do Anais do evento - XI Jornada de Estomatologia
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do Anais do evento - XI Jornada de Estomatologia
CASO Nº 01 SÍNDROME DA ARDÊNCIA BUCAL Luciana Graça Maciel de Oliveira* Roberta karine de Freitas* Ana Maria Rebouças Rodrigues Tânia Mara Pimenta Amaral Disciplina de Semiologia e Radiologia da Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR- Campus Betim Paciente G.C.R, feminina, 66 anos, solteira, foi encaminhada a Clínica de Semiologia e Radiologia da Universidade Vale do Rio Verde-UNINCOR- Campus Betim, pois a paciente queixava de ardência e queimação na língua, na mucosa jugal e também de disgeusia. A paciente relatou que há 2 anos procurou um clínico geral, e depois um gastroenterologista, porém sem resolução do problema. Relatou também que freqüentemente acorda a noite devido à intensa sensação da “boca queimando” e completamente seca. Ingere pouquíssima água e que alguns alimentos como leite e batata doce desencadeiam a sensação de queimação. A paciente faz uso de medicamentos anti-hipertensivo, vasodilatores coronarianos e anti-dislipidêmicos e usava prótese total bem adaptada. No exame clínico intrabucal, observou-se língua saburrosa classificação grau 3. Na sialometria obteve-se, saliva de coloração turva, viscosa, ph 6,0 e valores de 0,1 ml/min e 0,4 ml/min de saliva, correspondendo a sialometria em repouso e estimulada respectivamente, indicando baixo fluxo salivar. Como tratamento foi prescrito uma cápsula/dia de zinco mais complexo de vitamina B (Centrum) para correção da disgeusia, ingestão de 2,5 L de água diários e raspagem da língua 3 vezes/dia. Para o restabelecimento dos padrões salivares realizou-se 08 sessões de TENS (Estimulação Elétrica Transcutânea) de 30 min cada nas glândulas salivares maiores com uma freqüência de pulso de 50Hz e duração do pulso de 250 micro/seg. E também, sialogogo mecânico, hiperbolóide, que a paciente mastigou e chupou 4 vezes/dia por 10 min após as refeições. Após 4 meses de tratamento uma nova sialometria revelou saliva serosa e valores dentro da normalidade: 0,5ml/min (em repouso) e 2,0 ml/min (estimulada). A paciente revelou sentir a boca mais úmida, gosto dos alimentos, redução da queimação, e desde novembro de 2006, teve apenas 1 episódio leve de ardência. A paciente permanece em acompanhamento e bastante satisfeita com os resultados. 1. MAIDANA, J.D.; CHRERUBINI, K.; KRAPF, S.M.R.G. Associação entre Síndrome da Ardência Bucal e Hipossalia. Revista da Faculdade de Passo Fundo, v.10(1), p-24-28, 2005. 2. COSTA, L.J. et al. Síndrome da Ardência Bucal. Revista da Faculdade de Odontologia da UFBA. v.18 jul/dez, 1999. 3. PATTON, L.L.; SIEGEL, M.A.; BENOLIEL, R.; DE LAAT, A. Management of burnig mouth syndrome: systematic review and management recommendations. Oral Surg. Oral Méd. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod. 103, Suppl: s39. el-s39. e 13, 2007. 4. KOLBE, A.C.; et al. Influência do raspador de língua KOLBE e da técnica de Bass sobre o controle da halitose: estudo piloto. Revista Mineira de Estomatologia. 1(3):36-40, 2004. 5. CHEIDA, A.P. Hiperbolóide: instrumentação de mastigação. J Bras Ortdontia Ortop Maxilar. 2(11):49-53, 1997. CASO Nº 02 CERATOCISTO ODONTOGÊNICO (TUMOR ODONTOGÊNICO QUERATOCÍSTICO) Joanna Farias Cunha* Raphael Dutra Batista Dall’ Acqua* Martinho Campolina Rebello Horta Luciano Marques da Silva Wagner Henriques Castro Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente F.K.N.S., 23 anos, gênero feminino, leucoderma, procurou em março de 2007, um cirurgião bucomaxilofacial com a queixa principal de semi-inclusão dental. A anamnese da paciente não revelou informações dígnas de nota. Aos exames físicos extra e intrabucal nenhuma alteração foi observada. Através da análise da radiografia periapical realizada, observou-se o dente 48 semi-incluso e na face distal, uma área radiolúcida, bem delimitada, associada ao dente. Com as hipóteses diagnósticas de cisto paradentário, cisto dentígero, cistos inflamatórios e ceratocisto, o dente 48 e a lesão associada foram removidos sob anestesia local. A lesão associada apresentava cápsula fina e conteúdo pastoso de coloração branca , sugestivo de ceratina. O material obtido foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Bucal e o exame histopatológico confirmou o diagnóstico de ceratocisto odontogênico. Inicialmente, a paciente será agendada para nova avaliação semestral. Neste caso demonstramos que o ceratocisto odontogênico pode apresentar aspectos clínicos e radiográficos semelhantes ao cisto paradentário inflamatório. 1. A. KOLOKYTHAS, R. P. FERNANDES, PAZOKI and R. A. ORD, Odontogenic Keratocyst: To Decompress or Not to Decompress? A Comparative Study of Decompression and Enucleation Versus Resection/Peripheral Ostectomy, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Volume 65, Issue 4, April 2007, Pages 640-644. 2. J. HENLEY, D.-J. SUMMERLIN, C. TOMICH, S. ZHANG and L. CHENG, Molecular evidence supporting the neoplastic nature of odontogenic keratocyst: a laser capture microdissection study of 15 cases, Histopathology 47 (2005) (6), pp. 582–586. 3. M. GIULIANI, G. B. GROSSI, C. LAJOLO, M. BISCEGLIA and K. E. HERB, Conservative Management of a Large Odontogenic Keratocyst: Report of a Case and Review of the Literature, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Volume 64, Issue 2, February 2006, Pages 308-316. 4. N.P. AGARAM, B. COLLINS, L. BARNES, D. LOMAGO, D. ALDEEB and P. SWALSKY et al., Molecular analysis to demonstrate that odontogenic keratocyst are neoplastic, Arch Pathol Lab Med 128 (2004) (3), pp. 313–317. 5. P. E. MAURETTE, J. JORGE and M. de MORAES, Conservative Treatment Protocol of Odontogenic Keratocyst: A Preliminary Study, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Volume 64, Issue 3, March 2006, Pages 379-383. CASO Nº 03 DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E CINTILOGRAFIA ÓSSEA Bruno Augusto Benevenuto de Andrade* Eduardo Carvalho de Miranda Ivana Sena Luciana Cardoso Fonseca Helenice de Andrade Marigo Faculdade de Odontologia da PUC Minas - ECOAR Paciente DCD, 26 anos, sexo feminino, melanoderma compareceu a Clinica de Estomatologia da FOPUC Minas queixando-se de um crescimento ósseo na região vestibular dos dentes inferiores do lado direito. Segundo a paciente, a lesão apareceu há aproximadamente 2 anos, não apresentando sintomatologia dolorosa. A história médica pregressa não foi contribuitiva. À ectoscopia, não foi observada nenhuma alteração significativa. À oroscopia, observou-se a presença de uma discreta tumefação na mandíbula, lado direito, região dos dentes 41 a 44, de consistência firme a palpação. A imagem radiográfica convencional demonstrou uma lesão radiolúcida com focos radiopacos no seu interior, de limites imprecisos, sugerindo uma lesão fibro-óssea benigna. Para melhor visualização dos limites e extensão da lesão, solicitou-se uma tomografia computadorizada, onde observou-se outras áreas de acometimento pela lesão tanto em maxila quanto em mandíbula, que não foram identificadas no exame convencional. Realizou-se avaliação do metabolismo ósseo, nas áreas acometidas, por meio de cintilografia óssea. O diagnóstico sugerido foi de displasia cemento-óssea florida. A paciente encontra-se em acompanhamento. 1. ALAWI, F. Benign fibro-osseous diseases of the maxillofacial bones. A review and differential diagnosis. Am. J. Clin. Pathol., v. 118, Supl., p. S50-70, 2002. GONÇALVES, M et al. Clinical, radiographic, biochemical and histological findings of florid cemento-osseous dysplasia and report of a case. Braz Dent J., v. 16, n.3, p.247-250, 2006. 2. MACDONALD-JANKOWSKI, D.S. Fibro-osseous lesions of the face and jaws. Clin. Radiol., v. 59, n.1, p. 11-25, 2004. 3. NEVILLE, B. W. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 2 ed. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2004. cap.15, p.570-574. 4. WALDRON, C. A. Fibro-osseous lesions of the jaws. J. Oral Maxillofac. Surg, v. 1, n.8, p.828-35, 1993. CASO Nº 04 FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: RELATO DE CASO Thiago Lisboa Ferreira* Thiago Leal Silva Rommel Parenti Cabral Luciano Mendes Sales Marcelo Drummond Naves Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG. O Fibroma Ossificante Periférico é uma lesão benigna e o pico de incidência está na segunda e na terceira décadas de vida. È mais comum em mulheres, em região anterior de maxila. As queixas são raras a não ser que a lesão comprometa função, estética, ou esteja ulcerada. Apesar de se tratar de uma lesão benigna, a taxa de recorrência pode chegar a 20%. O paciente HBO, sexo masculino, 26 anos, leucoderma, compareceu ao Serviço de CTBMF do HMOB com queixa de crescimento na gengiva com 2 meses de evolução. O paciente, com queixa estética sem queixa álgica e apresentando higiene bucal satisfatória, alegou ter sido submetido à profilaxia profissional havia quatro semanas, esperando redução da lesão, o que não ocorreu. Ao exame apresentou crescimento nodular, bem delimitado, solitário, de coloração rósea, superfície ulcerada, medindo aproximadamente 05 X 04 X 02 mm, a partir da papila entre os elemento dentários 32 e 33. No exame radiográfico nenhum material radiopaco foi identificado. De posse da suspeita diagnóstica de lesão proliferativa gengival, o paciente foi submetido à biópsia excisional e o material, foi encaminhado para exame histopatológico no laboratório de patologia bucomaxilofacial da FOUFMG. Os cortes histopatológicos mostram lesão nodular revestida por epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado, exibindo ulceração coberta por exudato fibrinopurulento. Na lâmina própria observa-se tecido conjuntivo fibroso celularizado com vasos e coleções de células inflamatórias mononucleares, além de proliferação de células mesenquimais ovóides e fusiformes, permeadas por depósitos de osteóide. O diagnóstico definitivo foi de Fibromas ossificante periférico. Após 30 dias de pós-operatório, o paciente apresentava cicatrização com bom aspecto e os tecidos gengivais em bom posicionamento sendo que, o tratamento cirúrgico com incisão abrangendo até periósteo, não resultou em defeito estético importante. Devido à taxa de reincidência desta entidade, o paciente se encontra em controle clínico ambulatorial no serviço. 1. BASKAR, S.N.; JACOWAY, J.R. Peripheral fibroma and peripheral fibroma with calcification: report of 376 cases. J Am Dent Assoc, v. 73, p. 1312 – 1320, 1966. 2. Cuisia, Z.E.; Brannon, R.B. Peripheral ossifying fibroma: a clinical evaluation of 134 pediatric cases. Pediatr Dent p. 23, p. 245 – 248, 2001. 3. WALTERS, J.D.; WILL, J.K.; HATFIELD, R.D.; CACCHILLO, D.A.; RAABE, D.A. Excision and repair of the peripheral ossifying fibroma: a report of 3 cases. J Periodontol, v. 72, n. 2, p. 939 – 944, 2001. 4. KUMAR, S.K.S.; RAM, S.; JORGENSEN, M.G.; SHULER, C.; SEDGHIZADEH, P.P. Multicentric peripheral ossifying fibroma. J Oral Sci, v. 48, n. 4, p. 239 – 243, 2006. 5. ZHANG, W.; CHEN,Y.; NA, Z.; GENG, N.; BAO, D. Reactive lesions: a retrospective study of 2,439 cases. Quintessence Int, v. 38, n. 23, p. 103 – 110, 2007. CASO Nº 05 SÍNDROME GOLDENHAR / DISPLASIA ÓCULO-AURÍCULOVERTEBRAL RELATO DE CASO CLÍNICO Kelly Martins de Oliveira Adriana Boeri Tamburini Hercílio Martelli Junior Amanda Beatriz D. A. Freitas Roseli Teixeira Miranda Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas/MG) – Faculdade de Odontologia - Centro Pró-Sorriso (Centrinho) . Paciente de 8 anos, gênero masculino, leucoderma, procedente de Sabará-MG, compareceu ao centro pró-sorriso da UNIFENAS para tratamento odontológico.O paciente é portador da síndrome de Goldenhar, diagnosticada desde o nascimento.Uma peculiaridade deste caso é a criança apresentar as anormalidades mais acentuadas unilateral( lado esquerdo) como: fissura obliqua de lábio, demóides epibulbar, apêndice auricular e a anomalias vertebrais.A Síndrome de Goldenhar é rara, e os sinais e sintomas são evidenciados desde o nascimento, e estes podem variar de pessoa para pessoa, em função da severidade do caso. Trata-se de uma displasia óculo-aurículovertebral, e pertence a um grupo de alterações conhecidas como crânio faciais. 1. RICHIER-COSTA, A; RIBEIRO L.A. Macrostomia, periauricular tags, and external ophthalmoplegia: a new autosomal dominant syndrome wilhin the oculo auriculo vertebral sprectrum? Cleft Palate Craniofac J.: 43 (4):429-34, 2006. 2. CACCAMESE, JF; COSTELLO BJ; MOONEY, MP. Novel deformity of the mandibula in oculo-auriculo-vertebral sprectrum: case report and literature review. J Oral Maxillafac Surg; 64(8):1 278-82, 2006. 3. PINHEIRO, A L B; ARAUJ. LC; OLIVEIRA, SB; SAMPAIO, MCC; FREITAS, AC. Sindrome de Goldenhar – relato de caso. Braz – Dent. J.14(1): 67-70, 2003. 4. AL-SAYED MA; ASMALI, AM; RASHED, MS. Goldenhar sydrome and hereditary tyrosinemia type 1. Saud. Med J; 23(12): 1527-31,2002 Dec. 5. NEVILLE WB; DAMM DD; ALLEN CM; BOUQUOT JE. Patologia Oral Maxilofacial, Ed. Guanabara Koogan S.A; Rio de Janeiro, 2004. CASO Nº 06 PARACOCCIDIOIDOMICOSE - RELATO DE CASO CLÍNICO Patrícia Ferreira Russo* Sebastião Armond Franca Arenare Jeunon Martinho Campolina Rebello Horta Carlos Roberto Martins Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente M.R.F., sexo masculino, feoderma, 54 anos, compareceu à clínica de Estomatologia da Puc Minas queixando-se de ardor na boca. Na anamnese, o paciente relatou que, há três meses, surgiram feridas em sua boca acompanhadas de incômodo ao utilizar a prótese. Relatou também a presença de dor nas costas e perda de peso. O paciente informou que havia sido internado recentemente devido a uma alteração pulmonar, diagnosticada na época como pneumonia. No exame físico intra-bucal foram observadas úlceras eritematosas de fundo granulomatoso em palato, gengiva e rebordo alveolar. Diante da hipótese de diagnóstico clínico de paracoccidioidomicose, realizouse biópsia incisional e o material foi encaminhado para exame anatomopatológico. Os cortes histológicos mostraram fragmento de mucosa revestido por epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado exibindo hiperplasia pseudo-epiteliomatosa e microabscessos. Na lâmina própria observou-se inflamação crônica granulomatosa associada a leveduras de Paracoccidioides brasiliensis, confirmando o diagnóstico de paracoccidiodomicose. Uma radiografia de tórax, solicitada no dia da realização da biópsia, demonstrou a presença de imagem radiográfica compatível com paracoccidioidomicose pulmonar. O paciente foi encaminhado para tratamento médico e iniciou o tratamento com cetoconazol, na dosagem de 400 mg/dia. Após quatro meses, o paciente foi reavaliado e observou-se melhora acentuada do quadro clínico. A medicação foi mantida, reduzindo-se a dosagem para 200 mg/dia e o paciente encontrase em acompanhamento periódico. 1. ALMEIDA, O. P.; JORGE JUNIOR, J.; SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis of the mouth: an emerging deep mycosis. Crit. Rev. Oral. Biol. Med., v. 14, n.5, p.377-83, 2003. 2. RESTREPO, A.; STEVENS, D.A.; LEIDERMAN, E.; FUENTES, J.; ARANA, A.; ANGEL, R.; MEJIA, G., GOMEZ, I.. Ketoconazole in paracoccidioidomycosis: efficacy of prolonged oral therapy. Mycopathologia, v.72, n.1, p.35-45, Aug. 1980. 3. BICALHO, R.N.; SANTO, M. F.; DE AGUIAR, M. C.; SANTOS, V.R. Oral paracoccidioidomycosis: a retrospective study of 62 Brazilian patients. Oral Dis., v.7, n.1, p.56-60, Jan. 2001. 4. SPOSTO, M. R.; MDES-GIANNINI, M. J.; MORAES, R. A.; BRANCO, F. C.; SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis manifesting as oral lesions: clinical, cytological and serological investigation. J Oral Pathol Med., v.23, n.2, p.85-7, Feb. 1994. 5. NEVILLE, B.W.; DAMN, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral e maxilofacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 798 p. CASO Nº 07 FIBROLIPOMA ASSOCIADO A UM CISTO DE RETENÇÃO DE MUCO Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira Luiz Ernani Barros Torres* Cássio Roberto Rocha dos Santos Ana Terezinha Marques Mesquita João Luiz de Miranda O fibrolipoma é descrito como uma das variantes microscópicas mais comuns do lipoma, caracterizado por um componente fibroso entremeado com lóbulos de células adiposas. O lipoma é um tumor benigno de tecido adiposo que representa o neoplasma mesenquimal mais comum, entretanto é menos freqüente na boca e na região maxilofacial. As características clínicas são descritas como massas nodulares, moles, superfície plana, sésseis ou pediculadas e assintomáticas. O tratamento é a excisão cirúrgica conservadora e as recidivas são raras. O cisto de retenção de muco é uma cavidade revestida por epitélio que se origina dos tecidos da glândula salivar. Alguns casos podem representar uma dilatação ductal decorrente de uma obstrução ductal. O tratamento é a excisão cirúrgica conservadora. Paciente M.F.C, melanoderma, 34 anos, compareceu a clínica de estomatologia da UFVJM queixando-se de um abaulamento no “céu da boca”. Ao exame clínico foi observada elevação do tecido mole que reveste o palato, de consistência borrachoide, firme e indolor. O paciente relatou que o crescimento da lesão foi lento. Uma punção aspirativa foi feita e o resultado foi negativo. A excisão cirúrgica foi conseguida sob anestesia local. A peça operatória foi encaminhada para o serviço de patologia da UFVJM. As características microscópicas revelaram uma neoplasia benigna de origem mesenquimal cujas células proliferam formando aglomerados septados por densos feixes de tecido conjuntivo. As células neoplásicas apresentavm morfologia compatível com adipócitos e não demonstravam atipia. Também foi observado abundante parênquima glandular salivar exibindo atrofia acinar, ectasia ductal e cavidade cística revestida por epitélio cúbico simples, contendo material eosinofílico em seu interior. Estes achados permitiram o diagnóstico de fibrolipoma associado a um cisto de retenção de muco. O paciente encontra-se em proservação e não apresenta sinais de recidiva, o que sugere a eficácia do tratamento. 1. Catanzarro Guimarães, S. A. Patologia básica da cavidade bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. 2. Ibrahim, D. et al. Lipoma bilateral: Relato de Caso. Rev. Min. Estomatologia. v.1, n.4, jan/jun 2005. 3. Neville, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 4. Tommasi, A. F. Diagnóstico em patologia oral. Pancast Editora Com. E Repres. LTDA, 1989. CASO Nº 08 ACTINOMICOSE CERVICOFACIAL Fernanda Mombrini Pigatti* Natália Rafaela de Assis Costa Amanda Latércia Tranches Dias Alessandro Antônio Costa Pereira João Adolfo Costa Hanemann Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Paciente J.A.N., gênero masculino, 62 anos, melanoderma, aposentado, procedente de Alfenas–MG, compareceu à Clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG queixando-se de “inchaço na boca que não pode comer”. Durante anamnese, o paciente relatou que, há 2 meses, após ter se submetido a extração de quatro dentes do hemiarco superior direito, notou o aparecimento de uma tumefação no local da cirurgia acompanhada de febre por dois dias. Negou outras alterações sistêmicas significativas. No Exame Físico Extrabucal, observou-se assimetria facial do lado direito do terço médio da face, sendo consistente à palpação e com sensibilidade ao toque na região anterior, bem como edema palpebral acentuado. A pele apresentava-se com um pequeno ponto de flutuação e com eritema sem drenagem. À Oroscopia, pode-se notar trismo acentuado e pequeno aumento volumétrico na região de fundo de vestíbulo na região de molares superiores do lado direito, onde a mucosa encontrava-se com coloração normal e indolor à palpação. Na radiografia panorâmica não foram observadas alterações significativas. Sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Abscesso Subperiosteal ou Actinomicose Cervicofacial. Realizou-se, então, drenagem para coleta de material, observando-se um aspecto granular, sendo este enviado para exame bacteriológico e a prescrição de Penicilina G Benzatina associada com Despacilina. Após quatro dias, o paciente retornou à Clínica de Estomatologia com diminuição da sintomatologia, embora apresentando extensa ulceração do lado direito da face. O diagnóstico microbiológico foi de Actinomicose Cervicofacial. O paciente foi então encaminhado ao serviço de infectologia do Hospital Universitário Alzira Velano, onde se iniciou o tratamento com Amoxicilina 500mg. Após seis meses do início do tratamento, o paciente retornou apresentando cicatrização total da área envolvida pela lesão e ainda está em tratamento médico. 1. PULVERER, G.; GEROWITT, S.; SCHAAL, K. P. Human cervicofacial actinomycoses: microbiological data for 1997 cases. Clinical Infectious Diseases, v.37, n.4, p.490-7, Aug. 2003. 2. STEWART, A. E.; PALMA, J. R.; AMSBERRY, J. K. Cervicofacial actinomycosis. Otolaryngology - Head and Neck Surgery, v.132, n.6, p.957-9, Jun.2005. 3. SUDHAKAR, S. S.; ROSS, J. J. Short term treatment of actinomycosis: two cases and a review. Clinical Infectious Diseases, v.38, n.3, p.444-7, Feb. 2004. 4. TEIXIDOR, M. C. et al. La punción aspiración con aguja fina (PAAF) en el diagnóstico de actinomicosis cervicofacial. Estudio 15 casos. Med. Oral Patol. Oral Cir. Bucal, v.9, n.5, p.464-470, Nov.-Dec. 2004. CASO Nº 09 REAÇÃO LIQUENÓIDE EM BOCA Ana Cristina de Almeida* Antonio Francisco Durighetto Junior Jonas Dantas Batista Odorico Coelho da Costa Neto Sergio Vitorino Cardoso Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia Resumo: paciente JMH, 59 anos, leucoderma, masculino, encaminhado ao serviço de estomatologia para avaliação de lesões bucais presentes há algumas semanas e resistentes ao uso de antibiótico e antifíúngicos. A história médica contava hipertensão e diabete melito controladas por vários medicamentos em uso por mais de meses sem qualquer alteração importante. Contou ainda que as lesões da boca apareceram há aproximadamente 45 dias de forma abrupta e generalizada com certa piora neste último mês. No exame físico extra bucal não havia sinal importante relacionada a queixa principal e o da boca, presença dentes com restaurações metálicas fixas, ausência de alteração gengival e as mucosas com lesões brancas e úlceradas. Na região jugal as lesões eram formadas por estrias e placas brancas acentuadas e úlceras recobertas por pseudo membrana amarelo-acinzentado. O mesmo quadro se repetia na língua com uma diferença, as úlceras eram maiores e a áreas brancas menores. O assoalho e o palato duro apresentavam alterações discretas e pouco representativas. O quadro clínico apresentado sugeriu diagnóstico de líquen plano erosivo ou bolhoso. Para diagnóstico foi ralizada biópsia incisional na região onde a mucosa se apresentava mais integra e com lesão branca. Em função do desespero do paciente, foi iniciada a corticoterapia, juntamente com o clínico responsável pelo paciente e depois de esclarecido os riscos e complicações da hipertensão e da diabete.. Uma semana após, o resultado da biópsia sugeriu ser compatível com penfigóide. Tendo em vista o resultado negativo para de líquen plano e a melhora do paciente solicitamos sua presenca para nova biósia. Nesta segunda visita a maioria das úlceras haviam diminuido ou desaparecido e as lesões brancas estavam menos exuberantes, mas, ainda em grande quantidade. O quadro clínico de líquen ficou mais ressaltado. Nesta visita, por solicitação, o paciente trouxe uma lista de medicamentos de uso rotineiro. Ao final, relatou ter esquecido de relatar o uso de AAS, prescrito pelo cardiologista para prevenção de possivel acidente circulatório obstrutivo, e que as lesões da boca apareceram quase que de forma simultânea ao inicio do seu uso. Foi orientado a consultar seu cardiologista para possivel suspensão do medicamento em questão e a retirada gradativa do cortecóide. Depois de 30 dias paciente entrou em contato contando não mais apresentar as alterações pois havia suspendido o uso do AAS. Diagnóstico reação liquenóide ao AAS 1. Chaudhry SI, Morgan PR, Neill SM. - An unusual tongue.Clin Exp Dermatol. 