Chapter 3
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Chapter 3
Capítulo IV – Transporte Aquaviário - TAC 1. TEMAS CORRENTES PARA REFLEXÃO “Paciência e tenacidade valem mais do que o dobro de seu peso em inteligência” (Thomas Henry Hoxley) 2. ROMA Y CARTAGO: EJEMPLO D i zem que vivemos com ela e devemos entende-la para não sermos passados para trás. Então me expliquem a seguinte situação: Eu, Tu e Ele.... fomos comer no restaurante e no final a conta deu R$30,00. Fizemos o seguinte: cada um deu dez Reais... Eu: R$ 10,00 - Tu: R$ 10,00 Ele: R$ 10,00 O garçom levou o dinheiro até o caixa e o dono do restaurante disse o seguinte: vou devolver R$5,00 para eles! E entregou ao garçom cinco notas de R$ 1,00. O garçom, muito esperto, fez o seguinte: pegou R$ 2,00 para ele e deu R$1,00 para cada um de nós. No final ficou assim: Eu: R$ 1 0 , 0 0 (- R $ 1 , 0 0 q u e f o i d e v o l v i d o ) = E u g a s t e i R $ 9 , 0 0 . T u : R $ 1 0 , 0 0 ( - R $ 1 , 0 0 q u e f o i d e v o l v i d o ) ! = T u g a s t a s t e $ 9 , 0 0 . E l e : R $ 1 0 , 0 0 (R$1,00 que foi devolvido) = Ele gastou R$9,00. Logo, se cada um de nós gastou R$ 9,00, o que nós três gastamos juntos, foi R$ 27,00. E se o garçom pegou R$2,00 para ele, temos: Nós: R$27,00 Garçom: R$2,00 TOTAL : R$29,00 Pergunta -se: Onde foi parar a droga do outro R$1,00? En uno de los tratados de paz con Cartago, los rom anos estipularon que la mitad de la frota cartaginesa sería destruida. Cartago se quedó de acuerdo y depositó las armas. En el momento de ejecutar el tratado, los romanos lo interpretaron como si él les permitiera destruir la mitad de cada embarcación. El gerente ejecutivo debe considerar eso una lección permanente. Cuidado al interpretar los acuerdos, contratos y toda la variedad de negociaciones. Sin embargo, el exceso de fiscalización no garantiza calidad, además de generar desmotivación, pues puede herir el orgullo profesional, de sus subordinados, sacándoles la bienvenida iniciativa y espontaneidad en la ejecución. Mala calidad en la producción puede también ser consecuencia de la desmotivación y del sabotaje, casi siempre inconsciente. El control y la fiscalización excesivos son unas de las principales causas. Es saludable demostrar que se cree en su subordinado y que él es tan responsable como la gerencia por aquello que se está produciendo. E l c o m p o r t a m i e n t o d e l a g e r e n c i a e j e c u t i v a e s e l i n d i c a d o r del clima organizacional. La competencia predatoria entre los miembros de la alta administración, común en muchas organizaciones, puede acarretar problemas de integración y producción. De acuerdo a Samuel Jonson, “El ejemplo es más eficiente que el precepto ”. Todos los componentes de una organización necesitan más de modelos que de censores. 1 3. PERIGOS À VISTA O que protege os navios das tempestades em alto mar? Como os prédios em terra, os navios são protegidos das tempestades por pára-raios. São pontudos, fe itos de metal e instalados nos locais mais altos, em geral nos mastros, para interceptar a descarga elétrica antes que faça estragos. O funcionamento é simples. O pára-raios se liga ao casco metálico por meio de cabos ou fios, de cobre. Quando um raio a t i ng e o n a v i o é a t r a í d o p e l o e q u i p a m e n t o . A descarga elétrica passa pelos cabos de cobre, chega ao casco e seque para a água, sem afetar a segurança. Na historia da navegação, já houve acidentes em barcos a vela sem p pára- raios a d e q u a d o . E m a l g u n s c a s o s o ma s t r o c h e g o u a s e r p a r t i d o a o m e i o . Como um tronco de árvore atingido durante uma tempestade , Fonte: TACHIBANA, Toshi-ichi Galileu Especial, Editora Globo 2003 p 48 4. OS PIRATAS ESTÃO DE VOLTA Ataques a navios triplicaram na última década. No Brasil, foram cinco só neste ano, com uma morte Não é mais tempo de tapa-olho, pernas -de-pau e adagas flamantes. Com figurino remodelado - agora eles surgem de chapéu e lenços para esconder o rosto, revólver na cintura, os piratas chegaram ao século XXI ainda assombrando os mares. Um estudo recém divulgado do International Maritme Bureau (IBM) chama a atenção para uma estatística alarmante: o número de ataques a navios em alto -mar ou atracados triplicou na última década. De janeiro a junho deste ano, 234 ações de pirataria foram registrados pela instituição, responsável pela prevenção de crimes no transporte marítimo internacional. Dezesseis marinheiros foram mortos