças para uma produção de carne estimada em 10.900 toneladas de carne/ano, enquanto a produção de leite é de 20,5 milhões de litros/ano, e a agricultura familiar responde por 50%. Quanto à produção de alimentos básicos, os agricultores familiares respondem por uma área plantada de 4.488 hectares com os produtos arroz, feijão, milho, mandioca, sorgo, frutas em geral, cana de açúcar para uma produção estimada em 49.851 toneladas/ano com destaque para as culturas do milho, com 2.500 hectares plantados e feijão, com 800 hectares. A produção de hortaliça é bastante explorada pela agricultura familiar, e é a atividade que mais emprega mão de obra e proporciona renda para os produtores. A área plantada está em torno de 259 hectares para uma produção estimada de 4500 toneladas/ano. Expomontes 2014 Defendendo direitos Texto: Henrique Correa D efender os interesses do homem do campo e mostrar que existem formas de superar os desafios! Antônio Soares Dias, ou Antônio Dias como é conhecido, atua hoje como o segundo vice-presidente da Sociedade Rural. Natural de Montes Claros ele se orgulha de ter acompanhado grandes líderes montesclarenses. “Eu, como estudante, cresci acompanhado as lutas de Antônio Augusto, João Athayde, Osmani Barbosa, entre outros. Eles defendiam o homem do campo. Um momento importante que participei foi a exigência de uma documentação mais segura para o produtor, que vendia o gado para os frigoríficos”, conta Antônio Na defesa do homem do campo, ele participou da política nacional por três mandatos. O primeiro foi como deputado estadual. Na época, ele chegou a presidir a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Um dos momentos de maior importância foi ter, no meu mandato, o início das obras de ligação de Montes Claros até a rodovia Rio -Bahia. Foi uma grande conquista para todos”, pondera. Depois, Antônio Dias ainda representou o Norte de Triama Norte 54 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Minas ainda na Câmara de Deputados Federais em Brasília por dois mandatos. “Participei da comissão de agricultura. Foi uma grande luta em defesa do produtor rural. E o homem do campo precisa de mais apoio”. Na década de 1990, ele assumiu a presidência do Sindicato Rural de Montes Claros e liderou uma luta que contou com a participação de produtores de diversos municípios do Norte de Minas. “Fizemos uma caravana contra a correção monetária nos contratos agrícolas. A inflação assustava todos os brasileiros. O homem do campo, que ajuda na manutenção dos alimentos para quem mora na cidade, sofria com prejuízos”, relembra. Hoje, ele continua a defender o campo como membro da presidência da Sociedade Rural e destaca que ainda há muitas conquistas pela frente: “O homem do campo tem que ser teimoso e não deixar-se abater. Nós ainda precisamos de muito apoio e queremos lutar e unir forças para vencer. Nossa região tem vivido um período difícil por causa da seca prolongada, mas a Expomontes é reflexo que não estamos nos abatendo por isso”. Expomontes 2014 Emater-MG e Sociedade Rural, uma parceria de sucesso H Foto: Divulgação á 65 anos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), está presente no meio rural e na vida dos mineiros, prestando serviços de assistência técnica e extensão rural aos agricultores, com ações voltadas para a produção e oferta de alimentos, para a geração de renda e para a melhoria da qualidade de vida das famílias rurais, contribuindo, efetivamente, para o desenvolvimento sustentável do Estado de Minas Gerais. A trajetória da instituição é marcada pelo pioneirismo e pela vanguarda da extensão rural no Brasil e, ao longo dos anos, vem se consolidando como referência no fortalecimento do setor agropecuário mineiro, com inclusão social e produtiva de agricultores familiares, mulheres e jovens rurais. Minas Gerais se destaca, dentre outros Estados, pelo grande número de Municípios e pela sua diversidade regional. Considerando essa realidade, a Emater-MG prioriza o planejamento e a implementação de programas e projetos regionais que valorizam a identidade cultural, social e as características e vocações produtivas dos Municípios e regiões. A Emater-MG atende 400 mil agricultores e, para a prestação dos serviços de assistência técnica e extensão rural, conta, hoje, com 2.700 profissionais atuando em 779 municípios, mais de 93% das cidades mineiras, tendo em sua estrutura operacional 32 Unidades Regionais, 05 Unidades VerdeMinas – com prioridade em educação ambiental – e 01 Unidade Central, em Belo Horizonte. Emater-MG em Montes Claros A Unidade Regional da empresa em Montes Claros abrange 22 Municípios do Norte de Minas Gerais e possui mais de 100 profissionais capacitados para atender às demandas dos agricultores da região. Há 50 anos, o escritório local da empresa atende cerca de 2.600 agricultores, que recebem assistência técnica dos profissionais da área de extensão rural. A parceria com a Sociedade Rural começou assim que o escritório foi criado, no ano de 1964. A equipe trabalha, juntamente com os profissionais da Rural, na realização de feiras e leilões, cursos e capacitações para agricultores e técnicos, palestras, introdução de novas tecnologias, promoção de eventos voltados para o homem do campo, além da contribuição com o maior evento do agronegócio da região, a Expomontes, principalmente com a Feira da Agricultura Familiar, que este ano está na 4ª edição. Para o gerente regional, Ricardo Peres Demicheli, “nestes 50 anos compartilhamos tudo o que diz respeito ao setor agropecuário, colaborando para a evolução e as conquistas, para os avanços tecnológicos e a construção de políticas públicas que atendem o homem do campo. Além disso, a parceria também se fortalece com os momentos difíceis, como as diversas secas que assolam a nossa região, as equivocadas políticas de crédito rural com correções monetárias que levaram ao endividamento da classe, e os impedimentos tidos como “excessivos” do setor ambiental”, diz. Para Demicheli, o que fica é a certeza de que essa parceria contribuiu, e muito, para que o setor chegasse onde está. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 55 Expomontes 2014 IMA Instituto Mineiro de AgropEcuária Fotos: Divulgação O Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA, autarquia do Estado de Minas Gerais, criado pelo pela Lei 10.594, de 07 de janeiro de 1992, tem como missão “Exercer a defesa sanitária animal e vegetal, a inspeção e fiscalização de produtos contribuindo para a preservação da saúde e do meio ambiente” (Minas Gerais/IMA, 2014). Cuida da Defesa Agropecuária Estadual, com relação às doenças que podem acometer espécies animais e vegetais, de cunho econômico, importantes para o Estado e para o País, e que, por vezes, podem acometer o ser humano. O IMA conta com o serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em indústrias que abatam e/ou manipulem produtos de carne, leite, ovos, mel e pescado, e tem o objetivo de proporcionar à mesa do consumidor a segurança alimentar, coibindo produtos inadequados ao consumo. Realizamos – em parceria com associações, sindicatos 56 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . e escolas – palestras educativas e de sensibilização, envolvendo alunos da zona rural (Projeto Sanitarista Mirim) e produtores (Educação Sanitária e PASA). O IMA possui uma Sede Administrativa, situada na Cidade Administrativa do Governo de Minas, em Belo Horizonte, e vinte Coordenadorias Regionais distribuídas pelo Estado de Minas Gerais. A Coordenadoria Regional de Montes Claros, tem jurisdição de 14 Escritórios Seccionais, distribuídos por parte do Norte de Minas Gerais. A Coordenadoria Regional de Montes Claros controla um total de cinquenta e nove municípios no Estado. Sessenta e nove servidores estaduais apoiam os serviços na região da coordenadoria de Montes Claros, além de servidores municipais, espalhados em Postos de atendimento locados em municípios conveniados e estratégicos para melhorar o atendimento ao criador e encurtar as distâncias. Expomontes 2014 O campo e a água Texto: Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG. A seca deste ano, uma das piores desde 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), jogou por terra a crença brasileira de que a água doce é um bem infindável. Não é. Água acaba. Rios e córregos secam. Barragens viram lama. Assim, como bem finito, a água deve ser gerenciada como um tesouro cada vez mais escasso, do qual depende a sobrevivência humana e importantes atividades produtivas. Com a seca, a produção de grãos no estado teve queda média de 6,33% de janeiro a março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso do café, a perda pode chegar, em algumas regiões, a até18%, segundo a Fundação Procafé. Minas, até então considerada a caixa d’água do país, vive hoje um cenário de conflitos por água em várias bacias hidrográficas, como as do Alto Paranaíba, Araguari e Paracatu. Nessas bacias, a demanda (outorgas pelo uso da água), gerenciada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), já é maior do que a disponibilidade hídrica. Há locais com empreendimentos que exigem o rebaixamento do nível do lençol freático, podendo comprometer as nascentes, e a devolução dessa água, que ocorre, muitas vezes, em qualidade imprópria. Em várias regiões do estado, a disputa pela água coloca o consumo humano em conflito com os demais usos múltiplos, como geração energética, mineração, indústrias e irrigação. Tudo isso mostra que, a partir de agora – e mais do que nunca – sociedade, governos, instituições públicas e setores produtivos precisam intensificar a prática de uma gestão eficiente e constante da água, antes que seja tarde demais. Os produtores rurais conhecem sua responsabilidade. Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram que as regiões da América Latina e do Caribe poderão ter papel decisivo na alimentação da população mundial, estimada em 9 bilhões de pessoas em 2050, desde que as políticas de produtividade, no setor, sejam reforçadas. Entre essas políticas, o BID ressalta a política da irrigação, da gestão da água e da tecnologia de mecanização. O campo mineiro, que carrega nas mãos a bandeira da sustentabilidade, vem implantando gradativamente todos esses quesitos. Na área de irrigação, já utilizamos tecnologia de qualidade produzida tanto no Brasil quanto em países como Estados Unidos e Israel. Hoje, o nível de automação para economizar água e energia é enorme. Técnicas como microaspersão, gotejamento e irrigação localizada estão 57 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . disseminadas no estado. A irrigação por gotejamento consegue reduzir em 30% o uso da água nas plantações, podendo chegar, em alguns casos, a 70%. Sistemas de pivô central estão recebendo mangueiras para que a água chegue apenas onde precisa chegar – ao solo. E, nas regiões do estado onde a questão ainda não é preocupante, produtores rurais têm adotado técnicas para preservar a água pluvial no solo e realimentar lençóis freáticos, como as bacias de contenção de enxurradas, as “barraginhas”. O plantio direto (aquele no qual o produtor deixa a palha no solo, como forma de proteção da terra e da umidade) já é uma realidade, assim como o café plantado com capim braquiária. Na pecuária, produtores estão aprendendo a importância de planejar a alimentação do gado para o ano seguinte como forma de reduzir a dependência da água. O campo está fazendo sua parte. Esperamos que os governos, em todos os níveis, façam a sua. Programas como o Produtor de Água (cujo maior exemplo de sucesso vem de Extrema, no Sul de Minas) e o Bolsa Verde, que incentivam e remuneram quem preserva a água, sejam ampliados e fortalecidos. Estratégias como acumulação e reserva de água devem ser objeto de planejamento à longo prazo, para reduzir os efeitos de secas. Sem uma gestão eficiente por parte da sociedade, os conflitos por água tenderão a aumentar, elevando também a insegurança hídrica. E o preço pode ser alto demais. Expomontes 2014 Surpresas e vantagens dos ovinos e caprinos A ovinocaprinocultura é uma das principais atividades na economia do Nordeste Semiárido do Brasil Tanto as ovelhas quanto as cabras andam em rebanhos para se fortalecer. Sendo presa fácil para grandes predadores, a união do grupo é um meio de garantir a sobrevivência e a força de todos. Seguindo o ensinamento desses animais, os criadores de ovinos e caprinos do Norte de Minas têm se unido para fortalecer e levar o nome dessa cultura para a região. Membro da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Norte de Minas, Maria Idalina Souza juntou a paixão pelo campo com a vontade de empreender, após se aposentar. Ela viu na ovinocaprinocultura um bom negócio, e há anos viaja bastante para se inteirar sobre o assunto e incentivar a criação e consumo da carne desses animais. “Eu sou sergipana, e o povo do Nordeste ama a carne de ovelha e bode, é muito consumida por lá. Aqui, porém, há ainda muito preconceito, achando que a carne é doce ou é rançosa. Não tem nada disso. São carnes saborosas e muito saudáveis. Já ministrei muitas palestras em prefeituras aqui no Norte de Minas, incentivando as escolas a incluírem a carne de ovinos e caprinos na merenda escolar”, revela Idalina. 58 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Há seis anos, João Carlos Albuquerque adquiriu seis carneiros e se surpreendeu com os animais. Criando tradicionalmente o gado nelore, João Carlos descobriu novas possibilidades nos carneiros, tendo hoje 70 animais na propriedade dele, todos da raça sul africana Dorper. “No início, um senhor em Janaúba comprava todos os machos que nasciam em minha fazenda. Tive uma boa surpresa com esse animal, que além de tudo é muito bonito e agradável. Tenho tido bons resultados com os carneiros”, conta. João Carlos explica ainda que possui parceria com o campus da UFMG, em Montes Claros, de modo que professores e alunos visitam a criação dele para dar assistência e estudar os carneiros: “É uma relação de mão dupla, boa para os dois lados”, comemora. A rentabilidade é o fator que Nário da Silva Ramos destaca para o produtor norte mineiro se interessar pela criação de ovinos e caprinos. Ele aponta que no espaço em que se cria uma vaca, pode-se criar cerca de dez ovinos ou caprinos, que possuem bom preço no mercado, tendo inclusive ciclo de reprodução de menor duração, o que adianta o retorno Expomontes 2014 “ Hoje, a nossa luta é para trazer um frigorífico para o Norte de Minas.” financeiro do produtor. “Para o animal de corte, consegue-se cerca de R$ 300 pelo animal, que é menos que o preço obtido com a venda de gado, mas os ovinos e caprinos se reproduzem mais rápido do que o tempo de gestação para um bezerro, então compensa. Eu trabalho com animais de melhoramento genético e por um animal reprodutor consigo cerca de R$ 1000 por um caprino e R$ 1.500 por um ovino. É um grande negócio”, ressalta Nário. Além de todas essas vantagens, Nário revela que esses animais são dóceis e inteligentes, sendo criados no pasto, mas uma vez tendo aprendido, retornam para o curral sozinhos, na hora de dormir, demandando menos esforços. Maria Idalina acredita que a criação de ovinos e caprinos tem crescido na região, mas que a ausência de um abatedouro ainda é um empecilho para que a carne desses animais cheguem à mesa do norte mineiro. “Não se pode transitar a carne sem a origem do abate, portanto o abatedouro é um fator primordial para que essa carne saudável e saborosa chegue com facilidade à casa das pessoas. Agora que o frigorífico da região será reaberto pelo grupo Minerva, vamos entrar em contato e ver se será bom para os criadores de ovinos e caprinos também. Enquanto isso, temos vendido muitos animais para fora”, conclui. Hotorgantino Lopes é criador de caprinos e presidente da Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos de Montes Claros (Accomontes). A sua criação já tem 32 anos e, de acordo com ele, desafios foram superados ao longo dessas três décadas. "Quando eu comecei a maior dificuldade era a falta de um ponto de apoio para a venda da produção. Depois que a associação se desenvolveu tivemos essa ajuda. A valorização do animal nesse tempo foi grande. O esforço compensou", conta. A Associação já funciona há 12 anos focada no pequeno e médio produtor e busca formar uma parceria entre os criadores de ovinos e caprinos na região. "Hoje, a nossa luta é para trazer um frigorífico para o Norte de Minas. Isso contribuiria para aumentar o consumo aqui. Agora, a maior parte da nossa produção vai para o Rio de Janeiro e São Paulo". Você sabia? � Depois de ter diminuído de forma constante de 1990 a 2000, o rebanho ovino mundial voltou a crescer. A criação de ovelhas e cabras, ovinocaprinocultura, é uma das principais atividades na economia do Nordeste Semiárido do Brasil. Isso porque o Nordeste possui as condições ideais para a sua exploração. Hoje, podemos afirmar que a ovinocaprinocultura tem uma enorme diversidade de produtos que podem ser explorados comercialmente como: carnes, peles, leite e derivados. � A China vem apresentando um crescimento significativo em seu rebanho em termos de quantidade de animais e de participação percentual, graças a um conjunto de incentivos oficiais implementados durante a década de 1990. Junto com Sudão, Irã e Índia, a China é dos raros países detentores de grandes rebanhos que está aumentando sua população ovina. Expomontes 2014 A voz do agronegócio Cabine Elias Tavares voltou a funcionar em 1994 H á mais de 40 anos a Sociedade Rural presta serviços de sonorização por meio da Rádio Expomontes. O ofício de anunciar tudo o que acontece dentro do Parque de Exposições João Alencar Athayde sobre a Feira, era de responsabilidade de Elias Tavares. Hoje, mais moderna e com estúdio e cabine próprios, dois locutores, todo o trabalho é coordenado por Célia Caldeira. Há 12 anos ela capta clientes, contrata os profissionais que dão a voz do agronegócio nos dias de evento. O espaço presta uma homenagem ao precursor Elias Tavares. Segundo Célia, o som de linha é ouvido dentro do Parque com transmissão em formato de rádio com informações sobre a Expomontes. “Fazemos serviços de apoio a toda a estrutura da Mostra. Falamos sobre as palestras, seminários, notícias de agronegócios, dicas para o produtor rural, minuto no campo- informações de agronegócios, dicas de meio ambiente , informações dos shows, leilões, hora certa e músicas de sucesso. Anunciamos também recados de utilidade pública, avisos, crianças perdidas e documentos abandonados. Na verdade, prestamos um grande serviço social”, afirma. Osmani Barbosa Neto, Presidente da Rural, ressalta a importância da Rádio. “O que fazemos aqui no Parque deve ser difundido e é para isso que implantamos a Rádio. O mais forte instrumento de comunicação aqui dentro do Parque”-, comenta. 60 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . A Rádio fica embaixo do Palco principal na Cabine Elias Tavares, que voltou a funcionar em 1194 e leva o nome do precursor na locução de pista dentro do Parque. Foi ele quem criou o sim interno e viabilizou o formato da rádio, que inicialmente, era somente para divulgar pessoas e ou objetos desaparecidos. A Rádio funciona das 8h às 22h, possui 44 caixas de som e 2,2 mil metros de cabos espalhados pelo maior complexo de eventos do Norte de Minas. Expomontes 2014 Fernando e Sorocaba estimulam jovens a permanecer no campo Campanha da dupla valoriza o meio rural para garantir a sucessão familiar nas fazendas Texto: SouAgro Foto: Divulgação M esmo com toda a pujança do agronegócio brasileiro, o campo não é atrativo para os jovens. O Brasil conta hoje, com cerca de 6 milhões de habitantes entre 14 e 24 anos que vivem no meio rural, segundo dados do IBGE. Porém, anualmente 650 mil jovens abandonam a atividade rural e vão para grandes metrópoles em busca de oportunidades de trabalho. Esse êxodo rural dos jovens gera escassez de mão de obra e dificuldade para a continuidade dos negócios no campo. A música sertaneja foi repaginada e passou a atrair milhões de jovens para shows de duplas famosas em todo o País. Agora, uma das principais delas está tentando transferir esse sucesso para o trabalho no campo. Desde fevereiro, todos os shows de Fernando e Sorocaba começam com um vídeo que estimula os jovens a trabalhar com o agro e a permanecer no campo. “Nossa campanha usa o bom momento da música sertaneja para atrair o jovem, dizer que ele deve ter orgulho de trabalhar no campo”, diz Sorocaba. “As pessoas tinham vergonha de dizer que gostavam de sertanejo, mas essa nova linguagem atrai cada vez mais gente”, completa. Com raízes fincadas no campo, a dupla se preocupa com o futuro do agro brasileiro. Sorocaba é formado em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina. Foi na cidade paranaense que ele começou a tocar com Fer- 61 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . nando, que viveu no campo até os 15 anos. “A nova linguagem revigorou a música sertaneja, mas ela não deixa de falar do meio rural, agora com uma pitada urbana que cria uma relação entre o homem do campo e o da cidade”, explica Sorocaba. Chamada de Bravo, Bravo!, a iniciativa tem o patrocínio da Minerthal, empresa de suplementos para a alimentação animal. “A continuidade do negócio rural de nossos clientes e a atração de mão de obra qualificada para o setor são dois problemas importantes”, diz Fernando Schalch Júnior, responsável técnico da Minerthal. Foram as mesmas preocupações que levaram Fernando e Sorocaba a idealizar a campanha e buscar a parceria da empresa. “Queremos atrair o jovem a botar a mão na massa”, diz Fernando. “Com a tecnificação cada vez maior da agropecuária, precisamos de gente que goste de fazer as coisas de forma moderna e com consciência ecológica”, completa Sorocaba. Se repetirem com a atração dos jovens do campo o sucesso que tiveram renovando a música sertaneja, Fernando e Sorocaba podem colocar seus nomes também na história do agro nacional. Depois de Victor, da dupla com Léo, Sorocaba é o artista que mais arrecada com direitos autorais de suas músicas no Brasil. Expomontes 2014 Pecuária de corte está promissora O Brasil lidera produção na América Latina A pecuária de corte no Brasil apresentou uma crescente modernização nos últimos dez anos. O setor usa tecnologias que vêm impactando no aumento da produtividade. A produção do País ocupa destaque no mundo. Atualmente, possui o maior rebanho comercial bovino, com 185,3 milhões de cabeças, aproximadamente 50% do total de bovinos na América Latina e segundo maior do mundo. Entre as atividades do agronegócio, a pecuária é a que abrange a maior área, representando 73% da área ocupada por atividades agropecuárias. A pecuária de corte brasileira apresenta uma ampla gama de sistemas de produção é desenvolvida em todos os Estados e ecossistemas do País. São várias as atividades, como pecuária extensiva com pastagens nativas e cultivadas de baixa produtividade e pouco uso de insumos e a pecuária intensiva com pastagens de alta produtividade, suplementação alimentar em pasto e confinamento. Porém, qualquer que seja o sistema de produção, a atividade caracteriza-se pela predominância de uso de pastagens. Os rebanhos apresentam uma predominância dos genótipos zebuínos, em especial da raça Nelore, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e os taurinos predominam na região Sul, destacando-se as raças Hereford, Aberdeen Angus, Simental e Charolês. A bovinocultura de corte e leite engloba cerca de 225 milhões de hectares e um rebanho da ordem de 195,5 milhões de cabeças, distribuído em 2,7 milhões de propriedades. 