Brasil PRESBITERIANO

Transcrição

Brasil PRESBITERIANO
Brasil
PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
O Jornal da Família Presbiteriana
Ano 45 / Nº 593 - R$ 1,80
Jorge Araújo/Folha Imagem
Divulgação
Povos indígenas:
missionário Ronaldo Lidório
fala sobre o porquê
de evangelizá-los
Páginas 10 e 11
SAF-Rio Promove 4ª Edição
de Exposição de Pintura
Página 6
Divulgação
Presbitério Paulistano
ordena dois novos pastores
Página 18
A Voz dos Mártires
Mulheres africanas sofrem
por amor a Cristo
Página 9
2
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Palavra da Redação
No início de janeiro, três missionários católicos ficaram
detidos durante 60 horas por índios da reserva indígena
Raposa do Sol, em Roraima. Os índios afirmaram que
detiveram os missionários para averiguação, por serem
estes estrangeiros, mas por trás disso estava a questão da
homologação das terras indígenas na região, o que vem
gerando muitos conflitos. Esta questão levanta outra bastante importante: a evangelização entre povos indígenas
não-alcançados. Muitos antropólogos defendem que esses
povos devem ser "deixados em paz" pelos missionários e
que a intervenção de brancos com seus costumes e religião corrompe a cultura indígena. Sobre isso, fala, nas
páginas 10 e 11, o missionário Ronaldo Lidório, com
larga experiência em evangelização de povos indígenas
no Brasil e na África. Ele ainda conta como vem sendo
seu trabalho na Amazônia, ao lado da esposa Rossana e de
outros missionários que formam a equipe do Projeto
Amanajé.
No mesmo mês de janeiro, no dia 25, foi o aniversário
de São Paulo, a maior cidade do Brasil, que completou
450 anos de idade. Para homenagear a cidade que, desde
novembro de 2003, é a nova sede da redação do Jornal
Brasil Presbiteriano, esta edição traz uma série de matérias na cidade, começando com um apanhado sobre a história do protestantismo em São Paulo na página 16, pelo
rev. Alderi Souza de Matos, historiador da IPB.
Na página 7, o leitor encontra uma matéria a respeito da
II Conferência Missionária realizada na IP de Erasmo
Assunção, em São Paulo. Um artigo sobre o Centro
Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper, em São
Paulo, encontra-se na página 8. A matéria na página 13
mostra como está a situação da capelã Eleny Vassão na
capelania de grandes hospitais da capital. Também em
São Paulo, reside o pastor e escritor rev. Addy Félix de
Carvalho, que lança em março seu segundo livro - matéria na página 4. Outro livro que está sendo produzido em
São Paulo é sobre a história da UMP, sob a organização
de Enos Moura Filho, secretário de História da
Confederação Nacional de Mocidades. Além de tudo isso,
tem ainda, na página 18, a matéria sobre o Presbitério
Paulistano, que acaba de ordenar dois pastores.
Mas há também outras matérias de outros estados, porque o BP é o jornal dos presbiterianos de todo o Brasil.
Seu recado
Na reportagem Federações Comemoram o dia da
SAF no Brasil (Dezembro de 2003), mais uma vez se
afirma que os pastores são os responsáveis pelo
baixo crescimento das SAFs dentro de nossa igreja. O
pastor não tem autoridade de proibir a existência ou
não de um departamento da igreja, autoridade exclusiva do Conselho da igreja, normalmente composto
por homens casados com mulheres presbiterianas.
Nenhum pastor impediria o funcionamento de um
departamento que abençoa a igreja. Se a SAF está
em crise, é tempo de rever alguns procedimentos e,
como disse o apóstolo Paulo, "examinai-vos a vós
mesmos" (2 Co 13.5) e, acima de tudo, parar de jogar
a culpa nos pastores. As mulheres da igreja a que
sirvo são ativas e estão sempre prontas a servir a
Deus e a igreja e sempre tiveram liberdade para
desenvolver seu ministério.
Rev. Jônatas B. Rodrigues
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca (SP)
Prezado pastor,
Na matéria, a pessoa entrevistada afirma que
alguns pastores não incentivam a SAF e mesmo proíbem, não a existência dela, mas suas reuniões dentro
da igreja. Em nenhum momento a intenção foi culpar
os pastores da IPB por qualquer problema
Envio um reconhecimento ao maravilhoso jornal
Brasil Presbiteriano pela qualidade de suas matérias.
Este jornal está privilegiando todos os grupos de leitores ao apresentar conteúdos que são de interesse de
todas as faixas etárias, inclusive da terceira idade e
Este é o templo
novo da IP de
Alcântara, em São
Gonçalo, Rio de
Janeiro. Com quatro Congregações,
a Igreja organizou,
em 2003, duas
novas igrejas na
cidade: IP em
Manilha e IP em
Trindade. Em 15 de
agosto do ano passado, a IP de
Alcântara, pastoreada pelo rev. David Dias de
Carvalho, completou 47 anos. A Igreja iniciou sua história em um terreno doado, onde fica até hoje, pelo pb.
Silas Gomes de Mattos.
Divulgação
A área de assinaturas também tem novos contatos e
está na Luz para o Caminho, em Campinas, São
Paulo, no telefone 0(XX)19 3741 3000 e e-mail [email protected].
Erramos - Na matéria Igrejas Evangélicas estão se
deteriorando na Espanha (BP Janeiro 2004, pgs 10 e
11), a legenda da foto da página 10 está errada. A
legenda correta é: Missionários Dirceu e Tirza de
Mendonça com os filhos Mateus e Maíra.
Uma publicação da
Rua Maria Antônia 139, 2º andar, CEP 01239-902, São Paulo – SP
Telefone: 0(XX)11 3255 7269
E-mail: [email protected]
Conselho Editorial:
Rev. Alderi Souza de Matos
Rev. Celsino Gama
Rev. Cláudio Marra
Pb. Gilson Alberto Novaes
Rev. Silas de Campos
Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000
Obrigado, irmão, pelo esclarecimento. Continue
acompanhando as matérias do BP e escreva-nos
sempre que desejar.
A redação do jornal Brasil Presbiteriano está com
endereço novo e definitivo em São Paulo, além de
novos e-mails. Para enviar sugestões de pauta, fotos,
cartas e reclamações, os leitores podem utilizar nosso
endereço à Rua Maria Antônia, 139, 2º andar, CEP
01239-902, São Paulo – SP. Ou nosso endereço eletrônico: [email protected]. O novo telefone é
0(XX)11 3255 7269.
Brasil PRESBITERIANO
Pb. Gunnar Bedicks Jr. – Presidente
Pb. Gilson Alberto Novaes - Secretário
Rev. Alcides Martins Jr. – Titular
Pb. José Augusto Pereira Brito – Titular
Rev. Carlos Veiga Feitosa – Titular
Rev. André Mello – Titular
Pb. Sílvio Ferreira Jr. – Titular
Pb. Alberto Jones – Diretor Administrativo-financeiro
Pb. Euclides de Oliveira – Diretor de Produção e Programação
Na edição n. 589, Ano 44, consta que a
Congregação Presbiteriana em Boaventura do São
Roque é mantida pela Igreja Presbiteriana do Turvo.
Gostaria que ficasse esclarecido que, até fevereiro de
2002, havia um ponto de pregação na cidade, época
em que o trabalho me foi entregue, e, desde janeiro de
2003, o ponto de pregação passou à congregação da
Igreja Presbiteriana em Pitanga, quando colocamos
um evangelista na cidade, através de uma parceria
com a Igreja Presbiteriana de Vila Mariana e um mantenedor da cidade de Guarapuava. Em setembro de
2003, o campo passou à jurisdição da Junta
Presbiterial de Missões (Presbitério do Iguaçu), continuando sob a minha supervisão.
Rev. Marthon Ary Mendes
Imagem do mês
Ano 45, nº 593 – Fevereiro de 2004
www.ipb.org.br
Querida irmã Edna, obrigada pelas palavras carinhosas, nosso objetivo é continuar prestigiando todos os
grupos de leitores presbiterianos. Não se preocupe,
não temos intenção de cancelar a coluna Consultório
Bíblico, do rev. Odayr Olivetti, que muito tem edificado
os leitores.
Nosso recado
EXPEDIENTE
Órgão Oficial da
das crianças. Espero que continue o Consultório
Bíblico, que aprecio muito, pois tem tirado minhas
dúvidas. Parabéns rev. Odayr Olivetti!
Edna Vasconcelos Aquoti
de Martinópolis (SP)
RPC
Rede Presbiteriana
de Comunicação
Edição: Letícia Ferreira
DRT/PR: 4225/17/65
E-maill: [email protected]
Reportagem: Letícia Ferreira, Lucilene
Nascimento (e-mail: [email protected]) e Gustavo
Brigatto (e-mail: [email protected])
Ilustração: Aldair Soares Gomes
Diagramação: Aristides Neto
Revisão: Douglas Moura Ferreira
Impressão: Folhagráfica
Assinaturas
Expedição
Luz para o Caminho
0(XX)19 3741 3000
[email protected]
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
3
Opinião
Plágio, fraude ou fraqueza?
Celsino Gama
ra um agradável
domingo de dezembro, culto matutino,
céu nublado e o cheiro gostoso da terra molhada pela
chuva. Assentei-me para
ouvir um pastor presbiteriano. Evangelho lido, o sermão
começou assim: "O Senhor
Jesus ensina que saiu o pregador a semear a Palavra de
Deus. Não só faz a menção
de semear a semente, mas
também faz caso de sair."
Mas aquele era o Sermão da
Sexagésima, pregado por
Vieira na Capela Real de
Lisboa em 1655! Via
E
Internet, outra surpresa. No
site de mensagens de um
famoso pregador presbiteriano uma constatação simples:
havia ouvido naquela igreja
do Estado de São Paulo o sermão de um pastor de outro
Estado que havia pregado o
sermão de Vieira, com alguns
cortes. Senti um calafrio.
Como um sujeito inteligente
e conhecido colocaria o seu
nome num sermão de Vieira
e na Internet? Ingenuidade?
Tolice?
Ainda pelas bandas de São
Paulo, um aluno de um dos
nossos seminários apresen-
tou seu resumo do livro O
Custo do Discipulado, de
Dietrich Bonhoeffer. Para
espanto do professor, no
texto truncado surgiu a frase
"barata de graça". A "graça
barata" do mártir Bonhoeffer
havia se transformado em
"barata de graça"! O aluno
tomou um resumo do livro
em inglês na Internet e usou
uma ferramenta de tradução
da rede, sem sequer tomar
tempo em revisar o texto. O
Seminário? Deu a ele o grau
de bacharel em Teologia!
Outro candidato ao ministério apresentou sua tese ao
presbitério. Para surpresa da
comissão examinadora, descobriu-se que era uma tese de
mestrado apresentada por um
acadêmico da USP (tese
sobre o pensamento de
Calvino). Ele praticamente
havia trocado a capa, o nome
e a dedicatória. A comissão?
Pediu que ele fizesse outra!
Há sites na Internet que vendem trabalhos escolares, pesquisas, monografias, teses.
Vai se tornando comum a utilização deste recurso por
estudantes em geral; mas que
esta praga se espalhe também
entre nossos seminários, pas-
tores e estudantes cristãos é
lamentável, triste, desalentador. Primeiro, por ser um
recurso escuso, fraudulento,
pecaminoso; segundo, porque estimula o ganho sem
esforço, o resultado sem
suor, produzindo líderes sem
conhecimento, maturidade,
visão do mundo, empobrecidos em seu raciocínio, interesseiros e mesquinhos, propensos ao erro doutrinário e
teológico.
Celsino Gama, presidente
da Luz para o Caminho
Consultório Bíblico
Invocar mortos
Rev. Odayr Olivetti
P
ergunta: Qual a diferença entre invocar
mortos e evocar mortos? A Igreja Católica
[Romana] diz que evocam
os mortos e não invocam os
mortos.