nesse período, em todo o mundo. Hoje, estima-se que 95% do comércio mundial aconteça por mar. Os navios transportam cargas cada vez mais valiosas com cada vez menos tripulantes, por conta da modernização dos equipamentos. A pirataria cresce no vácuo da fiscalização e já provoca prejuízos da ordem de US$ 25 bilhões anuais. Povoada de ilhotas e rota importante para o Extremo Oriente, a região do Estreito de Málaca, entre Sumatra e a península Malásia, é o alvo preferido dos bucaneiros modernos. As costas da Nigéria e de Bangladesh e o Golfo de Aden - entre o continente africano e a Arábia Saudita, por onde passa grande parte do fluxo de petróleo do mundo - são outro território preferencial para o crime. O Brasil, apesar de não figurar entre os locais mais perigosos do planeta, também não escapa. Até julho último, cinco ataques já f o r a m r e g i s t r a d o s . O s d o i s ú l t i mo s o c o r r e r a m n o d i a 2 6 , e m B e l é m e no Porto de Santos. No primeiro caso, os piratas armados invadiram um navio com contêineres, conseguiram arrombar portas e roubaram mercadorias. No segundo, homens também armados entraram num 2 navio-tanque durante operações de embarque. Levaram equipamentos. Há casos mais violentos, como um ataque ocorrido em fevereiro, também em Santos. Piratas abriram fogo contra a tripulação de um petroleiro ucraniano que estava ancorado no porto. O capitão levou um tiro na cabeça e foi morto. Seu primeiro oficial ficou gravemente ferido. Os bandidos roubaram pertences pessoais e o cofre do navio e fugiram. Piratas brasileiros ganharam as manchetes ao roubar e matar, em dezembro de 2001 em Macapá, o velejador neozelandês Peter Blake, vári as vezes campeão da America’s Cup, tradicional competição de vela. “O patrulhamento nessa região é muito precário. Há muitos assaltos à Marinha Mercante lá em cima”, diz o delegado-chefe do Núcleo Especial da Polícia Marítima (Nepom) do Rio de Janeiro, Ricardo Dotori. De acordo com o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Cláudio Decourt, os ladrões preferem embarcações estrangeiras. “É sempre maior a possibilidade de haver um bom dinheiro a bordo. No caso dos navios maiores, eles transportam moeda para fazer pagamentos de salários e reparos”, explica Decourt. Quem vive de seguir as cartas de navegação está hoje com medo. “A pirataria existe, está crescendo muito e o Brasil é um lugar perigoso”, afirma Heloísa Schurmann, velejadora da família brasileira que ficou conhecida por singrar os sete mares. “Há muitos crimes que nem entram nas estatísticas. Houve um roubo recente a um velejador em Bertioga, em São Paulo”, conta Heloísa. As estratégias de ataque variam em sofisticação e violência, dependendo do tipo de pirataria. Alguns são simples ladrões, como os que mataram Blake. Usam barquinhos de pesca ou mesmo botes. Sobem nos barcos ancorados quando não há ninguém ou quando todos estão dormindo, entre as 22 horas e as 6 horas. Muitas vezes não têm nem armas de fogo. Proliferam, porém, bandos perigosos de piratas que atacam em alto -mar e conseguem roubar o próprio navio para travesti -lo sob outra bandeira ou desmanchá - lo inteiro e vender a s p e ç a s - há conhe c i d o s c e n t r o s d e d e s m o n t e n a Í n d i a . N e s s e s casos, geralmente a tripulação é colocada em botes e deixada à própria sorte no meio do oceano. A ação dos bandidos Números de janeiro a junho de 2003 234 ataques no total 16 marinheiros mortos 52 feridos 165 abordagens 9 navios seqüestrados 193 ações com reféns Para abordar o navio, os piratas usam ganchos e sobem pela popa. Às vezes, esperam a passagem de uma embarcação grande em dois pequenos barcos ligados por um cabo de aço. Quando o 3 navio passa por meio deles, o cabo fica preso e os barquinhos são puxados. Em seguida é só esperar a melhor hora para atacar. Os Schurmanns planejam o próximo périplo pelo globo, mas a rota da aventura estará sujeita à análise das regiões mais perigosas do globo. “Não dá mais para viajar sem ser cauteloso. O Mar da China, por exemplo, é um lugar no qual preferimos não nos arriscar mais”, conta Heloísa. Foi lá perto que a família passou por um dos piores apertos da última viagem, terminada em 2000. Ancorada numa ilhota perto da Ilha Palawan, nas Filipinas, a família - Heloísa, Vilfredo e os quatro filhos - viu um barco pesqueiro se aproximar, com mais de dez homens a bordo. Desconfiando das intenções do barco, a família aproveitou o cair da noite para zarpar, em