2006 Nov;31(6):831-2 2. Robinson CM, Oxley JD, Weir J, Eveson JW. - Lichenoid and granulomatous stomatitis: an entity or a non-specific inflammatory process? J Oral Pathol Med. 2006 May;35(5):262-7 3. Scully C, Felix DH..Oral Medicine-update for the dental practitioner: oral white patches.Br Dent J. 2005 Nov 12;199(9):565-72 4. Segura-Egea JJ, Bullon-Fernandez P..Lichenoid reaction associated to amalgam restoration.Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2004 Nov-Dec;9(5):423-4; 421-3. CASO Nº 10 CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO EM GLÂNDULA SALIVAR MENOR Sibele Nascimento de Aquino * Maria Inês Ferreira * Paulo Rogério Ferreti Bonan Alfredo Maurício Batista de Paula André Luiz Sena Guimarães UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG O carcinoma adenóide cístico é um tumor maligno oriundo de tecido glandular, sendo um dos mais prevalentes nas glândulas salivares, incluindo menores. Paciente J.P.M, gênero masculino, 44 anos, feoderma, procedente de Januária- MG procurou o serviço de Estomatologia da UNIMONTES para avaliação de lesão no palato que apareceu a seis meses apresentando crescimento contínuo apresentava sintomatologia dolorosa de intensidade leve. Ao exame físico extrabucal observou-se uma assimetria facial com um aumento de volume do lado direito. O exame intrabucal revelou a presença de uma tumefação de consistência borrachóide acometendo grande parte do lado esquerdo do palato. O RX oclusal não apresentou alterações dignas de nota. Foi realizada uma biópsia incisional e os cortes histológicos apresentavam na submucosa ilhotas e cordões de células malignas de epitélio glandular demonstrando espaços císticos em seus interiores contendo material amorfo e basofílico, conferindo um padrão cribiforme a lesão. Com base nestes dados fechou-se o diagnóstico em Carcinoma adenóide cístico. O paciente foi encaminhado para o serviço de cirurgia cabeça e pescoço. 1. BRADLEY, P.J. Adenoid cystic carcinoma of the head and neck: a review. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg ; 12: 127-132, 2004. 2. SPIROS, R.H., HUVOS, A.G., STRONG, E.W. Adenoid cystic carcinoma: factors influencing survival. Am J Surg 138: 579-583, 1979. 3. SPIROS, R.H., HUVOS, A.G. Stage means more than grade in adenoid cystic carcinoma. Am J Surg 164: 623-628, 1992. 4. ALEXANDER, D.R., NIKOLAOS, G., HARIKLIA, G. et al. Adenoid cystic carcinoma of the head and neck: clinicopathological analysis of 23 patients and review of the literature. Oral Oncol 3: 328-335, 2005. 5. NASCIMENTO, A.G., AMARAL, A.L.P., PRADO, L.A.F., KLIGERMAN, J., SILVEIRA, T.R.P. Adenoid cystic carcinoma of salivary glands. A study of 61 cases with clinicopathologic correlation. Cancer 57: 312-9, 1986. CASO Nº 11 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARTILAGEM TRITÍCEA COM DOENÇA ATEROESCLERÓTICA – ATEROMA Amaro Ilídio Vespasiano Silva * Wanessa Lopes de Oliveira Juliana Fernanda Torres Álvares Flávio Ricardo Manzi Carlos Roberto Martins Faculdade de Odontologia da PUC Minas A radiografia panorâmica continua sendo o exame mais solicitado pelo cirurgião dentista. Embora, mesmo nos aparelhos mais modernos, seja um método radiográfico que tem como desvantagem à ampliação de imagem, tem-se como ponto positivo o fato de que a imagem reproduzida corresponde a uma grande área, abrangendo os maxilares e estruturas circunvizinhas, como a articulação temporomandibulares, as fossas nasais e órbita. Com certa freqüência, o Radiologista pode observar a presença de imagens radiopacas localizadas em áreas de tecido mole. Dentre tantas estruturas anatômicas e entidades patológica que fornecem tais imagens, a imagem de um ateroma, calcificação na artéria carótida, e das cartilagens tritíceas, localizadas nos ligamentos tireohioideos, fornecem imagens na radiografia panorâmica muito semelhante quanto ao tamanho, à forma, à radiopacidade e, principalmente, à localização, região do pescoço no espaço intervertebral C3 e C4. Com base na literatura e ocorrência de casos nas Clínicas de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP e Faculdade de Odontologia da PUC-Minas, o objetivo deste trabalho é elucidar os profissionais no procedimento de diagnóstico dessas condições, pois se houver um diagnóstico incorreto, não será possível de identificar um paciente de risco em desenvolver um acidente vascular cerebral. 1. CarterLC, Discrimination between calcified triticeous cartilage and calcified carotid atheroma on panoramic radiography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.90, p.108-110, Jul. 2000. 2. Ahmad M, Madden R, Perez L, Triticeous cartilage: prevalence on panoramic radiographs and diagnostic criteria. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.99, p.225-230, Feb. 2005. 3. Kamikawa RS, Pereira MF, Fernandes A, et al., Study of the localization of radiopacities similar to calcified carotid atheroma by means of panoramic radiography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.101, p.374380, Mar. 2006. 4. Friedlander AH, Identification of stroke-prone patients by panoramic and cervical spine radiography. Dentomaxillofac Radiol, Aug; v.24, p.160-164, Aug. 1995. 5. Farman AG, Farman TT, Khan Z, et al..The role of the dentist in detection of carotid atherosclerosis. ADJ, v.56, p.549-553, Nov. 2001. CASO Nº 12 ODONTOMA COMPLEXO Lucas de Aguiar Greco* Juliano Cardoso de Oliveira Mário Lúcio Otoni Gonçalves Eduardo Morato de Oliveira Prof. Marcelo Drummond Naves Hospital Municipal Odilon Behrens _ Ptrfeitura Municipal de Belo Horizonte Curso de especialização CTBMF FO-UFMG Paciente R.A.P na quarta década de vida, leucoderma procurou o serviço de estomatologia do Hospital Odilon Behrens, apresentando uma lesão radiopaca bem definida circundada por um alo radiolúcido na região de pré-molares inferiores próxima ao nervo mentual, identificada através de raio x de rotina. Tratava-se de uma lesão assintomática com tempo de evolução indeterminado. Como diagnóstico diferencial para o odontoma complexo foi sugerido a displasia cemento-óssea periapical e osteoma . O tratamento proposto foi uma biópsia excisional sem margem de segurança e posterior análise histopatológica, onde foi confirmada a presença de grande quantidade de dentina tubular calcificada que circundava cavidades onde encontra-se esmalte maduro antes da descalcificação, encontrar pequenas ilhas de células epiteliais fantasmas e verificou-se também uma camada de cemento na periferia da massa compatível com odontoma complexo. Após seis meses de acompanhamento a lesão não apresentou recidivas, confirmando o bom prognóstico para o paciente desta lesão e a cirurgia não deixou seqüelas no nervo mentual. 1. NEVILLE, Brad W. et al.Patologia Oral e Maxilo Facial./ 4.ed .Rio de Janeiro:Editora Guanabara Koogan S.A,1995.cap.15, p.518-520. 2. PINDBORG,J.J.et al. Patology of Dental Hard Tissues.Philadelphia.W.B Saunders company, 1970. 3. Anatomia aplicada à odontologia / Peter Reher [et al.]-1st ed. 4. SHAFER,W.,et al. Tratado de Patologia Bucal. 4 ed, Editora Interamerica, México. 1990, p.313-315. 5. JUNQUEIRA,L.et al. Intraosseos odontoma eruted into the oral cavity: Na unusual pathology. Med. Oral. Patol. Cir. Bucal, 2005;10:248-51. CASO Nº 13 CISTO NASOLABIAL: RELATO DE CASO CLÍNICO Maria Inês Ferreira * Paulo Rogério Ferreti Bonan Luís Antônio Nogueira dos Santos Alfredo Maurício Batista de Paula Sabina Pena Borges UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG O cisto nasolabial é um raro cisto de desenvolvimento que ocorre no lábio superior lateralmente á linha média. Apresenta-se como uma tumefação causando uma elevação da asa do nariz. Sua patogênese é incerta, embora existam duas teorias principais. Uma considera o cisto nasolabial um cisto “fissural”, originado de remanescentes epiteliais retidos ao longo da linha de fusão dos processos nasal lateral, nasal mediano e maxilar. A segunda teoria sugere que estes cistos se desenvolvem pela deposição de epitélio do ducto nasolacrimal devido a sua localização e histologia semelhantes. Paciente Z. L. S., 23 anos, gênero feminino, natural de Itacarambi, compareceu à clínica de Estomatologia da UNIMONTES para avaliação de inchaço no rosto há aproximadamente 2 (dois) anos. A paciente relatou que inicialmente procurou atendimento médico e foi realizada uma tomografia. Encaminhada a um cirurgião dentista com o diagnóstico de cisto periapical. foi feita uma drenagem da lesão. Na clínica de Estomatologia, ao exame radiográfico oclusal observou-se desvio de septo nasal à esquerda. O exame ectoscópico evidenciou aumento de volume supra labial com elevação da narina direita. Na avaliação oroscópica, observou-se aumento volumétrico em fundo de sulco na região anterior superior. Com diagnóstico presuntivo de Cisto Nasolabial foi realizada a punção aspirativa e exérese da lesão. A punção aspirativa revelou líquido amarelo citrino e secreção purulenta. O laudo anatomopatológico evidenciou um cisto nasolabial. A paciente está sendo proservada por 1 ano sem evidência de recidiva. 1. IIDA, S., AIKAWA, T., KISHINO, M., SAKAI, T., NAKANO, Y., OKURA, M., KOGO, M. Spheric mass beneath the alar base: MR images of nasolabial cyst and schwannoma. AJNR Am J Neuroradiol. 27:1826-9, 2006. 2. YUEN, H.W., JULIAN, C.Y., SAMUEL, C.L. Nasolabial cysts: Clinical features, diagnosis, and treatment. Br J Oral Maxillofac Surg. Oct 5; [Epub ahead of print), 2006 3. AMARAL, T.M., DE FREITAS, J.B., DE FATIMA, D.A., CONCEICAO, J., DE AGUIAR , M.C., DA SILVA FONSECA, L.M., MESQUITA, R.A. Nasolabial cyst with radiographic contrast medium: report of two cases. Dentomaxillofac Radiol. 34:256-8, 2005. 4. KYRMIZAKIS, D.E., LACHANAS, V.A., BENAKIS, A.A., VELEGRAKIS, G.A., ASLANIDES, I.M. Bilateral nasolabial cysts associated with recurrent dacryocystitis. J Laryngol Otol. 119:412-4, 2005. 5. NIXDORF, D.R., PETERS, E., LUNG, K.E. Clinical presentation and differential diagnosis of nasolabial cyst. J Can Dent Assoc. 69:146-9, 2003. CASO Nº 14 LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA/CARCINOMA VERRUCOSO EM REBORDO ALVEOLAR Pollyana de Oliveira Silva* Marcelo Caetano Parreira da Silva Rafaela Guidi Inês Laluci Durighetto Sérgio Sargenti Neto Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo. Uberlândia-MG Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia RESUMO: Paciente E.B.C., 70 anos de idade, gênero feminino, leucoderma foi encaminhada à Clínica de Estomatologia da UNTRI com queixa de ferida na boca que já havia sido medicada por alguns profissionais da área da saúde e que vinha aumentando de forma lenta e progressiva e neste útimo mês houve aumento mais rápido. O exame mostra paciente com certa dificuldade em se movimentar e hipertensão controlada fazendo uso de inibidor de enzima de conversão. A face mostra algumas máculas mais escuras compatíveis com o envelhecimento e a boca apresentava mucosas úmidas e brilhantes, ausências dentárias, usava prótese total superior e inferior que foi abandonada em função da ferida no rebordo alveolar. A queixa da paciente era representada por lesão ulcerada, verruciforme localizada sobre o rebordo alveolar anterior direito e se estendia para o fórnix vestibular e um pouco para a mucosa palatina. Em princípio não apresentava delimitação precisa pois era margiada por mucosa com algumas placas e máculas brancas. A hipótese de diagnóstico foi de leucoplasia verruosa proliferativa ou carcinoma verrucoso em rebordo alveolar e sendo assim antes de realizar biópsia incisional foram realizadas tomadas radiográficas intrabucais não sendo possível perceber envolvimento ósseo. A biópsia incisional e o posterior exame da peça confirmaram o diagnóstico carcinoma verrucoso. Sendo assim, antes de encaminhar a paciente para o serviço de cirurgia oncológica, foi realizada moldagem do rebordo alveolar superior e confecionada uma placa em acrílico para proteger a ferida cirúrgica. Segundo o relato do cirurgião, houve necessidade de remoção de parte do rebordo em função de pequena infiltração óssea o que frustrou nossas esperanças em melhorar as condições da paciente no período pós-cirúrgico na tentativa de reabilitá-la com uma nova prótese total pois inicialmente sua vontade era de voltar a comer e sorrir novamente. 1. BSOUL, S.A.; HUBER, M.A.; TEREZHALMY, G.T. Squamous cell carcinoma of the oral tissues: a comprehensive review for oral healthcare providers. J Contemp Dent Pract. 2005 Nov 15; 6(4): 1-16. 2. COSTA, A.L.; JUNIOR, A.R.F.; RAMOS, C.C. Correlation between TNM classification and malignancy histological feature of oral squamous cell carcinoma. Rev Bras Otorrinolaringologia (Engl Ed). 2005 Mar-Apr; 71(2): 1817. Epub 2005 Aug 2. 3. MARCUCCI, G. Estomatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 4. NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D., ALLEN, C.M. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. CASO Nº 15 FIBROMA CEMENTOOSSIFICANTE PERIFÉRICO Rodolfo Ribeiro de Jesus* Luciano José Pereira Márcio Américo Dias Viator Ferreira Reis Filho Patrícia Peres Iucif Pereira Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações Paciente SAC, gênero feminino, 32 anos de idade, negra, procedente de Três Corações, procurou o Serviço de Estomatologia da UNINCOR com queixa de lesão na gengiva. Durante a anamnese não se constatou nenhuma alteração sistêmica. O exame físico extrabucal não mostrou anormalidades, não havendo linfonodos palpáveis. Ao exame físico intrabucal observaram-se condições dentárias precárias com os dentes 35, 36 e 37 destruídos por cárie e recobertos parcialmente pela lesão com evolução de 6 meses (sic). Notou-se crescimento gengival pediculado, de cor avermelhada, de superfície irregular e lobulada, sangrante ao toque, de consistência fibrosa e de aproximadamente 3 cm. Não foram notadas alterações no exame radiográfico. As hipóteses diagnósticas foram de granuloma piogênico e hiperplasia fibrosa inflamatória. Realizou-se a remoção completa da lesão e a peça cirúrgica foi encaminhada para exame anatomopatológico. A microscopia mostrou epitélio pavimentoso estratificado e hiperplásico e na lâmina própria notou-se tecido conjuntivo fibroso denso com infiltrado inflamatório mononuclear, proliferação celular fusiforme e formação de estruturas basófilas, de tamanhos variados, ora globulares, ora trabeculares. O laudo foi de fibroma cementoossificante periférico. A paciente encontra-se em acompanhamento sem recidiva da lesão. 1. EVERSOLE, L. R.; LEIDER, A. S.; NELSON, K.; Ossifying fibroma: a clinicopathologic study of the 64 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 60:505-511, 1985. 2. HANEMANN, J.A.C.; PEREIRA, A.A.; RIBEIRO JÚNIOR, N.V.; OLIVEIRA, D.T. Peripheral ossifying fibroma in a child: report of case. J Clin Pediatric Dent, v.27, n.3, p.283-5, Spring 2003. 3. MESQUITA, R.A.; ORSINI, S.C.; SOUSA, M.; ARAÚJO, N.S. Proliferative activity in peripheral ossifying fibroma and ossifying fibroma. J Oral Pathol Med, v.27, n.2, p.64-7, Feb. 1998. 4. NEVILLE, B.D.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral & maxilofacial. Ed Guanabara-Koogan, RJ, 2004 5. SAPP, J.P.; EVERSOLE, L.R.; WYSOCKI, G.P. Contemp oral maxilofac pathol. Saint Louis: Mosby, 1997. 433p. CASO Nº 16 AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO Carlos Inácio Andrade* Joyce Lopes* Carolina Cavalieri Gomes João Batista de Freitas Ricardo Santiago Gomez Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente T.B.S. 79 anos, melanoderma, sexo feminino, procurou a clínica de Semiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, no primeiro semestre de 2006, com a queixa de um crescimento gengival na região do rebordo alveolar superior posterior direito, com tempo de evolução indeterminado. Na anamnese não foram encontradas alterações dignas de nota. Ao exame intra-oral não foram observadas alterações das estruturas da cavidade bucal e nenhum fator local que justificasse o crescimento gengival. A paciente era edêntula e não fazia uso de prótese. No exame radiográfico foi observada a presença de reabsorção óssea discreta em “forma de taça”. Foi realizada uma biópsia excisional da lesão sob anestesia local, tendo como hipóteses diagnósticas lesão proliferativa não neoplásica ou neoplasia odontogênica periférica. O fragmento foi enviado ao Laboratório de Patologia Bucal da UFMG para exame histopatológico. Com base nos dados clínicos, radiográficos e histológicos o diagnóstico foi de ameloblastoma periférico. 1. LÓPEZ, J. P.; BERMEJO, F. A. Peripheral Ameloblastoma of the Gingiva: The Importance of Diagnosis. J Clin Periodontol., vol 32, n 1 ,12-5, 2005. 2. MARTELLI-JUNIOR, H.; SOUZA, L. N.; SANTOS, L. A.; MELO-FILHO, M. R.; DE PAULA, A. M. Peripheral Ameloblastoma: A Case Report. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. , vol 99, n 5, E31-3, 2005. 3. LECORN, D.W.; BHATTACHARYYA, I.; VERTUCCI FJ. Peripheral ameloblastoma: a case report and review of the literature. J Endod., vol 32 , n 2, 152-4, 2006. 4. PHILIPSEN, H. P.; REICHART, P. A.; NIKAI, H.; TAKATA, T.; KUDO, Y. Peripheral Ameloblastoma: biological profile based on 160 cases from the literature. Oral Oncol., vol 37, n 1, p 17-27, 2001. 5. EL-MOFTY, S.K.; GERARD, N.O.; FARISH S.E.; RODU, B. Peripheral ameloblastoma: a clinical and histologic study of 11 cases. J Oral Maxillofac Surg., vol 48, p 970-4, 1991. CASO Nº 17 MIXOMA ODONTOGÊNICO Mayra Brena Monti* Márcio Américo Dias Paulo Roberto Dominguete Adair Ribeiro Patrícia Peres Iucif Pereira Serviço de Estomatologia da UNINCOR – Três Corações Paciente LCR, gênero feminino, 13 anos de idade apresentou lesão radiotransparente na região posterior de mandíbula. Profissional CD encaminhou peça cirúrgica para exame anatomopatológico de lesão com hipóteses diagnósticas de cisto dentígero e fibroma ossificante. O exame microscópico revelou massa tecidual constituída por numerosas células fusiformes e poliédricas dispersas em estroma mixóide com discretas fibrilas colágenas. O diagnóstico foi de mixoma. Solicitou-se ao CD o envio das imagens radiográficas e o acompanhamento da paciente. Radiograficamente observa-se lesão localizada no ângulo da mandíbula em contato com o 38, sendo radiotransparente unilocular, de limites precisos e bordas nítidas com a coroa do dente 38 na porção inferior e posterior. O CD informou que a lesão era assintomática e foi descoberta em exame radiográfico de rotina para planejamento ortodôntico, mostrando superfície lisa e coloração mais pálida na região do 38 e que foi removida por enucleação. A cirurgia foi com anestesia local a nível ambulatorial, a incisão foi em região retromolar lado esquerdo e por enucleação com sutura de pontos isolados, houve preservação das corticais em todas as paredes. A paciente encontra em proservação e não há sinais de recidiva. 1. KESZLER, A; DOMINGUEZ, FV; GIANNUNZIO, G. Myxoma in childhood. J Oral Maxillofac Surg 53:518-21, 1995 2. LI, T; SUN, LS; LUO, HY Odontogenic Myxoma. A clinicopathologic study of 25 cases. Arch Pathol Lab Med, 130:1799-1806, 2006 3. MOSHIRI, S. et al Odontogenic myxoma: histochemical and ultrastructural study. J Oral Pathol Med 21(9):401, 1992 4. MUZIO, LL et al. Odontogenic myxoma of the jaws. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral radiol Endod 82:426-33, 1996 5. NEVILLE, B.D.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral & maxilofacial. Ed Guanabara-Koogan, RJ, 2004 CASO Nº 18 TUMOR MARROM DO HIPERPARATIREOIDISMO Bianca De Santi Bonatti* Jonas Dantas Batista Antônio Francisco Durighetto Júnior Adriano Mota Loyola Odorico Coelho da Costa Neto Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia Resumo: paciente, C.M.F.Q, 70 anos, gênero feminino, feoderma, compareceu a Unidade de Diagnóstico Estomatológico da Faculdade de Odontologia da UFU, encaminhada pela disciplina de prótese por apresentar um “caroço na boca” indolor e de crescimento lento notado há alguns meses, impedindo a confecção da mesma. Na história médica a paciente relatou fazer uso de medicação: minoxidil, captopril, propanolol e AAS, realizado transplante dos dois rins em 1996, perdendo os mesmos em 2004, por ter pressão arterial muito elevada e hoje faz hemodiálise três vezes por semana. O exame clínico extrabucal não mostrou sinais dignos de nota. No exame clínico intrabucal a paciente apresentava edentulismo, mucosas lisas, brilhantes e úmidas e na região de queixa, sobre o rebordo alveolar inferior direita, na região de prémolares, apresentava aumento volumétrico de aproximadamente 3 cm no seu longo eixo, consistência dura e recoberto por mucosa de coloração normal. O exame radiográfico mostrou lesão radiolúcida de forma ovalada com limites mal definidos que se projetava do corpo da mandíbula. Os achados clínicos e radiográficos associados à história médica da paciente levaram a suspeita de tumor marrom da hiperparatireoidismo. Foi realizada então, biópsia incisional que teve como resultado lesão central de células gigantes. De posse desse diagnóstico foi pedido dosagem de paratormônio que se apresentou muito elevado, fechando o diagnóstico em tumor marrom do hiperparatireoidismo. A paciente foi encaminhada ao Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HC da UFU e está aguardando a cirurgia para a remoção da paratireóide. Referências: 1. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998. Highly aggressive brown tumor in the jaw associated with tertiary hyperparathyroidism.Pediatric Dentistry. 2006 Nov-Dec;28(6):543-6. Maxillomandibular brown tumor--a rare complication of chronic renal failure.Pediatric Nephrology. 2000 Jun;14(6):499-501 Tertiary renal hyperparathyroidism: parathyroidectomy and Vitamin D therapy.Medizinische Klinik 1972 Mar 3;67(9):303-8 The hydrocortisone test in primary and tertiary hyperparathyroidism. Lancet. 1968 Sep 21;2(7569):662-4 CASO Nº 19 CARCINOMA INDIFERENCIADO DE SEIO MAXILAR Renan Passos Cordeiro* Ernesto Rabello Dendena Noé Vital Ribeiro Júnior Alessandro Antônio Costa Pereira João Adolfo Costa Hanemann Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Hospital Bom Pastor. Varginha-MG. Paciente S.O.G., 55 anos, gênero masculino, feoderma, procedente de Juruaia-MG, compareceu a um consultório particular em Alfenas, encaminhado pelo dentista de sua cidade, com a queixa de "dentadura mal adaptada". Durante a anamnese, o paciente relatou que há dois meses surgiu uma tumefação localizada no palato duro que estava dificultando a adaptação da Prótese Total Superior. Ao exame físico extrabucal, não foram notadas alterações significativas. À oroscopia, observou-se uma tumefação difusa, apresentando áreas de ulceração, envolvendo grande extensão do palato duro até a região posterior do palato mole. O exame radiográfico revelou um comprometimento do seio maxilar direito e os cortes tomográficos demonstraram com precisão a real extensão da lesão. As hipóteses diagnósticas foram de Carcinoma Espinocelular ou Neoplasia Maligna de Glândula Salivar. Realizou-se uma punção aspirativa sendo esta negativa para conteúdo líquido e, em seguida, uma biópsia incisional. O diagnóstico histopatológico foi de Carcinoma Espinocelular. O paciente foi, então, encaminhado para tratamento no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Bom Pastor de Varginha-MG, onde submeteu-se a uma maxilectomia total ampliada e 30 sessões de radioterapia pós-operatória. O diagnóstico microscópico da peça cirúrgica foi de Carcinoma IndiferenciadoApós o tratamento radioterápico, o paciente retornou para confecção de uma prótese total obturadora. Seis meses depois, o paciente desenvolveu uma recidiva local submetendo-se a uma nova sessão de radioterapia e, até o presente, encontra-se sem sinais clínicos de recidiva local ou sistêmica. 