Resposta: Pura (na verdade impura) logomaquia
(briga de palavras)! É como
quando dizem que não adoram os santos, mas os veneram. Entre os sinônimos de
adorar está venerar; entre os
sinônimos de venerar está
adorar (ou render culto a).
Assim também, entre os
sinônimos de invocar está
evocar; e vice-versa.
O que importa é o objetivo
da evocação ou da invoca-
ção. Os santos (fiéis mortos)
são evocados ou invocados
para intercederem pelos
vivos. O Cânone 30 da
Sessão 6 dos Decretos de
Trento afirma que por meio
da intercessão dos santos se
pode prestar ajuda às almas
que estão no purgatório
[outra invenção herética].
Maria, em sua oração, inspirada na de Ana, reconheceu sua condição de humilde
serva do Senhor e se referiu
a Deus como o seu Salvador:
"A minha alma engrandece
ao Senhor, e o meu espírito
se alegrou em Deus, meu
Salvador, porque contemplou na humildade da sua
serva" (Lc 1.46-48). Note-se
que a expressão traduzida
por "humildade da sua
serva" enfraquece a idéia do
original grego; uma tradução
mais literal de tapeínosis
seria "humilhação" ou "baixeza" (como em Almeida,
Revista e Corrigida); e a
palavra grega traduzida por
"serva" inclui esse sentido,
mas o sentido primário é
"escrava". A raiz da palavra
doúle tem o sentido de
"atar", "capturar", o que
reforça a idéia de que o sentido primordial de doúle é
"escrava". Agora, não somos
nós que dizemos isso. A própria Maria tinha consciência
da condição desprezível do
ser humano diante da perfei-
ta santidade de Deus.
Lembra-se o leitor da reação
de Isaías quando teve a visão
do Senhor em Seu sublime
trono? (Is 6). – Se Maria
pudesse vir à terra (não lhe
desejemos essa maldade!),
ficaria horrorizada com o
endeusamento que dela fizeram!
Pois bem, contra todo o
ensino da Escritura, e contra
a própria atitude de Maria, a
herética Igreja Católica
Romana a considera mediadora entre Deus ou Cristo e
os homens. Quando se reza o
terço, se diz: "Santa Maria,
mãe de Deus, rogai por nós
pecadores, agora e na hora
da nossa morte"!
Evocação?
Invocação?
Que importa o termo? Aí
está a flagrante heresia, que
é terrível afronta contra
Jesus Cristo, que disse: "Eu
sou o caminho...; ninguém
vem ao Pai senão por mim"
(Jo 14.6).
O rev. Odayr Olivetti é
ministro jubilado da IPB,
foi pastor de várias igrejas
e professor de Teologia
Sistemática no Seminário
Presbiteriano de
Campinas, São Paulo. É
autor e tradutor de inúmeras obras cristãs.
Envie-nos perguntas para
o Consultório Bíblico:
[email protected]
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Fevereiro de 2004
Judiciário
Brasil PRESBITERIANO
Rev. Addy Félix de Carvalho escreve seu segundo livro
Pastor presbiteriano lança livro sobre
Código de Disciplina da IPB
Karis de Campos Avillano
Letícia Ferreira
smiuçar o Código de
Disciplina da IPB e
dar dicas práticas
sobre seu uso é o objetivo
do rev. Addy Félix de
Carvalho ao escrever o livro
Código de Disciplina da
IPB – Interpretação e
Comentários, a ser lançado
no próximo mês. Segundo
ele, é um livro dirigido a
pastores, presbíteros, oficiais da igreja, líderes e
membros da IPB, que desejarem aprimorar seus
conhecimentos sobre o
Código de Disciplina da
Igreja.
"Tenho percebido a infinidade de problemas e cismas
em igrejas, quando a interpretação do Código é muito
precária por parte de pastores, particularmente os
recém iniciados na carreira
pastoral", compartilha o rev.
Addy. Para ele, os erros de
interpretação ocorrem, principalmente, pela falta de
conhecimento do Código,
pois muitos líderes só fazem
essa leitura quando precisam, na hora de resolver um
processo. O livro que está
lançando, afirma ele, vem
preencher essa lacuna de
interpretação e prática no
funcionamento dos tribunais da IPB. "O livro propõe
caminhos para que os tribunais funcionem com mais
eficiência e proveito, pois,
E
Rev. Addy: prestando serviço à sua amada IPB
quando se usa mal a Lei, o
resultado é ruim", afirma o
pastor. O livro deverá ser
lançado na Reunião Ordinária da Comissão Executiva do Supremo Concílio,
em março, e em seminários
da IPB.
O rev. Addy explica que a
Constituição da IPB orienta
os presbitérios para fins
administrativos e o Código
de Disciplina para fins judiciários. No livro, ele lança
mão de vários exemplos,
sem citar nomes, de casos
reais ocorridos na IPB, e a
maneira como o Código foi
ou deveria ter sido aplicado
em tais casos. É um guia da
utilização do Código que,
além desses exemplos reais,
traz um processo fictício
completo para que o leitor
tenha a idéia exata da sua
utilização prática.
O livro traz também exemplos de documentos que são
necessários em processos,
para que o leitor saiba exatamente como redigi-los,
como intimação, citação,
cobrança, etc. E ainda um
glossário de termos técnicos
utilizados nos tribunais,
como acórdão, acareação,
competência, data vênia, e
sua utilização técnica e prática.
Segundo o rev. Addy, os
seminários presbiterianos
têm matéria sobre o assunto,
mas seu livro é uma fonte
de consulta prática e permanente. Ele faz questão de
citar que, no desenvolvi-
mento do livro, teve uma
ajuda substancial do rev.
Silas de Campos, responsável pelo prefácio.
Constituição
Há dois anos o rev. Addy
Félix de Carvalho lançou
seu
primeiro
livro:
Interpretação e Comentários sobre a Constituição
da IPB. É distribuído pelo
próprio escritor, que fará o
mesmo com o segundo
livro, Código de Disciplina
da IPB – Interpretação e
Comentários. Tanto no primeiro quanto no segundo
trabalho, a intenção do
escritor é prestar serviço à
sua amada IPB, utilizandose de intensas pesquisas e de
sua larga experiência no
ministério.
Segundo o rev.
Addy, o primeiro
livro teve uma
grande aceitação,
e ele se tornou
quase que um
consultor, de tantos e-mails e telefonemas
que
recebe com pedidos de esclarecimentos.
Hoje, ele pastoreia a IP
Moriah, em São Paulo. Foi
membro e presidente da
Junta
de
Educação
Teológica, presidente da
Casa Editora Presbiteriana
durante três anos e membro
do Conselho de Imprensa da
IPB, quando exerceu o
cargo de diretor administrativo e financeiro do Jornal
Brasil
Presbiteriano.
Sempre teve o sonho de
escrever um livro, agora
realizado duas vezes. E não
quer pensar em parar.
O rev. Addy é baiano de
Ibiporã, onde nasceu em 24
de novembro de 1938, filho
dos presbiterianos Otávio
Felix de Carvalho e
Joaquina Leandro de Carvalho. Aos 21 anos casou-se
com Josélia Cunha Carvalho, que também exerceu
muitos cargos na IPB e na
SAF.
Endereço para pedidos:
Rua Piauí 561, apto. 61
CEP 01241 001.
Telefone: 11 3255 9817
E-mail:[email protected]
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
5
Liderança
Pastores que a si mesmos se apascentam
Rev. Valdeci da Silva Santos
zelo de Deus por seu povo
é geralmente expresso nas
Escrituras sob a metáfora
do pastoreio. Desde o
período dos patriarcas Ele é conhecido como o Pastor de Israel (Gn
49.24). Davi tornou o tema do pastoreio divino e célebre ao escrever o
Salmo 23 e expressar seu relacionamento de dependência e comunhão
com Deus. Portanto, não é de admirar que a libertação do povo de Israel
do cativeiro egípcio e sua peregrinação pelo deserto tenham sido interpretadas como ações do pastor divino (Sl 77.20). Certamente por isso, a
esperança messiânica dos profetas
de Israel incluía a atividade divina
arrebanhando e cuidando do seu
rebanho (Is 40.11, Jr 31.10 e Ez
34.11-16). No Novo Testamento,
Jesus encarna as expectativas messiânicas ao apresentar-se como o
Bom Pastor que dá a vida pelas suas
ovelhas (Jo 10.11 e Hb 13.20).
A Bíblia deixa claro que uma das
implicações do zelo pastoral de
Deus por seu povo é sua aversão
O
contra os maus pastores, ou seja,
aqueles que destroem e dispersam as
ovelhas do rebanho e dominam
sobre elas com rigor e dureza (Jr
23.1-4 e Ez 34.1-10). Esses maus
pastores são descritos nas Escrituras
como "pastores que a si mesmos se
apascentam" (Ez 34.3 e Jd 12) pois,
embora liderem o rebanho do
Senhor, cuidam apenas dos seus próprios interesses. A descrição de
Judas sobre as características de tais
pastores são marcos de advertência
para aqueles que almejam desempenhar o ministério pastoral com fidelidade e em submissão ao Supremo
Pastor.
Em primeiro lugar, Judas afirma que
o ministério dos maus pastores é
caracterizado pela falsidade e engodo. Judas não nega que eles se apresentem como rochas e estrelas (v 1213). Na verdade, não passam de
recifes submersos onde os incautos
naufragam e estrelas errantes a confundir os desatentos. A falsidade de
seus ministérios também é manifesta através da dissimulação por eles
usada a fim de se infiltrarem no
rebanho do Senhor, corrompendo de
tal forma a graça de Cristo a ponto
de transformá-la em libertinagem (v
4). Aquele desprezo pela graça certamente tinha o propósito de justificar o liberalismo ético no qual
viviam (vv 11-13). O fim de tal
ministério certamente é a destruição
dos maus pastores e de seus seguidores.
Em segundo lugar, Judas afirma que
eles seguem os passos dos antimodelos encontrados nas Escrituras.
Ele afirma que eles se enveredaram
pelo caminho de Caim, o qual deixou-se dominar pela inveja, ira e
amargura a ponto de desprezar a
repreensão do Senhor e não oferecer
qualquer resistência ao pecado (Gn
4.5-8). Ao mesmo tempo, o ministério dos maus pastores é motivado
por uma ganância semelhante à de
Balaão, o qual mercadejou seus serviços proféticos (Nm 22-24 e Ap
2.14). E como Coré que, desprezando o privilégio sacerdotal, sem motivo se rebelou e difamou autoridades
instituídas por Deus (Nm 16). Além
disso, os maus pastores também
rejeitam e difamam autoridades
superiores (Jd 8-9). Dessa forma, em
lugar de seguirem o exemplo do
Bom Pastor, eles trilham nas mesmas pegadas de anti-modelos pastorais.
Por último, Judas ensina que, na prática, esse maus pastores revelam-se
como inimigos da cruz de Cristo e
negam o poder transformador do
evangelho. Em nenhum momento
Judas afirma existir nesses maus
pastores qualquer elemento de compromisso e submissão ao Supremo
Pastor ou mesmo um elemento de
aspiração por uma vida de santidade.
Ao contrário, numa crítica veemente
ele afirma que eles transformavam
as festas de fraternidade (agapais)
em ocasiões de imoralidades, pois
"sem recato" buscavam atender aos
seus desejos. Em um texto paralelo,
Pedro afirma que esses libertinos
prometem liberdade quando eles
mesmos ainda são escravos da corrupção (2Pe 2.18-19). Dessa forma,
ainda que os maus pastores possuam
um discurso de piedade, esse mesmo
é contrariado pela libertinagem de
seus procedimentos.
Como evitar, no ministério pastoral,
o caminho dos pastores que a si mesmos se apascentam? Antes de qualquer coisa, agindo como ovelha do
Supremo Pastor. Foi ele quem deixou-nos exemplos para seguirmos
os seus passos (1Pe 2.21-25). Jesus
deve ser sempre o modelo do pastor
que almeja glorificar a Deus. Nosso
viver deve incluir ainda a expectativa escatológica da manifestação do
Pastor de nossas almas. Naquela
ocasião ele trará juízo para os maus
pastores e a coroa de glória para os
que desempenharam seus ministérios fielmente (1Pe 5.4).