silêncio. Qu a n d o o s b a n d i d o s s e d e r a m c o n t a d a f u g a , d i s p a r a r a m c o n t r a o s Schumrmanns. Segundo Heloísa, o relatório do IBM retrata uma realidade mais ousada. Lugares no Caribe e na Venezuela, antes tranqüilos, já não podem ser freqüentados por velejadores incautos. No R i o , a c r i a ç ã o d o N e p o m e m 1 9 9 9 c o n s e g u i u r e d u z i r o número de ocorrências na Baía de Guanabara de uma média de seis por ano para apenas uma. Há também um Nepom em Santos, e segundo Dottori a idéia é ter oito desses núcleos espalhados pelo país. Enquanto a fiscalização é falha, quem lucra é a indústria da segurança. Muitas embarcações estão comprando uma cerca elétrica de 9 mil volts para evitar indesejáveis. Fonte: HORTA, Ana Magdalena, Época, editora Globo, p 44, 45. 5. ALGUNS ASPECTOS DOUTRINÁRIOS a . I n tr o d u ç ã o Inicialmente, como ponto de partida para o entendimento dos aspectos doutrinários do transporte aquaviário serão apresentadas algumas características de natureza geo-estratégica que evidenciam a i m p o r t â n c i a c r e s c e n t e q u e o m a r t e m p a r a o n o s s o p a ís . Em seguida, teceremos comentários sobre noções elementares do Transporte aquaviário, enfatizando as principais ações decorrentes da chamada Lei dos Portos e sua classificação. Posteriormente, apresentaremos um breve estudo de caso, tomando o Porto de Rio Grande – RS, como exemplo, para comentar conceitos básicos e essenciais para o entendimento da atividade portuária e do transporte marítimo. Em seqüência, e ainda com o propósito de nos familiarizarmos com elementos do transporte aquaviário, veremos os tipos de Afretamento e os tipos de Contrato de Transporte. Finalmente, mostraremos o Modelo Institucional para o Subsetor aquaviário e um breve resumo da atuação da Marinha do Brasil em proveito da segurança do tráfego aquaviário. b. Brasil e o Mar 4 1) Signifi cado do Mar para o Brasil O valor estratégico da Marinha deriva da importância que o mar tem para o Brasil. Assim, para compreender a origem de nossas Forças Navais e a nossa Marinha Mercante, é necessário conhecermos o espaço marítimo que nos cerca. Herdamos um território de dimensões extraordinárias e com uma enorme faixa litorânea, características geográficas que, associadas ao nosso processo histórico de formação, nos legaram, por um lado, a v o c a ç ã o d e p a í s c o n t i n e n t a l e , a o m e s m o t e m p o , m a r ít i m a . Isso p o r q u e , a o l o n g o d e n o s s a h i s t ó r i a , o m a r d e s e m p e n h o u sempre um papel determinante para o destino da Nação brasileira. Foi a via do descobrimento e, também, o acesso para invasores; nele lutamos pela integridade do território e pela defesa dos nossos interesses; através do mar foi possível a consolidação da independência; e lembramos também que ataques às linhas de comunicações marítimas de importância para o país levaram- nos a participar de duas guerras mund iais. Ocupamos uma posição de destaque no Atlântico, com mais de sete mil e quatrocentos quilômetros de fronteira marítima. A costa norte nos leva ao Caribe e à parte norte do Atlântico. Nela situa -s e a foz do Amazonas, cuja bacia facilita a penetração da influência marítima até as fronteiras de alguns dos países litorâneos do P a c íf i c o . A costa nordeste projeta -se em direção à África, estreitando o oceano e reduzindo a distância entre os dois continentes para cerca de dois mil e oitocentos quilômetros. As costas leste e sul nos levam ao Rio da Prata, à Antártica, ao Estreito de Magalhães e ao Cabo da Boa Esperança. Grande parte da população e produção industrial brasileira se localiza em faixa litorânea de cerca de duzentos quilômetros, sendo, portanto, vulnerável à projeção de poder militar a partir do mar. Merece destaque o fato de a plataforma continental fornecer oitenta e cinco por cento da crescente produção nacional de petróleo. A economia brasileira depende hoje, em grande medida, da utilização dos oceanos. Em termos de comércio, este país é uma imensa ilha, pois seus maiores parceiros comerciais situam-se na Europa, América do Norte, Oriente Médio e Extremo Oriente. Assim é que aproximadamente noventa e cinco por cento do comércio exterior é feito p ela via marítima. O p r o c e s s o d e g l o b a l i z a ç ã o da e c o n o m i a m u n d i a l , q u e d i m i n u i barreiras e fomenta o intercâmbio entre os estados, aumenta a nitidez dessa dependência dos