1. BHATTACHARYYA, N. Factors affecting survival in maxillary sinus cancer. J Oral and Maxillofac Surg, v.61, n.9, p.1016-1021, Sep. 2003. 2. CARRILLO, J.F.; GÜEMES, A.; RAMÍREZ-ORTEGA, M.C.; OÑATEOCAÑA, L.F. Prognostic factors in maxillary sinus and nasal cavity carcinoma. European Journal of Surgical Oncology, v.31, n.10, p.1206-1012, Dec. 2005. 3. EDWARDS, P.C.; HESS, S.J.; SAINI, T.S. Sinonasal undifferentiated carcinoma of the maxillary sinus. Journal of Canadian Dental Association, v.72, n.2, p.163-7, Mar. 2006. 4. NISHIMURA, G.; SANO, D.; TANIGAKI, Y.; TAGUCHI, T.; HORIUCHI, C.; MATSUDA. H.; MIKAMI, Y.; TSUKUDA, M. Maxillary sinus carcinoma: the only symptom was neck lymph node swelling. Auris Nasus Larynx, v.33, n.1, p.57-61, Mar 2005. CASO Nº 20 LIPOMA INTRAMUSCULAR Frederico Esteves de Oliveira* Patrícia Carlos Caldeira * Ricardo Alves de Mesquita Maria Cássia Ferreira Aguair Leandro Napier de Souza Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente E. O. F., feoderma, sexo feminino, compareceu à Clínica de Patologia e Semiologia da FO/UFMG relatando aumento de volume na região mentual há 6 meses. Ao exame extra-bucal observou-se aumento de volume na região do mento, bem delimitado e aparentemente restrito ao tecido mole. À palpação intrabucal foi notada a presença de aumento de volume de tecidos moles na região anterior de mandíbula, bem delimitada e de consistência firme, provocando apagamento do sulco vestibular inferior. Na radiografia panorâmica não foram observadas alterações dignas de notas. A ultrassonografia da região mentoniana detectou a presença de uma lesão nodular sólida, hiper-ecogênica, medindo 19,6 x 18,6 mm e que ao exame de Dopler apresentou pobre vascularização. Diante da hipótese diagnóstica de Lipoma foi realizada uma biopsia excisional através de acesso intra-bucal, sob anestesia local. O material foi fixado em formol a 10% e enviado para exame anatomo-patológico. Os cortes histológicos corados por HE revelaram proliferação de adipócitos maduros permeados por tecido conjuntivo fibroso celularizado e vascularizado. Feixes de fibras musculares e vasos sanguíneos completavam o quadro. Com base na anamnese e nos exames complementares fechouse o diagnóstico de lipoma intramuscular. A paciente retornou para controle clínico com retorno da normalidade na região e ausência de sinais de recidiva da lesão. 1. EPIVATIANOS A, MARKOPOULOS AK, PAPANAYOTOU P. Benign tumors of adipose tissue of the oral cavity: a clinicopathologicstudy of 13 cases. J Oral Maxillofac Surg; v.58, p.1113-1118, 2000. 2. CHIDZONGA MM, MAHOMVA L, MARIMO C. Gigantic tongue lipoma: A case report. Med Oral Patol Oral Cir Bucal; v.11, p.437-9, 2006. 3. FREGNANI E R, PIRES F R, FALZONI R, LOPES M A, VARGAS P A. Lipomas of the oral cavity: clinical findings, Histological classification and proliferative activity of 46 cases. Int J Oral Maxillofac Surg; v.32, p.49-53, 2003. 4. FURLONG M A, FANBURG-SMITH J C, CHILDERS E L. Lipoma of the oral and Maxillofacial region: Site and subclassifications of 125 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Rad Endod; v.98, p.441-50, 2004. 5. ZHONG L P, ZHAO S F, CHENG G F, PING F Y. Ultrasonographic appearance of lipoma in the oral and maxillofacial region. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod; v.98, p.738-40, 2004. CASO Nº 21 ADENOCARCINOMA MUCINOSO PRIMÁRIO DE CABEÇA E PESCOÇO Thiago Fonseca Silva * Mário Melo Rodrigues Filho Luís Antônio Nogueira dos Santos Sergio Vitorino Cardoso Alfredo Mauricio Batista de-Paula. Disciplina de Estomatologia. Faculdade de Odontologia da Unimontes. Montes Claros – MG. Paciente MMAM, 64 anos de idade, sexo masculino, feoderma, procedente de São Romão – MG, compareceu à clínica de Estomatologia da Unimontes com a queixa de: “caroço na boca e no pescoço”. A historia de evolução da lesão era de aproximadamente quatro meses (SIC). O exame físico exta-bucal revelou aumento volumétrico unilateral na região de corpo e ramo de mandíbula esquerda. Havia presença de um grande linfonodo palpável na região cervical, de consistência endurecida, assintomático e de pequena mobilidade. À inspeção intra-bucal, visualizou-se uma expansão vestibular abrangendo a área de molares, mucosa jugal e de trígono retromolar, do lado esquerdo, coberta por uma mucosa de coloração e textura normais. A lesão apresentava consistência firme, sem sinais de crepitação e de dor à palpação. A história médica pregressa não foi colaboradora. As tomadas radiográficas periapical e panorâmica evidenciaram a presença de uma extensa área radiolúcida unilocular, de contornos mal definidos, tipicamente apresentando bordas em “ruído de traça”. A punção aspirativa da área afetada foi negativa para a identificação de conteúdo líquido intralesional. As principais hipóteses de diagnósticos sugeridas nesse momento foram: Ameloblastoma sólido e neoplasias mesenquimais malignas. O paciente foi submetido ao procedimento de biópsia incisional. O material coletado foi enviado para exame anátomo-patológico cujas análises revelaram a presença de cordões estreitos e pequenos ninhos compostos por células epiteliais glandulares, de núcleos hipercromáticos e pleomórficas. Células de citoplasma claro, semelhantes às células caliciformes, podiam ser ocasionalmente notadas. Notou-se presença expressiva de lagos de material amorfo, de aspecto mucóide. Não foram notadas áreas de necrose. Os achados microscópicos encontrados revelaram o diagnostico de Adenocarcinoma mucinoso. O paciente foi encaminhado para o serviço de Oncologia para a investigação de provável tumor maligno primário em outros locais anatômicos, não sendo, porém, detectado quaisquer anormalidades. O paciente foi submetido a tratamento cirúrgico e quimioterápico. Após um período de acompanhamento de oito meses, não há sinais de recidiva da lesão. 1. ANDREWS,T.M., GLUCKMAN, J.L., WEISS, M.A. Primary mucinous adenocarcinoma of the eyelid. Head Neck 14:303-7, 1992 2. KITAMURA, K., ASAI, M., KUBO, T., HARII, K., HASEGAWA, A. Mucinous carcinoma of the external auditory canal: case report. Head Neck. 12:417-20, 1990. CASO N° 22 CARCINOMA EM BOCA Gustavo David Rabello* Rafaela Guidi Antônio Francisco Durighetto Jr Adriano Motta Loyola Marcus Alves Da Rocha Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia Paciente J.C.F. 58 anos, masculino, leucoderma, compareceu à Unidade de Estomatologia da UFU com queixa de “afta na boca” de 2 meses de evolução. O paciente revelou ser tabagista e negou comorbidades. O exame clínico extrabucal não mostrou alterações importantes. Na avaliação intrabucal notou-se periodontite generalizada e, em gengiva lingual dos pré-molares inferiores do lado direito, úlcera de aproximadamente 0,5cm de diâmetro, de bordos eritematosos, consistência firme, sensível à palpação, sem história de trauma local. A hipótese de diagnóstico foi de carcinoma levando à realização de citologia esfoliativa, cujo resultado foi de células de descamação normais. O paciente foi encaminhado para tratamento periodontal. No retorno, devido à persistência da úlcera e aumento da sensibilidade local optou-se por biópsia incisional e o resultado histopatológico foi compatível com tecido gengival normal. Após 1 mês de acompanhamento, repetiu-se a citologia esfoliativa que mostrou reação inflamatória aguda e células de descamação normais. O tratamento periodontal foi complementado. O paciente retornou após 3 meses quando, ao exame, notou-se que a úlcera havia cicatrizado dando lugar a nódulo eritematoso de consistência firme, móvel, de aproximadamente 1cm de diâmetro, doloroso ao toque. Realizou-se antibioticoterapia para descartar infecção de origem periodontal. O tratamento não levou à melhora e o paciente evoluiu com dor local importante causando disfagia e aumento do tamanho da nodulação, agora medindo cerca de 2 cm, com aspecto granulomatoso. Realizou-se uma segunda biópsia incisional que revelou Inflamação crônica do tipo granulomatosa, podendo sugerir granulomatose orofacial a esclarecer. Foram solicitados exames hematológicos incluindo sorologias para HIV, toxoplasmose e sífilis com resultados negativos. O paciente referiu piora da dor apesar de medicação analgésica e antiinflamatória e, portanto foi realizada nova citologia esfoliativa cujos achados foram compatíveis com Carcinoma. Diante desse diagnóstico realizou-se nova biópsia incisional. O exame histopatológico e estudo imunohistoquímico mostraram Carcinoma Epidermóide pouco diferenciado. O paciente foi encaminhado ao Setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Clínicas da UFU e foi submetido à ressecção da lesão com mandibulectomia marginal e esvaziamento cervical supraomohióideo. 1. WEBER AL, ROMO L, HASHMI S. Malignant tumors of the oral cavity and oropharynx: clinical, pathologic, and radiologic evaluation. Review. Neuroimaging Clin N Am. 2003 Aug;13(3):443-64. 2. KOWALSKI L.P.; FRANCO E.L.; TORLONI H. et al. Lateness of diagnosis of oral and oropharyngeal carcinoma: factors related to the tumor, the pacient and health professionals. Oral Oncol. 1994, 30B: 167-73. 3. HELLER AN. Squamous cell carcinoma of the gingiva. A review.N Y State Dent J. 1994 Mar;60(3):31-3. CASO Nº 23 TUMOR DE CÉLULA GRANULAR - RELATO DE CASO CLÍNICO Leonardo da Silva Luz* Alessandro Antônio da Costa Pereira Amanda Beatriz D. A. Freitas Letízia Monteiro de Barros Roseli Teixeira Miranda Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) – Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal Paciente do gênero feminino, 46 anos, melanoderma, procedente de Alfenas - MG, foi encaminhada à clínica de diagnóstico bucal da UNIFENAS, queixando de “ferida na língua”, encontrada por uma dentista há 3 meses, sem sintomatologia dolorosa,. Na anamnese a paciente relata estar em tratamento pra anemia, fazendo uso de polivitamínico com sulfato ferroso e ser tabagista há mais ou menos trinta anos. No exame oroscopia, pode ser observado uma lesão nodular de superfície lisa e esbranquiçada de mais ou menos 7mm de diâmetro. Foram pedidos exames préoperatórios: hemograma, coagulograma e glicemia em jejum e estes mostraram sem alterações. Realizou-se uma biópsia excisional, e os achados microscópicos foram de um epitélio pavimentoso estratificado, paraceratinizado e hiperplásico e junto a este epitélio foram observados células de núcleo picnótico e citoplasma grande, com acúmulo de grânulos eosinófilos. Estes achados clínicos e histológicos fecharam o diagnóstico de tumor de célula granulares, que é um neoplasia de tecido mole benigno e incomum, e mostra uma curta predileção pela cavidade bucal. 1. NAGARA,J.B.; RHUJANGA-RAO,B.R. Granular cell tumours of the tongue in 6 year-old girl-a case. Med Oral Patol Oral Cir Bucal;11(2):E162-4, 2006. 2. GIULIANI M; LAJOLOC; PAGNONI M. BOARI A. DANONI G.F. Granular cell tumours of the tongue. A case report and review off literature. Minerver Stomatol; 53(7-8): 465-9, 2004. 3. WILLIANS H.K.; WILLIAN D.M.. Oral Granular cell tumours: a histological and immunocytochemical study. T. Oral Pathol Med; 26(4): 164-9, 1997, Apr. 4. GARDNER E.S.; GOLDBERG CH. Granular cell tumor treated with mohs micrographic surgery: report of a case and review of the literature Dermatol Surg; 27(8): 772-4,2001. 5. NEVILLE WB; DAMM DD; ALLEN CM; BOUQUOT JE. Patologia Oral Maxilofacial, Ed. Guanabara Koogan S.A; Rio de Janeiro, 2004. CASO Nº 24 GENGIVITE DESCAMATIVA: DESAFIO EM DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Sibele Nascimento de Aquino* Paulo Rogério Ferreti Bonan Luís Antônio Nogueira dos Santos Hercílio Martelli Júnior Sabina Pena Borges UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG Gengivite descamativa é um termo clínico que se refere a uma síndrome com alterações gengivais e sintomatologia associados, caracterizada por lesões eritematosas, erosivas, vesiculo bolhosas e/ou descamativas da gengiva livre e inserida. Sua etiologia pode estar associada a doença auto-imunes. Paciente E. A. G. P. D., 25 anos, gênero feminino, natural de Capitão Enéas, procurou a clínica de Estomatologia da UNIMONTES com a queixa de dor e sangramento gengival há aproximadamente 1(um) ano de evolução. As histórias médica, familial e exame clínico extrabucal não foram contribuitórios. O exame ectoscópico apresentou quadro de normalidade. Ao exame oroscópico observou-se gengiva vestibular eritematosa em região anterior de maxila e mandíbula com aspecto brilhante e sangrante. Os diagnósticos presuntivos foram de Líquen Plano, Penfigóide e Gengivite Plasmocitária. Foram realizados exames hematológicos, coagulograma, velocidade de hemossedimentação de hemácias, FAN e de fator reumatóide, os quais não revelaram alterações. Biópsia incisional foi realizada na região e o diagnóstico microscópico foi compatível com líquen plano. Foram confeccionadas moldeiras de silicone e orientada a aplicação de gel de Clobetasol 0,05% que apresentou eficácia inicial, porém sem remissão completa da sintomatologia. Foi prescrita betametasona injetável e atualmente a paciente se encontra medicada com esteróides sistêmicos de uso oral. 1. OJHA, J., BHATTACHARYYA, I., STEWART, C., KATZ, J. Cicatricial pemphigoid with severe gingival and laryngeal involvement in an 18-year-old female. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. Mar 20; [Epub ahead of print], 2007 2. GUIGLIA, R., DI LIBERTO, C., PIZZO, G., PICONE, L., LO MUZIO, L., GALLO, P.D., CAMPISI, G., D'ANGELO, M. A combined treatment regimen for desquamative gingivitis in patients with oral lichen planus. J Oral Pathol Med. Feb;36:110-6, 2007. 3. CORROCHER, G., DI LORENZO, G., MANSUETO, P., MARTINELLI, N., ESPOSITO-PELLITTERI, M., GELIO, S., LOMBARDO, G., PACOR, M.L. Comparison of topical tacrolimus 0.1 % in pectin ointment with clobetasol 0.5% ointment in adults with moderate to severe desquamative gingivitis: A 4-week, randomized, double-blind clinical trial. Clin Ther. 28:1296-302, 2006. 4. CAMACHO-ALONSO, F., LOPEZ-JORNET, P., BERMEJO-FENOLL, A.. Gingival involvement of oral lichen planus. J Periodontol.78:640-4, 2007. 5. MIGNOGNA MD, LO RUSSO L, FEDELE S. Gingival involvement of oral lichen planus in a series of 700 patients.. J Clin Periodontol. 32:1029-33, 2005. CASO Nº25 ADENOMA PLEOMÓRFICO Tiago Rodrigues Aguiar Viator Ferreira Reis Filho Natanael Átilas Aleva Paulo Roberto Dominguete Alessandro Antonio Costa Pereira Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações Paciente NMNC, gênero feminino, 43 anos de idade, branca, procedente da cidade de Carmo de Minas, MG, procurou o Serviço de Estomatologia da UNINCOR com queixa de aumento volumétrico no palato. A história médica não revelou alterações. O exame físico extrabucal não mostrou anormalidades ou linfonodos palpáveis e o exame físico intrabucal mostrou lesão única e nodular no palato duro, lado esquerdo, próximo à face palatina dos dentes 27 e 28. A lesão mostrou-se firme a palpação e com superfície recoberta por mucosa normal e transparecendo a vascularizacão, sem áreas ulceradas ou mudanças de cor, sendo assintomática e com duração de 8 meses. O exame radiográfico não mostrou envolvimento ósseo. Com a hipótese de lesão glandular benigna realizouse biopsia incisional e o exame microscópico revelou tecido conjuntivo fibroso contendo proliferação de células epiteliais dispostas em lençóis, cordões e ilhotas e formando estruturas ductais, notando-se também tecido mixóide e glândulas salivares menores e o laudo microscópico foi de adenoma pleomórfico. A paciente submeteu-se a nova cirurgia para remoção completa da lesão, e o diagnóstico de adenoma pleomórfico foi confirmado. A paciente não retornou para controle agendado e não foi possível contactá-la. No quinto ano após a remoção da lesão, a paciente procurou novamente o Serviço de Estomatologia da UNINCOR com relato de reaparecimento da lesão. Ao exame físico, esta apresentava as mesmas características da lesão removida anteriormente, porém estendendo-se para o palato mole. A paciente foi submetida à biopsia parcial e o laudo anatomopatológico foi de adenoma pleomófico. Foi realizada a cirurgia para remoção completa da lesão em nível hospitalar e o laudo microscópico confirmou adenoma pleomórfico. A paciente encontra-se em acompanhamento há aproximadamente seis meses, sem sinais de recorrência da lesão. 1. MUTHUSAMI, JC; JESUDASON, MR; JESUDASON, SRB; SUBASHINI, J; Ramakrishna, B. Histologically benign pleomorphic adenoma of parotid with subcutaneous metastases Otolaryngo Head Neck Surg 133(6):985-986, 2005 2. NEVILLE, B.D.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral & maxilofacial. Ed Guanabara-Koogan, RJ, 2004 3. SAID, S; CAMPANA, J. Myoepithelial carcinoma ex adenoma pleomorphic of salivary gland: a problematic diagnosis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral radiol Endod 99:196-201, 2005 4. SAPP, J.P.; EVERSOLE, L.R.; WYSOCKI, G.P. Contemporary oral and maxilofacial pathology. Saint Louis: Mosby, 1997. 433p.SEIFERT, G. WHO Histological typing of salivary gland tumours. 2a ed. Springer-Verlag, 1997. CASO Nº 26 AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO COM DUAS RECIDIVAS Eliene Magda de Assis* Felipe Esteves Milício de Souza Rosana Maria Leal Sylvie Brener Lucas Alves Bonisson Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente DRA, sexo masculino, leucoderma, 79 anos de idade, usuário de prótese total removível, procurou a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas com uma lesão nodular, bem circunscrita, medindo 1,5 x 2 cm de diâmetro, consistência firme, superfície lisa e coloração semelhante a mucosa normal em rebordo alveolar mandibular direito, com sintomatologia dolorosa à mastigação. Durante a anamnese o paciente relatou a presença de uma lesão semelhante no mesmo local, removida cirurgicamente há 9 anos atrás. O diagnóstico clínico foi de hiperplasia fibrosa focal, justificando uma biopsia excisional conservadora. O quadro histológico foi de um ameloblastoma periférico. O paciente retornou 15 dias após com um discreto aumento de volume no local sugerindo um traumatismo causado pela PTR. Nove meses após ele voltou e constatou-se uma recidiva da lesão com as mesmas características descritas no primeiro exame. Radiografias periapical e oclusal da região foram realizadas. Na periapical observou-se uma ligeira erosão do osso alveolar superficial. Uma nova cirurgia foi realizada com margem de segurança de 0,5 cm, além de remoção do periósteo e uma apara óssea discreta na região subjacente à lesão. Um alívio na prótese também foi feito, a fim de diminuir o trauma na região. Dois controles foram realizados, com 2 e 16 meses após a cirurgia, sem nenhuma evidência clínica de recidiva da lesão. 1. Yamanishi T, Ando S, Aikawa T, Kishino M, Nakano Y, Sasai K, Isomura Tanaka E, Tsuji T, Koizumi H, Iida S, Kogo M. A case of extragingival peripheral ameloblastoma in the buccal mucosa. J Oral Pathol Med. v.36, n.3, p.184-6, Mar, 2007. 2. Hayes MI, Prince SE. Peripheral ameloblastoma: a case report. Dent Update. v. 33, n.10, p.624-5, Dec, 2006. 3. Sachs, AS. Surgical excision with peripheral ostectomy: A definitive, yet conservative, approach to the surgical management of ameloblastoma. J Oral Maxillofac Surg. v.64, n.3, p.476-83, Mar, 2006. 4. LeCorn DW, Bhattacharyya I, Vertucci FJ. Peripheral ameloblastoma: a case report and review of the literature. J Endod. v.32, n.2, p.152-4, Feb, 2006. CASO Nº 27 PARACOCCIDIOIDOMICOSE – RELATO DE CASO CLÍNICO Juliano Kyt Moreira* Luiza Patrícia Fagorolli de Carvalho Adriano Macedo de Oliveira Letízia Monteiro de Barros Roseli Teixeira Miranda Hospital Universitário Alzira Vellano (UNIFENAS - Setor De Infectologia) e Faculdade de Odontologia (UNIFENAS - Campus Alfenas/MG) - Clínica de Diagnóstico Bucal A paracoccidioidomicose é uma infecção endêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis que envolve primariamente os pulmões, podendo estenderse para outros sítios, principalmente para a mucosa bucal. O caso clínico aqui apresentado é de um paciente do gênero masculino, leucoderma, procedente Muzambinho - MG, que foi encaminhado pelo Cirurgião-Dentista de sua cidade para biópsia de lesão de boca, com evolução de + 5 meses. Na anamnese o paciente relatou dor e ardência nas feridas da boca e por esta causa havia emagrecido 5Kg. Tabagista ( + 10 cigarros por dia) e que parou de beber há 8 anos. No exame de ectoscopia observou-se enfartamento dos linfonodos submandibulares e no exame de oroscopia poderam ser notadas lesões ulceradas de fundo moriforme e pontos hemorrágicos, nas regiões de palato rebordo alveolar e mucosa jugal. Foi feito biópsia incisional na região de rebordo alveolar, e o paciente foi emcaminhado para o setor de infectologia do Hospital Alzira Vellano, onde foi solicitado exames de sorologia e radiografia de tórax. Todos os exames foram positivos para paracoccidioidomicose e o paciente se encontra em tratamento com itraconazol, no ambulatório de infectologia do referido hospital. 1. ALMEIDA,O.P.;SCULLY,C.;BOZZO,L.Oral manifestations of Paracoccidioidomycosis (South American blastomycosis). Oral Surg. Oral Med. Oral Patrol.,72:330-45, 1991. 2. BARROS, R.M.G.; KATAYAMA,C.H.; BARROS, E.G. Paracoccidioidomicose crônica em criança: revisão da literatura e relato de um caso clínico raro / Chronic Paracoccidioidomycosis en children: literature review and case report. JBP rev. Ibero-am. odontopediatr. odontol. bebê;7(37):251-256,.2004.. 3. MARINHO, S.A.; PEREIRA, A.A.C. Paracoccidioidomicose em mulher.Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent;58(3):185-187,2004. 4. MARTINS,G.B.; SALUM, F.G.; FIGUEIREDO, M.A.Z.; CHERUBINI, K. Paracoccidioidomicose bucal: relato de três casos. Rev. Bras. Patol. oral;2(3):2228, 2003. 