O rev. Valdeci da Silva Santos
é coordenador do Doutorado
em Ministério no Centro
Presbiteriano de Pós-graduação
Andrew Jumper
[email protected]
Resenha
À Sombra da Planta Imprevisível:
uma investigação da santidade vocacional
pós 29 anos de um ministério atuante na Igreja
Presbiteriana Christ our
King,
em
Maryland,
Eugene H. Paterson assumiu a posição de professor de Teologia
Espiritual no Regent College, em
Vancouver, no Canadá. Peterson
conquistou uma reputação como
"pastor de pastores" e nos últimos
anos alguns de seus títulos relacionados ao ministério pastoral encontram-se também em português.
A investigação vocacional proposta
por Peterson em À Sombra da Planta
Imprevisível: uma investigação da
A
santidade vocacional (United Press,
2001.189pp.) toma como texto básico a história do profeta Jonas. A relevância dessa investigação, segundo o
autor, deve-se ao fato de que, nos
últimos dias, "nossas vocações são
atormentadas, de um lado, por apetites consumistas, e, de outro, por uma
mentalidade mercadológica" (p. 11).
Dessa forma, muitos pastores
sucumbem à mentalidade da "carreira" ministerial, colocam a imagem
no lugar da substância, reduzem a
vocação a uma mera economia da
religião e rendem-se aos princípios
de marketing e relações públicas.
Como resultado, "as falências são
espantosas e freqüentes".
Peterson divide sua análise da história de Jonas em cinco capítulos,
sendo que o último recebe uma atenção maior do autor. Desde o início,
porém, ele deixa claro que sua preferência por Jonas não se deve ao fato
de Jonas ser um modelo a ser seguido, mas um modelo que mostra a
ineficiência e fragilidade daqueles
que buscam uma autonomia ministerial ao invés de uma vida de dependência na soberania de Deus. Um
dos objetivos do autor, dessa forma,
é que a leitura dessa obra seja um
exercício de humildade e quebrantamento. Isso se torna ainda mais claro
no quinto capítulo, quanto Peterson
analisa a reação de Jonas ao fato de
Deus ter enviado um verme para ferir
a planta que lhe servia de sombra a
fim de que ela se secasse. O problema de Jonas, segundo Peterson,
havia começado bem antes, quando o
povo arrependido voltou-se para
Deus e se esqueceu do profeta. Além
do mais, Jonas não conseguir ajustarse a uma nova dificuldade diária.
Jonas pensou que sabia exatamente o
que Deus faria; quando Deus não
fez, ele ficou desapontado. Segundo
Peterson, semelhante desapontamento tem levado muitos pastores contemporâneos à confusão quanto à
vocação ministerial. Dessa forma, ao
invés de ministros e pastores de
almas, muitos púlpitos evangélicos
têm sido ocupados por aqueles que
assumem papeis de messias, gerentes
e diretores espirituais (p. 171-175).
O livro foi escrito em uma linguagem de fácil entendimento e combina reflexão teológica e aplicação prática, recheadas com ilustrações do
ministério do autor. Certamente, uma
obra que não pode faltar à biblioteca
pastoral.
6
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Trabalho Feminino Arte é usada como instrumento da proclamação da glória de Deus
SAF-Rio realiza 4ª edição de Exposição de Pintura
Lucilene Nascimento
SAF da Catedral
Presbiteriana do Rio
de Janeiro promoveu, entre os dias 28 e 30 de
dezembro de 2003, a 4ª
Exposição de Pintura de
telas, que contou com a presença de mais de trezentos
visitantes que puderam, ao
longo dos três dias, apreciar
cerca de 80 quadros expostos. A vernissage reuniu o
trabalho de vinte alunas do
curso de pintura, ministrado
na igreja pela professora
Eilde Maria Coelho, membro da igreja local há cinco
anos.
Essa é a quarta edição da
exposição de pintura promovida pela sociedade, e esse
trabalho vem ganhando destaque a cada ano. Nessa edição, além de expor seus trabalhos e vê-los ser conhecidos e reconhecidos pelos
visitantes, cada artista doou
telas para serem vendidas no
bazar beneficente promovi-
A
Divulgação
do pela SAF-Rio, que conta
com a participação das
demais sociedades internas
da igreja. O dinheiro arrecadado é enviado diretamente para a tesouraria da
igreja local.
"Há cerca de três anos senti
o chamado de Deus para
usar o dom, que Ele mesmo
havia me dado, a Seu serviço", conta Eilde Coelho.
Desde então, essa serva do
Senhor tem ministrado gratuitamente aulas de pintura
para mulheres cristãs e não
cristãs e contribuído para a
expansão do reino de Deus
naquele local.
No início de cada aula, é
feita uma devocional, e é
nesse momento que as
mulheres não cristãs podem
conhecer mais de perto a fé
daquelas irmãs que estão ali
reunidas. "Nosso trabalho
também é evangelístico,
duas de nossas alunas estão
muito próximas da conversão", comenta, entusiasmada, a professora.
Profa. Eilde (direita) recebe flores da aluna
Nizete
Proclamando a glória de
Deus
A aula de pintura tem ajudado senhoras a encontrar
motivação para as mais
diversas áreas de suas vidas,
além de servir como terapia
Oitenta quadros expostos: proclamando a majestade de Deus
emocional. "O ano passado,
quando visitava a exposição
eu me encantei muito com
as pinturas, mas em especial
com um quadro de passarinho. Fui informada que a
pessoa havia começado o
curso naquele ano apenas.
Então, decidi que em 2003
iria aprender também. Foi o
que fiz. Eu não sabia que
aos 66 anos de idade eu descobriria que o universo é
muito mais lindo do que eu
via", conta a aluna e membro da Igreja, Elenice
Arruda.
Eilde relata, ainda, que "a
pintura tem criado um elo de
confraternização e união das
alunas com as próprias
famílias. Os esposos reconhecem, se interessam e se
orgulham pelo trabalho das
esposas".
Além de todo o trabalho
social, cultural e familiar
que tem sido desenvolvido
com o curso, a arte, na
forma da pintura, está sendo
utilizada como um instrumento de proclamação do
evangelho e da majestade de
Deus. "O quadro pintado
por uma pessoa temente a
Deus é bem diferente do
quadro daqueles que são
descrentes. O artista crente
revela esta beleza com
muito mais sentimento, e
proclama, como os céus, a
glória de Deus. Hoje, eu
sinto muito mais a variedade
de cores, a nuance e mínimos detalhes nesse mundo
tão belo criado por Deus,
sinto que eu retrato isso
naquilo que pinto", conta
Elenice.
Para ela, os resultados
desse trabalho são os melhores possíveis e já podem ser
sentidos de imediato: "Eu
louvo e agradeço a Deus por
essa oportunidade que Ele
me deu, de encontrar mais
um modo de glorificá-lo".
Brasil PRESBITERIANO
Missões
Fevereiro de 2004
7
Pastor da igreja afirma que os frutos desse trabalho são inumeráveis
IP do Parque Erasmo Assunção, em São Paulo,
promove II Conferência Missionária
Lucilene Nascimento
dia 22 de novembro
de 2003 foi uma data
marcante na IP do
Parque Erasmo Assunção,
em São Paulo. Nessa data,
foi realizada a II Conferência
Missionária da igreja local,
com o tema Alcançando os
povos latino-americanos,
que contou com a presença
de cerca de 250 pessoas.
Foi uma noite totalmente
dedicada ao trabalho missionário, e estiveram presentes
os preletores rev. Marcos
Agripino, presidente da
APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais), e o missionário Robson
Fagundes da Rocha, administrador geral da Operação
Mobilização, uma das maiores agências missionárias
espalhadas pelo mundo, que
desenvolve um trabalho bastante específico na Índia.
Além disso, a II Conferência
contou com a participação
do coral da IP Maranata e
com a apresentação de um
filme e de uma peça teatral
missionária.
Segundo o rev. Josivaldo de
França, pastor da igreja, a
idéia de organizar conferências missionárias surgiu a
partir do despertar da Igreja
quanto à importância do trabalho de missões no mundo.
"Todos na igreja estavam
motivados por missões e
muito ansiosos pela realização de uma conferência mis-
O
Divulgação
sionária. Nunca esquecerei o
envolvimento de homens e
mulheres, jovens, adolescentes e crianças trabalhando na
preparação e organização
daquele evento", lembra o
rev. Josivaldo.
A igreja conta, hoje, com o
apoio do GAM, Grupo de
Apoio Missionário, que tem
a função de ajudar a igreja
local em sua tarefa missionária. Como o próprio nome
diz, é o grupo de apoio missionário da igreja: "Não é um
departamento ou algo parecido, e o trabalho missionário em nossa igreja não é
desse grupo e nem feito por
ele. É de toda a igreja", reforça o rev. Josivaldo.
Atualmente, o GAM é responsável pela adoção de
missionários (são seis mantidos pela IP do Parque
Erasmo Assunção, três filiados à APMT), e manter a
igreja sempre informada
sobre o trabalho que eles
vêem desenvolvendo em
seus respectivos campos,
além de realizar cultos missionários mensais e eventos
esporádicos.
O rev. Josivaldo conta que
os frutos desse trabalho na
igreja são inumeráveis. "Só o
fato de levarmos a igreja a
repensar a sua existência no
mundo e fazê-la entender a
missão para a qual foi chamada é indescritível", comenta, entusiasmado, analisando o trabalho realizado.
Treinamenteo
Mas o trabalho não para
Duas adolescentes da igreja vestidas para uma
esquete
por aí. A igreja também tem
investido no despertamento
de novos missionários na
igreja local. Para isso, foi
criado o Instituto de Missões, que oferece um curso
de introdução à missiologia,
com duração de um ano.
"Além disso, treinamos os
membros da igreja para
evangelizar e discipular",
conta o pastor.
A primeira conferência
missionária dirigida pela
igreja aconteceu no mês de
setembro de 2002 e teve
como tema "Missões Transculturais é a nossa responsa-
bilidade". Esse foi apenas o
primeiro passo. Após essa
data, a igreja sentiu-se muito
mais engajada e entusiasmada com o trabalho de missões, e outros missionários
foram adotados pela igreja.
"Uma irmã se matriculou no
Instituto de Missões de nossa
igreja, dizendo que aquela
conferência a despertou para
missões. Chegou em casa,
compartilhou com o esposo
a benção da conferência missionária e, resultado: ambos
acabaram de concluir o
curso de introdução à missiologia", relata o pastor da
igreja.
Ainda há muito a fazer. "O
trabalho missionário, tanto
da IPB quanto das igrejas
locais, é de grande importância, mas ainda está aquém de
seu ideal. Embora igrejas
presbiterianas estejam se
despertando de uns tempos
para cá, a visão e ação missionárias ainda são tímidas
para uma igreja com o porte
de nossa denominação", avalia o rev. Josivaldo o trabalho
missionário da IPB.
Para ele, é necessário que
haja um despertamento das
igrejas locais quanto à
importância do trabalho missionário, seja enviando pessoas ao campo ou mesmo
contribuindo financeiramente para que a mensagem de
Deus seja levada aos mais
diferentes povos e culturas.
"Esse é o nosso dever como
cristãos, ser agentes do reino
de Deus", afirma.
8
Fevereiro de 2004
Brasil PRESBITERIANO
Educação
Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper oferece cursos de qualidade
Wilson Camargo
Centro Presbiteriano
de Pós-Graduação
Andrew
Jumper
(CPAJ) continua cumprindo
fielmente a missão que lhe foi
confiada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Criado em
1992, o CPAJ visa prioritariamente à formação acadêmica
de docentes dos seminários
da IPB, bem como o treinamento teológico pós-graduado de pastores e leigos, tanto
presbiterianos quanto de
outras denominações. Esse
trabalho é feito num contexto
de seriedade acadêmica, cultivo da espiritualidade e compromisso com a fé bíblica e
reformada. Nesse esforço, o
Centro conta com o apoio
integral do Instituto Presbiteriano Mackenzie e da Junta
de Educação Teológica
(JET/IPB).