espaços marítimos, o que, evidentemente, não é uma característica unicamente do Brasil. E s t i m a - s e q u e c e r c a d e s e s s e n t a p o r c e n t o da p o p u l a ç ã o m u n d i a l está estabelecida a menos de cem quilômetros da costa. Em países desenvolvidos como os EUA, afirma-se também que o mar é responsável por um em cada seis empregos lá existe ntes. Desde a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Convenção da JAMAICA), o Brasil, como 5 país costeiro, obteve respaldo para atuar em suas águas adjacentes com variáveis graus de soberania e jurisdição. É importante salientar que não houve unanimidade na Convenção, havendo países como os EUA, a Venezuela, o Peru e o Equador, apenas para citar alguns, que não a assinaram ou ratificaram, por considerarem um ou mais de seus dispositivos contrários aos seus interesses. Também merece destaque a imensa área marítima sob a responsabilidade do país no que concerne a busca e salvamento (SAR – “Search and Re scue”). Devemos considerar ainda que o extraordinário desenvolvimento tecnológico da atualidade faz com que cresçam as perspectivas relativas à exploração das imensas riquezas que o mar abriga. No âmbito mundial, poderiam também ser mencionados os levantamentos realizados pelos países detentores de avançada tecnologia de mineração submarina, do potencial de exploração de nódulos polimetálicos e outras riquezas minerais sabidamente existentes no fundo do oceano. Todos esses dados nos indicam a importância de ampliar nossa competência para usufruir e assegurar os interesses nacionais n e s s e g r a n d i o s o e s p a ç o m a rít i m o . 2) Geo-estratégia do Atlântico Sul Um postulado da estratégia naval afirma que, dependendo de quem o controla, o mar pode ser uma super-avenida ou uma intransponível barreira. Parece, pois, prudente, conhecer quem pode disputar o controle do oceano que nos confronta. Uma rápida análise geoestratégica nos permitirá verificar algumas de nossas vulnerabilidades em relação ao Atlântico Sul, que, para efeito de estudos, consideramos como se estendendo um pouco mais ao norte da linha do equador, até o início do Caribe. Embora essa área oceânica seja considerada em geral pacata, podemos creditar tal peculiaridade mais ao isolamento geográfico e à ausência de contestação às potências nela presentes do que meramente a uma vocação pacífica natural. Assim é que, quando interesses ingleses foram ameaçados, em 1982, o Atlântico Sul tornou-se palco de combates navais, tal como outras áreas historicamente mais conturbadas, na chamada “Guerra das Mal vinas”. Apesar de ser geograficamente afastado do coração do mundo e de ter sido declarado zona de paz e cooperação, outros atores extra-regionais estão ou são materialmente capazes de fazerem-s e militarmente presentes no oceano através do qual nossas riquezas fl ue m . As tradicionais potências nucleares e outras em ascensão são, em tese, capazes de atuar na região. Outras marinhas que possuem f o r ç a s n a v a i s n uc l e a d a s e m n a v i o - a e r ó d r o m o , c o m c a p a c i d a d e d e apoio logístico, são igualmente capazes de conduzir operações oceânicas mais prolongadas e, portanto, poderiam atuar na área 6 marítima de interesse brasileiro, especialmente se estiverem integrando algum tipo de aliança. Os EUA, Rússia, Reino Unido e França são os exemplos mais evidentes, por suas capacidades de atuar por longos períodos em regiões distantes. Curiosamente, a maior fronteira terrestre da F r a n ç a é c o m o B r a s i l . P o r m e i o d a G u i a n a F r a n c e s a , a q u e l e pa í s tem um pé fincado no norte da América do Sul, sendo um excelente ponto de apoio a seus interesses. O Reino Unido desfruta de posição ímpar no Atlântico Sul. Um impressionante cordão de ilhas estrategicamente posicionado permite sua interferência nas principais linhas de comunicação m a r í t i m a s q u e c r u z a m o A t l â nt i c o . Igualmente, as Passagens de Drake e do Cabo da Boa Esperança são controláveis a partir das posições britânicas. Esses divisores de águas estratégicos são as únicas alternativas em caso de interrupção, por qualquer motivo, do tráfego nos canais do Panamá e de Suez. O esforço empreendido pelos britânicos para a retomada do arquipélago que chamam Falklands bem evidencia a i m p o r t â n c i a a t r i b u íd a à q u e l a p o s i ç ã o . Hoje em dia, cada vez mais vai se ampliando a gama de atividades relacionadas com o mar que concorrem para a geração de empregos e riquezas, ou seja, para o desenvolvimento econômicosocial. O nosso espaço econômico marítimo representa uma opção lógica para a concretização dos anseios nacionais de desenvolvimento e de afirmação no cenário internacional. Nossas águas jurisdicionais são também um fator de soberania e, sobretudo, constituem um patrimônio para as futuras gerações. É natural, pois, que o Atlântico seja considerado de importância vital p a r a o B ra s i l . 