62 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Norte de Minas Segundo Wallisson Lara Fonseca, Analista de agronegócios do SISTEMA FAEMG, as perspectivas para a pecuária de corte são promissoras este ano. O bom momento é uma consequência da correlação entre oferta e demanda. De um lado, o apetite dos frigoríficos pela carne bovina está maior devido ao aumento das exportações e do consumo interno. Do outro, a oferta de animais para comercialização permanece estável. A escassez do boi gordo é reflexo do aumento no abate de fêmeas nos últimos três anos. Os pecuaristas diminuíram seus rebanhos, vendendo matrizes, para honrar compromissos, uma vez que as cotações da arroba não eram suficientes para custear a produção. Outro fator que tem influenciado o preço atual da arroba é a estiagem em Minas Gerais e nos principais estados produtores de carne bovina no primeiro bimestre. A consequência da seca é um volume restrito de animais no mercado doméstico para o abate. A diminuição da oferta instigou a competição entre os frigoríficos na busca pelo boi gordo, gerando consecutivas altas de preço. A situação surpreendeu os agentes, que esperavam justamente o oposto nesse período considerado de “entrada de safra”. A competição entre os frigoríficos está tão acirrada que desencadeou uma série de campanhas publicitárias com o Expomontes 2014 objetivo de conquistar consumidores tanto internos quanto externos. Quem ganha com isso é o produtor rural, que tem o seu produto em evidência e valorizado. Entretanto, é de suma importância que o pecuarista seja um bom gestor neste momento de bonança e saiba investir seus ganhos e vislumbrar a sustentabilidade da pecuária de corte. Para o Engenheiro Agrícola, pecuarista e diretor de pecuária da Rural, Sergio Athayde, o cenário desenhado é promissor até porque a região agora conta com um frigorífico, em Janaúba. “O que é necessário é dar incentivo, informar como os produtores podem participar de programas, buscar mercado e investir em genética. Isso inclui novas tecnologias de inseminação artificial, agregação de técnicas de IATF (IATF - Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o que trará ganhos em produtividade dos animais com a comercializados de bovinos com mais precocidade e melhor rendimento da carcaça”, afirma. A qualidade do rebanho norte mineiro é indiscutível, descreve Sérgio. Além disso, as características raciais são bastante satisfatórias. A predominância é de nelore. 80% são para pecuária de corte. Animais próprios para a atividade com rusticidade e adaptáveis. O clima quente com excelentes forrageiras contribui para uma carne de melhor qualidade, que é reconhecida nacionalmente. Porém, por causa do longo período de estiagem é necessário ficar atento a algumas questões, o diretor alerta: “Especialmente por causa do clima semiárido que exige uma suplementação e produção de boas forrageiras. Mas é fundamental o planejamento estratégico para vencer as adversidades climáticas. Frigorífico Minerva Ânimo para os produtores rurais Osmani Barbosa Neto, Presidente da Sociedade Rural, afirma que a instalação do frigorífico serve como um alento para o pecuarista. “Grandes avanços já foram obtidos e não irão parar por aqui. O potencial da pecuária da região é enorme. O frigorífico vai fomentar a economia regional, viabilizar novos postos de empregos, gerar trabalho. A empresa vai ser um instrumento catalisador de desenvolvimento. Estamos confiantes numa nova etapa para o norte mineiro, que sofre com períodos extensos de estiagem. Rômulo L’Abbate, diretor de assuntos creditícios da Rural, afirma que o produtor do Norte de Minas está preparado para atender o frigorífico. Ele assegura que são 12 milhões de cabeças de gado num raio de 500 quilômetros. Sérgio Athayde acredita que a vinda do Minerva para a região representa um incentivo ao pecuarista. “Os produtores rurais devem investir nas suas propriedades e no desenvolvimento dos seus rebanhos, já que o frigorífico rompe – elimina o grande gargalo, que é a comercialização. Por causa da distância e do frente”, termina. História Inaugurada na década de 1970, ainda com o nome de Frigodias, a indústria foi adquirida pelo Kaiowa na década de 1980. O frigorífico encerrou as atividades em 1990 quando o Kaiowa decretou falência e desativou as unidades espalhadas pelo País. Em 2006, foi arrendada pelo Grupo Independência e voltou a funcionar, mas fechou posteriormente. Atualmente, a Minerva Foods opera 12 plantas de abate e desossa e 11 centros de distribuição em dez Estados do Brasil, Paraguai e Uruguai, com uma capacidade diária de abate de mais de 11.500 cabeças de gado e de desossa de 2.240 toneladas de carne bovina. Além disso, possui unidades operacionais na América do Sul e escritórios próprios em países como a Rússia, Argélia, Arábia Saudita, Itália e Estados Unidos. “80% da produção são destinadas à exportação para Europa e Oriente Médio. Em 2013, os produtos da Holding foram para 90 países. O restante, para o mercado interno, principalmente pequenos varejos”, informou o Sócio-Presidente do Minerva, Ibar Vilela Queiróz. Os frigoríficos do Brasil são os melhores do mundo e o consumidor brasileiro também é um dos mais exigentes da atualidade. Wagner Augusto, Diretor de Originação do Minerva, garantiu que o Grupo está aberto a todo tipo de negociação. Os preços são pagos de acordo com a região. “Contamos com vocês. Negociamos da forma que desejarem: à vista, 15 dias, 30 dias. Não perdemos negócio”, acrescentou. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 63 Expomontes 2014 Pecuária leiteira apresenta novo formato na Exposição Minas Gerais se destaca como a maior bacia leiteira do país O Brasil é o sexto maior produtor mundial de leite, com uma produção nacional de (23,16 bilhões de quilos). Minas Gerais é o maior Estado produtor de leite no País, respondendo por 30% da produção nacional, o que representa nove bilhões de litros. O Norte de Minas produz 8 milhões de litros de leite por dia, podendo ir a 500 mil litros de leite durante o período de águas. A região representa 5% da produção total dos mineiros. “Nas “águas” produzimos 450 mil litros de leite por dia. Na seca, são 250 mil. Temos na região, 3 mil produtores com vacas em lactação”, afirmou Otaviano Pires, Diretor de Pecuária da Sociedade Rural e Presidente da Associação dos Criadores de Gado de Leite (ACGL). Para dar visibilidade à cadeia com números expressivos, as duas entidades promovem, pela terceira vez, o Torneio Leiteiro na Expomontes. “Dentre outros objetivos, pretendemos incentivar e 64 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . promover a pecuária e demonstrar por meio dos animais concorrentes o grau de desenvolvimento da pecuária leiteira da região”, destaca Osmani Barbosa Neto, Presidente Sociedade Rural. Torneio Leiteiro Não são aceitos para o Torneio Leiteiro animais ainda em produção de colostro. Cada participante poderá concorrer com apenas um animal por categoria. Os bovinos serão divididos de acordo com o grau de sangue e idade e somente poderão participar a partir da apresentação do Guia De Trânsito Animal (GTA), acompanhada da Nota Fiscal de produtor rural. Também é necessário apresentar o certificado de vacinação contra febre aftosa, atestado de exame negativo para brucelose e tuberculose e outras documentações. O leite ordenhado será depositado em tanque resfriador e posteriormente será comercializado. Expomontes 2014 Em 2013, O produtor rural, Joseph Ernest Thiemann, foi o dono da grande campeã – Janaúba de 84 meses, que tem gasto com a alimentação R$ 300,00 por mês - disse que em 2014 ele pretende ganhar com ordenha de 65kg litros/dia. Na primeira edição, em 2012, o grande campeão foi o produtor Fábio Lafetá Rebello Filho, que concorreu com uma vaca girolânda. O animal produziu 41 kg de leite/dia. “O Torneio Leiteiro é um importante meio de mostrar a qualidade genética da nossa produção. Eu ganhei na primeira edição e espero trazer para o ano que vem as crias do animal vencedor em 2012”, conta. Fábio trabalha com a produção de leite há 25 anos, ele segue os passos de seu pai. De acordo com ele, as pesquisas e as constantes avaliações técnicas tem demonstrado que o Norte de Minas está no caminho certo no que diz respeito à produção leiteira. “Todo o pessimismo que vem com a seca está sendo superado anualmente. Esse tem sido um problema que impede resultados melhores, mas ele não tem vencido”. Ele afirma ainda que os bons resultados valorizam o rebanho e o criador. Para Otaviano Pires, diretor de Pecuária leiteira da Rural, o setor é um mercado que vale a pena, e dá sustentabilidade porque há possibilidade de sequência. Nova visão Hoje, o produtor rural, além de manter a paixão pelo campo, tem visão empresarial. E assim como os tradicionais empresários do universo urbano, eles buscam, na pesquisa, compreender a melhor forma de investir no rebanho. “Existem diferentes formas de avaliar o que pode ser mais rentável. Uma delas é avaliar o aproveitamento, em condições semelhantes, de engorda”, explica Otaviano Pires. De acordo com ele, mesmo já existindo uma ideia de que tipo de raça é melhor para cada objetivo, os testes não param para o aperfeiçoamento desse tipo de trabalho. "A raça holandesa é uma opção para quem quer produzir leite, mas isso não impede que o trabalho genético continue para identificar o que é possível ampliar". Ele explica que somente em condições idênticas de alimentação e ambiente é possível analisar o desempenho do rebanho e a sua qualidade genética. "Avaliando a genética, podemos ver qual o melhor investimento na hora da compra de animais", afirma. A seca dos últimos três anos tem sido a pior em 40 anos no Norte de Minas. De acordo com Otaviano, a preocupação com a qualidade do leite e do rebanho tem se intensificado para superar a estiagem. "Os transtornos com a falta de chuva foram grandes e, por isso, não temos pastagem suficiente para o gado. A solução tem sido procurar alternativas para alimentar os animais". Durante a 40ª Expomontes, produtores rurais acompanham seus animais no Torneio Leiteiro. "Esse é um momento importante de avaliação. Não só para o concurso, mas para avaliar a produção que virá ao longo de todo o ano. A premiação é um momento de incentivar o produtor rural em seu trabalho", explica. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 65 Expomontes 2014 Fruticultura: vida que nasce no sertão Clima, terra e menos defensivos são ingredientes de sucesso para o cultivo da região U m mundo verde e amarelo. Não, não estamos falando da torcida do Brasil na Copa. Para quem não sabe, parte do Norte de Minas fica verde por conta do cultivo do limão e amarelo pelas plantações de banana e manga. Junto a outras frutas cultivadas em menor proporção, a nossa região vem fortalecendo o nome da fruticultura, levando a credibilidade dos produtos belos, saudáveis e saborosos que têm sido colhidos por aqui. Rodolpho Velloso é diretor de fruticultura da Rural e explica que os produtores norte mineiros tiveram, por um tempo, vantagem em relação a outros Estados do Sul e Sudeste do Brasil, por conta de incentivos em crédito diferenciado por conta da localização dentro da área da Sudene. "Hoje o crédito já não é o fator que dê tanta vantagem, porque outras regiões também estão recebendo esse benefício. Mas temos um clima muito favorável, que é quente e seco, que favorece bons frutos e diminui a incidência de pestes, motivo pelo qual podemos usar menos defensivos agrícolas que outros locais. Isso, somado à irrigação, nos dá frutos de destaque, que elevam o nome do Norte de Minas e tem feito com que cresçamos a cada ano", aponta o diretor. Geraldo Bernardino trabalha com o cultivo de banana prata e manga palmer e decreta: "Para quem tem água, não há nada mais lucrativo. Eu trabalho também com a pecuária e digo que não tem como comparar". Ele se considera pioneiro na região, tendo começado na área desde 1993, enfrentando problemas iniciais por conta de investimentos em tecnologia e 66 irrigação para fazer o negócio prosperar. Geraldo enumera vantagens da produção. A banana tem o benefício de se colher três vezes num período de um ano e meio, sendo as duas safras posteriores chamadas de "filhas" e "netas". Já na manga, da qual cultiva a qualidade Palmer, ele explica que este tipo dá frutos em todo ano, por isso. é possível colher a fruta quando os pés nos quintais das pessoas não estão produzindo. "É um mercado muito lucrativo, mas o pecuarista que resolve se aventurar sem conhecimento vai fracassar. Existe toda uma técnica para se produzir frutas irrigadas, é preciso entender isso", alerta. É o que também pontua Dirceu Colares de Araújo Moreira, para quem os custos com a irrigação, adubação e alta tecnologia para se produzir frutas no Norte de Minas, faz com que seja mais rentável produzir em grande escala. Há 18 anos no mercado e atuando também como presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Banana, ele planta banana prata e aponta que este produto tem forte apelo no mercado nacional, mas ainda encontra barreiras para a exportação. "O mercado externo não conhece a banana prata, mas sim a nanica, daí a dificuldade. É um mercado onde primeiro tem que se investir em marketing", pontua. Tanto para Dirceu quanto para Rodopho Rabello, a Expomontes é o momento de vitrine, para mostrar os bons produtos da região. Rodolpho lembra também que a Feira traz a possibilidade de reivindicações perante os governos e a classe política. "Nossa região tem boas terras, solo fértil e clima favorável, mas a seca 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . é um problema histórico. Mesmo os projetos irrigados estão enfrentando dificuldades com esta grande estiagem ano após ano, pois o nível dos rios está abaixando. Corre-se o risco de ver prejudicado o maior projeto de irrigação da América Latina, em Jaíba. Precisamos que as autoridades olhem mais para esses problemas e também deem boas condições de crédito para que o produtor tenha condições de continuar levando produto de boa qualidade para a mesa dos brasileiros", enfatiza o diretor. Foto: Brasnica Norte de Minas é referência A região do Jaíba, no Norte de Minas, é a maior produtora e a principal exportadora de frutas do Estado. Produzidos na região, o limão thaiti e a manga palmer são vendidos para vários países e, em breve, a banana prata também será exportada. O polo de fruticultura do Jaíba é um arranjo produtivo local (APL), que está localizado no Norte de Minas, e inclui, dentre outros municípios, os de Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso e Nova Porteirinha. O destaque do APL são as culturas de limão, banana e manga, que atualmente representam cerca de 44% da área irrigada da região. Entre pequenas, médias e grandes empresas, o número total de produtores passa de 900, com um área cultivada de cerca de 10 mil hectares. O valor da produção em 2011 atingiu a marca de R$ 194 milhões com o potencial de chegar, até 2025ao o valor de R$ 350 milhões. O município de Jaíba ocupou a liderança nas exportações de frutas de Minas em 2012 e representou 100% das exportações do Norte de Minas. De janeiro a dezembro de 2012, as exportações de frutas e derivados do Jaíba totalizaram US$ 997,62 mil. O município exportou 1,3 mil toneladas de frutas. O projeto, que já recebeu cerca de US$ 500 milhões em investimentos, tem espaço e capacidade para crescer ainda mais. 67 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Banco do Nordeste prevê grande movimentação na Expomontes O Banco do Nordeste está presente, das 18h às 22h, na 40ª Exposição Agropecuária de Montes Claros, a Expomontes. A expectativa dos gestores da instituição é de grande movimentação no estande montado no Parque de Exposições João Alencar Athayde. As equipes das duas agências do Banco do Nordeste em Montes Claros estão a postos para atender os participantes da maior exposição agropecuária do Norte de Minas Gerais. Funcionários dos programas de microcrédito urbano (Crediamigo) e rural (Agroamigo) também estarão à disposição do público. O superintendente do BNB para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, ressalta que historicamente a instituição disponibiliza o que há de melhor em taxas e prazos para os financiamentos ao público rural. 68 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . “O Banco do Nordeste tem uma preocupação genuína em apoiar os produtores de forma sustentável”, completa Wesley. Wesley crê em um grande volume de contratações durante a exposição. “Nossa superintendência possui dotação de R$ 1 bilhão e R$ 20 milhões para aplicações no ano de 2014. Desse valor, R$ 100 milhões são para as duas agências de Montes Claros. Estimamos que grande parte dos negócios deve ser efetivada durante a Expomontes”, acredita o executivo. “Os funcionários estarão de plantão no estande para prestar informações sobre os produtos e serviços do Banco do Nordeste destinados não apenas aos produtores rurais, mas também aos micro e pequenos empresários, além dos empreendedores individuais”, afirma o gerente geral da agência Montes Claros, Josafá Araújo. Expomontes 2014 Conhecimento para avançar! Para acompanhar a velocidade das mudanças, os avanços tecnológicos e, principalmente, para termos diferencial competitivo no mercado é necessário se capacitar. A Expomontes é um dos períodos do ano mais importantes para quem trabalha na área de ciências agrárias. É o momento em que o produtor rural renova conhecimentos, conhece inovações tecnológicas e planta sementes para o futuro. Com 24 edições da Expomontes no currículo, a médica veterinária Silene Prates Barreto se orgulha de ter uma história com a Sociedade Rural desde a infância. “Meu pai era produtor e eu o acompanhava sempre. A escolha da minha profissão veio da minha vivência aqui”, revela. Hoje Silene é a responsável pela seleção e coordenação dos estagiários que auxiliam durante a Expomontes. Neste ano, foram 19 estudantes selecionados, e ela lamenta que não haja oportunidade ainda para todos que se inscrevem. “Para a Sociedade Rural é muito bom, pois eles nos auxiliam na chegada dos animais, no julgamento, na interlocução com os expositores. E para eles é uma grande oportunidade de conhecimento. É uma parceria boa para todos os lados”. Delegada no Norte de Minas do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais, a presença dela na 69 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Sociedade Rural fortalece parceria entre as duas instituições, sendo oferecido um estande para o Conselho onde pode apresentar ao público a atuação do órgão. “Neste ano, vamos abordar as doenças relacionadas a animais; a importância do veterinário na produção de alimentos de origem animal, como a carne e o leite; os problemas relacionados ao tráfico de animais; mas nosso orgulho é poder discutir o animal na inclusão social, como na equoterapia e o cão-guia”, destaca. Os produtores rurais que participarem do Dia de Campo terão a chance de conferir o trabalho de Silene de perto, pois ela é parte da comissão que percebe as demandas da região, elabora as estações de trabalho e convida pesquisadores para vir repassar conhecimento aos fazendeiros. “É uma alegria ainda maior fazer isso durante a 40ª Expomontes, pois, além disso, temos também os 70 anos da Sociedade Rural, sendo duas grandes datas juntas. Fico muito feliz de poder ser uma parte dessa história e estar aqui, colaborando numa edição tão importante”, comemora. Bem-vinda à Expomontes! Com entrada no crédito rural, Caixa participa pela primeira vez da maior feira do agronegócio no Estado A 40ª Expomontes vem fazendo história. Além dade na negociação. Na essência, os serviços contemplam de ser também parte das comemorações dos 70 produtores rurais que pretendem investir, e, portanto anos da Sociedade Rural, esta edição traz novi- necessitam de maior carência e prazo para pagamento, e dades. Pela primeira vez, a Caixa será patroci- produtores que necessitam de recursos apenas para cusnadora e expositora na festa. A estreia vem para atender a tear investimentos já em andamento e precisam de menos um desejo antigo da instituição em fazer parte da maior tempo para quitar a dívida. feira do agronegócio de Minas Gerais. Para a feira, o superintendente aponta que um gran“Há tempos que temos interesse em fazer parte da de marco será a presença do Caminhão do Agronegócio, Mostra, mas havia uma distância, uma agência itinerante voltada para pois a Caixa não dispunha de proo fechamento de contratos voltados dutos e serviços especialmente volpara o crédito rural. A expectativa é tados para o produtor rural. Agora, de que durante a Expomontes sejam com a criação do crédito rural, ficoncedidos créditos em torno de R$ nalmente podemos aproximar nossa 3 milhões, e que os atendimentos remarca desse grande evento”, comealizados ainda gerem, nos dias submora o superintendente regional da sequentes novos contratos, atinginCaixa, Gustavo Sampaio. do um total de R$ 15 milhões. Com público estimado em 360 “Eu venho de outra região, do lesmil pessoas durante 12 dias de evente paulista, e ouvi dizer que o mineito, a Caixa pretende levar ao conhero é mais cauteloso. Então queremos cimento das pessoas o ingresso da que todos os produtores conheçam instituição também no crédito rural. nossos produtos durante a Expo“O nome de nossa marca está muito montes e esperamos que aqueles que associado à habitação, à poupança, não fecharem contrato durante o à política de juros mais baixos, mas evento, possam retornar pouco temqueremos que as pessoas saibam, Gustavo Sampaio - Superintendente po depois”, revela. agora, que a Caixa também oferece da CAIXA no Norte de Minas Antes mesmo da festa começar, o possibilidades ao produtor rural. E clima é de comemoração. “Há temnada melhor para divulgar nossa enpos que queríamos fazer parte desse trada nesse mercado do que particigrande evento. Tenho certeza de que par da Expomontes”, explica o superintendente. nossa entrada na Expomontes será um marco para a CaiGustavo Sampaio explica que em termos de oferta de xa e para o crédito rural, e que nossa parceria possa se serviços, a Caixa traz produtos semelhantes aos demais repetir pelos próximos anos”, finaliza. disponíveis no mercado por outros bancos, mas que o Credito/fotos: Caixa-Imprensa cliente que procurar a Caixa deve encontrar mais agili- 70 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Contribuição Sindical Rural Texto: Renato Alencar Dias* C onsiderando o fundamento Constitucional de que é livre a associação profissional ou sindical e que ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato, há muito se questiona sobre a obrigatoriedade da Contribuição Sindical Rural. Hoje não restam mais dúvidas. Instituída em 1943, a Contribuição Sindical Rural tem caráter tributário e é devida por todos os produtores rurais, pessoa física ou jurídica, conforme estabelece o Decreto -Lei nº. 1.166, de 15 de Abril de 1.971, com a redação dada pelo artigo 5º. da Lei 9.701, de 18 de Novembro de 1.998. Os recursos arrecadados, deduzidos os custos da cobrança, são distribuídos ao Ministério do Trabalho (20%), Sindicato Rural (60%), Federação da Agricultura do Estado (15%) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA (5%). É a fonte de recursos mais expressiva que conta o Sistema Sindical Rural, constituído atualmente por 1.924 Sindicatos Rurais e 27 Federações Estaduais, que têm na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sua representação máxima, para atuar em nome dos produtores rurais brasileiros, defendendo seus interesses e reivindicações. Conforme estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 149, e a Consolidação das Leis do Trabalho, nos artigos 578 a 591, essa contribuição é obrigatória, independentemente, de o produtor rural ser ou não filiado a sindicato. O não pagamento nas épocas próprias, 31/01/2014 para as pessoas jurídicas, e 22/05/2014 para as pessoas físicas, acarretará ajuizamento de Ação de Cobrança contra os produtores inadimplentes perante a Justiça do Trabalho, com todas suas consequências, inclusive de restrição de crédito. *Advogado - Diretor Jurídico - Sociedade Rural de Montes Claros 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 71 Expomontes 2014 Parceria inédita vai viabilizar exames de hepatite A parceria entre a Sociedade Rural e a Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH) – unidade Montes Claros – e o Laboratório Rafhá vai possibilitar a realização de 3.200 testes rápidos de Hepatite nos 12 dias de Expomontes. Será montado um estande no Parque de Exposições João Alencar Athayde, que contará com representantes da ABPH, psicólogo e técnico em enfermagem. Os profissionais atenderão à população, farão os exames e encaminharão para o Centro de Referência casos de infectados que forem identificados ao longo dos 12 dias de evento. Segundo o diretor da Unidade Montes Claros, Luiz Carlos Alves Amaral, também portador da doença, outro objetivo de estar na Exposição é atingir um número máximo de pessoas com informações sobre a doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 150 milhões de pessoas no mundo têm hepatite C. O perigo é que muitos carregam o vírus sem saber, já que ele pode agir por décadas sem manifestar sintomas, resultando na demora em buscar orientação médica. O diagnóstico tardio contribui para a forma crônica da doença, resultando em lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático. No Brasil, são 3 milhões. 