O CPAJ possui um corpo
docente qualificado, constituído pelos seguintes professores, com grau de doutorado
(em ordem alfabética): Alderi
Souza de Matos, Antônio
José do Nascimento Filho,
Gabriele Greggersen, Heber
Carlos de Campos, Luiz
Roberto França de Mattos,
Paulo José Benício e Valdeci
da Silva Santos. E, com grau
de mestrado, os seguintes:
João Alves dos Santos, João
Cesário Leonel Ferreira e
Tarcízio José de Freitas
Carvalho. Além de um bom
número de professores visitantes, do Brasil e do exterior.
Os cursos disponíveis são os
seguintes: (1) Mestrado em
Teologia, nas áreas de:
O
Antigo Testamento, Novo
Testamento, Teologia Sistemática, História da Igreja,
Educação Cristã, Missões e
Aconselhamento Cristão; (2)
Especialização (lato sensu),
nas mesmas áreas; (3)
Doutorado em Ministério,
com duas áreas de concentração: Prática de Pregação e
Missões; (4) Educação à
Distância (especialização online), com o curso "Bíblia:
Texto, Contexto e Mensagem". O Doutorado em
Ministério (D.Min.) é copatrocinado pelo Seminário
Teológico Reformado de
Jackson, Mississipi, EUA.
Futuro
Quanto a novos projetos,
está em vias de preparação
um curso de Mestrado em
Teologia e Cultura, para o
qual se irá buscar o reconhecimento do Ministério da
Educação (CAPES). Está
previsto para 2005 o início do
funcionamento do programa
de Doutorado (Ph.D.), inicialmente com apenas uma ou
duas áreas de concentração.
Em conexão com isso, já foi
aprovada pelo Instituto
Presbiteriano Mackenzie a
dotação de uma verba substancial para a ampliação da
Biblioteca Edward Davis,
uma das melhores do Brasil
na área teológica.
Foi realizado, recentemente,
mais um Processo Seletivo,
com mais de 100 inscritos.
Foram preenchidas 31 vagas:
oito em Teologia Sistemática,
nove em Teologia Exegética
(AT e NT), dez em Teologia
Pastoral (Educação Cristã,
Missões, Aconselhamento) e
quatro em Teologia Histórica. Os novos alunos procedem das seguintes unidades
da federação: Distrito Federal (1), Goiás (3), Mato
Grosso (3), Minas Gerais (5),
Paraíba (1), Paraná (5), Rio
de Janeiro (2), Rondônia (2),
São Paulo (8) e Sergipe (1).
O endereço do CPAJ é Rua
Maria Borba, nº 15, 3º andar,
Vila Buarque, São Paulo –
SP, Cep: 01221-040. Tele-
fones: (11) 3236-8644 e
3236-8759. Para mais informações, acesse: www.mackenzie.com.br/teologia.
Finalmente, rogamos as orações dos irmãos em favor do
Rev. Dr. Luiz Roberto França
de Mattos, diretor do CPAJ,
que se encontra gravemente
enfermo há vários meses.
Rev. Dr. Heber Carlos de Campos,
Diretor Substituto do CPAJ
Rev. Dr. Alderi Souza de Matos,
Secretário da Câmara
CPAJ: formação acadêmica e treinamento teológico
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
9
Janelas para o Mundo Em meio a perdas e tragédias mulheres louvam a Deus
Nigerianos são atacados por sua fé em Cristo
Fonte: A Voz dos Mártires
sorriso da nigeriana
Nvou Dada esconde
uma vida de dor e tragédia. O rosto dela irradia
uma beleza e uma paz interiores que o mundo sequer imagina em quem sofreu a tragédia da perda e da perseguição
por causa de sua fé em Cristo.
Os militares muçulmanos que
invadiram a aldeia de Nvou,
no Estado de Plateau, no ano
passado, ameaçaram voltar
para matá-la se ela não se
convertesse ao islamismo.
Apesar de seu marido ter sido
ferido gravemente a golpes
de facão pelos fanáticos
muçulmanos, Nvou não se
curvou a eles; ela jamais
negaria a Cristo. Semanas
depois, na tarde do dia 8 de
dezembro de 2002, Nvou
estava quase dormindo em
sua cama, quando ouviu tiros
lá fora. Ela correu para abrir a
porta da frente da sua casa,
para ver o sogro cercado por
um bando de homens, suplicando ajuda. Imediatamente
ela reconheceu o muçulmano
que prometera voltar para
matá-la. Em pânico, Nvou
trancou a porta e clamou a
Deus por socorro.
Armados de carabinas e
facões, os muçulmanos
arrombaram a porta da casa
de Nvou e a alvejaram na
mão e no estômago.
Sangrando muito e sentindo
dores insuportáveis, Nvou
saiu cambaleando pela porta
da frente tentando se livrar da
morte. Os muçulmanos atiraram mais uma vez, desta vez
atingindo a sua perna direita.
Quando ela caiu, seu filho de
2 anos soltou-se do xale que
O
ela trazia enrolado na cintura.
Antes de fugirem, os agressores derramaram gasolina e
atearam fogo à casa de Nvou.
Ela lutou para escapar daquele inferno mortal. Ao rastejar
através da porta, ela percebeu
que o seu filho tinha se soltado de suas costas. Era tarde
demais. As chamas e a fuma-
críticas quando chegou ao
hospital local. Se a perna ferida não fosse tratada era provável que ela não voltaria
mais a andar. Mas ela ficou
animada ao saber que médicos cristãos tinham vindo dos
Estados Unidos para realizar
cirurgias nos cristãos perseguidos, e ela era um dos
diz que sua vida está nas
mãos de Deus. "Entreguei
tudo nas mãos de Deus e oro
para que Ele cuide de mim",
explica Nvou. "Vou continuar
a trabalhar para Deus; e se me
matarem, isto significa que
morri em nome do Senhor".
Nvou é uma entre os mais de
450 nigerianos cristãos perseA Voz dos Mártires
Após a cirurgia, Nvou se recupera e dá o seu testemunho
ça haviam engolfado sua
casa. Seu bebê havia perecido
em meio às chamas.
As perdas de Nvou não acabaram por aí. Ela estava grávida de sete meses na época
do ataque. O tiro que perfurou seu estômago também
matou seu bebê ainda não
nascido.
As condições de Nvou eram
pacientes.
O cirurgião ortopédico voluntário Dr. Steve Kitchen, da
cidade de Columbus, Ohio,
Estados Unidos, reuniu-se ao
Dr. Bert, o diretor da
VOMedical. Juntos, os dois
cirurgiões inseriram uma
haste de aço no fêmur direito
de Nvou. Sua recuperação
será longa e difícil, mas Nvou
guidos operados ou tratados
pela VOMedical e pelos nossos associados voluntários.
Acabamos de destinar mais
verbas para este programa em
2003, e somos muito gratos
ao nosso ministério da VdM
da Inglaterra, a Release
International, pela sua visão
em lançar os serviços de
assistência
médica
na
Nigéria.
Outra vítima cristã é Celina,
de 45 anos. Recentemente,
militantes muçulmanos lançaram um ataque da jihad
contra a sua aldeia no Estado
de Plateau, e ela foi uma das
vítimas sobreviventes. Dois
homens armados de facões
capturaram Celina quando
ela, em pânico, tentava fugir
da carnificina. Eles produziram profundos ferimentos no
seu braço e pescoço a golpes
de facão. Ela teve um pedaço
da língua decepado com um
dos golpes lhe atravessando a
bochecha direita. Celina procurou se manter calma, agradecendo a Deus por ter poupado sua vida. "Inclinei
minha cabeça e agradeci a
Deus por ainda estar viva, e
então comecei a cantar e dar
graças ao Senhor".
Depois de orar, Celina recebeu as forças de que precisava para se pôr de pé e caminhar até o lugar onde vários
sobreviventes do ataque estavam reunidos. Eles então a
levaram ao hospital onde
recebeu cuidados médicos.
Naquele dia, o filho de oito
anos de Celina foi morto no
ataque. Ela disse aos representantes da VdM que chora
a perda do filho e anseia por
se encontrar com ele no céu.
Com a fala distorcida por
causa da deformidade na língua, ela diz que não sente
rancor dos muçulmanos que
tiraram a vida do seu filho.
"Eu já perdoei quem fez isso
e oro para que Deus me ajude
a esquecer tudo o que aconteceu", diz Celina. "Oro para
que meu filho esteja descansando na presença do Senhor
Jesus Cristo".
10
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
11
Missionário presbiteriano trabalha entre povos não alcançados na Amazônia
Missões
Ronaldo Lidório fala sobre evangelização de povos indígenas
Divulgação
Letícia Ferreira
inda há quem acredite que
povos indígenas e primitivos
não devem ser evangelizados, pois possuem sua própria cultura e costumes que não devem ser
descaracterizados. Esta não é a opinião de muitos cristãos e missionários, entre eles o rev. Ronaldo
Lidório, bem conhecido na IPB
pelo seu trabalho entre povos não
alcançados na África e na
Amazônia.
Para o rev. Lidório, o índio pode ser
evangelizado sem perder sua cultura. Ele afirma que a evangelização
de comunidades indígenas ainda
ocorre, parcialmente, sob um manto
de mitos e desinformação no Brasil.
"A mídia, movida pela antropologia
francesa purista, tem pregado no
nosso País que as culturas isoladas
representam o homem sem a corrupção moral, equivalente a uma
sociedade perfeita. Ingenuamente,
muitos têm absorvido esta idéia
cientificamente já desacreditada no
mundo, mas ainda presente em
alguns dos nossos meios acadêmicos", explica.
O missionário esclarece que, antropologicamente, o conceito de pecado está presente em todas as culturas da Terra e que, na quase a totalidade étnica mundial, há normas
para que este pecado seja exposto e
haja possibilidade de restauração
dentro de seus padrões de religiosidade. Um grupo isolado na
A
Família Lidorio: Rossana e Ronaldo com os filhos
Amazônia não deve ser visto como
um paraíso social, pois é um grupo
milenar a procura de respostas que
não possui, com os mesmos problemas do coração e da alma de qualquer outra sociedade. "Os indígenas
são povos envoltos por riquíssimas
heranças culturais e lingüísticas que
devem ser preservadas e, certamen-
te, os missionários evangélicos
devem compreender isso", enfatiza,
afirmando que precisa acabar a
idéia do missionário como um
fomentador da autofagia cultural.
Lidório acredita que a valorização
do homem em seu universo cultural
é um princípio bíblico e cristão altamente positivo para minimizar as
presentes mazelas étnicas e discriminações multiculturais. "A presença missionária tem contribuído para
a consolidação da identidade indígena em diversas tribos como os
caiuás, daws, kuripakos e tantos
outros. Nas Crônicas do Índio
Tucume a figura de Palinteh afirma
que ‘... quando vi o homem branco,
decidi ser como ele para saber o que
era importante na vida. Um engano.
Com o evangelho descobri que
Jesus ama o índio. Não é preciso ser
branco para ser salvo. Hoje sou
cristão e sou mais índio.’"
Ronaldo Lidório afirma que ele e
Rossana sempre sentiram um peso
de responsabilidade missionária
quanto aos povos indígenas. "O
Brasil é um país com forte presença
evangélica, mas onde há ainda 103
tribos indígenas sem nenhuma presença missionária. Um país onde o
número de missionários entre indígenas continua o mesmo nos últimos 10 anos, apesar da explosão
evangélica que presenciamos.