5. NEVILLE WB; DAMM DD; ALLEN CM; BOUQUOT JE. Patologia Oral Maxilofacial, Ed. Guanabara Koogan S.A; Rio de Janeiro, 2004. CASO Nº 28 TRATAMENTO DE SEQÜELA DE FISSURA LÁBIO-PALATINA. RELATO DE UM CASO E DISCUSSÃO DE UMA POSSÍVEL SÍNDROME . Christian Barros Ferreira* Márcia Regina de Q. T. Rela B. Ferreira Antônio Marcos Souza Nicollielo Serviço de Diagnóstico, Cirurgia e Reabilitação Bucomaxilofacial Sociedade Caritativa Sagrado Coração de Jesus – Hospital Cônego Monte Raso – Baependi/MG Resumo:Paciente F.I.P., 45 anos, leucoderma, gênero feminino, compareceu para consulta em janeiro de 2003 com queixa de deformidade facial congênita. Na anamnese relatou fissura lábio-palatina completa, ausência congênita do tendão do polegar da mão e rim do lado direito, além de ânus imperfurado, tratado logo ao nascimento. Aos 2 anos de idade se submeteu à correção cirúrgica da fissura labial. Relatava dificuldade no convívio social pela deformidade facial, queixando-se de fonação e mastigação deficientes. Ao exame físico extra-oral se notava assimetria facial por uma combinação de retrusão maxilar e prognatismo mandibular, asa nasal direita deformada, desvio de septo nasal e cicatriz em lábio superior direito, que provocava seu encurtamento e exposição dentária. Na inspeção intra-oral havia alguns dentes com comprometimento periodontal severo, fissura alveolar e palatina completa direita de grande dimensão e relação maxilomandibular insatisfatória. Após avaliação clínica, radiográfica e de modelos foi planejada a correção da deformidade maxilofacial em quatro tempos: 1. Exodontias dos elementos restantes em abril de 2003; 2. Recuo mandibular através de osteotomias verticais dos ramos mandibulares em julho de 2003; 3. Compensação da retrusão maxilar através de prótese total maxilar obturadora em dezembro de 2003, possibilitando, juntamente com uma prótese total inferior, melhora da mastigação, fonação, estética e boa relação maxilo-mandibular; 4. Revisão da cicatriz em lábio superior em abril de 2004. A paciente se apresenta em acompanhamento, apresentando fonação, mastigação e estética facial satisfatórias, com conseqüente melhoria nas suas relações sociais. Os autores discutem o caso para que estomatologistas, patologistas e demais participantes da XIV JOME possam contribuir para o diagnóstico de uma possível síndrome. 1. PUHÓ, Erzsébet H.; SZUNYOGH, Melinda; MÉTNEKI, Júlia; CZEIZEL, Andrew E. Drug Treatment During Pregnancy and Isolated Orofacial Clefts in Hungary. The Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 44, n. 2, p. 194–202, 2007. 2. LIAO, Yu-Fang; COLE, Timothy J.; MARS, Michael. Hard Palate Repair Timing and Facial Growth in Unilateral Cleft Lip and Palate: A Longitudinal Study. The Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 43, n. 5, p. 547–556, 2006. 3. PROFFIT, Willian R.; WHITE JR., Raymond P.; SARVER, David M. Tratamento Contemporâneo de Deformidades Dentofaciais. 1 ed. São Paulo: Artmed, 2005. 784p. 4. PETERSON, Larry J.; ELLIS III, Edward; HUPP, James R.; TUCKER, Myron R. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 702 p. CASO Nº 29 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS FISSURAS LÁBIOPALATAIS, NÃO SINDRÔMICAS, EM CRIANÇAS, NO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL. Letícia Camões Vieito Padilha Porto* Amanda Beatrzi Dahdah Aniceto de Freitas Roseli Teixeira Miranda Letízia Monteiro de Barros Hercílio Martelli-Júnior Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas) – Faculdade de Odontologia - Centro Pró-Sorriso (Centrinho) Fissuras orofaciais constituem uma das alterações congênitas mais comuns. Dentre estas deformidades crânio-faciais, destacam-se as fissuras faciais e orais, particularmente as fissuras de lábio e/ou palato (FLP). As FLP apresentam importantes alterações funcionais e estéticas. Clinicamente, as FLP são observadas pela falta de fusão do lábio e/ou palato e surgem na vida pré-natal. A ocorrência de FLP varia entre as populações e sua etiologia é multifatorial. O objetivo deste estudo foi avaliar, em função da escassez de dados epidemiológicos em populações brasileiras, a incidência de FLP, não sindrômicas, em crianças tratadas no Centro Pró-Sorriso – “Centrinho”, da Unifenas, entre os anos de 2000 a 2005. Foram avaliados 126 pacientes, sendo 75 (59,52%) do gênero masculino e 51 (40,47%) feminino (M/F 1:1.47). Dessa população, 85,72% dos pacientes eram leucoderma e 14,28% feoderma. Com relação à distribuição anatômica das fissuras, observou-se que 39,68% foram labio-palatais, seguida de 38,09% e 22,23% de fissuras labiais e palatais isoladas, respectivamente. Dentre as FLP, a mais comum foi a variante completa unilateral. Entre as FL isoladas, às mais comum foram as fissuras unilaterais e incompletas, representando 62,5% deste grupo. Além disso, as FL isoladas, unilaterais foram 7 vezes mais freqüentes que as bilaterais, enquanto as incompletas de lábio foram 2,2 vezes mais freqüentes que as fissuras completas. Também verificou-se que aproximadamente 86% destes pacientes portadores de fissuras foram encaminhados para o Serviço, antes do primeiro ano de vida. Assim, esse estudo mostrou que as FLP completas e unilaterais foram as mais encontradas nessa população do sul do estado de Minas Gerais. Os pacientes e seus familiares continuam assistidos pelo Centrinho e recebendo atendimento multiprofissional. 1. Derijcke, A.; Eerens, A.; Carels, C. The birth prevalence of oral clefts: a review. Br J Oral Maxillofac Surg, v. 34, p. 488-94,1996. 2. Freitas, J. A. S.; Dalben, G. S.; Júnior, M. S.; Freitas, P. Z. Current data on the characterization of oral clefts in Brazil. Braz Oral Res, v. 18, p. 128-33, 2004. 3. Martelli-Júnior, H. Orsi Júnior, J. M.; Freitas, A.B.A.; Chaves, M. R.; Bonan, P. R. F.; Freitas, J. A. S. Epidemiologia, em recém nascidos, das fissuras labiais e palatais em Alfenas, Minas Gerais, de 1986 a 1998. Rev Fac Odontol Univ São Paulo, v.13, p. 31-5, 2006. 4. Wantia, N.; Rettinger, G. The current understanding of cleft lip malformations. Facial Plast Surg, v.18, p. 147-53, 2002. CASO Nº 30 ESTUDO MULTIDISCIPLINAR DA TOXICOMANIA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Ana Carolina Santiago DE CASTRO* Carlos Henrique Abreu DE OLIVEIRA Sarah Gomes NOGUEIRA Wânier Aparecida RIBEIRO Diele Carine Barreto ARANTES Centro Universitário Newton Paiva O Centro Universitário Newton Paiva respondendo a demandas sociais de prevenção e tratamento ao uso de drogas, realiza atendimentos terapêuticos de toxicômanos na forma multi e interdisciplinar. A Clínica de Atendimento Multidisciplinar à Prevenção e ao Tratamento da Toxicomania – CAMT envolve profissionais das seguintes áreas de conhecimento – Psicologia, Pedagogia, Psiquiatria, Farmácia, Nutrição, Direito e Odontologia. A odontologia busca promover uma educação em saúde salientando a importância do sistema estomatognático, os danos nele provocados pelo uso de drogas, como previni-los e diagnosticá-los. Maior ênfase é dada aos danos advindos do consumo abusivo de tabaco e álcool, principais agentes etiológicos do câncer intrabucal. Utilizamos como ferramentas atividades educativas do auto-exame bucal, enfocando a sua importância no diagnóstico precoce do câncer e outras doenças bucais. Subsidiamos as demais áreas de conhecimento, orientando quanto aos reflexos bucais de transtornos biopsicosociais. Esse estudo destaca o perfil demográfico de 29 clientes em atendimento na CAMT no período de fevereiro a dezembro de 2006, os dados epidemiológicos das alterações de mucosa bucal, bem como os aspectos psiquiátricos, farmacológicos e nutricionais dos pacientes desta clínica. A população estudada era composta predominantemente por jovens do gênero masculino, dependentes principalmente do tabaco e álcool. Apresentaram alteração de mucosa bucal 34% dos pacientes, sendo a gengiva e a mucosa alveolar os locais que apresentaram mais alterações. As alterações mais frequentes foram melanose do fumante e candidose orofaríngea. A maioria da população apresentava transtornos mentais e de comportamento, utilizavam antidepressivos e, aproximadamente, 40% dos pacientes tinham sobrepeso e eram desnutridos. Através dessa experiência, podemos afirmar que a multidisciplinariedade vem possibilitando o desenvolvimento de resultados mais efetivos e esclarecedores diante da toxicomania, e a odontologia integraliza nessa perspectiva buscando conhecer e atuar cada vez mais na prevenção do uso abusivo de drogas e suas consequências. 1. WALSH, M.M.; ELLISON, J.A. Treatment of tobacco use and dependence: the role of dental professional. Journal of the Dental Education. v.69, p.520-537, 2005 2. FRIEDLANDER, A.H.; MARDER, S.R.; PISEGNA, J.R.; YAGIELA, J.A. Alcohol abuse and dependence. Psychopathology, medical management and dental implications. JADA. v.134, p.731-740, 2003 3. GELLRICH, N-C.; SUAREZ-CUNQUEIRO, M.M.; BREMERICH, A.; SCHRAMM, A. Characteristics of oral cancer in a Central European population. Defining the dentist role. JADA. v.134, p.307-314, 2003 4. ABDOLLAHI, M.; RADFAR, M. A review of drug-induced oral reactions. The Journal of Contemporary Dental Practice. v.3, p.1-19, 2002 5. MERAW, S.J. MUSTAPHA, I.Z.; ROGERS, R.S. Cigarette smoking and oral lesions other than cancer. Clinics in Dermatology. v.16, p.625-631, 1998 CASO Nº 31 DOENÇA BOLHOSA SUBEPITELIAL IMUNO-MEDIADA TRATADA COM TACROLIMUS Leandro Fagundes Fonseca* Luciene Proveti Costa* Ana Maria Rebouças Rodrigues Sebastião Armond Tânia Mara Pimenta Amaral Universidade Vale do Rio Verde-UNINCOR. Curso de Odontologia, Disciplina de Semiologia e Radiologia. Campus Betim. Paciente BLS, 12 anos, sexo feminino, melanoderma, atleta, compareceu à clínica de Semiologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia da Unincor-Campus Betim com queixa de dor e sangramento na gengiva durante a alimentação e escovação dos dentes. O exame da boca mostrou lesões ulceradas exuberantes cobertas por membrana fibrinopurulenta na mucosa gengival vestibular superior e inferior, hiperplasia papilar inflamatória, sangramento espontâneo e odor fétido. A história médica pregressa não mostrou dados dignos de nota. Durante o manejo da paciente observou-se o sinal de Nikolsky negativo. A paciente foi medicada com amoxilina 500mg para tratamento de infecção secundária existente. Retornou após sete dias com o desaparecimento do odor fétido. Nesta consulta foi possível formular as hipóteses diagnósticas de gengivite plamocitária, doenças do sangue com manifestação bucal, doença da IgA linear e penfigóide. Solicitou-se o hemograma da paciente, exame médico, um diário alimentar e foram suspensos o uso de goma de mascar, refrigerantes e guloseimas industrializadas. A avaliação médica e o hemograma foram normais. Foi realizada uma biópsia incisional próxima a lesão ulcerada e o diagnóstico anatomopatológico foi de doença bolhosa imuno-mediada. A paciente foi encaminhada ao dermatologista que, juntamente, com o dentista prescreveram o uso tópico de tacrolimus pomada nas lesões ulceradas duas vezes ao dia após a escovação. Aos 15 dias a paciente teve uma melhora significativa e com 30 dias houve remissão satisfatória das lesões, podendo neste momento submeter-se a raspagem e polimento coronário e outros procedimentos odontológicos. A paciente tem monitoramento médico-odontológico. 1. Bagan J, MuzioLL, Scully C. Mucous Membrane Pemphigoid. Oral Diseases (2005), 11, 197-218. 2. Fernandes CSD, Cherubini K. Linear IgA Disease- Literature Review. Revista Brasileira de Patologia Oral 2005; 4(3): 143-146. 3. Neville BW, Damm DD, Carl M, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral & Maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 4. Gach JE, Ilchyshyn A. Beneficial effects of topical tacrolimus on recalcitrant erosions of pemphigus vulgaris. Clinical and Experimental Dermatology 2004; 29: 271-272. 5. Olivier V, Lacour J-F, Mousnier A, Garraffo F, Monteil RA, Ortonne J-P. Treatment of Chronic Erosive Oral Lichen Planus With Low Concentrations Topical Tacrolimus 2002 Oct; 138: 1335-1338. CASO Nº 32 OSTEOPATIA ESTRIATA COM ESCLEROSE CRANIANA Silvia Ferreira de Sousa* Daniela Cotta Ribeiro Vagner Rodrigues Santos Ricardo Santiago Gomez Paôlla Freitas Perdigão PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais), Centro Odontológico, Serviço de Estomatologia, Belo Horizonte, MG UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Faculdade de Odontologia, Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Belo Horizonte, MG Paciente M.F.F., 40 anos de idade, sexo feminino, leucoderma, foi encaminhada a Clínica de Estomatologia do Centro Odontológico da PMMG, em abril de 2006, com queixa de ausência de alguns dentes. Na história médica a paciente relatou ser hipertensa, ter perda da audição, oftalmoplegia, lupus eritematoso sistêmico, amenorréia precoce, história de úvula bífida e fenda palatina, ambas corrigidas durante a infância. A paciente fazia controle médico trimestral e apresentava os índices bioquímicos de metabolismo ósseo e mineral normais. Durante o exame clínico extra-oral foi observado hipertelorismo, nariz achatado, hipoplasia do terço médio da face e as orelhas eram pequenas e baixas. Ao exame intra-oral notou-se palato arqueado, fístula unilateral da fenda palatina, e ausência de alguns dentes. A radiografia panorâmica mostrou aumento da densidade óssea da maxila e mandíbula, alguns dentes impactados, microdontia e lesões radiograficamente sugestivas de lesão fibro-óssea benigna. A radiografia anteroposterior da face apresentava deslocamento do seio frontal, estreitamento do seio maxilar e da cavidade nasal com aumento das coanas, alargamento dos ossos da face, estrias no osso frontal e fenda no palato duro. A avaliação cefalométrica sugeriu uma classe III esquelética. Com base nos achados clínicos e história da paciente o diagnóstico foi de Osteopatia Estriata com Esclerose Craniana. A paciente foi encaminhada para o serviço de genética clínica do Hospital das Clínicas da UFMG onde o diagnóstico foi confirmado. A osteopatia estriata é uma displasia óssea rara caracterizada por estrias ósseas associada à esclerose craniana, sendo 2,5 vezes mais comum em mulheres do que em homens, sugerindo uma herança ligada ao X. 1. Konig R, Dukiet C, Dorries A, Zabel B, Fuchs S. Osteopathia striata with cranial sclerosis: variable expressivity in a four generation pedigree. Am J Med Genet 1996 May 3;63(1):68-73. 2. Kornreich L, Grunebaum M, Ziv N, Shuper A, Mimouni M. Osteopathia striata, cranial sclerosis with cleft palate and facial nerve palsy. Eur J Pediatr 1988 Jan;147(1):101-3. 3. Ward LM, Rauch F, Travers R, et al. Osteopathia striata with cranial sclerosis: clinical, radiological, and bone histological findings in an adolescent girl. Am J Med Genet A 2004;129(1):8 - 12. 4. Daley TD, Wysocki GP, Bohay RN. Osteopathia striata, short stature, cataracts, and microdontia: a new syndrome? A case report.Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996 Mar;81(3):356-60. 5. Gay BB Jr, Elsas LJ, Wyly JB, Pasquali M. Osteopathia striata with cranial sclerosis. Pediatr Radiol 1994;24(1):56-60. CASO Nº 33 HAMARTOMA LEIOMIOMATOSO Flaviana Soares Rocha* Antônio Francisco Durighetto Jr. Jonas Dantas Batista Paulo Rogério de Faria Adriano Mota Loyolla Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia Hamartoma pode ser definido como malformação focal benigna que se assemelha a uma neoplasia, composto de uma mistura desordenada de tecidos maduros que normalmente acontece na parte afetada, mas com predominância de um tipo particular de tecido para esta área. Pode ser visto na cavidade bucal como lesão isolada em pacientes saudáveis ou associado às alterações congênitas de desenvolvimento. Hamartoma leiomiomatoso é um tipo de hamartoma, muito raro na cavidade oral. Paciente, M.L.O.S., 61 anos, gênero feminino, feoderma, foi encaminhada a Unidade de Diagnóstico Estomatológico da Universidade Federal de Uberlândia devido à presença de uma lesão na região posterior do dorso lingual. A paciente relatava possuir a alteração desde o nascimento, apresentando crescimento lento que cessou após a puberdade. A lesão ficava normalmente voltada para orofaringe sem nenhum incômodo para a paciente. A paciente somente procurou auxílio médico devido a uma infecção de garganta que resultou em um aumento considerável da lesão, dificultando a fala, deglutição e respiração. Na história médica da paciente e no exame clínico extrabucal não havia nada digno de nota. No exame clínico intrabucal observou-se crescimento alongado, pediculado, de aproximadamente 5 centímetros de comprimento com coloração semelhante à mucosa, superfície lisa e bilobulada presente na região posterior do dorso de língua. Sob anestesia local foi realizada sua remoção que se apresentou pouco hemorrágica durante o trans-operatório e foi realizada sutura com fio catgut 4-0. O resultado da biópsia foi de hamartoma leiomiomatoso. A paciente continua em proservação sem sinais de recidiva após 4 meses da realização da cirurgia. 1. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998. 2. IIDA, S., KISHINO, M., SENOO, H., OKURA, M., MORISAKI, I., KOGO, M. Multiple leiomyomatous hamartoma in the oral cavity. J Oral Pathol Med, 36(4), 241-4, Apr. 2007. 3. GOLDSMITH, P., SOAMES, J. V., MEIKLE, D. Leiomyomatous hamartoma of the posterior tongue: case report. J Laryngol, 109(12), 1190-4, Dec. 1995. 4. DE LA ROSA-GARCIA, E., MOSQUEDA-TAYLOR, A., Leiomyomatous hamartoma of the anterior tongue: report of case and review of literature. Int J Paedriatr Dent, 9(2), 129-32, Jun. 1999. CASO Nº 34 DISOSTOSE CRANIOFACIAL (SÍNDROME DE CROUZON) – RELATO DE CASO CLÍNICO Igor George Silveira * Anamaria de Lima Laranjeira Mario Melo Rodrigues Filho Sabina Pego Borges Hercílio Martelli Júnior Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Síndrome de Crouzon (SC) é uma condição genética, autossômica dominante, com penetrância completa e expressividade variável. A ocorrência é cerca de 1:25.000 casos entre nascidos vivos, sendo que 35% dos novos casos são de ocorrência espontânea. Clinicamente, a SC é caracterizada por alterações cranianas e oftálmicas, além de hipoplasia da maxila e possibilidade de deficiência mental. Paciente DPL, gênero masculino, feoderma, 8 anos, natural de Brasília de Minas, norte de Minas Gerais, Brasil, apresentou-se a Clínica de Estomatologia, acompanhada pela mãe, que relatou como queixa principal “problemas na boca”. A mãe relatou não haver história de cosangüinidade na família e ter mais três filhos, sem alterações perceptíveis. Relatou que o pré-natal foi normal e o parto sem intercorrências. À anamnese, a criança aparentou não possuir alterações mentais. Ao exame extra-bucal, verficou-se alterações cranianas, oftálmicas, maxila hipoplásica e alteração nasal (“nariz em bico de papagaio”). Ao exame intra-bucal, observou-se alterações na língua e nos dentes. A partir dos aspectos clínicos, o diagnóstico foi de síndrome de Crouzon. Orientação genética foi realizada aos pais e o paciente encontra-se em tratamento multidisciplinar. 1. ARAÚJO JR, E.; ANTÔNOIO FOLHO, H.; PIRES, C. R.; ZANFORIN FILHO, S.; NARDOZZA, L.M. M.; MORON, A. F. Diagnóstico pré e pós-natal de craniossinstose: ensaio iconográfico. Rev. Imagem. 28: 19-23, 2006. 2. BALDWIN, J.L. Dysostosis craniofacialis of Crouzon. A summary of recent literature and case reports with emphasis on involvement of the ear Laryngoscope. 78:1660-1678, 1968 3. BECK, R.; SERTIE, A. L.; BRIK, R.; SHINAWI, M. Association with absent pulmonary valve syndrome and severe tracheobronchomalacia. Pediatr Pulmonol. 34,: p. 478-481, 2002. 4. DAVID, L.R.; VELOTTA, E.; WEAVER, R.G.; WILSON, J.A.; ARGENTA, L.C. Clinical Findings Precede Objective Diagnostic Testing in the Identification of Increased ICP in Syndromic Craniosynostosis. J Craniofac Surg. 13:676-680, 2002. CASO Nº 35 TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO EM CRIANÇA Marcella Rezende Serpa* Márcio Bruno Amaral Belini Freire Maia Hermínia Marques Capistrano Helenice de Andrade Marigo Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente PHS, 11 anos, sexo masculino, leucoderma procurou a Clínica de Estomatologia da FOPUC Minas queixando-se de aumento no lado esquerdo da face. Segundo o paciente, a tumefação surgiu há aproximadamente 3 meses, com dor apenas à palpação. A história médica pregressa não foi contribuitiva. Ao exame físico extraoral, observou-se aumento de volume na região do terço médio da face. Ao exame físico intra-bucal, observou-se tumefação em fundo de saco vestíbulo, envolvendo a área dos dentes 21 a 26. Foram realizadas radiografias panorâmica e periapicais, que mostraram a presença de área radiolúcida unilocular, bem delimitada, que elevava o assoalho do seio maxilar esquerdo. Os testes de vitalidade pulpar foram positivos para os dentes envolvidos. O paciente foi encaminhado para a realização de uma biópsia na clínica de cirurgia da faculdade, onde, no momento cirúrgico, foi realizada punção aspiratória que foi positiva para líquido cístico. Optou-se- pela biópsia excisional. O diagnóstico histopatológico foi de tumor odontogênico ceratocístico. O paciente encontra-se em acompanhamento. 1. BLANAS, N. et al. Systematic review of the treatment and prognosis of the odontogenic kerotocyst. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral Radiology and Endodontics, v.90, n.5, p.553-558, Nov. 2000. 2. CHIRAPATHOMSAKUL, D.; SASTRAVAHA, P.; JANSISYANONT, P. A review of odontogenic Keratocysts and the behavior of recurrences. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral Radiology Endodontics, v.101, n.1, p.5-9, Jan 2006. 3. NEVILLE, B. W. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 2 ed. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2004. cap.15, p.570-574. 4. SHEAR, M. Cistos da região bucomaxilofacial. Diagnóstico e tratamento. Santos, 1999, 3 ed. Cap.5, p.72-96. 5. SHEAR, M. The aggressive nature of the odontogenic keratocyst: is it a benign cystic neoplasm? Part 1. Clinical and early experimental evidence of aggressive behavior. Oral oncology, v.38, p.219-226, 2002. 6. SLOOTWEG, P. J. Odontogenic tumours-An update. Current Diagnostic Pathology, v.12, p.54-65, 2006. CASO Nº 36 TRATAMENTO COMBINADO DE CISTOS RADICULARES Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira* Cássio Roberto Rocha dos Santos Luiz Ernani Barros Torres Gustavo Amaral Guimarães João Luiz de Miranda Os restos epiteliais situadas na região periapical podem ser estimulados pelo processo inflamatório conseqüente da necrose pulpar, estimulando desta maneira a formação de cistos apicais. O tratamento mais comum é o endodôntico conservador, porém a excisão cirúrgica é indicada para lesões refratárias ao tratamento endodôntico convencional. No relato de caso clínico, a paciente A.M.S, 24 anos, melanoderma, compareceu ao Curso de Odontologia da UFVJM queixando-se de um abaulamento na região anterior da maxila. A paciente relatou história de trauma nesta região. Ao exame extrabucal observou-se assimetria facial bilateral, com elevação do lábio superior. Intrabucalmente havia abaulamento da mucosa vestibular, consistente e indolor. Os testes de sensibilidade pulpar foram negativos para os dentes 11 e 21. Ao exame radiográfico observou-se duas áreas radiolúcidas extensas relacionados aos incisivos superiores. Planejou-se, inicialmente, o tratamento endodôntico com medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio. Mediante punção aspirativa, colheu-se 15 ml de líquido viscoso. Nas sessões seguintes persistiu a drenagem no dente 21, enquanto no dente 11, cessou por volta do sexto mês, persistindo o abaulamento vestibular e ausência de formação óssea periapical. Perante o quadro clínico, planejou-se a intervenção cirúrgica periapical. Preliminarmente, fez-se a obturação convencional do dente 11. Dada a persistente drenagem intracanal no dente 21, planejou-se a enucleação das lesões periapicais, com obturação simultânea do dente 21. Após excisão cirúrgica, as lesões foram enviadas para análise histopatológica. O diagnóstico histopatológico foi de cisto radicular. A paciente encontra-se em proservação. A biópsia e enucelação cirúrgica das patologias periapicais de origem odontogênica representa uma satisfatória modalidade de tratamento. 