6. NOÇÕES ELEMENTARES SOBRE O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO a. Transporte Marítimo É a parcela do transporte aquaviário que se realiza no mares e águas a eles fisicamente interligadas (salobras), por meio de operações com navios de diferentes características para traslado de pessoas e cargas. b. Transporte Fluvial É a parcela do transporte aquaviário que se realiza nos rios e lagos de água doce, por meio de operações com navios de diferentes características para traslado de pessoas e cargas. c. A Lei Nº 8.630/93 As principais ações decorrentes da chamada Lei dos Portos foram: - criação dos Conselhos de Autoridade Portuária (CAP - fórum consultivo de regulação e de supervisão dos operadores, dos arrendatários, dos trabalhadores e dos usuários, com alg umas 7 competências de aprovação e homologação, compartilhando as funções regulatórias com a Administração do Porto); - extinção do monopólio das administrações portuárias nos serviços de movimentação de cargas nos cais públicos; - possibilidade dos terminais de uso privativo movimentarem cargas de terceiros; - o t i m i z a ç ã o d a s t a r i f a s e c o n c o r r ê n c i a i n t r a e i n t e r p o r t o s ; equebra do monopólio dos sindicatos de trabalhadores avulsos do porto no fornecimento e escalação da mão-de-obra para as operações portuárias — criação dos OGMO. Além disso os portos foram classificados em portos marítimos públicos (36) e terminais de uso privativo (mais de 500), assim distribuídos: 8 d. Portos Federais Cia. Docas Pará: Ceará Rio Grande Norte Bahia Rio de Janeiro Espírito Santo Portos Vila do Conde, Santarém e Macapá Fortaleza do Natal, Areia branca e Maceió salvador, aratu, ilhéus e juazeiro Rio de Janeiro, Sepetiba e Angra dos reis. Docas do Estado de São Paulo: Portos de Santos, Laguna e Estrela B a r r a d o R i a c h o e P r a i a Mole e. PORTOS CONCEDIDOS A ESTADOS - Porto de Suape (PE) - Porto de São Sebastião (SP) - Porto de Paranaguá (PR) - Porto de São Francisco do Sul (SC) f. C O N C E S S Ã O P R I V A D A - Porto de Imbituba (até o ano 2012) g. PORTOS DELEGADOS A ESTADOS OU MUNICÍPIOS: - Porto de Porto Velho (Estado de Rondônia) - Porto de Manaus (Estado do Amazonas) - Porto de Itaqui (Estado do Maranhão) - Porto de Pecém (Estado do Ceará) - Porto de Cabedelo (Estado da Paraíba) - Porto de Recife (Estado de Pernambuco) - Porto de Forno (Municíp io do Arraial do Cabo – RJ) - Porto de Itajaí (Município de Itajaí – SC) - Portos de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Cachoeira do Sul 7. ALGUMAS GENERALIDADES DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO Conceitos Principais O conceito de transporte aquaviário pode ser simplificado como todo transporte que utiliza -se da água como via principal. Hidrovia, aquavia, via navegável, caminho marítimo ou caminho fluvial são designações sinonímicas. Hidrovia interior ou via navegável interior são denominações comum para os rios, lagos ou lagoas navegáveis. Entrementes, à falta de expressões como hidrovias interiores artificiais, para denominar aquelas que não eram navegáveis e que adquiriram essa condição em função de obras de engenharia, e hidrovias interiores melhoradas, para caracterizar as que tiveram suas condições de navegação ampliadas, usa-se genericamente a expressão hidrovias interiores para designar as vias navegáveis 9 interiores que foram balizadas e sinalizadas para uma determinada embarcação tipo, isto é, àquelas que oferecem boas condições de segurança às embarcações, suas cargas e passageiros ou tripulantes e que dispõem de cartas de navegação. Deve ser observado que balizamento de uma via aquática é entendido como sendo basicamente as bóias de auxílio à navegação, que demarcam o canal de navegação, e como sinalização, as placas colocadas nas margens dos rios para orientação dos navegantes. As cartas de navegação são mapas delimitadores das rotas de navegação. Como existem estradas de rodagem carroçáveis, não pavime ntadas, pavimentadas