Ficamos alegres em poder juntar
forças com estes irmãos que, ao
longo dos anos, não têm desistido
deste grande desafio como a
Missão Caiuá, a Missão Novas
Tribos
do
Brasil,
Missão
Evangélica da Amazônia (Meva),
Associação Lingüística Evangélica
Missionária (Alem) e tantas
outras", compartilha Lidório.
Projeto Amanajé
Atualmente, o missionário Ronaldo
Lidório e sua esposa Rossana lideram na Amazônia o Projeto
Amanajé, um trabalho de médio e
longo prazo com povos indígenas,
de alcance missionário e desenvolvimento de programas sociais relevantes. A missão do casal foi, inicialmente, diagnosticar uma área de
necessidade evangelística dentro do
universo indígena amazônico, organizar uma equipe e prepará-la para
o Projeto.
Lidório conta que o primeiro passo
foi a realização de alguns mapeamentos na Amazônia, quando ele e
Rossana puderam dispor de fotos
via satélite, informações do missiólogo Paulo Bottrel da AMTB
(Associação
de
Missões
Transculturais Brasileiras) e outros
bancos de dados. Eles percorreram
aproximadamente três mil quilômetros em diversos rios e áreas indígenas e identificaram duas áreas com
graves necessidades, nas quais se
concentraram. "Para a formação da
equipe, Deus enviou pessoas maravilhosas, apaixonadas por Jesus e
com profunda convicção missionária".
A equipe do Projeto Amanajé é formada por 11 pessoas: os casais rev.
Iraque e Silvéria Carvalho, rev.
Marcelo e Claudia Carvalho,
Márcio e Isaura Schmidel, rev.
Francisco e Rose Ferreira e
Gilvânia dos Santos.
Iraque e Silvéria atuam na base em
Manaus e evangelizam na área do
Rio Cuieiras. Marcelo, Cláudia,
Márcio e Isaura realizam um trabalho missionário junto a comunidades, na selva, no Alto Rio Negro, e
estão aprendendo uma das línguas
tribais.
Francisco e Rose assumem em
breve a operacionalidade dos
ministérios ligados ao Barco
Amanajé e ao evangelismo do povo
Tukano. Gilvania coopera com o
equipe e coordenamos o Projeto,
mas realmente é um trabalho em
equipe em que cada um se torna
responsável por uma área", explica
Lidório.
Atualmente, o Projeto está na terceira fase: o desenvolvimento estratégico do processo evangelístico
multi-étnico e dos programas
sociais que envolvem saúde e subDivulgação
Divulgação
Barco Amanajé: levando Jesus à Amazônia
evangelismo na região do Rio
Cueiras e discipulado. "Além destes amados, há três famílias indígenas já convertidas que estamos treinando para trabalhar no evangelismo itinerante a partir deste ano.
Também contratamos o Jaime, um
abençoado marinheiro, que, com
sua esposa, navegarão com o Barco
Amanajé. Rossana e eu lideramos a
sistência em áreas carentes.
Igrejas locais e irmãos sustentam
voluntariamente cada missionário
do Projeto, e os próprios missionários sustentam a sua área de atuação
ministerial. Há também um fundo
através do qual cada missionário
contribui para manter os bens
comuns como canoas e motores. A
Visão Mundial e o grupo Hebron
cooperam com a manutenção de
alguns projetos sociais.
Ronaldo e Rossana são missionários há 14 anos e, antes do Projeto
Amanajé, com o qual trabalham
desde 2001, trabalharam em Gana,
na África, com as tribos
Konkombas e Chakalis, além de
coordenarem o mapeamento étnico
dos grupos não alcançados ao Norte
do país, um bloco animista que
envolve mais de 70 etnias. Antes
disso, no início do ministério, trabalharam com a tribo Quetchua no
Peru.
Lidório é pastor presbiteriano ligado ao Presbitério Vale do São
Mateus, no Espírito Santo. Ele e
Rossana são missionários da
APMT (Agência Presbiteriana de
Missões Transculturais) e membros
da A Missão de Evangelização
Mundial (Amem). São ainda sustentados e enviados por igrejas
locais da IPB.
"Louvamos ao Senhor por chegarmos ao final de 2003 vendo o
Projeto Amanajé caminhar guardado por Deus e procurando lançar as
sementes", comemora Lidório. No
ano passado, ele e Rossana completaram algumas pesquisas do campo,
participaram do processo missionário junto às comunidades indígenas
e organizaram frentes de trabalho,
incluindo projetos sociais. Também
tiveram a oportunidade de participar de algumas conferências e apresentar desafios quanto ao trabalho
indígena.
12
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Educação
"A Abep irá facilitar o elo entre a Anep e as escolas presbiterianas
da Bahia", afirma Leucília Oliveira Araújo, secretária da Abep
Criada Associação Baiana de Escolas Presbiterianas
S
eguindo o projeto da
Associação Nacional
de Escolas Presbiterianas (Anep), de interiorizar
e facilitar o ensino nas
escolas, foi criada, em 13
de novembro de 2003, a
Associação Baiana de
Escolas
Presbiterianas
(Abep), com presidência do
rev. Daniel Ramos da Silva
Júnior e sede em Piritiba,
sertão da Bahia.
Segundo Leucília Oliveira
Araújo, secretária da Abep
e membro da IP de Piritiba,
a Associação tem o objetivo
de aproximar as escolas
baianas na busca de soluções de problemas. "A
Abep irá facilitar o elo entre
a Anep e as escolas presbiterianas da Bahia", afirma
Leucília.
Mesmo dentro da Bahia a
distância ainda é grande
entre as escolas e a intenção
é, futuramente, criar associações regionais. De acordo com o cadastro da Anep,
há 19 escolas presbiterianas
na Bahia e 13 já responderam ao contato feito pela
Abep.
A idéia de regionalizar o
ensino teve início há mais
ou menos seis anos com a
implantação da Associação
Matogrossense de Escolas
Presbiterianas
(Amep),
segundo o rev. Dídimo de
Freitas, secretário da Anep
e membro da Federação
Nacional de Escolas Presbiterianas (Fenep). "Depois
de cinco encontros nacio-
nais, a Fenep decidiu que
essa seria uma iniciativa
que daria melhores condições para o desenvolvimento do trabalho", afirma o
rev. Dídimo.
Na Amep são realizados
de do ensino oferecido",
explica o rev. Dídimo.
grande aquisição para o
IPE, que é a coordenação
da professora Maria das
Piritiba
Graças Barreto, grande
A irmã Leucília Oliveira autoridade em Educação,
Araújo é também diretora um importantíssimo predo Instituto Presbiteriano sente de Deus", comemora
Dilvulgação
IP de Piritiba: respeito da comunidade
congressos nacionais e programas de treinamento de
funcionários. Foi esse embrião que serviu de base
para a criação da Anep,
órgão responsável pelas
associações regionais, que
vem ganhando bastante
força de atuação. "A tendência é que a Anep se
desenvolva cada vez mais,
possibilitando a criação de
mais associações e a conseqüente melhora na qualida-
de Educação, fundado há
12 anos e mantido pela
Associação Presbiteriana
Sócio-Educativa de Piritiba
(BA).
O IPE oferece ensino infantil e fundamental e, em
2003, contava com 150 alunos,
aproximadamente.
Segundo Leucília, a intenção é oferecer também
ensino médio a partir de
2005. "Poderemos contar, a
partir de 2004, com uma
Leucília.
Ela conta que a maioria dos
alunos do IPE é bolsista e o
Instituto enfrenta grandes
dificuldades, principalmente no pagamento de funcionários. Leucília explica que
a população de Piritiba tem
um poder aquisitivo muito
baixo e não pode arcar com
os custos de uma educação
como a que o IPE oferece,
baseada
no
material
Positivo. "O IPE é conside-
rado uma escola muito boa,
a melhor da cidade, porque
contribui para a formação
da cidadania dos alunos
com princípios éticos, cristãos e morais. Oferece não
somente ensino de qualidade, mas contribui para a formação do caráter do aluno".
Para o futuro, o Instituto
deverá oferecer cursos de
informática, reforço escolar, e trabalhos com Terceira Idade.
A IP de Piritiba, pastoreada
pelo rev. Gilmar, tem 66
anos de fundação e 200
membros. Segundo Leucília, quando foi fundada, a
Igreja sofreu grande resistência. Quando o templo foi
erguido, um grupo de católicos reuniu-se, armou-se
de picaretas e pás e partiu
para destrui-lo. Avisado por
um menino, o presbítero
fundador, Esrandino Neves,
tomando uma tranca de
porta, enfrentou os agressores, dizendo: "quem for
homem, venha!". A história
conta que o grupo retrocedeu. No entanto, dias
depois, uma grande chuva
derrubou o templo. Os
crentes, inclusive as mulheres, o reergueram em um
dia. Depois disso, segundo
Leucília, a igreja ainda foi
muitas vezes apedrejada e
tinha que fazer os cultos de
janelas fechadas. Hoje, no
entanto, a IPB é muito respeitada na cidade pelos serviços prestados à comunidade.
Brasil PRESBITERIANO
Vitória
Fevereiro de 2004
13
Superintendente do HC tranqüiliza capelã dizendo que "tudo está em ordem"
Eleny Vassão não será afastada de seu trabalho
Dilvulgação
presbiteriana Eleny
Vassão, capelã do
Hospital das Clínicas, do Instituto Emílio Ribas
e do Hospital do Servidor
Público do Estado, em São
Paulo, recebeu uma tranqüilizadora palavra do superintendente do Hospital das Clínicas,
dr. José Manoel de Camargo
Teixeira, a respeito da provação pela qual ela vem passando. Através de um amigo, o
vereador Dr. Carlos Alberto
Bezerra, Eleny recebeu do
superintendente a mensagem
de que "tudo está em ordem,
problema resolvido". Eleny
vinha sofrendo o risco de ser
afastada de seu trabalho como
capelã por causa de acusações
de que estaria utilizando a
capelania como forma de se
pronunciar contra o homossexualismo (BP Janeiro/2004).
Citando o Salmo 44, "Não
confio no meu arco, e não é a
minha espada que me salva.
Pois Tu nos salvaste dos nossos inimigos e cobriste de vergonha os que nos odeiam. Em
Deus, nos temos gloriado con-
A
Eleny Vassão: "graças ao Senhor, mais uma vez, Ele nos deu a vitória"
tinuamente e para sempre louvaremos o Seu nome" (Sl
44.6,7), Eleny comemora:
"graças ao Senhor, mais uma
vez, Ele nos deu a vitória".
Ela conta que recebeu o apoio
e auxílio de muitos irmãos
presbiterianos e de outras
denominações, do Brasil e do
mundo, principalmente do Dr.
Carlos Alberto Bezerra. Além
de interceder por Eleny junto
ao superintendente do HC, ele
publicou um artigo no Jornal
Diário de São Paulo sobre preconceito contra evangélicos
(http://www.diariosp.com.br/brasil/default.asp?Editoria=43&id=2
88070), o que muito a ajudou.
"Temos certeza de que a vitória veio do Senhor, mas estamos muito gratos pelo carinho
de cada irmão que orou e participou de nossa luta para que
o evangelho possa continuar a
ser pregado com liberdade nos
hospitais",afirma Eleny.
Deus transforma perdas
em ganhos
Apesar da tribulação, Eleny
Vassão diz que muitos foram
os ganhos, como o surgimen-
to, no Rio de Janeiro, de uma
entidade evangélica para acolher pessoas com problemas
na área da sexualidade, a
Associação Brasileira de
Apoio aos que Voluntariamente Desejam Deixar a
Homossexualidade. No dia 20
de março, das 14h às 18h,
Eleny estará ministrando o
Seminário Sobre Capelania
Hospitalar, no Instituto Presbiteriano Mackenzie, em, São
Paulo. O evento é dirigido a
quem quer conhecer o ministério nos hospitais e prepararse para o Curso de Visitação
Hospitalar, promovido pela
Associação de Capelania
Evangélica Hospitalar, sob a
coordenação de Eleny. Mais
informações podem ser obtidas pelo telefone 11-50888551 ou pelo e-mail: [email protected].