1. Consolaro A, Ribeiro FC. Periapicopatias: Etiopatogenia e interrelações dos aspectos clínicos, radiográficos e microscópicos e suas imlpicações terapêuticas. In: Leonardo MR, Leal JM. Endodontia: tratamento de canais radiculares. 3. ed. São Paulo: Panamericana 5, 77-102, 1998. 2. Lalonde ER, Luebke RG. The frequency and distribution of periapical cysts and granulomas. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology 25, 6, 861-8, 1968. 3. Nair PNR, Pajarola G, Schroeder HE. Types and incidence of human periapical lesions obtained with extracted teeth. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology Oral Radiology and Endodontic 81, 1, 93-102, 1996. 4. Neville, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. CASO Nº 37 LÍQUEN PLANO EM CRIANÇA Adriana Machado Saraiva* Hermínia Marques Capristano Paulo Eduardo Alencar Souza Franca Arenare Jeunon Luis Cláudio Pires Duarte Faculdade de Odontologia da PUC Minas A paciente LLTS, 08 anos de idade, feoderma, sexo feminino, apresentou-se à clínica de Estomatologia da PUC Minas com queixa de alteração e ardência na gengiva. Relatou início à 1 ano e melhora após uso de água oxigenada. Na história médica, havia relatado Tetralogia de Fallot, sendo submetida a cirurgia cardíaca e transfusão sanguínea. A paciente estava sob controle médico e não fazia uso de medicação. Ao exame extra-oral não foi detectada alteração. Intra-oral, notou-se áreas eritematosas do tipo atrófica e erosiva em toda a região de gengiva inserida do rebordo alveolar superior e inferior. Na mucosa jugal, próximo à linha de oclusão, apresentava áreas com placa branca não destacável e estrias brancas semelhantes às de Wickham. Havia sintomatologia dolorosa durante escovação e alimentação. Foi pedido risco cirúrgico da paciente. Optou-se por fazer biópsia incisional de uma das áreas afetadas. No exame histopatológico foi encontrado fragmentos de mucosa revestido por epitélio pavimentoso estratificado paraceratinizado, exibindo áreas de hiperplasia em dente de serra e áreas de degeneração da camada basal. Na lâmina própria observa-se tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório mononuclear disposto em faixa sub-epitelial. O diagnóstico foi de líquen plano. Para alívio da sintomatologia indicou-se o uso de Tacrolimo 0,03%, durante 30 dias, apenas na região de mucosa jugal. A paciente teve melhora significativa da sintomatologia e do aspecto clínico das lesões. Em dezembro de 2006 a paciente interrompeu o uso da medicação, apresentanto sintomas dolorosos e surgimento de novas lesões atróficas e erosivas, em abril de 2007. 1. Patel S, Yeoman CM, Murphy R. Oral lichen planus in childhood: a report of three cases. Int J Paediatr Dent. 2005 Mar; 15(2):118-22. 2. Alam F, Hamburger J. Oral mucosal lichen planus in children. Int J Paediatr Dent.2001 May; 11(3):209-14. 3. Lozada-Nur FI, Sroussi HY. Tacrolimus powder in Orabase 0,1% for the treatment of oral lichen planus and oral lichenoid lesion: an open clinical trial. Oral Surg Oral Med Oral Patthol Oral Radiol Endod. 2006 Dec; 102(6):744-9. 4. Handley TP, Oqden GR. Dyskeratosis Congenita: oral Hyperkeratosis in association with lichenoid reaction. J Oral Pathol Med. 2006 Sep; 35(8):508-12. 5. Grover C, Bansal S, Nanda S, Reddy BS. Efficacy of triamcinolone acetonide in various acquied nail dystrophies. J Dermatol. 2005 Dec; 32(12): 963-8. CASO Nº 38 LINFOMA DE BURKITT- RELATO DE CASO Beatriz Medina Coeli Barbosa Christiano Marinho Correia Orlando Augusto Silva Neto Paulo Roberto Henrique Rosana de Oliveira Gontijo* Universidade de Uberaba Paciente, L.C.C, gênero masculino, 13 anos, leucoderma, procurou a clínica de Estomatologia da UNIUBE acompanhado pela mãe. A queixa principal relatada pela mãe foi de que “os dentes de seu filho encontravam-se amolecidos”. Relatou ainda que seu filho submeteu-se a exodontia do dente 26 e abertura e esvaziamento do dente 46. A mãe apresentou também, o resultado de um hemograma que não mostrava alterações significantes. O paciente estava febril e bastante debilitado. No exame extra-bucal, foram detectados linfonodos submandibulares palpáveis. No exame intra-bucal observou-se lesão expansiva nos rebordos alveolares superiores e inferiores. A palpação da região não acusou dor, porém os tecidos palpados estavam pouco consistentes. Todos os dentes se apresentavam com mobilidade exagerada e responderam positivamente ao teste de vitalidade. Na radiografia panorâmica notou-se a desaparecimento da linha dura nos alvéolos dentais e áreas de destruição do osso, com margens irregulares e mal definidas, mostrando aspecto radiográfico de “dentes flutuando”. As hipóteses de diagnóstico foram de histiocitose de células de Langerhans, tumor marron, leucemia e linfoma. O paciente foi submetido à biópsia incisional e o material obtido encaminhado ao laboratório de patologia. O laudo foi de Linfoma de Burkitt. O resultado chegou após alguns dias. Infelizmente, nesse intervalo, o quadro clínico se agravou, o paciente foi internado, indo a óbito logo em seguida, um dia após o diagnóstico definitivo. Da consulta inicial até a morte do paciente passaram-se 13 dias. 1. Chilhood craniofacial Burkitt's lymphoma presenting as maxillary swelling: report of a case and review of literature. J Dent Child (Chic).2006 JanApr;73(1):45-50. Review. 2. AIDS-related lymphomas: from pathogenesis to pathology. Br J Haematol. 2005 Sep;130(5):662-70. Review. 3. Orofacial tumours in suburban Nigerian children and adolescents. Br J Oral Maxillofac Surg. 2005 Jun;43(3):226-31. 4. Pattern of head and neck malignant tumours in a Nigerian teaching hospital-a ten year review. West Afr J Med.2004 Oct-Dec;23(4):280-5. Erratum in West Afr J Med.2005 Apr-Jun;24(2);24(2):183. 5. Orofacial non-Hodgkins lymphoma in Nigerians. J Oral Maxillofac Surg.2004 Nov;62(11):1347-50. CASO Nº 39 CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS INICIAL (T1): RELATO DE CASO Lílian Souto* Victor Comini Mol Hercílio Martelli Júnior Francis Balduíno Guimarães Santos Paulo Rogério Ferreti Bonan Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, MG Carcinomas de células escamosas são neoplasias malignas de incidência significativa de alta morbidade e com elevada taxa de mortalidade. Contudo o prognóstico se associa, entre outras variáveis com o tamanho da lesão. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de carcinoma de células escamosas inicial (T1) em rebordo alveolar inferior. Paciente A.L.C, 44 anos, faioderma, gênero masculino, foi encaminhado à clínica de Diagnóstico Bucal das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE, devido a lesão branco-avermelhada em rebordo alveolar inferior. Na anamnese, o paciente relatou ser tabagista e etilista crônico. Ao exame ectoscópico não havia alterações. Durante o exame oroscópico, observou-se uma lesão em rebordo alveolar inferior de coloração branco-avermelhada, medindo aproximadamente 1cm no seu maior diâmetro, indolor, com aproximadamente 3 meses de evolução. Com o diagnóstico presuntivo de carcinoma de células escamosas, foi realizada a biópsia incisional. A análise histopatológica evidenciou um tecido epitelial pavimentoso estratificado paraceratizado com atipia evidente emitindo ilhas neoplásicas para o tecido conjuntivo com pleomorfismo celular, relação núcleo/citoplasma aumentada e hipercromasia, também observados no epitélio alterado. Observam-se áreas disceratóticas, na intimidade da lesão. O paciente foi encaminhado ao Cirurgião de Cabeça e Pescoço e foi submetido a tratamento cirúrgico. A peça cirúrgica também evidenciou carcinoma de células escamosas. O paciente atualmente está sob proservação (6 meses) sem evidência de recidiva. 1. 2. 3. 4. 5. Scully C , Porter S. ABC of Oral Health Oral Cancer. BMJ 2000; 321: 97-100 Scully C , Porter S . Oral Cancer. WJM 2001; 174: 348-351 Zakrzewska JM. Oral cancer. BMJ 1999; 318:1051–4. Ministério da Saúde - INCA - www.inca.gov.br/estimativas. Koontongkaew S, Chareonkitkajorn L, Chanvitan A, Leelakriangsak M, Amornphimoltham P. Alterations of p53, pRb, cyclin D1 and cdk4 in human oral and pharyngeal squamous cell carcinomas. Oral Oncol 2000; 36: 334-339. CASO Nº 40 LIPOMA Kelly Oliva Jorge* Ludmila Brito Melo Rocha* Jeane de Fátima Correia-Silva Ricardo Santiago Gomez Wagner Henriques de Castro Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais Paciente M.V.P., 23 anos, sexo masculino, leucoderma, procurou a Clínica de Semiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, queixando-se de um aumento de volume na região submandibular esquerda, assintomático, com evolução de aproximadamente 1 ano. O paciente relatou não possuir qualquer comprometimento sistêmico. Ao exame físico observou-se uma massa tumoral, compressível à palpação, recoberta por pele de coloração normal. O exame intrabucal não revelou alterações dentárias ou periodontais que pudessem estar associadas ao desenvolvimento da lesão. A punção aspirativa da alteração foi negativa para conteúdo líquido. Diante das hipóteses diagnósticas de neoplasias de glândula salivar, lipoma, neoplasias mesenquimais, cisto epidermóide, cisto linfoepitelial, sialoadenite e processo infeccioso de origem cutânea, solicitou-se um exame de ultra-sonografia. As imagens revelaram uma alteração no subcutâneo profundo na região submandibular esquerda, medindo 5,1 x 1,5 x 2,7 cm nos eixos longitudinal ântero-posterior e látero-lateral, respectivamente, que comprimia inferiormente a glândula submandibular. Optou-se por uma biópsia excisional da lesão, sob anestesia geral. O material foi enviado ao laboratório de Patologia Bucal da FO-UFMG para exame histopatológico. O diagnóstico histopatológico foi de lipoma. Após 12 meses da cirurgia, não existem sinais de recidiva da lesão. 1. FURLONG, M.A.; FANBURG-SMITH, J.C.; CHILDERS, E.L.B. Lipoma of the oral and maxillofacial region: Site and subclassification of 125 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod.; v. 98, n.4, p.441-450, 2004. 2. MOUMOULIDIS, I.; DURVASULA, P.; JANI. P. Well-circumscribed intramuscular lipoma of the sternocleidomastoid muscle. Auris Nasus Larynx; v.31, n.3 ,p.283-5, 2004. 3. ANSARI, M.H. Superficial lobe parotid gland lipoma. Journal of CranioMaxillofacial Surgery.; v.34, n.1 , p.47-9, 2006. 4. ZHONG, L.P.; ZHAO, S.F.; CHEN, G.F. PING, F.Y. Ultrasonographic appearance of lipoma in the oral and maxillofacial region. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod.; v.98, n.6 , p.738-40, 2004. 5. CHIKUI, T.; YONETSU, K.; YOSHIURA, K. MIWA, K.; KANDA, S.; OZEKI, S.; SHINOHARA, M. Imaging findings of lipomas in the orofacial region with CT, US, and MRI. Oral Surg Oral Meal Oral Pathol Oral Radiol Endod.; v.84, n.1, p.88-95, 1997. CASO Nº41 A IMPORTÂNCIA DO EXAME HISTOPATOLÓGICO DE ROTINA DOS FOLÍCULOS PERICORONÁRIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DE LESÕES ODONTOGÊNICAS Augusto César Sette-Dias* Evandro Neves Abdo Marcelo Drummond Naves Priscila Eufrásio Costa Ricardo Santiago Gomez Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon Behrens FOUFMG- Belo Horizonte A paciente ALC, 19 anos, sexo feminino compareceu ao Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon Behrens, para remoção dos 3o molares inclusos por indicação ortodôntica. A paciente não relatou queixas associadas ao motivo da consulta. Na anamnese não foram constatadas alterações sistêmicas que justificassem protocolo especial de atendimento. Ao exame objetivo notou-se a ausência dos 3o molares, sem alterações clínicas locais. Radiograficamente observou-se inclusão total mista dos 3o molares, que apresentavam áreas radiolúcidas pericoronárias, uniloculares, bem delimitadas, com inserção no limite amelo-cementário, sugerindo folículo pericoronário. A paciente foi submetida à remoção dos terceiro molares e os folículos encaminhados ao exame histopatológicos de rotina. Durante a cirurgia observou-se a presença de líquido de cor amarelada nos folículos dos dentes 38 e 48. O diagnóstico histopatológico do folículo relacionado ao dente 48 foi de cisto dentígero. Por outro lado, o laudo histopatológico do material coletado associado ao dente 38 foi de ameloblastoma unicístico. Os folículos dos dentes 18 e 28 não apresentaram alterações histológicas. O paciente encontra-se em controle pós-operatório há 4 anos sem evidência de recidiva das lesões. O caso apresentado mostra a dificuldade do diagnóstico precoce de alterações foliculares com base no aspecto radiográfico e a importância do exame histopatológico como uma rotina no tratamento de dentes inclusos. 1. Al-Khateeb TH, Bataieb AB. Pathology associated with impacted mandibular third molars in group of Jordanians. J Oral maxillofac Surg. v. 64, n. 11, p.1598602, Nov. 2006. 2. Adelsperger J et al. Early soft tissue pathosis associated with impacted third molars without pericoronal radiolucency. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.89, n.4, p. 402-6, Apr. 2000. 3. Baykul T et al. Incidence of cystic changes in radiographically normal impacted lower third molar follicles.Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. v. 99, n. 5, p.542-45, May 2005. 4. Naves MD, Lorandi CS, Horta HPG. Estudo clínico, radiográfico e histológico de terceiros molares não irrompidos na presença e ausência de reabsorção radicular externa no segundo molar adjacente. Rev Odonto Ciênc. v. 14, n. 27, p.263-88, jun. 1999. 5. Rafetto LK. Removal of asymptomatic third molars: a supporting view. J Oral Maxillofac Surg. v. 64, n. 12, p.1811-815, Dec. 2006. CASO Nº 42 CISTO PERIODONTAL LATERAL – RELATO DE CASO CLINICO Rodrigo Campos Rodrigues Trindade* Átila Nunes Calumby Alessandro Antônio da Costa Pereira Luís Henrique Nassar Naback Roseli Teixeira Miranda Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) – Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal Paciente de 46 anos, gênero masculino, faioderma, procedência de Varginha-MG, sem relato de alterações sistêmicas, compareceu à clínica integrada da UNIFENAS queixando-se de dor na região de 43 e 44. Foi observado na oroscopia, uma pequena elevação, em rebordo alveolar nessa região . O exame radiográfico revelou uma lesão radiolúcida em forma de gota, circunscrita por um halo radiopaco, localizada entre as raízes dos dentes 43 e 44, medindo cerca de 0,7 cm de diâmetro. Os dentes adjacentes à lesão responderam positivamente ao teste de vitalidade pulpar. A punção aspirativa foi positiva para liquido cístico. Frente a estes achados, o diagnóstico presuntivo foi de cisto odontogênico periodontal lateral. Foi então realizada a enucleação total da lesão, e enviada para exame histopatológico. Após curetagem, a cavidade óssea foi preenchida com osso bovino liofilizado. Os cortes microscópicos, corados em HE, revelaram uma cavidade virtual revestida por epitélio, pavimentoso, estratificado, fino, uniforme, plano e com discretas áreas de queratinização. As células eram cubóides e várias delas apresentaram-se com citoplasma claro, havendo áreas com hiperplasia celular formando placas. Subjacente, na cápsula, foi observado tecido conjuntivo fibroso denso, celularizado, com vasos sangüíneos dilatados e leucócitos. O diagnóstico clínico e histopatológico foi de cisto periodontal lateral. 1. ALTINI, M.; SHEAR M. The lateral periodontal cyst: an update. J. Oral. Pathol. Méd., Copenhagen,21(6)245-250,1992. 2. CASTRO A. L. Estomatologia. 3º ed. São Paulo, Ed. Santos, 2000. 3. NEVILLE B.W., DAMM D.D., ALLEN C.M., BOUQUOT J.E. Patologia Oral & Maxilofacial. Ed. Guanabara Koogan, 2º ed. 2004. 4. PEZZI L. P. G., STUDART-SOARES E., SANT’ANA FILHO M. Cisto Periodontal Lateral e Cisto Odontogênico Botrióide, R. Fac. Odontol., Porto Alegre,41(1),14-17, 2000. 5. TOSONI, G.M., DAMANTE, J. H., FLEURY, R. N., CAMARINI, E. T. Cisto Periodontal Lateral, Revisão da Literatura Recente e Relato de um Caso Clinico. RGO (Porto Alegre), 47 (4): 212-3,1999. 6. SHEAR, M; PINDBORG, J.J. Microscopic features of the lateral periodontal cyst. Scand. J. Dent. Res., 83,( 2 ),103-110,1975. CASO Nº 43 AMELOBLASTOMA EM CRIANÇA Adriana Machado Saraiva* Luciana Cardoso Fonseca Carlos Roberto Martins Hermínia Marques Capistrano Ícaro Buchholz Faculdade de Odontologia da PUC Minas O paciente GHTD, 09 anos de idade, sexo masculino, leucoderma foi encaminhado para a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas,com queixa de aumento de volume na região de molares inferiores do lado esquerdo. Durante a anamnese o paciente relatou história de trauma na região, com posterior aumento de volume da face. Após o trauma, o paciente fez uso de antinflamatório, que causou diminuição da tumefação. No exame extra-oral, notou-se assimetria facial do lado esquerdo; no intra-oral foi observado aumento de volume discreto na região de fundo de vestíbulo, com crepitação e sem alteração de cor. Foram realizadas radiografias oclusal, panorâmica e AP. Nas radiografias observou-se área radiolúcida no ângulo e ramo da mandíbula, estendendose de distal de primeiro molar permanente ao ramo ascendente de mandíbula. A lesão era bem delimitada e englobava os germes dos dentes 37 e 38. A punção aspiratória foi positiva, sendo encontrado líquido de coloração avermelhada. As hipóteses diagnósticas foram: ameloblastoma unicístico, lesão central de células gigantes e cisto traumático. Foi realizada biópsia incisional da área. O exame histopatológico mostrou fragmentos de lesão constituída por proliferação de células semelhantes aos ameloblastos com tecido do retículo estrelado do órgão do esmalte no centro, em disposição plexiforme e tecido conjuntivo fibroso celularizado com infiltrado inflamatório. O diagnóstico foi de ameloblastoma plexiforme. O paciente foi encaminhado para o Hospital da Baleia onde realizou-se a enucleação completa da lesão e curetagem da região afetada. 1. Kahn MA. Ameloblastoma in Young persons: a clinicopathologic analysis and ehitologc investigation. Oral Surg Oral Méd Oral Pathol 1989; 67:70615 2. Rapidis AD, Andressakis DD, Stavrianos SD, Faratzis G, ArnogiannakiLiappi N, Lagogiannis GA, Valsamis SV, Apostolikas N. Ameloblastoma of Jaws: clinico-pathological review of 11 patients. The Journal of Câncer Surgery 2004; 30: 998-1002. 3. Ord RA, Blanchaert RH, et al. Ameloblastoma in children. J Oral Maxillofac Surg 60:762-770, 2002. 4. Philipsen HP, Reichart PA. Unicystic ameloblastoma. A review of 193 cases from the literature. Oral Oncol 34:317, 1998. 5. Keszler A, Dominguez FV. Ameloblastoma in childhood. J. Oral Maxillofacial Surg 1986; 44:609-13. CASO Nº 44 LÍQUEN PLANO PIGMENTADO Pollyany Policarpo de Almeida* Roberta Pereira Eller* Leandro Napier de Souza Maria Auxiliadora Vieira do Carmo Diele Carine Barreto Arantes Centro Universitário Newton Paiva e Universidade Federal de Minas Gerais Paciente LCK, sexo feminino, 81 anos de idade, leucoderma, apresentou-se à Clínica de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva encaminhada pelo Centro Odontológico da Prefeitura de Belo Horizonte, devido a presença de uma lesão pigmentada na cavidade bucal. Na anamnese a paciente relatou ser ansiosa, estressada, possuir gastrite, labirintite e hipertensão, controlados por medicamentos (Atenolol, Natrilix, Dormonid e Tebonin). Ao exame objetivo geral foram observados valores elevados de pressão arterial, sendo a paciente encaminhada ao cardiologista para avaliação e controle da hipertensão, nas primeiras sessões. Ao exame objetivo intrabucal foram observados pigmentos melânicos, variando de castanho ao negro, bilateralmente na mucosa jugal, mucosa alveolar e língua. A lesão pigmentada na mucosa jugal era mal delimitada e associada com áreas esbranquiçadas. Diante das hipóteses diagnósticas de melanose associada a doenças endócrinas ou líquen plano pigmentado, a paciente foi encaminhada primeiramente para o endocrinologista. Após a avaliação endocrinológica e laboratorial apresentando-se dentro dos padrões de normalidade, a paciente foi submetida à biópsia incisional na mucosa jugal, sob anestesia local, e o fragmento foi encaminhado para análise histopatológica. O diagnóstico conclusivo foi de líquen plano pigmentado. A paciente estava em tratamento odontológico, mas sofreu recentemente um aciente vascular cerebral e encontra-se hospitalizada com hemiplegia. 1. GAETA, G.M.; SATRIANO, R.A.; BARONI, A. Oral pigmented lesion. Clinics in Dermatology. v.20, p.286-288, 2002. 2. STULBERG, D.L.; CLARK, N.; TOVEY, D. Common hiperpigmentation disorders in adults. Part I. Diagnostic approach, café au lait macules, diffuse hiperpigmentation, sun exposure, and phototoxic reactions. American Family Physician. 68:1955-1960, 2003. 3. SCULLY, C; PORTER, S. ABC of oral health. Swelling and red, white, and pigmented lesions. BMJ. v.321, n.7255, p.225-228, 2000. 4. HALAK G.O.C.; DONATO A. C.; SALOMÃO J. A. S.; TERAZIMA L. V. Líquen plano: a importância dos exames complementares para o seu diagnóstico e tratamento. Rev Paulista de Odontologia. ano XXVI, n. 06, nov/dez 2004. 5. GROSSMANN S. M. C.; CARMO M. A. V. Estudo epidemiológico de lesões bucais de líquen plano do laboratório de patologia bucal da faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Arquivos em Odontologia Belo Horizonte. v.37, n.2, p.163-174, 2001. CASO Nº 45 ADENOMA PLEOMORFO DE LÁBIO - RELATO DE CASO Paulo Roberto Henrique Adília Rua Michelete Ana Paula Aguiar* Beatriz Medina Coeli Barbosa Christiano Marinho Correia Paciente J.B.A, sexo masculino, leucoderma, 45 anos, procurou a Clínica da FUNEPU, na cidade de Uberaba para a realização de tratamento odontológico. Durante o exame físico extra-bucal foi observado aumento volumétrico na região do lábio superior. O exame intra-bucal mostrou tumefação na mucosa labial do lado direito próximo a linha mediana. A lesão apresentava-se levemente amarelada, assintomática, consistente, móvel, endofítica e bem delimitada, medindo aproximadamente 2 cm em seu maior diâmetro. As hipóteses de diagnóstico para o caso, foram de adenoma pleomórfico, lipoma e mucocele. A conduta foi realização de biópsia excisional. Durante o procedimento cirúrgico observou-se que a massa tumoral se destacou com facilidade e apresentava-se de cor bem amarela. O material obtido foi encaminhado para o serviço de patologia da UFTM e o resultado do exame histopatológico foi de adenoma pleomórfico, confirmando o diagnóstico clínico. Posteriormente, o tratamento odontológico foi realizado. 1. DONGRE, A. KHOPKAR, V. Asytomatic nodule on lip. Indian J. Dermatol venereal leprolol. 2006, nov-dec; 72(6): 470 2. EVESON, J. W; CAWSON, R.A. Tumours of the minor ( oropharigeal) salivary glands. A demographic study of 336 cases. J. Oral Pathol. 1985 jul; 14(6):500-9 3. LEDESMA –MONTES, C. GARCES- ORTIZ, M. Salivary gland tumours ina a mexican sample. A retrospective study. Méd Oral. 2002. nov-dec;7(51:324-30) 4. TOIDA , M; SHIMOKAWA, K. MAKITA, H. et al. Intra oral salivary gland tumors. A clinical pathological study of 82 cases. Int J. Oral Maxillofacial Surg. 2005 jul; 34(5): 528-32 CASO Nº 46 CAVIDADE ÓSSEA IDIOPÁTICA: RELATO DE UM CASO Leandro Salomão Alvarenga Antônio Francisco Durighetto Júnior Jonas Dantas Batista Marcelo Dias Moreira de Assis Costa Mirna Scalon Cordeiro Curso de Odontologia do Centro Universitário do Triângulo. Uberlândia-MG. Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Paciente S.M.G., 32 anos de idade, gênero feminino, leucoderma, foi encaminhada pelo seu ortodontista à Clínica de Estomatologia da UNITRI para diagnóstico, avaliação e conduta frente a uma alteração radiolúcida observada em radiografia panorâmica de rotina. A história médica não revelou informações relevantes e não foi possível estabelecer qualquer relação causa/efeito com a queixa principal. O exame da face não identificou qualquer alteração importante e o da boca mostrou mucosas lisas, brilhantes, úmidas, algumas restaurações e aparelho ortodôntico. Na região de queixa, pré-molares e molares inferiores direitos, observou-se discreto aumento volumétrico em função de provável distensão das corticais. Região recoberta por mucosa normal e sem sinais flogísticos. A radiografia trazida pela paciente revelou imagem radiolúcida ovalada com limites bem definidos permeada por linha radiopaca, sugerindo septos, estendendo desde a face distal da raiz do dente 44 até a face mesial do dente 47 e inferiormente até o canal mandibular. Foram realizadas tomadas radiográficas periapicais e oclusal que mostraram ausência de afastamento e reabsorção radicular e discreta expansão das corticais vestibular e lingual. Os dentes envolvidos responderam de forma positiva ao teste de vitalidade. Em função do observado foram levantadas as hipóteses de diagnóstico de queratocisto odontogênico ou cavidade óssea idiopática. Na seqüência, punção aspirativa retirou líquido sanguinolento com bolhas de ar que favoreceu o diagnóstico de cavidade óssea idiopática. A exploração cirúrgica na região mostrou uma coloração azulada do osso vestibular, possível adelgaçamento da cortical naquela região. Parte da cortical foi removida e encaminhada para análise histopatológica e com uma cureta cirúrgica, constatou-se a ausência de material no interior da loja. No mesmo ato cirúrgico, realizou-se curetagem para promover preenchimento da cavidade com sangue a título de tratamento. O acompanhamento radiográfico da paciente demonstra o preenchimento gradual da lesão. 1. COLEMAN, G.C; NELSON, J.F. Princípios de Diagnóstico Bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 2. KRAUT R, ROBIN C. Idiopathic bone cavity. A report of recurrent lesions and their management. N Y State Dent J. 2003 Mar; 69(3); 30-3. 3. MARCUCCI, G. Estomatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 4. NEVILLE, B.W; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M. et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 5. REGEZI, J. A.; SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações Clínicopatológicas. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. CASO Nº 47 CASO INCOMUM DE TUMOR ODONTOGÊNICO: FIBROMA AMELOBLÁSTICO/AMELOBLASTOMA Edgard Carvalho Silva Ibajay Brito de Oliveira Sebastião Hélio Pereira Godinho Claudia Maria Carvalho Della Croce* Maria Olympia Alvarenga Silva* Universidade Vale do Rio Verde, Curso de Odontologia, Campus-Mário Penna. Paciente de 76 anos, leucoderma, sexo feminino, gozando de boa saúde, tem a seguinte história clínica: em setembro de 1989 foi diagnosticado mediante biópsia inciosional um fibroma ameloblástico na região de dos dentes 33 e 34. Exame nº 5414/89, do Laboratório Roberto Alvarenga. Diante do resultado informamos à paciente que estaria indicado tratamento cirúrgico com possível perda dos dentes 33 e 34 e remotamente parestesia labial temporária. A paciente preferiu acompanhar clinicamente o seu caso, o que foi feito por quase 18 anos. Durante este período a paciente não apresentou sinais e sintomas clínicos, não obstante, pequenas alterações das imagens radiográficas foram observadas, como algumas lacunas na região periapical dos incisivos à semelhança de displasia cementária. Em março deste ano a paciente retornou ao consultório apresentado pequena tumefação na região periapical dos dentes 42 e 43, inclusive acusando sensibilidade à pressão digital nesta região. Submetida a exames radiográficos (periapicais , panorâmica e TC), observamos imagem de apreciável lacuna óssea correspondente aquela tumefação e algumas pequenas lacunas contíguas aos ápices dos demais incisivos. Propusemos uma exploração cirúrgica na área dessas alterações, com vista a biopsia incisional ou excisional da lesão, o que equivaleria a enucleação da lesão principal. Foi realizado esse procedimento. O estudo histopatológico de nº P0849/07 do Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Luxemburgo foi de “achados compatíveis com ameloblastoma”. Parte do material foi encaminhado ao Laboratório de Anatomia Patológica da Faculdade de Odontologia da UFMG e o laudo de nº 22837 trouxe o diagnóstico de ameloblastoma. 1. NEVILLE, B.W; DAMM, D.D; CARL, M; ALLEN, C.M; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral & Maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2. PINDBORG, J.J. Atlas of Diseases of The Jaws. Philadelfia, Saunders Company, 1974. 3. REGEZI, J,A.; SCIUBA, J.J. Patologia Bucal: Correlações Clínico-Patológicas. Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 2000. CASO Nº 48 PSEUDOHIPOFOSFATASIA: RELATO DE CASO Aana Lúcia Melo Igdal * Alzira L. P. H. Roelens Vinicius Magalhães Carvalho Ricardo Santiago Gomez Paôlla Freitas Perdigão PMMG (Polícia Militar de Minas Gerais), Centro Odontológico, Serviço de Estomatologia, Belo Horizonte, MG UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Faculdade de Odontologia, Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Belo Horizonte, MG Paciente I.D.T., 29 anos de idade, sexo masculino, feoderma, procurou a Clínica de Estomatologia do Centro Odontológico da PMMG, em fevereiro de 2006, com queixa de mobilidade dentária. Na anamnese, o paciente relatou início da alteração há aproximadamente nove anos, época na qual ele foi submetido a tratamento periodontal. O paciente relatou ter boa saúde e não ter feito nenhum tratamento médico nos últimos anos. Ao exame intra-bucal observou-se doença periodontal agressiva generalizada. As radiografias periapicais e panorâmica mostraram perda óssea generalizada do osso alveolar. Devido ao quadro clínico e radiográfico do paciente, foi levantada a hipótese diagnóstica de periodontite associada à doença sistêmica. Requisitou-se exames laboratoriais para verificação do metabolismo ósseo e mineral. O nível sérico de piridoxal fosfato e níveis urinários de fosfoetanolamina e pirofosfato inorgânico estavam aumentados, enquanto os demais exames apresentaram-se dentro do padrão de normalidade. Mediante as características clínicas, radiográficas e os achados laboratoriais, o diagnóstico foi de pseudohipofosfatasia. O paciente foi encaminhado para a clínica médica da PMMG e o diagnóstico foi confirmado. A pseudohipofosfatasia é um subtipo raro de hipofosfatasia, que parece estar relacionada a mutações no gene TNSALP. Essas mutações não interferem na expressão da enzima, mas produzem um transcrito aberrante não funcional. 1. Mornet E. Hypophosphatasia: the mutations in the tissue-nonspecific alkaline phosphatase gene. Hum Mut. 2000; 15: 309-315. 2. Fedde KN, Cole DE, Whyte MP. Pseudohypophosphatasia: aberrant localization and substrate specificity of alkaline phosphatase in cultured skin fibroblasts. Am J Hum Genet. 1990; 47(5):776-83. 3. Cole DE, Salisbury SR, Stinson RA, Coburn SP, Ryan LM, Whyte MP. Increased serum pyridoxal-5'-phosphate in pseudohypophosphatasia. N Engl J Med. 1986; 10;314(15):992-3. 4. Sarkar AK, Ghosh SK, Mitra P, Mandal S, Mukhopadhyay S, Mathew J. Pseudohypophosphatasia. Indian J Pediatr. 1997;64(2):256-61. CASO Nº 49 MIXOMA ODONTOGÊNICO EM MAXILA Belini Freire Maia Helenice de Andrade Marig João Batista de Freitas Luciana Cardoso Fonseca Marcio Bruno Amaral* Faculdade de Odontologia da PUC MINAS Serviço de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial do Hospital da Baleia – CENTRARE Paciente R.F.G., 47 anos, sexo masculino, melanoderma, compareceu a clinica de estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas em julho de 2006 com queixa principal de “caroço no rosto” e mudança na posição dos dentes. Ao exame físico extra-bucal observou-se aumento de volume em maxila à direita causando ligeira assimetria facial. Ao exame físico intra-bucal observou-se aumento de volume causando desaparecimento do fórnice superior direito, de consistência firme a palpação, recoberto por mucosa normal. Foram solicitados exames radiográficos (periapical e panorâmico) onde notou-se uma lesão destrutiva em maxila direita apresentando área radiolúcida multilocular com lojas bem definidas e reabsorção radicular do segundo pré-molar com deslocamento radicular. Foram solicitados também exames tomográficos que demonstraram extensa lesão hipodensa causando reabsorção das corticais com preenchimento de todo seio maxilar direito. Baseado nos achados clínicos, radiográficos e tomográficos estabeleceu-se as hipóteses diagnósticas de ameloblastoma, lesão central de células gigantes e mixoma odontogênico. O paciente foi então encaminhado para a clinica de cirurgia buco-maxilo-facial da faculdade de odontologia da PUC Minas, onde foi realizado uma biópsia incisional, e o material foi enviado para o laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da PUC Minas para exame anátomopatológico, onde estabeleceu-se o diagnóstico de mixoma odontogênico. O paciente foi então encaminhado ao serviço de cirurgia buco-maxilo-facial do hospital da Baleia para ressecção do tumor. Foi realizado hemi-maxilectomia direita através do acesso de Weber – Fergusson – Difenbarc. O contorno facial foi estabelecido através de uma tela em titânio sistema 2.0 mm. A peça cirúrgica foi enviada para exame anátomopatológico que confirmou o diagnóstico de mixoma odontogênico. O paciente encontrase em acompanhamento há seis meses sem sinais de recidiva. 1. Peltola J., Magnusson B., Happonen R. –P., H. Borrman. Odontogenic myxoma: a radiographic study of 21 tumours. Bristish J. Oral Maxillofac. Surg.,v.32, p.298-302, 1994. 2. Keszler A., Dominguez F. V. , Giannunzio G. Myxoma in childhood: a analysis of 10 cases. J. Oral Maxillofac. Surg.,v.53, p.518-521, 1995. 3. Simon E. N. M. , Merkx M. A. W. , Vuhahula E. , Ngassapa D. , Stoelinga P. J. W. Odontogenic myxoma: A clinicopathological study of 33 cases. Int. J. Oral Maxillofac. Surg.,v.33, p.333-337, 2004. 4. Halfpenny W., Verey A., Bardsley V. Myxoma of the mandibular condyle. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod.,v.90, p.348-353, 2000. 5. Kawai T., Murakami S., Nishiyama H., et al. Diagnostic imaging for a case of maxillary myxoma with a review of the magnetic resonance images of myxoid lesions. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., v.84, p.444449, 1997. CASO Nº 50 LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES – RELATO DE CASO CLÍNICO Saulo Camargo Silva Salum* Wilson da Silveira Oliveira Simone Bruzadelli Ribeiro Franco de Carvalho Leandro Carnevalli Franco de Carvalho Roseli Teixeira Miranda Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS (Campus Alfenas /MG) – Faculdade de Odontologia – Clinica de Diagnóstico Bucal Paciente do gênero feminino, 37 anos, sem de alterações sistêmicas, procedente de Carmo do Rio Claro – MG, compareceu à clinica odontológica da UNIFENAS, encaminhada pela ABO-Alfenas/MG, com o diagnostico histológico de Lesão central de células gigantes O paciente relata aumento progressivo no lado direito da maxila, há 9 meses aproximadamente e sem sintomatologia dolorosa. Ao exame clínico a face apresentava tumefação dura à palpação com desaparecimento do sulco naso-labial direito. Ao exame de oroscopia foi observada uma tumefação do rebordo alveolar e do palato direito, recobertos por mucosa de coloração normal. Foram feitas 12 aplicações de corticoterapia intralesional, e posteriormente, curetagem por acesso por vestibular, com exodontia dos dentes 12 e 13, que foram acometidos pela lesão e apresentavam sintomatologia dolorosa. O resultado histopatológico do material curetado foi o mesmo do diagnóstico inicial. Após 8 meses foi feita uma segunda curetagem, com remodelação óssea vestibular, e o resultado histopatológico desta foi compatível com fibrose-intraóssea (zona cicatricial) pós-operatória. A paciente está em proservação já a um ano sem recidiva. 1. FRANCO, R.L.; TAVARES, M.G.; BEZERRIL, D.D.L.; LACERDA, S.A.; XAVIER, S.P. Granuloma de células gigantes central: revisão de literatura / Central giant cell granuloma: review of literature. Rev. bras. patol. oral;2(2):1016, 2003. 2. MARTINS, W.D.;RIBAS, M.O.; WESTHPHALEN, F.H.; LIMA, A.A.S.; SOUZA, M.H. Lesão central de células gigantes em criança de 4 anos: relato de caso com controle pós-operatório de 20 anos / Central giant cell lesion in a 4year-old child: report of a case with a 20 years follow-up. JBC j. bras. clin. odontol. integr;8(43):27-31, 2004. 3. PRADO, R.; FONTOURA, R. A.; RIBEIRO, D.P.B.; SAMPAIO, R.P.L. Granuloma central de células gigantes: relato de um caso / Central giant cells granuloma of the jaws: a case report. Rev. bras. odontol;57(3):148-50, 2000 4. RUSE-LÖSLER B; DIALLO R; GAERTNER C; MISCHKE KL; JOOS U; KLEINHEINZ J. Central giant cell granuloma of the jaws: a clinical, radiologic, and histopathologic study of 26 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod;101(3):346-54, 2006. 5. GOLDMAN KE; MARSHALL MK; ALESSANDRINI E; BERNSTEIN ML. Intralesional corticosteroid injection for central giant cell granuloma: a case report and review of the literature. Turk J Pediatr;47(1):75-81, 2005. CASO Nº 51 NOMA-“CANCRUM ORIS” – RELATO DE CASO Christiano Marinho Correia Beatriz Medina Coeli Barbosa Liana Bonfim Misson* Marco Antônio Maluf Cury Paulo Roberto Henrique Universidade de Uberaba Paciente M.E.C, sexo feminino, feoderma, 36 anos procurou a Clínica de Estomatologia da Universidade de Uberaba, tendo como queixa principal “um buraco que tinha aparecido no rosto”. Conforme seu relato, a lesão tinha surgido há três meses, após inflamação gengival aguda generalizada. A lesão iniciou a partir de uma mancha vermelha na bochecha, que posteriormente evoluiu para uma úlcera. O exame físico geral mostrou uma paciente debilitada, um pouco confusa e aparentemente desnutrida. No exame físico extra-bucal verificou-se uma extensa lesão de bordos avermelhados, profunda, situada na face do lado direito, medindo aproximadamente 3 cm em seu maior diâmetro. A lesão se comunicava com o meio interno. Pela abertura da ferida, podia se visualizar que a gengiva e mucosa alveolar correspondente às faces vestibulares dos dentes molares encontravam-se ausentes, apresentando consequentemente, exposição do osso alveolar. O exame intra-bucal foi prejudicado, visto que a paciente apresentava dificuldade para abrir a boca devido a perda de estrutura muscular. Foi realizado exame radiográfico panorâmico que mostrou imagem da região acometida com áreas radioluscentes no corpo da mandíbula, região de fóvea mandibular. O diagnóstico clínico foi de Noma, sendo realizado raspado da região e biópsia incisional. Todo material obtido foi enviado para exame microbiólogico e histopatógico. Ambos os resultados foram não conclusivos. Assim, diante das evidências clínicas, a hipótese diagnóstica foi confirmada. Posteriormente, a paciente foi encaminhada para cirurgia onde foi realizada a remoção dos dentes envolvidos e cirurgia plástica reconstrutiva. 1. AULUCK, A; PAI, K. M. Noma: Life cycle a devasting sore- case report and literature Review- J. Can. Dent ass. 2005 nov; 71(10): 757 2. BUCHANAN, J.A et al. Necrotizing stomatitis in the developed world. Clinic. Exp. Dermatol 2006, may,;31(3):372-4 3. ENWONWU, C.O; FALKLER, W. A. Jr; PHILIPS, R. S. Noma ( Cancrum oris). Lancet, 2006, Jul.8,368( 9530): 147-56. 4. MOYNIHAN, P.J The role of diet and nutrition in the etiology and prevention of oral diseases. Bull World Health orgn.2005, sep;83(9): 694-9, epub2005 CASO Nº 52 LESÃO FIBRO-ÓSSEA EM MANDÍBULA Anna Paula Gonçalves Costa* Marcus Alves de Figueiredo Sousa Jonas Dantas Batista Antônio Francisco Durighetto Júnior Adriano Mota Loyola Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Paciente, M.C.G 57 anos, gênero feminino, leucoderma, compareceu a Unidade de Diagnóstico Estomatológico da Faculdade de Odontologia da UFU, com queixa de um “inchaço no queixo”, observado há aproximadamente 1 semana. A história médica da paciente não relatou qualquer alteração relacionada a queixa. Ao exame clínico extrabucal era possivel verificar aumento da região de sínfise mandibular. O exame clínico intrabucal mostrou ausências dentárias, mucosas lisas, brilhantes e úmidas e não região de queixa havia um aumento volumétrico sobre o rebordo alveolar anterior direito, de aproximadamte 2 cm, expansão para as regiões vastibular e lingual, consistência dura e mostrando sinais de reação inflamatória com presença de fístula e discreta drenagem de pús. No exame radiográfico observou-se uma formação de radiopacidade mista de forma irregular, alongada, delimitada por linha radiolúcida, expansão as corticais no sentido vestíbulo-lingual. Os achados clínicos e radiográficos levaram a hipótese diagnóstica de lesão fibro-óssea ou cementoblastoma. A paciente foi medicada para tratamento da infecção e foi realizada bióspia incisional, que revelou tecido muito compacto, resistente ao corte, por hora lembrando tecido odontogênico. O diagnóstico histopatológico foi de tecido cementóide compacto. A paciente foi então encaminhada ao Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da HC da UFU onde realizouse a exérese da lesão e a peça cirúrgica teve diagnóstico sugestivo de lesão fibro-óssea benigna em estágio avançado.Atualmente a paciente se encontra em proservação. 1. SLOOTWEG PJ, MULLER H. Differential diagnosis of fibro-osseous jaw lesions. A histological investigation on 30 cases. J Craniomaxillofac Surg. 1990 Jul;18(5):210-4. 2. TOYOSAWA S, YUKI M, KISHINO M, OGAWA Y, UEDA T, MURAKAMI S, KONISHI E, IIDA S, KOGO M, KOMORI T, TOMITA Y. Ossifying fibroma vs fibrous dysplasia of the jaw: molecular and immunological characterization. Mod Pathol. 2007 Mar;20(3):389-96. 3. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998. 4. REGEZI, J. A., SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações ClínicoPatológicas . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. CASO Nº 53 CISTO DO DUCTO NASOPALATINO Rodrigo Eustáquio Lopes Eduardo Morato.de Oliveira Eduardo Pereira Guimarães* Mario Lúcio Otoni Gonçalves Marcelo Drummond Naves Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG. O cisto do ducto nasopalatino é a variedade mais comum de cisto maxilar de desenvolvimento ou fissural. Resulta da degeneração cística de restos epiteliais do ducto nasopalatino no interior do canal incisivo. Os sintomas e sinais mais comuns incluem tumefação na região anterior do palato, drenagem, dor e diastema entre os incisivos centrais. A cavidade cística evidencia uma imagem radiolúcida em forma de pêra invertida, ovalada ou em coração. Os dentes envolvidos não sofrem reabsorção. O caso clínico aborda a paciente N. T. S., 53anos, feoderma, procedente de Belo Horizonte, onde procurou atendimento odontológico no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais do HMOB em outubro de 2006 por motivo estético (fechar diastema anterior superior). Como exame complementar realizou-se radiografia periapical dos dentes 21 e 11, na qual observou-se uma imagem radiolúcida em forma de pêra invertida entre os incisivos centrais. Os dentes apresentavam-se sem mobilidade e hígidos. Mucosas íntegras (tanto vestibular quanto palatina) e sem aumento de volume. Feito um novo exame radiográfico para localização (princípio de paralaxe) onde o laudo mostrou lesão pelo palato. Como tratamento foi proposto a enucleação cirúrgica da lesão, o fechamento do diastema e o controle radiográfico pós-operatório. Após enucleação o material foi fixado em formol e encaminhado ao laboratório de Patologia Bucomaxilofacial da FOUFMG. O laudo histopatológico confirmou a hipótese diagnóstica de cisto do ducto nasopalatino. 1- CARVALHO, P.S. P. de; SANCHES, M. G. Cisto do canal nasopalatino. Rev. Assoc. Paul. De Cir. Dent. 54 (2): 126-128. março-abril, 2000. 2- GARCIA JÙNIOR, I.R.; PONZONI, D. Tratamento Cirúrgico de cisto do canal nasopalatino. BCL; 7(26); 63-66, abril-jun. 2000. 3- NEVILLE, B.W. Patologia Oral e Maxilofacial. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998, 705p. 4- PETERSON, L.J. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 3ª edição, 2000, 772p. 5- SANTOS, C.R.R. Cisto do ducto nasopalatino e ducto nasopalatino patente. Bauru; s.n.; 1999. 156p. CASO Nº 54 HAMARTOMA LEIOMIOMATOSO Fernanda Oliveira Ferreira* Lívia Fulgêncio Bonfim* Geane Moreira Mariela Gontijo Dutra de Moura Tarcília Aparecida da Siva Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais Hamartomas são malformações benignas caracterizadas pela mistura anormal de tecidos próprios do sítio envolvido. Nos hamartomas existe um aumento da proliferação de um tipo de tecidual, contudo sem tendência ao crescimento progressivo. Hamartomas afetam frequentemente o intestino, pulmões, pâncreas e região maxilofacial. Hamartomas bucais são comumente de origem vascular, apresentando-se como lesões nodulares presentes ao nascimento e em geral localizados na porção média maxilar como papila incisiva, palato e língua. O presente trabalho descreve um caso de hamartoma leiomiomatoso em uma recém-nascida com seis meses de vida que acompanhada de sua mãe compareceu à clinica de Semiologia e Patologia da Universidade Federal de Minas Gerais. A lesão era assintomática e estava presente desde o nascimento apresentando desde então crescimento lento. Ao exame físico observou-se bom desenvolvimento geral da criança. O exame intrabucal revelou a presença de um pólipo, de coloração semelhante à mucosa bucal, consistência fibrosa, superfície lisa, medindo 3x5x2 mm e localizado na linha média do processo alveolar da pré-maxila. As hipóteses de diagnóstico foram hamartoma, pólipo fibroso, e tumor de células granulares. Realizou-se biópsia excisional e após o exame histopatológico e imunoistoquímico, o diagnóstico foi de hamartoma leiomiomatoso. A paciente não apresentou recorrência da lesão e o caso encontra-se em proservação por sete meses. 1. Willis RA. The borderland of embryology and pathology. 2th ed. London: Butterworths, 1962;351-392. 2. Takato T, Fukuda O, Ohhara Y, Yanai A, Hirabayashi S, Nakatsuka T. Hamartoma of the tongue: two case reports. Plast Reconstr Surg 1985;75:258262. 3. Owen G, Berry J, Bicknell P. Hamartoma of the tongue. J Laryngol Otol 1993;107:363-367. 4. Takimoto T, Yoshizaki T, Umeda R. Hamartoma of the tongue. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 1989;18:157-161. 