e rodovias, existem rios flutuáveis, de navegação rudimentar, fracamente navegáveis e hidrovias. Podemos aproveitar as rodovias para, fazendo um paralelismo, caracterizar alguns conceitos hidroviários, como mostrado; O balizamento das hidrovias corresponde às faixas que são longitudinalmente pintadas nos pavimentos das rodovias; - A sinalização de margem das hidrovias pode ser associada às placas que são colocadas às margens das rodovias e que são conhecidas como sinais de trânsito; - Como os canais de navegação não são materializáveis e as pistas de rolamento das rodovias sim, as hidrovias requerem cartas de navegação para proporcionar segurança às embarcações; - As rodovias são projetadas para um determinado veículo rodoviário, isto é, para um veículo tipo. As pontes são projetadas considerando que esse veículo tipo tenha no máximo " x " toneladas; os vãos sob os viadutos e passarelas ou os túneis, que esse veículo tenha no máximo " y " metros de altura; e assim por diante. Nas hidrovias, o mesmo se sucede com as embarcações tipo. Mister se faz ressaltar que embarcação tipo é um artifício de projeto e não condicionante à confecção de embarcações, pelo menos no conjunto de suas características. A embarcação tipo é uma abstração que reúne as características para as quais a hidrovia é projetada, ou seja, ela é projetada para um comprimento " x " de embarcação, para uma boca " y " e para um calado máximo " z ", sendo este para a situação de águas mínimas, que concomitantemente definem uma embarcação hipotética chamada tipo. No que se refere às dimensões, pode-se dizer que as embarcações que serão lançadas e que navegarão na hidrovia em voga devem ter no máximo o comprimento e a largura (boca) da embarcação tipo e que, no que alude a calados, em condições de águas mínimas, deve navegar com calado no máximo igual ao da embarcação tipo. Finalizando, cabe informar que existem hidrovias interiores de tráfego apenas diurno e as franqueadas à navegação noturna, em função do tipo de balizamento e de sinalização adotados. Comparativos de Modais de Transporte O transporte sobre águas é o que consome a menor quantidade de energia por tonelada transportada se comparado a trens e 10 caminhões. Segundo estudo feito nos Estados Unidos, com a mesma q u a n t i d a d e de e n e r g i a g a s t a , u m a c h a t a p o d e r i a t r a n s p o r t a r q u a s e dez vezes mais carga que um caminhão. Segue um gráfico comparativo de quantos quilômetros poderia ser transportada uma carga com o uso de um litro de combustível. Fonte: Environmental Advantages of Inland Barge Transportation, 1994 - US Maritime Administration Um comboio de 10 mil toneladas transporta a carga equivalente à transportada por 278 caminhões de 36 toneladas cada. Um comboio de 10 mil toneladas, num percurso de 500 km, consome cerca de 21 toneladas de combustível. Uma frota de 278 caminhões, para cobrir o mesmo percurso, consome 54 toneladas. Para se conduzir uma frota de 278 caminhões são necessários 556 homens, entre o motorista e ajudantes. Um comboio de 10 mil toneladas é tripulado por 12. 11 Um comboio de 10 mil toneladas transporta a carga equivalente a carga transportada por 100 vagões do tipo Jumbo Hopper. Meio Ambiente e Transporte Aquaviário Ao contrário do que se pensa o transporte aquaviário apresenta o menor índice de impacto ao meio ambiente em comparação aos demais modais, segundo dados apresentados por estudo elaborado por uma instituição de pesquisa alemã. Os dados são comparativos entre os diversos modos de transporte, e foram considerados aspectos variados que vão desde uso e ocupação do solo, consumo de energia até mesmo ruído provocado pelos equipamentos de transporte. Para sua reflexão, segue o quadro com esses resultados: CUSTOS Poluição Atmosférica Poluição Sonora Ocupação do Solo Construção / Manutençã o Acidentes Total (%) Aéreo Ferro Hidro Rodo Total(%) 2 4 3 91 100 26 10 0 64 100 1 7 1 91 100 2 37 5 56 100 1 1 0 98 100 6,4 11,8 1,8 80,0 100 Como a pesquisa foi alemã nota -se que a poluição sonora quantitativamente não observada é uma particularidade européia, onde o controle da mesma em virtude dos motores das embarcações saírem de fábrica com baixos índices de barulho. Sendo divergentes da situação brasileira e de nossos motores marítimos. A emissão de poluentes é demonstrada abaixo caracterizando o transporte Aquaviário como o modal de menor impacto ambiental na estrutura de transporte. 