Ela teve um artigo publicado
no site America on Line, falan-
do sobre o ministério de
Capelania Hospitalar e o evangelho explicado de maneira
bem simples.
Eleny também conta muitas
outras vitórias advindas dessa
tribulação: a indignação e conseqüente manifestação de
muitos irmãos, enviando mensagens para a AOL e para as
Superintendências do HC e do
Emílio Ribas, dando um excelente resultado; o envolvimento de muitos irmãos e de diversas igrejas de várias denominações evangélicas orando
pela Capelania e divulgando o
ministério; divulgação do caso
através de várias entrevistas
para jornais e revistas evangélicas, que a defenderam; participação de diversos médicos
evangélicos, professores da
Faculdade de Medicina da
USP, como aliados e ajudadores no preparo do documento
para o Superintendente do HC
e a apresentação clara do
evangelho neste documento (o
superintendente lê cuidadosamente todos os documentos);
a maior união e consagração a
Deus de toda a equipe de
Capelania; a confiança na
soberania e no poder do
Senhor na condução de todo o
episódio até a vitória; mais
uma vez a confirmação de seu
chamado para o ministério do
consolo e da misericórdia,
independentemente de uma
posição de liderança; o grande
apoio de seus filhos, participantes de todo o processo; a
descoberta gratificante do bem
que a Palavra de Deus tem
feito através da instrumentalidade da equipe de capelania a
tantos pacientes, que lhe contaram seu testemunho; a crescente fé no Senhor, que defende Seu ministério e os Seus.
14
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Mocidade
Jovens contam sua história
Confederação Nacional de Mocidades escreve livro
sobre a história da Mocidade Presbiteriana
Divulgação
ara manter viva a
memória da história da Mocidade
Presbiteriana em seus
detalhes mais corriqueiros, Enos Moura Filho,
secretário de História da
Confederação Nacional
de Mocidades (CNM),
está organizando um
livro com a ajuda do rev.
Enos Moura, responsável
pelo Arquivo Histórico
da IPB, de Lucas Heler,
secretário de Imprensa da
CNM, e de quem mais
quiser participar.
É isso mesmo, quem quiser e tiver histórias para
contar sobre a Mocidade
Presbiteriana pode procurar Enos Moura para contribuir com o desenvolvimento do livro, que deverá ser lançado em maio
de 2005. "O livro será
organizado com base nas
contribuições, nas histórias que recebermos dos
irmãos que queiram compartilhar suas experiências e com base em conversas e entrevistas que a
Secretaria de História da
CNM está realizando
com personagens da
nossa História", conta
Enos. "Os jovens e aqueles que não são mais tão
jovens, mas que ainda
nutrem o entusiasmo pela
P
mocidade presbiteriana
vão poder participar através de suas contribuições". O objetivo é transformar o material reunido em diversas crônicas.
O Projeto Memória, iniciado antes da gestão
1994 - 1998 da diretoria
da CNM, esboçou a realização de um livro que
contasse a história da
UMP. O livro Eu faço
parte dessa História,
escrito por Hélerson
Silva, rev. Enos Moura e
Mônica Moraes, foi lançado em janeiro de 2002.
Nele, é contada de forma
cronológica parte da história
da
UMP
(1936/1998). A idéia do
novo livro partiu da atual
diretoria da CNM. Júlio
César Mendes Pereira,
presidente, resumiu essa
idéia expressando a vontade de ver publicado um
livro que entusiasmasse
os jovens presbiterianos,
contando sua história de
uma forma descontraída
e exaltando a alegria e
satisfação que o jovem
encontra no seio da mocidade presbiteriana.
Como o livro será patrocinado e editado, ainda
não se sabe: "Temos fé
em Deus que Ele providenciará, mas vamos
Enos Moura Filho: documentando a história da
Mocidade Presbiteriana
fazer a nossa parte", afirma Enos. Ainda não há
um título oficial, mas
pensa-se em Histórias
que as Atas não Contam.
A coletânea dos fatos
para a montagem do
livro, que teve seu início
em agosto, está sendo
feita, na maior parte, via
internet, com praticamente todos os pastores da
IPB e suas igrejas. Enos
deverá realizar algumas
entrevistas pessoalmente
em janeiro, nos estados
de Pernambuco, Espírito
Santo, Rio de Janeiro e
São Paulo.
"Queremos que os presbiterianos nos remetam
as histórias de sua época
de mocidade, com o
máximo de detalhes possível. Fatos que aconteceram durante congressos
(de federações, confederações sinodais e nacional), caravanas, gincanas
e tudo que acharem que
vale a pena ser registrado
na história de nossa
Mocidade", diz Enos.
As contribuições podem
ser enviadas de várias
maneiras: escrita, vídeo,
fitas K-7, arquivos digitais, etc.
Devem ser enviadas para:
Enos Moura Filho, Secretaria de História da
Confederação Nacional
de Mocidade, Av. Napoleão, 67, Vila Matilde,
São Paulo – SP, CEP
03532-040. Ou via e-mail
para [email protected].
Os telefones de contato
são: 11 6651-9073 ou 11
9213-9788.
Há ainda a possibilidade
de entregar as contribuições pessoalmente para
qualquer membro da
diretoria e secretariado da
CNM, além da Secretaria
Geral.
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
15
Acontece
Congregação de Fazenda dos Mineiros promove
evento com o tema Buscando Intimidade com o Pai
Gustavo Brigatto
Congregação de Fazenda dos Mineiros,
bairro carente da cidade de São Gonçalo, Rio de
Janeiro, realizou, no dia 13
de dezembro de 2003, um
seminário com o tema Buscando Intimidade com o Pai,
para refletir com os membros
da comunidade sobre o relacionamento com Deus.
"Nosso objetivo foi mostrar
aos crentes que o Deus a
quem servimos não está a
quilômetros de distância de
nós e sim ao nosso lado, nos
ajudando e sustentando a
cada dia", explica o Pb.
Fabrício Macedo.
Chamado de Aba, termo do
grego, utilizado pelo apóstolo Paulo em suas epístolas
aos Romanos (8:15) e aos
Gálatas (4:6), significando
Pai, o evento teve início às
oito da manhã e acabou às
oito da noite, contando com a
presença de 30 dos pouco
mais de 50 membros da congregação.
Os preletores foram os pres-
A
Divulgação
bíteros Jayro Alves, Jonas
Murta, do Presbitério de Rio
do Ouro, e Fabrício Macedo.
Eles procuraram mostrar em
suas pregações que o relacionamento com Deus deve ser
feito de forma bilateral (você
fala e Deus o ouve, assim
como Ele fala conosco e nós
ouvimos) e profunda (não um
relacionamento superficial).
"Este foi o primeiro seminário que realizamos, mas
como a recepção foi boa,
procuraremos realizar anualmente, abordando temas
diferentes. Pretendemos fazer os próximos em ambiente maiores, como sítios ou
colégios", conta o Pb.
Fabrício.
Segundo ele, a idéia de
organizar o seminário veio da
constatação de que muitos
membros se encontravam
afastados da igreja. "Estamos
investindo na evangelização,
mas não queremos perder
ninguém e resolvemos também investir nas pessoas que
se encontravam afastadas, e
obtivemos resultados positivos para a glória de Deus",
Equipe de louvor que atuou no Seminário Aba
(da esquerda para direita): Luana, Daniele,
Luciene, pb. Fabrício, Douglas e Tayson
diz. O evento também foi
direcionado para cônjuges
não crentes, já que estes têm
mostrado simpatia pela palavra.
A Congregação
Vinculada à Igreja Presbiteriana de Trindade, em São
Gonçalo, a congregação de
Fazenda dos Mineiros tem
mostrado crescimento positivo, apesar de algumas dificuldades.
Mesmo depois de 13 anos
de trabalho, os cultos são realizados em uma casa alugada, o que dificulta a identificação da igreja. "O bairro de
Fazenda dos Mineiros é de
difícil acesso e às vezes até
perigoso. Pode-se dizer que é
quase um trabalho missionário, feito de porta em porta",
justifica o Pb. Jayro Alves,
evangelista designado pelo
Presbitério de Alcântara, que
trabalha na região desde
março de 2003.
Hoje, a congregação é composta na maioria por jovens
que estão dispostos a trabalhar. Já estão marcados batismos ainda para o primeiro
trimestre de 2004, e pessoas
que estão congregadas logo
estarão ingressando na classe
de catecúmenos para serem
batizadas.
Também estão programadas atividades como luais,
vigílias, evangelização, Culto Jovem, Missão Resgate
(Evangelismo Jovem), churrasco de confraternização,
encontro de casais etc. Além
disso, estão sendo realizados
discipulados com membros
novos, depois de um curso de
quase um ano com os discipuladores.
"Nosso desenvolvimento
vem sendo feito à base de
Sustagen, Leite Ninho", brinca o Pb. Jayro. Para ele, esse
processo deve ser feito de
forma sustentável, com raízes fortes, e não através do
simples inchaço como acontece em muitas denominações.
Presbitério de Resplendor realiza 48ª Reunião Ordinária
D
e 18 a 20 de dezembro de 2003, foi realizada a 48ª Reunião
Ordinária do Presbitério de
Resplendor – PRSP, nas
dependências do templo da
Segunda IP de Resplendor,
Minas Gerais. Segundo o
seminarista Rodrigo da
Silva, aluno do Seminário
Teológico Presbiteriano Reverendo Denoel Nicodemos
Eller, foram tomadas importantes decisões acerca das
igrejas jurisdicionadas pelo
Concílio. Houve, também,
momentos devocionais, com
oração e pregação da
Palavra, além de confraternização e comunhão entre os
conciliares e a participação
dos seminaristas e evangelistas do Presbitério.
"Louvamos a Deus, que
nos concedeu momentos
preciosos em Sua presença,
estando Ele na direção de
cada sessão da Reunião, ins-
truindo cada conciliar com
Seu Espírito Santo. O PRSP
têm caminhado sob a graça
divina, labutando em prol da
causa do Mestre Jesus
Cristo, nosso Senhor e
Salvador. afirma Rodrigo.
16
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
BP comemora os 450 anos da maior cidade do Brasil
História
Divulgação
Primórdios
do Protestantismo
em São Paulo
Rua Líbero Badaró, em 1910, onde ficava a primeira Igreja Presbiteriana de
São Paulo
Rev. Alderi Souza
de Matos
o dia 25 de janeiro
transcorreu o 450º aniversário da cidade de
São Paulo. A fundação de São
Paulo coincidiu com a época
da Reforma Protestante e da
Contra-Reforma na Europa.
Em 1554 João Calvino ainda
vivia (morreria dez anos
depois) e o Concílio de Trento
já havia realizado duas de
suas três séries de sessões. Os
fundadores do colégio de
Piratininga, os frades jesuítas
Manoel da Nóbrega, José de
Anchieta e outros, pertenciam
a uma ordem religiosa fundada recentemente, que tinha
como um de seus principais
objetivos combater o protestantismo, como fiel servidora
do papa.
Assim sendo, foi praticamente nula a presença de protestantes em terras paulistas
no período colonial. Houve
apenas a visita de alguns indivíduos isolados, como o fervoroso soldado luterano Hans
N
Staden, que no início da década de 1550 esteve em São
Vicente e Bertioga e quase foi
devorado pelos índios tupinambás. Outro desses raros
visitantes protestantes foi o
calvinista Jean Jacques Le
Balleur, que havia estado por
pouco tempo na França
Antártica, uma colônia fundada na baía da Guanabara por
Nicolas
Durand
de
Villegaignon. Condenado à
morte com outros companheiros pelo líder da colônia
(1558), Le Balleur fugiu para
São Vicente, onde começou a
divulgar a sua fé. Versado em
espanhol, latim, grego e
hebraico, entrou em debate
com os jesuítas. O padre Luiz
de Grã foi de Piratininga para
São Vicente e fez com que o
calvinista fosse levado preso
para Salvador, durante o
governo de Mem de Sá. Em
1567, após oito anos no cárcere, Le Balleur foi trazido para
o Rio de Janeiro e enforcado
como herege, na época da
expulsão dos últimos franceses.