5. Hanna R, Argenyi ZB, Benda JA. Hamartoma of the tongue in na infant with a primary diagnosis of ectrodactyly-ectodermal dysplasia-cleft lip and palate syndrome. J Cutan Pathol 1994;21:173-178. CASO Nº 55 ALTERAÇÕES E LESÕES BUCAIS ENCONTRADAS NAS JORNADAS MINEIRAS DE ESTOMATOLOGIA - JOME - ENTRE OS ANOS DE 1995 A 2006 Bárbara Melo Franco* Paulo Rogério Ferreti Bonan Claudiojanes Reis Daniella Reis Barbosa Hercílio Martelli Júnior Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Curso de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. A Jornada Mineira de Estomatologia (JOME) é um evento científico promovido anualmente pela Sociedade Mineira de Estomatologia, desde o ano de 1995 e se caracteriza pela apresentação oral de expressiva amostragem de casos clínicos de alterações e lesões bucais. O objetivo deste estudo foi avaliar as principais alterações e lesões bucais encontradas entre os anos de 1995 e 2006, caracterizando os grupos mais encontrados de lesões, assim como os principais aspectos epidemiológicos associados às mesmas. Realizou-se estudo retrospectivo, documental, a partir dos doze anais dos eventos realizados entre os anos citados. Dos 729 resumos analisados e considerados, 746 lesões foram descritas. A faixa etária média de acometimento dos pacientes foi de 32,7 anos (±20,77). Desse montante, 311 (41,7%), casos clínicos foram observados no gênero masculino e 382 (51,2%), no feminino, sendo que 53 (7,1%) não possuíam tal informação. Com relação à cor da pele, 299 (40,1%), lesões ocorreram em indivíduos leucodermas, 180 (24,1%) feodermas, 161 (21,6%) melanodermas e 106 (14,2%) sem referência. Sobre a distribuição referente aos grupos de lesões, observou-se que as lesões ósseas (13,8%), neoplasias malignas (13%), tumores odontogênicos (9,9%) e não-odontogênicos (9,1%), foram as mais comuns. Considerando as lesões de forma isolada, o carcinoma de células escamosas, ameloblastoma e fibroma ossificante periférico foram os mais freqüentes. Observou-se que a ocorrência das lesões não se deveu somente a sua raridade, mas também a distribuição regional das mesmas. 1. NEVILLE B.W., DAMM D., ALLEN C.M., BOUQUOT J.E. Patologia oral e Maxilofacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2004. 2. DURAZZO M.D., DE ARAÚJO C.E., BRANDÃO NETO J.S. et al. Clinical and epidemiological features of oral cancer in a medical school teaching hospital from 1994 to 2002: increasing incidence in women, predominance of advanced local disease, and low incidence of neck metastases. Clinics. 60:293-8, 2005. 3. GERVASIO, O.L., DUTRA, R.A., TARTAGLIA, S.M., VASCONCELLOS, W.A., BARBOSA, A.A., AGUIAR ,M.C. Oral squamous cell carcinoma: a retrospective study of 740 cases in a Brazilian population. Braz Dent J. 12:5761, 2001. 4. FERNANDES, A.M., DUARTE, E.C., PIMENTA, F.J., SOUZA, L.N. et al. Odontogenic tumors: a study of 340 cases in a Brazilian population. J Oral Pathol Med. 34:583-587, 2005. 5. LOYOLA, A.M., DE ARAÚJO, V.C., DE SOUSA, S.O., DE ARAÚJO, N.S. Minor salivary gland tumours. A retrospective study of 164 cases in a Brazilian population. Eur J Cancer B Oral Oncol. 31B: 197-201, 1995. CASO Nº 56 SCHWANOMA (NEURILEMOMA) DE LÍNGUA Virginia Kelma dos Santos Silva* Luciano José Pereira Márcio Américo Dias Patrícia Peres Iucif Pereira Alessandro Antônio Costa Pereira Serviço de Estomatologia – UNINCOR – Três Corações Paciente, WLS, 14 anos, feoderma, gênero masculino, morador da zona rural de Lambari, compareceu à clinica de Estomatologia da Unincor, encaminhado do posto de saúde do seu município, queixando-se de um discreto incômodo durante a deglutição proveniente de uma massa tumoral em sua língua. Relatou que notou seu aparecimento há aproximadamente seis meses. Ao exame físico observamos lesão tumoral em dorso e margem lateral direita na porção mais posterior da língua, coloração vermelha, consistência firme, formato oval, superfície irregular, indolor, medindo, 3x2cm aproximadamente. Foi realizada biópsia excisional e enucleação total da lesão. Em análise microscópica os cortes corados em HE revelaram fragmento de mucosa bucal constituída por epitélio estratificado paraqueratinizado. Subjacente, na lâmina própria, notou-se tecido conjuntivo fibroso denso e área central ricamente celularizada (Antoni A) com células fusiformes dispostas em feixes entrelaçados ora dispostas em paliçada, notando-se algumas áreas eosinófilas acelulares (Antoni B) dispersas juntos às células em proliferação. O diagnóstico conclusivo foi de neurilemoma. O paciente se encontra em proservação e não houve recidiva. Os schwanomas também denominados neurilemomas são tumores beningnos de crescimento lento e encapsulados originários da bainha de schwan de nervos periféricos motores, sensitivos ou autônomos. Sua etiologia é desconhecida, não apresenta predileção por gênero, e o pico de incidência está entre a terceira e sexta década de vida. De todas as regiões da cabeça e pescoço, a boca raramente é afetada, contribuindo com apenas 1% dos casos, sendo a língua a área mais prevalente. 1. HASHIBA Y, NOZAKI S, YOSHIZAWA K, NOGUCHI N, NAKAGAWA K, YAMAMOTO E. Recurrent multinodular neurilemmoma of the female upper lip. Int J Oral Maxillofac Surg. 2007 Feb;36(2):171-3. 2. HWANG K, KIM SG, AHN SI, LEE SI. Neurilemmoma of the tongue. J Craniofac Surg. 2005 Sep;16(5):859-61. 3. ANIL HT, GOWDA BV, LAKSHMI S, NIVEDITHA SR. Schwannoma of the palatine tonsil. J Laryngol Otol. 2005 Jul;119(7):570-2. 4. PFEIFLE R, BAUR DA, PAULINO A, HELMAN J. Schwannoma of the tongue: report of 2 cases. J Oral Maxillofac Surg. 2001 Jul;59(7):802-4. 5. DE BREE R, WESTERVELD GJ, SMEELE LE. Submandibular approach for excision of a large schwannoma in the base of the tongue. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2000;257(5):283-6. CASO Nº 57 AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO Eduardo Costa Batista* Rodrigo Carvalho Pinto Coelho Rommel Parenti Cabral Marcelo Drummond Naves Bruno da Silva Vieira Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da FOUFMG O ameloblastoma é uma neoplasia localizada agressiva de epitélio odontogênico que possui um amplo espectro de padrões histológicos lembrando o início da odontogênese. Com crescimento lento, agressividade local e potencialmente causadora de amplas deformidades faciais, pode surgir de qualquer fonte de epitélio odontogênico que remanesça junto aos tecidos mole alveolar e ósseo. Possui uma alta taxa de recorrência, diretamente relacionada ao manejo da lesão, porém as metástases são raras. Ocorre em três situações clinicorradiográficas distintas: sólido, unicístico e periférico. A variante unicística apresenta características semelhantes a um cisto não neoplásico, ocorre em pacientes mais jovens, freqüentemente em mandíbula e associada a um terceiro molar incluso. O tratamento, em geral, consiste de uma intervenção menos agressiva em relação ao tipo sólido, recebendo abordagem semelhante a dos cistos odontogênicos. Este trabalho relata um caso de ameloblastoma unicístico tratado através de descompressão cística, com posterior enucleação. A paciente M.L.G.S., 27 anos, gênero feminino, feoderma, foi encaminhada ao serviço de Cirurgia e Traumatologia BucoMaxilo-Facial do Hospital Municipal Odilon Behrens queixando-se de tumefação em terço inferior de face, à esquerda. Ao exame clínico, foi detectada lesão expansiva em corpo e ramo mandibular, à esquerda. Ao exame imaginológico, apresentava-se ampla, unilocular, envolvendo o dente 38. Foi submetida, então, a uma biópsia incisional, que revelou cisto de natureza odontogênica. Perdeu-se o contato com a paciente, e a mesma só retornou ao serviço sete meses depois, com suspeita de gestação, confirmada em seguida. Foi realizado procedimento de descompressão cística e nova biópsia incisional, que definiu o diagnóstico de ameloblastoma unicístico. Durante a gestação e período de lactação, seguiu-se um controle clínico, com irrigações intralesionais que resultaram em diminuição parcial de volume, e subseqüentemente foi realizada curetagem da neoplasia. A paciente encontra-se em controle pós-operatório há 6 meses, sem sinais de recidiva. 1. SAPP, J.P. EVERSOLE, L.R. WYSOCKY, G.P. Contemporary Oral and Maxillofacial Pathology. Mosby, 1997. C. 5, p. 128-133. 2. WALDRON, C.A. Cistos e Tumores Odontogênicos. In: NEVILLE, B.W. DAMM, D.D. ALLEN, C.M. BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998. Cap. 15, pág. 499-507. 3. SHAFER, W.G. HINE, M.K. LEVY, B.M. Tratado de Patologia Bucal. 4 ed. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1987. Cap. 4, pág.255-264. 4. REGEZI, J.A. SCIUBBA, J.J. Patologia Bucal – Correlações Clinicopatológicas. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1991. Cap. 11, pág. 248-258. CASO Nº 58 PARACOCCIDIOIDOMICOSE Clenivaldo Alves Caixeta* Fernanda Mombrini Pigatti Tânia Regina Grão Velloso Alessandro Antônio Costa Pereira João Adolfo Costa Hanemann Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Paciente S.P., gênero masculino, 40 anos, feoderma, pedreiro, procedente de AlfenasMG, compareceu à Clínica Integrada da UNIFAL-MG queixando-se de “sangramento na gengiva e queimação no céu da boca” sendo então encaminhado à Clínica de Estomatologia para avaliação e tratamento. Durante a anamnese, o paciente relatou que, há aproximadamente um ano, os dentes do hemiarco superior esquerdo apresentaram mobilidade acentuada e esfoliação espontânea, acompanhada de sangramento gengival. Relatou também a presença de um quadro de rouquidão, já tendo se consultado com um médico cirurgião de cabeça e pescoço que sugeriu um diagnóstico clínico de CEC de corda vocal. Negou outras alterações sistêmicas significativas. No Exame Físico Extrabucal, não foram observadas alterações. À Oroscopia, notou-se a presença de uma úlcera superficial, apresentando leito leucoplásico contendo pontos purpúreos, de aspecto granuloso, localizada no rebordo alveolar superior esquerdo, estendendo-se para fundo de vestíbulo e envolvendo a gengiva inserida do dente 27, que apresentava grande quantidade de cálculo supragengival e mobilidade acentuada. Na radiografia panorâmica, observou-se apenas uma perda óssea acentuada na região. Sugeriu-se como diagnóstico clínico Paracoccidioidomicose. Foi solicitado um exame sorológico para a pesquisa de anticorpos anti-Paracoccidioides brasiliensis e realizada uma biopsia incisional. O diagnóstico microscópico foi de Paracoccidioidomicose e o exame sorológico revelou uma titulação de 1:2. Radiografias de tórax demonstraram a presença de velamento pulmonar parcial sugestivo de DPOC, conforme laudo radiográfico médico. O paciente foi então encaminhado para o Ambulatório de Infectologia do HUAV onde se iniciou o tratamento com Itraconazol. Após oito meses do início do tratamento, o paciente retornou apresentando cicatrização completa das lesões e continua ainda em tratamento médico. 1. ALMEIDA, O.P.; JORGE JR., J.; SCULLY, C.; BOZZO, L. Oral manifestations of paracoccidioidomycosis (South American blastomycosis). Oral Surg Oral Med Oral Pathol, v.72, n.4, p 430-435, Oct. 1991. 2. ALMEIDA, O.P.; JORGE JR., J.; SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis of the mouth: an emerging deep mycosis. Crit Rev Oral Biol Med, v.14, n.5, p.377383, 2003. 3. BICALHO, R.N.; ESPÍRITO SANTO, M.F.; AGUIAR, M.C.F.; SANTOS, V.R. Oral paracoccidioidomycosis: a retrospective study of 62 Brazilian patients. Oral Diseases, v.7, n.1, p.56-60, Jan. 2001. 4. SPOSTO, M.R.; MENDES-GIANNINI, M.J.; MORAES, R.A.; BRANCO, F.C.; SCULLY, C. Paracoccidioidomycosis manifesting as oral lesions: clinical, cytological and serological investigation. J Oral Pathol Med, v.23, n.2, p.85-87, Feb. 1994. CASO Nº 59 FIBRO-ODONTOMA AMELOBLÁSTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO E DO MANEJO CIRÚRGICO Luciana Yamamoto de Almeida* Alfredo Maurício Batista de Paula Marcelo Cavalcanti Gonçalves André Luiz Sena Guimarães Paulo Rogério Ferreti Bonan UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros), Curso de Odontologia, Subárea de Diagnóstico Oral. Montes Claros, MG O Fibro-odontoma ameloblástico é considerado um tumor odontogênico misto reportado preferencialmente em pacientes jovens. Acomete pacientes jovens sendo mais freqüente na região posterior de mandíbula. O paciente DOR, 11 anos, masculino, feoderma compareceu a Clínica de Estomatologia da UNIMONTES se queixando de “queixo torto” que surgiu após uma queda há 5 anos e que edemaciou e passou a doer há 1 semana (SIC). Na anamnese, nada digno de nota foi observado. O exame ectoscópico evidenciou aumento volumétrico unilateral mandibular direito. O exame oroscópico evidenciou uma tumefação com expansão da cortical óssea vestibular no lado direito da mandíbula envolvendo incisivos até a região molar. Foi realizada uma tomada radiográfica panorâmica que evidenciou uma lesão radiograficamente mista, bem delimitada por um halo radiopaco, estendendo-se até a superfície basilar da mandíbula e envolvendo dentes permanentes impactados. Considerando a possibilidade de ser uma lesão tumoral odontogênica, foi realizada a biópsia incisional que revelou microscopicamente a presença de um tecido mesenquimal que rememorava a papila dentária com epitélio odontogênico proliferativo arranjado em cordões ou ilhas. O tratamento cirúrgico conservador foi realizado e o diagnóstico definitivo foi de fibro-odontoma ameloblástico, apresentando abundante material dentinóide. O paciente está sendo proservado por 1 ano sem evidência de recidiva. 1. OGHLI, A.A., SCUTO, I., ZIEGLER, C., FLECHTENMACHER, C., HOFELE, C. A large ameloblastic fibro-odontoma of the right mandible. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 12: E34-7, 2007. 2. SIVAPATHASUNDHARAM, B., MANIKANDHAN, R., SIVAKUMAR, G., GEORGE, T. Ameloblastic Fibro Odontoma. Indian J Dent Res.;16:19-21, 2005. 3. CHANG, H., PRECIOUS, D.S., SHIMIZU, M.S. Ameloblastic fibroodontoma: a case report. J Can Dent Assoc. 68:243-6, 2002. 4. FRIEDRICH, R.E., SIEGERT, J., DONATH, K., JAKEL, K.T. Recurrent ameloblastic fibro-odontoma in a 10-year-old boy. J Oral Maxillofac Surg. 59:1362-6, 2001. 5. AL-SEBAEI, M.O., GAGARI, E. Ameloblastic fibro-odontoma. J Mass Dent Soc.50:52-3, 2001. CASO Nº 60 AUMENTO GENGIVAL MEDICAMENTOSO ASSOCIADO A NIFEDIPINA EM PACIENTE HIPERTENSO DESCOMPENSADO Thiago César Lima* Victor Comini Mol Luís Antônio Nogueira dos Santos Hercílio Martelli Júnior Paulo Rogério Ferreti Bonan Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, Minas Gerais Nifedipina é uma droga antianginal que atua como bloqueador de um canal de cálcio, usada no manejo e controle da hipertensão arterial. Um efeito colateral importante do uso da nifedipina é o aumento gengival medicamentoso que recobre parcialmente e totalmente as coroas dentárias. Paciente masculino, 46 anos, leucoderma, procurou a clínica de Diagnóstico Bucal da FUNORTE devido a aumento gengival que atrapalhava a estética, com três meses de duração. Na anamnese, o paciente realatou seis meses de uso da nifedipina (20mg- três vezes ao dia) para controle da hipertensão arterial. Na história médica, foram relatados episódios de desmaio. O uso de outras drogas foi negado. No momento da consulta odontológica a pressão arterial foi de 140X100 mmHg. O paciente referiu descontrole da pressão arterial desde o uso da nifedipina. O exame ectoscópico revelou normalidade. Na oroscopia, aumento gengival com tecido de aspecto sadio recobrindo parcialmente a coroa de dentes anteriores maxilares e mandibulares. Cálculo e placa bacteriana estavam associadas mas não explicavam o aumento gengival. Após a consulta inicial, o paciente foi encaminhado ao cardiologista que trocou a medicação anti-hipertensiva (Hidroclorotiazida 25mg e Captopril 25 mg). O paciente foi submetido a gengivectomia e gengivoplastia e remoção de cálculo e placa. A histopatologia evidenciou tecido conjuntivo denso não modelado, infiltrado inflamatório crônico e pregas epiteliais. O paciente retornou com a gengiva em bom estado, pressão arterial controlada, sem evidências de recidiva após 3 meses. 1. Shouda J, Nakamoto H, Sugahara S, Okada H, Suzuki H. Incidence of gingival hyperplasia caused by calcium antagonists in continuous ambulatory peritoneal dialysis patients. Adv Perit Dial. 1999;15:153-5. 2. Shimizu Y, Kataoka M, Seto H, Kido J, Nagata T. Nifedipine induces gingival epithelial hyperplasia in rats through inhibition of apoptosis. J Periodontol. 2002; 73:861-7. 3. Fu E, Nieh S, Hsiao CT, Hsieh YD, Wikesjo UM, Shen EC. Nifedipine-induced gingival overgrowth in rats: brief review and experimental study. J Periodontol. 1998;69:765-71. 4. Ramon Y, Behar S, Kishon Y, Engelberg IS. Gingival hyperplasia caused by nifedipine--a preliminary report. Int J Cardiol. 1984;5:195-206. 5. Ellis JS, Seymour RA, Steele JG, Robertson P, Butler TJ, Thomason JM. Prevalence of gingival overgrowth induced by calcium channel blockers: a community-based study. J Periodontol. 1999 ;70:63-7. CASO Nº 61 TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE EM MANDÍBULA. Vanessa de Almeida Carvalho* Antonio Francisco Durighetto Junior Rafaela Guidi Marcus Alves da Rocha Cláudia Jordão Silva Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Paciente M.A.D.C, 39 anos, leucoderma, gênero feminino apresentou queixa de caroço na boca. A historia médica relata quadro de depressão controlada com medicamento. A história da doença atual conta que o crescimento teve início há aproximadamente 2 anos de forma lenta, gradativa, assintomática mas, que já havia provocado a perda de alguns dentes, retirados com a promessa de cura do processo. O exame intrabucal revelou paciente desdentada parcial, mucosas com aspecto de normalidade e na região da queixa havia um crescimento no rebordo alveolar do lado direito próximo a linha média com aproximadamente 4 cm de diâmetro, consistência dura, revestida por mucosa de coloração normal, distensão das corticais vestibular e lingual e com o segundo prémolar praticamente mergulhado no seu interior. Foram realizadas tomadas radiográficas periapicais, oclusal e panorâmica que revelaram área radiolúcida multiloculada, dividida por trabéculas finas mais proeminentes na periferia oferecendo aspecto chanfrado nas suas paredes e o prémolar mergulhado no interior do tumor não apresentava sinais de reabsorção radicular. Apesar do crescimento lento a hipótese de diagnóstico recaiu em lesão central de células gigantes ou de qualquer outro tumor de origem odontogênica. Sendo assim foi realizada biópsia incisional que possibilitou a retirada de tecido mole de aspecto borrachóide, de cor branco acinzentada e sem um evento hemorrágico importante. A análise do fragmento descreveu a presença um estroma fibroso permeado por células epiteliais, em lençol, com limites pouco nítidos, citoplasma claro, algumas ilhas isoladas de células apresentavam citoplasma eosinofílico e moderado pleomorfismo. Mostrou ainda material eosinofílico, amorfo, homogêneo, positivo para vermelho congo, birrefringência, calcificações basófilas arredondadas (anéis de liesegang). Tumor Odontogênico epitelial calcificante com predominância de células claras. A paciente foi encaminhada ao serviço de cirurgia buço maxilar para tratamento cirúrgico do tumor. 1. Bridle C, Visram K, Piper K, Ali N. - Maxillary calcifying epithelial odontogenic (Pindborg) tumor presenting with abnormal eye signs: case report and literature review.Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2006 Oct;102(4):e12-5. Epub 2006 Jul 14. Review. 2. Germanier Y, Bornstein MM, Stauffer E, Buser D. - Calcifying epithelial odontogenic (pindborg) tumor of the mandible with clear cell component treated by conservative surgery: report of a case.J Oral Maxillofac Surg. 2005 Sep;63(9):1377-8 3. Calcifying epithelial odontogenic (pindborg) tumor: a series of 4 distinctive cases and a review of the literature.J Oral Maxillofac Surg. 2005 Sep;63(9):1361-8. 4. Patino B, Fernandez-Alba J, Garcia-Rozado A, Martin R, Lopez-Cedrun JL, Sanroman B - CASO Nº 62 TRATAMENTO DE MIÍASE EM CAVIDADE BUCAL COM USO DE IVERMECTINA ASSOCIADO AO DEBRIDAMENTO CIRÚRGICO. Thiago Leal Silva* Eduardo Costa Batista Luciano Mendes Sales Rodrigo Carvalho Pinto Coelho Marcelo Drummond Naves Hospital Municipal Odilon Behrens – Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais - FOUFMG. Miíase é a invasão de larvas em tecidos vivos. Pode apresentar localização nasal, auricular, ocular, esofagiana, bucal, intestinal ou cutânea. Os pacientes acometidos por esta doença apresentam fatores predisponentes como: higiene oral deficiente, falta de fechamento adequado dos lábios, desnutrição, respiração bucal, etilísmo, halitose, hemiplegias e/ou tetraplegias. A ivermectina é um derivado semi-sintético da família dos macrolídeos, trata-se de um anti-helmíntico sistêmico, introduzido em 1980 como uma droga antiparasitária de amplo espectro. O medicamento apresenta uma absorção rápida, com elevada concentração sangüínea em pouco tempo. É efetiva contra a maioria dos parasitas intestinais, a maioria dos artrópodes e alguns nematódeos. Inicialmente seu uso era exclusivamente veterinário. É utilizada em seres humanos desde 1987, inicialmente para o tratamento da oncocerquiase. O tratamento para miíase no Hospital Municipal Odilon Behrens visa à eliminação das larvas por completo, evitando que ocorra uma nova proliferação da mesma na região afetada. O tratamento consiste em utilização de ivermectina por via oral em dose única de 150-200µa por kg de peso, e remoção cirúrgica das larvas 24 horas após a administração do medicamento realizando-se um bom debridamento do local. Pode ser associado o uso de éter no ato cirúrgico, colocando uma gaze umidecida na região afetada, para auxiliar na remoção das larvas. O éter atuará inibindo a oxigenação das larvas fazendo com que elas saiam dos tecidos para respirar, facilitando a sua remoção. A associação da ivermectina com a remoção cirúrgica das larvas e utilização do éter nos casos onde há uma maior quantidade de larvas, tem mostrado bom resultado, evitando que se faça varias intervenções cirúrgicas para o tratamento da miíase. 1. REY, L. Dípteros braquíceros: moscas e motucas. In: Rey L. Parasitologia, 3a ed. Guanabara e Koogan. p.721-734, 2001. 2. FIGUEIREDO, MC et al. Miíase Oral-Relato de Um Caso Clínico. JBP, vol 3 nº 13,pag. 243-246. 3. NASCIMENTO, EMF et al. Míiases Humanas por Cochiliomya hominivoax em Hospitais Públicos na Cidade do Recife,Pernanbuco, Brasil. Entomol. Vect. Vol 12 nº 1, pag 37-51,2005. 4. SHINOHARA, EH et al.Oral Myiasis Treated with Ivermectin: Case Report.Braz. Dental Journal, vol 15 nº 1, 2004. 5. GOMEZ, RS et al.Oral Myisis by Screwworm Cochlioyia hominivorax. British Journal of Oral and Maxilofacial Surgery, 2003;41; pag 115-116. CASO Nº 63 ODONTOHIPOFOSFATASIA Thaís de Lima Coutinho* José Flávio Batista Gabrich Giovannini Maria Cássia Ferreira de Aguiar Vanessa Frazão Cury Gonçalvez Diele Carine Barreto Arantes Centro Universitário Newton Paiva e Universidade Federal de Minas Gerais Paciente G.V.R.C., três anos de idade, sexo feminino, apresentou-se à clínica do Centro Universitário Newton Paiva, acompanhada da mãe que relatava a perda precoce dos dentes da filha e a hipótese diagnóstica de síndrome de Papillon Lefréve, sugerida por um dentista. A mãe relatou que a perda dos dentes foi sem sangramento e dor. Na história familiar foi relatado um aborto espontâneo por malformação pulmonar fetal. Ao exame intrabucal observou-se ausência dos dentes 71 e 81. A paciente não apresentava doença periodontal e cárie. Ao exame radiográfico observou-se presença de todos os dentes permanentes em formação e apenas ausência dos dentes 71 e 81. Níveis séricos de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina foram solicitados para a paciente e para os pais. A mãe e a criança apresentaram níveis baixos de fosfatase alcalina. A paciente foi encaminhada para avaliação pediátrica onde foi observado desenvolvimento físico e mental normais, sem alterações ósseas. Análises do dente 81 em microscopia óptica e eletrônica de varredura foram realizadas. Baseados nos achados clínicos, microscópicos e laboratoriais, concluiu-se que a paciente apresentava odontohipofosfatasia. A paciente está em manutenção na clínica odontológica. A hipofosfatasia é uma doença hereditária, de expressão variável, autossômica dominante ou recessiva, caracterizada pela reduzida mineralização óssea e dentária decorrente da deficiência na atividade da fosfatase alcalina sérica e tecidual. Quatro formas distintas são reconhecidas, dependendo da gravidade e da idade do aparecimento dos sintomas: perinatal, lactente, infância e adulto. A odontohipofosfatasia é caracterizada pela exfoliação prematura dos dentes decíduos com raízes intactas na ausência de cárie, inflamação gengival, periodontites e trauma. A perda dentária precoce se deve à malformação do cemento, comprometendo a sustentação do dente no alvéolo. 