12 Principais Hidrovias As principais hidrovias do país são as seguintes: Hidrovia do Madeira; Hidrovia do São Francisco; Hidrovia do Tocantins Araguaia; Hidrovia Paraná - Tietê; Hidrovia Paraguai-Paraná. Em termos de movimentação de cargas ainda é um transporte pouco aproveitado em sua potencialidade. Como conclusão podemos afirmar: - O modal Aquaviário não é totalmente aproveitado - O modal Aquavi ário não é independente, a intermodalidade será presente - Para o futuro espera-se um crescimento deste modal em conjunto com o ferroviário - O Centro Oeste e o Agronegócio buscam a intermodalidade e o m o d a l A q u a v i á r i o é i n e r e n t e e s u b s t a n c i a l a o d e s e n v o l v i me n t o 8. PANAMÁ ENTRA NO JOGO Para colher benefícios financeiros de sua estratégica localização geográfica, o Panamá planeja aumentar a atuação no comércio internacional com a diversificação e a especialização de 13 serviços para comércio exterior, focados no desenvolvimento do Canal do Panamá e da Zona Livre de Comércio de Cólon. A atividade portuária local cresceu 14% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2002, de acordo com dados do Ministério de Economia e Finanças do Panamá. O incremento, porém, seria ainda maior se, além de transbordo, o país oferecesse outros serviços agregados. Nessa conjuntura e sob nova administração desde 1999, Cólon passará por uma reestruturação c o m o o b j e t i v o d e t r a n s f o r m á - l a e m c e n t r o l o g í s t i c o m u l t i mo d a l . O gerente geral da Zona Livre, Jorge Fernandez, comenta: "Não somos um país de muitos habitantes e, por essa razão, não estamos entre as opções mais atrativas como mercado consumidor. Somos, no entanto, um canal de acesso para as Américas, tanto para os produtos do norte rumo ao sul quanto na direção oposta. A administração atual tomou a decisão de adotar uma postura próativa, e não reativa - ou seja, antes de os fenômenos da globalização nos afetarem ainda mais, saímos em busca de um novo negócio: a logística. Obviamente, o Panamá tem como principal ativo sua estratégica posição geográfica". Hoje, a Zona Livre de Cólon conta com 400 hectares divididos entre o setor de armazéns (France Field), e o de show rooms para q u e a s m a i s d e 2 . 0 0 0 e m p r e s a s q u e ho j e o p e r a m e m C ó l o n exponham suas mercadorias. A zona está rodeada por quatro terminais de contêineres - Manzanillo International Terminal (MIT, administrado pela SSA Panamá Inc.), Cólon Ports Terminal, Cólon C o n t a i n e r T e r m i n a l ( a d m i n i s t r a d o p e l a E v e r g r e e n) e P a n a m á P o r t s Terminal (subsidiária da Hutchinson Whampoa), dois terminais de cruzeiros, um aeroporto internacional, além de um terminal ferroviário e rodoviário. Entre os benefícios proporcionados pelas operações realizadas a p a r t i r d e C ó l o n e s t á o f a to d e a m o e d a c o r r e n t e s e r o d ó l a r n o r t e americano, bem como a presença de mais de 25 bancos internacionais dentro da zona livre. Além disso, as atividades contam com a isenção de impostos de importação, reexportação e produção. Para que uma empresa se instale na Zona Livre de Cólon, o governo tem como únicas exigências o estabelecimento de uma área pública ou privada (ou ainda representação por um usuário direto), reexportação de 60% das mercadorias importadas e contratação de no mínimo cinco funcionários panamenhos. Com esse projeto, a zona livre deverá retomar a importância que já teve para a economia do país. Estabelecida em 1948 na província de Cólon, a zona livre tinha as atividades de transbordo e reexportação como principais atrativos. Única passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o Canal do Panamá representava fonte inesgotável de renda para o país. A zona livre usufruía de intenso trânsito de embarcações, a ponto de chegar a ser um dos mais importantes centros de redistribuição para a América Latina e o Caribe. Cólon teve momentos de muita atividade, como há cinco anos, período em que 14 as operações no local garantiam quase 10% do PIB do Panamá. Com a falta de investimentos em modernização e a conseqüente limitação da infra-estrutura, fundamenta l para manter a competitividade em tempos de globalização, a região perdeu importância. Os acordos internacionais de comércio colocaram em xeque as vantagens oferecidas pela utilização de Cólon como ponto estratégico de distribuição, já que os exportadores passaram a perguntar -se quais seriam os benefícios