Foi somente após a independência que os primeiros imigrantes protestantes começaram a fixar-se em território
paulista e na cidade de São
Paulo. A partir de 1828, chegaram os primeiros alemães,
suíços e ingleses, que logo
formaram
comunidades
numerosas e começaram a
construir os seus próprios
templos. Um personagem
conhecido é Júlio Franck, que
foi professor do curso anexo
da Faculdade de Direito do
Largo de São Francisco. Ao
falecer, em 1841, foi-lhe
negado o sepultamento de
costume, em virtude de ser
protestante. Diante disso, os
estudantes o sepultaram no
próprio pátio da academia,
onde o túmulo se encontra até
hoje. Em 1851, junto ao
Convento da Luz, foi criado o
primeiro cemitério protestante
da Paulicéia, depois transferido para o alto da Consolação.
Esses imigrantes mantinham
as suas atividades religiosas
restritas aos seus grupos étnicos, sem qualquer tentativa de
pregar a sua fé aos nacionais.
Até meados do século 19, não
há notícia de um só brasileiro
protestante.
O primeiro pregador protestante a visitar a Província de
São Paulo foi o pastor metodista norte-americano Daniel
Parish Kidder, em 1839. Veio
como correspondente da
Sociedade Bíblica Americana
e manteve contatos com políticos e intelectuais, tais como
Rafael Tobias de Aguiar, o
padre Feijó e o conselheiro
Brotero. Em contato com a
Assembléia Provincial, propôs-se a oferecer gratuitamente a cada escola primária da
província doze exemplares do
Novo Testamento traduzido
pelo padre Antônio Pereira de
Figueiredo. Devido aos temores do clero, o plano acabou
não
se
concretizando.
Dezesseis anos depois, em
1855, o pastor presbiteriano
James Cooley Fletcher visitou
em caráter particular a capital
e o interior paulista. À semelhança de Kidder, manteve
contato com homens ilustres e
distribuiu as Escrituras. Sendo
conhecido
do
senador
Vergueiro, visitou sua fazenda
em Ibicaba, onde trabalhavam
colonos suíços e alemães.
Coube aos presbiterianos o
privilégio de implantar a primeira igreja evangélica de língua portuguesa na terra de
Tibiriçá. As primeiras sondagens foram feitas pelos missionários pioneiros Ashbel
Green Simonton, Alexander
Latimer Blackford e Francis
J. C. Schneider, que visitaram
a capital paulista entre dezembro de 1860 e fevereiro de
1862. Finalmente, em outubro
de 1863, o reverendo
Blackford fixou residência
em São Paulo, dando início às
suas atividades evangelísticas. O primeiro fruto do seu
trabalho entre os brasileiros
foi, surpreendentemente, um
sacerdote – José Manoel da
Conceição –, que abraçou a fé
evangélica em meados de
1864. Finalmente, no dia 5 de
março de 1865, foi organizada a Igreja Presbiteriana de
São Paulo, sendo recebidos os
seis primeiros membros, quatro portugueses e duas brasileiras. Posteriormente, chegaram os metodistas, batistas e
outros grupos.
Por ocasião do quarto centenário de São Paulo, o Rev.
Miguel Rizzo Júnior, pastor
da Igreja Presbiteriana Unida,
na rua Helvetia, falou ao jornal A Gazeta (28/01/1954)
sobre a presença e contribuição dos protestantes. Após
lembrar alguns dos aspectos
históricos mencionados acima, o ilustre conferencista
apontou vários benefícios trazidos pela obra evangélica.
Na área cultural, mencionou
as obras didáticas escritas por
homens como Antônio Trajano, Eduardo Carlos Pereira,
Erasmo Braga e Otoniel
Mota, bem como as muitas
instituições de ensino, destacando-se entre elas a recémcriada Universidade Mackenzie. Na área social, fez referência às diversas instituições
assistenciais que atuavam
tanto na capital quanto no
interior. Por último, destacou
a contribuição mais importante, a influência espiritual,
expressando a expectativa de
que, no futuro próximo, os
reflexos do protestantismo na
vida de São Paulo seriam
marcantes "na elevação moral
do ambiente".
Esse continua sendo um
enorme desafio para a IPB e
para as igrejas evangélicas do
Brasil.
O Rev. Alderi Souza
de Matos
é o historiador da IPB
e-mail:
[email protected]
Brasil PRESBITERIANO
Acontece
Fevereiro de 2004
17
Presidente da IPB fala sobre a Lei aprovada e convoca lideranças para
reunião da Comissão Executiva
Lula sanciona mudanças no novo Código Civil
última palavra foi
finalmente dada. No
dia 22 de dezembro
de 2003, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 10.825, que faz
correções jurídicas no texto
do novo Código Civil
Brasileiro no que este afeta
as igrejas. Segundo o presidente Lula, foi a última lei
sancionada pelo governo
federal em 2003.
O Ministro da Justiça
Márcio Thomas Bastos afirmou que está proibido ao
Estado tomar qualquer decisão que proíba o funcionamento das entidades religiosas. Até então, o novo
A
Código Civil Brasileiro
interferia na liberdade religiosa e na separação entre
Igreja e Estado, garantida
pela Constituição Brasileira.
Todas as igrejas terão o
direito, garantido por esta lei
sancionada, de terem o seu
próprio estatuto.
Nesta luta, participou
intensamente o rev. Roberto
Brasileiro Silva, presidente
do Supremo Concílio da
IPB, que empregou todos os
seus esforços junto a autoridades da República. Segundo o rev. Brasileiro, a participação da IPB foi decisiva
nesta questão, principalmente dos deputados Silas
Brasileiro (PMDB-MG),
presbítero da IP Central de
Patrocínio, Minas Gerais, e
Henrique Afonso (PT-AC),
presbítero da IP de Rio
Branco, no Acre. Ele cita
também a atuação da Frente
Parlamentar Evangélica e o
envolvimento de outras
denominações. "Foi uma
grande vitória e, principalmente, uma demonstração
da soberania de Deus", afirma o rev. Brasileiro. "Só
posso entender todo esse
processo como ato de Deus
que, na Sua sabedoria, cuidou para que fosse possível
o alcance de resultados tão
positivos em tempo tão
curto. A mão de Deus esteve
presente em cada ato do processo e agora é momento da
Igreja agradecer e engrandecer ao Senhor".
O rev. Roberto conta que
houve momentos de desânimo, por causa das dificuldades no percurso, mas que
Deus proveu forças e é hora
da Igreja, mais uma vez,
reconhecer sua dependência
de Deus: "Como Igreja, só
podemos exercer nosso trabalho de acordo com o chamado exclusivo da graça de
Deus".
Foi um longo caminho até
a vitória. Antes de chegar ao
presidente Lula, o projeto
passou pelas Comissões de
Constituição e Justiça e
pelos plenários do Senado e
da Câmara Federal. Em
todas essas votações foi
aprovado unanimemente.
Executiva:
De 15 a 22 de março, será
realizada, em São Paulo, a
XXXVI Reunião da Comissão Executiva do Supremo
Concílio da IPB. O presidente Roberto Brasileiro afirma
que toda a liderança da igreja está convocada, com os
presidentes de sínodos e
todos os membros que fazem a Comissão Executiva,
para essa "reunião abençoada".
CONVOCAÇÃO DA SE-SC-2004
Por ordem do Senhor Presidente do Supremo
Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev.
Roberto Brasileiro Silva, convoco a Comissão
Executiva do Supremo Concílio para se reunir ordinariamente nos dias 15 a 19 de março de 2004,
tendo início a reunião com o almoço às 12h no
refeitório do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM)
e culto solene de abertura às 14h no Auditório
Benedito Novaes Garcez, no IPM, na cidade de São
Paulo, Estado de São Paulo, à Rua Itambé, 135,
Bairro Higienópolis.
A hospedagem dessa reunião se dará no Hotel
Eldorado, à Rua Marquês de Itú, 836, telefone (11)
3361-6888, Bairro Higienópolis. As despesas de
viagem serão ressarcidas pela Tesouraria da IPB da
seguinte forma: até 500 quilômetros da capital
paulista, via rodoviária e acima dessa distância, via
aérea.
Toda e qualquer passagem via aérea será adquirida
pela Tesouraria do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil e enviada por e-ticket aos
presidentes dos Sínodos.
Fazemos lembrar, em cumprimento às decisões
anteriormente tomadas, que os documentos a serem
examinados pela Comissão Executiva do Supremo
Concílio da IPB serão recebidos até a data de 15 de
fevereiro de 2004 (carimbo postal).
Lembramos o endereço e os telefones de nossa
Secretaria Executiva que estão à disposição dos
irmãos: Rua Ceará, 1431 – sala 1106 – Bairro
Funcionários – CEP 30150-311 – Belo Horizonte MG – Fones (31) 3222-7121, 3222-9026 e o telefone
do Secretário Executivo: (31) 3296-5470.
Rogando as mais ricas bênçãos de Deus sobre a
vida dos estimados irmãos, aguardamos vê-los
nessa histórica reunião de nossa amada Igreja.
Nos laços da Cruz, o servo e conservo em Cristo,
Rev. Ludgero Bonilha Morais
Secretário Executivo do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil
www.executivaipb.com.br
[email protected]
18
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Ordenação
Rev. Joni Menoni foi designado para a IP de Vila Prudente e Rev. Wilson
de Angelo para a IP de Vila Diva
Presbitério Paulistano ordena dois novos pastores
Divulgação
Gustavo Brigatto
Presbitério Paulistano, do Sínodo de
Piratininga, ordenou
dois novos pastores ao sagrado ministério no final do ano
passado.
Em 29 de novembro, Joni
Menoni foi designado pastor
auxiliar na Igreja Presbiteriana de Vila Prudente. À cerimônia, realizada na própria
igreja, estiveram presentes
mais de 250 pessoas, que
ouviram os hinos cantados
pelo Quarteto Filadélfia e a
pregação do Pastor Jair de
Almeida, da 1ª IP de Itajaí,
Rio Grande do Sul. A liturgia
foi baseada em Isaías 6.
Nascido em São Paulo em
1968, Joni Menoni freqüentou
a Congregação da Igreja
Presbiteriana da Penha até os
O
18 anos, quando foi para
Maceió realizar seu sonho de
se tornar jogador profissional
de futebol. Por influência de
seus amigos e de sua "paquera" Sheyla não abandonou a
religião. Morou em Goiás e
cidades do interior de São
Paulo. Por onde andava procurava uma Igreja Presbiteriana e o grupo ‘Atletas de
Cristo’, do qual participou até
1996.
Voltando para São Paulo,
casou-se com Sheyla e tiveram três filhos: Sarah de 8
anos, Lucas de 7 e Rebecca de
3. Foi enviado para o
Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo José
Manoel da Conceição, em
São Paulo, e, ao completar
seus estudos, apresentou-se
para os exames de praxe no
Concílio. Examinado e apro-
Mundo Reformado
Rev. Joni Menoni: ordenado ao ministério no dia
29 de novembro
vado, foi licenciado em 2003.
No mês seguinte, em 20 de
dezembro, Wilson de Angelo
Cunha foi designado pastor
auxiliar na Igreja Presbiteriana de Vila Diva. À cerimônia, realizada na própria igre-
ja, compareceram cerca de 50
pessoas, que assistiram a uma
apresentação do Coral Presbiteriano de Vila Diva e ouviram às pregações dos reverendos Carlos Alberto Henrique,
da IP de Vila Diva, Abel José
de Paula, pastor emérito da IP
de Vila Formosa, e Mauricio
Passos Nepomuceno, também
de Vila Formosa.