90% ainda não sabem que têm a doença. “O grande problema é a desinformação. Por isso, vamos distribuir folders, conversar com os visitantes e desmistificar que a hepatite é curada apenas com chá de picão. Isso não é verdade”, afirma Luiz Carlos. Fique Atento Transmissão Hepatite A- Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Hepatite B- Como o vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Entre as causas de transmissão estão: • Por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada, • da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou amamentação, • ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings, • por transfusão de sangue contaminado. 72 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . De acordo com a Coordenadora Estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaina Fonseca Almeida, a disseminação da doença está relacionada, principalmente às condições de saneamento básico, nível socioeconômico da população, grau de educação sanitária e condições de higiene da população. “Normalmente transmitida por meio de alimentos mal lavados, a hepatite A também pode surgir com a ingestão acidental de água das chuvas contaminado pelas fezes de pessoas infectadas. Neste período, a incidência da patologia pode ser maior, uma vez que as enchentes podem levar água de esgoto aos rios, lagos, mares e piscinas, ampliando as chances de contaminação, além do contato direto dos cidadãos com águas de enchentes e enxurradas” esclareceu. Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural, enaltece o trabalho da Associação e descreve que trazer estandes para levar informação e exames gratuitos à população demonstra outro viés importante da Expomontes. “A inclusão social à saúde. Aqui tratamos de diversos assuntos. Queremos promover a saúde. O espaço e propício. São mais de 360 mil pessoas. Estamos confiantes de que o estande será um verdadeiro sucesso”, finaliza. Mariah Carvalho, responsável pela articulação do estande da Associação afirma que a Expomontes cumpre seu papel de fomentadora do desenvolvimento. “Isso porque levar saúde a população é viabilizar o desenvolvimento. Temos 70 estandes aqui no Parque. Certamente, todas as empresas terão sucesso em suas empreitadas”, diz. Hepatite C- O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão: • Transfusão de sangue; • Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings; • Da mãe infectada para o filho durante a gravidez; • Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (forma mais rara de infecção). Hepatite D- A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa, portanto sua transmissão ocorre da mesma forma. Hepatite E- Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Expomontes 2014 O mundo do campo na cidade 20 mil crianças já visitaram a Fazendinha V aquinhas, cavalinhos, bodes, patos, pássaros, roedores, galinhas e peixes – num lago ornamental - fazem parte da Mini Fazenda Pequi Nino, na 40ª Expomontes. Pelo quarto ano consecutivo, de forma lúdica, a Exposição apresenta como funciona o dia a dia de uma fazenda de verdade. Além dos animais, os visitantes podem participar de oficinas e palestras sobre sensibilização ambiental. Ao todo, 20 mil crianças já visitaram o espaço, sem contar os visitantes da Expomontes que giram em torno de 5 mil por dia. Segundo a organizadora da atração, Kelly Cardoso, “o principal objetivo é aproximar as crianças da área urbana à vida no campo”, diz. Ela conta ainda, que muitos dos pequenos nunca tiveram a oportunidade de conhecer os animais da fazenda, como as galinhas e as vacas, e se emocionam ao primeiro contato com os bichinhos. meio rural na prática, com o manuseio e cultivo de plantinhas, ou mesmo conhecer um animal típico da fazenda é uma iniciativa que marca a história da Expomontes”, afirma Osmani Barbosa Neto, presidente da Sociedade Rural. “É importante lembrar que mesmo que a criança não participe da colônia de férias, ela tem acesso às informações dos monitores, que estão presentes na fazendinha durante todo o evento”, salienta Kely. Para participar das atividades, é cobrado um valor de R$ 150,00 por criança de 02 a 14 anos referente às camisas, lanches e acessórios, além da atenção integral dos monitores. Os pais interessados em inscrever os filhos na Colônia de Férias podem entrar em contato pelos números 389115-6267 ou 383215-1136. As atividades começam no dia 7 e vão até o dia 11 de julho, das 13h às 17 horas. Novidades “2014 inovamos. Agregamos a Mini Fazenda à Colônia de Férias Divertidas. Por causa da antecipação das férias, devido à Copa do Mundo, não foram agendadas visitas das escolas, por isso a colônia de férias do mês de julho será, excepcionalmente, realizada aqui na Fazendinha”, explica. Neste ano, também tem o “muro divertido”, de azulejos brancos, para as crianças pintarem com tinta guache. Outro destaque é o auxilio da equipe do Apelo Canino, que ensina às crianças sobre os cuidados com os animais. Além disso, também há o resgate da culinária regional. São preparadas comidas típicas no fogão à lenha da Cozinha Rural. A Mini Fazenda foi criada, em 2011, com o objetivo de integração das crianças à Expomontes. O espaço foi criado especialmente para os pequenos, com muito aconchego e tranquilidade de uma fazenda real. Com o apoio integral da Sociedade Rural o projeto tomou forma e ganhou muito destaque durante os anos, como espaço mais visitado da Exposição. “A promoção do contato das crianças da cidade com o 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 73 Expomontes 2014 Expomontes Solidária: uma visão social Texto: Girleno Alencar* Uma novidade na Exposição Agropecuária de Montes Claros em 2014 é o projeto “Expomontes Solidária”, desenvolvido pela Sociedade Rural, Sindicato Rural, Lions Clube Montes Claros e Associação Comercial e Industrial, por meio da Rede de Voluntariado, além da Cia Promoções, que buscará a doação de alimentos não perecíveis. Em anos anteriores, campanhas similares foram desenvolvidas durante a Expomontes, mas voltadas para apenas uma entidade. Neste ano, serão atendidas 35 entidades cadastradas na Rede de Voluntariado da ACI. O presidente da Sociedade Rural, Osmani Barbosa Neto, explica que abraçou este projeto, por reunir grande quantidade de parceiros de credibilidade, além da ampla organização e ainda o objetivo de atender aos mais carentes. “A Sociedade Rural, nos seus 70 anos de existência, sempre realiza ações sociais em diversas escalas. O Projeto Expomontes Solidária nos abre a chance de institucionalizar esta função social que todo produtor rural sempre prestou. Esperamos que a cada ano, haja a consolidação desta iniciativa”, conclui. A presidente da Rede de Voluntariado, Nuria Font Rocha, lembra que o projeto Expomontes Solidária conferirá à Exposição Agropecuária o Selo de Responsabilidade Social, atualmente um marco de empresas e eventos empreendedores e de sensibilidade social. Ela lembra que ao receber o projeto da assistente social Maria da Conceição Rocha, assessora da Rede de Voluntários, imediatamente aprovou o projeto, pois é uma forma de atender às 35 instituições carentes filiadas. O Lions Clube Montes Claros também abraçou a causa. O presidente Adilson Souza salienta que a instituição, reconhecida mundialmente pelas suas ações sociais, aceitou apadrinhar o projeto por congregar muitos parceiros de prestigio. Ele repassou a coordenação ao seu sucessor, José Geraldo Baia, que também ficou satisfeito com a iniciativa da Companheira Leão Maria da Conceição Rocha. A Cia. Promoções cedeu ao Projeto Expomontes Solidária a bilheteria do dia 7 de julho, em que cada pessoa que adentrar ao Parque João Alencar Athayde terá que doar um quilo de alimento não perecível. O empresário Leonardo Pereira parabeniza a Sociedade Rural e outras instituições parceiras pela iniciativa. 74 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . As Instituições a serem atendidas são: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • AMOR – Associação de Meninos Ouros Resgatados APAE Asilo Sagrado Coração Associação das Voluntárias do Hospital Aroldo Tourinho Associação Artesanal do Norte de Minas Associação Bom Pastor Associação Norte Mineira de Apoio aos Autistas Associação Paula Elizabeth Caminhos da Solidariedade Casa Bom Samaritano Casa de Apoio Pedro Santos Casa Santa Ana da Terceira Idade Casa do Caminho Casa Integrar da Criança e Adolescente CCVEC Centro de Recuperação Leão de Judá Centro de Recuperação Renascer Centro Capelo Gaivota Centro Social Maria Nazaré Comunidade Terapeutica Estrela do Oriente Esquadrão da Vida Fundação Clarice Albuquerque/Vovó Clarice Grappa Grupo de Apoio Casa Mágica Instituto Meimei Lar das Velhinhas Nosso Lar Orfanato Perpetuo Socorro Projeto de Apoio a Criança Projeto Aquarela Projeto Casa de Israel Projeto Juventude Cidadã Projeto Isac Projeto Presente Projeto Social Caminho do Amor 4 mil estudantes recebem ingressos para a Expomontes 4017 estudantes das Escolas Públicas Municipais de Montes Claros receberam ingressos para ter acesso ao Parque de Exposições João Alencar Athayde, durante a 40ª Expomontes. Os bilhetes foram entregues no Ministério Público Estadual, que recomendou às diretoras das instituições de ensino que não deve haver menção de políticos de qualquer natureza. “É a Prefeitura de Montes Claros que está realizando a entrega. Não pode haver exploração política, muito menos a presença de agentes políticos, partidos políticos, candidatos ou pré-candidatos. Caso ocorra, as diretoras devem acionar o MP. Posteriormente, sem serem avisados, escolas, professores, pais e representantes da comunidade serão contactados. O MP fará fiscalização, por isso, é importante a transparência na entrega. Quanto mais transparente possível, com mais cautela na entrega teremos sucesso no programa”, descreve Felipe Caires. Paulo Vinícius alega que o Município, evitando ofender a legislação, solicitou anuência do MP quanto a alguns programas de gratuidade para o ano eleitoral. “Entendemos que não é proibido, mas indicamos algumas diretrizes para que tudo seja transparente. Esclarecemos, orientamos e sugerimos cuidado quanto ao procedimento”, afirma. José Aparecido, Promotor de Justiça, diz que a medida se deve com o objetivo de tentar afastar influências proibidas por lei. Isso para resguardar a todos. Evitar questionamentos, que muitas vezes, são desnecessários. Em ano político quanto mais transparente, melhor. O Convênio A cessão das entradas faz parte de um convênio entre a Prefeitura Municipal e a Sociedade Rural, que esteve representada pelo seu Presidente, Osmani Barbosa Neto e seus diretores, Renato Alencar e Sérgio Peres. Os Promotores de Justiça: Felipe Caires, Paulo Vinicius Cabreira e José Aparecido, das zonas eleitorais 184ª, 185ª, 317ª e 325ª, diretoras das escolas municipais e procuradores do Municí- Procuradores do Municipio, representantes do Ministerio Publico e da Sociedade se reuniram para a entrega de 4017 ingressos no MP. pio, Éder Queiróz e Leonardo Brandão, participaram do encontro. “Por causa do ano eleitoral a Prefeitura solicitou ao MP orientações quanto a este procedimento para evitar problemas. E os promotores eleitorais entenderam que a melhor alternativa seria: fazer a entrega diretamente para os diretores das instituições públicas de ensino do Município. Além disso, elencou critérios, objetivos de seleção”, afirmou Felipe Caires, Promotor de Justiça. Acesso ao lazer Segundo Éder Queiróz, Procurador do Município de Montes Claros, foram selecionadas as dez escolas mais próximas do Parque de Exposições. Para ter direito, os beneficiados devem ser menores de 16 anos e serem inscritos no Bolsa Família. “A ação vai ser importante para crianças e adolescentes do entorno do Parque, que previamente foram selecionadas. Isso significa dar acesso à cultura e lazer à crianças carentes”, finaliza Eder. Osmani Barbosa Neto, Presidente da Rural, afirma que não há como atender a todas as crianças do Município, devido a diversos fatores. “Queremos cada vez mais que a Expomontes seja a festa do Povo e para o Povo. Neste ano, promovemos essa parceria inédita com a Prefeitura de Montes Claros. Esperamos que no ano que vem o número de bene- ficiados seja maior. A Exposição figura entre as maiores do Brasil e queremos que os jovens possam conhecer toda a força do agronegócio”, diz. A diretora da E. M. Professora Maria de Lourdes, no Bairro Independência, Maria Nereuda Sarmento, disse que a escola conta com 1916 alunos, sendo que 1020 deles serão atendidos pelo programa. “A oportunidade vai contribuir para a socialização dos alunos que não têm condições de frequentar o evento que é pago”, fala. Carla Patrícia Vasconcelos, Diretora da E.M. Alcides Carvalho, no Bairro Vera Cruz, acredita que os 200 alunos beneficiados terão uma oportunidade de participar da Expomontes. “São todos carentes e eles não têm condições de vir ao Parque e conhecer o que está por trás dos portões”, termina. Escolas Beneficiadas • • • • • • • • • • E M Celestino Pereira Salgado E M Geraldo Pereira de Souza E M Joaquim José de Azevedo E M Dú Narciso E M Afonso Salgado E M Professora Maria de Lourdes Pinheiro E M Edígeo Cordeiro Aquino E M Alcides Carvalho E M João Valle Mauricio E M Professora Simone Soares 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 75 Credinor de portas abertas para você A fotos / Credinor Credinor construiu e constrói sua história a partir da força empreendedora do campo e do empresariado (livre admissão), tornando-se promotora de avanços socioeconômicos coletivos. Esse vínculo é centrado nas parcerias com os associados, participantes ativos dessa caminhada de sucesso. E participar na Exposição Agropecuária é ação de excelência da Credinor, momento para oferecer ao agronegócio e à sociedade os serviços desta instituição, que é a 4ª maior Cooperativa de Crédito dentro do ranking do Sistema Crediminas. O presidente do Conselho Administrativo da Credinor, Dario Colares, entende que o associativismo, o cooperativismo de modo geral, se solidifica quando a participação coletiva é real, compreendida como um negócio de todos. “Assim, nós podemos colher os resultados positivos, como estes que temos conseguido ao longo desses quase 30 anos de Credinor. Recentemente, tivemos uma assembleia com quase mil participantes, algo inédito e que mostra essa confiança no trabalho realizado. No mês de junho, em solenidade concorrida, fizemos divisão de sobras com os associados, que receberam parte (40%) do rateio na conta corrente”, lembrou o presidente para exemplificar a solidez do cooperativismo praticado na instituição. Os outros 60% desta divisão foram diretamente para a conta capital. Os serviços oferecidos pela Credinor são os mais diversificados, e todos com a qualidade que o investidor ou o associado necessita. As 19 agências espalhadas pelo Norte de Minas garantem a presença num macro espaço geográfico, observando as peculiaridades de cada setor, a vocação empreendedora dos municípios, de forma a atender às necessidades do associado. Neste universo que reúne negócios, empreendimentos, investimentos, financiamentos, parcerias, a Credinor se firma no associativismo como companhia, de estar ao lado. O presidente Dario Colares fala em companheiros de caminhada cada vez mais carregada de proximidade. “Bom é lembrar a palavra companheiro na sua origem, que significa comer o pão juntos, dividir o pão com o outro. É o que fazemos dentro deste processo em que as parcerias são construídas para que todos participem dos enfrentamentos, dos desafios, mas também dos resultados positivos. A Credinor é uma Instituição Financeira do próprio associado, do próprio companheiro ou companheira de caminhada. E isso é indicativo e construção de melhor qualidade de vida.” A porta está aberta para mais parceiros, para mais associados, e a Credinor está preparada para abrigar os projetos do empreendedor, do gerador de emprego e renda, do correntista, de todos que desejam compartilhar de uma instituição promotora do progresso coletivo. *Esta página é de responsabilidade da Credinor 76 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 É época da exposição!!!!! Texto: Marcone Nobre de Andrade* O mês de junho Já vinha findando por trás dos montes e já sentíamos no ar o cheiro das férias escolares. Aquela sensação de alegria percorria todo o meu corpo. Enfim, julho já estava à porta. Na minha cabeça, mil e um pensamentos de diversões variadas. Passeios, pescarias no Rio Pai João, Rio do Melo, no poço azul, futebol todas as tardes no campinho, empinar papagaio e caçar passarinho. Estas eram as diversões de todo garoto entre 10 a 12 anos de idade, em uma Montes Claros de céu mais azul, ruas cascalhadas e de cheiro mais apurado de sertão. Além de tudo isso, julho traria também para todos nós a Exposição Agropecuária Regional de Montes Claros. Que evento grandioso e de tão belos espetáculos. Lembro-me com muita saudade quando a minha mãe nos dizia (a mim e ao meu irmão) que iríamos ao Parque no aniversário da cidade. Meu coração acelerava e batia descompassado. O dia 03 de julho era por todos nós esperado ansiosamente, pois, sendo a entrada franca era este o dia escolhido para o passeio. Enfim, chegava o grande dia. Levantávamos bem cedinho e seguíamos a pé para a praça Dr. Carlos. Ali, embarcávamos no lotação amarelo que já vinha lotado de gente. Éramos espremidos por toda aquela massa humana. Ao longo das ruas observávamos os muitos que iam a pé. Parecia um formigueiro de tanta gente que passava. Tempos bons... No parque não entrávamos sem antes escutarmos as orientações da mamãe. Cuidado com os animais, não se afaste de mim, se sumirem peça ajuda ao policial, só posso comprar um balão para cada e pipoca. Tendo ouvido tudo isso adentrávamos ao parque. O Parque, como sempre, estava fervilhando de pessoas, muitas cores, muito som. Gente de todo o jeito e lugar. Carrinhos de pipocas, picolés, montanhas de maças do amor, cocadas brancas e pretas, baianas com acarajés, o parquinho de diversões, balões coloridos enchidos a gás. Que maravilha era tudo aquilo. Olhávamos para o céu e ele estava salpicado de balões que fugiam das mãos das crianças menores, que não continham o choro. As baias repletas de bois, touros, vacas, bezerros, cavalos, burros, ovelhas, cabritos e jumentos tínhamos contato com as estrelas da festa, sempre bem cuidados pelos funcionários das fazendas que ali permaneciam com eles. A diversão completava-se quando percorríamos os currais repletos de bois. Por ali eu passava olhando tudo e na minha cabeça de criança sonhava em um dia ser um fazendeiro. Sonhava, sonhava, sonhava... O cheiro dos espetos misturava-se ao cheiro de fazenda e impregnava todo o Parque. As competições de raças seguiam seu curso, dentro do gramado central, o dia todo. Sob a cerca, ao redor do gramado o povo ia se amontoando a espera do tão esperado rodeio. O locutor, que lembro-me muito bem, era um senhor baixo e gordinho, mas, tinha uma voz imponente. Dava notícias de tudo, principalmente das crianças perdidas dos pais. Desfilando sobre um majestoso cavalo branco e entre o povo, lá ia Edmundo Queiróz todo imponente, vestido de vaqueiro à moda americana. Seu cavalo marchava tão elegante que parecia saber que aquele era dia de festa. Completando nossa alegria, um pequeno avião despejava sobre o Parque os magníficos paraquedistas que, com maestria sempre acertavam o centro do gramado. A esquadrilha da fumaça, também não ficava para trás e executava manobras radicais sob as nossas cabeças, desenhando no céu formas variadas. Corram todos que vai começar o rodeio, anunciava o locutor. Enfiávamos, então, por entre as pessoas e sempre encontrávamos uma vaguinha por baixo da cerca. O povo amontoava ao redor do cercado e a alegria era geral com o salto dos cavalos e burros bravos. Mamãe sempre por perto, nos observava com carinho, até que dava o sinal para irmos embora. Tempos bons... *Técnico Contábil – Geógrafo – Advogado – Supervisor Administrativo da Sociedade Rural de Montes Claros 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 77 Expomontes 2014 Conheça a Sociedade Rural U ma entidade não se faz apenas com ideias e lutas. Para realizar sonhos, primeiro é preciso que alguém sonhe, e que haja colaboradores que auxiliem o alcance desses sonhos. Muitos dos nomes importantes da Sociedade Rural já são conhecidos, mas existe um grupo que, mesmo sem glórias ou registro nos anais da história, fizeram e fazem parte da construção dessa entidade. Não em reuniões ou debates, mas mantendo a casa em ordem. Pronto para conhecer os colaboradores da Sociedade Rural? Antes de tudo, vale fazer uma consideração. Não pergunte qual o cargo de cada funcionário. Certamente eles possuem um. Mas logo após descobrir qual é o cargo, vem a frase "mas na verdade...." seguido de um mundo de funções. Definições tradicionais não cabem aqui. Não são funcionários de um lugar qualquer, são da Rural. Eles estão prontos para o que der e vier e farão qualquer tarefa para verem sua segunda casa em ordem. Aliás, esse também é um dos chavões. Todos consideram o parque de exposições e a entidade como a sua segunda casa. Clichê? Não ouse nomear assim o sentimento forte e o espírito de união desse lugar. Ao conhecer esses colaboradores, é possível perceber que não são apenas funcionários, são homens e mulheres orgulhosos de fazer parte de um grande lugar, de uma grande causa. Dito isso! Aperte os cintos, porque vamos dar um giro por esse parque. Pegue uma bicicleta e vamos lá! É de bicicleta vermelha que José Augusto de Jesus, o famoso Zezão, percorre o Parque. Ainda mais em tempo de Expomontes! Só assim para dar conta de estar em todo canto com agilidade. É encarregado de serviços gerais, mas é conhecido por ser "faz tudo". Com bom humor e prestatividade, ele trabalha aqui há 29 anos e tem muita história para contar. "Eu trabalhava na construtora de José Corrêa Machado e ele me trouxe para cá, para fazer a limpeza do Parque. Ainda era tudo terra, mas o chão tinha muita pedra, então para capinar a gente pegava e afiava a enxada, mas como ia batendo nas pedras, dali 15 minutos tinha que afiar a enxada outra vez. Era difícil, depois foi asfaltando e melhorou bastante. Dá orgulho ter visto esse Parque crescer. E cada Expomontes é um trabalho intenso, mas 78 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . eu gosto demais. Esse ano vai ser melhor ainda", espera. Zezão é responsável pela entrada de algumas pessoas no Parque, dentre eles Valdeci Pereira Xavier, que está aqui há 17 anos. Ainda moleque, ele vinha trazer o almoço do irmão mais velho. Sempre que via Zezão, pedia a ele um emprego. "Deixa você virar gente primeiro", respondia. Quando Valdeci completou a maioridade, Zezão cumpriu a promessa. Precisava de gente para trabalhar na limpeza do local e se lembrou do garoto que tantas vezes lhe pediu emprego. Com orgulho, Valdeci diz que nunca trabalhou em outro lugar. Foi seu primeiro emprego, e espera continuar aqui até se aposentar. "Foi trabalhando aqui que conquistei tudo o que tenho hoje. Só tenho a agradecer. Aqui todos trabalham rindo e todos se respeitam, se gostam. É muito bom trabalhar aqui". Outro que ingressou por indicação de Zezão foi