1. HERASSE, M.; SPENTCHIAN, M.; TAILLANDIER, A.; KEPPLERNOREUIL, K.; FLIORITO, A.N.; BERGOFFEN, J.; WALLERSTEIN, R.; MUTI, C.; SIMON-BOUY, B.; MORNET, E. Molecular study of three cases of odontohypophosphatasia resulting from heterozygosity for mutations in the tissue non-specific alkaline phosphatase gene. J Med Genet. v.40, n.8, p.605-9, 2003. 2. HU, J.C.; PLAETKE, R.; MORNET, E.; ZHANG, C.; SUN, X.; THOMAS, H.F.; SIMMER, J.P. Characterization of a family with dominant hypophosphatasia. Eur J Oral Sci. v.108, n.3, p.189-94, 2000. 3. NEVILLE, B.W; DAMM, D.D; ALLEN, C.M; BOUQUOT,J.E. Patologia Oral e Maxilofacial, 2ª Ed., Cap. 17, p. 701-703, 2004. 4. TAILLANDIER, A.; SALLINEN, S.L.; BRUN-HEATH, I.; DE MAZANCOURT, P.; SERRE, J.L.; MORNET, E. hypophosphatasia due to a de novo missense mutation in the tissue-nonspecific alkaline phosphatase gene. J Clin Endocrinol Metab. v.90, n.4, p.2436-9. Epub 2005. CASO Nº 64 CISTO FOLICULAR INFLAMATÓRIO Natália Rafaela de Assis Costa* Renan Passos Cordeiro Clenivaldo Alves Caixeta Alessandro Antônio Costa Pereira João Adolfo Costa Hanemann Disciplina de Estomatologia. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Paciente P.I.R.S., 6 anos, gênero masculino, leucoderma, procedente de Maria da FéMG, foi encaminhado à Clínica de Estomatologia da Unifal-MG por um cirurgiãodentista de sua cidade, para avaliação e tratamento de lesão bucal. Durante a anamnese, a mãe do paciente relatou que notou um aumento volumétrico no terço inferior de face, lado direito, há aproximadamente 45 dias. No início apresentava sinais de inflamação, como ardor e rubor, e apresentava consistência endurecida. Procurou então um CD que solicitou radiografias PA e lateral de crânio sendo então evidenciada uma lesão radiolúcida em corpo de mandíbula. No Exame Físico Extrabucal, notou-se uma discreta assimetria facial provocada por uma tumefação no lado direito do terço inferior da face sem sinais flogísticos. Os linfonodos submandibulares do lado direito apresentavam-se doloridos à palpação. À oroscopia, o paciente apresentava uma tumefação difusa no fundo de vestíbulo, na região de molares inferiores do lado direito, causando apagamento do fundo de vestíbulo. O dente 84 apresentava extensa lesão cariosa e o 85 ausente e a mucosa que recobria a lesão apresentava-se normocorada e íntegra. Após exame radiográfico periapical, oclusal e panorâmico, observou-se uma área radiolúcida, unilocular, associada ao germe do dente 45 deslocando os germes do 44 e 43 para mesial. A lesão se estendia da face mesial do 46 até a mesial do 84, atingindo a porção basilar da mandíbula além de expansão acentuada da cortical vestibular. Sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Cisto Folicular Inflamatório ou Queratocisto Odontogênico. Realizou-se então a exodontia do dente 84 e colocação de um dreno. O material coletado do fundo do alvéolo foi enviado para análise anatomopatológica e o diagnóstico microscópico foi de Cisto Folicular Inflamatório. Após 18 meses do tratamento, nota-se cicatrização completa da região operada e neoformação óssea. 1. BENN, A.; ALTINI, M. Dentigerous cysts of inflammatory origin. A clinicopathologic study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.81, n.2, p.203-9, Feb. 1996. 2. LUSTIG, J. P.; SCHAWARTZ-ARAD, D.; SHAPIRA, A. Odontogenic cysts related to pulpotomized deciduous molars: clinical features and outcome. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.87, n.4, p.499-503, Apr. 1999. 3. SILVA, T. A.; DOMINGUES DE SÁ, A. C.; ZARDO, M.; CONSOLARO, A.; LARA, V. S. Inflammatory folicular cysts associated with an endodontically treated primary molar: A case report. ASDC Journal of Dentistry for Children, v.69, n.3, p.271-4, Sep/Dec. 2002. CASO Nº 65 ESTOMATITE AFTOSA RECORRENTE RELACIONADA À MÁ ABSORÇÃO DE VITAMINA B12 Adriana Spinola Ribeiro* Bruna Gonçalves Garcia Soraya de Mattos Camargo Grossmann Ricardo Alves Mesquita Tarcília Aparecida Silva Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente N.A.S., 71 anos, gênero feminino, compareceu à clínica de Semiologia da FOUFMG, com queixa de ardência na língua. À anamnese a paciente relatou fazer uso de Omeprazol. Ao exame clínico extrabucal não foram observadas alterações dignas de nota. Ao exame objetivo intra-bucal verificou-se lesões ulceradas, com halo eritematoso perilesional, recobertas por pseudomembrana, sintomáticas, localizadas na língua e na mucosa jugal. Também observou-se despapilação da língua. A hipótese diagnóstica foi estomatite aftosa recorrente. Exames laboratoriais foram solicitados: hemograma, ácido fólico, ferro, ferritina, vitaminas B2, B6 e B12. A dosagem sérica de vitamina B12 apresentou-se baixa. A paciente foi encaminhada para avaliação gastrointestinal. A endoscopia não demonstrou anormalidades macroscópias. A biópsia de mucosa gástrica mostrou atrofia do corpo gástrico com evidência de metaplasia intestinal. Testes para anticorpos contra o fator intrínseco foram negativos. O diagnóstico final foi de estomatite aftosa recorrente relacionada à má absorção de vitamina B12. Estabeleceu-se o tratamento com vitamina B12 intramuscular. A paciente retornou após 12 meses e não apresenta sinais clínicos das lesões. 1. Weusten BLAM, Van de Wiel A. Aphthous ulcers and vitamin B12 deficiency. Neth J Med 1998;53:172-175. 2. Rugge M, Genta RM. Staging and grading of chronic gastritis. Hum Pathol 2005;36:228-233. 3. Piskin S, Sayan C, Durukan N, Senol M. Serum iron, ferritin. Folic acid, and vitamin B12 levels in recurrent aphthous stomatitis. J Eur Acad Dermatol Venereol 2002;16:66-67. 4. Scully C, Gorsky M, Lozada-Nur F. The diagnosis and management of recurrent aphthous stomatitis: a consensus approach. J Am Dent Assoc 2003;134(2):200207. 5. Natah SS, Konttinen YT, Enattah NS, Ashammakhi N, Sharkey KA, HayrineImmonen R. Recurrent aphthous ulcers today: a review of the growing knowledge. J Oral Maaxillofac Surg 2004;33:221-234. CASO Nº 66 ACROCEFALOSSINDACTILIA (SÍNDROME DE APERT) – RELATO DE CASO CLÍNICO Rodrigo Dias Pereira* Paulo Rogério Ferreti Bonan Alfredo Maurício Batista de Paula Luis Antônio Nogueira dos Santos Hercílio Martelli Júnior Curso de Odontologia – Área de Diagnóstico Bucal – Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Síndrome de Apert (SA) é uma condição genética, rara, autossômica dominante, com ocorrência de aproximadamente 1:160.000-200.000 casos entre nascidos vivos. Sua etiologia está relacionada a mutações envolvendo os fatores de crescimento fibroblásticos. Clinicamente, a SA caracteriza-se principalmente por deformidades no crânio, face, mãos e pés. O crânio apresenta fusão prematura, sendo afetado durante o desenvolvimento normal. Paciente JCFS, gênero feminino, feoderma, 5 anos, natural de Januária, norte de Minas Gerais, Brasil, apresentou-se a Clínica de Estomatologia, acompanhada pelo pai. O mesmo relatou ser divorciado e tendo apenas esta única filha. Não relatou possuir cosangüinidade com a mãe da garota. Relatou que o pré-natal foi normal e o parto sem intercorrências. À anamnese, a criança aparentou não possuir alterações mentais. Ao exame extra-bucal, verficou-se que a paciente apresentava proeminência frontal, hipoplasia de maxila, alteração nasal e alterações nos membros superiores e dedos dos pés. Ao exame intra-bucal, observou-se alterações no palato e na dentição. A partir dos aspectos clínicos o diagnóstico foi de síndrome de Apert, sem história de casos familiares paternos e maternos. A paciente encontra-se em tratamento odontológico e médico. 1. FERREIRA, C.A.; ALEIXO, R.B. SÍNDROME DE APERT. Relato de Caso Clínico. Rev. CROMG,7(3):173-156,2001. 2. JONES, K.L. Padrões Reconhecíveis de Malformações Congênitas, 5ª ed., São Paulo, Ed. Manole Ltda, 1998. 3. NEVILLE, B.W. DANN,D,D. ALLEN, C. M., BOUQUOT, J. E. Patologia Oral & Maxilofacial. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.. 4. RENIER, D.; AMAUD, E.; CINALLI, G.; SEBAG, G.; ZERAH, M.; MARCHAC, D. Prognosis for mental function in Apert’s syndrome. J. Neurosurg. 85:66-72, 1996. 5. SMITH, D.W. Síndromes de Malformações Congênitas, 3ª ed, São Paulo, Ed. Manole, 1989 CASO Nº 67 SIALOLITÍASE EM PARÓTIDA Andrea Lopes de Siqueira Jonas Dantas Batista Inês Laluci Durighetto Rafaela Guidi Marcelo Dias Moreira de Assis Costa Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Paciente A.F, 52 anos, gênero masculino, melanoderma, foi encaminhado a Unidade de Diagnóstico Estomatológico da FOUFU com queixa de “inchaço no rosto”. A história médica não revelou informações que pudessem estar relacionadas com a queixa. Durante a anamnese o paciente relatou que o aumento se intensificava durante a alimentação. O exame clínico extrabucal mostrou aumento volumétrico em região parotídea direita de consistência elástica e dolorosa à palpação. No exame clinico intrabucal observou-se um aumento volumétrico eritematoso na saída do ducto da parótida que vertia pus. Na palpação foram observados nódulos duros sugestivos de mineralização no interior do ducto. Foram realizadas tomadas radiográficas da área que revelaram a presença de duas imagens radiopacas esféricas. Os achados clínicos e radiográficos sugeriram sialoadenite associada à sialolitíase. O paciente foi medicado com antibiótico, analgésico e instituída fisioterapia com compressa morna e estimulação de salivação com acido cítrico. O paciente retornou após 1 semana com regressão do quadro infeccioso, porém sem expulsar nenhum sialolito. Foi então realizada a remoção cirúrgica de uma das pedras. O paciente abandonou o tratamento e retornou após 1 com novo quadro infeccioso da parótida. NEVILLE, B.W; DAMM, ºD.; ALLEN, C.M.; et al. Patologia oral e maxilofacial . Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1998. 2. REGEZI, J. A., SCIUBBA, J. J. Patologia Bucal : Correlações ClínicoPatológicas . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 3. ANDRETTA, M., TREGNAGHI, A., PROSENIKLIEV, V., STAFFIERI, A. Current opinions in sialolithiasis diagnosis and treatment. Acta Otorhinolaryngol Ital. 25(3), 145-9, Jun. 2005. 1. 4. TORRES-LAGARES, D., BARRANCO-PIEDRA, S., SERRERA-FIGALLO, M. A., HITA-IGLESIAS, P., MARTINEZ-SAHUQUILLO-MARQUEZ, A., GUTIERREZ-PEREZ, J. L., Parotid sialolithiasis in Stensen's duct. Med Oral Patol Oral Cir Bucal.11(1), Jan. 2006. CASO Nº 68 ADENOMA PLEOMÓRFICO Marcel Leonardo Torres Costa* Marina Guimarães Fraga* Guilherme Machado Xavier Ricardo Santiago Gomez Wagner Henriques Castro Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente M.S.C., 48 anos, melanoderma, sexo feminino, procedente de Santa Luzia, foi encaminhada ao serviço de Semiologia da FO-UFMG para avaliação de uma massa tumoral assintomática na mucosa jugal esquerda, sendo o tempo de evolução indeterminado. Durante a anamnese a paciente relatou ser hipertensa e, atualmente, controlada com medicamentos. Ao exame clínico extrabucal detectou-se edema na face do lado esquerdo. O exame clínico intrabucal revelou uma lesão extensa na mucosa jugal esquerda, endurecida à palpação e com mucosa de revestimento apresentando aspecto de normalidade. Como conduta imediata, realizou-se uma punção aspirativa da lesão, a qual não revelou conteúdo líquido. Foi solicitada um ultra-sonografia, que revelou a imagem de um nódulo hipoecogênico na região mediana da hemi-face esquerda, acima do ramo mandibular, distante aproximadamente 06 mm da pele, com limites definidos e dimensões aproximadas de 29 x 21 x 26 mm. Baseado nas características clínicas observadas e nos exames realizados, foram formuladas as seguintes hipóteses para o diagnóstico da lesão: neoplasia de glândula salivar, neurofibroma e lipoma. Com as hipóteses de diagnóstico formuladas, foi realizada uma biópsia incisional da lesão e o material coletado encaminhado para análise histopatológica. O diagnóstico histopatológico foi de adenoma pleomórfico. Com o diagnóstico definitivo, foi realizada a ressecção total da lesão através de dissecação romba sob anestesia geral. 1. DORAIRAJAN, N.; PERIYASAMY S.; MUTHAYYA P.; MANIKANDAN R.; SRINIVASAN, T.; SIDDHARTH, D. Salivary gland tumors: a 10-year retrospective study of survival in relation to size, histopathological examination of the tumor, and nodal status. Int Surg., v.89, n.3, p.140-9, 2004. 2. ETHUNANDAN, M.; WITTON, R.; HOFFMAN, G.; SPEDDING, A.; BRENNAN, P.A. Atypical features in pleomorphic adenoma - a clinicopathologic study and implications for management. Int J Oral Maxillofac Surg., v.35, n.7, p. 608-12, 2006. 3. ISAZA, M.; IKEZOE, J.; MORIMOTO, S.; TAKASHIMA, S.; KADOWAKI, K.; TAKEUCHI, N.; SANO, M.; NAKAO, K.; KOZUKA, T. Computed tomography and ultrasonography in parotid tumors. Acta Radiol., v.30, n.1, p.11-5, 1989. 4. VIGUER, J.M.; JIMENEZ-HEFFERNAN, J.A.; VICANDI, B.; LOPEZFERRER P.; NAVARRO, M. Cytologic diagnostic accuracy in pleomorphic adenoma of the salivary glands during 2 periods. A comparative analysis. Acta Cytol., v.51, n.1, p.16-20, 2007. 5. WASYLIK, K.; KIM, J.C.; AMEDEE, R.G. Pleomorphic adenoma. J La State Med Soc.., v.153, n.1, p.12-6, 2001. CASO Nº 69 NEURILEMOMA BINODULAR EM LÍNGUA: RELATO DE CASO Juliana Monteiro da Silva* Victor Comini Mól Oslei Paes de Almeida Luís Antônio Nogueira dos Santos Paulo Rogério Ferreti Bonan Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE, Montes Claros, MG; Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Neurilemoma é uma neoplasia neural benigna originada das células de Schwann, sendo relativamente incomum. Apresenta-se como um tumor encapsulado, de crescimento lento, que se origina caracteristicamente em associação com um tronco nervoso. A massa é usualmente assintomática, embora, em algumas situações, possam ocorrer sensibilidade ou dor. A língua é a localização mais comum para os neurilemomas orais, embora o tumor possa ocorrer em qualquer lugar da boca. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de neurilemoma binodular em língua. Paciente feminina, 46 anos de idade, leucoderma, compareceu a clínica de Diagnóstico da FUNORTE, sendo encaminhada devido a lesão binodular, indolor, séssil, recoberta por mucosa normal, na transição do dorso para borda lateral de língua, com aproximadamente 2 meses de evolução. Na anamnese a paciente referiu apresentar depressão clínica. Na ectoscopia, nada digno de nota foi observado. Na oroscopia, observaram-se dois nódulos de coloração rósea, indolores, de consistência firme, superfícies regulares e assintomáticos. Com o diagnóstico presuntivo de tumoração mesenquimal benigna, foi realizada uma biópsia excisional. Durante a excisão, observou-se um material de coloração brancoamarelada. O exame microscópico revelou um tumor mesenquimal parcialmente encapsulado, muito celularizado, formado por células fusiformes arranjadas em padrões Antoni A e Antoni B com corpos de Verocay. Como comprovação diagnóstica foram realizadas as colorações de Tricrômico de Gomori e S-100, ambas evidenciando positivamente as células tumorais. A paciente encontra-se em acompanhamento por 6 meses sem evidência de recidiva. 1. Baranovic M, Macan D, Begovic EA, Luksic I, Brajdic D, Manojlovic S. Schwannoma with secondary erosion of mandible: case report with a review of the literature. Dentomaxillofac Radiol. 2006 Nov;35(6):456-60. 2. Hashiba Y, Nozaki S, Yoshizawa K, Noguchi N, Nakagawa K, Yamamoto E. Recurrent multinodular neurilemmoma of the female upper lip. Int J Oral Maxillofac Surg. 2007 Feb;36(2):171-3. Epub 2006 Oct 2. 3. Guneri EA, Akoglu E, Sutay S, Ceryan K, Sagol O, Pabuccuoglu U. Plexiform neurofibroma of the tongue: a case report of a child. Turk J Pediatr. 2006 AprJun;48(2):155-8. 4. Ying YL, Zimmer LA, Myers EN. Base of tongue schwannoma: a case report. Laryngoscope. 2006 Jul;116(7):1284-7. 5. Vafiadis M, Fiska A, Panopoulou M, Assimakopoulos D. A clinical case report of a Schwannoma on the tip of the tongue. B-ENT. 2005;1(4):201-4. CASO Nº 70 CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE PERIFÉRICO (TUMOR ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE CÍSTICO PERIFÉRICO) Renata Gonçalves de Resende* João Artur Ricieri Brito* Leandro Napier de Souza Maria Auxiliadora Vieira do Carmo José Eustáquio Costa Departamento de Cirurgia e Patologia Oral, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Paciente D.O. S., 11 anos, sexo feminino, foi encaminhada à Clínica de Semiologia da FO/UFMG com queixa de aumento de volume na região de pré-molares superiores esquerdo há cerca de 6 meses. Durante a anamnese e exame extrabucal não foram observadas alterações dignas de nota. Ao exame intrabucal observou-se aumento de volume de coloração semelhante à mucosa, na região vestibular correspondente aos dentes 24 e 25. As radiografias panorâmica e periapical revelaram discreta alteração do trabeculado ósseo e foco de calcificação na lesão. Diante da hipótese diagnóstica de Cisto Odontogênico Calcificante Periférico, foi realizada biopsia excisional. O laudo histopatológico confirmou a suspeita clínica inicial e a paciente está sob controle ambulatorial há quatro meses e não apresenta sinais de recidiva da lesão. 1. REYES D, VILLANUEVA J, ESPINOSA S, CORNEJO M. Odontogenic calcificant cystic tumor: a report of two clinical cases. Med Oral Patol Oral Cir Bucal (12):126-9, 2007. 2. DEBONI MC, NACLÉRIO-HOMEM MG, PINTO JUNIOR DS, TRAINA AA, CAVALCANTI MGP. Clinical radiological and histological features of calcifying epithelial odontogenic tumor: case report. Braz Dent J (17) 171-4, 2006. 3. IIDA et al. Calcifying odontogenic cyst: Radiologic findings in 11 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. (101):356-62, 2006. 4. ORSINI G, FIORONI M, RUBINI C, PIATTELLI A: Peripheral calcifying odontogenic cyst.J Clin Periodontol. (29) 83–86, 2002. 5. REICHART PA, PHILIPSEN HP, SCIUBBA, JJ. The new classification of Head and Neck Tumours (WHO) — any changes? Oral Oncology (42) 757-58, 2006. CASO Nº 71 CISTO DO DUCTO NASOPALATINO: RELATO DE CASO CLÍNICO Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira* Luiz Ernani Barros Torres Gustavo Amaral Guimarães Cássio Roberto Rocha dos Santos João Luiz de Miranda O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não odontogênico mais comum e ocorre em cerca de 1% da população. O trauma e a infecção do ducto têm sido citados como fatores etiológicos. Equívocos terapêuticos são comuns, sendo necessário exame clínico e biopsia para o diagnóstico. O presente caso refere-se a um paciente que compareceu ao Curso de Odontologia da UFVJM, queixando-se de um abaulamento na região anterior da maxila. Relatou que há 1 ano foi submetido a tratamento endodôntico dos dentes 11 e 21. Ao exame clínico verificou-se, intrabucalmente, abaulamento na região da pré-maxila. Ao exame imaginológico (radiografia oclusal e tomografia computadorizada) notou-se extensa radiolucidez periapical envolvendo a região periapical dos incisivos superiores. Dada a deficiente obturação dos canais radiculares, planejou-se, inicialmente, o retratamento endodôntico dos dentes 11 e 21. Após dois meses com medicação intracanal com hidróxido de cálcio, não sendo observado melhora clínica, especulou-se tratar-se de uma lesão periapical de origem nãoendodôntica. O procedimento cirúrgico inicial constou de marsupializacão e encaminhamento da amostra tecidual para avaliação histopatológica. O laudo histológico foi de cisto do ducto nasopalatino, revelando a existência de lesão cística revestida internamente por tecido pavimentoso estratificado não ceratinizado, atrófico em sua maior extensão. A cápsula conjuntiva constituída por tecido conjuntivo fibroso denso, exibindo moderado infiltrado inflamatório mononuclear, com a presença de glândulas secretoras mucosas, abundantes vasos sanguíneos e tratos nervosos. Transcorridos 12 meses, procedeu-se a enucleação da lesão. Em seis meses de proservação, observou-se resolução do abaulamento anterior e radiograficamente, progressiva formação óssea maxilar. Por conseguinte, uma vez estabelecido o correto diagnóstico, a marsupialização com ulterior enucleação da lesão representa uma segura modalidade de tratamento para o cisto do ducto nasopalatino. 1. Shear, M. Cistos da Região Bucomaxilofacial. 2. São Paulo: Santos, 1999. 2. Neville, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 3. Meyer, A. W. Median anterior maxillary cists. J. Amer. Dent. Assoc.: v. 18, n.10, p. 1851-77, Oct. 1931. 4. Goodman, M. Nasopalatine duct cysts. Radiology, v. 26, n.2, p. 151-7, 1936. CASO Nº 72 TERAPIA PROTÉTICA PARA REGRESSÃO DE HIPERPLASIA TRAUMÁTICA Queuver Aparício Carvalho Lara Maria Alencar Ramos Vanderlei Luiz Gomes Jonas Dantas Batista Andrea Gomes de Oliveira Paciente J. C. R., gênero feminino, 66 anos, leucoderma, compareceu a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia queixando de um aumento na gengiva havia três meses. A paciente relatava fazer uso de prótese há 30 anos interruptamente. A história médica pregressa não foi contribuitória. No exame clínico intrabucal foi observado um lesão séssil bilobulada com aproximadamente 3 cm de diâmetro de coloração eritematosa localizada no fundo de vestíbulo da região anterior de mandíbula, com lobulação em direção a bochecha , assintomática, e associado ao uso de prótese total inferior. Verificou-se ainda a presença de placas esbranquiçadas no dorso lingual e lesões eritematosas na região de comissura labial. Os achados clínicos levaram a hipótese de hiperplasia inflamatória, candidose e queilite angular. A paciente foi submetida ao protocolo de adequação do meio bucal, remoção dos estímulos traumáticos e reembasamento da prótese inferior utilizando COE-SOFT ®(material resiliente condicionador de tecido). Este material foi colocado em região vestibular da prótese e em sua área de base para obter uma ação de afastamento da lesão e melhor adaptação protética. Após a redução do nódulo séssil foram confeccionadas novas próteses e realizada a remoção cirúrgica da lesão. A análise histopatológica da peça confirmou a hipótese de hiperplasia fibrosa inflamatória. O tratamento protético realizado possibilitou a regressão do processo inflamatório e a diminuição do tecido fibrótico da lesão, possibilitando um procedimento cirúrgico mais conservador. 1. BIRMAN, E.G. et al. Patologia gengival - Hiperplasia fibrosa inflamatória localizada. ARS CVRANDI em Odontologia, maio-junho, p. 77-84, 1981. 2. COELHO, C. M. P.; ZUCOLOTO, S. Hiperplasia fibro-epitelial inflamatória da cavidade oral. Rev. Assoc Paul Cir Dent, São Paulo, v. 52, n. 5, p. 383-387, set./out. 1998. 3. KENG, S.B.; LOH, H.S. Clinical presentation of denture hyperplasia of oral tissues. Ann Acad Med Singapore, v. 18, p. 537-540, 1989. 4. MILLER, E.L. Clinical management of denture-induced inflammations. J. Prosthet Dent. v.38, n.4, p.362-365, 1977. 5. NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.