Filho mais velho de três
irmãos, Wilson de Angelo
Cunha, recebe aos 23 anos de
idade o reconhecimento de
seu devido preparo e de sua
vocação para a tarefa para a
qual fora chamado. Presbiteriano por influência de seus
avós Abigail Adorno Cunha e
Bento Cunha, membros da
Igreja Presbiteriana de Vila
Formosa, foi aprovado pelo
Conselho da Igreja Presbiteriana de Vila Formosa e pelo
PLIS (Presbitério Paulistano),
após completar o colegial, e
ingressou no Seminário JMC,
onde passou 4 anos. Formouse em 7 de dezembro de 2002
e foi licenciado pelo PLIS em
maio de 2003.
Estiveram presentes à gravação do CD no Teatro Municipal de
Guararema, interior de São Paulo, mais de 200 pessoas
Banda GDC grava seu primeiro CD
om um estilo musical
inspirado no pop rock
de grupos como
Oficina G3, Metal
Nobre e Resgate, a banda
GDC, da IPI de Guararema,
interior de São Paulo, realizou
no dia 25 de Novembro de
2003 o sonho de gravar seu
primeiro CD. E eles não
poderiam começar melhor.
À gravação, feita ao vivo no
Teatro Municipal da cidade,
esteve presente uma platéia de
200 pessoas, que participou
cantando as músicas mais
C
conhecidas da banda.
Quem foi conferir o som não
pagou entrada, precisando
doar um quilo de alimento
não perecível. Os alimentos
doados foram entregues à IPI
e usados no programa de distribuição de cestas básicas
desenvolvido pela igreja.
A banda
A GDC é formada por sete
jovens da IPI de Guararema e
existe desde 1997. Ela nasceu
da banda Novo Testamento,
um grupo de louvor adolescente. "Quando nos juntamos
para tocar, nem passava pela
nossa cabeça a idéia de gravar
um disco. Era mais por paixão
à música. Mas começamos a
participar de festivais e nossas
músicas foram ficando conhecidas", explica Washington de
Souza, vocalista e contrabaixista da banda.
A escolha pelo pop rock,
uma tendência na cena da
música gospel, aconteceu por
causa da aceitação do público
jovem. Os integrantes da
banda têm idades entre 19 e
23 anos e sabem que falar a
linguagem dos jovens, através
de um estilo de música que
eles gostem, é a forma mais
eficiente de levar a palavra de
Deus a eles.
A idéia de atrair o público
começa pelo próprio nome do
grupo. "Como estamos no
mundo das siglas pensamos
em um nome que as pessoas
ficariam curiosas em saber o
que é, por isso, Guerreiros De
Cristo (GDC), um nome escolhido porque, atualmente,
temos que ser guerreiros para
enfrentar as tentações e as
armadilhas do inimigo que
ruge como um leão querendo
nos devorar", diz Washington.
O CD
Composto por 13 músicas
escritas pela banda, o CD
independente da Guerreiros
de Cristo foi lançado no final
de janeiro e, inicialmente, está
disponível apenas no Presbitério do Leste Paulistano. Mas
em breve poderá estar disponível em todo Brasil. "Estamos em contato com algumas
gravadoras gospel", afirma
Washington.
Brasil PRESBITERIANO
Infantil
Fevereiro de 2004
19
Que tal valorizar as pequenas coisas?
Chegou o carteiro... uma euforia muito grande com a Turma da Miloca. A Cininha foi correndo
na frente. Volta de repente, de cabeça baixa e muito triste.
- O que aconteceu contigo? perguntou a Florisbela.
- A minha carta foi devolvida, falou com a voz embargada,
quase chorando. Acontece que, no envelope da carta, exatamente no local do destinatário, deixou de ser colocada
uma letra e um simples algarismo.
- O que não entendo é que foi uma simples letra e um
insignificante numerozinho, disse Cininha, tentando justificar-se...
A Miloca chamou a atenção de todas presentes, mostrando que devemos dar saber dar valor às pequenas coisas. O
que sucede é que geralmente deixamos de lado e até desprezamos as pequenas coisinhas para só dar atenção às
grandes.
A Miloca não perdeu a oportunidade para lembrar que as pequenas
coisas não devem ser desprezadas porque elas são o esteio e a base de coisas
grandes. Foi assim que ela mencionou o caso da letra omitida na destinação da carta. As letras são pequenos sinais
gráficos, mas que, combinadas, formam palavras, frases, livros, compêndios — tudo isso tem como origem uma letrinha. Assim como
as letras, também são os algarismos, que são significativos. Naquele momento, ela deu como exemplo o número 1, aparentemente
insignificante, porém de um valor incalculável. E até mesmo o algarismo zero.
- Mas zero não significa nada! exclamou a Jô.
- Pois bem, argumentou a Miloca. Se você colocar um zero ao lado direito
do 1, vai ficar uma dezena. Colocando outro zero ao lado do 10, teremos
100... como se vê, as grandes somas, grandes números, são formados de
pequenos algarismos de muito valor.
No meio daquele papo explicativo, a Miloca apontou na direção onde estava a "toca" da Cininha, mostrando que era formada por muitos grãos de
areia. Em dado instante, ouviram uma música muito bacana no radinho.
- Que música legal!, disse a Jô, acompanhando o ritmo com os pezinhos.
- Aí está um outro exemplo sobre o assunto que estamos falando, enfatizou a Miloca. A Jô ficou surpresa...
- Acontece que esta linda música é constituída de pequenas notas musicais. As grandes orquestras e conjuntos não desprezam as pequeninas
notas musicais. Ainda exemplificou o caso de um simples selinho no envelope de uma carta, valorizando a correspondência.
- O mesmo é válido para aquelas pecinhas que fazem parte do funcionamento de um relógio, concluiu a sabichona Miloca.
Sabemos que Jesus valorizou as coisas pequenas nesta vida. Na parábola
do grão de mostarda, uma sementinha miúda de uma hortaliça que Chega
até 4 metros, Ele valorizou o grãozinho, tão diminuto. Ele deu grande
valor a uma criancinha dizendo que "dos tais é o reino dos céus".
- Puxa, como foi legal a lição das coisas pequenas! Agora vamos dar mais
valor às pequenas coisas, concordaram todas elas.
Ligar as pequeninas coisas
às figuras correspondentes.
A Jô resolveu mandar uma mensagem para os pequenos leitores do nosso jornal. Acontece que
houve um defeito na tecla da antiga máquina de escrever.
Que tal substituir a letra "x" pela letra "e" e descobrir a mensagem de Jô?
TEXTO
Vocxs já rxpararam que há alguma coisa xrrada nxstx txxto não x mesmo?
Pois bxm: uma simplxs lxtra com dxfxito na txcla xstá fazxndo uma grandx difxrxnça!
Vxja como x importantx a gxnte pxrcxbxr o valor das pxquxnas coisas nxsta vida!
20
Brasil PRESBITERIANO
Fevereiro de 2004
Inauguração
Templo leva cinco anos para ser construído e inaugurado
IP Faxinal, no Paraná, inaugura novo templo
Divulgação
Gustavo Brigatto
epois de cinco anos de
trabalho, foi inaugurado, no dia 29 de
novembro de 2003, o novo
templo da IP Faxinal, cidade
no interior do Paraná. Com
capacidade para 120 pessoas
sentadas, o novo templo
começou a ser construído em
1998 pelo trabalho dos seminaristas Alessandro Capelari
(hoje pastor na IP de
Porecatu, Paraná) e Claudeir
Sanches (hoje pastor na
recém organizada Segunda IP
Betel de Arapongas, também
Paraná) e contou unicamente
com ofertas dos crentes da
igreja e de amigos que freqüentam os cultos.
À inauguração, estiveram
presentes 90 pessoas, entre
elas autoridades e membros
da comunidade, além dos
idealizadores da obra, o rev.
Alessandro Capelari, que pregou sobre o tema A obra não
pode parar, e o rev. Claudeir
Sanches, que fez a Consagração do Templo. O coral da
Segunda IP de Arapongas fez
uma apresentação de hinos
tradicionais. Após o culto, foi
servido aos presentes um
coquetel organizado pela
SAF local, no Rotary Club.
D
Templo da IP de Faxinal: inaugurado depois de cinco anos de construção
"A conclusão desta obra é
uma grande realização. Com
o novo templo, poderemos
continuar com o projeto de
organização administrativa e
a divulgação do nome da
igreja", explica o licenciado
Anderson Adriano Silva
Faria, que atua na congregação desde 2002 (na época,
seminarista do 4º ano da
Faculdade Teológica Sul
Americana em Londrina-PR),
e foi o responsável pelo trabalho de acabamento (pintura,
fachada, instalação elétrica
final, móveis, som, instrumentos) da obra.
Atualmente, a IP Faxinal
conta com 29 membros
comungantes e 13 não
comungantes, além de um
seminarista e um presbítero
em disponibilidade. Ela também foi a Congregação que
mais cresceu em 2002 e 2003
na região, conforme relatório
da Comissão de Estatística do
Presbitério Novo Norte
Paraná, tendo organizado a
SAF com 15 sócias.
História do Presbiterianismo em Faxinal
O presbiterianismo chegou a
Faxinal nos anos 40, através
de várias famílias da IPI e da
IPB residentes na região. O
Bairro da Vespeira (localizado na zona rural da cidade)
foi o local da construção do
primeiro templo, construído
por membros da IPI do
Brasil, e no qual congregavam também irmãos da IPB.
A celebração da Ceia do
Senhor era realizada por pastores das duas denominações
que eventualmente visitavam
a região.
Missionários da Junta de
Missões Nacionais da IPB
assistiram o campo de
Faxinal: rev. Wilson Nóbrega
Lício (1947-48), rev. Orlando
Oliveira Rosa (1949-51), rev.
Augusto Litoldo (1952-53).
No ano de 1953, o rev.
Litoldo adquiriu um terreno
na cidade, onde foi construído, em 1954, o segundo templo da IPB em Faxinal, conforme o registro do livro de
atas nº 1 da congregação.
Anos mais tarde, esse terreno
foi vendido e uma outra área
mais próxima do centro, onde
foi construído o novo templo,
foi adquirida.
O trabalho da IPI encerrou-se
em Faxinal há alguns anos,
devido à influência pentecostal dos anos 70, quando ela
sofreu a perda de quase 90%
de seus membros.
A IPB, mesmo perdendo 80%
de seus membros, continuou
se reunindo e, sem pastor no
campo, o trabalho era muitas
vezes dirigido por irmãos da
própria congregação.
Apesar dos percalços, em 58
anos de existência, o trabalho
da IPB em Faxinal nunca foi
encerrado. "As dificuldades
são muitas, mas Deus, que é
gracioso, misericordioso e
justo, tem abençoado esta
igreja e há de trazer seus eleitos para junto d’Ele. Toda
honra e toda Glória seja dada
à Trindade Santa", diz o licenciado Anderson Adriano.
Instituto Presbiteriano Mackenzie inaugura Centro Histórico
o dia 26 de janeiro, estiveram presentes ao
campus Itambé da Universidade Presbiteriana Mackenzie autoridades e membros da
IPB para a inauguração do Centro Histórico
Mackenzie, um presente para os alunos e para a
cidade de São Paulo.
O Centro Histórico está localizado no edifício
Mackenzie, a construção mais antiga, que já foi
N
sede do Protestant College e da Administração da
Universidade. "O objetivo é preservar o edifício e o
acervo histórico do Instituto", explica o Rev. Alderi
Souza de Matos, historiador oficial da IPB.
Para que isso fosse possível, foram necessários
dois anos de obras de restauração e adaptação do
prédio, para que ele pudesse armazenar de forma
segura o acervo que compõe a memória do Instituto.
Foram gastos também quase seis anos de trabalho
para catalogar e restaurar todo o acervo.
Além desses trabalhos, o projeto prevê atividades
que difundam valores de preservação de bens históricos, artísticos e culturais, assim como do ambiente
urbano. A intenção é que o Centro Histórico se torne
um ambiente que promova cultura associada à educação, pesquisa ou ao puro lazer.

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