seu irmão mais novo, Francisco Roberto de Jesus, o Chicão. Há 18 anos, entrou quando precisavam de um armador, mas depois passou a integrar a equipe de limpeza. No início, o trabalho tinha efeito colateral inesperado. "Ainda tinha parte que não era asfaltada, daí eu apanhava e limpava o capim que crescia. Não tava acostumado, tomei um susto porque o capim fazia eu me coçar muito", conta aos risos. Em tanto tempo, ele acumula diversas histórias de seu serviço, mas o que pra ele mais marca é a consideração da diretoria com todos os colaboradores. "Quando a gente precisa de algo, eles sabem entender o nosso lado, existe um respeito muito grande. Já fiz acerto duas vezes porque precisava, nunca houve problema. Os diretores são todos gente boa, olham o lado da gente", elogia. São muitos os que estão na Rural por décadas. Dentre eles, Reginaldo Siqueira Santos, que completa este time há 23 anos. Como outros, este emprego também foi o primeiro e único da vida dele. Entrou para ajudar a montar as barracas durante a exposição. Como na época eram ainda de lona, quando ventava muito era preciso sair fazendo reparos e consertando tudo. Hoje ele sente satisfação em ver as barracas e estandes todos em alvenaria, que deixam o evento com aparência mais profissional e bonita. Como na época era a própria Sociedade Rural a contratar os shows, ele lembra que durante a Expomontes ele chegava ao Parque às 7h e ia para casa só depois das Expomontes 2014 3h, após os shows. A correria não o assustava, pois depois do segundo dia já se entrava no pique. Reginaldo afirma que cresceu como pessoa dentro da entidade: "Quando entrei, ainda era muito novo, tinha 17 anos. Minha família tinha vindo anos antes da Bahia para cá, e como eu era o segundo mais velho lá de casa, então ajudava a criar e sustentar cinco irmãos. Logo que eu entrei vi que as pessoas aqui se importavam com a minha história, com as minhas dificuldades, e me davam apoio. Isso foi e ainda é muito importante, e por esse relacionamento especial que todos têm aqui dentro, não me imagino fora daqui, fico até aposentar". Quem também não se vê em outro lugar é Kelly Silva Castro, que há 22 anos parte dessa história. Ela tinha apenas 19 anos quando foi contratada por suas grandes habilidades como datilógrafa. Hoje, parte do setor administrativo, ela logo se impressionou com a organização e o espírito de doação de toda a diretoria. Organização, aliás, é com ela mesma. Kelly zela com primor pelos arquivos da entidade, e sofreu por ver outras mãos fazendo sua função nas duas vezes em que foi mãe. O amor pela Rural é tanto, que o nascimento da primeira filha em julho de 2007, às vésperas da edição da Expomontes, ela se preocupava em como andaria o serviço sem ela. "Não saí antes, deixei a Rural no dia que tive Camila. Eu já estava vestida e preparada para trabalhar quando a bolsa estourou. Nas duas vezes em que tive filho, encontrei muito apoio aqui. Tive meu tempo para amamentar e curtir a maternidade, mas eu mesma me preocupava em vir para deixar tudo em ordem", revela. Se quiser saber quem é um dos rostos mais conhecidos do Parque, você precisa conhecer José Avelar Pereira, o Nona, que há 25 anos espalha alegria por onde passa. Ele trabalhava em fazenda, quando foi convidado a vir para a Rural. Para ele, foi um presente que ganhou. Acostumado a ver de pertinho a luta da entidade, ele faz a trajetória de seu trabalho acompanhando a da entidade. "No início, aqui era mais difícil o serviço, mas à medida que foram tendo conquistas, as mudanças aconteciam no Parque também. É assim que eu vejo o produtor norte mineiro, como alguém que luta, que é forte, que tem muitas dificuldades e não desanima. Ao longo dos presidentes a gente descobre essa luta e se sente orgulhoso de fazer parte desse lugar. É um orgulho muito grande, ainda mais num ano histórico como esse". O sentimento é tão verdadeiro, 79 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . que o filho Euler de 14 anos não tem dúvidas e já sabe o que quer fazer quando crescer: assim que Nona aposentar, vai ocupar o lugar do pai. Nessa nossa andança atrás dos colaboradores da Rural, chegamos à portaria. Ali, é provável que você encontre Idalino Pereira Peres, há 20 anos guardando quem entra e sai do parque. Um dos guardiões das chaves do parque, ele tem que ter força nas pernas para andar de um portão ao outro, especialmente durante os dias de Expomontes, quando a correria fica intensa. Como seus colegas, Idalino considera trabalhar para a Sociedade Rural um privilégio, por ser um ambiente de grande integração e solidariedade: "Alguns anos depois que entrei, minha filha teve um problema de saúde grave. Quando eu precisava me ausentar para cuidar dela, sempre me deram apoio. Infelizmente ela faleceu, mas o suporte que encontrei aqui foi importante pra mim. É um lugar totalmente diferente, sinto orgulho por trabalhar aqui". Indo para o prédio administrativo, certamente daremos de cara com Adilson Sabino dos Santos, que há 28 anos se dedica à Rural. Ele entrou ainda com 16 anos, fazendo cobranças e passando para office boy, auxiliar de escritório e enfim encarregado do financeiro e pessoal. Isso tudo além de mobilizar todos para o bolão de aposta lotérica toda semana, claro! Numa das linhas de frente durante a Expomontes, ele conta que tentar se adiantar à feira é um trabalho vão: "Sempre quero antecipar coisas, mas não dá. Cada Expomontes é única, sempre há questões diferentes a resolver. É um trabalho muito grande, mas que dá muita satisfação. Esse ano vai ser ainda mais corrido, mas espero que ainda melhor que os outros". Mais que um trabalho, considera a entidade como seu segundo lar e segunda família. Não é à toa, no ano 2000 ele contraiu meningite e passou 16 dias no hospital, estando em coma por cinco dias. Durante os dias difíceis, a Rural esteve sempre presente. "Deram muito apoio à minha esposa, inclusive foi um diretor que conseguiu que eu realizasse os exames e estivesse pronto para me recuperar. Foi muito difícil, mas essa amizade aqui foi fundamental. Por tudo isso, considero aqui minha segunda casa", ressalta. Antecedendo a Expomontes e durante os dias de feira, quem faz companhia a Adilson é Gilson Santos Durães, que tem 23 anos de casa. Normalmente trabalhando no Clube dos Fazendeiros, ele integra a força tarefa ao lado de Adilson para dar conta de tudo. Curiosamente, ele Expomontes 2014 compartilha história parecida com a do amigo. Também Gilson viu a Sociedade Rural ser um grande apoio durante um momento de saúde delicado. Em 1996 ele teve osseomelite, uma doença rara que lhe comprometeu parte da perna esquerda: "Eu precisei ir para Belo Horizonte, e foi um diretor daqui que conseguiu todo o tratamento gratuito para mim. Fiquei 31 dias internado, pois a ferida ainda infeccionou, foi bem grave. Já recebi algumas propostas para ir trabalhar em outro lugar, mas nunca aceitei. Aqui é parte da minha família, não tem como largar". Poucas palavras são necessárias para que Claudiomiro Gonçalves Santos defina seu trabalho no parque. Há 14 anos trabalha no setor de serviços gerais. Trabalho é o seu segundo nome, e ele faz questão de desempenhar sua função com todo o zelo. Tanto é que em tanto tempo de serviço, tem orgulho de dizer que faltou apenas duas vezes. "Graças a Deus precisei faltar, e vejo toda a dedicação da diretoria, isso inspira a gente a fazer igual. Sou muito feliz por trabalhar aqui. Nesse ano, quero trabalhar ainda mais para ajudar a fazer essa grande festa que é a Expomontes", explica. Ana Carolina Barbosa Ribeiro já tinha uma história com a classe ruralista quando foi chamada para trabalhar na recepção da Sociedade Rural, há 10 anos Ela já havia trabalhado por seis anos na Coopagro há algum tempo. Quando a amiga Bárbara, que havia ocupado seu atual posto por 17 anos decidiu se casar, Carol foi chamada para substituí-la, o que considerou um grande desafio. "Existe todo um conhecimento que vai além de atender telefones e receber pessoas, é uma forma de lidar com cada diretor, as pessoas aqui dentro. E eu entrei em abril, às vésperas de uma Expomontes. Foi muito puxado, mas graças a Deus deu muito certo e estou aqui até hoje. Aqui é um ambiente ótimo para trabalhar, o bom é que aqui todos vestem a camisa diante de qualquer necessidade. Isso motiva. Tive alguns problemas de saúde, mas ficava em casa preocupada em vir trabalhar. Eu via a dedicação de outros funcionários e pensava 'se eles conseguem ir tra- 80 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . balhar, eu também'. Meu marido até me dava bronca por isso. Mas eu vejo que tudo é recíproco, a entidade se preocupa comigo, e eu me preocupo com a entidade", explica. Não pense que a Sociedade Rural não tem sangue novo! Apesar de tantos velhos guerreiros de casa, às vezes alguns se aposentam, se despedem, traçam novos rumos, e isso abre espaço para que novas pessoas venham integrar essa seleção. É o que aconteceu a Marcone Nobre Andrade, que entrou para o time há três anos. Já tendo trabalhado com o presidente Osmani Barbosa quando este era Secretário Municipal de Agricultura, Marcone foi chamado para ser supervisor administrativo da Rural. "Esse ambiente bom de trabalho foi uma grande satisfação. Aqui há uma fluidez do trabalho que se dá muito pela maneira respeitosa como todos se tratam. Fico muito feliz por estar aqui, ainda mais nesse momento histórico que estamos vivendo com os 70 anos da entidade", comemora. Vanilson Gonçalves Vieira também é um dos calouros em termos de Sociedade Rural. Ele está no setor de serviços gerais há dois anos. Ele valoriza o modo acolhedor com o qual todos trabalham no parque. Comparando a outros serviços, ele não hesita: "Aqui é o melhor lugar que já trabalhei. O trabalho é grande, especialmente durante a Expomontes, mas dá prazer em fazer parte desse lugar". De fato o trabalho durante a Expomontes é muito puxado, é o que garante Rosângela Assis Soares Pereira, esposa de Nona, que entrou oficialmente para o time da casa há quatro anos. Anos antes, em 2007, ela já chegou para trabalhar com serviços gerais faltando três dias para a exposição começar. Nos três anos antes de ser contratada, ela trabalhava no Parque toda vez que alguém entrava de férias. Assim que surgiu a primeira oportunidade, foi registrada como parte do pessoal efetivo do parque. Ela tem um termo diferente para definir seu local de trabalho. "Tem algo aqui que enfeitiça as pessoas, um espírito de lealdade muito grande, algo que fica ainda mais evidente no Presidente Osmani, que tem um per- Expomontes 2014 fil muito agregador", explica. Ano passado, Rosângela foi diagnosticada com lúpus e precisou tirar diversas licenças para cuidar da saúde. "Parte do cuidado com a lúpus é o controle emocional, e eu tive uma segurança muito grande aqui, um suporte muito grande que fez e faz toda a diferença", revela. E temos quem vai viver o trabalho na Expomontes pela primeira vez! Ágada Silene Peixoto está há sete meses trabalhando no setor de serviços gerais. Ela entrou assim que apareceu uma oportunidade, e desde então tem tido alegria onde trabalha, por encontrar um ambiente onde as pessoas são companheiras umas das outras. Sobre sua primeira Expomontes como membro desse time, ela não titubeia: "Aqui o trabalho é muito grande, mas é muito bom participar, estou ansiosa pela Expomontes. Vai ser correria, mas estou preparada!". Também parte de calouros da Sociedade Rural, Rosa Idarlene Gonçalves Barbosa entrou há dois anos para o time. No setor de serviços gerais, ela não tem medo nem preguiça do trabalho. Ao contrário, acha "tranquilo". Rosa admite que há muito por se fazer nos dias de Expomontes, mas garante que é fácil trabalhar muito ao lado dos companheiros da Rural: "Aqui é todo mundo muito legal, todos se tratam bem. Então tem uns dias corridos, mas eu acho divertido. Espero que esse ano a expomontes seja ainda mais animada que nas outras edições que participei". Helenice Pereira da Silva, de 29 anos, há 9 meses trabalha nos serviços gerais da Sociedade Rural. O único outro trabalho que ela teve foi de babá, durante dois meses, em Brasília-DF e este é o primeiro de carteira assinada. Para ela, uma das melhores coisas em trabalhar na Sociedade Rural é a oportunidade de conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. “Trabalho aqui há menos de um ano e já sinto como se estivesse aqui há anos. Todos são muito acolhedores e compreensivos. A gente trabalha e se diverte ao mesmo tempo”, explica. “Minha alegria em fazer parte da Rural aumentou 81 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . mais ainda no dia 03, durante a festa de aniversário da cidade, quando fui sorteada com uma casa popular. Este ano está sendo muito abençoado para mim. Emprego novo, casa nova, vida nova. Eu não poderia estar mais feliz”, emociona-se Helenice. Há exatos dezenove anos, Valdeir Pereira começou a trabalhar na Sociedade Rural como auxiliar de serviços gerais, e hoje é um dos responsáveis pela limpeza e organização do parque. Com todos esses anos de casa, ele fala da satisfação com o seu trabalho. “Aqui é muito bom de trabalhar, eles tratam as pessoas bem e as condições de trabalho são muito boas”, relata. Ele conta que soube da Sociedade Rural por meio de familiares. “Meu irmão disse que estavam precisando de funcionários, me interessei pela vaga e comecei a trabalhar”, relata. Após quase duas décadas, Valdeir fala sobre sua motivação em permanecer no trabalho. “Eu gosto muito daqui, e como tem muito tempo que estou aqui, tenho amizade com todo mundo”, ressalta. Ao longo desses 70 anos da Sociedade Rural, encontramos também a história do porteiro Oswaldo Amaral Silva. O montesclarense, trabalha há 17 anos na entidade, e fala da alegria em fazer parte desta história. “É muito gratificante, é um orgulho fazer parte dessa história. Espero continuar ajudando no crescimento da entidade”, enfatiza. Oswaldo fala ainda da importância da Sociedade Rural para Montes Claros. “Ela realiza uma importante exposição, que traz muitos benefícios para a região. Além de ser muito importante para o campo”, conclui. Pronto, demos nosso giro e agora você conhece um pouco mais de quem somos e de quem nos auxilia no dia a dia. Não fique procurando esses verdadeiros heróis durante a Expomontes, pois como o coelho da história de Alice, a cada vez que você piscar, eles já terão corrido para outro canto para realizar uma nova tarefa. Descanso agora, só no dia 14 de julho. Uma pausa para respirar, antes que se comece a pensar logo no dia seguinte a próxima Expomontes. Expomontes 2014 Expomontes 2014 Um show à parte: É isso que o Ita traz para a Exposição Fotos: Solon Queiroz 82 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 A Sociedade Rural de Montes Claros completou 70 anos e para esta data, foi montada uma grande estrutura para a realização de exposições, leilões, e muito entretenimento. O Ita Park faz parte dessa história, sempre trazendo para Montes Claros o que há de mais novo no quesito diversão! Os brinquedos estão na Praça de Eventos Fernando Rebello Athayde, no Parque de Exposições João Alencar Athayde. O parque está há décadas presente na Expomontes. O sucesso é tão grande que este ano é esperado um público 20% maior que em 2013. Ano passado, foram cerca de 50 mil bilhetes vendidos. “No ano passado recebemos 50 mil pessoas. Esperamos que este ano a quantidade de pessoas que passarão pelo ITA seja de vinte e cinco por cento a mais do que no último ano”, ressalta. Para que não haja imprevistos, os trabalhos de preparação e montagem de brinquedos começaram há duas semanas e já está tudo pronto. Idilson Alves Moreira, diretor do Ita, afirmou que os brinquedos desta edição atendem a todas as faixas etárias. Ainda segundo ele, o ITA traz uma grande novidade internacional para os amantes de aventura e adrenalina, trata-se do Fly Zone, um brinquedo de origem italiana e que chega para surpreender o público. O equipamento é o primeiro do Brasil e custou 3,5 milhões de euros, no mercado italiano. “Além dessa novidade, trouxemos o tapete voador, amor expresso, kamikaze, auto-pista, cavalinho e os outros tradicionalmente conhecidos, como montanha russa com 47 metros de comprimento e 11 metros altura e somente na primeira descida atinge auma velocidade de 200 KM de pura adrenalina. São 18 brinquedos no total”, explica. De acordo com o gerente Ita Park, Arnaldo Accioly, o parque tem a tradição de oferecer qualidade e segurança aos frequentadores. "Quem chega aqui quer brincar e nós temos o que oferecer. O parque tem de ter quantidade e qualidade. Não podemos deixar de oferecer os brinquedos tradicionais, nem os radicais", diz. Segundo Moacyr Basso, Diretor Financeiro da Rural, toda área foi preparada para receber o público durante a feira. “Redimensionamos a carga elétrica para receber brinquedos mais modernos, recapeamos o piso com asfalto para melhoria da segurança no local”, afirma Basso. A montagem dos brinquedos e equipamentos é feita com mão de obra do Parque com 45 pessoas. Outros serviços, incluindo a bilheteria, por exemplo, são contratados em Montes Claros e geram 65 postos de trabalho. Os ingressos são adquiridos na bilheteria do ITA ao preço de R$ 8,00 a unidade ou três ingressos por R$ 20,00. No Brasil, existem três parques fixos do Ita Park, em Belém, Goiânia e Anápolis, e diversas unidades itinerantes, entre elas, o da Expomontes. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 83 Expomontes 2014 Entraves do campo O engenheiro agrônomo e diretor da Sociedade Rural, Rômulo Augusto L’Abbate Marques, tem acompanhado a batalha do homem do campo em atender aos requisitos do licenciamento ambiental proposto pelo Governo do Estado. De acordo com ele, a grande demanda por parte dos produtores rurais não é atendida de forma eficiente. O prejuízo nesse caso é maior para quem quer estar legalizado e não consegue. Neste cenário, fica difícil conseguir crédito para trabalhar. Ele explica que a maior parte dos produtores rurais produz pequenas quantidades e esse grupo precisa de um olhar especial na destinação de crédito. 84 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . IE: Quais questões ambientais afetam o produtor do Norte de Minas? R.L.: Podemos afirmar que atualmente um dos maiores entraves ao desenvolvimento do agronegócio regional são os licenciamentos ambientais. O Governo do Estado cria as leis e as obrigações, mas não contrata pessoal qualificado e suficiente para atender à demanda. Leva-se até dois anos para obter-se uma outorga de água, por exemplo. Os termos de referência para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, são complexos, caros e demorados, exigindo a participação de profissionais das mais diversas qualificações, como arqueólogos, paleontólogos, pedólogos, sociólogos, agrônomos, biólogos, etc. O produtor quer cumprir as leis, quer fazer o licenciamento, mas o Estado não ajuda. A burocracia é muito grande e as decisões são muito lentas. Sem esse licenciamento o produtor não tem acesso ao crédito e fica ilegal perante o Estado. Por diversas vezes, a Sociedade Rural esteve reunida com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, em Belo Horizonte, mas nada foi feito para simplificar e agilizar os processos, e dotar as SUPRAM’s de pessoal suficientemente qualificado e treinado. IE: Quais os maiores desafios que o produtor rural encontra na região quanto aos recursos hídricos? R.L.: Uma das maiores reivindicações da Sociedade Rural e Sindicato Rural, com apoio de entidades, ACI, CDL, FIEMG, seria a elaboração de um Estudo Regional de Recursos Hídricos, com levantamento do potencial de água subterrânea e suas interfaces com água superficial, com identificação dos principais aquíferos, eixos barráveis, e outros. Temos que ter a consciência de que qualquer programa de desenvolvimento regional tem que ter a água como fio condutor. Expomontes 2014 Entrevista IE: Como devemos enfrentar a questão da água? Quais soluções podem ser apontadas? R.L.: Uma das sugestões seria criar um programa que poderá se chamar PROÁGUA ou Fazendeiro Produtor de água. Cada produtor faria um projeto específico para sua propriedade, prevendo a construção de pequenas barragens, barraginhas, curvas de nível, realocação de estradas internas, recuperação de matas ciliares e matas no topo dos morros, etc. Esse projeto seria apresentado aos agentes financeiros, que uma vez analisados e aprovados os recursos seriam liberados. O projeto seria executado e fiscalizado. Desse modo, cada produtor iria contribuir com a preservação dos recursos hídricos e garantir o abastecimento de água das comunidades rurais e urbanas. nando-o mais acessível ao produtor. Criar e avançar no crédito rotativo, melhorar a elaboração dos cadastros rurais, e colocar à disposição do produtor os limites a que tem direito. Eliminar um excesso de normas e documentação que em nada ajuda nem elimina eventuais desvios. Colocar em prática o cadastro positivo, e facilitar tudo para o bom produtor tradicional, que aplica corretamente os recursos, e hoje é simplesmente colocado numa vala comum. IE: O que a região tem de buscar junto às autoridades para combater a seca? R.L.: Temos que aprender a conviver com a seca, tal qual países que têm neve durante seis meses por ano, como o Canadá. Há tecnologias disponíveis desde as mais simples como explorar com mais intensidade as pastagens durante o período chuvoso e folgando as fazendas durante a seca, até as mais sofisticadas como pastagens irrigadas, feno, silagem, cana de açúcar, confinamento, pastejo rotacionado, adubação de pastagens, Integração Lavoura Pecuária Floresta, e outras. agilizar a aplicação IE: O credito rural chega a todos os produtores rurais ou ainda é um discurso bonito no papel? R.L.: Há praticamente 40 anos o credito rural é regido pelo MCR do Banco Central, com critérios que podemos considerar muito burocráticos e ultrapassados. Vá a um banco comprar um carro de passeio e você terá todas as facilidades. Agora, vá comprar um trator, e verá a burocracia que terá de enfrentar. Temos de simplificar e agilizar a aplicação do credito rural tor- Temos de simplificar e do crédito rural tornando-o mais acessível ao produtor. IE: Qual o atual cenário agropecuário vivido pelo país? R.L.: O Brasil, antigamente, importava a maior parte dos alimentos que consumia. Com o desenvolvimento do campo, passamos a ter essa produção no nosso ambiente interno. Hoje, cerca de 87% da produção agropecuária nacional é feito por apenas 11% dos produtores. Ou seja, quase 90% de produtores, na sua maioria peque- nos, precisa ter um tratamento diferenciado. Eles normalmente vendem seu produto mais barato e compram seus insumos mais caros, por falta de escala. IE: Qual a estrutura da pecuária no Norte de Minas? R.L.: Aqui são mais de 74 mil pecuaristas. Mais de 90% desses produtores possuem menos de 100 vacas. Vivem com extrema dificuldade, em propriedades que muitas vezes vem passando por diversas gerações. Por que não apoiar esses pequenos produtores, tradicionais e com forte vinculo a terra, ao invés de assentar pessoas que nada têm haver com o meio rural, não são produtores e nem têm nenhuma intenção de sê-los? IE: Quais inovações tecnológicas da atualidade para o campo? R.L.: Quanto à inovação tecnológica, cumpre destacar as reivindicações da Sociedade Rural, do Sindicato Rural, e da Fundetec, tais como, o projeto de gramíneas transgênicas resistentes à seca, pesquisa de leguminosas nativas, irrigação e sistemas de gestão que permitam gerenciar os empreendimentos de acordo com as condições climáticas regionais, um programa de Integração Lavoura Pecuária Florestas adequado ao semiárido. IE: Os movimentos sociais são legítimos? O que eles tem feito para contribuir para o desenvolvimento da região? R.L.: Em princípio, num regime democrático, todos os movimentos sociais são legítimos, desde que promovidos dentro da ordem e do respeito à constituição e à propriedade privada. Quaisquer movimentos que extrapolem as normas constitucionais são considerados ilegítimos e buscam tumultuar a ordem estabelecida, sendo, em sua maioria, ideológicos. Causam insegurança jurídica, tolhem investimentos regionais e nada acrescentam. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 85 Símbolo do cooperativismo Expomontes 2014 A tranquilidade na maneira de se expressar é a primeira característica que se constata ao conversar com Heli de Oliveira Penido. Calmo, ele detalha diversas lembranças que tem da vida de maneira singular e descreve as conquistas que obteve sempre com muito esforço e dedicação. Heli nasceu em Itaguara, na região metropolitana de Belo Horizonte, uma cidade pequena com o ar interiorano. A principal atividade econômica por lá é a agropecuária. A vida da família dele sempre foi simples e a infância bastante tranquila. Mas o destino reservava boas surpresas, tendo sempre pessoas que o influenciavam de maneira positiva, como um bancário que mudou o rumo da vida de Heli. “Na agência onde ele trabalhava haveria um concurso para contínuos e essa pessoa me deu o conhecimento necessário para estudar para a prova. Eu concorri com um número de jovens que deveriam estar bem mais preparados, mas eu passei”, relembra. Apesar dos 16 anos e da pouca idade, dedicou-se porque sabia que aquilo era algo promissor. O jovem bancário teve, a partir daí, muitas oportunidades de promoção. Conheceu cidades, novas pessoas e teve tanto sucesso que logo chegou ao cargo de gerente. Em Itaguara, casou-se com sua primeira esposa, mas o 86 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . amor não teria muito tempo de vida. Com apenas um ano de casado, ela faleceu durante o parto do primeiro filho, que sobreviveu. Mas a vida lhe reservava, ainda, novas alegrias. Em 1967, surgiu a chance de transferência para outra cidade, sendo cotado para substituir um competente gerente que iria se aposentar em Montes Claros. Um grupo de diretores temia que ele não desse conta do serviço e tentaram lhe forçar a aceitar um cargo menor em uma agência de Goiânia. Somente uma pessoa acreditou nele e, mesmo com tanta gente contra, Heli optou pela vinda à maior cidade do norte de Minas. “Até hoje me pergunto o porquê de querer vir para Montes Claros. Goiânia é uma capital e talvez eu tivesse mais oportunidades, mas escolhi aqui e não me arrependi. Para quem acredita em coisas pré-determinadas, está aí um bom exemplo, aqui iniciei outra etapa em minha vida”, avalia. Em 1970, Heli se casou, mas a maneira pela qual conheceu a esposa foi bastante diferente. Depois de morar um tempo em hotel, lá conheceu um advogado de quem se tornou amigo e juntos alugaram apartamento para dividir. “Nesse período meu amigo me fez um questionamento, o motivo pelo qual quase nunca me via com namorada. Eu sempre estava na minha porque, na época, cargo de gerente Expomontes 2014 exigia essa postura. Eu queria uma namorada, mas para me casar logo”. Indagando o perfil da mulher ideal para Heli, o amigo descobriu apenas duas moças que se encaixavam nos requisitos, mas uma já possuía namorado. Felizmente, deu certo com a outra moça sugerida, Lili. O casamento lhe rendeu bons frutos. O casal teve quatro filhas, seis netos, sendo dois homens e duas mulheres e uma bisneta. Permaneceu como gerente no banco até 1973, quando concluiu o curso de direito pela Fadi, hoje integrada a Unimontes. Heli chegou a atuar como advogado, possuindo o registro da OAB. Nesse mesmo ano o recém-formado adquiriu uma fazenda. Ter seu próprio canto lhe deu uma base para refletir sobre a trajetória profissional. Foi quando ele pediu demissão do banco, se dedicou à propriedade rural e passou a ter mais contatos com entidades ligadas ao movimento. Logo se ingressou pela diretoria da Sociedade Rural e, num dado momento, foi convocado a assumir o sindicato rural. “Foi uma ocasião complicada. Durante a eleição para o cargo, havia também uma disputa eleitoral. Para não dividirem a classe, lembraram-se de meu nome e me fizeram o convite, que logo aceitei”. Pouco depois, o presidente da Coopagro, Jairo Athayde, teve a ideia de criar uma cooperativa de crédito rural. Heli, que considerava Jairo uma pessoa influente, percebeu que era adequado e passou a integrar o conselho. Pela grande experiência adquirida em banco, assumiu a direção. Na cooperativa, Heli Penido teve uma grande satisfação, pois a avaliação que fizera do sistema bancário não se repetia na cooperativa de crédito, uma vez que as taxas eram bem menores. Outras cooperativas também se consolidaram em Minas Gerais e ele foi chamado a presidir a Central de Cooperativas do estado, com sede em Belo Horizonte. Anos depois foi criada uma confederação na qual ele também foi presidente em Brasília - DF. Durante um determinado tempo, comandava, ao mesmo tempo, o sistema ao nível local, estadual e nacional. A cooperativa tinha, nessa época, convênio com um grande banco. Como os custos eram bastante elevados, um novo banco foi criado, o Bancoob, com sede em Brasília, do qual participou da criação. “Foi aí que tive minha realização plena”, comemora. Ele encerrou a gestão na Confederação depois de dois anos de mandato, quando percebeu que era hora de voltar, já que estava afastado de casa há muito tempo. Finalizou também na CrediMinas, 18 anos depois de assumir a entidade e, por fim, também cessou os trabalhos na Credinor, depois de 22 anos sendo sempre uma unanimidade: “O cargo de diretor e presidente sempre tem um viés político, todos passam por votação. Apesar disso, eu nunca tive concorrente e se tivesse não disputaria. Jamais me comprometeria com eleição, voto ou político e acho que é por isso que nunca tive nenhum rival”, analisa. Ainda quando estava na Credinor, Heli recebeu um convite inesperado, o de assumir a provedoria da Santa Casa de Montes Claros. O chamado foi feito em 2009, pelo Bispo Emérito Dom Geraldo Magela, já na gestão do Arcebispo Dom José Alberto. “Respondi de imediato que sim, mesmo sem nunca ter entrado no prédio da administração. Eu tenho uma máxima que diz ‘Deus nos faz perfeitos, se formos escolhidos para uma tarefa ou função e não estamos preparados, Deus capacita os escolhidos’. Essa é uma constatação que tenho”. Heli Penido considera que o trabalho no hospital é uma oportunidade de retribuir à Montes Claros tudo que a cidade já lhe proporcionou. Para ele, a principal lição que aprendeu foi exercitar a capacidade de ajudar. “Sirvo uma entidade do bem, do bom e do justo e inteiramente gratuita. É um trabalho de grande satisfação, uma causa muito nobre”. Ele revela não ter grandes ambições, mas se diz feliz e realizado. “Eu peço a Deus somente uma coisa: que eu esteja em atividade até o fim da minha vida”, conclui. O Provedor da Santa Casa, Heli de Oliveira Penido, durante a entrega do Certificado de Hospital Acreditado Pleno à Santa Casa. Heli e Lili com as filhas Ana Cristina, Maria Tereza, Maria Cecília e Ana Paula. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 87 Especial 70 anos Homem do crédito rural Falta de informação é um dos grandes entraves da renegociação de dívidas Texto: Vanessa Araújo O Administrador de empresa, produtor rural e servidor da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Montes Claros, no setor de convênios, Luiz Guilherme Antunes Câmara partilha da história da Sociedade Rural. Diretor durante oito anos, que tiveram início em 85, na gestão de José Machado Corrêa, após os quatro mandatos que cumpriu continuou na Rural como assessor de crédito rural. Além disso, o ex-diretor também foi presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), por duas vezes. Os desafios são grandes, ele conta, mas não desanima. “Uma das maiores lutas que enfrentei durante minha participação na Sociedade Rural foi pelo asfaltamento de estradas como a da Produção, a de Japonvar e de São João da Ponte. Além disso, também acompanhei a batalha pela renegociação das dívidas dos produtores rurais junto aos bancos, e a peleja pela tarifa diferenciada de energia elétrica para atividades de irrigação”, conta. Luiz Guilherme manifesta também o orgulho em fazer parte da história da instituição. “A experiência é muito gratificante, pois obtivemos êxito na maioria das lutas, participei de grandes conquistas e tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que realmente se importam com o meio rural”, diz. Para ele, um dos principais pontos para a admiração do trabalho da Sociedade Rural é a verdadeira batalha pelos interesses da classe. “Aqui, encontramos pessoas que, principalmente em momentos críticos, se dedicam integralmente pela defesa da segurança ambiental e jurídica do setor”, afirma Luiz. O produtor rural destaca ainda a importância da Expomontes para o agronegócio do Norte de Minas. “Atualmente, percebo uma evolução constante da Exposição Agropecuária. O presidente Osmani Barbosa Neto tem conduzido uma gestão de destaque na história da instituição”, elogia. “Estou muito satisfeito de poder conviver com pessoas tão comprometidas e preocupadas com o meio rural”, conclui. Renegociação de dividas Os planos econômicos, como Plano Collor e Bessa, por exemplo, foram grandes responsáveis pelo endividamento rural, praticamente em todas as regiões do País. Assim, enquanto ocorreu uma brusca queda nos preços dos produtos, os valores dos financiamentos foram elevados à patamares superfaturados. A falta de informação é outro gargalo do setor. “Muitos produtores não sabem das leis, do que pode e o que não pode. Isso dificulta a vida de todo mundo. Por exemplo, há benefícios exclusivos para agronegócio, uma vez que o empréstimo rural tem a finalidade legal de fomentar a agricultura e não de obter lucro. Mas, muitas vezes há uma inversão na finalidade dos financiamentos rurais, pois os bancos, inclusive os oficiais, estão operando com os contratos rurais objetivando lucrar e não incentivar o 88 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . setor agropecuário”, avisa Guilherme. Segundo o assessor, são diversas ilegalidades cometidas pelas instituições financeiras nas operações rurais, como por exemplo: cobrança de juros acima de 12% ao ano; capitalização mensal dos juros sem pactuação expressa; cobrança de comissão de permanência e cobrança de multa acima de 2%, etc.. Ele afirma também que mesmo com as normas visando a renegociação de dividas um grande número de financiamento não foi quitado em razão de fortes secas que atingiram o campo nos últimos anos, sobretudo do semi-árido e norte de Minas. “Isso tem impossibilitado a quitação de débitos por causa da ausência de renda”, afirma. Com vistas a corrigir as distorções, as entidades rurais tem lutado para viabilizar a reversão dos débitos. “Ninguém quer ficar sem pagar, só queremos ter fôlego para trabalhar, reunir dinheiro e quitar as dividas. Em suma, as renegociações tem que avançar e atender ao médio produtor. Os benefícios são, em sua maioria, a agricultura familiar e pronafianos. Há um grande índice de homens do campo que necessitam de ajuda do Governo. Há um viés ideológico que precisa ser rompido: o preconceito quanto à classe do médio produtor rural. PESA Normalmente são encontradas outras ilegalidades nos contratos rurais, como o excesso de garantias nas operações de securitização e PESA (programa especial de saneamento de ativos), que chegam ao absurdo de mais de 500% do valor do financiamento. A lei estabelece um limite de garantia de apenas 50% do financiamento para as operações do PESA e de 100% para as operações de securitização. Os financiamentos rurais têm benefícios legais, sendo que certos tipos de contratos foram alongados para pagamentos em 10 ou 20 anos (securitização, PESA, etc.), mas, infelizmente essas renegociações que deveriam beneficiar os produtores rurais de todo o país acabaram não acontecendo. A solução para uma boa renegociação de dívidas rurais é contratar um especialista na área tributária, que irá fazer um recálculo das operações rurais procurando enquadrar os contratos nos termos da lei e assim reduzir o saldo devedor para o valor real, buscando-se uma negociação administrativa através de apresentação de proposta dentro da realidade e possibilidade jurídica e financeira. Aqueles produtores que, por ventura, estejam sendo executados também podem se defender através do conhecimento dos benefícios legais para o setor rural, inclusive com redução da dívida ou com o alongamento do débito, se o contrato preencher os requisitos legais, evitando, assim, que seu patrimônio vá a leilão judicial. Expomontes 2014 Parque de Exposições é revisitado Investimentos de R$ 210 mil em reformas e construção O Parque de Exposições João Alencar Athayde é um dos poucos do Brasil que funciona o ano todo. Alguns espaços são abertos somente em períodos de exposições. São 25 funcionários da Sociedade Rural que cuidam da estrutura, fazendo a limpeza, reformando e cuidando para que as áreas possam ser ocupadas pela comunidade por meio de locação da primavera ao inverno. Nos últimos meses, para receber a Expomontes, várias ações foram feitas. O investimento chegou a R$ 150 mil com obras de manutenção, recuperação de áreas, criação de um jardim na entrada do Clube dos Fazendeiros, reforma da churrasqueira. “Atendendo à demanda da Policia Militar, reformamos o posto policial, ampliamos as celas e aumentamos mais um banheiro. Equipamos todos os espaços fechados com ar condicionado e finalizamos a obra do Memorial – local de resgate de memória, pensado e projetado para contar a história de um povo que mostrou a que veio. Vamos deixar registrado a importância dos precursores das causas rurais no Norte de Minas”, encerra Norberto Assis, diretor de patrimônio da Rural. O Memorial é um espaço reservado para congregar fatos, ações e história, e é financiado pela Valleé. O investimento de R$ 60 mil transformou parte do prédio administrativo da Sociedade Rural. Dentro das novidades da 40ª Expomontes outra novidade física no Parque é a chegada de uma agência do Sicoob/Credinor. Transformações que alteram visualmente a tribuna de discussões do homem do campo. Norberto acredita que para o futuro são necessárias algumas mudanças, como por exemplo, a ampliação do Tattersal Daul Dias. “Para conclusão do meu curso de Arquitetura eu re- A revitalização do Tattersal Dias seria um dos pontos de mudança 89 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . desenhei o Parque. Um projeto inovador, caro, mas que daria ao Parque toda modernidade e mobilidade que precisa. Indico um Plano Diretor para ordenar as novas edificações e propor novos espaços com a reforma e construção de novos currais, liberação de áreas para mais expositores, isolar área de leilões, por exemplo, para acesso livre de compradores e vendedores. Particularmente, eu acho um excelente projeto. Seria necessário R$ 1 milhão”, afirma. Especial 70 anos Credenciamento repaginado A Sociedade Rural investiu R$ 15 mil no setor de credenciamento da 40ª da Expomontes. Foram adquiridos novos equipamentos (computadores e impressoras, máquinas de encadernação), móveis, software, ar condicionado e reforma do espaço, que era destinado a estandes. “A demanda do credenciamento aumentou consideravelmente por que a Feira cresceu. Não podemos distribuir o acesso à revelia. A Exposição ganhou proporções gigantes, por isso, instituímos uma comissão de credenciamento na qual presido”, afirma Sérgio Peres, Engenheiro Civil e produtor rural, que atualmente ocupa a Secretaria Executiva da Sociedade Rural e coordena, pela segunda vez, a Comissão de Credenciamento da Expomontes. Ao todo, são 4,7 mil credenciados para produtores rurais, associados da Sociedade e Sindicato Rural, Autoridades Civis e Militares, Expositores de animais produtos e serviços, tratadores, colaboradores, funcionários, parceiros e imprensa para que os profissionais, tanto da cidade, quanto do Estado, possam divulgar as iniciativas da Mostra. Seis pessoas foram contratadas para desempenhar o serviço, confeccionando e dando suporte ao setor. O credenciamento é um dos setores mais delicados e complexos da Exposição. “Damos acesso a quem participa efetivamente da Expomontes. Pessoas em prol do evento. Existe uma quantidade limitada. Não há como atender todo mundo, mas acreditamos que nossos serviços têm atendido a comunidade de Montes Claros”, avisa. Sobre a 40ª Expomontes ele afirma : “Esperamos saldos positivos e bons negócios. Queremos melhorar os serviços prestados. Estamos profissionalizando todos os trabalhos. A experiência em meus negócios tem ajudado a lidar com minha área com tranquilidade e eficiência”, diz. Sérgio Peres, também tem uma grande missão: Secretariar 90 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . a Presidência. Para ele, uma tarefa de grande responsabilidade, mas que ele faz com grande satisfação até pela amizade que nutre com o Presidente. Há 16 anos na diretoria da Rural hoje ele atende ao expediente da Secretaria geral, participa de articulações da instituição, auxilia nas correspondências, produz as atas e, certamente, defende os interesses da classe. O Diretor descreve que é filho e neto de produtor rural. Ele segue o legado da família e garante que a cada ano a gratidão pela entidade aumenta. Expomontes 2014 Integrando os produtores Idalina é a única mulher a ocupar o cargo de diretora na Sociedade Rural F azer um grupo de fazendeiros se tornar uma família. Esse é o objetivo da diretoria social, que realiza eventos com o objetivo de integrar os associados da Sociedade Rural. Festa junina, das mães, dos pais e das crianças, essas são algumas das atribuições a cargo de Maria Idalina de Almeida Souza, que ocupa esta diretoria desde o primeiro mandato da atual gestão, embora esteja na diretoria da entidade desde 2004. "É um desafio ficar mais próximo do associado, fazer com que ele tenha uma vida ativa dentro da entidade e do parque. Por isso, as festas conseguem criar vínculos entre as famílias e aproximar da diretoria. Ano passado fizemos a festa do sócio remido, para os associados com mais de 70 anos e 15 de contribuição. Foi lindo, eles se sentiram valorizados, é um orgulho ser parte disso", afirma a diretora. É também Idalina que fica responsável por realizar a festa de lançamento de cada edição da Expomontes e todos os eventos da Rural, além, é claro, de coordenar a seleção, o treinamento e conduzir todas as atividades das cinco rainhas da Exposição. Segundo ela, o segredo para fazer bem feito é ter amor e prazer pela atividade. "Com amor tudo sai. Penso nos detalhes, na forma de envolver as pessoas. Na festa de lançamento deste ano, decoramos as mesas com mudas de plantas e árvores da região, para que os convidados pudessem levar ao final. Foi um sucesso, fiquei muito feliz que todos tenham gostado. Nossos eventos são para 500, 800 e até 1.000 pessoas e todos faço com muito carinho", comemora. Para a 40ª Expomontes e 70 anos da Rural, Idalina espera a maior festa de todas, que já começou desde o dia 21 de junho, quando a entidade completou o aniversário. Para ela, esta edição será histórica. A seguir flashes dos principais eventos da Sociedade Rural: 1 - Sócio Remido 2 – Lançamento da Expomontes 3 – Forró da Rural 4 – 70 anos da Rural 91 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 Sócio Remido 92 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 93 Expomontes 2014 Forró da Rural 94 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Expomontes 2014 70 anos da Rural 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 95 Especial 70 anos Lançamento da Expomontes 2014 Cerca de 500 pessoas participaram do evento que lançou Selo Personalizado da Exposição Fotos: Solon Queiroz O Centro de Eventos do Parque de Exposições João Alencar Athayde, em Montes Claros, foi palco do lançamento da 40ª Exposição Agropecuária de Montes Claros – a Expomontes. A noite foi marcada também pela divulgação do Selo Personalizado, em parceria com os Correios. Cerca de 500 convidados, entre jornalistas, publicitários, empresários, patrocinadores, diretores e colaboradores da Sociedade Rural participaram do evento, que começou ao som do Hino Nacional, seguido do discurso do Presidente da entidade, Osmani Barbosa Neto, que em suas considerações exaltou também sobre os 70 da instituição ruralista. “Com 70 anos de existência, somos autores do nosso tempo e temos entre nós personagens de grande participação no desenvolvimento de nossa região. A história e o progresso de Montes Claros estão dentro da Sociedade Rural registrados com documentos, imagens, vídeos e reportagens. As ações sempre foram 96 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . pautadas pela ética, transparência e pela busca desinteressada do bem comum”, discorreu. Para Osmani, 2014 é o ano da Rural, e para celebrar datas importantes como os 70 anos da entidade e a 40ª Expomontes, será criado memorial e também será divulgado livro alusivo aos 70 anos da entidade. A Expomontes completa 57 anos em 2014 e é sinônimo de sucesso, de oportunidades, de valorização, de negócios, de diversão e entretenimento. “É a maior festa popular do Norte de Minas. É considerada a segunda maior do pais, perdendo apenas para a Expozebu em número de animais inscritos. Teremos 12 dias de festa, 70 estandes disponíveis onde os mais de 360 mil visitantes poderão ter acesso a um mix do agronegócio. Serão dez leilões. Cerca de 10 mil animais devem ser comercializados. Os negócios movimentados devem chegar a casa dos R$ 310 milhões de reais. Na Mini Fazenda, muitas novidades para a criançada. A Feira da Agricultura Familiar vai ser incrementada”, divulgou Osmani. “É a maior festa popular do Norte de Minas. É considerada a segunda maior do pais, perdendo apenas para a Expozebu em números de animais inscritos.” Especial 70 anos Evaldo Jener, Coordenador Institucional dos Correios, ponderou não somente sobre o Selo Personalizado alusivo às 40 edições da Expomontes. “A Expomontes, hoje, ultrapassa fronteiras, como o Selo também o fará. Um evento construído com muito esforço que valoriza todo potencial econômico do Norte de Minas”, disse. Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros, abriu as considerações dele falando sobre a grandiosidade da Expomontes e confirmou que neste ano irá apoiar com mais vigor a Exposição. “Vamos aumentar o valor investido na Mostra, teremos um estande da prefeitura e aguardem que traremos um excelente show para o aniversário da cidade. Como será a abertura da Expomontes iremos receber, aqui no Parque, diversas autoridades que vão abrilhantar nossa festa, que movimenta a economia local”, finaliza. Moacyr Basso, Diretor Financeiro da Rural, encerrou o evento alertando que até o dia 15 de março de 2014 os expositores que participaram da Feira em 2013 terão prioridades sobre os espaços locados. A partir da data vai ser por ordem de chegada. O diretor ressaltou também que, ao lançar essa edição histórica, se comprova, mais uma vez, os resultados positivos alcançados a cada Expomontes. “Engana-se quem pensa que o evento se retrai nos tempos de crise – ao contrário. Quanto maior a dificuldade, maior a importância de promovermos essa festa. É nessa hora que a atenção do produtor passa a ser disputada e novas oportunidades são criadas, possibilitando avanços e resultados conjuntos. É quando buscamos melhores rendimentos, redução de custos e uma parceria maior com comércio e indústria, tão bem representados nos stands da feira. A Expomontes consolida-se, assim, como o grande fomento do agronegócio”, fala Moacyr. Especial 70 anos Um olhar sobre a Sociedade Rural Nossos talentosos artistas nortemineiros e como eles veem a sociedade Rural. Leo arte 01 Leonardo S. Ferreira Nascido em Montes Claros, em 14 de março de 1977, é produtor gráfico, serígrafo e arte educador. Iniciou sua vida profissional como desenhista em empresas de serigrafia nos anos 90, ilustrou diversos jornais locais. Atualmente cria peças gráficas para o mercado publicitário. 