de enviar mercadorias para uma zona franca se era possível obter as mesmas facilidades tarifárias e alfandegárias no país de origem. Os reflexos dessa nova dinâmica se fizeram sentir já em 1999, quando Cólon amargou seu pior momento, com queda de cerca de 25% do volume de exportações e reexportações. Para as empresas já estabelecidas em Cólon, o projeto de expansão só tem a somar. O diretor da Cólon Import & Export, Surse Pierpoint, representante da DHL Danzas Air and Ocean no Panamá, explica que o desgaste do modelo atual da zona livre causa preocupações por não resistir à concorrência na região. "Certamente, somos a maior zona livre, mas não a única; na América Latina, existem mais de 200. É necessário diversificar os serviços em relação ao modelo tradicional". A empresa, com 47.000 metros de armazém, representa, entre outras indústrias, a Sony, a Ingenta, a Ciba Chemicals, a Novartis Pharma e, mais r e c e n t e m e n t e , a P a y l e s s S h o e s ( c o m p a n h i a a m e r i c a n a c o m 5 .0 0 0 lojas em todo o mundo e inventário gerado pela indústria brasileira de calçados). "Pretendemos ter aqui uma plataforma de redistribuição como ponto intermediário entre a fábrica e o consumidor final, isto é, manter um inventário a custos bastante razoá veis, que nos permita reagir rapidamente, porque a margem é muito pequena no caso de commodities como agroquímicos e colorantes ou mercadorias como sapatos, por exemplo. Assim, a empresa que for capaz de reagir mais rapidamente concretiza a venda", explica Pierpoint. Em Cólon, existem quatro operadores logísticos com armazéns de mais de 2.000 metros quadrados e de 25 a 30 freight forwarders. Fonte: BURSZTEIN, Valeria, Global, Editora Aba, ,2003, p 35 e36. 9. HIDRO EM TESTE A Fedex Express colocou em operação em caráter experimental, seu primeiro caminhão híbrido movido a diesel e eletricidade, com baixa emissão se aprovado o veículo pode se transformar no caminhão padrão da empresa para médios volumes, uma frota estimada em 30.000 veículos só nos estados uni dos e Canadá o optifleet e 700 promete reduzir as emissões de partículas em 90% e as emissões com fumaça em 75% e de quebra aumentar a eficiência do combustível em 50% Fonte: BURSZTEIN, Valeria, Global, Editora Aba, ,2003, p 21 15 10. CABOTAGEM EM ALTA C o m o en v o l v i m e n t o d a s e m p r e s a s B r a s i l m a x i L o g í s t i c a , P & O Nedlloud, Mercosul Line e MRS, os produtos das regiões Norte e Nordeste estão chegando aos seus destinos finais de maneira mais adequada, o mesmo ocorrendo com as cargas no sentido inverso. Em uma operação iniciada no final de agosto, as cargas são embarcadas dos portos do Norte/Nordeste (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador), seguindo, via cabotagem, para o Porto de Santos (SP), numa viagem com duração média de 12 dias. Nesse porto, a Libra Terminais faz a movimentação das cargas do navio até o seu terminal e, de lá, elas são embarcadas nos vagões da MRS. Via férrea, seguem para o terminal da Brasilmaxi na região central da cidade de São Paulo. No fluxo de retorno, normalmente s ã o t r a n s p o r t a d a s m a t é ri a s - p r i m a s e p r o d u t o s d e c o n s u m o e o transit time é o mesmo da ida, 12 dias. Fausto M. Cunha, diretor Comercial da Brasilmax, ressalta os benefícios dessa operação. “Além de ser uma distância muito g r a n d e p a r a u t i l i z a r o t r a n s p o r t e r o d o v i á r i o , a u n i ã o d e mo d a i s , c o m privilégio da cabotagem, traz vantagens, como melhor manuseio de contêineres e facilidades pela utilização de empilhadeiras e pórticos. Uma carreta pode esperar dias com carga de produtos acabados ou matéria-prime, saindo de Manaus em direção ao Sudeste, ao passo que o agendamento dos navios da Mercosul Line favorece a estufagem dos contêineres”, cita o diretor. Ele destaca que a transferência do transporte de cargas das estradas para os navios proporciona economia, além de maior sergurança e redução de avarias. No terminal São Paulo, a Brasilmaxi se responsabiliza pelas operações de handing do vagão, armazenagem dos contêineres e produtos, desova, transporte e distribuição física. Por enquanto, a movimentação mensal chegou a 200 contêineres de 20 e 40 pés, o que significa a retirada de 200 caminhões da estrada de Santos para São Paulo. “Ao longo de 2003, a previsão é de movimentar 800 contêineres. Mas, para 2004, a estimativa é de chegar a 4.200 contêineres.” Fonte: Brasilmaxi 16