100 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 01 02 Bernardo Morais 02 Artista Visual E Fotógrafo Conhecido por sua produção fotográfica, iniciada em 2009, Bernardo Morais é um jovem artista visual, que capta a estética de uma geração. Em suas obras, permeadas por geometrismo, recortes e colagens, se utiliza, muitas vezes, da experimentação e da desfragmentação da imagem, explorando uma combinação de anatomia, natureza e geometria para criar uma narrativa híbrida. Atualmente, busca transitar entre outras técnicas das artes visuais, além da fotografia, para remodelar a iconografia do artista Norte mineiro. www.moraisbernardo.com.br 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 101 Sólon Queiroz Realizou diversos trabalhos e incursões em diferentes regiões do País. Como Cinegrafista desenvolveu trabalhos de documentários de obras e institucional para a Prefeitura de Grão Mogol. Trabalhou como cinegrafista na produção do Making of do Curta Metragem “Mendigo” do Diretor Iesus Filho e do Curta Metragem “A falta de” da Diretora Lara Araujo, entre outros. Tem seu trabalho publicado e divulgado em órgãos da imprensa e instituições públicas e privadas. Compartilham do seu Banco de Imagens, Empresas como a Futura Press de São Paulo e a Rede InterTV afiliada Rede Globo com fotos que compõem novo cenário 2010 do MGTV – Primeira e segunda edição. Premiado no “1º Concurso de Fotografias Cerrado Solo Sagrado” realizado em 25 de novembro de 2010 pela Prefeitura Municipal de Montes Claros – MG. Finalista no PREMIO ESSO DE JORNALISMO – 2013. Premiado na Etada Estadual do Sebrae de FOTOJORNALISMO - 2014 com a materia intitulad "Frutas CIA" publicada no Jornal Estado de Minas Solon Queiroz Fotógrafo Dione Afonso dos Anjos Iniciou se em fotografia profissional no ano de 1999. É formado em comunicação social com habilitação em jornalismo pela FUNORTE, já atuou em diversos seguimentos da fotografia. Na maior parte da carreira trabalhou como freelancer. Participou como repórter fotográfico da Expedição Caminhos dos Geraes por seis vezes e de outros trabalhos pelo sertão Norte Mineiro. Fez diversas coberturas em grandes eventos como Festival Grande Sertão em 2001, Festival Internacional de Folclore, Festival Folclórico das Festas de Agosto. De exposições como: Semana do Meio Ambiente em 2001, Exposição coletiva Combio-BH, virtual no site da Expedição Caminhos dos Geraes. Trabalhou com fotojornalista pela revista Tempo, revista Plataforma e como freelancer para Jornal Estado de Minas, site Brazil Cartoon, Galeria Márcio Leite e para as empresas: Petrobras, Novo Nordisk, SESC–MG, Santa Casa de Montes claros, Alpargatas, Cervantes, Agência i7, Lume Comunicação, Link Comunicações, Via Corporativa comunicação. Atualmente trabalha para o Jornal Hoje em Dia. Dione Afonso Fotojornalista 102 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Neto Macedo Expomontes 2014 Neto Macedo Fotógrafo Neto Macedo é um jovem fotógrafo com mais de 4 anos dedicados à carreira graduado em Publicidade e Propaganda, e atua como fotógrafo e professor de fotografia e vídeo. Apesar de ser conhecido por retratar o universo feminino, atende, também, ao mercado corporativo e publicitário. Segundo ele, busca a excelência no atendimento aos clientes e acredita que os melhores projetos são aqueles estruturados e planejados de acordo com sua marca e imagem. www.netomacedo.com Junia Rebello Publicitária e fotografa, Junia Rebello trabalha como assessora de marketing na entidade. Tem uma visão diferenciada sobre os 70 anos da entidade. Escolheu a imagem de Pedro para retratar a entidade em seus 70 anos, por ver nele a historia da Rural se repetindo – uma ligação que começa em família e que se renova a cada geração. Junia Rebello Fotógrafa 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 103 Especial 70 anos Silvana Mameluque Mota Natural de Pirapora/MG e reside em Montes Claros onde é servidora da Prefeitura, lotada na Secretaria Municipal de Cultura há 21 anos. Bacharel em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva em Belo Horizonte/MG desde 1979 participa como membro titular do Conselho Municipal de Turismo e do Circuito Turístico Sertão Gerais. Possui curso de Fotografia pelo SENAC realizado em Montes Claros no ano de 2002 e possui uma página www.flickr.com/photos/ silvanamameluque onde armazena os seus trabalhos fotográficos. Silvana Mameluque Mota Fotógrafa A Sociedade Rural e eu Fotos: Arquivo Pessoal Quando fui Gerente do Banco do Brasil, tive relacionamento muito estreito com a diretoria da Sociedade Rural de Montes Claros. Eu aqui cheguei, em fevereiro de 1986, vindo da Direção Geral, em Brasília. A tarefa que me esperava era desafiadora, para os meus 32 anos de idade: administrar uma agência com 201 funcionários, um dia depois do Plano Cruzado, que tudo mudara na economia, inclusive acabando com a conta-movimento, a qual propiciava juros subsidiados para o setor agropecuário. Mesmo com esse cenário adverso, conseguimos aplicar vultosas somas na agropecuária regional e instalar duas sub -agências na cidade. Apoiamos, na época, a criação da Credinor – Cooperativa de Crédito do Norte de Minas –, engendrada no seio das entidades rurais da cidade. Quando a Credinor ficou sem poder participar da compensação de cheques, por dois meses, em virtude da extinção do Banco Nacional de Crédito Cooperativista, assinamos convênio permitindo à referida cooperativa o uso do mesmo número da nossa agência para tal fim. Lembro-me bem do ato solene, quando estiveram presentes diretores da Sociedade Rural, do Sindicato Rural, da Coopagro, da Associação Comercial e Industrial, do Clube de Diretores Lojistas, representantes da Câmara Municipal e vários associados da Credinor. Para nossa felicidade, a Credinor é considerada o embrião de todo o sistema financeiro que hoje atende aos agropecuaristas da região. A foto ao lado é da reunião em que assinamos convênio de apoio à Credinor, para uso do número da Agência do BB em Montes Claros, tendo por finalidade a compensação dos cheques dos cooperados. 104 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Itamaury T. de Oliveira É natural de Porteirinha – MG. É advogado pela Faculdade de Direito Milton Campos e especialista em Direito Tributário, pela Faculdade Gama Filho. É também especialista em Marketing, Qualidade e Competitividade, Administração Financeira e MBAFormação para Altos Executivos. Mestre em Administraçao pela UFMG. Especial 70 anos Sociedade Rural Expomontes: A construção da identidade de um povo “ Quando abri os olhos não cri. Tudo que é belo, é absurdo. Deus estável!” João Guimarães Rosa Texto Cácio Xavier* Foto: Arquivo Pessoal A condição de norte mineiro é reconhecida, entre outras coisas, por nossa carne de sol, nossa cachaça, nossas frutas, nosso fruto (o pequi), nossa música e até nossa hospitalidade. Com orgulho catrumano nos afirmamos sertanejos, afinal “o sertão está em toda parte” como bem descreveu João Guimarães Rosa, e aqui, nestes rincões, ganhou cores, sabores e o rosto de uma gente forte. Somos um povo apaixonado que gosta de festa e carrega na face a identidade forjada nesta alegria conquistada com o trabalho digno. O campo e a cidade se completam neste lugar de pessoas aproximadas pela unidade das relações, pelo modo de vida próprio, que nos difere de outras regiões. Frente a esta geografia cultural de olhares diversos, crescemos com a imagem do Parque de Exposições João Alencar Athayde. A expectativa indescritível de se perder na efervescência de uma multidão que se descobre nesse território. Gente que contou os dias para estar alí... Alguns moram fora, mas que sempre agendam as férias para que, nesta época, neste espaço, reencontre amigos... Outros que não só buscam entretenimento, mas também querem fechar bons negócios. Certamente, por isso, o olhar deste jornalista sempre se rendeu aos encantos da Exposição Agropecuária de Montes Claros, um evento que sintetiza não só o agronegócio do Norte do Estado, mas a vocação para o desenvolvimento econômico, político e social desta região. A cada cartaz, a cada filme produzido para divulgar esta festa observamos a evolução e consolidação deste símbolo de força da Sociedade Rural. Por isso, entendemos como uma honra, o privilégio de contar e registrar na televisão parte desta história por meio de reportagens que tivemos a sorte de trabalhar. Foram muitas as oportunidades de conviver com as vitórias e também preocupações de quem aprendeu cedo a lidar com a terra, com os trabalhadores rurais, com as adversidades de nosso sertão e sua estiagem severa. Foram inúmeras as entrevistas para registrar resultados de viagens de pecuaristas e fruticultores em busca do conhecimento e troca de experiências com outras regiões produtoras não só do Brasil, mas também de outras partes do mundo. Vimos, ainda, inesquecíveis palestras no auditório da Rural e nos chamados “dias de campo”, onde experiências e orientações técnicas eram realizadas em busca da tecnologia ideal para atingir melhores resultados e fazer daqui uma região competitiva e reconhecida. Foi assim com o Mangalarga Marchador, com os concursos leiteiros e de ganho de peso, com o novilho precoce, foi assim ainda com a pastagem, com as novas variedades de grãos, em especial o sorgo, o plantio direto, a cachaça e uma infinidade de assuntos que viraram notícias em nosso então Norte de Minas Rural, hoje InterTV Rural, e outros tantos programas da Rede Globo. Enfim, memória de sucesso que se mistura à vida de todos nós. Pessoalmente, lembro-me que a convivência profissional com a Sociedade Rural se deu primeiro como locutor da Rádio Montes Claros. A 98 FM permitiu-me em algumas oportunidades estar no palco da Expomontes, apresentando shows – sempre os artistas e bandas de maior sucesso na atualidade. E depois, como presente, na televisão começamos justamente num programa rural. Oportunidade única que moldou nossa personalidade pela amizade e respeito desta família que é a Sociedade Rural de Montes Claros. Uma entidade que chega aos 70 anos com vigor e maturidade para travar novos desafios na construção permanente de nossa identidade norte mineira. * Gerente de Jornalismo da InterTV – MG. Graduado em Letras (Unimontes); Jornalismo (Funorte); PósGraduação em Docência do Ensino Superior (Soebras); e mestre em Letras/Estudos Literários (Unimontes). U m olhar sobre a S ociedade Rural 105 Especial 70 anos A tradição social Theodomiro Paulino recorda história de amizade com a Sociedade Rural Fotos: Arquivo pessoal B em ali, ao lado esquerdo do palco bate o coração social da Expomontes. Presença garantida há anos, é no Barzinho do Theo que diretores, autoridades, membros da sociedade e um público fiel de encontram para momentos de conversa e descontração durante a festa. Tendo o nome de Theodomiro Paulino à frente, não se esperava outro resultado que não o sucesso para o bar. Há tantos anos prestigiando e fazendo parte da Expomontes, o jornalista social é testemunha das mudanças e evolução da festa ao longo do tempo. A relação dele com a Sociedade Rural e a Expomontes começaria muitos anos antes de ser também integrante dessa história. Quando criança, gostava de visitar as baias, ver os animais e tirar fotos registrando tudo. Um pouco mais velho, aos dez anos, começaria a travar conhecimento com muitas das famílias das quais viria a se tornar um amigo próximo. "A minha historia é de amizade, sempre fui amigo das famílias. Inclusive quando era menino, não era nem jor- Eliana, Rainha da VI Expo de 1966. 106 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . nalista. Eu trabalhei em lavanderia e entregava as roupas que eles mandavam lavar. Eu engraxei sapato, vendi revista.... Eu entregava as roupas dos coronéis, me lembro do Dominguinhos Braga, Nozinho Colares, Zé Pereira, João Athaíde, Antônio Augusto Athaíde, Osmani Barbosa... Eu ia com as roupas engomadas, o linho 120, eram ternos brancos. Logo depois fiquei amigo deles, conhecido. Fiquei amigo através do jornal, quando fui ser colunista", revela. Como jornalista social, Theodomiro teve a oportunidade de conferir de perto a história da Sociedade Rural e da Expomontes se desenvolvendo. Se antes as edições, que ocorriam a cada dois anos, não possuíam shows à noite no Parque de Exposições, a Sociedade Rural promovia bailes no Automóvel Clube, que contavam com a presença de grandes artistas nacionais, como Roberto Carlos, Jair Rodrigues e Moacir Franco. Num desses bailes, Theodomiro Paulino foi selecionado por Carmelita Barbosa junto a outros jovens da sociedade para abrilhantar o baile. Sua entrada na Expomontes se deu na década de 1970. Pediu ao presidente da época para lhe deixar montar um barzinho no Parque, o Theo's House. Ideia aprovada, ele e seus irmãos precisaram colocar a mão na massa para fazer e acontecer. "O Parque não tinha infraestrutura nenhuma, era só aquela parte da frente. A gente, meus irmãos e eu, buscava palha, palhoça, e fazia barraca de palha. Começou aí Especial 70 anos o barzinho, o Theo's House, que era um sucesso na época. Quando fizeram a nova infra-estrutura do palco, com os bares ao lado, eu fiquei sem lugar. Nisso José Corrêa Machado e Lucas Elmo Pinheiro construíram pra mim o barzinho que fica hoje embaixo da escada do Sindicato Rural, mas como eu vi que o povo tava indo todo para o outro lado pedi pra me transferir pra lá. E eles atenderam porque ficou mais espaço pra eles usarem, hoje lá é um café. Foi muito bom. Me tornei uma tradição na Expomontes", comemora. Desde a década de 1970, quando as edições da festa ocorriam de dois em dois anos, Theodomiro deixou de participar de apenas uma edição, por conta de motivos políticos. Mas a ausência foi sentida e na edição seguinte já estava de volta ao seu lugar de sempre. Como jornalista social, ajudou a engrandecer a Expomontes a cada edição, inclusive comentando e aprovando as rainhas, uma verdadeira tradição da festa. Ainda hoje, lembra das grandes beldades que fizeram história como Eliana Neto, Celeste Pimenta e Eleninha Baliza, as quais dedica muitos elogios. "As rainhas de hoje são lindas, mas muito novas, são crianças. Eu sou da opinião de que elas devem ser mais velhas, pois já têm uma beleza mais marcante e impõem mais presença", aponta. Além das beldades, também lhe marcou a memória a garra e a força com as quais os ex-presidentes levantavam a classe ruralista e a dedicação feminina em promover festas e jantares, trabalhando duro. Hoje, Theodomiro reconhece que a classe tem enfrentado mais desafios que nos primeiros tempos, mas destaca o valor do homem do campo "que nunca deixa a peteca cair". Década de 70, no Parque de Exposições com Junia Campos, Denise Valle, Carlota Dumont e Kira Marcia Valle. Ao recordar toda sua história vivida junto a Sociedade Rural, Theodomiro Paulino é só elogios à entidade que lhe abriu os braços e lhe fez parte desta história. "Hoje o Barzinho do Theo é tradição, pois recebo governadores, autoridades de todo tipo. É uma satisfação poder estar presente todos os anos, e espero que nos próximos 70 anos a Sociedade Rural esteja cada vez mais forte. Tivemos grandes presidentes e hoje temos Osmani, que tem feito um belo trabalho e seguido as tradições. É de se esperar que cresça cada vez mais", conclui. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 107 Especial 70 anos Uma conversa sobre cordas e crachás Entrevista: Zana Ferreira Foto: Andréa Froes Q uem vê o jornalista Luiz Ribeiro, premiado 40 vezes, ocupando espaço importante na imprensa nacional, não imagina as raízes dele. Com orgulho, ele abre o passado e revela não apenas a origem rural, mas uma velha história de amor com a Expomontes que se renova a cada ano. Filho de José Soares dos Santos, o Zeca, e Agripina Ribeiro dos Santos, Luiz estava no meio da prole de sete filhos do casal. Gerente da fazenda Catuti, em Fransico Sá, Zeca tinha apenas o 3º ano primário, mas possuía uma grande sabedoria de vida, ensinando ao filho a lição mais importante que Luiz teria na vida: a honestidade. Numa época em que não havia muita tecnologia, transações bancárias ou cheque, Zeca administrava a fazenda dos patrões lidando com homens e grandes quantidades de dinheiro. Luiz Ribeiro recorda que as dificuldades eram muitas e, algumas vezes, a família 108 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . passava por necessidades. O dinheiro dos patrões, porém, nunca foi uma alternativa. "As pessoas o questionavam porque a gente passava dificuldade se ele lidava com tanto dinheiro, mas ele respondia 'Isso não me pertence'. Recebi essa lição dele, e levo isso para tudo na minha vida", emociona-se. Sertanejo, o Luiz de hoje ainda tem fresca na memória a sensação de encantamento que o pequeno Luiz sentia ao chegar o tempo das chuvas. O cenário transformava-se, o amarelo dos campos se tornava verde, e o contraste lhe marcou a memória. De suas lembranças da infância, revela que esta é uma das mais fortes, somada à memória do mingau que mãe fazia durante esses meses, quando vinha a colheita do milho. Por necessidade, auxiliava a família em trabalhos da roça. Pegou na enxada, ajudou a plantar milho e capim. Mas se o pai sabia que essa ajuda era necessária, não des- Especial 70 anos cuidou de dar um futuro ao filho, fez questão que ele estudasse. "Eu já havia aprendido a ler sozinho. Pegava qualquer papel, ficava juntando as letrinhas, tentando ler. Antes de ser alfabetizado, cheguei a decorar um livro, que minhas irmãs sempre liam em voz alta. Por volta dos meus oito anos, meu pai pagava a professora do meu primeiro ano, Dona Elisabete, e eu era bom aluno. Acontece que apenas eu passei de ano, e não tinha quem me ensinasse. Eu precisei ir embora para poder estudar", recorda. A princípio foi para a casa de uma tia em Francisco Sá para poder estudar, mas em pouco tempo acabou se mudando para Montes Claros, aos nove anos, vindo a morar na casa dos patrões dos pais. O menino da roça, acostumado com um modo de vida mais simples, de repente se via em um novo ambiente, com novas descobertas. Dentre essas, estava a possibilidade de conhecer a Expomontes, já famosa em seus tempos de criança, quando era realizada de dois em dois anos. Mesmo sem nunca ter colocado os pés no Parque de Exposições João Alencar Athayde, Luiz já sabia alguma coisa do evento, que povoava sua imaginação. Na fazenda que o tio gerenciava, muita vezes acompanhou o processo de argola, para amansar o animal para o contato com as pessoas durante a exposição. Era um processo de meses para fazer com que o animal se acostumasse à grande presença de pessoas, vendo-o e tocando-o, e o simples conhecimento de um fato de bastidor já lhe fazia sentir um pouco parte de tudo ali. A Expomontes realizou-se sempre em julho, época em que Luiz entrava de férias e voltava para a casa dos pais, mas conseguiu, depois de um tempo, poder ficar em Montes Claros para auxiliar no trato dos animais dos patrões que eram expostos na Mostra. Mais que um trabalho, aquilo lhe dava grande satisfação, por fazer parte daquele momento, do qual só ouvira falar durante tanto tempo. Além do pertencimento interno, algo iria lhe marcar como um membro oficial daquele espaço. "Para entrar no Parque, era preciso ter um crachá que identificava. Cada setor era diferenciado por uma cor. Tinha o crachá da comissão organizadora, dos expositores, dos estandes... até a hora que me deram um crachá de tratador de animais. Aquilo para mim era incrível, como se eu fosse oficialmente parte daquilo tudo", explica. Desses momentos dentro do Parque, Luiz não perdia nada. Observava atento aos expositores, conhecia os nomes dos membros da organização, observava atento cada parte que compunha a Expomontes. Hoje, entende que isso já era parte de sua veia de jornalista, que na época era ape- nas um sonho distante. Aos 14, arrumou um emprego numa mercearia, e ao voltar à Expomontes, já não possuia mais o crachá. Era parte do público. Um novo olhar se dava para o evento que tanto lhe animava. Recorda-se de shows e do ponto de encontro dos jovens, no canto esquerdo ao lado do palco. Mais uma vez, não deixava nada escapar, e admirava aquele momento que era ansiosamente esperado a cada dois anos. Um terceiro olhar sobre a Expomontes viria fazer parte de sua vida quando, aos 18 anos, fez teste para repórter do antigo Jornal de Montes Claros. Com três dias na redação, foi enviado para fazer sua primeira matéria na Sociedade Rural, cobrindo a experiência de uma escola hípica que estava surgindo. Naquele ano, teria grande emoção ao poder realizar seu sonho de ser jornalista de primeira página cobrindo justamente a Expomontes. Se no jornalismo estava dando seus primeiros passos, no evento não era nenhum iniciante. "Desde que eu era tratador, gostava de observar quando vinham as autoridades. Para mim, sempre vi o evento como a oportunidade do produtor rural mostrar a produção, mas também de reivindicar ao governo as necessidades da classe. Eu já sabia disso e ficava atento. Foi uma nova experiência, porque agora eu tinha um novo crachá, eu estava de outro lado da corda. Fazia novamente parte daquele momento, mas de outra forma", conta emocionado. Em todos os seus anos cobrindo a Expomontes e admirando o evento em sua totalidade, Luiz afirma que muitos foram os que ali dentro estavam e que exerceram influência direta sobre ele e seu trabalho. Lembra-se de Elias Tavares, comunicador que se envolvia em todos os setores do evento e conhecia os expositores pelo nome; de Paulo Guerra, para quem o rodeio era como sua vida; de Raul Dias, a quem admirava pelo envolvimento com a exposição e ainda do ex-presidente José Corrêa Machado, de quem obteve grande aprendizado. Nesses 70 anos de Sociedade Rural e na 40ª Expomontes, Luiz Ribeiro se sente realizado por poder fazer parte dessa história. "Eu não sou expositor, não tenho patrimônio, mas tenho esse patrimônio cultural, imaterial, que é ter vivido e acompanhado diversos momentos dentro do Parque de Exposições João Alencar Athayde. Sinto orgulho de cada matéria que fiz e que pode ter colaborado com a causa dos produtores, que enfrentam muitas dificuldades. Precisamos agora é pensar no futuro, como obter um equilíbrio para que o campo possa continuar produzindo e nossos filhos e netos possam estar aqui e comemorar os próximos 70 anos", conclui. U ma conversa sobre cordas e crach á s 109 Especial 70 anos 110 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Especial 70 anos Instinto ruralista Se o ditado popular diz que a curiosidade matou o gato, nada poderia ser menos verdadeiro na vida de José C. Silva Dias, conhecido como Dezinho Dias, um dos ex-presidentes e hoje membro do conselho consultivo da Sociedade Rural. Foi a curiosidade que um dia lhe colocou nos rumos da maior entidade ruralista do Norte de Minas. Dezinho, então um garoto de 14 anos, viu um grupo de fazendeiros bem vestidos e alinhados subindo as escadas de um prédio e, por instinto ou curiosidade, decidiu segui-los. O grupo, liderado por João Alencar Athayde, eram membros da Sociedade Rural, que se reunia para discutir importantes demandas da época. Dezinho era filho de gerente de fazenda em Francisco Sá e morava em Montes Claros para estudar. Já tendo ligação com o campo, logo reconheceu a importância daquele grupo. Entrando sem ser convidado, Dezinho foi travando conhecimentos com aquelas pessoas e passou a exercer serviços de officie boy para a Sociedade Rural, entidade da qual faria parte como membro dali a seis anos. “Com 20 anos fui convidado a ser diretor. Eu me lembro de percorrer esse espaço onde hoje é o Parque de Exposições todo à pé, junto com João Alencar Athayde, Lindolfo Laughton, Osmani Barbosa, em que eles estavam negociando a venda do terreno com Levindo Dias. Havia muitos outros grandes homens, como Cassemiro Colares e Elpídio da Rocha, que não ajudava pessoalmente, mas ajudava com dinheiro”, recorda. A venda de lotes era necessária para a construção do Parque de Exposições. Dezinho conta que João Alencar havia feito reunião com diversos representantes dos governos estadual e federal, mas não havia recebido ajuda financeira para a empreitada. Sem desânimo, a alternativa foi arrecadar entre a própria classe os recursos necessários para dar início às obras. Em 1964 Dezinho Dias foi eleito presidente da Sociedade Rural. Ele pontua que não focou em fazer grandes melhorias no parque, mas realizou importantes conquistas para a classe, que repercutiram em nível nacional: a padronização do sistema de pesagem do boi. "Quando o boi chegava ao frigorífico para ser pesado, descontava-se metade do peso dele mais 10 kg. Eu achava que descontar esses 10 kg era um assalto ao produtor. Conversei com o governador Magalhães Pinto e fizemos com que ele enxergasse que não somente o produtor perdia muito dinheiro com isso, mas o Estado perdia em recolhimento de impostos também. Ele autorizou que deixasse de se descontar esses 10 kg, e a medida acabou sendo implantada no país inteiro. Partiu daqui do Norte de Minas, e poucos sabem disso. Conseguimos, além disso, a documentação sobre os animais vendidos, porque antes a documentação que a gente tinha era o 'tic' da balança e o apito do trem, mais nada", revela. Da gestão dele, lembra de grandes nomes de artistas que conseguiu trazer para shows, como Moacir Franco, Elis Regina, Vanusa e o então artista em início de carreira Roberto Carlos, que veio por uma quantia irrisória na época. Também se lembra de trazer para a Expomontes autoridades federais e estaduais, demonstrando a força da classe. Em 1970 foi eleito, novamente, presidente da Sociedade Rural, e pouco tempo depois foi indicado a vice-presidente da Frimesa, onde tomou medida impopular ao perceber que dos 1.200 funcionários do frigorífico, 400 apareciam apenas para receber. Sem titubear, mandou tais funcionários para a rua, e diz que foi marginalizado por isso, mas não se arrepende. Com a experiência e percebendo que a região precisava de novo frigorífico, ele percorreu o País observando outros frigoríficos e construiu junto a alguns sócios o FrigoDias, que foi vendido mais de uma década depois, uma vez que já havia comprado a parte dos outros sócios, mas sua família não tinha interesse em continuar naquele negócio. Depois de anos fechado, Dezinho assiste com esperança à compra de seu antigo frigorífico pelo Grupo Minerva, que deve reabrir em breve o local. "Eu exportei carne para muitos países, era um grande frigorífico. Agora, esse grupo é muito respeitado e tem conhecimento. Hoje estou satisfeito só como pecuarista", afirma. Dezinho se entristece ao sentir que a classe ruralista não tem a mesma força de antes. Para Dezinho Dias, a Sociedade Rural tem uma grande história e todos os presidentes que ali estiveram contribuíram para o engrandecimento da entidade. Para o futuro, prevê ainda grande liderança, mas acredita que a classe ruralista precisa de um nome que possa defender com mais propriedade os interesses dos produtores rurais. "Estamos sem liderança política, e eu quero sugerir que se crie aqui um deputado da liderança pra nos defender. E lanço aí um rapaz que está despontando com muito amor, muita presença, que é o Osmani Barbosa Neto. Ele poderia ser o nosso representante", sugere. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 111 Foto Divulgação Especial 70 anos Cutuca, nego duro! A voz e animação de Gelson Dias ficaram marcadas na memória das exposições Coró Barbosa, Hermes Afonso e Gelson Dias durante a Copa Terra de 1990. Entrevista: Zana Ferreira A cada Exposição que vai é construída uma história! Um fato sempre fica na memória. Um show, um momento, um animal bonito. Talvez o cheiro dos galpões, ou das comidas na praça de alimentação. Tudo é possível. Para muitos, uma lembrança permanente é a voz e animação de Gelson Dias, que agitava a multidão e conduzia de shows a rodeios. Falando assim, alguém pode pensar que Gelson esteve por décadas na narração das Exposições. Ao contrário. Teve passagem relativamente curta, mas marcante, especialmente na memória de muitos. O que ele hoje lembra com satisfação, na época foi uma grande surpresa, grata oportunidade que a vida lhe ofereceu. Sem ligação com o campo ou com o meio da comunicação, Gelson Dias nasceu em Joaíma, no Vale do Jequitinhonha. Ele se mudou para Montes Claros em 1949 no que ele mesmo chama de uma epopeia. "Vim sozinho em cima da carroceria de um caminhão morrendo de medo, porque aquela era região que tinha muita onça. Meu irmão Nelson já trabalhava em Montes Claros e mandou me chamar. Eu vim sozinho na época. Posteriormente vieram outros familiares". A vinda se justificava pela falta de oportunidades de estudo na cidade natal dele, onde diz que havia apenas ricos e pobres, sem meio termo. Embora Montes Claros oferecesse a chance de estudar, ele também precisava trabalhar para ajudar no sustento da casa. Com 15 anos, já trabalhava como barbeiro. Entre tesouras, cachos e conversas, Gelson conheceria muitos daqueles com quem um dia trabalharia junto, pois todos os grandes fazendeiros frequentavam o salão onde ele trabalhava. A comunicação não entrou de uma vez na vida de GD, como é conhecido. Começou primeiro no grupo de Rádio Teatro que a Rádio Sociedade mantinha. O grupo, que fazia rádio-novela, interpretava vozes e mexia com a imaginação 112 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . das pessoas. A turma precisava ser bem dinâmica. Numa época muito antes da palavra "multimídia" entrar em vigor, Gelson aprendia, na prática, a ser multimídia. "Isso que chamam hoje de humor stand up, a gente já fazia. A gente fazia de tudo, não tinha essa de exclusividade. Eu era rádio-ator, daí precisaram que eu substituísse o João de Deus, conhecido como Zé Alambique. Ele era locutor experiente de um programa sertanejo e eu, inexperiente, não tinha prática na locução. Mas era assim, você tinha que aprender de tudo pra poder sobreviver na área. Fui e deu certo. Quando eu saí do programa o Zé Vicente entrou e tá até hoje aí fazendo sua comunicação", relembra. Gelson aponta que sua entrada no rádio se deu em 1962, mas a entrada profissional seria em 1964. Pouco tempo depois, já em 1970, seria chamado por Daul Dias para auxiliar na locução da Expomontes. Havia, já na época, o famoso locutor Elias Tavares, que vinha de fora para fazer narração de leilões e outros momentos da festa. Mas nesse ano decidiram inovar, acrescentando narração durante o julgamento dos animais, fato que começava antes da abertura oficial da festa, antes de Elias Tavares chegar à cidade. Convocado às pressas, Gelson arranjou duas cornetas e fez o serviço desejado. Mesmo quando o locutor oficial chegou, ele permaneceu no Parque, fazendo os informes e chamadas pelo sistema de som do parque. "Eu anunciava criança perdida, ou quando estavam chamando alguém. Lembro do seu Fortunato, eletricista por muitos anos lá, ele tinha que dar conta do parque todo sozinho, daí ia de bicicleta pra cima e pra baixo e eu anunciando 'Fortunato, te aguardam no pavilhão tal'", conta aos risos, relembrando outros nomes que ficaram guardados na memória. Carlos, o tratador de animais, João e Edmundo Especial 70 anos “Vim sozinho em cima da carroceria de um caminhão morrendo de medo, porque aquela era região que tinha muita onça.” Jornalista Gelson Dias recebeu do então Governador Francelino Pereira, o título de “Personalidades do Ano”. Foto Gury Queiróz, a dona Marlene da tesouraria... A locução dele não ficaria restrita aos informes. Em pouco tempo lhe convidaram para fazer também a narração dos rodeios. Era um novo desafio para aquele que já encarava na Rádio Sociedade a narração das partidas de futebol. Trocou a bola pelo boi e criou o bordão que lhe marcava: "Cutuca, nego duro!". Na memória ainda vê o peão João Pinga, habilidoso o bastante para dar conta do boi mais bravo que havia: Derruba Latada, o terror dos peões. Pertencente a Osmani Barbosa, o boi bravo só era vencido pelo João Pinga, pessoa com quem fez amizade na época. O carisma e o talento com o público seriam aproveitados ainda na animação dos shows, dos quais Gelson lembra com carinho. "A dona Clarice Athayde foi quem me ajudou a ter a sensibilidade de lidar com os artistas. E para lidar com o público também precisava de jeito, de carisma, de dom. Não tem nada que se compare você fazer uma piada e ouvir a gargalhada de 10, 12 mil pessoas ao mesmo tempo. Era uma felicidade danada", afirma. Em 1976, no último ano em que participaria da locução durante a Expomontes, os shows mexeriam com o público e com a organização. Dentre o grupo, a Chacrete Índia Potira mexeria com a cabeça do público. Com uma gargalhada, Gelson Dias revela momento de espanto para ele durante a passagem do grupo de dançarinas. Sem tempo para irem até um hotel se trocarem, ele conta encabulado que as moças trocaram de roupa na frente dele, dentro da sala do sistema de som. "Eu fiquei impressionado com aquilo. Eu tentava virar a cara e elas falavam: 'Deixa de ser besta, até parece que nunca viu isso'.", conta aos risos. De toda sua trajetória de parceria com a Sociedade Rural e a Expomontes, Gelson Dias diz que tem muitas saudades das pessoas e amizades que fez. Aponta com orgulho a participação na melhoria do sistema de som do Parque de Exposições, alerta que deu à diretoria quando esteve por lá. Ainda hoje, se sente grato pela oportunidade de realizar trabalhos aos quais não estava acostumado nem tinha experiência, mas em que se saiu bem e teve muitas alegrias. Ao tentar imaginar o que o futuro reserva para o evento, seu palpite vem com o humor que lhe é característico. "Do jeito que o mundo tá, vai ter boi virtual", graceja. C utuca , nego duro! 113 Especial 70 anos Dedicação Advogado e produtor rural conta sua história ruralista Entrevista Zana Ferreira Fotos Arquivo Pessoal N em todos têm o privilégio de ter uma foto ao lado de um presidente do Brasil. Ainda mais se esse presidente for Juscelino Kubitschek e o cenário da foto for à inauguração do Parque de Exposições João Alencar Athayde durante o centenário de Montes Claros. É uma grande façanha, certamente não é para qualquer um. Mas essa é apenas uma das muitas histórias de Ricardo Laughton, presidente do Sindicato Rural. Ricardo era um garoto de 12 anos quando a citada foto foi tirada no dia de inauguração do parque. Filho de Lindolfo Laughton, um dos fundadores da Sociedade Rural, ele diz ter na memória uma imagem muito viva do dia e da época, e recorda-se também de quando percorria ao lado do pai e de outros fazendeiros o terreno vazio que hoje se encontra o Parque. “Eu me lembro desse lugar antes da construção, que vi acontecer e depois vi as melhorias, que eram feitas a cada novo presidente. Posso dizer que acompanhei todas as Expomontes, mesmo quando saí para estudar Direito em Belo Horizonte. No meu último ano de estudante, vim para Montes Claros e participei da comissão organizadora de uma Exposição. No ano seguinte, depois que me formei, entrei para a diretoria da Sociedade Rural”, lembra. Ele conta que naquela época nenhum serviço era terceirizado e tudo era feito com muita boa vontade e doação, pois os diretores nunca foram remunerados pela sua atividade, sendo mais importante o sentimento de doação pela classe. Nas primeiras edições, eram os próprios diretores que recebiam os animais, controlavam a bilheteria e os portões, traziam os shows de artistas, além de muitas outras tarefas. A Sociedade Rural é tida como a entidade mãe das demais entidades ruralistas de Montes Claros, e Ricardo conta como surgiu o Sindicato Rural, criado em fevereiro de 1968. O governo queria fazer frente aos sindicatos de traba- Com a então presidente da CNA, Kátia Abreu. 114 Palácio da Liberdade, sec.da fazenda Leonardo Colombini, gov. Anastasia, Humberto Souto e Gil Pereira lhadores criados e incentivados durante a época de Getúlio Vargas, e para isso as diversas Associações Rurais de todo o Brasil foram transformadas em Sindicatos Rurais, sendo este o órgão oficial de relacionamento com os governos. “Em quase todas as cidades do Brasil essas associações se transformaram nos sindicatos patronais, mas em Montes Claros a Sociedade Rural já possuía um belo patrimônio, como este Parque de Exposições, e havia o receio de que talvez o Sindicato não desse certo. Caso isso ocorresse, o patrimônio do Sindicato seria revertido para a União. Para não se colocar em risco esse grande patrimônio, manteve-se a Sociedade Rural e criou-se o Sindicato Rural, que é o órgão oficial, mas são duas entidades irmãs, que possuem rigorosamente os mesmos objetivos em defesa do produtor rural”, destaca. Desde a década de 1970, Ricardo conta que sempre esteve na diretoria ou da Sociedade ou do Sindicato Rural, sendo inclusive indicado à presidência da Sociedade Rural, mas que declinou por considerar que ainda não possuía tempo disponível para dedicar-se integralmente à enti- Com o Ministro da Agricultura Reinhold Stephanes. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Deputado Aldo Rebelo e o presidente da FAEMG, RobertoRicardo Simões. Especial 70 anos dade. Em 2008 foi convidado a assumiu a presidência do Sindicato quando sentiu que tinha possibilidade de dedicar-se com a atenção que o cargo exigia. Nesses cinco anos e meio de sua gestão, após um mandato concluído e o segundo prestes a ser finalizado, Ricardo Laughton comemora o crescimento do número de associados da instituição, atingindo a marca de 1.700 membros. Por conta da força do órgão, foi convidado para ser vice-presidente da Federação dos Agricultores de Minas Gerais (FAEMG), onde teve a oportunidade de participar ativamente da defesa dos produtores rurais não apenas de sua região, mas também de todo o Brasil. Com o governador Bias Forte, presidente JK e Dom José na inauguração do Parque João Alencar Athayde. Gratidão Texto: Aldeci Xavier* Efetivamente tive a grata oportunidade de acompanhar e participar de parte da história da Sociedade Rural de Montes Claros e, em especial, das exposições. Dentre os profissionais da cidade, talvez esteja entre os primeiros a ocupar a função de locutor de estúdio, de palco e de cerimonial. Antes de me tornar profissional da comunicação, vibrava com a estrutura e os locutores da empresa King Som, que ao lado do palco principal do Parque de Exposições João Alencar Athayde, montava o estúdio que distribuía som para todo o ambiente. Por quase 14 anos também tive a oportunidade, durante a Expomontes, de trabalhar como freelancer, na assessoria a diversos presidentes, entre eles Daul Soares Dias, Antônio Bessa, José Correa Machado, Vadiolano Moreira, Rômulo Labate, Dario Colares, Fernando Athayde. Naquela época também prestava serviços à Rural a com- Dentre as ações de destaque, orgulha-se de ter sido representante de 92 produtores na assembleia de credores em São Paulo, conseguindo que praticamente todos os seus representados, aqueles que possuíam crédito em até R$ 100 mil, pudessem receber esse valor à vista. Também lhe honra a luta em prol da reabertura do frigorífico da região, que foi comprado pelo Grupo Minerva e em breve estará novamente ativo, gerando empregos e facilitando a vida do produtor norte mineiro. “E temos uma iniciativa muito bacana na parceria com a Epamig. O Sindicato Rural possuía uma fazenda a oito quilômetros de Montes Claros que estava desativada, e fizemos essa parceria e hoje lá funciona uma fazenda experimental, com pesquisas nas áreas de fruticultura, silvicultura e muito em breve teremos pesquisas para conseguirmos gramíneas adaptadas ao clima da região, o que pode vir a ser a redenção de todo o semi-árido brasileiro”, ressalta. Sobre sua história em doação e atividade dentro das duas entidades ruralistas, Ricardo sente-se satisfeito por ter dado sua contribuição, e acredita num futuro de força para a Sociedade Rural, que teve seriedade e competência em todas as causas que apoiou. “Assim que terminar meu mandato estarei à disposição, se meus colegas precisarem de mim, estarei sempre disposto a ajudar a fortalecer a defesa dos interesses do produtor rural”, finaliza. panheira Vanda Gonçalves. Uma das maiores felicidades que tive neste período, foi quando o então maior locutor de exposições da América Latina, saudoso Elias Tavares, homem sistemático, que confiava profissionalmente em poucas pessoas, me introduziu na apresentação dos principais artistas da festa. Várias das vezes, trabalhava o dia inteiro e a noite, cansado, Elias transferia para mim a responsabilidade em conduzir o palco. As principais autoridades que fizeram a história do nosso País passaram pelo Parque de Exposições. Se não bastasse, as principais decisões, que resultaram na chegada do progresso a Montes Claros passaram pelo espaço e pelas lideranças da classe rural. *Jornalista há 35 Anos - Estudante de Marketing, Colunista e Analista Político e Assessor De Comunicação Da Câmara De Montes Claros 115 Especial 70 anos VIVA!!!! Texto: Afonso G. Mendes* Nenhuma entidade comemora 70 anos por acaso. São sete décadas. Correspondem, no mínimo, a três ou quatro gerações, sem contar a geração que a implantou. É uma história! Esta é a história da Sociedade Rural de Montes Claros. Sete décadas de trabalho abnegado de verdadeiros “pés de boi”. Trabalho de líderes ruralistas que, imbuídos do sentimento de classe e da necessidade de organizar a então atividade mais produtiva da região, não se quedaram inertes e prepararam-na para o presente e para enfrentar os desafios do futuro. Futuro este que não demorou a chegar, colocando o nome de Montes Claros no cenário nacional, como polo de uma região que produzia e produz a melhor e mais saborosa carne do país. De uma região que é o celeiro da fruticultura nacional, de uma região que, mesmo com as adversidades naturais, sobressai-se pela força, pela bravura e pela coragem do ruralista. Vem-me à lembrança o boi “tipo Montes Claros”, uma típica alusão à carne de padrão inigualável, disputada no mercado nacional. Esta e outras conquistas fazem parte da Sociedade Rural. Exposições, shows, rodeios, leilões, congressos, palestras, oficinas, política voltada ao produtor rural, luta pelos direitos do empresário rural e homem do campo, enfim, uma verdadeira simbiose entre o campo e a cidade. Do alto de meus quase 50 anos, me veio à lembrança o que eu entendia, à época, terem sido tempos áureos das exposições. Exposições, que para a população em geral é o evento mais marcante da Sociedade Rural e parceiros. Aí, me dei conta de que os tempos áureos nunca acabaram. Cada exposição se supera! Esta é a Sociedade Rural. Sem fronteiras! Parabéns Sociedade Rural. Parabéns àqueles que, de forma direta ou preservando seu anonimato, contribuíram para que esta ímpar entidade atravessasse gerações e, mesmo contra as adversidades, inclusive da natureza, mantivesse viva e acesa, no coração do montesclarense a paixão pelas “coisas da roça”. Afinal, quem de nós não tem um pé fincado em algum canto deste nosso sertão Norte Mineiro? 116 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Benjamin Franklin, estadista americano do século XIII, conhecido também como jornalista, publicitário, escritor, filantropo, servidor público, cientista, filósofo, diplomata e inventor, e por muitos, considerado como apóstolo dos tempos modernos, há tempos, parece que previu a importância da Sociedade Rural, em sua ontológica frase: “Se as cidades forem destruídas e os campos forem conservados, as cidades ressurgirão, mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão.” Parabéns Sociedade Rural! Produtor rural e filho de produtor rural, Advogado, Professor Universitário, Conselheiro Estadual da OAB/MG, Radialista, Jornalista, Diretor da TV GERAES. Especial 70 anos A Personagem histórico o completar 70 anos, a Sociedade Rural congrega diversas histórias, mas quem constrói a história são personagens, alguns deles marcantes, como o produtor rural, Paulo Macedo. Nome forte da classe, homem integro, defensor da comunidade e sempre atuante na instituição que o abraçou há 40 anos onde ele é diretor. Atualmente, ele é membro efetivo do Conselho Fiscal da entidade. Paulo Macedo, 71 anos, veio de Coração de Jesus, com a família, para Montes Claros. “Minha família é de tradição rural. Meu pai foi diretor da Sociedade Rural. Sempre acompanhei a trajetória dele em prol dos trabalhadores e produtores rurais e admirava o que ele realizava”, relembra. O produtor rural seguiu os passos do pai e ainda jovem se envolveu na militância rural. Ele tinha 14 anos quando o Parque de Exposições João Alencar Athayde foi inaugurado. “Foi quando começou a Expomontes. Acompanhei tudo aqui. Só não ia aos bailes à noite por causa da idade, mas durante o dia, eu ficava o tempo todo aqui. E era tanta terra, uma poeira danada. Os caminhões do DER vinham para cá molhar para diminuir a poeira. Naquela época, a Exposição era financiada pelo poder publico. Hoje, não temos ajuda de nada. Em vários anos, tivemos prejuízos com a Expomontes, mas hoje, graças a Deus, tudo transcorre da melhor maneira e estamos aí, cada ano mais representativa nossa Exposição”, descreve. Para quem não sabe, o pecuarista ia cursar medicina em Belo Horizonte, mas quis o destino que ele não seguisse a carreira. Paulo é um dos ícones da Sociedade Rural e também da história de Montes Claros. E história, é mesmo com ele, que sabe de cor todas as linhas da formação da instituição tão importante para o agronegócio do Norte de Minas. Se a história da Rural está inteiramente ligada à história da capital norte mineira, a história de Paulo Macedo está entrelaçada às duas. “A trajetória dessa entidade se iniciou, em 21 de junho de 1944, quando foi fundada a Sociedade Agropecuária de Montes Claros, tendo como presidente João Alencar Athayde. Em 1951, houve mudança de nome e a entidade foi denominada Associação Rural de Montes Claros. Já em 28 de julho de 1975, houve nova alteração. Desde então, é Sociedade Rural de Montes Claros”-, conta Paulo. Este empreendedor rural trabalhou em importantes manifestações em favor dos produtores na extinta UDR. “Foi o primeiro movimento ao qual me dediquei. Logo depois, quando me tornei realmente um fazendeiro, me associei e logo depois ingressei na diretoria”-, relembra. Paulo fala de coração aberto que “a Sociedade Rural tem como principal objetivo o desenvolvimento da agropecuária norte mineira, por meio de parcerias e apoio à implantação de diversos projetos e programas desenvolvidos por insti- tuições governamentais ou entidades ligadas à iniciativa privada. E tenho orgulho de fazer parte dessa história de sucesso”, conta. Ele revela ainda as principais conquistas da instituição: “A primeira rodovia asfaltada, que liga a região à capital mineira. Na época foi imprescindível a participação da Sociedade Rural, já que os produtores da região estavam sendo prejudicados no escoamento da produção agropecuária. E há muitos outros também como o incentivo à consolidação da Unimontes”-, diz. O diretor fala da característica mais importante dos membros da entidade de classe. “Toda a diretoria da sociedade rural é voluntaria. O trabalho desenvolvido aqui é de dedicação total à causa que acreditamos. Nossa preocupação principal atualmente é com o novo código florestal. Queremos que a lei proteja o meio ambiente sem prejudicar a produção agropecuária”-, ressalta Paulo. Ele enfatiza que 70 anos de tradição e de trabalho, é uma felicidade para a entidade. “Nossa diretoria, hoje, é composta por 40 diretores representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio norte mineiro. Para mim é uma satisfação ver o êxito de nosso trabalho em prol do produtor rural”-, finaliza. O ruralista assinala, com satisfação, que tudo que aprendeu do pai e com a Sociedade Rural foi o que ensinou aos quatro filhos dos dois casamentos. “Do meu primeiro casamento, tive três filhos. Depois que perdi a primeira esposa me casei novamente e tive mais um filho. Hoje já tenho cinco netos e sou um homem realizado”, enfatiza. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 117 Especial 70 anos Félix Pimenta recorda trajetória de trabalho e amor pela Rural L embrar toda uma vida de dedicação e não se emocionar não é fácil. Félix Alexandre Pimenta de Carvalho não contém as lágrimas ao recordar sua trajetória na Sociedade Rural, antigamente chamada de Associação Rural. Ele se formou engenheiro agrônomo em 1955 na Universidade Federal de Viçosa. Retornando para casa, passou a ajudar o pai, que lhe convocou para dar assistência a João Alencar Athayde, durante o processo de construção do parque de exposições. “Eu fazia muita viagem para ele, ia divulgando que teria a primeira exposição em 1957, convidando os produtores para levarem seu gado. Da época da construção, lembro das mulheres no Alto São João quebrando pedra para fazer brita de forma manual, lembro de papai junto a Dr. João Alencar e outros fazendeiros que viajaram até o Sul do País, visitando outros parques de exposições para ter ideia de como seria esse aqui. Papai era engenheiro e fiscalizava a construção”, explica. Na primeira Expomontes, Félix Pimenta fez parte da comissão de marketing e até hoje guarda livro com os registros dessa edição. Na segunda exposição, ele já passou a fazer parte da comissão técnica, observando a chegada dos animais, convidando pessoas de fora para realizar os julgamentos e estando à disposição para resolver todo tipo de assunto. Para ele, a Expomontes elevou a qualidade do gado do Norte de Minas: “Aqui não tinha nenhum gado registrado, que é um gado de elite e que possui documento 118 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . registrando todas as características raciais. O gado registrado vinha de Uberaba. A partir disso que os produtores daqui foram percebendo a importância desse assunto. Hoje a Expomontes não recebe nenhum gado que não seja registrado. Eu fiz parte desse processo e sinto muito orgulho disso”. Além do gado, Félix estabelece diversos paralelos entre como as coisas eram no início e o processo de crescimento e desenvolvimento da Sociedade Rural e da exposição. Lembra de quando o parque não possuía asfalto, nem os prédios atuais, e as barracas eram levantadas de lona ou de palha. Assim mesmo que foi levantado o pavilhão que acolheu animais para a primeira vez que se realizou o concurso leiteiro. “Eram apenas oito pavilhões, não se recebia tantos animais como hoje. Em 1966, na gestão de Dezinho Dias, ele aceitou uma ideia que nós demos, de realizar o concurso leiteiro. Fizemos um ranchinho de palha e alojamos as vacas lá. Fizemos o concurso e deu muito certo, fiquei responsável por isso por muitos anos. Durante uma época decidiu-se fazer o concurso fora do Parque, e o pavilhão que era para isso foi destinado aos equinos. Depois voltaram para o parque outra vez. Cuidei disso por muitos anos”, revela. Durante os dias de Expomontes, Félix se envolvia de maneira tão intensa que não era raro esquecer a data de aniversário da própria esposa, no dia 28 de junho. Segundo ele, a mulher ficava brava por uns dias, ele explicava e pedia desculpas, mas depois ficava tudo bem. Com tanta história, ele não se esquece de seus companheiros, especialmente de Múcio Machado e Júlio Pereira, para quem passou o bastão após dar por satisfeita sua participação. Sua última edição à frente da Expomontes viria com um duplo gosto de saudade. Até então, quem lhe ajudava era o filho, também engenheiro agrônomo, mas este faleceu precocemente às vésperas de uma Expomontes. “Foi muito duro. Perdi meu filho em maio e a Expomontes era no fim de junho. Meus companheiros me procuraram, disseram que eu estava abalado, mas fiz questão de ajudar. Após isso passei o bastão. Participei por 54 anos e hoje meu sentimento é de muita gratidão e saudade. Tenho orgulho em ter deixado minha marca e já recebi diversas homenagens da Sociedade Rural, inclusive nomearam um pavilhão com o meu nome. É um prazer ver que cada nova diretoria cresce ainda mais essa história, e saber que eu também participei desse crescimento”, encerra. Especial 70 anos 119 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . da Expomontes 2014 Fotos: Virginio Santos Therena Credinor THERENA PEREIRA Nome do pai e da mãe Ivaneide Ramos Fonseca Júlio Gonçalves Pereira Filho (In memorian) Data de nascimento: 03/02/1998 Hoby: Assistir aos seriados, sair com as amigas e andar a cavalo Você pode se definir em uma palavra? Extrovertida Música preferida: Bastille - Pompeii Comida preferida: Lasanha Que série você cursa: 2º ano Qual faculdade você vai fazer? Arquitetura Por que ser rainha: Desde pequena sempre fui muito influenciada por meu pai, que será sempre meu espelho, Júlio Gonçalves Pereira Filho, Médico Veterinário e exercia a profissão na zona rural e dentro do Parque de Exposições João Alencar Athayde. Outro ícone da família é o meu avô, Júlio Gonçalves Pereira, que foi presidente do Sindicato Rural. Os dois sempre defenderam a classe. Ser Rainha da Expomontes – representando a Credenor – é, sem dúvida, a melhor forma de representá-los. Qual a importância em representar a instituição? A Credinor faz a diferença na vida do produtor rural. Sinto-me honrada em representar a instituição, além, é claro, de ser um papel de grande responsabilidade e que irei desempenhar de maneira única. Qual a viagem que mais te marcou? Já fiz muitas viagens, mas ainda não tive a oportunidade de realizar a dos meus sonhos Qual seu maior sonho? Crescer profissionalmente e poder viajar para conhecer lugares novos Qual a sua relação com a entidade que você representa?A Credinor está diretamente ligada ao desenvolvimento agropecuário, que foi de tamanha importância para a minha criação. O que você espera do seu reinado? Poder representar muito bem a instituição, me destacar e fazer ainda mais parte dos eventos no Parque de Exposições, na Expomontes 2014 Sindicato Rural Mariana Mendes Silveira Dias Nome do pai e da mãe: Dárcones Silveira Dias Gilda Francisca Mendes Silveira Dias Data de nascimento: 25/02/99 Hobby: Pilates e andar a cavalo Você pode se definir em uma palavra? Comunicativa Música preferida: Summer- Calvin Harris You make me- Avicii Comida preferida: Massas Que série você cursa? 1°ano Qual faculdade você vai fazer? Medicina Por que ser rainha? É realizar um sonho! Meu histórico familiar, tanto no meio rural quanto na Expomontes é bem extenso. Meus bisavós José Patrício da Silveira e Gentil Dias participaram da fundação desta sociedade. Além disso, minha avó, Maria da Conceição Silveira (Tia Ceiça) esteve sempre presente no evento com delícias culinárias. Meu avô Dardieu Dias foi membro da diretoria da Sociedade e do Sindicato dos Produtores Rurais, juntamente com os irmãos Dezinho, Daul, Afonso e atualmente Antônio Dias. Minhas tias Dayanne e Djenane Silveira Dias, também foram rainhas. Portanto, ser rainha é estender e valorizar minhas raízes familiares. Qual a importância em representar a instituição? É uma honra e um orgulho representar o Sindicato Rural, instituição de grande influência e apoio aos produtores rurais, classe que merece grande valorização. Qual viagem mais te marcou? Praia (Ilhéus) Qual seu maior sonho? Uma boa carreira profissional Qual sua relação com a entidade que você representa? Laços de hereditariedade. Desde pequena acompanho meu avô, meu pai e tios participando da Feira juntamente com o Sindicato e admiro o papel que essa entidade exerce. O que você espera do seu reinado? Que eu possa prestigiar e, de alguma forma, contribuir para a apreciação e o engrandecimento do setor agropecuário, uma vez que, esse é um ícone na economia e um dos sustentadores do PIB brasileiro. Hillary 122 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Mariana Coopagro HILLARY AMARAL FONSECA Nome do pai e da mãe: Josilene Amaral Fonseca, Bruce Waine da Fonseca Data de nascimento: 15/05/1998 Hoby: Team penning Você pode se definir em uma palavra? Divertida Música preferida: True love, SOJA Comida Preferida: Bobó de camarão Que série você cursa? 2º ano Qual faculdade você vai fazer? Medicina veterinária Por que ser Rainha? Poder ser uma das Rainhas sempre foi um sonho. Nasci em uma família tradicional da agropecuária e desde pequena sempre fui apaixonada pelo campo. Qual a importância em representar a instituição? É uma importância muito grande representar a Coopagro, empresa importante no nosso Município e de referência em nosso Estado. Qual a viagem que mais te marcou? Minha viagem para Disney Qual seu maior sonho? Ser bem sucedida no que eu fizer Qual a sua relação com a entidade que você representa? Minha relação com a entidade é bem antes do meu nascimento, pois meu bisavô e meus tios eram cooperados. Eles participavam da entrega de leite e com criação de gado. Com certeza minha relação agora ficará mais forte, representando a Cooperativa. O que você espera do seu reinado? Espero aproveitar muito meu reinado, foi algo muito esperado por mim e não pretendo desperdiçar esta chance. Sei que são poucos dias e, por isso, preciso aproveitar ao máximo. Espero que seja tudo perfeito já que esse ano será a 40ª Expomontes e tudo está sendo preparado com muito rigor para uma grande festa. Aline Núcleo do Mangalarga Marchador sociedade rural ANA CLARA MAIA PETRONI Nome do pai e da mãe : Francisco Petroni Ramos e Leila Maia Petroni Data de nascimento: 20/04 /1998 Hoby : Treinar muay thai, tocar violão nas horas vagas, malhar e ler bastante. Você pode se definir em uma palavra? Dedicada Música preferida: Pra te acalmar - Marcelo Camelo Comida Preferida : estrogonofe Que série você cursa: 2° ano do Ensino médio Qual faculdade você vai fazer? Pretendo cursar Direito. Por que ser rainha: Ser Rainha é realizar um sonho. Sou neta de produtor rural. Cresci sabendo da importância do campo, da importância em valorizar o homem e o meio ambiente. Ser Rainha da Sociedade Rural é um grande orgulho. Herdei o amor pela fazenda e cada vez esse amor fica mais forte. Sou sobrinha de Osmani Barbosa Neto, presidente da Rural e me senti honrada e responsável por representar uma classe que envolve todo um processo de desenvolvimento para a região do norte de Minas. Qual a importância em representar a instituição? A Sociedade Rural é a entidade mãe de todas as outras do Norte de Minas. Pioneira e, por isso, a responsabilidade é muito grande, não há duvida. Tarefa, acredito eu, das mais importantes já vivenciadas por mim. Qual a viagem que mais te marcou? Porto seguro foi uma viagem em família onde eu pude aproveitar momentos inesquecíveis que na correria do dia a dia somos limitados a um contato mais longo. Qual seu maior sonho? Ser totalmente realizada tanto no lado profissional quanto pessoal. Qual a sua relação com a entidade que representa? Relação de admiração pelos propósitos e ideais que sempre nortearam a Sociedade Rural na preocupação com o desenvolvimento das atividades do homem do campo em que toda a minha família faz parte. O que você espera do seu reinado? Que seja de extrema harmonia, uma experiência única, repleta de alegrias, torcendo sempre pela prosperidade da Sociedade Rural. 123 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . ALINE MOTA PACULDINO Nome do pai e da mãe: Alexandre Alberto Velloso Paculdino e Adriana Teixeira Motta Data de nascimento: 29/12/2000 Hoby: Qualquer coisa relacionada a cavalos Você pode se definir em uma palavra? Tímida Música preferida: Internacional: A Thousand Years (Christina Perri) Nacional: Não fui eu (Paula Fernandes) Comida Preferida: Arroz com pequi Que série você cursa? 8°ano fundamental Qual faculdade você vai fazer? Ainda não decidi Por que ser Rainha? É uma grande honra dar continuidade ao que minha avó, Leila Fragoso Veloso Paculdino, começou. Será uma das portas para trilhar o campo e estar representando a minha maior paixão: o Cavalo Mangalarga Marchador Qual a importância em representar a instituição? ÉÉ uma importância prazerosa, pois o Cavalo faz parte da minha vida e sinto-me feliz e realizada. Qual a viagem que mais te marcou? A viagem para Guaibim – Bahia Qual seu maior sonho? Meu sonho é, um dia ,poder conhecer meus ídolos Qual a sua relação com a entidade que você representa? Uma relação que vem de berço, pois meu Pai é diretor do Núcleo do Cavalo e com isso me aproximo dos associados. É uma relação forte e de troca de experiência. O que você espera do seu reinado? Espero muitas felicidades e que tudo isso mude a minha vida! Ana Clara Sociedade Theodomiro Paulino Fabinho, Fabio Rebello e Heli Penido. Linton e Silvia Marcondes Guedes. Com Gil e Cristina Pereira. 124 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i e z .Tininha Colares. Fernando Igor e Fernanda Menezes. Carol, Mayave, Moacyr e Naiara Basso Carlos Genuino e Marina Ataide de Quadros Figueiredo. Marcos e Liliam Amaral. 125 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Theo com Izabela e Samantha Paulino e Daniella Brasil Com Marcia Vieira. Claudio e Jane Barbosa. Amanda Quintino, Paula Braga Moura, Sterphanie Paulino. Alexandre Queiroz com a bela Cinthia. Antonio Carlos Maldonado e Tatiane com Cleoton e Andressa Sarmento. José Moacyr Guimarães Basso com sua bela filha e futura médica Nayara. Cecília e Anderson Paiva, Ana Lívia e Gante. Ana Drumond Colares, Yara Maria Reis, Cecilia Rebello Faria, Luisa 126Veloso, 4 0 ªJéssica E X POMON S • O cam po é a noJunia s sa r a i z . Teixeira MariaT ERedovalho. 2010 - Foto Claudia Paulino e Willy Ramos. Osmani e Gisele Petroni Barbosa. Dona Ivone Silveira com a irmã Nilza Mourão. Elizena Pinto Figueiredo com as netinhas Paula e Júlia e a filha Amanda. Corina Medeiros Abreu e Marilia Pimenta Peres. equipe que comanda. Fernando Ferreira Tomáz, Hamilton Trindade, Paulo Guedes, Osmani Barbosa Neto e Pancho Silveira. 127 Eninho e Maria Clara Rebello Faria com as filhas Geovana e Cecília. Fabricio e Tatiane com o filho Ian. Flávio, Wagão, Zé Macedo(Ayrton meu netolobinho-na minha frente), Théo, Cacá. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Guilherme e Patricia Piano. Helton Veloso, José Luiz Maia, Dario Colares e os irmãos Alexandre e Rossini Vianna. Juliana Laugton D'Angeles e Jane Barbosa dos Anjos. Deputado Carlos Pimenta, o Presidente da Rural Alexandre Vianna, o governador Antonio Anastásia, este jornalista e o deputado Ruy Muniz Vila Murta, Osmani Barbosa Neto e este jornalista com as rainhas Gabriela Teixeira Veloso, Luisa Ribeiro Rebello, Clara Durante Athayde, Larissa Dias Ferrante. Junior e Claudia Menezes Poças. Leo e Danielle Vasconcelos com as lindas filhas. Paulo Cesar e Nidia Santiago , com os filhos Vivian, João Arthur e vitória. Rosangela Silveira , Regina Batista e Neli Tolentino. Mário Alaor, Cascão Oliveira, Cel Orlando, Carlos Lindemberg, Reinine Canela , Pancho Silveira e Maçarico. Sterphanie Paulino , Hadrey Paulino e Brennda Teixeira. O promotor Guilherme Talita Vieira Barbacena 128 Kfuri 4 0veio ª E Xde POMON T E S com • Oo c a m p o é a no s sa r a i z . Fernandez e Lailla. namorado Vinicius Silveira e sua cunhada Clarissa Sterphanie Paulino e Lucas Lage. Manuel Boa Ventura com Ione. Expomontes 2014 XIII Exposição 129 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . Especial 70 anos Vallée Cidadã N as áreas socioambiental e cultural a Vallée tem forte atuação comunitária em Montes Claros e na região norte mineira, concentrada principalmente em ações no campo educacional, participando também como Membro da Comissão instituída para recuperação da Bacia do Rio São Francisco. Na condição de Empresa Cidadã, tem assento no Conselho de Cidadania da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Com seu parque fabril no distrito industrial de Montes Claros, cidade polo do meio norte do Estado, também reconhecida como centro importante de manifestações artísticas e especialmente musicais – 2.5 % da população são formalmente ligados à música – tem apoiado essa manifestação, dentro de sua política de relações institucionais. Empresa nacional de base tecnológica, a Vallée S.A. tem contribuído, há mais de 50 anos, com o crescimento da qualidade de vida dos brasileiros, cuidando da saúde animal. Nasceu com o objetivo inicial de produzir vacina para combater a febre aftosa. Alcançada com sucesso a meta proposta, ampliou e diversificou sua ação de pesquisa e desenvolvimento no campo da biotecnologia, lançando no mercado, na década de 70, uma linha de produtos especiais para atendimento ao produtor rural. Nos anos 80 transferiu seu parque industrial para a cidade de Montes Claros, situada no norte de Minas Gerais, instalando sua planta fabril numa área de 171 mil m2, no Distrito Industrial daquela cidade polo do Estado. Acelerou sua modernização tecnológica e seguiu investindo para ter instalações em conformidade com o que há de mais atual no mercado veterinário. Situa-se entre as mais importantes empresas do ramo, tendo conquistado o prêmio de grande empresa em inovação tecnológica, conferido pelo FINEP, organismo do Ministério da Ciência e Tecnologia. Atualmente, comercializa perto de 70 produtos, gerando mais de 700 empregos diretos e 200 indiretos. Acolhida pela comunidade, a Vallée S.A. é reconhecida como empresa cidadã, ligando-se ao desenvolvimento social, cultural e ambiental de sua região e do País. Parceira constante da Rural, esteve sempre presente com doação de vacinas, participando com estandes e patrocinando a Expomontes. Auxiliando também na implantação de melhorias no Parque de Exposições João Alencar Athayde, hoje é a grande patrocinadora do Memorial da Sociedade Rural. 130 4 0 ª E X POMON T E S • O campo é a nossa rai z . Produção de vacinas na unidade instalada em Montes Claros Especial 70 anos Edição de livro registra 70 anos de história da Rural E ntre as atividades comemorativas dos 70 anos da Sociedade Rural, a diretoria da entidade aprovou a edição de um livro que contará sua trajetória, mostrando que o associativismo e os ideais da Sociedade Rural abriram caminhos para os avanços da pecuária e promoveram o desenvolvimento de toda a região. Fatos e personagens serão destacados assinalando as contribuições que transformaram o norte de Minas. O livro terá a tiragem de 2000 exemplares, em edição colorida, com capa dura, papel couchê com 240 páginas, registrando essa história com fotos e documentos, não permitindo que esse tempo seja esquecido. Informações de importância social e econômica serão destacadas, para exemplificar o valor do associativismo e suas conquistas. O lançamento da edição acontecerá no segundo semestre desse ano e já conta com adesões importantes, como o Sicoob Credinor e Sementes Lanza Vieira. 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 131 Especial 70 anos Um Museu só faz sentido na medida em que cada um se sinta refletido em sua história, na medida em que provoca curiosidade e questionamentos, na medida em que cada informação captada resulte em mais uma pergunta, uma sucessão de eventos que nos transforme e nos faça conhecedores de nós mesmos, melhores como seres humanos, como cidadãos e como profissionais. Memorial Sociedade Rural O Memorial da Sociedade Rural foi pensado sob essas perspectivas. A história da agropecuária regional, as contribuições da classe rural para a região nortemineira, as vivências de um tempo distante em meio a exemplos de superação das dificuldades enfrentadas contam um pouco da história de todos no meio da história de cada um. As raízes que nos alimentaram, as memórias de famílias, a identidade de Montes Claros construída ao longo dos anos estarão reunidas num só lugar, recriando um espaço para a emoção, a reflexão e a cidadania, colocando essa cápsula do tempo no PARQUE DE EXPOSIÇÕES JOAO ALENCAR ATHAYDE, no mesmo lugar que abriga os avanços conquistados. Reforçando os laços com a história, num retorno às suas próprias raízes e mostrando o caminho para voos mais altos, a Sociedade Rural espera impactar as gerações futuras, exemplificando o poder do associativismo e da necessidade de buscar o bem comum. Com 70 anos de existência, a Sociedade Rural é uma fomentadora de desenvolvimento. Nos registros da entidade estão documentados a evolução do agronegócio, os avanços alcançados na atividade e momentos importantes em que entidades e empresas abraçaram o desenvolvimento regional. A RURAL é detentora de registros fotográficos e informações que relatam suas realizações ao longo do tempo, além das transformações ocorridas na região. Esse vasto patrimônio necessita ser compartilha- 132 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . do com todos. Fotos, vídeos, filmes em muitas apresentações diferentes e matérias informativas de importância social e econômica merecem ser preservados, documentando o valor de suas conquistas, quando muitos ruralistas abriram mão do seu tempo para doar seu trabalho em benefício de sua cidade e sua atividade O espaço criado para exibição do acervo se localiza nas imediações do centro administrativo no Parque, contendo ampliação de fotos desses 70 anos de conquistas, documentos de épocas distintas e objetos alusivos a cada etapa. Registros da construção, passagem de grandes políticos pela entidade, a evolução do rebanho, manifestações políticas e reivindicações da região, entre outros temas poderão ser apreciados. Uma participação importante nessa história merece ser destacada. A Vallée S. A, empresa que esteve ao lado da Sociedade Rural em muitas ocasiões e que já recebeu inúmeras homenagens da entidade por essa parceria constante aderiu a esse projeto. Ronan de Freitas Diretor presidente da Vallee ressaltou ser “admirador dessa turma” que leva adiante a instituição com tanto trabalho e entusiasmo e se emocionou ao aderir ao projeto do Memorial. A inauguração acontece no dia 09 de julho, na 40ª Exposição Agropecuária e o Memorial será aberto à visitação pública, sem ônus para o acesso. Em paralelo será feito um trabalho de agendamento com escolas locais e regionais para manter um fluxo constante de visitação. Especial 70 anos O campo é nossa raiz. M uitos caminhos me trouxeram a Sociedade Rural. A prática de minha atividade econômica, a história de minha família, o convívio com amigos e o compartilhamento do afeto a este lugar. Lembro-me com saudade de pessoas, de lugares, de dias felizes neste parque. Como muitos de nós, acompanha-me a sensação de menino que esperava ansiosamente pelas exposições e a alegria desses dias de festa. Ao chegar para minha primeira administração vim movido por essa bagagem e pela imensa vontade de servir à classe e a essa entidade. E já se vão 4 anos. Cheguei sabendo que não poderia alçar voos muito altos, tanto pelos projetos da própria entidade, ainda em andamento, quanto pelas expectativas econômicas, mas cheguei sabendo que daria tudo de mim, que me empenharia em todas as questões e deixaria aqui a minha marca de dedicação e amor à causa. Fui agraciado com anos muito frutíferos. A Expomontes cresceu nesse tempo, superando em muito as marcas de anos anteriores. Dias de parque cheio, sucesso em leiloes, expectativas superadas ano a ano. Pequenas vitórias em questões políticas, representatividade intensificada junto a autoridades e a Rural sendo percebida como uma entidade forte e ativa trouxeram-me a satisfação de dever cumprido. No entanto, comemorar os 70 anos da Sociedade Rural na minha gestão traz-me uma alegria imensurável. Sempre foi minha intensão resgatar a memória da entidade e manter nossa história viva. Não é questão apenas de evidenciar nomes – é deixar o exemplo de transformação, o legado, a herança que devemos passar adiante. A história deve ser vista como uma terra fértil, que alimenta nossas raízes e nos guarnece de confiança e esperança. Houveram tempos mais difíceis, outras épocas e outros desafios que foram suplantados pelo trabalho e pela busca da superação. Precisamos mostrar aos jovens de onde viemos e inspirá-los a trilhar novos caminhos. Contar nossa trajetória é mostrar que tudo é possível com união, doação e ação. Precisamos deixar essa marca por onde passamos, porque a Sociedade Rural tem, na sua bagagem, a história da cidade, de muitas famílias, histórias de dedicação passadas de pai para filho. Quando optamos por manter o slogan – o Campo é nossa raiz – desejávamos evidenciar que temos no campo e na atividade rural a terra que nos alimenta, mas também temos no campo as raízes de nossas famílias, a tradição de cuidar da terra e da criação. Portanto, para finalizar, queremos deixar registrada nessas comemorações uma definição que muito nos orgulha: - homem da terra, homem do campo. Somos frutos da Sociedade Rural. Osmani Barbosa Neto 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z . 133 134 4 0 ª E X POMON T E S • O c a m p o é a no s sa r a i z .
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